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programas - Gulbenkian Música - Fundação Calouste Gulbenkian

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14<br />

—<br />

15<br />

03<br />

quinta 14 Março 2013<br />

21:00h — Grande Auditório<br />

sexta 15 Março 2013<br />

19:00h — Grande Auditório<br />

Coro <strong>Gulbenkian</strong><br />

Orquestra <strong>Gulbenkian</strong><br />

Lawrence Foster maestro


MUSICA.GULBENKIAN.PT<br />

parceiro<br />

institucional<br />

parceiros<br />

media


Coro <strong>Gulbenkian</strong><br />

Orquestra <strong>Gulbenkian</strong><br />

Lawrence Foster maestro<br />

Michaela Kaune soprano<br />

Simona Ivas meio-soprano<br />

Noah Stewart tenor<br />

Philipe Fourcade barítono<br />

Fernando Luís narrador<br />

Pedro Teixeira maestro do coro<br />

Ludwig van Beethoven<br />

Missa em Dó maior, op. 86<br />

Kyrie<br />

Gloria (Qui tollis – Quoniam)<br />

Credo<br />

Sanctus (Benedictus – Osanna)<br />

Agnus Dei (Dona nobis pacem)<br />

intervalo<br />

Duração total prevista: 2h15<br />

Intervalo de 20’<br />

quinta 14 Março 2013<br />

21:00h — Grande Auditório<br />

sexta 15 Março 2013<br />

19:00h — Grande Auditório<br />

Egmont, op. 84<br />

14<br />

—<br />

15<br />

Abertura: Sostenuto, ma non troppo – Allegro<br />

Entreato nº 1: Andante<br />

Recitação<br />

Entreato nº 2: Larghetto<br />

Recitação<br />

Lied: Die Trommel gerühret<br />

Recitação<br />

Lied: Freudvoll und leidvoll<br />

Entreato n º 3: Allegro – Marcia<br />

Recitação<br />

Entreato nº 4: Poco sostenuto e risoluto<br />

Morte de Clara<br />

Melodrama<br />

Sinfonia da Vitória: Allegro con brio<br />

03<br />

03


Breves notas sobre <strong>Música</strong> | 20<br />

gonçalo m. tavares<br />

A primeira e a última música<br />

Eis talvez uma característica da nossa espécie: os nossos genes guardarão<br />

algumas melodias familiares – da nossa família mais antiga; melodias que, sem<br />

aprendizagem nem imitação, recordaremos de tempos ancestrais. Uma melodia que<br />

vem já nos instintos – eis o que canta quem nasce (será o choro, afinal, uma forma<br />

perturbada e antiga de canto?); e eis que, do outro lado, de quem recebe aqueles que<br />

nascem (o pai, a mãe), já se sabe ouvir e interpretar esse canto.<br />

E talvez existam, também, aqueles outros homens que em nenhum momento da vida<br />

conseguem encontrar em si essa música ancestral e só nos últimos instantes, na<br />

cama, à beira da morte, essa melodia apareça. E, sim, se ouvirmos um moribundo<br />

a cantarolar uma música desconhecida poderemos ter a certeza de que está ali a<br />

revelar-se o instinto daquelas aves que sabem um canto que nunca aprenderam: eis,<br />

pois, que na cama do moribundo aparece a mais velha melodia do mais velho dos<br />

antepassados. E esta será, talvez, uma forma sensata de o corpo se despedir dos dias.<br />

Duas formas de ser som<br />

<strong>Música</strong> sedentária e música nómada.<br />

<strong>Música</strong> que tem casa, que volta no final do dia à sala que reconhece, aos familiares.<br />

E música que tem percurso errático; que erra, portanto, e falha o regresso; que se<br />

perde, que acaba num ponto bem distinto do ponto onde começou.<br />

No entanto, há duas formas de estar perdido. A primeira: não saber o caminho<br />

de regresso a casa; e a segunda: não querer regressar a casa.<br />

1 – <strong>Música</strong> sedentária: familiar; 2 – música nómada: não tem casa, não tem família<br />

a não ser aqueles que a acompanham no passo, na errância.<br />

Duas formas de música: sedentária e nómada. Avanço porque quero regressar.<br />

Ou: avanço porque não quero regressar. É sempre avanço, de qualquer forma.<br />

04<br />

© rachel caiano


Ludwig van<br />

Beethoven<br />

bona, 16 (ou 17) de dezembro de 1770<br />

viena, 26 de março de 1827<br />

Missa em Dó maior, op. 86<br />

composição: 1807<br />

estreia: 13 de setembro de 1807<br />

duração: c. 45’<br />

No vasto corpus de obras de Beethoven,<br />

a música religiosa ocupa um lugar secundário.<br />

De facto, a produção de obras sacras<br />

de Beethoven é muito escassa: além de uma<br />

ou outra obra menor, só duas missas e uma<br />

oratória – Cristo no Monte das Oliveiras, op. 85 –<br />

que não permaneceu no repertório habitual.<br />

Dito isto, é da sua autoria uma das maiores<br />

obras-primas do género: a Missa solemnis<br />

(1819-1823).<br />

Durante o período clássico, a música sacra<br />

não teve a melhor das sortes, sobretudo<br />

se comparada com outros géneros seculares.<br />

Segundo o pianista e musicólogo Charles<br />

Rosen, este facto teve origem, pelo menos<br />

em parte, na hostilidade da Igreja Católica<br />

à música instrumental – na década de 1780,<br />

o governo austríaco chegou mesmo a restringir<br />

a utilização de instrumentos nas igrejas –, isto<br />

numa época em que a música instrumental<br />

florescia sendo, de certo modo, determinante<br />

para a própria definição estética do estilo<br />

clássico . Mais ainda: os compositores<br />

da segunda metade do século XVIII tinham<br />

de enfrentar o difícil dilema de perceber<br />

qual o estilo de música que melhor se<br />

adequava à Igreja: se triunfante e glorioso, se<br />

contemplativo e sereno, se antigo ou moderno.<br />

Sintomaticamente, tanto Haydn como Mozart<br />

tiveram também sortes mitigadas nesta área:<br />

Haydn foi criticado por nunca ter conseguido<br />

adequar o estilo das suas missas às exigências<br />

estéticas de alguns dos seus contemporâneos.<br />

Um desses críticos terá chegado a escrever que<br />

“muitas das composições [de Haydn] para<br />

a igreja não estão embebidas de um espírito<br />

de seriedade sagrada adequada à casa do Senhor,<br />

mas sim de uma expressão cómica e profana”.<br />

Quanto a Mozart, por seu lado, bastará referir<br />

que deixou inacabadas as suas duas maiores<br />

criações, duas obras-primas do género:<br />

a Missa em Dó menor, K. 427, e o Requiem.<br />

A este propósito, é interessante notar que,<br />

por diversas razões ligadas à forma com<br />

que encarava a vivência religiosa, o mundo<br />

protestante teve uma relação bem mais<br />

pacífica e fecunda com a estética musical<br />

do século XVIII do que o mundo católico.<br />

Beethoven, por seu lado, além da já mencionada<br />

Missa solemnis, só escreveu outra missa, a que<br />

nos interessa aqui hoje. Ambas são “missas<br />

de concerto”, de carácter mais apropriado ao<br />

beethoven, por w. mähler, 1804. archiv für kunst und geschichte - berlin © dr<br />

055


o frontispício da primeira edição da missa em dó maior, op. 86, de beethoven © dr<br />

auditório do que à celebração litúrgica<br />

na Igreja.<br />

A Missa em Dó maior, op. 86, escrita em 1807,<br />

surgiu de uma encomenda do príncipe<br />

Nikolaus II Esterházy, o quarto e último<br />

empregador de Haydn, que pretendia celebrar,<br />

assim, o dia onomástico da mulher, a princesa<br />

Josepha Maria Hermenegild. Essa era uma<br />

tradição anual para a qual Haydn, sobretudo,<br />

e também Johann Nepomuk Hummel<br />

(1778-1837) tinham contribuído com<br />

várias obras.<br />

A essência musical da Missa em Dó maior<br />

pode surpreender se considerarmos que<br />

foi escrita numa época em que a música de<br />

Beethoven era caracterizada por um ímpeto<br />

e um vigor expressivos que, não estando<br />

totalmente ausentes da Missa, surgem<br />

aqui bem mais contidos e, quase sempre,<br />

reservados a dar ênfase a algumas palavras<br />

específicas. Toda a obra é de natureza menos<br />

dramática e, de certa forma, até mais ingénua<br />

na sua expressão.<br />

Disto é um bom exemplo o início do Kyrie,<br />

já que são os baixos, em uníssono e piano<br />

– numa referência óbvia à tradição do canto<br />

a cappella –, que dão o mote, sendo precisos<br />

06<br />

alguns compassos introdutórios, quase<br />

murmurados, com instrumentos em pianissimo,<br />

antes de termos a sensação que entrámos<br />

verdadeiramente na obra. O carácter geral<br />

é sereno e alegre, conferindo sentido às<br />

palavras do próprio Beethoven que, alguns<br />

anos mais tarde, descrevia o que tencionava<br />

ilustrar no início desta Missa: “O católico<br />

entra na Igreja, ao domingo, vestido com<br />

as suas melhores roupas e com humor alegre<br />

e festivo. Dessa mesma maneira, o Kyrie eleison<br />

introduz toda a obra.”. Um outro aspecto,<br />

com dimensões quase cómicas, que merece<br />

referência, já que parece ser outro indício da<br />

importância que Beethoven dava a este início,<br />

é o curioso andamento indicado: Andante con<br />

moto assai vivace quasi Allegretto ma non troppo!*<br />

As outras quatro grandes secções da Missa<br />

também refletem esta ideia de espiritualidade<br />

partilhada pela comunidade, possivelmente<br />

simbolizada pela verticalidade da escrita<br />

para coro, audível em vários momentos,<br />

como por exemplo no etéreo e magistral<br />

início do Sanctus. Muitas vezes, um grupo<br />

mais reduzido de “fiéis” (cantores solistas<br />

ou secções específicas do coro) começa por<br />

entoar uma frase, seguindo-se-lhe logo o coro


que assim lhes responde ou, simplesmente,<br />

a eles se junta, criando um efeito sonoro<br />

poderoso e comovente, como é bem audível<br />

no Gloria. O coro tem um papel predominante<br />

em relação aos solistas, embora estes tenham<br />

também os seus momentos de relevo, como<br />

no Credo ou no Benedictus, música de assumido<br />

lirismo.<br />

Sendo esta a primeira obra sacra concluída<br />

por Beethoven, só pode parecer natural que,<br />

por vezes, o compositor tenha também,<br />

e à imagem de outros compositores da época,<br />

feito uso das técnicas contrapontísticas<br />

de Bach e de Händel – que Mozart, aliás,<br />

havia já explorado em quantidade nas suas<br />

obras sacras. Tal é particularmente notável<br />

no empolgante final do Gloria (Cum Sancto<br />

Spiritu) e também no final do Credo.<br />

Outro aspecto relevante é o facto da Missa<br />

ser uma das várias obras emblemáticas de<br />

Beethoven em que a tonalidade de Dó menor<br />

toma um significado particular, estando<br />

associada à turbulência, em oposição à<br />

luminosidade de Dó maior. O exemplo mais<br />

marcante desta oposição que podemos<br />

encontrar nesta Missa encontra-se no Agnus<br />

Dei final, escrito na tonalidade sombria<br />

de Dó menor. Beethoven confere-lhe um<br />

carácter quase aflitivo que só serena no<br />

Dona nobis pacem, como aliás era tradição,<br />

com a modulação para Dó maior. No entanto,<br />

surpreendentemente, Beethoven faz voltar,<br />

por momentos, a angústia (e o Dó menor)<br />

do Agnus Dei, seguida de uns extraordinários<br />

e inquietantes murmúrios sobre a palavra<br />

miserere. No final, e em jeito de conclusão,<br />

Beethoven reutiliza parte da música do Kyrie<br />

inicial, conferindo assim uma unidade<br />

cíclica a uma obra marcada por secções<br />

muito distintas. Oportunidade, também,<br />

para o compositor terminar a obra da mesma<br />

forma que a começou: por um murmúrio<br />

apaziguador que, depressa, volta ao silêncio.<br />

Vale ainda a pena referir a perspicaz descrição<br />

que dela fez E. T. A. Hoffmann, já que parece<br />

sintetizar adequadamente a sensação de muitos<br />

ouvintes passados e presentes: “Antes mesmo<br />

de termos visto ou ouvido uma nota desta<br />

obra, pensávamos que Beethoven estaria<br />

ao mesmo nível desses dois grandes mestres<br />

[Haydn e Mozart] no que toca ao estilo<br />

e à coerência; todavia, a expressão, a forma<br />

de compreender as palavras litúrgicas,<br />

não correspondeu às nossas expetativas.<br />

os jardins do palácio da família esterházy em eisenstadt, por albert c. dies © dr<br />

077


a primeira página da primeira edição da missa em dó maior, op. 86, de beethoven © dr<br />

Geralmente, o génio de Beethoven gosta<br />

de jogar com as alavancas do espanto, do<br />

assombramento. Pensávamos, assim, que<br />

a contemplação do supra-terrestre iria encher<br />

a sua alma de um temor íntimo, que ele iria,<br />

depois, exprimir em música. Nada feito; toda<br />

a missa exprime a alegria ingénua de uma<br />

alma que, confiante da sua pureza, se abandona,<br />

cheia de fé, à graça de Deus, e o implora como<br />

o Pai que quer o bem para os seus filhos e que<br />

responde às suas preces.”.<br />

No que toca à receção da obra, esta não<br />

poderia ter sido pior. A Missa em Dó maior<br />

esteve na origem daquela que foi provavelmente<br />

a maior humilhação pública de Beethoven.<br />

Sabe-se que, na estreia, a orquestra estava<br />

mal preparada, já que tinha tido poucos<br />

ensaios, mas o descontentamento esteve<br />

essencialmente relacionado com a linguagem<br />

808<br />

musical e com a conceção estética de Beethoven<br />

que, diferente da de Haydn, não agradou<br />

de todo ao príncipe. Parafraseando o relato<br />

de uma condessa presente na estreia, ficamos<br />

a perceber a real dimensão do falhanço<br />

do compositor: “A Missa de Beethoven<br />

é insuportavelmente ridícula e vil. Não estou<br />

convencida de que possa mesmo, honestamente,<br />

ser publicada. Deixa-me zangada<br />

e envergonhada.”…<br />

Não deixa de ser curioso, lendo este testemunho,<br />

que a fervorosa espiritualidade da Missa,<br />

a sua serenidade contemplativa e, também,<br />

a força expressiva da música de Beethoven<br />

(sobretudo da escrita para o coro), que tanto<br />

e tão profundo impacto pode ter no ouvinte,<br />

tenha deixado o público da época tão indiferente<br />

e mesmo contrariado!<br />

* Refira-se aqui uma hipótese curiosa: será que, no Kyrie, precisamente nas palavras Christe eleison!,<br />

Beethoven cita a prodigiosa melodia com que a Condessa de As bodas de Fígaro, de W. A. Mozart, no<br />

final do quarto ato, perdoa o Conde – melodia essa que é logo depois entoada por todos os presentes,<br />

num comovente coral redentor –? É difícil afirmar se esta é, ou não, uma apropriação propositada,<br />

mas não é descabido pensar que, com este “piscar de olho” de apenas oito compassos, escritos vinte<br />

anos depois, Beethoven tenha tido a intenção, se não de homenagear o autor de As Bodas, ao menos<br />

de invocar essa mesma espiritualidade renovadora. Verdade ou não, a hipótese é, no mínimo,<br />

aliciante!


Missa em Dó maior, op. 86<br />

kyrie<br />

Senhor, tende piedade de nós!<br />

Cristo, tende piedade de nós!<br />

Senhor, tende piedade de nós!<br />

gloria<br />

Glória a Deus nas alturas. E paz na terra aos<br />

homens de boa vontade. Nós Vos louvamos, nós<br />

Vos bendizemos. Nós Vos adoramos. Nós Vos<br />

glorificamos.<br />

Nós Vos damos graças por Vossa imensa glória.<br />

Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai omnipotente.<br />

Senhor, Filho unigénito de Deus, Jesus Cristo.<br />

Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai.<br />

Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de<br />

nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei as<br />

nossas preces. Vós que estais sentado à direita do<br />

Pai, tende piedade de nós.<br />

Pois só Vós sois Santo, só Vós sois o Senhor, só Vós<br />

sois o Altíssimo Jesus Cristo, com o Espírito Santo<br />

na glória de Deus Pai. Ámen.<br />

credo<br />

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador<br />

do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e<br />

invisíveis. E em um único Senhor, Jesus Cristo,<br />

Filho unigénito de Deus. Nascido do Pai antes de<br />

todos os séculos.<br />

Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus<br />

verdadeiro. Nascido não criado, consubstancial ao<br />

Pai: por Ele todas as coisas foram feitas. Que por<br />

nós homens e para nossa salvação desceu dos céus.<br />

E incarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem<br />

Maria: e se fez homem.<br />

Foi crucificado por nós: sob Pôncio Pilatus,<br />

padeceu e foi sepultado.<br />

Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.<br />

E subiu aos céus, onde está sentado à direita de<br />

Deus Pai. E voltará na sua glória, para julgar os<br />

vivos e os mortos: e o seu reino não terá fim. Creio<br />

no Espírito Santo, que é o Senhor que dá a vida,<br />

que procede do Pai e do Filho. E com o Pai e o Filho<br />

é adorado e glorificado. Conforme falaram os<br />

Profetas. Creio na santa Igreja católica e apostólica.<br />

Reconheço um só baptismo para a remissão dos<br />

pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a<br />

vida que há-de vir.<br />

Ámen.<br />

sanctus<br />

Santo, santo,<br />

Santo é o Senhor Deus do Universo.<br />

O céu e a terra estão cheios da sua glória.<br />

Glória nas alturas.<br />

benedictus<br />

Bendito aquele que vem em nome do Senhor.<br />

Glória nas alturas.<br />

agnus dei<br />

Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo,<br />

tem piedade de nós.<br />

Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo,<br />

dá-nos a paz.<br />

099


Ludwig van<br />

Beethoven<br />

bona, 16 (ou 17) de dezembro de 1770<br />

viena, 26 de março de 1827<br />

Egmont, op. 84<br />

composição: 1810<br />

estreia (música de cena): 24 de maio de 1810<br />

estreia (abertura): 15 de junho de 1810<br />

duração: c. 45’<br />

Pouco homogéneas e escritas com propósitos<br />

diferentes, as onze aberturas de Beethoven<br />

constituem um grupo cujos exemplares<br />

mais conseguidos (e conhecidos) são parte<br />

fundamental da estética sinfónica do<br />

compositor. Quatro são aberturas de ópera,<br />

uma de bailado, uma de concerto e as outras<br />

cinco foram escritas para o teatro: uma delas,<br />

a Coriolano, op. 62, foi concebida como peça<br />

independente – ou seja, sem seguimento<br />

musical –, enquanto as outras quatro introduzem<br />

obras mais ambiciosas que, além da abertura,<br />

incluem música incidental, escrita para<br />

acompanhar e ilustrar uma ação dramática<br />

específica. Das que compõem este último<br />

grupo, a mais emblemática é indubitavelmente<br />

a abertura que introduz a música de cena escrita<br />

para Egmont. Todavia, enquanto a abertura<br />

propriamente dita goza de uma popularidade<br />

generalizada, sendo uma das mais interpretadas<br />

de Beethoven, o resto da obra teve a sorte<br />

contrária e quase desapareceu dos <strong>programas</strong><br />

de concerto.<br />

Beethoven compôs a música de cena para<br />

Egmont, peça em cinco atos de Johann Wolfgang<br />

von Goethe (1749-1832), escrita em 1787, em<br />

10<br />

resposta a uma encomenda do Burgtheater<br />

de Viena que planeava repô-la em cena.<br />

A estreia da música de cena deu-se a 26 de maio<br />

de 1810, embora a abertura, finalizada mais<br />

tarde, só tenha sido apresentada na quarta<br />

representação da peça, no dia 15 de junho.<br />

A peça de Goethe baseia-se num acontecimento<br />

real da história dos Países Baixos: a execução,<br />

em 1568, do conde de Egmont, às mãos<br />

do duque de Alba, governador da Flandres,<br />

então sob domínio espanhol. Goethe imagina<br />

então uma trama em que o jovem Egmont<br />

se torna símbolo da luta contra a opressão<br />

e do sacrifício pela liberdade. Na peça, Clara,<br />

a amada de Egmont (uma personagem fictícia,<br />

já que Egmont era, na realidade, casado e pai<br />

de filhos), depois de tentar salvá-lo sem sucesso<br />

toma uma poção envenenada para o acompanhar<br />

na morte. Ainda preso, Egmont tem uma visão<br />

em que a deusa da liberdade lhe aparece<br />

personificada em Clara. Egmont acaba por ser<br />

executado, numa cena em que Goethe previa<br />

uma Sinfonia da Vitória – não do homem,<br />

mas dos seus ideais –.<br />

É uma história que parece feita para Beethoven,<br />

sobretudo para o Beethoven do período<br />

clara e egmont, gravura de wilhelm kaulbach © dr


“heróico” (sensivelmente entre 1803 e 1814,<br />

dependendo dos autores), época de criatividade<br />

prodigiosa durante a qual escreveu, entre<br />

outras, a terceira Sinfonia (1803-1804),<br />

o quarto Concerto para Piano (1805-1806),<br />

o Concerto para Violino (1806), a quinta<br />

Sinfonia (1804-1808), a abertura Coriolano<br />

(1807) ou a ópera Fidelio (escrita e remodelada<br />

diversas vezes entre 1804 e 1814).<br />

O próprio Goethe previa um acompanhamento<br />

musical para a peça, indicando cinco momentos<br />

específicos em que este deveria surgir: os dois<br />

Lieder de Clara, a morte de Clara, a morte de<br />

Egmont e, para concluir, a Sinfonia da Vitória.<br />

A estas secções, Beethoven acrescentou mais<br />

cinco: a abertura e os quatro entreatos.<br />

Na abertura, o compositor condensa<br />

musicalmente o combate de Egmont e cria um<br />

verdadeiro hino à liberdade. É música gloriosa<br />

e de enorme força expressiva.<br />

Em termos formais começa com uma secção<br />

lenta, Sostenuto ma non troppo, à qual se segue<br />

uma forma-sonata, com a exposição dos dois<br />

temas e um curto desenvolvimento, seguidos<br />

da reexposição dos temas e de uma coda<br />

– a Sinfonia da Vitória que também voltará no<br />

final da peça. Destaquemos a imagem musical<br />

com que Beethoven representa a morte<br />

de Egmont: no fim da reexposição, após<br />

a repetição de um acorde trágico, primeiros<br />

e segundos violinos tocam duas notas<br />

descendentes em uníssono (mas com uma<br />

oitava de diferença), Dó e Sol, seguidas de<br />

um silêncio só interrompido pela entoação,<br />

ao longe e com a indicação ppp, de quatro<br />

comoventes acordes pelos oboés, clarinetes<br />

e fagotes. Segue-se alguma da música mais<br />

impetuosa e empolgante escrita por Beethoven.<br />

No primeiro Lied, que surge durante o primeiro<br />

ato da peça, Clara exprime o desejo de se<br />

juntar à luta com o seu amado. A separar os<br />

dois primeiros atos, Beethoven escreveu um<br />

Andante sereno e expetante, logo seguido<br />

de um Allegro que prenuncia o clima mais<br />

tumultuoso do segundo ato. A música<br />

do segundo entreato, um Larghetto, é lírica<br />

e emocional, por vezes até solene, e representa<br />

o amor entre Egmont e Clara. Freudvoll und<br />

leidvoll, o segundo Lied, que surge durante<br />

o terceiro ato da peça, é de carácter mais<br />

apaixonado e dramático. No terceiro entreato,<br />

Beethoven evoca a canção de Clara, antes de<br />

introduzir uma marcha militar. No quarto<br />

e último entreato volta a serenidade do Larghetto,<br />

antes de um Andante agitato vir introduzir o<br />

início do quinto ato, onde Clara tenta instigar<br />

o povo de Bruxelas a ajudá-la a resgatar<br />

Egmont. Segue-se a música que acompanha,<br />

respetivamente, a morte de Clara e a de Egmont.<br />

A primeira, magnífica, é de natureza suave<br />

e serena, com algumas conotações fúnebres,<br />

mas mais resignada do que triste. A segunda<br />

toma a forma de um melodrama. A música,<br />

que alterna entre o lírico, o grave e o comovente,<br />

acompanha o texto recitado, no qual Egmont<br />

diz: “a divina liberdade revelava-se tomando<br />

a forma da minha amada”, frase simbólica<br />

esta em que a liberdade, o objetivo último,<br />

surge personificada em Clara. Um pouco<br />

depois, ao rufar dos tambores, é em herói<br />

que Egmont se despede: “Escutai bem.<br />

Quantas vezes este som chamou os meus passos<br />

jubilosos para o campo de batalha e da vitória.<br />

E agora vou sair deste calabouço para ir ao<br />

encontro de uma morte gloriosa: morro pela<br />

liberdade!”… A peça termina com o tumulto<br />

triunfante da sinfonia final.<br />

A versão hoje apresentada inclui a narração de<br />

uma adaptação do texto efetuada por Lawrence<br />

Foster que alterou ligeiramente a ordem original<br />

das secções, passando o primeiro Lied<br />

de Clara, Die Trommel gerühret, para a quarta<br />

posição, logo após o segundo entreato.<br />

francisco sassetti<br />

11


Egmont<br />

Libreto original de Johann Wolfgang von Goethe<br />

Revisão e adaptação de Lawrence Foster<br />

abertura<br />

entreato n o 1<br />

recitação: Paz, meu povo! Paz, digo eu! A vossa<br />

reputação não é boa. Não exaspereis o rei de<br />

Espanha ainda mais, pois ele tem o poder de lidar<br />

com tais atos de desobediência. Tereis o apoio de<br />

que precisais. Estão a ser tomadas medidas para<br />

lidar energicamente com os males perpetrados<br />

contra vós. Tomai, portanto, uma posição firme<br />

contra as novas ordens de Espanha, mas não<br />

penseis que os vossos direitos serão mantidos<br />

através da insubordinação. Regressai a vossas<br />

casas e não permitais que as multidões se<br />

amontoem nas ruas.<br />

(para si mesmo) Estou a aconselhar-lhes prudência.<br />

Tal como o meu bom amigo, conde de Oliva, me<br />

aconselhou – um conselho que não posso aceitar.<br />

Porque o meu sangue também se revolta contra<br />

o jugo estrangeiro e contra as novas e cautelosas<br />

medidas da nossa justiça. Aquele que vive para<br />

salvar a sua vida já está morto. Será que o sol me<br />

ilumina hoje para que eu possa refletir sobre<br />

ontem – para que eu possa tentar prever e controlar<br />

o destino do amanhã, que não pode ser nem<br />

previsto nem controlado?<br />

Conduzidos por espíritos invisíveis, os corcéis do<br />

tempo levam em diante o triunfal carro luminoso<br />

do nosso destino. Quem sabe de onde veio ou para<br />

onde vai? Tenho o favor do rei Filipe, em Madrid,<br />

e a confiança do meu povo, aqui, mas tenho de<br />

subir ainda mais alto. Sinto em mim a esperança, a<br />

coragem e a força para isso. Ainda não atingi o auge<br />

do meu crescimento e, uma vez chegado lá acima,<br />

quero ficar com os pés firmemente plantados<br />

no chão, sem medo. Se acaso tiver de cair, um<br />

raio, uma tempestade de vento, até mesmo um<br />

passo em falso podem mergulhar-me de novo nas<br />

profundezas – e aí ficarei prostrado como muitos<br />

milhares.<br />

entreato n o 2<br />

recitação: Bom príncipe de Orange, a vossa<br />

prudência engana-vos. O rei Filipe tem os nossos<br />

impostos e submissão. Certamente não irá exigir<br />

mais – ou verá como deslealdade a manutenção<br />

dos nossos justos direitos. Não posso concordar<br />

que a vinda do duque de Alba indicie a perda de<br />

12<br />

tudo quanto ganhámos através da negociação.<br />

Se eu fugisse do país convosco agora, isso seria<br />

considerado um ato de revolta aberta – as nossas<br />

vidas estariam ameaçadas de assassinato – e a<br />

brisa que espalhasse as notícias sobre a terra<br />

serviria para acender uma poderosa conflagração<br />

– a separação da coroa espanhola seria declarada<br />

nesse instante – e jorraria o sangue dos nossos<br />

inimigos e dos nossos amigos. Pensai nas cidades<br />

– no povo da nossa Holanda.<br />

Imaginai os assassinatos, a desolação. Não<br />

sabereis mais que causa defendeis, pois vereis<br />

aqueles por quem brandistes a espada perecerem<br />

à vossa volta. A vossa consciência irá sussurrar:<br />

“Foi por minha própria segurança que eu brandi a<br />

espada.”. Aquele que se poupa a si mesmo torna-se<br />

sempre um objeto de suspeição para si próprio.<br />

Bem sei, Orange, que me achais perdido, mas estou<br />

determinado e é aqui que vou ficar. Adeus.<br />

(para si mesmo) Este homem contagia-me com<br />

os seus medos. É uma gota estrangeira no meu<br />

sangue. Mas ainda há uma maneira agradável de<br />

limpar as rugas de ansiedade e preocupação da<br />

minha fronte. Clara espera-me.<br />

lied: die trommel gerühret<br />

Tocou o tambor,<br />

O pífaro soou!<br />

O meu querido, armado,<br />

Na turba mandou,<br />

A lança alta leva,<br />

Governa as gentes.<br />

Como me bate o coração!<br />

Como o sangue me pulsa!<br />

Ai se tivesse uma barriguinha<br />

E calças e um chapéu!<br />

Segui-o a sair das portas<br />

de passo afoito,<br />

Pelas províncias andei,<br />

Por toda a parte o acompanhei.<br />

Os inimigos já recuam,<br />

Nós para o seu meio atiramos;<br />

Que felicidade sem par<br />

A de ser um varão!<br />

recitação: Vim, Clara, como prometi – vestido<br />

à moda de Espanha, e aqui com o tosão de ouro<br />

do imperador. Como vês, trago-o perto do meu


coração – como o teu amor. Mas, Clara, este não é<br />

o “grande Egmont”. Esse Egmont é frio, inflexível,<br />

em guarda – homenageado pela multidão<br />

intratável, cercado por amigos em quem não ousa<br />

confiar. Mas não falemos desse. Este Egmont,<br />

Clara, é feliz e amado – amado pelo melhor dos<br />

corações – o coração que ele agora aperta contra o<br />

seu, em confiança e amor. Este é o teu Egmont.<br />

lied: freudvoll und leidvoll<br />

Cheia de alegria<br />

E repleta de sofrimento,<br />

Cheia de considerações;<br />

A desejar<br />

E a temer<br />

Em marés de angústia;<br />

A jubilar aos céus<br />

Triste e moribunda;<br />

Feliz é só<br />

A alma que ama.<br />

entreato n o 3<br />

recitação: Para onde me conduziu o destino<br />

traiçoeiro? Será que me negou o rápido golpe da<br />

morte súbita sob os céus infinitos – em dia pleno –<br />

só para me dar a provar este sabor do túmulo, este<br />

calabouço revoltante de estagnação? A justiça do<br />

rei, em que sempre confiei, a amizade do regente<br />

– será que se esfumaram agora como fogos-fátuos<br />

e me deixaram a seguir sozinho o meu caminho<br />

para a escuridão? Falso Filipe! Desleal Liège! O<br />

príncipe de Orange conhecia-vos melhor do que<br />

eu. Até mesmo o sono fiel me abandona aqui.<br />

O que é que me abala? Estou aqui de pé, firme,<br />

mas um arrepio interior percorre-me o corpo.<br />

É o machado assassino que me corta a raiz. A<br />

força bruta e a traição triunfarão: extraem a seiva<br />

do tronco que se ergue solidamente, o topo irá<br />

rachar e despenhar-se no chão antes de a casca ter<br />

murchado. Ó paredes que assim me aprisionam –<br />

não me separeis da bênção silenciosa das estrelas,<br />

do vigor vibrante da terra, do desvelo caloroso dos<br />

meus amigos. Como num sonho, vejo-os reunidos<br />

neste preciso momento. Vêm, estão ao meu lado.<br />

As portas irão abrir-se, as grades irão romper-se,<br />

as suas mãos descerão pelas paredes e Egmont<br />

ascenderá jubiloso para se juntar à liberdade do<br />

dia que nasce.<br />

entreato n o 4<br />

morte de clara<br />

melodrama: Doce sono! Chegas como uma alegria<br />

pura, espontâneo, sem seres convidado, de bom<br />

grado. (pausa) Soltas os nós dos pensamentos mais<br />

sérios, misturas todas as imagens de felicidade<br />

(pausa) e dor. (pausa) O círculo interno das<br />

harmonias flui sem impedimentos e, envoltos<br />

em delírios, afundamo-nos e deixamos de ser.<br />

(música) A coroa está desaparecida. Bela imagem, a<br />

luz do dia assustou-te! Sim, elas estavam unidas, as<br />

duas imagens mais belas do meu coração. A divina<br />

liberdade revelava-se tomando a forma da minha<br />

amada. (música) Com os pés manchados de sangue<br />

aproximava-se, e as pregas fluidas do seu manto<br />

estavam manchadas de sangue. Era o meu sangue<br />

e o sangue de muitos heróis, e não foi derramado<br />

em vão. Avançai, povo corajoso, a deusa da vitória<br />

conduz-vos! E, tal como o mar rebenta os diques,<br />

também vós vos podeis erguer contra os muros<br />

da tirania, varrendo-a para fora da vossa terra, da<br />

qual se quer apossar. (tarolas)<br />

Escutai bem. Quantas vezes este som chamou os<br />

meus passos jubilosos para o campo de batalha e<br />

da vitória! E agora vou sair deste calabouço para<br />

ir ao encontro de uma morte gloriosa: morro pela<br />

liberdade.<br />

Cerrai fileiras, assassinos, vós não me assustais!<br />

Estou habituado a estar onde as lanças embatem<br />

contra lanças, e onde, ameaçado pela morte por<br />

todos os lados, sinto uma vida redobrada e a<br />

coragem a brotar dentro de mim.<br />

Amigos, tende coragem! Atrás de vós estão os<br />

vossos pais, as vossas esposas, os vossos filhos.<br />

E estes homens são comandados como escravos<br />

pelas ordens dos seus governantes, não têm<br />

consciência própria. Defendei a vossa terra!<br />

E, para libertar os que vos são queridos, entregai-vos<br />

com alegria, como eu já vos dei o exemplo!<br />

sinfonia da vitória<br />

tradução: linguaemundi<br />

tradução das canções : lumir nahodil<br />

13


lawrence foster © marc ginot<br />

Notas Biográficas<br />

14<br />

Lawrence<br />

Foster<br />

maestro<br />

Em 2012-2013, Lawrence Foster cumpre a décima<br />

primeira e última temporada como Maestro<br />

Titular da Orquestra <strong>Gulbenkian</strong>. Ao longo<br />

do seu mandato, liderou a orquestra em várias<br />

digressões internacionais, incluindo o Festival<br />

Enescu, em Bucareste, e o Kissinger Sommer<br />

Festival e ainda apresentações em outros<br />

prestigiados palcos europeus, em colaboração<br />

com artistas como Arcadi Volos, Angelika<br />

Kirchschlager ou Lang Lang. Além dos concertos<br />

regulares, que incluíram pelo menos uma<br />

ópera em cada temporada, dirigiu a Orquestra<br />

<strong>Gulbenkian</strong> em várias gravações para a editora<br />

Pentatone Classics.<br />

Anteriormente desempenhou idênticas<br />

funções nas Orquestras Sinfónicas de Barcelona,<br />

Jerusalém e Houston, na Filarmónica de Monte<br />

Carlo e na Orquestra de Câmara de Lausanne.<br />

Entre 2009 e 2012 foi Diretor Musical<br />

da Orquestra e Ópera Nacional de Montepellier.<br />

De ascendência romena, nasceu em 1941 em<br />

Los Angeles. Foi Diretor Musical do Festival<br />

de Aspen e Diretor Artístico do Festival<br />

Georges Enesco (1998-2001), tendo-se<br />

afirmado como um destacado divulgador<br />

e intérprete da música deste compositor<br />

romeno. A sua última gravação dedicada<br />

a Enesco – uma orquestração do Octeto para<br />

Cordas, com a Filarmónica de Monte Carlo –<br />

foi lançada pela EMI na primavera de 2009.<br />

Destaque também para a sua longa relação<br />

artística com o pianista Radu Lupu, com quem<br />

apresentou os Concertos para Piano de Beethoven.<br />

Em 2003 foi condecorado pelo Presidente da<br />

Roménia pelos serviços prestados à música<br />

romena.<br />

Michaela<br />

Kaune<br />

soprano<br />

Nasceu em Hamburgo, onde estudou na<br />

Academia de <strong>Música</strong> com Judith Beckmann.<br />

Foi premiada no Belvedere Wettbewerb de<br />

Viena, em 1996, e recebeu o Otto-Kasten-Preis<br />

do Deutsche Bühnenverein, em 1999. É membro<br />

da Deutsche Oper Berlin desde 1997, onde<br />

interpretou papéis como Marschallin<br />

(Der Rosenkavalier), Alice (Falstaff), Desdemona<br />

(Otello), Tatiana (Evgeny Onegin), Ellen Orford<br />

(Peter Grimes), Micaëla (Carmen), Madame<br />

Lidoine (Dialogues des carmélites) e os papéis<br />

principais em Jenufa e Ariadne auf Naxos.<br />

Como solista convidada, atuou regularmente<br />

em importantes palcos como a Ópera da<br />

Baviera, a Semperoper Dresden, o Théâtre<br />

de la Monnaie, a Ópera Nacional de Paris,<br />

a Ópera Holandesa, o Carnegie Hall e o<br />

Novo Teatro Nacional de Tóquio, além dos<br />

festivais de Salzburgo, Berlim, Bayreuth,<br />

Ravinia e Florença, sob a direção de maestros<br />

de renome como Zubin Metha, Christian<br />

Thielemann, Kent Nagano, Marc Minkowski,<br />

Philippe Jordan, Marc Albrecht, Esa-Pekka<br />

Salonen, Eliahu Inbal, Eiji Oue e Peter<br />

Ruzicka.<br />

Apresentou-se em recital em vários festivais<br />

internacionais como os de Dresden<br />

e Schleswig-Holstein, com Christoph<br />

Eschenbach, Irwin Gage, Helmut Deutsch<br />

e Eric Scheider.<br />

Gravou canções orquestrais de Richard<br />

Strauss, Nachtstücke und Arien de Henze,<br />

a 2ª Sinfonia de Mahler e a 8ª Sinfonia – Lieder<br />

der Vergänglichkeit – de Penderecki.<br />

michaela kaune © christian stelling


simona ivas © dr<br />

Simona<br />

Ivas<br />

meio-soprano<br />

Nasceu na Roménia e estudou canto na<br />

Academia de <strong>Música</strong> Gh. Dima, em Cluj-<br />

-Napoca. Concluiu o mestrado em 1999 e,<br />

no mesmo ano, ingressou no Conservatório<br />

de <strong>Música</strong> do Luxemburgo, onde trabalhou<br />

com Ionel Pantea. Foi Medalha de Ouro<br />

no Concurso Nicolae Bretan (Cluj-Napoca,<br />

1993) e num concurso para jovens solistas,<br />

no Luxemburgo, em 2000. Em 2002-2003<br />

participou no projeto «Les jeunes voix du<br />

Rhin», em Estrasburgo. Desde os seus anos<br />

de formação, apresentou-se como solista em<br />

muitos países da Europa, em Honguecongue<br />

e em Macau.<br />

O seu repertório inclui Dido e Eneias de Purcell,<br />

Don Giovanni (Zerlina), As Bodas de Fígaro<br />

(Susanna, Cherubino), Così fan tutte (Despina)<br />

e A Flauta Mágica de Mozart, O Barbeiro de<br />

Sevilha (Rosina) e La Cenerentola (Angelina)<br />

de Rossini, Rigoletto (Condessa) e La Traviata<br />

(Flora) de Verdi, Hänsel e Gretel (Hänsel) de<br />

Humperdinck, Le docteur miracle (Vèronique)<br />

de Bizet, e Elektra de Richard Strauss.<br />

Apresenta-se com regularidade em recital e<br />

em concerto, interpretando as grandes obras<br />

coral-sinfónicas como Gloria de Vivaldi,<br />

Magnificat de J. S. Bach, Dixit Dominus de<br />

Händel, Missa de Nelson e As Sete últimas<br />

Palavras de Cristo na Cruz de J. Haydn, Requiem<br />

de Mozart, Stabat Mater e Petite messe solennelle<br />

de Rossini, Cenas do Fausto de Goethe de<br />

Schumann ou o Te Deum de Bruckner.<br />

Noah<br />

Stewart<br />

tenor<br />

Diplomado pela Juilliard School e pela<br />

Academy of Vocal Arts, Noah Stewart<br />

recebeu o Encouragement Award da Sullivan<br />

Foundation e venceu o Concurso Mario Lanza<br />

em 2008, bem como o Concurso de Ópera da<br />

Florida. Foi ainda premiado nos concursos<br />

Leontyne Price e George London. Em 2006<br />

participou no Merola Opera Program e em<br />

2007 no prestigiado San Francisco Opera<br />

Adler Fellowship Program.<br />

Estreou-se na Ópera de San Francisco<br />

em O Cavalerio da Rosa. Desde então as<br />

suas atuações neste domínio incluíram as<br />

óperas Macbeth, Sansão e Dalila, La Bohème<br />

Dido e Eneias, Carmen, Il Tabarro, Idomeneo<br />

(Idamante), Il Trovatore, L’elisir d’amore<br />

e o papel de T. Morris Chester na estreia<br />

mundial de Appomattox de Philip Glass.<br />

Interpretou Arturo, em Lucia di Lammermoor,<br />

na Metropolitan Opera, e Príncipe, em<br />

A Flowering Tree de John Adams, na Ópera<br />

de Chicago, sob a direção do compositor.<br />

Em concerto, cantou o Requiem de Mozart<br />

no Carnegie Hall, o Requiem de Verdi na Civic<br />

Opera de Chicago, L’enfant prodigue de Debussy,<br />

com a Metro Chamber Orchestra, A Child of<br />

Our Time de Michael Tippett, com a Sinfónica<br />

de Stanford, e A Criação de Haydn, com<br />

a Sinfónica de Brooklyn.<br />

noah stewart © dr<br />

15


philippe fourcade© dr<br />

Philippe<br />

Fourcade<br />

O francês Philippe Fourcade fez a sua<br />

formação musical no Conservatório Nacional<br />

de Lyon, na Guildhall School of Music and<br />

Drama, em Londres, e na École de l’Opéra de<br />

Paris. Frequentou cursos de aperfeiçoamento<br />

de Daniel Ferro e de Christa Ludwig e<br />

trabalhou também com Carlo Bergonzi e com<br />

Leodino Ferri.<br />

Afirmou-se em prestigiados palcos como<br />

o Théâtre du Châtelet, Ópera da Bastilha,<br />

Óperas de Nice, Lyon e Montpellier,<br />

Concertgebouw de Amesterdão, Teatro Regio<br />

de Parma, Ópera de Bucareste, Teatro alla<br />

Scala e Grand Teatre del Liceu de Barcelona.<br />

Entre os seus principais desempenhos<br />

artísticos incluem-se o papel principal em<br />

St. François d’Assise de Messiaen; Oedipe de<br />

Enesco; o papel principal em Don Pasquale;<br />

Schaunard (La bohème); Escamillo (Carmen);<br />

Nick Shadow (The Rake’s Progress); Pizzaro<br />

(Fidelio); Sulpice (La fille du régiment),<br />

Marquis de la Force (Dialogues des carmélites);<br />

Angelotti (Tosca); Alfio (Cavalleria Rusticana);<br />

Nilakantha (Lakmé, de Delibes); Don<br />

Bartolo (As Bodas de Fígaro); Padre Augustin<br />

(Casamento no Convento, de Prokofiev);<br />

Beauperthuis (O chapéu de palha de Itália,<br />

de Nino Rota); e Varbe, em Lodoïska de<br />

Cherubini. Em 2008 interpretou Amigo,<br />

em La chute de Maison Usher de Debussy, na<br />

<strong>Fundação</strong> <strong>Gulbenkian</strong>.<br />

Apresenta-se com regularidade em concerto<br />

e em recital, dedicando especial atenção à<br />

canção de câmara inglesa.<br />

16<br />

barítono<br />

Fernando<br />

Luís<br />

ator<br />

Iniciou a sua carreira no Teatro de Animação<br />

de Setúbal, onde permaneceu durante duas<br />

temporadas. Participou posteriormente<br />

em representações para o Teatro O Bando<br />

(Montedemo, de Hélia Correia, e Gente Singular,<br />

de Manuel Teixeira Gomes), Casa da Comédia<br />

(Noites de Anto, de Mário Cláudio), Teatro<br />

da Cornucópia (Para acender a noite, de Ray<br />

Bradbury), Teatro Aberto (A Marmita de Papin,<br />

de Clara Pinto Correia, e a Ópera dos Três<br />

Vinténs, de Bertolt Brecht – com a qual ganhou<br />

o prémio de Melhor Ator, pela Associação<br />

de Críticos Portugueses de Teatro), Teatro<br />

Nacional D. Maria II (Clamor, Jornalistas,<br />

Ricardo II, O crime de Aldeia Velha, Boomerang,<br />

Taking Sides e Queima isto), e Teatro Maria<br />

Matos (Laramie e Urgências 2007).<br />

No cinema, participou em Rosa Negra (1992)<br />

de Margarida Gil, Sapatos Pretos (1998), Noite<br />

Escura (2004) e Mal Nascida (2007) de João<br />

Canijo, Alice (2005) de Marco Martins,<br />

e A Costa dos Murmúrios (2004) de Margarida<br />

Cardoso. Recebeu o prémio para melhor ator<br />

do Festival Caminhos do Cinema Português<br />

XVIII pela sua atuação no filme América<br />

(2010) de João Nuno Pinto.<br />

Obteve grande sucesso em séries televisivas<br />

como Médico de Família (1998) e Inspector Max<br />

(2004-05) e nas novelas Fascínios (2007-08)<br />

e Equador (2008).<br />

Colaborou com a <strong>Fundação</strong> <strong>Calouste</strong><br />

<strong>Gulbenkian</strong> como narrador nas obras Pedro<br />

e o Lobo de Prokofiev (2007), História do<br />

Soldado, de Stravinsky (2008) e Die drei Pintos,<br />

de Weber-Mahler (2011).<br />

fernando luís © dr


Coro<br />

<strong>Gulbenkian</strong><br />

Fundado em 1964, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> conta<br />

presentemente com uma formação sinfónica<br />

de cerca de 100 cantores, atuando igualmente<br />

em grupos vocais reduzidos, conforme<br />

a natureza das obras a executar. Assim, tanto<br />

pode apresentar-se como grupo a cappella,<br />

como colaborar com a Orquestra <strong>Gulbenkian</strong><br />

ou outros agrupamentos para a execução de<br />

obras coral-sinfónicas do repertório clássico<br />

e romântico. Na música do século XX tem<br />

interpretado, frequentemente em estreia<br />

absoluta, inúmeras obras contemporâneas<br />

de compositores portugueses e estrangeiros.<br />

Tem sido igualmente convidado para colaborar<br />

com as mais prestigiadas orquestras mundiais,<br />

sob a direção de maestros como Sir Colin<br />

Davis, Claudio Abbado, Emmanuel Krivine,<br />

Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Rafael<br />

Frübeck de Burgos, Gerd Albrecht e Theodor<br />

Guschlbauer.<br />

Para além da sua apresentação regular em<br />

Lisboa, e das suas digressões em Portugal,<br />

o Coro <strong>Gulbenkian</strong> atuou em numerosos países<br />

em todo o mundo. Em 1992, uma digressão<br />

por várias cidades da Holanda e da Alemanha,<br />

com a Orquestra do Século XVIII, deu origem<br />

à gravação ao vivo da Nona Sinfonia de Beethoven,<br />

que foi incluída na edição integral das sinfonias<br />

de Beethoven que Frans Brüggen realizou<br />

para a Philips com aquela orquestra.<br />

Paralelamente a estas colaborações e digressões,<br />

o Coro <strong>Gulbenkian</strong> tem participado em alguns<br />

importantes festivais internacionais.<br />

No plano discográfico, o nome do Coro<br />

<strong>Gulbenkian</strong> encontra-se associado às editoras<br />

Philips, Archiv / Deutsche Grammophon,<br />

Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC-Music,<br />

Aria-Music e Pentatone, tendo ao longo dos<br />

anos registado um repertório diversificado,<br />

com particular incidência na música<br />

portuguesa do século XVI ao século XX.<br />

Algumas gravações receberam prémios<br />

internacionais, como o Prémio Berlioz<br />

da Academia Nacional Francesa do Disco<br />

Lírico, o Grand Prix International du Disque<br />

da Academia Charles Cros e o Orphée d’Or.<br />

Em 2006, por ocasião do cinquentenário da<br />

morte de Luís de Freitas Branco, assinalado<br />

no ano anterior, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> registou<br />

a primeira integral dos Madrigais Camonianos<br />

deste compositor. Neste mesmo ano, gravou<br />

para a editora Portugaler obras a cappella<br />

de Pero de Gambôa e Lourenço Ribeiro,<br />

e vilancicos negros do século XVII, de Santa<br />

Cruz de Coimbra, e para a editora Portugalsom<br />

obras corais de Fernando Lopes-Graça.<br />

Em 2010 gravou em DVD a Missa Solemnis<br />

de Beethoven, com a Orquestra de Câmara<br />

da Europa, dirigida por John Nelson, tendo<br />

esta atuação sido transmitida em direto<br />

pela plataforma audiovisual www.medici.tv.<br />

Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro<br />

Titular do Coro, sendo as funções de Maestro<br />

Adjunto desempenhadas por Jorge Matta<br />

desde janeiro de 2012.<br />

coro gulbenkian © rita santos - arte das musas<br />

17


Coro <strong>Gulbenkian</strong><br />

Michel Corboz maestro titular<br />

Jorge Matta maestro adjunto<br />

sopranos<br />

Amélia Teresa<br />

Ana Bela Covão<br />

Ana Rodrigues<br />

Anna Kássia<br />

Ariana Russo<br />

Clara Coelho<br />

Cristina Cardoso<br />

Cristina Ferreira<br />

Filipa Passos<br />

Filomena Oliveira<br />

Francisca Branco<br />

Graziela Lé<br />

Joana Siqueira<br />

Lucília de Jesus<br />

Maria José Conceição<br />

Mariana Lemos<br />

Marisa Figueira<br />

Mónica Antunes<br />

Patrycja Gabrel<br />

Rita Marques<br />

Rosa Caldeira<br />

Rosário Azevedo<br />

Sandra Carvalho<br />

Sara Marques<br />

Taiana Froes<br />

Tânia Viegas<br />

Teresa Duarte<br />

18<br />

contraltos<br />

Ana Urbano<br />

Beatriz Cebola<br />

Catarina Saraiva<br />

Cristina Simões<br />

Fátima Nunes<br />

Inês Martins<br />

Inês Mazoni<br />

Joana Nascimento<br />

Laura Lopes<br />

Liliana Silva<br />

Mafalda Borges Coelho<br />

Manon Marques<br />

Margarida Simas<br />

Marta Queirós<br />

Michelle Rollin<br />

Patrícia Mendes<br />

Rita Tavares<br />

Tânia Valente<br />

Tanja Simic<br />

Teresa Almeida<br />

Verónica Santos<br />

tenores<br />

Aníbal Coutinho<br />

António Gonçalves<br />

Artur Afonso<br />

Diogo Pombo<br />

Fernando Ferreira<br />

Francisco Gameiro<br />

Frederico Projecto<br />

Hugo Martins<br />

Jaime Bacharel<br />

João Barros<br />

João Custódio<br />

João Sebastião<br />

João Valido Vaz<br />

Miguel Silva<br />

Pedro Cachado<br />

Pedro Miguel<br />

Pedro Rodrigues<br />

Rui Aleixo<br />

Rui Miranda<br />

baixos<br />

Artur Carneiro<br />

Fernando Gomes<br />

Filipe Leal<br />

Gonçalo Abrantes<br />

Horácio Santos<br />

Hugo Wever<br />

João Luís Ferreira<br />

João Pereira<br />

João Valeriano<br />

José Damas<br />

Luís Fernandes<br />

Luís Pereira<br />

Mário Almeida<br />

Nuno Fonseca<br />

Nuno Rodrigues<br />

Pedro Morgado<br />

Ricardo Martins<br />

Rui Borras<br />

Rui Gonçalo<br />

Tiago Batista<br />

coordenação:<br />

Mariana Portas<br />

produção / arquivo musical:<br />

Fátima Pinho


Orquestra<br />

<strong>Gulbenkian</strong><br />

Em 1962 a <strong>Fundação</strong> <strong>Calouste</strong> <strong>Gulbenkian</strong><br />

decidiu estabelecer um agrupamento orquestral<br />

permanente, no início constituído apenas<br />

por doze elementos (Cordas e Baixo Contínuo),<br />

originalmente designada por Orquestra de<br />

Câmara <strong>Gulbenkian</strong>. Na temporada 2012-2013<br />

a Orquestra <strong>Gulbenkian</strong> (denominação adotada<br />

desde 1971) celebra 50 anos de atividade, período<br />

ao longo do qual foi sendo progressivamente<br />

alargada, contando hoje com um efetivo<br />

de sessenta e seis instrumentistas que pode<br />

ser pontualmente expandido de acordo com<br />

as exigências dos <strong>programas</strong> executados.<br />

Esta constituição permite à Orquestra <strong>Gulbenkian</strong><br />

a abordagem interpretativa de um amplo<br />

repertório que abrange todo o período Clássico,<br />

uma parte significativa da literatura orquestral<br />

do século XIX e muita da música do século XX.<br />

Obras pertencentes ao repertório corrente das<br />

grandes formações sinfónicas tradicionais,<br />

nomeadamente a produção orquestral de Haydn,<br />

Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn<br />

ou Schumann, podem assim ser dadas pela<br />

Orquestra <strong>Gulbenkian</strong> em versões mais<br />

próximas dos efetivos orquestrais para<br />

que foram originalmente concebidas, no que<br />

respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura<br />

sonora interior.<br />

Em cada temporada, a Orquestra realiza<br />

uma série regular de concertos no Grande<br />

Auditório <strong>Gulbenkian</strong>, em Lisboa, em cujo<br />

âmbito tem tido ocasião de colaborar com<br />

alguns dos maiores nomes do mundo da<br />

música (maestros e solistas), atuando igualmente<br />

em diversas localidades do País, cumprindo<br />

desta forma uma significativa função<br />

descentralizadora.<br />

No plano internacional, por sua vez, a Orquestra<br />

tem vindo a ampliar gradualmente a sua<br />

atividade, tendo até agora efetuado digressões<br />

na Europa, Ásia, África e Américas.<br />

No plano discográfico, o nome da Orquestra<br />

<strong>Gulbenkian</strong> encontra-se associado às editoras<br />

Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion,<br />

Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve<br />

e Pentatone, entre outras, tendo esta sua<br />

atividade sido distinguida desde muito cedo<br />

com diversos prémios internacionais de grande<br />

prestígio. O mais recente lançamento<br />

é dedicado a obras de Piazzolla, Bottesini<br />

e Mouquet, sob a direção de Pedro Neves.<br />

Desde a temporada de 2002-2003, Lawrence<br />

Foster é o seu Maestro Titular. Claudio<br />

Scimone, que ocupou este último cargo entre<br />

1979 e 1986, foi nomeado em 1987 Maestro<br />

Honorário. Joana Carneiro é Maestrina<br />

Convidada desde a temporada de 2006-2007.<br />

Paul McCreesh está nomeado como Maestro<br />

Titular a partir da temporada 2013-2014.<br />

19<br />

orquestra gulbenkian © pedro ferreira


Lawrence Foster maestro titular<br />

Joana Carneiro maestrina convidada<br />

Claudio Scimone maestro honorário<br />

primeiros violinos<br />

David Lefèvre<br />

Concertino Principal *<br />

Felipe Rodriguez<br />

1º Concertino Auxiliar<br />

Bin Chao 2º Concertino Auxiliar<br />

Pedro Meireles<br />

2º Concertino Auxiliar<br />

Vasco Broco<br />

António José Miranda<br />

António Veiga Lopes<br />

Pedro Pacheco<br />

Alla Javoronkova<br />

David Wahnon<br />

Ana Beatriz Manzanilla<br />

Elena Riabova<br />

Maria Balbi<br />

Otto Pereira<br />

Luís Manuel Cunha *<br />

segundos violinos<br />

Alexandra Mendes 1º Solista<br />

Oleguer Beltran-Pallarés<br />

1º Solista<br />

Cecília Branco 2º Solista<br />

Jorge Lé<br />

Leonor Moreira<br />

Stephanie Abson<br />

Jorge Teixeira<br />

Tera Shimizu<br />

Maria José Laginha<br />

Stephan Shreiber<br />

Luciana Cruz *<br />

Istvan Balazs *<br />

violas<br />

Barbara Friedhoff 1º Solista<br />

Samuel Barsegian 1º Solista<br />

Isabel Pimentel 2º Solista<br />

André Cameron<br />

Patrick Eisinger<br />

Leonor Braga Santos<br />

Christopher Hooley<br />

Maia Kouznetsova<br />

Lu Zheng<br />

Ricardo Mateus *<br />

20<br />

violoncelos<br />

Maria José Falcão 1º Solista<br />

Varoujan Bartikian 1º Solista<br />

Martin Henneken 2º Solista<br />

Levon Mouradian<br />

Jeremy Lake<br />

Raquel Reis<br />

Marco Pereira *<br />

Miguel Fernandes *<br />

Contrabaixos<br />

Marc Ramirez 1º Solista<br />

Manuel Rêgo 2º Solista<br />

Marine Triolet<br />

Maja Plüddemann<br />

Ricardo Tapadinhas 1º Solista *<br />

Luzia Vieira *<br />

flautas<br />

Sophie Perrier 1º Solista<br />

Cristina Ánchel<br />

1º Solista Auxiliar<br />

Amália Tortajada 2º Solista *<br />

oboés<br />

Pedro Ribeiro 1º Solista<br />

Nelson Alves 1º Solista Auxiliar<br />

Alice Caplow-Sparks 2º Solista<br />

Corne inglês<br />

Luís Alves 2º Solista *<br />

clarinetes<br />

Esther Georgie 1º Solista<br />

José Maria Mosqueda 2º Solista<br />

Clarinete baixo<br />

fagotes<br />

Ricardo Ramos 1º Solista<br />

Vera Dias 1º Solista Auxiliar<br />

José Coronado 2º Solista<br />

Contrafagote<br />

trompas<br />

Jonathan Luxton 1º Solista<br />

Kenneth Best 1º Solista<br />

Eric Murphy 2º Solista<br />

Darcy Edmundson-Andrade<br />

2º Solista<br />

trompetes<br />

Stephen Mason 1º Solista<br />

David Burt 2º Solista<br />

trombone<br />

Rui Fernandes 2º Solista<br />

Pedro Canhoto 2º Solista<br />

tuba<br />

Amílcar Gameiro 1º Solista<br />

timbales<br />

Rui Sul Gomes 1º Solista<br />

percussão<br />

Abel Cardoso 2º Solista<br />

órgão<br />

Fernando Miguel Jalôto 1º Solista *<br />

* instrumentistas convidados<br />

coordenação<br />

José Manuel Edmundson-Andrade<br />

produção / arquivo musical<br />

António Lopes Gonçalves<br />

e Américo Martins


leif ove andsnes © özgür albayrak<br />

grandes orquestras - série i<br />

Gustav Mahler Jugendorchester<br />

Herbert Blomstedt maestro<br />

Leif Ove Andsnes piano<br />

domingo 17 Março 2013<br />

18:00h – Grande Auditório<br />

17<br />

03<br />

grandes orquestras - série ii<br />

Gustav Mahler Jugendorchester<br />

Herbert Blomstedt maestro<br />

Agenda<br />

16<br />

03<br />

sábado 16 Março 2013<br />

18:00h – Grande Auditório<br />

Ludwig van Beethoven<br />

Concerto para Piano e Orquestra nº 4,<br />

em Sol maior, op. 58<br />

Sinfonia nº 7, em Lá maior, op. 92<br />

Anton Bruckner<br />

Sinfonia nº 4, em Mi bemol maior, “Romântica”<br />

herbert blomstedt © dr<br />

21


26 - 27 - 28 Março<br />

terça, 21:00h — Grande Auditório<br />

quarta, 19:00h — Grande Auditório<br />

quinta, 21:00h — Grande Auditório<br />

Coro e Orquestra<br />

<strong>Gulbenkian</strong><br />

Michel Corboz maestro<br />

Rachel Harnisch soprano<br />

Fernando Guimarães tenor<br />

Rudolf Rosen barítono<br />

Um Requiem Alemão<br />

brahms<br />

MUSICA.GULBENKIAN.PT<br />

22<br />

michel corboz © dr


Não é permitido tirar fotografias<br />

nem fazer gravações sonoras ou filmagens<br />

durante os concertos.<br />

Desligue o alarme do seu relógio<br />

ou telemóvel antes do início dos concertos.<br />

Programas e elencos sujeitos a alteração<br />

sem prévio aviso.<br />

direção criativa<br />

Ian Anderson<br />

design e direção de arte<br />

The Designers Republic<br />

design gráfico<br />

AH–HA<br />

impressão e acabamento<br />

Textype - Artes Gráficas, Lda<br />

tiragem<br />

900 exemplares<br />

preço<br />

2€<br />

Lisboa, Março 2013


MUSICA.GULBENKIAN.PT

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