SCHIZOLOBIUM AMAZONICUM HUBER - Banco da Amazônia

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16.04.2013 Views

1 INTRODUÇÃO A indústria madeireira é importante para a economia regional por contribuir com a geração de empregos e renda para a população. Porém, a grande preocupação continua sendo a forma desordenada de utilização dos recursos florestais que vem ocasionando, em algumas microrregiões, a inviabilidade econômica da extração de madeira de matas nativas. Por esta razão, as indústrias madeireiras estão investindo em plantios, homogêneos ou consorciados, de espécies de rápido crescimento e elevado valor comercial. Os plantios estão, sendo desenvolvidos em áreas alteradas por ações antrópicas. Desta forma, as indústrias pretendem manter a sua produção com madeiras oriundas de florestas plantadas. A implantação dos plantios é bastante importante para a Região pois poderá suprir de matéria-prima as indústrias madeireiras, e assim, reduzir o desmatamento das florestas nativas. Com isto, além da recuperação das áreas alteradas, teremos a conservação da floresta amazônica, o que deverá contribuir, significativamente, para a sustentabilidade da atividade. Dentre as espécies que estão sendo plantadas na Região destaca-se, atualmente, a Shizolobium amazonicum (Huber) Ducke (paricá), que devido apresentar rápido crescimento, fuste reto com ramificação a partir de sete metros e madeira com elevada cotação no mercado interno e externo, vem sendo, bastante, cultivada pelas empresas madeireiras. A espécie é conhecida na Região Amazônica como paricá, bandarra ou guapuruvu-da-amazônia. Ocorre naturalmente na Amazônia Brasileira, no Peru e na Colômbia, em mata primária e mata secundária de terra firme e várzea alta (Carvalho, 1994). A árvore de grande porte assemelha-se bastante ao Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (guapuruvu), principalmente no que se refere ao crescimento e ao emprego de sua madeira. Diante do exposto, abordaremos algumas práticas silviculturais adotadas por empresas florestais e instituições de pesquisa na condução de plantações de paricá, compreendendo: a produção de mudas, preparo da área, espaçamento e tratos silviculturais. Além disto, apresentaremos os resultado de trabalhos sobre o comportamento da referida espécie em plantios conduzidos na Região Norte. A importância maior deste documento reside em consolidar informações sobre o paricá, que estão dispersas em diversas publicações dificultando, sensivelmente, a sua consulta. Desta forma, subsidiar os analistas de crédito na avaliação dos projetos de plantios de paricá dentro dos Programas que fomentam a atividade de reflorestamento na recuperação de áreas alteradas. 4

2 PRÁTICAS SILVICULTURAIS As informações sobre as práticas silviculturais adotadas na condução de plantações de paricá são oriundas de dados secundários, obtidos na revisão de trabalhos publicados e em visitas realizadas aos plantios de empresas florestais localizadas nos municípios de Nova Timboteua, Paragominas e Dom Eliseu. 2.1 PRODUÇÃO DE MUDAS Os silvicultores, de algumas empresas florestais, utilizaram no início das atividades de reflorestamento a semeadura diretamente no campo, sem adubação prévia. No entanto, constataram que este método de plantio não era apropriado por ocasionar muita perda de sementes e ocorrência de mortalidade das plantas, na fase inicial de desenvolvimento. Por este motivo, passaram a adotar a semeadura em sacos plásticos (15cm x 25cm), sendo realizada no período de julho/agosto. As sementes são procedentes do Mato Grosso, Rondônia e Pará com custo de aquisição em torno de R$ 30,00/kg (1.180 sementes/kg). Pereira et al. (1982), também, relataram que a melhor época de semeadura da espécie é no período julho/agosto para que as mudas estejam com tamanho apropriado a serem transferidas para o campo em janeiro/fevereiro. Além disto, ressaltaram que quando a semeadura é realizada antes do período mencionado, as plantas cresciam muito dificultando o seu transporte e plantio no campo, causando inclusive, após o plantio definitivo um percentual acentuado de mortalidade. Ademais, reportaram que as sementes de paricá possuem excelente poder germinativo, atingindo 85% de germinação aos 45 dias, sem utilização de tratamentos para acelerar o processo. Os autores observaram, ainda, que as mudas aos 60 dias atingiram altura média de 30cm. Marques (1981), por sua vez, procedeu à semeadura diretamente em sacos plásticos com dimensões de 20cm x 15cm, colocando duas sementes por recipiente e observou que as mudas depois de dois meses da semeadura, atingiram altura entre 20cm e 30cm, estando em condições de serem transferidas para o campo. Falesi et al. (1996) produziram mudas de paricá, realizando a semeadura diretamente em sacos plásticos com dimensões de 23cm x 17cm contendo uma mistura de terra preta, serragem, esterco e urina bovina e resíduo de forrageiras. A composição química do substrato pode ser observada na Tabela 1. 5

1 INTRODUÇÃO<br />

A indústria madeireira é importante para a economia regional por contribuir com a<br />

geração de empregos e ren<strong>da</strong> para a população. Porém, a grande preocupação continua<br />

sendo a forma desordena<strong>da</strong> de utilização dos recursos florestais que vem ocasionando,<br />

em algumas microrregiões, a inviabili<strong>da</strong>de econômica <strong>da</strong> extração de madeira de matas<br />

nativas.<br />

Por esta razão, as indústrias madeireiras estão investindo em plantios,<br />

homogêneos ou consorciados, de espécies de rápido crescimento e elevado valor<br />

comercial. Os plantios estão, sendo desenvolvidos em áreas altera<strong>da</strong>s por ações<br />

antrópicas. Desta forma, as indústrias pretendem manter a sua produção com madeiras<br />

oriun<strong>da</strong>s de florestas planta<strong>da</strong>s.<br />

A implantação dos plantios é bastante importante para a Região pois poderá suprir<br />

de matéria-prima as indústrias madeireiras, e assim, reduzir o desmatamento <strong>da</strong>s<br />

florestas nativas. Com isto, além <strong>da</strong> recuperação <strong>da</strong>s áreas altera<strong>da</strong>s, teremos a<br />

conservação <strong>da</strong> floresta amazônica, o que deverá contribuir, significativamente, para a<br />

sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de.<br />

Dentre as espécies que estão sendo planta<strong>da</strong>s na Região destaca-se, atualmente,<br />

a Shizolobium amazonicum (Huber) Ducke (paricá), que devido apresentar rápido<br />

crescimento, fuste reto com ramificação a partir de sete metros e madeira com eleva<strong>da</strong><br />

cotação no mercado interno e externo, vem sendo, bastante, cultiva<strong>da</strong> pelas empresas<br />

madeireiras.<br />

A espécie é conheci<strong>da</strong> na Região Amazônica como paricá, ban<strong>da</strong>rra ou<br />

guapuruvu-<strong>da</strong>-amazônia. Ocorre naturalmente na <strong>Amazônia</strong> Brasileira, no Peru e na<br />

Colômbia, em mata primária e mata secundária de terra firme e várzea alta (Carvalho,<br />

1994). A árvore de grande porte assemelha-se bastante ao Schizolobium parahyba (Vell.)<br />

Blake (guapuruvu), principalmente no que se refere ao crescimento e ao emprego de sua<br />

madeira.<br />

Diante do exposto, abor<strong>da</strong>remos algumas práticas silviculturais adota<strong>da</strong>s por<br />

empresas florestais e instituições de pesquisa na condução de plantações de paricá,<br />

compreendendo: a produção de mu<strong>da</strong>s, preparo <strong>da</strong> área, espaçamento e tratos<br />

silviculturais. Além disto, apresentaremos os resultado de trabalhos sobre o<br />

comportamento <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> espécie em plantios conduzidos na Região Norte.<br />

A importância maior deste documento reside em consoli<strong>da</strong>r informações sobre o<br />

paricá, que estão dispersas em diversas publicações dificultando, sensivelmente, a sua<br />

consulta. Desta forma, subsidiar os analistas de crédito na avaliação dos projetos de<br />

plantios de paricá dentro dos Programas que fomentam a ativi<strong>da</strong>de de reflorestamento na<br />

recuperação de áreas altera<strong>da</strong>s.<br />

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