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USO DO HÁBITAT PELA PREGUIÇA-DE-COLEIRA ... - CNCFlora

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BARRETO, R.M.F. 2007. Uso do Hábitat por Preguiça-de-coleira Bradypus torquatus<br />

anterior” ou pré-estômago, o que sugere uma rota dos solutos digestos após o préestômago<br />

(CORK; FOLEY, 1991). De acordo com Clauss (2004) preguiças Bradypus<br />

apresentam no “fundus anterior”, um gradiente de densidade funcional, onde<br />

partículas ingeridas (com mais ou menos fibras) tendem a ser separadas de acordo<br />

com a densidade por meio da gravidade, assim partículas mais densas (mais<br />

fibrosas) passariam um maior tempo no compartimento gastrintestinal do que<br />

partículas menos densas (menos fibrosas). Assim, a interação da anatomia do préestômago<br />

com o gradiente de densidade nos conteúdos estomacais, habilita esses<br />

animais a conseguir (com um pré-estômago), uma estratégia digestiva que outros<br />

folívoros arborícolas conseguiram somente com uma câmara de fermentação pósgástrica:<br />

a passagem seletiva de partículas pequenas (CLAUSS, 2004). Além disso,<br />

a estratégia de fermentação pré-gástrica em preguiças é evidenciada pela presença<br />

de um intestino grosso curto e pela ausência do ceco (FOLEY et al., 1995).<br />

Todas essas características digestórias acarretam na retenção de material<br />

metabolicamente inativo, pois cerca de 30% da massa das preguiças são urina e<br />

alimento acumulados (GOFFART, 1971 citado por NAGY; MONTYGOMERY 1980).<br />

Assim, devido a essas adaptações, as preguiças Bradypus são as únicas exceções<br />

possíveis de folívoros estritos que possuem fermentação pré-gástrica (CORK;<br />

FOLEY, 1991).<br />

Preguiças são notórias por apresentar baixas taxas metabólicas, de<br />

aproximadamente 147kJ(kg dia) -1 e temperatura corpórea excepcionalmente baixa<br />

(menos de 35°C) (MACNAB, 1975; NAGY; MONTGOMERY, 1980). Essas<br />

características acarretam no longo processo de digestão (CORK; FOLEY 1978),<br />

elevada condutibilidade termal, e no lento funcionamento das fibras musculares e<br />

nervosas (MONTGOMERY; SUNQUIST, 1975; NAGY; MONTGOMERY, 1980;<br />

MCNAB, 1985). Nagy e Montgomery (1980), encontraram que a taxa metabólica de<br />

campo (taxa metabólica em vida livre) de preguiças é cerca de 74% da taxa<br />

metabólica basal que se espera encontrar em um mamífero placentário de peso<br />

semelhante (MACNAB, 1985). Assim esses animais necessitam de uma constante<br />

regulação da temperatura corpórea frente às modificações ambientais<br />

(MONTGOMERY; SUNQUIST, 1975), apresentando por conta disso comportamento<br />

termorregulatório (NAGY; MONTYGOMERY, 1980). Logo esses animais tendem a<br />

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