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Páginas - ed. 115 - agosto 06.p65 - Arquidiocese de Florianópolis

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IMPRESSO<br />

Paróquia <strong>de</strong> São Cristóvão:<br />

d<strong>ed</strong>icação ao trabalho social. 8<br />

Pe. Rufino: uma<br />

vocação missionária<br />

No dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, Pe.<br />

Rufino celebrou o seu jubileu <strong>de</strong><br />

Prata Presiteral. Aproveitando sua<br />

visita à <strong>Arquidiocese</strong>, já que é<br />

missionário na Bahia, realizamos<br />

uma entrevista em que ele<br />

fala <strong>de</strong> seu jubileu, da sua vocação<br />

missionária e do que é preciso<br />

para ser um missionário. 14<br />

14<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -<br />

Encontro discute processo<br />

<strong>de</strong> inclusão do <strong>de</strong>ficiente. 5<br />

www.arquifloripa.org.br<br />

FLORIANÓPOLIS - SC<br />

Nº <strong>115</strong> - ANO X Comunicação a Serviço da Vida e da Esperança<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

Agosto, Agosto, mês mês das das forças forças vivas<br />

vivas<br />

Festival celebra<br />

as vocações. 33<br />

Renovação Carismática<br />

prepara Kairós<br />

da Juventu<strong>de</strong>. 55<br />

Marcelo é or<strong>de</strong>nado<br />

padre em Biguaçu. 99<br />

Missão Jovem<br />

celebra 20 anos. 13<br />

13<br />

Dom Orlando é o<br />

novo arcebispo <strong>de</strong><br />

Londrina. 16<br />

16<br />

GRUPOS BÍBLICOS EM FAMÍLIA<br />

No mês <strong>de</strong> julho, quatro comarcas da <strong>Arquidiocese</strong> realizaram encontros para animadores e<br />

animadoras <strong>de</strong> Grupos Bíblicos em Família. Os encontros foram realizados nas comarcas <strong>de</strong><br />

Itajaí, São José, Brusque e Estreito (foto). Os GBFs são a única priorida<strong>de</strong> da <strong>Arquidiocese</strong> e<br />

nos encontros percebeu-se que as comunida<strong>de</strong>s trabalham neste caminho. 11<br />

Iniciam preparativos para a<br />

celebração do Centenário<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>. 33<br />

33<br />

3<br />

Associação vai acolher<br />

moradores <strong>de</strong> rua. 55555<br />

Cegos conquistam in<strong>de</strong>pendência<br />

através da ACIC<br />

Criada há 29 anos, a Associação Catarinense<br />

<strong>de</strong> Integração do Cego (ACIC) aten<strong>de</strong> a pessoas<br />

cegas, ajudando-as a terem a sua in<strong>de</strong>pendência<br />

e inserindo-as no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Na única s<strong>ed</strong>e da instituição, localizada em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, são atendidas pessoas do Estado,<br />

do Brasil e <strong>de</strong> Angola na África. 16<br />

Agosto é o mês consagrado a celebração<br />

das vocações da Igreja. Vocação<br />

entendida num conceito mais amplo,<br />

que envolve a todos: padres,<br />

diáconos, religiosos (as) e leigos (as).<br />

É o “tempo oportuno” para o estudo,<br />

pregação, formação, oração e promoções<br />

diversas em vista das vocações<br />

e ministérios que brotam da riqueza<br />

do sacramento do batismo.<br />

Cada domingo do mês é <strong>de</strong>stinado<br />

à celebração <strong>de</strong> uma vocação<br />

especificamente. Saiba o que é<br />

celebrado em cada domingo do<br />

mês e motive sua comunida<strong>de</strong> para<br />

celebrar as nossas vocações. 10<br />

VOCAÇÃO VOCAÇÃO HUMANA:<br />

HUMANA:<br />

DESTINO DESTINO DE DE GLÓRIA<br />

GLÓRIA<br />

A fé cristã vê o ser humano em sua<br />

caminhada, como homo viator, peregrino,<br />

caminhante, no diálogo amoroso<br />

com o Deus <strong>de</strong> sua salvação; vê o<br />

mundo como obra da bonda<strong>de</strong> radical<br />

<strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>stinado à glorificação final.<br />

Por isso, toda vez que falamos das<br />

diferentes vocações cristãs, não po<strong>de</strong>mos<br />

nos esquecer nem da origem<br />

nem do <strong>de</strong>stino humanos. Uma origem<br />

<strong>de</strong>terminada pela graça, pelo dom da<br />

vida e da liberda<strong>de</strong>; mas que foi manchada<br />

pelo pecado, pela <strong>de</strong>sgraça,<br />

pela rejeição do amor. Um <strong>de</strong>stino orientado<br />

para a plenitu<strong>de</strong> da vida em<br />

Deus e com Deus, com a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> o ser humano, na individualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r abortá-lo.<br />

Sempre, porém, por mais mal que<br />

haja, por maior que seja o mal, do início<br />

ao fim estamos profundamente<br />

marcados, estruturalmente selados<br />

com a graça do amor <strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />

04


2-<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

EDITORIAL<br />

Tenho S<strong>ed</strong>e! – A Vocação Cristã<br />

Tenho s<strong>ed</strong>e! (Jo 18,28). Os gran<strong>de</strong>s santos, que privaram<br />

da amiza<strong>de</strong> divina, não viram na s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> Jesus Cristo<br />

s<strong>ed</strong>e física, mas outra s<strong>ed</strong>e, mais profunda e dolorosa: a<br />

s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> almas. Todo o mistério da encarnação está centrado<br />

na doação do Filho para aplacar a s<strong>ed</strong>e do Pai pelas almas.<br />

A multidão perdida no pecado, na <strong>de</strong>sesperança, aumenta a<br />

s<strong>ed</strong>e do Senhor.<br />

Os santos e os cristãos que enten<strong>de</strong>ram sua vocação<br />

como intercessão pelos pecadores assumiram para si essa<br />

mesma s<strong>ed</strong>e: também eles gemem, em suas orações e em<br />

seu ministério, ar<strong>de</strong>ndo em s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> almas, na <strong>de</strong>cisão insaciável<br />

<strong>de</strong> oferecer almas para saciar a s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> Cristo. Os<br />

algozes ofereceram vinagre ao Crucificado: os cristãos oferecem<br />

almas, a preocupação missionária, a oferta da oração.<br />

Em junho <strong>de</strong> 1897 Santa Teresinha, após sofrer a experiência<br />

das “almas que não têm fé”, tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> sentar-se<br />

à mesa dos “pobres pecadores”, para com eles comer<br />

“o pão da dor” e <strong>de</strong> não querer, <strong>de</strong> jeito nenhum, “levantar-se<br />

<strong>de</strong>ssa mesa <strong>de</strong> amargura até que o Senhor os acolha a todos<br />

na sua misericórdia”. O amor e a compaixão por toda a<br />

humanida<strong>de</strong>, dos quais nasce o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que todos se salvem,<br />

é um dom <strong>de</strong> Deus, uma graça. Não são sentimentos<br />

humanos, mas <strong>de</strong>spertados e forjados no coração pelo Espírito<br />

Santo, afirma São Silvano do Monte Atos.<br />

O Espírito suscita muitas vocações para a vida da Igreja,<br />

e todas elas têm como causa final a salvação do mundo, das<br />

pessoas, das almas. O fogo do Espírito Santo, envolvendonos<br />

em suas chamas, aumenta nos que o aceitam essa s<strong>ed</strong>e<br />

dolorosa dos que compartilham a s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> Jesus.<br />

Constituímos um povo sacerdotal. E o que faz o sacerdote,<br />

se não interc<strong>ed</strong>er pela salvação do mundo? É essa a missão<br />

<strong>de</strong> todos os que foram batizados e participam do sacerdócio<br />

<strong>de</strong> Cristo. São João Crisóstomo, comentando a parábola<br />

dos talentos (cf. Mt 25,24-<br />

25), afirma: “Aquele que enterrou<br />

o talento era irrepreensível,<br />

mas inútil. Nada há<br />

<strong>de</strong> mais insignificante, frio,<br />

do que um cristão que não<br />

salva os irmãos” (Hom. sobre<br />

os Atos 20,4). Quem<br />

cuida só <strong>de</strong> sua salvação,<br />

em livrar a própria pele, é<br />

como o soldado que no campo <strong>de</strong> batalha pensa apenas em<br />

si: acaba provocando a morte dos outros e a sua.<br />

Um gran<strong>de</strong> Pai da Igreja, Isaac o sírio (séc. VII), anima os<br />

que se preocupam ativamente com a salvação do próximo:<br />

“No dia em que te afligires pelo fato <strong>de</strong> alguém estar doente<br />

no corpo ou na alma, tenhas certeza <strong>de</strong> que naquele dia és<br />

um mártir, pois sofreste por Cristo e foste digno <strong>de</strong> confessálo”<br />

(Disc. I,58). O mártir é o que <strong>de</strong>rrama o sangue pelo Cristo:<br />

po<strong>de</strong>mos ser mártires <strong>de</strong>rramando nosso suor/sangue<br />

pelos que são <strong>de</strong> Cristo, por toda a humanida<strong>de</strong>.<br />

A crise vocacional, sempre se diz, é uma crise <strong>de</strong> generosida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> misericórdia, <strong>de</strong> compaixão. É a ausência da preocupação<br />

pela “s<strong>ed</strong>e” <strong>de</strong> Cristo, julgando-se que a vida cristã<br />

comprometida se r<strong>ed</strong>uz a uns 10% <strong>de</strong> oração e outros 90%<br />

<strong>de</strong> compromisso. Por esse motivo, muitos ricos e países<br />

ricos entram em crise <strong>de</strong> fé: tornam-na inútil, por terem r<strong>ed</strong>uzido<br />

o crer a não fazer o mal.<br />

A Cruz <strong>de</strong> Cristo é o “sinal” dos cristãos: contemplando-a<br />

na profundida<strong>de</strong> da fé, sentiremos o abismo <strong>de</strong> compaixão<br />

daquele que foi crucificado pelo mundo. E, casados ou solteiros,<br />

crianças ou jovens, leigos ou consagrados, nos ofereceremos,<br />

como Santa Teresinha, para aplacar a s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> almas<br />

estampada nos lábios e na face do Senhor.<br />

Nossa gran<strong>de</strong> vocação é sentar-nos à mesa dos pecadores,<br />

como fez Jesus, e transformá-la em mesa <strong>de</strong> salvação:<br />

um cristão não consegue viver sem proclamar a misericórdia<br />

<strong>de</strong> Deus.<br />

Pe. José Artulino Besen<br />

www.arquifloripa.org.br/jornal<br />

e-mail: jornal@arquifloripa.org.br<br />

“Constituímos um povo sacerdotal.<br />

E o que faz o sacerdote,<br />

se não interc<strong>ed</strong>er pela salvação<br />

do mundo? É essa a missão<br />

<strong>de</strong> todos os que foram<br />

batizados e participam<br />

do sacerdócio <strong>de</strong> Cristo.”<br />

Periodicida<strong>de</strong> mensal - 21.000 exemplares<br />

Rua Esteves Júnior, 447<br />

88015-130 - <strong>Florianópolis</strong> - SC<br />

Fone/Fax: (048) 3224-4799<br />

OPINIÃO<br />

PALAVRA DO BISPO<br />

Diretor e Revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José<br />

Negri, Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi,<br />

Luciano Leite da Silva Filho, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável:<br />

Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>: Pe. Francisco Rohling - Editoração<br />

e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul<br />

V Conferência Episcopal<br />

Estávamos em preparação<br />

do 15° Congresso Eucarístico<br />

Nacional quando<br />

foram dados os primeiros passos<br />

em vista da V Conferência<br />

do Episcopado da América<br />

Latina e do Caribe, que acontecerá<br />

em Aparecida, em maio<br />

do próximo ano. Se não tivemos<br />

condições <strong>de</strong> multiplicar<br />

encontros para respon<strong>de</strong>r às<br />

questões formuladas pelo texto preparatório, certamente<br />

<strong>de</strong>mos nossa contribuição <strong>de</strong> modo indireto,<br />

com a reflexão do tema: “Ele está<br />

no meio <strong>de</strong> nós!” A partir <strong>de</strong>ssa<br />

certeza é que a Igreja po<strong>de</strong>rá se<br />

<strong>de</strong>bruçar sobre o tema da Conferência<br />

<strong>de</strong> Aparecida: “Discípulos<br />

e missionários <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

para que nele nossos povos tenham<br />

vida. Eu sou o Caminho, a<br />

Verda<strong>de</strong> e a Vida” (Jo 14,6).<br />

O “Documento <strong>de</strong> Participação”,<br />

<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do Conselho<br />

Episcopal Latino-Americano,<br />

ao contrário <strong>de</strong> outros textos, especialmente<br />

os da CNBB, não usa o tradicional método ver, julgar,<br />

agir e celebrar. Usa, sim, o seguinte esquema:<br />

apresentação do tema; <strong>de</strong>safios; perspectivas pastorais.<br />

Naturalmente, esta terceira parte está por<br />

ser construída, com as colaborações que forem<br />

enviadas das dioceses, dos regionais e das conferências<br />

episcopais.<br />

Digno <strong>de</strong> atenção, no texto preparativo, é o Anexo<br />

3, que respon<strong>de</strong> à pergunta: “Como ser discípulo<br />

<strong>de</strong> Cristo hoje?” Cada discípulo, no ambiente<br />

PALAVRA DO PAPA<br />

Para a Igreja, a Sexta-Feira Santa e a Páscoa<br />

existem sempre juntas (...). A Igreja e, nela, Cristo,<br />

sofre hoje também. Nela, Cristo é sempre escarnecido<br />

<strong>de</strong> novo e atingido; sempre <strong>de</strong> novo se procura<br />

pô-lo fora do mundo. Sempre <strong>de</strong> novo a pequena<br />

barca da Igreja é abalada pelo vento das i<strong>de</strong>ologias,<br />

que com as suas águas pene-<br />

tram nela e parecem con<strong>de</strong>ná-la<br />

a afundar. E, contudo, precisamente<br />

na Igreja sofr<strong>ed</strong>ora, Cristo<br />

é vitorioso. Apesar <strong>de</strong> tudo, a fé<br />

nele retoma força sempre <strong>de</strong><br />

novo. Também hoje o Senhor or<strong>de</strong>na<br />

às águas e <strong>de</strong>monstra-se o<br />

Senhor dos elementos. Ele permanece<br />

na sua barca, na barca<br />

da Igreja. Assim também no ministério <strong>de</strong> P<strong>ed</strong>ro se<br />

revela, por um lado, a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> do que é próprio<br />

do homem, mas, ao mesmo tempo, também a força<br />

<strong>de</strong> Deus: precisamente na <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> dos homens<br />

o Senhor manifesta a sua força; <strong>de</strong>monstra<br />

que é ele mesmo quem constrói, através <strong>de</strong> homens<br />

débeis, a sua Igreja. (...)<br />

No caso <strong>de</strong> Jó, Deus conc<strong>ed</strong>e a Satanás a liberda<strong>de</strong><br />

exigida precisamente para po<strong>de</strong>r, com ela,<br />

“Tema da Conferência:<br />

‘Discípulos e missionários<br />

<strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

para que nele nossos<br />

povos tenham vida.<br />

Eu sou o Caminho, a V<br />

erda<strong>de</strong> e a Vida’ (Jo 14,6)”.<br />

Cristo é vitorioso<br />

“Seu po<strong>de</strong>r não é um<br />

po<strong>de</strong>r segundo as<br />

modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste mundo.<br />

É o po<strong>de</strong>r do bem, da<br />

verda<strong>de</strong> e do amor, que é<br />

mais forte que a morte..”<br />

social em que vive e no meio em que trabalha, precisa:<br />

(1°) fazer uma experiência <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

por meio <strong>de</strong> um encontro forte com ele, e renovar<br />

muitas vezes esse encontro durante a vida; (2°) no<br />

encontro com Cristo, escutar atentamente sua Palavra,<br />

contemplá-lo com admiração e <strong>de</strong>ixar-se invadir<br />

por ele; (3°) <strong>de</strong>ssa escuta nasce e se fortalece<br />

sempre <strong>de</strong> novo a fé, isto é, a a<strong>de</strong>são profunda e<br />

pessoal a Cristo; (4°) o discípulo <strong>de</strong>ve integrar-se<br />

na comunida<strong>de</strong> dos outros discípulos <strong>de</strong> Jesus (a<br />

Igreja); (5°) daqui nasce o seguimento <strong>de</strong> Jesus<br />

Cristo; o seguimento é a moral cristã – isto é, o<br />

discípulo procura amar como Cristo amou, viver<br />

como ele viveu e cumprir o que<br />

ele mandou; (6°) o discípulo se<br />

torna missionário; quer levar outros<br />

ao encontro com Cristo; (7°)<br />

como testemunha do amor <strong>de</strong><br />

Cristo, o discípulo trabalha na<br />

soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, para que ela acolha a<br />

todos conforme sua dignida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

filhos <strong>de</strong> Deus.<br />

A história <strong>de</strong> conferências anteriores<br />

– no Rio <strong>de</strong> Janeiro (1955),<br />

em M<strong>ed</strong>ellín (1968), em Puebla<br />

(1979) e em Santo Domingo (1992) – mostra o quanto<br />

elas são importantes na caminhada da Igreja que<br />

está na América Latina e no Caribe. Não nos esqueçamos,<br />

porém: um acontecimento tão importante não<br />

se faz somente com estudos, reflexões e <strong>de</strong>bates;<br />

ele é feito, sobretudo, com oração, com muita oração.<br />

E é aqui que se abrem inúmeras possibilida<strong>de</strong>s<br />

à nossa participação nesta importante conferência.<br />

Dom Murilo S.R. Krieger, scj<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua criatura, o homem e a si mesmo.<br />

Acontece assim também com os discípulos <strong>de</strong> Jesus.<br />

Deus dá uma certa liberda<strong>de</strong> a Satanás em<br />

todos os tempos. Com freqüência, parece-nos que<br />

Deus conc<strong>ed</strong>a <strong>de</strong>masiada liberda<strong>de</strong> a Satanás; que<br />

lhe conc<strong>ed</strong>a a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos provar <strong>de</strong> maneira<br />

<strong>de</strong>masiado terrível; e que isto su-<br />

pere as nossas forças e nos oprima<br />

<strong>de</strong>masiado. Bradaremos sempre<br />

<strong>de</strong> novo a Deus: Ai <strong>de</strong> mim,<br />

olha para a miséria dos teus discípulos,<br />

protege-nos! De fato Jesus<br />

continua: “Mas eu roguei por<br />

ti, para que a tua fé não <strong>de</strong>sapareça”<br />

(Lc 22, 32). A oração <strong>de</strong> Jesus<br />

é o limite colocado ao po<strong>de</strong>r<br />

do maligno. A oração <strong>de</strong> Jesus é a proteção da Igreja.<br />

Po<strong>de</strong>mos refugiar-nos sob esta proteção, apegar-nos<br />

a ela e ter a sua certeza. (...) Seu po<strong>de</strong>r<br />

não é um po<strong>de</strong>r segundo as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste<br />

mundo. É o po<strong>de</strong>r do bem, da verda<strong>de</strong> e do amor,<br />

que é mais forte que a morte. Sim, sua promessa é<br />

verda<strong>de</strong>ira: os po<strong>de</strong>res da morte, as portas do inferno<br />

não prevalecerão contra a Igreja.<br />

(Solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> S. P<strong>ed</strong>ro e S. Paulo, 29.06.06)


Comarca realiza Festival Vocacional<br />

A Comarca <strong>de</strong> Biguaçu realizará<br />

nos dias 19 e 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />

o seu 3º Festival Vocacional. O<br />

evento será realizado na Paróquia<br />

Santa Cruz, em Barreiros, São<br />

José, e contará com a participação<br />

especial do Pe. Ormar Coppi.<br />

O Festival tem início no dia 19,<br />

com a celebração <strong>de</strong> abertura às<br />

19h30min. No dia 20, a programação<br />

tem início às 8h, com acolhida,<br />

testemunho, missa festiva e<br />

palestra. O evento terá também a<br />

presença do Pe. Francisco Salm,<br />

coor<strong>de</strong>nador Arquidiocesano da<br />

Pastoral Vocacional.<br />

À tar<strong>de</strong>, cada paróquia da<br />

Comarca terá espaço <strong>de</strong> meia<br />

hora para fazer apresentações artísticas<br />

com coreografias musicadas,<br />

teatro ou mensagens, todas<br />

com inspiração vocacional. O<br />

evento se encerra às 17h30min,<br />

com o envio e encerramento.<br />

Pe. Osmar Coppi será o as-<br />

A igreja <strong>de</strong> São Sebastião,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>, celebra no dia<br />

06 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> a primeira fase das<br />

obras <strong>de</strong> restauração, com o retorno<br />

da imagem do Santo. O<br />

ato faz parte das comemorações<br />

pelos 150 anos da construção<br />

da capela. As comemorações<br />

tiveram início no dia 20<br />

<strong>de</strong> janeiro, dia do Padroeiro, e<br />

vão até o dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

A imagem passou por um processo<br />

<strong>de</strong> restauração em uma<br />

empresa especializada, que recuperou<br />

suas características<br />

originais. Na primeira fase das<br />

obras, também estão incluídas<br />

melhorias internas na igreja,<br />

como restauração do telhado da<br />

nave principal, bancos, pisos e<br />

instalação elétrica.<br />

As obras tiveram um custo <strong>de</strong><br />

R$ 68 mil. Boa parte veio através<br />

da Prefeitura <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, já<br />

que a igreja é tombada pelo<br />

Patrimônio Histórico. “Mas a comunida<strong>de</strong><br />

ajudou bastante através<br />

<strong>de</strong> várias doações espontâneas”,<br />

disse A<strong>de</strong>mar Arcângelo Cirimbelli,<br />

coor<strong>de</strong>nador da comissão do<br />

sesquicentenário (150 anos).<br />

Na próxima fase das obras,<br />

sessor do Festival. Membro da<br />

Congregação dos Pobres Servos<br />

da Divina Providência, ele ministra<br />

palestras, cursos, retiros e faz<br />

shows. É assessor da Escola<br />

Vocacional do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,<br />

assessorou e animou vários congressos<br />

vocacionais diocesanos<br />

e foi um dos animadores do III<br />

Congresso Vocacional do Brasil,<br />

realizado em 2005.<br />

O Festival Vocacional surgiu<br />

a partir dos encontros da Pastoral<br />

Vocacional da Comarca <strong>de</strong><br />

Biguaçu, realizados a cada dois<br />

meses, como forma <strong>de</strong> celebrar<br />

o mês das vocações (<strong>agosto</strong>). “As<br />

duas primeiras <strong>ed</strong>ições foram realizadas<br />

na Paróquia Sagrados<br />

Corações, em Barreiros. Esta vez<br />

é na Santa Cruz e a intenção é<br />

que as próximas sejam em outras<br />

paróquias da comarca”, disse<br />

Grazieti Flores Alves, uma das<br />

Restauração celebra 150 anos<br />

da Capela São Sebastião<br />

Os padres e diáconos da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> estiveram reunidos<br />

no dia 18 <strong>de</strong> julho, na Paróquia<br />

São Vicente, em Itajaí,<br />

na segunda das Reuniões Gerais<br />

previstas para este ano.<br />

Durante o encontro, os participantes<br />

refletiram sobre o projeto<br />

<strong>de</strong> celebração do centenário<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>, evento que<br />

ocorrerá em 2008.<br />

A proposta levantada pelo Pe.<br />

Francisco Salm, responsável<br />

pela Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pastoral,<br />

e apresentada durante encontro,<br />

foi fazer um “eixo tracionador”,<br />

partindo da Carta Eucarística,<br />

aprovada no final do 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional,<br />

passando pelo 5º CELAM, e<br />

chegando ao centenário.<br />

Durante o encontro, os pa-<br />

responsáveis pelo Festival. dres e diáconos foram divididos A Assembléia Legislativa do<br />

ainda sem data prevista, <strong>de</strong>vem<br />

ser contempladas a parte externa<br />

do Largo São Sebastião, com<br />

a recuperação da vista externa<br />

da igreja, com nova iluminação<br />

e recuperação do “petit-pavé” do<br />

canteiro central, hoje apenas utilizado<br />

como estacionamento.<br />

Sesquicentenário<br />

Pertencente à paróquia da<br />

Cat<strong>ed</strong>ral, a pequena igreja está<br />

localizada na Beira-Mar Norte. As<br />

celebrações do sesquicentenário<br />

tiveram início no dia 20 <strong>de</strong> janeiro,<br />

dia do Padroeiro, com celebração<br />

presidida pelo nosso arcebispo<br />

Dom Murilo Sebastião<br />

Ramos Krieger.<br />

Na oportunida<strong>de</strong> foi realizada<br />

a tradicional procissão com<br />

a imagem e, em seguida, foi lançado<br />

o livro “Capela <strong>de</strong> São Sebastião:<br />

150 anos <strong>de</strong> História”,<br />

da historiadora Sara Regina<br />

Poyares dos Reis, que resgata<br />

os aspectos arquitetônicos da<br />

igreja. Até o fim do ano, preten<strong>de</strong>-se<br />

publicar um novo livro<br />

intitulado “Capela <strong>de</strong> São Sebastião:<br />

150 anos <strong>de</strong> Fé”, retratando<br />

a vida da comunida<strong>de</strong>.<br />

nas oito comarcas da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Nos grupos, eles propuseram<br />

um projeto, com objetivos,<br />

estratégias e ativida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>finição do tema e lema, hino,<br />

oração, celebração <strong>de</strong> abertura<br />

e gran<strong>de</strong> celebração final (local<br />

e data), e a comissão responsável<br />

pela preparação do encontro<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início. As propostas<br />

serão analisadas pelo Conselho<br />

Presbiteral da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -3<br />

Reunião Geral do Clero prepara centenário da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Curso do clero enfoca o “Espaço Celebrativo”<br />

Entre os dias 14 a 17 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />

os padres e diáconos da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> estarão reunidos<br />

na Casa <strong>de</strong> Encontros Recanto<br />

Champagnat, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

para participar do Curso do Clero.<br />

Dessa vez, não só os membros<br />

do clero estarão reunidos,<br />

pois o convite se esten<strong>de</strong> aos<br />

religiosos(as) e leigos(as)<br />

interessados(as). Durante o encontro,<br />

eles receberão formação<br />

sobre “Espaço Celebrativo”, ministrada<br />

pela Irmã Laí<strong>de</strong> Inês<br />

Sonda, Assessora Nacional da<br />

Comissão Episcopal Pastoral<br />

para Liturgia e Arte Sacra.<br />

Há muito tempo a <strong>Arquidiocese</strong><br />

vinha sentindo a necessida-<br />

Foto JA<br />

Bispos, padres e diáconos estiveram reunidos na Paróquia São Vicente, em Itajaí, e<br />

<strong>de</strong>ram os primeiros passos para a celebração do centenário da <strong>Arquidiocese</strong><br />

Sessão Solene homenageia a Família<br />

Estado realizará sessão solene<br />

no dia quatro <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, às 19h,<br />

em comemoração à Semana<br />

Nacional da Família. A solenida<strong>de</strong><br />

ocorrerá no Plenário da Assembléia<br />

e marca no Estado o<br />

início das ativida<strong>de</strong>s da Semana<br />

Nacional da Família, realizada<br />

<strong>de</strong> 13 a 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, e terá<br />

como tema “Diálogo familiar e<br />

com Deus: fonte <strong>de</strong> conhecimento<br />

e da conquista da liberda<strong>de</strong>”.<br />

O lema é: “Família, fonte <strong>de</strong> vida<br />

e construtora da paz”.<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre os espaços<br />

celebrativos. Novas construções<br />

estão sendo projetadas, reformas<br />

e adaptações encaminhadas, mas<br />

sem nenhuma referência concreta<br />

aos critérios teológicos e litúrgicos.<br />

Algumas vezes, per<strong>de</strong>ndo-se o<br />

sentido do mistério.<br />

Através <strong>de</strong>ste curso, a <strong>Arquidiocese</strong><br />

preten<strong>de</strong> oferecer uma<br />

a<strong>de</strong>quada formação litúrgica sobre<br />

o assunto. Além disso, preten<strong>de</strong>-se<br />

constituir, como parte<br />

integrante da Pastoral Litúrgica da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, uma Comissão<br />

Arquidiocesana <strong>de</strong> Arte Sacra,<br />

que possa prestar a <strong>de</strong>vida assessoria<br />

à análise e aprovação dos<br />

projetos <strong>de</strong> construção, reformas<br />

Este ano, a coor<strong>de</strong>nação da<br />

Pastoral Familiar do Regional Sul<br />

IV da CNBB (Santa Catarina) também<br />

está programando um fórum<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. No dia 05 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />

das 8h às 12h, o Plenário da Assembléia<br />

s<strong>ed</strong>iará também um<br />

fórum <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates sobre Políticas<br />

Públicas e Familiares com<br />

convidados especiais. O evento se<br />

realizará das 8h às 12h e é aberto<br />

a todos os interessados.<br />

Mais informações com o casal<br />

Vilma e Nestor Fetter, pelo<br />

fone (48) 3223-0751.<br />

e restaurações das Igrejas, tendo<br />

em vista as exigências da Liturgia,<br />

em seus aspectos arquitetônico,<br />

simbólico e funcional.<br />

Na última Reunião Geral do<br />

Clero (realizada em dia 18 <strong>de</strong> julho),<br />

os padres e diáconos enten<strong>de</strong>ram<br />

ser muito importante<br />

a participação <strong>de</strong> alguns leigos<br />

(arquitetos, engenheiros, artistas<br />

plásticos, etc.) neste curso,<br />

tendo em vista a sua atuação<br />

direta nesta área.<br />

Os interessados <strong>de</strong>vem fazer<br />

a sua inscrição na Coor<strong>de</strong>nação<br />

<strong>de</strong> Pastoral até o dia 07 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>.<br />

Mais informações pelo fone<br />

(48) 3224-4799 ou e-mail:<br />

pastoral@arquifloripa.org.br.


4<br />

- Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

O<br />

mês <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, mês das vocações,<br />

serve para refletirmos<br />

sobre os chamados que Deus<br />

nos faz para os mais diferentes serviços<br />

em sua Igreja e na construção<br />

<strong>de</strong> seu Reino. Aproveito, porém, a<br />

ocasião para convidar o leitor a elevar<br />

o pensamento para a vocação<br />

última <strong>de</strong> todo ser humano: o céu.<br />

Esse é o <strong>de</strong>stino final <strong>de</strong> todos nós,<br />

não apenas dos católicos, dos cristãos,<br />

mas <strong>de</strong> toda a humanida<strong>de</strong>.<br />

Quando criança, na catequese <strong>de</strong><br />

primeira comunhão, era-nos feita a<br />

pergunta: “Para que vivemos na terra?”<br />

E a gurizada em coro respondia:<br />

“Vivemos na terra para salvar<br />

nossa alma!” Hoje se diz que <strong>de</strong>vemos<br />

salvar não apenas a alma, mas<br />

toda a nossa vida. Não apenas o ser<br />

humano, mas toda a criação. Afinal,<br />

cremos na ressurreição da carne, na<br />

transfiguração do mundo.<br />

NA TERRA, A CAMINHO DO CÉU<br />

Vivemos na terra, a caminho do<br />

céu. Como todas as coisas foram<br />

criadas por Deus, <strong>de</strong>vemos crer que<br />

tudo está orientado para Ele. Há um<br />

eixo que concentra tudo e encaminha<br />

tudo para esse final feliz: a glória<br />

<strong>de</strong> Deus. Todo ser humano está<br />

or<strong>de</strong>nado para o encontro <strong>de</strong>finitivo<br />

com Deus. Também as criaturas todas<br />

são orientadas para Deus e esperam<br />

ansiosas pela libertação, salvação,<br />

justificação do ser humano,<br />

a fim <strong>de</strong> que também elas possam<br />

gozar da transfiguração <strong>de</strong>finitiva<br />

(Rm 8,21). Em tudo resplan<strong>de</strong>ce a<br />

beleza e o amor <strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />

Mas, pela prática humana, é possível<br />

haver, como <strong>de</strong> fato há, <strong>de</strong>svios<br />

nessa única or<strong>de</strong>nação. Desvios<br />

esses que po<strong>de</strong>m até tornar-se rejeições<br />

plenas e <strong>de</strong>finitivas do amor<br />

<strong>de</strong> Deus. É o paradoxo da relação<br />

entre o amor <strong>de</strong> Deus e o mal moral,<br />

efeito do pecado humano.<br />

É em <strong>de</strong>pendência da concepção<br />

sobre a origem e a estrutura fundamental<br />

do ser humano que se situa a<br />

compreensão sobre seu <strong>de</strong>stino. Tal<br />

origem, tal <strong>de</strong>stino. Ao <strong>de</strong>bruçar-se<br />

sobre o <strong>de</strong>stino do ser humano, a fé<br />

cristã o concebe enquanto <strong>de</strong>finitivo,<br />

realizado em sua perfeição e plenitu<strong>de</strong>.<br />

Assim, pois, se existe só uma orientação,<br />

querida por Deus, para o<br />

mundo e o ser humano, não se po<strong>de</strong><br />

falar <strong>de</strong> um dualismo escatológico,<br />

isto é, <strong>de</strong> um final com duas opções.<br />

No que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus-Amor, <strong>de</strong><br />

Deus criador <strong>de</strong> tudo, uma só é a vocação<br />

humana: amar a Deus. Um só<br />

é o <strong>de</strong>stino do ser humano e do mundo:<br />

a transfiguração final da criação,<br />

a glória do céu. Uma só é a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus: a nossa felicida<strong>de</strong> eterna, o<br />

céu. “A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é a vossa<br />

TEMA DO MÊS<br />

A A VOCAÇÃO VOCAÇÃO HUMANA:<br />

HUMANA:<br />

DESTINO DESTINO DE DE GLÓRIA<br />

GLÓRIA<br />

Há Há Há Há Há um um um um um eixo eixo eixo eixo eixo que que que que que concentra concentra concentra concentra concentra tudo tudo tudo tudo tudo e e e e e encaminha encaminha encaminha encaminha encaminha<br />

tudo tudo tudo tudo tudo para para para para para o o o o o final final final final final feliz: feliz: feliz: feliz: feliz: a a a a a glória glória glória glória glória <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Deus. Deus. Deus. Deus.<br />

santificação” (1Ts 4,3). “Ele quer que<br />

todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento<br />

da verda<strong>de</strong>” (1Tm 2,4) e<br />

participem <strong>de</strong> sua vida no céu. “Ten<strong>de</strong><br />

coragem! – disse Jesus. Eu (já)<br />

venci o mundo” (Jo 16,33).<br />

A POSSIBILIDADE DO INFERNO<br />

Tendo em conta, porém, o livre arbítrio,<br />

isto é, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o ser<br />

humano optar livremente pela rejeição<br />

a Deus e a seu amor, permanecerá<br />

sempre a possibilida<strong>de</strong> do inferno<br />

como escolha <strong>de</strong>finitiva por parte do<br />

ser humano. Ao afirmar o inferno<br />

como possibilida<strong>de</strong>, a fé cristã nunca<br />

o afirma, porém, como realida<strong>de</strong>. O<br />

céu, sim, é afirmado como realida<strong>de</strong>.<br />

Com efeito, a Igreja <strong>de</strong>clara solenemente,<br />

nas beatificações e canonizações,<br />

ter certeza <strong>de</strong> que tal pessoa<br />

está no céu, na convivência feliz<br />

com a Santíssima Trinda<strong>de</strong>, com<br />

Maria e todos os santos e santas. Mas<br />

nunca afirmou, nem po<strong>de</strong>rá afirmar<br />

jamais, que haja alguém no inferno.<br />

Por contraditório que pareça, a afirmação<br />

da possibilida<strong>de</strong> do inferno é<br />

necessária como sinal do amor <strong>de</strong><br />

Deus, que ama o ser humano até o<br />

fim, em todas as suas opções. Há<br />

que notar, porém, que a opção <strong>de</strong> alguém<br />

pelo inferno – coisa que vimos<br />

fazendo nesta terra, em nossas opções<br />

contínuas pelo mal – só se tornará<br />

<strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> esgotadas<br />

todas as expressões do amor e das<br />

luzes <strong>de</strong> Deus. Desse modo, se alguém,<br />

colocado diante <strong>de</strong> um amor<br />

tão misericordioso e <strong>de</strong> uma luz tão<br />

iluminadora, rejeitar o amor <strong>de</strong> Deus,<br />

essa rejeição será marcada pela total<br />

e explícita soberba humana. É preciso<br />

ter em conta, portanto, que esse<br />

tipo <strong>de</strong> escolha é feito a título exclusivamente<br />

pessoal. Ninguém escolhe<br />

o inferno com os outros e para os<br />

outros, mas somente por si e para si.<br />

Ninguém leva outros ao inferno. Se<br />

alguém fizer a opção <strong>de</strong>finitiva pelo<br />

inferno, esta <strong>de</strong>cisão será conhecida<br />

apenas pela própria pessoa e por<br />

Divulgação/JA<br />

Deus. Mas, enquanto essa pessoa<br />

sofre o distanciamento do amor divino,<br />

Deus não sofre, porque, no mistério<br />

do seu amor eterno, ele absorverá<br />

toda rejeição a seu amor. Com<br />

efeito, po<strong>de</strong>mos afirmar: assim como<br />

o amor <strong>de</strong> Deus tragou e aniquilou o<br />

po<strong>de</strong>r do mal no mistério da Páscoa<br />

histórica da cruz e ressurreição <strong>de</strong><br />

Jesus, assim também ele aniquilará<br />

no mistério da Páscoa escatológica<br />

todo tipo <strong>de</strong> rejeição a seu amor.<br />

O CÉU, NOSSA VOCAÇÃO COMUM<br />

O inferno é uma possibilida<strong>de</strong>. Conhecer<br />

sua realida<strong>de</strong> ou realização<br />

foge, porém, ao nosso alcance. O<br />

mesmo não se po<strong>de</strong> dizer do céu.<br />

Pois, como o céu é nossa comum<br />

vocação e <strong>de</strong>stino, há como que uma<br />

conspiração universal que nos conduz<br />

para essa nossa realização <strong>de</strong>finitiva,<br />

obra exclusiva do amor e da graça <strong>de</strong><br />

Deus. Entretanto, Deus não quis e não<br />

quer agir sozinho, impondo-nos seu<br />

projeto. Pelo contrário, ele o partilha<br />

conosco e nos chama a assumir,<br />

como se fosse nossa, sua obra criadora.<br />

Assim, pois, constatamos que o<br />

ser humano e o mundo não apenas<br />

são criados no bem e marcados pela<br />

graça original, a bonda<strong>de</strong> da criação,<br />

mas também que são marcados pela<br />

graça escatológica: a glorificação, a<br />

plenitu<strong>de</strong>, o céu.<br />

Do início ao fim, da criação à<br />

escatologia, o ser humano e o mundo<br />

vivem envolvidos, penetrados, embebidos<br />

pela graça, pela presença, pela<br />

vida, pelo amor <strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />

É em relação a essa concepção<br />

<strong>de</strong> homem e <strong>de</strong> mundo, que a fé cristã<br />

vê o ser humano em sua caminhada,<br />

como homo viator, peregrino,<br />

caminhante, no diálogo amoroso<br />

com o Deus <strong>de</strong> sua salvação; vê o<br />

mundo como obra da bonda<strong>de</strong> radical<br />

<strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>stinado à glorificação<br />

final. Por isso, toda vez que falamos<br />

das diferentes vocações cristãs, não<br />

po<strong>de</strong>mos nos esquecer nem da origem<br />

nem do <strong>de</strong>stino humanos. Uma<br />

origem <strong>de</strong>terminada pela graça, pelo<br />

dom da vida e da liberda<strong>de</strong>; mas que<br />

foi manchada pelo pecado, pela <strong>de</strong>sgraça,<br />

pela rejeição do amor. Um<br />

<strong>de</strong>stino orientado para a plenitu<strong>de</strong> da<br />

vida em Deus e com Deus, com a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o ser humano, na<br />

individualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r<br />

abortá-lo. Sempre, porém, por<br />

mais mal que haja, por maior que<br />

seja o mal, do início ao fim estamos<br />

profundamente marcados, estruturalmente<br />

selados com a graça do amor<br />

<strong>de</strong> Deus-Trinda<strong>de</strong>.<br />

Pe. Vitor Galdino Feller<br />

Professor <strong>de</strong> Teologia<br />

e Diretor do ITESC


Encontro da Família Diaconal<br />

Os diáconos da <strong>Arquidiocese</strong><br />

e seus familiares participam no<br />

dia cinco <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> do Encontro<br />

da Família Diaconal. Realizado<br />

no Acampamento Batista,<br />

em Biguaçu, o encontro é uma<br />

confraternização entre os familiares<br />

e antecipa a celebração do<br />

Dia do Diácono (dia 10/08).<br />

O encontro terá início às<br />

8h30min. Às 9h30min haverá<br />

uma celebração presidida pelo<br />

nosso arcebispo Dom Murilo<br />

Krieger. Durante o dia haverá almoço,<br />

brinca<strong>de</strong>iras, jogos e<br />

bingo. O encontro será encerrado<br />

às 17h30min com um lanche.<br />

Mais <strong>de</strong> mil jovens são aguardados<br />

para o XV Kairós da Juventu<strong>de</strong><br />

Nos dias 18 a 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>,<br />

o Movimento da Renovação Caris-mática<br />

Católica (RCC) estará<br />

promovendo XV Kairós da juventu<strong>de</strong>.<br />

Dessa vez, o evento<br />

será realizado em São José, na<br />

Igreja São Francisco <strong>de</strong> Assis e<br />

Santa Rita <strong>de</strong> Cássia, no Kobrasol,<br />

pertencente à Paróquia <strong>de</strong><br />

Campinas.<br />

Durante os três dias, jovens<br />

a partir dos 15 anos e que já participam<br />

<strong>de</strong> Grupos <strong>de</strong> Oração<br />

Jovem, refletirão sobre o tema<br />

“Desviai-vos do mau caminho e<br />

reformai vossa vida” (Jr 35,15).<br />

Através <strong>de</strong>le, a RCC lança o <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> levar o jovem a viver uma<br />

vida “diferente” em meio aos<br />

gran<strong>de</strong>s problemas enfrentados<br />

pela soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />

O evento contará com as<br />

palestras do pregador e cantor<br />

Cosme, do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Também<br />

haverá missas, momentos<br />

<strong>de</strong> Adoração ao Santíssimo Sacramento,<br />

e animação do Ministério<br />

<strong>de</strong> Musica Sopro <strong>de</strong> Vida.<br />

No sábado à noite serão realizados<br />

dois shows, com o próprio<br />

assessor e com a cantora<br />

Simone M<strong>ed</strong>eiros, participante<br />

do Ministério da Juventu<strong>de</strong> da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. Esta estará lançando<br />

seu primeiro CD.<br />

“O Kairós é uma oportunida<strong>de</strong><br />

para a Juventu<strong>de</strong> da <strong>Arquidiocese</strong><br />

avivar sua experiência<br />

<strong>de</strong> Oração com Deus e ter uma<br />

formação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste Ministério”,<br />

disse Carlos Rodrigo<br />

Rhenius <strong>de</strong> Souza, Coor<strong>de</strong>nador<br />

do Ministério da Juventu<strong>de</strong><br />

na RCC.<br />

O evento já se tornou tradição<br />

na <strong>Arquidiocese</strong>. No último Kairós,<br />

realizado em Tijucas, mais <strong>de</strong> 500<br />

jovens participaram do encontro.<br />

Para este ano a estimativa dos<br />

organizadores é ultrapassar os mil<br />

participantes no domingo, quando<br />

o evento será aberto a todos<br />

os jovens no Ginásio <strong>de</strong> Esportes<br />

<strong>de</strong> Campinas.<br />

Os interessados em participar<br />

do Kairós <strong>de</strong>vem fazer a inscrição<br />

no Grupo <strong>de</strong> Oração <strong>de</strong><br />

sua paróquia ou entrar em contato<br />

com o Escritório Arquidiocesano<br />

da RCC pelo fone<br />

(047) 3252-1703, ou ainda no<br />

próprio local do evento.<br />

Outros Outros Eventos Eventos <strong>de</strong> <strong>de</strong> Agosto Agosto<br />

Agosto<br />

Os moradores <strong>de</strong> rua da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> ganharão um<br />

espaço <strong>de</strong> reinserção na<br />

soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>. Trata-se da Associação<br />

“Vida Nueva”, que está em<br />

fase <strong>de</strong> estruturação e que nos<br />

próximos meses <strong>de</strong>ve iniciar o<br />

atendimento. O objetivo é recuperar<br />

as pessoas abandonadas<br />

e re<strong>ed</strong>ucá-las para que tenham<br />

condições <strong>de</strong> se manterem com<br />

dignida<strong>de</strong>.<br />

Formada por três religiosos<br />

(um padre e um irmão capuchinho,<br />

e um padre diocesano da Itália), a<br />

Associação é a realização <strong>de</strong> um<br />

sonho do Frei Rogério Rubick,<br />

que sempre quis criar uma entida<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>sse acolhida e resgatasse<br />

os moradores <strong>de</strong> rua.<br />

“A idéia foi apresentada ao<br />

arcebispo Dom Murilo Krieger em<br />

novembro <strong>de</strong> 2005 e foi muito<br />

bem acolhida por ele”, disse Frei<br />

Rogério. De lá até agora, foi localizada<br />

e adquirida uma propri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

para a s<strong>ed</strong>e. É um terreno<br />

<strong>de</strong> quatro hectares em Enseada<br />

<strong>de</strong> Brito, on<strong>de</strong> se construíram<br />

acomodações.<br />

Formação humana e profissional<br />

A proposta é trabalhar as pessoas<br />

em três dimensões: saú<strong>de</strong>,<br />

trabalho e espiritualida<strong>de</strong>. No local,<br />

eles cultivarão hortaliças,<br />

cuidarão <strong>de</strong> animais e trabalharão<br />

com artesanato. Mas também<br />

terão palestras, terapias <strong>de</strong> grupo<br />

e momentos <strong>de</strong> lazer.<br />

Futuramente, serão construídas<br />

novas estruturas, em que<br />

apren<strong>de</strong>rão técnicas <strong>de</strong> trabalho<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -5<br />

<strong>Arquidiocese</strong> ganha casa <strong>de</strong><br />

recuperação para moradores <strong>de</strong> rua<br />

De 14 a 18 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, será<br />

realizada a 13ª <strong>ed</strong>ição da Semana<br />

da Soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> Inclusiva. O<br />

evento tem como objetivo conscientizar<br />

sobre o processo <strong>de</strong> inclusão<br />

das pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

nos diferentes espaços<br />

sociais, esclarecendo e discutindo<br />

a temática. O encontro será<br />

realizado no Centro <strong>de</strong> Eventos<br />

Multiuso <strong>de</strong> São José. Este ano,<br />

Na propri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> quatro hectares, adquirida em Enseada <strong>de</strong> Brito, em<br />

Palhoça, moradores <strong>de</strong> rua serão reinseridos na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

como padaria e jardinagem. São<br />

ativida<strong>de</strong>s que ajudam na sua formação<br />

humana e profissional. “A<br />

idéia é mantê-los ocupados o<br />

maior tempo possível, trabalhando<br />

para <strong>de</strong>spertar sua auto-estima<br />

e a relação com as pessoas”,<br />

disse Frei Rogério.<br />

As pessoas acolhidas pela<br />

Associação morarão na entida<strong>de</strong><br />

até que tenham condições <strong>de</strong><br />

viver em local apropriado e se<br />

manter financeiramente. “Mas<br />

eles po<strong>de</strong>rão trabalhar fora e<br />

morar na Associação, ou trabalhar<br />

e viver aqui”, explica o Frei.<br />

Segundo ele, será construída<br />

uma espécie <strong>de</strong> vila para moradia<br />

tanto dos internos, quanto <strong>de</strong><br />

voluntários que se i<strong>de</strong>ntifiquem<br />

com a espiritualida<strong>de</strong> da Associação.<br />

Manutenção financeira<br />

Toda a fase inicial <strong>de</strong> aquisição<br />

do terreno e construção <strong>de</strong><br />

novos espaços está sendo<br />

custeada por uma instituição italiana.<br />

Depois, o projeto será auto<br />

sustentado. Os moradores realizarão<br />

trabalhos que auxiliarão<br />

na manutenção financeira da<br />

entida<strong>de</strong> e também contarão<br />

com doações da comunida<strong>de</strong>.<br />

Mesmo ainda não estando<br />

efetivada, a Associação “Vida<br />

Nueva” já conta com alguns voluntários<br />

e empresas já se dispuseram<br />

em auxiliar com o projeto.<br />

Ainda assim, vai precisar da<br />

colaboração <strong>de</strong> mais pessoas.<br />

Os interessados em ajudar a<br />

instituição <strong>de</strong>vem entrar em contato<br />

pelo fone (48) 3286-8368 ou pelo<br />

e-mail freirogerio@yahoo.com.br.<br />

Encontro discute inclusão do <strong>de</strong>ficiente na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

em que a Igreja adotou como<br />

tema da Campanha da Fraternida<strong>de</strong>,<br />

“as pessoas com <strong>de</strong>ficiência”,<br />

a Semana terá como<br />

tema “Diversida<strong>de</strong>: um <strong>de</strong>safio ao<br />

exercício da cidadania”.<br />

Nos dias 14, 15 e 16 serão realizadas<br />

palestras com especialistas<br />

especialmente convidados. No<br />

dia 17 haverá show com bandas,<br />

em local a ser <strong>de</strong>finido. No dia 18,<br />

dia do encerramento, serão realizadas<br />

ativida<strong>de</strong>s diversas em escolas<br />

e instituições participantes.<br />

A organização do evento solicita o<br />

apoio dos profissionais e das instituições<br />

envolvidas com esta causa,<br />

e coloca-se à disposição para<br />

mais esclarecimentos.<br />

Informações com Mara Ellen<br />

dos Santos, da Orionópolis Catarinense,<br />

pelo fone (48) 3343-0087.


6<br />

- Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

Conhecendo as cartas <strong>de</strong> São Paulo (29)<br />

Aos Hebreus (1-2): A Palavra Definitiva<br />

Começando a ler a “carta aos<br />

hebreus”, impressiona-nos a sole<br />

nida<strong>de</strong> dos seus quatro versículos<br />

iniciais, uma das passagens certamente<br />

mais profundas do Novo Testamento. O<br />

primeiro versículo é uma síntese brevíssima<br />

<strong>de</strong> toda a Escritura, da convicção <strong>de</strong> que<br />

Deus se revela, se revelou, falou, ao seu<br />

povo: Muitas vezes e <strong>de</strong> muitos modos,<br />

Deus falou outrora a nossos pais, pelos<br />

profetas (1,1). Agora, nestes dias, que são<br />

os últimos, falou-nos por meio do Filho, a<br />

quem constituiu her<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> todas as coisas<br />

e pelo qual também criou o universo<br />

(1,2). O “Filho”, portanto, a seguir i<strong>de</strong>ntificado<br />

com Jesus, é a Palavra <strong>de</strong>finitiva do<br />

Pai. Ele é “a Palavra”, como também o<br />

afirma o início do quarto evangelho (Jo 1,1),<br />

é o resplendor da glória <strong>de</strong> Deus, a expressão<br />

do seu ser (1,3). Sendo Ele assim,<br />

“expressão” do Pai e sua Palavra eterna,<br />

tudo o que se po<strong>de</strong>ria e se <strong>de</strong>veria dizer<br />

<strong>de</strong> Deus está dito nele e por Ele. Não<br />

há outro Mestre nem outro Salvador. Só<br />

Ele “tem palavras <strong>de</strong> vida eterna” (Jo 6,68),<br />

é por Ele que Deus nos falou (1,2), foi Ele<br />

quem realizou a purificação dos pecados<br />

e, elevado acima dos anjos, assentou-se<br />

à direita da majesta<strong>de</strong> divina (1,3b-4). Com<br />

esta solene afirmação <strong>de</strong> fé cristológica<br />

começa o autor, que tem coisas importantes<br />

e profundas a nos dizer.<br />

Carta? <strong>de</strong> Paulo? “aos hebreus”?<br />

Sabe-se que as cartas <strong>de</strong> São Paulo<br />

foram colecionadas praticamente por or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> tamanho, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a maior <strong>de</strong>las,<br />

que é a carta aos romanos, primeira da<br />

série, até a penúltima, a menor <strong>de</strong> todas,<br />

a carta a Filêmon. A última, que, por esse<br />

critério, <strong>de</strong>veria ser a menor <strong>de</strong> todas, é<br />

novamente uma carta extensa, com o<br />

mesmo número <strong>de</strong> capítulos que a segunda<br />

carta aos coríntios: é a chamada<br />

“carta aos hebreus”, com treze capítulos.<br />

Por que, então, os colecionadores, ou <strong>ed</strong>itores,<br />

das cartas paulinas, a <strong>de</strong>ixaram<br />

para o fim, dando-lhe um tratamento especial?<br />

É porque perceberam uma série<br />

<strong>de</strong> características próprias <strong>de</strong>sta “carta”,<br />

que não encontramos nas outras. Em primeiro<br />

lugar, ela não se apresenta como<br />

sendo escrita pelo próprio Paulo. Aliás,<br />

nem “carta” é: ela é mais uma homilia do<br />

que “carta”. Seu início é diferente do das<br />

outras cartas do Apóstolo, que sempre<br />

Maior que os anjos<br />

Partindo da reverência que seus irmãos<br />

na fé tributavam aos anjos, o autor começa<br />

argumentando, com textos da Escritura,<br />

para convencê-los da superiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jesus,<br />

tão acima dos anjos quanto o nome<br />

que herdou supera o <strong>de</strong>les (1,4). Nessa<br />

argumentação, falando a bons conhec<strong>ed</strong>ores<br />

da Bíblia, o autor aplica a Jesus certos<br />

textos, lidos segundo a convicção cristã<br />

BÍBLIA<br />

começam com o seu nome e o nome da<br />

comunida<strong>de</strong> ou da pessoa a quem ele<br />

escreve. Mesmo no final, nos quatro<br />

versículos mais “epistolares” (13,22-25),<br />

o autor não se i<strong>de</strong>ntifica como sendo<br />

Paulo – embora fale <strong>de</strong> Timóteo – nem<br />

diz <strong>de</strong> on<strong>de</strong> nem para on<strong>de</strong> escreve. Além<br />

disso, os comentaristas dizem que o<br />

estilo é bem diferente do das outras cartas,<br />

embora seu autor insista igualmente,<br />

como Paulo, na fé e na graça, bem<br />

como na superação da antiga Aliança e<br />

<strong>de</strong> suas instituições. O fato é que na<br />

liturgia não se diz mais, como antigamente,<br />

“leitura da carta <strong>de</strong> São Paulo aos<br />

hebreus”, mas simplesmente, “leitura da<br />

carta aos hebreus”. E esses “hebreus”,<br />

quem são? São ju<strong>de</strong>us, sim, mas já cristãos<br />

e, como ex-ju<strong>de</strong>us, certamente familiarizados<br />

com o culto e o sacerdócio<br />

<strong>de</strong> Israel tais como estão <strong>de</strong>scritos no<br />

Primeiro Testamento. Não sabemos, porém,<br />

on<strong>de</strong> moravam. Seriam os ju<strong>de</strong>us<br />

<strong>de</strong> Roma? ou os <strong>de</strong> Alexandria? ou a comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Jerusalém? O fato é que o<br />

autor, que talvez esteja “na Itália” (cf<br />

13,24), é também convertido do judaísmo,<br />

e quer <strong>de</strong>monstrar que nós, cristãos,<br />

temos um sacerdócio e sacrifício melhores:<br />

Jesus Cristo, oferecendo-se a si<br />

mesmo, instaurou a Nova Aliança, <strong>de</strong>finitivamente<br />

superando toda a “economia”<br />

sacrificial da Antiga.<br />

Conteúdo geral e estrutura<br />

A carta é toda uma leitura alegórica,<br />

interpretativa, do Antigo Testamento. O que<br />

os leitores conhecem – o culto judaico –<br />

serve para explicar o que eles ainda não<br />

compreen<strong>de</strong>m bem: o papel único e <strong>de</strong>finitivo<br />

da salvação que Cristo nos oferece,<br />

pela prática e a entrega <strong>de</strong> sua vida. O<br />

assunto não é, portanto, o sacrifício e sacerdócio<br />

judaicos em si, mas a vida e obra<br />

<strong>de</strong> Jesus que os realiza e supera. A alegoria<br />

parte da semelhança para a diferença.<br />

Há semelhança entre os sacrifícios do<br />

Templo e o sacrifício <strong>de</strong> Jesus. A diferença<br />

é que Jesus não é simplesmente a vítima<br />

<strong>de</strong> um sacrifício cruento, mas alguém<br />

que voluntariamente se entrega até a morte,<br />

por amor. Porque viveu e morreu assim,<br />

Ele substitui os antigos sacrifícios<br />

<strong>de</strong> reconciliação e ensina-nos a fazer da<br />

vida o verda<strong>de</strong>iro sacrifício. A estrutura da<br />

“carta” po<strong>de</strong> ser a seguinte:<br />

do cumprimento, nele, das profecias. E<br />

começa <strong>de</strong>monstrando que a nenhum anjo<br />

Deus falou como fala ao Messias, por<br />

exemplo, no Sl 2,7: Tu és meu Filho, eu<br />

hoje te gerei. Da mesma forma, no Sl 110,1:<br />

Senta-te à minha direita, até que eu ponha<br />

teus inimigos como apoio sob os teus pés.<br />

Atenção à Palavra<br />

Tendo falado dos anjos, o autor recor-<br />

da o respeito que se tem pela Lei, transmitida<br />

por eles, junto com Moisés (cf Gl<br />

3,19). E argumenta: Se assim reverenciamos<br />

a Lei, tanto mais <strong>de</strong>vemos estar<br />

atentos (2,1) à Palavra <strong>de</strong> salvação, no<br />

início promulgada pelo Senhor, e <strong>de</strong>pois<br />

confirmada no meio <strong>de</strong> nós por aqueles<br />

que a tinham ouvido (2,3). E continua:<br />

Deus confirmou o testemunho <strong>de</strong>les com<br />

sinais, prodígios e milagres, m<strong>ed</strong>iante os<br />

dons do Espírito Santo (2,4).<br />

A humilhação que salva<br />

Começando a entrar no seu tema, o<br />

autor cita novamente um Salmo: é o Sl<br />

8,7-8, sobre o ser humano, feito pouco<br />

menor que os anjos, mas a quem todas<br />

as coisas foram submetidas. Aplicandoo<br />

a Jesus, o homem por excelência, o<br />

autor afirma que ainda não vemos que<br />

tudo lhe esteja submetido (2,8), o que à<br />

primeira vista contradiz à sua supereminência<br />

divina, afirmada no início da<br />

carta. Aqui, porém, o autor ressalta a<br />

natureza humana <strong>de</strong> Jesus, na qual ele<br />

sofreu a humilhação da morte, suportando-a<br />

em favor <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> nós (2,9).<br />

De fato, para conduzir muitos filhos à glória,<br />

Deus fez com que Jesus iniciasse a<br />

nossa salvação por sua palavra e a levasse<br />

a bom termo por sua morte, prova<br />

e revelação do seu amor fiel. Esta “salvação”,<br />

o autor a exprime como “santificação”<br />

(2,11), termo caro ao judaísmo,<br />

1) Por que nos impressiona o início<br />

da carta aos hebreus? 2) Trata-se, realmente,<br />

<strong>de</strong> uma “carta”? <strong>de</strong> Paulo? aos<br />

“hebreus”? 3) Qual a semelhança, e<br />

diferença, entre os sacrifícios do Tem-<br />

Para refletir:<br />

Divulgação/JA<br />

equivalendo à “purificação” que, por meio<br />

<strong>de</strong> sacrifícios e abluções rituais, tornava<br />

os oferentes dignos <strong>de</strong> se aproximarem<br />

do Deus santo. Nesse sentido é que Jesus<br />

é o nosso “santificador” e nós somos<br />

os “santificados” (2,11).<br />

Irmão entre irmãos<br />

Citando agora o Sl 22,23, o autor afirma<br />

que Jesus não se envergonha <strong>de</strong> chamar-nos<br />

irmãos (2,11), tendo em comum<br />

conosco a carne e o sangue (2,14). Foi<br />

com essa condição humana, fruto da sua<br />

encarnação, que Ele pô<strong>de</strong> nos libertar, <strong>de</strong>struindo,<br />

com sua morte por amor, o protagonista<br />

do mal. Dessa maneira Ele libertou<br />

os que, por m<strong>ed</strong>o da morte, passavam<br />

a vida toda sujeitos à escravidão (2,15). De<br />

fato, Ele, que não veio em auxílio <strong>de</strong> anjos,<br />

mas da humana <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> Abraão,<br />

fez-se em tudo semelhante a nós, seus<br />

irmãos, e se tornou o nosso sumo sacerdote<br />

misericordioso e digno <strong>de</strong> confiança<br />

(2,16-17). Com esta última afirmação, o<br />

autor se reportava à convicção do judaísmo<br />

<strong>de</strong> que cabia ao sumo sacerdote, presidindo<br />

os sacrifícios, o encargo da<br />

“santificação” e reconciliação do povo com<br />

Deus. Ora, ninguém mais nem melhor do<br />

que Jesus, tendo ele próprio sofrido ao ser<br />

provado (2,18), realizou isso.<br />

Pe. Ney Brasil Pereira<br />

Professor <strong>de</strong> Exegese Bíblica no ITESC<br />

plo e o sacrifício <strong>de</strong> Jesus? 4) Em que<br />

sentido Jesus é o nosso “santificador”<br />

e nós somos os “santificados”? 5) Como<br />

Jesus realizou <strong>de</strong> maneira suprema o<br />

que cabia ao sumo sacerdote?<br />

Faça como Luiz Carlos Pires Senna, <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, escreva para o Jornal<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>, responda as questões <strong>de</strong>sta página e participe do sorteio<br />

<strong>de</strong> uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos<br />

Católicos (48-9983-4592). Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>: rua Esteves Júnior, 447 -<br />

Centro - <strong>Florianópolis</strong>-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br


Liberda<strong>de</strong> Assistida realiza<br />

oficinas com as famílias<br />

O Programa Liberda<strong>de</strong> Assistida<br />

Comunitária <strong>de</strong>u início, no<br />

dia 27 <strong>de</strong> julho, ao segundo<br />

módulo <strong>de</strong> encontros com os<br />

familiares dos jovens e adolescentes<br />

que estão em acompanhamento<br />

<strong>de</strong> m<strong>ed</strong>ida <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />

assistida, sob a supervisão<br />

da Ação Social Arquidiocesana.<br />

Dividido em encontros mensais,<br />

o evento tem o propósito <strong>de</strong><br />

fortalecer os vínculos familiares,<br />

a compreensão da violência e a<br />

convivência com ela. Participam<br />

dos encontros as mães, irmãs ou<br />

esposas dos jovens. Durante os<br />

encontros, são realizadas oficinas<br />

<strong>de</strong> família que procuram pensar<br />

as famílias enquanto espaço<br />

<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s, proteção, so-<br />

Em Assembléia Geral, realizada<br />

no dia 01/07/06, a Ação<br />

Social Paroquial Nossa Senhora<br />

do Rosário, do Roçado (São<br />

José), elegeu sua Diretoria e<br />

Conselho Fiscal para o biênio<br />

julho/2006 a julho/2008, e também<br />

efetuou a reformulação do<br />

Estatuto da Ação Social.<br />

O momento da Assembléia<br />

representou também a retomada<br />

dos trabalhos sociais da<br />

Ação Social, contando com a<br />

participação ativa <strong>de</strong> seus associados,<br />

pároco e representantes<br />

<strong>de</strong> pastoral e <strong>de</strong>mais grupos<br />

<strong>de</strong> trabalho da Paróquia. É<br />

compromisso da Diretoria realizar,<br />

em parceria com outros<br />

segmentos, um levantamento<br />

da realida<strong>de</strong> social (diagnóstico),<br />

para posteriormente fazer<br />

planejamento integrado com a<br />

Município celebra 100 anos <strong>de</strong> Major Gercino<br />

A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Major Gercino celebrou<br />

no dia 02 <strong>de</strong> julho, às 9h, o<br />

centenário do homem que dá o<br />

nome ao município. A celebração<br />

foi presidida pelo nosso arcebispo<br />

Dom Murilo Krieger, e foi concelebrada<br />

pelo Pe. Marcelo Telles,<br />

pároco local, e Pe. José Edgar <strong>de</strong><br />

Oliveira. O evento contou com a<br />

participação das filhas e netos e<br />

<strong>de</strong>mais parentes do Major.<br />

Após a celebração, foi inaugurado<br />

um busto em homenagem<br />

ao aniversariante, com a presença<br />

<strong>de</strong> Dom Murilo. Também foram<br />

entregues prêmios aos jovens<br />

dos colégios que tiraram o<br />

primeiro e segundo lugares no<br />

concurso <strong>de</strong> r<strong>ed</strong>ação que tinha o<br />

Major como tema.<br />

História - Nascido em 1906<br />

cialização e criação <strong>de</strong> vínculos<br />

relacionais.<br />

Na primeira etapa, realizada<br />

em abril e maio, as oficinas foram<br />

ministradas em parceria com<br />

a assistente social Cristiane<br />

Claudino, que trabalhou os diferentes<br />

arranjos familiares que<br />

existem nos dias atuais, além <strong>de</strong><br />

oferecer momentos <strong>de</strong> reflexão e<br />

<strong>de</strong>bate com os 18 participantes.<br />

O evento conta com a parceria<br />

do CRESS 12 ª Região – Conselho<br />

Regional <strong>de</strong> Serviço Social,<br />

Biblioteca Pública Municipal<br />

Barreiros Filho e AEBAS – Associação<br />

Evangélica Beneficente <strong>de</strong><br />

Assistência Social, que disponibilizaram<br />

os espaços físicos para<br />

a realização dos encontros.<br />

Assembléia <strong>de</strong>fine nova diretoria da<br />

Ação Social Nossa Senhora do Rosário<br />

pastoral social e <strong>de</strong>mais grupos<br />

que realizam trabalho social na<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

Composição da Diretoria e<br />

Conselho Fiscal eleito:<br />

DIRETORIA:<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Pe. André Gonzaga;<br />

Vice Presi<strong>de</strong>nte: Maria<br />

Lorete Vieira; Primeiro Secretário:<br />

Norberto Cassol Almeida;<br />

Segundo Secretário: Wilson Fabio<br />

<strong>de</strong> Castro; Primeira Tesoureira:<br />

Solange Hermes Passig;<br />

Segunda Tesoureira Nair Terezinha<br />

Stahelin Hames<br />

CONSELHO FISCAL:<br />

Titulares: Adriana Kinscheski<br />

Bunn; Maria Nilza J. May<br />

e Antonio Jose <strong>de</strong> Souza<br />

Suplentes: Márcia Maria<br />

Petters, Pércio Jesiel Pereira da<br />

Silva e Valcy Wolff Weber<br />

na localida<strong>de</strong> que pertencia ao<br />

município <strong>de</strong> Tijucas e hoje leva<br />

seu nome, Gercino Gerson Gomes,<br />

aos 17 anos, mudou-se<br />

para <strong>Florianópolis</strong> para seguir a<br />

carreira militar. Muito católico e<br />

<strong>de</strong>voto <strong>de</strong> Nossa Senhora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

c<strong>ed</strong>o imprimiu na carreira<br />

militar o seu carisma religioso.<br />

Foi o responsável pela criação<br />

da Páscoa dos Militares, incentivava<br />

o estudo entre os militares<br />

e foi o fundador da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Farmácia e Odontologia. Morreu<br />

prematuramente, aos 45 anos,<br />

<strong>de</strong>ixando esposa e quatro filhos.<br />

Quando, em 1961, a localida<strong>de</strong><br />

foi emancipada, a comunida<strong>de</strong> resolveu<br />

homenagear seu ilustre<br />

conterrâneo assumindo-lhe o<br />

nome.<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -7<br />

Agosto - o mês das forças vivas da Igreja<br />

Encerrado o Concílio Vaticano<br />

II, os Bispos do Brasil voltaram<br />

<strong>de</strong>cididos a colocá-lo em prática.<br />

Traziam consigo o “Plano <strong>de</strong><br />

Pastoral <strong>de</strong> Conjunto” (1966-70),<br />

aprovado ainda em Roma, durante<br />

a última sessão do Concílio.<br />

As mudanças sociais e culturais<br />

da época, os novos ares do Concílio<br />

e suas exigências fizeram<br />

com que se manifestasse uma<br />

crise vocacional entre os padres,<br />

religiosas e religiosos. Os trabalhos,<br />

a reflexão e a oração eram<br />

intensos. Urgia <strong>de</strong>spertar a consciência<br />

das comunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

todos os batizados e batizadas<br />

para a co-responsabilida<strong>de</strong> na<br />

Missão. Isto levaria ao conceito<br />

<strong>de</strong> “Igreja toda ministerial”, tema<br />

tão importante em nossos dias.<br />

Em meio a esse clima, Dom<br />

Aloísio Lorschei<strong>de</strong>r instituiu, em<br />

1971, na diocese <strong>de</strong> Santo Ângelo<br />

(RS), o mês <strong>de</strong> outubro<br />

como Mês Vocacional. Em 1973,<br />

passou a ser celebrado em<br />

<strong>agosto</strong>. Nos anos que se seguiram,<br />

a prática se espalhou nas<br />

dioceses do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />

e em outros Regionais.<br />

No 5º Encontro Nacional <strong>de</strong><br />

Pastoral Vocacional em Brasília<br />

(1980), que tinha como objetivo<br />

avaliar a Pastoral Vocacional na<br />

década <strong>de</strong> 1970-80, foram colocadas<br />

em relevo duas experiências<br />

muito positivas: a celebração<br />

do Mês Vocacional e <strong>de</strong><br />

Anos Vocacionais Diocesanos.<br />

E já em 1981, na 19ª Assembléia<br />

Geral da CNBB, o ano <strong>de</strong> 1983<br />

foi <strong>de</strong>clarado “Ano Vocacional”,<br />

e <strong>agosto</strong> passaria a ser o “Mês<br />

Vocacional” em todo o território<br />

nacional (CNBB, 20 - 258-259).<br />

Assim, <strong>agosto</strong> é “tempo oportuno”<br />

para o estudo, pregação,<br />

formação, oração e promoções diversas<br />

em vista das vocações e<br />

ministérios que brotam da riqueza<br />

do sacramento do batismo.<br />

Aju<strong>de</strong> a criar consciência vocacional;<br />

a <strong>de</strong>spertar os batizados<br />

e as batizadas para suas responsabilida<strong>de</strong>s<br />

na Igreja; a levar todas<br />

as pastorais a perceberem a<br />

importância do Serviço da Animação<br />

Vocacional na Pastoral Orgânica<br />

da Igreja local; enfatizar<br />

que “todos os membros da Igreja,<br />

sem exceção, têm a graça e<br />

a responsabilida<strong>de</strong> do cuidado<br />

pelas vocações” (PDV 41, § 2);<br />

privilegiar um tempo na Igreja para<br />

“uma pregação direta sobre o mis-<br />

<strong>Arquidiocese</strong> tem quatro padres jubilares<br />

Nos meses <strong>de</strong> julho e <strong>agosto</strong>,<br />

a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> se<br />

alegra com as celebrações jubilares<br />

<strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação<br />

presbiteral <strong>de</strong> quatro membros do<br />

seu clero. São eles, Pe. Hélio da<br />

Cunha, no dia 11 <strong>de</strong> julho, em Campinas,<br />

São José; Pe. David Antônio<br />

Coelho, no dia 14 <strong>de</strong> julho, no<br />

Santuário <strong>de</strong> Fátima, no Estreito,<br />

<strong>Florianópolis</strong>; e Pe. José Rufino<br />

Filho e Pe. P<strong>ed</strong>ro Daboit, cujo jubileu<br />

ocorreu no dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>.<br />

Pe. Hélio conc<strong>ed</strong>eu entrevista<br />

na última <strong>ed</strong>ição do Jornal da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. Pe. Rufino nos fala<br />

sobre sua vida e vocação nesta<br />

Pe. Pe. David David, David vocação adulta<br />

<strong>de</strong>spertada aos 24 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

Divulcação/JA<br />

<strong>ed</strong>ição, na coluna “Entrevista”,<br />

página 14. Acompanhe um pouco<br />

como foi (Pe. Davi), ou como<br />

será (Pe. P<strong>ed</strong>ro), a celebração<br />

jubilar dos nossos padres.<br />

Pe. Pe. David David Antônio Antônio Coelho<br />

Coelho<br />

O Santuário <strong>de</strong> Fátima, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, engalanou-se, no<br />

dia 14 <strong>de</strong> julho, para o Jubileu <strong>de</strong><br />

25 anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação presbiteral<br />

do seu pároco, Pe. David Antônio<br />

Coelho. A celebração, realizada<br />

às 19h30min, contou com<br />

a presença <strong>de</strong> nosso arcebispo<br />

Dom Murilo Krieger, <strong>de</strong> padres,<br />

diáconos, parentes e amigos do<br />

jubilando.<br />

Natural <strong>de</strong> São José, on<strong>de</strong><br />

nasceu a 31 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1951, Pe.<br />

David teve sua vocação para a vida<br />

presbiteral <strong>de</strong>spertada aos 24<br />

anos, um vocacionado, portante,<br />

adulto. Fez todos os seus estudos<br />

em Azambuja e no ITESC, e<br />

em 14 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1981, em São<br />

José, recebia das mãos <strong>de</strong> Dom<br />

Afonso Niehues o sacramento da<br />

or<strong>de</strong>nação presbiteral.<br />

Pe. Pe. P<strong>ed</strong>ro P<strong>ed</strong>ro Carlos Carlos Daboit<br />

Daboit<br />

Apesar <strong>de</strong> seu jubileu ter ocorrido<br />

no dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, a celebração<br />

<strong>de</strong> 25 anos da or<strong>de</strong>nação<br />

presbiteral do Pe. P<strong>ed</strong>ro Carlos<br />

Daboit será realizada no dia 16<br />

<strong>de</strong> <strong>agosto</strong>. Será às 19h30min, na<br />

Arquivo/JA<br />

tério da vocação na Igreja, sobre<br />

o valor do sacerdócio ministerial,<br />

e sobre a sua urgente necessida<strong>de</strong><br />

para o Povo <strong>de</strong> Deus” (PDV<br />

39, § 2); colocar-se <strong>de</strong> acordo<br />

com o Senhor: “A colheita é gran<strong>de</strong>,<br />

e os trabalhadores são poucos.<br />

Peçam ao dono da plantação<br />

que man<strong>de</strong> trabalhadores<br />

para a colheita” (Mt 9,37-38).<br />

O primeiro domingo é especialmente<br />

d<strong>ed</strong>icado aos que recebem<br />

o Sacramento da Or<strong>de</strong>m:<br />

os padres (pela proximida<strong>de</strong> da<br />

festa <strong>de</strong> S. João Vianney, seu<br />

patrono – dia 4) e os diáconos<br />

(festa <strong>de</strong> S. Lourenço – dia 10).<br />

No segundo domingo – Dia do<br />

Pai – lembramos a família e os<br />

leigos e leigas em geral. A festa<br />

da Assunção <strong>de</strong> Maria (dia 15),<br />

motiva a celebração da vocação<br />

religiosa no terceiro domingo. E<br />

no quarto domingo celebram-se<br />

os ministérios leigos e, em especial,<br />

o catequista e a catequista,<br />

os quais, no entanto, terão<br />

o quinto domingo, quando<br />

houver.<br />

Pe. João Francisco Salm<br />

Do Clero Secular <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

Coor<strong>de</strong>nador da Pastoral Vocacional<br />

Pe. Pe. P<strong>ed</strong>ro P<strong>ed</strong>ro, P<strong>ed</strong>ro frei capuchinho que se<br />

tornou padre diocesano<br />

Igreja Matriz da Paróquia São<br />

Francisco Xavier, no Saco Gran<strong>de</strong>,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>.<br />

Natural <strong>de</strong> Sombrio, em Santa<br />

Catarina, Pe. P<strong>ed</strong>ro iniciou a<br />

sua preparação para o ministério<br />

sacerdotal através da Província<br />

dos Capuchinhos do Paraná e<br />

Santa Catarina. Realizou os seus<br />

estudos e foi or<strong>de</strong>nado presbítero<br />

em 1981. Boa parte dos seus estudos<br />

foi feita junto com o Pe.<br />

Rufino. Em 2002 solicitou o seu<br />

ingresso no clero arquidiocesano<br />

e foi aceito. Há oito anos é pároco<br />

<strong>de</strong> São Francisco Xavier.


8-<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

Paróquia São Cristóvão: d<strong>ed</strong>icação ao trabalho social<br />

Em 1968, Itajaí tinha apenas<br />

uma paróquia, a do Santíssimo<br />

Sacramento. Com o crescimento<br />

da população, motivada sobretudo<br />

pelo crescimento do<br />

Porto, viu-se a necessida<strong>de</strong> da<br />

criação <strong>de</strong> novas comunida<strong>de</strong>s<br />

paroquiais. Assim, entre fevereiro<br />

e março <strong>de</strong> 1968, foram criadas<br />

mais quatro paróquias no<br />

município.<br />

A Paróquia São Cristóvão,<br />

em Cor<strong>de</strong>iros, foi criada em 18<br />

<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong>sse ano. Na época,<br />

era ainda uma pequena comunida<strong>de</strong><br />

na qual a população<br />

vivia da agricultura <strong>de</strong> subsistência,<br />

da pesca, do trabalho em<br />

algumas indústrias e no Porto.<br />

Hoje, a população alcança<br />

mais <strong>de</strong> 40 mil pessoas. On<strong>de</strong><br />

havia roças, há prédios, casas<br />

e estradas. A população vive do<br />

comércio, da pesca e do movimento<br />

em função do Porto. No<br />

centro <strong>de</strong> tudo isso, a Paróquia<br />

<strong>de</strong> São Cristóvão.<br />

Dividida em 16 comunida<strong>de</strong>s,<br />

distribuídas em 12 bairros, a<br />

Paróquia tem hoje Pe. Sérgio<br />

Giacomelli à sua frente, com o<br />

apoio <strong>de</strong> três diáconos: os<br />

diáconos permanentes Adilson<br />

da Costa e Antônio Luiz Melies,<br />

e o diácono transitório S<strong>ed</strong>emir<br />

Valmor <strong>de</strong> Melo. “Os diáconos<br />

realizam um trabalho fundamental.<br />

Cada um <strong>de</strong>les atua em <strong>de</strong>terminadas<br />

áreas e auxilia bastante<br />

nas ativida<strong>de</strong>s pastorais”,<br />

disse Pe. Sérgio. Entre as ativida<strong>de</strong>s<br />

realizadas pelas diversas<br />

pastorais, movimentos e associações,<br />

que atuam na Paróquia,<br />

<strong>de</strong>stacam-se:<br />

Grupo <strong>de</strong> Idosos – Convênio<br />

entre a Ação Social e a Prefeitura<br />

<strong>de</strong> Itajaí, que disponibiliza<br />

dois profissionais, viabiliza o trabalho<br />

com 43 idosos na Matriz.<br />

Todas as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> quinta-feira<br />

eles se reúnem para se confraternizarem.<br />

Nos encontros, têm<br />

aulas <strong>de</strong> práticas manuais (crochê,<br />

tricô, pintura),e também,<br />

sob a orientação <strong>de</strong> um professor<br />

<strong>de</strong> Educação Física, fazem<br />

alongamento e respiração. “Isso<br />

auxilia no tratamento em problemas<br />

<strong>de</strong> bursite e pressão alta,<br />

que são comuns aos idosos”,<br />

disse Francisco Ribeiro, um dos<br />

coor<strong>de</strong>nadores do projeto. Os<br />

participantes do grupo também<br />

recebem palestras <strong>de</strong> orientação<br />

sexual, dicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em geral. Anualmente<br />

são organizadas viagens<br />

<strong>de</strong> passeios.<br />

Grupos Bíblicos em Família<br />

– A única priorida<strong>de</strong> da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> é encarada da mesma<br />

maneira na paróquia. Na última<br />

assembléia paroquial, realizada<br />

em novembro, ficou <strong>de</strong>finida<br />

a segunda-feira como o dia<br />

para os encontros dos Grupos<br />

Bíblicos em Família. Atualmente<br />

há 43 grupos e as pastorais e<br />

movimentos estão se abrindo<br />

para a formação <strong>de</strong> novos grupos.<br />

“Ainda somos poucos, mas<br />

estamos ganhando força e em<br />

breve seremos muitos”, disse<br />

Cirlene <strong>de</strong> Oliveira Krammel, coor<strong>de</strong>nadora<br />

dos GBF’s. Os grupos<br />

são formados por li<strong>de</strong>ranças<br />

<strong>de</strong> várias pastorais e pelos moradores<br />

das comunida<strong>de</strong>s, têm<br />

auxiliado na formação <strong>de</strong> novas<br />

li<strong>de</strong>ranças, e também são efica-<br />

Informática capacita jovens e adultos para o trabalho<br />

A distância da comunida<strong>de</strong> do<br />

centro da cida<strong>de</strong>, e a falta <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> formação profissional<br />

para os jovens, motivou a paróquia<br />

a criar o Curso <strong>de</strong> Informática Cidadã.<br />

Através <strong>de</strong> parceria com o<br />

Colégio Salesiano, o curso foi criado<br />

em 2004 e no seu terceiro ano<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> comemora mais <strong>de</strong><br />

mil alunos já formados.<br />

No início, o curso era voltado<br />

apenas aos jovens. Hoje, os<br />

adultos também participam. As<br />

aulas são ministradas por profissionais<br />

contratados e por<br />

monitores voluntários que auxi-<br />

liam nas aulas (muitos <strong>de</strong>les que<br />

já passaram pelo curso).<br />

O curso acontece pela manhã,<br />

tar<strong>de</strong> e noite. Cada curso<br />

tem a duração <strong>de</strong> três meses,<br />

possibilitando assim a realização<br />

<strong>de</strong> quatro cursos por ano.<br />

“O fato <strong>de</strong> o curso ser oferecido<br />

nos três períodos facilita a participação<br />

dos interessados, pois<br />

po<strong>de</strong>m escolher o horário que<br />

melhor se a<strong>de</strong>qua às suas condições”,<br />

disse Elisa Adriane Souza,<br />

coor<strong>de</strong>nadora paroquial <strong>de</strong><br />

pastoral. São cerca <strong>de</strong> 120 alunos<br />

por trimestre.<br />

Há dois anos, curso <strong>de</strong> informática dá oportunida<strong>de</strong> para aperfeiçoamento<br />

profissional para jovens e adultos. Mais <strong>de</strong> 100 pessoas são formadas por ano.<br />

Foto JA<br />

PARÓQUIA<br />

Assistência – Das 16 comunida<strong>de</strong>s<br />

da paróquia, três são<br />

consi<strong>de</strong>radas empobrecidas e<br />

em risco social. A essas é dada<br />

atenção especial. O trabalho<br />

consiste na assistência com<br />

doação <strong>de</strong> roupas e alimentos.<br />

As pessoas buscam auxílio e<br />

um grupo <strong>de</strong> voluntárias vai até<br />

as residências verificar a necessida<strong>de</strong><br />

e faz o cadastro da família<br />

necessitada.<br />

Os alimentos e roupas são<br />

coletados em campanhas. Nas<br />

celebrações, voluntários entregam<br />

papeizinhos p<strong>ed</strong>indo <strong>de</strong>terminado<br />

produto (alimento, roupa,<br />

ou produto <strong>de</strong> higiene). Há<br />

ainda pessoas e donos <strong>de</strong> pequenos<br />

comércios locais que<br />

fazem a doação <strong>de</strong> cestas básicas<br />

na secretaria paroquial.<br />

Atualmente, 38 famílias estão<br />

cadastradas para receber os benefícios.<br />

Algumas provisoriamente<br />

(<strong>de</strong>sempregados), outras permanentemente<br />

(doentes ou inválidos).<br />

Izelina da Silva Gobetti,<br />

mais conhecida como Tia Fia,<br />

coor<strong>de</strong>nadora da ASPACOR<br />

(Ação Social Paroquial <strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>iros),<br />

como todas as <strong>de</strong>mais<br />

voluntárias, d<strong>ed</strong>ica um dia da<br />

semana para cadastrar as doações<br />

e realizar visitação às pessoas<br />

empobrecidas. “Faço esse<br />

trabalho porque sei que assim ajudo<br />

as pessoas”, disse.<br />

Foto JA<br />

Voluntárias da Ação Social organizam as doações da comunida<strong>de</strong>. Em todas as<br />

celebrações são solicitadas doações, que são <strong>de</strong>stinadas às famílias cadastradas.<br />

zes para perceber as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> famílias da paróquia e para<br />

implementar ações no sentido <strong>de</strong><br />

suprir essas necessida<strong>de</strong>s.<br />

Conselho Regional <strong>de</strong> Pastoral<br />

– A Paróquia possui 16 comunida<strong>de</strong>s,<br />

o que torna bastante<br />

difícil a presença do padre em<br />

cada uma <strong>de</strong>las para orientações<br />

e solução <strong>de</strong> problemas. Assim,<br />

foi criado o Conselho Regional <strong>de</strong><br />

Pastoral (CRP). As 16 comunida<strong>de</strong>s<br />

foram divididas em 4 regiões,<br />

<strong>de</strong> acordo com a sua proximida<strong>de</strong><br />

e realida<strong>de</strong>, e a cada dois<br />

meses são realizados encontros<br />

com a presença do padre. Cada<br />

regional tem um coor<strong>de</strong>nador<br />

como referência do grupo.<br />

“As regionais são o diferencial<br />

<strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>iros e ajudam muito<br />

no atendimento pastoral. Através<br />

<strong>de</strong>las, o padre conhece a realida<strong>de</strong><br />

das comunida<strong>de</strong>s e po<strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nar e direcionar o trabalho<br />

HISTÓRICO: A Capela São<br />

Cristóvão, pertencente à Paróquia<br />

do Santíssimo Sacramento,<br />

foi criada em 1959. Era uma<br />

construção <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que abrigava<br />

pouco mais <strong>de</strong> 50 pessoas<br />

sentadas. Na época, a comunida<strong>de</strong><br />

era muito pequena.<br />

A população era muito pobre e<br />

vivia do cultivo <strong>de</strong> aipim e cana<br />

ou da pesca, e do trabalho na<br />

usina <strong>de</strong> cana e na fábrica <strong>de</strong><br />

papel. O porto ainda era pequeno<br />

e <strong>de</strong> pouco movimento.<br />

Anos mais tar<strong>de</strong>, a primeira<br />

igreja <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>u lugar<br />

a uma nova construção em alvenaria,<br />

com maior capacida<strong>de</strong><br />

para acolher os fiéis e<br />

construída por eles. Foi nesta<br />

igreja que, por Decreto <strong>de</strong> Dom<br />

Afonso Niehues, em 18 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 1968, a Capela <strong>de</strong><br />

com mais clareza”, disse Pe.<br />

Sérgio Giacomelli. Além dos regionais,<br />

há os CPPs e os CPCs,<br />

ambos com encontros mensais.<br />

Artesanato – A expressão<br />

artística é estimulada na comunida<strong>de</strong>.<br />

Todas as tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> terça-feira,<br />

um grupo <strong>de</strong> mulheres<br />

moradoras <strong>de</strong> diversas comunida<strong>de</strong>s<br />

da paróquia têm a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seus<br />

dons artísticos. Nesse dia, uma<br />

profissional ensina senhoras e<br />

jovens da comunida<strong>de</strong> a fazer<br />

artesanatos, pintura em tecidos,<br />

bordados, crochê e tricô. Os<br />

cursos têm finalida<strong>de</strong> doméstica,<br />

mas as 20 pessoas que participam<br />

comercializam o fruto do<br />

seu trabalho nos bazares realizados<br />

na paróquia e em exposições<br />

realizadas pela prefeitura.<br />

A renda é revertida para a aquisição<br />

dos materiais utilizados<br />

nos cursos.<br />

São Cristóvão foi elevada à categoria<br />

<strong>de</strong> Paróquia, com território<br />

<strong>de</strong>smembrado, em sua<br />

totalida<strong>de</strong>, da Paróquia do<br />

Santíssimo Sacramento, tendo<br />

o Pe. Thaecyil Tavares<br />

como seu primeiro pároco.<br />

No final da década <strong>de</strong> 70,<br />

com o crescimento da comunida<strong>de</strong>,<br />

teve início a construção<br />

da atual Igreja Matriz, com capacida<strong>de</strong><br />

para até 600 pessoas<br />

sentadas. Nela está a imagem<br />

<strong>de</strong> São Cristóvão, a única<br />

paróquia da <strong>Arquidiocese</strong> a ter<br />

o santo como padroeiro.<br />

A Matriz está localizada na<br />

rua Odílio Garcia, homenagem<br />

a um marinheiro da localida<strong>de</strong><br />

que morreu em aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> um<br />

navio petroleiro no Porto <strong>de</strong><br />

Itajaí, após salvar a vida <strong>de</strong><br />

várias pessoas.


Marcelo é o novo padre da <strong>Arquidiocese</strong><br />

A Igreja<br />

Matriz da Paró<br />

quia São João Evangelista,<br />

em Biguaçu, presenciou,<br />

no dia primeiro <strong>de</strong><br />

julho, às 19h, a or<strong>de</strong>nação<br />

presbiteral <strong>de</strong> Marcelo<br />

Henrique Fraga. Mais <strong>de</strong><br />

1.800 fiéis, sobretudo <strong>de</strong><br />

Palhoça, Camboriú, Brusque<br />

e Itajaí, comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong><br />

Pe. Marcelo realizou ativida<strong>de</strong><br />

pastoral, lotaram a igreja.<br />

A celebração foi presidida<br />

pelo nosso arcebispo<br />

Dom Murilo Krieger e concelebrada<br />

por padres e diáconos<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Natural <strong>de</strong> Biguaçu,<br />

on<strong>de</strong> nasceu em 26 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 1971, Pe. Marcelo<br />

teve sua vocação para a vida<br />

presbiteral <strong>de</strong>spertada a<br />

partir da participação nos<br />

trabalhos na comunida<strong>de</strong>. Participava <strong>de</strong><br />

Grupos Bíblicos em Família, da catequese<br />

e da coor<strong>de</strong>nação dos coroinhas, mas a<br />

principal força veio do apoio recebido.<br />

Entrou para o Seminário Menor, em<br />

Azambuja, em 1994. Saiu por um período<br />

e retornou em 1997, para o seminário<br />

prop<strong>ed</strong>êutico. Após a sua or<strong>de</strong>nação<br />

presbiteral, Pe. Marcelo recebeu a provisão<br />

<strong>de</strong> vigário para a Paróquia Senhor<br />

Bom Jesus <strong>de</strong> Nazaré, em Palhoça, on<strong>de</strong><br />

já realizava ativida<strong>de</strong> pastoral.<br />

Como lema <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação, Pe. Marcelo<br />

escolheu uma passagem <strong>de</strong> São<br />

O diácono Leandro José Rech será<br />

o próximo padre da <strong>Arquidiocese</strong>. A or<strong>de</strong>nação<br />

será realizada no dia dois <strong>de</strong> setembro,<br />

às 18h, na Paróquia Santo Antônio,<br />

em Campinas, São José. A missa<br />

será presidida pelo nosso arcebispo, Dom<br />

Murilo Krieger.<br />

Dom Dom Murilo Murilo (esq.) presidiu a or<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Pe. Marcelo, na<br />

Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu<br />

Paulo: “Agra<strong>de</strong>ço àquele que me <strong>de</strong>u forças,<br />

Jesus Cristo, Nosso Senhor, que me<br />

consi<strong>de</strong>rou digno <strong>de</strong> confiança, tomando-me<br />

para o seu serviço” (1Tm, 1,12). A<br />

sua primeira missa foi celebrada no dia<br />

dois <strong>de</strong> julho, às 10h, na Matriz <strong>de</strong><br />

Biguaçu.<br />

Pe. Marcelo é o primeiro dos três seminaristas<br />

or<strong>de</strong>nados diáconos neste ano<br />

a celebrar sua or<strong>de</strong>nação presbiteral. A<br />

or<strong>de</strong>nação diaconal conjunta, com Leandro<br />

José Rech e S<strong>ed</strong>emir Valmor <strong>de</strong><br />

Melo, foi realizada no dia 26 <strong>de</strong> março,<br />

no Santuário <strong>de</strong> Santa Paulina.<br />

Diácono Leandro será or<strong>de</strong>nado em setembro<br />

Diácono Diácono Diácono Leandro Leandro (dir.) será or<strong>de</strong>nado presbítero no<br />

dia 02 <strong>de</strong> setembro, na Paróquia <strong>de</strong> Campinas, São José<br />

Natural <strong>de</strong> Canoas, no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul, diácono Leandro teve sua vocação<br />

para a vida religiosa <strong>de</strong>spertada em 1994,<br />

quando começou a participar da Paróquia<br />

<strong>de</strong> Campinas, em São José. Lá ingressou<br />

no Grupo <strong>de</strong> Jovens, foi ministro da<br />

Eucaristia e da Liturgia. Em 1998, após<br />

um período <strong>de</strong> discernimento<br />

com o Pe. Sérgio <strong>de</strong> Souza<br />

e Pe. Márcio Vignoli, então<br />

seminarista em trabalho pastoral<br />

na paróquia, entrou para<br />

o seminário prope-dêutico.<br />

A família <strong>de</strong> cinco filhos e<br />

os pais, todos envolvidos em ativida<strong>de</strong>s<br />

pastorais na Igreja, dão<br />

todo o apoio para a sua escolha<br />

e se alegram com ele. Neste<br />

ano, Leandro está atuando pastoralmente<br />

na Paróquia Santa<br />

Cruz, em Barreiros, São José.<br />

A or<strong>de</strong>nação presbiteral já está<br />

agendada: será no dia dois <strong>de</strong><br />

setembro, às 18h, na Paróquia<br />

<strong>de</strong> Campinas. Como lema <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>nação, Leandro adotou o<br />

texto bíblico: “Eu sou o Bom<br />

Pastor, dou a vida por minhas<br />

ovelhas” (Jo 10,11).<br />

Arquivo/JA<br />

Divulgação JA<br />

ESPIRITUALIDADE<br />

Em 1476 foi introduzida no Oci<strong>de</strong>nte<br />

a antiqüíssima festa oriental da Transfiguração<br />

<strong>de</strong> Nosso Senhor, e marcada<br />

para o dia 6 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>. A pi<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> popular,<br />

contudo, permaneceu celebrando os<br />

muitos títulos do Senhor Bom Jesus,<br />

pouco vivenciando do extraordinário significado<br />

da revelação no Monte Tabor.<br />

Mas, po<strong>de</strong>mos ver no Transfigurado a<br />

imagem do Bom Jesus que revela a graça<br />

e a misericórdia do Bom Deus.<br />

Na Transfiguração, os Apóstolos viram<br />

o Senhor da Glória que se escondia<br />

no Senhor da Humilda<strong>de</strong> (e após a ressurreição<br />

vemos o Senhor da Humilda<strong>de</strong><br />

no Senhor da Glória). Foram proibidos<br />

<strong>de</strong> comentar a visão, pois Jesus queria<br />

continuar a ser o Senhor da Humilda<strong>de</strong>.<br />

Seu rosto brilhou como o sol e uma voz<br />

dizia: “Este é meu Filho amado. Escutaio”<br />

(cf. Mt 17,5). O Pai revela sua infinita<br />

ternura pelo Filho e suplica que o escutemos.<br />

A mesma ternura Jesus revela<br />

diante do paralítico estendido diante <strong>de</strong>le:<br />

“Tem ânimo, meu filho; os teus pecados<br />

te são perdoados” (cf. Mt 9, 1-8). Está<br />

diante <strong>de</strong> um pecador e o chama <strong>de</strong> “meu<br />

filho”, p<strong>ed</strong>indo que o peso do pecado não<br />

o paralise. O mesmo Bom Jesus pô<strong>de</strong><br />

ser contemplado na fila dos pecadores<br />

que buscavam o batismo <strong>de</strong> João Batista:<br />

ele assume todos os nossos pecados<br />

e quer que nele o Pai perdoe a humanida<strong>de</strong><br />

(cf. Mt 3, 15).<br />

A missão do Bom Jesus<br />

Inclinando a cabeça, Jesus entregou<br />

o espírito (cf. Jo 19,30): não terminava<br />

aí a missão do R<strong>ed</strong>entor. Ele se<br />

ofereceu ao Pai pela salvação <strong>de</strong> todo<br />

o gênero humano. Im<strong>ed</strong>iatamente Jesus<br />

<strong>de</strong>sce à mansão dos mortos, aos<br />

infernos, à procura <strong>de</strong> Adão e Eva, do<br />

Adão total. Repete a mesma saudosa<br />

pergunta do Pai no paraíso: “Adão, on<strong>de</strong><br />

estás?” (Gn 3,9). E Adão o reconheceu<br />

im<strong>ed</strong>iatamente, como o reconheceram<br />

todos os que o aguardavam.<br />

São surpresas do amor divino que,<br />

após aprontarmos, sempre recebamos<br />

em retorno algo mais revelador ainda<br />

<strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong>. Assim, Adão per<strong>de</strong>u<br />

o Paraíso e, em troca, Cristo crucificado<br />

oferece um paraíso melhor, a<br />

Santíssima Trinda<strong>de</strong>. O Precônio<br />

pascal canta a “feliz culpa <strong>de</strong> Adão que<br />

nos mereceu tão gran<strong>de</strong> R<strong>ed</strong>entor”.<br />

Uma falsa visão <strong>de</strong> Deus esten<strong>de</strong><br />

exageradamente o valor do pecado (que<br />

não tem valor nenhum) e diminui tragicamente<br />

o amor divino <strong>de</strong>positado em<br />

nossa condição humana, templo <strong>de</strong><br />

Deus. “Os homens se esquecem <strong>de</strong> que<br />

todos os seus pecados são, diante <strong>de</strong><br />

Deus, como uma gota <strong>de</strong> água” (Isaac o<br />

Sírio, séc. VII)), e que estamos mergulhados<br />

no oceano da misericórdia do<br />

Deus Trinda<strong>de</strong>. Os teólogos contaminados<br />

pela filosofia afirmam que Deus nem<br />

ganha nem per<strong>de</strong> com nosso amor, nada<br />

lhe sendo acrescentado: <strong>de</strong>sidratam a<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -9<br />

O BOM JESUS, Transfiguração do Amor<br />

ternura divina, as lágrimas <strong>de</strong> Deus por<br />

nós, a falta que lhe fazemos. O amor se<br />

expan<strong>de</strong> por necessida<strong>de</strong> e não por luxo:<br />

Deus precisa <strong>de</strong> nós.<br />

Jesus, o novo Moisés<br />

“Percebendo chegada a hora da morte,<br />

Moisés p<strong>ed</strong>iu a Deus que lhe <strong>de</strong>sse a<br />

vida, permitindo entrar na terra prometida.<br />

Deus respon<strong>de</strong>u: ‘Uma vez eu ia <strong>de</strong>struir<br />

meu povo e, <strong>de</strong>vido a teus p<strong>ed</strong>idos, voltei<br />

atrás. Agora queres que eu volte atrás<br />

novamente, o que não é possível. Escolhe:<br />

ou tu morreres ou teu povo ser salvo’.<br />

Moisés não teve dúvida e escolheu: ‘Salva<br />

meu povo. Prefiro morrer’” (Midrash<br />

Devarîm Rabbâ 7,11). No mesmo espírito,<br />

conta Evágrio Pôntico (+399) que Deus<br />

disse a Moisés: “Retira-te, porque <strong>de</strong>struirei<br />

esse povo. Mas, <strong>de</strong> ti, farei um novo<br />

povo!”. Então Moisés colocou-se diante<br />

<strong>de</strong> Deus e disse: “Não! Ou tu perdoas esse<br />

povo ou então cancela-me do livro que escreveste”<br />

(Ex 32,32). E Deus c<strong>ed</strong>eu.<br />

Evágrio comenta: “Eis como o humil<strong>de</strong>, o<br />

manso falou, eis como fala o Senhor”. Assim<br />

como Moisés se colocou entre Deus<br />

e o povo, Cristo se coloca entre Deus e<br />

nós. O Pai, ao contemplá-lo, nele sente<br />

compaixão por todos os pecadores.<br />

Na hora <strong>de</strong> nossa opção final, Jesus<br />

se interpõe entre nós e Satanás,<br />

mostra-nos suas chagas, sua humilda<strong>de</strong>,<br />

num extremo gesto para convencer-nos<br />

a optarmos por ele. Insiste que<br />

nos ama, nos lavou <strong>de</strong> nossos pecados<br />

no seu sangue (Ap 1, 5b).<br />

O Senhor da Humilda<strong>de</strong> está presente<br />

nos infernos da vida humana, assumindo<br />

nosso inferno e oferecendo-nos<br />

Luz. O amor <strong>de</strong> Jesus não po<strong>de</strong> suportar<br />

gente no inferno. Nós, se formos possuídos<br />

por esse amor, também não conseguiremos<br />

admitir que alguém se perca<br />

e faremos <strong>de</strong> nossa vida uma oração<br />

contínua pela salvação dos que caminham<br />

voluntariamente na con<strong>de</strong>nação.<br />

O Senhor da Humilda<strong>de</strong><br />

e o Espírito Pai dos Pobres<br />

A humanida<strong>de</strong> repousa no regaço da<br />

Santíssima Trinda<strong>de</strong>. As Três Pessoas<br />

divinas se entregam pela nossa salvação:<br />

o Bom Pai, o Bom Jesus e o Bom Espírito<br />

Santo, tão humil<strong>de</strong> e silencioso que<br />

aceita ser contemplado no ícone <strong>de</strong> uma<br />

pomba. Enviando-nos seu Espírito, Jesus<br />

lhe entrega a missão <strong>de</strong> nos r<strong>ed</strong>imir e<br />

manifestar o amor trinitário. Santo Irineu<br />

vê no Espírito Santo o bom samaritano:<br />

“Pois o Senhor confiou ao Espírito Santo<br />

o cuidado da sua criatura, daquele homem<br />

que caíra nas mãos dos ladrões e a quem<br />

ele, cheio <strong>de</strong> compaixão, enfaixou as feridas<br />

e <strong>de</strong>u dois <strong>de</strong>nários reais” (Adv. Haer.<br />

3,17,1-3).Por que não cantarmos com<br />

nossa vida a bonda<strong>de</strong> do Senhor?<br />

Pe. José Artulino Besen<br />

Professor no ITESC e Pároco em Itajaí<br />

www.ecclesia.com.br/padrebesen/main.htm


10-<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

Grupos Bíblicos em Família, a semente que dá frutos<br />

No mês <strong>de</strong> julho, em âmbito<br />

arquidiocesano, foram realizados<br />

os encontros comarcais <strong>de</strong><br />

formação para os animadores/<br />

as. Foram momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

valor para os Grupos Bíblicos em<br />

Família, pois a formação é importante<br />

para todos.<br />

No dia 02 <strong>de</strong> Julho tivemos um<br />

dia <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong> com o tema:<br />

a pessoa, a comunida<strong>de</strong> e a soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />

com os animadores/as<br />

dos GBFs da Comarca, na Paróquia<br />

da Fazenda, em Itajaí, assessorado<br />

pelo Pe. Alcione<br />

Berkenbrock e o seminarista<br />

Giorgio Sinestri. Com gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> participantes, todos e<br />

todas aceitaram o <strong>de</strong>safio do silêncio<br />

e da oração pessoal.<br />

Giorgio iniciou o encontro lembrando<br />

o Evangelho <strong>de</strong> São João:<br />

No dia 16 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2006, na<br />

comarca <strong>de</strong> São José, realizouse<br />

um encontro para todos os animadores<br />

e animadoras dos GBF,<br />

na comunida<strong>de</strong> Nossa Senhora<br />

Aparecida, Paróquia da Ponte do<br />

Imaruim, em Palhoça, com 185<br />

participantes. O tema <strong>de</strong> estudo<br />

foi “A pessoa do animador”. A assessoria<br />

ficou por conta do Pe.<br />

Domingos Dorigon, que iniciou<br />

fazendo duas perguntas, para <strong>de</strong>pois<br />

partilhar com o gran<strong>de</strong> grupo:<br />

1- Depois que eu comecei a<br />

participar dos grupos bíblicos em<br />

família, eu cresci? Em que aspecto?<br />

Na partilha, surgiram experiências<br />

maravilhosas. Afirmaram<br />

que cresceram em vários aspectos:<br />

na perseverança, na fé, no<br />

olhar para o irmão, na solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />

na humilda<strong>de</strong>, na amiza<strong>de</strong>,<br />

Os encontros aconteceram<br />

nas comarcas <strong>de</strong> Itajaí, São<br />

José, Brusque e Estreito com<br />

assessores diferentes, mas<br />

com praticamente os mesmos<br />

temas <strong>de</strong> estudo, trabalhando<br />

a pessoa consigo mesma, com<br />

o próximo e com Deus, viven-<br />

Comarca Comarca <strong>de</strong> <strong>de</strong> Itajaí<br />

Itajaí<br />

“O Verbo se fez carne e habitou<br />

entre nós”, relacionando os Grupos<br />

Bíblicos em Família com a<br />

escuta da Palavra que <strong>de</strong>ve ser<br />

viva e eficaz na vida <strong>de</strong> todos. Pe<br />

Alceoni refletiu sobre o valor da<br />

comunida<strong>de</strong>, da criação e da unida<strong>de</strong><br />

na caminhada da Igreja com<br />

os encontros do GBFs.<br />

Foi um dia especial, com 280<br />

participantes e contou com a presença<br />

da articuladora arquidiocesana<br />

dos GBFs e dos Padres<br />

das paróquias, que motivaram a<br />

Foto JA<br />

288 animadores <strong>de</strong> Grupos Bíblicos em Família participaram do encontro realizado<br />

na Paróquia da Fazenda em Itajaí, com a assessoria do Pe. Alcione Berkenbrock<br />

Comarca Comarca <strong>de</strong> <strong>de</strong> São São José<br />

José<br />

no compromisso com os mais necessitados,<br />

no saber escutar e dialogar,<br />

dando oportunida<strong>de</strong> para<br />

todos e todas se expressarem.<br />

2- O modo <strong>de</strong> ser Igreja, a partir<br />

dos grupos, melhorou a vivência<br />

da fé em Jesus Cristo? Em que<br />

aspecto? Melhorou muito, na convivência<br />

com os vizinhos, na<br />

entreajuda, na partilha dos acontecimentos,<br />

na participação da<br />

vida eclesial e comunitária. Cresceu<br />

a fé em Jesus Cristo. À tar<strong>de</strong><br />

foi realizado trabalho em grupo,<br />

por Paróquias. Avaliou-se a experiência<br />

vivida a partir dos GBFs<br />

nas comunida<strong>de</strong>s, refletindo os<br />

textos da Carta <strong>de</strong> Paulo aos<br />

Coríntios, e partilhando tudo em<br />

plenária. Entre tantas experiências<br />

colocadas, escolhemos esta<br />

por ser inovadora no processo <strong>de</strong><br />

ciando a Eucaristia em comunida<strong>de</strong>,<br />

e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>. Percebemos<br />

que a <strong>Arquidiocese</strong> caminha<br />

em sintonia, com o mesmo<br />

objetivo <strong>de</strong> animar, orientar<br />

e <strong>de</strong>spertar a consciência dos<br />

animadores/as para missão que<br />

lhes é confiada.<br />

todos para continuarem a missão<br />

<strong>de</strong> fazer acontecer a Igreja<br />

nas casas. No momento da avaliação,<br />

os animadores/as expressaram<br />

como é necessário<br />

este tipo <strong>de</strong> encontro para o reabastecimento,<br />

fortalecimento e<br />

animação dos GBFs nas comunida<strong>de</strong>s.<br />

A oração, a leitura bíblica,<br />

o estar juntos com outros<br />

animadores, é a Igreja viva: “pois<br />

nós animadores/as vamos lá<br />

<strong>de</strong>ntro da casa – Igreja doméstica,<br />

on<strong>de</strong> encontramos muitas diferenças,<br />

mas que, vividas, dialogadas<br />

e rezadas, fazem a Igreja<br />

caminhar”.<br />

A Comarca conta com 288<br />

grupos. Cada Paróquia tem uma<br />

coor<strong>de</strong>nação e faz seus encontros<br />

bimestrais, com os animadores<br />

e articuladores. São feitas<br />

visitas mensais em cada comunida<strong>de</strong>.<br />

Algumas paróquias assumiram<br />

uma família ou entida<strong>de</strong><br />

no atendimento mensal <strong>de</strong><br />

entreajuda com alimentos, roupas,<br />

remédios e visitas. Nas paróquias,<br />

têm acontecido missas<br />

nas casas <strong>de</strong> famílias. Os membros<br />

atuam na catequese, liturgia,<br />

pastorais, ação social. A<br />

comarca, também tem uma coor<strong>de</strong>nação<br />

e encontram-se<br />

bimestralmente em paróquias<br />

diferentes.<br />

multiplicação dos GBFs:<br />

Na Paróquia São Francisco <strong>de</strong><br />

Assis <strong>de</strong> Forquilhinhas, a coor<strong>de</strong>nadora<br />

<strong>de</strong> catequese <strong>de</strong> primeira<br />

Eucaristia, que é animadora dos<br />

GBFs, Clau<strong>de</strong>ci Valéria Da Silva,<br />

teve uma idéia maravilhosa: fazer<br />

os encontros dos grupos bíblicos<br />

com os pais das crianças da<br />

catequese. Falou com o Padre José<br />

Manuel, que sempre foi um gran<strong>de</strong><br />

incentivador dos Grupos Bíblicos na<br />

Paróquia, que apoiou a iniciativa. Ela<br />

conversou com as catequistas, que<br />

se colocaram à disposição para ajudar.<br />

Os encontros são realizados<br />

duas vezes no mês, com os pais<br />

do 1º e 2º ano <strong>de</strong> catequese. Pe<br />

José Manuel conclui dizendo que<br />

fica emocionado quando vê os pais<br />

dos catequizandos participando do<br />

encontro.<br />

Foto JA<br />

Comarca Comarca do do Estreito<br />

Estreito<br />

A Paróquia São João Batista e<br />

Santa Luzia, em Capoeiras e o<br />

pároco Pe. Renato Luís Andreatto,<br />

juntamente com a Coor<strong>de</strong>nação<br />

Comarcal, acolheram os 95 participantes<br />

<strong>de</strong> GBFs da Comarca<br />

do Estreito, a Coor<strong>de</strong>nadora<br />

Arquidiocesana dos GBFs e a<br />

Coor<strong>de</strong>nação Arquidiocesana <strong>de</strong><br />

Pastoral. Durante a tar<strong>de</strong> do dia<br />

30 <strong>de</strong> julho, eles foram assessorados<br />

pelo diácono Antônio<br />

Camilo dos Santos, que teve<br />

como tema “A Carta Eucarística<br />

na mística dos Grupos Bíblicos<br />

em Família”, referindo-se ao documento<br />

final do 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional.<br />

O encontro teve início às 14h<br />

com a oração inicial. Os representantes<br />

das paróquias presentes<br />

entraram com os símbolos que<br />

caracterizam os GBFs (casinha,<br />

cartazes, cesta <strong>de</strong> pães, jarra <strong>de</strong><br />

vinho), a entronização da Bíblia e<br />

proclamação da leitura do dia (Jo<br />

6,1-15). O texto bíblico fazia referência<br />

à multiplicação dos pães,<br />

e estes foram <strong>de</strong>pois partilhados<br />

com os presentes.<br />

Na seqüência, o assessor refletiu<br />

sobre o tema do encontro e<br />

lançou uma pergunta: “Como po-<br />

No dia 23 <strong>de</strong> julho realizou-se,<br />

em Brusque, o retiro comarcal dos<br />

animadores dos Grupos Bíblicos<br />

em Família, com 70 participantes.<br />

Foi assessorado pelo Pe. Everton<br />

dos Santos Carvalho e coor<strong>de</strong>nado<br />

pelo seminarista Giorgio<br />

Sinestri. Com o mesmo tema dos<br />

outros encontros, Pe Everton refletiu<br />

sobre o valor da pessoa na<br />

comunida<strong>de</strong> e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />

enfocando a teologia da vida comunitária<br />

e apontando, como mo<strong>de</strong>lo,<br />

a Santíssima Trinda<strong>de</strong>. A inspiração<br />

bíblica foi um texto da carta<br />

<strong>de</strong> Paulo aos Coríntios,(1Cor<br />

12,12-30) que fala sobre o Corpo<br />

Místico <strong>de</strong> Cristo. Assim é a Igre-<br />

<strong>de</strong>mos fazer, como membros <strong>de</strong><br />

GBFs, com que a Eucaristia aconteça<br />

em nossas comunida<strong>de</strong>s?”.<br />

Os participantes foram divididos<br />

em <strong>de</strong>z grupos para que refletissem<br />

por quinze minutos.<br />

No momento da partilha dos<br />

grupos, entre os vários temas abordados,<br />

foram colocados que a Eucaristia<br />

acontece no amor entre irmão<br />

e irmã, no acolhimento, na<br />

escuta, no levar os sacramentos até<br />

aqueles que precisam, na aceitação<br />

das diferenças, na visitação<br />

aos doentes, na entreajuda, na<br />

vivência da unida<strong>de</strong> e comunhão na<br />

vida eclesial e comunitária.<br />

Eles também levantaram alguns<br />

<strong>de</strong>safios para fazer com que<br />

a Eucaristia efetivamente aconteça<br />

nas comunida<strong>de</strong>s: ir ao encontro<br />

das pessoas nas periferias;<br />

evangelizar nos apartamentos<br />

e condomínios; conscientizar<br />

a comunida<strong>de</strong> eclesial (todas as<br />

li<strong>de</strong>ranças) sobre a importância<br />

dos GBFs como priorida<strong>de</strong> efetiva<br />

nas paróquias.<br />

O encontro foi encerrado às<br />

17h30min com a “Oração <strong>de</strong><br />

Envio” e a bênção solene do Pe.<br />

Sérgio Maykot, que acompanhou<br />

parte do encontro.<br />

Diácono Camilo assessorou o encontro na Comarca do Estreito, para 95 pessoas<br />

Comarca Comarca <strong>de</strong> <strong>de</strong> Brusque<br />

Brusque<br />

ja, unida num mesmo corpo, com<br />

funções diferentes, mas um só<br />

objetivo – a construção do Reino.O<br />

silêncio e a leitura orante foram a<br />

p<strong>ed</strong>ra <strong>de</strong> toque do retiro. Na partilha,<br />

ao final do Retiro, os participantes<br />

<strong>de</strong>stacaram o valor do silêncio<br />

e a alegria <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r participar<br />

<strong>de</strong> um encontro no qual o tema<br />

foi a espiritualida<strong>de</strong> do GBFs.<br />

Em todas as experiências<br />

dos GBFs, na <strong>Arquidiocese</strong>, fica<br />

muito evi<strong>de</strong>nte a unida<strong>de</strong>. Acr<strong>ed</strong>itamos<br />

que os Grupos Bíblicos<br />

representam a unida<strong>de</strong> da Igreja,<br />

numa prática comunitária que<br />

tem como base as famílias.<br />

Equipe comarcal <strong>de</strong> Brusque


<strong>Arquidiocese</strong> tem seminarista na Espanha<br />

Hélio Luciano <strong>de</strong> Oliveira<br />

é o seminarista da <strong>Arquidiocese</strong><br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2004 estuda<br />

no Seminário Internacional <strong>de</strong><br />

Bidasoa, na Província <strong>de</strong> Navarra,<br />

na Espanha. Ele já concluiu os<br />

estudos <strong>de</strong> Filosofia e agora inicia<br />

os estudos <strong>de</strong> Teologia.<br />

Formado em Odontologia<br />

pela Universida<strong>de</strong> F<strong>ed</strong>eral <strong>de</strong><br />

Santa Catarina, Hélio, <strong>de</strong> 26<br />

anos, teve <strong>de</strong>spertada a sua vocação<br />

para a vida presbiteral a<br />

partir da participação no Movimento<br />

Jovem Emaús, quando<br />

ainda estava na Faculda<strong>de</strong>. Por<br />

três anos recebeu acompanhamento<br />

vocacional no Seminário<br />

Teológico Convívio Emaús.<br />

A oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudar na<br />

Espanha surgiu <strong>de</strong>pois que participou<br />

<strong>de</strong> um retiro promovido<br />

pelo movimento Opus Dei, criado<br />

nesse país. A permissão lhe<br />

foi dada pelo nosso arcebispo,<br />

Dom Murilo, após consulta ao<br />

Conselho Presbiteral. Em visita<br />

a <strong>Florianópolis</strong>, em que aproveitou<br />

as férias para rever amigos<br />

e parentes, Hélio nos <strong>de</strong>u a seguinte<br />

entrevista:<br />

JA JA - - Você, sendo seminarista da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, está estudando<br />

na Espanha. Como surgiu essa<br />

oportunida<strong>de</strong>?<br />

Hélio Hélio - - Por já possuir uma formação<br />

acadêmica prévia, o que não é comum<br />

entre os seminaristas da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

não se sabia exatamente qual<br />

o caminho formativo que eu <strong>de</strong>veria<br />

Hélio Hélio era acompanhado pela Pastoral<br />

Vocacional da <strong>Arquidiocese</strong> e já<br />

concluiu a Filosofia na Espanha<br />

Arquivo/JA<br />

percorrer. Durante esse período <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões,<br />

apresentou-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fazer o curso <strong>de</strong> Filosofia e Teologia na<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Navarra, na Espanha,<br />

em um Colégio Eclesiástico Internacional<br />

da Santa Sé, confiado à Prelazia do<br />

Opus Dei. Dom Murilo e o Conselho<br />

Presbiteral estudaram essa possibilida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>cidiram a minha ida à Espanha,<br />

on<strong>de</strong> estou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004.<br />

JA JA - - Nestes 2 anos em que você<br />

esteve neste seminário, como você avalia<br />

a formação que está recebendo?<br />

Hélio Hélio Hélio - - Consi<strong>de</strong>ro excelente a formação<br />

que venho recebendo. Na dimensão<br />

intelectual, a nossa formação é feita<br />

na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Navarra, uma universida<strong>de</strong><br />

muito bem conceituada tanto<br />

nas carreiras civis (como M<strong>ed</strong>icina, Direito,<br />

Arquitetura, etc.) como em âmbito<br />

eclesiástico. O convívio com pessoas que<br />

estudam outras carreiras também ajuda<br />

na nossa formação humana. A formação<br />

nas outras dimensões essenciais para o<br />

sacerdócio, segundo os documentos do<br />

Magistério da Igreja, recebemos <strong>de</strong>ntro<br />

do seminário, <strong>de</strong> modo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em<br />

relação à vida universitária, mas levada<br />

tão a sério como esta.<br />

JA JA JA - - Pelo fato <strong>de</strong> você ficar tanto<br />

tempo fora do País, não corre o risco <strong>de</strong><br />

per<strong>de</strong>r o contato com a realida<strong>de</strong> brasileira<br />

e, mais em concreto, com a realida<strong>de</strong><br />

da nossa <strong>Arquidiocese</strong>?<br />

Hélio Hélio - - Tenho consciência <strong>de</strong> que<br />

recebo uma ótima formação em Navarra,<br />

mas também sei que a realida<strong>de</strong> na qual<br />

vivo lá não é a realida<strong>de</strong> daqui. Digo-o<br />

por experiência, pois realizei, antes <strong>de</strong> ser<br />

seminarista, ativida<strong>de</strong>s em várias comunida<strong>de</strong>s<br />

e com vários segmentos da nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. Tive contato com nossos jovens<br />

através do Movimento <strong>de</strong> Emaús,<br />

do qual participei por 5 anos, e também<br />

trabalhei mais <strong>de</strong> dois anos com a “Infância<br />

Missionária”, na Serrinha, uma comunida<strong>de</strong><br />

bastante carente da Paróquia da<br />

Trinda<strong>de</strong>. Lá em Navarra fazemos pouca<br />

pastoral, mesmo porque a realida<strong>de</strong> das<br />

paróquias <strong>de</strong> lá é muito diferente da nossa.<br />

Trato <strong>de</strong> tentar suprir isso, mantendome<br />

informado <strong>de</strong> tudo o que acontece no<br />

Brasil e na <strong>Arquidiocese</strong>, e <strong>de</strong> certo modo<br />

vivenciando essas realida<strong>de</strong>s das quais<br />

estou fisicamente distante. Também nesse<br />

sentido aproveitei estas minhas férias <strong>de</strong><br />

três meses para estar aqui, conhecer e<br />

participar mais da vida da nossa <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

além, é claro, <strong>de</strong> matar as sauda<strong>de</strong>s<br />

da família e dos amigos.<br />

U C<br />

A<br />

F<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -11<br />

FAS realizou sua primeira oficina<br />

O Fundo Arquidiocesano <strong>de</strong><br />

Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> (FAS) realizou sua<br />

primeira oficina. Ocorreu no último<br />

dia 15 <strong>de</strong> julho, na Paróquia<br />

<strong>de</strong> Campinas – São José. O objetivo<br />

principal <strong>de</strong>sta oficina foi<br />

potencializar as li<strong>de</strong>ranças das<br />

ações sociais sobre os conteúdos<br />

e critérios do FAS. A oficina contou<br />

com a presença <strong>de</strong> quarenta<br />

li<strong>de</strong>ranças das Ações Sociais<br />

Paroquiais e <strong>de</strong> Pastorais Sociais<br />

que tiveram a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

elaborar e analisar projetos sociais<br />

a partir dos critérios e formulários<br />

do próprio Fundo. Na avaliação<br />

final da oficina, várias pessoas<br />

<strong>de</strong>stacaram a importância <strong>de</strong><br />

a Ação Social Arquidio-cesana<br />

promover oficinas que reflitam a<br />

realida<strong>de</strong> social da Arquidio-cese,<br />

abrindo possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> projetos<br />

para intervir nestas realida<strong>de</strong>s.<br />

A equipe executiva da ASA vem<br />

realizando visitas às 43 Entida<strong>de</strong>s<br />

Membros. Essas visitas vêm aten<strong>de</strong>r<br />

as <strong>de</strong>mandas apresentadas no<br />

Encontro Arquidiocesano, realizado<br />

em março do corrente ano.<br />

Para estar mais próxima das<br />

Ações Sociais e acompanhar os<br />

trabalhos <strong>de</strong>senvolvidos, a ASA<br />

elaborou um instrumental que ser-<br />

Participantes da Oficina foram divididos em equipes <strong>de</strong> trabalho para<br />

elaborar e analisar projetos para o Fundo Arquidiocesano <strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

ASA realiza visitas às Entida<strong>de</strong>s Membros<br />

Des<strong>de</strong> 2004, quando foi votada<br />

na Assembléia Legislativa do Estado<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina a lei que<br />

autoriza organizações sociais a<br />

executarem ações que são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

do Estado, a situação<br />

das políticas sociais está cada<br />

vez mais crítica. Afinal, o processo<br />

<strong>de</strong> privatização retira o compromisso<br />

e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

quem <strong>de</strong>ve executar essas políticas.<br />

Na área da saú<strong>de</strong>, a partir do<br />

início <strong>de</strong> 2006, as iniciativas para<br />

privatizar o HEMOSC e o CEPON<br />

têm sido intensas. O HEMOSC e<br />

o CEPON são instituições públicas<br />

<strong>de</strong> referência nacional, pela excelência<br />

dos produtos, serviços e<br />

atendimentos oferecidos à população,<br />

principalmente aos Usuários<br />

do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –<br />

SUS. Vejamos o que acontece<br />

virá <strong>de</strong> subsídio para a construção<br />

do diagnóstico da R<strong>ed</strong>e <strong>de</strong><br />

Ações Sociais da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Este material i<strong>de</strong>ntifica os principais<br />

elementos das Ações Sociais<br />

Paroquiais: programas que<br />

<strong>de</strong>senvolvem, situação jurídicoadministrativa,<br />

assim como sinaliza<br />

as dificulda<strong>de</strong>s encontradas<br />

pelas Ações Sociais. Com a con-<br />

Privatização do HEMOSC E DO CEPON<br />

com a privatização.<br />

Privatizar significa entregar<br />

para entida<strong>de</strong> privada:<br />

Serviços públicos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

até então executados pelo<br />

HEMOSC e CEPON; bens públicos<br />

sem licitação; Dinheiro<br />

público; Compras com dinheiro<br />

público sem licitação; Funcionários<br />

públicos; Contratação <strong>de</strong><br />

funcionários com dinheiro público<br />

sem concurso público;<br />

Com este contexto <strong>de</strong> lutas<br />

pelo direito humano à saú<strong>de</strong>, o<br />

Movimento para Manutenção do<br />

Serviço Público <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> março do corrente ano vem<br />

mobilizando a soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, a fim <strong>de</strong><br />

imp<strong>ed</strong>ir a privatização do HEMOSC<br />

e do CEPON, processo que, por<br />

antec<strong>ed</strong>entes já conhecidos, terá<br />

como maior prejudicado, a popu-<br />

M OLÉGIO<br />

100 NOS<br />

NA RENTE<br />

Foto JA<br />

clusão do levantamento <strong>de</strong>ssas<br />

informações, a ASA conjuntamente<br />

com as Ações Sociais<br />

i<strong>de</strong>ntificará as principais lacunas<br />

enfrentadas, construindo pistas<br />

<strong>de</strong> ação que irão contribuir com<br />

o fortalecimento e o avanço dos<br />

trabalhos sociais. Neste mês <strong>de</strong><br />

<strong>agosto</strong>, a ASA estará iniciando<br />

novas visitas.<br />

lação usuária do SUS.<br />

Neste sentido, a fim <strong>de</strong> evitar<br />

que isto ocorra, foi votado no dia<br />

01.08, às 14horas, na Assembléia<br />

Legislativa, projeto <strong>de</strong> lei que<br />

retira a possibilida<strong>de</strong> dos serviços<br />

públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>ed</strong>ucação<br />

serem administrados por uma<br />

Organização Social. A alteração<br />

da lei aten<strong>de</strong> a 70 mil assinaturas<br />

colhidas em abaixo assinado<br />

em todo o Estado, sendo que nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong> contribuiu com<br />

um número significativo, colhido<br />

com a participação dos grupos e<br />

Pastorais sociais.<br />

Vamos lutar para manter o<br />

caráter públicos <strong>de</strong>stes serviços!<br />

Divulguem para todas as pessoas,<br />

movimentos, grupos, pastorais.<br />

Maiores informações na<br />

ASA: 3224-8776


12-<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

ECUMENISMO<br />

Ecumenismo, a arte <strong>de</strong> cuidar<br />

Ecumenismo, arte <strong>de</strong> cuidar,<br />

não <strong>de</strong> muitas coisas, apenas<br />

do fundamental em nossas vidas.<br />

/ E do fundamental só querer<br />

o fundamento, o Absoluto.<br />

Cuidar dos <strong>de</strong>uses que habitam<br />

a imaginação sobre Deus,<br />

/ imagens múltiplas do Ser único,<br />

valores que envolvem a<br />

existência / e nos fazem ministros/as<br />

das coisas santas e<br />

sagradas, / i<strong>de</strong>ntificando Deus<br />

entre os <strong>de</strong>uses / para servi-<br />

Lo, venerá-Lo, ren<strong>de</strong>r culto.<br />

Ecumenismo é cuidar <strong>de</strong> Deus,<br />

um cuidado ético para a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>,<br />

/ um cuidado teológico para a<br />

verda<strong>de</strong>, / um cuidado litúrgico<br />

para a adoração, / um cuidado<br />

amoroso para comunhão.<br />

Ecumenismo é cuidar do humano,<br />

cuidar do outro, / não<br />

como cuidamos <strong>de</strong> nós mesmos<br />

/ mas como quem cuida<br />

<strong>de</strong> Deus em nós e nele.<br />

Cuidar é ser amigo, companheiro,<br />

irmão, / é ser solidário,<br />

ser justo, verda<strong>de</strong>iro.<br />

Cuidar da comunhão, da fraternida<strong>de</strong><br />

/ na beleza da arte<br />

da vida em comum.<br />

Um cuidado político, nas relações,<br />

na convivência, / Sem<br />

interesse para consumir, e<br />

com <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> comungar.<br />

Ecumenismo é cuidar do cosmos,<br />

da casa, do quarto on<strong>de</strong><br />

estou, / a realida<strong>de</strong> toda ali<br />

está comigo / ali habita a eternida<strong>de</strong>,<br />

e ali me faço eterno, /<br />

na fugacida<strong>de</strong> do tempo, da<br />

morte, da dor / vivendo o amor.<br />

Cuidar da cor azul do céu e do<br />

mar, da cor ver<strong>de</strong> dos campos,<br />

/ da pureza das águas.<br />

Cor <strong>de</strong> todas as cores da alma,<br />

da consciência, do sentimento,<br />

/ cuidar do ar, o Sopro que<br />

habita e vivifica, / cuidar, cuidando<br />

e sendo cuidado.<br />

Ecumenismo é cuidar do sentido,<br />

do pensamento, da palavra,<br />

/ Palavra que Deus diz em<br />

nós, e que dizemos a Deus.<br />

Interpretar e reinterpretar conceitos,<br />

gestos e símbolos, /<br />

viver é interpretar.<br />

Significados que mudam, que<br />

surgem e que se vão, / refazendo<br />

o sentido da existência.<br />

Interpretar é estar atento à única<br />

divinda<strong>de</strong> que em nós habita, /<br />

Ren<strong>de</strong>ndo-lhe culto sincero.<br />

Ecumenismo é cuidar da vida,<br />

do corpo e da alma, / à imagem<br />

e semelhança do Criador.<br />

Vida que sofre, que chora, que<br />

ri, / vida que sente, que <strong>de</strong>seja,<br />

que anseia / igual ao Deus<br />

encarnado.<br />

Cuidar da alma, do sentimento,<br />

do <strong>de</strong>sejo, / cuidar do corpo,<br />

tratar, sarar, embelezar ...<br />

templo on<strong>de</strong> o divino habita.<br />

Administrar a riqueza do ser<br />

criatura, / um cuidado econômico,<br />

/ na economia do divino<br />

refazendo a criação.<br />

Cuidar é a arte <strong>de</strong> viver, /<br />

Ecumenismo, a arte <strong>de</strong> cuidar.<br />

Leia mais sobre ecumenismo: www.itesc.ecumenismo.com<br />

Objetivos da pastoral do dízimo<br />

A equipe <strong>de</strong> pastoral do dízimo<br />

tem como objetivo evangelizar<br />

sobre o dízimo, suas dimensões<br />

e objetivos, conscientizando os<br />

paroquianos sobre a importância<br />

<strong>de</strong> participar e <strong>de</strong> se responsabilizar<br />

pela Igreja e pelos irmãos, para<br />

que todos sejam iguais em tudo,<br />

e vivam com dignida<strong>de</strong> e assistência<br />

recíproca.<br />

O dizimista está conscientizado<br />

<strong>de</strong> que o irmão excluído é<br />

também sua responsabilida<strong>de</strong>, e a<br />

Igreja é o meio <strong>de</strong> chegar a ele com<br />

a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> concreta. As pastorais<br />

e movimentos realizam um<br />

trabalho social <strong>de</strong> reconhecimento<br />

nacional, po<strong>de</strong>ndo citar-se, entre<br />

outras, a pastoral da criança, a pastoral<br />

familiar, a pastoral do migrante.<br />

A responsabilida<strong>de</strong> do cristão<br />

não <strong>de</strong>ve omitir a manutenção da<br />

s<strong>ed</strong>e da sua comunida<strong>de</strong>, pois a<br />

Igreja, com sua estrutura e seus<br />

ministros, está a seu serviço. A<br />

oferta do dízimo é o caminho para<br />

se cumprir esse <strong>de</strong>ver.<br />

Esquematizando, são estes os<br />

objetivos da equipe <strong>de</strong> pastoral do<br />

dízimo: 1 - Conscientizar os irmãos/irmãs<br />

sobre a dimensão bíblica,<br />

teológica e espiritual do<br />

dízimo; 2 - Mostrar que o dízimo é<br />

um ato <strong>de</strong> fé, <strong>de</strong> esperança e <strong>de</strong><br />

carida<strong>de</strong>; 3 - Testemunhar a alegria<br />

<strong>de</strong> uma vida agra<strong>de</strong>cida a<br />

Deus, através da oferta mensal do<br />

dizimo; 4 - Apresentar o dizimo<br />

como condição privilegiada da experiência<br />

<strong>de</strong> comunhão e participação<br />

e, portanto, da experiência<br />

<strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> agir como Igreja.<br />

A equipe não <strong>de</strong>ve ter primordialmente<br />

preocupação financeira,<br />

e sim evangelizadora, contribuindo<br />

para que cada cristão/cristã<br />

possa exercer com alegria o seu<br />

direito <strong>de</strong> ofertar o dízimo em sua<br />

comunida<strong>de</strong>, lá on<strong>de</strong> vive sua fé.<br />

Equipe arquidiocesana do dízimo<br />

Pe. Osmar Müller– Uma vida pela Justiça<br />

No Jubileu <strong>de</strong> Ouro sacerdotal e nos<br />

20 anos <strong>de</strong> falecimento é <strong>de</strong> obrigação<br />

recordarmos a gran<strong>de</strong> figura humana,<br />

cristã e presbiteral do brusquense<br />

Osmar P<strong>ed</strong>ro Müller, nascido aos 15 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1931, filho <strong>de</strong> Francisco<br />

Olegário e Paula Olinger Müller.<br />

Entrou no Seminário <strong>de</strong> Azambuja<br />

em fevereiro <strong>de</strong> 1943. Indicado pela<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, estudou<br />

em Roma <strong>de</strong> 1949 a 1956, lá sendo<br />

or<strong>de</strong>nado presbítero a 25 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 1956, juntamente com os colegas <strong>de</strong><br />

arquidiocese Pe.s Ney Brasil Pereira e<br />

Gilberto Luiz Gonzaga.<br />

Sua primeira missão, <strong>de</strong> 1957 a<br />

1965, foi no Seminário <strong>de</strong> Azambuja,<br />

on<strong>de</strong> exerceu as funções <strong>de</strong> professor,<br />

prefeito <strong>de</strong> disciplina e diretor espiritual.<br />

A imagem que <strong>de</strong>le ficou em seus alunos<br />

<strong>de</strong> Azambuja foi <strong>de</strong> um homem sábio,<br />

pi<strong>ed</strong>oso, sério, severo, sensível nos<br />

momentos <strong>de</strong> sofrimento. Em 1963-1964<br />

d<strong>ed</strong>icou-se à Juventu<strong>de</strong> Operária Católica<br />

– JOC, com trabalhadores das fábricas<br />

brusquenses. Um trabalho difícil,<br />

cumprido em ob<strong>ed</strong>iência ao mandado<br />

do arcebispo Dom Afonso.<br />

Professor Professor e e formador<br />

formador<br />

em em Curitiba<br />

Curitiba<br />

Com a fundação do Seminário<br />

Catarinense PAULINUM em Curitiba,<br />

entre 1966-1969 foi diretor espiritual<br />

<strong>de</strong>ssa instituição interdiocesana e secretário<br />

do Instituto Filosófico e Teológico<br />

<strong>de</strong> Curitiba – IFTP. Respiravam-se os<br />

ares conciliares e Pe. Osmar teve a graça<br />

<strong>de</strong>, entre novembro <strong>de</strong> 1966 e fevereiro<br />

<strong>de</strong>1967, participar <strong>de</strong> um Curso<br />

<strong>de</strong> Liturgia em Trier, na Alemanha, promovido<br />

pelo CELAM, para lecionar<br />

Liturgia no Instituto Teológico <strong>de</strong> Curitiba.<br />

“A mentalida<strong>de</strong> do Instituto <strong>de</strong> Liturgia<br />

(<strong>de</strong> Trier) é <strong>de</strong> renovação – aberta,<br />

<strong>de</strong>sligada <strong>de</strong> preconceitos – realista –<br />

valorizante <strong>de</strong> todos os valores das várias<br />

épocas. E tudo isso, sem espírito<br />

revolucionário ou contrário a gerações<br />

passadas”, escreveu ao Arcebispo.<br />

No mesmo espírito – e contribuindo<br />

para a gênese <strong>de</strong> um novo Pe. Osmar<br />

– em junho <strong>de</strong> 1968 participou <strong>de</strong> um<br />

Curso <strong>de</strong> atualização social em Olinda,<br />

promovido pelo IBRADES. Em carta a<br />

Dom Afonso Niehues (20/06) assim se<br />

expressou: “Durante a viagem estava<br />

atento à paisagem, aos moradores, casas,<br />

costumes. Não pu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter<br />

um choque diante do casario das cida<strong>de</strong>zinhas<br />

da Bahia, Sergipe, Alagoas:<br />

impressionante a miséria, falta <strong>de</strong> iniciativa,<br />

<strong>de</strong> limpeza, <strong>de</strong> trabalho.”<br />

Motivando Motivando a a Igreja<br />

Igreja<br />

catarinense<br />

catarinense<br />

Em 1970 a Igreja em Santa Catarina<br />

<strong>de</strong>sligava-se do Regional Sul-3 da<br />

CNBB e Pe. Osmar foi indicado para<br />

subsecretário e organizador do Regional<br />

Sul 4 da CNBB em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

coor<strong>de</strong>nando a pastoral das dioceses<br />

catarinenses. Empenhou-se <strong>de</strong> corpo e<br />

alma na implantação do método da<br />

Pe. Osmar, no dia <strong>de</strong> sua or<strong>de</strong>nação<br />

presbiteral, em Roma, em 1956.<br />

Criativida<strong>de</strong> Comunitária como instrumento<br />

da ação pastoral: se para muitos<br />

o método serviu para alimentar o<br />

narcisismo espiritual, para Pe. Osmar<br />

foi ocasião <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> vida pessoal,<br />

eclesial e comunitária. De homem intransigente,<br />

radical, perfeccionista, tornouse<br />

um homem do diálogo, do respeito<br />

pelo outro, mas com a firmeza nas opções.<br />

Quando foi criado o Instituto Teológico<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina – ITESC em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, ele quis que a Teologia<br />

tivesse como background os 14 Sistemas<br />

do método, criando-se mal estar<br />

entre ele, o Regional e o diretor Pe.<br />

Paulo Bratti.<br />

Sonhava com uma Igreja que Jesus<br />

Cristo sonhou: uma Igreja <strong>de</strong> comunhão,<br />

participação, solidária, pobre,<br />

missionária. Iniciou a preparação e organização<br />

do CIER (para a <strong>ed</strong>ucação<br />

religiosa), uma das mais belas experiências<br />

<strong>de</strong> Ecumenismo: “Continuem esta<br />

obra respeitando sempre a gloriosa liberda<strong>de</strong><br />

dos filhos <strong>de</strong> Deus” falou, muito<br />

emocionado, em sua <strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>ida do<br />

Regional, em Lages. Pe. Osmar buscava<br />

uma Igreja sempre mais corajosa,<br />

voltada mais para os caminhos a percorrer,<br />

do que para glórias e seguranças<br />

passadas.<br />

Missionário Missionário no<br />

no<br />

Sertão Sertão baiano<br />

baiano<br />

A Igreja catarinense abriu-se à ação<br />

missionária em âmbito nacional e criou o<br />

Projeto Igrejas-Irmãs, assumindo ajudar<br />

na formação <strong>de</strong> agentes nas dioceses do<br />

interior baiano. Assim, em 1975 Pe.<br />

Osmar foi para a Bahia, coor<strong>de</strong>nando lá<br />

o Projeto das Igrejas-Irmãs e assumindo<br />

a paróquia <strong>de</strong> Capim Grosso, na diocese<br />

<strong>de</strong> Bonfim. Foi como pobre para trabalhar<br />

entre os pobres: o mínimo <strong>de</strong> roupa<br />

e, <strong>de</strong> livros, apenas a Bíblia.<br />

Em carta a Dom Afonso (27/08-77)<br />

resumia seu trabalho: “Estamos, Bruno<br />

e eu, numa “semana pastoral” (3 dias),<br />

lidando com reuniões do Povo, sobre a<br />

situação econômica, social, religiosa em<br />

que vivem, e com treinamento às li<strong>de</strong>ranças,<br />

para que se sintam encorajados<br />

a movimentar o Povo.”<br />

Divulgação JA<br />

Numa homilia em Serrolândia atacou<br />

a injustiça vigente: foi acusado <strong>de</strong><br />

subversivo, comunista e por pouco não<br />

foi executada a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prisão. Num<br />

Comunicado ao povo (22/06-78) assim<br />

se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u: “Repudio como caluniosas,<br />

ridículas, as acusações <strong>de</strong> comunista e<br />

subversivo [...]. No exemplo <strong>de</strong> Cristo<br />

vejo um convite sereno a continuar a ajudar<br />

os pobres, os pequenos, os miseráveis,<br />

este nosso povo querido e sofrido<br />

<strong>de</strong> nosso sertão. Se um remorso me pesa<br />

é o <strong>de</strong> não ter tido mais coragem e mais<br />

d<strong>ed</strong>icação a esses meus irmãos sem voz<br />

e sem vez. Pesa-me, não o que fiz, mas<br />

o que tenho <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> fazer.”<br />

Revolucionário Revolucionário do do Evan- EvanEvan- gelho gelho na na Nicarágua Nicarágua<br />

Nicarágua<br />

Entusiasmado pelo triunfo do Sandinismo<br />

em 1979, em 13 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong><br />

1980 dirigiu-se para a Nicarágua, <strong>de</strong>cidido<br />

a doar-se àquele povo, como missionário:<br />

“Estou <strong>de</strong> partida para a Nicarágua.<br />

Desejo colocar-me à disposição <strong>de</strong>sse<br />

Povo sofrido, heróico”. Ali, atuou primeiro<br />

numa paróquia <strong>de</strong> subúrbio, na<br />

capital; <strong>de</strong>pois, em Rosita, no interior; e<br />

finalmente em Waslala, região pobre ao<br />

norte do país, na fronteira com Honduras.<br />

Foi sempre mais tomado pela impaciência<br />

revolucionária: “Conseguiremos<br />

criar um tipo <strong>de</strong> pastoral revolucionária?<br />

Devemos criar estruturas eclesiásticas<br />

pastorais, paralelas paralelas às organizações<br />

revolucionárias do Povo? Parece<br />

que não. E sim, encarnar-nos nelas.<br />

Mas então, como conseguiremos oferecer<br />

os serviços <strong>de</strong> evangelização,<br />

metánoia metánoia metánoia metánoia metánoia permanente, formação crescente<br />

para esses cristãos engajados? E<br />

que dosagem <strong>de</strong> politização (=compromisso<br />

com o bem comum, exercício do<br />

po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r po<strong>de</strong>r popular, disposição para os serviços<br />

comunitários e sacrifícios – sementes<br />

do futuro) <strong>de</strong>vemos ir “inoculando”<br />

no Povo? Em que linguagem? Em que<br />

metodologia? Enquanto há essas tarefas<br />

cruciais <strong>de</strong> discípulos do Senhor, que<br />

nos toca em realida<strong>de</strong> fazer?” (Carta a<br />

Pe. Debiasi em 30/08/81).<br />

Sentiu a campanha internacional<br />

contra a Igreja popular nicaragüense;<br />

sofreu com as imposições do Vaticano<br />

contra os Ministros <strong>de</strong> Estado padres;<br />

sofreu a incompreensão da CNBB que,<br />

enviando um bispo para conhecer a realida<strong>de</strong>,<br />

elaborou um relatório negativista.<br />

Referindo-se ao bispo envolvido,<br />

Pe. Osmar treme em carta a Dom<br />

Afonso (02/06/82): “[...] A frase que instintivamente<br />

me vem à mente é a <strong>de</strong> Jesus:<br />

Mt 19,23 – “como é difícil um rico<br />

entrar no Reino dos Céus”. Não digo<br />

entrar no Céu. Parece Parece que ele (o bispo)<br />

é sincero. Mas que não entra no<br />

reino dos céus, a partir dos pequenos e<br />

pobres, ele está mostrando que não<br />

consegue entrar. Toda uma formação<strong>de</strong>formação<br />

lhe imp<strong>ed</strong>e o passo”.<br />

(Continua (Continua (Continua (Continua (Continua na na na na na próxima próxima próxima próxima próxima <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição) <strong>ed</strong>ição)<br />

Pe. Pe. José José Artulino Artulino Besen<br />

Besen


MISSÃO<br />

Jornal Missão Jovem celebra 20 anos<br />

Tudo começou em meados<br />

<strong>de</strong> 1986. Inquietava-me<br />

em <strong>de</strong>scobrir uma forma <strong>de</strong><br />

atuar <strong>de</strong> maneira mais ampla<br />

e eficaz com a juventu<strong>de</strong>, e<br />

com a animação missionária,<br />

a começar pela <strong>Arquidiocese</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, on<strong>de</strong> tinha<br />

sido <strong>de</strong>stinado para trabalhar.<br />

O que fazer? Aos poucos,<br />

fui-me convencendo da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se ter um meio<br />

<strong>de</strong> comunicação como veículo<br />

para realizar uma animação<br />

e formação missionária<br />

mais constante e abrangente.<br />

Após longa reflexão e aconselhamento,<br />

<strong>de</strong>cidi iniciar a<br />

publicação <strong>de</strong> um jornal voltado<br />

à formação missionária<br />

das li<strong>de</strong>ranças, com uma<br />

atenção toda especial para a<br />

juventu<strong>de</strong>, para que, além <strong>de</strong><br />

assumir seu compromisso<br />

com a sua comunida<strong>de</strong>, abrisse<br />

cada vez mais seus horizontes<br />

para a evangelização<br />

do mundo.<br />

O novo jornal <strong>de</strong>via ser <strong>de</strong>cididamente<br />

missionário,<br />

mas, ao mesmo tempo, seus<br />

conteúdos <strong>de</strong>viam calar concretamente<br />

no dia-a-dia da<br />

vida das pessoas, comprometendo-as<br />

na caminhada <strong>de</strong><br />

sua comunida<strong>de</strong>.<br />

Foi <strong>de</strong>ssa forma que nasceu,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>, no<br />

mês <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1986, o<br />

Jornal “Missão Jovem”.<br />

As As Primeiras Primeiras Edições<br />

Edições<br />

No início passamos por<br />

muitas dificulda<strong>de</strong>s. Nos primeiros<br />

sete meses, a equipe<br />

que me ajudou era composta<br />

exclusivamente por voluntários.<br />

As primeiras funcionárias<br />

contratadas foram a Jane<br />

Ferreira, Mirtes Pelisser e<br />

Olga Teresinha <strong>de</strong> Oliveira. A<br />

partir <strong>de</strong>stas três jovens, muitos<br />

outros jovens se seguiram,<br />

formando sucessivas<br />

equipes. Foram eles que me<br />

auxiliaram a construir a bonita<br />

história do MJ.<br />

O meu agra<strong>de</strong>cimento vai<br />

primeiramente ao amigo<br />

Mons. Agostinho Staehelin,<br />

gran<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alista, que acolheu<br />

no jornal “A Voz do Estreito”,<br />

por ele <strong>ed</strong>itado, o “Missão<br />

Jovem” recém nascido,<br />

como encarte <strong>de</strong>stinado à<br />

juventu<strong>de</strong>.<br />

Encarte Encarte catequético<br />

catequético<br />

Um agra<strong>de</strong>cimento especial<br />

à Ir. Marlene Bertoldi, Coor<strong>de</strong>nadora<br />

Arquidiocesana da<br />

Catequese, pois o Jornal <strong>de</strong>u<br />

um salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e em<br />

sua difusão, quando, em março<br />

<strong>de</strong> 1993, junto com o Pe.<br />

Francisco <strong>de</strong> Assis Wloch, ela<br />

solicitou a inclusão, no MJ, do<br />

Presença do Jornal no Brasil<br />

Encarte Catequético “Catequese<br />

Caminhando”. Atualmente,<br />

milhares <strong>de</strong> catequistas,<br />

em todo o Brasil, assinam<br />

e usam o MJ, atraídos<br />

pela sua riqueza <strong>de</strong> conteúdos<br />

e simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguagem.<br />

A Equipe do “Missão Jovem”<br />

está em constante renovação.<br />

Para não cair no intelectualismo<br />

e ficar com os pés<br />

no chão, além <strong>de</strong> preparar<br />

mensalmente o jornal e outros<br />

subsídios, constantemente se<br />

envolve com as diversas pastorais<br />

e na animação missionária<br />

em nível local e nacional,<br />

organizando ativida<strong>de</strong>s ligadas<br />

à vida das comunida<strong>de</strong>s<br />

e das escolas, como: concursos,<br />

gincanas, cursos, semana<br />

<strong>de</strong> férias etc.<br />

Devo outrossim reconhecer<br />

que o jornal não é fruto somente<br />

do esforço da equipe,<br />

mas também do amor e ardor<br />

missionário <strong>de</strong> muitos amigos<br />

e colaboradores que, <strong>de</strong> diversas<br />

formas, contribuíram e<br />

contribuem pelo seu engran<strong>de</strong>cimento.<br />

É a família “Missão<br />

Jovem” que vai crescendo e<br />

proporcionando um gran<strong>de</strong><br />

serviço a todo o Brasil.<br />

NOTÍCIAS DO COMIDI<br />

Adolescentes Missionários<br />

De 28 a 30 <strong>de</strong> Julho, na<br />

comunida<strong>de</strong> da Gruta da Paróquia<br />

<strong>de</strong> São Francisco <strong>de</strong><br />

Assis -Aririú, realizou-se o<br />

congresso dos grupos <strong>de</strong> adolescentes<br />

missionários da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. Graças a Deus<br />

o movimento está se firmando<br />

cada vez mais. Precisamos <strong>de</strong><br />

um número maior <strong>de</strong> assessores<br />

para aten<strong>de</strong>r a tantos<br />

grupos que estão surgindo.<br />

Formação <strong>de</strong> Assessores<br />

Dia 06 <strong>de</strong> Agosto, na paróquia<br />

<strong>de</strong> Santo Antônio, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, das 8 às 13 hs,<br />

haverá uma manhã <strong>de</strong> formação<br />

para antigos e novos assessores<br />

da Infância Missionária. O<br />

encontro, promovido pela comarca<br />

da Ilha, é aberto a todos<br />

e todas que, das outras comarcas,<br />

quiserem participar. Inscrição<br />

com Olindamir F. (48)3324-<br />

0970 (das 14.30 às 17 hs)<br />

No dias 14 <strong>agosto</strong>, às<br />

19:00h, no Plénário Deputado<br />

Osni Régis, nas <strong>de</strong>pendências<br />

da Assembléia Legislativa<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina,<br />

realizar-se-á a Sessão Solene<br />

em comemoração aos<br />

vinte anos do Jornal Missão<br />

Jovem. Compareça! Você é<br />

Pres. Do COMIDI: Diac.<br />

Ricardo (48) 9101-2147; Secretaria<br />

do COMIDI (Olindamir):<br />

(48) 3324-0970; Leka (Infância<br />

CONVITE<br />

ENDEREÇOS ÚTEIS<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -13<br />

Encontros Comarcais<br />

Do dia 1º ao dia 12 <strong>de</strong><br />

<strong>agosto</strong>, os COMICOS (Conselhos<br />

Missionários Comarcais)<br />

farão sua reunião tendo em vista<br />

a preparação para a Assembléia<br />

Missionária a ser realizada<br />

no dia 17 <strong>de</strong> setembro.<br />

Encontro do COMIDI<br />

No dia 20 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, numa<br />

das salas da Cat<strong>ed</strong>ral, haverá<br />

o encontro do COMIDI a partir<br />

das 8.30 às 15hs. São convidados<br />

os coor<strong>de</strong>nadores das<br />

comarcas e os responsáveis<br />

dos diversos setores da Animação<br />

Missionária. Na ocasião<br />

haverá também a avaliação da<br />

missão popular realizada na<br />

Igreja Irmã da Barra-BA.<br />

Mais informações com<br />

Olindamir F. (48)3324-0970<br />

(das 14.30 às 17 hs) ou com<br />

Pe. Paulo F. (48) 3222-9572 –<br />

pe.paulo@missãojovem.com.br<br />

VINTE ANOS DO JORNAL MISSÃO JOVEM<br />

nosso convidado!<br />

Obs.: Nos dias 14 e 15 <strong>de</strong><br />

<strong>agosto</strong> <strong>de</strong> 2006, no horário<br />

das 09:00h às 19:00h, estará<br />

acontecendo também, no<br />

hall <strong>de</strong> entrada da Assembléia<br />

Legislativa, a exposição<br />

comemorativa aos 20 anos<br />

do Jornal Missão Jovem.<br />

Países on<strong>de</strong> o MJ está presente<br />

Missionária) (048) 3222-9572;<br />

Tina (Adolescentes Missionários)<br />

(047) 3241-2233 (tar<strong>de</strong>) -<br />

3346-9205 (manhã).


14-<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

RETALHOS DO COTIDIANO<br />

MÃOS<br />

Elas falam tanto, dizem<br />

tanto ao coração... Mãos<br />

enlaçadas em momentos <strong>de</strong><br />

alegria, mãos enlaçadas em<br />

momentos <strong>de</strong> dor. São um poema<br />

sem palavras, que diz<br />

tudo sem errar nada. Mãos<br />

enlaçadas exprimem ternura,<br />

confiança, gratidão, bem-querer,<br />

carinho. Manifestam o que<br />

as palavras não conseguem<br />

exprimir, o que o coração não<br />

consegue dizer, o que o olhar<br />

não consegue traduzir. Aproveitemos<br />

o tempo em que é<br />

possível, e bom, sentir o calor<br />

da mão <strong>de</strong> quem amamos, o calor<br />

da mão <strong>de</strong> quem nos quer bem.<br />

Haverá o tempo em que as mãos ficarão<br />

frias e aí nem o amor, nem a<br />

amiza<strong>de</strong>, nem a gratidão po<strong>de</strong>rão ser<br />

apresentados como atestado do que<br />

nos vai na alma.<br />

SEM RESPOSTA<br />

É uma catequista jovem. As duas<br />

crianças estão na frente, andando<br />

em direção ao salão. Não a vêem.<br />

Lá <strong>de</strong> trás ela pergunta:<br />

- Fernando, aon<strong>de</strong> vocês vão?<br />

Não obtém resposta. Volta à carga:<br />

- Vão comer?<br />

Novamente eles silenciam. Ela se<br />

sente meio perdida. E vai embora<br />

<strong>de</strong>vagarzinho, cabisbaixa. Lembrei-me<br />

<strong>de</strong> Jesus: quantas vezes Ele nos fala!<br />

Quantas! E nós, como o pequeno<br />

Fernando e seu amiguinho, não lhe<br />

damos resposta. Então, Ele vai embora.<br />

Devagarzinho. Mas logo voltará. Ele<br />

é o amor, e o amor não sabe ficar longe,<br />

vai sempre ao encontro!<br />

AMAR<br />

Ó bom Jesus, que me amas tanto,<br />

ajuda-me a te amar, Tu, o único e<br />

verda<strong>de</strong>iro amor!<br />

BONDADE<br />

Dizem que certas coincidências<br />

trazem a assinatura <strong>de</strong> Deus. Hoje tirei<br />

um pensamento bíblico da caixinha<br />

que está sobre a mesa e li: “Vou fazer<br />

passar diante <strong>de</strong> ti toda a minha<br />

bonda<strong>de</strong>” (Ex 33,19). Logo <strong>de</strong>pois,<br />

folheando uns artigos, encontrei o <strong>de</strong><br />

Arnaldo Jabor, <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 97,<br />

sobre a morte <strong>de</strong> Madre Teresa e<br />

Lady Di. Afirmou ele, referindo-se à<br />

humil<strong>de</strong> e santa freirinha <strong>de</strong> Calcutá:<br />

“Quase ninguém conhece as <strong>de</strong>lícias<br />

do martírio da bonda<strong>de</strong>”. Que pensamento<br />

interessante! E verda<strong>de</strong>iro,<br />

não? Apressei-me e p<strong>ed</strong>i: “Senhor,<br />

ajuda-me a ser bom. Não só até um<br />

certo ponto, mas sempre e em qualquer<br />

lugar. Ajuda-me a conhecer as<br />

<strong>de</strong>lícias do martírio da bonda<strong>de</strong>!<br />

SOMBRA E SOL<br />

Há pouco saídos da máquina, os<br />

lençóis, fronhas, camisas e meias são<br />

postos no varal, à sombra, naquela varanda<br />

que todas as tar<strong>de</strong>s acolhe o<br />

velho Sebastião e dona Matil<strong>de</strong>.<br />

Por que usar a sombra se o sol<br />

brilha tanto e tão alegremente nesta<br />

manhã? Serão assim os que vivem<br />

na tristeza? Serão assim os que<br />

não se aproximam <strong>de</strong> Ti, Sol que<br />

nunca te pões? Seremos assim todos<br />

nós que não servimos o irmão,<br />

que não amamos? Quanto tempo a<br />

mais para secar nosso rancor, nosso<br />

<strong>de</strong>sânimo, se não estamos contigo,<br />

Sol nascente que nos reanimas<br />

cada dia para os embates da vida!<br />

LÍNGUA<br />

Há navios enormes que levam<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas a bordo e transportam<br />

<strong>de</strong>zenas e mais <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

toneladas <strong>de</strong> carga, e existem aviões<br />

que, quando <strong>de</strong>colam, pesam mais<br />

<strong>de</strong> 500 toneladas. É interessante: o<br />

homem sabe manobrar um navio gigantesco,<br />

sabe pilotar um avião<br />

imenso e, muitas vezes, não sabe<br />

comandar uma coisa tão pequena,<br />

mas tão importante, como a língua!<br />

Carlos Martendal<br />

Divulgação/JA<br />

ENTREVISTA<br />

Pe. Rufino, uma vocação missionária<br />

No dia 02 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, Pe. José Rufino<br />

Filho celebrou jubileu <strong>de</strong> 25 anos<br />

<strong>de</strong> vida presbiteral. A celebração foi<br />

realizada na Paróquia São João Batista,<br />

em Barrocas, diocese <strong>de</strong> Serrinha, na<br />

Bahia, on<strong>de</strong> há dois anos e meio é padre<br />

missionário.<br />

Natural <strong>de</strong> Uraí, no interior do Paraná,<br />

Pe. Rufino teve <strong>de</strong>spertada sua vocação<br />

para a vida presbiteral ainda criança,<br />

motivada pela religiosida<strong>de</strong> da família e<br />

pela presença dos padres Franciscanos<br />

Capuchinhos. Com 11 anos entrou para<br />

o Seminário. Or<strong>de</strong>nado presbítero em<br />

1981, em 1991 foi transferido para a<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>. Aqui conheceu<br />

melhor o clero secular e <strong>de</strong>cidiu<br />

se tornar diocesano. Atualmente é padre<br />

missionário na Bahia.<br />

Aproveitando a visita que fez a sua<br />

família na <strong>Arquidiocese</strong>, fizemos a entrevista<br />

que segue. Nela, Pe. Rufino fala<br />

dos seus 25 anos <strong>de</strong> padre, da motivação<br />

para entrar para o clero secular, sobre<br />

o interesse pelo trabalho missionário<br />

e fala do que é preciso para ser um<br />

missionário.<br />

JA - O que mais o inspirou nesses<br />

25 anos <strong>de</strong> padre?<br />

Pe. Rufino – O contato com o povo é<br />

uma gran<strong>de</strong> inspiração, mas o estudo da<br />

Sagrada Escritura sempre foi o que mais<br />

me <strong>de</strong>u força. Quando pequeno, meu pai<br />

lia trechos da Bíblia para mim e meus irmãos<br />

e com freqüência recitava alguns versos.<br />

Foi o meu primeiro professor das Sagradas<br />

Escrituras. Minha mãe, mesmo<br />

analfabeta, ajudava como podia. Quando<br />

me tornei padre, procurei me especializar.<br />

Sou mestre em Teologia Bíblica pela<br />

Gregoriana em Roma e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, leciono<br />

a disciplina para leigos e seminaristas.<br />

Penso que a minha experiência <strong>de</strong> infância<br />

é o que falta aos jovens <strong>de</strong> hoje. As famílias<br />

não lêem a Bíblia como antigamente. Os<br />

Grupos Bíblicos em Família se tornam uma<br />

importante retomada <strong>de</strong>ssa prática.<br />

JA - O senhor era padre <strong>de</strong> congregação<br />

e se tornou diocesano. O que o<br />

motivou para esta mudança?<br />

Pe. Rufino – Fui or<strong>de</strong>nado padre em<br />

1981, pela congregação dos Franciscanos<br />

Capuchinhos. Em 1991, fui transferido para<br />

a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, para ser<br />

vigário na Paróquia da Trinda<strong>de</strong>. A convivência<br />

com os padres seculares me motivou<br />

bastante. Estar fixo em uma região e<br />

ter a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar uma experiência<br />

missionária mais longe era o que eu<br />

buscava. Como capuchinho, minha área <strong>de</strong><br />

atuação se restringia entre Santa Catarina<br />

e Paraná. Nesse período, meus pais e alguns<br />

familiares haviam-se mudado para<br />

<strong>Florianópolis</strong>. Assim, em 1997, solicitei a<br />

minha transferência para o clero diocesano.<br />

JA - Há dois anos e meio o senhor é<br />

missionário na Paróquia São João Batista,<br />

em Barrocas, diocese <strong>de</strong> Serrinha,<br />

na Bahia. O que o motivou a seguir a<br />

vida missionária?<br />

Pe. Rufino – A dimensão missionária<br />

é muito presente, atual, necessária e urgente<br />

na Igreja hoje. A própria CNBB temse<br />

aberto para esta questão. Para o próximo<br />

ano, o tema da Campanha da<br />

Fraternida<strong>de</strong> será a Amazônia, com um<br />

enfoque no trabalho missionário. A<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> tem já boa<br />

tradição nesse campo. Temos quatro padres<br />

em terras <strong>de</strong> missão no Brasil e,<br />

agora, um em missão exterior. Sem falar<br />

dos leigos e religiosos espalhados pelo<br />

Brasil e pelo mundo, e os que todos os<br />

anos participam <strong>de</strong> visitas missionárias.<br />

O meu <strong>de</strong>spertar vem da infância, do convívio<br />

com os padres capuchinhos, e fui<br />

bastante motivado por esse trabalho que<br />

existe na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

JA - O que é preciso para seguir a<br />

vida missionária?<br />

Pe. Rufino – É uma realida<strong>de</strong> bastante<br />

diferente: economia, cultura, alimentação,<br />

clima. Para seguir a vida missionária,<br />

a pessoa <strong>de</strong>ve estar disposta a fazer uma<br />

inculturação. É preciso uma adaptação<br />

pessoal, longe da família e dos amigos.<br />

Ser missionário é se dispor a isso. Mas é<br />

muito compensador. Consegui me adaptar<br />

muito bem on<strong>de</strong> estou. O povo me acolheu<br />

com alegria. Eles ficam felizes com a<br />

chegada do padre. As regiões do Norte e<br />

Nor<strong>de</strong>ste do país são muito carentes <strong>de</strong><br />

padres. A paróquia on<strong>de</strong> estou tem 18 mil<br />

habitantes e 24 comunida<strong>de</strong>s. Se eu não<br />

estivesse lá, não teriam um padre. Lá estou<br />

lecionando no seminário maior <strong>de</strong> Feira<br />

<strong>de</strong> Santana e ministro cursos <strong>de</strong> teologia<br />

para leigos.<br />

JA - Está em seus planos a missão<br />

além fronteiras?<br />

Pe. Rufino – Penso que é um pouco<br />

c<strong>ed</strong>o para pensar nisso. No momento,<br />

não. Gosto <strong>de</strong> lecionar e esse trabalho<br />

ficaria prejudicado em uma missão exterior.<br />

Penso em, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um período,<br />

retornar à <strong>Arquidiocese</strong> e, mais tar<strong>de</strong>, se<br />

possível, retomar outro trabalho missionário<br />

no Brasil.<br />

Divulgação JA<br />

Pe. Pe. Rufino: Rufino: paixão pelas Sagradas Escrituras<br />

e pela vida missionária.<br />

JA - O que o senhor diria para os<br />

padres e leigos que preten<strong>de</strong>m seguir o<br />

trabalho missionário?<br />

Pe. Rufino – Hoje há um <strong>de</strong>spertar<br />

cada vez maior dos padres e leigos para<br />

a vida missionária. É uma experiência<br />

que enriquece muito. Em muitas comunida<strong>de</strong>s<br />

do nor<strong>de</strong>ste, as religiosas é que<br />

fazem boa parte do trabalho. São elas<br />

que batizam, casam e celebram. É importante<br />

que haja essas pessoas dispostas<br />

a estar presentes na missão. Os leigos<br />

estão participando e <strong>de</strong>vem ser estimulados<br />

cada vez mais. À m<strong>ed</strong>ida que<br />

mais gente participar, po<strong>de</strong> haver uma<br />

maior alternância <strong>de</strong> padres e leigos. O<br />

trabalho missionário vale muito a pena.<br />

Quem sabe, no próximo ano, com a<br />

Campanha da Fraternida<strong>de</strong>, esse trabalho<br />

se <strong>de</strong>senvolva ainda mais.


Católicos, Luteranos e<br />

Metodistas fazem história<br />

no ecumenismo<br />

O dia 23 <strong>de</strong> Julho fica na história do<br />

ecumenismo: o Conselho Metodista Mundial<br />

a<strong>de</strong>riu à Declaração conjunta católico-luterana<br />

sobre a Doutrina da Justificação,<br />

<strong>de</strong> 1999. George H. Freeman, secretário-geral<br />

do Conselho Metodista<br />

Mundial, afirmou na ocasião que se estava<br />

a pisar “um novo território”, abrindo<br />

as portas para “o futuro das relações<br />

ecumênicas”.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Conselho Pontifício<br />

para a promoção da unida<strong>de</strong> dos cristãos,<br />

Car<strong>de</strong>al Walter Kasper, e o secretáriogeral<br />

da F<strong>ed</strong>eração Luterana Mundial,<br />

Ismael Noko, marcaram presença no ato,<br />

que teve lugar na Coréia do Sul. Os seguidores<br />

<strong>de</strong> Wesley, reunidos na sua 19ª<br />

Conferência Mundial, assinalaram o momento<br />

com uma ovação <strong>de</strong> pé.<br />

O Car<strong>de</strong>al Kasper disse que esta assinatura<br />

representa “um dos maiores feitos<br />

do diálogo ecumênico” e citou Bento<br />

XVI para falar <strong>de</strong>ste acordo entre as três<br />

Igrejas como “uma plena e visível unida<strong>de</strong><br />

na fé”.A Declaração conjunta é o resultado<br />

<strong>de</strong> décadas <strong>de</strong> diálogo e é, para<br />

o membro da Cúria Romana, “um dom<br />

<strong>de</strong> Deus”. Fonte: Agência Ecclesia<br />

Maestro do Coral da<br />

Capela Sistina diz que<br />

Bento XVI dará novo<br />

impulso à música sacra<br />

O maestro perpétuo da Capela Musical<br />

Pontifícia Sistina, Domenico Bartolucci,<br />

espera que o Pontífice, que toca<br />

piano e é apreciador <strong>de</strong> Mozart e da música<br />

coral, dê novo impulso à polifonia e<br />

ao canto gregoriano na liturgia católica.<br />

Comentando o tema da vulgarização da<br />

música sacra, Bartolucci afirmou que<br />

“hoje é moda nas igrejas, canções e barulhos<br />

<strong>de</strong> guitarras, mas a culpa é sobretudo,<br />

das falsas idéias <strong>de</strong> pseudo-intelectuais,<br />

que criaram essa ‘<strong>de</strong>generação’<br />

da liturgia e da música, danificando e<br />

<strong>de</strong>sprezando a herança do passado e<br />

acr<strong>ed</strong>itando estar fazendo um bem”.<br />

As origens do coral da Capela Sistina<br />

remontam ao século VI quando, com<br />

nome “Schola Cantorum Romana”, foi<br />

reorganizada pelo Papa Gregório Magno.<br />

Em 1471, após um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>cadência,<br />

foi remo<strong>de</strong>lada por Sixto IV, que fundou<br />

o Colégio dos Cantores Papais.<br />

A Capela Musical Pontifícia tornou-se,<br />

<strong>de</strong>pois, coral pessoal do Papa e foi <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

então <strong>de</strong>nominada Capela “Sistina”, em<br />

homenagem ao mesmo Papa Sixto IV. Na<br />

primeira meta<strong>de</strong> do século XX, seu regente<br />

foi o famoso Lorenzo Perosi. Em 1956,<br />

Domenico Bartolucci assumiu o cargo,<br />

tendo <strong>de</strong>pois recebido o título <strong>de</strong> “maestro<br />

perpétuo”. Des<strong>de</strong> 1997, o coral é dirigido<br />

por Giuseppe Liberto. A Capela Musical<br />

é atualmente composta por 20 cantores<br />

adultos e 35 meninos cantores.<br />

IGREJA NO BRASIL E NO MUNDO<br />

Bento Bento XVI XVI p<strong>ed</strong>e p<strong>ed</strong>e cessar- cessarcessar- fogo fogo no no Oriente Oriente Médio<br />

Médio<br />

Têm sido freqüentes e insistentes<br />

os apelos do Papa<br />

à paz, ao mesmo tempo em<br />

que reafirma a posição da<br />

Santa Sé, “em <strong>de</strong>fesa tanto<br />

do direito dos libaneses à integrida<strong>de</strong><br />

e à soberania <strong>de</strong><br />

seu país, como do direito dos<br />

israelenses a viver em paz<br />

em seu Estado, e igualmente<br />

do direito dos palestinos a<br />

ter uma pátria livre e soberana».<br />

No dia 23-7, na oração<br />

do Ângelus, Bento XVI assegurou<br />

que se sente «particularmente<br />

próximo das inermes<br />

populações civis, injustamente<br />

golpeadas em um<br />

conflito no qual não são mais<br />

que vítimas: tanto as da<br />

Galiléia, obrigadas a viver nos<br />

refúgios, como a gran<strong>de</strong> multidão<br />

dos libaneses, que,<br />

uma vez mais, vêem <strong>de</strong>struído seu país e<br />

têm <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-lo e tentar salvar-se em outro<br />

lugar». O Papa elevou uma «dolorosa oração<br />

para que a aspiração à paz da gran<strong>de</strong><br />

maioria das populações possa realizar-se<br />

o quanto antes, graças ao empenho comum<br />

dos responsáveis». Fez um chamado<br />

«a todas as organizações caritativas,<br />

O Líbano está mais uma vez <strong>de</strong>baixo<br />

<strong>de</strong> fogo, atingindo <strong>de</strong> forma muito dura a<br />

maior comunida<strong>de</strong> cristã do Médio Oriente.<br />

Os cristãos são cerca 1,5 milhões entre<br />

uma população total <strong>de</strong> 4,4 milhões <strong>de</strong><br />

habitantes, tendo também em conta que<br />

dos 16 milhões <strong>de</strong> libaneses na diáspora,<br />

80% são cristãos. Na década <strong>de</strong> oitenta,<br />

durante a guerra no Líbano, terão sido<br />

<strong>de</strong>struídas cerca <strong>de</strong> 300 al<strong>de</strong>ias cristãs.<br />

Agora, mais <strong>de</strong> 700 mil pessoas estão em<br />

fuga, para zonas mais seguras do país ou<br />

para a Síria, à m<strong>ed</strong>ida que a situação se<br />

agrava. Os mosteiros, casas religiosas e<br />

escolas cristãs abriram as suas portas<br />

para acolher os <strong>de</strong>slocados nacionais e<br />

Voluntário carrega uma das muitas crianças mortas no<br />

bombar<strong>de</strong>io israelense. Paz ainda é um sonho distante.<br />

Líbano, uma Igreja martirizada<br />

para que manifestem concretamente a essas<br />

populações a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> comum».<br />

O Papa <strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>iu-se p<strong>ed</strong>indo orações para<br />

que «as queridas populações do Oriente<br />

Médio sejam capazes <strong>de</strong> abandonar o caminho<br />

do enfrentamento armado e <strong>de</strong> construir,<br />

com a audácia do diálogo, uma paz<br />

justa e duradoura». Fonte: Zenit.org<br />

estrangeiros segurança. O vigário apostólico<br />

dos Latinos, D. Paul Dahdadh, refere<br />

à agência missionária MISNA que “a população<br />

sofre terrivelmente, e é necessária<br />

a intervenção da comunida<strong>de</strong> internacional<br />

para acabar com esta guerra absurda”.<br />

A Igreja Maronita está presente no<br />

Líbano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século VII e representa<br />

agora perto <strong>de</strong> um quarto da população.<br />

Ao longo dos séculos tem resistido a vários<br />

ataques, estando ainda bem presente<br />

na memória a guerra <strong>de</strong> 17 anos que começou<br />

em Abril <strong>de</strong> 1975. É uma Igreja <strong>de</strong><br />

rito oriental, em plena comunhão com o<br />

Papa e a Santa Sé <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XII.<br />

Fonte: Agência Ecclesia<br />

Arquivos do Holocausto, na Alemanhã,<br />

serão abertos para pesquisas<br />

A Alemanha <strong>de</strong>ve assinar, na quartafeira,<br />

um acordo para abrir para pesquisas<br />

os arquivos <strong>de</strong> Bad Arolsen (cida<strong>de</strong><br />

localizada no centro da Alemanha) sobre<br />

o nazismo. Os documentos <strong>de</strong>screvem<br />

como o Holocausto ocorreu, segundo informações<br />

da r<strong>ed</strong>e CNN. O acordo foi tratado<br />

em abril entre os 11 países que compõem<br />

o SIR (Serviço Internacional <strong>de</strong> Investigação),<br />

organização responsável<br />

pela custódia dos arquivos.<br />

O protocolo será assinado pelo ministro<br />

alemão Guenter Closer na presença <strong>de</strong> re-<br />

presentantes dos outros 10 países do SIR<br />

numa cerimônia em Berlim. Segundo Closer,<br />

a abertura visa os interesses <strong>de</strong> pesquisadores<br />

e <strong>de</strong>monstra o valor que o governo<br />

alemão dá ao tratamento da história.<br />

Depois <strong>de</strong> assinado, o protocolo precisa<br />

ser ratificado por Alemanha, França,<br />

Grã-Bretanha, Itália, Bélgica, Holanda,<br />

Grécia, Estados Unidos, Polônia e Israel<br />

para que os arquivos sejam abertos. Antes<br />

do acordo, a Alemanha consi<strong>de</strong>rava que o<br />

acesso aos documentos do Holocausto violaria<br />

as Leis do país. Fonte: Diário OnLine<br />

Divulgação/JA<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006 -15<br />

O Papa e as famílias<br />

O 5º Encontro Mundial das Famílias,<br />

realizado em Valência, Espanha, no início<br />

<strong>de</strong> julho, contou com a presença do<br />

Papa, na sua primeira visita apostólica<br />

àquele país. No sábado, dia 8, Bento XVI<br />

afirmou: “Os <strong>de</strong>safios da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> atual,<br />

marcada pela dispersão no âmbito urbano,<br />

fazem necessário garantir que as famílias<br />

não estejam sós. Um pequeno núcleo familiar<br />

po<strong>de</strong> encontrar obstáculos difíceis <strong>de</strong><br />

superar se for isolado do resto <strong>de</strong> seus parentes<br />

e amigos. Por isso a comunida<strong>de</strong><br />

eclesial <strong>de</strong>ve oferecer acompanhamento,<br />

estímulo e alimento espiritual que fortaleça<br />

a coesão familiar, sobretudo nas provas ou<br />

momentos críticos. Assim, é muito importante<br />

o trabalho das paróquias, bem como<br />

das diversas associações eclesiais, chamadas<br />

a colaborar como r<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> apoio e<br />

presença vizinha da Igreja para o crescimento<br />

da família na fé. Cristo revelou a fonte<br />

suprema da vida para todos e, portanto,<br />

também para a família. Fonte: CNBB<br />

Encontro Internacional do<br />

movimento “Fé e Luz”<br />

Realizou-se em Madrid, em Julho, o<br />

Encontro Internacional do “Fé e luz”,<br />

movimento cristão que apóia as pessoas<br />

portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências e as<br />

suas famílias. A capital espanhola acolheu<br />

375 responsáveis e <strong>de</strong>legados dos<br />

76 países em que o movimento está presente.<br />

Com uma forte conotação<br />

ecumênica, o “Fé e luz” acolhe católicos,<br />

protestantes, anglicanos e ortodoxos e<br />

conta, no mundo, com 1463 comunida<strong>de</strong>s.<br />

É um movimento <strong>de</strong> leigos, fundado<br />

por Jean Vanier (fundador da “Arche”) e<br />

Marie Hélène Mathieu (<strong>ed</strong>ucadora especializada<br />

em trabalho com pessoas com<br />

<strong>de</strong>ficiência) nas últimas décadas do séc.<br />

XX.<br />

O Fé e Luz constituiu-se em torno da<br />

constatação do isolamento social e<br />

eclesial das famílias com filhos com <strong>de</strong>ficiência<br />

mental. A sua ação aborda a pessoa<br />

fraca, com <strong>de</strong>ficiência, doente, moribunda,<br />

sem abrigo, enquanto possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> transformação da vida <strong>de</strong> quem se<br />

aproxima <strong>de</strong>les, como se lê no site do<br />

Movimento, www.foietlumiere.org.<br />

Seminário sobre o Sacramento<br />

da Penitência e Reconciliação<br />

A Comissão Episcopal Pastoral para<br />

a Liturgia e a Comissão para a Animação<br />

Bíblico-Catequética promoverão o Seminário<br />

Nacional sobre o Sacramento da<br />

Penitência e Reconciliação, <strong>de</strong> 12 a 16<br />

<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007, em São Paulo. O<br />

Seminário <strong>de</strong>stina-se a bispos, presbíteros,<br />

diáconos, catequistas, equipes <strong>de</strong><br />

pastoral litúrgica. O objetivo é resgatar e<br />

aprofundar os sentidos bíblico, teológico,<br />

litúrgico, espiritual e pastoral <strong>de</strong>sse Sacramento.<br />

As fichas <strong>de</strong> inscrição para o<br />

Seminário estarão disponíveis no site da<br />

CNBB a partir do mês <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>. Informações:<br />

liturgia@cnbb.org.br e<br />

catequese@cnbb.org.br. Fonte: CNBB


16-<br />

Agosto <strong>de</strong> 2006<br />

Dom Orlando toma posse na<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Londrina<br />

A <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Londrina,<br />

no Paraná, celebrou no dia 23 <strong>de</strong><br />

julho a posse <strong>de</strong> seu novo bispo.<br />

Dom Orlando Bran<strong>de</strong>s, ex-bispo<br />

<strong>de</strong> Joinville, tomou posse na Cat<strong>ed</strong>ral,<br />

em Londrina, em uma celebração<br />

que contou com a presença<br />

do Núncio Apostólico no<br />

Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri,<br />

e <strong>de</strong> bispos, padres, diáconos,<br />

familiares e amigos. Dom José<br />

Negri, nosso bispo-auxiliar, representou<br />

a <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

A celebração lotou a Cat<strong>ed</strong>ral<br />

Metropolitana e contou com a presença<br />

<strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> joinvilenses.<br />

Durante a celebração,<br />

Dom Orlando foi apresentado à<br />

comunida<strong>de</strong> por Dom Albano<br />

Bortoletto Cavallin, que nos últimos<br />

14 anos esteve à frente da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> e que foi seu pro-<br />

fessor no Seminário.<br />

Natural <strong>de</strong> Urubici, em Santa<br />

Catarina, on<strong>de</strong> nasceu a 13 <strong>de</strong> abril<br />

<strong>de</strong> 1946, Dom Orlando or<strong>de</strong>nou-se<br />

padre em 06 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1974. Foi<br />

em <strong>Florianópolis</strong> que iniciou o seu<br />

ministério sacerdotal. Aqui, atuou<br />

como professor e diretor do Instituto<br />

Teológico <strong>de</strong> Santa Catarina,<br />

até sua nomeação como bispo <strong>de</strong><br />

Joinville, em 1994.<br />

Sua nomeação para Arcebispo<br />

<strong>de</strong> Londrina foi divulgada no<br />

dia 10 <strong>de</strong> maio. A celebração <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>ida da diocese em que trabalhou<br />

por 12 anos, foi realizada<br />

no dia 16 <strong>de</strong> julho, na Cat<strong>ed</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Joinville. Na <strong>de</strong>sp<strong>ed</strong>ida, entregou<br />

ao Pe. Bertino Weber, que<br />

será o administrador apostólico<br />

até a posse do novo bispo, o título<br />

<strong>de</strong> Monsenhor.<br />

Dom Dom Dom Orlando Orlando Orlando (dir.), acompanhado <strong>de</strong> seu antecessor, saúda os fiéis na<br />

entrada para a celebração <strong>de</strong> posse da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> Londrina<br />

Pastoral da Criança colhe frutos<br />

A Paróquia Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Guadalupe, em Canasvieiras, está<br />

dando um exemplo <strong>de</strong> persistência<br />

no atendimento <strong>de</strong> crianças. Há<br />

três meses foi criada a Pastoral<br />

da Criança e, nesse período, as<br />

poucas mas atuantes agentes da<br />

Pastoral já colhem seus frutos.<br />

A pastoral realiza ativida<strong>de</strong>s<br />

que proporcionam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da criança e das mães através<br />

<strong>de</strong> ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

nutrição, pesagem, além <strong>de</strong> orientações<br />

sobre higiene, saú<strong>de</strong>, e<br />

violência familiar e comunitária.<br />

Gestantes a partir do primeiro mês<br />

até a hora do parto também recebem<br />

acompanhamento.<br />

Há ainda a preocupação com<br />

a formação humana, e a promoção<br />

dos direitos da criança e do<br />

adolescente. Atualmente são 30<br />

famílias cadastradas e 25 crianças<br />

atendidas. O objetivo é ampliar<br />

o atendimento e a formar<br />

novos agentes.<br />

Antes <strong>de</strong> iniciar as ativida<strong>de</strong>s,<br />

as nove agentes da Pastoral passaram<br />

por um período <strong>de</strong> seis<br />

meses <strong>de</strong> formação, que contou<br />

com o apoio da Coor<strong>de</strong>nação<br />

Arquidiocesana.<br />

Divulgação/JA<br />

Deficientes visuais conquistam a liberda<strong>de</strong><br />

“Promover a cidadania e a<br />

inclusão social da pessoa cega<br />

e <strong>de</strong> baixa visão, contribuindo<br />

para sua efetiva participação na<br />

soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>”. Esta é a missão da<br />

Associação Catarinense <strong>de</strong><br />

Integração do Cego (ACIC),<br />

que há 29 anos aten<strong>de</strong> as pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência visual.<br />

Criada em 18 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1977,<br />

a entida<strong>de</strong> realiza trabalhos <strong>de</strong><br />

habilitação, reabilitação e profissionalização<br />

<strong>de</strong> pessoas cegas, <strong>de</strong><br />

baixa visão, ou com <strong>de</strong>ficiências<br />

associadas. Tem em seu quadro<br />

uma média <strong>de</strong> 600 associados, e<br />

atualmente 164 pessoas em processo<br />

<strong>de</strong> reabilitação.<br />

Na s<strong>ed</strong>e, localizada em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

pessoas <strong>de</strong> toda Santa<br />

Catarina, <strong>de</strong> outros Estados, e<br />

até <strong>de</strong> Angola, na África, recebem<br />

todo o atendimento para que dêem<br />

os primeiros passos rumo a in<strong>de</strong>pendência.<br />

Apren<strong>de</strong>m <strong>de</strong>s<strong>de</strong> coisas<br />

aparentemente simples como<br />

se locomover e fazer a sua higiene<br />

pessoal, até a se comunicar e<br />

apren<strong>de</strong>r uma profissão.<br />

A A busca busca pela pela in<strong>de</strong>pendência<br />

in<strong>de</strong>pendência<br />

Os <strong>de</strong>ficientes visuais chegam<br />

à instituição encaminhados<br />

por parentes, amigos, ou por<br />

outras instituições. Não importa<br />

como estejam, todos são acolhidos.<br />

Ao entrar na instituição,<br />

eles são avaliados para se saber<br />

suas necessida<strong>de</strong>s e o interesse<br />

que apresentam.<br />

Em seguida, <strong>de</strong> acordo com a<br />

avaliação e estudo do caso, traça-se<br />

uma programação que po<strong>de</strong><br />

ir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a habilitação ou reabilitação,<br />

até a inclusão no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho ou permanecer apenas<br />

em ativida<strong>de</strong> ocupacional. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da área em que atuarão,<br />

todos passam pela orientação<br />

e mobilida<strong>de</strong>, que proporciona<br />

autonomia para que se <strong>de</strong>sloquem<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente em todos<br />

os ambientes.<br />

Nas áreas mais avançadas,<br />

eles po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r o sistema<br />

Braille (escrita e leitura tátil), o<br />

sorobã (sistema <strong>de</strong> cálculo), escrita<br />

cursiva (que favorece na assinatura<br />

do nome, preenchimento<br />

<strong>de</strong> cheques ou produção <strong>de</strong><br />

textos) e iniciação à informática.<br />

As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> traba-<br />

Foto JA<br />

Através <strong>de</strong> um software, as pessoas cegas recebem treinamentos em informática<br />

que lhes possibilita maior comunicação e a inserção no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

lho são muitas. Os <strong>ed</strong>ucandos<br />

realizam ativida<strong>de</strong>s específicas<br />

para a formação profissional, a<br />

saber: <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s<br />

e hábitos para o trabalho;<br />

preparação para o trabalho,<br />

<strong>ed</strong>ucação e orientação profissional<br />

para atuarem nas mais diversas<br />

ativida<strong>de</strong>s profissionais.<br />

No último ano, 17 <strong>de</strong>ficientes<br />

visuais se formaram no curso <strong>de</strong><br />

P<strong>ed</strong>agogia à distância, em parceria<br />

com a Universida<strong>de</strong> do Estado<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina (UDESC), e 16<br />

<strong>de</strong>stes estão incluídos no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho.<br />

Software Software inteligente<br />

inteligente<br />

Boa parte das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

inserção profissional está ligada à<br />

informática. Por semestre, mais <strong>de</strong><br />

50 alunos adquirem conhecimentos<br />

básicos em Windows, Office e<br />

Internet, e até conhecimentos específicos<br />

em programas que utilizarão<br />

em sua vida profissional.<br />

Como a maior parte do público<br />

da ACIC é formada por pessoas<br />

cegas, é utilizado um software<br />

que traduz para a linguagem verbal<br />

os comandos acessados pelo<br />

usuário. O programa “Virtual<br />

Vision” foi adquirido graças aos<br />

recursos recebidos da <strong>Arquidiocese</strong><br />

através do Fundo Arquidiocesano<br />

<strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />

“A aquisição do software beneficiou<br />

a todas as pessoas atendidas<br />

pela instituição, pois permite<br />

a elas ter acesso ao meio digital”,<br />

disse Maristela Sartorato Bianchi,<br />

diretora técnica do <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> Atendimento Especializado, ela<br />

mesma uma pessoa <strong>de</strong> baixa visão.<br />

Segundo ela, não somente<br />

mais pessoas serão incluídas no<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho, mas todas<br />

aquelas que querem ler um livro ou<br />

estudar, pois po<strong>de</strong>m ouvi-lo, serão<br />

auxiliadas na comunicação, já que<br />

po<strong>de</strong>m trocar e-mails.<br />

Superando Superando as as as limitações<br />

limitações<br />

Boa parte do quadro funcional<br />

da ACIC é formado por pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência visual. Mas<br />

todos eles possuem formação<br />

técnica para atuar nas áreas em<br />

que estão. “A Associação prima<br />

pela inclusão do cego no mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho, portanto não<br />

faria sentido se ela não empregasse<br />

as pessoas que apóia”,<br />

disse Denise Pacheco, coor<strong>de</strong>nadora<br />

<strong>de</strong> profissionalização.<br />

Ela ficou cega aos 7 anos e<br />

não se acomodou. Passou por<br />

um processo <strong>de</strong> alfabetização no<br />

ensino regular e participou da<br />

fundação da ACIC. Fez o magistério<br />

e se formou em P<strong>ed</strong>agogia<br />

na UFSC.<br />

Depois, foi aprovada em concurso<br />

público para professora no<br />

Estado e há 20 anos trabalha na<br />

Associação. Ela, além <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadora,<br />

trabalha na alfabetização<br />

em Braille, e ensina aos novos o<br />

que apren<strong>de</strong>u na vida: superar as<br />

limitações e ir em busca <strong>de</strong> mais.

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