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As Limitações das intervenções humanitárias da ONU

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a comuni<strong>da</strong>de em si. [grifos meus]<br />

(INTERNATIONAL ACTION CENTER,<br />

[sem <strong>da</strong>ta])<br />

Essas alegações são muito sérias, e acusações pareci<strong><strong>da</strong>s</strong><br />

repercutiram em uma série de outros meios de comunicação. A<br />

primeira merece atenção, e foi leva<strong>da</strong> ao conhecimento <strong>da</strong> <strong>ONU</strong> pela<br />

própria instituição, que chegou a questionar pessoalmente a<br />

MINUSTAH sobre os acontecimentos. A segun<strong>da</strong>, ao chamar a<br />

MINUSTAH de “força de ocupação”, já expressa uma opinião<br />

política de rejeição à MINUSTAH, o que leva a crer na existência de<br />

certa parciali<strong>da</strong>de na notícia. Entretanto, o que mais chama a atenção<br />

nessa e em muitas outras acusações pesquisa<strong><strong>da</strong>s</strong>, é a falta de<br />

informações que possibilitem averiguar os fatos. Uma “união<br />

comercial dos EUA” e uma “delegação dos direitos humanos” são<br />

cita<strong><strong>da</strong>s</strong>, porém sem nenhuma menção ao nome dessas instituições ou<br />

de algum dirigente responsável por elas. Não se trata aqui de<br />

desqualificar as acusações de violação dos direitos humanos pela<br />

MINUSTAH, mesmo porque existem indicações mais confiáveis de<br />

que isso possa ter ocorrido. Há de se ficar atento, em todo caso, a um<br />

mínimo de profissionalismo nas informações relata<strong><strong>da</strong>s</strong> que torne a<br />

notícia merecedora de atenção.<br />

Respondendo a essas acusações, o comando <strong>da</strong><br />

MINUSTAH admitiu que a Missão pudesse ter sido responsável pela<br />

morte de civis, embora nunca intencionalmente. De fato, na missão<br />

supracita<strong>da</strong>, em Cité Soleil, muitas pessoas se viram presas entre os<br />

tiros trocados pela Missão e pelos criminosos, nas estreitas e<br />

confusas ruas <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de. A MINUSTAH simplesmente não<br />

parou de atirar, o que resultou na morte de aproxima<strong>da</strong>mente 23<br />

(vinte e três) pessoas que se encontravam desarma<strong><strong>da</strong>s</strong>, incluindo<br />

mulheres (BUNCOMBE, 2006). O Chefe <strong>da</strong> Missão, Edmond<br />

Mullet, admitiu que civis houvessem sido mortos nesta operação, e<br />

que essas mortes não eram surpreendentes, “<strong>da</strong><strong>da</strong> a duração <strong>da</strong><br />

operação e a violência dos confrontos” (MULLET apud CIVIC,<br />

2007). Explicou, dizendo ain<strong>da</strong>, que essas baixas ocorreram como<br />

uma conseqüência infeliz <strong>da</strong> repressão às gangues, e afirmou que as<br />

lideranças <strong>da</strong> MINUSTAH lamentavam profun<strong>da</strong>mente qualquer<br />

per<strong>da</strong> de vi<strong>da</strong> durante suas operações.<br />

<strong>As</strong> favelas onde ocorreram as operações nas quais a<br />

MINUSTAH foi acusa<strong>da</strong> <strong>da</strong> morte de inocentes concentram uma

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