USO DO HÁBITAT PELA PREGUIÇA-DE-COLEIRA ... - CNCFlora
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BARRETO, R.M.F. 2007. Uso do Hábitat por Preguiça-de-coleira Bradypus torquatus<br />
cabruca, provavelmente devido a diferença significativa na altura das árvores<br />
encontradas através dos hábitats. Como as preguiças utilizam preferencialmente a<br />
copa externa das árvores é esperado que nas áreas onde o dossel seja mais baixo<br />
(floresta secundária e cabruca), os animais se posicionem em alturas menores.<br />
Árvores utilizadas por preguiças que residem em florestas secundárias e<br />
cabrucas são mais baixas daquelas utilizadas por animais que habitam Florestas em<br />
Estágio Avançado de Regeneração. Fragmentos diferentes de florestas podem<br />
apresentar taxas diferentes de crescimento, sendo os fatores responsáveis por esta<br />
diferença, as perturbações (antrópicas ou não), a radiação luminosa, as condições<br />
climáticas, a disponibilidade de água, as propriedades do solo e a composição de<br />
espécies (VIEIRA et. al, 2004). Além disso, o corte seletivo de madeira, que ocorre<br />
com freqüência na região de estudo, remove as árvores emergentes ocasionando a<br />
redução do estrato de dossel em florestas secundárias (ASNER et al, 2005).<br />
Áreas de cabruca e de floresta secundária neste estudo apresentaram<br />
árvores com o mesmo diâmetro e com alturas menores daquelas observadas em<br />
áreas de floresta em estágio avançado. Mesmo observadas algumas características<br />
da cabruca, como idade e tipo de manejo, este sistema agroflorestal pode<br />
apresentar árvores ligeiramente pequenas com grandes diâmetros (ALVES, 1990;<br />
HUMMEL, 1995; SAMBUICHI, 2002). Nas cabrucas, o raleamento das árvores e a<br />
adubação diminuem a competição por uso de recursos, aumentando a<br />
disponibilidade de luz, nutriente e água para os indivíduos, possibilitando o<br />
desenvolvimento das árvores que atingem grande diâmetro e não necessitam<br />
crescer muito para buscar luminosidade (SAMBUICHI, 2006). Os diâmetros<br />
encontrados nas áreas de floresta secundária também podem se relacionar com a<br />
maior penetração da luz até o estrato do sub-bosque, o que acompanha as<br />
aberturas na cobertura ocasionadas pela queda de árvores e corte seletivo de<br />
madeira (MARIANO-NETO, 2004).<br />
Assim, é provável que as diferenças em altura arbórea utilizada sejam<br />
conseqüência da estrutura da vegetação e não de uma diferença entre estratos<br />
utilizados pelos animais. Estudos que mensurem o tamanho (Altura e DAP) das<br />
árvores de todo hábitat das preguiças em Una deveriam ser realizados a fim de<br />
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