As Limitações das intervenções humanitárias da ONU
As Limitações das intervenções humanitárias da ONU
As Limitações das intervenções humanitárias da ONU
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
131<br />
importante dotar os haitianos de um senso de independência e de<br />
responsabili<strong>da</strong>de pelo próprio destino. A democracia e a<br />
prosperi<strong>da</strong>de não podem ser alcança<strong><strong>da</strong>s</strong> por ações coercitivas, e a<br />
construção de nações é uma tarefa difícil e custosa, na qual nobres<br />
intenções <strong>humanitárias</strong> não garantem bons resultados. Em face disso,<br />
é indispensável que exista na população uma visão alternativa do<br />
mundo e uma deman<strong>da</strong> real por mu<strong>da</strong>nças.<br />
Este trabalho procurou mostrar a importância do<br />
desenvolvimento contínuo de ações que possibilitem diminuir o<br />
sofrimento humano em Estados Fracos e Falidos. Buscou-se<br />
argumentar que nenhum princípio estatal justifica a inação frente a<br />
uma emergência humanitária. Os milhares de tutsis massacrados na<br />
Ruan<strong>da</strong> pagaram o preço dessa super-valorização <strong>da</strong> soberania e <strong>da</strong><br />
não-interferência. O caso do Haiti é diferente, pois o país requisitou<br />
formalmente uma intervenção, o que significa que não há nenhuma<br />
quebra de soberania pela presença <strong>da</strong> MINUSTAH. Entretanto,<br />
insistiu-se na questão <strong>da</strong> legitimi<strong>da</strong>de <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>intervenções</strong> <strong>humanitárias</strong>,<br />
requisita<strong><strong>da</strong>s</strong> ou não, como forma de induzir à reflexão sobre a<br />
vali<strong>da</strong>de dessas ações. O primeiro capítulo tratou quase que<br />
exclusivamente deste assunto, demonstrando, de certa forma, que o<br />
assunto pertence muito mais ao campo político do que ao jurídico,<br />
pois ain<strong>da</strong> que se tenha regras e critérios claros de toma<strong>da</strong> de ação,<br />
como na Doutrina <strong>da</strong> Responsabili<strong>da</strong>de de Proteger, o que determina<br />
a ocorrência de uma intervenção humanitária é a vontade política dos<br />
Estados que a compõem.<br />
O segundo capítulo explicou o conceito de debili<strong>da</strong>de<br />
estatal, e demonstrou o quão debilitado o Haiti é, principalmente<br />
quando comparado a outros países <strong>da</strong> América Latina com históricos<br />
parecidos. A história do Haiti, brevemente conta<strong>da</strong> desde seu<br />
descobrimento até a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> MINUSTAH, revelou a ausência de<br />
tradições democráticas e de uma cultura de respeito aos direitos<br />
humanos no país. Essas deficiências explicam grande parte dos<br />
males do Haiti e aju<strong>da</strong>m a entender como o país chegou à situação<br />
atual.<br />
O objetivo principal deste trabalho era realizar uma<br />
avaliação <strong>da</strong> ação do MINUSTAH no Haiti. Apesar <strong><strong>da</strong>s</strong> dificul<strong>da</strong>des<br />
analíticas de um estudo deste tipo, conseguiu-se analisar de que<br />
formas a MINUSTAH vem colaborando na recuperação do país e<br />
quais as suas falhas, deficiências e desafios até o momento presente.<br />
Percebeu-se que a MINUSTAH fez conquistas importantes no