16.04.2013 Views

35749001 miolo.indd - Escola Superior do Ministério Público ...

35749001 miolo.indd - Escola Superior do Ministério Público ...

35749001 miolo.indd - Escola Superior do Ministério Público ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ISSN 2179-7455<br />

ano 8 nº 45 janeiro/fevereiro/março/abril de 2011<br />

Uma publicação<br />

da <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

de São Paulo<br />

Nossa razão de ser


Plural<br />

Boletim informativo da <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

Diretor<br />

Mário Luiz Sarrubbo<br />

diretoria@esmp.sp.gov.br<br />

Assessores<br />

Everton Luiz Zanella<br />

José Mário Buck Marzagão Barbuto<br />

Maria Silva Garcia de Alcaraz Reale Ferrari<br />

Susana Henriques da Costa<br />

assessoria@esmp.sp.gov.br<br />

Jornalista responsável:<br />

Rosana Sanches (MTB: 17.993)<br />

imprensa@esmp.sp.gov.br<br />

Fotos<br />

Rosana Sanches<br />

Maurício Neto<br />

Antonio Carlos Carreta<br />

Direção de arte<br />

Guen Yokoyama<br />

Editora de arte<br />

Vanessa Merizzi<br />

Diagramação<br />

Teresa Lucinda Ferreira de Andrade<br />

Revisor de texto<br />

Sárvio Nogueira Holanda<br />

CTP, impressão e acabamento<br />

Imprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

Tiragem<br />

3 mil<br />

Periodicidade<br />

Trimestral<br />

<strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

Rua 13 de Maio, 1259<br />

Bela Vista – São Paulo/SP<br />

Telefone: (11) 3017-7990<br />

www.esmp.sp.gov.br<br />

ISSN 2179-7455<br />

editorial<br />

A assunção ao cargo de diretor <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional<br />

- <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, por um promotor de justiça, pela<br />

primeira vez na história da instituição, aflora a ideia de redemocratização.<br />

Essa nova fase vivenciada no <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> exige a participação efetiva<br />

<strong>do</strong> CEAF/ESMP no processo de evolução institucional, com vistas a afastar as<br />

ameaças existentes no status social, adquiri<strong>do</strong> na Constituição Federal de 1988,<br />

após clamor social e luta incessante de diversos colegas.<br />

Esse processo evolucional também se presta a coibir os focos de resistência à<br />

instituição, volta<strong>do</strong>s a nos calar e a nos reduzir a mero auxiliar <strong>do</strong> Poder Executivo,<br />

retroceden<strong>do</strong> a um passa<strong>do</strong> não tão remoto.<br />

Nessa esteira de raciocínio, notamos o importante desafio desta gestão: a criação<br />

de uma <strong>do</strong>utrina institucional, que fortaleça o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>. A rediscussão de<br />

algumas funções, tais como o poder investigatório <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, a atuação<br />

nos interesses difusos e coletivos, a participação nos processos legislativos, o relacionamento<br />

com a imprensa, a democratização institucional e a rediscussão e<br />

revalorização da segunda instância, são motes exemplifica<strong>do</strong>res.<br />

Para a concretização dessas ideias e ideais, o CEAF/ESMP buscou realizar – e<br />

programar – diversos cursos e eventos, que fortalecem essas concepções, sem<br />

se olvidar de outras atividades essenciais – que justificam a criação e a manutenção<br />

desse órgão auxiliar –, tais como, a realização de Concurso de Estagiários<br />

(número recorde de inscrições!), o Curso de Adaptação <strong>do</strong>s Assistentes Jurídicos<br />

(primeira turma a ingressar na instituição) e o Curso de Adaptação para<br />

os Promotores de Justiça Substitutos <strong>do</strong> 87 o Concurso de Ingresso na Carreira<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> – matéria de capa.<br />

Nos primeiros meses deste ano, também demos início ao curso “O <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> na Constituição e nas Leis Orgânicas”, contan<strong>do</strong> com a preciosa colaboração<br />

<strong>do</strong> Prof. Emérito Hugo Nigro Mazzilli bem como ao curso de extensão<br />

em Biodireito, além <strong>do</strong>s eventos paralelos: o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> na Constituição<br />

Federal; A Lei da Ficha Limpa; Colóquio Internacional de Direito Processual<br />

Penal; Direito Europeu <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r; Lei Orgânica da Assistência Social; Planejamento<br />

nas obras públicas; 20 anos <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r; o<br />

Simpósio de Política Nacional de Resíduos, dentre<br />

outros.<br />

Essas pequenas realizações apenas indicam o início<br />

de um longo percurso, no qual a colaboração<br />

<strong>do</strong>s colegas será indispensável e essencial, especialmente<br />

para reafirmar os valores alça<strong>do</strong>s pela<br />

nossa instituição.<br />

Que Deus nos abençoe nessa jornada.<br />

Um abraço<br />

Mário Luiz Sarrubbo


índice<br />

artigo Renato Marcão<br />

Casa de Prostituição. O crime <strong>do</strong> art. 229 <strong>do</strong> Código Penal 4<br />

seminário<br />

Antonio Baldin<br />

Valores 8<br />

entrevista Entrevista:<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques 12<br />

capa Um mês de emoção e muito trabalho 18<br />

concurso Recorde de inscritos no Concurso de Estagiários 23<br />

cursos Primeiro curso para Assistentes Jurídicos <strong>do</strong> MP 25<br />

ESMP promove curso de extensão em Biodireito 28<br />

Mazzilli: um especialista para ensinar sobre o MP 29<br />

Homenagem aos autores nos 20 anos <strong>do</strong> CDC 30<br />

Lei da Ficha Limpa para as eleições municipais de 2012 33


seminário<br />

Consumo europeu é tema para Mário e Ângela Frota 35<br />

palestra Debate sobre a Lei orgânica da Assistência Social<br />

lota auditório 36<br />

Novo Código de Processo Civil é tema da aula inaugural<br />

na ESMP 37<br />

Para entender a Avaliação da Conformidade 38<br />

posse Promotor Mário Luiz Sarrubbo é empossa<strong>do</strong> na ESMP 42<br />

simpósio Novas regras para resíduos sóli<strong>do</strong>s 45<br />

livros<br />

PROCEL<br />

Eletrobrás<br />

INMETRO<br />

ESTE PRODUTO CONSOME MENOS ENERGIA<br />

ESMP discute a importância <strong>do</strong> planejamento<br />

em obras públicas 34<br />

notas Evento no Núcleo Regional de Franca 48<br />

47


4<br />

artigo<br />

Casa de<br />

Prostituição. O<br />

crime <strong>do</strong> art. 229<br />

<strong>do</strong> Código Penal<br />

Renato Marcão<br />

Membro <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de São Paulo. Mestre em Direito. Professor<br />

convida<strong>do</strong> no curso de pós-graduação em<br />

Ciências Criminais da Rede Luiz Flávio Gomes<br />

e em cursos de pós-graduação em diversas<br />

<strong>Escola</strong>s <strong>Superior</strong>es de <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e da<br />

Magistratura. Membro <strong>do</strong> Conselho Nacional<br />

de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP.<br />

Membro da Association Internationale de<br />

Droit Pénal (AIDP). Membro Associa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Instituto Brasileiro de Ciências Criminais<br />

(IBCCrim), <strong>do</strong> Instituto de Ciências Penais<br />

(ICP) e <strong>do</strong> Instituto Brasileiro de Execução<br />

Penal (IBEP).<br />

A prostituição, como é voz corrente, talvez seja a<br />

mais antiga das profissões. 1<br />

Prestar favores sexuais, mercadejar o corpo e dis-<br />

tribuir os prazeres da carne podem constituir opção<br />

para alguns e destino para outros.<br />

Manter estabelecimento em que ocorra exploração<br />

sexual, conforme a lei penal vigente, constitui<br />

crime que está previsto no art. 229 <strong>do</strong> Código<br />

Penal, grafa<strong>do</strong> nos seguintes termos: “Manter,<br />

por conta própria ou de terceiro, estabelecimento<br />

em que ocorra exploração sexual, haja, ou não,<br />

intuito de lucro ou mediação direta <strong>do</strong> proprietá-<br />

1 Renato Marcão e Plínio Gentil, Crimes Contra a Dignidade<br />

Sexual, São Paulo, Saraiva, 2011.


io ou gerente: pena – reclusão, de <strong>do</strong>is a cinco<br />

anos, e multa.<br />

Antes da vigência da Lei 12.015/2009, o artigo 229<br />

se referia de forma expressa à conduta consistente<br />

em “manter, por conta própria ou de terceiro, casa<br />

de prostituição ou lugar destina<strong>do</strong> a encontros para<br />

fim libidinoso (...)”, haven<strong>do</strong> perfeita correlação com<br />

o nomen juris empresta<strong>do</strong> à tipificação em testilha<br />

pelo Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940<br />

(Código Penal).<br />

Hoje, mesmo se referin<strong>do</strong> o dispositivo a “estabelecimento<br />

em que ocorra exploração sexual”, quer<br />

nos parecer que a denominação jurídica <strong>do</strong> tipo, que<br />

persiste, não exigia mesmo ser alterada.<br />

Muito embora o legisla<strong>do</strong>r tenha opta<strong>do</strong> por uma<br />

linguagem mais atualizada para compor o preceito<br />

primário, em verdade e em última análise está a<br />

se referir, ainda, aos locais em que exercitada a<br />

prostituição ou outra forma de exploração sexual,<br />

daí não ser de to<strong>do</strong> desajustada a manutenção<br />

<strong>do</strong> nomen juris – casa de prostituição –, como<br />

designativo <strong>do</strong> tipo, pois assim se revelam os<br />

“estabelecimentos” que à prática proscrita se<br />

destinam/dedicam.<br />

A prostituição, a seu turno, acompanha a história<br />

da humanidade e é citada até mesmo em passagens<br />

bíblicas, como dão mostras, por exemplo, escritos <strong>do</strong><br />

Novo Testamento a respeito de Maria Madalena, sobre<br />

“So<strong>do</strong>ma e Gomorra” etc.<br />

Não se trata de, ao contrário <strong>do</strong> que disse nelson<br />

Hungria, 2 até certo ponto, constituir um mal necessá-<br />

rio, por revelar uma função preventiva na entrosagem<br />

da máquina social.<br />

Venci<strong>do</strong> o tempo das reflexões lançadas pelo<br />

admirável penalista, já não podemos concordar com<br />

suas afirmações no senti<strong>do</strong> de que – “sem querer<br />

2 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Forense,<br />

1956, v. VIII, p. 268.<br />

fazer-lhe elogio” –, ressalvava cautelosamente,<br />

constitui a prostituição “uma válvula de escapamento<br />

à pressão de irrecusável instinto, que jamais se<br />

apaziguou na fórmula social da monogamia, e<br />

reclama satisfação antes mesmo que o homem<br />

atinja a idade civil <strong>do</strong> casamento ou a suficiente<br />

aptidão para assumir os encargos da formação de<br />

um lar. Anular o meretrício, se isso fora possível,<br />

seria inquestionavelmente orientar a imoralidade<br />

para o recesso <strong>do</strong>s lares e fazer referver a libi<strong>do</strong> para<br />

a prática de to<strong>do</strong>s os crimes sociais”. 3<br />

O modelo social <strong>do</strong>s dias que correm não mais se<br />

ajusta ao pensamento exposto, que em verdade buscava<br />

salvaguardar a família e a sociedade <strong>do</strong>s malefícios<br />

que a ausência de opção para os reclamos que<br />

a satisfação da libi<strong>do</strong> exige, por vezes arriscam e até<br />

insistem em proporcionar.<br />

Os sistemas parciais4 que integram a sociedade<br />

contemporânea prescindem de tais favores para seu<br />

fortalecimento.<br />

A realidade atual tornou superada a visão poética<br />

e por vezes romântica que enxergava nos prostíbulos<br />

o primeiro acesso para a prática da masculinidade<br />

sexual; para a iniciação da virilidade explícita<br />

melhor protagonizada por célebres e prometidas<br />

merca<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> amor.<br />

As sessões de iniciação tantas vezes patrocinadas<br />

por algum familiar próximo, que com alguma<br />

satisfação se dispunha a levar o jovem de escassa<br />

penugem para o congresso carnal com prostitutas<br />

experimentadas já não encontra correspondência<br />

no presente. Tais entrevistas de amor, que de amor<br />

nada tinham, se tornaram estampa fora de moda<br />

para o teci<strong>do</strong> social hodierno.<br />

3 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Forense,<br />

1956, v. VIII, p. 268.<br />

4 Niklas Luhmann, Sociologia <strong>do</strong> Direito I, Rio de Janeiro,<br />

Biblioteca Tempo Universitário, tradução de Gustavo<br />

Bayer, 1983, p. 168.<br />

5


6<br />

Onde remanescem, as denominadas “zona de me-<br />

retrício” se tornaram opção de abrigo para criminosos<br />

e ponto de frequência para alguns poucos, não mais<br />

desfrutan<strong>do</strong> das conotações e <strong>do</strong> colori<strong>do</strong> de que no<br />

passa<strong>do</strong> se impregnara.<br />

Mas a prostituição, livre pelas ruas ou confinada<br />

em estabelecimentos luxuosos, jamais deixou de existir.<br />

Ao contrário, aproveitan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> desejo atávico de<br />

desafogo da sexualidade, se expande como “negócio<br />

lucrativo” e se moderniza com oferta qualificada de<br />

“peças e serviços”, como se faz explícito em to<strong>do</strong>s os<br />

meios de informação.<br />

Ignorada, tolerada, regulamentada ou proibida,<br />

também disse nelson Hungria, 5 a prostituição “sempre<br />

existiu e há de existir sempre”.<br />

Conformemo-nos.<br />

Em si considerada, contu<strong>do</strong>, a prostituição não configura<br />

ilícito penal. E nem poderia, por recair tal conduta<br />

dentro de limites ampara<strong>do</strong>s pelo livre-arbítrio.<br />

Não bastasse a real impossibilidade de se punir<br />

criminalmente a livre disposição <strong>do</strong>s impulsos<br />

sexuais na forma acima preconizada; de se tentar<br />

frear no campo penal a assegurada possibilidade<br />

de se distribuir favores sexuais a quem desejar e<br />

na forma que se pretender, mediante consenso, há<br />

ainda que se ressaltar a inviabilidade de se pretender<br />

a moralização <strong>do</strong> homem pela via coercitiva <strong>do</strong><br />

jus puniendi.<br />

eugênio raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli<br />

proferem valiosa lição a respeito quan<strong>do</strong> asseveram:<br />

“Sob nenhum ponto de vista a moral em senti<strong>do</strong> estrito<br />

pode ser considerada um bem jurídico. A ‘moral<br />

pública’ é um sentimento de pu<strong>do</strong>r, que se supõe ter o<br />

direito de tê-la, e que é bom que a população a tenha,<br />

mas se alguém carece de tal sentimento, não se pode<br />

obrigar a que o tenha, nem que se comporte como se<br />

5 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Forense,<br />

1956, v. VIII, p. 274.<br />

o tivesse, na medida em que não lesionem o sentimento<br />

daqueles que o têm”. 6<br />

Tratan<strong>do</strong> da racionalidade ética na legislação pe-<br />

nal, José luis díeZ riPollés traz importante lição, que<br />

seguramente comporta destaque neste ponto das<br />

reflexões atuais, e o faz nos seguintes termos: “A<br />

identificação daquilo cuja danosidade social afeta de<br />

mo<strong>do</strong> grave os pressupostos imprescindíveis à convivência<br />

externa precisa de um ponto de referência.<br />

Essa referência é obtida através da remição ao interesse<br />

público. Com isso se quer dizer que os comportamentos<br />

ante os quais deve intervir o Direito Penal<br />

devem afetar as necessidades <strong>do</strong> sistema social em<br />

seu conjunto”. 7<br />

Segun<strong>do</strong> o escólio de Claus roxin, 8 “o legisla<strong>do</strong>r<br />

não possui competência para, em absoluto, castigar<br />

pela sua imoralidade condutas não lesivas de bens<br />

jurídicos”. E segue: “A moral, ainda que amiúde se<br />

suponha o contrário, não é nenhum bem jurídico –<br />

no senti<strong>do</strong> em que temos precisa<strong>do</strong> tal conceito, deduzin<strong>do</strong>-o<br />

<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> direito penal. Se uma ação não<br />

afecta o âmbito de liberdade de ninguém, nem tampouco<br />

pode escandalizar directamente os sentimentos<br />

de algum especta<strong>do</strong>r porque é mantida oculta na<br />

esfera privada, a sua punição deixa de ter um fim de<br />

proteção no senti<strong>do</strong> atrás exposto. Evitar condutas<br />

meramente imorais não constitui tarefa <strong>do</strong> direito<br />

penal”. 9<br />

6 Manual de Direito Penal Brasileiro: parte geral, São Paulo,<br />

Revista <strong>do</strong>s Tribunais, 1997, p. 467.<br />

7 A racionalidade das leis penais, São Paulo, Revista <strong>do</strong>s<br />

Tribunais, tradução de Luiz Regis Pra<strong>do</strong>, 2005, p. 153.<br />

8 Problemas fundamentais de Direito Penal, Lisboa, Vega,<br />

tradução de Ana Paula <strong>do</strong>s Santos Luís Natscheradetz,<br />

1986, p. 29/30.<br />

9 Luiz Flávio Gomes tratou da matéria com profundidade<br />

em seus livros: Norma e bem jurídico no Direito Penal,<br />

São Paulo, Revista <strong>do</strong>s Tribunais, Série “As Ciências Criminais<br />

no século XXI”, v. 5, 2002; e, Princípio da ofensividade<br />

no Direito Penal, São Paulo, Revista <strong>do</strong>s Tribunais,<br />

Série “As Ciências Criminais no século XXI”, v. 6, 2002


Disso decorre afirmarmos ser destoante e ilógica<br />

a opção <strong>do</strong> legisla<strong>do</strong>r ao insistir em manter no sistema<br />

penal vigente o disposto no art. 229 <strong>do</strong> Código<br />

Penal, quan<strong>do</strong> não se tem por criminosa a prática da<br />

prostituição nem assim pode ser considerada toda e<br />

qualquer exploração sexual. 10<br />

A propósito, diz andré estefaM: “Com o advento da<br />

Constituição Federal e a alteração <strong>do</strong> valor protegi<strong>do</strong><br />

nos arts. 213 a 234, que passam a ser crimes contra<br />

a ‘dignidade sexual’, não mais se justifica a própria<br />

subsistência <strong>do</strong> tipo penal. Num esta<strong>do</strong> democrático<br />

de direito, calca<strong>do</strong> na dignidade<br />

da pessoa humana, que pressupõe<br />

a liberdade de autodeterminação,<br />

não se pode considerar<br />

criminosa uma atividade que, em<br />

seu bojo, não envolve práticas ilícitas<br />

(somente imorais)”. 11<br />

Bem por isso o acerto das<br />

oportunas observações lança-<br />

das por guilHerMe de souZa nuCCi<br />

quan<strong>do</strong> revela sua indignação nos seguintes termos:<br />

“Em lugar de descriminalizar o óbvio, eliminan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

cenário <strong>do</strong> Código Penal o art. 229, altera-se uma expressão<br />

por outra análoga, geran<strong>do</strong> a expectativa de<br />

aplicação da norma, o que fatalmente, não ocorrerá.<br />

Se a prostituição tanto incomoda, somente para<br />

argumentar, crie-se o tipo penal apropria<strong>do</strong>, criminalizan<strong>do</strong>-a.<br />

Somente assim teria senti<strong>do</strong> buscar a<br />

punição por quem a pratica ou quem mantém lugar<br />

destina<strong>do</strong> à prática desse crime. Porém, não constituin<strong>do</strong><br />

delito, de nada importa existir uma infração<br />

penal, pretenden<strong>do</strong> punir o <strong>do</strong>no de um lugar onde<br />

ocorra ato não criminoso. Se a prostituição é práti-<br />

10 No mesmo senti<strong>do</strong> apreendi<strong>do</strong> por Guilherme de Souza<br />

Nucci, in, Crimes contra a dignidade sexual, São Paulo,<br />

Revista <strong>do</strong>s Tribunais, 2009, p. 80.<br />

11 Crimes sexuais, São Paulo, Saraiva, 2009, p. 118.<br />

Manter estabelecimento<br />

em que ocorra exploração<br />

sexual, conforme a lei<br />

penal vigente, constitui<br />

crime que está previsto no<br />

art. 229 <strong>do</strong> Código Penal<br />

ca imoral, lembremos que a corrupção também é,<br />

aliás, além de imoral é crime. E não consta existir<br />

tipo penal punin<strong>do</strong> quem mantenha estabelecimento<br />

onde ocorra corrupção”. 12<br />

Há que se buscar um sistema de regulamentação<br />

criminal menos hipócrita possível, onde não<br />

exista espaço para a proteção de valores puramente<br />

morais, 13 sem que isso traduza qualquer aplauso ou<br />

condescendência em relação a condutas marcadas<br />

por revela<strong>do</strong> desprezo à moral vigorante.<br />

Discorren<strong>do</strong> sobre os critérios de legitimação da<br />

criminalização, Jorge de figuei-<br />

re<strong>do</strong> dias e Manoel Costa andrade<br />

ensinam: “Segun<strong>do</strong> o entendimento<br />

unânime, só assumem<br />

dignidade penal as condutas que<br />

lesem bens jurídicos ou, noutros<br />

termos, que sejam socialmente<br />

danosas. Segun<strong>do</strong>, por exemplo,<br />

a sugestiva formulação de Morris<br />

e Hawkins, ‘a função primordial <strong>do</strong><br />

direito criminal é proteger as pessoas e os bens (...).<br />

Sempre que o direito criminal invade as esferas da<br />

moralidade ou <strong>do</strong> bem-estar social, ultrapassa os<br />

seus próprios limites em detrimento das suas tarefas<br />

primordiais (...). Pelo menos <strong>do</strong> ponto de vista<br />

<strong>do</strong> direito criminal, a to<strong>do</strong>s os homens assiste o inalienável<br />

direito de irem para o inferno à sua própria<br />

maneira, contanto que não lesem diretamente”. 14<br />

Como se vê, errou o legisla<strong>do</strong>r ao manter a tipificação<br />

penal em comento.<br />

12 Crimes contra a dignidade sexual, São Paulo, Revista<br />

<strong>do</strong>s Tribunais, 2009, p. 80.<br />

13 Sobre a matéria, conferir o excelente livro de Alice<br />

Bianchini: Pressupostos materiais mínimos da tutela penal,<br />

São Paulo, Revista <strong>do</strong>s Tribunais, Série “As Ciências<br />

Criminais no século XXI”, v. 7, 2002.<br />

14 Criminologia – O homem delinquente e a sociedade<br />

criminógena, 2 a reimpressão, Coimbra, Coimbra Editora,<br />

1997, p. 405/406.<br />

7


8<br />

artigo<br />

Levantamento divulga<strong>do</strong> pelo Instituto Brasi-<br />

leiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que,<br />

nos últimos 20 anos, foram editadas aproximadamente<br />

34 normas tributárias por dia. Dos 365 dias<br />

<strong>do</strong> ano, 148 são destina<strong>do</strong>s ao pagamento de tributos,<br />

que são reverti<strong>do</strong>s para o bem comum, através<br />

de investimentos em estradas, portos, aeroportos,<br />

casas populares e custeio de bens e serviços públicos,<br />

como saúde, segurança e educação. Temos<br />

saúde, segurança e educação? Para onde vai tanto<br />

dinheiro arrecada<strong>do</strong>?<br />

A corrupção tem um custo médio anual para o<br />

Brasil entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões, segun<strong>do</strong> revelou<br />

o ministro Antonio Herman de Vasconcellos<br />

e Benjamin, <strong>do</strong> <strong>Superior</strong> Tribunal de Justiça, na<br />

palestra de encerramento <strong>do</strong> I Congresso <strong>do</strong> Patrimônio<br />

<strong>Público</strong> e Social <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São<br />

Paulo, no dia 21 de agosto de 2010. Temos escândalos<br />

os mais diversos publica<strong>do</strong>s pela imprensa e<br />

não se vê punição alguma. Aliás, os envolvi<strong>do</strong>s se<br />

comportam como se nada aconteceu e até são lisonjea<strong>do</strong>s<br />

pela nossa sociedade. Vemos a mentira,<br />

lamentavelmente, transformar-se em verdade!<br />

Antonio Baldin<br />

VALORES<br />

É oportuno fazermos uma<br />

reflexão da nossa situação<br />

atual, para que possamos<br />

estabelecer um projeto de vida.<br />

O crime organiza<strong>do</strong> hoje é uma realidade e não<br />

se pode falar que exista soberania absoluta no Brasil,<br />

tal qual reza o art. 1o , inc. I, da Constituição. Há<br />

determinadas regiões nas quais quem governa são<br />

os bandi<strong>do</strong>s, que usam parte <strong>do</strong> dinheiro arrecada<strong>do</strong><br />

ilicitamente para a manutenção <strong>do</strong> crime, pagamento<br />

de propinas e outra parte, considerada como<br />

lucro, é investida em atividades lícitas, através <strong>do</strong><br />

processo de transformação <strong>do</strong> dinheiro ilegal em<br />

dinheiro legal, por meio da “lavagem”. As organizações<br />

criminosas são respeitadas e temidas pelo<br />

poder de fogo, ou seja, o grau de violência, estan<strong>do</strong><br />

muito mais bem aparelhada que as polícias. Aliás,<br />

reportagem especial <strong>do</strong> Jornal da Record de 12 de<br />

setembro de 2010, mostrou <strong>do</strong>is assaltos, um em<br />

Minas Gerais e outro em Mato Grosso, onde os assaltantes<br />

apareciam diante das câmaras portan<strong>do</strong><br />

armas privativas <strong>do</strong> exército e atiran<strong>do</strong> a esmo, para<br />

mostrar o poder de fogo que eram capazes de exercitar<br />

e a lei a ser seguida.<br />

O tráfico de drogas vem exterminan<strong>do</strong> as famílias<br />

brasileiras. A Lei no 11.343/06 desprisionou os<br />

usuários de entorpecentes e tornou até mais bran-


“ É preciso estabelecer quais valores a<strong>do</strong>taremos para nossas<br />

vidas. To<strong>do</strong>s somos condiciona<strong>do</strong>s a valores!<br />

”<br />

Antonio Baldin, Promotor de Justiça aposenta<strong>do</strong> de<br />

São José <strong>do</strong> Rio Preto-SP<br />

da a punição <strong>do</strong> traficante, se comparada com a<br />

anterior, de no 6.368/76, cuja pena mínima era de<br />

três anos e, agora, passou a ser de 1 ano e 8 meses,<br />

admitin<strong>do</strong> até, segun<strong>do</strong> o STF, a substituição<br />

por penas alternativas. Antes, não era permitida a<br />

progressão ao autor de crime hedion<strong>do</strong> e hoje ela<br />

é admitida, deixan<strong>do</strong> a pena sem utilidade alguma,<br />

pois se tornou uma chacota para os infratores. O<br />

usuário, que dá sustentáculo ao tráfico, é apena<strong>do</strong><br />

com advertência e prestação de serviços à comunidade,<br />

mas se disser que não vai cumprir a pena,<br />

ficará por isso mesmo, sem punição alguma. Há<br />

previsão de que até 2012, 33.400 jovens sejam assassina<strong>do</strong>s<br />

no Brasil.<br />

A violência existente aqui foi classificada como<br />

“bastante grave” em comparação com o cenário<br />

internacional, ocupan<strong>do</strong> o sexto lugar entre os países<br />

mais violentos. Esta informação foi prestada<br />

pelo secretário executivo da Secretaria de Assuntos<br />

Estratégicos, Luiz Alberto Salomão, em palestra<br />

durante seminário no QG <strong>do</strong> Exército, intitula<strong>do</strong><br />

Segurança Internacional: perspectivas brasileiras.<br />

Segun<strong>do</strong> ele, a violência é um <strong>do</strong>s fatores de vul-<br />

nerabilidade à segurança interna e ao atual desenvolvimento<br />

brasileiro. Na tabela apresentada,<br />

com base em da<strong>do</strong>s colhi<strong>do</strong>s entre 2004 a 2007,<br />

mostrou-se que o Brasil é um país quatro vezes<br />

mais violento que os EUA (27o lugar) e está atrás<br />

da Guiana (9o ), <strong>do</strong> Paraguai (12o ), da África <strong>do</strong> Sul<br />

(16o ), <strong>do</strong> México (19o ), Chile (28o ), Argentina (32o ) e<br />

Uruguai (35o ).<br />

O Decreto no 678, de 06/11/92, que promulgou<br />

a Convenção Americana sobre Direitos Humanos<br />

(Pacto de São José da Costa Rica), a famosa Convenção<br />

Americana sobre Direitos Humanos, prega,<br />

com todas as letras, que “Toda pessoa tem o<br />

direito de que se respeite sua vida” e que esse<br />

“direito deve ser protegi<strong>do</strong> pela lei, em geral,<br />

desde o momento da concepção. Ninguém pode<br />

ser priva<strong>do</strong> da vida arbitrariamente” (art. 4o ). Seu<br />

art. 5o ressalta o direito à integridade pessoal, enquanto<br />

o art. 7o recita o direito à liberdade, dan<strong>do</strong><br />

especial destaque ao seguinte enuncia<strong>do</strong>: “Toda<br />

pessoa tem direito à liberdade e à segurança<br />

pessoais”. Ainda, são referenciadas a proteção da<br />

família, da propriedade e, mais, à honra e digni-<br />

9


dade, da livre circulação pelas ruas das cidades butos e não recebem contraprestação por parte<br />

etc. É cumprida a Lei <strong>do</strong>s Direitos Humanos? Ela <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. É a impunidade e complacência com a<br />

é universal!<br />

violência, geran<strong>do</strong> a inversão de valores. É humi-<br />

Quan<strong>do</strong> uma vítima é assaltada, há violação lhante ver o reconhecimento de invalidez de quem<br />

<strong>do</strong>s direitos humanos! Quan<strong>do</strong> uma propriedade é váli<strong>do</strong>!<br />

particular é invadida, há violação <strong>do</strong>s direitos hu- No dia 22 de setembro de 2010, nas escadarias<br />

manos! Quan<strong>do</strong> uma pessoa passa a noite na fila da Faculdade de Direito <strong>do</strong> Largo São Francisco<br />

<strong>do</strong>s hospitais para atendimento médico, há trans- da USP, foi lança<strong>do</strong> um manifesto fazen<strong>do</strong> críticas<br />

gressão <strong>do</strong>s Direitos Humanos! A propósito, é co- ao comportamento <strong>do</strong> governo em episódios como<br />

nhecida alguma luta ou exigência de que se cum- a quebra <strong>do</strong> sigilo fiscal de pessoas, sem obserpra<br />

o enuncia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Direitos<br />

vância das normas legais,<br />

Humanos? Alguém assistiu,<br />

exigin<strong>do</strong>-se a observância<br />

percebeu ou ouviu algum pro- A violência existente<br />

<strong>do</strong>s limites da lei para impetesto<br />

pelo descumprimento aqui foi classificada<br />

dir os abusos e pedin<strong>do</strong> que<br />

<strong>do</strong>s Direitos Humanos <strong>do</strong>s homens<br />

de bem?<br />

Infelizmente, no Brasil,<br />

glorificam-se criminosos e<br />

como “bastante grave”<br />

em comparação com o<br />

cenário internacional,<br />

se puna com eficácia quem<br />

os está pratican<strong>do</strong>, alertan<strong>do</strong><br />

que, numa democracia,<br />

nenhum <strong>do</strong>s poderes é so-<br />

se pune a sociedade ordeira, ocupan<strong>do</strong> o sexto lugar berano. Soberana é a Cons-<br />

que é compungida a arcar entre os países mais<br />

tituição, pois é ela que dá<br />

com pesa<strong>do</strong>s tributos, para o<br />

funcionamento de uma má-<br />

violentos.<br />

corpo e alma à soberania <strong>do</strong><br />

povo. Assinaram o manifesquina<br />

estatal ineficaz, em-<br />

Luiz Alberto Salomão<br />

Secretário-executivo da Secretaria de<br />

to 58 pessoas, poden<strong>do</strong> ser<br />

perrada e corrompida.<br />

Assuntos Estratégicos<br />

cita<strong>do</strong> Dom Paulo Evaristo<br />

Anualmente, com uma<br />

Arns, Hélio Bicu<strong>do</strong>, procu-<br />

canetada, sem base alguma<br />

ra<strong>do</strong>r de justiça aposenta<strong>do</strong>,<br />

em processos ou elementos probatórios, nossos o ex-ministro <strong>do</strong> STF Carlos Velloso, o professor<br />

presidentes baixam decretos de indulto, per<strong>do</strong>- Renê Ariel Dotti e o economista Mailson da Nóan<strong>do</strong><br />

a pena de criminosos já condena<strong>do</strong>s irrebrega, entre outros.<br />

corrivelmente, em total menosprezo à sociedade É difícil digerir o desrespeito que vem sen<strong>do</strong> imple-<br />

ordeira e a to<strong>do</strong>s que trabalharam nos procesmenta<strong>do</strong> aos Direitos Humanos <strong>do</strong>s honestos trabasos<br />

que geraram as condenações, vilipendian<strong>do</strong> lha<strong>do</strong>res. Neste momento crucial, a união <strong>do</strong>s povos é<br />

policiais, delega<strong>do</strong>s, promotores, juízes, advo- imprescindível, para que, irmana<strong>do</strong>s num único objega<strong>do</strong>s,<br />

cartorários, homens íntegros que pagam tivo, possamos pleitear mais seriedade na aplicação<br />

tributos etc.<br />

<strong>do</strong>s nossos direitos assegura<strong>do</strong>s na Constituição Fe-<br />

Não comungamos com a recompensa que se deral e leis extravagantes. Jamais poderemos perder<br />

dá aos criminosos. Isto significa falta de morali- os sonhos de habitarmos um mun<strong>do</strong> melhor porque<br />

dade e de respeito para com as pessoas honestas, a esperança está depositada naquelas pessoas cons-<br />

que trabalham para o pagamento de pesa<strong>do</strong>s tricienciosas, que lutam com dignidade, respeitam os li-<br />

10


mites legais, amam a Pátria e não desanimam com as<br />

inconsequências hoje expostas à vista de to<strong>do</strong>s.<br />

Será que a sociedade precisa se preparar melhor<br />

diante das enfermidades e intransigências<br />

sociais que estão surgin<strong>do</strong>? Não vale a pena um<br />

esforço maior para termos melhor qualidade de<br />

vida? Que herança queremos deixar para os que<br />

hão de vir? Deveremos continuar escravos <strong>do</strong>s<br />

valores corrompi<strong>do</strong>s de desonestos e irresponsáveis?<br />

Seremos eternos serviçais das disfunções<br />

<strong>do</strong>s criminosos? Daremos espaço para os que estão<br />

diziman<strong>do</strong> as famílias? A impunidade e o perdão<br />

a bandi<strong>do</strong>s devem prevalecer numa sociedade<br />

legitimamente organizada? Ainda há homens de<br />

bem? Por que não agir?<br />

Disse Sócrates, filósofo grego, que “nunca sabemos<br />

se uma linha é torta até que colocamos uma<br />

linha reta a seu la<strong>do</strong>”. Será que a transformação<br />

moralmente condenável e totalmente reprovável<br />

por que passa a sociedade brasileira não está sen<strong>do</strong><br />

perceptível? A verdade deve ser substituída pela<br />

ambiguidade moral? Deveremos aceitar passivamente<br />

a prisão <strong>do</strong>miciliar imposta aos homens de<br />

bem e a liberdade plena oferecida apenas aos infratores<br />

da lei? Não se esqueçam nunca que a verdade<br />

pode ser mostrada também num uivo de protesto,<br />

como este que faço agora!<br />

A respiração rui<strong>do</strong>sa da agonia precisa ser recuperada.<br />

A harmonia, justiça, paz, seriedade, moralidade,<br />

integralização de valores ainda podem ser<br />

encontradas, seguin<strong>do</strong> a bússola da virtude, que<br />

aponta sempre na mesma direção, qualquer que<br />

seja a moda ou a tendência. To<strong>do</strong> conceito de verdade<br />

pode ser extraí<strong>do</strong> de quem aprendeu a arte<br />

de construir uma vida digna. Nosso caráter e nossa<br />

discriminação ética são desenvolvi<strong>do</strong>s com base em<br />

nossas pequenas decisões, que não estamos a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>.<br />

São os pequenos insetos que derrubam as<br />

grandes árvores quan<strong>do</strong> não erradica<strong>do</strong>s de pronto!<br />

Nunca sabemos se uma linha<br />

é torta até que colocamos uma<br />

linha reta a seu la<strong>do</strong>.<br />

Sócrates<br />

Filósofo grego<br />

Precisamos fazer uma revolução para espalharmos<br />

em todas as direções valores e mais valores<br />

que enalteçam e otimizem os seres humanos<br />

para a luta por um mun<strong>do</strong> melhor! Estamos<br />

passan<strong>do</strong> pela crise, também, da virtude. Hoje<br />

em dia, um número grande de pessoas tem condições<br />

de viver muito bem, mas carece de uma<br />

razão para se viver bem! Por que existimos? Qual<br />

a finalidade de viver?<br />

É preciso estabelecer quais valores a<strong>do</strong>taremos<br />

para nossas vidas. To<strong>do</strong>s somos condiciona<strong>do</strong>s a<br />

valores! O corrupto tem seus valores. O assaltante<br />

está condiciona<strong>do</strong> e atua motiva<strong>do</strong> por valores.<br />

O mesmo acontece com o mata<strong>do</strong>r de mulheres<br />

e de homens, com o ladrão, os honestos etc. É de<br />

se indagar quais valores queremos seguir. Não<br />

podemos esquecer que tu<strong>do</strong> na vida são escolhas<br />

e nossas escolhas têm consequências pela vida<br />

afora, pela história afora e, assim por diante, por<br />

toda a eternidade. Muitos não aceitam esta verdade<br />

e passam dan<strong>do</strong> explicações para suas fraquezas,<br />

lamentan<strong>do</strong>-se ou culpan<strong>do</strong> outros por suas deficiências.<br />

Nossas escolhas vão muito além <strong>do</strong> que<br />

imaginamos. O que queremos escolher diante de<br />

nossa atualidade?<br />

Antonio Baldin,<br />

Promotor de Justiça aposenta<strong>do</strong> de São José <strong>do</strong> Rio Preto-SP<br />

11


12<br />

entrevista<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques<br />

Primeiro ouvi<strong>do</strong>r no<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques ingressou no MP em setembro de 1972. Foi<br />

promotor de Justiça substituto em Bauru, Duartina, Itapecerica da Serra<br />

e na capital. Atuou ainda nas comarcas de Agu<strong>do</strong>s, Piratininga, Pirajuí,<br />

Garça e Campinas. Na capital, atuou nas varas distritais da Vila<br />

Maria e da Lapa. No foro central atuou nas 2a e 4a Cura<strong>do</strong>rias de Família,<br />

na 1a Cura<strong>do</strong>ria de Registros <strong>Público</strong>s e na Cura<strong>do</strong>ria de Massas<br />

Falidas, bem como nas 7a , 8a , 21a e 27a varas criminais, além de ter<br />

integra<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is anos a equipe de promotores de justiça que atuavam<br />

perante a 2a Vara <strong>do</strong> Júri. Em dezembro de 1983, foi promovi<strong>do</strong> a<br />

procura<strong>do</strong>r de Justiça, passan<strong>do</strong> a atuar sempre na área criminal. No<br />

primeiro semestre de 1993, estagiou na Seção Internacional da <strong>Escola</strong><br />

Nacional da Magistratura Francesa, em Paris. Foi eleito duas vezes<br />

para compor o Órgão Especial <strong>do</strong> Colégio de Procura<strong>do</strong>res de Justiça<br />

e é membro nato desse colegia<strong>do</strong> desde fevereiro de 2000. No biênio<br />

2006-2007, foi membro <strong>do</strong> Conselho <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>,<br />

perío<strong>do</strong> em que foi o substituto legal <strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r-geral de Justiça.<br />

No biênio 2009-2010 foi designa<strong>do</strong> pelo Órgão Especial como o substituto<br />

legal <strong>do</strong> correge<strong>do</strong>r geral <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>. Foi vice-secretário<br />

executivo da Procura<strong>do</strong>ria Criminal nos anos de 2009 e 2010 e<br />

atualmente é o 4o Procura<strong>do</strong>r de Justiça da Procura<strong>do</strong>ria Criminal.


plural – Como é ser o primeiro ouvi<strong>do</strong>r no MP de<br />

São Paulo?<br />

– Em primeiro lugar, é uma honra. Ao mesmo<br />

tempo, é um grande desafio porque o primeiro tem<br />

que montar a estrutura, dar os rumos. Quan<strong>do</strong> aceitei<br />

ser candidato e fiz a campanha, pesquisei em outros<br />

MPs e vi que em vários a Ouvi<strong>do</strong>ria se confunde com a<br />

Correge<strong>do</strong>ria. Não acho que seja esse o nosso papel,<br />

que considero mais amplo e mais nobre. A Ouvi<strong>do</strong>ria é<br />

o canal de comunicação com a sociedade.<br />

plural – O que realmente pretende a nossa Ouvi<strong>do</strong>ria?<br />

– Pretende ser esse canal de comunicação. Muitas<br />

vezes, a pessoa já fez queixa e não sabe mais como<br />

proceder; em outras, reclamou em local erra<strong>do</strong>. Ontem,<br />

por exemplo, recebi advoga<strong>do</strong>s e empresários<br />

que trouxeram grave representação ao <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> e que não sabem como agir. A Ouvi<strong>do</strong>ria tem<br />

condição de ajudar as pessoas com esse tipo de problema,<br />

que envolve ação policial de alto nível. As pessoas<br />

não têm acesso direto a outros órgãos públicos.<br />

plural – A Ouvi<strong>do</strong>ria orienta e encaminha essa<br />

pessoa?<br />

– Sim. Também tivemos casos de reclamação por<br />

interesses contraria<strong>do</strong>s. Há queixa contra o promotor,<br />

mas, pela própria experiência, a gente percebe o real<br />

“ Fiquei feliz em ser escolhi<strong>do</strong><br />

na primeira eleição totalmente<br />

informatizada. Para mim, foi um<br />

presente... uma recompensa por, na<br />

segunda instância, ter si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s<br />

pioneiros no uso da informática.<br />

”<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques<br />

4 o Procura<strong>do</strong>r de Justiça da Procura<strong>do</strong>ria Criminal<br />

motivo. Como a Ouvi<strong>do</strong>ria não está presa nem aos<br />

códigos processuais, nem às normas procedimentais<br />

da Correge<strong>do</strong>ria, atuamos de forma desburocratizada.<br />

Em outro exemplo, liguei para um promotor,<br />

ele estava ocupa<strong>do</strong> e retornou no dia seguinte. Por<br />

telefone, ficou clara a veracidade de minha percepção<br />

inicial: a queixa era por interesses contraria<strong>do</strong>s.<br />

O promotor, que é <strong>do</strong> interior, ficou de me passar os<br />

<strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> caso – que ele afirmou já ter encaminha<strong>do</strong><br />

cópias para todas as partes – e o reclamante<br />

vai recebê-los através da ouvi<strong>do</strong>ria.<br />

plural – Como a Ouvi<strong>do</strong>ria vai agir quan<strong>do</strong> houver<br />

procedência na queixa?<br />

– A Ouvi<strong>do</strong>ria não tem a função de apurar, nem de<br />

penalizar. Vai repassar para a Correge<strong>do</strong>ria.<br />

plural – Dizem que o ouvi<strong>do</strong>r precisa ser calmo.<br />

É o seu caso?<br />

– Sim. E por isso me candidatei. As pessoas me<br />

incentivavam e o resulta<strong>do</strong> confirmou o grande apoio<br />

que eu sentia durante a campanha. Muita gente falava<br />

que precisava ser um procura<strong>do</strong>r antigo, que<br />

conhecesse bem a instituição. É meu caso: fui conselheiro,<br />

substituto <strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r geral, substituto <strong>do</strong><br />

correge<strong>do</strong>r. Sou procura<strong>do</strong>r de justiça desde antes da<br />

Constituição de 1988, que deu várias competências ao<br />

MP. Eu não havia atua<strong>do</strong> na área de interesses difu-<br />

13


sos, mas, como conselheiro, fui<br />

relator de vários processos e tive<br />

que estudar a área cível.<br />

plural – O senhor considera<br />

que a criação <strong>do</strong> cargo foi para<br />

cumprir imposição <strong>do</strong> Conselho<br />

Nacional <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

(CNMP) ou foi consequência de<br />

projetos de administrações anteriores?<br />

– Foi para cumprir determinação<br />

da Constituição. Na sociedade.<br />

Reforma <strong>do</strong> Judiciário, a Constituição<br />

determinou que to<strong>do</strong>s<br />

os <strong>Ministério</strong>s <strong>Público</strong>s estaduais criassem o cargo<br />

de ouvi<strong>do</strong>r. Mais tarde, o CNMP passou a cobrar essa<br />

providência. O dr. Rodrigo César Rebello Pinho, quan<strong>do</strong><br />

procura<strong>do</strong>r geral, man<strong>do</strong>u o projeto para a Assembleia<br />

e o dr. Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira fez força para que<br />

ele fosse aprova<strong>do</strong>.<br />

plural – A primeira Ouvi<strong>do</strong>ria de MP <strong>do</strong> Brasil foi<br />

criada em Curitiba. O MP paulista, tão presente e pioneiro<br />

em outras ações, é um <strong>do</strong>s últimos a ter Ouvi<strong>do</strong>ria.<br />

Como se explica isso?<br />

– Acho que é porque to<strong>do</strong>s nós – e me incluo aí<br />

– desconhecíamos o papel que a ouvi<strong>do</strong>ria poderia<br />

representar para o MP. Quan<strong>do</strong> me candidatei, conversei<br />

com colegas que trabalham ou trabalharam<br />

fora da instituição, em empresas e em secretarias<br />

de esta<strong>do</strong> onde já existia o ouvi<strong>do</strong>r. Eles me convenceram<br />

da importância <strong>do</strong> cargo e <strong>do</strong> fato de que a<br />

Ouvi<strong>do</strong>ria pode ajudar – e muito – a Administração.<br />

Também fiz um paralelo com a França, onde estagiei<br />

na <strong>Escola</strong> de Magistratura, por seis meses, em<br />

1993. Lá a Justiça é organizada de forma diferente.<br />

O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> faz parte da Magistratura. To<strong>do</strong>s<br />

são magistra<strong>do</strong>s, só que uns são juízes e outros<br />

são promotores, poden<strong>do</strong> se inverter essas posições.<br />

Não há separação. Lá não existe poder judiciário, to-<br />

14<br />

Fernan<strong>do</strong> Marques não<br />

nega: foi atrás dessas<br />

experiências, para<br />

ter o maior número<br />

possível de acertos<br />

aqui em São Paulo e<br />

realmente transformar<br />

a ouvi<strong>do</strong>ria em um canal<br />

de comunicação com a<br />

<strong>do</strong>s são funcionários que obedecem<br />

ao ministro da justiça.<br />

É um regime parlamentarista.<br />

Nas campanhas políticas, os<br />

candidatos se referem às metas<br />

que pretendem atingir na<br />

justiça. Como o presidente <strong>do</strong><br />

tribunal e o correge<strong>do</strong>r são nomea<strong>do</strong>s<br />

pelo ministro, a Justiça<br />

cumpre metas. Os políticos<br />

ouvem o que a população quer<br />

e repassam esse anseio para a<br />

chefia <strong>do</strong> judiciário. Aqui, nós,<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, sabemos<br />

sobre a existência <strong>do</strong> promotor da cidadania, <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so<br />

etc., mas a população desconhece isso. Saben<strong>do</strong><br />

que tem ouvi<strong>do</strong>ria, ela vem reclamar aqui. Sen<strong>do</strong> da<br />

alçada <strong>do</strong> MP, repassamos para o promotor com essas<br />

atribuições. Não podemos exigir que a população<br />

conheça essas divisões se nós mesmos, quan<strong>do</strong> se<br />

trata principalmente da área cível, as desconhecemos.<br />

Quan<strong>do</strong> o ouvi<strong>do</strong>r repassa o caso para o setor<br />

certo, há um retorno muito positivo para o MP.<br />

plural – A pessoa se sente amparada porque teve<br />

uma resposta...<br />

– É também uma forma de a Ouvi<strong>do</strong>ria agir<br />

como relações públicas, um tanto quanto passivamente.<br />

O ouvi<strong>do</strong>r também faz o atendimento “miú<strong>do</strong>”<br />

e é aí que entra a paciência. Outro dia, recebi<br />

uma reclamação contra uma promotora. No<br />

meio da conversa, a pessoa reclamou contra outro<br />

promotor da comarca e falou porque estava reclaman<strong>do</strong>:<br />

teve interesses contraria<strong>do</strong>s. Se ela reclamasse<br />

na Correge<strong>do</strong>ria, obrigatoriamente se abriria<br />

um protocola<strong>do</strong> e se mandaria um ofício para o<br />

promotor. O promotor, que tem as atribuições de<br />

seu cargo, teria que parar para responder ao ofício,<br />

juntar <strong>do</strong>cumentos, correr atrás <strong>do</strong> malote. É<br />

uma chateação.


“ Vou conversar com o<br />

correge<strong>do</strong>r para estabelecermos<br />

um modus operandi, para que<br />

a ouvi<strong>do</strong>ria não sobrecarregue<br />

a correge<strong>do</strong>ria, mas para que<br />

também o ouvi<strong>do</strong>r não seja<br />

omisso, um engaveta<strong>do</strong>r de<br />

reclamações. ”<br />

plural – A gente deduz, então, que a Ouvi<strong>do</strong>ria é<br />

um filtro?<br />

– Também serve como filtro. Há coisas que têm<br />

relação com a Correge<strong>do</strong>ria. Vou conversar com o<br />

correge<strong>do</strong>r, extraoficialmente, para estabelecermos<br />

um modus operandi, para que a Ouvi<strong>do</strong>ria não sobrecarregue<br />

a Correge<strong>do</strong>ria com coisas desnecessárias,<br />

mas para que também o ouvi<strong>do</strong>r não seja omisso, um<br />

engaveta<strong>do</strong>r de reclamações.<br />

plural – Por que só procura<strong>do</strong>r pode ser ouvi<strong>do</strong>r?<br />

– O promotor participar da administração <strong>do</strong> MP<br />

é uma discussão antiga. Historicamente, nossa associação<br />

era administrada por promotores. Eles passaram<br />

a não querer cuidar mais da associação e ultimamente<br />

só procura<strong>do</strong>res tomam conta da associação.<br />

E não é que os promotores perdem as eleições, eles<br />

nem se candidatam. Particularmente, acho que é uma<br />

carreira. Os cargos relaciona<strong>do</strong>s com a administração<br />

<strong>do</strong> MP devem ser ocupa<strong>do</strong>s por procura<strong>do</strong>res. Em outros<br />

esta<strong>do</strong>s, com poucos procura<strong>do</strong>res, até se pode<br />

discutir a questão, mas, em São Paulo, com 300 procura<strong>do</strong>res,<br />

não há discussão. Houve uma paralisação<br />

na carreira, por um tempo, fruto da reforma da previdência,<br />

mas o fluxo de renovação está sen<strong>do</strong> retoma<strong>do</strong>.<br />

Este ano já tivemos inúmeras aposenta<strong>do</strong>rias, teremos<br />

diversas nos próximos dias e meses, haverá a<br />

renovação natural da segunda instância e promoções.<br />

Aí os novos poderão se candidatar a to<strong>do</strong>s os cargos. E<br />

também há o aspecto da experiência.<br />

plural – Alguns promotores se aposentam promotores.<br />

Eles não acumulam experiência?<br />

– Acumulam na primeira instância, mas não na segunda.<br />

É lógico que se o cargo fosse ocupa<strong>do</strong> por um<br />

promotor, ele teria acesso, por exemplo, ao secretário<br />

de segurança. Mas sen<strong>do</strong> um procura<strong>do</strong>r de justiça, o<br />

acesso é maior. No Tribunal de Justiça, por exemplo,<br />

é outro tratamento. Não acho que haja discriminação<br />

aos promotores. É uma questão política, não no senti<strong>do</strong><br />

partidário e sim em termos de relacionamento de<br />

autoridades. A grande maioria <strong>do</strong>s procura<strong>do</strong>res fica<br />

circunscrita a dar pareceres, mas esse é um <strong>do</strong>s papéis<br />

<strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r. Os 20 mais antigos são membros<br />

natos <strong>do</strong> Órgão Especial e participam da administração<br />

superior. E outros podem ser eleitos. Fui eleito duas vezes<br />

até que assumi por antiguidade. O procura<strong>do</strong>r participa<br />

de câmaras, de julgamento no tribunal, conhece<br />

melhor o trato com as autoridades em nível diferente<br />

<strong>do</strong> promotor. Também fui promotor. Quan<strong>do</strong> se exercem<br />

cargos no Conselho, passa-se a ter outra visão da<br />

instituição. O Órgão Especial cria cargos, abre concursos.<br />

Especificamente com relação ao cargo de ouvi<strong>do</strong>r,<br />

muitos colegas, durante a campanha, disseram que<br />

tínhamos outros bons candidatos, e que pelo menos o<br />

primeiro ouvi<strong>do</strong>r deveria ser bastante experiente. Veja<br />

15


o caso das reclamações que já citei.<br />

Eu poderia encaminhar direto<br />

para o correge<strong>do</strong>r – essa é uma<br />

forma de trabalho. Poderia arquivar,<br />

sem maiores consequências,<br />

ou falar com o promotor. Num<br />

mandato de <strong>do</strong>is anos, posso fazer<br />

muita política.<br />

plural – O ouvi<strong>do</strong>r tem muito<br />

poder.<br />

– Por isso o Órgão Especial<br />

aumentou a quarentena para aparecem.<br />

<strong>do</strong>is anos. O ouvi<strong>do</strong>r tem um<br />

poder político muito grande,<br />

pode eventualmente fazer política externa, dizen<strong>do</strong><br />

que pede coisas para o correge<strong>do</strong>r, para o procura<strong>do</strong>r<br />

geral, e que eles não tomam providências. Dá<br />

para torpedear essas duas autoridades, até porque<br />

independe delas. Mas, na minha visão, a Ouvi<strong>do</strong>ria,<br />

independentemente de quem seja o ouvi<strong>do</strong>r, o procura<strong>do</strong>r<br />

geral ou o correge<strong>do</strong>r, pode ajudar a administração<br />

superior porque tem as estatísticas <strong>do</strong> volume<br />

de reclamações e saberá sugerir atuações mais firmes<br />

em determinadas áreas. Hoje, o procura<strong>do</strong>r geral<br />

toma essas atitudes acatan<strong>do</strong> sua assessoria, os<br />

centros de apoio, mas as pessoas que estão nessas<br />

posições gostam desses temas, trabalham na área.<br />

A Ouvi<strong>do</strong>ria engloba todas as áreas.<br />

plural – Como foram as primeiras reclamações<br />

que chegaram?<br />

– A primeira não tinha nada a ver com o MP, tinha<br />

a ver com a prefeitura e a Secretaria de Segurança<br />

Pública. Tivemos reclamações de toda a ordem nesse<br />

curto espaço de tempo. Há quem incentive as pessoas<br />

a denunciar promotor. Acho que ouvir essas denúncias<br />

não é o papel da Ouvi<strong>do</strong>ria. Para mim, a função é<br />

mais nobre. A Ouvi<strong>do</strong>ria não é concorrente da Correge<strong>do</strong>ria,<br />

não dita normas aos promotores. Mas, conforme<br />

a reclamação, os promotores podem se orien-<br />

16<br />

Fã da desburocratização<br />

e <strong>do</strong> uso da informática,<br />

Fernan<strong>do</strong> Marques se<br />

confessa feliz por isso<br />

e começa a cumprir as<br />

promessas de campanha,<br />

focan<strong>do</strong> no computa<strong>do</strong>r<br />

e no telefone as soluções<br />

para os problemas que<br />

tar para tomar certa cautela e<br />

evitar que o problema aconteça<br />

novamente.<br />

plural – De to<strong>do</strong>s os cargos-chave<br />

no MP, ouvi<strong>do</strong>r é<br />

o único que precisa cumprir<br />

quarentena?<br />

– Não. É o único com quarentena<br />

por lei. Mas já tem<br />

havi<strong>do</strong>, por decisão <strong>do</strong> CNMP,<br />

quarentena de quem esteve<br />

fora da carreira.<br />

plural – Dois anos de quarentena<br />

é um bom prazo?<br />

– Sim, para evitar que o ouvi<strong>do</strong>r faça de certos<br />

acontecimentos um trampolim político para ocupar<br />

cargos na administração superior. Eu mesmo votei<br />

a favor dessa quarentena. A Ouvi<strong>do</strong>ria não pode ter<br />

uso político nem de uma pessoa, nem de um grupo.<br />

plural – O ouvi<strong>do</strong>r tem mais liberdade para procurar<br />

autoridades e cobrar atuação?<br />

– O ouvi<strong>do</strong>r não carrega o peso <strong>do</strong> cargo de um<br />

procura<strong>do</strong>r geral, que teria que encaminhar o problema<br />

mais formalmente.<br />

plural – Qual é a infraestrutura aqui?<br />

– Ainda pequena: <strong>do</strong>is funcionários, duas salas.<br />

Não há motivo para exigir um monte de funcionários<br />

de início, quan<strong>do</strong> os próprios procedimentos mudam<br />

de um dia para o outro porque é tu<strong>do</strong> novo, estamos<br />

nos adaptan<strong>do</strong>. O CTIC nos ofereceu uma atuação<br />

toda informatizada, digitalizada, e eu, apesar de ser<br />

<strong>do</strong>s mais antigos membros <strong>do</strong> MP em atividade, sou<br />

totalmente aberto ao uso da tecnologia. Detesto burocracia<br />

e a<strong>do</strong>rei começar de forma desburocratizada.<br />

Esse foi o mote de minha campanha e está mais desburocratiza<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> que eu pensava que fosse possível.<br />

plural – Como foi participar da primeira eleição<br />

totalmente eletrônica <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>?<br />

– Como eu e o Álvaro Pinto de Arruda, procura<strong>do</strong>r há


muito aposenta<strong>do</strong>, fomos os primeiros procura<strong>do</strong>res a<br />

usar computa<strong>do</strong>r (cheguei a ouvir discurso de procura<strong>do</strong>res,<br />

à época, contra o uso da informática no MP), fiquei<br />

feliz por ser o escolhi<strong>do</strong> na primeira eleição totalmente<br />

informatizada. Foi um presente. Comecei a usar computa<strong>do</strong>r<br />

em julho de 1984. E já pensava em banco de da<strong>do</strong>s,<br />

essas coisas. Hoje tenho ainda em meu computa<strong>do</strong>r um<br />

banco de da<strong>do</strong>s com mais de 14 mil ementas. Nos primeiros<br />

computa<strong>do</strong>res, a gente escrevia em português,<br />

mas não conseguia imprimir. Só se imprimia em inglês.<br />

Então, era preciso montar um driver. E eu fazia isso para<br />

to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que começava a usar computa<strong>do</strong>r. Brincava<br />

com os colegas que nasci saben<strong>do</strong> por que meu pai foi<br />

um <strong>do</strong>s primeiros programa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Brasil. O Win<strong>do</strong>ws<br />

acabou com essa minha “carreira” porque reconhecia a<br />

impressora automaticamente. Vencer a primeira eleição<br />

eletrônica no MP foi, para mim, como uma recompensa<br />

por na segunda instância ter si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s pioneiros no<br />

uso da informática.<br />

plural – Já dá pra saber em qual área há mais reclamação?<br />

– Das cerca de 50 que chegaram às minhas mãos,<br />

a maioria é de interesses difusos. Saúde, corrupção,<br />

educação... é bem pulveriza<strong>do</strong>. Já teve reclamação<br />

contra promotor, mas também já chegou elogio.<br />

A Ouvi<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, criada pela<br />

Lei Complementar no 1.127, de 29 de novembro<br />

de 2010, tem como objetivo fortalecer a cidadania<br />

e elevar, continuamente, os padrões de<br />

transparência, presteza e segurança das atividades<br />

desenvolvidas pela instituição. Para<br />

atingir esse objetivo, a Ouvi<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> recebe comunicações da população<br />

pelos seguintes canais:<br />

- pela internet, preferencialmente através <strong>do</strong><br />

formulário;<br />

- pelo e-mail: ouvi<strong>do</strong>ria@mp.sp.gov.br<br />

- por carta ou pessoalmente no endereço:<br />

Ouvi<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> M. P. <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

Rua Riachuelo, 115 – 2o andar – sala 221 –<br />

Centro – São Paulo – CEP 01007-904<br />

- por telefone: (11) 3119-9700<br />

17


18<br />

capa<br />

Um mês de emoção e<br />

muito trabalho<br />

Durante to<strong>do</strong> o mês de abril, a ESMP recebeu os 73 promotores substitutos<br />

aprova<strong>do</strong>s no 87 o Concurso de Ingresso na Carreira <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, para o curso de adaptação. Entre<br />

palestras e aulas práticas, distribuídas das 8h30 às 18h30, eles conheceram<br />

a instituição da qual agora fazem parte e se familiarizaram<br />

com o trabalho que terão daqui pra frente. “Foi um perío<strong>do</strong> essencial”,<br />

consideraram os novos membros <strong>do</strong> MP, ao término <strong>do</strong> curso.<br />

Encerramento oficial feito pelo procura<strong>do</strong>r geral de justiça Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira


Monitoria na ESMP<br />

Com um coquetel no hall de entrada <strong>do</strong> audi-<br />

tório “Júlio Fabbrini Mirabete”, na sede da <strong>Escola</strong><br />

<strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo, terminou<br />

dia 29 de abril o curso de adaptação para os<br />

73 promotores de justiça substitutos aprova<strong>do</strong>s no<br />

87o concurso de ingresso na carreira <strong>do</strong> MP, que<br />

teve 6.219 candidatos inscritos e foi realiza<strong>do</strong> em<br />

três fases: Prova preambular, prova escrita I, prova<br />

escrita II e exame oral, aplicadas de maio de 2010<br />

a março deste ano.<br />

Após um dia de intensa atividade, inicia<strong>do</strong> com<br />

palestra sobre a história <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, feita<br />

pelo procura<strong>do</strong>r de justiça aposenta<strong>do</strong> Hugo Nigro<br />

Mazzilli, passan<strong>do</strong> por um bate-papo informal com<br />

a procura<strong>do</strong>ra de justiça Lídia Helena Ferreira da<br />

Costa Passos, por explanação <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>r <strong>do</strong> MP,<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques, por palestras <strong>do</strong>s promotores<br />

Augusto Eduar<strong>do</strong> de Souza Rossini e Luiz<br />

Henrique Car<strong>do</strong>so Dal Poz, e por considerações finais<br />

da Correge<strong>do</strong>ria e da Associação Paulista <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, foi feito o anúncio das designações,<br />

quan<strong>do</strong> os promotores substitutos finalmente<br />

souberam seus destinos no mês de maio.<br />

A cerimônia de encerramento, logo a seguir,<br />

teve duas etapas: a primeira, feita pelo diretor da<br />

ESMP, Mário Luiz Sarrubbo, a partir das 17h15,<br />

mais informal e emocionante, já que foi ele o responsável<br />

por toda a organização <strong>do</strong> curso de adaptação;<br />

e a segunda, solene, feita pelo procura<strong>do</strong>r<br />

geral de justiça, Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira.<br />

19


Monitoria no fórum da Barra Funda<br />

20<br />

O curso de adaptação, ministra<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong><br />

o mês de abril, na ESMP, foi considera<strong>do</strong> “essencial<br />

para o início de atividades”, nas palavras da<br />

promotora de justiça substituta Bianca Reis D’Ávila<br />

Faria, que já tinha a informação de que passaria<br />

por esse perío<strong>do</strong> ao ser aprovada no concurso.<br />

“Correspondeu totalmente à minha expectativa”,<br />

disse.<br />

Para Pedro André Pica<strong>do</strong> Alonso, “deu para conhecer<br />

bem a instituição. As monitorias foram o<br />

que houve de mais produtivo”, considerou, assim<br />

como Fabiana Lima Vidal, para quem o sal<strong>do</strong> foi<br />

extremamente positivo: “Digo até que o curso poderia<br />

durar mais <strong>do</strong>is meses...”, falou.<br />

Outro <strong>do</strong>s substitutos, Alexandre de Oliveira<br />

Daruge mostrou-se à vontade para falar, segun<strong>do</strong><br />

ele acredita, em nome da maioria <strong>do</strong>s colegas:<br />

“Foi uma experiência bastante válida e edificante.<br />

A parte prática, principalmente nas monitorias em<br />

que a gente manipulou o processo, foi primorosa.<br />

Como crítica construtiva, o aspecto prático poderia<br />

ser mais enfatiza<strong>do</strong>, sem embargo das palestras<br />

para deixar a gente a par da instituição”.<br />

Suas palavras são corroboradas – e completadas<br />

– por mais <strong>do</strong>is promotores substitutos: a primeira<br />

colocada no concurso, Manuela Schreiber<br />

Silva e Souza, para quem “o curso foi muito interessante<br />

– a gente se sente amparada, é um momento<br />

de acolhida quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> é muito novo ainda”,<br />

e por Gabriel Rodrigues Alves, que considerou


Qual foi a sua avaliação <strong>do</strong><br />

curso de adaptação?<br />

“ Foi uma experiência bastante válida e edificante. ”<br />

Alexandre de Oliveira Daruge, promotor de justiça substituto<br />

“ Correspondeu totalmente à minha expectativa. ”<br />

Bianca Reis D’Ávila Faria, promotora de justiça substituta<br />

“ Gabriel Rodrigues Alves, promotor de justiça substituto<br />

Muito produtivo. A única decepção foi não ter feito o júri. ”<br />

“ O curso de adaptação poderia durar mais <strong>do</strong>is meses. ”<br />

Fabiana Lima Vidal, promotora de justiça substituta<br />

21


Diretor e assessoria da ESMP<br />

o mês, “muito produtivo. O curso é bastante váli<strong>do</strong><br />

para nos preparar para o exercício profissional. A<br />

única decepção que tive foi não ter feito o júri, por<br />

conta <strong>do</strong> falecimento <strong>do</strong> réu”, lamentou.<br />

Pela programação <strong>do</strong> curso de adaptação para<br />

os promotores substitutos <strong>do</strong> 87o Concurso de Ingresso<br />

na Carreira <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de São Paulo, todas as áreas <strong>do</strong> MP estiveram representadas.<br />

Além de palestras para que os promotores<br />

conhecessem cada setor da instituição,<br />

vários temas foram aborda<strong>do</strong>s, intercala<strong>do</strong>s com<br />

aulas práticas em que eles tiveram a monitoria de<br />

colegas mais experientes.<br />

22<br />

O Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional<br />

– <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

(CEAF/ESMP) está previsto em nossa lei orgânica<br />

estadual como um <strong>do</strong>s órgãos auxiliares <strong>do</strong> MP de<br />

São Paulo, ten<strong>do</strong> por finalidade o aprimoramento<br />

profissional e cultural de seus membros, auxiliares<br />

e servi<strong>do</strong>res. Após mais de 20 anos de existência,<br />

com seus eventos pontuais, seus cursos de<br />

extensão e pós-graduação, simpósios e ciclos de<br />

estu<strong>do</strong>s é, hoje, referência nacional. Mas jamais se<br />

esquece de sua essência e razão de ser: foi concebida<br />

para o curso de adaptação de promotores de<br />

justiça substitutos.


concurso<br />

O 16 o Concurso de Credenciamento de Estagiá-<br />

rios <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, para provimento de 545<br />

vagas iniciais e das que vierem a ocorrer até a abertura<br />

de novo concurso, ao longo de 2011, atraiu o número<br />

recorde de 4.293 estudantes de Direito, que se<br />

submeteram à prova no dia 20 de março, das 10 às<br />

12 horas, no prédio da Faculdade de Comunicação e<br />

Marketing da Fundação Arman<strong>do</strong> Álvares Pentea<strong>do</strong><br />

Recorde de inscritos no<br />

concurso de estagiários<br />

Tradicional porta de entrada para o <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, o concurso de<br />

estagiários de 2011 atraiu 4.293 estudantes para<br />

a disputa de 545 vagas oferecidas inicialmente.<br />

– FAAP, em Higienópolis, na Capital, e em mais nove<br />

regiões no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />

Tradicional porta de entrada para o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo (são muitos os estagiários<br />

que depois se tornam promotores de justiça), o<br />

concurso proporciona bolsa de R$ 630,00, para uma<br />

jornada de trabalho de 20 horas semanais.<br />

O estágio não confere vínculo empregatício com o<br />

23


esta<strong>do</strong>, mas é considera<strong>do</strong> tempo de serviço público<br />

para to<strong>do</strong>s os fins e o tempo de prorrogação, após<br />

a conclusão <strong>do</strong> curso de bacharela<strong>do</strong> em Direito, é<br />

considera<strong>do</strong> atividade jurídica.<br />

Cinco por cento das vagas existentes em cada região<br />

são reservadas aos candidatos com deficiência,<br />

sen<strong>do</strong>-lhes garantidas condições especiais necessárias<br />

à sua participação no concurso.<br />

A prova teve duração de duas horas, com ques-<br />

24<br />

tões de múltipla escolha sobre as matérias constantes<br />

no programa divulga<strong>do</strong> em edital.<br />

O preenchimento das vagas existentes e das que<br />

vierem a ocorrer, até o perío<strong>do</strong> de validade <strong>do</strong> concurso,<br />

será efetua<strong>do</strong> por ato <strong>do</strong> Procura<strong>do</strong>r Geral<br />

de Justiça, designan<strong>do</strong> o local de exercício <strong>do</strong> estagiário,<br />

ten<strong>do</strong> em vista a localização da Faculdade de<br />

Direito, a escolha manifestada e a ordem obtida no<br />

concurso regional.


cursos<br />

Primeiro curso para<br />

assistentes jurídicos <strong>do</strong> MP<br />

Assistentes jurídicos na primeira fase <strong>do</strong> curso de adaptação, com aulas presenciais obrigatórias<br />

Com aulas presenciais obrigatórias e a distância,<br />

através de webcast, de acor<strong>do</strong> com a opção <strong>do</strong><br />

aluno, a ESMP ministrou em fevereiro, pela primeira<br />

vez, o “Curso de Adaptação aos Assistentes<br />

Jurídicos <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de<br />

São Paulo”, dirigi<strong>do</strong> aos analistas de promotoria<br />

aprova<strong>do</strong>s em concurso público e nomea<strong>do</strong>s pelo<br />

procura<strong>do</strong>r geral.<br />

As aulas presenciais obrigatórias foram nos<br />

dias 14 e 15 (para assistentes <strong>do</strong> interior) e nos<br />

dias 16 e 17 (para os da capital), das 8h30 às<br />

18h30, no auditório <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento<br />

Funcional/<strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> e compuseram o I Módulo. Como<br />

objetivo, apresentar instituição aos novos servi<strong>do</strong>res,<br />

com exposições sobre os órgãos da administração<br />

superior, sobre a estrutura <strong>do</strong> MP,<br />

o SISMP e o CTIC, além da rotina administrativa,<br />

na parte da manhã. À tarde, práticas de redação<br />

e apresentação sobre as rotinas de trabalho das<br />

procura<strong>do</strong>rias e das promotorias de justiça.<br />

No segun<strong>do</strong> dia, uma exposição sobre o tema<br />

“Diligências” encerrou os trabalhos após a complementação<br />

das apresentações das promotorias,<br />

feitas pela manhã e à tarde.<br />

O II módulo, ministra<strong>do</strong> com aulas presenciais<br />

e a distância, visou à elaboração de peças práticas<br />

e reuniu os alunos em turma única.<br />

25


Veja a programação completa e os palestrantes e professores que<br />

participaram <strong>do</strong> curso para 132 alunos <strong>do</strong> Interior e mais 132 da Capital<br />

1o MÓDULO: Presencial. Apresentação <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

TURMA I – Interior<br />

Dia 14 de fevereiro de 2011<br />

8h30–9h: Abertura e apresentação da diretoria da ESMP<br />

9h–10h30: Apresentação <strong>do</strong>s órgãos da administração<br />

superior, estrutura <strong>do</strong> MP/SP, SISMP e CTIC. MICHEL<br />

BENTEJANE ROMANO.<br />

10h30 – 11h30: Exposição sobre a rotina administrativa: direitos<br />

e deveres <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> MP. MARTA ELISABETE<br />

DE ARAUJO (DG).<br />

11h30 – 13h: Almoço.<br />

13h – 14h: Práticas de redação. THAIS MONTENEGRO<br />

CHINELATTO<br />

14h–16h: Apresentação das rotinas de trabalho das procura<strong>do</strong>rias.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres nas respectivas<br />

áreas. JÚLIO CESAR DE TOLEDO PIZA (Procura<strong>do</strong>ria<br />

Criminal); MARCO ANTONIO GARCIA BAZ (Procura<strong>do</strong>ria de<br />

HC); PEDRO LUIZ DE MELO (Procura<strong>do</strong>ria Cível); e MARCO<br />

ANTONIO ZANELLATO (Procura<strong>do</strong>ria de Interesses Difusos).<br />

16h –16h15 – Intervalo<br />

16h15–17h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuições cíveis e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres. ERONIDES<br />

APARECIDO RODRIGUES DOS SANTOS e MARIA STELLA<br />

CAMARGO MILANI.<br />

17h30–18h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuição na área da Infância e Juventude (carentes, infratores<br />

e interesses difusos) e exposição sobre suas rotinas de<br />

trabalho. Noções sobre oitiva formal e elaboração de peças.<br />

FRANCISMAR LAMENZA.<br />

Dia 15 de fevereiro de 2011<br />

8h30–11h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuição na área de interesses difusos e coletivos (Meio-<br />

Ambiente; Habitação e Urbanismo; Direitos Humanos -<br />

Saúde, I<strong>do</strong>sos, PPD, inclusão social; Consumi<strong>do</strong>r; Patrimônio<br />

<strong>Público</strong> e Social) e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções práticas sobre a elaboração de peças. MARCELO<br />

DUARTE DANELUZZI.<br />

26<br />

11h30 – 13h: almoço<br />

13h – 17h30 (com quinze minutos de intervalo – das 16h às<br />

16h15): Apresentação das Promotorias com atribuições na<br />

esfera criminal e exposições de cada uma delas sobre suas<br />

rotinas de trabalho. Noções práticas de elaboração de peças.<br />

EDNILSON ANDRADE ARRAES DE MELO (Promotoria<br />

Criminal); AIRTON BUZZO ALVES (Promotoria <strong>do</strong> JECRIM);<br />

MARCOS HIDEKI IHARA (Promotoria <strong>do</strong> Júri) e PEDRO DE<br />

JESUS JULIOTTI (Promotoria de Execuções Criminais).<br />

17h30 – 18h30: Exposição sobre o tema “diligências”. JOAQUIM<br />

PASTOURELO KFOURI (GAECO); e MÁRCIO ALEXANDRE DE<br />

MÉO (GAECO).<br />

1o MÓDULO: Presencial. Apresentação <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

TURMA II – Capital<br />

Dia 16 de fevereiro de 2011<br />

8h30 – 9h: Abertura e apresentação da Diretoria da ESMP<br />

9h – 10h30: Apresentação <strong>do</strong>s órgãos da administração<br />

superior, estrutura <strong>do</strong> MP/SP, SISMP e CTIC. MICHEL<br />

BENTEJANE ROMANO<br />

10h30 – 11h30: Exposição sobre a rotina administrativa:<br />

Direitos e Deveres <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> MP. MARTA ELISABETE<br />

DE ARAUJO (DG).<br />

11h30 – 13h: Almoço.<br />

13h – 14h: Práticas de redação. THAIS MONTENEGRO<br />

CHINELATTO<br />

14h–16h: Apresentação das rotinas de trabalho das procura<strong>do</strong>rias.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres nas respectivas<br />

áreas. JÚLIO CESAR DE TOLEDO PIZA (Procura<strong>do</strong>ria<br />

Criminal); MARCO ANTONIO GARCIA BAZ (Procura<strong>do</strong>ria de<br />

HC); PEDRO LUIZ DE MELO (Procura<strong>do</strong>ria Cível) e MARCO<br />

ANTONIO ZANELLATO (Procura<strong>do</strong>ria de Interesses Difusos).<br />

16h – 16h15 – Intervalo<br />

16h15 – 17h30: Apresentação das Promotorias de Justiça<br />

com atribuições cíveis e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres. ERONIDES<br />

APARECIDO RODRIGUES DOS SANTOS e MARIA STELLA<br />

CAMARGO MILANI.<br />

17h30 – 18h30: Apresentação das Promotorias de Justiça


com atribuição na área da Infância e Juventude (carentes,<br />

infratores e interesses difusos) e exposição sobre suas rotinas<br />

de trabalho. Noções sobre oitiva formal e elaboração de<br />

peças. FRANCISMAR LAMENZA.<br />

Dia 17 de fevereiro de 2011<br />

8h30 –11h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuição na área de interesses difusos e coletivos (Meio<br />

Ambiente; Habitação e Urbanismo; Direitos Humanos -<br />

Saúde, I<strong>do</strong>sos, PPD, inclusão social; Consumi<strong>do</strong>r; Patrimônio<br />

<strong>Público</strong> e Social) e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções práticas sobre a elaboração de peças. MARCELO<br />

DUARTE DANELUZZI.<br />

11h30 – 13h: almoço<br />

13h – 17h30 (com quinze minutos de intervalo – das 16h às<br />

16h15): Apresentação das Promotorias com atribuições na<br />

esfera criminal e exposições de cada uma delas sobre suas<br />

rotinas de trabalho. Noções práticas de elaboração de peças.<br />

EDNILSON ANDRADE ARRAES DE MELO (Promotoria<br />

Criminal); AIRTON BUZZO ALVES (Promotoria <strong>do</strong> JECRIM);<br />

MARCOS HIDEKI IHARA (Promotoria <strong>do</strong> Júri) e PEDRO DE<br />

JESUS JULIOTTI (Promotoria de Execuções Criminais).<br />

17h30 – 18h30: Exposição sobre o tema “diligências”.<br />

JOAQUIM PASTOURELO KFOURI (GAECO) e MÁRCIO<br />

ALEXANDRE DE MÉO (GAECO).<br />

2o MÓDULO. Presencial ou à distância. Curso para elaboração<br />

de peças práticas<br />

TURMA ÚNICA (capital e interior)<br />

I – OBJETIVO: Propiciar atualização e aperfeiçoamento <strong>do</strong>s<br />

analistas no que tange à elaboração de peças processuais e<br />

o uso de elementos e regras gramaticais responsáveis pela<br />

construção de senti<strong>do</strong> em situações formais de comunicação.<br />

II – ESTRUTURA: O módulo ELABORAÇÃO DE PEÇAS<br />

PROCESSUAIS terá a duração de 7 semanas. Em cada uma<br />

das semanas, o aluno deverá reservar 3 horas para acompanhar<br />

a aula por Webcast, no site www.apmp.com.br ou<br />

presencialmente no Auditório da Associação Paulista <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> – APMP, situa<strong>do</strong> no Largo São Francisco,<br />

n. 34, 13o andar, Centro, São Paulo e 3 horas para a redação<br />

da peça processual na Plataforma Moodle, da <strong>Escola</strong> Virtual.<br />

III – AVALIAÇÃO: A avaliação <strong>do</strong> aproveitamento será pelo<br />

acompanhamento das aulas e pela elaboração das peças<br />

processuais. Será conferi<strong>do</strong> certifica<strong>do</strong> ao aluno que cumprir,<br />

no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) da carga<br />

horária, que será verificada pela presença ou acesso, bem<br />

como pela elaboração das peças processuais.<br />

IV – DINÂMICA: Toda semana, haverá aula expositiva que<br />

poderá ser acompanhada presencialmente no Auditório da<br />

APMP ou por Webcast, conforme a opção feita pelo aluno.<br />

O fluxo de trabalho no curso se desenvolverá da seguinte<br />

maneira: o professor, promotor de justiça fornece as orientações<br />

jurídicas necessárias e um caso prático hipotético<br />

para a elaboração da peça processual; o aluno redige a peça<br />

processual e a envia pela plataforma Moodle; a professora<br />

Thais Montenegro Chinelatto analisa as peças e, com base<br />

nas dificuldades de redação apresentadas pelos alunos, organiza<br />

sua aula. As peças processuais não serão corrigidas<br />

individualmente, mas sim de forma coletiva. Ressalta-se,<br />

ainda, que os participantes deverão acompanhar as aulas<br />

em tempo simultâneo para que a presença seja considerada.<br />

V – CONTEÚDO: 25/2/2011 – das 9h às 12h (presencial ou<br />

webcast) - Tema: Denúncia, arquivamento e memorial .<br />

Professor Ednilson Andrade Arraes de Melo; 28/2/2011<br />

– Prazo para a entrega da peça processual na plataforma<br />

Moodle.<br />

4/3/2011 – das 9h às 12h (Presencial ou Webcast) - Tema:<br />

Recursos em senti<strong>do</strong> estrito e outros recursos. Professor<br />

Ednilson Andrade Arraes de Melo; 7/3/2011 – Prazo para a<br />

entrega da peça processual na plataforma Moodle.<br />

11/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) -<br />

Retextualização: Denúncia, arquivamento e memorial –<br />

Professora Thais Montenegro Chinelatto. 14/3/2011 – (plataforma<br />

Moodle) - Tema: Retextualização: Recursos em senti<strong>do</strong><br />

estrito e outros recursos. Professora Thais Montenegro<br />

Chinelatto. 18/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast)<br />

– Tema: Portaria de instauração de PPIC e IC e termo<br />

de ajustamento de conduta e instrução de IC. Professor<br />

Marcelo Duarte Daneluzzi; 21/3/2011 – Prazo para entrega<br />

da peça processual na plataforma Moodle.<br />

25/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) – Tema:<br />

Inicial da ação civil pública e arquivamento de IC. Professor<br />

Marcelo Duarte Daneluzzi. 28/3/2011 – Prazo para entrega<br />

da peça processual na plataforma Moodle.<br />

01/4/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) –<br />

Tema: Retextualização: Portaria de instauração de PPIC<br />

e IC e termo de ajustamento de conduta. Professora Thais<br />

Montenegro Chinelatto; 8/4/2011 – (plataforma Moodle)<br />

– Tema: Retextualização: Inicial da ação civil pública –<br />

Professora Thais Montenegro Chinelatto.<br />

Coordenação geral – Mário Luiz Sarrubbo – Promotor de<br />

Justiça Diretor <strong>do</strong> CEAF-ESMP<br />

Everton Luiz Zanella, José Mário Buck Marzagão Barbut,<br />

Maria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari e Susana<br />

Henriques da Costa - promotores de justiça Assessores <strong>do</strong><br />

CEAF/ESMP<br />

27


O Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional/<strong>Escola</strong><br />

<strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo promove Curso de Extensão em Biodireito<br />

desde 29 de março até 28 de junho, sempre<br />

às terças-feiras, das 19 às 22 horas, no auditório<br />

da sede da ESMP (Rua Treze de Maio, 1259).<br />

O curso é destina<strong>do</strong> aos membros, servi<strong>do</strong>res<br />

e demais funcionários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, magistra<strong>do</strong>s, demais<br />

28<br />

cursos<br />

ESMP promove curso de<br />

extensão em Biodireito<br />

opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, médicos e profissionais<br />

da Saúde, com a finalidade de trazer ao debate<br />

questões interdisciplinares, em especial as ligadas<br />

à bioética e à medicina social, esclarecen<strong>do</strong><br />

e desmistifican<strong>do</strong> temas que muitas vezes envolvem<br />

os profissionais das duas áreas simultaneamente<br />

– as aulas serão ministradas sempre por<br />

<strong>do</strong>is palestrantes: um da área jurídica e outro da<br />

área médica.


cursos<br />

Com a presença <strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r geral de justiça<br />

Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira, o diretor da ESMP, Mário<br />

Luiz Sarrubbo, abriu o curso “O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

na Constituição e nas Leis Orgânicas”, ministra<strong>do</strong><br />

pelo professor, jurista e procura<strong>do</strong>r de Justiça aposenta<strong>do</strong><br />

Hugo Nigri Mazzilli.<br />

Inicia<strong>do</strong> em 14 de março, o curso tem duração<br />

de 16 semanas, com aulas presenciais, no auditório<br />

da Associação Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, no<br />

Largo São Francisco, e também por webcast.<br />

Embora aposenta<strong>do</strong> há cerca de 10 anos, Hugo Nigro<br />

Mazzilli confessou-se emociona<strong>do</strong> com o convite<br />

para ser professor neste curso destina<strong>do</strong> aos membros,<br />

servi<strong>do</strong>res e estagiários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

de São Paulo, advoga<strong>do</strong>s e bacharéis em Direito em<br />

geral e estudantes <strong>do</strong> Direito a partir <strong>do</strong> 5o semestre.<br />

Mas ninguém melhor <strong>do</strong> que ele: Hugo Nigro<br />

Mazzilli é um profun<strong>do</strong> estudioso e conhece<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

assunto – o programa inclui a evolução institucio-<br />

Mazzilli: um especialista<br />

para ensinar sobre o MP<br />

nal <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, o MP na Constituição de<br />

1988, a Lei Orgânica Nacional <strong>do</strong> MP, Lei Orgânica<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> da União, Lei Orgânica <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, funções<br />

típicas e atípicas <strong>do</strong> MP, ação penal pública; ação<br />

civil pública e inquérito civil; ações de inconstitucionalidade<br />

e interventivas, e controle externo da atividade<br />

policial.<br />

“Algumas pessoas poderiam se perguntar sobre<br />

o motivo desse curso, já que acham que conhecem<br />

o MP. Mas o MP é, primeiramente, uma instituição<br />

ética. E estamos aqui não para conhecer e sim para<br />

compreender os princípios, os fundamentos, o funcionamento,<br />

as garantias, os deveres e as funções<br />

da instituição. Teremos os próximos meses para<br />

isso”, disse, saudan<strong>do</strong> os presentes no auditório e –<br />

completamente à vontade diante das câmeras – os<br />

cerca de 100 alunos de to<strong>do</strong> o Brasil, inscritos para<br />

acompanharem as aulas a distância.<br />

29


30<br />

seminário<br />

Homenagem aos autores<br />

nos 20 anos <strong>do</strong> CDC<br />

Com apoio cultural da Faculdade de Direito da<br />

Universidade de São Paulo, <strong>do</strong> Departamento Jurídico<br />

<strong>do</strong> XI de Agosto, da <strong>Escola</strong> Paulista de Advocacia<br />

<strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo, da<br />

Editora Atlas, <strong>do</strong> Instituto de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r<br />

(IDEC) e <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s da Procura<strong>do</strong>ria Geral<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo promoveu<br />

o seminário “20 Anos de Vigência <strong>do</strong> Código de<br />

Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r – 1991-2011”, nos dias 15 e<br />

16 de março, no salão nobre da Faculdade de Direito<br />

da Universidade de São Paulo, no Largo São<br />

Francisco. O seminário serviu ainda como homenagem<br />

aos juristas que contribuíram para a consolidação<br />

<strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r no Brasil.<br />

A ESMP comemora a lei “que pegou” porque foram<br />

vários os setores da sociedade que se articularam<br />

e promoveram um esforço conjunto para esse fim.<br />

Afinal, somos to<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res!<br />

No dia 15, a participação <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> MP<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo na elaboração <strong>do</strong> Código<br />

de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r foi amplamente exposta<br />

por José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno e Paulo Salva<strong>do</strong>r<br />

Frontini, ambos autores <strong>do</strong> Anteprojeto <strong>do</strong> CDC, que<br />

tiveram Marco Antonio Zanellato como debate<strong>do</strong>r.<br />

Os avanços, retrocessos e as perspectivas <strong>do</strong> código<br />

foram aborda<strong>do</strong>s por Nélson Nery Júnior (dia<br />

15) e Daniel Roberto Fink (dia 16). A promotora de<br />

justiça Adriana Borghi Fernandes Monteiro, assessora<br />

da Correge<strong>do</strong>ria Geral <strong>do</strong> MP, fez o contraponto,<br />

com Marcelo Gomes Sodré, professor da PUC<br />

e ex-diretor <strong>do</strong> Procon. Daniel Roberto Fink, José<br />

Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno, Nélson Nery Júnior, Paulo<br />

Salva<strong>do</strong>r Frontini, Ada Pellegrini Grinover, Antonio<br />

Antonio Magalhães Gomes Filho, diretor<br />

da Faculdade de Direito da USP


Foto acima: Vidal Serrano, Antonio Magalhães, Susana Henriques, Mário Luiz Sarrubbo, Marco Antonio Zanellato e Silmara de<br />

Abreu Chinellato. Foto abaixo: Mesa de abertura <strong>do</strong> seminário em comemoração às duas décadas de existência <strong>do</strong> CDC<br />

31


Aula magna com Herman Benjamin, ministro <strong>do</strong> <strong>Superior</strong><br />

Tribunal de Justiça<br />

Herman de Vasconcellos e Benjamin, Antonio Junqueira<br />

de Azeve<strong>do</strong> (homenagem póstuma), Carlos<br />

Alberto Bittar (homenagem póstuma) e Kazuo<br />

Watanabe foram os homenagea<strong>do</strong>s no seminário,<br />

como antigos professores da Faculdade de Direito<br />

da USP e membros <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> que contribuíram<br />

para a consolidação <strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r<br />

no Brasil.<br />

A aula magna sobre o assunto foi dada por Antonio<br />

Herman de Vasconcellos e Benjamin, ministro<br />

<strong>do</strong> <strong>Superior</strong> Tribunal de Justiça, ex-procura<strong>do</strong>r de<br />

Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo e um <strong>do</strong>s autores <strong>do</strong><br />

anteprojeto <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r na<br />

abertura <strong>do</strong>s trabalhos, no dia 16.<br />

Mário Luiz Sarrubbo e Marco Antonio Zanellato <strong>Público</strong> prestigia o evento<br />

32<br />

Newton De Lucca, desembarga<strong>do</strong>r federal e professor da<br />

Faculdade de Direito da USP<br />

Silmara Juny de Abreu Chinellato e o desembarga<strong>do</strong>r<br />

federal Newton De Lucca, professores da<br />

Faculdade de Direito da USP, falaram sobre a implantação<br />

da disciplina “Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r” na<br />

Faculdade, ten<strong>do</strong> como debate<strong>do</strong>res os professores<br />

José Fernan<strong>do</strong> Simão e Arman<strong>do</strong> Carlos Morato,<br />

também um <strong>do</strong>s organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> evento.<br />

To<strong>do</strong>s os palestrantes insistiram em que, duas<br />

décadas depois de implantada, se pode dizer que a<br />

lei “pegou” porque foram vários os setores da sociedade<br />

que se articularam e promoveram um esforço<br />

conjunto para esse fim. A lei veio, para ficar,<br />

porque atendeu os chama<strong>do</strong>s interesses individuais<br />

homogêneos, já que to<strong>do</strong>s somos consumi<strong>do</strong>res.


seminário<br />

Lei da Ficha Limpa para as<br />

eleições municipais de 2012<br />

Seminário atrai público eclético, representante<br />

da sociedade civil, para o auditório “Queiroz<br />

Filho”, na sede <strong>do</strong> MP.<br />

Mais de 100 pessoas, representantes da socie-<br />

dade civil, participaram <strong>do</strong> seminário “A lei da Ficha<br />

Limpa e as eleições municipais de 2012”, promovi<strong>do</strong><br />

pela ESMP, pela Assessoria Eleitoral e o Movimento<br />

de Combate à Corrupção Eleitoral no Esta<strong>do</strong> de São<br />

Paulo, em conjunto com a Procura<strong>do</strong>ria Regional<br />

Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Eleitoral,<br />

no dia 1o de abril, na sede <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />

Vidal Serrano Nunes Júnior, coordena<strong>do</strong>r da<br />

Assessoria Eleitoral da Procura<strong>do</strong>ria Geral de<br />

Justiça, e Carmen Cecília de Souza Amaral, <strong>do</strong><br />

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral no<br />

esta<strong>do</strong> de São Paulo, abriram o evento, que teve<br />

o tema “Ficha Limpa: novo paradigma jurídico<br />

eleitoral” exposto pelo desembarga<strong>do</strong>r Antonio<br />

Carlos Mathias Coltro e pelo presidente da<br />

Abramppe, Marlon Jacinto Reis.<br />

O jurista e professor Hélio Bicu<strong>do</strong> e o procura<strong>do</strong>r<br />

regional eleitoral Pedro Barbosa Pereira Neto<br />

falaram sobre “Mobilização cidadã pela lisura das<br />

eleições”, enquanto “Considerações sobre a aplicação<br />

da Lei Complementar 135/10 nas eleições<br />

de 2010” reuniu Dom Milton Kenan Junior, bispo<br />

auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Francisco<br />

Whitaker, um <strong>do</strong>s funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Movimento de<br />

Combate à Corrupção Eleitoral e Jeferson Moreira<br />

de Carvalho, juiz <strong>do</strong> Tribunal Regional Eleitoral.<br />

Vidal Serrano Nunes Júnior, coordena<strong>do</strong>r da Assessoria<br />

Eleitoral da Procura<strong>do</strong>ria Geral de Justiça<br />

33


34<br />

seminário<br />

Mesa com representantes <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e <strong>do</strong> SINAENCO<br />

ESMP discute a importância <strong>do</strong><br />

planejamento em obras públicas<br />

A ESMP realizou seminário, presencial e por<br />

webcast, no auditório da sede social da Associação<br />

Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, no dia 25 de março,<br />

para discutir o tema “A importância <strong>do</strong> Planejamento<br />

nas Obras Públicas: projeto básico e executivo”.<br />

Paulo Sérgio Puerta, diretor geral <strong>do</strong> MP, representan<strong>do</strong><br />

Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira, procura<strong>do</strong>r<br />

geral de justiça, presidiu a mesa de trabalhos em<br />

que foram debatidas questões referentes à importância<br />

<strong>do</strong> projeto no planejamento da obra pública e<br />

o gerenciamento da execução da obra contratada –<br />

como maneira de se evitarem fraudes e corrupção,<br />

além de garantir segurança, qualidade e baixo custo<br />

às obras. Licitação, entraves orçamentários e fiscalização<br />

da obra também foram pontos discuti<strong>do</strong>s.<br />

Os engenheiros civis João Alberto Viol, presi-<br />

dente <strong>do</strong> Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura<br />

e da Engenharia Consultiva, José Roberto<br />

Bernasconi e Antonio Moreira Salles Neto, vice-<br />

-presidente de Gestão e Assuntos Institucionais,<br />

expuseram como membros <strong>do</strong> SINAENCO.<br />

Pelo <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, participaram <strong>do</strong> evento<br />

o subprocura<strong>do</strong>r geral de Justiça de Gestão, Márcio<br />

Fernan<strong>do</strong> Elias Rosa, os promotores de justiça<br />

Adriana Ribeiro Soares de Morais e Otávio Ferreira<br />

Garcia, coordena<strong>do</strong>res da área de Patrimônio <strong>Público</strong><br />

e Social <strong>do</strong> Centro de Apoio Cível e de Tutela<br />

Coletiva, e Everton Zanella, promotor de justiça, assessor<br />

da ESMP, além de outros inscritos, promotores<br />

de justiça da capital e <strong>do</strong> interior, servi<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, que acompanharam o seminário<br />

on-line.


palestra<br />

Consumo europeu é tema<br />

para Mário e Ângela Frota<br />

Dirigida não apenas a membros, servi<strong>do</strong>res e<br />

estagiários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo, <strong>do</strong>s<br />

<strong>Ministério</strong>s <strong>Público</strong>s Estaduais e <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

da União, magistra<strong>do</strong>s, advoga<strong>do</strong>s e demais<br />

opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, mas também aberta ao público<br />

em geral, a palestra “Direito Europeu <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r”,<br />

dia 22 de março, das 9 às 12 horas, no<br />

Auditório <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento<br />

Funcional “Júlio Fabbrini Mirabete” (na Rua Treze<br />

de Maio, 1259, Bela Vista), trouxe de volta ao Brasil<br />

o casal português Ângela Maria Marini Simão Portugal<br />

Frota e Mário Ângelo Leitão Frota, especialistas<br />

em direito <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

A palestra sobre as comemorações da ESMP<br />

pelos 20 anos <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r foi subdi-<br />

vidida em <strong>do</strong>is temas: “A Teoria Geral <strong>do</strong>s Contratos<br />

de Consumo”, que teve como expositor o professor<br />

Mário Frota, e “Educação para a Segurança Alimentar”,<br />

desenvolvida por Ângela Frota.<br />

Ambos conferencistas nacionais e internacionais,<br />

Mário Frota é professor da Universidade Lusíada <strong>do</strong><br />

Porto e da Universidade de Paris XII, presidente da<br />

Associação Portuguesa de Direito <strong>do</strong> Consumo-APDC<br />

(Coimbra), funda<strong>do</strong>r e presidente da Comissão de<br />

Instalação <strong>do</strong> Instituto de Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r da<br />

Comunidade de Povos de Língua Portuguesa; Ângela<br />

Frota é especialista em Educação para o Consumo e<br />

em Segurança Alimentar, cofunda<strong>do</strong>ra da Sociedade<br />

Portuguesa de Direito <strong>do</strong> Consumo (APDC) e da Associação<br />

de Consumi<strong>do</strong>res de Portugal (ACOP).<br />

Interessa<strong>do</strong>s no tema “Direito Europeu <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r” Mário Frota, Éverton Luiz Zanella e Ângela Frota<br />

35


36<br />

palestra<br />

Debate sobre a Lei Orgânica da<br />

Assistência Social lota auditório<br />

Lota<strong>do</strong>, o auditório Queiroz Filho (no prédio-sede<br />

<strong>do</strong> MP, na Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 35) recebeu,<br />

no dia 23 de março, das 9h30 às 12h30, membros,<br />

servi<strong>do</strong>res e estagiários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo, magistra<strong>do</strong>s, advoga<strong>do</strong>s e as entidades<br />

parceiras para a palestra sobre “A Lei Orgânica da<br />

Assistência Social – História, Atualidade e Desafios”,<br />

ministrada por Aldaíza Sposati, professora da PUC-<br />

-SP, pós-<strong>do</strong>utorada pela Faculdade de Economia da<br />

Universidade de Coimbra e <strong>do</strong>utora em Serviço Social<br />

pela PUC-SP.<br />

O Objetivo era refletir sobre a Lei Orgânica de<br />

Assistência Social-LOAS consideran<strong>do</strong> sua im-<br />

O auditório “Queiroz Filho”, completamente<br />

toma<strong>do</strong> pelo público<br />

portância para a sociedade e, ao mesmo tempo,<br />

debater o papel <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> na sua implementação<br />

e melhoria. O encontro teve, como<br />

debate<strong>do</strong>r, o promotor de justiça que atua na Promotoria<br />

de Direitos Humanos da capital, Eduar<strong>do</strong><br />

Ferreira Valério.<br />

A iniciativa foi da ESMP, em conjunto com o<br />

Centro de Apoio Operacional das Promotorias de<br />

Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva – Área de Direitos<br />

Humanos e com a Coordena<strong>do</strong>ria de Estu<strong>do</strong>s<br />

e Desenvolvimento de Projetos Especiais da<br />

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-<br />

-CEDPE/PUC.<br />

Aldaíza Sposati (de vermelho) comanda a palestra sobre a Lei<br />

Orgânica de Assistência Social


palestra<br />

Novo Código de Processo Civil é<br />

tema da aula inaugural na ESMP<br />

O ano letivo começou em 16 de fevereiro, com aula<br />

ministrada pelo desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Tribunal de Justiça<br />

José Roberto <strong>do</strong>s Santos Bedaque<br />

Com 75 participantes (67 inscritos e oito autori-<br />

dades), a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo abriu o ano letivo de 2011 com a palestra<br />

“O Novo Código de Processo Civil”, proferida pelo<br />

desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Tribunal de Justiça de São Paulo<br />

José Roberto <strong>do</strong>s Santos Bedaque, professor titular<br />

da Faculdade de Direito da Universidade de São<br />

Paulo, na noite de 16 de fevereiro, no auditório da<br />

Rua Treze de Maio, 1.259.<br />

O evento teve como público-alvo os membros<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo, <strong>do</strong>s <strong>Ministério</strong>s<br />

<strong>Público</strong>s Estaduais e <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

da União, estagiários e servi<strong>do</strong>res dessas<br />

instituições e magistra<strong>do</strong>s, aberto também aos<br />

demais opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, professores e estudantes.<br />

Além <strong>do</strong> palestrante, <strong>do</strong> diretor da ESMP e seus<br />

assessores, estiveram presentes Franscisco Stella<br />

Junior, subprocura<strong>do</strong>r geral de justiça de relações<br />

externas, representan<strong>do</strong> o procura<strong>do</strong>r geral de<br />

justiça; Álvaro Augusto Fonseca de Arruda, procura<strong>do</strong>r<br />

de justiça, membro <strong>do</strong> Conselho <strong>Superior</strong> <strong>do</strong><br />

MP; o procura<strong>do</strong>r de justiça, ex-diretor da ESMP,<br />

Mário de Magalhães Papaterra Limongi; Vânia Maria<br />

Ruffini Pentea<strong>do</strong> Balera, procura<strong>do</strong>ra de justiça,<br />

representante <strong>do</strong> Conselho Cura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> CEAF/<br />

ESMP; Moacir Tonani Júnior, promotor de justiça<br />

assessor <strong>do</strong> CAO Criminal, representan<strong>do</strong> Gianpaolo<br />

Poggio Smânio; Darci Ribeiro, procura<strong>do</strong>r de<br />

justiça, coordena<strong>do</strong>r geral <strong>do</strong>s grupos de estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> MP/SP; e o ex-procura<strong>do</strong>r geral de justiça Paulo<br />

Salva<strong>do</strong>r Frontini.<br />

37


38<br />

palestra<br />

Para entender a<br />

Avaliação da Conformidade<br />

O evento teve o objetivo de apresentar o papel <strong>do</strong> INMETRO na<br />

sociedade brasileira e a importância da regulamentação técnica<br />

de produtos, serviços e profissionais para a saúde e segurança <strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

A manhã da quarta-<br />

-feira, 23 de fevereiro,<br />

reuniu técnicas <strong>do</strong> IN-<br />

METRO e interessa<strong>do</strong>s<br />

no “Programa de Capacitação<br />

em Avaliação<br />

da Conformidade”,<br />

no auditório da ESMP,<br />

em evento com o objetivo<br />

de fazer com que<br />

os inscritos compreendessem<br />

o papel <strong>do</strong><br />

INMETRO na sociedade<br />

brasileira, bem como a<br />

importância da regulamentação<br />

técnica de<br />

produtos, serviços e<br />

profissionais para a saúde e segurança <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r<br />

e <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

A iniciativa, conjunta entre a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo e o Centro de Apoio<br />

Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis e de<br />

Tutela Coletiva, trouxe para a ESMP as expositoras<br />

Ana Valéria de Freitas<br />

Silva, física, mestre<br />

em Física de Laser,<br />

e Juliana Azeve<strong>do</strong><br />

de Souza, advogada,<br />

analista de Relações<br />

Internacionais, mestre<br />

em Gestão Social<br />

e pós-graduada em<br />

Direito Penal e Processo<br />

Penal – ambas<br />

técnicas da Divisão de<br />

Orientação e Incentivo<br />

à Qualidade da Diretoria<br />

da Qualidade <strong>do</strong><br />

Instituto Nacional de<br />

Metrologia, Normalização<br />

e Qualidade Industrial (INMETRO), que dividiram<br />

suas exposições em <strong>do</strong>is módulos: O INME-<br />

TRO e a Qualidade (1) e Normas e Regulamentos<br />

Técnicos (2).<br />

Pela complexidade de suas atribuições, o IN-<br />

METRO atua com forte envolvimento <strong>do</strong>s diferentes


segmentos sociais interessa<strong>do</strong>s nos programas<br />

de avaliação de conformidade a serem desenvolvi<strong>do</strong>s.<br />

Dois <strong>do</strong>cumentos constituem a base de um<br />

programa: uma norma técnica ou um regulamento<br />

técnico definem o que deve ser avalia<strong>do</strong> e outro<br />

<strong>do</strong>cumento, a Instrução Normativa de Avaliação<br />

da Conformidade, define como deve ser feita essa<br />

avaliação. To<strong>do</strong> o programa é desenvolvi<strong>do</strong>, implementa<strong>do</strong><br />

e acompanha<strong>do</strong> por comissões técnicas<br />

especialmente constituídas para esse fim de assessoramento<br />

ao INMETRO.<br />

A advogada Juliana Azeve<strong>do</strong> de Souza<br />

No Brasil, a fiscalização no merca<strong>do</strong> de produtos<br />

regulamenta<strong>do</strong>s com conformidade avaliada<br />

compulsoriamente é conduzida por uma rede de<br />

órgãos públicos, através de delegação <strong>do</strong> INME-<br />

TRO, que tem competência para interditar, apreender<br />

os produtos ou ainda multar fabricantes e/ou<br />

comerciantes em desacor<strong>do</strong> com as normas. Mas<br />

uma das mais importantes atividades de acompanhamento<br />

<strong>do</strong>s produtos regulamenta<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong><br />

é a verificação da conformidade, em caráter<br />

A física Ana Valéria de Freitas Silva<br />

preventivo, que consiste em recolher amostras,<br />

periodicamente, nos pontos de venda, para analisar<br />

se preservam as características básicas pelas<br />

quais obtiveram a licença para uso da marca de<br />

conformidade.<br />

O promotor de justiça Celso Fróes Brocchetto<br />

39


Avaliação da Conformidade<br />

1. O que é Avaliação da Conformidade?<br />

40<br />

As principais definições, com significa<strong>do</strong>s seme-<br />

lhantes, são:<br />

Definição da ABNT NBR ISO/IEC 17000:2005:<br />

“demonstração de que os requisitos especifica<strong>do</strong>s<br />

relativos a um produto, processo, sistema,<br />

pessoa ou organismo são atendi<strong>do</strong>s”. Definição da<br />

OMC – Acor<strong>do</strong> sobre Barreiras Técnicas, Anexo 1:<br />

“qualquer procedimento utiliza<strong>do</strong>, direta ou indiretamente,<br />

para determinar que as prescrições pertinentes<br />

de regulamentos técnicos ou normas são<br />

cumpridas”. Definição <strong>do</strong> Inmetro : “procedimento<br />

que objetiva prover adequa<strong>do</strong> grau de confiança<br />

em um determina<strong>do</strong> produto, mediante o atendimento<br />

de requisitos defini<strong>do</strong>s em normas ou regulamentos<br />

técnicos”.<br />

2. O que seria “um adequa<strong>do</strong> grau de confiança”?<br />

A definição <strong>do</strong> adequa<strong>do</strong> grau de confiança implica<br />

a necessidade de associá-lo ao preço a ser<br />

pago pela sociedade. Quanto maior o grau de confiança,<br />

maior o custo <strong>do</strong> produto final e, consequentemente,<br />

maior o preço. O desafio é estabelecer a<br />

melhor relação confiança x preço, sem inviabilizar<br />

a competitividade <strong>do</strong> produto nacional ou torná-lo<br />

inacessível ao consumi<strong>do</strong>r.Uma analogia simplista<br />

poderia ser feita, usan<strong>do</strong> um exemplo <strong>do</strong> setor automobilístico,<br />

entre um carro popular 1.0 e um modelo<br />

de luxo. Ambos devem possuir requisitos mínimos<br />

de segurança, mas os desempenhos, no que<br />

diz respeito à proteção oferecida, não podem ser<br />

compara<strong>do</strong>s. Melhor exemplifican<strong>do</strong>: ambos possuem<br />

cinto de segurança. Entretanto, o modelo de<br />

luxo, além <strong>do</strong> cinto de segurança, possui também<br />

“air-bag”, o que faz com que ele ofereça um nível<br />

maior de segurança, mas seja coloca<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong><br />

com um preço mais eleva<strong>do</strong>. Ambos, porém, tanto<br />

o carro popular quanto o modelo de luxo, atendem<br />

aos requisitos mínimos de segurança defini<strong>do</strong>s na<br />

legislação brasileira.Outro exemplo, ainda no setor<br />

automobilístico, diz respeito ao carro blinda<strong>do</strong>.<br />

Ele é obviamente muito mais seguro <strong>do</strong> que o não<br />

blinda<strong>do</strong>. Mas a opção pela blindagem, em muitos<br />

casos, praticamente <strong>do</strong>bra o seu preço.<br />

3. Qual é o papel <strong>do</strong> Inmetro ao estabelecer Programas<br />

de Avaliação da Conformidade?<br />

O Inmetro define as regras em <strong>do</strong>cumentos<br />

específicos (o que e como avaliar cada produto),<br />

promove o desenvolvimento da infra estrutura<br />

para avaliação (laboratórios de calibração e de<br />

ensaios, padrões metrológicos, organismos de<br />

certificação acredita<strong>do</strong>s, normas técnicas, etc.),<br />

implementa a avaliação e dá assistência às partes<br />

interessadas, em especial às micro e pequenas<br />

empresas. Além disso, faz o acompanhamento <strong>do</strong><br />

produto no merca<strong>do</strong>, estabelecen<strong>do</strong> penalidades,<br />

quan<strong>do</strong> identificadas não conformidades, intencionais<br />

ou aperfeiçoan<strong>do</strong> o Programa de Avaliação<br />

da Conformidade, quan<strong>do</strong> identificadas não<br />

conformidades sistemáticas.<br />

4. Qual a razão de ser da presença <strong>do</strong> Inmetro nos<br />

programas de certificação?<br />

O Inmetro, na condição de entidade neutra de<br />

governo, e atuan<strong>do</strong> com isenção, transparência e<br />

imparcialidade, agrega confiança e credibilidade<br />

aos produtos com conformidade avaliada, ou seja,<br />

que ostentam o seu selo. Um corpo técnico altamente<br />

capacita<strong>do</strong>, um moderno sistema de gestão<br />

e a a<strong>do</strong>ção de práticas internacionais usadas nos<br />

países mais evoluí<strong>do</strong>s conferem credibilidade às<br />

certificações no merca<strong>do</strong> interno e reconhecimento<br />

nos fóruns internacionais mais exigentes, o que<br />

facilita a aceitação <strong>do</strong>s produtos pelos diferentes<br />

merca<strong>do</strong>s.


5. O Inmetro certifica os produtos que levam o<br />

seu selo?<br />

A resposta à pergunta é não. O Inmetro não<br />

certifica o produto. A certificação é feita por um<br />

organismo acredita<strong>do</strong> pelo Inmetro. A acreditação<br />

é palavra da língua portuguesa, de uso recente no<br />

Brasil. Assim, é fundamental o entendimento de<br />

que acreditação não é delegação de competência.<br />

Ao acreditar o organismo, com base em critérios<br />

internacionalmente aceitos, o Inmetro o reconhece<br />

tecnicamente competente para efetuar a avaliação<br />

da conformidade de um determina<strong>do</strong> produto. Adicionalmente,<br />

cabe destacar que a certificação é o<br />

mecanismo de Avaliação da Conformidade mais<br />

pratica<strong>do</strong> no Brasil, mas não é o único. Existem outras,<br />

como a declaração <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r e a inspeção.<br />

6. A acreditação assegura a atuação tecnicamente<br />

correta <strong>do</strong> organismo certifica<strong>do</strong>r?<br />

A acreditação reconhece a competência <strong>do</strong> certifica<strong>do</strong>r,<br />

ou seja, que ele demonstrou ser capaz de<br />

avaliar a conformidade <strong>do</strong> produto, obedecen<strong>do</strong> às<br />

regras estabelecidas pelo Inmetro. Ela pauta-se<br />

em uma relação de confiança. De qualquer forma,<br />

as auditorias periódicas nos organismos certifica<strong>do</strong>res<br />

e as ações de acompanhamento no merca<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong>s produtos certifica<strong>do</strong>s, avaliam o desempenho<br />

<strong>do</strong> certifica<strong>do</strong>r, após a acreditação.<br />

7. A presença <strong>do</strong> selo <strong>do</strong> Inmetro garante a qualidade<br />

<strong>do</strong> produto?<br />

Não. Quem garante a qualidade <strong>do</strong> produto é seu<br />

fornece<strong>do</strong>r (fabricante, importa<strong>do</strong>r ou vende<strong>do</strong>r,<br />

conforme defini<strong>do</strong> no Código de Proteção e Defesa<br />

<strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r). O selo de identificação da conformidade<br />

indica que normas ou regulamentos desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

para aquela categoria de produto foram<br />

observa<strong>do</strong>s na sua concepção/fabricação/colocação<br />

no merca<strong>do</strong>. Portanto, os programas de Avaliação da<br />

Conformidade estabelecem os requisitos mínimos<br />

de segurança aos quais os produtos de uma mesma<br />

categoria devem atender. Entretanto, isso não significa<br />

dizer que são similares. Pelo contrário, a Avaliação<br />

da Conformidade estimula a busca contínua pelo<br />

fornece<strong>do</strong>r <strong>do</strong> aperfeiçoamento <strong>do</strong> produto, no senti<strong>do</strong><br />

de definir diferencial competitivo e, consequentemente,<br />

conquistar a preferência <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r. Os<br />

programas de Avaliação da Conformidade desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

pelo Inmetro têm como foco a segurança e a<br />

saúde <strong>do</strong> cidadão e a proteção <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

PROCEL<br />

Eletrobrás<br />

ESTE PRODUTO CONSOME MENOS ENERGIA<br />

INMETRO<br />

Selo <strong>do</strong> Inmetro<br />

8. O que faz o Inmetro depois que o produto – que<br />

tem sua conformidade avaliada – é disponibiliza<strong>do</strong><br />

no merca<strong>do</strong> para os consumi<strong>do</strong>res?<br />

O Inmetro, através da Rede Brasileira de Metrologia<br />

Legal e Qualidade – Inmetro (RBMLQ-I) – presente<br />

em to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s da Federação – acompanha o<br />

produto no merca<strong>do</strong>, em particular através de ações<br />

de fiscalização, realiza verificações de conformidade<br />

periódicas (retirada de amostras no merca<strong>do</strong> seguida<br />

da realização de ensaios em laboratórios) e aperfeiçoa<br />

o programa, sempre que necessário.<br />

Fonte: Cartilha da Rede Brasileira de Metrologia Legal e<br />

Qualidade.<br />

41


42<br />

posse<br />

Promotor Mário Luiz Sarrubbo<br />

é empossa<strong>do</strong> na ESMP<br />

Eleito por unanimidade pelo Conselho Cura<strong>do</strong>r da ESMP Sarrubbo é o primeiro<br />

promotor de justiça a ocupar o cargo.<br />

Em emocionante cerimônia realizada no Auditó-<br />

rio Queiroz Filho, na sede <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> de São Paulo, no dia 18 de fevereiro, Mário<br />

Luiz Sarrubbo foi solenemente empossa<strong>do</strong> diretor<br />

<strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional<br />

– <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> MP, para cumprir um mandato<br />

de três anos, em substituição à procura<strong>do</strong>ra de<br />

justiça Eloisa de Sousa Arruda, que desde janeiro<br />

assumiu a Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Justiça e da Defesa<br />

da Cidadania – atenden<strong>do</strong> a um convite <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r<br />

Geral<strong>do</strong> Alckmin.<br />

Eleito por unanimidade, pelo Conselho Cura<strong>do</strong>r<br />

da ESMP, Sarrubbo é o primeiro promotor de justiça<br />

a ocupar o cargo.<br />

O procura<strong>do</strong>r de justiça Washington Epaminondas<br />

Medeiros Barra, presidente da Associação<br />

Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, foi o primeiro<br />

a discursar, lembran<strong>do</strong> a importância da ESMP<br />

para os promotores, principalmente os substitutos,<br />

que têm o primeiro encontro efetivo com<br />

a instituição durante o Curso de Adaptação ministra<strong>do</strong><br />

na <strong>Escola</strong>. Fez questão, ainda, de falar<br />

Momento da execução <strong>do</strong> Hino Nacional Auditório repleto de membros <strong>do</strong> MP


Familiares e amigos também prestigiaram a solenidade Mesa da cerimônia de posse <strong>do</strong> novo diretor<br />

sobre a competência <strong>do</strong> novo diretor e colocar a<br />

Associação à disposição dele para parcerias, “assim<br />

como ocorreu em outras ocasiões, com outros<br />

diretores”, ressaltou.<br />

Também fizeram uso da palavra, na sequência,<br />

a procura<strong>do</strong>ra de justiça Eloisa de Sousa Arruda,<br />

que aproveitou a oportunidade para agradecer a<br />

colaboração de sua equipe no ano em que dirigiu<br />

a ESMP, e o procura<strong>do</strong>r geral de justiça, Fernan<strong>do</strong><br />

Grella Vieira, que reafirmou sua crença na competência<br />

<strong>do</strong> novo diretor da ESMP, baseada na profícua<br />

carreira <strong>do</strong> promotor no MP desde o ano de<br />

seu ingresso, em 1989.<br />

Em seu emociona<strong>do</strong> discurso de posse, Mário<br />

Luiz Sarrubbo citou a necessidade de formulação<br />

de uma nova <strong>do</strong>utrina institucional, para reafirmar<br />

“a nossa vocação de um <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> vibrante,<br />

desbrava<strong>do</strong>r, destemi<strong>do</strong>, valente e valoroso, sempre<br />

sensível aos movimentos, anseios e necessidades da<br />

nação brasileira” e prometeu valorizar ainda mais a<br />

segunda instância. Após os agradecimentos ao apoio<br />

de sua família em to<strong>do</strong>s os anos e passos de sua carreira,<br />

foi aplaudi<strong>do</strong>, em pé, pelos presentes.<br />

Sarrubbo também foi homenagea<strong>do</strong> por seus<br />

alunos da Faculdade de Direito da FAAP. Através<br />

de um texto elabora<strong>do</strong> para ser li<strong>do</strong> na posse, eles<br />

confessaram o desejo de entrar para o <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong>, como influência <strong>do</strong> professor ao externar<br />

sua paixão pela instituição nas salas de aula.<br />

Pessoas ilustres compareceram à posse: além<br />

de familiares e amigos <strong>do</strong> novo diretor, prestigiaram<br />

a solenidade o desembarga<strong>do</strong>r Arman<strong>do</strong> Sérgio<br />

Pra<strong>do</strong> de Tole<strong>do</strong>, presidente em exercício <strong>do</strong><br />

Tribunal de Justiça e diretor da <strong>Escola</strong> Paulista da<br />

Magistratura; Nelson Gonzaga de Oliveira, correge<strong>do</strong>r<br />

geral <strong>do</strong> MP; José de Arruda Silveira Filho,<br />

secretário <strong>do</strong> Órgão Especial <strong>do</strong> Colégio de Procura<strong>do</strong>res;<br />

Antonio Carlos da Ponte, secretário <strong>do</strong><br />

Conselho <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> MP; Antonio Ferreira Pinto,<br />

secretário da Segurança Pública; Felipe Locke Cavalcanti,<br />

membro <strong>do</strong> Conselho Nacional de Justiça;<br />

João Grandino Rodas, reitor da Universidade de<br />

São Paulo (USP); Dirceu de Mello, reitor da Pontifícia<br />

Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP);<br />

Elival da Silva Ramos, procura<strong>do</strong>r geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;<br />

Ivan Francisco Pereira Agostinho, chefe de gabinete<br />

da Secretaria Estadual de Logística e Transportes,<br />

representan<strong>do</strong> o secretário Saulo de Castro<br />

Abreu Filho; Antonio Magalhães Gomes Filho,<br />

diretor da Faculdade de Direito da USP; Sergei Cobra<br />

Arbex, secretário geral da Caixa de Assistência<br />

<strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo, representan<strong>do</strong> o<br />

presidente da Ordem <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo,<br />

Luiz Flávio Borges D’Urso; Valdira Câmara Torres<br />

43


Pinheiro Costa, coordena<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s<br />

e Aperfeiçoamento Funcional <strong>do</strong> MP <strong>do</strong> Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Norte; Sérgio Dário Macha<strong>do</strong>, diretor <strong>do</strong> Centro<br />

de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional <strong>do</strong> MP <strong>do</strong><br />

Espírito Santo e vice-presidente <strong>do</strong> colégio de diretores<br />

de <strong>Escola</strong>s <strong>do</strong>s MP’s; Ivete Senise Ferreira,<br />

presidente <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo;<br />

Mariangela Sarrubbo Fragata, chefe <strong>do</strong> Centro<br />

de Estu<strong>do</strong>s da Procura<strong>do</strong>ria Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;<br />

Elaine Moraes Ruas Souza, diretora da Defensoria<br />

Pública <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, representan<strong>do</strong> a defensora pública<br />

geral, Daniela Sollberger Cembranelli; Carla<br />

Abrantkoski Rister, diretora da Associação <strong>do</strong>s<br />

Juízes Federais <strong>do</strong> Brasil, representan<strong>do</strong> o presidente<br />

Gabriel de Jesus Tedesco Wedi; Luis Antonio<br />

44<br />

Em seu discurso de posse,<br />

Mário Luiz Sarrubbo citou a<br />

necessidade de formulação de<br />

uma nova <strong>do</strong>utrina institucional<br />

e prometeu valorizar ainda mais<br />

a segunda instância.<br />

Foram muitas as pessoas ilustres que compareceram à posse solene<br />

Martinez Vidal, chefe de gabinete da Federação das<br />

Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, representan<strong>do</strong><br />

o presidente Paulo Skaf; Marco Antônio Ribeiro de<br />

Campos, diretor da Academia de Polícia Civil de São<br />

Paulo; Álvaro Villaça Azeve<strong>do</strong>, diretor da Faculdade<br />

de Direito da Fundação Arman<strong>do</strong> Álvares Pentea<strong>do</strong>;<br />

Hubert Alquéres, presidente <strong>do</strong> Conselho Estadual<br />

de Educação, além <strong>do</strong>s subprocura<strong>do</strong>res gerais de<br />

Justiça Márcio Fernan<strong>do</strong> Elias Rosa (Gestão), Wilson<br />

Alencar Dores (Institucional), Sérgio Turra Sobrane<br />

(Jurídico) e Francisco Stella Junior (Relações<br />

Externas), membros <strong>do</strong> Órgão Especial <strong>do</strong> Colégio<br />

de Procura<strong>do</strong>res de Justiça e <strong>do</strong> Conselho <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> MP, procura<strong>do</strong>res, promotores de justiça e funcionários<br />

da ESMP.


simpósio<br />

Novas regras para resíduos sóli<strong>do</strong>s<br />

A grande novidade da nova lei foi a criação da “logística reversa”, que obriga os<br />

fabricantes, distribui<strong>do</strong>res e vende<strong>do</strong>res a recolher embalagens usadas.<br />

Numa iniciativa conjunta entre a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e o CAO Cível e de Tutela Coletiva,<br />

cinco expositores especialistas no tema estiveram<br />

no auditório “Júlio Fabbrini Mirabete”, na<br />

ESMP, dia 24 de fevereiro, para tirar todas as dúvidas<br />

<strong>do</strong>s inscritos no simpósio “Política Nacional de<br />

Resíduos Sóli<strong>do</strong>s e sua Regulamentação”.<br />

Em agosto <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, após 21 anos de tramitação<br />

no Congresso, o ex-presidente Lula sancionou<br />

a Política Nacional <strong>do</strong>s Resíduos Sóli<strong>do</strong>s, com o<br />

objetivo de incentivar a reciclagem de lixo e o correto<br />

manejo de produtos usa<strong>do</strong>s com alto potencial<br />

de contaminação. A grande novidade da nova lei foi<br />

Carlos Silva Filho Roberto Varjabedian<br />

Alexandra Facciolli Martins<br />

André Vilhena<br />

a criação da “logística reversa”, que obriga os fabricantes,<br />

distribui<strong>do</strong>res e vende<strong>do</strong>res a recolher<br />

embalagens usadas. A medida vale para materiais<br />

agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes,<br />

lâmpadas e eletroeletrônicos.<br />

Alexandra Facciolli Martins, promotora de justiça<br />

de Santa Bárbara D’Oeste, mestre em Direito Ambiental<br />

pela Universidade Metodista de Piracicaba,<br />

e Roberto Varjabedian, assistente técnico de promotoria<br />

(MP/SP), biólogo, mestre em Ciências pelo<br />

Departamento de Ecologia Geral da USP, expuseram<br />

pela manhã, sobre “A Lei n° 12.305/10 e o Decreto<br />

Federal n° 7.404/10: Exposição Comentada”.<br />

Washington Novaes com Alexandra Facciolli e Éverton<br />

Luiz Zanella<br />

45


46<br />

À tarde, o jornalista Washington Novaes, colunis-<br />

ta de “O Esta<strong>do</strong> de S. Paulo” e “O Popular”, de Goiânia,<br />

supervisor geral <strong>do</strong> programa “Repórter Eco”<br />

da TV Cultura de São Paulo, tratou sobre os aspectos<br />

positivos e negativos <strong>do</strong> marco regulatório, segui<strong>do</strong><br />

por André Vilhena (“Perspectivas e Responsabilidade<br />

na Área de Reciclagem”), diretor executivo <strong>do</strong> CEM-<br />

PRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem;<br />

e por Carlos Silva Filho (“Perspectivas em relação à<br />

destinação <strong>do</strong>s resíduos”), diretor executivo da Associação<br />

Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e<br />

de Resíduos Especiais – ABRELPE.<br />

DECOMPOSIçãO DO LIxO<br />

Papel: 3 a 6 meses<br />

Jornal: 6 meses<br />

Palito de madeira: 6 meses<br />

Toco de cigarro: 20 meses<br />

Náilon: mais de 30 anos<br />

Chicletes: 5 anos<br />

Pedaços de pano: 6 meses a 1 ano<br />

Fralda descartável biodegradável: 1 ano<br />

Fralda descartável comum: 450 anos<br />

Lata e copos de plástico: 50 anos<br />

Lata de aço: 10 anos<br />

Tampas de garrafa: 150 anos<br />

Isopor: 8 anos<br />

Plástico: 100 anos<br />

Garrafa plástica: 400 anos<br />

Pneus: 600 anos<br />

Vidro: 4.000 anos<br />

A nova legislação também determina que as<br />

pessoas façam a separação <strong>do</strong>méstica nas cidades<br />

onde há coleta seletiva. Cata<strong>do</strong>res e a indústria de<br />

reciclagem receberão incentivos da União. Além<br />

disso, os municípios só receberão recursos <strong>do</strong> governo<br />

federal para projetos de limpeza pública e<br />

manejo de resíduos depois de aprovarem planos de<br />

gestão. O objetivo das novas regras é estabelecer a<br />

responsabilidade compartilhada entre a sociedade,<br />

empresas, governos estaduais, a União e prefeituras<br />

no manejo correto <strong>do</strong> lixo.<br />

TEMPO DE DECOMPOSIçãO DE<br />

RESíDUOS EM OCEANOS<br />

Papel Toalha: 2 a 4 semanas;<br />

Caixa de Papelão: 2 meses;<br />

Palito de Fósforo: 6 meses;<br />

Restos de Frutas: 1 ano;<br />

Jornal: 6 meses;<br />

Fralda Descartável: 450 anos;<br />

Fralda Descartável Biodegradável: 1 ano;<br />

Lata de Aço: 10 anos;<br />

Lata de Alumínio: não se corrói;<br />

Bituca de Cigarro: 2 anos;<br />

Copo Plástico: 50 anos;<br />

Garrafa Plástica: 400 anos;<br />

Camisinha: 300 anos;<br />

Pedaço de Madeira Pintada: 13 anos;<br />

Boia de Isopor: 80 anos;<br />

Linha de Náilon: 650 anos;<br />

Vidro: tempo indetermina<strong>do</strong>;<br />

Lixo radioativo: 250 anos ou mais<br />

Fonte: www.compam.com.br


livros<br />

20 ANOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: Estu<strong>do</strong>s em Homenagem<br />

ao professor José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno<br />

Organiza<strong>do</strong>r(a): Antonio Carlos Morato e Paulo de Tarso<br />

Neri Autor(a): Ada Pellegrini Grinover, Adriana Borghi<br />

Fernandes Monteiro, Alberto <strong>do</strong> Amaral Júnior, Belisário<br />

<strong>do</strong>s Santos Junior, Brunno Pan<strong>do</strong>ri Giancoli, Daniel<br />

Roberto Fink, Edgard Moreira da Silva, Eunice Aparecida<br />

de Jesus Prudente, Fabio Ulhoa Coelho, Fátima<br />

Nancy Andrighi, Gladston Mamede, Glauber Moreno Talavera,<br />

Hamilton Rangel Junior, João Batista de Almeida,<br />

José Fernan<strong>do</strong> Simão, José Ricar<strong>do</strong> de Bastos, Josué<br />

Rios, Liliana Minardi Paesani, Luiz Antonio Scavone Junior,<br />

Luiz Otávio de Oliveira Amaral, Maíra Feltrin Alves,<br />

Marco Antonio Zanellato, Mário Frota, Miguel Augusto<br />

Macha<strong>do</strong> de Oliveira, Nehemias Domingos de Melo, Paulo<br />

Hamilton Siqueira Jr., Priscila Senise Lisboa, Ricar<strong>do</strong><br />

Algarve Gregorio, Ricar<strong>do</strong> de Moraes Cabezón, Rizzato<br />

Nunes, Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer, Roberto<br />

Grassi Neto, Roberto Senise Lisboa, Ro<strong>do</strong>lfo de Camargo<br />

Mancuso, Silmara Juny de Abreu Chinellato, Sílvio<br />

Luís Ferreira da Rocha, Vidal Serrano Nunes, Vicent Lamanda, Vicent Vigneau, Vitor Morais<br />

de Andrade, Winston Neil Bezerra de Alencar e Zelmo Denari<br />

1 a edição (2010) Páginas: 688 páginas<br />

Esta obra foi organizada para comemorar os 20 anos de aprovação <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong><br />

Consumi<strong>do</strong>r (Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990) e homenagear o professor José Geral<strong>do</strong><br />

Brito Filomeno, que desempenhou importantíssimo papel como vice-presidente da comissão<br />

responsável pelo anteprojeto de lei. Por meio <strong>do</strong> reconhecimento ao trabalho <strong>do</strong> homenagea<strong>do</strong><br />

e da comissão que elaborou o anteprojeto <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r, não só os<br />

opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, mas toda a sociedade brasileira agradecem a consolidação da proteção<br />

ao consumi<strong>do</strong>r e, em última análise, da própria democracia ao proteger os mais fracos diante<br />

<strong>do</strong>s mais fortes, recordan<strong>do</strong> a célebre frase de Lacordaire no senti<strong>do</strong> de que “entre o fraco e<br />

o forte a liberdade escraviza e a lei liberta”. A organização desta obra coletiva teve o imediato<br />

retorno <strong>do</strong>s mais renoma<strong>do</strong>s juristas brasileiros, o que denota o respeito e – sobretu<strong>do</strong> – a<br />

afeição de que desfruta o prof. José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno.<br />

47


Evento no Núcleo Regional<br />

de Franca<br />

48<br />

notas<br />

MP e a Educação e Violência <strong>Escola</strong>r<br />

Promovi<strong>do</strong> pela <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, em conjunto com o Centro de Apoio Operacional das<br />

Promotorias de Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva – Área da Educação e com o Centro de Apoio Criminal –<br />

CAO Criminal, o evento “O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e a Educação” aconteceu das 9 horas ao meio-dia, no dia 18<br />

de março, na Sede Regional da Associação Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> (Rua Arthur Marangoni, n o 2411),<br />

em Franca. Luiz Antonio Miguel Ferreira, promotor de Justiça, coordena<strong>do</strong>r da Área da Educação – CAO<br />

Cível e de Tutela Coletiva, foi o expositor.<br />

Volta<strong>do</strong> especialmente aos promotores de Justiça que atuam nas áreas da infância e da juventude e criminal<br />

da região de Franca, o evento teve ainda exposição sobre “Violência <strong>Escola</strong>r”, feita por Gianpaolo<br />

Poggio Smanio, procura<strong>do</strong>r de Justiça, coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> CAO Criminal. Na coordenação local, o promotor de<br />

Justiça Carlos Henrique Gasparoto, Coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> 7 o Núcleo Regional da ESMP – Franca.<br />

Luiz Antonio Miguel Ferreira, coordena<strong>do</strong>r da Área de Educação <strong>do</strong> Centro de<br />

Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva <strong>do</strong> MP


Certificação Digital.<br />

Segura, ágil e 100% confiável.<br />

Imprensa Oficial, a Autoridade Certifica<strong>do</strong>ra Oficial <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />

Modernidade: empresa pioneira no uso da Tecnologia de Certificação Digital na administração pública.<br />

Solidez e credibilidade: mais de 100 anos atuan<strong>do</strong> com empreende<strong>do</strong>rismo, transparência e compromis-<br />

so social.<br />

Excelência em qualidade: Autoridade Certifica<strong>do</strong>ra com ISO 9001:2008 em Certificação Digital.<br />

Garantia: alto nível em Segurança da Informação.<br />

Conheça tu<strong>do</strong> o que a Certificação Digital da Imprensa Oficial pode oferecer para você.<br />

www.imprensaoficial.com.br<br />

IMAGENS ILUSTRATIVAS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!