USO DO HÁBITAT PELA PREGUIÇA-DE-COLEIRA ... - CNCFlora
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BARRETO, R.M.F. 2007. Uso do Hábitat por Preguiça-de-coleira Bradypus torquatus<br />
cabrucas ainda permite o transito de algumas espécies entre os remanescentes<br />
florestais (PARDINI, 2001; FARIA, 2002), reduzindo assim os efeitos negativos do<br />
isolamento físico dos fragmentos e do isolamento genético das populações<br />
(LAWRANCE; COCHRANE, 2001).<br />
As preguiças-de-coleira possuem uma capacidade grande de dispersão por<br />
áreas de Floresta em Estágio Avançado de Regeneração, bem como em ambientes<br />
alterados que mantenham uma estrutura florestal como áreas secundárias e<br />
algumas cabrucas (CASSANO, 2006). Além de possuir uma elevada concentração<br />
de árvores que são utilizadas como alimento (CASSANO, 2006) e como microhábitat<br />
(ver resultados deste estudo), a cabruca onde o estudo foi realizado possui<br />
uma localização bastante propicia para a colonização por espécies florestais<br />
arbóreas. Contudo, sabe-se que a maior perda das características florestais na<br />
cabruca não está na estrutura, mas na composição da comunidade de plantas<br />
(ALVES, 1990), pois neste local a regeneração do dossel é eliminada (RICE,<br />
GREENBERG, R. 2000) ou é minimamente possível a partir das conexões entre<br />
cabrucas e fragmentos florestais (HUMMEL, 1995). Por estes fatores, observa-se no<br />
presente estudo que preguiças residentes em cabruca e em floresta secundária<br />
utilizam espécies arbóreas diferentes das preguiças que residem em florestas<br />
avançadas.<br />
O fato de algumas espécies de animais serem capazes de manter populações<br />
em agroflorestas indica que a cabruca é menos prejudicial para a vida selvagem do<br />
que práticas agropecuárias mais intensas como pastos e monoculturas (ALVES,<br />
1990; HARVEY, et al, 2006; MCNEELY; SCHROTH, 2006; VAUGHAN et al, 2007).<br />
Dados de diversos grupos da fauna, como aves (FARIA et al, 2006), morcegos<br />
(FARIA, BAUMGARTEN, 2007), primatas (RABOY et al, 2004), pequenos mamíferos<br />
(PARDINI, 2001) e ainda preguiças (CASSANO, 2006), indicam que as áreas de<br />
cabruca e de florestas na região de Una, podem promover uma matriz que possibilite<br />
a manutenção e conservação das espécies de fauna na região. Para preguiças-decoleira,<br />
isto é um fato, pois como mamíferos folívoros arborícolas estritos, esses<br />
animais dependem de elementos arbóreos para exercer as atividades necessárias<br />
para sua sobrevivência. Segundo Cassano (2006), a presença de grandes blocos de<br />
floresta madura e de vegetação ciliar na margem do Rio Maruim (principal rio que<br />
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