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Doença de Petri da Videira - UTL Repository - Universidade Técnica ...

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<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> <strong>da</strong> Vi<strong>de</strong>ira:<br />

Avaliação <strong>da</strong> eficácia <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s na protecção <strong>de</strong><br />

feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong><br />

Patrícia Sofia Gonçalves Carvalho Pinto<br />

Dissertação para obtenção do Grau <strong>de</strong> Mestre em<br />

Engenharia Agronómica<br />

Orientador: Licencia<strong>da</strong> Maria Cecília Nunes Farinha Rego<br />

Co-orientador: Doutora Maria Helena Men<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Costa Ferreira Correia <strong>de</strong> Oliveira<br />

Júri:<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Doutora Cristina Maria Moniz Simões <strong>de</strong> Oliveira, Professora Associa<strong>da</strong> do<br />

Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia <strong>da</strong> Universa<strong>de</strong> <strong>Técnica</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

Vogais: Doutora Maria Helena Men<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Costa Ferreira Correia <strong>de</strong> Oliveira, Professora<br />

Associa<strong>da</strong> do Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Técnica</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

- Doutor Arlindo Lima, Professor Auxiliar do Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Técnica</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

- Doutor Pedro Manuel Vieira Talhinhas, Investigador Auxiliar do Centro <strong>de</strong> Investigação<br />

<strong>da</strong>s Ferrugens do Cafeeiro do Instituto <strong>de</strong> Investigação Científica Tropical<br />

- Licencia<strong>da</strong> Maria Cecília Nunes Farinha Rego, Investigadora Auxiliar do Instituto<br />

Superior <strong>de</strong> Agronomia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>Técnica</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

Lisboa, 2010


AGRADECIMENTOS<br />

À Eng.ª Cecília Rego, que me orientou neste trabalho e me sugeriu este tema. Um<br />

especial agra<strong>de</strong>cimento pelo seu apoio, pelos ensinamentos e disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que tornou<br />

a execução <strong>de</strong>ste trabalho possível. Um obrigado ain<strong>da</strong> pelas boas conversas, pela<br />

amiza<strong>de</strong> e pelos bons momentos passados ao longo <strong>de</strong>stes meses.<br />

À Prof. Doutora Helena Oliveira, co-orientadora <strong>de</strong>ste trabalho, pela simpatia,<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e apoio <strong>de</strong>monstrado, pela aju<strong>da</strong> na revisão do manuscrito e também pela<br />

indicação do caminho a seguir para começar este trabalho e por todos os ensinamentos<br />

ao longo do curso.<br />

Quero também agra<strong>de</strong>cer a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> total e aju<strong>da</strong> na parte <strong>de</strong> biologia molecular, à<br />

Eng.ª Teresa Nascimento, por to<strong>da</strong> a paciência e esclarecimentos que se dispôs a<br />

fornecer, um muito obrigado. À Eng.ª Ana Cabral e Dr. Damiano Vesentini, um<br />

agra<strong>de</strong>cimento, pelas sugestões e aju<strong>da</strong>s também nesta área.<br />

A todos os funcionários do Laboratório <strong>de</strong> Patologia Vegetal “Veríssimo <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>”,<br />

Amélia Marques, Olga Nogueira e Joaquim Antunes, por to<strong>da</strong> a aju<strong>da</strong> presta<strong>da</strong> nos<br />

trabalhos <strong>de</strong> laboratório e estufa executados ao longo <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Um especial agra<strong>de</strong>cimento ao colegas, Pedro Reis e Eng.ª Ana Teresa Vaz, pela enorme<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e aju<strong>da</strong> presta<strong>da</strong>s ao longo <strong>de</strong>stes meses.<br />

A to<strong>da</strong> a minha família e amigos pelo apoio, incentivo e carinho ao longo <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> e<br />

principalmente nesta etapa.<br />

Ao mano para além do apoio e carinho um muito obrigado pela paciência e aju<strong>da</strong>,<br />

quando necessário praticar as apresentações orais, sem ti também isto não seria<br />

possível.<br />

Ao André pelo companheirismo, incentivo e por me escutar e apoiar em momentos mais<br />

difíceis, ao longo <strong>de</strong>stes anos. Um obrigado especial pela aju<strong>da</strong> e instrução na<br />

formatação e finalização <strong>de</strong>ste trabalho e em tantos outros, em que sempre te mostraste<br />

disponível e feliz por aju<strong>da</strong>r.<br />

Por fim, mas sem duvi<strong>da</strong> os mais importantes, aos meus Pais os meus pilares, pelo<br />

esforço, amor e <strong>de</strong>dicação que me <strong>de</strong>ram em to<strong>da</strong> a minha vi<strong>da</strong>, pelo que me<br />

proporcionaram e ensinaram tornando-me na pessoa que sou hoje, um gran<strong>de</strong> Obrigado.<br />

Sem o vosso apoio e incentivo, em momentos difíceis e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> forças para continuar,<br />

nunca teria conseguido chegar até aqui.<br />

A todos MUITO OBRIGADA.<br />

I


RESUMO<br />

Phaeomoniella (Pa.) chlamydospora e Phaeoacremonium spp., são os agentes causais <strong>da</strong><br />

esca <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira e <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, em vi<strong>de</strong>iras jovens. A importância económica<br />

<strong>de</strong>stas doenças tem vindo a aumentar dramaticamente a nível mundial, tendo-se<br />

igualmente intensificado os estudos a seu propósito. No presente trabalho, confirmou-se<br />

a patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sete isolados <strong>de</strong> Pa. chlamydospora em vi<strong>de</strong>iras Touriga Nacional,<br />

utilizando dois métodos <strong>de</strong> inoculação: discos miceliais e suspensões <strong>de</strong> esporos. A<br />

inoculação por discos miceliais revelou-se significativamente mais eficiente, pela maior<br />

dimensão <strong>da</strong>s necroses produzi<strong>da</strong>s e pela mais eleva<strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong> reisolamento.<br />

Não se registaram diferenças <strong>de</strong> virulência entre isolados. Avaliou-se a eficácia <strong>de</strong><br />

fungici<strong>da</strong>s na protecção <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>, nas castas Touriga Nacional e Syrah, usando<br />

como referência carben<strong>da</strong>zime+flusilazol (Escudo ® ). Entre os parâmetros avaliados, a<br />

percentagem <strong>de</strong> reisolamento e/ou a <strong>de</strong>tecção do patogénio por nested-PCR foram as<br />

que se revelaram mais fi<strong>de</strong>dignas. Observou-se que a colonização <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira ocorria<br />

principalmente acima e abaixo do 3º nó. Para a casta Syrah, duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

reduziram significativamente a percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora,<br />

comparativamente à testemunha, não diferindo porém do fungici<strong>da</strong>-referência. Para a<br />

casta Touriga Nacional, apenas uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> proporcionou melhores resultados.<br />

Palavras-chave: Vitis vinifera, Phaeomoniella chlamydospora, Phaeoacremonium spp.,<br />

patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong>, meios-<strong>de</strong>-luta.<br />

II


ABSTRACT<br />

<strong>Petri</strong> disease of grapevine: Evaluation of fungici<strong>de</strong> efficacy in the protection of<br />

pruning wounds.<br />

Phaeomoniella (Pa.) chlamydospora and Phaeoacremonium spp. are responsible for<br />

causing black measles (esca) and <strong>Petri</strong> disease of mature and young grapevines,<br />

respectively. The economic importance of these diseases has increased dramatically<br />

worldwi<strong>de</strong>, thus explaining why they have long been the subject of intense research. In<br />

this study, the pathogenicity of seven isolates of Pa. chlamydospora to Touriga Nacional<br />

vines was confirmed, using two methods of inoculation, spore suspensions and mycelial<br />

discs. The inoculation by mycelial discs was significantly more efficient, by the largest<br />

size of the necroses produced and the highest percentage of reisolation. There were no<br />

differences in virulence among isolates. The efficacy of fungici<strong>de</strong>s in the protection of<br />

pruning wounds was evaluated in the varieties Touriga Nacional and Syrah, using<br />

carben<strong>da</strong>zim+flusilazole as reference. Among the parameters evaluated, the percentage<br />

of reisolation and/or the <strong>de</strong>tection of the pathogen by nested-PCR were those which<br />

proved to be the most reliable. It was observed that the colonization of the vine occurred<br />

mainly above and below the 3rd no<strong>de</strong>. For the Syrah grape variety, two treatments<br />

significantly reduced the percentage of reisolation of Pa. chlamydospora compared to the<br />

control, but they did not differ from the reference fungici<strong>de</strong>. For Touriga Nacional, only<br />

one treatment was comparable to the reference (carben<strong>da</strong>zim+flusilazol).<br />

Key – words: Vitis vinifera, <strong>Petri</strong> disease, Phaeomoniella chlamydospora,<br />

Phaeoacremonium spp., pathogenicity, disease control.<br />

III


EXTENDED ABSTRACT<br />

Several species of Phaeoacremonium and the species Phaeomoniella chlamydospora are<br />

the causing agents of <strong>Petri</strong> disease in grapevines. These fungi also play an important role<br />

in the esca complex pathology. In recent years, these diseases have been responsible for<br />

sizeable <strong>da</strong>mages and losses in the production of table grapes and wine production.<br />

Therefore, it becomes imperative to advance the knowledge on these diseases, for better<br />

un<strong>de</strong>rstanding of their behavior and possible disease control.<br />

In the present study, the pathogenicity of seven isolates of Pa. chlamydospora was<br />

studied. For one of these isolates, studies were also carried out in the field to assess the<br />

efficiency of new fungici<strong>da</strong>l products. Pathogenicity tests were carried out with all the<br />

seven isolates in potted grapevine plants (in vivo assays) of the cultivar Touriga<br />

Nacional, growing un<strong>de</strong>r greenhouse conditions during four months in or<strong>de</strong>r to register<br />

canker <strong>de</strong>velopment and to perform re-isolations. Two infection methods were tested,<br />

using either mycelial fragments as inoculum (agar plugs) or spore suspensions (from<br />

liquid cultures). Pathogenicity was confirmed for all the isolates of Pa. chlamydospora,<br />

relative to control plants, which were not inoculated. It was possible to re-isolate Pa.<br />

chlamydospora from all inoculated plants, while the percentage of re-isolation for not<br />

inoculated plants was null. Isolate PL 2 produced the longest necroses. The highest<br />

percentages of re-isolation were obtained with isolate T21 L330 when inoculation<br />

occurred with spore suspensions or with isolate T16 L299 when inoculation occurred with<br />

mycelial disks. The best percentage of re-isolation was observed when mycelial disks<br />

were used as inoculum.<br />

The efficacy of six new fungici<strong>de</strong> formulations was tested un<strong>de</strong>r field conditions for the<br />

cultivars Syrah and Touriga Nacional. Results were compared to those obtained from<br />

plants treated with carben<strong>da</strong>zim+flusilazol (Escudo ® ), which was used as a stan<strong>da</strong>rd.<br />

Products were applied once on the pruning wound. For each treatment, 18 replicates (1-<br />

yr-old shoots) were used, which were inoculated with a spore suspension prepared from<br />

250 mL malt extract medium inoculated with 3 mm diameter agar plugs cut from the<br />

edge of colonies growing un<strong>de</strong>r <strong>da</strong>rkness at 20ºC. Liquid cultures were incubated for 14<br />

<strong>da</strong>ys on a reciprocal shaker at 90 rpm, filtrated and then diluted with SDW to a final<br />

concentration of 10 5 spores mL -1 . Inoculation of test plants occurred one <strong>da</strong>y after<br />

fungici<strong>da</strong>l application. Approximately 50 µL of the spore suspension of Pa. chlamydospora<br />

were applied on each pruning wound and the inoculated wounds were protected with<br />

“Parafilm”.<br />

Assessments were performed six months after inoculation by observation of the internal<br />

symptoms, browning tissues or presence of necroses. The length of the shoots, the<br />

IV


length from cut to the 3rd bud and the length of 1st plus 2nd interno<strong>de</strong>s were registered,<br />

as was the length of the necroses. Re-isolations were ma<strong>de</strong> for all replicates and for all<br />

experimental and control treatments. Each shoot was divi<strong>de</strong>d in different segments,<br />

<strong>de</strong>pending on the length of the necrosis, and re-isolation was ma<strong>de</strong> from each segment<br />

by taking five pieces of symptomatic wood tissue and placing them onto PDA plates, with<br />

250mg L -1 chloramphenicol.<br />

Conclusions were drawn based on the percentage of re-isolation, as these gave a more<br />

precise i<strong>de</strong>a of the efficacy of the fungici<strong>de</strong>s. For cv. Syrah all treatments revealed a level<br />

of re-isolation lower or similar to the reference carben<strong>da</strong>zim+flusilazol, except for the<br />

BUC 74700F F and BUC 40300 F treatments (8 and 6, respectively). However, when the<br />

prevention and slowing down of the disease progression were consi<strong>de</strong>red, the best<br />

results were obtained for treatments 3 (BUC 31300 F) and 7 (BUC 61700 F). In these<br />

cases Pa. chlamydospora was not reisolated from the segment 4. For cv. Touriga<br />

Nacional only treatment 7 (BUC 61700 F) was able to provi<strong>de</strong> a lower or similar level of<br />

fungal re-isolation than carben<strong>da</strong>zim+flusilazol. In this case, however, when prevention<br />

or slowing down the disease progression was consi<strong>de</strong>red, the best treatment was 7 (BUC<br />

61700 F). This was the only treatment from which Pa. chlamydospora was not re-<br />

isolated.<br />

To complement the classical method of re-isolation, a molecular approach based on<br />

nested-PCR method was used, in or<strong>de</strong>r to confirm the presence of Pa. chlamydospora in<br />

the grapevine wood tissues. This method involves two sets of primers, used in two<br />

successive runs of polymerase chain reaction. The first set (ITS4 and ITSF1) was used to<br />

amplify a fragment of the ITS region of fungi, and the second set (Pch1 and Pch2) to<br />

amplify, within the first run product, a specific fragment of 360 pb from the ITS region of<br />

Pa. chlamydospora. The results obtained by nested-PCR were not always in agreement<br />

with those obtained from the re-isolation method, but in general the PCR-based method<br />

was more sensitive.<br />

V


ÍNDICE<br />

AGRADECIMENTOS .............................................................................................. I<br />

RESUMO............................................................................................................. II<br />

ABSTRACT ........................................................................................................III<br />

EXTENDED ABSTRACT ....................................................................................... IV<br />

ÍNDICE ............................................................................................................. VI<br />

ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... VIII<br />

ÍNDICE DE QUADROS.......................................................................................... X<br />

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1<br />

2. DOENÇA DE PETRI ........................................................................................ 4<br />

2.1 AGENTES CAUSAIS ......................................................................................... 4<br />

2.1.1 Taxonomia ............................................................................................ 4<br />

2.1.2 Distribuição geográfica ...........................................................................10<br />

2.2 DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES CAUSAIS ................................................11<br />

2.3 SINTOMAS DA DOENÇA ...................................................................................11<br />

2.4 PATOGÉNESE ..............................................................................................14<br />

2.5 BIOECOLOGIA DE PHAEOMONIELLA E PHAEOACREMONIUM ..........................................15<br />

2.6 MEIOS DE LUTA ...........................................................................................17<br />

2.6.1 Luta cultural .........................................................................................18<br />

2.6.2 Luta física e biológica .............................................................................18<br />

2.6.3 Luta química .........................................................................................19<br />

2.7 OBJECTIVOS ...............................................................................................21<br />

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 22<br />

3.1 ISOLADOS EM ESTUDO ...................................................................................22<br />

3.2 ESTUDO DA PATOGENICIDADE DOS ISOLADOS DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA EM<br />

PLANTAS DE VIDEIRA ..............................................................................................22<br />

3.2.1 Obtenção do material vegetal .................................................................22<br />

3.2.2 Produção <strong>de</strong> inóculo, inoculação e condições <strong>de</strong> incubação .........................23<br />

3.2.3 Parâmetros avaliados .............................................................................24<br />

3.3 ENSAIOS DE CAMPO DE CAMPO PARA AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA DE FUNGICIDAS NA PROTECÇÃO DE<br />

FERIDAS DE PODA ..................................................................................................25<br />

3.3.1 Avaliação <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> necroses ........................................................26<br />

3.3.2 Extracção <strong>de</strong> DNA .................................................................................27<br />

VI


3.3.3 Detecção <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora por nested - PCR .....................28<br />

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 30<br />

4.1 PATOGENICIDADE DOS ISOLADOS DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA EM PLANTAS DE<br />

VIDEIRA .............................................................................................................30<br />

4.1.1 Dimensão <strong>da</strong>s necroses forma<strong>da</strong>s nos lançamentos em resultado do método<br />

<strong>de</strong> inoculação .................................................................................................30<br />

4.1.2 Percentagem <strong>de</strong> reisolamento .................................................................33<br />

4.2 ENSAIOS DE CAMPO – EFICÁCIA DE FUNGICIDAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS DE PODA .......35<br />

4.2.1 Comprimento <strong>da</strong>s varas e dos entrenós ....................................................37<br />

4.2.2 Extensão <strong>da</strong>s necroses nas varas ............................................................37<br />

4.2.3 Percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> phaeomoniella chlamydospora .................41<br />

4.2.4 Detecção Molecular................................................................................44<br />

5. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS .................................................................. 46<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 49<br />

ANEXOS ............................................................................................................ 58<br />

ANEXO A ............................................................................................................59<br />

ANEXO B ............................................................................................................62<br />

ANEXO C ............................................................................................................66<br />

VII


ÍNDICE DE FIGURAS<br />

Figura 2.1. Colónia <strong>de</strong> Phaeoacremonium aleophilum, em meio gelosado <strong>de</strong> extracto <strong>de</strong><br />

malte. .............................................................................................................. 7<br />

Figura 2.2. Exemplo <strong>de</strong> uma colónia <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora em gelose <strong>de</strong><br />

batata <strong>de</strong>xtrosa<strong>da</strong>. ............................................................................................ 9<br />

Figura 2.3. Sintomas produzidos por Phaeomoniella chlamydopora, em sarmentos,<br />

troncos e folhas. ...............................................................................................13<br />

Figura 3.1. Aspecto <strong>da</strong> feri<strong>da</strong> efectua<strong>da</strong> com um anel cortante num pâmpano <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira<br />

<strong>da</strong> casta Touriga Nacional (A) e <strong>da</strong> protecção <strong>da</strong> feri<strong>da</strong> com algodão e “Parafilm”(B),<br />

após inoculação com um isolado <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora. ........................24<br />

Figura 3.2. Aspecto geral dos ensaios <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong>; plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta<br />

Touriga Nacional inocula<strong>da</strong>s com isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora (10<br />

repetições), manti<strong>da</strong>s durante 4 meses em estufa <strong>de</strong> campo, sob condições <strong>de</strong><br />

temperatura diurna <strong>de</strong> 24 ± 5ºC e nocturna <strong>de</strong> 18ºC e aproxima<strong>da</strong>mente 12 horas <strong>de</strong><br />

luz solar. .........................................................................................................24<br />

Figura 3.3. Ilustração do modo como foi efectua<strong>da</strong> a divisão dos lançamentos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira<br />

usados para ensaios <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s em feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>. .........................................27<br />

Figura 4.1. Sintomas causados por Phaeomoniella chlamydospora em sarmentos <strong>de</strong><br />

vi<strong>de</strong>ira e folhas <strong>da</strong> casta Touriga Nacional quatro meses após inoculação. ...............30<br />

Figura 4.2. Aspecto <strong>da</strong> necrose <strong>de</strong> um ramo inoculado com Phaeomoniella<br />

chlamydospora, em plantas envasa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, ao fim <strong>de</strong> quatro<br />

meses <strong>de</strong> incubação. .........................................................................................31<br />

Figura 4.3. Aspecto geral <strong>da</strong>s vi<strong>de</strong>iras <strong>da</strong>s castas Syrah e Touriga Nacional, seis meses<br />

após o tratamento <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong> com diferentes fungici<strong>da</strong>s e inoculação com<br />

Phaeomoniella chlamydospora. ...........................................................................36<br />

Figura 4.4. Valores médios <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong> necrose que ultrapassam o 3º nó para a<br />

casta Syrah. ....................................................................................................39<br />

Figura 4.5. Valores médios <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong> necrose que ultrapassam o 3º nó, para a<br />

casta Touriga Nacional. .....................................................................................39<br />

Figura 4.6. Valores médios para a percentagem <strong>de</strong> necrose nas varas inocula<strong>da</strong>s com<br />

Phaeomoniella chlamydospora que ultrapassam do 2º nó, para a casta Syrah. .........40<br />

VIII


Figura 4.7. Valores médios para a percentagem <strong>de</strong> necroses nas varas inocula<strong>da</strong>s com<br />

Phaeomoniella chlamydospora que ultrapassam o 2º nó, para a casta Touriga<br />

Nacional. .........................................................................................................40<br />

Figura 4.8. Valores médios <strong>da</strong>s percentagens <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora obtidos a partir <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Syrah, consoante a<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>. ...................................................................................41<br />

Figura 4.9. Valores médios <strong>da</strong>s percentagens <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora obtidos a partir <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Touriga Nacional,<br />

consoante a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> do fungici<strong>da</strong>. .................................................................42<br />

Figura 4.10. Exemplo <strong>de</strong> Nested-PCR obtido com os primers Pch1 e Pch2, para a<br />

Phaeomoniella chlamydospora, para os tratamentos 2, 4, 3, 5 e 8. M – Marcador<br />

molecular “123 pb DNA Lad<strong>de</strong>r” (GibcoBRL). ........................................................45<br />

IX


ÍNDICE DE QUADROS<br />

Quadro 2.1. Lista <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium (Pm.) e Phaeomoniella (Pa.) que<br />

atacam a vi<strong>de</strong>ira e locais on<strong>de</strong> já foram assinala<strong>da</strong>s. .............................................10<br />

Quadro 3.1. Origem dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora utilizados nos ensaios<br />

<strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................22<br />

Quadro 3.2. Níveis em que foram divididos os talões. ................................................26<br />

Quadro 4.1. Dimensão média <strong>da</strong>s necroses obti<strong>da</strong>s em plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga<br />

Nacional por inoculação <strong>de</strong> uma suspensão <strong>de</strong> esporos ou <strong>de</strong> discos miceliais <strong>de</strong> Pa.<br />

chlamydospora. ................................................................................................32<br />

Quadro 4.2. Comparação <strong>da</strong> dimensão média <strong>da</strong>s necroses obti<strong>da</strong>s em sarmentos <strong>de</strong><br />

plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, <strong>de</strong> acordo com o método <strong>de</strong> inoculação:<br />

suspensão <strong>de</strong> esporos ou discos miceliais <strong>de</strong> Pa. chlamydospora. ...........................32<br />

Quadro 4.3. Percentagem média <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora, a<br />

partir <strong>de</strong> sarmentos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga Nacional inoculados com diferentes<br />

isolados suspensão <strong>de</strong> esporos ou discos miceliais do fungo (teste <strong>de</strong> Tuckey HSD). .34<br />

Quadro 4.4. Comparação dos dois métodos <strong>de</strong> inoculação em estudo (suspensão <strong>de</strong><br />

esporos ou discos miceliais) na percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora (teste <strong>de</strong> Tuckey HSD). ...............................................................34<br />

Quadro 4.5. Comprimento médio <strong>da</strong>s varas e entrenós para as castas Syrah e Touriga<br />

Nacional. .........................................................................................................37<br />

Quadro 4.6. Valores médios <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong>s necroses para as castas Syrah e Touriga<br />

Nacional (Teste <strong>de</strong> Tuckey HSD). ........................................................................38<br />

Quadro 4.7. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora para ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong><br />

vara e para ca<strong>da</strong> tratamento na casta Syrah. .......................................................43<br />

Quadro 4.8. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora para ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong><br />

vara e para ca<strong>da</strong> tratamento na casta Touriga Nacional. ........................................43<br />

Quadro 4.9. Resultados positivos obtidos através <strong>da</strong> <strong>de</strong>tecção por Nested-PCR e por<br />

reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora e sua comparação para a casta Syrah. .............44<br />

X


LISTA DE ABREVIATURA<br />

ANOVA - análise <strong>de</strong> variância<br />

DNA - Ácido Desoxirribonucleico<br />

DPPF - Departamento <strong>de</strong> Protecção <strong>da</strong>s Plantas e Fitoecologia<br />

dNTP - Desoxirribonucleótidos trifosfatados<br />

EDTA - Ácido Etilenodiaminotetracético<br />

ISA - Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia<br />

LPVVA - Laboratório <strong>de</strong> Patologia Vegetal "Veríssimo <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>"<br />

MEA - Gelose <strong>de</strong> Extracto <strong>de</strong> Malte<br />

OA - Gelose <strong>de</strong> Aveia<br />

Pa. - Phaeomoniella<br />

pb - pares <strong>de</strong> bases<br />

Pch - Phaeomoniella chlamydospora<br />

PCR - Reacção em ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> Polimerase<br />

PDA - Gelose <strong>de</strong> batata <strong>de</strong>xtrosa<strong>da</strong><br />

PI – Protecção Integra<strong>da</strong><br />

Pm. – Phaeoacremonium<br />

PVP - Polivinilpirrolidona<br />

rDNA – DNA ribossomal<br />

SDW – Água Destila<strong>da</strong> e Esteriliza<strong>da</strong><br />

TBE - Tris + Ácido Bórico + Ácido Etilenodiaminotetracético<br />

TE – Tris + Ácido clorídrico + Ácido Etilenodiaminotetracético<br />

XI


1. INTRODUÇÃO<br />

Introdução<br />

A doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, apesar <strong>de</strong> recente, é bem conheci<strong>da</strong> em todo o mundo vitivinícola,<br />

pelos prejuízos avultados que provoca quer em vi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à produção <strong>de</strong> vinho<br />

quer em uva <strong>de</strong> mesa, reduzindo a sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, originando<br />

frequentemente a morte <strong>da</strong>s plantas doentes (Dubos & Larignon, 1988; Morton, 2000;<br />

Oliveira et al., 2004; Rego, 2004; Edwards et al., 2007a, b). A doença afecta vi<strong>de</strong>iras<br />

muito jovens, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong> viveiro, e vinhas recém planta<strong>da</strong>s. Quando a incidência e a<br />

severi<strong>da</strong><strong>de</strong> são eleva<strong>da</strong>s, o arranque <strong>da</strong>s mesmas é, com frequência, a única <strong>de</strong>cisão a<br />

tomar, uma vez que os custos associados à manutenção <strong>de</strong>ssas vinhas doentes se<br />

revelam incomportáveis.<br />

A importância económica que a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> tem assumido em todo o mundo,<br />

principalmente no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> última déca<strong>da</strong>, tem motivado a intensificação <strong>de</strong> estudos<br />

etiológicos que resultaram na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas espécies <strong>de</strong> fungos a ela associados.<br />

Também um conjunto <strong>de</strong> estudos epi<strong>de</strong>miológicos levados a efeito por todo o mundo têm<br />

permitido compreen<strong>de</strong>r, ain<strong>da</strong> que parcialmente, aspectos relacionados com a origem e a<br />

dispersão do inóculo e as principais vias <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong>stes agentes patogénicos na<br />

vi<strong>de</strong>ira. Este conhecimento abre, pois, novas perspectivas a uma possível estratégia <strong>de</strong><br />

luta contra a doença, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente através <strong>da</strong> protecção <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, uma vez<br />

que estas constituem uma <strong>da</strong>s principais vias <strong>de</strong> penetração dos agentes causais <strong>da</strong><br />

doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>. A legislação europeia respeitante à produção e distribuição <strong>de</strong> materiais<br />

certificados não contempla nenhum dos fungos envolvidos no <strong>de</strong>clínio, pois não existem<br />

meios <strong>de</strong> luta eficazes contra os agentes. O progresso tem sido lento, mas é possível<br />

adoptar estratégias que minimizem os efeitos dos fungos e obter materiais <strong>de</strong> boa<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> sanitária. A legislação actual impe<strong>de</strong> a plantação <strong>de</strong> viveiros para a produção<br />

<strong>de</strong> bacelos e <strong>de</strong> bacelos enxertados durante 2 anos consecutivos, para diminuir infecção,<br />

principalmente no caso do Cylindrocarpon spp. (Oliveira et al., 2004).<br />

Fungos do género Phaeoacremonium (Pm.) e em particular Phaeomoniella (Pa.)<br />

chlamydospora estão na origem <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> (Mugnai et al., 1999). Sintomas<br />

atribuíveis a esta doença terão sido relatados pela primeira vez por <strong>Petri</strong> (1912), quando,<br />

a partir <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras apresentando estrias castanhas no lenho, foram isolados<br />

consistentemente três fungos dois do género Cephalosporium e um do género<br />

Acremonium. Baseando-se na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, estes fungos foram referidos, mais<br />

tar<strong>de</strong>, como Phaeoacremonium chlamydosporum e Pm. aleophilum respectivamente<br />

(Mugnai et al., 1999), tendo a primeira <strong>de</strong>stas espécies sido posteriormente<br />

reclassifica<strong>da</strong> em Phaeomoniella chlamydospora (Crous & Gams, 2000).<br />

1


Introdução<br />

Em Portugal a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> começou a ser relata<strong>da</strong> pela primeira vez na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

90, na sequência <strong>de</strong> um intensivo esforço <strong>de</strong> replantação <strong>de</strong> vinhas velhas e com baixa<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, por novos encepamentos, o que obrigou a um aumento <strong>da</strong> produção <strong>de</strong><br />

materiais <strong>de</strong> propagação vegetativa a nível nacional e ao incremento <strong>de</strong> trocas<br />

comerciais internas e externas. Rego et al. (2000) referiram pela primeira vez os fungos<br />

Pa. chlamydospora e Pm. aleophilum, num estudo feito na região do Ribatejo e Oeste e<br />

na Beira Litoral, em que avaliaram a situação fitossanitária <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> propagação<br />

vegetativa <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong> materiais doentes provenientes <strong>de</strong> vinhas jovens.<br />

Paralelamente, Chicau et al. (2000) referiram a presença <strong>de</strong>stes fungos na região dos<br />

Vinhos Ver<strong>de</strong>s e na Região Noroeste <strong>de</strong> Portugal.<br />

Interessa salientar que os fungos referidos, Phaeoacremonium spp. e Pa. chlamydospora<br />

são hoje em dia consi<strong>de</strong>rados os principais agentes causais <strong>da</strong> esca <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira, embora<br />

outros fungos surjam também associados a esta doença, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente<br />

basidiomicetas, responsáveis pela podridão branca <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira (Fomitiporia spp. e, em<br />

menor extensão Stereum hirsutum) (Mostert et al., 2006). Consi<strong>de</strong>ra-se, por isso, que<br />

vi<strong>de</strong>iras muito jovens infecta<strong>da</strong>s por Pa. chlamydospora (doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>), <strong>de</strong>senvolverão<br />

a curto prazo sintomas <strong>de</strong> esca (Surico et al., 2006). Por conseguinte, a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

e a esca <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira (“proper”) estão interliga<strong>da</strong>s, partilham agentes causais, sendo esta<br />

última mais comum em vi<strong>de</strong>iras adultas, exibindo sintomas <strong>de</strong> “amadou”, ou podridão<br />

branca, resultante <strong>da</strong> acção <strong>de</strong> fungos basidiomicetas.<br />

A esca <strong>da</strong> vinha é praticamente conheci<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as vi<strong>de</strong>iras são cultiva<strong>da</strong>s. É uma<br />

doença complexa que inclui uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sintomas, pelos quais a doença é<br />

também conheci<strong>da</strong>, como por exemplo apoplexia ou no caso <strong>da</strong> Califórnia sarampo preto,<br />

<strong>de</strong>vido às pontuações negras que os bagos apresentam quando infectados (Mugnai et al.,<br />

1999). A pesquisa <strong>da</strong> etiologia <strong>de</strong>sta doença, iniciou-se no fim do século XIX em França e<br />

po<strong>de</strong> ser dividi<strong>da</strong> em três períodos.<br />

O primeiro período começou em 1898 com Ravaz e terminou em 1926 com Viala. Estes<br />

autores concluíram que Stereum hirsutum (Willd.) Pers. e Phellinus igniarius (L.:Fr.)<br />

Quél. eram os agentes causais <strong>da</strong> esca. Contudo, não o conseguiram <strong>de</strong>monstrar através<br />

<strong>de</strong> testes <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em 1912 em Itália, <strong>Petri</strong> conseguiu reproduzir alguns<br />

sintomas internos <strong>da</strong> esca com duas espécies in<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Cephalosporium e<br />

Acremonium que também foram associados com a doença.<br />

Em 1912 na Sicília, <strong>Petri</strong> conduziu uma pesquisa que não era especificamente dirigi<strong>da</strong> à<br />

esca mas sim a problemas do <strong>de</strong>clínio <strong>da</strong> vinha provocado pela filoxera. Observou<br />

acastanhamentos ao longo do sistema vascular <strong>de</strong> vinhas em <strong>de</strong>clínio acompanha<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

formação <strong>de</strong> goma em tecidos lenhosos. Das estrias castanhas isolou consistentemente<br />

duas espécies <strong>de</strong> Cephalosporium e uma <strong>de</strong> Acremonium. Os três fungos revelaram ser<br />

2


Introdução<br />

patogénicos para a vi<strong>de</strong>ira, reproduzindo as estrias castanhas no lenho, anteriormente<br />

referi<strong>da</strong>s.<br />

O segundo período começou na Califórnia em 1957 com Hewitt e foi até 1959, quando<br />

Chiarappa <strong>de</strong>tectou a relação entre as manchas pretas que apareciam nos bagos<br />

(sarampo preto) e a morte do lenho. Também <strong>de</strong>monstrou que o fungo Cephalosporium<br />

sp. reproduzia in vivo alguns sintomas observados no lenho <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras doentes e que<br />

Phellinus ignarius (basidiomiceta) causava morte do lenho in vitro.<br />

O terceiro período iniciou-se com Larignon e Dubos, em 1987, que consi<strong>de</strong>raram a<br />

ocorrência <strong>de</strong> um complexo <strong>de</strong> fungos que actuavam sozinhos ou em conjunto com<br />

basiodiomicetas e que causavam a esca e doenças relaciona<strong>da</strong>s (Mugnai et al., 1999).<br />

Nos anos subsequentes os estudos sobre as doenças do lenho expandiram-se a Itália,<br />

África do Sul e Califórnia; as razões para este ressurgimento <strong>de</strong> interesse são duas, a<br />

primeira foi a restrição ou proibição do uso <strong>de</strong> arsenito <strong>de</strong> sódio para o controlo <strong>da</strong> esca e<br />

consequente aumento <strong>de</strong> incidência <strong>da</strong> doença. A segun<strong>da</strong> foi a <strong>de</strong>scoberta do <strong>de</strong>clínio<br />

<strong>da</strong>s vi<strong>de</strong>iras em muitas vinhas jovens. Em Portugal os sintomas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio em vinhas<br />

jovens foram observados pela primeira vez no início dos anos 90, maioritariamente em<br />

áreas on<strong>de</strong> houve substituição <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras antigas por vi<strong>de</strong>iras novas (Rego et al., 2000).<br />

3


2. DOENÇA DE PETRI<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

Tal como referido anteriormente, a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> foi <strong>de</strong>scoberta no início do século XX,<br />

na Sicília (<strong>Petri</strong>, 1912), sendo hoje em dia atribuí<strong>da</strong> essencialmente a Pa. chlamydospora<br />

e a várias espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium (Sheck et al., 1998; Mugnai et al., 1999;<br />

Groenewald et al., 2001). Provoca crescimento vegetativo reduzido e morte <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras<br />

jovens e vi<strong>de</strong>iras adultas. Po<strong>de</strong>-se manifestar através <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sfoliação repentina,<br />

mas, normalmente, começa com um <strong>de</strong>clínio lento que se traduz num crescimento<br />

reduzido e vários sintomas, tais como: cloroses, necroses <strong>da</strong>s folhas e emurchecimento.<br />

Ataca principalmente vi<strong>de</strong>iras jovens e tem causado gran<strong>de</strong>s prejuízos em vinhas recém<br />

planta<strong>da</strong>s (Bertelli et al., 1998; Scheck et al., 1998; Ferreira et al., 1999; Mugnai et al.,<br />

1999; Morton, 2000; Pascoe & Cottral, 2000).<br />

Os sintomas internos po<strong>de</strong>m ser observados quando se fazem cortes transversais ou<br />

longitudinais nos troncos e rebentos, observando-se pontuações negras e estrias<br />

castanhas ou pretas nos tecidos xilémicos. Os vasos <strong>da</strong>nificados po<strong>de</strong>m exsu<strong>da</strong>r seiva<br />

negra, <strong>da</strong>í ter sido atribuí<strong>da</strong> também a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> ‘black goo’ para esta doença.<br />

2.1 AGENTES CAUSAIS<br />

Os fungos associados à doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> pertencem aos géneros Phaeomoniella e<br />

Phaeoacremonium, sendo a espécie Pa. chlamydospora uma <strong>da</strong>s mais frequentemente<br />

isola<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras com sintomas. Em simultâneo, ou posteriormente, as vi<strong>de</strong>iras jovens<br />

po<strong>de</strong>m ser infecta<strong>da</strong>s e coloniza<strong>da</strong>s por outros fungos como Cylindrocarpon spp.,<br />

Phomopsis viticola, Botryosphaeria spp., Eutypa lata, Fomitiporia mediterranea, F.<br />

punctata, Stereum hirsutum, pertencentes ao complexo <strong>de</strong> fungos causadores <strong>da</strong> esca.<br />

2.1.1 TAXONOMIA<br />

O género Phaeoacremonium W. Gams, Crous & M.J. Wingf. foi <strong>de</strong>scrito por Crous et al.<br />

(1996) e pertence à or<strong>de</strong>m Magnaportales (Diaporthales). Inicialmente foram <strong>de</strong>scritas<br />

seis espécies: Pm. parasiticum, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> espécie tipo, Pm. aleophilum, Pm. angustius,<br />

Pm. chlamydosporum, Pm. inflatipes e Pm. rubrigenum. Mais tar<strong>de</strong>, Dupont et al. (2000)<br />

<strong>de</strong>screvem Pm. viticola e Groenewald et al. (2001) Pm. mortoniae, mas uma espécie é<br />

reclassifica<strong>da</strong>, Pm. chlamydosporum. Estudos mais pormenorizados mostraram que<br />

4


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

Phaeoacremonium chlamydosporum W. Gams, Crous & M.J. Wingf. & L. Mugnai era<br />

morfologicamente e filogeneticamente diferente <strong>da</strong>s outras espécies do mesmo género<br />

passando a <strong>de</strong>signar-se Phaeomoniella chlamydospora, formando-se assim um novo<br />

género, Phaeomoniella Crous & W. Gams (Pa.) (Crous & Gams, 2000), que resi<strong>de</strong> na<br />

família Chaetothyriales. Posteriormente, <strong>de</strong>screveram-se as espécies, Pm. australiense,<br />

Pm. kraj<strong>de</strong>nii, Pm. venezuelense e Pm. scolyti. Em 2006, Mostert et al. <strong>de</strong>screveram seis<br />

novas espécies, entre as quais, Pm. austroafricanum e Pm. iranianum. Recentemente,<br />

Essakhi et al. (2008) <strong>de</strong>screveram mais quatro novas espécies, Pm. croatiense, Pm.<br />

hungaricum, Pm. sicilianum e Pm. tuscanum. No total neste momento estão <strong>de</strong>scritas<br />

cerca <strong>de</strong> 25 espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium.<br />

O uso combinado <strong>de</strong> técnicas clássicas e biomoleculares, aplica<strong>da</strong>s aos estudos<br />

taxonómicos do género Phaeoacremonium, permitiu a reclassificação ou a criação <strong>de</strong><br />

novas espécies <strong>de</strong>ntro do género, uma vez que a distinção entre espécies, apenas por<br />

critérios morfológicos, se revelou pouco consistente. Dentre as técnicas biomoleculares<br />

mais usa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stacam-se PCR-RFLP <strong>da</strong> região ITS, ou <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> sequenciação <strong>da</strong> região<br />

ITS do DNA ribossomal, <strong>de</strong> parte dos genes <strong>da</strong> β-tubulina, <strong>da</strong> actina ou <strong>da</strong> calmodulina<br />

(Mostert et al., 2006; Gramaje et al., 2009).<br />

Phaeoacremonium aleophilum W. Gams, Crous, M.J. Wingf. & L. Mugnai é a espécie mais<br />

dissemina<strong>da</strong> e mais comum nas vinhas (Larignon & Dubos, 1997; Mugnai et al., 1999;<br />

Groenewald et al., 2001), seguindo-se as espécies Pm. parasiticum (Dupont et al., 2002)<br />

e Pm. viticola (Dupont et al., 2000).<br />

O género Togninia é teleomorfo <strong>de</strong> Phaeoacremonium. A ligação entre Togninia e o seu<br />

anamorfo, Phaeoacremonium, é <strong>de</strong> confirmação recente (Mostert et al., 2003; Pascoe et<br />

al., 2004; Rooney-Latham et al., 2005).<br />

As espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium atacam vários substratos, maioritariamente plantas<br />

lenhosas, como a cidreira, mas também infecta humanos e larvas <strong>de</strong> caruncho e até o<br />

solo (Crous & Gams, 2000; Dupont et al., 2002; Mostert et al., 2006).<br />

PHAEOACREMONIUM W. GAMS, CROUS & M.J.WINGF., MYCOL. 88:789.1996<br />

Este género <strong>de</strong> fungos, morfologicamente, situa-se entre os géneros Acremonium Link:<br />

Fr. e Phialophora Medlar. As colónias, em meio gelosado <strong>de</strong> extracto <strong>de</strong> malte, são<br />

normalmente lisas, <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> média, aspecto feltroso e por vezes lembrando lanoso.<br />

A cor varia entre tonali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> castanho, amarelo pálido a bege ou rosa a rosa escuro<br />

(Mostert et al., 2006).<br />

5


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

O micélio apresenta hifas ramifica<strong>da</strong>s e septa<strong>da</strong>s, isola<strong>da</strong>s ou agrega<strong>da</strong>s. No centro <strong>da</strong><br />

colónia é castanho, tornando-se castanho pálido a hialino nas margens Po<strong>de</strong> ser liso,<br />

verrugoso ou ligeiramente verrugoso (Mostert et al., 2006).<br />

Os clamidósporos po<strong>de</strong>m estar ausentes ou presentes (Mostert et al., 2006).<br />

Os conidióforos po<strong>de</strong>m ser ramificados ou simples, aéreos ou submersos. São erectos,<br />

quase cilíndricos quando não ramificados, ligeiramente afunilados, direitos ou ondulados.<br />

O comprimento é variável po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong> 2 – 4 µm com 1 – 7 septos; maioritariamente<br />

são castanhos claros, empali<strong>de</strong>cendo em direcção à extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Pequenas verrugas<br />

po<strong>de</strong>m ser observa<strong>da</strong>s na base; normalmente são monofialídicos na extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> com<br />

uma ou duas fiáli<strong>de</strong>s adicionais (Mostert et al., 2006).<br />

As células conidiogénicas são fiáli<strong>de</strong>s discretas ou integra<strong>da</strong>s nos conidióforos, terminais<br />

ou laterais, maioritariamente monofialídicas, mas por vezes polifialídicas. Po<strong>de</strong>m ser<br />

pouco verrugosas, ligeiramente verrugosas ou lisas, <strong>de</strong> cor castanho pálido a hialino,<br />

com um “collarete” imperceptível <strong>de</strong> forma afunila<strong>da</strong>. Po<strong>de</strong>m-se observar 3 classes<br />

diferentes <strong>de</strong> fiáli<strong>de</strong>s (Mostert et al., 2006).<br />

Os conídios apresentam-se agregados em estruturas redon<strong>da</strong>s e viscosas, nos ápices <strong>da</strong>s<br />

fiáli<strong>de</strong>s, são hialinos, asseptados <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> lisa. A forma po<strong>de</strong> variar entre oblonga-<br />

elipsoi<strong>de</strong>, ovói<strong>de</strong>, cilíndrica, alantói<strong>de</strong> ou reniforme. Po<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> ser invulgarmente<br />

fusiforme-elipsoi<strong>da</strong>l ou globosa (Mostert et al., 2006).<br />

Teleomorfo: Togninia Berl., Icon. Fung. (Abellini) 3:9. 1900.<br />

Espécie tipo: Phaeoacremonium parasiticum (Ajello, Georg & C.J.K. Wang) W. Gams,<br />

Crous & M.J. Wingf.<br />

Phaeoacremonium aleophilum W. Gams, Crous, M. J. Wingf. & Mugnai Mycol.<br />

88:789.1996<br />

O micélio apresenta hifas ramifica<strong>da</strong>s e septa<strong>da</strong>s, isola<strong>da</strong>s ou agrupa<strong>da</strong>s, tubercula<strong>da</strong>s<br />

com verrugas <strong>de</strong> 1,5 µm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> cor castanho pálido (Crous et al., 1996).<br />

Os conidióforos são curtos e normalmente não ramificados, formam-se em hifas aéreas<br />

ou submersas. São erectos, simples po<strong>de</strong>ndo ter até 3 septos, muitas vezes com uma<br />

fiáli<strong>de</strong> como célula apical, <strong>de</strong> cor castanho pálido empali<strong>de</strong>cendo em direcção à<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>; são lisos, ligeiramente verrugosos com 15 – 46 µm <strong>de</strong> comprimento e 1,5<br />

– 2,5 µm <strong>de</strong> largura (Crous et al., 1996).<br />

6


As células conidiogénicas (fiáli<strong>de</strong>s) são terminais ou laterais maioritariamente<br />

monofialídicas, lisas a verrugosas, subhialinas; subhialinas apresentam “collarettes” com 1 – 1,5 µm<br />

<strong>de</strong> comprimento e 1,5 – 2 µm <strong>de</strong> largura (Mostert et al., 2006).<br />

Os conídios são oblongos – elipsoi<strong>da</strong>is elipsoi<strong>da</strong>is ou ou cilíndricos, cilíndricos, ocasionalmente ocasionalmente reniformes com 3<br />

3 –<br />

5 µm <strong>de</strong> comprimento e 1 – 2 µm <strong>de</strong> largura. Agregam-se se nos ápices <strong>da</strong>s células<br />

conidiogénicas e são hialinos (Mostert et al., 2006).<br />

Características culturais: Em MEA (Figura 2.1) as s colónias atingem um raio <strong>de</strong> 2, 2,5 – 11<br />

mm, ao fim <strong>de</strong> 8 dias à temperatura <strong>de</strong> 25ºC. A temperatura mínima <strong>de</strong> crescimento é <strong>de</strong><br />

10ºC, a temperatura óptima <strong>de</strong> 30ºC e a temperatura máxima é <strong>de</strong> 37 – 40 ºC. São lisas<br />

<strong>de</strong> textura feltrosa, brancas – amarela<strong>da</strong>s e laranja – acinzenta<strong>da</strong>, no verso são amarelas<br />

páli<strong>da</strong>s ou castanho alaranjado. Em PDA são lisas <strong>de</strong> textura feltrosa ou llanosa.<br />

A<br />

coloração po<strong>de</strong> ir <strong>de</strong> castanho a cinzento – alaranjado e no verso erso são laranja -<br />

acinzenta<strong>da</strong>s. No meio gelosado <strong>de</strong> aveia (OA, , Difco Laboratories, Detroit, MI, EUA EUA), são<br />

lisas, feltrosas, com m tufos <strong>de</strong> lã, po<strong>de</strong>m ser branco – amarela<strong>da</strong>s, a amarelo –<br />

acinzentado no verso. As colónias colónias produzem produzem um um pigmento pigmento amarelo amarelo em em PDA e OA<br />

(Mostert et al., 2006).<br />

Teleomorfo: Togninia minima (Tul. & C. Tul.) Berl., Icon.<br />

Figura 2.1. Colónia <strong>de</strong> Phaeoacremonium aleophilum, aleophilum em meio gelosado <strong>de</strong> extracto <strong>de</strong> malte.<br />

PHAEOMONIELLA CROUS & W. GAMS AMS.,PHYTOPA. MEDIT.39:1, 2000<br />

É um género muito recente e difere ligeiramente do género Phaeoacremonium<br />

Phaeoacremonium, pois tem<br />

como sinanamorfo um Phoma; em cultura tem um crescimento semelhante às leveduras leveduras.<br />

Os s conidióforos são proeminentes e escuros na parte basal, os conídios são sub sub-hialinos<br />

e direitos (Crous & Gams, , 2000).<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

O micélio consiste em hifas septa<strong>da</strong>s e ramifica<strong>da</strong>s, simples ou filamentoso; as hifas são<br />

verrugosas a tubercula<strong>da</strong>s, castanho – esver<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s, tornando-se mais claras a hialinas<br />

em direcção à região conidiogénica (Crous & Gams,2000)<br />

Os clamidósporos estão presentes e formam microesclerotos em meio <strong>de</strong> água <strong>de</strong> agar<br />

(Crous & Gams, 2000).<br />

Os conidióforos erguem-se <strong>de</strong> hifas aéreas ou submersas, erectos, simples,<br />

subcilíndricos, castanhos – esver<strong>de</strong>ados, tornando-se mais claros em direcção à<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>, verrugosos a lisos e septados (Crous & Gams, 2000).<br />

As células conidiogénicas são terminais, monofialídicas, alonga<strong>da</strong>s, ampuliformes a<br />

lageniformes ou subcilíndricas, com um “collarette” terminal estreito e afunilado (Crous &<br />

Gams,2000).<br />

Os conídios apresentam-se agregados em forma globosa e mucilaginosa nos ápices <strong>da</strong>s<br />

células conidiogénicas. São pigmentados, asseptados, <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s lisas, oblongos –<br />

elipsoi<strong>da</strong>is a ovói<strong>de</strong>s e direitos (Crous & Gams, 2000).<br />

As colónias em MEA apresentam uma cor cinzento oliváceo a preto oliváceo, com micélio<br />

aéreo disperso (Crous & Gams,2000).<br />

Teleomorfo: <strong>de</strong>sconhecido.<br />

Sinanamorfo: do tipo Phoma, obtém-se em cultura e ramos infectados.<br />

Espécie tipo: Phaeomoniella chlamydospora (W. Gams, Crous, M.J. Wingf. & L. Mugnai)<br />

Crous & W. Gams, comb. nov.<br />

Phaeomoniella chlamydospora (W. Gams, Crous, M.J. Wingf. & L. Mugnai) Crous & W.<br />

Gams, comb., Phytopa. Medit.39:1, 2000<br />

Sinonimia: Phaeoacremonium chlamydosporum W. Gams, Crous, M.J. Wingf. & L.<br />

Mugnai, Mycol. 88, 792. 1996.<br />

O micélio consiste em hifas septa<strong>da</strong>s e ramifica<strong>da</strong>s, que aparecem isola<strong>da</strong>s ou em grupos<br />

<strong>de</strong> até 10, tubercula<strong>da</strong>s, com verrugas <strong>de</strong> 1 µm, pare<strong>de</strong>s castanhas – esver<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s e<br />

septos mais escuros, tornando-se mais claros em direcção à região conidiogénica, 2 – 4<br />

µm <strong>de</strong> largura (Crous & Gams, 2000).<br />

Os clamidósporos são abun<strong>da</strong>ntes em estirpes tipo, mas escassas noutras, globosos a<br />

subglobosos, maioritariamente isolados, raramente em ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> até cinco, oliváceos e<br />

lisos a castanho – esver<strong>de</strong>ados, tuberculados, com 7 – 15 µm <strong>de</strong> comprimento e 5 – 7<br />

µm <strong>de</strong> diâmetro (Crous & Gams, 2000).<br />

8


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

Conidióforos surgem <strong>de</strong> hifas aéreas ou submersas, erectos, simples, cilíndricos com uma<br />

célula apical <strong>de</strong> forma alonga<strong>da</strong> – ampuliforme a lageniforme, castanhos – esver<strong>de</strong>ados,<br />

com pare<strong>de</strong> espessa na base, mas com pare<strong>de</strong> fina e castanho – esver<strong>de</strong>ado mais claro<br />

em direcção ao ápice, verrugosos a lisos, com 1 – 3 septos e 12 – 70 µm <strong>de</strong> altura e 1,5<br />

– 4 µm <strong>de</strong> largura (Crous & Gams, 2000).<br />

As fiáli<strong>de</strong>s são isola<strong>da</strong>s, terminais e monofialídicas, ver<strong>de</strong> claras a subhialinas, lisas, <strong>de</strong><br />

forma alonga<strong>da</strong> e ampuliforme a lageniforme ou subcilíndricas, com 8 – 20 µm <strong>de</strong><br />

comprimento e 1,5 – 4 µm <strong>de</strong> largura na zona mais larga, no ápice têm 1 – 1,5 µm <strong>de</strong><br />

largura, com um “collarette” terminal <strong>de</strong> forma afunila<strong>da</strong> e estreita, tem 0,5 – 2 µm <strong>de</strong><br />

comprimento e largura (Crous & Gams, 2000).<br />

Os conídios apresentam-se agregados com forma globosa e mucilaginosa nos ápices <strong>da</strong>s<br />

células conidiogénicas, sub-hilainos, oblongos – elipsoi<strong>da</strong>is a ovói<strong>de</strong>s e direitos. O<br />

comprimento é <strong>de</strong> 3 – 4 µm e a largura <strong>de</strong> 1 – 1,5 µm (Crous & Gams, 2000).<br />

Sinanamorfo: conidiomata castanho, picnidial, globoso, com 70 µm <strong>de</strong> diâmetro. Os<br />

conidióforos são castanhos pálidos, subcilíndricos, lisos, com 1 septo ou multiseptado,<br />

com 5 – 18 µm <strong>de</strong> comprimento e 2 – 3 µm <strong>de</strong> largura. As fiáli<strong>de</strong>s são monofialídicas,<br />

terminais e intercalares, <strong>de</strong> formas varia<strong>da</strong>s, mas frequentemente subcilindricos a<br />

oblongos – elipsoi<strong>da</strong>is, com 3 – 9 µm <strong>de</strong> comprimento e 2 – 3 µm <strong>de</strong> largura. Os<br />

picnósporos são, hialinos, oblongos – elipsoi<strong>da</strong>is a ovói<strong>de</strong>s, direitos, com 2 – 2,5 µm <strong>de</strong><br />

comprimento e 1 – 1,5 µm <strong>de</strong> largura (Crous & Gams, 2000).<br />

Características culturais: As colónias em MEA são cinzento –<br />

oliváceo a preto – oliváceo, atingem um raio <strong>de</strong> 5 – 6 mm a<br />

25ºC em 8 dias e na obscuri<strong>da</strong><strong>de</strong> (Figura 2.2). As<br />

temperaturas <strong>de</strong> crescimento são, mínima 15 ºC, óptima <strong>de</strong><br />

25 ºC e máxima <strong>de</strong> 35 ºC (Crous & Gams, 2000).<br />

Figura 2.2. Exemplo <strong>de</strong> uma colónia <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora em gelose <strong>de</strong> batata <strong>de</strong>xtrosa<strong>da</strong>.<br />

9


2.1.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

As espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium e Phaeomoniella estão distribuí<strong>da</strong>s por todo o mundo,<br />

como se po<strong>de</strong> observar pelo Quadro 2.1. Estão presentes principalmente nas áreas em<br />

que as vinhas são cultiva<strong>da</strong>s.<br />

Quadro 2.1. Lista <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium (Pm.) e Phaeomoniella (Pa.) que atacam a vi<strong>de</strong>ira e<br />

locais on<strong>de</strong> já foram assinala<strong>da</strong>s.<br />

Espécies Hospe<strong>de</strong>iros Países<br />

Pa. chlamydospora Vitis vinifera<br />

Pm. aleophilum<br />

Pm. angustius<br />

Pm. australiense<br />

Pm. austroafricanum<br />

Pm. cinereum<br />

Pm. croatiense<br />

Pm. hispanicum<br />

Pm hungaricum<br />

Pm. inflatites<br />

Pm. iranianum<br />

Pm. kraj<strong>de</strong>nii<br />

Pm. mortoniae<br />

Pm. parasiticum<br />

Pm. rubrigenum<br />

Pm. scolyti<br />

Pm. sicilianum<br />

Pm. subulatum<br />

Pm. tuscanum<br />

Pm. venezuelense<br />

Pm. viticola<br />

Actinidia chinensis, Vitis vinifera,<br />

Olea europaea, Prunus<br />

pennsylvanica, Prunus sp., Salix sp.,<br />

Solo<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Hypoxylon truncatum, Nectandra sp.,<br />

Quercus virginia, Vitis vinifera<br />

Actinidia chinensis, Vitis vinifera<br />

Humanos, Vitis vinifera<br />

Fraxinus excelsior, Fraxinus latifolia,<br />

Fraxinus pennsylvanica, Vitis vinifera<br />

Actinidia chinensis, Aquilaria<br />

agallocha, Cupressus sp., Cães,<br />

Humanos, Nectandra sp., Phoenix<br />

<strong>da</strong>ctylifera, Prunus armeniacae,<br />

Prunus avium, Quercus virginiana,<br />

Solo, Vitis vinifera<br />

Humanos, Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera, larvas <strong>de</strong> Scolytus<br />

intricatus<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Vitis vinifera<br />

Humanos, Vitis vinifera<br />

Sorbus intermedia, Vitis vinifera<br />

África do Sul, Argentina, Austrália, Chile, EUA,<br />

França, Itália, Nova Zelândia, Portugal<br />

Argentina, Austrália, Áustria, Cana<strong>da</strong>, Chile, Irão,<br />

Itália, França, África do Sul, Espanha, Turquia, EUA,<br />

Jugoslávia<br />

Portugal, USA<br />

Austrália<br />

África do Sul<br />

Espanha, Irão<br />

Croácia<br />

Espanha<br />

Hungria<br />

Chile, Costa Rica, USA<br />

Irão, Itália<br />

África do Sul<br />

Suécia, USA<br />

Argentina, Austrália, Chile, Costa Rica, Irão, Iraque,<br />

Itália, África do Sul, Tunísia<br />

USA, Croácia<br />

França, África do Sul, República Checa<br />

Itália<br />

África do Sul<br />

Itália<br />

África do Sul<br />

Irão, França, Alemanha, África do Sul, USA<br />

Fonte: Crous & Gams (2000); Mostert et al. (2006); Essakhi et al. (2008); Gramaje et al. (2009).<br />

10


2.2 DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES CAUSAIS<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

O isolamento e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium spp. e Pa.<br />

chlamydospora não são fáceis. Normalmente recorre-se a métodos clássicos <strong>de</strong><br />

isolamento em cultura pura e à subsequente <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> características morfológicas e<br />

culturais, com auxílio <strong>de</strong> chaves dicotómicas. É, no entanto, um processo difícil e moroso,<br />

pois o fungo tem um crescimento lento, havendo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminações por<br />

parte <strong>de</strong> outros fungos que se sobrepõem a estes. O diagnóstico <strong>da</strong> doença po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>morar até 4 semanas, mostrando a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> um método rápido e<br />

sensível, para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>stes fungos.<br />

Em 1998, a sequenciação <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> região ITS do DNA ribossomal <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong><br />

vi<strong>de</strong>ira, i<strong>de</strong>ntificados como Phaeoacremonium spp., confirmou que alguns divergiam<br />

claramente dos restantes (Dupont et al., 1998). Com base nestes e noutros <strong>da</strong>dos <strong>de</strong><br />

sequenciação (ITS1, 5.8S, ITS2, β-tubulina), a par do estudo <strong>de</strong> características<br />

morfológicas e culturais, Crous & Gams (2000) <strong>de</strong>screveram pela primeira vez o género<br />

Phaeomoniella e a nova combinação Pa. chlamydospora, que permitiu o enquadramento<br />

<strong>de</strong>sses isolados divergentes nesta nova espécie. Também Tegli et al. (2000)<br />

<strong>de</strong>monstraram, através <strong>de</strong> RAPD-PCR e RAMS-PCR, que os dois géneros eram distintos.<br />

Paralelamente, estes autores, com base em sequências <strong>da</strong> região ITS, <strong>de</strong>senharam<br />

iniciadores específicos que permitem distinguir a espécie Phaeoacremonium aleophilum<br />

(através do par Pal1N/Pal2) <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora (pelo par Pch1/Pch2).<br />

Posteriormente, Dupont et al. (2002) distinguiram cinco espécies <strong>de</strong> Phaeoacremonium,<br />

Pm. aleophilum, Pm. inflatipes, Pm. parasiticum, Pm. rubrigenum e Pm. viticola usando<br />

marcadores PCR-RFLP <strong>da</strong>s regiões ITS e <strong>de</strong> parte do gene β-tubulina. Por sua vez Mostert<br />

et al. (2005) <strong>de</strong>senvolveram uma metodologia polifásica para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> espécies<br />

do género Phaeoacremonium com recurso a marcadores morfo-culturais e também a<br />

sequências <strong>de</strong> parte do gene <strong>da</strong> β-tubulina. Com os resultados obtidos, construíram uma<br />

base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos para o género Phaeoacremonium, que se encontra disponível no website<br />

do Centralbureau voor Schimmelcultures (CBS).<br />

2.3 SINTOMAS DA DOENÇA<br />

Os sintomas <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> ano para ano <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

vi<strong>de</strong>iras e <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ataque. O tipo <strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> inúmeros factores,<br />

dos quais se <strong>de</strong>stacam, a severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> doença, a composição <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> fúngica<br />

presente em ca<strong>da</strong> planta e as condições <strong>de</strong> stresse a que estas estão sujeitas, sobretudo<br />

11


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

nos primeiros anos após plantação. Certos sintomas <strong>da</strong> doença po<strong>de</strong>m facilmente ser<br />

confundidos com os causados por agentes <strong>de</strong> natureza biótica e abiótica, como falta <strong>de</strong><br />

nutrientes, ataques <strong>de</strong> vírus, como o do enrolamento foliar, po<strong>da</strong>s em que se <strong>de</strong>ixa carga<br />

excessiva nos lançamentos (Mugnai et al., 1999), ou outras doenças como pé negro <strong>da</strong><br />

vi<strong>de</strong>ira (Rego, 2004). As vi<strong>de</strong>iras po<strong>de</strong>m permanecer assintomáticas, ou seja, não<br />

<strong>de</strong>monstram sintomas pois estes fungos são endófitos capazes <strong>de</strong> viver no hospe<strong>de</strong>iro<br />

sem que haja sintomas visiveis (Scheck et al., 1998).<br />

A doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> po<strong>de</strong> causar a apoplexia ou morte repentina mas, mais<br />

frequentemente, ocorre um lento <strong>de</strong>clínio com murchidão <strong>da</strong>s folhas, morte <strong>de</strong> ramos e<br />

crescimento reduzido, po<strong>de</strong>ndo começar logo a manifestar-se no primeiro ano <strong>de</strong>pois <strong>da</strong><br />

plantação (Bertelli et al., 1998).<br />

Externamente, po<strong>de</strong>-se observar crescimento reduzido com entre-nós curtos, folhas,<br />

troncos e ramos pequenos e necróticos (Figura 2.3 B). Nas folhas observam-se manchas<br />

<strong>de</strong> coloração ver<strong>de</strong> clara ou clorótica, <strong>de</strong> dimensões irregulares entre as nervuras ou ao<br />

longo <strong>da</strong> margem <strong>da</strong> folha. As áreas cloróticas inicialmente são pequenas e dispersas<br />

pelo limbo, espalhando-se gradualmente e tornando-se parcialmente necróticas. À<br />

medi<strong>da</strong> que o tecido clorótico se torna amarelo-acastanhado (nas castas brancas) ou<br />

vermelho-acastanhado (nas castas tintas) (Figura 2.3 C), as folhas infecta<strong>da</strong>s assumem<br />

o padrão chamado ‘listas <strong>de</strong> tigre’ (Larignon & Dubos, 1997; Mugnai et al., 1999;<br />

Edwards et al., 2001; Calzarano & Di Marco, 2007).<br />

Nos bagos po<strong>de</strong>m aparecer pontuações negras a que se chama “black measles” ou<br />

sarampo preto, nome pelo qual chegou a ser conheci<strong>da</strong> a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> (Vasquez et<br />

al., 2007). Também se po<strong>de</strong> observar, num estado mais avançado <strong>da</strong> doença<br />

<strong>de</strong>ssecamento dos bagos (Bruno et al., 2007). De salientar que alguns dos sintomas<br />

<strong>de</strong>scritos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente o padrão “listas <strong>de</strong> tigre” em folhas e “black-measles” em<br />

bagos, correspon<strong>de</strong>m a manifestações <strong>de</strong> estádios avançados <strong>da</strong> doença, típicos <strong>de</strong> esca<br />

em vi<strong>de</strong>iras adultas.<br />

Internamente, em corte transversal, observam-se pontos castanhos ou pretos dispersos<br />

no xilema necrótico, como se po<strong>de</strong> observar na figura 2.3 A, muitas vezes com a<br />

exsu<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> uma goma viscosa preta (‘black goo’). Longitudinalmente, observam-se<br />

estrias necróticas, ao longo do xilema, <strong>de</strong> cor castanha ou negras. Por vezes, no lenho<br />

dos ramos ou do tronco ocorrem sectores necróticos, ou com podridão branca (‘white rot’<br />

ou “amadou”), assim como fendilhamentos no ritidoma e no lenho. Neste último caso,<br />

quando a ma<strong>de</strong>ira já exibe podridão branca, está-se perante um caso típico <strong>de</strong> esca<br />

“proper” (Surico et al., 2006).<br />

12


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

O enegrecimento dos tecidos xilémicos é causado pela formação <strong>de</strong> tiloses, gomas e<br />

acumulação <strong>de</strong> compostos fenólicos produzidos pelo hospe<strong>de</strong>iro como resposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

à presença do fungo (Mugnai et al., 1999; Del Rio et al., 2001; Martin et al., 2009).<br />

Estas barreiras impe<strong>de</strong>m o fluxo ascensional <strong>de</strong> água e sais minerais e conduzem a uma<br />

captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong>ficiente, levando ao aparecimento <strong>de</strong> cloroses nas folhas. Edwards et<br />

al. (2007a, b) mostram que há uma interferência com as relações hídricas <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira,<br />

quando esta está infecta<strong>da</strong>. Estas alterações nos vasos xilémicos, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s à presença dos<br />

agentes patogénicos nas vi<strong>de</strong>iras afecta<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>m reduzir o crescimento <strong>da</strong>s plantas<br />

(Fragoeiro, 2001). Estes sintomas estão muitas vezes associados à produção <strong>de</strong> toxinas e<br />

enzimas por parte dos fungos.<br />

A morte repentina <strong>da</strong>s cepas (apoplexia) está relaciona<strong>da</strong> com estações quentes e<br />

também com a diminuição <strong>da</strong> condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no xilema e consequentemente a um rápido<br />

aumento <strong>da</strong> concentração e activi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos compostos tóxicos na parte aérea, quando a<br />

taxa <strong>de</strong> transpiração é eleva<strong>da</strong> (Bruno & Sparapano, 2006; Chicau, 2006; Edwards et al.,<br />

2007c).<br />

A B C<br />

Figura 2.3. Sintomas produzidos por Phaeomoniella chlamydopora, em sarmentos, troncos e folhas.<br />

É <strong>de</strong> salientar que alguns dos sintomas atrás referidos não são específicos <strong>de</strong>stas<br />

doenças. Po<strong>de</strong>m também ser consequência <strong>de</strong> problemas fisiológicos, como a carência <strong>de</strong><br />

magnésio ou o stress hídrico extremo. No caso particular <strong>da</strong> morte repentina <strong>da</strong>s vi<strong>de</strong>iras<br />

(apoplexia), a sua origem po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> ao fungo Armillaria mellea (Chicau, 2006).


2.4 PATOGÉNESE<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

A severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, numa vi<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do local on<strong>de</strong> se iniciou a<br />

infecção e do tempo <strong>de</strong> actuação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos fungos envolvidos na doença. Depen<strong>de</strong><br />

ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong> colonização, <strong>da</strong> predominância <strong>de</strong> um fungo em relação aos outros,<br />

<strong>da</strong> produção <strong>de</strong> metabolitos secundários por parte dos patogénios ou <strong>da</strong> planta e <strong>da</strong><br />

presença <strong>de</strong> enzimas constitutivas ou produzi<strong>da</strong>s em resposta à interacção fungo (s) -<br />

hospe<strong>de</strong>iro. Em vi<strong>de</strong>ira, os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa mais conhecidos e melhor<br />

caracterizados são a acumulação <strong>de</strong> compostos fenólicos, que incluem taninos, ácidos<br />

fenólicos, flavonói<strong>de</strong>s e stilbenos, e a síntese <strong>de</strong> enzimas extracelulares (Jan<strong>de</strong>t et al.,<br />

2002; Del Rio et al., 2004). Vários grupos <strong>de</strong> fitoalexinas, que na vi<strong>de</strong>ira são compostos<br />

fenólicos, têm sido <strong>de</strong>scritos e a sua produção, por parte <strong>da</strong> planta, é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como<br />

um mecanismo importante <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> que alguns fungos têm <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>r<br />

os compostos fenólicos, como é o caso <strong>de</strong> Pa. chlamydospora (Bruno & Sparapano, 2006)<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como uma estratégia importante utiliza<strong>da</strong> pelo fungo para<br />

ultrapassar esta barreira química do hospe<strong>de</strong>iro, facilitando a sua colonização. Estas<br />

estratégias po<strong>de</strong>m ain<strong>da</strong> incluir a produção <strong>de</strong> enzimas <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>tivas ou mecanismos <strong>de</strong><br />

fluxo que previnam a acumulação <strong>de</strong> compostos intracelulares com acção anti-fúngica.<br />

As enzimas têm um papel importante na manifestação <strong>de</strong> sintomas por parte do<br />

hospe<strong>de</strong>iro. Marchi et al. (2001) <strong>de</strong>tectaram a produção <strong>de</strong> enzimas como a<br />

poligalacturonase e polimetilgalacturonase, conheci<strong>da</strong>s por promoverem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do fungo no hospe<strong>de</strong>iro. Estas enzimas atacam a lenhina <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ndo-a.<br />

Outras enzimas, tais como a peroxi<strong>da</strong>se <strong>da</strong> lenhina, a lacase (Mugnai et al., 1997; Del<br />

Rio et al., 2004) ou a tanase (Freitas et al., 2009) têm sido igualmente <strong>de</strong>scritas e, no<br />

seu conjunto, irão permitir um melhor crescimento dos fungos no tecido lenhoso, ou por<br />

<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>rem compostos antimicrobianos (ex., taninos e resveratrol) ou por contribuírem<br />

para a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> constituintes do lenho (ex. lenhina, através <strong>da</strong> lacase ou <strong>da</strong><br />

peroxi<strong>da</strong>se).<br />

Parte <strong>da</strong> sintomatologia exibi<strong>da</strong> pelas vi<strong>de</strong>iras com doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> ou esca (em vinhas<br />

adultas) é atribuí<strong>da</strong> ao efeito <strong>de</strong> toxinas: pululanas e compostos <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

naftalenonas (Sparapano et al., 2000; Abou-Mansour et al., 2004). Supõe-se que as<br />

toxinas sejam produzi<strong>da</strong>s nos locais <strong>de</strong> infecção/colonização <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira e circulem no<br />

xilema, acumulando-se em folhas e frutos, on<strong>de</strong> os sintomas se manifestam (Mugnai et<br />

al., 1999). Foi <strong>de</strong>monstrado que as pontuações necróticas nos bagos se <strong>de</strong>vem a grupos<br />

<strong>de</strong> células epidérmicas e hipodérmicas, próximas <strong>da</strong> parte terminal dos vasos xilémicos.<br />

Também se supõe que po<strong>de</strong>m resultar <strong>da</strong> difusão pelo sistema vascular <strong>de</strong> enzimas<br />

oxi<strong>da</strong>tivas, ou ain<strong>da</strong>, <strong>da</strong> translocação para o epicarpo <strong>de</strong> toxinas fúngicas, produzi<strong>da</strong>s<br />

14


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

pelos patogénios nos tecidos lenhosos. Contudo, o envolvimento <strong>de</strong> algumas substâncias<br />

<strong>de</strong> resposta por parte do hospe<strong>de</strong>iro ou compostos oxi<strong>da</strong>tivos não po<strong>de</strong> ser excluído<br />

(Bruno et al., 2006), nem tão pouco a infecção directa dos bagos por esporos do fungo,<br />

através <strong>da</strong>s lentículas ou <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s (Gubler et al., 2004).<br />

2.5 BIOECOLOGIA DE PHAEOMONIELLA E PHAEOACREMONIUM<br />

Uma vez <strong>de</strong>scritos os aspectos mais importantes relacionados com a taxonomia dos<br />

agentes causais <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, os critérios e processos disponíveis para a sua<br />

<strong>de</strong>tecção e i<strong>de</strong>ntificação, os sintomas que provocam em vi<strong>de</strong>ira e as razões pelas quais a<br />

vi<strong>de</strong>ira os manifesta, interessa referir alguns <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>miologia <strong>da</strong> doença, uma vez<br />

que o conhecimento aprofun<strong>da</strong>do <strong>da</strong> mesma condicionará o êxito dos eventuais meios <strong>de</strong><br />

luta a adoptar no controlo <strong>da</strong> mesma. Destacam-se, por um lado, as fontes <strong>de</strong> inóculo e<br />

as vias <strong>de</strong> penetração no hospe<strong>de</strong>iro e, por outro, os factores que condicionam a<br />

dispersão <strong>de</strong> Pa. chlamydospora e Phaeoacremonium spp. e a manifestação <strong>da</strong> doença<br />

(doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> ou esca).<br />

As principais fontes <strong>de</strong> inóculo na vinha são os materiais <strong>de</strong> propagação vegetativa<br />

infectados, solos infectados e o inóculo aéreo (Mostert et al., 2006). As plantas-mãe <strong>de</strong><br />

porta-enxertos e <strong>de</strong> garfos encontram-se frequentemente infecta<strong>da</strong>s (Rego et al., 2001;<br />

Oliveira et al., 2004; Pinto et al., 2005), <strong>da</strong>ndo origem a estacas portadoras <strong>de</strong> inóculo.<br />

Ain<strong>da</strong> que os fungos Phaeoacremonium spp. e Pa. chlamydospora não sejam <strong>de</strong>tectados<br />

nesta fase, existem evidências experimentais <strong>de</strong> que os materiais são contaminados no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>da</strong>s várias operações leva<strong>da</strong>s a efeito nos viveiros. Estudos levados a efeito na<br />

Nova Zelândia (Whiteman et al., 2003), África do Sul (Retief et al., 2005) e Austrália<br />

(Waite & Morton, 2007), permitiram concluir que os materiais eram infectados durante as<br />

operações <strong>de</strong> hidratação, enxertia (instrumentos contaminados) e calogénese.<br />

A contaminação também po<strong>de</strong> ocorrer durante o processo <strong>de</strong> enraizamento, em viveiro,<br />

através <strong>da</strong>s raízes ou <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s existentes no porta-enxerto, ou resultantes <strong>da</strong> po<strong>da</strong>. A<br />

infecção através <strong>da</strong>s raízes está pouco estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, sendo <strong>de</strong> admitir que as feri<strong>da</strong>s,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente as <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, constituam os locais preferenciais <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong>stes<br />

fungos (Mostert et al., 2006).<br />

Nas vinhas, está amplamente documentado que os conídios <strong>de</strong> Pa. chlamydospora,<br />

quando transportados pelo vento, colonizam a vi<strong>de</strong>ira através <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>. O<br />

mesmo não se verifica no caso <strong>de</strong> Pm. aleophilum, crendo-se que este patogénio terá<br />

outra forma <strong>de</strong> infectar o hospe<strong>de</strong>iro (Larignon & Dubos, 2000). Também é <strong>de</strong> salientar<br />

15


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

que os esporos <strong>de</strong> Pa. chlamydospora po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tectados durante todo o ano na<br />

vinha, incluindo o Inverno, ao contrário dos <strong>de</strong> Pm. aleophilum que apenas são<br />

<strong>de</strong>tectados durante o período <strong>de</strong> vegetação <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira (Larignon & Dubos, 2000).<br />

Ain<strong>da</strong> em relação a Pm. aleophilum, a dispersão do inóculo ocorre sobretudo do início até<br />

meados do Verão, embora na Califórnia tenha sido possível <strong>de</strong>tectar esporos do fungo<br />

durante todo o ano (Eskalen & Gubler, 2001), o que indica que os mesmos po<strong>de</strong>rão<br />

infectar directamente os bagos, originado “black-measles” (Eskalen et al., 2001).<br />

As condições favoráveis à ocorrência <strong>de</strong> infecções por Pa. chlamydospora são<br />

temperaturas médias entre 7ºC e 15ºC e máximas entre 12ºC e 18ºC, acompanha<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

chuva que facilita a disseminação dos esporos e a contaminação <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong><br />

(Larignon & Dubos, 2000). Em França, estudos realizados por Larignon et al. (2000)<br />

numa vinha planta<strong>da</strong> em 1963, com sintomas <strong>de</strong> esca, permitiram concluir que os<br />

esporos <strong>de</strong> Pa. chlamydospora se encontram ao nível dos talões <strong>de</strong> po<strong>da</strong>, e que também<br />

existem micélio e esporos no ritidoma dos sarmentos, durante todo o ano. As feri<strong>da</strong>s são<br />

tanto mais susceptíveis quanto mais cedo for feita a po<strong>da</strong> (Larignon & Dubos, 2000). O<br />

isolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora a partir <strong>de</strong> sarmentos não po<strong>da</strong>dos sugere que as<br />

estacas (garfos) utiliza<strong>da</strong>s para enxertia po<strong>de</strong>rão também constituir uma importante<br />

fonte <strong>de</strong> inóculo.<br />

Estudos realizados na Califórnia correlacionaram a libertação e dispersão dos esporos <strong>de</strong><br />

Pa. chlamydospora com episódios <strong>de</strong> chuva, durante o Inverno e o início <strong>da</strong> Primavera<br />

(Eskalen & Gubler, 2001). Também na África do Sul, van Niekerk et al. (2005) chegaram<br />

a conclusões idênticas, no que respeita Pa. chlamydospora, mas verificaram que a<br />

dispersão dos esporos <strong>de</strong> Phaeoacremonium spp. ocorria preferencialmente em situações<br />

e regiões com Verões chuvosos.<br />

Para Phaeoacremonium spp. com teleomorfo conhecido (ex., Togninia minima), a<br />

libertação <strong>de</strong> ascósporos a partir <strong>de</strong> peritecas forma<strong>da</strong>s na ma<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira não po<strong>de</strong><br />

também ser esqueci<strong>da</strong>. A dispersão aérea <strong>de</strong> conídios e ascósporos <strong>de</strong> Pm. aleophilum/T.<br />

mínima, em vinhas, po<strong>de</strong> ocorrer em simultâneo, em regra após que<strong>da</strong>s pluviométricas<br />

(Rooney-Latham et al., 2005).<br />

Não é possível <strong>de</strong>finir ain<strong>da</strong>, com precisão, as condições ambientais que beneficiam a<br />

manifestação <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> e <strong>da</strong> esca. Porém, no que respeita a esta última,<br />

verificou-se que Verões frescos e chuvosos eram mais propícios à manifestação <strong>da</strong><br />

doença na forma lenta, enquanto Verões secos e quentes eram mais favoráveis à<br />

manifestação <strong>de</strong> apoplexia (Surico et al., 2006).<br />

16


2.6 MEIOS DE LUTA<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

Apesar dos gran<strong>de</strong>s esforços <strong>de</strong> investigação para controlar a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, nenhum<br />

tratamento eficaz foi <strong>de</strong>scoberto até aos dias <strong>de</strong> hoje, sendo por isso, a prevenção <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância. Muitos estudos já foram efectuados para <strong>de</strong>scobrir um método eficaz<br />

<strong>de</strong> controlar esta doença: foram testados, in vitro, alguns fungici<strong>da</strong>s inibidores do<br />

crescimento micelial e <strong>da</strong> germinação <strong>de</strong> esporos, como o benomil e a mistura ciprodinil<br />

+ fludioxinil (Bisiach et al., 1996; Groenewald et al., 2000; Jaspers, 2001). Na<br />

germinação e crescimento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora em vinhas jovens o fosfanato, o<br />

procloraz, benomil e fenarimol, foram os fungici<strong>da</strong>s mais eficazes quando aplicados in<br />

vivo (Laukart et al., 2001; Jaspers, 2001).<br />

Como foi dito o controlo preventivo é muito importante e para isso é necessário tomar<br />

medi<strong>da</strong>s, entre elas estão, a redução dos factores <strong>de</strong> stresse e a protecção <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

po<strong>da</strong>, pois é através <strong>de</strong>stas que ocorrem as mais importantes infecções, sobretudo nas<br />

vinhas.<br />

A higiene em viveiros comerciais é muito importante, pois estudos efectuados por Waite<br />

& Morton (2007), na Austrália, <strong>de</strong>monstraram a existência <strong>de</strong> Pa. chlamydospora em<br />

diversas etapas do processo <strong>de</strong> propagação vegetativa. Este estudo <strong>de</strong>monstra ain<strong>da</strong> a<br />

existência <strong>de</strong> esporos do fungo nos tanques <strong>de</strong> água quente e nos tanques com fungici<strong>da</strong><br />

concluindo ser necessário a adopção <strong>de</strong> melhores práticas <strong>de</strong> higiene na activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

viveirista, conseguindo-se assim prevenir a contaminação <strong>de</strong> estacas e <strong>de</strong> plantas<br />

enxerta<strong>da</strong>s.<br />

A resistência do hospe<strong>de</strong>iro aos fungos causadores <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> é também muito<br />

importante. Mas apesar <strong>de</strong> já se terem efectuado alguns estudos sobre este assunto, os<br />

resultados obtidos não mostraram elevados níveis <strong>de</strong> resistência por parte <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira,<br />

sendo por isso relevante a continuação dos estudos nesta área.<br />

É, acima <strong>de</strong> tudo, prioritário diminuir as fontes <strong>de</strong> inóculo responsáveis pelas infecções,<br />

restringir a dispersão dos esporos dos fungos envolvidos e evitar a contaminação dos<br />

diferentes órgãos <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira, durante o Inverno e/ou período correspon<strong>de</strong>nte ao ciclo<br />

vegetativo. Estas práticas levarão à menor ocorrência <strong>de</strong> infecções, possibilitando um<br />

possível controlo <strong>da</strong> doença.<br />

17


2.6.1 LUTA CULTURAL<br />

<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

A luta cultural, utiliza<strong>da</strong> como meio <strong>de</strong> luta preventivo, <strong>de</strong>verá basear-se na utilização <strong>de</strong><br />

materiais sãos na instalação <strong>da</strong> vinha, na adopção <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> condução que<br />

permitam po<strong>da</strong>s menos severas, evitar gran<strong>de</strong>s feri<strong>da</strong>s e protegê-las com fungici<strong>da</strong>s<br />

eficazes. Na vinha, a po<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> o mais tar<strong>de</strong> possível para minorar a<br />

susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s à contaminação por esporos <strong>de</strong> Pa. chlamydospora (Larignon<br />

et al., 2000). As cepas doentes <strong>de</strong>vem ser po<strong>da</strong><strong>da</strong>s em último lugar, acautelando a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminações, apesar <strong>de</strong> não existirem evidências experimentais que<br />

os instrumentos <strong>de</strong> po<strong>da</strong> veiculem o fungo (Sofia et al., 2006). Deve-se eliminar e<br />

queimar cepas mortas e tecidos doentes, aconselhando-se sempre a remoção <strong>da</strong> lenha<br />

<strong>de</strong> po<strong>da</strong> (Aboim-Inglez et al., 2004). Em alternativa, a lenha infecta<strong>da</strong> po<strong>de</strong> sofrer um<br />

processo <strong>de</strong> reciclagem e ser reincorpora<strong>da</strong> na vinha, após compostagem (Lecomte et<br />

al., 2006).<br />

2.6.2 LUTA FÍSICA E BIOLÓGICA<br />

O tratamento dos materiais <strong>de</strong> propagação vegetativa <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira com água quente, antes<br />

<strong>da</strong> enxertia, tem sido usado com sucesso na <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> estacas (porta-enxertos e<br />

garfos). Continua a ser o único meio eficaz para controlar um número importante <strong>de</strong><br />

pragas e patogénios, na produção <strong>de</strong> material <strong>de</strong> propagação <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira, mas não é<br />

consi<strong>de</strong>rado um tratamento curativo, mas sim preventivo (Crous et al., 2001).<br />

Este tratamento consiste em colocar as plantas em água a 50ºC, durante 30 minutos,<br />

para reduzir o número <strong>de</strong> esporos e torná-los não viáveis controlando assim a<br />

disseminação do fungo (Crous et al., 2001). Esta prática é usa<strong>da</strong> regularmente em países<br />

como a África do Sul, Austrália e Nova Zelândia e contribui para a redução drástica do<br />

inóculo. Ain<strong>da</strong> assim, não evita que os materiais sejam contaminados, posteriormente.<br />

Em Espanha, Gramaje et al. (2009) sujeitaram vários porta-enxertos e combinações <strong>de</strong><br />

casta/porta-enxerto a diferentes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> temperatura (<strong>da</strong> água) durante 30, 45<br />

ou 60 min. <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> exposição e conseguiram erradicar Pa. chlamydospora e reduzir<br />

o reisolamento <strong>de</strong> Pm. aleophilum, com um tratamento à temperatura <strong>de</strong> 53ºC , durante<br />

30 min. Estes autores admitem que a gama <strong>de</strong> temperaturas testa<strong>da</strong> po<strong>de</strong>rá causar<br />

efeitos negativos em materiais produzidos em países <strong>de</strong> clima mais frio (Crocker et al.,<br />

2002; Graham, 2007; Gramaje et al., 2008).<br />

18


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

Apesar dos efeitos positivos (fitossanitários), o tratamento com água quente induz algum<br />

stresse nas plantas, po<strong>de</strong> originar per<strong>da</strong> <strong>de</strong> material, ou quebras drásticas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

se não for aplicado correctamente (Waite & Morton, 2007).<br />

No âmbito <strong>da</strong> luta biológica, têm sido testa<strong>da</strong>s diferentes formulações basea<strong>da</strong>s em<br />

Tricho<strong>de</strong>rma sp.. Mackenzie et al. (2000) referem que Tricho<strong>de</strong>rma sp. promove o<br />

crescimento radicular <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira, aumentando a absorção <strong>de</strong> nutrientes e proporcionando<br />

maior tolerância <strong>da</strong>s plantas ao stresse. Em consequência, verificaram redução <strong>da</strong><br />

infecção por Pa. chlamydospora, ao longo do tempo.<br />

Na África do Sul, em viveiro vitícola, os tratamentos com formulações <strong>de</strong> Tricho<strong>de</strong>rma,<br />

quando conjugados com água quente e/ou <strong>de</strong>sinfecção com fungici<strong>da</strong>, resultaram na<br />

diminuição <strong>da</strong> incidência <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>. Ain<strong>da</strong> assim, os efeitos <strong>de</strong> Tricho<strong>de</strong>rma sp.,<br />

quando analisados isola<strong>da</strong>mente, originaram resultados inconsistentes (Fourie et al.,<br />

2001; Fourie & Halleen, 2004).<br />

Por sua vez, um estudo <strong>de</strong> Di Marco & Osti (2007), em estufa, <strong>de</strong>monstrou que os efeitos<br />

<strong>de</strong> Tricho<strong>de</strong>rma são mais benéficos quando usados para evitar infecções durante o<br />

período <strong>de</strong> enraizamento, confirmando resultados anteriormente obtidos (Di Marco et al.,<br />

2004).<br />

2.6.3 LUTA QUÍMICA<br />

A luta química contra a esca e a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> reduzia-se, até há uns anos atrás, ao<br />

uso do arsenito <strong>de</strong> sódio, permitido em Portugal e noutros países do mundo e muito<br />

eficaz na redução <strong>da</strong> incidência e severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas doenças. Contudo, os efeitos<br />

nefastos para o Homem, alta toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> e efeitos carcinogénicos, e para o ambiente,<br />

conduziram à sua proibição a nível mundial, o que coincidiu com o aumento <strong>de</strong> incidência<br />

<strong>de</strong>stas e <strong>de</strong> outras doenças do lenho <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira.<br />

Até à <strong>da</strong>ta, ain<strong>da</strong> não foi encontrado um substituto do arsenito <strong>de</strong> sódio, com efeitos<br />

comparáveis aos proporcionados por aquele produto. Santos et al. (2006), que<br />

compararam o tiaben<strong>da</strong>zol, o resveratrol e o arsenito <strong>de</strong> sódio, concluíram que o arsenito<br />

não reduzia o crescimento micelial <strong>de</strong> Pa. chlamydospora, ao contrário do que ocorria<br />

com tiaben<strong>da</strong>zol, sugerindo assim o seu uso, em vez <strong>de</strong> arsenito, já que não apresentava<br />

riscos comparáveis <strong>de</strong> toxici<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> ecotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Também o resveratrol tem efeitos<br />

sobre o crescimento micelial dos fungos envolvidos na doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> e também não<br />

provoca efeitos negativos no crescimento <strong>da</strong>s plantas. Assim estes produtos po<strong>de</strong>m vir a<br />

ser possíveis substitutos na prevenção <strong>da</strong> disseminação <strong>de</strong>stes fungos. Foi também<br />

19


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

<strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> em Itália a eficácia do fosetil <strong>de</strong> alumínio em relação aos fungos <strong>de</strong> esca,<br />

Pa. chlamydospora e Pm. aleophilum (Di Marco et al., 2000).<br />

Jaspers (2001), ao estu<strong>da</strong>r 22 fungici<strong>da</strong>s, sistémicos e <strong>de</strong> contacto, contra a Pa.<br />

chlamydospora, obteve resultados promissores na inibição do crescimento micelial, tendo<br />

os fungici<strong>da</strong>s ciproconazol, bitertanol, tebuconazol, fenarimol, miclobutanil e procloraz<br />

apresentado os valores <strong>de</strong> EC50 mais baixos. Mas na inibição <strong>da</strong> germinação <strong>de</strong> esporos<br />

apenas para o benomil e as anilopirimidinas sozinhas ou combina<strong>da</strong>s com fenilpirrol, se<br />

obtiveram EC50 baixos (0,09 mg.L -1 , 0,086 mg.L -1 e 0,11 mg.L -1 , respectivamente). Os<br />

fungici<strong>da</strong>s <strong>de</strong> contacto revelaram melhor eficácia na inibição <strong>da</strong> germinação <strong>de</strong> conídios,<br />

comparativamente à inibição do crescimento micelial.<br />

O fungici<strong>da</strong> sulfato <strong>de</strong> hidroxiquinolina, foi bastante eficaz na redução <strong>da</strong> germinação <strong>de</strong><br />

esporos e menos eficaz contra o crescimento micelial.<br />

Também em Portugal foram testados os fungici<strong>da</strong>s tolifluani<strong>da</strong>, trifloxistrobina,<br />

tebuconazol e azoxistrobina, na inibição do crescimento micelial <strong>de</strong> Pa. chlamydospora. O<br />

tebuconazol foi o que apresentou melhor eficácia biológica para um maior número <strong>de</strong><br />

isolados, seguido <strong>da</strong> tolifluani<strong>da</strong> (Lourenço, 2001).<br />

Laukart et al. (2001) testaram oito fungici<strong>da</strong>s na redução <strong>de</strong> necroses causa<strong>da</strong>s por Pa.<br />

chlamydospora. O fosfanato foi a substância activa com maior eficácia na redução <strong>da</strong><br />

incidência <strong>de</strong> necroses na medula, já o tratamento com benzotiadiazol foi o que<br />

<strong>de</strong>monstrou menor eficácia.<br />

Recentemente foi estu<strong>da</strong>do o potencial <strong>da</strong> quitosana, um polímero não tóxico,<br />

biocompatível e bio<strong>de</strong>gradável, proveniente <strong>da</strong> <strong>de</strong>sacetilação <strong>da</strong> quitina, como<br />

biopestici<strong>da</strong>. A quitosana tem <strong>de</strong>monstrado activi<strong>da</strong><strong>de</strong> anti-fúngica e antibacteriana, para<br />

além <strong>de</strong> ser um activador <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa nas plantas (Bell et al., 1998;<br />

Sathiyabama & Balasubramanian, 1998; Bautista-Baños et al., 2003; Aït Barke et al.,<br />

2004). Os primeiros autores a registarem a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Pa. chlamydospora à<br />

quitosana foram Bruno et al. (2001). O produto originou a inibição total do crescimento<br />

radial do fungo à concentração <strong>de</strong> 50 mg.L -1 . Resultados análogos foram obtidos por<br />

Nascimento et al. (2007), utilizando porém meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> concentração do produto. No<br />

entanto, é <strong>de</strong> salientar que a comparação <strong>de</strong> resultados sobre eficácia <strong>da</strong> quitosana po<strong>de</strong><br />

variar entre autores, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sacetilação <strong>da</strong> quitina, do peso<br />

molecular e do pH do meio <strong>de</strong> cultura (Alfredsen et al., 2004; Wu et al., 2004; Torr et<br />

al., 2005).<br />

Nascimento et al. (2007) provaram ain<strong>da</strong> que a quitosana quando aplica<strong>da</strong> em<br />

pulverização foliar nas vi<strong>de</strong>iras infecta<strong>da</strong>s, originava redução <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong><br />

isolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora evi<strong>de</strong>nciando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do uso <strong>de</strong> quitosana como<br />

20


<strong>Doença</strong> <strong>de</strong> <strong>Petri</strong><br />

tratamento alternativo ou complementar aos fungici<strong>da</strong>s convencionais, na luta contra as<br />

doenças do lenho <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira<br />

2.7 OBJECTIVOS<br />

O presente estudo, realizado no âmbito <strong>da</strong> Dissertação <strong>de</strong> Mestrado em Engenharia<br />

Agronómica, especialização em Protecção <strong>da</strong>s Plantas, teve como principais objectivos:<br />

i) actualizar a informação disponível sobre diversos aspectos <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> (e esca<br />

<strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira);<br />

ii) comparar a eficácia <strong>de</strong> dois métodos <strong>de</strong> inoculação artificial <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras com o<br />

principal agente causal <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>/esca, Phaeomoniella chlamydospora;<br />

iii) avaliar, em condições <strong>de</strong> campo, a eficácia <strong>de</strong> diferentes pastas fungici<strong>da</strong>s na<br />

protecção/<strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>, inocula<strong>da</strong>s artificialmente com Pa.<br />

chlamydospora, em duas castas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira, Syrah e Touriga Nacional.<br />

21


3. MATERIAL E MÉTODOS<br />

3.1 ISOLADOS EM ESTUDO<br />

Material e métodos<br />

Utilizou-se uma colecção <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora, obtidos a partir<br />

<strong>de</strong> porta-enxertos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras com sintomas <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>. No quadro<br />

3.1. são referidos <strong>da</strong>dos sobre o local <strong>da</strong> colheita do material e hospe<strong>de</strong>iro, <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> sua<br />

obtenção, assim como a <strong>de</strong>signação atribuí<strong>da</strong> a esses isolados no <strong>de</strong>curso do presente<br />

trabalho.<br />

Quadro 3.1. Origem dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora utilizados nos ensaios <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Código do isolado Origem<br />

Data <strong>de</strong><br />

Isolamento<br />

ALPL2 Monforte, Alentejo 2007 1103P/Viogner<br />

Porta-enxerto/Casta<br />

T3 L20 Vidigueira, Alentejo 2008 169VO/Cabernet Sauvignon<br />

T6 L100 Vidigueira, Alentejo 2008 337MM/Cabernet Sauvignon<br />

T16 L299 Vidigueira, Alentejo 2008 400MM/Petit Verdot<br />

T20 L326 Vidigueira, Alentejo 2008 400VO/Petit Verdot<br />

T21 L330 Vidigueira, Alentejo 2008 76PB/Chardonnay<br />

PL 2 Monforte, Alentejo 2007 1103P/Arinto<br />

3.2 ESTUDO DA PATOGENICIDADE DOS ISOLADOS DE PHAEOMONIELLA<br />

CHLAMYDOSPORA EM PLANTAS DE VIDEIRA<br />

3.2.1 OBTENÇÃO DO MATERIAL VEGETAL<br />

Nos estudos <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> foi segui<strong>da</strong> metodologia idêntica à <strong>de</strong>scrita por Rego et al.<br />

(2001) e Vaz (2008). Utilizaram-se estacas <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, obti<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong><br />

varas do ano colhi<strong>da</strong>s na vinha do Almotivo do Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia, Lisboa.<br />

As estacas foram enraiza<strong>da</strong>s em banca<strong>da</strong> com sistema <strong>de</strong> aquecimento, à temperatura<br />

<strong>de</strong> 20ºC, em substrato composto por areia esteriliza<strong>da</strong> coberta por uma cama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

perlite, numa estufa <strong>de</strong> campo com sistema “cooling” e sombreamento automático.<br />

22


Material e métodos<br />

O enraizamento <strong>de</strong>correu durante três meses, sob condições <strong>de</strong> nebulização automática<br />

por períodos <strong>de</strong> 5 segundos e frequência <strong>de</strong> 10 minutos. Após o enraizamento, as plantas<br />

foram envasa<strong>da</strong>s em sacos <strong>de</strong> polietileno negro <strong>de</strong> 1L <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, contendo uma<br />

mistura <strong>de</strong> terra vegetal, turfa e areia.<br />

3.2.2 PRODUÇÃO DE INÓCULO, INOCULAÇÃO E CONDIÇÕES DE INCUBAÇÃO<br />

No ensaio testou-se a patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sete isolados <strong>de</strong> Pa. chlamydospora (Quadro<br />

3.1.). As inoculações do material vegetal foram efectua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com uma<br />

a<strong>da</strong>ptação ao método <strong>de</strong>scrito por Mostert et al. (2000). Para a obtenção do inóculo,<br />

retiraram-se <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s colónias dos isolados, em PDA, com 14 dias <strong>de</strong><br />

crescimento, discos miceliais <strong>de</strong> 3 mm que foram transferidos para dois tipos <strong>de</strong> meio <strong>de</strong><br />

cultura: meio sólido e meio líquido. Em meio sólido, a incubação <strong>de</strong>correu em placas <strong>de</strong><br />

<strong>Petri</strong> (90 mm <strong>de</strong> diâmetro) contendo gelose <strong>de</strong> batata <strong>de</strong>xtrosa<strong>da</strong> (PDA, Potato Dextrose<br />

Agar, Difco Laboratories, Detroit, MI, USA), durante 14 dias, a 22±1ºC na obscuri<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em meio líquido, a incubação <strong>de</strong>correu em balões <strong>de</strong> Erlenmeyer contendo 250 mL <strong>de</strong><br />

extracto <strong>de</strong> malte a 2% (ME, Malt Extract, Bacto, Becton, Dickinson and Company,<br />

Sparks, MD, USA) durante 14 dias, a 20ºC na obscuri<strong>da</strong><strong>de</strong> e sob agitação contínua (90<br />

bati<strong>da</strong>s/minuto). Ao fim <strong>de</strong> 14 dias, as culturas líqui<strong>da</strong>s foram filtra<strong>da</strong>s e a concentração<br />

<strong>de</strong> esporos ajusta<strong>da</strong>, com o auxílio <strong>de</strong> um hemacitómetro, <strong>de</strong> forma a dosear cerca <strong>de</strong><br />

10 5 esporos/mL.<br />

Nas plantas envasa<strong>da</strong>s, efectuaram-se pequenas feri<strong>da</strong>s nos pâmpanos com um anel<br />

cortante (Figura 3.1 A), sobre as quais se colocaram discos miceliais <strong>de</strong> 3 mm ou 5 µL <strong>de</strong><br />

suspensão conidial, 10 5 esporos/mL, <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos isolados em estudo. Em segui<strong>da</strong>, os<br />

pâmpanos inoculados com discos miceliais foram envolvidos em algodão hume<strong>de</strong>cido em<br />

água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> esteriliza<strong>da</strong>, enquanto os que foram inoculados com suspensão conidial<br />

apenas se colocou algodão, no fim, colocou-se o “Parafilm” (Figura 3.1 B).<br />

23


Material e métodos<br />

Figura 3.1. Aspecto <strong>da</strong> feri<strong>da</strong> efectua<strong>da</strong> com um anel cortante num pâmpano <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga<br />

Nacional (A) e <strong>da</strong> protecção <strong>da</strong> feri<strong>da</strong> com algodão e “Parafilm”(B), após inoculação com um isolado <strong>de</strong><br />

Phaeomoniella chlamydospora.<br />

Ca<strong>da</strong> planta foi inocula<strong>da</strong> com um isolado, tendo-se efectuado 10 repetições. Na<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> testemunha, igualmente com 10 repetições, foi utilizado um disco <strong>de</strong> PDA<br />

esterilizado ou 5 µL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> esteriliza<strong>da</strong>, em substituição, respectivamente, do<br />

disco micelial ou <strong>da</strong> suspensão conidial.<br />

O ensaio <strong>de</strong>correu em estufa <strong>de</strong> campo, sob temperaturas <strong>de</strong> 24±5ºC/18ºC (dia/noite),<br />

durante 4 meses (Figura 3.2).<br />

Figura 3.2. Aspecto geral dos ensaios <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong>; plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga Nacional<br />

inocula<strong>da</strong>s com isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora (10 repetições), manti<strong>da</strong>s durante 4 meses em<br />

estufa <strong>de</strong> campo, sob condições <strong>de</strong> temperatura diurna <strong>de</strong> 24 ± 5ºC e nocturna <strong>de</strong> 18ºC e aproxima<strong>da</strong>mente 12<br />

horas <strong>de</strong> luz solar.<br />

3.2.3 PARÂMETROS AVALIADOS<br />

A B<br />

Decorridos 4 meses após a inoculação avaliaram-se os seguintes parâmetros:<br />

comprimento e largura <strong>da</strong>s necroses que se <strong>de</strong>senvolveram sobre os lançamentos<br />

inoculados e percentagem <strong>de</strong> reisolamentos (obtidos a partir <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> transição <strong>da</strong>s<br />

necroses). Retiraram-se fragmentos <strong>de</strong> tecido necrosado para vidros <strong>de</strong> relógio e<br />

posteriormente foram <strong>de</strong>sinfectados superficialmente por imersão em etanol a 70%<br />

evaporado à chama (A<strong>da</strong>lat et al., 2000). De segui<strong>da</strong>, os fragmentos foram imersos


Material e métodos<br />

numa solução <strong>de</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio (NaOCl) a 7%, durante 1 minuto. Por fim,<br />

passaram-se por água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> esteriliza<strong>da</strong> e secaram-se em papel <strong>de</strong> filtro.<br />

Transferiram-se, assepticamente, para placas <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, contendo 15-20 mL <strong>de</strong> PDA, ao<br />

qual se havia adicionado, após esterilização e arrefecimento até 45ºC, 250 mg <strong>de</strong><br />

cloranfenicol por litro <strong>de</strong> meio. As placas foram a incubar à temperatura <strong>de</strong> 22ºC,<br />

durante um período superior a 15 dias.<br />

Os resultados obtidos foram submetidos à ANOVA com efeitos fixos e distribuição normal,<br />

utilizando um <strong>de</strong>lineamento a dois factores (isolado; método <strong>de</strong> inoculação), totalmente<br />

casualizado e um nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 0,05. A comparação <strong>da</strong>s médias efectuou-se<br />

recorrendo ao teste <strong>de</strong> Tukey HSD (com nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 0,05) no programa<br />

STATISTICA 6.0. Todos os valores expressos em percentagem sofreram transformação<br />

angular arcsen√x, antes <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à ANOVA.<br />

3.3 ENSAIOS DE CAMPO DE CAMPO PARA AVALIAÇÃO DE EFICÁCIA DE FUNGICIDAS<br />

NA PROTECÇÃO DE FERIDAS DE PODA<br />

Numa vinha com 5 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, situa<strong>da</strong> em Arru<strong>da</strong> dos Vinhos, região <strong>da</strong> Estremadura,<br />

foram efectuados dois ensaios <strong>de</strong> campo, um na casta Syrah e outro na casta Touriga<br />

Nacional, para avaliação <strong>da</strong> eficácia <strong>de</strong> seis fungici<strong>da</strong>s na protecção <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>,<br />

relativamente a Pa. chlamydospora. Os seis fungici<strong>da</strong>s, com a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> código BUC<br />

(Quadro 3.2), foram fornecidos pela Empresa BASF, estando as respectivas substâncias<br />

abrangi<strong>da</strong>s por um acordo <strong>de</strong> confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong>, estabelecido entre a Empresa e o<br />

Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia.<br />

Vi<strong>de</strong>iras aparentemente sãs (sem sintomas associados a doenças do lenho) foram<br />

po<strong>da</strong><strong>da</strong>s para que os talões ficassem com cerca <strong>de</strong> 2 cm acima do 3º nó. A aplicação do<br />

fungici<strong>da</strong> efectuou-se através <strong>de</strong> uma única pincelagem <strong>da</strong> feri<strong>da</strong> <strong>de</strong> po<strong>da</strong>. Foram<br />

efectua<strong>da</strong>s 18 repetições para ca<strong>da</strong> um dos fungici<strong>da</strong>s em estudo, para o fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

referência (carben<strong>da</strong>zime+flusilazol, Escudo ® ) e para os controlos. Após um intervalo <strong>de</strong><br />

24 horas, as vi<strong>de</strong>iras foram inocula<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> 50 µL <strong>de</strong> uma suspensão<br />

conidial, do isolado T20 L326, <strong>de</strong> Pa. chlamydospora, obti<strong>da</strong> tal como <strong>de</strong>scrito em 3.2.2<br />

em ca<strong>da</strong> secção <strong>de</strong> po<strong>da</strong>. Os locais <strong>de</strong> inoculação foram protegidos com “Parafilm”<br />

durante cerca <strong>de</strong> um mês. Na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> testemunha, efectuou-se um procedimento<br />

análogo, mas o inóculo foi substituído por igual volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong> esteriliza<strong>da</strong>.<br />

Apesar dos resultados obtidos em vi<strong>de</strong>iras envasa<strong>da</strong>s indicarem superiori<strong>da</strong><strong>de</strong> do método<br />

<strong>de</strong> inoculação por discos miceliais, optou-se pela utilização <strong>de</strong> suspensões conidiais por<br />

simularem com maior fi<strong>de</strong>digni<strong>da</strong><strong>de</strong> as contaminações naturais.<br />

25


Material e métodos<br />

O esquema dos ensaios <strong>de</strong> campo, encontra-se representado no Anexo A. O<br />

<strong>de</strong>lineamento experimental usado foi o <strong>da</strong> casualização global <strong>da</strong>s mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s e os<br />

resultados foram submetidos a análise <strong>da</strong> variância (ANOVA) com efeitos fixos e<br />

distribuição normal, utilizando um <strong>de</strong>lineamento a um factor (tratamento fungici<strong>da</strong>),<br />

totalmente casualizados e um nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 0,05, com recurso ao programa<br />

STATISTICA 6.0. Os valores expressos em percentagens sofreram transformação angular<br />

(arcsen√x), antes <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r à ANOVA. A comparação dos valores médios dos<br />

resultados obtidos foi realiza<strong>da</strong> através do teste <strong>de</strong> Tukey (com nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong><br />

0,05).<br />

As vi<strong>de</strong>iras em ensaio foram ain<strong>da</strong> alvo <strong>de</strong> po<strong>da</strong> em ver<strong>de</strong> (<strong>de</strong>sponta, mon<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

sarmentos, <strong>de</strong>sladroamento e <strong>de</strong>sfolha) não se tendo procedido à mon<strong>da</strong> <strong>de</strong> cachos. É<br />

ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> referir que os tratamentos contra as principais doenças, pragas e infestantes<br />

foram realizados <strong>de</strong> acordo com o procedimento habitual <strong>da</strong> quinta on<strong>de</strong> foi instalado o<br />

ensaio.<br />

3.3.1 AVALIAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE NECROSES<br />

Após seis meses <strong>de</strong> incubação (Setembro/Outubro), recolheram-se as varas em ensaio<br />

para avaliação. Proce<strong>de</strong>u-se à medição do comprimento total <strong>da</strong>s varas, assim como do<br />

comprimento dos vários entrenós. Posteriormente to<strong>da</strong>s as varas foram corta<strong>da</strong>s<br />

longitudinalmente e registou-se a existência ou não <strong>de</strong> necroses e avaliou-se o seu<br />

comprimento. Segui<strong>da</strong>mente efectuou-se o reisolamento do fungo inoculado a partir <strong>de</strong><br />

fragmentos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira retirados <strong>da</strong> bor<strong>da</strong>dura <strong>da</strong>s necroses. No Quadro 3.3 e na Figura<br />

3.3 po<strong>de</strong>-se visualizar os vários níveis em que se dividiu ca<strong>da</strong> lançamento.<br />

Quadro 3.2. Níveis em que foram divididos os talões.<br />

Níveis Local do lançamento<br />

Região 1 abaixo do corte <strong>de</strong> po<strong>da</strong><br />

Região 2 acima do 3º nó<br />

Região 3 abaixo do 3º nó<br />

Região 4 acima do 2º nó<br />

Região 5 abaixo do 2º nó<br />

26


Material e métodos<br />

Figura 3.3. Ilustração do modo como foi efectua<strong>da</strong> a divisão dos lançamentos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira usados para ensaios<br />

<strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s em feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>.<br />

De ca<strong>da</strong> região, com presença <strong>de</strong> necroses, cortaram-se cinco pe<strong>da</strong>ços, com auxílio <strong>de</strong><br />

uma tesoura <strong>de</strong> po<strong>da</strong>. Os pe<strong>da</strong>ços foram <strong>de</strong>sinfectados superficialmente por imersão em<br />

etanol a 70%, evaporado à chama (A<strong>da</strong>lat et al., 2000). Segui<strong>da</strong>mente, foram imersos<br />

numa solução <strong>de</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio (NaOCl) a 7%, durante 1 min., passados por água<br />

<strong>de</strong>stila<strong>da</strong> esteriliza<strong>da</strong>, também durante 1 min. e por fim secos em papel <strong>de</strong> filtro. Foram,<br />

então, transferidos assepticamente para placas <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> contendo 15-20 mL <strong>de</strong> PDA e<br />

250 mg/L <strong>de</strong> cloranfenicol. As placas foram coloca<strong>da</strong>s em estufa <strong>de</strong> incubação a 22ºC, na<br />

obscuri<strong>da</strong><strong>de</strong>, durante 2 semanas (Mugnai et al., 1996).<br />

3.3.2 EXTRACÇÃO DE DNA<br />

Região 2<br />

Região 5<br />

Po<strong>da</strong><br />

Na extracção do DNA, a partir dos lançamentos inoculados artificialmente com Pa.<br />

chlamydospora, utilizaram-se os protocolos <strong>de</strong>scritos por Cenis (1992) e Nascimento et<br />

al. (2001), introduzindo algumas modificações.<br />

Região 1<br />

Região 3<br />

Região 4<br />

Da margem <strong>da</strong>s necroses retiraram-se fragmentos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que foram congelados em<br />

azoto líquido e macerados com o auxílio <strong>de</strong> um almofariz e pilão até ficarem reduzidos a<br />

um pó fino. Este foi então transferido para um tubo <strong>de</strong> microcentrífuga <strong>de</strong> 1,5 mL e<br />

adicionado 650 µL <strong>de</strong> tampão <strong>de</strong> extracção (200mM Tris-HCl, pH 8,0; 250 mM EDTA;<br />

0,5% SDS, p/v), suplementado com 1% <strong>de</strong> polivinilpirrolidona (PVP, Sigma Chemical<br />

Company, St. Louis, MO, USA). Posteriormente os tubos foram agitados por vortex<br />

durante 15 min., para homogeneização <strong>da</strong> mistura. De segui<strong>da</strong>, adicionaram-se 195 µL<br />

<strong>de</strong> acetato <strong>de</strong> sódio 3M (pH 5,2), e colocaram-se os tubos <strong>de</strong> microcentrífuga a -20ºC,<br />

durante 15 min. Passado este período, os tubos foram centrifugados a 13000 rpm


Material e métodos<br />

(Centrífuga Hettich 32R), à temperatura <strong>de</strong> 4ºC durante 10 min., e o sobrena<strong>da</strong>nte foi<br />

recolhido para um novo tubo. Repetiu-se este passo pelo menos duas vezes, até total<br />

eliminação <strong>da</strong>s partículas sóli<strong>da</strong>s. Ao sobrena<strong>da</strong>nte obtido adicionou-se igual volume <strong>de</strong><br />

isopropanol frio, para precipitação do DNA.<br />

Os tubos foram <strong>de</strong>ixados à temperatura ambiente durante 5 min. e <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> agitados<br />

lentamente, por inversão, até se observar a formação <strong>de</strong> um “novelo”. Foram<br />

centrifugados durante 10 min. (13000 rpm, 4ºC), seguindo-se a eliminação do<br />

sobrena<strong>da</strong>nte e lavagem do “pellet” com 1mL <strong>de</strong> etanol a 70%, frio. Centrifugou-se<br />

novamente durante 2 min., nas condições acima <strong>de</strong>scritas, <strong>de</strong>cantou-se o sobrena<strong>da</strong>nte e<br />

<strong>de</strong>ixou-se o precipitado a secar à temperatura ambiente.<br />

Depois do “pellet” seco adicionaram-se 25 µL <strong>de</strong> TE (10mM Tris-HCl, pH 8,0; 1mM<br />

EDTA), para solubilizar os ácidos nucleicos e colocaram-se os tubos <strong>de</strong> microcentrífuga a<br />

4ºC até à utilização do DNA.<br />

3.3.3 DETECÇÃO DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA POR NESTED - PCR<br />

Depois <strong>de</strong> efectua<strong>da</strong> a extracção do DNA, proce<strong>de</strong>u-se à <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> Pa. chlamydospora<br />

recorrendo à técnica nested-PCR, uma variante <strong>da</strong> Reacção em Ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> Polimerase<br />

(PCR).<br />

Na primeira reacção <strong>de</strong> amplificação utilizaram-se os primers ITS4 (primer universal) e<br />

ITSF1 (primer especifico para fungos) referidos por Hamelin et al. (1996), para amplificar<br />

parte <strong>da</strong> região ITS (Espaçador Internamente Transcrito) do rDNA <strong>da</strong> globali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

fungos presentes na ma<strong>de</strong>ira (Nascimento et al., 2001).<br />

Ca<strong>da</strong> reacção <strong>de</strong> amplificação foi realiza<strong>da</strong> num volume final <strong>de</strong> 25 µL em tubos <strong>de</strong><br />

microcentrífuga <strong>de</strong> 200 µL, contendo a seguinte mistura: 1x Tampão <strong>de</strong> PCR, 100 µM <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> dNTP, 1 µM <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> primer, 1,25 U <strong>de</strong> Taq DNA polimerase (Dream Taq,<br />

Fermentas, Lituania) e 2,5 µL <strong>de</strong> DNA previamente diluído 10X (a<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Tegli et al.,<br />

2000). Como controlo negativo utilizou-se a mesma mistura <strong>de</strong> amplificação,<br />

substituindo o DNA por água miliQ esteriliza<strong>da</strong>.<br />

A reacção PCR <strong>de</strong>correu num termociclador Biometra-T-Gradient com o seguinte<br />

programa: pré-<strong>de</strong>snaturação a 95ºC, durante 3 min., segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30 ciclos <strong>de</strong> 30 s a 92ºC<br />

(<strong>de</strong>snaturação), 30 s a 55ºC (hibri<strong>da</strong>ção), 1 min. a 72ºC (extensão), terminando com um<br />

período <strong>de</strong> 10 min. a 72ºC (extensão final).<br />

Os produtos <strong>de</strong> amplificação obtidos foram sujeitos a uma segun<strong>da</strong> reacção <strong>de</strong><br />

amplificação, em que se usaram os primers específicos para o fungo em estudo, Pch1 e<br />

28


Material e métodos<br />

Pch2 (Tegli et al., 2000) que amplificam um fragmento <strong>de</strong> 360 bp. A mistura <strong>de</strong> reacção,<br />

<strong>de</strong> volume 25 µL, foi a seguinte: 1x Tampão <strong>de</strong> PCR, 50 µM <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> dNTP, 0,5 µM <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> primer, 2 U <strong>de</strong> Taq DNA polimerase (Dream Taq, Fermentas) e 1µL do produto<br />

amplificado resultante <strong>da</strong> reacção PCR anterior. Como controlo negativo utilizou-se a<br />

mesma mistura <strong>de</strong> amplificação, substituindo o produto amplificado por água miliQ<br />

esteriliza<strong>da</strong>.<br />

O programa <strong>de</strong> amplificação utilizado consistiu numa pré-<strong>de</strong>snaturação <strong>de</strong> 3 min. a 95ºC,<br />

segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> 15 ciclos <strong>de</strong> 20 s a 94 ºC (<strong>de</strong>snaturação), 30 s a 60ºC (hibri<strong>da</strong>ção), 1 min. a<br />

72ºC (extensão), terminando com um período <strong>de</strong> 1 min. a 72ºC (extensão final) (Tegli<br />

et al., 2000; Nascimento et al., 2001).<br />

Os produtos <strong>de</strong> amplificação foram separados por electroforese em gel <strong>de</strong> agarose a 2%<br />

(p/v) em tampão TBE a 0,5x (45 mM Tris-base, 45 mM acido bórico, 1mM EDTA, pH 8,0)<br />

(Sambrook et al., 1989), numa tina horizontal 20 x 25 cm (largura x comprimento)<br />

(“Horizon 20-25, Horizontal Gel Electrophoresis Apparatus, Life Technologies/GibcoBRL”).<br />

Em ca<strong>da</strong> um dos poços <strong>da</strong>s extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do gel colocaram-se 1,5 µL do marcador <strong>de</strong><br />

peso molecular 123 pb DNA lad<strong>de</strong>r (GibcoBRL) adicionados <strong>de</strong> 3 µL <strong>de</strong> “gel-loading<br />

buffer” (0,25%, p/v, <strong>de</strong> azul <strong>de</strong> bromofenol; 40%, p/v, <strong>de</strong> sacarose em TBE 0,5x),<br />

enquanto que nos restantes poços se proce<strong>de</strong>u à aplicação <strong>da</strong>s amostras constituí<strong>da</strong>s por<br />

18 µL dos produtos amplificados, nas mesmas condições do marcador. A electroforese<br />

<strong>de</strong>correu durante 1h 30m a 80 V, corrente gera<strong>da</strong> pela fonte “Electrophoresis Power<br />

Supply – EPS 100, Pharmacia Biotec”, em tampão TBE 0,5x, à temperatura ambiente.<br />

No fim <strong>da</strong> electroforese o gel foi corado com brometo <strong>de</strong> etídio (0,5 µg/L), durante 10<br />

min. e <strong>de</strong>pois lavado em água <strong>de</strong>stila<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma a retirar o excesso do corante, durante<br />

20 min. Os resultados foram visualizados num transiluminador <strong>de</strong> luz ultra-violeta (312<br />

nm) “BTX 20.M, UVItec Limited”, e impressos em papel fotográfico, utilizando uma<br />

impressora térmica “Mitsubishi Mo<strong>de</strong>l P91E”.<br />

29


4. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Resultados e Discussão<br />

4.1 PATOGENICIDADE DOS ISOLADOS DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA EM<br />

PLANTAS DE VIDEIRA<br />

Os resultados <strong>da</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos isolados <strong>de</strong> Pa. chlamydospora, inoculados em<br />

vi<strong>de</strong>iras envasa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, foram registados após quatro meses <strong>de</strong><br />

incubação <strong>da</strong> doença. Foram avaliados os seguintes parâmetros: comprimento e largura<br />

<strong>da</strong>s necroses forma<strong>da</strong>s em torno do ponto <strong>de</strong> inoculação e percentagem <strong>de</strong> reisolamento.<br />

Observando as plantas inocula<strong>da</strong>s, foi notória a redução no crescimento vegetativo assim<br />

como a alteração na coloração <strong>da</strong>s folhas, que se tornaram amarela<strong>da</strong>s ou avermelha<strong>da</strong>s.<br />

A realização <strong>de</strong> cortes longitudinais, nas plantas inocula<strong>da</strong>s, permitiu a observação <strong>de</strong><br />

estrias pretas nos tecidos corticais, sintomas associados à doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> (Figura 4.1).<br />

Figura 4.1. Sintomas causados por Phaeomoniella chlamydospora em sarmentos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira e folhas <strong>da</strong> casta<br />

Touriga Nacional quatro meses após inoculação.<br />

4.1.1 DIMENSÃO DAS NECROSES FORMADAS NOS LANÇAMENTOS EM RESULTADO DO<br />

MÉTODO DE INOCULAÇÃO<br />

Tal como referido anteriormente, para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s necroses obti<strong>da</strong>s, avaliaram-se os<br />

seguintes parâmetros: comprimento e largura <strong>da</strong>s mesmas.<br />

Relativamente ao comprimento <strong>da</strong>s necroses, produzi<strong>da</strong>s pela inoculação <strong>de</strong> uma<br />

suspensão <strong>de</strong> esporos <strong>de</strong> Pa. chlamydospora nos lançamentos jovens <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira (Figura<br />

4.2.), a ANOVA dos resultados revelou a existência <strong>de</strong> diferenças significativas entre<br />

30


todos os isolados isolados e e a a testemunha, testemunha, exceptuando o isolado ALPL2. ALPL2. O isolado isolado PL PL 2 2 diferiu<br />

significativamente <strong>de</strong> todos os os outros produzindo uma necrose <strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores maiores dimensões<br />

dimensões<br />

(Quadro 4.1). As médias dos comprimentos <strong>da</strong>s necroses necroses variaram variaram entre entre 9 9 mm para o<br />

isolado ALPL2 e 17,8 mm para o PL 2. Em relação às testemunhas, observaram<br />

observaram-se<br />

algumas necroses <strong>de</strong> pequena pequena dimensão, dimensão, mas mas <strong>de</strong> <strong>de</strong> on<strong>de</strong> on<strong>de</strong> não não se se reisolou Pa.<br />

chlamydospora.<br />

Figura 4.2. Aspecto <strong>da</strong> necrose <strong>de</strong> um ramo inoculado com Phaeomoniella chlamydospora<br />

chlamydospora, em plantas<br />

envasa<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, ao fim <strong>de</strong> quatro meses <strong>de</strong> incubação.<br />

incubação<br />

No que respeita à largura <strong>da</strong>s necroses, a análise <strong>de</strong> resultados mostrou não ocorrer<br />

significativamente <strong>da</strong> testemunha (Quadro 4.1). Os valores médios variaram entre 2,55<br />

mm para ALPL2 e 4,10 mm para T20 L326. Também se po<strong>de</strong> verificar que ALPL2 diferiu difer<br />

significativamente dos isolados T20 L326 e PL 2.<br />

Por sua vez, a ANOVA dos dos valores valores do comprimento comprimento <strong>da</strong> necrose, relativos relativos às às inoculações<br />

efectua<strong>da</strong>s com com discos discos miceliais, revelou revelou que que todos os os isolados isolados diferiam<br />

diferiam<br />

significativamente amente <strong>da</strong> testemunha<br />

testemunha, não diferindo significativamente entre si. O<br />

(isolado PL 2). . Os Os resultados obtidos, obtidos, através através <strong>da</strong> <strong>da</strong> inoculação inoculação com com discos discos miceliais,<br />

miceliais,<br />

revelaram maior dimensão <strong>da</strong>s as necroses necroses e menor heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>, heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong>, quando quando comparados<br />

comparados<br />

com os obtidos por inoculação com suspensão <strong>de</strong> esporos (Quadro 4.1).<br />

Em relação à largura largura <strong>da</strong>s necroses forma<strong>da</strong>s, quando se se proce<strong>de</strong>u proce<strong>de</strong>u à inoculação com<br />

com<br />

discos miceliais, verificou-se se igualmente a ocorrência <strong>de</strong> diferenças significativas entre os<br />

isolados e a testemunha; contudo, não houve houve diferença significativa entre entre eles. eles. Os<br />

valores médios médios variaram entre 3,50 mm mm para T21 T21 L330 L330 e e 4,40 4,40 mm mm para para o o isolado isolado T3 T3 L20<br />

(Quadro 4.1). Saliente-se se que algumas lesões pouco progrediram lateralmente, estando<br />

a necrose apenas apenas adjacente adjacente ao ao local local on<strong>de</strong> foi efectua<strong>da</strong> a a lesão lesão no no ramo, ramo, tendo uma<br />

largura muito semelhante a esta. Por esta esta razão razão não não se se consi<strong>de</strong>rou consi<strong>de</strong>rou este parâmetro parâmetro muito<br />

muito<br />

relevante e informativo.<br />

Resultados e Discussão<br />

gran<strong>de</strong> variação entre os isolados e a testemunha; apenas o isolado T20<br />

L326 diferiu<br />

comprimento médio <strong>da</strong>s lesões variou entre 33,30 mm (isolado T6 L100) e 43,90 mm


Resultados e Discussão<br />

Quadro 4.1. Dimensão média <strong>da</strong>s necroses obti<strong>da</strong>s em plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga Nacional por<br />

inoculação <strong>de</strong> uma suspensão <strong>de</strong> esporos ou <strong>de</strong> discos miceliais <strong>de</strong> Pa. chlamydospora.<br />

Inoculação por suspensão <strong>de</strong><br />

Inoculação por discos<br />

esporos<br />

miceliais<br />

Isolados Comprimento Largura <strong>da</strong> Comprimento Largura <strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> necrose<br />

necrose<br />

<strong>da</strong> necrose necrose<br />

(mm)<br />

(mm)<br />

(mm)<br />

(mm)<br />

Testemunha 2,40 a 2,80 ab 3,60 a 1,22 a<br />

ALPL2 9,00 ab 2,55 a 39,60 b 3,90 b<br />

T3 L20 11,95 bc 3,30 abc 36,40 b 4,40 b<br />

T6 L100 14,20 bc 3,50 abc 33,30 b 3,80 b<br />

T16 L299 14,80 bc 3,00 abc 39,60 b 3,90 b<br />

T21 L330 15,00 bc 3,40 abc 40,40 b 3,50 b<br />

T20 L326 15,10 bc 4,10 c 39,60 b 3,70 b<br />

PL 2 17,80 c 3,80 bc 43,90 b 3,80 b<br />

a) Em ca<strong>da</strong> coluna os valores médios afectados pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente entre si (p=0,05),<br />

através do teste <strong>de</strong> Tuckey HSD.<br />

Globalmente, quando se compararam os dois métodos <strong>de</strong> inoculação, observou-se uma<br />

diferença <strong>da</strong> dimensão <strong>da</strong>s necroses, mais acentua<strong>da</strong> entre os tipos <strong>de</strong> inóculo utilizados<br />

do que propriamente entre isolados. De acordo com a ANOVA dos resultados, registaram-<br />

se diferenças significativas entre os dois métodos <strong>de</strong> inoculação, no que respeita ao<br />

comprimento <strong>da</strong>s lesões obti<strong>da</strong>s. Quando se inocularam plantas com discos miceliais, a<br />

dimensão <strong>da</strong> necrose foi significativamente superior à obti<strong>da</strong> com suspensão <strong>de</strong> esporos,<br />

sobretudo pelo maior comprimento <strong>da</strong> necrose, uma vez que não se registaram<br />

diferenças significativas quanto à largura <strong>da</strong>s mesmas (Quadro 4.2). Os restantes valores<br />

relativos à análise <strong>de</strong> variância e médias encontra-se no Anexo B.<br />

Quadro 4.2. Comparação <strong>da</strong> dimensão média <strong>da</strong>s necroses obti<strong>da</strong>s em sarmentos <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong><br />

casta Touriga Nacional, <strong>de</strong> acordo com o método <strong>de</strong> inoculação: suspensão <strong>de</strong> esporos ou discos miceliais <strong>de</strong><br />

Pa. chlamydospora.<br />

Tipo <strong>de</strong> inóculo Comprimento <strong>da</strong> necrose (mm)<br />

Largura <strong>da</strong> necrose<br />

(mm)<br />

Suspensão <strong>de</strong> esporos 12,50 a 3,30 a<br />

Discos miceliais 34,60 b 3,60 a<br />

a) Em ca<strong>da</strong> coluna os valores médios afectados pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente (p=0,05)<br />

32


Resultados e Discussão<br />

Os resultados obtidos estão <strong>de</strong> acordo com os referenciados por outros autores,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente com os <strong>de</strong> Sparapano et al. (2000), que obtiveram lesões <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

40 mm <strong>de</strong> comprimento, resultantes <strong>da</strong> infecção por Pa. chlamydospora, cinco meses<br />

após a inoculação <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras <strong>da</strong> casta Itália, por um método que se assemelha ao dos<br />

discos miceliais, se bem que efectivado em vi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> 6 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Interessa salientar que outros ensaios <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong>, levados a efeito com a<br />

incorporação do inóculo no substrato <strong>de</strong> enraizamento <strong>de</strong> estacas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira, têm<br />

originado uma dimensão média <strong>de</strong> lesões <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 20 mm, 3 meses após a<br />

inoculação (A<strong>da</strong>lat et al., 2000).<br />

4.1.2 PERCENTAGEM DE REISOLAMENTO<br />

A percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> isolado <strong>de</strong> Pa. chlamydospora, obti<strong>da</strong> pela<br />

inoculação <strong>de</strong> uma suspensão <strong>de</strong> esporos, variou entre 20% para o isolado PL 2 e 90%<br />

para o isolado T21 L330. Os isolados T20 L326, T6 L100, T16 L299 e T21 L330 diferiram<br />

significativamente dos restantes e <strong>da</strong> testemunha. A heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos resultados tem<br />

provavelmente origem na dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong>ste fungo, <strong>de</strong> crescimento muito<br />

lento e, também no aparecimento <strong>de</strong> contaminações com outros fungos do lenho, difíceis<br />

<strong>de</strong> eliminar. Verificou-se ain<strong>da</strong> que relativamente à percentagem <strong>de</strong> reisolamento, nem<br />

sempre os isolados que originaram necroses <strong>de</strong> maior dimensão foram os que<br />

apresentaram maior taxa <strong>de</strong> reisolamento. Exemplo disso é o isolado PL 2 que, quando<br />

inoculado através <strong>de</strong> uma suspensão <strong>de</strong> esporos, apresentou um valor <strong>de</strong> comprimento<br />

médio elevado (17,8 mm), mas a percentagem <strong>de</strong> reisolamento foi <strong>de</strong> apenas 20%<br />

(Quadro 4.3).<br />

Para o caso do método <strong>de</strong> inoculação por discos miceliais, relativamente à percentagem<br />

média <strong>de</strong> reisolamento, todos os isolados Pa. chlamydospora diferiram significativamente<br />

<strong>da</strong> testemunha, que apresentou uma taxa <strong>de</strong> reisolamento igual a zero, mas não se<br />

distinguiram entre si. Para estes, a percentagem média <strong>de</strong> reisolamento foi bastante<br />

eleva<strong>da</strong>, variando entre 60% (isolado T21 L330) e 100% (T16 L299) (Quadro 4.3).<br />

33


Resultados e Discussão<br />

Quadro 4.3. Percentagem média <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora, a partir <strong>de</strong> sarmentos <strong>de</strong><br />

vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> casta Touriga Nacional inoculados com diferentes isolados suspensão <strong>de</strong> esporos ou discos miceliais<br />

do fungo (teste <strong>de</strong> Tuckey HSD).<br />

Isolado<br />

Inoculação por<br />

suspensão esporos<br />

Reisolamento (%)<br />

Inoculação por<br />

discos miceliais<br />

Testemunha 0,0 a 0,0 a<br />

PL 2 20,0 a 90,0 b<br />

ALPL2 30,0 ab 80,0 b<br />

T3 L20 50,0 ab 80,0 b<br />

T20 L326 50,0 b 80,0 b<br />

T6 L100 50,0 b 70,0 b<br />

T16 L299 60,0 b 100,0 b<br />

T21 L330 90,0 b 60,0 b<br />

a) Em ca<strong>da</strong> coluna os valores médios afectados pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente (p=0,05)<br />

Os resultados <strong>da</strong> ANOVA, referentes à comparação dos dois métodos <strong>de</strong> inoculação,<br />

revelaram que em termos <strong>de</strong> percentagem média <strong>de</strong> reisolamento há diferenças<br />

significativas entre ambos, para o conjunto dos isolados (Quadro 4.4). Conclui-se que,<br />

para efeitos <strong>de</strong> inoculação, a utilização <strong>de</strong> discos miceliais é mais eficiente do que a<br />

suspensão conidial, pois origina uma percentagem média <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa.<br />

chlamydospora superior.<br />

Quadro 4.4. Comparação dos dois métodos <strong>de</strong> inoculação em estudo (suspensão <strong>de</strong> esporos ou discos<br />

miceliais) na percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora (teste <strong>de</strong> Tuckey HSD).<br />

Tipo <strong>de</strong> inóculo Reisolamento (%)<br />

Suspensão <strong>de</strong> esporos 44,0 a<br />

Discos miceliais 70,0 b<br />

a) Em ca<strong>da</strong> coluna os valores médios afectados pela mesma letra minúscula não diferem estatisticamente (p=0,05)<br />

A percentagem <strong>de</strong> reisolamento é um parâmetro relevante que permite comprovar que<br />

as lesões observa<strong>da</strong>s resultam dos efeitos causados na planta pelo agente causal <strong>da</strong><br />

doença. Da<strong>da</strong>s as características do fungo Pa. chlamydospora, um fungo <strong>de</strong> crescimento<br />

muito lento, o sucesso do reisolamento nem sempre é alcançado, pois frequentemente os<br />

fragmentos <strong>de</strong> tecido doente são colonizados por outros fungos <strong>de</strong> crescimento mais<br />

rápido. A eficiência do reisolamento parece também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do método <strong>de</strong> inoculação e<br />

muito provavelmente <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> inóculo. Por exemplo, A<strong>da</strong>lat et al. (2000)<br />

34


Resultados e Discussão<br />

obtiveram apenas 7% <strong>de</strong> reisolamentos positivos para Pa. chlamydospora, quando o<br />

método <strong>de</strong> inoculação foi a infecção <strong>da</strong>s estacas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira, a partir <strong>de</strong> substrato<br />

artificialmente infestado. Por sua vez, Sidoti et al. (2000) obtiveram percentagens <strong>de</strong><br />

reisolamento muito variáveis (16%-85%) para este fungo, usando métodos <strong>de</strong><br />

inoculação distintos: imersão <strong>da</strong>s raízes <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira numa suspensão <strong>de</strong> esporos, ou<br />

infecção por discos miceliais, introduzidos na região <strong>de</strong> enxertia. Ain<strong>da</strong> assim, não<br />

esclarecem qual dos métodos originou maior percentagem <strong>de</strong> reisolamento, apenas<br />

indicando que o fungo foi reisolado <strong>de</strong> todos os órgãos <strong>da</strong> planta, excepto dos<br />

lançamentos do ano.<br />

4.2 ENSAIOS DE CAMPO – EFICÁCIA DE FUNGICIDAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS<br />

DE PODA<br />

A doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira, causa<strong>da</strong> por fungos do género Phaeoacremonium e<br />

sobretudo por Phaeomoniella chlamydospora, constitui na actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, um dos principais<br />

problemas fitossanitários <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira. Tal como anteriormente referido, estes fungos estão<br />

envolvidos na esca <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira, doença que no passado recente tem vindo a afectar<br />

vi<strong>de</strong>iras ca<strong>da</strong> vez mais jovens (Surico et al., 2006). O ain<strong>da</strong> escasso conhecimento sobre<br />

estes agentes patogénicos e, sobretudo, a ineficácia dos meios <strong>de</strong> luta actualmente<br />

disponíveis para o seu combate são razões que explicam, pelo menos em parte, o<br />

aumento <strong>da</strong> incidência e <strong>da</strong> severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas doenças. Há consenso em afirmar que a<br />

proibição do uso do arsenito <strong>de</strong> sódio, por razões toxicológicas e ecotoxicológicas, em<br />

muito contribuiu para o agravamento <strong>da</strong> situação (Mostert et al., 2006; Surico et al.,<br />

2006).<br />

O esforço <strong>de</strong> investigação realizado nos últimos anos na pesquisa <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> luta contra<br />

a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> e em particular contra a esca tem revelado que não existem métodos<br />

simples nem tratamentos únicos que apresentem eficácia <strong>de</strong> relevo, quando as vi<strong>de</strong>iras<br />

já se encontram infecta<strong>da</strong>s (Mostert et al., 2006). Diversos estudos <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> luta<br />

realizados por Di Marco et al. (2000) e Di Marco & Osti (2005) indicam que o fosetil-Al,<br />

aplicado em injecções ao tronco <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras adultas, ou na pulverização foliar <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras<br />

jovens, atenuam os sintomas foliares, mas não têm efeito curativo. Também Edwards &<br />

Pascoe (2005) ensaiaram inúmeros tratamentos contra estas doenças, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a aplicação<br />

<strong>de</strong> compostos a fertilizantes, “extra-water”, fosfonatos e Brotomax mas nenhum,<br />

individualmente, resultou eficaz.<br />

Actualmente, conhece-se o elevado potencial <strong>de</strong> dispersão aérea apresentado por Pa.<br />

chlamydospora, bem como a eleva<strong>da</strong> receptivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong> à infecção<br />

35


Resultados e Discussão<br />

(A<strong>da</strong>lat et al., 2000; Larignon & Dubos, 2000). Em consequência, têm surgido diversos<br />

estudos visando a protecção <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, numa estratégia preventiva, em<br />

analogia com os levados a efeito no combate à eutipiose. Neste contexto, Halleen &<br />

Fourie (2005) provaram a eficácia do benomil e do flusilazol na redução <strong>da</strong>s infecções<br />

causa<strong>da</strong>s por Pa. chlamydospora, através <strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, tal como os efeitos<br />

positivos <strong>de</strong> Tricho<strong>de</strong>rma. No entanto, a proibição subsequente do benomil na Europa e<br />

noutros países inviabilizou a sua utilização.<br />

A mistura carben<strong>da</strong>zime+flusilazol (Escudo ® ) foi largamente usa<strong>da</strong> na protecção <strong>de</strong><br />

feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, no combate à eutipiose, e também na prevenção <strong>de</strong> outras doenças do<br />

lenho. No entanto, a perigosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste produto levou a que fosse retirado do mercado<br />

(para vi<strong>de</strong>ira), sendo necessário pesquisar outros produtos que possam vir a constituir<br />

alternativa à mistura referi<strong>da</strong>.<br />

Assim, com o objectivo <strong>de</strong> testar o efeito <strong>de</strong> diferentes fungici<strong>da</strong>s no tratamento <strong>de</strong><br />

feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, relativamente a Pa. chlamydospora, instalaram-se dois ensaios <strong>de</strong><br />

campo em vi<strong>de</strong>iras <strong>da</strong>s castas Syrah e Touriga Nacional, em Arru<strong>da</strong> dos Vinhos. Seis<br />

meses após o tratamento e a inoculação artificial <strong>da</strong>s vi<strong>de</strong>iras com Pa. chlamydospora<br />

(Figura 4.3.), avaliaram-se e registaram-se os seguintes parâmetros: comprimento total<br />

<strong>da</strong>s varas e dimensão dos entrenós <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> cepa em ensaio; comprimento <strong>da</strong>s necroses<br />

forma<strong>da</strong>s e percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora. Foi igualmente avalia<strong>da</strong><br />

a percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora em ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong> vara e para<br />

ca<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, assim como a percentagem <strong>de</strong> varas com necroses que ultrapassaram<br />

o 3º e 2º nó, indicativa <strong>da</strong> progressão <strong>da</strong> doença ao longo <strong>da</strong> vara, a partir do local <strong>de</strong><br />

inoculação.<br />

Figura 4.3. Aspecto geral <strong>da</strong>s vi<strong>de</strong>iras <strong>da</strong>s castas Syrah e Touriga Nacional, seis meses após o tratamento <strong>da</strong>s<br />

feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong> com diferentes fungici<strong>da</strong>s e inoculação com Phaeomoniella chlamydospora.<br />

36


4.2.1 COMPRIMENTO DAS VARAS E DOS ENTRENÓS<br />

Resultados e Discussão<br />

Proce<strong>de</strong>u-se à medição do comprimento <strong>da</strong>s varas e <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> registou-se o<br />

comprimento entre o corte e o 3º nó. Os resultados apurados, tanto para a casta Syrah<br />

como para a casta Touriga Nacional, permitem concluir que não se observam diferenças<br />

relevantes entre as duas castas e entre tratamentos no que toca quer ao comprimento<br />

<strong>da</strong>s varas quer ao comprimento dos entrenós (Quadro 4.5).<br />

Quadro 4.5. Comprimento médio <strong>da</strong>s varas e entrenós para as castas Syrah e Touriga Nacional.<br />

Tratamentos<br />

Comprimento<br />

<strong>da</strong>s varas (cm)<br />

Casta Syrah Casta Touriga Nacional<br />

Comprimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o corte até ao 3º nó<br />

(cm)<br />

Comprimento<br />

<strong>da</strong>s varas (cm)<br />

Comprimento<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o corte até<br />

ao 3º nó (cm)<br />

Controlo negativo* 17,1 4,2 15,6 2,9<br />

Controlo positivo** 16,1 2,9 15,3 3,0<br />

BUC 31300 F 16,6 1,9 15,4 2,7<br />

BUC 22800 F 16,5 1,7 15,1 2,8<br />

BUC 25000 F 15,2 2,0 14,2 2,5<br />

BUC 40300 F 16,4 2,1 15,7 2,7<br />

BUC 61700 F 16,1 2,7 14,2 2,7<br />

BUC 74700 F 15,6 2,5 13,3 2,5<br />

carben<strong>da</strong>zime + flusilazol 15,0 2,4 15,4 3,0<br />

Médias 16,1 2,5<br />

* sem inoculação; **com inoculação<br />

4.2.2 EXTENSÃO DAS NECROSES NAS VARAS<br />

14,9 2,8<br />

Relativamente à extensão <strong>da</strong>s necroses produzi<strong>da</strong>s por Pa. chlamydospora nas varas, a<br />

análise <strong>da</strong>s médias dos resultados não revelou a existência <strong>de</strong> diferenças significativas<br />

entre as duas castas. No Quadro 4.6 apresentam-se os valores médios <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong>s<br />

necroses para ca<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, para a casta Syrah e para a casta Touriga Nacional,<br />

respectivamente. Na casta Syrah, as médias do comprimento <strong>da</strong>s necroses variaram<br />

entre 42 mm para a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> carben<strong>da</strong>zime+flusilazol (Escudo ® ) e 82 mm para o<br />

controlo positivo (inoculado). No caso <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, os valores variaram<br />

entre 41 mm para a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> BUC 31300 F e 8,8 cm para controlo positivo. As plantas<br />

testemunha (controlo negativo) apresentaram necroses <strong>de</strong> 46 mm e 31 mm para a casta<br />

Syrah e para Touriga, respectivamente.<br />

37


Resultados e Discussão<br />

Globalmente, o comprimento <strong>da</strong>s necroses foi muito semelhante nas duas castas o que<br />

não era esperado pois previa-se que na casta Touriga Nacional fossem mais extensas <strong>de</strong><br />

acordo com a conheci<strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta casta aos fungos do lenho. Entre<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, para a casta Syrah, não houve diferenças significativas entre o controlo<br />

negativo e as restantes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s com excepção do controlo positivo, no caso <strong>da</strong> casta<br />

Touriga Nacional, as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s controlo positivo e BUC 22800 F diferiram<br />

significativamente do controlo negativo, o que significa que tiveram necroses <strong>de</strong> maior<br />

extensão, ou seja, não houve inibição <strong>da</strong> progessão do fungo no lançamento. Nenhuma<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> diferiu signifcativamento do fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência. Também no Anexo C se<br />

encontra o resto <strong>da</strong> análise feita para a extensão <strong>da</strong>s necroses.<br />

Quadro 4.6. Valores médios <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong>s necroses para as castas Syrah e Touriga Nacional (Teste <strong>de</strong><br />

Tuckey HSD).<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Casta Syrah<br />

Extensão <strong>da</strong>s necroses (mm)<br />

Casta Touriga<br />

Nacional<br />

Controlo negativo * 46 a 31 a 39<br />

Controlo positivo** 82 c 88 c 85<br />

BUC 31300 F 50 ab 41 a 46<br />

BUC 22800 F 61 ab 80 bc 71<br />

BUC 25000 F 52 ab 56 ab 54<br />

BUC 40300 F 62 a 49 a 56<br />

BUC 61700 F 61 ab 46 a 54<br />

BUC 74700 F 59 ab 53 ab 56<br />

carben<strong>da</strong>zime + flusilazol 42 a 58 ab 50<br />

Médias 57<br />

* sem inoculação; ** com inoculação.<br />

56<br />

Média<br />

Um dos objectivos <strong>de</strong>ste trabalho, tendo em conta a prevenção <strong>da</strong> doença foi avaliar a<br />

progressão <strong>da</strong> necrose nos tecidos do lenho <strong>da</strong>s varas <strong>da</strong>s duas castas em estudo<br />

(Figuras 4.4 e 4.5). Como se po<strong>de</strong> verificar pela análise dos resultados, em ambos os<br />

ensaios e para to<strong>da</strong>s as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, incluindo o controlo (não inoculado), a<br />

percentagem <strong>de</strong> varas em que o comprimento <strong>da</strong> necrose exce<strong>de</strong> o 3º nó é bastante<br />

eleva<strong>da</strong>. Conclui-se, portanto, que o nó não constitui uma barreira ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> necroses.<br />

57<br />

38


% <strong>de</strong> necrose para além do 3º nó<br />

Resultados e Discussão<br />

Figura 4.4. Valores médios <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong> necrose que ultrapassam o 3º nó para a casta Syrah.<br />

% <strong>de</strong> necrose para além do 3º nó<br />

Figura 4.5. Valores médios <strong>da</strong> percentagem <strong>de</strong> necrose que ultrapassam o 3º nó, para a casta Touriga<br />

Nacional.<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

55,6<br />

94,4<br />

100,0<br />

94,4 94,4<br />

100,0<br />

81,25<br />

Pelo contrário, a percentagem <strong>de</strong> varas em que o comprimento <strong>da</strong> necrose exce<strong>de</strong>u o 2º<br />

nó foi baixa nas varas trata<strong>da</strong>s com os diferentes fungici<strong>da</strong>s. Para a casta Syrah, as<br />

menores extensões <strong>de</strong> necrose foram obti<strong>da</strong>s para as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 9 (fungici<strong>da</strong><br />

referência, carben<strong>da</strong>zime+flusilazol), 3 (BUC 31300 F), 8 (BUC 74700 F), 5 (BUC 25000<br />

F) e 6 (BUC 40300 F). Para a casta Touriga Nacional, as menores extensões <strong>de</strong> necrose<br />

94,4<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

52,9<br />

94,4<br />

83,3<br />

Tratamentos<br />

100,0 100,0<br />

88,9<br />

77,8<br />

88,2<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

Tratamentos<br />

88,9<br />

82,4<br />

39


Resultados e Discussão<br />

foram obti<strong>da</strong>s para os tratamentos 3 (BUC 31300 F), 6 (BUC 40300 F) e 7 (BUC 61700<br />

F), respectivamente (Figura 4.6 e Figura 4.7).<br />

% <strong>de</strong> necrose para além do 2º nó<br />

Figura 4.6. Valores médios para a percentagem <strong>de</strong> necrose nas varas inocula<strong>da</strong>s com Phaeomoniella<br />

chlamydospora que ultrapassam do 2º nó, para a casta Syrah.<br />

% <strong>de</strong> necrose para além do 2º nó<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

0<br />

5,6<br />

0,0<br />

61,1<br />

15,8<br />

27,8<br />

Figura 4.7. Valores médios para a percentagem <strong>de</strong> necroses nas varas inocula<strong>da</strong>s com Phaeomoniella<br />

chlamydospora que ultrapassam o 2º nó, para a casta Touriga Nacional.<br />

Consi<strong>de</strong>rando os resultados obtidos para ambas as castas, conclui-se que os tratamentos<br />

3 (BUC 31300 F) e o tratamento 6 (BUC 40300 F) limitaram a extensão <strong>da</strong> necrose e<br />

<strong>de</strong>monstraram maior capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fungistática.<br />

22,2 22,2<br />

25,0<br />

16,7<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

61,1<br />

5,6<br />

Tratamentos<br />

41,2 38,9<br />

5,6<br />

16,7<br />

29,4<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

Tratamentos<br />

0,0<br />

35,3<br />

40


Resultados e Discussão<br />

4.2.3 PERCENTAGEM DE REISOLAMENTO DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA<br />

Em relação às percentagens <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora, os resultados para<br />

as castas utiliza<strong>da</strong>s nestes ensaios foram significativamente diferentes. As percentagens<br />

<strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora obti<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s apresentam-<br />

se nas figuras 4.8 e 4.9.<br />

No que diz respeito à casta Syrah, os valores médios <strong>de</strong> percentagem <strong>de</strong> reisolamento<br />

variaram entre 100% para a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 2, (controlo positivo) e 44,4% para a<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 8 (BUC 74700 F). Relativamente à casta Touriga Nacional também se obteve<br />

100% <strong>de</strong> reisolamento para a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 2 (controlo positivo) e o valor mais baixo foi<br />

<strong>de</strong> 50% obtido pela mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 7 (BUC 74700 F). A partir <strong>da</strong>s varas testemunhas <strong>de</strong><br />

ambas as castas (mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 1) não se obtiveram reisolamentos <strong>de</strong> Pa. chlamydospora.<br />

As percentagens <strong>de</strong> reisolamento Pa. chlamydospora, a partir <strong>de</strong> varas <strong>de</strong> Syrah,<br />

revelaram que todos os tratamentos diferiram do controlo negativo, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 1, e que<br />

as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 8 (BUC 74700 F) e 6 (BUC 40300 F) diferiram significativamente do<br />

controlo positivo, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 2. Nenhuma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> diferiu significativamente do<br />

fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 9 (carben<strong>da</strong>zime+flusilazol) (Figura 4.8). Excluindo<br />

os controlos positivo e negativo conclui-se que nenhuma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> diferiu entre si.<br />

%Reisolamento <strong>de</strong> Pa.chlamydospora<br />

100,0<br />

90,0<br />

80,0<br />

70,0<br />

60,0<br />

50,0<br />

40,0<br />

30,0<br />

20,0<br />

10,0<br />

0,0<br />

a<br />

b<br />

Figura 4.8. Valores médios <strong>da</strong>s percentagens <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora obtidos a<br />

partir <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Syrah, consoante a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>.<br />

b<br />

bc<br />

bc bc<br />

1 8 6 7 9 4 5 3 2<br />

Tratamentos<br />

bc<br />

bc<br />

c<br />

41


Resultados e Discussão<br />

Para a casta Touriga Nacional, os resultados apurados revelaram igualmente que todos<br />

os tratamentos diferiram do controlo negativo, mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 1, no entanto, apenas duas<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, 7 (BUC 61700 F) e 9 (carben<strong>da</strong>zime+flusilazol) diferiram <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

(controlo positivo). Excluindo o controlo positivo e negativo conclui-se ain<strong>da</strong> que nenhum<br />

tratamento diferiu entre si. No Anexo C po<strong>de</strong>-se visualizar os restantes valores <strong>da</strong> análise<br />

<strong>de</strong> variância.<br />

Consi<strong>de</strong>rando os resultados obtidos não é possível eleger um tratamento fungici<strong>da</strong> que<br />

tenha sido significativamente eficaz no controlo <strong>de</strong> Pa. chlamydospora em ambas os<br />

ensaios realizados.<br />

% Reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora<br />

100,0<br />

90,0<br />

80,0<br />

70,0<br />

60,0<br />

50,0<br />

40,0<br />

30,0<br />

20,0<br />

10,0<br />

0,0<br />

a<br />

Figura 4.9. Valores médios <strong>da</strong>s percentagens <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora obtidos a<br />

partir <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s <strong>da</strong> casta Touriga Nacional, consoante a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> do fungici<strong>da</strong>.<br />

Nos Quadros 4.7 e 4.8 po<strong>de</strong> observar-se a percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa.<br />

chlamydospora em ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s para as duas castas em estudo.<br />

Verifica-se que em ambas as situações a colonização ocorre principalmente na região 2<br />

(acima do 3º nó) e região 3 (abaixo do 3º nó). A partir <strong>da</strong> região 1 os baixos resultados<br />

obtidos nos reisolamentos estão possivelmente relacionados com o facto <strong>de</strong> este ser o<br />

primeiro segmento <strong>da</strong> vara a secar e morrer.<br />

b<br />

b<br />

bc bc<br />

1 7 9 6 5 8 3 4 2<br />

Tratamentos<br />

bc<br />

bc<br />

bc<br />

c<br />

42


Resultados e Discussão<br />

Apurou-se que as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 3 (BUC 31300 F) e 7 (BUC 61700 F) impediram a<br />

colonização dos tecidos <strong>da</strong> região 4 (acima do 2º nó), na casta Syrah, enquanto na casta<br />

Touriga Nacional apenas a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 7 (BUC 61700 F) conduziu a um resultado<br />

idêntico.<br />

Quadro 4.7. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora para ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong> vara e para ca<strong>da</strong><br />

tratamento na casta Syrah.<br />

Tratamentos<br />

Reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora (%) a partir <strong>da</strong> casta Syrah<br />

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5<br />

Controlo negativo * 0 0 0 0 0<br />

Controlo positivo** 16,7 83,3 94,4 61,1 22,2<br />

BUC 31300 F 21,1 36,8 68,4 0 0<br />

BUC 22800 F 16,7 44,4 33,3 11,1 0<br />

BUC 25000 F 27,8 55,6 61,1 11,1 0<br />

BUC 40300 F 0 50 53,3 11,1 0<br />

BUC 61700 F 6,3 52,5 43,8 0 0<br />

BUC 74700 F 0 33,3 11,1 11,1 0<br />

carben<strong>da</strong>zime + flusilazol 5,6 50 50 16,7 0<br />

Média 10,5 45,1 46,2 13,6 2,5<br />

* sem inoculação: ** com inoclação.<br />

Quadro 4.8. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora para ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong> vara e para ca<strong>da</strong><br />

tratamento na casta Touriga Nacional.<br />

Tratamentos<br />

Reisolamento <strong>de</strong> Pa. chlamydospora (%) a partir <strong>da</strong> casta Touriga Nacional<br />

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5<br />

Controlo negativo * 0 0 0 0 0<br />

Controlo positivo** 27,8 77,8 88,9 55,6 22,2<br />

BUC 31300 F 5,6 38,9 66,7 33,3 0<br />

BUC 22800 F 23,5 58,8 41,2 23,5 11,8<br />

BUC 25000 F 11,1 50 61,1 22,2 0<br />

BUC 40300 F 5,6 44,4 61,1 27,8 0<br />

BUC 61700 F 0 50 22,2 0 0<br />

BUC 74700 F 5,9 35,3 52,9 17,6 0<br />

carben<strong>da</strong>zime + flusilazol 23,5 41,2 47,1 11,8 0<br />

Média 11,4 44,0 49,0 21,3 3,8<br />

* sem inoculação; ** com inoculação.<br />

43


4.2.4 DETECÇÃO MOLECULAR<br />

Resultados e Discussão<br />

Para a casta Syrah foi efectua<strong>da</strong> <strong>de</strong>tecção molecular (Nested-PCR) <strong>de</strong> Pa. chlamydospora<br />

paralelamente aos reisolamentos <strong>de</strong> modo a confirmar a presença do fungo nas necroses<br />

do lenho. No Quadro 4.9 apresentam-se os resultados obtidos que variaram entre 94,7%<br />

para o tratamento 3 (BUC 31300 F) e 66,7 para o tratamento 2 (controlo positivo).<br />

Verifica-se que existem diferenças entre os resultados positivos obtidos por Nested-PCR e<br />

por reisolamento. Verifica-se que para dois dos tratamentos em estudo, os resultados<br />

coincidiram (tratamento 1, controlo negativo; tratamento 5), para seis tratamentos<br />

foram superiores (tratamento 3, 4, 6, 7, 8 e 9) e para um foi inferior (tratamento 2,<br />

controlo positivo) (Quadro 4.9). Os resultados inferiores obtidos por Nested-PCR po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong>vidos à presença <strong>de</strong> inibidores <strong>da</strong> polimerase nas amostras enquanto que os<br />

resultados superiores po<strong>de</strong>m atribuir-se a insucessos nos reisolamentos porventura<br />

<strong>de</strong>vidos ao facto do patogéneo ser <strong>de</strong> crescimento muito lento e po<strong>de</strong>r ter sido ocultado<br />

por espécies <strong>de</strong> crescimento mais rápido.<br />

Quadro 4.9. Resultados positivos obtidos através <strong>da</strong> <strong>de</strong>tecção por Nested-PCR e por reisolamento <strong>de</strong> Pa.<br />

chlamydospora e sua comparação para a casta Syrah.<br />

Tratamentos Nested-PCR Positivo(%) Reisolamento Positivo(%)<br />

Controlo negativo * 0,0 0,0<br />

Controlo positivo** 66,7 100<br />

BUC 31300 F 94,7 78,9<br />

BUC 22800 F 83,3 66,7<br />

BUC 25000 F 77,8 77,8<br />

BUC 40300 F 77,8 55,6<br />

BUC 61700 F 81,3 72,5<br />

BUC 74700 F 77,8 44,4<br />

carben<strong>da</strong>zime + flusilazol 83,3 66,7<br />

* sem inoculação; ** com inoculação.<br />

Na figura 4.10 po<strong>de</strong>-se observar exemplo <strong>de</strong> dois géis obtidos por Nested-PCR, um para<br />

o controlo positivo e mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 2 e 4 (BUC 22800 F e BUC 22800 F) e outro para as<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 3, 5 e 8 (BUC 31300 F, BUC 25000 F e BUC 74700 F). Algumas <strong>da</strong>s<br />

reacções foram repeti<strong>da</strong>s, para confirmação dos resultados, bem como a realização <strong>de</strong><br />

novos reisolamentos. Contudo, o êxito dos novos reisolamentos ficou compremetido pelo<br />

facto do material vegetal secar, a longo do tempo.<br />

44


M<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

M<br />

Figura 4.10. Exemplo <strong>de</strong> Nested-PCR Nested obtido com os primers Pch1 e Pch2, para a Phaeomoniella<br />

chlamydospora, , para os tratamentos 2, 4, 3, 5 e 8. M – Marcador molecular “123 pb DNA Lad<strong>de</strong>r”<br />

(GibcoBRL).<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 2<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 4<br />

M<br />

M<br />

M<br />

M<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 3<br />

Resultados e Discussão<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 5<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 5 Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 8<br />

M<br />

M


5. CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS<br />

Conclusões e Perspectivas<br />

As doenças do lenho <strong>da</strong> vi<strong>de</strong>ira representam actualmente e a nível mundial uma ameaça<br />

à produção estável em vitivinicultura. Os principais <strong>de</strong>senvolvimentos registados em<br />

tempos mais recentes <strong>de</strong>correram essencialmente do recru<strong>de</strong>scimento <strong>da</strong>s doenças do<br />

lenho e <strong>da</strong> manifestação inespera<strong>da</strong> <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clínio em plantações jovens.<br />

Os fungos responsáveis pela doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> são, sem dúvi<strong>da</strong>, dos mais importantes,<br />

pois atacam vi<strong>de</strong>iras jovens levando a gran<strong>de</strong>s prejuízos, quer a nível do rendimento e<br />

obtenção <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, como a nível <strong>da</strong> longevi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s vinhas. Os<br />

patogéneos responsáveis por esta doença são Pa. chlamydospora e várias espécies<br />

pertencentes ao género Phaeoacremonium. Ao longo dos últimos anos novas espécies <strong>de</strong><br />

Phaeoacremonium têm sido isola<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras o que comprova a importância <strong>da</strong><br />

continuação dos estudos <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> combate e <strong>de</strong> novos fungici<strong>da</strong>s para inibição e<br />

abran<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> progressão do fungo nos tecidos lenhosos, já que a sua disseminação é<br />

rápi<strong>da</strong> e fácil. Estudos epi<strong>de</strong>miológicos efectuados confirmaram a presença <strong>de</strong> esporos <strong>de</strong><br />

Pa. chlamydospora ao nível dos locais correspon<strong>de</strong>ntes aos talões <strong>da</strong> po<strong>da</strong>.<br />

Este trabalho teve por objectivo o estudo <strong>da</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma colecção <strong>de</strong> isolados<br />

<strong>de</strong> Pa. chlamydospora e avaliar a eficácia <strong>de</strong> novos produtos fungici<strong>da</strong>s na protecção <strong>da</strong>s<br />

feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>.<br />

Utilizaram-se para os estudos <strong>de</strong> patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong>, sete isolados do fungo pertencentes à<br />

colecção <strong>de</strong> fungos do lenho do Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia, previamente<br />

i<strong>de</strong>ntificados como sendo Pa. chlamydospora. Provou-se a patogenici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os<br />

isolados em estudo, em plantas envasa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira. Foi evi<strong>de</strong>nte a redução do<br />

crescimento vegetativo, alteração <strong>da</strong> coloração <strong>da</strong>s folhas, revelando uma cor<br />

avermelha<strong>da</strong>, também os ramos apresentaram algumas necroses, houve mesmo ramos e<br />

plantas que secaram por completo.<br />

Ao realizar cortes longitudinais foi possível visualizar as necroses nos tecidos corticais,<br />

sintomas que estão relacionados com a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>. O comprimento <strong>da</strong>s necroses<br />

variou consoante os isolados e o tipo <strong>de</strong> inóculo utilizado, discos miceliais ou suspensão<br />

<strong>de</strong> esporos. As diferenças que se obtiveram entre isolados no que diz respeito ao<br />

comprimento <strong>da</strong>s necroses forma<strong>da</strong>s e às percentagens <strong>de</strong> reisolamento relacionaram-se<br />

sobretudo com o método <strong>de</strong> inoculação. Entre isolados não foi possível estabelecer uma<br />

equivalência entre a maior extensão <strong>da</strong> necrose e a maior percentagem <strong>de</strong> reisolamento.<br />

As percentagens mais eleva<strong>da</strong>s <strong>de</strong> reisolamento foram obti<strong>da</strong>s com a utilização <strong>de</strong> discos<br />

miceliais como inóculo.<br />

46


Conclusões e Perspectivas<br />

Na avaliação <strong>da</strong> eficácia <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s na protecção <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>, efectua<strong>da</strong> em<br />

dois ensaios <strong>de</strong> campo nas castas Syrah e a Touriga Nacional, avaliaram-se seis novos<br />

produtos fungici<strong>da</strong>s e um fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência (carben<strong>da</strong>zime+flusilazol, Escudo ® ). A<br />

avaliação dos resultados incidiu sobre a extensão <strong>da</strong>s lesões e a percentagem <strong>de</strong><br />

reisolamento.<br />

A avaliação <strong>da</strong> progressão <strong>da</strong> necrose nos tecidos do lenho <strong>da</strong>s varas <strong>da</strong>s duas castas em<br />

estudo permitiu concluir que o comprimento <strong>da</strong>s necroses foi muito semelhante nas duas<br />

castas e sem diferenças significativas entre mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, excluindo os controlos negativo<br />

e positivo. Na gran<strong>de</strong> maioria <strong>da</strong>s varas inocula<strong>da</strong>s as necroses ultrapassaram o 3º nó,<br />

levandi a concluir que o nó não funcionou como barreira à progressão <strong>da</strong> doença,<br />

enquanto que a percentagem <strong>de</strong> necroses que exce<strong>de</strong>u o 2º nó foi baixa. As mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

3 (BUC 31300 F) e 6 (BUC 40300 F) limitaram a extensão <strong>da</strong> necrose e <strong>de</strong>monstraram<br />

maior capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fungistática em ambas as castas.<br />

As mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 8 (BUC 74700 F) e 6 (BUC 40300 F) foram as mais eficazes na protecção<br />

<strong>da</strong>s feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong> na casta Syrah conduzindo a percentagens <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Pa.<br />

chlamydospora mais baixas. Na casta Touriga Nacional, os melhores resultados foram<br />

alcançados com as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 7 (BUC 61700 F) e 9, fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência<br />

(carben<strong>da</strong>zime+flusilazol, Escudo ® ). Assim, e consi<strong>de</strong>rando os resultados acima<br />

<strong>de</strong>scritos, não foi possível eleger um fungici<strong>da</strong> que tenha sido significativamente eficaz<br />

no controlo <strong>de</strong> Pa. chlamydospora em ambas os ensaios realizados. Ain<strong>da</strong> assim, os<br />

efeitos obtidos foram, na globali<strong>da</strong><strong>de</strong>, idênticos ou superiores aos resultantes <strong>da</strong><br />

aplicação do fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência.<br />

A análise <strong>da</strong>s percentagens <strong>de</strong> reisolamento obti<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região <strong>da</strong> vara<br />

permite concluir que em ambas as castas a colonização ocorre principalmente na região<br />

2 (acima do 3º nó) e região 3 (abaixo do 3º nó). Apurou-se ain<strong>da</strong> que as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 3<br />

(BUC 31300 F) e 7 (BUC 61700 F) impediram a colonização dos tecidos <strong>da</strong> região 4<br />

(acima do 2º nó) na casta Syrah, enquanto na casta Touriga Nacional tal só se conseguiu<br />

alcançar com a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> 7 (BUC 61700 F).<br />

Neste trabalho para as inoculações efectua<strong>da</strong>s na casta Syrah foi também efectua<strong>da</strong> a<br />

<strong>de</strong>tecção molecular <strong>de</strong> Pa. chlamydospora <strong>de</strong> forma a complementar os resultados<br />

obtidos através do método clássico <strong>de</strong> reisolamentos. Os resultados obtidos para as<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s 1 (controlo negativo) e 5 (BUC 25000 F) foram coinci<strong>de</strong>ntes, confirmando<br />

na íntegra os resultados obtidos pelo método clássico <strong>de</strong> reisolamento. Relativamente às<br />

outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os resultados foram um tanto heterogéneos e nem sempre<br />

coincidiram com os resultados obtidos no reisolamento.<br />

47


Conclusões e Perspectivas<br />

Tendo presente a i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> prevenção e redução <strong>da</strong> progressão <strong>da</strong> doença, os resultados<br />

obtidos são promissores mas carecem <strong>de</strong> ensaios futuros <strong>de</strong> forma a viabilizar a eleição<br />

<strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento que revele melhor potencial nas condições <strong>de</strong> ensaio.<br />

48


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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55


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57


ANEXOS<br />

Anexos<br />

58


ANEXO A<br />

ESQUEMA DOS ENSAIOS DE CAMPO DA EFICÁCIA DE FUNGICIDAS<br />

Anexos<br />

59


Anexos<br />

Figura A.1. Esquema geral do ensaio <strong>de</strong> campo para eficácia <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s em feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>, para a casta<br />

Syrah.<br />

Intervalo Vi<strong>de</strong>ira Varas trata<strong>da</strong>s<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

Legen<strong>da</strong>:<br />

1 1 1 1 1<br />

2 1 2 1 1<br />

3 1 2 2 2<br />

4 2 3 2 2<br />

5 3 3 3 2<br />

6 4 1 3 3<br />

1 3<br />

2 4<br />

4 3 5<br />

4 4 4<br />

3 5 4 5 4<br />

4 6 5 6 5<br />

5 2 3<br />

6 5 5 6<br />

1 5<br />

7 4 7<br />

2 6 8 6 8<br />

3 6 7 7 9<br />

4 5 6 10<br />

5 7 8 7 6<br />

6 6 7 7<br />

1 7<br />

2 8 8<br />

3 8 9 10<br />

8<br />

9 8<br />

4 9 9 10 11<br />

5 8 12 9<br />

6 9 9 10<br />

1 10 10<br />

2 13 11 9<br />

3 10 11 12 11<br />

4 11 10<br />

5 14 10 14<br />

6 11 12 11<br />

1 12 11<br />

2 13 12 15<br />

11<br />

12 13<br />

12 13<br />

3 15 14 13 13<br />

4 16 12<br />

5 14 15 12<br />

6 13 16 14<br />

1 14 15 13<br />

2 17 16 15 15<br />

3 16 17 16 14<br />

4 14 17 18<br />

5 15 15 18<br />

6 17 16 16 19<br />

1 18 15<br />

2 17 20 17 16<br />

3 19 21 18 16<br />

4 17 18 17<br />

5 18 18<br />

6 17<br />

18<br />

22 19 23<br />

Código <strong>da</strong> Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> Código BUC Cor<br />

1 Controlo negativo (sem inoculação)<br />

2 Controlo positivo (com inoculação)<br />

3 BUC 31300 F<br />

4 BUC 22800 F<br />

5 BUC 25000 F<br />

6 BUC 40300 F<br />

7 BUC 61700 F<br />

8 BUC 74700 F<br />

9 Fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência: carben<strong>da</strong>zime + flusilazol<br />

13<br />

14<br />

60


Anexos<br />

Figura A.2. Esquema geral do ensaio <strong>de</strong> campo para eficácia <strong>de</strong> fungici<strong>da</strong>s em feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> po<strong>da</strong>,para a casta<br />

Touriga Nacional.<br />

Intervalo Vi<strong>de</strong>ira Varas trata<strong>da</strong>s<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

Legen<strong>da</strong>:<br />

1 1 1 1 1<br />

2 2<br />

3 2 1 2 2<br />

4 1 1<br />

5 2 2<br />

1 1<br />

2 2<br />

6 3 3 3 3<br />

1 3 3 2 3<br />

2 4<br />

3 4 5<br />

4 4 4<br />

4<br />

5 5 4 5 4<br />

6 6 5 5 5<br />

1 7 4 3 6<br />

2 6<br />

3<br />

4 5 6<br />

3 5 6 5 7<br />

4 6 6 6 7<br />

5 6 8 8<br />

6 7 7 7 9<br />

1 8 9<br />

2 7 7 8 10<br />

3 9 8 7 10<br />

4 9 8<br />

5<br />

6 9 8 11 9<br />

1 8 9 10<br />

2 10<br />

3 11<br />

8 10 9<br />

4 9 12 11 10<br />

5 10 12<br />

6 11 13<br />

1 12 12 13<br />

2 12 10<br />

3 14<br />

13 10<br />

11 11<br />

4 13 11 12 15<br />

5 13 12 14 11<br />

6 13 14 14 13<br />

1 14 12 12<br />

2 16<br />

15 13 15<br />

3 14 13 15 15<br />

4 17<br />

14 14 14<br />

5 15 15 16 16<br />

6 16 16 17 15<br />

1 18<br />

2 19<br />

16 15 16<br />

16 17<br />

3 17 17 17<br />

4 20<br />

18 16 18<br />

5 17 18 17 17<br />

6<br />

Código <strong>da</strong> Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> Código BUC Cor<br />

1 Controlo negativo (sem inoculação)<br />

2 Controlo positivo (com inoculação)<br />

3 BUC 31300 F<br />

4 BUC 22800 F<br />

5 BUC 25000 F<br />

6 BUC 40300 F<br />

7 BUC 61700 F<br />

8 BUC 74700 F<br />

9 Fungici<strong>da</strong> <strong>de</strong> referência: carben<strong>da</strong>zime + flusilazol<br />

11<br />

61


ANEXO B<br />

ENSAIOS DE PATOGENICIDADE<br />

Anexos<br />

ANÁLISES DE VARIÂNCIA E MÉDIAS DOS COMPRIMENTOS DAS LESÕES E DAS PERCENTAGENS DE<br />

REISOLAMENTO DAS VIDEIRAS INOCULADAS COM ISOLADOS DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA E DAS<br />

PLANTAS TESTEMUNHA<br />

62


Anexos<br />

Quadro B.1. Análise <strong>de</strong> Variância para o comprimento <strong>da</strong> infecção dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora, para a suspensão <strong>de</strong> esporos, α=0,05.<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 12562,58 1 12562,58 477,9864 0,000000<br />

Dentro do Grupo 1638,35 7 234,05 8,9052 0,000000<br />

Erro 1892,33 72 26,28<br />

Quadro B.2. Análise <strong>de</strong> Variância para a largura <strong>da</strong> infecção dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora,<br />

para a suspensão <strong>de</strong> esporos, α=0,05.<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 874,5031 1 874,5031 1180,764 0,000000<br />

Dentro do Grupo 18,4219 7 2,6317 3,553 0,002460<br />

Erro 53,3250 72 0,7406<br />

Quadro B.3. Análise <strong>de</strong> Variância para a percentagem <strong>de</strong> reisolamento dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora, para a suspensão <strong>de</strong> esporos, α=0,05 (valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Fonte <strong>de</strong><br />

Variação<br />

SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 15,31250 1 15,31250 76,03448 0,000000<br />

Dentro do Grupo 5,18750 7 0,74107 3,67980 0,001878<br />

Erro 14,50000 72 0,20139<br />

63


Anexos<br />

Quadro B.4. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento obti<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> cultivar Touriga Nacional,<br />

inocula<strong>da</strong>s com suspensão <strong>de</strong> esporos, com 7 isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora, e em plantas <strong>de</strong><br />

vi<strong>de</strong>ira testemunhas (valores percentuais transformados em arsen √).<br />

Isolados Reisolamento (%) arcsen √<br />

Testemunha 0,0 0,00<br />

PL 2 20,0 26,57<br />

ALPL2 30,0 33,21<br />

T3 L20 50,0 45,00<br />

T20 L326 50,0 45,00<br />

T6 L100 50,0 45,00<br />

T16 L299 60,0 50,77<br />

T21 L330 90,0 71,57<br />

Quadro B.5. Análise <strong>de</strong> variância para o comprimento <strong>da</strong> infecção dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora, para os discos miceliais, α=0,05.<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 95496,20 1 95496,20 701,6477 0,000000<br />

Dentro do Grupo 11610,40 7 1658,63 12,1866 0,000000<br />

Erro 9799,40 72 136,10<br />

Quadro B.6. Análise <strong>de</strong> Variância para a largura <strong>da</strong> infecção dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora,<br />

para os discos miceliais, α=0,05.<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 981,9787 1 981,9787 1032,047 0,000000<br />

Dentro do Grupo 59,9381 7 8,5626 8,999 0,000000<br />

Erro 67,5556 71 0,9515<br />

64


Anexos<br />

Quadro B.7. Análise <strong>de</strong> Variância para a percentagem <strong>de</strong> reisolamento dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora, para os discos miceliais, α=0,05 (valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 39,20000 1 39,20000 276,7059 0,000000<br />

Dentro do Grupo 6,60000 7 0,94286 6,6555 0,000004<br />

Erro 10,20000 72 0,14167<br />

Quadro B.8. Comprimento médio <strong>da</strong>s necroses (mm) e percentagem <strong>de</strong> reisolamento dos isolados <strong>de</strong><br />

Phaeomoniella chlamydospora para os dois tipos <strong>de</strong> inóculo.<br />

Parâmetros<br />

Comp. <strong>da</strong> necrose<br />

(mm)<br />

Suspensão <strong>de</strong> esporos Discos miceliais<br />

Mín. Méd. Máx. Mín. Méd. Máx.<br />

0 12,53 26 0 34,9 80<br />

% Reisolamento 0 43,75 90 0 70 100<br />

Quadro B.9. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento obti<strong>da</strong>, para ca<strong>da</strong> meio utilizado, a partir <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong><br />

cultivar Touriga Nacional, com 7 isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora, e em plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira<br />

testemunhas (valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Meio Reisolamento (%) arcsen √<br />

Suspensão <strong>de</strong><br />

esporos<br />

Discos<br />

miceliais<br />

44,0 41,55<br />

70,0 56,79<br />

65


ANEXO C<br />

ENSAIOS DE CAMPO – EFICÁCIA DE FUNGICIDAS NO TRATAMENTO DE FERIDAS DE PODA<br />

Anexos<br />

ANÁLISES DE VARIÂNCIA DAS PERCENTAGENS DE REISOLAMENTO DAS VIDEIRAS INOCULADAS COM<br />

ISOLADOS DE PHAEOMONIELLA CHLAMYDOSPORA E DAS PLANTAS TESTEMUNHA, TRATADAS COM VÁRIOS<br />

FUNGICIDAS<br />

66


Anexos<br />

Quadro C.1. Análise <strong>de</strong> Variância para a percentagem <strong>de</strong> reisolamento dos isolados <strong>de</strong> Phaeomoniella<br />

chlamydospora, para a casta Syrah. As varas foram sujeitas a tratamentos com fungici<strong>da</strong>s diferentes. α=0,05<br />

(valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 520704,3 1 520704,3 403,7505 0,000000<br />

Dentro do Grupo 136989,9 8 17123,7 13,2776 0,000000<br />

Erro 217953,9 169 1289,7<br />

Quadro C.2. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento obti<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> cultivar Syrah, inocula<strong>da</strong>s<br />

com Phaeomoniella chlamydospora, e em plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira testemunhas. As varas foram sujeitas a<br />

tratamentos com fungici<strong>da</strong>s diferentes. (valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Tratamento Reisolamento arcsen √<br />

1 0,0 0,0<br />

8 44,4 40,0<br />

6 55,6 50,0<br />

7 62,5 56,3<br />

9 66,7 60,0<br />

4 66,7 60,0<br />

5 77,8 70,0<br />

3 78,9 71,1<br />

2 100,0 90,0<br />

Quadro C.3. Análise <strong>de</strong> Variância para a percentagem <strong>de</strong> reisolamento <strong>de</strong> Phaeomoniella chlamydospora , para<br />

a casta Touriga Nacional. As varas foram sujeitas a tratamentos com fungici<strong>da</strong>s diferentes. α=0,05 (valores<br />

percentuais transformados em arcsen √).<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 460843,4 1 460843,4 306,5078 0,000000<br />

Dentro do Grupo 84206,4 8 10525,8 7,0007 0,000000<br />

Erro 225529,4 150 1503,5<br />

67


Anexos<br />

Quadro C.4. Percentagem <strong>de</strong> reisolamento obti<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira <strong>da</strong> cultivar Touriga Nacional,<br />

inocula<strong>da</strong>s com Phaeomoniella chlamydospora, e em plantas <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira testemunhas. As varas foram sujeitas a<br />

tratamentos com fungici<strong>da</strong>s diferentes. (valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Tratamento Reisolamento arcsen √<br />

1 0,0 0,0<br />

7 50,0 45,0<br />

9 52,9 47,6<br />

6 61,1 55,0<br />

5 61,1 55,0<br />

8 64,7 58,2<br />

3 72,2 65,0<br />

4 76,5 68,8<br />

2 100,0 90,0<br />

Quadro C.5. Análise <strong>de</strong> Variância para a extensão <strong>da</strong>s necroses <strong>de</strong> lançamentos <strong>da</strong> casta Syrah, inoculados<br />

com Phaeomoniella chlamydospora. As varas foram sujeitas a tratamentos com fungici<strong>da</strong>s diferentes. α=0,05<br />

(valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Fonte <strong>de</strong><br />

Variação<br />

SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 456430,2 1 456430,2 424,4773 0,000000<br />

Dentro do Grupo 24951,6 8 3119,0 2,9006 0,004957<br />

Erro 158065,5 147 1075,3<br />

Quadro C.6. Análise <strong>de</strong> Variância para a extensão <strong>da</strong>s necroses <strong>de</strong> lançamentos <strong>da</strong> casta Touriga Nacional,<br />

inoculados com Phaeomoniella chlamydospora. As varas foram sujeitas a tratamentos com fungici<strong>da</strong>s<br />

diferentes. α=0,05 (valores percentuais transformados em arcsen √).<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 496727,1 1 496727,1 726,0717 0,000000<br />

Dentro do Grupo 45153,1 8 5644,1 8,2501 0,000000<br />

Erro 101935,3 149 684,1<br />

68


Anexos<br />

Quadro C.7. Comparação <strong>da</strong>s duas castas em estudo (Syrah ou Touriga Nacional) <strong>da</strong> extensão <strong>da</strong>s necroses, a<br />

partir <strong>de</strong> sarmentos inoculados com Phaeomoniella chlamydospora, sujeitos a tratamentos com fungici<strong>da</strong>s<br />

diferentes (teste <strong>de</strong> Tuckey HSD).<br />

Casta Extensão <strong>da</strong> necrose (mm)<br />

Syrah 54,8 a<br />

Touriga Nacional 56,1 a<br />

Quadro C.8. Análise <strong>de</strong> variância para a extensão <strong>da</strong>s necroses <strong>de</strong> lançamentos <strong>da</strong>s castas Syrah e Touriga<br />

nacional, sujeitas a tratamentos com fungici<strong>da</strong>s diferentes, α=0,05.<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação SS Degr. of MS F p<br />

Entre Grupos 965015,4 1 965015,4 912,0865 0,000000<br />

Dentro do Grupo 137,9 1 137,9 0,1304 0,718288<br />

Erro 330105,5 312 1058,0<br />

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