Clientelismo e política brasileira na educação municipal
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que mi<strong>na</strong> pela base qualquer tentativa de organização do ensino, segundo<br />
normas, regras e princípios <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.” ( ROMANELLI, 1978,p.29)<br />
ROMANELLI (2006) a<strong>na</strong>lisa que a sobrevivência desse sistema de poder, está<br />
ligada a dependência da ordem social vigente, e por outro lado, mantém relações com o<br />
conteúdo da escola existente. Tendo esse conteúdo ape<strong>na</strong>s um caráter de ilustração, tão<br />
comum <strong>na</strong>s sociedades oligárquicas, onde as bases são definidas <strong>na</strong> hipertrofia do poder<br />
local, definindo também um papel político para a escola: onde ape<strong>na</strong>s as camadas<br />
domi<strong>na</strong>ntes mantenham a sua posição.<br />
Além disso, a <strong>política</strong> de clientela, própria deste tipo de organização de<br />
poder, tende a favorecer ape<strong>na</strong>s aquela parcela da população local que<br />
autoridade dos donos do poder. a construção de escolas, sua manutenção, a<br />
nomeação de pessoas para ocupar cargos de magistério, a vinculação de<br />
verbas da esfera do poder local obedecem em muito ao grande prestígio e<br />
força dos que controlam este último.” ( ROMANELLI, 2006, p.29)<br />
É necessário compreender a evolução da estrutura de poder no Brasil,<br />
a<strong>na</strong>lisando-o desde o predomínio do poder local, até a supremacia do poder central.<br />
Percebendo que em algumas épocas estes grupos precisaram fazer concessões mútuas<br />
para garantir a gover<strong>na</strong>bildade do país e sua correlação de forças.<br />
Como se deu por exemplo, com o pacto coronelista da <strong>política</strong> dos<br />
gover<strong>na</strong>dores - e momentos em que os conflitos entre uma esfera e outra se<br />
tor<strong>na</strong>ram evidentes como <strong>na</strong> decadência da mineração. mas em quase todo o<br />
curso da história <strong>brasileira</strong>, em bases <strong>política</strong>s assentaram-se mais no poder<br />
real dos donos da terra, nos interesses do latifúndio e numa minoria<br />
arstocrática agrária”.(ROMANELLI, 2006, p.30)<br />
A instrução dada pela escola qualificava o representante do poder político local;<br />
o monopólio da cultura letrada, oferecido pela escola, era a garantia mais elevada<br />
atuação vida <strong>política</strong> e administrativa do Estado. O caráter de classe e aristocrático<br />
dessa <strong>educação</strong> concorreu para manter i<strong>na</strong>lterada a estrutura de classes, e sua relação de<br />
domi<strong>na</strong>ção, serviu também como instrumento de ascensão social para os grupos<br />
privados da propriedade da terra, mas que através dessa <strong>educação</strong> conseguiam ascender<br />
<strong>na</strong> esfera social.<br />
Uma vez que a economia não fazia exigências a escola em termos de<br />
demanda econômica de recursos humanos; que a herança cultural havia sido<br />
criada a partir da importação de modelos de pensamento, provenientes da<br />
Europa; que a estratificação social predomi<strong>na</strong>ntemente dual <strong>na</strong> época<br />
colonial, havia desti<strong>na</strong>do à escola ape<strong>na</strong>s a parte da aristocracia ociosa; que<br />
essa demanda de <strong>educação</strong>, mesmo quando engloba no seu perfil os estratos<br />
médios urbanos, procurou ter status, alimentando, além disso, um<br />
preconceito contra o trabalho que não fosse intelectual”. (GUIRALDELLI,<br />
1979, p.46)<br />
De um lado o crescimento da demanda social de <strong>educação</strong> e do outro uma<br />
demanda por recursos humanos, quebraram o equilíbrio. A evolução do modelo agrário-<br />
exportador para o urbano-industrial alterou o equilíbrio dos elementos influentes do<br />
sistema educacio<strong>na</strong>l brasileiro. O novo modelo econômico reclamava do sistema