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O Sutra de Lótus da Lei Maravilhosa do Capítulo 21 - Rissho Kosei-kai

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O MÉRITO DE TORNAR-SE MEMBRO<br />

DA RISHO KOSSEI-KAI<br />

Este relato foi realiza<strong>do</strong> no dia 11 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2012, na cerimônia em memória<br />

<strong>da</strong>s vítimas <strong>do</strong> terremoto e tsunami no nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Japão.<br />

A to<strong>do</strong>s, por favor, me guiem.<br />

Passou-se um ano após o terrível terremoto no<br />

nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Japão. Continuo oran<strong>do</strong> às vítimas <strong>da</strong><br />

catástrofe e expresso meu profun<strong>do</strong> sentimento <strong>de</strong><br />

soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> às pessoas atingi<strong>da</strong>s. Gostaria também <strong>de</strong><br />

expressar minha profun<strong>da</strong> gratidão pela calorosa<br />

consi<strong>de</strong>ração e apoio que recebemos <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Japão.<br />

Como um <strong>do</strong>s sobreviventes <strong>da</strong> catástrofe, estou aqui<br />

para simplesmente fazer aquilo que posso fazer neste<br />

momento. A to<strong>do</strong>s, por favor, me guiem.<br />

Eu morava numa ci<strong>da</strong><strong>de</strong> chama<strong>da</strong> Unosumai, frente à<br />

baía <strong>de</strong> Ootsuti, ao norte <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Kamaishi,<br />

província <strong>de</strong> Iwate. A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> fica a um quilômetro<br />

e meio <strong>do</strong> mar. Eu morava com meus pais e minha irmã<br />

mais velha. Há um ano, naquele dia, eu estava no<br />

segun<strong>do</strong> an<strong>da</strong>r <strong>da</strong> casa, quan<strong>do</strong> senti um forte, violento<br />

e prolonga<strong>do</strong> tremor. O tremor foi tão forte que senti<br />

que a casa iria <strong>de</strong>smoronar. Aquilo foi o que mais tar<strong>de</strong><br />

foi <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong> Terremoto <strong>do</strong> Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Japão.<br />

Mr. Kawasaki shares his experience at the Disaster Control Center.<br />

6<br />

Norio Kawasaki<br />

Centro <strong>do</strong> Dharma <strong>de</strong> Kamaishi<br />

Logo que o tremor parou, meu pai, que estava no<br />

an<strong>da</strong>r térreo, e eu, fomos para o Centro <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong><br />

Desastres no distrito <strong>de</strong> Unosumai, que ficava perto <strong>da</strong><br />

minha casa. Naquele dia, minha mãe estava na igreja <strong>de</strong><br />

Kamaishi, fazen<strong>do</strong> o plantão <strong>do</strong> dia. Minha irmã estava<br />

trabalhan<strong>do</strong> na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Trinta ou quarenta minutos após<br />

o tremor, to<strong>do</strong>s juntos numa pequena sala <strong>do</strong> segun<strong>do</strong><br />

an<strong>da</strong>r <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Desastres, observamos<br />

o tsunami estarreci<strong>do</strong>s. Ele havia ultrapassa<strong>do</strong> os diques<br />

levan<strong>do</strong> casas, e a primeira on<strong>da</strong> vinha se aproximan<strong>do</strong>.<br />

Saímos para o corre<strong>do</strong>r e fomos em direção ao salão.<br />

Fomos quase atingi<strong>do</strong>s pela água que rapi<strong>da</strong>mente se<br />

aproximava abaixo <strong>de</strong> nós. Quan<strong>do</strong> cheguei num ponto<br />

superior e olhei para a janela, vi, em questão <strong>de</strong><br />

segun<strong>do</strong>s, a nossa casa sen<strong>do</strong> leva<strong>da</strong> pelas águas. Os<br />

vidros <strong>da</strong> janela on<strong>de</strong> estávamos se quebraram e a água<br />

a<strong>de</strong>ntrou, fazen<strong>do</strong> com que o meu corpo boiasse até o<br />

teto. Segurei firme uma cortina que estava por acaso à<br />

minha frente. Quan<strong>do</strong> a água havia atingi<strong>do</strong> a altura <strong>do</strong><br />

pescoço, pensei: Por favor, pare! Era como se eu<br />

estivesse oran<strong>do</strong>. Felizmente as águas pararam <strong>de</strong> subir<br />

a cerca <strong>de</strong> vinte centímetros <strong>do</strong> teto <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> an<strong>da</strong>r<br />

<strong>do</strong> Centro.<br />

Quan<strong>do</strong> a primeira on<strong>da</strong> recuou, vi à minha frente<br />

muita gente caí<strong>da</strong>. Rapi<strong>da</strong>mente tentei fazer uma<br />

massagem cardíaca, mas elas não mostravam mais sinal<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Tentei também aju<strong>da</strong>r as pessoas que foram<br />

carrega<strong>da</strong>s para fora, pelas águas que entraram no an<strong>da</strong>r<br />

superior. Entretanto, logo veio a segun<strong>da</strong> on<strong>da</strong> que me<br />

impediu <strong>de</strong> salvá-las. Voltei ao salão e comecei a subir<br />

em direção ao teto, utilizan<strong>do</strong> os fios elétricos que<br />

estavam pendura<strong>do</strong>s. Sentei-me então na barra <strong>de</strong> ferro<br />

<strong>do</strong> teto que estava totalmente sem forro. Nesse<br />

momento vi, à minha frente, duas crianças sobre uma

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