manual do educador estudos complementares i - ProJovem Urbano
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M a n u a l d o E d u c a d o r<br />
Estu<strong>do</strong>s coMplEMEntarEs I
Presidência da República<br />
Secretaria-Geral<br />
Secretaria Nacional de Juventude<br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
M a n u a l d o E d u c a d o r<br />
Estu<strong>do</strong>s coMplEMEntarEs I<br />
Programa Nacional de<br />
Inclusão de Jovens<br />
Brasília, DF<br />
2008
Presidente da República<br />
Luiz Inácio Lula da Silva<br />
Vice-Presidente da República<br />
José Alencar Gomes da Silva<br />
Secretaria-Geral da Presidência da República<br />
Luiz Soares Dulci<br />
Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />
Patrus Ananias<br />
Ministério da Educação<br />
Fernan<strong>do</strong> Haddad<br />
Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego<br />
Carlos Lupi<br />
Secretaria-Geral da Presidência da República<br />
Ministro de Esta<strong>do</strong> Chefe Luiz Soares Dulci<br />
Secretaria-Executiva<br />
Secretário-Executivo Antonio Roberto Lambertucci<br />
Secretaria Nacional de Juventude<br />
Secretário Luiz Roberto de Souza Cury<br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> Programa Nacional<br />
de Inclusão de Jovens – <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
Coordena<strong>do</strong>ra Nacional Maria José Vieira Féres
Presidência da República<br />
Secretaria-Geral<br />
Secretaria Nacional de Juventude<br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
M a n u a l d o E d u c a d o r<br />
Estu<strong>do</strong>s coMplEMEntarEs I<br />
Programa Nacional de<br />
Inclusão de Jovens<br />
Brasília, DF<br />
2008
Copyright © 2008<br />
Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada a fonte<br />
e o sítio da Internet onde pode ser encontra<strong>do</strong> o original (www.projovemurbano.gov.br).<br />
Coleção <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
Elaboração e Organização<br />
Equipe Técnica<br />
Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> – Assessoria Pedagógica<br />
Cláudia Veloso Torres Guimarães<br />
Luana Pimenta de Andrada<br />
Leila Taeko Jin Brandão<br />
Jazon Macê<strong>do</strong><br />
Organização<br />
Cláudia Veloso Torres Guimarães<br />
Eleuza Maria Rodrigues Barboza<br />
Fabiana Carneiro Martins Coelho<br />
Maria Umbelina Caiafa Salga<strong>do</strong><br />
Luana Pimenta de Andrada<br />
Leila Taeko Jin Brandão<br />
Revisão<br />
Leandro Bertoletti Jardim<br />
Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica<br />
Erika Ayumi Yoda Nakasu<br />
M294<br />
Autores<br />
Língua Portuguesa Matemática<br />
Sandra Maria Andrade del-Gaudio Maria das Graças Gomes Barbosa<br />
Terezinha Maria Barroso Santos Wanda Maria de Castro Alves<br />
Manual <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r: Estu<strong>do</strong>s Complementares I / [organização: Cláudia Veloso Torres<br />
Guimarães... et al.; Revisão Leandro Bertoletti Jardim]. – Brasília: Programa Nacional de<br />
Inclusão de Jovens – <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>, 2008.<br />
304 p.: il. – (Coleção <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>)<br />
Conteú<strong>do</strong>: Língua Portuguesa / Sandra Maria Andrade del-Gaudio; Terezinha Maria<br />
Barroso Santos – Matemática / Maria das Graças Gomes Barbosa; Wanda Maria de Castro<br />
Alves.<br />
1. Educação - Brasil. 2. Ensino Fundamental 3. Qualificação Profissional 4. Participação<br />
Cidadã. 5. Informática. I. Título. II. Secretaria Nacional da Juventude. III. Programa Nacional<br />
de Inclusão de Jovens (<strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>).<br />
CDD – 370
APRESENTAÇÃO ....................................................................... 09<br />
LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................. 11<br />
OFICINA 1 – IDENTIDADE, FAMÍLIA E GERAÇÃO<br />
Encontro I – Eu sou um cidadão (Parte I) ........................................... 15<br />
Encontro II – Eu sou um cidadão (Parte II) ........................................ 21<br />
Encontro III – Eu pertenço a um grupo (Parte I) ............................... 27<br />
Encontro IV – Eu pertenço a um grupo (Parte II) .............................. 36<br />
OFICINA 2 – TRABALHO E ESCOLA<br />
Encontro I – Trabalho e realização pessoal ......................................... 45<br />
Encontro II – O trabalho infantil .......................................................... 53<br />
Encontro III – A escola ontem e hoje .................................................. 60<br />
Encontro IV – Formação profissional <strong>do</strong> Século XXI ........................... 70<br />
OFICINA 3 – CULTURA E LAZER<br />
Encontro I – Cultura, diversão e arte .................................................. 80<br />
Encontro II – O poder da televisão ...................................................... 88<br />
Encontro III – Esporte e lazer .............................................................. 98<br />
Encontro IV – O jovem e a música .................................................... 107<br />
OFICINA 4 – CRENÇAS<br />
Encontro I – O jovem e a espiritualidade .......................................... 115<br />
Encontro II – Uma igreja para cada tribo .......................................... 123<br />
Encontro III – Sincretismo religioso I ................................................ 132<br />
Encontro IV – Sincretismo religioso II ............................................... 140
OFICINA 5 – LEITURAS LITERÁRIAS<br />
Encontro I – Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte I) ...... 146<br />
Encontro II – Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte II) ... 152<br />
Encontro III – Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong><br />
(Parte I) ............................................................................................... 157<br />
Encontro IV – Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong><br />
(Parte II) ............................................................................. 162<br />
MATEMÁTICA ......................................................................... 169<br />
OFICINA 1. OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />
Bloco 1. Para que servem os números? .................................... 175<br />
Atividade 1 – Usan<strong>do</strong> os números para contar ...................... 177<br />
Atividade 2 – Usan<strong>do</strong> os números para estimar .................... 180<br />
Atividade 3 – Usan<strong>do</strong> os números para ordenar .................... 180<br />
Atividade 4 – Usan<strong>do</strong> os números para identificar ................. 182<br />
Bloco 2. Escreven<strong>do</strong> números ................................................. 185<br />
Atividade 1 – Leitura e escrita de números .......................... 185<br />
Atividade 2 – Números e Sistema de Numeração .................. 186<br />
Bloco 3. Ordenação de números e a reta numérica .................... 193<br />
Atividade 1 – Comparan<strong>do</strong> números naturais ....................... 193<br />
Atividade 2 – A reta numérica ............................................ 194<br />
Atividade 3 – Agora é com você! ........................................ 196<br />
Bloco 4. Exercitan<strong>do</strong> o que aprendeu ....................................... 198<br />
Atividade 1 – Sobre números ............................................. 198<br />
Atividade 2 – Sobre o Sistema de Numeração Decimal .......... 199<br />
Atividade 3 – Problemas aplican<strong>do</strong> conhecimentos<br />
<strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal ..................................... 201<br />
OFICINA 2. OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />
Bloco 1. Exploran<strong>do</strong> a adição e a subtração .............................. 203<br />
Atividade 1 – Reven<strong>do</strong> a adição ................................................203<br />
Atividade 2 – Aplican<strong>do</strong> as propriedades estruturais da adição .....207<br />
Atividade 3 – Reven<strong>do</strong> a subtração ...........................................208<br />
Atividade 4 – Relacionan<strong>do</strong> adição/subtração como<br />
operações inversas entre si ......................................................212
Bloco 2 – Exploran<strong>do</strong> a multiplicação e a divisão ....................... 214<br />
Atividade 1 – Reven<strong>do</strong> a multiplicação ................................ 214<br />
Atividade 2 – Aplican<strong>do</strong> as propriedades da multiplicação ...... 216<br />
Atividade 3 – Reven<strong>do</strong> a divisão ......................................... 219<br />
Atividade 4 – Relacionan<strong>do</strong> multiplicação/divisão<br />
como operações inversas .................................................. 222<br />
Atividade 5 – Resolven<strong>do</strong> problemas envolven<strong>do</strong> as<br />
quatro operações ............................................................. 222<br />
Atividade 6 – Usan<strong>do</strong> a calcula<strong>do</strong>ra ..................................... 225<br />
OFICINA 3. EXPLORANDO O ESPAÇO<br />
E AS FIGURAS GEOMÉTRICAS<br />
Bloco 1. Localizan<strong>do</strong>-se e movimentan<strong>do</strong>-se no espaço .............. 227<br />
Bloco 2. Estudan<strong>do</strong> os sóli<strong>do</strong>s geométricos ............................... 231<br />
Atividade 1 – Classifican<strong>do</strong> os sóli<strong>do</strong>s geométricos ................ 231<br />
Atividade 2 – Estudan<strong>do</strong> os poliedros .................................. 233<br />
Atividade 3 – Estudan<strong>do</strong> os corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s ....................... 238<br />
Atividade 4 – Os sóli<strong>do</strong>s e suas planificações ........................ 239<br />
Bloco 3. Estudan<strong>do</strong> as figuras planas ....................................... 242<br />
Bloco 4. A simetria das formas geométricas .............................. 247<br />
Atividade 1 – Descobrin<strong>do</strong> a simetria .................................. 247<br />
OFICINA 4. OS NÚMEROS RACIONAIS<br />
Bloco 1. A fração e seus significa<strong>do</strong>s ........................................ 253<br />
Atividade 1 – Identifican<strong>do</strong> o racional<br />
representa<strong>do</strong> por fração .................................................... 253<br />
Atividade 2 – Registran<strong>do</strong> o racional por meio de fração ........ 258<br />
Atividade 3 – Operações com frações .................................. 260<br />
Atividade 4 – Fração de números ....................................... 264<br />
Bloco 2. Os racionais sob a forma decimal ................................ 267<br />
Atividade 1 – Números com vírgula .................................... 267<br />
Atividade 2 – Comparan<strong>do</strong> decimais ................................... 269<br />
Atividade 3 – Aplican<strong>do</strong> os decimais.................................... 270<br />
Atividade 4 – Operações com decimais ................................ 272<br />
Atividade 5 – A escrita decimal <strong>do</strong> dinheiro .......................... 274<br />
Atividade 6 – Resolven<strong>do</strong> problemas com números racionais .. 276<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
7
OFICINA 5. OS NÚMEROS INTEIROS E SUAS APLICAÇÕES<br />
Bloco 1. Os novos números .................................................... 279<br />
Bloco 2. Comparan<strong>do</strong> e ordenan<strong>do</strong> os números inteiros .............. 284<br />
Bloco 3. Adição e subtração de números inteiros ....................... 291<br />
Atividade 1 – Soman<strong>do</strong> em situações concretas .................... 291<br />
Atividade 2 – Soman<strong>do</strong> na reta numérica ............................ 294<br />
Atividade 3 – Subtrain<strong>do</strong> em situações concretas .................. 296<br />
Atividade 4 – Subtrain<strong>do</strong> na reta numérica .......................... 298<br />
Atividade 5 – Resolven<strong>do</strong> expressões .................................. 299<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
8
Os estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong> de Língua Portuguesa e de Matemática são<br />
atividades direcionadas para a superação de dificuldades de aprendizagem<br />
evidenciadas pelos alunos nas avaliações formativas, ao longo <strong>do</strong> ciclo regular<br />
de estu<strong>do</strong>s.<br />
A concepção de currículo integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> implica o acompanhamento<br />
permanente das dificuldades de aprendizagem <strong>do</strong>s alunos, durante<br />
to<strong>do</strong> o processo formativo e a intervenção pedagógica no momento<br />
adequa<strong>do</strong> para obter resulta<strong>do</strong>s efetivos. Neste senti<strong>do</strong>, os estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong><br />
visam criar novas situações de aprendizagem, com o objetivo de<br />
oferecer possibilidades alternativas aos jovens para a construção das habilidades<br />
que não conseguiram desenvolver ao longo <strong>do</strong> ciclo regular de estu<strong>do</strong>s.<br />
Na perspectiva da integração curricular, os temas e conceitos trabalha<strong>do</strong>s<br />
nesse ciclo, em to<strong>do</strong>s os componentes curriculares, devem ser retoma<strong>do</strong>s e<br />
estrutura<strong>do</strong>s em oficinas de Língua Portuguesa e de Matemática.<br />
Serão encaminha<strong>do</strong>s aos estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong> os jovens que não obtiveram<br />
o mínimo de 50% <strong>do</strong> total de pontos distribuí<strong>do</strong>s no 1º e no 2º ciclos.<br />
POR qUE ESTUDOS COMPLEMENTARES EM FORMATO DE OFI-<br />
CINAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E DE MATEMÁTICA?<br />
A proposta curricular <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> prevê o trabalho com um conteú<strong>do</strong><br />
multidisciplinar limita<strong>do</strong>, porém cientificamente correto, socialmente<br />
pertinente e vincula<strong>do</strong> às experiências da juventude urbana. No tempo e<br />
no espaço <strong>do</strong> curso, os jovens aprendem a interagir criticamente com a informação,<br />
transforman<strong>do</strong>-a em conhecimentos e habilidades relaciona<strong>do</strong>s<br />
às diferentes dimensões <strong>do</strong> ser humano: lógica e cognitiva, prática e operativa,<br />
afetiva e social, identitária e cidadã. Isso implica o desenvolvimento<br />
de competências que permitam integrar conhecimentos prévios a contextos<br />
atuais e construir estratégias para concretização de projetos futuros.<br />
Nesse processo, por meio de interações com interlocutores diversos, o<br />
estudante, simultaneamente, constrói uma visão de mun<strong>do</strong> interdisciplinar<br />
e estabelece as bases para sua integração social como protagonista,<br />
sujeito de sua própria formação e formula<strong>do</strong>r de seus projetos de vida.<br />
Assim, o instrumento fundamental constituí<strong>do</strong> pela aquisição das diferentes<br />
linguagens – verbal, visual, lógica, entre outras – é elemento precioso<br />
desta construção.<br />
A estruturação das oficinas de estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong> em torno de<br />
Língua Portuguesa e de Matemática, sob a coordenação de educa<strong>do</strong>res,<br />
na função de professores orienta<strong>do</strong>res, apóia-se, pois, nas idéias de<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
9
Vygotsky sobre a ação pedagógica na zona de desenvolvimento proximal,<br />
como elemento fundamental para que o aprendiz conclua o processo visa<strong>do</strong><br />
e se torne independente em relação a ele.<br />
Está previsto na carga horária <strong>do</strong>s professores, tempo destina<strong>do</strong> ao<br />
atendimento às dificuldades específicas <strong>do</strong>s alunos, pois são contrata<strong>do</strong>s<br />
para 30 horas semanais. Conforme se pode observar no quadro 6.2.2.4 –<br />
Tempos comuns a to<strong>do</strong>s os educa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> – <strong>do</strong> Projeto<br />
Pedagógico Integra<strong>do</strong>, to<strong>do</strong> professor de Formação Básica terá 11 horas<br />
disponíveis para atendimento aos alunos. Dentro dessa carga horária, na<br />
fase inicial <strong>do</strong> 2º e 3º ciclos, deverá ser previsto o desenvolvimento das<br />
oficinas para os alunos que não alcançaram 50% da pontuação distribuída<br />
no ciclo, ou seja, 202 pontos. Essas oficinas serão oferecidas entre o segun<strong>do</strong><br />
e quarto mês <strong>do</strong> 2º e <strong>do</strong> 3º ciclos.<br />
COMO ESTÁ ORGANIZADO O MATERIAL?<br />
Para a realização <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong>, os professores receberão<br />
<strong>do</strong>is manuais. Esses manuais serão organiza<strong>do</strong>s na forma de oficinas distribuídas<br />
em <strong>do</strong>is volumes. Cada volume compreenderá cinco oficinas de Língua<br />
Portuguesa e cinco de Matemática, com a mesma duração, organizadas<br />
segun<strong>do</strong> conjuntos de habilidades a serem especialmente focalizadas. As<br />
oficinas <strong>do</strong> Volume I terão menor complexidade que as <strong>do</strong> Volume II.<br />
O que é uma oficina?<br />
Cada oficina é constituída por atividades previstas para serem realizadas em<br />
quatro encontros com os alunos. Cada encontro terá a duração de 2 horas.<br />
quan<strong>do</strong> serão realiza<strong>do</strong>s os encontros?<br />
Estão previstos perío<strong>do</strong>s no calendário <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> destina<strong>do</strong>s<br />
ao trabalho com os estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong>. Entre o segun<strong>do</strong> e o quarto<br />
mês <strong>do</strong> 2º e <strong>do</strong> 3º ciclos, os professores vão realizar os encontros com os<br />
alunos que apresentaram dificuldades durante o curso.<br />
Os alunos poderão participar de duas oficinas em cada ciclo, totalizan<strong>do</strong><br />
oito encontros. Caberá ao professor definir qual oficina será mais adequada<br />
para atender as necessidades de cada jovem.<br />
Como utilizar o material?<br />
Além deste Manual, as coordenações locais receberão um CD com as atividades<br />
a serem desenvolvidas pelos alunos, que deverão ser reproduzidas.<br />
A Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> deseja a to<strong>do</strong>s um bom<br />
trabalho.<br />
Maria José Vieira Féres<br />
Coordena<strong>do</strong>ra Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
10
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
12
OLÁ, PROFESSOR!<br />
Este caderno foi elabora<strong>do</strong> para ajudá-lo a orientar os estu<strong>do</strong>s<br />
que seus alunos vêm realizan<strong>do</strong> no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>. Nele, os<br />
alunos terão a oportunidade de refletir sobre a temática “Eu e meu<br />
grupo”. Nossa expectativa é a de que os textos e as atividades de<br />
linguagem selecionadas para comporem este primeiro caderno despertem<br />
o interesse pela leitura e auxiliem na construção de habilidades<br />
para o uso da nossa língua em diferentes situações de convívio<br />
na sociedade.<br />
Este caderno terá a seguinte organização:<br />
Antecipan<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> texto: parte em que você e seus<br />
alunos conversarão a respeito de idéias e informações para compreenderem<br />
os senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s textos.<br />
Len<strong>do</strong> o texto: nesta seção, os alunos terão a oportunidade de<br />
ler textos em diferentes gêneros, retira<strong>do</strong>s de variadas fontes.<br />
Construin<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>s para o texto: aproveitan<strong>do</strong> as informações<br />
já antecipadas e a leitura <strong>do</strong> texto, esta parte aprofundará a<br />
compreensão <strong>do</strong> texto.<br />
Refletin<strong>do</strong> sobre usos da língua: nesta seção, o aluno vai<br />
compreender melhor como usar a língua com adequação, consideran<strong>do</strong><br />
o contexto, as intenções, os interlocutores e o próprio gênero <strong>do</strong><br />
texto, conhecimentos fundamentais para falar, escrever, ouvir e ler.<br />
Produzin<strong>do</strong> textos: nesta seção, você orientará seus alunos a<br />
produzirem textos orais ou escritos, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s conhecimentos<br />
que foram construí<strong>do</strong>s durante o estu<strong>do</strong> em cada encontro.<br />
Mais uma vez, desejamos que seu trabalho seja bastante produtivo.<br />
Lembre-se sempre de que conhecer a língua e usá-la com segurança<br />
são formas de exercer a cidadania.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
13
MANUAL DO EDUCADOR – ORIENTAçõES GERAIS<br />
14
1<br />
IDENTIDADE, FAMÍLIA E GERAÇÃO<br />
Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />
por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para a<br />
reflexão sobre identidade, família e relações inter e intrageracionais. As<br />
respostas em laranja, que acompanham as questões, têm como objetivo,<br />
ao mesmo tempo, fornecer ao professor um auxílio para sua compreensão<br />
<strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito, o que não significa que o professor<br />
não possa aceitar outras respostas possíveis de seus alunos.<br />
ENCONTRO I<br />
Eu sou um cidadão (Parte I)<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Há várias formas de se registrar a presença das pessoas no mun<strong>do</strong>. A<br />
própria pessoa pode fazer esse registro, escreven<strong>do</strong> sua autobiografia.<br />
Uma pessoa pode ter sua vida contada por outra, por meio de uma biografia,<br />
publicada em livro. E como cidadãos de um país, temos o direito e<br />
a obrigação de registrar nosso nome em <strong>do</strong>cumentos.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você já teve a oportunidade de ler alguma autobiografia ou a biografia<br />
de alguém? De quem? Para que servem esses textos? Quem os lê?<br />
Onde são encontra<strong>do</strong>s?<br />
Pensan<strong>do</strong> agora em sua história de vida, que <strong>do</strong>cumentos já foram exigi<strong>do</strong>s<br />
de você? Para que servem <strong>do</strong>cumentos em nossa sociedade?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Os <strong>do</strong>is textos abaixo se referem ao autor José Lins <strong>do</strong><br />
Rego.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
15<br />
Texto I: Autobiografia<br />
“Tenho quarenta e seis anos, moreno, cabelos pretos, com meia dúzia<br />
de fios brancos, um metro e 74 centímetros, casa<strong>do</strong>, com três filhos<br />
e um genro, 86 quilos bem pesa<strong>do</strong>s, muita saúde e muito me<strong>do</strong> de<br />
morrer. Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos, e<br />
já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudades <strong>do</strong> sol, se faz calor<br />
tenho saudades da chuva. Sou homem de paixões violentas. Temo os<br />
poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim,<br />
literato da cabeça aos pés, amigo de meus amigos e capaz de tu<strong>do</strong> se<br />
me pisarem nos calos. Perco, então, a cabeça e fico ridículo. Não sou<br />
mau paga<strong>do</strong>r. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e não perco<br />
o sono por isso. Afinal de contas, sou um homem como os outros. E<br />
Deus queira que assim continue.”<br />
(REGO, José Lins. Falan<strong>do</strong> de si mesmo. Dez./1947).<br />
Texto II: Biografia<br />
José Lins <strong>do</strong> Rego Cavalcanti nasceu em Pilar (PB), em 3 de julho de<br />
1901, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1957. De família ligada à produção<br />
de cana-de-açúcar, criou-se no engenho <strong>do</strong> avô, fato que influenciou<br />
sua obra. Formou-se em Direito, no Recife, e foi promotor em Minas<br />
Gerais. Exerceu, como funcionário <strong>do</strong> Ministério da Fazenda, o cargo de<br />
fiscal de bancos, em Maceió, onde conviveu com os escritores Graciliano<br />
Ramos, Raquel de Queiroz e Jorge Lima. Em 1935, fixou residência no<br />
Rio de Janeiro e, em 1956, foi eleito membro da Academia Brasileira de<br />
Letras. Foi também um <strong>do</strong>s diretores <strong>do</strong> Clube de Regatas <strong>do</strong> Flamengo,<br />
pois tinha grande paixão pelo futebol. OBRAS: Menino de Engenho<br />
(1932); Doidinho (1933); Bangüê (1934); Riacho Doce (1939); Fogo<br />
morto (1943); Eurídice (1947) e Cangaceiros (1953), entre outras.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
1. A respeito <strong>do</strong>s Textos I e II, responda:<br />
a) O Texto I é uma autobiografia. Quem é o autor <strong>do</strong> Texto I?<br />
O escritor José Lins <strong>do</strong> Rego.<br />
b) Nesse texto, o autor usa a linguagem para: relatar fatos ocorri<strong>do</strong>s em<br />
sua própria vida.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
16
c) O Texto II é uma biografia. Quem é o autor <strong>do</strong> Texto II?<br />
Um autor que se interessa por escrever sobre a vida de alguém famoso.<br />
d) Nesse texto, o autor usa a linguagem para: relatar fatos importantes<br />
que ocorreram na vida <strong>do</strong> autor José Lins Rego.<br />
e) As informações dadas por esses textos são reais ou imaginárias?<br />
São informações reais.<br />
2. Complete o quadro com informações sobre José Lins <strong>do</strong> Rego:<br />
Nome José Lins <strong>do</strong> Rego Cavalcanti<br />
Data de nascimento 3 de julho de 1901<br />
Data de falecimento 1957<br />
Naturalidade carioca – Rio de Janeiro<br />
Nacionalidade brasileira<br />
Altura 1m e 74 centímetros<br />
Peso 86 quilos<br />
Cor branca<br />
Profissão advoga<strong>do</strong><br />
Religião católica<br />
Lazer futebol<br />
3. Leia:<br />
“Não sou mau paga<strong>do</strong>r. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e<br />
não perco o sono por isso”.<br />
Uma outra forma de dizer o mesmo que o autor disse é o dita<strong>do</strong>:<br />
( x ) Devo, não nego; pago, quan<strong>do</strong> puder.<br />
( ) Quem dá o que tem a pedir vem.<br />
( ) Quem deve a Deus paga ao diabo.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação, tratan<strong>do</strong><br />
de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
17
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em gêneros<br />
textuais. Professor, o objetivo desta seção não é o de priorizar o <strong>do</strong>mínio<br />
da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade de<br />
o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Ao escrever uma autobiografia, o autor usa a 1ª ou a 3ª pessoa <strong>do</strong><br />
verbo? E ao escrever uma biografia? Por quê?<br />
Na autobiografia é usada a 1ª pessoa <strong>do</strong> verbo, pois a própria pessoa<br />
escreve sobre si mesma. Na biografia, é usada a 3ª pessoa <strong>do</strong> verbo, porque<br />
quem escreve o texto é uma outra pessoa que relata os fatos ocorri<strong>do</strong>s<br />
com alguém.<br />
2. Qual o tempo verbal preferi<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se escreve uma autobiografia?<br />
E quan<strong>do</strong> se escreve uma biografia?<br />
O tempo verbal preferi<strong>do</strong> para se escrever uma autobiografia é o Presente<br />
(<strong>do</strong> Indicativo). O tempo verbal preferi<strong>do</strong> para se escrever uma biografia<br />
é o Pretérito Perfeito (ou o passa<strong>do</strong>).<br />
3. Partin<strong>do</strong> de suas respostas na questão anterior, vamos montar uma pequena<br />
definição:<br />
Autobiografia é um gênero de texto escrito, que relata fatos ocorri<strong>do</strong>s<br />
na vida <strong>do</strong> próprio autor <strong>do</strong> texto. Para escrevê-la, usamos sempre a<br />
1ª pessoa <strong>do</strong> verbo, e, na maioria das vezes, usamos o tempo verbal<br />
Presente <strong>do</strong> Indicativo.<br />
Biografia é um gênero de texto escrito, que relata fatos ocorri<strong>do</strong>s na<br />
vida de alguém. Para escrevê-la, usamos sempre a 3ª pessoa <strong>do</strong> verbo,<br />
e, na maioria das vezes, usamos o tempo verbal Pretérito Perfeito.<br />
4. Complete o quadro, escreven<strong>do</strong> mais quatro exemplos de verbos usa<strong>do</strong>s<br />
nos Textos I e II<br />
Textos Presente <strong>do</strong> Indicativo Pretérito Perfeito<br />
Autobiografia 1. tenho, 2. gosto,<br />
3. fumo, 4. durmo,<br />
5. perco ou outros...<br />
Biografia 1. nasceu, 2. faleceu,<br />
3. criou, 4. formou,<br />
5. foi ou outros...<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
18
5. Observe a grafia das palavras abaixo:<br />
saúde<br />
a) As letras em destaque têm o mesmo som?<br />
Não.<br />
b) Qual a posição da letra S, nas palavras saúde e sol?<br />
A letra S ocupa o início de palavra.<br />
c) Qual a posição da letra S, nas palavras casa<strong>do</strong> e residência?<br />
A letra S está entre duas vogais e no meio de palavra.<br />
6. Recorte de revistas ou jornais palavras escritas com a letra S e agrupeas<br />
da seguinte forma:<br />
Essa atividade costuma despertar interesse nos alunos. O professor deverá<br />
estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário, caso os alunos<br />
não possam fazê-lo.<br />
Letra S no início de<br />
palavra (som de S)<br />
7. Observe a grafia das palavras abaixo:<br />
Recife<br />
sol<br />
Nas palavras saúde e sol, a letra S tem o som de S.<br />
Nas palavras casa<strong>do</strong> e residência, a letra S tem o som de Z.<br />
Concluin<strong>do</strong>: A letra S pode ter o som de S ou de Z. No início de palavra,<br />
a letra S tem o som de S. No meio de palavra e entre vogais, a<br />
letra S tem o som de Z.<br />
faleceu<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
19<br />
casa<strong>do</strong><br />
residência<br />
Letra S entre vogais (som de Z)<br />
casa<strong>do</strong> cor<br />
acusa<strong>do</strong>
a) As letras em destaque têm o mesmo som?<br />
Não.<br />
Nas palavras Recife e faleceu, a letra C tem o som de S.<br />
Nas palavras casa<strong>do</strong>, cor e acusa<strong>do</strong>, a letra C tem o som de K.<br />
b) Qual a posição da letra C nas palavras Recife e faleceu?<br />
A letra C vem seguida da vogal “i” e da vogal “e”.<br />
c) Qual a posição da letra C nas palavras casa<strong>do</strong>, acusa<strong>do</strong> e cor?<br />
A letra C vem seguida da vogal “a”, “u” e “o”.<br />
Concluin<strong>do</strong>: A letra C pode ter o som de S ou de K. Quan<strong>do</strong> a letra C<br />
for seguida da vogal “e” ou “i”, seu som será de S. Quan<strong>do</strong> a letra C for<br />
seguida da vogal “a”, “o” ou “u”, seu som será de K.<br />
8. Recorte de revistas ou jornais palavras escritas com a letra C e agrupeas<br />
da seguinte forma:<br />
Essa atividade costuma despertar interesse nos alunos. O professor deverá<br />
estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário, caso os alunos<br />
não possam fazê-lo.<br />
Letra C seguida da vogal<br />
e e i (som de S )<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
20<br />
Letra C seguida da vogal<br />
a, o e u (som de K)<br />
OBSERVAÇÃO: a reflexão sobre o tema identidade, família e geração<br />
continua no Encontro II, por esse motivo, não será proposta, no Encontro<br />
I, a atividade de produção de texto.
ENCONTRO II<br />
Eu sou um cidadão (Parte II)<br />
Neste encontro, os alunos continuarão a refletir sobre identidade, família<br />
e geração.<br />
O texto a seguir é página de uma lista telefônica, onde há uma orientação<br />
sobre como tirar <strong>do</strong>cumentos importantes. Leia-o com atenção.<br />
Texto III<br />
SAIBA COMO TIRAR SEUS DOCUMENTOS<br />
Carteira ou Registro de Identidade (RG)<br />
É o <strong>do</strong>cumento que identificará o cidadão por toda a vida, com foto, número, registros<br />
de filiação. Para tirar o RG, é necessário apresentar:<br />
1ª VIA – Menor: Certidão de Nascimento (original + 1 cópia simples); 2 fotos 3x4<br />
recentes (fun<strong>do</strong> branco e sem data); Formulário forneci<strong>do</strong> e preenchi<strong>do</strong> pelo órgão<br />
competente em sua cidade. Maior: Certidão de Nascimento ou Casamento (original +<br />
1 cópia simples); 2 fotos 3x4 recentes (fun<strong>do</strong> branco e sem data); Formulário forneci<strong>do</strong><br />
e preenchi<strong>do</strong> pelo órgão competente em sua cidade.<br />
2ª VIA – Certidão de Nascimento ou Casamento (original + 1 cópia simples); 2 fotos<br />
3x4 recentes (fun<strong>do</strong> branco e sem data); Formulário forneci<strong>do</strong> e preenchi<strong>do</strong> pelo órgão<br />
competente em sua cidade; número <strong>do</strong> RG anterior, se possuir.<br />
Título de Eleitor<br />
É o <strong>do</strong>cumento que assegura o direito de escolher seus representantes nas câmaras<br />
municipais, estaduais e federais. Para tirar o Título, é necessário apresentar:<br />
RG (original); Comprovante de residência (conta de água, luz, etc.). Local de Atendimento:<br />
Zona Eleitoral mais próxima de sua residência.<br />
O Título de Eleitor é obrigatório para quem completar 18 anos de idade e opcional<br />
para cidadãos entre 16 e 17 anos e acima <strong>do</strong>s 70 anos.<br />
Cartão de Identificação <strong>do</strong> Contribuinte (CPF)<br />
É o <strong>do</strong>cumento que identifica a pessoa como contribuinte perante a Secretaria da<br />
Receita Federal (SRF). Para tirar o CPF, é necessário apresentar:<br />
Para maior de 16 anos e brasileiro: RG (original); Título de Eleitor. Atendimento<br />
em qualquer agência <strong>do</strong>s Correios.<br />
Para menores de 15 anos ou estrangeiros: RG (original); Carteira de Trabalho.<br />
Atendimento nas Agências da Receita Federal.<br />
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)<br />
É o <strong>do</strong>cumento que vai registrar a vida profissional <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, comprovar o<br />
tempo de serviço e embasar os cálculos para fins de aposenta<strong>do</strong>ria. Para tirar a CTPS,<br />
é necessário apresentar:<br />
1ª VIA – Menor: RG ou Certidão de Nascimento ou Casamento (original); 1 foto 3x4<br />
colorida, recente (sem data e com fun<strong>do</strong> branco).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
21
2ª VIA – RG (original); 1 foto 3x4 colorida, recente (sem data e com fun<strong>do</strong> branco);<br />
CTPS original ou qualquer <strong>do</strong>cumento em que conste o número da mesma. Local de<br />
Atendimento: Administração Regional mais próxima de sua residência.<br />
Certidão de Nascimento<br />
É o primeiro registro <strong>do</strong> cidadão, que comprova legalmente que ele existe. Pode ser<br />
obti<strong>do</strong> nos postos de atendimento ao cidadão (gratuitamente) ou em cartórios de registro<br />
civil. Para tirar a Certidão de Nascimento, é necessário apresentar:<br />
Certidão de Casamento (quan<strong>do</strong> for o caso); RG (original); Documento emiti<strong>do</strong> pela<br />
maternidade.<br />
Obs.: Encaminhar (até 15 dias após o nascimento) ao cartório mais próximo à jurisdição<br />
<strong>do</strong> bairro onde se localiza a maternidade. Se ultrapassar 15 dias da data <strong>do</strong> nascimento,<br />
registrar no cartório pertencente à jurisdição <strong>do</strong> bairro onde o pai e/ou a mãe residem.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Por que motivo informações como essas aparecem publicadas em uma<br />
lista telefônica?<br />
Para que as pessoas interessadas possam ter informações mais rápidas,<br />
já que a lista telefônica é um material acessível a to<strong>do</strong>s, que pode ser consulta<strong>do</strong><br />
com relativa facilidade.<br />
2. Apresentar retrato é necessário para o cidadão tirar quais <strong>do</strong>cumentos?<br />
Carteira de Identidade (RG) e Carteira de Trabalho e Previdência Social<br />
(CTPS).<br />
3. Por que retratos para <strong>do</strong>cumentos devem ser tira<strong>do</strong>s com fun<strong>do</strong> branco?<br />
Para que a foto seja mais visível e a pessoa possa ser identificada com<br />
mais facilidade.<br />
4. O cidadão precisa apresentar conta de água, luz ou telefone para tirar<br />
seu Título de Eleitor. Por quê?<br />
Para comprovar que reside no local em que vota.<br />
5. Qual o principal <strong>do</strong>cumento que você precisa apresentar ao ser admiti<strong>do</strong><br />
em um emprego?<br />
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
22
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Em nosso dia-a-dia, alguns <strong>do</strong>cumentos são identifica<strong>do</strong>s por uma<br />
SIGLA. Escreva abaixo o nome <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento correspondente à sigla.<br />
a) RG: Carteira de Identidade<br />
b) CPF: Cartão de Identificação <strong>do</strong> Contribuinte<br />
c) CTPS: Carteira de Trabalho e Previdência Social<br />
d) CNH: Carteira Nacional de Habilitação<br />
Uma sigla é um tipo de abreviatura, formada pelas letras ou sílabas<br />
iniciais das palavras que formam o nome. Normalmente, as siglas são<br />
escritas com letras maiúsculas.<br />
2. Em <strong>do</strong>cumentos, a identificação <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> (UF) onde as pessoas<br />
nasceram pode ser feita por meio de SIGLAS. Complete as frases<br />
abaixo, usan<strong>do</strong> as siglas corretas:<br />
a) Samuel Rosa, vocalista <strong>do</strong> Skank, é mineiro, ele nasceu em MG.<br />
b) Se você é paulista, você nasceu em SP.<br />
c) A cantora Ivete Sangalo é baiana, ela nasceu na BA.<br />
d) O Presidente Lula é pernambucano; ele nasceu em PE.<br />
e) José Lins <strong>do</strong> Rego era paraibano; ele nasceu em PB.<br />
f) Se você é capixaba, você nasceu no ES.<br />
3. Observe como substantivos termina<strong>do</strong>s em - ão fazem o plural em nossa<br />
língua:<br />
certidão – certidões órgão – órgãos capitão – capitães<br />
Anote, no quadro abaixo, o resulta<strong>do</strong> de sua observação:<br />
Em Português, substantivos termina<strong>do</strong>s em - ão fazem o plural em<br />
-ões, -ãos e -ães.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
23
4. Procure em jornais ou revistas mais cinco substantivos termina<strong>do</strong>s<br />
em –ão. Recorte-os e cole os exemplos em seu caderno, escreven<strong>do</strong> ao<br />
la<strong>do</strong> o plural de cada um deles.<br />
Essa atividade costuma despertar bastante interesse nos alunos. O professor<br />
deverá estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário,<br />
caso os alunos não possam fazê-lo.<br />
5. Leia e compare:<br />
(1) Se você tiver 16 anos, poderá tirar seu CPF.<br />
(2) Se você tivesse 16 anos, poderia tirar seu CPF.<br />
a) As duas frases acima apresentam uma hipótese, uma possibilidade,<br />
mas não são iguais no senti<strong>do</strong>. Identifique pelo número o senti<strong>do</strong> de cada<br />
uma:<br />
( 2 ) A pessoa, definitivamente, não tem 16 anos.<br />
( 1 ) A pessoa pode ter 16 anos ou não 16 anos.<br />
6. Existe uma combinação no uso <strong>do</strong>s tempos verbais nas duas frases<br />
acima:<br />
Se tiver... poderá... / Se tivesse... poderia...<br />
Complete as frases abaixo, seguin<strong>do</strong> o mesmo princípio:<br />
a) Se o pai não registrar o filho dentro de 15 dias, deverá se dirigir ao<br />
cartório mais próximo <strong>do</strong> bairro onde mora. (registrar)<br />
b) Se você fosse um pouco mais velho, poderia trabalhar naquela<br />
empresa. (ser)<br />
c) Se o cidadão for à zona eleitoral mais próxima de sua residência, poderá<br />
tirar seu título de eleitor. (poder tirar)<br />
d) Se eu não tivesse perdi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os meus <strong>do</strong>cumentos naquela viagem,<br />
estaria mais tranqüilo agora. (estar)<br />
7. Complete as frases abaixo:<br />
Resposta pessoal <strong>do</strong>s alunos, que deverão estar atentos ao princípio<br />
estuda<strong>do</strong> em 5 e 6.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
24
a) O emprego será seu, se __________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
b) O índice de desemprego seria menor, se _____________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
c) Se com 16 anos de idade to<strong>do</strong>s os jovens votassem, ____________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
8. Uma outra forma de expressar a idéia de hipótese e possibilidade é introduzir<br />
a frase com a expressão “Caso”.<br />
(1) Caso você tenha 16 anos, poderá tirar seu CPF.<br />
(2) Caso você tivesse 16 anos, poderia tirar seu CPF.<br />
a) As duas frases acima não são iguais no senti<strong>do</strong>. Identifique pelo número<br />
o senti<strong>do</strong> de cada uma:<br />
( 1 ) A pessoa pode ter 16 anos ou não.<br />
( 2 ) A pessoa, definitivamente, não tem 16 anos.<br />
9. Volte ao Exercício 7 e reescreva as frases que você completou, usan<strong>do</strong><br />
a expressão de possibilidade: caso... Fique atento: você deverá fazer algumas<br />
modificações nas frases originais.<br />
Resposta pessoal.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
A atividade tem o objetivo de recordar pontos que foram estuda<strong>do</strong>s neste<br />
encontro, como o uso de siglas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
25
A revista Época, de outubro de 2008, fez uma promoção para seus assinantes:<br />
“O carro da sua época”. Para participar da promoção, o leitor<br />
deveria preencher o cupom abaixo. Preencha o cupom com seus da<strong>do</strong>s<br />
pessoais e aprenda como participar de uma promoção desse tipo:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
26
ENCONTRO III<br />
Eu pertenço a um grupo (Parte I)<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a conversa com os alunos:<br />
Quan<strong>do</strong> alguém escreve sua autobiografia, é possível que relate fatos<br />
sobre família. Em nossa sociedade, as famílias se organizam de diferentes<br />
formas. Podem variar quanto ao grau de parentesco e ao número de<br />
pessoas. Nem sempre to<strong>do</strong>s os membros da família têm o mesmo interesse:<br />
podem ter religiões e profissões variadas, podem morar juntos<br />
ou separa<strong>do</strong>s. A família pode, ou não, servir de apoio e estímulo para<br />
nossas conquistas.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos:<br />
Proponha que a classe se divida em grupos para discutir a questão. Solicite<br />
que o grupo escolha um colega para apresentar para a sala o resumo<br />
das idéias discutidas. O professor deve interferir na apresentação, quan<strong>do</strong><br />
for necessária uma explicitação das idéias.<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
Na tirinha abaixo, Chiquinha, personagem de Miguel Paiva, apresenta<br />
algumas pessoas de sua família.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
27<br />
Globinho, 04/10/2008.
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
O texto que você leu é uma tirinha.<br />
Para entendermos as informações desse texto, devemos ler a parte verbal<br />
e a parte não-verbal.<br />
Tirinha é um gênero de texto que apresenta mais imagem (linguagem<br />
não-verbal) e menos material escrito (linguagem verbal). Tirinhas são<br />
encontradas em jornais e revistas e têm a função de divertir o leitor.<br />
1. Consideran<strong>do</strong> as imagens <strong>do</strong> primo Julinho e <strong>do</strong> primo João Luis, escreva<br />
como você imagina o jeito de ser de cada um deles.<br />
Julinho parece ser um menino tími<strong>do</strong>, que gosta de estudar, de se vestir<br />
com roupas mais sérias.<br />
João Luis, ao contrário, parece ser um menino mais despoja<strong>do</strong>, mais<br />
moderno, que se veste como um skatista.<br />
Outras respostas são possíveis, mas o professor deve ficar atento para<br />
que sejam sempre confirmadas por pistas fornecidas pelas imagens.<br />
2. Certamente a família de Chiquinha é formada por outros membros que<br />
não são apresenta<strong>do</strong>s na tirinha. Pensan<strong>do</strong> em sua própria família, que<br />
outros membros poderiam também ter si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s para o leitor?<br />
Resposta pessoal.<br />
3. Como Chiquinha se sente em relação ao grupo mais jovem de sua<br />
família?<br />
Chiquinha tem simpatia por eles e os acha diverti<strong>do</strong>s e legais.<br />
4. Como aparece a fala de Chiquinha na tirinha?<br />
A fala vem dentro de um “balão”.<br />
5. Chiquinha é jovem e faz uso de gírias para nos apresentar seus primos.<br />
Gíria é um tipo de linguagem usada por um grupo social pequeno,<br />
que passa a ser utilizada também por outros grupos, devi<strong>do</strong> ao seu<br />
grande poder de comunicação.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
28
O que a menina quer dizer com:<br />
a) “Gracinha se acha.”<br />
Gracinha é convencida, metida.<br />
b) “João Luis é maneiro.”<br />
João Luis é legal, gente boa.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia:<br />
João Luis é GRAFITEIRO, ROQUEIRO, ENCRENQUEIRO, mas MANEIRO.<br />
Nem sempre escrevemos exatamente como falamos. Pessoas de regiões<br />
e grupos sociais diferentes podem pronunciar de forma diferente<br />
uma mesma palavra. Assim, é possível que as palavras destacadas acima<br />
possam ser pronunciadas como “grafitero”, “roquero”, “encrenquero”,<br />
“manero”. MAS NÃO SE ESQUEÇA: ESSAS PALAVRAS TERMINAM COM<br />
O SUFIXO -EIRO E A FORMA ESCRITA DESSE SUFIXO NÃO PODE SER<br />
MODIFICADA.<br />
2. Pense rápi<strong>do</strong> e responda:<br />
grafite + eiro = grafiteiro<br />
sufixo<br />
Cômo<strong>do</strong> da casa onde tomamos banho: banheiro.<br />
Local onde se criam galinhas: galinheiro.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
29
Profissional que trabalha em portaria: porteiro.<br />
Árvore que dá laranja: laranjeira.<br />
Local onde vivem formigas: formigueiro.<br />
Névoa muito densa: nevoeiro.<br />
Objeto onde se depositam cinzas de cigarro: cinzeiro.<br />
3. Monte mais três desses desafios e apresente-os para seu colega escrever<br />
a resposta.<br />
O professor deve estar atento para a correção ortográfica das palavras<br />
em que ocorre o sufixo –eiro.<br />
Texto II<br />
O texto a seguir é a resenha <strong>do</strong> filme 2 Filhos de Francisco, que narra<br />
a história de vida da família Camargo, no interior de Goiás, até o sucesso<br />
da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano.<br />
Resenha de filme é um gênero de texto que apresenta para o leitor<br />
o resumo de um filme e faz um comentário sobre ele. Normalmente, as<br />
resenhas são publicadas em seções especializadas de revistas, jornais<br />
ou na internet.<br />
Drama<br />
2 Filhos de Francisco<br />
Filme conta a trajetória da dupla<br />
Zezé Di Camargo e Luciano, desde<br />
a infância no interior de Goiás, até<br />
o sucesso nas principais rádios e canais<br />
de tv <strong>do</strong> país.<br />
Um sítio empresta<strong>do</strong> em Pirenópolis,<br />
interior de Goiás, uma grande<br />
família e um sonho. Era tu<strong>do</strong> o<br />
que Francisco Camargo (Ângelo<br />
Antônio) tinha na vida. O suficiente<br />
para atingir seu objetivo: transformar<br />
<strong>do</strong>is de seus nove filhos em<br />
uma dupla sertaneja de sucesso,<br />
pois a realidade humilde no interior<br />
não impedia o pai de fazer planos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
30
Francisco, então, trocou animais e colheita por instrumentos musicais e<br />
apostou no talento de seus <strong>do</strong>is filhos – Mirosmar e Emival.<br />
Tanta dedicação e vontade renderam ao lavra<strong>do</strong>r a fama de louco e<br />
sonha<strong>do</strong>r. Após ser expulso <strong>do</strong> sítio por seu sogro (Lima Duarte), Francisco<br />
levou a mulher Helena (Dira Paes) e a família para Goiânia, onde<br />
os garotos passaram a se apresentar com mais freqüência. Mesmo com<br />
dificuldades de adaptação, a dupla percorreu várias regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
de Goiás, mostran<strong>do</strong> sua música. Mas um grave acidente de carro tirou<br />
a vida de Emival e interrompeu a carreira musical <strong>do</strong>s meninos.<br />
Depois de superar a perda <strong>do</strong> irmão, Mirosmar tentou seguir carreira<br />
solo em São Paulo, mas sem sucesso. Quan<strong>do</strong> Francisco viu o interesse<br />
de seu outro filho, Welson, pela música, ele voltou a acreditar em seu<br />
sonho. A recém-formada dupla a<strong>do</strong>tou o nome artístico de Zezé Di Camargo<br />
e Luciano. Os cantores, filhos de Francisco, estouraram com a<br />
música É o Amor e realizaram o grande sonho, com a ajuda <strong>do</strong> pai.<br />
A história de sucesso da dupla sertaneja marca a estréia de Breno<br />
Silveira na direção de longas-metragens. Para tornar a história mais<br />
real, o cineasta escolheu atores com características semelhantes aos<br />
personagens <strong>do</strong> filme. A trilha sonora <strong>do</strong> filme é assinada por Zezé Di<br />
Camargo e Caetano Veloso. O destaque da escolha musical fica por conta<br />
<strong>do</strong> grande sucesso da dupla, na voz de Maria Bethânia.<br />
O foco da cinebiografia 2 Filhos de Francisco – A História de Zezé Di<br />
Camargo e Luciano não está nos cantores, e sim na família. Mais precisamente<br />
na figura de Francisco, que, fascina<strong>do</strong> pela música sertaneja,<br />
acreditava poder fazer com que a vida de seus filhos e de sua família<br />
mudasse. O filme é mais <strong>do</strong> que um musical: é um retrato <strong>do</strong> povo<br />
brasileiro. Francisco é caipira, brasileiro de raiz e, como muitos outros,<br />
tinha um sonho, que graças a sua persistência se transformou em realidade.<br />
A história de vida de Francisco é um excelente exemplo, que pode<br />
ensinar as pessoas a não desistirem de sonhar.<br />
(Adapta<strong>do</strong> de http://www.guiadasemana.com.br/film.asp?ID=11&cd_film=898<br />
– Acesso em 28/10/08).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Sobre o texto, responda:<br />
a) O texto pode ser dividi<strong>do</strong> em três partes. Escreva os parágrafos que<br />
se referem a cada uma das partes:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
31
1ª. parte: O autor da resenha relata a história da família Camargo.<br />
Começa no parágrafo 1º e termina no parágrafo 3º.<br />
2ª. parte: O autor expõe informações técnicas sobre o filme: parágrafo<br />
4º.<br />
3ª. parte: O autor da resenha faz um comentário pessoal sobre o<br />
filme: parágrafo 5º.<br />
b) Qual era o grande sonho de Francisco Camargo?<br />
Transformar seus <strong>do</strong>is filhos em cantores sertanejos de sucesso.<br />
c) O que impediu Emival de continuar cantan<strong>do</strong>?<br />
O menino morreu em um acidente de carro.<br />
d) Escreva três obstáculos enfrenta<strong>do</strong>s pela família até acontecer o sucesso<br />
da dupla:<br />
A família foi expulsa <strong>do</strong> sítio onde morava.<br />
Um acidente de carro matou Emival.<br />
A carreira solo de Mirosmar não teve sucesso.<br />
e) Francisco, por muito tempo, teve fama de louco e sonha<strong>do</strong>r. Por<br />
quê?<br />
O sonho de Francisco era ver seus filhos muito famosos. Para isso, ele<br />
não media esforços, chegan<strong>do</strong> até a trocar seus animais e a colheita por<br />
instrumentos musicais para investir na carreira <strong>do</strong>s filhos.<br />
f) Nos 1º. e 2º. parágrafos, há nomes próprios entre parênteses. Quem<br />
são essas pessoas?<br />
Os nomes entre parênteses apresentam os atores que atuaram no filme,<br />
representan<strong>do</strong> os personagens da vida real.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisi-<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
32
ção da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Na primeira parte <strong>do</strong> texto, o autor relata a vida da família de Zezé di<br />
Camargo e Luciano. A maior parte <strong>do</strong>s verbos emprega<strong>do</strong>s nos três primeiros<br />
parágrafos <strong>do</strong> texto está no tempo verbal Pretérito. Nesta atividade,<br />
você vai recordar <strong>do</strong>is tipos de Pretérito: Pretérito Perfeito e Pretérito<br />
Imperfeito, usa<strong>do</strong>s na Língua Portuguesa.<br />
Pretérito Perfeito é usa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> queremos narrar fatos que,<br />
quan<strong>do</strong> ocorreram no passa<strong>do</strong>, não tiveram duração.<br />
Pretérito Imperfeito é usa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> queremos narrar fatos que,<br />
quan<strong>do</strong> ocorreram no passa<strong>do</strong>, tiveram uma certa duração.<br />
Leia as frases e observe os verbos em negrito:<br />
a)<br />
Francisco comprou instrumentos musicais para seus filhos.<br />
O menino Emival morreu em um acidente de carro<br />
Tempo verbal: Pretérito Perfeito<br />
b)<br />
O sítio da família ficava em Pirenópolis.<br />
Francisco e Helena Camargo criavam a família com muita dificuldade<br />
Tempo verbal: Pretérito Imperfeito<br />
2. Volte à primeira parte <strong>do</strong> texto (<strong>do</strong> parágrafo 1º. ao 3º.) e preencha<br />
o quadro abaixo com verbos usa<strong>do</strong>s no Pretérito, de acor<strong>do</strong> com o<br />
exemplo:<br />
Para preencher o quadro não há necessidade de se copiarem to<strong>do</strong>s os<br />
verbos <strong>do</strong> texto. Sugerimos 3 exemplos de cada.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
33
VERBO Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito<br />
comprou X<br />
criavam X<br />
era x<br />
tinha x<br />
impedia x<br />
trocou x<br />
apostou x<br />
renderam x<br />
3. O autor da resenha <strong>do</strong> filme relata:<br />
Francisco levou a mulher Helena e a família para Goiânia.<br />
Veja como ficaria a mesma informação, na voz <strong>do</strong> próprio Francisco:<br />
Eu levei minha mulher Helena e minha família para Goiânia.<br />
a) Como ficaria a mesma informação, na voz de<br />
Zezé e Luciano?<br />
Meu pai levou minha mãe e nossa família para Goiânia.<br />
Helena Camargo?<br />
Meu mari<strong>do</strong> me levou e toda nossa família para Goiânia.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Essa proposta de produção deve ser precedida de uma conversa sobre<br />
filmes a que os alunos tenham assisti<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s quais tenham gosta<strong>do</strong>.<br />
Procure se lembrar de um filme interessante a que você tenha assisti<strong>do</strong>.<br />
Em seguida, complete abaixo a ficha com informações e dê sua opinião<br />
sobre o filme.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
34
FICHA TÉCNICA RESUMIDA<br />
Nome <strong>do</strong> filme:<br />
Gênero <strong>do</strong> filme:<br />
( ) drama ( ) comédia<br />
( ) romance ( ) ação<br />
( ) terror ( ) outros<br />
Personagens e atores:<br />
_________________________ (___________________________)<br />
Nome <strong>do</strong> personagem Nome <strong>do</strong> ator/atriz<br />
_________________________ (___________________________)<br />
Nome <strong>do</strong> personagem Nome <strong>do</strong> ator/atriz<br />
Comentário pessoal sobre o filme:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
35
ENCONTRO IV<br />
Eu pertenço a um grupo (Parte II)<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestões para iniciar a discussão com os alunos<br />
Ao mesmo tempo em que nos organizamos em grupos familiares, também<br />
“procuramos a nossa turma”, ou seja, o grupo de pessoas com quem<br />
temos algum tipo de afinidade: por pertencer à nossa geração, por ter o<br />
mesmo gosto musical, por trabalhar no mesmo local, por estudar na mesma<br />
escola, por dividir conosco interesses comuns.<br />
Sugestões para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Observan<strong>do</strong> as pessoas nos lugares que você freqüenta, o que você<br />
percebe? Há muitos ou poucos jovens entre essas pessoas? Esses jovens<br />
estudam? Trabalham?<br />
Quais são os maiores sonhos <strong>do</strong>s jovens de hoje? Seus me<strong>do</strong>s e preocupações?<br />
Pense nos grupos sociais aos quais você pertence. Que afinidades<br />
unem você aos seus grupos? Como você descreveria sua turma?<br />
O professor deve ficar atento para possibilitar a participação de to<strong>do</strong>s<br />
os alunos nas discussões. Deve, também, incentivar na turma atitudes de<br />
escuta atenta e respeitosa às manifestações <strong>do</strong>s colegas.<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
O texto apresenta informações sobre a população jovem brasileira, focalizan<strong>do</strong><br />
a geração da qual fazem parte jovens entre 18 e 29 anos.<br />
quem são os jovens brasileiros?<br />
O Brasil tem hoje o maior número de jovens de sua história: cerca de<br />
50 milhões de pessoas no país têm entre 15 e 29 anos, o equivalente<br />
a, aproximadamente, 26 % da população brasileira, de acor<strong>do</strong> com a<br />
Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), de 2007.<br />
Há pouco tempo atrás, apenas a geração que tinha entre 15 e 24<br />
anos era considerada jovem. Atualmente, as pessoas com idades<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
36
entre 25 e 29 anos também são consideradas jovens, porque a expectativa<br />
de vida, de mo<strong>do</strong> geral, aumentou para to<strong>do</strong>s e hoje se<br />
reconhece que os jovens têm maior dificuldade de se tornarem independentes,<br />
já que o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho mu<strong>do</strong>u e garantir o próprio<br />
sustento ficou mais difícil.<br />
Com equilíbrio entre o número de homens e de mulheres, 50% <strong>do</strong> total<br />
de jovens brasileiros são brancos, 48% são negros e 2% são indígenas<br />
ou de cor amarela ou não declarada. Infelizmente, 14 milhões <strong>do</strong>s<br />
jovens são pobres, porque vivem em famílias com renda de até meio<br />
salário mínimo por pessoa, e mais de 4 milhões estão desemprega<strong>do</strong>s.<br />
O sociólogo Paulo Carrano, <strong>do</strong> Observatório Jovem da Universidade<br />
Federal Fluminense, considera que, no Brasil, os jovens merecem atenção<br />
especial, por sofrerem desigualdades sociais: “A desigualdade se<br />
revela mais fortemente entre os jovens das famílias de menor renda, os<br />
menos escolariza<strong>do</strong>s, os jovens negros e, em especial, as mulheres jovens”,<br />
afirma Carrano. Segun<strong>do</strong> ele, a boa notícia é a maior participação<br />
<strong>do</strong>s jovens na definição <strong>do</strong>s rumos de suas vidas. Eles estão interessa<strong>do</strong>s<br />
por causas atuais, como educação, trabalho, corpo, sexualidade e<br />
solidariedade. São motivos de preocupação para os jovens a violência<br />
e o desemprego. A juventude pensa no futuro, sim, embora de forma<br />
diferente das gerações passadas.<br />
Os especialistas consideram que, nos últimos anos, as condições de<br />
vida <strong>do</strong>s jovens têm melhora<strong>do</strong>: o trabalho formal vem crescen<strong>do</strong>, o<br />
nível de escolaridade aumentan<strong>do</strong> e as diferenças e desigualdades referentes<br />
a cor/raça e gênero vêm diminuin<strong>do</strong>.<br />
Adapta<strong>do</strong> das fontes: Observatório Jovem/UFF. Nº. 27, jun./jul. 2005, PNAD 2007 Primeiras Análises<br />
– Ipea / Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – Comunica<strong>do</strong> da Presidência<br />
nº 12 – Educação Juventude Raça/Cor – Volume 4 – 14/10/2008).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. De acor<strong>do</strong> com o texto, a faixa de idade em que as pessoas são consideradas<br />
jovens foi modificada.<br />
a) Qual foi a modificação?<br />
A faixa de idade passou de 15 a 24 anos, para 15 a 29 anos.<br />
b) Por que houve essa mudança?<br />
A mudança ocorreu devi<strong>do</strong> a: 1. a expectativa de vida das pessoas<br />
aumentou; 2. os jovens, hoje, têm mais dificuldades para se tornarem<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
37
independentes de suas famílias, porque o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho mu<strong>do</strong>u e ficou<br />
mais difícil garantir o próprio sustento.<br />
2. O texto apresenta notícias boas e notícias ruins a respeito da geração<br />
de brasileiros jovens.<br />
Professor: o aluno poderá escolher uma ou mais informações para as<br />
respostas abaixo.<br />
a) Uma notícia que causa preocupação é: milhões de jovens são pobres<br />
e muitos estão desemprega<strong>do</strong>s. As desigualdades sociais estão presentes<br />
principalmente entre os jovens de menor renda, menos escolariza<strong>do</strong>s,<br />
negros e mulheres.<br />
b) Uma informação que traz esperança é: os jovens estão mais interessa<strong>do</strong>s<br />
em definir o rumo de suas vidas. Estão muito interessa<strong>do</strong>s por causas atuais,<br />
como educação, trabalho, sexualidade, solidariedade. A juventude pensa no<br />
futuro, embora faça isso de forma diferente das gerações passadas.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Observe como aparece o verbete GERAÇÃO no Novo Dicionário Aurélio:<br />
Geração. 1. Ato de gerar. 2. Cada grau de filiação de pai a filho; descendência.<br />
3. O conjunto de indivíduos nasci<strong>do</strong>s na mesma época. 4.<br />
O espaço de tempo (aproximadamente 25 anos) que vai de uma geração<br />
a outra.<br />
No texto “Quem são os jovens brasileiros?”, o senti<strong>do</strong> da palavra geração<br />
está explica<strong>do</strong> em:<br />
( ) 1. ( ) 2.<br />
( x) 3. ( ) 4.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
38
2. Leia:<br />
Apenas a geração com idade entre 15 e 24 anos era considerada jovem.<br />
As pessoas com idade entre 25 e 29 anos também são consideradas<br />
jovens.<br />
Explique:<br />
a) Por que o verbo em negrito está flexiona<strong>do</strong> no singular na primeira<br />
frase?<br />
Nesta frase, o verbo concorda com o sujeito a geração, que está no<br />
singular.<br />
b) Por que o verbo em negrito está flexiona<strong>do</strong> no plural na segunda<br />
frase?<br />
Nesta frase, o verbo concorda com o sujeito as pessoas, que está no<br />
plural.<br />
3. Complete adequadamente as frases, fazen<strong>do</strong> a flexão correta <strong>do</strong> verbo:<br />
a) Os jovens merecem atenção especial, por sofrerem desigualdades<br />
sociais. (verbo: merecer – Presente <strong>do</strong> Indicativo).<br />
b) A juventude merece atenção especial, por sofrer desigualdades sociais.<br />
(verbo: merecer – Presente <strong>do</strong> Indicativo).<br />
Texto II<br />
A tabela abaixo apresenta da<strong>do</strong>s sobre os jovens no Brasil.<br />
Uma tabela é um gênero de texto, onde é possível ler informações<br />
colocadas em linhas e colunas. As tabelas podem ser lidas em jornais,<br />
revistas, relatórios, <strong>do</strong>cumentos oficiais etc.<br />
O estu<strong>do</strong> e o trabalho entre jovens brasileiros – 2007<br />
Faixa Etária Só Trabalha<br />
HOMENS<br />
Trabalha e<br />
Estuda<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
39<br />
Só Estuda<br />
Não Trabalha<br />
Nem Estuda<br />
18 a 24 anos 56,3 % 17,5 % 12,3 % 13,9 %<br />
25 a 29 anos 78,6 % 8,7 % 2,4 % 10,3 %
O estu<strong>do</strong> e o trabalho entre jovens brasileiros – 2007<br />
Faixa Etária Só Trabalha<br />
MULHERES<br />
Trabalha e<br />
Estuda<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
40<br />
Só Estuda<br />
Não Trabalha<br />
Nem Estuda<br />
18 a 24 anos 36,3 % 14,9 % 16,5 % 32,3 %<br />
25 a 29 anos 53,7 % 8,9 % 4,6 % 32,8 %<br />
Da<strong>do</strong>s PNAD, 2007.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
Professor: você pode decidir pela não realização desta atividade, caso a<br />
considere muito difícil para sua turma.<br />
1. Comparan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da tabela, é possível tirarmos algumas conclusões.<br />
Por exemplo:<br />
Sobre homens e mulheres que só trabalham:<br />
O número de homens que só trabalham é maior <strong>do</strong> que o número de<br />
mulheres.<br />
Continue, seguin<strong>do</strong> o modelo acima:<br />
a) Sobre homens e mulheres que não trabalham nem estudam:<br />
O número de homens que não trabalham nem estudam é menor <strong>do</strong> que<br />
o de mulheres.<br />
OU<br />
O número de mulheres que não trabalham nem estudam é maior <strong>do</strong> que<br />
o de homens.<br />
b) Sobre homens e mulheres de 25 a 29 anos que só estudam:<br />
O número de homens de 25 a 29 anos que só estudam é menor <strong>do</strong> que<br />
o número de mulheres.<br />
OU<br />
O número de mulheres de 25 a 29 anos que só estudam é maior <strong>do</strong> que<br />
o número de homens.<br />
Texto III<br />
A seguir você vai ler um outro gênero de texto, denomina<strong>do</strong> de filipeta<br />
(ou flyer), que apresenta o programa <strong>do</strong> governo: <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>.
A filipeta é um folheto impresso em ambos os la<strong>do</strong>s, que tem a função<br />
de promover eventos, incentivar pessoas a usarem um determina<strong>do</strong><br />
produto ou serviço. Normalmente as filipetas são distribuídas na rua,<br />
são deixadas em balcões de lojas ou em bancos para as pessoas lerem.<br />
Para facilitar uma leitura rápida, as filipetas apresentam uma linguagem<br />
clara e objetiva e trazem ilustrações.<br />
(frente) (verso)<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Observe a imagem na frente da filipeta e responda:<br />
a) Duas idéias principais estão presentes na imagem: a idéia <strong>do</strong> tempo<br />
e da juventude. Que ilustrações foram escolhidas para representar<br />
essas idéias?<br />
As ilustrações escolhidas foram: o relógio e imagens de jovens.<br />
b) Em seguida, copie a frase da filipeta em que aparecem as mesmas<br />
idéias de tempo e juventude.<br />
Para quem tem a vida a ganhar e nenhum tempo a perder.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
41
c) A que grupo social o programa <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> pretende atingir?<br />
Identifique as características comuns a esse grupo, observan<strong>do</strong> com atenção<br />
a ilustração.<br />
O <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> pretende atingir o grupo social <strong>do</strong>s jovens. Esse<br />
grupo inclui homens e mulheres de idades próximas, sem distinção de<br />
raça/cor.<br />
d) Na filipeta, os ponteiros <strong>do</strong> relógio são forma<strong>do</strong>s de duas palavras:<br />
OPORTUNIDADE e CONHECIMENTO. Por que essas palavras foram escolhidas<br />
para divulgar o <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>?<br />
As palavras foram escolhidas, porque o <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> é volta<strong>do</strong> para<br />
os jovens que buscam a OPORTUNIDADE de concluir seus estu<strong>do</strong>s, interrompi<strong>do</strong>s<br />
por motivos varia<strong>do</strong>s. A palavra CONHECIMENTO se relaciona à<br />
idéia de voltar a estudar. Voltan<strong>do</strong> à escola, o jovem retoma o desejo de<br />
aprender, de conhecer.<br />
2. Observe, agora, o texto no verso da filipeta e responda:<br />
As filipetas devem ter uma linguagem clara e objetiva para facilitar uma<br />
leitura rápida <strong>do</strong> seu conteú<strong>do</strong>. Para atender a esse objetivo, como as informações<br />
no verso da filipeta são apresentadas para o leitor?<br />
Em forma de perguntas diretas acompanhadas de respostas.<br />
3. Marque F (falso) ou V (verdadeiro):<br />
( F ) Para estudar no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>, você deve pagar uma mensalidade<br />
de R$ 100,00.<br />
( V ) Informações sobre o <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> podem ser obtidas por telefone<br />
ou pela internet.<br />
( F ) Para matricular-se no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>, você deve apresentar sua<br />
CTPS.<br />
( V ) O curso tem a duração de 1 ano e meio.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
42
1. Leia:<br />
Faça a matrícula na sua cidade de julho a agosto.<br />
O verbo em negrito está no mo<strong>do</strong> Imperativo. O mo<strong>do</strong> Imperativo é<br />
usa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> nossa intenção é levar o outro a fazer algo.<br />
Responda:<br />
Por que o autor da filipeta usou o mo<strong>do</strong> Imperativo?<br />
O imperativo foi usa<strong>do</strong>, porque o autor pretende convencer os jovens a<br />
se matricularem no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>.<br />
2. Usan<strong>do</strong> verbos no Imperativo, faça três frases que estimulem o jovem<br />
a participar <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>. Releia a filipeta para tirar algumas<br />
idéias:<br />
As respostas devem ser pessoais. O foco, na questão, é o uso adequa<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Imperativo.<br />
Exemplo: Participe conosco <strong>do</strong> programa de educação <strong>ProJovem</strong><br />
<strong>Urbano</strong>.<br />
a) ______________________________________________________<br />
______________________________________________________<br />
b) ______________________________________________________<br />
______________________________________________________<br />
c) ______________________________________________________<br />
______________________________________________________<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Professor: acompanhe, de perto, seus alunos na realização desta atividade,<br />
que poderá despertar muito interesse. Oriente-os sobre como elaborar<br />
bem as perguntas, ten<strong>do</strong> em vista o assunto a ser pesquisa<strong>do</strong> e as<br />
características <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>.<br />
Para que programas governamentais de educação de jovens tenham<br />
sucesso, é necessário que se faça uma pesquisa nas regiões brasileiras<br />
sobre o perfil da juventude. Muitas pesquisas são feitas em forma de entrevista<br />
com mora<strong>do</strong>res das regiões e depois publicadas em <strong>do</strong>cumentos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
43
Com base nas informações <strong>do</strong>s Textos I e II, monte com seu colega, um<br />
questionário para uma entrevista.<br />
questionário: Perfil <strong>do</strong> jovem brasileiro<br />
Nome: Pedro de Sousa<br />
Idade: 23 anos<br />
Sexo: Masc.<br />
Natural de: Rio Pomba UF: MG<br />
Escolaridade: Ensino Fundamental<br />
Perguntas:<br />
1.<br />
2.<br />
3.<br />
4.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
44
2<br />
TRABALHO E ESCOLA<br />
Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />
por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para<br />
a reflexão sobre a relação escola-trabalho, como “locus” de tensões sociais,<br />
como espaço de construção de identidades, de estreitamento de laços<br />
interpessoais, de disseminação de saberes socialmente construí<strong>do</strong>s e de<br />
atualização. As respostas em laranja, que acompanham as questões, têm<br />
como objetivo, ao mesmo tempo, fornecer ao professor um auxílio para sua<br />
compreensão <strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito, o que não significa que<br />
o professor não possa aceitar outras respostas possíveis de seus alunos.<br />
ENCONTRO I<br />
Trabalho e realização pessoal<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Muitas pessoas se queixam de não estarem satisfeitas com o trabalho<br />
que executam. Afirmam trabalhar apenas para seu sustento e o de sua<br />
família, deixan<strong>do</strong> de la<strong>do</strong> sua realização pessoal.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
45<br />
Veja 02/11/2008
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você conhece alguém que conseguiu unir realização pessoal e profissional?<br />
Você conhece a história de alguém que tenha deixa<strong>do</strong> um trabalho<br />
que não lhe trazia satisfação por outro no qual se sentisse mais feliz?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
O texto que você vai ler é o perfil <strong>do</strong> ator e músico Sérgio Loroza, retira<strong>do</strong><br />
da revista Raça Brasil.<br />
Perfil é um gênero de texto que apresenta um conjunto de informações<br />
sobre uma pessoa. É diferente da biografia, por ser um texto mais<br />
informal e mais resumi<strong>do</strong>. O perfil, normalmente, é publica<strong>do</strong> em sessões<br />
de cinema e de música, e em revistas semanais.<br />
PERFIL<br />
U MADUREIRA<br />
O ator e músico SÉRGIO LOROZA experimenta<br />
a fama conquistada com a televisão sem deixar<br />
de conciliar as duas carreiras, além <strong>do</strong> seu<br />
empenho a causas sociais.<br />
Sérgio Loroza nasceu prematuro, mas desde que deixou<br />
a incuba<strong>do</strong>ra e subiu pela primeira vez o Morro de<br />
São José, no subúrbio carioca de Madureira, não parou<br />
mais de crescer e de aparecer. “Fui Serginho só quan<strong>do</strong><br />
nasci. A partir daí passei a ser Serjão. Comecei um trabalho de engorda que<br />
não parou até hoje”, diverte-se o <strong>do</strong>no de exagera<strong>do</strong>s 180 quilos, acondiciona<strong>do</strong>s<br />
em 1,83 m de altura. Sim, ele chama a atenção por onde passa, mas já<br />
se vai longe o tempo em que marcava presença só pelo seu tamanho. Hoje,<br />
ele chama a atenção menos pela circunferência <strong>do</strong> que pela competência como<br />
músico e ator. A popularidade mesmo, porém, só veio com o bem-humora<strong>do</strong>,<br />
mulherengo e um tanto mau-caráter <strong>do</strong>no da agência de empregos <strong>do</strong> seria<strong>do</strong><br />
A diarista, da Rede Globo.<br />
Para chegar onde está agora, foi com a cara e a coragem. Serjão estu<strong>do</strong>u<br />
Química na Universidade Federal Rural <strong>do</strong> Rio de Janeiro durante <strong>do</strong>is anos,<br />
foi auxiliar técnico de operações e promotor de vendas. Nos anos 90, cheio de<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
46
talento para dar, mas sem nenhum incentivo da empresa em que trabalhava,<br />
deixou o emprego para apostar no sonho de ser artista. Apoia<strong>do</strong> em capacidade-voracidade-sorte,<br />
tornou-se ator, com experiência em TV, teatro, cinema, e<br />
músico apaixona<strong>do</strong> pelo som pop mundial. No palco ou nas telas, os personagens<br />
de Serjão normalmente arrancam gargalhadas. Carregam muita energia<br />
positiva emprestada pelo ator, que chegou aos 39 anos de idade, cultivan<strong>do</strong><br />
perseverança e bom-humor.<br />
“VIVA A UTOPIA”<br />
A infância na comunidade carente lhe revelou as faces da pobreza e da<br />
violência, das quais ele teve a dádiva de retirar apenas a experiência de vida.<br />
“De onde eu vim muitos amigos já morreram ou estão presos”, conta. “Não me<br />
considero em nada melhor <strong>do</strong> que eles. Só tive a sorte de ter uma família me<br />
apoian<strong>do</strong>, de nascer com um <strong>do</strong>m e de poder desenvolvê-lo”, acrescenta. “Eu<br />
me tornei artista para revolucionar e quero servir de bom exemplo. Não me<br />
conformo com o mun<strong>do</strong> como está. Desejo ver a mesma proporção de negros<br />
e brancos nas escolas e nas platéias de teatro. Viva a utopia”.<br />
Apesar <strong>do</strong>s passos trilha<strong>do</strong>s pela Química e pelas vendas, o pen<strong>do</strong>r para<br />
as artes vem de bem antes, ainda garoto. Já no início <strong>do</strong>s anos 80 ele estudava<br />
violão e pouco tempo depois entrou para o grupo de teatro da Igreja de<br />
Santo Sepulcro, em Madureira. “Em 1985, fiz a minha primeira peça ama<strong>do</strong>ra”,<br />
relembra. “Subi ao palco antes mesmo de assistir a um espetáculo.” Foi<br />
assim que, de grupo em grupo, de peça em peça, a bola-de-neve artística<br />
se avolumou, até chegar a participações e pequenos papéis em espetáculos,<br />
como Cabaré Brasil e Obriga<strong>do</strong>, Cartola!, além de longas-metragens<br />
como Orfeu, Bossa nova e Carandiru, sem contar minisséries, programas<br />
humorísticos e novelas da Globo (...) (Adapta<strong>do</strong> de Revista Raça Brasil, ed. 98,<br />
maio/2006.<br />
Disponível em http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/98/artigo17492-1.asp).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
1. Numere os fatos na ordem em que aconteceram na vida de Loroza:<br />
( 3 ) Estu<strong>do</strong>u Química na Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />
( 5 ) Conseguiu fama em programas humorísticos e novelas da Rede<br />
Globo.<br />
( 1 ) Viveu sua infância no subúrbio carioca de Madureira.<br />
( 2 ) Estu<strong>do</strong>u violão e participou <strong>do</strong> grupo de teatro da igreja.<br />
( 4 ) Aban<strong>do</strong>nou o emprego para tentar a carreira de artista.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
47
2. Releia:<br />
“Hoje, ele chama a atenção menos pela circunferência <strong>do</strong> que pela competência<br />
como músico e ator”.<br />
De acor<strong>do</strong> com o texto, isso significa dizer que:<br />
( ) Serjão é bastante discrimina<strong>do</strong> por sua aparência física.<br />
( x ) A competência artística é o que mais impressiona as pessoas em<br />
relação a Serjão.<br />
( ) Serjão passa despercebi<strong>do</strong> entre as pessoas.<br />
3. Numere cada frase, de acor<strong>do</strong> com o que está informa<strong>do</strong>:<br />
(1) A informação refere-se apenas a Sérgio Loroza.<br />
(2) A informação refere-se também a um <strong>do</strong>s personagens de Sérgio<br />
Loroza.<br />
( 2 ) “A popularidade mesmo, porém, só veio com o bem-humora<strong>do</strong>,<br />
mulherengo e um tanto mau-caráter <strong>do</strong>no da agência de empregos <strong>do</strong> seria<strong>do</strong><br />
A diarista, da Rede Globo”.<br />
( 1 ) “Para chegar onde está agora, foi com a cara e a coragem”.<br />
( 1 ) “Eu me tornei artista para revolucionar e quero servir de bom<br />
exemplo”.<br />
4. Leia o verbete utopia, adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Novo Dicionário Aurélio:<br />
Utopia. 1. País imaginário, cria<strong>do</strong> pelo escritor inglês Thomas Morus,<br />
onde um governo organiza<strong>do</strong> proporciona ótimas condições de<br />
vida a um povo equilibra<strong>do</strong> e feliz. 2. Descrição de qualquer lugar ou<br />
situação ideal, em que as normas e instituições políticas sejam muito<br />
aperfeiçoadas. 3. Projeto que não se pode realizar, sonho, produto da<br />
imaginação, fantasia.<br />
No texto, Sérgio Loroza afirma:<br />
“Eu me tornei artista para revolucionar e quero servir de bom exemplo.<br />
Não me conformo com o mun<strong>do</strong> como está. Desejo ver a mesma<br />
proporção de negros e brancos nas escolas e nas platéias de teatro.<br />
Viva a utopia”.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
48
Responda:<br />
a) Qual é a utopia de Loroza?<br />
Ver um mun<strong>do</strong> mais justo, onde negros e brancos tenham as mesmas<br />
oportunidades, de irem a escola e ao teatro, por exemplo.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia as palavras retiradas <strong>do</strong> texto:<br />
a) Separe as sílabas das palavras destacadas:<br />
X QUÍ MI CA<br />
ES PE X TÁ CU LOS<br />
X MÚ SI CO<br />
b) Marque um X nos quadrinhos onde aparecem as sílabas tônicas.<br />
c) O que as palavras: química – espetáculos – músico têm em comum?<br />
Assinale com um X:<br />
( x ) acento gráfico.<br />
( x ) sílaba tônica na antepenúltima sílaba.<br />
( x ) são proparoxítonas.<br />
Química - espetáculos - músico<br />
d) Volte ao texto e encontre três palavras proparoxítonas.<br />
Técnico, dádiva, humorísticos<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
49
e) Volte aos exercícios “c” e “d” e construa uma regra de acentuação<br />
gráfica para as palavras estudadas:<br />
Em Português, todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.<br />
f) Recorte palavras proparoxítonas em revistas ou jornais e cole-as no<br />
espaço abaixo:<br />
Essa atividade costuma despertar interesse nos alunos. O professor deverá<br />
estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário, caso os alunos<br />
não possam fazê-lo.<br />
Cole aqui:<br />
Leia o fragmento abaixo, retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto:<br />
Sérgio Loroza nasceu prematuro, mas desde que deixou a incuba<strong>do</strong>ra<br />
e subiu pela primeira vez o Morro de São José, no subúrbio carioca de<br />
Madureira, não parou mais de crescer e de aparecer. “Fui Serginho só<br />
quan<strong>do</strong> nasci. A partir daí passei a ser Serjão. Comecei um trabalho de<br />
engorda que não parou até hoje, (...)”<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
50
2. O fragmento pode ser dividi<strong>do</strong> em duas partes:<br />
(1) uma parte em que o jornalista relata fatos ocorri<strong>do</strong>s da vida de<br />
Loroza; (cor verde)<br />
(2) uma outra parte em que Loroza relata fatos ocorri<strong>do</strong>s em sua própria<br />
vida.(cor roxa)<br />
a) Marque no fragmento essas duas partes.<br />
b) Sublinhe os verbos usa<strong>do</strong>s em cada uma dessas partes.<br />
c) Complete: A maioria <strong>do</strong>s verbos nas partes 1 e 2 está flexionada no<br />
tempo Pretérito Perfeito, porque os verbos foram usa<strong>do</strong>s para relatar fatos<br />
ocorri<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>.<br />
3. Os verbos <strong>do</strong> fragmento estão também flexiona<strong>do</strong>s em pessoa: 1ª e 3ª<br />
pessoas <strong>do</strong> singular. Vamos relembrar:<br />
Serjão pesa 180 quilos bem pesa<strong>do</strong>s (o verbo pesar está flexiona<strong>do</strong> na<br />
3ª pessoa <strong>do</strong> singular e concorda com o nome: Serjão/ele).<br />
“Eu peso 180 quilos bem pesa<strong>do</strong>s”. (o verbo pesar está flexiona<strong>do</strong> na 1ª<br />
pessoa <strong>do</strong> singular e concorda com o pronome eu).<br />
Volte ao fragmento de texto destaca<strong>do</strong> no quadro acima e complete:<br />
a) Os verbos: nasceu, deixou, subiu, parou estão flexiona<strong>do</strong>s na 3ª pessoa<br />
<strong>do</strong> singular, porque concordam com o nome Serjão /ele.<br />
b) Os verbos: fui, nasci, passei, comecei estão flexiona<strong>do</strong>s na 1ª pessoa<br />
<strong>do</strong> singular, porque concordam com o pronome eu.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Esta proposta de produção de texto deve ser feita em dupla. Tem como<br />
objetivo levar o aluno a escrever um texto, ten<strong>do</strong> como base um roteiro<br />
da<strong>do</strong> previamente. É importante assegurar que o trabalho feito possa ser<br />
aprecia<strong>do</strong> pelos demais alunos.<br />
Junte-se a um colega para escreverem o perfil de um cantor, um ator<br />
ou de um joga<strong>do</strong>r de futebol famoso a quem vocês admiram. Organizem as<br />
informações importantes que devem estar presentes, por exemplo:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
51
da<strong>do</strong>s pessoais;<br />
fatos importantes de sua vida no presente e no passa<strong>do</strong>;<br />
gostos, passatempos preferi<strong>do</strong>s.<br />
Depois de concluírem seu trabalho, leiam o perfil da pessoa sobre a qual<br />
vocês escreveram para os outros grupos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
52
ENCONTRO II<br />
O trabalho infantil<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
São comuns notícias na televisão e nos jornais sobre a exploração<br />
<strong>do</strong> trabalho infantil, como: “POLÍCIA DESTRÓI FORNOS DE CARVOARIA<br />
ONDE TRABALHAVAM MENORES”. Não é de hoje que a sociedade tem usa<strong>do</strong><br />
crianças como mão-de-obra barata para a produção. Esse é um problema<br />
que preocupa muito, porque envolve sérias questões sociais.<br />
Sugestões para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você já ouviu falar sobre exploração de menores?<br />
O que você pensa sobre o trabalho de crianças e de a<strong>do</strong>lescentes?<br />
Converse com seu colega a respeito desse assunto.<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
Os cartazes a seguir foram publica<strong>do</strong>s pelo Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento<br />
Social e Combate à Fome, para promover a campanha contra o trabalho<br />
infantil, chamada: “Com o trabalho infantil, a infância desaparece”.<br />
O cartaz é muito usa<strong>do</strong> em propagandas. Em geral, cartazes são fixa<strong>do</strong>s<br />
em locais públicos e sua função é divulgar informação visualmente.<br />
Contêm pouca informação verbal (texto escrito) e bastante informação<br />
não-verbal (ilustrações).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
53
Cartaz 1 Cartaz 2<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
1. Observe bem os cartazes.<br />
a) Descreva as imagens:<br />
Cartaz 1: imagem de uma criança que trabalha venden<strong>do</strong> água e carrega<br />
uma caixa de isopor, certamente cheia de copos e garrafas de água;<br />
a caixa oculta o seu rosto.<br />
Cartaz 2: imagem de uma criança que trabalha carregan<strong>do</strong> pedras e<br />
carrega uma pilha dessas pedras; as pedras ocultam o seu rosto.<br />
b) Por que o rosto das crianças está escondi<strong>do</strong>?<br />
As imagens podem ser associadas à frase principal <strong>do</strong> cartaz, que sinaliza<br />
para o fato de que o trabalho rouba a infância das crianças. Vem à<br />
mente, também, à idéia de que os menores de idade não podem ter seu<br />
rosto exibi<strong>do</strong>.<br />
c) O que ocupa mais espaço nos cartazes: as imagens ou o texto?<br />
As imagens ocupam mais espaço.<br />
d) Por que a imagem aparece mais destacada no cartaz?<br />
Essa é uma característica típica <strong>do</strong> cartaz. O cartaz comunica mais pela<br />
imagem <strong>do</strong> que pelo texto verbal.<br />
2. O cartaz apresenta uma frase que serve para chamar a atenção das<br />
pessoas e fazer com que elas se lembrem da mensagem: Com o trabalho<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
54
infantil, a infância desaparece. O texto usa<strong>do</strong> na campanha é curto,<br />
embora traga muitas informações. Vamos ampliar essas informações:<br />
Respostas pessoais.<br />
Com o trabalho infantil, a infância desaparece, porque ____________<br />
__________________________________________________________<br />
__________________________________________________________<br />
__________________________________________________________<br />
Com o trabalho infantil, a infância desaparece e __________________<br />
__________________________________________________________<br />
__________________________________________________________<br />
__________________________________________________________<br />
Texto II<br />
O texto a seguir foi retira<strong>do</strong> de material da mesma campanha <strong>do</strong> Governo<br />
Federal contra o trabalho infantil.<br />
O trabalho infantil é ilegal e violação de direito<br />
O Governo Federal e a sociedade estão juntos para protegerem nossas<br />
crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> trabalho infantil. O PETI (Programa de<br />
Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil) é uma das principais ações desenvolvidas<br />
pelo Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />
(MDS) para que essas crianças e a<strong>do</strong>lescentes cresçam saudáveis,<br />
sejam felizes e possam aprender e brincar. A participação <strong>do</strong>s gestores<br />
municipais é fundamental na localização e cadastro das crianças<br />
e a<strong>do</strong>lescentes em situação de trabalho infantil. No Brasil, o trabalho<br />
infantil é proibi<strong>do</strong> pela Constituição Federal e pelo ECA (Estatuto da<br />
Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente).<br />
PETI – Programa de Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil<br />
O principal objetivo <strong>do</strong> PETI é proteger crianças e a<strong>do</strong>lescentes e<br />
contribuir para a erradicação dessa triste realidade em nosso país. O<br />
apoio inclui transferência de renda às famílias para que as crianças<br />
possam freqüentar a escola e as atividades socioeducativas e de convivência<br />
(Jornada Ampliada), no horário contrário ao da escola. Essas<br />
atividades as mantêm longe da situação de trabalho infantil. A renda é<br />
transferida para as famílias por meio de cartão magnético, sempre que<br />
a família cumprir suas responsabilidades.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
55
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Os principais objetivos <strong>do</strong> PETI são:<br />
( ) proteger crianças e a<strong>do</strong>lescentes contra a exploração sexual.<br />
( x ) contribuir para a erradica ção <strong>do</strong> trabalho infantil.<br />
( x ) proteger crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> trabalho infantil.<br />
2. Copie <strong>do</strong> texto o significa<strong>do</strong> das siglas:<br />
ECA - Estatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente<br />
MDS - Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />
PETI - Programa de Erradicação <strong>do</strong> trabalho Infantil<br />
3. Leia:<br />
“A participação <strong>do</strong>s gestores municipais é fundamental na localização<br />
e cadastro das crianças e a<strong>do</strong>lescentes...”<br />
a) Procure em um dicionário o significa<strong>do</strong> da palavra gestor e copie<br />
abaixo:<br />
Gestor. s. m. Gerente; administra<strong>do</strong>r<br />
b) Qual o significa<strong>do</strong> da palavra gestores na frase destacada acima?<br />
Gestores significa administra<strong>do</strong>res municipais, ou seja, os prefeitos.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, visan<strong>do</strong> a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia<br />
“Essas atividades as mantêm longe da situação de trabalho infantil”.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
56
A palavra as na frase é um pronome pessoal. De acor<strong>do</strong> com o texto,<br />
o pronome as está substituin<strong>do</strong> a expressão:<br />
( ) as atividades.<br />
( ) as famílias.<br />
( x ) as crianças.<br />
2. Observe o uso da vírgula na frase abaixo:<br />
O trabalho infantil é proibi<strong>do</strong> pela Constituição Federal e pelo ECA no<br />
Brasil.<br />
No Brasil, o trabalho infantil é proibi<strong>do</strong> pela Constituição Federal e<br />
pelo ECA.<br />
a) As crianças devem freqüentar as atividades socioeducativas fora <strong>do</strong><br />
horário escolar.<br />
Fora <strong>do</strong> horário escolar, as crianças devem freqüentar as atividades socioeducativas.<br />
b) O nome <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes trabalha<strong>do</strong>res está anota<strong>do</strong> no cadastro<br />
da prefeitura.<br />
No cadastro da prefeitura, o nome <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes trabalha<strong>do</strong>res está<br />
anota<strong>do</strong>.<br />
c) O trabalho infantil é proibi<strong>do</strong> na Constituição Federal.<br />
Na Constituição Federal, o trabalho infantil é proibi<strong>do</strong>.<br />
d) As famílias recebem ajuda financeira to<strong>do</strong>s os meses.<br />
To<strong>do</strong>s os meses, as famílias recebem ajuda financeira.<br />
Texto III<br />
Leia abaixo duas opiniões sobre o trabalho infantil que foram publicadas<br />
na internet:<br />
1ª Opinião: “Acho que o trabalho infantil só pode ser proibi<strong>do</strong> se o<br />
governo tiver condições de oferecer escola em tempo integral e renda<br />
para a família da criança ou <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente que trabalha. Em ambientes<br />
muito pobres, crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalham com as próprias<br />
famílias (ajudam os pais na “vendinha” ou na roça, por exemplo), em<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
57
empregos informais (como em sinais de trânsito) e para o crime organiza<strong>do</strong><br />
(em favelas, por exemplo). Sem o apoio <strong>do</strong> governo, será difícil<br />
essa lei ser cumprida, porque as famílias dependem muito <strong>do</strong> trabalho<br />
de seus filhos, para aumentarem a sua renda”.<br />
2ª Opinião: “Eu penso que aumentar a renda das famílias não é o<br />
único motivo para as crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalharem. O trabalho<br />
infantil não ocorre apenas em famílias muito pobres. As pesquisas<br />
mostram que ocorre também em famílias de renda maior, como é o<br />
caso de pequenos agricultores. Muitas crianças e a<strong>do</strong>lescentes atuam<br />
na agricultura familiar. Isso é um costume de muitas famílias. Outra<br />
coisa: o trabalho infantil não paga bem. Em MG, por exemplo, mais<br />
da metade das crianças que trabalham recebem menos de 100 reais e<br />
contribuem com uma parcela pequena da renda familiar. Se a renda das<br />
famílias fosse o único motivo para crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalharem,<br />
o trabalho infantil teria diminuí<strong>do</strong> mais com o aumento <strong>do</strong>s salários e a<br />
queda <strong>do</strong> desemprego, o que não aconteceu”.<br />
1. Numere as informações, seguin<strong>do</strong> o modelo abaixo:<br />
( 1 ) primeira opinião;<br />
( 2 ) segunda opinião.<br />
( 2 ) Mesmo em famílias não tão pobres, o trabalho infantil na lavoura<br />
é uma tradição.<br />
( 1 ) Crianças e a<strong>do</strong>lescentes costumam trabalhar na agricultura, no comércio<br />
e até em atividades ilegais.<br />
( 1 ) O apoio <strong>do</strong> governo é fundamental para acabar com o trabalho<br />
infantil.<br />
( 2 ) Apenas aumentar a renda das famílias não vai acabar com o trabalho<br />
infantil.<br />
( 2 ) A ajuda financeira de crianças e a<strong>do</strong>lescentes às suas famílias não<br />
é muito grande, na maioria das vezes.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Professor: oriente seus alunos para que lancem mão das informações<br />
recebidas sobre ‘cartaz’ nesta oficina.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
58
1. Você aprendeu que o texto de um cartaz deve ser curto, mas ao mesmo<br />
tempo deve passar muitas informações. Junto com seu colega, crie um<br />
texto para o cartaz abaixo:<br />
2. Na internet há espaços, chama<strong>do</strong>s blogs, em que as pessoas dão opinião<br />
sobre diversos assuntos. Imagine que você também quer opinar sobre<br />
o tema: Trabalho Infantil. Escreva abaixo sua opinião:<br />
Postar um comentário<br />
_________________ disse:<br />
(Coloque seu nome aqui)<br />
Professor: o texto de cada aluno é pessoal, mas ele deve ser orienta<strong>do</strong><br />
sobre como escrever um comentário. Nos “blogs”, os comentários são publica<strong>do</strong>s<br />
e to<strong>do</strong>s podem opinar sobre o que foi escrito, inclusive discordan<strong>do</strong><br />
das idéias <strong>do</strong> outro. Incentive essa interação entre seus alunos, mesmo<br />
que os comentários deles não sejam publica<strong>do</strong>s em um “blog”.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
59
ENCONTRO III<br />
A escola ontem e hoje<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você se recorda da escola que freqüentou quan<strong>do</strong> era criança?<br />
Como era sua escola? E de seus professores, você se recorda? Como<br />
eram eles?<br />
Que matérias você se lembra de ter estuda<strong>do</strong>? De qual delas você<br />
gostava mais?<br />
Converse com seus colegas sobre essas questões.<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
Você vai ler um trecho <strong>do</strong> depoimento da professora Laurinda Ramalho<br />
de Almeida, que fez os cursos primário e ginasial (hoje Ensino Fundamental),<br />
em escolas públicas da cidade de Avaré - SP, nas décadas de<br />
1950 e 1960.<br />
Um depoimento é um gênero de texto. No depoimento, uma pessoa<br />
relata fatos que aconteceram com ela ou com outras pessoas, numa<br />
determinada época.<br />
“(...) Nós escrevíamos nos nossos cadernos os nossos trabalhos. A<br />
gente tinha um caderno de lição, tínhamos carteiras, sentávamos duas<br />
a duas nas carteiras. As classes não eram mistas. No segun<strong>do</strong> ano<br />
primário acontecia também uma coisa muito interessante, a gente começava<br />
a usar caneta tinteiro. Isto é, a gente ganhava uma pena para<br />
colocar na caneta e todas as carteiras tinham no cantinho um orifício,<br />
uma espécie de um copinho com a tinta e então nós começávamos a<br />
aprender a escrever a tinta. Ah! a gente tinha uma bolsa para levar o<br />
material. Minha bolsa era marrom. A compra da bolsa era um fato muito<br />
importante na vida da gente, porque a partir daquele momento você<br />
tinha uma bolsa para colocar o seu material. A gente tinha um caderno<br />
para cada disciplina, tinha o caderno de Português, de Aritmética, de<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
60
Ciências. To<strong>do</strong>s eram encapa<strong>do</strong>s e a cor da capa era definida pela professora.<br />
Cada classe tinha uma cor, a minha cor era vermelha. Então a<br />
gente tinha que comprar o caderno e encapar, os cadernos tinham que<br />
ser assim, muito bem cuida<strong>do</strong>s. A professora ensinava que, ao virar a<br />
página você não podia pegar de qualquer jeito porque senão a ponta ficava<br />
<strong>do</strong>bradinha.(...) Bom, o nosso uniforme, o uniforme diário era saia<br />
azul marinho, blusa branca e com o emblema da escola. E o uniforme<br />
de gala para os desfiles era uma saia branca pregueada e a blusa branca<br />
também e tênis branco, meia branca, era inteirinho branco.<br />
Bom, termina<strong>do</strong> o primário nós tínhamos o exame de admissão que<br />
era realmente um afunilamento, bastante rigoroso. Então aí eu fiz o<br />
exame de admissão e entrei no Ginásio Estadual e Escola Normal Coronel<br />
João Cruz. (...) Para ter uma idéia <strong>do</strong> nível de exigência <strong>do</strong> Ginásio<br />
eu me lembro <strong>do</strong> meu primeiro dia de aula de Português. Ele se chamava<br />
Francisco Rodrigues <strong>do</strong>s Santos, tinha feito seminário, era uma<br />
pessoa extremamente culta, muito exigente, e os alunos tinham muito<br />
me<strong>do</strong> dele. Ele nos chamava de Senhora e Senhor. Então, nosso primeiro<br />
dia de aula de Português ele entrou na sala de aula, foi até o quadro<br />
e escreveu: “O homem propõe e Deus dispõe”. E virou para a classe<br />
e disse: “Podem escrever”, e to<strong>do</strong>s ficaram mais ou menos atônitos:<br />
“Escrever o quê?!” Ele disse: “Eu quero saber se vocês sabem escrever,<br />
porque quem entra no Ginásio minimamente tem que saber fazer uma<br />
redação <strong>do</strong> tipo que eu estou dan<strong>do</strong>”. Eu acabei me sain<strong>do</strong> muito bem<br />
(...) E eu acabei me tornan<strong>do</strong> muito boa aluna com ele (...)”.<br />
(Disponível http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/laurinda_<br />
ramalho_de_almeida.pdf, com acesso em 12/11/2008).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Para comparar a escola <strong>do</strong> tempo da professora Laurinda com as escolas<br />
de hoje, numere cada informação, seguin<strong>do</strong> o modelo:<br />
( 1 ) Só existia nas escolas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />
( 2 ) Ainda existe nas escolas de hoje.<br />
( 2 ) caderno de várias matérias;<br />
( 1 ) caneta tinteiro;<br />
( 1 ) exame de admissão para passar para a 5ª série;<br />
( 2 ) quadro para o professor escrever durante a aula;<br />
( 2 ) uniforme para uso diário.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
61
2. Releia o trecho abaixo:<br />
“(...) eu me lembro <strong>do</strong> meu primeiro dia de aula de Português. Ele<br />
se chamava Francisco Rodrigues <strong>do</strong>s Santos, tinha feito seminário, era<br />
uma pessoa extremamente culta, muito exigente, e os alunos tinham<br />
muito me<strong>do</strong> dele. Ele nos chamava de Senhora e Senhor. Então, nosso<br />
primeiro dia de aula de Português ele entrou na sala de aula, foi até o<br />
quadro e escreveu: “O homem propõe e Deus dispõe”. E virou para a<br />
classe e disse: “Podem escrever”, e to<strong>do</strong>s ficaram mais ou menos atônitos:<br />
“Escrever o quê?!”<br />
No trecho, a palavra “atônitos” descreve como os alunos se sentiram,<br />
quan<strong>do</strong> o professor de Português pediu que eles fizessem uma redação sobre<br />
um tema muito difícil. Pelo que você leu, o que significa atônitos?<br />
Significa que as alunas ficaram muito surpresas com a atitude <strong>do</strong> professor.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Releia o fragmento retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto, observan<strong>do</strong> os verbos que estão<br />
em negrito:<br />
“(...) Nós escrevíamos nos nossos cadernos os nossos trabalhos. A<br />
gente tinha um caderno de lição, tínhamos carteiras, sentávamos<br />
duas a duas nas carteiras. As classes não eram mistas. No segun<strong>do</strong> ano<br />
primário acontecia também uma coisa muito interessante, a gente começava<br />
a usar caneta tinteiro. Isto é, a gente ganhava uma pena para<br />
colocar na caneta e todas as carteiras tinham no cantinho um orifício,<br />
uma espécie de um copinho com a tinta e então nós começávamos a<br />
aprender a escrever a tinta”.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
62
O tempo verbal emprega<strong>do</strong> no fragmento acima é o PRETÉRITO IM-<br />
PERFEITO DO INDICATIVO. Usamos o pretérito imperfeito, quan<strong>do</strong> desejamos<br />
relatar ou narrar acontecimentos que tiveram uma certa<br />
duração no passa<strong>do</strong> ou acontecimentos habituais.<br />
2. A maioria <strong>do</strong>s verbos usa<strong>do</strong>s no depoimento da professora Laurinda está<br />
no PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO. Por que a autora usou esse<br />
tempo verbal em seu depoimento?<br />
O pretérito imperfeito foi usa<strong>do</strong> para indicar que os fatos relata<strong>do</strong>s pela<br />
professora, quan<strong>do</strong> ocorreram, tiveram uma certa duração, e também vários<br />
deles expressam hábitos no passa<strong>do</strong>.<br />
3. Releia um outro fragmento retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto e observe os verbos que<br />
estão em negrito:<br />
(...) nosso primeiro dia de aula de Português ele entrou na sala de<br />
aula, foi até o quadro e escreveu: “O homem propõe e Deus dispõe”.<br />
E virou para a classe e disse: “Podem escrever”, e to<strong>do</strong>s ficaram mais<br />
ou menos atônitos: “Escrever o quê?!” Ele disse: “Eu quero saber se<br />
vocês sabem escrever, porque quem entra no Ginásio minimamente<br />
tem que saber fazer uma redação <strong>do</strong> tipo que eu estou dan<strong>do</strong>”. Eu<br />
acabei me sain<strong>do</strong> muito bem (...) E eu acabei me tornan<strong>do</strong> muito boa<br />
aluna com ele (...)”.<br />
O tempo verbal emprega<strong>do</strong> no fragmento acima é o PRETÉRITO PER-<br />
FEITO DO INDICATIVO. Usamos o pretérito perfeito, quan<strong>do</strong> desejamos<br />
narrar ou relatar ações e fatos ocorri<strong>do</strong>s num certo momento no<br />
passa<strong>do</strong>, mas que não tiveram duração e nem expressam acontecimentos<br />
habituais.<br />
4. Por que a professora Laurinda usou o PRETÉRITO PERFEITO no parágrafo<br />
destaca<strong>do</strong> acima?<br />
O pretérito perfeito foi usa<strong>do</strong> para indicar que os fatos relata<strong>do</strong>s pela<br />
professora, quan<strong>do</strong> ocorreram, não tiveram duração. É como se os fatos<br />
tivessem aconteci<strong>do</strong> num da<strong>do</strong> momento e termina<strong>do</strong> logo após. Além disso,<br />
o tempo pretérito perfeito não expressa fatos habituais.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
63
5. Complete o resumo abaixo:<br />
Usamos o tempo verbal pretérito imperfeito para narrar ou relatar fatos<br />
passa<strong>do</strong>s, que tiveram uma certa duração ou que indicam hábitos. Usamos<br />
o tempo verbal pretérito perfeito para narrar ou relatar fatos, que<br />
ocorreram no passa<strong>do</strong>, mas que NÃO tiveram duração quan<strong>do</strong> ocorreram<br />
e NÃO expressam hábitos.<br />
6. Nas frases abaixo, os verbos relatam fatos ocorri<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>, que<br />
não tiveram duração. Reescreva as frases, de mo<strong>do</strong> que os verbos expressem<br />
idéia de fatos habituais. Você vai usar expressões, como: to<strong>do</strong>s<br />
os dias, to<strong>do</strong>s os anos, sempre, freqüentemente ou outras que tragam a<br />
mesma idéia.<br />
Observe o modelo:<br />
O professor de Português escreveu no quadro o título da redação.<br />
O professor de Português escrevia no quadro o título da redação to<strong>do</strong>s<br />
os dias.<br />
Nesse exercício, a escolha pela expressão adverbial pode variar, desde<br />
que se mantenha o senti<strong>do</strong> da frase.<br />
a) Eu e minhas colegas usamos uniforme de gala no desfile.<br />
To<strong>do</strong>s os anos, eu e minhas colegas usávamos...<br />
b) Laurinda colocou seu material na bolsa marrom e foi para a escola.<br />
To<strong>do</strong>s os dias, Laurinda colocava seu material.... e ia para...<br />
c) Aconteceu uma coisa interessante durante a aula.<br />
Sempre acontecia uma coisa...<br />
d) As alunas encaparam seus cadernos de vermelho.<br />
Freqüentemente as alunas encapavam seus cadernos...<br />
7. Una as frases abaixo, sem repetir as palavras em negrito. Siga o<br />
modelo:<br />
Laurinda tinha uma bolsa marrom. A bolsa marrom era usada para<br />
levar o material.<br />
Laurinda tinha uma bolsa marrom, qUE era usada para levar o material.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
64
a) Nós sentávamos duas a duas nas carteiras. As carteiras tinham um<br />
copinho com tinta.<br />
Nós sentávamos duas a duas nas carteiras, que tinham um copinho...<br />
b) A gente tinha um caderno para cada disciplina. O caderno era encapa<strong>do</strong><br />
de vermelho.<br />
A gente tinha um caderno para cada disciplina, que era encapa<strong>do</strong> de<br />
vermelho.<br />
c) Nós tínhamos um uniforme de gala. O uniforme de gala era usa<strong>do</strong><br />
nos desfiles.<br />
Nós tínhamos um uniforme de gala, que era usa<strong>do</strong> nos desfiles.<br />
d) A gente tinha um professor de Português. O professor de Português<br />
nos chamava de senhora e senhor.<br />
A gente tinha um professor de Português, que nos chamava de senhora<br />
e senhor.<br />
Texto II<br />
O Texto II é uma crônica, publicada no Portal Aprendiz, sobre o dia-a-dia<br />
de uma escola na periferia de uma cidade grande.<br />
Crônica é um gênero de texto que narra, de forma leve e breve, fatos<br />
inspira<strong>do</strong>s no cotidiano, por isso mistura jornalístico com literário. Normalmente<br />
é veiculada na imprensa, e tem como objetivo agradar aos<br />
leitores, crian<strong>do</strong> uma familiaridade entre eles.<br />
22/08/2006<br />
Feliz Aniversário<br />
(Gilberto Dimenstein)<br />
Não havia na escola clima para rir: muros picha<strong>do</strong>s, janelas quebradas,<br />
tráfico. A diretora fora jurada de morte<br />
Situada no alto de uma colina, a escola tem vista para um cemitério<br />
(...). Soa um tanto estranho que aquela escola municipal tenha si<strong>do</strong> batizada<br />
pela comunidade com o nome de Zacarias, o faleci<strong>do</strong> humorista<br />
<strong>do</strong> grupo “Os Trapalhões”. Nela não havia nenhum clima para risadas:<br />
muros picha<strong>do</strong>s, banheiros detona<strong>do</strong>s, janelas quebradas, tráfico de<br />
drogas, guerra de gangues. Depois de se desentender com alunos <strong>do</strong><br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
65
perío<strong>do</strong> noturno, uma das diretoras fora jurada de morte e, de fato, tentaram<br />
matá-la. Como não a encontraram, tocaram fogo em sua sala.<br />
A Zacarias fica nas fronteiras <strong>do</strong> Jardim Ângela, aponta<strong>do</strong> pela ONU,<br />
no passa<strong>do</strong>, como a região mais violenta <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>; muitos de seus jovens<br />
estão enterra<strong>do</strong>s no cemitério Jardim São Luiz, em frente à escola.<br />
Foi nesse ambiente que chegou, em 1991, a professora Olgair Gomes<br />
Garcia para ser a coordena<strong>do</strong>ra pedagógica da escola. Acabou fazen<strong>do</strong><br />
dali um laboratório de prevenção à violência. “Tínhamos de trabalhar<br />
a auto-estima <strong>do</strong>s alunos e também a de seus pais”, diz. “Na periferia,<br />
é comum as pessoas não se sentirem valorizadas. É preciso fazer com<br />
que aprendam a gostar de si próprias”.<br />
Ela teve a idéia de produzir, na escola, caprichadas festas coletivas<br />
de aniversário. “No dia da festa, é uma alegria quan<strong>do</strong> os estudantes<br />
vêem suas fotos num telão”. Os aniversários fizeram com que to<strong>do</strong>s<br />
pudessem se conhecer pelo nome, o que era fundamental.<br />
Nessa mesma busca de auto-estima, a professora criou também a<br />
“Semana das Trapalhadas”. Nada de aulas expositivas: apenas oficinas<br />
de bijuteria, culinária, arte e mídia. “Isso dá a sensação de que se podem<br />
fazer coisas belas”, aposta Olgair. (...).<br />
Enquanto ganhava a confiança de pais e alunos, Olgair conseguia<br />
ajuda da comunidade para consertar banheiros, portas e janelas. Com<br />
o plantio de árvores, fez-se um parque de recreação, com quiosque e<br />
quadras, aberto nos finais de semana. Tiraram pichações e iluminaram<br />
os muros brancos - o que, à noite, dá um ar de templo à Zacarias, por<br />
estar numa colina. “Conseguimos produzir um clima agradável, o que é<br />
importante para o aprendiza<strong>do</strong>”.<br />
(Adapta<strong>do</strong> de: http://aprendiz.uol.com.br/content/jetocufrun.mmp Acesso 01/12/2008 –<br />
Coluna originalmente publicada na Folha de S.Paulo, editoria Cotidiano).<br />
1. O texto relata as transformações sofridas pela escola Zacarias em São<br />
Paulo. Por que, então, seu título é “Feliz Aniversário”?<br />
Para animar a escola e aumentar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos, a professora<br />
promovia festas de aniversário, o que mu<strong>do</strong>u totalmente a convivência na<br />
escola, por isso o autor escolheu esse título.<br />
2. A professora Olgair criou na escola a “Semana das Trapalhadas”.<br />
a) O que acontecia na Semana?<br />
Ao invés das aulas tradicionais, os alunos tinham aula de bijuteria, culinária,<br />
arte e mídia.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
66
) Por que essa Semana acontece na escola?<br />
Para reunir as famílias na escola e aumentar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos<br />
e de suas famílias.<br />
c) Na sua opinião, qual pode ter si<strong>do</strong> a razão <strong>do</strong> nome “Semana das<br />
Trapalhadas”?<br />
Como o nome da escola era Zacarias, em homenagem a um <strong>do</strong>s Trapalhões,<br />
a semana recebeu esse nome.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia as frases<br />
O Zacarias era <strong>do</strong> grupo “Os Trapalhões”.<br />
A Zacarias fica nas fronteiras <strong>do</strong> Jardim Ângela.<br />
Explique a diferença entre as expressões destacadas:<br />
A primeira expressão se refere ao ator Zacarias, por isso foi usa<strong>do</strong> o artigo<br />
defini<strong>do</strong> masculino. A segunda expressão se refere à escola, por isso<br />
foi usa<strong>do</strong> o artigo defini<strong>do</strong> feminino.<br />
2. No Texto II, as falas da professora Olgair foram introduzidas pelo narra<strong>do</strong>r<br />
da seguinte forma:<br />
“Tínhamos de trabalhar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos e a de seus pais”, diz<br />
a professora Olgair.<br />
Outra forma de apresentar essa mesma fala é:<br />
A professora Olgair diz:<br />
– Tínhamos de trabalhar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos e a de seus pais.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
67
Siga o modelo, usan<strong>do</strong> corretamente <strong>do</strong>is pontos e travessão:<br />
a) “Nós conseguimos produzir um clima agradável na escola”, explicou<br />
a coordena<strong>do</strong>ra.<br />
A coordena<strong>do</strong>ra explicou:<br />
– Nós conseguimos produzir um clima agradável na escola.<br />
b) “Isso dá a sensação de que se podem fazer coisas belas”, aposta<br />
Olgair.<br />
Olgair aposta:<br />
– Isso dá a sensação de que se podem fazer coisas belas.<br />
c) “No dia da festa, é uma alegria quan<strong>do</strong> os estudantes vêem suas fotos<br />
num telão”, entusiasma-se a professora Olgair.<br />
A professora Olgair entusiasma-se:<br />
– No dia da festa, é uma alegria quan<strong>do</strong> os estudantes vêem suas fotos<br />
num telão.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Nessa atividade o aluno deve se apoiar em duas fontes de informação:<br />
seu conhecimento de mun<strong>do</strong> sobre suas experiências escolares, inclusive<br />
a mais recente, como aluno <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>; e o conhecimento sobre<br />
estratégias lingüístico-discursivas próprias <strong>do</strong> gênero depoimento, trabalha<strong>do</strong><br />
nessa oficina: o uso de 1ª pessoa <strong>do</strong> singular (eu), ou <strong>do</strong> plural (nós)<br />
e o tempo verbal pretérito imperfeito.<br />
Leia o depoimento de um aluno <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, <strong>do</strong> site http://www.<br />
projovem.gov.br/galera/trabalho.html<br />
Como era antes <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong><br />
Trecho <strong>do</strong> relato <strong>do</strong> aluno Gustavo da Veiga Costa - Núcleo Pão<br />
<strong>do</strong>s Pobres – Porto Alegre – RS<br />
“(...) Nesse mesmo ano, vi pela televisão uma propaganda <strong>do</strong> Pro-<br />
Jovem: era tu<strong>do</strong> que eu queria, pois eu poderia completar o ensino<br />
fundamental em um ano e conseguir uma qualificação profissional. Foi<br />
uma luta para conseguir uma vaga, pois passei quase uma hora tentan<strong>do</strong><br />
ligar. Cheguei a quase desistir, quan<strong>do</strong> consegui ligar e me matricular.<br />
Depois foi quase um ano até começar as aulas. E aqui estou<br />
com oito meses de <strong>ProJovem</strong>. Nesse tempo conheci novos amigos e me<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
68
adaptei muito bem. Tenho afinidade e me sinto à vontade. Os novos<br />
professores, que por sinal gosto muito deles, me tratam bem, me dão<br />
mais atenção e, além disso, explicam muito bem a matéria. Com isso<br />
consegui tirar a melhor média <strong>do</strong> núcleo na prova da Unidade Formativa<br />
I. Aí é que eu vejo que a escola regular não dá valor aos seus alunos.<br />
Nesse tempo aprendi e participei de coisas legais e quan<strong>do</strong> olho para<br />
trás parece que foi ontem que tu<strong>do</strong> começou com aquele frio na barriga<br />
comum <strong>do</strong> primeiro dia de aula. Hoje falta pouco para me formar e<br />
disso tu<strong>do</strong> eu tiro uma lição: de que nunca vale a pena desistirmos de<br />
lutar pelos nossos objetivos”.<br />
Você leu acima o depoimento de um aluno <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, a respeito<br />
de sua experiência nesse programa. Consideran<strong>do</strong> também a leitura <strong>do</strong>s<br />
Textos I e II, escreva um depoimento sobre uma escola que você tenha<br />
freqüenta<strong>do</strong>, comparan<strong>do</strong>-a com a escola que freqüenta hoje. Para escrever<br />
seu depoimento, você deve usar de recursos da língua, aprendi<strong>do</strong>s<br />
nessa oficina:<br />
1ª pessoa <strong>do</strong> singular (eu), ou <strong>do</strong> plural (nós);<br />
tempo verbal pretérito imperfeito.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
69
ENCONTRO IV<br />
Formação profissional <strong>do</strong> Século XXI<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Hoje em dia o merca<strong>do</strong> de trabalho está muito exigente na escolha de<br />
seus profissionais. Algumas empresas exigem conhecimento de informática;<br />
outras exigem um determina<strong>do</strong> curso (curso prático de pedreiro,<br />
marceneiro, instala<strong>do</strong>r de móveis, eletricista, enfermeiro etc.). Há também<br />
empresas que exigem experiência <strong>do</strong> profissional e pedem que o<br />
candidato apresente um currículo. Além disso, ele deve mostrar outras<br />
qualidades pessoais.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você se sente prepara<strong>do</strong> para enfrentar o merca<strong>do</strong> de trabalho?<br />
Que vaga você teria condições de disputar? Converse com seus colegas<br />
sobre isso.<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
O texto abaixo é uma pequena reportagem publicada na revista de informação<br />
semanal Época On-line. Leia-o com atenção para responder às<br />
questões que se seguem.<br />
Reportagem é um gênero de texto que reúne informações sobre determina<strong>do</strong><br />
assunto, de forma mais desenvolvida <strong>do</strong> que a notícia. É<br />
transmitida pelos jornais ou por outros meios de comunicação.<br />
O profissional <strong>do</strong> Século XXI<br />
Atitude, autoconhecimento e vontade de aprender mais são as principais<br />
características de quem quer conquistar o sucesso na carreira<br />
POR GRAZIELA SALOMÃO<br />
Ter curso superior ou falar muitas línguas não é mais a definição de<br />
um bom profissional (...). As palavras-chaves <strong>do</strong> profissional <strong>do</strong> Século<br />
XXI são atitude e vontade de aprender mais.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
70
Para Maria da Conceição Uval<strong>do</strong>, psicóloga <strong>do</strong> Serviço de Educação Profissional<br />
da Universidade de São Paulo, o que distingue os melhores profissionais<br />
<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> é a disponibilidade de aprender e lidar com as transformações.<br />
“A velocidade de mudanças hoje em dia é muito rápida e é preciso<br />
ficar sempre conecta<strong>do</strong> com o que acontece na sua área”, explica.<br />
Outra característica marcante, ressaltada pela analista e psicóloga<br />
especializada em Psicologia <strong>do</strong> Trabalho, Lígia Guerra, é o autoconhecimento.<br />
Para Lígia, só assim é possível respeitar e lidar com seus limites<br />
e os de seus colegas de trabalho. Esse também é um <strong>do</strong>s destaques<br />
aponta<strong>do</strong>s pelo diretor-geral da consultoria Case Consulting, Ricar<strong>do</strong><br />
Bevilacqua. E ele dá um reca<strong>do</strong> a quem quer crescer na carreira: “Não<br />
se esqueça de que quem controla sua carreira é você, e não o seu chefe.<br />
Tome as iniciativas e, para isso, é preciso conhecer o seu valor e<br />
decidir aonde se quer chegar”.<br />
A pedi<strong>do</strong> de ÉPOCA On-line, os especialistas deram dicas de como<br />
deve ser o perfil de um bom profissional que deseja alcançar o sucesso.<br />
Confira:<br />
MARIA DA CONCEIÇÃO UVALDO sugere:<br />
Ter facilidade de se relacionar.<br />
Mostrar competência no que se é capaz de fazer.<br />
Gostar de desafios.<br />
Pensar na sua aparência de acor<strong>do</strong> com cada profissão.<br />
Não esquecer de que o lema deve ser ‘’aprender a aprender’’.<br />
RICARDO BEVILACQUA sugere:<br />
Ser surpreendente, trazen<strong>do</strong> novidades para quebrar padrões.<br />
Ter capacidade de analisar com clareza qualquer cenário.<br />
Saber se comunicar clara e objetivamente.<br />
Ter uma atitude vence<strong>do</strong>ra para fazer as coisas acontecerem.<br />
Mostrar seu potencial.<br />
LÍGIA GUERRA sugere:<br />
Ter diplomacia, educação e, principalmente, saber ouvir.<br />
Desenvolver metas a curto, médio e longo prazo. “Quan<strong>do</strong> se sabe<br />
o que se quer fazer, é mais fácil chegar lá”.<br />
Ter humildade e, sempre que necessário, buscar ajuda.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
71
Ter bom humor. ‘’Quem tem bom humor é mais carismático e mais<br />
lembra<strong>do</strong> na hora de indicação de uma vaga ou promoção”.<br />
Ser coerente com os próprios valores.<br />
(Adapta<strong>do</strong> de: Época On-line, Ed. 403, 04/02/06 Disponível em<br />
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT1124524-1655,00.html).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. O título da reportagem é “O profissional <strong>do</strong> Século XXI”. Algumas reportagens<br />
apresentam, logo abaixo <strong>do</strong> título, um subtítulo. A função <strong>do</strong> subtítulo<br />
é antecipar uma ou mais idéias importantes, de mo<strong>do</strong> a convencer o<br />
leitor de que o texto poderá ser interessante para ele. Marque no texto o<br />
subtítulo da reportagem.<br />
Professor: o subtítulo foi assinala<strong>do</strong> no texto em verde.<br />
2. A respeito da reportagem que você leu, marque (F) Falso ou (V)<br />
Verdadeiro:<br />
( V ) Graziela Salomão é a jornalista autora da reportagem.<br />
( F ) Conceição, Lígia e Ricar<strong>do</strong> são jornalistas convida<strong>do</strong>s por Graziela<br />
a colaborar na reportagem.<br />
( F ) Ricar<strong>do</strong> Bevilacqua pensa que to<strong>do</strong> chefe deve controlar a carreira<br />
de seus funcionários.<br />
( V ) As dicas para se descobrir o perfil de um bom profissional podem ser<br />
úteis para to<strong>do</strong>s aqueles que desejam uma vaga no merca<strong>do</strong> de trabalho.<br />
3. O profissional <strong>do</strong> Século XXI deve ter a capacidade de “aprender a<br />
aprender”. O que significa essa expressão?<br />
A expressão significa que o profissional deve estar prepara<strong>do</strong> para enfrentar<br />
as transformações que acontecem em sua área, que são cada vez<br />
mais rápidas. Aprender a aprender significa estar sempre pronto para mudar,<br />
para renovar os conhecimentos.<br />
4. Leia o verbete DIPLOMACIA, como aparece no dicionário:<br />
Diplomacia. 1. Ciência das relações e interesses internacionais. 2. Ciência<br />
ou arte das negociações. 3. O conjunto <strong>do</strong>s representantes <strong>do</strong> governo<br />
de um país junto ao governo de outro país. 4. Delicadeza, finura.<br />
5. Astúcia ou habilidade com que se trata qualquer negócio.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
72
No texto, a psicóloga Lígia sugere que o profissional deve ser diplomático<br />
e educa<strong>do</strong>. Consultan<strong>do</strong> o verbete acima, responda: O que significa ser<br />
diplomático?<br />
Significa saber agir com habilidade, delicadeza e finura.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia abaixo algumas das sugestões da psicóloga LÍGIA GUERRA para<br />
quem deseja ser um profissional de sucesso:<br />
Ter diplomacia, educação e, principalmente, saber ouvir.<br />
Ter humildade e, sempre que necessário, buscar ajuda.<br />
Ter bom humor. “Quem tem bom humor é mais carismático e mais<br />
lembra<strong>do</strong> na hora de indicação de uma vaga ou promoção”.<br />
Ter coerência com os próprios valores.<br />
a) Observe:<br />
Ter diplomacia = ser diplomático<br />
Continue:<br />
a) Ter humildade = humilde<br />
b) Ter educação = educa<strong>do</strong><br />
c) Ter bom humor = bem-humora<strong>do</strong><br />
d) Ter carisma = carismático<br />
e) Ter coerência = coerente<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
73
) Complete:<br />
As palavras usadas para completar cada item acima pertencem à<br />
classe/família <strong>do</strong>s ______________(ADJETIVOS-SUBSTANTIVOS). Os<br />
________________(ADJETIVOS-SUBSTANTIVOS) são usa<strong>do</strong>s para dar características<br />
às pessoas, objetos, lugares, sentimentos etc.<br />
2. Volte às sugestões de Maria da Conceição Uval<strong>do</strong> e Ricar<strong>do</strong> Bevilacqua.<br />
Escreva três ADJETIVOS que caracterizam um bom profissional, de acor<strong>do</strong><br />
com os especialistas:<br />
Respostas pessoais, com sugestões abaixo.<br />
Leia:<br />
a)<br />
b)<br />
competente<br />
QUANDO USAR ONDE? QUANDO USAR AONDE?<br />
Observe:<br />
No exemplo a: Quem chega, chega A algum lugar.<br />
(A + ONDE / idéia de movimento)<br />
No exemplo b: A pessoa está EM um lugar.<br />
(ONDE / não tem idéia de movimento)<br />
comunicativo dinâmico<br />
“(...) é preciso conhecer o seu valor e decidir aonde se quer chegar”.<br />
É preciso conhecer bem o local onde você está.<br />
3. Complete corretamente as frases:<br />
a) Você vai aonde? Vou ao cinema.<br />
b) Procuro uma firma onde eu possa aplicar meus conhecimentos sobre<br />
computação.<br />
c) Já escolheu onde deixar o seu currículo?<br />
d) Aonde vai chegar tanta violência?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
74
e) Os grandes centros, onde há maior oferta de empregos, nem sempre<br />
oferecem melhor qualidade de vida.<br />
f) É essencial citar o nome da empresa onde o candidato trabalhou.<br />
Texto II<br />
O texto abaixo foi escrito para ensinar como elaborar um <strong>do</strong>cumento<br />
chama<strong>do</strong> currículo. É necessário ficar atento às instruções, porque um<br />
currículo bem feito pode ajudar a conquistar uma boa colocação no merca<strong>do</strong><br />
de trabalho.<br />
O currículo é um <strong>do</strong>cumento escrito que apresenta uma pessoa que<br />
deseja se candidatar a um emprego. No currículo, é informa<strong>do</strong> o que<br />
a pessoa sabe, o que pode fazer e o que os emprega<strong>do</strong>res podem<br />
esperar dela.<br />
Como fazer um bom currículo<br />
Como a primeira impressão normalmente permanece, a melhor escada<br />
para o emprego de seus sonhos é elaborar um currículo de maneira<br />
clara e objetiva.<br />
Para cada vaga pretendida, é necessário fazer uma adaptação e excluir<br />
as informações desnecessárias em seu currículo, para ajustá-lo à<br />
situação e à vaga que você deseja conseguir.<br />
Alguns passos e um ordenamento de idéias podem ser segui<strong>do</strong>s, pensan<strong>do</strong><br />
na elaboração de um currículo claro e objetivo. Confira abaixo:<br />
1. NÃO é necessário que o candidato: a. escreva a expressão<br />
“Curriculum Vitae” no alto da página; b. coloque sua foto no currículo,<br />
a não ser que isso seja exigi<strong>do</strong> pelo emprega<strong>do</strong>r; c. coloque uma capa<br />
no currículo.<br />
2. Da<strong>do</strong>s pessoais e <strong>do</strong>cumentais: O nome completo é o primeiro<br />
da<strong>do</strong> e deve vir em destaque. Em seguida, vêm endereço completo,<br />
mais de um número de telefone e e-mail, naturalidade, esta<strong>do</strong> civil e<br />
idade.<br />
3. Objetivo profissional: Muitos candidatos não incluem essa informação<br />
no currículo, por considerarem que ela já aparece nas atividades<br />
profissionais, mas é importante deixar claro o que a pessoa pretende<br />
profissionalmente.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
75
4. Formação básica e complementar: Deve ser descrita a formação<br />
escolar <strong>do</strong> candidato, numa lista organizada em ordem decrescente<br />
de importância (isto é, <strong>do</strong> curso mais importante ao curso de menor<br />
importância <strong>do</strong> candidato).<br />
5. Experiência profissional: É necessário citar apenas as experiências<br />
mais relevantes. Caso todas sejam importantes, o candidato<br />
deve citar apenas as três últimas experiências profissionais que se relacionam<br />
com a vaga pretendida. É essencial citar o nome da empresa<br />
em que o candidato trabalhou, o cargo desempenha<strong>do</strong>, o perío<strong>do</strong> de<br />
permanência na firma e um resumo das funções exercidas.<br />
6. Informações adicionais: Nesse campo, entram outros cursos<br />
que o candidato fez: por exemplo, se ele tem conhecimento de línguas<br />
e de informática, e qualquer outra informação que possa ser importante<br />
para a definição <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> candidato.<br />
7. Data em que o currículo foi feito.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. No texto, pode ser lida a seguinte frase:<br />
(Adapta<strong>do</strong> de ).<br />
“Como a primeira impressão normalmente permanece, a melhor escada<br />
para o emprego de seus sonhos é elaborar um currículo de maneira<br />
clara e objetiva”.<br />
Há um dita<strong>do</strong> popular que afirma: “A primeira impressão é a que fica”.<br />
Explique o significa<strong>do</strong> desse dita<strong>do</strong>, relacionan<strong>do</strong> currículo com a primeira<br />
impressão que uma pessoa causa em outra.<br />
O currículo é a apresentação <strong>do</strong> candidato ao emprego. Se for bem feito,<br />
causará uma boa impressão e isso poderá aumentar as chances de o candidato<br />
conquistar a vaga desejada.<br />
2. O texto aconselha que, no currículo, a formação escolar <strong>do</strong> candidato<br />
seja colocada em ordem decrescente de importância. Por que a ordem<br />
decrescente deve ser observada?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
76
Para dar destaque aos cursos mais importantes que o candidato possui<br />
e evitar que o emprega<strong>do</strong>r perca tempo informações desnecessárias.<br />
3. Pense a respeito da seguinte situação, para responder ao que for pedi<strong>do</strong>:<br />
João Marcos tem muita experiência como motorista de ônibus urbano.<br />
Ele concluiu o ensino fundamental, trabalhou em duas grandes empresas<br />
de transporte urbano e freqüentou vários cursos em sua área:<br />
legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros-socorros, relacionamento<br />
com o público. Além desses, em outras ocasiões, Marcos também<br />
freqüentou um curso de mecânica de tratores e já trabalhou como<br />
confeiteiro e porteiro de con<strong>do</strong>mínios.<br />
De acor<strong>do</strong> com o Texto II, que experiências profissionais Marcos NÃO<br />
deve citar no currículo que vai entregar na empresa Santa Lúcia Transportes<br />
<strong>Urbano</strong>s, para disputar uma vaga de motorista?<br />
Não é necessário citar as experiências como confeiteiro e como porteiro<br />
de con<strong>do</strong>mínios.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia os exemplos abaixo:<br />
O melhor candidato a um emprego demonstra vontade de aprender<br />
mais.<br />
a. DEMONSTRE vontade de aprender mais.<br />
b. É necessário DEMONSTRAR vontade de aprender mais.<br />
Na frase a, o verbo demonstre está emprega<strong>do</strong> no MODO IMPERATI-<br />
VO, e na frase b, o verbo demonstrar está no INFINITIVO. Essas formas<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
77
verbais podem ser usadas para dar uma ordem, um conselho, uma instrução,<br />
de acor<strong>do</strong> com a intenção <strong>do</strong> falante.<br />
Faça o mesmo com as frases abaixo, usan<strong>do</strong> o verbo sublinha<strong>do</strong> no IM-<br />
PERATIVO e no INFINITIVO:<br />
a) Algumas informações devem ser eliminadas <strong>do</strong> currículo.<br />
ELIMINE algumas informações <strong>do</strong> currículo.<br />
É necessário ELIMINAR algumas informações <strong>do</strong> currículo.<br />
b) A melhor escada para o emprego de seus sonhos é elaborar o currículo<br />
de maneira clara e objetiva.<br />
ELABORE o currículo de maneira clara e objetiva, pois é a melhor escada<br />
para o emprego de seus sonhos.<br />
É necessário ELABORAR o currículo de maneira clara e objetiva, pois<br />
é a melhor escada para o emprego de seus sonhos.<br />
c) O nome completo <strong>do</strong> candidato deve estar destaca<strong>do</strong> no currículo.<br />
DESTAQUE seu nome completo no currículo.<br />
É necessário DESTACAR seu nome completo no currículo.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Professor: é importante auxiliar o aluno na elaboração de seu currículo,<br />
retoman<strong>do</strong> a leitura <strong>do</strong> Texto II, sempre que isso for necessário. Os alunos<br />
que já tenham ti<strong>do</strong> experiência com a elaboração de currículo poderão ser<br />
convida<strong>do</strong>s a colaborar com os colegas na realização desta atividade.<br />
Pense nas experiências que você já teve em sua vida profissional e a seguir,<br />
elabore seu currículo, consultan<strong>do</strong> as instruções dadas no Texto II:<br />
_______________________________________________________<br />
(nome completo destaca<strong>do</strong>)<br />
Endereço: ______________________________________________<br />
Telefone(s) para contato: __________________________________<br />
E-mail: ________________________________________________<br />
Natural de _________________________________ UF: _________<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
78
Esta<strong>do</strong> civil: __________________________ Idade: ______________<br />
Objetivo profissional: ______________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Formação básica e complementar<br />
1. _____________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
2. _____________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
3. _____________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Experiência profissional<br />
1. _____________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
2. _____________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
3. _____________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Outras informações<br />
1. ______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
2. ______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
3. ______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
79<br />
Data da elaboração <strong>do</strong> currículo
CULTURA E LAZER<br />
3<br />
Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />
por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para a<br />
reflexão sobre a importância da cultura e <strong>do</strong> lazer na formação integral<br />
<strong>do</strong> cidadão, valorizan<strong>do</strong> manifestações culturais produzidas pelos diversos<br />
segmentos da sociedade. As respostas em laranja, que acompanham as<br />
questões, têm como objetivo, ao mesmo tempo, fornecer ao professor um<br />
auxílio para sua compreensão <strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito, o que<br />
não significa que o professor não possa aceitar outras respostas possíveis<br />
de seus alunos.<br />
ENCONTRO I<br />
Cultura, diversão e arte<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Diz o dita<strong>do</strong> popular: Primeiro o dever, depois o prazer. Você concorda<br />
com essa idéia?<br />
Que lugar o lazer ocupa em sua vida?<br />
O que você mais gosta de fazer para aproveitar o seu tempo livre?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
O texto que você vai ler é a letra de uma música da banda de rock Titãs.<br />
A música foi lançada em 1987, pela grava<strong>do</strong>ra WEA, no álbum “Jesus não<br />
tem dentes no país <strong>do</strong>s banguelas”.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
80
Comida<br />
Composição: Arnal<strong>do</strong> Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito<br />
Bebida é água.<br />
Comida é pasto.<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
A gente não quer só comida,<br />
a gente quer comida, diversão e arte.<br />
A gente não quer só comida,<br />
a gente quer saída para qualquer parte.<br />
A gente não quer só comida,<br />
a gente quer bebida, diversão, balé.<br />
A gente não quer só comida,<br />
a gente quer a vida como a vida quer.<br />
Bebida é água.<br />
Comida é pasto.<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
A gente não quer só comer,<br />
a gente quer comer e quer fazer amor.<br />
A gente não quer só comer,<br />
a gente quer prazer pra aliviar a <strong>do</strong>r.<br />
A gente não quer só dinheiro,<br />
a gente quer dinheiro e felicidade.<br />
A gente não quer só dinheiro,<br />
a gente quer inteiro e não pela metade.<br />
Bebida é água.<br />
Comida é pasto.<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
81
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. A letra de uma música tem algumas semelhanças com um poema. Assim<br />
como no poema, a letra de uma música é escrita em versos, que são<br />
agrupa<strong>do</strong>s em estrofes, e algumas palavras rimam entre si. Responda:<br />
a) Quantos versos há na música?<br />
28 versos.<br />
b) Quantas estrofes há?<br />
5 estrofes.<br />
c) Na música, é comum uma determinada estrofe se repetir. Marque no<br />
texto a estrofe que se repete e quantas vezes?<br />
A primeira estrofe se repete 3 vezes.<br />
d) Que nome recebe a estrofe que se repete em uma música?<br />
Refrão.<br />
e) Que palavras rimam na música?<br />
A PALAVRA RIMA COM<br />
bebida comida<br />
arte parte<br />
saída comida<br />
balé quer (qué)<br />
amor <strong>do</strong>r<br />
metade felicidade<br />
dinheiro inteiro<br />
comer prazer<br />
2. Na música, assim como na poesia, as palavras costumam ter senti<strong>do</strong>s<br />
diferentes daqueles que têm no dia-a-dia. É o que chamamos de senti<strong>do</strong><br />
figura<strong>do</strong>. Releia os versos:<br />
“Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?”<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
82
a) Veja abaixo como as palavras sede e fome aparecem no dicionário.<br />
Sublinhe as definições que melhor se encaixam nos senti<strong>do</strong>s de cada uma<br />
dessas palavras na música.<br />
Sede. s.f. 1. Sensação de necessidade de beber água ou líqui<strong>do</strong> similar;<br />
2. Fig. forte desejo, cobiça, avidez.<br />
Fome. s.f. 1. Grande apetite de comer; 2. urgência de alimentos, miséria;<br />
3. Fig. avidez, ambição.<br />
b) Consideran<strong>do</strong> sua resposta na letra “a”, complete a frase abaixo, de<br />
acor<strong>do</strong> com o que você entendeu sobre a mensagem da música:<br />
Além de precisarem de alimento e de bebida para viver, as pessoas<br />
também ____________________________________.<br />
Resposta pessoal.<br />
3. Nas 3ª e 4ª estrofes, a palavra gente se repete várias vezes. Essa palavra<br />
se refere, principalmente:<br />
( ) aos compositores que fizeram a música.<br />
( x ) às pessoas de um mo<strong>do</strong> geral.<br />
( ) apenas às pessoas que têm fome e sede.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia e compare:<br />
“A gente não quer só dinheiro”.<br />
Nós não queremos só dinheiro.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
83
a) Nas frases acima houve duas transformações:<br />
1º O sujeito, A gente, foi substituí<strong>do</strong> pelo pronome “nós”.<br />
2º A forma verbal quer, que estava no singular, foi flexionada no plural.<br />
b) Na primeira frase, o verbo está flexiona<strong>do</strong> no singular, porque o sujeito<br />
“A gente” está no singular.<br />
c) Na segunda frase, o verbo está flexiona<strong>do</strong> no plural, porque o sujeito<br />
“nós” é um pronome de 1ª pessoa <strong>do</strong> plural.<br />
CONCLUSÃO: A palavra gente, embora traga a idéia de quantidade<br />
(eu + outra(s) pessoa(s)), NÃO está no plural, por isso, o verbo que<br />
concorda com essa palavra deve estar sempre no singular.<br />
2. Faça a flexão <strong>do</strong> verbo, de acor<strong>do</strong> com o sujeito da frase. Observe também<br />
o tempo verbal:<br />
a) Eu e meus amigos fomos ao show de Marcelo D2 na semana passada.<br />
A gente ficou impressiona<strong>do</strong> com a quantidade de pessoas. (ir – ficar)<br />
b) To<strong>do</strong>s os dias, a gente passa por esse ponto de ônibus e nunca está<br />
vazio. (passar)<br />
c) To<strong>do</strong>s nós iremos à festa de despedida de nosso amigo no próximo<br />
fim de semana. A gente fará / vai fazer uma surpresa e tanto para ele. (ir<br />
– fazer)<br />
3. Observe os exemplos abaixo:<br />
Você tem sede de quê?<br />
Você tem fome de quê?<br />
a) Nos <strong>do</strong>is grupos de exemplos foi usa<strong>do</strong> um pronome interrogativo.<br />
Qual?<br />
De que /de quê.<br />
b) O pronome interrogativo, nos exemplos acima, ocupa a mesma posição<br />
na frase?<br />
Não.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
84<br />
De que você tem sede?<br />
De que você tem fome?
c) Que mudança ocorre, quan<strong>do</strong> o pronome interrogativo “de que” é<br />
coloca<strong>do</strong> na posição final da frase?<br />
O pronome passa a receber o acento circunflexo.<br />
4. Reescreva as frases, alteran<strong>do</strong> a posição <strong>do</strong> pronome interrogativo.<br />
Atenção para a acentuação correta:<br />
a) De que você precisa para ser feliz?<br />
Para ser feliz você precisa de quê?<br />
b) Você gosta de quê?<br />
De que você gosta?<br />
c) De que é feita a esperança <strong>do</strong> povo brasileiro?<br />
A esperança <strong>do</strong> povo brasileiro é feita de quê?<br />
d) Os alunos se envergonharam de quê?<br />
De que os alunos se envergonharam?<br />
5. Observe:<br />
a) DINHEIRO<br />
Faça o mesmo com as palavras abaixo e marque a sílaba onde há DI-<br />
TONGO:<br />
ÁGUA<br />
Á GUA<br />
DIVERSÃO<br />
INTEIRO<br />
DI NHEI RO<br />
encontro de duas vogais na<br />
mesma sílaba DITONGO<br />
DI VER SÃO<br />
IN TEI RO<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
85
) SAÍDA<br />
Faça o mesmo com as palavras abaixo e marque a sílaba onde há HIATO:<br />
ALIVIAR<br />
SAÚDE<br />
CONTEÚDO<br />
SA Í DA<br />
encontro de duas vogais em<br />
sílabas diferentes HIATO<br />
c) Copie as palavras <strong>do</strong> quadro abaixo em seu caderno, separan<strong>do</strong>-as<br />
em sílabas e forman<strong>do</strong> <strong>do</strong>is grupos:<br />
um grupo de palavras em que há ditongo;<br />
um grupo de palavras em que há hiato.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
A LI VI AR<br />
SA Ú DE<br />
CON TE Ú DO<br />
pais confiança<br />
cemitério plantio<br />
situada banheiros<br />
Luiz alegria<br />
noite mídia<br />
O foco principal desta atividade é levar o aluno a perceber como os<br />
recursos da língua podem ser usa<strong>do</strong>s para produzir efeitos melódicos nos<br />
versos, utilizan<strong>do</strong>-se de repetição de palavras e de estruturas sintáticas e<br />
<strong>do</strong> uso de rimas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
86
Vimos que uma das características da letra de uma música é apresentar<br />
rimas entre as palavras. Tente dar continuidade aos versos da música <strong>do</strong>s<br />
Titãs, acrescentan<strong>do</strong> outros desejos que o cidadão pode ter em sua vida.<br />
Além de se preocupar com as rimas das palavras, você deve seguir o modelo<br />
de versos usa<strong>do</strong>s pelos compositores, como explica<strong>do</strong> abaixo:<br />
“A gente não quer só comida, X<br />
a gente X quer comida, diversão e arte”.<br />
Agora, vá completan<strong>do</strong> os quadros a seguir, para formar seus próprios<br />
versos (Atenção: não escreva nos quadros marca<strong>do</strong>s com X!):<br />
A gente não quer só X<br />
a gente X quer<br />
A gente não quer só X<br />
a gente X quer<br />
A gente não quer só X<br />
a gente X quer<br />
Apresente seus versos para os colegas. Experimente, quem sabe, cantálos<br />
na mesma melodia da música original <strong>do</strong>s Titãs.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
87
ENCONTRO II<br />
O poder da televisão<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
A televisão é, sem dúvida, uma das formas mais populares de lazer <strong>do</strong><br />
povo brasileiro.<br />
Que lugar a televisão ocupa em sua vida e na de sua família? Você<br />
deixa de fazer qualquer outra coisa para assistir a um capítulo de novela<br />
ou a uma partida de futebol?<br />
Para você, a televisão traz só benefícios, ou é possível ver nela também<br />
aspectos negativos?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
O texto abaixo é um fragmento de uma reportagem retirada da revista<br />
SUPERINTERESSANTE, (ed. 146, nov.1999), que traz informações sobre a<br />
invenção da televisão.<br />
Texto I<br />
O mun<strong>do</strong> na tela da TV<br />
A primeira imagem de televisão transmitida no<br />
mun<strong>do</strong> foi uma decepcionante linha reta que cortava,<br />
na horizontal, um protótipo de tubo de televisão. Mas<br />
seu inventor ficou eufórico, principalmente quan<strong>do</strong> a<br />
linha fez uma rotação de 90 graus, passan<strong>do</strong> para a vertical. Tu<strong>do</strong><br />
isso aconteceu no sótão de uma casa em San Francisco, nos Esta<strong>do</strong>s<br />
Uni<strong>do</strong>s, em 7 de setembro de 1927. É por causa dessa façanha que o<br />
americano Philo Farnsworth (1906-1971), um ex-estudante de Engenharia<br />
que aban<strong>do</strong>nou os estu<strong>do</strong>s por falta de dinheiro, é chama<strong>do</strong> de<br />
pai da televisão.<br />
Mas ganhar essa paternidade não foi fácil. As idéias de Farnsworth<br />
acabaram cain<strong>do</strong> nas mãos de Vladimir Zworykin, um engenheiro<br />
russo radica<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s que, para azar de Farnsworth, era<br />
sócio de um poderoso empresário da área de comunicações. Zworykin<br />
e David Sarnoff, da empresa RCA, depois de uma maciça campanha<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
88
publicitária, passaram a ser conheci<strong>do</strong>s como os inventores da televisão.<br />
Farnsworth foi à Justiça reivindicar a posse <strong>do</strong>s direitos autorais<br />
sobre a invenção, numa batalha que se estendeu por muitos anos. Em<br />
1939, na Feira Mundial de Nova York, o presidente americano Franklin<br />
Roosevelt falou na primeira transmissão televisiva para o público. Do<br />
outro la<strong>do</strong>, claro, só havia algumas poucas centenas de aparelhos. Mas<br />
em menos de uma década a invenção já se tornara popular. De 1949 a<br />
1951, o número de aparelhos nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s passou de 1 milhão<br />
para 10 milhões. O pioneirismo de Farnsworth foi reconheci<strong>do</strong>, mas ele<br />
não chegou a desfrutar <strong>do</strong>s direitos autorais. Tornou-se alcoólatra e depressivo.<br />
Certa vez, indaga<strong>do</strong> sobre o que havia inventa<strong>do</strong>, respondeu:<br />
“Um monstro na frente <strong>do</strong> qual as pessoas irão desperdiçar sua vida”. A<br />
biografia dele, sem dúvida, daria uma novela de televisão. (...)<br />
(Disponível em http://super.abril.com.br/superarquivo/1999/<br />
conteu<strong>do</strong>_105700.shtml, acesso em 02/12/2008).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. As datas destacadas abaixo são importantes na história da televisão. De<br />
acor<strong>do</strong> com o texto, o que aconteceu:<br />
DATAS IMPORTANTES NA HISTóRIA DA TELEVISÃO<br />
1927 Transmissão da 1ª imagem de televisão em San<br />
Francisco.<br />
1939 Pronunciamento <strong>do</strong> presidente Roosevelt, na 1ª<br />
transmissão televisiva pública.<br />
1949 e 1951 Perío<strong>do</strong> de grande popularização da televisão, com<br />
aumento significativo <strong>do</strong> número de aparelhos nos<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />
2. Leia:<br />
“... o americano Philo Farnsworth (1906-1971), um ex-estudante de<br />
Engenharia...”<br />
O que significa a informação destacada em negrito?<br />
Refere-se às datas de nascimento e morte <strong>do</strong> inventor da televisão, Philo<br />
Farnsworth.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
89
3. No texto, o americano Philo Farnsworth é chama<strong>do</strong> de pai da televisão.<br />
Em senti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong>, isso quer dizer que ele inventou a televisão.<br />
Explique o senti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong> das expressões destacadas abaixo:<br />
a) “Farnsworth foi à Justiça reivindicar a posse <strong>do</strong>s direitos autorais sobre<br />
a invenção, numa batalha que se estendeu por muitos anos”.<br />
O termo batalha é usa<strong>do</strong> para realçar o esforço e as dificuldades que o<br />
inventor enfrentou para defender, na justiça, seus direitos.<br />
b) “As idéias de Farnsworth acabaram cain<strong>do</strong> nas mãos de Vladimir<br />
Zworykin (...)”<br />
Significa dizer que Vladimir Zworykin teve conhecimento das idéias de<br />
Farnsworth.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Vamos recordar? As palavras: protótipo – eufórico – década – número<br />
– público recebem acentuação gráfica, porque são todas proparoxítonas.<br />
2. Em nossa língua, podemos formar substantivos a partir de verbos,<br />
acrescentan<strong>do</strong> o sufixo -ção ao verbo. Veja:<br />
CONDUZIR + -ÇÃO = CONDUÇÃO<br />
verbo sufixo substantivo<br />
indica ação ou resulta<strong>do</strong> de ação<br />
Continue completan<strong>do</strong> o quadro a seguir:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
90
3. Leia:<br />
VERBOS SUBSTANTIVOS<br />
inventar invenção<br />
reivindicar reivindicação<br />
trair traição<br />
nomear nomeação<br />
construir construção<br />
dedicar dedicação<br />
demolir demolição<br />
Depois de fazerem uma grande campanha publicitária, Zworykin<br />
e David Sarnoff passaram a ser conheci<strong>do</strong>s como os inventores da<br />
televisão.<br />
Os fatos relata<strong>do</strong>s acima ocorreram numa certa ordem:<br />
fato anterior<br />
1º fato:<br />
Zworykin e David Sarnoff fizeram uma grande campanha publicitária.<br />
fato principal<br />
2º fato:<br />
Zworykin e David Sarnoff passaram a ser conheci<strong>do</strong>s como os inventores<br />
da televisão.<br />
a) Que expressão foi usada para indicar a relação de tempo na frase?<br />
Depois de.<br />
2. Una as frases abaixo. Use a expressão depois de, para definir a ordem<br />
em que os fatos ocorreram. Não se esqueça de usar a vírgula.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
91
Observe o modelo:<br />
Philo aban<strong>do</strong>nou o curso de Engenharia. Philo inventou a primeira<br />
televisão.<br />
Depois de aban<strong>do</strong>nar o curso de Engenharia, Philo inventou a primeira<br />
televisão.<br />
a) Farnsworth inventou a televisão. Farnsworth foi passa<strong>do</strong> para trás.<br />
Depois de inventar a televisão, Farnsworth foi passa<strong>do</strong> para trás.<br />
b) O menino insistiu com o pai. O menino ganhou de presente uma televisão<br />
nova.<br />
Depois de insistir com o pai, o menino ganhou de presente uma televisão<br />
nova.<br />
c) Paulo procurou um bom preço de TV. Paulo acabou compran<strong>do</strong> a mais<br />
barata.<br />
Depois de procurar um bom preço de TV, Paulo acabou compran<strong>do</strong> a<br />
mais barata.<br />
3. Observe e compare as frases:<br />
Depois de inventar a televisão, Philo aban<strong>do</strong>nou o curso de Engenharia.<br />
Mal inventou a televisão, Philo aban<strong>do</strong>nou o curso de Engenharia.<br />
As expressões em negrito depois de e mal indicam relação de tempo,<br />
mas há uma ligeira diferença entre elas: a rapidez com a qual o fato principal<br />
ocorreu.<br />
a) Que expressão indica que o fato principal ocorreu com mais rapidez?<br />
Mal.<br />
b) Qual expressão indica que o fato principal ocorreu com menos rapidez?<br />
Depois de.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
92
c) Faça uma frase usan<strong>do</strong> depois de (expressan<strong>do</strong> menor rapidez) e<br />
outra com mal (expressan<strong>do</strong> maior rapidez).<br />
Resposta pessoal.<br />
Texto II<br />
A televisão certamente trouxe inúmeros benefícios para a humanidade,<br />
como, por exemplo, o de informar e o de divertir as pessoas. No entanto,<br />
alguns críticos afirmam que a TV também pode causar problemas. O texto<br />
que você vai ler abaixo apresenta pontos negativos da televisão.<br />
Folha online<br />
25/09/2003<br />
Veja quais são os males causa<strong>do</strong>s pelo excesso de TV<br />
(...)<br />
Depressão<br />
Isolamento, agressividade, uso de álcool e de fumo pre<strong>do</strong>minam em<br />
telespecta<strong>do</strong>res contumazes, em comparação a telespecta<strong>do</strong>res modera<strong>do</strong>s,<br />
segun<strong>do</strong> pesquisas.<br />
Obesidade<br />
Mulheres adultas que assistem à TV por mais de três horas por dia<br />
são mais pesadas (30%) <strong>do</strong> que aquelas que vêem menos de uma<br />
hora diária. Já os homens têm o <strong>do</strong>bro de tendência à obesidade em<br />
relação aos que não fazem da televisão um hábito compulsivo, aponta<br />
pesquisa.<br />
Postura<br />
Quanto mais tempo diante <strong>do</strong> aparelho, mais relaxa<strong>do</strong> o telespecta<strong>do</strong>r<br />
fica e também mais ele se larga no sofá, no chão, ou seja,<br />
onde estiver. Resulta<strong>do</strong>: coluna e articulações são prejudicadas por<br />
uma má postura.<br />
Sexo<br />
Se o casamento não vai bem, a TV pode servir de reforço, ocupan<strong>do</strong><br />
o “vazio” da relação. Muitos casais usam a televisão como desculpa<br />
para não terem relacionamento sexual.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
93
Sono<br />
O hábito de ver televisão à noite prorroga a ida para a cama, o que<br />
pode ser danoso para quem tem de acordar ce<strong>do</strong>. Nos EUA, cerca de<br />
metade <strong>do</strong>s americanos <strong>do</strong>rmiriam mais ce<strong>do</strong> se não assistissem à TV.<br />
Dormir com o aparelho liga<strong>do</strong> é ainda pior: impede que se atinja o esta<strong>do</strong><br />
de sono profun<strong>do</strong>, fundamental para manter o equilíbrio orgânico –<br />
os flashes de imagem e a mudança de sons não acordam, mas mantêm<br />
o sono no estágio superficial.<br />
Relações sociais<br />
A telinha pode afastar a pessoa <strong>do</strong> convívio familiar (em algumas<br />
casas, cada um assiste à TV em seu quarto) e também <strong>do</strong>s amigos (há<br />
quem deixe de sair para ficar em casa com a TV).<br />
(Adapta<strong>do</strong> de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2831.shtml).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Dos problemas aponta<strong>do</strong>s no texto, qual você considera o mais grave?<br />
Por quê?<br />
Resposta pessoal.<br />
Professor: talvez seja conveniente dar destaque, na Resposta 1, aos<br />
problemas de relacionamento (inclusive sexuais) e de depressão (que também<br />
implicam em problemas relacionais).<br />
2. Certas pessoas a<strong>do</strong>ram assistir à TV durante muitas horas seguidas.<br />
Que conselhos você daria a elas, para tentar resolver seus problemas de<br />
postura e de sono? Lembre-se de usar o mo<strong>do</strong> verbal imperativo.<br />
A resposta é pessoal, mas sugerimos alguns conselhos: desligar a TV<br />
mais ce<strong>do</strong>, retirar o aparelho <strong>do</strong> quarto de <strong>do</strong>rmir, procurar uma cadeira<br />
confortável para assistir à TV etc. Professor, fique atento ao uso <strong>do</strong> imperativo<br />
nesta questão.<br />
3. Complete:<br />
A televisão é também chamada de telinha, porque sua tela é menor <strong>do</strong><br />
que as telas de cinema.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
94
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Observe a imagem abaixo. Podemos dizer que essa imagem é um texto<br />
que nos comunica uma mensagem por meio da linguagem não-verbal.<br />
Por isso, para “lê-la”, precisamos observar com cuida<strong>do</strong> cada detalhe que<br />
compõe a imagem.<br />
1. A imagem apresenta um homem assenta<strong>do</strong> em frente de um aparelho<br />
de TV liga<strong>do</strong>.<br />
a) Que tipo de especta<strong>do</strong>r ele parece ser? Que pistas você seguiu para<br />
dar sua resposta?<br />
Pistas a serem observadas: a postura relaxada <strong>do</strong> jovem, o olhar fixo, a<br />
mão seguran<strong>do</strong> o controle remoto, uma garrafa de bebida perto da cadeira,<br />
a proximidade <strong>do</strong> aparelho, etc.<br />
b) De dentro da TV sai um homem. O que ele está fazen<strong>do</strong>?<br />
Ele tem na mão esquerda a “tampa da cabeça” <strong>do</strong> telespecta<strong>do</strong>r e tem<br />
o braço direito coloca<strong>do</strong> dentro da cabeça <strong>do</strong> jovem.<br />
c) Observe a expressão <strong>do</strong> rosto <strong>do</strong> homem que “sai” da TV. O que podemos<br />
afirmar sobre suas intenções?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
95
É possível inferir que a expressão <strong>do</strong> homem não é amigável, que ele<br />
tem intenções pouco recomendáveis (invadir e <strong>do</strong>minar o pensamento <strong>do</strong><br />
jovem, manipular suas idéias etc.) e que se aproveita da apatia demonstrada<br />
pelo rapaz para obter seu intento.<br />
2. O Texto I relata que o americano Farnsworth, inventor da TV, quan<strong>do</strong><br />
indaga<strong>do</strong> sobre o que tinha inventa<strong>do</strong>, respondeu ao repórter: “Um<br />
monstro na frente <strong>do</strong> qual as pessoas irão desperdiçar sua vida”. É possível<br />
relacionar a imagem que estamos “len<strong>do</strong>”, com a resposta <strong>do</strong> inventor?<br />
Explique.<br />
Sim. A postura passiva <strong>do</strong> jovem diante da TV não o deixa perceber que<br />
pode se transformar em vítima <strong>do</strong> “monstro”, sofren<strong>do</strong> manipulação, desperdiçan<strong>do</strong><br />
muitos momentos de sua vida, etc.<br />
3. Pensan<strong>do</strong> em suas experiências de usuário de TV, preencha o quadro<br />
abaixo:<br />
Resposta pessoal.<br />
Professor: este é um momento interessante para incentivar a troca de<br />
experiências entre os alunos.<br />
Você pode e deve encaminhar o debate, de forma a evitar radicalismos<br />
nas posições defendidas. É importante lembrar que os alunos poderão ter<br />
suas opiniões confrontadas e que isso poderá levá-los a alterar ou não essas<br />
opiniões, como resulta<strong>do</strong> da interação com o grupo, o que pode resultar<br />
em ganhos <strong>do</strong> ponto de vista da construção <strong>do</strong> conhecimento.<br />
A TV: UM monstro OU UMA VANTAGEM DO MUNDO MODERNO ?<br />
Aspectos positivos Aspectos negativos<br />
4. Releia as anotações que você preencheu no quadro.<br />
a) Quantos pontos positivos você encontrou?<br />
Resposta pessoal.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
96
) Quantos pontos negativos?<br />
Resposta pessoal.<br />
c) Complete de acor<strong>do</strong> com o que você escreveu no quadro:<br />
Respostas pessoais.<br />
A TV pode ser considerada um monstro, porque _________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Outro motivo é que a TV ___________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Mas por outro la<strong>do</strong>, a TV pode também ser considerada uma vantagem,<br />
pois ___________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Um outro motivo é que a TV ________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
Consideran<strong>do</strong> os pontos positivos e negativos, minha opinião é a de que<br />
a TV ___________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
5. Com base no que escreveu acima, apresente para seus colegas, oralmente<br />
e sem ler, sua opinião sobre a TV, dan<strong>do</strong> justificativas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
97
ENCONTRO III<br />
Esporte e lazer<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Um outro tipo de lazer, além da TV, é a prática de esportes ou de atividades<br />
ao ar livre, que é uma forma saudável de aliviar as tensões <strong>do</strong> diaa-dia.<br />
Você costuma fazer algum tipo de atividade física?<br />
Você conhece os malefícios de uma vida sedentária?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
Abaixo está a cópia reduzida de uma reportagem publicada pela revista<br />
Época, em junho de 2008. Observe com atenção o título, o subtítulo e as<br />
imagens que ilustram a página. Esses elementos são pistas importantes<br />
para você ter uma idéia sobre o que vai ler.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
98
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Responda:<br />
a) Qual o título da reportagem?<br />
Atividade física: um santo remédio.<br />
b) Em qual página podemos ler o subtítulo da reportagem?<br />
Na página da esquerda, abaixo <strong>do</strong> título da reportagem.<br />
c) A expressão: santo remédio tem um senti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong>. O que exatamente<br />
significa a expressão?<br />
Essa expressão significa que algo usa<strong>do</strong> para resolver um problema dá<br />
um ótimo resulta<strong>do</strong>.<br />
d) Há duas imagens ilustran<strong>do</strong> a página da direita. O que elas mostram?<br />
Uma imagem mostra um casal estira<strong>do</strong> num sofá, cada um para um<br />
la<strong>do</strong>, <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>, provavelmente em frente à TV. A outra imagem mostra<br />
uma criança concentrada em um jogo eletrônico.<br />
e) Com base nas pistas fornecidas pelo título, o subtítulo e as imagens,<br />
que assunto você espera ler na reportagem?<br />
Espera-se que os alunos infiram que o tema da reportagem diz respeito<br />
aos perigos de uma vida sedentária e os malefícios para as pessoas, inclusive<br />
para as crianças.<br />
Leia o texto adapta<strong>do</strong> da reportagem da revista:<br />
Você já ficou de mau-humor alguma vez, por não encontrar o controle<br />
remoto? Ficou mais irrita<strong>do</strong> ainda, quan<strong>do</strong> viu que queria o <strong>do</strong> DVD,<br />
mas pegou, sem querer, o <strong>do</strong> aparelho de som? Pois você não está<br />
sozinho. A maioria das pessoas anda tão dependente das comodidades<br />
produzidas pelas novas tecnologias, que às vezes se atrapalha até para<br />
localizar, no próprio aparelho de televisão, o botão <strong>do</strong> volume. O problema<br />
é que esse confortável estilo de vida é um <strong>do</strong>s principais responsáveis<br />
por <strong>do</strong>is graves problemas de saúde: o sedentarismo e a obesidade<br />
– tão sérios que o rápi<strong>do</strong> crescimento no número de casos já está<br />
mudan<strong>do</strong> até as estatísticas das causas de mortalidade no mun<strong>do</strong>.<br />
“Isoladamente, não se nota, mas o acúmulo das inúmeras facilidades<br />
da vida moderna causa, ao longo <strong>do</strong> tempo, uma redução substancial da<br />
atividade física em um nível perigoso para a saúde”, adverte André Fernandes,<br />
Conselheiro Federal de Educação Física (CONFEF). Especialista<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
99
em obesidade e sedentarismo, ele explica que a falta de atividade física<br />
– que não precisa ser esportiva – não é algo que interfira negativamente<br />
somente no aspecto social, mas uma questão de saúde causa<strong>do</strong>ra de<br />
outros males, como o infarto, hipertensão, diabetes e até ansiedade. E<br />
o mais grave é que seus efeitos não poupam nem as crianças, que na<br />
tela de seus videogames ou da internet brincam e viajam para o mun<strong>do</strong><br />
to<strong>do</strong>, sem sair <strong>do</strong> lugar – invariavelmente com guloseimas industrializadas<br />
altamente calóricas e devoradas com compulsão. (...)<br />
Soluções<br />
Isso quer dizer, então, que as facilidades da vida moderna são nocivas?<br />
De jeito nenhum. Você nunca vai ver alguma inscrição <strong>do</strong> tipo: “O<br />
Ministério da Saúde adverte: controle remoto faz mal à saúde”. Para o<br />
diretor <strong>do</strong> Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Federal<br />
de Londrina, Dartagnan Guedes, seria um absur<strong>do</strong> culpar certos recursos<br />
que facilitam a vida. “A tecnologia não é vilã”, afirma. “Pela própria<br />
organização da sociedade, ela é uma necessidade”. Segun<strong>do</strong> ele, o problema<br />
está no seu uso indiscrimina<strong>do</strong>. Por isso, as pessoas devem estar<br />
bem informadas sobre os riscos de seu estilo de vida e mudá-lo. (...)<br />
Muita gente se engana achan<strong>do</strong> que não é sedentária, mas a verdade<br />
é que, no Brasil, no máximo, 7% da população pode ser enquadrada num<br />
perfil ativo, explica André Fernandes. De acor<strong>do</strong> com ele, para isso, é preciso<br />
três meses de atividade física contínua, pelo menos duas vezes por<br />
semana, em dias intercala<strong>do</strong>s e com duração mínima de 20 minutos. (...)<br />
Por isso, se você não estiver entre os 7%, comece hoje. Esconda o controle<br />
remoto e vá dar uma volta. Só não deixe de levar o seu filho. (...)<br />
2. Após a leitura, o que você esperava encontrar no texto se confirmou?<br />
Resposta pessoal, mas o que se espera é que os alunos, basea<strong>do</strong>s nas<br />
pistas, se aproximem, em sua previsão, <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto.<br />
3. O texto começa com um conjunto de perguntas feitas ao leitor: “Você<br />
já ficou de mau-humor alguma vez, por não encontrar o controle remoto?<br />
Ficou mais irrita<strong>do</strong> ainda, quan<strong>do</strong> viu que queria o <strong>do</strong> DVD, mas pegou,<br />
sem querer, o <strong>do</strong> aparelho de som?” Por que o repórter decidiu por essa<br />
forma de começar a reportagem?<br />
Começar um texto com um conjunto de perguntas diretas ao leitor é<br />
uma forma de envolvê-lo com o tema e motivá-lo para a leitura <strong>do</strong> restante<br />
da reportagem. Com essas perguntas o repórter parece estar mais<br />
próximo <strong>do</strong> leitor.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
100
4. O objetivo principal <strong>do</strong> texto é:<br />
( ) Convencer as pessoas de que as facilidades da vida modernas são<br />
prejudiciais à saúde.<br />
( x ) Alertar as pessoas para o perigo da falta de atividade física em<br />
suas vidas.<br />
( ) Fazer uma campanha, juntamente com o Ministério da Saúde, a<br />
favor <strong>do</strong> sedentarismo.<br />
5. A falta de atividade física – o sedentarismo – interfere negativamente na<br />
saúde e na vida social <strong>do</strong> individuo. O quadro abaixo apresenta os malefícios<br />
à saúde, tal como apresenta<strong>do</strong>s no texto. Complete a segunda coluna.<br />
Interferências negativas<br />
na saúde<br />
6. Leia:<br />
Sugestões de respostas:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
101<br />
Interferências negativas<br />
na vida social<br />
infarto isolamento <strong>do</strong>s amigos<br />
hipertensão depressão<br />
diabetes pouco lazer junto com a família<br />
ansiedade E outros...<br />
“A tecnologia não é vilã; pela própria organização da sociedade, ela é<br />
uma necessidade”.<br />
Explique:<br />
a) De que forma a tecnologia pode ser uma vilã?<br />
É vilã quan<strong>do</strong> é prejudicial à saúde, ou quan<strong>do</strong> as pessoas se acomodam<br />
demais a ela e deixam de se exercitar fisicamente.<br />
b) De que forma ela pode ser uma necessidade?<br />
É uma necessidade quan<strong>do</strong> é indispensável à vida, como por exemplo,<br />
no uso correto da TV, <strong>do</strong>s carros e <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Observe e complete o quadro abaixo, fazen<strong>do</strong> corretamente as concordâncias:<br />
As pessoas devem estar<br />
Nós devemos estar informa<strong>do</strong>s (as).<br />
bem<br />
Eu devo estar informa<strong>do</strong> (a).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
102<br />
informadas.<br />
Os jovens devem estar informa<strong>do</strong>s.<br />
O eleitor deve estar informa<strong>do</strong>.<br />
Você e eu devemos estar informa<strong>do</strong>s (as).<br />
A mulher deve estar informada.<br />
A mulher e o homem devem estar informa<strong>do</strong>s.<br />
Texto II<br />
O texto que você vai ler é um trecho da entrevista com Christopher Edginton,<br />
professor da Universidade de Iowa (EUA). Ele esteve no Brasil para<br />
o seminário Lazer em Debate, promovi<strong>do</strong> pelo Senac e pela Universidade<br />
de São Paulo. A entrevista foi feita por Jonas Furta<strong>do</strong>.<br />
Entrevista é um gênero de texto, em forma de perguntas e respostas,<br />
basea<strong>do</strong> nas declarações que uma pessoa dá a um entrevista<strong>do</strong>r, geralmente<br />
um repórter. A entrevista, na maioria das vezes, é feita oralmente<br />
e publicada por escrito, em revistas, jornais, livros e na internet.<br />
(...) Qual é a melhor definição para lazer?<br />
Edginton – Há três maneiras clássicas para definir lazer. A primeira é<br />
que ele representa o tempo livre, no qual não se tem que trabalhar para<br />
garantir a subsistência. A segunda é que ele é a série de atividades em<br />
que um indivíduo está envolvi<strong>do</strong>. Futebol pode ser uma atividade de lazer<br />
para uma criança, mas é um trabalho para joga<strong>do</strong>res profissionais.<br />
Mais recentemente surgiu uma nova definição, consideran<strong>do</strong> o lazer<br />
como um esta<strong>do</strong> da mente – isso significa que ele pode ocorrer a qualquer<br />
momento, em qualquer lugar. Mas arrumar uma definição unânime
[com a qual to<strong>do</strong>s concordem] sobre esse tema é mais difícil <strong>do</strong> que<br />
grudar uma gelatina numa árvore. (...) O que, de certa forma, é bom,<br />
porque o lazer é defini<strong>do</strong> culturalmente. Não é certo que um americano<br />
defina o que é lazer no Brasil, mesmo em um mun<strong>do</strong> tão globaliza<strong>do</strong>.<br />
Qual a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde? Pessoas que dedicam mais<br />
tempo ao lazer são mais saudáveis?<br />
Edginton – As pessoas cada vez mais vêem o lazer liga<strong>do</strong> à saúde e<br />
ao bem-estar físico e mental. Nas grandes sociedades, um <strong>do</strong>s maiores<br />
desafios enfrenta<strong>do</strong>s é a epidemia de obesidade que está por vir. Muito<br />
disso pode ser atribuí<strong>do</strong> à falta de atividades físicas durante o perío<strong>do</strong><br />
de lazer das pessoas, associada a um hábito alimentar pouco nutritivo.<br />
E isso se torna um problema ainda mais sério, quan<strong>do</strong> começa a elevar<br />
os custos com saúde e assistência médica. (...) O uso positivo <strong>do</strong> lazer<br />
contribui para uma boa saúde física e mental. Mas eu conheço muitas<br />
pessoas que vão ao bar para beber e isso talvez seja bom para a saúde<br />
mental delas, mas não para a saúde física. O lazer (...) pode ser usa<strong>do</strong><br />
para o bem e para o mal. Temos que ajudar a população a usar seu<br />
tempo de lazer em benefício próprio e da comunidade.<br />
É importante criar momentos de lazer em tu<strong>do</strong> o que se faz durante<br />
o dia, mesmo no trabalho?<br />
Edginton – To<strong>do</strong>s precisam de equilíbrio em suas vidas. É necessário<br />
um tempo para reflexão, para se comprometer com os outros, para ter<br />
a oportunidade de aprender novas habilidades. Há muitas razões pelas<br />
quais o lazer é essencial. Mas a principal delas é porque ele é o meio<br />
pelo qual as pessoas medem a satisfação em suas vidas. Ele cria espaço<br />
e tempo para você aprender uma nova habilidade, adquirir sabe<strong>do</strong>ria,<br />
rever valores, refletir sobre o relacionamento com outras pessoas – enfim,<br />
possibilita a transformação pessoal. (...)<br />
que metrópole no mun<strong>do</strong> seria exemplo na oferta de opções à<br />
população?<br />
Edginton – Hong Kong é um grande exemplo de sociedade urbana<br />
que desenvolveu um fantástico sistema de lazer público e priva<strong>do</strong>. To<strong>do</strong><br />
bairro tem um centro que oferece uma vasta gama de opções, como<br />
prédios com atividades físicas em um andar, biblioteca em outro, aulas<br />
de reforço para crianças em dificuldade na escola e um merca<strong>do</strong> de<br />
produtos saudáveis, no piso térreo. Comunidades evoluídas também<br />
prezam a preservação de seus espaços – não há grandes cidades sem<br />
grandes parques.<br />
(Adapta<strong>do</strong> de: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2009/artigo87384-1.htm).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
103
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. O professor Edginton cita, em sua resposta, três definições de lazer. Qual<br />
das definições dadas por ele é mais parecida com a sua idéia de lazer?<br />
Para mim, lazer é... Resposta pessoal.<br />
2. De acor<strong>do</strong> com o professor Edginton, um americano como ele não pode dizer<br />
com certeza o que é lazer para os brasileiros. Por que ele pensa assim?<br />
Porque o professor sabe que é preciso respeitar a cultura de cada povo,<br />
de cada país, ao invés de impor um conceito de lazer, que valha para o<br />
mun<strong>do</strong> inteiro.<br />
3. Complete o quadro, buscan<strong>do</strong> informações no texto:<br />
Podemos aproveitar nossos momentos de lazer, para:<br />
1. aprender uma nova habilidade;<br />
2. rever valores de nossa vida;<br />
3. refletir sobre o nosso relacionamento com os outros.<br />
4. O professor Edginton afirma que Hong Kong, uma região administrativa<br />
da China, é um exemplo de sociedade com um ótimo sistema de lazer. Releia<br />
o que ele afirmou:<br />
“To<strong>do</strong> bairro tem um centro que oferece uma vasta gama de opções,<br />
como prédios com atividades físicas em um andar, biblioteca em outro,<br />
aulas de reforço para crianças em dificuldade na escola e um merca<strong>do</strong><br />
de produtos saudáveis, no piso térreo”.<br />
Para nós, brasileiros, qual dessas opções não seria considerada como<br />
lazer? Por quê?<br />
As aulas de reforço para crianças certamente não seriam consideradas<br />
como lazer. Para certas pessoas, nem mesmo a ida a uma biblioteca seria<br />
considerada como uma atividade de lazer.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
104
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. Leia a frase abaixo:<br />
qual a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde?<br />
Nessa frase, há uma pergunta feita de forma direta, ou seja, uma IN-<br />
TERROGAÇÃO DIRETA. Para fazer uma interrogação direta, começamos a<br />
frase com um pronome interrogativo e terminamos a frase com o ponto<br />
de interrogação.<br />
Os pronomes interrogativos são:<br />
que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas.<br />
Leia também:<br />
Não sei qual é a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde.<br />
Gostaria de saber qual a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde.<br />
Diga-me qual é a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde.<br />
Nas frases destacadas, as perguntas são feitas de forma indireta, ou seja,<br />
há INTERROGAçõES INDIRETAS. Para fazer uma interrogação indireta, começamos<br />
a frase com uma expressão <strong>do</strong> tipo “não sei...”, “gostaria de...”,<br />
diga-me...”, “perguntaram...” e encerramos a frase com o ponto final.<br />
Faça as transformações, conforme indica<strong>do</strong> no quadro abaixo:<br />
INTERROGAÇÃO DIRETA INTERROGAÇÃO INDIRETA<br />
que metrópole no mun<strong>do</strong> oferece<br />
mais lazer à população?<br />
quais os tipos de lazer que<br />
podem prejudicar as pessoas. /<br />
Que tipos de...<br />
quanto se gasta com saúde e assis-<br />
tência médica em Hong Kong?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
105<br />
Não sei qual metrópole no mun<strong>do</strong><br />
oferece mais lazer à população.<br />
Gostaria de saber quais são os<br />
tipos de lazer que podem prejudicar<br />
as pessoas.<br />
Não sei quanto se gasta com saúde<br />
e assistência médica em Hong Kong.
INTERROGAÇÃO DIRETA INTERROGAÇÃO INDIRETA<br />
qual definição de lazer você considera Diga-me qual definição de lazer você<br />
a mais acertada?<br />
considera a mais acertada (ou outra<br />
opção).<br />
quantas atividades de lazer o<br />
Talvez você possa me dizer<br />
trabalha<strong>do</strong>r brasileiro tem por<br />
quantas atividades de lazer o<br />
semana?<br />
trabalha<strong>do</strong>r brasileiro tem por semana.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
No Texto II, você leu uma entrevista sobre lazer, e aprendeu, também,<br />
como fazer perguntas diretas e indiretas. Releia o Texto I e, junto com seu<br />
colega, elabore uma entrevista que poderia ser feita para o Professor André<br />
Fernandes, especialista em obesidade e sedentarismo. Ao elaborar as<br />
perguntas, lembre-se de que:<br />
as perguntas devem estar ligadas à área de especialidade <strong>do</strong> professor;<br />
o tratamento da<strong>do</strong> ao professor deve ser cerimonioso. Por exemplo:<br />
ao invés de usar você, é melhor usar senhor.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
106
ENCONTRO IV<br />
O jovem e a música<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Muitas pessoas afirmam que o Brasil é o país da música e que o povo<br />
brasileiro é musical. Na verdade, em um país de grandes dimensões como<br />
o nosso, em que vivem mais de 180 milhões de pessoas, a mistura de ritmos<br />
e estilos musicais é enorme: aqui convivem o samba, o axé, o pagode,<br />
a música sertaneja, o rap, o funk, o rock e mesmo a música clássica.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você gosta de música? Qual o seu estilo preferi<strong>do</strong>?<br />
Que tipo de música agrada mais aos jovens de seu grupo? Converse<br />
com seu colega sobre essas questões, trocan<strong>do</strong> informações sobre os artistas<br />
e os ritmos que vocês admiram.<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Os textos abaixo foram retira<strong>do</strong>s de enciclópédias digitais, ou seja, de<br />
sites na internet usa<strong>do</strong>s pelas pessoas para pesquisarem diversos assuntos.<br />
Apresentam informações sobre <strong>do</strong>is gêneros musicais muito aprecia<strong>do</strong>s<br />
hoje pelos jovens: o rap e o hip hop.<br />
Enciclopédia é um conjunto de informações relativas ao conhecimento<br />
humano, uma obra que trata das ciências e artes em geral. As enciclopédias<br />
podem ser genéricas, conten<strong>do</strong> artigos sobre os mais varia<strong>do</strong>s<br />
temas, ou especializadas em um determina<strong>do</strong> assunto. As enciclopédias<br />
podem ser impressas em papel ou podem ser digitais.<br />
Texto I<br />
O termo RAP significa rhythm and Poetry (“ritmo e poesia”, em Inglês).<br />
Esse gênero musical foi cria<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, nos bairros pobres<br />
de Nova Iorque, no início da década de 1970, por jovens de origens<br />
negra e espanhola. O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
107
vem em forma de discurso, com muita informação e pouca melodia. As<br />
letras falam das dificuldades da vida em bairros pobres das grandes cidades<br />
e são usadas muitas gírias <strong>do</strong>s jovens que vivem nesses bairros.<br />
Geralmente, o rap é canta<strong>do</strong> e toca<strong>do</strong> por uma dupla composta por<br />
um DJ (disc-jockey ou opera<strong>do</strong>r de disco), que fica responsável pelos<br />
efeitos sonoros e mixagens, e por um MC (mestre-de-cerimônias), que<br />
se responsabiliza pela letra cantada. O MC é o responsável pela integração<br />
entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto.<br />
O rap surgiu no Brasil em 1986, em São Paulo. A princípio, as pessoas<br />
não aceitavam muito bem esse estilo musical, pois o consideravam<br />
violento e tipicamente de periferia. Na década de 1990, o rap chegou às<br />
rádios e a indústria musical começou a dar mais atenção ao estilo. Os<br />
primeiros rappers brasileiros a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum.<br />
Logo a seguir, começam a surgir novas caras no rap nacional: Racionais<br />
MCs, Pavilhão 9, Detentos <strong>do</strong> Rap, Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet<br />
Hemp e Gabriel, O Pensa<strong>do</strong>r. Nos dias de hoje, o rap está incorpora<strong>do</strong> ao<br />
cenário musical brasileiro. Venceu os preconceitos, saiu da periferia para<br />
ganhar o grande público e não perdeu sua essência de denunciar as injustiças<br />
vividas pela população pobre das periferias das grandes cidades.<br />
Texto II<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
108<br />
(Adapta<strong>do</strong>: http://www.suapesquisa.com/rap/).<br />
A expressão Hip Hop dá nome a um movimento cultural inicia<strong>do</strong> no<br />
final da década de 1960, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, nos subúrbios negros e latinos<br />
de Nova Iorque, como reação aos conflitos sociais e à violência sofrida<br />
pelas classes pobres urbanas. É uma espécie de cultura das ruas,<br />
um movimento de reinvidicação de espaço e voz das periferias, traduzi<strong>do</strong><br />
nas letras questiona<strong>do</strong>ras e agressivas, no ritmo forte e intenso de<br />
suas músicas, e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades.<br />
O hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações<br />
artísticas principais: MCing, que é a manifestação <strong>do</strong> mestre-decerimônias,<br />
que anima a festa com suas rimas improvisadas; a instrumentação<br />
sonora <strong>do</strong>s DJs; a dança <strong>do</strong> breaking e a pintura <strong>do</strong> grafite. A<br />
expressão música hip hop não se confunde com o rap, pois este tem estrutura<br />
divergente da música hip hop, apesar <strong>do</strong>s pontos em comum.<br />
No Brasil, o movimento hip hop foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, pelos jovens<br />
negros e pobres de cidades grandes, como São Paulo, Rio de Janeiro,<br />
Brasília, Porto Alegre e Curitiba, como forma de discussão e de protesto
contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. Como movimento<br />
cultural, o hip hop tem servi<strong>do</strong> como forma de integração social e mesmo<br />
de re-socialização de jovens das periferias, no senti<strong>do</strong> de romper<br />
com a realidade de miséria e exclusão.<br />
(Adapta<strong>do</strong> de http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip-hop).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
1. É possível encontrar semelhanças entre o rap e o hip hop. Complete,<br />
de acor<strong>do</strong> com as informações <strong>do</strong> texto:<br />
ORIGEM: Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, bairros pobres de Nova Iorque.<br />
ÉPOCA DE CRIAÇÃO: Final da década de 60 e início da de 70.<br />
CRIADORES: Jovens de origem negra e espanhola/latina.<br />
PRINCIPAIS INSPIRAçõES: As dificuldades da vida nos bairros pobres<br />
urbanos: as dificuldades motiva<strong>do</strong>s pelo preconceito racial, pela violência,<br />
pela exclusão social etc.<br />
2. Em festas em que se cantam e tocam o rap e o hip hop, alguns participantes<br />
têm funções especiais e são conheci<strong>do</strong>s por nomes em inglês.<br />
Consulte o texto e responda:<br />
a) A sigla MC significa mestre-de-cerimônias. O MC tem a função de<br />
animar a festa, fican<strong>do</strong> responsável pela letra cantada. Ele faz a integração<br />
entre a mixagem e a letra.<br />
b) A sigla DJ significa disc-jockey ou opera<strong>do</strong>r de disco. O DJ tem a função<br />
de cuidar <strong>do</strong>s efeitos sonoros e das mixagens.<br />
3. Mix é uma palavra em inglês que significa ‘mistura’ Aproveite a dica, e<br />
escreva o significa<strong>do</strong> da palavra mixagem, usada no Texto I.<br />
Mixagem é a mistura de sons usa<strong>do</strong>s nas apresentações.<br />
4. Nos textos há várias palavras escritas em inglês, usadas na área musical.<br />
a) Copie <strong>do</strong> texto, algumas dessas palavras: Resposta pessoal.<br />
b) O que você pensa <strong>do</strong> costume de se usarem palavras estrangeiras no<br />
lugar de palavras da Língua Portuguesa? Por que isso acontece?<br />
Resposta pessoal.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
109
Professor: é interessante observar que, devi<strong>do</strong> à origem americana <strong>do</strong><br />
rap e <strong>do</strong> hip hop, a presença de estrangeirismos pode ser explicada aqui.<br />
Outra vertente da discussão pode conduzir: 1. à preocupação com a preservação<br />
<strong>do</strong> idioma e, principalmente, 2. ao entendimento da dinâmica <strong>do</strong>s<br />
processos de empréstimos e trocas, que são naturais entre as línguas.<br />
Texto III<br />
O texto abaixo é parte de uma entrevista com o rapper brasileiro<br />
Marcelo D2, publicada na revista Raça Brasil (nº 88, jul./2005). O músico<br />
foi entrevista<strong>do</strong> por Sandra Almada.<br />
Raça - Como você conheceu o rap?<br />
D2 - Na minha casa to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ia aos bailes<br />
funk, na época <strong>do</strong> funk americano. (...) Era muito<br />
bom. Foi daí que eu tive o primeiro contato<br />
com o rap, que era o funk eletrônico na época.<br />
Foi quan<strong>do</strong> falei: “nossa! É isso que eu quero fazer<br />
na vida”, foi em 86, quan<strong>do</strong> ouvi <strong>do</strong>is discos<br />
– Raising Hell, <strong>do</strong> Run DMC, e Licensed to III, <strong>do</strong><br />
Beastie Boys – que mudaram minha vida.<br />
Raça - O que acha quan<strong>do</strong> dizem que você se afasta <strong>do</strong>s objetivos<br />
políticos <strong>do</strong> hip hop?<br />
D2 - Não há ninguém na música que faça política como eu: ir ao Big-<br />
Brother falar para 110 milhões de pessoas, ao vivo, sobre a legalização<br />
da maconha, falar sobre ódio e amor, sobre um governo que está há<br />
500 anos no poder. Aqui no Brasil existem rappers muito bons. E cada<br />
um tem a sua cara. Só tem um Thaíde, um DJ Hum, um Racionais MCs.<br />
O (Mano) Brown é um <strong>do</strong>s maiores conta<strong>do</strong>res de história <strong>do</strong> Brasil. Não<br />
vou competir com ele, escrever igual a ele.<br />
Raça - E o que diferencia você <strong>do</strong>s demais rappers?<br />
D2 - Eu sou um cara <strong>do</strong> subúrbio <strong>do</strong> Rio. Fã <strong>do</strong> grupo Fun<strong>do</strong> de Quintal,<br />
<strong>do</strong> [bloco] Cacique de Ramos, daquela galera que saiu dali. E não podia<br />
buscar em outro lugar minha inspiração, minha música. A individualidade<br />
no mun<strong>do</strong> é tu<strong>do</strong>. Se você não se destacar da “muvuca”, vai ficar<br />
ali no meio. Eu vi que o samba era uma coisa que eu entendia, que eu<br />
<strong>do</strong>minava e podia me destacar com ele, fazer o meu som. Eu não faço<br />
rap com samba. Eu faço rap. Tem gente que faz rap e “sampleia” jazz.<br />
Eu faço rap e “sampleio” samba.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
110<br />
Pedro Garri<strong>do</strong>
Raça - Como está o rap brasileiro?<br />
D2 - A gente está viven<strong>do</strong> hoje o que o rap americano passou na década<br />
de 80. A chamada “era de ouro”. Tem a procura <strong>do</strong>s bons hits, o<br />
descompromisso de fazer uma música sobre a sua área, com seu olhar,<br />
sem ser acadêmico. Qualquer um pode olhar e mostrar sua visão. Agora,<br />
as pessoas acham que política é você ir lá no parti<strong>do</strong> e se tornar um<br />
candidato. Não. Você pode fazer espalhan<strong>do</strong> amor, falan<strong>do</strong> de economia,<br />
de dívida externa, de tu<strong>do</strong> isso, sem precisar ser rancoroso.<br />
Raça - rap e samba são ritmos negros. Você é o quê?<br />
D2 - Eu sou negro. Mas na minha certidão está escrito par<strong>do</strong>. Aí sou<br />
branco para os pretos e preto para os brancos. Tem até uma letra que<br />
não lancei ainda que fala disso: “nessa briga das raças, eu fico com a<br />
bala perdida”. Mas o que importa é que sou brasileiro, filho da Paulete,<br />
pai <strong>do</strong> Estefan (13 anos), da Lurdes (5 anos), Luca (3 anos) e Maria<br />
Joana ( vai fazer 1 ano). Minha família é de can<strong>do</strong>mblé, ouve samba,<br />
eu faço rap. O Brasil é um país muito mestiço. A gente come no<br />
McDonald’s, depois vai na macumba.<br />
(Disponível em http://racabrasil.uol.com.br/edicoes/88/artigo9182-1.asp?o=r).<br />
COMPREENDENDO SENTIDOS DO TEXTO<br />
1. Marcelo D2 se julga diferente <strong>do</strong>s outros rappers, porque:<br />
( ) gosta muito de jazz.<br />
( ) é mais pareci<strong>do</strong> com Mano Brown.<br />
( x ) busca inspiração no samba.<br />
2. Na segunta pergunta, a entrevista<strong>do</strong>ra de D2 refere-se às críticas que o<br />
músico recebe. Que crítica é feita a Marcelo?<br />
Algumas pessoas criticam Marcelo, porque o acusam de ter se afasta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s objetivos políticos <strong>do</strong> hip hop.<br />
3. O rap e o hip hop são estilos musicais comprometi<strong>do</strong>s com causas sociais<br />
e políticas. Para Marcelo D2, o que é fazer política?<br />
É falar de temas importantes e atuais, como economia, dívida externa,<br />
drogas, <strong>do</strong>minação política, etc. Não significa necessariamente pertencer a<br />
um parti<strong>do</strong> e ser candidato a um cargo eleitoral.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
111
4. Releia uma das afirmações de D2:<br />
“Minha família é de can<strong>do</strong>mblé, ouve samba, eu faço rap. O Brasil é um<br />
país mestiço. A gente come no McDonald’s, depois vai na macumba”.<br />
No dicionário, a palavra mestiço se refere àquele que é “nasci<strong>do</strong> de pais<br />
de raças diferentes”. Consideran<strong>do</strong> essa definição, como pode ser entendida<br />
a afirmação de Marcelo?<br />
O Brasil é um país que sofreu diferentes influências e isso está presente<br />
nas manifestações culturais, religiosas, musicais <strong>do</strong> povo. D2 usa a palavra<br />
mestiço com o senti<strong>do</strong> de ‘ser mistura<strong>do</strong>’, ‘haver mistura’.<br />
5. Uma das afirmações mais interessantes feitas por D2 é:<br />
“Aí sou branco para os pretos e preto para os brancos”.<br />
Com essa reposta D2 quer dizer que: sua cor depende da maneira como<br />
as pessoas o vêem, embora ele se considere negro.<br />
6. Consultan<strong>do</strong> o Texto III, monte o perfil de Marcelo D2:<br />
Filiação: Paulete.<br />
Filhos: Estefan, Lurdes, Luca e Maria Joana.<br />
Raça ou cor: negro (par<strong>do</strong>, na certidão).<br />
Brasileiro, natural de: Rio de Janeiro.<br />
Religião: can<strong>do</strong>mblé.<br />
Profissão: rapper.<br />
Preferências musicais: samba e rap.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
112
1. Em suas respostas na entrevista, Marcelo usou uma linguagem bastante<br />
descontraída. Leia as frases abaixo e tente escrevê-las usan<strong>do</strong> uma linguagem<br />
mais formal, sem alterar muito o senti<strong>do</strong> de cada uma:<br />
a) “Aqui no Brasil existem rappers muito bons. E cada um tem a sua<br />
cara”.<br />
... cada um tem o seu jeito, seu estilo, seu jeito de ser.<br />
b) “Eu sou um cara <strong>do</strong> subúrbio <strong>do</strong> Rio. Fã <strong>do</strong> grupo Fun<strong>do</strong> de Quintal,<br />
<strong>do</strong> [bloco] Cacique de Ramos, daquela galera que saiu dali”.<br />
... sou <strong>do</strong> subúrbio / nasci no subúrbio ... daquele grupo...<br />
c) “A individualidade no mun<strong>do</strong> é tu<strong>do</strong>. Se você não se destacar da muvuca,<br />
vai ficar ali no meio”.<br />
... <strong>do</strong> povo / da multidão ... não vai ser reconheci<strong>do</strong>...<br />
2. No texto, D2 afirma:<br />
“Aqui no Brasil existem rappers muito bons”.<br />
Observe outra forma de dizer a mesma coisa:<br />
Aqui no Brasil há rappers muito bons.<br />
A seguir, compare:<br />
Antigamente, não existiam rappers no Brasil.<br />
Antigamente, não havia rappers no Brasil.<br />
Escreva as frases, substituin<strong>do</strong> o verbo EXISTIR pelo verbo HAVER:<br />
a) Atualmente, existem ótimos músicos no subúrbio.<br />
Atualmente, há ótimos músicos no subúrbio.<br />
b) Antigamente, não existiam soluções para certos problemas das populações<br />
pobres.<br />
Antigamente, não havia soluções para certos problemas das populações<br />
pobres.<br />
c) Atualmente, existem imagens grafitadas nos muros das cidades.<br />
Atualmente, há imagens grafitadas nos muros das cidades.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
113
d) Antigamente, não existiam discos de rap no merca<strong>do</strong>.<br />
Antigamente, não havia discos de rap no merca<strong>do</strong>.<br />
3. Consultan<strong>do</strong> seu colega, complete as conclusões a respeito desses usos<br />
verbais:<br />
a) Em todas as frases, o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> verbo EXISTIR é ____________<br />
(igual ao /diferente <strong>do</strong>) senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> verbo HAVER.<br />
b) O verbo EXISTIR concorda no ______________ (singular/plural) com<br />
seu sujeito no plural.<br />
c) O verbo HAVER permanece no ___________________ (singular/plural),<br />
pois não há sujeito nas frases em que é emprega<strong>do</strong>. Nessas frases, o<br />
verbo HAVER é impessoal.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Professor: oriente seus alunos a fazerem uma pesquisa sobre o gênero<br />
musical de sua preferência, em uma enciclopédia (impressa em papel,<br />
em CD ou na internet).<br />
ROTEIRO PARA ORIENTAÇÃO DOS ALUNOS:<br />
1. pesquisar informações sobre um gênero musical que seja <strong>do</strong> interesse<br />
<strong>do</strong> grupo: samba, pagode, rock, axé ou outros;<br />
2. anotar informações relevantes sobre o gênero. Por exemplo: como<br />
surgiu o estilo musical, em que época foi cria<strong>do</strong>, qual foi seu cria<strong>do</strong>r, que<br />
cantores ou compositores se destacam ou se destacaram nesse gênero,<br />
principais músicas etc.;<br />
3. escrever, em uma folha, um pequeno texto para ser afixa<strong>do</strong> em sala,<br />
para que os alunos da turma possam ler.<br />
OBSERVAÇÃO: O professor pode incentivar os alunos a ilustrarem o trabalho<br />
com fotos, recortes etc.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
114
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
115<br />
4<br />
CRENÇAS<br />
Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />
por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para a<br />
reflexão sobre as crenças que orientam o comportamento <strong>do</strong> indivíduo e<br />
o de seu grupo, e que o fazem buscar respostas para seus questionamentos<br />
espirituais e ideológicos. As respostas em laranja, que acompanham<br />
as questões, têm como objetivo, ao mesmo tempo, fornecer ao professor<br />
um auxílio para sua compreensão <strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito,<br />
o que não significa que o professor não possa aceitar outras respostas<br />
possíveis de seus alunos.<br />
É importante que o professor fique atento para que as discussões que<br />
compõem os encontros desta oficina não se prendam a um tom catequético<br />
e valorativo de quem tem ou não tem crenças religiosas. O objetivo maior<br />
desses encontros é informar sobre a diversidade de opções religiosas.<br />
ENCONTRO I<br />
O jovem e a espiritualidade<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Em um <strong>do</strong>s encontros anteriores, você leu a letra da canção “Comida”,<br />
cantada pela banda Titãs. Nessa letra, duas perguntas se repetem com<br />
insistência:<br />
“Você tem fome de quê?” “Você tem sede de quê?”<br />
Como discutimos anteriormente, as respostas às perguntas acima não<br />
apontam apenas para coisas materiais: ‘ter fome de alimentos’ e ‘ter sede<br />
de água’, por exemplo. As pessoas também podem ter fome e sede de algo<br />
mais que dê senti<strong>do</strong> às suas vidas. É sobre esse desejo de espiritualidade<br />
que vamos refletir neste encontro.
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você tem alguma religião? Foi educa<strong>do</strong> em uma família religiosa ou<br />
não?<br />
Você acha que ter uma religião é importante para a vida das pessoas?<br />
Por quê?<br />
O que é a fé para você?<br />
Você concorda com a afirmação de que o ser humano para ser completo<br />
precisa acreditar na existência de um deus?<br />
Converse com seu colega a respeito dessa questão.<br />
LENDO O TEXTO<br />
O texto abaixo é um fragmento adapta<strong>do</strong> da reportagem publicada na<br />
Gazeta On-line, em 18/09/2008. Leia-o para conhecer os resulta<strong>do</strong>s de<br />
uma pesquisa recente sobre a religiosidade <strong>do</strong>s jovens brasileiros.<br />
95% <strong>do</strong>s jovens brasileiros são religiosos, diz pesquisa<br />
Daniela Carla/<br />
Vilmara Fernandes<br />
Um estu<strong>do</strong> feito por uma fundação alemã (Bertelsmann Stiftung), em<br />
21 países, mostra que o jovem brasileiro é mais espiritualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> que<br />
muita gente imagina. Cerca de 95% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, com idade entre<br />
18 e 29 anos, disseram que são religiosos e 91% afirmaram acreditar<br />
em Deus. O resulta<strong>do</strong> coloca os brasileiros em terceiro lugar no ranking<br />
mundial entre os que possuem algum tipo de fé.<br />
Mais de 90% acreditam em vida após a morte e outros 74% disseram<br />
orar pelo menos uma vez ao dia. O resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> surpreendente estu<strong>do</strong><br />
chama<strong>do</strong> “Monitor da Religião” mostra que a devoção entre os mais<br />
novos está tão em alta quanto entre os mais velhos, uma vez que, com<br />
60 anos ou mais, o índice de religiosidade é de 96%.<br />
A pesquisa mostrou ainda que 37% <strong>do</strong>s jovens se consideram muito<br />
religiosos e 35% moderadamente religiosos. Foram ouvidas 21 mil pessoas<br />
e a fé <strong>do</strong>s brasileiros só perdeu para os nasci<strong>do</strong>s na Nigéria e na<br />
Guatemala, onde os índices <strong>do</strong>s que disseram ter alguma religiosidade<br />
foram de 100% e 97%, respectivamente (...).<br />
Reencarnação – A universitária Janaína Rodrigues, 27 anos, é um<br />
exemplo de jovem aberta a crenças de linhas bem diferentes. “Sou<br />
católica desde que nasci, acredito em Deus e em Nossa Senhora, mas<br />
também em reencarnação. Muito <strong>do</strong> que o Kardecismo anuncia faz<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
116
senti<strong>do</strong>. Também acredito em horóscopo, porque as previsões sempre<br />
se encaixam nas coisas que acontecem comigo”.<br />
Para o teólogo e professor de Filosofia da Faesa – ES, Vitor Nunes<br />
Rosa, esse tipo de comportamento é cada vez mais comum e não torna<br />
a religiosidade <strong>do</strong>s jovens menor. “A maioria das pessoas não distingue<br />
o que caracteriza uma religião. Buscam o que lhes dá conforto, não<br />
importa onde. O ponto comum é dizer que acreditam em Deus. Depois<br />
buscam em diversos cre<strong>do</strong>s o que avaliam ser melhor”, destaca.<br />
Juventude até no mo<strong>do</strong> de viver a fé – Dogmas, rituais, valores<br />
morais, regras mais severas. Nada disso é leva<strong>do</strong> em conta quan<strong>do</strong> o<br />
jovem busca sua religiosidade. O que fala mais alto é a sua devoção e a<br />
forma que ele encontra de expressá-la. “Uma escolha é feita e o jovem,<br />
quan<strong>do</strong> desperta<strong>do</strong> para ela, passa a compreender a importância de se<br />
viver dentro de certos princípios”, observa Abílio Rodrigues, presidente<br />
da Associação de Pastores Evangélicos de Vitória (...).<br />
Senti<strong>do</strong> à vida – É uma atitude típica da idade, lembra a pastora da<br />
Igreja Batista da Restauração, Sandra Rodrigues, uma fase em que a<br />
busca por um senti<strong>do</strong> para a vida é grande, em que se deseja ter uma<br />
forma de viver mais definida, mas em que ainda há muitos conflitos, alguns<br />
até mesmo familiares. “É neste momento que entram a orientação<br />
religiosa, os aconselhamentos, para mostrar ao jovem que é possível<br />
exercer sua religiosidade, que é possível ser feliz, quan<strong>do</strong> você encontrou<br />
o que muitos ainda buscam”, acrescenta a pastora.<br />
(Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/index.php?id=/<br />
local/a_gazeta/materia.php&cd_matia=471450).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Logo abaixo <strong>do</strong> título <strong>do</strong> texto, aparecem nomes de duas pessoas. De<br />
quem são esses nomes?<br />
Os nomes são das jornalistas responsáveis pela reportagem da Gazeta<br />
On-line.<br />
2. Complete os quadros buscan<strong>do</strong> informações no 1º, 2º e 3º parágrafos<br />
<strong>do</strong> texto:<br />
Para facilitar a execução da Atividade 2, sugere-se que o professor<br />
releia, em voz alta, os parágrafos destaca<strong>do</strong>s, enquanto os alunos acompanham<br />
a leitura, consultan<strong>do</strong> o texto e completan<strong>do</strong> o quadro. A atividade<br />
também pode ser realizada coletivamente: quan<strong>do</strong> encontrar uma<br />
resposta, o aluno levanta a mão e o professor escolhe um <strong>do</strong>s alunos<br />
para falar. Caso a resposta esteja correta, to<strong>do</strong>s preenchem o quadro.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
117
Em caso de erro, outro aluno pode ser chama<strong>do</strong> a colaborar ou volta-se<br />
ao texto, para nova consulta.<br />
quadro 1 – A respeito da pesquisa<br />
Nome da pesquisa: Monitor da Religião<br />
Responsável pela pesquisa: Fundação Bertelsmann Stiftung (uma<br />
fundação alemã)<br />
Objetivo da pesquisa: investigar a religiosidade e a fé das pessoas<br />
Nº de países pesquisa<strong>do</strong>s: 21 países<br />
Nº de pessoas ouvidas: 21 mil pessoas<br />
Países que mais se destacaram em religiosidade: Nigéria e Guatemala<br />
Posição <strong>do</strong> Brasil: 3º lugar entre os mais religiosos<br />
quadro 2 – Em relação aos jovens brasileiros de 18 a 29 anos<br />
95% <strong>do</strong>s jovens são religiosos.<br />
91% afirmam que acreditam em Deus.<br />
Mais de 90% <strong>do</strong>s jovens acreditam em vida após a morte.<br />
74% afirmam que rezam pelo menos uma vez por dia.<br />
3. No texto, a comparação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s abaixo foi considerada surpreendente.<br />
Observe:<br />
96% das pessoas de 60 anos ou mais são religiosas.<br />
95% <strong>do</strong>s jovens de 18 a 29 anos são religiosos.<br />
Também para você, esses resulta<strong>do</strong>s são surpreendentes? Por quê?<br />
Resposta pessoal. No entanto, o professor pode lembrar que, como as<br />
pessoas mais velhas, geralmente, são mais conserva<strong>do</strong>ras e mais religiosas,<br />
era de se esperar que a porcentagem <strong>do</strong> grupo fosse bem mais alta <strong>do</strong><br />
que a porcentagem <strong>do</strong>s jovens. Contrarian<strong>do</strong> as expectativas, a pesquisa<br />
prova que os números são praticamente os mesmos entre os <strong>do</strong>is grupos.<br />
4. Além <strong>do</strong> título principal, o texto apresenta, antes de alguns parágrafos,<br />
outros títulos, que também podem ser chama<strong>do</strong>s de subtítulos. Por que as<br />
autoras incluíram esses subtítulos no texto da reportagem?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
118
Para facilitar a leitura. Os subtítulos dividem o texto em pequenos blocos de<br />
informação, de acor<strong>do</strong> com o assunto trata<strong>do</strong>. Como há muitos da<strong>do</strong>s numéricos,<br />
a divisão <strong>do</strong> texto em blocos pretende evitar que o leitor se confunda.<br />
5. A universitária Janaína Rodrigues é apresentada no texto como “um<br />
exemplo de jovem aberta a crenças de linhas bem diferentes”. Copie da<br />
reportagem um trecho que comprove essa afirmação.<br />
“Sou católica... acredito em Deus e em Nossa Senhora, mas também em<br />
reencarnação... acredito em horóscopo...”.<br />
6. De acor<strong>do</strong> com o professor Vitor Rosa, como pode ser explica<strong>do</strong> o comportamento<br />
de Janaína?<br />
O professor Vitor explica que muitas pessoas não sabem o que caracteriza<br />
uma religião. Elas dizem acreditar em Deus e procuram o que é melhor<br />
para elas em diversas religiões ou crenças.<br />
7. Leia as frases <strong>do</strong> texto onde se encontram as palavras <strong>do</strong>gma e devoção.<br />
Procure no dicionário o significa<strong>do</strong> dessas palavras.<br />
Copie em seu caderno apenas o significa<strong>do</strong> que tem relação com o<br />
senti<strong>do</strong> das palavras nas frases.<br />
Professor: uma forma de variar a execução desta atividade é pedir a<br />
<strong>do</strong>is alunos que leiam as frases: um aluno lê a frase em que aparece <strong>do</strong>gma<br />
e outro, a frase em que aparece devoção. A seguir, a classe procura<br />
o significa<strong>do</strong> das palavras no dicionário. O aluno que encontrar, lê alto o<br />
verbete e, junto com a turma, verifica se corresponde ao senti<strong>do</strong> da palavra<br />
no texto. Só então é feita a cópia <strong>do</strong> significa<strong>do</strong>.<br />
8. Segun<strong>do</strong> a Pastora Sandra Rodrigues, a época da juventude é a idade<br />
certa para a orientação religiosa. De acor<strong>do</strong> com ela, qual é a importância<br />
da orientação religiosa?<br />
A orientação religiosa pode ajudar o jovem a definir a forma como deseja<br />
viver, mostran<strong>do</strong> a ele que é possível ser feliz, quan<strong>do</strong> se encontra um<br />
senti<strong>do</strong> para a vida.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
119
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
Leia :<br />
“O resulta<strong>do</strong> coloca os brasileiros em terceiro lugar no ranking<br />
mundial...”<br />
No exemplo acima, a palavra em destaque é um estrangeirismo.<br />
Estrangeirismo é uma palavra ou expressão de outras línguas empregada<br />
na língua portuguesa. O estrangeirismo pode ter uma grafia<br />
aportuguesada ou pode ser escrito na própria língua estrangeira.<br />
1. Toman<strong>do</strong> a definição de estrangeirismo, complete o quadro abaixo:<br />
Estrangeirismo O que a palavra significa em português<br />
ranking quadro de classificação<br />
self-service restaurante em que o próprio cliente se serve<br />
rock e rap estilos musicais<br />
2. Abaixo estão três regras sobre como devemos grafar palavras estrangeiras,<br />
não aportuguesadas, em nossa língua. Marque com um X a regra<br />
que foi usada no texto.<br />
( ) Palavras estrangeiras, que não foram aportuguesadas, e não são<br />
usadas com freqüência devem ser escritas entre aspas.<br />
( ) Palavras estrangeiras, que não foram aportuguesadas, e não são<br />
usadas com freqüência devem ser sublinhadas.<br />
( x ) Palavras estrangeiras, que não foram aportuguesadas, e não são<br />
usadas com freqüência devem ser escritas em itálico.<br />
3. Alguns estrangeirismos já foram assimila<strong>do</strong>s e aportuguesa<strong>do</strong>s. Veja o<br />
quadro a seguir e complete:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
120
Estrangeirismo Origem da palavra<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
121<br />
Palavra estrangeira<br />
aportuguesada<br />
football inglês futebol<br />
ballet francês balé<br />
bijouterie francês bijuteria<br />
bouquet francês buquê<br />
camelot francês camelô<br />
chic francês chique<br />
lasagna italiano lasanha<br />
4. Leia a frase retirada <strong>do</strong> texto:<br />
“A maioria das pessoas não distingue o que caracteriza uma religião”.<br />
Na frase, o verbo “distinguir” está no singular, porque concorda com a<br />
palavra maioria. Nesse caso, a intenção é destacar a idéia de conjunto das<br />
pessoas, o to<strong>do</strong>.<br />
Outra forma de escrever essa frase é:<br />
A maioria das pessoas não distinguem o que caracteriza uma religião.<br />
Na frase, o verbo “distinguir” está no plural, porque concorda com a<br />
palavra pessoas. Nesse caso, a intenção é destacar a idéia de vários elementos<br />
que formam o conjunto.<br />
O sujeito das frases em destaque é a maioria das pessoas. Conheça<br />
outros exemplos de expressões parecidas:<br />
parte de... , uma porção de..., metade de..., o resto de..., a minoria<br />
de...<br />
5. Complete a conclusão abaixo:<br />
Em Português, quan<strong>do</strong> o sujeito da frase é constituí<strong>do</strong> pelas expressões<br />
acima, o verbo pode ir para o singular ou para o plural. Quan<strong>do</strong> se<br />
usa o singular, queremos destacar a idéia de conjunto. Quan<strong>do</strong> se usa<br />
o plural, destacamos os vários elementos que formam o conjunto.
6. Complete as frases, fazen<strong>do</strong> a concordância <strong>do</strong> verbo com o sujeito, no<br />
singular ou no plural:<br />
a) Grande parte <strong>do</strong>s jovens brasileiros acredita em Deus. (ACREDITAR/<br />
destacar o conjunto <strong>do</strong>s jovens).<br />
b) A maioria das pessoas buscam uma religião que lhes dê conforto.<br />
(BUSCAR/ destacar os elementos <strong>do</strong> conjunto de pessoas).<br />
c) 74% <strong>do</strong>s jovens rezam pelo menos uma vez ao dia; o resto deles não<br />
reza. (REZAR/destacar o conjunto <strong>do</strong>s jovens).<br />
d) Uma porção <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s têm uma vida mais espiritualizada.<br />
(TER/ destacar os elementos <strong>do</strong> conjunto <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s).<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
A produção de texto será transferida para o Encontro II, uma vez que as<br />
atividades realizadas nesses encontros são <strong>complementares</strong>.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
122
ENCONTRO II<br />
Uma igreja para cada tribo<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
O ser humano está em constante procura pela felicidade. Quer seja por<br />
meio de sua realização pessoal no trabalho, no entrosamento com a família<br />
e com amigos, quer seja por intermédio de formas de lazer. Dentre essas<br />
buscas de bem-estar e felicidade, está também a busca pela espiritualidade,<br />
pela religião, pelo autoconhecimento. Muitas pessoas, fugin<strong>do</strong> da falta<br />
de tranqüilidade e da solidão da vida moderna, buscam na religião uma<br />
forma de preencherem esses vazios.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões, sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você considera importante esse tipo de busca para uma pessoa ser<br />
feliz?<br />
Você segue uma religião?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Abaixo estão três ilustrações usadas em uma reportagem retirada da<br />
revista Veja Jovens, edição especial de julho de 2003, publicada na seção<br />
Religião (Disponível em http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/<br />
p_028.html).<br />
Claudio Rossi<br />
Texto I<br />
Religião – Garotos de fé<br />
Os jovens estão mais místicos, mas definem sua religiosidade com liberdade<br />
e sincretismo<br />
José Daniel Violante Filho, 17, de São Paulo<br />
Budista<br />
O estudante paulista visitou pela primeira vez o centro<br />
budista Buddha’s Light há um ano, com os amigos. “Fui<br />
por curiosidade”, diz. Lá, praticou meditação, gostou e se tornou freqüenta<strong>do</strong>r.<br />
Ele mora na Zona Sul de São Paulo com os avós, que são católicos. “Eles<br />
vão à missa, mas eu não me identifico com a fé católica”, comenta ele.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
123
Cacau Mangabeira<br />
Nélio Rodrigues<br />
William Silva, 18, de Itacaré, Bahia<br />
Evangélico<br />
Nasci<strong>do</strong> numa família de católicos praticantes,<br />
William tornou-se evangélico há seis anos. Sua igreja,<br />
a “Bola de Neve”, é freqüentada, sobretu<strong>do</strong>, por jovens. Surfista desde<br />
criança, ele sempre reza antes de entrar no mar e pegar onda. Muitos<br />
de seus amigos usam drogas. “Eu não uso, porque Deus não gosta dessas<br />
coisas”, diz. “Vivo aconselhan<strong>do</strong> meus amigos e às vezes consigo<br />
convencer alguns deles a largar o vício”.<br />
Joyce de Souza Cunha Melo, 18, de BH<br />
Católica<br />
A estudante mineira vai à missa uma vez por semana<br />
e é devota de São Josemaría Escrivá, funda<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> Opus Dei. Acredita em milagres e já fez promessas,<br />
uma delas para passar no vestibular. Ela cursa o<br />
1º ano de administração na Universidade Federal de<br />
Minas Gerais. Nem sempre foi assim. “Quan<strong>do</strong> eu era<br />
mais nova, era superesotérica, acreditava em horóscopo”, diz.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
1. No título e no subtítulo da reportagem, três palavras se aproximam pelo<br />
senti<strong>do</strong>. Quais?<br />
Fé, místicos e religiosidade.<br />
2. Consideran<strong>do</strong> as ilustrações usadas na reportagem, que trata sobre religiosidade<br />
entre os jovens, responda:<br />
a) O que as ilustrações têm em comum?<br />
As três ilustrações trazem jovens, os três jovens estão em situações que<br />
envolvem um tipo de experiência religiosa: o primeiro e o segun<strong>do</strong> rapaz<br />
estão em posição de meditação, e a jovem está próxima de um oratório,<br />
onde há um crucifixo, santos e uma Bíblia.<br />
3. É comum reportagens trazerem depoimentos que são destaca<strong>do</strong>s na página,<br />
mas que não fazem parte <strong>do</strong> corpo da reportagem. Para que servem<br />
esses depoimentos?<br />
Os depoimentos são usa<strong>do</strong>s para dar mais credibilidade às informações<br />
e fazem a reportagem ficar mais interessante.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
124
4. Acima de cada foto, há um nome próprio: Cláudio Rossi, Cacau Mangabeira<br />
e Nélio Rodrigues. Quem são essas pessoas?<br />
É o que chamamos de “crédito”. São os nomes <strong>do</strong>s fotógrafos que tiraram<br />
as fotos usadas pela revista.<br />
5. Três religiões são citadas nas ilustrações. Quais?<br />
Budista, evangélica e católica.<br />
6. Cada jovem acima tem seus ritos e crenças. Marque B (budista), E (esotérico)<br />
ou C (católico):<br />
( C ) missa<br />
( C ) promessas<br />
( B ) prática de meditação<br />
( E ) crença em horóscopos<br />
Texto II<br />
O texto a seguir é uma adaptação da reportagem retirada de http://<br />
publique.rdc.puc-rio.br/clipping/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1933<br />
2&sid=62&tpl=printerview.<br />
Domingo, 16 de Novembro de 2008.<br />
À sua maneira, jovens cultivam fé<br />
Especialistas apontam facilidade de migração e de mistura de crenças<br />
Tiago Queiroz/AE<br />
Há seis anos, Valentim, de 20 anos, cria<strong>do</strong> em<br />
família católica, é budista. São da mesma época<br />
os primeiros passos de Fany, de 27, no xamanismo<br />
e nos rituais <strong>do</strong> Santo Daime. Seu namora<strong>do</strong>,<br />
Gabriel, de 20, também segue as duas religiões,<br />
além de ser adepto <strong>do</strong> rastafarianismo. Wellington,<br />
de 21 anos, passou a freqüentar a igreja<br />
evangélica “Bola de Neve” há <strong>do</strong>is anos, após ser<br />
convenci<strong>do</strong> por um vizinho.<br />
Compromisso – Valentim Con-<br />
Esses jovens podem divergir quanto a cren-<br />
de, de 20 anos, prepara-se<br />
para cursar a Universidade Liça, mas estão uni<strong>do</strong>s por viverem a fé em seu<br />
vre de Budismo no Templo Zu<br />
cotidiano. Vejamos a história da relação desses<br />
Lai, em Cotia (SP).<br />
jovens com a religião.<br />
Valentim Conde Fernandes, 20 anos, tinha tu<strong>do</strong> para ser católico. A<br />
avó o levou para a igreja, a mãe freqüentava grupos de oração. Porém,<br />
Tiago Queiroz/AE<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
125
aos 14 anos, o jovem começou a se interessar pelo budismo. O interesse<br />
cresceu a ponto de se tornar voluntário no Templo Zu Lai, em Cotia, na<br />
grande São Paulo.(...) Seu objetivo: ingressar na Universidade Livre Budista<br />
e depois continuar seus estu<strong>do</strong>s em Taiwan para se tornar monge.<br />
“O budismo foi fundamental para eu me entender melhor e para que eu<br />
não fosse mais uma pessoa mentin<strong>do</strong> para si mesma”, diz ele.<br />
Pouco tradicional é uma definição para as crenças <strong>do</strong> casal de namora<strong>do</strong>s<br />
Fany Carolina de Castro Matriccioni, de 27 anos, e o namora<strong>do</strong><br />
Gabriel Santana, de 21. Fany além de seguir o xamanismo – religião<br />
que une os conhecimentos ancestrais de povos indígenas e representações<br />
de seres míticos e animais – também freqüenta sessões <strong>do</strong> Santo<br />
Daime, seita que ficou conhecida pelo uso da ayahuasca, planta nativa<br />
da região amazônica.<br />
Gabriel compartilha das duas crenças, mas também é segui<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
rastafári – a mesma religião de Bob Marley (1945-1981). Entre seus<br />
preceitos estão o vegetarianismo e a proibição de cortar o cabelo, trança<strong>do</strong><br />
em forma de dreadlocks. Para os “rastas”, o uso da maconha é<br />
sagra<strong>do</strong>. “A maconha é usada como consagração. O que é banal para<br />
uns é sagra<strong>do</strong> para outros”, explica Gabriel.<br />
O motoboy Wellington Silva de<br />
Oliveira Sanchez, de 21 anos, passou<br />
a freqüentar a igreja evangélica<br />
“Bola de Neve”, conhecida por reunir<br />
entre seus fiéis um número grande<br />
de jovens e surfistas, depois que<br />
um vizinho fez comentários sobre os<br />
cultos. “Ele falava que encontrava forças lá, que saía diferente depois<br />
<strong>do</strong> culto”, conta. “Fiquei curioso, pensei que, se fosse tão bom assim, eu<br />
também queria isso”, diz. Desde a primeira visita, já se passaram <strong>do</strong>is<br />
anos – a igreja existe há cerca de dez. “Vou toda semana, depois que<br />
largo o trabalho. Conheci minha namorada lá também”.<br />
A trajetória <strong>do</strong>s quatro jovens relatada acima contraria o senso comum<br />
que atribui a essa fase da vida uma postura individualista e pouco<br />
interessada em qualquer forma de religiosidade. Pesquisas para traçar<br />
o perfil <strong>do</strong> jovem, diante de assuntos como religião e política, foram realizadas<br />
com mais de 8 mil jovens em sete regiões metropolitanas (Belém,<br />
Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salva<strong>do</strong>r e São<br />
Paulo). O resulta<strong>do</strong> foi o seguinte: na população jovem, a participação<br />
em grupos é vivida por 28,1%, a maior parte pertencentes às classes<br />
A e B. A religião é o principal motivo que os une (42,5%), seguida por<br />
atividades esportivas (32,5%) e artísticas (26,9%).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
126<br />
Mistura – Fany e Gabriel:<br />
xamanisno, Santo<br />
Daime e rastafarismo.<br />
Neopentecostal – Culto<br />
durante a semana na<br />
igreja “Bola de Neve”.
A forma como os jovens vivem a religiosidade, no entanto, chama a<br />
atenção. “Essa é uma geração que experimenta mais, entra e sai das<br />
religiões com facilidade”, diz a antropóloga e pesquisa<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Ibase,<br />
Regina Novaes. “Muitas vezes, a procura leva a uma mistura de crenças,<br />
pois eles se sentem mais livres para procurar um lugar em que se<br />
sintam bem”.<br />
Classe social<br />
Apesar da liberdade para definir sua fé, a classe social ainda é um fator<br />
importante na escolha e na forma como os jovens encaram as religiões.<br />
Enquanto os de classe mais baixa estão mais propensos a seguir as<br />
igrejas pentecostais, os jovens das classes média e alta parecem mais<br />
livres e interessa<strong>do</strong>s em crenças pouco orto<strong>do</strong>xas para os padrões <strong>do</strong><br />
brasileiro. “São os crentes sem religião, ou os agnósticos, como muitos<br />
se definem. Levam mais em conta a fé e a espiritualidade <strong>do</strong> que as instituições<br />
religiosas. Entre jovens com maior acesso à educação e a bens<br />
culturais, esse perfil aparece com maior freqüência”, diz Ribeiro.<br />
(...) Seguin<strong>do</strong> a tendência da população em geral, o jovem das periferias<br />
das grandes cidades tende a trocar o catolicismo pelas igrejas<br />
evangélicas. As igrejas evangélicas neopentecostais estão atrain<strong>do</strong> os<br />
jovens da periferia, onde há falhas na oferta de serviços por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />
e aonde a Igreja Católica não chega. Além disso, a moral rígida das<br />
evangélicas neopentecostais e pentecostais, como Assembléia de Deus,<br />
acaba sen<strong>do</strong> um porto seguro para as pessoas que se sentem inseguras<br />
em meio à falta de infra-estrutura e acesso a bens das periferias.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />
1. As informações na reportagem podem ser divididas em seis partes.<br />
Identifique os parágrafos que formam cada uma das partes.<br />
a) Apresenta, de um mo<strong>do</strong> geral, os jovens que serão cita<strong>do</strong>s na reportagem<br />
e o assunto: 1º e 2º parágrafos.<br />
b) Relata a crença <strong>do</strong> jovem budista Valentim: 3º parágrafo.<br />
c) Relata as crenças <strong>do</strong> casal Carolina e Gabriel: 4º e 5º parágrafos.<br />
d) Relata as crenças <strong>do</strong> motoboy Wellington: 6º parágrafo.<br />
e) Comenta o comportamento <strong>do</strong>s quatro jovens e apresenta uma pesquisa<br />
sobre jovem e religião: 7º e 8º parágrafos.<br />
f) Comenta a influência da classe social sobre a escolha da religião <strong>do</strong>s<br />
jovens: 9º e 10º parágrafos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
127
2. Identifique os autores <strong>do</strong>s depoimentos retira<strong>do</strong>s da reportagem:<br />
a) “O budismo foi fundamental para eu me entender melhor e para que<br />
eu não fosse mais uma pessoa mentin<strong>do</strong> para si mesma”. (Valentim)<br />
b) “O que é banal para uns é sagra<strong>do</strong> para outros”. (Gabriel)<br />
c) “Vou toda semana, depois que largo o trabalho. Conheci minha namorada<br />
lá também”. (Wellington)<br />
3. Fany Carolina é segui<strong>do</strong>ra de uma religião chamada xamanismo. Retire<br />
da reportagem a explicação sobre essa religião.<br />
Xamanismo – religião que une os conhecimentos ancestrais de povos<br />
indígenas e representações de seres míticos e animais.<br />
4. Sobre as crenças <strong>do</strong> casal Gabriel e Fanny, o repórter comenta: “Pouco<br />
tradicional é uma definição para as crenças <strong>do</strong> casal de namora<strong>do</strong>s Fany<br />
Carolina de Castro Matriccioni...”.<br />
a) O que o repórter quis dizer com isso?<br />
O repórter quis dizer que as crenças <strong>do</strong> casal saem <strong>do</strong> padrão de religião<br />
normalmente escolhi<strong>do</strong> pelas pessoas.<br />
5. Releia o texto a partir <strong>do</strong> 7º parágrafo. A pesquisa <strong>do</strong>s estudiosos sobre<br />
jovens e religiosidade chegou a três conclusões. Complete:<br />
Para facilitar a execução da atividade, sugere-se que o professor releia,<br />
em voz alta, os parágrafos, enquanto os alunos acompanham a leitura,<br />
consultan<strong>do</strong> o texto e completan<strong>do</strong> os itens. A atividade também pode ser<br />
realizada coletivamente: quan<strong>do</strong> encontrar uma resposta, o aluno levanta<br />
a mão e o professor escolhe um <strong>do</strong>s alunos para falar. Caso a resposta esteja<br />
correta, to<strong>do</strong>s preenchem o item. Em caso de erro, outro aluno pode<br />
ser chama<strong>do</strong> a colaborar ou volta-se ao texto, para nova consulta.<br />
a) Sobre o principal motivo que une os jovens: a religião é o principal<br />
motivo que une os jovens (42,5%).<br />
b) Sobre a mudança de religião: os jovens não se fixam numa única<br />
religião; eles se sentem mais livres para procurar uma religião em que se<br />
sintam bem.<br />
c) Sobre a classe social e a escolha da religião: os jovens de classe mais<br />
baixa estão mais propensos a seguir as igrejas evangélicas pentecostais;<br />
os jovens das classes média e alta parecem mais livres e se interessam por<br />
crenças pouco tradicionais para os padrões <strong>do</strong> brasileiro.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
128
6. Releia o último parágrafo e complete: Os jovens da periferia das grandes<br />
cidades buscam as religiões evangélicas por <strong>do</strong>is motivos:<br />
Motivo 1: a igreja católica, muitas vezes, não chega até à periferia, deixan<strong>do</strong><br />
o espaço livre para as igreja evangélicas.<br />
Motivo 2: as igrejas evangélicas têm valores morais mais rígi<strong>do</strong>s e isso<br />
dá mais segurança às pessoas que vivem na periferia, onde não há infraestrutura<br />
e há muita violência.<br />
REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
1. No texto são usadas as palavras:<br />
xamanismo, budismo, rastafarianismo, catolicismo<br />
Essas palavras são derivadas, pois elas se formam de outras palavras,<br />
com o acréscimo de um sufixo.<br />
Sufixo é o elemento que se junta ao final da palavra primitiva para<br />
formar uma palavra derivada.<br />
Responda:<br />
a) Qual sufixo se repete em todas as palavras destacadas? O sufixo<br />
“ismo”.<br />
b) Nos casos acima, o sufixo “ismo”, que se junta às palavras traz a<br />
idéia de:<br />
( ) <strong>do</strong>utrina política;<br />
( x ) <strong>do</strong>utrina religiosa.<br />
c) Que palavras primitivas deram origem às palavras:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
129
Palavras primitivas Palavras derivadas com o sufixo: - ismo<br />
2. Leia:<br />
Xaman xamanismo<br />
Buda budismo<br />
Rastafári rastafarianismo<br />
Católico rastafarianismo<br />
Protestante protestantismo<br />
Espírita espiritismo<br />
Esotérico esoterismo<br />
Cristão cristianismo<br />
Ateu ateismo<br />
“As igrejas evangélicas neopentecostais estão atrain<strong>do</strong> os jovens da<br />
periferia...”.<br />
A palavra “neopentecostais” é uma palavra derivada. Veja como ela foi<br />
formada:<br />
neo + petencostais = neopentecostais<br />
novo, moderno (expressão de origem grega)<br />
a) Consideran<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> da expressão neo-, o que significa neopentecostal?<br />
Nome da<strong>do</strong> a religiões que, embora tenham características semelhantes<br />
às da religião pentecostal surgiram depois dela e têm características<br />
próprias.<br />
3. Observe o uso <strong>do</strong> pronome pessoal “eu” na frase abaixo:<br />
“O budismo foi fundamental para eu me entender melhor ...”.<br />
“Na religião Bola de Neve, encontro forças para eu vencer as tentações<br />
<strong>do</strong> dia-a-dia”.<br />
E compare-o com o uso <strong>do</strong> pronome pessoal “mim”:<br />
O budismo foi fundamental para mim.<br />
Poder participar da igreja evangélica foi uma alegria para mim.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
130
a) Anote o resulta<strong>do</strong> de sua observação sobre os pronomes nas frases<br />
destacadas acima:<br />
O pronome pessoal “eu” vem antes <strong>do</strong> verbo. O pronome pessoal “mim”<br />
vem depois <strong>do</strong> verbo.<br />
O pronome pessoal “eu” não vem em final de frase. O pronome pessoal<br />
“mim” pode vir no final de frase.<br />
O pronome pessoal “eu” vem segui<strong>do</strong> de verbo no infinitivo. O pronome<br />
pessoal “mim” não vem segui<strong>do</strong> de verbo no infinitivo.<br />
4. Complete as frases usan<strong>do</strong> “para eu” ou “para mim”:<br />
a) Você entregaria essa encomenda para mim?<br />
b) Empreste-me esse caderno para eu estudar?<br />
c) A professora pediu para eu fazer a chamada <strong>do</strong>s alunos.<br />
d) O garçom reservou aquela mesa para mim.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Comentan<strong>do</strong> a pesquisa “Monitor da Religião” (veja Encontro I), Edebrande<br />
Cavalieri, <strong>do</strong>utor em Ciências da Religião, pergunta:<br />
“Outro da<strong>do</strong> que merece destaque na pesquisa é o fato de que quase<br />
a metade <strong>do</strong>s jovens <strong>do</strong>s países europeus presentes na pesquisa está na<br />
faixa <strong>do</strong>s ‘sem religião’. O desenvolvimento econômico e o progresso são<br />
os responsáveis por isso?”.<br />
Convide um colega para discutir a seguinte questão:<br />
Você acha que as pessoas são mais religiosas nos países pobres? Por<br />
quê?<br />
Pesquisem alguns da<strong>do</strong>s sobre o assunto e escrevam um pequeno texto,<br />
expon<strong>do</strong> a opinião da dupla. Para organizar a resposta, vocês podem usar<br />
informações que leram neste encontro.<br />
Professor: esta atividade tem como objetivo levar o aluno a estabelecer<br />
relações entre textos. É importante que os alunos pesquisem alguns da<strong>do</strong>s<br />
sobre o assunto, em revistas, jornais ou na internet. Eles também poderão<br />
fazer a pergunta a colegas e amigos, anotan<strong>do</strong> algumas respostas.<br />
Incentive-os neste trabalho, propician<strong>do</strong> também momentos de discussão<br />
em sala de aula.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
131
ENCONTRO III<br />
Sincretismo religioso I<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Nos últimos encontros temos discuti<strong>do</strong> a respeito de diferentes crenças<br />
religiosas. Vimos que a religião é uma forma de as pessoas encontrarem<br />
um tipo de conforto para suas vidas. O texto a seguir vai tratar de <strong>do</strong>is<br />
temas que completam a discussão que vimos ten<strong>do</strong>: as religiões afrobrasileiras<br />
e o ateísmo.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />
as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você sabe como as religiões africanas chegaram ao Brasil?<br />
Você já teve experiências com religiões afro-brasileiras?<br />
Quem acredita em um deus é mais feliz?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
Antes de iniciar a leitura, o professor deve apresentar aos alunos o tipo<br />
de texto: um texto expositivo, de natureza didática, cujo objetivo é dar<br />
explicações, informações ao leitor sobre um determina<strong>do</strong> assunto, de forma<br />
clara e objetiva. Deve também chamar a atenção <strong>do</strong>s alunos para as<br />
estratégias usadas para atender a esse objetivo. O autor usou: ilustração,<br />
antecipou a informação (1º parágrafo e o texto em itálico escrito ao la<strong>do</strong><br />
da foto), dividiu o texto em duas partes, que concentram, cada uma, as<br />
informações mais importantes.<br />
O texto a seguir foi adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> site: http://www.brasilescola.com/religiao/ateismo.htm.<br />
Esse site apresenta informações sobre diferentes tipos<br />
de religião.<br />
Religiões afro-brasileiras<br />
Os negros que foram trazi<strong>do</strong>s como escravos para o Brasil agarraram-se<br />
especialmente a suas tradições religiosas, como único meio de<br />
conservar sua identidade ameaçada pela opressão <strong>do</strong> poder <strong>do</strong>minante.<br />
Mas essas formas de religiosidade entraram em contato com outras manifestações<br />
da cultura <strong>do</strong> país: a religião católica, vivida especialmente<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
132
em suas formas mais populares, como a devoção aos santos, e, em<br />
certas regiões <strong>do</strong> país, o espiritismo de Allan Kardec. Surgiram assim<br />
a Umbanda e o Can<strong>do</strong>mblé, as duas mais importantes expressões das<br />
religiões afro-brasileiras.<br />
Por Giorgio Paleari<br />
O can<strong>do</strong>mblé e a umbanda são as principais<br />
religiões afro-brasileiras. São mais de 700<br />
mil adeptos, de acor<strong>do</strong> com o censo. Estudiosos<br />
dessas religiões, no entanto, estimam que<br />
um número muito maior freqüenta centros de<br />
forma esporádica, mas estão liga<strong>do</strong>s também a<br />
outras religiões.<br />
Umbanda: Religião afro-brasileira, nascida<br />
no Rio de Janeiro nos anos 20, é fruto da mistura<br />
de crenças e rituais africanos e europeus. As<br />
raízes umbandistas encontram-se em duas religiões trazidas da África<br />
pelos escravos: a cabula, <strong>do</strong>s bantos, e o can<strong>do</strong>mblé, da nação nagô. A<br />
umbanda considera que o universo está povoa<strong>do</strong> de entidades espirituais,<br />
os guias, que entram em contato com os homens, por intermédio<br />
de um inicia<strong>do</strong> (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam<br />
por meio de figuras como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira. Os<br />
elementos africanos misturam-se ao catolicismo, crian<strong>do</strong> a identificação<br />
de orixás com santos. Outra influência é o espiritismo kardecista, que<br />
acredita na possibilidade de contato entre vivos e mortos, e na evolução<br />
espiritual após sucessivas vidas na terra. A umbanda incorpora ainda<br />
ritos indígenas e práticas mágicas européias.<br />
Can<strong>do</strong>mblé: Cultua os orixás, deuses das nações africanas, de língua<br />
iorubá, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de sentimentos humanos como ciúme e vaidade. O<br />
can<strong>do</strong>mblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX, com o tráfico de<br />
escravos negros, trazi<strong>do</strong>s da África Ocidental. O can<strong>do</strong>mblé sofreu grande<br />
repressão <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res portugueses, que o consideravam feitiçaria.<br />
Para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás<br />
aos santos católicos, em um processo chama<strong>do</strong> de sincretismo religioso.<br />
No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição;<br />
Iansã, a Santa Bárbara, etc. A Lavagem <strong>do</strong> Bonfim, em Salva<strong>do</strong>r (BA),<br />
é um <strong>do</strong>s exemplos da fusão religiosa <strong>do</strong> catolicismo com o can<strong>do</strong>mblé.<br />
As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé ocorrem em templos chama<strong>do</strong>s terreiros;<br />
sua preparação é fechada e envolve muitas vezes o sacrifício de<br />
pequenos animais. São celebradas em língua africana e marcadas por<br />
cantos e ritmo <strong>do</strong>s atabaques (tambores), que variam, segun<strong>do</strong> o orixá<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
133
homenagea<strong>do</strong>. No Brasil, a religião cultua apenas 16 <strong>do</strong>s mais de 200<br />
orixás existentes na África.<br />
Nos terreiros, os pais-de-santo e as mães-de-santo, além de chefiarem<br />
os rituais, recebem os fiéis em sessões individuais para revelar o<br />
orixá de cada um, tradicionalmente, pelo jogo de búzios. A identificação<br />
<strong>do</strong> orixá, ou santo no sincretismo, ajuda o fiel a entender a própria personalidade.<br />
Cultuar o Can<strong>do</strong>mblé significa, para o fiel, equilibrar suas<br />
energias (axés) com as energias de seu orixá.<br />
Uma das festas mais conhecidas <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé brasileiro é a de Iemanjá,<br />
orixá feminino, considera<strong>do</strong> a rainha <strong>do</strong>s mares e oceanos. A<br />
comemoração acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, e na noite de 31<br />
de dezembro, no Rio de Janeiro. Os devotos levam oferendas ao mar, e,<br />
segun<strong>do</strong> a tradição, Iemanjá surge envolta em espuma para recebê-las.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Qual o assunto principal <strong>do</strong> texto?<br />
Apresentar as duas religiões afro-brasileiras de maior influência na religiosidade<br />
<strong>do</strong> povo brasileiro, a umbanda e o can<strong>do</strong>mblé.<br />
2. Por que os negros vin<strong>do</strong>s como escravos da África agarraram-se às suas<br />
tradições religiosas?<br />
Os negros agarraram-se à sua religião como uma forma de se manterem<br />
uni<strong>do</strong>s, de não perderem a identidade, como forma de alívio para sobreviverem<br />
aos maltratos <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res.<br />
3. Das duas religiões descritas acima, qual é mais antiga?<br />
O canbomblé é mais antigo.<br />
4. Marque U (umbanda) e C (can<strong>do</strong>mblé) para as informações abaixo:<br />
(U) é a mistura de duas religiões africanas: a cabula e o can<strong>do</strong>mblé.<br />
(C) acredita que os deuses das nações africanas têm sentimentos humanos.<br />
(U) mistura-se com o catolicismo e o espiritismo kardecista.<br />
(C) tem sua origem na África Ocidental.<br />
(U) acredita que o universo é povoa<strong>do</strong> de entidades espirituais que entram<br />
em contato com os humanos.<br />
(C) foi por muito tempo considera<strong>do</strong> feitiçaria.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
134
5. Para sobreviver às perseguições <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res portugueses, o que<br />
os segui<strong>do</strong>res <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé e da umbanda fizeram?<br />
Os devotos começaram a associar seus deuses a santos <strong>do</strong> catolicismo.<br />
6. De acor<strong>do</strong> com o texto, sincretismo religioso é:<br />
( ) o nome de uma religião trazida ao Brasil pelos escravos africanos.<br />
(x ) a fusão de duas ou mais crenças religiosas.<br />
( ) a conversão <strong>do</strong>s escravos à religião <strong>do</strong>s senhores, esquecen<strong>do</strong> as<br />
crenças africanas.<br />
7. No can<strong>do</strong>mblé, os deuses possuem sentimentos humanos. Sabe-se que<br />
durante a comemoração à Iemanjá, os devotos levam oferendas ao mar<br />
para agradar à deusa: pentes, perfumes, espelho, flores etc. Que sentimento<br />
humano Iemanjá demonstra ter?<br />
O sentimento de vaidade.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
Leia:<br />
Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo.<br />
Os elementos africanos criam a identificação de orixás com santos.<br />
Unin<strong>do</strong> as duas frases em uma só, temos:<br />
Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo, crian<strong>do</strong> a identificação<br />
de orixás com santos.<br />
O professor deve levar o aluno a perceber as transformações ocorridas<br />
para se chegar à versão final da frase:<br />
a expressão “Os elementos africanos” aparece apenas uma vez na<br />
frase;<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
135
o verbo da segunda frase passa a gerúndio (n<strong>do</strong>): criam/crian<strong>do</strong>;<br />
a vírgula é usada para separar uma oração de outra.<br />
1. Faça o mesmo com as frases abaixo, seguin<strong>do</strong> o modelo acima:<br />
a) As religiões africanas chegam ao Brasil.<br />
As religiões africanas trazem deuses com nomes diferentes.<br />
As religiões africanas chegam ao Brasil, trazen<strong>do</strong> deuses com nomes<br />
diferentes.<br />
b) A umbanda chegou ao Brasil nos anos 20.<br />
A umbanda teve influência <strong>do</strong> catolicismo e <strong>do</strong> espiritismo kardecista.<br />
A umbanda chegou ao Brasil nos anos 20, ten<strong>do</strong> influência <strong>do</strong> catolicismo<br />
e <strong>do</strong> espiritismo kardecista.<br />
c) As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé acontecem em terreiros.<br />
As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé envolvem sacrifícios de animais.<br />
As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé acontecem em terreiros, envolven<strong>do</strong> sacrifícios<br />
de animais.<br />
O próximo exercício tem como objetivo levar o aluno a perceber como<br />
se dá a concordância verbal com as expressões Um(a) (as) das... e<br />
Algumas(ns) das mais...<br />
2. Observe os exemplos abaixo:<br />
Uma das festas mais conhecidas <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé brasileiro é a de Iemanjá.<br />
Algumas das festas mais conhecidas <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé brasileiro são a de<br />
Iemanjá e a da Lavagem <strong>do</strong> Bonfim.<br />
Complete as frases abaixo usan<strong>do</strong> as expressões “Uma das...”,”Um<br />
<strong>do</strong>s... ou “algumas da ...” ou “alguns <strong>do</strong>s...”:<br />
a) Uma das características <strong>do</strong> sincretismo é o uso de nomes de santos<br />
católicos para nomear os orixás.<br />
b) Algumas das religiões africanas mais conhecidas no Brasil são o can<strong>do</strong>mblé<br />
e a umbanda.<br />
c) Um <strong>do</strong>s guias mais conheci<strong>do</strong>s no terreiro é o pai-de-santo.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
136
d) Alguns <strong>do</strong>s orixás reconheci<strong>do</strong>s como santos católicos são Iansã<br />
(Santa Bárbara) e Iemanjá (Nossa Senhora da Conceição).<br />
O Texto II, a seguir, tem como objetivo contrapor-se aos textos anteriores,<br />
que destacam a tendência de as pessoas buscarem uma religião,<br />
como forma de expressarem sentimentos espirituais eleva<strong>do</strong>s. O texto quer<br />
mostrar que, embora um grande número de pessoas opte por uma crença<br />
religiosa, outras optam por não terem fé em nenhum deus. É importante<br />
que o professor fique atento para que as discussões que compõem este encontro<br />
não se prendam a um tom catequético e valorativo de quem tem ou<br />
não tem crenças religiosas. O objetivo maior destes encontros é informar<br />
sobre a diversidade de crenças.<br />
O texto a seguir apresenta uma forma diferente que algumas pessoas<br />
têm de se colocarem frente a crenças religiosas.<br />
Texto II<br />
Ateísmo<br />
Por Gabriela Cabral – Equipe Brasil Escola<br />
O ateísmo denomina uma <strong>do</strong>utrina, cujos segui<strong>do</strong>res questionam a<br />
existência de qualquer deus, e dispensam a idéia de uma justificativa<br />
divina para a existência humana. Desde o Império Romano,<br />
utilizava-se o termo, ateus, para apontar aqueles que não a<strong>do</strong>ravam<br />
seus deuses (…).<br />
Os segui<strong>do</strong>res dessa <strong>do</strong>utrina argumentam que não haveria formas<br />
científicas e físicas para comprovar ou não a existência de deuses. Por<br />
isso, os ateus confrontam as pessoas sobre sua crença em algo ou em<br />
alguém que pode nem existir. Eles criticam as pessoas, porque elas não<br />
têm outra resposta sobre a existência de um deus, que não seja a fé.<br />
Normalmente, pessoas ligadas à Ciência se intitulam ateus, pois acreditam<br />
que, por meio da Ciência, conseguem comprovar e datar todas as coisas,<br />
bem como criá-las, o que colocaria a existência de deuses em dúvida.<br />
No fim <strong>do</strong> Século XX, os ateus somavam 15% da população mundial.<br />
A grande maioria, aproximadamente 732 milhões de pessoas, concentrava-se<br />
na Ásia (...).<br />
Algumas pessoas questionam a posição <strong>do</strong>s ateus, dizen<strong>do</strong> que, para<br />
chegarem a uma conclusão acerca da veracidade de um deus, necessitariam<br />
de ter fé, condiçao essencial para se acreditar num ser sobrenatural,<br />
o que, definitivamente, os ateus não têm.<br />
Adapta<strong>do</strong> de: http://www.brasilescola.com/religiao/ateismo.htm.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
137
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
Segun<strong>do</strong> o texto, o ateu pode ser defini<strong>do</strong> por duas características.<br />
Complete:<br />
por questionar a existência de qualquer deus;<br />
por dispensar uma justificativa divina para a existência <strong>do</strong> homem no<br />
Universo.<br />
2. Para que os ateus passassem a acreditar em um deus, seria preciso que<br />
se cumprisse uma ou outra condição:<br />
OU que a existência de deus fosse provada cientificamente;<br />
OU que os ateus passassem a ter fé.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
A atividade que se segue tem como objetivo preparar os alunos para se<br />
saírem bem na seção Produzin<strong>do</strong> Textos, <strong>do</strong> Encontro IV, quan<strong>do</strong> serão solicita<strong>do</strong>s<br />
a escreverem verbetes de termos religiosos para formarem um glossário.<br />
Nesse estágio, o que se pretende é que o aluno tenha intimidade com<br />
o gênero verbete, e reconheça algumas estratégias importantes para produzi-lo.<br />
Portanto, para que a atividade tenha bons resulta<strong>do</strong>s, o professor deve<br />
fazê-la juntamente com os alunos, para que possa orientá-los na tarefa de<br />
observar e completar as características de um verbete no exercício.<br />
Leia a definição para as palavras ateísmo e deus, citadas na Grande Enciclopédia<br />
Larousse Cultural, Volumes 3 e 8. Editora Nova Cultural. 1998.<br />
ATEÍSMO s.m. 1. Doutrina que nega a existência de Deus. (...) atitude<br />
de quem nega a existência de Deus (...).<br />
DEUS s.m. (Do lat. Deus ) 1. nas religiões monoteístas ser supremo<br />
transcendente, cria<strong>do</strong>r e autor único e universal de todas as coisas (...).<br />
2. nas religiões politeístas ser superior aos homens ao qual se atribui<br />
influência especial, benéfica ou maléfica no destino <strong>do</strong> Universo (...).<br />
O verbete é um gênero de texto que compõe dicionários, enciclopédias<br />
ou glossários. Volte ao quadro para observar como se escreve um verbete.<br />
Complete:<br />
a) O verbete tem duas partes: PALAVRA + a definição da palavra.<br />
b) No verbete, a palavra principal é escrita com letras maiúsculas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
138
c) Cada significa<strong>do</strong> diferente da palavra é marca<strong>do</strong> por um número.<br />
d) Os verbos usa<strong>do</strong>s no verbete estão no tempo presente (nega e atribui).<br />
e) Logo depois da palavra principal, pode-se escrever a origem da palavra:<br />
latim, grego, africano etc.<br />
Para orientar a atividade a seguir, o professor deve levar os alunos a<br />
perceberem as mudanças que ocorrem na transformação de uma frase<br />
para outra:<br />
perceber que o conector por isso será substituí<strong>do</strong> pelo conector<br />
como;<br />
iniciar a frase com o conector: Como...;<br />
perceber que, embora haja a mudança de conectores, a relação entre<br />
os fatos informa<strong>do</strong>s permanece a mesma;<br />
usar adequadamente a vírgula.<br />
Sugerimos que os exercícios sejam feitos oralmente e, depois, transcritos<br />
no caderno.<br />
Em nossa língua, podemos expressar uma mesma idéia de formas diferentes.<br />
Observe o exemplo destaca<strong>do</strong> abaixo para seguir, depois, o modelo:<br />
Os deuses não podem ser vistos nem toca<strong>do</strong>s, por isso os ateus<br />
não acreditam em seres sobrenaturais.<br />
Como os deuses não podem ser vistos nem toca<strong>do</strong>s, os ateus não<br />
acreditam em seres sobrenaturais.<br />
a) Os deuses não têm existência comprovada por méto<strong>do</strong>s científicos,<br />
por isso os ateus não acreditam em um deus.<br />
Como os deuses não têm existência comprovada por méto<strong>do</strong>s científicos,<br />
os ateus não acreditam em um deus.<br />
b) Os crentes acreditam em algo que pode nem existir, por isso os ateus<br />
os criticam tanto.<br />
Como os crentes acreditam em algo que pode nem existir, os ateus os<br />
criticam tanto.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
A produção de texto será transferida para o Encontro IV.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
139
ENCONTRO IV<br />
Sincretismo religioso II<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Professor, este encontro é uma continuação <strong>do</strong> anterior. Sen<strong>do</strong> assim,<br />
foi dispensada esta seção. Sugerimos, no entanto, que a aula tenha início<br />
com uma breve revisão <strong>do</strong>s temas trata<strong>do</strong>s no Encontro III.<br />
Texto I<br />
O texto abaixo é a letra de uma canção <strong>do</strong> sambista Martinho da Vila, e<br />
foi lançada no CD Coisas de Deus (1997 – Sony Music).<br />
Sincretismo religioso<br />
Martinho da Vila<br />
Saravá, rapaziada! - Saravá!<br />
Axé, pra mulherada brasileira! - Axé!<br />
Êta, povo brasileiro! Miscigena<strong>do</strong>,<br />
ecumênico e religiosamente sincretiza<strong>do</strong>.<br />
Ave, ó, ecumenismo! - Ave!<br />
Então vamos fazer uma saudação ecumênica.<br />
Vamos? - Vamos!<br />
Aleluia! - Aleluia!<br />
Shalom! - Shalom!<br />
Al Salam Alaikum! - Alaikum Al Salam!<br />
Mucuiu nu Zambi! - Mucuiu!<br />
Ê, ô, to<strong>do</strong>s os povos são filhos <strong>do</strong> Senhor!<br />
Deus está em to<strong>do</strong> lugar. Nas mãos que criam, nas bocas que cantam,<br />
nos corpos que dançam, nas relações amorosas, no lazer sadio, no<br />
trabalho honesto.<br />
Onde está Deus? - Em to<strong>do</strong> lugar!<br />
Olorum, Jeová, Oxalá, Alah, N`Zambi... Jesus!<br />
E o Espírito Santo? - É Deus!<br />
Salve, sincretismo religioso! - Salve!<br />
Quem é Omulu, gente? - São Lázaro!<br />
Iansã? - Santa Bárbara!<br />
Ogum? - São Jorge!<br />
Xangô? - São Jerônimo!<br />
Oxossi? - São Sebastião!<br />
Aioká, Inaê, Kianda - Iemanjá!<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
140
Viva, Nossa Senhora Aparecida! - Padroeira <strong>do</strong> Brasil!<br />
Iemanjá, Iemanjá, Iemanjá, Iemanjá!<br />
São Cosme, Damião, Doum, Crispim, Crispiniano, Radiema...<br />
É tu<strong>do</strong> Erê. – Ibeijada.<br />
Salve, as crianças! - Salve!<br />
Axé pra to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, axé!<br />
Muito axé, muito axé!<br />
Muito axé, pra to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, axé!<br />
Muito axé, muito axé!<br />
Muito axé, pra to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, axé!<br />
Energia, Saravá, Aleluia, Shalom,<br />
Amandla, caninambo! - Banzai!<br />
Na fé de Zambi! - Na paz <strong>do</strong> Senhor, Amém! (Repete-se a estrofe)<br />
(Disponível em: htttp://letras.kboing.com.br/martinho-da-vila/sincretismo-religioso/).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
Professor, o texto apresenta muitas expressões de línguas diferentes.<br />
Apesar da aparente dificuldade, permite um trabalho muito adequa<strong>do</strong> ao<br />
tema <strong>do</strong> encontro. Talvez seja interessante pesquisar quais das expressões<br />
estrangeiras citadas os alunos conhecem. Algumas são de uso corrente em<br />
nossa língua e é pertinente lembrar que eles também já receberam informações<br />
sobre estrangeirismos, no Encontro I. Expressões possivelmente<br />
já conhecidas: axé, saravá, oxalá, aleluia, amém, Jeová, alah. Não se<br />
considera necessário procurar o significa<strong>do</strong> de todas as expressões estrangeiras<br />
citadas no texto. As atividades propostas, a seguir, contribuirão para<br />
auxiliar os alunos na tarefa de elucidação <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s, de forma geral.<br />
1. Recordan<strong>do</strong>:<br />
a) Nessa música, há 38 versos.<br />
b) Os versos estão agrupa<strong>do</strong>s em 1 estrofe(s).<br />
2. Esse texto está organiza<strong>do</strong> como uma saudação dirigida a alguém. Releia<br />
os quatro primeiros versos e responda:<br />
A quem o autor se dirige, para quem ele fala/canta?<br />
O autor se dirige aos homens e mulheres brasileiros, ao povo brasileiro.<br />
3. Você já conhece o significa<strong>do</strong> da expressão sincretismo religioso.<br />
Consideran<strong>do</strong> esse conceito, complete:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
141
Dizer que o povo brasileiro é “religiosamente sincretiza<strong>do</strong>” é o mesmo<br />
que dizer que o povo tem várias crenças religiosas OU que há, no Brasil,<br />
uma mistura de crenças religiosas OU que no Brasil, convivem várias<br />
religiões.<br />
4. Para o autor, “Deus está em to<strong>do</strong> lugar”. Essa também é uma forma de<br />
dizer que Deus está em todas as religiões, em todas as crenças. Copie o<br />
trecho da música em que se diz onde podemos encontrar Deus.<br />
“Nas mãos que criam, nas bocas que cantam, nos corpos que dançam,<br />
nas relações amorosas, no lazer sadio, no trabalho honesto”.<br />
5. “Olorum, Jeová, Oxalá, Alah, N`Zambi... Jesus” são nomes de deuses ou<br />
divindades africanas, muçulmana e cristã. Por que o autor relacionou esses<br />
nomes em conjunto?<br />
Para dizer que to<strong>do</strong>s estão no mesmo nível de importância, que to<strong>do</strong>s<br />
são desuses.<br />
6. O autor da música teve duas intenções. Quais?<br />
( x ) Relacionar os nomes de diversas divindades religiosas, para comprovar<br />
o sincretismo religioso no Brasil.<br />
( x ) Celebrar a diversidade e a tolerância religiosa que existem no Brasil.<br />
( ) Criticar a mistura de crenças que existe no Brasil.<br />
7. A palavra ecumênico quer dizer: “<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, universal, geral”. No<br />
6º verso, o autor propõe fazer “uma saudação ecumênica”. De forma geral,<br />
as palavras e expressões usadas nessa saudação significam: “Paz!” “A paz<br />
esteja com você!” “Alegria!”.<br />
Marque nos versos 8, 9, 10 e 11, as palavras e expressões usadas na<br />
saudação ecumênica. (Professor: as marcas estão no texto, em verde).<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />
conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />
voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />
tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />
da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />
gêneros textuais. Professor, o objetivo desta seção não é o de priorizar o<br />
<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />
de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
142
Releia:<br />
“Êta, povo brasileiro!”<br />
A palavra Êta expressa alegria, encorajamento. Sua outra forma é<br />
“Eita”. No texto são usadas várias expressões desse tipo, que traduzem<br />
emoções.<br />
As palavras e expressões usadas para traduzirmos nossas emoções são<br />
chamadas de INTERJEIçõES. As interjeições expressam nossas reações<br />
emotivas: alegria, <strong>do</strong>r, desejo, espanto, surpresa, silêncio, terror, aplauso,<br />
animação, etc. O valor delas depende <strong>do</strong> contexto e da entonação.<br />
1. Marque as interjeições que aparecem nas frases:<br />
a) Ave, ó, ecumenismo!<br />
b) Ê, ô, to<strong>do</strong>s os povos são filhos <strong>do</strong> Senhor!<br />
c) Salve, sincretismo religioso!<br />
d) Viva, Nossa Senhora Aparecida!<br />
2. CONCLUINDO: As interjeições costumam ser usadas no __________<br />
(início/final) das frases, que terminam com ponto ________________ (final/de<br />
exclamação).<br />
3. Releia:<br />
a)<br />
b)<br />
Na frase a, a palavra são é substantivo (santo). Na frase b, a palavra<br />
são é verbo (ser).<br />
Complete:<br />
“Ogum? – São Jorge!”<br />
“Ê, ô, to<strong>do</strong>s os povos são filhos <strong>do</strong> Senhor!”<br />
Essas palavras são escritas e pronunciadas de forma idêntica/diferente,<br />
mas têm senti<strong>do</strong> idêntico/diferente. Essas palavras são chamadas de<br />
HOMÔNIMAS.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
143
4. Separe as sílabas das palavras: orixá, can<strong>do</strong>mblé, Xangô. Marque, no<br />
quadro, onde está a sílaba tônica:<br />
As palavras acima têm o acento tônico na última sílaba.<br />
Palavras que têm o acento tônico na última sílaba são classificadas<br />
como:<br />
( ) Proparoxítonas.<br />
( ) Paroxítonas.<br />
(x ) Oxítonas.<br />
5. Complete o quadro, separan<strong>do</strong> as palavras abaixo em grupos. Use como<br />
critério a terminação de cada uma, delas:<br />
café, totó, iorubás, através, cipó, Araxá, axé, saravá, bangalôs<br />
Palavras terminadas<br />
em ...a/as...<br />
Palavras terminadas<br />
em e/ es.....<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
144<br />
Palavras terminadas<br />
em ...o/os..<br />
iorubá café totó<br />
Araxá através cipó<br />
Saravá axé bangalôs<br />
6. Observan<strong>do</strong> a vogal da última sílaba dessas palavras, conclua:<br />
As palavras oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de<br />
s, recebem acento gráfico.<br />
7. Leia:<br />
O RI XÁ*<br />
CAN DOM BLÉ*<br />
XAN GÔ*<br />
O povo brasileiro tolera muito bem diferentes religiões.<br />
A palavra TOLERAR é um verbo e, na frase, tem o senti<strong>do</strong> de conviver<br />
bem com, respeitar opiniões contrárias.
Outra maneira de dizer a mesma coisa é:<br />
O povo brasileiro é muito tolerante com diferentes religiões.<br />
A palavra TOLERANTE é adjetivo e, na frase, significa respeita<strong>do</strong>r, de<br />
bom convívio.<br />
Concluin<strong>do</strong>:<br />
TOLERAR (verbo) + -ANTE (sufixo) = TOLERANTE (adjetivo)<br />
a) Complete o quadro:<br />
VERBOS SUFIXO ADJETIVOS<br />
intrigar<br />
semelhar semelhante<br />
-ante<br />
deslizar deslizante<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
145<br />
intrigante<br />
emocionar emocionante<br />
irradiar irradiante<br />
ignorar ignorante<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Professor: acompanhe, com atenção, a realização desta atividade. É<br />
importante que os alunos pesquisem alguns da<strong>do</strong>s sobre o assunto, em<br />
enciclopédias impressas ou digitais. Eles também poderão fazer perguntas<br />
aos colegas, aos amigos e a pessoas consideradas religiosas, anotan<strong>do</strong> as<br />
respostas. Incentive-os neste trabalho, propician<strong>do</strong> também momentos de<br />
discussão em sala de aula. Sugere-se ao final, a realização de um glossário,<br />
reunin<strong>do</strong> as melhores definições.<br />
Junte-se a um colega e, após pesquisarem da<strong>do</strong>s em enciclopédias impressas<br />
ou digitais, sobre religiões afro-brasileiras, elaborem verbetes<br />
para um glossário de termos religiosos, que vocês aprenderam nos Encontros<br />
III e IV. Consultem a atividade sobre como escrever um verbete,<br />
proposta no Encontro III, para fazerem essa tarefa.<br />
Glossário é um pequeno vocabulário, utiliza<strong>do</strong> para esclarecer o significa<strong>do</strong><br />
de termos pouco usa<strong>do</strong>s, técnicos ou restritos.
LEITURAS LITERÁRIAS<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
146<br />
5<br />
Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />
por diferentes gêneros da literatura, com vistas a ampliar a competência<br />
leitora <strong>do</strong> aluno, para que extrapole os limites <strong>do</strong> verossímil, capacitan<strong>do</strong>-o<br />
para a produção da leitura <strong>do</strong> universo ficcional. Serão enfoca<strong>do</strong>s,<br />
nos quatro encontros, os gêneros textuais: lenda e apólogo.<br />
ENCONTRO I<br />
Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte I)<br />
ATENÇÃO! Professor: este tema será desenvolvi<strong>do</strong> nos Encontros I e II.<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />
Neste encontro, você terá a oportunidade de conhecer um gênero de<br />
texto, muito comum na tradição oral <strong>do</strong> povo, desde a antigüidade: a lenda.<br />
Outros gêneros textuais também muito conheci<strong>do</strong>s são a fábula e o<br />
apólogo. Vamos descobrir neste encontro que a lenda, embora tenha nasci<strong>do</strong><br />
na Antigüidade, também está presente na tradição oral nos dias de<br />
hoje. Sua versão moderna é conhecida como lenda urbana.<br />
Sugestão para dirigir a discussão com os alunos:<br />
O professor deve aproveitar o conhecimento de mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s alunos para<br />
iniciar a discussão a respeito <strong>do</strong> conceito de lenda. A definição desse novo<br />
gênero de texto pode iniciar como uma conversa informal. As Lendas são<br />
histórias fantásticas que narram feitos de heróis, de personagens sobrenaturais,<br />
fenômenos naturais, vida de santos etc. Quan<strong>do</strong> surgiram, as<br />
lendas procuravam dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.<br />
Em princípio, eram histórias contadas por pessoas e transmitidas<br />
oralmente através <strong>do</strong>s tempos. Esse gênero de texto mistura fatos<br />
reais e históricos com acontecimentos irreais, que são meramente produto<br />
da imaginação humana, da fantasia.<br />
O conceito de lenda, aqui introduzi<strong>do</strong>, para fundamentar as discussões<br />
desta seção, será mais à frente retoma<strong>do</strong> formalmente para os alunos,<br />
como objeto de estu<strong>do</strong> sistematiza<strong>do</strong>.
É importante que o professor aproveite esse momento para possibilitar<br />
aos alunos oportunidade de contarem lendas que circulam em seu grupo<br />
social. Este momento de uso da linguagem oral deve ser incentiva<strong>do</strong> e valoriza<strong>do</strong><br />
pelo professor.<br />
Para fomentar as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você sabe o que é uma lenda?<br />
Sabe qual a diferença entre uma fábula e uma lenda?<br />
Que lendas você conhece? Conte-a resumidamente para a classe.<br />
Como você tomou conhecimento dessas lendas? Ouvin<strong>do</strong>-as de alguém?<br />
Quem lhe contou?<br />
Ou você a leu em algum lugar? Onde?<br />
LENDO OS TEXTOS<br />
Texto I<br />
Professor: após a leitura silenciosa <strong>do</strong> texto, sugerimos que você faça<br />
uma leitura em voz alta.<br />
Abaixo você vai ler uma<br />
lenda de origem grega,<br />
que foi recontada por uma<br />
escritora brasileira chamada<br />
Ana Maria Macha<strong>do</strong>. A<br />
lenda se chama A tapeçaria<br />
de Aracne.<br />
http://historiasfantasticas.blogs.<br />
sapo.pt/2006/09<br />
Há três mil anos, não havia explicações científicas<br />
para grande parte <strong>do</strong>s fenômenos da natureza ou para<br />
os acontecimentos históricos. Para buscar um significa<strong>do</strong><br />
para os fatos políticos, econômicos e sociais, os<br />
gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa,<br />
que eram transmitidas, principalmente, por<br />
meio da literatura oral.<br />
Segun<strong>do</strong> a lenda grega, Aracne era uma jovem tecelã que vivia na Lídia, em<br />
uma região da Ásia Menor. Seu trabalho era tão perfeito que, em toda região,<br />
Aracne ganhou fama de ser a melhor na arte de fiar e tecer a lã.<br />
A tapeçaria de Aracne<br />
Lenda grega recontada por Ana Maria Macha<strong>do</strong><br />
Há muito tempo, na Grécia Antiga, contavam que Palas,<br />
a deusa da sabe<strong>do</strong>ria (que mais tarde os romanos<br />
chamariam de Minerva), ensinava to<strong>do</strong>s os segre<strong>do</strong>s<br />
de fiação e tecelagem a uma moça chamada Aracne.<br />
Aracne era de origem humilde, mas se tornou tão<br />
habili<strong>do</strong>sa com fios e tramas, que até as ninfas <strong>do</strong>s<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
147
osques e <strong>do</strong>s rios vinham vê-la trabalhar. Não só porque os teci<strong>do</strong>s que<br />
fazia eram incomparáveis, mas até porque a graça de seus movimentos<br />
tinha a beleza de uma arte; desde quan<strong>do</strong> puxava os chumaços de lã<br />
ou de cânhamo, até quan<strong>do</strong> fazia novelos e meadas. E, principalmente<br />
depois, quan<strong>do</strong> a linha macia e longa se convertia em belos panos num<br />
tear, ou era ricamente bordada em desenho divinos. Divinos, sim. Pois<br />
to<strong>do</strong>s os que viam o trabalho de Aracne, logo concluíam que ela aprendera<br />
seu ofício com Palas, e cobriam a deusa de louvores.<br />
Ora, quanto mais atenção atraía, mais Aracne se ofendia com os<br />
elogios a Palas e negava qualquer mérito à deusa. Até que certo dia<br />
acabou exclaman<strong>do</strong>:<br />
– Sou muito melhor tecelã que Palas! Se ela viesse competir comigo, to<strong>do</strong>s<br />
iam ver isso. E, se me vencesse, poderia fazer comigo o que quisesse.<br />
Antes de aceitar o desafio, a deusa se disfarçou e veio visitar Aracne,<br />
sob a forma de uma velha, aconselhan<strong>do</strong>-a a respeitar a experiência e<br />
a sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong>s anciãos e a reconhecer a superioridade <strong>do</strong>s deuses:<br />
– Se você se arrepender de suas palavras, e pedir perdão, tenho certeza<br />
de que Palas a per<strong>do</strong>ará – disse.<br />
– Você está é de miolo mole, sua velha! Quer dar conselho? Vá procurar<br />
suas netas. Eu me defen<strong>do</strong> sozinha. Palas tem me<strong>do</strong> de mim. Se<br />
não tivesse, já teria vin<strong>do</strong> me enterrar.<br />
A velha deixou cair o disfarce e se revelou em to<strong>do</strong> o seu esplen<strong>do</strong>r:<br />
– Pois Palas veio, sua tonta!<br />
As ninfas e todas as mulheres se prostraram diante da deusa, mas<br />
Aracne manteve seu desafio.<br />
Sem perder tempo, cada uma das duas foi para um canto <strong>do</strong> enorme<br />
salão, com seus novelos, meadas, fios e seu tear.<br />
Durante muito tempo, uma belíssima tapeçaria foi surgin<strong>do</strong> em cada<br />
tear. Palas fez questão de ilustrar em seu borda<strong>do</strong> t das as histórias de<br />
mortais que tinham desafia<strong>do</strong> os deuses e os terríveis preços que tiveram<br />
de pagar por isso. Aracne, por outro la<strong>do</strong>, mostrou em sua tapeçaria<br />
os inúmeros crimes que os deuses já tinham cometi<strong>do</strong>, recria<strong>do</strong>s<br />
com exatidão e minúcia de detalhes. Cada uma, ao final, rematou seu<br />
trabalho com preciosa moldura tecida.<br />
Ninguém se surpreendeu com a perfeição da obra de Palas. Mas quem<br />
ficou surpresa foi a deusa, pois por mais que procurasse o mínimo defeito<br />
na obra de Aracne, não conseguia encontrar uma única falha. Com<br />
raiva, bateu várias vezes com seu bastão na testa da tecelã.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
148
Não suportan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r, Aracne passou um fio no pescoço para se enforcar.<br />
Mas Palas teve pena e a segurou suspensa no ar, dizen<strong>do</strong>:<br />
– Você tem má ín<strong>do</strong>le e é vai<strong>do</strong>sa, mas tenho que respeitar sua arte.<br />
Não admito que morra. Porém, você e seus descendentes viverão sempre<br />
assim, suspensos o tempo to<strong>do</strong>.<br />
E ao partir, borrifou-lhe uma poção, que fez o cabelo da moça cair,<br />
a cabeça e o corpo encolherem, os de<strong>do</strong>s crescerem, e a transformou,<br />
para sempre, numa aranha, condenada a fabricar fio e teia, até o final<br />
<strong>do</strong>s tempos. Sempre com perfeição incomparável.<br />
1. A lenda que você leu pode ser dividida em três grandes partes:<br />
1ª. parte: A autora apresenta o cenário geral onde se passa a história,<br />
descreve a personagem Aracne, sua habilidade para tecer, a admiração<br />
que to<strong>do</strong>s tinham pelo seu trabalho e como ela era vai<strong>do</strong>sa.<br />
2ª. parte: A autora apresenta a seqüência de ações decorrentes <strong>do</strong> fato<br />
de Aracne não reconhecer a superioridade da deusa Palas.<br />
3ª. parte: A autora apresenta o desfecho da história.<br />
O objetivo dessa atividade é levar o aluno a perceber que narrativas,<br />
como as lendas, geralmente se constituem de três elementos básicos: o<br />
cenário ou orientação, no qual o autor apresenta informações sobre tempo,<br />
lugar, descrição de personagens, pintan<strong>do</strong> um cenário de onde surgirá<br />
a complicação. A complicação propriamente dita, que é o conjunto de fatos<br />
cronologicamente apresenta<strong>do</strong>s e que respondem pelas ações, pela trama<br />
da narrativa. E finalmente, o desfecho ou resolução, que narra os fatos em<br />
direção a um final, feliz, ou não.<br />
Localize essas partes, completan<strong>do</strong> o quadro abaixo:<br />
A 1ª. parte começa em: “Há muito tempo, na Grécia antiga.....” e termina<br />
em: “...qualquer mérito à deusa”.<br />
A 2ª. parte começa em: “Até que certo dia, acabou exclaman<strong>do</strong>:...” e<br />
termina em: “...com seu bastão na testa da tecelã”.<br />
A 3ª. parte começa em: “Não suportan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r...” e termina em: “Sempre<br />
com perfeição incomparável”.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
149
2. Foque na 2ª. e 3ª. partes, para colocar em ordem os fatos na narrativa:<br />
( 2 ) A competição.<br />
( 1 ) Atenas revela-se.<br />
( 4 ) O que Aracne tece .<br />
( 3 ) O que Atena tece.<br />
( 5 ) Desfecho da história.<br />
3. Para que uma história seja reconhecida como uma lenda, ela deve apresentar<br />
algumas características:<br />
1. envolver personagens humanos e sobrenaturais;<br />
2. explicar algum fenômeno <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ou o surgimento de algo;<br />
3. ser uma história fantasiosa, fictícia.<br />
Numere o quadro abaixo de acor<strong>do</strong> com os itens acima:<br />
Lenda: A tapeçaria de Aracne<br />
3. Os fatos narra<strong>do</strong>s são impossíveis de acontecer no mun<strong>do</strong> real.<br />
2. A lenda explica a existência da aranha.<br />
1. Um personagem é uma deusa: Palas, e a outra, Aracne, é humana.<br />
4. Vimos que, por intermédio das lendas, um povo busca explicar fenômenos<br />
da natureza, a existência de seres ou coisas que habitam o seu mun<strong>do</strong>,<br />
ou seja, diante <strong>do</strong> inexplicável, o homem inventa uma história. O que a<br />
lenda de Aracne pretende explicar?<br />
Com a lenda de Aracne e sua disputa com a deusa Palas, busca-se explicar<br />
o aparecimento da aranha.<br />
Professor: este exercício tem como objetivo despertar o aluno para a<br />
percepção de que as escolhas lexicais de um mesmo campo semântico ajudam<br />
a construir o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto e enriquecer as informações. É também<br />
uma oportunidade para enriquecer o vocabulário <strong>do</strong>s alunos.<br />
5. A lenda se desenvolve em torno da disputa entre Aracne e Palas sobre<br />
quem é a melhor tecelã. Por esse motivo, informações sobre tecelagem<br />
são muito presentes na lenda de Aracne. Identifique palavras ou expressões<br />
ligadas à idéia de tecelagem.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
150
fios teci<strong>do</strong> linha<br />
tramas novelos chumaços de cânhamo<br />
chumaços de lã meadas fiação<br />
tecelã tapeçaria tear<br />
6. Em Ciências, aprendemos que as aranhas fazem parte da classe <strong>do</strong>s<br />
aracnídeos. De onde vem esse nome?<br />
O nome usa<strong>do</strong> para classificar os aracnídeos vem <strong>do</strong> grego Arachne/Aracne,<br />
personagem da lenda grega, conhecida por sua habilidade de tecer e fiar.<br />
7. A imagem que ilustra a lenda faz referência à Aracne. Como o pintor<br />
representa a figura da personagem da lenda?<br />
Aracne é representada por uma moça que tem nas mãos uma agulha e<br />
tece uma teia.<br />
Professor: a seção Produzin<strong>do</strong> Textos será transferida para o final <strong>do</strong><br />
Encontro II.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
151
ENCONTRO II<br />
Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte II)<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestões para iniciar e dirigir a discussão com os alunos:<br />
Professor, para iniciar este Encontro II, sugerimos os seguintes procedimentos:<br />
Fazer uma revisão <strong>do</strong> encontro anterior, retoman<strong>do</strong> temas como: definição<br />
de lenda, características <strong>do</strong> gênero, componentes básicos da narrativa.<br />
Solicitar aos alunos que recontem oralmente a lenda de Aracne.<br />
Se necessário, fazer uma nova leitura <strong>do</strong> texto com os alunos.<br />
1. Alguns sentimentos humanos são representa<strong>do</strong>s na lenda de Aracne.<br />
Quais? Quem os tem? Por quê? Complete o quadro abaixo:<br />
qual sentimento? quem os tem? Por quê?<br />
vaidade Aracne, por causa de suas belas tapeçarias.<br />
raiva Palas, porque não havia nenhum defeito no<br />
trabalho de Aracne.<br />
admiração As ninfas <strong>do</strong>s bosques e <strong>do</strong>s rios, porque a obra<br />
de Aracne era perfeita.<br />
vingança Palas, porque Aracne não reconheceu a<br />
superioridade da deusa.<br />
pena Palas não deixou Aracne morrer, mas jogou-lhe<br />
uma maldição.<br />
REFLETINDO SOBRE A LÍNGUA<br />
Professor, na Oficina V, o foco é a leitura literária. Sen<strong>do</strong> assim, a reflexão<br />
metalingüística terá menor destaque nos encontros que compõem esta<br />
oficina. A atividade que se segue tem como objetivo levar o aluno a perceber<br />
a importância da construção da cadeia referencial <strong>do</strong>s referentes mais<br />
importantes da narrativa, quais sejam, Aracne e Palas. Uma das características<br />
de uma narrativa bem construída é a escolha adequada das expressões<br />
de referência que, ao longo <strong>do</strong> texto, serão usadas para substituírem<br />
os referentes principais. Uma cadeia referencial bem construída, sem<br />
repetições e redundâncias, facilita a leitura e ajuda ao leitor ou produtor<br />
<strong>do</strong> texto construir senti<strong>do</strong>s para o que lê. Na atividade a seguir, expressões<br />
de referência, tais como: pronomes: ela, para ela, a, sua, que; expressões<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
152
nominais, como: a deusa, a moça, a tecelã, e outras expressões deverão<br />
ser usadas para substituir os termos indevidamente repeti<strong>do</strong>s, produzin<strong>do</strong>se,<br />
assim, um texto mais fluente, menos cansativo, menos repetitivo.<br />
1. Leia o resumo da lenda abaixo e depois responda:<br />
Professor: sugere-se que os alunos façam, primeiramente, uma leitura<br />
silenciosa <strong>do</strong> resumo. Em seguida, você deve ler o texto em voz alta, o<br />
que ajudará os alunos a perceberem o principal problema <strong>do</strong> texto, que é<br />
a repetição exagerada <strong>do</strong>s referentes: Palas e Aracne.<br />
Palas era a deusa da sabe<strong>do</strong>ria. Palas vivia na antiga Grécia. Um dia,<br />
Palas resolveu ensinar os segre<strong>do</strong>s da fiação e tecelagem a uma moça<br />
chamada Aracne. Aracne era de origem humilde, mas Aracne se tornou<br />
tão habili<strong>do</strong>sa quanto Palas. As ninfas <strong>do</strong>s bosques e <strong>do</strong>s rios vinham<br />
ver Aracne trabalhar e ficavam encantadas com a beleza <strong>do</strong>s trabalhos<br />
de Aracne. A fama de Aracne foi tanta, que Aracne passou a se sentir<br />
mais importante <strong>do</strong> que Palas. Furiosa com a atitude de Aracne, Palas<br />
resolveu passar uma lição em Aracne, transforman<strong>do</strong> Aracne e os descendentes<br />
de Aracne em aranhas.<br />
a) Você acha que o autor <strong>do</strong> resumo cometeu algum erro na hora de<br />
escrevê-lo? Qual?<br />
Sim, embora o resumo apresente as informações mais importantes da<br />
lenda, o autor usou, de forma inadequada, os nomes Palas e Aracne. Houve<br />
uma repetição exagerada desses termos no resumo. O autor deveria<br />
ter escolhi<strong>do</strong> outras expressões para substituí-los, diminuin<strong>do</strong>, assim, a<br />
repetição, que fez o texto ficar cansativo.<br />
b) Reescreva o resumo, fazen<strong>do</strong> as alterações necessárias para resolver<br />
o problema que você encontrou:<br />
As sugestões de expressões de referência vêm destacadas em MAIÚS-<br />
CULAS no resumo, e as palavras ou expressões que serão retiradas estão<br />
tachadas. O professor deve chamar a atenção <strong>do</strong> aluno para:<br />
a primeira entrada <strong>do</strong>s referentes no resumo não pode ser substituída.<br />
Portanto as expressões Palas e Aracne devem ser mantidas;<br />
as expressões Palas e Aracne podem reaparecer no resumo, depois de<br />
uma certa seqüência de substituições;<br />
algumas vezes, a repetição pode ser evitada usan<strong>do</strong> o conector “e”<br />
que une duas orações;<br />
algumas vezes, não há necessidade de se substituir o termo repeti<strong>do</strong>,<br />
mas apenas de eliminá-lo (é o que chamamos de elipse).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
153
Palas era a deusa da sabe<strong>do</strong>ria Palas E (ou qUE) vivia na antiga Grécia.<br />
Um dia, Palas ELA resolveu ensinar os segre<strong>do</strong>s da fiação e tecelagem a<br />
uma moça chamada Aracne. Aracne (ou A MOÇA) era de origem humilde,<br />
mas Aracne se tornou tão habili<strong>do</strong>sa quanto Palas. As ninfas <strong>do</strong>s bosques<br />
e <strong>do</strong>s rios vinham vê-LA Aracne trabalhar e ficavam encantadas com a<br />
beleza DE SEUS os trabalhos de Aracne. A fama de Aracne foi tanta, que<br />
Aracne ELA passou a se sentir mais importante <strong>do</strong> que Palas. Furiosa com<br />
a atitude de Aracne, Palas A DEUSA resolveu passar-LHE uma lição (ou<br />
PASSAR UMA LIÇÃO NA MOÇA) em Aracne, transforman<strong>do</strong> Aracne – A<br />
e os SEUS descendentes de Aracne em aranhas.<br />
Texto II<br />
O texto que você vai ler é uma versão moderna <strong>do</strong> gênero lenda, chamada<br />
de lenda urbana. Antes disso, informe-se sobre esse gênero, len<strong>do</strong> a<br />
definição, adaptada da enciclopédia digital Wikipédia, no quadro a seguir:<br />
Lenda urbana<br />
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.<br />
Lendas urbanas, mitos urbanos ou lendas contemporâneas<br />
são pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalista amplamente<br />
divulgadas de forma oral, através de e-mails ou da imprensa,<br />
e que constituem um tipo de folclore moderno. São freqüentemente<br />
narradas como sen<strong>do</strong> fatos aconteci<strong>do</strong>s a um “amigo de um amigo” ou<br />
de conhecimento público.<br />
Muitas delas já são bastante antigas, ten<strong>do</strong> sofri<strong>do</strong> apenas pequenas<br />
alterações ao longo <strong>do</strong>s anos. Muitas foram traduzidas e incorporadas de<br />
outras culturas. É o caso de, por exemplo, a história da loira <strong>do</strong> banheiro,<br />
lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de<br />
pele muito branca e cabelos loiros, que costuma ser avistada em banheiros,<br />
local onde teria se suicida<strong>do</strong> ou, em outras versões, si<strong>do</strong> assassinada.<br />
Outras dessas histórias têm origem mais recente, como as que dão<br />
conta de homens seduzi<strong>do</strong>s e droga<strong>do</strong>s em espaços de diversão noturna<br />
que, ao acordarem no dia seguinte, descobrem que tiveram um de<br />
seus rins cirurgicamente extraí<strong>do</strong> por uma quadrilha especializada na<br />
venda de órgãos humanos para transplante.<br />
Muitas lendas urbanas são, em sua origem, baseadas em fatos<br />
reais (ou preocupações legítimas), mas, geralmente, acabam distorcidas<br />
ao longo <strong>do</strong> tempo.<br />
Suas características principais seriam:<br />
são narrativas (geralmente pequenas histórias, porém bem estruturadas);<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
154
apresentam sempre testemunhas e provas supostamente existentes;<br />
quem as conta geralmente as ouviu de alguém e, quan<strong>do</strong> a pessoa<br />
repassa a história, costuma confirmá-la, como se tivesse si<strong>do</strong> vivida por<br />
ela mesma.<br />
Lenda urbana<br />
A loira <strong>do</strong> banheiro<br />
“Esta lenda é muito conhecida, qualquer um já deve ter ouvi<strong>do</strong> falar<br />
nela nos corre<strong>do</strong>res de uma escola. Ela é muito comentada, mas também<br />
incerta, existem muitas versões para ela. Uma delas diz que uma<br />
menina loira muito bonita vivia matan<strong>do</strong> aula na escola, fican<strong>do</strong> dentro<br />
<strong>do</strong> banheiro, fuman<strong>do</strong>, fazen<strong>do</strong> hora, enfim. Então, um dia, durante<br />
essas escapadas, ela caiu, bateu com a cabeça e morreu. Desde esse<br />
dia, os banheiros femininos de escolas são assombra<strong>do</strong>s pelo espírito<br />
de uma loira que aparece, quan<strong>do</strong> se entra sozinho. Outros dizem que<br />
essa loira aparece com o rosto cheio de cicatrizes e fere as garotas; ou<br />
aparece com algodão no nariz, pedin<strong>do</strong> para que tirem. Também há a<br />
crença de que, se você chamar a loira, tantas vezes, em frente ao espelho,<br />
ela vai aparecer. É uma história complicada, mas é uma das lendas<br />
bem antigas que fazem parte da vida de qualquer estudante”.<br />
1. Para que uma história seja reconhecida como uma lenda urbana, ela<br />
deve apresentar algumas características:<br />
1. ser uma narrativa pequena, bem estruturada;<br />
2. apresentar sempre testemunhas e provas de que a história realmente<br />
aconteceu;<br />
3. ser uma história ouvida e confirmada por várias pessoas.<br />
1.<br />
2.<br />
Numere o quadro abaixo de acor<strong>do</strong> com os itens acima:<br />
Lenda: Lenda Urbana<br />
A narrativa é curta, de fácil entendimento, porque o fato narra<strong>do</strong> é<br />
compreendi<strong>do</strong> sem problemas.<br />
A lenda faz parte da vida de qualquer estudante, que jura ter passa<strong>do</strong><br />
pela experiência de ter visto a loira.<br />
3. Vários estudantes contam a história da loira por terem ouvi<strong>do</strong> dizer.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
155
A lenda diz que a loira pode aparecer de várias maneiras para as pessoas<br />
no banheiro. Complete o quadro com as versões <strong>do</strong> texto:<br />
Versões para o aparecimento da loira<br />
1ª. versão A loira aparece quan<strong>do</strong> alguém entra sozinho no banheiro.<br />
2ª. versão A loira aparece com o rosto cheio de cicatrizes e fere as<br />
garotas.<br />
3ª. versão A loira aparece com algodão no nariz, pedin<strong>do</strong> para que<br />
tirem.<br />
4ª. versão A loira aparece se for chamada várias vezes, em frente ao<br />
espelho.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Certamente, você conhece algumas lendas urbanas. Conte algumas para<br />
seus colegas de sala. Em seguida, com base na Atividade 1, escreva uma<br />
LENDA URBANA que o tenha impressiona<strong>do</strong>.<br />
Professor: assim como foi feito com a atividade de produção de textos<br />
<strong>do</strong>s Encontros III e IV, quan<strong>do</strong> no final foi sugerida a elaboração de um<br />
pequeno livro de apólogos, propomos que aqui seja também elabora<strong>do</strong> um<br />
livrinho de LENDAS URBANAS QUE NOS APAVORAM, para que possa circular<br />
na sala, como objeto de leitura prazerosa de seus alunos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
156
ENCONTRO III<br />
Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong> (Parte I)<br />
ATENÇÃO! Professor, este tema será desenvolvi<strong>do</strong> nos Encontros III e IV.<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DO TEXTO<br />
Professor, este encontro tem em vista a formação <strong>do</strong> leitor literário.<br />
Sen<strong>do</strong> assim, seu trabalho com os alunos deve encaminhar-se em duas<br />
direções, que são <strong>complementares</strong>: 1. resgatar com eles a memória <strong>do</strong> literário<br />
com o qual já tenham ti<strong>do</strong> experiências anteriores; 2. incentivá-los<br />
a se debruçarem sobre o texto, lançan<strong>do</strong> sobre ele um novo olhar, para<br />
que possam compreender as atividades com o gênero apólogo como importantes<br />
ferramentas para a ampliação de sua competência leitora.<br />
Sugestões para iniciar e dirigir a discussão com os alunos. Para<br />
fomentar as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />
Você gosta de ler? Que tipo de leitura você prefere?<br />
Você conhece algum(ns) escritor(es) brasileiro(s)? Qual(is)?<br />
Você já leu obras desse(s) autor(es)? Qual(is)?<br />
Professor, é interessante escrever no quadro o nome <strong>do</strong>s autores e obras<br />
cita<strong>do</strong>s pelos alunos. Acrescente, você também, alguns nomes à lista de<br />
autores e de obras, pois isso ajudará na ampliação <strong>do</strong>s conhecimentos <strong>do</strong>s<br />
alunos e enriquecerá o diálogo com a classe. Cite o seu autor preferi<strong>do</strong>,<br />
e mais alguns, como: Monteiro Lobato, Manuel Bandeira, Cecília Meireles,<br />
José Lins <strong>do</strong> Rego, alguns cronistas e até os autores modernos não prestigia<strong>do</strong>s<br />
pelos acadêmicos, como Paulo Coelho, por exemplo. É possível que<br />
os alunos não saibam citar muitos nomes de autores e de obras clássicas<br />
ou tradicionais. Esse fato não deve desestimulá-lo, professor. Certamente,<br />
eles terão feito outras leituras, mesmo não valorizadas pela escola, que<br />
poderão servir como indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> rumo <strong>do</strong> trabalho que você vai realizar.<br />
Aproveite todas as contribuições de seus alunos.<br />
Você já ouviu falar sobre um autor brasileiro chama<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> de<br />
Assis? O que você sabe sobre ele? Em que época ele viveu e escreveu?<br />
Sabe citar alguma de suas obras? Qual?<br />
Professor, você deve se preparar, levan<strong>do</strong> para a sala alguns exemplares<br />
de livros de Macha<strong>do</strong> de Assis, retratos desse autor, informações<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
157
sobre a época e sobre os costumes da sociedade em que ele viveu. se for<br />
possível, incentive os alunos a pesquisarem, na internet, a biografia de<br />
Macha<strong>do</strong> de Assis. se não for possível a consulta à NET, prepare uma<br />
visita à biblioteca da escola (planejan<strong>do</strong>, previamente, com a bibliotecária),<br />
para consulta a enciclopédias e dicionários de literatura. Os alunos deverão<br />
anotar da<strong>do</strong>s sobre a vida e a obra de Macha<strong>do</strong> de Assis. Para que a pesquisa<br />
não redunde em mera cópia da biografia <strong>do</strong> autor, monte com os alunos,<br />
em classe, uma linha <strong>do</strong> tempo, para marcar os fatos importantes da vida<br />
de Macha<strong>do</strong> de Assis: nascimento, datas relativas à família, 1ª publicação,<br />
casamento, datas da publicação de obras célebres, data da morte (a linha<br />
<strong>do</strong> tempo pode incluir outras datas, que não as citadas). Realize, coletivamente,<br />
essa atividade e deixe a linha <strong>do</strong> tempo exposta na sala, para<br />
eventuais consultas. Caso não haja biblioteca na escola, nem acesso<br />
à internet, o professor deverá preparar a aula, levan<strong>do</strong> para a sala<br />
material biográfico de macha<strong>do</strong> de assis, para a montagem da linha<br />
<strong>do</strong> tempo. esta atividade é fundamental, neste momento.<br />
LENDO O TEXTO<br />
O texto abaixo pertence ao gênero apólogo. Nele, é narrada uma discussão<br />
entre <strong>do</strong>is personagens. O autor deste texto é Macha<strong>do</strong> de Assis.<br />
apólogo é uma narrativa curta, que se parece com a fábula. No<br />
apólogo, como na fábula, na conclusão <strong>do</strong> texto, há uma lição de moral,<br />
que tem uma finalidade educativa. O que diferencia esses gêneros é<br />
que, no apólogo, os personagens são seres inanima<strong>do</strong>s – objetos – e,<br />
na fábula, são animais. Os objetos são mostra<strong>do</strong>s com características e<br />
comportamentos humanos.<br />
Professor, o texto foi escrito no Século XIX. Como há o emprego de palavras<br />
e expressões desconhecidas pelos alunos, você o lerá em voz alta<br />
para os alunos, para evitar dificuldades que possam comprometer o interesse<br />
pelo trabalho.<br />
Um apólogo<br />
Macha<strong>do</strong> de Assis<br />
ERA UMA VEZ uma agulha, que disse a um novelo de linha:<br />
A — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada,<br />
para fingir que vale alguma cousa neste mun<strong>do</strong>?<br />
L — Deixe-me, senhora.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
158
A — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com<br />
um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na<br />
cabeça.<br />
L — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha<br />
não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que<br />
Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a <strong>do</strong>s outros.<br />
A — Mas você é orgulhosa.<br />
L — Decerto que sou.<br />
A — Mas por quê?<br />
L — É boa! Porque coso. Então os vesti<strong>do</strong>s e enfeites de nossa ama,<br />
quem é que os cose, senão eu?<br />
A — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que<br />
quem os cose sou eu, e muito eu?<br />
L — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, pren<strong>do</strong> um pedaço<br />
ao outro, <strong>do</strong>u feição aos baba<strong>do</strong>s...<br />
A — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxan<strong>do</strong><br />
por você, que vem atrás, obedecen<strong>do</strong> ao que eu faço e man<strong>do</strong>...<br />
L — Também os bate<strong>do</strong>res vão adiante <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r:<br />
A — Você é impera<strong>do</strong>r?<br />
L — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno,<br />
in<strong>do</strong> adiante; vai só mostran<strong>do</strong> o caminho, vai fazen<strong>do</strong> o trabalho obscuro<br />
e ínfimo. Eu é que pren<strong>do</strong>, ligo, ajunto...<br />
Estavam nisto, quan<strong>do</strong> a costureira chegou à casa da baronesa. Não<br />
sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a<br />
modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou<br />
<strong>do</strong> pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha,<br />
e entrou a coser. Uma e outra iam andan<strong>do</strong> orgulhosas, pelo pano adiante,<br />
que era a melhor das sedas, entre os de<strong>do</strong>s da costureira, ágeis como<br />
os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:<br />
A — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não<br />
repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou<br />
aqui entre os de<strong>do</strong>s dela, unidinha a eles, furan<strong>do</strong> abaixo e acima...<br />
A linha não respondia nada; ia andan<strong>do</strong>. Buraco aberto pela agulha<br />
era logo enchi<strong>do</strong> por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz,<br />
e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, ven<strong>do</strong> que ela não lhe<br />
dava resposta, calou-se também, e foi andan<strong>do</strong>. E era tu<strong>do</strong> silêncio na<br />
saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no<br />
pano. Cain<strong>do</strong> o sol, a costureira <strong>do</strong>brou a costura, para o dia seguinte;<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
159
continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e<br />
ficou esperan<strong>do</strong> o baile.<br />
Veio a noite <strong>do</strong> baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a aju<strong>do</strong>u<br />
a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum<br />
ponto necessário. E quan<strong>do</strong> compunha o vesti<strong>do</strong> da bela dama, e puxava<br />
a um la<strong>do</strong> ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisan<strong>do</strong>, abotoan<strong>do</strong>,<br />
acolchetan<strong>do</strong>, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:<br />
L — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,<br />
fazen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> vesti<strong>do</strong> e da elegância? Quem é que vai dançar<br />
com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da<br />
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.<br />
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça<br />
grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda,<br />
aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai<br />
gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como<br />
eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.<br />
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanan<strong>do</strong><br />
a cabeça:<br />
— Também eu tenho servi<strong>do</strong> de agulha a muita linha ordinária!<br />
(Obra completa. V. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, pp. 554-556).<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />
1. Responda:<br />
a) O texto li<strong>do</strong> pertence ao gênero apólogo. Nele não há animais como<br />
personagens. Quais são os <strong>do</strong>is personagens principais <strong>do</strong> apólogo?<br />
A agulha e a linha.<br />
b) O apólogo é uma narrativa. Nas narrativas, aparece a figura daquele<br />
que conta a história – o narra<strong>do</strong>r. Retire <strong>do</strong> texto algumas passagens em<br />
que o narra<strong>do</strong>r aparece.<br />
“(...) Não sei se disse que isso se passava em casa de uma baronesa...”<br />
“Contei essa história a um professor de melancolia, que me disse...”<br />
c) No texto, o narra<strong>do</strong>r é um homem ou uma mulher?<br />
Não é possível saber, pois não há essa informação no texto.<br />
Professor, nesta etapa <strong>do</strong> trabalho, explique ao aluno a distinção entre<br />
autor e narra<strong>do</strong>r. O narra<strong>do</strong>r não é o autor <strong>do</strong> texto. O narra<strong>do</strong>r é o que<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
160
narra a história, está “dentro” <strong>do</strong> texto, só existe no texto e não na vida<br />
real. O autor é responsável por escrever a história e mandar publicá-la. O<br />
autor é “o <strong>do</strong>no” da história, existe na vida real. Neste apólogo, temos: autor:<br />
Macha<strong>do</strong> de Assis; narra<strong>do</strong>r: um homem ou uma mulher (não há informações<br />
no texto para definir) que conta a história da agulha e da linha.<br />
d) Marque a resposta certa:<br />
Pelas passagens destacadas na resposta b, o narra<strong>do</strong>r escreve na 1ª<br />
pessoa <strong>do</strong> singular/1ª pessoa <strong>do</strong> plural/3ª pessoa <strong>do</strong> singular.<br />
2. Marque, no texto, as falas da agulha (A) e da linha (L):<br />
Professor, no texto, as marcas estão em verde (A) e em azul (L).<br />
3. Que personagem iniciou a discussão?<br />
A agulha iniciou a discussão.<br />
4. Que personagem “teve mais falas”?<br />
A agulha e a linha tiveram o mesmo número de falas.<br />
5. Quem teve a “última palavra” na discussão?<br />
A linha.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Preparar a leitura dramatizada <strong>do</strong> texto: um aluno atuará como o narra<strong>do</strong>r<br />
e três outros alunos lerão as falas da agulha, da linha e <strong>do</strong> alfinete.<br />
Ler o texto para os colegas, após a preparação em aula.<br />
Professor, esta atividade costuma despertar bastante interesse nos alunos.<br />
Oriente-os, no momento de preparação da leitura, observan<strong>do</strong> as<br />
entonações, as pausas, o timbre de voz adequa<strong>do</strong> aos personagens. Cuide<br />
para que os outros alunos da classe respeitem o trabalho e se comportem<br />
como ouvintes atentos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
161
ENCONTRO IV<br />
Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong> (Parte II)<br />
ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />
Sugestões para iniciar e dirigir a discussão com os alunos:<br />
Professor, para iniciar este Encontro IV, sugerimos os seguintes procedimentos:<br />
Fazer uma revisão <strong>do</strong> encontro anterior, retoman<strong>do</strong> temas como:<br />
definição de apólogo, escritores brasileiros, informações sobre o escritor<br />
Macha<strong>do</strong> de Assis, autor <strong>do</strong> apólogo estuda<strong>do</strong>.<br />
Fazer uma nova leitura <strong>do</strong> texto com os alunos.<br />
CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO (CONTINUAÇÃO)<br />
1. Releia, abaixo, algumas passagens <strong>do</strong> texto. Converse com seu colega a<br />
respeito de seus possíveis significa<strong>do</strong>s. Recorram ao dicionário para compreensão<br />
<strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s, caso seja necessário:<br />
a) “Por que você está com esse ar, toda cheia de si...” – significa<br />
estar se sentin<strong>do</strong> superior aos outros, mais importante que os outros.<br />
b) “(...) os vesti<strong>do</strong>s e enfeites de nossa ama...” – significa senhora,<br />
<strong>do</strong>na, a baronesa, no texto.<br />
c) “Também os bate<strong>do</strong>res vão diante <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r”. – significa solda<strong>do</strong>s<br />
que abriam caminho para o impera<strong>do</strong>r passar. Hoje em dia seriam<br />
solda<strong>do</strong>s ou seguranças, que vão à frente <strong>do</strong>s carros das autoridades em<br />
motocicletas.<br />
d) “(...) uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não<br />
andar atrás dela”. – significa que a costureira ia à casa da baronesa; ela<br />
costurava na própria casa da baronesa.<br />
e) “(...) a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe...” – significa<br />
zombar, debochar.<br />
2. Agulha e linha enumeraram argumentos, para comprovarem que uma<br />
era mais importante <strong>do</strong> que a outra. Que argumentos cada uma usou?<br />
Professor, realize esta atividade juntamente com os alunos, que encontrarão<br />
os argumentos no texto e, organizadamente, “ao seu coman<strong>do</strong>”,<br />
irão citan<strong>do</strong>-os. Escreva os argumentos cita<strong>do</strong>s por eles, em colunas, no<br />
quadro, e eles os copiarão no caderno. Em caso de dúvidas ou de erros,<br />
você deverá interferir, para resolver as dificuldades. Outra sugestão será<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
162
pedir que <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s alunos escrevam os argumentos da linha e da agulha,<br />
respectivamente, no quadro. Nesse caso, você coordena a atividade.<br />
À medida que os argumentos são coloca<strong>do</strong>s no quadro, o professor deve<br />
chamar a atenção <strong>do</strong>s alunos para verbos que tenham valor argumentativo<br />
(conferir os verbos em negrito no gabarito abaixo).<br />
Linha<br />
Disse considerar-se a mais importante, porque era ela quem costurava<br />
os vesti<strong>do</strong>s da baronesa.<br />
Alegou que a função da agulha era furar o pano, mas que ela, linha,<br />
é que prendia um pano ao outro, dava feição aos baba<strong>do</strong>s.<br />
Falou que a agulha podia ser comparada com os bate<strong>do</strong>res, que seguem<br />
à frente <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r, mas são menos importantes <strong>do</strong> que ele.<br />
Alegou que ela, a linha, tinha a função de ligar, prender, ajuntar.<br />
Finalmente, disse que ela iria ao baile, presa ao vesti<strong>do</strong> da baronesa,<br />
enquanto a agulha voltaria para a caixa de costura.<br />
Agulha<br />
Retrucou que quem costurava os vesti<strong>do</strong>s da baronesa não era a<br />
linha, mas ela, a agulha.<br />
Disse que sua função era a de furar o pano e puxar a linha, que seguia<br />
atrás, obediente.<br />
questionou o fato de a linha se julgar tão importante quanto o impera<strong>do</strong>r.<br />
Disse que era a mais importante das duas, porque ficava colada aos<br />
de<strong>do</strong>s da costureira, ajudan<strong>do</strong>-a no trabalho de costura.<br />
3. Onde se passam as ações da história?<br />
As ações da história se passam na casa da baronesa.<br />
4. Quan<strong>do</strong> começou a discussão entre a agulha e a linha?<br />
A discussão começou antes de a costureira chegar.<br />
5. Como as fábulas, os apólogos também desejam ensinar algo aos leitores<br />
e fazem isso por meio da moral, que aparece na conclusão <strong>do</strong> texto.<br />
Quem apresenta a moral da história?<br />
O alfinete apresenta a moral da história.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
163
Qual é a moral desta história?<br />
Existem pessoas que facilitam a vida das outras e não são recompensadas<br />
por isso. Muitas vezes, aquelas pessoas que são ajudadas ficam com<br />
os benefícios e se esquecem de que receberam ajuda.<br />
O alfinete complementa a moral <strong>do</strong> apólogo, ensinan<strong>do</strong> à agulha outra<br />
“lição”. Qual?<br />
O alfinete aconselha a agulha a cuidar apenas de sua vida, sem querer<br />
facilitar as coisas para as outras pessoas.<br />
Professor, o aluno pode expressar a moral com palavras diferentes.<br />
6. Quem venceu a discussão: a agulha ou a linha?<br />
Pelo texto, parece claro que a linha foi a vence<strong>do</strong>ra.<br />
Professor, é possível discutir com os alunos sobre as circunstâncias em que<br />
se deu ‘a vitória’, tratan<strong>do</strong> de temas como orgulho, prepotência e humilhação,<br />
por exemplo. Pode ser que o entendimento <strong>do</strong> que seja vencer se altere.<br />
7. Releia:<br />
“Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanan<strong>do</strong><br />
a cabeça: — Também eu tenho servi<strong>do</strong> de agulha a muita linha<br />
ordinária!”<br />
Nesse diálogo, o narra<strong>do</strong>r conversa com uma pessoa sobre o apólogo. O<br />
que quer dizer a expressão “professor de melancolia”?<br />
Melancolia significa tristeza, depressão. O narra<strong>do</strong>r, então, conversou<br />
com uma pessoa/um homem muito triste, muito deprimi<strong>do</strong>. Esse homem<br />
era mais melancólico <strong>do</strong> que os outros, era “um professor de melancolia”.<br />
REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />
Professor, nesta oficina, o foco é a leitura literária. Sen<strong>do</strong> assim, a reflexão<br />
sobre gramática <strong>do</strong> idioma não é o mais importante. Apresentamse,<br />
no entanto, algumas sugestões de atividades, que poderão ajudar na<br />
compreensão <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> global <strong>do</strong> texto.<br />
1. Quantos parágrafos há no texto?<br />
Há 22 parágrafos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
164
Professor, nesta atividade é interessante observar o uso <strong>do</strong>s travessões<br />
no diálogo, que marcam parágrafos, bem como seu alinhamento em<br />
relação aos parágrafos em que não há travessões. Vale ressaltar que, no<br />
penúltimo e no último parágrafos, os travessões estão coloca<strong>do</strong>s internamente,<br />
no corpo <strong>do</strong> texto, e não marcam início de novo parágrafo: § 21.<br />
= o alfinete “fala” para a agulha, que não responde; § 22. = o professor<br />
de melancolia faz um comentário sobre a moral <strong>do</strong> apólogo, que aparece<br />
inseri<strong>do</strong> internamente, no corpo <strong>do</strong> parágrafo.<br />
2. Releia:<br />
“É boa! Porque coSo. Então os vesti<strong>do</strong>s e enfeites de nossa ama, quem<br />
é que os coSe, senão eu?”<br />
Coso e cose são formas <strong>do</strong> verbo COSER. Coser significa: costurar.<br />
Agora leia:<br />
É boa! Porque coZo. Então os pratos sofistica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s almoços de nossa<br />
ama, quem é que os coZe, senão eu?<br />
Cozo e coze são formas <strong>do</strong> verbo COZER. Cozer significa: cozinhar.<br />
Marque a resposta certa para fazer a conclusão:<br />
Os pares de verbos coso/cozo e cose/coze têm som igual/diferente,<br />
grafia igual/diferente e senti<strong>do</strong> igual/diferente.<br />
Essas palavras também são chamadas de HOMÔNIMAS.<br />
Professor, não serão realizadas atividades de fixação neste momento,<br />
uma vez que fogem ao objetivo <strong>do</strong> encontro, que dá destaque à leitura literária.<br />
O professor poderá fazer comentários a respeito <strong>do</strong> emprego dessas<br />
palavras que, hoje, não são usuais na língua diária.<br />
PRODUZINDO TEXTOS<br />
Você aprendeu, neste encontro, as características de um apólogo. Relembre-as:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
165
narrativa curta, parecida com a fábula;<br />
moral no final da narrativa;<br />
os personagens são seres inanima<strong>do</strong>s – objetos;<br />
os objetos são mostra<strong>do</strong>s com características e comportamentos<br />
humanos.<br />
Pensan<strong>do</strong> nos pares de objetos relaciona<strong>do</strong>s abaixo, escolha um par<br />
para escrever um apólogo juntamente com seu colega:<br />
Caneta e papel<br />
Vinho e água<br />
Caneta e lápis<br />
Carro e moto e outros.<br />
Professor, os alunos poderão formar seus próprios pares de objetos. Sugerimos<br />
que acompanhe de perto a produção desses textos, que poderão,<br />
depois de prontos, formar um pequeno livro de apólogos <strong>do</strong>s alunos da<br />
sala. Esse material poderá circular entre eles, em forma de empréstimo.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
166
SUGESTÃO DE BIBLIOGRAFIA PARA O PROFESSOR<br />
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem<br />
pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.<br />
______________. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo:<br />
Parábola Editorial, 2003.<br />
DIONÍSIO, Angela Paiva et alii. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro:<br />
Editora Lucerna, 2007.<br />
KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura teoria & prática. Campinas/SP: Editora<br />
Pontes, 2007.<br />
KOCH, Inge<strong>do</strong>re Villaça e ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os senti<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> texto. São Paulo: Contexto, 2007.<br />
LIBERATO, Yara e FULGÊNCIO, Lúcia. É possível facilitar a leitura: um guia<br />
para escrever claro, São Paulo: Contexto, 2007.<br />
SIMÕES, Darcília. Considerações sobre a fala e a escrita – Fonologia em<br />
nova chave. São Paulo; Parábola Editorial, 2006.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
167
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
168
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
170
CARO PROFESSOR,<br />
Esta coleção de Manuais de Estu<strong>do</strong>s Complementares foi pensada<br />
e organizada com a finalidade de ajudá-lo a desenvolver o seu<br />
trabalho em sala de aula e é composta de <strong>do</strong>is volumes, conten<strong>do</strong><br />
cinco oficinas de Matemática cada um. Cada oficina envolve um<br />
bloco de conteú<strong>do</strong>s e grupo de habilidades e contém atividades<br />
cujo objetivo é apoiar a aprendizagem <strong>do</strong>s temas matemáticos estuda<strong>do</strong>s<br />
em cada uma das unidades formativas desenvolvidas no<br />
<strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>.<br />
Acreditamos que o desenvolvimento das atividades por meio de<br />
oficinas irá ajudá-lo a trabalhar a revisão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s matemáticos<br />
presentes nos Guias de Estu<strong>do</strong> e a oferecer alternativas meto<strong>do</strong>lógicas<br />
para exercer seu papel com criatividade, além de preservar<br />
sua liberdade de imprimir o ritmo adequa<strong>do</strong> à situação real<br />
de seus alunos, viabilizan<strong>do</strong>, portanto, inúmeras formas de atuar<br />
dentro da sala de aula.<br />
O sucesso desta proposta depende fundamentalmente <strong>do</strong> trabalho<br />
<strong>do</strong> professor na sua função de orienta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s processos de<br />
investigação/exploração <strong>do</strong>s novos conhecimentos, de relacionálos<br />
com os conhecimentos pré-existentes e de organizá-los sistematicamente.<br />
Nessa função o professor será, raramente, um<br />
expositor que apresenta a Matemática como um produto pronto<br />
e acaba<strong>do</strong>. Ao contrário, ele estará freqüentemente interagin<strong>do</strong><br />
com os alunos, estimulan<strong>do</strong> a discussão, sugerin<strong>do</strong> caminhos e<br />
aproveitan<strong>do</strong> toda e qualquer oportunidade de provocar reflexão<br />
sobre o que está sen<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong>.<br />
Dentre a diversidade de recursos disponíveis para se ensinar Matemática,<br />
a resolução de problemas é aquele que mais favorece o<br />
desenvolvimento das capacidades de: formular e testar hipóteses,<br />
de intuir, de induzir, de generalizar e de raciocinar dentro de uma<br />
lógica, seja em contextos matemáticos ou não. Para se pensar matematicamente,<br />
essas capacidades são indispensáveis. Daí a nossa<br />
preferência. Isso não significa, entretanto, que outros recursos de<br />
ensino, tais como, jogos, uso de calcula<strong>do</strong>ras, jornais e revistas,<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
171
materiais concretos etc. não foram considera<strong>do</strong>s, mas sempre integra<strong>do</strong>s<br />
a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão.<br />
Convém lembrar que os conteú<strong>do</strong>s presentes nas atividades propostas<br />
nas oficinas são trabalha<strong>do</strong>s de forma não compartimentada,<br />
observan<strong>do</strong>-se a diversidade de conexões que podem ser estabelecidas<br />
(internamente entre si e deles com outras áreas <strong>do</strong> conhecimento).<br />
Além disso, eles não se esgotam de uma única vez: são<br />
apresenta<strong>do</strong>s em tempos e contextos diferentes e em níveis de aprofundamento<br />
crescentes.<br />
É importante ressaltar que você, professor, poderá adequar o grau<br />
de aprofundamento <strong>do</strong> tema focaliza<strong>do</strong> nas oficinas na turma em<br />
que estiver trabalhan<strong>do</strong>. Fica a possibilidade de rearranjar as atividades<br />
em outras seqüências, a partir da necessidade de apoio que<br />
você observar em seus alunos.<br />
ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL<br />
Os Manuais de Estu<strong>do</strong>s Complementares são apresenta<strong>do</strong>s em<br />
<strong>do</strong>is volumes conten<strong>do</strong> cada um cinco oficinas de Matemática. Cada<br />
oficina será desenvolvida em quatro encontros de duas horas, perfazen<strong>do</strong><br />
oito horas de trabalho. Esses encontros estão indica<strong>do</strong>s no<br />
contexto da oficina, mas, apenas como sugestão, dan<strong>do</strong> flexibilidade<br />
ao professor de adaptá-los ao andamento <strong>do</strong> seu trabalho e ao ritmo<br />
<strong>do</strong>s alunos.<br />
As oficinas não são temáticas. Já que os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Guias de<br />
Estu<strong>do</strong> são apresenta<strong>do</strong>s por meio de temas, preferimos desenvolver<br />
as oficinas em torno <strong>do</strong>s tópicos <strong>do</strong> programa de Matemática de<br />
6º a 9º anos <strong>do</strong> ensino fundamental, a fim de facilitar a organização<br />
e sistematização <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s. No Volume I, as oficinas abordam<br />
os tópicos: Números e Sistema de Numeração Decimal, Operações<br />
com Números Naturais, Geometria (espaço e forma), Números Racionais<br />
e Números Inteiros.<br />
Estes conteú<strong>do</strong>s estão organiza<strong>do</strong>s em blocos e são desenvolvi<strong>do</strong>s<br />
por meio de atividades dirigidas ao aluno. A intenção de direcionar<br />
as atividades ao aluno se justifica pelo fato de facilitar a interação<br />
professor/aluno. Sempre que necessário foram inseridas orientações<br />
e sugestões ao professor visan<strong>do</strong> oferecer-lhe mais subsídios<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
172
para trabalhar os conteú<strong>do</strong>s, propician<strong>do</strong> maior repertório de situações<br />
e materiais para sanar alguma dificuldade e apreender os<br />
conceitos propostos.<br />
Como a finalidade <strong>do</strong>s Manuais de Estu<strong>do</strong>s Complementares é<br />
propiciar novas aprendizagens ao aluno, especialmente àquele que<br />
tem suporte mais frágil e apresenta dificuldades de aprendizagem,<br />
os conteú<strong>do</strong>s foram trata<strong>do</strong>s de forma mais ampla e detalhada, muitas<br />
vezes retroagin<strong>do</strong> a níveis anteriores de escolarização, sugerin<strong>do</strong><br />
atividades com utilização de recursos didáticos e materiais concretos.<br />
Algumas vezes, o professor deve adaptar e graduar os conteú<strong>do</strong>s<br />
para atender às possibilidades cognitivas <strong>do</strong>s seus alunos, como<br />
é o caso da Oficina 3, que trata da Geometria. Houve extrapolação<br />
de conteú<strong>do</strong> em relação aos Guias de Estu<strong>do</strong>s, mais com o intuito de<br />
oferecer ao professor recursos didáticos para alinhavar os assuntos,<br />
dan<strong>do</strong>-lhes uma seqüência plausível, lógica e compreensível.<br />
Quanto às atividades, elas foram preparadas ten<strong>do</strong>-se em vista as<br />
inúmeras possibilidades de trabalho dentro da sala de aula: trabalho<br />
em grupo, individual, em duplas e discussão coletiva com toda a turma<br />
sob a coordenação <strong>do</strong> professor, como por exemplo:<br />
Trabalho coletivo – De mo<strong>do</strong> geral, o “trabalho coletivo” sugere<br />
uma atividade que, sob a liderança e orientação direta <strong>do</strong> professor,<br />
deve ser desenvolvida coletivamente pelos alunos.<br />
Trabalho individual ou trabalho em grupo – São indica<strong>do</strong>s<br />
para as atividades que de mo<strong>do</strong> geral abordam novos conceitos e<br />
remetem os alunos a novas descobertas. O professor deve estar<br />
sempre disponível para atender as dúvidas, observan<strong>do</strong> as eventuais<br />
dificuldades de cada um. Ele deve ficar circulan<strong>do</strong> na sala, destacan<strong>do</strong><br />
idéias importantes e observan<strong>do</strong> atentamente o desenvolvimento<br />
<strong>do</strong>s trabalhos, acompanhan<strong>do</strong> e ajudan<strong>do</strong>, mas evitan<strong>do</strong> antecipar<br />
respostas que podem ser dadas pelos próprios alunos. Deve fazer as<br />
intervenções que julgar necessárias, de mo<strong>do</strong> a estimular o progresso<br />
<strong>do</strong> grupo, evitan<strong>do</strong> assim, eventuais descompassos na participação<br />
de algum <strong>do</strong>s seus integrantes.<br />
Algumas vezes, as atividades consistirão de pequenas leituras.<br />
Os alunos, individualmente, ou em grupo, ou juntos com o professor,<br />
podem ler o texto proposto. O professor deve estar sempre<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
173
atento fazen<strong>do</strong> as intervenções necessárias, seja para destacar o<br />
significa<strong>do</strong> de alguma palavra, seja para verificar se o texto está<br />
sen<strong>do</strong> bem entendi<strong>do</strong>.<br />
Muitas vezes, as oficinas por intermédio de algumas atividades,<br />
proporcionam a simulação de uma situação de sala de aula com<br />
trocas entre professor e alunos para ilustrar concretamente os conceitos/méto<strong>do</strong>s/idéias<br />
apresenta<strong>do</strong>s. Para as demais atividades,<br />
acreditamos que a seqüência proposta e o seu desenvolvimento por<br />
si só, já darão ao professor orientações suficientes para se conduzir<br />
na sala de aula.<br />
Com relação aos exercícios, eles estão sempre relaciona<strong>do</strong>s com<br />
o que foi estuda<strong>do</strong> na oficina e quase sempre exercem uma função<br />
integra<strong>do</strong>ra das atividades da mesma e fixação e aplicação <strong>do</strong>s<br />
conteú<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s. Algumas vezes, devi<strong>do</strong> à extensão <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong><br />
ou ao tempo escasso de aula, o aluno terá que fazer exercícios<br />
extra-classe. O professor determina quais exercícios serão<br />
realiza<strong>do</strong>s em casa, e, no dia seguinte, faz correção coletiva ou dá<br />
as respostas para que, em grupos, os alunos confiram e comentem<br />
sobre os erros e dificuldades.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
174
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
175<br />
1<br />
OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />
objetivos:<br />
Oferecer ao professor recursos para desenvolver o conteú<strong>do</strong> sobre número<br />
e sistema de numeração, possibilitan<strong>do</strong> ao aluno:<br />
reconhecer a necessidade <strong>do</strong>s números no dia-a-dia e refletir sobre a<br />
importância <strong>do</strong>s mesmos;<br />
utilizar os números naturais para contar, ordenar, estimar, transmitir<br />
informações, calcular e resolver problemas, amplian<strong>do</strong> e construin<strong>do</strong> novos<br />
significa<strong>do</strong>s para os mesmos;<br />
ampliar a compreensão <strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal;<br />
reconhecer as regras e os princípios <strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal,<br />
destacan<strong>do</strong>-se aqueles que se referem à composição de número e<br />
sua escrita;<br />
exercitar a escrita e leitura de números, bem como sua composição e<br />
decomposição.<br />
BLOCO 1. PARA qUE SERVEM OS NÚMEROS?<br />
Os números têm um papel importante em nossa vida. Vivemos rodea<strong>do</strong>s<br />
por eles e os utilizamos a to<strong>do</strong> o momento. Com os números<br />
naturais realizamos muitas tarefas tais como contar, ordenar, expressar<br />
códigos, calcular, resolver problemas... O objetivo principal desse bloco<br />
é fazer uma retomada de alguns conteú<strong>do</strong>s estuda<strong>do</strong>s pelos alunos,<br />
utilizan<strong>do</strong>-se, para isso, de algumas situações que mostram a importância<br />
<strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s números no dia-a-dia e em diferentes áreas <strong>do</strong> conhecimento.<br />
Nas atividades propostas, o aluno é estimula<strong>do</strong> a observar os<br />
diferentes contextos em que os números são utiliza<strong>do</strong>s e identificar suas<br />
diferentes funções, dan<strong>do</strong> assim oportunidade de se realizar a leitura e<br />
a escrita de muitos deles.<br />
ENCONTRO 1
Leia o texto<br />
A formiga DINOSSAURO<br />
As formigas surgiram no perío<strong>do</strong> cretáceo, que<br />
durou de 14 milhões a 65 milhões de anos atrás,<br />
e estão entre os animais que mais se disseminaram<br />
e se adaptaram às diferentes regiões <strong>do</strong><br />
planeta. Existem nada menos de 12 461 espécies<br />
de formigas já catalogadas, e o número não para<br />
de crescer. No Século XVIII, na primeira vez em que se classificaram<br />
os seres vivos de forma sistemática, o naturalista sueco Carlos Lineu<br />
registrou apenas dezesseis espécies de formiga.<br />
Um estu<strong>do</strong> publica<strong>do</strong> em setembro de 2008 alterou uma parte <strong>do</strong> que<br />
se sabia sobre a história das formigas. O estu<strong>do</strong> relata a descoberta de<br />
uma formiga de coloração clara e 3 milímetros de comprimento que vive<br />
no subsolo da Amazônia brasileira. Segun<strong>do</strong> os cálculos <strong>do</strong>s cientistas,<br />
a Martialis heureka, nome da<strong>do</strong> à formiga, pertence a uma linhagem<br />
que já existia há pelo menos 100 milhões de anos, o que tornaria suas<br />
tataravós contemporâneas <strong>do</strong>s dinossauros.<br />
Não surpreende que a Martialis heureka tenha si<strong>do</strong> descoberta na<br />
Amazônia, onde há a maior biodiversidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Estima-se que um<br />
quinto de todas as espécies de plantas e animais habite a região, onde<br />
foram encontradas 72 espécies de formigas numa única copa de árvore.<br />
A descoberta da Martialis heureka fornece mais um capítulo na história<br />
dessas criaturas que, um dia, foram pisoteadas pelos dinossauros.<br />
Texto basea<strong>do</strong> em reportagem da revista Veja, edição 2 079 – ano 41 – n o 38, 24/9/2008.<br />
ROTEIRO DE TRABALHO<br />
Os alunos individualmente fazem uma leitura silenciosa <strong>do</strong> texto e, em<br />
seguida, anotam os números nele encontra<strong>do</strong>s. Chamar a atenção para a<br />
instrução dada, que propõe duas ações distintas:<br />
1 ª ) Leitura <strong>do</strong> texto.<br />
2 ª ) Voltar ao texto e anotar os números nele encontra<strong>do</strong>s.<br />
Com o objetivo de enriquecer essa atividade e sondar conhecimentos<br />
prévios <strong>do</strong>s alunos, propor algumas questões como as exemplificadas<br />
abaixo. As habilidades requeridas nessas questões serão retomadas posteriormente,<br />
assim o professor deve comentar brevemente as soluções<br />
apresentadas, deixan<strong>do</strong> a sistematização para outro momento.<br />
De que outra forma é possível escrever os seguintes números: 14 milhões,<br />
65 milhões e 100 milhões? (Uma solução é 14 000 000; 65 000 000<br />
e 100 000 000)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
176
Algumas civilizações antigas utilizaram diferentes símbolos para representar<br />
os números. O símbolo XVIII foi utiliza<strong>do</strong> por qual civilização? No<br />
nosso sistema que número ele representa? (Civilização romana. No nosso<br />
sistema o símbolo XVIII representa o número 18)<br />
Os números são representa<strong>do</strong>s de diversas formas, como por exemplo, o<br />
número 1<br />
, que aparece no texto. Que forma é essa? De que outra forma é<br />
5<br />
possível representar esse número? (O número 1<br />
está escrito na forma fracio-<br />
5<br />
nária. Uma outra forma de representá-lo é na forma decimal, ou seja, 0,2)<br />
ATIVIDADE 1 – USANDO OS NÚMEROS PARA CONTAR<br />
Para familiarizar os alunos com a função de contar e introduzir de maneira<br />
intuitiva um méto<strong>do</strong> facilita<strong>do</strong>r da contagem, pedir que eles resolvam<br />
os problemas a seguir. É importante explorar e comparar as soluções<br />
apresentadas pelos alunos antes de sistematizá-las ressaltan<strong>do</strong> durante a<br />
discussão que, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> problema, a listagem pode ser longa e, portanto,<br />
trabalhosa. Essa discussão deve ter como objetivo levar os alunos<br />
a sentirem a necessidade de encontrar uma maneira mais eficiente de se<br />
calcular o total de agrupamentos, tais como as tabelas e os diagramas da<br />
árvore reforçan<strong>do</strong> assim o princípio fundamental da contagem.<br />
Problema 1:<br />
Quantos triângulos há na figura?<br />
1<br />
3<br />
2<br />
4<br />
5<br />
Trata-se de um problema no qual<br />
o aluno precisa identificar os triângulos<br />
na figura e em seguida contá-los.<br />
(Há 5 triângulos na figura)<br />
Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> nível da turma, propor outros problemas, aproveitan<strong>do</strong><br />
a oportunidade para estimular uma discussão em que os alunos comparem<br />
as diversas estratégias de contagem. Exemplos:<br />
Quantos quadra<strong>do</strong>s há na figura? Quantos triângulos há na figura?<br />
(14) (13)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
177
Problema 2: Arthur e Luísa estavam jogan<strong>do</strong> varetas. A cada partida<br />
ganha por um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is, eles registravam o resulta<strong>do</strong> num papel, fazen<strong>do</strong><br />
um traço. Ao final <strong>do</strong> jogo, o registro era:<br />
Artur<br />
Luísa<br />
a) Quem ganhou o jogo? (Arthur)<br />
b) Quantas partidas Luísa ganhou? (13)<br />
c) E Arthur? (19)<br />
d) Você já usou essa maneira de marcar pontos alguma vez? (Resposta<br />
pessoal)<br />
e) Você acha essa maneira de marcar pontos prática? Por quê? (Resposta<br />
pessoal)<br />
Pedir aos alunos que citem algumas situações nas quais eles usaram a<br />
contagem, discutin<strong>do</strong> também o mo<strong>do</strong> como usam para fazer o registro<br />
dessas contagens.<br />
Problema 3: Uma empresa fabrica três tipos de telefones: de mesa, de<br />
parede e sem fio, nas cores: preto, branco, cinza, vermelho e azul.<br />
a) Quantas opções diferentes de telefones, no total, essa empresa<br />
fabrica?<br />
b) Quantas opções diferentes de telefones de parede essa empresa<br />
fabrica?<br />
c) Quantas opções diferentes de telefones na cor branca essa empresa<br />
fabrica?<br />
d) Quantas opções diferentes de telefones nas cores branca e preta essa<br />
empresa fabrica?<br />
Perguntar à turma se alguém tem alguma sugestão de como obter<br />
a lista completa de todas as possíveis combinações “tipo de telefone/<br />
cor <strong>do</strong> telefone”. Se a solução apresentada se restringir a uma listagem<br />
aleatória de todas as combinações, oferecer outros mo<strong>do</strong>s de obter a<br />
solução, tais como uma tabela de dupla entrada ou o diagrama da árvore,<br />
estimulan<strong>do</strong> assim a troca de idéias para comparar as soluções.<br />
O objetivo aqui é prepará-los para a necessidade de encontrar uma<br />
maneira mais eficiente de se calcular o total de agrupamentos sem a<br />
exaustiva listagem.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
178
Tabela de dupla entrada:<br />
mesa Parede Sem fio<br />
Preto Mesa-preto Parede-preto Sem fio-preto<br />
Branco Mesa-branco Parede-branco Sem fio-branco<br />
Cinza Mesa-cinza Parede-cinza Sem fio-cinza<br />
Vermelho Mesa-vermelho Parede-vermelho Sem fio-vermelho<br />
Azul Mesa-azul Parede-azul Sem fio-azul<br />
Diagrama da árvore:<br />
Telefone<br />
de mesa<br />
Preto<br />
Branco<br />
Cinza<br />
Vermelho<br />
Azul<br />
Telefone<br />
sem fio<br />
Princípio fundamental da contagem:<br />
Incentivar os alunos a descobrir que o total de telefones pode ser encontra<strong>do</strong><br />
pela multiplicação da quantidade de tipos de telefones pela quantidade<br />
de cores, ou seja,<br />
Grandezas Tipos de telefone Cores<br />
Variação das grandezas 3 5<br />
Portanto, o total de opções diferentes de telefones que essa empresa<br />
fabrica é 3 x 5 = 15.<br />
(Utilizan<strong>do</strong> os mesmos procedimentos tem-se que o número de opções<br />
diferentes de telefones de parede que a empresa fabrica é 1 x 5 =<br />
5, o número de opções diferentes de telefones na cor branca é 3 x 1 e<br />
o número de opções diferentes de telefones nas cores branca e preta é<br />
3 x 2 = 6)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
179<br />
Telefone<br />
de parede<br />
Preto<br />
Branco<br />
Cinza<br />
Vermelho<br />
Azul<br />
Preto<br />
Branco<br />
Cinza<br />
Vermelho<br />
Azul
ATIVIDADE 2 – USANDO OS NÚMEROS PARA ESTIMAR<br />
Muitas vezes não podemos ou não nos interessa contar com precisão,<br />
pois queremos apenas ter uma idéia aproximada e rápida de certa quantidade<br />
na resolução de um problema. A essa tarefa chamamos estimar.<br />
Fazer cálculos aproxima<strong>do</strong>s é muito importante hoje em dia, visto que muitas<br />
vezes é necessário lidar com números muito grandes, cujo valor exato<br />
não é conheci<strong>do</strong>.<br />
Pedir aos alunos que leiam e respondam às questões propostas. É importante<br />
nesse momento incentivar os alunos a trocar idéias e explicitar o<br />
raciocínio usa<strong>do</strong> para resolver os problemas.<br />
Problema 1: Estimar o número de pessoas que assistem a uma manifestação<br />
em uma praça pública de 2 500 m 2 .<br />
Problema 2: Estimar quantos grãos tem 20 quilos de feijão.<br />
Problema 3: Estimar o número de batidas de seu coração, desde o dia<br />
de seu nascimento.<br />
Para ilustrar como a solução <strong>do</strong> Problema 1 pode ser obtida, uma atividade<br />
que pode ser realizada é levar uma folha de jornal recortada na forma<br />
de um quadra<strong>do</strong> com 1 metro de la<strong>do</strong>, informan<strong>do</strong> que a área ocupada<br />
pela folha corresponde a 1 m2 . Colocar a folha de jornal no chão e pedir a<br />
alguns alunos que fiquem sobre a folha, manten<strong>do</strong> certa distância como<br />
se estivessem em uma praça, calculan<strong>do</strong> assim o número aproxima<strong>do</strong> de<br />
pessoas que cabem em um metro quadra<strong>do</strong>. Em seguida, encaminhar as<br />
discussões para a solução <strong>do</strong> problema da<strong>do</strong>.<br />
Para ilustrar a solução <strong>do</strong> Problema 2, o professor pode levar para a sala<br />
de aula, 1<br />
quilo de feijão e pedir aos alunos que contem quantos grãos há<br />
2<br />
nessa quantidade, encaminhan<strong>do</strong> as discussões para a solução.<br />
Levar um cronômetro para a sala de aula e pedir que os alunos contem<br />
quantas vezes o coração bate em 1 minuto, por exemplo, é uma atividade<br />
que ilustra como obter a solução <strong>do</strong> Problema 3. Perguntar aos alunos se<br />
eles conhecem outras situações em que se fazem cálculos aproxima<strong>do</strong>s e<br />
como é possível obtê-los.<br />
ATIVIDADE 3 – USANDO OS NÚMEROS PARA ORDENAR<br />
Ao associar um número natural a cada um <strong>do</strong>s elementos de um conjunto,<br />
este conjunto fica ordena<strong>do</strong>. Estes são os nomes que recebem os<br />
números ordinais.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
180
E ainda:<br />
21 vigésimo primeiro,... 29 vigésimo nono,... 30 trigésimo,...<br />
40 quadragésimo,... 50 − qüinquagésimo,... 60 sexagésimo.<br />
Solicitar aos alunos que citem situações em que os números servem<br />
para ordenar. Em seguida pedir que eles se reúnam em duplas e resolvam<br />
os problemas abaixo. Antes que os alunos resolvam o Problema 1, simular<br />
a situação apresentada utilizan<strong>do</strong> números menores. Esse procedimento<br />
pode ajudá-los a entender melhor a solução.<br />
Outra atividade que pode ser realizada é:<br />
a) Pedir que o terceiro aluno da segunda fila e o segun<strong>do</strong> aluno da terceira<br />
fila se encaminhem até o quadro.<br />
b) Colocar 5 alunos em fila e pedir que eles digam seus nomes, perguntan<strong>do</strong>:<br />
Qual é o nome <strong>do</strong> primeiro da fila?<br />
Qual é o nome <strong>do</strong> terceiro da fila?<br />
Problema 1: Suponha que você está no trigésimo sexto lugar de uma<br />
fila. Quantas pessoas têm antes de você? Que lugar ocupa uma pessoa que<br />
tem 25 pessoas antes dela? (35 pessoas; 26 o lugar)<br />
Problema 2: Ordene as palavras: ELEFANTE, SOL, MESA, LIVRO, CA-<br />
BELO, MALETA, de três formas:<br />
a) Alfabeticamente. (cabelo, elefante, livro, maleta, mesa e sol)<br />
b) De acor<strong>do</strong> com o número de letras. (sol, mesa, livro, cabelo e maleta,<br />
elefante)<br />
c) De acor<strong>do</strong> com o peso de cada uma. (cabelo, livro, maleta, mesa,<br />
elefante, sol)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
181
http://www.ibge.gov.br/mapas_ibge/atlas.php<br />
Problema 3: Na tabela estão registra<strong>do</strong>s cinco esta<strong>do</strong>s brasileiros com<br />
suas áreas em quilômetros quadra<strong>do</strong>s:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
182<br />
Esta<strong>do</strong>s Área em Km 2<br />
Bahia 567 295<br />
Mato Grosso 906 806<br />
Amazonas 1 577 820<br />
Minas Gerais 588 383<br />
Pará 1 253 164<br />
a) Reescreva a lista desses cinco esta<strong>do</strong>s,<br />
em ordem alfabética. (Amazonas,<br />
Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará)<br />
Nessa lista, que esta<strong>do</strong> ocupa o<br />
quinto lugar? (Pará)<br />
b) Reescreva a lista desses cinco esta<strong>do</strong>s, em ordem crescente de suas<br />
áreas. (Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Amazonas)<br />
Nessa lista, que esta<strong>do</strong> ocupa o primeiro lugar? (Bahia)<br />
Nessa lista, que lugar ocupa o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso? (3 o lugar)<br />
Os <strong>do</strong>is exercícios acima envolvem outras habilidades que podem ser<br />
exploradas pelo professor tais como ordem alfabética, comparação de números<br />
que expressam grandezas (peso e área) etc.<br />
ATIVIDADE 4 – USANDO OS NÚMEROS PARA IDENTIFICAR<br />
Muitas vezes, os números naturais são utiliza<strong>do</strong>s para identificar pessoas,<br />
objetos, lugares, entidades, arquivos, contas bancárias etc. e como<br />
símbolos de um código eles catalogam e diferenciam os distintos elementos<br />
de um conjunto. Para conhecer um código, é necessário conhecer as<br />
chaves de identificação.<br />
Pedir aos alunos que citem situações nas quais os números naturais são utiliza<strong>do</strong>s<br />
para transmitir informações ou identificar pessoas, lugares e objetos.<br />
Eles podem citar: número de <strong>do</strong>cumentos (CPF, carteira de identidade, carteira<br />
de motorista, título de eleitor) número <strong>do</strong> cheque, número de inscrição<br />
num concurso, placas de carro, CEP, códigos de barras etc. Os <strong>do</strong>is exemplos<br />
abaixo abordam de maneira mais detalhada <strong>do</strong>is códigos de identificação:<br />
o CEP e o código de barras. Para abordar os outros códigos de identificação,<br />
dividir a sala em grupos e pedir que cada grupo fique responsável em pesquisar<br />
sobre os outros códigos e apresentá-los para o resto da turma.<br />
Levar para a sala de aula um <strong>manual</strong> que contenha to<strong>do</strong>s os códigos<br />
de endereçamento postal para conhecimento <strong>do</strong>s alunos e pedir que eles
escrevam o CEP (Código de Endereçamento Postal) de sua residência, da escola,<br />
da residência de alguns amigos etc. O Código de Endereçamento Postal<br />
(CEP), com estrutura de 5 (cinco) dígitos, foi cria<strong>do</strong> pela empresa Brasileira<br />
de Correios e Telégrafos, em maio/71. Sua divulgação ao público em geral<br />
ocorreu com a publicação <strong>do</strong> Guia Postal Brasileiro, Edição 1971. Em maio/92,<br />
sua estrutura foi alterada para 8 (oito) dígitos e oficializada junto ao público<br />
em geral, com a publicação <strong>do</strong> Guia Postal Brasileiro, Edição 1992.<br />
O objetivo principal <strong>do</strong> CEP é orientar e acelerar o encaminhamento, o<br />
tratamento e a distribuição de objetos de correspondência, por meio da<br />
sua atribuição a localidades, logra<strong>do</strong>uros, unidades <strong>do</strong>s Correios, serviços,<br />
órgãos públicos, empresas e edifícios. A finalidade <strong>do</strong> CEP é racionalizar<br />
os méto<strong>do</strong>s de separação da correspondência por meio da simplificação<br />
das fases <strong>do</strong>s processos de triagem, encaminhamento e distribuição,<br />
permitin<strong>do</strong> o tratamento mecaniza<strong>do</strong> com a utilização de equipamentos<br />
eletrônicos de triagem.<br />
Para abordar o código de barras solicitar que os alunos levem para a sala<br />
de aula embalagens que contenham códigos de barras e então analisá-los.<br />
Nos supermerca<strong>do</strong>s é comum encontrar nas embalagens<br />
um número de identificação <strong>do</strong> produto,<br />
ou seja, o código de barras. Ele é chama<strong>do</strong> assim<br />
porque na parte superior de cada número aparecem<br />
barras pretas e brancas ou de outras duas cores con-<br />
trastantes, de diferentes larguras. Ele é importante para informar e organizar<br />
os da<strong>do</strong>s de cada produto e hoje em dia é difícil encontrar embalagens<br />
que não venham com esse código.<br />
O mais usa<strong>do</strong> contém 13 dígitos, identifica<strong>do</strong>s da seguinte maneira:<br />
os 3 primeiros identificam o país de onde é o produto. No Brasil, por<br />
exemplo, é o número 789;<br />
os 4 números seguintes identificam o fabricante;<br />
os próximos 5 números identificam o produto;<br />
o 13 o dígito é o número de segurança, caso a leitura óptica não seja<br />
possível.<br />
A máquina lê melhor o código de barras <strong>do</strong> que o código numérico. No<br />
entanto, os <strong>do</strong>is são coloca<strong>do</strong>s juntos, pois quan<strong>do</strong> a máquina não consegue<br />
ler o código de barras, a opera<strong>do</strong>ra pode digitar o código numérico<br />
para identificar o produto.<br />
ATIVIDADE 5 – EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO<br />
1. Pedir que os alunos leiam novamente o texto “A formiga dinossauro” e<br />
identifiquem a função de cada número que nele aparece.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
183<br />
0 27069 70158 7
2. Distribuir jornais e revistas para os alunos reuni<strong>do</strong>s em grupos e colocar<br />
a seguinte pergunta no quadro: “Onde encontramos os números naturais<br />
e para que eles servem?”. Recomendar que cada grupo:<br />
a) Recorte textos onde aparecem números naturais e após a leitura descobrir<br />
qual é a sua função.<br />
b) Monte um cartaz com os recortes, circulan<strong>do</strong> os números e anotan<strong>do</strong><br />
ao la<strong>do</strong> as respectivas funções.<br />
c) Apresente para os outros grupos o seu cartaz.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
184
BLOCO 2. ESCREVENDO OS NÚMEROS<br />
ATIVIDADE 1 – LEITURA E ESCRITA DE NÚMEROS<br />
Roteiro para o trabalho com o primeiro texto:<br />
Propor como primeira atividade <strong>do</strong> 2º bloco a leitura <strong>do</strong> texto que se<br />
segue. Será realizada individualmente, e as questões podem ser respondidas<br />
em duplas.<br />
Em seguida, o professor deve comentar o texto li<strong>do</strong> e conferir as<br />
respostas.<br />
Se não fosse possível escrever os números, como esta notícia poderia<br />
ser divulgada?<br />
A Estátua <strong>do</strong> Cristo Redentor<br />
Em 2009, a estátua <strong>do</strong> Cristo Redentor no<br />
alto <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> completa 79 anos.<br />
Do topo <strong>do</strong> morro avista-se a cidade <strong>do</strong><br />
Rio de Janeiro num ângulo de 360 graus<br />
ten<strong>do</strong> uma imagem maravilhosa. Era o lugar<br />
ideal para construir a estátua de Cristo<br />
abençoan<strong>do</strong> a cidade.<br />
Já havia condições das pessoas chegarem ao alto <strong>do</strong> morro, pois,<br />
desde 1884 funcionava a ferrovia que liga o bairro Cosme Velho, Paineiras<br />
e o morro <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> numa extensão total de 3 800 metros.<br />
Então, em 1923 foi realiza<strong>do</strong> um concurso para a escolha <strong>do</strong> monumento<br />
a ser construí<strong>do</strong> no alto <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e, em 12/08/1931 foi<br />
inaugurada a estátua.<br />
A última restauração <strong>do</strong> Cristo Redentor teve custo de R$ 1,7 mi e<br />
beneficiou os mais de 700 mil turistas que visitam a estátua to<strong>do</strong> ano,<br />
pois agora não precisam subir os 2 200 degraus de acesso ao monumento<br />
poden<strong>do</strong> usar os 3 eleva<strong>do</strong>res ou as 4 escadas rolantes com capacidade<br />
para 9 mil pessoas por hora.<br />
Em 2007 o Cristo Redentor foi declara<strong>do</strong> uma das 7 Maravilhas <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> moderno.<br />
Veja os números liga<strong>do</strong>s à estátua:<br />
Altura total: 38 metros. Altura da estátua: 30 metros.<br />
Peso: 1 145 toneladas. Largura de mão a mão: 30 metros.<br />
Localização: topo <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> a 710 metros <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
185<br />
ENCONTRO 2<br />
Klaus
Após ler o texto, responda:<br />
1. Em que ano foi inaugurada a estátua <strong>do</strong> Cristo Redentor? (1931)<br />
2. Quantos anos ela completa em 2009? (79)<br />
3. Qual é a extensão da ferrovia que liga a parte baixa ao alto <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>?<br />
(3 800m)<br />
4. Quanto pesa a estátua <strong>do</strong> Cristo? (1 145 toneladas)<br />
5. Qual é sua altura? (38m)<br />
6. O que significa ter uma vista de 360 graus? (Ter uma vista total, de<br />
to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s)<br />
7. O que aconteceu em 2007? (A estátua foi declarada uma das 7 maravilhas<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>)<br />
8. Quais <strong>do</strong>s números que aparecem no texto indicam medidas e quais<br />
resultam de contagem? (Medidas: 2009, 79, 360, 1884, 3 800, 1923,<br />
1931, 1,7mi, 2007, 38,30, 1 145,710 – contagem: 2 200, 700mil, 9 mil,<br />
3, 4, 7)<br />
ATIVIDADE 2 – NÚMEROS E SISTEMA DE NUMERAÇÃO<br />
Roteiro para o trabalho:<br />
Ler individualmente os textos.<br />
Marcar as idéias principais e formular algumas questões sobre o assunto.<br />
Apresentar as questões para a turma e discuti-las.<br />
Escrever por extenso os números inseri<strong>do</strong>s no texto.<br />
Texto 1<br />
A leitura numérica é essencial para a compreensão de textos. Os<br />
números fazem parte, cada vez mais, de contextos sociais e de textos<br />
específicos de todas as áreas <strong>do</strong> conhecimento. Assim como estão presentes<br />
na conversa <strong>do</strong> dia-a-dia, aparecem na mídia – rádio, televisão,<br />
jornal, internet – usa<strong>do</strong>s constantemente para completar informações,<br />
enriquecer detalhes e dar mais precisão a fatos e fenômenos.<br />
Nesses veículos de comunicação, aparecem na forma de números<br />
resultantes de contagem, de medição, números como códigos e com<br />
escrita simplificada como é expresso atualmente pela mídia.<br />
Veja estas informações:<br />
– 3,3 milhões de quilômetros quadra<strong>do</strong>s é o pedaço da floresta amazônica<br />
que está em território brasileiro;<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
186
– 28 segun<strong>do</strong>s é o tempo que o rio Amazonas gasta na foz para jogar<br />
6,0 bilhões de litros de água, o suficiente para fornecer 1 litro a cada<br />
habitante da terra;<br />
– 11,6 mil quilômetros é a extensão da fronteira verde <strong>do</strong> Brasil com<br />
os outros 8 países sul-americanos da região amazônica.<br />
Escreva os números <strong>do</strong> texto com to<strong>do</strong>s os zeros.<br />
– 3,3 milhões; (3 300 000)<br />
– 6,0 bilhões; (6 000 000 000)<br />
– 11,6 mil. (11 600)<br />
Texto 2<br />
Como foi possível chegar à representação de quantidades enormes<br />
escritas por meio de números com tantos zeros?<br />
Números – longa caminhada de um a zero<br />
Quan<strong>do</strong> surgiram os primeiros registros numéricos?<br />
Ninguém sabe.<br />
Acredita-se, no entanto, que há uns sete mil anos que os homens<br />
utilizam números escritos.<br />
No decorrer desse tempo foram inventan<strong>do</strong> maneiras novas e cada<br />
vez mais práticas de escrevê-los. De princípio traçavam-nos com simples<br />
entalhes feitos em galhos e no chão.<br />
Paralelamente à atividade de registrar as quantidades, os homens<br />
exercitavam-se na contagem.<br />
Já nos velhos tempos em que viviam da caça e da apanha de frutas<br />
silvestres, eles tinham de contar para avaliar os recursos de que dispunham.<br />
Quan<strong>do</strong> mais tarde, se tornaram pastores e agricultores, contar,<br />
medir e calcular tornaram-se operações ainda mais importantes. Tinham<br />
que medir os campos e contar os rebanhos. Quan<strong>do</strong> construíram<br />
represas e canais de irrigação, tinham que calcular quanta terra havia a<br />
remover e quantas pedras e tijolos a utilizar.<br />
Como o surgimento de novas ocupações como a carpintaria e a<br />
construção, os homens tiveram que medir e calcular para construir as<br />
casas <strong>do</strong> povo, bem como os palácios <strong>do</strong>s nobres e enormes túmulos,<br />
como as pirâmides.<br />
À medida que o comércio se desenvolveu, os merca<strong>do</strong>res tiveram<br />
de medir e pesar cada vez com mais cuida<strong>do</strong>s as merca<strong>do</strong>rias,<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
187
Consulte o<br />
dicionário<br />
para conferir o<br />
significa<strong>do</strong> de<br />
sistema.<br />
determinan<strong>do</strong> preços, avalian<strong>do</strong> as despesas e lucros e contan<strong>do</strong><br />
seu dinheiro.<br />
Ao mesmo tempo em que as atividades humanas iam se amplian<strong>do</strong>,<br />
a escrita numérica evoluía. De simples traços e rabiscos os números foram<br />
ganhan<strong>do</strong> formas que se modificavam com o decorrer <strong>do</strong> tempo.<br />
Liga<strong>do</strong>s à contagem e ao agrupamento de base os sistemas de escrita<br />
numérica foram diversifican<strong>do</strong> e aprimoran<strong>do</strong>-se. O sistema de notação<br />
de base 10 acabou superan<strong>do</strong> os demais devi<strong>do</strong> às suas regras simples<br />
e foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> e divulga<strong>do</strong> pelos merca<strong>do</strong>res europeus.<br />
O último algarismo surgi<strong>do</strong> foi o zero e, assim, tornou possível o valor<br />
posicional.<br />
Além de realizar as tarefas previstas no início da Atividade 2, os alunos<br />
devem ler novamente o texto a fim de buscar subsídios para comentar as<br />
afirmativas:<br />
a) “a matemática envolve um conteú<strong>do</strong> dinâmico e como tal deve ser<br />
estuda<strong>do</strong>”.<br />
b) “a atividade matemática escolar não consiste em considerar o conteú<strong>do</strong><br />
matemático como pronto e acaba<strong>do</strong>, mas como algo a ser construí<strong>do</strong>”.<br />
c) “a compreensão da história da matemática conduz à apreensão de<br />
significa<strong>do</strong>s e à aprendizagem”.<br />
Roteiro para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sistema de Numeração<br />
Decimal:<br />
Revisão das características e estrutura <strong>do</strong> Sistema de Numeração<br />
Decimal.<br />
Utilização <strong>do</strong> ábaco e <strong>do</strong> material <strong>do</strong>ura<strong>do</strong> para facilitar a compreensão<br />
<strong>do</strong>s agrupamentos na base 10.<br />
Busca no dicionário <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s de alguns termos relativos ao<br />
sistema de numeração.<br />
Realização de escritas numéricas no quadro de ordens e classes.<br />
Realização <strong>do</strong>s exercícios propostos.<br />
Para ler e escrever números é preciso conhecer alguns princípios e regras<br />
que organizam e estruturam esses números em um Sistema.<br />
Você sabe que a representação de idéias numéricas passou por um longo<br />
processo de evolução, como afirma o texto que leu.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
188
Dessa forma, foi surgin<strong>do</strong> um sistema de numeração que apresenta<br />
características estruturais, possibilitan<strong>do</strong> a representação de qualquer número<br />
utilizan<strong>do</strong>-se apenas alguns sinais próprios – os algarismos.<br />
OS ALGARISMOS<br />
O que são?<br />
São símbolos usa<strong>do</strong>s para escrever um número seguin<strong>do</strong> regras determinadas.<br />
quais são?<br />
No sistema decimal são 10 algarismos: 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9.<br />
Mas, como escrever qualquer numero usan<strong>do</strong> apenas 10 algarismos?<br />
A criação de regras possibilitou a escrita de números.<br />
quais são essas regras?<br />
O conjunto dessas regras e princípios forma o Sistema de Numeração<br />
Decimal.<br />
Leia e faça o que se pede.<br />
Uma regra básica está ligada ao nome <strong>do</strong> Sistema; ele é Decimal<br />
porque a base de agrupamento é 10.<br />
Pense e responda: - quantas unidades formam 1 dezena? (10)<br />
- em trinta e oito objetos, quantos grupos de 10 há? (3 grupos)<br />
- quantas dezenas de objetos há nesse grupo? (3 dezenas)<br />
- em um grupo de 100 pessoas, há quantas dezenas de pessoas? (10<br />
dezenas)<br />
- 10 centenas formam um grupo especial; qual é? (1 mil)<br />
Agrupan<strong>do</strong> de 10 em 10 vamos construin<strong>do</strong> grupos que tem nomes<br />
especiais: Unidade, Dezena, Centena, Milhar e outros.<br />
O Sistema de Numeração Decimal ganha outra denominação ligada<br />
à sua origem: Sistema de Numeração Hin<strong>do</strong>-arábico, pois foi cria<strong>do</strong> e<br />
divulga<strong>do</strong> por esses povos.<br />
O professor deve propor aos alunos a realização de agrupamentos e<br />
trocas na base 10.<br />
Para isso pode utilizar o material <strong>do</strong>ura<strong>do</strong> descrito no Manual <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r<br />
– Unidade Formativa I, e ainda o ábaco de varetas.<br />
Na falta desses materiais pode trabalhar com notas de 1, 10 e 100 reais.<br />
É possível encontrar em lojas de brinque<strong>do</strong>s as referidas cédulas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
189
Fazer trocas com dinheiro é muito simples. Toman<strong>do</strong> 10 notas de 1 real<br />
vê-se que dá para trocá-las por 1 de 10 reais. Consideran<strong>do</strong> 10 notas de<br />
10 reais é possível fazer a troca por uma de 100 reais. A nota de 1 real é<br />
associada à unidade , a de 10 reais à dezena e a de 100 reais à centena.<br />
Verifica-se, também, que 10 notas de 100 reais formam 1 mil. Não há<br />
notas específicas para representar as ordens mais elevadas; mas, a referência<br />
a essas pequenas trocas ajuda o aluno a compreender a cadeia de<br />
troca na base 10.<br />
Outro material simples e interessante para realizar essas trocas são fichas<br />
de papel que podem ter cores e formas diferentes, como:<br />
Vale 10.000 Vale 1.000<br />
1 milhar<br />
Vale 100<br />
1 centena<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
190<br />
Vale 10<br />
1 dezena<br />
Vale 1<br />
1 unidade<br />
No verso da ficha, pode-se escrever seu valor a fim de facilitar no momento<br />
de agrupar.<br />
Consideran<strong>do</strong> 11<br />
Vale 1.000<br />
1 milhar<br />
tem-se 1 1<br />
Vale 1.000<br />
1 milhar<br />
, 14 Vale 100<br />
1 centena<br />
4 Vale 100<br />
1 centena<br />
Sobre o número 11 430 pode-se dizer que:<br />
, 30 e realizan<strong>do</strong> os agrupamentos<br />
e 3 , ou seja, o número 11 430.<br />
- ele possui 11 unidades de milhar (observar que foram agrupadas 11<br />
fichas circulares que equivalem a 11 mil);<br />
- desmanchan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> agrupamento obtém-se 114 fichas pentagonais<br />
ou, 114 centenas;<br />
- nele há 1 143 dezenas.<br />
Outras trocas envolven<strong>do</strong> vários números podem ser feitas para que o<br />
aluno chegue a concluir que 10 unidades de uma ordem formam 1 unidade<br />
de ordem imediatamente superior. Então:<br />
10 unidades formam 1 dezena<br />
10 dezenas formam 1 centena<br />
10 centenas formam 1 unidade de milhar.......... e, assim por diante.<br />
Para aplicar esses agrupamentos, o aluno pode resolver problemas como<br />
estes:<br />
a) Os envelopes de uma papelaria são agrupa<strong>do</strong>s em pacotes de 10 e,<br />
depois, em caixas com 10 pacotes. Em quantas caixas e em quantos pacotes<br />
foram organiza<strong>do</strong>s os 4 590 envelopes dessa papelaria?<br />
b) Os votos de uma eleição foram conta<strong>do</strong>s de 10 em 10. No final havia<br />
350 grupos de 10. Quantas pessoas votaram nessa eleição?
Propor comentários sobre:<br />
Em conseqüência <strong>do</strong> agrupamento na base dez, aparecem as regras<br />
para uso <strong>do</strong>s algarismos.<br />
Absoluto: é o valor próprio de cada algarismo.<br />
Exemplo: 8 vale sempre 8.<br />
Valores <strong>do</strong>s<br />
algarismos<br />
Relativo: é o valor posicional, ou seja, o valor<br />
<strong>do</strong> algarismo modifica<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com a posição<br />
que ocupa no número.<br />
Exemplo: 2 vale 20 em 125; vale 200 em 278.<br />
Surge, então, um <strong>do</strong>s princípios <strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal – o<br />
princípio posicional.<br />
Veja o exemplo:<br />
Pode-se observar que o único algarismo desse número que conservou<br />
seu valor absoluto foi o algarismo 9. Os demais ganharam outros valores<br />
de acor<strong>do</strong> com a posição que ocupam no número três mil, setecentos e<br />
cinqüenta e nove.<br />
A fim de verificar se o aluno não tem dúvidas sobre o valor posicional,<br />
indagar:<br />
- qual é o valor <strong>do</strong> algarismo 8 nesses números?<br />
a) 28 465 b) 183 900 c) 142 189 d) 821 356 e) 37 851<br />
(8 000) (80 000) (80) (800 000) (800)<br />
A sistematização das atividades de agrupamentos pode se dar organizan<strong>do</strong><br />
as ordens e classes em quadros com este.<br />
A colocação <strong>do</strong>s algarismos na escrita numérica obedece a uma organização<br />
que é a seguinte:<br />
Classe <strong>do</strong>s bilhões Classe <strong>do</strong>s milhões Classe <strong>do</strong>s milhares Classe das unidades simples<br />
Dezenas<br />
de<br />
bilhão<br />
Unidades<br />
de<br />
bilhão<br />
Centenas<br />
de<br />
milhão<br />
Dezenas<br />
de<br />
milhão<br />
Unidades<br />
de<br />
milhão<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
191<br />
Centenas<br />
de<br />
milhar<br />
Dezenas<br />
de<br />
milhar<br />
Unidades<br />
de<br />
milhar<br />
Centenas Dezenas Unidades<br />
1 2 6 9 4 7 3 5 0 1 5<br />
3 8 0 0 0 0 0 0 0 0<br />
9 4 9 2 1 5 3
Propor ao aluno as seguintes questões.<br />
1. Observe o quadro e responda.<br />
a) Como se lê 1º número. (Doze bilhões, seiscentos e noventa e quatro<br />
milhões, setecentos e trinta e cinco mil e quinze)<br />
b) Quantas unidades de bilhão ele possui (12)<br />
c) Quantas dezenas de milhão? (1 296)<br />
d) De quantas ordens ele é forma<strong>do</strong>? (Onze ordens)<br />
e) Suas ordens estão em agrupadas em quantas classes? (4 classes)<br />
f) Quais são os nomes dessas classes? (Unidades simples, milhares,<br />
milhões, bilhões)<br />
g) Quantos algarismos tem esse número? (11 algarismos)<br />
h) Qual algarismo tem maior valor relativo? (1 da ordem das dezenas<br />
de bilhão)<br />
i) Qual é o seu valor posicional? (10 000 000 000)<br />
j) O segun<strong>do</strong> número é 3 800 000 000. Como se lê este número?<br />
(3 bilhões e 800 milhões)<br />
Como é um número que tem muitos zeros é costume abreviar sua escrita<br />
por 3,8 bi.<br />
2. O terceiro número é 9 492 153.<br />
Este número possui quantas ordens e quantas classes? (7 ordens e<br />
3 classes)<br />
Para escrevê-lo na forma abreviada pode-se arre<strong>do</strong>ndá-lo para 9 500 000<br />
e registrar assim: 9,5 mi.<br />
Arre<strong>do</strong>nde os números e escreva-os sob a forma abreviada:<br />
13 875 470 7 521 342 21 492 567 010 4 672 000<br />
(13,9 mi) (7,5 mi) (21,5bi) (4,7mi)<br />
Leia esses números escritos por extenso e na sua forma abreviada.<br />
Escreva os número que possuem:<br />
– 45 unidades de milhões (45 000 000)<br />
– 128 centenas de milhares (12 800 000)<br />
– 306 dezenas de milhões (3 060 000 000)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
192
BLOCO 3. ORDENAÇÃO DOS NÚMEROS<br />
NATURAIS E A RETA NUMÉRICA<br />
A compreensão de que o nosso sistema de numeração é posicional é que<br />
permite comparar os números naturais e, então ordená-los. A representação<br />
<strong>do</strong>s números em uma reta numérica é um recurso importante em Matemática,<br />
pois ajuda a visualizar a ordenação <strong>do</strong>s números naturais. Além<br />
disso, são muitas as aplicações da reta numérica na Matemática, como por<br />
exemplo, localizar pontos no plano e no espaço, traçar gráficos de funções,<br />
comparar números etc.<br />
ATIVIDADE 1 – COMPARANDO NÚMEROS NATURAIS<br />
Para avaliar essa habilidade, propor que os alunos resolvam os exercícios<br />
abaixo, comparan<strong>do</strong> os caminhos apresenta<strong>do</strong>s para obter a solução.<br />
Observar que esses exercícios envolvem algumas habilidades trabalhadas<br />
na atividade anterior e, portanto, é um bom momento para verificar se elas<br />
foram construídas ou não.<br />
1. Quem tem a maior quantia?<br />
a) Ana, que tem 103 reais, ou Paula, que tem 130 reais? (Paula)<br />
b) Pedro, que tem 1 205 reais, ou Lucas que tem 1 250 reais? (Lucas)<br />
c) Antonio que tem 2 152 mil reais ou André que tem 2,152 milhões de<br />
reais? (Eles possuem a mesma quantia)<br />
2. Quem fez mais pontos no jogo de vídeo game?<br />
a) Isabel, que fez 7 895 pontos ou Fernanda, que fez 70 895 pontos?<br />
(Fernanda)<br />
b) Bruno, que fez 1,25 mil pontos, ou Mário, que fez 1 205 pontos? (Bruno)<br />
c) Marcos, que fez 1,009 mil pontos, ou Luiz, que fez 1,1 mil pontos?<br />
(Luiz)<br />
3. Leia abaixo o resulta<strong>do</strong> de exame de sangue de Paulo.<br />
Resulta<strong>do</strong> Valores de referência<br />
Hemácias: 4 310 000/m 3 4 000 000 a 5 200 000/m 3<br />
Hemoglobina: 12,9 g/dl 12,0 a 16,0 g/dl<br />
Hematocrito: 38,7% 35,0 a 46,0%<br />
a) De acor<strong>do</strong> com os valores de referência, o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> exame de<br />
sangue de Paulo estava normal? Por quê? (Sim, porque ele está compreendi<strong>do</strong><br />
entre 4 000 000 e 5 200 000)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
193<br />
ENCONTRO 3
) No resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> exame de sangue de Mariana, o número de hemácias<br />
deu igual a 3 900 000/m 3 . Esse valor é considera<strong>do</strong> normal. Por quê?<br />
(Não, porque ele é menor <strong>do</strong> que 4 000 000)<br />
O objetivo desse exercício é ler e interpretar as informações que aparecem<br />
em resulta<strong>do</strong>s de exames médicos. No entanto, convém conversar<br />
com os alunos sobre uma interpretação desses resulta<strong>do</strong>s, visto que isoladamente<br />
eles não constituem de fato um diagnóstico. É bom esclarecer<br />
que alia<strong>do</strong> a outros exames, valores que estão dentro ou fora <strong>do</strong>s valores<br />
de referência, podem levar a outros diagnósticos de acor<strong>do</strong> com o médico<br />
que acompanha o paciente.<br />
ATIVIDADE 2 – A RETA NUMÉRICA<br />
Uma reta numérica é uma reta que possui:<br />
Uma origem que corresponde ao número zero.<br />
Uma unidade de medida de comprimento constante correspondente<br />
à distância entre quaisquer <strong>do</strong>is números naturais consecutivos representa<strong>do</strong>s<br />
na reta.<br />
É importante que os alunos se habituem a desenhar uma reta numérica<br />
usan<strong>do</strong> uma régua graduada, escolhen<strong>do</strong> uma escala e marcan<strong>do</strong> os<br />
pontos de acor<strong>do</strong> com essa escala. Assim, enquanto o professor desenha<br />
uma reta numérica no quadro, os alunos podem desenhar uma reta numérica<br />
em seus cadernos. Inicialmente, os alunos devem desenhar uma<br />
reta numérica, graduada em centímetros, perceben<strong>do</strong> que cada número<br />
corresponde a um ponto da reta e observan<strong>do</strong> que a seta está indican<strong>do</strong><br />
que, andan<strong>do</strong> para a direita, os números aumentam.<br />
É importante que os alunos se apropriem <strong>do</strong>s seguintes fatos:<br />
Por convenção, na reta numérica os números estão ordena<strong>do</strong>s da esquerda<br />
para a direita, ou seja, da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is números representa<strong>do</strong>s na reta<br />
numérica, o menor é o que está à esquerda <strong>do</strong> outro.<br />
Numa reta numérica, um número é sempre menor <strong>do</strong> que qualquer<br />
número que está à sua direita.<br />
O número que corresponde a cada ponto é uma coordenada, ou seja,<br />
um “endereço” desse ponto.<br />
Eu sou a<br />
origem e tenho por<br />
coordenada 0<br />
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
194<br />
Eu tenho<br />
coordenada 5
É essencial que os alunos pratiquem bastante a marcação de números<br />
naturais sobre a reta numérica consideran<strong>do</strong> inicialmente a distância usual<br />
entre <strong>do</strong>is pontos consecutivos da reta numérica, ou seja, de 1 em 1, como<br />
ilustram os exemplos a seguir.<br />
Exemplo 1: Marcar na reta numérica os números 5, 8 e 12.<br />
0 1 2<br />
Exemplo 2: Desenhar uma reta numérica e marcar sobre ela os números<br />
1, 7 e 15.<br />
Só depois que eles tiverem construí<strong>do</strong> essa habilidade, é que devem ser<br />
apresentadas outras situações nas qual a reta numérica apareça com diferentes<br />
padrões de subdivisões, como ilustra<strong>do</strong> nos exemplos abaixo.<br />
Exemplo 3: A figura representa parte de uma reta numérica, na qual as<br />
distâncias entre duas marcas consecutivas são todas iguais.<br />
20 28 M<br />
Nessa reta numérica, que número corresponde ao ponto M?<br />
Observar que o comprimento entre <strong>do</strong>is pontos consecutivos é igual a 4.<br />
Portanto, o número correspondente ao ponto M é 60.<br />
Exemplo 4: Na reta numérica abaixo, as distâncias entre duas marcas<br />
consecutivas são todas iguais. Pedro marcou nessa reta numérica um número<br />
entre 25 e 65, correspondente ao ponto P.<br />
25<br />
Qual é o número que Pedro marcou?<br />
a) 31 b) 40 c) 49 X d) 53<br />
O intervalo [25,65] tem comprimento igual a 65 − 25 = 40. Como esse<br />
intervalo está dividi<strong>do</strong> em 10 subintervalos, to<strong>do</strong>s com o mesmo comprimento,<br />
então o comprimento de cada subintervalo é da<strong>do</strong> por 40/10= 4.<br />
Portanto, o número que Pedro marcou é igual a 25 + 6 x 4 = 25 + 24 =<br />
49, ou seja, alternativa C.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
195<br />
P<br />
65
ATIVIDADE 3 – AGORA É COM VOCÊ!<br />
No final desse bloco, o aluno vai fazer alguns exercícios que serão corrigi<strong>do</strong>s<br />
coletivamente em sala de aula sob a supervisão <strong>do</strong> professor.<br />
1. Escreva os números possíveis com os algarismos distintos indica<strong>do</strong>s em<br />
cada letra e depois marque o menor e o maior número de cada grupo.<br />
a) 2, 5, 8 (258, 285, 528, 582, 825, 852)<br />
b) 1, 9, 4, 7 (1 479, 1 497, 1 749, 1 794, 1 947,1 974, 4 179, 4 197, 4<br />
719, 4 791, 4 917, 4 971, 7 149, 7 194, 7 419, 7 491, 7 914, 7 941, 9 147,<br />
9 174, 9 417, 9 471, 9 714, 9 741)<br />
2. Luis digitou esse número na calcula<strong>do</strong>ra.<br />
2 564 809<br />
a) Quantos algarismos ele usou? (7 algarismos)<br />
b) Qual é o algarismo de maior valor absoluto? (O algarismo 9)<br />
c) Qual é o algarismo de maior valor relativo? (2)<br />
d) Por que esse algarismo tem maior valor relativo? (Porque ocupa a<br />
ordem mais elevada <strong>do</strong> número: unidades de milhão, valen<strong>do</strong> 2 000 000)<br />
e) Qual algarismo tem nesse número o mesmo valor absoluto e relativo?<br />
(9)<br />
f) Quantas ordens tem esse número? (7 ordens)<br />
g) Quantas classes? (Três)<br />
h) Qual é o sucessivo desse número? (2 564 810)<br />
i) Decomponha esse número e escreva-o por extenso. (Dois milhões,<br />
quinhentos e sessenta e quatro, oitocentos e nove)<br />
3. Escreva os números que foram decompostos.<br />
a) 2x100.000 + 5x1.000 + 8x10 (205 080)<br />
b) 4x1 000 000 + 6x100 000 + 2x10 000 + 8x100 + 9x10 (4 620 890)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
196<br />
ENCONTRO 4
4. Quantas centenas há nesses números?<br />
a) 20 563 029 (205 630)<br />
b) 1 235 894 (12 358)<br />
c) 25 000 057 (250 000)<br />
d) 18 104 008 (181 040)<br />
5. Calcule:<br />
a) Quantas dezenas faltam a 6 dezenas para completar 1 centena? (4)<br />
b) Quantas dezenas faltam a 320 para completar mais 1 centena? (8)<br />
c) Quantas centenas você deve acrescentar a 1 400 para completar<br />
2 milhares? (6)<br />
d) Quantas unidades de milhar faltam a 20 centenas para completar<br />
4 mil? (2)<br />
e) Quantas unidades de milhar faltam a 23 000 para completar 5 dezenas<br />
de milhar? (27)<br />
f) Quantas dezenas de milhar você deve acrescentar a 70 000 para completar<br />
9 centenas de milhar? (83)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
197
BLOCO 4. EXERCITANDO O qUE VOCÊ APRENDEU<br />
A finalidade das atividades desse bloco é rever e fixar os conteú<strong>do</strong>s que<br />
foram desenvolvi<strong>do</strong>s. O professor pode apresentar os exercícios aos alunos<br />
por partes, enquanto segue trabalhan<strong>do</strong> outros temas. No entanto, ele<br />
deve reservar espaço para refazê-los com a turma, tirar dúvidas e reforçar<br />
algum aspecto que requer mais atenção.<br />
ATIVIDADE 1 – SOBRE NÚMEROS<br />
1. Leia e determine se os números expressos nas sentenças indicam quantidade,<br />
código (identificação), estimativa ou ordem.<br />
a) Em 2050 a população <strong>do</strong> Brasil deve chegar a 259,8 mi brasileiros e<br />
nossa expectativa de vida, ao nascer, será de 81 anos. (2050 refere-se à<br />
contagem de tempo, 259,8 mi e 81 indicam estimativas)<br />
b) Na Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> de 2006, o Brasil ficou em 5º lugar e em 1º no<br />
grupo <strong>do</strong>s elimina<strong>do</strong>s nas quartas-de-final. (2006 refere-se a contagem de<br />
tempo, 5º e 1º indicam ordem)<br />
c) Se quiser falar comigo na parte da tarde ligue para 2 857 3221. (o<br />
número indica código)<br />
d) O Índice de Preços ao Consumi<strong>do</strong>r Amplo (IPCA) que serve de parâmetro<br />
para o governo traçar metas de inflação, prevê um índice de 4,45%<br />
inflacionário para 2009. (4,45% indica estimativa e 2009 indica contagem<br />
de tempo)<br />
e) A placa <strong>do</strong> carro novo da Marilda é HGS – 5005. (o número representa<br />
código).<br />
f) Raul fez 18 anos e é o novo motorista da praça. Sua carteira de habilitação<br />
é datada de 12/09/2009 e o número de registro é 02130956742.<br />
(18 refere-se à contagem de tempo, 12/09/2009 é medida e o número <strong>do</strong><br />
registro é código)<br />
g) O rodeio de Barretos atrai mais de 1,2 milhões de pessoas e movimenta<br />
R$ 200 milhões durante os 11 dias da festa <strong>do</strong> Peão de Boiadeiro.<br />
(1,2 mi indica contagem, R$200mi é medida e 11 refere-se á contagem)<br />
2. Escreva por extenso os números que aparecem registra<strong>do</strong>s em forma<br />
abreviada.<br />
a) 259,8 mi (259 800 000)<br />
b) 1,2 bi (1 200 000 000)<br />
c) R$ 200 mi (R$ 200 000 000,00)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
198
3. Você deve ter observa<strong>do</strong> que costumamos escrever datas de forma simplificada<br />
em que registramos o dia e o mês por número de acor<strong>do</strong> com sua<br />
ordem no calendário e o ano.<br />
Responda:<br />
a) Qual é o 5º mês <strong>do</strong> ano? (Maio)<br />
b) Qual é a ordem <strong>do</strong> mês de outubro no ano? (10)<br />
c) Qual é o último mês <strong>do</strong> ano? Qual é sua posição entre os meses?<br />
(Dezembro; 12º mês)<br />
O registro abrevia<strong>do</strong> de datas fica assim:<br />
17 / 08 / 2008<br />
dia mês ano<br />
4. Agora, registre de forma simplificada:<br />
a) data <strong>do</strong> seu nascimento; (Resposta pessoal)<br />
b) a data de hoje; (Resposta pessoal)<br />
c) algumas datas importantes para você; (Resposta pessoal)<br />
d) a data: onze de abril de um mil novecentos e oitenta e cinco;<br />
(11/04/1985)<br />
ATIVIDADE 2 – SOBRE O SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL<br />
1. Assinale a alternativa correta:<br />
O consecutivo <strong>do</strong> maior número forma<strong>do</strong> por três algarismos distintos é;<br />
a) 987 b) 988 (x)<br />
c) 999 d) 1 000<br />
A soma <strong>do</strong>s valores absolutos <strong>do</strong>s algarismos <strong>do</strong> número 1.805 é:<br />
a) 14 (x) b) 18<br />
c) 1 800 d) 1 805<br />
A soma <strong>do</strong>s valores relativos <strong>do</strong>s algarismos <strong>do</strong> número 1.805 é:<br />
a) 14 b) 18<br />
c) 1 800 d) 1 805 (x)<br />
O antecessor par <strong>do</strong> menor número forma<strong>do</strong> por cinco algarismos é:<br />
a) 10 000 b) 9 999<br />
c) 9 998 (x) d) 9 990<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
199
2. Componha e escreva os números forma<strong>do</strong>s por:<br />
a) 15 unidades de 5ª ordem e meio milhar. (150 500)<br />
b) 8 unidades de milhar e 4 unidades de 2ª ordem. (8 040)<br />
c) 3 milhões e meio e 9 dezenas. (3 500 090)<br />
d) 8 unidades de sétima ordem e 1 milhar e meio. (8 001 500)<br />
3. Escreva um número:<br />
– que é forma<strong>do</strong> de três classes completas. (Resposta pessoal)<br />
– que é o maior número par de 7 algarismos distintos. (9 876 543)<br />
– cujo maior valor relativo seja 200 000. (Qualquer número de 6 algarismos<br />
que tenha 2 na 6ª ordem)<br />
– cujo maior valor absoluto seja 6. (30 625, por exemplo)<br />
4. Observe o número 3 704 735 e responda:<br />
a) Quantas classes há neste número? (Três)<br />
b) E quantas ordens? (Sete)<br />
c) Qual é o valor relativo <strong>do</strong> algarismo 7 na 1ª classe? E na 2ª classe?<br />
(700 000 e 700)<br />
d) Quantas dezenas de milhar tem esse número? (370)<br />
e) Qual é o valor absoluto <strong>do</strong> algarismo 3 na 3ª classe? E na 1ª classe?<br />
(3 em ambas as classes)<br />
f) Escreva esse número por extenso. (Três milhões, setecentos e quatro<br />
mil, setecentos e trinta e cinco)<br />
5. Trocan<strong>do</strong> de posição os algarismos 2 e 5 <strong>do</strong> número 275, obtemos um<br />
número:<br />
a) de menor valor.<br />
b) de igual valor.<br />
c) em que o valor relativo de 5 é menor.<br />
d) em que o valor relativo de 2 é menor. (x)<br />
6. Escreva os números:<br />
a) Doze milhões, trezentos e dezoito mil e nove. (12 318 009)<br />
b) Cinco milhões, duzentos e quatro. (5 000 204)<br />
c) Dois bilhões, cento e oito milhões, quinze mil e sete.(2 108 015 007)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
200
ATIVIDADE 3 – PROBLEMAS APLICANDO CONHECIMENTOS SOBRE<br />
O SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL<br />
Problema 1<br />
Você sabe que o sucessivo ou consecutivo de um número é igual ao<br />
número + 1.<br />
Lembre-se disso ao resolver problemas como este.<br />
A soma de <strong>do</strong>is números consecutivos é 25. Quais são esses números?<br />
Considere o número menor como n e o sucessivo como n+1.<br />
Então:<br />
n + n+1 = 25<br />
Se você tirar a diferença, que é 1, os números ficam iguais.<br />
Logo:<br />
n + n = 25 -1 ou, n + n = 24<br />
Conclusão:<br />
n = 12<br />
12 é o número menor e 13 (12+1) é o maior (sucessivo).<br />
Problema 2<br />
A soma de <strong>do</strong>is números ímpares consecutivos é 32. Quais são esses<br />
números?<br />
Para facilitar vamos pensar em <strong>do</strong>is números menores.<br />
Considere o número ímpar 7. O seu consecutivo ímpar é 9. Qual é diferença<br />
entre eles?<br />
O número 9 é igual a 7+2.<br />
Logo, a diferença entre <strong>do</strong>is números ímpares consecutivos é igual a 2.<br />
O problema acima será resolvi<strong>do</strong> assim:<br />
Seja n o número menor e n + 2 o seu consecutivo ímpar.<br />
n + n+2 = 32<br />
Se você tirar a diferença que é 2, os números ficam iguais.<br />
Logo:<br />
n + n = 30<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
201
Conclusão:<br />
n = 15<br />
R: 15 é o número menor e 17 (15 + 2) é o número maior.<br />
Resolva:<br />
A soma de <strong>do</strong>is números consecutivos é 239. Quais são esses números?<br />
(119 e 120)<br />
A soma de três números consecutivos é 153. Quais são esses números?<br />
(50, 51 e 52)<br />
Jonas somou <strong>do</strong>is números consecutivos pares e encontrou o resulta<strong>do</strong><br />
146. Que números foram soma<strong>do</strong>s? (72 e 74)<br />
Clara e Roger tem 654 reais. Clara tem 2 reais a mais que Roger.<br />
Quanto tem cada um? (326 reais e 328 reais)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
202
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
203<br />
2<br />
OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />
objetivos:<br />
Oferecer subsídios ao professor para:<br />
desenvolver os tópicos sobre adição/subtração e multiplicação/divisão<br />
com números naturais;<br />
criar atividades e exercícios que favoreçam a aprendizagem desses<br />
conteú<strong>do</strong>s;<br />
focalizar adição/subtração e multiplicação/divisão como operações inversas;<br />
selecionar exercícios para aplicação das propriedades dessas operações;<br />
orientar seus alunos na resolução de problemas envolven<strong>do</strong> estas<br />
operações.<br />
BLOCO 1. EXPLORANDO A ADIÇÃO E A SUBTRAÇÃO<br />
ATIVIDADE 1 – REVENDO A ADIÇÃO<br />
A adição é operação que primeiro surge na vida de uma pessoa. Por ser<br />
muito usada e bem trabalhada na escola é possível que seus alunos não<br />
tenham muitas dificuldades para resolvê-la. No entanto, é bom rever desde<br />
o conceito da operação, os significa<strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s, o algoritmo e até os<br />
fatos fundamentais.<br />
Comece discutin<strong>do</strong> com a turma sobre o que está em seguida.<br />
Meio ingresso:<br />
13 759<br />
Ingresso inteiro:<br />
60 543<br />
Leia.<br />
Terminada a venda de ingressos para<br />
mais uma disputa de futebol <strong>do</strong> Brasileirão,<br />
a bilheteria fechou.<br />
É hora de conferir quantos ingressos foram<br />
vendi<strong>do</strong>s.<br />
ENCONTRO 1
Qual é o total de ingressos vendi<strong>do</strong>s?<br />
Para fazer este calculo você deve usar a operação<br />
de adição:<br />
O professor deve ouvir a leitura <strong>do</strong>s alunos e orientá-los na interpretação<br />
<strong>do</strong> que leram. Indagar sobre situações de vida em que surge a necessidade<br />
de somar. Abrir discussão sobre essas situações e possibilidades.<br />
Roteiro para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da adição e subtração:<br />
Conversa com os alunos para perceber que conceito eles tem de adição<br />
e subtração.<br />
Interpretação de contextos envolven<strong>do</strong> ações aditivas e subtrativas a fim<br />
de promover a compreensão <strong>do</strong>s diferentes significa<strong>do</strong>s dessas operações.<br />
Revisão das propriedades dessas operações.<br />
Busca no dicionário <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s de alguns termos.<br />
Utilização de materiais de ensino para facilitar o entendimento <strong>do</strong><br />
processo operatório.<br />
Resolução de adição e subtração no algoritmo buscan<strong>do</strong> a compreensão<br />
de sua realização e sanan<strong>do</strong> possíveis dificuldades.<br />
Realização de exercícios propostos, inclusive com uso de calcula<strong>do</strong>ra.<br />
A adição é uma operação muito comum no nosso dia-a-dia. Ela surge a<br />
to<strong>do</strong> instante quan<strong>do</strong> queremos saber quantos são ou o total de um grupo<br />
ou a soma de quantidades.<br />
Que operação deve ser feita para resolver os problemas?<br />
Em nossa turma há 14 alunas e 19 alunos. Quantos alunos há em<br />
nossa turma? (33)<br />
Ontem li 25 páginas de um livro e hoje li 30. Quantas páginas desse<br />
livro já li? (55)<br />
Hoje completei a quantia necessária para comprar um aparelho de<br />
som. Já tinha 180 reais e consegui mais 250 reais. Qual é preço desse<br />
aparelho? (430 reais)<br />
To<strong>do</strong>s estes problemas são resolvi<strong>do</strong>s por adição.<br />
A adição é usada quan<strong>do</strong> queremos juntar duas ou mais quantidades ou<br />
quan<strong>do</strong> vamos acrescentar uma quantidade a outra.<br />
A operação de adição está ligada a ações de reunir, juntar e acrescentar.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
204<br />
1 3 7 5 9<br />
+ 6 0 5 4 3<br />
7 4 3 0 2
Essa é uma adição de três parcelas<br />
2 0 9 parcela<br />
+ 4 7 5 parcela<br />
3 6 parcela<br />
7 2 0<br />
soma ou total (resulta<strong>do</strong> da adição)<br />
Propor aos alunos atividades recreativas envolven<strong>do</strong> adição, como:<br />
A adição está presente nos cálculos <strong>do</strong> dia-a-dia. Até nas brincadeiras.<br />
Você sabe preencher quadra<strong>do</strong>s mágicos?<br />
Esses quadra<strong>do</strong>s são mágicos porque, soman<strong>do</strong> os números<br />
que aparecem na vertical, na horizontal e na diagonal,<br />
o resulta<strong>do</strong> é sempre o mesmo. Veja:<br />
Complete esses quadra<strong>do</strong>s com os números de 1 a 9, sem repeti-los, de<br />
mo<strong>do</strong> que a soma em qualquer direção dê 15.<br />
6 1 8<br />
7 5 3<br />
2 9 4<br />
4 9 2<br />
3 5 7<br />
8 1 6<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
205<br />
2 7 6<br />
9 5 1<br />
4 3 8<br />
Agora complete os quadra<strong>do</strong>s com números de 1 a 16. A soma em qualquer<br />
direção deve ser igual a 34.<br />
16 2 3 13<br />
5 11 10 8<br />
9 7 6 12<br />
4 14 15 1<br />
1 15 14 4<br />
12 6 7 9<br />
8 10 11 5<br />
13 3 2 16<br />
Outra brincadeira interessante é a <strong>do</strong>s números mágicos.<br />
Azul Amarelo Verde Vermelho Azul Amarelo Verde Vermelho<br />
12 25 31 46 12 25 31 46<br />
37 37 43 58 Cartela <strong>do</strong> adivinha<strong>do</strong>r<br />
43 56 56 71<br />
58 68 68 77<br />
68 71 77 83<br />
83 83 89 89<br />
89 102 102 102<br />
114 114 114 114<br />
2 0 1<br />
0 1 2<br />
1 2 0
Faça cartelas iguais a estas e peça alguém para escolher um <strong>do</strong>s números<br />
e dizer as cores das colunas em que eles estão. Você deve descobrir<br />
o número escolhi<strong>do</strong>.<br />
Como? Soman<strong>do</strong> os números que estão no alto das colunas determinadas<br />
pela cor, ou seja, os da sua cartela.<br />
Exemplo: se a pessoa disser que o número escolhi<strong>do</strong> está nas colunas<br />
verde e vermelha, o número é 77 que é igual a 31 + 46.<br />
Dê uma de adivinha<strong>do</strong>r! Faça esse Azul Amarelo Verde Vermelho<br />
desafio para seus amigos. Agora que<br />
10 21 15 34<br />
descobriu o segre<strong>do</strong>, crie outra car-<br />
31 31<br />
tela com esses números.<br />
O professor deve orientar o aluno para somar, primeiro os números 2 a 2,<br />
combinan<strong>do</strong>-os de to<strong>do</strong>s os mo<strong>do</strong>s possíveis (6 combinações); depois, somamse<br />
os números 3 a 3 (4 combinações), e, finalmente, os 4 (1 combinação).<br />
Para facilitar a resolução de contas de adição, o professor pode ilustrar<br />
o algoritmo remeten<strong>do</strong> a situações com uso de materiais e realizan<strong>do</strong> a<br />
decomposição das parcelas.<br />
A resolução da adição 386 + 545 pode ser demonstrada utilizan<strong>do</strong>-se<br />
cédulas de 1, 10 e 100 reais.<br />
386 545<br />
Agrupan<strong>do</strong>-se as notas, o resulta<strong>do</strong> será:<br />
9 3 1 ou 931<br />
Decompon<strong>do</strong>-se os números, temos<br />
300 80 6<br />
+ 500 40 5<br />
800 120 11 = 900 e 30 e 1 = 931<br />
A resolução dessa forma não evidencia a reserva. Por isso, após essa<br />
atividade é bom resolver a operação no algoritmo salientan<strong>do</strong>-se as reser-<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
206
vas. Registran<strong>do</strong> e dizen<strong>do</strong> em voz alta, passo a passo, o que vai fazen<strong>do</strong>,<br />
ajuda o aluno a prestar atenção ao algoritmo.<br />
Observe como é feita esta adição no algoritmo 7 6 4 + 4 9 8.<br />
Como a conta<br />
é feita<br />
O que dizemos<br />
em voz alta<br />
1<br />
7 6 4<br />
+ 4 9 8<br />
2<br />
4 mais 8 são 12.<br />
Vai 1<br />
Resulta<strong>do</strong>: 1 262<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
207<br />
1 1<br />
7 6 4<br />
+ 4 9 8<br />
6 2<br />
1 mais 6 são 7,<br />
com mais 9 são<br />
16. Vai 1<br />
1 1<br />
7 6 4<br />
+ 4 9 8<br />
1 2 6 2<br />
1 mais 7 são 8,<br />
com mais 4 são<br />
12<br />
Efetue:<br />
a) 1 367 + 789 = b) 4 378 + 126 + 98 = c) 895 + 6 549 =<br />
ATIVIDADE 2 – APLICANDO AS PROPRIEDADES<br />
ESTRUTURAIS DA ADIÇÃO<br />
O professor deve rever as propriedades por meio de exemplos em que<br />
seja possível analisar as possibilidades inseridas em cada uma. A aplicação<br />
das propriedades nos cálculo dá mais mobilidade ao raciocínio facilitan<strong>do</strong><br />
a resolução.<br />
A adição com números naturais tem algumas propriedades chamadas<br />
estruturais.<br />
Imagine um número natural qualquer. Some 2 128 a esse número. Qual<br />
é a soma? Esse resulta<strong>do</strong> também é um número natural?<br />
Pense em outros números naturais e some-os. O resulta<strong>do</strong> é um número<br />
natural? Certamente, as somas que você encontrou são números<br />
naturais, porque<br />
A soma de <strong>do</strong>is números naturais é um número natural.<br />
Esta é a propriedade <strong>do</strong> fechamento.<br />
Na adição de <strong>do</strong>is números, quan<strong>do</strong> um deles é igual a zero, qual será<br />
a soma?<br />
Dê a soma e observe-a.<br />
352 + 0 = ..... 97 + 0 = ..... 2 143 + 0 = ..... 9 988 + 0 = .....<br />
Esta propriedade da adição chama-se elemento neutro.<br />
A soma de zero a um número é igual ao próprio número.<br />
Procure no<br />
dicionário o<br />
significa<strong>do</strong> de<br />
propriedade.
Procure<br />
no dicionário<br />
o significa<strong>do</strong><br />
de comutar.<br />
Por esse motivo, o zero é considera<strong>do</strong> o elemento neutro da adição.<br />
Calcule as somas:<br />
32 + 64 = ....... 128 + 45 = ....... 2 304 + 736 = .......<br />
64 + 32 = ....... 45 + 128=....... 736 + 2 304 =.......<br />
Qual é a 1ª parcela em 32 + 64?<br />
Qual é a 1ª parcela em 64 + 32?<br />
O que aconteceu?<br />
Se você modificar a posição das parcelas numa adição, a soma ou total<br />
será o mesmo?<br />
Propriedade comutativa. A ordem das parcelas não altera a soma.<br />
Qual a forma mais prática de encontrar a soma desses números?<br />
3 + 12 + 6 + 14 + 7 + 8 =<br />
(Soman<strong>do</strong> 12 com 8 (20), 14 com 6 (20) e 3 com 7 (10). Depois, fazen<strong>do</strong><br />
20+20=10=50)<br />
A adição permite associar (reunir) as parcelas de diferentes formas sem<br />
alterar a soma.<br />
Esta é propriedade associativa. Numa adição de três ou mais<br />
parcelas, podemos associar as parcelas de diferentes maneiras<br />
e a soma não será alterada.<br />
Qual propriedade da adição justifica cada igualdade?<br />
a) 28 + 36 = 36 + 28<br />
b) 153 + 0 = 153<br />
c) 8 + (13 + 7) + 43 = (8 + 13) + 7 + 43)<br />
Calcule o valor de X aplican<strong>do</strong> as propriedades da adição.<br />
a) 38 + 109 = x + 38<br />
b) 876 + x = 876<br />
c) (45 + 38) + x = 45 + ( 38 + 100)<br />
ENCONTRO 2<br />
ATIVIDADE 3 – REVENDO A SUBTRAÇÃO<br />
Para iniciar o trabalho com a subtração, o professor pode estabelecer<br />
diálogo com a turma sobre situações em que se utiliza a subtração. Os conteú<strong>do</strong>s<br />
das disciplinas de Ciências, Participação Cidadã e outras oferecem<br />
da<strong>do</strong>s e situações aplicáveis ao trabalho com as operações.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
208
Veja esses da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Censo <strong>do</strong> IBGE, 2004.<br />
População das capitais <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste<br />
Qual é a capital mais populosa?<br />
E a que tem menos habitante, qual é?<br />
Qual é a diferença <strong>do</strong>s números de habitantes<br />
das duas capitais?<br />
(1 981 570)<br />
Para responder à última pergunta<br />
temos que fazer uma subtração:<br />
2 443 107 – 461 534<br />
Faça essa subtração.<br />
Utilize os da<strong>do</strong>s desse quadro propon<strong>do</strong> outras operações à turma.<br />
No cotidiano das pessoas, surgem várias situações em que devem usar<br />
a subtração.<br />
Veja.<br />
Ao pagar uma compra, o indivíduo tem que conferir o troco recebi<strong>do</strong>.<br />
Um trabalha<strong>do</strong>r encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> setor de controle de estoque faz subtração<br />
a to<strong>do</strong> instante para conferir as merca<strong>do</strong>rias que saem.<br />
Ao fazer a contabilidade de uma empresa, o conta<strong>do</strong>r subtrai o valor da<br />
despesa <strong>do</strong> valor da receita para saber se o sal<strong>do</strong> é positivo ou negativo.<br />
Pense em outras situações em que a subtração é a operação adequada<br />
para resolver questões, impasses e problemas.<br />
Observe que a subtração serve para calcular o resto, quan<strong>do</strong> se procura<br />
o que sobra; a diferença, quan<strong>do</strong> duas quantidades são comparadas e<br />
o complemento, quan<strong>do</strong> se calcula quanto faltam para completar determinada<br />
quantidade.<br />
A operação de subtração está inserida em situações que envolvem<br />
ações de tirar, comparar e complementar.<br />
Este é o algoritmo da subtração:<br />
8 3 2 Este termo é o minuen<strong>do</strong><br />
– 3 7 5 Este é o subtraen<strong>do</strong><br />
4 5 7 Este é o resto, diferença ou complemento.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
209<br />
Capitais Habitantes<br />
Aracaju – SE 461 534<br />
Fortaleza – CE 2 141 402<br />
João Pessoa – PB 597 934<br />
Maceió – AL 797 759<br />
Natal – RN 712 317<br />
Recife – PE 1 422 905<br />
Salva<strong>do</strong>r – BA 2 443 107<br />
São Luís – MA 870 028<br />
Teresina – PI 715 360<br />
Total 10 162 346
As cédulas de 1, 10 e 100 reais sugeridas para a resolução de adição<br />
também são adequadas para trabalhar a subtração. Para efetuar 832 –<br />
375, procede-se assim:<br />
Representa-se o minuen<strong>do</strong> 832.<br />
Em seguida, tira-se o subtraen<strong>do</strong><br />
(375), decompon<strong>do</strong> os valores.<br />
De 2 notas de 1 não é possível tirar 5.<br />
Então, toma-se 1 nota de 10 reais e<br />
troca-a por 10 notas de 1. Tiram-se 5<br />
notas de 1 e sobram 7.<br />
832<br />
Os traços indicam as notas tiradas.<br />
Das duas notas de 10 reais devem ser tiradas 7. Novamente faz-se uma<br />
decomposição de 1 nota de 100 reais em 10 notas de 10 reais que são reagrupadas<br />
às duas que já existem.<br />
De 12 notas de 10 reais tiram-se 7 e sobram 5.<br />
Finalmente, de 7 notas de 100 tiram-se 3 restan<strong>do</strong> 4 notas de 100.<br />
Resulta<strong>do</strong>: sobram 4 notas de 100, 5 de 10 e 7 de 1 real, ou seja, 457.<br />
Verifique se os alunos entendem o processo de subtração. Dê-lhes oportunidades<br />
de resolver utilizan<strong>do</strong> materiais didáticos. Apresente situações<br />
para que eles façam contas em voz alta para que possa observar como<br />
efetuam a subtração. Siga os passos usa<strong>do</strong>s anteriormente na adição.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
210
Observe como é feita a subtração 5 031 – 274 no algoritmo.<br />
Como é feita<br />
a conta<br />
O que dizemos<br />
em voz alta<br />
5 0 3 1<br />
- 2 7 4<br />
?<br />
Veja como<br />
os números<br />
estão<br />
alinha<strong>do</strong>s.<br />
12<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
211<br />
11<br />
5 0 3 1<br />
- 2 7 4<br />
7<br />
11 menos<br />
4 dá 7<br />
9<br />
12<br />
5 0 3 1<br />
- 2 7 4<br />
5 7<br />
12 menos<br />
7 dá 5<br />
Resulta<strong>do</strong>: 4 757 ou 5 031 – 274 = 4 757<br />
Encontre os resulta<strong>do</strong>s das subtrações;<br />
a) 9 023 – 1 845 = b) 8 102 – 754 =<br />
c) 7 030 – 1 653 = d) 80 200 – 3 786 =<br />
4 9<br />
5 0 3 1<br />
- 2 7 4<br />
4 7 5 7<br />
9 menos<br />
2 dá 7.<br />
4 menos<br />
zero dá 4.<br />
Resolva os problemas e indique se envolve a idéia de tirar, comparar ou<br />
complementar.<br />
a) Como tenho R$ 790,00 não posso comprar um aparelho de som que<br />
custa R$ 850,00. Quantos reais ainda faltam? (60 reais – idéia de complementar)<br />
b) Uma televisão na loja A custa R$ 985,00 e na loja B custa R$ 789,00.<br />
Qual é a diferença entre os preços das duas lojas? (187 reais – idéia de<br />
comparar)<br />
c) A coleção de selos de Jair tem 98 selos e o de Alex tem 72. Quantos<br />
selos Jair deve dar a Alex para que os <strong>do</strong>is fiquem com a mesma quantidade<br />
de selos? (Deve dar 13 – idéia de comparar, equalizan<strong>do</strong>)<br />
d) José gastou R$ 53,00 no supermerca<strong>do</strong> e R$ 18,00 na padaria. Com<br />
quanto ficou se antes das compras tinha 120 reais? (31 reais – idéia de tirar)<br />
Para complementar o trabalho com a subtração, é interessante focalizar<br />
as possíveis alterações que podem ocorrer no resto se houver alteração no<br />
minuen<strong>do</strong> e no subtraen<strong>do</strong>. Alguns autores chamam essas possibilidades<br />
de propriedades de variância e invariância <strong>do</strong> resto.<br />
Observe que o resto pode alterar-se, quan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s termos da subtração<br />
altera-se.<br />
25 Se o minuen<strong>do</strong> aumenta (+ 15) 40<br />
– 12 – 12<br />
13 28 O resto também aumenta (+15)
25 25<br />
Se o subtraen<strong>do</strong><br />
aumenta, o resto<br />
– 12 + 5 – 17<br />
13 diminui.<br />
8 - 5<br />
O que ocorre quan<strong>do</strong> o minuen<strong>do</strong> e o subtraen<strong>do</strong> sofrem a mesma alteração?<br />
Verifique.<br />
ATIVIDADE 4 – RELACIONANDO ADIÇÃO/SUBTRAÇÃO<br />
COMO OPERAÇÕES INVERSAS ENTRE SI<br />
Quan<strong>do</strong> o professor promove atividades com o intuito de relacionar adição/subtração<br />
como operações inversas oferece oportunidade ao aluno de<br />
obter referências que podem norteá-lo nos momentos de resolução de<br />
problemas. É preciso que ele entenda que pode solucionar uma situação<br />
aditiva resolven<strong>do</strong> uma subtração e vice-versa.<br />
É costume dizer que a adição faz e a subtração desfaz. Uma reúne e a<br />
outra separa.<br />
Por isso, são consideradas operações inversas.<br />
Observe: 48 + 35 = 83, logo, 83 – 35 = 48<br />
Então: x + 35 = 83, logo, 83 – 35 = x<br />
parte<br />
Como descobrir o valor de uma parcela?<br />
to<strong>do</strong><br />
parte<br />
Podemos pensar na relação parte-to<strong>do</strong><br />
Sabemos que parte + parte = to<strong>do</strong>. Se uma das partes (parcela) é desconhecida<br />
basta subtrair o valor da outra parte <strong>do</strong> to<strong>do</strong>.<br />
Se 123 + X = 300, o valor de X é obti<strong>do</strong> fazen<strong>do</strong> 300 – 123 = X<br />
Lembre-se que as partes na subtração são o subtraen<strong>do</strong> e o resto. O<br />
minuen<strong>do</strong> corresponde ao to<strong>do</strong>.<br />
Pensan<strong>do</strong> na relação adição/subtração resolva:<br />
a) Joaquim comprou um rádio e um cartucho para impressora pagan<strong>do</strong><br />
138 reais. O cartucho custou 56 reais. Quanto pagou pelo rádio?<br />
b) Em três partidas de um jogo de videogame, Lúcio fez 172 pontos. Na<br />
1ª partida conseguiu 39 pontos e na 2ª fez 39. Quantos pontos ele fez na<br />
3ª partida?<br />
c) Vicente possuía 2 340 reais e pagou uma dívida de 1 780 reais. No<br />
fim <strong>do</strong> mês recebeu seu salário de 2 100 reais. Que quantia ele tem após<br />
receber o salário?<br />
d) Marlene e Joana fazem caminhada na pista representada abaixo:<br />
0 125 250m 375 500m 625 750m 875 1000m 1125 1250m 1375 1500m<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
212
Calcule e dê as respostas:<br />
Marlene iniciou sua caminhada no marco zero e Joana no ponto<br />
1 500m. Elas encontraram-se no ponto 625m. Quantos metros cada uma<br />
caminhou até essa marca? (Marlene: 625m e Joana: 875m)<br />
Joana e Marlene iniciaram ontem a caminhada a partir <strong>do</strong> marco<br />
1 500m. Após 10 minutos Joana estava no ponto 750m e Marlene tinha<br />
chega<strong>do</strong> a 375m. Quantos metros Marlene caminhou a mais? (Joana caminhou<br />
750m e, Marlene, 1 125m: portanto, 375m a mais)<br />
Hoje, Joana iniciou sua caminhada <strong>do</strong> marco zero e Marlene partiu <strong>do</strong><br />
marco 1 500m. Após 5 minutos, Joana estava no marco 625m e Marlene<br />
no ponto 250m. Quem caminhou mais? Quantos metros a mais? Qual a<br />
distância entre elas? (Marlene caminhou mais <strong>do</strong> que Joana, ou seja, 625m<br />
a mais. A distância entre elas é de 375m)<br />
Sugerir ao aluno criar outros problemas usan<strong>do</strong> a pista de caminhadas.<br />
e) No caixa de um banco só há notas de 10 reais. Como o bancário desse<br />
caixa deve fazer para solucionar essas situações?<br />
Um cliente quer sacar 92 reais. (Pedir 8 reais ao cliente e lhe dar 100<br />
reais)<br />
Outro cliente vai pagar um boleto no valor de 76 reais com uma nota<br />
de 100 reais. (Pedir 6 reais ao cliente e dar um troco de 30 reais)<br />
f) Você deve pagar 16 reais por uma corrida de táxi. Quanto deve dar ao<br />
motorista para que ele lhe dê um troco de 5 reais? (21 reais)<br />
g) Pensei em um número e a ele adicionei 32. Do resulta<strong>do</strong> subtrai 15 e<br />
obtive 57. Que número pensei? (40)<br />
h) Que alteração ocorrerá ao resto de uma subtração, se:<br />
adicionarmos 20 ao minuen<strong>do</strong>? (O resto aumenta 20)<br />
subtrairmos 10 ao minuen<strong>do</strong>? (O resto diminui 10)<br />
adicionarmos 15 ao subtraen<strong>do</strong>? (O resto diminui 15)<br />
adicionarmos 30 ao minuen<strong>do</strong> e ao subtraen<strong>do</strong>? (O resto não se altera)<br />
i) Quantas unidades faltam ao número 21 568 para atingir 22 unidades<br />
de milhar? (432 unidades)<br />
j) Carlos, de 28 anos, tem 7 anos a mais <strong>do</strong> que Rita. Augusto, mais<br />
novo, tem 5 anos menos que Rita. Qual é a idade de Augusto? (Augusto<br />
tem 16 anos)<br />
k) A soma das idades de uma mãe com seus <strong>do</strong>is filhos é 61 anos. O<br />
filho mais novo tem 9 anos e a mãe tem 20 anos mais <strong>do</strong> que o filho mais<br />
velho. Qual é a idade da mãe e <strong>do</strong> filho mais velho? (A mãe tem 36 anos<br />
e o filho, 16)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
213
PROMOÇÃO<br />
498 reais<br />
à vista ou<br />
15 X 35 reais<br />
BLOCO 2. EXPLORANDO A<br />
MULTIPLICAÇÃO E A DIVISÃO<br />
ATIVIDADE 1 – REVENDO A MULTIPLICAÇÃO<br />
Roteiro para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da adição e subtração:<br />
Conversa com os alunos para perceber que conceito eles tem de multiplicação<br />
e divisão.<br />
Interpretação de contextos envolven<strong>do</strong> ações de multiplicar e dividir a fim<br />
de promover a compreensão <strong>do</strong>s diferentes significa<strong>do</strong>s dessas operações.<br />
Revisão das propriedades dessas operações.<br />
Busca no dicionário <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s de alguns termos.<br />
Utilização de materiais de ensino para facilitar o entendimento <strong>do</strong><br />
processo operatório.<br />
Resolução de multiplicação e divisão no algoritmo buscan<strong>do</strong> a compreensão<br />
de sua realização e sanan<strong>do</strong> possíveis dificuldades.<br />
Realização de exercícios propostos, inclusive com uso de calcula<strong>do</strong>ra.<br />
A multiplicação é, também, uma operação de composição, pois<br />
reúne quantidades.<br />
Porém, difere da adição ao reunir somente parcelas iguais. Assim,<br />
5 + 5 + 5 + 5 = 20 pode ser registrada como 4 x 5 = 20.<br />
Ao resolver esta situação, usa-se a multiplicação.<br />
Para saber a diferença entre os preços à vista e a prazo devemos<br />
primeiro multiplicar:<br />
3 5 Fator<br />
O preço a prazo<br />
X 1 5 Fator<br />
é 525 reais.<br />
1 7 5<br />
3 5<br />
5 2 5 Produto<br />
Portanto,<br />
A operação de multiplicação com números naturais está associada à<br />
idéia de adicionar números iguais.<br />
Para que os alunos compreendam os diferentes significa<strong>do</strong>s da multiplicação,<br />
o professor deve propor alguns problemas envolven<strong>do</strong> essas<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
214<br />
ENCONTRO 3
idéias. Caso não seja feita esta abordagem, eles poderão ter dificuldade<br />
para identificar a ação multiplicativa quan<strong>do</strong> estão inseridas as idéias de<br />
combinatória e à referente à configuração retangular. A interpretação da<br />
multiplicação como adição de parcelas iguais define papéis diferentes para<br />
o multiplican<strong>do</strong> (número que se repete) e o multiplica<strong>do</strong>r (número de repetições).<br />
Essa abordagem provoca uma ambigüidade em relação à propriedade<br />
comutativa, em que axb = bxa, pois, no contexto de situações-problema<br />
isso não ocorre. Convém, portanto, apresentar ao aluno problemas<br />
varia<strong>do</strong>s, envolven<strong>do</strong> os diferentes significa<strong>do</strong>s da multiplicação.<br />
Vamos analisar estas situações.<br />
1. Os 12 ovos estão organiza<strong>do</strong>s na caixa em 2 fileiras de<br />
6 ovos ou em 6 fileiras de 2 ovos.<br />
2. Se em uma caixa há 12 ovos, quantos ovos terão:<br />
2 caixas? ....... 3 caixas? .......<br />
5 caixas? ....... 10 caixas? .......<br />
Na primeira situação é focalizada a configuração retangular e na segunda,<br />
a proporcionalidade.<br />
Outros exemplos de ação multiplicativa inserin<strong>do</strong> a disposição retangular:<br />
organização de cadeiras em teatro e cinema;<br />
carteiras na sala de aula;<br />
carros em garagem e estacionamento;<br />
tabuleiro de jogos, como Dama;<br />
barra de chocolate, quadriculada.<br />
A proporcionalidade é muito comum no dia a dia e surge em situações,<br />
como:<br />
se um pacote de arroz tem 5 quilos, quantos quilos terão 4 pacotes?<br />
uma mão tem 5 de<strong>do</strong>s; quantos são os de<strong>do</strong>s de 3 mãos?<br />
um óculos tem 2 lentes, portanto, 10 óculos tem .... lentes.<br />
um quilo de café custa 9 reais; qual será o preço de 20 quilos?<br />
Outro significa<strong>do</strong> que deve ser enfatiza<strong>do</strong> é a combinatória. O aluno tem<br />
dificuldade de perceber a ação multiplicativa envolvida em casos, como:<br />
quais são as possibilidade de pedir um sorvete numa sorveteria que<br />
oferece 20 sabores diferentes e 8 coberturas variadas?<br />
como é possível combinar 4 tipos de pães, 6 tipos de queijo e 8 tipos<br />
de embuti<strong>do</strong>s para fazer sanduíches? Quantos sanduíches diferentes<br />
posso fazer?<br />
quantas são as possibilidades de vestir 9 calças com 10 camisas, fazen<strong>do</strong><br />
combinações diferentes?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
215
A utilização de ilustração para esclarecer o raciocínio é sempre<br />
útil.<br />
Quantos carros há em cada fileira? Quantas fileiras? Quantos<br />
carros ao to<strong>do</strong>?<br />
Multiplicação: ............<br />
Escreva a multiplicação observan<strong>do</strong> os carros estaciona<strong>do</strong>s.......(3 x 2<br />
ou 2 x 3).........<br />
Crie problemas sobre a ilustração.<br />
A multiplicação envolve diferentes idéias, como: proporcionalidade,<br />
combinatória e configuração retangular.<br />
ATIVIDADE 2 – APLICANDO AS PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO<br />
Apresentan<strong>do</strong> exemplos, o professor orienta o pensamento <strong>do</strong>s alunos<br />
para a percepção de regularidades na multiplicação. Essas regularidades<br />
por serem próprias à operação são chamadas de propriedades.<br />
Pelo fato de a multiplicação ser adição abreviada, será que todas as propriedades<br />
da adição se aplicam à multiplicação?<br />
Vejamos:<br />
a) A multiplicação de números naturais dá um número natural?<br />
8 é um número natural 12 é um número natural<br />
O produto de 8 x 12, ou seja, 96 é, também, um número natural.<br />
Logo,<br />
Propriedade <strong>do</strong> fechamento<br />
O produto de <strong>do</strong>is ou mais números naturais também é um número natural.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
216
) A multiplicação é comutativa?<br />
8 x 12 = 96 e 12 x 8 = 96<br />
Então,<br />
Propriedade comutativa<br />
A ordem <strong>do</strong>s fatores não altera o produto.<br />
Qual é o elemento neutro da multiplicação?<br />
Por qual número devo multiplicar 125 para que o produto seja 125?<br />
1 x 125 = 125, logo, o elemento neutro da multiplicação é 1.<br />
Propriedade <strong>do</strong> elemento neutro<br />
Numa multiplicação de <strong>do</strong>is números naturais, quan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s fatores<br />
é 1, o produto é sempre igual ao outro fator.<br />
10<br />
c) A multiplicação é associativa?<br />
Observe: 5 x 8 x 10 x 2 5 x 8 x 10 x 2 = 10 x 80 = 800<br />
40 x 20<br />
800<br />
Propriedade associativa<br />
Numa multiplicação de três ou mais números naturais, podemos associar<br />
quaisquer <strong>do</strong>is fatores sem alterar o produto.<br />
d) Observe a ilustração.<br />
+ + 3 x ( 2+ 4 )<br />
2 + 4 2 + 4 2 + 4 = 18<br />
Ou 3 x 6 = 18 ou (3 x 2) + (3 x 4) = 6 + 12 = 18<br />
Esta é mais uma propriedade da multiplicação.<br />
Propriedade distributiva<br />
O produto de um número natural por uma soma indicada é igual à soma<br />
<strong>do</strong>s produtos desse número natural pelas parcelas da soma indicada.<br />
A propriedade distributiva é um recurso para resolver a multiplicação<br />
com números maiores.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
217<br />
80
Observe. Para multiplicar 2 356 por 35, podemos decompor um <strong>do</strong>s fatores,<br />
como, por exemplo: 35 em 30 + 5.<br />
Daí, multiplicamos 2.356 por 30<br />
2 3 5 6 ou 2 3 5 6<br />
X 30 2 3 5 6<br />
7 0 6 8 0 +2 3 5 6<br />
7 0 6 8 x 10 = 7 0 6 8 0<br />
Depois, multiplicamos 2 356 por 5 encontran<strong>do</strong> o produto 11 780<br />
Em seguida, somamos 70 680 com 11 780 encontran<strong>do</strong> o total 82 460.<br />
Foi aplicada a propriedade distributiva:<br />
35 x 2 356 = (30 x 2 356) + (5<br />
Fechamento: .........a E N e b E N ,<br />
x 2 356)<br />
então a+b= c E N<br />
Ainda ocorre na multiplicação a<br />
Comutativa: ...........a x b = b x a<br />
possibilidade <strong>do</strong> produto nulo.<br />
Anulamento: ..........a x zero = zero<br />
quan<strong>do</strong> isso acontece? Quan<strong>do</strong><br />
Elemento neutro:....a x 1 = a<br />
um <strong>do</strong>s fatores é zero: 12 x 0 x 8 = 0<br />
Associativa: ...........(a x b) x c = a x (b x c)<br />
Observe no quadro ao la<strong>do</strong> como<br />
Distributiva: ...........a x ( b+c) = a x b + a x c<br />
podemos resumir as propriedades<br />
usan<strong>do</strong> letras.<br />
Resolva aplican<strong>do</strong> a propriedade possível, identifican<strong>do</strong>-as.<br />
a) 13 x 1 x 25 = (13x25 = 325 pp. Elemento neutro)<br />
b) 28 x 0 x 450 = (0...anulamento)<br />
c) 3 521 x 32 = (30 x 3 521)+(2 x 3 521)<br />
Estime os resulta<strong>do</strong>s, fazen<strong>do</strong> os cálculos mentalmente.<br />
– usan<strong>do</strong> o arre<strong>do</strong>ndamento <strong>do</strong> maior fator<br />
a) 18 x 98 = (18x100 = 1 800... produto aproxima<strong>do</strong>)<br />
b) 25 x 397 =<br />
c) 31 x 147 =<br />
– decompon<strong>do</strong> o menor fator<br />
a) 23 x 140 = (20x140= 2 800 e 3x140=420; 2 800+420= 3 220)<br />
b) 38 x 210 =<br />
c) 16 x 95=<br />
Pense e dê as respostas.<br />
Numa multiplicação de <strong>do</strong>is fatores, o produto é igual a zero.<br />
a) Um <strong>do</strong>s fatores pode ser 38?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
218
) Um <strong>do</strong>s fatores tem que ser 38?<br />
c) Os <strong>do</strong>is fatores podem ser iguais a zero?<br />
d) Os <strong>do</strong>is fatores devem ser iguais a zero?<br />
e) Um <strong>do</strong>s fatores tem de ser igual a zero?<br />
Observe como é feita a multiplicação 6 x 237 no algoritmo<br />
Como é feita<br />
a conta<br />
O que dizemos<br />
em voz alta<br />
4<br />
2 3 7<br />
X 6<br />
2<br />
6 vezes 7<br />
dá 42, vão 4;<br />
Produto: 1 422<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
219<br />
4<br />
2 3 7<br />
X 6<br />
2 2<br />
6 vezes 3 são<br />
18, com mais<br />
4, são 22;<br />
vão 2<br />
2<br />
2 3 7<br />
X 6<br />
1 4 2 2<br />
6 vezes 2<br />
São 12,<br />
com mais<br />
2 são 14.<br />
Quan<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> fator tiver <strong>do</strong>is ou mais algarismos, a conta fica<br />
maior e há produtos parciais. Para terminar a conta, devemos somar os<br />
produtos parciais para obter o produto final. Veja.<br />
2 3 7 Começamos multiplican<strong>do</strong> 237 por 5 encontran<strong>do</strong> o<br />
X 3 5 primeiro produto parcial....... 1 185<br />
1 1 8 5 Depois, multiplicamos 237 por 3 encontran<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong><br />
7 1 1 produto parcial......711<br />
8 2 9 5 O produto final é resulta<strong>do</strong> da soma <strong>do</strong>s produtos parciais.<br />
Observe a posição <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> produto.<br />
Ele realmente vale 7 110, porque é resulta<strong>do</strong> da multiplicação de 30,<br />
porque 3 em 35 tem valor 30.<br />
Efetue estas multiplicações.<br />
a) 9 x 2 087 = b) 26 x 327 =<br />
c) 70 x 3 765 = d) 208 x 356 =<br />
ATIVIDADE 3 – REVENDO A DIVISÃO<br />
ENCONTRO 4<br />
O aluno precisa compreender que, enquanto a multiplicação reúne grupos<br />
iguais, a divisão faz o inverso, separa uma quantidade em grupos iguais.<br />
Ao fazer a divisão, duas situações podem ocorrer: dividir uma quantidade<br />
igualmente em determina<strong>do</strong>s grupos (10 balas divididas entre 2 crianças)<br />
ou dividir a quantidade em grupos de determina<strong>do</strong>s valores (10 balas separadas<br />
em grupos de 2 balas). No primeiro caso tem-se o significa<strong>do</strong> de<br />
repartir e no segun<strong>do</strong>, o de medir.
A compreensão dessas idéias, quan<strong>do</strong> bem trabalhadas, facilita a resolução<br />
de situações-problema relacionadas a outros conteú<strong>do</strong>s, como: “Uma<br />
costureira tem 2m de teci<strong>do</strong> para fazer 5 bermudas <strong>do</strong> mesmo tamanho.<br />
Quanto de teci<strong>do</strong> usará em cada uma?” (partilha). “Uma costureira tem 2m<br />
de teci<strong>do</strong> para fazer bermudas usan<strong>do</strong> 40cm em cada uma. Quantas bermudas<br />
ela poderá fazer?” (medida). A interpretação da divisão de frações,<br />
como 1: 1<br />
1<br />
fica mais fácil se for pensa<strong>do</strong> no cálculo de “quantas vezes 4 4<br />
está conti<strong>do</strong> em 1 inteiro” (medida).<br />
O professor pode começar apresentan<strong>do</strong> situações, como:<br />
PROMOÇÃO<br />
1 080 reais em 15<br />
vezes iguais<br />
1. Veja o computa<strong>do</strong>r que está na promoção.<br />
Qual é o valor de cada prestação?<br />
2. Os alunos vão comprar um presente para o professor no valor de 260<br />
reais. Ficou decidi<strong>do</strong> que a cota de participação será de 13 reais.<br />
Quantos alunos vão contribuir na compra <strong>do</strong> presente?<br />
A operação indicada para resolver os <strong>do</strong>is problemas é a divisão. No entanto,<br />
os significa<strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s nas situações são diferentes. No primeiro<br />
problema, sabe-se o número de prestações e procura-se o valor delas. No<br />
segun<strong>do</strong>, é conheci<strong>do</strong> o valor da contribuição e calcula-se o número delas.<br />
Outros problemas envolven<strong>do</strong> as duas idéias devem ser apresenta<strong>do</strong>s<br />
aos alunos.<br />
Na divisão, cada número envolvi<strong>do</strong> recebe um nome e tem uma função<br />
especial.<br />
dividen<strong>do</strong> 72 9 divisor<br />
resto 0 8 quociente<br />
O professor deve conversar com os alunos sobre a função de cada termo.<br />
Esta é uma divisão exata pois tem resto igual a zero.<br />
Observe estas divisões: 0 : 6 e 6: 0 Qual delas é possível?<br />
Zero é divisor impossível pois não existe quociente possível. No entanto,<br />
se o dividen<strong>do</strong> é zero há um quociente – zero. Lembra-se que o produto de<br />
um número por zero é igual a zero?<br />
Convém rever com a turma as alterações que o quociente pode ter<br />
quan<strong>do</strong> se modificam os valores <strong>do</strong> dividen<strong>do</strong> o <strong>do</strong> divisor. O professor<br />
pode apresentar várias divisões e propor mudanças nos termos, para que<br />
o aluno verifique as conseqüências no quociente, como, por exemplo:<br />
Vamos observar o que ocorre ao quociente destas divisões, quan<strong>do</strong>:<br />
120 : 5 = 24 multiplicamos o dividen<strong>do</strong> por 2 240 : 5 = 48<br />
multiplicamos o divisor por 2 120 : 10= 12<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
220
160 : 8 = 20 dividimos o dividen<strong>do</strong> por 4 40 : 8 = 5<br />
dividimos o divisor por 4 160 : 2 = 80<br />
E, quan<strong>do</strong> o dividen<strong>do</strong> e divisor são multiplica<strong>do</strong>s pelo mesmo número?<br />
Verifique!<br />
O aluno deve constatar que se houver a mesma a alteração nos <strong>do</strong>is<br />
termos, o quociente não se modifica. Aplicar essa possibilidade ao corte de<br />
zeros em divisões, como:<br />
360 : 40 = 36: 4; nesse caso, ambos os termos – dividen<strong>do</strong> e divisor –<br />
foram dividi<strong>do</strong>s por 10.<br />
Observe como é feita a divisão 256: 8 no algoritmo<br />
Como é feita<br />
a conta<br />
O que<br />
dizemos<br />
em voz alta<br />
2 5’ 6 8<br />
2 4 3<br />
1<br />
Começar a divisão<br />
dividin<strong>do</strong><br />
25 por 8, que<br />
dá 3. Continuar,<br />
multiplican<strong>do</strong> 3<br />
por 8 que é igual<br />
a 24. Depois<br />
subtrair 24 de 25<br />
encontran<strong>do</strong> o<br />
resto 1.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
221<br />
2 5 6’ 8<br />
2 4 3 2<br />
1 6<br />
Repetir o<br />
processo dividin<strong>do</strong><br />
16 por 8.<br />
Por que o dividen<strong>do</strong><br />
agora é<br />
16? Porque o<br />
resto 1 (1 dezena)<br />
vale 10, com<br />
mais 6 unidades<br />
de 256 dá 16.<br />
quociente: 32<br />
2 5 6’ 8<br />
2 4 3 2<br />
1 6<br />
1 6<br />
0<br />
16 dividi<strong>do</strong> por 8<br />
dá 2. E, 2 vezes<br />
8 é igual a 16.<br />
16 menos 16 dá<br />
zero<br />
Esta divisão 256 : 8 é exata porque seu resto é igual a zero.<br />
Algumas divisões não são exatas porque tem restos diferentes de zero<br />
Pense e responda:<br />
- Qual é o maior resto de uma divisão por 6? (5)<br />
- Em uma divisão por 9, qual é o maior resto possível? (8)<br />
Encontre os quocientes.<br />
a) 459 : 7 = b) 3 618 : 6 =<br />
c) 5 467 : 9 = d) 3 920 : 20 =
ATIVIDADE 4 – RELACIONANDO MULTIPLICAÇÃO/<br />
DIVISÃO COMO OPERAÇÕES INVERSAS<br />
Veja o que está representa<strong>do</strong> no quadro.<br />
1 3 reais , então, 10 10 x 3 reais = 30 reais;<br />
10 30 reais, então, 1 30 reais : 10 = 3 reais.<br />
Observe que a multiplicação envolve ação inversa à divisão e vice-versa.<br />
3 x 10 = 30, logo 30: 3 = 10<br />
Então: x 10 = 30 : 10 = 3<br />
= 30 : 10 = 10 x 3<br />
= 3 = 30<br />
E, se a divisão tem resto diferente de zero?<br />
O professor vai guardar 64 lápis em caixas onde cabem 12 lápis. Quantas<br />
caixas ele precisa? Quantos lápis sobrarão?<br />
64 12 A relação inversa é: 5 x 12 + 4 = 64<br />
4 5<br />
Dividen<strong>do</strong> = divisor x quociente + resto<br />
Consideran<strong>do</strong> a relação entre divisão/multiplicação, calcule:<br />
Qual é o valor <strong>do</strong> número natural n para que se tenha<br />
n : 5 = 5 x 24 + 3 (n = 123) n : 4 = 180 : 3 (n = 60)<br />
b) Qual é o dividen<strong>do</strong> numa divisão em que o divisor é 12, o quociente<br />
é 23 e o resto é 8? (O dividen<strong>do</strong> é 284).<br />
c) Qual é o número que multiplica<strong>do</strong> por 25 tem como produto 450? (18)<br />
d) Comprei 12 bombons a 4 reais cada um. Ao pagar recebi 2 reais de<br />
troco. Quantos reais dei para pagar? (50 reais)<br />
e) Ao pagar 24 cadernos iguais que comprou Vera recebeu 4 reais de<br />
troco. Como pagou com 220 reais, qual é o preço <strong>do</strong> caderno? (9 reais)<br />
ATIVIDADE 5 – RESOLVENDO PROBLEMAS<br />
ENVOLVENDO AS qUATRO OPERAÇÕES<br />
A resolução de problema implica numa série de procedimentos necessários<br />
que conduzem o raciocínio na busca de solução. Polya resume esses<br />
procedimentos em quatro etapas:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
222
1ª etapa: Compreender o problema 2ª etapa: Traçar um plano<br />
Ler o enuncia<strong>do</strong>.<br />
Identificar as incógnitas (os da<strong>do</strong>s<br />
desconheci<strong>do</strong>s).<br />
Perceber as relações entre os da<strong>do</strong>s<br />
e as incógnitas.<br />
Criar um esquema que represente a<br />
situação.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
223<br />
Identificar algum problema pareci<strong>do</strong>.<br />
É possível resolvê-lo por partes?<br />
Quais as ações envolvidas?<br />
Quais as operações próprias para<br />
resolvê-lo?<br />
3ª etapa: Colocar o plano em ação 4ª etapa: Verificar os resulta<strong>do</strong>s<br />
Executar o plano refletin<strong>do</strong> sobre o<br />
que faz<br />
Resolver as operações adequadas<br />
Se encontrar dificuldades, recomece<br />
e reordene o raciocínio.<br />
Confira as operações realizadas.<br />
Ler o enuncia<strong>do</strong> novamente verifican<strong>do</strong><br />
se conseguiu dar resposta ao<br />
problema.<br />
O professor deve apresentar essas etapas para os alunos e insistir para<br />
que eles sigam essa orientação e trabalhar, inicialmente, a resolução coletiva<br />
de alguns problemas.<br />
Resolva os problemas.<br />
a) Uma fábrica tem 1 278 peças estocadas. Produziu mais 423 e vendeu<br />
456. Quantas peças restaram no estoque? (1 245)<br />
b) Uma fábrica de brinque<strong>do</strong>s produziu, na segunda-feira, 1 865 unidades<br />
de certo brinque<strong>do</strong>. Na terça-feira, a produção foi maior que no dia<br />
anterior, pois foram produzi<strong>do</strong>s 371 brinque<strong>do</strong>s a mais. Na quarta-feira,<br />
a produção caiu sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s 158 brinque<strong>do</strong>s a menos que na terça.<br />
Quantos brinque<strong>do</strong>s foram produzi<strong>do</strong>s nos três dias? (6 179)<br />
c) Uma padaria recebeu uma remessa de 20 caixas de ovos. Em cada<br />
caixa há 10 dúzias de ovos. Quantas cartelas de 30 ovos podem ser formadas<br />
com essa quantidade? (80 cartelas)<br />
d) Marlene comprou 36 bombons a 4 reais cada um. Como tinha 3 notas<br />
de 50 reais, com quanto ficou após fazer o pagamento? (6 reais)<br />
e) Duas pessoas têm juntas 86 anos. Tiran<strong>do</strong> 10 anos da idade da mais<br />
velha e soman<strong>do</strong> à da outra, as idades ficam iguais. Quantos anos tem<br />
cada uma? (Uma tem 33 e outra, 53 anos)<br />
f) O quadro incompleto a seguir, deveria apresentar o número de funcionários<br />
da fábrica onde Inácio trabalha.<br />
Número de<br />
funcionários<br />
Setor de<br />
produção<br />
Setor de<br />
acabamento<br />
Controle de<br />
qualidade<br />
Almoxarifa<strong>do</strong><br />
Serviços<br />
gerais<br />
90 42 48 14 24
Preencha o quadro, consideran<strong>do</strong> que:<br />
há 34 funcionários a menos no almoxarifa<strong>do</strong> <strong>do</strong> que no controle de<br />
qualidade;<br />
o número de funcionários <strong>do</strong> setor de acabamento é o triplo <strong>do</strong>s funcionários<br />
<strong>do</strong> almoxarifa<strong>do</strong>;<br />
no setor de produção o número de funcionários é igual á soma <strong>do</strong>s<br />
funcionários <strong>do</strong> setor de acabamento e <strong>do</strong> controle de qualidade;<br />
o número <strong>do</strong>s funcionários de serviços gerais é a metade <strong>do</strong>s funcionários<br />
<strong>do</strong> controle de qualidade.<br />
g) Ao final de uma noite de trabalho em um restaurante, quatro garçons<br />
contaram suas gorjetas: um dele ganhou 42 reais; outro recebeu 74 reais;<br />
o terceiro conseguiu 83 reais e o quarto ganhou 69 reais. Como costumam<br />
dividir a gorjeta igualmente entre eles, com quanto cada um ficou nesta<br />
noite? (67 reais)<br />
h) Após jantar em um restaurante, Roberto e <strong>do</strong>is amigos dividiram a<br />
conta de 144 reais e ainda ficou com 25 reais. Quanto Roberto tinha quan<strong>do</strong><br />
entrou no restaurante? (73 reais)<br />
i) Um supermerca<strong>do</strong> comprou 680 caquis que foram embala<strong>do</strong>s igualmente<br />
em 136 caixas. Quantos caquis foram coloca<strong>do</strong>s em cada caixa? (5 caquis)<br />
j) Uma pessoa ganha anualmente R$ 6 305,00 incluin<strong>do</strong> o 13º salário.<br />
Quanto ela ganha por mês? (R$ 485,00)<br />
k) Joaquim é encarrega<strong>do</strong> de embalar os produtos de um supermerca<strong>do</strong>.<br />
No estoque há 414 latas de óleo que serão embaladas em caixas onde<br />
cabem 12 latas. Joaquim embalará quantas caixas completas? Sobrarão<br />
latas? Quantas? (34 caixas completas e sobram 6 latas)<br />
l) Os 506 alunos de uma escola vão participar das Olimpíadas da Primavera.<br />
Para isso, formarão grupos de 35 alunos. Marque a resposta correta.<br />
- Quantos grupos serão forma<strong>do</strong>s?<br />
14 (X) 15 23 35<br />
- Quantos alunos a mais serão necessários para formar mais um grupo?<br />
6 12 19 (X) 26<br />
Está barato!<br />
R$ 3,00 o quilo<br />
Vou levar 6 quilos<br />
m) De acor<strong>do</strong> com a gravura ao<br />
la<strong>do</strong> crie um problema envolven<strong>do</strong><br />
troco de R$ 32,00.<br />
n) Um eleva<strong>do</strong>r pode transportar,<br />
de uma só vez, 460kg no máximo.<br />
Um funcionário de uma empresa quer<br />
subir 12 caixas com 90kg em cada<br />
uma. Como o funcionário pesa 70kg,<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
224
quantas viagens, no mínimo, serão necessárias para transportar as caixas?<br />
(3 viagens)<br />
o) Antônio comprou 4 calças <strong>do</strong> mesmo preço e conseguiu um desconto<br />
de 7 reais em cada uma. No total, ele pagou 216 reais. Qual é o preço de<br />
cada calça, sem o desconto? (61 reais)<br />
ATIVIDADE 6 – USANDO A CALCULADORA<br />
A calcula<strong>do</strong>ra é um instrumento de grande uso social e não deve ser<br />
excluída das atividades de sala de aula. Cabe ao professor decidir o<br />
momento apropria<strong>do</strong> para introduzi-la. Na resolução de problemas que<br />
exigem longos e demora<strong>do</strong>s algoritmos, o uso da calcula<strong>do</strong>ra dispensa<br />
essa parte enfa<strong>do</strong>nha e repetitiva permitin<strong>do</strong> o aluno a concentrar sua<br />
atenção nas relações operatórias e no raciocínio. O Manual <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r<br />
que acompanha os Guias de Estu<strong>do</strong> sugerem várias atividades incluin<strong>do</strong><br />
a calcula<strong>do</strong>ra. Além delas, selecionamos outras que podem enriquecer<br />
a aprendizagem e possibilitar ao aluno mais familiaridade com esse<br />
instrumento.<br />
a) Faça as multiplicações na calcula<strong>do</strong>ra.<br />
6 x 37 037 (222 222) 15 873 x 14 (222 222) 66 x 3.367 (222 222)<br />
O que observa nos produtos?<br />
b) Agora, multiplique.<br />
15 x 37 037 (555 555) 12 x 37 037 (444 444)<br />
Quais são os produtos?<br />
c) Pesquise outros produtos de 37 037!<br />
Encontre o número pelo qual você deve multiplicar 37 037 para que o<br />
produto seja igual a<br />
111 111 (3) 22 222 (6) 333 333 (9)<br />
444 444 (12) 555 555 (15) 66 666 (18)<br />
777 777 (21) 888 888 (24) 999 999 (27)<br />
d) Escreva a seqüência de números que você multiplicou por 37037 para<br />
obter os produtos <strong>do</strong> item anterior. O que observa? (É uma seqüência de<br />
3 em 3)<br />
e) Faça as divisões.<br />
1 620 : 12 3 375 : 25 6 480 : 48<br />
- Qual é o quociente dessas divisões?<br />
- Descubra 3 divisões com divisores de 2 algarismos que tenham esse<br />
quociente.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
225
f) Resolva os problemas utilizan<strong>do</strong> a calcula<strong>do</strong>ra.<br />
Os cinco países com a maior área territorial são:<br />
Brasil .................8 547 403 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s ...9 372 614 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />
China ................9 571 300 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />
Canadá ..............9 970 610 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />
Rússia .............17 075 400 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />
A diferença entre a área da Rússia e a soma das áreas <strong>do</strong> Brasil<br />
com a <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s é maior que 800 000 quilômetros quadra<strong>do</strong>s?<br />
(844 617 quilômetros quadra<strong>do</strong>s)<br />
Se a área da Rússia tivesse 19 406 quilômetros quadra<strong>do</strong>s a mais,<br />
seria o <strong>do</strong>bro da área <strong>do</strong> Brasil? (Sim)<br />
A soma das áreas <strong>do</strong> Canadá e <strong>do</strong> Brasil chega a 20 000 000 quilômetros<br />
quadra<strong>do</strong>s? (Não; a soma é 18 518 013 km²)<br />
g) Resolva.<br />
O rio Amazonas despeja 175 milhões de litros de água por segun<strong>do</strong> no<br />
oceano Atlântico. Quantos litros de égua o rio pode despejar em 1 hora?<br />
h) Usan<strong>do</strong> as teclas de memória dê o resulta<strong>do</strong> das igualdades.<br />
83 + 28 x 120 = (3 443)<br />
15 x 57 + 31 x 82 = (3 397)<br />
(17 x 32 – 20) – 98 = (426)<br />
1 000 – 270 x 3 = (190)<br />
246 861 738<br />
950 – 280 + 35 + 21 = (726)<br />
230 + 365 : 5 + 160 = (463)<br />
1107 615 123<br />
i) No quadra<strong>do</strong> mágico ao la<strong>do</strong> as somas <strong>do</strong>s números<br />
no senti<strong>do</strong> horizontal, vertical e na diagonal é<br />
492 369 984<br />
sempre 1 845. Use a calcula<strong>do</strong>ra para determinar os<br />
números das casas em branco.<br />
j) Reúna-se com 3 colegas. Consultem um folheto de propagandas<br />
de lojas de eletro<strong>do</strong>mésticos ou de supermerca<strong>do</strong> e criem 8 problemas<br />
utilizan<strong>do</strong> a calcula<strong>do</strong>ra. Troque os problemas com os outros grupos e<br />
resolva-os.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
226
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
227<br />
3<br />
EXPLORANDO O ESPAÇO E AS FIGURAS GEOMÉTRICAS<br />
objetivos:<br />
Apresentar ao professor sugestões para o desenvolvimento deste tópico<br />
com o intuito de levar os alunos a:<br />
identificar pontos em representações gráficas ten<strong>do</strong> como referência<br />
um ou mais atributos;<br />
interpretar o movimento de pessoas ou objetos no espaço;<br />
classificar os sóli<strong>do</strong>s geométricos;<br />
identificar propriedades <strong>do</strong>s corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s tais como tipo de superfícies<br />
com que são forma<strong>do</strong>s: planas ou não planas e nomeá-los;<br />
identificar propriedades <strong>do</strong>s poliedros tais como tipo e número de faces<br />
com que são forma<strong>do</strong>s, número de arestas e vértices e nomeá-los;<br />
construir alguns sóli<strong>do</strong>s a partir de suas planificações;<br />
identificar e conceituar polígonos, círculo, triângulos e quadriláteros;<br />
identificar simetrias em relação a um eixo;<br />
resolver problemas com o uso de simetria;<br />
conceituar as transformações de reflexão, translação e rotação e suas<br />
propriedades.<br />
BLOCO 1. LOCALIZANDO-SE E<br />
MOVIMENTANDO-SE NO ESPAÇO<br />
Localizar uma rua em um bairro, uma cidade em um mapa, um livro em<br />
uma biblioteca, uma cadeira em um teatro, são alguns exemplos da importância<br />
da localização. Para cada situação é criada uma maneira que permite<br />
encontrar o que se procura de uma forma simples. Para iniciar essa<br />
atividade, o professor pode levar para a sala de aula alguns catálogos telefônicos<br />
e pedir que os alunos localizem determinada rua ou lugar e discutir<br />
com os alunos a maneira utilizada pelo catálogo para essa localização.<br />
ENCONTRO 1
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
Vitor<br />
Ari<br />
Lucas<br />
Fabio<br />
Ana<br />
1<br />
Pedir que os alunos façam os exercícios<br />
Alberto Mateus Junia<br />
Rute abaixo.<br />
1. Uma professora dividiu a sala de aula em<br />
Lara<br />
Nair Marcelo Rosa linhas e colunas e identificou cada carteira<br />
por um par forma<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is números, onde<br />
Lucia<br />
Celia<br />
Enio<br />
Tais o primeiro número identificava a coluna e o<br />
segun<strong>do</strong> número identificava a linha em que<br />
Bruna Fabiana Julia<br />
Tiago cada carteira se encontrava. Assim, a carteira<br />
onde Lúcia estava foi identificada pelo par<br />
Luis<br />
Oto<br />
Mara<br />
Marli (2,3), pois sua carteira estava no cruzamento<br />
da coluna 2 com a linha 3.<br />
Observe novamente a ilustração e faça o<br />
2 3 4 5<br />
que se pede.<br />
a) Represente utilizan<strong>do</strong> pares de números a localização das carteiras<br />
<strong>do</strong>s seguintes alunos: Ana, Lara, Bruna, Fabiana, Mateus e Rute. (1,1);<br />
(2,4); (2,2); (3,2), (3,5) e (5,5)<br />
b) Que alunos estão nas carteiras identificadas pelos pares: (4,2); (1,3);<br />
(4,4); (3,1), (5,2)? (Júlia; Lucas; Marcelo; Oto e Tiago).<br />
c) Na segunda-feira, a professora resolveu fazer uma brincadeira. Pediu<br />
que to<strong>do</strong>s os alunos mudassem de lugar. Os novos lugares seriam<br />
agora identifica<strong>do</strong>s assim: o primeiro número <strong>do</strong> par identificaria a linha<br />
e o segun<strong>do</strong> número identificaria a coluna onde o aluno deveria se<br />
sentar. Pense e responda: Que alunos não vão trocar de lugar? (Ana,<br />
Bruna, Célia, Marcelo e Rute, ou seja, os alunos que estavam senta<strong>do</strong>s<br />
nas carteiras identificadas pelos pares: (1,1), (2,2), (3,3), (4,4) e (5,5),<br />
respectivamente).<br />
d) Copie o desenho da sala de aula e coloque em cada carteira os nomes<br />
<strong>do</strong>s alunos, de acor<strong>do</strong> com a mudança realizada pela professora.<br />
O professor pode simular essa situação com sua turma, pedin<strong>do</strong> que os<br />
alunos desenhem uma planta com a localização das carteiras de sua sala<br />
de aula e identifican<strong>do</strong>-as com os nomes <strong>do</strong>s alunos que as ocupam.<br />
Informar então aos alunos que nessa situação cada carteira tem um<br />
endereço indica<strong>do</strong> por um par de números, considera<strong>do</strong>s em uma certa<br />
ordem, pois o primeiro número identifica a coluna e o segun<strong>do</strong> identifica a<br />
linha onde a carteira se encontra.<br />
Por isso, dizemos que esse par é um par ordena<strong>do</strong> de números.<br />
2. No quadricula<strong>do</strong> seguinte, cada figura tem um “endereço”: o endereço<br />
da figura ♠, por exemplo, é o par (9,8) por estar no cruzamento da reta<br />
vertical que passa por 9 com a reta horizontal que passa por 8.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
228
Observe o quadricula<strong>do</strong> e faça<br />
o que se pede:<br />
a) Escreva na forma de um<br />
par, forma<strong>do</strong> por números, os<br />
endereços das seguintes figuras:<br />
♦; ♠; ♣ e ♥. (3,7); (2,3); (8,2)<br />
e (7,6).<br />
b) Desenhe um quadricula<strong>do</strong><br />
igual ao anterior e desenhe nele<br />
as seguintes figuras de acor<strong>do</strong><br />
com os seus endereços.<br />
(5, 1)<br />
(4, 5)<br />
(1, 6)<br />
(6, 4)<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
c) Inverta a ordem <strong>do</strong>s números nos pares <strong>do</strong> exercício da letra b, escreva-os<br />
e desenhe as figuras no mesmo quadricula<strong>do</strong> anterior de acor<strong>do</strong> com<br />
seus novos endereços. As figuras foram representadas no mesmo lugar ou<br />
em lugares diferentes? (Lugares diferentes).<br />
Agora responda: Mudar a ordem <strong>do</strong>s números nos pares muda a posição<br />
das figuras? (Sim).<br />
Após a correção <strong>do</strong>s exercícios acima, remeter o aluno ao Guia de Estu<strong>do</strong>,<br />
que apresenta várias situações interessantes. Em seguida, formalizar<br />
as idéias acima.<br />
Para localizar pontos em uma reta precisamos apenas de um número.<br />
Mas quan<strong>do</strong> queremos localizar pontos em um plano, precisamos<br />
de <strong>do</strong>is números, isto é de duas informações. Para isso usamos duas<br />
retas numeradas de mesma origem, perpendiculares, chamadas de EI-<br />
XOS COORDENADOS. Um plano com <strong>do</strong>is eixos coordena<strong>do</strong>s chama-se<br />
PLANO CARTESIANO, porque foi inventa<strong>do</strong> por um matemático francês<br />
chama<strong>do</strong> René Descartes (1596-1650).<br />
No quadricula<strong>do</strong> a seguir estão duas retas perpendiculares OX e OY.<br />
Observe que P está no cruzamento da reta vertical que passa pelo ponto<br />
2, situa<strong>do</strong> na reta OX, com a reta horizontal que passa pelo ponto 5,<br />
situa<strong>do</strong> na reta OY. Dizemos que os números 2 e 5 são as coordenadas<br />
<strong>do</strong> ponto P e escrevemos P = (2,5). Podemos dizer que, nesse caso o<br />
endereço de P é o par ordena<strong>do</strong> (2,5).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
229<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A reta horizontal é chamada<br />
de eixo x ou eixo horizontal ou<br />
eixo das abscissas.<br />
A reta vertical é chamada de<br />
eixo y ou eixo vertical ou eixo<br />
das ordenadas.<br />
Os <strong>do</strong>is eixos, juntos, são chama<strong>do</strong>s<br />
de eixos coordena<strong>do</strong>s, e<br />
um plano, com <strong>do</strong>is eixos desenha<strong>do</strong>s,<br />
chama-se plano cartesiano.<br />
Para não confundir os endereços<br />
e trocar o ponto P pelo ponto<br />
Q tem-se que:<br />
1° elemento <strong>do</strong> par<br />
Nome: 1ª coordenada ou<br />
abscissa. É medi<strong>do</strong> no eixo<br />
horizontal e dá a distância<br />
de P ao eixo vertical.<br />
Solicitar aos alunos que observem novamente o plano cartesiano anterior<br />
e respondam as seguintes perguntas:<br />
Compare as coordenadas e a localização <strong>do</strong>s pontos e P e Q.<br />
O que você observa? (A abscissa <strong>do</strong> ponto P é a ordenada <strong>do</strong> ponto<br />
Q e vice versa. Os pontos P e Q não têm a mesma localização no plano<br />
cartesiano).<br />
Qual é a abscissa <strong>do</strong> ponto M? (4).<br />
Qual é a ordenada <strong>do</strong> ponto N? (5).<br />
Qual é a abscissa <strong>do</strong> ponto T? (1).<br />
Qual é a ordenada <strong>do</strong> ponto R? (8).<br />
Quais são as coordenadas <strong>do</strong> ponto S? (9,2).<br />
10<br />
Dos pontos acima, qual deles tem a maior ordenada? E a menor?<br />
(Maior: R; menores: Q e S).<br />
Dos pontos acima, qual deles tem a maior abscissa? E a menor?<br />
(Maior: S; menor: T).<br />
Qual é a ordenada de um ponto qualquer que está sobre o eixo horizontal?<br />
(zero).<br />
Qual é a abscissa de um ponto qualquer que está sobre o eixo vertical?<br />
(zero).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
(2,5)<br />
230<br />
T M<br />
P(2,5)<br />
R<br />
Q(5,2)<br />
N<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
2° elemento <strong>do</strong> par<br />
Nome: 2ª coordenada<br />
ou ordenada. É medi<strong>do</strong> no<br />
eixo vertical e dá a distância<br />
de P ao eixo horizontal.<br />
S
BLOCO 2. ESTUDANDO OS SóLIDOS GEOMÉTRICOS<br />
As formas estudadas pela Geometria são chamadas de figuras geométricas.<br />
A Geometria é importante para ver e entender o mun<strong>do</strong> que nos cerca<br />
e está presente na natureza e nas artes.<br />
ATIVIDADE 1 – CLASSIFICANDO OS SóLIDOS GEOMÉTRICOS<br />
Após comentar a introdução acima e com<br />
o objetivo de familiarizar os alunos com os<br />
sóli<strong>do</strong>s com os quais eles vão trabalhar, levar<br />
para a sala de aula, embalagens e objetos<br />
de diferentes formas e tamanhos.<br />
Em seguida, apresentar para os alunos<br />
alguns modelos de sóli<strong>do</strong>s cujas formas são<br />
parecidas com as <strong>do</strong>s objetos acima, enfatizan<strong>do</strong><br />
nesse momento a nomenclatura correta <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s, visto que é<br />
comum algumas pessoas se referirem ao paralelepípe<strong>do</strong> como retângulo,<br />
ao cubo como quadra<strong>do</strong> etc., o que não é correto.<br />
Relacione os <strong>do</strong>is conjuntos de sóli<strong>do</strong>s escreven<strong>do</strong> os nomes <strong>do</strong>s objetos<br />
cujas formas se parecem com:<br />
a) Um cubo. b) Um paralelepípe<strong>do</strong>.<br />
c) Uma esfera. d) Um cilindro.<br />
e) Uma pirâmide. f) Um cone.<br />
(As respostas dadas irão depender da coleção de sóli<strong>do</strong>s que foi utilizada).<br />
Com a coleção sobre uma mesa, pedir a um aluno que pense num critério<br />
para separar os sóli<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is conjuntos.<br />
Os outros alunos devem adivinhar qual foi o critério escolhi<strong>do</strong> pelo<br />
colega. É provável que, no início os critérios escolhi<strong>do</strong>s sejam a cor ou o<br />
material de que são feitas as embalagens e os objetos da coleção. Caso<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
231<br />
ENCONTRO 2
isso ocorra, encaminhar as discussões para que os critérios escolhi<strong>do</strong>s<br />
sejam geométricos, ou seja, separação <strong>do</strong>s objetos pela forma, levan<strong>do</strong>se<br />
em conta os seguintes aspectos:<br />
Possibilidade de rolarem sobre uma superfície plana.<br />
Maneiras como se apóiam.<br />
Número e forma das superfícies que os compõem.<br />
Devi<strong>do</strong> à limitação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s representa<strong>do</strong>s pelas embalagens e pelos<br />
objetos, o professor deve complementar a coleção de mo<strong>do</strong> que ela tenha:<br />
Formas diversas: prismas, pirâmides, cones, cilindros, esferas, poliedros<br />
regulares e não regulares.<br />
Prismas e pirâmides de bases diversas: triangulares, retangulares,<br />
pentagonais, hexagonais etc.<br />
Prismas, pirâmides, cones e cilindros retos e oblíquos.<br />
Se não surgir a classificação em poliedros e corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, que é o<br />
objetivo dessa atividade, apresentar os <strong>do</strong>is conjuntos abaixo e pedir aos<br />
alunos que observem bem suas semelhanças e diferenças e que as explicitem<br />
por meio de palavras.<br />
A. Conjunto <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que rolam em alguma posição. Nesse conjunto<br />
estão presentes os sóli<strong>do</strong>s que contêm pelo menos uma superfície<br />
não plana.<br />
Os alunos podem verificar que alguns sóli<strong>do</strong>s têm uma parte de sua superfície<br />
não plana e outras planas (cilindros e cones) e outros que não têm<br />
qualquer parte plana em sua superfície (esfera). Eles podem também ser<br />
incentiva<strong>do</strong>s a observar que a região de<br />
apoio de um corpo re<strong>do</strong>n<strong>do</strong> sobre uma<br />
superfície plana pode ser uma superfície,<br />
uma linha ou um ponto.<br />
Esse conjunto será chama<strong>do</strong> de Corpos<br />
Re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s.<br />
B. Conjuntos <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que não rolam em nenhuma posição.<br />
Nesse conjunto estão os sóli<strong>do</strong>s que contêm apenas partes planas, o que<br />
significa que as regiões de apoio<br />
desses sóli<strong>do</strong>s sobre um plano<br />
são sempre superfícies planas.<br />
Esse conjunto será chama<strong>do</strong><br />
de Poliedros.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
232
C. Conjuntos <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que<br />
não rolam, mas contêm partes<br />
não planas. Esses sóli<strong>do</strong>s não são<br />
poliedros nem corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s.<br />
ATIVIDADE 2 – ESTUDANDO OS POLIEDROS<br />
Trabalhan<strong>do</strong> apenas com os poliedros, o professor pode então caracterizar<br />
e introduzir a nomenclatura correta <strong>do</strong>s seus elementos: faces, arestas<br />
e vértices.<br />
A parte plana de um poliedro é chamada de FACE. Daí a origem <strong>do</strong><br />
nome poliedro: poli: muitas e edros: faces, assim poliedro significa um<br />
sóli<strong>do</strong> de muitas faces.<br />
Exemplificar com o poliedro abaixo que tem três faces retangulares e<br />
duas faces triangulares.<br />
Pedir então aos alunos que escolham um poliedro da coleção e que digam<br />
quantas e de que forma são suas faces.<br />
Além das faces, um poliedro tem também vértices e arestas.<br />
Incentivar os alunos a perceber que as faces<br />
são ligadas por segmentos de reta denominadas<br />
ARESTAS. O encontro de duas ou mais arestas<br />
é um ponto, denomina<strong>do</strong> VÉRTICE <strong>do</strong> poliedro.<br />
Exemplificar com a figura abaixo, onde se vê,<br />
em destaque, um vértice e uma aresta de um<br />
bloco retangular.<br />
O professor pode solicitar aos alunos que<br />
façam as seguintes tarefas:<br />
Construir a estrutura de alguns poliedros<br />
utilizan<strong>do</strong> palitos de churrasco ou canudinhos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
233<br />
face<br />
triangular<br />
face<br />
retangular<br />
vértice<br />
aresta
Nessas construções, as noções das arestas como segmentos de reta e <strong>do</strong>s<br />
vértices como pontos tornam-se bem mais visíveis. Além disso, essas construções<br />
permitem também que os alunos percebam fatos <strong>do</strong> tipo: quantas<br />
arestas têm cada face, quantas arestas incidem em cada vértice etc.<br />
Para conhecer mais sobre esse tipo de construção, consultar o artigo:<br />
“Visualizan<strong>do</strong> o espaço tridimensional pela construção de poliedros”, parte<br />
integrante <strong>do</strong> livro Aprenden<strong>do</strong> e ensinan<strong>do</strong> geometria, organiza<strong>do</strong> por<br />
Mary Montgomery Lindiquist e Albert P. Shulte, Editora Atual, SP.<br />
Escolher um poliedro da coleção e contar o número de vértices, arestas<br />
e faces <strong>do</strong> mesmo. Completar, junto com a turma, uma tabela <strong>do</strong> tipo:<br />
Nome <strong>do</strong><br />
poliedro<br />
Número<br />
de faces<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
234<br />
Número de<br />
arestas<br />
Número de<br />
vértices<br />
Cubo 6 12 8<br />
......... ........ .......... ..........<br />
.......... .......... ........... ..........<br />
Verificar a relação de Euler para poliedros convexos: V − A + F = 2, ou<br />
seja, número de vértices − número de arestas + número de faces = 2.<br />
Esta atividade, além de simples contribui para o entendimento <strong>do</strong>s elementos<br />
de um poliedro: face, aresta e vértice.<br />
De posse ainda da coleção de poliedros, incentivar os alunos a fazer<br />
outra classificação, levan<strong>do</strong>-os a observarem agora algumas características<br />
relacionadas às formas das faces laterais e das bases, aos vértices<br />
e às arestas.<br />
Ao discutir os resulta<strong>do</strong>s com os alunos, pode ser que não surja a classificação<br />
pretendida. Caso isso ocorra, pode-se então sugerir que eles procurem<br />
outros mo<strong>do</strong>s de separar os poliedros até que apareça a classificação<br />
esperada: prismas, pirâmides e outros poliedros que não se classificam<br />
nem como prismas nem como pirâmides. O primeiro conjunto de poliedros<br />
será forma<strong>do</strong> pelos prismas.<br />
Prismas: poliedros cujas arestas laterais são todas paralelas e de<br />
mesmo comprimento, cujas faces laterais são todas em forma de paralelogramos<br />
e que possuem duas bases congruentes e paralelas que<br />
podem ter formas variadas.<br />
Os prismas podem ainda ser classifica<strong>do</strong>s em retos e oblíquos, mas o<br />
objetivo aqui é estudar os prismas retos, ou seja, os prismas nos quais<br />
as arestas laterais são perpendiculares às bases e as faces laterais são<br />
retangulares.
Observe os prismas abaixo e responda.<br />
De acor<strong>do</strong> com a região poligonal das bases, que nome especial recebe<br />
cada prisma?<br />
prisma<br />
triangular<br />
Organizar os prismas com os alunos para<br />
que possam perceber que neles estão incluí<strong>do</strong>s<br />
os blocos retangulares e em particular o cubo.<br />
Assim, uma classificação para os prismas<br />
pode ser visualizada no diagrama ao la<strong>do</strong>.<br />
O segun<strong>do</strong> conjunto de poliedros será forma<strong>do</strong><br />
pelas pirâmides.<br />
Pirâmides: poliedros cujas arestas laterais são concorrentes em um único<br />
ponto chama<strong>do</strong> vértice que possuem apenas uma base e cujas faces<br />
laterais são regiões triangulares.<br />
Vamos estudar as pirâmides retas, ou seja, as pirâmides nas quais as<br />
arestas laterais são todas congruentes. De acor<strong>do</strong> com a região poligonal<br />
das bases, a pirâmide também recebe nomes especiais:<br />
pirâmide triangular<br />
(tetraedro)<br />
prisma<br />
pentagonal<br />
pirâmide<br />
quadrangular<br />
De posse da coleção de prismas e pirâmides, solicitar aos alunos que<br />
façam uma relação das semelhanças e diferenças entre os sóli<strong>do</strong>s das duas<br />
coleções. São essas semelhanças e diferenças que o ajudarão a entender<br />
os conceitos de prisma e pirâmide. Em seguida, fazer um levantamento<br />
das respostas dadas, discutin<strong>do</strong> as propriedades descobertas pelos alunos<br />
e corrigin<strong>do</strong> o que não estiver correto.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
235<br />
prisma<br />
hexagonal<br />
pirâmide<br />
pentagonal<br />
prisma<br />
quadrangular<br />
pirâmide<br />
hexagonal<br />
poliedros<br />
prismas retos<br />
paralelepípe<strong>do</strong>s<br />
cubos
Com o objetivo de sistematizar essas descobertas, construir junto com<br />
os alunos duas tabelas como as exemplificadas abaixo.<br />
PRISMAS<br />
Nome Número de<br />
vértices da base<br />
Número<br />
de vértices<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
236<br />
Número<br />
de arestas<br />
Número<br />
de faces<br />
Prisma de base triangular 3 6 9 5<br />
Prisma de base retangular 4 8 12 6<br />
Prisma de base pentagonal 5 10 15 7<br />
Prisma de base hexagonal 6 12 18 8<br />
PIRÂMIDES<br />
Nome Número de<br />
vértices da base<br />
Número<br />
de vértices<br />
Número<br />
de arestas<br />
Número<br />
de faces<br />
Prisma de base triangular 3 4 6 4<br />
Prisma de base retangular 4 5 8 5<br />
Prisma de base pentagonal 5 6 10 6<br />
Prisma de base hexagonal 6 7 12 7<br />
Pela observação das tabelas os alunos podem encontrar várias relações<br />
que caracterizam os prismas e as pirâmides, como, por exemplo:<br />
O número de arestas de um prisma é o triplo <strong>do</strong> número de vértices<br />
de uma de suas bases.<br />
O número de vértices de um prisma é o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número de vértices<br />
de uma de suas bases.<br />
To<strong>do</strong> prisma tem um número par de vértices.<br />
Nas pirâmides o número de vértices é igual ao número de faces.<br />
Nas pirâmides, o número de arestas é o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número de vértices<br />
da base.<br />
Os prismas têm pelo menos um par de faces paralelas e as pirâmides<br />
nunca têm faces paralelas.<br />
Todas as faces das pirâmides, com exceção de uma delas, encontramse<br />
em um ponto e to<strong>do</strong>s os vértices de uma pirâmide, com exceção de um<br />
deles, estão em uma mesma face.<br />
Em um prisma, metade <strong>do</strong>s vértices fica em uma das bases e a outra<br />
metade fica na outra base, que é paralelas e congruente à primeira.<br />
Em seguida, apresentar o terceiro conjunto.<br />
Poliedros que não se caracterizam nem como prismas nem como pirâmides,<br />
sen<strong>do</strong> defini<strong>do</strong>s apenas pelo número de faces que possuem.
Organizar com os alunos o quadro a seguir.<br />
Nome <strong>do</strong><br />
poliedro<br />
Número<br />
de faces<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
237<br />
Nome <strong>do</strong><br />
poliedro<br />
Número<br />
de faces<br />
Tetraedro 4 faces Octaedro 8 faces<br />
Pentaedro 5 faces Decaedro 10 faces<br />
Hexaedro 5 faces Dodecaedro 12 faces<br />
Heptaedro 7 faces Icosaedro 20 faces<br />
Os outros poliedros são indica<strong>do</strong>s nomean<strong>do</strong>-se o total de suas faces,<br />
como por exemplo, poliedro de 13 faces, poliedro de 21 faces.<br />
Alguns poliedros são regulares. Por quê?<br />
A partir da observação de alguns modelos de poliedros, os alunos, desde<br />
que orienta<strong>do</strong>s, podem chegar à conclusão de que alguns poliedros têm<br />
todas as faces congruentes e outros não. É o que acontece, por exemplo,<br />
com o cubo e o tetraedro regular.<br />
Assim, eles podem, aos poucos, reconhecer outros poliedros com a característica<br />
de que todas as faces são regiões poligonais regulares e congruentes,<br />
selecionan<strong>do</strong> então na coleção poliedros tais como o tetraedro,<br />
o cubo, o octaedro, o <strong>do</strong>decaedro e o icosaedro.<br />
Informar então aos alunos que esses poliedros são denomina<strong>do</strong>s “poliedros<br />
regulares”, ten<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> de esclarecer que nem to<strong>do</strong> poliedro<br />
cujas faces são regiões poligonais regulares e congruentes é um poliedro<br />
regular.De fato para ser um poliedro regular é preciso também que em<br />
cada vértice concorra o mesmo número de arestas.<br />
Perguntar aos alunos: observe os poliedros. Quais propriedades você<br />
identifica nesses poliedros?<br />
O Poliedro I não é regular, pois<br />
apesar de suas faces serem regiões<br />
poligonais regulares e congruentes,<br />
para o vértice P concorrem 3 arestas<br />
e para o vértice Q concorrem 4<br />
arestas. O Poliedro II também não é<br />
regular, pois suas faces não são regi-<br />
Poliedro I<br />
Poliedro II<br />
ões poligonais regulares e congruentes.<br />
As faces laterais são triângulos e<br />
a base é um retângulo.<br />
Levar o aluno a constatar que existem apenas cinco poliedros regulares<br />
convexos: tetraedro, hexaedro, octaedro, <strong>do</strong>decaedro e icosaedro.
Tetraedro<br />
Cubo<br />
Octaedro<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
238<br />
Dodecaedro<br />
Icosaedro<br />
Finalizan<strong>do</strong> essa atividade, o professor pode informar aos alunos como<br />
curiosidade que o poliedro que inspirou a criação da bola de futebol que<br />
apareceu pela primeira vez na Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> em 1970 foi descoberto pelo<br />
matemático Arquimedes.<br />
Esse poliedro convexo, que<br />
não é regular, é forma<strong>do</strong> por 12<br />
faces pentagonais e 20 faces<br />
hexagonais, todas regulares e<br />
possui 60 vértices e 90 arestas.<br />
Para outros exercícios referentes<br />
a esse tema, consultar<br />
o Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
ATIVIDADE 3 – ESTUDANDO OS CORPOS REDONDOS<br />
ENCONTRO 3<br />
Os alunos já observaram anteriormente que os corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s são sóli<strong>do</strong>s<br />
que contêm pelo menos uma superfície não plana. De posse da coleção<br />
de corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, o professor pode agora levar os alunos a fazer uma<br />
classificação <strong>do</strong>s mesmos observan<strong>do</strong> algumas características relacionadas<br />
ao número de bases e ao tipo de superfícies com que são forma<strong>do</strong>s.<br />
Propor aos alunos a seguinte questão: observan<strong>do</strong> as características <strong>do</strong>s<br />
corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, como você os classificaria? Encaminhar as discussões<br />
para que as respostas sejam:<br />
1. Corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s que não apresentam nenhuma superfície plana: as<br />
ESFERAS.<br />
2. Corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s cujas superfícies são formadas por duas partes planas<br />
circulares, que são as bases, e uma parte curva arre<strong>do</strong>ndada que é a superfície<br />
lateral: os CILINDROS.
3. Corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s cuja superfície é formada por uma parte plana, a região<br />
circular, que é a sua base, e uma parte curva “arre<strong>do</strong>ndada”, que é a<br />
sua superfície lateral: os CONES.<br />
ATIVIDADE 4 – OS SóLIDOS E SUAS PLANIFICAÇÕES<br />
O trabalho com as planificações das superfícies <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s geométricos<br />
permite que a passagem <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s para as figuras planas se<br />
torne mais natural. Assim, ao recortar e montar os sóli<strong>do</strong>s mais conheci<strong>do</strong>s,<br />
os alunos têm a oportunidade de classificá-los, explorar seus elementos<br />
e perceber melhor as relações entre eles.<br />
Dan<strong>do</strong> início ao trabalho com as planificações,<br />
distribuir uma caixa de creme dental ou de for- CREME DENTAL<br />
ma parecida como a que se vê na ilustração.<br />
Em seguida, perguntar aos alunos:<br />
1. Essa caixa tem a forma de qual sóli<strong>do</strong>? Quantos vértices, arestas e<br />
faces ela tem?<br />
2. Pense na caixa como se ela estivesse desmontada. Desenhe o que<br />
você pensou, desconsideran<strong>do</strong> as partes que foram usadas para colar a<br />
caixa. Destaque com cuida<strong>do</strong> no seu desenho as linhas que separam cada<br />
uma das faces dessa caixa.<br />
3. Recorte o seu desenho e tente com ele montar uma caixa.<br />
4. Você obteve uma caixa parecida com a que você tinha?<br />
5. Desmonte agora a caixa, descolan<strong>do</strong> e cortan<strong>do</strong> as partes que foram<br />
coladas para montá-la. Contorne com um lápis a caixa desmontada<br />
sobre uma folha de papel, obten<strong>do</strong> assim uma planificação da caixa. O<br />
contorno deve ser pareci<strong>do</strong> com o seguinte desenho.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
239
6. Compare com o desenho que você fez inicialmente.<br />
7. Os <strong>do</strong>is desenhos são iguais ou diferentes?<br />
8. Corte e separe as seis faces e, usan<strong>do</strong><br />
fita adesiva, junte outra vez as seis faces de<br />
formas diferentes de mo<strong>do</strong> que se possa obter<br />
novamente a caixa original.<br />
As soluções que irão surgir inicialmente são as mais usuais e que aparecem<br />
nos livros didáticos. No entanto, ao trabalhar com as faces móveis<br />
e mudan<strong>do</strong>-as de lugar, incentiva<strong>do</strong>s pelo professor, os alunos podem encontrar<br />
outras planificações.<br />
A mesma atividade pode também ser realizada com uma caixa na forma<br />
de um cubo, na qual os alunos, orienta<strong>do</strong>s pelo professor e desafia<strong>do</strong>s a<br />
encontrar o maior número de planificações distintas, podem também chegar<br />
à conclusão de que existem 11 planificações para o cubo, como mostram<br />
as ilustrações abaixo.<br />
Além das planificações <strong>do</strong> bloco retangular e <strong>do</strong> cubo, o professor pode<br />
incentivar os alunos a obter as planificações <strong>do</strong> cilindro e <strong>do</strong> cone e observar<br />
também que a esfera não pode ser planificada.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
240
Propor a seguir problemas <strong>do</strong> tipo:<br />
1. Observe as planificações abaixo. Quais delas podem ser a planificação<br />
de um cubo?<br />
I<br />
II<br />
Verifique suas respostas, reproduzin<strong>do</strong> numa folha os desenhos acima,<br />
em tamanho maior, e montan<strong>do</strong> os cubos com cada um deles, caso seja<br />
possível. (II e III).<br />
2. Observan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s e saben<strong>do</strong> que a soma <strong>do</strong>s pontos de duas de suas<br />
faces opostas é igual a 7, copie as duas planificações em seu caderno e complete-as<br />
com o número de pontos que está faltan<strong>do</strong> em cada uma delas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
241<br />
Resposta:<br />
III
BLOCO 3. ESTUDANDO AS FIGURAS PLANAS<br />
As figuras planas podem ser identificadas nas faces de objetos, nas<br />
construções e nas artes. Para ilustrar essas formas, remeter o aluno ao<br />
Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
O trabalho com as figuras planas inicia<strong>do</strong> na atividade anterior com as<br />
planificações pode ser agora complementa<strong>do</strong>. Pedir aos alunos que escolham<br />
um poliedro da coleção e, colocan<strong>do</strong>-o sobre uma folha de papel e<br />
viran<strong>do</strong>-o em todas as posições, desenhem os contornos de suas faces.<br />
Solicitar então aos alunos que observem bem as figuras obtidas abordan<strong>do</strong><br />
os seguintes aspectos:<br />
As figuras obtidas são todas iguais?<br />
Em que aspecto elas diferem ou se assemelham?<br />
Você sabe o nome correto dessas figuras?<br />
O aluno pode então concluir que, ao contornar o cubo ele obteve seis<br />
quadra<strong>do</strong>s, ao contornar a pirâmide de base triangular ele obteve quatro<br />
triângulos e ao contornar o cone ele obteve apenas o círculo como figura<br />
plana. Pedir então aos alunos que recortem e classifiquem as figuras obtidas<br />
em <strong>do</strong>is conjuntos, segun<strong>do</strong> algum critério.<br />
Encaminhar as discussões para que a classificação seja:<br />
A. Conjunto das figuras planas limitadas por linhas fechadas curvas:<br />
os CÍRCULOS.<br />
B. Conjunto das figuras planas limitadas por segmentos de retas:<br />
os POLÍGONOS.<br />
Os círculos<br />
Com as figuras obtidas nesse conjunto, o professor pode comentar brevemente<br />
sobre o uso das palavras círculo e circunferência: circunferência é a<br />
linha e círculo é a região limitada pela circunferência. No entanto, é comum<br />
se usar o termo círculo para indicar tanto a curva como também a região<br />
por ela limitada.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
242<br />
ENCONTRO 4
Nesse momento, propor aos alunos que desenhem a circunferência utilizan<strong>do</strong><br />
o compasso.<br />
Caso eles não o conheçam, apresentá-lo como o instrumento usa<strong>do</strong><br />
para traçar circunferências. Assim, enquanto o professor usa o compasso<br />
de madeira, apropria<strong>do</strong> para desenhar circunferências no quadro, os alunos<br />
utilizam o compasso para traçar circunferência de vários tamanhos.<br />
Em seguida, conceituar os elementos de uma cir-<br />
D<br />
cunferência.<br />
O segmento que une o centro a qualquer ponto da C<br />
B<br />
circunferência é chama<strong>do</strong> de raio da circunferência,<br />
O<br />
o segmento que liga <strong>do</strong>is pontos da circunferência é<br />
A<br />
uma corda e uma corda que passa pelo centro de uma<br />
circunferência é um diâmetro da circunferência.<br />
Assim na figura acima se tem que CD é uma corda, OA e OB são raios e<br />
AB é um diâmetro da circunferência.<br />
Concluir junto com os alunos:<br />
To<strong>do</strong> diâmetro de uma circunferência é o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> raio dessa mesma<br />
circunferência.<br />
To<strong>do</strong> diâmetro de uma circunferência é uma corda dessa circunferência.<br />
Nem toda corda de uma circunferência é um diâmetro da mesma.<br />
Os polígonos<br />
De posse da coleção de figuras <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> conjunto, pedir aos alunos<br />
que observem e registrem suas características.<br />
O objetivo é levá-los à conceituação <strong>do</strong> que seja um polígono. Assim,<br />
depois das discussões, os alunos podem chegar à conclusão de que as<br />
figuras que estão no segun<strong>do</strong> conjunto são fechadas, planas, têm la<strong>do</strong>s<br />
retos e os la<strong>do</strong>s não se cruzam. Esclarecer então que figuras desse tipo são<br />
chamadas polígonos, ou seja, polígono é uma figura plana, fechada,<br />
simples, formada por segmentos de reta consecutivos e não colineares,<br />
portanto, trata-se apenas da fronteira não se incluin<strong>do</strong> seu interior.<br />
Mas assim como o círculo, é comum estender<br />
o nome <strong>do</strong> polígono à região por ele limita-<br />
vértices<br />
da, ou seja, é comum chamar uma região<br />
triangular também de triângulo, uma região<br />
retangular de retângulo etc. To<strong>do</strong> polígono<br />
tem vértices, la<strong>do</strong>s e ângulos internos. De ângulos<br />
mo<strong>do</strong> geral, quan<strong>do</strong> falarmos em ângulos<br />
<strong>do</strong> polígono, estamos nos referin<strong>do</strong> aos seus<br />
la<strong>do</strong>s<br />
ângulos internos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
243
Com a ajuda <strong>do</strong>s alunos, construir uma tabela <strong>do</strong> seguinte tipo:<br />
Nome Número de la<strong>do</strong>s Número de vértices Número de ângulos<br />
Triângulo 3 3 3<br />
Quadrilátero 4 4 4<br />
Pentágono 5 5 5<br />
Hexágono 6 6 6<br />
...... ... ... ...<br />
Comentar alguns fatos relaciona<strong>do</strong>s aos polígonos, tais como:<br />
1. A origem <strong>do</strong> nome polígono: poli: muitos; gono: ângulo, assim, polígono<br />
significa uma figura plana de muitos ângulos.<br />
2. Uso <strong>do</strong>s prefixos na nomeação <strong>do</strong>s polígonos: tri, tetra, penta etc., relacionan<strong>do</strong>-os<br />
com outras palavras conhecidas que tenham esses prefixos,<br />
tais como: tricampeão, trinca de reis, tetracampeão etc.<br />
3. Definição de polígono regular: um polígono é regular se ele possui to<strong>do</strong>s<br />
os la<strong>do</strong>s e to<strong>do</strong>s os ângulos de mesma medida.<br />
Os triângulos<br />
Observan<strong>do</strong> e comparan<strong>do</strong> os triângulos o professor pode levar os alunos<br />
a perceberem semelhanças e diferenças quanto ao tamanho <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s<br />
e <strong>do</strong>s ângulos surgin<strong>do</strong> então a seguinte classificação:<br />
Quanto à medida <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s:<br />
Triângulo isósceles: triângulo que tem <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s de mesma medida.<br />
Triângulo eqüilátero: triângulo que tem os três la<strong>do</strong>s com medidas iguais.<br />
Triângulo escaleno: triângulo que tem os três la<strong>do</strong>s com medidas diferentes.<br />
Triângulo eqüilátero Triângulo isósceles Triângulo escaleno<br />
Quanto à medida <strong>do</strong>s ângulos:<br />
Triângulo retângulo: triângulo que possui um ângulo reto, ou seja, de<br />
medida igual a 90 o .<br />
Triângulo acutângulo: triângulo que possui os três ângulos agu<strong>do</strong>s, ou<br />
seja, cujas medidas são menores que 90 o<br />
Triângulo obtusângulo: triângulo que possui um ângulo obtuso, ou seja,<br />
cuja medida é maior <strong>do</strong> que 90 o .<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
244
Triângulo retângulo Triângulo acutângulo Triângulo obtusângulo<br />
Os quadriláteros<br />
Observan<strong>do</strong> e comparan<strong>do</strong> agora apenas os quadriláteros, os alunos podem<br />
descobrir que há quadriláteros com <strong>do</strong>is pares de la<strong>do</strong>s paralelos, os paralelogramos,<br />
outros com apenas um par de la<strong>do</strong>s paralelos, os trapézios e outros<br />
que não possuem la<strong>do</strong>s paralelos, nomea<strong>do</strong>s simplesmente quadriláteros.<br />
Trapézio Paralelogramo Quadrilátero<br />
Comparan<strong>do</strong> as medidas <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s ângulos <strong>do</strong>s paralelogramos,<br />
podemos observar que alguns quadriláteros têm os quatro ângulos retos e<br />
são nomea<strong>do</strong>s retângulos; os quadriláteros que têm os quatro la<strong>do</strong>s iguais<br />
são os losangos e os quadriláteros que têm os quatro la<strong>do</strong>s iguais e os<br />
quatro ângulos retos são os quadra<strong>do</strong>s.<br />
Retângulo Losango Quadra<strong>do</strong><br />
De acor<strong>do</strong> com as definições acima, alguns fatos<br />
podem ser estabeleci<strong>do</strong>s, junto com os alunos:<br />
To<strong>do</strong> retângulo é paralelogramo.<br />
To<strong>do</strong> losango é paralelogramo.<br />
To<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> é retângulo e também losango.<br />
Assim, uma classificação para os quadriláteros<br />
pode ser visualizada no diagrama ao la<strong>do</strong>.<br />
Como atividade complementar ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s quadriláteros, o professor<br />
pode trabalhar com o TANGRAM que oferece um grande número de<br />
explorações interessantes como a sua construção pelos próprios alunos,<br />
identificação das figuras que o compõem, composição e decomposição<br />
de figuras planas.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
245<br />
quadriláteros<br />
paralelogramos<br />
retângulos<br />
quadra<strong>do</strong>s<br />
losângos
Propor os seguintes exercícios.<br />
1. As placas de trânsito apresentam, em sua maioria, contornos na forma<br />
de figuras planas.<br />
a) Que figuras planas você consegue identificar nas seguintes placas?<br />
(Octógono, círculo, quadra<strong>do</strong>, retângulo e triângulo).<br />
b) Você sabe o significa<strong>do</strong> de cada uma dessas placas? (Parada obrigatória,<br />
proibi<strong>do</strong> ultrapassar, animais, pronto socorro, dê a preferência).<br />
2. Identifique os polígonos que formam as faces de cada um <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s.<br />
(Pirâmide: triângulos; Cubo: quadra<strong>do</strong>s; Prisma de base triangular: triângulos<br />
e retângulos; Prisma de base hexagonal: hexágono e retângulos).<br />
3. Forme com as peças <strong>do</strong> TANGRAM:<br />
a) Um triângulo usan<strong>do</strong>: só duas peças, só três peças, só quatro peças.<br />
b) Um retângulo usan<strong>do</strong>: só duas peças, só quatro peças, só cinco<br />
peças.<br />
c) Um paralelogramo usan<strong>do</strong>: só duas peças, só três peças, só quatro<br />
peças.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
246
BLOCO 4. A SIMETRIA DAS FORMAS GEOMÉTRICAS<br />
O tema Simetria tem como motivação para o seu estu<strong>do</strong> a sua forte<br />
presença nas artes e na natureza, como também a importância de sua<br />
aplicação na Matemática para descobrir e demonstrar propriedades das<br />
figuras geométricas.<br />
O objetivo aqui é colocar o aluno em contato com esse conceito e fazê-lo<br />
perceber que ele já o conhece há muito tempo. Seria interessante durante<br />
o desenvolvimento desse bloco que o professor fizesse um “passeio” com<br />
os alunos pelos arre<strong>do</strong>res da escola. Desse mo<strong>do</strong>, eles podem observar o<br />
quanto de simetria existe nas folhas das árvores, nos logotipos das marcas<br />
de carros, nas siglas <strong>do</strong>s bancos e lojas, etc.<br />
As atividades serão desenvolvidas usan<strong>do</strong> recursos como <strong>do</strong>braduras e desenhos,<br />
levan<strong>do</strong> o aluno a descobrir figuras simétricas bem como a identificar<br />
seus eixos de simetria, ten<strong>do</strong> como finalidade familiarizá-lo com as transformações<br />
de figuras que conservam a forma e o tamanho das mesmas.<br />
ATIVIDADE 1 – DESCOBRINDO A SIMETRIA<br />
Com o objetivo de levar o aluno a conceituar simetria, eixo de simetria e<br />
traçar figuras simétricas em relação a um eixo, propor as seguintes tarefas:<br />
Copie e recorte a figura ao la<strong>do</strong>.<br />
Agora, <strong>do</strong>bre a figura fazen<strong>do</strong><br />
os vértices A e B coincidirem, de<br />
mo<strong>do</strong> que uma parte da figura<br />
coincida exatamente com a outra.<br />
Depois, des<strong>do</strong>bre a figura e com<br />
uma régua trace a linha da <strong>do</strong>bra,<br />
como exemplifica<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong>.<br />
A linha de <strong>do</strong>bra é um eixo de simetria da figura que a divide em duas<br />
partes que coincidem exatamente por suposição.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
247<br />
A<br />
B<br />
A<br />
B
Definir de maneira informal o que são figuras simétricas, ou seja: “Uma<br />
figura é simétrica ou apresenta simetria quan<strong>do</strong> é possível <strong>do</strong>brá-la de<br />
mo<strong>do</strong> que as duas partes coincidam exatamente por superposição”.<br />
Com o objetivo de verificar quantos eixos de simetria têm uma figura, pedir<br />
aos alunos que tracem os eixos de simetria de cada figura, se houver.<br />
Seria interessante que eles copiassem e recortassem as figuras de mo<strong>do</strong><br />
a <strong>do</strong>brá-las sobre o eixo de simetria encontra<strong>do</strong> e assim verificar se suas<br />
respostas estão corretas ou não.<br />
Figuras que não têm nenhum eixo de simetria: raio.<br />
Figuras que tem apenas um eixo de simetria: coração, carinha.<br />
Figuras que têm mais de um eixo de simetria: retângulo (2), hexágono<br />
(6), cruz (4), círculo (infinitos), triângulo (3).<br />
Em seguida, o professor pode apresentar a fi-<br />
r gura ao la<strong>do</strong> na qual a reta r é um eixo de simetria.<br />
Com a ajuda de papel transparente, os<br />
alunos podem desenhar a outra parte da figura<br />
e o professor pode informar que os pontos que<br />
coincidiram entre si quan<strong>do</strong> a figura foi <strong>do</strong>brada<br />
sobre o seu eixo de simetria são chama<strong>do</strong>s correspondentes<br />
ou simétricos.<br />
Desenhan<strong>do</strong> a figura obtida no quadro<br />
destacar os fatos relaciona<strong>do</strong>s abaixo.<br />
P<br />
r<br />
1. Os pontos A e B, por exemplo, são ditos<br />
E<br />
simétricos em relação à reta r porque:<br />
A C<br />
Eles estão desenha<strong>do</strong>s em la<strong>do</strong>s opostos<br />
à reta r.<br />
A reta r é perpendicular à reta que<br />
passa por A e B.<br />
A medida de AO é igual à medida de OB.<br />
2. Se um ponto está sobre o eixo de simetria, então ele é o seu próprio<br />
simétrico. É o que acontece com os pontos M e E na figura.<br />
3. Segmentos de reta simétricos têm o mesmo comprimento. É o que<br />
acontece com os segmentos CP e DT, por exemplo.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
248<br />
M<br />
O<br />
B<br />
D<br />
T
4. O segmento de reta que une <strong>do</strong>is pontos simétricos é perpendicular ao<br />
eixo de simetria, como por exemplo, o segmento AB.<br />
Em seguida, solicitar aos alunos que façam os seguintes exercícios:<br />
1. Complete a figura de mo<strong>do</strong> que a linha tracejada seja um eixo de simetria.<br />
r<br />
r<br />
2. As figuras seguintes representam as faces de um da<strong>do</strong>.<br />
r<br />
Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6<br />
Qual é o numero de eixos de simetria de cada figura? (Figura 1: 4 eixos;<br />
Figura 2: 2 eixos; Figura 3: 2 eixos; Figura 4: 4 eixos; Figura 5: 4 eixos,<br />
Figura 6: 2 eixos).<br />
3. As figuras F e F’ são simétricas em relação a uma reta. Descubra e trace<br />
essa reta, explican<strong>do</strong> o seu raciocínio.<br />
Resposta:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
249<br />
Resposta:<br />
4. As figuras abaixo representam a bandeiras nacionais de alguns países.<br />
a) Quais delas têm eixos de simetria? (C e D).<br />
b) A que país pertence cada uma dessas bandeiras? (A.Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />
da América; B. Brasil; C. Suíça; D. França; E. Reino Uni<strong>do</strong> e F. Portugal).<br />
r<br />
A B C D E<br />
F<br />
r<br />
r
A B<br />
C D<br />
r<br />
r<br />
Após a correção <strong>do</strong>s exercícios com os alunos, iniciar o estu<strong>do</strong> das transformações:<br />
reflexão, translação e rotação.<br />
Reflexão<br />
A reflexão em torno de uma reta r, também chamada de simetria em<br />
relação à reta r, pode ser introduzida por meio <strong>do</strong> uso de espelhos. A<br />
idéia <strong>do</strong> espelho é intuitiva e facilita a visualização da simetria. Assim,<br />
o professor pode inicialmente pedir aos alunos que desenhem a imagem<br />
refletida da figura abaixo no papel, como se um espelho fosse coloca<strong>do</strong><br />
de pé sobre a reta r.<br />
O professor pode levar alguns espelhos para a sala de aula durante a<br />
realização dessa atividade.<br />
Ao refletir a imagem da figura dada, em relação à reta r, o aluno<br />
observa que ele transformou a figura dada em outra igual e que se a<br />
figura for <strong>do</strong>brada ao longo da reta r, as figuras irão coincidir exatamente.<br />
Nesse momento, o professor pode informar aos alunos que<br />
essa transformação é chamada REFLEXÃO sobre a reta r.<br />
N M<br />
P Q<br />
eixo de simetria<br />
ou de reflexão<br />
Os alunos devem observar que cada vértice <strong>do</strong> trapézio corresponde<br />
a um vértice <strong>do</strong> outro trapézio, e que numa reflexão, a forma<br />
e o tamanho da figura são manti<strong>do</strong>s, ou seja, ela é apenas “espelhada”.<br />
Assim, o trapézio MNPQ é uma reflexão <strong>do</strong> trapézio ABCD,<br />
porque copian<strong>do</strong> essa figura em uma folha de papel e <strong>do</strong>bran<strong>do</strong>-a<br />
ao longo <strong>do</strong> eixo de simetria, os <strong>do</strong>is trapézios irão coincidir exatamente.<br />
Nesse momento, o professor pode formalizar o conceito<br />
de reflexão, destacan<strong>do</strong> na figura to<strong>do</strong>s os aspectos considera<strong>do</strong>s<br />
nesse conceito.<br />
Uma figura é reflexão de outra se:<br />
A reta que une cada par de pontos correspondentes é perpendicular<br />
ao eixo de simetria.<br />
Dois pontos correspondentes estão a uma mesma distância <strong>do</strong> eixo de<br />
simetria, em la<strong>do</strong>s opostos.<br />
Em seguida, o professor pode propor aos alunos os seguintes exercícios:<br />
1. Verifique se as figuras abaixo estão refletidas. Use papel transparente para<br />
verificar suas respostas. (As duas primeiras figuras sim, mas a última não).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
250
2. Desenhe a reflexão de cada figura abaixo.<br />
P P P<br />
3. Consideran<strong>do</strong> a reta r como eixo de reflexão, verifique qual das figuras<br />
abaixo é o reflexo <strong>do</strong> nome ISABEL. (A figura da letra c)<br />
a) b) c)<br />
ISABEL ISABEL<br />
r<br />
ISABELISABE L<br />
Translação<br />
Para conceituar a transformação de translação, pedir aos alunos que<br />
observem a figura abaixo e explicitem o que observaram sobre ela.<br />
Algumas respostas que podem surgir são: a figura é repetida a distâncias<br />
iguais ou toda a figura é deslocada paralelamente a uma reta etc.<br />
Alguns alunos podem também caracterizar as suas observações basean<strong>do</strong>se<br />
nos movimentos de um eleva<strong>do</strong>r, ou de uma criança num escorrega<strong>do</strong>r<br />
ou até mesmo de uma pessoa numa escada rolante.<br />
Chegar à definição: “Translação é uma transformação em que a figura<br />
se desloca paralelamente a uma reta, ou seja, to<strong>do</strong>s os pontos da<br />
figura são desloca<strong>do</strong>s de uma mesma distância numa mesma direção<br />
retilínea”.<br />
Alguns fatos que podem também ser estabeleci<strong>do</strong>s junto com os alunos<br />
são:<br />
A forma e o tamanho da figura original são manti<strong>do</strong>s após a translação;<br />
Uma translação fica determinada pela direção, senti<strong>do</strong> e distância <strong>do</strong><br />
deslocamento.<br />
Em seguida, o professor pode propor os seguintes exercícios:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
251<br />
r<br />
Resposta:<br />
ISABELISABEL<br />
r
1. Identifique em cada par das figuras abaixo, a direção, o senti<strong>do</strong> e a distância<br />
de cada translação, utilizan<strong>do</strong> uma seta.<br />
Resposta:<br />
2. Qual das figuras abaixo é uma translação da figura 1? (Apenas a figura 4)<br />
Rotação<br />
Para conceituar a transformação de rotação, pedir que<br />
os alunos façam as seguintes tarefas:<br />
Copie a figura ao la<strong>do</strong> em um papel transparente.<br />
Sobreponha a figura copiada à figura original e efetue<br />
um giro de 90 o em torno <strong>do</strong> ponto O. O que você observou?<br />
O aluno pode então observar que, depois de uma rotação de 90o em torno<br />
<strong>do</strong> ponto O, as figuras coincidem por superposição.<br />
O professor pode então informar aos alunos que transformações desse<br />
tipo são chamadas de rotação e em seguida conceituá-la.<br />
Uma rotação de centro O e ângulo α é uma transformação em que a<br />
imagem é obtida giran<strong>do</strong>-se cada ponto da figura segun<strong>do</strong> um arco de circunferência<br />
de centro O, percorren<strong>do</strong> um ângulo α no senti<strong>do</strong> horário ou<br />
anti-horário.<br />
Para ilustrar as aplicações referentes à rotação, o professor pode remeter<br />
o aluno ao Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
252
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
253<br />
4<br />
OS NÚMEROS RACIONAIS<br />
objetivos:<br />
Desenvolver o tópico sobre números racionais volta<strong>do</strong> para a prática <strong>do</strong><br />
professor, sugerin<strong>do</strong> atividades que possam:<br />
favorecer a compreensão <strong>do</strong> número racional como razão entre <strong>do</strong>is<br />
números;<br />
identificar as formas fracionárias e a escrita decimal como diferentes<br />
maneiras de representar o número racional;<br />
compreender os significa<strong>do</strong>s da fração;<br />
comparar frações e decimais estabelecen<strong>do</strong> equivalência e relação de<br />
ordem;<br />
realizar operações com racionais sob a forma de fração e decimal;<br />
relacionar decimal com a escrita monetária;<br />
resolver problemas envolven<strong>do</strong> os números racionais.<br />
BLOCO 1. A FRAÇÃO E SEUS SIGNIFICADOS<br />
ATIVIDADE 1 – IDENTIFICANDO O RACIONAL REPRESENTADO POR<br />
FRAÇÃO<br />
Para iniciar, o professor deve apresentar ao aluno situações envolven<strong>do</strong><br />
frações com diferentes significa<strong>do</strong>s, como as sugeridas a seguir.<br />
a) Alda fez um bolo e dividiu-o em 6 partes iguais. Que fração indica<br />
cada parte?<br />
(Cada parte é )<br />
1<br />
6<br />
ENCONTRO 1
) Maria desenhou 5 flores e pintou 3. Que fração das flores Maria pintou?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
254<br />
3<br />
(Maria pintou das flores)<br />
5<br />
c) Pedro repartiu uma barra de chocolate igualmente entre 4 amigas.<br />
Que fração de chocolate cada uma ganhou?<br />
1<br />
( )<br />
4<br />
d) Uma costureira comprou 2m de pano e cortou-o em retalhos de 50<br />
cm. Que fração de pano corresponde cada retalho?<br />
1<br />
(Cada retalho = 50 cm ou )<br />
4<br />
Solicitar aos alunos que leiam e façam um desenho ilustran<strong>do</strong> cada situação.<br />
Focalizar, também:<br />
Sara tirou 1<br />
4 das 12 laranjas que havia na cesta. Quantas laranjas ela<br />
tirou?<br />
1<br />
4<br />
de 12 laranjas são 3 laranjas<br />
Comentar com os alunos:<br />
Os itens a e c referem-se à relação parte-to<strong>do</strong> em que o inteiro é dividi<strong>do</strong><br />
em partes iguais e a soma das partes perfaz o to<strong>do</strong> (inteiro). Podem,<br />
também, ser interpreta<strong>do</strong>s como uma divisão, 1:6 em que o quociente é<br />
1<br />
1<br />
e 1:4, com quociente igual a<br />
6 4 .<br />
O item b envolve uma situação em que a fração tem o significa<strong>do</strong> de<br />
razão: 3 em 5, ou 3<br />
são vermelhas.<br />
5
No item d acontece um processo inverso, em que é conheci<strong>do</strong> o valor<br />
da parte e procura-se, relacionan<strong>do</strong> parte-to<strong>do</strong>, a fração que ela representa.<br />
Envolve a idéia de medir da divisão: “quantas vezes 50 cm estão<br />
conti<strong>do</strong>s em 2m?”<br />
50 cm estão 4 vezes em 2m; logo, 50cm =<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
255<br />
1<br />
4 de 2m.<br />
O último exemplo inclui situação envolven<strong>do</strong> fração de quantidade –<br />
de 12 dividin<strong>do</strong> 12 por 4.<br />
obtém-se 1<br />
4<br />
Sugerir aos alunos pesquisarem outras situações em que surgem as<br />
frações.<br />
É por meio de situações-problema que os alunos vão identifican<strong>do</strong> os<br />
diferentes significa<strong>do</strong>s da fração.<br />
Nota-se que os alunos têm muitas dificuldades sobre frações seja em relação<br />
ao conceito e uso, seja na realização das operações. Muitos chegam<br />
a somar denomina<strong>do</strong>res ao calcular a soma de frações, fazen<strong>do</strong> assim:<br />
1<br />
2<br />
+ 2<br />
3<br />
= 3<br />
5<br />
. Isso demonstra total desconhecimento da natureza <strong>do</strong> número<br />
racional e de sua representação por meio de fração. Para sanar essas dificuldades,<br />
cabe ao professor prover atividades com uso de materiais que<br />
possibilitem compreender a relação numera<strong>do</strong>r/denomina<strong>do</strong>r, bem como<br />
os significa<strong>do</strong>s que a fração envolve.<br />
Providenciar para que os alunos tenham vários círculos de papel.<br />
Sugerir:<br />
Divida um <strong>do</strong>s círculos em duas partes iguais. (Pode ser feito <strong>do</strong>bran<strong>do</strong><br />
o círculo ao meio ajustan<strong>do</strong> as bordas, e, depois recortan<strong>do</strong>)<br />
Compare as partes. São iguais?<br />
Como se chama cada parte? Vamos escrever esta fração: 1 meio ou<br />
Reunin<strong>do</strong> as duas partes, o que obtemos?<br />
Orientar a divisão de outro círculo em 4 partes e outro em 8 partes<br />
iguais. Repetir as perguntas e focalizar a escrita fracionária: 1 quarto ou<br />
1<br />
1<br />
e 1 oitavo ou<br />
4 8 .<br />
À vista da forma fracionária, propor:<br />
Como se chama esta parte <strong>do</strong> inteiro dividi<strong>do</strong> em duas partes iguais?<br />
(1 meio)<br />
Como se escreve esta fração? (Focalizar o 1 que indica o número de<br />
partes fracionárias, dan<strong>do</strong>-lhe o nome de numera<strong>do</strong>r e o 2 que dá nome à<br />
parte fracionária e que se chama denomina<strong>do</strong>r) Como o denomina<strong>do</strong>r dá<br />
nome à parte fracionária podemos escrevê-lo por extenso 1 meio ou 1 .<br />
meio<br />
Aqui estão duas partes fracionárias . Temos 1 quarto e 1 quarto,<br />
ou seja, 2 quartos. Qual é numera<strong>do</strong>r desta fração? Por que é 2? Qual é<br />
o denomina<strong>do</strong>r? Por que 4?<br />
1<br />
2 .
Na fração 3<br />
o que indica o número 3? E o número 4?<br />
4<br />
Orientar os alunos para dividirem outros círculos em 3, 6 e 9 partes<br />
iguais, e, ainda em 5 e 10 partes iguais.Como é difícil realizar essas divisões<br />
por meio de <strong>do</strong>braduras, essa é uma ótima oportunidade de trabalhar<br />
a habilidade de uso <strong>do</strong> transferi<strong>do</strong>r e o cálculo de frações de 360º.<br />
Após essas atividades iniciais, conduzir a turma a usar círculos encaixa<strong>do</strong>s<br />
para identificar relação de ordem e equivalência e realizar adição e<br />
subtração de frações. Se não for possível fazer os círculos para os alunos,<br />
é imprescindível que o professor os tenha. O 1º grupo abrange os círculos<br />
dividi<strong>do</strong>s em meios, quarto e oitavos.<br />
Propor à turma traçar meios, quartos e oitavos em três círculos de cores<br />
diferentes e cortar sobre um <strong>do</strong>s raios, assim:<br />
As atividades com estes círculos se resumem em encaixá-los para identificar<br />
e comparar as partes fracionárias.<br />
Por exemplo: veja como ficam os círculos de meios e quartos encaixa<strong>do</strong>s.<br />
Giran<strong>do</strong>-os para que fiquem nesta posição pode-se observar um quarto<br />
em vermelho.<br />
Perguntar:<br />
Qual é a fração correspondente à parte vermelha? (1 quarto)<br />
Giran<strong>do</strong> o círculo vermelho para esta posição, perguntar à turma:<br />
• # 7 6 )' 6& <br />
• 4 ! 5 ' ) <br />
<br />
E @ ) $ + <br />
)!<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
256
Agora, qual é a fração correspondente à parte vermelha? (2 quartos)<br />
Compare as partes das duas cores. O que observa? (As partes vermelhas<br />
têm o mesmo tamanho da parte amarela)<br />
• # 7 6 )' 6& <br />
Giran<strong>do</strong> • novamente 4 o círculo ! vermelho 5 ' para ) esta posição, pode-se ob-<br />
<br />
servar 3 quartos em vermelho.<br />
E @ ) $ + <br />
)!<br />
F <br />
• & @ ) ' 8& 5<br />
& <br />
• , <br />
• . 7 ' A<br />
• & @ ) @' <br />
• D 7 2 ' &<br />
• & + 2 ' 5& <br />
!&B) / & <br />
? ; & ?' / <br />
&& 74% C<br />
- "" 1<br />
< C @ 4 2<br />
• 2 7 2 ' 8 <br />
• & 2 ' 5 '<br />
• * 2 ' 5 A 7 <br />
@'<br />
• + 7 2 ' & + <br />
2 ' 5 <br />
4 <br />
2 = !!! 2 = !!! =!!! <br />
+ = !!! 2 = !!! = !!!! =!!! <br />
> / " & ' <br />
? #5 &5? D5 6 <br />
? D8? &5 D5? +5? 5 D1? 6 D5 <br />
+5? 8? <br />
0 ' * ?" <br />
)<br />
1<br />
> 4 2 )<br />
Indagar aos alunos:<br />
Que fração <strong>do</strong> círculo corresponde a parte vermelha e a amarela?<br />
(3 quartos e 1 quarto)<br />
Pensan<strong>do</strong> no que observaram, responda:<br />
Um quarto é maior ou menor que um meio? ( 1<br />
Quantas partes <strong>do</strong> círculo vermelho correspondem a metade <strong>do</strong> círculo?<br />
(Duas)<br />
Três quartos é fração maior ou menor que 1 meio? ( 3<br />
Quanto falta a 3 quartos para completar 1 inteiro? (1 quarto)<br />
Fazer a mesma seqüência de atividades com os círculos dividi<strong>do</strong>s em<br />
quartos e em oitavos, encaixa<strong>do</strong>s.Convém que o professor exercite a manipulação<br />
<strong>do</strong>s círculos e liste as questões que pode propor à turma antes<br />
de usá-los na sala de aula. Este material oferece inúmeras possibilidades<br />
de estabelecer relações entre as frações.<br />
*<br />
À medida que for giran<strong>do</strong> os círculos, o professor deve indagar:<br />
nifica? ( 1<br />
4<br />
1 oitavo é menor ou maior que 1 quarto? (Menor)<br />
Quantos oitavos são necessários para cobrir 1 quarto? O que isso sig-<br />
= 2<br />
8 )<br />
5 oitavos têm quantos oitavos a mais que 1 meio? (1 oitavo). Você é<br />
capaz de demonstrar isso com os círculos?<br />
3 oitavos é menor ou maior que 1 meio? Quanto devo acrescentar a 3<br />
oitavos para obter 1 meio? (1 oitavo)<br />
Complete as igualdades:<br />
1 quarto = ... oitavos 1 meio = ... quartos =... oitavos<br />
3 quartos = ... oitavos 1 inteiro = ... meios = .... quartos =... oitavos<br />
Após realizar as atividades envolven<strong>do</strong> meios, quartos e oitavos, encaixar<br />
os círculos correspondentes a terços e sextos, e, depois terços e nonos<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
257
Procure no<br />
dicionário o<br />
significa<strong>do</strong> de<br />
denomina<strong>do</strong>r.<br />
para desenvolver as atividades com essas frações. Ao girar os círculos e<br />
observar as frações que vão surgin<strong>do</strong>, o aluno pode concluir, por exemplo:<br />
1 terço é maior que 1 sexto; 1 terço = 2 sextos; 3 sextos é maior que 1<br />
terço; 1 sexto + 1 sexto = 1 terço; 4 sextos = 2 terços; 1 terço + 1 sexto<br />
= 3 sextos etc.<br />
O registro na forma de fração ajuda o aluno a aproximar essas relações<br />
da simbologia.<br />
Orientar o aluno para organizar todas as conclusões obtidas com a manipulação<br />
<strong>do</strong>s círculos.<br />
ATIVIDADE 2 – REGISTRANDO O RACIONAL POR MEIO DE FRAÇÃO<br />
O professor pode iniciar esta atividade reven<strong>do</strong> os conceitos trabalha<strong>do</strong>s<br />
antes e procuran<strong>do</strong> saber se o aluno tem dúvidas.<br />
Veja a fração representada nesse retângulo.<br />
Em quantas partes iguais o inteiro foi dividi<strong>do</strong>?<br />
Quantas partes estão sombreadas?<br />
Como se faz o registro da fração <strong>do</strong>is quintos?<br />
2 Numera<strong>do</strong>r: indica o número de partes.<br />
5 Denomina<strong>do</strong>r: dá nome à parte fracionária e indica quantas<br />
partes foi dividi<strong>do</strong> o inteiro e dá nome à fração.<br />
Quan<strong>do</strong> o denomina<strong>do</strong>r é maior <strong>do</strong> que 10, a leitura da fração é:<br />
9<br />
nove <strong>do</strong>ze avos<br />
12<br />
Lê-se o número <strong>do</strong> denomina<strong>do</strong>r acompanha<strong>do</strong> da palavra avos.<br />
Escreva as frações.<br />
a) Dois sétimos<br />
b) Nove décimos<br />
c) Quinze vinte avos<br />
d) Sete vinte avos<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
258
Escreva as frações que representam as partes sombreadas nas figuras.<br />
: !<br />
: !<br />
4 ! DDDDDDD<br />
Com essas frações, forme pares de frações equivalentes.<br />
, 2 2<br />
1 2<br />
2 6 ! 4 2 3 6 3 6 2 4 6 3<br />
5 <br />
4 8 3<br />
! 6 6 18 6 8 6 12 8 16 5 10 8 4<br />
4 Podemos representar frações na reta. ! DDDDDDD<br />
I I I I I I<br />
Observe que nesta reta está representa<strong>do</strong> o grupo de frações de 1/5 a<br />
5/5 , e foi marcada a parte correspondente ! a 2/5.<br />
5 <br />
1 2 3 4 5<br />
& ! !' <br />
5 52 5 5 5 5 1<br />
; 59 ! 5 <br />
<br />
I I I I I I<br />
<br />
<br />
Para que o aluno possa visualizar e entender a representação de frações<br />
na reta, o professor pode sugerir recorta uma tira de papel de 18 cm de<br />
& !' <br />
comprimento e 4 cm de largura. 52 Começar traçan<strong>do</strong> uma reta de 16 1 cm<br />
marcan<strong>do</strong> ; zero no ponto inicial 59 e 1 no final. ! 5 <br />
<br />
<br />
<br />
Dobrar a tira ao meio e, depois, novamente ao meio. Ela ficará dividida<br />
-<br />
em 4 partes pelas marcas das <strong>do</strong>bras. Marcar o meio entre cada <strong>do</strong>bra e<br />
nestes pontos o aluno vai escrever:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
259
0 1<br />
1<br />
8<br />
1<br />
4<br />
2<br />
8<br />
3<br />
8<br />
1<br />
2<br />
2<br />
4<br />
4<br />
8<br />
É mais uma oportunidade de o aluno perceber frações equivalentes focalizan<strong>do</strong><br />
as posições coincidentes dessas frações.<br />
A reta pode representar frações maiores que 1, por exemplo, conten<strong>do</strong><br />
meios, de 1<br />
2<br />
a 2<br />
6 .<br />
ATIVIDADE 3 – OPERAÇÕES COM FRAÇÕES<br />
Propor situações envolven<strong>do</strong> frações para o aluno possa perceber a possibilidade<br />
e a necessita de somar, subtrair, multiplicar e dividir.<br />
a) Numa lanchonete onde Pedro foi lanchar havia 7<br />
8 de pizza. Ele comeu<br />
2 pedaços. Que fração sobrou dessa pizza? ( 5<br />
8 )<br />
b) Na cantina onde foram lanchar, Aline, Mara e Tereza pediram, cada<br />
uma, 1 pedaço de torta que estava dividida em 5 partes iguais. Quanto de<br />
torta as três comeram? ( 3<br />
5 )<br />
c) No café da manhã, Rosa serviu 6<br />
8 <strong>do</strong> bolo que sobrou <strong>do</strong> dia anterior.<br />
Ela repartiu o bolo igualmente entre seus 3 filhos. Que fração <strong>do</strong> bolo cada<br />
um ganhou? ( 2<br />
8 )<br />
d) Ontem, um pintor pintou 2<br />
9 de um muro. Hoje conseguiu pintar 4<br />
9 .<br />
Que fração <strong>do</strong> muro ele pintou nos <strong>do</strong>is dias? Que fração <strong>do</strong> muro, ainda<br />
falta pintar?( 6<br />
9<br />
e faltam 3<br />
9 )<br />
A resolução dessas situações-problema pode ser coletiva com o professor<br />
conduzin<strong>do</strong> o raciocínio <strong>do</strong>s alunos e realizan<strong>do</strong> as operações. Para facilitar<br />
o entendimento de como se opera com frações é interessante utilizar o recurso<br />
<strong>do</strong> desenho e <strong>do</strong> algoritmo operatório usa<strong>do</strong> com números naturais.<br />
O problema a pode ser pensa<strong>do</strong> assim.<br />
a) Representan<strong>do</strong> a pizza em uma barra, temos<br />
Após a visualização, o registro padroniza<strong>do</strong> será incorpora<strong>do</strong> mais facil-<br />
mente. 7<br />
8<br />
7<br />
8<br />
– 2<br />
8<br />
menos<br />
2<br />
8<br />
sobram<br />
= 5<br />
8 .<br />
X X<br />
5<br />
8<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
260<br />
5<br />
8<br />
3<br />
4<br />
6<br />
8<br />
7<br />
8<br />
2<br />
2<br />
4<br />
4<br />
8<br />
8<br />
ENCONTRO 2<br />
7 oitavos<br />
–2 oitavos<br />
5 oitavos
Seguir o mesmo raciocínio para fazer as operações envolvidas nos outros<br />
problemas, apresentan<strong>do</strong> primeiro os algoritmos:<br />
b) 1 quinto c) 6 oitavos 3 d) 2 nonos<br />
X 3 0 2 oitavos + 4 nonos<br />
3 quintos 6 nonos<br />
Veja a adição.<br />
Adicionan<strong>do</strong> 3 e 1 , temos:<br />
5 5<br />
3 quintos<br />
+1 quinto<br />
4 quintos<br />
Veja a representação da operação inversa.<br />
4 quintos<br />
– 1 quinto<br />
3 quintos<br />
2<br />
Crie um problema envolven<strong>do</strong> as operações: + 3 5<br />
e – 2<br />
.<br />
8 8 8 8<br />
As operações com denomina<strong>do</strong>res diferentes oferecem mais dificuldades<br />
porque o aluno deve calcular o denomina<strong>do</strong>r comum. No entanto, como<br />
não são freqüentes as situações de vida envolven<strong>do</strong> frações, principalmente,<br />
aquelas que têm denomina<strong>do</strong>res diferentes, o professor não deve<br />
insistir em estender esse conteú<strong>do</strong>.<br />
O manejo <strong>do</strong>s círculos encaixa<strong>do</strong>s facilita a percepção <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong><br />
quan<strong>do</strong> as frações envolvidas têm denomina<strong>do</strong>res diferentes. Giran<strong>do</strong> os<br />
círculos, por exemplo, de terços e nonos, focalizan<strong>do</strong> a fração 1<br />
e rodan<strong>do</strong><br />
3<br />
para acrescentar 2<br />
, o aluno percebe que a parte mostrada corresponde<br />
9<br />
a 5<br />
1 3<br />
2<br />
5<br />
. Por quê? Como = , a adição de dá o resulta<strong>do</strong> . Assim, o aluno<br />
9 3 9 9 9<br />
percebe a necessidade de transformar a fração 1<br />
3<br />
na equivalente 3 9 .<br />
Para prosseguir o trabalho com as operações convém organizar quadros<br />
de equivalências.<br />
Vamos organizar as equivalências descobertas com o uso <strong>do</strong>s círculos.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
261<br />
3<br />
5<br />
4<br />
5<br />
+<br />
–<br />
1<br />
5<br />
1<br />
5<br />
=<br />
=<br />
4<br />
5<br />
X<br />
3<br />
5
1<br />
8<br />
1<br />
4<br />
Procure no<br />
dicionário o<br />
significa<strong>do</strong> de<br />
equivalente.<br />
1<br />
8<br />
1<br />
2<br />
1<br />
8<br />
1<br />
4<br />
1<br />
8<br />
1<br />
8<br />
1<br />
4<br />
1<br />
8<br />
1<br />
2<br />
1<br />
8<br />
1<br />
4<br />
Complete as igualdades.<br />
1<br />
8<br />
a) 1 = 2 = = 4 = 5 b) 1 = 2 =<br />
2<br />
6<br />
3<br />
d) 8<br />
10<br />
=<br />
5<br />
1<br />
6<br />
1<br />
9<br />
Observe: 2<br />
4 = 4<br />
8 . Estas frações são equivalentes, isto é, tem valor igual<br />
porque representam o mesmo número: 1<br />
2 .<br />
Existe uma forma prática de determinar frações equivalentes.<br />
Multiplique ambos os termos destas frações por 2.<br />
a)<br />
1<br />
b)<br />
2<br />
c)<br />
4<br />
3<br />
A fração obtida pela multiplicação é equivalente à fração dada?<br />
Então,<br />
O valor de uma fração não se altera quan<strong>do</strong> multiplicamos ou dividimos<br />
o numera<strong>do</strong>r e o denomina<strong>do</strong>r pelo mesmo número.<br />
Veja:<br />
1<br />
=<br />
1 x 4<br />
= 4<br />
3 3 x 4 12<br />
4<br />
12<br />
=<br />
4 : 4<br />
=<br />
12 : 4<br />
1<br />
3<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
262<br />
1<br />
3<br />
1<br />
9<br />
e)<br />
1<br />
6<br />
2<br />
3<br />
1<br />
9<br />
=<br />
6<br />
1<br />
6<br />
1<br />
9<br />
=<br />
1<br />
3<br />
1<br />
9<br />
3<br />
9<br />
1<br />
6<br />
1<br />
9<br />
1<br />
9<br />
c)<br />
1<br />
6<br />
1<br />
5<br />
1<br />
3<br />
1<br />
9<br />
=<br />
1<br />
6<br />
2<br />
1<br />
9<br />
1 e 4 são frações equivalentes.<br />
3 12<br />
Quan<strong>do</strong> os termos da fração são dividi<strong>do</strong>s pelo mesmo número dizemos<br />
que ela foi simplificada.<br />
Simplificar uma fração significa encontrar uma fração equivalente a ela<br />
com numera<strong>do</strong>r e denomina<strong>do</strong>r menores.<br />
Quan<strong>do</strong> realizamos sucessivas simplificações podemos obter uma fração<br />
irredutível. Que é uma fração irredutível?<br />
3<br />
5
12<br />
30<br />
Observe:<br />
= 12 : 30 =<br />
2 : 2<br />
2<br />
6<br />
15<br />
6<br />
15<br />
ainda pode ser simplificada.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
263<br />
6<br />
15<br />
= 6 : 15=<br />
3 : 3<br />
5 não pode ser simplificada. Ela, então, é a fração irredutível equivalente<br />
a 12<br />
30 .<br />
Simplifique as frações até encontrar a equivalente irredutível.<br />
a) 9 = ( 3 )<br />
15 5<br />
c) 16 = ( 2 )<br />
24 3<br />
b) 10 = ( 5 )<br />
18 9<br />
d) 12 = ( 3 )<br />
28 7<br />
Encontre o resulta<strong>do</strong> das operações tornan<strong>do</strong> os denomina<strong>do</strong>res iguais.<br />
a) 2 + 5 = ( 11 )<br />
3 9 9<br />
b) 7 – 3 = ( 1 )<br />
10 5 5<br />
c) 9 – 3 = ( 0 ) d) 2 + 5 = ( 31 )<br />
12 4 9<br />
3 8 24<br />
a)<br />
Dê o resulta<strong>do</strong> das multiplicações e das divisões.<br />
4 x 3 = ( 12 ) = 2<br />
b) 6 x 5 = ( 30 )<br />
6 6<br />
7<br />
7<br />
c) 10 : 2 = ( 5 ) d) 8 : 4 = ( 2 )<br />
12 12<br />
9<br />
9<br />
Leia e analise a situação descrita em cada item:<br />
a) A parede <strong>do</strong> banheiro será azulejada até os <strong>do</strong>is terços.<br />
b) Três quartos da população adulta <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Y tem curso superior.<br />
c) Esse cano é de meia polegada.<br />
d) São exatamente 16 horas e um quarto.<br />
e) Na primeira semana <strong>do</strong> mês já gastei três quintos <strong>do</strong> meu salário.<br />
f) A herança será dividida entre os herdeiros de mo<strong>do</strong> que cada um receba<br />
um nono.<br />
g) Erilda toma um quarto de comprimi<strong>do</strong> por dia par controlar a pressão<br />
arterial.<br />
h) Quase to<strong>do</strong>s os alunos foram aprova<strong>do</strong>s, pois um décimo apenas vai<br />
repetir o ano.<br />
2<br />
5
Discutir com a turma sobre o significa<strong>do</strong> das frações expressas em cada<br />
situação. Verificar, em cada caso, se os alunos percebem quan<strong>do</strong> indicam<br />
pouco ou muito em relação ao inteiro.<br />
ATIVIDADE 4 – FRAÇÃO DE NÚMEROS<br />
As frações de números ou de quantidades surgem, nos contextos sociais,<br />
relacionadas a fatos, ocorrências e fenômenos.<br />
Leia.<br />
a) Cerca de 1<br />
4 das espécies existentes de beija-flores vivem nas florestas<br />
brasileiras.<br />
b) O ser humano passa, em média, 1<br />
3 <strong>do</strong> dia <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>.<br />
c) Já se passaram 2<br />
6 <strong>do</strong> ano sem sinais de chuva.<br />
O que representa 1<br />
3 <strong>do</strong> dia?<br />
8 8 8<br />
Se o dia tem 24 horas, 1<br />
3 é igual a 8 <br />
O que representa 2<br />
6 <strong>do</strong> ano?<br />
Como o ano tem 12 meses, 2<br />
6 de 12 é igual a 4.<br />
2 2 2 2 2 2<br />
As frações de quantidades são usadas há longo tempo!<br />
Na época <strong>do</strong> Brasil colônia muito se falava sobre um quinto de ouro que era<br />
pago a Portugal como imposto pela extração desse metal precioso na colônia.<br />
O ouro era envia<strong>do</strong> a Portugal em um navio conheci<strong>do</strong> como “o navio<br />
<strong>do</strong>s quintos”.<br />
Você se lembra que a história nos conta que, por desejo de livrar-se<br />
desses encargos com Portugal os brasileiros se reuniram em um movimento<br />
chama<strong>do</strong> Inconfidência Mineira? Essa revolta se deu em Minas Gerais e<br />
resultou na morte de Tiradentes em 1792.<br />
Pense.<br />
Se a extração de ouro em um perío<strong>do</strong> for de 1 000kg, quantos quilos<br />
equivalem a 1 quinto?<br />
1 000 kg<br />
200 kg 200 kg 200 kg 200 kg 200 kg<br />
(1 000 kg correspondem a 5<br />
5<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
264<br />
e 1<br />
5<br />
são 200 kg)<br />
Para entender melhor a relação entre as partes fracionárias, o aluno<br />
pode recortar tiras de papel como se fossem retângulos e dividi-las em 3,<br />
4, 5 ou mais partes iguais. Em seguida, ele vai desenhar bolinhas dividin<strong>do</strong>
determinada quantidade entre as partes, como, por exemplo, separar 36<br />
em nonos, que é o mesmo que dividir 36 por 9.<br />
36 bolinhas<br />
0<br />
0 0 0<br />
0<br />
0 0 0<br />
0<br />
0 0 0<br />
Comentar com a turma:<br />
0<br />
0 0 0<br />
0<br />
0 0 0<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
265<br />
0<br />
0 0 0<br />
0<br />
0 0 0<br />
0<br />
0 0 0<br />
0<br />
0 0 0<br />
Em uma ponta temos 1<br />
9 da tira sombrea<strong>do</strong> o que representa 1<br />
9 de 36,<br />
ou seja, 4 bolinhas.<br />
Na outra ponta temos 3<br />
9 da tira sombrea<strong>do</strong>s. Então, 3<br />
9 de 36 é igual<br />
a quantas bolinhas? (12)<br />
Quem sabe responder calculan<strong>do</strong>?<br />
36 correspondem a que fração? (Relacionar 36 a 9<br />
9 )<br />
Para descobrir quantas bolinhas correspondem a 1<br />
9<br />
fazer? (Dividir 36 por 9)<br />
Focalizar:<br />
o que devemos<br />
A quantidade total corresponde a 1 inteiro. Portanto, 36 correspondem<br />
a 9<br />
9 . Para descobrir o valor de 1<br />
9 , dividimos 36 por 9<br />
de 1<br />
9<br />
Observe a parte sombreada na outra ponta. O que representa? 3<br />
9<br />
Se você sabe que 3<br />
9 valem 12, o que deve fazer para descobrir o valor<br />
? (Dividir 12 por 3)<br />
Você observou que operamos sempre com o numera<strong>do</strong>r, porque é ele<br />
que tem valor quantitativo, pois indica o número de partes fracionárias.<br />
Descubra quantas bolinhas há em 7<br />
. (Se 9 nonos = 36, 1 nono será<br />
9<br />
36:9=4. Se 1 nono é 4, 7 nonos = 7x4=28)<br />
Resolva estes problemas aplican<strong>do</strong> o que descobriu:<br />
a) Paulo tem 27 reais. Gastou 5<br />
desse dinheiro. Quanto Paulo gastou?<br />
9<br />
Qual é a fração <strong>do</strong> dinheiro correspondente ao que sobrou? (15 reais – 4<br />
9 )<br />
b) Janine quer comprar um livro que custa 36 reais. Ela já possui 4<br />
9 desse<br />
valor. Quanto Janine ainda precisa ter para comprar o livro? (20 reais)<br />
c) Rejane quer comprar uma torta para o lanche de sába<strong>do</strong>. Mas, ela<br />
possui apenas 2<br />
<strong>do</strong> valor da torta. Se ela tem 10 reais, quanto custa a<br />
9<br />
torta? (45 reais)<br />
d) Se 1<br />
9<br />
e) Se 1<br />
9<br />
8<br />
de 27 é igual a 3, qual será o valor de ? (24)<br />
9<br />
de 27 é igual a 3, qual será o valor de 1<br />
3<br />
? (9)
Preencha as partes fracionárias com bolinhas.<br />
quintos de 30 Oitavos de 48 Sextos de 24<br />
Desenhe os outros retângulos.<br />
Calcule:<br />
a) 1 de 21 (3)<br />
7<br />
3<br />
c) de 60 (45)<br />
4<br />
b) 3 de 42 (21)<br />
6<br />
Observe e determine os valores indica<strong>do</strong>s:<br />
Qual é o valor de<br />
Qual é o valor de<br />
Qual é o valor de<br />
Pense e responda.<br />
1<br />
10 ?<br />
5<br />
12 ?<br />
2<br />
9<br />
4<br />
d) de 100 (40)<br />
10<br />
Parte sombreada corresponde a 60<br />
? (14)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
266<br />
6<br />
10 ?<br />
10<br />
10 ?<br />
Parte sombreada corresponde a 14<br />
9<br />
12 ?<br />
3<br />
12 ?<br />
Parte sombreada corresponde a 35<br />
7<br />
9<br />
? (49)<br />
9<br />
9<br />
? (63)<br />
a) Se 1<br />
de um número é igual a 10, qual é esse número? (30)<br />
3<br />
b) Se 3<br />
de um número é igual a 18, qual é esse número? (48)<br />
8<br />
c) Se 4<br />
de uma quantia é igual a R$ 480,00, qual é essa quantia?<br />
9<br />
(R$ 1 080,00)<br />
Invente <strong>do</strong>is problemas para essa ilustração.<br />
15 15<br />
15
BLOCO 2 – OS RACIONAIS SOB A FORMA DECIMAL<br />
!"#!#)<br />
ATIVIDADE (
Você pode registrar 2 décimos assim: 2<br />
ou assim: 0,2.<br />
10<br />
Você pode registrar 16 centésimos assim: 16<br />
ou, assim: 0,16.<br />
2<br />
10<br />
e 16<br />
100<br />
são chamadas frações decimais.<br />
As frações decimais tem numera<strong>do</strong>res iguais a 10, 100, 1.000 e outras<br />
potências de 10.<br />
Complete o quadro.<br />
Fração<br />
2<br />
Como se lê Razão Decimal<br />
10<br />
2 décimos 2 em 10 0,2<br />
8<br />
10<br />
5<br />
100<br />
9<br />
100<br />
21<br />
100<br />
62<br />
100<br />
37<br />
100<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
268<br />
100<br />
8 décimos 8 em 10 0,8<br />
5 centésimos 5 em 100 0,005<br />
9 centésimos 9 em 100 0,09<br />
21 centésimos 21 em 100 0,21<br />
62 centésimos 62 em 100 0,62<br />
37 centésimos 37 em 100 0,37<br />
Se o inteiro é dividi<strong>do</strong> em 1 000 partes iguais, qual fração e decimal<br />
correspondem a:<br />
a) 2 partes? ( 2 e 0,002)<br />
10 000<br />
c) 89 partes? ( 89 e 0,089)<br />
10 000<br />
e) 248 partes? ( 248 e 0,248)<br />
10 000<br />
Observe:<br />
b) 35 partes? ( 35 e 0,035)<br />
10 000<br />
d) 100 partes? ( 100 = 1 ; 0,100= 0,1)<br />
10 000 10<br />
8 = 0,008 ... 8 milésimos 124 = 0,124 ... 124 milésimos<br />
100<br />
1 000
ATIVIDADE 2 – COMPARANDO DECIMAIS<br />
Observe os decimais representa<strong>do</strong>s nas figuras.<br />
A parte sombreada corresponde a 0,4 A parte sombreada corresponde a 0,40<br />
Observe que as partes sombreadas são iguais.<br />
Logo, 0,4 = 0,40<br />
Assim, podemos escrever:<br />
0,7 = 0,70 = 0,700 = 0,7000......<br />
1,2 = 1,20 = 1,200 = 1,2000....<br />
Observan<strong>do</strong> as figuras acima, coloque =, > ou < entre os decimais.<br />
a) 0,09 ..... 0,3 b) 0,7 ..... 0,70<br />
c) 0,2 ..... 0,18 d) 1,6 ..... 1,60<br />
Com base nessas figuras compare os decimais, incluin<strong>do</strong> os milésimos.<br />
Coloque entre eles =, > ou <<br />
a) 0,008 < 0,1 b) 0,25 < 2,5<br />
c) 0,8 = 0,800 d) 0,7 > 0,69<br />
Para facilitar, você pode igualar o número de ordens decimais completan<strong>do</strong><br />
o decimal com zeros.<br />
Qual é o maior 0,4 ou 0,237?<br />
Completan<strong>do</strong> as casas decimais de 0,4 com zeros, o decimal fica assim:<br />
0,400.<br />
Aí, observe os números com se fossem inteiros: 400 e 237; qual é o<br />
maior?<br />
Iguale o número de casas decimais e compare os decimais escreven<strong>do</strong><br />
entre eles +, > ou <<br />
a) 0,5 ..... 0,38 b) 0,309 ..... 0,3<br />
c) 1,08 ..... 1,8 d) 2,3 ..... 2,39<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
269
Escreva um decimal no lugar <strong>do</strong>s ..... para completar corretamente o<br />
que está abaixo.<br />
a) ..... = 2,7 b) 1,47 > .....<br />
c) ..... < 2,1 d) ..... > 3,89<br />
ATIVIDADE 3 – APLICANDO OS DECIMAIS<br />
Observe.<br />
<br />
<br />
ENCONTRO 4<br />
!"#!#* !"#!#* !"#!#* !"#!#*<br />
5! 5! 5! 5!<br />
1 inteiro 1 décimo 1 centésimo 1 milésimo<br />
2 2 2 2 2 7 2 27 27 7 2 7 2 27 27 7 2 7 2 27 27 7<br />
2 02 02 <br />
# <br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" &Agora, 7 responda: ) 2 7' 5<br />
" &a) 7 Quantos milésimos ) 2 ' há em<br />
5<br />
1 inteiro? (1 000)<br />
02 <br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
b) Quantos milésimos há 1 centésimo? (10)<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
c) Quantos milésimos há em 1 décimo? (100)<br />
:4<br />
:4:<br />
:4::<br />
d) Quantos centésimos há em 1 inteiro? (100)<br />
+9"#<br />
" !9# 39#<br />
e) Quantos centésimos há em 1 décimo? (10)<br />
A '<br />
f) Quantos décimos há em 1 inteiro? (10)<br />
) . ) 4 .<br />
0,1 =<br />
= 0,01 0,001<br />
B ! 1 décimo<br />
1 centésimo<br />
1 milésimo<br />
" 2 ) !!!! )! 5<br />
Você se lembra <strong>do</strong> quadro com as ordens <strong>do</strong> sistema de numeração<br />
" 2 ) !!!! ! 5<br />
decimal?<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
" 2 <br />
Dezena<br />
!!!! ! 5<br />
Unidade<br />
Centena Dezena Unidade<br />
de milhar de milhar<br />
1 > C<br />
D<br />
U<br />
DM<br />
6 <br />
UM<br />
' 85 <br />
&545 <br />
H ) !<br />
A3!<br />
4<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
270<br />
9"#<br />
2 02 02 <br />
# <br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
02 <br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
:4<br />
:4:<br />
:4::<br />
+9"#<br />
" !9# 39#<br />
A '<br />
) . ) 4 .<br />
=<br />
=<br />
<br />
B !<br />
" 2 ) !!!! )! 5<br />
" 2 ) !!!! ! 5<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
1 > 6 ' 85 <br />
&545 <br />
H ) !<br />
A3!<br />
!9# =39#<br />
4<br />
+<br />
"<br />
<br />
0 0 / S<br />
9"#<br />
2 02 02 <br />
# <br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
02 <br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
:4<br />
:4:<br />
:4::<br />
+9"#<br />
" !9# 39#<br />
A '<br />
) . ) 4 .<br />
=<br />
=<br />
<br />
B !<br />
" 2 ) !!!! )! 5<br />
" 2 ) !!!! ! 5<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
1 > 6 ' 85 <br />
&545 <br />
H ) !<br />
A3!<br />
<br />
!9# =39#<br />
4<br />
+<br />
"<br />
<br />
0 0 / S<br />
9"#<br />
2 02 02 <br />
# <br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
02 <br />
" & 7 ) 2 7' 5<br />
" & 7 ) 2 ' 5<br />
:4<br />
:4:<br />
:4::<br />
+9"#<br />
" !9# 39#<br />
A '<br />
) . ) 4 .<br />
=<br />
=<br />
<br />
B !<br />
" 2 ) !!!! )! 5<br />
" 2 ) !!!! ! 5<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
" 2 !!!! ! 5<br />
1 > 6 ' 85 <br />
&545 <br />
H ) !<br />
A3!<br />
!9# =39#<br />
4<br />
+<br />
"<br />
<br />
0 0 / S<br />
9"#<br />
1<br />
0,1 ou 1<br />
0,01 ou 1<br />
10<br />
100<br />
0,001 ou 1<br />
1 000<br />
!9# =39#<br />
+<br />
"<br />
<br />
0 0 / S
Responda, completan<strong>do</strong>.<br />
a) 1 dezena de milhar vale .... unidades de milhar. (10)<br />
b) 1 unidade de milhar vale .... centenas. (10)<br />
c) 1 centena vale .... dezenas. (10)<br />
d) 1 dezena vale .... unidades. (10)<br />
Se existir outra ordem à direita das unidades, qual será o seu valor?<br />
(1 décimo da unidade porque 1 unidade valerá 10 unidades dessa ordem)<br />
Logo, há possibilidade de estender o sistema de numeração incluin<strong>do</strong> os<br />
decimais.<br />
Veja.<br />
C D U,<br />
Décimos<br />
d<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
271<br />
Centésimos<br />
c<br />
Milésimos<br />
m<br />
0, 0 2 9<br />
No quadro está representa<strong>do</strong> 0,029 ou 29 milésimos.<br />
Responda:<br />
a) 1 unidade vale quantos décimos? (10)<br />
b) Qual é a ordem imediatamente à direita <strong>do</strong>s décimos? (a ordem <strong>do</strong>s<br />
centésimos)<br />
c) 1 centésimo equivale a que fração de 1 décimo? ( 1<br />
10 )<br />
d) Quantos milésimos são necessários para completar 1 centésimo? (10)<br />
e) 1 milésimo equivale a que fração de 1 centésimo? ( 1<br />
10 )<br />
Desenhe um quadro igual a este e represente os decimais:<br />
C D U, d c m<br />
0, 3 2<br />
0, 0 9<br />
2, 0 7<br />
4, 0 7 1<br />
a) 32 centésimos;<br />
b) 9 décimos;<br />
c) 2 unidades e 7 centésimos;<br />
d) 4 unidades e 71 milésimos.<br />
Consulte o quadro acima para ler os decimais:<br />
a) 1,06
) 0,094<br />
c) 2,001<br />
d) 0,8<br />
e) 0, 56<br />
f) 3,6<br />
Escreva usan<strong>do</strong> algarismos na forma decimal.<br />
a) Vinte e sete milésimos.<br />
b) Duas unidades e quatro centésimos.<br />
c) Nove décimos.<br />
d) Quinze milésimos.<br />
ATIVIDADE 4 – OPERAÇÕES COM DECIMAIS<br />
Comentar com os alunos:<br />
Como os decimais se organizam como uma extensão <strong>do</strong> sistema de<br />
numeração, as operações envolven<strong>do</strong> esses números seguem as mesmas<br />
regras das que valem para os números naturais.<br />
Vamos fazer esta adição: 12,045 + 0,76.<br />
D U, d c m<br />
1 2, 0 4 5<br />
+ 0, 7 6<br />
1 2 8 0 5<br />
Desenhe os quadros para fazer as adições:<br />
a) 8,93 + 0,0005 =<br />
b) 1,056 + 0,98 =<br />
c) 0,4 + 3,96 + 0,05 =<br />
Veja a subtração 3,9 – 0,47<br />
D U, d c m<br />
_<br />
3,<br />
0,<br />
9<br />
4<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
272<br />
0<br />
7<br />
3, 4 3<br />
Coloca-se um zero no minuen<strong>do</strong> para não errar!
Toda vez que uma ordem <strong>do</strong> minuen<strong>do</strong> estiver vaga, coloca-se um zero.<br />
Exemplo: 2,8 – 0,75 = 2,80 – 0,75. Afinal o número não se altera, pois<br />
2,8 = 2,80.<br />
Desenhe os quadros para subtrair:<br />
a) 4,1 – 0,6 = (3,5)<br />
b) 5,23 – 1,084 = (4,146)<br />
c) 3 – 1,65 = (1,35)<br />
A multiplicação e a divisão com decimais, também, são semelhantes a<br />
multiplicação e divisão com números naturais.<br />
Observe.<br />
4 x 0,256 0, 2 5 6 3, 54 : 3 3, 5 4 3<br />
X 4 0 5 1, 1 8<br />
1, 0 2 4 2 4<br />
0<br />
Agora é sua vez!<br />
Resolva.<br />
a) 3 x 0,8 = (2,4)<br />
b) 9 x 2,06 = (18,54)<br />
c) 7 x 0,035 = (0,245)<br />
d) 0,125 : 5 = (0,025)<br />
e) 8,16 : 8 = (1,02)<br />
Veja como é fácil multiplicar um decimal por 10, 100 e 1 000.<br />
10 x 2,94 =<br />
10 x 2,94 = 29,4 Multiplicar 2,94 por 10 é o mesmo que tornar este<br />
número 10 vezes maior.<br />
100 x 0,753=<br />
100 x 0,753 = 75,3 Multiplicar um decimal por 100 é torná-lo 100 vezes<br />
maior.<br />
1 000 x 1,067=<br />
1 000 x 1,067= 1.067 Multiplicar um decimal por 1 000 é torná-lo 1 000<br />
vezes maior.<br />
Podemos concluir que<br />
Para multiplicar um decimal por 10, 100 e 1.000... basta deslocar a vírgula,<br />
respectivamente, uma, duas, três... casas para a direita.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
273
Para dividir um decimal por 10, 100 e 1 000 procede-se de maneira<br />
inversa.<br />
Veja.<br />
2,05 : 10 = 0,205 23,5 : 10 = 23,5 12,8 : 100 = 0,128<br />
45,6 : 1 000 = 0,0456<br />
Para dividir um decimal por 10, 100 e 1 000... basta deslocar a vírgula,<br />
respectivamente, uma, duas, três... casas para a esquerda.<br />
Agora é com você!<br />
a) 10 x 0,345 = (3,45)<br />
b) 3,09 : 10 = (0,309)<br />
c) 100 x 4,15 = (415)<br />
d) 1 000 x 0,6 = (600)<br />
e) 20,5 : 100 = (0,205)<br />
f) 32,8 : 1 000= (0,0328)<br />
ATIVIDADE 5 – A ESCRITA DECIMAL DO DINHEIRO<br />
Você sabe que a unidade monetária <strong>do</strong> nosso dinheiro é 1 real.<br />
Sabe, também que há moedas com valores menores que 1 real.<br />
CÉDULAS E MOEDAS DO REAL<br />
Cédulas<br />
Moedas<br />
1 centavo 5 centavos 10 centavos 20 centavos 50 centavos 1 real<br />
Também existem notas com valores maiores que 1 real.<br />
Se 1 real é a unidade monetária, que frações representam as outras<br />
moedas em relação a 1 real?<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
274
A escrita de quantias é um registro decimal.<br />
Para ler os valores expressos em reais, você deve considerar:<br />
a parte inteira que está antes da vírgula é lida seguida da palavra real<br />
ou reais;<br />
a parte decimal, após a vírgula é lida seguida da palavra centavo ou<br />
centavos.<br />
Este livro custa vinte e nove reais e<br />
oitenta centavos.<br />
Escreva as quantias por extenso.<br />
a) R$ 103,05<br />
b) R$ 0,32<br />
c) R$ 28,75<br />
d) R$ 2 089,07<br />
1 centavo equivale a 1<br />
de 1 real ou 0,01.<br />
100<br />
Por isso a escrita de 1 centavo é R$ 0,01.<br />
5 centavos equivalem a 5<br />
de 1 real ou 0,05.<br />
100<br />
Então é escrito assim R$ 0,05.<br />
10 centavos equivalem a 10<br />
de 1 real ou 0,10.<br />
100<br />
Logo, a escrita de 10 centavos é R$ 0,10.<br />
25 centavos equivalem a 25<br />
de 1 real ou 0,25.<br />
100<br />
Por isso, a escrita de 25 centavos é R$ 0,25.<br />
50 centavos equivalem a 50<br />
de 1 real ou 0,50.<br />
100<br />
A escrita de 50 centavos é R$ 0,50.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
275<br />
R$ 29,80
ATIVIDADE 6 – RESOLVENDO PROBLEMAS<br />
COM NÚMEROS RACIONAIS<br />
1. Leia, pense e responda a todas as perguntas.<br />
5,20t<br />
a) O caminhão <strong>do</strong> Sr. Leonar<strong>do</strong> está transportan<strong>do</strong><br />
uma carga de 3,750 toneladas.<br />
Este caminhão está transportan<strong>do</strong> uma carga no máximo<br />
da sua capacidade? (Não)<br />
Quantas toneladas a mais ele pode transportar?<br />
(1,450t)<br />
Na primeira parada, Leonar<strong>do</strong> descarregou 1,50 toneladas e pegou mais<br />
uma carga de 1,830 toneladas. Quantas toneladas, o caminhão transportará<br />
depois da primeira parada? (4,08t)<br />
b) Antes de comprar um computa<strong>do</strong>r, Leandro fez pesquisa de preço em<br />
quatro lojas.<br />
Veja a tabela com os preços que ele recolheu.<br />
Loja Preço<br />
A R$ 986,70<br />
B R$ 999,90<br />
C R$ 1 067,50<br />
D R$ 989,99<br />
Em que loja o computa<strong>do</strong>r é mais caro? (Loja C)<br />
Em que loja é mais barato? (Loja A)<br />
Qual a diferença de preços da Loja A para a Loja B? (R$ 13,20)<br />
Qual a diferença de preços da loja em que o computa<strong>do</strong>r custa mais para<br />
a loja que o vende mais barato? (R$ 80,80)<br />
c) Numa confeitaria, a torta de chocolate é vendida por R$ 36,00 e a<br />
torta de morango por R$ 24,00.<br />
Se o cliente quiser um pedaço as tortas são divididas em oitavos.<br />
Qual a diferença <strong>do</strong>s preços de um pedaço das duas tortas? (R$ 1,50)<br />
Clara e Laura foram lanchar. Clara comeu um pedaço da torta de morango<br />
e Laura, um pedaço da torta de chocolate. Quanto cada menina pagou?<br />
(Clara pagou R$ 3,00 e Laura, R$ 4,50)<br />
Laura resolveu levar para casa, 2 pedaços da torta de chocolate e três<br />
pedaços da torta de morango. Quanto ela pagou pelos pedaços de torta<br />
que levou? (R$ 9,00 pela torta de chocolate e R$ 9,00 pela de morango =<br />
R$ 18,00)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
276
Quanto Laura pagou ao to<strong>do</strong>? (R$ 22,50)<br />
Quantos reais as duas meninas gastaram na confeitaria? (R$ 25,50)<br />
d) Gil e Gal disputavam um torneio ortográfico: queriam saber quem<br />
escrevia corretamente o maior número de palavras difíceis.<br />
Primeiro Gil ditou 50 palavras e Gal escreveu certo 30 delas.<br />
Depois, foi a vez de Gal ditar 50 palavras. Mas, quan<strong>do</strong> Gil escreveu<br />
a quadragésima (40ª) palavra, chegaram uns amigos e a brincadeira<br />
acabou.<br />
Gil, que tinha acerta<strong>do</strong> 24 palavras, disse: “Ganhei! Tenho a maior fração<br />
de acertos”<br />
Foi mesmo?<br />
(30 em 50 =<br />
30<br />
=<br />
3<br />
.<br />
24<br />
=<br />
3<br />
. Os <strong>do</strong>is tiveram a mesma fração de acertos.)<br />
50 5 40 5<br />
(Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> livro Matemática na medida certa, de Jakubo e Lellis, 5ª série, Ed. Scipione, 1991)<br />
e) Observe como José planeja dividir um lote onde vai construir sua<br />
casa.<br />
♣<br />
Casa<br />
Que fração <strong>do</strong> terreno será ocupada pela casa? ( 1<br />
2 )<br />
A parte destinada ao quintal está marcada com ♣. Que fração <strong>do</strong> terreno<br />
corresponde essa parte? ( 1<br />
4 )<br />
No espaço marca<strong>do</strong> com ♥ será a garagem. Que fração <strong>do</strong> terreno será<br />
destinada à garagem? ( 1<br />
8 )<br />
2. Resolva os problemas:<br />
a) Três oitavos das figurinhas de João estão coladas no seu álbum e ainda<br />
falta colar 30. Quantas figurinhas tem a coleção de João? (48)<br />
b) O álbum de Joaquim tem 4 nonos de figurinhas coladas e ainda faltam<br />
60 figurinhas para completar o álbum. Quantas figurinhas cabem no álbum<br />
de Joaquim? (108)<br />
c) Carlos e Antônio têm, cada um, 54 reais. Numa lanchonete Carlos<br />
gastou 2<br />
6<br />
<strong>do</strong> seu dinheiro e Antônio gastou 3<br />
9<br />
ficou? (Carlos: 36 reais, Antônio: 36 reais)<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
277<br />
♥<br />
. Com quantos reais cada um<br />
d) Se na sorveteria você pedir duas bolas de sorvete que custa, cada<br />
uma, R$ 1,80 e pagar com R$ 5,00, quanto receberá de troco? (R$ 1,40)
e) Aline tem 1,59 m de altura e Marcos tem 1,76 m. Qual é a diferença<br />
das alturas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is? (0,17m)<br />
f) Ontem, os termômetros marcaram 38,2 graus de temperatura em<br />
uma cidade praiana. Hoje, a temperatura está em 29,7 graus. Quantos<br />
graus a menos está a temperatura hoje nessa cidade? (8,5 graus)<br />
g) Ao calcular 4 – 0,37 um aluno encontrou o resulta<strong>do</strong> 3,37. Está certo<br />
ou erra<strong>do</strong>? Faça a conta e confira. (Erra<strong>do</strong>. 4 – 0,37 = 3,63)<br />
h) A distância entre as cidades A e B é 286,5 quilômetros. Quantos quilômetros<br />
percorre um ônibus para ir de A para B e de B para A? (573km)<br />
i) Um motorista de caminhão faz 3 viagens por semana percorren<strong>do</strong> em<br />
cada viagem 54,25 quilômetros. Quantos quilômetros este motorista percorre<br />
por semana? (162,75km)<br />
j) Judite comprou 4 retalhos de teci<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> que <strong>do</strong>is mediam cada um,<br />
2,58m. Os outros <strong>do</strong>is mediam 1,95m e 2,10m. Quantos metros de teci<strong>do</strong><br />
Judite comprou? (9,21m)<br />
k) Ao receber seu salário de R$ 2 300,00, Vítor faz esta divisão: 1<br />
10 para<br />
o aluguel, 2<br />
5<br />
para alimentação, 1<br />
5<br />
para lazer, 1<br />
10<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
278<br />
para o plano de saúde e o<br />
restante vai para a poupança. Quanto Vítor gasta com cada item? Quan<strong>do</strong><br />
ele consegue poupar? (Aluguel: R$ 230,00; alimentação: R$ 920,00; lazer:<br />
R$ 460,00; plano de saúde: R$ 230,00. Poupa R$ 460,00)
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
279<br />
5<br />
OS NÚMEROS INTEIROS E SUAS APLICAÇÕES<br />
objetivos:<br />
Apresentar ao professor sugestões para o desenvolvimento deste tópico<br />
com o intuito de levar os alunos a:<br />
utilizar os números negativos para descrever e dar significa<strong>do</strong> a algumas<br />
situações como, por exemplo, temperaturas, altitudes, débitos e<br />
créditos, perdas e ganhos;<br />
representar os números com sinal na reta numérica;<br />
comparar e ordenar os números com sinal na reta numérica;<br />
identificar um número e o seu oposto;<br />
operar com os números com sinal;<br />
utilizar as convenções de sinais que precedem parêntesis;<br />
calcular expressões numéricas com números negativos e positivos,<br />
envolven<strong>do</strong> parêntesis.<br />
BLOCO 1. OS NOVOS NÚMEROS<br />
O aluno já trabalhou com os números naturais, as frações e os números decimais.<br />
Mas existem muitas situações em que é preciso usar outros números,<br />
os números negativos. Temperaturas, altitudes, escalas de tempo, dívidas e<br />
jogos são algumas das situações a serem trabalhadas para atribuir um significa<strong>do</strong><br />
ao número negativo e ao uso <strong>do</strong>s sinais de + e –.<br />
Para iniciar o trabalho com os números negativos, o professor pode<br />
construir com a ajuda <strong>do</strong>s alunos uma tabela de um sal<strong>do</strong> de gols de um<br />
torneio de futebol, como a exemplificada abaixo.<br />
Times Gols feitos Gols sofri<strong>do</strong>s<br />
Esporte 20 15<br />
Ginástico 12 12<br />
Olímpico 16 10<br />
Vitorioso 5 10<br />
Conquista 14 20<br />
ENCONTRO 1
Em seguida, acrescentar uma terceira coluna com o sal<strong>do</strong> de gols de<br />
cada time e perguntar:<br />
Olhan<strong>do</strong> apenas para a coluna <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> de gols, parece que tanto o<br />
Conquista e o Olímpico, como também o Esporte e o Vitorioso, estão com<br />
o mesmo sal<strong>do</strong> de gols.<br />
Vocês concordam que esses times têm a mesma situação no campeonato?<br />
Por quê?<br />
Times Gols feitos Gols sofri<strong>do</strong>s Sal<strong>do</strong> de gols<br />
Esporte 20 15 5 a favor<br />
Ginástico 12 12 0<br />
Olímpico 16 10 6 a favor<br />
Vitorioso 5 10 5 contra<br />
Conquista 14 20 6 contra<br />
Nesse momento o professor deve chamar a atenção <strong>do</strong>s alunos para o<br />
fato de que números iguais podem caracterizar situações diferentes, como<br />
por exemplo: 6 gols a favor e 6 gols contra. Para diferenciar essas situações,<br />
sem usar palavras, o professor pode informar aos alunos que se usam<br />
os sinais positivo (+) e negativo (−) e então completar a tabela com a representação<br />
matemática, colocan<strong>do</strong> nas quantidades de gols os sinais adequa<strong>do</strong>s<br />
e observan<strong>do</strong> que o zero não vem acompanha<strong>do</strong> de nenhum sinal.<br />
Explorar um pouco mais com os alunos o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> ser zero,<br />
levan<strong>do</strong>-os a observar que nesse caso o número de gols feitos é igual ao<br />
número de gols sofri<strong>do</strong>s e que, portanto, o sal<strong>do</strong> não é positivo nem negativo,<br />
ou seja, é nulo.<br />
Times Gols feitos Gols sofri<strong>do</strong>s Sal<strong>do</strong><br />
de gols<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
280<br />
Representação<br />
Matemática<br />
Esporte 20 15 5 5 a favor<br />
Ginástico 12 12 0 0<br />
Olímpico 16 10 6 6 a favor<br />
Vitorioso 5 10 5 5 contra<br />
Conquista 14 20 6 6 contra<br />
Após a representação matemática <strong>do</strong>s números na tabela, o professor<br />
pode informar aos alunos que os números negativos foram inventa<strong>do</strong>s pelo<br />
homem para resolver alguns problemas práticos, como é o caso <strong>do</strong> exemplo<br />
acima ou então: quan<strong>do</strong> nos referimos a um acontecimento anterior<br />
ao nascimento de Cristo dizemos no ano 300 a.C ou poderíamos também<br />
dizer no ano –300.
Existem situações nas quais os números negativos são utiliza<strong>do</strong>s.<br />
Vamos conversar sobre elas e sobre alguns instrumentos que registram<br />
números negativos.<br />
1. Vocês conhece o altímetro? Sabem para que serve esse aparelho?<br />
O altímetro é um aparelho utiliza<strong>do</strong> para registrar altitudes, ou seja, alturas<br />
medidas em relação ao nível <strong>do</strong> mar. Assim, o sinal + antes <strong>do</strong> número<br />
indica que o objeto ou pessoa está acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar e nesse caso<br />
diz-se que sua altitude é positiva e o sinal − antes <strong>do</strong> número indica que o<br />
objeto ou pessoa está abaixo <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar, e nesse caso diz-se que sua<br />
altitude é negativa. O nível <strong>do</strong> mar é aqui indica<strong>do</strong> pela altitude 0.<br />
Na tabela abaixo estão registra<strong>do</strong>s alguns objetos ou pessoas e as altitudes<br />
em que eles operam.<br />
Objeto/pessoa Altitude em metros<br />
Avião +300<br />
Helicóptero +150<br />
Nível <strong>do</strong> mar 0<br />
Mergulha<strong>do</strong>r −10<br />
Submarino −50<br />
2. Outra situação em que surgem os números negativos é nos extratos bancários.<br />
Certo cliente de um banco pode ter dinheiro disponível em sua conta corrente.<br />
Nesse caso, diz-se que ele tem um sal<strong>do</strong> positivo. Se esse cliente gastou<br />
mais <strong>do</strong> que ele tinha disponível em sua conta corrente, ou seja, se ele<br />
está deven<strong>do</strong> dinheiro ao banco, então diz-se que o seu sal<strong>do</strong> é negativo.<br />
Por exemplo, suponha que os resumos <strong>do</strong>s extratos bancários de Pedro<br />
e Lucas sejam da<strong>do</strong>s por:<br />
Pedro Lucas<br />
Sal<strong>do</strong> anterior: R$ 500,00 Sal<strong>do</strong> anterior: R$ 500,00<br />
Cheque compensa<strong>do</strong>: R$ 136,50 Cheque compensa<strong>do</strong>: R$ 650,00<br />
Sal<strong>do</strong>: ? Sal<strong>do</strong>: ?<br />
Qual deles tem sal<strong>do</strong> negativo em sua conta corrente? (Lucas).<br />
3. To<strong>do</strong>s vocês conhecem o termômetro? Para que serve esse instrumento?<br />
Em determinadas épocas <strong>do</strong> ano, algumas cidades registram uma temperatura<br />
abaixo de zero. O instrumento usa<strong>do</strong> para medir temperatura é o<br />
termômetro.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
281
A escala Celsius concebida originalmente pelo astrônomo sueco André<br />
Celsius é uma escala usada para medir temperatura. Nessa escala, <strong>do</strong>is<br />
pontos são toma<strong>do</strong>s como referência: o ponto de congelamento da água,<br />
isto é, quan<strong>do</strong> a água vira gelo: 0o C e o ponto de fervura da água: 100o C. No intervalo entre esses <strong>do</strong>is pontos a escala é dividida em 100 partes<br />
iguais, cada uma delas corresponden<strong>do</strong> a um grau Celsius denota<strong>do</strong> por<br />
o o C. Existem temperaturas abaixo de 0 C, como é o caso da temperatura<br />
num freezer (−18o C) e temperaturas acima de 0o C, como no caso da água<br />
ferven<strong>do</strong>. Nesse caso, o sinal + indica temperatura acima de zero e o sinal<br />
− indica temperatura abaixo de zero.<br />
Na figura abaixo estão representadas algumas temperaturas.<br />
-5<br />
-3<br />
Propor então aos alunos os seguintes exercícios:<br />
1. Represente os números relaciona<strong>do</strong>s às situações abaixo com um sinal<br />
adequa<strong>do</strong>:<br />
a) a temperatura de 9 o C abaixo de zero; (−9 o ).<br />
b) a temperatura de 24 o C acima de zero; (+24 o ).<br />
c) um lucro de 200 reais; (+R$ 200,00).<br />
d) um prejuízo de 500 reais; (−R$ 500,00).<br />
e) o ano 500 antes de Cristo; (−500).<br />
f) a altitude <strong>do</strong> Monte Everest (8 844 metros acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar).<br />
(+8 844 m).<br />
2. Represente com um sinal adequa<strong>do</strong> o número correspondente à quantidade<br />
de pontos que ficou Carlos num jogo em que ele:<br />
a) ganhou mais 8 pontos e depois ganhou mais 3. (+11).<br />
b) ganhou 4 pontos e depois perdeu 6. (−2).<br />
c) perdeu 5 pontos e depois perdeu mais 2. (−7).<br />
d) perdeu 3 pontos e depois ganhou 7. (+4).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
282<br />
0<br />
2<br />
5
3. Um termômetro marca, neste momento, 6o . Desenhe um termômetro<br />
para visualizar cada situação abaixo e represente com um sinal adequa<strong>do</strong> o<br />
número que o termômetro irá registrar se a temperatura:<br />
a) subir 3o . (9o ) b) descer 10o . (−4o )<br />
c) descer 4o . (2o ) d) descer 14o . (−8o )<br />
4. O edifício onde Paula trabalha tem 15 andares acima e 4 andares abaixo<br />
<strong>do</strong> andar térreo, numera<strong>do</strong>s de 1 a 15 e −1 a −4, respectivamente.<br />
a) Faça um desenho desse edifício, identifican<strong>do</strong> nele os andares de −3<br />
a + 12.<br />
b) Paula quer ir <strong>do</strong> 2o subsolo, nível −2, até o 12o andar, nível +12. Quantos<br />
andares o eleva<strong>do</strong>r terá que subir? (14 andares).<br />
5. Escreva três situações nas quais, para expressar quantidades, é necessário<br />
o uso <strong>do</strong>s números negativos. (Resposta pessoal).<br />
Após a correção <strong>do</strong>s exercícios, o professor pode então comentar com<br />
os alunos que os números 1, 2, 3, 4, 5, 6,... que ele já conhecia vão ser<br />
chama<strong>do</strong>s de números POSITIVOS e podem vir com o sinal + na frente, ou<br />
não. Por exemplo, o número positivo 8 pode ser escrito como 8 ou + 8. Os<br />
números −1, −2, − 3, −4, −5, −6,... com o sinal − na frente são chama<strong>do</strong>s de<br />
números NEGATIVOS. Eles vêm sempre acompanha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal, como em<br />
– 15 ou – 40, por exemplo. O número zero não é positivo nem negativo.<br />
Juntan<strong>do</strong> os números positivos, os números negativos e mais o zero<br />
tem-se o conjunto <strong>do</strong>s números inteiros.<br />
O conjunto <strong>do</strong>s números inteiros é representa<strong>do</strong> pela letra Z, assim:<br />
Z = {..., −5, −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}<br />
O professor pode também informar que Z é a inicial da palavra Zahl,<br />
que significa número em alemão. Além disso, pode desencadear com a<br />
turma uma discussão com o objetivo de que os alunos percebam que to<strong>do</strong><br />
número natural é um número inteiro, mas nem to<strong>do</strong> número inteiro é um<br />
número natural.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
283
BLOCO 2. COMPARANDO E<br />
ORDENANDO OS NÚMEROS INTEIROS<br />
Em se tratan<strong>do</strong> da comparação e da ordenação <strong>do</strong>s números negativos<br />
é interessante trabalhar com situações concretas associadas ao recurso da<br />
representação desses números na reta numérica. Assim como as temperaturas<br />
podem ser marcadas na escala de um termômetro, os números podem<br />
ser representa<strong>do</strong>s numa reta: a reta numérica. Ao representar os números<br />
negativos na reta numérica, o aluno começa a reconhecer a existência de<br />
<strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s a partir da origem, ao contrário da representação <strong>do</strong>s números<br />
naturais na qual a sucessão se dá apenas em um senti<strong>do</strong>. Assim, da<strong>do</strong>s que<br />
se referem a altitudes e profundidades requerem a indicação de uma origem.<br />
No exemplo anterior, o nível <strong>do</strong> mar foi escolhi<strong>do</strong> como o “ponto origem”.<br />
Utilizan<strong>do</strong> a tabela abaixo que registra as temperaturas mínimas registradas<br />
em uma semana em certa cidade <strong>do</strong> Brasil, em um dia muito frio,<br />
pedir que os alunos realizem as tarefas que se seguem.<br />
Dia da semana Temperatura<br />
Segunda 2 o C<br />
Terça − 1 o C<br />
Quarta 0 o C<br />
Quinta − 4 o C<br />
Sexta − 3 o C<br />
Sába<strong>do</strong> 3 o C<br />
Domingo 1 o C<br />
Desenhe uma reta na posição vertical, conforme<br />
o modelo ao la<strong>do</strong>.<br />
Marque um ponto O, como origem, e represente-o<br />
pelo número zero. O zero será chama<strong>do</strong> de origem<br />
em geral.<br />
Marque acima da origem os números positivos<br />
0 Quarta<br />
(que representam os dias da semana com tempera-<br />
-1 Terça<br />
turas positivas) e abaixo, os números negativos (que<br />
-2<br />
representam os dias da semana com temperaturas<br />
negativas). Escreva o dia da semana ao la<strong>do</strong> da tem-<br />
-3 Sexta<br />
peratura correspondente.<br />
Agora responda:<br />
-4 Quinta<br />
a) Qual dia da semana registrou a temperatura mais baixa? (Quinta).<br />
b) Qual dia da semana registrou a temperatura mais alta? (Sába<strong>do</strong>).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
284<br />
ENCONTRO 2<br />
0<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
Sába<strong>do</strong><br />
Segunda<br />
Domingo
c) Escreva os nomes desses dias em ordem crescente da temperatura<br />
registrada e observe bem a posição de cada uma delas na reta numerada.<br />
(Quinta, sexta, terça, quarta, <strong>do</strong>mingo, segunda e sába<strong>do</strong>).<br />
Observan<strong>do</strong> a reta numerada, os alunos podem concluir que os dias da<br />
semana com temperaturas positivas ficaram acima <strong>do</strong>s dias da semana<br />
com temperaturas negativas. Além disso, o professor pode destacar a posição<br />
<strong>do</strong> zero em relação aos números positivos e negativos e comparar<br />
<strong>do</strong>is números inteiros de mesmo sinal.<br />
Em seguida, solicitar aos alunos que representem a mesma situação<br />
numa reta horizontal, responden<strong>do</strong> às mesmas perguntas agora olhan<strong>do</strong><br />
apenas para a reta na posição horizontal e, em seguida, que comparem as<br />
duas representações.<br />
-4<br />
Quinta<br />
-3<br />
Sexta<br />
-2<br />
1. Faça comparações entre um número negativo e o zero:<br />
-1<br />
Terça<br />
0<br />
Quarta<br />
0 o C é uma temperatura mais alta <strong>do</strong> que −3 o C? Assim, zero é maior<br />
<strong>do</strong> que −3.<br />
0 está acima de −3? Assim, 0 é maior <strong>do</strong> que −3.<br />
Zero fica à direita de −3 na reta numérica? Assim, 0 > −3.<br />
Quan<strong>do</strong> se compara um número negativo com o zero, o maior deles<br />
é sempre o zero.<br />
2. Compare um número negativo e um número positivo:<br />
+3 o C é uma temperatura mais alta <strong>do</strong> que −4 o C? Assim, +3 é maior<br />
<strong>do</strong> que −4.<br />
+3 está acima de −4? Assim, +3 é maior <strong>do</strong> que −4.<br />
+3 fica à direita de −4? Assim, +3 > −4.<br />
Quan<strong>do</strong> se compara um número positivo com um número negativo,<br />
o maior deles é sempre o número positivo.<br />
3. Compare <strong>do</strong>is números negativos:<br />
−1 o C é uma temperatura mais alta <strong>do</strong> que −4 o C? Assim, −1 é maior<br />
<strong>do</strong> que −4.<br />
−1 está acima de −4? Assim, −1 é maior <strong>do</strong> que −4.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
285<br />
1<br />
Domingo<br />
2<br />
Segunda<br />
3<br />
Sába<strong>do</strong><br />
4
−1 fica à direita de −4? Assim −1 > −4.<br />
Quan<strong>do</strong> se comparam <strong>do</strong>is números negativos, o maior deles é sempre<br />
o que está mais próximo da origem.<br />
Desenhan<strong>do</strong> uma reta numérica no quadro, o professor pode pedir que<br />
os alunos façam o mesmo em seus cadernos, sistematizan<strong>do</strong> as conclusões<br />
acima.<br />
À direita <strong>do</strong> zero estão os números maiores que zero e, à esquerda<br />
estão os números menores que zero.<br />
Andan<strong>do</strong> para a direita, os números aumentam, ou seja, quanto mais<br />
à direita estiver um número, maior ele será e quanto mais à esquerda,<br />
menor.<br />
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5<br />
Propor aos alunos as seguintes questões:<br />
1. Na reta numérica abaixo as distâncias entre duas marcas consecutivas<br />
são todas iguais.<br />
A<br />
-2<br />
-1<br />
0<br />
Qual é coordenada <strong>do</strong> ponto A? E a coordenada <strong>do</strong> ponto B? (- 3 e + 3<br />
ou 3).<br />
2. Na reta numérica abaixo as distâncias entre duas marcas consecutivas<br />
são todas iguais.<br />
-2<br />
Y<br />
-1<br />
0<br />
a) Qual é a coordenada <strong>do</strong> ponto X? E a coordenada <strong>do</strong> ponto Y?<br />
(0,5 e −1,5).<br />
b) Copie a reta numérica e marque sobre ela: o ponto M que tem por<br />
coordenada +2,5 e o ponto N que tem por coordenada −0,5.<br />
Resposta:<br />
-2<br />
-1<br />
N<br />
0<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
286<br />
X<br />
2<br />
1<br />
1<br />
B<br />
2<br />
2<br />
M
3. Desenhe uma reta em seu caderno e marque sobre ela os seguintes<br />
pontos.<br />
Ponto M N P q<br />
Coordenada <strong>do</strong> ponto −3 − 1,5 − 4,5 +3<br />
O que você observa quanto às distâncias <strong>do</strong>s números +3 e −3 em relação<br />
à origem? (São iguais).<br />
-3 -1,5 0<br />
3 4,5<br />
Ao discutir as respostas dadas pelos alunos, o professor pode informar<br />
que números como +3 e −3 que estão à mesma distância da origem, mas<br />
que definem situações diferentes são chama<strong>do</strong>s simétricos ou opostos e<br />
explorar algumas situações como as descritas abaixo.<br />
Distâncias<br />
-3 -2 -1 0 1 2<br />
Pagar 3 reais (−3) é a situação oposta, de receber 3 reais (+3).<br />
Ganhar 2 pontos em um jogo (+2) é a situação oposta de perder 2 pontos<br />
num jogo (−2).<br />
Também nas retas acontece o mesmo: andar para a direita e andar para<br />
a esquerda em uma mesma reta têm senti<strong>do</strong>s opostos. Assim, +2 é andar<br />
2 unidades de medida para a direita e −2 é andar 2 unidades de medida<br />
para a esquerda.<br />
A representação matemática para números simétricos surge então naturalmente<br />
ao considerar que ganhar 2 pontos em um jogo (+2) é a situação oposta<br />
de perder 2 pontos num jogo (−2). Assim, (+2) = −(−2) ou (−2) = −(+2).<br />
4. Escreva em seu caderno os opostos <strong>do</strong>s seguintes números: 3, −5, −8,<br />
0 e 1,5. Desenhe uma reta numérica e marque sobre ela cada um <strong>do</strong>s números<br />
e os seus respectivos opostos. (–3, +5, +8, 0 e –1,5).<br />
5. Responda:<br />
a) Qual é o oposto <strong>do</strong> oposto de −3? (–3)<br />
b) Qual é o oposto <strong>do</strong> oposto de 2? (+2)<br />
c) O que é −(− (−5)) ? E −(−( + 4))? (−5 e +4).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
287<br />
3
6. Dois números opostos estão distantes 18 unidades da origem. Que números<br />
são esses? (+18 e −18).<br />
7. Indique os números correspondentes a <strong>do</strong>is pontos da reta numérica<br />
cuja distância à origem seja 8. Que nome recebem esses números? (+8 e<br />
−8. Números opostos ou simétricos).<br />
8. Faça o que se pede:<br />
a) Escreva seis números compreendi<strong>do</strong>s entre −7,5 e 7,5. (Por exemplo:<br />
−5, −4, 0, 1, 2 e 5).<br />
b) Escreva <strong>do</strong>is números opostos entre os quais esteja compreendi<strong>do</strong> o<br />
número 3,5. (Por exemplo: −6 e +6).<br />
9. Faça o que se pede:<br />
a) Desenhe uma reta numérica em seu caderno e marque <strong>do</strong>is números<br />
opostos quaisquer.<br />
b) Escreva três números compreendi<strong>do</strong>s entre eles. (Resposta pessoal).<br />
c) Marque agora <strong>do</strong>is outros números opostos em sua reta numerada.<br />
d) Observan<strong>do</strong> os itens a e c, que número está sempre compreendi<strong>do</strong><br />
entre <strong>do</strong>is números opostos? (O número zero).<br />
e) Considere o número 5. Desenhe uma reta numerada e marque sobre<br />
ela um número que não esteja compreendi<strong>do</strong> entre 5 e o seu oposto. (Por<br />
exemplo: −8, −9, 6, 7).<br />
Para sistematizar a comparação entre os números inteiros e a sua ordenação,<br />
o professor pode retomar o tema por meio da tabela de temperaturas<br />
dada no início desse bloco e a sua representação na reta numérica<br />
e pedir que os alunos escrevam as temperaturas em ordem crescente e<br />
decrescente de seus valores.<br />
Ao discutir com os alunos as respostas dadas, o professor pode orientálos<br />
a escrever os números usan<strong>do</strong> os sinais < (menor) ou > (maior) assim:<br />
−4 < −3 < −1 < 0 < 1 < 2 < 3 ou 3 > 2 > 1 > 0 > −1 > −3 > −4<br />
Os alunos podem então estabelecer os seguintes fatos:<br />
Um número negativo é sempre menor que um número positivo;<br />
Qualquer número positivo é maior que o zero;<br />
O zero é maior que qualquer número negativo.<br />
Representan<strong>do</strong> alguns números na reta numérica, os alunos podem<br />
observar mais uma vez que se um número é menor que outro, então ele é<br />
representa<strong>do</strong> à sua esquerda na reta numérica.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
288
-2 -1 -0 +1 +2<br />
-2 −80 > −85 > −100 > −120).<br />
3. Num supermerca<strong>do</strong>, as temperaturas de quatro produtos são: 3 o C, −4 o<br />
C, −1 o C e 0 o C. Escreva em ordem crescente essas temperaturas. (−4 o C,<br />
−1 o C, 0 o C, 3 o C).<br />
1
Para comparar <strong>do</strong>is números decimais, deve-se comparar a grandeza de<br />
cada ordem, como nos exemplos abaixo.<br />
4,25 e 2,34 (ordem das unidades: 4 > 2), logo 4,25 > 2,34.<br />
4,25 e 4,34 (unidades iguais, comparam-se os décimos: 0,2 < 0,3),<br />
logo 4,25 < 4,34.<br />
3,23 e 3,27 (unidades iguais, décimos iguais, comparam-se os centésimos:<br />
0,03 < 0,07), logo 3,23 < 3,27.<br />
Em seguida, sugerir aos alunos que igualem as casas decimais nos números<br />
da<strong>do</strong>s e que os comparem de acor<strong>do</strong> com o que foi estabeleci<strong>do</strong><br />
para a comparação de números com sinal.<br />
7. A tabela abaixo apresenta as temperaturas médias mensais, em o C,<br />
relativas ao ano de 1983, no Vale Seco de McMurd, uma das regiões da<br />
Antártica.<br />
Meses Temperaturas<br />
médias ( o C)<br />
Janeiro −2,0<br />
Fevereiro −12,4<br />
Março −20,2<br />
Abril −18,7<br />
Maio −20,5<br />
Junho −20,9<br />
Julho −25,2<br />
Agosto −24,0<br />
Setembro −17,5<br />
Outubro −19,5<br />
Novembro −10,8<br />
Dezembro −3,8<br />
Qual o mês em que a temperatura foi mais baixa? (Julho).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
290
BLOCO 3. ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS<br />
As operações com os números inteiros podem ser abordadas consideran<strong>do</strong>-se<br />
<strong>do</strong>is enfoques: por meio de situações concretas e por meio da<br />
reta numérica. É importante apresentar aos alunos as duas abordagens<br />
para que eles possam fazer comparações e escolher a maneira que lhes<br />
proporciona maior compreensão. As situações concretas constituem-se um<br />
bom recurso não só para atribuir um significa<strong>do</strong> aos números negativos<br />
como também para justificar as operações de adição e subtração, enquanto<br />
a reta numérica possibilita não só a visualização da adição e da subtração<br />
como também favorece a percepção de suas regras.<br />
ATIVIDADE 1 – SOMANDO EM SITUAÇÕES CONCRETAS<br />
Por meio de uma situação envolven<strong>do</strong> créditos e débitos, o aluno percebe<br />
os significa<strong>do</strong>s da adição de números com sinal. Assim, as regras<br />
operatórias vão surgin<strong>do</strong> naturalmente.<br />
Antes de apresentar a situação abaixo, o professor pode relembrar com<br />
os alunos o uso <strong>do</strong> sinal mais (+) para as situações de crédito e o uso <strong>do</strong><br />
sinal menos (−) para as situações de débitos. É importante que o professor<br />
registre o resulta<strong>do</strong> somente depois das respostas dadas pelos alunos.<br />
Operação matemática Situação relacionada<br />
(−3) + (+5) = (+2) Lê-se: Se devo 3 e tenho 5, então fico com 2.<br />
(−3) + (−5) = (−8) Lê-se: Se devo 3 e devo mais 5, então devo 8.<br />
(+3) + (−5) = (−2) Lê-se: Se tenho 3 e devo 5, então devo 2.<br />
(+3) + (+5) = (+8) Lê-se: Se tenho 3 e tenho mais 5, então tenho 8.<br />
(−3) + (+3) = (0) Lê-se: Se devo 3 e tenho 3, então tenho 0.<br />
(−3) + (−2) + (+5) + (−4) +<br />
(+1)= (−9) + (+6) = (−3)<br />
Lê-se: Junta-se o que se deve e o que se tem. Se<br />
devo 9 e tenho 6, então devo 3.<br />
O professor pode sintetizar os cálculos acima assim:<br />
O sinal + indica que se tem 30.<br />
O sinal – indica que se deve 20.<br />
( + 30 ) + ( – 20) = 10<br />
Este sinal + indica que se vai somar.<br />
Outra situação interessante para se trabalhar nessa atividade são os<br />
extratos bancários. O professor pode levar para a sala de aula algumas<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
291<br />
ENCONTRO 3
cópias de extratos bancários. Isso será útil para que os alunos conheçam<br />
as informações ali contidas e analisem suas semelhanças e diferenças.<br />
De posse da cópia de um extrato, os alunos podem responder às questões<br />
que se seguem:<br />
Banco Moderno<br />
Data: 13/05/2008 Horas: 15:37:52<br />
Agência: 1234 Conta: 2578<br />
Cliente: Mariana Silva<br />
Extrato para simples conferência<br />
Movimentação – Maio<br />
Data NR.Doc Histórico Valor<br />
Sal<strong>do</strong> anterior 500,00C<br />
08/05 2051 Cheque Compensa<strong>do</strong> 100,00D<br />
09/05 2052 Cheque Compensa<strong>do</strong> 595,00D<br />
12/05 2345 Depósito em dinheiro 450,00C<br />
15/05 Débito telefone 54,00D<br />
22/05 Salário 1 080,00C<br />
25/05 2054 Cheque Compensa<strong>do</strong> 60,00D<br />
30/05 Sal<strong>do</strong> disponível 1 221,00C<br />
a) Que informações aparecem no extrato? (Nome <strong>do</strong> banco, nome <strong>do</strong><br />
cliente, dia e hora em que foi retira<strong>do</strong> o extrato, número da conta, número<br />
da agência bancária, histórico etc).<br />
b) Identifique nesse extrato os seguintes itens e escreva-os.<br />
O nome <strong>do</strong> banco. (Banco Moderno).<br />
O número da agência. (1234).<br />
O número da conta de Mariana. (2578).<br />
O dia e o horário em que Mariana retirou o extrato. (13/05/2008 às<br />
15:37:52 horas).<br />
c) O que significam as letras D e C colocadas após cada um <strong>do</strong>s valores<br />
nesse extrato. (D significa débito e C significa crédito).<br />
d) Qual era o sal<strong>do</strong> inicial de Mariana? (R$ 500,00).<br />
e) Qual era o sal<strong>do</strong> de Mariana no final <strong>do</strong> dia 9? Ele era positivo ou negativo?<br />
Use a sua calcula<strong>do</strong>ra para fazer as contas. (R$ 195,00. Negativo).<br />
f) Qual era o sal<strong>do</strong> de Mariana no final <strong>do</strong> dia 22? Ele era positivo ou negativo?<br />
Use a sua calcula<strong>do</strong>ra para fazer as contas. (R$ 1 281,00. Positivo).<br />
g) O sal<strong>do</strong> de Mariana ficou positivo ou negativo após as operações realizadas<br />
nesse perío<strong>do</strong>? (Positivo).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
292
i) Como é possível que uma pessoa fique com o sal<strong>do</strong> negativo num<br />
banco? (O professor pode comentar com os alunos que, de mo<strong>do</strong> geral,<br />
para um cliente ter sal<strong>do</strong> negativo em um banco é preciso que ele tenha<br />
um “acor<strong>do</strong>” com esse banco, um cheque especial, por exemplo. O cheque<br />
especial é um serviço que os bancos oferecem aos seus clientes, de mo<strong>do</strong><br />
que o saque seja garanti<strong>do</strong> mesmo que ele seja negativo. No entanto, é<br />
bom esclarecer que esse tipo de serviço, quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> implica em pagamento<br />
de juros por parte <strong>do</strong> cliente).<br />
Finalizan<strong>do</strong> essa atividade propor os seguintes exercícios:<br />
1. O <strong>do</strong>no de uma loja resumiu na tabela abaixo o andamento de seus negócios<br />
durante o ano de 2008.<br />
1 o trimestre Ganhos de R$ 3 857,00 por mês.<br />
2 o trimestre Perdas de R$ 730,00 por mês.<br />
3 o trimestre Perdas de R$ 355,00 por mês.<br />
4 o trimestre Ganhos de R$ 2 200,00 por mês.<br />
a) Qual foi o seu balanço final? (R$ 14 916,00).<br />
b) Se no 3 o trimestre, em vez de perdas de R$ 355,00 por mês, ele tivesse<br />
ti<strong>do</strong> perdas de R$ 5 500,00, qual seria o seu balanço final? (− R$ 519,00).<br />
O professor pode incentivar os alunos a usar a calcula<strong>do</strong>ra na resolução<br />
desse exercício, visto que seu objetivo é reforçar a compreensão da adição<br />
de números com sinal.<br />
2. O gráfico mostra os lucros e prejuízos da Mercearia <strong>do</strong> Sr. Pedro, nos<br />
4 primeiros meses <strong>do</strong> ano de 2008, em milhares de reais. Observe-o, e<br />
responda:<br />
(em mil reais)<br />
50<br />
40<br />
30<br />
10<br />
0<br />
-10<br />
-20<br />
-30<br />
LUCROS EPREJUÍZOS DA MERCEARIA<br />
Fonte: Da<strong>do</strong>s hipotéticos<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
293<br />
Setembro<br />
Outubro<br />
Novembro<br />
Dezembro<br />
a) Em quais meses houve prejuízo? (Outubro e dezembro).<br />
b) Em que mês houve o maior prejuízo? (Outubro).<br />
c) Em que mês houve o maior lucro? (Setembro).<br />
d) Ao fim de 4 meses, houve lucro ou prejuízo? (Lucro). De quanto?<br />
(R$ 30 000,00).
e) Escreva os valores em ordem crescente, começan<strong>do</strong> <strong>do</strong> maior <strong>do</strong>s prejuízos,<br />
até o maior <strong>do</strong>s lucros. (− 20 000< − 10 000 < 20 000 < 40 000)<br />
3. Escreva as operações escritas por extenso em linguagem matemática e<br />
calcule o seu resulta<strong>do</strong>.<br />
a) Somar seis positivo com <strong>do</strong>is positivo. ((+6) + (+2) = +8)<br />
b) Somar três positivo com sete negativo. ((+3) + (−7) = −4)<br />
c) Somar quinze positivo com quinze negativo. ((+15) + (−15) = 0)<br />
d) Somar <strong>do</strong>is negativo com nove positivo. ((−2) + (+9) = +7)<br />
e) Somar oito negativo com vinte negativo. ((−8) + (−20) = −28)<br />
As propriedades das operações devem ser trabalhadas para facilitar o<br />
entendimento das operações. Não há necessidade de citar nomes e muito<br />
menos de decorar. É importante que o aluno perceba, por exemplo, que<br />
(–4) + (+3) = (+3) + (–4) e que essa igualdade pode se escrever da seguinte<br />
maneira: – 4 + 3 = 3 – 4.<br />
ATIVIDADE 2 – SOMANDO NA RETA NUMÉRICA<br />
A atividade proposta tem como objetivo oferecer ao aluno a compreensão<br />
da adição de números com sinal por meio da reta numérica. Para realizá-la,<br />
o professor pode apresentar para os alunos uma situação <strong>do</strong> tipo: suponha<br />
que se coloque na posição inicial da reta numérica um robô. Os coman<strong>do</strong>s<br />
que o robô deve obedecer são +1, +2, +3, ... ou −1, −2, −3, .... sen<strong>do</strong> que<br />
o sinal mais (+) antes <strong>do</strong> número irá indicar que o robô deve andar para a<br />
direita e o sinal menos (−) que o robô deve andar para a esquerda. O número<br />
após o sinal irá indicar quantas unidades o robô deve percorrer.<br />
O professor pode ilustrar todas as situações, ten<strong>do</strong> sempre o cuida<strong>do</strong> de<br />
registrar no quadro as operações indicadas.<br />
Coman<strong>do</strong> + 2:<br />
Coman<strong>do</strong> + 3:<br />
Coman<strong>do</strong> −2:<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
294
Coman<strong>do</strong> −3:<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
(Coman<strong>do</strong> + 2) + (coman<strong>do</strong> +3)<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Os alunos devem observar que a posição final é +5. O professor então registra<br />
no quadro a operação matemática correspondente: (+2) + (+3) = +5.<br />
(Coman<strong>do</strong> −2) + (coman<strong>do</strong> −3)<br />
Posição final: −5<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Operação matemática: (−2) + (−3) = −5.<br />
(Coman<strong>do</strong> +2) + (coman<strong>do</strong> −3)<br />
Posição final: −1<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Operação matemática: (+2) + (−3) = −1.<br />
(Coman<strong>do</strong> −3) + (coman<strong>do</strong> +1)<br />
Posição final: −2<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Operação matemática: (−3) + (+1) = −2.<br />
O professor pode então pedir aos alunos que façam os exercícios abaixo,<br />
ten<strong>do</strong> como objetivo fixar o que foi aprendi<strong>do</strong>.<br />
1. Observan<strong>do</strong> o que foi feito acima, dê o resulta<strong>do</strong> das seguintes operações,<br />
representan<strong>do</strong>-as na reta numérica.<br />
a) (−3) + (−4) (−7). b) (+6) + (−5) (+1).<br />
c) (+2) + (−1) (+1). d) (+ 4,5) + (−5) (−0,5).<br />
e) (+4) + (−4) (0).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
295
2. Escreva <strong>do</strong>is números cuja soma seja:<br />
a) +1 (Por exemplo: 0 e 1). b) −5 (Por exemplo: −2 e −3).<br />
c) 0 (Por exemplo: +4 e −4).<br />
3. Escreva <strong>do</strong>is números de sinais contrários cuja soma seja:<br />
a) +8 (Por exemplo: −1 e +9). b) −3 (Por exemplo: −5 e +2).<br />
c) −10 (Por exemplo: −18 e +8).<br />
4. Faça os cálculos indica<strong>do</strong>s<br />
a) (−20) + (−14) = (−34). b) (−19) + (+12,5) = (–6,5).<br />
c) (+15) + (−15) = (0). d) (+ 1<br />
) + (−6) = (−17<br />
3 3 ).<br />
e) (16,5) + (−8) = (8,5). f) (−25) + (+25) = (0).<br />
g) (−9) + (− 3<br />
4<br />
39<br />
) = (− ). h) (−200) + (− 306) = (−506).<br />
4<br />
i) (− 7) + (− 2) = (−9). j) (−77,2) + (+50,08) = (−27,12).<br />
ATIVIDADE 3 – SUBTRAINDO EM SITUAÇÕES CONCRETAS<br />
A subtração de números com sinal pode ser desenvolvida utilizan<strong>do</strong> temperaturas.<br />
Outras situações tais como sal<strong>do</strong>s bancários, andares de prédio<br />
também podem ser utilizadas a critério <strong>do</strong> professor.<br />
Antes de realizar a atividade, o professor pode relembrar com os alunos<br />
o uso <strong>do</strong> sinal mais (+) para as temperaturas acima de 0o e o uso <strong>do</strong> sinal<br />
menos (−) para as temperaturas abaixo de 0o . Além disso, ele deve informar<br />
ou relembrar com os alunos que a variação de temperatura é dada pela diferença<br />
entre a temperatura final e a temperatura inicial, nessa ordem.<br />
É importante que os resulta<strong>do</strong>s sejam registra<strong>do</strong>s somente depois das<br />
respostas dadas pelos alunos.<br />
Operação matemática Situação relacionada<br />
(+18) − (+10) = +8 Lê-se: Se uma temperatura passa de 10 o<br />
para 18 o , então ela teve um aumento de 8 0 .<br />
(+8) − (+10) = −2 Lê-se: Se uma temperatura passa de 10 o<br />
para 8 o , então ela baixou 2 0 .<br />
(+4) − (−3) = +7 Lê-se: Se uma temperatura passa de −3 o<br />
para 4 o , então ela teve um aumento de 7 o .<br />
O professor pode ilustrar as situações acima, representan<strong>do</strong>-as em um<br />
termômetro.<br />
Observan<strong>do</strong> as operações matemáticas acima, o aluno pode então concluir,<br />
com a ajuda <strong>do</strong> professor, que:<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
296<br />
ENCONTRO 4
subtrair +10 é o mesmo que somar –10, isto é, (+18) − (+10) =<br />
(+18) + (−10) = +8, ou (+8) − (+10) = (+8) + (−10) = −2, ou seja, subtrair<br />
é somar com o oposto.<br />
subtrair −3 é o mesmo que somar +3, isto é, (+4) − (−3) = (+4) +<br />
(+3) = +7, ou seja, subtrair é somar com o oposto.<br />
O professor pode então sintetizar as conclusões em um quadro como o<br />
exemplifica<strong>do</strong> abaixo.<br />
subtração<br />
(+ 9 ) − (+ 5) = (+ 9 ) + (−5 ) = + 4 (+ 6 ) − (− 4) = ( +6 ) + (+ 4 ) = +10<br />
subtração<br />
números<br />
(− 7 ) − (+ 2 ) = (− 7 ) + (−2 ) = − 9 (−5 ) − (−1 ) = (−5) + (+ 1 ) = − 4<br />
números<br />
soma<br />
soma<br />
Em seguida, propor aos alunos os seguintes exercícios:<br />
1. Num dia de inverno, às 10 horas da noite, a temperatura dentro da casa<br />
de Júlia era de 24 o e fora de sua casa, de −5 o . Qual era a diferença de temperatura<br />
entre o interior e o exterior da casa de Júlia? (29 o C).<br />
2. Escreva cada uma das subtrações como soma com o número oposto e<br />
dê o resulta<strong>do</strong>.<br />
a) (+ 8) − (+ 5) (+3). b) (+ 6) − (− 2) (+8).<br />
c) (−10) − (+ 7) (−17). d) (− 9) − (−4) (−5).<br />
3. A tabela abaixo registra as temperaturas máxima e mínima de várias<br />
cidades em certo dia de Julho.<br />
a) Que cidade teve uma variação<br />
de temperatura mais brusca?<br />
(Buenos Aires).<br />
b) De quantos graus foi essa<br />
variação? (190 cidades Máxima Mínima<br />
Atenas 36 25<br />
Lisboa 38 26<br />
Londres 25 18<br />
C).<br />
Madri 38 21<br />
Pequim 28 20<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
297<br />
subtração<br />
subtração<br />
soma<br />
números<br />
números<br />
soma<br />
Buenos Aires 15 −4<br />
Santiago <strong>do</strong> Chile 9 −2
4. Aristóteles, um <strong>do</strong>s filósofos mais influentes de to<strong>do</strong>s os tempos, viveu<br />
entre os anos 106 e 43 a.C.<br />
a) Em que ano ele morreu? (−43).<br />
b) Quantos anos ele viveu: (63 anos).<br />
5. Calcule e escreva o resulta<strong>do</strong>.<br />
a) (+ 6) − (+ 3 ) (+3). b) ( −19 ) − ( + 8,5 ) (−27,5).<br />
c) (+ 6,4) − (+ 3,6) (2,8). d) (−10,8) − (− 5,45) (−5,35).<br />
e) (+ 9,5) − (−7) (16,5). f) (+ 5,24) − (+10) (−4,76).<br />
g) (−7) − (+ 4,58) (−11,58). h) (+ 1 5<br />
) − (− ) (+13<br />
2 3 6 ).<br />
i) (− 2 7<br />
) − (− 7 4<br />
) (41<br />
28<br />
). j) (−12) − (+1) (−13).<br />
6. Leia e complete o seguinte quadra<strong>do</strong>.<br />
2 − 7 = −5<br />
− +<br />
−4 − 1 = −5<br />
= = =<br />
6 + 8 = 14<br />
7. Escreva os sinais correspondentes aos números de cada uma das expressões,<br />
para que os resulta<strong>do</strong>s estejam corretos.<br />
a) ( ...10,2) + ( ...6,5) = +3,7 (+ e −).<br />
b) ( ...6,4) + ( ...7,2) = − 13,6 (− e −).<br />
c) ( ... 18) + ( ... 8,4) = − 9,6 (− e +).<br />
d) ( ... 7,3) + ( ... 2,8) = + 10,1 (+ e +).<br />
ATIVIDADE 4 – SUBTRAINDO NA RETA NUMÉRICA<br />
Assim como na adição de números com sinal, também a subtração pode<br />
ser visualizada por meio da reta numérica. Usan<strong>do</strong> a mesma atividade <strong>do</strong><br />
robô e os coman<strong>do</strong>s que ele deve seguir, o professor pode também ilustrar<br />
as situações relativas à subtração, ten<strong>do</strong> sempre o cuida<strong>do</strong> de registrar no<br />
quadro as operações indicadas.<br />
Antes de iniciar a atividade, o professor deve agora relembrar com os<br />
alunos que o sinal menos antes <strong>do</strong> número indica o oposto desse número.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
298
(Coman<strong>do</strong> +5) − (coman<strong>do</strong> +3)<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Os alunos devem observar que a posição final é +2. O professor então registra<br />
no quadro a operação matemática correspondente: (+5) + (–3) = +2.<br />
(Coman<strong>do</strong> −2) − (coman<strong>do</strong> −3)<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Posição final: +1<br />
Operação matemática: (−2) + (+3) = +1.<br />
(Coman<strong>do</strong> +2) − (coman<strong>do</strong> −3)<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Posição final: +5<br />
Operação matemática: (+2) + (+3) = +5.<br />
(Coman<strong>do</strong> −3) − (coman<strong>do</strong> +1)<br />
Posição final: −4<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
Operação matemática: (−3) + (–1) = −4.<br />
O professor pode então solicitar aos alunos que representem na reta a<br />
operação (−4) − (−3) e dê o seu resulta<strong>do</strong>. (−1).<br />
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />
ATIVIDADE 5 – RESOLVENDO EXPRESSÕES<br />
Como o aluno já sabe operar com os números inteiros, o professor pode<br />
agora sistematizar essas operações por meio <strong>do</strong> cálculo de expressões.<br />
Vejamos algumas maneiras de se fazer o cálculo de algumas expressões.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
299
Expressão 1: A = (+ 200) + (−75) + (−80) + (+50) + (−30)<br />
Eliminar os parênteses de<br />
acor<strong>do</strong> com as regras de sinais.<br />
Calcular a soma <strong>do</strong>s termos<br />
precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal +.<br />
Calcular a soma <strong>do</strong>s termos<br />
precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal −.<br />
Calcular a diferença entre os <strong>do</strong>is<br />
valores acima.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
A = (+ 200) + (−75) + (−80) + (+50) + (−30)<br />
A = 200 − 75 − 80 + 50 − 30<br />
200 + 50 = 250<br />
75 + 80 + 30 = 185<br />
+250 −185 = + 65<br />
Expressão 2: A = 1 − (6,5 − 2,3) − (5,8 − 12)<br />
Efetuar os cálculos no interior<br />
<strong>do</strong>s parênteses.<br />
Eliminar os parênteses de acor<strong>do</strong><br />
com as regras de sinais e efetuar<br />
as operações na ordem em que<br />
elas aparecem.<br />
<br />
<br />
A = 1 – (6,5 – 2,3) – (5,8 – 12)<br />
A = 1 – (+ 4,2) – (– 6,2)<br />
A = 1 – 4,2 + 6,2<br />
A = –3,2 + 6,2<br />
A = +3<br />
Expressão 3: A = 8 − 3,5 +5 + 7,2 − 5 − 20<br />
Reagrupar + 5 e – 5 <br />
Somar os números 8 e 7,2<br />
precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal + e os<br />
números 3,5 e 20 precedi<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> sinal – e calcular a diferença<br />
entre os valores obti<strong>do</strong>s<br />
<br />
A = 8 – 3,5 +5 + 7,2 –5 – 20<br />
A = 8 – 3,5 +5 –5 + 7,2 – 20<br />
A = 8 – 3,5 + 7,2 – 20<br />
8 + 7,2 = 15,2 e 3,5 + 20 = 23.5<br />
A = 15,2 – 23,5<br />
A = –8,3<br />
O professor pode pedir que os alunos resolvam os exercícios a seguir<br />
junto com seus colegas e forman<strong>do</strong> grupos de no máximo quatro integrantes.<br />
Eles devem calcular o resulta<strong>do</strong> das expressões e comparar os<br />
resulta<strong>do</strong>s que encontraram com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s outros grupos.<br />
Calcule as seguintes expressões:<br />
Exercício 1:<br />
a) − 22 − 15 + 18 − 5 + 12 − 7 = (−19).<br />
b) − 3,1 + 0,5 − 2,8 − 13,7 – 9 = (−28,1).<br />
c) 26 − 74 − 132 + 14 + 59 − 13 + 120 = (0).<br />
d) +4,5 − 6,8 + 2 + 15 − 2,8 = (11,9).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
300
Exercício 2:<br />
a) (− 3 −7) + ( − 4 + 8) = (−6).<br />
b) − 2 + (3 − 8) − (−3 + 5) = (−9).<br />
c) −(15 − 8) + (− 5 + 9) + ( 6 − 7 − 6) − ( 1 − 3 + 6) = (−14).<br />
d) 16 − (9 −14) + (− 3 + 5) = (23).<br />
a) 1<br />
5<br />
b) 1<br />
2<br />
Exercício 3:<br />
c) −3 − 1<br />
2<br />
− 0,2 + 1<br />
2<br />
− 3 = (–2,5).<br />
− (−3 + 0,2) + (−1 − 1<br />
2<br />
+ (1 − 1<br />
3<br />
) − 2 + 1<br />
2<br />
) = (1,8).<br />
= (− 13<br />
3 ).<br />
Para finalizar o estu<strong>do</strong> desse tema, o professor pode propor aos alunos<br />
atividades desafia<strong>do</strong>ras e interessantes, para fixação <strong>do</strong> mesmo, como as<br />
sugeridas abaixo.<br />
quadra<strong>do</strong>s mágicos<br />
1. O quadra<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> é chama<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> mágico porque<br />
a soma <strong>do</strong>s números de cada linha, de cada coluna<br />
e de cada diagonal é sempre a mesma. Neste caso esta<br />
soma é 15.<br />
–12 16 –4<br />
8 0 –8<br />
4 –16 12<br />
quadra<strong>do</strong>s ordena<strong>do</strong>s<br />
Complete os cinco números que faltam no quadra<strong>do</strong><br />
ao la<strong>do</strong> para que ele seja um quadra<strong>do</strong> mágico.<br />
Este problema foi retira<strong>do</strong> das provas modelo da primeira<br />
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas –<br />
www.obmep.org.br<br />
Um quadra<strong>do</strong> é ordena<strong>do</strong> se ele contém números coloca<strong>do</strong>s<br />
em ordem crescente quan<strong>do</strong> se percorre as linhas<br />
da esquerda para a direita e as colunas de cima<br />
para baixo.<br />
a) Verifique se o quadra<strong>do</strong> a seguir é ordena<strong>do</strong>.<br />
(Sim).<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
301<br />
4 9 2<br />
3 5 7<br />
8 1 6<br />
1 3 5<br />
2 6 8<br />
4 7 9
15<br />
−2<br />
b) Faça um quadra<strong>do</strong> ordena<strong>do</strong>, completan<strong>do</strong> com<br />
os seguintes números: 0,01; −3,11; −5,1; −3; +4,9;<br />
1,97; 1,79.<br />
JOGOS<br />
1. Jogo <strong>do</strong>s cartões<br />
–3 1,97 4,9<br />
Para os alunos treinarem as operações de adição e subtração, o professor<br />
pode fazer uso <strong>do</strong> seguinte jogo:<br />
Cortam-se vários cartões e escreve-se um número inteiro em cada<br />
um deles, como no exemplo ao la<strong>do</strong>.<br />
Colocam-se esses cartões em uma sacola e cada aluno tira <strong>do</strong>is cartões<br />
da sacola.<br />
De posse <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is cartões, o aluno deve somar os números registra<strong>do</strong>s<br />
nos mesmos.<br />
Se o aluno errar o resulta<strong>do</strong>, o que pode ser conferi<strong>do</strong> pelo professor,<br />
ele passa a vez para o colega e não ganha ponto. Se ele acertar, o professor<br />
registra o resulta<strong>do</strong> correto e o aluno passa a vez para o colega.<br />
Ganha quem obtiver o maior número de pontos.<br />
2. Jogo <strong>do</strong> trevo<br />
Conteú<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>: Adição e subtração de números inteiros, relação<br />
de ordem entre números inteiros.<br />
Objetivos:<br />
1 – Desenvolver o raciocínio dedutivo.<br />
2 – Trabalhar técnicas de operações com números inteiros.<br />
3 – Promover o trabalho em equipe.<br />
4 – Fixar o conteú<strong>do</strong> aprendi<strong>do</strong>.<br />
Material: Um tabuleiro com 36 casas, 35 fichas conten<strong>do</strong><br />
números inteiros, uma ficha conten<strong>do</strong> um trevo.<br />
Meta: Obter o maior número de pontos.<br />
Regras:<br />
1 – Distribuir as fichas conten<strong>do</strong> números inteiros aleatoriamente pelo<br />
tabuleiro e na casa vazia que sobra coloca-se a ficha que contém o trevo.<br />
2 – Duas ou mais equipes com um ou <strong>do</strong>is integrantes cada jogam alternadamente.<br />
3 – É sorteada a equipe que começará o jogo.<br />
4 – A partir daí, as equipes jogam alternadamente. Cada joga<strong>do</strong>r desloca<br />
a ficha <strong>do</strong> trevo na horizontal ou na vertical, colocan<strong>do</strong>-a no lugar da<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
302<br />
–5,1 –3,11 0,01<br />
-3,01 1,79 2,5
ficha com o número que escolher e tiran<strong>do</strong> a ficha escolhida <strong>do</strong> tabuleiro<br />
para si.<br />
5 – Termina o jogo quan<strong>do</strong> não houver fichas na horizontal ou na vertical<br />
da ficha <strong>do</strong> trevo.<br />
6 – Vence o jogo a equipe ou o joga<strong>do</strong>r que obtiver o maior número de<br />
pontos, depois de efetuada a soma algébrica das fichas retiradas.<br />
questões a serem propostas:<br />
Após o jogo, o professor pode pedir para os alunos que:<br />
Elaborem expressões com 4 ou mais termos, com os números das fichas<br />
<strong>do</strong> jogo, de mo<strong>do</strong> que o resulta<strong>do</strong> seja pré-estabeleci<strong>do</strong> pelo professor.<br />
Identifiquem dentre os números das fichas <strong>do</strong> jogo os números opostos.<br />
Coloquem os números das fichas <strong>do</strong> jogo em ordem crescente ou decrescente.<br />
Efetuem a soma algébrica de to<strong>do</strong>s os números que constam das fichas.<br />
Representem alguns números das fichas <strong>do</strong> jogo numa reta numérica.<br />
Exemplo de números para as fichas: 3, 58, 36, 19, 41, 25, −3, −58,<br />
−36, −19, −41, −25, 23, 7, 32, 52, 13, 44, −23, −7, −32, −13, −44, 2, 11,<br />
20, 31, 40, 51, −8, −15, −22, −46, −34, −54.<br />
ATIVIDADES COM A CALCULADORA<br />
Nas operações de adição e subtração, a máquina de calcular trabalha<br />
com números negativos, sem necessidade de nada especial. Entre as possibilidades<br />
de trabalho com a calcula<strong>do</strong>ra, uma das mais importantes é o<br />
uso da mesma como ferramenta para a investigação matemática.<br />
Assim, o professor pode propor aos alunos uma série de investigações<br />
como as sugeridas abaixo.<br />
1. Pedir que os alunos efetuem as seguintes operações na calcula<strong>do</strong>ra:<br />
+15 +7, −12 −24, +18 −10, −45 + 70, com o objetivo de constatarem ou<br />
descobrirem que:<br />
A soma de <strong>do</strong>is números positivos é sempre um número positivo.<br />
A soma de <strong>do</strong>is números negativos é sempre um número negativo.<br />
A soma de um número positivo com um número negativo pode ser um<br />
número positivo ou negativo.<br />
2. Pedir que os alunos, por exemplo, efetuem a seguinte operação na calcula<strong>do</strong>ra:<br />
(+3)+(−4)=(−4)+(+3), com o objetivo de verificar propriedades<br />
das operações.<br />
MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
303
BIBLIOGRAFIA<br />
BARBOSA, Maria das Graças Gomes e outros. O Ensino de Geometria na<br />
Escola Fundamental: Três questões para a formação <strong>do</strong> professor <strong>do</strong>s ciclos<br />
iniciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.<br />
BARBOSA, Maria das Graças Gomes e outros. Coleção Matemática e você:<br />
5 a a 8 a séries <strong>do</strong> Ensino Fundamental. Belo Horizonte: Formato, 2002.<br />
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental – MEC. Parâmetros Curriculares<br />
Nacionais – Matemática, vol. 3. Brasília: MEC/SEF, 1997.<br />
CAMPOS, Tânia Maria Men<strong>do</strong>nça e outros. Coleção: Transforman<strong>do</strong> a prática<br />
das aulas de Matemática. São Paulo: PROEM, 2001.<br />
CARVALHO, D. L. de. Meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> ensino da Matemática. São Paulo:<br />
Cortez, 1994.<br />
CENTÚRION, Marília. Conteú<strong>do</strong> e Meto<strong>do</strong>logia da Matemática: Números e<br />
Operações. São Paulo: Scipione, 1994.<br />
DINIZ, Maria Inês de Souza Vieira e outros. A Matemática das sete peças<br />
<strong>do</strong> TANGRAM. São Paulo: CAEM − IME – USP, 1994.<br />
LINDQUIST, M.M. e SHULTE, A. P. (org.). Aprenden<strong>do</strong> e ensinan<strong>do</strong> Geometria.<br />
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LOPES Maria Laura Mouzinho e NASSER, Lilian. Geometria na era da imagem<br />
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Fundão, 1997.<br />
IMENES, Luiz Márcio. Os números na história da civilização. São Paulo:<br />
Scipione, 1988 (Coleção Viven<strong>do</strong> a Matemática)<br />
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Teoria <strong>do</strong>s Campos Conceituais. São Paulo: PROEM, 2001.<br />
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TOLEDO. Marília e TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática: Como <strong>do</strong>is e<br />
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MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />
304
Secretaria-Geral<br />
da Presidência<br />
da República<br />
Ministério<br />
da Educação<br />
Ministério<br />
<strong>do</strong> Trabalho<br />
e Emprego<br />
Ministério <strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Desenvolvimento<br />
Social e Combate à Fome