USO DO HÁBITAT PELA PREGUIÇA-DE-COLEIRA ... - CNCFlora
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BARRETO, R.M.F. 2007. Uso do Hábitat por Preguiça-de-coleira Bradypus torquatus<br />
Provavelmente, as preguiças em Una não precisariam usar a copa média e a interna<br />
em busca de evitar o superaquecimento.<br />
Outro fator de seleção da copa externa por preguiças seria a presença de<br />
recurso alimentar. Ainda que a concentração de folhas jovens na copa não tenha<br />
sido analisada por este estudo, sabe-se que regiões apicais apresentam a maior<br />
parte dos meristemas responsáveis pela produção de novos brotos foliares (FERRI,<br />
1983 e 1999). Preguiças se alimentam preferencialmente de folhas jovens e brotos<br />
de plantas sempre verdes (MONTGOMERY; SUNQUIST, 1978; OPLER, 1978;<br />
NAGY; MONTYGOMERY, 1980; PIN<strong>DE</strong>R, 1986; QUEIROZ, 1995; CHIARELLO,<br />
1998b), assim, provavelmente as preguiças podem selecionar o micro-hábitat pela<br />
presença de folhas jovens nos ramos apicais.<br />
Folhas jovens apresentam maior concentração de proteína bruta, açúcares e<br />
água do que folhas velhas, ocorrendo o inverso para o conteúdo de fibras<br />
(GLAN<strong>DE</strong>R, 1978; MUÑOZ et al, 2006). Em estudo da digestibilidade de folhas em<br />
fístulas gástricas de preguiças, Montgomery e Sunquist (1978) observaram que<br />
folhas novas são digeridas com maior facilidade do que folhas velhas. No presente<br />
estudo os constituintes nutricionais não foram analisados de acordo com a idade<br />
foliar, pois os ramos foram coletados em cada região da copa e cada uma delas foi<br />
analisada em conjunto com folhas jovens e com folhas maduras.<br />
As concentrações de proteína bruta nas folhas podem ocorrer diferentemente<br />
entre ambientes (WEINBAUN et al, 1994), como resultado da variação do nitrogênio<br />
no solo (LARCHER, 2000). A concentração de nutrientes foliares podem se modificar<br />
e sofrer impactos significantes localmente dependendo do local da floresta, luz do<br />
sol, composição do solo, fenologia das árvores e taxas de atividade microbiana,<br />
(TAIZ; ZEIGER, 2004; RAVEN, 2007). São relatadas ainda variações entre espécies,<br />
períodos de tempo e indivíduos de uma mesma espécie (CHAPMAN et al, 2003).<br />
Neste estudo, as análises ocorreram com diferentes espécies botânicas em<br />
ambientes distintos. Estatisticamente, quando dados coletados em locais diferentes<br />
são analisados em conjunto sobre uma mesma variável, esse resultado pode se<br />
apresentar não significativo (p > 0,05; ZAR, 1996). Assim, é provável que as<br />
variações internas ocasionadas pelos ambientes e pelas diferenças entre indivíduos<br />
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