As Limitações das intervenções humanitárias da ONU
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RESUMO<br />
O objetivo deste trabalho é realizar uma avaliação <strong><strong>da</strong>s</strong> ações<br />
<strong>da</strong> MINUSTAH no Haiti, desde seu início, em 2004 até as eleições<br />
presidenciais de 2010. A MINUSTAH (Missão de Estabilização <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Nações Uni<strong><strong>da</strong>s</strong> no Haiti) é uma operação de imposição <strong>da</strong> paz <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Nações Uni<strong><strong>da</strong>s</strong> que busca restaurar a estabili<strong>da</strong>de política do país e<br />
auxiliar o governo haitiano a criar condições sustentáveis de<br />
autogovernança. A missão adquiriu especial importância após o<br />
terremoto de janeiro de 2010, quando as fragili<strong>da</strong>des do Estado<br />
haitiano se tornaram mais evidentes. O man<strong>da</strong>to <strong>da</strong> MINUSTAH<br />
divide suas funções em três áreas principais: segurança, processo<br />
político e direitos humanos. A avaliação é feita, neste trabalho, por<br />
meio de uma análise <strong><strong>da</strong>s</strong> ações <strong>da</strong> MINUSTAH em ca<strong>da</strong> uma dessas<br />
áreas, apontando suas conquistas e seus fracassos. A pesquisa inicia<br />
com uma contextualização do processo de valorização dos direitos<br />
humanos no âmbito internacional, principalmente com o surgimento<br />
<strong>da</strong> <strong>ONU</strong> e de seus mecanismos de defesa desses direitos, como a<br />
Declaração Universal de Direito Humanos e as operações de paz. <strong>As</strong><br />
mu<strong>da</strong>nças sofri<strong><strong>da</strong>s</strong> pelo Estado-nação nas últimas déca<strong><strong>da</strong>s</strong> e as<br />
características dos conflitos do pós-Guerra Fria levaram a <strong>ONU</strong> a<br />
relativizar o conceito de soberania e a autorizar o uso <strong>da</strong> força em<br />
suas operações de paz de forma mais freqüente, de forma a evitar<br />
violações massivas dos direitos humanos. Crises <strong>humanitárias</strong><br />
geralmente ocorrem em Estados Fracos e Falidos, e o trabalho<br />
explica em que medi<strong>da</strong> o Haiti pode ser considerado um desses<br />
Estados, e quais os motivos que levaram o país a requisitar uma<br />
intervenção <strong>da</strong> <strong>ONU</strong>. Por meio de uma análise <strong><strong>da</strong>s</strong> ações <strong>da</strong><br />
MINUSTAH desde sua criação até o final de 2010, constata-se que a<br />
Missão tem sido bem-sucedi<strong>da</strong> nos campos <strong>da</strong> segurança e do<br />
processo político, mas tem encontrado dificul<strong>da</strong>des em traduzir essas<br />
conquistas para o campo dos direitos humanos. Percebe-se ain<strong>da</strong><br />
que, para produzir melhorias sustentáveis nas condições sócioeconômicas<br />
dos haitianos, a Missão deve concentrar-se em funções<br />
de construção de Estado e de desenvolvimento de capaci<strong>da</strong>de local,<br />
de forma a garantir resultados permanentes.<br />
Palavras-chave: Haiti. Intervenções Humanitárias. Debili<strong>da</strong>de<br />
Estatal. Missão de Estabilização <strong><strong>da</strong>s</strong> Nações Uni<strong><strong>da</strong>s</strong> no Haiti.