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Lição inaugural 2010 CM - Universidade de Évora

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O segundo aparte é sobre a avaliação e realização <strong>de</strong><br />

projectos em parcerias público-privadas, (PPPs), como<br />

constantemente se ouve referir a elas na comunicação<br />

social. Como o nome indica, são estabelecidas entre o<br />

Estado e empresas privadas, para levar por diante os<br />

investimentos e a exploração <strong>de</strong> infra-estruturas,<br />

nomeadamente <strong>de</strong> transporte rodoviário e ferroviário. Estas<br />

PPPs são contratos em que o financiamento dos<br />

investimentos se faz por conta das receitas futuras do<br />

próprio investimento e, complementarmente, <strong>de</strong><br />

pagamentos <strong>de</strong> rendas futuras a acordar com o Estado,<br />

para garantir uma <strong>de</strong>terminada rentabilida<strong>de</strong> do projecto<br />

que, por um lado, garanta o seu financiamento e, por outro,<br />

a retribuição da participação e envolvimento dos privados.<br />

Estas rendas futuras vão, obviamente, onerar os<br />

orçamentos do Estado dos próximos anos pelo que estes<br />

compromissos <strong>de</strong>vem ser planeados e controlados pois<br />

são, realmente, investimentos e não custos anuais sem<br />

implicações futuras. Adicionalmente, o risco inerente ao<br />

projecto não <strong>de</strong>ve ser exclusivamente suportado pelo<br />

Estado mas participado em função da parceria acordada. A<br />

sublinhar é, também, a vantagem <strong>de</strong>, em muitos casos, se<br />

conseguirem co-financiamentos comunitários a fundo<br />

perdido, logo <strong>de</strong> por essa via ser possível levar a cabo os<br />

projectos. Por outro lado, sendo o financiamento do<br />

investimento calculado em função da taxa <strong>de</strong> juro que o<br />

Estado consegue obter, normalmente mais baixa do que os<br />

privados, a parceria consegue obter vantagens <strong>de</strong><br />

financiamento do projecto. O problema que se po<strong>de</strong> por é o<br />

<strong>de</strong> o Estado para promover o financiamento do projecto<br />

diminuir a liqui<strong>de</strong>z do mercado, o que ten<strong>de</strong> a aumentar as<br />

taxas <strong>de</strong> juro. Pior ainda, como no caso presente, é<br />

financiar o projecto em tempo <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> juro muito<br />

elevadas que reflectem o risco da dívida soberana do<br />

próprio Estado. Também, como tem sido referido, ao levar<br />

por diante o projecto nestas circunstâncias estamos a<br />

empurrar para um horizonte temporal cada mais afastado o<br />

payback total do projecto, isto é, o prazo <strong>de</strong> tempo em que<br />

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