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Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

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diversas as interpretações sobre esse movimento que marcou a década de 60 e se estendeu por<br />

boa parte do globo. 12<br />

Passando ao largo das especificidades de cada movimento estudantil, pode-se destacar<br />

como característica comum a todos o irrefreável desejo de mudança dos jovens, bem como a<br />

sua disposição para a ação e para revolucionar as relações sociais de trabalho e romper com o<br />

modelo de trabalho taylorista.<br />

Do ponto de vista político o movimento dos estudantes não se constituía em um bloco<br />

homogêneo. Seu particular era precisamente o aspecto multifacetado e eclético, o que torna<br />

difícil precisá-lo, pois se encontram numa variedade de grupos políticos autônomos, que<br />

parecem não partilhar de uma teoria social única.<br />

Sem embargo, reconhecemos como características gerais do movimento dos<br />

estudantes o caráter antiimperialista, anticapitalista e antiburocrático, influenciado pelo<br />

progresso das revoluções de emancipação nacional, pelas guerras de descolonização, pelo<br />

desmoronamento dos impérios coloniais: o britânico, o francês, o lusitano; pelas guerras<br />

contra o imperialismo norte-americano na América latina e na Ásia, além, é claro, do<br />

desenvolvimento do socialismo na China. Todos esses elementos reafirmavam a esperança da<br />

construção de uma sociedade nova, humana, justa e racional, que privilegiasse o<br />

desenvolvimento das potencialidades humanas. Com base nisso, a retórica dos estudantes era<br />

marcada pelos princípios marxistas em todos os lugares por onde o movimento passou<br />

(WEBER, 1999, p. 23).<br />

Algumas vezes as rebeliões começaram com a indignação provocada pela interferência<br />

da polícia nas universidades, como é o caso da Universidade de Madri, na Espanha, sob a<br />

ditadura do general Franco. Outras vezes a rebelião se deu como forma de chamar a atenção<br />

12 Entre os mais diversos movimentos dos Estudantes a historiografia destaca, comumente, o Maio de<br />

1968 francês. Sobre esse levante autores como Edgar Morin, Cornelius Castoriadis, Henri Lefebvre, Alain<br />

Touraine, Raymond Aron, entre outros, ofereceram diversas interpretações. Entretanto, Herbert Marcuse foi, no<br />

calor dos acontecimentos, eleito como o principal teórico do Movimento dos Estudantes de 1968, sobretudo em<br />

função da publicação de seu livro “Homem unidimensional” de 1964 (Garcia, 1999, p. 8).<br />

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