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USO DO HÁBITAT PELA PREGUIÇA-DE-COLEIRA ... - CNCFlora

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BARRETO, R.M.F. 2007. Uso do Hábitat por Preguiça-de-coleira Bradypus torquatus<br />

distribuição das espécies nos ambientes, é provável que a estrutura da vegetação<br />

esteja, mais uma vez, influenciando na escolha das árvores utilizadas por preguiças.<br />

As escolhas na dieta podem ser uniformes entre preguiças que compartilham do<br />

mesmo local de origem (MONTGOMERY; SUNQUIST, 1978; CHIARELLO, 1998b),<br />

o que conseqüentemente reflete nas árvores que são usadas de modo geral pela<br />

espécie.<br />

No presente estudo, verificamos que juvenis utilizaram as mesmas espécies<br />

(e na maioria das vezes os mesmos indivíduos arbóreos) que suas mães. Preguiças<br />

são ensinadas a consumir as mesmas espécies que suas mães, as quais deixam o<br />

infante em sua área de vida após o período de amamentação (MONTGOMERY;<br />

SUNQUIST, 1978; SOARES; CARNEIRO, 2002). Esta idéia é corroborada por<br />

Chiarello (1998b), que encontrou as mesmas preferências de alimentação entre<br />

preguiças que residem em diferentes áreas de um mesmo fragmento florestal, como<br />

se fossem gerações sucessivas.<br />

Em relação aos índices de diversidade encontrados, verificamos também que<br />

o número de espécies arbóreas presentes em cada hábitat pode influenciar na<br />

diversidade de espécies utilizadas por preguiças de coleira. Os menores índices<br />

encontrados em cabrucas são, provavelmente, conseqüências das baixas<br />

alternativas que este hábitat oferece. Ao encontrar diferenças entre os indivíduos e<br />

entre os habitats na escolha das árvores utilizadas, verifica-se que esta diferença é<br />

tão significativa a ponto de mostrar índices de similaridades pouco representativos<br />

entre os ambientes (menos de 50% - Figura 12).<br />

Ao observar a Figura 12, verifica-se o mesmo padrão encontrado em campo,<br />

ou seja, a análise de agrupamento conseguiu agrupar o que se distingue na prática.<br />

Por exemplo, o animal BT193 reside em uma área de floresta secundária vizinha a<br />

área de cacau do indivíduo BT464. Como em literatura sabe-se que áreas de floresta<br />

e áreas de cabruca vizinhas sofrem influencia uma da outra no recrutamento de<br />

novas plantas (ALVES, 1990), é esperado que estas espécies sejam<br />

significativamente similares na escolha das árvores. De certa forma, estes dados<br />

corroboram as idiossincrasias similares na dieta de indivíduos de mesmo hábitat,<br />

encontradas por outros estudos (MONTGOMERY; SUNQUIST, 1978; CHIARELLO,<br />

1998b). Assim, a abundância e a distribuição de espécies arbóreas mudariam o<br />

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