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Clientelismo e política brasileira na educação municipal

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compreendido dentro do contexto de desenvolvimento da <strong>política</strong> neoliberal. Para os<br />

trabalhadores do mundo inteiro o pior em todo esse processo, é sem dúvida o<br />

desemprego, a falta de expectativas de soluções para o problema, que tor<strong>na</strong>m incertas as<br />

esperanças e a crença de um futuro tranqüilo.<br />

Os trabalhadores têm pouco controle formal sobre seu trabalho e essa<br />

centralização do controle está crescendo nos escritórios, <strong>na</strong>s lojas, <strong>na</strong>s<br />

escolas e universidades, <strong>na</strong>s fábricas e em outros locais. Benefícios de<br />

aposentadoria estão sendo elimi<strong>na</strong>dos, e outros benefícios durante<br />

conquistados estão sendo diminuídos. Embora os empregos estejam<br />

crescendo, outros empregos estão desaparecendo à medida que empresas em<br />

fuga transferem suas fábricas para áreas com uma força de trabalho menos<br />

organizada, mais barata e mais dócil. (APPLE, 1989, p.23)<br />

Se <strong>na</strong>s áreas metropolita<strong>na</strong>s mais fortes economicamente, o movimento de<br />

contestação se encontra momentaneamente desaquecido, <strong>na</strong>s cidades de interior, onde<br />

os movimentos de contestação eram fortuitos e efêmeros a situação é bem mais grave.<br />

Ampliam-se os discursos conformistas, os comportamentos acríticos, mesmo nos grupos<br />

mais politizados.<br />

A sociedade precisa de trabalhadores dóceis; as escolas através de suas<br />

relações sociais e seu currículo oculto, garantem de alguma forma a<br />

produção dessa docilidade. Trabalhadores obedientes no mercado de<br />

trabalho são espelhados no mercado de idéias da escola. (APPLE, 1989, p.<br />

83).<br />

APPLE (1989) a<strong>na</strong>lisa que <strong>na</strong> medida que as condições dos empregados do<br />

Estado tor<strong>na</strong>m-se menos seguras por causa da “crise de acumulação”, à medida<br />

que o trabalho educacio<strong>na</strong>l entrar cada vez mais <strong>na</strong>s are<strong>na</strong>s <strong>política</strong> e econômica, isso<br />

deverá aumentar a possibilidade de ação organizada autoconsciente. No caso dos<br />

municípios a organização dos professores tor<strong>na</strong>-se mais difícil pela proximidade do<br />

poder (a prefeitura / a secretaria de <strong>educação</strong>) o poder assim próximo produz uma<br />

vigilância inevitável, e uma certeza da perseguição <strong>política</strong> dos chefes políticos e cabos<br />

eleitorais. Cabo eleitoral que poder ser o diretor (a) da escola, o porteiro, a merendeira,<br />

ou um membro da comunidade que atue como os olhos e ouvidos do “moderno<br />

coronel”. Dentro desse cenário de autoritarismo e tirania em que se encontram as<br />

escolas municipais no Nordeste, a resistência muda passa a ocupar o lugar da resistência<br />

efetiva, se transformando em um artifício que disfarça o confronto; complica as<br />

discussões e tor<strong>na</strong> os relacio<strong>na</strong>mentos hipócritas; onde se cumprem as regras e se<br />

satisfaz a vigilância, mesmo com cinismo em relação a elas.<br />

É justamente a regra que permite que seja feita violência a violência e que<br />

uma outra domi<strong>na</strong>ção possa dobrar aqueles que domi<strong>na</strong>m. Em si mesmas, as<br />

regras são vazias, violentas, não fi<strong>na</strong>lizadas; elas são feitas para servir a isto<br />

ou aquilo; elas podem ser burladas ao sabor da vontade de uns e outros (...)<br />

O papel do intelectual não é mais de se colocar “um pouco <strong>na</strong> frente ou um<br />

pouco de lado para dizer a muda verdade de todos; é antes o de lutar contra

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