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manual do educador estudos complementares i - ProJovem Urbano

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M a n u a l d o E d u c a d o r<br />

Estu<strong>do</strong>s coMplEMEntarEs I


Presidência da República<br />

Secretaria-Geral<br />

Secretaria Nacional de Juventude<br />

Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />

M a n u a l d o E d u c a d o r<br />

Estu<strong>do</strong>s coMplEMEntarEs I<br />

Programa Nacional de<br />

Inclusão de Jovens<br />

Brasília, DF<br />

2008


Presidente da República<br />

Luiz Inácio Lula da Silva<br />

Vice-Presidente da República<br />

José Alencar Gomes da Silva<br />

Secretaria-Geral da Presidência da República<br />

Luiz Soares Dulci<br />

Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />

Patrus Ananias<br />

Ministério da Educação<br />

Fernan<strong>do</strong> Haddad<br />

Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego<br />

Carlos Lupi<br />

Secretaria-Geral da Presidência da República<br />

Ministro de Esta<strong>do</strong> Chefe Luiz Soares Dulci<br />

Secretaria-Executiva<br />

Secretário-Executivo Antonio Roberto Lambertucci<br />

Secretaria Nacional de Juventude<br />

Secretário Luiz Roberto de Souza Cury<br />

Coordenação Nacional <strong>do</strong> Programa Nacional<br />

de Inclusão de Jovens – <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />

Coordena<strong>do</strong>ra Nacional Maria José Vieira Féres


Presidência da República<br />

Secretaria-Geral<br />

Secretaria Nacional de Juventude<br />

Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />

M a n u a l d o E d u c a d o r<br />

Estu<strong>do</strong>s coMplEMEntarEs I<br />

Programa Nacional de<br />

Inclusão de Jovens<br />

Brasília, DF<br />

2008


Copyright © 2008<br />

Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada a fonte<br />

e o sítio da Internet onde pode ser encontra<strong>do</strong> o original (www.projovemurbano.gov.br).<br />

Coleção <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />

Elaboração e Organização<br />

Equipe Técnica<br />

Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> – Assessoria Pedagógica<br />

Cláudia Veloso Torres Guimarães<br />

Luana Pimenta de Andrada<br />

Leila Taeko Jin Brandão<br />

Jazon Macê<strong>do</strong><br />

Organização<br />

Cláudia Veloso Torres Guimarães<br />

Eleuza Maria Rodrigues Barboza<br />

Fabiana Carneiro Martins Coelho<br />

Maria Umbelina Caiafa Salga<strong>do</strong><br />

Luana Pimenta de Andrada<br />

Leila Taeko Jin Brandão<br />

Revisão<br />

Leandro Bertoletti Jardim<br />

Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica<br />

Erika Ayumi Yoda Nakasu<br />

M294<br />

Autores<br />

Língua Portuguesa Matemática<br />

Sandra Maria Andrade del-Gaudio Maria das Graças Gomes Barbosa<br />

Terezinha Maria Barroso Santos Wanda Maria de Castro Alves<br />

Manual <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r: Estu<strong>do</strong>s Complementares I / [organização: Cláudia Veloso Torres<br />

Guimarães... et al.; Revisão Leandro Bertoletti Jardim]. – Brasília: Programa Nacional de<br />

Inclusão de Jovens – <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>, 2008.<br />

304 p.: il. – (Coleção <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>)<br />

Conteú<strong>do</strong>: Língua Portuguesa / Sandra Maria Andrade del-Gaudio; Terezinha Maria<br />

Barroso Santos – Matemática / Maria das Graças Gomes Barbosa; Wanda Maria de Castro<br />

Alves.<br />

1. Educação - Brasil. 2. Ensino Fundamental 3. Qualificação Profissional 4. Participação<br />

Cidadã. 5. Informática. I. Título. II. Secretaria Nacional da Juventude. III. Programa Nacional<br />

de Inclusão de Jovens (<strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>).<br />

CDD – 370


APRESENTAÇÃO ....................................................................... 09<br />

LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................. 11<br />

OFICINA 1 – IDENTIDADE, FAMÍLIA E GERAÇÃO<br />

Encontro I – Eu sou um cidadão (Parte I) ........................................... 15<br />

Encontro II – Eu sou um cidadão (Parte II) ........................................ 21<br />

Encontro III – Eu pertenço a um grupo (Parte I) ............................... 27<br />

Encontro IV – Eu pertenço a um grupo (Parte II) .............................. 36<br />

OFICINA 2 – TRABALHO E ESCOLA<br />

Encontro I – Trabalho e realização pessoal ......................................... 45<br />

Encontro II – O trabalho infantil .......................................................... 53<br />

Encontro III – A escola ontem e hoje .................................................. 60<br />

Encontro IV – Formação profissional <strong>do</strong> Século XXI ........................... 70<br />

OFICINA 3 – CULTURA E LAZER<br />

Encontro I – Cultura, diversão e arte .................................................. 80<br />

Encontro II – O poder da televisão ...................................................... 88<br />

Encontro III – Esporte e lazer .............................................................. 98<br />

Encontro IV – O jovem e a música .................................................... 107<br />

OFICINA 4 – CRENÇAS<br />

Encontro I – O jovem e a espiritualidade .......................................... 115<br />

Encontro II – Uma igreja para cada tribo .......................................... 123<br />

Encontro III – Sincretismo religioso I ................................................ 132<br />

Encontro IV – Sincretismo religioso II ............................................... 140


OFICINA 5 – LEITURAS LITERÁRIAS<br />

Encontro I – Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte I) ...... 146<br />

Encontro II – Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte II) ... 152<br />

Encontro III – Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong><br />

(Parte I) ............................................................................................... 157<br />

Encontro IV – Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong><br />

(Parte II) ............................................................................. 162<br />

MATEMÁTICA ......................................................................... 169<br />

OFICINA 1. OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />

Bloco 1. Para que servem os números? .................................... 175<br />

Atividade 1 – Usan<strong>do</strong> os números para contar ...................... 177<br />

Atividade 2 – Usan<strong>do</strong> os números para estimar .................... 180<br />

Atividade 3 – Usan<strong>do</strong> os números para ordenar .................... 180<br />

Atividade 4 – Usan<strong>do</strong> os números para identificar ................. 182<br />

Bloco 2. Escreven<strong>do</strong> números ................................................. 185<br />

Atividade 1 – Leitura e escrita de números .......................... 185<br />

Atividade 2 – Números e Sistema de Numeração .................. 186<br />

Bloco 3. Ordenação de números e a reta numérica .................... 193<br />

Atividade 1 – Comparan<strong>do</strong> números naturais ....................... 193<br />

Atividade 2 – A reta numérica ............................................ 194<br />

Atividade 3 – Agora é com você! ........................................ 196<br />

Bloco 4. Exercitan<strong>do</strong> o que aprendeu ....................................... 198<br />

Atividade 1 – Sobre números ............................................. 198<br />

Atividade 2 – Sobre o Sistema de Numeração Decimal .......... 199<br />

Atividade 3 – Problemas aplican<strong>do</strong> conhecimentos<br />

<strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal ..................................... 201<br />

OFICINA 2. OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />

Bloco 1. Exploran<strong>do</strong> a adição e a subtração .............................. 203<br />

Atividade 1 – Reven<strong>do</strong> a adição ................................................203<br />

Atividade 2 – Aplican<strong>do</strong> as propriedades estruturais da adição .....207<br />

Atividade 3 – Reven<strong>do</strong> a subtração ...........................................208<br />

Atividade 4 – Relacionan<strong>do</strong> adição/subtração como<br />

operações inversas entre si ......................................................212


Bloco 2 – Exploran<strong>do</strong> a multiplicação e a divisão ....................... 214<br />

Atividade 1 – Reven<strong>do</strong> a multiplicação ................................ 214<br />

Atividade 2 – Aplican<strong>do</strong> as propriedades da multiplicação ...... 216<br />

Atividade 3 – Reven<strong>do</strong> a divisão ......................................... 219<br />

Atividade 4 – Relacionan<strong>do</strong> multiplicação/divisão<br />

como operações inversas .................................................. 222<br />

Atividade 5 – Resolven<strong>do</strong> problemas envolven<strong>do</strong> as<br />

quatro operações ............................................................. 222<br />

Atividade 6 – Usan<strong>do</strong> a calcula<strong>do</strong>ra ..................................... 225<br />

OFICINA 3. EXPLORANDO O ESPAÇO<br />

E AS FIGURAS GEOMÉTRICAS<br />

Bloco 1. Localizan<strong>do</strong>-se e movimentan<strong>do</strong>-se no espaço .............. 227<br />

Bloco 2. Estudan<strong>do</strong> os sóli<strong>do</strong>s geométricos ............................... 231<br />

Atividade 1 – Classifican<strong>do</strong> os sóli<strong>do</strong>s geométricos ................ 231<br />

Atividade 2 – Estudan<strong>do</strong> os poliedros .................................. 233<br />

Atividade 3 – Estudan<strong>do</strong> os corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s ....................... 238<br />

Atividade 4 – Os sóli<strong>do</strong>s e suas planificações ........................ 239<br />

Bloco 3. Estudan<strong>do</strong> as figuras planas ....................................... 242<br />

Bloco 4. A simetria das formas geométricas .............................. 247<br />

Atividade 1 – Descobrin<strong>do</strong> a simetria .................................. 247<br />

OFICINA 4. OS NÚMEROS RACIONAIS<br />

Bloco 1. A fração e seus significa<strong>do</strong>s ........................................ 253<br />

Atividade 1 – Identifican<strong>do</strong> o racional<br />

representa<strong>do</strong> por fração .................................................... 253<br />

Atividade 2 – Registran<strong>do</strong> o racional por meio de fração ........ 258<br />

Atividade 3 – Operações com frações .................................. 260<br />

Atividade 4 – Fração de números ....................................... 264<br />

Bloco 2. Os racionais sob a forma decimal ................................ 267<br />

Atividade 1 – Números com vírgula .................................... 267<br />

Atividade 2 – Comparan<strong>do</strong> decimais ................................... 269<br />

Atividade 3 – Aplican<strong>do</strong> os decimais.................................... 270<br />

Atividade 4 – Operações com decimais ................................ 272<br />

Atividade 5 – A escrita decimal <strong>do</strong> dinheiro .......................... 274<br />

Atividade 6 – Resolven<strong>do</strong> problemas com números racionais .. 276<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

7


OFICINA 5. OS NÚMEROS INTEIROS E SUAS APLICAÇÕES<br />

Bloco 1. Os novos números .................................................... 279<br />

Bloco 2. Comparan<strong>do</strong> e ordenan<strong>do</strong> os números inteiros .............. 284<br />

Bloco 3. Adição e subtração de números inteiros ....................... 291<br />

Atividade 1 – Soman<strong>do</strong> em situações concretas .................... 291<br />

Atividade 2 – Soman<strong>do</strong> na reta numérica ............................ 294<br />

Atividade 3 – Subtrain<strong>do</strong> em situações concretas .................. 296<br />

Atividade 4 – Subtrain<strong>do</strong> na reta numérica .......................... 298<br />

Atividade 5 – Resolven<strong>do</strong> expressões .................................. 299<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

8


Os estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong> de Língua Portuguesa e de Matemática são<br />

atividades direcionadas para a superação de dificuldades de aprendizagem<br />

evidenciadas pelos alunos nas avaliações formativas, ao longo <strong>do</strong> ciclo regular<br />

de estu<strong>do</strong>s.<br />

A concepção de currículo integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> implica o acompanhamento<br />

permanente das dificuldades de aprendizagem <strong>do</strong>s alunos, durante<br />

to<strong>do</strong> o processo formativo e a intervenção pedagógica no momento<br />

adequa<strong>do</strong> para obter resulta<strong>do</strong>s efetivos. Neste senti<strong>do</strong>, os estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong><br />

visam criar novas situações de aprendizagem, com o objetivo de<br />

oferecer possibilidades alternativas aos jovens para a construção das habilidades<br />

que não conseguiram desenvolver ao longo <strong>do</strong> ciclo regular de estu<strong>do</strong>s.<br />

Na perspectiva da integração curricular, os temas e conceitos trabalha<strong>do</strong>s<br />

nesse ciclo, em to<strong>do</strong>s os componentes curriculares, devem ser retoma<strong>do</strong>s e<br />

estrutura<strong>do</strong>s em oficinas de Língua Portuguesa e de Matemática.<br />

Serão encaminha<strong>do</strong>s aos estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong> os jovens que não obtiveram<br />

o mínimo de 50% <strong>do</strong> total de pontos distribuí<strong>do</strong>s no 1º e no 2º ciclos.<br />

POR qUE ESTUDOS COMPLEMENTARES EM FORMATO DE OFI-<br />

CINAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E DE MATEMÁTICA?<br />

A proposta curricular <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> prevê o trabalho com um conteú<strong>do</strong><br />

multidisciplinar limita<strong>do</strong>, porém cientificamente correto, socialmente<br />

pertinente e vincula<strong>do</strong> às experiências da juventude urbana. No tempo e<br />

no espaço <strong>do</strong> curso, os jovens aprendem a interagir criticamente com a informação,<br />

transforman<strong>do</strong>-a em conhecimentos e habilidades relaciona<strong>do</strong>s<br />

às diferentes dimensões <strong>do</strong> ser humano: lógica e cognitiva, prática e operativa,<br />

afetiva e social, identitária e cidadã. Isso implica o desenvolvimento<br />

de competências que permitam integrar conhecimentos prévios a contextos<br />

atuais e construir estratégias para concretização de projetos futuros.<br />

Nesse processo, por meio de interações com interlocutores diversos, o<br />

estudante, simultaneamente, constrói uma visão de mun<strong>do</strong> interdisciplinar<br />

e estabelece as bases para sua integração social como protagonista,<br />

sujeito de sua própria formação e formula<strong>do</strong>r de seus projetos de vida.<br />

Assim, o instrumento fundamental constituí<strong>do</strong> pela aquisição das diferentes<br />

linguagens – verbal, visual, lógica, entre outras – é elemento precioso<br />

desta construção.<br />

A estruturação das oficinas de estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong> em torno de<br />

Língua Portuguesa e de Matemática, sob a coordenação de educa<strong>do</strong>res,<br />

na função de professores orienta<strong>do</strong>res, apóia-se, pois, nas idéias de<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

9


Vygotsky sobre a ação pedagógica na zona de desenvolvimento proximal,<br />

como elemento fundamental para que o aprendiz conclua o processo visa<strong>do</strong><br />

e se torne independente em relação a ele.<br />

Está previsto na carga horária <strong>do</strong>s professores, tempo destina<strong>do</strong> ao<br />

atendimento às dificuldades específicas <strong>do</strong>s alunos, pois são contrata<strong>do</strong>s<br />

para 30 horas semanais. Conforme se pode observar no quadro 6.2.2.4 –<br />

Tempos comuns a to<strong>do</strong>s os educa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> – <strong>do</strong> Projeto<br />

Pedagógico Integra<strong>do</strong>, to<strong>do</strong> professor de Formação Básica terá 11 horas<br />

disponíveis para atendimento aos alunos. Dentro dessa carga horária, na<br />

fase inicial <strong>do</strong> 2º e 3º ciclos, deverá ser previsto o desenvolvimento das<br />

oficinas para os alunos que não alcançaram 50% da pontuação distribuída<br />

no ciclo, ou seja, 202 pontos. Essas oficinas serão oferecidas entre o segun<strong>do</strong><br />

e quarto mês <strong>do</strong> 2º e <strong>do</strong> 3º ciclos.<br />

COMO ESTÁ ORGANIZADO O MATERIAL?<br />

Para a realização <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong>, os professores receberão<br />

<strong>do</strong>is manuais. Esses manuais serão organiza<strong>do</strong>s na forma de oficinas distribuídas<br />

em <strong>do</strong>is volumes. Cada volume compreenderá cinco oficinas de Língua<br />

Portuguesa e cinco de Matemática, com a mesma duração, organizadas<br />

segun<strong>do</strong> conjuntos de habilidades a serem especialmente focalizadas. As<br />

oficinas <strong>do</strong> Volume I terão menor complexidade que as <strong>do</strong> Volume II.<br />

O que é uma oficina?<br />

Cada oficina é constituída por atividades previstas para serem realizadas em<br />

quatro encontros com os alunos. Cada encontro terá a duração de 2 horas.<br />

quan<strong>do</strong> serão realiza<strong>do</strong>s os encontros?<br />

Estão previstos perío<strong>do</strong>s no calendário <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> destina<strong>do</strong>s<br />

ao trabalho com os estu<strong>do</strong>s <strong>complementares</strong>. Entre o segun<strong>do</strong> e o quarto<br />

mês <strong>do</strong> 2º e <strong>do</strong> 3º ciclos, os professores vão realizar os encontros com os<br />

alunos que apresentaram dificuldades durante o curso.<br />

Os alunos poderão participar de duas oficinas em cada ciclo, totalizan<strong>do</strong><br />

oito encontros. Caberá ao professor definir qual oficina será mais adequada<br />

para atender as necessidades de cada jovem.<br />

Como utilizar o material?<br />

Além deste Manual, as coordenações locais receberão um CD com as atividades<br />

a serem desenvolvidas pelos alunos, que deverão ser reproduzidas.<br />

A Coordenação Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> deseja a to<strong>do</strong>s um bom<br />

trabalho.<br />

Maria José Vieira Féres<br />

Coordena<strong>do</strong>ra Nacional <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong><br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

10


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

12


OLÁ, PROFESSOR!<br />

Este caderno foi elabora<strong>do</strong> para ajudá-lo a orientar os estu<strong>do</strong>s<br />

que seus alunos vêm realizan<strong>do</strong> no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>. Nele, os<br />

alunos terão a oportunidade de refletir sobre a temática “Eu e meu<br />

grupo”. Nossa expectativa é a de que os textos e as atividades de<br />

linguagem selecionadas para comporem este primeiro caderno despertem<br />

o interesse pela leitura e auxiliem na construção de habilidades<br />

para o uso da nossa língua em diferentes situações de convívio<br />

na sociedade.<br />

Este caderno terá a seguinte organização:<br />

Antecipan<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> texto: parte em que você e seus<br />

alunos conversarão a respeito de idéias e informações para compreenderem<br />

os senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s textos.<br />

Len<strong>do</strong> o texto: nesta seção, os alunos terão a oportunidade de<br />

ler textos em diferentes gêneros, retira<strong>do</strong>s de variadas fontes.<br />

Construin<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>s para o texto: aproveitan<strong>do</strong> as informações<br />

já antecipadas e a leitura <strong>do</strong> texto, esta parte aprofundará a<br />

compreensão <strong>do</strong> texto.<br />

Refletin<strong>do</strong> sobre usos da língua: nesta seção, o aluno vai<br />

compreender melhor como usar a língua com adequação, consideran<strong>do</strong><br />

o contexto, as intenções, os interlocutores e o próprio gênero <strong>do</strong><br />

texto, conhecimentos fundamentais para falar, escrever, ouvir e ler.<br />

Produzin<strong>do</strong> textos: nesta seção, você orientará seus alunos a<br />

produzirem textos orais ou escritos, valen<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s conhecimentos<br />

que foram construí<strong>do</strong>s durante o estu<strong>do</strong> em cada encontro.<br />

Mais uma vez, desejamos que seu trabalho seja bastante produtivo.<br />

Lembre-se sempre de que conhecer a língua e usá-la com segurança<br />

são formas de exercer a cidadania.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

13


MANUAL DO EDUCADOR – ORIENTAçõES GERAIS<br />

14


1<br />

IDENTIDADE, FAMÍLIA E GERAÇÃO<br />

Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />

por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para a<br />

reflexão sobre identidade, família e relações inter e intrageracionais. As<br />

respostas em laranja, que acompanham as questões, têm como objetivo,<br />

ao mesmo tempo, fornecer ao professor um auxílio para sua compreensão<br />

<strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito, o que não significa que o professor<br />

não possa aceitar outras respostas possíveis de seus alunos.<br />

ENCONTRO I<br />

Eu sou um cidadão (Parte I)<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Há várias formas de se registrar a presença das pessoas no mun<strong>do</strong>. A<br />

própria pessoa pode fazer esse registro, escreven<strong>do</strong> sua autobiografia.<br />

Uma pessoa pode ter sua vida contada por outra, por meio de uma biografia,<br />

publicada em livro. E como cidadãos de um país, temos o direito e<br />

a obrigação de registrar nosso nome em <strong>do</strong>cumentos.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você já teve a oportunidade de ler alguma autobiografia ou a biografia<br />

de alguém? De quem? Para que servem esses textos? Quem os lê?<br />

Onde são encontra<strong>do</strong>s?<br />

Pensan<strong>do</strong> agora em sua história de vida, que <strong>do</strong>cumentos já foram exigi<strong>do</strong>s<br />

de você? Para que servem <strong>do</strong>cumentos em nossa sociedade?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Os <strong>do</strong>is textos abaixo se referem ao autor José Lins <strong>do</strong><br />

Rego.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

15<br />

Google


Texto I: Autobiografia<br />

“Tenho quarenta e seis anos, moreno, cabelos pretos, com meia dúzia<br />

de fios brancos, um metro e 74 centímetros, casa<strong>do</strong>, com três filhos<br />

e um genro, 86 quilos bem pesa<strong>do</strong>s, muita saúde e muito me<strong>do</strong> de<br />

morrer. Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos, e<br />

já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudades <strong>do</strong> sol, se faz calor<br />

tenho saudades da chuva. Sou homem de paixões violentas. Temo os<br />

poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim,<br />

literato da cabeça aos pés, amigo de meus amigos e capaz de tu<strong>do</strong> se<br />

me pisarem nos calos. Perco, então, a cabeça e fico ridículo. Não sou<br />

mau paga<strong>do</strong>r. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e não perco<br />

o sono por isso. Afinal de contas, sou um homem como os outros. E<br />

Deus queira que assim continue.”<br />

(REGO, José Lins. Falan<strong>do</strong> de si mesmo. Dez./1947).<br />

Texto II: Biografia<br />

José Lins <strong>do</strong> Rego Cavalcanti nasceu em Pilar (PB), em 3 de julho de<br />

1901, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1957. De família ligada à produção<br />

de cana-de-açúcar, criou-se no engenho <strong>do</strong> avô, fato que influenciou<br />

sua obra. Formou-se em Direito, no Recife, e foi promotor em Minas<br />

Gerais. Exerceu, como funcionário <strong>do</strong> Ministério da Fazenda, o cargo de<br />

fiscal de bancos, em Maceió, onde conviveu com os escritores Graciliano<br />

Ramos, Raquel de Queiroz e Jorge Lima. Em 1935, fixou residência no<br />

Rio de Janeiro e, em 1956, foi eleito membro da Academia Brasileira de<br />

Letras. Foi também um <strong>do</strong>s diretores <strong>do</strong> Clube de Regatas <strong>do</strong> Flamengo,<br />

pois tinha grande paixão pelo futebol. OBRAS: Menino de Engenho<br />

(1932); Doidinho (1933); Bangüê (1934); Riacho Doce (1939); Fogo<br />

morto (1943); Eurídice (1947) e Cangaceiros (1953), entre outras.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

1. A respeito <strong>do</strong>s Textos I e II, responda:<br />

a) O Texto I é uma autobiografia. Quem é o autor <strong>do</strong> Texto I?<br />

O escritor José Lins <strong>do</strong> Rego.<br />

b) Nesse texto, o autor usa a linguagem para: relatar fatos ocorri<strong>do</strong>s em<br />

sua própria vida.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

16


c) O Texto II é uma biografia. Quem é o autor <strong>do</strong> Texto II?<br />

Um autor que se interessa por escrever sobre a vida de alguém famoso.<br />

d) Nesse texto, o autor usa a linguagem para: relatar fatos importantes<br />

que ocorreram na vida <strong>do</strong> autor José Lins Rego.<br />

e) As informações dadas por esses textos são reais ou imaginárias?<br />

São informações reais.<br />

2. Complete o quadro com informações sobre José Lins <strong>do</strong> Rego:<br />

Nome José Lins <strong>do</strong> Rego Cavalcanti<br />

Data de nascimento 3 de julho de 1901<br />

Data de falecimento 1957<br />

Naturalidade carioca – Rio de Janeiro<br />

Nacionalidade brasileira<br />

Altura 1m e 74 centímetros<br />

Peso 86 quilos<br />

Cor branca<br />

Profissão advoga<strong>do</strong><br />

Religião católica<br />

Lazer futebol<br />

3. Leia:<br />

“Não sou mau paga<strong>do</strong>r. Se tenho, pago, mas se não tenho, não pago, e<br />

não perco o sono por isso”.<br />

Uma outra forma de dizer o mesmo que o autor disse é o dita<strong>do</strong>:<br />

( x ) Devo, não nego; pago, quan<strong>do</strong> puder.<br />

( ) Quem dá o que tem a pedir vem.<br />

( ) Quem deve a Deus paga ao diabo.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação, tratan<strong>do</strong><br />

de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

17


da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em gêneros<br />

textuais. Professor, o objetivo desta seção não é o de priorizar o <strong>do</strong>mínio<br />

da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade de<br />

o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Ao escrever uma autobiografia, o autor usa a 1ª ou a 3ª pessoa <strong>do</strong><br />

verbo? E ao escrever uma biografia? Por quê?<br />

Na autobiografia é usada a 1ª pessoa <strong>do</strong> verbo, pois a própria pessoa<br />

escreve sobre si mesma. Na biografia, é usada a 3ª pessoa <strong>do</strong> verbo, porque<br />

quem escreve o texto é uma outra pessoa que relata os fatos ocorri<strong>do</strong>s<br />

com alguém.<br />

2. Qual o tempo verbal preferi<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> se escreve uma autobiografia?<br />

E quan<strong>do</strong> se escreve uma biografia?<br />

O tempo verbal preferi<strong>do</strong> para se escrever uma autobiografia é o Presente<br />

(<strong>do</strong> Indicativo). O tempo verbal preferi<strong>do</strong> para se escrever uma biografia<br />

é o Pretérito Perfeito (ou o passa<strong>do</strong>).<br />

3. Partin<strong>do</strong> de suas respostas na questão anterior, vamos montar uma pequena<br />

definição:<br />

Autobiografia é um gênero de texto escrito, que relata fatos ocorri<strong>do</strong>s<br />

na vida <strong>do</strong> próprio autor <strong>do</strong> texto. Para escrevê-la, usamos sempre a<br />

1ª pessoa <strong>do</strong> verbo, e, na maioria das vezes, usamos o tempo verbal<br />

Presente <strong>do</strong> Indicativo.<br />

Biografia é um gênero de texto escrito, que relata fatos ocorri<strong>do</strong>s na<br />

vida de alguém. Para escrevê-la, usamos sempre a 3ª pessoa <strong>do</strong> verbo,<br />

e, na maioria das vezes, usamos o tempo verbal Pretérito Perfeito.<br />

4. Complete o quadro, escreven<strong>do</strong> mais quatro exemplos de verbos usa<strong>do</strong>s<br />

nos Textos I e II<br />

Textos Presente <strong>do</strong> Indicativo Pretérito Perfeito<br />

Autobiografia 1. tenho, 2. gosto,<br />

3. fumo, 4. durmo,<br />

5. perco ou outros...<br />

Biografia 1. nasceu, 2. faleceu,<br />

3. criou, 4. formou,<br />

5. foi ou outros...<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

18


5. Observe a grafia das palavras abaixo:<br />

saúde<br />

a) As letras em destaque têm o mesmo som?<br />

Não.<br />

b) Qual a posição da letra S, nas palavras saúde e sol?<br />

A letra S ocupa o início de palavra.<br />

c) Qual a posição da letra S, nas palavras casa<strong>do</strong> e residência?<br />

A letra S está entre duas vogais e no meio de palavra.<br />

6. Recorte de revistas ou jornais palavras escritas com a letra S e agrupeas<br />

da seguinte forma:<br />

Essa atividade costuma despertar interesse nos alunos. O professor deverá<br />

estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário, caso os alunos<br />

não possam fazê-lo.<br />

Letra S no início de<br />

palavra (som de S)<br />

7. Observe a grafia das palavras abaixo:<br />

Recife<br />

sol<br />

Nas palavras saúde e sol, a letra S tem o som de S.<br />

Nas palavras casa<strong>do</strong> e residência, a letra S tem o som de Z.<br />

Concluin<strong>do</strong>: A letra S pode ter o som de S ou de Z. No início de palavra,<br />

a letra S tem o som de S. No meio de palavra e entre vogais, a<br />

letra S tem o som de Z.<br />

faleceu<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

19<br />

casa<strong>do</strong><br />

residência<br />

Letra S entre vogais (som de Z)<br />

casa<strong>do</strong> cor<br />

acusa<strong>do</strong>


a) As letras em destaque têm o mesmo som?<br />

Não.<br />

Nas palavras Recife e faleceu, a letra C tem o som de S.<br />

Nas palavras casa<strong>do</strong>, cor e acusa<strong>do</strong>, a letra C tem o som de K.<br />

b) Qual a posição da letra C nas palavras Recife e faleceu?<br />

A letra C vem seguida da vogal “i” e da vogal “e”.<br />

c) Qual a posição da letra C nas palavras casa<strong>do</strong>, acusa<strong>do</strong> e cor?<br />

A letra C vem seguida da vogal “a”, “u” e “o”.<br />

Concluin<strong>do</strong>: A letra C pode ter o som de S ou de K. Quan<strong>do</strong> a letra C<br />

for seguida da vogal “e” ou “i”, seu som será de S. Quan<strong>do</strong> a letra C for<br />

seguida da vogal “a”, “o” ou “u”, seu som será de K.<br />

8. Recorte de revistas ou jornais palavras escritas com a letra C e agrupeas<br />

da seguinte forma:<br />

Essa atividade costuma despertar interesse nos alunos. O professor deverá<br />

estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário, caso os alunos<br />

não possam fazê-lo.<br />

Letra C seguida da vogal<br />

e e i (som de S )<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

20<br />

Letra C seguida da vogal<br />

a, o e u (som de K)<br />

OBSERVAÇÃO: a reflexão sobre o tema identidade, família e geração<br />

continua no Encontro II, por esse motivo, não será proposta, no Encontro<br />

I, a atividade de produção de texto.


ENCONTRO II<br />

Eu sou um cidadão (Parte II)<br />

Neste encontro, os alunos continuarão a refletir sobre identidade, família<br />

e geração.<br />

O texto a seguir é página de uma lista telefônica, onde há uma orientação<br />

sobre como tirar <strong>do</strong>cumentos importantes. Leia-o com atenção.<br />

Texto III<br />

SAIBA COMO TIRAR SEUS DOCUMENTOS<br />

Carteira ou Registro de Identidade (RG)<br />

É o <strong>do</strong>cumento que identificará o cidadão por toda a vida, com foto, número, registros<br />

de filiação. Para tirar o RG, é necessário apresentar:<br />

1ª VIA – Menor: Certidão de Nascimento (original + 1 cópia simples); 2 fotos 3x4<br />

recentes (fun<strong>do</strong> branco e sem data); Formulário forneci<strong>do</strong> e preenchi<strong>do</strong> pelo órgão<br />

competente em sua cidade. Maior: Certidão de Nascimento ou Casamento (original +<br />

1 cópia simples); 2 fotos 3x4 recentes (fun<strong>do</strong> branco e sem data); Formulário forneci<strong>do</strong><br />

e preenchi<strong>do</strong> pelo órgão competente em sua cidade.<br />

2ª VIA – Certidão de Nascimento ou Casamento (original + 1 cópia simples); 2 fotos<br />

3x4 recentes (fun<strong>do</strong> branco e sem data); Formulário forneci<strong>do</strong> e preenchi<strong>do</strong> pelo órgão<br />

competente em sua cidade; número <strong>do</strong> RG anterior, se possuir.<br />

Título de Eleitor<br />

É o <strong>do</strong>cumento que assegura o direito de escolher seus representantes nas câmaras<br />

municipais, estaduais e federais. Para tirar o Título, é necessário apresentar:<br />

RG (original); Comprovante de residência (conta de água, luz, etc.). Local de Atendimento:<br />

Zona Eleitoral mais próxima de sua residência.<br />

O Título de Eleitor é obrigatório para quem completar 18 anos de idade e opcional<br />

para cidadãos entre 16 e 17 anos e acima <strong>do</strong>s 70 anos.<br />

Cartão de Identificação <strong>do</strong> Contribuinte (CPF)<br />

É o <strong>do</strong>cumento que identifica a pessoa como contribuinte perante a Secretaria da<br />

Receita Federal (SRF). Para tirar o CPF, é necessário apresentar:<br />

Para maior de 16 anos e brasileiro: RG (original); Título de Eleitor. Atendimento<br />

em qualquer agência <strong>do</strong>s Correios.<br />

Para menores de 15 anos ou estrangeiros: RG (original); Carteira de Trabalho.<br />

Atendimento nas Agências da Receita Federal.<br />

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)<br />

É o <strong>do</strong>cumento que vai registrar a vida profissional <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, comprovar o<br />

tempo de serviço e embasar os cálculos para fins de aposenta<strong>do</strong>ria. Para tirar a CTPS,<br />

é necessário apresentar:<br />

1ª VIA – Menor: RG ou Certidão de Nascimento ou Casamento (original); 1 foto 3x4<br />

colorida, recente (sem data e com fun<strong>do</strong> branco).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

21


2ª VIA – RG (original); 1 foto 3x4 colorida, recente (sem data e com fun<strong>do</strong> branco);<br />

CTPS original ou qualquer <strong>do</strong>cumento em que conste o número da mesma. Local de<br />

Atendimento: Administração Regional mais próxima de sua residência.<br />

Certidão de Nascimento<br />

É o primeiro registro <strong>do</strong> cidadão, que comprova legalmente que ele existe. Pode ser<br />

obti<strong>do</strong> nos postos de atendimento ao cidadão (gratuitamente) ou em cartórios de registro<br />

civil. Para tirar a Certidão de Nascimento, é necessário apresentar:<br />

Certidão de Casamento (quan<strong>do</strong> for o caso); RG (original); Documento emiti<strong>do</strong> pela<br />

maternidade.<br />

Obs.: Encaminhar (até 15 dias após o nascimento) ao cartório mais próximo à jurisdição<br />

<strong>do</strong> bairro onde se localiza a maternidade. Se ultrapassar 15 dias da data <strong>do</strong> nascimento,<br />

registrar no cartório pertencente à jurisdição <strong>do</strong> bairro onde o pai e/ou a mãe residem.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Por que motivo informações como essas aparecem publicadas em uma<br />

lista telefônica?<br />

Para que as pessoas interessadas possam ter informações mais rápidas,<br />

já que a lista telefônica é um material acessível a to<strong>do</strong>s, que pode ser consulta<strong>do</strong><br />

com relativa facilidade.<br />

2. Apresentar retrato é necessário para o cidadão tirar quais <strong>do</strong>cumentos?<br />

Carteira de Identidade (RG) e Carteira de Trabalho e Previdência Social<br />

(CTPS).<br />

3. Por que retratos para <strong>do</strong>cumentos devem ser tira<strong>do</strong>s com fun<strong>do</strong> branco?<br />

Para que a foto seja mais visível e a pessoa possa ser identificada com<br />

mais facilidade.<br />

4. O cidadão precisa apresentar conta de água, luz ou telefone para tirar<br />

seu Título de Eleitor. Por quê?<br />

Para comprovar que reside no local em que vota.<br />

5. Qual o principal <strong>do</strong>cumento que você precisa apresentar ao ser admiti<strong>do</strong><br />

em um emprego?<br />

Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

22


tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Em nosso dia-a-dia, alguns <strong>do</strong>cumentos são identifica<strong>do</strong>s por uma<br />

SIGLA. Escreva abaixo o nome <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento correspondente à sigla.<br />

a) RG: Carteira de Identidade<br />

b) CPF: Cartão de Identificação <strong>do</strong> Contribuinte<br />

c) CTPS: Carteira de Trabalho e Previdência Social<br />

d) CNH: Carteira Nacional de Habilitação<br />

Uma sigla é um tipo de abreviatura, formada pelas letras ou sílabas<br />

iniciais das palavras que formam o nome. Normalmente, as siglas são<br />

escritas com letras maiúsculas.<br />

2. Em <strong>do</strong>cumentos, a identificação <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> (UF) onde as pessoas<br />

nasceram pode ser feita por meio de SIGLAS. Complete as frases<br />

abaixo, usan<strong>do</strong> as siglas corretas:<br />

a) Samuel Rosa, vocalista <strong>do</strong> Skank, é mineiro, ele nasceu em MG.<br />

b) Se você é paulista, você nasceu em SP.<br />

c) A cantora Ivete Sangalo é baiana, ela nasceu na BA.<br />

d) O Presidente Lula é pernambucano; ele nasceu em PE.<br />

e) José Lins <strong>do</strong> Rego era paraibano; ele nasceu em PB.<br />

f) Se você é capixaba, você nasceu no ES.<br />

3. Observe como substantivos termina<strong>do</strong>s em - ão fazem o plural em nossa<br />

língua:<br />

certidão – certidões órgão – órgãos capitão – capitães<br />

Anote, no quadro abaixo, o resulta<strong>do</strong> de sua observação:<br />

Em Português, substantivos termina<strong>do</strong>s em - ão fazem o plural em<br />

-ões, -ãos e -ães.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

23


4. Procure em jornais ou revistas mais cinco substantivos termina<strong>do</strong>s<br />

em –ão. Recorte-os e cole os exemplos em seu caderno, escreven<strong>do</strong> ao<br />

la<strong>do</strong> o plural de cada um deles.<br />

Essa atividade costuma despertar bastante interesse nos alunos. O professor<br />

deverá estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário,<br />

caso os alunos não possam fazê-lo.<br />

5. Leia e compare:<br />

(1) Se você tiver 16 anos, poderá tirar seu CPF.<br />

(2) Se você tivesse 16 anos, poderia tirar seu CPF.<br />

a) As duas frases acima apresentam uma hipótese, uma possibilidade,<br />

mas não são iguais no senti<strong>do</strong>. Identifique pelo número o senti<strong>do</strong> de cada<br />

uma:<br />

( 2 ) A pessoa, definitivamente, não tem 16 anos.<br />

( 1 ) A pessoa pode ter 16 anos ou não 16 anos.<br />

6. Existe uma combinação no uso <strong>do</strong>s tempos verbais nas duas frases<br />

acima:<br />

Se tiver... poderá... / Se tivesse... poderia...<br />

Complete as frases abaixo, seguin<strong>do</strong> o mesmo princípio:<br />

a) Se o pai não registrar o filho dentro de 15 dias, deverá se dirigir ao<br />

cartório mais próximo <strong>do</strong> bairro onde mora. (registrar)<br />

b) Se você fosse um pouco mais velho, poderia trabalhar naquela<br />

empresa. (ser)<br />

c) Se o cidadão for à zona eleitoral mais próxima de sua residência, poderá<br />

tirar seu título de eleitor. (poder tirar)<br />

d) Se eu não tivesse perdi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os meus <strong>do</strong>cumentos naquela viagem,<br />

estaria mais tranqüilo agora. (estar)<br />

7. Complete as frases abaixo:<br />

Resposta pessoal <strong>do</strong>s alunos, que deverão estar atentos ao princípio<br />

estuda<strong>do</strong> em 5 e 6.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

24


a) O emprego será seu, se __________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

b) O índice de desemprego seria menor, se _____________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

c) Se com 16 anos de idade to<strong>do</strong>s os jovens votassem, ____________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

8. Uma outra forma de expressar a idéia de hipótese e possibilidade é introduzir<br />

a frase com a expressão “Caso”.<br />

(1) Caso você tenha 16 anos, poderá tirar seu CPF.<br />

(2) Caso você tivesse 16 anos, poderia tirar seu CPF.<br />

a) As duas frases acima não são iguais no senti<strong>do</strong>. Identifique pelo número<br />

o senti<strong>do</strong> de cada uma:<br />

( 1 ) A pessoa pode ter 16 anos ou não.<br />

( 2 ) A pessoa, definitivamente, não tem 16 anos.<br />

9. Volte ao Exercício 7 e reescreva as frases que você completou, usan<strong>do</strong><br />

a expressão de possibilidade: caso... Fique atento: você deverá fazer algumas<br />

modificações nas frases originais.<br />

Resposta pessoal.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

A atividade tem o objetivo de recordar pontos que foram estuda<strong>do</strong>s neste<br />

encontro, como o uso de siglas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

25


A revista Época, de outubro de 2008, fez uma promoção para seus assinantes:<br />

“O carro da sua época”. Para participar da promoção, o leitor<br />

deveria preencher o cupom abaixo. Preencha o cupom com seus da<strong>do</strong>s<br />

pessoais e aprenda como participar de uma promoção desse tipo:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

26


ENCONTRO III<br />

Eu pertenço a um grupo (Parte I)<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a conversa com os alunos:<br />

Quan<strong>do</strong> alguém escreve sua autobiografia, é possível que relate fatos<br />

sobre família. Em nossa sociedade, as famílias se organizam de diferentes<br />

formas. Podem variar quanto ao grau de parentesco e ao número de<br />

pessoas. Nem sempre to<strong>do</strong>s os membros da família têm o mesmo interesse:<br />

podem ter religiões e profissões variadas, podem morar juntos<br />

ou separa<strong>do</strong>s. A família pode, ou não, servir de apoio e estímulo para<br />

nossas conquistas.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos:<br />

Proponha que a classe se divida em grupos para discutir a questão. Solicite<br />

que o grupo escolha um colega para apresentar para a sala o resumo<br />

das idéias discutidas. O professor deve interferir na apresentação, quan<strong>do</strong><br />

for necessária uma explicitação das idéias.<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

Na tirinha abaixo, Chiquinha, personagem de Miguel Paiva, apresenta<br />

algumas pessoas de sua família.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

27<br />

Globinho, 04/10/2008.


CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

O texto que você leu é uma tirinha.<br />

Para entendermos as informações desse texto, devemos ler a parte verbal<br />

e a parte não-verbal.<br />

Tirinha é um gênero de texto que apresenta mais imagem (linguagem<br />

não-verbal) e menos material escrito (linguagem verbal). Tirinhas são<br />

encontradas em jornais e revistas e têm a função de divertir o leitor.<br />

1. Consideran<strong>do</strong> as imagens <strong>do</strong> primo Julinho e <strong>do</strong> primo João Luis, escreva<br />

como você imagina o jeito de ser de cada um deles.<br />

Julinho parece ser um menino tími<strong>do</strong>, que gosta de estudar, de se vestir<br />

com roupas mais sérias.<br />

João Luis, ao contrário, parece ser um menino mais despoja<strong>do</strong>, mais<br />

moderno, que se veste como um skatista.<br />

Outras respostas são possíveis, mas o professor deve ficar atento para<br />

que sejam sempre confirmadas por pistas fornecidas pelas imagens.<br />

2. Certamente a família de Chiquinha é formada por outros membros que<br />

não são apresenta<strong>do</strong>s na tirinha. Pensan<strong>do</strong> em sua própria família, que<br />

outros membros poderiam também ter si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s para o leitor?<br />

Resposta pessoal.<br />

3. Como Chiquinha se sente em relação ao grupo mais jovem de sua<br />

família?<br />

Chiquinha tem simpatia por eles e os acha diverti<strong>do</strong>s e legais.<br />

4. Como aparece a fala de Chiquinha na tirinha?<br />

A fala vem dentro de um “balão”.<br />

5. Chiquinha é jovem e faz uso de gírias para nos apresentar seus primos.<br />

Gíria é um tipo de linguagem usada por um grupo social pequeno,<br />

que passa a ser utilizada também por outros grupos, devi<strong>do</strong> ao seu<br />

grande poder de comunicação.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

28


O que a menina quer dizer com:<br />

a) “Gracinha se acha.”<br />

Gracinha é convencida, metida.<br />

b) “João Luis é maneiro.”<br />

João Luis é legal, gente boa.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia:<br />

João Luis é GRAFITEIRO, ROQUEIRO, ENCRENQUEIRO, mas MANEIRO.<br />

Nem sempre escrevemos exatamente como falamos. Pessoas de regiões<br />

e grupos sociais diferentes podem pronunciar de forma diferente<br />

uma mesma palavra. Assim, é possível que as palavras destacadas acima<br />

possam ser pronunciadas como “grafitero”, “roquero”, “encrenquero”,<br />

“manero”. MAS NÃO SE ESQUEÇA: ESSAS PALAVRAS TERMINAM COM<br />

O SUFIXO -EIRO E A FORMA ESCRITA DESSE SUFIXO NÃO PODE SER<br />

MODIFICADA.<br />

2. Pense rápi<strong>do</strong> e responda:<br />

grafite + eiro = grafiteiro<br />

sufixo<br />

Cômo<strong>do</strong> da casa onde tomamos banho: banheiro.<br />

Local onde se criam galinhas: galinheiro.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

29


Profissional que trabalha em portaria: porteiro.<br />

Árvore que dá laranja: laranjeira.<br />

Local onde vivem formigas: formigueiro.<br />

Névoa muito densa: nevoeiro.<br />

Objeto onde se depositam cinzas de cigarro: cinzeiro.<br />

3. Monte mais três desses desafios e apresente-os para seu colega escrever<br />

a resposta.<br />

O professor deve estar atento para a correção ortográfica das palavras<br />

em que ocorre o sufixo –eiro.<br />

Texto II<br />

O texto a seguir é a resenha <strong>do</strong> filme 2 Filhos de Francisco, que narra<br />

a história de vida da família Camargo, no interior de Goiás, até o sucesso<br />

da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano.<br />

Resenha de filme é um gênero de texto que apresenta para o leitor<br />

o resumo de um filme e faz um comentário sobre ele. Normalmente, as<br />

resenhas são publicadas em seções especializadas de revistas, jornais<br />

ou na internet.<br />

Drama<br />

2 Filhos de Francisco<br />

Filme conta a trajetória da dupla<br />

Zezé Di Camargo e Luciano, desde<br />

a infância no interior de Goiás, até<br />

o sucesso nas principais rádios e canais<br />

de tv <strong>do</strong> país.<br />

Um sítio empresta<strong>do</strong> em Pirenópolis,<br />

interior de Goiás, uma grande<br />

família e um sonho. Era tu<strong>do</strong> o<br />

que Francisco Camargo (Ângelo<br />

Antônio) tinha na vida. O suficiente<br />

para atingir seu objetivo: transformar<br />

<strong>do</strong>is de seus nove filhos em<br />

uma dupla sertaneja de sucesso,<br />

pois a realidade humilde no interior<br />

não impedia o pai de fazer planos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

30


Francisco, então, trocou animais e colheita por instrumentos musicais e<br />

apostou no talento de seus <strong>do</strong>is filhos – Mirosmar e Emival.<br />

Tanta dedicação e vontade renderam ao lavra<strong>do</strong>r a fama de louco e<br />

sonha<strong>do</strong>r. Após ser expulso <strong>do</strong> sítio por seu sogro (Lima Duarte), Francisco<br />

levou a mulher Helena (Dira Paes) e a família para Goiânia, onde<br />

os garotos passaram a se apresentar com mais freqüência. Mesmo com<br />

dificuldades de adaptação, a dupla percorreu várias regiões <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de Goiás, mostran<strong>do</strong> sua música. Mas um grave acidente de carro tirou<br />

a vida de Emival e interrompeu a carreira musical <strong>do</strong>s meninos.<br />

Depois de superar a perda <strong>do</strong> irmão, Mirosmar tentou seguir carreira<br />

solo em São Paulo, mas sem sucesso. Quan<strong>do</strong> Francisco viu o interesse<br />

de seu outro filho, Welson, pela música, ele voltou a acreditar em seu<br />

sonho. A recém-formada dupla a<strong>do</strong>tou o nome artístico de Zezé Di Camargo<br />

e Luciano. Os cantores, filhos de Francisco, estouraram com a<br />

música É o Amor e realizaram o grande sonho, com a ajuda <strong>do</strong> pai.<br />

A história de sucesso da dupla sertaneja marca a estréia de Breno<br />

Silveira na direção de longas-metragens. Para tornar a história mais<br />

real, o cineasta escolheu atores com características semelhantes aos<br />

personagens <strong>do</strong> filme. A trilha sonora <strong>do</strong> filme é assinada por Zezé Di<br />

Camargo e Caetano Veloso. O destaque da escolha musical fica por conta<br />

<strong>do</strong> grande sucesso da dupla, na voz de Maria Bethânia.<br />

O foco da cinebiografia 2 Filhos de Francisco – A História de Zezé Di<br />

Camargo e Luciano não está nos cantores, e sim na família. Mais precisamente<br />

na figura de Francisco, que, fascina<strong>do</strong> pela música sertaneja,<br />

acreditava poder fazer com que a vida de seus filhos e de sua família<br />

mudasse. O filme é mais <strong>do</strong> que um musical: é um retrato <strong>do</strong> povo<br />

brasileiro. Francisco é caipira, brasileiro de raiz e, como muitos outros,<br />

tinha um sonho, que graças a sua persistência se transformou em realidade.<br />

A história de vida de Francisco é um excelente exemplo, que pode<br />

ensinar as pessoas a não desistirem de sonhar.<br />

(Adapta<strong>do</strong> de http://www.guiadasemana.com.br/film.asp?ID=11&cd_film=898<br />

– Acesso em 28/10/08).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Sobre o texto, responda:<br />

a) O texto pode ser dividi<strong>do</strong> em três partes. Escreva os parágrafos que<br />

se referem a cada uma das partes:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

31


1ª. parte: O autor da resenha relata a história da família Camargo.<br />

Começa no parágrafo 1º e termina no parágrafo 3º.<br />

2ª. parte: O autor expõe informações técnicas sobre o filme: parágrafo<br />

4º.<br />

3ª. parte: O autor da resenha faz um comentário pessoal sobre o<br />

filme: parágrafo 5º.<br />

b) Qual era o grande sonho de Francisco Camargo?<br />

Transformar seus <strong>do</strong>is filhos em cantores sertanejos de sucesso.<br />

c) O que impediu Emival de continuar cantan<strong>do</strong>?<br />

O menino morreu em um acidente de carro.<br />

d) Escreva três obstáculos enfrenta<strong>do</strong>s pela família até acontecer o sucesso<br />

da dupla:<br />

A família foi expulsa <strong>do</strong> sítio onde morava.<br />

Um acidente de carro matou Emival.<br />

A carreira solo de Mirosmar não teve sucesso.<br />

e) Francisco, por muito tempo, teve fama de louco e sonha<strong>do</strong>r. Por<br />

quê?<br />

O sonho de Francisco era ver seus filhos muito famosos. Para isso, ele<br />

não media esforços, chegan<strong>do</strong> até a trocar seus animais e a colheita por<br />

instrumentos musicais para investir na carreira <strong>do</strong>s filhos.<br />

f) Nos 1º. e 2º. parágrafos, há nomes próprios entre parênteses. Quem<br />

são essas pessoas?<br />

Os nomes entre parênteses apresentam os atores que atuaram no filme,<br />

representan<strong>do</strong> os personagens da vida real.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisi-<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

32


ção da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Na primeira parte <strong>do</strong> texto, o autor relata a vida da família de Zezé di<br />

Camargo e Luciano. A maior parte <strong>do</strong>s verbos emprega<strong>do</strong>s nos três primeiros<br />

parágrafos <strong>do</strong> texto está no tempo verbal Pretérito. Nesta atividade,<br />

você vai recordar <strong>do</strong>is tipos de Pretérito: Pretérito Perfeito e Pretérito<br />

Imperfeito, usa<strong>do</strong>s na Língua Portuguesa.<br />

Pretérito Perfeito é usa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> queremos narrar fatos que,<br />

quan<strong>do</strong> ocorreram no passa<strong>do</strong>, não tiveram duração.<br />

Pretérito Imperfeito é usa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> queremos narrar fatos que,<br />

quan<strong>do</strong> ocorreram no passa<strong>do</strong>, tiveram uma certa duração.<br />

Leia as frases e observe os verbos em negrito:<br />

a)<br />

Francisco comprou instrumentos musicais para seus filhos.<br />

O menino Emival morreu em um acidente de carro<br />

Tempo verbal: Pretérito Perfeito<br />

b)<br />

O sítio da família ficava em Pirenópolis.<br />

Francisco e Helena Camargo criavam a família com muita dificuldade<br />

Tempo verbal: Pretérito Imperfeito<br />

2. Volte à primeira parte <strong>do</strong> texto (<strong>do</strong> parágrafo 1º. ao 3º.) e preencha<br />

o quadro abaixo com verbos usa<strong>do</strong>s no Pretérito, de acor<strong>do</strong> com o<br />

exemplo:<br />

Para preencher o quadro não há necessidade de se copiarem to<strong>do</strong>s os<br />

verbos <strong>do</strong> texto. Sugerimos 3 exemplos de cada.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

33


VERBO Pretérito Perfeito Pretérito Imperfeito<br />

comprou X<br />

criavam X<br />

era x<br />

tinha x<br />

impedia x<br />

trocou x<br />

apostou x<br />

renderam x<br />

3. O autor da resenha <strong>do</strong> filme relata:<br />

Francisco levou a mulher Helena e a família para Goiânia.<br />

Veja como ficaria a mesma informação, na voz <strong>do</strong> próprio Francisco:<br />

Eu levei minha mulher Helena e minha família para Goiânia.<br />

a) Como ficaria a mesma informação, na voz de<br />

Zezé e Luciano?<br />

Meu pai levou minha mãe e nossa família para Goiânia.<br />

Helena Camargo?<br />

Meu mari<strong>do</strong> me levou e toda nossa família para Goiânia.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Essa proposta de produção deve ser precedida de uma conversa sobre<br />

filmes a que os alunos tenham assisti<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s quais tenham gosta<strong>do</strong>.<br />

Procure se lembrar de um filme interessante a que você tenha assisti<strong>do</strong>.<br />

Em seguida, complete abaixo a ficha com informações e dê sua opinião<br />

sobre o filme.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

34


FICHA TÉCNICA RESUMIDA<br />

Nome <strong>do</strong> filme:<br />

Gênero <strong>do</strong> filme:<br />

( ) drama ( ) comédia<br />

( ) romance ( ) ação<br />

( ) terror ( ) outros<br />

Personagens e atores:<br />

_________________________ (___________________________)<br />

Nome <strong>do</strong> personagem Nome <strong>do</strong> ator/atriz<br />

_________________________ (___________________________)<br />

Nome <strong>do</strong> personagem Nome <strong>do</strong> ator/atriz<br />

Comentário pessoal sobre o filme:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

35


ENCONTRO IV<br />

Eu pertenço a um grupo (Parte II)<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestões para iniciar a discussão com os alunos<br />

Ao mesmo tempo em que nos organizamos em grupos familiares, também<br />

“procuramos a nossa turma”, ou seja, o grupo de pessoas com quem<br />

temos algum tipo de afinidade: por pertencer à nossa geração, por ter o<br />

mesmo gosto musical, por trabalhar no mesmo local, por estudar na mesma<br />

escola, por dividir conosco interesses comuns.<br />

Sugestões para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Observan<strong>do</strong> as pessoas nos lugares que você freqüenta, o que você<br />

percebe? Há muitos ou poucos jovens entre essas pessoas? Esses jovens<br />

estudam? Trabalham?<br />

Quais são os maiores sonhos <strong>do</strong>s jovens de hoje? Seus me<strong>do</strong>s e preocupações?<br />

Pense nos grupos sociais aos quais você pertence. Que afinidades<br />

unem você aos seus grupos? Como você descreveria sua turma?<br />

O professor deve ficar atento para possibilitar a participação de to<strong>do</strong>s<br />

os alunos nas discussões. Deve, também, incentivar na turma atitudes de<br />

escuta atenta e respeitosa às manifestações <strong>do</strong>s colegas.<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

O texto apresenta informações sobre a população jovem brasileira, focalizan<strong>do</strong><br />

a geração da qual fazem parte jovens entre 18 e 29 anos.<br />

quem são os jovens brasileiros?<br />

O Brasil tem hoje o maior número de jovens de sua história: cerca de<br />

50 milhões de pessoas no país têm entre 15 e 29 anos, o equivalente<br />

a, aproximadamente, 26 % da população brasileira, de acor<strong>do</strong> com a<br />

Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), de 2007.<br />

Há pouco tempo atrás, apenas a geração que tinha entre 15 e 24<br />

anos era considerada jovem. Atualmente, as pessoas com idades<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

36


entre 25 e 29 anos também são consideradas jovens, porque a expectativa<br />

de vida, de mo<strong>do</strong> geral, aumentou para to<strong>do</strong>s e hoje se<br />

reconhece que os jovens têm maior dificuldade de se tornarem independentes,<br />

já que o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho mu<strong>do</strong>u e garantir o próprio<br />

sustento ficou mais difícil.<br />

Com equilíbrio entre o número de homens e de mulheres, 50% <strong>do</strong> total<br />

de jovens brasileiros são brancos, 48% são negros e 2% são indígenas<br />

ou de cor amarela ou não declarada. Infelizmente, 14 milhões <strong>do</strong>s<br />

jovens são pobres, porque vivem em famílias com renda de até meio<br />

salário mínimo por pessoa, e mais de 4 milhões estão desemprega<strong>do</strong>s.<br />

O sociólogo Paulo Carrano, <strong>do</strong> Observatório Jovem da Universidade<br />

Federal Fluminense, considera que, no Brasil, os jovens merecem atenção<br />

especial, por sofrerem desigualdades sociais: “A desigualdade se<br />

revela mais fortemente entre os jovens das famílias de menor renda, os<br />

menos escolariza<strong>do</strong>s, os jovens negros e, em especial, as mulheres jovens”,<br />

afirma Carrano. Segun<strong>do</strong> ele, a boa notícia é a maior participação<br />

<strong>do</strong>s jovens na definição <strong>do</strong>s rumos de suas vidas. Eles estão interessa<strong>do</strong>s<br />

por causas atuais, como educação, trabalho, corpo, sexualidade e<br />

solidariedade. São motivos de preocupação para os jovens a violência<br />

e o desemprego. A juventude pensa no futuro, sim, embora de forma<br />

diferente das gerações passadas.<br />

Os especialistas consideram que, nos últimos anos, as condições de<br />

vida <strong>do</strong>s jovens têm melhora<strong>do</strong>: o trabalho formal vem crescen<strong>do</strong>, o<br />

nível de escolaridade aumentan<strong>do</strong> e as diferenças e desigualdades referentes<br />

a cor/raça e gênero vêm diminuin<strong>do</strong>.<br />

Adapta<strong>do</strong> das fontes: Observatório Jovem/UFF. Nº. 27, jun./jul. 2005, PNAD 2007 Primeiras Análises<br />

– Ipea / Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – Comunica<strong>do</strong> da Presidência<br />

nº 12 – Educação Juventude Raça/Cor – Volume 4 – 14/10/2008).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. De acor<strong>do</strong> com o texto, a faixa de idade em que as pessoas são consideradas<br />

jovens foi modificada.<br />

a) Qual foi a modificação?<br />

A faixa de idade passou de 15 a 24 anos, para 15 a 29 anos.<br />

b) Por que houve essa mudança?<br />

A mudança ocorreu devi<strong>do</strong> a: 1. a expectativa de vida das pessoas<br />

aumentou; 2. os jovens, hoje, têm mais dificuldades para se tornarem<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

37


independentes de suas famílias, porque o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho mu<strong>do</strong>u e ficou<br />

mais difícil garantir o próprio sustento.<br />

2. O texto apresenta notícias boas e notícias ruins a respeito da geração<br />

de brasileiros jovens.<br />

Professor: o aluno poderá escolher uma ou mais informações para as<br />

respostas abaixo.<br />

a) Uma notícia que causa preocupação é: milhões de jovens são pobres<br />

e muitos estão desemprega<strong>do</strong>s. As desigualdades sociais estão presentes<br />

principalmente entre os jovens de menor renda, menos escolariza<strong>do</strong>s,<br />

negros e mulheres.<br />

b) Uma informação que traz esperança é: os jovens estão mais interessa<strong>do</strong>s<br />

em definir o rumo de suas vidas. Estão muito interessa<strong>do</strong>s por causas atuais,<br />

como educação, trabalho, sexualidade, solidariedade. A juventude pensa no<br />

futuro, embora faça isso de forma diferente das gerações passadas.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Observe como aparece o verbete GERAÇÃO no Novo Dicionário Aurélio:<br />

Geração. 1. Ato de gerar. 2. Cada grau de filiação de pai a filho; descendência.<br />

3. O conjunto de indivíduos nasci<strong>do</strong>s na mesma época. 4.<br />

O espaço de tempo (aproximadamente 25 anos) que vai de uma geração<br />

a outra.<br />

No texto “Quem são os jovens brasileiros?”, o senti<strong>do</strong> da palavra geração<br />

está explica<strong>do</strong> em:<br />

( ) 1. ( ) 2.<br />

( x) 3. ( ) 4.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

38


2. Leia:<br />

Apenas a geração com idade entre 15 e 24 anos era considerada jovem.<br />

As pessoas com idade entre 25 e 29 anos também são consideradas<br />

jovens.<br />

Explique:<br />

a) Por que o verbo em negrito está flexiona<strong>do</strong> no singular na primeira<br />

frase?<br />

Nesta frase, o verbo concorda com o sujeito a geração, que está no<br />

singular.<br />

b) Por que o verbo em negrito está flexiona<strong>do</strong> no plural na segunda<br />

frase?<br />

Nesta frase, o verbo concorda com o sujeito as pessoas, que está no<br />

plural.<br />

3. Complete adequadamente as frases, fazen<strong>do</strong> a flexão correta <strong>do</strong> verbo:<br />

a) Os jovens merecem atenção especial, por sofrerem desigualdades<br />

sociais. (verbo: merecer – Presente <strong>do</strong> Indicativo).<br />

b) A juventude merece atenção especial, por sofrer desigualdades sociais.<br />

(verbo: merecer – Presente <strong>do</strong> Indicativo).<br />

Texto II<br />

A tabela abaixo apresenta da<strong>do</strong>s sobre os jovens no Brasil.<br />

Uma tabela é um gênero de texto, onde é possível ler informações<br />

colocadas em linhas e colunas. As tabelas podem ser lidas em jornais,<br />

revistas, relatórios, <strong>do</strong>cumentos oficiais etc.<br />

O estu<strong>do</strong> e o trabalho entre jovens brasileiros – 2007<br />

Faixa Etária Só Trabalha<br />

HOMENS<br />

Trabalha e<br />

Estuda<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

39<br />

Só Estuda<br />

Não Trabalha<br />

Nem Estuda<br />

18 a 24 anos 56,3 % 17,5 % 12,3 % 13,9 %<br />

25 a 29 anos 78,6 % 8,7 % 2,4 % 10,3 %


O estu<strong>do</strong> e o trabalho entre jovens brasileiros – 2007<br />

Faixa Etária Só Trabalha<br />

MULHERES<br />

Trabalha e<br />

Estuda<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

40<br />

Só Estuda<br />

Não Trabalha<br />

Nem Estuda<br />

18 a 24 anos 36,3 % 14,9 % 16,5 % 32,3 %<br />

25 a 29 anos 53,7 % 8,9 % 4,6 % 32,8 %<br />

Da<strong>do</strong>s PNAD, 2007.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

Professor: você pode decidir pela não realização desta atividade, caso a<br />

considere muito difícil para sua turma.<br />

1. Comparan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da tabela, é possível tirarmos algumas conclusões.<br />

Por exemplo:<br />

Sobre homens e mulheres que só trabalham:<br />

O número de homens que só trabalham é maior <strong>do</strong> que o número de<br />

mulheres.<br />

Continue, seguin<strong>do</strong> o modelo acima:<br />

a) Sobre homens e mulheres que não trabalham nem estudam:<br />

O número de homens que não trabalham nem estudam é menor <strong>do</strong> que<br />

o de mulheres.<br />

OU<br />

O número de mulheres que não trabalham nem estudam é maior <strong>do</strong> que<br />

o de homens.<br />

b) Sobre homens e mulheres de 25 a 29 anos que só estudam:<br />

O número de homens de 25 a 29 anos que só estudam é menor <strong>do</strong> que<br />

o número de mulheres.<br />

OU<br />

O número de mulheres de 25 a 29 anos que só estudam é maior <strong>do</strong> que<br />

o número de homens.<br />

Texto III<br />

A seguir você vai ler um outro gênero de texto, denomina<strong>do</strong> de filipeta<br />

(ou flyer), que apresenta o programa <strong>do</strong> governo: <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>.


A filipeta é um folheto impresso em ambos os la<strong>do</strong>s, que tem a função<br />

de promover eventos, incentivar pessoas a usarem um determina<strong>do</strong><br />

produto ou serviço. Normalmente as filipetas são distribuídas na rua,<br />

são deixadas em balcões de lojas ou em bancos para as pessoas lerem.<br />

Para facilitar uma leitura rápida, as filipetas apresentam uma linguagem<br />

clara e objetiva e trazem ilustrações.<br />

(frente) (verso)<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Observe a imagem na frente da filipeta e responda:<br />

a) Duas idéias principais estão presentes na imagem: a idéia <strong>do</strong> tempo<br />

e da juventude. Que ilustrações foram escolhidas para representar<br />

essas idéias?<br />

As ilustrações escolhidas foram: o relógio e imagens de jovens.<br />

b) Em seguida, copie a frase da filipeta em que aparecem as mesmas<br />

idéias de tempo e juventude.<br />

Para quem tem a vida a ganhar e nenhum tempo a perder.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

41


c) A que grupo social o programa <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> pretende atingir?<br />

Identifique as características comuns a esse grupo, observan<strong>do</strong> com atenção<br />

a ilustração.<br />

O <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> pretende atingir o grupo social <strong>do</strong>s jovens. Esse<br />

grupo inclui homens e mulheres de idades próximas, sem distinção de<br />

raça/cor.<br />

d) Na filipeta, os ponteiros <strong>do</strong> relógio são forma<strong>do</strong>s de duas palavras:<br />

OPORTUNIDADE e CONHECIMENTO. Por que essas palavras foram escolhidas<br />

para divulgar o <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>?<br />

As palavras foram escolhidas, porque o <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> é volta<strong>do</strong> para<br />

os jovens que buscam a OPORTUNIDADE de concluir seus estu<strong>do</strong>s, interrompi<strong>do</strong>s<br />

por motivos varia<strong>do</strong>s. A palavra CONHECIMENTO se relaciona à<br />

idéia de voltar a estudar. Voltan<strong>do</strong> à escola, o jovem retoma o desejo de<br />

aprender, de conhecer.<br />

2. Observe, agora, o texto no verso da filipeta e responda:<br />

As filipetas devem ter uma linguagem clara e objetiva para facilitar uma<br />

leitura rápida <strong>do</strong> seu conteú<strong>do</strong>. Para atender a esse objetivo, como as informações<br />

no verso da filipeta são apresentadas para o leitor?<br />

Em forma de perguntas diretas acompanhadas de respostas.<br />

3. Marque F (falso) ou V (verdadeiro):<br />

( F ) Para estudar no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>, você deve pagar uma mensalidade<br />

de R$ 100,00.<br />

( V ) Informações sobre o <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong> podem ser obtidas por telefone<br />

ou pela internet.<br />

( F ) Para matricular-se no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>, você deve apresentar sua<br />

CTPS.<br />

( V ) O curso tem a duração de 1 ano e meio.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

42


1. Leia:<br />

Faça a matrícula na sua cidade de julho a agosto.<br />

O verbo em negrito está no mo<strong>do</strong> Imperativo. O mo<strong>do</strong> Imperativo é<br />

usa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> nossa intenção é levar o outro a fazer algo.<br />

Responda:<br />

Por que o autor da filipeta usou o mo<strong>do</strong> Imperativo?<br />

O imperativo foi usa<strong>do</strong>, porque o autor pretende convencer os jovens a<br />

se matricularem no <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>.<br />

2. Usan<strong>do</strong> verbos no Imperativo, faça três frases que estimulem o jovem<br />

a participar <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>. Releia a filipeta para tirar algumas<br />

idéias:<br />

As respostas devem ser pessoais. O foco, na questão, é o uso adequa<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Imperativo.<br />

Exemplo: Participe conosco <strong>do</strong> programa de educação <strong>ProJovem</strong><br />

<strong>Urbano</strong>.<br />

a) ______________________________________________________<br />

______________________________________________________<br />

b) ______________________________________________________<br />

______________________________________________________<br />

c) ______________________________________________________<br />

______________________________________________________<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Professor: acompanhe, de perto, seus alunos na realização desta atividade,<br />

que poderá despertar muito interesse. Oriente-os sobre como elaborar<br />

bem as perguntas, ten<strong>do</strong> em vista o assunto a ser pesquisa<strong>do</strong> e as<br />

características <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong>.<br />

Para que programas governamentais de educação de jovens tenham<br />

sucesso, é necessário que se faça uma pesquisa nas regiões brasileiras<br />

sobre o perfil da juventude. Muitas pesquisas são feitas em forma de entrevista<br />

com mora<strong>do</strong>res das regiões e depois publicadas em <strong>do</strong>cumentos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

43


Com base nas informações <strong>do</strong>s Textos I e II, monte com seu colega, um<br />

questionário para uma entrevista.<br />

questionário: Perfil <strong>do</strong> jovem brasileiro<br />

Nome: Pedro de Sousa<br />

Idade: 23 anos<br />

Sexo: Masc.<br />

Natural de: Rio Pomba UF: MG<br />

Escolaridade: Ensino Fundamental<br />

Perguntas:<br />

1.<br />

2.<br />

3.<br />

4.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

44


2<br />

TRABALHO E ESCOLA<br />

Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />

por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para<br />

a reflexão sobre a relação escola-trabalho, como “locus” de tensões sociais,<br />

como espaço de construção de identidades, de estreitamento de laços<br />

interpessoais, de disseminação de saberes socialmente construí<strong>do</strong>s e de<br />

atualização. As respostas em laranja, que acompanham as questões, têm<br />

como objetivo, ao mesmo tempo, fornecer ao professor um auxílio para sua<br />

compreensão <strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito, o que não significa que<br />

o professor não possa aceitar outras respostas possíveis de seus alunos.<br />

ENCONTRO I<br />

Trabalho e realização pessoal<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Muitas pessoas se queixam de não estarem satisfeitas com o trabalho<br />

que executam. Afirmam trabalhar apenas para seu sustento e o de sua<br />

família, deixan<strong>do</strong> de la<strong>do</strong> sua realização pessoal.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

45<br />

Veja 02/11/2008


Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você conhece alguém que conseguiu unir realização pessoal e profissional?<br />

Você conhece a história de alguém que tenha deixa<strong>do</strong> um trabalho<br />

que não lhe trazia satisfação por outro no qual se sentisse mais feliz?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

O texto que você vai ler é o perfil <strong>do</strong> ator e músico Sérgio Loroza, retira<strong>do</strong><br />

da revista Raça Brasil.<br />

Perfil é um gênero de texto que apresenta um conjunto de informações<br />

sobre uma pessoa. É diferente da biografia, por ser um texto mais<br />

informal e mais resumi<strong>do</strong>. O perfil, normalmente, é publica<strong>do</strong> em sessões<br />

de cinema e de música, e em revistas semanais.<br />

PERFIL<br />

U MADUREIRA<br />

O ator e músico SÉRGIO LOROZA experimenta<br />

a fama conquistada com a televisão sem deixar<br />

de conciliar as duas carreiras, além <strong>do</strong> seu<br />

empenho a causas sociais.<br />

Sérgio Loroza nasceu prematuro, mas desde que deixou<br />

a incuba<strong>do</strong>ra e subiu pela primeira vez o Morro de<br />

São José, no subúrbio carioca de Madureira, não parou<br />

mais de crescer e de aparecer. “Fui Serginho só quan<strong>do</strong><br />

nasci. A partir daí passei a ser Serjão. Comecei um trabalho de engorda que<br />

não parou até hoje”, diverte-se o <strong>do</strong>no de exagera<strong>do</strong>s 180 quilos, acondiciona<strong>do</strong>s<br />

em 1,83 m de altura. Sim, ele chama a atenção por onde passa, mas já<br />

se vai longe o tempo em que marcava presença só pelo seu tamanho. Hoje,<br />

ele chama a atenção menos pela circunferência <strong>do</strong> que pela competência como<br />

músico e ator. A popularidade mesmo, porém, só veio com o bem-humora<strong>do</strong>,<br />

mulherengo e um tanto mau-caráter <strong>do</strong>no da agência de empregos <strong>do</strong> seria<strong>do</strong><br />

A diarista, da Rede Globo.<br />

Para chegar onde está agora, foi com a cara e a coragem. Serjão estu<strong>do</strong>u<br />

Química na Universidade Federal Rural <strong>do</strong> Rio de Janeiro durante <strong>do</strong>is anos,<br />

foi auxiliar técnico de operações e promotor de vendas. Nos anos 90, cheio de<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

46


talento para dar, mas sem nenhum incentivo da empresa em que trabalhava,<br />

deixou o emprego para apostar no sonho de ser artista. Apoia<strong>do</strong> em capacidade-voracidade-sorte,<br />

tornou-se ator, com experiência em TV, teatro, cinema, e<br />

músico apaixona<strong>do</strong> pelo som pop mundial. No palco ou nas telas, os personagens<br />

de Serjão normalmente arrancam gargalhadas. Carregam muita energia<br />

positiva emprestada pelo ator, que chegou aos 39 anos de idade, cultivan<strong>do</strong><br />

perseverança e bom-humor.<br />

“VIVA A UTOPIA”<br />

A infância na comunidade carente lhe revelou as faces da pobreza e da<br />

violência, das quais ele teve a dádiva de retirar apenas a experiência de vida.<br />

“De onde eu vim muitos amigos já morreram ou estão presos”, conta. “Não me<br />

considero em nada melhor <strong>do</strong> que eles. Só tive a sorte de ter uma família me<br />

apoian<strong>do</strong>, de nascer com um <strong>do</strong>m e de poder desenvolvê-lo”, acrescenta. “Eu<br />

me tornei artista para revolucionar e quero servir de bom exemplo. Não me<br />

conformo com o mun<strong>do</strong> como está. Desejo ver a mesma proporção de negros<br />

e brancos nas escolas e nas platéias de teatro. Viva a utopia”.<br />

Apesar <strong>do</strong>s passos trilha<strong>do</strong>s pela Química e pelas vendas, o pen<strong>do</strong>r para<br />

as artes vem de bem antes, ainda garoto. Já no início <strong>do</strong>s anos 80 ele estudava<br />

violão e pouco tempo depois entrou para o grupo de teatro da Igreja de<br />

Santo Sepulcro, em Madureira. “Em 1985, fiz a minha primeira peça ama<strong>do</strong>ra”,<br />

relembra. “Subi ao palco antes mesmo de assistir a um espetáculo.” Foi<br />

assim que, de grupo em grupo, de peça em peça, a bola-de-neve artística<br />

se avolumou, até chegar a participações e pequenos papéis em espetáculos,<br />

como Cabaré Brasil e Obriga<strong>do</strong>, Cartola!, além de longas-metragens<br />

como Orfeu, Bossa nova e Carandiru, sem contar minisséries, programas<br />

humorísticos e novelas da Globo (...) (Adapta<strong>do</strong> de Revista Raça Brasil, ed. 98,<br />

maio/2006.<br />

Disponível em http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/98/artigo17492-1.asp).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

1. Numere os fatos na ordem em que aconteceram na vida de Loroza:<br />

( 3 ) Estu<strong>do</strong>u Química na Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />

( 5 ) Conseguiu fama em programas humorísticos e novelas da Rede<br />

Globo.<br />

( 1 ) Viveu sua infância no subúrbio carioca de Madureira.<br />

( 2 ) Estu<strong>do</strong>u violão e participou <strong>do</strong> grupo de teatro da igreja.<br />

( 4 ) Aban<strong>do</strong>nou o emprego para tentar a carreira de artista.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

47


2. Releia:<br />

“Hoje, ele chama a atenção menos pela circunferência <strong>do</strong> que pela competência<br />

como músico e ator”.<br />

De acor<strong>do</strong> com o texto, isso significa dizer que:<br />

( ) Serjão é bastante discrimina<strong>do</strong> por sua aparência física.<br />

( x ) A competência artística é o que mais impressiona as pessoas em<br />

relação a Serjão.<br />

( ) Serjão passa despercebi<strong>do</strong> entre as pessoas.<br />

3. Numere cada frase, de acor<strong>do</strong> com o que está informa<strong>do</strong>:<br />

(1) A informação refere-se apenas a Sérgio Loroza.<br />

(2) A informação refere-se também a um <strong>do</strong>s personagens de Sérgio<br />

Loroza.<br />

( 2 ) “A popularidade mesmo, porém, só veio com o bem-humora<strong>do</strong>,<br />

mulherengo e um tanto mau-caráter <strong>do</strong>no da agência de empregos <strong>do</strong> seria<strong>do</strong><br />

A diarista, da Rede Globo”.<br />

( 1 ) “Para chegar onde está agora, foi com a cara e a coragem”.<br />

( 1 ) “Eu me tornei artista para revolucionar e quero servir de bom<br />

exemplo”.<br />

4. Leia o verbete utopia, adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Novo Dicionário Aurélio:<br />

Utopia. 1. País imaginário, cria<strong>do</strong> pelo escritor inglês Thomas Morus,<br />

onde um governo organiza<strong>do</strong> proporciona ótimas condições de<br />

vida a um povo equilibra<strong>do</strong> e feliz. 2. Descrição de qualquer lugar ou<br />

situação ideal, em que as normas e instituições políticas sejam muito<br />

aperfeiçoadas. 3. Projeto que não se pode realizar, sonho, produto da<br />

imaginação, fantasia.<br />

No texto, Sérgio Loroza afirma:<br />

“Eu me tornei artista para revolucionar e quero servir de bom exemplo.<br />

Não me conformo com o mun<strong>do</strong> como está. Desejo ver a mesma<br />

proporção de negros e brancos nas escolas e nas platéias de teatro.<br />

Viva a utopia”.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

48


Responda:<br />

a) Qual é a utopia de Loroza?<br />

Ver um mun<strong>do</strong> mais justo, onde negros e brancos tenham as mesmas<br />

oportunidades, de irem a escola e ao teatro, por exemplo.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia as palavras retiradas <strong>do</strong> texto:<br />

a) Separe as sílabas das palavras destacadas:<br />

X QUÍ MI CA<br />

ES PE X TÁ CU LOS<br />

X MÚ SI CO<br />

b) Marque um X nos quadrinhos onde aparecem as sílabas tônicas.<br />

c) O que as palavras: química – espetáculos – músico têm em comum?<br />

Assinale com um X:<br />

( x ) acento gráfico.<br />

( x ) sílaba tônica na antepenúltima sílaba.<br />

( x ) são proparoxítonas.<br />

Química - espetáculos - músico<br />

d) Volte ao texto e encontre três palavras proparoxítonas.<br />

Técnico, dádiva, humorísticos<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

49


e) Volte aos exercícios “c” e “d” e construa uma regra de acentuação<br />

gráfica para as palavras estudadas:<br />

Em Português, todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.<br />

f) Recorte palavras proparoxítonas em revistas ou jornais e cole-as no<br />

espaço abaixo:<br />

Essa atividade costuma despertar interesse nos alunos. O professor deverá<br />

estar prepara<strong>do</strong> para providenciar o material necessário, caso os alunos<br />

não possam fazê-lo.<br />

Cole aqui:<br />

Leia o fragmento abaixo, retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto:<br />

Sérgio Loroza nasceu prematuro, mas desde que deixou a incuba<strong>do</strong>ra<br />

e subiu pela primeira vez o Morro de São José, no subúrbio carioca de<br />

Madureira, não parou mais de crescer e de aparecer. “Fui Serginho só<br />

quan<strong>do</strong> nasci. A partir daí passei a ser Serjão. Comecei um trabalho de<br />

engorda que não parou até hoje, (...)”<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

50


2. O fragmento pode ser dividi<strong>do</strong> em duas partes:<br />

(1) uma parte em que o jornalista relata fatos ocorri<strong>do</strong>s da vida de<br />

Loroza; (cor verde)<br />

(2) uma outra parte em que Loroza relata fatos ocorri<strong>do</strong>s em sua própria<br />

vida.(cor roxa)<br />

a) Marque no fragmento essas duas partes.<br />

b) Sublinhe os verbos usa<strong>do</strong>s em cada uma dessas partes.<br />

c) Complete: A maioria <strong>do</strong>s verbos nas partes 1 e 2 está flexionada no<br />

tempo Pretérito Perfeito, porque os verbos foram usa<strong>do</strong>s para relatar fatos<br />

ocorri<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>.<br />

3. Os verbos <strong>do</strong> fragmento estão também flexiona<strong>do</strong>s em pessoa: 1ª e 3ª<br />

pessoas <strong>do</strong> singular. Vamos relembrar:<br />

Serjão pesa 180 quilos bem pesa<strong>do</strong>s (o verbo pesar está flexiona<strong>do</strong> na<br />

3ª pessoa <strong>do</strong> singular e concorda com o nome: Serjão/ele).<br />

“Eu peso 180 quilos bem pesa<strong>do</strong>s”. (o verbo pesar está flexiona<strong>do</strong> na 1ª<br />

pessoa <strong>do</strong> singular e concorda com o pronome eu).<br />

Volte ao fragmento de texto destaca<strong>do</strong> no quadro acima e complete:<br />

a) Os verbos: nasceu, deixou, subiu, parou estão flexiona<strong>do</strong>s na 3ª pessoa<br />

<strong>do</strong> singular, porque concordam com o nome Serjão /ele.<br />

b) Os verbos: fui, nasci, passei, comecei estão flexiona<strong>do</strong>s na 1ª pessoa<br />

<strong>do</strong> singular, porque concordam com o pronome eu.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Esta proposta de produção de texto deve ser feita em dupla. Tem como<br />

objetivo levar o aluno a escrever um texto, ten<strong>do</strong> como base um roteiro<br />

da<strong>do</strong> previamente. É importante assegurar que o trabalho feito possa ser<br />

aprecia<strong>do</strong> pelos demais alunos.<br />

Junte-se a um colega para escreverem o perfil de um cantor, um ator<br />

ou de um joga<strong>do</strong>r de futebol famoso a quem vocês admiram. Organizem as<br />

informações importantes que devem estar presentes, por exemplo:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

51


da<strong>do</strong>s pessoais;<br />

fatos importantes de sua vida no presente e no passa<strong>do</strong>;<br />

gostos, passatempos preferi<strong>do</strong>s.<br />

Depois de concluírem seu trabalho, leiam o perfil da pessoa sobre a qual<br />

vocês escreveram para os outros grupos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

52


ENCONTRO II<br />

O trabalho infantil<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

São comuns notícias na televisão e nos jornais sobre a exploração<br />

<strong>do</strong> trabalho infantil, como: “POLÍCIA DESTRÓI FORNOS DE CARVOARIA<br />

ONDE TRABALHAVAM MENORES”. Não é de hoje que a sociedade tem usa<strong>do</strong><br />

crianças como mão-de-obra barata para a produção. Esse é um problema<br />

que preocupa muito, porque envolve sérias questões sociais.<br />

Sugestões para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você já ouviu falar sobre exploração de menores?<br />

O que você pensa sobre o trabalho de crianças e de a<strong>do</strong>lescentes?<br />

Converse com seu colega a respeito desse assunto.<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

Os cartazes a seguir foram publica<strong>do</strong>s pelo Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento<br />

Social e Combate à Fome, para promover a campanha contra o trabalho<br />

infantil, chamada: “Com o trabalho infantil, a infância desaparece”.<br />

O cartaz é muito usa<strong>do</strong> em propagandas. Em geral, cartazes são fixa<strong>do</strong>s<br />

em locais públicos e sua função é divulgar informação visualmente.<br />

Contêm pouca informação verbal (texto escrito) e bastante informação<br />

não-verbal (ilustrações).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

53


Cartaz 1 Cartaz 2<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

1. Observe bem os cartazes.<br />

a) Descreva as imagens:<br />

Cartaz 1: imagem de uma criança que trabalha venden<strong>do</strong> água e carrega<br />

uma caixa de isopor, certamente cheia de copos e garrafas de água;<br />

a caixa oculta o seu rosto.<br />

Cartaz 2: imagem de uma criança que trabalha carregan<strong>do</strong> pedras e<br />

carrega uma pilha dessas pedras; as pedras ocultam o seu rosto.<br />

b) Por que o rosto das crianças está escondi<strong>do</strong>?<br />

As imagens podem ser associadas à frase principal <strong>do</strong> cartaz, que sinaliza<br />

para o fato de que o trabalho rouba a infância das crianças. Vem à<br />

mente, também, à idéia de que os menores de idade não podem ter seu<br />

rosto exibi<strong>do</strong>.<br />

c) O que ocupa mais espaço nos cartazes: as imagens ou o texto?<br />

As imagens ocupam mais espaço.<br />

d) Por que a imagem aparece mais destacada no cartaz?<br />

Essa é uma característica típica <strong>do</strong> cartaz. O cartaz comunica mais pela<br />

imagem <strong>do</strong> que pelo texto verbal.<br />

2. O cartaz apresenta uma frase que serve para chamar a atenção das<br />

pessoas e fazer com que elas se lembrem da mensagem: Com o trabalho<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

54


infantil, a infância desaparece. O texto usa<strong>do</strong> na campanha é curto,<br />

embora traga muitas informações. Vamos ampliar essas informações:<br />

Respostas pessoais.<br />

Com o trabalho infantil, a infância desaparece, porque ____________<br />

__________________________________________________________<br />

__________________________________________________________<br />

__________________________________________________________<br />

Com o trabalho infantil, a infância desaparece e __________________<br />

__________________________________________________________<br />

__________________________________________________________<br />

__________________________________________________________<br />

Texto II<br />

O texto a seguir foi retira<strong>do</strong> de material da mesma campanha <strong>do</strong> Governo<br />

Federal contra o trabalho infantil.<br />

O trabalho infantil é ilegal e violação de direito<br />

O Governo Federal e a sociedade estão juntos para protegerem nossas<br />

crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> trabalho infantil. O PETI (Programa de<br />

Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil) é uma das principais ações desenvolvidas<br />

pelo Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />

(MDS) para que essas crianças e a<strong>do</strong>lescentes cresçam saudáveis,<br />

sejam felizes e possam aprender e brincar. A participação <strong>do</strong>s gestores<br />

municipais é fundamental na localização e cadastro das crianças<br />

e a<strong>do</strong>lescentes em situação de trabalho infantil. No Brasil, o trabalho<br />

infantil é proibi<strong>do</strong> pela Constituição Federal e pelo ECA (Estatuto da<br />

Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente).<br />

PETI – Programa de Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil<br />

O principal objetivo <strong>do</strong> PETI é proteger crianças e a<strong>do</strong>lescentes e<br />

contribuir para a erradicação dessa triste realidade em nosso país. O<br />

apoio inclui transferência de renda às famílias para que as crianças<br />

possam freqüentar a escola e as atividades socioeducativas e de convivência<br />

(Jornada Ampliada), no horário contrário ao da escola. Essas<br />

atividades as mantêm longe da situação de trabalho infantil. A renda é<br />

transferida para as famílias por meio de cartão magnético, sempre que<br />

a família cumprir suas responsabilidades.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

55


CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Os principais objetivos <strong>do</strong> PETI são:<br />

( ) proteger crianças e a<strong>do</strong>lescentes contra a exploração sexual.<br />

( x ) contribuir para a erradica ção <strong>do</strong> trabalho infantil.<br />

( x ) proteger crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>do</strong> trabalho infantil.<br />

2. Copie <strong>do</strong> texto o significa<strong>do</strong> das siglas:<br />

ECA - Estatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente<br />

MDS - Ministério <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome<br />

PETI - Programa de Erradicação <strong>do</strong> trabalho Infantil<br />

3. Leia:<br />

“A participação <strong>do</strong>s gestores municipais é fundamental na localização<br />

e cadastro das crianças e a<strong>do</strong>lescentes...”<br />

a) Procure em um dicionário o significa<strong>do</strong> da palavra gestor e copie<br />

abaixo:<br />

Gestor. s. m. Gerente; administra<strong>do</strong>r<br />

b) Qual o significa<strong>do</strong> da palavra gestores na frase destacada acima?<br />

Gestores significa administra<strong>do</strong>res municipais, ou seja, os prefeitos.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, visan<strong>do</strong> a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia<br />

“Essas atividades as mantêm longe da situação de trabalho infantil”.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

56


A palavra as na frase é um pronome pessoal. De acor<strong>do</strong> com o texto,<br />

o pronome as está substituin<strong>do</strong> a expressão:<br />

( ) as atividades.<br />

( ) as famílias.<br />

( x ) as crianças.<br />

2. Observe o uso da vírgula na frase abaixo:<br />

O trabalho infantil é proibi<strong>do</strong> pela Constituição Federal e pelo ECA no<br />

Brasil.<br />

No Brasil, o trabalho infantil é proibi<strong>do</strong> pela Constituição Federal e<br />

pelo ECA.<br />

a) As crianças devem freqüentar as atividades socioeducativas fora <strong>do</strong><br />

horário escolar.<br />

Fora <strong>do</strong> horário escolar, as crianças devem freqüentar as atividades socioeducativas.<br />

b) O nome <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes trabalha<strong>do</strong>res está anota<strong>do</strong> no cadastro<br />

da prefeitura.<br />

No cadastro da prefeitura, o nome <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes trabalha<strong>do</strong>res está<br />

anota<strong>do</strong>.<br />

c) O trabalho infantil é proibi<strong>do</strong> na Constituição Federal.<br />

Na Constituição Federal, o trabalho infantil é proibi<strong>do</strong>.<br />

d) As famílias recebem ajuda financeira to<strong>do</strong>s os meses.<br />

To<strong>do</strong>s os meses, as famílias recebem ajuda financeira.<br />

Texto III<br />

Leia abaixo duas opiniões sobre o trabalho infantil que foram publicadas<br />

na internet:<br />

1ª Opinião: “Acho que o trabalho infantil só pode ser proibi<strong>do</strong> se o<br />

governo tiver condições de oferecer escola em tempo integral e renda<br />

para a família da criança ou <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente que trabalha. Em ambientes<br />

muito pobres, crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalham com as próprias<br />

famílias (ajudam os pais na “vendinha” ou na roça, por exemplo), em<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

57


empregos informais (como em sinais de trânsito) e para o crime organiza<strong>do</strong><br />

(em favelas, por exemplo). Sem o apoio <strong>do</strong> governo, será difícil<br />

essa lei ser cumprida, porque as famílias dependem muito <strong>do</strong> trabalho<br />

de seus filhos, para aumentarem a sua renda”.<br />

2ª Opinião: “Eu penso que aumentar a renda das famílias não é o<br />

único motivo para as crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalharem. O trabalho<br />

infantil não ocorre apenas em famílias muito pobres. As pesquisas<br />

mostram que ocorre também em famílias de renda maior, como é o<br />

caso de pequenos agricultores. Muitas crianças e a<strong>do</strong>lescentes atuam<br />

na agricultura familiar. Isso é um costume de muitas famílias. Outra<br />

coisa: o trabalho infantil não paga bem. Em MG, por exemplo, mais<br />

da metade das crianças que trabalham recebem menos de 100 reais e<br />

contribuem com uma parcela pequena da renda familiar. Se a renda das<br />

famílias fosse o único motivo para crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalharem,<br />

o trabalho infantil teria diminuí<strong>do</strong> mais com o aumento <strong>do</strong>s salários e a<br />

queda <strong>do</strong> desemprego, o que não aconteceu”.<br />

1. Numere as informações, seguin<strong>do</strong> o modelo abaixo:<br />

( 1 ) primeira opinião;<br />

( 2 ) segunda opinião.<br />

( 2 ) Mesmo em famílias não tão pobres, o trabalho infantil na lavoura<br />

é uma tradição.<br />

( 1 ) Crianças e a<strong>do</strong>lescentes costumam trabalhar na agricultura, no comércio<br />

e até em atividades ilegais.<br />

( 1 ) O apoio <strong>do</strong> governo é fundamental para acabar com o trabalho<br />

infantil.<br />

( 2 ) Apenas aumentar a renda das famílias não vai acabar com o trabalho<br />

infantil.<br />

( 2 ) A ajuda financeira de crianças e a<strong>do</strong>lescentes às suas famílias não<br />

é muito grande, na maioria das vezes.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Professor: oriente seus alunos para que lancem mão das informações<br />

recebidas sobre ‘cartaz’ nesta oficina.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

58


1. Você aprendeu que o texto de um cartaz deve ser curto, mas ao mesmo<br />

tempo deve passar muitas informações. Junto com seu colega, crie um<br />

texto para o cartaz abaixo:<br />

2. Na internet há espaços, chama<strong>do</strong>s blogs, em que as pessoas dão opinião<br />

sobre diversos assuntos. Imagine que você também quer opinar sobre<br />

o tema: Trabalho Infantil. Escreva abaixo sua opinião:<br />

Postar um comentário<br />

_________________ disse:<br />

(Coloque seu nome aqui)<br />

Professor: o texto de cada aluno é pessoal, mas ele deve ser orienta<strong>do</strong><br />

sobre como escrever um comentário. Nos “blogs”, os comentários são publica<strong>do</strong>s<br />

e to<strong>do</strong>s podem opinar sobre o que foi escrito, inclusive discordan<strong>do</strong><br />

das idéias <strong>do</strong> outro. Incentive essa interação entre seus alunos, mesmo<br />

que os comentários deles não sejam publica<strong>do</strong>s em um “blog”.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

59


ENCONTRO III<br />

A escola ontem e hoje<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você se recorda da escola que freqüentou quan<strong>do</strong> era criança?<br />

Como era sua escola? E de seus professores, você se recorda? Como<br />

eram eles?<br />

Que matérias você se lembra de ter estuda<strong>do</strong>? De qual delas você<br />

gostava mais?<br />

Converse com seus colegas sobre essas questões.<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

Você vai ler um trecho <strong>do</strong> depoimento da professora Laurinda Ramalho<br />

de Almeida, que fez os cursos primário e ginasial (hoje Ensino Fundamental),<br />

em escolas públicas da cidade de Avaré - SP, nas décadas de<br />

1950 e 1960.<br />

Um depoimento é um gênero de texto. No depoimento, uma pessoa<br />

relata fatos que aconteceram com ela ou com outras pessoas, numa<br />

determinada época.<br />

“(...) Nós escrevíamos nos nossos cadernos os nossos trabalhos. A<br />

gente tinha um caderno de lição, tínhamos carteiras, sentávamos duas<br />

a duas nas carteiras. As classes não eram mistas. No segun<strong>do</strong> ano<br />

primário acontecia também uma coisa muito interessante, a gente começava<br />

a usar caneta tinteiro. Isto é, a gente ganhava uma pena para<br />

colocar na caneta e todas as carteiras tinham no cantinho um orifício,<br />

uma espécie de um copinho com a tinta e então nós começávamos a<br />

aprender a escrever a tinta. Ah! a gente tinha uma bolsa para levar o<br />

material. Minha bolsa era marrom. A compra da bolsa era um fato muito<br />

importante na vida da gente, porque a partir daquele momento você<br />

tinha uma bolsa para colocar o seu material. A gente tinha um caderno<br />

para cada disciplina, tinha o caderno de Português, de Aritmética, de<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

60


Ciências. To<strong>do</strong>s eram encapa<strong>do</strong>s e a cor da capa era definida pela professora.<br />

Cada classe tinha uma cor, a minha cor era vermelha. Então a<br />

gente tinha que comprar o caderno e encapar, os cadernos tinham que<br />

ser assim, muito bem cuida<strong>do</strong>s. A professora ensinava que, ao virar a<br />

página você não podia pegar de qualquer jeito porque senão a ponta ficava<br />

<strong>do</strong>bradinha.(...) Bom, o nosso uniforme, o uniforme diário era saia<br />

azul marinho, blusa branca e com o emblema da escola. E o uniforme<br />

de gala para os desfiles era uma saia branca pregueada e a blusa branca<br />

também e tênis branco, meia branca, era inteirinho branco.<br />

Bom, termina<strong>do</strong> o primário nós tínhamos o exame de admissão que<br />

era realmente um afunilamento, bastante rigoroso. Então aí eu fiz o<br />

exame de admissão e entrei no Ginásio Estadual e Escola Normal Coronel<br />

João Cruz. (...) Para ter uma idéia <strong>do</strong> nível de exigência <strong>do</strong> Ginásio<br />

eu me lembro <strong>do</strong> meu primeiro dia de aula de Português. Ele se chamava<br />

Francisco Rodrigues <strong>do</strong>s Santos, tinha feito seminário, era uma<br />

pessoa extremamente culta, muito exigente, e os alunos tinham muito<br />

me<strong>do</strong> dele. Ele nos chamava de Senhora e Senhor. Então, nosso primeiro<br />

dia de aula de Português ele entrou na sala de aula, foi até o quadro<br />

e escreveu: “O homem propõe e Deus dispõe”. E virou para a classe<br />

e disse: “Podem escrever”, e to<strong>do</strong>s ficaram mais ou menos atônitos:<br />

“Escrever o quê?!” Ele disse: “Eu quero saber se vocês sabem escrever,<br />

porque quem entra no Ginásio minimamente tem que saber fazer uma<br />

redação <strong>do</strong> tipo que eu estou dan<strong>do</strong>”. Eu acabei me sain<strong>do</strong> muito bem<br />

(...) E eu acabei me tornan<strong>do</strong> muito boa aluna com ele (...)”.<br />

(Disponível http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/laurinda_<br />

ramalho_de_almeida.pdf, com acesso em 12/11/2008).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Para comparar a escola <strong>do</strong> tempo da professora Laurinda com as escolas<br />

de hoje, numere cada informação, seguin<strong>do</strong> o modelo:<br />

( 1 ) Só existia nas escolas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />

( 2 ) Ainda existe nas escolas de hoje.<br />

( 2 ) caderno de várias matérias;<br />

( 1 ) caneta tinteiro;<br />

( 1 ) exame de admissão para passar para a 5ª série;<br />

( 2 ) quadro para o professor escrever durante a aula;<br />

( 2 ) uniforme para uso diário.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

61


2. Releia o trecho abaixo:<br />

“(...) eu me lembro <strong>do</strong> meu primeiro dia de aula de Português. Ele<br />

se chamava Francisco Rodrigues <strong>do</strong>s Santos, tinha feito seminário, era<br />

uma pessoa extremamente culta, muito exigente, e os alunos tinham<br />

muito me<strong>do</strong> dele. Ele nos chamava de Senhora e Senhor. Então, nosso<br />

primeiro dia de aula de Português ele entrou na sala de aula, foi até o<br />

quadro e escreveu: “O homem propõe e Deus dispõe”. E virou para a<br />

classe e disse: “Podem escrever”, e to<strong>do</strong>s ficaram mais ou menos atônitos:<br />

“Escrever o quê?!”<br />

No trecho, a palavra “atônitos” descreve como os alunos se sentiram,<br />

quan<strong>do</strong> o professor de Português pediu que eles fizessem uma redação sobre<br />

um tema muito difícil. Pelo que você leu, o que significa atônitos?<br />

Significa que as alunas ficaram muito surpresas com a atitude <strong>do</strong> professor.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Releia o fragmento retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto, observan<strong>do</strong> os verbos que estão<br />

em negrito:<br />

“(...) Nós escrevíamos nos nossos cadernos os nossos trabalhos. A<br />

gente tinha um caderno de lição, tínhamos carteiras, sentávamos<br />

duas a duas nas carteiras. As classes não eram mistas. No segun<strong>do</strong> ano<br />

primário acontecia também uma coisa muito interessante, a gente começava<br />

a usar caneta tinteiro. Isto é, a gente ganhava uma pena para<br />

colocar na caneta e todas as carteiras tinham no cantinho um orifício,<br />

uma espécie de um copinho com a tinta e então nós começávamos a<br />

aprender a escrever a tinta”.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

62


O tempo verbal emprega<strong>do</strong> no fragmento acima é o PRETÉRITO IM-<br />

PERFEITO DO INDICATIVO. Usamos o pretérito imperfeito, quan<strong>do</strong> desejamos<br />

relatar ou narrar acontecimentos que tiveram uma certa<br />

duração no passa<strong>do</strong> ou acontecimentos habituais.<br />

2. A maioria <strong>do</strong>s verbos usa<strong>do</strong>s no depoimento da professora Laurinda está<br />

no PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO. Por que a autora usou esse<br />

tempo verbal em seu depoimento?<br />

O pretérito imperfeito foi usa<strong>do</strong> para indicar que os fatos relata<strong>do</strong>s pela<br />

professora, quan<strong>do</strong> ocorreram, tiveram uma certa duração, e também vários<br />

deles expressam hábitos no passa<strong>do</strong>.<br />

3. Releia um outro fragmento retira<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto e observe os verbos que<br />

estão em negrito:<br />

(...) nosso primeiro dia de aula de Português ele entrou na sala de<br />

aula, foi até o quadro e escreveu: “O homem propõe e Deus dispõe”.<br />

E virou para a classe e disse: “Podem escrever”, e to<strong>do</strong>s ficaram mais<br />

ou menos atônitos: “Escrever o quê?!” Ele disse: “Eu quero saber se<br />

vocês sabem escrever, porque quem entra no Ginásio minimamente<br />

tem que saber fazer uma redação <strong>do</strong> tipo que eu estou dan<strong>do</strong>”. Eu<br />

acabei me sain<strong>do</strong> muito bem (...) E eu acabei me tornan<strong>do</strong> muito boa<br />

aluna com ele (...)”.<br />

O tempo verbal emprega<strong>do</strong> no fragmento acima é o PRETÉRITO PER-<br />

FEITO DO INDICATIVO. Usamos o pretérito perfeito, quan<strong>do</strong> desejamos<br />

narrar ou relatar ações e fatos ocorri<strong>do</strong>s num certo momento no<br />

passa<strong>do</strong>, mas que não tiveram duração e nem expressam acontecimentos<br />

habituais.<br />

4. Por que a professora Laurinda usou o PRETÉRITO PERFEITO no parágrafo<br />

destaca<strong>do</strong> acima?<br />

O pretérito perfeito foi usa<strong>do</strong> para indicar que os fatos relata<strong>do</strong>s pela<br />

professora, quan<strong>do</strong> ocorreram, não tiveram duração. É como se os fatos<br />

tivessem aconteci<strong>do</strong> num da<strong>do</strong> momento e termina<strong>do</strong> logo após. Além disso,<br />

o tempo pretérito perfeito não expressa fatos habituais.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

63


5. Complete o resumo abaixo:<br />

Usamos o tempo verbal pretérito imperfeito para narrar ou relatar fatos<br />

passa<strong>do</strong>s, que tiveram uma certa duração ou que indicam hábitos. Usamos<br />

o tempo verbal pretérito perfeito para narrar ou relatar fatos, que<br />

ocorreram no passa<strong>do</strong>, mas que NÃO tiveram duração quan<strong>do</strong> ocorreram<br />

e NÃO expressam hábitos.<br />

6. Nas frases abaixo, os verbos relatam fatos ocorri<strong>do</strong>s no passa<strong>do</strong>, que<br />

não tiveram duração. Reescreva as frases, de mo<strong>do</strong> que os verbos expressem<br />

idéia de fatos habituais. Você vai usar expressões, como: to<strong>do</strong>s<br />

os dias, to<strong>do</strong>s os anos, sempre, freqüentemente ou outras que tragam a<br />

mesma idéia.<br />

Observe o modelo:<br />

O professor de Português escreveu no quadro o título da redação.<br />

O professor de Português escrevia no quadro o título da redação to<strong>do</strong>s<br />

os dias.<br />

Nesse exercício, a escolha pela expressão adverbial pode variar, desde<br />

que se mantenha o senti<strong>do</strong> da frase.<br />

a) Eu e minhas colegas usamos uniforme de gala no desfile.<br />

To<strong>do</strong>s os anos, eu e minhas colegas usávamos...<br />

b) Laurinda colocou seu material na bolsa marrom e foi para a escola.<br />

To<strong>do</strong>s os dias, Laurinda colocava seu material.... e ia para...<br />

c) Aconteceu uma coisa interessante durante a aula.<br />

Sempre acontecia uma coisa...<br />

d) As alunas encaparam seus cadernos de vermelho.<br />

Freqüentemente as alunas encapavam seus cadernos...<br />

7. Una as frases abaixo, sem repetir as palavras em negrito. Siga o<br />

modelo:<br />

Laurinda tinha uma bolsa marrom. A bolsa marrom era usada para<br />

levar o material.<br />

Laurinda tinha uma bolsa marrom, qUE era usada para levar o material.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

64


a) Nós sentávamos duas a duas nas carteiras. As carteiras tinham um<br />

copinho com tinta.<br />

Nós sentávamos duas a duas nas carteiras, que tinham um copinho...<br />

b) A gente tinha um caderno para cada disciplina. O caderno era encapa<strong>do</strong><br />

de vermelho.<br />

A gente tinha um caderno para cada disciplina, que era encapa<strong>do</strong> de<br />

vermelho.<br />

c) Nós tínhamos um uniforme de gala. O uniforme de gala era usa<strong>do</strong><br />

nos desfiles.<br />

Nós tínhamos um uniforme de gala, que era usa<strong>do</strong> nos desfiles.<br />

d) A gente tinha um professor de Português. O professor de Português<br />

nos chamava de senhora e senhor.<br />

A gente tinha um professor de Português, que nos chamava de senhora<br />

e senhor.<br />

Texto II<br />

O Texto II é uma crônica, publicada no Portal Aprendiz, sobre o dia-a-dia<br />

de uma escola na periferia de uma cidade grande.<br />

Crônica é um gênero de texto que narra, de forma leve e breve, fatos<br />

inspira<strong>do</strong>s no cotidiano, por isso mistura jornalístico com literário. Normalmente<br />

é veiculada na imprensa, e tem como objetivo agradar aos<br />

leitores, crian<strong>do</strong> uma familiaridade entre eles.<br />

22/08/2006<br />

Feliz Aniversário<br />

(Gilberto Dimenstein)<br />

Não havia na escola clima para rir: muros picha<strong>do</strong>s, janelas quebradas,<br />

tráfico. A diretora fora jurada de morte<br />

Situada no alto de uma colina, a escola tem vista para um cemitério<br />

(...). Soa um tanto estranho que aquela escola municipal tenha si<strong>do</strong> batizada<br />

pela comunidade com o nome de Zacarias, o faleci<strong>do</strong> humorista<br />

<strong>do</strong> grupo “Os Trapalhões”. Nela não havia nenhum clima para risadas:<br />

muros picha<strong>do</strong>s, banheiros detona<strong>do</strong>s, janelas quebradas, tráfico de<br />

drogas, guerra de gangues. Depois de se desentender com alunos <strong>do</strong><br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

65


perío<strong>do</strong> noturno, uma das diretoras fora jurada de morte e, de fato, tentaram<br />

matá-la. Como não a encontraram, tocaram fogo em sua sala.<br />

A Zacarias fica nas fronteiras <strong>do</strong> Jardim Ângela, aponta<strong>do</strong> pela ONU,<br />

no passa<strong>do</strong>, como a região mais violenta <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>; muitos de seus jovens<br />

estão enterra<strong>do</strong>s no cemitério Jardim São Luiz, em frente à escola.<br />

Foi nesse ambiente que chegou, em 1991, a professora Olgair Gomes<br />

Garcia para ser a coordena<strong>do</strong>ra pedagógica da escola. Acabou fazen<strong>do</strong><br />

dali um laboratório de prevenção à violência. “Tínhamos de trabalhar<br />

a auto-estima <strong>do</strong>s alunos e também a de seus pais”, diz. “Na periferia,<br />

é comum as pessoas não se sentirem valorizadas. É preciso fazer com<br />

que aprendam a gostar de si próprias”.<br />

Ela teve a idéia de produzir, na escola, caprichadas festas coletivas<br />

de aniversário. “No dia da festa, é uma alegria quan<strong>do</strong> os estudantes<br />

vêem suas fotos num telão”. Os aniversários fizeram com que to<strong>do</strong>s<br />

pudessem se conhecer pelo nome, o que era fundamental.<br />

Nessa mesma busca de auto-estima, a professora criou também a<br />

“Semana das Trapalhadas”. Nada de aulas expositivas: apenas oficinas<br />

de bijuteria, culinária, arte e mídia. “Isso dá a sensação de que se podem<br />

fazer coisas belas”, aposta Olgair. (...).<br />

Enquanto ganhava a confiança de pais e alunos, Olgair conseguia<br />

ajuda da comunidade para consertar banheiros, portas e janelas. Com<br />

o plantio de árvores, fez-se um parque de recreação, com quiosque e<br />

quadras, aberto nos finais de semana. Tiraram pichações e iluminaram<br />

os muros brancos - o que, à noite, dá um ar de templo à Zacarias, por<br />

estar numa colina. “Conseguimos produzir um clima agradável, o que é<br />

importante para o aprendiza<strong>do</strong>”.<br />

(Adapta<strong>do</strong> de: http://aprendiz.uol.com.br/content/jetocufrun.mmp Acesso 01/12/2008 –<br />

Coluna originalmente publicada na Folha de S.Paulo, editoria Cotidiano).<br />

1. O texto relata as transformações sofridas pela escola Zacarias em São<br />

Paulo. Por que, então, seu título é “Feliz Aniversário”?<br />

Para animar a escola e aumentar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos, a professora<br />

promovia festas de aniversário, o que mu<strong>do</strong>u totalmente a convivência na<br />

escola, por isso o autor escolheu esse título.<br />

2. A professora Olgair criou na escola a “Semana das Trapalhadas”.<br />

a) O que acontecia na Semana?<br />

Ao invés das aulas tradicionais, os alunos tinham aula de bijuteria, culinária,<br />

arte e mídia.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

66


) Por que essa Semana acontece na escola?<br />

Para reunir as famílias na escola e aumentar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos<br />

e de suas famílias.<br />

c) Na sua opinião, qual pode ter si<strong>do</strong> a razão <strong>do</strong> nome “Semana das<br />

Trapalhadas”?<br />

Como o nome da escola era Zacarias, em homenagem a um <strong>do</strong>s Trapalhões,<br />

a semana recebeu esse nome.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia as frases<br />

O Zacarias era <strong>do</strong> grupo “Os Trapalhões”.<br />

A Zacarias fica nas fronteiras <strong>do</strong> Jardim Ângela.<br />

Explique a diferença entre as expressões destacadas:<br />

A primeira expressão se refere ao ator Zacarias, por isso foi usa<strong>do</strong> o artigo<br />

defini<strong>do</strong> masculino. A segunda expressão se refere à escola, por isso<br />

foi usa<strong>do</strong> o artigo defini<strong>do</strong> feminino.<br />

2. No Texto II, as falas da professora Olgair foram introduzidas pelo narra<strong>do</strong>r<br />

da seguinte forma:<br />

“Tínhamos de trabalhar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos e a de seus pais”, diz<br />

a professora Olgair.<br />

Outra forma de apresentar essa mesma fala é:<br />

A professora Olgair diz:<br />

– Tínhamos de trabalhar a auto-estima <strong>do</strong>s alunos e a de seus pais.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

67


Siga o modelo, usan<strong>do</strong> corretamente <strong>do</strong>is pontos e travessão:<br />

a) “Nós conseguimos produzir um clima agradável na escola”, explicou<br />

a coordena<strong>do</strong>ra.<br />

A coordena<strong>do</strong>ra explicou:<br />

– Nós conseguimos produzir um clima agradável na escola.<br />

b) “Isso dá a sensação de que se podem fazer coisas belas”, aposta<br />

Olgair.<br />

Olgair aposta:<br />

– Isso dá a sensação de que se podem fazer coisas belas.<br />

c) “No dia da festa, é uma alegria quan<strong>do</strong> os estudantes vêem suas fotos<br />

num telão”, entusiasma-se a professora Olgair.<br />

A professora Olgair entusiasma-se:<br />

– No dia da festa, é uma alegria quan<strong>do</strong> os estudantes vêem suas fotos<br />

num telão.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Nessa atividade o aluno deve se apoiar em duas fontes de informação:<br />

seu conhecimento de mun<strong>do</strong> sobre suas experiências escolares, inclusive<br />

a mais recente, como aluno <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>; e o conhecimento sobre<br />

estratégias lingüístico-discursivas próprias <strong>do</strong> gênero depoimento, trabalha<strong>do</strong><br />

nessa oficina: o uso de 1ª pessoa <strong>do</strong> singular (eu), ou <strong>do</strong> plural (nós)<br />

e o tempo verbal pretérito imperfeito.<br />

Leia o depoimento de um aluno <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, <strong>do</strong> site http://www.<br />

projovem.gov.br/galera/trabalho.html<br />

Como era antes <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong><br />

Trecho <strong>do</strong> relato <strong>do</strong> aluno Gustavo da Veiga Costa - Núcleo Pão<br />

<strong>do</strong>s Pobres – Porto Alegre – RS<br />

“(...) Nesse mesmo ano, vi pela televisão uma propaganda <strong>do</strong> Pro-<br />

Jovem: era tu<strong>do</strong> que eu queria, pois eu poderia completar o ensino<br />

fundamental em um ano e conseguir uma qualificação profissional. Foi<br />

uma luta para conseguir uma vaga, pois passei quase uma hora tentan<strong>do</strong><br />

ligar. Cheguei a quase desistir, quan<strong>do</strong> consegui ligar e me matricular.<br />

Depois foi quase um ano até começar as aulas. E aqui estou<br />

com oito meses de <strong>ProJovem</strong>. Nesse tempo conheci novos amigos e me<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

68


adaptei muito bem. Tenho afinidade e me sinto à vontade. Os novos<br />

professores, que por sinal gosto muito deles, me tratam bem, me dão<br />

mais atenção e, além disso, explicam muito bem a matéria. Com isso<br />

consegui tirar a melhor média <strong>do</strong> núcleo na prova da Unidade Formativa<br />

I. Aí é que eu vejo que a escola regular não dá valor aos seus alunos.<br />

Nesse tempo aprendi e participei de coisas legais e quan<strong>do</strong> olho para<br />

trás parece que foi ontem que tu<strong>do</strong> começou com aquele frio na barriga<br />

comum <strong>do</strong> primeiro dia de aula. Hoje falta pouco para me formar e<br />

disso tu<strong>do</strong> eu tiro uma lição: de que nunca vale a pena desistirmos de<br />

lutar pelos nossos objetivos”.<br />

Você leu acima o depoimento de um aluno <strong>do</strong> <strong>ProJovem</strong>, a respeito<br />

de sua experiência nesse programa. Consideran<strong>do</strong> também a leitura <strong>do</strong>s<br />

Textos I e II, escreva um depoimento sobre uma escola que você tenha<br />

freqüenta<strong>do</strong>, comparan<strong>do</strong>-a com a escola que freqüenta hoje. Para escrever<br />

seu depoimento, você deve usar de recursos da língua, aprendi<strong>do</strong>s<br />

nessa oficina:<br />

1ª pessoa <strong>do</strong> singular (eu), ou <strong>do</strong> plural (nós);<br />

tempo verbal pretérito imperfeito.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

69


ENCONTRO IV<br />

Formação profissional <strong>do</strong> Século XXI<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Hoje em dia o merca<strong>do</strong> de trabalho está muito exigente na escolha de<br />

seus profissionais. Algumas empresas exigem conhecimento de informática;<br />

outras exigem um determina<strong>do</strong> curso (curso prático de pedreiro,<br />

marceneiro, instala<strong>do</strong>r de móveis, eletricista, enfermeiro etc.). Há também<br />

empresas que exigem experiência <strong>do</strong> profissional e pedem que o<br />

candidato apresente um currículo. Além disso, ele deve mostrar outras<br />

qualidades pessoais.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você se sente prepara<strong>do</strong> para enfrentar o merca<strong>do</strong> de trabalho?<br />

Que vaga você teria condições de disputar? Converse com seus colegas<br />

sobre isso.<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

O texto abaixo é uma pequena reportagem publicada na revista de informação<br />

semanal Época On-line. Leia-o com atenção para responder às<br />

questões que se seguem.<br />

Reportagem é um gênero de texto que reúne informações sobre determina<strong>do</strong><br />

assunto, de forma mais desenvolvida <strong>do</strong> que a notícia. É<br />

transmitida pelos jornais ou por outros meios de comunicação.<br />

O profissional <strong>do</strong> Século XXI<br />

Atitude, autoconhecimento e vontade de aprender mais são as principais<br />

características de quem quer conquistar o sucesso na carreira<br />

POR GRAZIELA SALOMÃO<br />

Ter curso superior ou falar muitas línguas não é mais a definição de<br />

um bom profissional (...). As palavras-chaves <strong>do</strong> profissional <strong>do</strong> Século<br />

XXI são atitude e vontade de aprender mais.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

70


Para Maria da Conceição Uval<strong>do</strong>, psicóloga <strong>do</strong> Serviço de Educação Profissional<br />

da Universidade de São Paulo, o que distingue os melhores profissionais<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> é a disponibilidade de aprender e lidar com as transformações.<br />

“A velocidade de mudanças hoje em dia é muito rápida e é preciso<br />

ficar sempre conecta<strong>do</strong> com o que acontece na sua área”, explica.<br />

Outra característica marcante, ressaltada pela analista e psicóloga<br />

especializada em Psicologia <strong>do</strong> Trabalho, Lígia Guerra, é o autoconhecimento.<br />

Para Lígia, só assim é possível respeitar e lidar com seus limites<br />

e os de seus colegas de trabalho. Esse também é um <strong>do</strong>s destaques<br />

aponta<strong>do</strong>s pelo diretor-geral da consultoria Case Consulting, Ricar<strong>do</strong><br />

Bevilacqua. E ele dá um reca<strong>do</strong> a quem quer crescer na carreira: “Não<br />

se esqueça de que quem controla sua carreira é você, e não o seu chefe.<br />

Tome as iniciativas e, para isso, é preciso conhecer o seu valor e<br />

decidir aonde se quer chegar”.<br />

A pedi<strong>do</strong> de ÉPOCA On-line, os especialistas deram dicas de como<br />

deve ser o perfil de um bom profissional que deseja alcançar o sucesso.<br />

Confira:<br />

MARIA DA CONCEIÇÃO UVALDO sugere:<br />

Ter facilidade de se relacionar.<br />

Mostrar competência no que se é capaz de fazer.<br />

Gostar de desafios.<br />

Pensar na sua aparência de acor<strong>do</strong> com cada profissão.<br />

Não esquecer de que o lema deve ser ‘’aprender a aprender’’.<br />

RICARDO BEVILACQUA sugere:<br />

Ser surpreendente, trazen<strong>do</strong> novidades para quebrar padrões.<br />

Ter capacidade de analisar com clareza qualquer cenário.<br />

Saber se comunicar clara e objetivamente.<br />

Ter uma atitude vence<strong>do</strong>ra para fazer as coisas acontecerem.<br />

Mostrar seu potencial.<br />

LÍGIA GUERRA sugere:<br />

Ter diplomacia, educação e, principalmente, saber ouvir.<br />

Desenvolver metas a curto, médio e longo prazo. “Quan<strong>do</strong> se sabe<br />

o que se quer fazer, é mais fácil chegar lá”.<br />

Ter humildade e, sempre que necessário, buscar ajuda.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

71


Ter bom humor. ‘’Quem tem bom humor é mais carismático e mais<br />

lembra<strong>do</strong> na hora de indicação de uma vaga ou promoção”.<br />

Ser coerente com os próprios valores.<br />

(Adapta<strong>do</strong> de: Época On-line, Ed. 403, 04/02/06 Disponível em<br />

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT1124524-1655,00.html).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. O título da reportagem é “O profissional <strong>do</strong> Século XXI”. Algumas reportagens<br />

apresentam, logo abaixo <strong>do</strong> título, um subtítulo. A função <strong>do</strong> subtítulo<br />

é antecipar uma ou mais idéias importantes, de mo<strong>do</strong> a convencer o<br />

leitor de que o texto poderá ser interessante para ele. Marque no texto o<br />

subtítulo da reportagem.<br />

Professor: o subtítulo foi assinala<strong>do</strong> no texto em verde.<br />

2. A respeito da reportagem que você leu, marque (F) Falso ou (V)<br />

Verdadeiro:<br />

( V ) Graziela Salomão é a jornalista autora da reportagem.<br />

( F ) Conceição, Lígia e Ricar<strong>do</strong> são jornalistas convida<strong>do</strong>s por Graziela<br />

a colaborar na reportagem.<br />

( F ) Ricar<strong>do</strong> Bevilacqua pensa que to<strong>do</strong> chefe deve controlar a carreira<br />

de seus funcionários.<br />

( V ) As dicas para se descobrir o perfil de um bom profissional podem ser<br />

úteis para to<strong>do</strong>s aqueles que desejam uma vaga no merca<strong>do</strong> de trabalho.<br />

3. O profissional <strong>do</strong> Século XXI deve ter a capacidade de “aprender a<br />

aprender”. O que significa essa expressão?<br />

A expressão significa que o profissional deve estar prepara<strong>do</strong> para enfrentar<br />

as transformações que acontecem em sua área, que são cada vez<br />

mais rápidas. Aprender a aprender significa estar sempre pronto para mudar,<br />

para renovar os conhecimentos.<br />

4. Leia o verbete DIPLOMACIA, como aparece no dicionário:<br />

Diplomacia. 1. Ciência das relações e interesses internacionais. 2. Ciência<br />

ou arte das negociações. 3. O conjunto <strong>do</strong>s representantes <strong>do</strong> governo<br />

de um país junto ao governo de outro país. 4. Delicadeza, finura.<br />

5. Astúcia ou habilidade com que se trata qualquer negócio.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

72


No texto, a psicóloga Lígia sugere que o profissional deve ser diplomático<br />

e educa<strong>do</strong>. Consultan<strong>do</strong> o verbete acima, responda: O que significa ser<br />

diplomático?<br />

Significa saber agir com habilidade, delicadeza e finura.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia abaixo algumas das sugestões da psicóloga LÍGIA GUERRA para<br />

quem deseja ser um profissional de sucesso:<br />

Ter diplomacia, educação e, principalmente, saber ouvir.<br />

Ter humildade e, sempre que necessário, buscar ajuda.<br />

Ter bom humor. “Quem tem bom humor é mais carismático e mais<br />

lembra<strong>do</strong> na hora de indicação de uma vaga ou promoção”.<br />

Ter coerência com os próprios valores.<br />

a) Observe:<br />

Ter diplomacia = ser diplomático<br />

Continue:<br />

a) Ter humildade = humilde<br />

b) Ter educação = educa<strong>do</strong><br />

c) Ter bom humor = bem-humora<strong>do</strong><br />

d) Ter carisma = carismático<br />

e) Ter coerência = coerente<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

73


) Complete:<br />

As palavras usadas para completar cada item acima pertencem à<br />

classe/família <strong>do</strong>s ______________(ADJETIVOS-SUBSTANTIVOS). Os<br />

________________(ADJETIVOS-SUBSTANTIVOS) são usa<strong>do</strong>s para dar características<br />

às pessoas, objetos, lugares, sentimentos etc.<br />

2. Volte às sugestões de Maria da Conceição Uval<strong>do</strong> e Ricar<strong>do</strong> Bevilacqua.<br />

Escreva três ADJETIVOS que caracterizam um bom profissional, de acor<strong>do</strong><br />

com os especialistas:<br />

Respostas pessoais, com sugestões abaixo.<br />

Leia:<br />

a)<br />

b)<br />

competente<br />

QUANDO USAR ONDE? QUANDO USAR AONDE?<br />

Observe:<br />

No exemplo a: Quem chega, chega A algum lugar.<br />

(A + ONDE / idéia de movimento)<br />

No exemplo b: A pessoa está EM um lugar.<br />

(ONDE / não tem idéia de movimento)<br />

comunicativo dinâmico<br />

“(...) é preciso conhecer o seu valor e decidir aonde se quer chegar”.<br />

É preciso conhecer bem o local onde você está.<br />

3. Complete corretamente as frases:<br />

a) Você vai aonde? Vou ao cinema.<br />

b) Procuro uma firma onde eu possa aplicar meus conhecimentos sobre<br />

computação.<br />

c) Já escolheu onde deixar o seu currículo?<br />

d) Aonde vai chegar tanta violência?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

74


e) Os grandes centros, onde há maior oferta de empregos, nem sempre<br />

oferecem melhor qualidade de vida.<br />

f) É essencial citar o nome da empresa onde o candidato trabalhou.<br />

Texto II<br />

O texto abaixo foi escrito para ensinar como elaborar um <strong>do</strong>cumento<br />

chama<strong>do</strong> currículo. É necessário ficar atento às instruções, porque um<br />

currículo bem feito pode ajudar a conquistar uma boa colocação no merca<strong>do</strong><br />

de trabalho.<br />

O currículo é um <strong>do</strong>cumento escrito que apresenta uma pessoa que<br />

deseja se candidatar a um emprego. No currículo, é informa<strong>do</strong> o que<br />

a pessoa sabe, o que pode fazer e o que os emprega<strong>do</strong>res podem<br />

esperar dela.<br />

Como fazer um bom currículo<br />

Como a primeira impressão normalmente permanece, a melhor escada<br />

para o emprego de seus sonhos é elaborar um currículo de maneira<br />

clara e objetiva.<br />

Para cada vaga pretendida, é necessário fazer uma adaptação e excluir<br />

as informações desnecessárias em seu currículo, para ajustá-lo à<br />

situação e à vaga que você deseja conseguir.<br />

Alguns passos e um ordenamento de idéias podem ser segui<strong>do</strong>s, pensan<strong>do</strong><br />

na elaboração de um currículo claro e objetivo. Confira abaixo:<br />

1. NÃO é necessário que o candidato: a. escreva a expressão<br />

“Curriculum Vitae” no alto da página; b. coloque sua foto no currículo,<br />

a não ser que isso seja exigi<strong>do</strong> pelo emprega<strong>do</strong>r; c. coloque uma capa<br />

no currículo.<br />

2. Da<strong>do</strong>s pessoais e <strong>do</strong>cumentais: O nome completo é o primeiro<br />

da<strong>do</strong> e deve vir em destaque. Em seguida, vêm endereço completo,<br />

mais de um número de telefone e e-mail, naturalidade, esta<strong>do</strong> civil e<br />

idade.<br />

3. Objetivo profissional: Muitos candidatos não incluem essa informação<br />

no currículo, por considerarem que ela já aparece nas atividades<br />

profissionais, mas é importante deixar claro o que a pessoa pretende<br />

profissionalmente.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

75


4. Formação básica e complementar: Deve ser descrita a formação<br />

escolar <strong>do</strong> candidato, numa lista organizada em ordem decrescente<br />

de importância (isto é, <strong>do</strong> curso mais importante ao curso de menor<br />

importância <strong>do</strong> candidato).<br />

5. Experiência profissional: É necessário citar apenas as experiências<br />

mais relevantes. Caso todas sejam importantes, o candidato<br />

deve citar apenas as três últimas experiências profissionais que se relacionam<br />

com a vaga pretendida. É essencial citar o nome da empresa<br />

em que o candidato trabalhou, o cargo desempenha<strong>do</strong>, o perío<strong>do</strong> de<br />

permanência na firma e um resumo das funções exercidas.<br />

6. Informações adicionais: Nesse campo, entram outros cursos<br />

que o candidato fez: por exemplo, se ele tem conhecimento de línguas<br />

e de informática, e qualquer outra informação que possa ser importante<br />

para a definição <strong>do</strong> perfil <strong>do</strong> candidato.<br />

7. Data em que o currículo foi feito.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. No texto, pode ser lida a seguinte frase:<br />

(Adapta<strong>do</strong> de ).<br />

“Como a primeira impressão normalmente permanece, a melhor escada<br />

para o emprego de seus sonhos é elaborar um currículo de maneira<br />

clara e objetiva”.<br />

Há um dita<strong>do</strong> popular que afirma: “A primeira impressão é a que fica”.<br />

Explique o significa<strong>do</strong> desse dita<strong>do</strong>, relacionan<strong>do</strong> currículo com a primeira<br />

impressão que uma pessoa causa em outra.<br />

O currículo é a apresentação <strong>do</strong> candidato ao emprego. Se for bem feito,<br />

causará uma boa impressão e isso poderá aumentar as chances de o candidato<br />

conquistar a vaga desejada.<br />

2. O texto aconselha que, no currículo, a formação escolar <strong>do</strong> candidato<br />

seja colocada em ordem decrescente de importância. Por que a ordem<br />

decrescente deve ser observada?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

76


Para dar destaque aos cursos mais importantes que o candidato possui<br />

e evitar que o emprega<strong>do</strong>r perca tempo informações desnecessárias.<br />

3. Pense a respeito da seguinte situação, para responder ao que for pedi<strong>do</strong>:<br />

João Marcos tem muita experiência como motorista de ônibus urbano.<br />

Ele concluiu o ensino fundamental, trabalhou em duas grandes empresas<br />

de transporte urbano e freqüentou vários cursos em sua área:<br />

legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros-socorros, relacionamento<br />

com o público. Além desses, em outras ocasiões, Marcos também<br />

freqüentou um curso de mecânica de tratores e já trabalhou como<br />

confeiteiro e porteiro de con<strong>do</strong>mínios.<br />

De acor<strong>do</strong> com o Texto II, que experiências profissionais Marcos NÃO<br />

deve citar no currículo que vai entregar na empresa Santa Lúcia Transportes<br />

<strong>Urbano</strong>s, para disputar uma vaga de motorista?<br />

Não é necessário citar as experiências como confeiteiro e como porteiro<br />

de con<strong>do</strong>mínios.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia os exemplos abaixo:<br />

O melhor candidato a um emprego demonstra vontade de aprender<br />

mais.<br />

a. DEMONSTRE vontade de aprender mais.<br />

b. É necessário DEMONSTRAR vontade de aprender mais.<br />

Na frase a, o verbo demonstre está emprega<strong>do</strong> no MODO IMPERATI-<br />

VO, e na frase b, o verbo demonstrar está no INFINITIVO. Essas formas<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

77


verbais podem ser usadas para dar uma ordem, um conselho, uma instrução,<br />

de acor<strong>do</strong> com a intenção <strong>do</strong> falante.<br />

Faça o mesmo com as frases abaixo, usan<strong>do</strong> o verbo sublinha<strong>do</strong> no IM-<br />

PERATIVO e no INFINITIVO:<br />

a) Algumas informações devem ser eliminadas <strong>do</strong> currículo.<br />

ELIMINE algumas informações <strong>do</strong> currículo.<br />

É necessário ELIMINAR algumas informações <strong>do</strong> currículo.<br />

b) A melhor escada para o emprego de seus sonhos é elaborar o currículo<br />

de maneira clara e objetiva.<br />

ELABORE o currículo de maneira clara e objetiva, pois é a melhor escada<br />

para o emprego de seus sonhos.<br />

É necessário ELABORAR o currículo de maneira clara e objetiva, pois<br />

é a melhor escada para o emprego de seus sonhos.<br />

c) O nome completo <strong>do</strong> candidato deve estar destaca<strong>do</strong> no currículo.<br />

DESTAQUE seu nome completo no currículo.<br />

É necessário DESTACAR seu nome completo no currículo.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Professor: é importante auxiliar o aluno na elaboração de seu currículo,<br />

retoman<strong>do</strong> a leitura <strong>do</strong> Texto II, sempre que isso for necessário. Os alunos<br />

que já tenham ti<strong>do</strong> experiência com a elaboração de currículo poderão ser<br />

convida<strong>do</strong>s a colaborar com os colegas na realização desta atividade.<br />

Pense nas experiências que você já teve em sua vida profissional e a seguir,<br />

elabore seu currículo, consultan<strong>do</strong> as instruções dadas no Texto II:<br />

_______________________________________________________<br />

(nome completo destaca<strong>do</strong>)<br />

Endereço: ______________________________________________<br />

Telefone(s) para contato: __________________________________<br />

E-mail: ________________________________________________<br />

Natural de _________________________________ UF: _________<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

78


Esta<strong>do</strong> civil: __________________________ Idade: ______________<br />

Objetivo profissional: ______________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Formação básica e complementar<br />

1. _____________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

2. _____________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

3. _____________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Experiência profissional<br />

1. _____________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

2. _____________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

3. _____________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Outras informações<br />

1. ______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

2. ______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

3. ______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

79<br />

Data da elaboração <strong>do</strong> currículo


CULTURA E LAZER<br />

3<br />

Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />

por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para a<br />

reflexão sobre a importância da cultura e <strong>do</strong> lazer na formação integral<br />

<strong>do</strong> cidadão, valorizan<strong>do</strong> manifestações culturais produzidas pelos diversos<br />

segmentos da sociedade. As respostas em laranja, que acompanham as<br />

questões, têm como objetivo, ao mesmo tempo, fornecer ao professor um<br />

auxílio para sua compreensão <strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito, o que<br />

não significa que o professor não possa aceitar outras respostas possíveis<br />

de seus alunos.<br />

ENCONTRO I<br />

Cultura, diversão e arte<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Diz o dita<strong>do</strong> popular: Primeiro o dever, depois o prazer. Você concorda<br />

com essa idéia?<br />

Que lugar o lazer ocupa em sua vida?<br />

O que você mais gosta de fazer para aproveitar o seu tempo livre?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

O texto que você vai ler é a letra de uma música da banda de rock Titãs.<br />

A música foi lançada em 1987, pela grava<strong>do</strong>ra WEA, no álbum “Jesus não<br />

tem dentes no país <strong>do</strong>s banguelas”.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

80


Comida<br />

Composição: Arnal<strong>do</strong> Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito<br />

Bebida é água.<br />

Comida é pasto.<br />

Você tem sede de quê?<br />

Você tem fome de quê?<br />

A gente não quer só comida,<br />

a gente quer comida, diversão e arte.<br />

A gente não quer só comida,<br />

a gente quer saída para qualquer parte.<br />

A gente não quer só comida,<br />

a gente quer bebida, diversão, balé.<br />

A gente não quer só comida,<br />

a gente quer a vida como a vida quer.<br />

Bebida é água.<br />

Comida é pasto.<br />

Você tem sede de quê?<br />

Você tem fome de quê?<br />

A gente não quer só comer,<br />

a gente quer comer e quer fazer amor.<br />

A gente não quer só comer,<br />

a gente quer prazer pra aliviar a <strong>do</strong>r.<br />

A gente não quer só dinheiro,<br />

a gente quer dinheiro e felicidade.<br />

A gente não quer só dinheiro,<br />

a gente quer inteiro e não pela metade.<br />

Bebida é água.<br />

Comida é pasto.<br />

Você tem sede de quê?<br />

Você tem fome de quê?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

81


CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. A letra de uma música tem algumas semelhanças com um poema. Assim<br />

como no poema, a letra de uma música é escrita em versos, que são<br />

agrupa<strong>do</strong>s em estrofes, e algumas palavras rimam entre si. Responda:<br />

a) Quantos versos há na música?<br />

28 versos.<br />

b) Quantas estrofes há?<br />

5 estrofes.<br />

c) Na música, é comum uma determinada estrofe se repetir. Marque no<br />

texto a estrofe que se repete e quantas vezes?<br />

A primeira estrofe se repete 3 vezes.<br />

d) Que nome recebe a estrofe que se repete em uma música?<br />

Refrão.<br />

e) Que palavras rimam na música?<br />

A PALAVRA RIMA COM<br />

bebida comida<br />

arte parte<br />

saída comida<br />

balé quer (qué)<br />

amor <strong>do</strong>r<br />

metade felicidade<br />

dinheiro inteiro<br />

comer prazer<br />

2. Na música, assim como na poesia, as palavras costumam ter senti<strong>do</strong>s<br />

diferentes daqueles que têm no dia-a-dia. É o que chamamos de senti<strong>do</strong><br />

figura<strong>do</strong>. Releia os versos:<br />

“Você tem sede de quê?<br />

Você tem fome de quê?”<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

82


a) Veja abaixo como as palavras sede e fome aparecem no dicionário.<br />

Sublinhe as definições que melhor se encaixam nos senti<strong>do</strong>s de cada uma<br />

dessas palavras na música.<br />

Sede. s.f. 1. Sensação de necessidade de beber água ou líqui<strong>do</strong> similar;<br />

2. Fig. forte desejo, cobiça, avidez.<br />

Fome. s.f. 1. Grande apetite de comer; 2. urgência de alimentos, miséria;<br />

3. Fig. avidez, ambição.<br />

b) Consideran<strong>do</strong> sua resposta na letra “a”, complete a frase abaixo, de<br />

acor<strong>do</strong> com o que você entendeu sobre a mensagem da música:<br />

Além de precisarem de alimento e de bebida para viver, as pessoas<br />

também ____________________________________.<br />

Resposta pessoal.<br />

3. Nas 3ª e 4ª estrofes, a palavra gente se repete várias vezes. Essa palavra<br />

se refere, principalmente:<br />

( ) aos compositores que fizeram a música.<br />

( x ) às pessoas de um mo<strong>do</strong> geral.<br />

( ) apenas às pessoas que têm fome e sede.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia e compare:<br />

“A gente não quer só dinheiro”.<br />

Nós não queremos só dinheiro.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

83


a) Nas frases acima houve duas transformações:<br />

1º O sujeito, A gente, foi substituí<strong>do</strong> pelo pronome “nós”.<br />

2º A forma verbal quer, que estava no singular, foi flexionada no plural.<br />

b) Na primeira frase, o verbo está flexiona<strong>do</strong> no singular, porque o sujeito<br />

“A gente” está no singular.<br />

c) Na segunda frase, o verbo está flexiona<strong>do</strong> no plural, porque o sujeito<br />

“nós” é um pronome de 1ª pessoa <strong>do</strong> plural.<br />

CONCLUSÃO: A palavra gente, embora traga a idéia de quantidade<br />

(eu + outra(s) pessoa(s)), NÃO está no plural, por isso, o verbo que<br />

concorda com essa palavra deve estar sempre no singular.<br />

2. Faça a flexão <strong>do</strong> verbo, de acor<strong>do</strong> com o sujeito da frase. Observe também<br />

o tempo verbal:<br />

a) Eu e meus amigos fomos ao show de Marcelo D2 na semana passada.<br />

A gente ficou impressiona<strong>do</strong> com a quantidade de pessoas. (ir – ficar)<br />

b) To<strong>do</strong>s os dias, a gente passa por esse ponto de ônibus e nunca está<br />

vazio. (passar)<br />

c) To<strong>do</strong>s nós iremos à festa de despedida de nosso amigo no próximo<br />

fim de semana. A gente fará / vai fazer uma surpresa e tanto para ele. (ir<br />

– fazer)<br />

3. Observe os exemplos abaixo:<br />

Você tem sede de quê?<br />

Você tem fome de quê?<br />

a) Nos <strong>do</strong>is grupos de exemplos foi usa<strong>do</strong> um pronome interrogativo.<br />

Qual?<br />

De que /de quê.<br />

b) O pronome interrogativo, nos exemplos acima, ocupa a mesma posição<br />

na frase?<br />

Não.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

84<br />

De que você tem sede?<br />

De que você tem fome?


c) Que mudança ocorre, quan<strong>do</strong> o pronome interrogativo “de que” é<br />

coloca<strong>do</strong> na posição final da frase?<br />

O pronome passa a receber o acento circunflexo.<br />

4. Reescreva as frases, alteran<strong>do</strong> a posição <strong>do</strong> pronome interrogativo.<br />

Atenção para a acentuação correta:<br />

a) De que você precisa para ser feliz?<br />

Para ser feliz você precisa de quê?<br />

b) Você gosta de quê?<br />

De que você gosta?<br />

c) De que é feita a esperança <strong>do</strong> povo brasileiro?<br />

A esperança <strong>do</strong> povo brasileiro é feita de quê?<br />

d) Os alunos se envergonharam de quê?<br />

De que os alunos se envergonharam?<br />

5. Observe:<br />

a) DINHEIRO<br />

Faça o mesmo com as palavras abaixo e marque a sílaba onde há DI-<br />

TONGO:<br />

ÁGUA<br />

Á GUA<br />

DIVERSÃO<br />

INTEIRO<br />

DI NHEI RO<br />

encontro de duas vogais na<br />

mesma sílaba DITONGO<br />

DI VER SÃO<br />

IN TEI RO<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

85


) SAÍDA<br />

Faça o mesmo com as palavras abaixo e marque a sílaba onde há HIATO:<br />

ALIVIAR<br />

SAÚDE<br />

CONTEÚDO<br />

SA Í DA<br />

encontro de duas vogais em<br />

sílabas diferentes HIATO<br />

c) Copie as palavras <strong>do</strong> quadro abaixo em seu caderno, separan<strong>do</strong>-as<br />

em sílabas e forman<strong>do</strong> <strong>do</strong>is grupos:<br />

um grupo de palavras em que há ditongo;<br />

um grupo de palavras em que há hiato.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

A LI VI AR<br />

SA Ú DE<br />

CON TE Ú DO<br />

pais confiança<br />

cemitério plantio<br />

situada banheiros<br />

Luiz alegria<br />

noite mídia<br />

O foco principal desta atividade é levar o aluno a perceber como os<br />

recursos da língua podem ser usa<strong>do</strong>s para produzir efeitos melódicos nos<br />

versos, utilizan<strong>do</strong>-se de repetição de palavras e de estruturas sintáticas e<br />

<strong>do</strong> uso de rimas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

86


Vimos que uma das características da letra de uma música é apresentar<br />

rimas entre as palavras. Tente dar continuidade aos versos da música <strong>do</strong>s<br />

Titãs, acrescentan<strong>do</strong> outros desejos que o cidadão pode ter em sua vida.<br />

Além de se preocupar com as rimas das palavras, você deve seguir o modelo<br />

de versos usa<strong>do</strong>s pelos compositores, como explica<strong>do</strong> abaixo:<br />

“A gente não quer só comida, X<br />

a gente X quer comida, diversão e arte”.<br />

Agora, vá completan<strong>do</strong> os quadros a seguir, para formar seus próprios<br />

versos (Atenção: não escreva nos quadros marca<strong>do</strong>s com X!):<br />

A gente não quer só X<br />

a gente X quer<br />

A gente não quer só X<br />

a gente X quer<br />

A gente não quer só X<br />

a gente X quer<br />

Apresente seus versos para os colegas. Experimente, quem sabe, cantálos<br />

na mesma melodia da música original <strong>do</strong>s Titãs.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

87


ENCONTRO II<br />

O poder da televisão<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

A televisão é, sem dúvida, uma das formas mais populares de lazer <strong>do</strong><br />

povo brasileiro.<br />

Que lugar a televisão ocupa em sua vida e na de sua família? Você<br />

deixa de fazer qualquer outra coisa para assistir a um capítulo de novela<br />

ou a uma partida de futebol?<br />

Para você, a televisão traz só benefícios, ou é possível ver nela também<br />

aspectos negativos?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

O texto abaixo é um fragmento de uma reportagem retirada da revista<br />

SUPERINTERESSANTE, (ed. 146, nov.1999), que traz informações sobre a<br />

invenção da televisão.<br />

Texto I<br />

O mun<strong>do</strong> na tela da TV<br />

A primeira imagem de televisão transmitida no<br />

mun<strong>do</strong> foi uma decepcionante linha reta que cortava,<br />

na horizontal, um protótipo de tubo de televisão. Mas<br />

seu inventor ficou eufórico, principalmente quan<strong>do</strong> a<br />

linha fez uma rotação de 90 graus, passan<strong>do</strong> para a vertical. Tu<strong>do</strong><br />

isso aconteceu no sótão de uma casa em San Francisco, nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s, em 7 de setembro de 1927. É por causa dessa façanha que o<br />

americano Philo Farnsworth (1906-1971), um ex-estudante de Engenharia<br />

que aban<strong>do</strong>nou os estu<strong>do</strong>s por falta de dinheiro, é chama<strong>do</strong> de<br />

pai da televisão.<br />

Mas ganhar essa paternidade não foi fácil. As idéias de Farnsworth<br />

acabaram cain<strong>do</strong> nas mãos de Vladimir Zworykin, um engenheiro<br />

russo radica<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s que, para azar de Farnsworth, era<br />

sócio de um poderoso empresário da área de comunicações. Zworykin<br />

e David Sarnoff, da empresa RCA, depois de uma maciça campanha<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

88


publicitária, passaram a ser conheci<strong>do</strong>s como os inventores da televisão.<br />

Farnsworth foi à Justiça reivindicar a posse <strong>do</strong>s direitos autorais<br />

sobre a invenção, numa batalha que se estendeu por muitos anos. Em<br />

1939, na Feira Mundial de Nova York, o presidente americano Franklin<br />

Roosevelt falou na primeira transmissão televisiva para o público. Do<br />

outro la<strong>do</strong>, claro, só havia algumas poucas centenas de aparelhos. Mas<br />

em menos de uma década a invenção já se tornara popular. De 1949 a<br />

1951, o número de aparelhos nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s passou de 1 milhão<br />

para 10 milhões. O pioneirismo de Farnsworth foi reconheci<strong>do</strong>, mas ele<br />

não chegou a desfrutar <strong>do</strong>s direitos autorais. Tornou-se alcoólatra e depressivo.<br />

Certa vez, indaga<strong>do</strong> sobre o que havia inventa<strong>do</strong>, respondeu:<br />

“Um monstro na frente <strong>do</strong> qual as pessoas irão desperdiçar sua vida”. A<br />

biografia dele, sem dúvida, daria uma novela de televisão. (...)<br />

(Disponível em http://super.abril.com.br/superarquivo/1999/<br />

conteu<strong>do</strong>_105700.shtml, acesso em 02/12/2008).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. As datas destacadas abaixo são importantes na história da televisão. De<br />

acor<strong>do</strong> com o texto, o que aconteceu:<br />

DATAS IMPORTANTES NA HISTóRIA DA TELEVISÃO<br />

1927 Transmissão da 1ª imagem de televisão em San<br />

Francisco.<br />

1939 Pronunciamento <strong>do</strong> presidente Roosevelt, na 1ª<br />

transmissão televisiva pública.<br />

1949 e 1951 Perío<strong>do</strong> de grande popularização da televisão, com<br />

aumento significativo <strong>do</strong> número de aparelhos nos<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s.<br />

2. Leia:<br />

“... o americano Philo Farnsworth (1906-1971), um ex-estudante de<br />

Engenharia...”<br />

O que significa a informação destacada em negrito?<br />

Refere-se às datas de nascimento e morte <strong>do</strong> inventor da televisão, Philo<br />

Farnsworth.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

89


3. No texto, o americano Philo Farnsworth é chama<strong>do</strong> de pai da televisão.<br />

Em senti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong>, isso quer dizer que ele inventou a televisão.<br />

Explique o senti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong> das expressões destacadas abaixo:<br />

a) “Farnsworth foi à Justiça reivindicar a posse <strong>do</strong>s direitos autorais sobre<br />

a invenção, numa batalha que se estendeu por muitos anos”.<br />

O termo batalha é usa<strong>do</strong> para realçar o esforço e as dificuldades que o<br />

inventor enfrentou para defender, na justiça, seus direitos.<br />

b) “As idéias de Farnsworth acabaram cain<strong>do</strong> nas mãos de Vladimir<br />

Zworykin (...)”<br />

Significa dizer que Vladimir Zworykin teve conhecimento das idéias de<br />

Farnsworth.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Vamos recordar? As palavras: protótipo – eufórico – década – número<br />

– público recebem acentuação gráfica, porque são todas proparoxítonas.<br />

2. Em nossa língua, podemos formar substantivos a partir de verbos,<br />

acrescentan<strong>do</strong> o sufixo -ção ao verbo. Veja:<br />

CONDUZIR + -ÇÃO = CONDUÇÃO<br />

verbo sufixo substantivo<br />

indica ação ou resulta<strong>do</strong> de ação<br />

Continue completan<strong>do</strong> o quadro a seguir:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

90


3. Leia:<br />

VERBOS SUBSTANTIVOS<br />

inventar invenção<br />

reivindicar reivindicação<br />

trair traição<br />

nomear nomeação<br />

construir construção<br />

dedicar dedicação<br />

demolir demolição<br />

Depois de fazerem uma grande campanha publicitária, Zworykin<br />

e David Sarnoff passaram a ser conheci<strong>do</strong>s como os inventores da<br />

televisão.<br />

Os fatos relata<strong>do</strong>s acima ocorreram numa certa ordem:<br />

fato anterior<br />

1º fato:<br />

Zworykin e David Sarnoff fizeram uma grande campanha publicitária.<br />

fato principal<br />

2º fato:<br />

Zworykin e David Sarnoff passaram a ser conheci<strong>do</strong>s como os inventores<br />

da televisão.<br />

a) Que expressão foi usada para indicar a relação de tempo na frase?<br />

Depois de.<br />

2. Una as frases abaixo. Use a expressão depois de, para definir a ordem<br />

em que os fatos ocorreram. Não se esqueça de usar a vírgula.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

91


Observe o modelo:<br />

Philo aban<strong>do</strong>nou o curso de Engenharia. Philo inventou a primeira<br />

televisão.<br />

Depois de aban<strong>do</strong>nar o curso de Engenharia, Philo inventou a primeira<br />

televisão.<br />

a) Farnsworth inventou a televisão. Farnsworth foi passa<strong>do</strong> para trás.<br />

Depois de inventar a televisão, Farnsworth foi passa<strong>do</strong> para trás.<br />

b) O menino insistiu com o pai. O menino ganhou de presente uma televisão<br />

nova.<br />

Depois de insistir com o pai, o menino ganhou de presente uma televisão<br />

nova.<br />

c) Paulo procurou um bom preço de TV. Paulo acabou compran<strong>do</strong> a mais<br />

barata.<br />

Depois de procurar um bom preço de TV, Paulo acabou compran<strong>do</strong> a<br />

mais barata.<br />

3. Observe e compare as frases:<br />

Depois de inventar a televisão, Philo aban<strong>do</strong>nou o curso de Engenharia.<br />

Mal inventou a televisão, Philo aban<strong>do</strong>nou o curso de Engenharia.<br />

As expressões em negrito depois de e mal indicam relação de tempo,<br />

mas há uma ligeira diferença entre elas: a rapidez com a qual o fato principal<br />

ocorreu.<br />

a) Que expressão indica que o fato principal ocorreu com mais rapidez?<br />

Mal.<br />

b) Qual expressão indica que o fato principal ocorreu com menos rapidez?<br />

Depois de.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

92


c) Faça uma frase usan<strong>do</strong> depois de (expressan<strong>do</strong> menor rapidez) e<br />

outra com mal (expressan<strong>do</strong> maior rapidez).<br />

Resposta pessoal.<br />

Texto II<br />

A televisão certamente trouxe inúmeros benefícios para a humanidade,<br />

como, por exemplo, o de informar e o de divertir as pessoas. No entanto,<br />

alguns críticos afirmam que a TV também pode causar problemas. O texto<br />

que você vai ler abaixo apresenta pontos negativos da televisão.<br />

Folha online<br />

25/09/2003<br />

Veja quais são os males causa<strong>do</strong>s pelo excesso de TV<br />

(...)<br />

Depressão<br />

Isolamento, agressividade, uso de álcool e de fumo pre<strong>do</strong>minam em<br />

telespecta<strong>do</strong>res contumazes, em comparação a telespecta<strong>do</strong>res modera<strong>do</strong>s,<br />

segun<strong>do</strong> pesquisas.<br />

Obesidade<br />

Mulheres adultas que assistem à TV por mais de três horas por dia<br />

são mais pesadas (30%) <strong>do</strong> que aquelas que vêem menos de uma<br />

hora diária. Já os homens têm o <strong>do</strong>bro de tendência à obesidade em<br />

relação aos que não fazem da televisão um hábito compulsivo, aponta<br />

pesquisa.<br />

Postura<br />

Quanto mais tempo diante <strong>do</strong> aparelho, mais relaxa<strong>do</strong> o telespecta<strong>do</strong>r<br />

fica e também mais ele se larga no sofá, no chão, ou seja,<br />

onde estiver. Resulta<strong>do</strong>: coluna e articulações são prejudicadas por<br />

uma má postura.<br />

Sexo<br />

Se o casamento não vai bem, a TV pode servir de reforço, ocupan<strong>do</strong><br />

o “vazio” da relação. Muitos casais usam a televisão como desculpa<br />

para não terem relacionamento sexual.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

93


Sono<br />

O hábito de ver televisão à noite prorroga a ida para a cama, o que<br />

pode ser danoso para quem tem de acordar ce<strong>do</strong>. Nos EUA, cerca de<br />

metade <strong>do</strong>s americanos <strong>do</strong>rmiriam mais ce<strong>do</strong> se não assistissem à TV.<br />

Dormir com o aparelho liga<strong>do</strong> é ainda pior: impede que se atinja o esta<strong>do</strong><br />

de sono profun<strong>do</strong>, fundamental para manter o equilíbrio orgânico –<br />

os flashes de imagem e a mudança de sons não acordam, mas mantêm<br />

o sono no estágio superficial.<br />

Relações sociais<br />

A telinha pode afastar a pessoa <strong>do</strong> convívio familiar (em algumas<br />

casas, cada um assiste à TV em seu quarto) e também <strong>do</strong>s amigos (há<br />

quem deixe de sair para ficar em casa com a TV).<br />

(Adapta<strong>do</strong> de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2831.shtml).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Dos problemas aponta<strong>do</strong>s no texto, qual você considera o mais grave?<br />

Por quê?<br />

Resposta pessoal.<br />

Professor: talvez seja conveniente dar destaque, na Resposta 1, aos<br />

problemas de relacionamento (inclusive sexuais) e de depressão (que também<br />

implicam em problemas relacionais).<br />

2. Certas pessoas a<strong>do</strong>ram assistir à TV durante muitas horas seguidas.<br />

Que conselhos você daria a elas, para tentar resolver seus problemas de<br />

postura e de sono? Lembre-se de usar o mo<strong>do</strong> verbal imperativo.<br />

A resposta é pessoal, mas sugerimos alguns conselhos: desligar a TV<br />

mais ce<strong>do</strong>, retirar o aparelho <strong>do</strong> quarto de <strong>do</strong>rmir, procurar uma cadeira<br />

confortável para assistir à TV etc. Professor, fique atento ao uso <strong>do</strong> imperativo<br />

nesta questão.<br />

3. Complete:<br />

A televisão é também chamada de telinha, porque sua tela é menor <strong>do</strong><br />

que as telas de cinema.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

94


PRODUZINDO TEXTOS<br />

Observe a imagem abaixo. Podemos dizer que essa imagem é um texto<br />

que nos comunica uma mensagem por meio da linguagem não-verbal.<br />

Por isso, para “lê-la”, precisamos observar com cuida<strong>do</strong> cada detalhe que<br />

compõe a imagem.<br />

1. A imagem apresenta um homem assenta<strong>do</strong> em frente de um aparelho<br />

de TV liga<strong>do</strong>.<br />

a) Que tipo de especta<strong>do</strong>r ele parece ser? Que pistas você seguiu para<br />

dar sua resposta?<br />

Pistas a serem observadas: a postura relaxada <strong>do</strong> jovem, o olhar fixo, a<br />

mão seguran<strong>do</strong> o controle remoto, uma garrafa de bebida perto da cadeira,<br />

a proximidade <strong>do</strong> aparelho, etc.<br />

b) De dentro da TV sai um homem. O que ele está fazen<strong>do</strong>?<br />

Ele tem na mão esquerda a “tampa da cabeça” <strong>do</strong> telespecta<strong>do</strong>r e tem<br />

o braço direito coloca<strong>do</strong> dentro da cabeça <strong>do</strong> jovem.<br />

c) Observe a expressão <strong>do</strong> rosto <strong>do</strong> homem que “sai” da TV. O que podemos<br />

afirmar sobre suas intenções?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

95


É possível inferir que a expressão <strong>do</strong> homem não é amigável, que ele<br />

tem intenções pouco recomendáveis (invadir e <strong>do</strong>minar o pensamento <strong>do</strong><br />

jovem, manipular suas idéias etc.) e que se aproveita da apatia demonstrada<br />

pelo rapaz para obter seu intento.<br />

2. O Texto I relata que o americano Farnsworth, inventor da TV, quan<strong>do</strong><br />

indaga<strong>do</strong> sobre o que tinha inventa<strong>do</strong>, respondeu ao repórter: “Um<br />

monstro na frente <strong>do</strong> qual as pessoas irão desperdiçar sua vida”. É possível<br />

relacionar a imagem que estamos “len<strong>do</strong>”, com a resposta <strong>do</strong> inventor?<br />

Explique.<br />

Sim. A postura passiva <strong>do</strong> jovem diante da TV não o deixa perceber que<br />

pode se transformar em vítima <strong>do</strong> “monstro”, sofren<strong>do</strong> manipulação, desperdiçan<strong>do</strong><br />

muitos momentos de sua vida, etc.<br />

3. Pensan<strong>do</strong> em suas experiências de usuário de TV, preencha o quadro<br />

abaixo:<br />

Resposta pessoal.<br />

Professor: este é um momento interessante para incentivar a troca de<br />

experiências entre os alunos.<br />

Você pode e deve encaminhar o debate, de forma a evitar radicalismos<br />

nas posições defendidas. É importante lembrar que os alunos poderão ter<br />

suas opiniões confrontadas e que isso poderá levá-los a alterar ou não essas<br />

opiniões, como resulta<strong>do</strong> da interação com o grupo, o que pode resultar<br />

em ganhos <strong>do</strong> ponto de vista da construção <strong>do</strong> conhecimento.<br />

A TV: UM monstro OU UMA VANTAGEM DO MUNDO MODERNO ?<br />

Aspectos positivos Aspectos negativos<br />

4. Releia as anotações que você preencheu no quadro.<br />

a) Quantos pontos positivos você encontrou?<br />

Resposta pessoal.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

96


) Quantos pontos negativos?<br />

Resposta pessoal.<br />

c) Complete de acor<strong>do</strong> com o que você escreveu no quadro:<br />

Respostas pessoais.<br />

A TV pode ser considerada um monstro, porque _________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Outro motivo é que a TV ___________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Mas por outro la<strong>do</strong>, a TV pode também ser considerada uma vantagem,<br />

pois ___________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Um outro motivo é que a TV ________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

Consideran<strong>do</strong> os pontos positivos e negativos, minha opinião é a de que<br />

a TV ___________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

5. Com base no que escreveu acima, apresente para seus colegas, oralmente<br />

e sem ler, sua opinião sobre a TV, dan<strong>do</strong> justificativas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

97


ENCONTRO III<br />

Esporte e lazer<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Um outro tipo de lazer, além da TV, é a prática de esportes ou de atividades<br />

ao ar livre, que é uma forma saudável de aliviar as tensões <strong>do</strong> diaa-dia.<br />

Você costuma fazer algum tipo de atividade física?<br />

Você conhece os malefícios de uma vida sedentária?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

Abaixo está a cópia reduzida de uma reportagem publicada pela revista<br />

Época, em junho de 2008. Observe com atenção o título, o subtítulo e as<br />

imagens que ilustram a página. Esses elementos são pistas importantes<br />

para você ter uma idéia sobre o que vai ler.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

98


CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Responda:<br />

a) Qual o título da reportagem?<br />

Atividade física: um santo remédio.<br />

b) Em qual página podemos ler o subtítulo da reportagem?<br />

Na página da esquerda, abaixo <strong>do</strong> título da reportagem.<br />

c) A expressão: santo remédio tem um senti<strong>do</strong> figura<strong>do</strong>. O que exatamente<br />

significa a expressão?<br />

Essa expressão significa que algo usa<strong>do</strong> para resolver um problema dá<br />

um ótimo resulta<strong>do</strong>.<br />

d) Há duas imagens ilustran<strong>do</strong> a página da direita. O que elas mostram?<br />

Uma imagem mostra um casal estira<strong>do</strong> num sofá, cada um para um<br />

la<strong>do</strong>, <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>, provavelmente em frente à TV. A outra imagem mostra<br />

uma criança concentrada em um jogo eletrônico.<br />

e) Com base nas pistas fornecidas pelo título, o subtítulo e as imagens,<br />

que assunto você espera ler na reportagem?<br />

Espera-se que os alunos infiram que o tema da reportagem diz respeito<br />

aos perigos de uma vida sedentária e os malefícios para as pessoas, inclusive<br />

para as crianças.<br />

Leia o texto adapta<strong>do</strong> da reportagem da revista:<br />

Você já ficou de mau-humor alguma vez, por não encontrar o controle<br />

remoto? Ficou mais irrita<strong>do</strong> ainda, quan<strong>do</strong> viu que queria o <strong>do</strong> DVD,<br />

mas pegou, sem querer, o <strong>do</strong> aparelho de som? Pois você não está<br />

sozinho. A maioria das pessoas anda tão dependente das comodidades<br />

produzidas pelas novas tecnologias, que às vezes se atrapalha até para<br />

localizar, no próprio aparelho de televisão, o botão <strong>do</strong> volume. O problema<br />

é que esse confortável estilo de vida é um <strong>do</strong>s principais responsáveis<br />

por <strong>do</strong>is graves problemas de saúde: o sedentarismo e a obesidade<br />

– tão sérios que o rápi<strong>do</strong> crescimento no número de casos já está<br />

mudan<strong>do</strong> até as estatísticas das causas de mortalidade no mun<strong>do</strong>.<br />

“Isoladamente, não se nota, mas o acúmulo das inúmeras facilidades<br />

da vida moderna causa, ao longo <strong>do</strong> tempo, uma redução substancial da<br />

atividade física em um nível perigoso para a saúde”, adverte André Fernandes,<br />

Conselheiro Federal de Educação Física (CONFEF). Especialista<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

99


em obesidade e sedentarismo, ele explica que a falta de atividade física<br />

– que não precisa ser esportiva – não é algo que interfira negativamente<br />

somente no aspecto social, mas uma questão de saúde causa<strong>do</strong>ra de<br />

outros males, como o infarto, hipertensão, diabetes e até ansiedade. E<br />

o mais grave é que seus efeitos não poupam nem as crianças, que na<br />

tela de seus videogames ou da internet brincam e viajam para o mun<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>, sem sair <strong>do</strong> lugar – invariavelmente com guloseimas industrializadas<br />

altamente calóricas e devoradas com compulsão. (...)<br />

Soluções<br />

Isso quer dizer, então, que as facilidades da vida moderna são nocivas?<br />

De jeito nenhum. Você nunca vai ver alguma inscrição <strong>do</strong> tipo: “O<br />

Ministério da Saúde adverte: controle remoto faz mal à saúde”. Para o<br />

diretor <strong>do</strong> Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Federal<br />

de Londrina, Dartagnan Guedes, seria um absur<strong>do</strong> culpar certos recursos<br />

que facilitam a vida. “A tecnologia não é vilã”, afirma. “Pela própria<br />

organização da sociedade, ela é uma necessidade”. Segun<strong>do</strong> ele, o problema<br />

está no seu uso indiscrimina<strong>do</strong>. Por isso, as pessoas devem estar<br />

bem informadas sobre os riscos de seu estilo de vida e mudá-lo. (...)<br />

Muita gente se engana achan<strong>do</strong> que não é sedentária, mas a verdade<br />

é que, no Brasil, no máximo, 7% da população pode ser enquadrada num<br />

perfil ativo, explica André Fernandes. De acor<strong>do</strong> com ele, para isso, é preciso<br />

três meses de atividade física contínua, pelo menos duas vezes por<br />

semana, em dias intercala<strong>do</strong>s e com duração mínima de 20 minutos. (...)<br />

Por isso, se você não estiver entre os 7%, comece hoje. Esconda o controle<br />

remoto e vá dar uma volta. Só não deixe de levar o seu filho. (...)<br />

2. Após a leitura, o que você esperava encontrar no texto se confirmou?<br />

Resposta pessoal, mas o que se espera é que os alunos, basea<strong>do</strong>s nas<br />

pistas, se aproximem, em sua previsão, <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto.<br />

3. O texto começa com um conjunto de perguntas feitas ao leitor: “Você<br />

já ficou de mau-humor alguma vez, por não encontrar o controle remoto?<br />

Ficou mais irrita<strong>do</strong> ainda, quan<strong>do</strong> viu que queria o <strong>do</strong> DVD, mas pegou,<br />

sem querer, o <strong>do</strong> aparelho de som?” Por que o repórter decidiu por essa<br />

forma de começar a reportagem?<br />

Começar um texto com um conjunto de perguntas diretas ao leitor é<br />

uma forma de envolvê-lo com o tema e motivá-lo para a leitura <strong>do</strong> restante<br />

da reportagem. Com essas perguntas o repórter parece estar mais<br />

próximo <strong>do</strong> leitor.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

100


4. O objetivo principal <strong>do</strong> texto é:<br />

( ) Convencer as pessoas de que as facilidades da vida modernas são<br />

prejudiciais à saúde.<br />

( x ) Alertar as pessoas para o perigo da falta de atividade física em<br />

suas vidas.<br />

( ) Fazer uma campanha, juntamente com o Ministério da Saúde, a<br />

favor <strong>do</strong> sedentarismo.<br />

5. A falta de atividade física – o sedentarismo – interfere negativamente na<br />

saúde e na vida social <strong>do</strong> individuo. O quadro abaixo apresenta os malefícios<br />

à saúde, tal como apresenta<strong>do</strong>s no texto. Complete a segunda coluna.<br />

Interferências negativas<br />

na saúde<br />

6. Leia:<br />

Sugestões de respostas:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

101<br />

Interferências negativas<br />

na vida social<br />

infarto isolamento <strong>do</strong>s amigos<br />

hipertensão depressão<br />

diabetes pouco lazer junto com a família<br />

ansiedade E outros...<br />

“A tecnologia não é vilã; pela própria organização da sociedade, ela é<br />

uma necessidade”.<br />

Explique:<br />

a) De que forma a tecnologia pode ser uma vilã?<br />

É vilã quan<strong>do</strong> é prejudicial à saúde, ou quan<strong>do</strong> as pessoas se acomodam<br />

demais a ela e deixam de se exercitar fisicamente.<br />

b) De que forma ela pode ser uma necessidade?<br />

É uma necessidade quan<strong>do</strong> é indispensável à vida, como por exemplo,<br />

no uso correto da TV, <strong>do</strong>s carros e <strong>do</strong> computa<strong>do</strong>r.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,


tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Observe e complete o quadro abaixo, fazen<strong>do</strong> corretamente as concordâncias:<br />

As pessoas devem estar<br />

Nós devemos estar informa<strong>do</strong>s (as).<br />

bem<br />

Eu devo estar informa<strong>do</strong> (a).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

102<br />

informadas.<br />

Os jovens devem estar informa<strong>do</strong>s.<br />

O eleitor deve estar informa<strong>do</strong>.<br />

Você e eu devemos estar informa<strong>do</strong>s (as).<br />

A mulher deve estar informada.<br />

A mulher e o homem devem estar informa<strong>do</strong>s.<br />

Texto II<br />

O texto que você vai ler é um trecho da entrevista com Christopher Edginton,<br />

professor da Universidade de Iowa (EUA). Ele esteve no Brasil para<br />

o seminário Lazer em Debate, promovi<strong>do</strong> pelo Senac e pela Universidade<br />

de São Paulo. A entrevista foi feita por Jonas Furta<strong>do</strong>.<br />

Entrevista é um gênero de texto, em forma de perguntas e respostas,<br />

basea<strong>do</strong> nas declarações que uma pessoa dá a um entrevista<strong>do</strong>r, geralmente<br />

um repórter. A entrevista, na maioria das vezes, é feita oralmente<br />

e publicada por escrito, em revistas, jornais, livros e na internet.<br />

(...) Qual é a melhor definição para lazer?<br />

Edginton – Há três maneiras clássicas para definir lazer. A primeira é<br />

que ele representa o tempo livre, no qual não se tem que trabalhar para<br />

garantir a subsistência. A segunda é que ele é a série de atividades em<br />

que um indivíduo está envolvi<strong>do</strong>. Futebol pode ser uma atividade de lazer<br />

para uma criança, mas é um trabalho para joga<strong>do</strong>res profissionais.<br />

Mais recentemente surgiu uma nova definição, consideran<strong>do</strong> o lazer<br />

como um esta<strong>do</strong> da mente – isso significa que ele pode ocorrer a qualquer<br />

momento, em qualquer lugar. Mas arrumar uma definição unânime


[com a qual to<strong>do</strong>s concordem] sobre esse tema é mais difícil <strong>do</strong> que<br />

grudar uma gelatina numa árvore. (...) O que, de certa forma, é bom,<br />

porque o lazer é defini<strong>do</strong> culturalmente. Não é certo que um americano<br />

defina o que é lazer no Brasil, mesmo em um mun<strong>do</strong> tão globaliza<strong>do</strong>.<br />

Qual a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde? Pessoas que dedicam mais<br />

tempo ao lazer são mais saudáveis?<br />

Edginton – As pessoas cada vez mais vêem o lazer liga<strong>do</strong> à saúde e<br />

ao bem-estar físico e mental. Nas grandes sociedades, um <strong>do</strong>s maiores<br />

desafios enfrenta<strong>do</strong>s é a epidemia de obesidade que está por vir. Muito<br />

disso pode ser atribuí<strong>do</strong> à falta de atividades físicas durante o perío<strong>do</strong><br />

de lazer das pessoas, associada a um hábito alimentar pouco nutritivo.<br />

E isso se torna um problema ainda mais sério, quan<strong>do</strong> começa a elevar<br />

os custos com saúde e assistência médica. (...) O uso positivo <strong>do</strong> lazer<br />

contribui para uma boa saúde física e mental. Mas eu conheço muitas<br />

pessoas que vão ao bar para beber e isso talvez seja bom para a saúde<br />

mental delas, mas não para a saúde física. O lazer (...) pode ser usa<strong>do</strong><br />

para o bem e para o mal. Temos que ajudar a população a usar seu<br />

tempo de lazer em benefício próprio e da comunidade.<br />

É importante criar momentos de lazer em tu<strong>do</strong> o que se faz durante<br />

o dia, mesmo no trabalho?<br />

Edginton – To<strong>do</strong>s precisam de equilíbrio em suas vidas. É necessário<br />

um tempo para reflexão, para se comprometer com os outros, para ter<br />

a oportunidade de aprender novas habilidades. Há muitas razões pelas<br />

quais o lazer é essencial. Mas a principal delas é porque ele é o meio<br />

pelo qual as pessoas medem a satisfação em suas vidas. Ele cria espaço<br />

e tempo para você aprender uma nova habilidade, adquirir sabe<strong>do</strong>ria,<br />

rever valores, refletir sobre o relacionamento com outras pessoas – enfim,<br />

possibilita a transformação pessoal. (...)<br />

que metrópole no mun<strong>do</strong> seria exemplo na oferta de opções à<br />

população?<br />

Edginton – Hong Kong é um grande exemplo de sociedade urbana<br />

que desenvolveu um fantástico sistema de lazer público e priva<strong>do</strong>. To<strong>do</strong><br />

bairro tem um centro que oferece uma vasta gama de opções, como<br />

prédios com atividades físicas em um andar, biblioteca em outro, aulas<br />

de reforço para crianças em dificuldade na escola e um merca<strong>do</strong> de<br />

produtos saudáveis, no piso térreo. Comunidades evoluídas também<br />

prezam a preservação de seus espaços – não há grandes cidades sem<br />

grandes parques.<br />

(Adapta<strong>do</strong> de: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2009/artigo87384-1.htm).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

103


CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. O professor Edginton cita, em sua resposta, três definições de lazer. Qual<br />

das definições dadas por ele é mais parecida com a sua idéia de lazer?<br />

Para mim, lazer é... Resposta pessoal.<br />

2. De acor<strong>do</strong> com o professor Edginton, um americano como ele não pode dizer<br />

com certeza o que é lazer para os brasileiros. Por que ele pensa assim?<br />

Porque o professor sabe que é preciso respeitar a cultura de cada povo,<br />

de cada país, ao invés de impor um conceito de lazer, que valha para o<br />

mun<strong>do</strong> inteiro.<br />

3. Complete o quadro, buscan<strong>do</strong> informações no texto:<br />

Podemos aproveitar nossos momentos de lazer, para:<br />

1. aprender uma nova habilidade;<br />

2. rever valores de nossa vida;<br />

3. refletir sobre o nosso relacionamento com os outros.<br />

4. O professor Edginton afirma que Hong Kong, uma região administrativa<br />

da China, é um exemplo de sociedade com um ótimo sistema de lazer. Releia<br />

o que ele afirmou:<br />

“To<strong>do</strong> bairro tem um centro que oferece uma vasta gama de opções,<br />

como prédios com atividades físicas em um andar, biblioteca em outro,<br />

aulas de reforço para crianças em dificuldade na escola e um merca<strong>do</strong><br />

de produtos saudáveis, no piso térreo”.<br />

Para nós, brasileiros, qual dessas opções não seria considerada como<br />

lazer? Por quê?<br />

As aulas de reforço para crianças certamente não seriam consideradas<br />

como lazer. Para certas pessoas, nem mesmo a ida a uma biblioteca seria<br />

considerada como uma atividade de lazer.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

104


tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. Leia a frase abaixo:<br />

qual a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde?<br />

Nessa frase, há uma pergunta feita de forma direta, ou seja, uma IN-<br />

TERROGAÇÃO DIRETA. Para fazer uma interrogação direta, começamos a<br />

frase com um pronome interrogativo e terminamos a frase com o ponto<br />

de interrogação.<br />

Os pronomes interrogativos são:<br />

que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas.<br />

Leia também:<br />

Não sei qual é a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde.<br />

Gostaria de saber qual a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde.<br />

Diga-me qual é a relação <strong>do</strong> lazer com a saúde.<br />

Nas frases destacadas, as perguntas são feitas de forma indireta, ou seja,<br />

há INTERROGAçõES INDIRETAS. Para fazer uma interrogação indireta, começamos<br />

a frase com uma expressão <strong>do</strong> tipo “não sei...”, “gostaria de...”,<br />

diga-me...”, “perguntaram...” e encerramos a frase com o ponto final.<br />

Faça as transformações, conforme indica<strong>do</strong> no quadro abaixo:<br />

INTERROGAÇÃO DIRETA INTERROGAÇÃO INDIRETA<br />

que metrópole no mun<strong>do</strong> oferece<br />

mais lazer à população?<br />

quais os tipos de lazer que<br />

podem prejudicar as pessoas. /<br />

Que tipos de...<br />

quanto se gasta com saúde e assis-<br />

tência médica em Hong Kong?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

105<br />

Não sei qual metrópole no mun<strong>do</strong><br />

oferece mais lazer à população.<br />

Gostaria de saber quais são os<br />

tipos de lazer que podem prejudicar<br />

as pessoas.<br />

Não sei quanto se gasta com saúde<br />

e assistência médica em Hong Kong.


INTERROGAÇÃO DIRETA INTERROGAÇÃO INDIRETA<br />

qual definição de lazer você considera Diga-me qual definição de lazer você<br />

a mais acertada?<br />

considera a mais acertada (ou outra<br />

opção).<br />

quantas atividades de lazer o<br />

Talvez você possa me dizer<br />

trabalha<strong>do</strong>r brasileiro tem por<br />

quantas atividades de lazer o<br />

semana?<br />

trabalha<strong>do</strong>r brasileiro tem por semana.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

No Texto II, você leu uma entrevista sobre lazer, e aprendeu, também,<br />

como fazer perguntas diretas e indiretas. Releia o Texto I e, junto com seu<br />

colega, elabore uma entrevista que poderia ser feita para o Professor André<br />

Fernandes, especialista em obesidade e sedentarismo. Ao elaborar as<br />

perguntas, lembre-se de que:<br />

as perguntas devem estar ligadas à área de especialidade <strong>do</strong> professor;<br />

o tratamento da<strong>do</strong> ao professor deve ser cerimonioso. Por exemplo:<br />

ao invés de usar você, é melhor usar senhor.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

106


ENCONTRO IV<br />

O jovem e a música<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Muitas pessoas afirmam que o Brasil é o país da música e que o povo<br />

brasileiro é musical. Na verdade, em um país de grandes dimensões como<br />

o nosso, em que vivem mais de 180 milhões de pessoas, a mistura de ritmos<br />

e estilos musicais é enorme: aqui convivem o samba, o axé, o pagode,<br />

a música sertaneja, o rap, o funk, o rock e mesmo a música clássica.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você gosta de música? Qual o seu estilo preferi<strong>do</strong>?<br />

Que tipo de música agrada mais aos jovens de seu grupo? Converse<br />

com seu colega sobre essas questões, trocan<strong>do</strong> informações sobre os artistas<br />

e os ritmos que vocês admiram.<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Os textos abaixo foram retira<strong>do</strong>s de enciclópédias digitais, ou seja, de<br />

sites na internet usa<strong>do</strong>s pelas pessoas para pesquisarem diversos assuntos.<br />

Apresentam informações sobre <strong>do</strong>is gêneros musicais muito aprecia<strong>do</strong>s<br />

hoje pelos jovens: o rap e o hip hop.<br />

Enciclopédia é um conjunto de informações relativas ao conhecimento<br />

humano, uma obra que trata das ciências e artes em geral. As enciclopédias<br />

podem ser genéricas, conten<strong>do</strong> artigos sobre os mais varia<strong>do</strong>s<br />

temas, ou especializadas em um determina<strong>do</strong> assunto. As enciclopédias<br />

podem ser impressas em papel ou podem ser digitais.<br />

Texto I<br />

O termo RAP significa rhythm and Poetry (“ritmo e poesia”, em Inglês).<br />

Esse gênero musical foi cria<strong>do</strong> nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, nos bairros pobres<br />

de Nova Iorque, no início da década de 1970, por jovens de origens<br />

negra e espanhola. O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

107


vem em forma de discurso, com muita informação e pouca melodia. As<br />

letras falam das dificuldades da vida em bairros pobres das grandes cidades<br />

e são usadas muitas gírias <strong>do</strong>s jovens que vivem nesses bairros.<br />

Geralmente, o rap é canta<strong>do</strong> e toca<strong>do</strong> por uma dupla composta por<br />

um DJ (disc-jockey ou opera<strong>do</strong>r de disco), que fica responsável pelos<br />

efeitos sonoros e mixagens, e por um MC (mestre-de-cerimônias), que<br />

se responsabiliza pela letra cantada. O MC é o responsável pela integração<br />

entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto.<br />

O rap surgiu no Brasil em 1986, em São Paulo. A princípio, as pessoas<br />

não aceitavam muito bem esse estilo musical, pois o consideravam<br />

violento e tipicamente de periferia. Na década de 1990, o rap chegou às<br />

rádios e a indústria musical começou a dar mais atenção ao estilo. Os<br />

primeiros rappers brasileiros a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum.<br />

Logo a seguir, começam a surgir novas caras no rap nacional: Racionais<br />

MCs, Pavilhão 9, Detentos <strong>do</strong> Rap, Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet<br />

Hemp e Gabriel, O Pensa<strong>do</strong>r. Nos dias de hoje, o rap está incorpora<strong>do</strong> ao<br />

cenário musical brasileiro. Venceu os preconceitos, saiu da periferia para<br />

ganhar o grande público e não perdeu sua essência de denunciar as injustiças<br />

vividas pela população pobre das periferias das grandes cidades.<br />

Texto II<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

108<br />

(Adapta<strong>do</strong>: http://www.suapesquisa.com/rap/).<br />

A expressão Hip Hop dá nome a um movimento cultural inicia<strong>do</strong> no<br />

final da década de 1960, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, nos subúrbios negros e latinos<br />

de Nova Iorque, como reação aos conflitos sociais e à violência sofrida<br />

pelas classes pobres urbanas. É uma espécie de cultura das ruas,<br />

um movimento de reinvidicação de espaço e voz das periferias, traduzi<strong>do</strong><br />

nas letras questiona<strong>do</strong>ras e agressivas, no ritmo forte e intenso de<br />

suas músicas, e nas imagens grafitadas pelos muros das cidades.<br />

O hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações<br />

artísticas principais: MCing, que é a manifestação <strong>do</strong> mestre-decerimônias,<br />

que anima a festa com suas rimas improvisadas; a instrumentação<br />

sonora <strong>do</strong>s DJs; a dança <strong>do</strong> breaking e a pintura <strong>do</strong> grafite. A<br />

expressão música hip hop não se confunde com o rap, pois este tem estrutura<br />

divergente da música hip hop, apesar <strong>do</strong>s pontos em comum.<br />

No Brasil, o movimento hip hop foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, pelos jovens<br />

negros e pobres de cidades grandes, como São Paulo, Rio de Janeiro,<br />

Brasília, Porto Alegre e Curitiba, como forma de discussão e de protesto


contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão. Como movimento<br />

cultural, o hip hop tem servi<strong>do</strong> como forma de integração social e mesmo<br />

de re-socialização de jovens das periferias, no senti<strong>do</strong> de romper<br />

com a realidade de miséria e exclusão.<br />

(Adapta<strong>do</strong> de http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip-hop).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

1. É possível encontrar semelhanças entre o rap e o hip hop. Complete,<br />

de acor<strong>do</strong> com as informações <strong>do</strong> texto:<br />

ORIGEM: Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, bairros pobres de Nova Iorque.<br />

ÉPOCA DE CRIAÇÃO: Final da década de 60 e início da de 70.<br />

CRIADORES: Jovens de origem negra e espanhola/latina.<br />

PRINCIPAIS INSPIRAçõES: As dificuldades da vida nos bairros pobres<br />

urbanos: as dificuldades motiva<strong>do</strong>s pelo preconceito racial, pela violência,<br />

pela exclusão social etc.<br />

2. Em festas em que se cantam e tocam o rap e o hip hop, alguns participantes<br />

têm funções especiais e são conheci<strong>do</strong>s por nomes em inglês.<br />

Consulte o texto e responda:<br />

a) A sigla MC significa mestre-de-cerimônias. O MC tem a função de<br />

animar a festa, fican<strong>do</strong> responsável pela letra cantada. Ele faz a integração<br />

entre a mixagem e a letra.<br />

b) A sigla DJ significa disc-jockey ou opera<strong>do</strong>r de disco. O DJ tem a função<br />

de cuidar <strong>do</strong>s efeitos sonoros e das mixagens.<br />

3. Mix é uma palavra em inglês que significa ‘mistura’ Aproveite a dica, e<br />

escreva o significa<strong>do</strong> da palavra mixagem, usada no Texto I.<br />

Mixagem é a mistura de sons usa<strong>do</strong>s nas apresentações.<br />

4. Nos textos há várias palavras escritas em inglês, usadas na área musical.<br />

a) Copie <strong>do</strong> texto, algumas dessas palavras: Resposta pessoal.<br />

b) O que você pensa <strong>do</strong> costume de se usarem palavras estrangeiras no<br />

lugar de palavras da Língua Portuguesa? Por que isso acontece?<br />

Resposta pessoal.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

109


Professor: é interessante observar que, devi<strong>do</strong> à origem americana <strong>do</strong><br />

rap e <strong>do</strong> hip hop, a presença de estrangeirismos pode ser explicada aqui.<br />

Outra vertente da discussão pode conduzir: 1. à preocupação com a preservação<br />

<strong>do</strong> idioma e, principalmente, 2. ao entendimento da dinâmica <strong>do</strong>s<br />

processos de empréstimos e trocas, que são naturais entre as línguas.<br />

Texto III<br />

O texto abaixo é parte de uma entrevista com o rapper brasileiro<br />

Marcelo D2, publicada na revista Raça Brasil (nº 88, jul./2005). O músico<br />

foi entrevista<strong>do</strong> por Sandra Almada.<br />

Raça - Como você conheceu o rap?<br />

D2 - Na minha casa to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ia aos bailes<br />

funk, na época <strong>do</strong> funk americano. (...) Era muito<br />

bom. Foi daí que eu tive o primeiro contato<br />

com o rap, que era o funk eletrônico na época.<br />

Foi quan<strong>do</strong> falei: “nossa! É isso que eu quero fazer<br />

na vida”, foi em 86, quan<strong>do</strong> ouvi <strong>do</strong>is discos<br />

– Raising Hell, <strong>do</strong> Run DMC, e Licensed to III, <strong>do</strong><br />

Beastie Boys – que mudaram minha vida.<br />

Raça - O que acha quan<strong>do</strong> dizem que você se afasta <strong>do</strong>s objetivos<br />

políticos <strong>do</strong> hip hop?<br />

D2 - Não há ninguém na música que faça política como eu: ir ao Big-<br />

Brother falar para 110 milhões de pessoas, ao vivo, sobre a legalização<br />

da maconha, falar sobre ódio e amor, sobre um governo que está há<br />

500 anos no poder. Aqui no Brasil existem rappers muito bons. E cada<br />

um tem a sua cara. Só tem um Thaíde, um DJ Hum, um Racionais MCs.<br />

O (Mano) Brown é um <strong>do</strong>s maiores conta<strong>do</strong>res de história <strong>do</strong> Brasil. Não<br />

vou competir com ele, escrever igual a ele.<br />

Raça - E o que diferencia você <strong>do</strong>s demais rappers?<br />

D2 - Eu sou um cara <strong>do</strong> subúrbio <strong>do</strong> Rio. Fã <strong>do</strong> grupo Fun<strong>do</strong> de Quintal,<br />

<strong>do</strong> [bloco] Cacique de Ramos, daquela galera que saiu dali. E não podia<br />

buscar em outro lugar minha inspiração, minha música. A individualidade<br />

no mun<strong>do</strong> é tu<strong>do</strong>. Se você não se destacar da “muvuca”, vai ficar<br />

ali no meio. Eu vi que o samba era uma coisa que eu entendia, que eu<br />

<strong>do</strong>minava e podia me destacar com ele, fazer o meu som. Eu não faço<br />

rap com samba. Eu faço rap. Tem gente que faz rap e “sampleia” jazz.<br />

Eu faço rap e “sampleio” samba.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

110<br />

Pedro Garri<strong>do</strong>


Raça - Como está o rap brasileiro?<br />

D2 - A gente está viven<strong>do</strong> hoje o que o rap americano passou na década<br />

de 80. A chamada “era de ouro”. Tem a procura <strong>do</strong>s bons hits, o<br />

descompromisso de fazer uma música sobre a sua área, com seu olhar,<br />

sem ser acadêmico. Qualquer um pode olhar e mostrar sua visão. Agora,<br />

as pessoas acham que política é você ir lá no parti<strong>do</strong> e se tornar um<br />

candidato. Não. Você pode fazer espalhan<strong>do</strong> amor, falan<strong>do</strong> de economia,<br />

de dívida externa, de tu<strong>do</strong> isso, sem precisar ser rancoroso.<br />

Raça - rap e samba são ritmos negros. Você é o quê?<br />

D2 - Eu sou negro. Mas na minha certidão está escrito par<strong>do</strong>. Aí sou<br />

branco para os pretos e preto para os brancos. Tem até uma letra que<br />

não lancei ainda que fala disso: “nessa briga das raças, eu fico com a<br />

bala perdida”. Mas o que importa é que sou brasileiro, filho da Paulete,<br />

pai <strong>do</strong> Estefan (13 anos), da Lurdes (5 anos), Luca (3 anos) e Maria<br />

Joana ( vai fazer 1 ano). Minha família é de can<strong>do</strong>mblé, ouve samba,<br />

eu faço rap. O Brasil é um país muito mestiço. A gente come no<br />

McDonald’s, depois vai na macumba.<br />

(Disponível em http://racabrasil.uol.com.br/edicoes/88/artigo9182-1.asp?o=r).<br />

COMPREENDENDO SENTIDOS DO TEXTO<br />

1. Marcelo D2 se julga diferente <strong>do</strong>s outros rappers, porque:<br />

( ) gosta muito de jazz.<br />

( ) é mais pareci<strong>do</strong> com Mano Brown.<br />

( x ) busca inspiração no samba.<br />

2. Na segunta pergunta, a entrevista<strong>do</strong>ra de D2 refere-se às críticas que o<br />

músico recebe. Que crítica é feita a Marcelo?<br />

Algumas pessoas criticam Marcelo, porque o acusam de ter se afasta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s objetivos políticos <strong>do</strong> hip hop.<br />

3. O rap e o hip hop são estilos musicais comprometi<strong>do</strong>s com causas sociais<br />

e políticas. Para Marcelo D2, o que é fazer política?<br />

É falar de temas importantes e atuais, como economia, dívida externa,<br />

drogas, <strong>do</strong>minação política, etc. Não significa necessariamente pertencer a<br />

um parti<strong>do</strong> e ser candidato a um cargo eleitoral.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

111


4. Releia uma das afirmações de D2:<br />

“Minha família é de can<strong>do</strong>mblé, ouve samba, eu faço rap. O Brasil é um<br />

país mestiço. A gente come no McDonald’s, depois vai na macumba”.<br />

No dicionário, a palavra mestiço se refere àquele que é “nasci<strong>do</strong> de pais<br />

de raças diferentes”. Consideran<strong>do</strong> essa definição, como pode ser entendida<br />

a afirmação de Marcelo?<br />

O Brasil é um país que sofreu diferentes influências e isso está presente<br />

nas manifestações culturais, religiosas, musicais <strong>do</strong> povo. D2 usa a palavra<br />

mestiço com o senti<strong>do</strong> de ‘ser mistura<strong>do</strong>’, ‘haver mistura’.<br />

5. Uma das afirmações mais interessantes feitas por D2 é:<br />

“Aí sou branco para os pretos e preto para os brancos”.<br />

Com essa reposta D2 quer dizer que: sua cor depende da maneira como<br />

as pessoas o vêem, embora ele se considere negro.<br />

6. Consultan<strong>do</strong> o Texto III, monte o perfil de Marcelo D2:<br />

Filiação: Paulete.<br />

Filhos: Estefan, Lurdes, Luca e Maria Joana.<br />

Raça ou cor: negro (par<strong>do</strong>, na certidão).<br />

Brasileiro, natural de: Rio de Janeiro.<br />

Religião: can<strong>do</strong>mblé.<br />

Profissão: rapper.<br />

Preferências musicais: samba e rap.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

112


1. Em suas respostas na entrevista, Marcelo usou uma linguagem bastante<br />

descontraída. Leia as frases abaixo e tente escrevê-las usan<strong>do</strong> uma linguagem<br />

mais formal, sem alterar muito o senti<strong>do</strong> de cada uma:<br />

a) “Aqui no Brasil existem rappers muito bons. E cada um tem a sua<br />

cara”.<br />

... cada um tem o seu jeito, seu estilo, seu jeito de ser.<br />

b) “Eu sou um cara <strong>do</strong> subúrbio <strong>do</strong> Rio. Fã <strong>do</strong> grupo Fun<strong>do</strong> de Quintal,<br />

<strong>do</strong> [bloco] Cacique de Ramos, daquela galera que saiu dali”.<br />

... sou <strong>do</strong> subúrbio / nasci no subúrbio ... daquele grupo...<br />

c) “A individualidade no mun<strong>do</strong> é tu<strong>do</strong>. Se você não se destacar da muvuca,<br />

vai ficar ali no meio”.<br />

... <strong>do</strong> povo / da multidão ... não vai ser reconheci<strong>do</strong>...<br />

2. No texto, D2 afirma:<br />

“Aqui no Brasil existem rappers muito bons”.<br />

Observe outra forma de dizer a mesma coisa:<br />

Aqui no Brasil há rappers muito bons.<br />

A seguir, compare:<br />

Antigamente, não existiam rappers no Brasil.<br />

Antigamente, não havia rappers no Brasil.<br />

Escreva as frases, substituin<strong>do</strong> o verbo EXISTIR pelo verbo HAVER:<br />

a) Atualmente, existem ótimos músicos no subúrbio.<br />

Atualmente, há ótimos músicos no subúrbio.<br />

b) Antigamente, não existiam soluções para certos problemas das populações<br />

pobres.<br />

Antigamente, não havia soluções para certos problemas das populações<br />

pobres.<br />

c) Atualmente, existem imagens grafitadas nos muros das cidades.<br />

Atualmente, há imagens grafitadas nos muros das cidades.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

113


d) Antigamente, não existiam discos de rap no merca<strong>do</strong>.<br />

Antigamente, não havia discos de rap no merca<strong>do</strong>.<br />

3. Consultan<strong>do</strong> seu colega, complete as conclusões a respeito desses usos<br />

verbais:<br />

a) Em todas as frases, o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> verbo EXISTIR é ____________<br />

(igual ao /diferente <strong>do</strong>) senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> verbo HAVER.<br />

b) O verbo EXISTIR concorda no ______________ (singular/plural) com<br />

seu sujeito no plural.<br />

c) O verbo HAVER permanece no ___________________ (singular/plural),<br />

pois não há sujeito nas frases em que é emprega<strong>do</strong>. Nessas frases, o<br />

verbo HAVER é impessoal.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Professor: oriente seus alunos a fazerem uma pesquisa sobre o gênero<br />

musical de sua preferência, em uma enciclopédia (impressa em papel,<br />

em CD ou na internet).<br />

ROTEIRO PARA ORIENTAÇÃO DOS ALUNOS:<br />

1. pesquisar informações sobre um gênero musical que seja <strong>do</strong> interesse<br />

<strong>do</strong> grupo: samba, pagode, rock, axé ou outros;<br />

2. anotar informações relevantes sobre o gênero. Por exemplo: como<br />

surgiu o estilo musical, em que época foi cria<strong>do</strong>, qual foi seu cria<strong>do</strong>r, que<br />

cantores ou compositores se destacam ou se destacaram nesse gênero,<br />

principais músicas etc.;<br />

3. escrever, em uma folha, um pequeno texto para ser afixa<strong>do</strong> em sala,<br />

para que os alunos da turma possam ler.<br />

OBSERVAÇÃO: O professor pode incentivar os alunos a ilustrarem o trabalho<br />

com fotos, recortes etc.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

114


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

115<br />

4<br />

CRENÇAS<br />

Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />

por diferentes gêneros textuais, que encaminhem o debate para a<br />

reflexão sobre as crenças que orientam o comportamento <strong>do</strong> indivíduo e<br />

o de seu grupo, e que o fazem buscar respostas para seus questionamentos<br />

espirituais e ideológicos. As respostas em laranja, que acompanham<br />

as questões, têm como objetivo, ao mesmo tempo, fornecer ao professor<br />

um auxílio para sua compreensão <strong>do</strong> texto, e dar sugestões de gabarito,<br />

o que não significa que o professor não possa aceitar outras respostas<br />

possíveis de seus alunos.<br />

É importante que o professor fique atento para que as discussões que<br />

compõem os encontros desta oficina não se prendam a um tom catequético<br />

e valorativo de quem tem ou não tem crenças religiosas. O objetivo maior<br />

desses encontros é informar sobre a diversidade de opções religiosas.<br />

ENCONTRO I<br />

O jovem e a espiritualidade<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Em um <strong>do</strong>s encontros anteriores, você leu a letra da canção “Comida”,<br />

cantada pela banda Titãs. Nessa letra, duas perguntas se repetem com<br />

insistência:<br />

“Você tem fome de quê?” “Você tem sede de quê?”<br />

Como discutimos anteriormente, as respostas às perguntas acima não<br />

apontam apenas para coisas materiais: ‘ter fome de alimentos’ e ‘ter sede<br />

de água’, por exemplo. As pessoas também podem ter fome e sede de algo<br />

mais que dê senti<strong>do</strong> às suas vidas. É sobre esse desejo de espiritualidade<br />

que vamos refletir neste encontro.


Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você tem alguma religião? Foi educa<strong>do</strong> em uma família religiosa ou<br />

não?<br />

Você acha que ter uma religião é importante para a vida das pessoas?<br />

Por quê?<br />

O que é a fé para você?<br />

Você concorda com a afirmação de que o ser humano para ser completo<br />

precisa acreditar na existência de um deus?<br />

Converse com seu colega a respeito dessa questão.<br />

LENDO O TEXTO<br />

O texto abaixo é um fragmento adapta<strong>do</strong> da reportagem publicada na<br />

Gazeta On-line, em 18/09/2008. Leia-o para conhecer os resulta<strong>do</strong>s de<br />

uma pesquisa recente sobre a religiosidade <strong>do</strong>s jovens brasileiros.<br />

95% <strong>do</strong>s jovens brasileiros são religiosos, diz pesquisa<br />

Daniela Carla/<br />

Vilmara Fernandes<br />

Um estu<strong>do</strong> feito por uma fundação alemã (Bertelsmann Stiftung), em<br />

21 países, mostra que o jovem brasileiro é mais espiritualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> que<br />

muita gente imagina. Cerca de 95% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, com idade entre<br />

18 e 29 anos, disseram que são religiosos e 91% afirmaram acreditar<br />

em Deus. O resulta<strong>do</strong> coloca os brasileiros em terceiro lugar no ranking<br />

mundial entre os que possuem algum tipo de fé.<br />

Mais de 90% acreditam em vida após a morte e outros 74% disseram<br />

orar pelo menos uma vez ao dia. O resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> surpreendente estu<strong>do</strong><br />

chama<strong>do</strong> “Monitor da Religião” mostra que a devoção entre os mais<br />

novos está tão em alta quanto entre os mais velhos, uma vez que, com<br />

60 anos ou mais, o índice de religiosidade é de 96%.<br />

A pesquisa mostrou ainda que 37% <strong>do</strong>s jovens se consideram muito<br />

religiosos e 35% moderadamente religiosos. Foram ouvidas 21 mil pessoas<br />

e a fé <strong>do</strong>s brasileiros só perdeu para os nasci<strong>do</strong>s na Nigéria e na<br />

Guatemala, onde os índices <strong>do</strong>s que disseram ter alguma religiosidade<br />

foram de 100% e 97%, respectivamente (...).<br />

Reencarnação – A universitária Janaína Rodrigues, 27 anos, é um<br />

exemplo de jovem aberta a crenças de linhas bem diferentes. “Sou<br />

católica desde que nasci, acredito em Deus e em Nossa Senhora, mas<br />

também em reencarnação. Muito <strong>do</strong> que o Kardecismo anuncia faz<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

116


senti<strong>do</strong>. Também acredito em horóscopo, porque as previsões sempre<br />

se encaixam nas coisas que acontecem comigo”.<br />

Para o teólogo e professor de Filosofia da Faesa – ES, Vitor Nunes<br />

Rosa, esse tipo de comportamento é cada vez mais comum e não torna<br />

a religiosidade <strong>do</strong>s jovens menor. “A maioria das pessoas não distingue<br />

o que caracteriza uma religião. Buscam o que lhes dá conforto, não<br />

importa onde. O ponto comum é dizer que acreditam em Deus. Depois<br />

buscam em diversos cre<strong>do</strong>s o que avaliam ser melhor”, destaca.<br />

Juventude até no mo<strong>do</strong> de viver a fé – Dogmas, rituais, valores<br />

morais, regras mais severas. Nada disso é leva<strong>do</strong> em conta quan<strong>do</strong> o<br />

jovem busca sua religiosidade. O que fala mais alto é a sua devoção e a<br />

forma que ele encontra de expressá-la. “Uma escolha é feita e o jovem,<br />

quan<strong>do</strong> desperta<strong>do</strong> para ela, passa a compreender a importância de se<br />

viver dentro de certos princípios”, observa Abílio Rodrigues, presidente<br />

da Associação de Pastores Evangélicos de Vitória (...).<br />

Senti<strong>do</strong> à vida – É uma atitude típica da idade, lembra a pastora da<br />

Igreja Batista da Restauração, Sandra Rodrigues, uma fase em que a<br />

busca por um senti<strong>do</strong> para a vida é grande, em que se deseja ter uma<br />

forma de viver mais definida, mas em que ainda há muitos conflitos, alguns<br />

até mesmo familiares. “É neste momento que entram a orientação<br />

religiosa, os aconselhamentos, para mostrar ao jovem que é possível<br />

exercer sua religiosidade, que é possível ser feliz, quan<strong>do</strong> você encontrou<br />

o que muitos ainda buscam”, acrescenta a pastora.<br />

(Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/index.php?id=/<br />

local/a_gazeta/materia.php&cd_matia=471450).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Logo abaixo <strong>do</strong> título <strong>do</strong> texto, aparecem nomes de duas pessoas. De<br />

quem são esses nomes?<br />

Os nomes são das jornalistas responsáveis pela reportagem da Gazeta<br />

On-line.<br />

2. Complete os quadros buscan<strong>do</strong> informações no 1º, 2º e 3º parágrafos<br />

<strong>do</strong> texto:<br />

Para facilitar a execução da Atividade 2, sugere-se que o professor<br />

releia, em voz alta, os parágrafos destaca<strong>do</strong>s, enquanto os alunos acompanham<br />

a leitura, consultan<strong>do</strong> o texto e completan<strong>do</strong> o quadro. A atividade<br />

também pode ser realizada coletivamente: quan<strong>do</strong> encontrar uma<br />

resposta, o aluno levanta a mão e o professor escolhe um <strong>do</strong>s alunos<br />

para falar. Caso a resposta esteja correta, to<strong>do</strong>s preenchem o quadro.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

117


Em caso de erro, outro aluno pode ser chama<strong>do</strong> a colaborar ou volta-se<br />

ao texto, para nova consulta.<br />

quadro 1 – A respeito da pesquisa<br />

Nome da pesquisa: Monitor da Religião<br />

Responsável pela pesquisa: Fundação Bertelsmann Stiftung (uma<br />

fundação alemã)<br />

Objetivo da pesquisa: investigar a religiosidade e a fé das pessoas<br />

Nº de países pesquisa<strong>do</strong>s: 21 países<br />

Nº de pessoas ouvidas: 21 mil pessoas<br />

Países que mais se destacaram em religiosidade: Nigéria e Guatemala<br />

Posição <strong>do</strong> Brasil: 3º lugar entre os mais religiosos<br />

quadro 2 – Em relação aos jovens brasileiros de 18 a 29 anos<br />

95% <strong>do</strong>s jovens são religiosos.<br />

91% afirmam que acreditam em Deus.<br />

Mais de 90% <strong>do</strong>s jovens acreditam em vida após a morte.<br />

74% afirmam que rezam pelo menos uma vez por dia.<br />

3. No texto, a comparação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s abaixo foi considerada surpreendente.<br />

Observe:<br />

96% das pessoas de 60 anos ou mais são religiosas.<br />

95% <strong>do</strong>s jovens de 18 a 29 anos são religiosos.<br />

Também para você, esses resulta<strong>do</strong>s são surpreendentes? Por quê?<br />

Resposta pessoal. No entanto, o professor pode lembrar que, como as<br />

pessoas mais velhas, geralmente, são mais conserva<strong>do</strong>ras e mais religiosas,<br />

era de se esperar que a porcentagem <strong>do</strong> grupo fosse bem mais alta <strong>do</strong><br />

que a porcentagem <strong>do</strong>s jovens. Contrarian<strong>do</strong> as expectativas, a pesquisa<br />

prova que os números são praticamente os mesmos entre os <strong>do</strong>is grupos.<br />

4. Além <strong>do</strong> título principal, o texto apresenta, antes de alguns parágrafos,<br />

outros títulos, que também podem ser chama<strong>do</strong>s de subtítulos. Por que as<br />

autoras incluíram esses subtítulos no texto da reportagem?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

118


Para facilitar a leitura. Os subtítulos dividem o texto em pequenos blocos de<br />

informação, de acor<strong>do</strong> com o assunto trata<strong>do</strong>. Como há muitos da<strong>do</strong>s numéricos,<br />

a divisão <strong>do</strong> texto em blocos pretende evitar que o leitor se confunda.<br />

5. A universitária Janaína Rodrigues é apresentada no texto como “um<br />

exemplo de jovem aberta a crenças de linhas bem diferentes”. Copie da<br />

reportagem um trecho que comprove essa afirmação.<br />

“Sou católica... acredito em Deus e em Nossa Senhora, mas também em<br />

reencarnação... acredito em horóscopo...”.<br />

6. De acor<strong>do</strong> com o professor Vitor Rosa, como pode ser explica<strong>do</strong> o comportamento<br />

de Janaína?<br />

O professor Vitor explica que muitas pessoas não sabem o que caracteriza<br />

uma religião. Elas dizem acreditar em Deus e procuram o que é melhor<br />

para elas em diversas religiões ou crenças.<br />

7. Leia as frases <strong>do</strong> texto onde se encontram as palavras <strong>do</strong>gma e devoção.<br />

Procure no dicionário o significa<strong>do</strong> dessas palavras.<br />

Copie em seu caderno apenas o significa<strong>do</strong> que tem relação com o<br />

senti<strong>do</strong> das palavras nas frases.<br />

Professor: uma forma de variar a execução desta atividade é pedir a<br />

<strong>do</strong>is alunos que leiam as frases: um aluno lê a frase em que aparece <strong>do</strong>gma<br />

e outro, a frase em que aparece devoção. A seguir, a classe procura<br />

o significa<strong>do</strong> das palavras no dicionário. O aluno que encontrar, lê alto o<br />

verbete e, junto com a turma, verifica se corresponde ao senti<strong>do</strong> da palavra<br />

no texto. Só então é feita a cópia <strong>do</strong> significa<strong>do</strong>.<br />

8. Segun<strong>do</strong> a Pastora Sandra Rodrigues, a época da juventude é a idade<br />

certa para a orientação religiosa. De acor<strong>do</strong> com ela, qual é a importância<br />

da orientação religiosa?<br />

A orientação religiosa pode ajudar o jovem a definir a forma como deseja<br />

viver, mostran<strong>do</strong> a ele que é possível ser feliz, quan<strong>do</strong> se encontra um<br />

senti<strong>do</strong> para a vida.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

119


gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

Leia :<br />

“O resulta<strong>do</strong> coloca os brasileiros em terceiro lugar no ranking<br />

mundial...”<br />

No exemplo acima, a palavra em destaque é um estrangeirismo.<br />

Estrangeirismo é uma palavra ou expressão de outras línguas empregada<br />

na língua portuguesa. O estrangeirismo pode ter uma grafia<br />

aportuguesada ou pode ser escrito na própria língua estrangeira.<br />

1. Toman<strong>do</strong> a definição de estrangeirismo, complete o quadro abaixo:<br />

Estrangeirismo O que a palavra significa em português<br />

ranking quadro de classificação<br />

self-service restaurante em que o próprio cliente se serve<br />

rock e rap estilos musicais<br />

2. Abaixo estão três regras sobre como devemos grafar palavras estrangeiras,<br />

não aportuguesadas, em nossa língua. Marque com um X a regra<br />

que foi usada no texto.<br />

( ) Palavras estrangeiras, que não foram aportuguesadas, e não são<br />

usadas com freqüência devem ser escritas entre aspas.<br />

( ) Palavras estrangeiras, que não foram aportuguesadas, e não são<br />

usadas com freqüência devem ser sublinhadas.<br />

( x ) Palavras estrangeiras, que não foram aportuguesadas, e não são<br />

usadas com freqüência devem ser escritas em itálico.<br />

3. Alguns estrangeirismos já foram assimila<strong>do</strong>s e aportuguesa<strong>do</strong>s. Veja o<br />

quadro a seguir e complete:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

120


Estrangeirismo Origem da palavra<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

121<br />

Palavra estrangeira<br />

aportuguesada<br />

football inglês futebol<br />

ballet francês balé<br />

bijouterie francês bijuteria<br />

bouquet francês buquê<br />

camelot francês camelô<br />

chic francês chique<br />

lasagna italiano lasanha<br />

4. Leia a frase retirada <strong>do</strong> texto:<br />

“A maioria das pessoas não distingue o que caracteriza uma religião”.<br />

Na frase, o verbo “distinguir” está no singular, porque concorda com a<br />

palavra maioria. Nesse caso, a intenção é destacar a idéia de conjunto das<br />

pessoas, o to<strong>do</strong>.<br />

Outra forma de escrever essa frase é:<br />

A maioria das pessoas não distinguem o que caracteriza uma religião.<br />

Na frase, o verbo “distinguir” está no plural, porque concorda com a<br />

palavra pessoas. Nesse caso, a intenção é destacar a idéia de vários elementos<br />

que formam o conjunto.<br />

O sujeito das frases em destaque é a maioria das pessoas. Conheça<br />

outros exemplos de expressões parecidas:<br />

parte de... , uma porção de..., metade de..., o resto de..., a minoria<br />

de...<br />

5. Complete a conclusão abaixo:<br />

Em Português, quan<strong>do</strong> o sujeito da frase é constituí<strong>do</strong> pelas expressões<br />

acima, o verbo pode ir para o singular ou para o plural. Quan<strong>do</strong> se<br />

usa o singular, queremos destacar a idéia de conjunto. Quan<strong>do</strong> se usa<br />

o plural, destacamos os vários elementos que formam o conjunto.


6. Complete as frases, fazen<strong>do</strong> a concordância <strong>do</strong> verbo com o sujeito, no<br />

singular ou no plural:<br />

a) Grande parte <strong>do</strong>s jovens brasileiros acredita em Deus. (ACREDITAR/<br />

destacar o conjunto <strong>do</strong>s jovens).<br />

b) A maioria das pessoas buscam uma religião que lhes dê conforto.<br />

(BUSCAR/ destacar os elementos <strong>do</strong> conjunto de pessoas).<br />

c) 74% <strong>do</strong>s jovens rezam pelo menos uma vez ao dia; o resto deles não<br />

reza. (REZAR/destacar o conjunto <strong>do</strong>s jovens).<br />

d) Uma porção <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s têm uma vida mais espiritualizada.<br />

(TER/ destacar os elementos <strong>do</strong> conjunto <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s).<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

A produção de texto será transferida para o Encontro II, uma vez que as<br />

atividades realizadas nesses encontros são <strong>complementares</strong>.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

122


ENCONTRO II<br />

Uma igreja para cada tribo<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

O ser humano está em constante procura pela felicidade. Quer seja por<br />

meio de sua realização pessoal no trabalho, no entrosamento com a família<br />

e com amigos, quer seja por intermédio de formas de lazer. Dentre essas<br />

buscas de bem-estar e felicidade, está também a busca pela espiritualidade,<br />

pela religião, pelo autoconhecimento. Muitas pessoas, fugin<strong>do</strong> da falta<br />

de tranqüilidade e da solidão da vida moderna, buscam na religião uma<br />

forma de preencherem esses vazios.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões, sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você considera importante esse tipo de busca para uma pessoa ser<br />

feliz?<br />

Você segue uma religião?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Abaixo estão três ilustrações usadas em uma reportagem retirada da<br />

revista Veja Jovens, edição especial de julho de 2003, publicada na seção<br />

Religião (Disponível em http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/<br />

p_028.html).<br />

Claudio Rossi<br />

Texto I<br />

Religião – Garotos de fé<br />

Os jovens estão mais místicos, mas definem sua religiosidade com liberdade<br />

e sincretismo<br />

José Daniel Violante Filho, 17, de São Paulo<br />

Budista<br />

O estudante paulista visitou pela primeira vez o centro<br />

budista Buddha’s Light há um ano, com os amigos. “Fui<br />

por curiosidade”, diz. Lá, praticou meditação, gostou e se tornou freqüenta<strong>do</strong>r.<br />

Ele mora na Zona Sul de São Paulo com os avós, que são católicos. “Eles<br />

vão à missa, mas eu não me identifico com a fé católica”, comenta ele.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

123


Cacau Mangabeira<br />

Nélio Rodrigues<br />

William Silva, 18, de Itacaré, Bahia<br />

Evangélico<br />

Nasci<strong>do</strong> numa família de católicos praticantes,<br />

William tornou-se evangélico há seis anos. Sua igreja,<br />

a “Bola de Neve”, é freqüentada, sobretu<strong>do</strong>, por jovens. Surfista desde<br />

criança, ele sempre reza antes de entrar no mar e pegar onda. Muitos<br />

de seus amigos usam drogas. “Eu não uso, porque Deus não gosta dessas<br />

coisas”, diz. “Vivo aconselhan<strong>do</strong> meus amigos e às vezes consigo<br />

convencer alguns deles a largar o vício”.<br />

Joyce de Souza Cunha Melo, 18, de BH<br />

Católica<br />

A estudante mineira vai à missa uma vez por semana<br />

e é devota de São Josemaría Escrivá, funda<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> Opus Dei. Acredita em milagres e já fez promessas,<br />

uma delas para passar no vestibular. Ela cursa o<br />

1º ano de administração na Universidade Federal de<br />

Minas Gerais. Nem sempre foi assim. “Quan<strong>do</strong> eu era<br />

mais nova, era superesotérica, acreditava em horóscopo”, diz.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

1. No título e no subtítulo da reportagem, três palavras se aproximam pelo<br />

senti<strong>do</strong>. Quais?<br />

Fé, místicos e religiosidade.<br />

2. Consideran<strong>do</strong> as ilustrações usadas na reportagem, que trata sobre religiosidade<br />

entre os jovens, responda:<br />

a) O que as ilustrações têm em comum?<br />

As três ilustrações trazem jovens, os três jovens estão em situações que<br />

envolvem um tipo de experiência religiosa: o primeiro e o segun<strong>do</strong> rapaz<br />

estão em posição de meditação, e a jovem está próxima de um oratório,<br />

onde há um crucifixo, santos e uma Bíblia.<br />

3. É comum reportagens trazerem depoimentos que são destaca<strong>do</strong>s na página,<br />

mas que não fazem parte <strong>do</strong> corpo da reportagem. Para que servem<br />

esses depoimentos?<br />

Os depoimentos são usa<strong>do</strong>s para dar mais credibilidade às informações<br />

e fazem a reportagem ficar mais interessante.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

124


4. Acima de cada foto, há um nome próprio: Cláudio Rossi, Cacau Mangabeira<br />

e Nélio Rodrigues. Quem são essas pessoas?<br />

É o que chamamos de “crédito”. São os nomes <strong>do</strong>s fotógrafos que tiraram<br />

as fotos usadas pela revista.<br />

5. Três religiões são citadas nas ilustrações. Quais?<br />

Budista, evangélica e católica.<br />

6. Cada jovem acima tem seus ritos e crenças. Marque B (budista), E (esotérico)<br />

ou C (católico):<br />

( C ) missa<br />

( C ) promessas<br />

( B ) prática de meditação<br />

( E ) crença em horóscopos<br />

Texto II<br />

O texto a seguir é uma adaptação da reportagem retirada de http://<br />

publique.rdc.puc-rio.br/clipping/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1933<br />

2&sid=62&tpl=printerview.<br />

Domingo, 16 de Novembro de 2008.<br />

À sua maneira, jovens cultivam fé<br />

Especialistas apontam facilidade de migração e de mistura de crenças<br />

Tiago Queiroz/AE<br />

Há seis anos, Valentim, de 20 anos, cria<strong>do</strong> em<br />

família católica, é budista. São da mesma época<br />

os primeiros passos de Fany, de 27, no xamanismo<br />

e nos rituais <strong>do</strong> Santo Daime. Seu namora<strong>do</strong>,<br />

Gabriel, de 20, também segue as duas religiões,<br />

além de ser adepto <strong>do</strong> rastafarianismo. Wellington,<br />

de 21 anos, passou a freqüentar a igreja<br />

evangélica “Bola de Neve” há <strong>do</strong>is anos, após ser<br />

convenci<strong>do</strong> por um vizinho.<br />

Compromisso – Valentim Con-<br />

Esses jovens podem divergir quanto a cren-<br />

de, de 20 anos, prepara-se<br />

para cursar a Universidade Liça, mas estão uni<strong>do</strong>s por viverem a fé em seu<br />

vre de Budismo no Templo Zu<br />

cotidiano. Vejamos a história da relação desses<br />

Lai, em Cotia (SP).<br />

jovens com a religião.<br />

Valentim Conde Fernandes, 20 anos, tinha tu<strong>do</strong> para ser católico. A<br />

avó o levou para a igreja, a mãe freqüentava grupos de oração. Porém,<br />

Tiago Queiroz/AE<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

125


aos 14 anos, o jovem começou a se interessar pelo budismo. O interesse<br />

cresceu a ponto de se tornar voluntário no Templo Zu Lai, em Cotia, na<br />

grande São Paulo.(...) Seu objetivo: ingressar na Universidade Livre Budista<br />

e depois continuar seus estu<strong>do</strong>s em Taiwan para se tornar monge.<br />

“O budismo foi fundamental para eu me entender melhor e para que eu<br />

não fosse mais uma pessoa mentin<strong>do</strong> para si mesma”, diz ele.<br />

Pouco tradicional é uma definição para as crenças <strong>do</strong> casal de namora<strong>do</strong>s<br />

Fany Carolina de Castro Matriccioni, de 27 anos, e o namora<strong>do</strong><br />

Gabriel Santana, de 21. Fany além de seguir o xamanismo – religião<br />

que une os conhecimentos ancestrais de povos indígenas e representações<br />

de seres míticos e animais – também freqüenta sessões <strong>do</strong> Santo<br />

Daime, seita que ficou conhecida pelo uso da ayahuasca, planta nativa<br />

da região amazônica.<br />

Gabriel compartilha das duas crenças, mas também é segui<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

rastafári – a mesma religião de Bob Marley (1945-1981). Entre seus<br />

preceitos estão o vegetarianismo e a proibição de cortar o cabelo, trança<strong>do</strong><br />

em forma de dreadlocks. Para os “rastas”, o uso da maconha é<br />

sagra<strong>do</strong>. “A maconha é usada como consagração. O que é banal para<br />

uns é sagra<strong>do</strong> para outros”, explica Gabriel.<br />

O motoboy Wellington Silva de<br />

Oliveira Sanchez, de 21 anos, passou<br />

a freqüentar a igreja evangélica<br />

“Bola de Neve”, conhecida por reunir<br />

entre seus fiéis um número grande<br />

de jovens e surfistas, depois que<br />

um vizinho fez comentários sobre os<br />

cultos. “Ele falava que encontrava forças lá, que saía diferente depois<br />

<strong>do</strong> culto”, conta. “Fiquei curioso, pensei que, se fosse tão bom assim, eu<br />

também queria isso”, diz. Desde a primeira visita, já se passaram <strong>do</strong>is<br />

anos – a igreja existe há cerca de dez. “Vou toda semana, depois que<br />

largo o trabalho. Conheci minha namorada lá também”.<br />

A trajetória <strong>do</strong>s quatro jovens relatada acima contraria o senso comum<br />

que atribui a essa fase da vida uma postura individualista e pouco<br />

interessada em qualquer forma de religiosidade. Pesquisas para traçar<br />

o perfil <strong>do</strong> jovem, diante de assuntos como religião e política, foram realizadas<br />

com mais de 8 mil jovens em sete regiões metropolitanas (Belém,<br />

Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salva<strong>do</strong>r e São<br />

Paulo). O resulta<strong>do</strong> foi o seguinte: na população jovem, a participação<br />

em grupos é vivida por 28,1%, a maior parte pertencentes às classes<br />

A e B. A religião é o principal motivo que os une (42,5%), seguida por<br />

atividades esportivas (32,5%) e artísticas (26,9%).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

126<br />

Mistura – Fany e Gabriel:<br />

xamanisno, Santo<br />

Daime e rastafarismo.<br />

Neopentecostal – Culto<br />

durante a semana na<br />

igreja “Bola de Neve”.


A forma como os jovens vivem a religiosidade, no entanto, chama a<br />

atenção. “Essa é uma geração que experimenta mais, entra e sai das<br />

religiões com facilidade”, diz a antropóloga e pesquisa<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Ibase,<br />

Regina Novaes. “Muitas vezes, a procura leva a uma mistura de crenças,<br />

pois eles se sentem mais livres para procurar um lugar em que se<br />

sintam bem”.<br />

Classe social<br />

Apesar da liberdade para definir sua fé, a classe social ainda é um fator<br />

importante na escolha e na forma como os jovens encaram as religiões.<br />

Enquanto os de classe mais baixa estão mais propensos a seguir as<br />

igrejas pentecostais, os jovens das classes média e alta parecem mais<br />

livres e interessa<strong>do</strong>s em crenças pouco orto<strong>do</strong>xas para os padrões <strong>do</strong><br />

brasileiro. “São os crentes sem religião, ou os agnósticos, como muitos<br />

se definem. Levam mais em conta a fé e a espiritualidade <strong>do</strong> que as instituições<br />

religiosas. Entre jovens com maior acesso à educação e a bens<br />

culturais, esse perfil aparece com maior freqüência”, diz Ribeiro.<br />

(...) Seguin<strong>do</strong> a tendência da população em geral, o jovem das periferias<br />

das grandes cidades tende a trocar o catolicismo pelas igrejas<br />

evangélicas. As igrejas evangélicas neopentecostais estão atrain<strong>do</strong> os<br />

jovens da periferia, onde há falhas na oferta de serviços por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

e aonde a Igreja Católica não chega. Além disso, a moral rígida das<br />

evangélicas neopentecostais e pentecostais, como Assembléia de Deus,<br />

acaba sen<strong>do</strong> um porto seguro para as pessoas que se sentem inseguras<br />

em meio à falta de infra-estrutura e acesso a bens das periferias.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA OS TEXTOS<br />

1. As informações na reportagem podem ser divididas em seis partes.<br />

Identifique os parágrafos que formam cada uma das partes.<br />

a) Apresenta, de um mo<strong>do</strong> geral, os jovens que serão cita<strong>do</strong>s na reportagem<br />

e o assunto: 1º e 2º parágrafos.<br />

b) Relata a crença <strong>do</strong> jovem budista Valentim: 3º parágrafo.<br />

c) Relata as crenças <strong>do</strong> casal Carolina e Gabriel: 4º e 5º parágrafos.<br />

d) Relata as crenças <strong>do</strong> motoboy Wellington: 6º parágrafo.<br />

e) Comenta o comportamento <strong>do</strong>s quatro jovens e apresenta uma pesquisa<br />

sobre jovem e religião: 7º e 8º parágrafos.<br />

f) Comenta a influência da classe social sobre a escolha da religião <strong>do</strong>s<br />

jovens: 9º e 10º parágrafos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

127


2. Identifique os autores <strong>do</strong>s depoimentos retira<strong>do</strong>s da reportagem:<br />

a) “O budismo foi fundamental para eu me entender melhor e para que<br />

eu não fosse mais uma pessoa mentin<strong>do</strong> para si mesma”. (Valentim)<br />

b) “O que é banal para uns é sagra<strong>do</strong> para outros”. (Gabriel)<br />

c) “Vou toda semana, depois que largo o trabalho. Conheci minha namorada<br />

lá também”. (Wellington)<br />

3. Fany Carolina é segui<strong>do</strong>ra de uma religião chamada xamanismo. Retire<br />

da reportagem a explicação sobre essa religião.<br />

Xamanismo – religião que une os conhecimentos ancestrais de povos<br />

indígenas e representações de seres míticos e animais.<br />

4. Sobre as crenças <strong>do</strong> casal Gabriel e Fanny, o repórter comenta: “Pouco<br />

tradicional é uma definição para as crenças <strong>do</strong> casal de namora<strong>do</strong>s Fany<br />

Carolina de Castro Matriccioni...”.<br />

a) O que o repórter quis dizer com isso?<br />

O repórter quis dizer que as crenças <strong>do</strong> casal saem <strong>do</strong> padrão de religião<br />

normalmente escolhi<strong>do</strong> pelas pessoas.<br />

5. Releia o texto a partir <strong>do</strong> 7º parágrafo. A pesquisa <strong>do</strong>s estudiosos sobre<br />

jovens e religiosidade chegou a três conclusões. Complete:<br />

Para facilitar a execução da atividade, sugere-se que o professor releia,<br />

em voz alta, os parágrafos, enquanto os alunos acompanham a leitura,<br />

consultan<strong>do</strong> o texto e completan<strong>do</strong> os itens. A atividade também pode ser<br />

realizada coletivamente: quan<strong>do</strong> encontrar uma resposta, o aluno levanta<br />

a mão e o professor escolhe um <strong>do</strong>s alunos para falar. Caso a resposta esteja<br />

correta, to<strong>do</strong>s preenchem o item. Em caso de erro, outro aluno pode<br />

ser chama<strong>do</strong> a colaborar ou volta-se ao texto, para nova consulta.<br />

a) Sobre o principal motivo que une os jovens: a religião é o principal<br />

motivo que une os jovens (42,5%).<br />

b) Sobre a mudança de religião: os jovens não se fixam numa única<br />

religião; eles se sentem mais livres para procurar uma religião em que se<br />

sintam bem.<br />

c) Sobre a classe social e a escolha da religião: os jovens de classe mais<br />

baixa estão mais propensos a seguir as igrejas evangélicas pentecostais;<br />

os jovens das classes média e alta parecem mais livres e se interessam por<br />

crenças pouco tradicionais para os padrões <strong>do</strong> brasileiro.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

128


6. Releia o último parágrafo e complete: Os jovens da periferia das grandes<br />

cidades buscam as religiões evangélicas por <strong>do</strong>is motivos:<br />

Motivo 1: a igreja católica, muitas vezes, não chega até à periferia, deixan<strong>do</strong><br />

o espaço livre para as igreja evangélicas.<br />

Motivo 2: as igrejas evangélicas têm valores morais mais rígi<strong>do</strong>s e isso<br />

dá mais segurança às pessoas que vivem na periferia, onde não há infraestrutura<br />

e há muita violência.<br />

REFLETINDO SOBRE USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

1. No texto são usadas as palavras:<br />

xamanismo, budismo, rastafarianismo, catolicismo<br />

Essas palavras são derivadas, pois elas se formam de outras palavras,<br />

com o acréscimo de um sufixo.<br />

Sufixo é o elemento que se junta ao final da palavra primitiva para<br />

formar uma palavra derivada.<br />

Responda:<br />

a) Qual sufixo se repete em todas as palavras destacadas? O sufixo<br />

“ismo”.<br />

b) Nos casos acima, o sufixo “ismo”, que se junta às palavras traz a<br />

idéia de:<br />

( ) <strong>do</strong>utrina política;<br />

( x ) <strong>do</strong>utrina religiosa.<br />

c) Que palavras primitivas deram origem às palavras:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

129


Palavras primitivas Palavras derivadas com o sufixo: - ismo<br />

2. Leia:<br />

Xaman xamanismo<br />

Buda budismo<br />

Rastafári rastafarianismo<br />

Católico rastafarianismo<br />

Protestante protestantismo<br />

Espírita espiritismo<br />

Esotérico esoterismo<br />

Cristão cristianismo<br />

Ateu ateismo<br />

“As igrejas evangélicas neopentecostais estão atrain<strong>do</strong> os jovens da<br />

periferia...”.<br />

A palavra “neopentecostais” é uma palavra derivada. Veja como ela foi<br />

formada:<br />

neo + petencostais = neopentecostais<br />

novo, moderno (expressão de origem grega)<br />

a) Consideran<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong> da expressão neo-, o que significa neopentecostal?<br />

Nome da<strong>do</strong> a religiões que, embora tenham características semelhantes<br />

às da religião pentecostal surgiram depois dela e têm características<br />

próprias.<br />

3. Observe o uso <strong>do</strong> pronome pessoal “eu” na frase abaixo:<br />

“O budismo foi fundamental para eu me entender melhor ...”.<br />

“Na religião Bola de Neve, encontro forças para eu vencer as tentações<br />

<strong>do</strong> dia-a-dia”.<br />

E compare-o com o uso <strong>do</strong> pronome pessoal “mim”:<br />

O budismo foi fundamental para mim.<br />

Poder participar da igreja evangélica foi uma alegria para mim.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

130


a) Anote o resulta<strong>do</strong> de sua observação sobre os pronomes nas frases<br />

destacadas acima:<br />

O pronome pessoal “eu” vem antes <strong>do</strong> verbo. O pronome pessoal “mim”<br />

vem depois <strong>do</strong> verbo.<br />

O pronome pessoal “eu” não vem em final de frase. O pronome pessoal<br />

“mim” pode vir no final de frase.<br />

O pronome pessoal “eu” vem segui<strong>do</strong> de verbo no infinitivo. O pronome<br />

pessoal “mim” não vem segui<strong>do</strong> de verbo no infinitivo.<br />

4. Complete as frases usan<strong>do</strong> “para eu” ou “para mim”:<br />

a) Você entregaria essa encomenda para mim?<br />

b) Empreste-me esse caderno para eu estudar?<br />

c) A professora pediu para eu fazer a chamada <strong>do</strong>s alunos.<br />

d) O garçom reservou aquela mesa para mim.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Comentan<strong>do</strong> a pesquisa “Monitor da Religião” (veja Encontro I), Edebrande<br />

Cavalieri, <strong>do</strong>utor em Ciências da Religião, pergunta:<br />

“Outro da<strong>do</strong> que merece destaque na pesquisa é o fato de que quase<br />

a metade <strong>do</strong>s jovens <strong>do</strong>s países europeus presentes na pesquisa está na<br />

faixa <strong>do</strong>s ‘sem religião’. O desenvolvimento econômico e o progresso são<br />

os responsáveis por isso?”.<br />

Convide um colega para discutir a seguinte questão:<br />

Você acha que as pessoas são mais religiosas nos países pobres? Por<br />

quê?<br />

Pesquisem alguns da<strong>do</strong>s sobre o assunto e escrevam um pequeno texto,<br />

expon<strong>do</strong> a opinião da dupla. Para organizar a resposta, vocês podem usar<br />

informações que leram neste encontro.<br />

Professor: esta atividade tem como objetivo levar o aluno a estabelecer<br />

relações entre textos. É importante que os alunos pesquisem alguns da<strong>do</strong>s<br />

sobre o assunto, em revistas, jornais ou na internet. Eles também poderão<br />

fazer a pergunta a colegas e amigos, anotan<strong>do</strong> algumas respostas.<br />

Incentive-os neste trabalho, propician<strong>do</strong> também momentos de discussão<br />

em sala de aula.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

131


ENCONTRO III<br />

Sincretismo religioso I<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Nos últimos encontros temos discuti<strong>do</strong> a respeito de diferentes crenças<br />

religiosas. Vimos que a religião é uma forma de as pessoas encontrarem<br />

um tipo de conforto para suas vidas. O texto a seguir vai tratar de <strong>do</strong>is<br />

temas que completam a discussão que vimos ten<strong>do</strong>: as religiões afrobrasileiras<br />

e o ateísmo.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos. Para fomentar<br />

as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você sabe como as religiões africanas chegaram ao Brasil?<br />

Você já teve experiências com religiões afro-brasileiras?<br />

Quem acredita em um deus é mais feliz?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

Antes de iniciar a leitura, o professor deve apresentar aos alunos o tipo<br />

de texto: um texto expositivo, de natureza didática, cujo objetivo é dar<br />

explicações, informações ao leitor sobre um determina<strong>do</strong> assunto, de forma<br />

clara e objetiva. Deve também chamar a atenção <strong>do</strong>s alunos para as<br />

estratégias usadas para atender a esse objetivo. O autor usou: ilustração,<br />

antecipou a informação (1º parágrafo e o texto em itálico escrito ao la<strong>do</strong><br />

da foto), dividiu o texto em duas partes, que concentram, cada uma, as<br />

informações mais importantes.<br />

O texto a seguir foi adapta<strong>do</strong> <strong>do</strong> site: http://www.brasilescola.com/religiao/ateismo.htm.<br />

Esse site apresenta informações sobre diferentes tipos<br />

de religião.<br />

Religiões afro-brasileiras<br />

Os negros que foram trazi<strong>do</strong>s como escravos para o Brasil agarraram-se<br />

especialmente a suas tradições religiosas, como único meio de<br />

conservar sua identidade ameaçada pela opressão <strong>do</strong> poder <strong>do</strong>minante.<br />

Mas essas formas de religiosidade entraram em contato com outras manifestações<br />

da cultura <strong>do</strong> país: a religião católica, vivida especialmente<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

132


em suas formas mais populares, como a devoção aos santos, e, em<br />

certas regiões <strong>do</strong> país, o espiritismo de Allan Kardec. Surgiram assim<br />

a Umbanda e o Can<strong>do</strong>mblé, as duas mais importantes expressões das<br />

religiões afro-brasileiras.<br />

Por Giorgio Paleari<br />

O can<strong>do</strong>mblé e a umbanda são as principais<br />

religiões afro-brasileiras. São mais de 700<br />

mil adeptos, de acor<strong>do</strong> com o censo. Estudiosos<br />

dessas religiões, no entanto, estimam que<br />

um número muito maior freqüenta centros de<br />

forma esporádica, mas estão liga<strong>do</strong>s também a<br />

outras religiões.<br />

Umbanda: Religião afro-brasileira, nascida<br />

no Rio de Janeiro nos anos 20, é fruto da mistura<br />

de crenças e rituais africanos e europeus. As<br />

raízes umbandistas encontram-se em duas religiões trazidas da África<br />

pelos escravos: a cabula, <strong>do</strong>s bantos, e o can<strong>do</strong>mblé, da nação nagô. A<br />

umbanda considera que o universo está povoa<strong>do</strong> de entidades espirituais,<br />

os guias, que entram em contato com os homens, por intermédio<br />

de um inicia<strong>do</strong> (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam<br />

por meio de figuras como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira. Os<br />

elementos africanos misturam-se ao catolicismo, crian<strong>do</strong> a identificação<br />

de orixás com santos. Outra influência é o espiritismo kardecista, que<br />

acredita na possibilidade de contato entre vivos e mortos, e na evolução<br />

espiritual após sucessivas vidas na terra. A umbanda incorpora ainda<br />

ritos indígenas e práticas mágicas européias.<br />

Can<strong>do</strong>mblé: Cultua os orixás, deuses das nações africanas, de língua<br />

iorubá, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de sentimentos humanos como ciúme e vaidade. O<br />

can<strong>do</strong>mblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX, com o tráfico de<br />

escravos negros, trazi<strong>do</strong>s da África Ocidental. O can<strong>do</strong>mblé sofreu grande<br />

repressão <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res portugueses, que o consideravam feitiçaria.<br />

Para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás<br />

aos santos católicos, em um processo chama<strong>do</strong> de sincretismo religioso.<br />

No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição;<br />

Iansã, a Santa Bárbara, etc. A Lavagem <strong>do</strong> Bonfim, em Salva<strong>do</strong>r (BA),<br />

é um <strong>do</strong>s exemplos da fusão religiosa <strong>do</strong> catolicismo com o can<strong>do</strong>mblé.<br />

As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé ocorrem em templos chama<strong>do</strong>s terreiros;<br />

sua preparação é fechada e envolve muitas vezes o sacrifício de<br />

pequenos animais. São celebradas em língua africana e marcadas por<br />

cantos e ritmo <strong>do</strong>s atabaques (tambores), que variam, segun<strong>do</strong> o orixá<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

133


homenagea<strong>do</strong>. No Brasil, a religião cultua apenas 16 <strong>do</strong>s mais de 200<br />

orixás existentes na África.<br />

Nos terreiros, os pais-de-santo e as mães-de-santo, além de chefiarem<br />

os rituais, recebem os fiéis em sessões individuais para revelar o<br />

orixá de cada um, tradicionalmente, pelo jogo de búzios. A identificação<br />

<strong>do</strong> orixá, ou santo no sincretismo, ajuda o fiel a entender a própria personalidade.<br />

Cultuar o Can<strong>do</strong>mblé significa, para o fiel, equilibrar suas<br />

energias (axés) com as energias de seu orixá.<br />

Uma das festas mais conhecidas <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé brasileiro é a de Iemanjá,<br />

orixá feminino, considera<strong>do</strong> a rainha <strong>do</strong>s mares e oceanos. A<br />

comemoração acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, e na noite de 31<br />

de dezembro, no Rio de Janeiro. Os devotos levam oferendas ao mar, e,<br />

segun<strong>do</strong> a tradição, Iemanjá surge envolta em espuma para recebê-las.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Qual o assunto principal <strong>do</strong> texto?<br />

Apresentar as duas religiões afro-brasileiras de maior influência na religiosidade<br />

<strong>do</strong> povo brasileiro, a umbanda e o can<strong>do</strong>mblé.<br />

2. Por que os negros vin<strong>do</strong>s como escravos da África agarraram-se às suas<br />

tradições religiosas?<br />

Os negros agarraram-se à sua religião como uma forma de se manterem<br />

uni<strong>do</strong>s, de não perderem a identidade, como forma de alívio para sobreviverem<br />

aos maltratos <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res.<br />

3. Das duas religiões descritas acima, qual é mais antiga?<br />

O canbomblé é mais antigo.<br />

4. Marque U (umbanda) e C (can<strong>do</strong>mblé) para as informações abaixo:<br />

(U) é a mistura de duas religiões africanas: a cabula e o can<strong>do</strong>mblé.<br />

(C) acredita que os deuses das nações africanas têm sentimentos humanos.<br />

(U) mistura-se com o catolicismo e o espiritismo kardecista.<br />

(C) tem sua origem na África Ocidental.<br />

(U) acredita que o universo é povoa<strong>do</strong> de entidades espirituais que entram<br />

em contato com os humanos.<br />

(C) foi por muito tempo considera<strong>do</strong> feitiçaria.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

134


5. Para sobreviver às perseguições <strong>do</strong>s coloniza<strong>do</strong>res portugueses, o que<br />

os segui<strong>do</strong>res <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé e da umbanda fizeram?<br />

Os devotos começaram a associar seus deuses a santos <strong>do</strong> catolicismo.<br />

6. De acor<strong>do</strong> com o texto, sincretismo religioso é:<br />

( ) o nome de uma religião trazida ao Brasil pelos escravos africanos.<br />

(x ) a fusão de duas ou mais crenças religiosas.<br />

( ) a conversão <strong>do</strong>s escravos à religião <strong>do</strong>s senhores, esquecen<strong>do</strong> as<br />

crenças africanas.<br />

7. No can<strong>do</strong>mblé, os deuses possuem sentimentos humanos. Sabe-se que<br />

durante a comemoração à Iemanjá, os devotos levam oferendas ao mar<br />

para agradar à deusa: pentes, perfumes, espelho, flores etc. Que sentimento<br />

humano Iemanjá demonstra ter?<br />

O sentimento de vaidade.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo dessa seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

Leia:<br />

Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo.<br />

Os elementos africanos criam a identificação de orixás com santos.<br />

Unin<strong>do</strong> as duas frases em uma só, temos:<br />

Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo, crian<strong>do</strong> a identificação<br />

de orixás com santos.<br />

O professor deve levar o aluno a perceber as transformações ocorridas<br />

para se chegar à versão final da frase:<br />

a expressão “Os elementos africanos” aparece apenas uma vez na<br />

frase;<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

135


o verbo da segunda frase passa a gerúndio (n<strong>do</strong>): criam/crian<strong>do</strong>;<br />

a vírgula é usada para separar uma oração de outra.<br />

1. Faça o mesmo com as frases abaixo, seguin<strong>do</strong> o modelo acima:<br />

a) As religiões africanas chegam ao Brasil.<br />

As religiões africanas trazem deuses com nomes diferentes.<br />

As religiões africanas chegam ao Brasil, trazen<strong>do</strong> deuses com nomes<br />

diferentes.<br />

b) A umbanda chegou ao Brasil nos anos 20.<br />

A umbanda teve influência <strong>do</strong> catolicismo e <strong>do</strong> espiritismo kardecista.<br />

A umbanda chegou ao Brasil nos anos 20, ten<strong>do</strong> influência <strong>do</strong> catolicismo<br />

e <strong>do</strong> espiritismo kardecista.<br />

c) As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé acontecem em terreiros.<br />

As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé envolvem sacrifícios de animais.<br />

As cerimônias <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé acontecem em terreiros, envolven<strong>do</strong> sacrifícios<br />

de animais.<br />

O próximo exercício tem como objetivo levar o aluno a perceber como<br />

se dá a concordância verbal com as expressões Um(a) (as) das... e<br />

Algumas(ns) das mais...<br />

2. Observe os exemplos abaixo:<br />

Uma das festas mais conhecidas <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé brasileiro é a de Iemanjá.<br />

Algumas das festas mais conhecidas <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé brasileiro são a de<br />

Iemanjá e a da Lavagem <strong>do</strong> Bonfim.<br />

Complete as frases abaixo usan<strong>do</strong> as expressões “Uma das...”,”Um<br />

<strong>do</strong>s... ou “algumas da ...” ou “alguns <strong>do</strong>s...”:<br />

a) Uma das características <strong>do</strong> sincretismo é o uso de nomes de santos<br />

católicos para nomear os orixás.<br />

b) Algumas das religiões africanas mais conhecidas no Brasil são o can<strong>do</strong>mblé<br />

e a umbanda.<br />

c) Um <strong>do</strong>s guias mais conheci<strong>do</strong>s no terreiro é o pai-de-santo.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

136


d) Alguns <strong>do</strong>s orixás reconheci<strong>do</strong>s como santos católicos são Iansã<br />

(Santa Bárbara) e Iemanjá (Nossa Senhora da Conceição).<br />

O Texto II, a seguir, tem como objetivo contrapor-se aos textos anteriores,<br />

que destacam a tendência de as pessoas buscarem uma religião,<br />

como forma de expressarem sentimentos espirituais eleva<strong>do</strong>s. O texto quer<br />

mostrar que, embora um grande número de pessoas opte por uma crença<br />

religiosa, outras optam por não terem fé em nenhum deus. É importante<br />

que o professor fique atento para que as discussões que compõem este encontro<br />

não se prendam a um tom catequético e valorativo de quem tem ou<br />

não tem crenças religiosas. O objetivo maior destes encontros é informar<br />

sobre a diversidade de crenças.<br />

O texto a seguir apresenta uma forma diferente que algumas pessoas<br />

têm de se colocarem frente a crenças religiosas.<br />

Texto II<br />

Ateísmo<br />

Por Gabriela Cabral – Equipe Brasil Escola<br />

O ateísmo denomina uma <strong>do</strong>utrina, cujos segui<strong>do</strong>res questionam a<br />

existência de qualquer deus, e dispensam a idéia de uma justificativa<br />

divina para a existência humana. Desde o Império Romano,<br />

utilizava-se o termo, ateus, para apontar aqueles que não a<strong>do</strong>ravam<br />

seus deuses (…).<br />

Os segui<strong>do</strong>res dessa <strong>do</strong>utrina argumentam que não haveria formas<br />

científicas e físicas para comprovar ou não a existência de deuses. Por<br />

isso, os ateus confrontam as pessoas sobre sua crença em algo ou em<br />

alguém que pode nem existir. Eles criticam as pessoas, porque elas não<br />

têm outra resposta sobre a existência de um deus, que não seja a fé.<br />

Normalmente, pessoas ligadas à Ciência se intitulam ateus, pois acreditam<br />

que, por meio da Ciência, conseguem comprovar e datar todas as coisas,<br />

bem como criá-las, o que colocaria a existência de deuses em dúvida.<br />

No fim <strong>do</strong> Século XX, os ateus somavam 15% da população mundial.<br />

A grande maioria, aproximadamente 732 milhões de pessoas, concentrava-se<br />

na Ásia (...).<br />

Algumas pessoas questionam a posição <strong>do</strong>s ateus, dizen<strong>do</strong> que, para<br />

chegarem a uma conclusão acerca da veracidade de um deus, necessitariam<br />

de ter fé, condiçao essencial para se acreditar num ser sobrenatural,<br />

o que, definitivamente, os ateus não têm.<br />

Adapta<strong>do</strong> de: http://www.brasilescola.com/religiao/ateismo.htm.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

137


CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

Segun<strong>do</strong> o texto, o ateu pode ser defini<strong>do</strong> por duas características.<br />

Complete:<br />

por questionar a existência de qualquer deus;<br />

por dispensar uma justificativa divina para a existência <strong>do</strong> homem no<br />

Universo.<br />

2. Para que os ateus passassem a acreditar em um deus, seria preciso que<br />

se cumprisse uma ou outra condição:<br />

OU que a existência de deus fosse provada cientificamente;<br />

OU que os ateus passassem a ter fé.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

A atividade que se segue tem como objetivo preparar os alunos para se<br />

saírem bem na seção Produzin<strong>do</strong> Textos, <strong>do</strong> Encontro IV, quan<strong>do</strong> serão solicita<strong>do</strong>s<br />

a escreverem verbetes de termos religiosos para formarem um glossário.<br />

Nesse estágio, o que se pretende é que o aluno tenha intimidade com<br />

o gênero verbete, e reconheça algumas estratégias importantes para produzi-lo.<br />

Portanto, para que a atividade tenha bons resulta<strong>do</strong>s, o professor deve<br />

fazê-la juntamente com os alunos, para que possa orientá-los na tarefa de<br />

observar e completar as características de um verbete no exercício.<br />

Leia a definição para as palavras ateísmo e deus, citadas na Grande Enciclopédia<br />

Larousse Cultural, Volumes 3 e 8. Editora Nova Cultural. 1998.<br />

ATEÍSMO s.m. 1. Doutrina que nega a existência de Deus. (...) atitude<br />

de quem nega a existência de Deus (...).<br />

DEUS s.m. (Do lat. Deus ) 1. nas religiões monoteístas ser supremo<br />

transcendente, cria<strong>do</strong>r e autor único e universal de todas as coisas (...).<br />

2. nas religiões politeístas ser superior aos homens ao qual se atribui<br />

influência especial, benéfica ou maléfica no destino <strong>do</strong> Universo (...).<br />

O verbete é um gênero de texto que compõe dicionários, enciclopédias<br />

ou glossários. Volte ao quadro para observar como se escreve um verbete.<br />

Complete:<br />

a) O verbete tem duas partes: PALAVRA + a definição da palavra.<br />

b) No verbete, a palavra principal é escrita com letras maiúsculas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

138


c) Cada significa<strong>do</strong> diferente da palavra é marca<strong>do</strong> por um número.<br />

d) Os verbos usa<strong>do</strong>s no verbete estão no tempo presente (nega e atribui).<br />

e) Logo depois da palavra principal, pode-se escrever a origem da palavra:<br />

latim, grego, africano etc.<br />

Para orientar a atividade a seguir, o professor deve levar os alunos a<br />

perceberem as mudanças que ocorrem na transformação de uma frase<br />

para outra:<br />

perceber que o conector por isso será substituí<strong>do</strong> pelo conector<br />

como;<br />

iniciar a frase com o conector: Como...;<br />

perceber que, embora haja a mudança de conectores, a relação entre<br />

os fatos informa<strong>do</strong>s permanece a mesma;<br />

usar adequadamente a vírgula.<br />

Sugerimos que os exercícios sejam feitos oralmente e, depois, transcritos<br />

no caderno.<br />

Em nossa língua, podemos expressar uma mesma idéia de formas diferentes.<br />

Observe o exemplo destaca<strong>do</strong> abaixo para seguir, depois, o modelo:<br />

Os deuses não podem ser vistos nem toca<strong>do</strong>s, por isso os ateus<br />

não acreditam em seres sobrenaturais.<br />

Como os deuses não podem ser vistos nem toca<strong>do</strong>s, os ateus não<br />

acreditam em seres sobrenaturais.<br />

a) Os deuses não têm existência comprovada por méto<strong>do</strong>s científicos,<br />

por isso os ateus não acreditam em um deus.<br />

Como os deuses não têm existência comprovada por méto<strong>do</strong>s científicos,<br />

os ateus não acreditam em um deus.<br />

b) Os crentes acreditam em algo que pode nem existir, por isso os ateus<br />

os criticam tanto.<br />

Como os crentes acreditam em algo que pode nem existir, os ateus os<br />

criticam tanto.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

A produção de texto será transferida para o Encontro IV.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

139


ENCONTRO IV<br />

Sincretismo religioso II<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Professor, este encontro é uma continuação <strong>do</strong> anterior. Sen<strong>do</strong> assim,<br />

foi dispensada esta seção. Sugerimos, no entanto, que a aula tenha início<br />

com uma breve revisão <strong>do</strong>s temas trata<strong>do</strong>s no Encontro III.<br />

Texto I<br />

O texto abaixo é a letra de uma canção <strong>do</strong> sambista Martinho da Vila, e<br />

foi lançada no CD Coisas de Deus (1997 – Sony Music).<br />

Sincretismo religioso<br />

Martinho da Vila<br />

Saravá, rapaziada! - Saravá!<br />

Axé, pra mulherada brasileira! - Axé!<br />

Êta, povo brasileiro! Miscigena<strong>do</strong>,<br />

ecumênico e religiosamente sincretiza<strong>do</strong>.<br />

Ave, ó, ecumenismo! - Ave!<br />

Então vamos fazer uma saudação ecumênica.<br />

Vamos? - Vamos!<br />

Aleluia! - Aleluia!<br />

Shalom! - Shalom!<br />

Al Salam Alaikum! - Alaikum Al Salam!<br />

Mucuiu nu Zambi! - Mucuiu!<br />

Ê, ô, to<strong>do</strong>s os povos são filhos <strong>do</strong> Senhor!<br />

Deus está em to<strong>do</strong> lugar. Nas mãos que criam, nas bocas que cantam,<br />

nos corpos que dançam, nas relações amorosas, no lazer sadio, no<br />

trabalho honesto.<br />

Onde está Deus? - Em to<strong>do</strong> lugar!<br />

Olorum, Jeová, Oxalá, Alah, N`Zambi... Jesus!<br />

E o Espírito Santo? - É Deus!<br />

Salve, sincretismo religioso! - Salve!<br />

Quem é Omulu, gente? - São Lázaro!<br />

Iansã? - Santa Bárbara!<br />

Ogum? - São Jorge!<br />

Xangô? - São Jerônimo!<br />

Oxossi? - São Sebastião!<br />

Aioká, Inaê, Kianda - Iemanjá!<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

140


Viva, Nossa Senhora Aparecida! - Padroeira <strong>do</strong> Brasil!<br />

Iemanjá, Iemanjá, Iemanjá, Iemanjá!<br />

São Cosme, Damião, Doum, Crispim, Crispiniano, Radiema...<br />

É tu<strong>do</strong> Erê. – Ibeijada.<br />

Salve, as crianças! - Salve!<br />

Axé pra to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, axé!<br />

Muito axé, muito axé!<br />

Muito axé, pra to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, axé!<br />

Muito axé, muito axé!<br />

Muito axé, pra to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, axé!<br />

Energia, Saravá, Aleluia, Shalom,<br />

Amandla, caninambo! - Banzai!<br />

Na fé de Zambi! - Na paz <strong>do</strong> Senhor, Amém! (Repete-se a estrofe)<br />

(Disponível em: htttp://letras.kboing.com.br/martinho-da-vila/sincretismo-religioso/).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

Professor, o texto apresenta muitas expressões de línguas diferentes.<br />

Apesar da aparente dificuldade, permite um trabalho muito adequa<strong>do</strong> ao<br />

tema <strong>do</strong> encontro. Talvez seja interessante pesquisar quais das expressões<br />

estrangeiras citadas os alunos conhecem. Algumas são de uso corrente em<br />

nossa língua e é pertinente lembrar que eles também já receberam informações<br />

sobre estrangeirismos, no Encontro I. Expressões possivelmente<br />

já conhecidas: axé, saravá, oxalá, aleluia, amém, Jeová, alah. Não se<br />

considera necessário procurar o significa<strong>do</strong> de todas as expressões estrangeiras<br />

citadas no texto. As atividades propostas, a seguir, contribuirão para<br />

auxiliar os alunos na tarefa de elucidação <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s, de forma geral.<br />

1. Recordan<strong>do</strong>:<br />

a) Nessa música, há 38 versos.<br />

b) Os versos estão agrupa<strong>do</strong>s em 1 estrofe(s).<br />

2. Esse texto está organiza<strong>do</strong> como uma saudação dirigida a alguém. Releia<br />

os quatro primeiros versos e responda:<br />

A quem o autor se dirige, para quem ele fala/canta?<br />

O autor se dirige aos homens e mulheres brasileiros, ao povo brasileiro.<br />

3. Você já conhece o significa<strong>do</strong> da expressão sincretismo religioso.<br />

Consideran<strong>do</strong> esse conceito, complete:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

141


Dizer que o povo brasileiro é “religiosamente sincretiza<strong>do</strong>” é o mesmo<br />

que dizer que o povo tem várias crenças religiosas OU que há, no Brasil,<br />

uma mistura de crenças religiosas OU que no Brasil, convivem várias<br />

religiões.<br />

4. Para o autor, “Deus está em to<strong>do</strong> lugar”. Essa também é uma forma de<br />

dizer que Deus está em todas as religiões, em todas as crenças. Copie o<br />

trecho da música em que se diz onde podemos encontrar Deus.<br />

“Nas mãos que criam, nas bocas que cantam, nos corpos que dançam,<br />

nas relações amorosas, no lazer sadio, no trabalho honesto”.<br />

5. “Olorum, Jeová, Oxalá, Alah, N`Zambi... Jesus” são nomes de deuses ou<br />

divindades africanas, muçulmana e cristã. Por que o autor relacionou esses<br />

nomes em conjunto?<br />

Para dizer que to<strong>do</strong>s estão no mesmo nível de importância, que to<strong>do</strong>s<br />

são desuses.<br />

6. O autor da música teve duas intenções. Quais?<br />

( x ) Relacionar os nomes de diversas divindades religiosas, para comprovar<br />

o sincretismo religioso no Brasil.<br />

( x ) Celebrar a diversidade e a tolerância religiosa que existem no Brasil.<br />

( ) Criticar a mistura de crenças que existe no Brasil.<br />

7. A palavra ecumênico quer dizer: “<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, universal, geral”. No<br />

6º verso, o autor propõe fazer “uma saudação ecumênica”. De forma geral,<br />

as palavras e expressões usadas nessa saudação significam: “Paz!” “A paz<br />

esteja com você!” “Alegria!”.<br />

Marque nos versos 8, 9, 10 e 11, as palavras e expressões usadas na<br />

saudação ecumênica. (Professor: as marcas estão no texto, em verde).<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Os exercícios que compõem esta seção têm como objetivo recuperar os<br />

conteú<strong>do</strong>s gramaticais já estuda<strong>do</strong>s pelos alunos. Essa recordação está<br />

voltada para os usos da língua em situações práticas de comunicação,<br />

tratan<strong>do</strong> de questões lingüístico-discursivas e notacionais, para a aquisição<br />

da norma culta e de questões relativas ao aprendiza<strong>do</strong> da língua em<br />

gêneros textuais. Professor, o objetivo desta seção não é o de priorizar o<br />

<strong>do</strong>mínio da metalinguagem em prejuízo <strong>do</strong> desenvolvimento da capacidade<br />

de o aluno refletir sobre a língua e usá-la.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

142


Releia:<br />

“Êta, povo brasileiro!”<br />

A palavra Êta expressa alegria, encorajamento. Sua outra forma é<br />

“Eita”. No texto são usadas várias expressões desse tipo, que traduzem<br />

emoções.<br />

As palavras e expressões usadas para traduzirmos nossas emoções são<br />

chamadas de INTERJEIçõES. As interjeições expressam nossas reações<br />

emotivas: alegria, <strong>do</strong>r, desejo, espanto, surpresa, silêncio, terror, aplauso,<br />

animação, etc. O valor delas depende <strong>do</strong> contexto e da entonação.<br />

1. Marque as interjeições que aparecem nas frases:<br />

a) Ave, ó, ecumenismo!<br />

b) Ê, ô, to<strong>do</strong>s os povos são filhos <strong>do</strong> Senhor!<br />

c) Salve, sincretismo religioso!<br />

d) Viva, Nossa Senhora Aparecida!<br />

2. CONCLUINDO: As interjeições costumam ser usadas no __________<br />

(início/final) das frases, que terminam com ponto ________________ (final/de<br />

exclamação).<br />

3. Releia:<br />

a)<br />

b)<br />

Na frase a, a palavra são é substantivo (santo). Na frase b, a palavra<br />

são é verbo (ser).<br />

Complete:<br />

“Ogum? – São Jorge!”<br />

“Ê, ô, to<strong>do</strong>s os povos são filhos <strong>do</strong> Senhor!”<br />

Essas palavras são escritas e pronunciadas de forma idêntica/diferente,<br />

mas têm senti<strong>do</strong> idêntico/diferente. Essas palavras são chamadas de<br />

HOMÔNIMAS.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

143


4. Separe as sílabas das palavras: orixá, can<strong>do</strong>mblé, Xangô. Marque, no<br />

quadro, onde está a sílaba tônica:<br />

As palavras acima têm o acento tônico na última sílaba.<br />

Palavras que têm o acento tônico na última sílaba são classificadas<br />

como:<br />

( ) Proparoxítonas.<br />

( ) Paroxítonas.<br />

(x ) Oxítonas.<br />

5. Complete o quadro, separan<strong>do</strong> as palavras abaixo em grupos. Use como<br />

critério a terminação de cada uma, delas:<br />

café, totó, iorubás, através, cipó, Araxá, axé, saravá, bangalôs<br />

Palavras terminadas<br />

em ...a/as...<br />

Palavras terminadas<br />

em e/ es.....<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

144<br />

Palavras terminadas<br />

em ...o/os..<br />

iorubá café totó<br />

Araxá através cipó<br />

Saravá axé bangalôs<br />

6. Observan<strong>do</strong> a vogal da última sílaba dessas palavras, conclua:<br />

As palavras oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de<br />

s, recebem acento gráfico.<br />

7. Leia:<br />

O RI XÁ*<br />

CAN DOM BLÉ*<br />

XAN GÔ*<br />

O povo brasileiro tolera muito bem diferentes religiões.<br />

A palavra TOLERAR é um verbo e, na frase, tem o senti<strong>do</strong> de conviver<br />

bem com, respeitar opiniões contrárias.


Outra maneira de dizer a mesma coisa é:<br />

O povo brasileiro é muito tolerante com diferentes religiões.<br />

A palavra TOLERANTE é adjetivo e, na frase, significa respeita<strong>do</strong>r, de<br />

bom convívio.<br />

Concluin<strong>do</strong>:<br />

TOLERAR (verbo) + -ANTE (sufixo) = TOLERANTE (adjetivo)<br />

a) Complete o quadro:<br />

VERBOS SUFIXO ADJETIVOS<br />

intrigar<br />

semelhar semelhante<br />

-ante<br />

deslizar deslizante<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

145<br />

intrigante<br />

emocionar emocionante<br />

irradiar irradiante<br />

ignorar ignorante<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Professor: acompanhe, com atenção, a realização desta atividade. É<br />

importante que os alunos pesquisem alguns da<strong>do</strong>s sobre o assunto, em<br />

enciclopédias impressas ou digitais. Eles também poderão fazer perguntas<br />

aos colegas, aos amigos e a pessoas consideradas religiosas, anotan<strong>do</strong> as<br />

respostas. Incentive-os neste trabalho, propician<strong>do</strong> também momentos de<br />

discussão em sala de aula. Sugere-se ao final, a realização de um glossário,<br />

reunin<strong>do</strong> as melhores definições.<br />

Junte-se a um colega e, após pesquisarem da<strong>do</strong>s em enciclopédias impressas<br />

ou digitais, sobre religiões afro-brasileiras, elaborem verbetes<br />

para um glossário de termos religiosos, que vocês aprenderam nos Encontros<br />

III e IV. Consultem a atividade sobre como escrever um verbete,<br />

proposta no Encontro III, para fazerem essa tarefa.<br />

Glossário é um pequeno vocabulário, utiliza<strong>do</strong> para esclarecer o significa<strong>do</strong><br />

de termos pouco usa<strong>do</strong>s, técnicos ou restritos.


LEITURAS LITERÁRIAS<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

146<br />

5<br />

Esta oficina tem como objetivo propor um conjunto de textos representa<strong>do</strong>s<br />

por diferentes gêneros da literatura, com vistas a ampliar a competência<br />

leitora <strong>do</strong> aluno, para que extrapole os limites <strong>do</strong> verossímil, capacitan<strong>do</strong>-o<br />

para a produção da leitura <strong>do</strong> universo ficcional. Serão enfoca<strong>do</strong>s,<br />

nos quatro encontros, os gêneros textuais: lenda e apólogo.<br />

ENCONTRO I<br />

Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte I)<br />

ATENÇÃO! Professor: este tema será desenvolvi<strong>do</strong> nos Encontros I e II.<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestão para iniciar a discussão com os alunos:<br />

Neste encontro, você terá a oportunidade de conhecer um gênero de<br />

texto, muito comum na tradição oral <strong>do</strong> povo, desde a antigüidade: a lenda.<br />

Outros gêneros textuais também muito conheci<strong>do</strong>s são a fábula e o<br />

apólogo. Vamos descobrir neste encontro que a lenda, embora tenha nasci<strong>do</strong><br />

na Antigüidade, também está presente na tradição oral nos dias de<br />

hoje. Sua versão moderna é conhecida como lenda urbana.<br />

Sugestão para dirigir a discussão com os alunos:<br />

O professor deve aproveitar o conhecimento de mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s alunos para<br />

iniciar a discussão a respeito <strong>do</strong> conceito de lenda. A definição desse novo<br />

gênero de texto pode iniciar como uma conversa informal. As Lendas são<br />

histórias fantásticas que narram feitos de heróis, de personagens sobrenaturais,<br />

fenômenos naturais, vida de santos etc. Quan<strong>do</strong> surgiram, as<br />

lendas procuravam dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.<br />

Em princípio, eram histórias contadas por pessoas e transmitidas<br />

oralmente através <strong>do</strong>s tempos. Esse gênero de texto mistura fatos<br />

reais e históricos com acontecimentos irreais, que são meramente produto<br />

da imaginação humana, da fantasia.<br />

O conceito de lenda, aqui introduzi<strong>do</strong>, para fundamentar as discussões<br />

desta seção, será mais à frente retoma<strong>do</strong> formalmente para os alunos,<br />

como objeto de estu<strong>do</strong> sistematiza<strong>do</strong>.


É importante que o professor aproveite esse momento para possibilitar<br />

aos alunos oportunidade de contarem lendas que circulam em seu grupo<br />

social. Este momento de uso da linguagem oral deve ser incentiva<strong>do</strong> e valoriza<strong>do</strong><br />

pelo professor.<br />

Para fomentar as discussões sugerimos perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você sabe o que é uma lenda?<br />

Sabe qual a diferença entre uma fábula e uma lenda?<br />

Que lendas você conhece? Conte-a resumidamente para a classe.<br />

Como você tomou conhecimento dessas lendas? Ouvin<strong>do</strong>-as de alguém?<br />

Quem lhe contou?<br />

Ou você a leu em algum lugar? Onde?<br />

LENDO OS TEXTOS<br />

Texto I<br />

Professor: após a leitura silenciosa <strong>do</strong> texto, sugerimos que você faça<br />

uma leitura em voz alta.<br />

Abaixo você vai ler uma<br />

lenda de origem grega,<br />

que foi recontada por uma<br />

escritora brasileira chamada<br />

Ana Maria Macha<strong>do</strong>. A<br />

lenda se chama A tapeçaria<br />

de Aracne.<br />

http://historiasfantasticas.blogs.<br />

sapo.pt/2006/09<br />

Há três mil anos, não havia explicações científicas<br />

para grande parte <strong>do</strong>s fenômenos da natureza ou para<br />

os acontecimentos históricos. Para buscar um significa<strong>do</strong><br />

para os fatos políticos, econômicos e sociais, os<br />

gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa,<br />

que eram transmitidas, principalmente, por<br />

meio da literatura oral.<br />

Segun<strong>do</strong> a lenda grega, Aracne era uma jovem tecelã que vivia na Lídia, em<br />

uma região da Ásia Menor. Seu trabalho era tão perfeito que, em toda região,<br />

Aracne ganhou fama de ser a melhor na arte de fiar e tecer a lã.<br />

A tapeçaria de Aracne<br />

Lenda grega recontada por Ana Maria Macha<strong>do</strong><br />

Há muito tempo, na Grécia Antiga, contavam que Palas,<br />

a deusa da sabe<strong>do</strong>ria (que mais tarde os romanos<br />

chamariam de Minerva), ensinava to<strong>do</strong>s os segre<strong>do</strong>s<br />

de fiação e tecelagem a uma moça chamada Aracne.<br />

Aracne era de origem humilde, mas se tornou tão<br />

habili<strong>do</strong>sa com fios e tramas, que até as ninfas <strong>do</strong>s<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

147


osques e <strong>do</strong>s rios vinham vê-la trabalhar. Não só porque os teci<strong>do</strong>s que<br />

fazia eram incomparáveis, mas até porque a graça de seus movimentos<br />

tinha a beleza de uma arte; desde quan<strong>do</strong> puxava os chumaços de lã<br />

ou de cânhamo, até quan<strong>do</strong> fazia novelos e meadas. E, principalmente<br />

depois, quan<strong>do</strong> a linha macia e longa se convertia em belos panos num<br />

tear, ou era ricamente bordada em desenho divinos. Divinos, sim. Pois<br />

to<strong>do</strong>s os que viam o trabalho de Aracne, logo concluíam que ela aprendera<br />

seu ofício com Palas, e cobriam a deusa de louvores.<br />

Ora, quanto mais atenção atraía, mais Aracne se ofendia com os<br />

elogios a Palas e negava qualquer mérito à deusa. Até que certo dia<br />

acabou exclaman<strong>do</strong>:<br />

– Sou muito melhor tecelã que Palas! Se ela viesse competir comigo, to<strong>do</strong>s<br />

iam ver isso. E, se me vencesse, poderia fazer comigo o que quisesse.<br />

Antes de aceitar o desafio, a deusa se disfarçou e veio visitar Aracne,<br />

sob a forma de uma velha, aconselhan<strong>do</strong>-a a respeitar a experiência e<br />

a sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong>s anciãos e a reconhecer a superioridade <strong>do</strong>s deuses:<br />

– Se você se arrepender de suas palavras, e pedir perdão, tenho certeza<br />

de que Palas a per<strong>do</strong>ará – disse.<br />

– Você está é de miolo mole, sua velha! Quer dar conselho? Vá procurar<br />

suas netas. Eu me defen<strong>do</strong> sozinha. Palas tem me<strong>do</strong> de mim. Se<br />

não tivesse, já teria vin<strong>do</strong> me enterrar.<br />

A velha deixou cair o disfarce e se revelou em to<strong>do</strong> o seu esplen<strong>do</strong>r:<br />

– Pois Palas veio, sua tonta!<br />

As ninfas e todas as mulheres se prostraram diante da deusa, mas<br />

Aracne manteve seu desafio.<br />

Sem perder tempo, cada uma das duas foi para um canto <strong>do</strong> enorme<br />

salão, com seus novelos, meadas, fios e seu tear.<br />

Durante muito tempo, uma belíssima tapeçaria foi surgin<strong>do</strong> em cada<br />

tear. Palas fez questão de ilustrar em seu borda<strong>do</strong> t das as histórias de<br />

mortais que tinham desafia<strong>do</strong> os deuses e os terríveis preços que tiveram<br />

de pagar por isso. Aracne, por outro la<strong>do</strong>, mostrou em sua tapeçaria<br />

os inúmeros crimes que os deuses já tinham cometi<strong>do</strong>, recria<strong>do</strong>s<br />

com exatidão e minúcia de detalhes. Cada uma, ao final, rematou seu<br />

trabalho com preciosa moldura tecida.<br />

Ninguém se surpreendeu com a perfeição da obra de Palas. Mas quem<br />

ficou surpresa foi a deusa, pois por mais que procurasse o mínimo defeito<br />

na obra de Aracne, não conseguia encontrar uma única falha. Com<br />

raiva, bateu várias vezes com seu bastão na testa da tecelã.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

148


Não suportan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r, Aracne passou um fio no pescoço para se enforcar.<br />

Mas Palas teve pena e a segurou suspensa no ar, dizen<strong>do</strong>:<br />

– Você tem má ín<strong>do</strong>le e é vai<strong>do</strong>sa, mas tenho que respeitar sua arte.<br />

Não admito que morra. Porém, você e seus descendentes viverão sempre<br />

assim, suspensos o tempo to<strong>do</strong>.<br />

E ao partir, borrifou-lhe uma poção, que fez o cabelo da moça cair,<br />

a cabeça e o corpo encolherem, os de<strong>do</strong>s crescerem, e a transformou,<br />

para sempre, numa aranha, condenada a fabricar fio e teia, até o final<br />

<strong>do</strong>s tempos. Sempre com perfeição incomparável.<br />

1. A lenda que você leu pode ser dividida em três grandes partes:<br />

1ª. parte: A autora apresenta o cenário geral onde se passa a história,<br />

descreve a personagem Aracne, sua habilidade para tecer, a admiração<br />

que to<strong>do</strong>s tinham pelo seu trabalho e como ela era vai<strong>do</strong>sa.<br />

2ª. parte: A autora apresenta a seqüência de ações decorrentes <strong>do</strong> fato<br />

de Aracne não reconhecer a superioridade da deusa Palas.<br />

3ª. parte: A autora apresenta o desfecho da história.<br />

O objetivo dessa atividade é levar o aluno a perceber que narrativas,<br />

como as lendas, geralmente se constituem de três elementos básicos: o<br />

cenário ou orientação, no qual o autor apresenta informações sobre tempo,<br />

lugar, descrição de personagens, pintan<strong>do</strong> um cenário de onde surgirá<br />

a complicação. A complicação propriamente dita, que é o conjunto de fatos<br />

cronologicamente apresenta<strong>do</strong>s e que respondem pelas ações, pela trama<br />

da narrativa. E finalmente, o desfecho ou resolução, que narra os fatos em<br />

direção a um final, feliz, ou não.<br />

Localize essas partes, completan<strong>do</strong> o quadro abaixo:<br />

A 1ª. parte começa em: “Há muito tempo, na Grécia antiga.....” e termina<br />

em: “...qualquer mérito à deusa”.<br />

A 2ª. parte começa em: “Até que certo dia, acabou exclaman<strong>do</strong>:...” e<br />

termina em: “...com seu bastão na testa da tecelã”.<br />

A 3ª. parte começa em: “Não suportan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>r...” e termina em: “Sempre<br />

com perfeição incomparável”.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

149


2. Foque na 2ª. e 3ª. partes, para colocar em ordem os fatos na narrativa:<br />

( 2 ) A competição.<br />

( 1 ) Atenas revela-se.<br />

( 4 ) O que Aracne tece .<br />

( 3 ) O que Atena tece.<br />

( 5 ) Desfecho da história.<br />

3. Para que uma história seja reconhecida como uma lenda, ela deve apresentar<br />

algumas características:<br />

1. envolver personagens humanos e sobrenaturais;<br />

2. explicar algum fenômeno <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ou o surgimento de algo;<br />

3. ser uma história fantasiosa, fictícia.<br />

Numere o quadro abaixo de acor<strong>do</strong> com os itens acima:<br />

Lenda: A tapeçaria de Aracne<br />

3. Os fatos narra<strong>do</strong>s são impossíveis de acontecer no mun<strong>do</strong> real.<br />

2. A lenda explica a existência da aranha.<br />

1. Um personagem é uma deusa: Palas, e a outra, Aracne, é humana.<br />

4. Vimos que, por intermédio das lendas, um povo busca explicar fenômenos<br />

da natureza, a existência de seres ou coisas que habitam o seu mun<strong>do</strong>,<br />

ou seja, diante <strong>do</strong> inexplicável, o homem inventa uma história. O que a<br />

lenda de Aracne pretende explicar?<br />

Com a lenda de Aracne e sua disputa com a deusa Palas, busca-se explicar<br />

o aparecimento da aranha.<br />

Professor: este exercício tem como objetivo despertar o aluno para a<br />

percepção de que as escolhas lexicais de um mesmo campo semântico ajudam<br />

a construir o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto e enriquecer as informações. É também<br />

uma oportunidade para enriquecer o vocabulário <strong>do</strong>s alunos.<br />

5. A lenda se desenvolve em torno da disputa entre Aracne e Palas sobre<br />

quem é a melhor tecelã. Por esse motivo, informações sobre tecelagem<br />

são muito presentes na lenda de Aracne. Identifique palavras ou expressões<br />

ligadas à idéia de tecelagem.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

150


fios teci<strong>do</strong> linha<br />

tramas novelos chumaços de cânhamo<br />

chumaços de lã meadas fiação<br />

tecelã tapeçaria tear<br />

6. Em Ciências, aprendemos que as aranhas fazem parte da classe <strong>do</strong>s<br />

aracnídeos. De onde vem esse nome?<br />

O nome usa<strong>do</strong> para classificar os aracnídeos vem <strong>do</strong> grego Arachne/Aracne,<br />

personagem da lenda grega, conhecida por sua habilidade de tecer e fiar.<br />

7. A imagem que ilustra a lenda faz referência à Aracne. Como o pintor<br />

representa a figura da personagem da lenda?<br />

Aracne é representada por uma moça que tem nas mãos uma agulha e<br />

tece uma teia.<br />

Professor: a seção Produzin<strong>do</strong> Textos será transferida para o final <strong>do</strong><br />

Encontro II.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

151


ENCONTRO II<br />

Lendas – uma forma de explicar o mun<strong>do</strong> (Parte II)<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestões para iniciar e dirigir a discussão com os alunos:<br />

Professor, para iniciar este Encontro II, sugerimos os seguintes procedimentos:<br />

Fazer uma revisão <strong>do</strong> encontro anterior, retoman<strong>do</strong> temas como: definição<br />

de lenda, características <strong>do</strong> gênero, componentes básicos da narrativa.<br />

Solicitar aos alunos que recontem oralmente a lenda de Aracne.<br />

Se necessário, fazer uma nova leitura <strong>do</strong> texto com os alunos.<br />

1. Alguns sentimentos humanos são representa<strong>do</strong>s na lenda de Aracne.<br />

Quais? Quem os tem? Por quê? Complete o quadro abaixo:<br />

qual sentimento? quem os tem? Por quê?<br />

vaidade Aracne, por causa de suas belas tapeçarias.<br />

raiva Palas, porque não havia nenhum defeito no<br />

trabalho de Aracne.<br />

admiração As ninfas <strong>do</strong>s bosques e <strong>do</strong>s rios, porque a obra<br />

de Aracne era perfeita.<br />

vingança Palas, porque Aracne não reconheceu a<br />

superioridade da deusa.<br />

pena Palas não deixou Aracne morrer, mas jogou-lhe<br />

uma maldição.<br />

REFLETINDO SOBRE A LÍNGUA<br />

Professor, na Oficina V, o foco é a leitura literária. Sen<strong>do</strong> assim, a reflexão<br />

metalingüística terá menor destaque nos encontros que compõem esta<br />

oficina. A atividade que se segue tem como objetivo levar o aluno a perceber<br />

a importância da construção da cadeia referencial <strong>do</strong>s referentes mais<br />

importantes da narrativa, quais sejam, Aracne e Palas. Uma das características<br />

de uma narrativa bem construída é a escolha adequada das expressões<br />

de referência que, ao longo <strong>do</strong> texto, serão usadas para substituírem<br />

os referentes principais. Uma cadeia referencial bem construída, sem<br />

repetições e redundâncias, facilita a leitura e ajuda ao leitor ou produtor<br />

<strong>do</strong> texto construir senti<strong>do</strong>s para o que lê. Na atividade a seguir, expressões<br />

de referência, tais como: pronomes: ela, para ela, a, sua, que; expressões<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

152


nominais, como: a deusa, a moça, a tecelã, e outras expressões deverão<br />

ser usadas para substituir os termos indevidamente repeti<strong>do</strong>s, produzin<strong>do</strong>se,<br />

assim, um texto mais fluente, menos cansativo, menos repetitivo.<br />

1. Leia o resumo da lenda abaixo e depois responda:<br />

Professor: sugere-se que os alunos façam, primeiramente, uma leitura<br />

silenciosa <strong>do</strong> resumo. Em seguida, você deve ler o texto em voz alta, o<br />

que ajudará os alunos a perceberem o principal problema <strong>do</strong> texto, que é<br />

a repetição exagerada <strong>do</strong>s referentes: Palas e Aracne.<br />

Palas era a deusa da sabe<strong>do</strong>ria. Palas vivia na antiga Grécia. Um dia,<br />

Palas resolveu ensinar os segre<strong>do</strong>s da fiação e tecelagem a uma moça<br />

chamada Aracne. Aracne era de origem humilde, mas Aracne se tornou<br />

tão habili<strong>do</strong>sa quanto Palas. As ninfas <strong>do</strong>s bosques e <strong>do</strong>s rios vinham<br />

ver Aracne trabalhar e ficavam encantadas com a beleza <strong>do</strong>s trabalhos<br />

de Aracne. A fama de Aracne foi tanta, que Aracne passou a se sentir<br />

mais importante <strong>do</strong> que Palas. Furiosa com a atitude de Aracne, Palas<br />

resolveu passar uma lição em Aracne, transforman<strong>do</strong> Aracne e os descendentes<br />

de Aracne em aranhas.<br />

a) Você acha que o autor <strong>do</strong> resumo cometeu algum erro na hora de<br />

escrevê-lo? Qual?<br />

Sim, embora o resumo apresente as informações mais importantes da<br />

lenda, o autor usou, de forma inadequada, os nomes Palas e Aracne. Houve<br />

uma repetição exagerada desses termos no resumo. O autor deveria<br />

ter escolhi<strong>do</strong> outras expressões para substituí-los, diminuin<strong>do</strong>, assim, a<br />

repetição, que fez o texto ficar cansativo.<br />

b) Reescreva o resumo, fazen<strong>do</strong> as alterações necessárias para resolver<br />

o problema que você encontrou:<br />

As sugestões de expressões de referência vêm destacadas em MAIÚS-<br />

CULAS no resumo, e as palavras ou expressões que serão retiradas estão<br />

tachadas. O professor deve chamar a atenção <strong>do</strong> aluno para:<br />

a primeira entrada <strong>do</strong>s referentes no resumo não pode ser substituída.<br />

Portanto as expressões Palas e Aracne devem ser mantidas;<br />

as expressões Palas e Aracne podem reaparecer no resumo, depois de<br />

uma certa seqüência de substituições;<br />

algumas vezes, a repetição pode ser evitada usan<strong>do</strong> o conector “e”<br />

que une duas orações;<br />

algumas vezes, não há necessidade de se substituir o termo repeti<strong>do</strong>,<br />

mas apenas de eliminá-lo (é o que chamamos de elipse).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

153


Palas era a deusa da sabe<strong>do</strong>ria Palas E (ou qUE) vivia na antiga Grécia.<br />

Um dia, Palas ELA resolveu ensinar os segre<strong>do</strong>s da fiação e tecelagem a<br />

uma moça chamada Aracne. Aracne (ou A MOÇA) era de origem humilde,<br />

mas Aracne se tornou tão habili<strong>do</strong>sa quanto Palas. As ninfas <strong>do</strong>s bosques<br />

e <strong>do</strong>s rios vinham vê-LA Aracne trabalhar e ficavam encantadas com a<br />

beleza DE SEUS os trabalhos de Aracne. A fama de Aracne foi tanta, que<br />

Aracne ELA passou a se sentir mais importante <strong>do</strong> que Palas. Furiosa com<br />

a atitude de Aracne, Palas A DEUSA resolveu passar-LHE uma lição (ou<br />

PASSAR UMA LIÇÃO NA MOÇA) em Aracne, transforman<strong>do</strong> Aracne – A<br />

e os SEUS descendentes de Aracne em aranhas.<br />

Texto II<br />

O texto que você vai ler é uma versão moderna <strong>do</strong> gênero lenda, chamada<br />

de lenda urbana. Antes disso, informe-se sobre esse gênero, len<strong>do</strong> a<br />

definição, adaptada da enciclopédia digital Wikipédia, no quadro a seguir:<br />

Lenda urbana<br />

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.<br />

Lendas urbanas, mitos urbanos ou lendas contemporâneas<br />

são pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalista amplamente<br />

divulgadas de forma oral, através de e-mails ou da imprensa,<br />

e que constituem um tipo de folclore moderno. São freqüentemente<br />

narradas como sen<strong>do</strong> fatos aconteci<strong>do</strong>s a um “amigo de um amigo” ou<br />

de conhecimento público.<br />

Muitas delas já são bastante antigas, ten<strong>do</strong> sofri<strong>do</strong> apenas pequenas<br />

alterações ao longo <strong>do</strong>s anos. Muitas foram traduzidas e incorporadas de<br />

outras culturas. É o caso de, por exemplo, a história da loira <strong>do</strong> banheiro,<br />

lenda urbana brasileira que fala sobre o fantasma de uma garota jovem de<br />

pele muito branca e cabelos loiros, que costuma ser avistada em banheiros,<br />

local onde teria se suicida<strong>do</strong> ou, em outras versões, si<strong>do</strong> assassinada.<br />

Outras dessas histórias têm origem mais recente, como as que dão<br />

conta de homens seduzi<strong>do</strong>s e droga<strong>do</strong>s em espaços de diversão noturna<br />

que, ao acordarem no dia seguinte, descobrem que tiveram um de<br />

seus rins cirurgicamente extraí<strong>do</strong> por uma quadrilha especializada na<br />

venda de órgãos humanos para transplante.<br />

Muitas lendas urbanas são, em sua origem, baseadas em fatos<br />

reais (ou preocupações legítimas), mas, geralmente, acabam distorcidas<br />

ao longo <strong>do</strong> tempo.<br />

Suas características principais seriam:<br />

são narrativas (geralmente pequenas histórias, porém bem estruturadas);<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

154


apresentam sempre testemunhas e provas supostamente existentes;<br />

quem as conta geralmente as ouviu de alguém e, quan<strong>do</strong> a pessoa<br />

repassa a história, costuma confirmá-la, como se tivesse si<strong>do</strong> vivida por<br />

ela mesma.<br />

Lenda urbana<br />

A loira <strong>do</strong> banheiro<br />

“Esta lenda é muito conhecida, qualquer um já deve ter ouvi<strong>do</strong> falar<br />

nela nos corre<strong>do</strong>res de uma escola. Ela é muito comentada, mas também<br />

incerta, existem muitas versões para ela. Uma delas diz que uma<br />

menina loira muito bonita vivia matan<strong>do</strong> aula na escola, fican<strong>do</strong> dentro<br />

<strong>do</strong> banheiro, fuman<strong>do</strong>, fazen<strong>do</strong> hora, enfim. Então, um dia, durante<br />

essas escapadas, ela caiu, bateu com a cabeça e morreu. Desde esse<br />

dia, os banheiros femininos de escolas são assombra<strong>do</strong>s pelo espírito<br />

de uma loira que aparece, quan<strong>do</strong> se entra sozinho. Outros dizem que<br />

essa loira aparece com o rosto cheio de cicatrizes e fere as garotas; ou<br />

aparece com algodão no nariz, pedin<strong>do</strong> para que tirem. Também há a<br />

crença de que, se você chamar a loira, tantas vezes, em frente ao espelho,<br />

ela vai aparecer. É uma história complicada, mas é uma das lendas<br />

bem antigas que fazem parte da vida de qualquer estudante”.<br />

1. Para que uma história seja reconhecida como uma lenda urbana, ela<br />

deve apresentar algumas características:<br />

1. ser uma narrativa pequena, bem estruturada;<br />

2. apresentar sempre testemunhas e provas de que a história realmente<br />

aconteceu;<br />

3. ser uma história ouvida e confirmada por várias pessoas.<br />

1.<br />

2.<br />

Numere o quadro abaixo de acor<strong>do</strong> com os itens acima:<br />

Lenda: Lenda Urbana<br />

A narrativa é curta, de fácil entendimento, porque o fato narra<strong>do</strong> é<br />

compreendi<strong>do</strong> sem problemas.<br />

A lenda faz parte da vida de qualquer estudante, que jura ter passa<strong>do</strong><br />

pela experiência de ter visto a loira.<br />

3. Vários estudantes contam a história da loira por terem ouvi<strong>do</strong> dizer.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

155


A lenda diz que a loira pode aparecer de várias maneiras para as pessoas<br />

no banheiro. Complete o quadro com as versões <strong>do</strong> texto:<br />

Versões para o aparecimento da loira<br />

1ª. versão A loira aparece quan<strong>do</strong> alguém entra sozinho no banheiro.<br />

2ª. versão A loira aparece com o rosto cheio de cicatrizes e fere as<br />

garotas.<br />

3ª. versão A loira aparece com algodão no nariz, pedin<strong>do</strong> para que<br />

tirem.<br />

4ª. versão A loira aparece se for chamada várias vezes, em frente ao<br />

espelho.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Certamente, você conhece algumas lendas urbanas. Conte algumas para<br />

seus colegas de sala. Em seguida, com base na Atividade 1, escreva uma<br />

LENDA URBANA que o tenha impressiona<strong>do</strong>.<br />

Professor: assim como foi feito com a atividade de produção de textos<br />

<strong>do</strong>s Encontros III e IV, quan<strong>do</strong> no final foi sugerida a elaboração de um<br />

pequeno livro de apólogos, propomos que aqui seja também elabora<strong>do</strong> um<br />

livrinho de LENDAS URBANAS QUE NOS APAVORAM, para que possa circular<br />

na sala, como objeto de leitura prazerosa de seus alunos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

156


ENCONTRO III<br />

Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong> (Parte I)<br />

ATENÇÃO! Professor, este tema será desenvolvi<strong>do</strong> nos Encontros III e IV.<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DO TEXTO<br />

Professor, este encontro tem em vista a formação <strong>do</strong> leitor literário.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, seu trabalho com os alunos deve encaminhar-se em duas<br />

direções, que são <strong>complementares</strong>: 1. resgatar com eles a memória <strong>do</strong> literário<br />

com o qual já tenham ti<strong>do</strong> experiências anteriores; 2. incentivá-los<br />

a se debruçarem sobre o texto, lançan<strong>do</strong> sobre ele um novo olhar, para<br />

que possam compreender as atividades com o gênero apólogo como importantes<br />

ferramentas para a ampliação de sua competência leitora.<br />

Sugestões para iniciar e dirigir a discussão com os alunos. Para<br />

fomentar as discussões, sugerem-se perguntas <strong>do</strong> tipo:<br />

Você gosta de ler? Que tipo de leitura você prefere?<br />

Você conhece algum(ns) escritor(es) brasileiro(s)? Qual(is)?<br />

Você já leu obras desse(s) autor(es)? Qual(is)?<br />

Professor, é interessante escrever no quadro o nome <strong>do</strong>s autores e obras<br />

cita<strong>do</strong>s pelos alunos. Acrescente, você também, alguns nomes à lista de<br />

autores e de obras, pois isso ajudará na ampliação <strong>do</strong>s conhecimentos <strong>do</strong>s<br />

alunos e enriquecerá o diálogo com a classe. Cite o seu autor preferi<strong>do</strong>,<br />

e mais alguns, como: Monteiro Lobato, Manuel Bandeira, Cecília Meireles,<br />

José Lins <strong>do</strong> Rego, alguns cronistas e até os autores modernos não prestigia<strong>do</strong>s<br />

pelos acadêmicos, como Paulo Coelho, por exemplo. É possível que<br />

os alunos não saibam citar muitos nomes de autores e de obras clássicas<br />

ou tradicionais. Esse fato não deve desestimulá-lo, professor. Certamente,<br />

eles terão feito outras leituras, mesmo não valorizadas pela escola, que<br />

poderão servir como indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> rumo <strong>do</strong> trabalho que você vai realizar.<br />

Aproveite todas as contribuições de seus alunos.<br />

Você já ouviu falar sobre um autor brasileiro chama<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> de<br />

Assis? O que você sabe sobre ele? Em que época ele viveu e escreveu?<br />

Sabe citar alguma de suas obras? Qual?<br />

Professor, você deve se preparar, levan<strong>do</strong> para a sala alguns exemplares<br />

de livros de Macha<strong>do</strong> de Assis, retratos desse autor, informações<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

157


sobre a época e sobre os costumes da sociedade em que ele viveu. se for<br />

possível, incentive os alunos a pesquisarem, na internet, a biografia de<br />

Macha<strong>do</strong> de Assis. se não for possível a consulta à NET, prepare uma<br />

visita à biblioteca da escola (planejan<strong>do</strong>, previamente, com a bibliotecária),<br />

para consulta a enciclopédias e dicionários de literatura. Os alunos deverão<br />

anotar da<strong>do</strong>s sobre a vida e a obra de Macha<strong>do</strong> de Assis. Para que a pesquisa<br />

não redunde em mera cópia da biografia <strong>do</strong> autor, monte com os alunos,<br />

em classe, uma linha <strong>do</strong> tempo, para marcar os fatos importantes da vida<br />

de Macha<strong>do</strong> de Assis: nascimento, datas relativas à família, 1ª publicação,<br />

casamento, datas da publicação de obras célebres, data da morte (a linha<br />

<strong>do</strong> tempo pode incluir outras datas, que não as citadas). Realize, coletivamente,<br />

essa atividade e deixe a linha <strong>do</strong> tempo exposta na sala, para<br />

eventuais consultas. Caso não haja biblioteca na escola, nem acesso<br />

à internet, o professor deverá preparar a aula, levan<strong>do</strong> para a sala<br />

material biográfico de macha<strong>do</strong> de assis, para a montagem da linha<br />

<strong>do</strong> tempo. esta atividade é fundamental, neste momento.<br />

LENDO O TEXTO<br />

O texto abaixo pertence ao gênero apólogo. Nele, é narrada uma discussão<br />

entre <strong>do</strong>is personagens. O autor deste texto é Macha<strong>do</strong> de Assis.<br />

apólogo é uma narrativa curta, que se parece com a fábula. No<br />

apólogo, como na fábula, na conclusão <strong>do</strong> texto, há uma lição de moral,<br />

que tem uma finalidade educativa. O que diferencia esses gêneros é<br />

que, no apólogo, os personagens são seres inanima<strong>do</strong>s – objetos – e,<br />

na fábula, são animais. Os objetos são mostra<strong>do</strong>s com características e<br />

comportamentos humanos.<br />

Professor, o texto foi escrito no Século XIX. Como há o emprego de palavras<br />

e expressões desconhecidas pelos alunos, você o lerá em voz alta<br />

para os alunos, para evitar dificuldades que possam comprometer o interesse<br />

pelo trabalho.<br />

Um apólogo<br />

Macha<strong>do</strong> de Assis<br />

ERA UMA VEZ uma agulha, que disse a um novelo de linha:<br />

A — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada,<br />

para fingir que vale alguma cousa neste mun<strong>do</strong>?<br />

L — Deixe-me, senhora.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

158


A — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com<br />

um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na<br />

cabeça.<br />

L — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha<br />

não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que<br />

Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a <strong>do</strong>s outros.<br />

A — Mas você é orgulhosa.<br />

L — Decerto que sou.<br />

A — Mas por quê?<br />

L — É boa! Porque coso. Então os vesti<strong>do</strong>s e enfeites de nossa ama,<br />

quem é que os cose, senão eu?<br />

A — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que<br />

quem os cose sou eu, e muito eu?<br />

L — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, pren<strong>do</strong> um pedaço<br />

ao outro, <strong>do</strong>u feição aos baba<strong>do</strong>s...<br />

A — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxan<strong>do</strong><br />

por você, que vem atrás, obedecen<strong>do</strong> ao que eu faço e man<strong>do</strong>...<br />

L — Também os bate<strong>do</strong>res vão adiante <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r:<br />

A — Você é impera<strong>do</strong>r?<br />

L — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno,<br />

in<strong>do</strong> adiante; vai só mostran<strong>do</strong> o caminho, vai fazen<strong>do</strong> o trabalho obscuro<br />

e ínfimo. Eu é que pren<strong>do</strong>, ligo, ajunto...<br />

Estavam nisto, quan<strong>do</strong> a costureira chegou à casa da baronesa. Não<br />

sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a<br />

modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou<br />

<strong>do</strong> pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha,<br />

e entrou a coser. Uma e outra iam andan<strong>do</strong> orgulhosas, pelo pano adiante,<br />

que era a melhor das sedas, entre os de<strong>do</strong>s da costureira, ágeis como<br />

os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:<br />

A — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não<br />

repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou<br />

aqui entre os de<strong>do</strong>s dela, unidinha a eles, furan<strong>do</strong> abaixo e acima...<br />

A linha não respondia nada; ia andan<strong>do</strong>. Buraco aberto pela agulha<br />

era logo enchi<strong>do</strong> por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz,<br />

e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, ven<strong>do</strong> que ela não lhe<br />

dava resposta, calou-se também, e foi andan<strong>do</strong>. E era tu<strong>do</strong> silêncio na<br />

saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha no<br />

pano. Cain<strong>do</strong> o sol, a costureira <strong>do</strong>brou a costura, para o dia seguinte;<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

159


continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e<br />

ficou esperan<strong>do</strong> o baile.<br />

Veio a noite <strong>do</strong> baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a aju<strong>do</strong>u<br />

a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum<br />

ponto necessário. E quan<strong>do</strong> compunha o vesti<strong>do</strong> da bela dama, e puxava<br />

a um la<strong>do</strong> ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisan<strong>do</strong>, abotoan<strong>do</strong>,<br />

acolchetan<strong>do</strong>, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:<br />

L — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa,<br />

fazen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> vesti<strong>do</strong> e da elegância? Quem é que vai dançar<br />

com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da<br />

costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.<br />

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça<br />

grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda,<br />

aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai<br />

gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como<br />

eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.<br />

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanan<strong>do</strong><br />

a cabeça:<br />

— Também eu tenho servi<strong>do</strong> de agulha a muita linha ordinária!<br />

(Obra completa. V. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979, pp. 554-556).<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO<br />

1. Responda:<br />

a) O texto li<strong>do</strong> pertence ao gênero apólogo. Nele não há animais como<br />

personagens. Quais são os <strong>do</strong>is personagens principais <strong>do</strong> apólogo?<br />

A agulha e a linha.<br />

b) O apólogo é uma narrativa. Nas narrativas, aparece a figura daquele<br />

que conta a história – o narra<strong>do</strong>r. Retire <strong>do</strong> texto algumas passagens em<br />

que o narra<strong>do</strong>r aparece.<br />

“(...) Não sei se disse que isso se passava em casa de uma baronesa...”<br />

“Contei essa história a um professor de melancolia, que me disse...”<br />

c) No texto, o narra<strong>do</strong>r é um homem ou uma mulher?<br />

Não é possível saber, pois não há essa informação no texto.<br />

Professor, nesta etapa <strong>do</strong> trabalho, explique ao aluno a distinção entre<br />

autor e narra<strong>do</strong>r. O narra<strong>do</strong>r não é o autor <strong>do</strong> texto. O narra<strong>do</strong>r é o que<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

160


narra a história, está “dentro” <strong>do</strong> texto, só existe no texto e não na vida<br />

real. O autor é responsável por escrever a história e mandar publicá-la. O<br />

autor é “o <strong>do</strong>no” da história, existe na vida real. Neste apólogo, temos: autor:<br />

Macha<strong>do</strong> de Assis; narra<strong>do</strong>r: um homem ou uma mulher (não há informações<br />

no texto para definir) que conta a história da agulha e da linha.<br />

d) Marque a resposta certa:<br />

Pelas passagens destacadas na resposta b, o narra<strong>do</strong>r escreve na 1ª<br />

pessoa <strong>do</strong> singular/1ª pessoa <strong>do</strong> plural/3ª pessoa <strong>do</strong> singular.<br />

2. Marque, no texto, as falas da agulha (A) e da linha (L):<br />

Professor, no texto, as marcas estão em verde (A) e em azul (L).<br />

3. Que personagem iniciou a discussão?<br />

A agulha iniciou a discussão.<br />

4. Que personagem “teve mais falas”?<br />

A agulha e a linha tiveram o mesmo número de falas.<br />

5. Quem teve a “última palavra” na discussão?<br />

A linha.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Preparar a leitura dramatizada <strong>do</strong> texto: um aluno atuará como o narra<strong>do</strong>r<br />

e três outros alunos lerão as falas da agulha, da linha e <strong>do</strong> alfinete.<br />

Ler o texto para os colegas, após a preparação em aula.<br />

Professor, esta atividade costuma despertar bastante interesse nos alunos.<br />

Oriente-os, no momento de preparação da leitura, observan<strong>do</strong> as<br />

entonações, as pausas, o timbre de voz adequa<strong>do</strong> aos personagens. Cuide<br />

para que os outros alunos da classe respeitem o trabalho e se comportem<br />

como ouvintes atentos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

161


ENCONTRO IV<br />

Apólogo – outra forma de simbolizar o mun<strong>do</strong> (Parte II)<br />

ANTECIPANDO SENTIDOS DOS TEXTOS<br />

Sugestões para iniciar e dirigir a discussão com os alunos:<br />

Professor, para iniciar este Encontro IV, sugerimos os seguintes procedimentos:<br />

Fazer uma revisão <strong>do</strong> encontro anterior, retoman<strong>do</strong> temas como:<br />

definição de apólogo, escritores brasileiros, informações sobre o escritor<br />

Macha<strong>do</strong> de Assis, autor <strong>do</strong> apólogo estuda<strong>do</strong>.<br />

Fazer uma nova leitura <strong>do</strong> texto com os alunos.<br />

CONSTRUINDO SENTIDOS PARA O TEXTO (CONTINUAÇÃO)<br />

1. Releia, abaixo, algumas passagens <strong>do</strong> texto. Converse com seu colega a<br />

respeito de seus possíveis significa<strong>do</strong>s. Recorram ao dicionário para compreensão<br />

<strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s, caso seja necessário:<br />

a) “Por que você está com esse ar, toda cheia de si...” – significa<br />

estar se sentin<strong>do</strong> superior aos outros, mais importante que os outros.<br />

b) “(...) os vesti<strong>do</strong>s e enfeites de nossa ama...” – significa senhora,<br />

<strong>do</strong>na, a baronesa, no texto.<br />

c) “Também os bate<strong>do</strong>res vão diante <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r”. – significa solda<strong>do</strong>s<br />

que abriam caminho para o impera<strong>do</strong>r passar. Hoje em dia seriam<br />

solda<strong>do</strong>s ou seguranças, que vão à frente <strong>do</strong>s carros das autoridades em<br />

motocicletas.<br />

d) “(...) uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não<br />

andar atrás dela”. – significa que a costureira ia à casa da baronesa; ela<br />

costurava na própria casa da baronesa.<br />

e) “(...) a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe...” – significa<br />

zombar, debochar.<br />

2. Agulha e linha enumeraram argumentos, para comprovarem que uma<br />

era mais importante <strong>do</strong> que a outra. Que argumentos cada uma usou?<br />

Professor, realize esta atividade juntamente com os alunos, que encontrarão<br />

os argumentos no texto e, organizadamente, “ao seu coman<strong>do</strong>”,<br />

irão citan<strong>do</strong>-os. Escreva os argumentos cita<strong>do</strong>s por eles, em colunas, no<br />

quadro, e eles os copiarão no caderno. Em caso de dúvidas ou de erros,<br />

você deverá interferir, para resolver as dificuldades. Outra sugestão será<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

162


pedir que <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s alunos escrevam os argumentos da linha e da agulha,<br />

respectivamente, no quadro. Nesse caso, você coordena a atividade.<br />

À medida que os argumentos são coloca<strong>do</strong>s no quadro, o professor deve<br />

chamar a atenção <strong>do</strong>s alunos para verbos que tenham valor argumentativo<br />

(conferir os verbos em negrito no gabarito abaixo).<br />

Linha<br />

Disse considerar-se a mais importante, porque era ela quem costurava<br />

os vesti<strong>do</strong>s da baronesa.<br />

Alegou que a função da agulha era furar o pano, mas que ela, linha,<br />

é que prendia um pano ao outro, dava feição aos baba<strong>do</strong>s.<br />

Falou que a agulha podia ser comparada com os bate<strong>do</strong>res, que seguem<br />

à frente <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r, mas são menos importantes <strong>do</strong> que ele.<br />

Alegou que ela, a linha, tinha a função de ligar, prender, ajuntar.<br />

Finalmente, disse que ela iria ao baile, presa ao vesti<strong>do</strong> da baronesa,<br />

enquanto a agulha voltaria para a caixa de costura.<br />

Agulha<br />

Retrucou que quem costurava os vesti<strong>do</strong>s da baronesa não era a<br />

linha, mas ela, a agulha.<br />

Disse que sua função era a de furar o pano e puxar a linha, que seguia<br />

atrás, obediente.<br />

questionou o fato de a linha se julgar tão importante quanto o impera<strong>do</strong>r.<br />

Disse que era a mais importante das duas, porque ficava colada aos<br />

de<strong>do</strong>s da costureira, ajudan<strong>do</strong>-a no trabalho de costura.<br />

3. Onde se passam as ações da história?<br />

As ações da história se passam na casa da baronesa.<br />

4. Quan<strong>do</strong> começou a discussão entre a agulha e a linha?<br />

A discussão começou antes de a costureira chegar.<br />

5. Como as fábulas, os apólogos também desejam ensinar algo aos leitores<br />

e fazem isso por meio da moral, que aparece na conclusão <strong>do</strong> texto.<br />

Quem apresenta a moral da história?<br />

O alfinete apresenta a moral da história.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

163


Qual é a moral desta história?<br />

Existem pessoas que facilitam a vida das outras e não são recompensadas<br />

por isso. Muitas vezes, aquelas pessoas que são ajudadas ficam com<br />

os benefícios e se esquecem de que receberam ajuda.<br />

O alfinete complementa a moral <strong>do</strong> apólogo, ensinan<strong>do</strong> à agulha outra<br />

“lição”. Qual?<br />

O alfinete aconselha a agulha a cuidar apenas de sua vida, sem querer<br />

facilitar as coisas para as outras pessoas.<br />

Professor, o aluno pode expressar a moral com palavras diferentes.<br />

6. Quem venceu a discussão: a agulha ou a linha?<br />

Pelo texto, parece claro que a linha foi a vence<strong>do</strong>ra.<br />

Professor, é possível discutir com os alunos sobre as circunstâncias em que<br />

se deu ‘a vitória’, tratan<strong>do</strong> de temas como orgulho, prepotência e humilhação,<br />

por exemplo. Pode ser que o entendimento <strong>do</strong> que seja vencer se altere.<br />

7. Releia:<br />

“Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanan<strong>do</strong><br />

a cabeça: — Também eu tenho servi<strong>do</strong> de agulha a muita linha<br />

ordinária!”<br />

Nesse diálogo, o narra<strong>do</strong>r conversa com uma pessoa sobre o apólogo. O<br />

que quer dizer a expressão “professor de melancolia”?<br />

Melancolia significa tristeza, depressão. O narra<strong>do</strong>r, então, conversou<br />

com uma pessoa/um homem muito triste, muito deprimi<strong>do</strong>. Esse homem<br />

era mais melancólico <strong>do</strong> que os outros, era “um professor de melancolia”.<br />

REFLETINDO SOBRE OS USOS DA LÍNGUA<br />

Professor, nesta oficina, o foco é a leitura literária. Sen<strong>do</strong> assim, a reflexão<br />

sobre gramática <strong>do</strong> idioma não é o mais importante. Apresentamse,<br />

no entanto, algumas sugestões de atividades, que poderão ajudar na<br />

compreensão <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> global <strong>do</strong> texto.<br />

1. Quantos parágrafos há no texto?<br />

Há 22 parágrafos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

164


Professor, nesta atividade é interessante observar o uso <strong>do</strong>s travessões<br />

no diálogo, que marcam parágrafos, bem como seu alinhamento em<br />

relação aos parágrafos em que não há travessões. Vale ressaltar que, no<br />

penúltimo e no último parágrafos, os travessões estão coloca<strong>do</strong>s internamente,<br />

no corpo <strong>do</strong> texto, e não marcam início de novo parágrafo: § 21.<br />

= o alfinete “fala” para a agulha, que não responde; § 22. = o professor<br />

de melancolia faz um comentário sobre a moral <strong>do</strong> apólogo, que aparece<br />

inseri<strong>do</strong> internamente, no corpo <strong>do</strong> parágrafo.<br />

2. Releia:<br />

“É boa! Porque coSo. Então os vesti<strong>do</strong>s e enfeites de nossa ama, quem<br />

é que os coSe, senão eu?”<br />

Coso e cose são formas <strong>do</strong> verbo COSER. Coser significa: costurar.<br />

Agora leia:<br />

É boa! Porque coZo. Então os pratos sofistica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s almoços de nossa<br />

ama, quem é que os coZe, senão eu?<br />

Cozo e coze são formas <strong>do</strong> verbo COZER. Cozer significa: cozinhar.<br />

Marque a resposta certa para fazer a conclusão:<br />

Os pares de verbos coso/cozo e cose/coze têm som igual/diferente,<br />

grafia igual/diferente e senti<strong>do</strong> igual/diferente.<br />

Essas palavras também são chamadas de HOMÔNIMAS.<br />

Professor, não serão realizadas atividades de fixação neste momento,<br />

uma vez que fogem ao objetivo <strong>do</strong> encontro, que dá destaque à leitura literária.<br />

O professor poderá fazer comentários a respeito <strong>do</strong> emprego dessas<br />

palavras que, hoje, não são usuais na língua diária.<br />

PRODUZINDO TEXTOS<br />

Você aprendeu, neste encontro, as características de um apólogo. Relembre-as:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

165


narrativa curta, parecida com a fábula;<br />

moral no final da narrativa;<br />

os personagens são seres inanima<strong>do</strong>s – objetos;<br />

os objetos são mostra<strong>do</strong>s com características e comportamentos<br />

humanos.<br />

Pensan<strong>do</strong> nos pares de objetos relaciona<strong>do</strong>s abaixo, escolha um par<br />

para escrever um apólogo juntamente com seu colega:<br />

Caneta e papel<br />

Vinho e água<br />

Caneta e lápis<br />

Carro e moto e outros.<br />

Professor, os alunos poderão formar seus próprios pares de objetos. Sugerimos<br />

que acompanhe de perto a produção desses textos, que poderão,<br />

depois de prontos, formar um pequeno livro de apólogos <strong>do</strong>s alunos da<br />

sala. Esse material poderá circular entre eles, em forma de empréstimo.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

166


SUGESTÃO DE BIBLIOGRAFIA PARA O PROFESSOR<br />

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem<br />

pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.<br />

______________. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo:<br />

Parábola Editorial, 2003.<br />

DIONÍSIO, Angela Paiva et alii. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro:<br />

Editora Lucerna, 2007.<br />

KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura teoria & prática. Campinas/SP: Editora<br />

Pontes, 2007.<br />

KOCH, Inge<strong>do</strong>re Villaça e ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os senti<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> texto. São Paulo: Contexto, 2007.<br />

LIBERATO, Yara e FULGÊNCIO, Lúcia. É possível facilitar a leitura: um guia<br />

para escrever claro, São Paulo: Contexto, 2007.<br />

SIMÕES, Darcília. Considerações sobre a fala e a escrita – Fonologia em<br />

nova chave. São Paulo; Parábola Editorial, 2006.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

167


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

168


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

170


CARO PROFESSOR,<br />

Esta coleção de Manuais de Estu<strong>do</strong>s Complementares foi pensada<br />

e organizada com a finalidade de ajudá-lo a desenvolver o seu<br />

trabalho em sala de aula e é composta de <strong>do</strong>is volumes, conten<strong>do</strong><br />

cinco oficinas de Matemática cada um. Cada oficina envolve um<br />

bloco de conteú<strong>do</strong>s e grupo de habilidades e contém atividades<br />

cujo objetivo é apoiar a aprendizagem <strong>do</strong>s temas matemáticos estuda<strong>do</strong>s<br />

em cada uma das unidades formativas desenvolvidas no<br />

<strong>ProJovem</strong> <strong>Urbano</strong>.<br />

Acreditamos que o desenvolvimento das atividades por meio de<br />

oficinas irá ajudá-lo a trabalhar a revisão <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s matemáticos<br />

presentes nos Guias de Estu<strong>do</strong> e a oferecer alternativas meto<strong>do</strong>lógicas<br />

para exercer seu papel com criatividade, além de preservar<br />

sua liberdade de imprimir o ritmo adequa<strong>do</strong> à situação real<br />

de seus alunos, viabilizan<strong>do</strong>, portanto, inúmeras formas de atuar<br />

dentro da sala de aula.<br />

O sucesso desta proposta depende fundamentalmente <strong>do</strong> trabalho<br />

<strong>do</strong> professor na sua função de orienta<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s processos de<br />

investigação/exploração <strong>do</strong>s novos conhecimentos, de relacionálos<br />

com os conhecimentos pré-existentes e de organizá-los sistematicamente.<br />

Nessa função o professor será, raramente, um<br />

expositor que apresenta a Matemática como um produto pronto<br />

e acaba<strong>do</strong>. Ao contrário, ele estará freqüentemente interagin<strong>do</strong><br />

com os alunos, estimulan<strong>do</strong> a discussão, sugerin<strong>do</strong> caminhos e<br />

aproveitan<strong>do</strong> toda e qualquer oportunidade de provocar reflexão<br />

sobre o que está sen<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong>.<br />

Dentre a diversidade de recursos disponíveis para se ensinar Matemática,<br />

a resolução de problemas é aquele que mais favorece o<br />

desenvolvimento das capacidades de: formular e testar hipóteses,<br />

de intuir, de induzir, de generalizar e de raciocinar dentro de uma<br />

lógica, seja em contextos matemáticos ou não. Para se pensar matematicamente,<br />

essas capacidades são indispensáveis. Daí a nossa<br />

preferência. Isso não significa, entretanto, que outros recursos de<br />

ensino, tais como, jogos, uso de calcula<strong>do</strong>ras, jornais e revistas,<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

171


materiais concretos etc. não foram considera<strong>do</strong>s, mas sempre integra<strong>do</strong>s<br />

a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão.<br />

Convém lembrar que os conteú<strong>do</strong>s presentes nas atividades propostas<br />

nas oficinas são trabalha<strong>do</strong>s de forma não compartimentada,<br />

observan<strong>do</strong>-se a diversidade de conexões que podem ser estabelecidas<br />

(internamente entre si e deles com outras áreas <strong>do</strong> conhecimento).<br />

Além disso, eles não se esgotam de uma única vez: são<br />

apresenta<strong>do</strong>s em tempos e contextos diferentes e em níveis de aprofundamento<br />

crescentes.<br />

É importante ressaltar que você, professor, poderá adequar o grau<br />

de aprofundamento <strong>do</strong> tema focaliza<strong>do</strong> nas oficinas na turma em<br />

que estiver trabalhan<strong>do</strong>. Fica a possibilidade de rearranjar as atividades<br />

em outras seqüências, a partir da necessidade de apoio que<br />

você observar em seus alunos.<br />

ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL<br />

Os Manuais de Estu<strong>do</strong>s Complementares são apresenta<strong>do</strong>s em<br />

<strong>do</strong>is volumes conten<strong>do</strong> cada um cinco oficinas de Matemática. Cada<br />

oficina será desenvolvida em quatro encontros de duas horas, perfazen<strong>do</strong><br />

oito horas de trabalho. Esses encontros estão indica<strong>do</strong>s no<br />

contexto da oficina, mas, apenas como sugestão, dan<strong>do</strong> flexibilidade<br />

ao professor de adaptá-los ao andamento <strong>do</strong> seu trabalho e ao ritmo<br />

<strong>do</strong>s alunos.<br />

As oficinas não são temáticas. Já que os conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Guias de<br />

Estu<strong>do</strong> são apresenta<strong>do</strong>s por meio de temas, preferimos desenvolver<br />

as oficinas em torno <strong>do</strong>s tópicos <strong>do</strong> programa de Matemática de<br />

6º a 9º anos <strong>do</strong> ensino fundamental, a fim de facilitar a organização<br />

e sistematização <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s. No Volume I, as oficinas abordam<br />

os tópicos: Números e Sistema de Numeração Decimal, Operações<br />

com Números Naturais, Geometria (espaço e forma), Números Racionais<br />

e Números Inteiros.<br />

Estes conteú<strong>do</strong>s estão organiza<strong>do</strong>s em blocos e são desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

por meio de atividades dirigidas ao aluno. A intenção de direcionar<br />

as atividades ao aluno se justifica pelo fato de facilitar a interação<br />

professor/aluno. Sempre que necessário foram inseridas orientações<br />

e sugestões ao professor visan<strong>do</strong> oferecer-lhe mais subsídios<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

172


para trabalhar os conteú<strong>do</strong>s, propician<strong>do</strong> maior repertório de situações<br />

e materiais para sanar alguma dificuldade e apreender os<br />

conceitos propostos.<br />

Como a finalidade <strong>do</strong>s Manuais de Estu<strong>do</strong>s Complementares é<br />

propiciar novas aprendizagens ao aluno, especialmente àquele que<br />

tem suporte mais frágil e apresenta dificuldades de aprendizagem,<br />

os conteú<strong>do</strong>s foram trata<strong>do</strong>s de forma mais ampla e detalhada, muitas<br />

vezes retroagin<strong>do</strong> a níveis anteriores de escolarização, sugerin<strong>do</strong><br />

atividades com utilização de recursos didáticos e materiais concretos.<br />

Algumas vezes, o professor deve adaptar e graduar os conteú<strong>do</strong>s<br />

para atender às possibilidades cognitivas <strong>do</strong>s seus alunos, como<br />

é o caso da Oficina 3, que trata da Geometria. Houve extrapolação<br />

de conteú<strong>do</strong> em relação aos Guias de Estu<strong>do</strong>s, mais com o intuito de<br />

oferecer ao professor recursos didáticos para alinhavar os assuntos,<br />

dan<strong>do</strong>-lhes uma seqüência plausível, lógica e compreensível.<br />

Quanto às atividades, elas foram preparadas ten<strong>do</strong>-se em vista as<br />

inúmeras possibilidades de trabalho dentro da sala de aula: trabalho<br />

em grupo, individual, em duplas e discussão coletiva com toda a turma<br />

sob a coordenação <strong>do</strong> professor, como por exemplo:<br />

Trabalho coletivo – De mo<strong>do</strong> geral, o “trabalho coletivo” sugere<br />

uma atividade que, sob a liderança e orientação direta <strong>do</strong> professor,<br />

deve ser desenvolvida coletivamente pelos alunos.<br />

Trabalho individual ou trabalho em grupo – São indica<strong>do</strong>s<br />

para as atividades que de mo<strong>do</strong> geral abordam novos conceitos e<br />

remetem os alunos a novas descobertas. O professor deve estar<br />

sempre disponível para atender as dúvidas, observan<strong>do</strong> as eventuais<br />

dificuldades de cada um. Ele deve ficar circulan<strong>do</strong> na sala, destacan<strong>do</strong><br />

idéias importantes e observan<strong>do</strong> atentamente o desenvolvimento<br />

<strong>do</strong>s trabalhos, acompanhan<strong>do</strong> e ajudan<strong>do</strong>, mas evitan<strong>do</strong> antecipar<br />

respostas que podem ser dadas pelos próprios alunos. Deve fazer as<br />

intervenções que julgar necessárias, de mo<strong>do</strong> a estimular o progresso<br />

<strong>do</strong> grupo, evitan<strong>do</strong> assim, eventuais descompassos na participação<br />

de algum <strong>do</strong>s seus integrantes.<br />

Algumas vezes, as atividades consistirão de pequenas leituras.<br />

Os alunos, individualmente, ou em grupo, ou juntos com o professor,<br />

podem ler o texto proposto. O professor deve estar sempre<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

173


atento fazen<strong>do</strong> as intervenções necessárias, seja para destacar o<br />

significa<strong>do</strong> de alguma palavra, seja para verificar se o texto está<br />

sen<strong>do</strong> bem entendi<strong>do</strong>.<br />

Muitas vezes, as oficinas por intermédio de algumas atividades,<br />

proporcionam a simulação de uma situação de sala de aula com<br />

trocas entre professor e alunos para ilustrar concretamente os conceitos/méto<strong>do</strong>s/idéias<br />

apresenta<strong>do</strong>s. Para as demais atividades,<br />

acreditamos que a seqüência proposta e o seu desenvolvimento por<br />

si só, já darão ao professor orientações suficientes para se conduzir<br />

na sala de aula.<br />

Com relação aos exercícios, eles estão sempre relaciona<strong>do</strong>s com<br />

o que foi estuda<strong>do</strong> na oficina e quase sempre exercem uma função<br />

integra<strong>do</strong>ra das atividades da mesma e fixação e aplicação <strong>do</strong>s<br />

conteú<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s. Algumas vezes, devi<strong>do</strong> à extensão <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong><br />

ou ao tempo escasso de aula, o aluno terá que fazer exercícios<br />

extra-classe. O professor determina quais exercícios serão<br />

realiza<strong>do</strong>s em casa, e, no dia seguinte, faz correção coletiva ou dá<br />

as respostas para que, em grupos, os alunos confiram e comentem<br />

sobre os erros e dificuldades.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

174


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

175<br />

1<br />

OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />

objetivos:<br />

Oferecer ao professor recursos para desenvolver o conteú<strong>do</strong> sobre número<br />

e sistema de numeração, possibilitan<strong>do</strong> ao aluno:<br />

reconhecer a necessidade <strong>do</strong>s números no dia-a-dia e refletir sobre a<br />

importância <strong>do</strong>s mesmos;<br />

utilizar os números naturais para contar, ordenar, estimar, transmitir<br />

informações, calcular e resolver problemas, amplian<strong>do</strong> e construin<strong>do</strong> novos<br />

significa<strong>do</strong>s para os mesmos;<br />

ampliar a compreensão <strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal;<br />

reconhecer as regras e os princípios <strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal,<br />

destacan<strong>do</strong>-se aqueles que se referem à composição de número e<br />

sua escrita;<br />

exercitar a escrita e leitura de números, bem como sua composição e<br />

decomposição.<br />

BLOCO 1. PARA qUE SERVEM OS NÚMEROS?<br />

Os números têm um papel importante em nossa vida. Vivemos rodea<strong>do</strong>s<br />

por eles e os utilizamos a to<strong>do</strong> o momento. Com os números<br />

naturais realizamos muitas tarefas tais como contar, ordenar, expressar<br />

códigos, calcular, resolver problemas... O objetivo principal desse bloco<br />

é fazer uma retomada de alguns conteú<strong>do</strong>s estuda<strong>do</strong>s pelos alunos,<br />

utilizan<strong>do</strong>-se, para isso, de algumas situações que mostram a importância<br />

<strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s números no dia-a-dia e em diferentes áreas <strong>do</strong> conhecimento.<br />

Nas atividades propostas, o aluno é estimula<strong>do</strong> a observar os<br />

diferentes contextos em que os números são utiliza<strong>do</strong>s e identificar suas<br />

diferentes funções, dan<strong>do</strong> assim oportunidade de se realizar a leitura e<br />

a escrita de muitos deles.<br />

ENCONTRO 1


Leia o texto<br />

A formiga DINOSSAURO<br />

As formigas surgiram no perío<strong>do</strong> cretáceo, que<br />

durou de 14 milhões a 65 milhões de anos atrás,<br />

e estão entre os animais que mais se disseminaram<br />

e se adaptaram às diferentes regiões <strong>do</strong><br />

planeta. Existem nada menos de 12 461 espécies<br />

de formigas já catalogadas, e o número não para<br />

de crescer. No Século XVIII, na primeira vez em que se classificaram<br />

os seres vivos de forma sistemática, o naturalista sueco Carlos Lineu<br />

registrou apenas dezesseis espécies de formiga.<br />

Um estu<strong>do</strong> publica<strong>do</strong> em setembro de 2008 alterou uma parte <strong>do</strong> que<br />

se sabia sobre a história das formigas. O estu<strong>do</strong> relata a descoberta de<br />

uma formiga de coloração clara e 3 milímetros de comprimento que vive<br />

no subsolo da Amazônia brasileira. Segun<strong>do</strong> os cálculos <strong>do</strong>s cientistas,<br />

a Martialis heureka, nome da<strong>do</strong> à formiga, pertence a uma linhagem<br />

que já existia há pelo menos 100 milhões de anos, o que tornaria suas<br />

tataravós contemporâneas <strong>do</strong>s dinossauros.<br />

Não surpreende que a Martialis heureka tenha si<strong>do</strong> descoberta na<br />

Amazônia, onde há a maior biodiversidade <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Estima-se que um<br />

quinto de todas as espécies de plantas e animais habite a região, onde<br />

foram encontradas 72 espécies de formigas numa única copa de árvore.<br />

A descoberta da Martialis heureka fornece mais um capítulo na história<br />

dessas criaturas que, um dia, foram pisoteadas pelos dinossauros.<br />

Texto basea<strong>do</strong> em reportagem da revista Veja, edição 2 079 – ano 41 – n o 38, 24/9/2008.<br />

ROTEIRO DE TRABALHO<br />

Os alunos individualmente fazem uma leitura silenciosa <strong>do</strong> texto e, em<br />

seguida, anotam os números nele encontra<strong>do</strong>s. Chamar a atenção para a<br />

instrução dada, que propõe duas ações distintas:<br />

1 ª ) Leitura <strong>do</strong> texto.<br />

2 ª ) Voltar ao texto e anotar os números nele encontra<strong>do</strong>s.<br />

Com o objetivo de enriquecer essa atividade e sondar conhecimentos<br />

prévios <strong>do</strong>s alunos, propor algumas questões como as exemplificadas<br />

abaixo. As habilidades requeridas nessas questões serão retomadas posteriormente,<br />

assim o professor deve comentar brevemente as soluções<br />

apresentadas, deixan<strong>do</strong> a sistematização para outro momento.<br />

De que outra forma é possível escrever os seguintes números: 14 milhões,<br />

65 milhões e 100 milhões? (Uma solução é 14 000 000; 65 000 000<br />

e 100 000 000)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

176


Algumas civilizações antigas utilizaram diferentes símbolos para representar<br />

os números. O símbolo XVIII foi utiliza<strong>do</strong> por qual civilização? No<br />

nosso sistema que número ele representa? (Civilização romana. No nosso<br />

sistema o símbolo XVIII representa o número 18)<br />

Os números são representa<strong>do</strong>s de diversas formas, como por exemplo, o<br />

número 1<br />

, que aparece no texto. Que forma é essa? De que outra forma é<br />

5<br />

possível representar esse número? (O número 1<br />

está escrito na forma fracio-<br />

5<br />

nária. Uma outra forma de representá-lo é na forma decimal, ou seja, 0,2)<br />

ATIVIDADE 1 – USANDO OS NÚMEROS PARA CONTAR<br />

Para familiarizar os alunos com a função de contar e introduzir de maneira<br />

intuitiva um méto<strong>do</strong> facilita<strong>do</strong>r da contagem, pedir que eles resolvam<br />

os problemas a seguir. É importante explorar e comparar as soluções<br />

apresentadas pelos alunos antes de sistematizá-las ressaltan<strong>do</strong> durante a<br />

discussão que, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> problema, a listagem pode ser longa e, portanto,<br />

trabalhosa. Essa discussão deve ter como objetivo levar os alunos<br />

a sentirem a necessidade de encontrar uma maneira mais eficiente de se<br />

calcular o total de agrupamentos, tais como as tabelas e os diagramas da<br />

árvore reforçan<strong>do</strong> assim o princípio fundamental da contagem.<br />

Problema 1:<br />

Quantos triângulos há na figura?<br />

1<br />

3<br />

2<br />

4<br />

5<br />

Trata-se de um problema no qual<br />

o aluno precisa identificar os triângulos<br />

na figura e em seguida contá-los.<br />

(Há 5 triângulos na figura)<br />

Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> nível da turma, propor outros problemas, aproveitan<strong>do</strong><br />

a oportunidade para estimular uma discussão em que os alunos comparem<br />

as diversas estratégias de contagem. Exemplos:<br />

Quantos quadra<strong>do</strong>s há na figura? Quantos triângulos há na figura?<br />

(14) (13)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

177


Problema 2: Arthur e Luísa estavam jogan<strong>do</strong> varetas. A cada partida<br />

ganha por um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is, eles registravam o resulta<strong>do</strong> num papel, fazen<strong>do</strong><br />

um traço. Ao final <strong>do</strong> jogo, o registro era:<br />

Artur<br />

Luísa<br />

a) Quem ganhou o jogo? (Arthur)<br />

b) Quantas partidas Luísa ganhou? (13)<br />

c) E Arthur? (19)<br />

d) Você já usou essa maneira de marcar pontos alguma vez? (Resposta<br />

pessoal)<br />

e) Você acha essa maneira de marcar pontos prática? Por quê? (Resposta<br />

pessoal)<br />

Pedir aos alunos que citem algumas situações nas quais eles usaram a<br />

contagem, discutin<strong>do</strong> também o mo<strong>do</strong> como usam para fazer o registro<br />

dessas contagens.<br />

Problema 3: Uma empresa fabrica três tipos de telefones: de mesa, de<br />

parede e sem fio, nas cores: preto, branco, cinza, vermelho e azul.<br />

a) Quantas opções diferentes de telefones, no total, essa empresa<br />

fabrica?<br />

b) Quantas opções diferentes de telefones de parede essa empresa<br />

fabrica?<br />

c) Quantas opções diferentes de telefones na cor branca essa empresa<br />

fabrica?<br />

d) Quantas opções diferentes de telefones nas cores branca e preta essa<br />

empresa fabrica?<br />

Perguntar à turma se alguém tem alguma sugestão de como obter<br />

a lista completa de todas as possíveis combinações “tipo de telefone/<br />

cor <strong>do</strong> telefone”. Se a solução apresentada se restringir a uma listagem<br />

aleatória de todas as combinações, oferecer outros mo<strong>do</strong>s de obter a<br />

solução, tais como uma tabela de dupla entrada ou o diagrama da árvore,<br />

estimulan<strong>do</strong> assim a troca de idéias para comparar as soluções.<br />

O objetivo aqui é prepará-los para a necessidade de encontrar uma<br />

maneira mais eficiente de se calcular o total de agrupamentos sem a<br />

exaustiva listagem.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

178


Tabela de dupla entrada:<br />

mesa Parede Sem fio<br />

Preto Mesa-preto Parede-preto Sem fio-preto<br />

Branco Mesa-branco Parede-branco Sem fio-branco<br />

Cinza Mesa-cinza Parede-cinza Sem fio-cinza<br />

Vermelho Mesa-vermelho Parede-vermelho Sem fio-vermelho<br />

Azul Mesa-azul Parede-azul Sem fio-azul<br />

Diagrama da árvore:<br />

Telefone<br />

de mesa<br />

Preto<br />

Branco<br />

Cinza<br />

Vermelho<br />

Azul<br />

Telefone<br />

sem fio<br />

Princípio fundamental da contagem:<br />

Incentivar os alunos a descobrir que o total de telefones pode ser encontra<strong>do</strong><br />

pela multiplicação da quantidade de tipos de telefones pela quantidade<br />

de cores, ou seja,<br />

Grandezas Tipos de telefone Cores<br />

Variação das grandezas 3 5<br />

Portanto, o total de opções diferentes de telefones que essa empresa<br />

fabrica é 3 x 5 = 15.<br />

(Utilizan<strong>do</strong> os mesmos procedimentos tem-se que o número de opções<br />

diferentes de telefones de parede que a empresa fabrica é 1 x 5 =<br />

5, o número de opções diferentes de telefones na cor branca é 3 x 1 e<br />

o número de opções diferentes de telefones nas cores branca e preta é<br />

3 x 2 = 6)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

179<br />

Telefone<br />

de parede<br />

Preto<br />

Branco<br />

Cinza<br />

Vermelho<br />

Azul<br />

Preto<br />

Branco<br />

Cinza<br />

Vermelho<br />

Azul


ATIVIDADE 2 – USANDO OS NÚMEROS PARA ESTIMAR<br />

Muitas vezes não podemos ou não nos interessa contar com precisão,<br />

pois queremos apenas ter uma idéia aproximada e rápida de certa quantidade<br />

na resolução de um problema. A essa tarefa chamamos estimar.<br />

Fazer cálculos aproxima<strong>do</strong>s é muito importante hoje em dia, visto que muitas<br />

vezes é necessário lidar com números muito grandes, cujo valor exato<br />

não é conheci<strong>do</strong>.<br />

Pedir aos alunos que leiam e respondam às questões propostas. É importante<br />

nesse momento incentivar os alunos a trocar idéias e explicitar o<br />

raciocínio usa<strong>do</strong> para resolver os problemas.<br />

Problema 1: Estimar o número de pessoas que assistem a uma manifestação<br />

em uma praça pública de 2 500 m 2 .<br />

Problema 2: Estimar quantos grãos tem 20 quilos de feijão.<br />

Problema 3: Estimar o número de batidas de seu coração, desde o dia<br />

de seu nascimento.<br />

Para ilustrar como a solução <strong>do</strong> Problema 1 pode ser obtida, uma atividade<br />

que pode ser realizada é levar uma folha de jornal recortada na forma<br />

de um quadra<strong>do</strong> com 1 metro de la<strong>do</strong>, informan<strong>do</strong> que a área ocupada<br />

pela folha corresponde a 1 m2 . Colocar a folha de jornal no chão e pedir a<br />

alguns alunos que fiquem sobre a folha, manten<strong>do</strong> certa distância como<br />

se estivessem em uma praça, calculan<strong>do</strong> assim o número aproxima<strong>do</strong> de<br />

pessoas que cabem em um metro quadra<strong>do</strong>. Em seguida, encaminhar as<br />

discussões para a solução <strong>do</strong> problema da<strong>do</strong>.<br />

Para ilustrar a solução <strong>do</strong> Problema 2, o professor pode levar para a sala<br />

de aula, 1<br />

quilo de feijão e pedir aos alunos que contem quantos grãos há<br />

2<br />

nessa quantidade, encaminhan<strong>do</strong> as discussões para a solução.<br />

Levar um cronômetro para a sala de aula e pedir que os alunos contem<br />

quantas vezes o coração bate em 1 minuto, por exemplo, é uma atividade<br />

que ilustra como obter a solução <strong>do</strong> Problema 3. Perguntar aos alunos se<br />

eles conhecem outras situações em que se fazem cálculos aproxima<strong>do</strong>s e<br />

como é possível obtê-los.<br />

ATIVIDADE 3 – USANDO OS NÚMEROS PARA ORDENAR<br />

Ao associar um número natural a cada um <strong>do</strong>s elementos de um conjunto,<br />

este conjunto fica ordena<strong>do</strong>. Estes são os nomes que recebem os<br />

números ordinais.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

180


E ainda:<br />

21 vigésimo primeiro,... 29 vigésimo nono,... 30 trigésimo,...<br />

40 quadragésimo,... 50 − qüinquagésimo,... 60 sexagésimo.<br />

Solicitar aos alunos que citem situações em que os números servem<br />

para ordenar. Em seguida pedir que eles se reúnam em duplas e resolvam<br />

os problemas abaixo. Antes que os alunos resolvam o Problema 1, simular<br />

a situação apresentada utilizan<strong>do</strong> números menores. Esse procedimento<br />

pode ajudá-los a entender melhor a solução.<br />

Outra atividade que pode ser realizada é:<br />

a) Pedir que o terceiro aluno da segunda fila e o segun<strong>do</strong> aluno da terceira<br />

fila se encaminhem até o quadro.<br />

b) Colocar 5 alunos em fila e pedir que eles digam seus nomes, perguntan<strong>do</strong>:<br />

Qual é o nome <strong>do</strong> primeiro da fila?<br />

Qual é o nome <strong>do</strong> terceiro da fila?<br />

Problema 1: Suponha que você está no trigésimo sexto lugar de uma<br />

fila. Quantas pessoas têm antes de você? Que lugar ocupa uma pessoa que<br />

tem 25 pessoas antes dela? (35 pessoas; 26 o lugar)<br />

Problema 2: Ordene as palavras: ELEFANTE, SOL, MESA, LIVRO, CA-<br />

BELO, MALETA, de três formas:<br />

a) Alfabeticamente. (cabelo, elefante, livro, maleta, mesa e sol)<br />

b) De acor<strong>do</strong> com o número de letras. (sol, mesa, livro, cabelo e maleta,<br />

elefante)<br />

c) De acor<strong>do</strong> com o peso de cada uma. (cabelo, livro, maleta, mesa,<br />

elefante, sol)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

181


http://www.ibge.gov.br/mapas_ibge/atlas.php<br />

Problema 3: Na tabela estão registra<strong>do</strong>s cinco esta<strong>do</strong>s brasileiros com<br />

suas áreas em quilômetros quadra<strong>do</strong>s:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

182<br />

Esta<strong>do</strong>s Área em Km 2<br />

Bahia 567 295<br />

Mato Grosso 906 806<br />

Amazonas 1 577 820<br />

Minas Gerais 588 383<br />

Pará 1 253 164<br />

a) Reescreva a lista desses cinco esta<strong>do</strong>s,<br />

em ordem alfabética. (Amazonas,<br />

Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará)<br />

Nessa lista, que esta<strong>do</strong> ocupa o<br />

quinto lugar? (Pará)<br />

b) Reescreva a lista desses cinco esta<strong>do</strong>s, em ordem crescente de suas<br />

áreas. (Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Amazonas)<br />

Nessa lista, que esta<strong>do</strong> ocupa o primeiro lugar? (Bahia)<br />

Nessa lista, que lugar ocupa o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso? (3 o lugar)<br />

Os <strong>do</strong>is exercícios acima envolvem outras habilidades que podem ser<br />

exploradas pelo professor tais como ordem alfabética, comparação de números<br />

que expressam grandezas (peso e área) etc.<br />

ATIVIDADE 4 – USANDO OS NÚMEROS PARA IDENTIFICAR<br />

Muitas vezes, os números naturais são utiliza<strong>do</strong>s para identificar pessoas,<br />

objetos, lugares, entidades, arquivos, contas bancárias etc. e como<br />

símbolos de um código eles catalogam e diferenciam os distintos elementos<br />

de um conjunto. Para conhecer um código, é necessário conhecer as<br />

chaves de identificação.<br />

Pedir aos alunos que citem situações nas quais os números naturais são utiliza<strong>do</strong>s<br />

para transmitir informações ou identificar pessoas, lugares e objetos.<br />

Eles podem citar: número de <strong>do</strong>cumentos (CPF, carteira de identidade, carteira<br />

de motorista, título de eleitor) número <strong>do</strong> cheque, número de inscrição<br />

num concurso, placas de carro, CEP, códigos de barras etc. Os <strong>do</strong>is exemplos<br />

abaixo abordam de maneira mais detalhada <strong>do</strong>is códigos de identificação:<br />

o CEP e o código de barras. Para abordar os outros códigos de identificação,<br />

dividir a sala em grupos e pedir que cada grupo fique responsável em pesquisar<br />

sobre os outros códigos e apresentá-los para o resto da turma.<br />

Levar para a sala de aula um <strong>manual</strong> que contenha to<strong>do</strong>s os códigos<br />

de endereçamento postal para conhecimento <strong>do</strong>s alunos e pedir que eles


escrevam o CEP (Código de Endereçamento Postal) de sua residência, da escola,<br />

da residência de alguns amigos etc. O Código de Endereçamento Postal<br />

(CEP), com estrutura de 5 (cinco) dígitos, foi cria<strong>do</strong> pela empresa Brasileira<br />

de Correios e Telégrafos, em maio/71. Sua divulgação ao público em geral<br />

ocorreu com a publicação <strong>do</strong> Guia Postal Brasileiro, Edição 1971. Em maio/92,<br />

sua estrutura foi alterada para 8 (oito) dígitos e oficializada junto ao público<br />

em geral, com a publicação <strong>do</strong> Guia Postal Brasileiro, Edição 1992.<br />

O objetivo principal <strong>do</strong> CEP é orientar e acelerar o encaminhamento, o<br />

tratamento e a distribuição de objetos de correspondência, por meio da<br />

sua atribuição a localidades, logra<strong>do</strong>uros, unidades <strong>do</strong>s Correios, serviços,<br />

órgãos públicos, empresas e edifícios. A finalidade <strong>do</strong> CEP é racionalizar<br />

os méto<strong>do</strong>s de separação da correspondência por meio da simplificação<br />

das fases <strong>do</strong>s processos de triagem, encaminhamento e distribuição,<br />

permitin<strong>do</strong> o tratamento mecaniza<strong>do</strong> com a utilização de equipamentos<br />

eletrônicos de triagem.<br />

Para abordar o código de barras solicitar que os alunos levem para a sala<br />

de aula embalagens que contenham códigos de barras e então analisá-los.<br />

Nos supermerca<strong>do</strong>s é comum encontrar nas embalagens<br />

um número de identificação <strong>do</strong> produto,<br />

ou seja, o código de barras. Ele é chama<strong>do</strong> assim<br />

porque na parte superior de cada número aparecem<br />

barras pretas e brancas ou de outras duas cores con-<br />

trastantes, de diferentes larguras. Ele é importante para informar e organizar<br />

os da<strong>do</strong>s de cada produto e hoje em dia é difícil encontrar embalagens<br />

que não venham com esse código.<br />

O mais usa<strong>do</strong> contém 13 dígitos, identifica<strong>do</strong>s da seguinte maneira:<br />

os 3 primeiros identificam o país de onde é o produto. No Brasil, por<br />

exemplo, é o número 789;<br />

os 4 números seguintes identificam o fabricante;<br />

os próximos 5 números identificam o produto;<br />

o 13 o dígito é o número de segurança, caso a leitura óptica não seja<br />

possível.<br />

A máquina lê melhor o código de barras <strong>do</strong> que o código numérico. No<br />

entanto, os <strong>do</strong>is são coloca<strong>do</strong>s juntos, pois quan<strong>do</strong> a máquina não consegue<br />

ler o código de barras, a opera<strong>do</strong>ra pode digitar o código numérico<br />

para identificar o produto.<br />

ATIVIDADE 5 – EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO<br />

1. Pedir que os alunos leiam novamente o texto “A formiga dinossauro” e<br />

identifiquem a função de cada número que nele aparece.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

183<br />

0 27069 70158 7


2. Distribuir jornais e revistas para os alunos reuni<strong>do</strong>s em grupos e colocar<br />

a seguinte pergunta no quadro: “Onde encontramos os números naturais<br />

e para que eles servem?”. Recomendar que cada grupo:<br />

a) Recorte textos onde aparecem números naturais e após a leitura descobrir<br />

qual é a sua função.<br />

b) Monte um cartaz com os recortes, circulan<strong>do</strong> os números e anotan<strong>do</strong><br />

ao la<strong>do</strong> as respectivas funções.<br />

c) Apresente para os outros grupos o seu cartaz.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

184


BLOCO 2. ESCREVENDO OS NÚMEROS<br />

ATIVIDADE 1 – LEITURA E ESCRITA DE NÚMEROS<br />

Roteiro para o trabalho com o primeiro texto:<br />

Propor como primeira atividade <strong>do</strong> 2º bloco a leitura <strong>do</strong> texto que se<br />

segue. Será realizada individualmente, e as questões podem ser respondidas<br />

em duplas.<br />

Em seguida, o professor deve comentar o texto li<strong>do</strong> e conferir as<br />

respostas.<br />

Se não fosse possível escrever os números, como esta notícia poderia<br />

ser divulgada?<br />

A Estátua <strong>do</strong> Cristo Redentor<br />

Em 2009, a estátua <strong>do</strong> Cristo Redentor no<br />

alto <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> completa 79 anos.<br />

Do topo <strong>do</strong> morro avista-se a cidade <strong>do</strong><br />

Rio de Janeiro num ângulo de 360 graus<br />

ten<strong>do</strong> uma imagem maravilhosa. Era o lugar<br />

ideal para construir a estátua de Cristo<br />

abençoan<strong>do</strong> a cidade.<br />

Já havia condições das pessoas chegarem ao alto <strong>do</strong> morro, pois,<br />

desde 1884 funcionava a ferrovia que liga o bairro Cosme Velho, Paineiras<br />

e o morro <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> numa extensão total de 3 800 metros.<br />

Então, em 1923 foi realiza<strong>do</strong> um concurso para a escolha <strong>do</strong> monumento<br />

a ser construí<strong>do</strong> no alto <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> e, em 12/08/1931 foi<br />

inaugurada a estátua.<br />

A última restauração <strong>do</strong> Cristo Redentor teve custo de R$ 1,7 mi e<br />

beneficiou os mais de 700 mil turistas que visitam a estátua to<strong>do</strong> ano,<br />

pois agora não precisam subir os 2 200 degraus de acesso ao monumento<br />

poden<strong>do</strong> usar os 3 eleva<strong>do</strong>res ou as 4 escadas rolantes com capacidade<br />

para 9 mil pessoas por hora.<br />

Em 2007 o Cristo Redentor foi declara<strong>do</strong> uma das 7 Maravilhas <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> moderno.<br />

Veja os números liga<strong>do</strong>s à estátua:<br />

Altura total: 38 metros. Altura da estátua: 30 metros.<br />

Peso: 1 145 toneladas. Largura de mão a mão: 30 metros.<br />

Localização: topo <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong> a 710 metros <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

185<br />

ENCONTRO 2<br />

Klaus


Após ler o texto, responda:<br />

1. Em que ano foi inaugurada a estátua <strong>do</strong> Cristo Redentor? (1931)<br />

2. Quantos anos ela completa em 2009? (79)<br />

3. Qual é a extensão da ferrovia que liga a parte baixa ao alto <strong>do</strong> Corcova<strong>do</strong>?<br />

(3 800m)<br />

4. Quanto pesa a estátua <strong>do</strong> Cristo? (1 145 toneladas)<br />

5. Qual é sua altura? (38m)<br />

6. O que significa ter uma vista de 360 graus? (Ter uma vista total, de<br />

to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s)<br />

7. O que aconteceu em 2007? (A estátua foi declarada uma das 7 maravilhas<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>)<br />

8. Quais <strong>do</strong>s números que aparecem no texto indicam medidas e quais<br />

resultam de contagem? (Medidas: 2009, 79, 360, 1884, 3 800, 1923,<br />

1931, 1,7mi, 2007, 38,30, 1 145,710 – contagem: 2 200, 700mil, 9 mil,<br />

3, 4, 7)<br />

ATIVIDADE 2 – NÚMEROS E SISTEMA DE NUMERAÇÃO<br />

Roteiro para o trabalho:<br />

Ler individualmente os textos.<br />

Marcar as idéias principais e formular algumas questões sobre o assunto.<br />

Apresentar as questões para a turma e discuti-las.<br />

Escrever por extenso os números inseri<strong>do</strong>s no texto.<br />

Texto 1<br />

A leitura numérica é essencial para a compreensão de textos. Os<br />

números fazem parte, cada vez mais, de contextos sociais e de textos<br />

específicos de todas as áreas <strong>do</strong> conhecimento. Assim como estão presentes<br />

na conversa <strong>do</strong> dia-a-dia, aparecem na mídia – rádio, televisão,<br />

jornal, internet – usa<strong>do</strong>s constantemente para completar informações,<br />

enriquecer detalhes e dar mais precisão a fatos e fenômenos.<br />

Nesses veículos de comunicação, aparecem na forma de números<br />

resultantes de contagem, de medição, números como códigos e com<br />

escrita simplificada como é expresso atualmente pela mídia.<br />

Veja estas informações:<br />

– 3,3 milhões de quilômetros quadra<strong>do</strong>s é o pedaço da floresta amazônica<br />

que está em território brasileiro;<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

186


– 28 segun<strong>do</strong>s é o tempo que o rio Amazonas gasta na foz para jogar<br />

6,0 bilhões de litros de água, o suficiente para fornecer 1 litro a cada<br />

habitante da terra;<br />

– 11,6 mil quilômetros é a extensão da fronteira verde <strong>do</strong> Brasil com<br />

os outros 8 países sul-americanos da região amazônica.<br />

Escreva os números <strong>do</strong> texto com to<strong>do</strong>s os zeros.<br />

– 3,3 milhões; (3 300 000)<br />

– 6,0 bilhões; (6 000 000 000)<br />

– 11,6 mil. (11 600)<br />

Texto 2<br />

Como foi possível chegar à representação de quantidades enormes<br />

escritas por meio de números com tantos zeros?<br />

Números – longa caminhada de um a zero<br />

Quan<strong>do</strong> surgiram os primeiros registros numéricos?<br />

Ninguém sabe.<br />

Acredita-se, no entanto, que há uns sete mil anos que os homens<br />

utilizam números escritos.<br />

No decorrer desse tempo foram inventan<strong>do</strong> maneiras novas e cada<br />

vez mais práticas de escrevê-los. De princípio traçavam-nos com simples<br />

entalhes feitos em galhos e no chão.<br />

Paralelamente à atividade de registrar as quantidades, os homens<br />

exercitavam-se na contagem.<br />

Já nos velhos tempos em que viviam da caça e da apanha de frutas<br />

silvestres, eles tinham de contar para avaliar os recursos de que dispunham.<br />

Quan<strong>do</strong> mais tarde, se tornaram pastores e agricultores, contar,<br />

medir e calcular tornaram-se operações ainda mais importantes. Tinham<br />

que medir os campos e contar os rebanhos. Quan<strong>do</strong> construíram<br />

represas e canais de irrigação, tinham que calcular quanta terra havia a<br />

remover e quantas pedras e tijolos a utilizar.<br />

Como o surgimento de novas ocupações como a carpintaria e a<br />

construção, os homens tiveram que medir e calcular para construir as<br />

casas <strong>do</strong> povo, bem como os palácios <strong>do</strong>s nobres e enormes túmulos,<br />

como as pirâmides.<br />

À medida que o comércio se desenvolveu, os merca<strong>do</strong>res tiveram<br />

de medir e pesar cada vez com mais cuida<strong>do</strong>s as merca<strong>do</strong>rias,<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

187


Consulte o<br />

dicionário<br />

para conferir o<br />

significa<strong>do</strong> de<br />

sistema.<br />

determinan<strong>do</strong> preços, avalian<strong>do</strong> as despesas e lucros e contan<strong>do</strong><br />

seu dinheiro.<br />

Ao mesmo tempo em que as atividades humanas iam se amplian<strong>do</strong>,<br />

a escrita numérica evoluía. De simples traços e rabiscos os números foram<br />

ganhan<strong>do</strong> formas que se modificavam com o decorrer <strong>do</strong> tempo.<br />

Liga<strong>do</strong>s à contagem e ao agrupamento de base os sistemas de escrita<br />

numérica foram diversifican<strong>do</strong> e aprimoran<strong>do</strong>-se. O sistema de notação<br />

de base 10 acabou superan<strong>do</strong> os demais devi<strong>do</strong> às suas regras simples<br />

e foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> e divulga<strong>do</strong> pelos merca<strong>do</strong>res europeus.<br />

O último algarismo surgi<strong>do</strong> foi o zero e, assim, tornou possível o valor<br />

posicional.<br />

Além de realizar as tarefas previstas no início da Atividade 2, os alunos<br />

devem ler novamente o texto a fim de buscar subsídios para comentar as<br />

afirmativas:<br />

a) “a matemática envolve um conteú<strong>do</strong> dinâmico e como tal deve ser<br />

estuda<strong>do</strong>”.<br />

b) “a atividade matemática escolar não consiste em considerar o conteú<strong>do</strong><br />

matemático como pronto e acaba<strong>do</strong>, mas como algo a ser construí<strong>do</strong>”.<br />

c) “a compreensão da história da matemática conduz à apreensão de<br />

significa<strong>do</strong>s e à aprendizagem”.<br />

Roteiro para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sistema de Numeração<br />

Decimal:<br />

Revisão das características e estrutura <strong>do</strong> Sistema de Numeração<br />

Decimal.<br />

Utilização <strong>do</strong> ábaco e <strong>do</strong> material <strong>do</strong>ura<strong>do</strong> para facilitar a compreensão<br />

<strong>do</strong>s agrupamentos na base 10.<br />

Busca no dicionário <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s de alguns termos relativos ao<br />

sistema de numeração.<br />

Realização de escritas numéricas no quadro de ordens e classes.<br />

Realização <strong>do</strong>s exercícios propostos.<br />

Para ler e escrever números é preciso conhecer alguns princípios e regras<br />

que organizam e estruturam esses números em um Sistema.<br />

Você sabe que a representação de idéias numéricas passou por um longo<br />

processo de evolução, como afirma o texto que leu.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

188


Dessa forma, foi surgin<strong>do</strong> um sistema de numeração que apresenta<br />

características estruturais, possibilitan<strong>do</strong> a representação de qualquer número<br />

utilizan<strong>do</strong>-se apenas alguns sinais próprios – os algarismos.<br />

OS ALGARISMOS<br />

O que são?<br />

São símbolos usa<strong>do</strong>s para escrever um número seguin<strong>do</strong> regras determinadas.<br />

quais são?<br />

No sistema decimal são 10 algarismos: 0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9.<br />

Mas, como escrever qualquer numero usan<strong>do</strong> apenas 10 algarismos?<br />

A criação de regras possibilitou a escrita de números.<br />

quais são essas regras?<br />

O conjunto dessas regras e princípios forma o Sistema de Numeração<br />

Decimal.<br />

Leia e faça o que se pede.<br />

Uma regra básica está ligada ao nome <strong>do</strong> Sistema; ele é Decimal<br />

porque a base de agrupamento é 10.<br />

Pense e responda: - quantas unidades formam 1 dezena? (10)<br />

- em trinta e oito objetos, quantos grupos de 10 há? (3 grupos)<br />

- quantas dezenas de objetos há nesse grupo? (3 dezenas)<br />

- em um grupo de 100 pessoas, há quantas dezenas de pessoas? (10<br />

dezenas)<br />

- 10 centenas formam um grupo especial; qual é? (1 mil)<br />

Agrupan<strong>do</strong> de 10 em 10 vamos construin<strong>do</strong> grupos que tem nomes<br />

especiais: Unidade, Dezena, Centena, Milhar e outros.<br />

O Sistema de Numeração Decimal ganha outra denominação ligada<br />

à sua origem: Sistema de Numeração Hin<strong>do</strong>-arábico, pois foi cria<strong>do</strong> e<br />

divulga<strong>do</strong> por esses povos.<br />

O professor deve propor aos alunos a realização de agrupamentos e<br />

trocas na base 10.<br />

Para isso pode utilizar o material <strong>do</strong>ura<strong>do</strong> descrito no Manual <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r<br />

– Unidade Formativa I, e ainda o ábaco de varetas.<br />

Na falta desses materiais pode trabalhar com notas de 1, 10 e 100 reais.<br />

É possível encontrar em lojas de brinque<strong>do</strong>s as referidas cédulas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

189


Fazer trocas com dinheiro é muito simples. Toman<strong>do</strong> 10 notas de 1 real<br />

vê-se que dá para trocá-las por 1 de 10 reais. Consideran<strong>do</strong> 10 notas de<br />

10 reais é possível fazer a troca por uma de 100 reais. A nota de 1 real é<br />

associada à unidade , a de 10 reais à dezena e a de 100 reais à centena.<br />

Verifica-se, também, que 10 notas de 100 reais formam 1 mil. Não há<br />

notas específicas para representar as ordens mais elevadas; mas, a referência<br />

a essas pequenas trocas ajuda o aluno a compreender a cadeia de<br />

troca na base 10.<br />

Outro material simples e interessante para realizar essas trocas são fichas<br />

de papel que podem ter cores e formas diferentes, como:<br />

Vale 10.000 Vale 1.000<br />

1 milhar<br />

Vale 100<br />

1 centena<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

190<br />

Vale 10<br />

1 dezena<br />

Vale 1<br />

1 unidade<br />

No verso da ficha, pode-se escrever seu valor a fim de facilitar no momento<br />

de agrupar.<br />

Consideran<strong>do</strong> 11<br />

Vale 1.000<br />

1 milhar<br />

tem-se 1 1<br />

Vale 1.000<br />

1 milhar<br />

, 14 Vale 100<br />

1 centena<br />

4 Vale 100<br />

1 centena<br />

Sobre o número 11 430 pode-se dizer que:<br />

, 30 e realizan<strong>do</strong> os agrupamentos<br />

e 3 , ou seja, o número 11 430.<br />

- ele possui 11 unidades de milhar (observar que foram agrupadas 11<br />

fichas circulares que equivalem a 11 mil);<br />

- desmanchan<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> agrupamento obtém-se 114 fichas pentagonais<br />

ou, 114 centenas;<br />

- nele há 1 143 dezenas.<br />

Outras trocas envolven<strong>do</strong> vários números podem ser feitas para que o<br />

aluno chegue a concluir que 10 unidades de uma ordem formam 1 unidade<br />

de ordem imediatamente superior. Então:<br />

10 unidades formam 1 dezena<br />

10 dezenas formam 1 centena<br />

10 centenas formam 1 unidade de milhar.......... e, assim por diante.<br />

Para aplicar esses agrupamentos, o aluno pode resolver problemas como<br />

estes:<br />

a) Os envelopes de uma papelaria são agrupa<strong>do</strong>s em pacotes de 10 e,<br />

depois, em caixas com 10 pacotes. Em quantas caixas e em quantos pacotes<br />

foram organiza<strong>do</strong>s os 4 590 envelopes dessa papelaria?<br />

b) Os votos de uma eleição foram conta<strong>do</strong>s de 10 em 10. No final havia<br />

350 grupos de 10. Quantas pessoas votaram nessa eleição?


Propor comentários sobre:<br />

Em conseqüência <strong>do</strong> agrupamento na base dez, aparecem as regras<br />

para uso <strong>do</strong>s algarismos.<br />

Absoluto: é o valor próprio de cada algarismo.<br />

Exemplo: 8 vale sempre 8.<br />

Valores <strong>do</strong>s<br />

algarismos<br />

Relativo: é o valor posicional, ou seja, o valor<br />

<strong>do</strong> algarismo modifica<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com a posição<br />

que ocupa no número.<br />

Exemplo: 2 vale 20 em 125; vale 200 em 278.<br />

Surge, então, um <strong>do</strong>s princípios <strong>do</strong> Sistema de Numeração Decimal – o<br />

princípio posicional.<br />

Veja o exemplo:<br />

Pode-se observar que o único algarismo desse número que conservou<br />

seu valor absoluto foi o algarismo 9. Os demais ganharam outros valores<br />

de acor<strong>do</strong> com a posição que ocupam no número três mil, setecentos e<br />

cinqüenta e nove.<br />

A fim de verificar se o aluno não tem dúvidas sobre o valor posicional,<br />

indagar:<br />

- qual é o valor <strong>do</strong> algarismo 8 nesses números?<br />

a) 28 465 b) 183 900 c) 142 189 d) 821 356 e) 37 851<br />

(8 000) (80 000) (80) (800 000) (800)<br />

A sistematização das atividades de agrupamentos pode se dar organizan<strong>do</strong><br />

as ordens e classes em quadros com este.<br />

A colocação <strong>do</strong>s algarismos na escrita numérica obedece a uma organização<br />

que é a seguinte:<br />

Classe <strong>do</strong>s bilhões Classe <strong>do</strong>s milhões Classe <strong>do</strong>s milhares Classe das unidades simples<br />

Dezenas<br />

de<br />

bilhão<br />

Unidades<br />

de<br />

bilhão<br />

Centenas<br />

de<br />

milhão<br />

Dezenas<br />

de<br />

milhão<br />

Unidades<br />

de<br />

milhão<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

191<br />

Centenas<br />

de<br />

milhar<br />

Dezenas<br />

de<br />

milhar<br />

Unidades<br />

de<br />

milhar<br />

Centenas Dezenas Unidades<br />

1 2 6 9 4 7 3 5 0 1 5<br />

3 8 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

9 4 9 2 1 5 3


Propor ao aluno as seguintes questões.<br />

1. Observe o quadro e responda.<br />

a) Como se lê 1º número. (Doze bilhões, seiscentos e noventa e quatro<br />

milhões, setecentos e trinta e cinco mil e quinze)<br />

b) Quantas unidades de bilhão ele possui (12)<br />

c) Quantas dezenas de milhão? (1 296)<br />

d) De quantas ordens ele é forma<strong>do</strong>? (Onze ordens)<br />

e) Suas ordens estão em agrupadas em quantas classes? (4 classes)<br />

f) Quais são os nomes dessas classes? (Unidades simples, milhares,<br />

milhões, bilhões)<br />

g) Quantos algarismos tem esse número? (11 algarismos)<br />

h) Qual algarismo tem maior valor relativo? (1 da ordem das dezenas<br />

de bilhão)<br />

i) Qual é o seu valor posicional? (10 000 000 000)<br />

j) O segun<strong>do</strong> número é 3 800 000 000. Como se lê este número?<br />

(3 bilhões e 800 milhões)<br />

Como é um número que tem muitos zeros é costume abreviar sua escrita<br />

por 3,8 bi.<br />

2. O terceiro número é 9 492 153.<br />

Este número possui quantas ordens e quantas classes? (7 ordens e<br />

3 classes)<br />

Para escrevê-lo na forma abreviada pode-se arre<strong>do</strong>ndá-lo para 9 500 000<br />

e registrar assim: 9,5 mi.<br />

Arre<strong>do</strong>nde os números e escreva-os sob a forma abreviada:<br />

13 875 470 7 521 342 21 492 567 010 4 672 000<br />

(13,9 mi) (7,5 mi) (21,5bi) (4,7mi)<br />

Leia esses números escritos por extenso e na sua forma abreviada.<br />

Escreva os número que possuem:<br />

– 45 unidades de milhões (45 000 000)<br />

– 128 centenas de milhares (12 800 000)<br />

– 306 dezenas de milhões (3 060 000 000)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

192


BLOCO 3. ORDENAÇÃO DOS NÚMEROS<br />

NATURAIS E A RETA NUMÉRICA<br />

A compreensão de que o nosso sistema de numeração é posicional é que<br />

permite comparar os números naturais e, então ordená-los. A representação<br />

<strong>do</strong>s números em uma reta numérica é um recurso importante em Matemática,<br />

pois ajuda a visualizar a ordenação <strong>do</strong>s números naturais. Além<br />

disso, são muitas as aplicações da reta numérica na Matemática, como por<br />

exemplo, localizar pontos no plano e no espaço, traçar gráficos de funções,<br />

comparar números etc.<br />

ATIVIDADE 1 – COMPARANDO NÚMEROS NATURAIS<br />

Para avaliar essa habilidade, propor que os alunos resolvam os exercícios<br />

abaixo, comparan<strong>do</strong> os caminhos apresenta<strong>do</strong>s para obter a solução.<br />

Observar que esses exercícios envolvem algumas habilidades trabalhadas<br />

na atividade anterior e, portanto, é um bom momento para verificar se elas<br />

foram construídas ou não.<br />

1. Quem tem a maior quantia?<br />

a) Ana, que tem 103 reais, ou Paula, que tem 130 reais? (Paula)<br />

b) Pedro, que tem 1 205 reais, ou Lucas que tem 1 250 reais? (Lucas)<br />

c) Antonio que tem 2 152 mil reais ou André que tem 2,152 milhões de<br />

reais? (Eles possuem a mesma quantia)<br />

2. Quem fez mais pontos no jogo de vídeo game?<br />

a) Isabel, que fez 7 895 pontos ou Fernanda, que fez 70 895 pontos?<br />

(Fernanda)<br />

b) Bruno, que fez 1,25 mil pontos, ou Mário, que fez 1 205 pontos? (Bruno)<br />

c) Marcos, que fez 1,009 mil pontos, ou Luiz, que fez 1,1 mil pontos?<br />

(Luiz)<br />

3. Leia abaixo o resulta<strong>do</strong> de exame de sangue de Paulo.<br />

Resulta<strong>do</strong> Valores de referência<br />

Hemácias: 4 310 000/m 3 4 000 000 a 5 200 000/m 3<br />

Hemoglobina: 12,9 g/dl 12,0 a 16,0 g/dl<br />

Hematocrito: 38,7% 35,0 a 46,0%<br />

a) De acor<strong>do</strong> com os valores de referência, o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> exame de<br />

sangue de Paulo estava normal? Por quê? (Sim, porque ele está compreendi<strong>do</strong><br />

entre 4 000 000 e 5 200 000)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

193<br />

ENCONTRO 3


) No resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> exame de sangue de Mariana, o número de hemácias<br />

deu igual a 3 900 000/m 3 . Esse valor é considera<strong>do</strong> normal. Por quê?<br />

(Não, porque ele é menor <strong>do</strong> que 4 000 000)<br />

O objetivo desse exercício é ler e interpretar as informações que aparecem<br />

em resulta<strong>do</strong>s de exames médicos. No entanto, convém conversar<br />

com os alunos sobre uma interpretação desses resulta<strong>do</strong>s, visto que isoladamente<br />

eles não constituem de fato um diagnóstico. É bom esclarecer<br />

que alia<strong>do</strong> a outros exames, valores que estão dentro ou fora <strong>do</strong>s valores<br />

de referência, podem levar a outros diagnósticos de acor<strong>do</strong> com o médico<br />

que acompanha o paciente.<br />

ATIVIDADE 2 – A RETA NUMÉRICA<br />

Uma reta numérica é uma reta que possui:<br />

Uma origem que corresponde ao número zero.<br />

Uma unidade de medida de comprimento constante correspondente<br />

à distância entre quaisquer <strong>do</strong>is números naturais consecutivos representa<strong>do</strong>s<br />

na reta.<br />

É importante que os alunos se habituem a desenhar uma reta numérica<br />

usan<strong>do</strong> uma régua graduada, escolhen<strong>do</strong> uma escala e marcan<strong>do</strong> os<br />

pontos de acor<strong>do</strong> com essa escala. Assim, enquanto o professor desenha<br />

uma reta numérica no quadro, os alunos podem desenhar uma reta numérica<br />

em seus cadernos. Inicialmente, os alunos devem desenhar uma<br />

reta numérica, graduada em centímetros, perceben<strong>do</strong> que cada número<br />

corresponde a um ponto da reta e observan<strong>do</strong> que a seta está indican<strong>do</strong><br />

que, andan<strong>do</strong> para a direita, os números aumentam.<br />

É importante que os alunos se apropriem <strong>do</strong>s seguintes fatos:<br />

Por convenção, na reta numérica os números estão ordena<strong>do</strong>s da esquerda<br />

para a direita, ou seja, da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is números representa<strong>do</strong>s na reta<br />

numérica, o menor é o que está à esquerda <strong>do</strong> outro.<br />

Numa reta numérica, um número é sempre menor <strong>do</strong> que qualquer<br />

número que está à sua direita.<br />

O número que corresponde a cada ponto é uma coordenada, ou seja,<br />

um “endereço” desse ponto.<br />

Eu sou a<br />

origem e tenho por<br />

coordenada 0<br />

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

194<br />

Eu tenho<br />

coordenada 5


É essencial que os alunos pratiquem bastante a marcação de números<br />

naturais sobre a reta numérica consideran<strong>do</strong> inicialmente a distância usual<br />

entre <strong>do</strong>is pontos consecutivos da reta numérica, ou seja, de 1 em 1, como<br />

ilustram os exemplos a seguir.<br />

Exemplo 1: Marcar na reta numérica os números 5, 8 e 12.<br />

0 1 2<br />

Exemplo 2: Desenhar uma reta numérica e marcar sobre ela os números<br />

1, 7 e 15.<br />

Só depois que eles tiverem construí<strong>do</strong> essa habilidade, é que devem ser<br />

apresentadas outras situações nas qual a reta numérica apareça com diferentes<br />

padrões de subdivisões, como ilustra<strong>do</strong> nos exemplos abaixo.<br />

Exemplo 3: A figura representa parte de uma reta numérica, na qual as<br />

distâncias entre duas marcas consecutivas são todas iguais.<br />

20 28 M<br />

Nessa reta numérica, que número corresponde ao ponto M?<br />

Observar que o comprimento entre <strong>do</strong>is pontos consecutivos é igual a 4.<br />

Portanto, o número correspondente ao ponto M é 60.<br />

Exemplo 4: Na reta numérica abaixo, as distâncias entre duas marcas<br />

consecutivas são todas iguais. Pedro marcou nessa reta numérica um número<br />

entre 25 e 65, correspondente ao ponto P.<br />

25<br />

Qual é o número que Pedro marcou?<br />

a) 31 b) 40 c) 49 X d) 53<br />

O intervalo [25,65] tem comprimento igual a 65 − 25 = 40. Como esse<br />

intervalo está dividi<strong>do</strong> em 10 subintervalos, to<strong>do</strong>s com o mesmo comprimento,<br />

então o comprimento de cada subintervalo é da<strong>do</strong> por 40/10= 4.<br />

Portanto, o número que Pedro marcou é igual a 25 + 6 x 4 = 25 + 24 =<br />

49, ou seja, alternativa C.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

195<br />

P<br />

65


ATIVIDADE 3 – AGORA É COM VOCÊ!<br />

No final desse bloco, o aluno vai fazer alguns exercícios que serão corrigi<strong>do</strong>s<br />

coletivamente em sala de aula sob a supervisão <strong>do</strong> professor.<br />

1. Escreva os números possíveis com os algarismos distintos indica<strong>do</strong>s em<br />

cada letra e depois marque o menor e o maior número de cada grupo.<br />

a) 2, 5, 8 (258, 285, 528, 582, 825, 852)<br />

b) 1, 9, 4, 7 (1 479, 1 497, 1 749, 1 794, 1 947,1 974, 4 179, 4 197, 4<br />

719, 4 791, 4 917, 4 971, 7 149, 7 194, 7 419, 7 491, 7 914, 7 941, 9 147,<br />

9 174, 9 417, 9 471, 9 714, 9 741)<br />

2. Luis digitou esse número na calcula<strong>do</strong>ra.<br />

2 564 809<br />

a) Quantos algarismos ele usou? (7 algarismos)<br />

b) Qual é o algarismo de maior valor absoluto? (O algarismo 9)<br />

c) Qual é o algarismo de maior valor relativo? (2)<br />

d) Por que esse algarismo tem maior valor relativo? (Porque ocupa a<br />

ordem mais elevada <strong>do</strong> número: unidades de milhão, valen<strong>do</strong> 2 000 000)<br />

e) Qual algarismo tem nesse número o mesmo valor absoluto e relativo?<br />

(9)<br />

f) Quantas ordens tem esse número? (7 ordens)<br />

g) Quantas classes? (Três)<br />

h) Qual é o sucessivo desse número? (2 564 810)<br />

i) Decomponha esse número e escreva-o por extenso. (Dois milhões,<br />

quinhentos e sessenta e quatro, oitocentos e nove)<br />

3. Escreva os números que foram decompostos.<br />

a) 2x100.000 + 5x1.000 + 8x10 (205 080)<br />

b) 4x1 000 000 + 6x100 000 + 2x10 000 + 8x100 + 9x10 (4 620 890)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

196<br />

ENCONTRO 4


4. Quantas centenas há nesses números?<br />

a) 20 563 029 (205 630)<br />

b) 1 235 894 (12 358)<br />

c) 25 000 057 (250 000)<br />

d) 18 104 008 (181 040)<br />

5. Calcule:<br />

a) Quantas dezenas faltam a 6 dezenas para completar 1 centena? (4)<br />

b) Quantas dezenas faltam a 320 para completar mais 1 centena? (8)<br />

c) Quantas centenas você deve acrescentar a 1 400 para completar<br />

2 milhares? (6)<br />

d) Quantas unidades de milhar faltam a 20 centenas para completar<br />

4 mil? (2)<br />

e) Quantas unidades de milhar faltam a 23 000 para completar 5 dezenas<br />

de milhar? (27)<br />

f) Quantas dezenas de milhar você deve acrescentar a 70 000 para completar<br />

9 centenas de milhar? (83)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

197


BLOCO 4. EXERCITANDO O qUE VOCÊ APRENDEU<br />

A finalidade das atividades desse bloco é rever e fixar os conteú<strong>do</strong>s que<br />

foram desenvolvi<strong>do</strong>s. O professor pode apresentar os exercícios aos alunos<br />

por partes, enquanto segue trabalhan<strong>do</strong> outros temas. No entanto, ele<br />

deve reservar espaço para refazê-los com a turma, tirar dúvidas e reforçar<br />

algum aspecto que requer mais atenção.<br />

ATIVIDADE 1 – SOBRE NÚMEROS<br />

1. Leia e determine se os números expressos nas sentenças indicam quantidade,<br />

código (identificação), estimativa ou ordem.<br />

a) Em 2050 a população <strong>do</strong> Brasil deve chegar a 259,8 mi brasileiros e<br />

nossa expectativa de vida, ao nascer, será de 81 anos. (2050 refere-se à<br />

contagem de tempo, 259,8 mi e 81 indicam estimativas)<br />

b) Na Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> de 2006, o Brasil ficou em 5º lugar e em 1º no<br />

grupo <strong>do</strong>s elimina<strong>do</strong>s nas quartas-de-final. (2006 refere-se a contagem de<br />

tempo, 5º e 1º indicam ordem)<br />

c) Se quiser falar comigo na parte da tarde ligue para 2 857 3221. (o<br />

número indica código)<br />

d) O Índice de Preços ao Consumi<strong>do</strong>r Amplo (IPCA) que serve de parâmetro<br />

para o governo traçar metas de inflação, prevê um índice de 4,45%<br />

inflacionário para 2009. (4,45% indica estimativa e 2009 indica contagem<br />

de tempo)<br />

e) A placa <strong>do</strong> carro novo da Marilda é HGS – 5005. (o número representa<br />

código).<br />

f) Raul fez 18 anos e é o novo motorista da praça. Sua carteira de habilitação<br />

é datada de 12/09/2009 e o número de registro é 02130956742.<br />

(18 refere-se à contagem de tempo, 12/09/2009 é medida e o número <strong>do</strong><br />

registro é código)<br />

g) O rodeio de Barretos atrai mais de 1,2 milhões de pessoas e movimenta<br />

R$ 200 milhões durante os 11 dias da festa <strong>do</strong> Peão de Boiadeiro.<br />

(1,2 mi indica contagem, R$200mi é medida e 11 refere-se á contagem)<br />

2. Escreva por extenso os números que aparecem registra<strong>do</strong>s em forma<br />

abreviada.<br />

a) 259,8 mi (259 800 000)<br />

b) 1,2 bi (1 200 000 000)<br />

c) R$ 200 mi (R$ 200 000 000,00)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

198


3. Você deve ter observa<strong>do</strong> que costumamos escrever datas de forma simplificada<br />

em que registramos o dia e o mês por número de acor<strong>do</strong> com sua<br />

ordem no calendário e o ano.<br />

Responda:<br />

a) Qual é o 5º mês <strong>do</strong> ano? (Maio)<br />

b) Qual é a ordem <strong>do</strong> mês de outubro no ano? (10)<br />

c) Qual é o último mês <strong>do</strong> ano? Qual é sua posição entre os meses?<br />

(Dezembro; 12º mês)<br />

O registro abrevia<strong>do</strong> de datas fica assim:<br />

17 / 08 / 2008<br />

dia mês ano<br />

4. Agora, registre de forma simplificada:<br />

a) data <strong>do</strong> seu nascimento; (Resposta pessoal)<br />

b) a data de hoje; (Resposta pessoal)<br />

c) algumas datas importantes para você; (Resposta pessoal)<br />

d) a data: onze de abril de um mil novecentos e oitenta e cinco;<br />

(11/04/1985)<br />

ATIVIDADE 2 – SOBRE O SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL<br />

1. Assinale a alternativa correta:<br />

O consecutivo <strong>do</strong> maior número forma<strong>do</strong> por três algarismos distintos é;<br />

a) 987 b) 988 (x)<br />

c) 999 d) 1 000<br />

A soma <strong>do</strong>s valores absolutos <strong>do</strong>s algarismos <strong>do</strong> número 1.805 é:<br />

a) 14 (x) b) 18<br />

c) 1 800 d) 1 805<br />

A soma <strong>do</strong>s valores relativos <strong>do</strong>s algarismos <strong>do</strong> número 1.805 é:<br />

a) 14 b) 18<br />

c) 1 800 d) 1 805 (x)<br />

O antecessor par <strong>do</strong> menor número forma<strong>do</strong> por cinco algarismos é:<br />

a) 10 000 b) 9 999<br />

c) 9 998 (x) d) 9 990<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

199


2. Componha e escreva os números forma<strong>do</strong>s por:<br />

a) 15 unidades de 5ª ordem e meio milhar. (150 500)<br />

b) 8 unidades de milhar e 4 unidades de 2ª ordem. (8 040)<br />

c) 3 milhões e meio e 9 dezenas. (3 500 090)<br />

d) 8 unidades de sétima ordem e 1 milhar e meio. (8 001 500)<br />

3. Escreva um número:<br />

– que é forma<strong>do</strong> de três classes completas. (Resposta pessoal)<br />

– que é o maior número par de 7 algarismos distintos. (9 876 543)<br />

– cujo maior valor relativo seja 200 000. (Qualquer número de 6 algarismos<br />

que tenha 2 na 6ª ordem)<br />

– cujo maior valor absoluto seja 6. (30 625, por exemplo)<br />

4. Observe o número 3 704 735 e responda:<br />

a) Quantas classes há neste número? (Três)<br />

b) E quantas ordens? (Sete)<br />

c) Qual é o valor relativo <strong>do</strong> algarismo 7 na 1ª classe? E na 2ª classe?<br />

(700 000 e 700)<br />

d) Quantas dezenas de milhar tem esse número? (370)<br />

e) Qual é o valor absoluto <strong>do</strong> algarismo 3 na 3ª classe? E na 1ª classe?<br />

(3 em ambas as classes)<br />

f) Escreva esse número por extenso. (Três milhões, setecentos e quatro<br />

mil, setecentos e trinta e cinco)<br />

5. Trocan<strong>do</strong> de posição os algarismos 2 e 5 <strong>do</strong> número 275, obtemos um<br />

número:<br />

a) de menor valor.<br />

b) de igual valor.<br />

c) em que o valor relativo de 5 é menor.<br />

d) em que o valor relativo de 2 é menor. (x)<br />

6. Escreva os números:<br />

a) Doze milhões, trezentos e dezoito mil e nove. (12 318 009)<br />

b) Cinco milhões, duzentos e quatro. (5 000 204)<br />

c) Dois bilhões, cento e oito milhões, quinze mil e sete.(2 108 015 007)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

200


ATIVIDADE 3 – PROBLEMAS APLICANDO CONHECIMENTOS SOBRE<br />

O SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL<br />

Problema 1<br />

Você sabe que o sucessivo ou consecutivo de um número é igual ao<br />

número + 1.<br />

Lembre-se disso ao resolver problemas como este.<br />

A soma de <strong>do</strong>is números consecutivos é 25. Quais são esses números?<br />

Considere o número menor como n e o sucessivo como n+1.<br />

Então:<br />

n + n+1 = 25<br />

Se você tirar a diferença, que é 1, os números ficam iguais.<br />

Logo:<br />

n + n = 25 -1 ou, n + n = 24<br />

Conclusão:<br />

n = 12<br />

12 é o número menor e 13 (12+1) é o maior (sucessivo).<br />

Problema 2<br />

A soma de <strong>do</strong>is números ímpares consecutivos é 32. Quais são esses<br />

números?<br />

Para facilitar vamos pensar em <strong>do</strong>is números menores.<br />

Considere o número ímpar 7. O seu consecutivo ímpar é 9. Qual é diferença<br />

entre eles?<br />

O número 9 é igual a 7+2.<br />

Logo, a diferença entre <strong>do</strong>is números ímpares consecutivos é igual a 2.<br />

O problema acima será resolvi<strong>do</strong> assim:<br />

Seja n o número menor e n + 2 o seu consecutivo ímpar.<br />

n + n+2 = 32<br />

Se você tirar a diferença que é 2, os números ficam iguais.<br />

Logo:<br />

n + n = 30<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

201


Conclusão:<br />

n = 15<br />

R: 15 é o número menor e 17 (15 + 2) é o número maior.<br />

Resolva:<br />

A soma de <strong>do</strong>is números consecutivos é 239. Quais são esses números?<br />

(119 e 120)<br />

A soma de três números consecutivos é 153. Quais são esses números?<br />

(50, 51 e 52)<br />

Jonas somou <strong>do</strong>is números consecutivos pares e encontrou o resulta<strong>do</strong><br />

146. Que números foram soma<strong>do</strong>s? (72 e 74)<br />

Clara e Roger tem 654 reais. Clara tem 2 reais a mais que Roger.<br />

Quanto tem cada um? (326 reais e 328 reais)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

202


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

203<br />

2<br />

OS NÚMEROS NATURAIS E SUAS APLICAÇÕES<br />

objetivos:<br />

Oferecer subsídios ao professor para:<br />

desenvolver os tópicos sobre adição/subtração e multiplicação/divisão<br />

com números naturais;<br />

criar atividades e exercícios que favoreçam a aprendizagem desses<br />

conteú<strong>do</strong>s;<br />

focalizar adição/subtração e multiplicação/divisão como operações inversas;<br />

selecionar exercícios para aplicação das propriedades dessas operações;<br />

orientar seus alunos na resolução de problemas envolven<strong>do</strong> estas<br />

operações.<br />

BLOCO 1. EXPLORANDO A ADIÇÃO E A SUBTRAÇÃO<br />

ATIVIDADE 1 – REVENDO A ADIÇÃO<br />

A adição é operação que primeiro surge na vida de uma pessoa. Por ser<br />

muito usada e bem trabalhada na escola é possível que seus alunos não<br />

tenham muitas dificuldades para resolvê-la. No entanto, é bom rever desde<br />

o conceito da operação, os significa<strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s, o algoritmo e até os<br />

fatos fundamentais.<br />

Comece discutin<strong>do</strong> com a turma sobre o que está em seguida.<br />

Meio ingresso:<br />

13 759<br />

Ingresso inteiro:<br />

60 543<br />

Leia.<br />

Terminada a venda de ingressos para<br />

mais uma disputa de futebol <strong>do</strong> Brasileirão,<br />

a bilheteria fechou.<br />

É hora de conferir quantos ingressos foram<br />

vendi<strong>do</strong>s.<br />

ENCONTRO 1


Qual é o total de ingressos vendi<strong>do</strong>s?<br />

Para fazer este calculo você deve usar a operação<br />

de adição:<br />

O professor deve ouvir a leitura <strong>do</strong>s alunos e orientá-los na interpretação<br />

<strong>do</strong> que leram. Indagar sobre situações de vida em que surge a necessidade<br />

de somar. Abrir discussão sobre essas situações e possibilidades.<br />

Roteiro para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da adição e subtração:<br />

Conversa com os alunos para perceber que conceito eles tem de adição<br />

e subtração.<br />

Interpretação de contextos envolven<strong>do</strong> ações aditivas e subtrativas a fim<br />

de promover a compreensão <strong>do</strong>s diferentes significa<strong>do</strong>s dessas operações.<br />

Revisão das propriedades dessas operações.<br />

Busca no dicionário <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s de alguns termos.<br />

Utilização de materiais de ensino para facilitar o entendimento <strong>do</strong><br />

processo operatório.<br />

Resolução de adição e subtração no algoritmo buscan<strong>do</strong> a compreensão<br />

de sua realização e sanan<strong>do</strong> possíveis dificuldades.<br />

Realização de exercícios propostos, inclusive com uso de calcula<strong>do</strong>ra.<br />

A adição é uma operação muito comum no nosso dia-a-dia. Ela surge a<br />

to<strong>do</strong> instante quan<strong>do</strong> queremos saber quantos são ou o total de um grupo<br />

ou a soma de quantidades.<br />

Que operação deve ser feita para resolver os problemas?<br />

Em nossa turma há 14 alunas e 19 alunos. Quantos alunos há em<br />

nossa turma? (33)<br />

Ontem li 25 páginas de um livro e hoje li 30. Quantas páginas desse<br />

livro já li? (55)<br />

Hoje completei a quantia necessária para comprar um aparelho de<br />

som. Já tinha 180 reais e consegui mais 250 reais. Qual é preço desse<br />

aparelho? (430 reais)<br />

To<strong>do</strong>s estes problemas são resolvi<strong>do</strong>s por adição.<br />

A adição é usada quan<strong>do</strong> queremos juntar duas ou mais quantidades ou<br />

quan<strong>do</strong> vamos acrescentar uma quantidade a outra.<br />

A operação de adição está ligada a ações de reunir, juntar e acrescentar.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

204<br />

1 3 7 5 9<br />

+ 6 0 5 4 3<br />

7 4 3 0 2


Essa é uma adição de três parcelas<br />

2 0 9 parcela<br />

+ 4 7 5 parcela<br />

3 6 parcela<br />

7 2 0<br />

soma ou total (resulta<strong>do</strong> da adição)<br />

Propor aos alunos atividades recreativas envolven<strong>do</strong> adição, como:<br />

A adição está presente nos cálculos <strong>do</strong> dia-a-dia. Até nas brincadeiras.<br />

Você sabe preencher quadra<strong>do</strong>s mágicos?<br />

Esses quadra<strong>do</strong>s são mágicos porque, soman<strong>do</strong> os números<br />

que aparecem na vertical, na horizontal e na diagonal,<br />

o resulta<strong>do</strong> é sempre o mesmo. Veja:<br />

Complete esses quadra<strong>do</strong>s com os números de 1 a 9, sem repeti-los, de<br />

mo<strong>do</strong> que a soma em qualquer direção dê 15.<br />

6 1 8<br />

7 5 3<br />

2 9 4<br />

4 9 2<br />

3 5 7<br />

8 1 6<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

205<br />

2 7 6<br />

9 5 1<br />

4 3 8<br />

Agora complete os quadra<strong>do</strong>s com números de 1 a 16. A soma em qualquer<br />

direção deve ser igual a 34.<br />

16 2 3 13<br />

5 11 10 8<br />

9 7 6 12<br />

4 14 15 1<br />

1 15 14 4<br />

12 6 7 9<br />

8 10 11 5<br />

13 3 2 16<br />

Outra brincadeira interessante é a <strong>do</strong>s números mágicos.<br />

Azul Amarelo Verde Vermelho Azul Amarelo Verde Vermelho<br />

12 25 31 46 12 25 31 46<br />

37 37 43 58 Cartela <strong>do</strong> adivinha<strong>do</strong>r<br />

43 56 56 71<br />

58 68 68 77<br />

68 71 77 83<br />

83 83 89 89<br />

89 102 102 102<br />

114 114 114 114<br />

2 0 1<br />

0 1 2<br />

1 2 0


Faça cartelas iguais a estas e peça alguém para escolher um <strong>do</strong>s números<br />

e dizer as cores das colunas em que eles estão. Você deve descobrir<br />

o número escolhi<strong>do</strong>.<br />

Como? Soman<strong>do</strong> os números que estão no alto das colunas determinadas<br />

pela cor, ou seja, os da sua cartela.<br />

Exemplo: se a pessoa disser que o número escolhi<strong>do</strong> está nas colunas<br />

verde e vermelha, o número é 77 que é igual a 31 + 46.<br />

Dê uma de adivinha<strong>do</strong>r! Faça esse Azul Amarelo Verde Vermelho<br />

desafio para seus amigos. Agora que<br />

10 21 15 34<br />

descobriu o segre<strong>do</strong>, crie outra car-<br />

31 31<br />

tela com esses números.<br />

O professor deve orientar o aluno para somar, primeiro os números 2 a 2,<br />

combinan<strong>do</strong>-os de to<strong>do</strong>s os mo<strong>do</strong>s possíveis (6 combinações); depois, somamse<br />

os números 3 a 3 (4 combinações), e, finalmente, os 4 (1 combinação).<br />

Para facilitar a resolução de contas de adição, o professor pode ilustrar<br />

o algoritmo remeten<strong>do</strong> a situações com uso de materiais e realizan<strong>do</strong> a<br />

decomposição das parcelas.<br />

A resolução da adição 386 + 545 pode ser demonstrada utilizan<strong>do</strong>-se<br />

cédulas de 1, 10 e 100 reais.<br />

386 545<br />

Agrupan<strong>do</strong>-se as notas, o resulta<strong>do</strong> será:<br />

9 3 1 ou 931<br />

Decompon<strong>do</strong>-se os números, temos<br />

300 80 6<br />

+ 500 40 5<br />

800 120 11 = 900 e 30 e 1 = 931<br />

A resolução dessa forma não evidencia a reserva. Por isso, após essa<br />

atividade é bom resolver a operação no algoritmo salientan<strong>do</strong>-se as reser-<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

206


vas. Registran<strong>do</strong> e dizen<strong>do</strong> em voz alta, passo a passo, o que vai fazen<strong>do</strong>,<br />

ajuda o aluno a prestar atenção ao algoritmo.<br />

Observe como é feita esta adição no algoritmo 7 6 4 + 4 9 8.<br />

Como a conta<br />

é feita<br />

O que dizemos<br />

em voz alta<br />

1<br />

7 6 4<br />

+ 4 9 8<br />

2<br />

4 mais 8 são 12.<br />

Vai 1<br />

Resulta<strong>do</strong>: 1 262<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

207<br />

1 1<br />

7 6 4<br />

+ 4 9 8<br />

6 2<br />

1 mais 6 são 7,<br />

com mais 9 são<br />

16. Vai 1<br />

1 1<br />

7 6 4<br />

+ 4 9 8<br />

1 2 6 2<br />

1 mais 7 são 8,<br />

com mais 4 são<br />

12<br />

Efetue:<br />

a) 1 367 + 789 = b) 4 378 + 126 + 98 = c) 895 + 6 549 =<br />

ATIVIDADE 2 – APLICANDO AS PROPRIEDADES<br />

ESTRUTURAIS DA ADIÇÃO<br />

O professor deve rever as propriedades por meio de exemplos em que<br />

seja possível analisar as possibilidades inseridas em cada uma. A aplicação<br />

das propriedades nos cálculo dá mais mobilidade ao raciocínio facilitan<strong>do</strong><br />

a resolução.<br />

A adição com números naturais tem algumas propriedades chamadas<br />

estruturais.<br />

Imagine um número natural qualquer. Some 2 128 a esse número. Qual<br />

é a soma? Esse resulta<strong>do</strong> também é um número natural?<br />

Pense em outros números naturais e some-os. O resulta<strong>do</strong> é um número<br />

natural? Certamente, as somas que você encontrou são números<br />

naturais, porque<br />

A soma de <strong>do</strong>is números naturais é um número natural.<br />

Esta é a propriedade <strong>do</strong> fechamento.<br />

Na adição de <strong>do</strong>is números, quan<strong>do</strong> um deles é igual a zero, qual será<br />

a soma?<br />

Dê a soma e observe-a.<br />

352 + 0 = ..... 97 + 0 = ..... 2 143 + 0 = ..... 9 988 + 0 = .....<br />

Esta propriedade da adição chama-se elemento neutro.<br />

A soma de zero a um número é igual ao próprio número.<br />

Procure no<br />

dicionário o<br />

significa<strong>do</strong> de<br />

propriedade.


Procure<br />

no dicionário<br />

o significa<strong>do</strong><br />

de comutar.<br />

Por esse motivo, o zero é considera<strong>do</strong> o elemento neutro da adição.<br />

Calcule as somas:<br />

32 + 64 = ....... 128 + 45 = ....... 2 304 + 736 = .......<br />

64 + 32 = ....... 45 + 128=....... 736 + 2 304 =.......<br />

Qual é a 1ª parcela em 32 + 64?<br />

Qual é a 1ª parcela em 64 + 32?<br />

O que aconteceu?<br />

Se você modificar a posição das parcelas numa adição, a soma ou total<br />

será o mesmo?<br />

Propriedade comutativa. A ordem das parcelas não altera a soma.<br />

Qual a forma mais prática de encontrar a soma desses números?<br />

3 + 12 + 6 + 14 + 7 + 8 =<br />

(Soman<strong>do</strong> 12 com 8 (20), 14 com 6 (20) e 3 com 7 (10). Depois, fazen<strong>do</strong><br />

20+20=10=50)<br />

A adição permite associar (reunir) as parcelas de diferentes formas sem<br />

alterar a soma.<br />

Esta é propriedade associativa. Numa adição de três ou mais<br />

parcelas, podemos associar as parcelas de diferentes maneiras<br />

e a soma não será alterada.<br />

Qual propriedade da adição justifica cada igualdade?<br />

a) 28 + 36 = 36 + 28<br />

b) 153 + 0 = 153<br />

c) 8 + (13 + 7) + 43 = (8 + 13) + 7 + 43)<br />

Calcule o valor de X aplican<strong>do</strong> as propriedades da adição.<br />

a) 38 + 109 = x + 38<br />

b) 876 + x = 876<br />

c) (45 + 38) + x = 45 + ( 38 + 100)<br />

ENCONTRO 2<br />

ATIVIDADE 3 – REVENDO A SUBTRAÇÃO<br />

Para iniciar o trabalho com a subtração, o professor pode estabelecer<br />

diálogo com a turma sobre situações em que se utiliza a subtração. Os conteú<strong>do</strong>s<br />

das disciplinas de Ciências, Participação Cidadã e outras oferecem<br />

da<strong>do</strong>s e situações aplicáveis ao trabalho com as operações.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

208


Veja esses da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Censo <strong>do</strong> IBGE, 2004.<br />

População das capitais <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Nordeste<br />

Qual é a capital mais populosa?<br />

E a que tem menos habitante, qual é?<br />

Qual é a diferença <strong>do</strong>s números de habitantes<br />

das duas capitais?<br />

(1 981 570)<br />

Para responder à última pergunta<br />

temos que fazer uma subtração:<br />

2 443 107 – 461 534<br />

Faça essa subtração.<br />

Utilize os da<strong>do</strong>s desse quadro propon<strong>do</strong> outras operações à turma.<br />

No cotidiano das pessoas, surgem várias situações em que devem usar<br />

a subtração.<br />

Veja.<br />

Ao pagar uma compra, o indivíduo tem que conferir o troco recebi<strong>do</strong>.<br />

Um trabalha<strong>do</strong>r encarrega<strong>do</strong> <strong>do</strong> setor de controle de estoque faz subtração<br />

a to<strong>do</strong> instante para conferir as merca<strong>do</strong>rias que saem.<br />

Ao fazer a contabilidade de uma empresa, o conta<strong>do</strong>r subtrai o valor da<br />

despesa <strong>do</strong> valor da receita para saber se o sal<strong>do</strong> é positivo ou negativo.<br />

Pense em outras situações em que a subtração é a operação adequada<br />

para resolver questões, impasses e problemas.<br />

Observe que a subtração serve para calcular o resto, quan<strong>do</strong> se procura<br />

o que sobra; a diferença, quan<strong>do</strong> duas quantidades são comparadas e<br />

o complemento, quan<strong>do</strong> se calcula quanto faltam para completar determinada<br />

quantidade.<br />

A operação de subtração está inserida em situações que envolvem<br />

ações de tirar, comparar e complementar.<br />

Este é o algoritmo da subtração:<br />

8 3 2 Este termo é o minuen<strong>do</strong><br />

– 3 7 5 Este é o subtraen<strong>do</strong><br />

4 5 7 Este é o resto, diferença ou complemento.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

209<br />

Capitais Habitantes<br />

Aracaju – SE 461 534<br />

Fortaleza – CE 2 141 402<br />

João Pessoa – PB 597 934<br />

Maceió – AL 797 759<br />

Natal – RN 712 317<br />

Recife – PE 1 422 905<br />

Salva<strong>do</strong>r – BA 2 443 107<br />

São Luís – MA 870 028<br />

Teresina – PI 715 360<br />

Total 10 162 346


As cédulas de 1, 10 e 100 reais sugeridas para a resolução de adição<br />

também são adequadas para trabalhar a subtração. Para efetuar 832 –<br />

375, procede-se assim:<br />

Representa-se o minuen<strong>do</strong> 832.<br />

Em seguida, tira-se o subtraen<strong>do</strong><br />

(375), decompon<strong>do</strong> os valores.<br />

De 2 notas de 1 não é possível tirar 5.<br />

Então, toma-se 1 nota de 10 reais e<br />

troca-a por 10 notas de 1. Tiram-se 5<br />

notas de 1 e sobram 7.<br />

832<br />

Os traços indicam as notas tiradas.<br />

Das duas notas de 10 reais devem ser tiradas 7. Novamente faz-se uma<br />

decomposição de 1 nota de 100 reais em 10 notas de 10 reais que são reagrupadas<br />

às duas que já existem.<br />

De 12 notas de 10 reais tiram-se 7 e sobram 5.<br />

Finalmente, de 7 notas de 100 tiram-se 3 restan<strong>do</strong> 4 notas de 100.<br />

Resulta<strong>do</strong>: sobram 4 notas de 100, 5 de 10 e 7 de 1 real, ou seja, 457.<br />

Verifique se os alunos entendem o processo de subtração. Dê-lhes oportunidades<br />

de resolver utilizan<strong>do</strong> materiais didáticos. Apresente situações<br />

para que eles façam contas em voz alta para que possa observar como<br />

efetuam a subtração. Siga os passos usa<strong>do</strong>s anteriormente na adição.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

210


Observe como é feita a subtração 5 031 – 274 no algoritmo.<br />

Como é feita<br />

a conta<br />

O que dizemos<br />

em voz alta<br />

5 0 3 1<br />

- 2 7 4<br />

?<br />

Veja como<br />

os números<br />

estão<br />

alinha<strong>do</strong>s.<br />

12<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

211<br />

11<br />

5 0 3 1<br />

- 2 7 4<br />

7<br />

11 menos<br />

4 dá 7<br />

9<br />

12<br />

5 0 3 1<br />

- 2 7 4<br />

5 7<br />

12 menos<br />

7 dá 5<br />

Resulta<strong>do</strong>: 4 757 ou 5 031 – 274 = 4 757<br />

Encontre os resulta<strong>do</strong>s das subtrações;<br />

a) 9 023 – 1 845 = b) 8 102 – 754 =<br />

c) 7 030 – 1 653 = d) 80 200 – 3 786 =<br />

4 9<br />

5 0 3 1<br />

- 2 7 4<br />

4 7 5 7<br />

9 menos<br />

2 dá 7.<br />

4 menos<br />

zero dá 4.<br />

Resolva os problemas e indique se envolve a idéia de tirar, comparar ou<br />

complementar.<br />

a) Como tenho R$ 790,00 não posso comprar um aparelho de som que<br />

custa R$ 850,00. Quantos reais ainda faltam? (60 reais – idéia de complementar)<br />

b) Uma televisão na loja A custa R$ 985,00 e na loja B custa R$ 789,00.<br />

Qual é a diferença entre os preços das duas lojas? (187 reais – idéia de<br />

comparar)<br />

c) A coleção de selos de Jair tem 98 selos e o de Alex tem 72. Quantos<br />

selos Jair deve dar a Alex para que os <strong>do</strong>is fiquem com a mesma quantidade<br />

de selos? (Deve dar 13 – idéia de comparar, equalizan<strong>do</strong>)<br />

d) José gastou R$ 53,00 no supermerca<strong>do</strong> e R$ 18,00 na padaria. Com<br />

quanto ficou se antes das compras tinha 120 reais? (31 reais – idéia de tirar)<br />

Para complementar o trabalho com a subtração, é interessante focalizar<br />

as possíveis alterações que podem ocorrer no resto se houver alteração no<br />

minuen<strong>do</strong> e no subtraen<strong>do</strong>. Alguns autores chamam essas possibilidades<br />

de propriedades de variância e invariância <strong>do</strong> resto.<br />

Observe que o resto pode alterar-se, quan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s termos da subtração<br />

altera-se.<br />

25 Se o minuen<strong>do</strong> aumenta (+ 15) 40<br />

– 12 – 12<br />

13 28 O resto também aumenta (+15)


25 25<br />

Se o subtraen<strong>do</strong><br />

aumenta, o resto<br />

– 12 + 5 – 17<br />

13 diminui.<br />

8 - 5<br />

O que ocorre quan<strong>do</strong> o minuen<strong>do</strong> e o subtraen<strong>do</strong> sofrem a mesma alteração?<br />

Verifique.<br />

ATIVIDADE 4 – RELACIONANDO ADIÇÃO/SUBTRAÇÃO<br />

COMO OPERAÇÕES INVERSAS ENTRE SI<br />

Quan<strong>do</strong> o professor promove atividades com o intuito de relacionar adição/subtração<br />

como operações inversas oferece oportunidade ao aluno de<br />

obter referências que podem norteá-lo nos momentos de resolução de<br />

problemas. É preciso que ele entenda que pode solucionar uma situação<br />

aditiva resolven<strong>do</strong> uma subtração e vice-versa.<br />

É costume dizer que a adição faz e a subtração desfaz. Uma reúne e a<br />

outra separa.<br />

Por isso, são consideradas operações inversas.<br />

Observe: 48 + 35 = 83, logo, 83 – 35 = 48<br />

Então: x + 35 = 83, logo, 83 – 35 = x<br />

parte<br />

Como descobrir o valor de uma parcela?<br />

to<strong>do</strong><br />

parte<br />

Podemos pensar na relação parte-to<strong>do</strong><br />

Sabemos que parte + parte = to<strong>do</strong>. Se uma das partes (parcela) é desconhecida<br />

basta subtrair o valor da outra parte <strong>do</strong> to<strong>do</strong>.<br />

Se 123 + X = 300, o valor de X é obti<strong>do</strong> fazen<strong>do</strong> 300 – 123 = X<br />

Lembre-se que as partes na subtração são o subtraen<strong>do</strong> e o resto. O<br />

minuen<strong>do</strong> corresponde ao to<strong>do</strong>.<br />

Pensan<strong>do</strong> na relação adição/subtração resolva:<br />

a) Joaquim comprou um rádio e um cartucho para impressora pagan<strong>do</strong><br />

138 reais. O cartucho custou 56 reais. Quanto pagou pelo rádio?<br />

b) Em três partidas de um jogo de videogame, Lúcio fez 172 pontos. Na<br />

1ª partida conseguiu 39 pontos e na 2ª fez 39. Quantos pontos ele fez na<br />

3ª partida?<br />

c) Vicente possuía 2 340 reais e pagou uma dívida de 1 780 reais. No<br />

fim <strong>do</strong> mês recebeu seu salário de 2 100 reais. Que quantia ele tem após<br />

receber o salário?<br />

d) Marlene e Joana fazem caminhada na pista representada abaixo:<br />

0 125 250m 375 500m 625 750m 875 1000m 1125 1250m 1375 1500m<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

212


Calcule e dê as respostas:<br />

Marlene iniciou sua caminhada no marco zero e Joana no ponto<br />

1 500m. Elas encontraram-se no ponto 625m. Quantos metros cada uma<br />

caminhou até essa marca? (Marlene: 625m e Joana: 875m)<br />

Joana e Marlene iniciaram ontem a caminhada a partir <strong>do</strong> marco<br />

1 500m. Após 10 minutos Joana estava no ponto 750m e Marlene tinha<br />

chega<strong>do</strong> a 375m. Quantos metros Marlene caminhou a mais? (Joana caminhou<br />

750m e, Marlene, 1 125m: portanto, 375m a mais)<br />

Hoje, Joana iniciou sua caminhada <strong>do</strong> marco zero e Marlene partiu <strong>do</strong><br />

marco 1 500m. Após 5 minutos, Joana estava no marco 625m e Marlene<br />

no ponto 250m. Quem caminhou mais? Quantos metros a mais? Qual a<br />

distância entre elas? (Marlene caminhou mais <strong>do</strong> que Joana, ou seja, 625m<br />

a mais. A distância entre elas é de 375m)<br />

Sugerir ao aluno criar outros problemas usan<strong>do</strong> a pista de caminhadas.<br />

e) No caixa de um banco só há notas de 10 reais. Como o bancário desse<br />

caixa deve fazer para solucionar essas situações?<br />

Um cliente quer sacar 92 reais. (Pedir 8 reais ao cliente e lhe dar 100<br />

reais)<br />

Outro cliente vai pagar um boleto no valor de 76 reais com uma nota<br />

de 100 reais. (Pedir 6 reais ao cliente e dar um troco de 30 reais)<br />

f) Você deve pagar 16 reais por uma corrida de táxi. Quanto deve dar ao<br />

motorista para que ele lhe dê um troco de 5 reais? (21 reais)<br />

g) Pensei em um número e a ele adicionei 32. Do resulta<strong>do</strong> subtrai 15 e<br />

obtive 57. Que número pensei? (40)<br />

h) Que alteração ocorrerá ao resto de uma subtração, se:<br />

adicionarmos 20 ao minuen<strong>do</strong>? (O resto aumenta 20)<br />

subtrairmos 10 ao minuen<strong>do</strong>? (O resto diminui 10)<br />

adicionarmos 15 ao subtraen<strong>do</strong>? (O resto diminui 15)<br />

adicionarmos 30 ao minuen<strong>do</strong> e ao subtraen<strong>do</strong>? (O resto não se altera)<br />

i) Quantas unidades faltam ao número 21 568 para atingir 22 unidades<br />

de milhar? (432 unidades)<br />

j) Carlos, de 28 anos, tem 7 anos a mais <strong>do</strong> que Rita. Augusto, mais<br />

novo, tem 5 anos menos que Rita. Qual é a idade de Augusto? (Augusto<br />

tem 16 anos)<br />

k) A soma das idades de uma mãe com seus <strong>do</strong>is filhos é 61 anos. O<br />

filho mais novo tem 9 anos e a mãe tem 20 anos mais <strong>do</strong> que o filho mais<br />

velho. Qual é a idade da mãe e <strong>do</strong> filho mais velho? (A mãe tem 36 anos<br />

e o filho, 16)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

213


PROMOÇÃO<br />

498 reais<br />

à vista ou<br />

15 X 35 reais<br />

BLOCO 2. EXPLORANDO A<br />

MULTIPLICAÇÃO E A DIVISÃO<br />

ATIVIDADE 1 – REVENDO A MULTIPLICAÇÃO<br />

Roteiro para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da adição e subtração:<br />

Conversa com os alunos para perceber que conceito eles tem de multiplicação<br />

e divisão.<br />

Interpretação de contextos envolven<strong>do</strong> ações de multiplicar e dividir a fim<br />

de promover a compreensão <strong>do</strong>s diferentes significa<strong>do</strong>s dessas operações.<br />

Revisão das propriedades dessas operações.<br />

Busca no dicionário <strong>do</strong>s significa<strong>do</strong>s de alguns termos.<br />

Utilização de materiais de ensino para facilitar o entendimento <strong>do</strong><br />

processo operatório.<br />

Resolução de multiplicação e divisão no algoritmo buscan<strong>do</strong> a compreensão<br />

de sua realização e sanan<strong>do</strong> possíveis dificuldades.<br />

Realização de exercícios propostos, inclusive com uso de calcula<strong>do</strong>ra.<br />

A multiplicação é, também, uma operação de composição, pois<br />

reúne quantidades.<br />

Porém, difere da adição ao reunir somente parcelas iguais. Assim,<br />

5 + 5 + 5 + 5 = 20 pode ser registrada como 4 x 5 = 20.<br />

Ao resolver esta situação, usa-se a multiplicação.<br />

Para saber a diferença entre os preços à vista e a prazo devemos<br />

primeiro multiplicar:<br />

3 5 Fator<br />

O preço a prazo<br />

X 1 5 Fator<br />

é 525 reais.<br />

1 7 5<br />

3 5<br />

5 2 5 Produto<br />

Portanto,<br />

A operação de multiplicação com números naturais está associada à<br />

idéia de adicionar números iguais.<br />

Para que os alunos compreendam os diferentes significa<strong>do</strong>s da multiplicação,<br />

o professor deve propor alguns problemas envolven<strong>do</strong> essas<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

214<br />

ENCONTRO 3


idéias. Caso não seja feita esta abordagem, eles poderão ter dificuldade<br />

para identificar a ação multiplicativa quan<strong>do</strong> estão inseridas as idéias de<br />

combinatória e à referente à configuração retangular. A interpretação da<br />

multiplicação como adição de parcelas iguais define papéis diferentes para<br />

o multiplican<strong>do</strong> (número que se repete) e o multiplica<strong>do</strong>r (número de repetições).<br />

Essa abordagem provoca uma ambigüidade em relação à propriedade<br />

comutativa, em que axb = bxa, pois, no contexto de situações-problema<br />

isso não ocorre. Convém, portanto, apresentar ao aluno problemas<br />

varia<strong>do</strong>s, envolven<strong>do</strong> os diferentes significa<strong>do</strong>s da multiplicação.<br />

Vamos analisar estas situações.<br />

1. Os 12 ovos estão organiza<strong>do</strong>s na caixa em 2 fileiras de<br />

6 ovos ou em 6 fileiras de 2 ovos.<br />

2. Se em uma caixa há 12 ovos, quantos ovos terão:<br />

2 caixas? ....... 3 caixas? .......<br />

5 caixas? ....... 10 caixas? .......<br />

Na primeira situação é focalizada a configuração retangular e na segunda,<br />

a proporcionalidade.<br />

Outros exemplos de ação multiplicativa inserin<strong>do</strong> a disposição retangular:<br />

organização de cadeiras em teatro e cinema;<br />

carteiras na sala de aula;<br />

carros em garagem e estacionamento;<br />

tabuleiro de jogos, como Dama;<br />

barra de chocolate, quadriculada.<br />

A proporcionalidade é muito comum no dia a dia e surge em situações,<br />

como:<br />

se um pacote de arroz tem 5 quilos, quantos quilos terão 4 pacotes?<br />

uma mão tem 5 de<strong>do</strong>s; quantos são os de<strong>do</strong>s de 3 mãos?<br />

um óculos tem 2 lentes, portanto, 10 óculos tem .... lentes.<br />

um quilo de café custa 9 reais; qual será o preço de 20 quilos?<br />

Outro significa<strong>do</strong> que deve ser enfatiza<strong>do</strong> é a combinatória. O aluno tem<br />

dificuldade de perceber a ação multiplicativa envolvida em casos, como:<br />

quais são as possibilidade de pedir um sorvete numa sorveteria que<br />

oferece 20 sabores diferentes e 8 coberturas variadas?<br />

como é possível combinar 4 tipos de pães, 6 tipos de queijo e 8 tipos<br />

de embuti<strong>do</strong>s para fazer sanduíches? Quantos sanduíches diferentes<br />

posso fazer?<br />

quantas são as possibilidades de vestir 9 calças com 10 camisas, fazen<strong>do</strong><br />

combinações diferentes?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

215


A utilização de ilustração para esclarecer o raciocínio é sempre<br />

útil.<br />

Quantos carros há em cada fileira? Quantas fileiras? Quantos<br />

carros ao to<strong>do</strong>?<br />

Multiplicação: ............<br />

Escreva a multiplicação observan<strong>do</strong> os carros estaciona<strong>do</strong>s.......(3 x 2<br />

ou 2 x 3).........<br />

Crie problemas sobre a ilustração.<br />

A multiplicação envolve diferentes idéias, como: proporcionalidade,<br />

combinatória e configuração retangular.<br />

ATIVIDADE 2 – APLICANDO AS PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO<br />

Apresentan<strong>do</strong> exemplos, o professor orienta o pensamento <strong>do</strong>s alunos<br />

para a percepção de regularidades na multiplicação. Essas regularidades<br />

por serem próprias à operação são chamadas de propriedades.<br />

Pelo fato de a multiplicação ser adição abreviada, será que todas as propriedades<br />

da adição se aplicam à multiplicação?<br />

Vejamos:<br />

a) A multiplicação de números naturais dá um número natural?<br />

8 é um número natural 12 é um número natural<br />

O produto de 8 x 12, ou seja, 96 é, também, um número natural.<br />

Logo,<br />

Propriedade <strong>do</strong> fechamento<br />

O produto de <strong>do</strong>is ou mais números naturais também é um número natural.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

216


) A multiplicação é comutativa?<br />

8 x 12 = 96 e 12 x 8 = 96<br />

Então,<br />

Propriedade comutativa<br />

A ordem <strong>do</strong>s fatores não altera o produto.<br />

Qual é o elemento neutro da multiplicação?<br />

Por qual número devo multiplicar 125 para que o produto seja 125?<br />

1 x 125 = 125, logo, o elemento neutro da multiplicação é 1.<br />

Propriedade <strong>do</strong> elemento neutro<br />

Numa multiplicação de <strong>do</strong>is números naturais, quan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s fatores<br />

é 1, o produto é sempre igual ao outro fator.<br />

10<br />

c) A multiplicação é associativa?<br />

Observe: 5 x 8 x 10 x 2 5 x 8 x 10 x 2 = 10 x 80 = 800<br />

40 x 20<br />

800<br />

Propriedade associativa<br />

Numa multiplicação de três ou mais números naturais, podemos associar<br />

quaisquer <strong>do</strong>is fatores sem alterar o produto.<br />

d) Observe a ilustração.<br />

+ + 3 x ( 2+ 4 )<br />

2 + 4 2 + 4 2 + 4 = 18<br />

Ou 3 x 6 = 18 ou (3 x 2) + (3 x 4) = 6 + 12 = 18<br />

Esta é mais uma propriedade da multiplicação.<br />

Propriedade distributiva<br />

O produto de um número natural por uma soma indicada é igual à soma<br />

<strong>do</strong>s produtos desse número natural pelas parcelas da soma indicada.<br />

A propriedade distributiva é um recurso para resolver a multiplicação<br />

com números maiores.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

217<br />

80


Observe. Para multiplicar 2 356 por 35, podemos decompor um <strong>do</strong>s fatores,<br />

como, por exemplo: 35 em 30 + 5.<br />

Daí, multiplicamos 2.356 por 30<br />

2 3 5 6 ou 2 3 5 6<br />

X 30 2 3 5 6<br />

7 0 6 8 0 +2 3 5 6<br />

7 0 6 8 x 10 = 7 0 6 8 0<br />

Depois, multiplicamos 2 356 por 5 encontran<strong>do</strong> o produto 11 780<br />

Em seguida, somamos 70 680 com 11 780 encontran<strong>do</strong> o total 82 460.<br />

Foi aplicada a propriedade distributiva:<br />

35 x 2 356 = (30 x 2 356) + (5<br />

Fechamento: .........a E N e b E N ,<br />

x 2 356)<br />

então a+b= c E N<br />

Ainda ocorre na multiplicação a<br />

Comutativa: ...........a x b = b x a<br />

possibilidade <strong>do</strong> produto nulo.<br />

Anulamento: ..........a x zero = zero<br />

quan<strong>do</strong> isso acontece? Quan<strong>do</strong><br />

Elemento neutro:....a x 1 = a<br />

um <strong>do</strong>s fatores é zero: 12 x 0 x 8 = 0<br />

Associativa: ...........(a x b) x c = a x (b x c)<br />

Observe no quadro ao la<strong>do</strong> como<br />

Distributiva: ...........a x ( b+c) = a x b + a x c<br />

podemos resumir as propriedades<br />

usan<strong>do</strong> letras.<br />

Resolva aplican<strong>do</strong> a propriedade possível, identifican<strong>do</strong>-as.<br />

a) 13 x 1 x 25 = (13x25 = 325 pp. Elemento neutro)<br />

b) 28 x 0 x 450 = (0...anulamento)<br />

c) 3 521 x 32 = (30 x 3 521)+(2 x 3 521)<br />

Estime os resulta<strong>do</strong>s, fazen<strong>do</strong> os cálculos mentalmente.<br />

– usan<strong>do</strong> o arre<strong>do</strong>ndamento <strong>do</strong> maior fator<br />

a) 18 x 98 = (18x100 = 1 800... produto aproxima<strong>do</strong>)<br />

b) 25 x 397 =<br />

c) 31 x 147 =<br />

– decompon<strong>do</strong> o menor fator<br />

a) 23 x 140 = (20x140= 2 800 e 3x140=420; 2 800+420= 3 220)<br />

b) 38 x 210 =<br />

c) 16 x 95=<br />

Pense e dê as respostas.<br />

Numa multiplicação de <strong>do</strong>is fatores, o produto é igual a zero.<br />

a) Um <strong>do</strong>s fatores pode ser 38?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

218


) Um <strong>do</strong>s fatores tem que ser 38?<br />

c) Os <strong>do</strong>is fatores podem ser iguais a zero?<br />

d) Os <strong>do</strong>is fatores devem ser iguais a zero?<br />

e) Um <strong>do</strong>s fatores tem de ser igual a zero?<br />

Observe como é feita a multiplicação 6 x 237 no algoritmo<br />

Como é feita<br />

a conta<br />

O que dizemos<br />

em voz alta<br />

4<br />

2 3 7<br />

X 6<br />

2<br />

6 vezes 7<br />

dá 42, vão 4;<br />

Produto: 1 422<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

219<br />

4<br />

2 3 7<br />

X 6<br />

2 2<br />

6 vezes 3 são<br />

18, com mais<br />

4, são 22;<br />

vão 2<br />

2<br />

2 3 7<br />

X 6<br />

1 4 2 2<br />

6 vezes 2<br />

São 12,<br />

com mais<br />

2 são 14.<br />

Quan<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> fator tiver <strong>do</strong>is ou mais algarismos, a conta fica<br />

maior e há produtos parciais. Para terminar a conta, devemos somar os<br />

produtos parciais para obter o produto final. Veja.<br />

2 3 7 Começamos multiplican<strong>do</strong> 237 por 5 encontran<strong>do</strong> o<br />

X 3 5 primeiro produto parcial....... 1 185<br />

1 1 8 5 Depois, multiplicamos 237 por 3 encontran<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong><br />

7 1 1 produto parcial......711<br />

8 2 9 5 O produto final é resulta<strong>do</strong> da soma <strong>do</strong>s produtos parciais.<br />

Observe a posição <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> produto.<br />

Ele realmente vale 7 110, porque é resulta<strong>do</strong> da multiplicação de 30,<br />

porque 3 em 35 tem valor 30.<br />

Efetue estas multiplicações.<br />

a) 9 x 2 087 = b) 26 x 327 =<br />

c) 70 x 3 765 = d) 208 x 356 =<br />

ATIVIDADE 3 – REVENDO A DIVISÃO<br />

ENCONTRO 4<br />

O aluno precisa compreender que, enquanto a multiplicação reúne grupos<br />

iguais, a divisão faz o inverso, separa uma quantidade em grupos iguais.<br />

Ao fazer a divisão, duas situações podem ocorrer: dividir uma quantidade<br />

igualmente em determina<strong>do</strong>s grupos (10 balas divididas entre 2 crianças)<br />

ou dividir a quantidade em grupos de determina<strong>do</strong>s valores (10 balas separadas<br />

em grupos de 2 balas). No primeiro caso tem-se o significa<strong>do</strong> de<br />

repartir e no segun<strong>do</strong>, o de medir.


A compreensão dessas idéias, quan<strong>do</strong> bem trabalhadas, facilita a resolução<br />

de situações-problema relacionadas a outros conteú<strong>do</strong>s, como: “Uma<br />

costureira tem 2m de teci<strong>do</strong> para fazer 5 bermudas <strong>do</strong> mesmo tamanho.<br />

Quanto de teci<strong>do</strong> usará em cada uma?” (partilha). “Uma costureira tem 2m<br />

de teci<strong>do</strong> para fazer bermudas usan<strong>do</strong> 40cm em cada uma. Quantas bermudas<br />

ela poderá fazer?” (medida). A interpretação da divisão de frações,<br />

como 1: 1<br />

1<br />

fica mais fácil se for pensa<strong>do</strong> no cálculo de “quantas vezes 4 4<br />

está conti<strong>do</strong> em 1 inteiro” (medida).<br />

O professor pode começar apresentan<strong>do</strong> situações, como:<br />

PROMOÇÃO<br />

1 080 reais em 15<br />

vezes iguais<br />

1. Veja o computa<strong>do</strong>r que está na promoção.<br />

Qual é o valor de cada prestação?<br />

2. Os alunos vão comprar um presente para o professor no valor de 260<br />

reais. Ficou decidi<strong>do</strong> que a cota de participação será de 13 reais.<br />

Quantos alunos vão contribuir na compra <strong>do</strong> presente?<br />

A operação indicada para resolver os <strong>do</strong>is problemas é a divisão. No entanto,<br />

os significa<strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s nas situações são diferentes. No primeiro<br />

problema, sabe-se o número de prestações e procura-se o valor delas. No<br />

segun<strong>do</strong>, é conheci<strong>do</strong> o valor da contribuição e calcula-se o número delas.<br />

Outros problemas envolven<strong>do</strong> as duas idéias devem ser apresenta<strong>do</strong>s<br />

aos alunos.<br />

Na divisão, cada número envolvi<strong>do</strong> recebe um nome e tem uma função<br />

especial.<br />

dividen<strong>do</strong> 72 9 divisor<br />

resto 0 8 quociente<br />

O professor deve conversar com os alunos sobre a função de cada termo.<br />

Esta é uma divisão exata pois tem resto igual a zero.<br />

Observe estas divisões: 0 : 6 e 6: 0 Qual delas é possível?<br />

Zero é divisor impossível pois não existe quociente possível. No entanto,<br />

se o dividen<strong>do</strong> é zero há um quociente – zero. Lembra-se que o produto de<br />

um número por zero é igual a zero?<br />

Convém rever com a turma as alterações que o quociente pode ter<br />

quan<strong>do</strong> se modificam os valores <strong>do</strong> dividen<strong>do</strong> o <strong>do</strong> divisor. O professor<br />

pode apresentar várias divisões e propor mudanças nos termos, para que<br />

o aluno verifique as conseqüências no quociente, como, por exemplo:<br />

Vamos observar o que ocorre ao quociente destas divisões, quan<strong>do</strong>:<br />

120 : 5 = 24 multiplicamos o dividen<strong>do</strong> por 2 240 : 5 = 48<br />

multiplicamos o divisor por 2 120 : 10= 12<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

220


160 : 8 = 20 dividimos o dividen<strong>do</strong> por 4 40 : 8 = 5<br />

dividimos o divisor por 4 160 : 2 = 80<br />

E, quan<strong>do</strong> o dividen<strong>do</strong> e divisor são multiplica<strong>do</strong>s pelo mesmo número?<br />

Verifique!<br />

O aluno deve constatar que se houver a mesma a alteração nos <strong>do</strong>is<br />

termos, o quociente não se modifica. Aplicar essa possibilidade ao corte de<br />

zeros em divisões, como:<br />

360 : 40 = 36: 4; nesse caso, ambos os termos – dividen<strong>do</strong> e divisor –<br />

foram dividi<strong>do</strong>s por 10.<br />

Observe como é feita a divisão 256: 8 no algoritmo<br />

Como é feita<br />

a conta<br />

O que<br />

dizemos<br />

em voz alta<br />

2 5’ 6 8<br />

2 4 3<br />

1<br />

Começar a divisão<br />

dividin<strong>do</strong><br />

25 por 8, que<br />

dá 3. Continuar,<br />

multiplican<strong>do</strong> 3<br />

por 8 que é igual<br />

a 24. Depois<br />

subtrair 24 de 25<br />

encontran<strong>do</strong> o<br />

resto 1.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

221<br />

2 5 6’ 8<br />

2 4 3 2<br />

1 6<br />

Repetir o<br />

processo dividin<strong>do</strong><br />

16 por 8.<br />

Por que o dividen<strong>do</strong><br />

agora é<br />

16? Porque o<br />

resto 1 (1 dezena)<br />

vale 10, com<br />

mais 6 unidades<br />

de 256 dá 16.<br />

quociente: 32<br />

2 5 6’ 8<br />

2 4 3 2<br />

1 6<br />

1 6<br />

0<br />

16 dividi<strong>do</strong> por 8<br />

dá 2. E, 2 vezes<br />

8 é igual a 16.<br />

16 menos 16 dá<br />

zero<br />

Esta divisão 256 : 8 é exata porque seu resto é igual a zero.<br />

Algumas divisões não são exatas porque tem restos diferentes de zero<br />

Pense e responda:<br />

- Qual é o maior resto de uma divisão por 6? (5)<br />

- Em uma divisão por 9, qual é o maior resto possível? (8)<br />

Encontre os quocientes.<br />

a) 459 : 7 = b) 3 618 : 6 =<br />

c) 5 467 : 9 = d) 3 920 : 20 =


ATIVIDADE 4 – RELACIONANDO MULTIPLICAÇÃO/<br />

DIVISÃO COMO OPERAÇÕES INVERSAS<br />

Veja o que está representa<strong>do</strong> no quadro.<br />

1 3 reais , então, 10 10 x 3 reais = 30 reais;<br />

10 30 reais, então, 1 30 reais : 10 = 3 reais.<br />

Observe que a multiplicação envolve ação inversa à divisão e vice-versa.<br />

3 x 10 = 30, logo 30: 3 = 10<br />

Então: x 10 = 30 : 10 = 3<br />

= 30 : 10 = 10 x 3<br />

= 3 = 30<br />

E, se a divisão tem resto diferente de zero?<br />

O professor vai guardar 64 lápis em caixas onde cabem 12 lápis. Quantas<br />

caixas ele precisa? Quantos lápis sobrarão?<br />

64 12 A relação inversa é: 5 x 12 + 4 = 64<br />

4 5<br />

Dividen<strong>do</strong> = divisor x quociente + resto<br />

Consideran<strong>do</strong> a relação entre divisão/multiplicação, calcule:<br />

Qual é o valor <strong>do</strong> número natural n para que se tenha<br />

n : 5 = 5 x 24 + 3 (n = 123) n : 4 = 180 : 3 (n = 60)<br />

b) Qual é o dividen<strong>do</strong> numa divisão em que o divisor é 12, o quociente<br />

é 23 e o resto é 8? (O dividen<strong>do</strong> é 284).<br />

c) Qual é o número que multiplica<strong>do</strong> por 25 tem como produto 450? (18)<br />

d) Comprei 12 bombons a 4 reais cada um. Ao pagar recebi 2 reais de<br />

troco. Quantos reais dei para pagar? (50 reais)<br />

e) Ao pagar 24 cadernos iguais que comprou Vera recebeu 4 reais de<br />

troco. Como pagou com 220 reais, qual é o preço <strong>do</strong> caderno? (9 reais)<br />

ATIVIDADE 5 – RESOLVENDO PROBLEMAS<br />

ENVOLVENDO AS qUATRO OPERAÇÕES<br />

A resolução de problema implica numa série de procedimentos necessários<br />

que conduzem o raciocínio na busca de solução. Polya resume esses<br />

procedimentos em quatro etapas:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

222


1ª etapa: Compreender o problema 2ª etapa: Traçar um plano<br />

Ler o enuncia<strong>do</strong>.<br />

Identificar as incógnitas (os da<strong>do</strong>s<br />

desconheci<strong>do</strong>s).<br />

Perceber as relações entre os da<strong>do</strong>s<br />

e as incógnitas.<br />

Criar um esquema que represente a<br />

situação.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

223<br />

Identificar algum problema pareci<strong>do</strong>.<br />

É possível resolvê-lo por partes?<br />

Quais as ações envolvidas?<br />

Quais as operações próprias para<br />

resolvê-lo?<br />

3ª etapa: Colocar o plano em ação 4ª etapa: Verificar os resulta<strong>do</strong>s<br />

Executar o plano refletin<strong>do</strong> sobre o<br />

que faz<br />

Resolver as operações adequadas<br />

Se encontrar dificuldades, recomece<br />

e reordene o raciocínio.<br />

Confira as operações realizadas.<br />

Ler o enuncia<strong>do</strong> novamente verifican<strong>do</strong><br />

se conseguiu dar resposta ao<br />

problema.<br />

O professor deve apresentar essas etapas para os alunos e insistir para<br />

que eles sigam essa orientação e trabalhar, inicialmente, a resolução coletiva<br />

de alguns problemas.<br />

Resolva os problemas.<br />

a) Uma fábrica tem 1 278 peças estocadas. Produziu mais 423 e vendeu<br />

456. Quantas peças restaram no estoque? (1 245)<br />

b) Uma fábrica de brinque<strong>do</strong>s produziu, na segunda-feira, 1 865 unidades<br />

de certo brinque<strong>do</strong>. Na terça-feira, a produção foi maior que no dia<br />

anterior, pois foram produzi<strong>do</strong>s 371 brinque<strong>do</strong>s a mais. Na quarta-feira,<br />

a produção caiu sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s 158 brinque<strong>do</strong>s a menos que na terça.<br />

Quantos brinque<strong>do</strong>s foram produzi<strong>do</strong>s nos três dias? (6 179)<br />

c) Uma padaria recebeu uma remessa de 20 caixas de ovos. Em cada<br />

caixa há 10 dúzias de ovos. Quantas cartelas de 30 ovos podem ser formadas<br />

com essa quantidade? (80 cartelas)<br />

d) Marlene comprou 36 bombons a 4 reais cada um. Como tinha 3 notas<br />

de 50 reais, com quanto ficou após fazer o pagamento? (6 reais)<br />

e) Duas pessoas têm juntas 86 anos. Tiran<strong>do</strong> 10 anos da idade da mais<br />

velha e soman<strong>do</strong> à da outra, as idades ficam iguais. Quantos anos tem<br />

cada uma? (Uma tem 33 e outra, 53 anos)<br />

f) O quadro incompleto a seguir, deveria apresentar o número de funcionários<br />

da fábrica onde Inácio trabalha.<br />

Número de<br />

funcionários<br />

Setor de<br />

produção<br />

Setor de<br />

acabamento<br />

Controle de<br />

qualidade<br />

Almoxarifa<strong>do</strong><br />

Serviços<br />

gerais<br />

90 42 48 14 24


Preencha o quadro, consideran<strong>do</strong> que:<br />

há 34 funcionários a menos no almoxarifa<strong>do</strong> <strong>do</strong> que no controle de<br />

qualidade;<br />

o número de funcionários <strong>do</strong> setor de acabamento é o triplo <strong>do</strong>s funcionários<br />

<strong>do</strong> almoxarifa<strong>do</strong>;<br />

no setor de produção o número de funcionários é igual á soma <strong>do</strong>s<br />

funcionários <strong>do</strong> setor de acabamento e <strong>do</strong> controle de qualidade;<br />

o número <strong>do</strong>s funcionários de serviços gerais é a metade <strong>do</strong>s funcionários<br />

<strong>do</strong> controle de qualidade.<br />

g) Ao final de uma noite de trabalho em um restaurante, quatro garçons<br />

contaram suas gorjetas: um dele ganhou 42 reais; outro recebeu 74 reais;<br />

o terceiro conseguiu 83 reais e o quarto ganhou 69 reais. Como costumam<br />

dividir a gorjeta igualmente entre eles, com quanto cada um ficou nesta<br />

noite? (67 reais)<br />

h) Após jantar em um restaurante, Roberto e <strong>do</strong>is amigos dividiram a<br />

conta de 144 reais e ainda ficou com 25 reais. Quanto Roberto tinha quan<strong>do</strong><br />

entrou no restaurante? (73 reais)<br />

i) Um supermerca<strong>do</strong> comprou 680 caquis que foram embala<strong>do</strong>s igualmente<br />

em 136 caixas. Quantos caquis foram coloca<strong>do</strong>s em cada caixa? (5 caquis)<br />

j) Uma pessoa ganha anualmente R$ 6 305,00 incluin<strong>do</strong> o 13º salário.<br />

Quanto ela ganha por mês? (R$ 485,00)<br />

k) Joaquim é encarrega<strong>do</strong> de embalar os produtos de um supermerca<strong>do</strong>.<br />

No estoque há 414 latas de óleo que serão embaladas em caixas onde<br />

cabem 12 latas. Joaquim embalará quantas caixas completas? Sobrarão<br />

latas? Quantas? (34 caixas completas e sobram 6 latas)<br />

l) Os 506 alunos de uma escola vão participar das Olimpíadas da Primavera.<br />

Para isso, formarão grupos de 35 alunos. Marque a resposta correta.<br />

- Quantos grupos serão forma<strong>do</strong>s?<br />

14 (X) 15 23 35<br />

- Quantos alunos a mais serão necessários para formar mais um grupo?<br />

6 12 19 (X) 26<br />

Está barato!<br />

R$ 3,00 o quilo<br />

Vou levar 6 quilos<br />

m) De acor<strong>do</strong> com a gravura ao<br />

la<strong>do</strong> crie um problema envolven<strong>do</strong><br />

troco de R$ 32,00.<br />

n) Um eleva<strong>do</strong>r pode transportar,<br />

de uma só vez, 460kg no máximo.<br />

Um funcionário de uma empresa quer<br />

subir 12 caixas com 90kg em cada<br />

uma. Como o funcionário pesa 70kg,<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

224


quantas viagens, no mínimo, serão necessárias para transportar as caixas?<br />

(3 viagens)<br />

o) Antônio comprou 4 calças <strong>do</strong> mesmo preço e conseguiu um desconto<br />

de 7 reais em cada uma. No total, ele pagou 216 reais. Qual é o preço de<br />

cada calça, sem o desconto? (61 reais)<br />

ATIVIDADE 6 – USANDO A CALCULADORA<br />

A calcula<strong>do</strong>ra é um instrumento de grande uso social e não deve ser<br />

excluída das atividades de sala de aula. Cabe ao professor decidir o<br />

momento apropria<strong>do</strong> para introduzi-la. Na resolução de problemas que<br />

exigem longos e demora<strong>do</strong>s algoritmos, o uso da calcula<strong>do</strong>ra dispensa<br />

essa parte enfa<strong>do</strong>nha e repetitiva permitin<strong>do</strong> o aluno a concentrar sua<br />

atenção nas relações operatórias e no raciocínio. O Manual <strong>do</strong> Educa<strong>do</strong>r<br />

que acompanha os Guias de Estu<strong>do</strong> sugerem várias atividades incluin<strong>do</strong><br />

a calcula<strong>do</strong>ra. Além delas, selecionamos outras que podem enriquecer<br />

a aprendizagem e possibilitar ao aluno mais familiaridade com esse<br />

instrumento.<br />

a) Faça as multiplicações na calcula<strong>do</strong>ra.<br />

6 x 37 037 (222 222) 15 873 x 14 (222 222) 66 x 3.367 (222 222)<br />

O que observa nos produtos?<br />

b) Agora, multiplique.<br />

15 x 37 037 (555 555) 12 x 37 037 (444 444)<br />

Quais são os produtos?<br />

c) Pesquise outros produtos de 37 037!<br />

Encontre o número pelo qual você deve multiplicar 37 037 para que o<br />

produto seja igual a<br />

111 111 (3) 22 222 (6) 333 333 (9)<br />

444 444 (12) 555 555 (15) 66 666 (18)<br />

777 777 (21) 888 888 (24) 999 999 (27)<br />

d) Escreva a seqüência de números que você multiplicou por 37037 para<br />

obter os produtos <strong>do</strong> item anterior. O que observa? (É uma seqüência de<br />

3 em 3)<br />

e) Faça as divisões.<br />

1 620 : 12 3 375 : 25 6 480 : 48<br />

- Qual é o quociente dessas divisões?<br />

- Descubra 3 divisões com divisores de 2 algarismos que tenham esse<br />

quociente.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

225


f) Resolva os problemas utilizan<strong>do</strong> a calcula<strong>do</strong>ra.<br />

Os cinco países com a maior área territorial são:<br />

Brasil .................8 547 403 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s ...9 372 614 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />

China ................9 571 300 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />

Canadá ..............9 970 610 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />

Rússia .............17 075 400 quilômetros quadra<strong>do</strong>s<br />

A diferença entre a área da Rússia e a soma das áreas <strong>do</strong> Brasil<br />

com a <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s é maior que 800 000 quilômetros quadra<strong>do</strong>s?<br />

(844 617 quilômetros quadra<strong>do</strong>s)<br />

Se a área da Rússia tivesse 19 406 quilômetros quadra<strong>do</strong>s a mais,<br />

seria o <strong>do</strong>bro da área <strong>do</strong> Brasil? (Sim)<br />

A soma das áreas <strong>do</strong> Canadá e <strong>do</strong> Brasil chega a 20 000 000 quilômetros<br />

quadra<strong>do</strong>s? (Não; a soma é 18 518 013 km²)<br />

g) Resolva.<br />

O rio Amazonas despeja 175 milhões de litros de água por segun<strong>do</strong> no<br />

oceano Atlântico. Quantos litros de égua o rio pode despejar em 1 hora?<br />

h) Usan<strong>do</strong> as teclas de memória dê o resulta<strong>do</strong> das igualdades.<br />

83 + 28 x 120 = (3 443)<br />

15 x 57 + 31 x 82 = (3 397)<br />

(17 x 32 – 20) – 98 = (426)<br />

1 000 – 270 x 3 = (190)<br />

246 861 738<br />

950 – 280 + 35 + 21 = (726)<br />

230 + 365 : 5 + 160 = (463)<br />

1107 615 123<br />

i) No quadra<strong>do</strong> mágico ao la<strong>do</strong> as somas <strong>do</strong>s números<br />

no senti<strong>do</strong> horizontal, vertical e na diagonal é<br />

492 369 984<br />

sempre 1 845. Use a calcula<strong>do</strong>ra para determinar os<br />

números das casas em branco.<br />

j) Reúna-se com 3 colegas. Consultem um folheto de propagandas<br />

de lojas de eletro<strong>do</strong>mésticos ou de supermerca<strong>do</strong> e criem 8 problemas<br />

utilizan<strong>do</strong> a calcula<strong>do</strong>ra. Troque os problemas com os outros grupos e<br />

resolva-os.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

226


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

227<br />

3<br />

EXPLORANDO O ESPAÇO E AS FIGURAS GEOMÉTRICAS<br />

objetivos:<br />

Apresentar ao professor sugestões para o desenvolvimento deste tópico<br />

com o intuito de levar os alunos a:<br />

identificar pontos em representações gráficas ten<strong>do</strong> como referência<br />

um ou mais atributos;<br />

interpretar o movimento de pessoas ou objetos no espaço;<br />

classificar os sóli<strong>do</strong>s geométricos;<br />

identificar propriedades <strong>do</strong>s corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s tais como tipo de superfícies<br />

com que são forma<strong>do</strong>s: planas ou não planas e nomeá-los;<br />

identificar propriedades <strong>do</strong>s poliedros tais como tipo e número de faces<br />

com que são forma<strong>do</strong>s, número de arestas e vértices e nomeá-los;<br />

construir alguns sóli<strong>do</strong>s a partir de suas planificações;<br />

identificar e conceituar polígonos, círculo, triângulos e quadriláteros;<br />

identificar simetrias em relação a um eixo;<br />

resolver problemas com o uso de simetria;<br />

conceituar as transformações de reflexão, translação e rotação e suas<br />

propriedades.<br />

BLOCO 1. LOCALIZANDO-SE E<br />

MOVIMENTANDO-SE NO ESPAÇO<br />

Localizar uma rua em um bairro, uma cidade em um mapa, um livro em<br />

uma biblioteca, uma cadeira em um teatro, são alguns exemplos da importância<br />

da localização. Para cada situação é criada uma maneira que permite<br />

encontrar o que se procura de uma forma simples. Para iniciar essa<br />

atividade, o professor pode levar para a sala de aula alguns catálogos telefônicos<br />

e pedir que os alunos localizem determinada rua ou lugar e discutir<br />

com os alunos a maneira utilizada pelo catálogo para essa localização.<br />

ENCONTRO 1


5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Vitor<br />

Ari<br />

Lucas<br />

Fabio<br />

Ana<br />

1<br />

Pedir que os alunos façam os exercícios<br />

Alberto Mateus Junia<br />

Rute abaixo.<br />

1. Uma professora dividiu a sala de aula em<br />

Lara<br />

Nair Marcelo Rosa linhas e colunas e identificou cada carteira<br />

por um par forma<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is números, onde<br />

Lucia<br />

Celia<br />

Enio<br />

Tais o primeiro número identificava a coluna e o<br />

segun<strong>do</strong> número identificava a linha em que<br />

Bruna Fabiana Julia<br />

Tiago cada carteira se encontrava. Assim, a carteira<br />

onde Lúcia estava foi identificada pelo par<br />

Luis<br />

Oto<br />

Mara<br />

Marli (2,3), pois sua carteira estava no cruzamento<br />

da coluna 2 com a linha 3.<br />

Observe novamente a ilustração e faça o<br />

2 3 4 5<br />

que se pede.<br />

a) Represente utilizan<strong>do</strong> pares de números a localização das carteiras<br />

<strong>do</strong>s seguintes alunos: Ana, Lara, Bruna, Fabiana, Mateus e Rute. (1,1);<br />

(2,4); (2,2); (3,2), (3,5) e (5,5)<br />

b) Que alunos estão nas carteiras identificadas pelos pares: (4,2); (1,3);<br />

(4,4); (3,1), (5,2)? (Júlia; Lucas; Marcelo; Oto e Tiago).<br />

c) Na segunda-feira, a professora resolveu fazer uma brincadeira. Pediu<br />

que to<strong>do</strong>s os alunos mudassem de lugar. Os novos lugares seriam<br />

agora identifica<strong>do</strong>s assim: o primeiro número <strong>do</strong> par identificaria a linha<br />

e o segun<strong>do</strong> número identificaria a coluna onde o aluno deveria se<br />

sentar. Pense e responda: Que alunos não vão trocar de lugar? (Ana,<br />

Bruna, Célia, Marcelo e Rute, ou seja, os alunos que estavam senta<strong>do</strong>s<br />

nas carteiras identificadas pelos pares: (1,1), (2,2), (3,3), (4,4) e (5,5),<br />

respectivamente).<br />

d) Copie o desenho da sala de aula e coloque em cada carteira os nomes<br />

<strong>do</strong>s alunos, de acor<strong>do</strong> com a mudança realizada pela professora.<br />

O professor pode simular essa situação com sua turma, pedin<strong>do</strong> que os<br />

alunos desenhem uma planta com a localização das carteiras de sua sala<br />

de aula e identifican<strong>do</strong>-as com os nomes <strong>do</strong>s alunos que as ocupam.<br />

Informar então aos alunos que nessa situação cada carteira tem um<br />

endereço indica<strong>do</strong> por um par de números, considera<strong>do</strong>s em uma certa<br />

ordem, pois o primeiro número identifica a coluna e o segun<strong>do</strong> identifica a<br />

linha onde a carteira se encontra.<br />

Por isso, dizemos que esse par é um par ordena<strong>do</strong> de números.<br />

2. No quadricula<strong>do</strong> seguinte, cada figura tem um “endereço”: o endereço<br />

da figura ♠, por exemplo, é o par (9,8) por estar no cruzamento da reta<br />

vertical que passa por 9 com a reta horizontal que passa por 8.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

228


Observe o quadricula<strong>do</strong> e faça<br />

o que se pede:<br />

a) Escreva na forma de um<br />

par, forma<strong>do</strong> por números, os<br />

endereços das seguintes figuras:<br />

♦; ♠; ♣ e ♥. (3,7); (2,3); (8,2)<br />

e (7,6).<br />

b) Desenhe um quadricula<strong>do</strong><br />

igual ao anterior e desenhe nele<br />

as seguintes figuras de acor<strong>do</strong><br />

com os seus endereços.<br />

(5, 1)<br />

(4, 5)<br />

(1, 6)<br />

(6, 4)<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

c) Inverta a ordem <strong>do</strong>s números nos pares <strong>do</strong> exercício da letra b, escreva-os<br />

e desenhe as figuras no mesmo quadricula<strong>do</strong> anterior de acor<strong>do</strong> com<br />

seus novos endereços. As figuras foram representadas no mesmo lugar ou<br />

em lugares diferentes? (Lugares diferentes).<br />

Agora responda: Mudar a ordem <strong>do</strong>s números nos pares muda a posição<br />

das figuras? (Sim).<br />

Após a correção <strong>do</strong>s exercícios acima, remeter o aluno ao Guia de Estu<strong>do</strong>,<br />

que apresenta várias situações interessantes. Em seguida, formalizar<br />

as idéias acima.<br />

Para localizar pontos em uma reta precisamos apenas de um número.<br />

Mas quan<strong>do</strong> queremos localizar pontos em um plano, precisamos<br />

de <strong>do</strong>is números, isto é de duas informações. Para isso usamos duas<br />

retas numeradas de mesma origem, perpendiculares, chamadas de EI-<br />

XOS COORDENADOS. Um plano com <strong>do</strong>is eixos coordena<strong>do</strong>s chama-se<br />

PLANO CARTESIANO, porque foi inventa<strong>do</strong> por um matemático francês<br />

chama<strong>do</strong> René Descartes (1596-1650).<br />

No quadricula<strong>do</strong> a seguir estão duas retas perpendiculares OX e OY.<br />

Observe que P está no cruzamento da reta vertical que passa pelo ponto<br />

2, situa<strong>do</strong> na reta OX, com a reta horizontal que passa pelo ponto 5,<br />

situa<strong>do</strong> na reta OY. Dizemos que os números 2 e 5 são as coordenadas<br />

<strong>do</strong> ponto P e escrevemos P = (2,5). Podemos dizer que, nesse caso o<br />

endereço de P é o par ordena<strong>do</strong> (2,5).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

229<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10


A reta horizontal é chamada<br />

de eixo x ou eixo horizontal ou<br />

eixo das abscissas.<br />

A reta vertical é chamada de<br />

eixo y ou eixo vertical ou eixo<br />

das ordenadas.<br />

Os <strong>do</strong>is eixos, juntos, são chama<strong>do</strong>s<br />

de eixos coordena<strong>do</strong>s, e<br />

um plano, com <strong>do</strong>is eixos desenha<strong>do</strong>s,<br />

chama-se plano cartesiano.<br />

Para não confundir os endereços<br />

e trocar o ponto P pelo ponto<br />

Q tem-se que:<br />

1° elemento <strong>do</strong> par<br />

Nome: 1ª coordenada ou<br />

abscissa. É medi<strong>do</strong> no eixo<br />

horizontal e dá a distância<br />

de P ao eixo vertical.<br />

Solicitar aos alunos que observem novamente o plano cartesiano anterior<br />

e respondam as seguintes perguntas:<br />

Compare as coordenadas e a localização <strong>do</strong>s pontos e P e Q.<br />

O que você observa? (A abscissa <strong>do</strong> ponto P é a ordenada <strong>do</strong> ponto<br />

Q e vice versa. Os pontos P e Q não têm a mesma localização no plano<br />

cartesiano).<br />

Qual é a abscissa <strong>do</strong> ponto M? (4).<br />

Qual é a ordenada <strong>do</strong> ponto N? (5).<br />

Qual é a abscissa <strong>do</strong> ponto T? (1).<br />

Qual é a ordenada <strong>do</strong> ponto R? (8).<br />

Quais são as coordenadas <strong>do</strong> ponto S? (9,2).<br />

10<br />

Dos pontos acima, qual deles tem a maior ordenada? E a menor?<br />

(Maior: R; menores: Q e S).<br />

Dos pontos acima, qual deles tem a maior abscissa? E a menor?<br />

(Maior: S; menor: T).<br />

Qual é a ordenada de um ponto qualquer que está sobre o eixo horizontal?<br />

(zero).<br />

Qual é a abscissa de um ponto qualquer que está sobre o eixo vertical?<br />

(zero).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

(2,5)<br />

230<br />

T M<br />

P(2,5)<br />

R<br />

Q(5,2)<br />

N<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

2° elemento <strong>do</strong> par<br />

Nome: 2ª coordenada<br />

ou ordenada. É medi<strong>do</strong> no<br />

eixo vertical e dá a distância<br />

de P ao eixo horizontal.<br />

S


BLOCO 2. ESTUDANDO OS SóLIDOS GEOMÉTRICOS<br />

As formas estudadas pela Geometria são chamadas de figuras geométricas.<br />

A Geometria é importante para ver e entender o mun<strong>do</strong> que nos cerca<br />

e está presente na natureza e nas artes.<br />

ATIVIDADE 1 – CLASSIFICANDO OS SóLIDOS GEOMÉTRICOS<br />

Após comentar a introdução acima e com<br />

o objetivo de familiarizar os alunos com os<br />

sóli<strong>do</strong>s com os quais eles vão trabalhar, levar<br />

para a sala de aula, embalagens e objetos<br />

de diferentes formas e tamanhos.<br />

Em seguida, apresentar para os alunos<br />

alguns modelos de sóli<strong>do</strong>s cujas formas são<br />

parecidas com as <strong>do</strong>s objetos acima, enfatizan<strong>do</strong><br />

nesse momento a nomenclatura correta <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s, visto que é<br />

comum algumas pessoas se referirem ao paralelepípe<strong>do</strong> como retângulo,<br />

ao cubo como quadra<strong>do</strong> etc., o que não é correto.<br />

Relacione os <strong>do</strong>is conjuntos de sóli<strong>do</strong>s escreven<strong>do</strong> os nomes <strong>do</strong>s objetos<br />

cujas formas se parecem com:<br />

a) Um cubo. b) Um paralelepípe<strong>do</strong>.<br />

c) Uma esfera. d) Um cilindro.<br />

e) Uma pirâmide. f) Um cone.<br />

(As respostas dadas irão depender da coleção de sóli<strong>do</strong>s que foi utilizada).<br />

Com a coleção sobre uma mesa, pedir a um aluno que pense num critério<br />

para separar os sóli<strong>do</strong>s em <strong>do</strong>is conjuntos.<br />

Os outros alunos devem adivinhar qual foi o critério escolhi<strong>do</strong> pelo<br />

colega. É provável que, no início os critérios escolhi<strong>do</strong>s sejam a cor ou o<br />

material de que são feitas as embalagens e os objetos da coleção. Caso<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

231<br />

ENCONTRO 2


isso ocorra, encaminhar as discussões para que os critérios escolhi<strong>do</strong>s<br />

sejam geométricos, ou seja, separação <strong>do</strong>s objetos pela forma, levan<strong>do</strong>se<br />

em conta os seguintes aspectos:<br />

Possibilidade de rolarem sobre uma superfície plana.<br />

Maneiras como se apóiam.<br />

Número e forma das superfícies que os compõem.<br />

Devi<strong>do</strong> à limitação <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s representa<strong>do</strong>s pelas embalagens e pelos<br />

objetos, o professor deve complementar a coleção de mo<strong>do</strong> que ela tenha:<br />

Formas diversas: prismas, pirâmides, cones, cilindros, esferas, poliedros<br />

regulares e não regulares.<br />

Prismas e pirâmides de bases diversas: triangulares, retangulares,<br />

pentagonais, hexagonais etc.<br />

Prismas, pirâmides, cones e cilindros retos e oblíquos.<br />

Se não surgir a classificação em poliedros e corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, que é o<br />

objetivo dessa atividade, apresentar os <strong>do</strong>is conjuntos abaixo e pedir aos<br />

alunos que observem bem suas semelhanças e diferenças e que as explicitem<br />

por meio de palavras.<br />

A. Conjunto <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que rolam em alguma posição. Nesse conjunto<br />

estão presentes os sóli<strong>do</strong>s que contêm pelo menos uma superfície<br />

não plana.<br />

Os alunos podem verificar que alguns sóli<strong>do</strong>s têm uma parte de sua superfície<br />

não plana e outras planas (cilindros e cones) e outros que não têm<br />

qualquer parte plana em sua superfície (esfera). Eles podem também ser<br />

incentiva<strong>do</strong>s a observar que a região de<br />

apoio de um corpo re<strong>do</strong>n<strong>do</strong> sobre uma<br />

superfície plana pode ser uma superfície,<br />

uma linha ou um ponto.<br />

Esse conjunto será chama<strong>do</strong> de Corpos<br />

Re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s.<br />

B. Conjuntos <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que não rolam em nenhuma posição.<br />

Nesse conjunto estão os sóli<strong>do</strong>s que contêm apenas partes planas, o que<br />

significa que as regiões de apoio<br />

desses sóli<strong>do</strong>s sobre um plano<br />

são sempre superfícies planas.<br />

Esse conjunto será chama<strong>do</strong><br />

de Poliedros.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

232


C. Conjuntos <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s que<br />

não rolam, mas contêm partes<br />

não planas. Esses sóli<strong>do</strong>s não são<br />

poliedros nem corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s.<br />

ATIVIDADE 2 – ESTUDANDO OS POLIEDROS<br />

Trabalhan<strong>do</strong> apenas com os poliedros, o professor pode então caracterizar<br />

e introduzir a nomenclatura correta <strong>do</strong>s seus elementos: faces, arestas<br />

e vértices.<br />

A parte plana de um poliedro é chamada de FACE. Daí a origem <strong>do</strong><br />

nome poliedro: poli: muitas e edros: faces, assim poliedro significa um<br />

sóli<strong>do</strong> de muitas faces.<br />

Exemplificar com o poliedro abaixo que tem três faces retangulares e<br />

duas faces triangulares.<br />

Pedir então aos alunos que escolham um poliedro da coleção e que digam<br />

quantas e de que forma são suas faces.<br />

Além das faces, um poliedro tem também vértices e arestas.<br />

Incentivar os alunos a perceber que as faces<br />

são ligadas por segmentos de reta denominadas<br />

ARESTAS. O encontro de duas ou mais arestas<br />

é um ponto, denomina<strong>do</strong> VÉRTICE <strong>do</strong> poliedro.<br />

Exemplificar com a figura abaixo, onde se vê,<br />

em destaque, um vértice e uma aresta de um<br />

bloco retangular.<br />

O professor pode solicitar aos alunos que<br />

façam as seguintes tarefas:<br />

Construir a estrutura de alguns poliedros<br />

utilizan<strong>do</strong> palitos de churrasco ou canudinhos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

233<br />

face<br />

triangular<br />

face<br />

retangular<br />

vértice<br />

aresta


Nessas construções, as noções das arestas como segmentos de reta e <strong>do</strong>s<br />

vértices como pontos tornam-se bem mais visíveis. Além disso, essas construções<br />

permitem também que os alunos percebam fatos <strong>do</strong> tipo: quantas<br />

arestas têm cada face, quantas arestas incidem em cada vértice etc.<br />

Para conhecer mais sobre esse tipo de construção, consultar o artigo:<br />

“Visualizan<strong>do</strong> o espaço tridimensional pela construção de poliedros”, parte<br />

integrante <strong>do</strong> livro Aprenden<strong>do</strong> e ensinan<strong>do</strong> geometria, organiza<strong>do</strong> por<br />

Mary Montgomery Lindiquist e Albert P. Shulte, Editora Atual, SP.<br />

Escolher um poliedro da coleção e contar o número de vértices, arestas<br />

e faces <strong>do</strong> mesmo. Completar, junto com a turma, uma tabela <strong>do</strong> tipo:<br />

Nome <strong>do</strong><br />

poliedro<br />

Número<br />

de faces<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

234<br />

Número de<br />

arestas<br />

Número de<br />

vértices<br />

Cubo 6 12 8<br />

......... ........ .......... ..........<br />

.......... .......... ........... ..........<br />

Verificar a relação de Euler para poliedros convexos: V − A + F = 2, ou<br />

seja, número de vértices − número de arestas + número de faces = 2.<br />

Esta atividade, além de simples contribui para o entendimento <strong>do</strong>s elementos<br />

de um poliedro: face, aresta e vértice.<br />

De posse ainda da coleção de poliedros, incentivar os alunos a fazer<br />

outra classificação, levan<strong>do</strong>-os a observarem agora algumas características<br />

relacionadas às formas das faces laterais e das bases, aos vértices<br />

e às arestas.<br />

Ao discutir os resulta<strong>do</strong>s com os alunos, pode ser que não surja a classificação<br />

pretendida. Caso isso ocorra, pode-se então sugerir que eles procurem<br />

outros mo<strong>do</strong>s de separar os poliedros até que apareça a classificação<br />

esperada: prismas, pirâmides e outros poliedros que não se classificam<br />

nem como prismas nem como pirâmides. O primeiro conjunto de poliedros<br />

será forma<strong>do</strong> pelos prismas.<br />

Prismas: poliedros cujas arestas laterais são todas paralelas e de<br />

mesmo comprimento, cujas faces laterais são todas em forma de paralelogramos<br />

e que possuem duas bases congruentes e paralelas que<br />

podem ter formas variadas.<br />

Os prismas podem ainda ser classifica<strong>do</strong>s em retos e oblíquos, mas o<br />

objetivo aqui é estudar os prismas retos, ou seja, os prismas nos quais<br />

as arestas laterais são perpendiculares às bases e as faces laterais são<br />

retangulares.


Observe os prismas abaixo e responda.<br />

De acor<strong>do</strong> com a região poligonal das bases, que nome especial recebe<br />

cada prisma?<br />

prisma<br />

triangular<br />

Organizar os prismas com os alunos para<br />

que possam perceber que neles estão incluí<strong>do</strong>s<br />

os blocos retangulares e em particular o cubo.<br />

Assim, uma classificação para os prismas<br />

pode ser visualizada no diagrama ao la<strong>do</strong>.<br />

O segun<strong>do</strong> conjunto de poliedros será forma<strong>do</strong><br />

pelas pirâmides.<br />

Pirâmides: poliedros cujas arestas laterais são concorrentes em um único<br />

ponto chama<strong>do</strong> vértice que possuem apenas uma base e cujas faces<br />

laterais são regiões triangulares.<br />

Vamos estudar as pirâmides retas, ou seja, as pirâmides nas quais as<br />

arestas laterais são todas congruentes. De acor<strong>do</strong> com a região poligonal<br />

das bases, a pirâmide também recebe nomes especiais:<br />

pirâmide triangular<br />

(tetraedro)<br />

prisma<br />

pentagonal<br />

pirâmide<br />

quadrangular<br />

De posse da coleção de prismas e pirâmides, solicitar aos alunos que<br />

façam uma relação das semelhanças e diferenças entre os sóli<strong>do</strong>s das duas<br />

coleções. São essas semelhanças e diferenças que o ajudarão a entender<br />

os conceitos de prisma e pirâmide. Em seguida, fazer um levantamento<br />

das respostas dadas, discutin<strong>do</strong> as propriedades descobertas pelos alunos<br />

e corrigin<strong>do</strong> o que não estiver correto.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

235<br />

prisma<br />

hexagonal<br />

pirâmide<br />

pentagonal<br />

prisma<br />

quadrangular<br />

pirâmide<br />

hexagonal<br />

poliedros<br />

prismas retos<br />

paralelepípe<strong>do</strong>s<br />

cubos


Com o objetivo de sistematizar essas descobertas, construir junto com<br />

os alunos duas tabelas como as exemplificadas abaixo.<br />

PRISMAS<br />

Nome Número de<br />

vértices da base<br />

Número<br />

de vértices<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

236<br />

Número<br />

de arestas<br />

Número<br />

de faces<br />

Prisma de base triangular 3 6 9 5<br />

Prisma de base retangular 4 8 12 6<br />

Prisma de base pentagonal 5 10 15 7<br />

Prisma de base hexagonal 6 12 18 8<br />

PIRÂMIDES<br />

Nome Número de<br />

vértices da base<br />

Número<br />

de vértices<br />

Número<br />

de arestas<br />

Número<br />

de faces<br />

Prisma de base triangular 3 4 6 4<br />

Prisma de base retangular 4 5 8 5<br />

Prisma de base pentagonal 5 6 10 6<br />

Prisma de base hexagonal 6 7 12 7<br />

Pela observação das tabelas os alunos podem encontrar várias relações<br />

que caracterizam os prismas e as pirâmides, como, por exemplo:<br />

O número de arestas de um prisma é o triplo <strong>do</strong> número de vértices<br />

de uma de suas bases.<br />

O número de vértices de um prisma é o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número de vértices<br />

de uma de suas bases.<br />

To<strong>do</strong> prisma tem um número par de vértices.<br />

Nas pirâmides o número de vértices é igual ao número de faces.<br />

Nas pirâmides, o número de arestas é o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número de vértices<br />

da base.<br />

Os prismas têm pelo menos um par de faces paralelas e as pirâmides<br />

nunca têm faces paralelas.<br />

Todas as faces das pirâmides, com exceção de uma delas, encontramse<br />

em um ponto e to<strong>do</strong>s os vértices de uma pirâmide, com exceção de um<br />

deles, estão em uma mesma face.<br />

Em um prisma, metade <strong>do</strong>s vértices fica em uma das bases e a outra<br />

metade fica na outra base, que é paralelas e congruente à primeira.<br />

Em seguida, apresentar o terceiro conjunto.<br />

Poliedros que não se caracterizam nem como prismas nem como pirâmides,<br />

sen<strong>do</strong> defini<strong>do</strong>s apenas pelo número de faces que possuem.


Organizar com os alunos o quadro a seguir.<br />

Nome <strong>do</strong><br />

poliedro<br />

Número<br />

de faces<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

237<br />

Nome <strong>do</strong><br />

poliedro<br />

Número<br />

de faces<br />

Tetraedro 4 faces Octaedro 8 faces<br />

Pentaedro 5 faces Decaedro 10 faces<br />

Hexaedro 5 faces Dodecaedro 12 faces<br />

Heptaedro 7 faces Icosaedro 20 faces<br />

Os outros poliedros são indica<strong>do</strong>s nomean<strong>do</strong>-se o total de suas faces,<br />

como por exemplo, poliedro de 13 faces, poliedro de 21 faces.<br />

Alguns poliedros são regulares. Por quê?<br />

A partir da observação de alguns modelos de poliedros, os alunos, desde<br />

que orienta<strong>do</strong>s, podem chegar à conclusão de que alguns poliedros têm<br />

todas as faces congruentes e outros não. É o que acontece, por exemplo,<br />

com o cubo e o tetraedro regular.<br />

Assim, eles podem, aos poucos, reconhecer outros poliedros com a característica<br />

de que todas as faces são regiões poligonais regulares e congruentes,<br />

selecionan<strong>do</strong> então na coleção poliedros tais como o tetraedro,<br />

o cubo, o octaedro, o <strong>do</strong>decaedro e o icosaedro.<br />

Informar então aos alunos que esses poliedros são denomina<strong>do</strong>s “poliedros<br />

regulares”, ten<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> de esclarecer que nem to<strong>do</strong> poliedro<br />

cujas faces são regiões poligonais regulares e congruentes é um poliedro<br />

regular.De fato para ser um poliedro regular é preciso também que em<br />

cada vértice concorra o mesmo número de arestas.<br />

Perguntar aos alunos: observe os poliedros. Quais propriedades você<br />

identifica nesses poliedros?<br />

O Poliedro I não é regular, pois<br />

apesar de suas faces serem regiões<br />

poligonais regulares e congruentes,<br />

para o vértice P concorrem 3 arestas<br />

e para o vértice Q concorrem 4<br />

arestas. O Poliedro II também não é<br />

regular, pois suas faces não são regi-<br />

Poliedro I<br />

Poliedro II<br />

ões poligonais regulares e congruentes.<br />

As faces laterais são triângulos e<br />

a base é um retângulo.<br />

Levar o aluno a constatar que existem apenas cinco poliedros regulares<br />

convexos: tetraedro, hexaedro, octaedro, <strong>do</strong>decaedro e icosaedro.


Tetraedro<br />

Cubo<br />

Octaedro<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

238<br />

Dodecaedro<br />

Icosaedro<br />

Finalizan<strong>do</strong> essa atividade, o professor pode informar aos alunos como<br />

curiosidade que o poliedro que inspirou a criação da bola de futebol que<br />

apareceu pela primeira vez na Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> em 1970 foi descoberto pelo<br />

matemático Arquimedes.<br />

Esse poliedro convexo, que<br />

não é regular, é forma<strong>do</strong> por 12<br />

faces pentagonais e 20 faces<br />

hexagonais, todas regulares e<br />

possui 60 vértices e 90 arestas.<br />

Para outros exercícios referentes<br />

a esse tema, consultar<br />

o Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />

ATIVIDADE 3 – ESTUDANDO OS CORPOS REDONDOS<br />

ENCONTRO 3<br />

Os alunos já observaram anteriormente que os corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s são sóli<strong>do</strong>s<br />

que contêm pelo menos uma superfície não plana. De posse da coleção<br />

de corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, o professor pode agora levar os alunos a fazer uma<br />

classificação <strong>do</strong>s mesmos observan<strong>do</strong> algumas características relacionadas<br />

ao número de bases e ao tipo de superfícies com que são forma<strong>do</strong>s.<br />

Propor aos alunos a seguinte questão: observan<strong>do</strong> as características <strong>do</strong>s<br />

corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s, como você os classificaria? Encaminhar as discussões<br />

para que as respostas sejam:<br />

1. Corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s que não apresentam nenhuma superfície plana: as<br />

ESFERAS.<br />

2. Corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s cujas superfícies são formadas por duas partes planas<br />

circulares, que são as bases, e uma parte curva arre<strong>do</strong>ndada que é a superfície<br />

lateral: os CILINDROS.


3. Corpos re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s cuja superfície é formada por uma parte plana, a região<br />

circular, que é a sua base, e uma parte curva “arre<strong>do</strong>ndada”, que é a<br />

sua superfície lateral: os CONES.<br />

ATIVIDADE 4 – OS SóLIDOS E SUAS PLANIFICAÇÕES<br />

O trabalho com as planificações das superfícies <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s geométricos<br />

permite que a passagem <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s para as figuras planas se<br />

torne mais natural. Assim, ao recortar e montar os sóli<strong>do</strong>s mais conheci<strong>do</strong>s,<br />

os alunos têm a oportunidade de classificá-los, explorar seus elementos<br />

e perceber melhor as relações entre eles.<br />

Dan<strong>do</strong> início ao trabalho com as planificações,<br />

distribuir uma caixa de creme dental ou de for- CREME DENTAL<br />

ma parecida como a que se vê na ilustração.<br />

Em seguida, perguntar aos alunos:<br />

1. Essa caixa tem a forma de qual sóli<strong>do</strong>? Quantos vértices, arestas e<br />

faces ela tem?<br />

2. Pense na caixa como se ela estivesse desmontada. Desenhe o que<br />

você pensou, desconsideran<strong>do</strong> as partes que foram usadas para colar a<br />

caixa. Destaque com cuida<strong>do</strong> no seu desenho as linhas que separam cada<br />

uma das faces dessa caixa.<br />

3. Recorte o seu desenho e tente com ele montar uma caixa.<br />

4. Você obteve uma caixa parecida com a que você tinha?<br />

5. Desmonte agora a caixa, descolan<strong>do</strong> e cortan<strong>do</strong> as partes que foram<br />

coladas para montá-la. Contorne com um lápis a caixa desmontada<br />

sobre uma folha de papel, obten<strong>do</strong> assim uma planificação da caixa. O<br />

contorno deve ser pareci<strong>do</strong> com o seguinte desenho.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

239


6. Compare com o desenho que você fez inicialmente.<br />

7. Os <strong>do</strong>is desenhos são iguais ou diferentes?<br />

8. Corte e separe as seis faces e, usan<strong>do</strong><br />

fita adesiva, junte outra vez as seis faces de<br />

formas diferentes de mo<strong>do</strong> que se possa obter<br />

novamente a caixa original.<br />

As soluções que irão surgir inicialmente são as mais usuais e que aparecem<br />

nos livros didáticos. No entanto, ao trabalhar com as faces móveis<br />

e mudan<strong>do</strong>-as de lugar, incentiva<strong>do</strong>s pelo professor, os alunos podem encontrar<br />

outras planificações.<br />

A mesma atividade pode também ser realizada com uma caixa na forma<br />

de um cubo, na qual os alunos, orienta<strong>do</strong>s pelo professor e desafia<strong>do</strong>s a<br />

encontrar o maior número de planificações distintas, podem também chegar<br />

à conclusão de que existem 11 planificações para o cubo, como mostram<br />

as ilustrações abaixo.<br />

Além das planificações <strong>do</strong> bloco retangular e <strong>do</strong> cubo, o professor pode<br />

incentivar os alunos a obter as planificações <strong>do</strong> cilindro e <strong>do</strong> cone e observar<br />

também que a esfera não pode ser planificada.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

240


Propor a seguir problemas <strong>do</strong> tipo:<br />

1. Observe as planificações abaixo. Quais delas podem ser a planificação<br />

de um cubo?<br />

I<br />

II<br />

Verifique suas respostas, reproduzin<strong>do</strong> numa folha os desenhos acima,<br />

em tamanho maior, e montan<strong>do</strong> os cubos com cada um deles, caso seja<br />

possível. (II e III).<br />

2. Observan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s e saben<strong>do</strong> que a soma <strong>do</strong>s pontos de duas de suas<br />

faces opostas é igual a 7, copie as duas planificações em seu caderno e complete-as<br />

com o número de pontos que está faltan<strong>do</strong> em cada uma delas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

241<br />

Resposta:<br />

III


BLOCO 3. ESTUDANDO AS FIGURAS PLANAS<br />

As figuras planas podem ser identificadas nas faces de objetos, nas<br />

construções e nas artes. Para ilustrar essas formas, remeter o aluno ao<br />

Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />

O trabalho com as figuras planas inicia<strong>do</strong> na atividade anterior com as<br />

planificações pode ser agora complementa<strong>do</strong>. Pedir aos alunos que escolham<br />

um poliedro da coleção e, colocan<strong>do</strong>-o sobre uma folha de papel e<br />

viran<strong>do</strong>-o em todas as posições, desenhem os contornos de suas faces.<br />

Solicitar então aos alunos que observem bem as figuras obtidas abordan<strong>do</strong><br />

os seguintes aspectos:<br />

As figuras obtidas são todas iguais?<br />

Em que aspecto elas diferem ou se assemelham?<br />

Você sabe o nome correto dessas figuras?<br />

O aluno pode então concluir que, ao contornar o cubo ele obteve seis<br />

quadra<strong>do</strong>s, ao contornar a pirâmide de base triangular ele obteve quatro<br />

triângulos e ao contornar o cone ele obteve apenas o círculo como figura<br />

plana. Pedir então aos alunos que recortem e classifiquem as figuras obtidas<br />

em <strong>do</strong>is conjuntos, segun<strong>do</strong> algum critério.<br />

Encaminhar as discussões para que a classificação seja:<br />

A. Conjunto das figuras planas limitadas por linhas fechadas curvas:<br />

os CÍRCULOS.<br />

B. Conjunto das figuras planas limitadas por segmentos de retas:<br />

os POLÍGONOS.<br />

Os círculos<br />

Com as figuras obtidas nesse conjunto, o professor pode comentar brevemente<br />

sobre o uso das palavras círculo e circunferência: circunferência é a<br />

linha e círculo é a região limitada pela circunferência. No entanto, é comum<br />

se usar o termo círculo para indicar tanto a curva como também a região<br />

por ela limitada.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

242<br />

ENCONTRO 4


Nesse momento, propor aos alunos que desenhem a circunferência utilizan<strong>do</strong><br />

o compasso.<br />

Caso eles não o conheçam, apresentá-lo como o instrumento usa<strong>do</strong><br />

para traçar circunferências. Assim, enquanto o professor usa o compasso<br />

de madeira, apropria<strong>do</strong> para desenhar circunferências no quadro, os alunos<br />

utilizam o compasso para traçar circunferência de vários tamanhos.<br />

Em seguida, conceituar os elementos de uma cir-<br />

D<br />

cunferência.<br />

O segmento que une o centro a qualquer ponto da C<br />

B<br />

circunferência é chama<strong>do</strong> de raio da circunferência,<br />

O<br />

o segmento que liga <strong>do</strong>is pontos da circunferência é<br />

A<br />

uma corda e uma corda que passa pelo centro de uma<br />

circunferência é um diâmetro da circunferência.<br />

Assim na figura acima se tem que CD é uma corda, OA e OB são raios e<br />

AB é um diâmetro da circunferência.<br />

Concluir junto com os alunos:<br />

To<strong>do</strong> diâmetro de uma circunferência é o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> raio dessa mesma<br />

circunferência.<br />

To<strong>do</strong> diâmetro de uma circunferência é uma corda dessa circunferência.<br />

Nem toda corda de uma circunferência é um diâmetro da mesma.<br />

Os polígonos<br />

De posse da coleção de figuras <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> conjunto, pedir aos alunos<br />

que observem e registrem suas características.<br />

O objetivo é levá-los à conceituação <strong>do</strong> que seja um polígono. Assim,<br />

depois das discussões, os alunos podem chegar à conclusão de que as<br />

figuras que estão no segun<strong>do</strong> conjunto são fechadas, planas, têm la<strong>do</strong>s<br />

retos e os la<strong>do</strong>s não se cruzam. Esclarecer então que figuras desse tipo são<br />

chamadas polígonos, ou seja, polígono é uma figura plana, fechada,<br />

simples, formada por segmentos de reta consecutivos e não colineares,<br />

portanto, trata-se apenas da fronteira não se incluin<strong>do</strong> seu interior.<br />

Mas assim como o círculo, é comum estender<br />

o nome <strong>do</strong> polígono à região por ele limita-<br />

vértices<br />

da, ou seja, é comum chamar uma região<br />

triangular também de triângulo, uma região<br />

retangular de retângulo etc. To<strong>do</strong> polígono<br />

tem vértices, la<strong>do</strong>s e ângulos internos. De ângulos<br />

mo<strong>do</strong> geral, quan<strong>do</strong> falarmos em ângulos<br />

<strong>do</strong> polígono, estamos nos referin<strong>do</strong> aos seus<br />

la<strong>do</strong>s<br />

ângulos internos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

243


Com a ajuda <strong>do</strong>s alunos, construir uma tabela <strong>do</strong> seguinte tipo:<br />

Nome Número de la<strong>do</strong>s Número de vértices Número de ângulos<br />

Triângulo 3 3 3<br />

Quadrilátero 4 4 4<br />

Pentágono 5 5 5<br />

Hexágono 6 6 6<br />

...... ... ... ...<br />

Comentar alguns fatos relaciona<strong>do</strong>s aos polígonos, tais como:<br />

1. A origem <strong>do</strong> nome polígono: poli: muitos; gono: ângulo, assim, polígono<br />

significa uma figura plana de muitos ângulos.<br />

2. Uso <strong>do</strong>s prefixos na nomeação <strong>do</strong>s polígonos: tri, tetra, penta etc., relacionan<strong>do</strong>-os<br />

com outras palavras conhecidas que tenham esses prefixos,<br />

tais como: tricampeão, trinca de reis, tetracampeão etc.<br />

3. Definição de polígono regular: um polígono é regular se ele possui to<strong>do</strong>s<br />

os la<strong>do</strong>s e to<strong>do</strong>s os ângulos de mesma medida.<br />

Os triângulos<br />

Observan<strong>do</strong> e comparan<strong>do</strong> os triângulos o professor pode levar os alunos<br />

a perceberem semelhanças e diferenças quanto ao tamanho <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s<br />

e <strong>do</strong>s ângulos surgin<strong>do</strong> então a seguinte classificação:<br />

Quanto à medida <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s:<br />

Triângulo isósceles: triângulo que tem <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s de mesma medida.<br />

Triângulo eqüilátero: triângulo que tem os três la<strong>do</strong>s com medidas iguais.<br />

Triângulo escaleno: triângulo que tem os três la<strong>do</strong>s com medidas diferentes.<br />

Triângulo eqüilátero Triângulo isósceles Triângulo escaleno<br />

Quanto à medida <strong>do</strong>s ângulos:<br />

Triângulo retângulo: triângulo que possui um ângulo reto, ou seja, de<br />

medida igual a 90 o .<br />

Triângulo acutângulo: triângulo que possui os três ângulos agu<strong>do</strong>s, ou<br />

seja, cujas medidas são menores que 90 o<br />

Triângulo obtusângulo: triângulo que possui um ângulo obtuso, ou seja,<br />

cuja medida é maior <strong>do</strong> que 90 o .<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

244


Triângulo retângulo Triângulo acutângulo Triângulo obtusângulo<br />

Os quadriláteros<br />

Observan<strong>do</strong> e comparan<strong>do</strong> agora apenas os quadriláteros, os alunos podem<br />

descobrir que há quadriláteros com <strong>do</strong>is pares de la<strong>do</strong>s paralelos, os paralelogramos,<br />

outros com apenas um par de la<strong>do</strong>s paralelos, os trapézios e outros<br />

que não possuem la<strong>do</strong>s paralelos, nomea<strong>do</strong>s simplesmente quadriláteros.<br />

Trapézio Paralelogramo Quadrilátero<br />

Comparan<strong>do</strong> as medidas <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s ângulos <strong>do</strong>s paralelogramos,<br />

podemos observar que alguns quadriláteros têm os quatro ângulos retos e<br />

são nomea<strong>do</strong>s retângulos; os quadriláteros que têm os quatro la<strong>do</strong>s iguais<br />

são os losangos e os quadriláteros que têm os quatro la<strong>do</strong>s iguais e os<br />

quatro ângulos retos são os quadra<strong>do</strong>s.<br />

Retângulo Losango Quadra<strong>do</strong><br />

De acor<strong>do</strong> com as definições acima, alguns fatos<br />

podem ser estabeleci<strong>do</strong>s, junto com os alunos:<br />

To<strong>do</strong> retângulo é paralelogramo.<br />

To<strong>do</strong> losango é paralelogramo.<br />

To<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> é retângulo e também losango.<br />

Assim, uma classificação para os quadriláteros<br />

pode ser visualizada no diagrama ao la<strong>do</strong>.<br />

Como atividade complementar ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s quadriláteros, o professor<br />

pode trabalhar com o TANGRAM que oferece um grande número de<br />

explorações interessantes como a sua construção pelos próprios alunos,<br />

identificação das figuras que o compõem, composição e decomposição<br />

de figuras planas.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

245<br />

quadriláteros<br />

paralelogramos<br />

retângulos<br />

quadra<strong>do</strong>s<br />

losângos


Propor os seguintes exercícios.<br />

1. As placas de trânsito apresentam, em sua maioria, contornos na forma<br />

de figuras planas.<br />

a) Que figuras planas você consegue identificar nas seguintes placas?<br />

(Octógono, círculo, quadra<strong>do</strong>, retângulo e triângulo).<br />

b) Você sabe o significa<strong>do</strong> de cada uma dessas placas? (Parada obrigatória,<br />

proibi<strong>do</strong> ultrapassar, animais, pronto socorro, dê a preferência).<br />

2. Identifique os polígonos que formam as faces de cada um <strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s.<br />

(Pirâmide: triângulos; Cubo: quadra<strong>do</strong>s; Prisma de base triangular: triângulos<br />

e retângulos; Prisma de base hexagonal: hexágono e retângulos).<br />

3. Forme com as peças <strong>do</strong> TANGRAM:<br />

a) Um triângulo usan<strong>do</strong>: só duas peças, só três peças, só quatro peças.<br />

b) Um retângulo usan<strong>do</strong>: só duas peças, só quatro peças, só cinco<br />

peças.<br />

c) Um paralelogramo usan<strong>do</strong>: só duas peças, só três peças, só quatro<br />

peças.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

246


BLOCO 4. A SIMETRIA DAS FORMAS GEOMÉTRICAS<br />

O tema Simetria tem como motivação para o seu estu<strong>do</strong> a sua forte<br />

presença nas artes e na natureza, como também a importância de sua<br />

aplicação na Matemática para descobrir e demonstrar propriedades das<br />

figuras geométricas.<br />

O objetivo aqui é colocar o aluno em contato com esse conceito e fazê-lo<br />

perceber que ele já o conhece há muito tempo. Seria interessante durante<br />

o desenvolvimento desse bloco que o professor fizesse um “passeio” com<br />

os alunos pelos arre<strong>do</strong>res da escola. Desse mo<strong>do</strong>, eles podem observar o<br />

quanto de simetria existe nas folhas das árvores, nos logotipos das marcas<br />

de carros, nas siglas <strong>do</strong>s bancos e lojas, etc.<br />

As atividades serão desenvolvidas usan<strong>do</strong> recursos como <strong>do</strong>braduras e desenhos,<br />

levan<strong>do</strong> o aluno a descobrir figuras simétricas bem como a identificar<br />

seus eixos de simetria, ten<strong>do</strong> como finalidade familiarizá-lo com as transformações<br />

de figuras que conservam a forma e o tamanho das mesmas.<br />

ATIVIDADE 1 – DESCOBRINDO A SIMETRIA<br />

Com o objetivo de levar o aluno a conceituar simetria, eixo de simetria e<br />

traçar figuras simétricas em relação a um eixo, propor as seguintes tarefas:<br />

Copie e recorte a figura ao la<strong>do</strong>.<br />

Agora, <strong>do</strong>bre a figura fazen<strong>do</strong><br />

os vértices A e B coincidirem, de<br />

mo<strong>do</strong> que uma parte da figura<br />

coincida exatamente com a outra.<br />

Depois, des<strong>do</strong>bre a figura e com<br />

uma régua trace a linha da <strong>do</strong>bra,<br />

como exemplifica<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong>.<br />

A linha de <strong>do</strong>bra é um eixo de simetria da figura que a divide em duas<br />

partes que coincidem exatamente por suposição.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

247<br />

A<br />

B<br />

A<br />

B


Definir de maneira informal o que são figuras simétricas, ou seja: “Uma<br />

figura é simétrica ou apresenta simetria quan<strong>do</strong> é possível <strong>do</strong>brá-la de<br />

mo<strong>do</strong> que as duas partes coincidam exatamente por superposição”.<br />

Com o objetivo de verificar quantos eixos de simetria têm uma figura, pedir<br />

aos alunos que tracem os eixos de simetria de cada figura, se houver.<br />

Seria interessante que eles copiassem e recortassem as figuras de mo<strong>do</strong><br />

a <strong>do</strong>brá-las sobre o eixo de simetria encontra<strong>do</strong> e assim verificar se suas<br />

respostas estão corretas ou não.<br />

Figuras que não têm nenhum eixo de simetria: raio.<br />

Figuras que tem apenas um eixo de simetria: coração, carinha.<br />

Figuras que têm mais de um eixo de simetria: retângulo (2), hexágono<br />

(6), cruz (4), círculo (infinitos), triângulo (3).<br />

Em seguida, o professor pode apresentar a fi-<br />

r gura ao la<strong>do</strong> na qual a reta r é um eixo de simetria.<br />

Com a ajuda de papel transparente, os<br />

alunos podem desenhar a outra parte da figura<br />

e o professor pode informar que os pontos que<br />

coincidiram entre si quan<strong>do</strong> a figura foi <strong>do</strong>brada<br />

sobre o seu eixo de simetria são chama<strong>do</strong>s correspondentes<br />

ou simétricos.<br />

Desenhan<strong>do</strong> a figura obtida no quadro<br />

destacar os fatos relaciona<strong>do</strong>s abaixo.<br />

P<br />

r<br />

1. Os pontos A e B, por exemplo, são ditos<br />

E<br />

simétricos em relação à reta r porque:<br />

A C<br />

Eles estão desenha<strong>do</strong>s em la<strong>do</strong>s opostos<br />

à reta r.<br />

A reta r é perpendicular à reta que<br />

passa por A e B.<br />

A medida de AO é igual à medida de OB.<br />

2. Se um ponto está sobre o eixo de simetria, então ele é o seu próprio<br />

simétrico. É o que acontece com os pontos M e E na figura.<br />

3. Segmentos de reta simétricos têm o mesmo comprimento. É o que<br />

acontece com os segmentos CP e DT, por exemplo.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

248<br />

M<br />

O<br />

B<br />

D<br />

T


4. O segmento de reta que une <strong>do</strong>is pontos simétricos é perpendicular ao<br />

eixo de simetria, como por exemplo, o segmento AB.<br />

Em seguida, solicitar aos alunos que façam os seguintes exercícios:<br />

1. Complete a figura de mo<strong>do</strong> que a linha tracejada seja um eixo de simetria.<br />

r<br />

r<br />

2. As figuras seguintes representam as faces de um da<strong>do</strong>.<br />

r<br />

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6<br />

Qual é o numero de eixos de simetria de cada figura? (Figura 1: 4 eixos;<br />

Figura 2: 2 eixos; Figura 3: 2 eixos; Figura 4: 4 eixos; Figura 5: 4 eixos,<br />

Figura 6: 2 eixos).<br />

3. As figuras F e F’ são simétricas em relação a uma reta. Descubra e trace<br />

essa reta, explican<strong>do</strong> o seu raciocínio.<br />

Resposta:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

249<br />

Resposta:<br />

4. As figuras abaixo representam a bandeiras nacionais de alguns países.<br />

a) Quais delas têm eixos de simetria? (C e D).<br />

b) A que país pertence cada uma dessas bandeiras? (A.Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />

da América; B. Brasil; C. Suíça; D. França; E. Reino Uni<strong>do</strong> e F. Portugal).<br />

r<br />

A B C D E<br />

F<br />

r<br />

r


A B<br />

C D<br />

r<br />

r<br />

Após a correção <strong>do</strong>s exercícios com os alunos, iniciar o estu<strong>do</strong> das transformações:<br />

reflexão, translação e rotação.<br />

Reflexão<br />

A reflexão em torno de uma reta r, também chamada de simetria em<br />

relação à reta r, pode ser introduzida por meio <strong>do</strong> uso de espelhos. A<br />

idéia <strong>do</strong> espelho é intuitiva e facilita a visualização da simetria. Assim,<br />

o professor pode inicialmente pedir aos alunos que desenhem a imagem<br />

refletida da figura abaixo no papel, como se um espelho fosse coloca<strong>do</strong><br />

de pé sobre a reta r.<br />

O professor pode levar alguns espelhos para a sala de aula durante a<br />

realização dessa atividade.<br />

Ao refletir a imagem da figura dada, em relação à reta r, o aluno<br />

observa que ele transformou a figura dada em outra igual e que se a<br />

figura for <strong>do</strong>brada ao longo da reta r, as figuras irão coincidir exatamente.<br />

Nesse momento, o professor pode informar aos alunos que<br />

essa transformação é chamada REFLEXÃO sobre a reta r.<br />

N M<br />

P Q<br />

eixo de simetria<br />

ou de reflexão<br />

Os alunos devem observar que cada vértice <strong>do</strong> trapézio corresponde<br />

a um vértice <strong>do</strong> outro trapézio, e que numa reflexão, a forma<br />

e o tamanho da figura são manti<strong>do</strong>s, ou seja, ela é apenas “espelhada”.<br />

Assim, o trapézio MNPQ é uma reflexão <strong>do</strong> trapézio ABCD,<br />

porque copian<strong>do</strong> essa figura em uma folha de papel e <strong>do</strong>bran<strong>do</strong>-a<br />

ao longo <strong>do</strong> eixo de simetria, os <strong>do</strong>is trapézios irão coincidir exatamente.<br />

Nesse momento, o professor pode formalizar o conceito<br />

de reflexão, destacan<strong>do</strong> na figura to<strong>do</strong>s os aspectos considera<strong>do</strong>s<br />

nesse conceito.<br />

Uma figura é reflexão de outra se:<br />

A reta que une cada par de pontos correspondentes é perpendicular<br />

ao eixo de simetria.<br />

Dois pontos correspondentes estão a uma mesma distância <strong>do</strong> eixo de<br />

simetria, em la<strong>do</strong>s opostos.<br />

Em seguida, o professor pode propor aos alunos os seguintes exercícios:<br />

1. Verifique se as figuras abaixo estão refletidas. Use papel transparente para<br />

verificar suas respostas. (As duas primeiras figuras sim, mas a última não).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

250


2. Desenhe a reflexão de cada figura abaixo.<br />

P P P<br />

3. Consideran<strong>do</strong> a reta r como eixo de reflexão, verifique qual das figuras<br />

abaixo é o reflexo <strong>do</strong> nome ISABEL. (A figura da letra c)<br />

a) b) c)<br />

ISABEL ISABEL<br />

r<br />

ISABELISABE L<br />

Translação<br />

Para conceituar a transformação de translação, pedir aos alunos que<br />

observem a figura abaixo e explicitem o que observaram sobre ela.<br />

Algumas respostas que podem surgir são: a figura é repetida a distâncias<br />

iguais ou toda a figura é deslocada paralelamente a uma reta etc.<br />

Alguns alunos podem também caracterizar as suas observações basean<strong>do</strong>se<br />

nos movimentos de um eleva<strong>do</strong>r, ou de uma criança num escorrega<strong>do</strong>r<br />

ou até mesmo de uma pessoa numa escada rolante.<br />

Chegar à definição: “Translação é uma transformação em que a figura<br />

se desloca paralelamente a uma reta, ou seja, to<strong>do</strong>s os pontos da<br />

figura são desloca<strong>do</strong>s de uma mesma distância numa mesma direção<br />

retilínea”.<br />

Alguns fatos que podem também ser estabeleci<strong>do</strong>s junto com os alunos<br />

são:<br />

A forma e o tamanho da figura original são manti<strong>do</strong>s após a translação;<br />

Uma translação fica determinada pela direção, senti<strong>do</strong> e distância <strong>do</strong><br />

deslocamento.<br />

Em seguida, o professor pode propor os seguintes exercícios:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

251<br />

r<br />

Resposta:<br />

ISABELISABEL<br />

r


1. Identifique em cada par das figuras abaixo, a direção, o senti<strong>do</strong> e a distância<br />

de cada translação, utilizan<strong>do</strong> uma seta.<br />

Resposta:<br />

2. Qual das figuras abaixo é uma translação da figura 1? (Apenas a figura 4)<br />

Rotação<br />

Para conceituar a transformação de rotação, pedir que<br />

os alunos façam as seguintes tarefas:<br />

Copie a figura ao la<strong>do</strong> em um papel transparente.<br />

Sobreponha a figura copiada à figura original e efetue<br />

um giro de 90 o em torno <strong>do</strong> ponto O. O que você observou?<br />

O aluno pode então observar que, depois de uma rotação de 90o em torno<br />

<strong>do</strong> ponto O, as figuras coincidem por superposição.<br />

O professor pode então informar aos alunos que transformações desse<br />

tipo são chamadas de rotação e em seguida conceituá-la.<br />

Uma rotação de centro O e ângulo α é uma transformação em que a<br />

imagem é obtida giran<strong>do</strong>-se cada ponto da figura segun<strong>do</strong> um arco de circunferência<br />

de centro O, percorren<strong>do</strong> um ângulo α no senti<strong>do</strong> horário ou<br />

anti-horário.<br />

Para ilustrar as aplicações referentes à rotação, o professor pode remeter<br />

o aluno ao Guia de Estu<strong>do</strong>.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

252


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

253<br />

4<br />

OS NÚMEROS RACIONAIS<br />

objetivos:<br />

Desenvolver o tópico sobre números racionais volta<strong>do</strong> para a prática <strong>do</strong><br />

professor, sugerin<strong>do</strong> atividades que possam:<br />

favorecer a compreensão <strong>do</strong> número racional como razão entre <strong>do</strong>is<br />

números;<br />

identificar as formas fracionárias e a escrita decimal como diferentes<br />

maneiras de representar o número racional;<br />

compreender os significa<strong>do</strong>s da fração;<br />

comparar frações e decimais estabelecen<strong>do</strong> equivalência e relação de<br />

ordem;<br />

realizar operações com racionais sob a forma de fração e decimal;<br />

relacionar decimal com a escrita monetária;<br />

resolver problemas envolven<strong>do</strong> os números racionais.<br />

BLOCO 1. A FRAÇÃO E SEUS SIGNIFICADOS<br />

ATIVIDADE 1 – IDENTIFICANDO O RACIONAL REPRESENTADO POR<br />

FRAÇÃO<br />

Para iniciar, o professor deve apresentar ao aluno situações envolven<strong>do</strong><br />

frações com diferentes significa<strong>do</strong>s, como as sugeridas a seguir.<br />

a) Alda fez um bolo e dividiu-o em 6 partes iguais. Que fração indica<br />

cada parte?<br />

(Cada parte é )<br />

1<br />

6<br />

ENCONTRO 1


) Maria desenhou 5 flores e pintou 3. Que fração das flores Maria pintou?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

254<br />

3<br />

(Maria pintou das flores)<br />

5<br />

c) Pedro repartiu uma barra de chocolate igualmente entre 4 amigas.<br />

Que fração de chocolate cada uma ganhou?<br />

1<br />

( )<br />

4<br />

d) Uma costureira comprou 2m de pano e cortou-o em retalhos de 50<br />

cm. Que fração de pano corresponde cada retalho?<br />

1<br />

(Cada retalho = 50 cm ou )<br />

4<br />

Solicitar aos alunos que leiam e façam um desenho ilustran<strong>do</strong> cada situação.<br />

Focalizar, também:<br />

Sara tirou 1<br />

4 das 12 laranjas que havia na cesta. Quantas laranjas ela<br />

tirou?<br />

1<br />

4<br />

de 12 laranjas são 3 laranjas<br />

Comentar com os alunos:<br />

Os itens a e c referem-se à relação parte-to<strong>do</strong> em que o inteiro é dividi<strong>do</strong><br />

em partes iguais e a soma das partes perfaz o to<strong>do</strong> (inteiro). Podem,<br />

também, ser interpreta<strong>do</strong>s como uma divisão, 1:6 em que o quociente é<br />

1<br />

1<br />

e 1:4, com quociente igual a<br />

6 4 .<br />

O item b envolve uma situação em que a fração tem o significa<strong>do</strong> de<br />

razão: 3 em 5, ou 3<br />

são vermelhas.<br />

5


No item d acontece um processo inverso, em que é conheci<strong>do</strong> o valor<br />

da parte e procura-se, relacionan<strong>do</strong> parte-to<strong>do</strong>, a fração que ela representa.<br />

Envolve a idéia de medir da divisão: “quantas vezes 50 cm estão<br />

conti<strong>do</strong>s em 2m?”<br />

50 cm estão 4 vezes em 2m; logo, 50cm =<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

255<br />

1<br />

4 de 2m.<br />

O último exemplo inclui situação envolven<strong>do</strong> fração de quantidade –<br />

de 12 dividin<strong>do</strong> 12 por 4.<br />

obtém-se 1<br />

4<br />

Sugerir aos alunos pesquisarem outras situações em que surgem as<br />

frações.<br />

É por meio de situações-problema que os alunos vão identifican<strong>do</strong> os<br />

diferentes significa<strong>do</strong>s da fração.<br />

Nota-se que os alunos têm muitas dificuldades sobre frações seja em relação<br />

ao conceito e uso, seja na realização das operações. Muitos chegam<br />

a somar denomina<strong>do</strong>res ao calcular a soma de frações, fazen<strong>do</strong> assim:<br />

1<br />

2<br />

+ 2<br />

3<br />

= 3<br />

5<br />

. Isso demonstra total desconhecimento da natureza <strong>do</strong> número<br />

racional e de sua representação por meio de fração. Para sanar essas dificuldades,<br />

cabe ao professor prover atividades com uso de materiais que<br />

possibilitem compreender a relação numera<strong>do</strong>r/denomina<strong>do</strong>r, bem como<br />

os significa<strong>do</strong>s que a fração envolve.<br />

Providenciar para que os alunos tenham vários círculos de papel.<br />

Sugerir:<br />

Divida um <strong>do</strong>s círculos em duas partes iguais. (Pode ser feito <strong>do</strong>bran<strong>do</strong><br />

o círculo ao meio ajustan<strong>do</strong> as bordas, e, depois recortan<strong>do</strong>)<br />

Compare as partes. São iguais?<br />

Como se chama cada parte? Vamos escrever esta fração: 1 meio ou<br />

Reunin<strong>do</strong> as duas partes, o que obtemos?<br />

Orientar a divisão de outro círculo em 4 partes e outro em 8 partes<br />

iguais. Repetir as perguntas e focalizar a escrita fracionária: 1 quarto ou<br />

1<br />

1<br />

e 1 oitavo ou<br />

4 8 .<br />

À vista da forma fracionária, propor:<br />

Como se chama esta parte <strong>do</strong> inteiro dividi<strong>do</strong> em duas partes iguais?<br />

(1 meio)<br />

Como se escreve esta fração? (Focalizar o 1 que indica o número de<br />

partes fracionárias, dan<strong>do</strong>-lhe o nome de numera<strong>do</strong>r e o 2 que dá nome à<br />

parte fracionária e que se chama denomina<strong>do</strong>r) Como o denomina<strong>do</strong>r dá<br />

nome à parte fracionária podemos escrevê-lo por extenso 1 meio ou 1 .<br />

meio<br />

Aqui estão duas partes fracionárias . Temos 1 quarto e 1 quarto,<br />

ou seja, 2 quartos. Qual é numera<strong>do</strong>r desta fração? Por que é 2? Qual é<br />

o denomina<strong>do</strong>r? Por que 4?<br />

1<br />

2 .


Na fração 3<br />

o que indica o número 3? E o número 4?<br />

4<br />

Orientar os alunos para dividirem outros círculos em 3, 6 e 9 partes<br />

iguais, e, ainda em 5 e 10 partes iguais.Como é difícil realizar essas divisões<br />

por meio de <strong>do</strong>braduras, essa é uma ótima oportunidade de trabalhar<br />

a habilidade de uso <strong>do</strong> transferi<strong>do</strong>r e o cálculo de frações de 360º.<br />

Após essas atividades iniciais, conduzir a turma a usar círculos encaixa<strong>do</strong>s<br />

para identificar relação de ordem e equivalência e realizar adição e<br />

subtração de frações. Se não for possível fazer os círculos para os alunos,<br />

é imprescindível que o professor os tenha. O 1º grupo abrange os círculos<br />

dividi<strong>do</strong>s em meios, quarto e oitavos.<br />

Propor à turma traçar meios, quartos e oitavos em três círculos de cores<br />

diferentes e cortar sobre um <strong>do</strong>s raios, assim:<br />

As atividades com estes círculos se resumem em encaixá-los para identificar<br />

e comparar as partes fracionárias.<br />

Por exemplo: veja como ficam os círculos de meios e quartos encaixa<strong>do</strong>s.<br />

Giran<strong>do</strong>-os para que fiquem nesta posição pode-se observar um quarto<br />

em vermelho.<br />

Perguntar:<br />

Qual é a fração correspondente à parte vermelha? (1 quarto)<br />

Giran<strong>do</strong> o círculo vermelho para esta posição, perguntar à turma:<br />

• # 7 6 )' 6& <br />

• 4 ! 5 ' ) <br />

<br />

E @ ) $ + <br />

)!<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

256


Agora, qual é a fração correspondente à parte vermelha? (2 quartos)<br />

Compare as partes das duas cores. O que observa? (As partes vermelhas<br />

têm o mesmo tamanho da parte amarela)<br />

• # 7 6 )' 6& <br />

Giran<strong>do</strong> • novamente 4 o círculo ! vermelho 5 ' para ) esta posição, pode-se ob-<br />

<br />

servar 3 quartos em vermelho.<br />

E @ ) $ + <br />

)!<br />

F <br />

• & @ ) ' 8& 5<br />

& <br />

• , <br />

• . 7 ' A<br />

• & @ ) @' <br />

• D 7 2 ' &<br />

• & + 2 ' 5& <br />

!&B) / & <br />

? ; & ?' / <br />

&& 74% C<br />

- "" 1<br />

< C @ 4 2<br />

• 2 7 2 ' 8 <br />

• & 2 ' 5 '<br />

• * 2 ' 5 A 7 <br />

@'<br />

• + 7 2 ' & + <br />

2 ' 5 <br />

4 <br />

2 = !!! 2 = !!! =!!! <br />

+ = !!! 2 = !!! = !!!! =!!! <br />

> / " & ' <br />

? #5 &5? D5 6 <br />

? D8? &5 D5? +5? 5 D1? 6 D5 <br />

+5? 8? <br />

0 ' * ?" <br />

)<br />

1<br />

> 4 2 )<br />

Indagar aos alunos:<br />

Que fração <strong>do</strong> círculo corresponde a parte vermelha e a amarela?<br />

(3 quartos e 1 quarto)<br />

Pensan<strong>do</strong> no que observaram, responda:<br />

Um quarto é maior ou menor que um meio? ( 1<br />

Quantas partes <strong>do</strong> círculo vermelho correspondem a metade <strong>do</strong> círculo?<br />

(Duas)<br />

Três quartos é fração maior ou menor que 1 meio? ( 3<br />

Quanto falta a 3 quartos para completar 1 inteiro? (1 quarto)<br />

Fazer a mesma seqüência de atividades com os círculos dividi<strong>do</strong>s em<br />

quartos e em oitavos, encaixa<strong>do</strong>s.Convém que o professor exercite a manipulação<br />

<strong>do</strong>s círculos e liste as questões que pode propor à turma antes<br />

de usá-los na sala de aula. Este material oferece inúmeras possibilidades<br />

de estabelecer relações entre as frações.<br />

*<br />

À medida que for giran<strong>do</strong> os círculos, o professor deve indagar:<br />

nifica? ( 1<br />

4<br />

1 oitavo é menor ou maior que 1 quarto? (Menor)<br />

Quantos oitavos são necessários para cobrir 1 quarto? O que isso sig-<br />

= 2<br />

8 )<br />

5 oitavos têm quantos oitavos a mais que 1 meio? (1 oitavo). Você é<br />

capaz de demonstrar isso com os círculos?<br />

3 oitavos é menor ou maior que 1 meio? Quanto devo acrescentar a 3<br />

oitavos para obter 1 meio? (1 oitavo)<br />

Complete as igualdades:<br />

1 quarto = ... oitavos 1 meio = ... quartos =... oitavos<br />

3 quartos = ... oitavos 1 inteiro = ... meios = .... quartos =... oitavos<br />

Após realizar as atividades envolven<strong>do</strong> meios, quartos e oitavos, encaixar<br />

os círculos correspondentes a terços e sextos, e, depois terços e nonos<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

257


Procure no<br />

dicionário o<br />

significa<strong>do</strong> de<br />

denomina<strong>do</strong>r.<br />

para desenvolver as atividades com essas frações. Ao girar os círculos e<br />

observar as frações que vão surgin<strong>do</strong>, o aluno pode concluir, por exemplo:<br />

1 terço é maior que 1 sexto; 1 terço = 2 sextos; 3 sextos é maior que 1<br />

terço; 1 sexto + 1 sexto = 1 terço; 4 sextos = 2 terços; 1 terço + 1 sexto<br />

= 3 sextos etc.<br />

O registro na forma de fração ajuda o aluno a aproximar essas relações<br />

da simbologia.<br />

Orientar o aluno para organizar todas as conclusões obtidas com a manipulação<br />

<strong>do</strong>s círculos.<br />

ATIVIDADE 2 – REGISTRANDO O RACIONAL POR MEIO DE FRAÇÃO<br />

O professor pode iniciar esta atividade reven<strong>do</strong> os conceitos trabalha<strong>do</strong>s<br />

antes e procuran<strong>do</strong> saber se o aluno tem dúvidas.<br />

Veja a fração representada nesse retângulo.<br />

Em quantas partes iguais o inteiro foi dividi<strong>do</strong>?<br />

Quantas partes estão sombreadas?<br />

Como se faz o registro da fração <strong>do</strong>is quintos?<br />

2 Numera<strong>do</strong>r: indica o número de partes.<br />

5 Denomina<strong>do</strong>r: dá nome à parte fracionária e indica quantas<br />

partes foi dividi<strong>do</strong> o inteiro e dá nome à fração.<br />

Quan<strong>do</strong> o denomina<strong>do</strong>r é maior <strong>do</strong> que 10, a leitura da fração é:<br />

9<br />

nove <strong>do</strong>ze avos<br />

12<br />

Lê-se o número <strong>do</strong> denomina<strong>do</strong>r acompanha<strong>do</strong> da palavra avos.<br />

Escreva as frações.<br />

a) Dois sétimos<br />

b) Nove décimos<br />

c) Quinze vinte avos<br />

d) Sete vinte avos<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

258


Escreva as frações que representam as partes sombreadas nas figuras.<br />

: !<br />

: !<br />

4 ! DDDDDDD<br />

Com essas frações, forme pares de frações equivalentes.<br />

, 2 2<br />

1 2<br />

2 6 ! 4 2 3 6 3 6 2 4 6 3<br />

5 <br />

4 8 3<br />

! 6 6 18 6 8 6 12 8 16 5 10 8 4<br />

4 Podemos representar frações na reta. ! DDDDDDD<br />

I I I I I I<br />

Observe que nesta reta está representa<strong>do</strong> o grupo de frações de 1/5 a<br />

5/5 , e foi marcada a parte correspondente ! a 2/5.<br />

5 <br />

1 2 3 4 5<br />

& ! !' <br />

5 52 5 5 5 5 1<br />

; 59 ! 5 <br />

<br />

I I I I I I<br />

<br />

<br />

Para que o aluno possa visualizar e entender a representação de frações<br />

na reta, o professor pode sugerir recorta uma tira de papel de 18 cm de<br />

& !' <br />

comprimento e 4 cm de largura. 52 Começar traçan<strong>do</strong> uma reta de 16 1 cm<br />

marcan<strong>do</strong> ; zero no ponto inicial 59 e 1 no final. ! 5 <br />

<br />

<br />

<br />

Dobrar a tira ao meio e, depois, novamente ao meio. Ela ficará dividida<br />

-<br />

em 4 partes pelas marcas das <strong>do</strong>bras. Marcar o meio entre cada <strong>do</strong>bra e<br />

nestes pontos o aluno vai escrever:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

259


0 1<br />

1<br />

8<br />

1<br />

4<br />

2<br />

8<br />

3<br />

8<br />

1<br />

2<br />

2<br />

4<br />

4<br />

8<br />

É mais uma oportunidade de o aluno perceber frações equivalentes focalizan<strong>do</strong><br />

as posições coincidentes dessas frações.<br />

A reta pode representar frações maiores que 1, por exemplo, conten<strong>do</strong><br />

meios, de 1<br />

2<br />

a 2<br />

6 .<br />

ATIVIDADE 3 – OPERAÇÕES COM FRAÇÕES<br />

Propor situações envolven<strong>do</strong> frações para o aluno possa perceber a possibilidade<br />

e a necessita de somar, subtrair, multiplicar e dividir.<br />

a) Numa lanchonete onde Pedro foi lanchar havia 7<br />

8 de pizza. Ele comeu<br />

2 pedaços. Que fração sobrou dessa pizza? ( 5<br />

8 )<br />

b) Na cantina onde foram lanchar, Aline, Mara e Tereza pediram, cada<br />

uma, 1 pedaço de torta que estava dividida em 5 partes iguais. Quanto de<br />

torta as três comeram? ( 3<br />

5 )<br />

c) No café da manhã, Rosa serviu 6<br />

8 <strong>do</strong> bolo que sobrou <strong>do</strong> dia anterior.<br />

Ela repartiu o bolo igualmente entre seus 3 filhos. Que fração <strong>do</strong> bolo cada<br />

um ganhou? ( 2<br />

8 )<br />

d) Ontem, um pintor pintou 2<br />

9 de um muro. Hoje conseguiu pintar 4<br />

9 .<br />

Que fração <strong>do</strong> muro ele pintou nos <strong>do</strong>is dias? Que fração <strong>do</strong> muro, ainda<br />

falta pintar?( 6<br />

9<br />

e faltam 3<br />

9 )<br />

A resolução dessas situações-problema pode ser coletiva com o professor<br />

conduzin<strong>do</strong> o raciocínio <strong>do</strong>s alunos e realizan<strong>do</strong> as operações. Para facilitar<br />

o entendimento de como se opera com frações é interessante utilizar o recurso<br />

<strong>do</strong> desenho e <strong>do</strong> algoritmo operatório usa<strong>do</strong> com números naturais.<br />

O problema a pode ser pensa<strong>do</strong> assim.<br />

a) Representan<strong>do</strong> a pizza em uma barra, temos<br />

Após a visualização, o registro padroniza<strong>do</strong> será incorpora<strong>do</strong> mais facil-<br />

mente. 7<br />

8<br />

7<br />

8<br />

– 2<br />

8<br />

menos<br />

2<br />

8<br />

sobram<br />

= 5<br />

8 .<br />

X X<br />

5<br />

8<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

260<br />

5<br />

8<br />

3<br />

4<br />

6<br />

8<br />

7<br />

8<br />

2<br />

2<br />

4<br />

4<br />

8<br />

8<br />

ENCONTRO 2<br />

7 oitavos<br />

–2 oitavos<br />

5 oitavos


Seguir o mesmo raciocínio para fazer as operações envolvidas nos outros<br />

problemas, apresentan<strong>do</strong> primeiro os algoritmos:<br />

b) 1 quinto c) 6 oitavos 3 d) 2 nonos<br />

X 3 0 2 oitavos + 4 nonos<br />

3 quintos 6 nonos<br />

Veja a adição.<br />

Adicionan<strong>do</strong> 3 e 1 , temos:<br />

5 5<br />

3 quintos<br />

+1 quinto<br />

4 quintos<br />

Veja a representação da operação inversa.<br />

4 quintos<br />

– 1 quinto<br />

3 quintos<br />

2<br />

Crie um problema envolven<strong>do</strong> as operações: + 3 5<br />

e – 2<br />

.<br />

8 8 8 8<br />

As operações com denomina<strong>do</strong>res diferentes oferecem mais dificuldades<br />

porque o aluno deve calcular o denomina<strong>do</strong>r comum. No entanto, como<br />

não são freqüentes as situações de vida envolven<strong>do</strong> frações, principalmente,<br />

aquelas que têm denomina<strong>do</strong>res diferentes, o professor não deve<br />

insistir em estender esse conteú<strong>do</strong>.<br />

O manejo <strong>do</strong>s círculos encaixa<strong>do</strong>s facilita a percepção <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> as frações envolvidas têm denomina<strong>do</strong>res diferentes. Giran<strong>do</strong> os<br />

círculos, por exemplo, de terços e nonos, focalizan<strong>do</strong> a fração 1<br />

e rodan<strong>do</strong><br />

3<br />

para acrescentar 2<br />

, o aluno percebe que a parte mostrada corresponde<br />

9<br />

a 5<br />

1 3<br />

2<br />

5<br />

. Por quê? Como = , a adição de dá o resulta<strong>do</strong> . Assim, o aluno<br />

9 3 9 9 9<br />

percebe a necessidade de transformar a fração 1<br />

3<br />

na equivalente 3 9 .<br />

Para prosseguir o trabalho com as operações convém organizar quadros<br />

de equivalências.<br />

Vamos organizar as equivalências descobertas com o uso <strong>do</strong>s círculos.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

261<br />

3<br />

5<br />

4<br />

5<br />

+<br />

–<br />

1<br />

5<br />

1<br />

5<br />

=<br />

=<br />

4<br />

5<br />

X<br />

3<br />

5


1<br />

8<br />

1<br />

4<br />

Procure no<br />

dicionário o<br />

significa<strong>do</strong> de<br />

equivalente.<br />

1<br />

8<br />

1<br />

2<br />

1<br />

8<br />

1<br />

4<br />

1<br />

8<br />

1<br />

8<br />

1<br />

4<br />

1<br />

8<br />

1<br />

2<br />

1<br />

8<br />

1<br />

4<br />

Complete as igualdades.<br />

1<br />

8<br />

a) 1 = 2 = = 4 = 5 b) 1 = 2 =<br />

2<br />

6<br />

3<br />

d) 8<br />

10<br />

=<br />

5<br />

1<br />

6<br />

1<br />

9<br />

Observe: 2<br />

4 = 4<br />

8 . Estas frações são equivalentes, isto é, tem valor igual<br />

porque representam o mesmo número: 1<br />

2 .<br />

Existe uma forma prática de determinar frações equivalentes.<br />

Multiplique ambos os termos destas frações por 2.<br />

a)<br />

1<br />

b)<br />

2<br />

c)<br />

4<br />

3<br />

A fração obtida pela multiplicação é equivalente à fração dada?<br />

Então,<br />

O valor de uma fração não se altera quan<strong>do</strong> multiplicamos ou dividimos<br />

o numera<strong>do</strong>r e o denomina<strong>do</strong>r pelo mesmo número.<br />

Veja:<br />

1<br />

=<br />

1 x 4<br />

= 4<br />

3 3 x 4 12<br />

4<br />

12<br />

=<br />

4 : 4<br />

=<br />

12 : 4<br />

1<br />

3<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

262<br />

1<br />

3<br />

1<br />

9<br />

e)<br />

1<br />

6<br />

2<br />

3<br />

1<br />

9<br />

=<br />

6<br />

1<br />

6<br />

1<br />

9<br />

=<br />

1<br />

3<br />

1<br />

9<br />

3<br />

9<br />

1<br />

6<br />

1<br />

9<br />

1<br />

9<br />

c)<br />

1<br />

6<br />

1<br />

5<br />

1<br />

3<br />

1<br />

9<br />

=<br />

1<br />

6<br />

2<br />

1<br />

9<br />

1 e 4 são frações equivalentes.<br />

3 12<br />

Quan<strong>do</strong> os termos da fração são dividi<strong>do</strong>s pelo mesmo número dizemos<br />

que ela foi simplificada.<br />

Simplificar uma fração significa encontrar uma fração equivalente a ela<br />

com numera<strong>do</strong>r e denomina<strong>do</strong>r menores.<br />

Quan<strong>do</strong> realizamos sucessivas simplificações podemos obter uma fração<br />

irredutível. Que é uma fração irredutível?<br />

3<br />

5


12<br />

30<br />

Observe:<br />

= 12 : 30 =<br />

2 : 2<br />

2<br />

6<br />

15<br />

6<br />

15<br />

ainda pode ser simplificada.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

263<br />

6<br />

15<br />

= 6 : 15=<br />

3 : 3<br />

5 não pode ser simplificada. Ela, então, é a fração irredutível equivalente<br />

a 12<br />

30 .<br />

Simplifique as frações até encontrar a equivalente irredutível.<br />

a) 9 = ( 3 )<br />

15 5<br />

c) 16 = ( 2 )<br />

24 3<br />

b) 10 = ( 5 )<br />

18 9<br />

d) 12 = ( 3 )<br />

28 7<br />

Encontre o resulta<strong>do</strong> das operações tornan<strong>do</strong> os denomina<strong>do</strong>res iguais.<br />

a) 2 + 5 = ( 11 )<br />

3 9 9<br />

b) 7 – 3 = ( 1 )<br />

10 5 5<br />

c) 9 – 3 = ( 0 ) d) 2 + 5 = ( 31 )<br />

12 4 9<br />

3 8 24<br />

a)<br />

Dê o resulta<strong>do</strong> das multiplicações e das divisões.<br />

4 x 3 = ( 12 ) = 2<br />

b) 6 x 5 = ( 30 )<br />

6 6<br />

7<br />

7<br />

c) 10 : 2 = ( 5 ) d) 8 : 4 = ( 2 )<br />

12 12<br />

9<br />

9<br />

Leia e analise a situação descrita em cada item:<br />

a) A parede <strong>do</strong> banheiro será azulejada até os <strong>do</strong>is terços.<br />

b) Três quartos da população adulta <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Y tem curso superior.<br />

c) Esse cano é de meia polegada.<br />

d) São exatamente 16 horas e um quarto.<br />

e) Na primeira semana <strong>do</strong> mês já gastei três quintos <strong>do</strong> meu salário.<br />

f) A herança será dividida entre os herdeiros de mo<strong>do</strong> que cada um receba<br />

um nono.<br />

g) Erilda toma um quarto de comprimi<strong>do</strong> por dia par controlar a pressão<br />

arterial.<br />

h) Quase to<strong>do</strong>s os alunos foram aprova<strong>do</strong>s, pois um décimo apenas vai<br />

repetir o ano.<br />

2<br />

5


Discutir com a turma sobre o significa<strong>do</strong> das frações expressas em cada<br />

situação. Verificar, em cada caso, se os alunos percebem quan<strong>do</strong> indicam<br />

pouco ou muito em relação ao inteiro.<br />

ATIVIDADE 4 – FRAÇÃO DE NÚMEROS<br />

As frações de números ou de quantidades surgem, nos contextos sociais,<br />

relacionadas a fatos, ocorrências e fenômenos.<br />

Leia.<br />

a) Cerca de 1<br />

4 das espécies existentes de beija-flores vivem nas florestas<br />

brasileiras.<br />

b) O ser humano passa, em média, 1<br />

3 <strong>do</strong> dia <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>.<br />

c) Já se passaram 2<br />

6 <strong>do</strong> ano sem sinais de chuva.<br />

O que representa 1<br />

3 <strong>do</strong> dia?<br />

8 8 8<br />

Se o dia tem 24 horas, 1<br />

3 é igual a 8 <br />

O que representa 2<br />

6 <strong>do</strong> ano?<br />

Como o ano tem 12 meses, 2<br />

6 de 12 é igual a 4.<br />

2 2 2 2 2 2<br />

As frações de quantidades são usadas há longo tempo!<br />

Na época <strong>do</strong> Brasil colônia muito se falava sobre um quinto de ouro que era<br />

pago a Portugal como imposto pela extração desse metal precioso na colônia.<br />

O ouro era envia<strong>do</strong> a Portugal em um navio conheci<strong>do</strong> como “o navio<br />

<strong>do</strong>s quintos”.<br />

Você se lembra que a história nos conta que, por desejo de livrar-se<br />

desses encargos com Portugal os brasileiros se reuniram em um movimento<br />

chama<strong>do</strong> Inconfidência Mineira? Essa revolta se deu em Minas Gerais e<br />

resultou na morte de Tiradentes em 1792.<br />

Pense.<br />

Se a extração de ouro em um perío<strong>do</strong> for de 1 000kg, quantos quilos<br />

equivalem a 1 quinto?<br />

1 000 kg<br />

200 kg 200 kg 200 kg 200 kg 200 kg<br />

(1 000 kg correspondem a 5<br />

5<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

264<br />

e 1<br />

5<br />

são 200 kg)<br />

Para entender melhor a relação entre as partes fracionárias, o aluno<br />

pode recortar tiras de papel como se fossem retângulos e dividi-las em 3,<br />

4, 5 ou mais partes iguais. Em seguida, ele vai desenhar bolinhas dividin<strong>do</strong>


determinada quantidade entre as partes, como, por exemplo, separar 36<br />

em nonos, que é o mesmo que dividir 36 por 9.<br />

36 bolinhas<br />

0<br />

0 0 0<br />

0<br />

0 0 0<br />

0<br />

0 0 0<br />

Comentar com a turma:<br />

0<br />

0 0 0<br />

0<br />

0 0 0<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

265<br />

0<br />

0 0 0<br />

0<br />

0 0 0<br />

0<br />

0 0 0<br />

0<br />

0 0 0<br />

Em uma ponta temos 1<br />

9 da tira sombrea<strong>do</strong> o que representa 1<br />

9 de 36,<br />

ou seja, 4 bolinhas.<br />

Na outra ponta temos 3<br />

9 da tira sombrea<strong>do</strong>s. Então, 3<br />

9 de 36 é igual<br />

a quantas bolinhas? (12)<br />

Quem sabe responder calculan<strong>do</strong>?<br />

36 correspondem a que fração? (Relacionar 36 a 9<br />

9 )<br />

Para descobrir quantas bolinhas correspondem a 1<br />

9<br />

fazer? (Dividir 36 por 9)<br />

Focalizar:<br />

o que devemos<br />

A quantidade total corresponde a 1 inteiro. Portanto, 36 correspondem<br />

a 9<br />

9 . Para descobrir o valor de 1<br />

9 , dividimos 36 por 9<br />

de 1<br />

9<br />

Observe a parte sombreada na outra ponta. O que representa? 3<br />

9<br />

Se você sabe que 3<br />

9 valem 12, o que deve fazer para descobrir o valor<br />

? (Dividir 12 por 3)<br />

Você observou que operamos sempre com o numera<strong>do</strong>r, porque é ele<br />

que tem valor quantitativo, pois indica o número de partes fracionárias.<br />

Descubra quantas bolinhas há em 7<br />

. (Se 9 nonos = 36, 1 nono será<br />

9<br />

36:9=4. Se 1 nono é 4, 7 nonos = 7x4=28)<br />

Resolva estes problemas aplican<strong>do</strong> o que descobriu:<br />

a) Paulo tem 27 reais. Gastou 5<br />

desse dinheiro. Quanto Paulo gastou?<br />

9<br />

Qual é a fração <strong>do</strong> dinheiro correspondente ao que sobrou? (15 reais – 4<br />

9 )<br />

b) Janine quer comprar um livro que custa 36 reais. Ela já possui 4<br />

9 desse<br />

valor. Quanto Janine ainda precisa ter para comprar o livro? (20 reais)<br />

c) Rejane quer comprar uma torta para o lanche de sába<strong>do</strong>. Mas, ela<br />

possui apenas 2<br />

<strong>do</strong> valor da torta. Se ela tem 10 reais, quanto custa a<br />

9<br />

torta? (45 reais)<br />

d) Se 1<br />

9<br />

e) Se 1<br />

9<br />

8<br />

de 27 é igual a 3, qual será o valor de ? (24)<br />

9<br />

de 27 é igual a 3, qual será o valor de 1<br />

3<br />

? (9)


Preencha as partes fracionárias com bolinhas.<br />

quintos de 30 Oitavos de 48 Sextos de 24<br />

Desenhe os outros retângulos.<br />

Calcule:<br />

a) 1 de 21 (3)<br />

7<br />

3<br />

c) de 60 (45)<br />

4<br />

b) 3 de 42 (21)<br />

6<br />

Observe e determine os valores indica<strong>do</strong>s:<br />

Qual é o valor de<br />

Qual é o valor de<br />

Qual é o valor de<br />

Pense e responda.<br />

1<br />

10 ?<br />

5<br />

12 ?<br />

2<br />

9<br />

4<br />

d) de 100 (40)<br />

10<br />

Parte sombreada corresponde a 60<br />

? (14)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

266<br />

6<br />

10 ?<br />

10<br />

10 ?<br />

Parte sombreada corresponde a 14<br />

9<br />

12 ?<br />

3<br />

12 ?<br />

Parte sombreada corresponde a 35<br />

7<br />

9<br />

? (49)<br />

9<br />

9<br />

? (63)<br />

a) Se 1<br />

de um número é igual a 10, qual é esse número? (30)<br />

3<br />

b) Se 3<br />

de um número é igual a 18, qual é esse número? (48)<br />

8<br />

c) Se 4<br />

de uma quantia é igual a R$ 480,00, qual é essa quantia?<br />

9<br />

(R$ 1 080,00)<br />

Invente <strong>do</strong>is problemas para essa ilustração.<br />

15 15<br />

15


BLOCO 2 – OS RACIONAIS SOB A FORMA DECIMAL<br />

!"#!#)<br />

ATIVIDADE (


Você pode registrar 2 décimos assim: 2<br />

ou assim: 0,2.<br />

10<br />

Você pode registrar 16 centésimos assim: 16<br />

ou, assim: 0,16.<br />

2<br />

10<br />

e 16<br />

100<br />

são chamadas frações decimais.<br />

As frações decimais tem numera<strong>do</strong>res iguais a 10, 100, 1.000 e outras<br />

potências de 10.<br />

Complete o quadro.<br />

Fração<br />

2<br />

Como se lê Razão Decimal<br />

10<br />

2 décimos 2 em 10 0,2<br />

8<br />

10<br />

5<br />

100<br />

9<br />

100<br />

21<br />

100<br />

62<br />

100<br />

37<br />

100<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

268<br />

100<br />

8 décimos 8 em 10 0,8<br />

5 centésimos 5 em 100 0,005<br />

9 centésimos 9 em 100 0,09<br />

21 centésimos 21 em 100 0,21<br />

62 centésimos 62 em 100 0,62<br />

37 centésimos 37 em 100 0,37<br />

Se o inteiro é dividi<strong>do</strong> em 1 000 partes iguais, qual fração e decimal<br />

correspondem a:<br />

a) 2 partes? ( 2 e 0,002)<br />

10 000<br />

c) 89 partes? ( 89 e 0,089)<br />

10 000<br />

e) 248 partes? ( 248 e 0,248)<br />

10 000<br />

Observe:<br />

b) 35 partes? ( 35 e 0,035)<br />

10 000<br />

d) 100 partes? ( 100 = 1 ; 0,100= 0,1)<br />

10 000 10<br />

8 = 0,008 ... 8 milésimos 124 = 0,124 ... 124 milésimos<br />

100<br />

1 000


ATIVIDADE 2 – COMPARANDO DECIMAIS<br />

Observe os decimais representa<strong>do</strong>s nas figuras.<br />

A parte sombreada corresponde a 0,4 A parte sombreada corresponde a 0,40<br />

Observe que as partes sombreadas são iguais.<br />

Logo, 0,4 = 0,40<br />

Assim, podemos escrever:<br />

0,7 = 0,70 = 0,700 = 0,7000......<br />

1,2 = 1,20 = 1,200 = 1,2000....<br />

Observan<strong>do</strong> as figuras acima, coloque =, > ou < entre os decimais.<br />

a) 0,09 ..... 0,3 b) 0,7 ..... 0,70<br />

c) 0,2 ..... 0,18 d) 1,6 ..... 1,60<br />

Com base nessas figuras compare os decimais, incluin<strong>do</strong> os milésimos.<br />

Coloque entre eles =, > ou <<br />

a) 0,008 < 0,1 b) 0,25 < 2,5<br />

c) 0,8 = 0,800 d) 0,7 > 0,69<br />

Para facilitar, você pode igualar o número de ordens decimais completan<strong>do</strong><br />

o decimal com zeros.<br />

Qual é o maior 0,4 ou 0,237?<br />

Completan<strong>do</strong> as casas decimais de 0,4 com zeros, o decimal fica assim:<br />

0,400.<br />

Aí, observe os números com se fossem inteiros: 400 e 237; qual é o<br />

maior?<br />

Iguale o número de casas decimais e compare os decimais escreven<strong>do</strong><br />

entre eles +, > ou <<br />

a) 0,5 ..... 0,38 b) 0,309 ..... 0,3<br />

c) 1,08 ..... 1,8 d) 2,3 ..... 2,39<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

269


Escreva um decimal no lugar <strong>do</strong>s ..... para completar corretamente o<br />

que está abaixo.<br />

a) ..... = 2,7 b) 1,47 > .....<br />

c) ..... < 2,1 d) ..... > 3,89<br />

ATIVIDADE 3 – APLICANDO OS DECIMAIS<br />

Observe.<br />

<br />

<br />

ENCONTRO 4<br />

!"#!#* !"#!#* !"#!#* !"#!#*<br />

5! 5! 5! 5!<br />

1 inteiro 1 décimo 1 centésimo 1 milésimo<br />

2 2 2 2 2 7 2 27 27 7 2 7 2 27 27 7 2 7 2 27 27 7<br />

2 02 02 <br />

# <br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" &Agora, 7 responda: ) 2 7' 5<br />

" &a) 7 Quantos milésimos ) 2 ' há em<br />

5<br />

1 inteiro? (1 000)<br />

02 <br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

b) Quantos milésimos há 1 centésimo? (10)<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

c) Quantos milésimos há em 1 décimo? (100)<br />

:4<br />

:4:<br />

:4::<br />

d) Quantos centésimos há em 1 inteiro? (100)<br />

+9"#<br />

" !9# 39#<br />

e) Quantos centésimos há em 1 décimo? (10)<br />

A '<br />

f) Quantos décimos há em 1 inteiro? (10)<br />

) . ) 4 .<br />

0,1 =<br />

= 0,01 0,001<br />

B ! 1 décimo<br />

1 centésimo<br />

1 milésimo<br />

" 2 ) !!!! )! 5<br />

Você se lembra <strong>do</strong> quadro com as ordens <strong>do</strong> sistema de numeração<br />

" 2 ) !!!! ! 5<br />

decimal?<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

" 2 <br />

Dezena<br />

!!!! ! 5<br />

Unidade<br />

Centena Dezena Unidade<br />

de milhar de milhar<br />

1 > C<br />

D<br />

U<br />

DM<br />

6 <br />

UM<br />

' 85 <br />

&545 <br />

H ) !<br />

A3!<br />

4<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

270<br />

9"#<br />

2 02 02 <br />

# <br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

02 <br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

:4<br />

:4:<br />

:4::<br />

+9"#<br />

" !9# 39#<br />

A '<br />

) . ) 4 .<br />

=<br />

=<br />

<br />

B !<br />

" 2 ) !!!! )! 5<br />

" 2 ) !!!! ! 5<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

1 > 6 ' 85 <br />

&545 <br />

H ) !<br />

A3!<br />

!9# =39#<br />

4<br />

+<br />

"<br />

<br />

0 0 / S<br />

9"#<br />

2 02 02 <br />

# <br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

02 <br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

:4<br />

:4:<br />

:4::<br />

+9"#<br />

" !9# 39#<br />

A '<br />

) . ) 4 .<br />

=<br />

=<br />

<br />

B !<br />

" 2 ) !!!! )! 5<br />

" 2 ) !!!! ! 5<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

1 > 6 ' 85 <br />

&545 <br />

H ) !<br />

A3!<br />

<br />

!9# =39#<br />

4<br />

+<br />

"<br />

<br />

0 0 / S<br />

9"#<br />

2 02 02 <br />

# <br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

02 <br />

" & 7 ) 2 7' 5<br />

" & 7 ) 2 ' 5<br />

:4<br />

:4:<br />

:4::<br />

+9"#<br />

" !9# 39#<br />

A '<br />

) . ) 4 .<br />

=<br />

=<br />

<br />

B !<br />

" 2 ) !!!! )! 5<br />

" 2 ) !!!! ! 5<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

" 2 !!!! ! 5<br />

1 > 6 ' 85 <br />

&545 <br />

H ) !<br />

A3!<br />

!9# =39#<br />

4<br />

+<br />

"<br />

<br />

0 0 / S<br />

9"#<br />

1<br />

0,1 ou 1<br />

0,01 ou 1<br />

10<br />

100<br />

0,001 ou 1<br />

1 000<br />

!9# =39#<br />

+<br />

"<br />

<br />

0 0 / S


Responda, completan<strong>do</strong>.<br />

a) 1 dezena de milhar vale .... unidades de milhar. (10)<br />

b) 1 unidade de milhar vale .... centenas. (10)<br />

c) 1 centena vale .... dezenas. (10)<br />

d) 1 dezena vale .... unidades. (10)<br />

Se existir outra ordem à direita das unidades, qual será o seu valor?<br />

(1 décimo da unidade porque 1 unidade valerá 10 unidades dessa ordem)<br />

Logo, há possibilidade de estender o sistema de numeração incluin<strong>do</strong> os<br />

decimais.<br />

Veja.<br />

C D U,<br />

Décimos<br />

d<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

271<br />

Centésimos<br />

c<br />

Milésimos<br />

m<br />

0, 0 2 9<br />

No quadro está representa<strong>do</strong> 0,029 ou 29 milésimos.<br />

Responda:<br />

a) 1 unidade vale quantos décimos? (10)<br />

b) Qual é a ordem imediatamente à direita <strong>do</strong>s décimos? (a ordem <strong>do</strong>s<br />

centésimos)<br />

c) 1 centésimo equivale a que fração de 1 décimo? ( 1<br />

10 )<br />

d) Quantos milésimos são necessários para completar 1 centésimo? (10)<br />

e) 1 milésimo equivale a que fração de 1 centésimo? ( 1<br />

10 )<br />

Desenhe um quadro igual a este e represente os decimais:<br />

C D U, d c m<br />

0, 3 2<br />

0, 0 9<br />

2, 0 7<br />

4, 0 7 1<br />

a) 32 centésimos;<br />

b) 9 décimos;<br />

c) 2 unidades e 7 centésimos;<br />

d) 4 unidades e 71 milésimos.<br />

Consulte o quadro acima para ler os decimais:<br />

a) 1,06


) 0,094<br />

c) 2,001<br />

d) 0,8<br />

e) 0, 56<br />

f) 3,6<br />

Escreva usan<strong>do</strong> algarismos na forma decimal.<br />

a) Vinte e sete milésimos.<br />

b) Duas unidades e quatro centésimos.<br />

c) Nove décimos.<br />

d) Quinze milésimos.<br />

ATIVIDADE 4 – OPERAÇÕES COM DECIMAIS<br />

Comentar com os alunos:<br />

Como os decimais se organizam como uma extensão <strong>do</strong> sistema de<br />

numeração, as operações envolven<strong>do</strong> esses números seguem as mesmas<br />

regras das que valem para os números naturais.<br />

Vamos fazer esta adição: 12,045 + 0,76.<br />

D U, d c m<br />

1 2, 0 4 5<br />

+ 0, 7 6<br />

1 2 8 0 5<br />

Desenhe os quadros para fazer as adições:<br />

a) 8,93 + 0,0005 =<br />

b) 1,056 + 0,98 =<br />

c) 0,4 + 3,96 + 0,05 =<br />

Veja a subtração 3,9 – 0,47<br />

D U, d c m<br />

_<br />

3,<br />

0,<br />

9<br />

4<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

272<br />

0<br />

7<br />

3, 4 3<br />

Coloca-se um zero no minuen<strong>do</strong> para não errar!


Toda vez que uma ordem <strong>do</strong> minuen<strong>do</strong> estiver vaga, coloca-se um zero.<br />

Exemplo: 2,8 – 0,75 = 2,80 – 0,75. Afinal o número não se altera, pois<br />

2,8 = 2,80.<br />

Desenhe os quadros para subtrair:<br />

a) 4,1 – 0,6 = (3,5)<br />

b) 5,23 – 1,084 = (4,146)<br />

c) 3 – 1,65 = (1,35)<br />

A multiplicação e a divisão com decimais, também, são semelhantes a<br />

multiplicação e divisão com números naturais.<br />

Observe.<br />

4 x 0,256 0, 2 5 6 3, 54 : 3 3, 5 4 3<br />

X 4 0 5 1, 1 8<br />

1, 0 2 4 2 4<br />

0<br />

Agora é sua vez!<br />

Resolva.<br />

a) 3 x 0,8 = (2,4)<br />

b) 9 x 2,06 = (18,54)<br />

c) 7 x 0,035 = (0,245)<br />

d) 0,125 : 5 = (0,025)<br />

e) 8,16 : 8 = (1,02)<br />

Veja como é fácil multiplicar um decimal por 10, 100 e 1 000.<br />

10 x 2,94 =<br />

10 x 2,94 = 29,4 Multiplicar 2,94 por 10 é o mesmo que tornar este<br />

número 10 vezes maior.<br />

100 x 0,753=<br />

100 x 0,753 = 75,3 Multiplicar um decimal por 100 é torná-lo 100 vezes<br />

maior.<br />

1 000 x 1,067=<br />

1 000 x 1,067= 1.067 Multiplicar um decimal por 1 000 é torná-lo 1 000<br />

vezes maior.<br />

Podemos concluir que<br />

Para multiplicar um decimal por 10, 100 e 1.000... basta deslocar a vírgula,<br />

respectivamente, uma, duas, três... casas para a direita.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

273


Para dividir um decimal por 10, 100 e 1 000 procede-se de maneira<br />

inversa.<br />

Veja.<br />

2,05 : 10 = 0,205 23,5 : 10 = 23,5 12,8 : 100 = 0,128<br />

45,6 : 1 000 = 0,0456<br />

Para dividir um decimal por 10, 100 e 1 000... basta deslocar a vírgula,<br />

respectivamente, uma, duas, três... casas para a esquerda.<br />

Agora é com você!<br />

a) 10 x 0,345 = (3,45)<br />

b) 3,09 : 10 = (0,309)<br />

c) 100 x 4,15 = (415)<br />

d) 1 000 x 0,6 = (600)<br />

e) 20,5 : 100 = (0,205)<br />

f) 32,8 : 1 000= (0,0328)<br />

ATIVIDADE 5 – A ESCRITA DECIMAL DO DINHEIRO<br />

Você sabe que a unidade monetária <strong>do</strong> nosso dinheiro é 1 real.<br />

Sabe, também que há moedas com valores menores que 1 real.<br />

CÉDULAS E MOEDAS DO REAL<br />

Cédulas<br />

Moedas<br />

1 centavo 5 centavos 10 centavos 20 centavos 50 centavos 1 real<br />

Também existem notas com valores maiores que 1 real.<br />

Se 1 real é a unidade monetária, que frações representam as outras<br />

moedas em relação a 1 real?<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

274


A escrita de quantias é um registro decimal.<br />

Para ler os valores expressos em reais, você deve considerar:<br />

a parte inteira que está antes da vírgula é lida seguida da palavra real<br />

ou reais;<br />

a parte decimal, após a vírgula é lida seguida da palavra centavo ou<br />

centavos.<br />

Este livro custa vinte e nove reais e<br />

oitenta centavos.<br />

Escreva as quantias por extenso.<br />

a) R$ 103,05<br />

b) R$ 0,32<br />

c) R$ 28,75<br />

d) R$ 2 089,07<br />

1 centavo equivale a 1<br />

de 1 real ou 0,01.<br />

100<br />

Por isso a escrita de 1 centavo é R$ 0,01.<br />

5 centavos equivalem a 5<br />

de 1 real ou 0,05.<br />

100<br />

Então é escrito assim R$ 0,05.<br />

10 centavos equivalem a 10<br />

de 1 real ou 0,10.<br />

100<br />

Logo, a escrita de 10 centavos é R$ 0,10.<br />

25 centavos equivalem a 25<br />

de 1 real ou 0,25.<br />

100<br />

Por isso, a escrita de 25 centavos é R$ 0,25.<br />

50 centavos equivalem a 50<br />

de 1 real ou 0,50.<br />

100<br />

A escrita de 50 centavos é R$ 0,50.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

275<br />

R$ 29,80


ATIVIDADE 6 – RESOLVENDO PROBLEMAS<br />

COM NÚMEROS RACIONAIS<br />

1. Leia, pense e responda a todas as perguntas.<br />

5,20t<br />

a) O caminhão <strong>do</strong> Sr. Leonar<strong>do</strong> está transportan<strong>do</strong><br />

uma carga de 3,750 toneladas.<br />

Este caminhão está transportan<strong>do</strong> uma carga no máximo<br />

da sua capacidade? (Não)<br />

Quantas toneladas a mais ele pode transportar?<br />

(1,450t)<br />

Na primeira parada, Leonar<strong>do</strong> descarregou 1,50 toneladas e pegou mais<br />

uma carga de 1,830 toneladas. Quantas toneladas, o caminhão transportará<br />

depois da primeira parada? (4,08t)<br />

b) Antes de comprar um computa<strong>do</strong>r, Leandro fez pesquisa de preço em<br />

quatro lojas.<br />

Veja a tabela com os preços que ele recolheu.<br />

Loja Preço<br />

A R$ 986,70<br />

B R$ 999,90<br />

C R$ 1 067,50<br />

D R$ 989,99<br />

Em que loja o computa<strong>do</strong>r é mais caro? (Loja C)<br />

Em que loja é mais barato? (Loja A)<br />

Qual a diferença de preços da Loja A para a Loja B? (R$ 13,20)<br />

Qual a diferença de preços da loja em que o computa<strong>do</strong>r custa mais para<br />

a loja que o vende mais barato? (R$ 80,80)<br />

c) Numa confeitaria, a torta de chocolate é vendida por R$ 36,00 e a<br />

torta de morango por R$ 24,00.<br />

Se o cliente quiser um pedaço as tortas são divididas em oitavos.<br />

Qual a diferença <strong>do</strong>s preços de um pedaço das duas tortas? (R$ 1,50)<br />

Clara e Laura foram lanchar. Clara comeu um pedaço da torta de morango<br />

e Laura, um pedaço da torta de chocolate. Quanto cada menina pagou?<br />

(Clara pagou R$ 3,00 e Laura, R$ 4,50)<br />

Laura resolveu levar para casa, 2 pedaços da torta de chocolate e três<br />

pedaços da torta de morango. Quanto ela pagou pelos pedaços de torta<br />

que levou? (R$ 9,00 pela torta de chocolate e R$ 9,00 pela de morango =<br />

R$ 18,00)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

276


Quanto Laura pagou ao to<strong>do</strong>? (R$ 22,50)<br />

Quantos reais as duas meninas gastaram na confeitaria? (R$ 25,50)<br />

d) Gil e Gal disputavam um torneio ortográfico: queriam saber quem<br />

escrevia corretamente o maior número de palavras difíceis.<br />

Primeiro Gil ditou 50 palavras e Gal escreveu certo 30 delas.<br />

Depois, foi a vez de Gal ditar 50 palavras. Mas, quan<strong>do</strong> Gil escreveu<br />

a quadragésima (40ª) palavra, chegaram uns amigos e a brincadeira<br />

acabou.<br />

Gil, que tinha acerta<strong>do</strong> 24 palavras, disse: “Ganhei! Tenho a maior fração<br />

de acertos”<br />

Foi mesmo?<br />

(30 em 50 =<br />

30<br />

=<br />

3<br />

.<br />

24<br />

=<br />

3<br />

. Os <strong>do</strong>is tiveram a mesma fração de acertos.)<br />

50 5 40 5<br />

(Extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> livro Matemática na medida certa, de Jakubo e Lellis, 5ª série, Ed. Scipione, 1991)<br />

e) Observe como José planeja dividir um lote onde vai construir sua<br />

casa.<br />

♣<br />

Casa<br />

Que fração <strong>do</strong> terreno será ocupada pela casa? ( 1<br />

2 )<br />

A parte destinada ao quintal está marcada com ♣. Que fração <strong>do</strong> terreno<br />

corresponde essa parte? ( 1<br />

4 )<br />

No espaço marca<strong>do</strong> com ♥ será a garagem. Que fração <strong>do</strong> terreno será<br />

destinada à garagem? ( 1<br />

8 )<br />

2. Resolva os problemas:<br />

a) Três oitavos das figurinhas de João estão coladas no seu álbum e ainda<br />

falta colar 30. Quantas figurinhas tem a coleção de João? (48)<br />

b) O álbum de Joaquim tem 4 nonos de figurinhas coladas e ainda faltam<br />

60 figurinhas para completar o álbum. Quantas figurinhas cabem no álbum<br />

de Joaquim? (108)<br />

c) Carlos e Antônio têm, cada um, 54 reais. Numa lanchonete Carlos<br />

gastou 2<br />

6<br />

<strong>do</strong> seu dinheiro e Antônio gastou 3<br />

9<br />

ficou? (Carlos: 36 reais, Antônio: 36 reais)<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

277<br />

♥<br />

. Com quantos reais cada um<br />

d) Se na sorveteria você pedir duas bolas de sorvete que custa, cada<br />

uma, R$ 1,80 e pagar com R$ 5,00, quanto receberá de troco? (R$ 1,40)


e) Aline tem 1,59 m de altura e Marcos tem 1,76 m. Qual é a diferença<br />

das alturas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is? (0,17m)<br />

f) Ontem, os termômetros marcaram 38,2 graus de temperatura em<br />

uma cidade praiana. Hoje, a temperatura está em 29,7 graus. Quantos<br />

graus a menos está a temperatura hoje nessa cidade? (8,5 graus)<br />

g) Ao calcular 4 – 0,37 um aluno encontrou o resulta<strong>do</strong> 3,37. Está certo<br />

ou erra<strong>do</strong>? Faça a conta e confira. (Erra<strong>do</strong>. 4 – 0,37 = 3,63)<br />

h) A distância entre as cidades A e B é 286,5 quilômetros. Quantos quilômetros<br />

percorre um ônibus para ir de A para B e de B para A? (573km)<br />

i) Um motorista de caminhão faz 3 viagens por semana percorren<strong>do</strong> em<br />

cada viagem 54,25 quilômetros. Quantos quilômetros este motorista percorre<br />

por semana? (162,75km)<br />

j) Judite comprou 4 retalhos de teci<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> que <strong>do</strong>is mediam cada um,<br />

2,58m. Os outros <strong>do</strong>is mediam 1,95m e 2,10m. Quantos metros de teci<strong>do</strong><br />

Judite comprou? (9,21m)<br />

k) Ao receber seu salário de R$ 2 300,00, Vítor faz esta divisão: 1<br />

10 para<br />

o aluguel, 2<br />

5<br />

para alimentação, 1<br />

5<br />

para lazer, 1<br />

10<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

278<br />

para o plano de saúde e o<br />

restante vai para a poupança. Quanto Vítor gasta com cada item? Quan<strong>do</strong><br />

ele consegue poupar? (Aluguel: R$ 230,00; alimentação: R$ 920,00; lazer:<br />

R$ 460,00; plano de saúde: R$ 230,00. Poupa R$ 460,00)


MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

279<br />

5<br />

OS NÚMEROS INTEIROS E SUAS APLICAÇÕES<br />

objetivos:<br />

Apresentar ao professor sugestões para o desenvolvimento deste tópico<br />

com o intuito de levar os alunos a:<br />

utilizar os números negativos para descrever e dar significa<strong>do</strong> a algumas<br />

situações como, por exemplo, temperaturas, altitudes, débitos e<br />

créditos, perdas e ganhos;<br />

representar os números com sinal na reta numérica;<br />

comparar e ordenar os números com sinal na reta numérica;<br />

identificar um número e o seu oposto;<br />

operar com os números com sinal;<br />

utilizar as convenções de sinais que precedem parêntesis;<br />

calcular expressões numéricas com números negativos e positivos,<br />

envolven<strong>do</strong> parêntesis.<br />

BLOCO 1. OS NOVOS NÚMEROS<br />

O aluno já trabalhou com os números naturais, as frações e os números decimais.<br />

Mas existem muitas situações em que é preciso usar outros números,<br />

os números negativos. Temperaturas, altitudes, escalas de tempo, dívidas e<br />

jogos são algumas das situações a serem trabalhadas para atribuir um significa<strong>do</strong><br />

ao número negativo e ao uso <strong>do</strong>s sinais de + e –.<br />

Para iniciar o trabalho com os números negativos, o professor pode<br />

construir com a ajuda <strong>do</strong>s alunos uma tabela de um sal<strong>do</strong> de gols de um<br />

torneio de futebol, como a exemplificada abaixo.<br />

Times Gols feitos Gols sofri<strong>do</strong>s<br />

Esporte 20 15<br />

Ginástico 12 12<br />

Olímpico 16 10<br />

Vitorioso 5 10<br />

Conquista 14 20<br />

ENCONTRO 1


Em seguida, acrescentar uma terceira coluna com o sal<strong>do</strong> de gols de<br />

cada time e perguntar:<br />

Olhan<strong>do</strong> apenas para a coluna <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> de gols, parece que tanto o<br />

Conquista e o Olímpico, como também o Esporte e o Vitorioso, estão com<br />

o mesmo sal<strong>do</strong> de gols.<br />

Vocês concordam que esses times têm a mesma situação no campeonato?<br />

Por quê?<br />

Times Gols feitos Gols sofri<strong>do</strong>s Sal<strong>do</strong> de gols<br />

Esporte 20 15 5 a favor<br />

Ginástico 12 12 0<br />

Olímpico 16 10 6 a favor<br />

Vitorioso 5 10 5 contra<br />

Conquista 14 20 6 contra<br />

Nesse momento o professor deve chamar a atenção <strong>do</strong>s alunos para o<br />

fato de que números iguais podem caracterizar situações diferentes, como<br />

por exemplo: 6 gols a favor e 6 gols contra. Para diferenciar essas situações,<br />

sem usar palavras, o professor pode informar aos alunos que se usam<br />

os sinais positivo (+) e negativo (−) e então completar a tabela com a representação<br />

matemática, colocan<strong>do</strong> nas quantidades de gols os sinais adequa<strong>do</strong>s<br />

e observan<strong>do</strong> que o zero não vem acompanha<strong>do</strong> de nenhum sinal.<br />

Explorar um pouco mais com os alunos o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> sal<strong>do</strong> ser zero,<br />

levan<strong>do</strong>-os a observar que nesse caso o número de gols feitos é igual ao<br />

número de gols sofri<strong>do</strong>s e que, portanto, o sal<strong>do</strong> não é positivo nem negativo,<br />

ou seja, é nulo.<br />

Times Gols feitos Gols sofri<strong>do</strong>s Sal<strong>do</strong><br />

de gols<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

280<br />

Representação<br />

Matemática<br />

Esporte 20 15 5 5 a favor<br />

Ginástico 12 12 0 0<br />

Olímpico 16 10 6 6 a favor<br />

Vitorioso 5 10 5 5 contra<br />

Conquista 14 20 6 6 contra<br />

Após a representação matemática <strong>do</strong>s números na tabela, o professor<br />

pode informar aos alunos que os números negativos foram inventa<strong>do</strong>s pelo<br />

homem para resolver alguns problemas práticos, como é o caso <strong>do</strong> exemplo<br />

acima ou então: quan<strong>do</strong> nos referimos a um acontecimento anterior<br />

ao nascimento de Cristo dizemos no ano 300 a.C ou poderíamos também<br />

dizer no ano –300.


Existem situações nas quais os números negativos são utiliza<strong>do</strong>s.<br />

Vamos conversar sobre elas e sobre alguns instrumentos que registram<br />

números negativos.<br />

1. Vocês conhece o altímetro? Sabem para que serve esse aparelho?<br />

O altímetro é um aparelho utiliza<strong>do</strong> para registrar altitudes, ou seja, alturas<br />

medidas em relação ao nível <strong>do</strong> mar. Assim, o sinal + antes <strong>do</strong> número<br />

indica que o objeto ou pessoa está acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar e nesse caso<br />

diz-se que sua altitude é positiva e o sinal − antes <strong>do</strong> número indica que o<br />

objeto ou pessoa está abaixo <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar, e nesse caso diz-se que sua<br />

altitude é negativa. O nível <strong>do</strong> mar é aqui indica<strong>do</strong> pela altitude 0.<br />

Na tabela abaixo estão registra<strong>do</strong>s alguns objetos ou pessoas e as altitudes<br />

em que eles operam.<br />

Objeto/pessoa Altitude em metros<br />

Avião +300<br />

Helicóptero +150<br />

Nível <strong>do</strong> mar 0<br />

Mergulha<strong>do</strong>r −10<br />

Submarino −50<br />

2. Outra situação em que surgem os números negativos é nos extratos bancários.<br />

Certo cliente de um banco pode ter dinheiro disponível em sua conta corrente.<br />

Nesse caso, diz-se que ele tem um sal<strong>do</strong> positivo. Se esse cliente gastou<br />

mais <strong>do</strong> que ele tinha disponível em sua conta corrente, ou seja, se ele<br />

está deven<strong>do</strong> dinheiro ao banco, então diz-se que o seu sal<strong>do</strong> é negativo.<br />

Por exemplo, suponha que os resumos <strong>do</strong>s extratos bancários de Pedro<br />

e Lucas sejam da<strong>do</strong>s por:<br />

Pedro Lucas<br />

Sal<strong>do</strong> anterior: R$ 500,00 Sal<strong>do</strong> anterior: R$ 500,00<br />

Cheque compensa<strong>do</strong>: R$ 136,50 Cheque compensa<strong>do</strong>: R$ 650,00<br />

Sal<strong>do</strong>: ? Sal<strong>do</strong>: ?<br />

Qual deles tem sal<strong>do</strong> negativo em sua conta corrente? (Lucas).<br />

3. To<strong>do</strong>s vocês conhecem o termômetro? Para que serve esse instrumento?<br />

Em determinadas épocas <strong>do</strong> ano, algumas cidades registram uma temperatura<br />

abaixo de zero. O instrumento usa<strong>do</strong> para medir temperatura é o<br />

termômetro.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

281


A escala Celsius concebida originalmente pelo astrônomo sueco André<br />

Celsius é uma escala usada para medir temperatura. Nessa escala, <strong>do</strong>is<br />

pontos são toma<strong>do</strong>s como referência: o ponto de congelamento da água,<br />

isto é, quan<strong>do</strong> a água vira gelo: 0o C e o ponto de fervura da água: 100o C. No intervalo entre esses <strong>do</strong>is pontos a escala é dividida em 100 partes<br />

iguais, cada uma delas corresponden<strong>do</strong> a um grau Celsius denota<strong>do</strong> por<br />

o o C. Existem temperaturas abaixo de 0 C, como é o caso da temperatura<br />

num freezer (−18o C) e temperaturas acima de 0o C, como no caso da água<br />

ferven<strong>do</strong>. Nesse caso, o sinal + indica temperatura acima de zero e o sinal<br />

− indica temperatura abaixo de zero.<br />

Na figura abaixo estão representadas algumas temperaturas.<br />

-5<br />

-3<br />

Propor então aos alunos os seguintes exercícios:<br />

1. Represente os números relaciona<strong>do</strong>s às situações abaixo com um sinal<br />

adequa<strong>do</strong>:<br />

a) a temperatura de 9 o C abaixo de zero; (−9 o ).<br />

b) a temperatura de 24 o C acima de zero; (+24 o ).<br />

c) um lucro de 200 reais; (+R$ 200,00).<br />

d) um prejuízo de 500 reais; (−R$ 500,00).<br />

e) o ano 500 antes de Cristo; (−500).<br />

f) a altitude <strong>do</strong> Monte Everest (8 844 metros acima <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar).<br />

(+8 844 m).<br />

2. Represente com um sinal adequa<strong>do</strong> o número correspondente à quantidade<br />

de pontos que ficou Carlos num jogo em que ele:<br />

a) ganhou mais 8 pontos e depois ganhou mais 3. (+11).<br />

b) ganhou 4 pontos e depois perdeu 6. (−2).<br />

c) perdeu 5 pontos e depois perdeu mais 2. (−7).<br />

d) perdeu 3 pontos e depois ganhou 7. (+4).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

282<br />

0<br />

2<br />

5


3. Um termômetro marca, neste momento, 6o . Desenhe um termômetro<br />

para visualizar cada situação abaixo e represente com um sinal adequa<strong>do</strong> o<br />

número que o termômetro irá registrar se a temperatura:<br />

a) subir 3o . (9o ) b) descer 10o . (−4o )<br />

c) descer 4o . (2o ) d) descer 14o . (−8o )<br />

4. O edifício onde Paula trabalha tem 15 andares acima e 4 andares abaixo<br />

<strong>do</strong> andar térreo, numera<strong>do</strong>s de 1 a 15 e −1 a −4, respectivamente.<br />

a) Faça um desenho desse edifício, identifican<strong>do</strong> nele os andares de −3<br />

a + 12.<br />

b) Paula quer ir <strong>do</strong> 2o subsolo, nível −2, até o 12o andar, nível +12. Quantos<br />

andares o eleva<strong>do</strong>r terá que subir? (14 andares).<br />

5. Escreva três situações nas quais, para expressar quantidades, é necessário<br />

o uso <strong>do</strong>s números negativos. (Resposta pessoal).<br />

Após a correção <strong>do</strong>s exercícios, o professor pode então comentar com<br />

os alunos que os números 1, 2, 3, 4, 5, 6,... que ele já conhecia vão ser<br />

chama<strong>do</strong>s de números POSITIVOS e podem vir com o sinal + na frente, ou<br />

não. Por exemplo, o número positivo 8 pode ser escrito como 8 ou + 8. Os<br />

números −1, −2, − 3, −4, −5, −6,... com o sinal − na frente são chama<strong>do</strong>s de<br />

números NEGATIVOS. Eles vêm sempre acompanha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal, como em<br />

– 15 ou – 40, por exemplo. O número zero não é positivo nem negativo.<br />

Juntan<strong>do</strong> os números positivos, os números negativos e mais o zero<br />

tem-se o conjunto <strong>do</strong>s números inteiros.<br />

O conjunto <strong>do</strong>s números inteiros é representa<strong>do</strong> pela letra Z, assim:<br />

Z = {..., −5, −4, −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}<br />

O professor pode também informar que Z é a inicial da palavra Zahl,<br />

que significa número em alemão. Além disso, pode desencadear com a<br />

turma uma discussão com o objetivo de que os alunos percebam que to<strong>do</strong><br />

número natural é um número inteiro, mas nem to<strong>do</strong> número inteiro é um<br />

número natural.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

283


BLOCO 2. COMPARANDO E<br />

ORDENANDO OS NÚMEROS INTEIROS<br />

Em se tratan<strong>do</strong> da comparação e da ordenação <strong>do</strong>s números negativos<br />

é interessante trabalhar com situações concretas associadas ao recurso da<br />

representação desses números na reta numérica. Assim como as temperaturas<br />

podem ser marcadas na escala de um termômetro, os números podem<br />

ser representa<strong>do</strong>s numa reta: a reta numérica. Ao representar os números<br />

negativos na reta numérica, o aluno começa a reconhecer a existência de<br />

<strong>do</strong>is senti<strong>do</strong>s a partir da origem, ao contrário da representação <strong>do</strong>s números<br />

naturais na qual a sucessão se dá apenas em um senti<strong>do</strong>. Assim, da<strong>do</strong>s que<br />

se referem a altitudes e profundidades requerem a indicação de uma origem.<br />

No exemplo anterior, o nível <strong>do</strong> mar foi escolhi<strong>do</strong> como o “ponto origem”.<br />

Utilizan<strong>do</strong> a tabela abaixo que registra as temperaturas mínimas registradas<br />

em uma semana em certa cidade <strong>do</strong> Brasil, em um dia muito frio,<br />

pedir que os alunos realizem as tarefas que se seguem.<br />

Dia da semana Temperatura<br />

Segunda 2 o C<br />

Terça − 1 o C<br />

Quarta 0 o C<br />

Quinta − 4 o C<br />

Sexta − 3 o C<br />

Sába<strong>do</strong> 3 o C<br />

Domingo 1 o C<br />

Desenhe uma reta na posição vertical, conforme<br />

o modelo ao la<strong>do</strong>.<br />

Marque um ponto O, como origem, e represente-o<br />

pelo número zero. O zero será chama<strong>do</strong> de origem<br />

em geral.<br />

Marque acima da origem os números positivos<br />

0 Quarta<br />

(que representam os dias da semana com tempera-<br />

-1 Terça<br />

turas positivas) e abaixo, os números negativos (que<br />

-2<br />

representam os dias da semana com temperaturas<br />

negativas). Escreva o dia da semana ao la<strong>do</strong> da tem-<br />

-3 Sexta<br />

peratura correspondente.<br />

Agora responda:<br />

-4 Quinta<br />

a) Qual dia da semana registrou a temperatura mais baixa? (Quinta).<br />

b) Qual dia da semana registrou a temperatura mais alta? (Sába<strong>do</strong>).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

284<br />

ENCONTRO 2<br />

0<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Sába<strong>do</strong><br />

Segunda<br />

Domingo


c) Escreva os nomes desses dias em ordem crescente da temperatura<br />

registrada e observe bem a posição de cada uma delas na reta numerada.<br />

(Quinta, sexta, terça, quarta, <strong>do</strong>mingo, segunda e sába<strong>do</strong>).<br />

Observan<strong>do</strong> a reta numerada, os alunos podem concluir que os dias da<br />

semana com temperaturas positivas ficaram acima <strong>do</strong>s dias da semana<br />

com temperaturas negativas. Além disso, o professor pode destacar a posição<br />

<strong>do</strong> zero em relação aos números positivos e negativos e comparar<br />

<strong>do</strong>is números inteiros de mesmo sinal.<br />

Em seguida, solicitar aos alunos que representem a mesma situação<br />

numa reta horizontal, responden<strong>do</strong> às mesmas perguntas agora olhan<strong>do</strong><br />

apenas para a reta na posição horizontal e, em seguida, que comparem as<br />

duas representações.<br />

-4<br />

Quinta<br />

-3<br />

Sexta<br />

-2<br />

1. Faça comparações entre um número negativo e o zero:<br />

-1<br />

Terça<br />

0<br />

Quarta<br />

0 o C é uma temperatura mais alta <strong>do</strong> que −3 o C? Assim, zero é maior<br />

<strong>do</strong> que −3.<br />

0 está acima de −3? Assim, 0 é maior <strong>do</strong> que −3.<br />

Zero fica à direita de −3 na reta numérica? Assim, 0 > −3.<br />

Quan<strong>do</strong> se compara um número negativo com o zero, o maior deles<br />

é sempre o zero.<br />

2. Compare um número negativo e um número positivo:<br />

+3 o C é uma temperatura mais alta <strong>do</strong> que −4 o C? Assim, +3 é maior<br />

<strong>do</strong> que −4.<br />

+3 está acima de −4? Assim, +3 é maior <strong>do</strong> que −4.<br />

+3 fica à direita de −4? Assim, +3 > −4.<br />

Quan<strong>do</strong> se compara um número positivo com um número negativo,<br />

o maior deles é sempre o número positivo.<br />

3. Compare <strong>do</strong>is números negativos:<br />

−1 o C é uma temperatura mais alta <strong>do</strong> que −4 o C? Assim, −1 é maior<br />

<strong>do</strong> que −4.<br />

−1 está acima de −4? Assim, −1 é maior <strong>do</strong> que −4.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

285<br />

1<br />

Domingo<br />

2<br />

Segunda<br />

3<br />

Sába<strong>do</strong><br />

4


−1 fica à direita de −4? Assim −1 > −4.<br />

Quan<strong>do</strong> se comparam <strong>do</strong>is números negativos, o maior deles é sempre<br />

o que está mais próximo da origem.<br />

Desenhan<strong>do</strong> uma reta numérica no quadro, o professor pode pedir que<br />

os alunos façam o mesmo em seus cadernos, sistematizan<strong>do</strong> as conclusões<br />

acima.<br />

À direita <strong>do</strong> zero estão os números maiores que zero e, à esquerda<br />

estão os números menores que zero.<br />

Andan<strong>do</strong> para a direita, os números aumentam, ou seja, quanto mais<br />

à direita estiver um número, maior ele será e quanto mais à esquerda,<br />

menor.<br />

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5<br />

Propor aos alunos as seguintes questões:<br />

1. Na reta numérica abaixo as distâncias entre duas marcas consecutivas<br />

são todas iguais.<br />

A<br />

-2<br />

-1<br />

0<br />

Qual é coordenada <strong>do</strong> ponto A? E a coordenada <strong>do</strong> ponto B? (- 3 e + 3<br />

ou 3).<br />

2. Na reta numérica abaixo as distâncias entre duas marcas consecutivas<br />

são todas iguais.<br />

-2<br />

Y<br />

-1<br />

0<br />

a) Qual é a coordenada <strong>do</strong> ponto X? E a coordenada <strong>do</strong> ponto Y?<br />

(0,5 e −1,5).<br />

b) Copie a reta numérica e marque sobre ela: o ponto M que tem por<br />

coordenada +2,5 e o ponto N que tem por coordenada −0,5.<br />

Resposta:<br />

-2<br />

-1<br />

N<br />

0<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

286<br />

X<br />

2<br />

1<br />

1<br />

B<br />

2<br />

2<br />

M


3. Desenhe uma reta em seu caderno e marque sobre ela os seguintes<br />

pontos.<br />

Ponto M N P q<br />

Coordenada <strong>do</strong> ponto −3 − 1,5 − 4,5 +3<br />

O que você observa quanto às distâncias <strong>do</strong>s números +3 e −3 em relação<br />

à origem? (São iguais).<br />

-3 -1,5 0<br />

3 4,5<br />

Ao discutir as respostas dadas pelos alunos, o professor pode informar<br />

que números como +3 e −3 que estão à mesma distância da origem, mas<br />

que definem situações diferentes são chama<strong>do</strong>s simétricos ou opostos e<br />

explorar algumas situações como as descritas abaixo.<br />

Distâncias<br />

-3 -2 -1 0 1 2<br />

Pagar 3 reais (−3) é a situação oposta, de receber 3 reais (+3).<br />

Ganhar 2 pontos em um jogo (+2) é a situação oposta de perder 2 pontos<br />

num jogo (−2).<br />

Também nas retas acontece o mesmo: andar para a direita e andar para<br />

a esquerda em uma mesma reta têm senti<strong>do</strong>s opostos. Assim, +2 é andar<br />

2 unidades de medida para a direita e −2 é andar 2 unidades de medida<br />

para a esquerda.<br />

A representação matemática para números simétricos surge então naturalmente<br />

ao considerar que ganhar 2 pontos em um jogo (+2) é a situação oposta<br />

de perder 2 pontos num jogo (−2). Assim, (+2) = −(−2) ou (−2) = −(+2).<br />

4. Escreva em seu caderno os opostos <strong>do</strong>s seguintes números: 3, −5, −8,<br />

0 e 1,5. Desenhe uma reta numérica e marque sobre ela cada um <strong>do</strong>s números<br />

e os seus respectivos opostos. (–3, +5, +8, 0 e –1,5).<br />

5. Responda:<br />

a) Qual é o oposto <strong>do</strong> oposto de −3? (–3)<br />

b) Qual é o oposto <strong>do</strong> oposto de 2? (+2)<br />

c) O que é −(− (−5)) ? E −(−( + 4))? (−5 e +4).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

287<br />

3


6. Dois números opostos estão distantes 18 unidades da origem. Que números<br />

são esses? (+18 e −18).<br />

7. Indique os números correspondentes a <strong>do</strong>is pontos da reta numérica<br />

cuja distância à origem seja 8. Que nome recebem esses números? (+8 e<br />

−8. Números opostos ou simétricos).<br />

8. Faça o que se pede:<br />

a) Escreva seis números compreendi<strong>do</strong>s entre −7,5 e 7,5. (Por exemplo:<br />

−5, −4, 0, 1, 2 e 5).<br />

b) Escreva <strong>do</strong>is números opostos entre os quais esteja compreendi<strong>do</strong> o<br />

número 3,5. (Por exemplo: −6 e +6).<br />

9. Faça o que se pede:<br />

a) Desenhe uma reta numérica em seu caderno e marque <strong>do</strong>is números<br />

opostos quaisquer.<br />

b) Escreva três números compreendi<strong>do</strong>s entre eles. (Resposta pessoal).<br />

c) Marque agora <strong>do</strong>is outros números opostos em sua reta numerada.<br />

d) Observan<strong>do</strong> os itens a e c, que número está sempre compreendi<strong>do</strong><br />

entre <strong>do</strong>is números opostos? (O número zero).<br />

e) Considere o número 5. Desenhe uma reta numerada e marque sobre<br />

ela um número que não esteja compreendi<strong>do</strong> entre 5 e o seu oposto. (Por<br />

exemplo: −8, −9, 6, 7).<br />

Para sistematizar a comparação entre os números inteiros e a sua ordenação,<br />

o professor pode retomar o tema por meio da tabela de temperaturas<br />

dada no início desse bloco e a sua representação na reta numérica<br />

e pedir que os alunos escrevam as temperaturas em ordem crescente e<br />

decrescente de seus valores.<br />

Ao discutir com os alunos as respostas dadas, o professor pode orientálos<br />

a escrever os números usan<strong>do</strong> os sinais < (menor) ou > (maior) assim:<br />

−4 < −3 < −1 < 0 < 1 < 2 < 3 ou 3 > 2 > 1 > 0 > −1 > −3 > −4<br />

Os alunos podem então estabelecer os seguintes fatos:<br />

Um número negativo é sempre menor que um número positivo;<br />

Qualquer número positivo é maior que o zero;<br />

O zero é maior que qualquer número negativo.<br />

Representan<strong>do</strong> alguns números na reta numérica, os alunos podem<br />

observar mais uma vez que se um número é menor que outro, então ele é<br />

representa<strong>do</strong> à sua esquerda na reta numérica.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

288


-2 -1 -0 +1 +2<br />

-2 −80 > −85 > −100 > −120).<br />

3. Num supermerca<strong>do</strong>, as temperaturas de quatro produtos são: 3 o C, −4 o<br />

C, −1 o C e 0 o C. Escreva em ordem crescente essas temperaturas. (−4 o C,<br />

−1 o C, 0 o C, 3 o C).<br />

1


Para comparar <strong>do</strong>is números decimais, deve-se comparar a grandeza de<br />

cada ordem, como nos exemplos abaixo.<br />

4,25 e 2,34 (ordem das unidades: 4 > 2), logo 4,25 > 2,34.<br />

4,25 e 4,34 (unidades iguais, comparam-se os décimos: 0,2 < 0,3),<br />

logo 4,25 < 4,34.<br />

3,23 e 3,27 (unidades iguais, décimos iguais, comparam-se os centésimos:<br />

0,03 < 0,07), logo 3,23 < 3,27.<br />

Em seguida, sugerir aos alunos que igualem as casas decimais nos números<br />

da<strong>do</strong>s e que os comparem de acor<strong>do</strong> com o que foi estabeleci<strong>do</strong><br />

para a comparação de números com sinal.<br />

7. A tabela abaixo apresenta as temperaturas médias mensais, em o C,<br />

relativas ao ano de 1983, no Vale Seco de McMurd, uma das regiões da<br />

Antártica.<br />

Meses Temperaturas<br />

médias ( o C)<br />

Janeiro −2,0<br />

Fevereiro −12,4<br />

Março −20,2<br />

Abril −18,7<br />

Maio −20,5<br />

Junho −20,9<br />

Julho −25,2<br />

Agosto −24,0<br />

Setembro −17,5<br />

Outubro −19,5<br />

Novembro −10,8<br />

Dezembro −3,8<br />

Qual o mês em que a temperatura foi mais baixa? (Julho).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

290


BLOCO 3. ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS<br />

As operações com os números inteiros podem ser abordadas consideran<strong>do</strong>-se<br />

<strong>do</strong>is enfoques: por meio de situações concretas e por meio da<br />

reta numérica. É importante apresentar aos alunos as duas abordagens<br />

para que eles possam fazer comparações e escolher a maneira que lhes<br />

proporciona maior compreensão. As situações concretas constituem-se um<br />

bom recurso não só para atribuir um significa<strong>do</strong> aos números negativos<br />

como também para justificar as operações de adição e subtração, enquanto<br />

a reta numérica possibilita não só a visualização da adição e da subtração<br />

como também favorece a percepção de suas regras.<br />

ATIVIDADE 1 – SOMANDO EM SITUAÇÕES CONCRETAS<br />

Por meio de uma situação envolven<strong>do</strong> créditos e débitos, o aluno percebe<br />

os significa<strong>do</strong>s da adição de números com sinal. Assim, as regras<br />

operatórias vão surgin<strong>do</strong> naturalmente.<br />

Antes de apresentar a situação abaixo, o professor pode relembrar com<br />

os alunos o uso <strong>do</strong> sinal mais (+) para as situações de crédito e o uso <strong>do</strong><br />

sinal menos (−) para as situações de débitos. É importante que o professor<br />

registre o resulta<strong>do</strong> somente depois das respostas dadas pelos alunos.<br />

Operação matemática Situação relacionada<br />

(−3) + (+5) = (+2) Lê-se: Se devo 3 e tenho 5, então fico com 2.<br />

(−3) + (−5) = (−8) Lê-se: Se devo 3 e devo mais 5, então devo 8.<br />

(+3) + (−5) = (−2) Lê-se: Se tenho 3 e devo 5, então devo 2.<br />

(+3) + (+5) = (+8) Lê-se: Se tenho 3 e tenho mais 5, então tenho 8.<br />

(−3) + (+3) = (0) Lê-se: Se devo 3 e tenho 3, então tenho 0.<br />

(−3) + (−2) + (+5) + (−4) +<br />

(+1)= (−9) + (+6) = (−3)<br />

Lê-se: Junta-se o que se deve e o que se tem. Se<br />

devo 9 e tenho 6, então devo 3.<br />

O professor pode sintetizar os cálculos acima assim:<br />

O sinal + indica que se tem 30.<br />

O sinal – indica que se deve 20.<br />

( + 30 ) + ( – 20) = 10<br />

Este sinal + indica que se vai somar.<br />

Outra situação interessante para se trabalhar nessa atividade são os<br />

extratos bancários. O professor pode levar para a sala de aula algumas<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

291<br />

ENCONTRO 3


cópias de extratos bancários. Isso será útil para que os alunos conheçam<br />

as informações ali contidas e analisem suas semelhanças e diferenças.<br />

De posse da cópia de um extrato, os alunos podem responder às questões<br />

que se seguem:<br />

Banco Moderno<br />

Data: 13/05/2008 Horas: 15:37:52<br />

Agência: 1234 Conta: 2578<br />

Cliente: Mariana Silva<br />

Extrato para simples conferência<br />

Movimentação – Maio<br />

Data NR.Doc Histórico Valor<br />

Sal<strong>do</strong> anterior 500,00C<br />

08/05 2051 Cheque Compensa<strong>do</strong> 100,00D<br />

09/05 2052 Cheque Compensa<strong>do</strong> 595,00D<br />

12/05 2345 Depósito em dinheiro 450,00C<br />

15/05 Débito telefone 54,00D<br />

22/05 Salário 1 080,00C<br />

25/05 2054 Cheque Compensa<strong>do</strong> 60,00D<br />

30/05 Sal<strong>do</strong> disponível 1 221,00C<br />

a) Que informações aparecem no extrato? (Nome <strong>do</strong> banco, nome <strong>do</strong><br />

cliente, dia e hora em que foi retira<strong>do</strong> o extrato, número da conta, número<br />

da agência bancária, histórico etc).<br />

b) Identifique nesse extrato os seguintes itens e escreva-os.<br />

O nome <strong>do</strong> banco. (Banco Moderno).<br />

O número da agência. (1234).<br />

O número da conta de Mariana. (2578).<br />

O dia e o horário em que Mariana retirou o extrato. (13/05/2008 às<br />

15:37:52 horas).<br />

c) O que significam as letras D e C colocadas após cada um <strong>do</strong>s valores<br />

nesse extrato. (D significa débito e C significa crédito).<br />

d) Qual era o sal<strong>do</strong> inicial de Mariana? (R$ 500,00).<br />

e) Qual era o sal<strong>do</strong> de Mariana no final <strong>do</strong> dia 9? Ele era positivo ou negativo?<br />

Use a sua calcula<strong>do</strong>ra para fazer as contas. (R$ 195,00. Negativo).<br />

f) Qual era o sal<strong>do</strong> de Mariana no final <strong>do</strong> dia 22? Ele era positivo ou negativo?<br />

Use a sua calcula<strong>do</strong>ra para fazer as contas. (R$ 1 281,00. Positivo).<br />

g) O sal<strong>do</strong> de Mariana ficou positivo ou negativo após as operações realizadas<br />

nesse perío<strong>do</strong>? (Positivo).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

292


i) Como é possível que uma pessoa fique com o sal<strong>do</strong> negativo num<br />

banco? (O professor pode comentar com os alunos que, de mo<strong>do</strong> geral,<br />

para um cliente ter sal<strong>do</strong> negativo em um banco é preciso que ele tenha<br />

um “acor<strong>do</strong>” com esse banco, um cheque especial, por exemplo. O cheque<br />

especial é um serviço que os bancos oferecem aos seus clientes, de mo<strong>do</strong><br />

que o saque seja garanti<strong>do</strong> mesmo que ele seja negativo. No entanto, é<br />

bom esclarecer que esse tipo de serviço, quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> implica em pagamento<br />

de juros por parte <strong>do</strong> cliente).<br />

Finalizan<strong>do</strong> essa atividade propor os seguintes exercícios:<br />

1. O <strong>do</strong>no de uma loja resumiu na tabela abaixo o andamento de seus negócios<br />

durante o ano de 2008.<br />

1 o trimestre Ganhos de R$ 3 857,00 por mês.<br />

2 o trimestre Perdas de R$ 730,00 por mês.<br />

3 o trimestre Perdas de R$ 355,00 por mês.<br />

4 o trimestre Ganhos de R$ 2 200,00 por mês.<br />

a) Qual foi o seu balanço final? (R$ 14 916,00).<br />

b) Se no 3 o trimestre, em vez de perdas de R$ 355,00 por mês, ele tivesse<br />

ti<strong>do</strong> perdas de R$ 5 500,00, qual seria o seu balanço final? (− R$ 519,00).<br />

O professor pode incentivar os alunos a usar a calcula<strong>do</strong>ra na resolução<br />

desse exercício, visto que seu objetivo é reforçar a compreensão da adição<br />

de números com sinal.<br />

2. O gráfico mostra os lucros e prejuízos da Mercearia <strong>do</strong> Sr. Pedro, nos<br />

4 primeiros meses <strong>do</strong> ano de 2008, em milhares de reais. Observe-o, e<br />

responda:<br />

(em mil reais)<br />

50<br />

40<br />

30<br />

10<br />

0<br />

-10<br />

-20<br />

-30<br />

LUCROS EPREJUÍZOS DA MERCEARIA<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s hipotéticos<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

293<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

Novembro<br />

Dezembro<br />

a) Em quais meses houve prejuízo? (Outubro e dezembro).<br />

b) Em que mês houve o maior prejuízo? (Outubro).<br />

c) Em que mês houve o maior lucro? (Setembro).<br />

d) Ao fim de 4 meses, houve lucro ou prejuízo? (Lucro). De quanto?<br />

(R$ 30 000,00).


e) Escreva os valores em ordem crescente, começan<strong>do</strong> <strong>do</strong> maior <strong>do</strong>s prejuízos,<br />

até o maior <strong>do</strong>s lucros. (− 20 000< − 10 000 < 20 000 < 40 000)<br />

3. Escreva as operações escritas por extenso em linguagem matemática e<br />

calcule o seu resulta<strong>do</strong>.<br />

a) Somar seis positivo com <strong>do</strong>is positivo. ((+6) + (+2) = +8)<br />

b) Somar três positivo com sete negativo. ((+3) + (−7) = −4)<br />

c) Somar quinze positivo com quinze negativo. ((+15) + (−15) = 0)<br />

d) Somar <strong>do</strong>is negativo com nove positivo. ((−2) + (+9) = +7)<br />

e) Somar oito negativo com vinte negativo. ((−8) + (−20) = −28)<br />

As propriedades das operações devem ser trabalhadas para facilitar o<br />

entendimento das operações. Não há necessidade de citar nomes e muito<br />

menos de decorar. É importante que o aluno perceba, por exemplo, que<br />

(–4) + (+3) = (+3) + (–4) e que essa igualdade pode se escrever da seguinte<br />

maneira: – 4 + 3 = 3 – 4.<br />

ATIVIDADE 2 – SOMANDO NA RETA NUMÉRICA<br />

A atividade proposta tem como objetivo oferecer ao aluno a compreensão<br />

da adição de números com sinal por meio da reta numérica. Para realizá-la,<br />

o professor pode apresentar para os alunos uma situação <strong>do</strong> tipo: suponha<br />

que se coloque na posição inicial da reta numérica um robô. Os coman<strong>do</strong>s<br />

que o robô deve obedecer são +1, +2, +3, ... ou −1, −2, −3, .... sen<strong>do</strong> que<br />

o sinal mais (+) antes <strong>do</strong> número irá indicar que o robô deve andar para a<br />

direita e o sinal menos (−) que o robô deve andar para a esquerda. O número<br />

após o sinal irá indicar quantas unidades o robô deve percorrer.<br />

O professor pode ilustrar todas as situações, ten<strong>do</strong> sempre o cuida<strong>do</strong> de<br />

registrar no quadro as operações indicadas.<br />

Coman<strong>do</strong> + 2:<br />

Coman<strong>do</strong> + 3:<br />

Coman<strong>do</strong> −2:<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

294


Coman<strong>do</strong> −3:<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

(Coman<strong>do</strong> + 2) + (coman<strong>do</strong> +3)<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Os alunos devem observar que a posição final é +5. O professor então registra<br />

no quadro a operação matemática correspondente: (+2) + (+3) = +5.<br />

(Coman<strong>do</strong> −2) + (coman<strong>do</strong> −3)<br />

Posição final: −5<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Operação matemática: (−2) + (−3) = −5.<br />

(Coman<strong>do</strong> +2) + (coman<strong>do</strong> −3)<br />

Posição final: −1<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Operação matemática: (+2) + (−3) = −1.<br />

(Coman<strong>do</strong> −3) + (coman<strong>do</strong> +1)<br />

Posição final: −2<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Operação matemática: (−3) + (+1) = −2.<br />

O professor pode então pedir aos alunos que façam os exercícios abaixo,<br />

ten<strong>do</strong> como objetivo fixar o que foi aprendi<strong>do</strong>.<br />

1. Observan<strong>do</strong> o que foi feito acima, dê o resulta<strong>do</strong> das seguintes operações,<br />

representan<strong>do</strong>-as na reta numérica.<br />

a) (−3) + (−4) (−7). b) (+6) + (−5) (+1).<br />

c) (+2) + (−1) (+1). d) (+ 4,5) + (−5) (−0,5).<br />

e) (+4) + (−4) (0).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

295


2. Escreva <strong>do</strong>is números cuja soma seja:<br />

a) +1 (Por exemplo: 0 e 1). b) −5 (Por exemplo: −2 e −3).<br />

c) 0 (Por exemplo: +4 e −4).<br />

3. Escreva <strong>do</strong>is números de sinais contrários cuja soma seja:<br />

a) +8 (Por exemplo: −1 e +9). b) −3 (Por exemplo: −5 e +2).<br />

c) −10 (Por exemplo: −18 e +8).<br />

4. Faça os cálculos indica<strong>do</strong>s<br />

a) (−20) + (−14) = (−34). b) (−19) + (+12,5) = (–6,5).<br />

c) (+15) + (−15) = (0). d) (+ 1<br />

) + (−6) = (−17<br />

3 3 ).<br />

e) (16,5) + (−8) = (8,5). f) (−25) + (+25) = (0).<br />

g) (−9) + (− 3<br />

4<br />

39<br />

) = (− ). h) (−200) + (− 306) = (−506).<br />

4<br />

i) (− 7) + (− 2) = (−9). j) (−77,2) + (+50,08) = (−27,12).<br />

ATIVIDADE 3 – SUBTRAINDO EM SITUAÇÕES CONCRETAS<br />

A subtração de números com sinal pode ser desenvolvida utilizan<strong>do</strong> temperaturas.<br />

Outras situações tais como sal<strong>do</strong>s bancários, andares de prédio<br />

também podem ser utilizadas a critério <strong>do</strong> professor.<br />

Antes de realizar a atividade, o professor pode relembrar com os alunos<br />

o uso <strong>do</strong> sinal mais (+) para as temperaturas acima de 0o e o uso <strong>do</strong> sinal<br />

menos (−) para as temperaturas abaixo de 0o . Além disso, ele deve informar<br />

ou relembrar com os alunos que a variação de temperatura é dada pela diferença<br />

entre a temperatura final e a temperatura inicial, nessa ordem.<br />

É importante que os resulta<strong>do</strong>s sejam registra<strong>do</strong>s somente depois das<br />

respostas dadas pelos alunos.<br />

Operação matemática Situação relacionada<br />

(+18) − (+10) = +8 Lê-se: Se uma temperatura passa de 10 o<br />

para 18 o , então ela teve um aumento de 8 0 .<br />

(+8) − (+10) = −2 Lê-se: Se uma temperatura passa de 10 o<br />

para 8 o , então ela baixou 2 0 .<br />

(+4) − (−3) = +7 Lê-se: Se uma temperatura passa de −3 o<br />

para 4 o , então ela teve um aumento de 7 o .<br />

O professor pode ilustrar as situações acima, representan<strong>do</strong>-as em um<br />

termômetro.<br />

Observan<strong>do</strong> as operações matemáticas acima, o aluno pode então concluir,<br />

com a ajuda <strong>do</strong> professor, que:<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

296<br />

ENCONTRO 4


subtrair +10 é o mesmo que somar –10, isto é, (+18) − (+10) =<br />

(+18) + (−10) = +8, ou (+8) − (+10) = (+8) + (−10) = −2, ou seja, subtrair<br />

é somar com o oposto.<br />

subtrair −3 é o mesmo que somar +3, isto é, (+4) − (−3) = (+4) +<br />

(+3) = +7, ou seja, subtrair é somar com o oposto.<br />

O professor pode então sintetizar as conclusões em um quadro como o<br />

exemplifica<strong>do</strong> abaixo.<br />

subtração<br />

(+ 9 ) − (+ 5) = (+ 9 ) + (−5 ) = + 4 (+ 6 ) − (− 4) = ( +6 ) + (+ 4 ) = +10<br />

subtração<br />

números<br />

(− 7 ) − (+ 2 ) = (− 7 ) + (−2 ) = − 9 (−5 ) − (−1 ) = (−5) + (+ 1 ) = − 4<br />

números<br />

soma<br />

soma<br />

Em seguida, propor aos alunos os seguintes exercícios:<br />

1. Num dia de inverno, às 10 horas da noite, a temperatura dentro da casa<br />

de Júlia era de 24 o e fora de sua casa, de −5 o . Qual era a diferença de temperatura<br />

entre o interior e o exterior da casa de Júlia? (29 o C).<br />

2. Escreva cada uma das subtrações como soma com o número oposto e<br />

dê o resulta<strong>do</strong>.<br />

a) (+ 8) − (+ 5) (+3). b) (+ 6) − (− 2) (+8).<br />

c) (−10) − (+ 7) (−17). d) (− 9) − (−4) (−5).<br />

3. A tabela abaixo registra as temperaturas máxima e mínima de várias<br />

cidades em certo dia de Julho.<br />

a) Que cidade teve uma variação<br />

de temperatura mais brusca?<br />

(Buenos Aires).<br />

b) De quantos graus foi essa<br />

variação? (190 cidades Máxima Mínima<br />

Atenas 36 25<br />

Lisboa 38 26<br />

Londres 25 18<br />

C).<br />

Madri 38 21<br />

Pequim 28 20<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

297<br />

subtração<br />

subtração<br />

soma<br />

números<br />

números<br />

soma<br />

Buenos Aires 15 −4<br />

Santiago <strong>do</strong> Chile 9 −2


4. Aristóteles, um <strong>do</strong>s filósofos mais influentes de to<strong>do</strong>s os tempos, viveu<br />

entre os anos 106 e 43 a.C.<br />

a) Em que ano ele morreu? (−43).<br />

b) Quantos anos ele viveu: (63 anos).<br />

5. Calcule e escreva o resulta<strong>do</strong>.<br />

a) (+ 6) − (+ 3 ) (+3). b) ( −19 ) − ( + 8,5 ) (−27,5).<br />

c) (+ 6,4) − (+ 3,6) (2,8). d) (−10,8) − (− 5,45) (−5,35).<br />

e) (+ 9,5) − (−7) (16,5). f) (+ 5,24) − (+10) (−4,76).<br />

g) (−7) − (+ 4,58) (−11,58). h) (+ 1 5<br />

) − (− ) (+13<br />

2 3 6 ).<br />

i) (− 2 7<br />

) − (− 7 4<br />

) (41<br />

28<br />

). j) (−12) − (+1) (−13).<br />

6. Leia e complete o seguinte quadra<strong>do</strong>.<br />

2 − 7 = −5<br />

− +<br />

−4 − 1 = −5<br />

= = =<br />

6 + 8 = 14<br />

7. Escreva os sinais correspondentes aos números de cada uma das expressões,<br />

para que os resulta<strong>do</strong>s estejam corretos.<br />

a) ( ...10,2) + ( ...6,5) = +3,7 (+ e −).<br />

b) ( ...6,4) + ( ...7,2) = − 13,6 (− e −).<br />

c) ( ... 18) + ( ... 8,4) = − 9,6 (− e +).<br />

d) ( ... 7,3) + ( ... 2,8) = + 10,1 (+ e +).<br />

ATIVIDADE 4 – SUBTRAINDO NA RETA NUMÉRICA<br />

Assim como na adição de números com sinal, também a subtração pode<br />

ser visualizada por meio da reta numérica. Usan<strong>do</strong> a mesma atividade <strong>do</strong><br />

robô e os coman<strong>do</strong>s que ele deve seguir, o professor pode também ilustrar<br />

as situações relativas à subtração, ten<strong>do</strong> sempre o cuida<strong>do</strong> de registrar no<br />

quadro as operações indicadas.<br />

Antes de iniciar a atividade, o professor deve agora relembrar com os<br />

alunos que o sinal menos antes <strong>do</strong> número indica o oposto desse número.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

298


(Coman<strong>do</strong> +5) − (coman<strong>do</strong> +3)<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Os alunos devem observar que a posição final é +2. O professor então registra<br />

no quadro a operação matemática correspondente: (+5) + (–3) = +2.<br />

(Coman<strong>do</strong> −2) − (coman<strong>do</strong> −3)<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Posição final: +1<br />

Operação matemática: (−2) + (+3) = +1.<br />

(Coman<strong>do</strong> +2) − (coman<strong>do</strong> −3)<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Posição final: +5<br />

Operação matemática: (+2) + (+3) = +5.<br />

(Coman<strong>do</strong> −3) − (coman<strong>do</strong> +1)<br />

Posição final: −4<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

Operação matemática: (−3) + (–1) = −4.<br />

O professor pode então solicitar aos alunos que representem na reta a<br />

operação (−4) − (−3) e dê o seu resulta<strong>do</strong>. (−1).<br />

-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6<br />

ATIVIDADE 5 – RESOLVENDO EXPRESSÕES<br />

Como o aluno já sabe operar com os números inteiros, o professor pode<br />

agora sistematizar essas operações por meio <strong>do</strong> cálculo de expressões.<br />

Vejamos algumas maneiras de se fazer o cálculo de algumas expressões.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

299


Expressão 1: A = (+ 200) + (−75) + (−80) + (+50) + (−30)<br />

Eliminar os parênteses de<br />

acor<strong>do</strong> com as regras de sinais.<br />

Calcular a soma <strong>do</strong>s termos<br />

precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal +.<br />

Calcular a soma <strong>do</strong>s termos<br />

precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal −.<br />

Calcular a diferença entre os <strong>do</strong>is<br />

valores acima.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

A = (+ 200) + (−75) + (−80) + (+50) + (−30)<br />

A = 200 − 75 − 80 + 50 − 30<br />

200 + 50 = 250<br />

75 + 80 + 30 = 185<br />

+250 −185 = + 65<br />

Expressão 2: A = 1 − (6,5 − 2,3) − (5,8 − 12)<br />

Efetuar os cálculos no interior<br />

<strong>do</strong>s parênteses.<br />

Eliminar os parênteses de acor<strong>do</strong><br />

com as regras de sinais e efetuar<br />

as operações na ordem em que<br />

elas aparecem.<br />

<br />

<br />

A = 1 – (6,5 – 2,3) – (5,8 – 12)<br />

A = 1 – (+ 4,2) – (– 6,2)<br />

A = 1 – 4,2 + 6,2<br />

A = –3,2 + 6,2<br />

A = +3<br />

Expressão 3: A = 8 − 3,5 +5 + 7,2 − 5 − 20<br />

Reagrupar + 5 e – 5 <br />

Somar os números 8 e 7,2<br />

precedi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sinal + e os<br />

números 3,5 e 20 precedi<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> sinal – e calcular a diferença<br />

entre os valores obti<strong>do</strong>s<br />

<br />

A = 8 – 3,5 +5 + 7,2 –5 – 20<br />

A = 8 – 3,5 +5 –5 + 7,2 – 20<br />

A = 8 – 3,5 + 7,2 – 20<br />

8 + 7,2 = 15,2 e 3,5 + 20 = 23.5<br />

A = 15,2 – 23,5<br />

A = –8,3<br />

O professor pode pedir que os alunos resolvam os exercícios a seguir<br />

junto com seus colegas e forman<strong>do</strong> grupos de no máximo quatro integrantes.<br />

Eles devem calcular o resulta<strong>do</strong> das expressões e comparar os<br />

resulta<strong>do</strong>s que encontraram com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s outros grupos.<br />

Calcule as seguintes expressões:<br />

Exercício 1:<br />

a) − 22 − 15 + 18 − 5 + 12 − 7 = (−19).<br />

b) − 3,1 + 0,5 − 2,8 − 13,7 – 9 = (−28,1).<br />

c) 26 − 74 − 132 + 14 + 59 − 13 + 120 = (0).<br />

d) +4,5 − 6,8 + 2 + 15 − 2,8 = (11,9).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

300


Exercício 2:<br />

a) (− 3 −7) + ( − 4 + 8) = (−6).<br />

b) − 2 + (3 − 8) − (−3 + 5) = (−9).<br />

c) −(15 − 8) + (− 5 + 9) + ( 6 − 7 − 6) − ( 1 − 3 + 6) = (−14).<br />

d) 16 − (9 −14) + (− 3 + 5) = (23).<br />

a) 1<br />

5<br />

b) 1<br />

2<br />

Exercício 3:<br />

c) −3 − 1<br />

2<br />

− 0,2 + 1<br />

2<br />

− 3 = (–2,5).<br />

− (−3 + 0,2) + (−1 − 1<br />

2<br />

+ (1 − 1<br />

3<br />

) − 2 + 1<br />

2<br />

) = (1,8).<br />

= (− 13<br />

3 ).<br />

Para finalizar o estu<strong>do</strong> desse tema, o professor pode propor aos alunos<br />

atividades desafia<strong>do</strong>ras e interessantes, para fixação <strong>do</strong> mesmo, como as<br />

sugeridas abaixo.<br />

quadra<strong>do</strong>s mágicos<br />

1. O quadra<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> é chama<strong>do</strong> quadra<strong>do</strong> mágico porque<br />

a soma <strong>do</strong>s números de cada linha, de cada coluna<br />

e de cada diagonal é sempre a mesma. Neste caso esta<br />

soma é 15.<br />

–12 16 –4<br />

8 0 –8<br />

4 –16 12<br />

quadra<strong>do</strong>s ordena<strong>do</strong>s<br />

Complete os cinco números que faltam no quadra<strong>do</strong><br />

ao la<strong>do</strong> para que ele seja um quadra<strong>do</strong> mágico.<br />

Este problema foi retira<strong>do</strong> das provas modelo da primeira<br />

Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas –<br />

www.obmep.org.br<br />

Um quadra<strong>do</strong> é ordena<strong>do</strong> se ele contém números coloca<strong>do</strong>s<br />

em ordem crescente quan<strong>do</strong> se percorre as linhas<br />

da esquerda para a direita e as colunas de cima<br />

para baixo.<br />

a) Verifique se o quadra<strong>do</strong> a seguir é ordena<strong>do</strong>.<br />

(Sim).<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

301<br />

4 9 2<br />

3 5 7<br />

8 1 6<br />

1 3 5<br />

2 6 8<br />

4 7 9


15<br />

−2<br />

b) Faça um quadra<strong>do</strong> ordena<strong>do</strong>, completan<strong>do</strong> com<br />

os seguintes números: 0,01; −3,11; −5,1; −3; +4,9;<br />

1,97; 1,79.<br />

JOGOS<br />

1. Jogo <strong>do</strong>s cartões<br />

–3 1,97 4,9<br />

Para os alunos treinarem as operações de adição e subtração, o professor<br />

pode fazer uso <strong>do</strong> seguinte jogo:<br />

Cortam-se vários cartões e escreve-se um número inteiro em cada<br />

um deles, como no exemplo ao la<strong>do</strong>.<br />

Colocam-se esses cartões em uma sacola e cada aluno tira <strong>do</strong>is cartões<br />

da sacola.<br />

De posse <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is cartões, o aluno deve somar os números registra<strong>do</strong>s<br />

nos mesmos.<br />

Se o aluno errar o resulta<strong>do</strong>, o que pode ser conferi<strong>do</strong> pelo professor,<br />

ele passa a vez para o colega e não ganha ponto. Se ele acertar, o professor<br />

registra o resulta<strong>do</strong> correto e o aluno passa a vez para o colega.<br />

Ganha quem obtiver o maior número de pontos.<br />

2. Jogo <strong>do</strong> trevo<br />

Conteú<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong>: Adição e subtração de números inteiros, relação<br />

de ordem entre números inteiros.<br />

Objetivos:<br />

1 – Desenvolver o raciocínio dedutivo.<br />

2 – Trabalhar técnicas de operações com números inteiros.<br />

3 – Promover o trabalho em equipe.<br />

4 – Fixar o conteú<strong>do</strong> aprendi<strong>do</strong>.<br />

Material: Um tabuleiro com 36 casas, 35 fichas conten<strong>do</strong><br />

números inteiros, uma ficha conten<strong>do</strong> um trevo.<br />

Meta: Obter o maior número de pontos.<br />

Regras:<br />

1 – Distribuir as fichas conten<strong>do</strong> números inteiros aleatoriamente pelo<br />

tabuleiro e na casa vazia que sobra coloca-se a ficha que contém o trevo.<br />

2 – Duas ou mais equipes com um ou <strong>do</strong>is integrantes cada jogam alternadamente.<br />

3 – É sorteada a equipe que começará o jogo.<br />

4 – A partir daí, as equipes jogam alternadamente. Cada joga<strong>do</strong>r desloca<br />

a ficha <strong>do</strong> trevo na horizontal ou na vertical, colocan<strong>do</strong>-a no lugar da<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

302<br />

–5,1 –3,11 0,01<br />

-3,01 1,79 2,5


ficha com o número que escolher e tiran<strong>do</strong> a ficha escolhida <strong>do</strong> tabuleiro<br />

para si.<br />

5 – Termina o jogo quan<strong>do</strong> não houver fichas na horizontal ou na vertical<br />

da ficha <strong>do</strong> trevo.<br />

6 – Vence o jogo a equipe ou o joga<strong>do</strong>r que obtiver o maior número de<br />

pontos, depois de efetuada a soma algébrica das fichas retiradas.<br />

questões a serem propostas:<br />

Após o jogo, o professor pode pedir para os alunos que:<br />

Elaborem expressões com 4 ou mais termos, com os números das fichas<br />

<strong>do</strong> jogo, de mo<strong>do</strong> que o resulta<strong>do</strong> seja pré-estabeleci<strong>do</strong> pelo professor.<br />

Identifiquem dentre os números das fichas <strong>do</strong> jogo os números opostos.<br />

Coloquem os números das fichas <strong>do</strong> jogo em ordem crescente ou decrescente.<br />

Efetuem a soma algébrica de to<strong>do</strong>s os números que constam das fichas.<br />

Representem alguns números das fichas <strong>do</strong> jogo numa reta numérica.<br />

Exemplo de números para as fichas: 3, 58, 36, 19, 41, 25, −3, −58,<br />

−36, −19, −41, −25, 23, 7, 32, 52, 13, 44, −23, −7, −32, −13, −44, 2, 11,<br />

20, 31, 40, 51, −8, −15, −22, −46, −34, −54.<br />

ATIVIDADES COM A CALCULADORA<br />

Nas operações de adição e subtração, a máquina de calcular trabalha<br />

com números negativos, sem necessidade de nada especial. Entre as possibilidades<br />

de trabalho com a calcula<strong>do</strong>ra, uma das mais importantes é o<br />

uso da mesma como ferramenta para a investigação matemática.<br />

Assim, o professor pode propor aos alunos uma série de investigações<br />

como as sugeridas abaixo.<br />

1. Pedir que os alunos efetuem as seguintes operações na calcula<strong>do</strong>ra:<br />

+15 +7, −12 −24, +18 −10, −45 + 70, com o objetivo de constatarem ou<br />

descobrirem que:<br />

A soma de <strong>do</strong>is números positivos é sempre um número positivo.<br />

A soma de <strong>do</strong>is números negativos é sempre um número negativo.<br />

A soma de um número positivo com um número negativo pode ser um<br />

número positivo ou negativo.<br />

2. Pedir que os alunos, por exemplo, efetuem a seguinte operação na calcula<strong>do</strong>ra:<br />

(+3)+(−4)=(−4)+(+3), com o objetivo de verificar propriedades<br />

das operações.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

303


BIBLIOGRAFIA<br />

BARBOSA, Maria das Graças Gomes e outros. O Ensino de Geometria na<br />

Escola Fundamental: Três questões para a formação <strong>do</strong> professor <strong>do</strong>s ciclos<br />

iniciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.<br />

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5 a a 8 a séries <strong>do</strong> Ensino Fundamental. Belo Horizonte: Formato, 2002.<br />

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental – MEC. Parâmetros Curriculares<br />

Nacionais – Matemática, vol. 3. Brasília: MEC/SEF, 1997.<br />

CAMPOS, Tânia Maria Men<strong>do</strong>nça e outros. Coleção: Transforman<strong>do</strong> a prática<br />

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CARVALHO, D. L. de. Meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> ensino da Matemática. São Paulo:<br />

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<strong>do</strong>is. A construção da Matemática. São Paulo: Editora FTD, 1997.<br />

MANUAL DO EDUCADOR – ESTUDOS COMPLEMENTARES I<br />

304


Secretaria-Geral<br />

da Presidência<br />

da República<br />

Ministério<br />

da Educação<br />

Ministério<br />

<strong>do</strong> Trabalho<br />

e Emprego<br />

Ministério <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Desenvolvimento<br />

Social e Combate à Fome

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