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USO DO HÁBITAT PELA PREGUIÇA-DE-COLEIRA ... - CNCFlora

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BARRETO, R.M.F. 2007. Uso do Hábitat por Preguiça-de-coleira Bradypus torquatus<br />

apresenta um hábitat adequado para preguiças, onde se pode suportar uma<br />

população viável de preguiças.<br />

Ao mensurar um conjunto de árvores utilizadas pelos animais, observamos<br />

que poucos indivíduos apresentaram látex. Preguiças-de-coleira podem utilizar<br />

árvores que apresentem látex ou não. Algumas famílias que os animais utilizam em<br />

Una (ANEXO I), apresentam espécies que produzem látex tais como, Fabaceae,<br />

Sapotaceae, Myristicaceae, e Moraceae (MORI et al., 1981). Dentre estas,<br />

Myristicaceae e Moraceae são indicadas no trabalho de Cassano (2006) como as<br />

famílias de maior representatividade na dieta das preguiças em Una, sendo o látex<br />

indicado como um possível fator de seleção da dieta. As famílias Euphorbiaceae e<br />

Apocynaceae, também utilizadas pelos animais, são listadas como as duas famílias<br />

encontradas na dieta das preguiças-de-três-dedos nos estudos de Queiroz (1995) e<br />

Chiarello (1998b) são conhecidas por apresentarem grande número de espécies que<br />

produzem látex (MORI et al, 1981).<br />

Dentre as árvores de uso, os animais desse estudo provavelmente<br />

selecionam poucas espécies que possuem látex para alimentação. A especialização<br />

por um restrito grupo de espécies que apresentam composição química semelhante,<br />

permite o desenvolvimento de adaptações morfológicas e fisiológicas que minimizem<br />

os efeitos dos compostos secundários (FREELAND; JANSEN, 1974). O látex é uma<br />

substância rica em compostos secundários e de terpenos, que fazem parte dos<br />

mecanismos de defesa das plantas contra herbivoria e podem ser tóxicos mesmo<br />

em pequenas quantidades (CORK; FOLEY, 1991). Consumir plantas com<br />

compostos secundários é potencialmente perigoso e emprega um grande esforço<br />

metabólico (FREELAND; JANZEN, 1974). Todavia, o látex produzido pelas famílias<br />

citadas é considerado palatável e rico em açúcares e proteínas (AMBIENTE<br />

BRASIL, 2005). Apesar de toxinas serem evitadas por herbívoros, pode-se<br />

considerar que estes compensem a ingestão de uma baixa concentração de tóxicos<br />

por uma elevada aquisição de nutrientes e alcalóides medicinais (BELOVSKY;<br />

SCHMITZ, 1994).<br />

Entretanto, os dados indicam que cerca de dois terços das árvores utilizadas<br />

não apresentam látex. Dessa forma, as preguiças em Una estariam selecionando<br />

para alimentação poucas espécies com látex nutritivo e palatável, onde a presença<br />

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