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Menos conversa e Mais ação - Fiec

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<strong>Menos</strong> <strong>conversa</strong><br />

e <strong>Mais</strong> <strong>ação</strong><br />

Para superar os efeitos da crise financeira<br />

mundial é preciso adotar medidas concretas<br />

que neutralizem as dificuldades inerentes a<br />

esse fenômeno. Ou seja: trabalhar mais do<br />

que <strong>conversa</strong>r. Nessa linha, a FIEC firmou<br />

convênios com a Caixa e o Banco do Brasil,<br />

disponibilizando linhas de crédito diferenciadas<br />

às indústrias a ela ligadas. Outra medida é o<br />

início do Programa de Desenvolvimento da<br />

Competitividade (Prodecom).<br />

Impresso<br />

Especial<br />

1000013823-DR/CE<br />

FIEC<br />

CORREIOS<br />

Uma public<strong>ação</strong> do Sistema Feder<strong>ação</strong> das Indústrias do Estado do Ceará<br />

Ano II n N o 20 n janeiro de 2009


<strong>Mais</strong> saúde, educ<strong>ação</strong>, lazer<br />

e responsabilidade social<br />

Essa agEnda não é dE govErno. é o QUE o sEsI FaZ Em prol<br />

do trabalhador da IndústrIa E da socIEdadE cEarEnsE<br />

Há 60 anos, o SESI/CE presta serviços sociais no intuito de atender às<br />

necessidades das empresas e dos industriários, contribuindo para a melhoria<br />

das relações de trabalho, da qualidade de vida do trabalhador e da produtividade<br />

industrial. São iniciativas que extrapolam os limites da indústria, beneficiam a<br />

comunidade cearense e permitem ao setor produtivo cumprir seu papel social.<br />

www.sfiec.org.br/sesi<br />

FIEC/AIRM<br />

Uma public<strong>ação</strong> do Sistema Feder<strong>ação</strong><br />

das Indústrias do Estado do Ceará<br />

JANEIRO 2009 | N o 20<br />

................................................................................................<br />

Estágio<br />

NOvA REAlIDADE<br />

8 Mesmo diante da redução<br />

inicial na oferta de vagas, a<br />

nova regulament<strong>ação</strong> começa<br />

a ser assimilada.<br />

Calçados<br />

DESAFIANDO A cRISE<br />

10 Ceará assume o segundo<br />

lugar no ranking das<br />

exportações do segmento<br />

no país.<br />

Automotivo<br />

MãO-DE-ObRA<br />

14 Referência em capacit<strong>ação</strong><br />

profissional, o SENAI da Barra<br />

do Ceará passa a sediar centro<br />

de treinamento da Toyota.<br />

Carga tributária<br />

EFEItO cAScAtA<br />

22<br />

Apesar da estabilidade,<br />

os governos continuam<br />

aumentando alíquotas e<br />

criando impostos.<br />

Qualific<strong>ação</strong><br />

vAGAS GRAtuItAS<br />

26 Em 2009, o SENAI/CE<br />

vai oferecer 8.856 vagas<br />

gratuitas em seus<br />

cursos regulares.<br />

................................................................................................<br />

Capa<br />

Crédito para a indústria<br />

18<br />

A FIEC se antecipou às possíveis dificuldades de crédito<br />

advindas com a crise mundial e fechou convênio com a<br />

Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil para<br />

o oferecimento de condições especiais às empresas<br />

do Ceará filiadas aos sindicatos da entidade.<br />

28 Desertific<strong>ação</strong><br />

MEIO AMbIENtE<br />

Efeito humano agrava quadro<br />

do Ceará em rel<strong>ação</strong> à<br />

susceptibilidade à desertific<strong>ação</strong>.<br />

12 Serrarias<br />

REDE MADEIRAS<br />

Central de Negócios comemora<br />

primeiros resultados de trabalho<br />

conjunto do setor de serrarias.<br />

S E Ç Õ E S<br />

5 MENSAGEM DA PRESIDêNcIA<br />

Hora de arregaçar as mangas<br />

6 NOtAS&FAtOS<br />

FIEC reúne jornalistas<br />

17 INOvAçõES&DEScObERtAS<br />

Robôs viram máquinas<br />

de prototipagem rápida


Feder<strong>ação</strong> das Indústrias do Estado do ceará — FIEc<br />

DIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1 o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Roberto<br />

de Carvalho Fujita, Pedro Alcântara Rego de Lima e Wânia Cysne Medeiros Dummar Diretor administrativo Affonso Taboza Pereira<br />

Diretor financeiro Álvaro de Castro Correia Neto Diretor administrativo adjunto José Moreira Sobrinho Diretor financeiro adjunto José Carlos<br />

Braide Nogueira da Gama. Diretores Verônica Maria Rocha Perdigão, Abraão Sampaio Sales, Antônio Lúcio Carneiro, Cândido Couto<br />

Filho, Flávio Barreto Parente, Francisco José Lima Matos, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hercílio Helton e Silva, Jaime Machado da<br />

Ponte Filho, José Sérgio França Azevedo, Júlio Sarmento de Meneses, Manuel Cesário Filho, Marco Aurélio Norões Tavares, Marcos<br />

Veríssimo de Oliveira, Pedro Jorge Joffily Bezerra e Raimundo Alves Cavalcanti Ferraz CONSELHO FISCAL Efetivos Frederico Hosanan<br />

Pinto de Castro, José Apolônio de Castro Figueira e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Hélio Perdigão Vasconcelos,<br />

Fernando Antonio de Assis Esteves e José Fernando Castelo Branco Ponte Delegados na CNI Efetivos Roberto Proença de Macêdo<br />

e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Manuel Cesário Filho e Carlos Roberto de Carvalho Fujita<br />

Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Rubens Fontenele Albuquerque<br />

Serviço Social da Indústria — SESI<br />

CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Alexandre Pereira Silva,<br />

Carlos Roberto Carvalho Fujita, José Moreira Sobrinho e Marcos Silva Montenegro Suplentes Flávio Barreto Parente, Geraldo Basto Osterno<br />

Júnior, Vanildo Lima Marcelo e Verônica Maria Rocha Perdigão Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo Francisco<br />

Assis Papito de Oliveira Suplente André Peixoto Figueiredo Lima Representantes do Governo do Estado do Ceará Efetivo Denilson<br />

Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes do Sindicato das Indústrias de Frios e Pesca no Estado do<br />

Ceará Efetivo Elisa Maria Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante dos Trabalhadores da Indústria<br />

Efetivo Aristides Ricardo Abreu Suplente Raimundo Lopes Júnior Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães<br />

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAI<br />

CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Affonso Taboza Pereira,<br />

Álvaro de Castro Correia Neto, Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo e Ricardo Pereira Sales Suplentes José Carlos Braide Nogueira da Gama,<br />

Francisco José Lima Matos e Hercílio Helton e Silva Representante do Ministério da Educ<strong>ação</strong> Efetivo Cláudio Ricardo Gomes de Lima<br />

Suplente Samuel Brasileiro Filho Representante do Ministério do Trabalho Efetivo André Peixoto Figueiredo Lima Suplente Francisco Assis<br />

Papito de Oliveira Delegado da Categoria Econômica da Pesca Efetivo Maria José Gonçalves Marinho Suplente Eduardo Camarço Filho<br />

Representante dos Trabalhadores da Indústria Efetivo Francisco Antônio Ferreira da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima<br />

Diretor do Departamento Regional do SENAI-CE Francisco das Chagas Magalhães<br />

Instituto Euvaldo lodi — IEl<br />

Diretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales<br />

Coorden<strong>ação</strong> e edição Luiz Carlos Cabral de Morais (lcarlos@sfiec.org.br) — DRT/CE Nº 53 Red<strong>ação</strong> Ângela Cavalcante (adbastos@sfiec.org.br), David Negreiros<br />

Cavalcante (dncavalcante@sfiec.org.br), G evan Oliveira (gdoliveira@sfiec.org.br) e Luiz Henrique Campos (lhcampos@sfiec.org.br) Fotografia Sebastião Alves (ssousa@sfiec.org.br)<br />

e José Sobrinho Diagram<strong>ação</strong> e coorden<strong>ação</strong> gráfica Ítalo Araújo Endereço e Red<strong>ação</strong> Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP 60.120-901.<br />

Telefones (085) 3421.5435 e 3421.5436 Fax (085) 3421.5437 Revista da FIEC é uma public<strong>ação</strong> mensal editada pela Assessoria de Imprensa e Relações<br />

com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Coordenador da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares<br />

Diagram<strong>ação</strong> - Editora Assaré Ltda/Vladimir Pezzole — Impressão Marcograf<br />

Publicidade (85) 3421-5434 e 9187.5063 — publicidadesfiec@sfiec.org.br e airm@sfiec.org.br<br />

Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec<br />

Editor<strong>ação</strong> - Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM)<br />

| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Revista da FIEC. – Ano 2, n 20 (jan. 2009) -<br />

– Fortaleza : Feder<strong>ação</strong> das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -<br />

v. ; 20,5 cm.<br />

Mensal.<br />

ISSN 1983-344X<br />

1. Indústria. 2. Periódico. I. Feder<strong>ação</strong> das Indústrias do<br />

Estado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.<br />

CDU: 67(051)<br />

MensagemdaPresidência<br />

Roberto Proença de Macêdo<br />

Hora de arregaçar<br />

as mangas<br />

C<br />

hegou a hora de dar um novo tratamento ao<br />

tema da crise econômica mundial. Já passou o<br />

momento da perplexidade e das especulações.<br />

É preciso trabalhar mais do que <strong>conversa</strong>r.<br />

Para nós, empresários brasileiros, o que importa<br />

agora é a adoção de medidas para responder<br />

com a maior rapidez possível às dificuldades naturalmente decorrentes<br />

desse tipo de fenômeno.<br />

Temos que fazer uma clara separ<strong>ação</strong> entre o que é realmente<br />

a crise, o que se trata apenas de<br />

pressão psicológica gerada por ela e<br />

o que é resultante dos ciclos normais<br />

da vida empresarial. Evidentemente<br />

que as turbulências originadas com<br />

a restrição ao crédito nos Estados<br />

Unidos e na Europa são reais; que a<br />

sens<strong>ação</strong> de pânico produzida em vários<br />

setores pela quebra de confiança<br />

nos mecanismos de funcionamento<br />

do sistema financeiro tem muito<br />

de exagero emocional; e que certas<br />

ocorrências, como a sazonalidade<br />

do mercado e, por conseqüência, no<br />

emprego, fazem parte da dinâmica<br />

de alguns setores.<br />

É certo que as ações a serem empreendidas<br />

para minimizar os efeitos<br />

da recessão externa sobre nós requerem<br />

a mobiliz<strong>ação</strong> de múltiplos<br />

agentes, bem como requer que se-<br />

Temos que fazer<br />

uma clara<br />

separ<strong>ação</strong> entre o que é<br />

realmente a crise, o que<br />

se trata apenas de<br />

pressão psicológica<br />

gerada por ela e o que é<br />

resultante dos ciclos<br />

normais da vida<br />

empresarial.<br />

jamos proativos, cuidando de fazer, antes de tudo, o que nos<br />

compete, o que é da nossa razão de ser empresarial.<br />

Consciente da natureza dos problemas com os quais<br />

estamos lidando e do nosso papel como empresários,<br />

destaco alguns pontos do meu aprendizado no cotidiano<br />

das nossas empresas, e como líder empresarial, que<br />

considero relevantes para o enfrentamento de situações<br />

como as que estamos vivendo no momento:<br />

Agir com serenidade, procurando analisar de forma muito<br />

criteriosa os reais efeitos da crise sobre cada setor, cada negócio<br />

e cada empresa. Não agir só porque ouviu dizer.<br />

Ser proativo, tendo a coragem de fazer o que está ao<br />

alcance de cada um e de aproveitar as oportunidades geradas<br />

pela própria crise.<br />

Reforçar as ações coletivas, buscando a união dentro<br />

dos segmentos que atua e das cadeias produtivas, por<br />

meio dos seus sindicatos.<br />

Manter os talentos humanos da<br />

empresa, valendo-se da rel<strong>ação</strong> de total<br />

confiança entre o empresário e o funcionário,<br />

para buscar soluções conjuntas de<br />

super<strong>ação</strong> das dificuldades.<br />

Fortalecer as relações com o governo,<br />

postulando investimentos públicos,<br />

otimiz<strong>ação</strong> tributária e definição de uma<br />

agenda comum para o crescimento.<br />

Controlar o caixa, administrando<br />

as dificuldades de obtenção de linhas<br />

de crédito e de eventuais atrasos nos recebíveis<br />

com acompanhamento diário e<br />

de forma preventiva.<br />

Ao fazermos a nossa parte, adquiriremos<br />

mais autoridade e força para<br />

cobrarmos dos governantes a adoção<br />

das medidas que lhes cabem, tais<br />

como o aumento dos investimentos<br />

públicos, a redução da taxa básica de<br />

juros, a desoner<strong>ação</strong> da carga tributária<br />

e a efetiv<strong>ação</strong> das reformas trabalhista e fiscal.<br />

Assim, com cada qual fazendo o que lhe diz respeito,<br />

criaremos as condições para possibilitar uma conjunção<br />

maior de forças necessária para a realiz<strong>ação</strong> de vigorosas<br />

ações econômicas e sociais, capazes de superar os obstáculos<br />

e assegurar a diminuição das desigualdades e o aumento<br />

da prosperidade que vêm sendo sedimentados nos últimos<br />

anos.Vamos arregaçar as mangas!<br />

Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC |


Notas&Fatos<br />

O q u E A c O N t E c E N O S I S t E M A F I E c , N A P O l í t c A E N A E c O N O M I A<br />

cOMéRcIO ExtERIOR<br />

Cin/Ce apoia<br />

evolução das<br />

expoRtações<br />

nO AnO PASSADO, o<br />

Ceará superou a meta<br />

de 1,2 bilhão em suas<br />

exportações, registrando<br />

um crescimento de 11,2%<br />

em rel<strong>ação</strong> a 2007.<br />

Durante todo o ano, o<br />

Centro Internacional de<br />

Negócios (CIN) da FIEC<br />

cumpriu o seu papel<br />

de estímulo à cultura<br />

exportadora no estado.<br />

Entre outras ações, a<br />

entidade articulou a<br />

particip<strong>ação</strong> de empresas<br />

cearenses em dez missões<br />

internacionais, realizou<br />

364 atendimentos no<br />

balcão do exportador<br />

– local onde o empresário<br />

encontra inform<strong>ação</strong><br />

estratégica e orient<strong>ação</strong><br />

para atuar no mercado<br />

internacional – e emitiu<br />

5.132 certificados de<br />

origem, documento que<br />

deve ser providenciado<br />

pelo exportador e que<br />

torna os produtos mais<br />

competitivos e com<br />

maiores oportunidades<br />

de inserção em mercados<br />

com os quais o Brasil<br />

mantém acordos.<br />

>> Cartas à red<strong>ação</strong><br />

contendo comentários ou<br />

sugestões de reportagens<br />

podem ser enviadas para a<br />

Assessoria de Imprensa e<br />

Relações com a Mídia (AIRM)<br />

Avenida Barão de Studart,<br />

1980, térreo, telefone:<br />

(85) 3421-5434.<br />

E-mail: airm@sfiec.org.br<br />

| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

cONFRAtERNIzAçãO<br />

FieC reúne jornalistas<br />

“<br />

O MOMEntO atual é de extrema cautela. Mas o<br />

momento também é de muito trabalho, para<br />

que sejam mantidas as esperanças de um futuro<br />

melhor ao nosso estado e ao nosso país.” A frase é parte<br />

do discurso do presidente da FIEC, Roberto Proença<br />

de Macêdo, durante almoço de confraterniz<strong>ação</strong> com<br />

jornalistas cearenses realizado em 14 de janeiro na Casa<br />

da Indústria. Além de apresentar as perspectivas do setor<br />

industrial para este ano – que começa sob o impacto<br />

da crise internacional –, o presidente da FIEC fez uma<br />

retrospectiva do ano de 2008 para a indústria cearense<br />

(que registrou crescimento de 5,44% em seu PIB até o<br />

terceiro trimestre), das exportações do estado (que superou<br />

em 2008 a meta de 1,2 bilhão de dólares) e fez um balanço<br />

das atividades do Sistema FIEC.<br />

FORMAçãO cIDADã<br />

FiReso dá Continuidade às ações<br />

Em 2008, o Instituto FIEC de Responsabilidade Social (FIRESO) deu<br />

continuidade às ações do Programa Form<strong>ação</strong> Cidadã. A iniciativa<br />

consiste numa rede de 21 instituições de ensino superior que<br />

se unem na produção e dissemin<strong>ação</strong> de conhecimento sobre a<br />

temática da responsabilidade social. Devido aos bons resultados<br />

alcançados, o programa será disseminado em cinco federações<br />

de indústrias do país, numa parceria com o Conselho Temático de<br />

Responsabilidade Social da CNI.<br />

2008<br />

ano de gRandes<br />

Resultados paRa<br />

o sesi/Ce<br />

nO AnO EM que completou<br />

60 anos, o SESI/CE<br />

consolidou sua atu<strong>ação</strong><br />

nas áreas da educ<strong>ação</strong>,<br />

saúde, lazer, cultura e<br />

responsabilidade social.<br />

Em 2008, teve início<br />

o Programa Indústria<br />

Saudável, que atendeu<br />

40.000 trabalhadores.<br />

O programa busca<br />

melhorar a produtividade<br />

e competitividade das<br />

indústrias da promoção<br />

de um estilo de vida<br />

saudável, adoção de<br />

ambientes saudáveis<br />

de trabalho e<br />

disponibilidade de<br />

assistência em saúde<br />

ao trabalhador. <strong>Mais</strong><br />

números: na educ<strong>ação</strong><br />

continuada, foram<br />

efetuadas cerca de 47.000<br />

matrículas; na área da<br />

responsabilidade social, o<br />

Prêmio SESI Qualidade no<br />

Trabalho atingiu o número<br />

recorde de 196 empresas<br />

participantes. Já os Jogos<br />

do SESI reuniram quase<br />

3.000 industriários.<br />

GINáStIcA NA EMPRESA<br />

beneFÍCios paRa<br />

indÚstRias e<br />

tRabalhadoRes<br />

O PROgRAMA SESI Ginástica<br />

na Empresa beneficiou mais<br />

de 20.000 industriários<br />

de 81 empresas do Ceará<br />

em 2008. A iniciativa<br />

visa melhorar a saúde<br />

ocupacional e geral<br />

dos trabalhadores,<br />

sensibilizando-os para a<br />

prática regular de atividades<br />

físicas, a valoriz<strong>ação</strong> das<br />

boas relações no trabalho<br />

e a prevenção de doenças.<br />

Ministradas por um<br />

professor de educ<strong>ação</strong> física,<br />

as aulas não provocam<br />

sudorese ou cansaço físico,<br />

pois os exercícios são de<br />

baixa intensidade, com<br />

ênfase em alongamentos,<br />

relaxamento, exercícios<br />

posturais, exercícios<br />

dinâmicos e lúdicos. A<br />

ginástica é realizada na<br />

própria empresa, no início,<br />

meio ou fim do expediente.<br />

Informações: 3421-5848.<br />

AGENDA<br />

......................................................<br />

n EM 26 E 27 DE MARçO,<br />

o CIN/CE realizará o curso<br />

Contratos Internacionais.<br />

O objetivo é propiciar uma<br />

visão geral e crítica sobre a<br />

problemática da contrat<strong>ação</strong><br />

internacional, sob a ótica dos<br />

que importam e exportam e da<br />

análise econômica do Direito,<br />

no que tange à form<strong>ação</strong><br />

dos contratos internacionais.<br />

Informações: 3421-5419.<br />

n O IEL/CE está com inscrições<br />

abertas até 17 de fevereiro<br />

para o curso de pós-gradu<strong>ação</strong><br />

em Administr<strong>ação</strong> de Recursos<br />

Humanos. Informações:<br />

3421-6508 e 3421-6509.<br />

Notas&Fatos<br />

SENAI/cE<br />

Quase 60.000 alunos<br />

matriculados em 2008<br />

OSEnAI/CE contabilizou<br />

quase 60.000<br />

matrículas em educ<strong>ação</strong><br />

profissional no período de<br />

janeiro a novembro do ano<br />

passado. No mesmo período,<br />

foram realizados serviços<br />

técnicos e tecnológicos em<br />

492 empresas, totalizando<br />

mais de 25.000 horas<br />

técnicas realizadas. Os<br />

atendimentos foram<br />

desenvolvidos nas 24 áreas<br />

de atu<strong>ação</strong> do<br />

SENAI/CE, tais como<br />

alimentos e bebidas,<br />

autom<strong>ação</strong>, automotiva,<br />

couro e calçados, construção<br />

civil, eletroeletrônica,<br />

energia, gás natural,<br />

gestão/administr<strong>ação</strong>,<br />

gráfica e editorial,<br />

informática, têxtil e<br />

vestuário, dentre outras.<br />

ENcONtRO INtERNAcIONAl<br />

oportunidades de<br />

negócios para Mpes<br />

EM 26 E 27 DE MARçO, o<br />

Centro de Negócios<br />

do Sebrae em<br />

Fortaleza será palco do 13º<br />

Encontro Internacional<br />

de Negócios do Nordeste,<br />

oportunidade para pequenos<br />

e microempresários<br />

interessados em colocar<br />

seus produtos no exterior.<br />

Seguindo o exemplo de anos<br />

anteriores, devem confirmar<br />

presença empresas da África<br />

do Sul, Alemanha, Angola,<br />

Argentina, Cabo Verde,<br />

Ilhas Canárias, Chile, Costa<br />

Rica, Espanha, Estados<br />

Unidos, França, Holanda,<br />

Itália, Jordânia, México,<br />

Moçambique, Paraguai,<br />

Polônia, Portugal, Rússia e<br />

Senegal, dentre outros. O<br />

evento tem o apoio da FIEC.<br />

As inscrições estão abertas no<br />

site www.ce.sebrae.com.br<br />

– rodada@ce.sebrae.com.br.<br />

CURTAS<br />

.................................................<br />

n COntRARIAnDO as<br />

estatísticas, os gigantes<br />

do algodão vão manter<br />

e outros vão até mesmo<br />

aumentar a área plantada<br />

com a pluma no Brasil<br />

em 2009 e 2010. Nesta<br />

safra, a 2008/09, a<br />

área plantada com<br />

o algodão deve cair<br />

20,7%, na média do<br />

país, para 854,5 mil<br />

hectares. Grandes grupos,<br />

como SLC Agrícola, e<br />

produtores “gigantes” de<br />

Mato Grosso e Bahia vão<br />

apostar suas fichas<br />

na cultura.<br />

n COM MAtéRIA-PRIMA<br />

mais cara, queda na<br />

demanda e dívidas em<br />

dólar, a indústria gráfica<br />

brasileira enfrentará um<br />

ano difícil, afirma Alfred<br />

Plöger, presidente da<br />

Associ<strong>ação</strong> Brasileira<br />

da Indústria Gráfica<br />

(Abigraf). Para ele, os<br />

gráficos precisam se<br />

conscientizar de que<br />

terão de reduzir custos,<br />

administrar estoques e<br />

de que um aumento de<br />

preços neste contexto de<br />

crise é inviável.<br />

n nOS úLtIMOS seis<br />

anos, o Ceará foi o<br />

estado do Nordeste que<br />

mais recebeu recursos<br />

da Companhia Hidro<br />

Elétrica do São Francisco<br />

(Chesf). Entre 2003 e<br />

2008, a Chesf investiu no<br />

estado R$ 500 milhões<br />

em empreendimentos que<br />

fazem a transmissão de<br />

energia, correspondendo<br />

a 25% de tudo que a<br />

companhia investiu<br />

no Nordeste.<br />

Janeiro de 2009 | RevistadaFIEC |


Estágio<br />

Sem medo do novo<br />

Mesmo ocasionando uma redução inicial na oferta de vagas para estágio,<br />

nova regulament<strong>ação</strong> começa a ser assimilada por empresas e órgãos<br />

públicos. No Ceará, o IEL está à disposição para esclarecer dúvidas<br />

Em 2009, a oferta de vagas de estágios deverá ser menor do que no ano passado<br />

Passados pouco mais de 120 dias desde<br />

a aprov<strong>ação</strong> da Lei nº 11.788/2008,<br />

a chamada Lei do Estágio, já é possível<br />

constatar alguns impactos da<br />

nova regulament<strong>ação</strong> na oferta de<br />

vagas para estudantes cearenses. Segundo a<br />

gerente da Área de Estágio e Novos Talentos<br />

do IEL/CE, Aurineli Freire Castelo Branco,<br />

houve uma queda de aproximadamente 20%<br />

na contrat<strong>ação</strong> de estagiários no Ceará.<br />

“Foi uma redução esperada para esse primeiro<br />

momento. Os órgãos públicos e muitas empresas<br />

pararam de abrir novas vagas por não<br />

terem previsto os gastos com o recesso remunerado<br />

em seus orçamentos. No entanto, neste<br />

começo de ano, a Caixa Econômica Federal<br />

(CEF) e o Banco do Brasil (BB), por exemplo, já<br />

voltaram a contratar estagiários”, revela.<br />

De acordo com Aurineli, as empresas estão<br />

se adaptando à nova lei e aquelas que reconhecem<br />

o talento e a importância dos estudantes<br />

não deixarão de contratar estagiários<br />

por conta de alguns gastos extras. Segundo a<br />

gerente da Área de Estágio do IEL/CE, um dos<br />

pecados da nova regulament<strong>ação</strong> foi não ter<br />

dado tempo suficiente para que as empresas<br />

| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

se adaptassem às mudanças. Além disso, “há<br />

alguns pontos mal escritos que geram dúvidas<br />

na hora da interpret<strong>ação</strong>”.<br />

Um dos aspectos polêmicos é sobre o pagamento<br />

do recesso remunerado. A lei diz que<br />

se o estudante estagia durante seis meses tem<br />

direito a receber o recesso remunerado proporcional.<br />

No entanto, o artigo anterior afirma<br />

que o benefício deve ser pago após um ano de<br />

estágio. “É como se um artigo contradissesse<br />

o outro. Essa questão carece de um melhor<br />

esclarecimento. Nós orientamos as empresas<br />

a pagarem o proporcional para evitar problemas”,<br />

afirma Aurineli.<br />

Com o intuito de esclarecer as dúvidas das<br />

empresas sobre a nova lei do estágio, o IEL/CE<br />

dará continuidade em 2009 ao trabalho iniciado<br />

após a aprov<strong>ação</strong> da regulament<strong>ação</strong>. Ao<br />

longo deste ano, serão realizadas reuniões bimestrais<br />

do Fórum Cearense de Estágio – espaço<br />

que reúne instituições de ensino e empresas<br />

– para discutir a lei. O primeiro encontro está<br />

previsto para meados de fevereiro. Além disso,<br />

a entidade possui uma linha direta para dirimir<br />

questões relacionadas à lei. O número de<br />

contato é (85) 3261-6766.<br />

Perspectivas<br />

Sobre as perspectivas<br />

para 2009, Aurineli<br />

acredita que a oferta<br />

de vagas para estágio no ano<br />

não deve ser igual a 2008,<br />

quando o IEL/CE alocou 2.800<br />

estagiários no mercado. A<br />

previsão é feita não por causa<br />

da Lei do Estágio, mas tendo<br />

em vista a crise econômica<br />

mundial. “Muitas empresas<br />

estão receosas por causa da<br />

crise, o que pode acarretar<br />

redução da oferta de vagas<br />

para estágio”, diz.<br />

Uma das novidades da<br />

Área de Estágio e Novos<br />

Talentos para este ano é o<br />

início do Projeto Bolsa de<br />

Inici<strong>ação</strong> Tecnológica IEL-BNB.<br />

A iniciativa é resultado de<br />

parceria entre o IEL/CE e o<br />

Banco do Nordeste do Brasil<br />

(BNB) e tem o objetivo de<br />

estimular a inter<strong>ação</strong> entre<br />

centros de ensino e micro e<br />

pequenas empresas (MPEs) da<br />

indústria, comércio ou serviços,<br />

por meio do incentivo à<br />

transferência de conhecimento.<br />

A partir das necessidades<br />

identificadas nas 30<br />

MPEs participantes do<br />

programa, alunos de<br />

gradu<strong>ação</strong> orientados por<br />

um professor buscarão<br />

soluções que possibilitem o<br />

desenvolvimento tecnológico<br />

e ampliem a produtividade e<br />

competitividade das empresas.<br />

Cada estudante participante<br />

receberá, durante seis meses,<br />

bolsa de R$ 350 mensais.<br />

FIEC/AIRM<br />

Com o apoio do IEL/CE, a inov<strong>ação</strong><br />

fica ao alcance de sua empresa<br />

O IEL/CE atua na perspectiva de que o uso de novas tecnologias<br />

pela indústria é condição indispensável ao crescimento de uma<br />

economia globalizada. No desenvolvimento dessa missão, a<br />

entidade se faz presente em todo o estado, por intermédio das áreas<br />

de Estágio e Novos Talentos, Capacit<strong>ação</strong> Empresarial, Intermedi<strong>ação</strong><br />

Tecnológica e Prospecção e Tendências.<br />

IEL, a marca do desenvolvimento empresarial<br />

www.iel.org.br<br />

Av. Barão de Studart, 1980 - telefone: 3421-6500 - Cep 60.120.901


Calçados<br />

Desafiando a crise<br />

Enquanto Rio Grande do Sul e São Paulo amargaram queda nas<br />

exportações de calçados em 2008, o Ceará assumiu o segundo lugar<br />

no ranking dos maiores estados brasileiros exportadores do produto<br />

N<br />

a contramão da crise mundial,<br />

a indústria calçadista<br />

cearense teve muito a comemorar<br />

em 2008. As exportações<br />

de calçados alcançaram<br />

no período de janeiro a novembro do<br />

ano passado o faturamento de US$<br />

316,13 milhões. O montante evidencia<br />

um crescimento de 13,7% frente às<br />

vendas externas do setor no mesmo pe-<br />

ríodo de 2007 (US$ 277,98 milhões),<br />

garantindo ao Ceará o segundo lugar<br />

no ranking entre os estados brasileiros<br />

exportadores do produto.<br />

Com tal performance, o estado<br />

desbancou São Paulo, um dos maiores<br />

polos produtores de calçados do<br />

país, ficando atrás somente do Rio<br />

Grande do Sul, que se mantém como<br />

o de maior faturamento nas exporta-<br />

ções brasileiras de calçados. Enquanto<br />

São Paulo somou US$ 199,88 milhões<br />

nas exportações dos 11 primeiros<br />

meses de 2008, o Rio Grande do Sul<br />

totalizou US$ 1,1 bilhão no mesmo<br />

período. No comparativo entre 2008<br />

e 2007, os dois estados apresentaram<br />

queda nos valores exportados de 4,9%<br />

e 5,8%, respectivamente.<br />

Em pares de calçados o Ceará é o<br />

CACIO MURILO/AGÊNCIA SEBRAE<br />

primeiro do ranking. De janeiro a novembro<br />

de 2008, o estado exportou<br />

61,06 milhões, superando o Rio Grande<br />

do Sul, que vendeu para fora do<br />

país, no mesmo período, 47,68 milhões<br />

de pares. Em particip<strong>ação</strong> no total das<br />

vendas externas nacionais do setor, o<br />

Ceará atingiu o índice de 33,86% contra<br />

os 31,56% do vice-líder.<br />

“O motivo de sermos os primeiros<br />

em número de pares exportados e vicelíderes<br />

em faturamento com as exportações<br />

do mesmo produto é que os calçados<br />

da região Sul custam bem mais.<br />

Esse é um dos pontos que nos conferem<br />

mais competitividade em tempos<br />

de crise”, observa o superintendente<br />

do Centro Internacional de Negócios<br />

(CIN/CE), Eduardo Bezerra Neto.<br />

Em rel<strong>ação</strong> a outros segmentos exportadores<br />

cearenses, o setor calçadista<br />

também lidera. Na pauta de export<strong>ação</strong><br />

do estado, ele ganha com folga.<br />

Em segundo lugar vem o setor coureiro:<br />

as exportações chegaram a US$<br />

176,12 milhões. No lastro do crescimento<br />

das exportações de calçados, as<br />

vendas de couros ao mercado internacional<br />

dispararam em 2008, atingindo<br />

36,7% de incremento no comparativo<br />

com o acumulado do ano anterior.<br />

Mas o que motiva tão expressivo<br />

incremento do segmento calçadista<br />

do Ceará no mercado internacional,<br />

mesmo diante do cenário de crise<br />

econômica mundial? Para o presidente<br />

do Sindicato de Calçados do Crato<br />

(Sindicalc), Gladimir Gardini, o ponto<br />

chave é a qualidade. “O que coloca o<br />

Ceará nesse patamar é a qualidade do<br />

nosso calçado. Por isso, estamos ganhando<br />

visibilidade no exterior e expandindo<br />

nossas exportações”, afirma<br />

Gardini, que está confiante em rel<strong>ação</strong><br />

a 2009. “Nossa perspectiva é manter a<br />

posição que conquistamos lá fora ou<br />

até aprimorarmos”, torce.<br />

Aprimoramento que Gardini também<br />

deseja para a mão-de-obra do<br />

setor. “Planejamos trazer para o Crato<br />

cursos de aperfeiçoamento para a indústria<br />

calçadista local e ainda atrair<br />

empresas para virem se instalar em<br />

nossa região”, projeta. A indústria calçadista<br />

do Crato, município localizado<br />

na região do Cariri, reúne 15 empresas,<br />

sendo que 12 são filiadas ao sindicato.<br />

Do total, apenas cinco exportam. “Uma<br />

delas é de grande porte (Grendene) e<br />

quatro são de médio porte. As outras<br />

são pequenos estabelecimentos e tra-<br />

NÚMEROS<br />

316,13<br />

MILhõES DE DóLARES é O fAtURAMENtO<br />

DAS ExpORtAçõES DE CALçADOS CEARENSES<br />

DE NOV/DEZ 2008<br />

61,06<br />

MILhõES DE pARES DE CALçADOS<br />

O CEARá ExpORtOU EM 2008<br />

6,09<br />

DóLARES é O pREçO MéDIO DO CALçADO<br />

CEARENSE, CONtRA US$ 21,51 DOS CALçADOS<br />

GAúChOS E US$ 17,19 DOS pAULIStAS.<br />

balham apenas para o mercado interno”,<br />

explica o líder sindical.<br />

Para o empresário Marco Aurélio<br />

Norões Tavares, diretor da Bopil,<br />

empresa de calçados que integra o<br />

Sindicato das Indústrias de Calçados<br />

e Vestuário de Juazeiro do Norte e<br />

Região (Sindindústria), outro motivo<br />

que mantém o setor calçadista<br />

distante da crise é o fato de fabricar<br />

produtos de maior necessidade e de<br />

custo acessível. “Nossas mercadorias<br />

não precisam de financiamento de<br />

Pequenos mais<br />

sensíveis à crise<br />

Para os pequenos empresários,<br />

que sobrevivem principalmente do<br />

mercado interno, a situ<strong>ação</strong> é menos<br />

favorável. Elói Lima, proprietário da Indústria<br />

e Comércio de Calçados de Fortaleza Ltda.,<br />

que adota o nome fantasia Kild Couro Moda,<br />

comercializa 80% de sua produção para<br />

outros estados como Paraíba, Pernambuco,<br />

Alagoas, Sergipe, Roraima, Pará, Bahia,<br />

longo prazo e são artigos que se desgastam<br />

com o tempo e precisam ser<br />

renovados. E temos, além de qualidade,<br />

preço competitivo.”<br />

Em 2009, Tavares prefere não fazer<br />

projeções. “Tudo que exportamos até<br />

agora corresponde a negócios concluídos<br />

há mais de três meses. Quando<br />

formos fechar as vendas para os próximos<br />

meses é que iremos saber se o<br />

setor será afetado”, destaca o empresário,<br />

que integra o Conselho Diretor da<br />

Associ<strong>ação</strong> Brasileira da Indústria de<br />

Calçados (Abicalçados), representando<br />

o polo calçadista caririense.<br />

Eduardo Bezerra acredita que o setor<br />

de calçados cearense vai conseguir<br />

superar a crise, em função de sua maior<br />

competitividade em rel<strong>ação</strong> à concorrência.<br />

Segundo ele, o calçado é básico,<br />

tem qualidade, traz comodidade, tem<br />

um bom visual e o preço é acessível.<br />

“Nosso calçado possui duas características<br />

fundamentais. Primeiro, é de<br />

uso geral, podendo ser utilizado para<br />

trabalhar 365 dias por ano, devido à<br />

sua qualidade e durabilidade. Depois,<br />

ele não é caro como o calçado alemão<br />

ou mesmo aqueles pares produzidos no<br />

Sul do país”, resume.<br />

Dados da Abicalçados indicam que,<br />

nos últimos meses, o preço médio<br />

do calçado cearense girou em torno<br />

de US$ 6,09, contra US$ 21,51<br />

dos calçados gaúchos e US$ 17,19<br />

dos paulistas. Já os chineses, que<br />

conseguem vender mais barato,<br />

produzem calçados considerados<br />

“descartáveis”. Em tempos de crise,<br />

todos reconhecem, é preciso avaliar<br />

o custo-benefício do produto. Quem<br />

tem melhor preço e bom padrão de<br />

qualidade vence na acirrada competição<br />

do mercado globalizado.<br />

Amazonas, Maranhão e Piauí. “Só 20%<br />

do que fabrico mensalmente, em torno de<br />

5.000 a 6.000 pares por mês, atende o<br />

Ceará. Para fora do país, o que eu costumo<br />

vender são algumas peças para sacoleiras<br />

de Cabo Verde e Portugal, mas de outubro<br />

para cá vi que as vendas estão caindo.<br />

Primeiro, a queda foi de 30%; depois,<br />

em novembro, o faturamento caiu mais<br />

20%. E não é só comigo. Tem muita gente<br />

reclamando não ter atingido a meta do ano.<br />

Acredito que a situ<strong>ação</strong> volte a melhorar só a<br />

partir da segunda quinzena de abril”, estima.<br />

10 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 11<br />

| RevistadaFIEC |


Rede Madeiras<br />

<strong>Mais</strong> competitividade<br />

para as serrarias<br />

A central de negócios comemorou em dezembro de 2008 o<br />

primeiro de três grandes carregamentos de madeira para as 12<br />

empresas do grupo, barateando o produto<br />

Composta por 12 empresas<br />

do setor de serrarias<br />

da região metropolitana<br />

de Fortaleza, a recémcriada<br />

central de negócios<br />

Rede Madeiras comemorou em<br />

dezembro de 2008 o primeiro de três<br />

grandes carregamentos de madeira<br />

para os 12 estabelecimentos do grupo.<br />

A celebr<strong>ação</strong> tem dois motivos:<br />

primeiro, pelo barateamento do produto,<br />

com custo 30% menor; segundo,<br />

porque a <strong>ação</strong>, na verdade, é a<br />

concretiz<strong>ação</strong> de uma proposta de<br />

associativismo no segmento iniciada<br />

em julho de 2007.<br />

Fruto de trabalho desenvolvido<br />

pelo IEL/CE, por meio do Programa<br />

de Apoio à Competitividade<br />

das Micro e Pequenas Empresas<br />

(Procompi), as serrarias do Ceará<br />

vêm passando, desde meados de<br />

2007, por um processo de melhorias.<br />

Na época, foi elaborado um<br />

plano de <strong>ação</strong> conjunto envolvendo<br />

empresários, o IEL e o consultor<br />

Ítalo Robson Mourão Dias.<br />

Como consequência do trabalho<br />

compartilhado, foram montadas ofi-<br />

12 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

cinas específicas na área do associativismo<br />

e elaborado um programa de<br />

consultoria. “O resultado foi o surgimento<br />

da central de negócios Rede<br />

Madeiras”, diz Tereza Cristina Pereira<br />

do Nascimento, coordenadora do<br />

Procompi – setorial serrarias. Objetivo:<br />

promover o desenvolvimento<br />

das empresas associadas, em seus<br />

aspectos tecnológicos, gerenciais, de<br />

recursos humanos e financeiros.<br />

O passo inicial foi a cri<strong>ação</strong> de uma<br />

identidade visual da rede. Depois,<br />

houve a montagem de um estatuto e<br />

o estabelecimento de requisitos para<br />

particip<strong>ação</strong>. O principal deles é a fili<strong>ação</strong><br />

ao Sindicato das Indústrias de<br />

Serrarias, Carpintarias e Tanoarias de<br />

Fortaleza (Sindserrarias).<br />

Além de realizar compras em conjunto,<br />

a Rede Madeiras pretende elaborar<br />

estratégias de venda e até planos<br />

de marketing coletivos. Outros pontos<br />

desejados, ressalta Maria Olívia Barros<br />

Nogueira, presidente da rede, são<br />

a qualific<strong>ação</strong> do grupo e a atu<strong>ação</strong> de<br />

forma coletiva na prospecção de mercado.<br />

Segundo ela, quando da cri<strong>ação</strong><br />

do grupo, o setor estava, de certa<br />

forma, pouco articulado. Mas bastaram<br />

apenas 18 meses de convivência<br />

no Procompi para que o potencial do<br />

segmento fosse despertado. “Com a<br />

aproxim<strong>ação</strong>, estabeleceram-se laços<br />

de confiança, primordiais para se<br />

formar um grupo”, destaca. “Agora<br />

podemos dizer que caminhamos fortes<br />

em busca de uma maior competitividade”,<br />

frisa Olívia.<br />

ANUNCIE NA<br />

Presidente do<br />

Sindserrarias,<br />

Augustinho<br />

Alcântara<br />

Despertar potenciais<br />

A particip<strong>ação</strong><br />

de empresários do<br />

setor de serrarias no Procompi<br />

não fez despertar apenas o<br />

senso mercadológico. Segundo Maria<br />

Olívia, além desse aspecto, também foi<br />

estimulado o sentimento em prol de um<br />

segmento forte. Como reflexo, alguns<br />

desses empresários hoje compõem a<br />

atual diretoria do Sindserrarias, renovada<br />

no meio do ano. Com o caminhar<br />

das ações, os próprios participantes<br />

se sentiram estimulados a lutar pelo<br />

fortalecimento do setor.<br />

Para Olívia, a rede é consequência<br />

direta dos cursos do Procompi,<br />

que ensejaram aos participantes a<br />

possibilidade de fortalecimento a partir<br />

de uma atu<strong>ação</strong> em conjunto. A rede<br />

agora se mostra mais segura e está<br />

discutindo futuras ações. Além disso, tem<br />

sido importante a troca de experiências<br />

entre os empresários, abordando vários<br />

aspectos, desde o perfil de fornecedores a<br />

parcerias em vendas.<br />

De acordo com o presidente do<br />

Sindserrarias, Augustinho Alcântara, a<br />

central de negócios é importante para<br />

o setor. Mas ele afirma que a <strong>ação</strong> é<br />

um serviço independente do sindicato,<br />

mesmo tendo sido criada com seu apoio.<br />

Augustinho faz questão de ressaltar esse<br />

aspecto por considerar necessária a<br />

iniciativa dos empresários de ir além dos<br />

muros do Sindserrarias. “Ações dessa<br />

natureza fortalecem o segmento porque<br />

animam o setor”, considera.<br />

Hoje, o Sindserrarias tem 45 empresas<br />

filiadas. Mas a intenção do sindicato é<br />

ampliar essa particip<strong>ação</strong>, procurando filiar<br />

empreendimentos do interior do estado.<br />

Além disso, será estruturado um setor<br />

jurídico e oferecido plano de saúde aos<br />

filiados. O sindicato vai atuar fortemente no<br />

aprimoramento do segmento, por meio da<br />

qualific<strong>ação</strong>, além de procurar promover a<br />

melhoria tecnológica.<br />

Circul<strong>ação</strong> dirigida<br />

Editada pelo Sistema FIEC, a public<strong>ação</strong> mostra sua empresa para um público<br />

seleto e formador de opinião. Esteja presente nas próximas edições.<br />

INformE-sE: Sistema FIEC — Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia (AIRM) • Avenida Barão de Studart, 1980 • Aldeota<br />

Fortaleza – Ceará – Brasil • Telefones: (85) 3421-5434, 3421-5436 e 9187-5063 • Publicidade: publicidadesfiec@sfiec.org.br e airm@sfiec.org.br


SENAI/Toyota<br />

Centro treina mão-de-<br />

obra para três regiões<br />

A instal<strong>ação</strong> do equipamento no SENAI/CE gerou investimentos<br />

da ordem de R$ 300.000, sendo R$ 260.000 referentes aos<br />

veículos e motores colocados à disposição pela Toyota<br />

Referência na capacit<strong>ação</strong> de<br />

mão-de-obra no setor de mecânica<br />

automotiva no Nordeste,<br />

o Centro de Form<strong>ação</strong><br />

Profissional Waldyr Diogo<br />

de Siqueira, do SENAI/CE, localizado<br />

na Barra do Ceará, passou a sediar em<br />

dezembro de 2008 o primeiro centro de<br />

treinamento regional da Toyota fora<br />

de São Paulo, onde a montadora funciona.<br />

A instal<strong>ação</strong> do equipamento<br />

gerou investimentos da ordem de R$<br />

300.000, sendo R$ 260.000 referentes<br />

aos veículos e motores colocados à disposição<br />

pela Toyota.<br />

O novo núcleo cearense de treinamento<br />

automotivo beneficiará, de<br />

início, cerca de 200 técnicos de aproximadamente<br />

18 concessionárias da<br />

marca nas regiões Norte, Nordeste e<br />

Centro-Oeste. A Toyota possui 122<br />

concessionárias em todo o país, reunindo<br />

cerca de 1.800 técnicos e 400<br />

consultores de serviços. Dispõe ainda<br />

de duas plantas industriais no Brasil<br />

que reúnem 1.500 colaboradores.<br />

Com a marca Toyota entre seus parceiros,<br />

a área de treinamento automotivo<br />

do SENAI na Barra do Ceará se<br />

consolida mais ainda como núcleo de<br />

prepar<strong>ação</strong> de força do trabalho para o<br />

setor. Instalado em espaço com 6.000<br />

metros quadrados de área, o local conta<br />

com cerca de 30 veículos, entre carros<br />

e caminhões, destinados exclusivamente<br />

para uso didático. Atualmente,<br />

empresas como Ford, General Motors,<br />

Fiat, Renault, Daimler Chrysller, Bosch,<br />

Volkswagen e MWM International mantêm<br />

parcerias com o SENAI/CE para<br />

treinamento de funcionários.<br />

As parcerias incluem a cessão<br />

pelas montadoras de equipamentos,<br />

ferramentas e veículos, além<br />

do repasse de informações atuali-<br />

zadas sobre as últimas novidades<br />

dessas empresas. O SENAI oferece<br />

sua estrutura física e professores. A<br />

entidade mantém também parceria<br />

com outros representantes do setor,<br />

como a Associ<strong>ação</strong> da Indústria e<br />

Comércio de Veículos, Peças e Serviços<br />

do Estado do Ceará (Assopeças)<br />

e o Sindicato do Comércio de Peças<br />

e Serviços para Veículos Automotores,<br />

Ciclomotores e Refriger<strong>ação</strong> do<br />

Estado Ceará (Sincopeças).<br />

O diretor regional do SENAI, Francisco<br />

das Chagas Magalhães, lembra<br />

que nesse cenário de crise é preciso<br />

se proteger contra o pessimismo por<br />

meio do trabalho. Para isso, ressalta,<br />

faz-se necessária uma melhor<br />

qualific<strong>ação</strong> da mão-de-obra. Nesse<br />

sentido, o SENAI da Barra do Ceará<br />

é referência na form<strong>ação</strong> de trabalhadores<br />

para o setor automotivo,<br />

mantendo em média 6.500 matrículas<br />

por ano, com praticamente 100%<br />

de inserção no mercado de trabalho.<br />

Magalhães diz ainda que a prova da<br />

consolid<strong>ação</strong> da unidade como referência<br />

na form<strong>ação</strong> de mão-de-obra<br />

para o setor é essa parceria com a<br />

montadora japonesa. “Se não tivéssemos<br />

bons técnicos, não atuaríamos<br />

em conjunto com uma marca como a<br />

Toyota”, completa.<br />

100% de<br />

aproveitamento<br />

Antes mesmo do lançamento oficial<br />

do Centro de Treinamento da<br />

Toyota no SENAI, ocorrido<br />

em 5 de dezembro, começaram as aulas<br />

da primeira turma do curso de Técnico<br />

Automotivo Toyota, com a particip<strong>ação</strong><br />

de profissionais de concessionárias<br />

dos estados do Ceará, Amazonas,<br />

Maranhão, Pará, Paraíba e Rio Grande<br />

do Norte. Naquele mês, duas outras<br />

turmas foram concluídas, contando com<br />

treinandos do Ceará, Distrito Federal,<br />

Tocantins e Piauí. Os treinamentos<br />

serão retomados em março. Serão duas<br />

turmas por mês até o final do ano.<br />

Funcionário de uma concessionária<br />

de São Luiz, no Maranhão, Antônio<br />

Manoel, 18, participou da primeira turma<br />

e diz que o aproveitamento pode ser<br />

considerado 100%. Ele, que trabalha<br />

há seis meses na concessionária<br />

maranhense da Toyota, ressalta que<br />

o bom aproveitamento se deve à<br />

estrutura das instalações, mas também à<br />

qualidade dos instrutores do curso.<br />

Manoel já tinha feito curso técnico<br />

em mecânica, mas destaca que os<br />

cinco dias que passou no SENAI/CE<br />

foram fundamentais para consolidar<br />

o aprendizado sobre os produtos da<br />

Toyota. “O treinamento permite que a<br />

gente possa tirar todas as dúvidas que<br />

possamos ter no dia-a-dia.”<br />

A qualidade do treinamento<br />

ressaltada por Manoel pode ser<br />

medida pelo nível da parceria firmada<br />

entre o Departamento Nacional do<br />

Os treinamentos<br />

serão retomados<br />

em março<br />

SENAI, Departamento Regional<br />

do Ceará e a Toyota do Brasil Ltda.,<br />

em abril deste ano. Para os<br />

treinamentos foram doados, em regime<br />

de comodato, três carros: uma Hilux<br />

CD SRW AT 2006, uma Fielder XEI<br />

2007 e um Corolla SEG 2009, além<br />

de mais de cem ferramentas manuais<br />

e instrumentos vindos da sede da<br />

empresa, no Japão. A Toyota coloca<br />

também à disposição do SENAI/CE<br />

tecnologia atualizada de sua marca,<br />

visando dar condições à entidade<br />

de disseminá-la na rede Norte e<br />

Nordeste e na comunidade em geral,<br />

por meio de cursos de qualific<strong>ação</strong><br />

profissional e aprendizagem<br />

industrial. O curso é ministrado pelo<br />

instrutor do SENAI Lidenildo Nogueira<br />

Castro, que participou de vários<br />

treinamentos da empresa em São<br />

Paulo, sendo homologado pela Toyota.<br />

Como prova da importância<br />

que a Toyota dedicou à unidade de<br />

treinamento do SENAI/CE, participaram<br />

da solenidade oficial de instal<strong>ação</strong> o<br />

gerente geral de pós-venda Mercosul<br />

da Toyota, Evandro Luiz Maggio, e<br />

o gerente técnico da Toyota para a<br />

América Latina, Toshiyuki Ono. Segundo<br />

Maggio, a empresa tinha inicialmente<br />

a opção de instalar o primeiro centro<br />

de treinamento regional da empresa<br />

no Distrito Federal. Mas o Ceará, pela<br />

qualidade dos serviços do SENAI, acabou<br />

ganhando a unidade. Ele reconhece a<br />

importância do projeto, destacando que<br />

a concorrência exige sempre um melhor<br />

serviço. “É isso que vamos oferecer com<br />

a form<strong>ação</strong> desses profissionais no<br />

SENAI”, afirma Maggio.<br />

1 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 1<br />

| RevistadaFIEC |


Magalhães destaca que promover<br />

ações de educ<strong>ação</strong> profissional<br />

faz parte da missão do SENAI<br />

desde sua cri<strong>ação</strong> há 65 anos. Para<br />

ele, a parceria com a Toyota fortalecerá<br />

essa missão, por se tratar<br />

de uma empresa onde a excelência<br />

dos serviços representa uma busca<br />

constante. “Desse trabalho resultará<br />

sem dúvida o oferecimento de<br />

um melhor profissional para atender<br />

os clientes da Toyota”, comemora.<br />

De acordo o presidente da Feder<strong>ação</strong><br />

Nacional de Distribuição de Veículos<br />

Automotores (Fenabrave/CE),<br />

Júlio Ventura, a instal<strong>ação</strong> do centro<br />

de treinamento Toyota no estado<br />

pode ser entendida de duas formas.<br />

A primeira diz respeito ao nível de<br />

profissionaliz<strong>ação</strong> do trabalhador que<br />

passará a atuar nas concessárias da região.<br />

Outro aspecto é que a instal<strong>ação</strong><br />

sinaliza que a montadora acredita no<br />

Brasil. “Eles são muito pragmáticos e<br />

não iriam fazer um investimento sem<br />

estar bem conscientes do que querem”,<br />

argumenta Júlio Ventura.<br />

VEíCuLOS: FIELDER XEI COM MOtOR<br />

FLEX 1.8 16V, HILuX SRV COM MOtOR<br />

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COM MOtOR FLEX 1.8 16V.<br />

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50 anos de Brasil<br />

AToyota iniciou suas operações no<br />

Brasil em 23 de janeiro de 1958,<br />

com a instal<strong>ação</strong> de um escritório no<br />

Centro de São Paulo. Em dezembro daquele<br />

ano, também em São Paulo, inaugurou sua<br />

primeira linha de montagem, começando<br />

assim suas atividades como fabricante de<br />

veículos no país. Cinco meses mais tarde, a<br />

Toyota lançou o primeiro veículo land cruiser,<br />

que recebeu o nome de Bandeirante.<br />

Em 1961, a montadora adquiriu um<br />

terreno em São Bernardo do Campo<br />

(SP), onde instalou a primeira unidade<br />

industrial Toyota fora do Japão. No ano<br />

seguinte, passou a fabricar o Bandeirante<br />

nacional, que durante 40 anos se<br />

posicionou como referência no mercado<br />

de utilitários. Em outubro de 1999, a<br />

montadora celebrou a produção de<br />

100.000 unidades de utilitários no Brasil.<br />

Com a compra de um novo terreno<br />

A instal<strong>ação</strong> do centro de treinamento Toyota no Ceará<br />

pode ser entendida de duas formas. A primeira diz<br />

respeito ao nível de profissionaliz<strong>ação</strong> da mão-de-obra que passará<br />

a atuar nas concessárias da região. O outro aspecto é que essa<br />

instal<strong>ação</strong> sinaliza que a montadora acredita no Brasil.<br />

Júlio Ventura, presidente da Fenabrave/CE<br />

VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS dISPONÍVEIS<br />

NOVO COROLLa SE-G<br />

» Comando de válvula<br />

variável inteligente<br />

(VVt-i)<br />

» transmissão<br />

automática com<br />

controle inteligente<br />

» Freios ABS e EBD<br />

» Air bag duplo lateral e frontal para<br />

conduto e passageiro dianteiro<br />

» Sensor automático de chuva<br />

» Fárois de xenon com regulagem de altura<br />

e lavador<br />

» Sensor de estacionamento (traseiro e<br />

frontal lateral)<br />

» Piloto automático<br />

» Retrovisor interno com antiofuscante<br />

eletrocrômico<br />

de 1,5 milhão de metros quadrados na<br />

cidade de Indaiatuba, no interior de São<br />

Paulo, e com investimentos de US$ 150<br />

milhões, a Toyota do Brasil iniciou, em<br />

1996, a construção de sua principal<br />

fábrica no Brasil, destinada à produção<br />

do Corolla. Outro passo importante para<br />

crescer no Brasil foi a inaugur<strong>ação</strong> do<br />

Centro de Distribuição Guaíba, na Grande<br />

Porto Alegre, em março de 2005.<br />

Hoje, a Toyota do Brasil conta com<br />

mais de 2.900 colaboradores distribuídos<br />

entre as unidades de São Paulo (SP),<br />

Indaiatuba (SP), São Bernardo do Campo<br />

(SP) e Guaíba (RS). A linha de produtos<br />

é composta pelo Corolla e Fielder,<br />

produzidos em Indaiatuba; pelas Hilux e<br />

SW4, fabricadas na unidade industrial da<br />

Argentina, em Zárate; e pelos modelos<br />

importados do Japão: os utilitários<br />

esportivos land cruiser Prado e RAV4, o<br />

sedã Camry, além dos luxuosos sedãs da<br />

marca Lexus, o ES350 e LS460l.<br />

» Rádio CD charger para seis discos com<br />

MP3 e comandos no volante<br />

» Coluna de direção com regulagem de<br />

altura e profundidade<br />

» Bancos de couro com<br />

regulagem elétrica no banco<br />

do motorista<br />

» Direção eletroassistida (EPS)<br />

FIELDER xEI<br />

» Comando de<br />

válvula variável<br />

inteligente (VVt-i)<br />

» Freios ABS e EBD<br />

» Coluna de direção com<br />

regulagem da altura<br />

» Air bag duplo frontal<br />

Inovaçoes<br />

FOSFOgESSO PARA A<br />

COnStRuçãO CIVIL<br />

Na USP de São Carlos,<br />

no interior paulista, testes<br />

realizados com o fosfogesso,<br />

um subproduto da indústria<br />

de fertilizantes, comprovam<br />

que o produto pode ser<br />

utilizado na construção civil,<br />

até mesmo em substituição<br />

ao cimento convencional. Os<br />

pesquisadores desenvolveram<br />

um método que utiliza esse<br />

material para produzir blocos<br />

para construção civil com<br />

uma resistência que atinge<br />

até 90 megapascal (MPa)<br />

– unidade de resistência à<br />

compressão. Segundo os<br />

cientistas, concretos de alto<br />

desempenho têm em média<br />

uma resistência de 50 MPa. O<br />

método utilizado pela equipe<br />

é conhecido como UCOS<br />

(Umedecimento, Compact<strong>ação</strong><br />

e Secagem), que é o<br />

processamento do fosfogesso<br />

para obtenção de elementos<br />

cerâmicos de alta resistência.<br />

O modelo de trabalho também<br />

pode ser aplicado em gesso<br />

comum, garante o professor<br />

encarregado pelos testes,<br />

Milton Ferreira de Souza, da<br />

USP. Segundo ele, com a<br />

tecnologia será possível, em<br />

dois anos, desenvolver uma<br />

planta piloto capaz de oferecer<br />

ao mercado da construção civil<br />

produtos como placas e blocos<br />

estruturais de fosfogesso<br />

pré-acabados para construção.<br />

“Em habitações populares<br />

os produtos serão de grande<br />

utilidade, permitindo maior<br />

rapidez e menos trabalho de<br />

acabamento”, afirma.<br />

&Descobertas<br />

ROBôS InDuStRIAIS VIRAM MáquInAS DE PROtOtIPAgEM RáPIDA<br />

Produzir peças grandes, como pás para<br />

rotores que geram energia eólica, ou hélices de<br />

navios, é um processo trabalhoso, demorado<br />

e caro. Tudo porque o ofício exige a confecção<br />

de um molde gigantesco, num processo que<br />

precisa de muita técnica e tempo. As máquinas<br />

de prototipagem rápida seriam ideais para<br />

essa tarefa, mas elas não conseguem<br />

fabricar peças de dimensões tão grandes.<br />

Agora, engenheiros do Instituto Fraunhofer,<br />

na Alemanha, acreditam ter encontrado uma<br />

solução para otimizar, automatizar e acelerar<br />

o processo de fabric<strong>ação</strong> de grandes moldes.<br />

Eles inventaram uma forma de converter<br />

grandes robôs industriais em equipamentos<br />

de prototipagem rápida capazes de lidar<br />

com as dimensões necessárias para a<br />

fabric<strong>ação</strong> dessas grandes peças. Segundo<br />

o engenheiro Torsten Felsch, os moldes<br />

são usinados diretamente de um bloco,<br />

InDúStRIA DE ALIMEntOS<br />

Pesquisadores da Universidade Metropolitana de<br />

Manchester, na Inglaterra, afirmam ter descoberto uma<br />

forma de acabar com um dos maiores problemas da<br />

indústria de alimentos – a contamin<strong>ação</strong>. O segredo<br />

seria a utiliz<strong>ação</strong> de titânio nas superfícies de trabalho,<br />

como mesas e áreas de corte. Atualmente, o material<br />

mais utilizado nos equipamentos da indústria de<br />

aliment<strong>ação</strong> é o aço inoxidável. Contudo, a prática<br />

mostra que esse material não é imune à abrasão e<br />

ao desgaste induzidos pelo contato constante com<br />

ferramentas como facas, serras e materiais de limpeza,<br />

o que causa contamin<strong>ação</strong> por bactérias. Segundo<br />

os estudiosos, a bactéria Listeria, por exemplo, fica<br />

retida em fissuras de apenas 0,5 micrômetro de<br />

espessura, mesmo depois da higieniz<strong>ação</strong> padrão<br />

da indústria. Já os Staphylococcus fixam-se em<br />

ranhuras medindo um micrômetro de largura. O<br />

problema pode ser solucionado, de acordo com os<br />

cientistas ingleses, com a adoção de titânio nessas<br />

áreas de trabalho, na forma de um revestimento<br />

colocado sobre o aço das mesas. Além de ser mais<br />

resistente à abrasão, diminuindo drasticamente a<br />

cri<strong>ação</strong> das ranhuras por abrasão, as bactérias têm<br />

mais dificuldade de se fixar ao titânio.<br />

eliminando a necessidade de construção de um modelo<br />

para a fabric<strong>ação</strong> do molde. Os pesquisadores agora<br />

estão otimizando as rotas que o robô deve seguir ao<br />

trabalhar cada peça para diminuir ainda mais o tempo<br />

de usinagem, além de aprimorar os algoritmos usados<br />

para calcular essas rotas. “Dependendo do processo, isso<br />

pode reduzir os custos à metade ou até a um terço. Várias<br />

ferramentas podem ser combinadas de forma flexível<br />

umas às outras”, explica o pesquisador.<br />

CERâMICA MAIS DuRA DO MunDO é<br />

CRIADA IMItAnDO A MADREPéROLA<br />

Controlando o congelamento de partículas de<br />

óxido de alumínio (alumina) suspensas em água<br />

salgada, e adicionando um polímero conhecido<br />

como PMMA (polimetilmetacrilato), pesquisadores<br />

do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos<br />

Estados Unidos, fabricaram uma cerâmica 300<br />

vezes mais dura do que as atuais de mercado. A<br />

inspir<strong>ação</strong> da equipe do Dr. Robert Ritchie veio da<br />

madrepérola, também conhecida como nácar. A<br />

madrepérola é uma substância calcária de origem<br />

animal, dura e brilhante. Os cientistas utilizaram o<br />

biomimetismo, imit<strong>ação</strong> de estruturas encontradas<br />

na natureza, para criar a cerâmica mais dura do<br />

mundo.A solução encontrada pelos pesquisadores<br />

foi utilizar cristais de gelo como moldes para a<br />

cristaliz<strong>ação</strong> do material dissolvido na água. Eles<br />

já haviam usado a técnica com partículas de<br />

carbonato de cálcio em suspensão, produzindo<br />

estruturas parecidas com ossos, só que quatro vezes<br />

mais fortes do que os melhores ossos artificiais. No<br />

próximo passo da pesquisa, os cientistas planejam<br />

elevar o teor de alumina – hoje de 85%<br />

– e selecionar um polímero ainda melhor.<br />

1 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 1<br />

| RevistadaFIEC |


Capa<br />

Crédito para<br />

a indústria<br />

Para garantir competitividade ao setor em tempos de crise, a FIEC<br />

se antecipou às outras federações do país, firmando convênios com<br />

instituições financeiras para assegurar crédito diferenciado às empresas<br />

do estado filiadas aos seus 38 sindicatos<br />

Sem crédito não dá para competir<br />

e sem competitividade<br />

as empresas fenecem, os empregos<br />

escasseiam e a atividade<br />

econômica se retrai, atrasando<br />

o desenvolvimento de qualquer<br />

estado ou país. Para garantir recursos às<br />

empresas, cumprindo o papel de indutora<br />

da indústria cearense, a FIEC, por<br />

meio do Instituto de Desenvolvimento<br />

Industrial do Ceará (INDI), está firmando<br />

parcerias com instituições financeiras<br />

para garantir empréstimos com taxas<br />

de juros diferenciadas.<br />

Em dezembro de 2008, a Feder<strong>ação</strong><br />

assinou convênios com a Caixa Econômica<br />

Federal (CEF) e o Banco do Brasil<br />

(BB), que redundaram na disponibilidade<br />

de R$ 1 bilhão em recursos para<br />

financiamento às indústrias filiadas,<br />

POR âNGELA CAvALCANTE<br />

com taxas inferiores até 25% às praticadas<br />

no mercado. O esforço foi empreendido<br />

com o apoio do presidente<br />

da FIEC, Roberto Proença de Macêdo,<br />

que visitou pessoalmente as instituições<br />

para propor parcerias, no intuito<br />

de auxiliar as empresas a vencerem os<br />

efeitos da crise econômica mundial e a<br />

ampliarem a competitividade. A primeira<br />

a anunciar linhas mais atrativas de<br />

financiamento foi o Banco do Brasil. No<br />

dia 8 de dezembro do ano passado, o<br />

banco oficializou convênio, com dur<strong>ação</strong><br />

de três meses, no valor de R$ 300<br />

milhões, dos quais R$ 200 milhões são<br />

destinados à capital de giro e R$ 100<br />

milhões do Cartão BNDES (Banco Nacional<br />

do Desenvolvimento Social),<br />

que podem ser utilizados na compra de<br />

máquinas e equipamentos. De acordo<br />

com o superintendente de varejo do<br />

Ceará do BB, Adilson do Nascimento<br />

Anísio, o valor do crédito não é finito.<br />

O contrato também pode ser renovado<br />

em função da demanda. “A expectativa<br />

é que esse montante seja todo utilizado.<br />

Entretanto, se for necessário mais,<br />

temos como buscar novos recursos”,<br />

antecipa. Segundo ele, o banco manterá<br />

as taxas diferenciadas até março de<br />

2009. “Manter taxas abaixo do valor<br />

de mercado numa época de crise não é<br />

fácil. Esse convênio é uma demonstr<strong>ação</strong><br />

clara do apoio do Banco do Brasil à<br />

indústria cearense e mostra que a insti-<br />

tuição está exercendo a sua voc<strong>ação</strong> de<br />

participar do desenvolvimento do país,<br />

sem nenhuma postura restritiva diante<br />

da atual conjuntura”, destaca.<br />

Conforme o gerente do segmento<br />

de pessoa jurídica do BB, Elias Zeglin,<br />

o crédito diferenciado se destina<br />

à antecip<strong>ação</strong> de vendas (recebíveis) e<br />

à capital de giro mediante a linha BB<br />

Giroflex. O convênio prevê a concessão<br />

de crédito com juros que variam entre<br />

1,36% e 3,88% ao mês. “A taxa média<br />

cobrada no mercado para desconto<br />

de títulos está em torno de 3,36%. No<br />

Banco do Brasil, a taxa praticada é de<br />

2,17%, mas com o convênio firmado<br />

na FIEC a taxa média ficará em torno<br />

de 1,75%, podendo chegar a 1,57%<br />

ao mês, dependendo do risco”, estima.<br />

Em rel<strong>ação</strong> a descontos de cheques, as<br />

taxas de juros irão variar de 1,36% a<br />

1,67%, mensalmente, e, para duplicatas,<br />

de 1,44% a 1,77%.<br />

Para incentivar o uso do Cartão BN-<br />

DES, na compra de máquinas, equipamentos<br />

e insumos, as condições são<br />

ainda mais atraentes. “O valor pode ser<br />

pago em até 36 parcelas, com prazo<br />

de carência (para começar a pagar) de<br />

três meses e taxa fixa de 1,27% ao mês<br />

(índice de dezembro/2008)”, observa<br />

Zeglin, acrescentando que as indústrias<br />

também podem se beneficiar sendo fornecedoras<br />

do Cartão BNDES. “As empresas<br />

que se cadastrarem para vender<br />

o cartão no Ceará terão até três meses<br />

de isenção no pacote de tarifas”, avisa.<br />

O banco<br />

manterá as<br />

taxas diferenciadas<br />

até março de<br />

2009.<br />

Adilson do Nascimento Anísio,<br />

superintendente de varejo do Ceará do BB<br />

O acesso das empresas aos benefícios<br />

proporcionados pelo convênio<br />

FIEC/INDI com o Banco do Brasil é<br />

possível mediante a apresent<strong>ação</strong>,<br />

num dos 176 pontos de atendimento<br />

da instituição no Ceará, de carta de<br />

recomend<strong>ação</strong> do sindicato industrial<br />

ao qual é filiado, constando estar em<br />

dia com as obrigações sindicais. A<br />

condição também vale para as linhas<br />

de crédito disponíveis no convênio firmado<br />

com a Caixa. “Só têm acesso às<br />

taxas diferenciadas empresas associa-<br />

NÚMEROS<br />

1 bilhão<br />

DE REAIS é O tOtAL DO CONVÊNIO ASSINADO ENtRE A<br />

fIEC, CAIxA E BANCO DO BRASIL pARA ASSEGURAR CRéDItO<br />

DIfERENCIADO àS INDúStRIAS fILIADAS AOS 38 SINDICAtOS.<br />

300<br />

milhões<br />

DE REAIS é O VALOR ASSEGURADO<br />

pELO BANCO DO BRASIL.<br />

700<br />

milhões<br />

das aos sindicatos ligados à FIEC. Vamos<br />

aproveitar para fortalecer nosso<br />

sistema, usando o que mais é necessário<br />

hoje no mercado: o oxigênio financeiro.<br />

A hora é essa!”, alerta Roberto<br />

Proença de Macêdo. Ele lembra que a<br />

contrat<strong>ação</strong> de crédito não é fácil no<br />

Brasil. “Aqui, com o excesso de segurança<br />

dos bancos, se as empresas não<br />

tiverem recursos próprios dificilmente<br />

conseguirão sobreviver. Devemos<br />

aproveitar essa mudança de comportamento”,<br />

aconselha.<br />

Roberto Macêdo, diante das dificuldades<br />

e da morosidade na obtenção<br />

de crédito para capital de giro e com o<br />

governo federal estimulando os bancos<br />

oficiais a abrirem recursos para oxigenar<br />

as empresas, não teve dúvidas:<br />

“Procurei a Caixa e o Banco do Brasil<br />

e fui prontamente atendido”. O resultado,<br />

segundo ele, é o amplo leque de<br />

opções. “As linhas são variadas. Recurso<br />

existe, o volume é bom e ainda poderá<br />

ter mais”, anuncia.<br />

Na CEF, R$ 700 milhões em recursos<br />

estão disponíveis nas 54 agências<br />

bancárias da instituição desde 16 de<br />

dezembro. Entre os diferenciais dos<br />

empréstimos no convênio, válido por<br />

um ano, estão a redução em até 25%<br />

das taxas de operações de crédito praticadas<br />

no banco, além da oferta de<br />

tarifas até 40% abaixo do valor praticado<br />

habitualmente pela Caixa. Os<br />

empresários beneficiados contarão<br />

ainda com taxas de 0,83% ao mês mais<br />

TR (Taxa Referencial), antecip<strong>ação</strong> de<br />

receitas e financiamentos comerciais e<br />

imobiliários. Além disso, serão oferecidos<br />

serviços como folha de pagamento<br />

e cobrança bancária, isenção de tarifas<br />

e cartão de crédito com a primeira<br />

anuidade gratuita.<br />

Segundo o gerente regional de negócios<br />

pessoa jurídica da Caixa, Antônio<br />

Carlos Franci, o convênio possibilita o<br />

levantamento de recursos para cobrir do<br />

capital de giro à construção do prédio<br />

da empresa. As indústrias participantes<br />

da iniciativa terão, além da redução nos<br />

valores dos pagamentos, uma maior<br />

agilidade nas análises do crédito e tarifas<br />

de serviços que poderão chegar a ter<br />

custo zero, dependendo do volume de<br />

negócios a ser contratado.<br />

Na modalidade Crédito Especial<br />

Empresa, a taxa de juros que, no balcão,<br />

corresponde a 2,47% ao mês mais<br />

TR, no convênio será a partir de 1,13%<br />

1 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

DE REAIS EStãO DISpONíVEIS NA CAIxA. Janeiro de 2009 19<br />

| RevistadaFIEC |


mais TR ou 1,30% pré-fixada, com prazo<br />

de pagamento de até 24 meses. Na<br />

Conta Garantida Caixa, limite de crédito<br />

rotativo destinado a suprir necessidades<br />

momentâneas de fluxo de caixa,<br />

o juro praticado cai de 1,20% ao mês<br />

para 0,60% ao mês somado ao CDI<br />

(Certificado de Depósito Interbancário).<br />

Nesse caso, o prazo para quitar o<br />

empréstimo é de 12 meses.<br />

Os juros também caem de 1,55% ao<br />

mês para 1,33% mais TR no Giro Caixa<br />

Instantâneo Múltiplo. Já no desconto de<br />

cheques e duplicatas, o convênio da FIEC<br />

com a Caixa permite a redução da faixa<br />

cobrada no balcão (de 2,08% a 3,99%<br />

ao mês) para o patamar entre 1,38% a<br />

2,05% ao mês. No Finame, linha de crédito<br />

destinada à aquisição de máquinas<br />

e equipamentos nacionais novos, a taxa<br />

mais TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo),<br />

de 6,5% no balcão, passa para 3,8%<br />

mais TJLP. Esta última taxa é a mesma<br />

aplicada ao BNDES Automático, que<br />

financia projetos de investimentos<br />

destinados à expansão, relocaliz<strong>ação</strong><br />

e moderniz<strong>ação</strong> de infra-estrutura,<br />

aquisição de máquinas e equipamentos<br />

e capital de giro associado.<br />

Para o superintendente regional da<br />

CEF, Gotardo Gomes Gurgel Júnior,<br />

o convênio firmado com a FIEC demonstra<br />

que a instituição está disposta<br />

a apoiar a indústria a superar a crise<br />

econômica mundial. “A Caixa, mesmo<br />

com o desencadeamento da crise, não<br />

mexeu em suas taxas, tarifas e prazos.<br />

Queremos mostrar à sociedade que<br />

essa é a forma encontrada para contribuir<br />

com o combate à crise a fim de<br />

Garantindo<br />

competitividade<br />

Dentro da mesma política de<br />

incentivo com vistas a alavancar o<br />

setor industrial do estado, a FIEC<br />

lançará em 2 de fevereiro o Programa<br />

de Desenvolvimento da Competitividade<br />

(Prodecom). Coordenado pelo INDI, é<br />

mais uma iniciativa pioneira da FIEC,<br />

proporcionando condições às empresas<br />

de terem minimizados os efeitos da crise<br />

financeira e de garantirem a competitividade<br />

do negócio. “Será um programa<br />

complementar aos convênios firmados<br />

com os bancos”, explica Pedro Jorge<br />

Ramos Viana, responsável pela Unidade de<br />

20 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

que ela não traga maiores prejuízos à<br />

nossa economia. Esperamos estar dando<br />

um passo à frente para um 2009<br />

melhor do que o projetado pelo mercado<br />

no final de 2008”, arremata.<br />

Um reforço adicional que ajudará as<br />

empresas a se capitalizarem para enfrentar<br />

a crise foi a iniciativa do governo<br />

federal, que oficializou, no dia 16 de<br />

dezembro passado, a Medida Provisória<br />

(MP) 451, alterando a legisl<strong>ação</strong> tributária.<br />

Pelo artigo 6º da MP, as empresas<br />

estão dispensadas durante seis meses, a<br />

contar da data da public<strong>ação</strong>, de apresentar<br />

certidão negativa de débitos nas<br />

operações de financiamento realizadas<br />

com instituições financeiras públicas,<br />

como Banco do Brasil, Caixa, BNDES,<br />

Banco da Amazônia e Banco do Nordeste.<br />

Com a mudança, que contempla<br />

os dois bancos que firmaram convênios<br />

com a FIEC, fica suspensa, temporariamente,<br />

a exigência de regularidade fiscal<br />

no Cadastro Informativo de Créditos<br />

não Quitados do Setor Público Federal<br />

(Cadin) para concessão de empréstimos<br />

a pessoas físicas e jurídicas nos bancos<br />

federais. A MP, porém, não beneficia<br />

empresas com débito no INSS.<br />

Os convênios não são a única iniciativa<br />

da FIEC para alavancar o desenvolvimento<br />

da indústria e da economia<br />

cearense. “Não vamos parar<br />

por aqui. A Feder<strong>ação</strong> continuará buscando<br />

apoio para criar condições de<br />

aumentar a competitividade dos seus<br />

associados. Ainda pretendemos procurar<br />

o BNB”, antecipa Roberto Macêdo.<br />

Informações sobre os convênios pelos<br />

telefones 3421-5450 e 3421-5491.<br />

Economia e Estatística (UEE) do INDI.<br />

O Prodecom reunirá profissionais<br />

capazes de identificar demandas, formular<br />

diagnósticos e apresentar soluções nas<br />

áreas de estratégia, fusões e aquisições,<br />

governança, gestão, mercado, logística,<br />

tecnologia e inov<strong>ação</strong>, suprimento,<br />

planejamento, economia e finanças,<br />

qualidade e produtividade e questões fiscais<br />

e tributárias. Sua estrutura será composta<br />

pelo diretor corporativo do INDI, Jurandir<br />

Picanço, o coordenador da UEE e mais o<br />

assessor contratado pela FIEC, Raimundo<br />

Padilha, além de um representante dos<br />

consultores credenciados pelo instituto. “O<br />

Prodecom tem por finalidade oferecer às<br />

empresas industriais do Ceará instrumentos<br />

de aprimoramento gerencial e financeiro<br />

O<br />

convênio<br />

firmado com a<br />

FIEC demonstra<br />

que a instituição<br />

está disposta a<br />

apoiar a indústria<br />

a superar a<br />

crise.<br />

Gotardo Gomes Gurgel Júnior,<br />

superintendente regional da CEF<br />

para permitir a competitividade nos<br />

mercados nacional e internacional”, resume<br />

Jurandir Picanço.<br />

Dados do Guia Industrial do Ceará<br />

indicam que o segmento industrial<br />

cearense é formado por mais de 11.000<br />

empresas, sendo constituído principalmente<br />

de microempresas, que correspondem<br />

a 80% do total. Acima de 71% dessas<br />

empresas pertencem ao ramo da indústria<br />

de transform<strong>ação</strong>. Todas elas integram o<br />

público-alvo visado pelo Prodecom.<br />

S E R v I ç O<br />

Informações sobre o PRODECOM<br />

pelos telefones 3421-5450<br />

e 3421-5491.<br />

FIEC/AIRM<br />

Prontos para agir<br />

Os novos projetos estruturantes<br />

confirmados para o Ceará,<br />

especialmente a siderúrgica, a<br />

refinaria e novas termelétricas,<br />

mudarão o perfil industrial do<br />

estado nos próximos anos. As<br />

entidades que fazem o Sistema FIEC<br />

– SESI, SENAI, IEL, INDI e FIRESO<br />

– estão preparadas para atender<br />

as demandas por mão-de-obra<br />

qualificada e serviços tecnológicos<br />

que esse panorama de novos<br />

investimentos exigirá das indústrias<br />

locais. Estamos prontos para entrar<br />

nesse novo ciclo de crescimento,<br />

fruto de uma atu<strong>ação</strong> integrada<br />

do setor produtivo cearense e dos<br />

governos estadual e federal.<br />

Novos projetos, novas indústrias e uma antiga certeza:<br />

o Ceará pode contar com o Sistema FIEC para crescer.


Carga tributária<br />

Em disparada<br />

A alta carga tributária prejudica a capacidade de consumo dos<br />

cidadãos, reduz o potencial de investimento das empresas, diminui<br />

sua competitividade nos mercados interno e externo e gera um<br />

efeito cascata na economia de todo o país<br />

Nos últimos anos, mais especificamente<br />

no período que compreende<br />

do Plano Real (1994) até 2008,<br />

a carga tributária do Brasil saltou<br />

do patamar de cerca 25% da renda<br />

nacional e passou a beirar a marca de 38%,<br />

equiparando-se à tribut<strong>ação</strong> praticada por<br />

governos de países como França, Itália, Bélgica,<br />

Áustria e Finlândia. A diferença é que, em<br />

troca dos altos tributos pagos, os europeus<br />

têm acesso à educ<strong>ação</strong>, saúde e outros benefícios<br />

garantidos pelo estado. Já os brasileiros<br />

continuam sujeitos à ineficiência<br />

dos serviços públicos, que não<br />

acompanharam o ritmo da escalada<br />

tributária brasileira.<br />

Mas se não houve melhoria dos<br />

serviços dispensados pelo estado<br />

brasileiro à popul<strong>ação</strong>, a infl<strong>ação</strong><br />

foi finalmente domada, o país experimenta<br />

tempos de paz e a sua<br />

democracia está restabelecida, por<br />

que, em menos de uma década, a<br />

carga tributária cresceu tanto? Por<br />

que os tributos indiretos penalizam<br />

mais os pobres do que os ricos?<br />

Quais os prejuízos que a alta carga<br />

tributária traz aos produtos brasileiros?<br />

O que dificulta a concretiz<strong>ação</strong><br />

da reforma tributária no país<br />

para pôr fim a tantas distorções?<br />

De acordo com o economista<br />

Henrique Marinho, professor<br />

da Universidade de Fortaleza<br />

(Unifor), em primeiro lugar, é<br />

preciso entender a lógica política<br />

dos governos. “As diferenças orçamentárias<br />

naturalmente surgem<br />

em qualquer governo. Para obter<br />

recursos necessários às novas demandas,<br />

é muito mais cômodo aos<br />

governantes aumentar alíquotas<br />

ou criar novos impostos do que reduzir<br />

gastos públicos, por meio de<br />

técnicas de gestão mais eficientes.<br />

Além disso, aqui no Brasil o uso<br />

de medidas provisórias permite<br />

ao governo alterar tributos com<br />

mais facilidade”, explica.<br />

O problema é que a elev<strong>ação</strong><br />

dos tributos não reflete apenas o<br />

aumento da arrecad<strong>ação</strong> para os<br />

governos. A alta carga tributária<br />

dificulta a capacidade de consumo<br />

dos cidadãos e reduz o potencial<br />

de investimentos das empresas,<br />

diminuindo, portanto, sua competitividade<br />

nos mercados interno<br />

e externo, gerando um efeito cascata<br />

na economia de todo o país.<br />

“O excesso de tribut<strong>ação</strong> retira o<br />

poder de compra dos salários, ao<br />

mesmo tempo em que aumenta o<br />

preço final das mercadorias e serviços.<br />

Isto retrai o consumo, afasta<br />

investimentos produtivos e dificulta<br />

a ger<strong>ação</strong> de empregos formais”,<br />

resume Gilberto Luiz Amaral, presidente<br />

do Instituto Brasileiro de<br />

Planejamento Tributário (IBPT).<br />

Segundo o IBPT, em 2006 a<br />

arrecad<strong>ação</strong> tributária brasileira,<br />

considerando as esferas federal,<br />

Com a<br />

estabilidade<br />

econômica, os governos<br />

passaram a aumentar as<br />

alíquotas e a criar novos<br />

impostos para garantir o<br />

aumento de suas<br />

receitas. É por isso que<br />

a reforma tributária é tão<br />

complicada.<br />

SAIBA QUE...<br />

Henrique Marinho,<br />

economista<br />

A CANEtA é O ItEM<br />

DA LIStA DE MAtERIAL<br />

ESCOLAR COM MAIS IMpOStOS<br />

EMBUtIDOS NO pREçO fINAL:<br />

47,49% DE SEU VALOR<br />

SãO tRIBUtOS. EM SEGUIDA, VÊM A<br />

RéGUA (44,65%), A<br />

AGENDA E A BORRAChA (EMpAtADOS<br />

COM 43,19%). OS DADOS<br />

SãO DO INStItUtO BRASILEIRO DE<br />

pLANEjAMENtO tRIBUtáRIO.<br />

estadual e municipal, atingiu o<br />

montante de R$ 815,07 bilhões,<br />

superando os R$ 732,87 bilhões<br />

arrecadados em 2005. Cada brasileiro<br />

pagou em média R$ 4.434,68<br />

em tributos no ano de 2006, valor<br />

maior em R$ 447,23 ao que<br />

desembolsou no ano anterior. O<br />

instituto revela ainda que a cagar<br />

tributária cresceu 0,72 ponto<br />

percentual no primeiro governo<br />

de Fernando Henrique Cardoso;<br />

6,51 pontos percentuais em seu<br />

segundo mandato e 2,96 pontos<br />

percentuais na primeira gestão do<br />

presidente Lula.<br />

“Antes do real, o processo inflacionário<br />

era alto e a arrecad<strong>ação</strong><br />

aumentava naturalmente ano<br />

após ano, sem que os governantes<br />

precisassem mexer na alíquota.<br />

Era o chamado imposto inflacionário,<br />

que chegou ao fim na década<br />

de 1990. Com a estabilidade<br />

econômica, os governos passaram<br />

a aumentar as alíquotas e a criar<br />

novos impostos para garantir o<br />

aumento de suas receitas. É por<br />

isso que a reforma tributária é tão<br />

complicada”, analisa o economista<br />

Henrique Marinho, para quem<br />

a maior polêmica causada pelas<br />

propostas de reforma é a redistribuição<br />

do bolo entre União, estados<br />

e municípios. “Ninguém quer<br />

perder receita”, diz.<br />

O presidente da Comissão de<br />

Estudos Tributários da Ordem<br />

dos Advogados do Brasil no Ceará<br />

(OAB/CE), advogado tributarista<br />

Erinaldo Dantas Filho, afirma ser<br />

contra a reforma tributária. “O problema<br />

do tributo é a base de cálculo.<br />

Basta reduzir a alíquota. Não precisa<br />

alterar a Constituição. A reforma<br />

que o governo quer é para aumentar<br />

o bolo da arrecad<strong>ação</strong>. E o contribuinte<br />

é quem mais uma vez vai pagar<br />

a conta. O que precisa haver no<br />

Brasil é uma política tributária de<br />

longo prazo, que vá reduzindo ano<br />

a ano a alíquota até chegar num imposto<br />

justo”, defende.<br />

O economista Henrique Marinho<br />

lembra que o maior problema<br />

da tribut<strong>ação</strong> brasileira são os impostos<br />

indiretos. “A incidência de<br />

impostos como PIS, Cofins e ICMS<br />

nos produtos, por exemplo, não levam<br />

em conta a renda de quem está<br />

comprando. Por isso, o pobre acaba<br />

22 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 23<br />

| RevistadaFIEC |<br />

22<br />

| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009


pagando bem mais em termos relativos,<br />

porque neles não se aplica<br />

o princípio da progressividade,<br />

a exemplo do Imposto de Renda,<br />

onde paga mais quem ganha mais”,<br />

diz Henrique Marinho.<br />

O resultado da soma dos tributos<br />

federais, estaduais e municipais<br />

arrecadados no primeiro<br />

semestre de 2008 atingiu 37,27%<br />

do Produto Interno Bruto (PIB).<br />

Segundo cálculos do IBPT, o levantamento<br />

aponta um aumento<br />

de 1,24 ponto percentual da carga<br />

tributária brasileira em rel<strong>ação</strong><br />

ao mesmo período de 2007.<br />

“Mesmo sem a cobrança da CPMF,<br />

houve um aumento expressivo de<br />

carga tributária em rel<strong>ação</strong> ao<br />

PIB no primeiro semestre do ano<br />

passado”, afirma Gilberto Amaral.<br />

Para ele, o principal motivo<br />

da arrecad<strong>ação</strong> histórica foi o aumento<br />

do Imposto sobre Oper<strong>ação</strong><br />

Financeira (IOF), que subiu<br />

de R$ 3,66 bilhões para R$ 9,67<br />

bilhões em 2008.<br />

Segundo revela o estudo, foram<br />

arrecadados, nos primeiros<br />

seis meses de 2008, R$ 515,36<br />

bilhões, enquanto o total de arrecad<strong>ação</strong><br />

no mesmo período de<br />

2007 foi de R$ 444,66 bilhões.<br />

Sendo assim, houve um aumento<br />

nominal de arrecad<strong>ação</strong> de R$<br />

70,70 bilhões em rel<strong>ação</strong> ao mesmo<br />

semestre de 2007 (15,90%).<br />

“Neste cenário de alta tribut<strong>ação</strong>,<br />

cada brasileiro pagou, em média,<br />

R$ 2.717,93 de tributos no semestre,<br />

visto que a carga tributária<br />

per capita no período cresceu<br />

12,46% (nominal) e 4,70%<br />

(real)”, calcula Gilberto Amaral.<br />

Outro estudo realizado pelo<br />

IBPT mostra que a classe média<br />

trabalha 75% do ano para pagar<br />

tributos e adquirir serviços privados<br />

em substituição aos serviços<br />

públicos ineficientes. Segundo<br />

o documento, em 2008 a classe<br />

média trabalhou até 5 de junho<br />

somente para pagar tributos (157<br />

dias); e de 6 de junho a 30 de<br />

setembro (117 dias) trabalhou<br />

para adquirir serviços privados<br />

de educ<strong>ação</strong>, saúde, previdência,<br />

segurança e pedágio. A segurança<br />

privada foi item que mais<br />

apresentou crescimento.<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

5.<br />

6.<br />

7.<br />

8.<br />

9.<br />

10.<br />

11.<br />

12.<br />

13.<br />

14.<br />

15.<br />

16.<br />

17.<br />

18.<br />

19.<br />

20.<br />

Adicional de Frete para Renov<strong>ação</strong><br />

da Marinha Mercante (AFRMM)<br />

- Lei 10.893/2004<br />

Contribuição à Direção de Portos<br />

e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968<br />

Contribuição ao Fundo nacional<br />

de Desenvolvimento Científico<br />

e tecnológico (FnDCt) - Lei 10.168/2000<br />

Contribuição ao Fundo nacional de<br />

Desenvolvimento da Educ<strong>ação</strong> (FnDE),<br />

também chamado “Salário Educ<strong>ação</strong>”<br />

- Decreto 6.003/2006<br />

Contribuição ao Funrural<br />

Contribuição ao Instituto nacional de<br />

Coloniz<strong>ação</strong> e Reforma Agrária (InCRA)<br />

- Lei 2.613/1955<br />

Contribuição ao Seguro Acidente<br />

de trabalho (SAt)<br />

Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a<br />

Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990<br />

Contribuição ao Serviço nacional<br />

de Aprendizado Comercial (SEnAC)<br />

- Decreto-Lei 8.621/1946<br />

Contribuição ao Serviço nacional de<br />

Aprendizado dos transportes (SEnAt)<br />

- Lei 8.706/1993<br />

Contribuição ao Serviço nacional de<br />

Aprendizado Industrial (SEnAI)<br />

- Lei 4.048/1942<br />

Contribuição ao Serviço nacional de<br />

Aprendizado Rural (SEnAR) - Lei 8.315/1991<br />

Contribuição ao Serviço Social da Indústria<br />

(SESI) - Lei 9.403/1946<br />

Contribuição ao Serviço Social do Comércio<br />

(SESC) - Lei 9.853/1946<br />

Contribuição ao Serviço Social do<br />

Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP<br />

1.715-2/1998<br />

Contribuição ao Serviço Social dos<br />

transportes (SESt) - Lei 8.706/1993<br />

Contribuição Confederativa Laboral<br />

(dos empregados)<br />

Contribuição Confederativa Patronal<br />

(das empresas)<br />

Contribuição de Intervenção do<br />

Domínio Econômico - CIDE Combustíveis<br />

- Lei 10.336/2001<br />

Contribuição de Intervenção do Domínio<br />

Econômico - CIDE Remessas Exterior<br />

OS TRIBUTOS NO BRASIL<br />

LISta DE tRIButOS (ImPOStOS, CONtRIBuIçõES, taxaS,<br />

CONtRIBuIçõE S DE mELHORIa) ExIStENtES NO BRaSIL<br />

21.<br />

22.<br />

23.<br />

24.<br />

25.<br />

26.<br />

27.<br />

28.<br />

29.<br />

30.<br />

31.<br />

32.<br />

33.<br />

34.<br />

35.<br />

- Lei 10.168/2000<br />

Contribuição para a Assistência Social e<br />

Educacional aos Atletas Profissionais - FAAP<br />

- Decreto 6.297/2007<br />

Contribuição para Custeio do Serviço<br />

de Ilumin<strong>ação</strong> Pública - Emenda<br />

Constitucional 39/2002<br />

Contribuição para o Desenvolvimento<br />

da Indústria Cinematográfica nacional<br />

- COnDECInE - art. 32 da Medida Provisória<br />

2228-1/2001 e Lei 10.454/2002<br />

Contribuição Sindical Laboral (não se<br />

confunde com a Contribuição Confederativa<br />

Laboral, vide comentários sobre a<br />

Contribuição Sindical Patronal)<br />

Contribuição Sindical Patronal (não se<br />

confunde com a Contribuição Confederativa<br />

Patronal, já que a Contribuição Sindical<br />

Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da<br />

CLt, e a Confederativa foi instituída pelo<br />

art. 8, inciso IV, da Constituição Federal<br />

e é obrigatória em função da assembléia<br />

do Sindicato que a instituir para seus<br />

associados, independentemente da<br />

contribuição prevista na CLt)<br />

Contribuição Social Adicional para Reposição<br />

das Perdas Inflacionárias do FgtS - Lei<br />

Complementar 110/2001<br />

Contribuição Social para o Financiamento<br />

da Seguridade Social (COFInS)<br />

Contribuição Social sobre o Lucro<br />

Líquido (CSLL)<br />

Contribuições aos Órgãos de Fiscaliz<strong>ação</strong><br />

Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI,<br />

CORE, etc.)<br />

Contribuições de Melhoria: asfalto,<br />

calçamento, esgoto, rede de água, rede<br />

de esgoto, etc.<br />

Fundo Aeroviário (FAER)<br />

- Decreto Lei 1.305/1974<br />

Fundo de Combate à Pobreza - art. 82<br />

da EC 31/2000<br />

Fundo de Fiscaliz<strong>ação</strong> das telecomunicações<br />

(FIStEL) - Lei 5.070/1966 com novas<br />

disposições da Lei 9.472/1997<br />

Fundo de garantia por tempo de<br />

Serviço (FgtS)<br />

Fundo de universaliz<strong>ação</strong> dos Serviços<br />

de telecomunicações (FuSt) - art. 6<br />

da Lei 9.998/2000<br />

36. Fundo Especial de Desenvolvimento<br />

37.<br />

38.<br />

e Aperfeiçoamento das Atividades de<br />

Fiscaliz<strong>ação</strong> (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei<br />

1.437/1975 e art. 10 da In SRF 180/2002<br />

Fundo para o Desenvolvimento tecnológico<br />

das telecomunicações (Funttel) - Lei<br />

10.052/2000<br />

Imposto s/Circul<strong>ação</strong> de Mercadorias<br />

e Serviços (ICMS)<br />

39. Imposto sobre a Export<strong>ação</strong> (IE)<br />

40. Imposto sobre a Import<strong>ação</strong> (II)<br />

41.<br />

42.<br />

43.<br />

44.<br />

Imposto sobre a Propriedade de Veículos<br />

Automotores (IPVA)<br />

Imposto sobre a Propriedade Predial<br />

e territorial urbana (IPtu)<br />

Imposto sobre a Propriedade territorial<br />

Rural (ItR)<br />

Imposto sobre a Renda e Proventos<br />

de qualquer natureza (IR - pessoa física<br />

e jurídica)<br />

45. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF)<br />

46.<br />

47.<br />

48.<br />

Imposto sobre Serviços de qualquer<br />

natureza (ISS)<br />

Imposto sobre transmissão Bens<br />

Inter-Vivos (ItBI)<br />

Imposto sobre transmissão Causa Mortis e<br />

Do<strong>ação</strong> (ItCMD)<br />

49. InSS Autônomos e Empresários<br />

50. InSS Empregados<br />

51. InSS Patronal<br />

52. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)<br />

53.<br />

Programa de Integr<strong>ação</strong><br />

Social (PIS) e Programa de<br />

Form<strong>ação</strong> do Patrimônio do Servidor<br />

Público (PASEP)<br />

54. taxa de Autoriz<strong>ação</strong> do trabalho Estrangeiro<br />

55.<br />

56.<br />

taxa de Avali<strong>ação</strong> in loco das Instituições<br />

de Educ<strong>ação</strong> e Cursos de gradu<strong>ação</strong> - Lei<br />

10.870/2004<br />

taxa de Classific<strong>ação</strong>, Inspeção e Fiscaliz<strong>ação</strong><br />

de produtos animais e vegetais ou de<br />

consumo nas atividades agropecuárias<br />

- Decreto-Lei 1.899/1981<br />

57. taxa de Coleta de Lixo<br />

58. taxa de Combate a Incêndios<br />

59. taxa de Conserv<strong>ação</strong> e Limpeza Pública<br />

60.<br />

61.<br />

taxa de Controle e Fiscaliz<strong>ação</strong> Ambiental<br />

- tCFA - Lei 10.165/2000<br />

taxa de Controle e Fiscaliz<strong>ação</strong> de Produtos<br />

químicos - Lei 10.357/2001, art. 16<br />

62.<br />

63.<br />

64.<br />

65.<br />

66.<br />

67.<br />

68.<br />

69.<br />

taxa de Emissão de Documentos (níveis<br />

municipais, estaduais e federais)<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> da Avi<strong>ação</strong> Civil - tFAC<br />

- Lei 11.292/2006<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> da Agência nacional de<br />

águas - AnA - art. 13 e 14 da MP 437/2008<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> CVM (Comissão de<br />

Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> de Sorteios, Brindes ou<br />

Concursos - art. 50 da MP 2.158-35/2001<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> de Vigilância Sanitária<br />

Lei 9.782/1999, art. 23<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> dos Produtos<br />

Controlados pelo Exército Brasileiro - tFPC<br />

- Lei 10.834/2003<br />

taxa de Fiscaliz<strong>ação</strong> e Controle da Previdência<br />

Complementar - tAFIC - art. 12<br />

da MP 233/2004<br />

70. taxa de Licenciamento Anual de Veículo<br />

71.<br />

72.<br />

73.<br />

74.<br />

75.<br />

taxa de Licenciamento, Controle e<br />

Fiscaliz<strong>ação</strong> de Materiais nucleares e<br />

Radioativos e suas instalações<br />

- Lei 9.765/1998<br />

taxa de Licenciamento para Funcionamento<br />

e Alvará Municipal<br />

taxa de Pesquisa Mineral DnPM - Portaria<br />

Ministerial 503/1999<br />

taxa de Serviços Administrativos - tSA - Zona<br />

Franca de Manaus - Lei 9.960/2000<br />

taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei<br />

9.933/1999<br />

76. taxas ao Conselho nacional de Petróleo (CnP)<br />

77.<br />

78.<br />

79.<br />

80.<br />

81.<br />

82.<br />

83.<br />

84.<br />

taxa de Outorga e Fiscaliz<strong>ação</strong> - Energia<br />

Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 13,<br />

da Lei 9.427/1996<br />

taxa de Outorga - Rádios Comunitárias - art.<br />

24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 42 do<br />

Decreto 2.615/1998<br />

taxa de Outorga - Serviços de transportes<br />

terrestres e Aquaviários - art. 77, incisos II e<br />

III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001<br />

taxas de Saúde Suplementar - AnS - Lei<br />

9.961/2000, art. 18<br />

taxa de utiliz<strong>ação</strong> do Siscomex – art. 13 da<br />

In 680/2006.<br />

taxa de utiliz<strong>ação</strong> do Mercante – Decreto<br />

5.324/2004<br />

taxas do Registro do Comércio (Juntas<br />

Comerciais)<br />

taxa Processual Conselho Administrativo de<br />

Defesa Econômica - Cade - Lei 9.718/19<br />

Essa nova realidade mostra<br />

que a classe média está trabalhando<br />

dois dias a mais em 2008,<br />

em rel<strong>ação</strong> a 2007, para pagar<br />

impostos (um dia para tributos e<br />

um dia para serviços privados).<br />

“O cidadão de classe média brasileira<br />

só começou a trabalhar para<br />

comer, vestir-se, morar, adquirir<br />

bens, gozar férias e fazer alguma<br />

poupança no dia 1º de outubro”,<br />

ressalta Gilberto Amaral.<br />

Outra dificuldade imposta<br />

pela política tributária brasileira,<br />

segundo o economista Henrique<br />

Marinho, é o número excessivo<br />

de impostos e o alto custo da<br />

burocracia que eles geram. São<br />

mais de 80 tributos, entre impostos,<br />

contribuições e taxas.<br />

O problema do<br />

tributo é a base<br />

de cálculo. Basta reduzir<br />

a alíquota. Não precisa<br />

alterar a Constituição. A<br />

reforma que o governo<br />

quer é para aumentar o<br />

bolo da arrecad<strong>ação</strong>.<br />

E o contribuinte é<br />

quem mais uma vez<br />

vai pagar a conta.<br />

Erinaldo Dantas Filho, presidente da<br />

Comissão de Estudos Tributários da OAB/CE<br />

2 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 2<br />

| RevistadaFIEC |


Ensino profissionalizante<br />

SENAI/CE oferta 9.000<br />

vagas gratuitas em 2009<br />

As vagas serão oferecidas durante todo o ano. Na modalidade<br />

de aprendizagem industrial, destinada a jovens que estão ainda<br />

definindo uma carreira profissional, a meta é atingir 2.680 vagas<br />

Oano de 2009 marca o início<br />

da implant<strong>ação</strong> do que foi<br />

estabelecido pelo protocolo<br />

de compromisso firmado<br />

entre o Ministério da<br />

Educ<strong>ação</strong> (MEC), Ministério do Trabalho<br />

e Emprego (MTE), Ministério da<br />

Fazenda (MF), Confeder<strong>ação</strong> Nacional<br />

da Indústria (CNI), SENAI e SESI. Pelo<br />

documento, a CNI e o SENAI se comprometem<br />

a destinar, anualmente, dois<br />

terços da receita líquida da contribuição<br />

compulsória geral do SENAI para<br />

vagas gratuitas em cursos e programas<br />

de form<strong>ação</strong> inicial e continuada e de<br />

form<strong>ação</strong> técnica de nível médio.<br />

A aloc<strong>ação</strong> de recursos para<br />

as vagas gratuitas deverá evoluir,<br />

anualmente, a partir do patamar<br />

atualmente praticado até chegar<br />

em 2014 com o comprometimento<br />

de 66,6% da receita líquida da contribuição<br />

geral, na seguinte projeção<br />

média nacional: 50% em 2009;<br />

53% em 2010; 56% em 2011; 59%<br />

em 2012; 62% em 2013 e 66,6% em<br />

2014. No Ceará, isso implicará já em<br />

2009 oferecimento de 9.000 vagas<br />

gratuitas em cursos nas modalidades<br />

de aprendizagem industrial, qualific<strong>ação</strong>,<br />

aperfeiçoamento e técnico.<br />

Especificamente na aprendizagem<br />

industrial, modalidade destinada a<br />

jovens de 14 a 24 anos, haverá um<br />

incremento de 33% na oferta de vagas<br />

em rel<strong>ação</strong> a 2008 e o processo<br />

de seleção passa a ser unificado em<br />

todas as unidades do SENAI.<br />

O diretor regional do SENAI/CE,<br />

Francisco das Chagas Magalhães, diz<br />

que foi criado um catálogo nacional<br />

de cursos técnicos que unificará as<br />

propostas de cursos no país, visando<br />

adequar esses treinamentos às neces-<br />

Em DESENVOLVImENtO – 4º -EDItaL<br />

DE<br />

PROjEtOS EStRatéGICOS DO SENaI<br />

DEPaRtamENtO NaCIONaL<br />

mODERNIzaçãO E amPLIaçãO DOS<br />

LaBORatóRIOS DE tELECOmuNICaçõES<br />

>> O projeto tem por objetivo a moderniz<strong>ação</strong> e<br />

ampli<strong>ação</strong> dos laboratórios de telecomunicações<br />

para atualiz<strong>ação</strong> tecnológica do curso de<br />

aprendizagem industrial Operador de Redes de<br />

Telecomunicações, bem como o lançamento de um<br />

curso de habilit<strong>ação</strong> técnica em telecomunicações e<br />

a melhoria dos já ofertados pelo SENAI/CE, além de<br />

possibilitar o fornecimento ao mercado de serviços<br />

técnicos e tecnológicos na modalidade de serviços<br />

técnicos especializados.<br />

ImPLaNtaçãO DO LaBORatóRIO<br />

DE COmuNICaçãO SEm FIO INDOOR E<br />

OutDOOR utILIzaNDO WIFI E WImax<br />

>> Visa oferecer ao mercado o treinamento<br />

de comunic<strong>ação</strong> sem fio, objetivando capacitar<br />

profissionais para as novas tendências das<br />

tecnologias de transferência de dados sem fio.<br />

CuRSO DE aPRENDIzaGEm INDuStRIaL<br />

auxILIaR têxtIL POLIVaLENtE<br />

>> Implantar a modalidade de aprendizagem<br />

industrial na área têxtil em atendimento à<br />

demanda do parque têxtil cearense.<br />

CuRSO DE aPRENDIzaGEm INDuStRIaL<br />

mECâNICa DE REFRIGERaçãO INDuStRIaL<br />

>> Implantar o curso de aprendizagem industrial<br />

Mecânico de Refriger<strong>ação</strong> Industrial, preparando<br />

profissionais de nível básico para atender a<br />

indústria cearense.<br />

ImPLaNtaçãO DO PROGRama SEtORIaL<br />

Da QuaLIDaDE NaS INDúStRIaS DE<br />

CERâmICa VERmELHa<br />

>> Preparar as empresas cearenses para a<br />

adesão ao Programa Setorial da Qualidade<br />

– PSQ de Telhas e Blocos cerâmicos da Anicer,<br />

em conformidade com as normas em vigor, bem<br />

PROjETOS PARA 2009<br />

sidades da nova realidade do mercado.<br />

No caso do SENAI/CE, essa adapt<strong>ação</strong><br />

ocorreu sem maiores dificuldades, já<br />

que os cursos ofertados estavam sintonizados<br />

com as diretrizes demandadas<br />

pelo mercado, atendendo a um dos<br />

itens do acordo com o MEC, que é a<br />

oferta de form<strong>ação</strong> profissional dentro<br />

de itinerários formativos.<br />

Com rel<strong>ação</strong> ao plano de <strong>ação</strong> do<br />

SENAI para 2009, Magalhães ressalta<br />

que as iniciativas foram planejadas a<br />

partir das necessidades das indústrias<br />

e em sintonia com as novas regulamentações<br />

e as demandas do mercado.<br />

Para tanto, o SENAI/CE tem<br />

como metas realizar cerca de 1.000<br />

serviços técnicos e tecnológicos, nas<br />

suas diversas modalidades, como:<br />

pesquisa e inov<strong>ação</strong>, serviços labora-<br />

como implementar melhorias organizacionais<br />

voltadas a dotar as empresas do setor.<br />

Em ImPLaNtaçãO NO PRImEIRO<br />

SEmEStRE DE 2009 – 5º - EDItaL DE<br />

PROjEtOS EStRatéGICOS DO SENaI<br />

DEPaRtamENtO NaCIONaL<br />

PROjEtOS EStaDuaIS<br />

CuRSO DE aPRENDIzaGEm téCNICO DE<br />

maNutENçãO Em máQuINa DE COStuRa<br />

INDuStRIaL aRtICuLaDO COm a EBEP<br />

>> Desenvolver o curso de aprendizagem<br />

industrial Técnico de Manutenção em Máquina<br />

de Costura Industrial articulado com a educ<strong>ação</strong><br />

básica, utilizando a metodologia de form<strong>ação</strong> por<br />

competência.<br />

ImPLaNtaçãO DE CuRSOS DE QuaLIFICaçãO<br />

Na áREa DE SuBEStaçõES CLaSSE 15 kV<br />

>> Cursos no segmento de energia elétrica<br />

e eletroeletrônica, com a finalidade de suprir<br />

necessidades do mercado, proporcionando<br />

qualific<strong>ação</strong> em autom<strong>ação</strong> de subestações<br />

classe 15 kV, instal<strong>ação</strong> e montagem de<br />

subest<strong>ação</strong> classe 15 kV, manutenção de<br />

subestações classe 15 kV, normas técnicas,<br />

sistemas de aterramento e sistemas de proteção<br />

contra descargas atmosféricas e sistemas de<br />

correção de fator de potência.<br />

ImPLaNtaçãO DO CuRSO DE aPRENDIzaGEm<br />

INDuStRIaL CONFECCIONaDOR DE CaLçaDOS<br />

>> Visa atender à demanda da indústria<br />

calçadista cearense.<br />

ImPLaNtaçãO DO LaBORatóRIO DE<br />

CaLIBRaçãO Na áREa DE mEDIDaS<br />

ELétRICaS<br />

>> Fortalecer a rede SENAI de laboratórios de<br />

metrologia por meio da implant<strong>ação</strong><br />

do laboratório de calibr<strong>ação</strong> na área de<br />

medidas elétricas.<br />

toriais, serviços de inspeção, serviços<br />

operacionais, assessoria e consultoria e<br />

inform<strong>ação</strong> tecnológica, visando atender<br />

620 empresas industriais. Em educ<strong>ação</strong><br />

profissional, nas diversas modalidades<br />

de atu<strong>ação</strong>, a meta é capacitar<br />

33.000 pessoas.<br />

Magalhães destaca ainda que o SENAI<br />

aprovou diversos projetos com recursos<br />

de várias fontes de financiamento, com<br />

ênfase nos editais de projetos estratégicos<br />

definidos pelo Departamento Nacional<br />

do SENAI. Esses projetos estão<br />

direcionados para melhoria, ampli<strong>ação</strong>,<br />

moderniz<strong>ação</strong> e implant<strong>ação</strong> da<br />

infraestrutura física, tecnológica e humana<br />

das unidades operacionais, para<br />

atender às demandas das indústrias em<br />

educ<strong>ação</strong> profissional e serviços técnicos<br />

e tecnológicos.<br />

PROjETOS MULTIESTAdUAIS<br />

COORdENAdOS PELO SENAI/CE<br />

LaBORatóRIO PaRa tREINamENtO<br />

Em REDES aVaNçaDaS DE DaDOS<br />

(CE, Ba, ma, PE, RN E SC)<br />

>> O projeto pretende qualificar profissionais<br />

da área de tecnologia da inform<strong>ação</strong> e<br />

telecomunicações para realizar atividades<br />

de oper<strong>ação</strong> e manutenção de redes avançadas<br />

de dados, como redes IP, frame relay, redes<br />

multi-serviços etc.<br />

NOVOS CuRSOS DE EDuCaçãO<br />

PROFISSIONaL Em autOmOBILíStICa<br />

(CE, am, Ba, ES, ma, mt, PE E RN)<br />

>> Implantar nos estados participantes uma<br />

estrutura tecnológica que possibilitará a form<strong>ação</strong>,<br />

baseado na metodologia de form<strong>ação</strong> por<br />

competência, de mão-de-obra no segmento<br />

automobilístico, qualificando profissionais nas áreas<br />

de mecânica de motores, gerenciamento eletrônico,<br />

eletricidade e eletrônica veicular, dentre outros.<br />

ImPLaNtaçãO DE SIStEmaS INtEGRaDOS<br />

DE GEStãO INFORmatIzaDOS PaRa<br />

LaBORatóRIOS (CE, aL E PR)<br />

>> Fortalecer a rede SENAI de laboratórios<br />

de metrologia por meio da implant<strong>ação</strong> de<br />

sistema de gestão informatizado, buscando<br />

aumentar o número de atendimentos global da<br />

rede mediante o aumento da capacidade de<br />

intermedi<strong>ação</strong> de serviços entre estados.<br />

ImPLaNtaçãO DE CuRSO DE<br />

aPRENDIzaGEm Em mEtaLuRGIa COm<br />

FOCO Em SIDERuRGIa (CE E Ba)<br />

>> Curso de aprendizagem técnica visando atender<br />

às demandas industriais.<br />

mODERNIzaçãO DO CuRSO DE aPRENDIzaGEm<br />

mECâNICa DE maNutENçãO DE máQuINaS<br />

INDuStRIaIS (CE, ma, mS E PB)<br />

>> Modernizar o curso de aprendizagem<br />

Mecânica de Manutenção de Máquinas Industriais,<br />

adequando-o às novas demandas do mercado.<br />

2 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 2<br />

| RevistadaFIEC |


Nordeste<br />

Desertific<strong>ação</strong> avança<br />

Aquecimento global causado pela <strong>ação</strong> do homem agrava desertific<strong>ação</strong><br />

no Nordeste brasileiro. O Ceará, segundo pesquisa apresentada em 2008<br />

durante evento no BNB, é o estado mais vulnerável às mudanças climáticas<br />

Oministro do Meio Ambiente<br />

(MMA), Carlos Minc, que<br />

esteve no final de 2008 em<br />

Fortaleza participando da<br />

1ª Conferência Regional<br />

Sobre Mudanças Climáticas, promovida<br />

na sede do Banco do Nordeste do Brasil<br />

(BNB), levou para Brasília, esperase,<br />

um forte motivo para continuar a<br />

luta em favor da natureza e da vida: a<br />

Carta de Fortaleza, uma série de recomendações<br />

elaboradas por dezenas<br />

de especialistas brasileiros e internacionais<br />

sobre os caminhos para combater<br />

a desertific<strong>ação</strong>, especialmente<br />

no Nordeste brasileiro, onde os pesquisadores<br />

preveem um aumento médio<br />

na temperatura de 4º C até 2070.<br />

O estudo, baseado na pesquisa Mudanças<br />

Climáticas, Migrações e Saúde:<br />

Cenários para Nordeste Brasileiro 2000-<br />

2050 e apresentado na conferência climática,<br />

mostra um alarmante quadro<br />

de destruição provocado pelo aumento<br />

POR GEvAN OLIvEIRA<br />

da temperatura da Terra, especialmente<br />

na região do semiárido. A carta afirma<br />

que, se não forem tomadas medidas<br />

de contingência, as secas e enchentes<br />

serão mais frequentes e intensas no<br />

futuro, atingindo diretamente milhões<br />

de pessoas. O prognóstico inclui, ainda,<br />

o aumento do nível do mar e o consequente<br />

avanço sobre cidades costeiras,<br />

mangues e lugares de importância turística.<br />

O documento também prevê<br />

que o aumento do nível de aridez<br />

pode transformar algumas regiões<br />

subúmidas em semiáridas e áreas semiáridas<br />

em áridas, ou seja, em desertos,<br />

impossibilitando a existência<br />

do homem, animais e plantas.<br />

A previsão é que as mudanças climáticas<br />

tenham impactos mais intensos<br />

sobre a popul<strong>ação</strong> pobre, da qual serão<br />

exigidos grandes esforços de adapt<strong>ação</strong>.<br />

O cenário proposto pelos estudiosos<br />

para as próximas décadas inclui redução<br />

das áreas aptas à agricultura de<br />

subsistência (especialmente na região<br />

do semiárido nordestino), intensific<strong>ação</strong><br />

do processo de êxodo rural, dificuldades<br />

no abastecimento de água limpa<br />

para consumo humano e o consequente<br />

aumento de casos de doença.<br />

Para os pesquisadores, é preciso adotar<br />

urgentemente uma visão de futuro,<br />

iniciando desde já um planejamento de<br />

curto, médio e longo prazos. As atitudes,<br />

estruturas, hábitos e tecnologias<br />

atuais dos atores e da sociedade não<br />

mudarão rapidamente. Portanto, não há<br />

tempo a perder para explorar as estratégias<br />

necessárias e colocá-las em prática.<br />

O custo de não agir imediatamente será<br />

muito alto, segundo os estudiosos.<br />

Ao receber o documento, Carlos Minc<br />

disse reconhecer a importância da Amazônia<br />

para o país, “porém o combate à<br />

desertific<strong>ação</strong>, a preserv<strong>ação</strong> da caatinga<br />

e dos recursos hídricos e o Nordeste são<br />

prioridades para o Ministério do Meio<br />

Ambiente nos próximos anos”. A decla-<br />

r<strong>ação</strong> veio acompanhada da aprov<strong>ação</strong> da<br />

emenda que garante R$ 80 milhões para<br />

combater a desertific<strong>ação</strong> e da posse dos<br />

integrantes da Comissão Nacional de Combate<br />

à Desertific<strong>ação</strong> e Mitig<strong>ação</strong> dos Efeitos<br />

das Secas. Também foi anunciada a cri<strong>ação</strong><br />

do Departamento Nacional de Combate à<br />

Desertific<strong>ação</strong>, que fará parte da Secretaria<br />

de Extrativismo e Desenvolvimento Rural<br />

Sustentável do ministério, e do Fundo de<br />

Mudanças Climáticas, cujos recursos serão<br />

de R$ 300 milhões por ano, cabendo ao Nordeste<br />

entre 60% e 70% desse total.<br />

Ceará, o mais atingido<br />

As medidas anunciadas por Carlos Minc,<br />

mais do que apenas um conjunto de boas<br />

ações, refletem a necessidade urgente de<br />

se efetivarem mudanças devido aos impactos<br />

das alterações climáticas previstas para o país,<br />

o Nordeste e o Ceará. A pesquisa apresentada<br />

no evento do BNB, que levou em consider<strong>ação</strong><br />

o quarto relatório do Painel Intergovernamental<br />

de Mudanças Climáticas (IPCC), aponta que o<br />

Ceará é o estado mais vulnerável ao aquecimento<br />

global. Contra ele pesa o prognóstico de que<br />

será aqui onde ocorrerá a maior redução das<br />

terras agricultáveis em função da desertific<strong>ação</strong><br />

(-79,6%), seguido pelo Piauí (-70,1%), Paraíba<br />

(-70,1%) e Pernambuco (-64,9%).<br />

De acordo com o estudo, a mudança no<br />

clima trará danos em cadeia, como a queda<br />

do Produto Interno Bruto (PIB) – maior em<br />

Pernambuco (-18,6%), seguido por Paraíba<br />

(-17,7%) e Ceará (-16,4%), implicando perda<br />

da renda per capita, que, por sua vez, causará<br />

diminuição da capacidade adaptativa da<br />

popul<strong>ação</strong>. Seguindo essa rota, o estudo prevê<br />

estagn<strong>ação</strong> econômica e redução dos níveis de<br />

emprego, que levarão a uma queda acentuada<br />

do consumo das famílias do Nordeste em<br />

compar<strong>ação</strong> com as demais regiões do Brasil. As<br />

estimativas para 2050 mostram que apenas 93<br />

municípios nordestinos apresentarão consumo<br />

familiar maior do que a média nacional.<br />

Os municípios que poderão sofrer os<br />

maiores impactos da alter<strong>ação</strong> climática<br />

apresentam as menores expectativas de vida<br />

do país. O processo ocorre nessas localidades<br />

por causa das altas taxas de mortalidade<br />

infantil devido à grande incidência de<br />

doenças infecto-contagiosas. As restrições na<br />

oferta de água nos grandes centros urbanos<br />

do Nordeste, particularmente nas regiões<br />

metropolitanas, deverão ser um dos mais<br />

graves problemas da popul<strong>ação</strong> da região, no<br />

período, de acordo com a pesquisa.<br />

Por esses e outros fatores, os pesquisadores,<br />

mediante a Carta de Fortaleza, fazem um apelo<br />

“aos dirigentes políticos, às lideranças da<br />

sociedade civil e do setor privado e à mídia que<br />

tomem conhecimento e deem maior atenção<br />

aos cenários emergentes e dos impactos graves<br />

das mudanças climáticas que ameaçam as<br />

condições de vida na Região Nordeste”. Na<br />

opinião do mestre em Demografia e professor da<br />

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),<br />

Alisson Barbieri, coordenador do estudo, “todos<br />

os poderes devem agir para garantir a adapt<strong>ação</strong>,<br />

sobretudo, das populações mais pobres”.<br />

Dentre as diretrizes de contingência sugeridas<br />

no documento estão a necessidade de difundir o<br />

conhecimento acerca das mudanças climáticas,<br />

a implement<strong>ação</strong> de políticas públicas para<br />

adapt<strong>ação</strong> dos mais pobres à situ<strong>ação</strong> e o avanço<br />

em pesquisas e no monitoramento do clima, do<br />

meio ambiente e dos recursos naturais do Nordeste.<br />

o combate à<br />

desertific<strong>ação</strong>,<br />

a preserv<strong>ação</strong> da<br />

caatinga e dos<br />

recursos hídricos<br />

e o nordeste são<br />

prioridades para o<br />

Ministério do Meio<br />

ambiente nos<br />

próximos anos.<br />

Carlos Minc, ministro do<br />

Meio ambiente<br />

2 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 29<br />

| RevistadaFIEC |<br />

2 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 29<br />

| RevistadaFIEC |


Desertific<strong>ação</strong><br />

Nos últimos cem anos, a temperatura<br />

mundial já subiu cerca de 1º C.<br />

Pode parecer pouco, mas já foi o<br />

suficiente para trazer ao Brasil tempestades,<br />

ciclones, secas e enchentes jamais vistas,<br />

que provocam destruição de Norte a Sul do<br />

país. Estudos indicam que o desmatamento<br />

na região amazônica é responsável por cerca<br />

de 2% do aumento do clima no planeta e<br />

representa em torno de 75% da contribuição<br />

para a alter<strong>ação</strong> do tempo no Brasil. No<br />

final das contas, isso significa que a maior<br />

floresta tropical da Terra já perdeu 600.000<br />

quilômetros quadrados (15% de sua área)<br />

para lavouras, pastos e cidades.<br />

No país, as consequências do<br />

aquecimento estão, entre outros problemas,<br />

na elev<strong>ação</strong> do nível do mar, na estiagem no<br />

Sul e no Norte e na desertific<strong>ação</strong> crescente<br />

do semiárido – o principal problema, que<br />

assusta e ameaça a vida no Nordeste<br />

brasileiro –, definida pela Organiz<strong>ação</strong> das<br />

Nações Unidas (ONU) como o último estágio<br />

da degrad<strong>ação</strong> do solo, comprometendo, a<br />

cada minuto, 12 hectares de terra.<br />

O primeiro a usar o termo desertific<strong>ação</strong><br />

foi o francês André Aubréville, em 1949, para<br />

caracterizar a degrad<strong>ação</strong> na África Tropical<br />

e Subtropical. Com o passar dos tempos, o<br />

conceito foi evoluindo para explicar questões<br />

ambientais que têm ocorrido no mundo<br />

contemporâneo, decorrente, principalmente,<br />

do atual modelo de produção, que privilegiou<br />

o crescimento econômico em detrimento do<br />

uso racional dos recursos naturais. No mundo<br />

todo, cerca de 40% do território não coberto<br />

pelas águas está sujeito à desertific<strong>ação</strong>. Aí<br />

vivem cerca de dois bilhões de pessoas, um<br />

terço da popul<strong>ação</strong> da Terra.<br />

Hoje, no Brasil, a desertific<strong>ação</strong><br />

se manifesta de maneiras diferentes,<br />

abrangendo níveis de degrad<strong>ação</strong> dos<br />

solos, da veget<strong>ação</strong>, dos recursos hídricos<br />

e demais recursos da terra. No Nordeste,<br />

uma área maior do que o estado do Ceará<br />

já foi atingida pela desertific<strong>ação</strong> de forma<br />

grave ou muito grave. São mais de 200.000<br />

quilômetros quadrados, segundo o Ministério<br />

do Meio Ambiente, de terras degradadas<br />

e, em muitos locais, imprestáveis para a<br />

agricultura. Ceará e Pernambuco são os mais<br />

Quem primeiro usou<br />

o termo desertific<strong>ação</strong><br />

foi o francês André<br />

Aubréville, em 1949,<br />

para caracterizar a<br />

degrad<strong>ação</strong> na África<br />

Tropical e Subtropical.<br />

castigados, embora, proporcionalmente, a<br />

Paraíba seja o estado com maior<br />

extensão de área comprometida: mais de<br />

70% do seu território já sofrem com<br />

os efeitos da desertific<strong>ação</strong>.<br />

No Ceará, que possui 90% de seu<br />

território no semiárido, portanto fortemente<br />

propenso à desertific<strong>ação</strong>, a Fund<strong>ação</strong><br />

Cearense de Meteorologia e Recursos<br />

Hídricos (Funceme) realizou, em 1994,<br />

um estudo visando detectar quais áreas<br />

apresentavam sinais evidentes de degrad<strong>ação</strong><br />

ambiental. O trabalho indicou, naquela<br />

época, a ocorrência de três locais que<br />

se apresentavam comprometidos quanto<br />

à preserv<strong>ação</strong> dos recursos naturais:<br />

Inhamuns/Sertões do Crateús, Irauçuba e<br />

regiões circunvizinhas e o Médio Jaguaribe.<br />

De acordo com o estudo, que utilizou a<br />

análise de imagens de satélite e observações<br />

de campo, considerando-se todo o Ceará,<br />

estimou-se que em torno de 15.130<br />

quilômetros, equivalentes a 10,2% de sua<br />

superfície total, estavam em avançado<br />

processo de desertific<strong>ação</strong>. Após 14 anos<br />

do trabalho, algumas ações pontuais<br />

foram desenvolvidas para tentar barrar<br />

esse processo. Contudo, os resultados se<br />

mostraram insignificantes, uma vez que o<br />

processo só cresceu, como aponta estudo<br />

do MMA divulgado no Programa de Ação<br />

Nacional de Combate à Desertific<strong>ação</strong><br />

e Mitig<strong>ação</strong> dos Efeitos da Seca (Pan-<br />

Brasil), em 2004, que mostrou que 146<br />

municípios cearenses já estavam dentro da<br />

área sujeita à desertific<strong>ação</strong>.<br />

Em 2007, outra pesquisa revelou que<br />

a área desertificada no Ceará aumentara<br />

para 17% do território, sendo 50%<br />

localizada na região de Irauçuba, com<br />

1.451 quilômetros quadrados. De lá para<br />

cá, os principais agentes diretos foram o uso<br />

inadequado de terras para o cultivo, pecuária<br />

extensiva, desmatamento em áreas com<br />

veget<strong>ação</strong> nativa e margens de rio, práticas<br />

inapropriadas de irrig<strong>ação</strong> e a miner<strong>ação</strong>.<br />

Ainda segundo o ministério, o problema<br />

atinge em torno de 1.500 dos cerca de 1.800<br />

municípios que compõem os nove estados do<br />

Nordeste, além de algumas cidades do norte<br />

de Minas Gerais e do noroeste do Espírito<br />

Caatinga ameaçada<br />

Quando imaginamos a caatinga, a<br />

imagem que vem à nossa mente<br />

é a de um ambiente árido, com<br />

árvores quase sem folhas, esbranquiçadas<br />

e secas. Na verdade, essa veget<strong>ação</strong> é<br />

assim por uma questão de sobrevivência.<br />

É a forma que a natureza encontrou para<br />

preserv<strong>ação</strong> do bioma, composto de<br />

plantas xerófilas, adaptadas ao clima com<br />

poucas chuvas e baixa umidade. No local,<br />

são comuns árvores baixas e arbustos,<br />

com ou sem espinhos. Nos cactos, espécie<br />

mundialmente conhecida por aproveitar os<br />

períodos chuvosos para armazenar água, os<br />

espinhos são folhas que se modificaram ao<br />

longo da evolução, fazendo com que a perda<br />

de água pela transpir<strong>ação</strong> seja menor.<br />

Também para superar a escassez do<br />

líquido, algumas plantas perdem suas<br />

folhas na est<strong>ação</strong> seca, dando a impressão<br />

de que toda a veget<strong>ação</strong> está morta.<br />

Mas não está. Elas permanecem vivas,<br />

utilizando suas raízes para obter água<br />

armazenada no solo. Outras espécies<br />

desenvolvem raízes na superfície, o que<br />

lhes permite, no período das chuvas,<br />

absorver o máximo possível de água.<br />

A caatinga, cujo nome vem do tupi e<br />

significa mata branca (caa – mata e tinga<br />

Santo. De acordo com o órgão, a área total<br />

sujeita a algum processo de desertific<strong>ação</strong><br />

aumentou de 900.000 quilômetros<br />

quadrados em 2003 para 1,08 milhão até o<br />

final de 2007, o que equivale a cerca de 13%<br />

do território nacional. Para o governo federal,<br />

as perdas econômicas com a desertific<strong>ação</strong><br />

aproximam-se dos 800 milhões de<br />

dólares e o custo de recuper<strong>ação</strong> das<br />

áreas mais afetadas alcança US$ 2<br />

– branca), é o único bioma exclusivamente<br />

brasileiro. Isso significa que grande<br />

parte do seu patrimônio biológico não<br />

pode ser encontrada em nenhum outro<br />

lugar do planeta. Em muitos lugares, sua<br />

fisionomia é de deserto, com índices<br />

pluviométricos muito baixos, em torno de<br />

500 a 700 milímetros anuais. Em certas<br />

regiões do Ceará, por exemplo, embora a<br />

média para anos ricos em chuvas seja de<br />

mil milímetros, pode chegar a apenas 200<br />

milímetros nos anos secos.<br />

Geograficamente, a caatinga ocupa<br />

cerca de 11% do território nacional,<br />

abrangendo os estados da Bahia, Sergipe,<br />

Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande<br />

do Norte, Ceará, Piauí e Minas Gerais.<br />

Na cobertura vegetal das áreas da região<br />

Nordeste, a caatinga representa cerca de<br />

800.000 quilômetros quadrados, o que<br />

corresponde a 70% da região, e faz parte<br />

da vida de 20 milhões de brasileiros.<br />

De modo geral, a caatinga tem sido<br />

descrita na literatura como pobre e de<br />

pouca importância biológica. Porém,<br />

levantamentos recentes mostram que esse<br />

ecossistema possui um considerável número<br />

de espécies endêmicas, ou seja, que<br />

ocorrem somente na região, e que devem<br />

ser consideradas como um patrimônio<br />

biológico de valor incalculável.<br />

bilhões para um período de 20 anos.<br />

Segundo o Instituto Nacional de<br />

Pesquisas Espaciais (Inpe), a previsão para<br />

as próximas décadas requer ações urgentes.<br />

O órgão afirma que se o país não conseguir<br />

paralisar e reverter a desertific<strong>ação</strong>, poderá,<br />

num prazo de 60 anos, ter todo o semiárido<br />

transformado em regiões áridas, ou seja,<br />

desertos. Já as regiões subúmidas secas se<br />

transformariam em semiáridas.<br />

Quanto à flora, foram registradas mais<br />

de mil espécies, estimando-se que haja<br />

um total de 2.000 a 3.000 plantas. Com<br />

rel<strong>ação</strong> à fauna, há baixas densidades,<br />

e poucas espécies endêmicas se<br />

comparadas a outros biomas. Mesmo<br />

assim, números recentes indicam a<br />

existência de 17 espécies de anfíbios,<br />

44 de répteis, 510 de aves, 143 de<br />

mamíferos e 240 de peixes. Descrições<br />

de novas espécies vêm sendo registradas,<br />

a cada ano, indicando um conhecimento<br />

botânico e zoológico bastante precário<br />

deste ecossistema, que é considerado<br />

o menos conhecido e estudado dos<br />

ecossistemas brasileiros.<br />

Além da importância biológica,<br />

a caatinga apresenta um potencial<br />

econômico ainda pouco valorizado. Em<br />

termos forrageiros, possui espécies como<br />

o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a<br />

catingueira rasteira, a canafístula, o mororó<br />

e o juazeiro, que poderiam ser utilizadas<br />

como opção alimentar para caprinos,<br />

ovinos, bovinos e muares. Entre as de<br />

potencialidade frutífera, destacam-se o<br />

umbu, o araticum, o jatobá, o murici e<br />

o licuri e, entre as espécies medicinais,<br />

encontram-se a aroeira, a braúna, o quatropatacas,<br />

o pinhão, o velame, o marmeleiro,<br />

o angico, o sabiá e o jericó.<br />

30 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 31<br />

| RevistadaFIEC |


Extinção<br />

Esse importante patrimônio<br />

nordestino existente na caatinga,<br />

no entanto, encontra-se ameaçado.<br />

A explor<strong>ação</strong> da flora feita de forma<br />

extrativista pela popul<strong>ação</strong> local, desde<br />

a ocup<strong>ação</strong> do semiárido, tem levado<br />

a uma rápida degrad<strong>ação</strong> ambiental.<br />

Segundo estimativas divulgadas em 2008<br />

pela Universidade Estadual de Feira de<br />

Santana, 59% da caatinga foi alterada<br />

pelo homem e somente 2% de sua área<br />

está protegida em unidades e parques<br />

de conserv<strong>ação</strong> (um deles é o Parque<br />

Botânico do Ceará, mantido pela FIEC).<br />

Números piores somente relacionados<br />

com a quase extinta Mata Atlântica, cuja<br />

destruição alcança 93%.<br />

Como consequência da degrad<strong>ação</strong>,<br />

algumas espécies vegetais figuram na lista<br />

das ameaçadas de extinção do Instituto<br />

Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).<br />

Outras, como a aroeira e o umbuzeiro,<br />

estão protegidas pela legisl<strong>ação</strong> florestal<br />

e não podem ser usadas como fonte de<br />

energia. Quanto à fauna, os felinos (onças<br />

» Estudos recentes mostram que<br />

cerca de 327 espécies animais são<br />

endêmicas (exclusivas) da caatinga.<br />

São típicas da área 13 espécies de<br />

mamíferos, 23 de lagartos, 20 de<br />

peixes e 15 de aves. Entre as plantas<br />

há 323 espécies endêmicas.<br />

» A caatinga compreende mais de 10%<br />

da área total do território brasileiro,<br />

com aproximadamente 800.000<br />

quilômetros quadrados.<br />

» Uma área de caatinga mais conservada<br />

pode abrigar cerca de 200 espécies<br />

de formigas, enquanto nas mais<br />

degradadas há de 30 a 40.<br />

» <strong>Mais</strong> de 50% da paisagem de caatinga<br />

já foram deteriorados pela <strong>ação</strong> do<br />

homem. De 15% a 20% do bioma está<br />

em alto grau de degrad<strong>ação</strong> (com risco<br />

de desertific<strong>ação</strong>).<br />

» Uma form<strong>ação</strong> de relevo característica<br />

na depressão nordestina é o inselberg,<br />

bloco rochoso sobrevivente ao<br />

desgaste natural.<br />

» Vive na caatinga a ave com maior<br />

risco de extinção no Brasil, a ararinhaazul<br />

(Anodorhynchus spix), da qual<br />

só se encontrou um único macho na<br />

natureza. Também vive ali a segunda<br />

CURIOSIdAdES SOBRE A CAATINgA<br />

Ararinha azul, espécie ameaçada de extinção<br />

e gatos selvagens), os herbívoros de porte<br />

médio (veado catingueiro e capivara), as<br />

aves (ararinha azul e pombas de arrib<strong>ação</strong>)<br />

e abelhas nativas figuram entre os animais<br />

mais atingidos pela caça predatória e pela<br />

destruição do seu habitat natural.<br />

mais ameaçada do país, a araraazul-de-lear<br />

(Anodorhynchus leari).<br />

Habitam os arredores de Canudos<br />

(BA), e há menos de 150 exemplares,<br />

um décimo da popul<strong>ação</strong> ideal no<br />

caso de aves que demoram a se<br />

reproduzir.<br />

» A flora da caatinga inclui muitas<br />

espécies de cactos. O mandacaru<br />

(Cereus jamacaru), um cacto que<br />

floresce de noite, alcança o tamanho de<br />

uma árvore pequena (até oito metros).<br />

Outro cacto grande, o xique-xique<br />

(Pilosocereus gounellei), tem grandes<br />

e finas espinhas brancas que lhe dão<br />

um brilho prateado. Pode chegar a<br />

quatro metros. O terceiro grande cacto<br />

comum na região é o facheiro (Cereus<br />

squamosus), que é muito inflamável e<br />

utilizado como tocha.<br />

» Na est<strong>ação</strong> seca, a temperatura do<br />

solo pode chegar a 60ºC.<br />

» A perda das folhas da veget<strong>ação</strong> da<br />

caatinga é estratégica. Sem folhas,<br />

as plantas reduzem a superfície de<br />

evapor<strong>ação</strong> quando falta água.<br />

» No idioma tupi, caatinga quer dizer<br />

mata branca, referência à veget<strong>ação</strong><br />

sem folhas que predomina durante a<br />

época de seca.<br />

Preserv<strong>ação</strong><br />

Uma das ações que o<br />

órgão ambientalista<br />

Greenpeace sugere como<br />

forma de preservar a caatinga e,<br />

consequentemente, contribuir para<br />

a não-desertific<strong>ação</strong>, é a proteção<br />

da veget<strong>ação</strong> em unidades de<br />

conserv<strong>ação</strong>. Em nosso estado, uma<br />

das principais áreas de preserv<strong>ação</strong><br />

ambiental é o Parque Botânico<br />

do Ceará, administrado pela FIEC.<br />

Localizado em Caucaia, às margens<br />

da CE-090, a 15 quilômetros de<br />

Fortaleza, o parque tem 190 hectares<br />

e serve de habitat para diversas<br />

espécies nativas da flora e da fauna<br />

nordestinas. Hoje, é considerado<br />

um dos mais importantes espaços<br />

de preserv<strong>ação</strong> e conscientiz<strong>ação</strong><br />

ambiental do Ceará, mantendo<br />

um campo de produção de mudas<br />

florestais nativas do Ceará,<br />

incentivando o turismo e<br />

difundindo a cultura ecológica<br />

entre estudantes e professores.<br />

Passam pelo local anualmente<br />

mais de 20.000 pessoas. A maioria<br />

alunos de escolas públicas e<br />

privadas, que, além de assistir<br />

a vídeos e a palestras sobre<br />

preserv<strong>ação</strong> ambiental, fazem um<br />

passeio pelos 3,6 mil metros de<br />

trilhas que atravessam árvores<br />

Mudas de orquídeas cultivadas<br />

no Parque Botânico do Ceará<br />

nativas da caatinga. Os alunos também<br />

conhecem as áreas nas quais são<br />

desenvolvidos projetos de conserv<strong>ação</strong><br />

controlada, como o orquidário, onde é<br />

possível acompanhar o desenvolvimento<br />

de espécies raras; o horto de plantas<br />

medicinais com mais de 30 espécies;<br />

o meliponário (criatório de abelhas<br />

indígenas sem ferrão) e a reserva de<br />

mudas de espécies nativas da caatinga.<br />

A caminhada termina às margens de um<br />

lago artificial, com quiosques próprios<br />

para piquenique.<br />

Composto principalmente por mata<br />

de tabuleiro – há ainda áreas de mangue<br />

e de carnaubal –, o parque botânico é<br />

muito procurado pelas universidades,<br />

que encontram ali um campo vasto,<br />

e protegido, para pesquisas em áreas<br />

que vão da Botânica à Química. O<br />

estudo químico-biológico das espécies<br />

vegetais do parque é uma delas. Fruto de<br />

convênio com a Universidade Estadual<br />

do Ceará (Uece), a pesquisa revelou<br />

que o extrato de oito plantas estudadas<br />

apresentou atividades antimicrobianas,<br />

sendo considerado fonte para futuros<br />

medicamentos. O estudo fitoquímico<br />

concluiu que 13 das 15 espécies<br />

observadas têm a presença de flavonoides,<br />

65.000 unidades foram plantadas, em 23 minutos e 30 segundos, por 4,5 mil voluntários em dois pontos da cidade<br />

Guinnes Book<br />

Omunicípio de Fortaleza é<br />

o recordista mundial em<br />

megaplant<strong>ação</strong> de mudas. No<br />

dia 21 de dezembro de 2008, 65.000<br />

unidades foram plantadas, em 23 minutos<br />

e 30 segundos, por 4,5 mil voluntários<br />

em dois pontos da cidade (50.000 no<br />

Condomínio Espiritual Esperança, da<br />

Fazenda Uirapuru, e 15.000 no Campus<br />

do Itaperi, da Uece). O anterior recorde<br />

pertencia ao município de Itu, em São<br />

Paulo, que plantou 4,5 mil mudas em uma<br />

hora, em novembro do ano passado.<br />

O megaplantio, que tem o<br />

crescimento das mudas acompanhado<br />

por agrônomos, será contabilizado<br />

com provas documentais e presenciais<br />

para constar no Guinnes Book, o livro<br />

dos recordes mundiais. O trabalho foi<br />

auditado por três especialistas: Sbetai<br />

Calderoni, presidente do Instituto Brasil<br />

Ambiente e consultor da Organiz<strong>ação</strong> das<br />

Nações Unidas (ONU); o pesquisador<br />

Albert Gradvohl e o representante da Rank<br />

Brasil, Luciano Cadari. Eles percorreram<br />

os vários pontos dos terrenos, verificando<br />

a concretiz<strong>ação</strong> do desafio.<br />

Segundo os ambientalistas, quando<br />

se tornarem adultas, as 65.000 árvores<br />

devem neutralizar três toneladas de<br />

carbono por ano. A ideia é que as duas<br />

áreas se tornem grandes pulmões<br />

verdes da cidade e atraíam também<br />

grande número de pássaros e outros<br />

animais silvestres.<br />

A iniciativa, que fez parte da<br />

campanha Natal de Luz, da Câmara<br />

de Dirigentes Lojistas (CDL), que todos<br />

os anos distribui mudas à popul<strong>ação</strong>,<br />

contou com grande mobiliz<strong>ação</strong> da<br />

sociedade, órgãos públicos e da<br />

iniciativa privada. Da FIEC, por exemplo,<br />

considerados compostos importantes no<br />

tratamento de problemas circulatórios.<br />

Em parceria com a Universidade<br />

Federal do Ceará (UFC), está sendo<br />

desenvolvido o mapeamento do sistema<br />

vegetal. O estudo visa proteger a fauna<br />

e a flora, servir como amostra dos<br />

ecossistemas cearenses e fomentar a<br />

cultura ecológica. Outro projeto que merece<br />

destaque, também em parceria com a UFC,<br />

é a cri<strong>ação</strong> de um banco de sementes<br />

de árvores nativas da caatinga, algumas<br />

em extinção, como é o caso do jucá, da<br />

jurema-branca e preta, do marmeleiropreto<br />

e do sabiá, dentre outras.<br />

dezenas de funcionários, diretores e o<br />

presidente da instituição, empresário<br />

Roberto Proença de Macêdo,<br />

participaram do ato ambientalista que<br />

entrará para a história.<br />

No meio das árvores plantadas<br />

estavam pés de caju, acerola e pitanga,<br />

e nativas, como oiticicas e juazeiros.<br />

Para que as plantas vinguem, um<br />

sistema de irrig<strong>ação</strong>, adub<strong>ação</strong>,<br />

capinagem e controle de pragas foi<br />

montado e deve durar até a chegada da<br />

est<strong>ação</strong> chuvosa.<br />

32 | RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

Janeiro de 2009 33<br />

| RevistadaFIEC |


3<br />

footwear<br />

Frases&Idéias<br />

t I R A D A S I N S P I R A D A S , F R A S E S c O N c E I t u A I S E O u t R A S<br />

INvEStIMENtOS Septimus Andrade, SECRETáRIA dO PLANEjAMENTO dO<br />

Mantido e administrado pela<br />

Tudo o que for possível cortar em custeio, nós<br />

vamos fazer. Mas tudo o que for possível a gente<br />

colocar para gerar empregos, na construção civil, na<br />

habit<strong>ação</strong>, nas rodovias, nas ferrovias, nós vamos<br />

fazer. E tenho certeza que esse é o compromisso<br />

de todos os governadores e prefeitos.<br />

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, MANTENdO O dISCURSO OTIMISTA SOBRE A ECONOMIA BRASILEIRA EM<br />

2009, MAS ALERTANdO OS gOVERNOS dOS TRêS NÍVEIS (MUNICIPAL, ESTAdUAL E FEdERAL) PARA CONTINUAR INVESTINdO,<br />

PRINCIPALMENTE NO PRIMEIRO TRIMESTRE, COMO FORMA dE EVITAR QUE A CRISE SE ALASTRE NO BRASIL<br />

IMPActO<br />

É preciso ficar claro que a crise é grave, mas<br />

atingirá o Brasil com menos força.<br />

Henrique Meirelles, PRESIdENTE dO BANCO CENTRAL<br />

tRAvANDO<br />

Juros representam<br />

certas travas na indústria,<br />

mas a tribut<strong>ação</strong> é uma<br />

trava muito pior.<br />

Affonso Taboza, dIRETOR AdMINISTRATIVO dA FIEC<br />

| RevistadaFIEC | Janeiro de 2009<br />

tuRISMO<br />

nós vamos melhorar as<br />

parcerias e crescer os eventos para<br />

não ter um ano negativo. a crise existe,<br />

o que não podemos ter é queda.<br />

Régis Medeiros, PRESIdENTE dA ASSOCIAçãO BRASILEIRA dA<br />

INdÚSTRIA dE HOTéIS dO CEARá (ABIH/CE)<br />

PERSPEctIvA<br />

Brasil é o único em<br />

35 países a escapar de<br />

forte desaceler<strong>ação</strong>.<br />

Relatório da Organiz<strong>ação</strong> para a Cooper<strong>ação</strong> e<br />

Desenvolvimento Econômico (OCDE), dIVULgAdO EM<br />

12 dE jANEIRO EM PARIS, AFIRMANdO QUE AS PERSPECTIVAS<br />

ECONôMICAS PARA O BRASIL CONTINUAM MAIS POSITIVAS<br />

dO QUE PARA OS PAÍSES RICOS E OUTRAS gRANdES<br />

ECONOMIAS EMERgENTES, COMO CHINA, ÍNdIA E RÚSSIA<br />

cOMéRcIO<br />

“A estimativa é que o setor não seja afetado<br />

com a projeção de demissões. A crise deve<br />

atingir quem depende de crédito.”<br />

ESTAdO dO CEARá<br />

GARANtIA<br />

“O governo vai monitorar os setores<br />

que vão sofrer mais diretamente<br />

com a crise com o emprego, para<br />

dar compensações. Os recursos<br />

estão garantidos, o estado fez uma<br />

boa poupança em 2008, portanto,<br />

estamos preparados. ”<br />

Silvana Parente, SECRETáRIA dO PLANEjAMENTO dO<br />

ESTAdO dO CEARá<br />

JuROS<br />

“O mundo todo está reduzindo as taxas de<br />

juros. Portanto, é natural e necessário que o<br />

Brasil reduza as taxas de juros.”<br />

Guido Mantega, MINISTRO dA FAzENdA<br />

cONStRuçãO cIvIl<br />

As obras públicas vão cobrir um<br />

eventual espaço de arrefecimento<br />

privado, que deve ser<br />

afetado pela falta de<br />

crédito.<br />

Roberto Sérgio Ferreira,<br />

PRESIdENTE dO SINdICATO dA<br />

INdÚSTRIA dA CONSTRUçãO CIVIL dO<br />

CEARá (SINdUSCON)<br />

sintonizado com o<br />

desenvolvimento<br />

indústria, o SENAI atua em<br />

sintonia com as demandas de<br />

form<strong>ação</strong> profissional do setor<br />

produtivo brasileiro. No Ceará,<br />

são 65 anos promovendo<br />

a educ<strong>ação</strong> profissional, a<br />

inov<strong>ação</strong> e a transferência de<br />

tecnologias industriais em 24<br />

áreas de atu<strong>ação</strong>. O produto<br />

dessas ações é mais educ<strong>ação</strong><br />

e emprego para o trabalhador,<br />

competitividade à indústria e<br />

desenvolvimento para o estado.<br />

SENAI, capacitando para a nova indústria<br />

www.senai-ce.org.br<br />

FIEC/AIRM


CRÉDITO E COMPETITIVIDADE<br />

Binômio para a indústria cearense<br />

continuar crescendo<br />

A FIEC, visando melhores condições às empresas industriais cearenses frente<br />

às mudanças do ambiente econômico global, por meio do seu Instituto de<br />

Desenvolvimento Industrial (INDI), está implementando ações que contribuam<br />

para o crescimento da indústria cearense.<br />

CRÉDITO - Os Convênios firmados com o Banco do Brasil e a CAIXA<br />

disponibilizaram um total de R$ 1 bilhão para financiamentos, com taxas<br />

inferiores em até 25% às praticadas no mercado.<br />

COMPETITIVIDADE - Apresenta o Programa de Desenvolvimento da<br />

Competitividade (PRODECOM), pois a competitividade é o principal fator de<br />

sustentabilidade da empresa.<br />

O PRODECOM promove soluções nas mais diversas áreas da gestão<br />

empresarial: processos administrativos, gestão e reestrutur<strong>ação</strong> financeira,<br />

inov<strong>ação</strong> tecnológica, inserção no mercado de capitais, engenharia financeira etc.<br />

O PRODECOM disponibiliza um banco de especialistas para realiz<strong>ação</strong> de<br />

atividades sob supervisão do INDI/FIEC.<br />

É a FIEC cumprindo o seu papel de indutora do<br />

desenvolvimento da indústria do Ceará<br />

Informações: 3421-5450 ou 3421-5491<br />

FIEC/AIRM

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