Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
power, os protestos contra a guerra, as lutas pela libertação nacional, o feminismo, bem como os movimentos culturais, constituíam novas formas de questionamentos do modelo capitalista (JACOBY, 2001, p.20). No contexto da efervescência dos movimentos de transformação social merece destaque a revolução cultural dos hippies, que de certo modo deu continuidade à cultura underground dos beatniks dos anos 50. O movimento hippie a princípio atingiu maior repercussão na Escandinávia e nos Estados Unidos, particularmente na Califórnia. Na Europa Continental (França, Alemanha, Itália) este movimento iria encontrar terreno somente a partir da década de 70. O movimento hippie se diferenciava dos outros movimentos contestatórios, pois enquanto os sindicatos, os partidos e os grupos de Esquerda em geral davam ênfase a uma perspectiva de ação coletiva para engendrar uma ação transformadora, os hippies, por outro lado, evidenciavam a necessidade de uma nova revolução cultural que passaria pela reformulação subjetiva e pessoal. Os diferentes movimentos contestatórios, cada um ao seu modo, foram capazes de revelar, através de suas linguagens específicas, o cinismo do modo de vida burguês e de fazerem a crítica às sociedades burocratizadas e hierarquizadas de forma muito criativa. Tais movimentos implicaram, sem dúvida, numa revolução cultural e política. No entanto, foram nas revoluções de libertação nacional (a cubana de 1959, a argeliana em 1962, e a Guerra do Vietnã em 1965-1975), nas guerrilhas latino-americanas, na Revolução Cultural de Mao Tse-Tung na China, que a Nova Esquerda buscou sua inspiração. Esses eventos representavam a possibilidade de alterar, concretamente, a correlação de forças a partir da união e participação do povo no enfrentamento contra o imperialismo (VALLE, 1999, p. 21). Faziam-se presentes, novamente, os conflitos ideológicos de outrora, pretensamente enterrados pelo pensamento único. 36
Com a retórica e a ação radicais a Nova Esquerda deslegitimava todo tipo de autoritarismo, conservadorismo e burocratização resultantes tanto do capitalismo como do stalinismo, e ao mesmo tempo todo esse radicalismo implicava na busca da unidade entre a teoria e a prática, para assim estabelecer uma mudança efetiva (VALLE, 1999, p.21). 37
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Com a retórica e a ação radicais a <strong>Nova</strong> <strong>Esquerda</strong> deslegitimava todo tipo de<br />
autoritarismo, conservadorismo e burocratização resultantes tanto do capitalismo como do<br />
stalinismo, e ao mesmo tempo todo esse radicalismo implicava na busca da unidade entre a<br />
teoria e a prática, para assim estabelecer uma mudança efetiva (VALLE, 1999, p.21).<br />
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