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Lição inaugural 2010 CM - Universidade de Évora

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quantida<strong>de</strong> disponível para os restantes. A consequência<br />

<strong>de</strong>sta característica é que o bem é fornecido ao utilizador<br />

mesmo que ele não pague pelo benefício da sua utilização<br />

(free ri<strong>de</strong>r).<br />

A biodiversida<strong>de</strong>, a paisagem, a protecção <strong>de</strong> incêndios ou<br />

o ar puro são exemplos <strong>de</strong>stes bens. Todos po<strong>de</strong>mos<br />

beneficiar simultaneamente qualquer que seja o nível<br />

oferecido <strong>de</strong>stes bens. A principal questão que se põe à<br />

socieda<strong>de</strong> neste tipo <strong>de</strong> bens é saber se o mercado, ou<br />

seja, se os agentes que fornecem estes bens o fazem a um<br />

nível eficiente.<br />

Há mais um aparte que, hoje, tenho que fazer pelas razões<br />

óbvias. Tenho que sublinhar as características <strong>de</strong> bem<br />

público da formação superior. O capital intelectual<br />

acumulado por qualquer humano por via da sua formação é<br />

<strong>de</strong>tido por ele próprio ou é sua “proprieda<strong>de</strong>”. Os resultados<br />

da aplicação <strong>de</strong>sse capital resultam numa retribuição<br />

pessoal da sua utilização, o seu salário. Mas, a socieda<strong>de</strong><br />

também é beneficiada colectivamente com esse contributo.<br />

Há externalida<strong>de</strong>s positivas da aplicação do capital humano<br />

que resultam em mais <strong>de</strong>senvolvimento e bem-estar social.<br />

Por isso, se <strong>de</strong>ixássemos exclusivamente ao mercado o<br />

fornecimento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> bens não teríamos uma<br />

afectação <strong>de</strong> recursos eficiente, ou seja, o nível <strong>de</strong><br />

formação superior seria menor do que o <strong>de</strong>sejado em<br />

termos da socieda<strong>de</strong>. Este fundamento aplica-se à<br />

investigação científica, à formação cultural, bem como à<br />

organização política dos cidadãos para combater grupos<br />

que procuram extracção <strong>de</strong> rendas ou mesmo à própria<br />

participação da socieda<strong>de</strong> civil numa <strong>de</strong>mocracia<br />

(Tietenberg, p.76).<br />

Os mercados também falham do ponto <strong>de</strong> vista da<br />

eficiência social por outras razões também ligadas à não<br />

verificação dos pressupostos que referi. A existência <strong>de</strong><br />

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