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Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

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em que ela alcança sua plenitude e papel definitivo e adquire significação política e<br />

importância para a história moderna.<br />

Dessa forma, na sua análise sobre as revoluções modernas <strong>Arendt</strong> enfatiza o caráter<br />

inédito e singular destas, afirmando que elas pouco têm em comum com as rebeliões<br />

ocorridas na história romana ou com as lutas civis da Grécia Antiga, por exemplo, que<br />

traziam mudanças políticas significativas implicando até mesmo na substituição de uma<br />

forma de governo por outra. O que é verdadeiro para a autora alemã é que as duas grandes<br />

revoluções modernas, a saber, a americana e a francesa, são eventos políticos inéditos que nos<br />

confrontam direta e inevitavelmente com o problema do começo. Ou seja, elas significam a<br />

possibilidade de originar algo totalmente novo, possuem o poder de interromper o curso da<br />

História (ARENDT,1990, p. 17).<br />

Na concepção de <strong>Arendt</strong>, então, as revoluções francesa e americana não só<br />

significaram a possibilidade de originar algo novo, como também possuíam a brecha histórica<br />

para iniciar o processo de criação de um espaço público cujo empreendimento resultaria no<br />

aparecimento da liberdade. A idéia de liberdade, como afirma <strong>Arendt</strong>, é o verdadeiro objetivo<br />

das revoluções, a liberdade é o critério mais alto para o julgamento de constituições de novos<br />

corpos políticos (ARENDT,1990, p.23).<br />

Nesse sentido, porque a concepção arendtiana de liberdade pretende-se<br />

“revolucionária”, julgamos importante explicar o que a autora alemã entende como liberdade,<br />

que amparada no modelo da polis grega afirma:<br />

Liberdade, como fenômeno político, foi contemporânea das cidades-estados<br />

gregas. Desde Heródoto, ela foi entendida como uma forma de organização<br />

política em que os cidadãos viviam juntos em condições de não-mando, sem<br />

uma distinção entre governantes e governos (ARENDT, 1990, p. 26).<br />

O sistema nas cidades-estados gregas se constituía numa forma de organização política<br />

denominada isonomia a qual assegurava, segundo <strong>Arendt</strong>, “a igualdade porque os homens<br />

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