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Conclui-se que atualmente há uma crise do trabalho assalariado

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É nes<strong>se</strong> contexto <strong>que</strong> <strong>se</strong> in<strong>se</strong>re, no Brasil, o <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> cata<strong>do</strong>r<br />

de materiais recicláveis e <strong>do</strong> recicla<strong>do</strong>r de papel, assim como o surgimento<br />

das associações solidárias entre eles. Dessa forma, nos últimos anos, muitas<br />

associações de cata<strong>do</strong>res e recicla<strong>do</strong>res foram criadas, <strong>que</strong>r por iniciativa <strong>do</strong>s<br />

interessa<strong>do</strong>s, <strong>que</strong>r incentivadas por órgãos não governamentais ou pelo poder<br />

público.<br />

Geralmente, essas formas alternativas de <strong>trabalho</strong> <strong>se</strong> constituem<br />

no próprio local de moradia, entrelaçan<strong>do</strong> relações de parentesco ou de<br />

vizinhança com relações de <strong>trabalho</strong>.<br />

Estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>, recentemente, no departamento de psicologia<br />

da Universidade de Brasília mostra <strong>que</strong> es<strong>se</strong>s cata<strong>do</strong>res e recicla<strong>do</strong>res <strong>se</strong><br />

orgulham da profissão e estão satisfeitos com o ofício, apesar das condições<br />

de <strong>trabalho</strong> <strong>se</strong>rem, na maioria das vezes, penosas e insalubres.<br />

De acor<strong>do</strong> com a psicóloga Cleide Maria de Sousa, autora da<br />

dis<strong>se</strong>rtação “A dinâmica prazer-sofrimento na ocupação de Cata<strong>do</strong>res de<br />

Material Reciclável – Estu<strong>do</strong> com duas cooperativas <strong>do</strong> DF”, defendida<br />

em março de 2007, os cata<strong>do</strong>res e recicla<strong>do</strong>res estão, agora, em busca <strong>do</strong><br />

reconhecimento profissional. Para ela, a organização des<strong>se</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

vem toman<strong>do</strong> novas feições nos últimos anos. Estrutura<strong>do</strong>s em associações<br />

ou cooperativas, os cata<strong>do</strong>res, a cada dia, criam mecanismos para<br />

incrementar a qualidade de vida e reduzir a insalubridade e os riscos de<br />

trabalhar com o lixo.<br />

No Brasil, estima-<strong>se</strong> <strong>que</strong> o número de cata<strong>do</strong>res de materiais<br />

recicláveis e de recicla<strong>do</strong>res <strong>se</strong>ja de aproximadamente <strong>se</strong>iscentos mil, estan<strong>do</strong><br />

a maioria deles no Esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />

A rotina diária des<strong>se</strong>s trabalha<strong>do</strong>res é extenuante e realizada em<br />

condições qua<strong>se</strong> <strong>se</strong>mpre insalubres. Em geral, sua jornada de <strong>trabalho</strong><br />

ultrapassa <strong>do</strong>ze horas ininterruptas. Um <strong>trabalho</strong> exaustivo, ten<strong>do</strong> em vista as<br />

condições a <strong>que</strong> eles <strong>se</strong> submetem para realizar suas tarefas, <strong>que</strong> compreende<br />

o transporte de mais de duzentos quilos de lixo, por dia, e cerca de 4 toneladas<br />

por mês, ten<strong>do</strong> <strong>que</strong> percorrer, diariamente, em torno de vinte quilômetros.<br />

A partir de 1980, os cata<strong>do</strong>res e recicla<strong>do</strong>res de lixo passaram a<br />

<strong>se</strong> organizar em cooperativas ou associações, na busca pelo reconhecimento<br />

dessa atividade como profissão. De 1990 para cá, apoia<strong>do</strong>s por instituições<br />

não governamentais e pelo poder público, muitos encontros e reuniões foram<br />

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