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Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

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para as bombas nucleares do que para os homens. Dessa forma, todo e qualquer agressor<br />

potencial estava sob ameaça das armas nucleares, ainda que se tratasse de um confronto<br />

convencional. Então, “os EUA viram-se comprometidos com uma posição agressiva, de<br />

mínima flexibilidade tática”, de modo que tanto a URSS quanto os EUA viram-se envolvidos<br />

com a corrida armamentista que desembocou num verdadeiro complexo industrial-militar,<br />

isto é, o crescimento cada vez maior de homens e recursos que viviam da preparação da<br />

guerra (HOBSBAWM, 1995, p. 233).<br />

Como era de se esperar, os dois complexos industrial-militares eram<br />

estimulados por seus governos a usar sua capacidade excedente para atrair e<br />

armar aliados e clientes, e ao mesmo tempo, conquistar lucrativos mercados<br />

de exportação, enquanto reservavam apenas para si os armamentos mais<br />

atualizados e, claro, suas armas nucleares (HOBSBAWM, 1995, p. 233).<br />

Enfim, por trás do tom apocalíptico da Guerra Fria, esteve presente dois sistemas<br />

antagônicos caracterizados pela confiança no valor de suas ideologias e no poder de suas<br />

armas, bem como no interesse em assegurar clientes das suas indústrias bélicas e atraírem<br />

aliados.<br />

Em meados da década de 50, porém, os povos dos países europeus caíram em si e<br />

perceberam que, em verdade, ao contrário do que alguns julgavam, estavam vivendo<br />

concretamente um momento de prosperidade, com um surto econômico que ficou conhecido<br />

como a “Era de Ouro” (1950-1970), e, parecia ter afastado a possibilidade de uma crise social.<br />

Ou seja, a década de 50 deu início a uma fase de expansão da economia mundial capitalista,<br />

na qual o capital excedente passou a ser reinvestido no comércio e na produção de<br />

mercadorias em larga escala.<br />

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