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Parker Blue – Bite-Me - CloudMe

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Comunidade Orkut Traduções e Digitalizações - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Esta obra foi digitalizada/traduzida pela Comunidade Traduções e Digitalizações para proporcionar,<br />

de maneira totalmente gratuita, o benefício da leitura àqueles que não podem pagar, ou ler em<br />

outras línguas. Dessa forma, a venda deste e book ou até mesmo a sua troca é totalmente<br />

condenável em qualquer circunstância.<br />

Você pode ter em seus arquivos pessoais, mas pedimos por favor que não hospede o livro em<br />

nenhum outro lugar. Caso queira ter o livro sendo disponibilizado em arquivo público, pedimos que<br />

entre em contato com a Equipe Responsável da Comunidade <strong>–</strong> tradu.digital@gmail.com<br />

Após sua leitura considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois assim você estará<br />

incentivando o autor e a publicação de novas obras.<br />

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Blog <strong>–</strong> http://tradudigital.blogspot.com/<br />

Fórum - http://tradudigital.forumeiros.com/portal.htm<br />

Twitter - http://twitter.com/tradu_digital<br />

Feito por:<br />

Carol Maia<br />

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Sinopse:<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Com apenas dezoito anos de idade, a heroína Val Shapiro obteve um trato injusto na escolha de pais.<br />

Seu pai era metade demônio Incubbus e sua mãe não a perdoa por isso.<br />

A vida depois do colégio é bastante difícil sem ter que lutar 15 rounds com seu demônio interior.<br />

Depois de ser expulsa de sua casa por sua mãe, Val põe um pé diante do outro e faz a única coisa que<br />

parece ter sentido... assassinar os vampiros que estão na cidade. Cravar uma estaca por dia,<br />

mantendo controlado o demônio. (Mas não a chame de Buffy. Isso faz com que Lola, seu demônio<br />

interior, fique irritada).<br />

Seu lado escuro faz com que a vida cotidiana seja como uma montanha‐russa, mas isso significa que é<br />

perfeita para seu trabalho noturno como caçadora. Os vampiros de San Antonio estão fora de<br />

controle e depende de Val, de seu fiel cachorro do inferno “Fang” (presas) e de seu novo<br />

companheiro, um bonito detetive de San Antonio manter os mortíferos predadores fora das ruas da<br />

cidade.<br />

Ela logo se encontra mergulhada nas profundezas da cidade, descobrindo os segredos dos demônios<br />

subterrâneos e lutando para salvar os seus entes queridos. Quer eles a amem, ou não.<br />

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Capítulo I<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

O fedor do lixo podre encheu as minhas fossas nasais enquanto procurava por todos os lugares das<br />

ruas escuras de San Antonio algo para me acalmar. Definitivamente precisava <strong>–</strong> esta era uma dessas<br />

noites em que me sentia menos que humana. Não havia nenhuma razão, realmente, exceto que<br />

amanhã era meu décimo oitavo aniversário, e esta noite, todos os outros de minha idade estavam<br />

tendo um bom momento na Festa de Boas‐Vindas, assistindo uma estúpida partida de futebol ou<br />

indo há algum baile pouco convincente.<br />

Mas não eu, não, o bicho estranho educado em casa não foi convidado. Não que eu me importe. Eles<br />

não têm idéia do que acontece na vida real, nenhuma idéia dos horrores que freqüentavam as ruas<br />

durante as noites. Horrores como eu.<br />

Um grito afogado veio de um beco escuro a minha direita. Soava promissor, por isso me aproximei<br />

para comprovar. Sem dúvidas, algum cara tinha um jovem Emo‐Punk imobilizado contra a parede de<br />

tijolos, sua cabeça enterrada no pescoço do garoto. Podia ser que eles estivessem se acariciando e se<br />

beijando, ou que um vampiro estivesse tendo um lanche noturno.<br />

Dado o medo que se via nos olhos do garoto, apostava no último. De qualquer maneira, ele iria ter<br />

um sério chupão amanhã de manhã.<br />

Aproximei‐me do vampiro e o golpeei ligeiramente no ombro. “Desculpe?”<br />

Ele se moveu rapidamente, olhando‐me chocado, com as presas brilhando na penumbra.<br />

“Procurando problemas, menina?” Ele grunhiu.<br />

Sorri abertamente. Havia passado muito tempo desde que alguém havia cometido o erro de me<br />

chamar de menina. “Na verdade, sim. Está disposto a me dar?”<br />

O menino soluçou. O cara o soltou e dei um passo para trás na pequena piscina de iluminação<br />

formada pela lâmpada. Não só para poder ver melhor, como para dar ao garoto uma oportunidade<br />

de escapar.<br />

Garoto esperto <strong>–</strong> ele percebeu, tropeçando na noite logo que o vampiro deu um passo até a luz. Alto e<br />

musculoso, com longo cabelo loiro, o vampiro vestia couro negro muito apertado. Como uma<br />

declaração de moda, era um pouco óbvio demais. Ele devia pensar que era um cara realmente mal.<br />

Ele me olhou de cima a baixo e seu lábio se curvou num sorriso de escárnio e desprezo.<br />

Com meu 1. 69m de altura pareço bastante inofensiva, com uma constituição mediana e o cabelo<br />

castanho comum que combina com a minha normal cútis azeitonada. Usando calças jeans, botas<br />

pesadas, e um colete sobre uma camisa com mangas longas, poderia ser qualquer menina o<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

suficientemente estúpida para passear pela parte perigosa da cidade às altas horas da madrugada, e<br />

sozinha.<br />

Poderia ser, mas não era.<br />

O vampiro olhava‐me ferozmente <strong>–</strong> faminto, mas cauteloso. Obviamente ele havia sido pego<br />

desprevenido, ele hesitou. Levantou uma sobrancelha de um modo depreciativo quando não me<br />

encolhi de medo. “Você pensa que poderá comigo?”<br />

Dei de ombros. “Não vejo por que não”.<br />

Ele pareceu surpreendido. “Quem é você?”<br />

<strong>Me</strong>u nome não significaria nada para ele, mas que diabos. “Val Shapiro”.<br />

“Val?” Ele zombou. “Assim como em São Valentim?”<br />

Sim. O quê? Mas tudo o que disse foi, “Morda‐me”.<br />

“Adoraria”. Ele grunhiu, suas presas brilhando brevemente na luz da lâmpada, então arremeteu<br />

contra mim numa velocidade inumana.<br />

Previsível. Esquivei‐o com a mesma velocidade. Ele passou voando, falhando por poucos centímetros.<br />

Eu o toquei na parte de trás da cabeça quando ele passou, e sorri abertamente.<br />

A primeira rodada eu ganhei.<br />

Ele tropeçou ao parar, e sua mão foi para parte de trás de sua cabeça como se não pudesse acreditar<br />

que eu o havia tocado. Virou‐se para me olhar furiosamente, completamente indignado.<br />

Desfrutando disto mais do que deveria, cortesia de meu demônio interior, coloquei uma mão no meu<br />

quadril e utilizei a outra para menear um dedo ante ele. “Tem sido um menino muito mal”. Comer<br />

meninos não era nada legal.<br />

“Mal? Você não viu nada mal ainda”, ele rosnou.<br />

Senti um formigamento na minha cabeça <strong>–</strong> ele estava tentando controlar a minha mente. Bom.<br />

Exatamente o que eu havia esperado. Agora que ele havia aberto uma linha entre nós, eu poderia ler<br />

a sua mente. Seu nome era Jason Talbert, e era um vampiro verdadeiramente mal. Mas ele não estava<br />

nem sequer perto de ter força suficiente para poder controlar‐me.<br />

Obviamente, acreditando que tinha me dominado, o vampiro se apressou até mim outra vez.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

A parte de mim mesma que eu mantinha reprimida se liberou com uma explosão de alegria, e a<br />

luxúria pelo jogo borbulhou através de meu sangue. Hora de jogar.<br />

Retesei‐me na minha posição e enfrentei sua investida com um giro rápido para a esquerda,<br />

golpeando a parte de trás da sua cabeça. O fator surpresa o desacelerou, mas só por um momento.<br />

Deixando descoberta as suas presas, tentou usar seus enormes punhos para me golpear duramente e<br />

conseguir que me rendesse, mas consegui bloquear o seu pequeno redemoinho de golpes antes que<br />

qualquer um deles pudesse me atingir. Era fácil quando a conexão mental me deixava ler as suas<br />

intenções tão claramente.<br />

Ele se deteve para cravar seus olhos em mim surpreendido, fazendo um círculo ao meu redor<br />

cautelosamente. <strong>Me</strong> haviam dito que meus olhos brilhavam com um púrpura escuro, como a cor de<br />

uma luz negra, quando o succubus dentro de mim <strong>–</strong> que eu chamo de Lola <strong>–</strong> sai para jogar. Pela<br />

expressão na sua cara, meus olhos deviam haver feito precisamente isso. “O que você é?” Exigiu<br />

saber. “Uma caçadora?”<br />

Pus meus olhos em branco. “<strong>Me</strong>u nome é Val, não Buffy. Pareço‐me com uma líder‐de‐torcida loira<br />

com gosto duvidoso para homens?”<br />

“Então o que você é?”<br />

Minha boca se torceu em um sorriso. “Simplesmente uma garota esperando fazer um pouco de<br />

serviço comunitário limpando a cidade”.<br />

Ele não respondeu, e não telegrafei sua intenção mentalmente, assim que me pegou desprevenida,<br />

quando investiu contra mim. Perdi o equilíbrio e ambos caímos em um emaranhado de pernas e<br />

braços. Brava comigo mesma por me deixar surpreender, o golpeei com a minha cabeça justo nas<br />

suas presas e me pus de pé.<br />

Bom <strong>–</strong> necessitava uma autêntica briga.<br />

Ele saltou sobre mim outra vez, mas desta vez eu estava pronta para ele. Brigamos furiosamente,<br />

Jason determinado a cravar seus dentes no meu pescoço e arrancar minha garganta, e eu decidida a<br />

detê‐lo. Infelizmente, ele gostava de lutar perto, e não conseguia ter espaço suficiente para alcançar a<br />

estaca de prata que tinha na parte de trás de minha cintura.<br />

Agarrei sua garganta e apertei, mas ele me envolveu em um apertado abraço que não me deixava ir.<br />

Ele me golpeou contra uma parede de tijolos, tentando me esmagar. Estava presa. Pior ainda, o poder<br />

que tentei tão duramente manter confinado aproveitou para alcançá‐lo através de meu campo de<br />

energia neste estreito lugar e eu pude sentir a luxúria no seu interior quando ele esfregou o seu<br />

quadril contra o meu. Pervertido.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ainda conseguia manter longe a sua saliva e seu hálito incrivelmente ruim com uma mão, minha<br />

outra mão estava presa entre nossos corpos. Ele não podia chegar até o meu pescoço, mas eu também<br />

não podia chegar até a minha estaca.<br />

Estávamos presos.<br />

Hora de jogar sujo. Lembrando que até os vampiros tem um lado sensível, dei‐lhe um chute com o<br />

joelho na virilha.<br />

Ele gritou e me soltou para agarrar a parte lesada de sua anatomia. Isso se encarregou muito bem de<br />

sua luxúria. Dei‐lhe um soco tão forte que ele voou, aterrisando sobre suas costas na calçada.<br />

Puxando rapidamente a estaca de seu esconderijo, me agachei ao seu lado e o apunhalei justo através<br />

do coração num movimento bem praticado.<br />

Seu corpo se arqueou por um momento, então ele voltou a sua posição e ficou imóvel <strong>–</strong> desta vez<br />

realmente morto.<br />

Agora que minha presa havia sido vencida e a luxúria de Lola estava saciada, pude sentir uma certa<br />

quantidade de machucados e dores que ele havia infligido ao meu corpo. No entanto, valeu a pena. E<br />

me curo rapidamente, assim que não sou propensa a senti‐los por muito tempo.<br />

Mas a adrenalina bombeou outra vez quando ouvi a porta de um carro abrir‐se rua abaixo. A luz era<br />

mais escura aqui entre as lâmpadas, mas ainda era visível e assim também era o corpo sobre o qual<br />

eu estava agachada. “Quem está aí?” Exigi.<br />

“Sou... Sou eu”.<br />

Reconheci essa voz. Brava, me levantei para olhar furiosamente a minha meia‐irmã menor. “Jennifer,<br />

o que está fazendo aqui?”<br />

Ela saiu do assento traseiro do Camry estragado, pálida. “Te disse que queria vir também”.<br />

“E eu te disse que não”.<br />

Ela deu de ombros, mostrando desafio e indiferença como só adolescentes de dezesseis anos de idade<br />

podem fazer. “É por isso que me escondi na parte traseira do carro”.<br />

Estúpida. Deveria ter revisado. Normalmente dirijo a minha motocicleta <strong>–</strong> uma completamente doce<br />

Honda Valkyrie <strong>–</strong> mas nas noites quando vou caçar, meu padrasto me deixa pegar emprestado o<br />

velho carro estragado já que tem um cômodo porta‐malas. Infelizmente, era muito fácil para minha<br />

irmã pequena entrar silenciosamente no assento traseiro e esperar lá. Obviamente.<br />

Confiava em Jen para tentar algo como isto. Havia caído no erro de lhe contar sobre minhas pequenas<br />

excursões, inclusive dando‐lhe um pouco de entretenimento acerca da forma correta de se defender<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

caso ela alguma vez se encontrasse com um dos não‐mortos. Ela tinha estado desejosa de aprender<br />

tudo o que podia, mas mamãe se excedeu quando descobriu, especialmente quando Jen voltou para<br />

casa exibindo algumas contusões.<br />

Mamãe tinha proibido Jen que falasse disso outra vez e me havia ameaçado com dano físico se<br />

voltasse a mencionar vampiros ao redor de minha irmã menor. Só o Senhor sabe o que faria mamãe<br />

se ela descobrisse isso.<br />

Jen ficou olhando fixamente o vampiro morto e fez uma careta, “Nunca havia visto um deles antes”.<br />

“Um vampiro morto?”<br />

“Qualquer homem morto”.<br />

Isso foi censura na sua voz? “Vampiro morto. Isso é o que ele é”, disse defensivamente. Mamãe estava<br />

correta <strong>–</strong> Jen era muito jovem e inocente para o mundo. Tinha que encontrar a maneira de mantê‐la<br />

longe de tudo isto. “Não estaco inocentes”.<br />

“Eu sei. Eu vi”.<br />

“Jen, idiota, não deveria ter vindo. É perigoso”. E se um fio de sua pequena e bonita cabeça ficar<br />

danificado, mamãe teria a mim em uma bandeja.<br />

“Sim, bem, nem todos podemos ser grandes e poderosos caçadores de vampiros”, disse ela. Tentou<br />

fazer soar sarcasticamente, mas saiu soando mais triste que outra coisa.<br />

Suspirei, reconhecendo o ciúme quando o via. Sabia que Jen invejava minhas habilidades <strong>–</strong> minha<br />

particularidade <strong>–</strong> com todo o anseio de uma menina que queria ser extraordinária por si mesma, mas<br />

que nenhuma vez pensou sobre o custo.<br />

Claro, era Lola, o demônio dentro de mim, que me dava vantagens que ela não tinha. Todos os meus<br />

sentidos estavam incrementados muito mais do que o normal, incluindo força, velocidade, agilidade,<br />

rápida cicatrização, e a habilidade de ler as mentes dos vampiros quando eles tentavam me controlar.<br />

Infelizmente, minha irmã menor não tinha nem uma idéia ao que se refere o custo que paguei por<br />

essas vantagens.<br />

E ela também não tinha idéia do quanto eu a invejava. Completamente humana, com a típica<br />

aparência loira dos norte‐americanos e muitos amigos, ela tinha tudo o que eu sempre quis e nunca<br />

poderia ter... verdadeira normalidade, não só na aparência. Com minha história de judia‐católica,<br />

humana‐demônio e a mistura que estava na minha herança, me sentia como um vira‐lata perto de<br />

uma exposição de cães. Minha sortuda meia irmã havia evitado a maior parte de minha confusa<br />

herança já que compartilhamos só a mesma mãe.<br />

Mas não lhe podia dizer nada disso <strong>–</strong> ela não acreditaria. “Ajude‐me a colocar o corpo no porta‐<br />

malas”, lhe disse secamente.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Normalmente tinha que fazer essa parte sozinha, mais por que não me aproveitar da presença de Jen?<br />

Além disso, participar da parte suja do negócio poderia acabar com o seu desejo para sempre. Puxei a<br />

maçaneta do porta‐malas e o abri.<br />

Ela hesitou. “Pensei...”<br />

Quando ela parou de repente, disse, “Você pensou o quê? Que ele se converteria numa pequena pilha<br />

de pó?”<br />

Ela deu de ombros. “Sim, eu acho”.<br />

“Desejaria que fosse tão fácil” Fiquei com pena dela. “E ele virará pó muito em breve <strong>–</strong> quando a luz<br />

do sol sair. Tranqüilize‐se, me assegurarei de transformar seu traseiro em cinzas”.<br />

Jen fez uma careta, mas não ia deixá‐la ir tão facilmente. Havia sido sua decisão me seguir <strong>–</strong> ela tinha<br />

que pagar o preço. Agarrei os pés do vampiro. “Segura sua cabeça”.<br />

Ela se abaixou olhando para as presas de Jason e o pouquinho de sangue que havia em torno da<br />

estaca em seu coração e ficou um pouco verde. “Você não pode simplesmente deixá‐lo no beco?”<br />

Poderia, mas então Jen não aprenderia a sua lição.<br />

Bem, demônios, soei como mamãe agora. Brava comigo mesma, estalei, “Não podemos simplesmente<br />

deixá‐lo aqui atirado para que alguém tropece nele. Qual é o problema? É demais para você?”<br />

Ela deu de ombros, tentando parecer indiferente. “Não, acabei de pensar que papai poderia não<br />

gostar se você deixar sangue em seu porta‐malas”.<br />

“Ele já está acostumado. Além disso, o sangue se desintegrará junto com o resto do corpo quando a<br />

luz do sol sair”.<br />

Jen tragou saliva, mas tenho que lhe dar algum crédito <strong>–</strong> ela não se acovardou na minha frente. Havia<br />

esperado que vomitasse pelo menos, mas ela recolheu seus ombros e metemos o corpo no porta‐<br />

malas.<br />

Jen enxugou as mãos em sua calça jeans e cravou ansiosamente os olhos nele. “Está realmente<br />

morto?”<br />

“Em sua maior parte”, disse, e então sorri abertamente para mim mesma quando Jen retrocedeu um<br />

passo. No entanto existia a remota possibilidade que Jason se curasse caso a estaca fosse removida de<br />

seu coração. Mas para que isso ocorresse, seus amigos teria que resgatá‐lo antes do amanhecer, cuidá‐<br />

lo cuidadosamente durante meses e alimentá‐lo com lotes de sangue. Nem em sonhos.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dei de ombros. “Mas o sol da manhã se encarregará disso”. Fechei o porta‐malas.<br />

Assim que eu o fechei, os faróis dianteiros de um carro me cegaram e uma intensa luz vermelha<br />

iluminou a rua.<br />

“É um policial”, disse Jen em pânico.<br />

Nada bom. Mas não tinha que ser ruim, também. “Relaxa. <strong>Me</strong> deixa lidar com isso”.<br />

O policial vestido como um civil saiu do carro. “Boa noite, senhoritas”, disse ele, obviamente<br />

tentando soar amistoso, no entanto saiu mais cauteloso e desconfiado.<br />

“Boa noite”, respondi.<br />

Ele podia estar só na metade dos vinte, mas estava nesse estado de alerta que correspondia a um<br />

profissional experiente. Enganchou o polegar de sua mão direita em seu cinto, o que facilitaria sacar<br />

sua arma que estava debaixo do seu braço esquerdo.<br />

A medida que ele se aproximava, podia distinguir suas feições. Ele media cerca de 1,82m, com o<br />

cabelo castanho curto, um nariz reto, e um corpo bastante sólido. Completamente quente. Inclusive<br />

poderia ter estado interessada nele se fosse um pouco mais jovem e não tivesse essa atitude suspeita.<br />

Lola estava de acordo, perguntando‐se como seria cativá‐lo, deixá‐lo preocupado e confuso,<br />

alimentar‐se de toda essa energia preciosa. Esse era o problema em ser parte demônio de luxúria <strong>–</strong><br />

desde que comecei a notar os garotos, Lola havia estado à espreita, instando‐me a abordá‐los,<br />

querendo obrigá‐los a nos adorar e absorver toda a sua energia.<br />

Havia cedido uma vez, e o pobre garoto quase morreu. Mas não desta vez. Não outra vez. Fiz<br />

retroceder o desejo, o qual foi bastante fácil já que acabará de satisfazer a luxúria matando o vampiro.<br />

“O que vocês estão fazendo aqui?” Ele nos perguntou.<br />

“Desculpe, Oficial...?”<br />

“Sullivan. Detetive Sullivan”. Ele me mostrou seu distintivo de polícia.<br />

Sorri, tentando parecer tímida. “Minha irmãzinha fugiu de casa para se encontrar com seu namorado,<br />

e eu estava precisamente levando‐a de volta para casa antes que mamãe descubra”.<br />

“Nesta parte da cidade?”<br />

“Sim, bem, ela não tem muito juízo. Por isso que teve que fugir”.<br />

Jen me deu uma olhada suja, mas foi o suficientemente inteligente para não abrir a boca.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele não parecia convencido.“Tem alguma identificação?”<br />

“Claro <strong>–</strong> no carro”. Gesticulei até o veículo para pedir permissão e ele assentiu com a cabeça.<br />

Mudando de posição para que pudesse nos observar, ele pediu a Jen sua identificação.<br />

Procurei na minha mochila e dei ao detetive minha permissão para dirigir junto com o registro de<br />

Rick.<br />

Ele nos percorreu com uma olhada. “Seus sobrenomes são diferentes”.<br />

“Sim <strong>–</strong> somos meias irmãs. A mesma mãe, pai diferente. Temos o mesmo endereço, vê?”<br />

Ele assentiu com a cabeça e levou ambas as identificações de volta para o carro para falar com alguém<br />

pelo rádio.<br />

“OhporDeus”, disse Jen num sussurro rouco. “O que ocorre se ele descobrir que tem um corpo no<br />

porta‐malas? Iremos para a prisão. Mamãe e papai ficaram tão aborrecidos”.<br />

“Só relaxa. Tudo deve estar correto, assim que não há razão para que ele queira olhar”.<br />

Sullivan terminou de falar pelo rádio e então nos devolveu nossas identificações.<br />

“Podemos ir agora?” Perguntei com um sorriso. “Gostaria de levar Jen para casa antes que mamãe<br />

descubra o que ela fez”.<br />

“Claro”, ele disse respondendo com um sorriso. “Assim que me digam o que tem no porta‐malas”.<br />

Oh, diabos. Estávamos ferradas.<br />

“Nada”, disse Jen precipitadamente, a palavra terminando em um gritinho quando ela retrocedeu até<br />

o porta‐malas e estirou seus braços para protegê‐lo. “Simplesmente, você sabe, lixo e coisas. Nada<br />

ruim”.<br />

Oh, ótimo. Como se isso não soasse culpado.<br />

Ainda casual, ele perguntou, “Se importaria em abri‐lo para mim?”<br />

Sim, me importaria. Muito. Depressa, examinei mentalmente minhas opções. Não podia desfazer‐me<br />

dele <strong>–</strong> não machuco inocentes. Além disso, ele havia perguntado por nossos nomes, assim que sabiam<br />

que fomos as últimas que o viu. Ir não era uma opção, também <strong>–</strong> ele sabia quem éramos e onde<br />

vivíamos.<br />

Você poderia tomar o controle dele, poderia obrigá‐lo a te deixa ir, uma pequena voz interior me sussurrou.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Que o céu me ajude, por um momento, fiquei tentada. Mas não podia fazer isso. Não podia me<br />

aproveitar dos humanos desta forma. Havia prometido a meus pais <strong>–</strong> e a mim mesma <strong>–</strong> que nunca<br />

faria de novo.<br />

Minha única opção era fazer o que ele pedia e esperar que me desse tempo de explicar. Maldição. Isto<br />

não estava saindo como eu planejei.<br />

Amavelmente, me movi para o lado de Jen, puxei a maçaneta do porta‐malas, e me preparei para o<br />

pior.<br />

Ele puxou a tampa e ficou olhando fixamente para dentro. Ele nem sequer retrocedeu. Deus, este<br />

homem era feito de pedra? Inexpressivo, ele nos perguntou, “Vampiro?”<br />

Isto não era real. Relaxei um pouco, esperando ser capaz de poder sair disto sem me meter em um<br />

problema maior. “Uh, sim. As presas ensangüentadas são a prova”.<br />

Ele me deu uma olhada. O tipo que dizia que eu não estava fora de problema algum e que não<br />

apreciava os comentários inteligentes. “Por que o estacaram?”<br />

“Por que?” Ele estava olhando fixamente a um morto não‐morto e ele queria saber o por quê?<br />

Jen respondeu, “Por que ele estava bebendo sangue de um cara”, Ela mudou de posição<br />

nervosamente, “Eu o vi”.<br />

O policial assentiu. “Sim, também vi”.<br />

Olhei‐o boquiaberta. “O viu?”<br />

“Sim, acabava de pedir reforços quando você dançou até ele e o golpeou ligeiramente no ombro”.<br />

Diabos <strong>–</strong> havia estado tão em volta de mim mesma que não havia notado o carro sem identificação.<br />

Nota para mim mesma: Presta atenção!<br />

“E não ofereceu ajuda?”<br />

Ele deu de ombros. “Pensei sobre isso. Parecia que você não precisava”.<br />

Certo, mas suas palavras anteriores regressaram para a minha mente. “Reforço?” Repeti. “Desde<br />

quando os policiais sabem que existem vampiros?”<br />

Ele deu a Jen uma olhada cautelosa. “Por que não vai sentar no carro?”<br />

Ela pareceu enojada, mas fez o que ele disse, e nós nos afastamos ligeiramente do carro enquanto ele<br />

abaixava a voz. “A Unidade de Crimes Especiais sabem há muito tempo”.<br />

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“Crimes especiais?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sim, você sabe... sobrenaturais, paranormais, estranhos. Mas a política do Departamento de Polícia<br />

de San Antonio é que estas coisas não existem. Ao menos não oficialmente. Não tem sentido fazer<br />

com que a população entre em pânico. Por isso que temos a UCE”.<br />

“Você faz parte desta Unidade de Crimes Especiais?”<br />

Ele assentiu com a cabeça. “Mas não sou estúpido o suficiente para arremessar‐me contra um desses<br />

tipos sozinho”. Ele me deu uma olhada penetrante. “Mas você não parecia ter nenhum tipo de<br />

problema. O que é isso?”<br />

Dei de ombros, não estando disposta a lhe dizer que era em parte demônio, só se por acaso ele<br />

pudesse me considerar o suficientemente especial para merecer a atenção da UCE. Tinha suficientes<br />

problemas sem isso. “<strong>Me</strong> mantenho em forma, como meus cereais.”<br />

Seus olhos se estreitaram. “Deixa de brincadeiras, como você fez?”<br />

“Com habilidade natural e um montão de treinamento”. Quando ele pareceu cético, suspirei. “Tem<br />

importância? Há um parasita chupa sangue a menos aqui fora. Um monstro a menos para se<br />

preocupem”.<br />

“Assim que não foi simplesmente um golpe de sorte, um sortudo assassinato?”<br />

“Tenho um montão de sorte”.<br />

“Olha, não importa, como o faz, mas talvez poderia comparti...”<br />

Uma ambulância passou justamente neste momento, com suas luzes brilhando intermitentemente.<br />

Deteve‐se diante do carro de polícia. Movi‐me para fechar a tampa do porta‐malas, mas Sullivan me<br />

deteve. “Está bem”, disse. “É a van de recolhimento da UCE. Se encarregaram dele.”<br />

O pessoal da van nos deu, a Jen e a mim, curiosas olhadas, mas deviam ser treinados para manterem<br />

suas bocas fechadas, por que não disseram uma só palavra, simplesmente pegaram o corpo e foram<br />

embora.<br />

Por curiosidade eu perguntei, “Para onde o estão levando?”<br />

“Para um necrotério especial projetado para esta finalidade”.<br />

“Sério? Eu simplesmente deixo que o sol se encarregue.”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele conteve um sorriso. “O necrotério tem uma clarabóia, mas a UCE gosta de documentar essas<br />

coisas primeiro. Além disso, seria um pouco bagunçado simplesmente deixá‐los espalhado pela rua”.<br />

Seus olhos se desviaram até o meu carro. “Ou no porta‐malas”.<br />

“Sim, bem, não quis deixá‐lo na rua, e não tenho uma luxuosa ambulância a minha disposição”.<br />

“Faz isso muito, não?”<br />

“Não, não realmente”. Só quando o succubus que faz parte de mim ameaça sair fora do controle.<br />

Quando Lola sente desejos de sair, ela pode ser aliviada canalizando essa energia na matança de um<br />

vampiro. Por algum tempo, de qualquer forma.<br />

Ele cravou seus olhos em mim por um momento. “Se alguma vez quiser compartilhar alguns dos teus<br />

segredos, é só me chamar”. Ele me deu um cartão de visitas.<br />

Não ia acontecer. Não precisava de qualquer outro sabendo do demônio dentro de mim. Mas para<br />

desfazer‐me dele, coloquei o cartão no bolsinho do meu colete e disse, “farei isso”.<br />

“De acordo, já podem ir”.<br />

Dirigi até em casa, preocupada por quão tarde já era. Tinha que colocar a Jen na cama antes que<br />

nossos pais descobrissem o seu desaparecimento. Mas justamente quando saiamos do carro, mamãe e<br />

Rick saíram da casa.<br />

Maldição <strong>–</strong> exatamente o que eu precisava. Gemi e Jen ficou tão branca como um vampiro.<br />

Já estávamos aqui. Resignada, virei para eles, Jen retrocedeu, tentando esconder‐se nas sombras da<br />

garagem.<br />

Não funcionou.<br />

“Pare aí mesmo, senhorita”, ordenou mamãe. Parecendo em parte preocupada, em parte com raiva,<br />

ela se apressou até a calçada. Jen parecia um clone de sua mãe e seu pai <strong>–</strong> os três Andersons eram<br />

ossudos, loiros e bonitos. As pessoas sempre se surpreendiam quando não podiam ver nenhum traço<br />

de minha bonita mãe em meu rosto. Evidentemente, os fortes genes do demônio haviam dominado<br />

os loiros de minha mãe.<br />

“Onde você estava?” Mamãe perguntou a Jen. “Quando não te encontramos em tua cama, nos<br />

preocupamos muito”.<br />

“Estava ajudando a Val”, disse Jen em um tom que foi meio mal‐humorado e meio orgulhoso. “Nós<br />

estacamos um vampiro”.<br />

Nós? Sim, claro.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

A fúria se via no rosto de mamãe quando ela se voltou para mim. “Como se atreve a levá‐la contigo!”<br />

Whoa... Muito intenso? “Não fiz”, disse, odiando o quão defensiva soei. “Ela se escondeu no carro”.<br />

“Ela não me deixaria ir” Jen resmungou com mal‐humor.<br />

“Sharon...” <strong>Me</strong>u padrasto começou.<br />

Mas mamãe não estava perto de ficar aliviada ou calma. Ela se voltou para Jen. “Vá para o teu quarto,<br />

jovenzinha. Falaremos contigo mais tarde. Preciso falar com a Val. A sós”.<br />

Jen se mostrou teimosa, mas seu pai acenou severamente para a porta principal e disse, “Vai, agora”.<br />

Jen foi, mas expressou toda a sua indignação e sua relutância em cada lento movimento de seu corpo.<br />

Sabia como se sentia, mas agora mesmo, desejei poder ir para o meu quarto e pular toda esta cena.<br />

Antes que mamãe pudesse repetir a sua ordem, disse serenamente. “Ela me incomodou para ir<br />

comigo mais eu disse que não. Não sabia que ela estava escondida na parte traseira do carro. Vocês<br />

sabem como ela é”. Ela sempre foi uma pequena diabinha caprichosa.<br />

“Você deveria ter sabido” disse mamãe, seus olhos transmitindo raiva. “Colocou‐a em perigo”.<br />

Bom, ela tinha um bom ponto. Deveria ter revisado. Talvez. Mas o resto estava todo mal. Desde<br />

quando eu era responsável pelas idiotices de Jen? Recorri com uma olhada para meu padrasto, Rick,<br />

em busca de ajuda, mas me encontrei com uma expressão impassível. Aparentemente, ele havia<br />

decidido manter‐se fora da briga. Como sempre. <strong>Me</strong>smo que ele tivesse me criado como se fosse sua<br />

filha, ele deixava mamãe tomar todas as decisões quando se tratava de mim. Algumas vezes ele dava<br />

a cara por mim, mas não parecia que hoje fosse ser um desses dias.<br />

“Não a coloquei em perigo” disse incômoda. “Ela fez isso por sua conta. Além disso, ela permaneceu<br />

no carro todo o tempo”.<br />

“Isso não é suficiente”, mamãe insistiu. “Te disse antes que não a queria envolvida em qualquer coisa<br />

como esta”.<br />

Um pouco brava agora, perguntei. “Por quê? Acham que eu sou uma má influência?”<br />

“Não, mais...”<br />

“Bom, se eu sou, vocês me ajudaram a ser assim”.<br />

Mamãe suspirou e visivelmente acalmou a si mesma. Haveria valido o esforço se não suspeitasse que<br />

ela só queria me tranqüilizar e se assegurar de que o grande demônio mal não saísse.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“São três da manhã” disse. “Realmente precisamos fazer isso agora?” A noite nas ruas escuras de San<br />

Antonio era meu território. Minha família pertencia a brilhante luz do dia. <strong>Me</strong>sclar os dois me<br />

deixava incômoda.<br />

“Sim, agora”, mamãe insistiu. Ela fez uma pausa, como se estivesse buscando as palavras corretas.<br />

“Para você, caçar vampiros é necessário. Para manter controlada... essa tua parte”.<br />

“O demônio?” Mamãe nunca diria, como se pensasse que ao não dizê‐lo em voz alta fosse<br />

desaparecer de alguma forma. Infelizmente, era uma parte irrevogável de mim.<br />

“Sim”, disse Rick. “O succubus”.<br />

<strong>Me</strong>u padrasto não tinha medo de dizê‐lo. E felizmente, ele compreendia e respeitava Lola. Ele era<br />

cuidadoso em não deixar que nossos campos de energia se tocassem, graças a Deus. Isso seria<br />

simplesmente... mal.<br />

Mas ele era quem me havia ajudado a compreender que senão quisesse terminar demente e com<br />

tendências suicidas como meu pai, teria que ceder ante o demônio dentro de mim ocasionalmente,<br />

não combatê‐lo. Felizmente, a luxúria da caçada normalmente a satisfazia o suficiente para manter o<br />

outro tipo de luxúria longe de explodir e quebrar as vontades dos homens.<br />

Infelizmente, mesmo que só um oitavo de minha ascendência era demônio, tomava todos os outros<br />

seis oitavos para mim controlá‐lo. Era isso que eles estavam preocupados? Tentando ser paciente,<br />

lhes disse, “Vocês me ensinaram como mantê‐lo controlado. Agora que ele deseja sair a cada certo<br />

tempo, posso controlá‐lo. Nunca machucaria a Jen”.<br />

“Não fisicamente”, disse mamãe. “Não deliberadamente”. E seu rosto estava desenhado com linhas<br />

teimosas que eu conhecia muito bem. Mamãe tinha mais para dizer e não ia deter‐se até que ela<br />

tivesse expulsado tudo isto.<br />

“O que está dizendo?” Perguntei exasperada. “Que minha irmã menor deveria ter medo de mim?”<br />

“Tua meia irmã”, disse mamãe. “Ela não tem a mesma... maldição que você”.<br />

Como se precisasse de que me recordassem. “Eu sei. Ninguém tem”. Aparentemente, eu era a única.<br />

Sortuda.<br />

Os olhos de mamãe evitaram me olhar acusadoramente. “Infelizmente, ela te admira, quer ser<br />

exatamente como você”.<br />

“Sim, bem, ela obviamente não é muito brilhante”.<br />

Mamãe negou com a cabeça. “Sabia que era um erro deixar que tua irmã crescesse sabendo o quão<br />

diferente eram vocês duas”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Sim, claro. Como se ela não acabasse descobrindo. “Vamos, mamãe. Jen não é tão estúpida <strong>–</strong> ela sabe<br />

que não pode ser como eu”. Embora a obsessão de Jen ultimamente a tinha feito encontrar tudo sobre<br />

vampiros que ela pudesse, com a teoria de que ela me ajudaria me dando toda a informação que ela<br />

conseguisse coletar.<br />

“Sim, mas ela é jovem e impulsiva. Nessa idade, todos pensam que são invencíveis”.<br />

Sem mencionar que ela pensava que poderia ajudar a salvar o mundo me ajudando. Não era<br />

lisonjeiro, era incômodo, sobre tudo quando não fiz nada para promovê‐lo, sabendo o quanto isso<br />

incomodava mamãe. “Bem, é por isso que não a deixarei me seguir”.<br />

“Não, isso não funcionará. Você mesma disse <strong>–</strong> ela encontrará a maneira de fazê‐lo de qualquer<br />

forma, e nesse momento ela se machucará”.<br />

Por que mamãe estava sendo tão irracional? “Protegerei‐a”. E então chutarei seu traseiro por me<br />

seguir.<br />

“Não pode protegê‐la e fazer... seu trabalho ao mesmo tempo. Temos que nos assegurar que ela não<br />

vá contigo”.<br />

“Bem. Não a quero perto de qualquer forma, mais como vou impedi‐la de ir atrás de mim? Esse é seu<br />

trabalho, não?”<br />

Havia falado isso para incomodá‐la, mas fiquei surpreendida quando mamãe aspirou profundamente<br />

e disse. “Sim, é. É por isso que tomamos uma decisão”.<br />

Uh‐oh. Por que tive o pressentimento de repente de que não iria gostar disso? “Que decisão?”<br />

“Pelo bem de Jen, seria melhor que você se mudasse”.<br />

“Como ajudaria? Ela ainda me veria na livraria”.<br />

Na cara de mamãe apareceu mais linhas teimosas. “Nós gostaríamos que encontrasse outro trabalho,<br />

também”.<br />

<strong>Me</strong>u rosto repentinamente ficou frio como o gelo, como se alguém acabasse de jogar água gelada em<br />

mim. Então o calor chegou aos montões e repugnância o seguiu de muito perto. Dei uma olhada para<br />

Rick. Ele era normalmente quem me ajudava, mais desta vez, sua expressão mostrava que ele estava<br />

do lado de sua esposa. “Estão me despedindo?” Perguntei incrédula. Como podem fazer isso? Nunca<br />

havia sequer imaginado a possibilidade de não trabalhar na livraria da família, Nova Era.<br />

Não, isso não estava exatamente certo. Inconscientemente, havia estado esperando por isso toda a<br />

minha vida, sabendo que não era como o resto deles, sabendo que isso não poderia passar, sabendo<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

que eles um dia me rechaçariam por isso. Aparentemente, esse dia era hoje. <strong>Me</strong>us dezoito anos. Feliz<br />

fodido aniversário, Val.<br />

“Oh, entendo” disse ferozmente, minha voz soando grossa por causa do enorme nó na minha<br />

garganta. “Vocês estão me chutando para fora da família”.<br />

“Não fora da família”, disse mamãe. “Simplesmente do negócio. Só por um tempo. Se Jen não te vê<br />

ao redor por algum tempo, talvez ela perca as esperanças acerca desta doentia obsessão, ou a perderá<br />

quando amadurecer”.<br />

Neguei com a cabeça silenciosamente, com medo de deixar sair minhas emoções, assustada de deixar<br />

sair o demônio.<br />

“Isso é importante”, insistiu mamãe. “Esta é a única maneira de protegê‐la”.<br />

“Jogando‐me para longe?” Grunhi. Como podiam fazer isso comigo?<br />

“Não estamos te jogando em parte alguma”, disse Rick. “Nós te amamos”.<br />

Sim, claro. <strong>Me</strong> amavam, mas só certas partes de mim <strong>–</strong> as partes humanas. O pedacinho de mim que<br />

era um demônio eles não gostavam. Nem entendiam. Infelizmente, não podia arrancar esse<br />

pedacinho... ou detê‐lo de manter o controle sobre as minhas emoções. Havia tentando. Oh, sim que<br />

havia tentado.<br />

Eu estava cansada de ser obrigada a me sentir menos que humana por algo que não poderia mudar.<br />

Negando com a cabeça e tentando manter em segredo a minha dor e meu medo, sabia que não havia<br />

nada que eu pudesse dizer. Dei as costas aos rostos que me julgavam e caminhei para longe.<br />

“Val, espera”, mamãe me chamava “te ajudaremos...”<br />

Maldição, não. Ignorando‐a, meio caminhei, meio corri até a moto que havia deixado esperando na<br />

valeta. Mamãe disse algo mais, mas não escutei. Estava muito ocupada colocando o capacete, ligando<br />

o motor da Honda Valkyrie, e indo embora dali como se os demônios do inferno estivessem nos<br />

meus calcanhares.<br />

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Capítulo II<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

A fúria do demônio crepitou em meu sangue, fazendo‐me querer tirar tudo fora da minha mente com<br />

um rápido e selvagem passeio. No entanto, a parte humana de mim se sentia desconsolada,<br />

decepcionada... desolada. Pela primeira vez, minhas emoções humanas superaram as demoníacas, e<br />

reduzi a velocidade. Exatamente o que eu precisava agora era ser detida por esse policial suspeito...<br />

ou algum outro policial, por causa da velocidade. Sem saber para onde ir, fui para o meu lugar<br />

favorito <strong>–</strong> River Walk, no centro.<br />

Nestas horas da madrugada, antes da saída do sol, o River Walk estava livre dos turistas que<br />

normalmente lotavam seus bancos. Vinte metros debaixo do nível da rua, o encanto pitoresco dos<br />

cafés quase ocultos pelas árvores na calçada, as pontes arqueadas de pedra, e o rio que fluía<br />

lentamente em direção a um lugar tranqüilo e sereno.<br />

Era o coração de San Antonio, e eu amava a cidade inteira. A arquitetura colonial espanhola<br />

combinava em partes com um pouco da arquitetura alemã do século dezenove, dando a sensação de<br />

uma cidade rica em história, um grande ambiente para as coloridas celebrações da cidade. Mas agora<br />

mesmo, a estas horas da noite, estava tudo cinza... concordando com meu estado ânimo.<br />

Estacionei meu Valkyrie longe da área turística, fui andando até os bancos do rio, que eram feitos de<br />

concreto, e me sentei para observar a corrente de água.<br />

Sem lugar a dúvidas, estava completamente fodida. Sem lugar onde viver, sem trabalho, com muito<br />

pouco dinheiro. <strong>Me</strong>us lábios se torceram em um sorriso amargo. Tinha um pouco guardado para ir<br />

para a universidade. Era como se isso não fosse acontecer tão cedo.<br />

Esfreguei meus olhos úmidos com uma mistura de agitadas emoções em meu interior. Não sabia o<br />

que odiava mais agora mesmo <strong>–</strong> se a parte demoníaca de mim que havia causado este problema, ou a<br />

parte humana que me fazia sentir tão condenadamente fraca neste momento.<br />

Não importava <strong>–</strong> o fato era que acabara de perder a minha família. Sentia como se algo vital<br />

simplesmente tivesse sido arrancado do meu peito. Deus, o que eu faria sem eles? Eles eram o que me<br />

conectava a uma vida normal, os únicos que me mantinham unida em meu mundo conduzido por<br />

um demônio. Poderia sobreviver sem isso que me relacionava a uma vida normal?<br />

Isto não seria um problema se eu tivesse amigos. Mas quando era menor, mamãe e Rick haviam<br />

temido que as pessoas notassem meu lado estranho. Não tinham nem idéia até então de quando o<br />

demônio se manifestaria pela primeira vez. Para evitar as inevitáveis perguntas, me mantiveram<br />

longe do colégio público, ensinando‐me em casa e mantendo‐me a uma distância segura das outras<br />

crianças. Então depois, não parecia importante eu fazer amigos. Não próximos, pelo menos. Explicar‐<br />

lhes a parte demoníaca dentro de mim não era uma opção. Assim que agora, estava completamente<br />

sozinha.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Contive um soluço. Bem, fodam‐se. Eles não tinham a única livraria da cidade. Poderia encontrar<br />

outro trabalho, um lugar para viver, inclusive amigos, maldita seja. Não precisava deles.<br />

<strong>Me</strong>u olho pegou um movimento e girei meu olhar para ver um pequeno cachorro se aproximando<br />

cautelosamente. Era uma mistura de algum tipo de terrier, ele tinha seu pêlo curto e esticado,<br />

ondulado, com longas pernas finas, um rabo enrolado em um “C” sobre suas costas e a pelagem era<br />

de cor clara ‐ a cor exata da trêmula luz da lua.<br />

Congelei‐me. Isto não era normal. Cachorros, gatos e outros animais normalmente fugiam do<br />

demônio que detectavam em mim. Embora sempre quis um cachorro que fosse meu, era bastante<br />

inútil manter um mascote que estivesse aterrorizado comigo.<br />

Ele deveria estar desesperado se era o suficientemente valente para se aproximar de mim. Estava com<br />

fome?<br />

Enxagüei a umidade dos meus olhos e coloquei a minha mão, com a palma para cima, no chão.<br />

Falando suavemente, disse‐lhe, “Está bem. Não te machucarei”. Podia aceitar um pouquinho de<br />

carinho por aqui agora.<br />

O cachorro, com sua cabeça abaixada, me olhou como se não estivesse seguro mais avançou<br />

lentamente para mais perto, de qualquer forma. Desejei ter um pouco de comida para atraí‐lo até o<br />

meu colo. “Está bem”, disse‐lhe, com um tom consolador.<br />

Um repentino formigamento na minha mente me fez saltar. Havia um vampiro em alguma parte<br />

perto daqui? No entanto, quando o formigamento desapareceu, eu descartei. Deve ser minha<br />

imaginação <strong>–</strong> um vampiro não se entregaria tão facilmente.<br />

Dando‐me conta que o cachorro havia se afastado assustado, tentei persuadi‐lo outra vez com rogo.<br />

O cachorro avançou arrastando‐se para mais perto para cheirar a minha mão e o formigamento<br />

voltou. Não era a minha imaginação. Alguém estava tentando me encantar, fazendo‐me sentir a salvo<br />

e segura. Quem? A presença em minha mente era masculina. Quem quer que fosse, era muito<br />

confiado. Ele obviamente pensava que eu era uma turista, uma comida fácil. Por um momento, fiquei<br />

quieta, desejando que o asqueroso não‐morto pensasse que sua idéia de controlar a minha mente<br />

estava funcionando.<br />

Quando o cachorro lambeu a minha mão, meu coração se derreteu. Tentando não sobressaltá‐lo,<br />

acaricie a cabeça do terrier me perguntado como poderia me encarregar rapidamente do vampiro<br />

sem assustar o cachorro. Infelizmente, eu estupidamente havia deixado as minhas estacas na<br />

motocicleta.<br />

Por que não me havia atacado, então? Talvez ele estava sendo cauteloso, assegurando‐se de que<br />

ninguém mais estivesse por perto. Dei uma olhada até as escuras árvores mais além do caminho junto<br />

ao muro de pedra, buscando armas em potencial. Com um pouco de sorte, haveria alguns ramos<br />

caídos ali. Talvez inclusive poderia fazê‐lo o suficientemente rápido.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

O terrier repentinamente levantou sua cabeça e cheirou o ar. Seus olhos brilharam púrpuras, então ele<br />

grunhiu, deixando descoberto seus dentes surpreendentemente grandes e afiados, e ele correu para<br />

encontrar‐se com a forma que se aproximava na escuridão.<br />

A impressão se propagou rapidamente através de mim, deixando‐me imóvel por um momento. O<br />

cachorro infalivelmente correu até o meio das pernas do vampiro e se agarrou fortemente a suas<br />

partes sensíveis. O vampiro gritou, tentando desesperadamente tirar de cima o cachorro.<br />

Afogando uma risada histérica, corri até as árvores mais perto e arranquei de um puxão um pequeno<br />

ramo, então me joguei até o vampiro e o estaquei em seu coração. Ele balbuciou algo em sua<br />

incredulidade, e logo caiu no chão, sem vida.<br />

Bem, isso foi interessante.<br />

Estudei o vampiro. Vestindo calças jeans e uma camiseta do “Grateful Dead”, ele parecia realmente<br />

pouco interessante, exceto pelas espinhas que cobriam a sua cara. Só havia visto umas poucas<br />

dezenas de vampiros o suficientemente de perto e não havia percebido que eles eram suscetíveis à<br />

acne. <strong>Me</strong> perguntei preguiçosamente quantas centenas de anos que ele teve que agüentar, e por que<br />

se converter em um vampiro não o tinha curado. Neguei com a cabeça. Não importava.<br />

Dei uma olhada abaixo para o terrier, que parecia completamente inofensivo e nenhum pouco<br />

cansado, ainda terrivelmente orgulhoso de si mesmo. “Você não é um cachorro comum, certo?” Um<br />

comentário muito leve para o momento.<br />

A mandíbula do terrier se entreabriu, era como se ele estivesse rindo de mim.<br />

Não exatamente.<br />

O quê? Quem disse isso? Poderia jurar que o ouvi em minha mente. Mas pensei então que só podia<br />

ouvir os pensamentos dos vampiros... e só quando tentavam me controlar. Havia outro aqui? Dei<br />

uma olhada ao redor.<br />

Não sou um vampiro. Pensa em algo menor. Aqui embaixo.<br />

Fiquei olhando fixamente para baixo, para o desalinhado cachorro mestiço, completamente<br />

surpreendida. Revisando mentalmente os fatos. Um cachorro cujos olhos brilharam púrpura como os<br />

meus, que não teve medo da minha parte demoníaca, que atacou um vampiro e que entendia inglês.<br />

Não, isso não era normal. “Pode falar?”<br />

Surpresa.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Oh, ótimo, um cachorro inteligente. Mas ele também estava obviamente desejando afeto. Estava só...<br />

como eu.<br />

Em que eu estava pensando? <strong>Me</strong> deixava enganar por um desalinhado cachorro mestiço que usava<br />

sua beleza como arma. “O que você é?” Sentei‐me ao seu lado. Depois de tudo, o vampiro não ia a<br />

lugar nenhum.<br />

O cachorro pareceu ainda mais desamparado. Um cachorro do inferno, ele me disse na defensiva, quase<br />

como se estivesse me desafiando a rir.<br />

Bufei. Sim, claro. O terrier não se parecia mais com esses desenhos dessas bestas enormes do que eu<br />

me parecia com essas mulheres voluptuosas que freqüentemente eram retratadas como sucubbus.<br />

Mas ele também não era precisamente um cachorro normal.<br />

A compreensão chegou a mim, e lhe perguntei, “Você é em parte um cachorro do inferno? <strong>Me</strong>io<br />

demônio como eu?”<br />

O cachorro abanou o rabo. É, Kiddo.<br />

Suspirei aliviada. Isso explicava um montão. “Você tem dono?”<br />

Ele deixou de lado sua atitude defensiva e se moveu mais para perto, cautelosamente, aproximando‐<br />

se da minha mão com seu nariz frio e transmitindo suas emoções <strong>–</strong> ele tinha o ardente desejo de me<br />

agradar, de afastar minha solidão, e aliviar também a sua. Cocei suas orelhas e ele resplandeceu de<br />

pura alegria, absorvendo minha atenção como uma esponja seca.<br />

Poderia ser minha dona?<br />

Quem poderia resistir? E por que não? Poderia ter um amigo agora mesmo, e esse pequeno cachorro<br />

mestiço não parecia ser nenhuma ameaça. Não para mim, pelo menos. E éramos definitivamente<br />

espíritos parecidos. Abracei‐o, deixando o ato levar um pouco de minha dor. Ele lambeu meu rosto,<br />

afirmando minha decisão. “De acordo, qual é teu nome?”<br />

Ele correu os olhos com um estranho brilho neles, seus pequenos e desalinhados bigodes em seu<br />

queixo fazendo‐o parecer vulnerável e adorável. Fang 1 .<br />

Reprimi uma risada. Esse era um tremendo nome para que um pequeno cachorrinho estivesse a<br />

altura. “<strong>Me</strong>u nome é Val”.<br />

Ele exalou um suspiro. Encantado de te conhecer, Val.<br />

“Quer ficar comigo?”<br />

1 [N/T] Fang: Significa presas. Eu preferi deixar o nome do cachorro em inglês mesmo.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Removendo‐se inquieto pela excitação, o terrier saltou e lambeu minha cara. Sim!<br />

Limpei a baba do cachorro e o olhei cuidadosamente. Ele poderia parecer ter respostas humanas, mas<br />

ele era obviamente completamente canino. “Salta a minha perna 2 e te converterá em um cachorro<br />

morto”.<br />

Sua mandíbula se entreabriu de novo enquanto ele ria de mim. Não saltarei na tua perna, prometo.<br />

Quem poderia saber que os cachorros do inferno tinham senso de humor?<br />

Ri, sentindo um pouco de esperança esgueirando‐se no meu coração. Que dia tão estranho.<br />

Nunca esqueceria meus dezoito anos, isso era certo. Poderia haver perdido uma casa e trabalho, mas<br />

havia conseguido um cachorro... e talvez um amigo.<br />

“Bom, Fang, vamos conseguir um lugar para viver”.<br />

Boa coordenação <strong>–</strong> um brilho rosado precedia o amanhecer e eu esperei até que os primeiros raios<br />

alcançassem e tocassem o corpo do vampiro. Pegou fogo se transformando em abrasadoras chamas<br />

de cor verde que o incineraram em instantes.<br />

Bem. Agora vamos ao seguinte problema <strong>–</strong> como conseguir que Fang suba na moto. Olhei para baixo<br />

até ele.<br />

“O que acha? Se te coloco dentro do meu colete fechado, acredita que poderia ficar bem?”<br />

Não tem problema.<br />

Subi na moto e ele deu um salto na minha frente. Fechei o zíper do meu pesado colete sobre ele, de<br />

forma que só sua cabeça saia, justamente debaixo do meu queixo. Ele desfrutou do passeio, cheirando<br />

todos os aromas levados pelo vento. Eu também gostava bastante disso. Era assombroso como um<br />

pequeno e aconchegante corpo perto de mim poderia me fazer sentir muito melhor.<br />

Mas eu precisava arrumar uma melhor solução a longo prazo para levá‐lo comigo. Tinha o<br />

pressentimento que este cachorrinho ia ser uma autêntica ajuda na hora de sentir os vampiros.<br />

Tinha bastante luz quando cheguei de volta a casa. Ou o que costumava ser a minha casa. Pensei que<br />

não se importariam que eu tirasse uma soneca. Não precisava muitas horas de sono, mas claro, não<br />

tinha conseguido dormir a noite toda. Definitivamente precisava fechar um pouco os olhos. Depois<br />

empacotaria minhas coisas e procuraria trabalho, um novo lugar... uma nova vida.<br />

2 [N/T]: Por “Saltar a perna” se refere ao momento quando os cachorros estão no cio, e ‘saltam’ nas pernas das pessoas e se esfregam<br />

contra ela.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Tirei Fang de dentro de meu colete. A luz do dia, podia ver que a sua pelagem era da cor loiro<br />

avermelhado. O que o fazia parecer ainda mais inocente, ainda mais difícil acreditar que ele fosse<br />

uma parte demônio.<br />

Nos meti, Fang e a mim, pela janela do quarto, para que se por acaso alguém estivesse acordado <strong>–</strong><br />

não estava com vontade de ter uma conversa agora mesmo.<br />

Curiosa de saber sobre os cachorros do inferno, peguei meus livros de pesquisas especiais <strong>–</strong> a<br />

Enciclopédia Mágica de três volumes. Estes livros antigos eram o único que tinha recebido como<br />

herança de meu pai. No entanto, não os mantive por razões sentimentais <strong>–</strong> eles tinham as referências<br />

mais precisas que eu já havia visto sobre vampiros e succubus.<br />

Logicamente eles também foram precisos sobre outras criaturas.<br />

“Hmm, cachorros do inferno...”<br />

As orelhas de Fang se levantaram e ele veio sentar ao meu lado, com sua cabeça erguida como em<br />

uma pergunta.<br />

“Aqui diz que cachorros do inferno são cachorros enormes, ferozes e de cor vermelho como o<br />

sangue”. Olhei para o pequeno cachorro, cuja pelagem loiro‐avermelhado morango e o pequeno<br />

corpo não tinha nada parecido com o desenho, o qual se parecia mais com um galgo 3 com esteróides.<br />

“Vê?”<br />

Mostrei a imagem e ele estudou por um momento.<br />

Wow.<br />

“Sim <strong>–</strong> parece um pouco diferente de ti. “Que porcentagem de você é na verdade um cachorro do<br />

inferno, de qualquer forma?” O resto tinha uma grande dose de terrier.<br />

De alguma forma, conseguiu parecer exasperado. Não faço matemática <strong>–</strong> ou árvores genealógicas. Sou um<br />

cachorro, fergawdsake 4 .<br />

Sim, certo. Um cachorro com caráter. Sem mencionar o lado suave, consistente que ele aparentemente<br />

queria manter escondido. Justo como eu.<br />

Ele me empurrou impacientemente com seu nariz. Continua.<br />

3 [N/T] Raça de cachorros.<br />

4 [N/T]: É uma espécie de apelido, assim como Kiddo que apareceu antes, Kiddo é carinho, já fergawdsake eu não sei.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Está bem, está bem. Os cachorros do inferno têm narizes muito sensitivos e são criadas para cheirar<br />

outros demônios e criaturas da noite segundo as ordens de seu amo, logo eles arrancam as suas<br />

gargantas”. Olhei‐o de esguelha. “Compreende a diferença entre uma garganta e uma virilha,<br />

verdade?”<br />

Há, há. Muito engraçada.<br />

“Está bem, você é um pouco pequeno para isso. Entendo. Mas... por que não tentou arrancar a minha<br />

garganta?” Era meio demônio, depois de tudo.<br />

O que diz o livro?<br />

Segui lendo. “Oh, já vi. Um cachorro do inferno está atado a vontade de seu amo e tem que obedecer<br />

a seu mestre, mas uma vez que o amo morre, o cachorro de caça tem liberdade de escolher a sua<br />

presa”. Já que ele não tinha amo, a parte de rasgar gargantas era optativa.<br />

O livro seguia aconselhando que destruíssem aos cachorros do inferno que perdiam o seu amo já que<br />

só ele poderia se vingar em caos indiscriminado, e fornecia também alguns contos horripilantes para<br />

apoiar essa recomendação.<br />

Não li essa parte em voz alta. Não havia nenhuma necessidade <strong>–</strong> meu novo amigo havia sido<br />

obviamente discriminado pelos tipos bons. Devia ser pela parte canina normal dele.<br />

A entendi, bebê.<br />

Oh, sim, ele podia ler minha mente. Fechei o livro. Bem, agora, se parecia como se um cachorro do<br />

inferno pudesse ser precisamente o melhor amigo de uma garota demônio.<br />

Sua mandíbula caiu em um sorriso canino. Sim, isso era o que eu estava pensando.<br />

Cocei suas orelhas. Ele me havia feito sentir um pouco melhor sobre a tarde inteira. Mas agora, estava<br />

muito cansada. Não tinha vontade de me trocar, assim que desabei com as roupas que estava usando,<br />

e Fang se agachou junto a mim.<br />

Sentindo‐me um pouco confortada, me deixei levar pelo sono e dormi.<br />

Surpreendentemente, não sonhei. Ou se o fiz, não me lembro. Despertei a cerca de meio‐dia e a<br />

sensação do pequeno corpo de Fang junto a mim foi bastante agradável. Queria ficar neste agradável<br />

lugar quente para sempre, mas a realidade me golpeou e me dei conta que não poderia. Tinha que<br />

começar uma nova vida.<br />

Fang me espetou com seu focinho. Preciso ir lá fora. E tenho fome.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Oh, sim <strong>–</strong> os cachorros requerem cuidados. Ao menos eu era civilizada. Dando‐me conta que o resto<br />

de minha família deveria estar trabalhando na loja neste momento, o deixei sair, então tomei um<br />

banho e assaltei a cozinha buscando algo para nós dois. Enquanto ele comia muitíssimos restos de<br />

refogado, eu consegui um pouco de cereal e imaginei meu seguinte movimento.<br />

Tinha tanto para fazer... que foi um pouco esmagador.<br />

Suponho que o melhor seria fazer primeiro a bagagem. Passei o olhar ao redor do meu quarto.<br />

Precisaria de roupas, roupa de cama, esse tipo de coisas.<br />

<strong>Me</strong> deixariam levar os móveis uma vez que encontrasse um lugar? Se não, teria que comprar alguns.<br />

Sem mencionar outras coisas como pratos e toalhas.<br />

Havia muita coisa para pensar. O cereal se congelou no meu estômago. Havia pensado que era uma<br />

adulta, mas a quantidade de coisas que tinha que fazer me fez sentir‐me inadequada e não tão<br />

preparada para isso. Minhas pequenas economias provavelmente não iriam muito longe. Não por<br />

muito tempo, de qualquer forma.<br />

E eu não retornaria. Pisquei para conter as lágrimas. Não era muito... mas era minha casa, uma casa<br />

onde não seria bem‐vinda nunca mais. Esfreguei meu peito com a palma de minha mão,<br />

perguntando‐se se a dor ali, alguma vez desapareceria. Será que eu poderia morrer por um coração<br />

partido?<br />

Fang me espetou. Ei, você tem um montão de razões para viver. Você tem a mim.<br />

Não pude evitar rir entre dentes. “É verdade. O que diz de empacotarmos as coisas?”<br />

Para manter minha mente longe das decisões que tinha que fazer, me movi veloz e metodicamente,<br />

recolhendo roupas, livros, e outras coisas que pensei que necessitaria na minha bolsa. Foi mais difícil<br />

do que havia esperado. Cada coisa que tocava tinha memórias dos melhores tempos... a pulseira<br />

perolada que Jen havia feito para mim, a estrela de cinco pontas que mamãe havia me dado para me<br />

proteger, a divertida boneca vampiro com que Rick havia enchido a minha meia no... Natal.<br />

Maldição, havia esquecido dos feriados. Deixei‐me cair na cama, abraçando a tola boneca vampiro<br />

com um depressivo sentimento de ter um buraco no meu estômago. O próximo Halloween e o Dia de<br />

Finados sempre eram grandes na loja, mas o mais importante na casa era o Dia de Ação de Graças e o<br />

Natal. Onde eu estaria, então?<br />

Eu seria convidada?<br />

<strong>Me</strong>smo que eu fosse, muitas coisas duras foram ditas <strong>–</strong> por ambos os lados <strong>–</strong> o que faria com que a<br />

situação fosse tensa e incomoda. Nunca seria o mesmo de novo. Abruptamente, me levantei e<br />

enxuguei a umidade dos meus olhos. Não era o momento de me preocupar sobre isso. Tinha que<br />

fazer a bagagem e sair daqui.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Uma hora mais tarde, ouvi uma batida na porta. Senti meu estômago apertar‐se <strong>–</strong> tinha que ser minha<br />

família. Mudei isso para ex‐família. Recusei‐me a responder, não querendo presenciar outra cena, não<br />

queria chorar e deixar‐lhes saber quanto haviam me machucado. Além disso, quem saberia do que<br />

me acusariam desta vez?<br />

Quando ignorei o segundo golpe, mamãe e Rick abriram a porta e entraram de qualquer maneira.<br />

Eles deviam haver deixado a Jen atendendo sozinha na loja.<br />

Fang se pôs de pé e saltou na cama, grunhindo para eles ameaçadoramente. Eles pararam de um<br />

golpe. “Que é isso?” Mamãe perguntou surpreendida.<br />

Juntei os pedaços de minha calma e me refugiei nos comentários sarcásticos para evitar deixá‐los ver<br />

a minha dor. “É um cachorro, mãe”.<br />

“Posso ver isso. O que está fazendo aqui?”<br />

“Seu nome é Fang e ele é meu novo amigo. Em quanto ao que ele está fazendo, ele está recordando<br />

que não é educado irromper no quarto das outras pessoas”.<br />

Conhece essas pessoas? Fang me perguntou.<br />

Passei um olhar em meus pais, mas eles não pareciam tê‐lo ouvido. Devia ser só eu. Para Fang, disse,<br />

“Está bem. Estes são meus caseiros, mas não por muito tempo. Nos mudaremos.”<br />

Mamãe se voltou ferida. Que bom. Queria que ela sentisse a dor que me havia causado. “Somos mais<br />

que teus caseiros”, ela protestou.<br />

“Já não. Você me expulsou, não se lembra?” Repentinamente indecisa se iria poder enfrentar outra<br />

enorme cena, lhe perguntei. “O que vocês querem? Estou ocupada”. <strong>Me</strong> voltei para a bolsa e toquei<br />

as coisas que estavam lá dentro, desejando que simplesmente se fossem. Obviamente não iam se<br />

desculpar, não iam me dizer que tudo estava perdoado, e eu não queria mais ouvir coisas racionais,<br />

não queria me quebrar e chorar como um bebê.<br />

“Pensamos que poderia precisar de uma ajuda para encontrar um lugar, para se mudar...”<br />

Sem deixar de guardar coisas na minha bolsa, disse‐lhes, “Não, obrigada. Já tenho abrigo. Embora<br />

possa voltar mais tarde para pegar minha cama e meu armário, se isso estiver bem”.<br />

“Claro”. Mamãe pareceu confusa. “Talvez poderíamos conversar”.<br />

“Falasse bastante à noite”. Expulsar um pouco da minha ira me fazia bem, alimentar uma pequena<br />

parte da luxúria pela vingança de Lola estava me fazendo sentir bastante bem.<br />

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“Não, queremos que entenda...”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Compreendo perfeitamente. Não vamos discutir isto de novo, está bem? Ouvi bastante na primeira<br />

vez.”<br />

“Mas...”<br />

“Não, eu entendo”, disse interrompendo‐a e afrontando‐os completamente pela primeira vez,<br />

deixando o dano sair com minhas palavras duras. “Vocês são os bons, eu sou a malvada. Estou indo.”<br />

Fang se moveu para mais perto, silenciosamente oferecendo o seu apoio.<br />

“Não é tudo branco e preto”, mamãe protestou.<br />

Como ela poderia dizer isso depois de tão claramente escolher a sua outra filha <strong>–</strong> sua filha normal <strong>–</strong><br />

em vez de mim? Que hipócrita. “É deste lado da cerca”.<br />

Rick observava silenciosamente da porta, parecendo inquieto e um pouco machucado. Mais isso foi<br />

tudo o que ele fez <strong>–</strong> ficar parado ali. Suponho que ele não ia vir me ajudar... outra vez.<br />

“Val, sei que você usa essa tua fachada inteligente e sarcástica para manter teu verdadeiro eu<br />

escondido do mundo, mas não tem que usá‐lo conosco”, disse mamãe.<br />

“Este é meu verdadeiro eu. Aceite‐o ou tolere‐o”. Fiz uma pausa, então disse sarcasticamente. “Oh,<br />

espera. Vocês já fizeram isso, verdade? Só que sou eu quem teve que tolerá‐lo”.<br />

Parecendo exasperada, mamãe disse, “Está determinada a fazer isso difícil, verdade?”<br />

“Eu?” Olhei para os dois irritada. “O que ocorreria se lhes dissessem que tem que deixar a sua família,<br />

que já não a querem aqui, que sou menos que humana? Como se sentiriam?”<br />

“Isso não é o que eu disse”.<br />

“Claro que é”. Não importa o quanto mamãe tentasse adoçar, esta é a forma que terminou. Está era a<br />

maneira como ela se sentia, profundamente. E pela primeira vez, Lola não tentou se liberar. Toda esta<br />

revolta dentro de mim alimentava sua luxúria de uma certa forma.<br />

“Não me fale desse jeito. Ainda sou sua mãe”.<br />

Havia tido o bastante. Enfrentando‐a, disse. “Não, você não é. Você me deserdou. Não tenho por que<br />

te escutar mais. Vá embora”.<br />

“O quê?” Mamãe parecia estar verdadeiramente chocada. Nunca a havia respondido.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Você me ouviu”, me sufoquei quando senti as lágrimas virem. “Só... Vá”.<br />

Fang soltou um rosnado baixo para completar. Quer que eu a faça sair?<br />

Neguei com a cabeça para ele. Não <strong>–</strong> ela ainda é minha mãe. Ainda era bom ter alguém de meu lado<br />

para variar.<br />

Parecendo ferida, mamãe saiu um pouco irritada. Bom <strong>–</strong> talvez ela tivesse uma pequena prova do que<br />

ela tinha me feito passar à noite. Mas Rick ainda estava na porta.<br />

“O que você quer?” Perguntei‐lhe cansada. Esperava que ele não fosse reclamar sobre mim também.<br />

Não poderia lidar com isso agora.<br />

Com compaixão em sua expressão, Rick me disse, “Ela ainda te ama, você sabe”.<br />

Pôs tem uma estranha forma de mostrar. “Ela ama a sua outra filha <strong>–</strong> tua filha <strong>–</strong> muito mais”.<br />

“Você é minha filha, também, carinho, você sabe que é. Em todos os aspectos que isso significa”.<br />

Pestanejei afastando a umidade dos meus olhos e neguei com a cabeça. Eu sempre desejei muitíssimo<br />

que isso fosse verdade, mas ele sempre tentou nos tratar da mesma maneira, o fato era, que ele não<br />

poderia <strong>–</strong> Jen e eu éramos muito diferentes. Mamãe nem sequer tentou.<br />

Ele acrescentou calmamente. “E tua mãe não ama mais a Jen. É só que você a recorda demais o seu<br />

pai”.<br />

Sim, eu sabia o quanto odiava mamãe a maneira como o demônio da luxúria de meu pai a havia<br />

seduzido, a havia forçado a sentir desejo. <strong>Me</strong> veria forçada a pagar o preço pelo que meu pai fez pelo<br />

resto da minha vida?<br />

“Não sou como meu pai”, respondi bruscamente.<br />

“Eu sei. Simplesmente lhe dê tempo, Val. Isto se acalmará eventualmente”.<br />

Dei de ombros, não querendo deixar que ele visse o quanto doía. “Quem se importa? Tenho dezoito<br />

anos agora. Não necessitarei nenhum de vocês nunca mais”. E não poderia suportar a angústia.<br />

“Oh, sim. Feliz...”<br />

Fulminei‐o com o olhar, e ele foi o suficientemente inteligente para não acabar essa frase em<br />

particular.<br />

Timidamente, ele puxou algo do seu bolso e me entregou. “Aqui, te conseguimos isto”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dei uma olhada para baixo. Era um telefone celular... com um pequeno laço vermelho preso a ele.<br />

Não haviam esquecido meu aniversário. As lágrimas vieram aos meus olhos novamente. Virei‐me.<br />

“Não, obrigada. Não preciso nada de vocês”.<br />

“Não seja estúpida, Val. Precisará dele, para encontrar um emprego, um lugar onde viver, te manter<br />

em contato...”<br />

Ele estava certo. Sem amigos e vivendo em casa, realmente não havia precisado de um celular. Mas<br />

agora eu precisaria. E não era como se fosse caridade nem nada disto. Relutantemente, estendi a mão<br />

para pegá‐lo. “Bem”. Dando‐me conta de que havia soado um pouco mal educado, acrescentei.<br />

“Obrigada”. Depois de tudo, sabia que ele tinha boas intenções.<br />

“É pré‐pago assim não terá que se preocupar com as contas durante um tempo. E aqui”. Ele puxou<br />

um envelope de seu outro bolso. “Aqui está o teu salário da loja... junto com um pequeno bônus”.<br />

Agora isso, eu havia ganhado. Coloquei o envelope com o telefone na minha bolsa. “Então, me dará<br />

uma boa referência?” Perguntei sobre o nó na minha garganta.<br />

“É claro que faremos”; Ele fez uma pausa. “Sabe o que gostaria de fazer? Tenho alguns amigos...”<br />

“Não” Isso sim era caridade. “Quero dizer, encontrarei um emprego sozinha. Descobri na noite<br />

passada que os policiais não são tão desinformados como pensei sobre os vampiros. Talvez eles<br />

possam apreciar alguma ajuda”.<br />

“É realmente inteligente fazer isso?”<br />

“Por que não seria?”<br />

“A razão para que você caçe vampiros é para dar ao sucubbus uma saída aceitável para a sua<br />

luxúria”.<br />

“Sim é”, retruquei. A luxúria pela caçada quase não satisfazia mais Lola, mas ela se mantinha<br />

tranqüila.<br />

Ainda mais importante, me ajudava a viver comigo mesma na manhã seguinte.<br />

Ignorando a minha interrupção, Rick continuou, “Mas se você deixar o demônio livre durante tantas<br />

vezes, você estaria dando ao sucubbus muito poder”.<br />

“E?”<br />

“Seria capaz de lidar com isso?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Maldito seja, ele na realidade parecia preocupado. E era uma boa pergunta. Poderia manejá‐lo e<br />

continuar sendo humana? Ou a constante liberdade do demônio lhe daria mais controle? “Terei que<br />

manipulá‐lo, certo?”<br />

Rick se congelou por um momento, parecendo como se ele estivesse lutando contra si mesmo, então<br />

disse suavemente. “Se precisar de qualquer ajuda com o treinamento...”<br />

“O quê? Você irritará a tua mulher e me dará uma mão? Sim, claro. Fiz uma imagem disso<br />

acontecendo”.<br />

Não era justa, eu sabia. Quando quase havia esgotado esse pobre menino de toda a sua energia, Rick<br />

tinha tido muita paciência com meus hormônios incontroláveis e o sucubbus irritado. Por um<br />

momento ali, tinha sido como um gato no cio, e as crianças que ouviram no bairro ao meu redor me<br />

haviam paquerado muito.<br />

Foi então quando mamãe mudou, e começou a me tratar como algo menos que humano. Rick, no<br />

entanto, me havia ajudado a canalizar o demônio mediante cursos de artes marciais. Ele inclusive<br />

havia me deixado tirar minhas frustrações provando minhas habilidades lutadoras com ele <strong>–</strong> uma vez<br />

que ele estava o suficientemente acolchoado, é claro.<br />

Ele havia se metido em problemas também, saindo de casa em segredo pela noite para ir em busca de<br />

canalhas e estupradores para me desfazer de minhas frustrações. Só que dar golpes completos em<br />

humanos realmente não havia funcionado, assim que quando topei com um vampiro pela primeira<br />

vez faz um ano, tinha ficado eufórica. Finalmente, havia algo no que realmente eu pudesse afundar<br />

os meus dentes... por assim dizer.<br />

E Rick havia me ajudado a investigar os não‐mortos, aprender a me ocupar deles. Devia‐lhe muito.<br />

“Sinto muito. Sei que você me ajudou. Um montão”. Especialmente desde que mamãe havia estado<br />

completamente em negação e incapaz de tratar com o repentino despertar sexual de sua filha <strong>–</strong><br />

nenhuma ajuda, em absoluto.<br />

Ele arqueou as sobrancelhas. “Não te perguntou nunca como sabia o que fazer?”<br />

“Uh... não”. Eu simplesmente sempre havia assumido que o meu padrasto era o homem mais<br />

inteligente de todo mundo, especialmente quando chegou as coisas de cortejo‐paixão. Depois de tudo,<br />

ele tinha uma livraria da Nova Era. “Como?”<br />

“Quando você tinha doze, um homem nos visitou, a tua mãe e a mim. Disse que ele sabia o que você<br />

era e nos deu alguns conselhos em relação a forma de te ajudar a manipular teus poderes quando eles<br />

se manifestassem”.<br />

Verdade? “Como sabia?”<br />

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“Ele não disse, mas era óbvio de que ele sabia do que estava falando <strong>–</strong> ele era meio demônio de<br />

luxúria também”.<br />

“Wow” Minha cabeça pendeu numa mudança importante do meu ponto de vista de mundo.<br />

“Existem outros como eu?” Então, outra vez, por que não haveria?<br />

“Aparentemente”.<br />

“E nunca me disseram?” Poderia ter me ajudado a viver com a minha excentricidade se soubesse que<br />

havia outros demônios que chupam energia no mundo.<br />

“Você estava indo bem, assim que nós três decidimos que só te confundiria se soubesse. Ele me fez<br />

uma visita de vez em quando depois disso para me dar conselhos em relação a forma de te ensinar a<br />

combater vampiros”.<br />

Minha cabeça ainda dava voltas com centenas de perguntas sem respostas, só uma emergiu, “Por que<br />

está me dizendo isto agora?”<br />

“Por que você vai dá ao sucubbus mais controle. Se tiver problemas manipulando‐o, talvez ele possa<br />

ajudar”.<br />

Inclusive falar com alguém com o mesmo tipo de demônio poderia ajudar. Com empolgação<br />

crescendo dentro de mim, eu perguntei. “Como se chama? Onde posso encontrá‐lo?”<br />

“Seu nome é Lucas Blackburn. Mas não sei como contatá‐lo <strong>–</strong> ele sempre o fazia. E não o tenho visto<br />

nenhuma vez desde que você começou a combater os vampiros”.<br />

Assenti lentamente. “Não tem problema. Vou encontrá‐lo”. Não sabia como nem onde, mas tinha que<br />

saber como ele me conhecia, por que me havia ajudado.<br />

Agora que Rick havia deixado cair a bomba, saiu do quarto, fechando a porta amavelmente atrás dele.<br />

Cai em uma cadeira, aturdida, e Fang me espetou ligeiramente com seu focinho, parecendo<br />

preocupado. Está bem?<br />

“Sim, estou bem.” Abracei‐o, agradecida por seu consolo, enquanto a minha mente tentava dar<br />

sentido a esta nova informação.<br />

Mamãe sempre havia me dissuadido a perguntar sobre o meu pai, e eu realmente nunca havia<br />

querido saber do demônio que me havia gerado, especialmente depois do que se sucedeu ao dia em<br />

que ele se suicidou. Acreditava que sabia tudo que eu precisava saber. Mas agora, não estava tão<br />

segura. Se houvessem outros como eu, talvez não estivesse tão só como sempre pensei.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Quem era Lucas Blackburn, e que outros segredos ele poderia me revelar?<br />

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Capítulo III<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Agora que havia empacotado tudo, eu estava de pé junto a minha cama e cravei os olhos em minha<br />

bolsa. Não estava muito segura do que fazer primeiro. Encontrar um trabalho, um apartamento ou<br />

Lucas Blackburn? Todos eles pareciam ser igualmente importantes.<br />

Fang me golpeou com sua pata. Comida e abrigo primeiro.<br />

Pulei de susto, ainda não acostumada a tê‐lo lendo meus pensamentos. Mas ele tinha um bom ponto.<br />

Provavelmente seria uma boa idéia encontrar um lugar perto de onde acabasse trabalhando, assim<br />

que só encontraria um hotel ou algo desse estilo para passar a noite, e depois algo permanente, uma<br />

vez que conseguisse trabalho. Olhei para Fang. Um lugar que aceitassem cães.<br />

Bom plano.<br />

Sorri abertamente. Ele ia ser algo muito divertido para ter por perto. Peguei as Páginas Amarelas e fiz<br />

várias ligações. Diabos <strong>–</strong> nunca havia me dado conta antes de quão caro podiam ser os hotéis. Neste<br />

passo, gastaria todas as minhas economias muito mais rápido do que eu havia imaginado. Nenhum<br />

hotel cinco estrelas para nós <strong>–</strong> só podia me permitir um de um ou duas. Encontrei um relativamente<br />

barato que aceitava cães e fomos até lá, com minha bolsa na parte traseira da Valkyrie e Fang na<br />

frente.<br />

Depois de uma breve confusão na recepção por minha falta de cartão de crédito, paguei à vista e<br />

peguei a chave do quarto.<br />

O lugar parecia como se não tivesse sido redecorado desde antes que eu nascesse <strong>–</strong> com uma<br />

combinação de laranja e verde nas paredes, uma colcha antiga, tapete surrado e uma banheira lascada.<br />

Deixei cair minha bolsa sobre a cômoda e Fang farejou com desprezo. Tive que concordar. Não tinha<br />

seu nariz, mais eu também podia cheirar a fumaça rançosa e o fedor acre de urina onde os últimos<br />

ocupantes animais haviam marcado seu território. Não andaria descalça sobre o tapete.<br />

Não utilize a colcha também, Fang me recomendou, observando‐a com desprezo.<br />

Eca. Não quis saber por quê. Infelizmente, podia imaginar muito claramente. Empurrei a<br />

escorregadia colcha com meu pé e o chutei para o canto. O lençol parecia estar limpo. Quando eu as<br />

olhei desconfiadamente, Fang farejou para mim.<br />

Tudo limpo.<br />

Sentei‐me sobre a cama e olhei ao redor, com meu coração afundando‐se. Era isso que eu tinha que<br />

esperar vivendo por minha conta?<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

<strong>Me</strong>u peito se apertou. Eu só queria ir para casa. Infelizmente, isso não era possível. E agora o quê?<br />

Tinha tanto para fazer... e tão pouca experiência sobre o que fazer. O que eu ia fazer? Dê‐me um<br />

vampiro para matar e eu estava completamente pronta. Mais me pedir que eu me encaixe de alguma<br />

maneira na vida real como um adulto? Não estava segura que estivesse pronta para isso.<br />

Fang saltou na cama junto de mim e me deu um empurrãozinho com seu nariz. Isto é temporário. Além<br />

disso, não está só. Você me tem.<br />

Foi isso que eu fiz, com um incentivo ainda maior para procurar um emprego, já que tinha duas<br />

bocas para alimentar. Peguei as Páginas Amarelas e arranquei a seção com a lista de livrarias. Fang se<br />

recusou a permanecer no quarto só, assim que o envolvi no meu colete. Fazia muito calor durante o<br />

dia, ainda mais em outubro, mais o colete, era a única maneira de me assegurar de que Fang estivesse<br />

seguro.<br />

Saímos do hotel e dirigi até a livraria mais perto <strong>–</strong> uma independente como a de mamãe e Rick <strong>–</strong> e<br />

estacionei. Abrindo o zíper do meu colete, dei uma olhada na minha camiseta preta, repentinamente<br />

encontrando dezenas de luminosos cabelos loiro‐avermelhado. “Está perdendo pêlo”. Nota para mim<br />

mesma: Conseguir algo para tirar o pêlo.<br />

Sinto muito, disse Fang, soando envergonhado. Não pude fazer nada sobre isso.<br />

“Não tem problema <strong>–</strong> simplesmente tratarei de lembrar de vestir roupas cor‐de‐Fang”.<br />

Escovei fora o pêlo tanto quanto pude, e disse‐lhe, “Te importaria de ficar aqui fora? Não acredito<br />

que permitam entrar cachorros”.<br />

Ele deu uma bufada mental. Discriminação. Mas ele se estendeu junto ao Valkyrie e baixou sua cabeça<br />

com um suspiro.<br />

Infelizmente, eles não tinham nenhum posto. E três livrarias mais tarde, estava começando a me<br />

desanimar. Passei com a minha moto em frente ao Centro Comercial Rolling Oaks nos arredores da<br />

cidade, tratando de resolver o que fazer depois. Já estava perto da hora de fechar e ninguém me<br />

contratava, embora me haviam feito encher formulários no caso de que tivessem empregos mais<br />

adiante.<br />

Caramba, ainda assim encontrei um emprego, os donos da livraria não me pagariam muito mais que<br />

um salário mínimo. Se os apartamentos custassem tanto quanto os hotéis, estava com um enorme<br />

problema. Sem mencionar tudo o que vinha com ele, como os serviços, comida e outras coisas.<br />

Poderia solicitar pensão para desempregados?<br />

Vamos por partes. Estou com fome.<br />

Eu também. Dei uma olhada para Fang. “O que você come?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Qualquer coisa. Ratos, esquilos, o que eu puder encontrar no lixo. Sou um comedor que não discrimina<br />

nenhuma comida.<br />

Ugh. MI 5 ... embora eu tenha perguntado. “Quer comida para cachorros?”<br />

Ele se estremeceu. Ugh, ele repetiu meu gesto.<br />

Como alimentar um cachorro do inferno? “Então se você tivesse que escolher, o que comeria?”<br />

Pizza. Estou loucamente apaixonado por pizza.<br />

Não pude evitar <strong>–</strong> sorri abertamente. Ele praticamente babava ante o pensamento. “Algum tipo em<br />

particular?”<br />

Com um montão de carne e queijo, sem cebola nem pimenta.<br />

O pensamento de um cachorro do inferno dando‐me uma ordem tão específica para a pizza me<br />

divertiu. “Bom, a terá”. Regressei para o centro comercial e comprei algumas porções para nós na<br />

praça de alimentação, além de uma Coca‐cola para mim e água para Fang.<br />

Jantamos perto de uma árvore próxima e me perguntei o que fazer depois. Eu na realidade não<br />

queria voltar para o quarto de hotel, e não estava suficientemente escuro ainda para que os vampiros<br />

saíssem para jogar. Talvez deveria conseguir um jornal e procurar anúncios de empregos. Mas para o<br />

que mais eu estava qualificada? Não é como se eu tivesse muita experiência... ou educação.<br />

Pode matar vampiros.<br />

“Obrigada, Fang. Se é que está tentando me ajudar, mas não acredito que haja trabalhos pagos para<br />

isso”.<br />

Que ruim. Eu gosto de matar vampiros.<br />

Sorri abertamente, então repentinamente me dei conta de que estava errada, sim havia um trabalho<br />

pago para isso, tal como eu havia mencionado a Rick. Esse detetive de ontem a noite tinha um... e ele<br />

me havia pedido conselhos. Talvez poderia conseguir alguns dólares para passar o que eu sabia para<br />

os policiais, ajudando‐os a treinar ou algo parecido.<br />

Fang levantou suas sobrancelhas sem levantar sua cabeça de cima de suas patas dianteiras. Então,<br />

ligue para ele.<br />

5 [N/T]: MI = muita informação. Em inglês TMI: Too Much Information.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Por que não? Seu cartão ainda estava no bolso do meu colete, assim que o peguei e usei meu novo<br />

telefone celular para discar seu número.<br />

“Sullivan.”<br />

Agora que o tinha na linha, não estava realmente segura do que dizer. “Ei, olá detetive, é Val<br />

Shapiro”.<br />

“Quem?”<br />

“Você sabe, Val Shapiro. De ontem a noite?”<br />

“Oh, sim”, ele disse recordando. “É a menina”.<br />

Fiz uma careta para o ‘menina’ <strong>–</strong> ele não era muito mais velho que eu. “Uh, sim. Essa sou eu”. Geez,<br />

poderia soar um pouco menos convincente?<br />

“O que precisa?”<br />

“Uh, bem, me perguntava se poderia querer me contratar. Já sabe, para dar alguns conselhos ou algo<br />

do tipo”.<br />

Ele hesitou. “Isso não era exatamente o que eu tinha em mente”.<br />

Oh, raios, tinha me esquecido do ego masculino. Ele provavelmente não queria seguir conselhos de<br />

uma garota <strong>–</strong> não sobre algo tão machista como combater os não‐mortos. Ia ter que tomar vantagem<br />

de sua compaixão. “Bem, veja, não levei minha irmã de volta para casa a tempo ontem à noite, e<br />

meus pais se enfureceram e me expulsaram”.<br />

“Uau, isso foi frio”.<br />

‘Sim, e me despediram do meu trabalho, também”. Antes de que ele pudesse dizer qualquer outra<br />

coisa, acrescentei, “Assim que, já sabe, estou precisando de um trabalho e você parecia tão<br />

interessado no que eu podia fazer...” <strong>Me</strong> detive completamente, dando‐me conta de quão patética<br />

havia soado. “Ouve, não importa. Sinto ter te perturbado. Eu simplesmente...”<br />

“Espera um minuto. Talvez poderia fazer algo por você. Diga‐me de novo, quantos anos você tem?”<br />

“Dezoito”. <strong>Me</strong>u estômago embrulhou outra vez quando percebi que ainda era meu aniversário. Não<br />

sentia como se fosse.<br />

“Bem, posso te ligar mais tarde?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Claro”. Dei‐lhe o número e desliguei o telefone. “Então, Fang, acredita que ele me devolverá a<br />

chamada?”<br />

Seria um tonto se não fizesse.<br />

Sim, cachorro, ligará?<br />

Tranqüilize‐se. Ele ligará.<br />

Suspirei. “Desejaria ter teu otimismo”.<br />

Não me movi de debaixo da árvore, assustada de não poder ouvir a chamada no Valkyrie. Fang e eu<br />

esperamos pelo que pareceu ser uma eternidade, mesmo que fosse só cerca de uma hora, antes que o<br />

telefone soasse outra vez.<br />

Não estava acostumada, assim que me assustei. Não era nenhum número que conhecesse, assim<br />

esperei que fosse da polícia. Apertei alguns botões antes de entender como se atendia a uma chamada.<br />

“Alô?”<br />

“É Sullivan. Olha, tem tempo para te encontrar com algumas pessoas agora? Poderia ter algo para<br />

você”.<br />

Verdade? Ótimo! Ignorando o ’Te disse’ de Fang, respondi. “Claro. Onde?”<br />

Ele me deu instruções de como chegar em um edifício perto de uma das delegacias de polícia e eu fui<br />

para lá com Fang, perguntando‐me o que o detetive teria em mente. <strong>Me</strong> sentia bastante otimista, mas<br />

me recordei que ele na realidade não me havia dito se esse ‘algo’ tinha alguma coisa a ver com a<br />

execução da lei. Poderia ser algo não relacionado, ainda mantive a esperança de que ele não esperasse<br />

que eu limpasse banheiros ou que executasse um registro onde tivesse que perguntar. “Você quer<br />

fritura com isso?”<br />

O endereço que ele me deu tinha um sinal denominado como a Unidade de Crimes Especiais. As<br />

coisas pareciam melhor. Ante a insistência de Fang, o levei comigo. “Tenta ser discreto”, sugeri.<br />

Ele simplesmente abriu sua mandíbula em um aberto sorriso canino e me seguiu para dentro. “Estou<br />

aqui para ver Dan Sullivan”, disse para a senhora na recepção.<br />

Ela me olhou desinteressadamente e disse que ia chamá‐lo. Não acho que ela sequer notou o cachorro<br />

do inferno nos meus pés.<br />

No entanto, o detetive notou. Ele veio através da porta, deu uma olhada para baixo, e disse, “Qual é a<br />

do cachorro?”<br />

“Ele é um, já sabe, um desses cachorros especiais de assistência”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang não parecia feliz com a minha explicação. Bem, a parte do especial estava certa, de qualquer<br />

maneira.<br />

O detetive arqueou uma sobrancelha. Ele não estava acreditando, “E no que te ajuda?”<br />

Recorri cautelosamente com uma olhada para a senhora na mesa, não estando nada segura do quanto<br />

poderia dizer. “<strong>Me</strong> ajuda com o mesmo que você me pegou fazendo ontem à noite”.<br />

“Oh? Não o vi”.<br />

Isso é por que não tinha encontrado Fang até mais tarde. “Olha, está muito frio para mim deixá‐lo lá<br />

fora. Fang se comporta muito bem, eu juro”.<br />

Dan olhou para o cachorro. “Fang?”<br />

Fang se concentrou em parecer lindo e obediente, no entanto ele me disse privadamente, divirta‐se as<br />

minhas custas e receberá cocô no seu lindo piso limpo.<br />

Não te atreva a me fazer mentir, adverti.<br />

Não se preocupe <strong>–</strong> brincarei de ser o pequeno mascote agradável.<br />

Sullivan deu de ombros. “Por que não? Ensinamos outros cachorros a farejar estes alvos. Sigam‐me”.<br />

Segui‐lhe até um enorme cômodo que parecia com um ginásio de uma escola secundária <strong>–</strong> deve ser<br />

algum tipo de área de treinamento.<br />

Outros três caras estavam lá, simplesmente falando, e levantaram o olhar quando entramos.<br />

Para evitar ter que passar por todo o assunto do cachorro de novo, disse a Fang, colabora comigo aqui,<br />

sim?. Em voz alta, disse. “Senta. Quieto.”<br />

Fang se sentou imediatamente e permaneceu quieto enquanto eu caminhava até os homens. Sim, ama,<br />

veio a exagerada resposta.<br />

Muito engraçado. Mas só recorda quem é que te provê a pizza. Se não quiser continuar jantando animais,<br />

trabalha comigo.<br />

Um dos caras <strong>–</strong> um loiro musculoso com seu cabelo curto bem rente a sua cabeça <strong>–</strong> me deu uma<br />

olhada e riu. “Esta é a super caçadora?”<br />

Sullivan simplesmente sorriu. “Este é o Detetive Horowitz, e o outro sujo é Fenton”. Ele acenou até<br />

um homem hispano‐americano delgado que era um pouco maior, um pouco mais cinza e que parecia<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

levar o peso do mundo <strong>–</strong> ou ao menos San Antonio <strong>–</strong> nos seus ombros. “E este é o nosso valente líder,<br />

Tenente Ramirez”.<br />

”Sujo? 6 ” Repeti. Esta é uma dessas estranhas coisas masculinas onde eles se chamam por nomes<br />

grosseiros e dão golpes uns nos outros?<br />

“Vêm de UCE”, disse Sullivan. “É como nos chamam os outros. Há ainda mais de nós, mas não estão<br />

em serviço. Cavalheiros <strong>–</strong> e eu uso o termo muito vagamente <strong>–</strong> está é Val Shapiro”.<br />

Os dois detetives cruzaram os braços e me deram breves acenos de reconhecimento. Do tipo brusco,<br />

como se quisessem se assegurar de que não pensasse que eram do tipo de saudações de aceitação.<br />

Ramirez, no entanto, sorriu e sacudiu sua mão. “Encantado de conhecê‐la, Srta. Shapiro. Gostaria de<br />

nos mostrar o que você pode fazer?”<br />

Gostei desse cara, e notei que era ele quem eu deveria impressionar. Dei de ombros. “Claro. Tem<br />

algum vampiro útil?”<br />

Os outros dois riram e intercambiaram olhadas divertidas. <strong>Me</strong>u rosto ficou quente por um momento,<br />

então recordei que não deveria deixar que me provocassem. Não tinham nem idéia do que eu podia<br />

fazer. Mas Sullivan sim, e ele não estava rindo.<br />

Ramirez sorriu, embora não fosse um sorriso significativo. “Pensei que talvez pudéssemos começar<br />

com um pouco de prática”.<br />

Isso explicava os colchonetes no chão. “Bom. Com quem eu tenho que praticar?”<br />

Ramirez fez um gesto com sua mão que abarcava os três homens. “Escolha você”.<br />

Obviamente esperavam que eu escolhesse o cara menor, Fenton, mais eu tinha algo para provar.<br />

Horowitz era facilmente o maior <strong>–</strong> e o mais chato. “Eu escolho ele”.<br />

Horowitz tirou seu casaco. “Isto não demorará muito”.<br />

Não disse nada <strong>–</strong> simplesmente tirei o meu volumoso colete e coloquei ao lado de Fang.<br />

A protegerei com a minha vida, o terrier me reconfortou gravemente.<br />

Garoto esperto. Horowitz virou sobre seus ombros, parecendo muito seguro. Bem, ele estava a ponto<br />

de ficar mais do que surpreendido.<br />

6<br />

[N/T]: Sujo: Aqui se produz um jogo de palavras em inglês com as siglas SCU (Unidade de crimes especiais, UCE em<br />

português), e a palavra Scuzzy que disse Dan, significa feio, sujo, asqueroso.<br />

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“Alguma regra?” perguntei.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ramirez assentiu com a cabeça. “Isto é uma prática. Nenhuma amputação. Nenhum golpe nos<br />

genitais...” Ele olhou para Horowitz. “...ou nos seios. Começarão no meu sinal”.<br />

Avaliei Horowitz com o olhar. Ele tinha músculos, mas não as protuberâncias de um fisiculturista<br />

que eu havia esperado. Então, ele não confiava na força bruta. Ele devia praticar algum tipo de artes‐<br />

marciais. Qual?<br />

Eles se moveram para o centro do lugar e o detetive estirou os músculos de seus braços e pernas. Bem<br />

<strong>–</strong> ele estava levando isso seriamente. Fiz o mesmo.<br />

Tentei permanecer solta e pronta para qualquer coisa que ele jogasse sobre mim. Eu não podia ler a<br />

sua mente como a de um vampiro, mas de qualquer forma, ele seria muito mais lento.<br />

Ele se agachou na posição de combate e eu repentinamente me dei conta de que ele deveria ter uns<br />

quarenta e tantos quilos a mais do que eu. Em quê eu estava pensando?<br />

Você pode fazer, disse Fang.<br />

Suponho que tenho que fazer.<br />

“Agora”, disse Ramirez.<br />

Horowitz se moveu mais rápido do que eu esperava, dando voltas em uma elegante manobra para<br />

aterrissar com um sólido chute no meu estômago. <strong>Me</strong>rda, não estava esperando isso. Havia achado<br />

que ele faria algum movimento de artes‐marciais orientais, não o francês savate 7 .<br />

Mas enquanto ele se afastava dançando, ele pareceu surpreendido de não me ver contorcendo‐se no<br />

chão. Essa era definitivamente uma vantagem em ser parte demônio <strong>–</strong> podia receber muito mais<br />

golpes do que a maioria das pessoas.<br />

“Quer desistir?” Ele riu.<br />

“Não, estava simplesmente esperando que se cansasse”, fiquei sem fôlego. Os outros homens riram e<br />

fingi estar muito mais ferida do que realmente estava, observando para ver o que ele faria depois.<br />

Será que ele continuaria com os chutes savate ou tentaria algo diferente?<br />

Ele foi fiel ao que estava funcionando e formou redemoinhos para tentar de novo o mesmo<br />

movimento. Desta vez, no entanto, estava pronta para ele, agarrei seu tornozelo e o joguei no chão.<br />

Tão rápido como eu, ele tentou varrer as minhas pernas de debaixo de mim, mas havia antecipado<br />

7<br />

[N/T]: *Savate ou boxe francês, é um esporte de combate, desenvolvido na França na qual os pés e as mãos são utilizados para<br />

percutir os adversários e combina elementos de boxe com técnicas de pontapé.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

isso e havia saltado fora do seu caminho. Ele se pôs de pé, mas antes que ele pudesse se posicionar<br />

para me dar chutes outra vez com seus pés, corri até ele, dando‐lhe socos que ele teve que bloquear.<br />

Ele não esperava isso. Segui com ele, perseguindo‐o através do colchonete, jogando meus punhos<br />

como podia, enquanto os homens exclamavam e gritavam sem intervir. Horowitz bloqueou alguns<br />

golpes, mas não todos, e eu dei alguns duros golpes em seu rosto e estômago, enquanto ele estava<br />

ocupado em se defender. Se eu pudesse mantê‐lo sem equilíbrio, ele não seria capaz de afastar‐se o<br />

suficientemente para usar os seus pés mortíferos.<br />

Ele tentou passar alguns golpes por dentro da minha guarda, e um realmente bom na verdade, um<br />

belo gancho de direita. Oh, tão doloroso.<br />

Lola se enfureceu, só que desta vez era uma luxúria por sangue, a deixei solta, celebrando o poder<br />

que chegou em meu corpo.<br />

Apoiada por minha arma secreta, dei‐lhe um golpe extremamente forte que o deixou cambaleando,<br />

então usei sua própria técnica para espancá‐lo com uma série de chutes relâmpago savate na canela,<br />

estômago e queixo.<br />

Ele caiu no chão.<br />

Instantaneamente, estava em cima dele, agarrando sua garganta e o imobilizando no colchonete.<br />

“Renda‐se”.<br />

Ele lutou por um momento, mas ele estava completamente imobilizado.<br />

Um peso repentino aterrissou nas minhas costas e um braço repentinamente encontrava‐se na minha<br />

garganta, estrangulando‐me, cortando totalmente minha respiração. Oof.<br />

“Muito ruim para você se ele tivesse um amigo”, Fenton murmurou no meu ouvido. “Assim é como<br />

realmente é nas ruas”.<br />

De repente, ele me deixou ir com uma maldição e eu me virei para ver Fang agarrado a seu traseiro.<br />

“Muito ruim para você que eu também tenha um amigo”, disse‐lhe com um sorriso aberto. “Bom<br />

cachorro”.<br />

Fenton tentou golpear Fang para fora de seu traseiro, no entanto ele estava tendo muita dificuldade<br />

para alcançá‐lo. Ramirez ordenou, “Detenha‐se”.<br />

Quando os dois homens se mantiveram ali, fiquei com pena de Fenton. “Solte‐o, Fang”.<br />

Fang obedientemente o deixou ir e andou para meu lado. Bom trabalho, disse‐lhe privadamente.<br />

Obrigado pelo apoio.<br />

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Não tem problema. Ele não estava jogando limpo.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Não, ele não jogava. Ramirez devia ter pensado assim, também <strong>–</strong> ele olhava furiosamente para<br />

Fenton. “O que acha que estava fazendo?”<br />

“Dando uma mão para meu companheiro”. Ele soou defensivo. Mas ele não podia lidar com o olhar<br />

furioso de Ramirez. Ele desviou os olhos, e esfregou seu traseiro. “Desculpe, me deixei levar”.<br />

“Não faça de novo”. Ramirez se voltou para Horowitz. “Se rende?”<br />

Ele realmente não tinha que fazê‐lo, mas assentiu.<br />

Horowitz era bom <strong>–</strong> muito bom. Os completamente humanos com os quais eu havia lutado nas<br />

diversas artes marciais nunca haviam durado tanto tempo contra mim. Ainda melhor, ele não havia<br />

dado golpes sem força, não me havia tratado como uma menina.<br />

Com o sinal de rendição de Horowitz, a luxúria do demônio diminuiu dentro de mim, e tomei um<br />

tremendo fôlego. Era bobo, mas visualizava Lola como um tipo de gênio sexualmente atrativo <strong>–</strong> do<br />

tipo Marilyn Monroe <strong>–</strong> que permanecia fechada em sua garrafa até que a luxúria estourava a rolha.<br />

<strong>Me</strong>ntalmente Lola voltou para dentro de novo e tapei com uma rolha a garrafa. Não era fácil, mais<br />

podia fazê‐lo. Bom. Poderia lidar com isto. Se eles me aceitassem.<br />

Horowitz estendeu sua mão e sorriu. “Diabos, qualquer um que possa ganhar de mim dessa forma<br />

está bem no meu livro. <strong>Me</strong> chamo Hank”.<br />

Chocada, apertei sua mão. Fenton ofereceu a sua também. “Sou Mike”.<br />

Sullivan acrescentou, “<strong>Me</strong> chamo Dan”.<br />

Sorri abertamente. Sentia‐me bem em ser aceita. “Vocês podem me chamar de Val <strong>–</strong> e meu<br />

companheiro aqui é Fang”.<br />

Todos eles deram a Fang uma olhada desconfiada.<br />

Fang sorriu abertamente para eles. Nenhum monstro aqui. Não senhores. Simplesmente um fiel<br />

companheiro canino defendendo a sua amada mestre.<br />

Resisti ao desejo de bufar, mais devia ter funcionado, por que Hank perguntou, “Como você fez isso,<br />

Val?”<br />

Dei de ombros. “Segredo de estado”.<br />

Ramirez olhou para Dan. “Então, a investigou, verdade?”<br />

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Ele assentiu.<br />

“Conte‐nos sobre ela”.<br />

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Pensei em protestar, mas não quis por em perigo a minha oportunidade de trabalhar com eles.<br />

Dan Sullivan me deu uma olhada. “Seus pais se divorciaram quando ela tinha apenas alguns meses<br />

de idade, e um ano mais tarde, sua mãe se casou com Rick Anderson, o dono da Livraria Reflexões<br />

Astrais da Nova Era onde ela trabalha. Seu pai morreu quando ela tinha cinco anos”.<br />

Maldição <strong>–</strong> não sabia que ele podia investigar tanto em tão pouco tempo.<br />

Ele continuou. “Ela estudava em sua casa até que obteve seu diploma <strong>–</strong> antes do tempo. Ela tem uma<br />

meia irmã menor, Jennifer, que estuda na escola pública. Val fez cada arte marcial e cada curso de<br />

auto‐defesa oferecido na cidade <strong>–</strong> incluindo savate <strong>–</strong> mas nunca continuou em qualquer um deles<br />

tempo suficiente para competir ou ganhar cinturões”. Ele me deu outra olhada. “As classe te<br />

aborrecem?”<br />

Adivinhou. “Muito”. Uma vez que havia aprendido os movimentos e como combatê‐los, havia<br />

seguido adiante. Não tive que praticá‐los para os compreender. A influência de Lola me fazia uma<br />

lutadora natural, mas aprendi bastante observando as partidas dos campeões.<br />

Ele assentiu como se houvesse esperado essa resposta. “Ela é uma lutadora graciosa, mas eu não<br />

posso dizer claramente de onde ela tira a sua velocidade e força. Não tem indicação de esteróides ou<br />

outras drogas. Se mantêm fora de problemas. Deve vir naturalmente”.<br />

Sim <strong>–</strong> tão natural como seria isso para uma garota‐demônio.<br />

Ignorando Fang, perguntei, “Isso é tudo?”. Mas tinha que admitir que estava um pouquinho<br />

impressionada. Ele havia estado ocupado.<br />

“Não tudo. Não tem amigas próximas, nenhum namorado, e tua única extravagância é uma moto,<br />

uma Honda Valkyrie. Hoje é teu aniversário de dezoito anos, e teus pais o celebraram te expulsando<br />

de casa”.<br />

Bem, essa última parte eu que contei. Mas o resto <strong>–</strong> não sei como ele encontrou tão rapidamente. Não<br />

era estranho que ele fosse um detetive. “Você é bom”, admiti.<br />

Ramirez sorriu abertamente. “Você gostaria de um trabalho, Val?”<br />

Bem <strong>–</strong> era tão simples? Receberia um salário por algo que antes fazia de graça? “Estou dentro”.<br />

“Bom. Com sua força muscular e seu cérebro, nós seremos uma grande equipe”.<br />

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Ei <strong>–</strong> equipe? Isso não serviria. Todo tempo rodeada pela polícia... o que aconteceria se ele descobrisse<br />

o que eu era?<br />

Dei um passo para trás rapidamente. “Já tenho um companheiro <strong>–</strong> Fang”.<br />

Assim é. Não precisa de nenhum outro.<br />

Não parecia que Dan estivesse muito contente com a idéia também. Mas Ramirez não estava de<br />

acordo. “É a política da Unidade <strong>–</strong> você tem que ter um respaldo antes de ir atrás de um dos brancos.<br />

E Dan não tem um companheiro nesse momento <strong>–</strong> ele perdeu o seu na semana passada... por um<br />

deles”.<br />

Era muito perigoso. Havia estado escondendo a minha verdadeira natureza por muito tempo.<br />

Trabalhando com um ardente policial, deixando‐o ficar perto <strong>–</strong> Lola estaria obrigada a conhecer a sua<br />

presença. O que aconteceria quando ele descobrisse o que eu era realmente? Provavelmente seria<br />

classificada como um monstro assim como os vampiros. O que aconteceria então?<br />

Aspirei profundamente. Diabos, não posso acreditar que estou a ponto de dizer isso. “Obrigada, mas sinto<br />

muito. Não posso pegar o trabalho”.<br />

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Capítulo IV<br />

Dan parecia com raiva. ”O quê?”<br />

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Bem, ele tinha direito a se sentir com raiva depois de passar por todo esse problema para fazer isso<br />

por mim. “Não acredito que possa fazer isto com um companheiro”, disse com um certo tom de<br />

desculpa na minha voz. Não um humano, de qualquer forma.<br />

“Mike acaba de te mostrar por que você precisa de um companheiro”, disse Dan, soando exasperado.<br />

Sim, e foi uma boa lição. “Eu sei, mais...” Bem, Fang me ajudaria com isso.<br />

O tenente interrompeu, parecendo pensativo. “Val, eu poderia ter um momento a sós contigo?”<br />

Por que não? O homem havia sido o suficientemente agradável para me oferecer um trabalho. O<br />

mínimo que podia fazer era escutá‐lo. “Claro”.<br />

“Bom. Hank, Mike, vocês podem ir. Dan, você poderia voltar um pouco mais tarde”.<br />

Todos os caras me saudaram com um aceno e o tenente me fez um gesto para que o seguisse. Ele<br />

fechou a porta de seu escritório e fez um gesto para que me sentasse. Ele nem sequer se queixou<br />

quando Fang se deixou cair aos meus pés. Não estava segura do que iria ocorrer, mas devia ser assim<br />

como se sentia Jen quando era enviada para a sala do diretor.<br />

Dei uma olhada ao redor. Caramba, o escritório do diretor tinha que ser mais agradável que isto. A<br />

parede estava revestida com madeira barata, o linóleo cheio de arranhões, a mesa de metal golpeada<br />

e cadeiras antigas... o departamento obviamente não gastava um montão de dinheiro em sua<br />

Unidade de Crimes Especiais.<br />

O tenente Ramirez esfregou sua testa com cansaço. “Agora se supõe que tem que me dizer a<br />

verdadeira razão para você não querer o trabalho”.<br />

Dei uma olhada para Fang. Suponho que não pode ler sua mente?<br />

Não. Só funciona com demônios, vampiros, esse tipo de coisas.<br />

Estava dando a entender que ele conhecia outro tipo de coisas? Mas deixei essa idéia por agora e<br />

tentei imaginar como podia responder à Ramirez.<br />

Quando hesitei, ele acrescentou, “E por que parece ter um cachorro do inferno como companheiro”.<br />

Fang e eu intercambiamos olhares surpreendidos. “Ao que se refere?” Perguntei cautelosamente.<br />

Estava ele utilizando ‘cachorro do inferno’ como uma expressão, ou...?<br />

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Ele deu outra olhada para Fang. “Bom, um meio cachorro do inferno, de qualquer forma. O brilho<br />

púrpura em seus olhos quando ele mordeu Mike Fenton foi uma pista muito boa”.<br />

“Oh”. Não era uma expressão.<br />

“E também aconteceu com você, quando você lutou contra Hank”.<br />

<strong>Me</strong> retorci em meu assento. “Então, você sabe o que eu sou?”<br />

“Sei que é parte demônio, e que é a razão do por quê você pode fazer o que faz”.<br />

“Uh, a Unidade de Crimes Especiais não caçam demônios?”<br />

Ele me deu um sorriso meio sardônico. “Não os que obedecem a lei. Estamos aqui para servir e<br />

proteger, e não para ser juízes”.<br />

Bem isso era um alívio, no entanto ele soou bastante tranqüilo sobre a completa existência da coisa<br />

demoníaca. “Os outros também sabem?”<br />

“Não. Os garotos têm um tempo bastante duro só lidando com o pensamento da existência de<br />

vampiros. Os demônios não se têm convertido em uma ameaça, assim até que o façam, estou<br />

conservando a minha unidade informada só com o que eles precisam saber”.<br />

“Então você sabe o por quê que eu não quero um companheiro. Ele vai ter um montão de perguntas<br />

sobre como posso fazer o que eu faço”.<br />

Ramirez assentiu. “Lidará com isso, eu os deixarei saber por que você é tão talentosa sem revelar teus<br />

antecedentes”. Ele levantou sua cabeça. “Deixa‐me adivinhar... succubus, certo?”<br />

Fiquei olhando‐o boquiaberta. “Como descobriu?”<br />

Ele sorriu. “De novo, a base que é importante saber”.<br />

“Então sabe por que eu não quero um companheiro masculino”.<br />

“Teoricamente”, Ramirez concedeu. “Mas parece tê‐lo controlado, e se entendi bem, a caça satisfaz os<br />

desejos da luxúria”.<br />

“Sim... mais”.<br />

“Simplesmente me escuta, certo?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Quando assenti, ele começou a explicar como os vampiros eram uma pequena minoria cuja<br />

população havia crescido significativamente na área ao redor de um ano <strong>–</strong> o suficientemente grande<br />

para chamar a atenção do Departamento de Polícia de San Antonio. O fato de ganharem um incrível<br />

poder, velocidade, imortalidade, e a habilidade para controlar as mentes mortais parecia despojá‐los<br />

de todo o juízo moral, assim que se foram convertendo em um grande problema criminal. O trabalho<br />

da UCE era detê‐los, de qualquer forma possível.<br />

Nossa, não me havia dado conta disso. Eu simplesmente havia estado em meu pequeno mundo,<br />

matando vampiros e tentando controlar Lola. Não era estranho que ele estivesse tão tenso. “Como<br />

podem deter todos eles?”<br />

“Normalmente não fazemos”, disse Ramirez francamente. “É por isso que Dan perdeu seu último<br />

companheiro, e por que eu assisti tantos enterros ultimamente. Essa é também a razão pela que não<br />

se vêem vampiros passando pelo tribunal... ou nos hospitais. Eles resistem a prisão <strong>–</strong> violentamente.<br />

A única maneira que temos encontrado de detê‐los é matando‐os antes de que nos matem”.<br />

Fang aprovou. Essa é a melhor forma de tratar com vampiros.<br />

Ramirez continuou. “A chave é não deixá‐los assumir o controle de sua mente. E tem aparecido três<br />

tipos de pessoas que são capazes de resistir”.<br />

Curiosa, eu perguntou. “Que tipos?”<br />

“Primeiro, aqueles que são muito devotos. Sem ter em conta a sua religião, ter uma relação profunda<br />

e pessoal com uma divindade parece fazê‐los ao controle de mente”.<br />

Surpreendida, perguntei. “Quantos desses existem?”<br />

“Não muitos. Usualmente não escolhem a execução da lei como carreira. A maioria cai na segunda<br />

classe <strong>–</strong> aqueles que tem emoções muito fortes. Raiva, fúria ou simplesmente uma obstinada teimosia<br />

para fazê‐los incapazes de controlar as suas mentes”.<br />

Assenti. “Como os caras que acabo de conhecer”.<br />

“Exato. E os terceiros são pessoas que são em parte demônio <strong>–</strong> pessoas como você”.<br />

Surpreendida, perguntei, “Tem outros como eu em sua unidade?”<br />

“Ainda não, mas gostaria. Três homens <strong>–</strong> bons homens <strong>–</strong> foram mortos nos últimos seis meses,<br />

simplesmente cumprindo seu trabalho. Se mais deles tivessem as vantagens que você tem, não teria<br />

que dizer as suas famílias que morreram no cumprimento do dever. Não teria que ver mais deles<br />

sendo enterrados”. Ele me atravessou com um olhar. “Na verdade não quero assistir a mais enterros”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

<strong>Me</strong>rda. Ter a vida dos vampiros nas mãos era uma coisa, mas ter a responsabilidade da vida de<br />

outras pessoas... estava pronta para isso? Eu continuava tendo só dezoito.<br />

Ramirez fez uma careta. “O número de vampiros assassinos triplicou nos últimos meses e estamos<br />

realmente precisando de ajuda. Além disso, os integrantes da unidade tem estado escutando acerca<br />

de uma veia de vampiros que se uniram para planejar algo”.<br />

Uma veia de vampiros? Nunca havia escutado que os chamassem dessa forma. Ew. “Vampiros<br />

cooperando? Essa é nova”. Eles normalmente eram tão complacentes e focados em seu próprio poder<br />

que não funcionavam bem com outros.<br />

“Sim”, disse Ramirez. “Mas não pode ser bom. O aumento repentino da matança pelos vampiros<br />

pode estar relacionado com este novo grupo. Espero que possa trabalhar com Dan para localizá‐los,<br />

descobrir se eles estão por trás deste repentino aumento de assassinatos e se estiverem, os deter”.<br />

Como se fosse tão fácil. “Uh, não é como se eu conversasse com os não‐mortos antes de estacá‐los”.<br />

“Não tem que fazer. Simplesmente continua fazendo o que estava fazendo. A única diferença é que<br />

você pode topar com alguns grupos deles em vez de indivíduos, é por isso que precisa de um<br />

companheiro. Normalmente não contrataria alguém da tua idade, mas com tua experiência e tuas<br />

vantagens, realmente poderíamos lhe utilizar”.<br />

Franzi o cenho. Só havia ido atrás deles de um em um antes, assim que isto seria um pouco mais<br />

complicado. Claro, poderia matar alguns vampiros para eles, mas eu realmente queria isto? Deixaria<br />

Lola ter mais controle. Poderia controlá‐la sem revelar meu segredo para o mundo? “Não estou<br />

certa...”<br />

“Precisamos de você”, Ramirez disse francamente. “E tenho autoridade especial para contratar para<br />

esta unidade. Não teria que passar pelo processo normal de contrato e treinamento, no entanto, você<br />

trabalharia no turno da noite. Se trabalhar conosco, seu pagamento não será ótimo, mas também não<br />

será um salário mínimo. Além disso, oferecemos assistência médica, odontológica, férias pagas,<br />

aposentadoria <strong>–</strong> um pacote completo de benefícios”.<br />

Ainda não havia pensado sobre isso, mas supus que era importante no mundo dos adultos. Olhei<br />

para Fang. O que você acha?<br />

Ele parecia desconfiado. Contratam cachorros?<br />

Sorri abertamente. “Fang e eu vimos em pacote. Ele quer saber se vocês podem por ele na folha de<br />

pagamento”.<br />

O tenente pareceu assustado, mas levou a sério à pergunta. “Não acredito que possa justificar isso,<br />

mas posso te dar uma identificação que te dê permissão especial para levá‐lo aonde você desejar,<br />

como um cachorro de serviço ou um cachorro policial trabalhando”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Aceita. Você precisa do dinheiro para nos encontrar um abrigo decente... e me manter de pizza.<br />

Ele estava certo. Precisava de um trabalho, e meu encontro com Horowitz me fez confiar em que<br />

poderia manter Lola dominada quando fosse necessário. Além do fato de que Ramirez sabia o que eu<br />

era <strong>–</strong> e aceitava <strong>–</strong> me fez me sentir muito melhor sobre tudo isso. “Bom, eu aceito”.<br />

Ele sorriu com alegria. “Ótimo. Quer começar a trabalhar esta noite?”<br />

Agora? Ele realmente não desperdiçava tempo. Devia estar realmente desesperado.<br />

Oh. Diversão e jogos.<br />

Pois bem, se Fang estava pronto para isso, por que não? De outra forma, teríamos que voltar para<br />

aquele horrível quarto de hotel.<br />

“Claro”.<br />

Ele passou ao meu redor e abriu a porta. Dan estava sentado do lado de fora, com uma caixa rosa de<br />

padaria nas mãos.<br />

“Bom <strong>–</strong> você está aqui. Pronto para mostrar a tua nova parceira as ruas?” Ele perguntou para Dan.<br />

“Sim, senhor” Dan parecia surpreendido mais satisfeito, como se ele gostasse da idéia de trabalhar<br />

comigo. <strong>Me</strong> fez sentir um pouco de calor interior.<br />

“Excelente”, disse Ramirez. “Precisamos de tantas pessoas como pudermos conseguir e suas<br />

habilidades a farão uma parceira excelente para ti. Seu cachorro será uma boa adição, também. Se<br />

assegure de levá‐lo contigo”.<br />

Agradeci ao tenente e me uni a Dan no vestiário. Ramirez nos desejou sorte e nos enviou para nosso<br />

caminho.<br />

“Aqui”, disse Dan torpemente enquanto íamos andando para o vestiário. “Isso é para você”. Ele me<br />

deu a caixa rosa.<br />

“Para mim?” O que era? Abri cautelosamente, sem estar segura se isso era uma brincadeira que eles<br />

faziam com os novatos por aqui.<br />

Não <strong>–</strong> era um bolo, com as palavras ‘Feliz Aniversário, Val’ gravadas em rosa através do chocolate.<br />

Inclusive tinha umas flores rosas e amarelas nele. Geez <strong>–</strong> ele devia ter corrido logo depois do<br />

treinamento para comprá‐lo.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Parei repentinamente. Não havia esperado ganhar um bolo de aniversário de alguém neste horrível<br />

dia, e muito menos de um total estranho. As palavras no bolo ficaram turvas ante mim, em quanto eu<br />

me emocionava.<br />

Maldição. Por que ele tinha que ir e fazer isto? Agora ia chorar na frente de meu novo parceiro e ele<br />

pensaria que eu era uma completa garota.<br />

Awww, que coisa mais doce. Ele gosta de você <strong>–</strong> realmente gosta.<br />

O sarcasmo de Fang me puxou bruscamente para fora de minha festa de auto‐piedade. O fulminei<br />

com o olhar, mas interiormente me alegrei de que ele me houvesse ajudado a encontrar uma maneira<br />

de me animar. “Obrigada, Dan. Isto foi muito gentil da sua parte”, disse cuidadosamente para não<br />

cair ou chorar sobre ele. Talvez ele não notasse que minha voz se quebrou, só um pouquinho.<br />

Dan deu de ombros. “Acredito que todo mundo merece um bolo de aniversário. Consideri‐o como<br />

um bolo de boas‐vindas à unidade”. Começamos a andar outra vez e ele continuou dizendo, “além<br />

disso, os garotos vão te amar para sempre se você compartilhá‐lo”.<br />

Sorri abertamente. “Claro que o farei”.<br />

Dan me levou até o quarto de descanso e me apresentou aos caras que estavam de saída. Pareciam<br />

assombrados com a minha idade e minha aparência, mas quando Dan lhes disse como eu havia<br />

chutado o traseiro de Hank e havia eliminado um vampiro sozinha, obviamente decidiram esperar e<br />

ver como eu me saia. Isso estava bom <strong>–</strong> sabia que tinha que ganhar seu respeito e não tinha<br />

problemas com isso. Ao menos Dan se assegurou que eu tivesse uma oportunidade.<br />

Ajudou que houvesse levado o bolo e Fang <strong>–</strong> foram ambos grandes sucessos. Quando deixei o quarto<br />

de descanso, me senti repentinamente muito mais otimista acerca do meu futuro. Ainda poderia<br />

encontrar um lugar ao qual eu pudesse pertencer.<br />

Dan me fez concluir algumas papeladas e me apontou um armário, então disse, “Pronta?”<br />

“Claro”.<br />

Ele nos guiou para fora até um enorme, e prateado Dodge Ram, com uma cabine estendida e a parte<br />

de armazenamento coberta.<br />

“Bem”, disse. “Isto está há um nível superior do carro que você estava usando na outra noite”.<br />

“Sei, bem, as equipes os têm <strong>–</strong> são especialmente construídos. As portas e as janelas estão cobertas de<br />

prata que repele os vampiros e a parte coberta vêm bem no caso de que estacamos alguns vampiros”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ótimo. Isso era bem melhor do que o porta‐malas do velho carro de Rick. E aqui era onde devia estar<br />

todo o dinheiro do departamento, investido em ambulâncias luxuosas e o resto das coisas necessárias<br />

para manter os policiais seguros. Aprovei.<br />

Subi e Fang parecia ter molas em suas patas, por que ele facilmente saltou no degrau e depois no<br />

banco.<br />

Dan entrou no assento do motorista e deu uma olhada para Fang. “Então por que você está trazendo<br />

o cachorrinho?”<br />

Cachorrinho? Fang repetiu incrédulo. Ele acabou de me chamar de cachorrinho?<br />

“Este cachorrinho me ajudou a eliminar um vampiro ontem a noite”.<br />

Sim. Toma isso, bafo de donut.<br />

Dan sorriu. “Oh, sim? Como? Segurando a estaca para você?”<br />

“Não, agarrando‐se nos testículos do vampiro com seus dentes”.<br />

Dan fez um gesto de dor.<br />

“Não se preocupe. Fang sabe que você é um amigo. Não é verdade?”<br />

Sim, claro. O que seja.<br />

Mas ele abanou sua cauda para Dan só para reconfortá‐lo.<br />

“Assim que estamos fazendo treinamento no trabalho, então?”<br />

“Sim, mais primeiro, vamos nos assegurar de que estejamos na mesma página. Provavelmente você já<br />

sabe tudo isso, mas simplesmente para estarmos seguros, vamos relembrá‐los”.<br />

Em quanto estávamos sentados no caminhão, ele me ensinou sobre a velocidade dos vampiros, suas<br />

habilidades para controlar a mente, como matá‐los, blá, blá, blá.<br />

Finalmente, ele se deteve e disse, “Está escutando pelo menos?”<br />

Entediada, eu disse, “Sim, eu entendo. Você pode cravar algo afiado em seus corações, arrastá‐los até<br />

a luz do sol, ou cortar suas cabeças... se tiver uma espada nas proximidades. Já sabia disto”.<br />

As crianças pequenas sabem disto, Fang pensou desdenhosamente.<br />

“Está bem, ótimo. Não quer ouvir, vamos”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Enquanto ele fazia o caminhão andar, eu perguntei, “Como decidi para onde ir?”<br />

Ele deu de ombros. “Às vezes temos detalhes sobre seus nomes, aparência, lugares favoritos para sair,<br />

esse tipo de coisas. Se não temos detalhes, vamos buscando‐os nas áreas onde tendem a se encontrar.<br />

Se obedecem as leis, os deixamos sós. Se nos atacam ou atacam alguém mais, são um bom alvo”.<br />

“Como obtém essas informações?”<br />

“De Ramirez”.<br />

“Onde ele as consegue?”<br />

Dan me olhou surpreendido. “Boa pergunta. Não sei, ainda não lhe perguntei também. Acredito que<br />

ele tem um informante <strong>–</strong> alguém dentro desta veia de vampiros que se supõe que nós devemos<br />

encontrar”.<br />

Tinha sentido. “Tem algum alvo em mente?”<br />

“Sim”. Ele pegou seu caderno e o folheou. “Eu estive seguindo uma pista de pontos críticos, lugares<br />

onde a UCE encontrou vítimas, mas nenhum criminoso ainda”.<br />

“Onde é isso?”<br />

“Tem um lugar no lado oeste onde se tem visto alguma atividade...”<br />

Em quanto ele começava a conduzir, retomou o exame dos vampiros. “Então, como os vampiros se<br />

sentem sobre a prata?”<br />

Relembrando o quão agradável ele havia sido me comprando o bolo, segui a corrente. “Se queimam<br />

como no inferno quando tocam a sua pele”.<br />

“E que tal o alho?”<br />

“Um delicioso tempero para a comida, se você não prestar atenção no cheiro”.<br />

Ele sorriu abertamente. “Cruzes?”<br />

“Se você acredita, podem te ajudar”.<br />

“E água benta?”<br />

“Como ácido”. Se era provida por um padre cristão, claro.<br />

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“Os espelhos?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Reflete os vampiros assim como todos os outros. Embora seja doloroso para eles se verem nos<br />

velhos espelhos com prata na parte de trás”.<br />

“O que acontece com o convite?”<br />

“Isso é certo <strong>–</strong> não podem entrar em um lugar ao menos que sejam convidados. Supõem‐se que<br />

podem entrar em lugares públicos, os quais estão abertos de qualquer forma”.<br />

“Podem ficar invisíveis? Transformar‐se em morcegos? Voar?”<br />

Neguei com a cabeça. “Tudo mito. Mas o que podem fazer é nublar a sua mente, fazendo você<br />

acreditar que eles podem fazer isso. É aqui onde a maioria das pessoas ficam presas. Eles podem fazer<br />

com que te congele no lugar até que te deixem seco”.<br />

Ele fez um ruído evasivo. “Assim que, quantos você estacou?”<br />

Não sei <strong>–</strong> nunca contei. “Uh, talvez trinta e um ou um pouco mais ou menos”. Provavelmente mais,<br />

mas isso soaria como se eu estivesse ostentando. “E você?”<br />

“Dois”, admitiu ele.<br />

Só dois? Oh, ótimo. Quem era realmente o novato aqui? E ele havia perdido o seu parceiro<br />

recentemente, também. De quem foi a culpa? Amargamente, eu perguntei, “Então, passei?”<br />

“Passou”.<br />

Ei, não me faça nenhum favor.<br />

Ele deteve o carro na margem, estacionando o caminhão nas sombras de uma área de má fama no<br />

lado oeste. As redondezas de San Antonio, que consistiam principalmente de bases militares e<br />

urbanização recente, não era nenhum pouco tão pitoresco como o velho, centro histórico. Era aqui, no<br />

lado oeste onde aconteciam os crimes, a área era em sua maior parte industrial com alguns poucos<br />

edifícios de escritórios que estabeleciam uma péssima tentativa de apoio. Não parecia tão ruim de dia,<br />

mais com várias luzes queimadas ou apagadas, o lugar parecia sinistro na noite escura. E não era<br />

seguro para as pessoas normais a qualquer hora do dia.<br />

“É este o lugar?” Perguntei.<br />

“Sim. Alguém tem assassinado pessoas perto desses cinco blocos”.<br />

“Está bem, qual é o plano?”<br />

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“O que você acha de ser a isca?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

A boca de Fang se entreabriu em um sorriso aberto. Aqui, peixinho, peixinho.<br />

Tinha sentido <strong>–</strong> especialmente quando eu parecia ter mais experiência aqui. E de nós dois, era a que<br />

parecia mais inofensiva. “Claro, eu serei a isca”.<br />

“Está armada?”<br />

“Por que acha que eu uso colete? Servem para esconder as estacas que guardo em um fundo especial<br />

nas minhas costas”. Peguei uma e o mostrei. “Para se por acaso”.<br />

Ele a levantou. “Agradável. Mais talvez deveria...”<br />

Exasperada, o interrompi. “Olha, você sabe que posso lidar com isto sozinha. Se me meter em<br />

problemas, então você pode me resgatar. Agora, só fica aqui e... vigia o cachorro”.<br />

Vigiar o cachorro? Oi, sou teu companheiro.<br />

Sim, mas um vampiro tem menos probabilidade de pensar que estou indefesa se te tenho comigo. Então eu não<br />

seria uma boa isca, verdade?<br />

Fang concedeu o ponto, mas Dan simplesmente me deu uma longa e séria olhada. “Essa atitude<br />

poderia fazer com que te matem”.<br />

<strong>Me</strong>u rosto ficou quente. Minha boca sempre me metia em problemas. “Sinto muito. É só que não<br />

estou acostumada a trabalhar com um parceiro”.<br />

Ele assentiu. “Não se preocupe. Eu te cubro”.<br />

Sentindo‐me um pouco repreendida, saí do caminhão e me afastei, deixando Dan e Fang sós.<br />

Enquanto caminhava para longe do caminhão, tentei mudar meu comportamento. Não mais a<br />

confiada caçadora de vampiros. Em vez disso, encurvei meus ombros, deixei meus olhos lançar‐se ao<br />

redor com olhadas cautelosas, e revisei meu relógio a cada poucos minutos como se estivesse<br />

esperando alguém que chegaria mais tarde. A vítima perfeita.<br />

Permaneci ali por quase meia hora, mas nada aconteceu. Estava revisando meu relógio pela<br />

centésima vez, quando ouvi Fang gritar Val! do caminhão, então ele latiu.<br />

Corri até lá para ver Dan parado fora do caminhão e uma loira de meia idade muito gorda avaliando‐<br />

o como um lanchinho noturno. Apesar do clima moderadamente frio, ela não usava nada mais do<br />

que calças negras de couro e um apertado casaco de couro que fazia com que a pálida carne de seus<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

peitos destacassem pelos lados e na parte superior, que enfatizava o pneu sobressalente no estômago.<br />

Que vulgar. Estava o pobre decote muito sobrecarregado nestes dias?<br />

Mais não quis exagerar, no caso de que ela não fosse um vampiro. Ela não havia tentado me controlar,<br />

assim que ainda não estava certa. Podia ser só uma puta à espreita.<br />

Ela o olhou lascivamente, mostrando uns largos e pontiagudos incisivos. “Olá, bonitão”. Fazendo<br />

sinal com um dedo gordinho, ela disse, “Vêm com Charlene”.<br />

Com a velocidade de uma serpente cascavel, ela se jogou para frente e afundou seus dentes no<br />

pescoço dele. Então, agarrou seu traseiro com ambas as mãos, pressionou seus quadris contra ele e<br />

sugou.<br />

Não era só uma puta. A luxúria do demônio surgiu dentro de mim e pulei sobre eles, no entanto Fang<br />

se lançou da cabine e chegou neles primeiro. Ele a mordeu fortemente em seu calcanhar,<br />

evidentemente tentando incapacitá‐la.<br />

Ela soltou Dan para gritar e bater em Fang. “Escolha alguém de teu tamanho”, eu disse e dei socos na<br />

cara de Charlene. Não que eu estivesse sequer perto de seu tamanho, graças a Deus.<br />

Isso obteve sua atenção.<br />

“Sua puta estúpida”. Charlene correu em minha direção com suas garras estendidas para rasgar meu<br />

rosto ou arrancar meus olhos, não estava certa do que ela pretendia.<br />

Nunca antes havia lutado com um vampiro que brigasse como uma garota <strong>–</strong> ela me chutou, gritou e<br />

puxou meu cabelo. <strong>Me</strong> mantive firme, mais realmente não podia alcançar minhas estacas <strong>–</strong> estava<br />

muito ocupada tirando suas garras do meu rosto.<br />

Fang se atirou contra ela uma e outra vez, fazendo todo o dano que ele podia. Dan não era de muita<br />

ajuda já que ele parecia muito chocado para compreender o que estava acontecendo. Mantendo longe<br />

as mãos de Charlene do meu rosto, gritei, “Crava a estaca nela!”.<br />

Isso o despertou. De repente, ele puxou uma estaca de sua jaqueta e a cravou nas costas de Charlene,<br />

querendo chegar no coração. Infelizmente, a estaca entrou num ângulo e não alcançou seu destino<br />

através de toda a sua gordura. Onde estava o martelo quando o necessitava?<br />

Charlene gritou e tentou alcançar suas costas para arrancá‐la. Isso me dava uma oportunidade<br />

perfeita. Peguei velozmente minha arma e apunhalei a vampira justamente em seu negro coração.<br />

Charlene se deixou cair e ficou imóvel. Então me pus lentamente de pé, me concentrando em por Lola<br />

de volta em sua prisão. Com Charlene vencida, foi bastante simples.<br />

Dan estava parado sobre a vampira, segurando seu pescoço com uma mão e parecendo um pouco<br />

aturdido.<br />

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“O que aconteceu?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Obviamente ele estava se perguntando se agora ia se transformar num vampiro.<br />

“Eu <strong>–</strong> eu nunca antes havia sido mordido”. Ele afastou a mão de seu pescoço para revelas dois<br />

buraquinhos claramente delineados em seu pescoço e sangue em sua mão. “Não conheço ninguém<br />

que tenha sido mordido e sobreviveu”.<br />

“Não se preocupe, não se transformará em algo como ela”. Refleti por instantes. “Bem, não ao menos<br />

que você encolha quinze centímetros, ganhe vinte e dois quilos, faça uma operação de mudança de<br />

sexo, e perca todo sentido de moda”.<br />

Uma faísca queimou em seus olhos <strong>–</strong> raiva. Dei de ombros. “Mas não te converterá em um vampiro a<br />

menos que você beba o sangue dela também”. Ele deu uma olhada para o cadáver em couro negro.<br />

“Poderia provar se quiser, mais eu não sei se funcionará agora que ela está morta”.<br />

“Passo”.<br />

Bem <strong>–</strong> ele estava lidando com isso muito bem. O vi mover nervosamente a entreperna de suas calças,<br />

parecendo incômodo.<br />

Adivinhando a fonte de seu incômodo, disse, “Agora sabe por que tantas pessoas acham o abraço do<br />

vampiro tão irresistível”. Alguns deles cativam as suas vítimas de modo que elas não sintam nada,<br />

exceto luxúria desenfreada. Aparentemente, Charlene havia sido um deles.<br />

“Isso foi controle mental? Ela me fez sentir assim?”<br />

Era obvio que ele já sabia a resposta e só queria consolo. “Sim. Suponho que ela não era exatamente o<br />

teu tipo?”<br />

“Não, dificilmente. <strong>Me</strong>u Deus, isso... isso é estupro”.<br />

Se ele se sentia dessa forma sobre os vampiros, imagina como ele se sentiria sobre um sucubbus... Fiz<br />

um ruído evasivo.<br />

Ele parecia pensativo. “No entanto, eles não fazem isso com todas as vítimas”.<br />

“Não todos. Na verdade, tivesse sorte que ela quisesse que você sentisse desejo. Alguns deles gostam<br />

de se alimentar do medo, além do sangue. E outros... só gostam de matar”.<br />

Ele olhou para a vampira morta, como se tentasse imaginar se devia se sentir com sorte ou não. Sua<br />

boca se endureceu. “Precisamos nos assegurar que o resto da unidade saiba sobre isso”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Vá em frente, chute ela, Fang pensou em direção ao abstraído Dan. Você sabe que quer.<br />

<strong>Me</strong>u parceiro, no entanto, parecia um pouco distraído, provavelmente era algum efeito demorado do<br />

controle mental de Charlene. Para trazê‐lo de volta a normalidade, disse, “Não teria tido que passar<br />

por tudo isso se tivesse ficado no caminhão”.<br />

Sua cabeça se elevou e vi raiva em seus olhos. Bom <strong>–</strong> ele se recobraria rapidamente.<br />

“Não a teríamos pegado de outra forma”, ele disse. “Você não era exatamente o seu tipo. Além disso,<br />

Fang e eu estávamos entediados”. Ele olhou para o cachorro. “Obrigado, companheiro”.<br />

O cachorro merecia as congratulações <strong>–</strong> sem a advertência de Fang, não poderia saber que Dan estava<br />

em problemas até que fosse muito tarde.<br />

Fang encarou Dan com sua língua balançando fora de sua boca, parecendo um cachorro normal. <strong>Me</strong><br />

deve uma grande, camarada.<br />

Reprimi o desejo de rir. Fang e eu tínhamos bastante em comum <strong>–</strong> ambos éramos em parte demônio,<br />

ambos tratávamos de nos fazer passar por algo diferente do que somos. Estávamos fazendo um bom<br />

trabalho nisso, também, mas era uma infernal forma de viver. “Então, o que acontece agora?<br />

Colocamos ela na parte traseira da caminhonete ou chamamos a ambulância?”<br />

“A ambulância é só para recolher quando atuamos sozinhos... ou temos que correr para outro lugar.<br />

Normalmente, o colocamos na caminhonete”.<br />

Ele estacionou a caminhonete perto do vampiro, e ambos nos esforçamos para colocá‐la na parte<br />

traseira, então Fang se uniu a gente na frente. Dan arrancou uma toalhinha de bebê e limpou o<br />

pescoço, cravando por um momento os olhos no sangue que ficou nele.<br />

“Os vampiros são resistentes as doenças”, disse casualmente. “Não deveria precisar de um<br />

desinfetante mais talvez você poderia querer um curativo. Você tem um kit de primeiros socorros por<br />

aqui?”<br />

“Sim, tem um na parte traseira, mais me encarregarei disso mais tarde”, disse Dan.<br />

Ele ficou silencioso, assim tentei distrair sua atenção do que ele acabará de passar. “Olha, sabe de<br />

algum lugar que eu possa alugar, que seja barato? Fang não está nem um pouco apaixonado pelo<br />

hotel de barata que escolhi para esta noite”.<br />

Só estava tentando distrair Dan, mas ele levou a pergunta à sério. “Bem, de fato, minha irmã Gwen<br />

anda procurando uma companheira de quarto”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Sua irmã? Isso soava justamente um pouquinho acolhedor demais. “Uh, não tinha feito planos de<br />

compartilhar uma casa com ninguém <strong>–</strong> você sabe, devido as loucas horas da noite em que me movo e<br />

uh, Fang... ele... ele está mudando de pêlo”.<br />

Bem, me deeeessscuulpee, Fang disse com grande indignação. Te disse que não podia evitar isso.<br />

Tranqüilo <strong>–</strong> simplesmente estou te utilizando como uma desculpa.<br />

“Não tem problema”, disse Dan. “Gwen é enfermeira no hospital assim que ela também se move as<br />

altas horas da noite. E ama cachorros. Ela não se importa com um pouco de pêlo”.<br />

Há! Isso é o que consegue usando inocentes cachorros do inferno para impulsionar teus malvados planos.<br />

Sheeesh <strong>–</strong> o que me fez pensar que seria divertido ter este cachorro por perto? Sua natureza cínica e<br />

sarcástica estava aparecendo agora. E como eu poderia recusar a generosa oferta de Dan sem me<br />

parecer como uma ingrata?<br />

Não podia. “Bom, obrigada”.<br />

“Ótimo <strong>–</strong> ligarei para ela”.<br />

Sim, maravilhoso. Mais com um pouco de sorte, ela me odiaria a primeira vista, ou Fang a repugnaria.<br />

É pouco provável. Parece que você e eu teremos uma pequena companheira de quarto.<br />

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Capítulo V<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Foi difícil dormir na manhã seguinte devido ao ruído de pessoas saindo. Ao redor do meio dia,<br />

alguém golpeou ruidosamente a porta do outro quarto e me dei por vencida. Só havia dormido<br />

algumas horas, mas não precisava de muito.<br />

O único problema era, que não queria me levantar. Fang tinha se metido debaixo dos lençóis e estava<br />

agachado ao meu lado, tão perto como ele podia ficar sem estar realmente em cima de mim. Era um<br />

pouco adorável. Sua atitude cínica e sarcástica devia ser uma fachada.<br />

Sim, só continua acreditando nisso, irmã.<br />

Mas ele lambeu minha mão e se aninhou ainda mais perto.<br />

Um breve golpe veio da porta e esta se abriu repentinamente, me surpreendendo.<br />

Fang saiu de debaixo do lençol em instantes e grunhiu para a latina que estava parada na porta,<br />

segurando toalhas.<br />

Ela gritou e fechou a porta de um golpe, desaparecendo rapidamente com uma grande quantidade de<br />

palavras em espanhol.<br />

Com meu coração voltando ao ritmo normal, disse, “Geez, Fang, não acredita que você exagerou<br />

muito? Era simplesmente a camareira”.<br />

Já que era dia <strong>–</strong> tempo em que todos os pequenos vampiros bons estavam na cama <strong>–</strong> não fiquei<br />

preocupada. Poderia lidar com qualquer outra coisa.<br />

Por que você não colocou o cartaz de “Não perturbe”?<br />

Por que não havia pensado nisso. Não passo muito tempo em quartos de hotel. “Por que você não<br />

colocou?” Rebati.<br />

Notícia de último momento <strong>–</strong> não tenho mãos, gênio.<br />

Bom, ele tinha um bom ponto, mas ele podia ter me lembrado.<br />

Oh, bem, não tem problema <strong>–</strong> nós estamos mudando de qualquer forma, logo em que eu decida onde<br />

vamos viver. Tomei um banho, me vesti e deixei Fang sair para fazer suas coisas. Estava quase na<br />

hora de conhecer a irmã de Dan e eu já havia pagado por uma noite nesta armadilha de ratos <strong>–</strong> não ia<br />

pagar por nada mais. De maneira que, atei minha bolsa na parte traseira da motocicleta, pus Fang na<br />

parte da frente, e fomos encontrar Dan, conseguindo hambúrgueres no caminho para nós dois. Fang<br />

gostava de hambúrgueres, também <strong>–</strong> imagine.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Só tinha que encontrar a maneira de distrair Dan até que eu pudesse encontrar um lugar adequado<br />

sozinha. Não tinha nada realmente contra em ter um companheiro de quarto, mas ia ser o<br />

suficientemente duro para mim esconder minha natureza demoníaca de meu companheiro. O<br />

simples pensamento de também tê‐lo que manter oculto de onde vivia soava como uma autêntica dor.<br />

No entanto quando parei no lugar, meu coração se afundou. Estava tão longe do hotel em que<br />

havíamos ficado ontem à noite como eu pudesse imaginar. Localizado no centro, parecia<br />

medianamente novo, com uma arquitetura adobe arredondada, o terreno bem cuidado, uma piscina,<br />

sala de ginástica, trilhas sobre as sombras de grandes carvalhos... simplesmente o tipo de lugar que<br />

eu gostaria de viver.<br />

Reconhece <strong>–</strong> você está arruinada.<br />

Ainda não. Depois de tudo, esse não era o único lugar para viver em San Antonio.<br />

Dan fez sinal para que eu parasse e estacionei onde ele me indicou. Ele parecia divertido quando tirei<br />

Fang de dentro do meu colete. “Ele sempre viaja aí?”<br />

“Sim, mas estou pensando em comprar um carrinho lateral de moto para ele”. Na hora em que eu<br />

pudesse me permitir.<br />

Bom plano. Não existe coisa melhor que companheirismo.<br />

“Estes são apartamentos ou condomínios?” Perguntei.<br />

“Casas geminadas 8 <strong>–</strong> ela alugou uma em que o dono teve que se mudar para outro estado. Mas a<br />

vantagem é que a maioria das pessoas têm as suas, assim que há uma população mais estável por<br />

aqui”.<br />

“Oh”.<br />

Simplesmente soava cada vez melhor.<br />

“Bom, vamos e te apresentarei a Gwen”.<br />

Gwen abriu a porta. Ela não se parecia muito com seu irmão. Alguns anos mais jovem que Dan, ela<br />

tinha o cabelo ruivo curto e despenteado. Ela imediatamente se agachou sorrindo alegremente para<br />

Fang. “Que lindo. Posso acariciá‐lo? É amigável?”<br />

8 [N/T]: *Casas geminadas: É a construção de duas ou mais casas ligadas uma a outra, ou uma as outras que se divide<br />

exatamente no meio ou proporcionalmente de acordo com a quantidade de unidades transformando o lote em duas<br />

partes.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Olhei para o cachorro do inferno. Você é? Eu na verdade não sabia como ele reagiria com outros.<br />

Em resposta, ele se aproximou da mão de Gwen com seu nariz, como pedindo para ser mimado.<br />

Maldito sem‐vergonha. Por que não podia me ajudar aqui e grunhir?<br />

Enquanto Gwen acariciava o cachorro, inclusive dizendo que seu nome era lindo, Fang disse, gosto de<br />

ser mimado. E eu gosto dela.<br />

Infelizmente, eu também gostava dela. Ela se mostrou extrovertida e cheia de vitalidade, enquanto<br />

me mostrava o lugar. A casa tinha dois quartos, separados para privacidade, dois banheiros, e uma<br />

cozinha que era mais bonita do que a de mamãe.<br />

Ela o havia decorado com uma boa quantidade de cores chamativas, e geniais e extravagantes<br />

acessórios. Além disso, tinha uma porta que dava a um bonito pátio e mais além uma área aberta<br />

onde Fang poderia andar livre se quisesse.<br />

Era perfeito. Maldição. Tratando de encontrar uma razão para rechaçá‐lo, disse, “Uma ótima cozinha,<br />

mais eu não cozinho”.<br />

“Não tem problema”, disse Gwen alegremente, “Eu o faço <strong>–</strong> e eu gosto de cozinhar para mais de um.<br />

Também cozinho com o forno sempre que posso. Você só precisa me ajudar a limpar e pagar metade<br />

da refeição. Oh, e trazer teus próprios móveis para o quarto. Tenho todo o resto”.<br />

Isso soava razoável, mas não estava procurando coisas razoáveis. Estava buscando uma razão para<br />

rechaçá‐lo. “Trabalho de noite”.<br />

“Eu também”, disse Gwen com um sorriso. “E este lugar é tranqüilo durante o dia”.<br />

“Não sei se posso pagá‐lo”. Era muito mais agradável do que eu havia esperado.<br />

“Tua motocicleta está paga e você é muito jovem para ter uma dívida real”, disse Dan, “Eu sei quanto<br />

Ramirez te paga. Pode acreditar, você poderá pagar <strong>–</strong> e ainda se permitir comprar um carrinho lateral<br />

da motocicleta para Fang”.<br />

Oh, ótimo, aí ia minha desculpa. “Fang perde um montão de pêlo”, disse com ar de desculpa.<br />

Ela fez um gesto com a mão como se fosse insignificante. “Oh, estou acostumada com pêlo de<br />

cachorro. Nós sempre tínhamos na casa em que crescemos. Estive tão ocupada com a escola e depois<br />

com meu trabalho que não tive a possibilidade de conseguir nenhum cachorro”. Ela deu uma olhada<br />

para Fang. “Ele parece muito bem educado. Inclusive pode conseguir uma dessas portas para<br />

cachorros para por na porta do pátio assim ele pode sair quando quiser”.<br />

Agora estamos falando.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ela sorriu para mim. “Por favor, aceita. Nós nos divertiremos”.<br />

Como poderia sair disso graciosamente, sem machucar os sentimentos de ninguém? “Não sei...”<br />

“Nos dê licença por um momento”, disse Dan para sua irmã e me puxou para o pátio. Ele fechou a<br />

porta deixando Fang dentro com Gwen. “Qual é o teu problema?” Ele soou irritado.<br />

Dei de ombros. “Este é o primeiro lugar que eu vi. Só queria manter abertas as minhas opções”.<br />

“Vamos <strong>–</strong> nós dois sabemos que você não poderia conseguir um acordo melhor. Qual é o teu<br />

verdadeiro problema? Tem algo contra a minha irmã?”<br />

“Claro que não”. Para dizer a verdade, invejava a relação fácil e carinhosa que esses dois<br />

evidentemente mantinham.<br />

“Então por que? Este lugar é perfeito para ti e você sabe”.<br />

Brava, dei uma parte da razão. “Sim, eu sei, se não suspeitasse que está fazendo isso para me vigiar.<br />

Não preciso de um irmão mais velho, sabe”.<br />

Ele bufou. “Obviamente. Não é por isso que te quero aqui”.<br />

“Então por quê?”<br />

“Assim pode vigiar Gwen por mim. <strong>Me</strong> preocupo com ela. Trabalha a noite na emergência, e vê um<br />

montão de coisas que ela não deveria”.<br />

“Como o quê?”<br />

“Como marcas de presas nas vítimas. Ela é muito teimosa para procurar outro emprego, e não quer<br />

pedir ajuda a seu irmão mais velho. <strong>Me</strong> sentiria muito melhor se ela estivesse vivendo com alguém<br />

com quem pudesse contar em caso de problemas. Alguém como você”.<br />

Oh. Ele estava me pedindo um favor. Raios, isso dava um novo giro nas coisas. Depois de tudo, esse<br />

cara havia me conseguido um trabalho, sem mencionar o bolo de aniversário. Estava em dívida com<br />

ele. E eu gostava do lugar... e Gwen. Mais poderia viver aqui e manter meu segredo seguro?<br />

Fang arranhou a porta do pátio e me fulminou com uma olhada através do vidro. No entanto, o vidro<br />

não deteve os seus pensamentos. Aceita.<br />

Bem, atirem, eles me superavam em número. E o pensamento de ir procurar outro lugar <strong>–</strong> ou viver<br />

em qualquer outra parte <strong>–</strong> era deprimente. Caramba, por que não? Seria lindo poder dizer para<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

mamãe que não precisava dela e que havia encontrado um trabalho e um lugar realmente bonito para<br />

viver, e tudo sozinha. Talvez inclusive algo parecido com uma família.<br />

Não <strong>–</strong> não vá nessa direção. Que aceitassem a Val‐humana não queria dizer que aceitariam a Val‐<br />

demônio.<br />

Abri a porta do pátio, para que ambos, Dan e Gwen, pudessem escutar. “Bem, aceito o trato”.<br />

“Bom”, disse Gwen com uma batida feliz. “Será divertido <strong>–</strong> e Dan vive próximo daqui, assim que<br />

vocês podem ir trabalhar juntos”.<br />

Perto? Acabei de ser enganada? Mas quando arqueei uma sobrancelha para Dan, ele murmurou<br />

suficientemente baixo para que só eu escutasse, “Não o suficientemente perto. Minha casa está no<br />

outro lado do complexo. Não é como se eu pudesse vigiar sua casa toda noite ou algo assim”.<br />

Bom, podia entender isso. Especialmente já que ele sabia exatamente que tipo de coisas vagavam<br />

pelas ruas de San Antonio à noite.<br />

Assenti e Gwen disse, “Vamos as compras!”<br />

Sorri abertamente. Nunca havia tido amigos com quem ir as compras, simplesmente mamãe e Jen.<br />

Soava divertido <strong>–</strong> outra nova aventura.<br />

Deixei minha bolsa na casa de Gwen, mas Fang não quis ter nada a ver com compras, assim é que ele<br />

preferiu ficar e conhecer sua casa nova. Mamãe, Jen e Rick estavam todos trabalhando na loja, assim<br />

que Gwen e Dan me ajudaram a recolher os móveis do meu quarto, depois Gwen <strong>–</strong> uma séria<br />

compradora <strong>–</strong> insistiu em me ajudar a comprar lençóis, toalhas e a porta de cachorros para Fang.<br />

Ainda melhor, encontrei algo mais estupendo que um carrinho lateral para moto na loja de motos.<br />

Quando voltei para a casa geminada, chamei Fang para prová‐lo. Eles tinham uma espécie de assento<br />

de couro acolchoado com pele de carneiro como um arnês, e o haviam fixado na parte traseira da<br />

Valkyrie para mim. Fang brincou com isso e deu a volta umas poucas vezes, rasgando a pele de<br />

ovelha, e em seguida, sentando nela.<br />

Isto funcionará, disse ele aprovando. Mais não precisarei das correntes.<br />

“Olha, te consegui isto, também”.<br />

Deslizei um par de óculos protetores de couro marrom em sua cabeça. “Eles mantêm o vento e areia<br />

fora de teus olhos”.<br />

Como pareço?<br />

Ótimo. Muito bem.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan riu. “Tudo o que precisa é de um capuz e uma longa echarpe arrastando‐se atrás dele para<br />

parecer com o Snoopy perseguindo o Barão Vermelho”.<br />

Fang deu patadas nos óculos protetores. Não quero parecer com um estúpido beagle 9 de desenhos.<br />

Não parece com ele, assegurei. Além disso, são práticos. Em voz alta, disse, “Pois bem. Eu acho que eles<br />

estão lindos. Todos os outros cachorros ficaram com inveja e vão querer um. O que você acha.<br />

Gwen?”<br />

Gwen assentiu. “Completamente”.<br />

Agora que Gwen estava de acordo comigo, Fang disse, Está bem, posso viver com o atrativo.<br />

Era hora de trabalhar e nos pareceu mais sensato que os três fossem no SUV de Dan <strong>–</strong> uma Toyota<br />

Highlander. Não era tão grande como o caminhão da UCE, mais era muito espaçoso. Em algum<br />

momento, teria que considerar comprar um carro. Uma moto nem sempre era prática.<br />

Na estação, entramos no caminhão da UCE depois da sessão informativa do trabalho. <strong>Me</strong> sentia um<br />

pouco estranha em ter um trabalho diferente do da livraria, mais estava muito pronta para ele. “Por<br />

onde começamos a procurar esta veia de vampiros?”<br />

Dan pensou por um minuto e folheou seu caderno para revisar suas anotações. Ele era extremamente<br />

meticuloso <strong>–</strong> aprendi que ele tinha anotações de todas as prévias sessões informativas e trabalhava<br />

durante horas para as relacionar e controlar as tendências por toda a cidade. “Vamos para o sul”.<br />

Enquanto ele ligava o veículo e começava a dirigir para essa direção, perguntei, “O que você espera<br />

encontrar?”<br />

“Não tenho nenhuma anotação dos múltiplos lugares, exceto talvez em uma área. Vamos verificar”.<br />

Ele conduziu até um bairro em que a maioria das pessoas fugiria a estas horas da noite. Com toda a<br />

pichação nos edifícios, parecia com um território de gangues. Como desafiando o clima gelado,<br />

alguns caras, em sua maior parte meninos hispânicos vestiam‐se com as cores da gangue, jogando<br />

basquete na quadra da escola.<br />

Dan assentiu com a cabeça na direção deles. “Se alguém puder saber de uma gangue de vampiros<br />

trabalhando na área, será outra gangue”.<br />

“E o que te faz pensar que eles dirão algo?”<br />

9 [N/T]: raça de cachorros.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Conheço alguns destes meninos. Por que não fica aqui enquanto eu faço algumas perguntas?”<br />

“Sim, como se você tivesse ficado quando eu te pedi. Nem por casualidade”. Saí, mais achei que era<br />

mais seguro para Fang permanecer no caminhão. Ainda que os vampiros fossem maus, eles eram<br />

algo conhecido. Os garotos da gangue poderiam ser psicóticos e imprevisíveis.<br />

Nenhum desafio, disse Fang, soando entediado, assim que o deixei no caminhão e segui Dan até a cerca<br />

metálica.<br />

“Levantem a cabeça”, disse um deles.<br />

Todos eles deixaram de jogar e começaram a dar olhadas furiosas para o rosto impassível de Dan. Ele<br />

não pareceu desconcertado. “Ei, Julio”, ele chamou através da cerca.<br />

Um dos meninos, um garoto de pele morena e magro, com um trapo amarrado ao redor da sua<br />

cabeça, aproximou‐se arrogante. Julio me olhou de cima a baixo, obviamente gostando do que via.<br />

Ele esfregou sua virilha e me olhou de uma maneira lasciva. “Belo pedaço...”<br />

“Não acredito que você quer terminar essa frase”, interrompeu Dan. “Val no outro dia destruiu um<br />

cara que era duas vezes seu tamanho e tudo o que ele fez foi olhá‐la com cara de mal. Você não quer<br />

desgostá‐la muito”.<br />

Não estava rigorosamente certo, mas lhe dei pontos por tentar. E Lola ainda não havia sido tentada.<br />

Julio me deu outra olhada e tentei me ver como uma gangster de algum tipo, no entanto quando<br />

Fang deu uma bufada mental que pude escutar dali, me dei conta de que simplesmente não poderia<br />

acontecer. <strong>Me</strong> acomodei para lhe dar um sorriso de um predador e deixar o demônio relampejar nos<br />

meus olhos.<br />

Bom <strong>–</strong> isto o desestabilizou. Eles sempre ficam incomodados quando eu não mostro medo.<br />

“O que querem?”, perguntou Julio, rapidamente cobrindo a sua ansiedade. “Não fizemos nada”.<br />

Eu na realidade duvidava disso, mas Dan disse, “Tudo o que queremos é fazer perguntas sobre umas<br />

coisas”.<br />

Julio voltou a olhar para trás para seus amigos como se estivesse buscando apoio e disse, “Não<br />

sabemos nada também”.<br />

“Nem sequer sobre uma nova gangue instalando‐se no seu território?” Perguntou Dan.<br />

“Não sei nada sobre nenhuma nova gangue. E inclusive se eles vierem aqui, não ficaram por muito<br />

tempo. Nós nos encarregaremos deles”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Houve um coro de assentimento por trás dele <strong>–</strong> meninos idiotas adotando uma postura exagerada<br />

uns para os outros, mostrando seu machismo.<br />

“Estes são diferentes. Eles matam as pessoas sem razão <strong>–</strong> três nesta área no mês passado. Eles deixam<br />

marcas como estas” Dan abaixou a gola de sua camisa e lhes mostrou onde a vampira o havia<br />

mordido.<br />

Julio não vacilou, mais um garoto atrás dele disse suavemente, “Essas são as mesmas marcas que<br />

encontraram no corpo de Hector”.<br />

“Sabe quem fez isso?” Julio perguntou para Dan.<br />

“Ainda não. Mas temos a intenção de descobrir. Sabe de algum grupo por aqui que poderia fazer algo<br />

como isto?”<br />

A maioria dos meninos balançaram a cabeça, mas Julio ficou pensativo e depois apontou para um<br />

anúncio pregado no poste. “Que tal eles? Acabaram de aparecer faz uma hora”.<br />

O cartaz anunciava a reunião do Novo Movimento de Sangue. Convidavam todos os humanos para<br />

participar do evento e conhecer verdadeiros vampiros, ajudá‐los a introduzir‐se na corrente. Estava<br />

programada para o primeiro dia dos Dias dos Mortos, no primeiro de novembro, dentro de quatro dias.<br />

Que... lindo. Durante os dias dos mortos, supunha‐se que era mais fácil os mortos visitarem os vivos,<br />

e os vivos usavam essa época para honrar seus entes queridos mortos.<br />

Que os vampiros adotassem esse feriado para seu propósito simplesmente parecia errado, mesmo<br />

que não fosse meu feriado. No entanto, pela forma em que o cartaz estava escrito, estava pouco claro<br />

se eram sérios... ou simplesmente estavam fazendo teatro.<br />

“Vale a pena dar uma olhada”, eu disse.<br />

Dan assentiu e arrancou o cartaz. “Obrigado”, disse para Julio.<br />

Enquanto voltávamos para o caminhão, alguém disse em voz alta, “Se encarregue deles,<br />

companheiro”.<br />

Dan olhou sobre seu ombro e lhes deu um aceno casual. “Contem com isso”.<br />

Ao voltar para o caminhão, ele disse, “Então, você me dirá como pode, como eles dizem, se<br />

encarregar dos vampiros tão facilmente, ou continuará me mantendo na ignorância?”<br />

“Não estou te mantendo na ignorância. Já falamos sobre isso”, disse cuidadosamente, me fazendo de<br />

tonta.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sabe a que me refiro. Por que você não tem medo de enfrentar um grupo de gangsters... ou um<br />

grupo de vampiros? Capaz de derrubar um homem que é duas vezes o seu tamanho? Tem trinta<br />

vampiros assassinados e você só tem dezoito anos?” Ele arqueou a sobrancelha para mim. “Você não<br />

é exatamente uma adolescente normal”.<br />

Não precisava ser um gênio para descobrir isso.<br />

Eu sabia que ele suspeitaria. “Apenas um acaso da natureza, suponho”. Quando ele bufou, decidi<br />

dar‐lhe algo um pouco mais verossímil. “Sabe que meus pais tem uma livraria chamada Nova Era?”<br />

“Sim, e?”<br />

“Pois bem, encontramos esse livro de vampiros que parecia ser escrito por vampiros autênticos já que<br />

dava um montão de esclarecimentos sobre seus pontos fortes e fracos. Além disso, ele tem um<br />

montão de pratica <strong>–</strong> fiz muito treinamento”. Para mantê‐lo fora de equilíbrio, disse, “Você pode pegar<br />

um pouco disto para si mesmo”.<br />

Esperei que isso o desgostasse muito, mas em vez disso, ele disse, “Sim, poderia”.<br />

Olhei‐o surpreendida. “Você acredita?” Parecia muito fácil.<br />

“Sim, bem, Charlene me fez perceber. Eu pensava que podia lidar com qualquer coisa, mas ela me<br />

mostrou que não posso”.<br />

Charlene? Ah, sim, a vampira que jogou hockey de amígdalas 10 com ele.<br />

Ele mudou de posição ansiosamente, e me perguntei se ele se sentia incomodo relembrando a luxúria<br />

que ela havia despertado nele.<br />

Curiosa, lhe perguntei, “Há quanto tempo você faz isso?”<br />

“Só estou na UCE há alguns meses. <strong>Me</strong>u parceiro anterior me treinava, mas ele foi...” Ele se deteve<br />

lentamente, olhando fixamente para longe, sua expressão desolada.<br />

Mordido até morrer? Sugado até que ficasse seco? Assassinado selvagemente?<br />

“Assassinado?” Perguntei, o qual soou melhor do que as alternativas de Fang.<br />

“Sim, ele morreu <strong>–</strong> assassinado por um desses monstros”. A expressão no seu rosto era assassina.<br />

“Ninguém deveria morrer dessa forma. Não deveria ser permitido que essas coisas existissem, e eu<br />

10 [N/T]: Ela usa a frase ʹplay tonsil‐hockeyʹ, ou jogar hockey de amígdalas, para se referir ao beijo francês.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

quero matar a todos e cada um deles”. Ele se voltou para mim. “Pode me ajudar a fazer isto, me dar<br />

alguns conselhos?”<br />

Impressionada por sua boa disposição a ser ensinado por uma garota, disse, “Claro”. Então me senti<br />

imediatamente indecisa. Poderia ensiná‐lo bem? Depois de tudo, nunca havia ensinado a alguém<br />

antes. Sempre me haviam ensinado, meus professores de artes‐marciais e Rick. Isso era <strong>–</strong> lhe<br />

ensinaria da mesma maneira que Rick me ensinou.<br />

“Bom”.<br />

Os dias seguintes caíram numa espécie de rotina enquanto eu me adequava a minha nova vida. Fang<br />

e eu dormíamos até cerca do meio‐dia, ficávamos com Gwen <strong>–</strong> que se mostrou uma grande<br />

cozinheira <strong>–</strong> durante a primeira parte da tarde, então treinava com Dan até o entardecer e seguíamos<br />

novas pistas de noite.<br />

Ensinei a Dan como contra‐atacar a velocidade sobre‐humana dos vampiros com tudo o que eu pude<br />

imaginar. A maioria das artes‐marciais levavam muito tempo para que fossem dominadas, assim que<br />

não tentei ensiná‐lo nenhuma, ainda que lhe recomendei que entrasse em uma turma sobre a<br />

relativamente desconhecida arte da espada de Tai Chi no futuro. As longas coisas pontiagudas não só<br />

eram ótimas para manter os mortos‐vivos longe, como elas eram muito boas para cortas suas cabeças.<br />

Isso era, se conseguisse encontrar uma maneira de levá‐la de um lado para o outro sem assustar a<br />

população.<br />

Felizmente, ele aceitou a balestra 11 como algo natural. Infelizmente elas não eram uma grande opção<br />

já que só serviam se ele fosse capaz de perceber os vampiros à distância, e essa arma era<br />

simplesmente muito visível para levá‐las pelas ruas. De modo que, para brigas de perto, Dan levava<br />

pequenos frascos de prata com água benta, além das estacas.<br />

Ele começou a usar bastante prata no pescoço, pulsos e cintura. Embora ele usasse a maior parte do<br />

metal debaixo da gola de sua camisa, ele recebeu piadas ocasionais acerca da sua mudança de<br />

imagem dos outros sujos. Mais Dan era esperto <strong>–</strong> ele não parecia uma joalheria, simplesmente usava<br />

armas que o ajudariam a se manter vivo.<br />

Na quarta tarde de nosso treinamento no ginásio da estação, fingi ser um vampiro e corri para Dan,<br />

prendendo‐o em uma luta corpo a corpo. A última vez que eu havia feito isso, ele havia sido incapaz<br />

de alcançar qualquer uma das armas dentro de sua jaqueta e havia “morrido”.<br />

Mais desta vez ele estava pronto. Ele pegou uma estaca fora do arnês especial que ele havia equipado<br />

a sua manga e um frasquinho fora do outro. Fez voar a rolha fora do frasquinho com seu polegar em<br />

um movimento rápido e o jogou em meu rosto. Quando pisquei surpresa, ele levou para baixo a<br />

estaca, detendo‐se a uns milímetros de meu coração.<br />

11<br />

[N/T]: *balestra: http://www.knifeco.ppg.br/balestra.jpg<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Sorrindo abertamente, Dan disse, “Teu rosto foi destruído por água benta e tem uma estaca em teu<br />

coração. Está morta, Madame Vampira”.<br />

Te pegou!<br />

Excelente. Até Fang parecia estar aprovando Dan. Mas permanecer durante muito tempo com um<br />

homem em cima de mim depois do “assassinato” era uma má idéia. Nossos campos de energia se<br />

juntaram como um só e tive uma visão mental de Lola fazendo explodir sua rolha, filtrando‐se para<br />

fora da garrafa para me deixar saber que ela estava extremamente interessada no muito bonito e<br />

musculoso corpo apoiado sobre mim. Infelizmente, a parte de me deixar saber seu interesse estava na<br />

área física.<br />

E, pela estranha expressão no rosto de Dan, ele sentia também.<br />

Não acredito que seja uma boa idéia.<br />

Eu também não. Não estava pronta para isso. Homens, saindo em encontros, nos beijando... o<br />

pensamento disto me fez sentir tudo revolto dentro de mim. Não estava segura que ainda queria<br />

lidar com estes sentimentos humanos, e muito menos com o que Lola queria. Especialmente com Dan.<br />

Sim, ele era muito quente, mais ele tinha muito mais experiência que eu, para não mencionar o fato<br />

de que ele era meu parceiro!<br />

Saí apressada de debaixo dele, limpando com um pano a água em meu rosto. “Bom trabalho”,<br />

balbuciei. “Acredito que está pronto para se encarregar de alguns vampiros agora”. <strong>Me</strong>ntalmente,<br />

dei um empurrão em Lola para dentro da garrafa. <strong>Me</strong> deu um pouco de trabalho, mas a dominei.<br />

Dan me deu um olhar atento, mais desviei meus olhos e comecei a girar meus pés.<br />

“Como está teu bloqueio mental?”<br />

Não havia sido capaz de ajudá‐lo com isso, já que realmente não precisava de um, assim que outros<br />

membros da UCE haviam trabalhado com ele, lhe dando alguns conselhos e truques que haviam<br />

aprendido da forma mais difícil. No entanto, eu cautelosamente o havia deixado saber que podia<br />

sentir se um vampiro tentasse me controlar. Dan simplesmente pareceu aceitá‐lo como parte de<br />

minha estranheza geral.<br />

“O bloqueio está bem”, disse Dan. “Requer um esforço consciente mantê‐lo, mais acho que está<br />

funcionando. Não saberei com segurança até que um vampiro realmente tente usá‐lo em mim”. Ele<br />

ficou de pé. “Estou pronto para a reunião desta noite. E você?”<br />

Aliviada que ele não mencionasse o que acabou de passar entre nós, disse, “Claro. Vamos lá”.<br />

Lola despertou outra vez, ansiosa para seguir com isto. Era a luxúria de antecipação pela reunião... ou<br />

em reação pelo que acabava de acontecer com Dan? Não estava segura, assim que simplesmente<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

tentei me assegurar de que a reunião se encarregasse dessas incômodas necessidades de meu<br />

demônio interior, assim ela manteria suas ambiciosas mãos longe de meu parceiro.<br />

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Capítulo VI<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Quando chegamos no enorme lugar da reunião perto do centro, esta já havia começado, assim Dan<br />

estacionou perto da saída de trás. Fang farejou o ar e o pêlo de seu pescoço se eriçou quando ele<br />

deixou sair um grunhido baixo.<br />

Vampiro.<br />

“O que ele está fazendo?” perguntou Dan.<br />

“Farejando vampiros”.<br />

Dan olhou surpreendido. “Não sabia que ele podia fazer isso”.<br />

O que você não sabe poderia encher uma enciclopédia.<br />

Deixe ele em paz, Fang ‐ ele é só um humano.“Ele esteve treinando, também”.<br />

“Bom saber. Pode dizer o quão perto eles estão?”<br />

Escutei. “Ninguém perto. Deve ser os vampiros lá de dentro”.<br />

Dan passou a olhar para Fang. “Desta vez, deveria deixá‐lo aqui. Sei que os organizadores<br />

prometeram completa segurança em seu folheto, mais um cachorro pequeno em uma multidão<br />

excitada <strong>–</strong> não será bom”.<br />

Franzi o cenho. “Você provavelmente está certo. Mais você nunca pode ser muito cuidadoso. Te direi<br />

o que faremos, Fang. Você fica aqui, e corre para nos ajudar se precisarmos, está bem?”<br />

Dan revirou seus olhos. “Nossa, eu sei que teu cachorro é esperto, mas quem acredita que ele é <strong>–</strong><br />

Lassie?”<br />

Não havia me dado conta que eu tinha dito isso em voz alta. “Ele é melhor que Lassie <strong>–</strong> ele pode se<br />

encarregar de um vampiro”.<br />

Malditamente certo.<br />

Só que não dezenas deles. Claro, ele estava disposto a tentar, mas eu não estava disposta a perdê‐lo<br />

na tentativa.<br />

E eu era o suficientemente esperta para saber que ele não poderia lidar com isso.<br />

Eu ficarei aqui, serei seu apoio.<br />

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Bom <strong>–</strong> faça isso.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dando de ombros, Dan liderou o caminho até o hall onde a reunião estava em plena atividade.<br />

O hall já havia visto melhores dias, sendo um lugar de jantar com espetáculos, no entanto agora o<br />

piso de madeira estava cheio de rachaduras e desesperadamente precisando ser polido. Na<br />

iluminação brilhante, eu pude ver as cortinas de veludo vermelho como o sangue marcando o cenário,<br />

brilhando em diferentes lugares. Mais a multidão não parecia se importar. A maior parte dos que<br />

estavam aqui, tinham a minha idade, e a vestimenta do dia parecia ser a moda gótica ou Emo, com<br />

outros usando fantasias de esqueletos ou de vampiros em honra a ocasião.<br />

Mais os que realmente me assustavam eram aqueles que não usavam nenhuma fantasia ou<br />

maquiagem <strong>–</strong> os vampiros no meio da multidão.<br />

Eles davam a reunião uma margem de perigo, a sensação de que uma palavra errada era a única<br />

faísca que precisava para explodir.<br />

“Este lugar é um choque de trens esperando para acontecer”, sussurrou Dan.<br />

“Sim”. Mas com toda a segurança e a natureza pública da reunião, esperei que tudo fosse bem.<br />

“Alguma idéia de quantos vampiros estão aqui?”<br />

Neguei. “Não posso dizer com segurança. Só os posso sentir se estiverem usando seus poderes.<br />

Alguns deles estão fazendo, para nublar a mente das pessoas sobre sua verdadeira aparência.<br />

Provavelmente a maior parte deles. Não mais de vinte e poucos, eu diria”.<br />

“Não é tão ruim como eu pensava. Pode me apontar um?”<br />

“Aquele. Ele está projetando uma imagem gótica. Mas ele é mais como uma pessoa socialmente<br />

desajustada presa na década de cinqüenta”.<br />

Senti Dan se relaxar ao meu lado. “Bem <strong>–</strong> eu o vejo como ele é na realidade <strong>–</strong> meu bloqueio deve estar<br />

funcionando”.<br />

Observamos por alguns minutos como um homem sobre o palco, que ficava detrás do salão, falava<br />

com o público.<br />

O vampiro, que se apresentou simplesmente como Alejandro, tinha a pele da cor marrom‐ouro, longo<br />

cabelo castanho escuro, um atrativo aristocrático, e uma dramática capa negra que se movia quando<br />

ele gesticulava. Sua voz sedutora e suas maneiras carismáticas foram de certa forma efusivas e<br />

teatrais, mas a multidão se entregou. Embora seu inglês fosse excelente, ele tinha um leve acento e a<br />

forma de expressar‐se de uma pessoal cuja língua original é a espanhola.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sim, os vampiros são reais. Mais não há razão para temer, meus amigos. Nós do Novo Movimento<br />

de Sangue só temos o desejo de viver em harmonia com os humanos. Não há necessidade de medo<br />

ou de luta”.<br />

Verdade? Diga isso as pessoas que eles drenaram.<br />

Ele continuou. “Nós estabelecemos bancos de sangue em toda a cidade onde é fácil para os humanos<br />

fazer depósitos e para os vampiros retirar o que eles precisem”. Ele fez uma pausa, erguendo seu<br />

dedo dramaticamente. “Mas, por que vocês deveriam doar, podem estar se perguntando? É simples.<br />

Simplesmente nós os compensaremos por este fluido que é tão vital para nossa existência. E vocês<br />

podem escolher se serão compensados com dinheiro... ou com prazer”.<br />

Ele continuou explicando que não havia necessidade do incômodo processo de fundir presas nos<br />

pescoços e outras regiões do corpo. A menos que o humano quisesse, claro, então arrumariam<br />

quartos discretos para a doação de sangue.<br />

E os tolos <strong>–</strong> ou melhor, os potenciais sugados <strong>–</strong> pareciam estar acreditando. Ao menos alguns deles<br />

estavam.<br />

Alguns pareciam pensar que isso era uma grande piada, outros zombavam, mais a grande maioria<br />

parecia fascinada por Alejandro que nem sequer questionavam o fato que ele afirmou que os<br />

vampiros eram reais.<br />

Dan se inclinou um pouco para baixo. “Pode dizer se eles estão sendo coagidos, usando sua mente<br />

para controlar seus pensamentos?”<br />

“Seria impossível controlar tantas pessoas ao mesmo tempo. Mais eu o sinto mandando ondas de boa<br />

vontade, estimulando a confiança, a cooperação e aceitação”.<br />

Ele fez uma careta. “É provável que os absorvam. Vamos chegar mais perto”.<br />

Fomos abrindo caminho para frente e uma onda na multidão me empurrou contra um vampiro perto<br />

do palco. Ele me encarou lascivamente, mostrando suas presas. Entre eles e seus dreadlocks, ele era<br />

um pouco asqueroso.<br />

“Sinto muito”, eu disse, recuando. Não queria iniciar nada. E aqui, era muito fácil para os homens<br />

ficarem perto demais, e nossos campos de energia se sobreporem. Fui lentamente para mais perto de<br />

um grupo de meninas.<br />

O vampiro me olhou de relance. “Não te conheço, coisinha doce?”<br />

“Não acredito”, disse e me virei para o palco.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Alejandro continuava dirigindo‐se para a multidão, invocando os vampiros não afiliados na<br />

população a se unirem ao Movimento, vivendo em harmonia com os humanos e desfrutando das<br />

vantagens adicionais de ter uma fonte estável de sustento. No que dizia respeito aos humanos, ele<br />

falou incansavelmente sobre os benefícios e as delícias de doar sangue, mencionando indiretamente<br />

deleites carnais para esses humanos que pessoalmente ofereciam seus pescoços para alimentar o<br />

Movimento.<br />

“Mas basta de palavras”, Alejandro disse finalmente. “Deixe‐nos dar uma pequena demonstração. Se<br />

meus assistentes quiserem se aproximar do palco?” Ele gesticulou para o lugar.<br />

“Austin...” Um caubói alto e magro <strong>–</strong> usando chapéu, botas e jeans <strong>–</strong> se uniu a ele, inclinando seu<br />

chapéu para a multidão. Ele sorriu abertamente e as mulheres enlouqueceram. Funcionou com os<br />

cigarros Marlboro, por que não com o Movimento?<br />

“Luis...” Um charmoso latino se uniu ao caubói. Usando uma barba bem‐cuidada junto com seu<br />

longo cabelo preso em um rabo‐de‐cavalo na base de seu pescoço, Luis se inclinou em uma<br />

reverência, parecendo com algum tipo de histórico aristocrata espanhol. Ele produziu como resposta<br />

vários ooh’s e ah’s das mulheres no local.<br />

“Rosa...” Uma sexy latina com um longo cabelo solto e o corpo de Marilyn Monroe deu a multidão<br />

uma olhada sedutora. Os homens aplaudiram.<br />

Partindo desses espécimes, qualquer um pensaria que todos os vampiros eram completamente<br />

quentes. Falando em propaganda enganosa...<br />

Alejandro continuou. “E, a última mais não menos importante... Lily!”<br />

Enquanto os homens na multidão gritavam seu apreço, Dan ficou rígido ao meu lado. A loira alta e<br />

magra, vestia um vestido rosa sexy e apertado e tinha um corte de cabelo curto, uniu‐se aos outros no<br />

palco, e Dan sussurrou algo que não consegui ouvir.<br />

“O que está acontecendo?”, lhe perguntei.<br />

“Nada”, disse Dan em um tom entrecortado.<br />

Sim, claro. Mais não perguntei isso de novo, por que queria ouvir o resto do que Alejandro tinha para<br />

dizer.<br />

“Doar sangue pode ser sem dor, até mesmo agradável”, o vampiro disse com um sorriso conhecedor.<br />

“Quem gostaria de provar com um dos meus adoráveis assistentes?”<br />

Neste momento, todos os assistentes sorriram, mostrando suas presas.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Um sentimento de desejo surgiu deles para a platéia. A repentina onda de luxúria, a emoção e a<br />

antecipação por todos os lados no salão reanimaram Lola e a fizeram prestar atenção. Uh‐oh. Uma<br />

sensação quente e fria passou por mim, deixando‐me sentindo um formigamento e uma hiper<br />

consciência de Dan e todos os vampiros neste lugar.<br />

Tive uma rápida imagem mental da garrafa de Lola mexendo‐se e a rolha ameaçando desaparecer.<br />

Não a podia deixar sair agora quando todas as coisas estavam tão instáveis. Ela ficaria louca com<br />

tantos alvos ao redor? A pisoteei para dentro, rápida, mais ainda podia sentir sua consciência<br />

fervendo debaixo da minha pele.<br />

Dan me olhou estranhamente. “Você está bem?”<br />

“Ótima”, murmurei. Simplesmente ótima.<br />

O vampiro com quem eu havia me chocado antes me disparou uma olhada cínica, aparentemente<br />

bravo por que estávamos atrapalhando o show. Ele reagiu tarde e disse acusadoramente então,<br />

“Espere um minuto. Eu te conheço. Você é a caçadora”.<br />

O quê? Como ele sabia disso?<br />

Atrás de mim, alguém disse, “A caçadora? Tem certeza?”<br />

Desconcertada, girei para a segunda voz, e os olhos do vampiro masculino se estreitaram. “É ela.<br />

Hey”, ele gritou em direção ao palco, sua voz ouvindo‐se claramente no silêncio expectante do salão,<br />

“pensei que havia garantido passagem segura para todos que viessem essa noite”.<br />

Enquanto Alejandro esperava os voluntários que abriam caminho para o palco, ele sorriu. “Sim, eu<br />

fiz”.<br />

“Então o que uma caçadora está fazendo aqui? Ela mata os vampiros por diversão”.<br />

Consternada, não pude fazer nada senão ficar de boca aberta. <strong>Me</strong>lhor acalmar isto rápido, ou eles<br />

iriam chutar meu traseiro ao estilo Vin Diesel.<br />

Enfadados murmúrios provinham dos vampiros na multidão, o que me deu arrepios, formigando<br />

com a crescente consciência do perigo.<br />

“Não estou aqui para isso”, protestei para Alejandro. Alisei o pêlo dos meus braços, tentando acalmá‐<br />

los, acalmar Lola.<br />

“Eu vejo”, disse Alejandro com um sorriso cativante. “Ela não está aqui para machucar ninguém”.<br />

“Sim, claro”, alguém gritou.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Ela matou uma boa quantidade de vampiros”, veio outra acusação.<br />

Quantos inocentes você matou? Eu queria perguntar, mas este não era o momento para isso.<br />

A tensão ficou ainda mais palpável na sala, fazendo minha pele rastejar lentamente e colocando em<br />

prova meu controle sobre Lola.<br />

Os vampiros me cercaram, murmurando uns para os outros, olhando furiosos para o palco e para<br />

mim. Eles estavam obviamente se instigando para fazerem algo. Se alguém não fizesse algo realmente<br />

rápido, as pessoas poderiam ficar feridas.<br />

Alejandro deve ter notado também, pois eu conseguia sentir ele mandando ondas de calma para os<br />

humanos na platéia, instando‐os à sair, tranqüilamente, e de forma segura. Saíram em grande<br />

número, se apressando, mais não de forma perigosa. Todos menos Dan, cujo bloqueio era sólido.<br />

Os guardas de segurança vampiros apareceram no palco, dirigindo suas balestras para os vampiros<br />

no salão. Hora de irmos. Infelizmente, nosso caminho estava bloqueado pelos vampiros que se<br />

aproximaram por trás, murmurando. Eles ainda se continham por causa da ameaça das balestras,<br />

mas começavam a ganhar confiança conforme nos iam rodeando.<br />

Não poderia me encarregar de todos eles <strong>–</strong> demônio ou não demônio. Deveria haver pelo menos<br />

vinte e cinco ou trinta. A única saída estava localizada no fundo da sala.<br />

Dan murmurou no meu ouvido, “Vamos através do palco”.<br />

Era exatamente o que eu estava pensando. Saltei para cima do palco, seguida de perto por Dan. Os<br />

assistentes de Alejandro se moveram para protegê‐lo, mais eu levantei minhas mãos para mostrar<br />

que eu não tinha nenhuma intenção de machucá‐lo. <strong>Me</strong> deixaram passar e eu retrocedi lentamente<br />

até a parte de trás do cenário.<br />

Nunca havia visto tantos vampiros em um só lugar. Pegar uma estaca seria uma má idéia.<br />

Provavelmente veriam isso como um convite para se jogarem em mim.<br />

No entanto, Dan não estava retrocedendo comigo. Na verdade, o policial estava se dirigindo para<br />

Alejandro e seus assistentes.<br />

“Dan”, lhe chamei.<br />

Ele me ignorou enquanto ele ia disparado até a loira alta. O que estava errado com ele?<br />

Os murmúrios ficaram mais altos enquanto os vampiros se agrupavam ao redor do palco e o último<br />

dos humanos se apressava até as saídas. Logo, os vampiros gritavam em direção ao palco e entre eles.<br />

“Você a trouxe até aqui de propósito <strong>–</strong> para nos identificar”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Nah, ele a utiliza como uma ameaça para nos obrigar a nos unir a seu patético Movimento”.<br />

“Sim, eles estão trabalhando juntos”.<br />

“Não, não”, disse Alejandro. “A única forma de vocês acabarem feridos é se iniciarem a violência”.<br />

Mais o seu carisma não pareceu surtir efeito nos vampiros tão bem como havia funcionado com os<br />

humanos.<br />

Se eu pudesse só agarrar Dan e tirá‐lo daqui. Mais ele murmurava urgentemente no ouvido da loira<br />

que tentava se livrar dele.<br />

Alejandro fez um gesto imperioso e os guardiões de segurança não‐mortos se alinharam na borda do<br />

palco, ameaçando os vampiros debaixo. Vampiros lutando contra vampiros? Caramba, fariam meu<br />

trabalho por mim.<br />

Mas Alejandro estava empenhado em se assegurar de que todos os humanos estivessem a salvo. Odiava<br />

admitir, mas seu coração parecia estar no lugar certo... ainda sim não palpitava. Será que ele estava<br />

realmente tratando de melhorar as relações entre vampiros e humanos como ele afirmou?<br />

Talvez este grupo não fosse responsável pelo aumento dos ataques.<br />

Os vampiros que estavam em baixo começaram eles mesmos um frenesi. Suspirei. Minha aparição<br />

havia iniciado isto, mas pareciam culpar Alejandro. Talvez se eu fosse embora <strong>–</strong> e ele <strong>–</strong> o distúrbio<br />

acabaria. Além disso, ele era a nossa melhor opção para descobrir o que estava acontecendo com este<br />

grupo.<br />

<strong>Me</strong> assegurei de que sua guarda pessoal visse que minhas mãos estavam bem longe de qualquer<br />

arma enquanto me movia para mais perto de Alejandro e murmurava, “Não deveríamos ir embora<br />

daqui, agora?” Antes que Lola se liberasse e eu fizesse algo que todo mundo lamentaria.<br />

Ele franziu o cenho. “<strong>Me</strong>u carro não estará aqui até dentro de outra hora”.<br />

“Não podemos esperar tanto tempo. Vamos, lhe tiraremos daqui”.<br />

Austin sorriu abertamente para ele e disse, “Vá. Podemos nos encarregar desses indesejáveis sem<br />

vocês”. Os demais assentiram mostrando que concordavam e formaram uma linha atrás do guardas,<br />

ainda escoltando Alejandro.<br />

Puxei Alejandro para parte de trás do palco, gritando, “Dan, vamos!”<br />

Dan hesitou, então agarrou o braço da loira alta e ele disse algo para ela que eu não pude escutar.<br />

“Diga a ela que venha também” insisti para Alejandro. Qualquer coisa para tirar Dan daqui.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

O líder dos vampiros a chamou com gestos, e a mulher obedeceu.<br />

Finalmente. Com alívio, apressei Dan e os vampiros para fora pela parte traseira, e ouvi um rugido<br />

de raiva enquanto os vampiros se davam conta de que sua presa saíra. Os sons de luta logo os<br />

seguiram. Quanto tempo o pessoal de Alejandro poderiam mantê‐los afastados?<br />

Corremos rapidamente para o caminhão e Fang nos ouviu chegar. Ele se eriçou, mostrando seus<br />

dentes. “Está tudo bem”, lhe disse. “São amigos”.<br />

Abri a porta com força e me joguei no estreito banco traseiro ao seu lado. “Não toquem no metal”<br />

adverti os vampiros. “É prata”. Eles subiram um pouco mais cautelosamente na frente e, sem perder<br />

tempo, Dan colocou o caminhão para andar e nós saímos dali, justamente quando os vampiros<br />

saíram enfurecidos do salão.<br />

“Vamos”, gritou Alejandro, sua cabeça para fora da janela do passageiro para averiguar sobre nossos<br />

perseguidores.<br />

Dan foi. O uivo dos não‐mortos que nos seguiam a pé, aparentemente pensando que poderiam<br />

ultrapassar o caminhão. Eles eram rápidos, mais não tão rápidos. Mais quando Dan baixou a<br />

velocidade para virar uma esquina, um deles realmente se agarrou na porta do condutor que estava<br />

com a janela aberta. Sua mão se queimou ao entrar em contato com a prata, mas ele não a soltou.<br />

Jantar!<br />

Fang se lançou para frente e mastigou ferozmente seus dedos enquanto Dan dava cotoveladas no<br />

rosto do asqueroso não‐morto.<br />

O vampiro gritou e soltou a porta, e nenhum de seus amigos foi o suficientemente rápido para nos<br />

pegar. Logo, deixamos os outros vampiros comendo pó. Com a ameaça longe, Lola se acalmou e<br />

pude me relaxar.<br />

Bom trabalho, pensei para Fang.<br />

Ele me deu um sorriso canino. <strong>Me</strong>terei chutes onde eu possa, desde que você diga que esses dois<br />

ultrapassaram os limites. O que aconteceu?<br />

O informei enquanto Dan se concentrava em dirigir. “Para onde?” Ele perguntou.<br />

Alejandro hesitou, evidentemente relutante em nos deixar saber a posição de seu covil. “Em qualquer<br />

lugar <strong>–</strong> não importa. Longe do centro”.<br />

Finalmente, a mulher falou. “O banco de sangue é no lado sul. Está fechado está noite para a reunião”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Alejandro assentiu. “Boa idéia”. Ele deu a Dan as direções, logo pegou seu telefone celular e deu<br />

instruções a seu motorista para encontrá‐lo lá.<br />

Um vampiro usando um celular... Isso simplesmente parecia errado, de alguma maneira.<br />

Ele fez outra ligação, desta vez para Austin, perguntando como iam as coisas no salão. Alejandro<br />

desligou o telefone e disse, “Agora que nós fomos embora as coisas estão se acalmando por lá.<br />

Ninguém está ferido... não muito”.<br />

Queria dizer que os vampiros poderiam se curar não importava quanto houvessem se machucado.<br />

Assenti, mas Dan não disse nada, e a mulher entre Dan e Alejandro estava tão rígida como um pau. A<br />

tensão entre eles era quase tangível. Estranho. O que estava acontecendo? Alejandro dirigiu um olhar<br />

interrogativo para mim no banco traseiro. Dei de ombros, sem saber muito mais do que ele sabia.<br />

Aparentemente, o vampiro não acreditou em mim, por que logo senti um formigamento em minha<br />

mente. Fang grunhiu, notando a intenção do vampiro pela minha reação. “Isso não funcionará” disse<br />

sem rodeios, acariciando o pêlo do cachorro.<br />

O formigamento desapareceu. “O que é que não funcionará?” Alejandro perguntou.<br />

“Você tentando controlar minha mente. Não funcionará”.<br />

“Por que não?” Alejandro colocou seu braço sobre o encosto do banco e sorriu, exalando charme e<br />

atração sexual parecendo como se não requeresse esforço. Ele nem sequer precisava pôr atenção no<br />

controle para fazê‐lo <strong>–</strong> este vinha naturalmente para ele.<br />

Aposto que uma boa quantidade de mulheres caíram nesse charme latino, mas não podia esquecer<br />

que ele era um dos não‐mortos. Nem, aparentemente, podia o succubus dentro de mim. Lola não<br />

estava nem sequer tentada. Simplesmente lhe dei uma olhada de você‐deve‐estar‐brincando.<br />

Ele riu, sua voz como uma carícia e cheia de promessas sexuais. “Já vi. Não posso controlar a sua<br />

mente por que você é... especial”.<br />

“Você está malditamente certo”.<br />

Ainda sorrindo abertamente, o líder dos vampiros disse, “Não esperaria nada menos de uma<br />

Caçadora”.<br />

Fiz uma careta para ele. “De qualquer forma, como vocês e todos os outros me descobriram? E quem<br />

me chama de Caçadora?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Alejandro conseguiu fazer um encolhimento de ombros parecer elegante. “Uma jovenzinha esteve<br />

mostrando sua foto pelos arredores, te chamando de Caçadora, tentando te encontrar”.<br />

Oh, raios <strong>–</strong> não Jen, é claro. “Ela tem aproximadamente dezesseis anos? Loira? Parece com uma líder‐<br />

de‐torcida?”<br />

Parecendo divertido, Alejandro assentiu.<br />

Tinha que ser Jennifer. Quem mais poderia ser tão idiota?<br />

Isso chamou a atenção de Dan. Ele olhou para Alejandro. “Ela disse por que estava procurando a<br />

Val?”<br />

Nah, ela provavelmente só tinha o desejo de se matar.<br />

Os olhos de Alejandro brilharam. “Então, trocaremos informações?”<br />

“Está bem”, disse Dan. “Uma coisa pela outra”. Ele se deteve diante do banco de sangue, o qual<br />

parecia como um hotel reformado, e Alejandro nos convidou para entrar.<br />

Vêm?, perguntei para Fang.<br />

Ele farejou com desprezo. Se só vão conversar, não precisam de mim. Ficarei aqui. Grite se é que na verdade<br />

vão, já sabe, matar alguma coisa.<br />

Ele parecia ofendido de que eu não estivesse automaticamente indo ao modo de uma caçadora, mas<br />

estava curiosa sobre este suposto grupo de mais favoráveis e gentis vampiros <strong>–</strong> sem mencionar a<br />

estranha fascinação de Dan com a mulher que estava a seu lado e que diabos Jen estava fazendo<br />

rondando um monte de vampiros.<br />

Alejandro e a mulher lideraram o caminho para o interior, até um escuro hall, e Dan e eu os seguimos.<br />

“O que está acontecendo contigo?” Sussurrei, mais Dan me ignorou. Se ele não houvesse tido<br />

semelhante expressão em seu rosto, poderia ter pensado que ele estava encantado. Mas, não, ele<br />

estava sendo simplesmente Dan <strong>–</strong> teimoso até que tudo saía.<br />

Alejandro nos levou no elevador até o quarto andar e nos conduziu a uma sala de tecnologia<br />

avançada com todo tipo de coisas eletrônicas. Não podia nem sequer começar a adivinhar para que<br />

servia a maior parte daquelas coisas.<br />

“Então”, disse o homem carismático, sorrindo, “sou Alejandro. Não posso continuar chamando uma<br />

jovem tão linda de Caçadora. Você é...?”<br />

Encantador. Aham. “Ninguém. Simplesmente me chame de Buffy”, disse. Era um nome estúpido,<br />

mas conveniente.<br />

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Ele fez uma careta. “E teu encantador amigo?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Dan Sullivan”, respondeu a mulher, sua cara inexpressiva. “Ele é um policial”.<br />

Então eles realmente se conheciam. Mas Dan não estava muito contente sobre isso, se sua expressão<br />

servisse de indicação.<br />

“E esta é Lily Armstrong”, disse Dan, sua voz urgente.<br />

“Como você a conheceu?” Perguntei.<br />

“Foi minha noiva”, disse laconicamente.<br />

Eu não poderia dizer se o novo trabalho dental de Lily era uma surpresa para Dan ou uma velha<br />

ferida. Lamentei por ele, eu na realidade o fiz, mas esperei que ele não se distraísse pelo o que estava<br />

acontecendo.<br />

Alejandro levantou uma elegante sobrancelha como se os convidasse a contar mais, mas nenhum<br />

deles parecia inclinado a nos informar. Dan ficou de pé junto a mim, olhando furiosamente para Lily.<br />

A mulher não respondeu, tomando cuidado em ignorá‐lo enquanto ela se aproximava do lado de<br />

Alejandro como um bom lacaio.<br />

Ela me ignorava também, como se não fosse nem sequer suficientemente boa para me notar <strong>–</strong><br />

nenhuma ameaça em nenhum departamento. Que chato.<br />

Alejandro deu de ombros e levantou uma sobrancelha para Dan. “Assim que, uma resposta por uma<br />

resposta?” Com a inclinação de cabeça de Dan, o líder dos vampiros perguntou, “O que esperavam<br />

conseguir causando distúrbios na minha reunião?”<br />

Dan fez careta. “Não foi intencional. Nós simplesmente estávamos tentando descobrir mais sobre o<br />

seu grupo”.<br />

“Sim”, acrescentei. “Não tinha idéia de que alguém sabia quem eu era”.<br />

“Por que desejam saber mais sobre nós?”<br />

“Não, você primeiro”, disse. “O que queria a garota com a minha foto?”<br />

Alejandro deu de ombros. “Ela queria aprender mais sobre nossa organização, te encontrar, e<br />

aparentemente nos assustar com a sua reputação. Não sei seu nome”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Bem. Minha mandíbula se apertou de qualquer maneira. Obviamente, mamãe não tinha dado para<br />

Jen meu novo número. Mas se minha irmã continuasse neste estúpido rumo, ela poderia encontrar<br />

muito mais do que jamais havia procurado.<br />

“E sua razão para estar na reunião?”, indagou Alejandro.<br />

Dan fez uma pausa, então disse, “O Departamento de Polícia de San Antonio sabia de seu grupo e<br />

quis que nós averiguássemos mais, ver se vocês são perigosos”.<br />

“E somos?”<br />

Alejandro tinha feito um bom trabalho, mas estava dizendo a verdade? Eu não sabia.<br />

“<strong>Me</strong> diga você”, Dan disse.<br />

“Asseguro que sou sincero”, disse Alejandro com uma mão em seu coração. Nesta capa, o gesto fez<br />

com que ele se parecesse como algo dos Três mosqueteiros, e me perguntei o quão velho ele seria.<br />

Dan bufou. “Então por que tem tantos vampiros assassinando na cidade?”<br />

“Isso é algo que eu estou tentando deter”, disse Alejandro com cenho franzido.<br />

“Como? Colocando‐os no seu grupo?”<br />

O vampiro inclinou sua cabeça. “Precisamente. Se eu puder convencê‐los de unirem‐se ao<br />

Movimento de Sangue e usar nossos bancos de sangue, não terão razão para se alimentar de<br />

humanos sem seu consentimento”.<br />

Dan deixou sair uma breve risada. “Nenhuma razão exceto por serem malvados”.<br />

“Ah, mais isso é um mal‐entendido comum”, exclamou Alejandro. “Converter‐se em vampiro não os<br />

faz malvados”.<br />

“Então o quê faz?”<br />

“Vocês não entendem. Um dos efeitos secundários de se converter em um vampiro é que essa pessoa<br />

se converte em mais do que eles já eram”.<br />

Não entendi.<br />

Aparentemente, Dan também não. “Explique”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Suas... características principais são realçadas. Por exemplo, se alguém é mal para começar, ficará<br />

ainda mais malvado depois da mudança. No entanto, se alguém vive com honra e justiça, como meu<br />

caubói, Austin, ele agora adotará esse atributos ainda mais”.<br />

Tinha um tipo de estranho sentido, mas não estava segura se acreditava nele. “E você?”, perguntei.<br />

“Não me diga <strong>–</strong> você foi um ambicioso Dom Juan”.<br />

Alejandro me surpreendeu rindo. “Não, fui um líder de homens... e mulheres. Um bom”.<br />

Um aristocrata espanhol, aposto. Ensinada em casa ou não, sabia que não havia muitos aristocratas<br />

bons e nobres que se importassem mais com seu próximo do que com o poder e a riqueza.<br />

A olhada fixa de Dan se desviou para Lily, como se estivesse se perguntando que características suas<br />

haviam sido realçadas. Brava, me perguntei o que é que Dan havia visto na Rainha do Gelo.<br />

Estava brincando? Que homem não ficaria atraído por uma mulher que fosse alta, loira e sofisticada?<br />

Uma verdadeira mulher, não uma menina sem‐graça como eu. Fiz a pergunta para ele. “O que<br />

aconteceu com Lily?”<br />

“Ela tem habilidades administrativas e um conhecimento de tecnologia moderna que se tornou<br />

inestimável para a organização”.<br />

“Por quê?”, perguntou Dan, o som quase explodindo dele.<br />

Bom, surpresa então. Ele não sabia.<br />

Isso foi tudo o que ele disse, mas foi suficiente. A agonizante confusão em seu tom perguntou o resto<br />

por ele. Por que ela havia abandonado seu noivo para viver como uma não‐morta?<br />

Lily negou com a cabeça, sem encontrar seus olhos. “Minhas razões são só minhas”.<br />

Os olhos de Dan se estreitaram. “Quem te fez isto?”. Seu olhar voltou para Alejandro. “Ele?”<br />

Lily deu de ombros. “Não, e não importa quem fez. Foi minha escolha. Minha... necessidade”.<br />

“Necessidade?” repetiu Dan, aferrando‐se a palavra como se fosse uma pista. “O que significa isso?”<br />

“Sr. Sullivan, por favor”, Alejandro interviu. “É considerado de má educação perguntar a minha<br />

gente porque e como fizeram a mudança”. Ele fez uma pausa. “Mais talvez lhe confortará saber que<br />

muitos escolhem esta vida por... razões médicas. Os poderes curativos dos vampiros são muito<br />

notáveis, sarando qualquer tipo de enfermidade ou ferida mortal”.<br />

Dan encarou Lily. “Você estava doente?”. Como eu, Dan evidentemente havia notado que Alejandro<br />

na verdade não havia afirmado que Lily estava doente <strong>–</strong> ele simplesmente apontou a possibilidade.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Lily voltou sua cabeça, recusando‐se a responder, recusando‐se a deixar qualquer expressão mostrar‐<br />

se em seu rosto. As mãos fechadas de Dan se apertaram com força e senti uma aguda dor de<br />

compaixão, ainda me perguntando por que para ele importava tanto. Ela era sua ex, não é verdade?<br />

Ou talvez ele realmente não a havia superado.<br />

“Então”, disse Alejandro rompendo o silêncio, convertendo uma só palavra em uma frase inteira.<br />

“Agora que vocês sabem o que somos e o que planejamos, acreditará seu departamento de polícia<br />

que não representamos nenhum perigo?”<br />

“Não estou certo que eu mesmo acredite nisso”, disse Dan.<br />

Alejandro lhe deu uma olhada de reprovação. “Sem dúvidas, você é bem‐vindo a vir de volta amanhã<br />

à noite, visitar nossa operação, e ver que todos somos como dizemos ser”.<br />

Bom, tenho que admitir que ele parecia ser um dos caras bons. Mais nunca havia conhecido um<br />

vampiro com um chapéu branco 12 antes <strong>–</strong> poderíamos confiar nele?<br />

Claro, isso era decisão de Dan. Ele era o oficial superior e tudo isso. <strong>Me</strong> sentiria muito melhor se<br />

pudéssemos discutir isto a fundo. Não estava segura de que sua cabeça estivesse no jogo já que seu<br />

olhar continuava desviando‐se para Lily.<br />

A seu favor, Alejandro havia protegido os humanos na reunião mandando‐os para longe, e inclusive<br />

havia parecido preocupado sobre o destino dos que saíram por último. Realmente poderia existir tal<br />

coisa como um vampiro bom?<br />

Bem, se houvesse, certamente que isto faria um inferno com a minha visão de mundo. Mas não podia<br />

o condenar por tentar melhorar as coisas. Dan evidentemente chegou a mesma conclusão.<br />

“Está bem”, ele disse. “Darei o benefício da dúvida. Mas se vocês cometerem qualquer erro, se<br />

qualquer um na sua organização machucar um humano, se converteram em cinza. Entendido?”<br />

Ele sorriu. “Sim, entendi”.<br />

“Bom. Val, vamos”. Ele hesitou por um momento, ainda olhando furiosamente para Lily como se<br />

desta forma a obrigasse a dizer seus segredos.<br />

“Dan”, disse um pouco mais alto, “não temos mais nenhum negócio aqui”.<br />

Dan fez uma careta, mas me seguiu para fora pela porta. Uma vez no caminhão, ele agarrou com<br />

força o volante tão duro que seus nós dos dedos ficaram brancos, sua expressão cheia de frustração.<br />

12<br />

[N/T]: *chapéu branco ou ‘white hat’, são considerados pessoas boas.<br />

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Fang e eu compartilhamos um olhar.<br />

Qual é o problema dele?<br />

Mais tarde. “Você está bem?”, perguntei para Dan.<br />

“Ótimo”, ele espetou.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Aham. “Eu <strong>–</strong> sinto muito sobre Lily”, disse. Não sentia que Dan já não estivesse com essa sexy<br />

mulher, mas ninguém deveria saber que um ser amado <strong>–</strong> ainda que um ex ser amado <strong>–</strong> havia se<br />

transformado numa criatura da noite.<br />

Ele pareceu lutar internamente por um momento, mas só disse uma palavra. “Sim”...<br />

Adivinhei que ele precisava de mais tempo para aceitar. “Ouve, se você...”<br />

“Muda de assunto” ele disse, interrompendo minha oferta de um ombro no qual ele chorar.<br />

Bom, claro. “Uh, que tal sobre os Spurs 13 ?”, me aventurei.<br />

Ele simplesmente me olhou de forma incrédula.<br />

Está bem, qual o problema com os esportes? Procurei em minha mente um tema novo, esperando que<br />

Dan não tentasse arrancar neste veículo até que ele se acalmasse. Tinha que dar algo diferente para<br />

que ele pensasse, além de si mesmo. E, francamente, qualquer conversa sobre nosso trabalho o levaria<br />

de volta ao único tema que procurava evitar <strong>–</strong> Lily. Tinha que colocar sua mente em algo diferente.<br />

Bom, ele pode pensar sobre mim. “Talvez você poderia me ajudar com algo”.<br />

“Como o quê?” Ele definitivamente soou interessado, inclusive esperançoso.<br />

Como poderia pedir sua ajuda para encontrar outro demônio de luxúria sem lhe dizer por quê? Só<br />

teria que mentir.<br />

“Antes que me mudasse, meu padrasto me deu a entender que eu poderia ter... outra família na área.<br />

Do lado do meu pai”.<br />

“Então você está tentando encontrá‐los?”<br />

“Sim, mas ele não tinha nenhum número de telefone, endereço ou qualquer coisa. Simplesmente um<br />

nome <strong>–</strong> Lucas Blackburn”.<br />

13 [N/T]: Spurs: equipe de basquete da NBA com sede em San Antonio.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Suponho que você tentou o caminho óbvio <strong>–</strong> lista telefônica”.<br />

“Sim. Mas nenhum dos Blackburns listados conheciam um Lucas”.<br />

“Ele está fora da lista, então”, Dan meditou. “Isso não deveria ser um problema. Se ele vive em San<br />

Antonio, o encontrarei”.<br />

Ele escreveu o nome em seu caderno.<br />

“Obrigada”, disse, sentindo‐me verdadeiramente agradecida. Uau, eu só tinha tentado distrair o<br />

homem, mas isto era um grande bônus.<br />

<strong>Me</strong> enchi de alegria súbita quando percebi o que isto queria dizer. Finalmente encontraria alguém<br />

que parecia saber muitíssimo mais sobre meu malefício do que eu sabia. Talvez ele poderia me dizer<br />

mais sobre como manejá‐lo. E talvez... talvez eu inclusive descobrisse como me desfazer disto para<br />

sempre.<br />

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Capítulo VII<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan não podia averiguar sobre Lucas Blackburn para mim até que estivéssemos fora do dever. Como<br />

estávamos procurando mais vampiros, tratei de não me perguntar se eu estava certa ao procurar<br />

outros como eu.<br />

Em vez disso, mantive minha mente firme na tarefa que estávamos realizando enquanto<br />

conduzíamos por horas ao redor da área que Dan havia identificado como a mais provável de<br />

mostrar atividade. Enquanto conduzíamos, especulamos se o Novo Movimento de Sangue podia ser<br />

algo positivo.<br />

Começava a pensar que eles poderiam ser sinceros, ainda que Dan os tivesse dado o beneficio da<br />

dúvida mais cedo, ele ainda estava convencido de que todos eram maus. O Movimento realmente<br />

mudou a maneira com que víamos as coisas. A política da UCE era que não poderíamos estacar um<br />

vampiro a menos que tivéssemos uma prova de que eles eram na verdade caras maus.<br />

Antes dessa noite tinha sido fácil. Víamos um vampiro atacar, víamos um morrer. Agora, já não era<br />

mais branco e preto.<br />

Mas os vampiros estavam celebrando o Dia dos Mortos com suas próprias maneiras de fazê‐lo, ou<br />

estavam se escondendo por alguma razão, por que não conseguimos encontrar nenhum mais. Ao<br />

menos a constante vigilância parecia manter a mente de Dan ocupada e longe de Lily.<br />

Finalmente, algumas horas antes de amanhecer, era hora de parar. E desde que a maioria dos<br />

vampiros provavelmente se encaminhava para um lugar escuro, claro que neste momento<br />

poderíamos chamar de noite.<br />

Depois que registramos a saída, Dan me conduziu de volta para a casa geminada. “O que você vai<br />

fazer agora?”<br />

“Não sei <strong>–</strong> beber um copo ou dois, talvez escutar um pouco de música. Por que?”<br />

Dei de ombros. Não estava certa de que fosse bom para Dan ficar sozinho neste momento. Beber<br />

sozinho nunca era uma boa indicação. “Não tenho nada para fazer e não tenho sono também. Você<br />

quer ficar? Gwen não voltará dentro de algumas horas”.<br />

Você só quer saber mais sobre Lily.<br />

Bom, eu admito. Sou curiosa. O que tem de mal nisso?<br />

Fang bufou enquanto Dan dava de ombros e dizia, “O que seja”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele me seguiu para dentro da casa geminada e Fang disse, Bem, estou muito cansado. Vocês dois<br />

conversem entre vocês. Vou pegar alguns zzz.<br />

Abracei‐o, então cocei seu pequeno queixo peludo e levantei seu rosto para mim. Ele poderia ser<br />

cínico e desagradável, mais ainda sim era incrivelmente lindo. O beijei no topo de sua cabeça e cocei<br />

suas orelhas. Boa noite, Fang. Durma bem. Eu te amo.<br />

Ele lambeu meu nariz. O mesmo para você, Kiddo. Antes que as coisas pudessem ficar muito quentes e<br />

peludas, ele se voltou e trotou para a cama. Não pense muito alto, está bem?<br />

Como regular o volume de um pensamento? Aturdida, prometi tentar e perguntei a Dan, “Gostaria<br />

de beber algo?” Olhei dentro da geladeira. “Parece que temos Coca‐cola, suco de laranja, cerveja,<br />

água...”<br />

“Obrigado, mas sei onde Gwen esconde as bebidas alcoólicas”. Ele abriu um armário e tirou uma<br />

garrafa de whisky americano. “Você quer um pouco?” Ele hesitou. “Oh, sinto muito. Esqueci que<br />

você não é o suficientemente velha”.<br />

Outra razão para que ele pensasse que eu era uma menina. Maldição, ele não era muito mais velho<br />

que eu. Brava, disse, “Não, obrigada <strong>–</strong> cheira a gasolina”. Servi‐me uma Coca‐cola.<br />

Ele colocou um jazz suave no leitor de CD’s, baixou a intensidade das luzes, e se sentou no outro lado<br />

do sofá com os pés sobre a mesa.<br />

“Oh, se sinta como em tua casa”.<br />

Ele pareceu um pouco envergonhado, “Desculpe, fico muito aqui e assim é como relaxo”.<br />

“Está bem”, reconfortei‐o.<br />

Ele não parecia capaz de relaxar, e sim, parecia como se alguma espécie de hamster estivesse dando<br />

voltas como louco em sua cabeça. “Quer falar sobre o que aconteceu?” Perguntei.<br />

“Não tem nada para falar”.<br />

“Uh huh”, disse duvidosamente. “Você descobre que sua ex é uma vampira e não tem nada para<br />

falar?”<br />

Ele suspirou. “Bem, uma coisa é certa. Não há nem uma chance de voltarmos a ficar juntos”.<br />

Ele estava esperando que houvesse alguma possibilidade? Perguntei‐me por seu tom desgostoso.<br />

“Você não pode sair com um vampiro?” Perguntei.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“É difícil sair com alguém que te considera a comida”. Ele me deu uma olhada. “Poderia fazê‐lo<br />

você?”<br />

“Acho que não”. Ainda que me perguntasse o que ele pensaria sobre sair com uma garota em parte<br />

demônio. Não que eu tivesse interesse. Só era, já sabe, curiosidade.<br />

Um bufo mental de Fang no outro quarto me mostrou o que ele pensava sobre essa raciocinação.<br />

Volta a dormir, pensei irritada.<br />

Não sabia que era possível rir na mente de outras pessoas, mas Fang conseguia.<br />

Dan tomou outro gole. “O que não entendo é por quê. Quero dizer, dar um passo como esse <strong>–</strong> se<br />

transformar em um vampiro <strong>–</strong> tem que ser voluntário, certo?”<br />

“Até onde eu sei. A menos que a pessoa que a converteu de alguma forma a obrigou a beber seu<br />

sangue. É possível”. Possível, mas não provável. Se isso fosse o caso, ela não estaria tão cômoda com<br />

eles agora.<br />

Aparentemente, Dan havia chegado a mesma conclusão. “Por que ela faria semelhante coisa? Acha<br />

que ela estava doente?”<br />

Dei de ombros. “Você deve conhecer ela melhor do que eu”. Realmente eu queria saber mais, mas ele<br />

não parecia muito próximo de me dar mais informações e não quis que ele pensasse que estava<br />

interessada nele ou algo assim.<br />

<strong>Me</strong>smo que esteja?<br />

Vá dormir, Fang. Jesus <strong>–</strong> não tinha privacidade nem sequer na minha própria cabeça.<br />

Bom, bom. Não fique brava. Ficarei calado como uma tumba.<br />

Ignorando o cachorro do inferno, disse, “Talvez ela procurasse a imortalidade. Isso é importante para<br />

algumas pessoas”.<br />

“Não, não acredito. Mas Alejandro pode tê‐la encantado, pode ter obrigado a ela querer”.<br />

Fiz um ruído evasivo. Outra vez, era possível. Talvez inclusive provável, mas provavelmente era só<br />

uma agradável forma de pensar. Evidentemente, Dan não havia superado Lily ainda. E quem poderia<br />

competir com isso?<br />

Ele se voltou para me olhar. “Olha, Alejandro disse que tua irmã foi lá te procurar. O que acontece<br />

sobre isso?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não sei” Bebi outro gole. “A razão para que meus pais me expulsassem é porque pensavam que eu<br />

a estava influenciando mal <strong>–</strong> ela estava realmente entusiasmada querendo me ajudar a matar<br />

vampiros. Mas ela é muito jovem para isso. Não tem os mesmos... reflexos que eu tenho”.<br />

Dan cravou os olhos em mim curiosamente. “Sim, como você faz isso? Não parece muito natural”.<br />

“Bem, é”, disse defensivamente. Natural para mim, de qualquer forma. Para mudar de tema, disse,<br />

“Acredito que preciso encontrá‐la amanhã e colocar a força algum sentido em sua cabeça”.<br />

Ele assentiu. “Sei como é ter uma irmã menor teimosa. Precisa de ajuda?”<br />

Sorri abertamente, recordando a reação de Jen na última vez que eles se haviam encontrado.<br />

“Sim, claro. Você, ela poderia escutar”.<br />

Ele se levantou e colocou seu copo vazio na pia. “Bom, trato feito. Faremos uma visita amanhã cedo e<br />

assustaremos um pouco a sua irmã”.<br />

“Bem”. <strong>Me</strong> levantei e o segui até a porta. Tentando fazer piada, disse, “Se os vampiros não me<br />

matarem, mamãe certamente o fará”. Não me sai muito bem.<br />

Ele baixou seu olhar para mim. “Ei”, ele disse suavemente. “Você realmente está preocupada,<br />

verdade?”<br />

Dei de ombros. “Mamãe me proibiu de ver Jen outra vez, mas como a posso proteger se ela corre para<br />

o perigo sozinha?”<br />

“Não se preocupe <strong>–</strong> nos encarregaremos disso”.<br />

Ele estirou seus braços para me dar um abraço e por alguma estúpida razão, baixei minha guarda por<br />

um momento e o deixei. Havia passado tanto tempo desde que alguém me havia abraçado sem estar<br />

pensando no demônio em alguma parte de sua mente, sem nenhum pensamento exceto que eu<br />

precisava de um abraço. O contato humano era uma coisa maravilhosa e assustadora. Para mim mais<br />

que para o resto.<br />

Nossos campos de energia se cruzaram e se prenderam. O calor tornou‐se uma chama entre nós <strong>–</strong><br />

uma estranha e dançante energia <strong>–</strong> e meu coração bateu mais rápido. Lola estabeleceu contato com<br />

ele e uma onda de desejo e necessidade fluiu entre nós como algo com vida própria.<br />

Agarrei firmemente seus ombros, colocando mais força no abraço. O calor de seu corpo contra o meu,<br />

seu perfume masculino de bosque, e o estranho formigamento no meu corpo foram completamente<br />

maravilhosos, mas também assustadores ao mesmo tempo. Temendo que ele pensasse que eu estava<br />

agindo de forma muito carente, dei um passo para trás. Não saindo completamente de seus braços, só<br />

o suficiente para olhar seus olhos.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan me olhou intensamente, como se ele repentinamente se houvesse dado conta de que eu não era<br />

simplesmente uma garota, e sim uma mulher... e ele se perguntasse como seria essa mulher.<br />

Um calor estranho me invadiu, me deixando sentir débil e ansiando mais. Sim, por favor, sim. <strong>Me</strong> beije,<br />

ordenei.<br />

Ele baixou sua cabeça, cravando seus olhos em minha boca. Ohpordeus. Não sabia que podia, mas<br />

meu coração bateu ainda mais rápido e eu me senti energizada <strong>–</strong> toda quente e com meu corpo<br />

formigando <strong>–</strong> algo assim como com Johnny Morton há alguns anos.<br />

Uh‐oh. Drenar a força vital de teu parceiro não era nada legal. Fiquei sem respiração e me afastei.<br />

Ele ficou atordoado e parecia não saber o que dizer ou o que fazer. Ele já não pensava sobre mim<br />

como uma garota, isso era certo, mas foi artificial, causado pelo demônio dentro de mim.<br />

“Deus, sinto tanto” ele disse. “Eu não...”<br />

O cortei enquanto punha desesperadamente o máximo de empenho em meter uma decepcionada<br />

Lola de volta em sua garrafa. “Não se preocupe com isso. Foi meu erro”.<br />

“Mas...”<br />

Ouvimos uma chave na fechadura nesse momento <strong>–</strong> Gwen devia estar em casa. Dan passou uma mão<br />

em seu cabelo, parecendo um pouco cansado, e abriu a porta para sua irmã. “Ei, Gwennie. Val e eu<br />

acabamos de ter uma pequena conversa, mas estou indo para casa agora. Até logo”. Ele se apressou<br />

para fora da porta.<br />

Gwen olhou para as costas de seu irmão, depois para mim. Ela fechou a porta, suavemente,<br />

perguntando, “O que foi isso? Existe algo entre vocês dois?”<br />

“Não, não”, assegurei à ela, sem estar certa de como se sentiria se soubesse. “É só que ele topou com<br />

sua ex hoje, e não estava feliz com... seu novo estilo de vida”.<br />

“Oh”, Gwen disse em um tom seco e atirou suas coisas sobre a mesa de jantar. “Você se refere a<br />

Lily?”<br />

“Sim”. E esta era a oportunidade perfeita para aprender mais sobre a mulher que Dan havia amado<br />

uma vez.<br />

“Quanto tempo faz que terminaram?”<br />

Ela fez uma careta. “Dois meses, graças a Deus”. Deixando‐se cair no sofá, ela disse, “Não sei o que<br />

ele viu nela <strong>–</strong> ela é uma mulher tão chata”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Isso era algo lindo de escutar. <strong>Me</strong> sentei em frente a Gwen. “Ela parecia bastante... segura de si<br />

mesma”.<br />

“Sim. Ele sempre se sentiu atraído por mulheres fortes, mas não podemos entender porque ele<br />

escolheu ela. A família está bastante feliz que ela terminou com ele”.<br />

Se ela havia decidido romper, isso poderia explicar porque Dan não a havia superado ainda. “A<br />

família?” Perguntei.<br />

“Sim <strong>–</strong> minha mãe e meu irmãos”.<br />

“Não sabia que tinha outros irmãos”. Dan não os havia mencionado. No entanto, não havíamos<br />

conversado muito exceto sobre como estacar os não‐mortos e de minha família.<br />

“Sim <strong>–</strong> Jack e Adam”.<br />

Outros dois como Dan? Caramba. “São mais velhos ou mais jovens?”<br />

“Mas velhos. Dan e eu somos os mais jovens”.<br />

“Vivem aqui em San Antonio, também?”<br />

“Sim <strong>–</strong> Jack é um policial e Adam está na administração pública na Base da Força Aérea Randolph e<br />

nas reservas”.<br />

Arqueei uma sobrancelha. “Todos servindo seu país de uma forma ou de outra?”<br />

Ela riu. “Sim, é uma coisa Sullivan. É um tipo de tradição, um lema, entre nós que cada membro da<br />

família serve e protege. <strong>Me</strong>u avó e meu pai estiveram ambos nas Forças Armadas <strong>–</strong> Papai morreu no<br />

Vietnã. O mesmo com meus primos <strong>–</strong> policias, militares, bombeiros. É o que fazemos”.<br />

“Entendo <strong>–</strong> vocês são todos heróis”, disse com um meio sorriso. Explicava muito sobre Dan, porque<br />

ele estava na UCE para começar.<br />

Ela pareceu surpreendida. “Não, isso não foi o que eu quis dizer, em absoluto”.<br />

“Não o disse como algo negativo”, assegurei. “Acho que é maravilhoso”.<br />

Gwen pareceu pensativa. “Isso é interessante <strong>–</strong> nunca pensei sobre isso dessa forma. Mas vê porque<br />

Lily não se adequou bem?”<br />

“Sim, ela é mais do tipo predador do que herói”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Exatamente”. Gwen franziu o cenho. “Você disse algo antes sobre seu novo estilo de vida. O que<br />

quis dizer com isso?”<br />

Uh, como explicar isso sem mencionar o fato de que ela tinha passado para o lado escuro,<br />

literalmente?<br />

Quando hesitei, os olhos de Gwen se alargaram. “Não me diga <strong>–</strong> ela se converteu em um vampiro”.<br />

Wow. “Você sabe sobre eles?” Sabia que ela havia visto marcas de presas nas vítimas da Emergência,<br />

mas não me havia dado conta que ela soubesse quem as havia feito.<br />

“Oh, sim, Dan me explicou tudo sobre eles. Ele quer que eu seja mais precavida. Mas sou a única na<br />

família que sabe além dele. Já que você é a sua parceira, acredito que você sabe sobre isso”.<br />

“Sim”. Era estranho falar dessas coisas com alguém que não fosse de minha família. Havia tido que<br />

ficar calada por tanto tempo...<br />

“Assim que ela é um dos não‐mortos agora?” Gwen continuou.<br />

Assenti com a cabeça.<br />

“É compreensível. Ser uma não‐morta estava perfeitamente na sua personalidade. Bem, bem. Agora<br />

talvez Dan perca as esperanças com essa puta”.<br />

“Ele realmente a ama, huh?”<br />

Gwen deu de ombros. “Não acredito. Acho que é mais uma coisa de orgulho <strong>–</strong> ela terminou com ele,<br />

em vez dele terminar, mas não lhe deu uma razão. Acho que ele simplesmente quer saber o por quê.<br />

Além disso, ele ficaria bravo se qualquer um que ele conhecesse começasse a jogar na equipe errada”.<br />

Para mim parecia que era um pouco mais do que isso. Mas o que eu sabia? Não era o suficientemente<br />

brilhante para entender isso esta noite.<br />

Não tão frustrada como me sentia. Realmente estava me cansando de querer coisas que eu não podia<br />

ter. Família, um namorado, uma vida.<br />

Exceto... que quando olhei para a última semana, me dei conta de que tinha uma vida que jamais<br />

havia tido antes. Só por que certos aspectos fediam não queria dizer que não era uma vida.<br />

Ela bocejou. “Bem, vou dormir”.<br />

“Eu também”. No entanto, enquanto caia na cama perto de Fang, não estava certa de que poderia<br />

dormir. Recordando o que quase havia acontecido mais cedo com Dan era provável que isto ocupasse<br />

meus sonhos esta noite, quer eu quisesse ou não.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Interiormente, sentia vontade de abraçar a recordação bem forte e revivê‐la repetidas vezes.<br />

Exteriormente, me retorci. Maldição, quase o havia drenado, como Johnny. Como poderia ver o rosto<br />

de Dan mais tarde hoje? Como poderia continuar trabalhando tão perto dele, perguntando‐me se o<br />

demônio se soltaria outra vez, e tentaria encantá‐lo?<br />

Infelizmente, não tinha outra alternativa. Só teria que mantê‐la controlada e me assegurar de que<br />

nossos campos de energia nunca se mesclassem outra vez.<br />

Boa sorte com isso.<br />

Olhei com raiva para Fang na cama. O melhor amigo do homem? Há.<br />

* * *<br />

Mais tarde nesse dia, enquanto esperava que Dan aparecesse, me perguntei se deveria sair correndo<br />

sozinha e mandá‐lo embora. Estava tentada, mas ainda teria que vê‐lo no trabalho de qualquer<br />

maneira. <strong>Me</strong>lhor simplesmente suportá‐lo, e fingir que nada aconteceu. Neguei com a cabeça. Bem,<br />

nada havia acontecido exceto por um simples abraço que não levou a nada. Infelizmente.<br />

Não <strong>–</strong> nem sequer pense nisso.<br />

Não poderia ocorrer de novo, por mais que desejasse que acontecesse.<br />

Garoto, você entendeu errado.<br />

“Se cale”, murmurei para Fang. “Não está ajudando”.<br />

Ele saltou sobre o sofá junto a mim e deu um golpezinho na minha mão com seu nariz, oferecendo<br />

consolo e provavelmente uma desculpa. Não é sua culpa <strong>–</strong> é a parte succubus em ti.<br />

Cocei suas pequenas orelhas peludas. “Eu sei. Só preciso aprender a controlá‐la”.<br />

O fará.<br />

Bonito <strong>–</strong> o cachorro do inferno tem mais fé em mim do que eu mesma tenho.<br />

Quando Dan finalmente bateu na porta ao redor das duas da tarde, ele não parecia tão mal.<br />

Bem <strong>–</strong> havia temido que ele tivesse ido beber ou algo desse tipo. Mas ele parecia como se tivesse tudo<br />

sob controle, ainda que sua expressão fosse um pouco cautelosa quando me olhou. Depois da<br />

maneira que eu havia agido como um coelho assustado na noite passada, não o culpei. Na metade<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

das vezes nem sequer eu estava segura se era uma menina ou uma adulta. Não o podia culpar por<br />

estar confuso também.<br />

Repentinamente me senti inapta e desajeitada, sem saber para onde olhar ou por minhas mãos.<br />

“Está pronta para encontrar a Jen e tirar algumas respostas à força?” Dan perguntou.<br />

Ele sabia exatamente o que dizer para me fazer sentir tranqüila novamente <strong>–</strong> ignora a lerdeza,<br />

concentre‐se em atingir algo. Agora nisso eu era boa. Ri. “Claro”.<br />

Sem saber quanto tempo ficaríamos fora ou se voltaríamos antes do anoitecer, coloquei meu estojo<br />

com as estacas em minhas costas sobre minha camiseta e minha calça jeans, e as cobri com o colete.<br />

“Bom, estou pronta”.<br />

Subi no SUV de Dan e imediatamente fiquei tão longe dele como eu podia.<br />

Oh, isso não é óbvio nem nada. Fang saltou entre nós, fazendo a distância parecer mais natural.<br />

Resisti ao desejo de arrancar a língua do cachorro. Claro, Fang era um grande amigo, mas havia<br />

certas desvantagens em ter um companheiro peludo inteligente que te conhecia muito bem... e<br />

poderia fazer comentários sarcásticos em tua cabeça.<br />

“Assim que, onde podemos encontrar a tua irmã?”, Dan perguntou.<br />

“Ela ainda deve estar no colégio há esta hora”. Dei‐lhe instruções para chegar à escola secundária.<br />

Felizmente, havia recolhido Jen várias vezes, assim que os guardas do colégio me conheciam. Mas<br />

essa familiaridade não me serviu.<br />

Ela estava em casa, doente.<br />

Fiz Dan ligar para a casa de meus pais, mas não houve respostas. Ligamos para a loja depois, mas<br />

quando Dan perguntou por Jen, se fazendo passar por um dos seus amigos, Rick lhe disse que Jen<br />

estava no colégio.<br />

Dan fechou seu telefone celular. “Parece que tua irmã caçula falta às aulas. Acha que ela está fora te<br />

procurando outra vez?”<br />

“Provavelmente”.<br />

“Então, onde poderia estar?”<br />

Pensei por um momento. “Talvez ela está se escondendo em casa, já que mamãe e Rick estão na loja”.<br />

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“Bom, vamos ver”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Foi uma viagem difícil até a única casa que eu havia conhecido em toda a minha vida e na qual agora<br />

me sentia como uma pessoa estranha. Odiei o pensamento de ir onde já não me queriam mais, mas<br />

tinha que encontrar Jen antes que ela fizesse algo estúpido.<br />

“É ela?” Perguntou Dan.<br />

Jen acabava de sair de casa, fechando com chave a porta e olhando ao redor furtivamente. Quando a<br />

chamei por gestos, ela foi a toda pressa até o carro e me sorriu com alegria. “Tive te procurando, mas<br />

ninguém me dizia onde você vivia ou me dava teu número de telefone”.<br />

“Mamãe e Rick não te dariam porque não querem que eu te veja mais. Já sabe isso, não?”<br />

“Sim, sim, mas nossos pais não têm idéia o quão importante é isto”. Ela olhou o carro. “Ei, vocês<br />

podem me levar para a livraria? Vou trabalhar lá esta tarde”.<br />

Dan assentiu com a cabeça, assim saí e lhe indiquei que sentasse entre nós dois, Fang saltou para o<br />

banco traseiro. Enquanto ela entrava, dei o endereço para Dan e ele se encaminhou para a livraria.<br />

As fossas nasais de Fang queimaram. Ela cheira como um vampiro.<br />

Minha irmã caçula é uma não‐morta? <strong>Me</strong>u coração se deteve por um momento, até que me dei conta que<br />

o que Fang queria dizer era que ela cheirava a vampiro porque ela tinha estado passando muito<br />

tempo com eles. <strong>Me</strong> enchi de alívio, mas a raiva logo o seguiu. “O que diabos você tem estado<br />

fazendo?”, disse bruscamente.<br />

“Sim”, Dan quase grunhiu. “Nos conte porque tem estado mostrando a foto da tua irmã por toda a<br />

cidade, chamando‐a de Caçadora, quase fazendo com que a matem”.<br />

“Matem?” Jen repetiu. “Eu <strong>–</strong> Eu não sabia”.<br />

Essa era sua frase favorita, infelizmente ela a usava muitas vezes, logo depois que ela botava tudo a<br />

perder. Verdade seja dita, essa é a parte da vida de Jen que me faz invejá‐la. Eu nunca fui permitida<br />

dizer “Eu não sei”. Nunca fui autorizada a ser uma menina. Segurei meus ciúmes, dizendo a mim<br />

mesma um bilhão de vezes por segundo que não era culpa de Jen que ela pudesse ter uma vida<br />

normal e que pudesse ser uma menina normal.<br />

Ela olhou de um lado para o outro, de mim para Dan, parecendo frenética. “Eu pensei que seria mais<br />

seguro ao redor deles... já sabe... se eles pensassem que estava sob a sua proteção. Tem uma grande<br />

reputação, Val”.<br />

“Sim”, Dan respondeu. “Uma que você fez para ela. Até que você colocou um nome e um rosto nela,<br />

os que ‘você sabe’ não sabiam quem era ela”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Jen parecia miserável. “Desculpe. <strong>Me</strong> uni a seu movimento para descobrir mais sobre eles para Val.<br />

Estava simplesmente tentando ajudar”.<br />

Dan havia parado uma quadra depois da livraria e eu falei rápido, não querendo que mamãe ou Rick<br />

vissem Jen comigo. “Você fez o quê? Como pode ser tão estúpida? E porque pensa que se pondo em<br />

perigo poderia me ajudar?”<br />

Ela encurvou um ombro. “Não estou em perigo. Eu aprendi um monte...”<br />

“Não preciso de sua ajuda <strong>–</strong> e eles não são seguros”. <strong>Me</strong>smo que Alejandro realmente quisesse dizer<br />

o que ele disse, ainda não queria minha irmã caçula andando com eles. “Você tem que me prometer<br />

que não conversará com os vampiros outra vez <strong>–</strong> nunca voltará para perto deles de novo”. Ela<br />

poderia ser encantada tão facilmente.<br />

Ela parecia ressentida. “Bem, mas e se eu precisar me contatar com você?”<br />

“<strong>Me</strong> ligue”. Dei a ela meu novo número de telefone junto com o número de celular de Dan, e Jen os<br />

colocou cuidadosamente em seu bolso.<br />

Repentinamente, Dan disse, “Ah, diabos”.<br />

Quê...?<br />

Mas não consegui perguntar, quando minha porta foi repentinamente aberta com força. Cambaleei<br />

um pouco, já que estava me apoiando nisso, mas o cinto de segurança me manteve no lugar. Que<br />

dem...?<br />

Era mamãe, parecendo como uma nuvem de tormenta a ponto de descarregar seu mau tempo. Rick<br />

estava atrás dela.<br />

“O que está fazendo aqui?”, exigiu mamãe. “Disse para você se manter longe de Jen”.<br />

“É minha culpa”, disse Jen. “Pedi que ela...”<br />

“Não me importa o que você pediu para ela. Dei uma ordem, e esperei que fosse obedecida <strong>–</strong> pelas<br />

duas. Sai desse carro, jovenzinha”.<br />

Uma ordem? Nossa, o que ela pensava que era isso? O exército? Serenamente, abri o cinto de<br />

segurança e dei um sinal para Jen sair. “Vamos”.<br />

Jen me olhou de maneira suplicante. “Não posso viver contigo?”<br />

“Não.”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Você não irá viver com ela”. Mamãe quase gritava. “Sai do carro”.<br />

Fang grunhiu para mamãe enquanto Jen lentamente saia do carro. Nossa. Que cadela. E eu não falo de<br />

nenhuma cadela animal.<br />

Dan, parecendo com raiva, saiu do carro e olhou furiosamente para mamãe e Rick sobre o capô.<br />

“Parem um pouco. A verdade é que, sua filha Jen está faltando às aulas, fingindo ser agradável com<br />

os vampiros, e pondo em perigo Val para jogar algum jogo próprio. Ela cometeu seus próprios<br />

estúpidos erros”.<br />

Bem, eles mereciam saber a verdade, mas eu não haveria dito dessa forma tão contundente. No<br />

entanto, eu tinha que admitir que a versão de Dan nos poupou tempo. Deslizei de volta para dentro<br />

do carro e fechei a porta, esperando uma fuga rápida. Dan voltou para o carro também, havendo<br />

deixado claro seu ponto de vista.<br />

Mamãe parecia abatida, mas se recobrou rapidamente. “Deveria ter sabido. É tudo culpa de Val <strong>–</strong> se<br />

ela não tivesse estado caçando vampiros, Jen não saberia sobre eles para começar”.<br />

A cara de mamãe estava sulcada pela angústia, mas não conseguia sentir pena dela, não com ela<br />

culpando sua filha demônio por cada problema na família.<br />

Pus meus olhos em branco. “Sabe, Sharon. Você dirige uma fodida livraria da Nova Era,<br />

fergawdsake”.<br />

Rick, parecendo inexpressivo, interrompeu para perguntar a Jen, “Onde você tem ido? Com quem<br />

você tem se encontrado?”<br />

Como se ele pudesse fazer algo a respeito. Fiz uma careta. “Não importa. <strong>Me</strong> encarregarei dele”.<br />

Então disse para minha irmã caçula, “Não diga para ele. Ele só fará algo estúpido e conseguirá que o<br />

matem”.<br />

“Não me importa”, disse Rick. “Ela é minha filha e é minha responsabilidade se...”<br />

Dan interrompeu a conversa. “É sua responsabilidade se manter vivo para cuidar dela”, disse ele. “O<br />

resto é para que façamos nós. Estou na Unidade de Crimes Especiais do Departamento de Polícia de<br />

San Antonio, e Val é agora minha parceira. Este é nosso trabalho. Isto é para que treinamos. Deixe‐<br />

nos encarregarmos disso”.<br />

Mamãe não fez nada exceto chorar enquanto Rick ficava ali parado, suas mãos apertando‐se em<br />

punhos. “Não pode esperar que eu fique parado sem fazer nada enquanto minha filha está ali fora<br />

em perigo”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Sim, suas cores verdadeiras estavam se mostrando agora. Ele não fizera nenhum pequeno movimento<br />

sobre o que aconteceu comigo. Só com sua preciosa filha normal. Sua verdadeira filha. Mas não tinha<br />

lágrimas desta vez, simplesmente raiva.<br />

No entanto não podia confiar em mim mesma para falar. Felizmente, Dan fez por mim. “Se tentar<br />

alguma coisa por sua conta, se é o suficientemente estúpido para por em perigo esta investigação, o<br />

arrastaremos por obstrução a Justiça e o jogaremos na prisão. Ficou claro?”<br />

Fang latiu. Boa, Dan!<br />

Rick e mamãe cravaram seus olhos em nós dois, atordoados.<br />

Sim, eles entenderam bem. Só espero que isto sirva. “Vamos sair daqui”, murmurei para Dan.<br />

“Com muito gosto”. Entrou no carro e pisou no acelerador, deixando‐os olhando estupidamente para<br />

nós.<br />

“Obrigada”, disse suavemente.<br />

“Não tem problema. Isso lhes ensinará o que acontece com quem se mete com a Caçadora”.<br />

Fang riu, mas não achei que fosse tão engraçado. Enquanto meu estômago se revolvia, me perguntei<br />

se havia destruído toda a possibilidade de ter uma relação normal com minha família outra vez.<br />

Não importava. Eles podiam não se preocupar comigo, mas eu ainda me preocupava com eles. Só<br />

uma coisa era realmente importante agora <strong>–</strong> descobrir exatamente qual banco de sangue Jennifer<br />

estava indo e me assegurar de que ela nunca mais fosse ali de novo.<br />

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Capítulo VIII<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Era quase era hora de trabalhar. Ramirez nos mandou uma mensagem de texto no celular de Dan e<br />

nos pediu que nos apresentássemos. Embora pudéssemos escolher com bastante regularidade nossos<br />

horários sempre que produzíssemos resultados, ainda tentávamos ficar com as horas noturnas<br />

sempre que fosse possível. E, é claro, dávamos a Ramirez um relatório sobre os progressos de vez em<br />

quando.<br />

Dan conduziu para o quartel general da UCE e nos encontramos com Ramirez em seu escritório. O<br />

tenente fez um sinal para os bancos desconjuntados e disse, “Então, me digam o que diabos<br />

aconteceu ontem à noite. Ouvi dizer que encontraram a veia de vampiros e causaram um tumulto”.<br />

Dan e eu intercambiamos um olhar de surpresa, mas então percebi que alguns outros sujos deviam ter<br />

estado na reunião de ontem à noite. “Não causamos um tumulto”, protestei.<br />

Ramirez soltou uma gargalhada, mas não soou nenhum pouco divertido. “Como vocês chamam então,<br />

quando vinte ou trinta vampiros causam uma enorme briga e destroem um lugar público?”<br />

“Gangues de vampiros simplesmente querendo se divertir?”, perguntei.<br />

Fang golpeou ligeiramente a minha perna. Oh, essa foi boa.<br />

Mas Ramirez não parecia divertido. “Não se faça de engraçada”, ele estalou. “Felizmente, os<br />

vampiros mesmos devem ter feito os repórteres esquecerem tudo, ou o pânico já teria se estendido há<br />

estas horas”. Ele franziu a testa para mim. “Ouvi que estiveste vendendo teus serviços como caçadora<br />

de vampiros, e foi isso que fez eles explodirem. Em que diabos estava pensando?”<br />

<strong>Me</strong> retorci um pouco. “Eu não fiz isso. Foi minha irmã”.<br />

“Tua irmã? O que diabos ela tem a ver com isto?”<br />

“Olha, Jennifer tem esta estúpida idéia de que pode me ajudar, assim ela se uniu ao Movimento para<br />

descobrir tudo que ela pode, mas ela usou minha reputação para se proteger enquanto o faz”. Fiz<br />

uma pausa, e acrescentei, “Ela só tem dezesseis anos”.<br />

Ramirez enterrou o rosto em suas mãos, aparentemente tentando se controlar. Finalmente, ele<br />

levantou a cabeça e perguntou, “Tua irmã caçula está envolvida nessa investigação?”<br />

“Não realmente <strong>–</strong> disse para ela deixar de fazer. Ela provavelmente está castigada sem poder sair<br />

pelo resto de sua vida há estas horas”.<br />

“Realmente acha que isso a deterá?”<br />

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Era o que eu esperava.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ramirez se voltou para Dan. “E você. Ouvi que um dos vampiros se chamava Lily. Só conheço uma<br />

Lily, e ela se afastou de ti”.<br />

O rosto de Dan ficou tenso, “Sim, a encontrei, mas foi um imprevisto”.<br />

Remirez negou com a cabeça, parecendo cansado. “Tem razão. Desculpe. Sinto muito que a<br />

encontrou, lamento que ela tenha se convertido, e lamento ainda mais por ter que tirá‐los dessa<br />

investigação”.<br />

“O quê?” Dan e eu exclamamos em uníssono.<br />

“O que pensavam que ia acontecer quando se envolveram pessoalmente?”<br />

“Não nos envolvemos”, protestei. “Eles fizeram sozinhos. Não tivemos nada haver com isso”.<br />

“Não importa como ocorreu”, disse Ramirez, “O fato é que agora eles se tornaram parte da<br />

investigação”.<br />

“Está questionando nossa objetividade?”, a voz de Dan era tranqüila, mas uma parte de mim estava<br />

sintonizada com ele de uma forma mais próxima desde ontem à noite. Eu podia sentir a raiva<br />

pulsando debaixo dessa superfície.<br />

“Claro que estou preocupado sobre sua objetividade. Suas emoções estão envolvidas agora, e quando<br />

as emoções estão envolvidas, a razão se vai pela janela”.<br />

“Não a minha”, disse Dan. “Nem a de Val”.<br />

“Quer dizer que não deixará que te influencie o fato que sua ex faça parte do grupo que investigam?<br />

Que por a irmã da Val em perigo não é um fator?”<br />

Dan visivelmente conteve sua raiva. “É claro que nos afeta. Como poderia não afetar? Mas só queria<br />

dizer que trabalharemos mais duro para nos assegurar de que este novo movimento não ponha em<br />

perigo a cidade ou a família de qualquer outro”. Quando Ramirez não pareceu convencido, ele<br />

acrescentou, “vamos investigar esta organização de uma forma ou de outra. Temos que fazê‐lo.<br />

Assim podemos ajudar enquanto estamos nisto”.<br />

Ramirez passou uma mão pelo seu rosto, parecendo cansado. “Estamos com tão pouco pessoal, não<br />

posso me permitir ao luxo de por alguém mais nisto. Mas tem uma coisa que eu realmente gostaria<br />

de saber”.<br />

“O quê?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“É verdade que vocês resgataram o vampiro líder deste movimento?”<br />

Fang riu com satisfação silenciosa. Sim, isso estava atravessado no meu estômago, também.<br />

Isso parecia um pouco ruim. Tive que explicar. “Sim, e agora ele nos deve um favor. Os outros<br />

vampiros culparam Alejandro pela minha presença ali, por colocá‐los em perigo. Não podíamos<br />

deixá‐lo lá para ser esquartejado, não quando era minha culpa que ele estivesse em problemas. Além<br />

disso, precisávamos dele vivo para descobrir o que estão tramando”.<br />

“Assim que causaram o tumulto”, Ramirez disse enfaticamente.<br />

“Não intencionalmente”, Dan se queixou, “Não tínhamos como saber que a sua irmã tinha preparado<br />

essa bomba em particular para explodir. Além disso, seu líder está intrigado com Val. Não só ela o<br />

salvou, como ela é imune a seu poder. Seu bloqueio mental é sólido. Isso parece fasciná‐lo e já<br />

desenvolveram um entendimento mútuo”.<br />

Bem <strong>–</strong> ele estava me defendendo. Decidi que eu gostava de ter um parceiro.<br />

“Um entendimento mútuo? É verdade?”, o tenente me perguntou.<br />

“Eu não sei sobre isso”, protestei. “Mas ele se esforçou terrivelmente em me convencer que seu<br />

Movimento é todo doçura e luz”.<br />

Ramirez suspirou. “Bom, me conte sobre isso”.<br />

Explicamos como planeja o Novo Movimento de Sangue ter os vampiros vivendo em harmonia com<br />

os humanos, doar sangue assim eles não teriam que caçar e se alimentar.<br />

Ramirez parecia incrédulo. “E vocês acreditaram nessa merda?”<br />

Dei de ombros. “Ele disse que as pessoas que se transformam em vampiros não são realmente ruins <strong>–</strong><br />

só se transformam em mais do que já eram quando humanos. Segundo ele, as pessoas ruins se<br />

transformam em vampiros ruins. As pessoas boas se transformam em vampiros bons”.<br />

O tenente ficou pensativo. “Vocês acreditam nisso?”<br />

“Não sei”, eu disse. Tentei ser objetiva. “É possível que os independentes que encontramos nas ruas<br />

são todos maus, e que os bons ficam juntos e tranqüilos sob o comando de Alejandro. Depois de tudo,<br />

ele deixou bem claro seu ponto salvando todos os humanos antes que o tumulto começasse ontem à<br />

noite”.<br />

“Mas o distúrbio começou”, Ramirez assinalou. “Na sua opinião, este movimento é um perigo para a<br />

cidade?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não agora”, eu disse. “Alejandro se esforça em nos convencer que ele é inofensivo, esse é o porque<br />

dos bancos de sangue ao redor da cidade, a reunião e a publicidade. Ele se arriscou muito ao se expor.<br />

Por que poria isso em perigo?”, Quando nenhum homem respondeu, continuei, “Até agora, ele<br />

parece apontar para os garotos, góticos, inadequados. Ele não se dirigiu para as massas ainda. Acho<br />

que ele quer dizer o que ele disse”. Não que eu quisesse minha irmã envolvida em nada disso.<br />

Dan não parecia convencido. “Isso é como o principio dos traficantes de drogas, também. Usam os<br />

garotos sem sistema de apoio ou as pessoas que não olham muito de perto as mãos que lhe oferece<br />

ajuda ou um alto”.<br />

A olhada fixa de Ramirez girou para se pousar em Dan. “Tem uma opinião diferente?”<br />

“Digamos que ainda não estou convencido. Não confio em Alejandro. Ele é muito refinado, muito<br />

fino. Ele pode estar usando esse movimento para cobrir algo mais”.<br />

“Como o quê?”<br />

“Não sei, mas vou descobrir”.<br />

“De acordo”, disse Ramirez, ainda não parecia feliz sobre isso. “Vejam o que podem descobrir <strong>–</strong> com<br />

o mínimo de dano para qualquer inocente espectador, por favor <strong>–</strong> e me deixem saber o que<br />

descobriram. Precisamos manter isto seguro e tranqüilo”.<br />

“Você parece notavelmente bem informado para alguém que não trabalha nas ruas”, disse Dan.<br />

“Quem é o teu informante? Talvez ele possa nos ajudar”.<br />

“Informante? Tinha outro membro da UCE na reunião”.<br />

Dan assentiu com a cabeça como se ele tivesse esperado essa resposta, também, mas realmente não<br />

acreditava. “E a outra informação que você reuniu?”, Ele perguntou calmamente.<br />

Olhei para Dan surpreendida. Bom ponto. Onde o tenente obtinha as informações que ele havia nos<br />

estado dando?<br />

Ramirez franziu o cenho. “Ocasionalmente conseguimos conselhos <strong>–</strong> uns anônimos de uma fonte em<br />

particular. Mas a informação sempre é confirmada. Não se preocupem, lhes deixarei saber tudo que<br />

eu descubra também”. Ele fez uma pausa, então acrescentou, “Mas se parecer que suas vidas pessoais<br />

afetam seu trabalho, os tirarei da investigação, escutaram?”<br />

“Escutamos”, Dan assegurou. Obviamente com permissão para sair, ele me tomou pelo braço e<br />

praticamente me tirou a empurrões do escritório.<br />

“Uf”, disse, olhando com atenção para trás para dar uma olhada em meu traseiro. “<strong>Me</strong>u traseiro tem<br />

algumas marcas de dentes, mas acredito que ainda está ali”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang riu e Dan também. “Pensa que essa foi uma reprimenda? Essa foi leve comparada com algumas<br />

inquisições por qual eu passei. Tivemos sorte”. Ele agarrou as chaves do caminhão. “Por que não<br />

revisamos o banco de sangue?”<br />

“Claro. Soa como muita diversão”.<br />

Ele sorriu então, parecendo quente e desejável, e de repente, relembrei de ontem à noite, recordei o<br />

que havia estado suprimindo todo o dia, voltou para mim como se fosse um filme em 3D.<br />

<strong>Me</strong>u corpo reagiu com uma onde de necessidade tão forte, que me deixou com os joelhos tremendo,<br />

com todo tipo de sensações estranhas que na realidade não queria ter. Não agora. Não com meu<br />

parceiro.<br />

Fang empurrou minha perna. Se controle.<br />

Estou tentando. Fiquei contra a porta, para ficar tão longe dele como eu poderia, e me esforçando a<br />

controlar a reação de Lola. Se pudesse escolher entre repetir o quase beijo da noite anterior ou chutar<br />

o traseiro de um vampiro, me sentiria mais segura em meio a uma luta com uma gangue de vampiros.<br />

“Está bem?” Dan perguntou curiosamente.<br />

Não. Essa recordação me sobressaltava, soltando Lola sem uma só advertência a cada três minutos.<br />

Mas não podia dizer isso. “Ótima. Simplesmente estava pensando que eu, uh, não me lembrei de<br />

trazer estacas suficientes”. Não havia nada como cravar uma ferramenta fria e afiada em um não‐<br />

morto para manter controlado o demônio de luxúria.<br />

“Não tem problema. Temos tudo o que precisamos no banco traseiro”.<br />

Suspirei. “Bom, vamos”. Simplesmente onde estavam os desalmados chupa‐sangues quando se<br />

precisava de um?<br />

Consegui refrear Lola enquanto Dan dirigia para o banco de sangue no lado sul. O renovado hotel<br />

onde estava alojado o banco de sangue estava brilhantemente iluminado, um tentador oásis em meio<br />

de um bairro desolado que tinha a aparência de ser suspeito e sórdido depois do entardecer.<br />

Podia compreender por que as pessoas da área se sentiam atraídas pelo banco de sangue, mas me<br />

perguntei quantos, na realidade, ficavam depois que descobriam seu propósito.<br />

Ele estacionou o caminhão tão perto quanto podia, mesmo que isso fosse alguns quarteirões de<br />

distância, colocou todas as jóias de prata e escondeu estacas assim como eu também coloquei<br />

algumas no estojo nas minhas costas. Claro, o Movimento pregava a tolerância e compaixão, mas<br />

você nunca poderia ser muito cauteloso.<br />

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“Pronta?”, ele perguntou.<br />

“Acho que sim. Você tem um plano?”<br />

“Tentar descobrir tudo que possamos”.<br />

“Soa bem para mim”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang nos contemplou ansiosamente. Sim. Vamos obter algumas respostas.<br />

Entramos na área do hall e, agora que as luzes estavam acesas, pude ver que estava tão frescamente<br />

renovado como seu exterior, um pouco como um consultório de um médico, exceto que estava<br />

pintado com uma quente cor marrom e vinho, com cadeiras cômodas e mobílias de madeira escura. A<br />

área de espera estava praticamente lotada. Num extremo, uma jovem do tipo líder‐de‐torcida com<br />

quase a idade de Jen estava tentando convencer um homem aceitar um copo de suco.<br />

Ele tinha aproximadamente trinta e cinco anos <strong>–</strong> um mecânico, se sua camisa azul de trabalho e sua<br />

identificação oval com o nome serviam de indicação <strong>–</strong> e tinha um estranho olhar satisfeito no seu<br />

rosto, com marcas frescas de presas em seu pescoço e um lugar molhado na sua braguilha.<br />

Ew. Que vulgar.<br />

Tinha três suposições em relação ao que ele estava fazendo.<br />

Não tinha que adivinhar <strong>–</strong> já sabia.<br />

“Por favor, Sr. Johnson”, disse a garota, “Você não pode sair ainda. Precisa se sentar e tomar um<br />

pouco de suco e biscoitos. As regras dizem que vocês têm que esperar pelo menos meia hora depois<br />

de doar sangue”.<br />

“Então é isso como os chamam nesses dias”, Dan disse só para meus ouvidos. “<strong>Me</strong> pergunto se os<br />

Narcóticos sabem sobre este lugar. Ele parece como se estivesse viciado em algo”.<br />

Sim. A sedutora tentação da mordida do vampiro é uma droga que muitos seriam incapazes de<br />

resistir. Estava relembrando Dan o que Charlene havia feito com ele?<br />

Quando Johnson tentou cambalear para fora, a garota pisou seu pé e disse petulantemente, “Se você<br />

não se sentar agora, não terá permissão de voltar”.<br />

Isso pareceu penetrar na sua neblina induzida pelo sexo. “Não ver Lily de novo?”, ele murmurou,<br />

então pegou o copo abruptamente se deixando cair em uma cadeira.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan murmurou algo incoerente, e me perguntei como ele se sentiria agora que havia descoberto que<br />

Lily não era só um vampiro, mas que obviamente estava acumulando uma longa série de quase‐<br />

namorados.<br />

Fang suspirou. Isso não é bom, bebê. Isso não é bom.<br />

A garota que parecia com uma líder‐de‐torcida voltou rapidamente para a recepção, e entramos na<br />

fila atrás de um homem que estava esperando ali. A identificação com o nome sobre a mesa dizia<br />

Brittany.<br />

Brittany deu ao homem na frente de nós uma olhada exasperada. “Agora, Sr. Archuleta, você sabe<br />

que só passou uma semana desde que você doou. Tem que esperar pelo menos um mês entre as<br />

doações”.<br />

Intercambiei uma olhada incrédula com Dan. Eles tinham normas? Talvez não fossem os traficantes<br />

de drogas que pensávamos, depois de tudo.<br />

Depois de alguns minutos em que tentou em vão convencer o homem, ele se foi, decepcionado.<br />

“Olá”, Brittany saudou Dan alegremente. “Bem‐vindos ao banco de sangue. Que tipo de doação você<br />

gostaria de fazer?”<br />

“Nenhuma”, disse Dan com óbvia repulsão.<br />

Tive que estar de acordo nessa. Como podia alguém observar seu sangue vital fluindo para uma<br />

bolsa plástica, sabendo que terminará como o jantar de alguém?<br />

Interrompi. “Conhece Jennifer Anderson?”, mostrei a Brittany uma foto de minha irmã.<br />

“Não, quem é?”, a garota parecia genuinamente desconcertada.<br />

Bem, merda. Suponho que este não era o banco de sangue correto.<br />

Dan disse, “Nós gostaríamos de ver Alejandro. Ele disse que ia está aqui esta noite”.<br />

Boa idéia <strong>–</strong> conseguir a informação diretamente da pessoa responsável.<br />

Sua conduta alegre não vacilou. “Desculpe, mas Alejandro não verá mais clientes esta tarde”.<br />

“Não somos clientes. Somos a polícia”, Dan lhe mostrou seu distintivo. “E ele nos convidou. Somos<br />

Dan Sullivan e Buffy”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Huh? Por que ele estava me chamando dessa forma? Ah sim, esse era o nome que eu havia dado a<br />

Alejandro ontem à noite, e sem perguntar por que não queria que eles soubessem meu nome, Dan<br />

estava respeitando minha decisão. Ótimo.<br />

Fang não o sabia para dá notas altas para Dan. Ele riu dentro de minha cabeça. Buffy?<br />

Dei de ombros, me sentindo de certa forma envergonhada. Ei, não dou meu nome a vampiros em regra, e<br />

Buffy foi a única coisa que eu pude tirar de minhas mãos nesse momento. Dá um tempo.<br />

Brittany pareceu insegura por um momento, então usou o sofisticado sistema telefônico de sua mesa<br />

para manter uma conversa em voz baixa com alguém. Ela desligou o telefone e nos sorriu com alegria.<br />

“Alejandro está esperando por vocês”.<br />

Dando a Dan uma chave eletrônica, ela acrescentou, “Precisaram disto para o elevador, quarto andar,<br />

a suíte executiva”.<br />

Eu me virei para o elevador, no entanto Dan se deteve para inclinar‐se sobre ela ligeiramente e sorrir,<br />

perguntando suavemente, “Não deveria está em casa estudando?”<br />

O sorriso de Brittany vacilou. “Tenho dezoito anos <strong>–</strong> posso fazer o que eu quiser”.<br />

Ela tinha a mesma idade que eu? Parecia vários anos mais jovem.<br />

Fang disse, E muito mais estúpida.<br />

Tive que concordar. Que desperdício.<br />

Dan bufou. “E escolhe desperdiçar teu tempo livre na parte ruim da cidade, trabalhando para chupa‐<br />

sangues, ajudando os perdedores a ficarem bem? O que seja que estão te pagando, não é o suficiente”.<br />

Parecendo ofendida, Brittany disse, “Não me pagam <strong>–</strong> sou voluntária. É uma boa causa. Você sabe<br />

quantas vidas salvamos trabalhando nesses bancos de sangue?”<br />

“Sabe quantos viciados está criando no processo?”, ele rebateu.<br />

Pois bem, Dan, diga o que você realmente pensa. Mas não o podia culpar <strong>–</strong> me perguntava as mesmas<br />

coisas.<br />

“Não é um vício”, Brittany protestou. “Pegamos o sangue destas pessoas, não colocamos nada em sua<br />

corrente sanguínea, como poderia alguém ficar viciado?”<br />

Dan se apoiou um pouco mais perto. “Acha que Johnson ou Archuleta diriam o mesmo?” Depois de<br />

seu encontro com Charlene, ele saberia como um vampiro poderia te fazer sentir, te fazer querê‐lo.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

A garota fez gestos com as mãos como se fosse algo insignificante. “Eles simplesmente perderam a<br />

cabeça por algumas mulheres que trabalham aqui. Não estão viciados”.<br />

Dan se inclinou um pouco mais sobre a mesa para olhar o pescoço de Brittany e puxou bruscamente a<br />

gola de sua camiseta do seu pescoço. “Não vejo nenhuma marca de presas em você. Como saberia<br />

como ela afeta as pessoas?”<br />

Indignada, Brittany alisou seu pescoço. “Sei porque Alejandro me contou como era. E não deixam os<br />

voluntários doar sangue dessa maneira”.<br />

“Oh, sério? Alguma vez você se perguntou por que não?”<br />

A garota inalou pelo nariz. “Você terá que perguntá‐lo isso.”<br />

“Está querendo dizer que não sabe”, ele disse enfaticamente, “Diga‐me, o que mais fazem os<br />

voluntários?”<br />

Cruzando seus braços sobre seu peito, Brittany disse, “Não acredito que deva continuar falando com<br />

vocês”.<br />

Ele se endireitou. “Se não está fazendo nada mau, por que não falaria comigo?”<br />

“Porque você está deturpando o que eu digo”, ela disse petulantemente.<br />

Sim, e ele o fazia tão bem... “Não importa”, disse. “Vamos, Dan, vamos ver Alejandro”.<br />

Quando nós entramos no elevador, Fang disse, Posso morder um? Posso, né?<br />

Talvez. Vamos ver o que acontece.<br />

Usamos a chave eletrônica especial para subir no elevador até o quarto andar. Quando saímos,<br />

Alejandro estava ali, sorrindo com alegria. “Estou encantado de ver que aceitou meu convite,<br />

Senhorita Shapiro”.<br />

Senhorita Shapiro? Alejandro havia conseguido descobrir meu nome em um curtíssimo período de<br />

tempo, apesar de minha breve tentativa de despistá‐lo. Levantei minhas sobrancelhas mais não disse<br />

nada enquanto ele nos guiava para a suíte.<br />

A área habitável da suíte parecia agressivamente moderna <strong>–</strong> tudo de aço inoxidável, couro preto e<br />

branco, e um ocasional tom vermelho forte. Mas não parecia na verdade habitado, era mais como a<br />

reprodução de uma foto de revista.<br />

Sim. <strong>Me</strong> dá vontade de fazer xixi no seu bonito tapete branco.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Suprimi um sorriso. Evidentemente, não era aqui onde Alejandro dormia durante o dia. Enquanto<br />

nos sentávamos, me perguntei ociosamente se o vampiro usava uma cama ou um caixão.<br />

“Então”, disse Alejandro, produzindo seu sorriso encantador. “Vocês conseguiram nos pegar em uma<br />

das noites que estamos neste lugar em particular”.<br />

“Pegá‐los?”, perguntei.<br />

“Sim”. Alejandro gesticulou, e dois dos seus assistentes <strong>–</strong> Lily e Luis <strong>–</strong> caminharam suavemente<br />

dentro da suíte, parecendo incrivelmente rosados e saudáveis. Obviamente, jantar tartare 14 de<br />

mecânico estava bom para Lily. Sem dúvida, Luis também havia se alimentado recentemente.<br />

Enquanto Lily e Luis se posicionavam atrás de Alejandro, o olhar de Dan parecia atraído para Lily.<br />

Mas ela não o devolvia.<br />

“Vieram para um tour?”, Luis perguntou. <strong>Me</strong>smo que seu idioma inglês fosse perfeito, seu acento era<br />

inclusive mais pesado que o de Alejandro.<br />

“Nenhum passeio”, Dan respondeu. “Simplesmente perguntas”.<br />

Alejandro estendeu seus braços como um convite. “Perguntem”.<br />

Antes que eu pudesse, Dan perguntou, “Tem uma Jennifer Anderson trabalhando para vocês?”<br />

Alejandro olhou para Lily. “Temos?”<br />

Inexpressiva, Lily escreveu algo em seu PDA 15 que tirou do seu bolso. “Sim, ela está trabalhando<br />

como voluntária no banco de sangue do centro da cidade por quase uma semana”.<br />

“Então, por que estão caçando voluntários nas escolas secundárias?”, Dan perguntou.<br />

“Não fazemos isso de ‘caçar’”, Alejandro protestou. “Sabem da gente por seus amigos. Vem até nós.<br />

Eles acham a idéia de vampiros excitante”.<br />

Talvez, mas por que não tinham mais voluntários góticos ou Emos? Havia pensado que seriam os<br />

primeiros da fila. Em lugar disso, o Movimento parecia apontar para um tipo diferente.<br />

“Bem, Jennifer é uma que você precisa que saia”, disse firmemente.<br />

14<br />

[N/T]: O tartare é a preparação de um prato de carne crua e finamente picada.<br />

15<br />

[N/T]: Personal digital assistants (PDAs ou Handhelds), ou Assistente Pessoal Digital, é um computador de dimensões<br />

reduzidas, dotado de grande capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e sistema informático de<br />

escritório elementar, com possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma rede informática sem fios ‐<br />

wi‐fi ‐ para acesso a correio electrónico e internet.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Mas, é claro”, disse Alejandro, “se é assim que você deseja. Mais, por que?”<br />

Dan me olhou indecisamente, como se perguntando o quanto de minha vida pessoal eu queria<br />

revelar. Pois bem, já que Alejandro sabia meu nome, ele poderia descobrir o resto disso. Suspirando,<br />

disse, “Jennifer é minha irmã. Minha meia irmã”.<br />

Luis deixou sair uma risada frágil. “E está tentando salvar a tua irmã caçula dos grandes vampiros<br />

maus. Que doce”.<br />

Dan o fulminou com o olhar. “Estamos tentando protegê‐los também. Se ela não houvesse estado<br />

trabalhando para vocês, sua reunião não teria se transformado num tumulto”.<br />

“Não entendo”, disse Alejandro desconcertado.<br />

“Era ela que estava mostrando uma foto de Val pelos arredores e chamando‐a de Caçadora”.<br />

“Já entendo”, disse o líder dos vampiros bastante pensativo. “Claro, não sabia disso”.<br />

Assenti com a cabeça. “Agora que você sabe, irá demití‐la?”<br />

“É difícil despedir alguém que não foi contratado, mais sim, a pediremos que deixe sua posição de<br />

voluntária”. Ela olhou para Lily. “Você se encarregará disso?”<br />

“Sim, claro”, Lily murmurou.<br />

Isso foi estranho <strong>–</strong> o fácil rendimento de Lily parecia completamente o oposto do forte caráter que<br />

Gwen havia mencionado.<br />

“Obrigada”, disse e olhei para Dan, perguntando‐me por que ele ainda não tinha se movido.<br />

Ele cruzou seus braços e repentinamente parecia como alguém com quem nem sequer eu queria me<br />

meter. “Tenho algumas perguntas de minha parte”.<br />

Fang disse, Oh, isto deverá ser interessante. Acredita que eles vão brigar?<br />

Por Lily? Espero que não.<br />

“Sim?”, Alejandro perguntou com uma sobrancelha levantada.<br />

Dan ignorou Alejandro e olhou para Lily. “Não podia aguentar o fato que eu te tratava como uma<br />

igual? Tinha que se converter em uma não‐morta para poder jogar de servente de seu amo?”<br />

Lily se limitou a olhar furiosamente para ele.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Ela não é uma servente”, Alejandro protestou com um sorriso. “Ela é minha confiável assistente,<br />

como é Luis e os outros dois que vocês viram na outra noite. Ninguém mais tem feito isso tão rápido<br />

como ela”.<br />

“Libere‐a de seu controle mental e deixe ela decidir isso”.<br />

Luis bufou. “O controle mental não surte efeito em outros vampiros”, ele disse em um tom<br />

depreciativo.<br />

“Ele tem razão”, disse, dando a Dan uma olhada de desculpas.<br />

Dan negou com a cabeça e disse para Lily, “Podemos falar a sós?”<br />

“Não”. Pela primeira vez, alguma expressão se mostrou em seu rosto <strong>–</strong> raiva. “Olha, te deixei porque<br />

não te queria. Você não pode me dá a vida que eu merecia assim encontrei alguém que pudesse”.<br />

Fang riu. Ouch. Isso deve doer.<br />

Sim, mas Dan pareceu mais enojado do que machucado. “Bom”, disse, levantando‐se, “Podemos ir<br />

agora?”, lhe perguntei suavemente.<br />

Dan se levantou. “Claro”.<br />

Enquanto nos dirigiamos para baixo no elevador, disse, “Assim que ambos tivemos o que viemos<br />

procurar”.<br />

Dan fez um som evasivo. “Sim. Mas ainda não entendo como ela tomaria <strong>–</strong> ou qualquer outro <strong>–</strong> esse<br />

tipo de decisão”.<br />

Eu tampouco, assim que simplesmente mantive minha boca fechada. Estavámos saindo do edifício,<br />

indo para o caminhão que estava a dois quarteirões, quando Fang repentinamente grunhiu e ouvi um<br />

som de pés correndo. Antes de que realmente pudesse registrar este fato, algo pegou Dan pelas costas<br />

e lhe golpeou fortemente o rosto contra o capô de um carro perto.<br />

<strong>Me</strong>rda. Um vampiro. Tinha que ser <strong>–</strong> nada mais era tão rápido.<br />

Mas não tive tempo para ajudar‐lhe, por que mais dois vampiros se dirigiam para mim. Fang soltou<br />

até o menor, e preparei a mim mesma enquanto o outro batia meu rosto contra o edifício. Lola estava<br />

livre.<br />

Odiando a forma em que nossos campos de energia se cruzaram e causaram que a luxúria saltasse em<br />

suas calças, usei minha força demôniaca para chutá‐lo para trás e ouvi um grito agudo enquanto<br />

minha bota fazia contato. Afroxou seu aperto e passei rapidamente ao redor, procurando as estacas<br />

no pequeno estojo nas minhas costas.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Puxei uma fora e empunhei a estaca pondo‐a contra meu peito enquanto o asqueroso não‐morto<br />

agarrava a gola de minha camisa. Afiadas presas amarelas se lançaram para meu pescoço e eu o<br />

puxei com força contra mim com a minha mão livre.<br />

Enquanto ele se cravava a si mesmo contra a minha estaca, ele balbuciou e deslizou abaixo de meu<br />

peito com um olhar de surpresa em seus olhos muito abertos.<br />

Fang gritou. Um pouco de ajuda por aqui!<br />

Fang havia estado incomodando repetidamente uma outra vampira para mantê‐la longe de mim, mas<br />

ela agora tinha o cachorro do inferno contra um canto e estava levantando seu pé para chutá‐lo.<br />

Maldição, não. Ninguém se mete com meu cachorro do inferno.<br />

Muito enfurecida para pensar corretamente, usei força bruta para me lançar contra ela. A afastei de<br />

Fang, corretamente, mas perdi meu equilibrio, e nós caimos em um emaranhado de braços e pernas.<br />

Ela terminou em cima e com suas mão ao redor de minha garganta em um instante. Ao diabo com me<br />

morder <strong>–</strong> ela estava determinada em me estrangular até a morte. Agarrei suas mãos e apenas fui<br />

capaz de impedir que ela cortasse meu ar completamente, mas não me atrevi a soltar suas mãos para<br />

alcançar as estacas escondidas em minhas costas.<br />

Fang atacou sua perna, tentando distraí‐la, mas ela estava tão focada em me matar, que não acredito<br />

que ela tenha notado. Talvez poderia...<br />

Repentinamente, seu aperto se afroxou e ela caiu flácida sobre mim.<br />

Surpreendida, olhei sobre ela para ver Dan parado encima de mim com sangue gotejando para baixo<br />

pelo seu braço até a estaca nas costas da vampira.<br />

Esfregando minha garganta, disse com voz rouca, “<strong>Me</strong>u herói”.<br />

Dan bufou. “Sim, correto”.<br />

Fang bufou. Ei, eu ajudei.<br />

Sim, eu sei. Você é meu herói, também.<br />

Ow, não se preocupe 16 , não foi nada.<br />

Soava como que Fang estava muito bem.<br />

Ele se sacudiu. Sou estupendo.<br />

16 [N/T]: Fang não disse ‘ não se preocupe’, ele disse ‘shucks’, que não significa nada, é uma expressão que os homens<br />

utilizam quando estão envergonhados, ou se diz quando se comete um erro.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Resisti ao desejo de rir e empurrei o vampiro morto para longe de mim, procurando evitar manchar<br />

com sangue minha camiseta. Lola se acalmou, me deixando para tratar com meus machucados e<br />

dores. Levantando‐me lentamente, disse a Dan, “Não, de verdade, obrigado. Por alguma estúpida<br />

razão, não esperei isso aqui. <strong>Me</strong> pegaram de surpresa”.<br />

“A mim também”, Dan admitiu fazendo um gesto de dor.<br />

“Você está ferido”.<br />

Dan olhou para baixo até seu punho direito. Sangue escorria e ele embalou seu braço direito em seu<br />

esquerdo enquanto tentava deter o sangramento. “Sim. Ele quis rasgar uma veia em meu pulso, mas<br />

a prata o deteve, assim que no lugar disso ele tentou arrancar meu braço”.<br />

Dei uma olhada em seu agressor. As queimaduras de prata arruinaram seu rosto pelas jóias de Dan, e<br />

ele usava um novo acessório muito bonito <strong>–</strong> uma estaca em seu coração. Dan realmente tinha se<br />

mantido forte, mas ele não se curava tão facilmente quanto Fang ou eu. “Precisamos te levar para um<br />

hospital”.<br />

“Não é necessário. Pode me dá um desses localizadores de GPS da equipe?”, o peguei do caminhão e<br />

ele me mostrou como ativar o sinal de aviso.<br />

Dan caiu bruscamente contra o caminhão. “A ambulância com a equipe de recolhimento da UCE não<br />

existe só para impressionar. Todos eles estão preparados para darem os primeiros socorros, também<br />

<strong>–</strong> eles me atenderão e levaram os vampiros quando forem. Isso mata dois pássaros com um só tiro”.<br />

Bom, porque ele provavelmente não seria capaz de me ajudar a colocar os vampiros na parte traseira<br />

do caminhão com um só braço. Ajudei‐lhe a armar uma tipóia para seu ombro torcido e puxamos os<br />

três assaltantes em uma pilha e cubrimo‐os com uma lona antes de que qualquer outro viesse.<br />

Enquanto esperavámos que chegasse a ambulância, Dan disse, “Você não acha estranho que fossémos<br />

atacados logo depois de que tivéssemos nossa pequena conversa com Alejandro?”<br />

“Talvez”, pensei por um momento. “Mas não seria idiota da parte dele colocar seu pessoal sobre nós,<br />

depois de tentar tão duramente ganhar nossa confiança?”<br />

“Não se ele achasse que terminaríamos mortos”.<br />

“Talvez”, repeti duvidosamente. “Mas ele tem que saber que nossos superiores estão sabendo que os<br />

estamos investigando, e ele seria o primeiro suspeito se algo nos acontecesse. Não tem sentido”. Fiz<br />

uma pausa. “Mas o que realmente me preocupa é que havia três deles. Os vampiros normalmente<br />

não andam em grupos”.<br />

“O pessoal de Alejandro o fazem”, ele apontou.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“É verdade, mas não posso acreditar que ele seja tão estúpido. Não é ele por quem estou<br />

preocupada”.<br />

“Quem, então?”<br />

“São os outros vampiros, os solitários que temos estado estacando um a um. Eles não anunciam sua<br />

posição como Alejandro. São menos prevísiveis. O que acontece se eles começarem a se juntar em<br />

grupos?”<br />

Dan franziu o cenho. “Se o fizerem, que o céu ajude a nós os mortais”.<br />

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Capítulo IX<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Acordei na tarde seguinte ao som do celular tocando. <strong>Me</strong> sobressaltei porque não o havia ouvido<br />

tocar antes. Confusa, cravei com sonolência meus olhos nisso enquanto Fang se despertava ao meu<br />

lado. Oh <strong>–</strong> era uma mensagem de texto.<br />

Toquei nervosamente no telefone, tentando decifrar como ler. Nunca havia tido um celular antes<br />

porque nunca precisei de um. Mas Jen e seus amigos se mandavam mensagens de texto todo o tempo.<br />

Quão difícil podia ser?<br />

<strong>Me</strong> levou alguns minutos apertando botões, mas descobri. A mensagem dizia, “Tua irmã fugiu. Está<br />

trabalhando para o banco de sangue”.<br />

O quê? Quem mandou isso? Eu verifiquei para ver quem tinha mandado, mas não tinha nenhum<br />

número de telefone, só um endereço de e‐mail. Maldição, lá se ia minha idéia de ligar para eles para<br />

exigir uma explicação. Descobri como responder e lhes mandei uma mensagem. “Quem é?”<br />

Não houve nenhuma resposta. Voltei a verificar o endereço de e‐mail. Era de D.C um endereço de<br />

uma companhia sem fio. D.C? Quem eu conhecia com essas iniciais? Ninguém.<br />

Eles sabiam que eu tinha uma irmã, sabiam dos bancos de sangue, e sabiam meu número... Examinei<br />

rapidamente na minha cabeça a lista de pessoas que sabiam tudo isso. Nenhum deles haveria enviado<br />

esta mensagem anônima.<br />

O pensamento de minha irmã caçula nas garras desses sanguessugas revolveu meu estômago. Sim,<br />

supunha‐se que eles eram os vampiros bons, mas Jen era tão impressionável, me preocupava que ela<br />

pudesse achar que seu estilo de vida era normal... inclusive invejável. Eu não podia me permitir a não<br />

ir comprovar.<br />

Deixei Fang sair do quarto então tomei banho e mudei de roupa. Fui até a cozinha à procura de algo<br />

para comer primeiro e vi Gwen e Dan almoçando na sala de jantar. Estranho <strong>–</strong> não tinha ouvido Dan<br />

entrar.<br />

Eles estavam rindo de algo e Dan pegou Gwen em um descuidado abraço de um só braço. Era óbvio<br />

que eles realmente se preocupavam um com o outro. <strong>Me</strong>u coração se apertou pela inveja. Queria isso<br />

<strong>–</strong> as brincadeiras particulares, as piadas, o amor de uma família. Será que eles tinham alguma idéia de<br />

quão sortudos eles eram?<br />

Gwen me viu e fez sinais. “Fiz quesadillas 17 para o almoço. Quer uma?”<br />

Fang, de repente passou pela porta de cachorros, farejando ansiosamente. Pegarei uma.<br />

17 [N/T]: Comida mexicana. É isso: http://www.elguapocantina.com/quesadilla.jpg<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Claro”, disse. Vou compartilhar, prometi para Fang.<br />

Dan se virou e parecia um pouco machucado, com seu braço direito em uma tipóia e um curativo ao<br />

redor de seu punho, em sua maior parte coberto com a camisa.<br />

“Como se sente?”, perguntei enquanto Fang erguia seu focinho até o curativo e cheirava.<br />

Ele deu de ombros. “Bem, não ganharei certamente nenhuma queda‐de‐braço por enquanto, mas<br />

estou bem. Acho que a desinfetaram rápido o suficiente. Não posso imaginar o que tinha debaixo das<br />

unhas daquele cara”.<br />

Estremeci, imaginando as possibilidades. Quando Fang deixou de farejar e não pareceu preocupado,<br />

presumi que todos os germes vampíricos tinham desaparecido. “Sabe alguma coisa sobre quem eles<br />

eram ou por que nos atacaram?”<br />

“Não, realmente. Falei com Ramirez. Todos eles encaixam bem nas descrições de sua lista dos mais<br />

procurados, mas nenhum deles havia trabalhado juntos antes, que ele saiba”.<br />

“Não eram os tipos bonzinhos da organização de Alejandro?”<br />

“Na superfície, não. Mas quem realmente sabe o que procura o Novo Movimento de Sangue?”<br />

Dei de ombros e lhe contei sobre a mensagem de texto.<br />

Ele e Gwen olharam a mensagem, mas ninguém tinha mais pistas de quem poderia ter sido. Decidi ir<br />

verificar antes de ir ao trabalho.<br />

Depois que almoçamos e Gwen me deu um sermão para que eu fosse mais cautelosa, procurei o<br />

endereço do banco de sangue no centro da cidade e dirigi até lá em minha Valkyrie.<br />

Infelizmente, não permitiam cachorros no edifício.<br />

Olhei para baixo até Fang. “<strong>Me</strong>lhor não pressionar muito como cão‐guia <strong>–</strong> ficaria difícil de explicar já<br />

que você não usa colete nem coleira. E não tem nenhum vampiro fora durante o dia, de qualquer<br />

forma”.<br />

Certo. Não tem jeito que eu use um desses coletes afeminados. E quanto à coleira, esquece.<br />

Não podia culpá‐lo por isso. Ajudei‐lhe a tirar seus óculos protetores. “Se Jen cheirar à vampiro, pode<br />

distinguir que vampiro é?”<br />

Ele desceu de um salto para o chão e levantou sua cabeça. Talvez. O aroma dos vampiros são quase iguais<br />

de um não‐morto para outro, no entanto tem suas diferenças. Posso tentar.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Isso é o suficientemente bom <strong>–</strong> e valia a pena tentar. Encontrei Jen com bastante facilidade. Ela<br />

parecia ter aproximadamente doze anos de idade com seu rabo‐de‐cavalo loiro e o suéter que usava<br />

enquanto servia bebidas. Os doadores deste banco de sangue provinham de uma classe social<br />

ligeiramente melhor. No entanto, só a impessoal doação médica poderia ser feita durante o dia. O<br />

outro tipo que manchava as calças dos homens e os fazia olhar de um modo tonto tinha que esperar<br />

que os vampiros se levantassem de noite.<br />

A jugular de Jen ainda não havia sido mordida, graças a Deus. E graças à política de Alejandro com<br />

os voluntários.<br />

“Val”, Jen exclamou e me abraçou, embora estivesse um pouco mais tensa do que o normal.<br />

“Lamento a cena do outro dia. E estou realmente envergonhada que mamãe e papai tenham te<br />

expulsado por minha culpa”.<br />

“Está bem” reconfortei‐a. “Estava na hora que me mudasse, de qualquer forma. E meu parceiro me<br />

encontrou outro lugar na hora, assim não foi um problema”. Agora, leve‐a ao alcance do nariz de<br />

Fang. “Podemos conversar lá fora?”<br />

“Por que?”, Jen perguntou desconfiada.<br />

Tentei achar uma razão que ela acreditasse. “Por que tive que deixar meu cachorro lá fora e não o<br />

quero deixar sozinho por muito tempo”.<br />

Enquanto conduzia Jen pela porta, acrescentei casualmente. “Ouvi dizer que você saiu de casa<br />

também”.<br />

Jen girou rapidamente para mim. “É por isso que você está aqui? Pensei que você de todas as pessoas<br />

compreenderia”.<br />

“Compreender o quê, Jennifer?”<br />

“Que não posso viver mais ali, não posso suportar mais suas mentes fechadas”.<br />

Ela tinha um bom ponto, mas... “Eles só estão preocupados contigo”, disse em um tom tranqüilizador.<br />

“Eles tem direito a estar”. Era estranho que Jen se rebelasse completamente e fosse para o lado escuro,<br />

rechaçando seus pais. Só na semana passada ela tinha estado completamente obstinada em me ajudar<br />

a seguir a pista e matar cada vampiro sobre a terra. “Você me prometeu que não ia tentar descobrir<br />

mais sobre os vampiros”.<br />

“Sim, bem, mudei de idéia”, disse Jen com uma forte inspiração. “Além disso, já não estou fazendo<br />

isso para você. Estou fazendo algo importante aqui, ajudando o Movimento a salvar a vida de<br />

pessoas inocentes provendo para as pessoas da noite opções mais seguras e mais convenientes para<br />

saciar sua fome”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Bufei. Isso era uma forma interessante de mudar as coisas. “Mas onde você vai viver? Os voluntários<br />

não ganham nada”.<br />

“Oh, mas agora eles me pagam. Além disso, um dos advogados daqui está me ajudando a solicitar<br />

minha emancipação. Não se preocupe por mim”.<br />

Mas eu sabia o quão complicado poderia ser ela estar por conta própria <strong>–</strong> eu ainda estava tentando<br />

resolver tudo sozinha. “Sou tua irmã. É claro que vou me preocupar. Talvez posso ficar comigo”.<br />

Jen negou com a cabeça. “Alejandro tem um lugar para sua gente <strong>–</strong> estou ficando aqui”.<br />

“Você tem que estar brincando. Não pode...”<br />

Mas me calei de repente quando a expressão agradável de Jen mudou para raiva e suspeita. Se queria<br />

descobrir mais sobre o que estava acontecendo com a minha irmã, precisava ficar ao seu lado, não<br />

deixá‐la brava. Mudei de assunto. “Pensei que Alejandro fosse te demitir”.<br />

Os olhos de Jen se estreitaram para mim. “Você fez isso? Bem, tentaram, mas me recusei a renunciar e<br />

me contrataram em tempo integral. Realmente me apreciam”.<br />

Perguntando‐me como colocar algum sentido na cabeça desta menina, disse agradavelmente, “Não é<br />

saudável para você trabalhar aqui, Jen. Os vampiros são criaturas anormais com um ardente desejo<br />

pelo sangue humano”.<br />

“Eu sei, e acho que é maravilhoso que eles tentem encontrar uma forma para fazê‐lo funcionar sem<br />

machucar os humanos”.<br />

Isto não estava funcionando, assim que tomei outra direção. “Pelo menos está trabalhando nas horas<br />

diurnas. Espero que isso continue”.<br />

Foi mais uma pergunta que uma afirmação, mas Jen não respondeu. Ela não prometeu nada. Suspirei.<br />

Era possível que ela fosse a escrava de alguém no Movimento? Se fosse assim, a única coisa que eu<br />

poderia fazer era obrigar a criatura a soltar a minha irmã caçula. Cuidadosamente, disse, “Parece que<br />

você fez amizade com um deles”.<br />

“Não só um <strong>–</strong> pelo menos meia dúzia. Não são tão ruins como você acredita”.<br />

“Você tem algum amigo em particular no Movimento?”, insisti.<br />

Jen franziu o cenho. “Não”. Então, um pouco desconfiada, ela perguntou, “Por que?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não tem nenhuma razão”, menti, então procurei uma forma de distraí‐la. A guiei até a minha moto.<br />

“Aqui, não acho que você teve oportunidade de conhecer meu cachorro no outro dia. Seu nome é<br />

Fang”.<br />

Fang ainda estava sentado na Valkyrie. Dê uma boa farejada nela, eu disse mentalmente.<br />

“Oh, que lindo”, exclamou Jen.<br />

Ela se apressou a mimar o cachorro, metade cachorro do inferno, que agia como um cachorrinho<br />

brincalhão com sua atenção. No entanto, notei que ele conseguiu farejar um montão.<br />

“Estou tão feliz que você tenha novos amigos”, disse Jen quando deixou de mimar o cachorro. “Igual<br />

a mim”.<br />

Não exatamente...<br />

Com uma última carícia na cabeça de Fang, Jen disse, “<strong>Me</strong>lhor voltar para o trabalho. Obrigada por<br />

ignorar as ordens de mamãe e papai e vir me ver”.<br />

Queria levar o traseiro de Jen de volta para casa, mas Jen já havia provado que ela não sairia dali,<br />

especialmente se ela estava considerando a emancipação. <strong>Me</strong>lhor ficar de seu lado, assim ela viria a<br />

mim para pedir ajuda quando precisasse. Agora me alegrava que ela estivesse usando minha<br />

reputação para se proteger. O pessoal de Alejandro certamente pensaria duas vezes antes de se<br />

meterem com a irmã da Caçadora.<br />

Mas isso não queria dizer que não me preocuparia. “Mas se precisar de qualquer coisa, me ligue<br />

imediatamente, escutou? A qualquer hora do dia ou da noite. Ainda tem o número onde pode me<br />

localizar?”<br />

“Sim, ainda os tenho”, Jen disse alegremente.<br />

Enquanto ela ia, perguntei a Fang, “Sentiu o cheiro de algum vampiro em Jen?”<br />

Bem, dã. Ela trabalha em de seus bancos de sangue.<br />

“Sim, mas eu quero dizer, se você reconhece qualquer um dos aromas?”<br />

Não, mas ela tem ao menos quatro odores diferentes nela.<br />

“Reconhecerá outra vez se os sentir?”<br />

Provavelmente, mesmo que a maioria cheire muito parecido. Além disso, um chupa‐sangue, na verdade, não tem<br />

que falar com ela para escravizar sua mente, você sabe.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Sei. <strong>Me</strong>rda. Havia esperado que fosse óbvio se ela estivesse encantada e se era assim, por quem. Longe<br />

disso. Só tinha que encontrar outra forma.<br />

Dirigi para casa e Dan ainda estava ali. Contei‐lhe o que aconteceu.<br />

Ele franziu o cenho. “Se ela fosse minha irmã caçula, teria ido ao estilo Rambo sobre seu traseiro e a<br />

trancaria em seu quarto por um ano”.<br />

Dei de ombros. Isso era o que eu gostaria de fazer, mas... “<strong>Me</strong>us pais tentaram isso. Não funcionou”.<br />

Mordendo meus lábios, expliquei, “Conheço Jen. Se tentar forçá‐la, ela cravará seus calcanhares e se<br />

tornará ainda mais teimosa. É melhor ajudá‐la a encontrar uma forma de mudar de idéia, mostrando<br />

a verdade sobre os vampiros que ela agora está idolatrando”.<br />

“Não está preocupada com ela? Preocupada que ela possa estar encantada?”<br />

“É claro, mas se ela está, o vampiro pode escravizar sua mente assim ela pensará só o que ele quiser<br />

que ela pense. A única forma de romper o feitiço é convencer seu amo que a deixe ir... ou matá‐lo”.<br />

“Assim que nosso desafio é descobrir se ela está encantada e se está, quem a controla”.<br />

Nosso desafio? Então, ele na verdade pensava em nós como uma equipe. <strong>Me</strong> deu uma sensação de<br />

calor. Não era tão bom como ter uma família, mas era agradável. Realmente agradável. Sorri. “Certo”.<br />

“Provavelmente é Alejandro”.<br />

Poderia ser, disse Fang. Ela cheirava um pouco a ele.<br />

“Talvez. Mas provavelmente é algum subordinado seu. A maneira como ela falou dele foi mais como<br />

um chefe distante”.<br />

“Legalmente, ela deveria estar em casa”.<br />

“Sim, eu sei. Mas a melhor forma de levá‐la ali é fazendo de minha maneira. Além disso, ela solicitou<br />

a emancipação de meus pais”.<br />

Ele pensou por um momento. “De acordo. Ela é sua irmã caçula. Sua família. Você decide”.<br />

Agradecida que ele estivesse sendo razoável, sorri.<br />

Dan estalou os dedos. “Falando de família, isso me lembra. Eu investiguei um pouco na internet<br />

sobre Blackburn”.<br />

“O fez?”, perguntei ansiosamente. “Você o encontrou?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sim, de certa forma. Desculpe, mas o único Lucas Blackburn que consegui encontrar morreu faz<br />

alguns anos”.<br />

Franzi o cenho, tentando esconder minha frustração.<br />

“Mas ele teve um filho <strong>–</strong> Micah Blackburn, que ainda está em San Antonio. Se é o mesmo homem”.<br />

Tinha que ser. E se Micah fosse o filho de Lucas Blackburn, talvez ele compartilhasse o mesmo<br />

demônio também. Valia a pena falar com ele, de todas as formas, “Onde vive?”<br />

“Não estou certo, mas ele é dono de um clube no River Walk, chamado Purgatório”.<br />

<strong>Me</strong> senti excitada ainda que apreensiva ao mesmo tempo. “Acredita que possamos encontrá‐lo aí?”<br />

“Acho que sim. Ele não é só o dono, ele... trabalha lá”.<br />

“Verdade? Quando?”<br />

“A maioria das noites, acredito”.<br />

“Então, tenho que ir esta noite”, declarei. Tinha que vê‐lo, saber se ele era como eu.<br />

“Está certa de que quer ir?”. Ele tinha uma estranha expressão em seu rosto, como se houvesse algo<br />

que ele não estava dizendo.<br />

“Claro, por que não iria?” Por que me assusta até a morte que ele me rechace também? Neguei com a<br />

cabeça. Se não fosse, nunca saberia... e isso seria pior que qualquer rechaço.<br />

“Bom”, disse Dan duvidosamente. “Você, uh, quer que eu vá contigo?”<br />

“Você iria?”<br />

“Claro”.<br />

“Então, sim, eu adoraria”. Se por acaso Micah resultasse ser um autêntico imbecil.<br />

Mas eu tinha um pressentimento <strong>–</strong> um pressentimento realmente bom <strong>–</strong> de que ele não era nada disso.<br />

* * *<br />

Mais tarde nessa noite, examinei meu armário e hesitei sobre o que escolher. Sentia‐me um pouco<br />

nervosa sobre conhecer Micah, e ir a um clube. Nunca havia estado em um antes e não queria vestir<br />

algo errado.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

As calças jeans desbotadas e as camisetas compunham meu escasso guarda‐roupa, mas não parecia<br />

certo usar minha roupa de trabalho em um clube. Peguei algumas bonitas calças jeans junto com um<br />

suéter de gola alta preto e um suéter com decote em V cor vermelho escuro que mamãe tinha me<br />

dado e os mostrei a Fang. “Qual suéter você acha mais apropriado para um clube?”<br />

Estava brincando, mas Fang levou a sério minha pergunta e considerou a roupa com um olho crítico.<br />

Nenhum. Ele farejou através de meu armário e golpeou uma blusa branca com mangas compridas<br />

com seu focinho. Usa este com o colete com flores. Esconderá as estacas.<br />

Bom ponto <strong>–</strong> depois de ser surpreendida pelos vampiros ontem à noite, não queria ir a nenhum lugar<br />

desarmada. Coloquei a roupa que Fang havia escolhido, divertida com o pensamento de pegar<br />

conselhos de moda de um cachorro do inferno. No entanto, tinha que ser melhor do que meu<br />

inexistente sentido de moda.<br />

Gwen pode te ajudar com a maquiagem. Ela é hábil com as coisas de garotas.<br />

Certo. E Gwen estava mais do que feliz de ajudar. Ela me ajudou a por um pouco de maquiagem e<br />

me emprestou um lindo par de brincos.<br />

Ela deu um passo para trás e me olhou com aprovação. “Aí está. Você parece mais feminina... mais<br />

suave”.<br />

“Você realmente acha isso?” Não tinha experiência com esse tipo de coisas, mas eu mais ou menos<br />

gostava deste lado mais suave da Val.<br />

Completamente impressionante, bebê.<br />

“Oh, sim”, disse Gwen. “Confia em mim, você está sexy”.<br />

Não, não. Eu não queria isso.<br />

Mas não muito sexy, corrigiu Fang. Perfeita para um clube.<br />

Relaxei um pouco. Bem <strong>–</strong> não ia para ali encontrar com um namorado ou algo... só Micah Blackburn.<br />

Então por que meu estômago estava se agitando como um liquidificador definido em purê?<br />

Sabia que minhas expectativas eram muito altas. Ninguém poderia ser uma combinação de família, e<br />

melhor amigo que eu desejava. Sendo realista, teria sorte se ele ao menos concordasse em se<br />

encontrar comigo. Mas tinha que tentar.<br />

“Obrigado <strong>–</strong> adorei a sua ajuda”. Disse para os dois.<br />

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“Sem problemas”, disse Gwen. “Divirtam‐se”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Enviei uma dúvida para Fang, perguntando‐lhe se ele estava de acordo em ficar em casa.<br />

Sim. Os clubes são barulhentos e as pessoas ali simplesmente agem como estúpidos.<br />

Bem, virei e te recolherei se formos caçar.<br />

Fang se instalou feliz com Gwen, assim fui até a casa geminada de Dan e bati. Ele respondeu,<br />

parecendo realmente bem usando calças jeans e um suéter azul marinho suave.<br />

Dan se deu conta de minha aparência. “Muito agradável. Nunca tinha te visto parecendo tão...<br />

feminina”.<br />

<strong>Me</strong>u rosto ficou quente e me senti repentinamente torpe. Não estava realmente acostumada com a<br />

atenção e não sabia como reagir. <strong>Me</strong>us olhos se encontraram com os seus e não pude evitar me<br />

balançar em sua direção, como se ele fosse um imã e eu uma infeliz pilha de limadura.<br />

Wow <strong>–</strong> ele cheirava muito bem, com um perfume almiscarado, irresistível, primitivo. Lola estava de<br />

acordo, enviando um quente formigamento através do meu corpo, instando‐me a combinar meu yin<br />

com seu yang.<br />

De jeito nenhum. Se seu yang chegasse em algum lugar perto de meu yin, ambos estaríamos em<br />

grandes problemas.<br />

<strong>Me</strong> afastei um passo ou dois e aspirei profundamente, forçando meu demônio a se render.<br />

“Obrigada”, disse brevemente. Pelo menos eu assumia que era um elogio. Resisti ao desejo de lhe<br />

dizer o quão maravilhoso ele estava. “Pronto para ir?”<br />

“Claro”.<br />

Ele insistiu em dirigir outra vez, dizendo que seu ombro estava muito melhor, e eu não contestei. Tê‐<br />

lo atrás de mim na minha moto seria uma péssima idéia. No lugar disso, fomos no carro em silêncio<br />

até o Purgatório, ambos perdidos em nossos pensamentos, perdidos de certa forma em nossos<br />

próprios purgatórios particulares. Sabia que tinha meu demônio vivendo ali. Não estava certa do que<br />

preenchia o inferno particular de Dan. Talvez dúvidas, e perguntas sobre como a vida de um<br />

vampiro poderia ser melhor que uma vida com ele.<br />

A discoteca estava em um grande edifício de dois andares no River Walk que estava cheio de pessoas,<br />

mesmo em uma noite de segunda. Aparentemente, Micah tinha um negócio próspero. Entramos, e<br />

fomos imediatamente absorvidos pelo mundo do Purgatório... escuro, sedutoramente iluminado com<br />

luzes vermelhas, e pulsando com um pesado ritmo de um baixo que senti mais do ouvi. Sacudia as<br />

paredes.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Aqui, no hall escuro, o ruído do júbilo era amortecido, e a luz tênue iluminava as nossas opções. O<br />

clube estava dividido em quatro áreas principais <strong>–</strong> uma para jazz, outra para rock, outra para hip hop<br />

e rap e outra só para mulheres. O clube deveria está bem insonorizado, pois apenas podia ouvir a<br />

música de cada um.<br />

Um homem repentinamente saiu das sombras, parecendo como um clone de Béla Lugosi 18 fazendo o<br />

Conde Drácula, completo com uma pesada maquiagem branca e presas falsas. “Você já veio ao<br />

Purgatório antes?”. Ele perguntou com um dramático sotaque falso da Transilvânia.<br />

Suprimi um sorriso, perguntando‐me o que ele faria se alguma vez se encontrasse com um vampiro<br />

de verdade. “Não, mas estamos procurando alguém”, disse. “Seu nome é Micah”.<br />

O vampiro falso riu baixinho. “Sim, todas as mulheres procuram o Micah”. Ele inclinou um olhar<br />

astuto para Dan. “Mas os homens não o fariam simplesmente por que ele não seria encontrado”.<br />

Então Micah era um verdadeiro mulherengo, huh? “Isto é diferente”, expliquei. “Quero falar com ele<br />

sobre seu pai”. Quando o vampiro pareceu cético, recordei o que ele havia dito para Dan e acrescentei,<br />

“Acredito que poderíamos estar relacionados”. Se o sangue de demônio de luxúria corria por nossas<br />

veias, tínhamos que estar relacionados de certa forma, correto?<br />

O vampiro negou com a cabeça e deixou o falso sotaque para soar completamente texano. “Boa<br />

tentativa, mas já vi tentativas muito mais originais para conhecer o Micah, e confiem em mim,<br />

nenhum deles funcionou”.<br />

Exasperada, disse, “Olha, Lucas Blackburn me ajudou quando eu era menina e eu só queria falar com<br />

seu filho”. Quando o homem não pareceu convencido, eu disse, “Simplesmente lhe diga, está bem?<br />

Ele pode decidir se quer me ver ou não. <strong>Me</strong>u nome é Val Shapiro”.<br />

O vampiro deu de ombros. “Bom, o perguntarei depois de seu show, mas não me culpe se ele<br />

recusar”.<br />

Não queria pensar sobre essa possibilidade. “Então ele está aqui esta noite?”<br />

Sorrindo, o dublê de Bela Lugosi recuperou seu sotaque falso. “Ora, é claro. Você sempre pode o<br />

encontrar entretendo o Salão de Senhoras...” E dizendo isso, ele foi de novo para o canto escuro e<br />

desapareceu. Belo truque <strong>–</strong> deve ter uma cortina ou algo neste estilo ali.<br />

Dan franziu o cenho. “Temia isso. É só para senhoras. Não me deixaram entrar”.<br />

18 [N/T]: Béla Lugosi foi um ator húngaro que interpretou o Conde Drácula em uma peça de teatro e no cinema, e ficou<br />

famoso por esse papel.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Desculpe”, disse, mas não era exatamente certo. Agora que conhecer Micah era algo iminente, me<br />

dei conta que a ignorância de Dan sobre minha verdadeira natureza poderia ser um problema<br />

quando conhecesse outro potencial demônio de luxúria. “Você se importaria de me esperar?”<br />

Ele fez uma pausa. “Está certa de que realmente quer fazer isso? Talvez seria melhor ligar para ele<br />

durante o dia”.<br />

Por que ele parecia tão preocupado? “Não, estou aqui agora. <strong>Me</strong>lhor enfrentar isto antes que eu perca<br />

a coragem”.<br />

Dan suspirou. “Está bem. Estarei bebendo na área de rock”.<br />

“Obrigada”.<br />

Por ter menos de vinte e um anos, o cara na mesa carimbou minha mão com um X e colocou em mim<br />

uma pulseira vermelha. Ao menos eles também pediram uma identificação para Dan. Ele recebeu<br />

uma pulseira verde.<br />

Conforme Dan se dirigia para a sala de rock, abri a porta e fui subindo as escadas para o Salão das<br />

Senhoras, onde um pesado ritmo e os gritos das risadas femininas enchiam o ar. Fiquei surpresa ao<br />

ver três homens seminus no palco, revelando seus reluzentes peitoris enquanto moviam seus quadris<br />

ao ritmo da música. Havia escutado sobre os Chippendales 19 , mas... jesus!<br />

Enquanto observava, um dos dançarinos arrancou suas calças jeans para revelar uma cueca marcada<br />

com listras de zebra que apenas cobria seu, é... pacote. Uma alegria cresceu no quarto e algumas<br />

mulheres tentaram alcançá‐lo. Ele retrocedeu enquanto continuava sacudindo‐se e roçando‐se com a<br />

música. Os outros dois homens seguiram seu exemplo e a multidão enlouqueceu.<br />

Estranhamente, Lola não reagiu a nada. Talvez a luxúria comercial genérica não funcionava para ela.<br />

Ou talvez ela estava simplesmente muito envergonhada. Tentei afastar o olhar, mas estava<br />

estranhamente fascinada pelos corpos duros dos homens e as mulheres que iam todas sobre eles.<br />

Uau. Suponho que a minha vida tinha estado mais protegida do que eu havia imaginado.<br />

<strong>Me</strong>u rosto se ruborizou. Sim, sabia que era estranho que eu de todas as pessoas me sentisse incomoda<br />

ao redor disto, mas eu ainda era sete oitavos humana. Raios, eu mal tinha sido beijada. Isto estava<br />

completamente fora da minha experiência.<br />

Outro grito cresceu quando uma mulher meteu um pouco de dinheiro na cueca de um dançarino.<br />

Ohpordeus <strong>–</strong> eu nunca teria coragem de fazer isso. Agora compreendia por que Dan tinha parecido<br />

tão incomodado. Ele deveria ter se dado conta de que tipo de lugar era este.<br />

19<br />

[N/T]: Chippendales: É uma companhia conhecida pela dança erótica masculina. Começou como um cabaré em Los<br />

Angeles, Califórnia.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Era Micah um desses caras no palco? <strong>Me</strong> encolhi de medo com o pensamento. Espero que não.<br />

Consegui abrir caminho até o outro lado do salão onde os garçons com o peito nu estavam vestidos<br />

como demônios das histórias em quadrinhos e outros cidadãos do submundo. Todos que<br />

trabalhavam aqui se vestiam como algo saído da Enciclopédia Mágica?<br />

Gritando sobre a música, perguntei a um demônio ruivo. “Micah está no palco?”<br />

“Ele estará mais tarde”, o homem gritou de volta. “O que quer beber?”<br />

Pedi uma Coca‐cola com uma rodela de limão e me sentei na parte de trás para esperar a aparição de<br />

Micah. Ele era um stripper também? Por favor, não. Mas as probabilidades indicavam que ele<br />

provavelmente era.<br />

Depois que um bailarino vestido de bombeiro acendesse mais fogo do que os apagasse e um<br />

trabalhador de construções demonstrasse a forma correta de usar suas ferramentas, as luzes se<br />

apagaram, e então os projetores passaram rapidamente para o palco.<br />

Um rufar de tambores soou, logo uma profunda e amplificada voz masculina chegou pelos alto‐<br />

falantes. “E agora, o purgatório tem o prazer de apresentar o original e único... Micah!”<br />

Finalmente. <strong>Me</strong> sentei o mais ereta possível, me assegurando de ter uma boa visão do palco. Os<br />

repentinos gritos ensurdecedores das mulheres da frente me disseram que sabiam exatamente quem<br />

era Micah... e estavam muito contentes de vê‐lo.<br />

Ansiosamente, me perguntei como seria seu show... e se eu na realidade queria ver.<br />

Abruptamente, todas as luzes se apagaram e os gritos se detiveram, a antecipação suspendida<br />

pesadamente no ar. Uma inquietante música ambiente encheu a sala, e um solitário projetor destacou<br />

a figura de um homem sobre o palco. Ele estava disfarçado como um sátiro 20 , com chifres, patas, um<br />

peito polvilhado com pêlo escuro, e calças peludas que faziam parecer como se ele tivesse pêlo de sua<br />

cintura até o pé. A multidão observou com fascinação enquanto ele se concentrava em tocar a flauta<br />

de pã 21 em suas mãos.<br />

Mas ninguém estava tão absorta como eu. Bebi seus rasgos, procurando qualquer afirmação que ele<br />

hospedava um demônio de luxúria. Ele era alto, com um corpo mais magro que os caras que nos<br />

haviam entretido mais cedo, mais dançarino que fisiculturista. Com seu cabelo ondulado escuro<br />

curvando‐se ao redor de suas orelhas, seus lábios carnudos e queixo firme, ele parecia muito<br />

masculino e muito sedutor.<br />

20 [N/T]: Sátiros, na mitologia helênica, eram entidades naturais metade humana e metade com corpo de bode.<br />

21 [N/T]: É uma dessas: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ca/ChileanPanpipes‐cutout.jpg.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Podia ver seu encanto para as outras mulheres, embora ele não o fazia para mim pessoalmente. <strong>Me</strong><br />

retorci um pouco, recordando os shows que eu acabava de presenciar. Estava a ponto de ver mais de<br />

Micah do que eu queria?<br />

A inquietante melodia veio persistentemente perto, então com um olhar malvado para a platéia,<br />

Micah se lançou em uma selvagem melodia celta. Uma orquestra invisivel melhorou a melodia e<br />

Micah abandonou a flauta para saltar ao redor do palco com a música, com a graça de Baryshnikov,<br />

mas masculino como Schwarzenegger.<br />

As mulheres pareciam em êxtase enquanto observavam sua dança falar de paixão, sensualidade e<br />

tentadoras possibilidades eróticas. Uma repentina pausa dramática na música e ele parou diante de<br />

um membro da platéia. Ele a chamou por sinais e ela encontrou seu olhar enquanto elevava<br />

lentamente suas mãos para colocá‐las sobre seu peito, enquanto as mulheres ao seu redor suspiravam<br />

audivelmente.<br />

Micah a abraçou e a luxúria surgiu na sala enquanto a música se elevava outra vez e ele a fez girar na<br />

dança. A mulher, obviamente não se importava com a platéia, estava contente de ser movida não<br />

importava em que direção que Micah escolhesse, enquanto ele simulava um namoro. Então, quando<br />

ele acabou com ela, ele fez ela girar de volta para a sua mesa. Com seus dedos demorando‐se em seu<br />

braço e os olhos encarando seu rosto, ela se afundou lentamente em seu assento.<br />

Ele olhou em volta a procura de outra parceira e pegou meu olhar. Recuei e ele pareceu alarmado por<br />

um momento, mas se recobrou rapidamente e deu voltas para longe para repetir a performance com<br />

outro membro da platéia.<br />

Bem, isto não era muito incomodo. Exceto essa sensação estranha no ar... o que era isso? Parecia<br />

como... como saciedade. Como uma sede finalmente saciada.<br />

Lola se moveu e repentinamente me dei conta do que havia acontecido. Assim como um succubus<br />

habitava dentro de mim, Micah definitivamente hospedava um incubus... e ele o alimentava com a<br />

luxúria da platéia.<br />

Emocionada, não sabia o que pensar. Isto havia sido proibido para mim por toda a minha vida, mas<br />

ele o fazia na frente do público, quase como se ele estivesse fazendo algo sujo diante de uma platéia.<br />

Finalmente, a dança terminou com Micah congelado em uma atitude teatral e as luzes se apagando. O<br />

silêncio total reinou por um longo momento, então as luzes se acenderam e as mulheres ficaram<br />

loucas <strong>–</strong> uivando e gritando como se fosse o melhor que alguma vez tivessem experimentado. E<br />

talvez fosse, especialmente para essas que haviam sido seduzidas na dança. Essas poucas pareciam<br />

aturdidas e completamente satisfeitas, mas ele ao menos não havia drenado sua energia<br />

completamente. Não pareciam lamentar serem escolhidas para a atenção especial de Micah,<br />

tampouco.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Senti um toque em minha manga, e o dublê de Bela Lugosi estava ali, dizendo, “Micah vai te ver<br />

agora”.<br />

Congelei. Estava realmente pronta para isso?<br />

Bom, tarde demais para voltar atrás. Reprimindo uma onda de alegria pelo encontro com apreensão,<br />

segui Bela até os bastidores, um simples quarto sem qualquer marcação. Parecia um pouco<br />

envergonhado, provavelmente por não ter acreditado em mim, mais cedo. Bela me fez passar,<br />

dizendo, “Micah estará com você em pouco tempo”.<br />

Ele me deixou só em um escritório que era maior do que eu esperava. Não chamativo, só simples e<br />

elegante, com cadeiras que pareciam confortáveis para os convidados. Não sabendo o que esperar,<br />

fiquei parada no meio do lugar. Depois de alguns minutos, ouvi o som de uma porta se abrindo, e<br />

girei para ela. Obviamente a porta contígua dava para um banheiro, pois Micah estava ali, cheirando<br />

fresco pelo banho, seu cabelo molhado.<br />

Descalço, mas agora usando calças jeans e uma camisa, ele parou de abotoar para me dá uma olhada<br />

enigmática, dizendo, “Finalmente, nos encontramos... Valentine”.<br />

“Val”, consegui dizer. “<strong>Me</strong> chamam de Val”.<br />

“Eu sei. E eu esperei muito tempo para que nos encontrássemos”. Ele estendeu seus braços,<br />

oferecendo um abraço, e mesmo que eu evitasse contato pessoal com homens por toda a minha vida,<br />

me movi para seus braços como se ele fosse um irmão perdido há muito tempo.<br />

Oh Deus, eu me sentia bem. As lágrimas picaram meus olhos e eu o abracei ferozmente. Isto... havia<br />

estranhado isto, se bem que eu nunca tinha tido antes. Nunca havia podido abraçar os homens, nem<br />

sequer Rick, por medo que o demônio se soltasse e chupasse toda a vida deles.<br />

Não sei se era por que nós tínhamos tipos similares de demônios, mas meu succubus e o incubus de<br />

Micah estavam inativos, me deixando sentir‐me como uma pessoa normal enquanto o sujeitava perto.<br />

Que sensação tão maravilhosa. De fato, me sentia cheia de emoções, quase explodindo por causa<br />

disso, mas não conseguia explicar que emoções eram. Não românticas, não turvas de qualquer forma,<br />

simplesmente estava cheia de alegria por encontrar alguém com quem eu poderia ser eu mesma.<br />

Rompemos o abraço e Micah me conduziu até uma cadeira diante da mesa. Enquanto me sentava, ele<br />

se apoiou contra a mesa e me sorriu. “O que foi que te fez finalmente sair para me procurar?”<br />

Dissimuladamente enxuguei a umidade dos meus olhos e disse, “Descobri sobre seu pai há poucos<br />

dias, como ele ajudou meus pais e me ajudou. Não tinha nem idéia de que houvesse outros como eu.<br />

Estamos relacionados?” Eu, na verdade, tinha família do lado de meu pai?<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“É muito possível que sejamos algum tipo de primos distantes, mas teu pai não sabia muito sobre sua<br />

ascendência. Ele foi abandonado quando era um menino”.<br />

Deixei sair uma risada amarga. “Sei como é isso”. Dei‐lhe um olhar curioso. “Você o conhecia?”<br />

“Um pouco. Eu tinha aproximadamente nove anos quando ele morreu, mas o meu pai o conhecia<br />

melhor, e me contou sobre ele”.<br />

Pela primeira vez, me perguntei como havia sido meu pai, se ele na verdade era o monstro que<br />

mamãe e minha própria imaginação o haviam feito ser. “Você me dirá o que sabe?”<br />

“Lembro dele como um homem sorridente, feliz, sempre pronto com uma piada. Mas ele tinha<br />

períodos escuros, quando lutava contra sua verdadeira natureza”.<br />

Isso encaixava com o que eu recordava dele. “Sabe o que aconteceu entre ele e a minha mãe?”. Tudo o<br />

que eu tinha era minha perspectiva de alguém de cinco anos, um pouco limitada. “Mamãe não falaria<br />

disso”.<br />

Micah assentiu com a cabeça. “Não sei a história completa, mas você sabe que teu pai seduziu a sua<br />

mãe?”<br />

“Sim”. E mamãe havia sido incapaz de resistir à parte incubus dele <strong>–</strong> um fato pelo qual ela nunca lhe<br />

havia perdoado.<br />

“Tua mãe era uma mulher muito bonita e seu pai se apaixonou por ela no momento em que a viu. Ele<br />

a seduziu, e logo se casou com ela quando descobriu que ela estava grávida, esperando que ele<br />

pudesse manter sob controle a sua natureza. Mas tua mãe não conseguia resistir ao incubus em teu<br />

pai, e realmente a incomodava quando ela perdia toda a razão ao redor dele, assim ela se divorciou<br />

dele e o proibiu de te ver logo depois que você nasceu”.<br />

“Mas lembro de tê‐lo visto”, disse perplexa. Algumas memórias intermitentes de um homem bem<br />

bonito e sorridente que me tratava como uma princesa.<br />

“Sim, ele ainda tinha direito de te ver <strong>–</strong> ela não tiraria isso dele. Então... algo aconteceu”.<br />

“O quê?”<br />

“Esperava que você pudesse me dizer”, Micah disse seriamente. “O que aconteceu quando teu pai te<br />

visitou no teu aniversário de cinco anos?”<br />

“Oh. Isso”. <strong>Me</strong> enchi de culpa. Estive tentando esquecê‐lo por anos, mas horrorosamente, era a única<br />

memória clara que tinha do meu pai.<br />

“Você pode me dizer?”, Micah perguntou. “É a única parte do quebra‐cabeça que eu não tenho”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Eu... é difícil”. Como ele esperou pacientemente, reuni minha coragem e lhe disse. “Eu estava um<br />

pouco super excitada já que era meu aniversário e meu pai tinha vindo nos visitar. Por alguma razão,<br />

desta vez mamãe não saiu de imediato quando ele veio”. Dei de ombros. “Sabia todos os detalhes do<br />

que tinha acontecido, mas realmente não compreendi tudo isso até anos mais tarde”.<br />

Fiz uma pausa, perguntando‐me como poderia me expressar com palavras. “Ele estava... muito<br />

contente de ver mamãe, muito charmoso e mimoso. Acho que ele estava tentando convencê‐la a<br />

voltar com ele, apesar de que ela já havia se casado com Rick e tinha outra filha”.<br />

Quando fiz uma pausa, Micah assentiu com a cabeça me encorajando.<br />

“Ela continuou recusando‐o e tentando sair, mas ele não a deixava. Então... ele fez algo. Algo que não<br />

compreendi naquela época. Tudo o que eu sabia era que senti algo estranho estender‐se de seu<br />

interior para mamãe. Poderia dizer que mamãe pensava que era algo mal, e me senti realmente<br />

assustada, especialmente porque ela parecia assustada, mas ansiando‐o, também”.<br />

Micah assentiu. “Você tinha apenas começado a reconhecer seus poderes de incubus nessa idade, mas<br />

não conseguia compreender o que estava acontecendo”.<br />

Contente que ele entendesse, continuei. “Tudo o que eu sabia era que ele estava fazendo algo mal e<br />

que minha mãe estava assustada. Pedi que ele parasse, mas ele a agarrou e a beijou, e essa sensação<br />

veio outra vez”. Sabia agora que eu tinha detectado o incubus que meu pai foi incapaz de <strong>–</strong> ou não<br />

queria <strong>–</strong> suprimir.<br />

“O que você fez?” Micah perguntou baixinho.<br />

“O que eu poderia fazer? Tinha só cinco anos. Mas... golpeei suas pernas com meus punhos e gritei<br />

que a deixasse ir”. Ainda lembrava a surpresa em seu rosto. “Ele o fez, e saltei entre eles, estendendo<br />

meus braços para proteger mamãe, dizendo a meu pai que ele era um homem mal e que deveria nos<br />

deixar sós”.<br />

Micah permaneceu em silêncio, deixando‐me dizer o resto da história de minha forma. “Ele... ele<br />

parecia completamente horrorizado. Machucado. Então ele saiu correndo dali como se os demônios<br />

do inferno estivesse em seus calcanhares”. Pisquei para conter as lágrimas. “Nunca mais o vi”. Ele<br />

havia se matado mais tarde nesse dia.<br />

Micah assentiu. “Tem sentido. Como outros disseram, eu sei que ele muitas vezes acreditou que fosse<br />

um monstro”.<br />

Assenti. Conhecia o sentimento. E embora soubesse que havia salvado a minha mãe de uma violação<br />

naquele dia, também sabia que tinha as mesmas possibilidades adormecidas dentro de mim. Se meu<br />

pai, um adulto forte, não conseguia manejá‐lo, como eu poderia fazer isso?<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Micah continuou. “Obviamente, ele não conseguia suportar o que ele estava fazendo com a mulher<br />

que amava, especialmente quando sua filha de cinco anos o repreendeu por isso”.<br />

Tive que dizer ao Micah o que eu estava pensando. “Então eu sou a razão pela qual ele se matou”.<br />

Micah pareceu verdadeiramente horrorizado. “Isso é o que tem acreditado por todos esse anos?”<br />

“É a verdade”. Nunca havíamos falado mamãe e eu, mas eu sabia que eu era a razão pelo qual meu<br />

pai havia se matado. Se não houvesse saltado entre eles, ele ainda poderia está vivo hoje”.<br />

Micah se deixou cair sobre seus joelhos para me abraçar outra vez. “Não é a tua culpa, Val. Ele não<br />

conseguia controlar os dois lados de nossa natureza, não conseguia conciliar os dois e viver com ele”.<br />

Intelectualmente, eu já sabia há muito tempo, mas emocionalmente, ainda sentia que havia levado<br />

meu pai ao suicídio. Aprofundei o abraço, deixando as lágrimas fluírem. “Então você... não me<br />

culpa?”<br />

Ele se afastou um pouco de mim para olhar diretamente o meu rosto cheio de lágrimas. “Claro que<br />

não. Como pode pensar isso?”<br />

Agitei minha mão vagamente. “Você e seu pai sabiam sobre mim, mas nunca me contataram<br />

diretamente”.<br />

“Não teve nada haver contigo. Basta dizer que sua mãe não queria nenhuma recordação do seu pai<br />

ao redor, não queria nada que pusesse em perigo a sua adaptação com o resto do mundo”.<br />

Sim, isso soou como minha mãe. “Gostaria que vocês tivessem a ignorado.”<br />

“Nós queríamos”, Micah me assegurou.<br />

“Por que não o fizeram?”<br />

“Por você.”<br />

“Não entendo”.<br />

“Você teve uma época bastante difícil crescendo com sua parte demônio nessa família...”<br />

“Sabiam como era minha vida?”, perguntei assombrada.<br />

“Sim, seguíamos a pista o máximo possível, ajudávamos onde podíamos”.<br />

“Como? Por que?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Desde que meu pai e eu compartilhamos a tua natureza, sabíamos quando chegariam os tempos de<br />

crises, sabíamos o que ocorreria enquanto você crescia. Papai visitou seus pais para lhes explicar o<br />

que estava por acontecer, para ajudá‐lo e ajudar você a se ocupar de algo que possivelmente não<br />

poderiam entender”. Ele sorriu. “Não tem muitos de nós, e precisamos dar uma mão uns aos outros.<br />

Além disso, como você disse, provavelmente estamos relacionados de alguma forma”.<br />

“Mas ainda não sei porque vocês não me contataram quando eu fiquei mais velha. Poderíamos ter<br />

nos encontrado fora da família, em alguma parte só nós dois, desta forma”.<br />

Ele considerou por um momento, como se não soubesse exatamente o que me dizer. “Porque levo<br />

uma vida muito diferente da sua. Não estava certo de como você reagiria”.<br />

Certo, eu na realidade não sabia muito sobre ele. Ri ansiosamente. “Por quê? Você faz mais do que<br />

dançar com essas mulheres? Você fica nu?”<br />

Ele se levantou, parecendo incomodo. “Isso não é o que eu quis dizer”.<br />

“Oh. Você quer dizer, por que você deixa o incubus te controlar e eu mantenho o succubus<br />

reprimido”.<br />

Ele levantou sua cabeça para mim. “Fala de seu dom como se ele fosse uma parte separada de você”.<br />

Dom? Estava mais para uma maldição. “Não é?”<br />

“Não, não é. É parte de quem você é. Não pode dividi‐lo em seções, colocá‐lo de lado. Tem que<br />

chegar a um acordo com isso, abraçá‐lo”.<br />

“Mas isso não é perigoso? Vi o que fez a meu pai. Essa foi uma lição que nunca esquecerei <strong>–</strong> demônio<br />

mal, homem bom”.<br />

“Não tem que ser perigoso...”<br />

“Não acredito nisso” cortei‐o. “Quando tinha dezesseis anos e beijei um garoto pela primeira vez,<br />

quase esgotei sua energia, sua força vital. Quase o matei”.<br />

“Você era jovem e não compreendia seus poderes. Não tem que ser dessa forma. E é perigoso mantê‐<br />

lo suprimido da forma que você faz. Posso sentir seu poder, esforçando‐se para sair, enjaulado como<br />

um monstro”.<br />

Boa analogia <strong>–</strong> que era muitas vezes como eu pensava sobre o demônio dentro de mim. “Mas não<br />

mantenho meu ‘dom’ suprimido todo tempo”. Insisti. “Eu o deixo sair caçando vampiros. Isso<br />

alimenta a luxúria de qualquer forma”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele balançou a cabeça. “Mas essa forma é muito menos satisfatória. A única maneira para satisfazer<br />

verdadeiramente seu desejo é usá‐lo sexualmente. Eu disse a teus pais, mas suponho que eles não<br />

acharam essa uma opção viável”.<br />

Dificilmente. Um pouco desconfortável discutindo isso, disse, “Eu não posso fazer o que você faz”.<br />

Então, realmente, perderia todos os laços com a minha família. Além disso, não estava tão pronta. “O<br />

que aconteceria se eu abusasse de alguém? O que aconteceria se os matasse? Maldição, e se eu seguir<br />

o caminho de meu pai e me suicidar?”<br />

“Olha”, disse Micah, “Não é algo que você possa simplesmente ignorar e esperar que vá embora”.<br />

“Eu sei disso”. Bem demais.<br />

“Você não entende. Você é como um pai nervoso que pensa que se ele diz, ‘Nada de sexo’ seus<br />

adolescentes ficaram na linha, cruzaram suas pernas e ignoraram os hormônios. Não pode ignorar<br />

isto. Não pode tomar uma pílula para isto. Mas pode mantê‐lo afastado de destruir sua vida. Quando<br />

o deixa fluir um pouco de cada vez, como eu faço, não tem essa fome insaciável. Pode controlá‐lo<br />

facilmente, e não machucar ninguém”.<br />

“Acha que essas mulheres que... você seduz... sentem o mesmo?”<br />

“Oh, tenho certeza disso”, disse Micah seriamente. “Você viu o show. Todas elas querem está comigo,<br />

todas querem experimentar o que eu posso dá. E só tomo delas o que estão dispostas a dar”.<br />

Ele soou mais resignado do que agradecido pelo fato, e me dei conta que ele provavelmente nunca<br />

pode ter uma relação normal também. Era um pouco triste.<br />

“É diferente para mim. Não posso... fazer o que você faz”.<br />

“Uma pena. Você a mantém suprimida por tanto tempo que quando finalmente soltar as rédeas,<br />

saberá Deus o que acontecerá”.<br />

Isso não soou bom. “Então, nunca poderei... você sabe?”<br />

Ele levantou uma sobrancelha. “Ter intimidade com um homem?”<br />

Bem, sim. Dei de ombros, meu rosto ruborizado.<br />

“Acho que você tem em mente alguém especifico. Ele sabe o que você é?”<br />

“Não, e quero manter dessa forma”.<br />

Micah considerou por um momento. “Bem, você poderia soltá‐lo com alguém diferente primeiro,<br />

poderia pô‐lo a prova e ver o que acontece”.<br />

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De jeito nenhum. “Essa não é uma opção”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não pensei nisso”, ele pensou por um momento. “Nunca estive nessa situação, então não sei como<br />

aconselhá‐la. Mas estou certo que você tem muito mais controle agora do que você tinha quando<br />

tinha dezesseis anos. Talvez não será um problema. Talvez possa mantê‐lo sob controle”.<br />

Talvez. Mas, eu poderia me arriscar?<br />

Um golpe soou na porta e Micah respondeu.<br />

Era Dan. Lola se animou só a mera visão dele, mas forçadamente me obriguei a refrear qualquer<br />

reação. Foi só porque estávamos falando dele e das possibilidades, isso era tudo.<br />

“<strong>Me</strong> disseram onde te encontrar”, disse Dan, seu olhar passando velozmente de um lado para o outro,<br />

entre Micah e eu, como tentando descobrir o que estava acontecendo. “Está tudo bem?”<br />

“Estou ótima”, lhe reconfortei. Apresentei os dois homens, dizendo só uma pequena mentirinha ao<br />

explicar que Micah era meu primo pelo lado de meu pai, então me dei conta de que não poderíamos<br />

continuar essa discussão na frente de Dan. “Acho que eu deveria deixar Micah voltar para o<br />

trabalho”.<br />

Micah balançou a cabeça e me puxou de lado para falar comigo em particular. “Este é o homem. Eu<br />

posso sentir, posso sentir sua resposta”.<br />

Assenti com a cabeça, não confiando em mim mesma para falar.<br />

“Tua reação é forte. Você se dá conta de que terá que liberá‐lo com ele ou tirar ele da sua vida?”<br />

“Não tenho outras opções?”, perguntei tristemente.<br />

“Não mesmo”.<br />

Era uma situação de perder ou perder. Se a deixasse livre, provavelmente, perderia sua amizade para<br />

sempre. De uma ou outra forma, nunca lhe veria outra vez... e isso era simplesmente muito<br />

deprimente para mim sequer pensar na possibilidade.<br />

A única solução era seguir como estávamos e esperar que nunca tivesse que tomar essa decisão.<br />

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Capítulo X<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Troquei números de telefone com Micah e o abracei uma última vez. “Não seja um estranho.<br />

Pretendo vê‐lo. Freqüentemente”.<br />

Micah sorriu abertamente para mim. “Estou feliz de ouvir isso”.<br />

Enquanto Dan me seguia para fora do clube, ele disse, “Presumo que tudo saiu bem?”<br />

“Muito bem”.<br />

“Bom. A sua... dança, não te incomodou, então?”<br />

“Não mesmo”. Olhei‐o de soslaio. “Você sabia o que ele fazia, e não me disse?”<br />

Dan deu de ombros. “Não sabia como dizer”.<br />

“Não importa. Ele não é como os demais. Ele, uh, não tirou a roupa”.<br />

“Isso é um alívio”.<br />

Dan abriu a porta do caminhão para mim, então foi para seu lado e entrou. Parecendo curioso, ele<br />

perguntou, “Descobriu porque sua mãe nunca te falou sobre esse lado da família?”<br />

Neguei com a cabeça. “Olha, desculpe, mas eu na verdade não quero falar sobre isto. Eu <strong>–</strong> eu... não<br />

sei como me sinto, e só quero absorver tudo isto, dá uma oportunidade para tudo se ordenar”. Olhei‐<br />

o com expectativa. “Você compreende?”<br />

“Claro”. Ele chegou através do longo assento para me dar um apertão no ombro. “Deixe‐me saber<br />

quando você quiser falar”.<br />

“Obrigada”. Enquanto ele colocava o caminhão para andar, acrescentei pensativamente. “É estranho.<br />

Nunca soube o quanto significava minha família até que os perdi”.<br />

“Então, fico feliz que tenha encontrado Micah”.<br />

“Sim... graças a você”.<br />

Ele se encolheu de ombros, parecendo incomodo com a minha gratidão. “Qualquer um poderia<br />

descobrir”.<br />

“Mas foi você quem fez isso, e eu estou agradecida por isso”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele mudou de assunto. “Antes que voltemos para as ruas de novo, porque não revisamos nossas<br />

anotações, e fazemos algumas ligações para ver o que podemos descobrir? Podemos conseguir<br />

terminar um monte de coisas dessa forma”.<br />

“De acordo. Na sua casa ou na minha?”<br />

“Na minha, suponho <strong>–</strong> minhas anotações estão lá”.<br />

Quando chegamos nas casas geminadas, segui Dan até a sua, a qual era uma cópia exata da de Gwen.<br />

Enquanto ele fazia algumas ligações para outros membros da UCE, liguei para alguns amigos de Jen.<br />

Juntos, conseguimos construir uma descrição do que fazia um voluntário nos bancos de sangue.<br />

Brittany estava certa <strong>–</strong> o Movimento era cuidadoso acerca de não usar seus jovens trabalhadores<br />

como doadores de sangue, e nenhum deles havia sido machucado ainda, ou convertido. Basicamente,<br />

tudo o que faziam era distribuir sucos e biscoitos, orientar as pessoas nos bancos, e agir como<br />

embaixadores da boa vontade para o público. <strong>Me</strong> senti um pouco aliviada, mas não completamente.<br />

Enquanto Dan me dava uma Coca‐cola, ele disse, “Temos estado distraídos com Jennifer e a situação<br />

com Lily e temos esquecido que Ramirez nos atribuiu a tarefa de descobrir se esta veia de vampiros<br />

apóia os assassinatos”.<br />

“Sim. Encontramos a veia, mas não sabemos o que estão tramando”.<br />

Dan bebeu parte de sua própria Coca‐cola. “Isso é óbvio. São vampiros, e tudo o que eles fazem são<br />

assassinar, criar caos, e destruição em massa”.<br />

Surpreendida pela dureza em seu tom, disse, “Você realmente acha que o Movimento é responsável<br />

pelo aumento dos ataques? Poderia ser outro grupo que ainda não conhecemos”. Não era que eu<br />

estivesse sendo carinhosa com o grupo de Alejandro, mas queria entendê‐lo bem.<br />

“Os ataques dos vampiros se duplicaram desde que o Movimento começou. É uma coincidência?”<br />

Dan se sentou sobre o sofá e bebeu um gole de sua bebida. “Não acredito!”<br />

Sentei‐me ao seu lado, e nós dois tiramos nossos sapatos para descansarmos no sofá juntos, nossos<br />

pés encima da mesinha de café. “Mas Ramirez disse que esses três que nos atacaram não faziam parte<br />

do Novo Movimento de Sangue”.<br />

“Até onde ele sabe”.<br />

Ele certamente estava cínico está noite. “Sua informação tem sido correta até agora. Sua investigação<br />

tem mostrado algo diferente?”<br />

“Ainda não. Mas você não acha que é estranho que o tenente saiba muito sobre o que acontece com os<br />

vampiros da cidade, mais não saiba nada sobre o que é este Movimento?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dei de ombros. “Talvez isso queira dizer que seu informante não sabe de nada”.<br />

“Então, o informante não está no Movimento, mas é alguém que sabe o que os outros vampiros estão<br />

fazendo”, Dan disse pensativamente.<br />

“Outro vampiro?”, sugeri.<br />

“Talvez”, ele fez um gesto impaciente. “Isto não nos leva a nenhuma parte. Temos que descobrir o<br />

que Alejandro pensa fazer com a organização que está construindo”.<br />

“Acho que ele é honesto. Acho que ele construiu o Movimento para fazer precisamente o que ele<br />

disse <strong>–</strong> melhorar as relações entre vampiros e humanos”.<br />

Dan me olhou incredulamente. “Acredita nisso? Por que? Por que ele é bonito e encantador?”<br />

Isso era ofensivo. “Não, porque tudo que ele tem dito esta coincidindo até agora. Na realidade, ele<br />

parece estar tentando melhorar as coisas”.<br />

Dan bufou. “Sim, claro. É por isso que ele está convertendo pessoas como Lily em sanguessugas...<br />

porque ele é uma pessoa maravilhosa”.<br />

“Lily é responsável por suas próprias decisões. Por que você está agindo como se ela não tivesse tido<br />

nenhuma escolha?” Perguntei, então provoquei ele com suas próprias palavras. “Por que ela é bonita<br />

e encantadora? Vamos Dan, ela está tão não‐morta como ele.”<br />

Passando uma mão impaciente por seu cabelo, Dan disse, “Sim, só é duro acreditar que alguém que<br />

conheço escolheria uma vida como essa”.<br />

“Você tem certeza que isto é tudo que está acontecendo?”, perguntei cética.<br />

“Sim, estou certo. Maldita seja, já não a quero mais. Ela está morta para mim agora. Literalmente.<br />

Você me mostrou isso”. Ele me deu um olhar cheio de significado.<br />

Querendo dizer o que, no entanto? O calor impregnou o meu rosto enquanto eu me perguntava...<br />

esperando... que ele quisesse dizer que queria a mim em vez dela.<br />

Não, não poderia ser isso. “Fico feliz de ouvir que te ajudei a recobrar o sentido”, respondi com uma<br />

evasiva.<br />

“Isso não é o que eu quis dizer”. Ele se moveu para mais perto. “Tem algo entre nós <strong>–</strong> química, algo<br />

que, não sei. Você não sente?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Afastei‐me apressada enquanto ele avançava, até que me encontrei no fim do sofá e não pude ir para<br />

mais longe.<br />

Seu rosto avançava lentamente para mim, ele olhava perdidamente para meus olhos. “Você sente<br />

também, verdade?”<br />

Lola gritou, “Sim!”. Mas eu murmurei, “Não!”<br />

“Por quê não?”, Dan perguntou com um sorriso enquanto acariciava meu rosto com o dorso de seus<br />

dedos.<br />

OhporDeus. Não sabia que podia me sentir desta forma, toda formigando e cálida e fraca.<br />

Está não era o demônio‐Val <strong>–</strong> ela tinha uma maior possibilidade de só querer a parte física. Esta parte<br />

era toda da humana‐Val, querendo algo completamente misturado e emocional.<br />

Mas Dan acabara de me perguntar por que não podíamos compartilhar um pouco de ternura. Estava<br />

tendo um mau momento ao tentar descobrir isso por mim mesma, mas procurava algo que ele<br />

acreditasse. “Porque trabalhamos juntos?” Odiei a maneira que isso saiu soando mais como uma<br />

pergunta do que uma afirmação. Mas ele estava severamente provando os limites do meu controle<br />

sobre Lola.<br />

“E?”, ele perguntou enquanto se inclinava para mais perto. “Nós dois somos profissionais. Não<br />

deixaremos que isto interfira em nosso trabalho”. E seu lento sorriso me fez sentir fraca enquanto ele<br />

acariciava a minha nuca com a sua mão e se inclinava para mais perto.<br />

OhmeuDeus. Eu podia entendê‐lo <strong>–</strong> realmente entender <strong>–</strong> mas tinha que controlar minhas emoções<br />

antes que fosse muito tarde para controlar o demônio. Como eu poderia parar isto? “Está fazendo<br />

isso por despeito”, protestei, empurrando‐me profundamente contra as almofadas do sofá para ficar<br />

tão longe dele como eu pudesse e pus minhas mãos contra seu peito.<br />

“Não realmente. Lily e eu já não estávamos juntos há dois meses, e antes disse não ia... bem”.<br />

Ele se inclinou e beijou o meu pescoço. Algo dentro de mim fez uma volta completa de pura alegria.<br />

Oh, não. Queria que ele fizesse mais. Queria que ele parasse. Não sabia o que diabos eu queria. Mas o<br />

succubus dentro de mim estava muito certo <strong>–</strong> estava afetuoso, desejoso, e esperando... por ele. Tudo o<br />

que eu tinha que fazer era cooperar.<br />

Mas como eu poderia? Deus sabe o quanto eu queria, mas poderia pará‐lo? Será que eu poderia<br />

impedir o demônio de tirar muita energia enquanto desfrutava disso em um nível não físico?<br />

Duvidando, disparei minha arma mais forte. “É <strong>–</strong> eu que não quero isto”.<br />

Dan riu. “Claro que não”. E com isso, ele me beijou, seus lábios suaves e ternos. Afundei‐me nele e<br />

ele moveu sua boca contra a minha, incitando‐me a lhe responder.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Eu tinha tantos estranhos sentimentos acendendo‐se dentro de mim, que eu não sabia o que fazer.<br />

Aquele beijo com Johnny Morton tinha sido uma coisa sem importância comparada com isto. Johnny<br />

era um menino, mas Dan definitivamente era um homem. Eu estava pronta para isso?<br />

E ele realmente sabia como beijar. Não podia evitar reagir, e o poder girou dentro de mim,<br />

respondendo a sensualidade de Dan. Mas não tentou assumir o controle, não tentou forçá‐lo. Em vez<br />

disso, Lola parecia contente de deixar Dan me animar.<br />

Não que ele precisasse de qualquer ajuda do demônio para me fazer estremecer <strong>–</strong> ele estava fazendo<br />

muito bem sozinho. Ele rompeu o beijo para dizer com voz rouca, “Diga‐me que não quer isto”.<br />

Deus me ajude, eu queria <strong>–</strong> muito. Tinha controlado Lola até agora, talvez fosse possível evitar que<br />

ela assumisse o controle. E por que não deveria tentar? Todas as garotas de minha idade tinham feito<br />

isto, por que eu não poderia? Eu realmente queria saber como era beijar um cara.<br />

Sentindo‐me como se me afogasse em sensações, admiti, “Não posso dizer isso”. Puxei sua cabeça<br />

para a minha e o beijei com toda a frustração reprimida que havia mantido dentro de mim por tanto<br />

tempo.<br />

Ele respondeu da mesma forma e logo estávamos ambos ofegantes, deitados meio encima e meio fora<br />

do sofá. Dan ajoelhou‐se e tirou o suéter, atirando‐o para um lado.<br />

“Oh, vamos”, respirei. Se eu não tivesse sucumbido antes, a visão do peito de Dan me haveria feito<br />

deixar cair minhas defesas em um instante. Ligeiramente esculpido com os lisos músculos de um<br />

homem que treinava artes marciais, seu peito estava cheio de pêlos castanho claro e algumas velhas<br />

cicatrizes.<br />

E eu achava que ele era sexy antes... Uma onda de fome atravessou por mim, rodando dentro de mim<br />

como um predador na caça.<br />

Ele tentou alcançar minha blusa mais eu agarrei sua mão e a mantive afastada. <strong>Me</strong>u rosto estava<br />

muito quente, e o resto do meu corpo não estava muito melhor. Não podia ir um pouco mais adiante,<br />

não podia arriscar que o demônio se soltasse, mesmo que estivesse tentada. Como seria ter suas mãos<br />

sobre minha pele nua? Nessas partes que estavam doendo de necessidade?<br />

Como se Lola suspeitasse que não podia confiar que lhe dessem o que ela queria, ela estalou livre,<br />

enviando seus tentáculos ávidos de poder para assolar Dan.<br />

Não, não, não. Enquanto observava com impotente horror, desesperadamente tentando recolher os<br />

restos destroçados de meu controle, Dan se levantou, seu corpo arqueando‐se com surpresa. Os olhos<br />

de Dan se ampliaram e ele agarrou meus braços mais forte enquanto ele se estremecia em êxtase.<br />

Não, não, não. Isto não podia está acontecendo.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele me soltou e desabou sobre o sofá, e usei todo o meu poder para evitar que o succubus bebesse<br />

toda essa deliciosa energia e o esgotasse. Engatinhei para longe dele até uma cadeira em um canto<br />

distante, esperando que distância fizesse tudo mais fácil para nós dois. Quando finalmente tive o<br />

succubus de volta escondido, perguntei, “Dan, você está bem?”<br />

Ele estava esparramado no sofá, tentando recuperar a respiração. “<strong>Me</strong>u Deus”, ele engasgou. “O que...<br />

que diabos foi isso?”<br />

“Uma sessão de carícias realmente muito boa?”, arrisquei. Mas a raiva em seus olhos me disse que ele<br />

não estava acreditando, e que era melhor eu dá uma explicação plausível <strong>–</strong> rápido.<br />

Dan franziu a testa. “Um inferno que foi. Isso foi algo diferente. <strong>Me</strong> senti como... como quando<br />

Charlene tinha suas mãos sobre mim. Você é um vampiro?”, ele perguntou firmemente.<br />

“Não!”, ele não estava pensando claramente. “Você me viu segurando prata e sem quaisquer<br />

problemas com a luz do sol”. Mas ele provavelmente se sentia manipulado e controlado agora, até<br />

mesmo... violado. Quem poderia culpá‐lo? O observei ansiosamente.<br />

Ele entrecerrou seus olhos. “De acordo, então você não é um vampiro. Mas não é muito humana,<br />

também, verdade? Vi seus olhos relampejarem com uma estranha luz púrpura. O que você é?”<br />

Mordi meu lábio, olhando para qualquer lugar exceto para ele. Como lhe poderia dizer?<br />

“Você é algum tipo de... de... monstro infernal?”<br />

Oh, sim, correto. Essa não seria a primeira coisa em que eu teria pensado. “Que eu saiba, não existe<br />

monstros do inferno”, disse indignada.<br />

“Deixa de se esquivar da pergunta. O que você é?”<br />

Retorci‐me um pouco, então admiti, “<strong>Me</strong>u... meu bisavô era um demônio”.<br />

“Estive beijando um demônio?” Ele se levantou rapidamente.<br />

“Só um oitavo demônio”, disse, meus olhos suplicando que ele entendesse.<br />

“Então... o quê?” Ele perguntou, inclinando‐se sobre uma cadeira. “Você fica toda áspera e escamosa<br />

agora?”<br />

Droga, eu sabia. Sabia que ele pensaria em mim como um monstro. Por que eu tinha sido tão<br />

estúpida? “Não seja ridículo. Pareço como um lagarto para você?”<br />

“Não... mas como eu vou saber o que você fará?”<br />

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Suspirei. “Existem todo tipo de demônios?”<br />

“Que tipo você é?”<br />

“S‐sou em parte succubus”.<br />

“O que diabos é isso?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ainda evitando seu olhar, disse, “Um succubus é um demônio feminino... de luxúria. Eu chamo a<br />

minha de Lola”.<br />

“Demônio de luxúria? Quer dizer que você me obrigou a me sentir daquele jeito?”<br />

Ele soou traído. Encontrei seu olhar, então. “Não inteiramente. Nossa atração mútua simplesmente o<br />

fortaleceu”.<br />

“O que é ‘isso’ exatamente? O que faz um demônio succubus?”<br />

“Absorve a energia gerada pela luxúria”.<br />

Ele cravou seus olhos em mim por um momento enquanto se dava conta das implicações de minha<br />

confissão. Quando ele finalmente recuperou sua capacidade de falar, perguntou, “Você se alimentou<br />

de mim?”<br />

“Um pouco”, admiti. “Mas eu o parei logo que pude”.<br />

“Você tem estado se alimentando de mim todo esse tempo?”<br />

“Você faz soar como se eu tivesse te seduzido contra sua vontade”, protestei. “Você iniciou isso”.<br />

“Talvez”, ele disse entre dentes. “Mas foi você quem terminou”.<br />

“Não eu”, disse, odiando a maneira como eu soava tão desesperada e suplicante. “Foi o demônio<br />

dentro de mim. Pensei que poderia controlá‐la, mantê‐la oculta, mas você é tão bom beijando, que a<br />

perdi”.<br />

Ele descartou minha adulação com um movimento cortante de sua mão. “Você disse antes que era<br />

um oitavo demônio. Agora está tentando me dizer que vive em ti como se fosse um ser separado? O<br />

que isso significa? O que Lola quer, Lola consegue?”<br />

Encurvei meus ombros. “Não. A tenho sob controle... a maior parte do tempo”.<br />

“Então você pode se desfazer dela?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Gostaria de poder, mas não funciona dessa forma. Lola realmente é uma parte de mim”. Neguei<br />

com a cabeça tristemente. “Sinto muito. Micah achou que eu seria capaz de controlá‐la”.<br />

“Espera”, Dan disse, “Micah também é um succubus?”<br />

“Na verdade, o demônio masculino da luxúria se chama incubus”.<br />

“O que seja. Ele é, também?”<br />

“Sim. Ele herdou de seu pai. E eu herdei de meu pai”. Apertei um travesseiro contra meu estômago,<br />

me sentindo miserável. “Ele não conseguia controlar o incubus, então se matou”.<br />

“Bem, isso explica muito... Ramirez sabe o que você é?”<br />

“Sim. Não sei como, mas ele sabe”.<br />

“Isso faz quatro demônios de luxúria até agora, dois vivos. Quantos tem na cidade?”<br />

“N‐não sei. Até encontrar Micah, pensava que eu era a única”.<br />

Ele pareceu pensativo. “Você disse que existe mais de um tipo de demônio. Essas fantasias no<br />

Purgatório... não eram fantasias, verdade? Esses eram demônios de verdade”.<br />

Então, forcei a minha cabeça a se levantar rapidamente. Eram reais? “Não sei. Se eram, eu também<br />

não sabia. Fang poderia te dizer...”<br />

Parei de repente, desejando poder voltar atrás do que eu acabara de dizer.<br />

“Fang?”, ele repetiu. “O cachorro é um demônio?”<br />

“Até certo ponto”, disse debilmente. “Como eu. Ele é em parte cachorro do inferno, assim ele pode<br />

farejar vampiros e outros demônios”. Além disso, ele falava comigo na minha cabeça, mas não estava<br />

segura que Dan estivesse pronto para ouvir isso ainda.<br />

Dan negou com a cabeça aturdido. “Todo mundo tem sangue sobrenatural exceto eu?”<br />

“Claro que não. E só por que somos em parte demônio não quer dizer que sejamos completamente<br />

malvados, já sabe. Como você, tentamos viver vidas normais. Comemos, dormimos, bebemos...”<br />

“Chupam sangue, se alimentam da energia sexual...”<br />

“Isso não é justo”, protestei.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Justo?” Ele repetiu, sua voz aumentando. “O que diabos é justo acerca de qualquer coisa sobre tudo<br />

isso? Como posso dizer que é real agora? Como posso dizer que sentimentos são realmente meus, e<br />

quais são causados por Lola?” Ele me olhou furiosamente. “Apague‐os”.<br />

“O quê?”<br />

“Desative seu poder. Quero saber o que sinto na verdade, sem eles”.<br />

Neguei com a cabeça, lentamente. “Não é como uma torneira. Não posso desativá‐lo. Só posso mantê‐<br />

lo controlado... como agora. Qualquer coisa que você sinta nesse momento vem de você, não de mim”.<br />

“Como eu posso ter certeza?”<br />

“Tem minha palavra sobre isso”.<br />

Ele bufou. “Tua palavra. Certo. A palavra de uma mulher que se faz passar por humana e mente<br />

sobre seu demônio para seu próprio parceiro?”<br />

“Tinha uma boa razão para não te contar”, respondi bruscamente.<br />

“Sim <strong>–</strong> assim você e Lola poderiam me deixar seco sem que eu soubesse”.<br />

“Não, se eu quisesse fazer isso, poderia ter feito na primeira vez que nos encontramos. Mas sabia que<br />

você não entenderia”.<br />

“O que eu tenho que entender? Não é estranho que você seja tão boa matando os monstros <strong>–</strong> você é<br />

um deles”.<br />

Ele se virou, passando uma mão sobre seu rosto. “Gostaria que você fosse embora agora. Pedirei para<br />

Ramirez outro parceiro amanhã cedo”.<br />

Vamos. Falando sobre um chute no fígado. Não sei porque, mas eu não esperava isso. Suponho que<br />

pensei que poderíamos resolvê‐lo, poderíamos encontrar uma forma de trabalharmos juntos. Acho<br />

que não.<br />

E tudo era minha culpa. A vida simplesmente tinha começado a ficar boa outra vez, mas eu tinha que<br />

ir e arruinar tudo.<br />

Não, isso estava errado. Lola havia arruinado, e agora Dan pensava que eu era algum tipo de<br />

monstro. Não havia mais nada que eu pudesse fazer ou dizer. Quando as lágrimas me cegaram,<br />

pisquei para fazer elas pararem, recolhi minhas coisas, e saí.<br />

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Capítulo XI<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Acordei de um agitado sono na tarde seguinte, logo depois de uma noite em que eu briguei comigo<br />

mesma. Embora não tenha dormido muito, me senti mais forte do que jamais havia me sentido, mais<br />

vibrantemente viva. Gostaria de atribuir isso a uma vida saudável, mas sabia que era porque Lola<br />

havia se alimentado da energia de Dan.<br />

Eu estava realmente aliviada por tê‐la detido antes que ela fosse longe demais. O que aconteceria se<br />

eu não tivesse feito? Estremeci. Haveria sido uma catástrofe. Dan já estava irritado comigo. Se tivesse<br />

tomado mais dele, ele realmente estaria furioso... ou morto.<br />

Mas o que eu mais odiava era quão bem eu me sentia, como se eu tivesse estado sedenta por toda a<br />

minha vida e apenas agora tinha conseguido um pequeno gole do néctar dos deuses. O único<br />

problema era, que eu não queria só um gole. Queria beber e beber até chegar há todos os lugares<br />

desidratados e vazios em meu ser. Sim, em sua maior parte era a Val‐demônio que se sentia assim,<br />

mas tinha medo que uma boa parte disso fosse da Val‐humana também. Isso era uma doença, ou o<br />

que?<br />

Fang me golpeou ligeiramente com seu focinho, oferecendo consolo. Você não está doente. É normal. É<br />

tudo culpa dos hormônios dos adolescentes, você sabe.<br />

Talvez. Sorri. “Obrigada por tentar”. Eu só queria poder acreditar nele.<br />

Ele se aconchegou mais perto e lambeu minha mão quando acariciei suas suaves orelhas.<br />

De agora em diante, eu ia me limitar aos cachorros. Eram doces, simples, e amavam sem reservas. Os<br />

caras só davam trabalho.<br />

Eu deveria ter tido um melhor critério, deveria ter confiado em meus instintos e não me aproximar<br />

demais. Pensei que poderia controlá‐la, que eu poderia manter Lola sob controle. Mas o succubus<br />

havia me traído no pior momento possível. E agora eu estava pagando o preço.<br />

Isso era o terrível. O preço era muito alto por uns poucos momentos de alegria. Eu tinha deixado de<br />

lado a amizade de Dan.<br />

Pisquei para conter as lágrimas. As pessoas em todo o mundo formavam casais. Eu teria alguma vez<br />

a minha chance? Poderia alguma vez ser eu mesma e encontrar alguém a quem amar sem ter que<br />

entregar minha humanidade para fazê‐lo?<br />

As lágrimas saíram, em seguida. Isto só confirmava que nunca poderia me aproximar de um homem<br />

outra vez. Não dessa forma, de qualquer maneira. Não a menos que aceitasse o conselho de Micah e<br />

encontrasse alguém que eu pudesse me aproveitar para alimentar Lola primeiro.<br />

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Sim, como se isso alguma vez fosse acontecer.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Esqueça‐o. <strong>Me</strong> tornarei uma velha solteirona sem ninguém, exceto cachorros do inferno para me fazer<br />

companhia em meus anos de velhice.<br />

Val, eu te amo, mas pare com esta festa de auto‐compaixão, já.<br />

Enxuguei uma lágrima e abracei o cínico e sarcástico cachorrinho mestiço, sabendo que ele só estava<br />

tentando ajudar. Graças a Deus, eu tinha Micah agora. A única pessoa que possivelmente poderia me<br />

entender e se preocupar comigo, era uma que fosse exatamente como eu. Só teria que me contentar<br />

em ter Micah e Fang como minha única família.<br />

<strong>Me</strong>u celular tocou em seguida, e cravei os olhos nele, me perguntando se deveria atender. Realmente<br />

não queria falar com ninguém nesse momento.<br />

No entanto, poderia ser Micah.<br />

Atendi o telefone, surpresa por ouvir a voz de Ramirez do outro lado da linha.<br />

Sua conversa foi breve, mas não muito doce. “Traga seu traseiro ao meu escritório em meia hora”.<br />

“Por que?”<br />

“Eu te digo quando você deve vir”.<br />

“Mas... nem sequer estou vestida ainda”. Na verdade não queria falar com ninguém em meu atual<br />

estado de ânimo.<br />

“Quarenta e cinco minutos, então”, seu tom foi cortante.<br />

“Mas...”<br />

“Se você quiser manter este trabalho, esteja aqui em quarenta e cinco minutos”. Sem esperar por uma<br />

resposta, ele desligou o telefone.<br />

Olhei para o telefone incrédula. Dan não havia perdido tempo. Pelo menos, acho que foi isso que<br />

deixou Ramirez tão irritado. Bem, havia só uma forma de descobrir. Saí engatinhando da cama e me<br />

dirigi para o banho. Havia perdido muitas coisas importantes na minha vida ultimamente, não queria<br />

perder minha única fonte de renda também.<br />

Cheguei na West Substation com três minutos de sobra. O sargento da recepção olhou para Fang<br />

duvidosamente, mas deveria ter tido a aprovação de Ramirez, por que ele nos enviou para a parte de<br />

trás.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Abri a porta do escritório do tenente e parei. Dan estava ali, sentado em frente a Ramirez.<br />

Ah, diabos. Não estava tão pronta para isso. Pensei que só seríamos Ramirez e eu. Não percebi que<br />

ele nos obrigaria a ficarmos na mesma sala juntos.<br />

Fang grunhiu para Dan como se ele fosse um vampiro. De repente me senti muito melhor. Agora<br />

quem era o monstro?<br />

E, pegando a indireta de Fang, decidi não mostrar a minha dor. Não daria para Dan essa satisfação.<br />

“O que ela está fazendo aqui?”, perguntou Dan.<br />

Ramirez disse, “Senta, Val. Eu prometo que Dan não vai morder”.<br />

Fang bufou. Sim, mas eu não estou fazendo nenhuma promessa.<br />

Dan fez algum tipo de som abafado outra vez, mas manteve sua boca fechada. Dando‐lhe uma<br />

olhada desconfiada, me sentei na única outra cadeira disponível... ao lado dele.<br />

Desta vez, estava tão decepcionada com ele, tão irritada com sua atitude intolerante, que o succubus<br />

não estava nem sequer tentado. Lola e eu merecíamos algo melhor.<br />

Mas enquanto Fang se acomodava protetoramente entre nós e Dan tentava se mover rapidamente<br />

para mais longe, algum impulso me fez sussurrar. “Lola diz Olá”.<br />

Dan ficou de pé rapidamente. “Posso ir?”, ele perguntou a Ramirez.<br />

Você é maravilhosa, garota, disse Fang, rindo silenciosamente.<br />

O tenente franziu a testa. “Não. Sente‐se”. Ele nos olhou furiosamente enquanto Dan se sentava outra<br />

vez.<br />

“Agora, o que é isto que vocês não querem mais trabalhar juntos?”<br />

Dei de ombros, fingindo indiferença. “Pergunta a ele. Foi sua idéia”.<br />

Praticamente conseguia sentir Dan ficando rígido em sua cadeira ao meu lado. “Não trabalhamos<br />

bem juntos”, Dan alfinetou.<br />

“Vocês tem trabalhado bem até agora”, Ramirez disse serenamente. “O que mudou?”<br />

“Não somos... compatíveis”, explicou Dan.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ramirez franziu a testa. “O que diabos você pensa que é isto? The Bachelor 22 ?Não estou pedindo que<br />

convivam, só que trabalhem juntos”.<br />

O queixo de Dan se elevou, e ele combinou o semblante carrancudo do tenente com o seu próprio.<br />

“Bem, já não posso fazer isso. Quero outro parceiro”.<br />

Estava completamente de acordo. Não queria trabalhar com alguém que nem sequer me considerava<br />

humana. Fang ofegou em meu joelho. Sim. O único parceiro que você precisa é a mim.<br />

“Não posso fazer isso”, disse Ramirez. “Todos os outros da unidade já tem seus companheiros e<br />

trabalham bem juntos”.<br />

“Então, trabalharei só”, disse Dan.<br />

“Eu prefiro isso, também”, eu disse, apenas no caso de que o tenente pensasse que estava poupando<br />

meus sentimentos ou algo assim.<br />

Ele me desiludiu rapidamente dessa noção. “Vocês não trabalharam sozinhos, nenhum dos dois. É<br />

muito perigoso estar ali fora sem apoio”.<br />

Dei de ombros. “Já fiz antes. O que é diferente agora?”<br />

“Te direi o que é diferente. Temos vampiros saindo de lugares inesperados. Os ataques duplicaram<br />

nessa última semana, e pelo que escutei, se convertem mais e mais sanguessugas todos os dias”.<br />

“Talvez seja por causa da época do ano”, disse, oferecendo uma explicação possível. “Halloween, Dia<br />

dos Mortos...”<br />

“Talvez”, Ramirez admitiu. “Mas agora que o Dia dos Mortos acabou, a atividade dos vampiros não<br />

diminuiu nada. Felizmente, alguns vampiros ainda devem manter a mídia dominada para que não<br />

informem <strong>–</strong> ou que não revelem o que sabem. De outra forma, haveria pânico em massa neste<br />

momento”. Ele se inclinou para frente, atravessando nós dois de cada vez com seu intenso olhar. “É<br />

perigoso ali fora, e não podemos nos permitir o luxo de perder nenhum de vocês. Ou trabalham<br />

juntos, ou encontrem outro trabalho”.<br />

“Então quero uma transferência”, Dan alfinetou.<br />

Ramirez se recostou em sua cadeira e arqueou uma sobrancelha ante a veemência de Dan. “Então,<br />

finalmente você descobriu o que ela é, hein? Finalmente você descobriu sobre seu dom?”<br />

22<br />

[N/T]: The Bachelor: Programa de Tv americano no qual um jovem é cortejado por 25 mulheres, as quais ele vai<br />

descartando a medida que vai tendo encontros com elas. Finalmente deve escolher uma e então termina a temporada. The<br />

Bachelor significa, literalmente, ‘O Solteiro’.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Dom”, disse Dan ironicamente. “Isso é engraçado”.<br />

Bem, ele estava certo <strong>–</strong> era mais como uma maldição.<br />

“Sim, dom”, Ramirez insistiu, dando a Dan uma olhada dura. “Sem isto, você poderia estar morto<br />

agora mesmo. Aposto que ela e Fang já salvaram seu traseiro mais de uma vez, certo?”<br />

Dan encolheu os ombros, mas não admitiu.<br />

“Tenho certeza que você também a ajudou. E é exatamente por isso que vocês dois precisam<br />

continuar juntos. Vocês fazem uma equipe condenadamente boa... quando não estão agindo como<br />

prima donnas 23 , é claro”. Quando Dan e eu não respondemos, Ramirez acrescentou, “Vocês dois tem<br />

potencial para serem a melhor equipe da UCE. Não posso me permitir o luxo de perdê‐los por algo<br />

tão estúpido. Preciso de vocês. A cidade precisa de vocês. Maldição”.<br />

Não sabia o que pensar, mas Dan não teve problemas expressando seus sentimentos. “Como<br />

podemos trabalhar em equipe quando não posso confiar nela?”<br />

“Ela te desapontou, apesar disso?”, o tenente rebateu.<br />

“Não como parceira”.<br />

Isso doeu. “O que quer dizer com isso?”, respondi bruscamente.<br />

Mas Dan respondeu para Ramirez, não para mim. “Falo de seus poderes. Não posso confiar em que<br />

ela mantenha sua luxúria para si mesma”.<br />

Fang o olhou furiosamente. Thfpttttt.<br />

Tive que concordar com o grunhido mental de Fang. Que egoísta teimoso. Ri. “Não se bajule,<br />

Sullivan. Você não é irresistível”. Não mais.<br />

Ramirez considerou Dan pensativamente. “Isso não é algo ao qual ela tenha controle, você sabe<br />

disso”.<br />

“Não é uma piada. Eu descobri na noite passada”.<br />

O tenente arqueou uma sobrancelha, como se houvesse gostado de saber como, mas ele escolheu<br />

sabiamente não ir nessa direção. “Mas isso dá a ela certa vantagem. Ela é a melhor arma que temos<br />

para combater os vampiros, e você é o melhor que temos para descobrir o que está causando isto e o<br />

que estão tramando”. Sua voz se endureceu. “Agora, vocês vão se conformar e fazer seu trabalho ou<br />

terei que chutar seus traseiros?”<br />

23<br />

[N/T]: prima donnas: Pelo que eu pude descobrir essa expressão, significa uma pessoa temperamental.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang sacudiu sua cauda. Agora isso eu gostaria de ver.<br />

Levantei minha mão. “Voto por...”<br />

“Cale‐se”, disse Ramirez, cortando minha resposta espertinha. “Você não é melhor. Queria uma<br />

possibilidade de combater os vampiros, queria a habilidade de alimentar teu demônio com a luxúria<br />

da caça. Dei isso para você... e agora você quer desistir porque as coisas estão um pouco mais<br />

difíceis?”<br />

Como ele sabia disso? “Não...”<br />

“Bem. Então, está dentro”.<br />

Ramirez estava certo. Precisava deste trabalho. Não só pelo dinheiro, mas pela via de escape para<br />

manter Lola sob controle. Se Dan não podia lidar com isso, esse era seu problema. “Sim. Estou<br />

dentro”.<br />

Ramirez assentiu com a cabeça, como se não houvesse esperado outra coisa, então girou seu olhar<br />

para Dan. “Sullivan?”<br />

“O farei”, Dan alfinetou. Ele deixou implícito, mais pendurado ali no ar o que ele não disse <strong>–</strong> ele o<br />

faria, mas não gostava.<br />

“Bem. Agora me deixem contar o que nós descobrimos”. E como se nada houvesse acontecido, o<br />

tenente nos pôs a par de tudo o que os outros membros da UCE tinham descoberto em toda a cidade<br />

enquanto Dan e eu tomávamos notas. Um aumento de ataque a turistas, vampiros viajando em<br />

pequenos grupos para fazer mais danos, e um monte de vítimas perdidas que se convertiam em não‐<br />

mortos no dia seguinte. Ramirez estava certo <strong>–</strong> isso sim soava mal.<br />

Quando ele terminou, Dan disse, “Só tenho uma última pergunta”. Ele soou tão agressivo que tive a<br />

sensação de que eu não ia gostar disto.<br />

“Dispara”, disse o tenente.<br />

“Como você soube do demônio dela? E porque não me contou?” Ele tentou manter sua voz calma,<br />

mas a óbvia raiva fervia por debaixo dessa superfície.<br />

“Não te contei porque este é um assunto de Val, e não teu”.<br />

Fang grunhiu. Acertou essa.<br />

Eu mesma havia me perguntado como ele sabia disso. “Diria para mim?”, perguntei. “Em privado?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ramirez assentiu. “Sullivan, já terminamos aqui. Pode esperar lá fora”.<br />

“Com prazer”, disse Dan entre dentes e saiu.<br />

Uma vez que Dan estava fora e muito longe para ouvir, eu perguntei, “Como você sabia tanto sobre<br />

mim?”<br />

Ramirez hesitou, então disse, “”<strong>Me</strong>u informante me contou sobre você, me convenceu a sair para te<br />

procurar de fato. Mas você cruzou minha porta antes que eu pudesse te encontrar”.<br />

Então é por isso que o tenente me havia recrutado tão rapidamente. Eu tinha estado me perguntando<br />

isso. “Quem é? Quem sabe tanto sobre mim?” Quando ele hesitou, disse, “Por favor, tenho que saber”.<br />

Esta pessoa é discreta... ou todo mundo logo saberá o que eu sou?<br />

Ramirez respondeu minha dúvida não perguntada. “Não se preocupe <strong>–</strong> teu segredo está seguro”.<br />

“Está?”, perguntei duvidosamente. “Como eu sei disso? Como você sabe isso?”<br />

Ele suspirou. “Não estou certo se você está pronta para ouvir isso ainda, mas meu informante não é<br />

um anônimo. Ele é o líder dos demônios clandestinos”.<br />

“O quê?”<br />

O tenente concordou com a cabeça como se tivesse ouvido minha pergunta assombrada. “Sim, San<br />

Antonio tem demônios clandestinos. Você não é a única na cidade, você sabe”.<br />

“Eu sei, mas... tem mais?” Mais pessoas como Micah e eu?<br />

“Sim... mas do que você possa imaginar”.<br />

“Então, como ele sabe sobre mim?”<br />

“Ele se encarrega de seguir a vida de toda pessoa com sangue de demônio, para ajudar onde possa,<br />

oferecer assistência quando for preciso. Se alguma vez você precisar dele, ele estará ali para você<br />

também”.<br />

Soava como se esse líder misterioso já tivesse me ajudado pelo menos uma vez. “Lucas Blackburn. O<br />

líder enviou Lucas Blackburn para meu pais, verdade?”<br />

“Poderia dizer isso”.<br />

Relaxei um pouco. “Mas... como você sabe de tudo isto?” Uma suspeita floresceu em minha mente.<br />

“É um deles? É... em parte demônio, também?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang me golpeou ligeiramente. Não, eu saberia se ele fosse.<br />

Ramirez negou com a cabeça e disse suavemente, “Não, não sou... mas minha esposa é”.<br />

Olhei para ele, boquiaberta.<br />

Ele sorriu com arrependimento. “Não preciso te dizer que isto é confidencial...”<br />

“É claro”, prometi. Atordoada pelo segredo que ele acabava de me contar, prometi fazer todo o<br />

possível para manter sua confiança.<br />

Essa era a parte fácil. Agora a parte difícil era <strong>–</strong> tentar encontrar uma forma de trabalhar com Dan que<br />

não me fizesse sentir como um monstro... e que não envolvesse o monstro dentro de mim.<br />

Encontrei Dan no estacionamento. Ele manteve seu corpo afastado e seu rosto duro. Mas eu já o havia<br />

superado.<br />

A raiva tinha sido drenada para fora de mim e agora eu só me sentia triste. Triste de que as coisas<br />

tivessem se convertido nisso, que qualquer potencial que poderíamos ter tido como confiáveis<br />

parceiros <strong>–</strong> de qualquer tipo <strong>–</strong> houvesse acabado.<br />

Dan passou uma mão sobre seu rosto. “Precisamos conversar sobre o que vamos fazer em seguida”.<br />

“Está bem, onde?”<br />

Ele hesitou por um momento, obviamente tentando pensar em um lugar que fosse o suficientemente<br />

privado para não sermos ouvidos por casualidade, mas que não fosse íntimo. “Que tal a sua casa?”<br />

“De acordo. Te vejo lá”.<br />

Felizmente, Gwen não estava em casa. Dan deliberadamente sentou‐se no lado oposto da sala de<br />

onde eu me sentei, e Fang tão deliberadamente como ele se pos entre nós e olhou para Dan com uma<br />

estranha expressão que definitivamente não era nada canina.<br />

“O que exatamente é um cachorro em parte cachorro do inferno?” Dan perguntou incomodo,<br />

olhando Fang como se ele pensasse que o lindo cachorrinho mestiço era tão monstruoso como eu.<br />

Dei de ombros. “As habilidades de Fang parecem recair principalmente na área de farejar vampiros,<br />

demônios, e outras criaturas que não são desse mundo”.<br />

Penso em acrescentar castrar policiais estúpidos aos meus talentos.<br />

“Então porque ele está me olhando dessa forma?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Optei por não transmitir a ameaça de Fang aos genitais de Dan. “Ele também é muito inteligente”.<br />

“O que significa isso?”, perguntou Dan, parecendo um pouco ofendido.<br />

Suspirei. “Ele compreende o inglês, e mesmo que não possa falar, ele pode se comunicar<br />

telepaticamente. Comigo, de qualquer forma”.<br />

Dan olhou para baixo em direção a Fang, cuja mandíbula estava meio aberta no que parecia uma<br />

diversão canina. “Você me entende?”, Dan perguntou cético.<br />

Não, dã. O cachorro revirou seus olhos e então deliberadamente assentiu.<br />

Dan pareceu surpreso. “Cheiro a vampiro para você?”<br />

Fang negou com a cabeça.<br />

“Então porque você está me olhando fixamente?”, ele perguntou ao cachorro.<br />

Porque eu estou com fome e você parece o almoço.<br />

Bufei. “O que você espera que ele faça, que soletre uma resposta no tapete? Você terá que confiar em<br />

minhas traduções ou limitar as suas perguntas as que ele possa responder com ações. Ele não tem<br />

cordas vocais como humanos. Se ele estivesse no modo caça de demônios, você saberia <strong>–</strong> seus olhos<br />

relampejam na cor púrpura, também. Mas acredito que a razão para que ele esteja te olhando<br />

fixamente é porque você tem sido hostil e ele quer se assegurar de que você não me machuque”.<br />

Está certa, bebê.<br />

Fang soltou um latido agudo e olhou furiosamente para Dan, para que este não tivesse nenhuma<br />

dúvida que o cachorro do inferno estava de acordo comigo.<br />

“Eu te machucar? Isso é engraçado”.<br />

Cansada de toda essa coisa de Val‐é‐um‐monstro, disse, “Terminamos com os insultos? Podemos<br />

começar a trabalhar agora?” Enfocar a atenção no trabalho seria o melhor a fazer. Talvez, então Dan<br />

esquecesse o que eu sou... e eu esqueceria que ele acha que eu sou algo menos que humana.<br />

“Bom”, disse ele relutantemente, mas não se desculpando. “E agora?”<br />

“Ainda acha que Alejandro é o culpado, certo?”<br />

Dan assentiu. “As coisas pioraram justamente quando seu movimento começou a crescer. Não vejo<br />

como isso poderia ser uma coincidência. Não podemos ignorar que ele pode ser responsável pelo<br />

aumento das atividades. Vamos falar com ele outra vez, ver se podemos descobrir algo mais”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sim, antes que meus pais se metam nisto e façam algo estúpido”. Fiz uma pausa, recordando. “Eu<br />

gostaria de descobrir também onde Jen está ficando, se puder”.<br />

“Bem, eu fiz um pouco de investigação antes sobre ele para ver se eu conseguia algum endereço<br />

particular”.<br />

“E?”<br />

“Não tive sorte. Seus bancos de sangue estão todos no nome do Novo Movimento de Sangue e ele<br />

não aparece na lista como um membro oficial do conselho dos registros corporativos do estado. É<br />

difícil descobrir mais informações sem saber seu sobrenome. Alejandro é um nome comum aqui em<br />

San Antonio”. E antes que eu pudesse perguntar, Dan acrescentou, “Chequei com o nome de Lily,<br />

também. Nada mudou desde que ela foi... convertida”.<br />

“Será que ela ainda vive no mesmo lugar de quando vocês saiam?”, perguntei.<br />

“Não <strong>–</strong> ela o deixou e alguém já se mudou para lá. Mas não tem registrado nenhuma mudança de<br />

endereço em qualquer lugar que eu possa encontrar”.<br />

Assenti com a cabeça lentamente. “E não sabemos os sobrenomes de nenhum dos outros. Eu me<br />

pergunto se eles fazem isso de propósito?”<br />

“Provavelmente. A maioria dos cultos tentam obrigar as pessoas a esconder sua identidades para<br />

eles”.<br />

Esse foi um pensamento estranho. “Este não é um culto na realidade, certo?”<br />

“Ainda não... mas você quer apostar que não se converterá em um?”<br />

“Sim, suponho que poderia, mesmo que Alejandro não queira. Então, o que fazemos agora?”<br />

Dan deu de ombros. “Investigamos, vemos que pistas podemos encontrar, vemos se podemos<br />

encontrar uma conexão entre os três vampiros que nos atacaram e o Movimento”.<br />

Assenti com a cabeça. “Tem sentido. Como?”<br />

“Vendo o que estão falando nas ruas”.<br />

“Você se refere a perguntar as gangues?”<br />

“Não, não acredito que eles saibam muito sobre isso. Quero dizer que deveríamos perguntar aos<br />

sanguessugas. Encontrar um casal e interrogá‐los”.<br />

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Fang se animou. Boa idéia.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan continuou, “Logo escurecerá. Vamos comer alguma coisa, e depois nos apressar antes que eles<br />

possam conseguir um pouco de comida também”.<br />

Grrr.<br />

Estava de acordo com Fang, mas pelo menos Dan estava tentando superar seus preconceitos. “Você<br />

faz parecer tão fácil”.<br />

“Ei, como posso perder com um cachorro do inferno e uma Caçadora de vampiros ao meu lado?”<br />

Ele manteve seu tom leve, mas havia algo debaixo disso, como se ele se ressentisse por ter que confiar<br />

em nós dois para lhe ajudar. “Está bem, vamos capturar alguns vampiros”.<br />

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Capítulo XII<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan se pôs de pé. “Então, o jantar primeiro, depois vamos para onde? O banco de sangue para<br />

descobrir sobre sua irmã? Ou você prefere ir caçar primeiro?”<br />

Pensei por um momento. Por todos os sinais, Jen não parecia estar em perigo imediato. “A caça”.<br />

Segundo as anotações de Dan, River Walk atraía mais vampiros ultimamente, assim decidimos ir<br />

para lá primeiro. Dan foi pegar o caminhão na UCE, mas eu decidi por dirigir a Valkyrie e encontrá‐<br />

lo em um restaurante. Nós dois precisávamos de um pouco de espaço.<br />

Fomos andando pelos degraus de pedra até o rio. Durante o dia, era muito mais colorido. O belo rio<br />

verde‐jade estava coberto com dezenas de mesas com guarda‐sóis brilhantemente coloridos, cheio de<br />

turistas. Escolhemos comer fora do restaurante na água assim Fang poderia se unir a nós. Ele não<br />

estava muito contente por ter que ficar preso, mas era necessário no River Walk.<br />

A conversa foi pouca já que não podíamos falar do nosso trabalho em público e não tínhamos muito<br />

mais que dizer um ao outro. Quando terminamos de comer, o sol já tinha se posto.<br />

No entanto, nunca estava realmente escuro na área do River Walk, não com as luzes coloridas nas<br />

árvores e os hotéis e restaurantes ocupados ao longo do rio. Dois grupos de pessoas que estava<br />

festejando foram flutuando em barcos vermelhos para o jantar, apenas deixando passar um ao outro<br />

no estreito rio e adicionando uma breve explosão de risada e alegria à tarde.<br />

Lembrou‐me o que estávamos tentando proteger <strong>–</strong> o direito das pessoas a viver suas vidas e desfrutar<br />

delas sem se preocupar com as coisas escuras que mantínhamos escondidas. Não se tratava de<br />

combater a luxúria dentro de mim ou de matar vampiros. Eu precisava relembrar isso.<br />

Dan folheou as anotações que ele tinha feito no escritório do tenente. “Parece que a maioria dos que<br />

se tem visto estavam no rio abaixo. Começamos por ali?”<br />

Assenti. Aqui era onde eu havia matado o vampiro na noite que encontrei Fang.<br />

Depois que nós pagamos e saímos, passamos pela área turística, até o canto mais escuro do River<br />

Walk, andando pelo caminho de ladrilho como qualquer outro casal normal. Quer dizer, qualquer<br />

outro casal normal que mantinha sessenta centímetros de distância e um pequeno cachorro do<br />

inferno entre eles.<br />

Odiei o fato que fosse necessário, mas sabia que era o mais prudente. Até agora, minha ira com Dan<br />

tinha mantido Lola sob controle, mas eu não podia contar com ela para continuar. Um pouco de<br />

combate com os vampiros esta noite ajudaria a se encarregar dela.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Como se meu desejo se houvesse cumprido, Fang repentinamente parou e farejou o ar. Com este<br />

delator brilho púrpura em seus olhos, ele grunhiu e entrou em ação, tirando a corrente de um puxão<br />

da minha mão e escapando para o muro de contenção.<br />

Vampiro!, ele me disse, desnecessariamente.<br />

Dan correu atrás dele, comigo seguindo‐o pouco atrás, meu sangue de demônio crepitando pela<br />

expectativa da ação. Dan pulou algo, mas não o notei a tempo e tropecei. Enquanto eu caia<br />

torpemente, tive um momento para me sentir agradecida que a coisa grande e suave houvesse<br />

evitado que me arranhasse as mãos ou o rosto no chão, então eu percebi que a coisa sobre a qual eu<br />

tinha aterrissado era um corpo humano. Um quente e sem movimento.<br />

Horrorizada, me afastei para longe disso. Não, não isso. Ela. Tinha visto muitos vampiros mortos em<br />

minha curta vida, mas humanos... isso era algo inteiramente diferente. Congelei por um momento.<br />

Isto não era algo com o que eu tive que tratar antes.<br />

Dan e Fang correram para frente, e repreendi a mim mesma. Você é uma profissional, uma caçadora. Você<br />

sabe o que fazer.<br />

Sim <strong>–</strong> tinha que ver se a mulher ainda estava viva. Ajoelhei‐me para sentir o pulso ao lado de seu<br />

pescoço. Infelizmente, não havia pulso, só um par de buraquinhos, de onde escorria um pegajoso<br />

sangue molhado. Pobre mulher.<br />

Dan e Fang voltaram, um pouco mais lentamente do que haviam saído. Você perdeu o cheiro?<br />

Perguntei a Fang, limpando o sangue de minhas calças jeans.<br />

Sim. Ele deve ter ido para as árvores ou o telhado, porque não tinha nada no chão.<br />

“Perdemos ele”, disse Dan. Ele olhou para baixo para a mulher com a que eu havia tropeçado e logo<br />

olhou para mim. “Você não sabe fazer algo melhor do que contaminar uma cena de crime?”<br />

“Muito engraçado”, respondi bruscamente. “Tenho certeza que a mulher morta aprecia teu humor”.<br />

E uma morta muito recente, também, se o calor de seu corpo servisse de indicação.<br />

Dan tirou a carteira da mulher morta de seu bolso e então ligou para Ramirez de seu celular,<br />

recomendando‐lhe que enviasse uma equipe aqui logo que fosse possível, antes que algum turista<br />

desse um passeio por aqui. “A vítima é uma mulher caucasiana, chamada Lorena Kott, com uma<br />

licença para dirigir de Louisiana”, ele disse para Ramirez, “Provavelmente é uma turista”. Ele tirou<br />

um de seus cartões de visitas. “Aqui diz que ela é uma virologista molecular”.<br />

Eu olhei para ela com tristeza. Na verdade, eu não via muitas vezes as vítimas. “Ela parece uma<br />

mulher agradável. Pergunto‐me o que ela estava fazendo nessa parte do River Walk sozinha?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Oh, meu Deus, Lorena”, exclamou uma mulher da calçada atrás de nós. Ela cravou seus olhos no<br />

corpo com horror e se apressou até nós.<br />

Dan e eu passamos os seguintes vinte minutos tentando acalmar a mulher histérica, e fiquei<br />

agradecida quando a equipe chegou e se encarregou. Isso tinha que parar. Não queria ter que fazer<br />

novamente isto para os entes queridos de alguma pobre pessoa nunca mais. E se tivesse sido Jen? O<br />

pensamento fez correr meu sangue de repente, brindando‐me com ainda mais determinação em<br />

descobrir tudo que eu pudesse.<br />

Depois que equipe se encarregou, Dan e eu tivemos a liberdade de continuar com um pouco mais de<br />

caça. Infelizmente, com todas as sirenes e as luzes intermitentes, supus que qualquer vampiro já teria<br />

ido embora há muito tempo nesse momento.<br />

Ramirez estava certo <strong>–</strong> os vampiros estavam mais ousados, se aproximando de áreas mais lotadas,<br />

isso era tão pouco comum deles. “Vamos para qualquer outro lugar”, sugeri.<br />

Dan concordou e nos dirigimos até o lado oeste da cidade onde havia tido um aumento da atividade<br />

vampírica, eu em minha moto e Dan seguindo‐me no caminhão. Mas enquanto passávamos no<br />

HemisFair Park com sua distintiva Torre da silhueta da América, Fang repentinamente me deu um<br />

golpe forte com seu focinho. Olhei para trás e vi que ele grunhia, seu pêlo eriçado.<br />

Sinto o cheiro de um vampiro. Vire à direita.<br />

Fiz o que ele me pediu e apontei um braço nessa direção para avisar a Dan para onde eu ia.<br />

O cachorro do inferno me conduziu através do parque, finalmente dizendo, Pare aqui.<br />

Eu mal tinha parado com uma derrapagem quando Fang pulou de um salto da moto e saiu para as<br />

árvores, ainda usando seus óculos protetores. Levando um momento para baixar de um empurrão a<br />

escora, corri atrás dele, esperando que Dan estivesse um pouco atrás.<br />

Enquanto o demônio saltava alegremente para o jogo, corri tão silenciosamente quanto pude para<br />

não alertar o vampiro. Não, muda isso para vampiros, no plural, percebi ao topar repentinamente com<br />

dois deles em uma clareira.<br />

Um garoto que deveria ter a idade de Jen jazia no chão, e dois vampiros masculinos puxavam uma<br />

garota entre eles como se fosse um osso da sorte 24 que estava a ponto de rasgar. A garota estava<br />

choramingando enquanto os meninos, que não pareciam muito mais velhos do que suas vítimas,<br />

lutavam para consegui‐la.<br />

24<br />

[N/T]: osso da sorte: Quem come esse osso tem sorte. Cada pessoa deve agarrar uma ponta do osso e puxá‐la até partir,<br />

enquanto formula interiormente um desejo; a pessoa que ficar com a parte maior terá seu desejo concretizado. É uma<br />

espécie de superstição.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Parem”, gritei. Você também, Fang. Precisamos de informações.<br />

Fang parou, e os vampiros giraram em nossa direção. Riram alto, então o ruivo à direita, disse, “Ou o<br />

quê? O teu feroz cachorro quatro‐olhos vai nos atacar? Oooh, estou com tanto medo”.<br />

O outro grunhiu, tentando parecer malvado e se aproximando enquanto dizia numa voz dramática,<br />

“Você não tem idéia com quem está se metendo”.<br />

Fang bufou. Estamos no meio de um péssimo filme B, ou o quê? Quantos anos ele têm, doze?<br />

Felizmente para mim, o cara ruivo cometeu o erro de tentar controlar a minha mente. Ele devia ter<br />

sido convertido a muito pouco tempo, porque logo que ele esteve conectado pude descobrir<br />

exatamente com que tipo de pessoa eu estava tratando. “Oh, sério?” Tirei duas estacas do estojo em<br />

minhas costas e as fiz girar como faziam os velhos caubóis, fazendo‐as parar com as afiadas pontas<br />

apontando para seus corações. “Você gostaria de apostar nisso, Billy? Ou você, James?”<br />

Sorri abertamente <strong>–</strong> tinha estado praticando esse movimento por um tempo e finalmente havia<br />

pegado o jeito.<br />

Lançaram olhares inseguros para mim, obviamente se perguntando como eu sabia seus nomes.<br />

“Quem é você?”, Billy, o ruivo magro, perguntou.<br />

“Alguma vez ouviram falar sobre a Caçadora?” Eu também poderia fazer algum uso do estúpido<br />

apelido.<br />

“S‐sim”, James, o loiro mais solidamente construído, admitiu.<br />

“Então, vocês sabem o que eu faço há criaturas como vocês que machucam pessoas. Deixem a garota<br />

ir”. Dei um ameaçador passo para frente, perguntando‐me onde diabos Dan estava.<br />

Os vampiros grunhiram, ainda sem compreender o perigo, ainda pensando que eram imortais.<br />

“Obrigue‐me”, disse Billy, ironicamente.<br />

Ouvi um som pulsante e um estalo, e Billy repentinamente estava cravado na árvore por uma trêmula<br />

flecha com ponta em forma de diamante. Enquanto o vampiro gritava, desviei o olhar para ver Dan<br />

saindo das sombras, voltando a carregar sua balestra.<br />

Fang latiu. Belo tiro.<br />

“Lindo brinquedo”, disse com admiração. Então era isso que o tinha atrasado.<br />

“Mais bonito do que você imagina”, disse ele, apontando para James. “As flechas estão banhadas em<br />

prata”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Não era estranho que Billy ainda estava gritando... e fosse incapaz de se soltar.<br />

“Solta a garota”, disse Dan em voz alta para James. “Ou o próximo vai ser na sua garganta”.<br />

James nem sequer tentou resistir e ele era muito estúpido para sequer pensar em usar a garota como<br />

escudo. Ele a deixou cair, e ela se arrastou até o garoto sobre a terra, chorando.<br />

James retrocedeu, suas mãos levantadas enquanto Fang avançava com um grunhido ameaçador.<br />

Deixe‐me dá apenas uma pequena mordida, por favor.<br />

Ainda não. Vamos ver o que mais podemos descobrir primeiro.<br />

“Não atire”, James implorou. “Não íamos machucá‐la <strong>–</strong> só íamos tomar um gole”.<br />

Billy deixou de gritar o suficiente para expressar com voz entrecortada seu acordo.<br />

“Assim como vocês fizeram com esse garoto no chão?”, Dan perguntou, sua voz dura.<br />

“Ele não está morto <strong>–</strong> só desmaiado”, disse James. “Perguntem a ela”.<br />

A menina, que tinha estado batendo freneticamente no rosto do garoto, finalmente falou. “Ele está<br />

vivo, mas não graças a eles.”<br />

Se seus olhos fossem armas, James e Billy teriam sido assassinados naquele momento.<br />

Eles diziam a verdade. “Eles são não‐mortos recentes”, eu disse a Dan, segurando minha mão na<br />

posição para estacar enquanto me aproximava de James.<br />

O vampiro fixou seus olhos cheios de medo em mim, sua boca se abrindo de susto enquanto ele<br />

retrocedia tão longe como podia.<br />

Quando suas costas se tocou contra uma árvore e ele não pode ir para mais longe, Fang grunhiu.<br />

Que idiota. Uma vergonha para os vampiros de todos os lugares.<br />

Reprimi um sorriso. Fang tinha seu feroz olhar fixo na virilha de James, como uma criança esperando<br />

seu presente de Natal o qual não podia esperar mais para desembrulhar. “Bom garoto”, disse. “Se ele<br />

se mover, come os pedacinhos pendurados primeiro”.<br />

James engoliu saliva visivelmente e baixou suas mãos para cobrir seus pedacinhos, que<br />

provavelmente já tinham se enrugado neste momento.<br />

“Como... como você sabe quando fomos convertidos?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sei porque sou uma caçadora”, disse e lhe dei um sorriso frio. “Vá em frente, tente controlar minha<br />

mente”.<br />

O idiota tentou, e na primeira prova de sua mente, ele abriu uma conexão entre nós que agora eu<br />

dominava <strong>–</strong> poderia ler cada um de seus pensamentos. “Pergunta o que você quer saber”, eu disse<br />

para Dan.<br />

“Quando você foi convertido?”, ele perguntou.<br />

“Na... na semana passada”, disse James.<br />

“Quem te converteu?”<br />

“N‐não sei. Foi uma dessas coisas de iniciação. Todo mundo estava mascarado”.<br />

Dan negou com a cabeça como se ele não acreditasse, mas eu disse, “Ele está dizendo a verdade. Até<br />

agora”. Mas esta é a primeira vez que eu ouvi falar em alguém que foi convertido por um grupo.<br />

“Para quem você trabalha?”, Dan continuou.<br />

“P‐para ninguém”, disse James com sua voz entrecortada.<br />

“Então porque estão trabalhando juntos?”, Dan exigiu saber, “A maioria dos vampiros trabalham<br />

sozinhos”.<br />

“Somos melhores amigos, fazemos tudo juntos”. James deu um olhar choroso para seu amigo que<br />

ainda estava pregado na árvore. “Porque você fez isso?”<br />

Fang deu um passo para mais perto enquanto Dan ameaçava James com a balestra. “Você deveria<br />

está mais preocupado com o que nós vamos fazer contigo se não responder minhas perguntas”.<br />

Pelos seguintes vinte minutos, Dan interrogou James. Nós descobrimos que ele e seu amigo tinham<br />

contatado os vampiros por sua própria vontade, pensando que se converter em não‐morto<br />

solucionaria todos os seus problemas. Mas James não sabia quem os havia ‘iniciado’, não sabia nada<br />

sobre os três que nos havia atacado, e não tinha nem idéia de quem estava por detrás da repentina<br />

erupção de novos vampiros surgindo nos arredores de San Antonio. A única ordem quem seus<br />

iniciadores lhe haviam dado foi evitar o Novo Movimento de Sangue e os bancos de sangue a<br />

qualquer custo.<br />

“Ele diz a verdade”, confirmei.<br />

“Quantas pessoas você matou?”, perguntou Dan, sua voz dura.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Nenhuma, eu juro”, disse James enquanto seu amigo choramingava uma negativa. “Nunca faríamos<br />

isso <strong>–</strong> só bebemos um pouco. Mas temos que ter sangue de alguma forma ou morreremos”.<br />

Dan me olhou. Eu disse, “James está sendo um pequeno vampiro bom e está dizendo a verdade”.<br />

Retrocedi um pouco quando me dei conta disso. Esses idiotas tinham se metido em algo que não<br />

podiam entender. Mas não era como se repentinamente pudessem mudar de opinião e decidir que<br />

não queriam ser não‐mortos depois de tudo.<br />

“Vocês vão nos deixar viver?”, James perguntou, a esperança aparecendo em seu rosto.<br />

“Porque deveríamos?”, Dan perguntou duramente.<br />

Movi‐me para mais perto de Dan, e disse suavemente, “Eles não matarão ninguém. Talvez<br />

deveríamos deixá‐los ir”.<br />

Dan franziu a testa. “Mas eles estão aterrorizando as pessoas. E não temos celas para manter<br />

vampiros”.<br />

“Sim, mas nós não podemos simplesmente matá‐los”. Não quando estavam indefesos. Quando ele<br />

continuou franzindo o cenho, acrescentei com voz baixa, “Eles me lembram a Jen. É o tipo de erro<br />

estúpido que ela cometeria... que ela ainda pode cometer. Lembra o que Alejandro disse <strong>–</strong> nem todos<br />

os vampiros são maus. Eles se convertem em mais do que eram quando estavam vivos”. Depois de<br />

tocar as mentes desses vampiros novatos, eu acreditava nisso. “Talvez possamos assustá‐los para<br />

mantê‐los no caminho correto”.<br />

Dan relaxou um pouco. “Está bem, você tem um bom ponto”.<br />

Relaxei os músculos que não tinha me dado conta que estavam tensos e Fang suspirou mentalmente.<br />

Bem, raios. Eu estava desejando esses pedacinhos pendurados.<br />

Dan passou o olhar pelos assustados vampiros recém‐nascidos e aumentou seu tom de voz. “Vocês<br />

são sortudos. Minha parceira está se sentindo caridosa hoje e quer deixá‐los viver”.<br />

“Não faremos de novo, eu juro”, disse Billy.<br />

“Vocês se uniram ao Novo Movimento de Sangue?”, Dan perguntou. “Tomaram sangue só daqueles<br />

dispostos a dar?”<br />

Escutei cuidadosamente a mente de James para ver o que isso significava para ele. Tudo o que<br />

consegui foi medo.<br />

“Mas eles nos disseram que nos mantivéssemos longe dos bancos de sangue”, James protestou.<br />

“Ou o quê?”, perguntei.<br />

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“Hein?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“O que disse seus senhores que ocorreria se vocês fossem lá?”<br />

“Senhores? Você quer dizer nossos pais?”<br />

Pus meus olhos em branco. Esses garotos desatentos não sabiam absolutamente nada sobre a cultura<br />

a qual se haviam unido. “Seu senhor é o vampiro que os converteu. O que os seus disseram que<br />

aconteceria se fossem ao Novo Movimento de Sangue?”<br />

James parecia realmente confuso. “Nada <strong>–</strong> só disseram que não fossemos lá”.<br />

Dan parecia incrédulo. “Eles os criaram, e lhes disseram que não fossem ao banco de sangue, e então<br />

os deixaram ir sem guia ou supervisão?”<br />

“Sim, eu acho”. James começou a olhar de cá para lá, entre Dan e eu, como se perguntasse o que isso<br />

significava.<br />

“Você não achou estranho?”, Dan perguntou.<br />

“Uh... sim?” Ele respondeu como se estivesse perguntando para Dan se estava dando a resposta<br />

correta.<br />

Suspirei. “Confia em mim, é estranho. Duvido que eles os estejam seguindo a pista ou inclusive que<br />

tenham alguma idéia do que estão fazendo”.<br />

“Certo”, Dan chiou. “Mas posso te assegurar uma coisa. Se alguma vez escutarmos que qualquer um<br />

de vocês atacou uma pessoa outra vez, os seguiremos pessoalmente, os estacaremos com uma lâmina<br />

de prata e deixaremos que o sol se encarregue. Está claro?”<br />

“Sim, senhor!”, James disse bruscamente tão rápido como qualquer recruta militar. Billy assentiu com<br />

a cabeça.<br />

“Bem <strong>–</strong> usem os bancos de sangue. Existem para isso”.<br />

Dan removeu a flecha do ombro de Billy. Os vampiros se afastaram velozmente na escuridão, mortos<br />

de medo. Bom. Talvez este incidente houvesse metido algum sentido em suas cabeças.<br />

Eles devem está ficando desesperados por alguém a quem converter, disse Fang, sua língua pendurada para<br />

fora enquanto ele parecia muito satisfeito consigo mesmo.<br />

Ele deveria. Obrigado por farejar esses dois para nós.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Um prazer. Quando ouvi os humanos, também, soube que alguém tinha que está em problemas.<br />

Oh, sim, os humanos. Olhei em volta, mas as vítimas tinham desaparecido, aparentemente haviam<br />

escapado enquanto seus agressores estavam distraídos.<br />

“Então, os demônios de luxúria são detectores de mentira, também?”, Dan perguntou conforme<br />

desarmava a balestra cuidadosamente.<br />

Dei de ombros e lhe respondi cuidadosamente. “Não realmente. Mas se tentam controlar a minha<br />

mente, posso ler as suas. Essa é a minha vantagem em uma luta. E esses dois eram tão novos, não<br />

poderiam esconder nada”.<br />

“Linda habilidade. Alguma razão para você não ter me contado antes?”, ele soou um pouco ofendido.<br />

“Teria que revelar minha verdadeira natureza... e olha o quão bem que resultou isso”.<br />

“Existe qualquer outra coisa que eu deva saber sobre você?”<br />

“Vejamos”, eu disse ironicamente. “Luxúria, leitura de mentes, a velocidade inumana, super audição,<br />

rápida cicatrização... não, isso é tudo”.<br />

“Bom”.<br />

“Estou tão contente que esteja satisfeito. Agora, vamos discutir o que nós descobrimos”.<br />

“Como o quê?”, Dan perguntou. “Descobriu algo mais que eu não sei?”<br />

“Eu compartilhei tudo o que eu descobri”.<br />

“Então tudo o que sabemos é que alguns vampiros misteriosos os criaram e lhes disseram que não se<br />

aproximassem da organização de Alejandro”.<br />

“Sim. De certa forma faz com que pareçam livres de qualquer suspeita. Sobre isto, de qualquer<br />

maneira”.<br />

“Talvez sim. Talvez não”, disse Dan. “De certa forma soa como a teoria clássica do jogo <strong>–</strong> a forma<br />

mais rápida para atrair humanos para o banco de sangue é mostrar‐lhes a alternativa. As pessoas se<br />

colocaram em fila para doar sangue em um agradável e civilizado costume uma vez que isso seja<br />

público. Ele provavelmente está se desesperando, também, já que a mídia não está publicando nada”.<br />

“Ou talvez alguém mais está tentando fazê‐los parecer culpados porque sabem que é isso que as<br />

pessoas pensariam”.<br />

“Duvido”.<br />

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“Vamos ver”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan pareceu exasperado, mas eu podia perceber que ele não ficou inteiramente convencido de seus<br />

próprios argumentos. “Vamos fazer isso então. Vamos descobrir”.<br />

“De acordo”. Próxima parada <strong>–</strong> o banco de sangue de Alejandro. E será melhor que ele tenha algumas<br />

condenadas boas respostas.<br />

* * *<br />

Olhei com raiva, irritada com a alegria de Brittany. “Sim, entendo que Alejandro não está aqui, mas<br />

você pode nos dizer onde ele está?”. Este era o terceiro banco de sangue que nós havíamos visitado,<br />

sem sorte.<br />

“Não, desculpe, eu não sei”, disse Brittany, aparentemente determinada a parecer feliz apesar da<br />

minha raiva.<br />

“E algum de seus assistentes? Como Lily ou Austin?” Quais eram os nomes dos outros dois? Oh, sim.<br />

“Ou Rosa e Luis?”<br />

“Não estão aqui, tampouco”.<br />

“Olha”, disse Dan. “Você sabe que estivemos antes aqui e nos encontramos com Alejandro e os<br />

outros. Você pode enviar uma mensagem para ele, dizendo que nós gostaríamos de falar com ele?”<br />

Um cenho franzido arruinou seu rosto bonito. “N‐não posso. Não sei como entrar em contato com ele.<br />

É um segredo”.<br />

Dan e eu trocamos olhares. Um segredo? “Por quê?”<br />

Brittany passou nervosamente o olhar ao redor da lotada sala de espera. Chequei para ver se alguém<br />

estava observando, e vi um cara na área de espera que parecia interessado em nossa conversa. Loiro e<br />

bonito, ele me parecia familiar, mas não conseguia lembra de onde.<br />

Brittany parecia ter notado, também, pois ela baixou sua voz e se inclinou para frente para nos<br />

responder, “Alejandro tem que ser mais cauteloso. Aconteceu... problemas ultimamente”.<br />

“Que tipo de problemas?”, Dan perguntou em uma voz igualmente baixa.<br />

“Alguns dos outros vampiros se opõem ao Movimento. Eles têm estado atacando as pessoas fora do<br />

banco de sangue, especialmente quando Alejandro está lá. Assim que, ele teve que se manter afastado<br />

por um tempo”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Assenti. Isso soava parecido com o que tinha acontecido na última vez que estivemos aqui.<br />

“Você tem o endereço de Alejandro?”, Dan perguntou.<br />

Brittany pareceu sobressaltada com a sugestão. “Ele não dá a ninguém”.<br />

“Que tal seu número de celular?”, Dan insistiu. “Sei que ele tem um”.<br />

“Talvez, mas não tenho”.<br />

Parecendo tão exasperado como eu me sentia, Dan perguntou, “Então como você entra em contato<br />

com ele se algo dê errado?”<br />

“Não o faço. Entro em contato com o gerente e ele se comunica com Alejandro”.<br />

“Bem”, disse Dan pacientemente. “Podemos falar com o seu gerente?”<br />

Brittany fez um gesto abarcando a sala de espera cheia. “Terão que esperar na fila. Ele tem um monte<br />

de pessoas esperando para vê‐lo”.<br />

“Não importa”, disse Dan e ele deu para Brittany nossos números de telefone celular no caso que ela<br />

visse Alejandro. “Obrigado por tua ajuda”.<br />

Enquanto Dan me puxava, eu perguntei, “Por que você não esperou? Ou mostrou teu distintivo ou<br />

algo do tipo?”<br />

“O gerente é um vampiro <strong>–</strong> ele não será mais aberto”.<br />

Certo.<br />

Apesar de termos mantido a nossa voz baixa, esse cara loiro ainda nos observava. Assenti na direção<br />

dele. “Sabe quem é esse cara <strong>–</strong> o loiro de camisa azul? Ele tem estado nos observando. O reconheço,<br />

mas não consigo lembrar de onde”.<br />

Dan olhou nessa direção. “Não, mas reconheci alguém mais no último banco de sangue que<br />

visitamos”.<br />

“Quem?”<br />

“Uma garçonete do clube de Micah”.<br />

Olhei para o loiro outra vez. Tirei sua camisa e acrescentei chifres de demônio... “É isso. Ele é um<br />

garçom do Purgatório”. Trocamos olhares. “Você acha que é uma coincidência?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan negou com a cabeça. “Não acredito em coincidências, não no que se refere ao trabalho de polícia.<br />

Não estamos chegando a nenhum lugar tentando encontrar Alejandro. Vamos verificar”.<br />

Com relutância, concordei em visitar o clube de Micah. Embora eu não me importava em vê‐lo outra<br />

vez, desejei que não fosse sob essas circunstâncias. Não confiava em que Dan não o incomodaria. De<br />

modo que, quando chegamos lá, eu disse, “Deixa‐me falar, está bem?”<br />

Dan arqueou uma sobrancelha. “Por que? Por que ele é seu primo?”<br />

“Sim”. De certa forma. “E você não tem um grande histórico tratando com aqueles que são...<br />

diferentes”.<br />

Dan pareceu como se tivesse gostado de responder isso, mas ele sabiamente manteve sua boca<br />

fechada.<br />

Nós nos aproximamos da porta do clube e Fang nos seguiu.<br />

Estou cansado de esperar do lado de fora.<br />

Pode ser que não te deixem entrar.<br />

Tentar não faz mal.<br />

Para minha surpresa, o porteiro Bela Lugosi que nós havíamos encontrado antes, olhou para Fang<br />

mais não pôs nenhuma objeção enquanto nos conduzia para a parte de trás no escritório de Micah.<br />

Micah estava entre sets, fazendo um pouco de papelada, quando entramos. Fang correu para ele e o<br />

saudou como um amigo perdido há muito tempo, e Micah o respondeu da mesma forma.<br />

“Esse é Fang”, disse com um riso. “Nós devemos cheirar parecido ou algo assim. Nunca tinha lhe<br />

visto fazer isso com outros”.<br />

Eu gosto dele, disse Fang, soando um pouco culpado. Sobre o que ele tinha que se sentir culpado? Ele<br />

poderia gostar de quem quisesse.<br />

Micah sorriu e se levantou para me dá um abraço. “É bom te ver de novo”.<br />

Devolvi seu abraço. <strong>Me</strong> sentia bem sendo sustentada por alguém que não me julgava, que não queria<br />

nada de mim. O soltei relutantemente, e todos nós nos sentamos, Fang surpreendentemente se<br />

arrastando para o colo de Micah.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, uma mulher enfiou sua cabeça pela porta. Leve, com<br />

um rosto malicioso e exóticos olhos oblíquos, ela parecia com um duende. “Eu tenho algumas<br />

informações para os suj...”. Ela parou quando nos viu no quarto. “Para esses, uh, imundos 25 ”.<br />

Micah a olhou com o cenho franzido. “Obrigado, Tessa. Vejo você depois”. Tessa assentiu com a<br />

cabeça e se retirou, e Micah disse, “Perdão por isso. O que eu posso fazer por vocês?”<br />

Eu me retorci um pouco. “Desculpe, mas esta não é uma reunião social. Temos algumas perguntas<br />

para você”.<br />

Micah olhou para Dan, então me questionou com os olhos.<br />

“Ele já sabe”, disse simplesmente.<br />

“Sabe o que?”<br />

Dan respondeu. “Eu sei o que vocês dois são <strong>–</strong> incubus, succubus, todos esses demônios”. Seu tom foi<br />

suave, mas isso não me enganou. Ele soou muito casual, como se o desprezo estivesse fervendo<br />

debaixo da superfície.<br />

A sobrancelha levantada de Micah demonstrou que ele devia ter percebido também. “Suponho que a<br />

revelação não foi boa”.<br />

Franzi meus lábios. “Você poderia dizer isso”. Voltei‐me para Dan. “Talvez fosse melhor que você me<br />

deixasse falar com ele sozinha”.<br />

“Esqueça”.<br />

“Mas eu vou te dizer tudo o que eu descobrir”, prometi.<br />

“Então não deve ter problema que eu ouça tudo de primeira mão”. Dan negou com a cabeça. “Qual é<br />

o problema, Val? Você está tentando proteger o seu primo e seus amigos demoníacos?”<br />

“O que te faz pensar que ele precisa de proteção... ou que sequer tem amigos demoníacos?”, perguntei<br />

exasperada.<br />

Dan simplesmente negou com a cabeça, como se a minha pergunta fosse muito estúpida para ser<br />

respondida. Está bem, talvez fosse. Eu não sabia se Micah na verdade tinha alguns amigos<br />

demoníacos, mas se ele tinha, eu planejava manter Dan longe disso. Dei uma olhada de desculpa para<br />

Micah.<br />

25<br />

[N/T]: Aqui ela usa um jogo de palavras em inglês, no começo ela vai dizer scuzzie (sujos), mas ela corrige e diz<br />

scuzzball, algo como imundos.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Está bem”, disse Micah enquanto continuava mimando Fang. “O que vocês querem saber?”<br />

“Ouve um aumento de ataques de vampiros ultimamente, e estamos tentando descobrir quem está<br />

por trás disso, você ouviu falar sobre Alejandro e seu Novo Movimento de Sangue?”<br />

“Sim. Mas o que isso tem a ver comigo?”<br />

“Vimos alguns dos teus empregados no banco de sangue...” Fui me calando lentamente, sabendo que<br />

era uma tentativa desesperada.<br />

“O que meus empregados fazem nos seus dias livres é problema deles. Não regulamos os princípios<br />

aqui”.<br />

Dan fez um som incrédulo. “Dois empregados, dois bancos de sangue diferentes. Você não acha que<br />

isso é uma coincidência malditamente ruim?”<br />

Micah encolheu os ombros, parecendo despreocupado. “Talvez a própria atmosfera do Purgatório<br />

deixe meus empregados com mais aceitação do sobrenatural”.<br />

“Talvez”, disse Dan duvidosamente. “Ou talvez, ele aceitem melhor porque são demônios também”.<br />

Franzi a testa, não gostando da maneira em que meu parceiro estava assediando meu primo, sem<br />

importar quão distante fosse nossa relação. Girei para Micah, disposta a me desculpar, mas ele não<br />

parecia irritado. Na verdade, sua expressão era completamente monótona enquanto ele continuava<br />

acariciando Fang. O cachorro do inferno tinha um aspecto feliz em sua cara por toda essa atenção.<br />

Hmm... estranho. Se Micah era em parte demônio como eu <strong>–</strong> e ele definitivamente era <strong>–</strong> então ele<br />

deveria está acostumado que os cachorros detectassem seu demônio e se espantassem. Por que ele<br />

havia acreditado que Fang era diferente? Ele não tinha ficado surpreso quando Fang saltou no seu<br />

colo, e eles pareciam terrivelmente cômodos juntos. Uma repentina suspeita floresceu dentro de mim.<br />

“Como você conhecia meu cachorro? Como sabia que ele era dócil?”<br />

Micah e Fang se congelaram, a imagem da culpa. Então Micah relaxou. “Você mencionou ele da<br />

última vez que nos vimos. Eu pensei que se ele não se opunha a sua natureza, não desaprovaria a<br />

minha também”.<br />

“Mas eu não o mencionei”. Estava certa disso.<br />

Micah deu de ombros. “Eu devo ter ouvido sobre ele em algum lugar, então”.<br />

Fang saiu do seu colo e veio para meus pés, parecendo tão miserável como só um cachorro poderia.<br />

Eu amo você mais.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Aquele não era o caso. Cheguei a pensar nisso, mais tinha algumas outras coisas peculiares, também.<br />

“E a sua empregada Tessa. Ela começou a dizer sujos primeiro, não é verdade? Antes que ela<br />

mudasse para imundos. Sujos são como os outros chamam os integrantes da UCE”.<br />

Dan entrecerrou seus olhos para Micah, cuja expressão não deixava ver nada.<br />

Segui essa linha de pensamento. “E Ramirez sabia o que eu era, sem que eu dissesse. A única coisa<br />

que eu posso pensar é que Ramirez obteve a informação de seu informante”. Atravessei Micah com<br />

um olhar, desafiando‐o a mentir. “Alguém aqui do Purgatório é o informante, não é verdade? E ele é<br />

o líder dos demônios clandestinos?”<br />

“O quê?”, Dan perguntou parecendo assombrado.<br />

Bem, atirem. Eu não deveria ter mencionado isso na frente dele. Mas eu não podia me preocupar com<br />

isso agora enquanto toda a minha atenção estava enfocada em Micah.<br />

Ele suspirou. “Você é persistente, certo? Eu deveria ter esperado isso”.<br />

“Sim, deveria ter esperado”, eu estava de acordo. “Mas deixa de dar voltas e responde a pergunta.<br />

Quem é?”<br />

Ele cravou seus olhos em mim por um momento, como se estivesse pensando. “Não posso dizer.<br />

Você não precisa saber”.<br />

“Sim, preciso saber. Ele é o informante de Ramirez. Provavelmente tem a informação que precisamos.<br />

Se ele pode ajudar, não pode manter sua identidade em segredo. Precisamos dele”.<br />

Micah suspirou. “Você tem razão”. Ele fez uma pausa, obviamente relutante em revelar o seu segredo,<br />

então finalmente cedeu. “O líder... sou eu”.<br />

Por algum motivo, isso me impressionou. Ele parecia muito jovem para ser o líder de qualquer coisa.<br />

“Você? Por que não me disse?” Bom, sabia que era pouco razoável esperar que ele me dissesse seus<br />

segredos, mas eu havia aberto o meu coração, assim suponho que eu esperei que ele fizesse o mesmo.<br />

Irracionalmente, me senti excluída.<br />

“Você não precisava saber ainda. E Sullivan certamente não precisava”. Ele disparou um olhar irritado<br />

para Dan.<br />

“Desculpe por isso”. Não havia tido a intenção de revelar seus segredos <strong>–</strong> especialmente que eu não<br />

sabia que eles existiam.<br />

“Como você descobriu sobre os clandestinos em primeiro lugar?”, perguntou Micah.<br />

“Ramirez me contou”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan pareceu alarmado, mas esse era um segredo que eu manteria em particular. Se Ramirez quisesse<br />

que Dan soubesse sobre sua esposa, o tenente o contaria.<br />

A repentina compreensão me fez girar para Micah. “Então isso era o que você queria dizer quando<br />

disse que havia estado me ajudando onde podia. Ramirez disse algo similar. Você conseguiu o<br />

trabalho para mim?”<br />

“Não exatamente. Eu disse a Ramirez o que você era quando ficou claro que você estava sendo<br />

entrevistada pela UCE, mas foi decisão de Ramirez te contratar”.<br />

“E Fang?”, exigi.<br />

“Fang é um membro relativamente novo de nossa organização”, Micah admitiu. “Enviei ele para te<br />

conhecer, mas foi sua decisão ficar”.<br />

Fang me deu um golpezinho com seu focinho, contemplando‐me com sentimento. Eu escolhi você, ele<br />

me reconfortou. Eu te amo, bebê.<br />

Bem, ao menos o cachorro era verdadeiramente meu amigo. E aparentemente Micah também era...<br />

em segredo. O estranho era que ele tinha feito tudo isso sem que eu soubesse. “Então, foi assim que<br />

você me ajudou”. Eu não sabia se eu estava agradecida... ou chateada que eu não tenha conseguido<br />

nada por mim mesma desde minha nova liberação.<br />

“É para isso que servem os clandestinos”, disse Micah com um olhar cauteloso para Dan.<br />

“Não se preocupe”, Dan grunhiu. “Não revelarei seus segredos”.<br />

Micah assentiu, embora ele não parecesse convencido. “Nós ajudamos outros em parte demônios e<br />

outros usuários mágicos há encontrar trabalho, conectando‐os com outros como eles”.<br />

“Escondidos do resto do mundo”, Dan disse categoricamente.<br />

“Vivendo vidas normais”, corrigiu Micah. “Só queremos ser como todos os outros sem ter que nos<br />

preocupar em sermos perseguidos por nossas diferenças”.<br />

“Por que você?”, perguntei. “Porque você é o líder?”<br />

“<strong>Me</strong>u pai foi o líder anterior. Ele me educou para tomar seu lugar e resgatar outros como você e eu”.<br />

“Então porque vocês dois não me resgataram?”, indaguei, perguntado‐me porque nunca tinha tido o<br />

alívio de saber que havia outros como eu no mundo. Teria ajudado bastante...<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não precisávamos fazê‐lo. Seus pais fizeram por você. Não importa o que você possa pensar deles<br />

agora, eles te ajudaram a aprender a tratar com seus poderes, entrando na normalidade. Você sabe<br />

quantos te invejam pela vida que você levou? Você não precisava de um resgate”.<br />

Intelectualmente, eu entendi, mas emocionalmente, não estava realmente certa ainda. Eu havia me<br />

sentido como um fenômeno por tanto tempo, como uma pessoa completamente alheia a toda<br />

normalidade. Ele poderia ter me dado às boas vindas em um mundo onde eu teria um lugar. Em vez<br />

disso, ele tinha me deixado continuar permanecendo nessa casa, sabendo o que ele sabia, e sem me<br />

pôr a par do que acontecia. Sentia‐me um pouco abandonada, como se meu melhor amigo acabasse<br />

de me decepcionar.<br />

Fang me golpeou ligeiramente com seu focinho. Não, eu ainda estou aqui.<br />

O peludo cachorro mestiço me fez sentir melhor. “Bem, mas por que você é um informante?”,<br />

perguntei a Micah. “Porque você trabalha para a UCE?”<br />

Micah deu outra rápida olhada para Dan, mas decidiu responder. “O propósito dos clandestinos é<br />

ajudar nossa classe a ser aceita na sociedade normal. Mas há aqueles, como muitos vampiros, que não<br />

querem se misturar ou viver pacificamente junto com os outros. Eles são pior para o resto de nós, por<br />

isso aqui entre nós, Ramirez e eu tentamos manter sob controle os desagradáveis”.<br />

“Como?”<br />

Dan bufou. “Obviamente, ele tem uma rede de espiões por todas as partes. Por isso que nós vimos<br />

dois de seus empregados nos bancos de sangue, e é por isso que Ramirez sabe tanto sobre o que os<br />

vampiros estão fazendo”.<br />

“Não os chamaria de espiões”, Micah disse. “Observadores, talvez. Quando nós descobrimos algo<br />

que põem em perigo a cidade, avisamos ao tenente”.<br />

Tudo tinha sentido agora. E talvez ele pudesse ajudar com a discussão que tínhamos Dan e eu.<br />

“Então, o Novo Movimento de Sangue é mal ou bom? São eles que estão por detrás do aumento nos<br />

ataques de vampiros aos humanos?”<br />

Micah fez uma careta. “Desejaria poder responder isso, mais ainda está para ser visto. Eu tentei<br />

manter algumas pessoas em seu círculo interior, mas eles não tiveram êxito ainda”. Ele levantou sua<br />

cabeça, parecendo curioso. “Por que isto é tão importante para você?”<br />

“Porque não só precisamos deter esta repentina onda de crimes, como minha irmã está enrolada com<br />

eles”. Repentinamente se fez uma luz. “Espera. D.C... demônios clandestinos. Você me enviou a<br />

mensagem de texto sobre Jen?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Micah assentiu com a cabeça. “<strong>Me</strong>u pessoal fez, de qualquer forma. Estivemos vigiando você e sua<br />

família, assim que quando ficou claro que sua irmã estava se envolvendo com os bancos de sangue,<br />

pensei que você deveria saber”.<br />

“Obrigada <strong>–</strong> apreciei isso”. Outro mistério solucionado. “Mas precisamos de mais informações. Você<br />

sabe onde Alejandro vive? Ele deve ter algum lugar onde ele vai descansar no amanhecer todos os<br />

dias”.<br />

“Não sei de primeira, mais temos um extenso banco de dados das atividades desses que temos<br />

observado. Poderia está lá, mas não tenho tempo para ir procurar agora. Tenho outra sessão”.<br />

“Posso dá uma olhada?”, perguntou Dan.<br />

Quando Micah pareceu relutante, eu disse, “Ele é realmente um gênio com os computadores. E se<br />

Ramirez confia nele, talvez você poderia, também”.<br />

“Só procurarei informações de Alejandro e seus assistentes <strong>–</strong> não tocarei em nada mais”, Dan<br />

prometeu.<br />

“Eu vou vigiá‐lo, me assegurarei disso”, acrescentei.<br />

“Está bem”, disse Micah, e girou para o computador. Ele tirou um programa e o entregou para Dan,<br />

dando‐lhe uma olhada penetrante. “Confio em você pela palavra de Val. Não nos decepcione”.<br />

“Não irei”, disse Dan. “Palavra de um Sullivan. Confia em mim, é bom”.<br />

“Certo”.<br />

Micah nos deixou a sós com o computador, e Dan esfregou as mãos antes de pô‐las sobre o teclado.<br />

“Agora, vamos encontrar Alejandro...”<br />

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Capítulo XIII<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Depois de quase meia hora procurando, Dan disse, “Achei!”<br />

“O que?”, perguntei, olhando com atenção sobre seu ombro para o computador.<br />

“Este registro diz que um dos... espiões de Micah seguiram Alejandro e seu pessoal uma noite até<br />

uma casa, e eles ficaram ali todo o dia e não saíram até a saída da lua”.<br />

“Maravilha <strong>–</strong> deve ser isso, então. Onde fica?”<br />

Ele anotou o endereço. “Fica no Alamo Heights”.<br />

“Oh, sério? Esse é um bairro muito luxuoso”.<br />

“Sim. Quem sabe quantos anos ele teve para juntar dinheiro”.<br />

Certo <strong>–</strong> até onde sabíamos ele podia ter séculos <strong>–</strong> os vampiros não envelheciam depois que eram<br />

convertidos.<br />

Micah entrou de novo então, usando uma curta fantasia do tipo Tarzan e parecendo como se acabasse<br />

de sair de um treinamento. Uma coisa era vê‐lo atuar no palco, mas outra muito diferente era vê‐lo<br />

quase completamente nu e encharcado de suor no seu escritório. Dan parecia tão desconfortável<br />

como eu me sentia.<br />

Aparentemente percebendo isso, Micah colocou rapidamente um roupão e perguntou, “Tiveram<br />

sorte?”<br />

“Sim, nós conseguimos”. Dan se levantou e guardou o endereço em seu bolso. “Encontramos o seu<br />

endereço em seu sistema e vamos investigá‐lo esta noite. Obrigado”.<br />

“De nada”. Micah se inclinou casualmente contra a soleira da porta, mas seus olhos estavam sérios<br />

enquanto ele observava Dan. “Em qualquer momento que vocês precisem de informação <strong>–</strong> ou<br />

qualquer coisa relacionada aos demônios...” Ele me deu um rápido olhar. “é só pedir”.<br />

Muito sutil. Mas Dan obviamente não queria saber mais nada sobre Lola. Ele fez uma careta e disse,<br />

“Obrigado”.<br />

“Boa sorte”, disse Micah enquanto saíamos da sala.<br />

Enquanto nos dirigíamos para o estacionamento, Dan disse, “Porque não levamos o caminhão? É<br />

menos chamativo”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele tinha um bom ponto. Com Fang sentado na parte traseira da minha moto com seus óculos<br />

protetores, teríamos maiores probabilidades de chamar mais atenção do que desviá‐la.<br />

Sim, é por que eu sou muito sexy!<br />

Suprimi um sorriso aberto. E eu que tinha pensado que seria difícil obrigar Fang a usar esses óculos<br />

protetores...<br />

Chegamos no endereço e nós três ficamos sentados ali por um minuto ou dois, olhando boquiabertos<br />

para a mansão. Feita no estilo mediterrâneo espanhol, ostentava três andares com pelo menos cinco<br />

acres 26 , dezenas de quartos e um portão de segurança.<br />

Falando em consumismo chamativo...<br />

“Parece como se houvesse espaço ali para um ninho inteiro de vampiros”, disse Dan.<br />

“Sim... e alguns humanos também”.<br />

E seria realmente atrativo para Jennifer que sempre quis ter mais do que nossos pais poderiam<br />

oferecer. Soltei meu cinto de segurança e dei a Dan um olhar duvidoso.<br />

“Você está seguro que este é o lugar certo?”<br />

Dan consultou o papel em seu bolso. “É o endereço que estava na base de dados de Micah”.<br />

“Como nós vamos descobrir se este é o esconderijo de Alejandro? Batemos na porta e perguntamos se<br />

tem vampiros morando ali?”<br />

Ele me deu um olhar sarcástico. “Até onde você acha que vai chegar com isso?”<br />

“Provavelmente não muito longe”.<br />

“Sim. <strong>Me</strong>smo que Alejandro nos convide a fazer perguntas, ele provavelmente não estará feliz se nós<br />

aparecermos na sua casa”. Dan pensou por um momento. “Bem, nós podemos entrar diretamente de<br />

forma precipitada e ver se podemos encontrá‐la, ou podemos fazer algum reconhecimento, ver se este<br />

é o lugar certo e se Jennifer está aí dentro”. Ele olhou para seu relógio. “Temos aproximadamente<br />

quarenta e cinco minutos até o amanhecer. Se tiver qualquer atividade aí dentro, provavelmente se<br />

deterá neste momento. Se nós queremos descobrir algo, melhor que nós façamos agora”.<br />

“Bom”, disse. “Vamos dá uma olhada”.<br />

Fang grunhiu e olhou para trás de nós. Companhia, ele avisou.<br />

26 [N/T]: 5 acres = 2 hectares = 20.234 m².<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Uma limusine escura estava chegando. Todos nós nos agachamos nos assentos para sermos menos<br />

visíveis, mais Dan continuou observando pelo retrovisor.<br />

“O que está acontecendo?”, sussurrei.<br />

“Estão digitando números em uma caixa de segurança”. Depois de um momento, ele disse, “Bem,<br />

eles entraram. Vamos checar”.<br />

Dan olhou fixamente a caixa em um poste perto do portão. “É uma fechadura digital”.<br />

Dei uma olhada para Fang. “Tinha vampiros na limusine?”<br />

Ele farejou o ar. Não tenho muito com o que me basear, mais sim, alguns não‐mortos estavam definitivamente<br />

nessa limusine.<br />

Bem, então provavelmente estávamos no lugar certo. Assenti para Dan.<br />

Dan olhou para a grade de ferro forjado onde desenhos de flor de lis terminavam em uma ponta<br />

afiada a cada quinze centímetros mais ou menos. “Podemos tentar passar sobre isso, ou esperar<br />

outro carro para passarmos. Nesta hora da noite, deve haver mais regressando ao ninho”.<br />

“Poderiam”, disse um homem por trás de nós. “Ou poderiam usar o código e entrar dessa forma”.<br />

Agarrei uma estaca e me adiantei rapidamente até a fonte da voz, observando Dan fazer o mesmo.<br />

Mais Fang abanava seu rabo enquanto ele corria para saudar o recém‐chegado.<br />

Tranquilizem‐se. É um amigo.<br />

Dan e eu relaxamos enquanto o homem, que permaneceu nas sombras, se inclinava para mimar Fang.<br />

“O que você anda fazendo, amigo?”<br />

Ele se endireitou, dizendo, “Eu me chamo Shade 27 . Micah me ligou, e me pediu que eu viesse e lhes<br />

desse uma mensagem”.<br />

Shade permaneceu escondido, o que tornava difícil distinguir seus rasgos, especialmente pelo fato<br />

que ele usava um capuz que escurecia seu rosto. Mas havia algo estranho sobre ele, algo que não<br />

estava certo. Já que ele vinha da parte do Micah, provavelmente ele era algum tipo de demônio.<br />

<strong>Me</strong>lhor deixar o cara manter seus segredos e seu anonimato.<br />

Guardei minha estaca e Dan fez o mesmo. “Que mensagem?”<br />

27 [N/T]: Shade quer dizer sombra.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Eu estive observando esse lugar, e Micah disse que lhes dissesse qualquer coisa que vocês<br />

precisassem saber. Acredito que vocês precisam do código <strong>–</strong> 78209”.<br />

Que original <strong>–</strong> era o código postal daqui. “Tem uma câmera de vigilância?”<br />

“Não, só uma voz para visitantes solicitar a entrada”.<br />

“Obrigado”. Peguei uma foto de Jen do meu bolso de trás. “Você já viu essa garota por aqui?”<br />

Shade pegou a foto e a deslizou para dentro de sua escuridão. “Já vi, algumas vezes”. Ele me deu a<br />

foto, nunca deixando ver nenhuma parte de sua pele.<br />

“Ela está aí agora?”<br />

“Talvez. Não sei. Não posso está aqui vinte e quatro horas por dia e os sete dias da semana”.<br />

Droga. Gostaria que tivesse uma forma de saber com certeza.<br />

Dan perguntou. “Quantos vampiros tem lá dentro?”<br />

“Isso varia. Às vezes somente oito, outras vezes tem vinte. Tem mais em ocasiões quando está tendo<br />

algum evento no lugar”.<br />

“Está tendo algum agora?”<br />

Shade virou‐se para a casa como se procurasse todos os seus segredos. “Não, não tem suficientes<br />

janelas iluminadas”.<br />

“Ainda assim, oito são muitos”, disse Dan.<br />

“Você não acha que Ramirez nos autorizaria a levar conosco uma tropa para dentro?”, perguntei<br />

secamente.<br />

“Duvido. E para que seja completamente legal, precisamos de um mandato de busca”. Ele virou para<br />

o espião. “O que você pode nos dizer sobre a segurança da casa?”<br />

“Pouco, mas não tenho visto nenhum guarda patrulhando o terreno. Acho que eles pensam que não<br />

precisam disso”.<br />

É verdade. Quantos seriam realmente estúpidos para se meter às escondidas em um ninho de<br />

vampiros com sentidos supersensíveis?<br />

“E sistemas eletrônicos de segurança?”, Dan perguntou.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não sei. Só observo de longe, controlo as entradas e saídas quando a situação justifica. No entanto,<br />

não tem tido muita atividade nessa noite”.<br />

“Alejandro está aí dentro?”, perguntei.<br />

“Eu acho que sim. Não o vi sair, de qualquer forma”.<br />

Dan assentiu. “Obrigado <strong>–</strong> você foi uma grande ajuda”.<br />

“De nada”. E Shade, fiel a seu nome, deslizou‐se novamente para a escuridão.<br />

“Então”, disse. “Entramos a pé ou pegamos o caminhão?”<br />

“Prefiro não correr o risco de que alguém veja o caminhão. Poderia está fora do lugar entre seus<br />

outros veículos <strong>–</strong> especialmente se ele tem mais limusines”.<br />

“Está bem, a pé”. Caminhei a grandes passos para o portão e teclei o número que Shade nos deu. Tal<br />

qual prometeu, o portão se abriu, e logo se fechou silenciosamente atrás de nós.<br />

Nos mantivemos nas áreas arborizadas dos lados, enquanto nos aproximávamos da casa e<br />

avançávamos lentamente até uma janela iluminada. Ficamos agachados para olhar atentamente para<br />

dentro, mas tudo o que eu pude ver foi a cortina cobrindo a janela. A maior parte das janelas na parte<br />

baixa estavam dessa maneira, exceto por uma. Tinha sentido <strong>–</strong> os vampiros não dariam muito uso a<br />

uma sala de jantar.<br />

Inclinei‐me para sussurrar no ouvido de Dan, que eu checaria o segundo andar.<br />

Ele franziu o cenho para mim. “De acordo, mais tome cuidado”.<br />

Havia vários carvalhos ao longo do lado da casa, e me deslizei para cima de um deles, então, subi em<br />

um galho para verificar a luz no segundo andar. Sim, havia algumas pessoas lá dentro, mas eu ainda<br />

não conseguia ver muito através das finas cortinas. Levantei o polegar na direção do Dan e avancei<br />

um pouco mais. Mas eu estava prestando tanta atenção na janela que não prestei atenção em meus<br />

pés.<br />

Um pé escorregou e perdi meu equilíbrio por um momento.<br />

Dan, parecendo alarmado, correu para me segurar, mais eu agarrei um galho e recuperei meu<br />

equilíbrio rapidamente.<br />

Infelizmente, agora Dan era claramente visível pelas janelas.<br />

Fang latiu. Cuidado!<br />

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“Intrusos”, alguém gritou.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

De repente, a janela inferior foi aberta de um golpe e um vampiro que eu nunca tinha visto antes<br />

atacou Dan, esmagando‐o contra uma árvore.<br />

Mais dois o seguiram para fora e enquanto Fang tentava incapacitar o que estava atacando Dan, Lola<br />

se liberou com alegria para a caçada. Baixei de um salto para aterrissar sobre os outros dois,<br />

esperando que nós pudéssemos nos livrar destes três antes que mais se unissem a briga.<br />

Maldição, eu não tinha me lembrado de pegar uma estaca antes de saltar e estava muito ocupada<br />

usando meus pés e punhos para manter estes dois confinados para poder pegar uma agora. Eu vi<br />

momentaneamente mais dois vampiros olhando com atenção pela janela. Ah, droga. Agora sim nós<br />

estávamos com problemas.<br />

Fang, se apresse, vá procurar o Shade. Precisamos de ajuda.<br />

Mas antes que o cachorro do inferno pudesse sair, soou um sino e todos os vampiros se congelaram.<br />

Repentinamente abandonando a briga, e entrando de volta na casa através da janela e fechando‐as às<br />

pressas.<br />

“Que diab...”, as palavras de Dan foram cortadas enquanto as persianas caiam com um barulho sobre<br />

cada janela da casa, escurecendo completamente a visão do interior.<br />

Uau. Isso foi sorte.<br />

Não, isso foi o amanhecer. Fiz um gesto para os primeiros raios rosados de luz. “As persianas cortam a<br />

luz, e o sino deve ter‐lhes advertido que o amanhecer era iminente. Suponho que eles não queriam<br />

ficar presos fora no sol”. Graças a Deus. Lola parecia um pouco decepcionada, mas agora que a<br />

ameaça tinha ido, a guardei bem apertada. Não queria que Dan se espantasse de novo.<br />

Dan começou a se mover, mais gemeu.<br />

Fang olhou para ele. Isso não parece bom.<br />

“O que há de errado?”, perguntei, me aproximando para poder ver mais de perto no escuro. Havia<br />

uma mancha escura em seu ombro, o mesmo que havia sido ferido antes. “Isso é o teu sangue?”<br />

“Não estou certo...” Mas a dor em sua voz indicava que provavelmente era.<br />

Olhei com atenção mais perto e fiquei sem respiração. “Tem um galho pequeno perfurando teu<br />

ombro. Espera um momento, deixa eu te ajudar”.<br />

Fang estremeceu. Aí. Isso vai doer.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Tirei o galho de Dan. A dor deve ter aumentado enquanto o galho saia, mas ele não mostrou, mesmo<br />

que seu corpo se tencionou todo pela dor.<br />

“Vamos”, disse. “Vamos levar você para um hospital”.<br />

“Bom, mas não para o de Gwen”, ele disse entre dentes. “Ela vai ficar preocupada”.<br />

Negando com a cabeça, ajudei‐o a voltar para o caminhão.<br />

* * *<br />

A sala de emergência foi arranjada, mas os médicos disseram que passariam dias antes que ele<br />

pudesse usar seu braço direito em tudo, semanas ou meses antes que a fisioterapia o ajudasse a ter<br />

seu uso completo.<br />

Tivemos uma breve discussão sobre quem exatamente ia dirigir o caminhão de volta para a UCE,<br />

mais eu ganhei já que Dan não estava em condições de dirigir.<br />

Fang bufou. Você acha?<br />

Ignorando Fang, me concentrei em dirigir o caminhão, o qual era maior do que qualquer coisa que eu<br />

já tivesse conduzido antes.<br />

Dan caiu em seu assento. “Não posso acreditar que fui tão estúpido”, ele murmurou.<br />

“O que você acha?”<br />

“Se eu não tivesse me levantado na frente da janela, não teriam me visto, e não estaríamos nesta<br />

confusão”.<br />

“Esse foi meu erro. Depois de tudo, você parou para evitar que eu caísse”. O qual foi um pouco doce,<br />

se parasse para pensar sobre isso.<br />

Dan grunhiu, mas não consegui distinguir se ele grunhiu um sim ou não.<br />

Fang arqueou suas sobrancelhas peludas. As vezes um grunhido é simplesmente um grunhido. E realmente<br />

importa? O cara está com muita dor, provavelmente não está pensando corretamente.<br />

Na verdade, ele havia se recusado a tomar mais remédios antes de chegar em casa.<br />

Quando voltamos para sua casa geminada, eu o segui para dentro.<br />

“Não é necessário que você fique”, ele disse, franzindo a testa.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Alguém precisa”, devolvi o disparo. “Você é destro, verdade?”<br />

“Sim. E?”<br />

“Então você não pode usar sua mão direita ou seu braço direito para fazer nada por vários dias <strong>–</strong> o<br />

médico disse. Você vai precisar de ajuda”.<br />

“Eu me arrumarei”.<br />

Fang irrompeu. Ele é um homem adulto, pode lidar com isso. Que tal se você alimentar o seu cachorro do<br />

inferno em vez disso?<br />

É verdade <strong>–</strong> com toda a excitação, não tínhamos comido ultimamente. Considerei Dan com certa<br />

dúvida. “Eu vou te dizer o que eu farei, levarei Fang para casa e conseguirei algo para ele comer,<br />

então voltarei para ver como você está”.<br />

“Isso não é necessário...” Dan começou, mas eu já tinha ido e saído pela porta antes que ele pudesse<br />

dizer algo mais.<br />

Dei a Fang um pouco de pizza que tinha sobrado e decidi levar o resto para a casa de Dan. Fang se<br />

deixou cair na cama e se negou a sair do quarto, recusando‐se a me ajudar a brincar de babá. Voltei<br />

rapidamente para a casa de Dan e não bati, não dando a ele a chance de me rejeitar. Pelos sons, ele<br />

estava na cozinha.<br />

Ele ainda não tinha percebido que eu estava ali assim que eu observei como ele pegava uma lata de<br />

Coca‐cola da geladeira e tentava abri‐la com sua mão esquerda. Quando escapou dele, ele tentou na<br />

bancada e logo depois a segurou contra a geladeira. Mais quando ele tentou abrir a parte superior,<br />

esta atravessou velozmente o lado escorregadio da geladeira como um porco engordurado.<br />

Ele tentou agarrá‐la com sua mão direita, evidentemente esquecendo sua lesão, e amaldiçoando pela<br />

dor enquanto a Coca‐cola fluía por todo o chão da cozinha.<br />

Hora de fazer ele saber que eu estou aqui. “Eu levanto isso”, disse e peguei umas toalhas de papel.<br />

“Eu posso fazer”, ele respondeu bruscamente.<br />

“Tenho certeza”. Eu olhei para ele com raiva da minha posição no chão. “Mas eu posso fazer mais<br />

rápido e mais fácil. Deixa de agir como um macho e vai te sentar na sala. Eu levarei uma Coca‐cola<br />

para você”.<br />

Ele me fulminou com um olhar, mais foi pisoteando de qualquer forma. Esquentei as sobras de pizza,<br />

coloquei‐as em dois pratos, e levei junto com um refrigerante.<br />

Ele olhou a pizza, desconfiado. “Para que é isso?”<br />

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“Para comer”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele me deu um olhar aborrecido ante meu tom sarcástico, e acrescentei, “O médico disse que você<br />

precisaria por algo em seu estômago quando você fosse tomar as pílulas para dor. Não quero que<br />

você vomite em cima de tudo. Além disso, não conseguimos jantar e eu estou com fome”.<br />

Peguei um pedaço e dei uma mordida, então dei para ele seu prato.<br />

Ele o pegou, murmurando, “Você não precisa cuidar de mim”.<br />

“Então quem cuidará?”<br />

“Ninguém. Posso cuidar de mim”.<br />

“Oh, de verdade? Então, como você pensa em se vestir? Se barbear? Tomar banho? Dirigir?<br />

Cozinhar?”<br />

“Está bem, você já deixou claro seu ponto. Eu encontrarei alguém”.<br />

Mais, obviamente, não ia ser sua parceira. Não, ele tinha muito medo que Lola escapasse e o<br />

violentasse ou algo do tipo. Idiota. Sua preciosa castidade estará segura comigo.<br />

“Bem. Assim que vierem, eu irei. Para quem você vai ligar?”<br />

“Não sei. Gwen, talvez?”<br />

“Oh, isso será muito divertido para ela. Mais ela ainda está trabalhando agora, você sabe”.<br />

“Ela me ajudará”, ele disse teimosamente. “Ou minha mãe”.<br />

“Bem, mais até lá, você está preso comigo”. Cravei os olhos nele, negando com a cabeça tristemente.<br />

Ele engoliu um pedaço de pizza. “O quê?”<br />

“Ramirez não ficará contente quando descobrir que você está fora de serviço”.<br />

Dan bebeu um gole de sua bebida. “Quem disse que eu estou fora de serviço?”<br />

Fiz um gesto para seu ombro enfaixado. “Isso disse”.<br />

“Não, não disse. Supõe‐se que eu seja a massa cinzenta do grupo, não é?”<br />

“Sim, mais...”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Bem, eu estou malditamente seguro que não penso com meu ombro”.<br />

“Com o quê você pensa, então? Porque agora mesmo, estou certa de que não é com seu cérebro”.<br />

Antes que Dan pudesse responder, a campainha da porta soou.<br />

Respondi, surpresa ao ver Shade, ainda parecendo todo escuro e misterioso debaixo do seu capuz.<br />

Com mãos enluvadas, ele puxou seu capuz extraordinariamente profundo ao redor de seu rosto,<br />

assim eu não poderia ver o interior. O que estava acontecendo com esse cara? Ele olhou ao redor,<br />

parecendo um pouco nervoso com a luz do dia. “Posso entrar?”<br />

Deixei ele entrar e Dan grunhiu uma saudação. Enquanto me sentava lhe ofereci uma cadeira, mais<br />

Shade ficou de pé e falou das profundezas do seu capuz. “Vi seu acidente e contei para Micah. Ele me<br />

enviou para ajudar”.<br />

“Como o que?”, perguntei. “<strong>Me</strong>u novo parceiro? Como você é estacando vampiros?”<br />

“Não”, disse Shade. “Estou aqui para ajudar seu parceiro a se restabelecer”.<br />

Sorri abertamente. “Aqui está a babá que você queria, Dan”.<br />

Dan disparou um olhar para Shade que dizia claramente, “De forma alguma”.<br />

“Não exatamente”, disse Shade, soando impassível. Ele fez uma pausa e virou seu capuz em minha<br />

direção. “É verdade que você está relacionada com Micah?”<br />

Sim, mais o que isso tinha a ver com qualquer coisa? “Sim. Ao menos, achamos que somos primos<br />

distantes já que ambos temos o mesmo... demônio”. Poderes? Maldição? Não sabia de que outra<br />

forma chamar.<br />

Shade fez um gesto interrogativo para Dan.<br />

Dei de ombros, achando que eu sabia qual era sua pergunta tácita. “Oh, ele? Pode confiar nele”.<br />

Depois de tudo, ele havia mantido meu segredo, inclusive de sua irmã, mesmo que ainda parecesse<br />

incômodo com Lola.<br />

Shade hesitou, então disse, “Você sabe que eu sou... como você?”<br />

“Você quer dizer que é em parte demônio? Eu imaginei”. Sua conduta misteriosa foi mais ou menos<br />

delatora, e o fato que ele conhecesse Fang e Micah. “Que tipo de demônio você é?”<br />

“Um demônio de sombra”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Um o quê? “Desculpe, eu acho que não tenho feito meu dever de casa ultimamente. O que é<br />

exatamente um demônio de sombra?”<br />

Em resposta, Shade baixou seu capuz. Em todas as partes que deveria ter pele tinha... algo mais. Ele<br />

parecia como um fraco holograma definindo a forma de um homem. Mais os interiores mudavam de<br />

posição e se rodavam com escuras serpentinas de luz em todos os tons de cinza. As roupas cobriam a<br />

maior parte da agitação, mais seus rasgos estavam completamente escurecidas pelas agitadas fitas de<br />

luz, impossibilitando ler sua expressão.<br />

Ou sequer ver seu rosto por causa disso.<br />

Era um pouco perturbador, e esperei pelo menos um comentário de Dan, mais não teve nada. Talvez<br />

fossem as drogas, ou o movimento hipnótico, ou pode ser que Dan tenha sido pedido que acreditasse<br />

em muitas coisas impossíveis antes do café da manhã, mais nem sequer isto pareceu desconcertá‐lo.<br />

A coisa mais estranha foi ouvir uma voz completamente normal surgir desse redemoinho, “Os<br />

demônios de sombra podem ocupar mais de uma dimensão. Já que eu sou em parte humano, existo<br />

em sua maior parte nesta, mais ainda entro e saio dos outros também”.<br />

Fascinante. Teria que investigar sobre o seu tipo.<br />

“Como isso nos ajudará?”, Dan perguntou.<br />

“Posso tirar energia de outras dimensões <strong>–</strong> energias de cura <strong>–</strong> mais só se ambos estão de acordo”.<br />

Dan parecia destroçado e me olhou em dúvida. Não conseguia ler sua mente, mais podia adivinhar o<br />

que estava passando por sua cabeça. Ele havia negado completamente o meu demônio. Seria<br />

hipócrita de sua parte aceitar a ajuda de Shade?<br />

“Faça”, eu disse. As situações eram completamente diferentes, e não poderíamos nos permitir o<br />

tempo que ele levaria para se curar. “Não é muito diferente de um terapeuta alternativo, certo?”. Ao<br />

menos, eu esperava isso. Não tinha idéia do que Shade poderia fazer.<br />

“Está bem”, disse Dan. “Eu farei”.<br />

Isso foi um pouquinho chocante. Havia esperado muito mais discussão de sua parte. Mais ele<br />

provavelmente odiava se sentir impotente, a mercê de mim. Sim, isso o faria.<br />

O rosto interminavelmente em movimento de Shade ainda era ilegível. Deve ser realmente útil para<br />

joga pôquer. “Você está de acordo, Val?”, ele perguntou.<br />

Parecendo desconcertado, Dan perguntou, “Por que ela precisa está de acordo? Sou eu que você vai<br />

curar”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Porque para usar este método curativo, devo me basear em um ser deste mundo, um cujo ombro<br />

ileso não só atuará como um modelo para o seu, como também fornecerá energia para a cura. Por ser<br />

um demônio incompleto com fortes poderes, Val é ideal”.<br />

“Machucará ela?”, Dan perguntou.<br />

Ele conseguiu me surpreender outra vez. Realmente importava? No entanto, devia ser essa coisa de<br />

herói outra vez <strong>–</strong> seu instinto protetor se destacando. O tipo de fato que me fazia desejar que eu<br />

precisasse de proteção.<br />

Shade negou com a cabeça, e as energias se enrolaram selvagemente onde deveria ter estado seu rosto.<br />

“De forma alguma. Drenarei um pouco de energia, mais nada que não possa se recuperar com uma<br />

boa noite de sono”.<br />

Um pouco como o que eu havia feito para Dan. Parecia apropriado pagar a dívida desta forma. “É<br />

justo. Será que você se machucará ou Dan?”<br />

“Não me machucarei”, Shade nos assegurou. “Sou meramente um condutor. No entanto, o processo<br />

de cura será doloroso para quem está sendo curado, e o ato pode ser mais... íntimo do que qualquer<br />

um de vocês possa querer”.<br />

Dan pareceu repentinamente suspeitar. “O que você quer dizer com íntimo?”<br />

A dor não o incomodou, mais o pensamento de deixar Lola fundir seus tentáculos virtuais nele outra<br />

vez o deixou incômodo. Idiota. Quase gritei que ele superasse. Não ia deixar que isso ocorresse de<br />

novo. Estava mantendo‐a presa tão apertada, que seria necessário uma alavanca para soltar Lola<br />

outra vez perto de Dan.<br />

Shade deu de ombros. “Quero dizer simplesmente que já que utilizarei os poderes de Val para te<br />

curar, pode ser que vocês descubram mais sobre um ao outro do que na realidade vocês querem<br />

saber”.<br />

Dan pareceu aliviado. “Bom. Não tenho nenhum segredo”.<br />

Hesitei. Eu realmente queria que Dan soubesse como eu me sentia sobre ele? Não que eu me<br />

importasse, já sabe, mais eu não queria que ele soubesse o quanto doeu sua rejeição. No entanto, se<br />

eu podia manter Lola presa em uma jaula, acho que poderia manter isso escondido também. Além<br />

disso, preciso dele em boas condições para trabalhar. Não podia me encarregar de uma veia inteira<br />

de vampiros sem nada mais do que Fang para me apoiar. Poderia fazer isso <strong>–</strong> só teria que ter muito<br />

cuidado. “Estou dentro”.<br />

“Bom” Shade se moveu para Dan. “Quantos analgésicos tem em seu organismo?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“<strong>Me</strong> injetaram no hospital, mais o efeito está justamente perto de acabar, e não tomei nenhuma outra<br />

pílula ainda”. Ele obviamente tinha estado esperando que eu fosse embora.<br />

“Bem. Isso funciona melhor se a sua mente não está nublada”.<br />

“O que preciso fazer?”<br />

“Fique onde você está”. Shade me chamou por sinais enquanto ele se aproximava por trás de Dan e<br />

tirava suas luvas.<br />

“Vêm e se senta a seu lado no sofá assim posso tocar os ombros dos dois. Preciso tirar o curativo”.<br />

Sentei‐me perto de Dan, e então lhe ajudei a tirar o curativo. Logo que o tiramos, dei uma lenta<br />

olhada para Shade, dando‐me conta de que eu não sabia como o meu demônio interior poderia reagir<br />

ao seu. O distrairia? Ofenderia‐o?<br />

“Hum, quando nossos campos de energia se sobreporem, meu succubus...”<br />

“Não precisa se preocupar”, disse Shade. “Saber de onde chega a luxúria me ajudará a lidar com ela.<br />

Além disso, uma vez que meu poder entre, você toda <strong>–</strong> incluindo o seu demônio <strong>–</strong> estará muito<br />

ocupada para fazer algo sobre isso”.<br />

Shade nos fez sentar um de frente ao outro no sofá, então tocou meu ombro. Era como se o demônio<br />

de sombra extraísse substância de mim. Ele se solidificou, parecendo verdadeiramente humano. Sem<br />

os efeitos especiais assustadores, ele parecia um cara normal <strong>–</strong> mais velho que eu, talvez. Ele tinha<br />

um longo cabelo loiro, olhos azuis, e era muito bonito, mais normal.<br />

Shade correu os olhos por Dan, e pela primeira vez, pude ler seu rosto <strong>–</strong> ele parecia preocupado. “Se<br />

isto se tornar muito, me diga e eu pararei”.<br />

Em seguida, ele tocou o pescoço de Dan e eu não me importava como ele parecia. Tudo com o que eu<br />

conseguia me preocupar eram essas estranhas... coisas passando dentro de mim.<br />

Agora eu sabia o que ele quis dizer com está completamente ocupada. A energia fluía e refluía, de<br />

mim para Dan, logo de volta para mim. Não havia espaço para qualquer outra coisa, nem sequer Lola<br />

<strong>–</strong> ambos fomos simplesmente arrastados pela maré. Cada vez que eu avançava dentro de Dan,<br />

obtinha um pequeno vislumbre de sua psique, uma visão privada de seu mundo e sua mente. Como<br />

Shade havia advertido, era incrivelmente íntimo e eu estava aprendendo muito sobre Dan,<br />

diretamente da fonte onde sabia que só existia a verdade.<br />

Obtive lampejos do seu passado, descobrindo seu orgulho de ser um Sullivan e um protetor, seu forte<br />

amor por sua família, sua raiva por ter perdido Lily para os vampiros, e seu medo de Lola. Mais não<br />

da forma como eu havia pensado. Ele estava tendo muitos problemas controlando sua atração por<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

uma garota que ele considerava muito jovem para sequer ter tido uma vida ainda, e Lola havia<br />

tornado muito mais difícil manter‐se fiel ao seu código de bom rapaz.<br />

Sério? Isso me fez sentir muito melhor.<br />

Em troca, eu poderia garantir que ele também estava aprendendo sobre mim. Embora eu tentasse<br />

trazê‐las de volta, minhas lembranças escapavam de mim. <strong>Me</strong>u isolamento quando criança<br />

observando os outros garotos brincar na rua sem poder me unir a eles. O carinho de minha mãe, mais<br />

o seu medo pela menina demoníaca que ela gerou. <strong>Me</strong>u primeiro beijo que quase foi fatal para<br />

Johnny. <strong>Me</strong>u treinamento para controlar minha luxúria, e meu sofrimento por ser diferente e perder a<br />

minha família.<br />

Pior, minha constante luta para equilibrar minha necessidade pelas pessoas com o lado de mim que<br />

tentava alcançar o tipo de contato para o qual eu podia não está pronta. Dan descobriu que seu<br />

pavoroso demônio de luxúria era uma grande virgem medrosa.<br />

Quando Dan mudou de direção muito perto de coisas que eu não queria que ele descobrisse, fiquei<br />

tensa, mais não foi necessário.<br />

Shade moveu sua mão pela ferida no ombro de Dan e eu senti a reação de Dan enquanto a dor quente<br />

o mergulhava em água fervendo. Não havia mais dá e receber, só estava meu poder e minha força<br />

fluindo para Dan enquanto Shade a usava para reatar ligamentos, reparar músculos rasgados e fazer<br />

crescer de novo o fino tecido de pele que havia sido deixado em pedacinhos.<br />

Levou mais tempo, muito mais tempo, curar o dano do que causá‐lo, e foi infinitamente mais<br />

doloroso para Dan enquanto ele sentia cada diminuto detalhe da cura. Abri meus olhos uma vez para<br />

pedir que Shade parasse, que deixasse de torturar Dan, mas ao ver o demônio de sombra flutuando<br />

dentro e fora de sua forma humana, vendo Dan suportar estoicamente enquanto seu rosto se<br />

tencionava em uma expressão de dor e sua pele ficava pálida e pastosa, eu não poderia fazer.<br />

Finalmente, depois de eras com Dan tendo sua mente paralisada pela agonia, tudo cessou<br />

abruptamente enquanto Shade tirava as mãos de nós.<br />

O alívio foi incrível, e embora eu estivesse exausta, me inclinei para olhar o ombro de Dan.<br />

“OhmeuDeus... está completamente curado”.<br />

“Sim”. Shade fez uma pausa, colocando sua jaqueta. “Ele é forte e pode aguentar até o fim. Nunca<br />

tinha visto alguém tolerar tanta dor por uma ferida desse tamanho”. Ele colocou o capuz sobre sua<br />

cabeça outra vez e colocou as luvas.<br />

Sim, esse era Dan, tudo estava bem. Depois de está em sua cabeça, pude ver que tudo o que ele fazia<br />

era heróico.<br />

“Obrigado, homem”, disse Dan com voz rouca. “Te devo uma”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Shade assentiu com a cabeça, sua expressão enigmática por trás do capuz e o fluxo de energias<br />

interdimensionais. “Sim, você me deve uma. E algum dia, Micah cobrará”.<br />

Isso soou sinistro. Dan arqueou uma sobrancelha, mais não objetou.<br />

Shade continuou. “Quantos sabem da sua ferida?”<br />

“Só Val, você e as pessoas da Emergência”.<br />

“Então eu sugiro que você não acabe na emergência novamente tão cedo. Seria difícil explicar sua<br />

cura repentina”.<br />

“Não se preocupe. Penso evitar o hospital custe o que custar”.<br />

Sim. Duas lesões em uma semana eram mais que suficiente para qualquer pessoa, não importa quão<br />

heróica seja. Especialmente no mesmo ombro.<br />

“Vocês dois descansem”, Shade sugeriu. “Posso ir sozinho até a saída”.<br />

Senti‐me muito exausta para me mover e Dan parecia ainda pior do que como eu me sentia. “Sinto<br />

muito”, ele disse bruscamente. “Não me dei conta de quanto te esgotaria”.<br />

Fiz um movimento fraco com meus dedos <strong>–</strong> tudo que eu poderia controlar no momento. “Está bem.<br />

Eu concordei”.<br />

“Sim, mais... eu te usei, usei teus poderes. Quase como...”<br />

Ele se calou, mais ainda estávamos conectados de certo modo, então eu suspeitava o que era que ele<br />

tinha deixado sem dizer. “Quase como Lola te usou?”, disse suavemente.<br />

“Sim. Mas eu vi... dentro de você... vi que você não pode evitar, que foi involuntário. Lamento por ter<br />

sido tão imbecil”.<br />

Assenti, o menor movimento possível de minha cabeça. “Desculpas aceitas. Estamos em paz agora”.<br />

Isso queria dizer que poderíamos ser amigos novamente? Eu esperava que sim.<br />

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Capítulo XIV<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Embora nós dois tenhamos adormecido no sofá de Dan, eu cambaleei até a casa para minha própria<br />

cama em algum ponto, e despertei para encontrar Fang me cheirando.<br />

Você vai dormir todo o dia? Estou com fome.<br />

Eu chequei o relógio. Nove horas haviam passado, e o sol havia se posto outra vez. Começava a me<br />

sentir como um vampiro, porque eu dormia durante o dia e trabalhava durante as horas escuras.<br />

Felizmente, eu não tinha sede de sangue, só de Coca‐cola. E, como Shade prometeu, eu me sentia<br />

como se tivesse recuperado completamente as minhas energias.<br />

Levantei‐me e me vesti, vendo que Gwen tinha deixado algo para nós comermos. Fang e eu comemos<br />

e eu me enrosquei no sofá com minha Coca‐cola enquanto pensava sobre os acontecimentos da noite<br />

anterior.<br />

Shade tinha sido estranho, mais fascinante, e ele tinha feito maravilhas curando Dan.<br />

Preguiçosamente, me perguntei se Shade tinha curado mais do que seu ombro. A quem mais eu<br />

poderia responsabilizar pela desculpa de Dan?<br />

Voltei a viver o momento na minha mente. Sim, eu estava segura que ele tinha sido sincero,<br />

especialmente depois que eu havia tocado a parte mais secreta dele ontem à noite. Ele era um<br />

homem honrado, então se ele disse que sentia muito, era porque realmente sentia.<br />

Dan bateu na porta então, e eu o deixei entrar. “Como você se sente?”, perguntei.<br />

Ele esticou seu ombro experimentalmente, fazendo‐o girar umas poucas vezes. “Está melhor que<br />

novo. E você? Conseguiu dormir o suficiente?”<br />

“Sim, estou bem. Quais são os planos para hoje? Tentaremos encontrar Alejandro em sua casa? Ou<br />

tentaremos nos bancos de sangue?”<br />

Dan pensou por um momento. “Não estou certo de qual seria a melhor abordagem, especialmente<br />

depois da noite passada. Talvez o melhor...”<br />

Um zumbido baixo o interrompeu e ele se calou erguendo um dedo enquanto tirava seu celular de<br />

seu bolso. “Alô?”. Ele arqueou uma sobrancelha. “Alejandro?”<br />

Fiz sinais para que ele me deixasse escutar também, e ele inclinou o telefone ligeiramente para que eu<br />

pudesse ouvir os dois lados da conversa. Felizmente, minha audição era excelente.<br />

“Você tem tentado entrar em contato comigo?”, Alejandro perguntou.<br />

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“Sim...”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Soube que vocês tiveram uma pequena confusão com o meu pessoal noite passada”.<br />

“Nós? O que te faz pensar isso?”<br />

“Uma pessoa reconheceu a senhorita Shapiro e eu deduzi que você deve ter sido seu parceiro na<br />

confusão”.<br />

Dan pos seus olhos em branco. “Este ataque não provocado, você quer dizer?”<br />

“Oh, foi provocado, certamente”, Alejandro corrigiu suavemente. “Depois de tudo, vocês estavam em<br />

propriedade privada, sem serem convidados, olhando pelas janelas como um aluno do primário. Não<br />

é estranho que eles pensassem que vocês fossem inimigos”.<br />

Dan fez uma careta. Acho que ele não gostou de ser chamado de aluno do primário. “E agora? Você<br />

ainda acha que somos inimigos?”<br />

“Mal informados, talvez, mais não inimigos”. Antes que Dan pudesse dizer qualquer coisa mais,<br />

Alejandro acrescentou, “Minhas desculpas. Se eu soubesse que eram vocês, eu haveria convidado‐os<br />

para entrar. Porque simplesmente não bateram?”<br />

Acho que ele foi pego de surpresa pelo pedido de desculpa do líder dos vampiros, porque Dan disse,<br />

“Não pensamos que seriamos bem‐vindos”.<br />

Alejandro fez uma pausa. “Tão perto do amanhecer... talvez tinham razão de se preocupar. Haveria<br />

mais perigo de obterem uma reação exagerada. Mais não agora, vocês se importariam de virem me<br />

ver?”<br />

“Irmos vê‐lo aonde?”, Dan perguntou cautelosamente.<br />

“Na mansão. Venham, e eu lhes mostrarei o lugar, responderei suas perguntas. Já sabem o<br />

endereço...”<br />

Dan me questionou levantando suas sobrancelhas. Dei de ombros. Porque não? Não nos machucaria.<br />

Dan aceitou o convite, mais ligou para Ramirez e o informou o que estávamos a ponto de fazer, para<br />

se por acaso precisássemos.<br />

Quando chegamos na mansão de Alejandro desta vez, fomos admitidos com o elegante encanto<br />

próprio do Velho Mundo pelo líder do Novo Movimento de Sangue em pessoa. Ele aceitou Fang<br />

como algo muito comum, embora o cachorro do inferno tenha se eriçado por causa de tantos<br />

vampiros nos arredores, e Alejandro nos levou pela sua bela mansão.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Estar morto deveria pagar muito bem, porque isto era incrível, como as imagens do ‘depois’ nesses<br />

programas de decoração da televisão. Ele não tinha feito um look excessivamente moderno aqui. No<br />

lugar disso, pilhas de azulejo, madeira e tons de terra, combinado com pedras e acessórios de ferro<br />

forjado, deixando o lugar bem quente e acolhedor. Quase como eu imaginava que devia ser uma casa<br />

de campo na Espanha.<br />

O único lugar que ele não nos levou foi ao sótão, e eu assumi que era porque eles dormiam ali<br />

durante o dia.<br />

Infelizmente, não vi Jen em nenhum lugar, nem Fang me alertou de sua presença. Não forcei o<br />

assunto do sótão já que Fang não parecia interessado em seguir seu instinto até lá embaixo.<br />

Nenhum ser humano vai ali, ele confirmou.<br />

Uma vez que os bons costumes acabaram, Alejandro nos levou para seu escritório. Mais cálidos<br />

azulejos aqui, com tapetes grossos e o obrigatório e masculino couro cobrindo as cadeiras e a<br />

escrivaninha. Mais foi o mural que cobria completamente a parede que chamou minha atenção.<br />

Mostrava uma exuberante encosta verde coberta com flores silvestres que levavam até um mar<br />

turquesa. Mais o que era mais notável no mural era como tudo estava encharcado na luz do sol.<br />

Provavelmente a única luz do dia que ele já viu.<br />

Alejandro fez um gesto para duas cadeiras de couro e nos ofereceu uma bebida. Não sabendo o que<br />

pessoas que só bebem sangue teriam em mão para beber, eu declinei e Dan fez o mesmo.<br />

Como se tivesse sido um sinal planejado com antecedência, Luis e Lily flutuaram suavemente para<br />

dentro para se posicionarem ao lado do seu chefe <strong>–</strong> uma dupla atraente de porta‐livros encostados<br />

em cada lado de sua cadeira que parecia um trono.<br />

“Então”, disse Alejandro, dobrando suas mãos em seu colo e parecendo a imagem do anfitrião<br />

respeitador. “Vocês desejavam me ver. Como posso ajudá‐los?”<br />

Dan gesticulou para que eu prosseguisse. Optando por não ofender Alejandro em sua própria casa<br />

com acusações de assassinato e tumulto, eu disse, “Estou procurando minha irmã”.<br />

Uma sobrancelha se elevou. “E você acha que eu estou com ela?”<br />

“Sim. Você ou alguém do seu pessoal”.<br />

“Mais como você pediu, eu dei ordens de que seu emprego acabasse”.<br />

Lily assentiu. “Aconteceu. Eu disse que ela fosse embora”.<br />

“Mais ela não foi”, disse pacientemente. “E agora vocês estão pagando para ela”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Alejandro estendeu suas mãos como em uma súplica. “Se ela não vai embora quando pedimos, o que<br />

você espera que façamos?”<br />

“Talvez a razão para que ela não tenha renunciado é porque está encantada por um vampiro que não<br />

vai permitir isso”.<br />

“Acho difícil de acreditar. Isso é proibido na organização”.<br />

“Oh, realmente”, disse Dan categoricamente enquanto Luis e Lily intercambiavam olhares<br />

enigmáticos. “Então, como você chama o que você estava fazendo com a platéia na noite da reunião,<br />

o que você faz a todas as pessoas que conhece?”<br />

Ele deu de ombros. “Uso meu carisma para persuadir, mais não para controlar. E isso é o que cada<br />

membro da minha organização aprende <strong>–</strong> podem utilizar seu poder para influenciar as mentes dos<br />

homens para fazer a doação de sangue mais prazerosa, mais não podem usar para causar dano nos<br />

outros ou os utilizar como escravos”.<br />

Lily e Luis intercambiaram outro olhar enigmático.<br />

O que significava isso? Não pareciam tão seguros das afirmações de Alejandro, como ele. Talvez o<br />

homem não praticava o que ele pregava. Ou talvez alguns integrantes da organização não estavam<br />

tão sob controle como ele acreditava.<br />

“Talvez nem todos que trabalham para você sentem o mesmo”, sugeri.<br />

Uma pequena faísca de raiva iluminou os olhos de Alejandro. “Se for assim, eu te asseguro que<br />

encontrarei o culpado e o obrigarei a soltar sua irmã. Não serei desafiado”.<br />

Eu queria acreditar nele, mais não conseguia, não quando Jennifer estava em perigo. Mais, a grande<br />

pergunta era, se Alejandro não sabia que ela estava encantada e ele ativamente se opunha a isso,<br />

porque um de seus seguidores se arriscaria a irritar o chefe? Jen sabia alguma coisa que fez que<br />

controlar ela fosse necessário?<br />

Liberar ela repentinamente se transformou em algo ainda mais importante. “Faça logo”, eu disse,<br />

minha voz gelada. “Ou encontrarei outra forma”.<br />

Luis falou pela primeira vez desde que entrou na sala. “Como? Se não pudermos fazer está<br />

determinação, como você vai conseguir?”<br />

Levantei‐me, pronta para ir. “Simples. Só matarei um a um até que encontre quem a está controlando<br />

e Jennifer seja liberada”.<br />

Lily soltou uma risada curta.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan se levantou também e me olhou. “Val não está brincando. Ela fará”.<br />

Fang grunhiu. E eu ajudarei.<br />

A diversão de Lily desapareceu e Alejandro levantou sua cabeça, parecendo levemente curioso, mais<br />

não surpreso. “Você realmente faria isso?”<br />

“Claro que eu farei”, disse e sai.<br />

Fang me seguiu. Oh, breve e conciso. Palavra de um cachorro do inferno.<br />

Quando estávamos fora da mansão e dentro do caminhão, olhei para Dan. “Você realmente acredita<br />

que eu mataria todos eles ou só estava me apoiando?” Não tinha certeza de qual eu esperava que ele<br />

escolhesse. Uma me fazia parecer um monstro, e a outra uma mentirosa.<br />

Ele me deu um meio sorriso. “Estive em sua cabeça ontem à noite. Sei quanto a sua família significa<br />

para você, mesmo que não mereçam. Você faria qualquer coisa para protegê‐los”. Ele fez uma pausa,<br />

então acrescentou baixinho, “Eu faria, também, se fosse minha família”.<br />

O alívio passou sobre mim quando compreendi o que Dan quis dizer. Bem, então assim era como se<br />

sentia ao ser compreendida e aceita. Gostei.<br />

“Mais eu pensei que você estava realmente animada em provar que Alejandro é um dos caras bons”,<br />

Dan acrescentou.<br />

“E estou. Ainda acho que ele seja. Mais não estou tão certa sobre seus seguidores. Ele pode pensar<br />

que os tem sob controle, mais a julgar pela sua linguagem corporal, Luis e Lily não estão tão certos.<br />

Quanto você quer apostar que os assistentes tem problemas sobre o que eles não dizem para<br />

Alejandro?”<br />

“Nenhuma aposta aqui”.<br />

Dei de ombros. “Acredito que uma ameaça ajudaria a descobrir o autêntico culpado. Alguma idéia do<br />

que devemos fazer agora?”<br />

Ele fez uma pausa, pensando. “Não temos nenhuma outra pista para encontrar a fonte do aumento<br />

de atividade. Além disso, cada vez que procuramos a sua irmã, os problemas sempre parecem nos<br />

encontrar”.<br />

Fang bufou. Ele tem um bom ponto.<br />

“Certo”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Talvez possa dá uma outra olhada nos registros de Micah, ver se posso encontrar qualquer<br />

referência sobre Jen”.<br />

“Boa idéia. Acredito que eu vou dá uma outra olhada nos bancos de sangue, falarei com alguns de<br />

seus amigos, checarei os lugares que frequenta normalmente, e verei se posso encontrar ela dessa<br />

forma... ou se Fang pode farejá‐la”.<br />

Já que nós três estávamos de acordo, Dan me deixou na casa geminada e se encaminhou outra vez<br />

para o Purgatório.<br />

Não tive sorte nos lugares que ela frequentava e ninguém parecia saber onde ela estava, assim eu<br />

retornei para o Purgatório. Tessa, a assistente de Micah, me deixou entrar em seu escritório.<br />

Fang e eu entramos no exato momento em que Dan perguntava para Micah. “Funciona em todas as<br />

mulheres?”<br />

“O que funciona?”, perguntei por trás dele.<br />

Dan se voltou, surpreso. “Acabo de perguntar a Micah se seus poderes funcionam em todas as<br />

mulheres”.<br />

Tessa pos seus olhos em branco. “Se tiver pulso”.<br />

“Inclusive em outros demônios?”, Dan continuou. “Ou em vampiros?”<br />

“Absolutamente”, disse Tessa com um gesto impaciente de sua mão. “O que você acha que eu sou?”<br />

“Você é um vampiro?”, ele perguntou incrédulo.<br />

“Não, gênio, sou parte demônio”.<br />

Micah e eu tentamos sem êxito esconder nossos sorrisos.<br />

Fang dançou um passo. Eu gosto dela.<br />

Micah olhou para Tessa levantando uma sobrancelha. “Eu gostaria de dar‐lhes uma pequena<br />

demonstração de meus poderes, se você não se importa”.<br />

Tessa fez uma careta. “É realmente necessário?”<br />

“Temo que sim”.<br />

“Esta bem, vá em frente” Ela ficou tensa, como preparando a si mesma para uma batalha.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Micah sorriu abertamente. “Primeiro, digo como é trabalhar para mim”.<br />

Ela deu de ombros. “Ele é um bom chefe. Paga bem, não é crítico, e não me persegue pelo escritório”.<br />

Soava como se ela tivesse alguns antecedentes ali.<br />

“Obrigado” Micah se levantou e pegou sua mão, apesar da expressão apreensiva em seu rosto.<br />

“Agora vamos para a demonstração”.<br />

Senti seu incubus despertar e tentar alcançar Tessa. De repente, seu rosto se relaxou em um sorriso<br />

tonto, e ela ficou olhando com admiração para Micah.<br />

Micah sorriu para ela. “Agora, diga, Tessa, como é trabalhar para mim”.<br />

Ela se estendeu para acariciar seu rosto com uma mão e arrastar seu outro braço ao redor de sua<br />

cintura. “Ele é o melhor, o homem mais desejado com vida. Mais nunca me persegue...”<br />

“Agora termina”, Micah disse, soltando sua mão e dando um passo para trás.<br />

Seu incubus fluiu de volta para ele, completamente sob controle. Ele fez isso, aparentemente, sem<br />

nenhum esforço. Desejei poder fazer isso.<br />

Tessa retrocedeu, limpando a mão contra suas calças jeans. “Eu, na realidade, odeio quando ele faz<br />

isso <strong>–</strong> é humilhante”.<br />

Surpreendentemente, Micah não pareceu ofendido. “Haverá um bônus em seu próximo cheque”. Ele<br />

se voltou para Dan. “Compreende? Ela só se atrai por mim quando estou usando conscientemente<br />

meu poder. Quando não faço, sua mente e seus sentimentos são seus”.<br />

Beeeeem. Realmente sutil, Micah. Que tipo de conversa estavam tendo Dan e ele antes que eu<br />

entrasse?<br />

Tessa retrocedeu, e Dan pareceu pensativo enquanto ele me olhava. “Se surte efeitos inclusive em<br />

vampiros, então assim é como poderemos descobrir se Alejandro está dizendo a verdade <strong>–</strong> utiliza<br />

seus poderes nele, Val”.<br />

“De nenhuma maneira”. Ele sequer se deu conta que estava me pedindo que eu fizesse algo que ele<br />

havia odiado que eu lhe fizera?<br />

“Porque não?”, Dan continuou. “Te ajudará a encontrar a sua irmã”.<br />

“Se eu fizer isso, então eu não sou melhor do que o vampiro que está encantando sua mente”.<br />

“Não exatamente. Estaria fazendo isso para ajudar a liberar sua irmã, não para escravizá‐la”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Talvez. Mais também teria que soltar Lola, e a última vez que isso ocorreu, eu tinha desfrutado<br />

demais para o meu gosto. Neguei com a cabeça. “Você de todas as pessoas deveria saber”.<br />

Dan deu de ombros. “Talvez seria melhor que nós fossemos embora”.<br />

Dissemos nossos ‘adeus’, então no caminho para a porta, acidentalmente esbarrei em Tessa.<br />

Ela agarrou meu braço enquanto seus olhos relampejavam púrpura. Fechando‐os com força, ela<br />

franziu seu rosto completamente concentrada. Depois de um minuto ou dois, ela disse, “Para obter o<br />

que você mais deseja, deve aceitar o que você mais odeia”.<br />

Soltei‐me. “O que quer dizer com isso?” Micah teria preparado ela?<br />

Tessa abriu seus olhos. “O que disse?”<br />

Repeti.<br />

Ela franziu o cenho, murmurando, “Porque sempre tenho que soar como uma estúpida roda da<br />

fortuna?”<br />

Micah sorriu. “A mensagem soa bastante óbvia para mim”.<br />

Realmente? Bem, eu não entendi.<br />

“Obrigada, garotos”, disse Tessa. “Isso foi real”. Ela parecia um pouco comocionada, mais tratou de<br />

esconder isso com um gesto casual de saudação enquanto ia embora.<br />

“Esse é o dom de Tessa <strong>–</strong> a profecia”, disse Micah. “Você tem sorte. Ela raras vezes o compartilha com<br />

pessoas fora do seu círculo interior. Mais tão banal como suas previsões possam parecer, Tessa<br />

sempre tem razão”.<br />

Seu telefone soou e Micah atendeu. Quando ele desligou o telefone, seu olhar para mim estava em<br />

parte triste e em parte simpático.<br />

O medo saltou através de mim, como um incêndio incontrolável. “O que aconteceu? Aconteceu<br />

alguma coisa com Jennifer?”<br />

“Não com tua irmã. Com seu padrasto”.<br />

“Aconteceu algo com Rick?”<br />

“Sim. Ele está desaparecido”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Não, não podia ser. Não podia perder mais outro. E Rick sempre tinha me tratado bem <strong>–</strong> melhor que<br />

minha mãe, às vezes. “O que é que você sabe?”<br />

“Isso é tudo. Tenho pessoas observando a sua família, mais ele não foi visto desde ontem à noite. Tua<br />

mãe parece preocupada”.<br />

E ela não havia me ligado? Isso doía. Voltei‐me para Dan. “Você vem?”<br />

“Claro que sim. Vamos”.<br />

* * *<br />

Dan parou o caminhão na frente da casa de minha infância e desligou o motor. Eu hesitei, sem ter<br />

certeza se eu realmente queria lidar com a minha mãe. Dan simplesmente esperou, deixando‐me<br />

reunir meus pensamentos controversos, mais Fang me cheirou, parecendo ansioso.<br />

Você está bem, Kiddo?<br />

Cocei suas orelhas. “Estou bem. Só preciso de um momento”. Mais nenhuma quantidade de tempo<br />

poderia me preparar para a cena que eu estava certa que eu estava prestes a enfrentar. Suspirando,<br />

sai do caminhão e me dirigi para a porta de entrada. Dan e Fang me seguiram, mais eu não os parei.<br />

Pegaria a idéia da polícia e aceitaria o apoio.<br />

Cara, me sentia estranha em bater na porta que eu havia usado tão livremente durante a minha<br />

infância.<br />

Mamãe abriu a porta, parecendo esperançosa. Mais quando ela me viu, seu rosto caiu. “Por que você<br />

está aqui? Encontrou a Jen?”<br />

Nossa, que forma de me fazer sentir bem‐vinda. “Podemos entrar?”<br />

Ela fez um gesto para a sala, parecendo um pouco distraída. Um gato pequeno, de cor avermelhada,<br />

perambulava e ao me ver, se eriçou e ficou o dobro do seu tamanho. Fang o observou com desprezo,<br />

deu um passo para frente e grunhiu. O gato saiu correndo como se o próprio demônio o perseguisse.<br />

“Você tem um gato agora?” Eu não tinha a intenção de soar acusadora, mais mamãe sabia como os<br />

animais reagiam ao meu redor. Antes ela sempre tinha cuidado de mantê‐los afastado, para evitar<br />

ferir meus sentimentos. O que queria dizer o fato que ela agora tinha um em sua casa? Tinha pensado<br />

que eu nunca mais voltaria? Ou simplesmente não se importa?<br />

Eu não tinha pensado que qualquer outra coisa que mamãe pudesse fazer me machucaria, mais por<br />

alguma razão, isto fez.<br />

Mamãe parecia ligeiramente envergonhada. “Jennifer sempre me incomodava para que eu lhe<br />

conseguisse um gato. Pensei que se eu conseguisse um, ela poderia voltar...”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Uh‐huh”, eu disse em dúvida, embora tivesse que admitir que eu me sentia um pouco melhor com a<br />

explicação.<br />

Mamãe fez um gesto impaciente. “Porque você está aqui? Encontrou Jen? Ela está bem?”<br />

“Ainda não”, eu disse suavemente. Nunca tinha visto minha mãe parecer tão frágil, tão preocupada.<br />

“Por que você não se senta?”<br />

“Não quero me sentar. Quero recuperar a minha filha. Você disse que a encontraria”.<br />

Minha filha. As palavras foram como um prego no meu coração. Agora mamãe pensava em Jennifer<br />

como sua única filha?<br />

Fang acariciou minha perna com seu focinho. Ela não merece seu amor.<br />

Fang tinha razão. Cada vez que eu via mamãe, ela matava um pouquinho mais. Mais era difícil<br />

deixar de amar alguém de uma vez, não importa o quão mal te tratem. E agora estava claro que<br />

nenhuma quantidade de amor faria mamãe me amar. Simplesmente tinha que aceitar e seguir adiante<br />

com a minha vida.<br />

Algo dentro de mim endureceu, deixando fora a dor, obrigando‐me a crescer um pouco. Tomando<br />

um suspiro, eu disse, “Estou fazendo o que posso...”<br />

“Pois bem, não é o suficiente. Só Deus sabe o que essas criaturas estão fazendo com ela”.<br />

Dan deu um passo para frente e abriu sua boca, provavelmente para me defender, mais eu lhe detive<br />

com um olhar e uma mão levantada. Mamãe estava compreensivelmente aborrecida, e eu estava<br />

disposta a não ser tão dura com ela. “Vou trazê‐la de volta”, prometi.<br />

“Então o que você está fazendo aqui? Por que não está lá fora procurando ela?”<br />

Não podia só visitar a minha família, está ali para ela, fazer ela está ali para mim?<br />

Aparentemente não. “Porque escutei que Rick tinha desaparecido”.<br />

“Rick não desapareceu. Ele está lá fora procurando energicamente a sua filha, e não voltará para casa<br />

até que a encontre”.<br />

Isso era o que eu temia. “Maldito seja, eu disse para ele que não fosse. Eu disse que me encarregaria<br />

disso”. Porque não podia confiar em mim?<br />

“E o que você esperava? Sua filhinha se foi. Ele tinha que fazer alguma coisa”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fechei meus olhos, incrédula. Rick geralmente era o esperto, e não o machista. Claro, eu entendi seu<br />

raciocínio, mais porque não podia esperar? Abri meus olhos. “Ele não ligou para você?”<br />

Mamãe negou com a cabeça. “Ele não o fará até que encontre Jen”.<br />

Talvez. No entanto, talvez ele não pudesse. Em vez de acrescentar isso as preocupações de mamãe,<br />

eu perguntei. “Quando foi a última vez que você o viu?”<br />

Mamãe afastou seus cabelos, parecendo extremamente cansada. “Noite passada. Ele foi procurar Jen<br />

logo depois de fechar a loja. Mais ele não voltou para casa. Provavelmente ele passou a noite no seu<br />

carro ou algo assim”.<br />

Ela soava mais preocupada do que aparentava. “Sabe para onde ele foi?”<br />

“A filha de um amigo ouviu na escola que Jen trabalhava em um banco de sangue de vampiros, que<br />

acabou de se mudar de um lugar para outro”.<br />

“Disse qual?”, perguntou Dan, se inclinando para frente.<br />

“Sim <strong>–</strong> é o que está em Fort Sam”.<br />

“Bem”, eu disse. “Isso nos dá um lugar para começar a procurar”.<br />

Mamãe levantou sua cabeça, sua expressão apreensiva. “Não acha que Rick está morto... ou<br />

encantado, verdade?”<br />

Qualquer um era possível, e eu não ia mentir. “Não sei”.<br />

“Oh, meu Deus”. Mamãe envolveu seus braços ao redor de si mesma e sussurrou, “Não posso perdê‐<br />

lo também. Simplesmente não posso”. Ela virou seu rosto devastado para mim. “E‐eu o amo demais”.<br />

“Eu sei”, disse suavemente. “Eu também”. Eu havia ouvido histórias de horror sobre outros<br />

padrastos, mais Rick não tinha sido nada exceto agradável comigo. De fato, ele tinha me dado mais<br />

apoio do que mamãe. Não queria perder isso... ou ele.<br />

“Então você os trará de volta para mim?”, mamãe continuou.<br />

Não mentiria ou faria promessas que talvez eu não pudesse manter. “Tentarei”.<br />

Eu encontraria o Rick e a Jen, de qualquer forma. Só esperava que ainda estivessem vivos e ilesos<br />

quando os encontrassem.<br />

“E a Val?”, Dan perguntou, mais havia aço por debaixo de sua voz enganosamente tranquila. “Não<br />

está preocupada em perdê‐la também?”<br />

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Era exatamente o que eu me perguntava.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Era bom ouvir que algumas pessoas achavam que eu era tão importante quanto Jen e Rick, mais eu<br />

não estava certa se eu queria ouvir a resposta de mamãe. Puxei fortemente o braço de Dan. “Estou<br />

bem”, sussurrei. “Você não tem que fazer isso”.<br />

“Val pode se cuidar”, disse mamãe na defensiva. “Além disso, foi seu estilo de vida que nos meteu<br />

nessa confusão. É sua responsabilidade limpá‐lo”.<br />

Ela estava cantando essa velha canção outra vez? Bem, droga. Mamãe acabava de por fim em seu<br />

período de pouca rudeza.<br />

Eu estava cansada de ser o bode expiatório de cada problema da família, cansada de está sempre<br />

tentando suavizar as coisas. Já não podia fazer as coisas bem, não podia comprar minha passagem de<br />

volta para a minha família tentando ser agradável. Era hora de dispensar os velhos hábitos que não<br />

funcionavam. Era hora de soltá‐lo.<br />

Soltei o braço de Dan, dando a ele uma permissão tácita para dizer o que ele quisesse.<br />

Ele aceitou. “Sua responsabilidade?”, ele repetiu incredulamente. “E quanto a sua responsabilidade<br />

de mãe? Quando renunciou a isso?”<br />

“Eu não...”<br />

“Certamente que não”, Dan espetou. “Val não tem feito nada mais que tentar ajudar e vocês a tratam<br />

como se ela fosse merda”.<br />

“Não faço”. Mais seu protesto foi apenas perceptível. Era porque Dan não era o tipo de pessoa com o<br />

qual discutiríamos quando estava tão justificadamente irritado... ou porque mamãe sabia que ele<br />

estava certo?<br />

“Sim, faz”, Dan insistiu. “Não só tem um monte de suas contínuas ações idiotas quando ela<br />

expressamente os advertiu que não fizessem, mais vocês ainda a culpam por sua própria estupidez!<br />

Nem sequer podem confiar em que ela faça seu trabalho, que você sabe que ela é condenadamente<br />

boa. E que diabos aconteceu com seu amor incondicional?”<br />

Eu estava começando a gostar desse cara.<br />

<strong>Me</strong>us olhos ardiam. Droga, eu me sentia bem por ter um defensor para variar.<br />

Mamãe parecia encolher. “Val sempre foi forte. Ela nunca precisou de mim tanto quanto Jen”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Isso era o que eu gostaria de acreditar, mais eu sabia melhor. No entanto, me dei conta de que mamãe<br />

precisava de um bode expiatório e que sua filha mais velha foi o sacrifício escolhido. Talvez uma vez<br />

que isso tudo terminasse, ela escutasse minhas razões. Mais por agora, não tinha sentido tentar<br />

argumentar com ela. “Vamos”, chamei Dan.<br />

Dan e eu nos voltamos para a porta. Eu simplesmente queria sair, me afastar de toda essa sangria<br />

emocional.<br />

Fang grunhiu para mamãe, e logo nos seguiu.<br />

Enquanto saíamos, Dan deu a volta para um último disparo de despedida em mamãe. “Vocês são<br />

condenadamente sortudos por Val ser muito decente para ignorar a forma como vocês a tratam e<br />

ajudá‐los de qualquer maneira”.<br />

Mamãe só negou com a cabeça, parecendo triste, e fechou a porta.<br />

Suspirei. Não foi mais do que eu havia esperado. Mais não importava o que mamãe pensasse, eu ia<br />

encontrar os seus integrantes perdidos da família e os traria para casa... a casa onde eu suspeitava que<br />

nunca mais seria bem‐vinda de novo.<br />

Bem, para o inferno com eles. Simplesmente construiria uma vida nova para mim <strong>–</strong> uma melhor do<br />

que qualquer coisa que eu tive no passado. Eu merecia o tipo de amor e respeito que os Sullivans<br />

pareciam ter um pelo outro, e diabos, eu iria encontrar algo assim, não importa quanto tempo levasse.<br />

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Capítulo XV<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Enquanto nos dirigíamos para o banco de sangue, a injustiça da acusação de mamãe me incomodava<br />

até que fiquei completamente irritada. Despertou a sonolenta Lola, e a luxúria começou a crepitar sob<br />

minha superfície. Concentrei‐me deliberadamente longe de Dan e da raiva, estimulando minha busca<br />

por Rick e Jen.<br />

Quando chegamos no banco de sangue, saí do caminhão e bati a porta, não sabendo ou me<br />

importando se Fang e Dan me seguiam. Abri de um golpe a porta do prédio e olhei ao redor. O lugar<br />

estava cheio, mais Rick não estava, nem Jen. Andei com um passo impetuoso até a mesa ao qual um<br />

jovem estava sentado. Ele empalideceu quando viu minha expressão.<br />

Olhei para o crachá com seu nome. “Olá, Jerry”. Saiu mais como uma ameaça do que uma saudação.<br />

Ele tragou saliva e se afastou para trás, fora do meu alcance. Garoto esperto. “O‐oi”, ele gaguejou.<br />

“Jennifer Anderson está aqui?”. Nem sequer tentei suavizar minha voz. Finalmente eu tinha uma<br />

pista e ia segui‐la até que eu encontrasse Jen e Rick, ou alguém iria pagar.<br />

“Não esta noite”.<br />

Dan apareceu ao meu lado, junto com Fang. Jerry olhou para baixo até o terrier. “Não pode trazer<br />

cachorros para aqui dentro...”<br />

Fang e eu grunhimos para ele, e Jerry retrocedeu ainda mais. “De acordo, de acordo. Se ele for<br />

bonzinho, eu deixarei passar dessa vez”.<br />

“Quando Jennifer estará aqui?”, exigi saber.<br />

“Po‐por que você quer saber?”. Ele parecia aterrorizado enquanto olhava de um lado para o outro,<br />

entre Dan e eu, mais ainda teve coragem suficiente para nos desafiar.<br />

“Ela é minha irmã”.<br />

“Ah”, ele tragou. “E‐eu sinto muito, mais ainda sim, não tenho permissão de dar essa infor...”<br />

Ele caiu quando eu passei em torno da mesa por trás dele. Levantando suas mãos no alto para me<br />

manter afastada, ele disse, “Por favor, não posso. Você não tem nem idéia de quantos problemas eu<br />

me meteria”.<br />

Mais a luxúria dentro de mim precisava de uma saída, precisava de alguém para machucar.<br />

Fechando os punhos, eu a reprimi, dizendo, “Você estará em mais problemas se não me dizer”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Mais... são vampiros”, disse Jerry, como se isso ganhasse da minha ameaça.<br />

Coloquei meu rosto perto do seu. “Sim, e eu sou uma caçadora de vampiros”. Enquanto a raiva surgia<br />

dentro de mim, eu vi o relampejo púrpura de meus olhos refletidos em seus olhos.<br />

“Ah, droga”. A voz de Jerry foi um mero guincho e ele fechou seus olhos como se a morte fosse<br />

iminente. Além disso, ele devia está realmente confuso com a luxúria que surgia através dele com a<br />

minha proximidade.<br />

Dan apareceu por trás de Jerry parecendo divertido. Mais ele manteve sua voz séria enquanto ele<br />

dizia, “Não acredito que Jerry saiba o suficiente para ser de grande ajuda, não é verdade, Jerry?”<br />

Os olhos de Jerry se abriram repentinamente e ele se agarrou as palavras de Dan como se fosse um<br />

salva‐vidas. Seu medo superou sua luxúria enquanto ele murmurava, “Não, não. Ele tem razão <strong>–</strong> sou<br />

completamente ignorante”.<br />

Fang bufou. Se eu não estivesse tão chateado, também acharia divertido. Olhei para Dan para ver até onde<br />

ele ia com isso. Está era a melhor pista que tínhamos para encontrar Jen e Rick.<br />

Dan passou ao redor da cadeira para que ele pudesse sorrir para o garoto. “Mais eu aposto que você<br />

sabe quem pode nos dá essa informação”.<br />

“Cla‐claro. Um dos chefes”.<br />

Retirei‐me e o alívio no rosto de Jerry foi quase cômico.<br />

“Bem”, disse Dan. “Você nos deixa falar com um dos seus chefes e ela te deixa viver”.<br />

“Todos eles estão aceitando doações pessoais”. Ugh <strong>–</strong> ele queria dizer do tipo ‘presas no pescoço’.<br />

“Terão que esperar na fila...”<br />

Dei um passo para frente e Jerry levantou suas mãos outra vez. “Mais por vocês, farei uma exceção”,<br />

ele gaguejou.<br />

Relaxei e olhei ao redor da sala de espera. Cerca de noventa por cento de quem estava lá tinham<br />

parado para ver nosso pequeno tumulto, e arqueei uma sobrancelha para os outros homens e<br />

mulheres. “Alguém se importa se vamos primeiro?”<br />

Houve um coro de negativas, exceto por uma irritante mulher de meia idade que disse, “Sim, me...”<br />

Mas o homem sentado ao seu lado colocou uma mão sobre sua boca e disse com um sorriso meloso,<br />

“Por favor, vá em frente”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang grunhiu e eu dei uma olhada para ver o que ele estava olhando fixamente. Um vampiro e seu<br />

último ‘cliente’ grudento haviam saído da sala dos fundos.<br />

O vampiro parecia um garoto de alguma fraternidade de uma universidade que sorria e disfarçava‐se<br />

em uma fantasia com uma camisa branca pirata e apertadas calças negras de couro. Ele olhou para<br />

Fang, então estupidamente o ignorou, descartando o cachorro como se não fosse uma ameaça.<br />

“Quem é o próximo?”, perguntou arrogantemente.<br />

“Lorenzo...” A mulher que tinha se oposto, disse com um suspiro ansioso.<br />

Ignorando‐a, sorri com um sorriso de um predador e me concentrei em Lorenzo. “Nós”.<br />

“Nós?”. Lorenzo olhou de um lado para o outro, entre Dan e eu. “Isso é um pouco pervertido, mais<br />

porque não?”<br />

Enquanto ele nos levava para uma série de quartos, Dan murmurou, “Você está bem? Você parece<br />

como se estivesse a ponto de perder o controle”.<br />

Respirei fundo. “Sim, acho que sim”.<br />

“Acalme‐se. Eu lido com isso”.<br />

Assenti com a cabeça, me dando conta que ele estava certo <strong>–</strong> eu precisava me acalmar.<br />

Lorenzo fez um gesto para três portas. “Qual é a sua fantasia? Um bordel vitoriano, uma cena de<br />

floresta ou a masmorra?”<br />

Fiquei olhando ele de boca aberta por um momento até que me dei conta que ele perguntava onde eu<br />

queria experimentar o prazer de seu beijo.<br />

“Floresta”, disse Dan.<br />

Bem. Não queria pensar sobre o tipo de pessoa que escolhia a masmorra. Além disso, precisávamos<br />

interrogá‐lo em particular, não aqui fora no corredor, mais não precisávamos ficar muito distraídos<br />

pelo nosso arredor tampouco.<br />

Entramos na suíte. Estava escuro lá dentro, mais meus olhos logo se ajustaram, e a ilusão foi tão<br />

completa, que me senti como se houvéssemos entrado em outro reino. A luz da lua tocava a cena<br />

selvagem, várias altas e frondosas árvores davam sombra a um parreiral 28 que parecia suave e<br />

convidativo, e o perfume de alguma flor almiscarada flutuava em torno de uma brisa morna.<br />

28 [N/T]: É algo como isso: http://gilvanpio.sites.uol.com.br/imagens/parreiral.jpg<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Lorenzo se recostou com uma desenvoltura praticada no cobertor, dando tapinhas no espaço perto<br />

dele de um modo tentador.<br />

Fang rosnou. Deixa eu ir.<br />

Parei ele. Lorenzo não havia feito nada de mal... ainda. Ele achava que nós éramos desejosos<br />

doadores de sangue, procurando emoção.<br />

Dissimuladamente peguei uma estaca de meu estojo nas costas, e segurei‐a por trás de mim enquanto<br />

Dan dizia, “Não estamos aqui para o jogo que você acha que estamos”.<br />

“Ah, é? E qual seria seu jogo?”<br />

“O jogo é, nós perguntamos e você responde”.<br />

Bravo, ele respondeu bruscamente, “Essa não é a forma com que se trabalha aqui. O que estão<br />

jogando?”<br />

Olhei para Dan e ele assentiu com a cabeça, sabendo o que precisava fazer. Caí de joelhos no peito do<br />

vampiro, empurrei meu antebraço em sua garganta assim ele não podia se mover, e sustentei a estaca<br />

em meu outro punho, suspendida sobre o seu coração. “Não, nós fazemos as perguntas”.<br />

A raiva brilhou em seus olhos enquanto ele tentava me jogar no chão. Quando não funcionou, tentou<br />

controlar minha mente, até que seu corpo reagiu ao sedutor campo de força de Lola.<br />

Agora eu o tinha. “Está bem, Dan, pode perguntar”.<br />

Dan se sentou sobre as pernas do vampiro assim ele deixaria de chutar. “Você conhece Jennifer<br />

Anderson?”<br />

Lorenzo combateu a atração do succubus, o qual não foi muito difícil já que Lola não estava muito<br />

interessada.<br />

“Vão para o inferno”, ele grunhiu.<br />

Mais a resposta estava clara em sua mente <strong>–</strong> ele a conhecia. Assenti com a cabeça para Dan<br />

sinalizando que o vampiro conhecia Jen. Era mais fácil se ele fazia as perguntas enquanto eu me<br />

concentrava em ler a mente do vampiro para conseguir as respostas.<br />

“Sabe onde ela está?”, Dan perguntou. “Quem a controla?”<br />

Li a resposta claramente. “Não, ele não sabe”, eu disse. “E Alejandro espalhou a ordem de descobrir<br />

quem está fazendo isso”.<br />

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Lorenzo me olhou boquiaberto. “Quem é você?”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“A Caçadora”, Dan amava dizer isso, aparentemente. Vendo o reconhecimento nos olhos do vampiro,<br />

Dan acrescentou, “Mais se você for um bom vampirinho e nos disser o que queremos saber, pode ser<br />

que nós deixemos você viver”.<br />

Lorenzo franziu o cenho mais deixou de lutar. Li em sua mente que Alejandro tinha dito que eles<br />

cooperassem comigo. Ele não queria, mais disse, “Depende. O que vocês querem saber?”<br />

Já que o vampiro estava sendo razoável, afrouxei minha chave estranguladora.<br />

Assenti para Dan que perguntou, “O pai de Jennifer veio aqui procurando ela ontem à noite?”<br />

“Sim”.<br />

“O que aconteceu?”<br />

“Ele fez um escândalo, tentou tirar ela daqui a força, mais ela não quis ir”.<br />

Assenti com a cabeça para sinalizar que Lorenzo era sincero.<br />

“Então você o matou?”, Dan perguntou.<br />

“Não! Alejandro não permitiria <strong>–</strong> quer dizer, não é certo”.<br />

“Então o que você fez?”<br />

“Ele estava irritando os clientes, assustando as pessoas, por isso colocamos ele para fora, e dissemos<br />

que ele nunca mais voltasse”.<br />

Ele dizia a verdade, mas havia algo mais... “O que você não está nos contando?”, perguntei.<br />

“Nada”, Lorenzo me assegurou.<br />

Mais ele mentia. Ali, claro em sua mente, estava o que realmente tinha acontecido. Lorenzo havia<br />

observado pelas janelas como três vampiros, que ele pensou que fossem os desprivilegiados,<br />

agarraram Rick. Enquanto o levavam a força, riram, dizendo que iam abençoá‐lo.<br />

Abençoá‐lo? O que diabos significaria abençoar para um vampiro? As cruzes e a água benta eram<br />

pura tortura para eles. Com o medo em meu peito, perguntei, “O que significa isso? O que é uma<br />

benção vampírica?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Lorenzo nos deu a informação facilmente, obviamente esperando que isso nos ferisse. “Isso é uma<br />

gíria para ‘trazer de volta’”. Então, no caso de que não houvéssemos entendido, ele explicou.<br />

“Pensam em transformá‐lo em um de nós”.<br />

Minha pele ficou fria e úmida e minha cabeça dava voltas. OhmeuDeus. Eles transformariam o único pai<br />

que eu conheci em um vampiro.<br />

Estupidamente temia que ele estivesse morto, jazendo drenado de sangue em algum lugar. Pensei<br />

que isso era a pior coisa que poderia acontecer. Mais isto... Não, nem sequer eu poderia imaginar isso.<br />

<strong>Me</strong>u sangue se drenou do meu rosto e eu me sentia fria e pegajosa, um pouco com náuseas, e<br />

completa e extremamente comocionada. Ele deve ter notado em meu rosto, também, porque o<br />

vampiro simplesmente se tombou ali sem jeito, cravando os olhos em mim, aparentemente satisfeito<br />

com a sua bomba.<br />

Dan perguntou algo mais para ele, obtendo descrições dos vampiros, então me pegou pelo braço<br />

amavelmente, e me conduziu para fora por uma porta lateral até o caminhão. Sentindo‐me<br />

intumescida, me sentei encolhida contra a porta, tentando não pensar, não sentir. Apenas notei<br />

quando Fang se aconchegou contra mim e lambeu meu braço.<br />

“Você está bem?”, Dan perguntou.<br />

“Sim”, menti. “Só quero encontrá‐los <strong>–</strong> de alguma forma”. Eu não podia pensar mais nisso. Eu não<br />

pensaria mais nisso. Fiquei olhando fixamente e Dan finalmente manobrou o caminhão.<br />

Conduzimos pelos arredores durante toda à noite, tentando encontrar mais pistas nos bancos de<br />

sangue, nas ruas, ou em qualquer lugar que pudéssemos. Não tivemos sorte. Finalmente, exausta e<br />

decepcionada, percebi que estava quase amanhecendo e que os vampiros estariam escondidos em<br />

algum lugar até que o sol descesse novamente, assim fomos para casa.<br />

Deprimida, me senti como se estivesse vagando na névoa. Não me animei até que Dan encostou em<br />

meu sofá e se sentou ao meu lado. “Fala comigo, Val”.<br />

Mais não foram suas palavras que penetraram em meu estupor, foi seu suave toque enquanto<br />

afastava meus cabelos de meu rosto.<br />

Olhei para Fang que estava aconchegado junto a mim no sofá. Minhas mãos estavam fechadas<br />

hermeticamente em seu pêlo sem eu ter percebido. Afrouxei meu agarre de morte sobre o pobre<br />

cachorro e acariciei seu pêlo esticado. Ele nem sequer tinha se queixado. “É tudo minha culpa”, disse<br />

com voz tensa.<br />

Dan me levou até seus braços. “Não seja ridícula”, ele murmurou enquanto me sujeitava perto. “Não<br />

é sua culpa”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Oh, nossa, isso foi tão agradável. Aconcheguei‐me nele como uma criança procurando consolo. Mais<br />

ele estava errado. “Sim, é”, disse, minha voz abafada em seu peito. “Se eu tivesse encontrado Jen,<br />

nada disso teria acontecido”.<br />

“Não tem como você saber”, Dan protestou.<br />

“Oh, por favor”, disse e me afastei ligeiramente. “Como se ser transformado por um vampiro fosse<br />

algo que acontecesse a qualquer um”.<br />

“Você não disse que se converter em um vampiro tinha que ser voluntário, já que tem que beber o<br />

sangue da pessoa que o converte?”<br />

Fiquei tensa. O que ele queria dizer? “Normalmente, mais é possível que possa ser forçado”.<br />

“Então... talvez foi sua escolha”, sugeriu Dan.<br />

Esperei que Fang respondesse isso, mais ele estava tão cansado, que tinha dormido.<br />

Afastei‐me para olhar de frente para Dan. “O que você está dizendo? Que meu padrasto queria se<br />

converter em um vampiro?”. Ridículo.<br />

“Talvez sim. Ou talvez não deram a ele nenhuma outra escolha”.<br />

“Você quer dizer morrer ou se transformar em um dos não‐mortos?”<br />

Dan assentiu.<br />

Pensei por um momento. “Não, não posso acreditar. Ele me ajudou a aprender sobre eles, me ajudou<br />

a aprender a combatê‐los. Ele nunca se converteria em um. Quem faria esse tipo de escolha?”<br />

“Um grande número de pessoas fazem isso. Pelo que ouvimos, mais a cada dia”.<br />

“Não Rick”, eu disse com convicção.<br />

Dan acariciou meu cabelo outra vez. “Bem, talvez ele não seja um vampiro ainda. Talvez ele tenha<br />

escapado”.<br />

Eu gostaria de acreditar nisso, acreditar que era possível, mais eu tinha deixado de acreditar em<br />

Papai Noel, o coelho da Páscoa, e desejos mágicos há muito tempo. E não podia dizer a Dan que não<br />

acreditava nisso, tampouco. Ele só estava tentando me acalmar. “Boa tentativa, mais eu duvido”.<br />

“Não se preocupe, nós tentaremos, de uma forma ou de outra”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Sim, isso era o que me incomodava. Fechei meus olhos contra a dor. Como tudo tinha acabado tão<br />

confuso? Justo quando as coisas melhoravam, quando eu tinha ganhado um cachorro maravilhoso,<br />

um parceiro que saía em minha defesa, e um novo membro incrível de minha família que gostava de<br />

mim pelo que eu era, o destino teve que despejar sobre mim e arrancar para longe minha alegria.<br />

Pior, justo quando eu tinha encontrado alguém por quem me interessar, o universo tinha se<br />

assegurado que ele fosse o único cara que nunca se interessaria por mim.<br />

O que diabos eu fiz para merecer isso? Esse era o preço a pagar por eu ser mais forte, mais rápida, melhor<br />

do que os outros? Ou por não ser completamente humana?<br />

Dan beijou minha testa e uma ânsia surgiu dentro de mim. Não desejo, mais sim uma ânsia de<br />

normalidade, de uma união duradoura com alguém, como a que ele mesmo compartilhava com a sua<br />

irmã.<br />

<strong>Me</strong>smo que eu não pudesse ter meu bolo, eu estava disposta a me contentar com algumas poucas<br />

migalhas.<br />

Pus meus braços ao redor dele, aceitando o consolo que ele poderia oferecer. Quando ele devolveu o<br />

favor, me agarrei a ele, embebedando‐me no maravilhoso sentimento. Nos seus braços, me sentia<br />

segura, querida... quase humana.<br />

Lola não estava interessada nestes amáveis sentimentos, mais eu podia sentir o desejo aumentando<br />

dentro dele <strong>–</strong> sem dúvida, uma reação puramente física. “Você não tem medo?”, eu perguntei em seu<br />

pescoço.<br />

“<strong>Me</strong>do de quê?”<br />

“De Lola. Do que ela poderia fazer com você”.<br />

“Não, Micah me explicou algumas coisas. Sei que se você quisesse, poderia me obrigar a fazer amor<br />

com você”.<br />

“Na verdade, eu só poderia te obrigar a sentir desejo. O que você faz com esse desejo é sua escolha”.<br />

Era importante que ele entendesse que eu não poderia obrigá‐lo a fazer nada.<br />

“Compreendo”.<br />

“Mais é claro que eu nunca te forçaria intencionalmente”, assegurei‐lhe com sinceridade.<br />

“Eu sei isso agora”.<br />

Ele soou triste e mais que um pouco cansado. De repente, me dei conta de quão horrível deve ser isso<br />

para ele.<br />

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Suspirei pesadamente. “Sinto muito, Dan”.<br />

“Por que?”<br />

“Por te envolver em minha vida confusa”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Ele me deu um pequeno apertão. “Não se preocupe por isso. Eu não estou arrependido. Você precisa<br />

de mim agora”.<br />

“Obrigada”. Isto estava ficando muito emocional e eu soei como uma covarde chorona. Queria que<br />

ele se sentisse seguro, que não se preocupasse que eu pudesse está sentindo atração por ele ou<br />

qualquer outra coisa.<br />

Relutante, me afastei e injetei um pouco de travessura em minha voz. “Os amigos são bons. Mais<br />

talvez Micah possa me apresentar um agradável garoto parte demônio, um que possa tolerar Lola.<br />

Shade é lindo, de certa forma, quando não está todo escuro e girando. Acha que ele poderia está<br />

interessado?”<br />

Olhei para Dan que parecia um pouco surpreso com a idéia.<br />

Ri. “Não importa”. Despertei Fang e fui para casa para poder dormir um pouco antes que eu tivesse<br />

que ser a grande caçadora de vampiros malvada de novo.<br />

Na cama, a preocupação se estabeleceu sobre mim como um cobertor. Rick era realmente um<br />

vampiro? Teriam convertido Jen também? Se não, o que queriam com ela? Algum dos dois ainda<br />

estaria com vida? E como eu iria encontrá‐los?<br />

Sabia uma coisa com certeza. Levantaria‐me antes dos vampiros e estaria lá para Jen... da forma com<br />

que ninguém nunca esteve ali para mim.<br />

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Capítulo XVI<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Acordei no começo da noite com uma batida na porta. Era Dan. Ele ainda não tinha tido tempo de se<br />

barbear, e a sombra escura em seu rosto fazia ele parecer perigoso e bastante atraente.<br />

Ele empurrou uma amassada folha de papel para mim. “Alguém atirou uma pedra na minha janela.<br />

Isto estava apregado nela”.<br />

DIGA A CAÇADORA QUE PARE SUA INVESTIGAÇÃO AGORA, OU PERDERÁ MAIS MEMBROS<br />

DE SUA FAMÍLIA.<br />

O remetente desta nota provavelmente teve a intenção de causar medo, mais tudo o que eu senti foi<br />

fúria.<br />

A expressão de Dan ficou sombria. “Você não vai desistir”.<br />

Abri bruscamente a porta fechada por trás dele. “De jeito nenhum”.<br />

“Bom para você”.<br />

“Alguma idéia de onde veio?”<br />

Ele negou com a cabeça. “Alguém pode ter imprimido no computador”.<br />

“Sim. Eu...” me calei enquanto notava o cachorro do inferno farejando a nota. “O que é, Fang?”<br />

Sinto cheiro de humano.<br />

Transmiti a informação para Dan e perguntei a Fang, “Reconhece o cheiro?”<br />

Não.<br />

“Você poderia seguir o aroma?”<br />

Não sou um cachorro do inferno por nada, bebê.<br />

“Pode”, eu disse para Dan.<br />

Dan franziu o cenho. “Se o cara que deixou isto usou um carro, pode ser que não esteja muito longe.<br />

E ainda é dia, então quem deve ter deixado era um servente humano, não o verdadeiro controlador<br />

da sua irmã”.<br />

Tudo estava certo, mais... “Vale a pena tentar”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Vesti‐me em tempo recorde e nós fomos depressa para a casa geminada de Dan. Virei para Fang. “Vá<br />

com ele”.<br />

O terrier colocou seu nariz no chão debaixo da janela e farejou, então avançou ansiosamente pelo<br />

gramado em direção a calçada na rua onde parou e correu em círculos por uns momentos,<br />

choramingando.<br />

Você já parou?<br />

Dan suspirou. “Estava com medo que isso acontecesse...”<br />

Eu conseguirei, conseguirei. Só espera.<br />

“O nariz de um cachorro do inferno é muito mais sensível que a de um cachorro normal”, expliquei.<br />

“Se o cheiro não for muito antigo, talvez ele ainda possa seguí‐lo”.<br />

Sim, consegui um traço disso. Deixe‐me tentar.<br />

“Vamos usar a Valkyrie. Será mais simples”.<br />

Nós tivemos que remover o banco de Fang da parte traseira para acomodar Dan, mais ele segurou<br />

Fang. Os dois me davam direções enquanto eu lentamente seguia o rastro do cheiro na moto,<br />

ignorando os comentários rudes dos outros motoristas que desaprovavam nossa lenta velocidade.<br />

Não demorou muito para descobrir para onde íamos. “Aposto que vamos terminar na mansão de<br />

Alejandro”. Dan gritou por cima do vento.<br />

Naturalmente, nós terminamos lá. Quando chegamos, Fang desceu de um salto e farejou<br />

furiosamente ao redor do portão.<br />

“Chegou aqui fora?”, perguntei.<br />

Sim, mais não passou do portão. O aroma para aqui fora.<br />

Transmiti a informação para Dan, perguntando, “O que isso quer dizer?”<br />

“Talvez ele parou aqui, e saiu do carro, mais não entrou”.<br />

“Por que?”<br />

Dan deu de ombros. “Pode ser que ele tenha recolhido a nota aqui e nós seguimos até seu ponto de<br />

origem”.<br />

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“Ou ele entrou em outro carro”.<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“É possível. O problema é, não sabemos se estamos seguindo seu rastro do lugar de onde ele veio, ou<br />

o lugar que ele foi depois de deixar a nota”.<br />

Olhei para Fang. “Pode senti‐lo?”<br />

Não. Desculpe.<br />

“Deveríamos continuar seguindo o cheiro?”, perguntou Dan. “De uma ou outra forma, poderíamos<br />

encontrá‐lo”.<br />

“Não”. Olhei furiosamente para a mansão, que parecia inocente e inofensiva à luz do dia. “Tudo<br />

sempre parece conduzir de volta para Alejandro. Vamos ver se podemos conseguir algumas<br />

respostas”.<br />

Inseri o código pressionando fortemente as teclas e os portões se abriram. Ou ninguém tinha se<br />

incomodado em mudar, ou Alejandro pensava que não tinha nada a esconder.<br />

Dois corpulentos guardas sem‐pescoço, completamente vestidos de negro nos encontraram no final<br />

do percurso, com braços cruzados e expressões carrancudas. E se eu não estava errada, apertavam<br />

um monte de armas de fogo por debaixo dessas jaquetas soltas.<br />

“Olá”, eu disse alegremente, ficando na moto. “Os guardas são novos. Alejandro está tendo algum<br />

problema que não nos contou?”<br />

O guarda da direita disse, “Esta é uma propriedade privada. Vocês estão entrando sem autorização”.<br />

“Como podemos estar entrando sem autorização se temos o código para entrar?”, perguntei, ainda<br />

conservando meu tom leve.<br />

Isso pareceu deixá‐lo confuso, mais o guarda número dois disse, “Alejandro não disse que ele estaria<br />

esperando visitas hoje”.<br />

“Certo, não nos esperavam, mais os velhos amigos não podem passar para fazer uma visita e ver um<br />

ao outro? Ele disse que sempre seriamos bem‐vindos”.<br />

“Não durante o dia”, disse o número dois. “Ninguém é bem‐vindo até depois do anoitecer. Se vocês<br />

querem vê‐lo, voltem depois”.<br />

“Mais...”, parei o que eu ia dizer quando número um alcançou algo dentro da sua jaqueta.<br />

Dan apertou seu abraço ao redor da minha cintura. “Nós voltaremos quando o sol se pôr”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Até logo” Segui o fluxo, meneei meu dedo para eles e dei um giro de cento e oitenta graus na moto<br />

para deixar a propriedade.<br />

Quase a meia quadra de distância, parei e olhei para trás. Jen estava lá dentro? Rick estava?<br />

“Nem sequer pense”, Dan advertiu. “Há provavelmente mais dois atrás da casa, e não tem jeito de<br />

que nós entremos por essas persianas. Faça o que ele disse <strong>–</strong> volte à noite”.<br />

“Está bem”. O tempo realmente perigoso era depois que o sol se punha, mas meu traseiro se queixou<br />

de ter que esperar.<br />

“Porque você acha que ele tem tantos guardas de segurança?”<br />

“Os ataques nos bancos de sangue tem aumentado e ele teme por sua vida ou está fazendo algo que<br />

não deveria fazer”.<br />

“Você acha que o aumento com as precauções tem alguma coisa a ver com Jen e Rick?”<br />

“Não tem como saber. Eu preferiria me preocupar por algo que eu posso controlar. Talvez possamos<br />

seguir o resto desse aroma?”<br />

Fang tentou, mais perdeu a pista quando cruzou a Estrada Interestadual 410. Havia muito trânsito na<br />

via principal e muita fumaça de escapamento para seguir o aroma de um só individuo.<br />

Apenas no caso de que eu tivesse irritado as pessoas que enviou essa nota ameaçadora, liguei para<br />

mamãe. Adverti para que ela não saísse de casa e que não, sob qualquer circunstância, deixasse<br />

ninguém entrar.<br />

Quando estive segura que mamãe compreendia quão importante era isto, Dan e eu conseguimos<br />

informações de Ramirez e Micah, então nos abastecemos de armas. Realmente não estava pensando<br />

em abrir caminho à força na mansão, mais queria estar pronta caso precisasse fazer isso.<br />

Quando o sol se colocou por detrás do horizonte, Dan, Fang e eu estávamos esperando em Alejandro.<br />

Uma vez que as persianas se abriram, calculamos que era seguro fazer nosso movimento.<br />

Os dois guardas nos olharam furiosamente mais não nos impediram de tocar a campainha.<br />

Depois de alguns minutos, o assistente de Alejandro, Austin, respondeu e inclinou seu chapéu de<br />

caubói. “Olá, senhora... senhor. Que prazer voltar a vê‐los”.<br />

Ele foi tão agradável, que repentinamente me perguntei se eu havia exagerado. “Podemos ver<br />

Alejandro?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sim, senhora”. Ele abriu a porta de par em par e nos deixou entrar.<br />

Não pude resistir em dar uma olhada triunfante para os sem‐pescoços que protegiam a porta pelo<br />

lado de fora. Mais o olhar foi desperdiçado <strong>–</strong> sua atenção estava desviada para o lado de fora, até os<br />

terrenos.<br />

Austin nos conduziu até o muito masculino escritório onde tínhamos estado antes. Quando<br />

Alejandro nos viu, suspendeu na hora sua conversa com dois subalternos e lhes afugentou por meio<br />

de sinais. Sorridente, ele fez um gesto para as cadeiras.<br />

“Ao que devo está honra?”, ele perguntou, encantador como sempre.<br />

Dan me atrasou com um olhar.<br />

“Minha irmã ainda está desaparecida”, eu disse sem preâmbulos. O sorriso de Alejandro se<br />

desvaneceu um pouco enquanto ele sacudia sua cabeça tristemente. “Temo que você estava certa<br />

sobre ela está sendo controlada”.<br />

Dan se sentou em frente como um cachorro apontando para a sua presa. “Como você sabe?”<br />

“Um humano só pode ser controlado por um vampiro de cada vez. Então, para provar, fiz que um de<br />

meus assistentes tentasse controlá‐la”.<br />

“Qual?”, exigi saber.<br />

“Esse seria eu, senhora”, disse Austin.<br />

“E?”, perguntei.<br />

“Não consegui obrigá‐la a fazer uma maldita coisa”.<br />

“Isso confirma que ela está sendo controlada por alguém mais?”<br />

Alejandro e Austin assentiram.<br />

“Então, quem?”<br />

Alejandro estendeu suas mãos. “Desculpe, não temos como saber isso, mais estou fazendo tudo que<br />

posso para descobrir”.<br />

Dan franziu a testa. “E o pai dela? Você está ciente que ele foi até um de seus bancos de sangue e foi<br />

expulso para a rua?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Alejandro assentiu com a cabeça gravemente. “Sim. O que você queria que fizéssemos? Ele estava<br />

fazendo uma cena”.<br />

“Você também esta ciente que alguns vampiros o agarraram e disseram que iam obrigá‐lo a se unir a<br />

seu pequeno clube não‐morto?”<br />

O líder vampiro parecia verdadeiramente surpreso. “Você não acha que meu pessoal fez isso, certo?”<br />

Em resposta, lhe dei a nota.<br />

Dan acrescentou, “Isso foi lançado na minha janela esta tarde. Seguimos o cheiro de seu menino de<br />

recados até aqui”.<br />

Alejandro cravou o olhar em nós, incrédulo. “Vocês certamente não pensam que eu deixei<br />

semelhante nota?”<br />

Talvez. Por um lado, ele voluntariamente tinha concordado em nos ver, o qual sustentava que ele era<br />

inocente de qualquer crime <strong>–</strong> pelo menos nesse, de qualquer forma. Por outra parte, todas as pistas<br />

pareciam levar até aqui.<br />

Infrutiferamente, eu desejei que eu tivesse pensado suficientemente no futuro para ter algo de Rick<br />

que Fang pudesse farejar. Se eu tivesse, poderíamos ser capazes de dizer se Rick estava aqui ou não.<br />

Jen não estava. Fang tinha usado minuciosamente seu nariz por toda a entrada. Se ele houvesse<br />

sentido o cheiro da minha irmã, teria me informado.<br />

“Não sei o que pensar”, disse honestamente enquanto me levantava para ir embora. “Mas posso te<br />

dizer isso. Se qualquer um de minha família for machucado de qualquer forma, eu pessoalmente<br />

pegarei todos os monstros responsáveis e deixarei que o sol se encarregue. Ficou claro?”<br />

“Só nos deixe saber se você precisar de qualquer ajuda”, Austin ofereceu.<br />

Dei um passo para trás surpresa. Essa não era a resposta que eu tinha esperado de jeito nenhum.<br />

Fang me contemplou. Sim, e não confio nisso.<br />

Alejandro se levantou e pegou minhas mãos entre as suas. Era estranho como não tinha nenhum<br />

calor nelas. “Austin tem toda razão. Lutamos pela adaptação com os humanos, brigamos para<br />

assegurar nosso lugar <strong>–</strong> pacificamente <strong>–</strong> ao seu lado. As bestas que tem cometido esses atos<br />

hediondos não são bem‐vindos dentro de nossa organização, nem nesta cidade. Descobriremos quem<br />

é e os destruiremos”.<br />

“B‐bom”, eu disse. Isso era exatamente o que eu queria, mais outra vez, eu tinha ficado espantada<br />

com o imprevisível.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

As mãos de Alejandro apertaram as minhas. “Se ouvirmos qualquer informação ou obtermos<br />

qualquer pista, avisaremos você”.<br />

“Bom, bom”, era tudo o que eu podia dizer. Tirei com força minha mão e segui Austin para fora.<br />

Enquanto nós três subíamos na moto. Dan perguntou, “Você acredita nele?”<br />

Suspirei. “Sim, acho que sim”.<br />

“Acho que estamos cometendo um grande erro”.<br />

“Talvez. Mais o que podemos fazer? Tudo o que nós temos descoberto sinaliza que Jen e Rick não<br />

estão aqui”.<br />

“Podemos fazer um pouco mais do bom e velho trabalho de detetive”.<br />

“Certo”. Nenhuma de nossas outras pistas teve êxito, assim que isso era nossa única opção. Mas tive<br />

o pressentimento de que seria melhor que nós os encontrássemos logo... ou seria muito tarde.<br />

Decidimos voltar para o banco de sangue. Era uma tentativa desesperada, mais talvez Lorenzo<br />

poderia nos dar mais informações sobre os vampiros que levaram Rick.<br />

Quando estávamos a quase três quadras do caminho, Dan golpeou ligeiramente meu ombro e fez<br />

sinais para que eu parasse. Virei‐me para um lado da estrada e olhei‐o interrogativamente.<br />

“Telefone”, disse ele brevemente. Respondeu e escutou por um momento, então ele me deu. “Micah<br />

deu a Shade meu número. Ele quer falar contigo”.<br />

Eu tinha brincado sobre Shade ser um namorado em potencial, mais surpreendentemente, a leve<br />

faísca de desaprovação nos olhos de Dan indicou que ele pensava que havia sido sério. Interessante.<br />

Divertida, respondi ao telefone.<br />

“Aproximadamente dez minutos depois de vocês saírem, quatro pessoas chegaram na mansão <strong>–</strong> dois<br />

homens e duas mulheres. Uma era sua irmã”.<br />

A batida do meu coração se apressou enquanto minha diversão desaparecia. Finalmente <strong>–</strong> uma pista.<br />

“Você está certo?” E porque nós não tínhamos visto Shade?<br />

“Sim <strong>–</strong> ela corresponde a foto que Micah me deu”.<br />

“Você reconheceu algum dos outros?”. Talvez Rick estivesse com eles.<br />

“Não, todos eles estavam em um carro, e ela era a única de quem eu conseguia ter uma boa visão”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Disseram alguma coisa?” Como quanto tempo eles iam ficar ali?<br />

“A única coisa que eu ouvi não tinha sentido”. Shade soou indeciso. “Só escutei uma parte enquanto<br />

eles passavam pelo portão”.<br />

“O que você ouviu?”<br />

“Algo sobre realizar uma... benção à meia‐noite?”<br />

Oh, droga. “O que disseram?”, eu exigi saber. “Disseram quem ia ser benzido?”<br />

“Não, só algo sobre eles terem se atrasado muito”.<br />

Atrasado por quem? Por Jen? Por Rick? O medo golpeou em meu peito, fazendo minha voz sair mais<br />

abrupta do que eu pretendia. “Isso é tudo?”<br />

“Sinto muito!”, disse Shade. “Isso é tudo o que eu ouvi”.<br />

Não era sua culpa que ele não soubesse mais. “Obrigada”, eu disse fervorosamente. “Se você ouvir<br />

ou ver algo mais, nos ligará?”<br />

“É claro”.<br />

Desliguei e devolvi o telefone para Dan, virando de lado na moto para informar a ele o que Shade<br />

havia dito. Quanto mais eu pensava sobre isso, mais enojada eu ficava. “Maldição, ele brincou com a<br />

gente”.<br />

“Alejandro?”<br />

“Sim. Ele agiu tão inocentemente, quando em todo tempo devia saber o que estava acontecendo”.<br />

Os lábios de Dan se tencionaram, provavelmente proibindo‐os de dizer, “Eu te disse”. Em vez disso,<br />

ele disse, “Não sabemos com segurança se ele está envolvido nessa coisa de benção... e pode ser que<br />

não seja sua irmã de quem eles estavam falando”.<br />

Fulminei‐o com o olhar. “Você arriscaria sua família?”<br />

“Não...”<br />

“Bem, uma coisa é certa <strong>–</strong> ela está aqui. Pelo menos, posso tirá‐la do perigo”.<br />

“Se seu controlador te deixar”, disse Dan.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Está bem, entendi isso. “Não importa. Farei com que ela venha comigo quer ela queria ou não”.<br />

Virei de novo, mais Dan segurou minha mão sobre o acelerador. “É muito perigoso”.<br />

“Não importa. Minha irmã...”<br />

“É muito perigoso para ela se entrarmos disparando sem parar. Especialmente, com só nós dois<br />

contra uma casa cheia de vampiros. O apoio aumentará as nossas chances de tirá‐la da casa ilesa”.<br />

Girei para olhá‐lo outra vez. “E onde vamos conseguir isso?”<br />

“Ramirez”.<br />

Pensei por um momento, então assenti com a cabeça. “Está bem, vamos ligar para ele”.<br />

“Provavelmente seja melhor fazer isso pessoalmente <strong>–</strong> é um tremendo favor para se pedir”.<br />

“Levará muito tempo...”<br />

“Você ouviu Shade <strong>–</strong> nada vai acontecer antes da meia‐noite. Temos horas ainda”.<br />

Ele estava certo novamente, no entanto, a energia crepitava através de meu sangue e esta não gostava<br />

do atraso. “Façamos rápido, então”.<br />

Liguei o motor da Valkyrie e me dirigi há toda velocidade para o West Substation. Fang preferiu<br />

esperar do lado de fora enquanto Dan e eu entramos. Ramirez estava lá dentro, mais ele tinha alguém<br />

em seu escritório.<br />

Eu disse, “Precisamos conversar com você. É urgente”.<br />

Ramirez olhou de um lado para o outro, entre nós, então ele deu permissão para que o cara que<br />

estava falando com ele saísse. “O que está acontecendo?”<br />

“Precisamos invadir a mansão de Alejandro”, eu disse urgentemente.<br />

“Por que?”<br />

“Eles estão com a minha irmã lá dentro”.<br />

Ramirez parecia compassivo, mais disse, “Não posso realizar uma invasão só por que a irmã mais<br />

velha não gosta com quem ela anda”.<br />

“Mas ela está sendo controlada por um vampiro”, protestei. “Eles vão machucá‐la”. Isto não era um<br />

pedido frívolo <strong>–</strong> Ramirez sabia disso.<br />

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“Tem alguma prova disso?”<br />

“Não, mais...”<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Dan interveio. “Alejandro admitiu que ela está sendo controlada”.<br />

“Por ele?”<br />

“Não, mais...”<br />

“Isso não é nenhuma prova”. Ramirez disse com ar de desculpa.<br />

“Vai acontecer algo esta noite”, Dan disse. “Podem estar planejando converter Jen em um vampiro”.<br />

Oh, Deus, soou ainda mais real, ainda mais plausível quando ele disse em voz alta. “Temos que<br />

salvá‐la”, insisti. “Ela não tem livre arbítrio. Ela não pode escolher isto por si mesma”.<br />

Ramirez se inclinou para frente, parecendo atento. “Você tem alguma prova disto?”<br />

Aborrecida com seu estúpido bordão, respondi bruscamente. “Umas das pessoas de Micah viu ela<br />

entrar na casa, e escutou eles dizerem que uma benção tinha sido atrasada por muito tempo”.<br />

Rapidamente, expliquei o que Lorenzo havia nos contado sobre o termo benção e o que eu temia.<br />

Ramirez pareceu decepcionado. “É isso? Isso é tudo o que vocês tem?”<br />

“Sei que não soa como muito...”, Dan começou.<br />

“Espera”, disse o tenente. “Deixa‐me entender direito isto. Até agora, vocês não encontraram nada<br />

que indique que Alejandro ou seu movimento tenha feito algo mal, certo?”<br />

Franzi a testa. “Sim, mas...”<br />

Ramirez me deteve com um gesto brusco. “Você disse que esse Lorenzo não reconheceu os vampiros<br />

que levou seu padrasto, que ele pensou que eles não estavam afiliados, o que provavelmente significa<br />

que não pertencem ao Movimento”. Passando por cima de meu protesto, ele continuou. “E sua irmã<br />

tem estado trabalhando para eles por pelos menos um mês, sã e salva. Você não acha que essa sua<br />

preocupação pode vir do fato de que você esteja assustada pela sua irmã, que não tem outras pistas,<br />

que você quer que isso seja verdade tão fortemente que se convenceu a si mesma de que é, apesar de<br />

todas as evidências dizerem o contrário?”<br />

Cravei os olhos nele por um momento, surpresa de que uma fumaça de fúria não saísse pelos meus<br />

ouvidos. Obrigando‐me a soar calma e razoável, eu disse, “Olha, sei que parece carente de solidez,<br />

mais se você nos ajuda, conseguiremos as provas”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Sinto muito, não posso fazer isso. Não posso designar recursos da cidade sobre uma possibilidade<br />

tão tênue. E sem nenhum tipo de prova para apoiar o seu pedido, não serei capaz de obter uma<br />

autorização e não posso justificar a invasão de uma residência particular sem ela”.<br />

Não podia acreditar que eu estava escutando isso. “Particular? Ele é um vampiro. Os não‐mortos<br />

podem ser donos de propriedades? Eles tem os mesmos direitos dos vivos?”<br />

“A lei não reconhece a existência dos vampiros, no que concerne a isso, se ele anda e fala, está vivo. E<br />

tem direito de conseguir a mesma proteção do que todos os outros”.<br />

Virei‐me silenciosamente para Dan.<br />

Ele me lançou um olhar de desculpas. “Tem razão. Suas mãos estão atadas”.<br />

“Bem, as nossas não estão”, declarei.<br />

Ramirez se levantou de sua mesa e me apontou com um dedo. “Vocês dois não iram para lá sozinhos,<br />

me escutaram? É suicídio fazer isso”.<br />

E um assassinato se nós não fazíamos. “Então você admite que é perigoso?”<br />

“Entrar na guarida de um vampiro, sem ser convidado, tentando seqüestrar ou causar dano físico? É<br />

perigoso <strong>–</strong> e não tem nada a ver se eles são culpados ou inocentes”.<br />

“Mas...”<br />

“Basta. Prometam‐me que vocês dois não faram nada tão estúpido ou lançarei seus traseiros na<br />

prisão agora mesmo”.<br />

“Ele pode fazer isso?”, perguntei para Dan, incrédula.<br />

Dan deu de ombros. “Provavelmente”.<br />

Fulminei‐o com o olhar. “Se prometermos, que diabos espera que nós façamos?”<br />

“Espero que cumpram com seu dever. Vão lá fora e consigam provas. Com isso, poderei ajudá‐los”.<br />

“Está bem”, disse Dan. “Faremos isso”.<br />

Ramirez me atravessou com o olhar, silenciosamente exigindo minha concordância também.<br />

Isso ia contra tudo o que eu achava certo, mais eu respeitava muito o tenente para mentir para ele.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

No entanto, não podia fazer nada para ajudar Jen e Rick se eu estivesse presa. “Está bem, está bem.<br />

Mais quando nós tivermos as provas, será melhor que você não me faça perder tempo”.<br />

“Não farei”, Ramirez confirmou.<br />

Saí da delegacia de polícia pisando forte, com Dan atrás de mim. Enquanto eu colocava uma perna<br />

sobre minha moto, perguntei, “Como podemos conseguir provas?”<br />

“<strong>Me</strong> deixa pensar um minuto”.<br />

Bem, sabia qual era meu primeiro pensamento <strong>–</strong> entrar de qualquer forma e ao inferno com as<br />

conseqüências. Esse foi também meu segundo e terceiro pensamento. Não queria romper minha<br />

promessa, mais as vidas de Rick e Jen estavam correndo perigo. Eu tinha que ver se Jen estava bem,<br />

tinha que encontrar Rick, eu tinha que ver suas presas por mim mesma.<br />

Mamãe certamente não estaria satisfeita com nada menos. Se não tivesse o conhecimento de primeira<br />

mão do que exatamente tinha acontecido com Rick, mamãe poderia fazer algo estúpido... como ir<br />

procurá‐lo ela mesma.<br />

Não, isso não podia acontecer. Não queria perder outro membro de minha família para os vampiros <strong>–</strong><br />

nem sequer uma mãe que não me amava. Eles poderiam não me considerar parte da família, mas<br />

maldição, eles sim eram parte da minha.<br />

Tinha que descobrir a verdade sozinha, não importa o que o tenente dissesse. Se eu pudesse resgatá‐<br />

los sem romper minha promessa. Voltei outra vez para a conversa, procurando uma desculpa... e<br />

encontrei.<br />

Tínhamos prometido que nós dois não iríamos procurar Jen. Bem <strong>–</strong> iria somente um dos dois. De<br />

qualquer forma, isto era muito perigoso para os completamente humanos <strong>–</strong> as lesões de Dan durante<br />

nossos encontros anteriores provavam isso. <strong>Me</strong>lhor deixar os demônios lutar contra os monstros.<br />

Fang empurrou minha mão. É isso.<br />

Mas melhor não compartilhar meus pensamentos com Dan. Ele só tentaria me fazer mudar de<br />

opinião, ou insistiria em me acompanhar. Não queria ter que me preocupar com ele também.<br />

Dan se sentou atrás de mim na moto e conseguiu acomodar Fang. “Descobriremos mais sobre a<br />

cerimônia de benção. Se pudermos provar o que eles fazem, demonstrar que os humanos que entram<br />

na mansão de Alejandro saem como vampiros, talvez isso seja prova suficiente”.<br />

“Você realmente acha que isso é suficiente?”, perguntei.<br />

“Você tem uma idéia melhor?”<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

“Não”. Além disso, eu queria ele fora do caminho de uma forma segura e isto parecia como a melhor<br />

forma de conseguir.<br />

“Bom, então vamos revisar a base de dados de Micah, veremos o que podemos encontrar”.<br />

Já que era domingo e o clube estava fechado, Dan ligou pelo telefone primeiro e Micah concordou em<br />

nos encontrar lá.<br />

Enquanto íamos para o Purgatório, voltei a pensar na minha estratégia. Quando chegamos e<br />

estacionamos na parte traseira, eu disse, “Eu estive pensando. Você não precisa de mim aqui, então<br />

eu farei uma pequena investigação por minha conta”.<br />

“Como o quê?”<br />

“Checarei em minha Enciclopédia Mágica, e verei se existe qualquer menção a cerimônia”. Embora eu<br />

soubesse que não havia nada <strong>–</strong> eu teria lembrado. “Depois vou visitar uma amiga psíquica minha”.<br />

Dan arqueou a sobrancelha. “Como isso vai ajudar?”<br />

“Ela pode ser capaz de me dizer o que fazer, que caminho tomar”.<br />

Ele entrecerrou seus olhos, parecendo desconfiado. “Você nunca mencionou ela antes”.<br />

Porque ela não existe. “Sim, bem, você não tem sido exatamente aberto para falar sobre os usuários<br />

mágicos, não é verdade?”<br />

Ele deu de ombros, concedendo minha argumentação.<br />

“Está bem, eu ligo para você e te colocarei em contato caso eu descubra algo ou não. Em seguida,<br />

volto para te pegar”. Se eu sobreviver.<br />

“Está bem”.<br />

Dan entrou no clube e eu me sentei por um momento, contemplando Fang. O que eu deveria fazer<br />

com ele?<br />

O que você deveria fazer comigo? Você me levará contigo.<br />

Olhei ao redor e vi um estacionamento privado que assinalava “Blackburn”. O carro sofisticado nele<br />

deveria ser o de Micah... e estava aberto. Perfeito. Sem deixar minhas verdadeiras intenções aparecer<br />

em minha mente consciente, eu disse, “Pegaremos o carro de Micah”.<br />

Mais quando Fang saltou para dentro, eu fechei a porta.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fang cravou seus olhos em mim com uma mistura de incredulidade e fúria em seu rosto peludo. Você<br />

não acabou de fazer isso.<br />

“Eu acho que fiz”. Ele era um cachorro muito pequeno, e não importava quanto de cachorro do<br />

inferno tivesse nele, ele não era páreo para uma veia inteira de vampiros, embora ele tivesse coração<br />

suficiente para provar. Eu não poderia suportar perdê‐lo, também.<br />

<strong>Me</strong> perder? Quem disse que você vai me perder? Ele deu pancadas na janela. <strong>Me</strong> deixe sair.<br />

“Sinto muito, Fang. Tenho que ir para a mansão e você vai ficar mais seguro assim”. E se eu não<br />

conseguisse voltar, Micah cuidaria dele.<br />

Não. De maneira nenhuma, você me deixará aqui. <strong>Me</strong> deixe sair daqui! Fang parecia enlouquecido, saltando<br />

ao redor do carro e latindo furiosamente. Ignorando sua raiva, fui para casa me abastecer com armas.<br />

Precisava está pronta para qualquer coisa... incluindo a possibilidade de que eu pudesse errar, e que<br />

eu pudesse morrer.<br />

Endireitei meus ombros. Bem, se isso acontecesse, eu me asseguraria de levar toda a maldita veia de<br />

vampiros comigo.<br />

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Capítulo XVII<br />

<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Fiz uma pausa fora da propriedade de Alejandro, considerando minhas opções. Desta vez, eu não<br />

queria anunciar minha presença. Infelizmente, havia uma clara linha de visão da porta principal até<br />

os portões. Os guardas me veriam se eu usasse o código para entrar.<br />

Explorei ao redor. Bem <strong>–</strong> havia algumas árvores do lado. Péssima segurança, mas se você já estava<br />

morto em uma cidade que tinha como maioria humanos suponho que você não se preocuparia muito<br />

com a segurança.<br />

Enganchei minha balestra em meu cinto e coloquei uma bainha de espada que cruzava minhas costas,<br />

assim eu conseguiria alcançar facilmente a empunhadura da espada por detrás da minha cabeça.<br />

Uma vez que me assegurei de que estavam bem colocados, eu subi em um tronco e, em seguida, subi<br />

em um galho. Um dos galhos convenientemente cruzava por cima das perigosas [i]flores de lis[/i] no<br />

alto da grade de ferro forjado, e avancei engatinhando até que estive nos terrenos da propriedade.<br />

Fiz uma pausa, avaliando a ameaça. Os guardas não tinham a vantagem dos excelentes sentidos que<br />

tinham um vampiro, e eu não vi nenhum rastro de segurança eletrônica ou de cachorros <strong>–</strong> os animais<br />

não trabalhariam para vampiros. Provavelmente eu estava segura. Pulei no chão, aliviada quando<br />

nenhum alarme começou a soar.<br />

Os guardas permaneceram na entrada e saída, sem patrulhar os terrenos, assim foi fácil abrir<br />

caminho silenciosamente até a janela onde eu já tinha visto duas vezes Alejandro. Parecia ser este o<br />

lugar mais concorrido.<br />

Sem dúvida alguma, quando olhei com atenção pela janela, vi Jen lá dentro, com Alejandro e três de<br />

seus assistentes. Quatro vampiros.<br />

Não, muda para seis. Mais dois vampiros repentinamente apareceram, arrastando Rick entre eles.<br />

Finalmente, um descanso <strong>–</strong> Rick e Jen estavam juntos. Agora, se a sorte ficasse comigo e me ajudasse<br />

a me encarregar dos seis vampiros de uma vez. Não estava certa se havia suficiente esperança de eu<br />

fazer isso com todo mundo saindo vivo, mais eu tinha que tentar.<br />

Cravei fixamente os olhos em Rick em busca de qualquer sinal de que ele tivesse se convertido, mais<br />

sua boca estava pregada com fita isolante e seus braços estavam firmemente sujeitos pelos dois<br />

vampiros desconhecidos. Ele parecia pálido, mais isso podia ser pelo medo da situação, ou por um<br />

montão de coisas. Eu ainda não sabia se ele tinha se convertido em vampiro ou não, mais de uma ou<br />

outra forma, ele precisava ser resgatado.<br />

Infelizmente, eu não conseguia ouvir nada do que eles diziam. E se eu tentasse subir pela janela<br />

fechada, perderia o elemento surpresa. Fui pelo lado da casa até que encontrei uma janela que dava<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

para um quarto vazio. Abri silenciosamente, e entrei lá dentro, em seguida, abri caminho através do<br />

quarto escuro.<br />

Cautelosamente, olhei com atenção o corredor. Não havia ninguém lá. Deslizei para o hall, mantendo<br />

as armas prontas, mais escondidas por trás das minhas costas. Sem armamento visível, eu poderia ser<br />

capaz de mentir para seguir o meu caminho se eu topasse com alguém. Felizmente, não cruzei com<br />

ninguém, e cheguei sem incidentes até o quarto onde retinham Jen e Rick.<br />

As portas eram muito grossas para que eu pudesse ouvir qualquer coisa que estivessem dizendo<br />

dentro do quarto. Droga ‐ eu tinha que entrar. Desembainhei a espada, e a segurei firme, respirando<br />

profundamente. Lola, sentindo que haveria ação em breve, borbulhou meu sangue de volta a vida.<br />

Deixei ela aparecer mais do que eu jamais tinha feito. Nisto, estávamos unidas com um propósito.<br />

Tão pronta como eu jamais estaria, entrei precipitadamente pela porta, gritando, “Ninguém se<br />

mova!”<br />

Todos congelaram por um instante e eu aproveitei isso para fechar a porta e me mover para um lado<br />

de tal forma que minhas costas ficaram contra a parede e eu estava de frente para todos eles.<br />

Alejandro e seus três assistentes ficaram agrupados no lado oposto da sala, com ele sentado e os três<br />

atrás dele. Rick e seus sequestradores estavam a minha esquerda, do outro lado da porta, e Jen estava<br />

no meio. Todo mundo estava dentro do alcance da minha espada.<br />

Aproveitando‐me de sua surpresa inicial, eu disse, “Jen, vem aqui”.<br />

Infelizmente, ela me ignorou, ainda sendo controlada.<br />

Minhas palavras pareceu romper o feitiço nos demais e todos eles relaxaram um pouco,<br />

provavelmente porque eu estava sozinha.<br />

“Você está louca?”, Luis perguntou, bem aristocrático e esnobe. “O que significa isso?”<br />

“Pergunte a Alejandro”, respondi bruscamente.<br />

Alejandro suspirou. “Sei que isto parece ruim, mais o teu padrasto está preso porque ele se converteu<br />

em uma ameaça”.<br />

“Ele atirou água benta em dois dos meus homens”, Lily disse, com indignação.<br />

Suprimi um sorriso. Muito bem, Rick! “E Jen?”, perguntei a Alejandro.<br />

“Pedi a sua irmã que viesse aqui, assim poderíamos descobrir quem está controlando ela”.<br />

“Conseguiu?”<br />

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“Ainda não”.<br />

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Assenti. Exatamente como eu tinha pensado. “Então, eu só terei que matar os vampiros um por um<br />

até que ela seja liberada”.<br />

Alejandro pareceu ferido. “Pensei que tínhamos um acordo. Você não confia mais em mim?”<br />

“Não”. Não quando minha família está implicada nisso. Apontei a espada para Alejandro para me<br />

assegurar que ele entendia.<br />

“Não se atreva a machucar Alejandro”, disse Jen.<br />

“Então é ele quem está te controlando”, meditei em voz alta, esperando a confirmação.<br />

Luis simplesmente bufou sarcasticamente.<br />

“Bem, agora”, Austin falou arrastando as palavras. “Isso seria conveniente, não é verdade? Mas ela<br />

está mentindo. Ou melhor dizendo, seu controlador está fazendo isso, através dela”.<br />

Lily assentiu. “Não pode ser Alejandro. Ele é quem está tentando mudar as coisas. Ele proibiu isto”.<br />

Hesitei, perguntando‐me quem poderia ser. Eles falavam racionalmente, mais alguém tinha que está<br />

mentindo. O controlador poderia ser uma das principais pessoas encarregadas <strong>–</strong> Alejandro, Luis,<br />

Austin ou Lily ‐ ou inclusive Rosa, que estava desaparecida.<br />

No entanto, eu não poderia descartar seus seguidores como possíveis controladores também.<br />

Mas eu tinha que escolher um, assim eu escolhi Luis. Eu nunca tinha gostado de sua atitude<br />

bajuladora de qualquer forma. “Você primeiro”, disse, apontando a ponta da espada para ele.<br />

Eu tinha esperado uma reação, mais não a que consegui.<br />

Jen tirou uma pistola de sua cintura e apontou para mim com ambas as mãos. “Não posso te deixar<br />

matar ninguém”, disse ela em um tom duro tão diferente ao da minha irmã.<br />

“Quem foi o idiota que deu uma arma para a minha irmã?”<br />

Ninguém confessou e a arma de Jen não hesitou.<br />

Tive que relembrar que Jen não controlava suas ações, alguém mais fazia isso. “O que você vai fazer?<br />

Disparar em mim, na sua própria irmã?” Esperei que houvesse uma faísca de Jen escondendo‐se em<br />

seu interior, uma que estaria horrorizada e que seria capaz de se liberar.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Mas não funcionou. Jen apontou a arma para seu pai. “Não, dispararei nele. Ou em mim mesma”.<br />

Sorrindo com algo mais parecido com uma careta de desgosto, uma expressão claramente forçada em<br />

seu rosto por alguém mais, ela apontou a pistola para sua cabeça. “Ninguém se move ou a garotinha<br />

pagará”.<br />

Os efeitos das palavras do controlador na boca de Jen eram arrepiantes. Agora ninguém duvidava<br />

que Jen estava sendo controlada, obviamente por alguém neste quarto. Isso descartava Rosa como<br />

suspeita.<br />

“Covarde”, acusei o controlador através de Jen. “Revele‐se e deixe de se esconder atrás de uma<br />

garota”.<br />

Jen continuou sorrindo zombateiramente. “Não, eu acho que é mais divertido assim”. Ela balançou o<br />

percutor da arma para trás, ainda sustentando‐a sobre sua têmpora.<br />

“Você não quer fazer isso”, eu disse rapidamente. “Se você matar Jen, me assegurarei de que você e<br />

todos os outros neste quarto tenham uma morte horrível”.<br />

Jen riu. “Não antes que um de nós te agarre primeiro”.<br />

“Nós?”<br />

“Ops. Não mencionei que tenho aliados no quarto?”<br />

Todos os vampiros se congelaram, seus olhares passando velozmente ao redor do estreito lugar como<br />

se perguntando quem estava de que lado.<br />

Agora ninguém estava certo do resto. Bem, pelo menos, eu não era a única na escuridão.<br />

Infelizmente, todos eles olharam velozmente ao redor do quarto. O controlador era muito inteligente<br />

para ser pego dessa forma.<br />

Mais já que ele ainda não tinha matado Jen, devia ter alguma razão. “O que você quer?” E com quem<br />

eu estava falando? Isso era incrivelmente estranho, que eu falasse com Jen como se ela fosse um<br />

monstro, sem saber com quem eu estava falando na verdade.<br />

Os olhos de Jen se estreitaram enquanto ela canalizava as emoções de seu mestre. “Você. Quero que<br />

você sofra, Caçadora. Você não me causou outra coisa que não fosse problemas, você e sua irmã. <strong>Me</strong><br />

fizeram revelar meus movimentos antes do tempo”.<br />

Movi rapidamente meu olhar de um lado a outro, entre os vampiros. Qual era? Poderia ser qualquer<br />

um deles, mais eu apostava em Alejandro ou em um dos seus assistentes. Mas se eu escolhesse<br />

incorretamente, matando o vampiro errado, o verdadeiro malvado no quarto apertaria o gatilho e Jen<br />

estaria morta. Inaceitável.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Falei com rodeios para tentar conseguir mais tempo. “Se você não quisesse que eu te perseguisse, não<br />

deveria ter pegado minha família”.<br />

A fúria explodiu no rosto de Jen e ela empurrou a arma com força contra sua cabeça. “Jennifer<br />

descobriu muita coisa antes do tempo. Então, você e essa lamentável desculpa de homem chegaram<br />

fuçando e deixaram tudo ainda pior”.<br />

No principio, pensei que ela se referia a Dan, até que eu vi Jen retirar a arma de sua testa e dirigi‐la<br />

para Rick.<br />

Rick, cujos olhos me suplicavam que salvasse sua filha.<br />

Estou tentando, não?<br />

Infelizmente, seu rosto e o de Jen eram os únicos no quarto que mostravam alguma expressão. Como<br />

eu poderia decifrar que vampiro era o controlador?<br />

“Talvez eu simplesmente devesse te matar”, Jen murmurou, e a arma se balançou em minha direção.<br />

Mais antes que eu pudesse fazer alguma coisa, Jen virou para olhar a porta. Dois outros vampiros<br />

entraram, arrastando mais dois prisioneiros <strong>–</strong> Dan e Fang. Os dois estavam completamente<br />

dominados por quem os tinha capturado. Fang em uma jaula, e Dan sujeitado por uma chave de<br />

braço e com sua boca fechada com fita isolante. Mais não haviam sido capturados tranquilamente. Os<br />

vampiros pareciam muito machucados.<br />

Você não deveria ter me deixado, Fang choramingou, caminhando de um lado para o outro dentro de sua<br />

diminuta jaula.<br />

Sinto muito, não queria te por em perigo. Eu não queria isto. <strong>Me</strong>u coração afundou. Eu havia esperado<br />

que alguém que me importasse sobrevivesse esta noite, mais isso parecia cada vez menos provável a<br />

medida que o tempo passava.<br />

Os dois vampiros recém‐chegados passaram ao redor do quarto com curiosidade, mais se<br />

estabeleceram em frente à Alejandro. “Pegamos eles tentando entrar as escondidas”.<br />

Jen sorriu abertamente, sua arma mexendo de um lado para o outro, entre Rick e seus dois novos<br />

alvos. “Excelente. Então, quem vai receber o tiro, Caçadora? O seu parceiro, seu padrasto, sua irmã<br />

ou seu pequeno cachorrinho?”<br />

Alejandro gritou, “Escoltem eles”.<br />

Todos os vampiros se moveram, mais pararam quando Jen gritou, “Parem <strong>–</strong> ou um de meu pessoal<br />

vai estacá‐los”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Outra vez, eu não sabia quem estava de que lado, e obviamente ninguém queria se arriscar a ser<br />

estacado para salvar um simples humano.<br />

“Escolha um”, Jen gritou.<br />

“Não”. Impossível.<br />

“Então eu farei”, Usando a arma para apontar em si mesmo primeiro e depois nos outros prisioneiros,<br />

ela disse, “Eenie <strong>Me</strong>enie, minie, moe... 29 ”<br />

Não, isto não podia está acontecendo.<br />

Alejandro fez um movimento frustrado, mais Austin o parou, dizendo, “Não deixarei que você se<br />

ponha em perigo”.<br />

Eu não sabia onde terminaria esta canção infantil, mais nenhuma das opções era sequer concebível.<br />

Eu tinha que agir, tinha que matar o controlador. Todos eles pareciam está no lado certo, mais um<br />

mentia.<br />

Quem era?<br />

<strong>Me</strong>smo que eu escolhesse certo e matasse o controlador, seus subordinados provavelmente<br />

despedaçariam os humanos.<br />

“...se ele grita, deixe ele ir...”<br />

O demônio dentro de mim me instou a fazer algo, qualquer coisa. Eu não poderia conter essa<br />

frustração, essa luxúria por vingança por muito mais tempo.<br />

Então... porque eu estou contendo? Se eu encantasse o controlador como ele estava encantando Jen,<br />

eu teria todo o controle.<br />

Mas se eu usasse meu poder com tão poucas chances de conseguir dirigi‐lo só para certos homens,<br />

Dan ficaria preso por Lola da mesma forma que certamente todo o resto ficaria.<br />

Eu não tinha outra opção <strong>–</strong> Jen se aproximava do fim da rima e parecia que ele seria o primeiro a ser<br />

assassinado. <strong>Me</strong>lhor vivo e com raiva do que morto.<br />

Pela primeira vez na minha vida, usei o meu poder. Não só desatei todas as restrições sobre Lola,<br />

como pus força por detrás disse e empurrei, desejando que os homens sentissem desejo e me achassem<br />

irresistível.<br />

29 [N/T]: Canção infantil americana, similar aquela: uni duni te.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Poderosa, e me sentindo completamente no comando, ordenei, “Fiquem quietos”.<br />

Deu mais certo do que eu poderia imaginar enquanto cada homem, completamente encantado, fazia<br />

exatamente o que eu ordenei. Eu conseguia sentir o poder dentro de mim alcança‐los, impondo<br />

obediência, desfrutando de sua adoração para Val Shapiro.<br />

Era como se tivesse fios carregados de energia me conectando com cada homem no quarto, quer fosse<br />

um morto ou não estivesse morto. Quando cada ‘fio’ entrava em seus corpos, este se estendia nas<br />

cordas de poder para tocar e penetrar em cada um dos sete chakras, o centro sagrado de energia dos<br />

seus corpos. Por intermédio dessas linhas invisíveis de poder, senti como se eu pudesse arrancar uma<br />

corda e senti‐la vibrar ao longo de todo seu ser.<br />

Mais era mais forte na segunda chakra, que era a que se relacionava com a sexualidade.<br />

Experimentalmente, arranquei o fio que se dirigia para esse centro de energia, mais eu não tinha um<br />

controle suficientemente bom para escolher só um. Em lugar disso, o poder rasgou através de cada<br />

homem no quarto, liberando seu desejo, enviando sua escura e poderosa necessidade agitando‐se em<br />

minha direção como uma gigantesca onda de luxúria fora de controle.<br />

<strong>Me</strong> preparei para aguentar a investida, mais Lola soube exatamente o que fazer com ela, canalizando<br />

a poderosa bofetada de desejo até os centros desnutridos de poder em meu corpo, absorvendo‐a<br />

como uma esponja.<br />

Em alguma parte bem profunda, me senti doente pelo fato de que eu podia controlá‐los como se<br />

fossem marionetes automáticas, mais não podia evitar me alegrar pelo poder cru e a energia que<br />

provinha deles para mim, alimentado meus famintos sentidos.<br />

Oh, droga, disse Fang, assustado. Você sabe o que está fazendo?<br />

Há força, me trouxe de volta para o aqui e agora. <strong>Me</strong>smo que eu houvesse sentido como se fosse<br />

horas, não podia ter passado mais do que alguns segundos.<br />

Jen deu a volta para mim, com seus olhos estreitados, e apontou a arma para mim. “O que está<br />

acontecendo? O que você fez?”<br />

Só uma mulher controladora faria essa pergunta, seria capaz de perguntar neste momento. Sem<br />

hesitar, balancei meu braço para trás e cortei a cabeça de Lily.<br />

O corpo da ex‐noiva de Dan caiu contra o chão, a cabeça caindo junto a ela enquanto sangrava<br />

encima do lindo tapete de Alejandro. Estranho, não tinha tanto sangue como eu tinha esperado. Mas<br />

essa era uma das coisas mais brutas que eu já tive que fazer para tirar minha irmã de um problema.<br />

Fang farejou. Isso é uma maneira de terminar uma discussão.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Jen cambaleou, parecendo assustada, então cravou seus olhos na arma em suas mãos. Ela a derrubou<br />

como se esta fosse uma serpente venenosa. Quando atingiu o tapete, disparou, dando a um dos<br />

raptores de Dan um tiro no joelho. Mais o vampiro estava tão absorto em mim, que ele nem sequer<br />

notou.<br />

Esperei que ele não fosse um dos caras bons. De qualquer forma, ele se curaria rápido.<br />

“Jen?”, eu disse novamente, deixando cair a ponta da espada.<br />

Minha irmã pulou sobre mim e atirou seus braços ao meu redor, soluçando e me abraçando.<br />

“Obrigada. Oh, obrigada, por me salvar”.<br />

Bem, essa era a verdadeira Jen. Incrivelmente aliviada, a abracei de volta, achando um pouco mais<br />

fácil controlar minhas marionetes agora.<br />

O tenente Ramirez entrou violentamente no quarto, seguido por quase duas dezenas de homens. Mas<br />

não eram policiais. Surpresa, reconheci alguns garçons de Micah. Estes eram todos os amigos de<br />

Micah <strong>–</strong> em parte demônios. Lola estendeu a mão avidamente para agarrá‐los para ela também, mais<br />

eu a detive. Eu apenas podia lidar com os que já estavam escravizados.<br />

“O que aconteceu?” Ramirez exigiu saber, parecendo assustado quando ninguém se moveu. Todos<br />

eles permaneciam atentos a mim, esperando minha próxima ordem.<br />

“Uh, estão sob meu controle”, disse timidamente enquanto eu soltava Jen. “Todos menos Lily que<br />

está morta agora”. Não me desculparia por isso <strong>–</strong> Lily mereceu o que recebeu.<br />

“Já vi”, disse Ramirez secamente e fez sinais a seus homens para que eles se retirassem.<br />

Eles se viraram, olhando curiosamente para os homens encantados e mantendo‐se afastados do corpo<br />

sem cabeça de Lily. Surpreendentemente, eu era capaz de manter meu controle sem esforço, no<br />

entanto parecia estranho eu estar tão super consciente de tantos homens de uma só vez.<br />

“O que você esta fazendo aqui?”, eu perguntei a Ramirez. “Não foi você quem me disse que não<br />

poderia me ajudar?”<br />

“Eu não poderia designar recursos da cidade para te ajudar”, ele me corrigiu. “Mas quando minha<br />

mulher recebeu uma ligação de Micah, ela me incomodou para que eu guiasse uma expedição de<br />

salvamento em caráter não oficial”.<br />

Sorri abertamente. “Eu gostaria de conhecer a sua mulher algum dia”.<br />

Ramirez sorriu de volta. “O sentimento é mútuo. Além disso, nós conseguimos uma prova. Dan e<br />

Micah conseguiram decifrar que Lily estava por trás de tudo isso. Seus registros não deixavam de<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

mencionar um ‘Braço Forte’ 30 que fazia as benções. Ou melhor ainda um Armstrong <strong>–</strong> Lily Armstrong.<br />

Micah entrou em contato comigo enquanto Dan e Fang vinham para cá”.<br />

Oh, não <strong>–</strong> Dan ainda estava encantado com o resto deles. Dei uma olhada ao redor. “Alguns deles são<br />

aliados de Lily, mais não sei quem são”. E eu não sabia como desativar esse poder seletivamente<br />

muito mais do que eu sabia ativa‐lo seletivamente <strong>–</strong> era todos ou nenhum.<br />

O tenente deu de ombros. “Então pergunta”.<br />

Dã. É claro. “Aqueles que trabalham para Lily, levantem as mãos”.<br />

Os dois vampiros que tinham sujeitado Rick levantaram suas mãos, ainda parecendo atordoados<br />

comigo.<br />

“Prendam‐nos”, Ramirez ordenou.<br />

Seu grupo de demônios obedeceu, aparentemente felizes de encontrar uma saída para sua adrenalina<br />

frustrada.<br />

“Segurem‐os bem”, adverti. “porque vou solta‐los”.<br />

E foi bastante simples fazer isso, com o demônio dentro de mim completamente saciado pela<br />

primeira vez na vida. Com um pouco de pena, eu os deixei ir e chamei a energia o succubus de volta<br />

para mim. Agora que eu já não estava tão intimamente conectada a todos eles, senti alívio e a<br />

determinação de falar com Micah. Ele estava certo <strong>–</strong> eu não poderia viver a minha vida tentando<br />

suprimir meu demônio todo o tempo. Eu tinha que aprender a viver com ela.<br />

Os primeiros que se recuperaram do feitiço foram Austin e Alejandro.<br />

Austin esfregou seu queixo, parecendo desconfiado. “Interessante poder você tem aqui, senhorita”.<br />

Alejandro olhou fixamente para baixo até Lily, com pesar e confusão em seus olhos.<br />

Suspirei. “Uh, lamento pelo tapete”.<br />

Ele deu de ombros. “Não é nada. E eu não tinha nem idéia... porque ela faria isto? Ela tinha tanto<br />

potencial”.<br />

Jen, que finalmente tinha soltado sua chave estranguladora de mim, respondeu. “Quando trabalhava<br />

no banco de sangue, ouvi sem querer sua conversa com alguém <strong>–</strong> por isso ela me encantou. Ela disse<br />

que precisava que você construísse a organização com seu carisma, mais uma vez que o poder base<br />

30 [N/T]:Braço forte se escreve: Strong Arm, daí o jogo de palavras.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

estivesse estabelecido, ela assumiria o controle e lideraria de sua forma”. Jen tremeu. “Eu não acho<br />

que você gostaria da forma dela”.<br />

Essa foi uma declaração comedida. Mas antes que eu pudesse responder, fui repentinamente<br />

envolvida pelos braços de um homem. Rick, livre de todas as restrições, havia juntado eu e Jen em<br />

um abraço grupal. “Graças a Deus, minhas duas garotas estão a salvo”.<br />

Oh, nossa. Eu ainda era sua garota? A emoção me estendeu em uma emboscada, eu queria me<br />

segurar a ele como se eu fosse uma criança. Mais eu tinha sido muito ferida. Podia confiar nisto?<br />

Fiquei tensa e tentei me afastar, mais Rick estava perto de me soltar. Esmagou‐nos contra ele e se<br />

agarrou a nós como se ele tivesse ficado assustado de nos perder para sempre. Não só a Jen <strong>–</strong> mais a<br />

mim também.<br />

Cedi. Com Lola muito satisfeita, eu percebi que pela primeira vez na minha vida, eu poderia abraçá‐<br />

lo sem conseqüências. Enquanto eu o agarrava firmemente e absorvia o maravilhoso sentimento,<br />

também me dei conta que uma vida normal tinha estado dentro do meu alcance todo o tempo. Matar<br />

Lola de fome não funcionava. Piorava as coisas. Tinha feito que ela vagueasse constantemente como<br />

um gato em uma jaula do zoológico. Mais agora, neste momento, eu só podia ser a filha de Rick.<br />

Graças a Deus, ele estava a salvo, também <strong>–</strong> ele não era um vampiro. Mais eu não pude evitar dizer,<br />

“Eu te disse que você não fosse atrás dela”.<br />

Ele se recostou para trás e olhou para mim. “Eu sei, eu sei. E você me salvou justamente no momento<br />

oportuno, também. Iam me obrigar a me converter em um deles essa noite”.<br />

Então a ‘benção’ era para ele. “Eu me alegro de ter chegado a tempo”.<br />

“Eu também”, disse Rick fervorosamente. “Você tinha razão. Você teve razão todo esse tempo, e<br />

fomos muito errados”. Ele acariciou meu rosto. “Sinto tanto, pequena. Eu vou mudar isso para você”.<br />

Com lágrimas ardendo em meus olhos, eu disse, “Se mamãe te deixar”.<br />

“Não se preocupe <strong>–</strong> eu me encarrego de sua mãe. E se ela não gostar, ela vai ter que responder a<br />

mim”.<br />

“Obrigada”, sussurrei em seu ouvido. Eu apreciava o sentimento, mais eu sabia que não seria tão fácil<br />

assim. E nunca mais seria como costumava ser. “Por que você não leva Jen para casa? Ela passou por<br />

uma experiência muito dura”. E também ele, mas eu sei que ele não gostaria que eu mencionasse isso.<br />

“Alguém do pessoal de Ramirez provavelmente levará vocês”.<br />

“Boa idéia. Farei isso”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Enquanto ele conduzia Jen para fora, a fim de encontrar alguém que os levasse, um Fang ágil saltou<br />

sobre mim, incoerente em sua alegria por me ver segura.<br />

Ei, você realmente me ama.<br />

Sim. Quero dizer não <strong>–</strong> estou muito irritado com você.<br />

Dan estava exatamente atrás de Fang, e eu não estava certa se eu queria ver sua expressão, então eu<br />

me inclinei para mimar Fang.<br />

Como você se atreve a me deixar para trás? Ele lambeu meu rosto completamente. Jamais faça isso de novo.<br />

“Está bem, está bem. Eu sinto muito por ter te trancado no carro. Mais eu tinha medo que você se<br />

machucasse”.<br />

“Você já terminou de conversar com os outros?”, Dan perguntou serenamente.<br />

Uh‐oh, lá vinha. A repreensão inevitável. Não respondi, simplesmente me endireitei para encontrar<br />

com seu olhar fixo.<br />

Seu rosto estava tenso e seus olhos relampejavam de ira. “Em que diabos você estava pensando<br />

saindo por aí sem mim? Você poderia ter sido assassinada!”<br />

Eu tinha esperado a fúria, mas não essas palavras. Engraçado <strong>–</strong> ele soou igual a Fang. “Mas eu não fui<br />

assassinada. Em vez disso, eu matei a Lily. Sinto muito, Dan”. <strong>Me</strong>smo que ele e sua ex tinham<br />

terminado, ainda deveria haver alguns sentimentos por aí.<br />

“Não se desculpe por isso”, disse Dan abruptamente. “Ela já não era humana. Era um monstro”.<br />

Então, era assim que ele devia pensar sobre mim, já que eu tinha encantado todo mundo<br />

indiscriminadamente?<br />

“Não me olhe assim”, disse Dan suavemente. “Deus, você não é um monstro”.<br />

Então ele lia a minha mente agora, hein? “Talvez, mais também não sou humana”.<br />

“Ao que você se refere? Se ser humano significa agir com honra, integridade, e cuidado com os outros,<br />

você é a pessoa mais humana que eu conheço”.<br />

Ele realmente queria dizer isso? “Mas... você estava errado sobre o meu poder. Posso obrigar as<br />

pessoas <strong>–</strong> os homens <strong>–</strong> a fazer coisas”.<br />

De maneira chocante, Dan riu. “Sim. Quando você solta ela, você realmente a solta”.<br />

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<strong>Parker</strong> <strong>Blue</strong> <strong>–</strong> <strong>Bite</strong>-<strong>Me</strong><br />

Não entendi sua atitude. “Mas é anormal”. Não é humano.<br />

“Não, mas eu duvido que alguma vez aconteça de novo. Sei que você não tem outra opção, e posso<br />

dizer que não eu não tinha idéia de todo seu poder antes. Como disse Micah, é porque você a tem<br />

mantido presa por todos estes anos. Quando você a solta, deve ser um inferno de passeio”.<br />

Ele sorriu. “E me deu uma perspectiva completamente novo sobre o meu encontro anterior com Lola.<br />

Você me perdoa?”<br />

Atordoada, eu disse, “É claro. Então, você está bem comigo e com Lola agora?”<br />

“Ela é uma parte de você, uma com a qual teremos que aprender a lidar juntos”. Ele sorriu<br />

abertamente. “Além disso, cada homem deveria ter uma pequena Lola em sua vida. Parceiros?”<br />

Sorri abertamente, deixando penetrar um pouquinho de felicidade. Finalmente, alguém que me<br />

aceitava como eu era <strong>–</strong> demônio e o resto. Isto devia ser o que Tessa quis dizer com fazer o que mais<br />

odeia mais conseguir o que mais quer.<br />

“Eu adoraria”.<br />

Fang me farejou. Ei, e eu?<br />

Como se tivesse ouvido o cachorro do inferno, Dan acrescentou, “E Fang, também”.<br />

Malditamente certo. Somos tãoooo maus. Monstros do mundo, tenham cuidado!<br />

Dan pos um braço ao meu redor. “Entre nós três <strong>–</strong> bem, nós quatro, incluindo Lola <strong>–</strong> fazemos uma<br />

grande equipe”.<br />

Sorri com alegria. Sim <strong>–</strong> que os céus ajudassem a qualquer um que se metesse em nosso caminho.<br />

FIM!<br />

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