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Poder e Violência: Hannah Arendt e a Nova Esquerda

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INTRODUÇÃO<br />

A relativa estabilidade alcançada pelo capitalismo durante a década de 50 nos países<br />

industrializados centrais fazia-se sentir pela expansão do sistema econômico, pela produção<br />

de bens em larga escala, consumo acentuado, altas taxas de lucros, e através do amplo<br />

desenvolvimento tecnológico.<br />

O período entre 1950-1970 caracterizou-se pela prosperidade do sistema capitalista<br />

que, através do modelo taylorista/fordista, atingiu altas taxas de crescimento econômico por<br />

habitante nos países industrializados centrais. Com base na reestruturação da economia<br />

capitalista do pós-guerra, implicando no progresso econômico, criou-se a ilusão de que o<br />

compromisso entre capital e trabalho, mediado pelo Estado, pudesse ser duradouro. Dessa<br />

ilusão decorreu o fortalecimento e a institucionalização, em alguns países da Europa, do<br />

Estado do Bem-Estar Social, assegurando, por exemplo, a previdência social e o consumo<br />

desenfreado de mercadorias. Concluiu-se adiante que a função do Estado em assegurar a<br />

política de pleno emprego e gerir o Estado de Bem-estar Social se constituía em<br />

procedimentos necessários à ampliação da acumulação do capital e à legitimidade política<br />

A “sociedade afluente” que desfrutava perspectivas de progresso material chegou<br />

mesmo a convencer muitos intelectuais, tanto da direita quanto da esquerda, de que o<br />

capitalismo e o progresso do Iluminismo tinham se tornado uma realidade e uma vez que as<br />

sociedades incorporassem suas estruturas, valores e instituições, acabariam seus problemas.<br />

Ou seja, uma vez que as sociedades se modernizassem passariam a desfrutar do<br />

desenvolvimento econômico, político e social.<br />

A revitalização do otimismo iluminista nesse período foi o resultado imediato do<br />

progresso que se seguiu ao pós-guerra, revitalização essa vista em termos de<br />

desenvolvimento econômico e do avanço da democracia, nos termos do modelo norte-<br />

americano (BRESSER-PEREIRA, 2006, p. 12).<br />

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