Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A partir de seu diagnóstico de que as categorias e conceitos tradicionais não permitiam<br />
mais compreender os fenômenos imediatos do mundo contemporâneo, <strong>Arendt</strong>, além de fazer<br />
a crítica da tradição do pensamento político ocidental, buscou analisar os acontecimentos<br />
políticos do presente tentando estabelecer distinções conceituais que lhe permitissem<br />
compreender seus significados. Desse modo, a seguir iremos nos debruçar sobre a análise do<br />
poder no interior da tradição política, bem como na definição do poder concebido por <strong>Hannah</strong><br />
<strong>Arendt</strong>.<br />
2.2 – O conceito de poder arendtiano<br />
Para estabelecer a crítica aos militantes da <strong>Nova</strong> <strong>Esquerda</strong> <strong>Arendt</strong> se valeu do peculiar<br />
conceito de poder, o qual assume um lugar de destaque em sua análise. Embora discutido em<br />
outros trabalhos, é em Sobre a <strong>Violência</strong> (1969) que encontramos de forma mais<br />
sistematizada tal conceito.<br />
Neste ensaio <strong>Arendt</strong> buscou analisar o fenômeno do poder e como este se articula com<br />
a violência no interior da tradição do pensamento político. Desse modo a autora alemã,<br />
buscando nas análises de teóricos como Max Weber, C. Wright Mills e Bertrand de Jouvenel<br />
suas concepções de poder, afirmou existir um “consenso entre os teóricos da política, da<br />
<strong>Esquerda</strong> à Direita”. Para esses autores, conforme explicação de <strong>Arendt</strong>, o poder possui<br />
relação direta com a idéia de mando e obediência, onde a violência se configura como a mais<br />
65