Páginas - ed. 115 - agosto 06.p65 - Arquidiocese de Florianópolis
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IMPRESSO<br />
Paróquia <strong>de</strong> São Cristóvão:<br />
d<strong>ed</strong>icação ao trabalho social. 8<br />
Pe. Rufino: uma<br />
vocação missionária<br />
No dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, Pe.<br />
Rufino celebrou o seu jubileu <strong>de</strong><br />
Prata Presiteral. Aproveitando sua<br />
visita à <strong>Arquidiocese</strong>, já que é<br />
missionário na Bahia, realizamos<br />
uma entrevista em que ele<br />
fala <strong>de</strong> seu jubileu, da sua vocação<br />
missionária e do que é preciso<br />
para ser um missionário. 14<br />
14<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -<br />
Encontro discute processo<br />
<strong>de</strong> inclusão do <strong>de</strong>ficiente. 5<br />
www.arquifloripa.org.br<br />
FLORIANÓPOLIS - SC<br />
Nº <strong>115</strong> - ANO X Comunicação a Serviço da Vida e da Esperança<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
Agosto, Agosto, mês mês das das forças forças vivas<br />
vivas<br />
Festival celebra<br />
as vocações. 33<br />
Renovação Carismática<br />
prepara Kairós<br />
da Juventu<strong>de</strong>. 55<br />
Marcelo é or<strong>de</strong>nado<br />
padre em Biguaçu. 99<br />
Missão Jovem<br />
celebra 20 anos. 13<br />
13<br />
Dom Orlando é o<br />
novo arcebispo <strong>de</strong><br />
Londrina. 16<br />
16<br />
GRUPOS BÍBLICOS EM FAMÍLIA<br />
No mês <strong>de</strong> julho, quatro comarcas da <strong>Arquidiocese</strong> realizaram encontros para animadores e<br />
animadoras <strong>de</strong> Grupos Bíblicos em Família. Os encontros foram realizados nas comarcas <strong>de</strong><br />
Itajaí, São José, Brusque e Estreito (foto). Os GBFs são a única priorida<strong>de</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> e<br />
nos encontros percebeu-se que as comunida<strong>de</strong>s trabalham neste caminho. 11<br />
Iniciam preparativos para a<br />
celebração do Centenário<br />
da <strong>Arquidiocese</strong>. 33<br />
33<br />
3<br />
Associação vai acolher<br />
moradores <strong>de</strong> rua. 55555<br />
Cegos conquistam in<strong>de</strong>pendência<br />
através da ACIC<br />
Criada há 29 anos, a Associação Catarinense<br />
<strong>de</strong> Integração do Cego (ACIC) aten<strong>de</strong> a pessoas<br />
cegas, ajudando-as a terem a sua in<strong>de</strong>pendência<br />
e inserindo-as no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />
Na única s<strong>ed</strong>e da instituição, localizada em<br />
<strong>Florianópolis</strong>, são atendidas pessoas do Estado,<br />
do Brasil e <strong>de</strong> Angola na África. 16<br />
Agosto é o mês consagrado a celebração<br />
das vocações da Igreja. Vocação<br />
entendida num conceito mais amplo,<br />
que envolve a todos: padres,<br />
diáconos, religiosos (as) e leigos (as).<br />
É o “tempo oportuno” para o estudo,<br />
pregação, formação, oração e promoções<br />
diversas em vista das vocações<br />
e ministérios que brotam da riqueza<br />
do sacramento do batismo.<br />
Cada domingo do mês é <strong>de</strong>stinado<br />
à celebração <strong>de</strong> uma vocação<br />
especificamente. Saiba o que é<br />
celebrado em cada domingo do<br />
mês e motive sua comunida<strong>de</strong> para<br />
celebrar as nossas vocações. 10<br />
VOCAÇÃO VOCAÇÃO HUMANA:<br />
HUMANA:<br />
DESTINO DESTINO DE DE GLÓRIA<br />
GLÓRIA<br />
A fé cristã vê o ser humano em sua<br />
caminhada, como homo viator, peregrino,<br />
caminhante, no diálogo amoroso<br />
com o Deus <strong>de</strong> sua salvação; vê o<br />
mundo como obra da bonda<strong>de</strong> radical<br />
<strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>stinado à glorificação final.<br />
Por isso, toda vez que falamos das<br />
diferentes vocações cristãs, não po<strong>de</strong>mos<br />
nos esquecer nem da origem<br />
nem do <strong>de</strong>stino humanos. Uma origem<br />
<strong>de</strong>terminada pela graça, pelo dom da<br />
vida e da liberda<strong>de</strong>; mas que foi manchada<br />
pelo pecado, pela <strong>de</strong>sgraça,<br />
pela rejeição do amor. Um <strong>de</strong>stino orientado<br />
para a plenitu<strong>de</strong> da vida em<br />
Deus e com Deus, com a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> o ser humano, na individualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r abortá-lo.<br />
Sempre, porém, por mais mal que<br />
haja, por maior que seja o mal, do início<br />
ao fim estamos profundamente<br />
marcados, estruturalmente selados<br />
com a graça do amor <strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />
04
2-<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
EDITORIAL<br />
Tenho S<strong>ed</strong>e! – A Vocação Cristã<br />
Tenho s<strong>ed</strong>e! (Jo 18,28). Os gran<strong>de</strong>s santos, que privaram<br />
da amiza<strong>de</strong> divina, não viram na s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> Jesus Cristo<br />
s<strong>ed</strong>e física, mas outra s<strong>ed</strong>e, mais profunda e dolorosa: a<br />
s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> almas. Todo o mistério da encarnação está centrado<br />
na doação do Filho para aplacar a s<strong>ed</strong>e do Pai pelas almas.<br />
A multidão perdida no pecado, na <strong>de</strong>sesperança, aumenta a<br />
s<strong>ed</strong>e do Senhor.<br />
Os santos e os cristãos que enten<strong>de</strong>ram sua vocação<br />
como intercessão pelos pecadores assumiram para si essa<br />
mesma s<strong>ed</strong>e: também eles gemem, em suas orações e em<br />
seu ministério, ar<strong>de</strong>ndo em s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> almas, na <strong>de</strong>cisão insaciável<br />
<strong>de</strong> oferecer almas para saciar a s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> Cristo. Os<br />
algozes ofereceram vinagre ao Crucificado: os cristãos oferecem<br />
almas, a preocupação missionária, a oferta da oração.<br />
Em junho <strong>de</strong> 1897 Santa Teresinha, após sofrer a experiência<br />
das “almas que não têm fé”, tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> sentar-se<br />
à mesa dos “pobres pecadores”, para com eles comer<br />
“o pão da dor” e <strong>de</strong> não querer, <strong>de</strong> jeito nenhum, “levantar-se<br />
<strong>de</strong>ssa mesa <strong>de</strong> amargura até que o Senhor os acolha a todos<br />
na sua misericórdia”. O amor e a compaixão por toda a<br />
humanida<strong>de</strong>, dos quais nasce o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que todos se salvem,<br />
é um dom <strong>de</strong> Deus, uma graça. Não são sentimentos<br />
humanos, mas <strong>de</strong>spertados e forjados no coração pelo Espírito<br />
Santo, afirma São Silvano do Monte Atos.<br />
O Espírito suscita muitas vocações para a vida da Igreja,<br />
e todas elas têm como causa final a salvação do mundo, das<br />
pessoas, das almas. O fogo do Espírito Santo, envolvendonos<br />
em suas chamas, aumenta nos que o aceitam essa s<strong>ed</strong>e<br />
dolorosa dos que compartilham a s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> Jesus.<br />
Constituímos um povo sacerdotal. E o que faz o sacerdote,<br />
se não interc<strong>ed</strong>er pela salvação do mundo? É essa a missão<br />
<strong>de</strong> todos os que foram batizados e participam do sacerdócio<br />
<strong>de</strong> Cristo. São João Crisóstomo, comentando a parábola<br />
dos talentos (cf. Mt 25,24-<br />
25), afirma: “Aquele que enterrou<br />
o talento era irrepreensível,<br />
mas inútil. Nada há<br />
<strong>de</strong> mais insignificante, frio,<br />
do que um cristão que não<br />
salva os irmãos” (Hom. sobre<br />
os Atos 20,4). Quem<br />
cuida só <strong>de</strong> sua salvação,<br />
em livrar a própria pele, é<br />
como o soldado que no campo <strong>de</strong> batalha pensa apenas em<br />
si: acaba provocando a morte dos outros e a sua.<br />
Um gran<strong>de</strong> Pai da Igreja, Isaac o sírio (séc. VII), anima os<br />
que se preocupam ativamente com a salvação do próximo:<br />
“No dia em que te afligires pelo fato <strong>de</strong> alguém estar doente<br />
no corpo ou na alma, tenhas certeza <strong>de</strong> que naquele dia és<br />
um mártir, pois sofreste por Cristo e foste digno <strong>de</strong> confessálo”<br />
(Disc. I,58). O mártir é o que <strong>de</strong>rrama o sangue pelo Cristo:<br />
po<strong>de</strong>mos ser mártires <strong>de</strong>rramando nosso suor/sangue<br />
pelos que são <strong>de</strong> Cristo, por toda a humanida<strong>de</strong>.<br />
A crise vocacional, sempre se diz, é uma crise <strong>de</strong> generosida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> misericórdia, <strong>de</strong> compaixão. É a ausência da preocupação<br />
pela “s<strong>ed</strong>e” <strong>de</strong> Cristo, julgando-se que a vida cristã<br />
comprometida se r<strong>ed</strong>uz a uns 10% <strong>de</strong> oração e outros 90%<br />
<strong>de</strong> compromisso. Por esse motivo, muitos ricos e países<br />
ricos entram em crise <strong>de</strong> fé: tornam-na inútil, por terem r<strong>ed</strong>uzido<br />
o crer a não fazer o mal.<br />
A Cruz <strong>de</strong> Cristo é o “sinal” dos cristãos: contemplando-a<br />
na profundida<strong>de</strong> da fé, sentiremos o abismo <strong>de</strong> compaixão<br />
daquele que foi crucificado pelo mundo. E, casados ou solteiros,<br />
crianças ou jovens, leigos ou consagrados, nos ofereceremos,<br />
como Santa Teresinha, para aplacar a s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> almas<br />
estampada nos lábios e na face do Senhor.<br />
Nossa gran<strong>de</strong> vocação é sentar-nos à mesa dos pecadores,<br />
como fez Jesus, e transformá-la em mesa <strong>de</strong> salvação:<br />
um cristão não consegue viver sem proclamar a misericórdia<br />
<strong>de</strong> Deus.<br />
Pe. José Artulino Besen<br />
www.arquifloripa.org.br/jornal<br />
e-mail: jornal@arquifloripa.org.br<br />
“Constituímos um povo sacerdotal.<br />
E o que faz o sacerdote,<br />
se não interc<strong>ed</strong>er pela salvação<br />
do mundo? É essa a missão<br />
<strong>de</strong> todos os que foram<br />
batizados e participam<br />
do sacerdócio <strong>de</strong> Cristo.”<br />
Periodicida<strong>de</strong> mensal - 21.000 exemplares<br />
Rua Esteves Júnior, 447<br />
88015-130 - <strong>Florianópolis</strong> - SC<br />
Fone/Fax: (048) 3224-4799<br />
OPINIÃO<br />
PALAVRA DO BISPO<br />
Diretor e Revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José<br />
Negri, Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi,<br />
Luciano Leite da Silva Filho, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável:<br />
Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>: Pe. Francisco Rohling - Editoração<br />
e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul<br />
V Conferência Episcopal<br />
Estávamos em preparação<br />
do 15° Congresso Eucarístico<br />
Nacional quando<br />
foram dados os primeiros passos<br />
em vista da V Conferência<br />
do Episcopado da América<br />
Latina e do Caribe, que acontecerá<br />
em Aparecida, em maio<br />
do próximo ano. Se não tivemos<br />
condições <strong>de</strong> multiplicar<br />
encontros para respon<strong>de</strong>r às<br />
questões formuladas pelo texto preparatório, certamente<br />
<strong>de</strong>mos nossa contribuição <strong>de</strong> modo indireto,<br />
com a reflexão do tema: “Ele está<br />
no meio <strong>de</strong> nós!” A partir <strong>de</strong>ssa<br />
certeza é que a Igreja po<strong>de</strong>rá se<br />
<strong>de</strong>bruçar sobre o tema da Conferência<br />
<strong>de</strong> Aparecida: “Discípulos<br />
e missionários <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />
para que nele nossos povos tenham<br />
vida. Eu sou o Caminho, a<br />
Verda<strong>de</strong> e a Vida” (Jo 14,6).<br />
O “Documento <strong>de</strong> Participação”,<br />
<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do Conselho<br />
Episcopal Latino-Americano,<br />
ao contrário <strong>de</strong> outros textos, especialmente<br />
os da CNBB, não usa o tradicional método ver, julgar,<br />
agir e celebrar. Usa, sim, o seguinte esquema:<br />
apresentação do tema; <strong>de</strong>safios; perspectivas pastorais.<br />
Naturalmente, esta terceira parte está por<br />
ser construída, com as colaborações que forem<br />
enviadas das dioceses, dos regionais e das conferências<br />
episcopais.<br />
Digno <strong>de</strong> atenção, no texto preparativo, é o Anexo<br />
3, que respon<strong>de</strong> à pergunta: “Como ser discípulo<br />
<strong>de</strong> Cristo hoje?” Cada discípulo, no ambiente<br />
PALAVRA DO PAPA<br />
Para a Igreja, a Sexta-Feira Santa e a Páscoa<br />
existem sempre juntas (...). A Igreja e, nela, Cristo,<br />
sofre hoje também. Nela, Cristo é sempre escarnecido<br />
<strong>de</strong> novo e atingido; sempre <strong>de</strong> novo se procura<br />
pô-lo fora do mundo. Sempre <strong>de</strong> novo a pequena<br />
barca da Igreja é abalada pelo vento das i<strong>de</strong>ologias,<br />
que com as suas águas pene-<br />
tram nela e parecem con<strong>de</strong>ná-la<br />
a afundar. E, contudo, precisamente<br />
na Igreja sofr<strong>ed</strong>ora, Cristo<br />
é vitorioso. Apesar <strong>de</strong> tudo, a fé<br />
nele retoma força sempre <strong>de</strong><br />
novo. Também hoje o Senhor or<strong>de</strong>na<br />
às águas e <strong>de</strong>monstra-se o<br />
Senhor dos elementos. Ele permanece<br />
na sua barca, na barca<br />
da Igreja. Assim também no ministério <strong>de</strong> P<strong>ed</strong>ro se<br />
revela, por um lado, a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> do que é próprio<br />
do homem, mas, ao mesmo tempo, também a força<br />
<strong>de</strong> Deus: precisamente na <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> dos homens<br />
o Senhor manifesta a sua força; <strong>de</strong>monstra<br />
que é ele mesmo quem constrói, através <strong>de</strong> homens<br />
débeis, a sua Igreja. (...)<br />
No caso <strong>de</strong> Jó, Deus conc<strong>ed</strong>e a Satanás a liberda<strong>de</strong><br />
exigida precisamente para po<strong>de</strong>r, com ela,<br />
“Tema da Conferência:<br />
‘Discípulos e missionários<br />
<strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />
para que nele nossos<br />
povos tenham vida.<br />
Eu sou o Caminho, a V<br />
erda<strong>de</strong> e a Vida’ (Jo 14,6)”.<br />
Cristo é vitorioso<br />
“Seu po<strong>de</strong>r não é um<br />
po<strong>de</strong>r segundo as<br />
modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste mundo.<br />
É o po<strong>de</strong>r do bem, da<br />
verda<strong>de</strong> e do amor, que é<br />
mais forte que a morte..”<br />
social em que vive e no meio em que trabalha, precisa:<br />
(1°) fazer uma experiência <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />
por meio <strong>de</strong> um encontro forte com ele, e renovar<br />
muitas vezes esse encontro durante a vida; (2°) no<br />
encontro com Cristo, escutar atentamente sua Palavra,<br />
contemplá-lo com admiração e <strong>de</strong>ixar-se invadir<br />
por ele; (3°) <strong>de</strong>ssa escuta nasce e se fortalece<br />
sempre <strong>de</strong> novo a fé, isto é, a a<strong>de</strong>são profunda e<br />
pessoal a Cristo; (4°) o discípulo <strong>de</strong>ve integrar-se<br />
na comunida<strong>de</strong> dos outros discípulos <strong>de</strong> Jesus (a<br />
Igreja); (5°) daqui nasce o seguimento <strong>de</strong> Jesus<br />
Cristo; o seguimento é a moral cristã – isto é, o<br />
discípulo procura amar como Cristo amou, viver<br />
como ele viveu e cumprir o que<br />
ele mandou; (6°) o discípulo se<br />
torna missionário; quer levar outros<br />
ao encontro com Cristo; (7°)<br />
como testemunha do amor <strong>de</strong><br />
Cristo, o discípulo trabalha na<br />
soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, para que ela acolha a<br />
todos conforme sua dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
filhos <strong>de</strong> Deus.<br />
A história <strong>de</strong> conferências anteriores<br />
– no Rio <strong>de</strong> Janeiro (1955),<br />
em M<strong>ed</strong>ellín (1968), em Puebla<br />
(1979) e em Santo Domingo (1992) – mostra o quanto<br />
elas são importantes na caminhada da Igreja que<br />
está na América Latina e no Caribe. Não nos esqueçamos,<br />
porém: um acontecimento tão importante não<br />
se faz somente com estudos, reflexões e <strong>de</strong>bates;<br />
ele é feito, sobretudo, com oração, com muita oração.<br />
E é aqui que se abrem inúmeras possibilida<strong>de</strong>s<br />
à nossa participação nesta importante conferência.<br />
Dom Murilo S.R. Krieger, scj<br />
Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua criatura, o homem e a si mesmo.<br />
Acontece assim também com os discípulos <strong>de</strong> Jesus.<br />
Deus dá uma certa liberda<strong>de</strong> a Satanás em<br />
todos os tempos. Com freqüência, parece-nos que<br />
Deus conc<strong>ed</strong>a <strong>de</strong>masiada liberda<strong>de</strong> a Satanás; que<br />
lhe conc<strong>ed</strong>a a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos provar <strong>de</strong> maneira<br />
<strong>de</strong>masiado terrível; e que isto su-<br />
pere as nossas forças e nos oprima<br />
<strong>de</strong>masiado. Bradaremos sempre<br />
<strong>de</strong> novo a Deus: Ai <strong>de</strong> mim,<br />
olha para a miséria dos teus discípulos,<br />
protege-nos! De fato Jesus<br />
continua: “Mas eu roguei por<br />
ti, para que a tua fé não <strong>de</strong>sapareça”<br />
(Lc 22, 32). A oração <strong>de</strong> Jesus<br />
é o limite colocado ao po<strong>de</strong>r<br />
do maligno. A oração <strong>de</strong> Jesus é a proteção da Igreja.<br />
Po<strong>de</strong>mos refugiar-nos sob esta proteção, apegar-nos<br />
a ela e ter a sua certeza. (...) Seu po<strong>de</strong>r<br />
não é um po<strong>de</strong>r segundo as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste<br />
mundo. É o po<strong>de</strong>r do bem, da verda<strong>de</strong> e do amor,<br />
que é mais forte que a morte. Sim, sua promessa é<br />
verda<strong>de</strong>ira: os po<strong>de</strong>res da morte, as portas do inferno<br />
não prevalecerão contra a Igreja.<br />
(Solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> S. P<strong>ed</strong>ro e S. Paulo, 29.06.06)
Comarca realiza Festival Vocacional<br />
A Comarca <strong>de</strong> Biguaçu realizará<br />
nos dias 19 e 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />
o seu 3º Festival Vocacional. O<br />
evento será realizado na Paróquia<br />
Santa Cruz, em Barreiros, São<br />
José, e contará com a participação<br />
especial do Pe. Ormar Coppi.<br />
O Festival tem início no dia 19,<br />
com a celebração <strong>de</strong> abertura às<br />
19h30min. No dia 20, a programação<br />
tem início às 8h, com acolhida,<br />
testemunho, missa festiva e<br />
palestra. O evento terá também a<br />
presença do Pe. Francisco Salm,<br />
coor<strong>de</strong>nador Arquidiocesano da<br />
Pastoral Vocacional.<br />
À tar<strong>de</strong>, cada paróquia da<br />
Comarca terá espaço <strong>de</strong> meia<br />
hora para fazer apresentações artísticas<br />
com coreografias musicadas,<br />
teatro ou mensagens, todas<br />
com inspiração vocacional. O<br />
evento se encerra às 17h30min,<br />
com o envio e encerramento.<br />
Pe. Osmar Coppi será o as-<br />
A igreja <strong>de</strong> São Sebastião,<br />
em <strong>Florianópolis</strong>, celebra no dia<br />
06 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> a primeira fase das<br />
obras <strong>de</strong> restauração, com o retorno<br />
da imagem do Santo. O<br />
ato faz parte das comemorações<br />
pelos 150 anos da construção<br />
da capela. As comemorações<br />
tiveram início no dia 20<br />
<strong>de</strong> janeiro, dia do Padroeiro, e<br />
vão até o dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />
A imagem passou por um processo<br />
<strong>de</strong> restauração em uma<br />
empresa especializada, que recuperou<br />
suas características<br />
originais. Na primeira fase das<br />
obras, também estão incluídas<br />
melhorias internas na igreja,<br />
como restauração do telhado da<br />
nave principal, bancos, pisos e<br />
instalação elétrica.<br />
As obras tiveram um custo <strong>de</strong><br />
R$ 68 mil. Boa parte veio através<br />
da Prefeitura <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, já<br />
que a igreja é tombada pelo<br />
Patrimônio Histórico. “Mas a comunida<strong>de</strong><br />
ajudou bastante através<br />
<strong>de</strong> várias doações espontâneas”,<br />
disse A<strong>de</strong>mar Arcângelo Cirimbelli,<br />
coor<strong>de</strong>nador da comissão do<br />
sesquicentenário (150 anos).<br />
Na próxima fase das obras,<br />
sessor do Festival. Membro da<br />
Congregação dos Pobres Servos<br />
da Divina Providência, ele ministra<br />
palestras, cursos, retiros e faz<br />
shows. É assessor da Escola<br />
Vocacional do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />
assessorou e animou vários congressos<br />
vocacionais diocesanos<br />
e foi um dos animadores do III<br />
Congresso Vocacional do Brasil,<br />
realizado em 2005.<br />
O Festival Vocacional surgiu<br />
a partir dos encontros da Pastoral<br />
Vocacional da Comarca <strong>de</strong><br />
Biguaçu, realizados a cada dois<br />
meses, como forma <strong>de</strong> celebrar<br />
o mês das vocações (<strong>agosto</strong>). “As<br />
duas primeiras <strong>ed</strong>ições foram realizadas<br />
na Paróquia Sagrados<br />
Corações, em Barreiros. Esta vez<br />
é na Santa Cruz e a intenção é<br />
que as próximas sejam em outras<br />
paróquias da comarca”, disse<br />
Grazieti Flores Alves, uma das<br />
Restauração celebra 150 anos<br />
da Capela São Sebastião<br />
Os padres e diáconos da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> estiveram reunidos<br />
no dia 18 <strong>de</strong> julho, na Paróquia<br />
São Vicente, em Itajaí,<br />
na segunda das Reuniões Gerais<br />
previstas para este ano.<br />
Durante o encontro, os participantes<br />
refletiram sobre o projeto<br />
<strong>de</strong> celebração do centenário<br />
da <strong>Arquidiocese</strong>, evento que<br />
ocorrerá em 2008.<br />
A proposta levantada pelo Pe.<br />
Francisco Salm, responsável<br />
pela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pastoral,<br />
e apresentada durante encontro,<br />
foi fazer um “eixo tracionador”,<br />
partindo da Carta Eucarística,<br />
aprovada no final do 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional,<br />
passando pelo 5º CELAM, e<br />
chegando ao centenário.<br />
Durante o encontro, os pa-<br />
responsáveis pelo Festival. dres e diáconos foram divididos A Assembléia Legislativa do<br />
ainda sem data prevista, <strong>de</strong>vem<br />
ser contempladas a parte externa<br />
do Largo São Sebastião, com<br />
a recuperação da vista externa<br />
da igreja, com nova iluminação<br />
e recuperação do “petit-pavé” do<br />
canteiro central, hoje apenas utilizado<br />
como estacionamento.<br />
Sesquicentenário<br />
Pertencente à paróquia da<br />
Cat<strong>ed</strong>ral, a pequena igreja está<br />
localizada na Beira-Mar Norte. As<br />
celebrações do sesquicentenário<br />
tiveram início no dia 20 <strong>de</strong> janeiro,<br />
dia do Padroeiro, com celebração<br />
presidida pelo nosso arcebispo<br />
Dom Murilo Sebastião<br />
Ramos Krieger.<br />
Na oportunida<strong>de</strong> foi realizada<br />
a tradicional procissão com<br />
a imagem e, em seguida, foi lançado<br />
o livro “Capela <strong>de</strong> São Sebastião:<br />
150 anos <strong>de</strong> História”,<br />
da historiadora Sara Regina<br />
Poyares dos Reis, que resgata<br />
os aspectos arquitetônicos da<br />
igreja. Até o fim do ano, preten<strong>de</strong>-se<br />
publicar um novo livro<br />
intitulado “Capela <strong>de</strong> São Sebastião:<br />
150 anos <strong>de</strong> Fé”, retratando<br />
a vida da comunida<strong>de</strong>.<br />
nas oito comarcas da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Nos grupos, eles propuseram<br />
um projeto, com objetivos,<br />
estratégias e ativida<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong>finição do tema e lema, hino,<br />
oração, celebração <strong>de</strong> abertura<br />
e gran<strong>de</strong> celebração final (local<br />
e data), e a comissão responsável<br />
pela preparação do encontro<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início. As propostas<br />
serão analisadas pelo Conselho<br />
Presbiteral da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -3<br />
Reunião Geral do Clero prepara centenário da <strong>Arquidiocese</strong><br />
Curso do clero enfoca o “Espaço Celebrativo”<br />
Entre os dias 14 a 17 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />
os padres e diáconos da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> estarão reunidos<br />
na Casa <strong>de</strong> Encontros Recanto<br />
Champagnat, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />
para participar do Curso do Clero.<br />
Dessa vez, não só os membros<br />
do clero estarão reunidos,<br />
pois o convite se esten<strong>de</strong> aos<br />
religiosos(as) e leigos(as)<br />
interessados(as). Durante o encontro,<br />
eles receberão formação<br />
sobre “Espaço Celebrativo”, ministrada<br />
pela Irmã Laí<strong>de</strong> Inês<br />
Sonda, Assessora Nacional da<br />
Comissão Episcopal Pastoral<br />
para Liturgia e Arte Sacra.<br />
Há muito tempo a <strong>Arquidiocese</strong><br />
vinha sentindo a necessida-<br />
Foto JA<br />
Bispos, padres e diáconos estiveram reunidos na Paróquia São Vicente, em Itajaí, e<br />
<strong>de</strong>ram os primeiros passos para a celebração do centenário da <strong>Arquidiocese</strong><br />
Sessão Solene homenageia a Família<br />
Estado realizará sessão solene<br />
no dia quatro <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, às 19h,<br />
em comemoração à Semana<br />
Nacional da Família. A solenida<strong>de</strong><br />
ocorrerá no Plenário da Assembléia<br />
e marca no Estado o<br />
início das ativida<strong>de</strong>s da Semana<br />
Nacional da Família, realizada<br />
<strong>de</strong> 13 a 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, e terá<br />
como tema “Diálogo familiar e<br />
com Deus: fonte <strong>de</strong> conhecimento<br />
e da conquista da liberda<strong>de</strong>”.<br />
O lema é: “Família, fonte <strong>de</strong> vida<br />
e construtora da paz”.<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre os espaços<br />
celebrativos. Novas construções<br />
estão sendo projetadas, reformas<br />
e adaptações encaminhadas, mas<br />
sem nenhuma referência concreta<br />
aos critérios teológicos e litúrgicos.<br />
Algumas vezes, per<strong>de</strong>ndo-se o<br />
sentido do mistério.<br />
Através <strong>de</strong>ste curso, a <strong>Arquidiocese</strong><br />
preten<strong>de</strong> oferecer uma<br />
a<strong>de</strong>quada formação litúrgica sobre<br />
o assunto. Além disso, preten<strong>de</strong>-se<br />
constituir, como parte<br />
integrante da Pastoral Litúrgica da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>, uma Comissão<br />
Arquidiocesana <strong>de</strong> Arte Sacra,<br />
que possa prestar a <strong>de</strong>vida assessoria<br />
à análise e aprovação dos<br />
projetos <strong>de</strong> construção, reformas<br />
Este ano, a coor<strong>de</strong>nação da<br />
Pastoral Familiar do Regional Sul<br />
IV da CNBB (Santa Catarina) também<br />
está programando um fórum<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. No dia 05 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />
das 8h às 12h, o Plenário da Assembléia<br />
s<strong>ed</strong>iará também um<br />
fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre Políticas<br />
Públicas e Familiares com<br />
convidados especiais. O evento se<br />
realizará das 8h às 12h e é aberto<br />
a todos os interessados.<br />
Mais informações com o casal<br />
Vilma e Nestor Fetter, pelo<br />
fone (48) 3223-0751.<br />
e restaurações das Igrejas, tendo<br />
em vista as exigências da Liturgia,<br />
em seus aspectos arquitetônico,<br />
simbólico e funcional.<br />
Na última Reunião Geral do<br />
Clero (realizada em dia 18 <strong>de</strong> julho),<br />
os padres e diáconos enten<strong>de</strong>ram<br />
ser muito importante<br />
a participação <strong>de</strong> alguns leigos<br />
(arquitetos, engenheiros, artistas<br />
plásticos, etc.) neste curso,<br />
tendo em vista a sua atuação<br />
direta nesta área.<br />
Os interessados <strong>de</strong>vem fazer<br />
a sua inscrição na Coor<strong>de</strong>nação<br />
<strong>de</strong> Pastoral até o dia 07 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>.<br />
Mais informações pelo fone<br />
(48) 3224-4799 ou e-mail:<br />
pastoral@arquifloripa.org.br.
4<br />
- Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
O<br />
mês <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, mês das vocações,<br />
serve para refletirmos<br />
sobre os chamados que Deus<br />
nos faz para os mais diferentes serviços<br />
em sua Igreja e na construção<br />
<strong>de</strong> seu Reino. Aproveito, porém, a<br />
ocasião para convidar o leitor a elevar<br />
o pensamento para a vocação<br />
última <strong>de</strong> todo ser humano: o céu.<br />
Esse é o <strong>de</strong>stino final <strong>de</strong> todos nós,<br />
não apenas dos católicos, dos cristãos,<br />
mas <strong>de</strong> toda a humanida<strong>de</strong>.<br />
Quando criança, na catequese <strong>de</strong><br />
primeira comunhão, era-nos feita a<br />
pergunta: “Para que vivemos na terra?”<br />
E a gurizada em coro respondia:<br />
“Vivemos na terra para salvar<br />
nossa alma!” Hoje se diz que <strong>de</strong>vemos<br />
salvar não apenas a alma, mas<br />
toda a nossa vida. Não apenas o ser<br />
humano, mas toda a criação. Afinal,<br />
cremos na ressurreição da carne, na<br />
transfiguração do mundo.<br />
NA TERRA, A CAMINHO DO CÉU<br />
Vivemos na terra, a caminho do<br />
céu. Como todas as coisas foram<br />
criadas por Deus, <strong>de</strong>vemos crer que<br />
tudo está orientado para Ele. Há um<br />
eixo que concentra tudo e encaminha<br />
tudo para esse final feliz: a glória<br />
<strong>de</strong> Deus. Todo ser humano está<br />
or<strong>de</strong>nado para o encontro <strong>de</strong>finitivo<br />
com Deus. Também as criaturas todas<br />
são orientadas para Deus e esperam<br />
ansiosas pela libertação, salvação,<br />
justificação do ser humano,<br />
a fim <strong>de</strong> que também elas possam<br />
gozar da transfiguração <strong>de</strong>finitiva<br />
(Rm 8,21). Em tudo resplan<strong>de</strong>ce a<br />
beleza e o amor <strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />
Mas, pela prática humana, é possível<br />
haver, como <strong>de</strong> fato há, <strong>de</strong>svios<br />
nessa única or<strong>de</strong>nação. Desvios<br />
esses que po<strong>de</strong>m até tornar-se rejeições<br />
plenas e <strong>de</strong>finitivas do amor<br />
<strong>de</strong> Deus. É o paradoxo da relação<br />
entre o amor <strong>de</strong> Deus e o mal moral,<br />
efeito do pecado humano.<br />
É em <strong>de</strong>pendência da concepção<br />
sobre a origem e a estrutura fundamental<br />
do ser humano que se situa a<br />
compreensão sobre seu <strong>de</strong>stino. Tal<br />
origem, tal <strong>de</strong>stino. Ao <strong>de</strong>bruçar-se<br />
sobre o <strong>de</strong>stino do ser humano, a fé<br />
cristã o concebe enquanto <strong>de</strong>finitivo,<br />
realizado em sua perfeição e plenitu<strong>de</strong>.<br />
Assim, pois, se existe só uma orientação,<br />
querida por Deus, para o<br />
mundo e o ser humano, não se po<strong>de</strong><br />
falar <strong>de</strong> um dualismo escatológico,<br />
isto é, <strong>de</strong> um final com duas opções.<br />
No que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus-Amor, <strong>de</strong><br />
Deus criador <strong>de</strong> tudo, uma só é a vocação<br />
humana: amar a Deus. Um só<br />
é o <strong>de</strong>stino do ser humano e do mundo:<br />
a transfiguração final da criação,<br />
a glória do céu. Uma só é a vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Deus: a nossa felicida<strong>de</strong> eterna, o<br />
céu. “A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é a vossa<br />
TEMA DO MÊS<br />
A A VOCAÇÃO VOCAÇÃO HUMANA:<br />
HUMANA:<br />
DESTINO DESTINO DE DE GLÓRIA<br />
GLÓRIA<br />
Há Há Há Há Há um um um um um eixo eixo eixo eixo eixo que que que que que concentra concentra concentra concentra concentra tudo tudo tudo tudo tudo e e e e e encaminha encaminha encaminha encaminha encaminha<br />
tudo tudo tudo tudo tudo para para para para para o o o o o final final final final final feliz: feliz: feliz: feliz: feliz: a a a a a glória glória glória glória glória <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Deus. Deus. Deus. Deus.<br />
santificação” (1Ts 4,3). “Ele quer que<br />
todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento<br />
da verda<strong>de</strong>” (1Tm 2,4) e<br />
participem <strong>de</strong> sua vida no céu. “Ten<strong>de</strong><br />
coragem! – disse Jesus. Eu (já)<br />
venci o mundo” (Jo 16,33).<br />
A POSSIBILIDADE DO INFERNO<br />
Tendo em conta, porém, o livre arbítrio,<br />
isto é, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o ser<br />
humano optar livremente pela rejeição<br />
a Deus e a seu amor, permanecerá<br />
sempre a possibilida<strong>de</strong> do inferno<br />
como escolha <strong>de</strong>finitiva por parte do<br />
ser humano. Ao afirmar o inferno<br />
como possibilida<strong>de</strong>, a fé cristã nunca<br />
o afirma, porém, como realida<strong>de</strong>. O<br />
céu, sim, é afirmado como realida<strong>de</strong>.<br />
Com efeito, a Igreja <strong>de</strong>clara solenemente,<br />
nas beatificações e canonizações,<br />
ter certeza <strong>de</strong> que tal pessoa<br />
está no céu, na convivência feliz<br />
com a Santíssima Trinda<strong>de</strong>, com<br />
Maria e todos os santos e santas. Mas<br />
nunca afirmou, nem po<strong>de</strong>rá afirmar<br />
jamais, que haja alguém no inferno.<br />
Por contraditório que pareça, a afirmação<br />
da possibilida<strong>de</strong> do inferno é<br />
necessária como sinal do amor <strong>de</strong><br />
Deus, que ama o ser humano até o<br />
fim, em todas as suas opções. Há<br />
que notar, porém, que a opção <strong>de</strong> alguém<br />
pelo inferno – coisa que vimos<br />
fazendo nesta terra, em nossas opções<br />
contínuas pelo mal – só se tornará<br />
<strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotadas<br />
todas as expressões do amor e das<br />
luzes <strong>de</strong> Deus. Desse modo, se alguém,<br />
colocado diante <strong>de</strong> um amor<br />
tão misericordioso e <strong>de</strong> uma luz tão<br />
iluminadora, rejeitar o amor <strong>de</strong> Deus,<br />
essa rejeição será marcada pela total<br />
e explícita soberba humana. É preciso<br />
ter em conta, portanto, que esse<br />
tipo <strong>de</strong> escolha é feito a título exclusivamente<br />
pessoal. Ninguém escolhe<br />
o inferno com os outros e para os<br />
outros, mas somente por si e para si.<br />
Ninguém leva outros ao inferno. Se<br />
alguém fizer a opção <strong>de</strong>finitiva pelo<br />
inferno, esta <strong>de</strong>cisão será conhecida<br />
apenas pela própria pessoa e por<br />
Divulgação/JA<br />
Deus. Mas, enquanto essa pessoa<br />
sofre o distanciamento do amor divino,<br />
Deus não sofre, porque, no mistério<br />
do seu amor eterno, ele absorverá<br />
toda rejeição a seu amor. Com<br />
efeito, po<strong>de</strong>mos afirmar: assim como<br />
o amor <strong>de</strong> Deus tragou e aniquilou o<br />
po<strong>de</strong>r do mal no mistério da Páscoa<br />
histórica da cruz e ressurreição <strong>de</strong><br />
Jesus, assim também ele aniquilará<br />
no mistério da Páscoa escatológica<br />
todo tipo <strong>de</strong> rejeição a seu amor.<br />
O CÉU, NOSSA VOCAÇÃO COMUM<br />
O inferno é uma possibilida<strong>de</strong>. Conhecer<br />
sua realida<strong>de</strong> ou realização<br />
foge, porém, ao nosso alcance. O<br />
mesmo não se po<strong>de</strong> dizer do céu.<br />
Pois, como o céu é nossa comum<br />
vocação e <strong>de</strong>stino, há como que uma<br />
conspiração universal que nos conduz<br />
para essa nossa realização <strong>de</strong>finitiva,<br />
obra exclusiva do amor e da graça <strong>de</strong><br />
Deus. Entretanto, Deus não quis e não<br />
quer agir sozinho, impondo-nos seu<br />
projeto. Pelo contrário, ele o partilha<br />
conosco e nos chama a assumir,<br />
como se fosse nossa, sua obra criadora.<br />
Assim, pois, constatamos que o<br />
ser humano e o mundo não apenas<br />
são criados no bem e marcados pela<br />
graça original, a bonda<strong>de</strong> da criação,<br />
mas também que são marcados pela<br />
graça escatológica: a glorificação, a<br />
plenitu<strong>de</strong>, o céu.<br />
Do início ao fim, da criação à<br />
escatologia, o ser humano e o mundo<br />
vivem envolvidos, penetrados, embebidos<br />
pela graça, pela presença, pela<br />
vida, pelo amor <strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />
É em relação a essa concepção<br />
<strong>de</strong> homem e <strong>de</strong> mundo, que a fé cristã<br />
vê o ser humano em sua caminhada,<br />
como homo viator, peregrino,<br />
caminhante, no diálogo amoroso<br />
com o Deus <strong>de</strong> sua salvação; vê o<br />
mundo como obra da bonda<strong>de</strong> radical<br />
<strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>stinado à glorificação<br />
final. Por isso, toda vez que falamos<br />
das diferentes vocações cristãs, não<br />
po<strong>de</strong>mos nos esquecer nem da origem<br />
nem do <strong>de</strong>stino humanos. Uma<br />
origem <strong>de</strong>terminada pela graça, pelo<br />
dom da vida e da liberda<strong>de</strong>; mas que<br />
foi manchada pelo pecado, pela <strong>de</strong>sgraça,<br />
pela rejeição do amor. Um<br />
<strong>de</strong>stino orientado para a plenitu<strong>de</strong> da<br />
vida em Deus e com Deus, com a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o ser humano, na<br />
individualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r<br />
abortá-lo. Sempre, porém, por<br />
mais mal que haja, por maior que<br />
seja o mal, do início ao fim estamos<br />
profundamente marcados, estruturalmente<br />
selados com a graça do amor<br />
<strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />
Pe. Vitor Galdino Feller<br />
Professor <strong>de</strong> Teologia<br />
e Diretor do ITESC
Encontro da Família Diaconal<br />
Os diáconos da <strong>Arquidiocese</strong><br />
e seus familiares participam no<br />
dia cinco <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> do Encontro<br />
da Família Diaconal. Realizado<br />
no Acampamento Batista,<br />
em Biguaçu, o encontro é uma<br />
confraternização entre os familiares<br />
e antecipa a celebração do<br />
Dia do Diácono (dia 10/08).<br />
O encontro terá início às<br />
8h30min. Às 9h30min haverá<br />
uma celebração presidida pelo<br />
nosso arcebispo Dom Murilo<br />
Krieger. Durante o dia haverá almoço,<br />
brinca<strong>de</strong>iras, jogos e<br />
bingo. O encontro será encerrado<br />
às 17h30min com um lanche.<br />
Mais <strong>de</strong> mil jovens são aguardados<br />
para o XV Kairós da Juventu<strong>de</strong><br />
Nos dias 18 a 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />
o Movimento da Renovação Caris-mática<br />
Católica (RCC) estará<br />
promovendo XV Kairós da juventu<strong>de</strong>.<br />
Dessa vez, o evento<br />
será realizado em São José, na<br />
Igreja São Francisco <strong>de</strong> Assis e<br />
Santa Rita <strong>de</strong> Cássia, no Kobrasol,<br />
pertencente à Paróquia <strong>de</strong><br />
Campinas.<br />
Durante os três dias, jovens<br />
a partir dos 15 anos e que já participam<br />
<strong>de</strong> Grupos <strong>de</strong> Oração<br />
Jovem, refletirão sobre o tema<br />
“Desviai-vos do mau caminho e<br />
reformai vossa vida” (Jr 35,15).<br />
Através <strong>de</strong>le, a RCC lança o <strong>de</strong>safio<br />
<strong>de</strong> levar o jovem a viver uma<br />
vida “diferente” em meio aos<br />
gran<strong>de</strong>s problemas enfrentados<br />
pela soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />
O evento contará com as<br />
palestras do pregador e cantor<br />
Cosme, do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Também<br />
haverá missas, momentos<br />
<strong>de</strong> Adoração ao Santíssimo Sacramento,<br />
e animação do Ministério<br />
<strong>de</strong> Musica Sopro <strong>de</strong> Vida.<br />
No sábado à noite serão realizados<br />
dois shows, com o próprio<br />
assessor e com a cantora<br />
Simone M<strong>ed</strong>eiros, participante<br />
do Ministério da Juventu<strong>de</strong> da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>. Esta estará lançando<br />
seu primeiro CD.<br />
“O Kairós é uma oportunida<strong>de</strong><br />
para a Juventu<strong>de</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />
avivar sua experiência<br />
<strong>de</strong> Oração com Deus e ter uma<br />
formação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste Ministério”,<br />
disse Carlos Rodrigo<br />
Rhenius <strong>de</strong> Souza, Coor<strong>de</strong>nador<br />
do Ministério da Juventu<strong>de</strong><br />
na RCC.<br />
O evento já se tornou tradição<br />
na <strong>Arquidiocese</strong>. No último Kairós,<br />
realizado em Tijucas, mais <strong>de</strong> 500<br />
jovens participaram do encontro.<br />
Para este ano a estimativa dos<br />
organizadores é ultrapassar os mil<br />
participantes no domingo, quando<br />
o evento será aberto a todos<br />
os jovens no Ginásio <strong>de</strong> Esportes<br />
<strong>de</strong> Campinas.<br />
Os interessados em participar<br />
do Kairós <strong>de</strong>vem fazer a inscrição<br />
no Grupo <strong>de</strong> Oração <strong>de</strong><br />
sua paróquia ou entrar em contato<br />
com o Escritório Arquidiocesano<br />
da RCC pelo fone<br />
(047) 3252-1703, ou ainda no<br />
próprio local do evento.<br />
Outros Outros Eventos Eventos <strong>de</strong> <strong>de</strong> Agosto Agosto<br />
Agosto<br />
Os moradores <strong>de</strong> rua da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> ganharão um<br />
espaço <strong>de</strong> reinserção na<br />
soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>. Trata-se da Associação<br />
“Vida Nueva”, que está em<br />
fase <strong>de</strong> estruturação e que nos<br />
próximos meses <strong>de</strong>ve iniciar o<br />
atendimento. O objetivo é recuperar<br />
as pessoas abandonadas<br />
e re<strong>ed</strong>ucá-las para que tenham<br />
condições <strong>de</strong> se manterem com<br />
dignida<strong>de</strong>.<br />
Formada por três religiosos<br />
(um padre e um irmão capuchinho,<br />
e um padre diocesano da Itália), a<br />
Associação é a realização <strong>de</strong> um<br />
sonho do Frei Rogério Rubick,<br />
que sempre quis criar uma entida<strong>de</strong><br />
que <strong>de</strong>sse acolhida e resgatasse<br />
os moradores <strong>de</strong> rua.<br />
“A idéia foi apresentada ao<br />
arcebispo Dom Murilo Krieger em<br />
novembro <strong>de</strong> 2005 e foi muito<br />
bem acolhida por ele”, disse Frei<br />
Rogério. De lá até agora, foi localizada<br />
e adquirida uma propri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
para a s<strong>ed</strong>e. É um terreno<br />
<strong>de</strong> quatro hectares em Enseada<br />
<strong>de</strong> Brito, on<strong>de</strong> se construíram<br />
acomodações.<br />
Formação humana e profissional<br />
A proposta é trabalhar as pessoas<br />
em três dimensões: saú<strong>de</strong>,<br />
trabalho e espiritualida<strong>de</strong>. No local,<br />
eles cultivarão hortaliças,<br />
cuidarão <strong>de</strong> animais e trabalharão<br />
com artesanato. Mas também<br />
terão palestras, terapias <strong>de</strong> grupo<br />
e momentos <strong>de</strong> lazer.<br />
Futuramente, serão construídas<br />
novas estruturas, em que<br />
apren<strong>de</strong>rão técnicas <strong>de</strong> trabalho<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -5<br />
<strong>Arquidiocese</strong> ganha casa <strong>de</strong><br />
recuperação para moradores <strong>de</strong> rua<br />
De 14 a 18 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, será<br />
realizada a 13ª <strong>ed</strong>ição da Semana<br />
da Soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> Inclusiva. O<br />
evento tem como objetivo conscientizar<br />
sobre o processo <strong>de</strong> inclusão<br />
das pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />
nos diferentes espaços<br />
sociais, esclarecendo e discutindo<br />
a temática. O encontro será<br />
realizado no Centro <strong>de</strong> Eventos<br />
Multiuso <strong>de</strong> São José. Este ano,<br />
Na propri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> quatro hectares, adquirida em Enseada <strong>de</strong> Brito, em<br />
Palhoça, moradores <strong>de</strong> rua serão reinseridos na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
como padaria e jardinagem. São<br />
ativida<strong>de</strong>s que ajudam na sua formação<br />
humana e profissional. “A<br />
idéia é mantê-los ocupados o<br />
maior tempo possível, trabalhando<br />
para <strong>de</strong>spertar sua auto-estima<br />
e a relação com as pessoas”,<br />
disse Frei Rogério.<br />
As pessoas acolhidas pela<br />
Associação morarão na entida<strong>de</strong><br />
até que tenham condições <strong>de</strong><br />
viver em local apropriado e se<br />
manter financeiramente. “Mas<br />
eles po<strong>de</strong>rão trabalhar fora e<br />
morar na Associação, ou trabalhar<br />
e viver aqui”, explica o Frei.<br />
Segundo ele, será construída<br />
uma espécie <strong>de</strong> vila para moradia<br />
tanto dos internos, quanto <strong>de</strong><br />
voluntários que se i<strong>de</strong>ntifiquem<br />
com a espiritualida<strong>de</strong> da Associação.<br />
Manutenção financeira<br />
Toda a fase inicial <strong>de</strong> aquisição<br />
do terreno e construção <strong>de</strong><br />
novos espaços está sendo<br />
custeada por uma instituição italiana.<br />
Depois, o projeto será auto<br />
sustentado. Os moradores realizarão<br />
trabalhos que auxiliarão<br />
na manutenção financeira da<br />
entida<strong>de</strong> e também contarão<br />
com doações da comunida<strong>de</strong>.<br />
Mesmo ainda não estando<br />
efetivada, a Associação “Vida<br />
Nueva” já conta com alguns voluntários<br />
e empresas já se dispuseram<br />
em auxiliar com o projeto.<br />
Ainda assim, vai precisar da<br />
colaboração <strong>de</strong> mais pessoas.<br />
Os interessados em ajudar a<br />
instituição <strong>de</strong>vem entrar em contato<br />
pelo fone (48) 3286-8368 ou pelo<br />
e-mail freirogerio@yahoo.com.br.<br />
Encontro discute inclusão do <strong>de</strong>ficiente na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
em que a Igreja adotou como<br />
tema da Campanha da Fraternida<strong>de</strong>,<br />
“as pessoas com <strong>de</strong>ficiência”,<br />
a Semana terá como<br />
tema “Diversida<strong>de</strong>: um <strong>de</strong>safio ao<br />
exercício da cidadania”.<br />
Nos dias 14, 15 e 16 serão realizadas<br />
palestras com especialistas<br />
especialmente convidados. No<br />
dia 17 haverá show com bandas,<br />
em local a ser <strong>de</strong>finido. No dia 18,<br />
dia do encerramento, serão realizadas<br />
ativida<strong>de</strong>s diversas em escolas<br />
e instituições participantes.<br />
A organização do evento solicita o<br />
apoio dos profissionais e das instituições<br />
envolvidas com esta causa,<br />
e coloca-se à disposição para<br />
mais esclarecimentos.<br />
Informações com Mara Ellen<br />
dos Santos, da Orionópolis Catarinense,<br />
pelo fone (48) 3343-0087.
6<br />
- Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
Conhecendo as cartas <strong>de</strong> São Paulo (29)<br />
Aos Hebreus (1-2): A Palavra Definitiva<br />
Começando a ler a “carta aos<br />
hebreus”, impressiona-nos a sole<br />
nida<strong>de</strong> dos seus quatro versículos<br />
iniciais, uma das passagens certamente<br />
mais profundas do Novo Testamento. O<br />
primeiro versículo é uma síntese brevíssima<br />
<strong>de</strong> toda a Escritura, da convicção <strong>de</strong> que<br />
Deus se revela, se revelou, falou, ao seu<br />
povo: Muitas vezes e <strong>de</strong> muitos modos,<br />
Deus falou outrora a nossos pais, pelos<br />
profetas (1,1). Agora, nestes dias, que são<br />
os últimos, falou-nos por meio do Filho, a<br />
quem constituiu her<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> todas as coisas<br />
e pelo qual também criou o universo<br />
(1,2). O “Filho”, portanto, a seguir i<strong>de</strong>ntificado<br />
com Jesus, é a Palavra <strong>de</strong>finitiva do<br />
Pai. Ele é “a Palavra”, como também o<br />
afirma o início do quarto evangelho (Jo 1,1),<br />
é o resplendor da glória <strong>de</strong> Deus, a expressão<br />
do seu ser (1,3). Sendo Ele assim,<br />
“expressão” do Pai e sua Palavra eterna,<br />
tudo o que se po<strong>de</strong>ria e se <strong>de</strong>veria dizer<br />
<strong>de</strong> Deus está dito nele e por Ele. Não<br />
há outro Mestre nem outro Salvador. Só<br />
Ele “tem palavras <strong>de</strong> vida eterna” (Jo 6,68),<br />
é por Ele que Deus nos falou (1,2), foi Ele<br />
quem realizou a purificação dos pecados<br />
e, elevado acima dos anjos, assentou-se<br />
à direita da majesta<strong>de</strong> divina (1,3b-4). Com<br />
esta solene afirmação <strong>de</strong> fé cristológica<br />
começa o autor, que tem coisas importantes<br />
e profundas a nos dizer.<br />
Carta? <strong>de</strong> Paulo? “aos hebreus”?<br />
Sabe-se que as cartas <strong>de</strong> São Paulo<br />
foram colecionadas praticamente por or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> tamanho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a maior <strong>de</strong>las,<br />
que é a carta aos romanos, primeira da<br />
série, até a penúltima, a menor <strong>de</strong> todas,<br />
a carta a Filêmon. A última, que, por esse<br />
critério, <strong>de</strong>veria ser a menor <strong>de</strong> todas, é<br />
novamente uma carta extensa, com o<br />
mesmo número <strong>de</strong> capítulos que a segunda<br />
carta aos coríntios: é a chamada<br />
“carta aos hebreus”, com treze capítulos.<br />
Por que, então, os colecionadores, ou <strong>ed</strong>itores,<br />
das cartas paulinas, a <strong>de</strong>ixaram<br />
para o fim, dando-lhe um tratamento especial?<br />
É porque perceberam uma série<br />
<strong>de</strong> características próprias <strong>de</strong>sta “carta”,<br />
que não encontramos nas outras. Em primeiro<br />
lugar, ela não se apresenta como<br />
sendo escrita pelo próprio Paulo. Aliás,<br />
nem “carta” é: ela é mais uma homilia do<br />
que “carta”. Seu início é diferente do das<br />
outras cartas do Apóstolo, que sempre<br />
Maior que os anjos<br />
Partindo da reverência que seus irmãos<br />
na fé tributavam aos anjos, o autor começa<br />
argumentando, com textos da Escritura,<br />
para convencê-los da superiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jesus,<br />
tão acima dos anjos quanto o nome<br />
que herdou supera o <strong>de</strong>les (1,4). Nessa<br />
argumentação, falando a bons conhec<strong>ed</strong>ores<br />
da Bíblia, o autor aplica a Jesus certos<br />
textos, lidos segundo a convicção cristã<br />
BÍBLIA<br />
começam com o seu nome e o nome da<br />
comunida<strong>de</strong> ou da pessoa a quem ele<br />
escreve. Mesmo no final, nos quatro<br />
versículos mais “epistolares” (13,22-25),<br />
o autor não se i<strong>de</strong>ntifica como sendo<br />
Paulo – embora fale <strong>de</strong> Timóteo – nem<br />
diz <strong>de</strong> on<strong>de</strong> nem para on<strong>de</strong> escreve. Além<br />
disso, os comentaristas dizem que o<br />
estilo é bem diferente do das outras cartas,<br />
embora seu autor insista igualmente,<br />
como Paulo, na fé e na graça, bem<br />
como na superação da antiga Aliança e<br />
<strong>de</strong> suas instituições. O fato é que na<br />
liturgia não se diz mais, como antigamente,<br />
“leitura da carta <strong>de</strong> São Paulo aos<br />
hebreus”, mas simplesmente, “leitura da<br />
carta aos hebreus”. E esses “hebreus”,<br />
quem são? São ju<strong>de</strong>us, sim, mas já cristãos<br />
e, como ex-ju<strong>de</strong>us, certamente familiarizados<br />
com o culto e o sacerdócio<br />
<strong>de</strong> Israel tais como estão <strong>de</strong>scritos no<br />
Primeiro Testamento. Não sabemos, porém,<br />
on<strong>de</strong> moravam. Seriam os ju<strong>de</strong>us<br />
<strong>de</strong> Roma? ou os <strong>de</strong> Alexandria? ou a comunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Jerusalém? O fato é que o<br />
autor, que talvez esteja “na Itália” (cf<br />
13,24), é também convertido do judaísmo,<br />
e quer <strong>de</strong>monstrar que nós, cristãos,<br />
temos um sacerdócio e sacrifício melhores:<br />
Jesus Cristo, oferecendo-se a si<br />
mesmo, instaurou a Nova Aliança, <strong>de</strong>finitivamente<br />
superando toda a “economia”<br />
sacrificial da Antiga.<br />
Conteúdo geral e estrutura<br />
A carta é toda uma leitura alegórica,<br />
interpretativa, do Antigo Testamento. O que<br />
os leitores conhecem – o culto judaico –<br />
serve para explicar o que eles ainda não<br />
compreen<strong>de</strong>m bem: o papel único e <strong>de</strong>finitivo<br />
da salvação que Cristo nos oferece,<br />
pela prática e a entrega <strong>de</strong> sua vida. O<br />
assunto não é, portanto, o sacrifício e sacerdócio<br />
judaicos em si, mas a vida e obra<br />
<strong>de</strong> Jesus que os realiza e supera. A alegoria<br />
parte da semelhança para a diferença.<br />
Há semelhança entre os sacrifícios do<br />
Templo e o sacrifício <strong>de</strong> Jesus. A diferença<br />
é que Jesus não é simplesmente a vítima<br />
<strong>de</strong> um sacrifício cruento, mas alguém<br />
que voluntariamente se entrega até a morte,<br />
por amor. Porque viveu e morreu assim,<br />
Ele substitui os antigos sacrifícios<br />
<strong>de</strong> reconciliação e ensina-nos a fazer da<br />
vida o verda<strong>de</strong>iro sacrifício. A estrutura da<br />
“carta” po<strong>de</strong> ser a seguinte:<br />
do cumprimento, nele, das profecias. E<br />
começa <strong>de</strong>monstrando que a nenhum anjo<br />
Deus falou como fala ao Messias, por<br />
exemplo, no Sl 2,7: Tu és meu Filho, eu<br />
hoje te gerei. Da mesma forma, no Sl 110,1:<br />
Senta-te à minha direita, até que eu ponha<br />
teus inimigos como apoio sob os teus pés.<br />
Atenção à Palavra<br />
Tendo falado dos anjos, o autor recor-<br />
da o respeito que se tem pela Lei, transmitida<br />
por eles, junto com Moisés (cf Gl<br />
3,19). E argumenta: Se assim reverenciamos<br />
a Lei, tanto mais <strong>de</strong>vemos estar<br />
atentos (2,1) à Palavra <strong>de</strong> salvação, no<br />
início promulgada pelo Senhor, e <strong>de</strong>pois<br />
confirmada no meio <strong>de</strong> nós por aqueles<br />
que a tinham ouvido (2,3). E continua:<br />
Deus confirmou o testemunho <strong>de</strong>les com<br />
sinais, prodígios e milagres, m<strong>ed</strong>iante os<br />
dons do Espírito Santo (2,4).<br />
A humilhação que salva<br />
Começando a entrar no seu tema, o<br />
autor cita novamente um Salmo: é o Sl<br />
8,7-8, sobre o ser humano, feito pouco<br />
menor que os anjos, mas a quem todas<br />
as coisas foram submetidas. Aplicandoo<br />
a Jesus, o homem por excelência, o<br />
autor afirma que ainda não vemos que<br />
tudo lhe esteja submetido (2,8), o que à<br />
primeira vista contradiz à sua supereminência<br />
divina, afirmada no início da<br />
carta. Aqui, porém, o autor ressalta a<br />
natureza humana <strong>de</strong> Jesus, na qual ele<br />
sofreu a humilhação da morte, suportando-a<br />
em favor <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós (2,9).<br />
De fato, para conduzir muitos filhos à glória,<br />
Deus fez com que Jesus iniciasse a<br />
nossa salvação por sua palavra e a levasse<br />
a bom termo por sua morte, prova<br />
e revelação do seu amor fiel. Esta “salvação”,<br />
o autor a exprime como “santificação”<br />
(2,11), termo caro ao judaísmo,<br />
1) Por que nos impressiona o início<br />
da carta aos hebreus? 2) Trata-se, realmente,<br />
<strong>de</strong> uma “carta”? <strong>de</strong> Paulo? aos<br />
“hebreus”? 3) Qual a semelhança, e<br />
diferença, entre os sacrifícios do Tem-<br />
Para refletir:<br />
Divulgação/JA<br />
equivalendo à “purificação” que, por meio<br />
<strong>de</strong> sacrifícios e abluções rituais, tornava<br />
os oferentes dignos <strong>de</strong> se aproximarem<br />
do Deus santo. Nesse sentido é que Jesus<br />
é o nosso “santificador” e nós somos<br />
os “santificados” (2,11).<br />
Irmão entre irmãos<br />
Citando agora o Sl 22,23, o autor afirma<br />
que Jesus não se envergonha <strong>de</strong> chamar-nos<br />
irmãos (2,11), tendo em comum<br />
conosco a carne e o sangue (2,14). Foi<br />
com essa condição humana, fruto da sua<br />
encarnação, que Ele pô<strong>de</strong> nos libertar, <strong>de</strong>struindo,<br />
com sua morte por amor, o protagonista<br />
do mal. Dessa maneira Ele libertou<br />
os que, por m<strong>ed</strong>o da morte, passavam<br />
a vida toda sujeitos à escravidão (2,15). De<br />
fato, Ele, que não veio em auxílio <strong>de</strong> anjos,<br />
mas da humana <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> Abraão,<br />
fez-se em tudo semelhante a nós, seus<br />
irmãos, e se tornou o nosso sumo sacerdote<br />
misericordioso e digno <strong>de</strong> confiança<br />
(2,16-17). Com esta última afirmação, o<br />
autor se reportava à convicção do judaísmo<br />
<strong>de</strong> que cabia ao sumo sacerdote, presidindo<br />
os sacrifícios, o encargo da<br />
“santificação” e reconciliação do povo com<br />
Deus. Ora, ninguém mais nem melhor do<br />
que Jesus, tendo ele próprio sofrido ao ser<br />
provado (2,18), realizou isso.<br />
Pe. Ney Brasil Pereira<br />
Professor <strong>de</strong> Exegese Bíblica no ITESC<br />
plo e o sacrifício <strong>de</strong> Jesus? 4) Em que<br />
sentido Jesus é o nosso “santificador”<br />
e nós somos os “santificados”? 5) Como<br />
Jesus realizou <strong>de</strong> maneira suprema o<br />
que cabia ao sumo sacerdote?<br />
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Liberda<strong>de</strong> Assistida realiza<br />
oficinas com as famílias<br />
O Programa Liberda<strong>de</strong> Assistida<br />
Comunitária <strong>de</strong>u início, no<br />
dia 27 <strong>de</strong> julho, ao segundo<br />
módulo <strong>de</strong> encontros com os<br />
familiares dos jovens e adolescentes<br />
que estão em acompanhamento<br />
<strong>de</strong> m<strong>ed</strong>ida <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />
assistida, sob a supervisão<br />
da Ação Social Arquidiocesana.<br />
Dividido em encontros mensais,<br />
o evento tem o propósito <strong>de</strong><br />
fortalecer os vínculos familiares,<br />
a compreensão da violência e a<br />
convivência com ela. Participam<br />
dos encontros as mães, irmãs ou<br />
esposas dos jovens. Durante os<br />
encontros, são realizadas oficinas<br />
<strong>de</strong> família que procuram pensar<br />
as famílias enquanto espaço<br />
<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s, proteção, so-<br />
Em Assembléia Geral, realizada<br />
no dia 01/07/06, a Ação<br />
Social Paroquial Nossa Senhora<br />
do Rosário, do Roçado (São<br />
José), elegeu sua Diretoria e<br />
Conselho Fiscal para o biênio<br />
julho/2006 a julho/2008, e também<br />
efetuou a reformulação do<br />
Estatuto da Ação Social.<br />
O momento da Assembléia<br />
representou também a retomada<br />
dos trabalhos sociais da<br />
Ação Social, contando com a<br />
participação ativa <strong>de</strong> seus associados,<br />
pároco e representantes<br />
<strong>de</strong> pastoral e <strong>de</strong>mais grupos<br />
<strong>de</strong> trabalho da Paróquia. É<br />
compromisso da Diretoria realizar,<br />
em parceria com outros<br />
segmentos, um levantamento<br />
da realida<strong>de</strong> social (diagnóstico),<br />
para posteriormente fazer<br />
planejamento integrado com a<br />
Município celebra 100 anos <strong>de</strong> Major Gercino<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Major Gercino celebrou<br />
no dia 02 <strong>de</strong> julho, às 9h, o<br />
centenário do homem que dá o<br />
nome ao município. A celebração<br />
foi presidida pelo nosso arcebispo<br />
Dom Murilo Krieger, e foi concelebrada<br />
pelo Pe. Marcelo Telles,<br />
pároco local, e Pe. José Edgar <strong>de</strong><br />
Oliveira. O evento contou com a<br />
participação das filhas e netos e<br />
<strong>de</strong>mais parentes do Major.<br />
Após a celebração, foi inaugurado<br />
um busto em homenagem<br />
ao aniversariante, com a presença<br />
<strong>de</strong> Dom Murilo. Também foram<br />
entregues prêmios aos jovens<br />
dos colégios que tiraram o<br />
primeiro e segundo lugares no<br />
concurso <strong>de</strong> r<strong>ed</strong>ação que tinha o<br />
Major como tema.<br />
História - Nascido em 1906<br />
cialização e criação <strong>de</strong> vínculos<br />
relacionais.<br />
Na primeira etapa, realizada<br />
em abril e maio, as oficinas foram<br />
ministradas em parceria com<br />
a assistente social Cristiane<br />
Claudino, que trabalhou os diferentes<br />
arranjos familiares que<br />
existem nos dias atuais, além <strong>de</strong><br />
oferecer momentos <strong>de</strong> reflexão e<br />
<strong>de</strong>bate com os 18 participantes.<br />
O evento conta com a parceria<br />
do CRESS 12 ª Região – Conselho<br />
Regional <strong>de</strong> Serviço Social,<br />
Biblioteca Pública Municipal<br />
Barreiros Filho e AEBAS – Associação<br />
Evangélica Beneficente <strong>de</strong><br />
Assistência Social, que disponibilizaram<br />
os espaços físicos para<br />
a realização dos encontros.<br />
Assembléia <strong>de</strong>fine nova diretoria da<br />
Ação Social Nossa Senhora do Rosário<br />
pastoral social e <strong>de</strong>mais grupos<br />
que realizam trabalho social na<br />
comunida<strong>de</strong>.<br />
Composição da Diretoria e<br />
Conselho Fiscal eleito:<br />
DIRETORIA:<br />
Presi<strong>de</strong>nte: Pe. André Gonzaga;<br />
Vice Presi<strong>de</strong>nte: Maria<br />
Lorete Vieira; Primeiro Secretário:<br />
Norberto Cassol Almeida;<br />
Segundo Secretário: Wilson Fabio<br />
<strong>de</strong> Castro; Primeira Tesoureira:<br />
Solange Hermes Passig;<br />
Segunda Tesoureira Nair Terezinha<br />
Stahelin Hames<br />
CONSELHO FISCAL:<br />
Titulares: Adriana Kinscheski<br />
Bunn; Maria Nilza J. May<br />
e Antonio Jose <strong>de</strong> Souza<br />
Suplentes: Márcia Maria<br />
Petters, Pércio Jesiel Pereira da<br />
Silva e Valcy Wolff Weber<br />
na localida<strong>de</strong> que pertencia ao<br />
município <strong>de</strong> Tijucas e hoje leva<br />
seu nome, Gercino Gerson Gomes,<br />
aos 17 anos, mudou-se<br />
para <strong>Florianópolis</strong> para seguir a<br />
carreira militar. Muito católico e<br />
<strong>de</strong>voto <strong>de</strong> Nossa Senhora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
c<strong>ed</strong>o imprimiu na carreira<br />
militar o seu carisma religioso.<br />
Foi o responsável pela criação<br />
da Páscoa dos Militares, incentivava<br />
o estudo entre os militares<br />
e foi o fundador da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Farmácia e Odontologia. Morreu<br />
prematuramente, aos 45 anos,<br />
<strong>de</strong>ixando esposa e quatro filhos.<br />
Quando, em 1961, a localida<strong>de</strong><br />
foi emancipada, a comunida<strong>de</strong> resolveu<br />
homenagear seu ilustre<br />
conterrâneo assumindo-lhe o<br />
nome.<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -7<br />
Agosto - o mês das forças vivas da Igreja<br />
Encerrado o Concílio Vaticano<br />
II, os Bispos do Brasil voltaram<br />
<strong>de</strong>cididos a colocá-lo em prática.<br />
Traziam consigo o “Plano <strong>de</strong><br />
Pastoral <strong>de</strong> Conjunto” (1966-70),<br />
aprovado ainda em Roma, durante<br />
a última sessão do Concílio.<br />
As mudanças sociais e culturais<br />
da época, os novos ares do Concílio<br />
e suas exigências fizeram<br />
com que se manifestasse uma<br />
crise vocacional entre os padres,<br />
religiosas e religiosos. Os trabalhos,<br />
a reflexão e a oração eram<br />
intensos. Urgia <strong>de</strong>spertar a consciência<br />
das comunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />
todos os batizados e batizadas<br />
para a co-responsabilida<strong>de</strong> na<br />
Missão. Isto levaria ao conceito<br />
<strong>de</strong> “Igreja toda ministerial”, tema<br />
tão importante em nossos dias.<br />
Em meio a esse clima, Dom<br />
Aloísio Lorschei<strong>de</strong>r instituiu, em<br />
1971, na diocese <strong>de</strong> Santo Ângelo<br />
(RS), o mês <strong>de</strong> outubro<br />
como Mês Vocacional. Em 1973,<br />
passou a ser celebrado em<br />
<strong>agosto</strong>. Nos anos que se seguiram,<br />
a prática se espalhou nas<br />
dioceses do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
e em outros Regionais.<br />
No 5º Encontro Nacional <strong>de</strong><br />
Pastoral Vocacional em Brasília<br />
(1980), que tinha como objetivo<br />
avaliar a Pastoral Vocacional na<br />
década <strong>de</strong> 1970-80, foram colocadas<br />
em relevo duas experiências<br />
muito positivas: a celebração<br />
do Mês Vocacional e <strong>de</strong><br />
Anos Vocacionais Diocesanos.<br />
E já em 1981, na 19ª Assembléia<br />
Geral da CNBB, o ano <strong>de</strong> 1983<br />
foi <strong>de</strong>clarado “Ano Vocacional”,<br />
e <strong>agosto</strong> passaria a ser o “Mês<br />
Vocacional” em todo o território<br />
nacional (CNBB, 20 - 258-259).<br />
Assim, <strong>agosto</strong> é “tempo oportuno”<br />
para o estudo, pregação,<br />
formação, oração e promoções diversas<br />
em vista das vocações e<br />
ministérios que brotam da riqueza<br />
do sacramento do batismo.<br />
Aju<strong>de</strong> a criar consciência vocacional;<br />
a <strong>de</strong>spertar os batizados<br />
e as batizadas para suas responsabilida<strong>de</strong>s<br />
na Igreja; a levar todas<br />
as pastorais a perceberem a<br />
importância do Serviço da Animação<br />
Vocacional na Pastoral Orgânica<br />
da Igreja local; enfatizar<br />
que “todos os membros da Igreja,<br />
sem exceção, têm a graça e<br />
a responsabilida<strong>de</strong> do cuidado<br />
pelas vocações” (PDV 41, § 2);<br />
privilegiar um tempo na Igreja para<br />
“uma pregação direta sobre o mis-<br />
<strong>Arquidiocese</strong> tem quatro padres jubilares<br />
Nos meses <strong>de</strong> julho e <strong>agosto</strong>,<br />
a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> se<br />
alegra com as celebrações jubilares<br />
<strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação<br />
presbiteral <strong>de</strong> quatro membros do<br />
seu clero. São eles, Pe. Hélio da<br />
Cunha, no dia 11 <strong>de</strong> julho, em Campinas,<br />
São José; Pe. David Antônio<br />
Coelho, no dia 14 <strong>de</strong> julho, no<br />
Santuário <strong>de</strong> Fátima, no Estreito,<br />
<strong>Florianópolis</strong>; e Pe. José Rufino<br />
Filho e Pe. P<strong>ed</strong>ro Daboit, cujo jubileu<br />
ocorreu no dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>.<br />
Pe. Hélio conc<strong>ed</strong>eu entrevista<br />
na última <strong>ed</strong>ição do Jornal da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>. Pe. Rufino nos fala<br />
sobre sua vida e vocação nesta<br />
Pe. Pe. David David, David vocação adulta<br />
<strong>de</strong>spertada aos 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
Divulcação/JA<br />
<strong>ed</strong>ição, na coluna “Entrevista”,<br />
página 14. Acompanhe um pouco<br />
como foi (Pe. Davi), ou como<br />
será (Pe. P<strong>ed</strong>ro), a celebração<br />
jubilar dos nossos padres.<br />
Pe. Pe. David David Antônio Antônio Coelho<br />
Coelho<br />
O Santuário <strong>de</strong> Fátima, em<br />
<strong>Florianópolis</strong>, engalanou-se, no<br />
dia 14 <strong>de</strong> julho, para o Jubileu <strong>de</strong><br />
25 anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação presbiteral<br />
do seu pároco, Pe. David Antônio<br />
Coelho. A celebração, realizada<br />
às 19h30min, contou com<br />
a presença <strong>de</strong> nosso arcebispo<br />
Dom Murilo Krieger, <strong>de</strong> padres,<br />
diáconos, parentes e amigos do<br />
jubilando.<br />
Natural <strong>de</strong> São José, on<strong>de</strong><br />
nasceu a 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1951, Pe.<br />
David teve sua vocação para a vida<br />
presbiteral <strong>de</strong>spertada aos 24<br />
anos, um vocacionado, portante,<br />
adulto. Fez todos os seus estudos<br />
em Azambuja e no ITESC, e<br />
em 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1981, em São<br />
José, recebia das mãos <strong>de</strong> Dom<br />
Afonso Niehues o sacramento da<br />
or<strong>de</strong>nação presbiteral.<br />
Pe. Pe. P<strong>ed</strong>ro P<strong>ed</strong>ro Carlos Carlos Daboit<br />
Daboit<br />
Apesar <strong>de</strong> seu jubileu ter ocorrido<br />
no dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, a celebração<br />
<strong>de</strong> 25 anos da or<strong>de</strong>nação<br />
presbiteral do Pe. P<strong>ed</strong>ro Carlos<br />
Daboit será realizada no dia 16<br />
<strong>de</strong> <strong>agosto</strong>. Será às 19h30min, na<br />
Arquivo/JA<br />
tério da vocação na Igreja, sobre<br />
o valor do sacerdócio ministerial,<br />
e sobre a sua urgente necessida<strong>de</strong><br />
para o Povo <strong>de</strong> Deus” (PDV<br />
39, § 2); colocar-se <strong>de</strong> acordo<br />
com o Senhor: “A colheita é gran<strong>de</strong>,<br />
e os trabalhadores são poucos.<br />
Peçam ao dono da plantação<br />
que man<strong>de</strong> trabalhadores<br />
para a colheita” (Mt 9,37-38).<br />
O primeiro domingo é especialmente<br />
d<strong>ed</strong>icado aos que recebem<br />
o Sacramento da Or<strong>de</strong>m:<br />
os padres (pela proximida<strong>de</strong> da<br />
festa <strong>de</strong> S. João Vianney, seu<br />
patrono – dia 4) e os diáconos<br />
(festa <strong>de</strong> S. Lourenço – dia 10).<br />
No segundo domingo – Dia do<br />
Pai – lembramos a família e os<br />
leigos e leigas em geral. A festa<br />
da Assunção <strong>de</strong> Maria (dia 15),<br />
motiva a celebração da vocação<br />
religiosa no terceiro domingo. E<br />
no quarto domingo celebram-se<br />
os ministérios leigos e, em especial,<br />
o catequista e a catequista,<br />
os quais, no entanto, terão<br />
o quinto domingo, quando<br />
houver.<br />
Pe. João Francisco Salm<br />
Do Clero Secular <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />
Coor<strong>de</strong>nador da Pastoral Vocacional<br />
Pe. Pe. P<strong>ed</strong>ro P<strong>ed</strong>ro, P<strong>ed</strong>ro frei capuchinho que se<br />
tornou padre diocesano<br />
Igreja Matriz da Paróquia São<br />
Francisco Xavier, no Saco Gran<strong>de</strong>,<br />
em <strong>Florianópolis</strong>.<br />
Natural <strong>de</strong> Sombrio, em Santa<br />
Catarina, Pe. P<strong>ed</strong>ro iniciou a<br />
sua preparação para o ministério<br />
sacerdotal através da Província<br />
dos Capuchinhos do Paraná e<br />
Santa Catarina. Realizou os seus<br />
estudos e foi or<strong>de</strong>nado presbítero<br />
em 1981. Boa parte dos seus estudos<br />
foi feita junto com o Pe.<br />
Rufino. Em 2002 solicitou o seu<br />
ingresso no clero arquidiocesano<br />
e foi aceito. Há oito anos é pároco<br />
<strong>de</strong> São Francisco Xavier.
8-<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
Paróquia São Cristóvão: d<strong>ed</strong>icação ao trabalho social<br />
Em 1968, Itajaí tinha apenas<br />
uma paróquia, a do Santíssimo<br />
Sacramento. Com o crescimento<br />
da população, motivada sobretudo<br />
pelo crescimento do<br />
Porto, viu-se a necessida<strong>de</strong> da<br />
criação <strong>de</strong> novas comunida<strong>de</strong>s<br />
paroquiais. Assim, entre fevereiro<br />
e março <strong>de</strong> 1968, foram criadas<br />
mais quatro paróquias no<br />
município.<br />
A Paróquia São Cristóvão,<br />
em Cor<strong>de</strong>iros, foi criada em 18<br />
<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>sse ano. Na época,<br />
era ainda uma pequena comunida<strong>de</strong><br />
na qual a população<br />
vivia da agricultura <strong>de</strong> subsistência,<br />
da pesca, do trabalho em<br />
algumas indústrias e no Porto.<br />
Hoje, a população alcança<br />
mais <strong>de</strong> 40 mil pessoas. On<strong>de</strong><br />
havia roças, há prédios, casas<br />
e estradas. A população vive do<br />
comércio, da pesca e do movimento<br />
em função do Porto. No<br />
centro <strong>de</strong> tudo isso, a Paróquia<br />
<strong>de</strong> São Cristóvão.<br />
Dividida em 16 comunida<strong>de</strong>s,<br />
distribuídas em 12 bairros, a<br />
Paróquia tem hoje Pe. Sérgio<br />
Giacomelli à sua frente, com o<br />
apoio <strong>de</strong> três diáconos: os<br />
diáconos permanentes Adilson<br />
da Costa e Antônio Luiz Melies,<br />
e o diácono transitório S<strong>ed</strong>emir<br />
Valmor <strong>de</strong> Melo. “Os diáconos<br />
realizam um trabalho fundamental.<br />
Cada um <strong>de</strong>les atua em <strong>de</strong>terminadas<br />
áreas e auxilia bastante<br />
nas ativida<strong>de</strong>s pastorais”,<br />
disse Pe. Sérgio. Entre as ativida<strong>de</strong>s<br />
realizadas pelas diversas<br />
pastorais, movimentos e associações,<br />
que atuam na Paróquia,<br />
<strong>de</strong>stacam-se:<br />
Grupo <strong>de</strong> Idosos – Convênio<br />
entre a Ação Social e a Prefeitura<br />
<strong>de</strong> Itajaí, que disponibiliza<br />
dois profissionais, viabiliza o trabalho<br />
com 43 idosos na Matriz.<br />
Todas as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quinta-feira<br />
eles se reúnem para se confraternizarem.<br />
Nos encontros, têm<br />
aulas <strong>de</strong> práticas manuais (crochê,<br />
tricô, pintura),e também,<br />
sob a orientação <strong>de</strong> um professor<br />
<strong>de</strong> Educação Física, fazem<br />
alongamento e respiração. “Isso<br />
auxilia no tratamento em problemas<br />
<strong>de</strong> bursite e pressão alta,<br />
que são comuns aos idosos”,<br />
disse Francisco Ribeiro, um dos<br />
coor<strong>de</strong>nadores do projeto. Os<br />
participantes do grupo também<br />
recebem palestras <strong>de</strong> orientação<br />
sexual, dicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em geral. Anualmente<br />
são organizadas viagens<br />
<strong>de</strong> passeios.<br />
Grupos Bíblicos em Família<br />
– A única priorida<strong>de</strong> da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> é encarada da mesma<br />
maneira na paróquia. Na última<br />
assembléia paroquial, realizada<br />
em novembro, ficou <strong>de</strong>finida<br />
a segunda-feira como o dia<br />
para os encontros dos Grupos<br />
Bíblicos em Família. Atualmente<br />
há 43 grupos e as pastorais e<br />
movimentos estão se abrindo<br />
para a formação <strong>de</strong> novos grupos.<br />
“Ainda somos poucos, mas<br />
estamos ganhando força e em<br />
breve seremos muitos”, disse<br />
Cirlene <strong>de</strong> Oliveira Krammel, coor<strong>de</strong>nadora<br />
dos GBF’s. Os grupos<br />
são formados por li<strong>de</strong>ranças<br />
<strong>de</strong> várias pastorais e pelos moradores<br />
das comunida<strong>de</strong>s, têm<br />
auxiliado na formação <strong>de</strong> novas<br />
li<strong>de</strong>ranças, e também são efica-<br />
Informática capacita jovens e adultos para o trabalho<br />
A distância da comunida<strong>de</strong> do<br />
centro da cida<strong>de</strong>, e a falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> formação profissional<br />
para os jovens, motivou a paróquia<br />
a criar o Curso <strong>de</strong> Informática Cidadã.<br />
Através <strong>de</strong> parceria com o<br />
Colégio Salesiano, o curso foi criado<br />
em 2004 e no seu terceiro ano<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> comemora mais <strong>de</strong><br />
mil alunos já formados.<br />
No início, o curso era voltado<br />
apenas aos jovens. Hoje, os<br />
adultos também participam. As<br />
aulas são ministradas por profissionais<br />
contratados e por<br />
monitores voluntários que auxi-<br />
liam nas aulas (muitos <strong>de</strong>les que<br />
já passaram pelo curso).<br />
O curso acontece pela manhã,<br />
tar<strong>de</strong> e noite. Cada curso<br />
tem a duração <strong>de</strong> três meses,<br />
possibilitando assim a realização<br />
<strong>de</strong> quatro cursos por ano.<br />
“O fato <strong>de</strong> o curso ser oferecido<br />
nos três períodos facilita a participação<br />
dos interessados, pois<br />
po<strong>de</strong>m escolher o horário que<br />
melhor se a<strong>de</strong>qua às suas condições”,<br />
disse Elisa Adriane Souza,<br />
coor<strong>de</strong>nadora paroquial <strong>de</strong><br />
pastoral. São cerca <strong>de</strong> 120 alunos<br />
por trimestre.<br />
Há dois anos, curso <strong>de</strong> informática dá oportunida<strong>de</strong> para aperfeiçoamento<br />
profissional para jovens e adultos. Mais <strong>de</strong> 100 pessoas são formadas por ano.<br />
Foto JA<br />
PARÓQUIA<br />
Assistência – Das 16 comunida<strong>de</strong>s<br />
da paróquia, três são<br />
consi<strong>de</strong>radas empobrecidas e<br />
em risco social. A essas é dada<br />
atenção especial. O trabalho<br />
consiste na assistência com<br />
doação <strong>de</strong> roupas e alimentos.<br />
As pessoas buscam auxílio e<br />
um grupo <strong>de</strong> voluntárias vai até<br />
as residências verificar a necessida<strong>de</strong><br />
e faz o cadastro da família<br />
necessitada.<br />
Os alimentos e roupas são<br />
coletados em campanhas. Nas<br />
celebrações, voluntários entregam<br />
papeizinhos p<strong>ed</strong>indo <strong>de</strong>terminado<br />
produto (alimento, roupa,<br />
ou produto <strong>de</strong> higiene). Há<br />
ainda pessoas e donos <strong>de</strong> pequenos<br />
comércios locais que<br />
fazem a doação <strong>de</strong> cestas básicas<br />
na secretaria paroquial.<br />
Atualmente, 38 famílias estão<br />
cadastradas para receber os benefícios.<br />
Algumas provisoriamente<br />
(<strong>de</strong>sempregados), outras permanentemente<br />
(doentes ou inválidos).<br />
Izelina da Silva Gobetti,<br />
mais conhecida como Tia Fia,<br />
coor<strong>de</strong>nadora da ASPACOR<br />
(Ação Social Paroquial <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>iros),<br />
como todas as <strong>de</strong>mais<br />
voluntárias, d<strong>ed</strong>ica um dia da<br />
semana para cadastrar as doações<br />
e realizar visitação às pessoas<br />
empobrecidas. “Faço esse<br />
trabalho porque sei que assim ajudo<br />
as pessoas”, disse.<br />
Foto JA<br />
Voluntárias da Ação Social organizam as doações da comunida<strong>de</strong>. Em todas as<br />
celebrações são solicitadas doações, que são <strong>de</strong>stinadas às famílias cadastradas.<br />
zes para perceber as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> famílias da paróquia e para<br />
implementar ações no sentido <strong>de</strong><br />
suprir essas necessida<strong>de</strong>s.<br />
Conselho Regional <strong>de</strong> Pastoral<br />
– A Paróquia possui 16 comunida<strong>de</strong>s,<br />
o que torna bastante<br />
difícil a presença do padre em<br />
cada uma <strong>de</strong>las para orientações<br />
e solução <strong>de</strong> problemas. Assim,<br />
foi criado o Conselho Regional <strong>de</strong><br />
Pastoral (CRP). As 16 comunida<strong>de</strong>s<br />
foram divididas em 4 regiões,<br />
<strong>de</strong> acordo com a sua proximida<strong>de</strong><br />
e realida<strong>de</strong>, e a cada dois<br />
meses são realizados encontros<br />
com a presença do padre. Cada<br />
regional tem um coor<strong>de</strong>nador<br />
como referência do grupo.<br />
“As regionais são o diferencial<br />
<strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>iros e ajudam muito<br />
no atendimento pastoral. Através<br />
<strong>de</strong>las, o padre conhece a realida<strong>de</strong><br />
das comunida<strong>de</strong>s e po<strong>de</strong><br />
coor<strong>de</strong>nar e direcionar o trabalho<br />
HISTÓRICO: A Capela São<br />
Cristóvão, pertencente à Paróquia<br />
do Santíssimo Sacramento,<br />
foi criada em 1959. Era uma<br />
construção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que abrigava<br />
pouco mais <strong>de</strong> 50 pessoas<br />
sentadas. Na época, a comunida<strong>de</strong><br />
era muito pequena.<br />
A população era muito pobre e<br />
vivia do cultivo <strong>de</strong> aipim e cana<br />
ou da pesca, e do trabalho na<br />
usina <strong>de</strong> cana e na fábrica <strong>de</strong><br />
papel. O porto ainda era pequeno<br />
e <strong>de</strong> pouco movimento.<br />
Anos mais tar<strong>de</strong>, a primeira<br />
igreja <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>u lugar<br />
a uma nova construção em alvenaria,<br />
com maior capacida<strong>de</strong><br />
para acolher os fiéis e<br />
construída por eles. Foi nesta<br />
igreja que, por Decreto <strong>de</strong> Dom<br />
Afonso Niehues, em 18 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> 1968, a Capela <strong>de</strong><br />
com mais clareza”, disse Pe.<br />
Sérgio Giacomelli. Além dos regionais,<br />
há os CPPs e os CPCs,<br />
ambos com encontros mensais.<br />
Artesanato – A expressão<br />
artística é estimulada na comunida<strong>de</strong>.<br />
Todas as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> terça-feira,<br />
um grupo <strong>de</strong> mulheres<br />
moradoras <strong>de</strong> diversas comunida<strong>de</strong>s<br />
da paróquia têm a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seus<br />
dons artísticos. Nesse dia, uma<br />
profissional ensina senhoras e<br />
jovens da comunida<strong>de</strong> a fazer<br />
artesanatos, pintura em tecidos,<br />
bordados, crochê e tricô. Os<br />
cursos têm finalida<strong>de</strong> doméstica,<br />
mas as 20 pessoas que participam<br />
comercializam o fruto do<br />
seu trabalho nos bazares realizados<br />
na paróquia e em exposições<br />
realizadas pela prefeitura.<br />
A renda é revertida para a aquisição<br />
dos materiais utilizados<br />
nos cursos.<br />
São Cristóvão foi elevada à categoria<br />
<strong>de</strong> Paróquia, com território<br />
<strong>de</strong>smembrado, em sua<br />
totalida<strong>de</strong>, da Paróquia do<br />
Santíssimo Sacramento, tendo<br />
o Pe. Thaecyil Tavares<br />
como seu primeiro pároco.<br />
No final da década <strong>de</strong> 70,<br />
com o crescimento da comunida<strong>de</strong>,<br />
teve início a construção<br />
da atual Igreja Matriz, com capacida<strong>de</strong><br />
para até 600 pessoas<br />
sentadas. Nela está a imagem<br />
<strong>de</strong> São Cristóvão, a única<br />
paróquia da <strong>Arquidiocese</strong> a ter<br />
o santo como padroeiro.<br />
A Matriz está localizada na<br />
rua Odílio Garcia, homenagem<br />
a um marinheiro da localida<strong>de</strong><br />
que morreu em aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um<br />
navio petroleiro no Porto <strong>de</strong><br />
Itajaí, após salvar a vida <strong>de</strong><br />
várias pessoas.
Marcelo é o novo padre da <strong>Arquidiocese</strong><br />
A Igreja<br />
Matriz da Paró<br />
quia São João Evangelista,<br />
em Biguaçu, presenciou,<br />
no dia primeiro <strong>de</strong><br />
julho, às 19h, a or<strong>de</strong>nação<br />
presbiteral <strong>de</strong> Marcelo<br />
Henrique Fraga. Mais <strong>de</strong><br />
1.800 fiéis, sobretudo <strong>de</strong><br />
Palhoça, Camboriú, Brusque<br />
e Itajaí, comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong><br />
Pe. Marcelo realizou ativida<strong>de</strong><br />
pastoral, lotaram a igreja.<br />
A celebração foi presidida<br />
pelo nosso arcebispo<br />
Dom Murilo Krieger e concelebrada<br />
por padres e diáconos<br />
da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Natural <strong>de</strong> Biguaçu,<br />
on<strong>de</strong> nasceu em 26 <strong>de</strong> janeiro<br />
<strong>de</strong> 1971, Pe. Marcelo<br />
teve sua vocação para a vida<br />
presbiteral <strong>de</strong>spertada a<br />
partir da participação nos<br />
trabalhos na comunida<strong>de</strong>. Participava <strong>de</strong><br />
Grupos Bíblicos em Família, da catequese<br />
e da coor<strong>de</strong>nação dos coroinhas, mas a<br />
principal força veio do apoio recebido.<br />
Entrou para o Seminário Menor, em<br />
Azambuja, em 1994. Saiu por um período<br />
e retornou em 1997, para o seminário<br />
prop<strong>ed</strong>êutico. Após a sua or<strong>de</strong>nação<br />
presbiteral, Pe. Marcelo recebeu a provisão<br />
<strong>de</strong> vigário para a Paróquia Senhor<br />
Bom Jesus <strong>de</strong> Nazaré, em Palhoça, on<strong>de</strong><br />
já realizava ativida<strong>de</strong> pastoral.<br />
Como lema <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação, Pe. Marcelo<br />
escolheu uma passagem <strong>de</strong> São<br />
O diácono Leandro José Rech será<br />
o próximo padre da <strong>Arquidiocese</strong>. A or<strong>de</strong>nação<br />
será realizada no dia dois <strong>de</strong> setembro,<br />
às 18h, na Paróquia Santo Antônio,<br />
em Campinas, São José. A missa<br />
será presidida pelo nosso arcebispo, Dom<br />
Murilo Krieger.<br />
Dom Dom Murilo Murilo (esq.) presidiu a or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pe. Marcelo, na<br />
Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu<br />
Paulo: “Agra<strong>de</strong>ço àquele que me <strong>de</strong>u forças,<br />
Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me<br />
consi<strong>de</strong>rou digno <strong>de</strong> confiança, tomando-me<br />
para o seu serviço” (1Tm, 1,12). A<br />
sua primeira missa foi celebrada no dia<br />
dois <strong>de</strong> julho, às 10h, na Matriz <strong>de</strong><br />
Biguaçu.<br />
Pe. Marcelo é o primeiro dos três seminaristas<br />
or<strong>de</strong>nados diáconos neste ano<br />
a celebrar sua or<strong>de</strong>nação presbiteral. A<br />
or<strong>de</strong>nação diaconal conjunta, com Leandro<br />
José Rech e S<strong>ed</strong>emir Valmor <strong>de</strong><br />
Melo, foi realizada no dia 26 <strong>de</strong> março,<br />
no Santuário <strong>de</strong> Santa Paulina.<br />
Diácono Leandro será or<strong>de</strong>nado em setembro<br />
Diácono Diácono Diácono Leandro Leandro (dir.) será or<strong>de</strong>nado presbítero no<br />
dia 02 <strong>de</strong> setembro, na Paróquia <strong>de</strong> Campinas, São José<br />
Natural <strong>de</strong> Canoas, no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />
Sul, diácono Leandro teve sua vocação<br />
para a vida religiosa <strong>de</strong>spertada em 1994,<br />
quando começou a participar da Paróquia<br />
<strong>de</strong> Campinas, em São José. Lá ingressou<br />
no Grupo <strong>de</strong> Jovens, foi ministro da<br />
Eucaristia e da Liturgia. Em 1998, após<br />
um período <strong>de</strong> discernimento<br />
com o Pe. Sérgio <strong>de</strong> Souza<br />
e Pe. Márcio Vignoli, então<br />
seminarista em trabalho pastoral<br />
na paróquia, entrou para<br />
o seminário prope-dêutico.<br />
A família <strong>de</strong> cinco filhos e<br />
os pais, todos envolvidos em ativida<strong>de</strong>s<br />
pastorais na Igreja, dão<br />
todo o apoio para a sua escolha<br />
e se alegram com ele. Neste<br />
ano, Leandro está atuando pastoralmente<br />
na Paróquia Santa<br />
Cruz, em Barreiros, São José.<br />
A or<strong>de</strong>nação presbiteral já está<br />
agendada: será no dia dois <strong>de</strong><br />
setembro, às 18h, na Paróquia<br />
<strong>de</strong> Campinas. Como lema <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>nação, Leandro adotou o<br />
texto bíblico: “Eu sou o Bom<br />
Pastor, dou a vida por minhas<br />
ovelhas” (Jo 10,11).<br />
Arquivo/JA<br />
Divulgação JA<br />
ESPIRITUALIDADE<br />
Em 1476 foi introduzida no Oci<strong>de</strong>nte<br />
a antiqüíssima festa oriental da Transfiguração<br />
<strong>de</strong> Nosso Senhor, e marcada<br />
para o dia 6 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>. A pi<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> popular,<br />
contudo, permaneceu celebrando os<br />
muitos títulos do Senhor Bom Jesus,<br />
pouco vivenciando do extraordinário significado<br />
da revelação no Monte Tabor.<br />
Mas, po<strong>de</strong>mos ver no Transfigurado a<br />
imagem do Bom Jesus que revela a graça<br />
e a misericórdia do Bom Deus.<br />
Na Transfiguração, os Apóstolos viram<br />
o Senhor da Glória que se escondia<br />
no Senhor da Humilda<strong>de</strong> (e após a ressurreição<br />
vemos o Senhor da Humilda<strong>de</strong><br />
no Senhor da Glória). Foram proibidos<br />
<strong>de</strong> comentar a visão, pois Jesus queria<br />
continuar a ser o Senhor da Humilda<strong>de</strong>.<br />
Seu rosto brilhou como o sol e uma voz<br />
dizia: “Este é meu Filho amado. Escutaio”<br />
(cf. Mt 17,5). O Pai revela sua infinita<br />
ternura pelo Filho e suplica que o escutemos.<br />
A mesma ternura Jesus revela<br />
diante do paralítico estendido diante <strong>de</strong>le:<br />
“Tem ânimo, meu filho; os teus pecados<br />
te são perdoados” (cf. Mt 9, 1-8). Está<br />
diante <strong>de</strong> um pecador e o chama <strong>de</strong> “meu<br />
filho”, p<strong>ed</strong>indo que o peso do pecado não<br />
o paralise. O mesmo Bom Jesus pô<strong>de</strong><br />
ser contemplado na fila dos pecadores<br />
que buscavam o batismo <strong>de</strong> João Batista:<br />
ele assume todos os nossos pecados<br />
e quer que nele o Pai perdoe a humanida<strong>de</strong><br />
(cf. Mt 3, 15).<br />
A missão do Bom Jesus<br />
Inclinando a cabeça, Jesus entregou<br />
o espírito (cf. Jo 19,30): não terminava<br />
aí a missão do R<strong>ed</strong>entor. Ele se<br />
ofereceu ao Pai pela salvação <strong>de</strong> todo<br />
o gênero humano. Im<strong>ed</strong>iatamente Jesus<br />
<strong>de</strong>sce à mansão dos mortos, aos<br />
infernos, à procura <strong>de</strong> Adão e Eva, do<br />
Adão total. Repete a mesma saudosa<br />
pergunta do Pai no paraíso: “Adão, on<strong>de</strong><br />
estás?” (Gn 3,9). E Adão o reconheceu<br />
im<strong>ed</strong>iatamente, como o reconheceram<br />
todos os que o aguardavam.<br />
São surpresas do amor divino que,<br />
após aprontarmos, sempre recebamos<br />
em retorno algo mais revelador ainda<br />
<strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong>. Assim, Adão per<strong>de</strong>u<br />
o Paraíso e, em troca, Cristo crucificado<br />
oferece um paraíso melhor, a<br />
Santíssima Trinda<strong>de</strong>. O Precônio<br />
pascal canta a “feliz culpa <strong>de</strong> Adão que<br />
nos mereceu tão gran<strong>de</strong> R<strong>ed</strong>entor”.<br />
Uma falsa visão <strong>de</strong> Deus esten<strong>de</strong><br />
exageradamente o valor do pecado (que<br />
não tem valor nenhum) e diminui tragicamente<br />
o amor divino <strong>de</strong>positado em<br />
nossa condição humana, templo <strong>de</strong><br />
Deus. “Os homens se esquecem <strong>de</strong> que<br />
todos os seus pecados são, diante <strong>de</strong><br />
Deus, como uma gota <strong>de</strong> água” (Isaac o<br />
Sírio, séc. VII)), e que estamos mergulhados<br />
no oceano da misericórdia do<br />
Deus Trinda<strong>de</strong>. Os teólogos contaminados<br />
pela filosofia afirmam que Deus nem<br />
ganha nem per<strong>de</strong> com nosso amor, nada<br />
lhe sendo acrescentado: <strong>de</strong>sidratam a<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -9<br />
O BOM JESUS, Transfiguração do Amor<br />
ternura divina, as lágrimas <strong>de</strong> Deus por<br />
nós, a falta que lhe fazemos. O amor se<br />
expan<strong>de</strong> por necessida<strong>de</strong> e não por luxo:<br />
Deus precisa <strong>de</strong> nós.<br />
Jesus, o novo Moisés<br />
“Percebendo chegada a hora da morte,<br />
Moisés p<strong>ed</strong>iu a Deus que lhe <strong>de</strong>sse a<br />
vida, permitindo entrar na terra prometida.<br />
Deus respon<strong>de</strong>u: ‘Uma vez eu ia <strong>de</strong>struir<br />
meu povo e, <strong>de</strong>vido a teus p<strong>ed</strong>idos, voltei<br />
atrás. Agora queres que eu volte atrás<br />
novamente, o que não é possível. Escolhe:<br />
ou tu morreres ou teu povo ser salvo’.<br />
Moisés não teve dúvida e escolheu: ‘Salva<br />
meu povo. Prefiro morrer’” (Midrash<br />
Devarîm Rabbâ 7,11). No mesmo espírito,<br />
conta Evágrio Pôntico (+399) que Deus<br />
disse a Moisés: “Retira-te, porque <strong>de</strong>struirei<br />
esse povo. Mas, <strong>de</strong> ti, farei um novo<br />
povo!”. Então Moisés colocou-se diante<br />
<strong>de</strong> Deus e disse: “Não! Ou tu perdoas esse<br />
povo ou então cancela-me do livro que escreveste”<br />
(Ex 32,32). E Deus c<strong>ed</strong>eu.<br />
Evágrio comenta: “Eis como o humil<strong>de</strong>, o<br />
manso falou, eis como fala o Senhor”. Assim<br />
como Moisés se colocou entre Deus<br />
e o povo, Cristo se coloca entre Deus e<br />
nós. O Pai, ao contemplá-lo, nele sente<br />
compaixão por todos os pecadores.<br />
Na hora <strong>de</strong> nossa opção final, Jesus<br />
se interpõe entre nós e Satanás,<br />
mostra-nos suas chagas, sua humilda<strong>de</strong>,<br />
num extremo gesto para convencer-nos<br />
a optarmos por ele. Insiste que<br />
nos ama, nos lavou <strong>de</strong> nossos pecados<br />
no seu sangue (Ap 1, 5b).<br />
O Senhor da Humilda<strong>de</strong> está presente<br />
nos infernos da vida humana, assumindo<br />
nosso inferno e oferecendo-nos<br />
Luz. O amor <strong>de</strong> Jesus não po<strong>de</strong> suportar<br />
gente no inferno. Nós, se formos possuídos<br />
por esse amor, também não conseguiremos<br />
admitir que alguém se perca<br />
e faremos <strong>de</strong> nossa vida uma oração<br />
contínua pela salvação dos que caminham<br />
voluntariamente na con<strong>de</strong>nação.<br />
O Senhor da Humilda<strong>de</strong><br />
e o Espírito Pai dos Pobres<br />
A humanida<strong>de</strong> repousa no regaço da<br />
Santíssima Trinda<strong>de</strong>. As Três Pessoas<br />
divinas se entregam pela nossa salvação:<br />
o Bom Pai, o Bom Jesus e o Bom Espírito<br />
Santo, tão humil<strong>de</strong> e silencioso que<br />
aceita ser contemplado no ícone <strong>de</strong> uma<br />
pomba. Enviando-nos seu Espírito, Jesus<br />
lhe entrega a missão <strong>de</strong> nos r<strong>ed</strong>imir e<br />
manifestar o amor trinitário. Santo Irineu<br />
vê no Espírito Santo o bom samaritano:<br />
“Pois o Senhor confiou ao Espírito Santo<br />
o cuidado da sua criatura, daquele homem<br />
que caíra nas mãos dos ladrões e a quem<br />
ele, cheio <strong>de</strong> compaixão, enfaixou as feridas<br />
e <strong>de</strong>u dois <strong>de</strong>nários reais” (Adv. Haer.<br />
3,17,1-3).Por que não cantarmos com<br />
nossa vida a bonda<strong>de</strong> do Senhor?<br />
Pe. José Artulino Besen<br />
Professor no ITESC e Pároco em Itajaí<br />
www.ecclesia.com.br/padrebesen/main.htm
10-<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
Grupos Bíblicos em Família, a semente que dá frutos<br />
No mês <strong>de</strong> julho, em âmbito<br />
arquidiocesano, foram realizados<br />
os encontros comarcais <strong>de</strong><br />
formação para os animadores/<br />
as. Foram momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
valor para os Grupos Bíblicos em<br />
Família, pois a formação é importante<br />
para todos.<br />
No dia 02 <strong>de</strong> Julho tivemos um<br />
dia <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong> com o tema:<br />
a pessoa, a comunida<strong>de</strong> e a soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />
com os animadores/as<br />
dos GBFs da Comarca, na Paróquia<br />
da Fazenda, em Itajaí, assessorado<br />
pelo Pe. Alcione<br />
Berkenbrock e o seminarista<br />
Giorgio Sinestri. Com gran<strong>de</strong><br />
número <strong>de</strong> participantes, todos e<br />
todas aceitaram o <strong>de</strong>safio do silêncio<br />
e da oração pessoal.<br />
Giorgio iniciou o encontro lembrando<br />
o Evangelho <strong>de</strong> São João:<br />
No dia 16 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2006, na<br />
comarca <strong>de</strong> São José, realizouse<br />
um encontro para todos os animadores<br />
e animadoras dos GBF,<br />
na comunida<strong>de</strong> Nossa Senhora<br />
Aparecida, Paróquia da Ponte do<br />
Imaruim, em Palhoça, com 185<br />
participantes. O tema <strong>de</strong> estudo<br />
foi “A pessoa do animador”. A assessoria<br />
ficou por conta do Pe.<br />
Domingos Dorigon, que iniciou<br />
fazendo duas perguntas, para <strong>de</strong>pois<br />
partilhar com o gran<strong>de</strong> grupo:<br />
1- Depois que eu comecei a<br />
participar dos grupos bíblicos em<br />
família, eu cresci? Em que aspecto?<br />
Na partilha, surgiram experiências<br />
maravilhosas. Afirmaram<br />
que cresceram em vários aspectos:<br />
na perseverança, na fé, no<br />
olhar para o irmão, na solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />
na humilda<strong>de</strong>, na amiza<strong>de</strong>,<br />
Os encontros aconteceram<br />
nas comarcas <strong>de</strong> Itajaí, São<br />
José, Brusque e Estreito com<br />
assessores diferentes, mas<br />
com praticamente os mesmos<br />
temas <strong>de</strong> estudo, trabalhando<br />
a pessoa consigo mesma, com<br />
o próximo e com Deus, viven-<br />
Comarca Comarca <strong>de</strong> <strong>de</strong> Itajaí<br />
Itajaí<br />
“O Verbo se fez carne e habitou<br />
entre nós”, relacionando os Grupos<br />
Bíblicos em Família com a<br />
escuta da Palavra que <strong>de</strong>ve ser<br />
viva e eficaz na vida <strong>de</strong> todos. Pe<br />
Alceoni refletiu sobre o valor da<br />
comunida<strong>de</strong>, da criação e da unida<strong>de</strong><br />
na caminhada da Igreja com<br />
os encontros do GBFs.<br />
Foi um dia especial, com 280<br />
participantes e contou com a presença<br />
da articuladora arquidiocesana<br />
dos GBFs e dos Padres<br />
das paróquias, que motivaram a<br />
Foto JA<br />
288 animadores <strong>de</strong> Grupos Bíblicos em Família participaram do encontro realizado<br />
na Paróquia da Fazenda em Itajaí, com a assessoria do Pe. Alcione Berkenbrock<br />
Comarca Comarca <strong>de</strong> <strong>de</strong> São São José<br />
José<br />
no compromisso com os mais necessitados,<br />
no saber escutar e dialogar,<br />
dando oportunida<strong>de</strong> para<br />
todos e todas se expressarem.<br />
2- O modo <strong>de</strong> ser Igreja, a partir<br />
dos grupos, melhorou a vivência<br />
da fé em Jesus Cristo? Em que<br />
aspecto? Melhorou muito, na convivência<br />
com os vizinhos, na<br />
entreajuda, na partilha dos acontecimentos,<br />
na participação da<br />
vida eclesial e comunitária. Cresceu<br />
a fé em Jesus Cristo. À tar<strong>de</strong><br />
foi realizado trabalho em grupo,<br />
por Paróquias. Avaliou-se a experiência<br />
vivida a partir dos GBFs<br />
nas comunida<strong>de</strong>s, refletindo os<br />
textos da Carta <strong>de</strong> Paulo aos<br />
Coríntios, e partilhando tudo em<br />
plenária. Entre tantas experiências<br />
colocadas, escolhemos esta<br />
por ser inovadora no processo <strong>de</strong><br />
ciando a Eucaristia em comunida<strong>de</strong>,<br />
e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>. Percebemos<br />
que a <strong>Arquidiocese</strong> caminha<br />
em sintonia, com o mesmo<br />
objetivo <strong>de</strong> animar, orientar<br />
e <strong>de</strong>spertar a consciência dos<br />
animadores/as para missão que<br />
lhes é confiada.<br />
todos para continuarem a missão<br />
<strong>de</strong> fazer acontecer a Igreja<br />
nas casas. No momento da avaliação,<br />
os animadores/as expressaram<br />
como é necessário<br />
este tipo <strong>de</strong> encontro para o reabastecimento,<br />
fortalecimento e<br />
animação dos GBFs nas comunida<strong>de</strong>s.<br />
A oração, a leitura bíblica,<br />
o estar juntos com outros<br />
animadores, é a Igreja viva: “pois<br />
nós animadores/as vamos lá<br />
<strong>de</strong>ntro da casa – Igreja doméstica,<br />
on<strong>de</strong> encontramos muitas diferenças,<br />
mas que, vividas, dialogadas<br />
e rezadas, fazem a Igreja<br />
caminhar”.<br />
A Comarca conta com 288<br />
grupos. Cada Paróquia tem uma<br />
coor<strong>de</strong>nação e faz seus encontros<br />
bimestrais, com os animadores<br />
e articuladores. São feitas<br />
visitas mensais em cada comunida<strong>de</strong>.<br />
Algumas paróquias assumiram<br />
uma família ou entida<strong>de</strong><br />
no atendimento mensal <strong>de</strong><br />
entreajuda com alimentos, roupas,<br />
remédios e visitas. Nas paróquias,<br />
têm acontecido missas<br />
nas casas <strong>de</strong> famílias. Os membros<br />
atuam na catequese, liturgia,<br />
pastorais, ação social. A<br />
comarca, também tem uma coor<strong>de</strong>nação<br />
e encontram-se<br />
bimestralmente em paróquias<br />
diferentes.<br />
multiplicação dos GBFs:<br />
Na Paróquia São Francisco <strong>de</strong><br />
Assis <strong>de</strong> Forquilhinhas, a coor<strong>de</strong>nadora<br />
<strong>de</strong> catequese <strong>de</strong> primeira<br />
Eucaristia, que é animadora dos<br />
GBFs, Clau<strong>de</strong>ci Valéria Da Silva,<br />
teve uma idéia maravilhosa: fazer<br />
os encontros dos grupos bíblicos<br />
com os pais das crianças da<br />
catequese. Falou com o Padre José<br />
Manuel, que sempre foi um gran<strong>de</strong><br />
incentivador dos Grupos Bíblicos na<br />
Paróquia, que apoiou a iniciativa. Ela<br />
conversou com as catequistas, que<br />
se colocaram à disposição para ajudar.<br />
Os encontros são realizados<br />
duas vezes no mês, com os pais<br />
do 1º e 2º ano <strong>de</strong> catequese. Pe<br />
José Manuel conclui dizendo que<br />
fica emocionado quando vê os pais<br />
dos catequizandos participando do<br />
encontro.<br />
Foto JA<br />
Comarca Comarca do do Estreito<br />
Estreito<br />
A Paróquia São João Batista e<br />
Santa Luzia, em Capoeiras e o<br />
pároco Pe. Renato Luís Andreatto,<br />
juntamente com a Coor<strong>de</strong>nação<br />
Comarcal, acolheram os 95 participantes<br />
<strong>de</strong> GBFs da Comarca<br />
do Estreito, a Coor<strong>de</strong>nadora<br />
Arquidiocesana dos GBFs e a<br />
Coor<strong>de</strong>nação Arquidiocesana <strong>de</strong><br />
Pastoral. Durante a tar<strong>de</strong> do dia<br />
30 <strong>de</strong> julho, eles foram assessorados<br />
pelo diácono Antônio<br />
Camilo dos Santos, que teve<br />
como tema “A Carta Eucarística<br />
na mística dos Grupos Bíblicos<br />
em Família”, referindo-se ao documento<br />
final do 15º Congresso<br />
Eucarístico Nacional.<br />
O encontro teve início às 14h<br />
com a oração inicial. Os representantes<br />
das paróquias presentes<br />
entraram com os símbolos que<br />
caracterizam os GBFs (casinha,<br />
cartazes, cesta <strong>de</strong> pães, jarra <strong>de</strong><br />
vinho), a entronização da Bíblia e<br />
proclamação da leitura do dia (Jo<br />
6,1-15). O texto bíblico fazia referência<br />
à multiplicação dos pães,<br />
e estes foram <strong>de</strong>pois partilhados<br />
com os presentes.<br />
Na seqüência, o assessor refletiu<br />
sobre o tema do encontro e<br />
lançou uma pergunta: “Como po-<br />
No dia 23 <strong>de</strong> julho realizou-se,<br />
em Brusque, o retiro comarcal dos<br />
animadores dos Grupos Bíblicos<br />
em Família, com 70 participantes.<br />
Foi assessorado pelo Pe. Everton<br />
dos Santos Carvalho e coor<strong>de</strong>nado<br />
pelo seminarista Giorgio<br />
Sinestri. Com o mesmo tema dos<br />
outros encontros, Pe Everton refletiu<br />
sobre o valor da pessoa na<br />
comunida<strong>de</strong> e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />
enfocando a teologia da vida comunitária<br />
e apontando, como mo<strong>de</strong>lo,<br />
a Santíssima Trinda<strong>de</strong>. A inspiração<br />
bíblica foi um texto da carta<br />
<strong>de</strong> Paulo aos Coríntios,(1Cor<br />
12,12-30) que fala sobre o Corpo<br />
Místico <strong>de</strong> Cristo. Assim é a Igre-<br />
<strong>de</strong>mos fazer, como membros <strong>de</strong><br />
GBFs, com que a Eucaristia aconteça<br />
em nossas comunida<strong>de</strong>s?”.<br />
Os participantes foram divididos<br />
em <strong>de</strong>z grupos para que refletissem<br />
por quinze minutos.<br />
No momento da partilha dos<br />
grupos, entre os vários temas abordados,<br />
foram colocados que a Eucaristia<br />
acontece no amor entre irmão<br />
e irmã, no acolhimento, na<br />
escuta, no levar os sacramentos até<br />
aqueles que precisam, na aceitação<br />
das diferenças, na visitação<br />
aos doentes, na entreajuda, na<br />
vivência da unida<strong>de</strong> e comunhão na<br />
vida eclesial e comunitária.<br />
Eles também levantaram alguns<br />
<strong>de</strong>safios para fazer com que<br />
a Eucaristia efetivamente aconteça<br />
nas comunida<strong>de</strong>s: ir ao encontro<br />
das pessoas nas periferias;<br />
evangelizar nos apartamentos<br />
e condomínios; conscientizar<br />
a comunida<strong>de</strong> eclesial (todas as<br />
li<strong>de</strong>ranças) sobre a importância<br />
dos GBFs como priorida<strong>de</strong> efetiva<br />
nas paróquias.<br />
O encontro foi encerrado às<br />
17h30min com a “Oração <strong>de</strong><br />
Envio” e a bênção solene do Pe.<br />
Sérgio Maykot, que acompanhou<br />
parte do encontro.<br />
Diácono Camilo assessorou o encontro na Comarca do Estreito, para 95 pessoas<br />
Comarca Comarca <strong>de</strong> <strong>de</strong> Brusque<br />
Brusque<br />
ja, unida num mesmo corpo, com<br />
funções diferentes, mas um só<br />
objetivo – a construção do Reino.O<br />
silêncio e a leitura orante foram a<br />
p<strong>ed</strong>ra <strong>de</strong> toque do retiro. Na partilha,<br />
ao final do Retiro, os participantes<br />
<strong>de</strong>stacaram o valor do silêncio<br />
e a alegria <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r participar<br />
<strong>de</strong> um encontro no qual o tema<br />
foi a espiritualida<strong>de</strong> do GBFs.<br />
Em todas as experiências<br />
dos GBFs, na <strong>Arquidiocese</strong>, fica<br />
muito evi<strong>de</strong>nte a unida<strong>de</strong>. Acr<strong>ed</strong>itamos<br />
que os Grupos Bíblicos<br />
representam a unida<strong>de</strong> da Igreja,<br />
numa prática comunitária que<br />
tem como base as famílias.<br />
Equipe comarcal <strong>de</strong> Brusque
<strong>Arquidiocese</strong> tem seminarista na Espanha<br />
Hélio Luciano <strong>de</strong> Oliveira<br />
é o seminarista da <strong>Arquidiocese</strong><br />
que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004 estuda<br />
no Seminário Internacional <strong>de</strong><br />
Bidasoa, na Província <strong>de</strong> Navarra,<br />
na Espanha. Ele já concluiu os<br />
estudos <strong>de</strong> Filosofia e agora inicia<br />
os estudos <strong>de</strong> Teologia.<br />
Formado em Odontologia<br />
pela Universida<strong>de</strong> F<strong>ed</strong>eral <strong>de</strong><br />
Santa Catarina, Hélio, <strong>de</strong> 26<br />
anos, teve <strong>de</strong>spertada a sua vocação<br />
para a vida presbiteral a<br />
partir da participação no Movimento<br />
Jovem Emaús, quando<br />
ainda estava na Faculda<strong>de</strong>. Por<br />
três anos recebeu acompanhamento<br />
vocacional no Seminário<br />
Teológico Convívio Emaús.<br />
A oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar na<br />
Espanha surgiu <strong>de</strong>pois que participou<br />
<strong>de</strong> um retiro promovido<br />
pelo movimento Opus Dei, criado<br />
nesse país. A permissão lhe<br />
foi dada pelo nosso arcebispo,<br />
Dom Murilo, após consulta ao<br />
Conselho Presbiteral. Em visita<br />
a <strong>Florianópolis</strong>, em que aproveitou<br />
as férias para rever amigos<br />
e parentes, Hélio nos <strong>de</strong>u a seguinte<br />
entrevista:<br />
JA JA - - Você, sendo seminarista da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, está estudando<br />
na Espanha. Como surgiu essa<br />
oportunida<strong>de</strong>?<br />
Hélio Hélio - - Por já possuir uma formação<br />
acadêmica prévia, o que não é comum<br />
entre os seminaristas da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
não se sabia exatamente qual<br />
o caminho formativo que eu <strong>de</strong>veria<br />
Hélio Hélio era acompanhado pela Pastoral<br />
Vocacional da <strong>Arquidiocese</strong> e já<br />
concluiu a Filosofia na Espanha<br />
Arquivo/JA<br />
percorrer. Durante esse período <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões,<br />
apresentou-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fazer o curso <strong>de</strong> Filosofia e Teologia na<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Navarra, na Espanha,<br />
em um Colégio Eclesiástico Internacional<br />
da Santa Sé, confiado à Prelazia do<br />
Opus Dei. Dom Murilo e o Conselho<br />
Presbiteral estudaram essa possibilida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong>cidiram a minha ida à Espanha,<br />
on<strong>de</strong> estou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004.<br />
JA JA - - Nestes 2 anos em que você<br />
esteve neste seminário, como você avalia<br />
a formação que está recebendo?<br />
Hélio Hélio Hélio - - Consi<strong>de</strong>ro excelente a formação<br />
que venho recebendo. Na dimensão<br />
intelectual, a nossa formação é feita<br />
na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Navarra, uma universida<strong>de</strong><br />
muito bem conceituada tanto<br />
nas carreiras civis (como M<strong>ed</strong>icina, Direito,<br />
Arquitetura, etc.) como em âmbito<br />
eclesiástico. O convívio com pessoas que<br />
estudam outras carreiras também ajuda<br />
na nossa formação humana. A formação<br />
nas outras dimensões essenciais para o<br />
sacerdócio, segundo os documentos do<br />
Magistério da Igreja, recebemos <strong>de</strong>ntro<br />
do seminário, <strong>de</strong> modo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em<br />
relação à vida universitária, mas levada<br />
tão a sério como esta.<br />
JA JA JA - - Pelo fato <strong>de</strong> você ficar tanto<br />
tempo fora do País, não corre o risco <strong>de</strong><br />
per<strong>de</strong>r o contato com a realida<strong>de</strong> brasileira<br />
e, mais em concreto, com a realida<strong>de</strong><br />
da nossa <strong>Arquidiocese</strong>?<br />
Hélio Hélio - - Tenho consciência <strong>de</strong> que<br />
recebo uma ótima formação em Navarra,<br />
mas também sei que a realida<strong>de</strong> na qual<br />
vivo lá não é a realida<strong>de</strong> daqui. Digo-o<br />
por experiência, pois realizei, antes <strong>de</strong> ser<br />
seminarista, ativida<strong>de</strong>s em várias comunida<strong>de</strong>s<br />
e com vários segmentos da nossa<br />
<strong>Arquidiocese</strong>. Tive contato com nossos jovens<br />
através do Movimento <strong>de</strong> Emaús,<br />
do qual participei por 5 anos, e também<br />
trabalhei mais <strong>de</strong> dois anos com a “Infância<br />
Missionária”, na Serrinha, uma comunida<strong>de</strong><br />
bastante carente da Paróquia da<br />
Trinda<strong>de</strong>. Lá em Navarra fazemos pouca<br />
pastoral, mesmo porque a realida<strong>de</strong> das<br />
paróquias <strong>de</strong> lá é muito diferente da nossa.<br />
Trato <strong>de</strong> tentar suprir isso, mantendome<br />
informado <strong>de</strong> tudo o que acontece no<br />
Brasil e na <strong>Arquidiocese</strong>, e <strong>de</strong> certo modo<br />
vivenciando essas realida<strong>de</strong>s das quais<br />
estou fisicamente distante. Também nesse<br />
sentido aproveitei estas minhas férias <strong>de</strong><br />
três meses para estar aqui, conhecer e<br />
participar mais da vida da nossa <strong>Arquidiocese</strong>,<br />
além, é claro, <strong>de</strong> matar as sauda<strong>de</strong>s<br />
da família e dos amigos.<br />
U C<br />
A<br />
F<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -11<br />
FAS realizou sua primeira oficina<br />
O Fundo Arquidiocesano <strong>de</strong><br />
Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> (FAS) realizou sua<br />
primeira oficina. Ocorreu no último<br />
dia 15 <strong>de</strong> julho, na Paróquia<br />
<strong>de</strong> Campinas – São José. O objetivo<br />
principal <strong>de</strong>sta oficina foi<br />
potencializar as li<strong>de</strong>ranças das<br />
ações sociais sobre os conteúdos<br />
e critérios do FAS. A oficina contou<br />
com a presença <strong>de</strong> quarenta<br />
li<strong>de</strong>ranças das Ações Sociais<br />
Paroquiais e <strong>de</strong> Pastorais Sociais<br />
que tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
elaborar e analisar projetos sociais<br />
a partir dos critérios e formulários<br />
do próprio Fundo. Na avaliação<br />
final da oficina, várias pessoas<br />
<strong>de</strong>stacaram a importância <strong>de</strong><br />
a Ação Social Arquidio-cesana<br />
promover oficinas que reflitam a<br />
realida<strong>de</strong> social da Arquidio-cese,<br />
abrindo possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos<br />
para intervir nestas realida<strong>de</strong>s.<br />
A equipe executiva da ASA vem<br />
realizando visitas às 43 Entida<strong>de</strong>s<br />
Membros. Essas visitas vêm aten<strong>de</strong>r<br />
as <strong>de</strong>mandas apresentadas no<br />
Encontro Arquidiocesano, realizado<br />
em março do corrente ano.<br />
Para estar mais próxima das<br />
Ações Sociais e acompanhar os<br />
trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos, a ASA<br />
elaborou um instrumental que ser-<br />
Participantes da Oficina foram divididos em equipes <strong>de</strong> trabalho para<br />
elaborar e analisar projetos para o Fundo Arquidiocesano <strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />
ASA realiza visitas às Entida<strong>de</strong>s Membros<br />
Des<strong>de</strong> 2004, quando foi votada<br />
na Assembléia Legislativa do Estado<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina a lei que<br />
autoriza organizações sociais a<br />
executarem ações que são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />
do Estado, a situação<br />
das políticas sociais está cada<br />
vez mais crítica. Afinal, o processo<br />
<strong>de</strong> privatização retira o compromisso<br />
e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
quem <strong>de</strong>ve executar essas políticas.<br />
Na área da saú<strong>de</strong>, a partir do<br />
início <strong>de</strong> 2006, as iniciativas para<br />
privatizar o HEMOSC e o CEPON<br />
têm sido intensas. O HEMOSC e<br />
o CEPON são instituições públicas<br />
<strong>de</strong> referência nacional, pela excelência<br />
dos produtos, serviços e<br />
atendimentos oferecidos à população,<br />
principalmente aos Usuários<br />
do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –<br />
SUS. Vejamos o que acontece<br />
virá <strong>de</strong> subsídio para a construção<br />
do diagnóstico da R<strong>ed</strong>e <strong>de</strong><br />
Ações Sociais da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Este material i<strong>de</strong>ntifica os principais<br />
elementos das Ações Sociais<br />
Paroquiais: programas que<br />
<strong>de</strong>senvolvem, situação jurídicoadministrativa,<br />
assim como sinaliza<br />
as dificulda<strong>de</strong>s encontradas<br />
pelas Ações Sociais. Com a con-<br />
Privatização do HEMOSC E DO CEPON<br />
com a privatização.<br />
Privatizar significa entregar<br />
para entida<strong>de</strong> privada:<br />
Serviços públicos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
até então executados pelo<br />
HEMOSC e CEPON; bens públicos<br />
sem licitação; Dinheiro<br />
público; Compras com dinheiro<br />
público sem licitação; Funcionários<br />
públicos; Contratação <strong>de</strong><br />
funcionários com dinheiro público<br />
sem concurso público;<br />
Com este contexto <strong>de</strong> lutas<br />
pelo direito humano à saú<strong>de</strong>, o<br />
Movimento para Manutenção do<br />
Serviço Público <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> março do corrente ano vem<br />
mobilizando a soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong><br />
imp<strong>ed</strong>ir a privatização do HEMOSC<br />
e do CEPON, processo que, por<br />
antec<strong>ed</strong>entes já conhecidos, terá<br />
como maior prejudicado, a popu-<br />
M OLÉGIO<br />
100 NOS<br />
NA RENTE<br />
Foto JA<br />
clusão do levantamento <strong>de</strong>ssas<br />
informações, a ASA conjuntamente<br />
com as Ações Sociais<br />
i<strong>de</strong>ntificará as principais lacunas<br />
enfrentadas, construindo pistas<br />
<strong>de</strong> ação que irão contribuir com<br />
o fortalecimento e o avanço dos<br />
trabalhos sociais. Neste mês <strong>de</strong><br />
<strong>agosto</strong>, a ASA estará iniciando<br />
novas visitas.<br />
lação usuária do SUS.<br />
Neste sentido, a fim <strong>de</strong> evitar<br />
que isto ocorra, foi votado no dia<br />
01.08, às 14horas, na Assembléia<br />
Legislativa, projeto <strong>de</strong> lei que<br />
retira a possibilida<strong>de</strong> dos serviços<br />
públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>ed</strong>ucação<br />
serem administrados por uma<br />
Organização Social. A alteração<br />
da lei aten<strong>de</strong> a 70 mil assinaturas<br />
colhidas em abaixo assinado<br />
em todo o Estado, sendo que nossa<br />
<strong>Arquidiocese</strong> contribuiu com<br />
um número significativo, colhido<br />
com a participação dos grupos e<br />
Pastorais sociais.<br />
Vamos lutar para manter o<br />
caráter públicos <strong>de</strong>stes serviços!<br />
Divulguem para todas as pessoas,<br />
movimentos, grupos, pastorais.<br />
Maiores informações na<br />
ASA: 3224-8776
12-<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
ECUMENISMO<br />
Ecumenismo, a arte <strong>de</strong> cuidar<br />
Ecumenismo, arte <strong>de</strong> cuidar,<br />
não <strong>de</strong> muitas coisas, apenas<br />
do fundamental em nossas vidas.<br />
/ E do fundamental só querer<br />
o fundamento, o Absoluto.<br />
Cuidar dos <strong>de</strong>uses que habitam<br />
a imaginação sobre Deus,<br />
/ imagens múltiplas do Ser único,<br />
valores que envolvem a<br />
existência / e nos fazem ministros/as<br />
das coisas santas e<br />
sagradas, / i<strong>de</strong>ntificando Deus<br />
entre os <strong>de</strong>uses / para servi-<br />
Lo, venerá-Lo, ren<strong>de</strong>r culto.<br />
Ecumenismo é cuidar <strong>de</strong> Deus,<br />
um cuidado ético para a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />
/ um cuidado teológico para a<br />
verda<strong>de</strong>, / um cuidado litúrgico<br />
para a adoração, / um cuidado<br />
amoroso para comunhão.<br />
Ecumenismo é cuidar do humano,<br />
cuidar do outro, / não<br />
como cuidamos <strong>de</strong> nós mesmos<br />
/ mas como quem cuida<br />
<strong>de</strong> Deus em nós e nele.<br />
Cuidar é ser amigo, companheiro,<br />
irmão, / é ser solidário,<br />
ser justo, verda<strong>de</strong>iro.<br />
Cuidar da comunhão, da fraternida<strong>de</strong><br />
/ na beleza da arte<br />
da vida em comum.<br />
Um cuidado político, nas relações,<br />
na convivência, / Sem<br />
interesse para consumir, e<br />
com <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> comungar.<br />
Ecumenismo é cuidar do cosmos,<br />
da casa, do quarto on<strong>de</strong><br />
estou, / a realida<strong>de</strong> toda ali<br />
está comigo / ali habita a eternida<strong>de</strong>,<br />
e ali me faço eterno, /<br />
na fugacida<strong>de</strong> do tempo, da<br />
morte, da dor / vivendo o amor.<br />
Cuidar da cor azul do céu e do<br />
mar, da cor ver<strong>de</strong> dos campos,<br />
/ da pureza das águas.<br />
Cor <strong>de</strong> todas as cores da alma,<br />
da consciência, do sentimento,<br />
/ cuidar do ar, o Sopro que<br />
habita e vivifica, / cuidar, cuidando<br />
e sendo cuidado.<br />
Ecumenismo é cuidar do sentido,<br />
do pensamento, da palavra,<br />
/ Palavra que Deus diz em<br />
nós, e que dizemos a Deus.<br />
Interpretar e reinterpretar conceitos,<br />
gestos e símbolos, /<br />
viver é interpretar.<br />
Significados que mudam, que<br />
surgem e que se vão, / refazendo<br />
o sentido da existência.<br />
Interpretar é estar atento à única<br />
divinda<strong>de</strong> que em nós habita, /<br />
Ren<strong>de</strong>ndo-lhe culto sincero.<br />
Ecumenismo é cuidar da vida,<br />
do corpo e da alma, / à imagem<br />
e semelhança do Criador.<br />
Vida que sofre, que chora, que<br />
ri, / vida que sente, que <strong>de</strong>seja,<br />
que anseia / igual ao Deus<br />
encarnado.<br />
Cuidar da alma, do sentimento,<br />
do <strong>de</strong>sejo, / cuidar do corpo,<br />
tratar, sarar, embelezar ...<br />
templo on<strong>de</strong> o divino habita.<br />
Administrar a riqueza do ser<br />
criatura, / um cuidado econômico,<br />
/ na economia do divino<br />
refazendo a criação.<br />
Cuidar é a arte <strong>de</strong> viver, /<br />
Ecumenismo, a arte <strong>de</strong> cuidar.<br />
Leia mais sobre ecumenismo: www.itesc.ecumenismo.com<br />
Objetivos da pastoral do dízimo<br />
A equipe <strong>de</strong> pastoral do dízimo<br />
tem como objetivo evangelizar<br />
sobre o dízimo, suas dimensões<br />
e objetivos, conscientizando os<br />
paroquianos sobre a importância<br />
<strong>de</strong> participar e <strong>de</strong> se responsabilizar<br />
pela Igreja e pelos irmãos, para<br />
que todos sejam iguais em tudo,<br />
e vivam com dignida<strong>de</strong> e assistência<br />
recíproca.<br />
O dizimista está conscientizado<br />
<strong>de</strong> que o irmão excluído é<br />
também sua responsabilida<strong>de</strong>, e a<br />
Igreja é o meio <strong>de</strong> chegar a ele com<br />
a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> concreta. As pastorais<br />
e movimentos realizam um<br />
trabalho social <strong>de</strong> reconhecimento<br />
nacional, po<strong>de</strong>ndo citar-se, entre<br />
outras, a pastoral da criança, a pastoral<br />
familiar, a pastoral do migrante.<br />
A responsabilida<strong>de</strong> do cristão<br />
não <strong>de</strong>ve omitir a manutenção da<br />
s<strong>ed</strong>e da sua comunida<strong>de</strong>, pois a<br />
Igreja, com sua estrutura e seus<br />
ministros, está a seu serviço. A<br />
oferta do dízimo é o caminho para<br />
se cumprir esse <strong>de</strong>ver.<br />
Esquematizando, são estes os<br />
objetivos da equipe <strong>de</strong> pastoral do<br />
dízimo: 1 - Conscientizar os irmãos/irmãs<br />
sobre a dimensão bíblica,<br />
teológica e espiritual do<br />
dízimo; 2 - Mostrar que o dízimo é<br />
um ato <strong>de</strong> fé, <strong>de</strong> esperança e <strong>de</strong><br />
carida<strong>de</strong>; 3 - Testemunhar a alegria<br />
<strong>de</strong> uma vida agra<strong>de</strong>cida a<br />
Deus, através da oferta mensal do<br />
dizimo; 4 - Apresentar o dizimo<br />
como condição privilegiada da experiência<br />
<strong>de</strong> comunhão e participação<br />
e, portanto, da experiência<br />
<strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> agir como Igreja.<br />
A equipe não <strong>de</strong>ve ter primordialmente<br />
preocupação financeira,<br />
e sim evangelizadora, contribuindo<br />
para que cada cristão/cristã<br />
possa exercer com alegria o seu<br />
direito <strong>de</strong> ofertar o dízimo em sua<br />
comunida<strong>de</strong>, lá on<strong>de</strong> vive sua fé.<br />
Equipe arquidiocesana do dízimo<br />
Pe. Osmar Müller– Uma vida pela Justiça<br />
No Jubileu <strong>de</strong> Ouro sacerdotal e nos<br />
20 anos <strong>de</strong> falecimento é <strong>de</strong> obrigação<br />
recordarmos a gran<strong>de</strong> figura humana,<br />
cristã e presbiteral do brusquense<br />
Osmar P<strong>ed</strong>ro Müller, nascido aos 15 <strong>de</strong><br />
março <strong>de</strong> 1931, filho <strong>de</strong> Francisco<br />
Olegário e Paula Olinger Müller.<br />
Entrou no Seminário <strong>de</strong> Azambuja<br />
em fevereiro <strong>de</strong> 1943. Indicado pela<br />
<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, estudou<br />
em Roma <strong>de</strong> 1949 a 1956, lá sendo<br />
or<strong>de</strong>nado presbítero a 25 <strong>de</strong> fevereiro<br />
<strong>de</strong> 1956, juntamente com os colegas <strong>de</strong><br />
arquidiocese Pe.s Ney Brasil Pereira e<br />
Gilberto Luiz Gonzaga.<br />
Sua primeira missão, <strong>de</strong> 1957 a<br />
1965, foi no Seminário <strong>de</strong> Azambuja,<br />
on<strong>de</strong> exerceu as funções <strong>de</strong> professor,<br />
prefeito <strong>de</strong> disciplina e diretor espiritual.<br />
A imagem que <strong>de</strong>le ficou em seus alunos<br />
<strong>de</strong> Azambuja foi <strong>de</strong> um homem sábio,<br />
pi<strong>ed</strong>oso, sério, severo, sensível nos<br />
momentos <strong>de</strong> sofrimento. Em 1963-1964<br />
d<strong>ed</strong>icou-se à Juventu<strong>de</strong> Operária Católica<br />
– JOC, com trabalhadores das fábricas<br />
brusquenses. Um trabalho difícil,<br />
cumprido em ob<strong>ed</strong>iência ao mandado<br />
do arcebispo Dom Afonso.<br />
Professor Professor e e formador<br />
formador<br />
em em Curitiba<br />
Curitiba<br />
Com a fundação do Seminário<br />
Catarinense PAULINUM em Curitiba,<br />
entre 1966-1969 foi diretor espiritual<br />
<strong>de</strong>ssa instituição interdiocesana e secretário<br />
do Instituto Filosófico e Teológico<br />
<strong>de</strong> Curitiba – IFTP. Respiravam-se os<br />
ares conciliares e Pe. Osmar teve a graça<br />
<strong>de</strong>, entre novembro <strong>de</strong> 1966 e fevereiro<br />
<strong>de</strong>1967, participar <strong>de</strong> um Curso<br />
<strong>de</strong> Liturgia em Trier, na Alemanha, promovido<br />
pelo CELAM, para lecionar<br />
Liturgia no Instituto Teológico <strong>de</strong> Curitiba.<br />
“A mentalida<strong>de</strong> do Instituto <strong>de</strong> Liturgia<br />
(<strong>de</strong> Trier) é <strong>de</strong> renovação – aberta,<br />
<strong>de</strong>sligada <strong>de</strong> preconceitos – realista –<br />
valorizante <strong>de</strong> todos os valores das várias<br />
épocas. E tudo isso, sem espírito<br />
revolucionário ou contrário a gerações<br />
passadas”, escreveu ao Arcebispo.<br />
No mesmo espírito – e contribuindo<br />
para a gênese <strong>de</strong> um novo Pe. Osmar<br />
– em junho <strong>de</strong> 1968 participou <strong>de</strong> um<br />
Curso <strong>de</strong> atualização social em Olinda,<br />
promovido pelo IBRADES. Em carta a<br />
Dom Afonso Niehues (20/06) assim se<br />
expressou: “Durante a viagem estava<br />
atento à paisagem, aos moradores, casas,<br />
costumes. Não pu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter<br />
um choque diante do casario das cida<strong>de</strong>zinhas<br />
da Bahia, Sergipe, Alagoas:<br />
impressionante a miséria, falta <strong>de</strong> iniciativa,<br />
<strong>de</strong> limpeza, <strong>de</strong> trabalho.”<br />
Motivando Motivando a a Igreja<br />
Igreja<br />
catarinense<br />
catarinense<br />
Em 1970 a Igreja em Santa Catarina<br />
<strong>de</strong>sligava-se do Regional Sul-3 da<br />
CNBB e Pe. Osmar foi indicado para<br />
subsecretário e organizador do Regional<br />
Sul 4 da CNBB em <strong>Florianópolis</strong>,<br />
coor<strong>de</strong>nando a pastoral das dioceses<br />
catarinenses. Empenhou-se <strong>de</strong> corpo e<br />
alma na implantação do método da<br />
Pe. Osmar, no dia <strong>de</strong> sua or<strong>de</strong>nação<br />
presbiteral, em Roma, em 1956.<br />
Criativida<strong>de</strong> Comunitária como instrumento<br />
da ação pastoral: se para muitos<br />
o método serviu para alimentar o<br />
narcisismo espiritual, para Pe. Osmar<br />
foi ocasião <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> vida pessoal,<br />
eclesial e comunitária. De homem intransigente,<br />
radical, perfeccionista, tornouse<br />
um homem do diálogo, do respeito<br />
pelo outro, mas com a firmeza nas opções.<br />
Quando foi criado o Instituto Teológico<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina – ITESC em<br />
<strong>Florianópolis</strong>, ele quis que a Teologia<br />
tivesse como background os 14 Sistemas<br />
do método, criando-se mal estar<br />
entre ele, o Regional e o diretor Pe.<br />
Paulo Bratti.<br />
Sonhava com uma Igreja que Jesus<br />
Cristo sonhou: uma Igreja <strong>de</strong> comunhão,<br />
participação, solidária, pobre,<br />
missionária. Iniciou a preparação e organização<br />
do CIER (para a <strong>ed</strong>ucação<br />
religiosa), uma das mais belas experiências<br />
<strong>de</strong> Ecumenismo: “Continuem esta<br />
obra respeitando sempre a gloriosa liberda<strong>de</strong><br />
dos filhos <strong>de</strong> Deus” falou, muito<br />
emocionado, em sua <strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>ida do<br />
Regional, em Lages. Pe. Osmar buscava<br />
uma Igreja sempre mais corajosa,<br />
voltada mais para os caminhos a percorrer,<br />
do que para glórias e seguranças<br />
passadas.<br />
Missionário Missionário no<br />
no<br />
Sertão Sertão baiano<br />
baiano<br />
A Igreja catarinense abriu-se à ação<br />
missionária em âmbito nacional e criou o<br />
Projeto Igrejas-Irmãs, assumindo ajudar<br />
na formação <strong>de</strong> agentes nas dioceses do<br />
interior baiano. Assim, em 1975 Pe.<br />
Osmar foi para a Bahia, coor<strong>de</strong>nando lá<br />
o Projeto das Igrejas-Irmãs e assumindo<br />
a paróquia <strong>de</strong> Capim Grosso, na diocese<br />
<strong>de</strong> Bonfim. Foi como pobre para trabalhar<br />
entre os pobres: o mínimo <strong>de</strong> roupa<br />
e, <strong>de</strong> livros, apenas a Bíblia.<br />
Em carta a Dom Afonso (27/08-77)<br />
resumia seu trabalho: “Estamos, Bruno<br />
e eu, numa “semana pastoral” (3 dias),<br />
lidando com reuniões do Povo, sobre a<br />
situação econômica, social, religiosa em<br />
que vivem, e com treinamento às li<strong>de</strong>ranças,<br />
para que se sintam encorajados<br />
a movimentar o Povo.”<br />
Divulgação JA<br />
Numa homilia em Serrolândia atacou<br />
a injustiça vigente: foi acusado <strong>de</strong><br />
subversivo, comunista e por pouco não<br />
foi executada a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prisão. Num<br />
Comunicado ao povo (22/06-78) assim<br />
se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u: “Repudio como caluniosas,<br />
ridículas, as acusações <strong>de</strong> comunista e<br />
subversivo [...]. No exemplo <strong>de</strong> Cristo<br />
vejo um convite sereno a continuar a ajudar<br />
os pobres, os pequenos, os miseráveis,<br />
este nosso povo querido e sofrido<br />
<strong>de</strong> nosso sertão. Se um remorso me pesa<br />
é o <strong>de</strong> não ter tido mais coragem e mais<br />
d<strong>ed</strong>icação a esses meus irmãos sem voz<br />
e sem vez. Pesa-me, não o que fiz, mas<br />
o que tenho <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> fazer.”<br />
Revolucionário Revolucionário do do Evan- EvanEvan- gelho gelho na na Nicarágua Nicarágua<br />
Nicarágua<br />
Entusiasmado pelo triunfo do Sandinismo<br />
em 1979, em 13 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />
1980 dirigiu-se para a Nicarágua, <strong>de</strong>cidido<br />
a doar-se àquele povo, como missionário:<br />
“Estou <strong>de</strong> partida para a Nicarágua.<br />
Desejo colocar-me à disposição <strong>de</strong>sse<br />
Povo sofrido, heróico”. Ali, atuou primeiro<br />
numa paróquia <strong>de</strong> subúrbio, na<br />
capital; <strong>de</strong>pois, em Rosita, no interior; e<br />
finalmente em Waslala, região pobre ao<br />
norte do país, na fronteira com Honduras.<br />
Foi sempre mais tomado pela impaciência<br />
revolucionária: “Conseguiremos<br />
criar um tipo <strong>de</strong> pastoral revolucionária?<br />
Devemos criar estruturas eclesiásticas<br />
pastorais, paralelas paralelas às organizações<br />
revolucionárias do Povo? Parece<br />
que não. E sim, encarnar-nos nelas.<br />
Mas então, como conseguiremos oferecer<br />
os serviços <strong>de</strong> evangelização,<br />
metánoia metánoia metánoia metánoia metánoia permanente, formação crescente<br />
para esses cristãos engajados? E<br />
que dosagem <strong>de</strong> politização (=compromisso<br />
com o bem comum, exercício do<br />
po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r popular, disposição para os serviços<br />
comunitários e sacrifícios – sementes<br />
do futuro) <strong>de</strong>vemos ir “inoculando”<br />
no Povo? Em que linguagem? Em que<br />
metodologia? Enquanto há essas tarefas<br />
cruciais <strong>de</strong> discípulos do Senhor, que<br />
nos toca em realida<strong>de</strong> fazer?” (Carta a<br />
Pe. Debiasi em 30/08/81).<br />
Sentiu a campanha internacional<br />
contra a Igreja popular nicaragüense;<br />
sofreu com as imposições do Vaticano<br />
contra os Ministros <strong>de</strong> Estado padres;<br />
sofreu a incompreensão da CNBB que,<br />
enviando um bispo para conhecer a realida<strong>de</strong>,<br />
elaborou um relatório negativista.<br />
Referindo-se ao bispo envolvido,<br />
Pe. Osmar treme em carta a Dom<br />
Afonso (02/06/82): “[...] A frase que instintivamente<br />
me vem à mente é a <strong>de</strong> Jesus:<br />
Mt 19,23 – “como é difícil um rico<br />
entrar no Reino dos Céus”. Não digo<br />
entrar no Céu. Parece Parece que ele (o bispo)<br />
é sincero. Mas que não entra no<br />
reino dos céus, a partir dos pequenos e<br />
pobres, ele está mostrando que não<br />
consegue entrar. Toda uma formação<strong>de</strong>formação<br />
lhe imp<strong>ed</strong>e o passo”.<br />
(Continua (Continua (Continua (Continua (Continua na na na na na próxima próxima próxima próxima próxima <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição)<br />
Pe. Pe. José José Artulino Artulino Besen<br />
Besen
MISSÃO<br />
Jornal Missão Jovem celebra 20 anos<br />
Tudo começou em meados<br />
<strong>de</strong> 1986. Inquietava-me<br />
em <strong>de</strong>scobrir uma forma <strong>de</strong><br />
atuar <strong>de</strong> maneira mais ampla<br />
e eficaz com a juventu<strong>de</strong>, e<br />
com a animação missionária,<br />
a começar pela <strong>Arquidiocese</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, on<strong>de</strong> tinha<br />
sido <strong>de</strong>stinado para trabalhar.<br />
O que fazer? Aos poucos,<br />
fui-me convencendo da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se ter um meio<br />
<strong>de</strong> comunicação como veículo<br />
para realizar uma animação<br />
e formação missionária<br />
mais constante e abrangente.<br />
Após longa reflexão e aconselhamento,<br />
<strong>de</strong>cidi iniciar a<br />
publicação <strong>de</strong> um jornal voltado<br />
à formação missionária<br />
das li<strong>de</strong>ranças, com uma<br />
atenção toda especial para a<br />
juventu<strong>de</strong>, para que, além <strong>de</strong><br />
assumir seu compromisso<br />
com a sua comunida<strong>de</strong>, abrisse<br />
cada vez mais seus horizontes<br />
para a evangelização<br />
do mundo.<br />
O novo jornal <strong>de</strong>via ser <strong>de</strong>cididamente<br />
missionário,<br />
mas, ao mesmo tempo, seus<br />
conteúdos <strong>de</strong>viam calar concretamente<br />
no dia-a-dia da<br />
vida das pessoas, comprometendo-as<br />
na caminhada <strong>de</strong><br />
sua comunida<strong>de</strong>.<br />
Foi <strong>de</strong>ssa forma que nasceu,<br />
em <strong>Florianópolis</strong>, no<br />
mês <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1986, o<br />
Jornal “Missão Jovem”.<br />
As As Primeiras Primeiras Edições<br />
Edições<br />
No início passamos por<br />
muitas dificulda<strong>de</strong>s. Nos primeiros<br />
sete meses, a equipe<br />
que me ajudou era composta<br />
exclusivamente por voluntários.<br />
As primeiras funcionárias<br />
contratadas foram a Jane<br />
Ferreira, Mirtes Pelisser e<br />
Olga Teresinha <strong>de</strong> Oliveira. A<br />
partir <strong>de</strong>stas três jovens, muitos<br />
outros jovens se seguiram,<br />
formando sucessivas<br />
equipes. Foram eles que me<br />
auxiliaram a construir a bonita<br />
história do MJ.<br />
O meu agra<strong>de</strong>cimento vai<br />
primeiramente ao amigo<br />
Mons. Agostinho Staehelin,<br />
gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alista, que acolheu<br />
no jornal “A Voz do Estreito”,<br />
por ele <strong>ed</strong>itado, o “Missão<br />
Jovem” recém nascido,<br />
como encarte <strong>de</strong>stinado à<br />
juventu<strong>de</strong>.<br />
Encarte Encarte catequético<br />
catequético<br />
Um agra<strong>de</strong>cimento especial<br />
à Ir. Marlene Bertoldi, Coor<strong>de</strong>nadora<br />
Arquidiocesana da<br />
Catequese, pois o Jornal <strong>de</strong>u<br />
um salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e em<br />
sua difusão, quando, em março<br />
<strong>de</strong> 1993, junto com o Pe.<br />
Francisco <strong>de</strong> Assis Wloch, ela<br />
solicitou a inclusão, no MJ, do<br />
Presença do Jornal no Brasil<br />
Encarte Catequético “Catequese<br />
Caminhando”. Atualmente,<br />
milhares <strong>de</strong> catequistas,<br />
em todo o Brasil, assinam<br />
e usam o MJ, atraídos<br />
pela sua riqueza <strong>de</strong> conteúdos<br />
e simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguagem.<br />
A Equipe do “Missão Jovem”<br />
está em constante renovação.<br />
Para não cair no intelectualismo<br />
e ficar com os pés<br />
no chão, além <strong>de</strong> preparar<br />
mensalmente o jornal e outros<br />
subsídios, constantemente se<br />
envolve com as diversas pastorais<br />
e na animação missionária<br />
em nível local e nacional,<br />
organizando ativida<strong>de</strong>s ligadas<br />
à vida das comunida<strong>de</strong>s<br />
e das escolas, como: concursos,<br />
gincanas, cursos, semana<br />
<strong>de</strong> férias etc.<br />
Devo outrossim reconhecer<br />
que o jornal não é fruto somente<br />
do esforço da equipe,<br />
mas também do amor e ardor<br />
missionário <strong>de</strong> muitos amigos<br />
e colaboradores que, <strong>de</strong> diversas<br />
formas, contribuíram e<br />
contribuem pelo seu engran<strong>de</strong>cimento.<br />
É a família “Missão<br />
Jovem” que vai crescendo e<br />
proporcionando um gran<strong>de</strong><br />
serviço a todo o Brasil.<br />
NOTÍCIAS DO COMIDI<br />
Adolescentes Missionários<br />
De 28 a 30 <strong>de</strong> Julho, na<br />
comunida<strong>de</strong> da Gruta da Paróquia<br />
<strong>de</strong> São Francisco <strong>de</strong><br />
Assis -Aririú, realizou-se o<br />
congresso dos grupos <strong>de</strong> adolescentes<br />
missionários da<br />
<strong>Arquidiocese</strong>. Graças a Deus<br />
o movimento está se firmando<br />
cada vez mais. Precisamos <strong>de</strong><br />
um número maior <strong>de</strong> assessores<br />
para aten<strong>de</strong>r a tantos<br />
grupos que estão surgindo.<br />
Formação <strong>de</strong> Assessores<br />
Dia 06 <strong>de</strong> Agosto, na paróquia<br />
<strong>de</strong> Santo Antônio, em<br />
<strong>Florianópolis</strong>, das 8 às 13 hs,<br />
haverá uma manhã <strong>de</strong> formação<br />
para antigos e novos assessores<br />
da Infância Missionária. O<br />
encontro, promovido pela comarca<br />
da Ilha, é aberto a todos<br />
e todas que, das outras comarcas,<br />
quiserem participar. Inscrição<br />
com Olindamir F. (48)3324-<br />
0970 (das 14.30 às 17 hs)<br />
No dias 14 <strong>agosto</strong>, às<br />
19:00h, no Plénário Deputado<br />
Osni Régis, nas <strong>de</strong>pendências<br />
da Assembléia Legislativa<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina,<br />
realizar-se-á a Sessão Solene<br />
em comemoração aos<br />
vinte anos do Jornal Missão<br />
Jovem. Compareça! Você é<br />
Pres. Do COMIDI: Diac.<br />
Ricardo (48) 9101-2147; Secretaria<br />
do COMIDI (Olindamir):<br />
(48) 3324-0970; Leka (Infância<br />
CONVITE<br />
ENDEREÇOS ÚTEIS<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -13<br />
Encontros Comarcais<br />
Do dia 1º ao dia 12 <strong>de</strong><br />
<strong>agosto</strong>, os COMICOS (Conselhos<br />
Missionários Comarcais)<br />
farão sua reunião tendo em vista<br />
a preparação para a Assembléia<br />
Missionária a ser realizada<br />
no dia 17 <strong>de</strong> setembro.<br />
Encontro do COMIDI<br />
No dia 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, numa<br />
das salas da Cat<strong>ed</strong>ral, haverá<br />
o encontro do COMIDI a partir<br />
das 8.30 às 15hs. São convidados<br />
os coor<strong>de</strong>nadores das<br />
comarcas e os responsáveis<br />
dos diversos setores da Animação<br />
Missionária. Na ocasião<br />
haverá também a avaliação da<br />
missão popular realizada na<br />
Igreja Irmã da Barra-BA.<br />
Mais informações com<br />
Olindamir F. (48)3324-0970<br />
(das 14.30 às 17 hs) ou com<br />
Pe. Paulo F. (48) 3222-9572 –<br />
pe.paulo@missãojovem.com.br<br />
VINTE ANOS DO JORNAL MISSÃO JOVEM<br />
nosso convidado!<br />
Obs.: Nos dias 14 e 15 <strong>de</strong><br />
<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> 2006, no horário<br />
das 09:00h às 19:00h, estará<br />
acontecendo também, no<br />
hall <strong>de</strong> entrada da Assembléia<br />
Legislativa, a exposição<br />
comemorativa aos 20 anos<br />
do Jornal Missão Jovem.<br />
Países on<strong>de</strong> o MJ está presente<br />
Missionária) (048) 3222-9572;<br />
Tina (Adolescentes Missionários)<br />
(047) 3241-2233 (tar<strong>de</strong>) -<br />
3346-9205 (manhã).
14-<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
RETALHOS DO COTIDIANO<br />
MÃOS<br />
Elas falam tanto, dizem<br />
tanto ao coração... Mãos<br />
enlaçadas em momentos <strong>de</strong><br />
alegria, mãos enlaçadas em<br />
momentos <strong>de</strong> dor. São um poema<br />
sem palavras, que diz<br />
tudo sem errar nada. Mãos<br />
enlaçadas exprimem ternura,<br />
confiança, gratidão, bem-querer,<br />
carinho. Manifestam o que<br />
as palavras não conseguem<br />
exprimir, o que o coração não<br />
consegue dizer, o que o olhar<br />
não consegue traduzir. Aproveitemos<br />
o tempo em que é<br />
possível, e bom, sentir o calor<br />
da mão <strong>de</strong> quem amamos, o calor<br />
da mão <strong>de</strong> quem nos quer bem.<br />
Haverá o tempo em que as mãos ficarão<br />
frias e aí nem o amor, nem a<br />
amiza<strong>de</strong>, nem a gratidão po<strong>de</strong>rão ser<br />
apresentados como atestado do que<br />
nos vai na alma.<br />
SEM RESPOSTA<br />
É uma catequista jovem. As duas<br />
crianças estão na frente, andando<br />
em direção ao salão. Não a vêem.<br />
Lá <strong>de</strong> trás ela pergunta:<br />
- Fernando, aon<strong>de</strong> vocês vão?<br />
Não obtém resposta. Volta à carga:<br />
- Vão comer?<br />
Novamente eles silenciam. Ela se<br />
sente meio perdida. E vai embora<br />
<strong>de</strong>vagarzinho, cabisbaixa. Lembrei-me<br />
<strong>de</strong> Jesus: quantas vezes Ele nos fala!<br />
Quantas! E nós, como o pequeno<br />
Fernando e seu amiguinho, não lhe<br />
damos resposta. Então, Ele vai embora.<br />
Devagarzinho. Mas logo voltará. Ele<br />
é o amor, e o amor não sabe ficar longe,<br />
vai sempre ao encontro!<br />
AMAR<br />
Ó bom Jesus, que me amas tanto,<br />
ajuda-me a te amar, Tu, o único e<br />
verda<strong>de</strong>iro amor!<br />
BONDADE<br />
Dizem que certas coincidências<br />
trazem a assinatura <strong>de</strong> Deus. Hoje tirei<br />
um pensamento bíblico da caixinha<br />
que está sobre a mesa e li: “Vou fazer<br />
passar diante <strong>de</strong> ti toda a minha<br />
bonda<strong>de</strong>” (Ex 33,19). Logo <strong>de</strong>pois,<br />
folheando uns artigos, encontrei o <strong>de</strong><br />
Arnaldo Jabor, <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 97,<br />
sobre a morte <strong>de</strong> Madre Teresa e<br />
Lady Di. Afirmou ele, referindo-se à<br />
humil<strong>de</strong> e santa freirinha <strong>de</strong> Calcutá:<br />
“Quase ninguém conhece as <strong>de</strong>lícias<br />
do martírio da bonda<strong>de</strong>”. Que pensamento<br />
interessante! E verda<strong>de</strong>iro,<br />
não? Apressei-me e p<strong>ed</strong>i: “Senhor,<br />
ajuda-me a ser bom. Não só até um<br />
certo ponto, mas sempre e em qualquer<br />
lugar. Ajuda-me a conhecer as<br />
<strong>de</strong>lícias do martírio da bonda<strong>de</strong>!<br />
SOMBRA E SOL<br />
Há pouco saídos da máquina, os<br />
lençóis, fronhas, camisas e meias são<br />
postos no varal, à sombra, naquela varanda<br />
que todas as tar<strong>de</strong>s acolhe o<br />
velho Sebastião e dona Matil<strong>de</strong>.<br />
Por que usar a sombra se o sol<br />
brilha tanto e tão alegremente nesta<br />
manhã? Serão assim os que vivem<br />
na tristeza? Serão assim os que<br />
não se aproximam <strong>de</strong> Ti, Sol que<br />
nunca te pões? Seremos assim todos<br />
nós que não servimos o irmão,<br />
que não amamos? Quanto tempo a<br />
mais para secar nosso rancor, nosso<br />
<strong>de</strong>sânimo, se não estamos contigo,<br />
Sol nascente que nos reanimas<br />
cada dia para os embates da vida!<br />
LÍNGUA<br />
Há navios enormes que levam<br />
milhares <strong>de</strong> pessoas a bordo e transportam<br />
<strong>de</strong>zenas e mais <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
toneladas <strong>de</strong> carga, e existem aviões<br />
que, quando <strong>de</strong>colam, pesam mais<br />
<strong>de</strong> 500 toneladas. É interessante: o<br />
homem sabe manobrar um navio gigantesco,<br />
sabe pilotar um avião<br />
imenso e, muitas vezes, não sabe<br />
comandar uma coisa tão pequena,<br />
mas tão importante, como a língua!<br />
Carlos Martendal<br />
Divulgação/JA<br />
ENTREVISTA<br />
Pe. Rufino, uma vocação missionária<br />
No dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, Pe. José Rufino<br />
Filho celebrou jubileu <strong>de</strong> 25 anos<br />
<strong>de</strong> vida presbiteral. A celebração foi<br />
realizada na Paróquia São João Batista,<br />
em Barrocas, diocese <strong>de</strong> Serrinha, na<br />
Bahia, on<strong>de</strong> há dois anos e meio é padre<br />
missionário.<br />
Natural <strong>de</strong> Uraí, no interior do Paraná,<br />
Pe. Rufino teve <strong>de</strong>spertada sua vocação<br />
para a vida presbiteral ainda criança,<br />
motivada pela religiosida<strong>de</strong> da família e<br />
pela presença dos padres Franciscanos<br />
Capuchinhos. Com 11 anos entrou para<br />
o Seminário. Or<strong>de</strong>nado presbítero em<br />
1981, em 1991 foi transferido para a<br />
<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>. Aqui conheceu<br />
melhor o clero secular e <strong>de</strong>cidiu<br />
se tornar diocesano. Atualmente é padre<br />
missionário na Bahia.<br />
Aproveitando a visita que fez a sua<br />
família na <strong>Arquidiocese</strong>, fizemos a entrevista<br />
que segue. Nela, Pe. Rufino fala<br />
dos seus 25 anos <strong>de</strong> padre, da motivação<br />
para entrar para o clero secular, sobre<br />
o interesse pelo trabalho missionário<br />
e fala do que é preciso para ser um<br />
missionário.<br />
JA - O que mais o inspirou nesses<br />
25 anos <strong>de</strong> padre?<br />
Pe. Rufino – O contato com o povo é<br />
uma gran<strong>de</strong> inspiração, mas o estudo da<br />
Sagrada Escritura sempre foi o que mais<br />
me <strong>de</strong>u força. Quando pequeno, meu pai<br />
lia trechos da Bíblia para mim e meus irmãos<br />
e com freqüência recitava alguns versos.<br />
Foi o meu primeiro professor das Sagradas<br />
Escrituras. Minha mãe, mesmo<br />
analfabeta, ajudava como podia. Quando<br />
me tornei padre, procurei me especializar.<br />
Sou mestre em Teologia Bíblica pela<br />
Gregoriana em Roma e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, leciono<br />
a disciplina para leigos e seminaristas.<br />
Penso que a minha experiência <strong>de</strong> infância<br />
é o que falta aos jovens <strong>de</strong> hoje. As famílias<br />
não lêem a Bíblia como antigamente. Os<br />
Grupos Bíblicos em Família se tornam uma<br />
importante retomada <strong>de</strong>ssa prática.<br />
JA - O senhor era padre <strong>de</strong> congregação<br />
e se tornou diocesano. O que o<br />
motivou para esta mudança?<br />
Pe. Rufino – Fui or<strong>de</strong>nado padre em<br />
1981, pela congregação dos Franciscanos<br />
Capuchinhos. Em 1991, fui transferido para<br />
a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, para ser<br />
vigário na Paróquia da Trinda<strong>de</strong>. A convivência<br />
com os padres seculares me motivou<br />
bastante. Estar fixo em uma região e<br />
ter a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar uma experiência<br />
missionária mais longe era o que eu<br />
buscava. Como capuchinho, minha área <strong>de</strong><br />
atuação se restringia entre Santa Catarina<br />
e Paraná. Nesse período, meus pais e alguns<br />
familiares haviam-se mudado para<br />
<strong>Florianópolis</strong>. Assim, em 1997, solicitei a<br />
minha transferência para o clero diocesano.<br />
JA - Há dois anos e meio o senhor é<br />
missionário na Paróquia São João Batista,<br />
em Barrocas, diocese <strong>de</strong> Serrinha,<br />
na Bahia. O que o motivou a seguir a<br />
vida missionária?<br />
Pe. Rufino – A dimensão missionária<br />
é muito presente, atual, necessária e urgente<br />
na Igreja hoje. A própria CNBB temse<br />
aberto para esta questão. Para o próximo<br />
ano, o tema da Campanha da<br />
Fraternida<strong>de</strong> será a Amazônia, com um<br />
enfoque no trabalho missionário. A<br />
<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> tem já boa<br />
tradição nesse campo. Temos quatro padres<br />
em terras <strong>de</strong> missão no Brasil e,<br />
agora, um em missão exterior. Sem falar<br />
dos leigos e religiosos espalhados pelo<br />
Brasil e pelo mundo, e os que todos os<br />
anos participam <strong>de</strong> visitas missionárias.<br />
O meu <strong>de</strong>spertar vem da infância, do convívio<br />
com os padres capuchinhos, e fui<br />
bastante motivado por esse trabalho que<br />
existe na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
JA - O que é preciso para seguir a<br />
vida missionária?<br />
Pe. Rufino – É uma realida<strong>de</strong> bastante<br />
diferente: economia, cultura, alimentação,<br />
clima. Para seguir a vida missionária,<br />
a pessoa <strong>de</strong>ve estar disposta a fazer uma<br />
inculturação. É preciso uma adaptação<br />
pessoal, longe da família e dos amigos.<br />
Ser missionário é se dispor a isso. Mas é<br />
muito compensador. Consegui me adaptar<br />
muito bem on<strong>de</strong> estou. O povo me acolheu<br />
com alegria. Eles ficam felizes com a<br />
chegada do padre. As regiões do Norte e<br />
Nor<strong>de</strong>ste do país são muito carentes <strong>de</strong><br />
padres. A paróquia on<strong>de</strong> estou tem 18 mil<br />
habitantes e 24 comunida<strong>de</strong>s. Se eu não<br />
estivesse lá, não teriam um padre. Lá estou<br />
lecionando no seminário maior <strong>de</strong> Feira<br />
<strong>de</strong> Santana e ministro cursos <strong>de</strong> teologia<br />
para leigos.<br />
JA - Está em seus planos a missão<br />
além fronteiras?<br />
Pe. Rufino – Penso que é um pouco<br />
c<strong>ed</strong>o para pensar nisso. No momento,<br />
não. Gosto <strong>de</strong> lecionar e esse trabalho<br />
ficaria prejudicado em uma missão exterior.<br />
Penso em, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período,<br />
retornar à <strong>Arquidiocese</strong> e, mais tar<strong>de</strong>, se<br />
possível, retomar outro trabalho missionário<br />
no Brasil.<br />
Divulgação JA<br />
Pe. Pe. Rufino: Rufino: paixão pelas Sagradas Escrituras<br />
e pela vida missionária.<br />
JA - O que o senhor diria para os<br />
padres e leigos que preten<strong>de</strong>m seguir o<br />
trabalho missionário?<br />
Pe. Rufino – Hoje há um <strong>de</strong>spertar<br />
cada vez maior dos padres e leigos para<br />
a vida missionária. É uma experiência<br />
que enriquece muito. Em muitas comunida<strong>de</strong>s<br />
do nor<strong>de</strong>ste, as religiosas é que<br />
fazem boa parte do trabalho. São elas<br />
que batizam, casam e celebram. É importante<br />
que haja essas pessoas dispostas<br />
a estar presentes na missão. Os leigos<br />
estão participando e <strong>de</strong>vem ser estimulados<br />
cada vez mais. À m<strong>ed</strong>ida que<br />
mais gente participar, po<strong>de</strong> haver uma<br />
maior alternância <strong>de</strong> padres e leigos. O<br />
trabalho missionário vale muito a pena.<br />
Quem sabe, no próximo ano, com a<br />
Campanha da Fraternida<strong>de</strong>, esse trabalho<br />
se <strong>de</strong>senvolva ainda mais.
Católicos, Luteranos e<br />
Metodistas fazem história<br />
no ecumenismo<br />
O dia 23 <strong>de</strong> Julho fica na história do<br />
ecumenismo: o Conselho Metodista Mundial<br />
a<strong>de</strong>riu à Declaração conjunta católico-luterana<br />
sobre a Doutrina da Justificação,<br />
<strong>de</strong> 1999. George H. Freeman, secretário-geral<br />
do Conselho Metodista<br />
Mundial, afirmou na ocasião que se estava<br />
a pisar “um novo território”, abrindo<br />
as portas para “o futuro das relações<br />
ecumênicas”.<br />
O presi<strong>de</strong>nte do Conselho Pontifício<br />
para a promoção da unida<strong>de</strong> dos cristãos,<br />
Car<strong>de</strong>al Walter Kasper, e o secretáriogeral<br />
da F<strong>ed</strong>eração Luterana Mundial,<br />
Ismael Noko, marcaram presença no ato,<br />
que teve lugar na Coréia do Sul. Os seguidores<br />
<strong>de</strong> Wesley, reunidos na sua 19ª<br />
Conferência Mundial, assinalaram o momento<br />
com uma ovação <strong>de</strong> pé.<br />
O Car<strong>de</strong>al Kasper disse que esta assinatura<br />
representa “um dos maiores feitos<br />
do diálogo ecumênico” e citou Bento<br />
XVI para falar <strong>de</strong>ste acordo entre as três<br />
Igrejas como “uma plena e visível unida<strong>de</strong><br />
na fé”.A Declaração conjunta é o resultado<br />
<strong>de</strong> décadas <strong>de</strong> diálogo e é, para<br />
o membro da Cúria Romana, “um dom<br />
<strong>de</strong> Deus”. Fonte: Agência Ecclesia<br />
Maestro do Coral da<br />
Capela Sistina diz que<br />
Bento XVI dará novo<br />
impulso à música sacra<br />
O maestro perpétuo da Capela Musical<br />
Pontifícia Sistina, Domenico Bartolucci,<br />
espera que o Pontífice, que toca<br />
piano e é apreciador <strong>de</strong> Mozart e da música<br />
coral, dê novo impulso à polifonia e<br />
ao canto gregoriano na liturgia católica.<br />
Comentando o tema da vulgarização da<br />
música sacra, Bartolucci afirmou que<br />
“hoje é moda nas igrejas, canções e barulhos<br />
<strong>de</strong> guitarras, mas a culpa é sobretudo,<br />
das falsas idéias <strong>de</strong> pseudo-intelectuais,<br />
que criaram essa ‘<strong>de</strong>generação’<br />
da liturgia e da música, danificando e<br />
<strong>de</strong>sprezando a herança do passado e<br />
acr<strong>ed</strong>itando estar fazendo um bem”.<br />
As origens do coral da Capela Sistina<br />
remontam ao século VI quando, com<br />
nome “Schola Cantorum Romana”, foi<br />
reorganizada pelo Papa Gregório Magno.<br />
Em 1471, após um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência,<br />
foi remo<strong>de</strong>lada por Sixto IV, que fundou<br />
o Colégio dos Cantores Papais.<br />
A Capela Musical Pontifícia tornou-se,<br />
<strong>de</strong>pois, coral pessoal do Papa e foi <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
então <strong>de</strong>nominada Capela “Sistina”, em<br />
homenagem ao mesmo Papa Sixto IV. Na<br />
primeira meta<strong>de</strong> do século XX, seu regente<br />
foi o famoso Lorenzo Perosi. Em 1956,<br />
Domenico Bartolucci assumiu o cargo,<br />
tendo <strong>de</strong>pois recebido o título <strong>de</strong> “maestro<br />
perpétuo”. Des<strong>de</strong> 1997, o coral é dirigido<br />
por Giuseppe Liberto. A Capela Musical<br />
é atualmente composta por 20 cantores<br />
adultos e 35 meninos cantores.<br />
IGREJA NO BRASIL E NO MUNDO<br />
Bento Bento XVI XVI p<strong>ed</strong>e p<strong>ed</strong>e cessar- cessarcessar- fogo fogo no no Oriente Oriente Médio<br />
Médio<br />
Têm sido freqüentes e insistentes<br />
os apelos do Papa<br />
à paz, ao mesmo tempo em<br />
que reafirma a posição da<br />
Santa Sé, “em <strong>de</strong>fesa tanto<br />
do direito dos libaneses à integrida<strong>de</strong><br />
e à soberania <strong>de</strong><br />
seu país, como do direito dos<br />
israelenses a viver em paz<br />
em seu Estado, e igualmente<br />
do direito dos palestinos a<br />
ter uma pátria livre e soberana».<br />
No dia 23-7, na oração<br />
do Ângelus, Bento XVI assegurou<br />
que se sente «particularmente<br />
próximo das inermes<br />
populações civis, injustamente<br />
golpeadas em um<br />
conflito no qual não são mais<br />
que vítimas: tanto as da<br />
Galiléia, obrigadas a viver nos<br />
refúgios, como a gran<strong>de</strong> multidão<br />
dos libaneses, que,<br />
uma vez mais, vêem <strong>de</strong>struído seu país e<br />
têm <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-lo e tentar salvar-se em outro<br />
lugar». O Papa elevou uma «dolorosa oração<br />
para que a aspiração à paz da gran<strong>de</strong><br />
maioria das populações possa realizar-se<br />
o quanto antes, graças ao empenho comum<br />
dos responsáveis». Fez um chamado<br />
«a todas as organizações caritativas,<br />
O Líbano está mais uma vez <strong>de</strong>baixo<br />
<strong>de</strong> fogo, atingindo <strong>de</strong> forma muito dura a<br />
maior comunida<strong>de</strong> cristã do Médio Oriente.<br />
Os cristãos são cerca 1,5 milhões entre<br />
uma população total <strong>de</strong> 4,4 milhões <strong>de</strong><br />
habitantes, tendo também em conta que<br />
dos 16 milhões <strong>de</strong> libaneses na diáspora,<br />
80% são cristãos. Na década <strong>de</strong> oitenta,<br />
durante a guerra no Líbano, terão sido<br />
<strong>de</strong>struídas cerca <strong>de</strong> 300 al<strong>de</strong>ias cristãs.<br />
Agora, mais <strong>de</strong> 700 mil pessoas estão em<br />
fuga, para zonas mais seguras do país ou<br />
para a Síria, à m<strong>ed</strong>ida que a situação se<br />
agrava. Os mosteiros, casas religiosas e<br />
escolas cristãs abriram as suas portas<br />
para acolher os <strong>de</strong>slocados nacionais e<br />
Voluntário carrega uma das muitas crianças mortas no<br />
bombar<strong>de</strong>io israelense. Paz ainda é um sonho distante.<br />
Líbano, uma Igreja martirizada<br />
para que manifestem concretamente a essas<br />
populações a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> comum».<br />
O Papa <strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>iu-se p<strong>ed</strong>indo orações para<br />
que «as queridas populações do Oriente<br />
Médio sejam capazes <strong>de</strong> abandonar o caminho<br />
do enfrentamento armado e <strong>de</strong> construir,<br />
com a audácia do diálogo, uma paz<br />
justa e duradoura». Fonte: Zenit.org<br />
estrangeiros segurança. O vigário apostólico<br />
dos Latinos, D. Paul Dahdadh, refere<br />
à agência missionária MISNA que “a população<br />
sofre terrivelmente, e é necessária<br />
a intervenção da comunida<strong>de</strong> internacional<br />
para acabar com esta guerra absurda”.<br />
A Igreja Maronita está presente no<br />
Líbano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século VII e representa<br />
agora perto <strong>de</strong> um quarto da população.<br />
Ao longo dos séculos tem resistido a vários<br />
ataques, estando ainda bem presente<br />
na memória a guerra <strong>de</strong> 17 anos que começou<br />
em Abril <strong>de</strong> 1975. É uma Igreja <strong>de</strong><br />
rito oriental, em plena comunhão com o<br />
Papa e a Santa Sé <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XII.<br />
Fonte: Agência Ecclesia<br />
Arquivos do Holocausto, na Alemanhã,<br />
serão abertos para pesquisas<br />
A Alemanha <strong>de</strong>ve assinar, na quartafeira,<br />
um acordo para abrir para pesquisas<br />
os arquivos <strong>de</strong> Bad Arolsen (cida<strong>de</strong><br />
localizada no centro da Alemanha) sobre<br />
o nazismo. Os documentos <strong>de</strong>screvem<br />
como o Holocausto ocorreu, segundo informações<br />
da r<strong>ed</strong>e CNN. O acordo foi tratado<br />
em abril entre os 11 países que compõem<br />
o SIR (Serviço Internacional <strong>de</strong> Investigação),<br />
organização responsável<br />
pela custódia dos arquivos.<br />
O protocolo será assinado pelo ministro<br />
alemão Guenter Closer na presença <strong>de</strong> re-<br />
presentantes dos outros 10 países do SIR<br />
numa cerimônia em Berlim. Segundo Closer,<br />
a abertura visa os interesses <strong>de</strong> pesquisadores<br />
e <strong>de</strong>monstra o valor que o governo<br />
alemão dá ao tratamento da história.<br />
Depois <strong>de</strong> assinado, o protocolo precisa<br />
ser ratificado por Alemanha, França,<br />
Grã-Bretanha, Itália, Bélgica, Holanda,<br />
Grécia, Estados Unidos, Polônia e Israel<br />
para que os arquivos sejam abertos. Antes<br />
do acordo, a Alemanha consi<strong>de</strong>rava que o<br />
acesso aos documentos do Holocausto violaria<br />
as Leis do país. Fonte: Diário OnLine<br />
Divulgação/JA<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006 -15<br />
O Papa e as famílias<br />
O 5º Encontro Mundial das Famílias,<br />
realizado em Valência, Espanha, no início<br />
<strong>de</strong> julho, contou com a presença do<br />
Papa, na sua primeira visita apostólica<br />
àquele país. No sábado, dia 8, Bento XVI<br />
afirmou: “Os <strong>de</strong>safios da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> atual,<br />
marcada pela dispersão no âmbito urbano,<br />
fazem necessário garantir que as famílias<br />
não estejam sós. Um pequeno núcleo familiar<br />
po<strong>de</strong> encontrar obstáculos difíceis <strong>de</strong><br />
superar se for isolado do resto <strong>de</strong> seus parentes<br />
e amigos. Por isso a comunida<strong>de</strong><br />
eclesial <strong>de</strong>ve oferecer acompanhamento,<br />
estímulo e alimento espiritual que fortaleça<br />
a coesão familiar, sobretudo nas provas ou<br />
momentos críticos. Assim, é muito importante<br />
o trabalho das paróquias, bem como<br />
das diversas associações eclesiais, chamadas<br />
a colaborar como r<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> apoio e<br />
presença vizinha da Igreja para o crescimento<br />
da família na fé. Cristo revelou a fonte<br />
suprema da vida para todos e, portanto,<br />
também para a família. Fonte: CNBB<br />
Encontro Internacional do<br />
movimento “Fé e Luz”<br />
Realizou-se em Madrid, em Julho, o<br />
Encontro Internacional do “Fé e luz”,<br />
movimento cristão que apóia as pessoas<br />
portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências e as<br />
suas famílias. A capital espanhola acolheu<br />
375 responsáveis e <strong>de</strong>legados dos<br />
76 países em que o movimento está presente.<br />
Com uma forte conotação<br />
ecumênica, o “Fé e luz” acolhe católicos,<br />
protestantes, anglicanos e ortodoxos e<br />
conta, no mundo, com 1463 comunida<strong>de</strong>s.<br />
É um movimento <strong>de</strong> leigos, fundado<br />
por Jean Vanier (fundador da “Arche”) e<br />
Marie Hélène Mathieu (<strong>ed</strong>ucadora especializada<br />
em trabalho com pessoas com<br />
<strong>de</strong>ficiência) nas últimas décadas do séc.<br />
XX.<br />
O Fé e Luz constituiu-se em torno da<br />
constatação do isolamento social e<br />
eclesial das famílias com filhos com <strong>de</strong>ficiência<br />
mental. A sua ação aborda a pessoa<br />
fraca, com <strong>de</strong>ficiência, doente, moribunda,<br />
sem abrigo, enquanto possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> transformação da vida <strong>de</strong> quem se<br />
aproxima <strong>de</strong>les, como se lê no site do<br />
Movimento, www.foietlumiere.org.<br />
Seminário sobre o Sacramento<br />
da Penitência e Reconciliação<br />
A Comissão Episcopal Pastoral para<br />
a Liturgia e a Comissão para a Animação<br />
Bíblico-Catequética promoverão o Seminário<br />
Nacional sobre o Sacramento da<br />
Penitência e Reconciliação, <strong>de</strong> 12 a 16<br />
<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007, em São Paulo. O<br />
Seminário <strong>de</strong>stina-se a bispos, presbíteros,<br />
diáconos, catequistas, equipes <strong>de</strong><br />
pastoral litúrgica. O objetivo é resgatar e<br />
aprofundar os sentidos bíblico, teológico,<br />
litúrgico, espiritual e pastoral <strong>de</strong>sse Sacramento.<br />
As fichas <strong>de</strong> inscrição para o<br />
Seminário estarão disponíveis no site da<br />
CNBB a partir do mês <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>. Informações:<br />
liturgia@cnbb.org.br e<br />
catequese@cnbb.org.br. Fonte: CNBB
16-<br />
Agosto <strong>de</strong> 2006<br />
Dom Orlando toma posse na<br />
<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Londrina<br />
A <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Londrina,<br />
no Paraná, celebrou no dia 23 <strong>de</strong><br />
julho a posse <strong>de</strong> seu novo bispo.<br />
Dom Orlando Bran<strong>de</strong>s, ex-bispo<br />
<strong>de</strong> Joinville, tomou posse na Cat<strong>ed</strong>ral,<br />
em Londrina, em uma celebração<br />
que contou com a presença<br />
do Núncio Apostólico no<br />
Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri,<br />
e <strong>de</strong> bispos, padres, diáconos,<br />
familiares e amigos. Dom José<br />
Negri, nosso bispo-auxiliar, representou<br />
a <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
A celebração lotou a Cat<strong>ed</strong>ral<br />
Metropolitana e contou com a presença<br />
<strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> joinvilenses.<br />
Durante a celebração,<br />
Dom Orlando foi apresentado à<br />
comunida<strong>de</strong> por Dom Albano<br />
Bortoletto Cavallin, que nos últimos<br />
14 anos esteve à frente da<br />
<strong>Arquidiocese</strong> e que foi seu pro-<br />
fessor no Seminário.<br />
Natural <strong>de</strong> Urubici, em Santa<br />
Catarina, on<strong>de</strong> nasceu a 13 <strong>de</strong> abril<br />
<strong>de</strong> 1946, Dom Orlando or<strong>de</strong>nou-se<br />
padre em 06 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1974. Foi<br />
em <strong>Florianópolis</strong> que iniciou o seu<br />
ministério sacerdotal. Aqui, atuou<br />
como professor e diretor do Instituto<br />
Teológico <strong>de</strong> Santa Catarina,<br />
até sua nomeação como bispo <strong>de</strong><br />
Joinville, em 1994.<br />
Sua nomeação para Arcebispo<br />
<strong>de</strong> Londrina foi divulgada no<br />
dia 10 <strong>de</strong> maio. A celebração <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>ida da diocese em que trabalhou<br />
por 12 anos, foi realizada<br />
no dia 16 <strong>de</strong> julho, na Cat<strong>ed</strong>ral<br />
<strong>de</strong> Joinville. Na <strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>ida, entregou<br />
ao Pe. Bertino Weber, que<br />
será o administrador apostólico<br />
até a posse do novo bispo, o título<br />
<strong>de</strong> Monsenhor.<br />
Dom Dom Dom Orlando Orlando Orlando (dir.), acompanhado <strong>de</strong> seu antecessor, saúda os fiéis na<br />
entrada para a celebração <strong>de</strong> posse da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Londrina<br />
Pastoral da Criança colhe frutos<br />
A Paróquia Nossa Senhora <strong>de</strong><br />
Guadalupe, em Canasvieiras, está<br />
dando um exemplo <strong>de</strong> persistência<br />
no atendimento <strong>de</strong> crianças. Há<br />
três meses foi criada a Pastoral<br />
da Criança e, nesse período, as<br />
poucas mas atuantes agentes da<br />
Pastoral já colhem seus frutos.<br />
A pastoral realiza ativida<strong>de</strong>s<br />
que proporcionam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da criança e das mães através<br />
<strong>de</strong> ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
nutrição, pesagem, além <strong>de</strong> orientações<br />
sobre higiene, saú<strong>de</strong>, e<br />
violência familiar e comunitária.<br />
Gestantes a partir do primeiro mês<br />
até a hora do parto também recebem<br />
acompanhamento.<br />
Há ainda a preocupação com<br />
a formação humana, e a promoção<br />
dos direitos da criança e do<br />
adolescente. Atualmente são 30<br />
famílias cadastradas e 25 crianças<br />
atendidas. O objetivo é ampliar<br />
o atendimento e a formar<br />
novos agentes.<br />
Antes <strong>de</strong> iniciar as ativida<strong>de</strong>s,<br />
as nove agentes da Pastoral passaram<br />
por um período <strong>de</strong> seis<br />
meses <strong>de</strong> formação, que contou<br />
com o apoio da Coor<strong>de</strong>nação<br />
Arquidiocesana.<br />
Divulgação/JA<br />
Deficientes visuais conquistam a liberda<strong>de</strong><br />
“Promover a cidadania e a<br />
inclusão social da pessoa cega<br />
e <strong>de</strong> baixa visão, contribuindo<br />
para sua efetiva participação na<br />
soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>”. Esta é a missão da<br />
Associação Catarinense <strong>de</strong><br />
Integração do Cego (ACIC),<br />
que há 29 anos aten<strong>de</strong> as pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência visual.<br />
Criada em 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1977,<br />
a entida<strong>de</strong> realiza trabalhos <strong>de</strong><br />
habilitação, reabilitação e profissionalização<br />
<strong>de</strong> pessoas cegas, <strong>de</strong><br />
baixa visão, ou com <strong>de</strong>ficiências<br />
associadas. Tem em seu quadro<br />
uma média <strong>de</strong> 600 associados, e<br />
atualmente 164 pessoas em processo<br />
<strong>de</strong> reabilitação.<br />
Na s<strong>ed</strong>e, localizada em <strong>Florianópolis</strong>,<br />
pessoas <strong>de</strong> toda Santa<br />
Catarina, <strong>de</strong> outros Estados, e<br />
até <strong>de</strong> Angola, na África, recebem<br />
todo o atendimento para que dêem<br />
os primeiros passos rumo a in<strong>de</strong>pendência.<br />
Apren<strong>de</strong>m <strong>de</strong>s<strong>de</strong> coisas<br />
aparentemente simples como<br />
se locomover e fazer a sua higiene<br />
pessoal, até a se comunicar e<br />
apren<strong>de</strong>r uma profissão.<br />
A A busca busca pela pela in<strong>de</strong>pendência<br />
in<strong>de</strong>pendência<br />
Os <strong>de</strong>ficientes visuais chegam<br />
à instituição encaminhados<br />
por parentes, amigos, ou por<br />
outras instituições. Não importa<br />
como estejam, todos são acolhidos.<br />
Ao entrar na instituição,<br />
eles são avaliados para se saber<br />
suas necessida<strong>de</strong>s e o interesse<br />
que apresentam.<br />
Em seguida, <strong>de</strong> acordo com a<br />
avaliação e estudo do caso, traça-se<br />
uma programação que po<strong>de</strong><br />
ir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a habilitação ou reabilitação,<br />
até a inclusão no mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho ou permanecer apenas<br />
em ativida<strong>de</strong> ocupacional. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
da área em que atuarão,<br />
todos passam pela orientação<br />
e mobilida<strong>de</strong>, que proporciona<br />
autonomia para que se <strong>de</strong>sloquem<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente em todos<br />
os ambientes.<br />
Nas áreas mais avançadas,<br />
eles po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r o sistema<br />
Braille (escrita e leitura tátil), o<br />
sorobã (sistema <strong>de</strong> cálculo), escrita<br />
cursiva (que favorece na assinatura<br />
do nome, preenchimento<br />
<strong>de</strong> cheques ou produção <strong>de</strong><br />
textos) e iniciação à informática.<br />
As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> traba-<br />
Foto JA<br />
Através <strong>de</strong> um software, as pessoas cegas recebem treinamentos em informática<br />
que lhes possibilita maior comunicação e a inserção no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />
lho são muitas. Os <strong>ed</strong>ucandos<br />
realizam ativida<strong>de</strong>s específicas<br />
para a formação profissional, a<br />
saber: <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s<br />
e hábitos para o trabalho;<br />
preparação para o trabalho,<br />
<strong>ed</strong>ucação e orientação profissional<br />
para atuarem nas mais diversas<br />
ativida<strong>de</strong>s profissionais.<br />
No último ano, 17 <strong>de</strong>ficientes<br />
visuais se formaram no curso <strong>de</strong><br />
P<strong>ed</strong>agogia à distância, em parceria<br />
com a Universida<strong>de</strong> do Estado<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina (UDESC), e 16<br />
<strong>de</strong>stes estão incluídos no mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho.<br />
Software Software inteligente<br />
inteligente<br />
Boa parte das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
inserção profissional está ligada à<br />
informática. Por semestre, mais <strong>de</strong><br />
50 alunos adquirem conhecimentos<br />
básicos em Windows, Office e<br />
Internet, e até conhecimentos específicos<br />
em programas que utilizarão<br />
em sua vida profissional.<br />
Como a maior parte do público<br />
da ACIC é formada por pessoas<br />
cegas, é utilizado um software<br />
que traduz para a linguagem verbal<br />
os comandos acessados pelo<br />
usuário. O programa “Virtual<br />
Vision” foi adquirido graças aos<br />
recursos recebidos da <strong>Arquidiocese</strong><br />
através do Fundo Arquidiocesano<br />
<strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />
“A aquisição do software beneficiou<br />
a todas as pessoas atendidas<br />
pela instituição, pois permite<br />
a elas ter acesso ao meio digital”,<br />
disse Maristela Sartorato Bianchi,<br />
diretora técnica do <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> Atendimento Especializado, ela<br />
mesma uma pessoa <strong>de</strong> baixa visão.<br />
Segundo ela, não somente<br />
mais pessoas serão incluídas no<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho, mas todas<br />
aquelas que querem ler um livro ou<br />
estudar, pois po<strong>de</strong>m ouvi-lo, serão<br />
auxiliadas na comunicação, já que<br />
po<strong>de</strong>m trocar e-mails.<br />
Superando Superando as as as limitações<br />
limitações<br />
Boa parte do quadro funcional<br />
da ACIC é formado por pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência visual. Mas<br />
todos eles possuem formação<br />
técnica para atuar nas áreas em<br />
que estão. “A Associação prima<br />
pela inclusão do cego no mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho, portanto não<br />
faria sentido se ela não empregasse<br />
as pessoas que apóia”,<br />
disse Denise Pacheco, coor<strong>de</strong>nadora<br />
<strong>de</strong> profissionalização.<br />
Ela ficou cega aos 7 anos e<br />
não se acomodou. Passou por<br />
um processo <strong>de</strong> alfabetização no<br />
ensino regular e participou da<br />
fundação da ACIC. Fez o magistério<br />
e se formou em P<strong>ed</strong>agogia<br />
na UFSC.<br />
Depois, foi aprovada em concurso<br />
público para professora no<br />
Estado e há 20 anos trabalha na<br />
Associação. Ela, além <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadora,<br />
trabalha na alfabetização<br />
em Braille, e ensina aos novos o<br />
que apren<strong>de</strong>u na vida: superar as<br />
limitações e ir em busca <strong>de</strong> mais.