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Clientelismo e política brasileira na educação municipal

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dos oprimidos. Por esta razão não podemos perder a esperança de transformarmos o<br />

mundo, de alterarmos as relações sociais domi<strong>na</strong>ntes. Temos consciência do modo<br />

como se processa a hegemonia, como ela se constrói, é necessário que compreendamos<br />

os graves crimes que cometemos quando nos alijamos das decisões das construções<br />

coletivas, de assumirmos nosso papel de sujeitos no mundo.<br />

APPLE (1989) a<strong>na</strong>lisando os efeitos do atual quadro social enfrentado pelos<br />

educadores, principalmente nos países pobres, a<strong>na</strong>lisa que uma visão que percebe a<br />

realização da degradação do trabalho, acaba por aceitar, mesmo que involuntariamente<br />

o capitalismo e as desigualdades produzidas. Uma ideologia que pode nos levar ao<br />

ceticismo ou ao pessimismo a respeito das possibilidades de qualquer ação bem<br />

sucedida tanto <strong>na</strong> are<strong>na</strong> sócio-econômica quanto <strong>na</strong> escola. Ou ela pode nos fazer<br />

esperar por um evento cataclísmico que repenti<strong>na</strong>mente altere tudo, ou qualquer uma<br />

das hipóteses acaba por nos levar à i<strong>na</strong>tividade.<br />

Me parece uma enorme contradição que uma pessoa progressista, que não<br />

teme a novidade, que se sente mal com as injustiças, que se ofende com as<br />

discrimi<strong>na</strong>ções, que se bate pela decência, que luta contra a impunidade, que<br />

recusa o fatalismo cínico e imobilizante, não seja criticamente esperançosa.<br />

(FREIRE, 1996, p.81)<br />

Os educadores que insistem em acreditar <strong>na</strong> mudança, que não se deixam<br />

embriagar pelo fatalismo que permeia as unidades de ensino, também sentem<br />

dificuldades de encontrar outros caminhos, querem receitas prontas como costume de<br />

outros tempos; só que agora as receitas provaram que não funcio<strong>na</strong>m como prometiam,<br />

e o novo desafio é buscar o novo caminho, mas qual? Este é <strong>na</strong> verdade o maior dilema<br />

dos que desejam mudar. Sempre recusei os fatalismos. Prefiro a rebeldia que me<br />

confirma como gente e que jamais deixou de provar que o ser humano é maior que os<br />

mecanismos que o minimizam (FREIRE, 1996, p.130).<br />

A pressão em direção a igualdade real implica a igualdade de acesso ao<br />

saber, portanto, a distribuição igualitária de conhecimentos disponíveis.<br />

Assim, a transformação da igualdade formal em igualdade real está<br />

associada à transformação dos conteúdos formais, fixos e abstratos, em<br />

conteúdos dinâmicos e concretos. (SAVIANI, 1985, p.67)<br />

Quando se fala em perspectivas futuras o desencanto é geral. O<br />

descontentamento com as questões salariais, com a ausência de critérios claros para a<br />

progressão no quadro funcio<strong>na</strong>l, além das questões salariais a falta de perspectivas de<br />

ascensão profissio<strong>na</strong>l é fator de desmobilização. As direções das escolas mantém-se<br />

autoritárias, os diretores (as) são da confiança da administração e não da comunidade. A<br />

escola é uma obra em construção, construída e transformada pela ação dos sujeitos<br />

presentes. (PENIN, 1995, p.120)

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