Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
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Dessa forma, o problema do emprego e da demanda efetiva seria solucionado por uma<br />
política governamental e não apenas pelas leis de mercado. Ou seja, para atingir um equilíbrio<br />
social aceitável, faz-se necessário combinar as leis de mercado às medidas de controle estatal,<br />
corrigindo, dessa forma, as “imperfeições” do laissez-faire.<br />
A revitalização do capitalismo, segundo Hobsbawm (1995), se assentou numa forma<br />
administrativa peculiar: a junção entre liberalismo econômico e democracia social, o que<br />
significa dizer que a economia de mercado encontrava, no Estado, um alento, na medida em<br />
que os gastos públicos eram arcados pelo governo. Ou seja, aos governos coube sua forte<br />
intervenção na economia assegurando aos “incluídos” as benesses do Estado de Bem-Estar,<br />
como por exemplo, a previdência social.<br />
Cumpre ressaltar que as políticas de seguridade eram dirigidas aos trabalhadores<br />
empregados na indústria, do comércio e do estado, ficando de fora do direito aos benefícios os<br />
trabalhadores agrícolas e do trabalho doméstico (KUSNIR, 1996, p 37).<br />
A bem da verdade, a ampliação dos serviços sociais, a revalorização dos salários e o<br />
pleno emprego reduziu o aspecto chocante da coexistência da miséria extrema e da opulência<br />
insolente, contudo, estáticas revelam que o esforço distributivo não abalou a hierarquia social,<br />
mas revelaram apenas a necessidade da realização de reformas, com a adesão das classes<br />
dirigentes para uma renovação inevitável, bem como mais aceitável quanto a garantia e<br />
perpetuação da sua influência numa sociedade onde os conflitos sociais fossem amenizados<br />
(DROZ e ROWLEY, 1988, p. 154).<br />
A presença do Estado na economia assegurou a política do pleno emprego, a<br />
modernização das economias atrasadas e, ainda, por meio do planejamento econômico,<br />
ajudou a desenvolver e a modernizar a economia industrial de vários países; no plano político,<br />
a consolidar o Estado de Bem-Estar Social.<br />
Enfim, com base no processo de trabalho taylorista/ fordista e na gestão política<br />
keynesiana, a economia capitalista do pós-guerra reestruturou-se amplamente, favorecendo a<br />
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