História Falada - Memória, Rede e Mudança Social - Imprensa Oficial
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Paul Thompson <strong>História</strong> oral: patrimônio do passado e espírito do futuro<br />
não?” Se o entrevistado assinar um formulário como este, o<br />
problema estará resolvido.<br />
Outra dificuldade é a necessidade de desenvolver uma<br />
cultura de reutilização na pesquisa qualitativa, inclusive entre<br />
historiadores orais, mas ainda mais entre antropólogos e sociólogos.<br />
Eles tendem a pensar que têm de criar seu próprio<br />
material e só estudar aquilo. Acho que é fundamental ter a<br />
experiência de criar seu próprio material; não acho que jamais<br />
se entenda o que é história oral a não ser fazendo entrevistas,<br />
mas não é necessário fazê-las, todas, por conta própria.<br />
Creio que é perfeitamente possível estabelecer a relação<br />
de seu estudo com um grupo mais amplo de entrevistas, e<br />
assim ganhar força. Quando estiver no começo, você pode<br />
ganhar muito através da escuta de entrevistas feitas por outras<br />
pessoas que trabalharam com um tema semelhante; pode<br />
obter idéias sobre o tipo de coisas que as pessoas falariam e<br />
encurtar, assim, o seu período-piloto. Além disso, existe a<br />
possibilidade de ir fazer um novo estudo.<br />
Um exemplo disso seria o trabalho de Oscar Lewis no<br />
reestudo de Tepoztlán, a cidade de Pedro Martinez, que já havia<br />
sido estudada por um antropólogo e folclorista anterior, Robert<br />
Redfield: a Cidade no México. É um caso famoso de reestudo,<br />
porque eles viram a cidade de formas diferentes: Redfield, como<br />
uma comunidade estática, com hábitos arraigados; Lewis como<br />
uma comunidade dinâmica e em movimento. Mas se podem<br />
imaginar muitos outros reestudos, e eles se tornam mais interessantes<br />
se o material original tiver sobrevivido e estiver<br />
disponível. Essa é uma das coisas que temos tentado garantir<br />
atualmente na Inglaterra.<br />
Considerações finais<br />
Tenho falado até agora mais em termos nacionais, mas acho<br />
que esses acervos de histórias de vida poderiam ser um recurso<br />
imenso em termos internacionais. Precisamos acrescentar a