16.04.2013 Views

Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

solidariedade e promoviam a expansão do lazer consumível cada vez mais tedioso, bem como<br />

o controle policialesco cada vez maior estendido a toda vida cotidiana.<br />

Na França, como mostra Martins Filho (1996), os estudantes reivindicavam mudança<br />

nas estruturas universitárias, pois eles entendiam que a universidade era muito conservadora.<br />

Suas reivindicações englobavam, inicialmente, contratação de mais professores, construção de<br />

novas salas de aulas e bibliotecas, além da reforma no sistema de avaliação, que era muito<br />

rígido. Além disso, se posicionavam contrariamente ao regime autoritário do General De<br />

Gaulle, e contra a Guerra do Vietnã, manifestando sua solidariedade àquele país, o que<br />

reafirma o caráter antiimperialista do movimento. 13<br />

Para Henri Weber, o movimento de Maio de 68 é um movimento político e social que<br />

teve alcance nacional, porém muito diverso politicamente. Contudo, conforme este autor, o<br />

movimento se caracterizava e alcançava sua unidade pelas aspirações democráticas e<br />

libertárias:<br />

O movimento de 1968 é dirigido contra todas as formas autoritárias de<br />

poder, em todas as instituições: na escola e na universidade, é claro, mas<br />

também na família, no casamento, nas empresas, em todas as organizações e,<br />

evidentemente, na sociedade política (WEBER, 1999, p. 22).<br />

A despeito de toda a importância que possui o movimento de Maio de 68 no que se<br />

refere às suas aspirações democráticas e libertárias, cumpre ressaltar aqui alguns elementos<br />

que caracterizaram seu rápido amadurecimento e o desenvolvimento de sua prática e ação<br />

efetivamente revolucionárias: a saber, a sua capacidade de se unir ao operariado nas várias<br />

ocupações de fabricas, através da criação de Conselhos Operários, como na Nouvelle<br />

Messageries de la Presse Parisienne em Paris, na Sud Aviatio, em Nantes e na Renautl em<br />

Cléon, Klemer Colombes em Caudebec, Dresser-Dujardin em La Havre, o estaleiro naval em<br />

Le Trait e a Renault em Boulogne Billancourt. Muitos foram os estudantes que se uniram e<br />

13 Como observou Marcuse em relato aos estudantes nos EUA em 1968, o Maio Francês iniciou-se com<br />

reivindicações específicas, mas alcançou um rápido amadurecimento que proporcionou a ampliação dos<br />

objetivos de sua luta (p.64). Sobre este aspecto vale observar, ainda, as considerações de Roger Garaudy em<br />

Toda a Verdade (1985).<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!