Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
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dos shopstewards e das greves selvagens, e a vitória de sua luta somente poderá ser atingida<br />
dentro das perspectivas comuns” (SITUACIONISTA, 2002, p. 48).<br />
Até aqui buscou-se delinear, em linhas gerais, alguns aspectos da conjuntura histórico-<br />
política do período da Guerra-Fria. Optou-se por retomar essa discussão por acharmos<br />
elementar compreender de que forma o desenvolvimento econômico sedimentou<br />
ideologicamente o modelo do chamado pluralismo político em detrimento do conjunto de<br />
práticas e reflexões que se pautavam no pensamento revolucionário, mais especificamente, no<br />
pensamento marxista, bem como no pensamento utópico.<br />
Ou seja, buscou-se compreender de que maneira a falaciosa estabilidade do<br />
capitalismo forjou ideologicamente noções que pretendiam tornar fora de propósito qualquer<br />
crítica que viesse no sentido de apontar os limites e as contradições desse sistema. Nesse<br />
contexto, destacou-se o Movimento Estudantil que, como discutimos acima, sob diversos<br />
aspectos colocou em xeque o pretenso bom funcionamento do sistema capitalista,<br />
denunciando as diversas contradições e barbáries criadas por esta forma de produção social,<br />
bem como tentou romper de várias maneiras com o consenso social pautado na ideologia<br />
liberal do pluralismo político.<br />
Exatamente pelo seu ineditismo e, sobretudo, pelas questões levantadas e práticas<br />
colocadas em curso, é que a Rebelião Estudantil adquiriu relevância histórica suficiente para<br />
ser alvo de detratores e defensores. Nesse sentido, foram muitos os historiadores, sociólogos,<br />
filósofos, entre outros intelectuais, que analisaram esse Movimento, de modo que há uma<br />
vasta bibliografia a ser consultada sobre o assunto. Todavia, iremos nos centrar na discussão<br />
empreendida por <strong>Hannah</strong> <strong>Arendt</strong> (1906-1975) sobre a Rebelião Estudantil, bem como sobre<br />
sua crítica ao papel da violência no âmbito da <strong>Nova</strong> <strong>Esquerda</strong>. Com isso, o objetivo será<br />
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