Selecção Nacional Seniores Masculinos - Federação Portuguesa ...
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Miguel Maia | João Brenha<br />
ara escrever sobre o meu trabalho e relação com o Miguel e o João teria de<br />
Precorrer ao baú das melhores memórias onde se arrumam, cuidadosamente,<br />
milhares de quilómetros e de horas a treinar, a viajar, a jogar, a sofrer, a rir, a suar…<br />
episódios, histórias, deslumbramentos intermináveis.<br />
Mas hoje é só para falar do fim de um ciclo brilhante que se fecha.<br />
De um percurso que a história do desporto em Portugal fará justiça, estou certo,<br />
quando passar o habitual e prudente espaço de tempo necessário, para que nos espantemos por não<br />
termos percebido logo na altura a excelência, o heroísmo desportivo da carreira da dupla Maia/Brenha.<br />
Tive o grande privilégio (e a sorte, diga-se em abono da verdade) de ter sido convidado pelo Presidente<br />
da FPV em 1995 para treinar a dupla na sua tentativa de apuramento para a estreia do Voleibol de Praia<br />
nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Convite que me apanhou completamente de surpresa. Não era (nem<br />
ninguém era em Portugal) treinador de Voleibol de Praia. É certo que conhecia já os jogadores muito<br />
bem. Desde miúdos que andavam pelo pavilhão da Académica de Espinho, onde eu treinava e jogava, e<br />
onde os treinei ainda no Mini-Volei e depois no título<br />
mais saboroso de seniores, por ser o primeiro, em<br />
1989/90. Treinara-os também recentemente no Sporting<br />
de Espinho, onde repetimos títulos nacionais. Só por<br />
esse conhecimento e confiança é que consegui entender<br />
o convite. Que tinha a óbvia cumplicidade dos atletas,<br />
como é fundamental numa modalidade com as<br />
características do Voleibol de Praia.<br />
Aceitei, claro! E preparei-me para correr o mundo que<br />
eu só sabia existir pela TV e pelas aulas de Geografia.<br />
Era para ser até 1996. E depois foi tão bom, tão<br />
espantoso o sucesso da dupla, que foi mais um ciclo<br />
olímpico. Até 2000, ainda inchei de orgulho ao ver a<br />
nossa bandeira no mastro mais alto por 2 vezes. E em<br />
Sydney chorei outra vez. Não me lembro se de raiva, se<br />
de frustração, se de alegria, se de orgulho. O 4.º lugar<br />
outra vez fora curto. De tão fantásticos que os jogadores<br />
foram.<br />
E vai então mais um ciclo olímpico? Ok. E foi. Até<br />
Atenas. 4.º lugar no Campeonato do Mundo pelo<br />
caminho. Sem derrotas! Mas com lesão, e depois mais<br />
lesão já quase a fazermos as malas para a Grécia. Os<br />
tempos mais sofridos. Mas heróicos na determinação,<br />
no esforço, na recuperação. Tanto que o 9.º lugar foi,<br />
afinal, uma classificação boa. Digna. Como digna foi<br />
também a luta pela última qualificação em mais um<br />
ciclo olímpico. O que terminou em 2008, sem sucesso<br />
mas com o peito para a frente e a cabeça erguida. Até ao fim, como fazem os campeões.<br />
Aprendi o Voleibol de Praia com esses atletas. Aprendi até muito mais do que isso. Foram 13 anos que<br />
mudaram muita vida. Para eles foram 15 anos. 30 épocas entre o pavilhão e a praia! E ainda dizem que<br />
não há super-homens?!<br />
Bem hajam meus amigos. Obrigado.<br />
Francisco Fidalgo – Treinador da dupla Maia/Brenha<br />
Depoimentos<br />
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