Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda
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ajuda militar a governos estrangeiros e os gastos militares diretos dos<br />
Estados Unidos no exterior – ambos os quais aumentaram constantemente<br />
entre 1950 e 1958, e novamente entre 1964 e 1973 – forneceram à economia<br />
mundial toda a liquidez de que ela precisava para se expandir. E com o<br />
governo norte-americano agindo como um banco central mundial<br />
extremamente permissivo, o comércio e a produção mundiais se expandiram,<br />
de fato, numa velocidade sem precedentes (ARRIGHI, 1996, 307).<br />
Nesse contexto, as Guerras da Coréia e do Vietnã, na década de 50, abrem caminho<br />
para o rearmamento e para a legitimação da ampliação da indústria bélica dos Estados Unidos,<br />
em favor da “urgência internacional”. Durante o período dos conflitos na Coréia e no Vietnã,<br />
o capitalismo mundial atingiu um crescimento econômico extraordinário.<br />
O período do pós Segunda Guerra se caracterizou pela expansão sem precedentes da<br />
economia mundial, baseada no aumento da produtividade do trabalho e na aceleração do<br />
crescimento de estoque de capital, o qual sedimentou a expansão material da economia<br />
mundial capitalista (ARRIGHI, 1996, p. 307-308).<br />
A insana corrida armamentista empreendida pelas duas superpotências que emergiram<br />
na Segunda Guerra Mundial acentuava o caráter de Guerra Fria, demandando um crescimento<br />
cada vez maior de homens e recursos para o preparo da guerra, que sinalizava uma destruição<br />
mútua, reservando à humanidade um futuro incerto. Desse modo, como mostra Hobsbawm<br />
(1995), “gerações inteiras se criaram à sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-<br />
se, firmemente, podiam estourar a qualquer momento, e devastar a humanidade” (1995, p .<br />
224).<br />
Diante da possibilidade da consumação do conflito bélico entre USA e URSS – ambas<br />
potências munidas de armas nucleares -, a humanidade via-se envolvida na insegurança e<br />
medo da extinção mútua. Tal impressão tinha razão de ser, uma vez que a guerra moderna<br />
(como ficou demonstrado por meio da Segunda Guerra Mundial), além de transformar<br />
absolutamente a vida dos países envolvidos, produziu indizível poder de destruição. 7<br />
7 Segundo Hobsbawm (1995), o alto poder destrutivo da guerra foi impulsionado pelo amplo<br />
desenvolvimento da tecnologia e, esta, por aquela. Isto é, a guerra ao mesmo tempo em que necessitava de alta<br />
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