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Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

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parecem necessários para delinear o pano de fundo histórico do debate que aqui<br />

introduziremos.<br />

Nesse contexto, o “fim da ideologia” aparece como o produto direto do bom<br />

funcionamento do Estado de Bem-Estado Social e do pluralismo político. Dessa maneira,<br />

acreditamos ser possível ter uma dimensão da conjuntura política, econômica e social onde<br />

está inserida a discussão que ora se apresenta, e, conseqüentemente, possibilita estabelecer um<br />

olhar mais autônomo sobre a Rebelião Estudantil, bem como sobre a análise arendtiana deste<br />

evento em particular.<br />

No segundo capítulo salientamos a análise de <strong>Arendt</strong> sobre a Rebelião Estudantil de<br />

1968, a qual é marcada pelo entusiasmo e, em seguida, pela crítica à ação dos estudantes.<br />

<strong>Arendt</strong> se entusiasmou primeiramente com a capacidade dos estudantes de se confrontarem<br />

com o poder estabelecido e por eles possuírem, com sua ação, o poder de estabelecer um novo<br />

começo, isto é, uma situação revolucionária original. Mas, no entendimento da autora alemã,<br />

esse movimento teria sucumbido, já que utilizou a violência enquanto arbítrio dos conflitos<br />

políticos com os quais se envolveu.<br />

Também neste capítulo foram ressaltadas algumas das considerações de <strong>Arendt</strong> acerca<br />

das referências teóricas dos novos militantes da oposição. Para a autora, o paradigma marxista<br />

adotado pela <strong>Nova</strong> <strong>Esquerda</strong> não dá mais conta de apreender os fenômenos do presente, pois<br />

se trata de categorias que remontam ao século XIX. Expusemos ainda a análise de <strong>Arendt</strong><br />

acerca do seu conceito de poder, o qual é definido como a capacidade de agir conjuntamente<br />

e, sendo ele assentado no consenso, necessita apenas de legitimidade.<br />

A leitura arendtiana sobre o poder e a violência pretende se distanciar da tradição<br />

moderna da ciência política, para a qual o poder político se expressa como a organização dos<br />

meios de violência, isto é, o poder se encontra relacionado, neste caso, a instrumento de<br />

dominação. Ao se recusar tratar o poder nos termos da dominação e de relacioná-lo à<br />

violência é que <strong>Arendt</strong> entende ser necessário estabelecer a separação entre poder, violência,<br />

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