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Clientelismo e política brasileira na educação municipal

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interior brasileiro. Sua relação histórica remonta ao período regencial brasileiro,<br />

especificamente 1831 com a instituição da Guarda Nacio<strong>na</strong>l, corporação paramilitar,<br />

que arregimentava homens livres e funcio<strong>na</strong>va como o braço armado do poder civil.<br />

Catalisava a insatisfação dos civis (proprietários rurais) com a ineficiência do Estado.<br />

Acabou reproduzindo, em grande parte, as diferenças sociais, de renda, de propriedade e<br />

prestígio. O título de coronel cabia sempre às pessoas influentes. A guarda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

tratava desde a manutenção da ordem local ao combate às rebeliões. Mesmo<br />

posteriormente, quando seu poder cedeu ante a organização do Exército e das milícias<br />

profissio<strong>na</strong>is estaduais, após a sua extinção em 1922, o título de coronel passou a ser<br />

utilizado para indicar “chefe político”.<br />

LEAL (1975) define o coronelismo como uma forma de adaptação entre o poder<br />

privado e um regime político de extensa base representativa. Enquanto, QUEIRÓZ<br />

(1976) percebe-o caracterizado por uma relação de compromisso entre ambos, tendo<br />

como conseqüência o falseamento do voto e a desorganização dos serviços públicos<br />

locais.<br />

É uma fonte específica de poder, que floresceu durante a 1ª república, e<br />

cujas raízes remontavam ao império; já então os municípios eram feudos<br />

políticos, que se transmitiam por herança, não configurada legalmente, mas<br />

que existiam de maneira informal” (LEAL, 1975,p.20)<br />

O coronelismo é uma das formas adotadas pelo mandonismo local no Brasil,<br />

assumindo algumas variações regio<strong>na</strong>is: em grande parte do Brasil e no Nordeste,<br />

entendido como coronelismo e no Rio Grande do Sul como caudilhismo. É uma<br />

afirmação do poder privado, onde uma elite é controladora do poder político, social e<br />

econômico, encar<strong>na</strong>da no proprietário rural, ocasio<strong>na</strong>lmente no burocrata, comerciante<br />

ou profissio<strong>na</strong>l liberal, no domínio familiar ou público. De acordo HOLANDA(1985)<br />

num contexto em que o eleitorado crescia de forma quase abrupta e em que se<br />

aprofundava a lentamente a diferenciação social (com a urbanização e a<br />

industrialização), o coronel passa a ter um número maior de votos confiáveis para<br />

controlar e negociar com as instâncias <strong>política</strong>s estaduais e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. O controle do<br />

coronel sobre os meios ou recursos de sobrevivência é ainda maior ; tinha a prerrogativa<br />

de indicar ou afastar ocupantes de importantes cargos federais e estaduais ( juizes,<br />

fiscais, policiais, coletores de impostos, professores, entre outros).<br />

E o que tem a <strong>educação</strong> com isso? O papel do professor <strong>na</strong> <strong>política</strong> republica<strong>na</strong><br />

será fundamental. O voto estava ligado à condição de ser “alfabetizado”, <strong>na</strong> realidade o<br />

eleitor teria que saber assi<strong>na</strong>r o seu nome. E dessa forma, <strong>na</strong> cidade e zo<strong>na</strong> rural, ensi<strong>na</strong>r

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