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Pré-Calculo.

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Prof. Drª Marília Brasil Xavier<br />

REITORA<br />

Profª. Drª. Maria das Graças Silva<br />

VICE-REITORA<br />

Prof. Dr. Ruy Guilherme Castro de Almeida<br />

PRÓ-REITOR DE ENSINO E GRADUAÇÃO<br />

Profª. M.Sc. Maria José de Souza Cravo<br />

DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO<br />

Prof. M.Sc. Antonio Sérgio Santos Oliveira<br />

CHEFE DO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E INFORMÁTICA<br />

Prof. M. Sc. Rubens Vilhena Fonseca<br />

COORDENADOR DO CURSO DE MATEMÁTICA<br />

COORDENADOR DO CURSO DE MATEMÁTICA MODALIDADE A DISTÂNCIA


UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO<br />

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E INFORMÁTICA<br />

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA MODALIDADE A DISTÂNCIA<br />

<strong>Pré</strong>-<strong>Calculo</strong><br />

Rubens Vilhena Fonseca<br />

BELÉM – PARÁ – BRASIL<br />

- 2009 -


MATERIAL DIDÁTICO<br />

ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO<br />

Rubens Vilhena Fonseca<br />

EDITORAÇÃO ELETRONICA<br />

Odivaldo Teixeira Lopes<br />

ARTE FINAL DA CAPA<br />

Odivaldo Teixeira Lopes<br />

REALIZAÇÃO


SUMÁRIO<br />

TEORIA DOS CONJUNTOS ............................................................................................................................ 9<br />

DESIGUALDADES REAIS ............................................................................................................................ 12<br />

NÚMEROS COMPLEXOS ............................................................................................................................ 18<br />

NÚMEROS RACIONAIS .............................................................................................................................. 23<br />

ÁLGEBRA BÁSICA - POTENCIAÇÃO ............................................................................................................ 29<br />

FRAÇÕES ................................................................................................................................................. 34<br />

FRAÇÕES ALGÉBRICAS ............................................................................................................................. 39<br />

POLINÔMIOS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS .................................................................................................... 40<br />

PRODUTOS NOTÁVEIS (33º IDENTIDADES) ................................................................................................ 44<br />

APLICAÇÕES DAS RAZÕES E PROPORÇÕES................................................................................................. 46<br />

REGRAS DE DIVISIBILIDADE ..................................................................................................................... 53<br />

ANÁLISE COMBINATÓRIA ......................................................................................................................... 54<br />

BINÔMIO DE NEWRON .............................................................................................................................. 60<br />

FATORAÇÃO ............................................................................................................................................ 61<br />

EQAÇÕES DO 1º GRAU ............................................................................................................................... 62<br />

ESTUDO DA RETA ..................................................................................................................................... 63<br />

FUNÇÃO QUADRÁTICA (PARÁBOLA) .......................................................................................................... 65<br />

FUNÇÕES REAIS ....................................................................................................................................... 69<br />

FUNÇÕES EXPONENCIAIS .......................................................................................................................... 74<br />

LOGARITMOS ........................................................................................................................................... 78<br />

RELAÇÕES E FUNÇÕES .............................................................................................................................. 81<br />

SEQUÊNCIAS REAIS .................................................................................................................................. 89<br />

GEOMETRIA ESPACIAL: VETORES NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL .................................................................. 97<br />

GEOMETRIA PLANA: VETORES NO PLANO CARTESIANO .............................................................................. 100


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

INTRODUÇÃO AOS CONJUNTOS<br />

TEORIA DOS CONJUNTOS<br />

Introdução aos conjuntos<br />

Alguns conceitos primitivos<br />

Algumas notações p/ conjuntos<br />

Subconjuntos<br />

Alguns conjuntos especiais<br />

Reunião de conjuntos<br />

N<br />

o estudo de Conjuntos, trabalhamos com<br />

alguns conceitos primitivos, que devem ser<br />

entendidos e aceitos sem definição. Para<br />

um estudo mais aprofundado sobre a Teoria dos<br />

Conjuntos, pode-se ler: Naive Set Theory, P.Halmos<br />

ou Axiomatic Set Theory, P.Suppes. O primeiro<br />

deles foi traduzido para o português sob o título<br />

(nada ingênuo de): Teoria Ingênua dos Conjuntos.<br />

Alguns conceitos primitivos<br />

Conjunto: representa uma coleção de objetos.<br />

a. O conjunto de todos os brasileiros.<br />

b. O conjunto de todos os números naturais.<br />

c. O conjunto de todos os números reais tal que<br />

x²-4=0.<br />

Em geral, um conjunto é denotado por uma letra<br />

maiúscula do alfabeto: A, B, C, ..., Z.<br />

Elemento: é um dos componentes de um conjunto.<br />

a. José da Silva é um elemento do conjunto dos<br />

brasileiros.<br />

b. 1 é um elemento do conjunto dos números<br />

naturais.<br />

c. -2 é um elemento do conjunto dos números<br />

reais que satisfaz à equação x²-4=0.<br />

Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado<br />

por uma letra minúscula do alfabeto: a, b, c, ..., z.<br />

Pertinência: é a característica associada a um<br />

elemento que faz parte de um conjunto.<br />

a. José da Silva pertence ao conjunto dos<br />

brasileiros.<br />

b. 1 pertence ao conjunto dos números naturais.<br />

c. -2 pertence ao conjunto de números reais que<br />

satisfaz à equação x²-4=0.<br />

9<br />

Interseção de conjuntos<br />

Propriedades dos conjuntos<br />

Diferença de conjuntos<br />

Complemento de um conjunto<br />

Leis de Augustus de Morgan<br />

Diferença Simétrica<br />

Símbolo de pertinência: Se um elemento pertence<br />

a um conjunto utilizamos o símbolo que se lê:<br />

"pertence".<br />

Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1<br />

pertence ao conjunto dos números naturais,<br />

escrevemos:<br />

1 N<br />

Para afirmar que 0 não é um número natural ou que<br />

0 não pertence ao conjunto dos números naturais,<br />

escrevemos:<br />

0 N<br />

Um símbolo matemático muito usado para a<br />

negação é a barra / traçada sobre o símbolo normal.<br />

ALGUMAS NOTAÇÕES PARA<br />

CONJUNTOS<br />

Muitas vezes, um conjunto é representado com os<br />

seus elementos dentro de duas chaves { e } através<br />

de duas formas básicas e de uma terceira forma<br />

geométrica:<br />

Apresentação: Os elementos do conjunto estão<br />

dentro de duas chaves { e }.<br />

a. A={a,e,i,o,u}<br />

b. N={1,2,3,4,...}<br />

c. M={João,Maria,José}<br />

Descrição: O conjunto é descrito por uma ou mais<br />

propriedades.<br />

a. A={x: x é uma vogal}<br />

b. N={x: x é um número natural}<br />

c. M={x: x é uma pessoa da família de Maria}<br />

Diagrama de Venn-Euler: (lê-se: "Ven-óiler") Os<br />

conjuntos são mostrados graficamente.


SUBCONJUNTOS<br />

Dados os conjuntos A e B, diz-se que A está<br />

contido em B, denotado por A B, se todos os<br />

elementos de A também estão em B. Algumas<br />

vezes diremos que um conjunto A está<br />

propriamente contido em B, quando o conjunto B,<br />

além de conter os elementos de A, contém também<br />

outros elementos. O conjunto A é denominado<br />

subconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto<br />

que contém A.<br />

ALGUNS CONJUNTOS ESPECIAIS<br />

Conjunto vazio: É um conjunto que não possui<br />

elementos. É representado por { } ou por Ø. O<br />

conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.<br />

Conjunto universo: É um conjunto que contém<br />

todos os elementos do contexto no qual estamos<br />

trabalhando e também contém todos os conjuntos<br />

desse contexto. O conjunto universo é representado<br />

por uma letra U. Na sequência não mais usaremos o<br />

conjunto universo.<br />

REUNIÃO DE CONJUNTOS<br />

A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de<br />

todos os elementos que pertencem ao conjunto A<br />

ou ao conjunto B.<br />

A B = { x: x A ou x B }<br />

Exemplo: Se A = {a,e,i,o} e B = {3,4} então<br />

A B = {a,e,i,o,3,4}.<br />

INTERSEÇÃO DE CONJUNTOS<br />

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de<br />

todos os elementos que pertencem ao conjunto A e<br />

ao conjunto B.<br />

A B = { x: x A e x B }<br />

Exemplo: Se A={a,e,i,o,u} e B={1,2,3,4} então<br />

A B=Ø.<br />

Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o<br />

conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos são<br />

disjuntos.<br />

PROPRIEDADES DOS CONJUNTOS<br />

1. Fechamento: Quaisquer que sejam os<br />

conjuntos A e B, a reunião de A e B, denotada<br />

10<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

por A B e a interseção de A e B, denotada<br />

por A B, ainda são conjuntos no universo.<br />

2. Reflexiva: Qualquer que seja o conjunto A,<br />

tem-se que:<br />

A A = A e A A = A<br />

3. Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A<br />

e B, tem-se que:<br />

A A B, B A B,<br />

A B A, A B B<br />

4. Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os<br />

conjuntos A e B, tem-se que:<br />

A B equivale a A B = B<br />

A B equivale a A B = A<br />

5. Associativa: Quaisquer que sejam os conjuntos<br />

A, B e C, tem-se que:<br />

A (B C) = (A B) C<br />

A (B C) = (A B) C<br />

6. Comutativa: Quaisquer que sejam os<br />

conjuntos A e B, tem-se que:<br />

A B = B A<br />

A B = B A<br />

7. Elemento neutro para a reunião: O conjunto<br />

vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de<br />

conjuntos, tal que para todo conjunto A, se<br />

tem:<br />

A Ø = A<br />

8. Elemento "nulo" para a interseção: A<br />

interseção do conjunto vazio Ø com qualquer<br />

outro conjunto A, fornece o próprio conjunto<br />

vazio.<br />

A Ø = Ø<br />

9. Elemento neutro para a interseção: O<br />

conjunto universo U é o elemento neutro para a<br />

interseção de conjuntos, tal que para todo<br />

conjunto A, se tem:<br />

A U = A<br />

10. Distributiva: Quaisquer que sejam os<br />

conjuntos A, B e C, tem-se que:<br />

A (B C ) = (A B) (A C)<br />

A (B C) = (A B) (A C)<br />

Os gráficos abaixo mostram a distributividade.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

DIFERENÇA DE CONJUNTOS<br />

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto<br />

de todos os elementos que pertencem ao conjunto A<br />

e não pertencem ao conjunto B.<br />

A-B = {x: x A e x B}<br />

Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista<br />

como:<br />

COMPLEMENTO DE UM CONJUNTO<br />

O complemento do conjunto B contido no conjunto<br />

A, denotado por CAB, é a diferença entre os<br />

conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os<br />

elementos que pertencem ao conjunto A e não<br />

pertencem ao conjunto B.<br />

CAB = A-B = {x: x A e x B}<br />

Graficamente, o complemento do conjunto B no<br />

conjunto A, é dado por:<br />

Quando não há dúvida sobre o universo U em que<br />

estamos trabalhando, simplesmente utilizamos a<br />

letra c posta como expoente no conjunto, para<br />

indicar o complemento deste conjunto. Muitas<br />

vezes usamos a palavra complementar no lugar de<br />

complemento.<br />

Exemplos: Ø c = U e U c = Ø.<br />

LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN<br />

1. O complementar da reunião de dois conjuntos<br />

A e B é a interseção dos complementares<br />

desses conjuntos.<br />

(A B) c = A c B c<br />

11<br />

2. O complementar da reunião de uma coleção<br />

finita de conjuntos é a interseção dos<br />

complementares desses conjuntos.<br />

(A1 A2 ... An) c = A1 c A2 c ... An c<br />

3. O complementar da interseção de dois<br />

conjuntos A e B é a reunião dos<br />

complementares desses conjuntos.<br />

(A B) c = A c B c<br />

4. O complementar da interseção de uma coleção<br />

finita de conjuntos é a reunião dos<br />

complementares desses conjuntos.<br />

(A1 A2 ... An) c = A1 c A2 c ... An c<br />

DIFERENÇA SIMÉTRICA<br />

A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o<br />

conjunto de todos os elementos que pertencem à<br />

reunião dos conjuntos A e B e não pertencem à<br />

interseção dos conjuntos A e B.<br />

A B = {x: x A B e x A B}<br />

O diagrama de Venn-Euler para a diferença<br />

simétrica é:<br />

Exercício: Dados os conjuntos A, B e C, pode-se<br />

mostrar que:<br />

1. A = Ø se, e somente se, B = A B.<br />

2. O conjunto vazio é o elemento neutro para a<br />

operação de diferença simétrica. Usar o ítem<br />

anterior.<br />

3. A diferença simétrica é comutativa.<br />

4. A diferença simétrica é associativa.<br />

5. A A = Ø (conjunto vazio).<br />

6. A interseção entre A e B C é distributiva, isto<br />

é:<br />

A (B C) = (A B) (A C)<br />

7. A B está contida na reunião de A C e de B<br />

C, mas esta inclusão é própria, isto é:<br />

A B (A C) (B C)


O SISTEMA ORDENADO<br />

DOS NÚMEROS REAIS<br />

DESIGUALDADES REAIS<br />

Sistema ordenado de N os . reais<br />

Reta numerada<br />

Relação de ordem sobre R<br />

Módulo de um número real<br />

Desigualdades reais<br />

Multiplicação de desigualdade<br />

Conjunto solução<br />

Desigualdades equivalentes<br />

Sistema de desigualdades<br />

Desigualdades da Matemática<br />

T<br />

rabalhar com desigualdades é muito<br />

importante em Matemática, mas são<br />

necessários alguns conceitos de ordem sobre<br />

o conjunto R dos números reais para dar<br />

sentido ao estudo de desigualdades. Nosso trabalho<br />

admite que você já sabe o que é um número real e<br />

que também já conhece as principais propriedades<br />

dos reais.<br />

O conjunto R dos números reais pode ser<br />

construído a partir dos 11 postulados (afirmações<br />

aceitas sem demonstração) listados abaixo:<br />

1. Fecho aditivo: Para quaisquer a R e b R, a<br />

soma de a e b, indicada por a+b, também é um<br />

elemento de R.<br />

2. Associatividade aditiva: Para quaisquer a R,<br />

b R e c R, tem-se que (a+b)+c=a+(b+c).<br />

3. Comutatividade aditiva: Para quaisquer aR<br />

e bR, tem-se que a+b=b+a.<br />

4. Elemento neutro aditivo: Existe 0R,<br />

denominado zero, tal que 0+a=a, para todo<br />

aR.<br />

5. Elemento oposto: Para cada a R, existe –a<br />

R tal que a+(-a)=0.<br />

6. Fecho multiplicativo: Para quaisquer aR e<br />

bR, o produto (ou multiplicação) de a e b,<br />

indicado por a×b, por a.b ou simplesmente por<br />

ab, também é um elemento de R.<br />

7. Associatividade multiplicativa: Para<br />

quaisquer aR, bR e cR, tem-se que<br />

(a.b).c=a.(b.c).<br />

8. Comutatividade multiplicativa: Para<br />

quaisquer aR e bR, tem-se que a.b=b.a.<br />

12<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Principais tipos de desigualdades<br />

Desigualdade linear<br />

Desigualdade quadrática<br />

Desigualdade com fração linear (I)<br />

Desig. com produto de fatores<br />

Desig. produto/quociente de fatores<br />

Desigualdade com fração linear (II)<br />

Desigualdade irracional<br />

Desigualdade modular<br />

Desigualdade exponencial<br />

9. Elemento neutro multiplicativo: Existe 1R,<br />

denominado um, tal que 1.a=a, qualquer que<br />

seja aR.<br />

10. Elemento inverso: Para cada aR, sendo a<br />

diferente de zero, existe a -1 R tal que a.a -1 = 1.<br />

É bastante comum usar a -1 = 1/a.<br />

11. Distributividade: Quaisquer que sejam aR,<br />

bR e cR, tem-se que a.(b+c) = a.b + a.c.<br />

Exercícios: Usando apenas os postulados acima, é<br />

possível demonstrar que:<br />

1. Se a=b então a+c=b+c para todo cR.<br />

2. A equação x + a = b possui uma única solução<br />

x = b + (-a).<br />

3. A equação x + a = a possui somente a solução<br />

x = 0.<br />

4. 0 + 0 = 0<br />

5. -(-a) = a para todo aR.<br />

6. Se a = b então a.c = b.c para todo cR.<br />

7. Se a ≠ 0, a equação a.x = b possui uma única<br />

solução, dada por x = a -1 .b.<br />

8. Se a ≠ 0, a equação a.x = a possui somente a<br />

solução x = 1.<br />

9. 1.1 = 1<br />

10. Se aR com a ≠ 0, então (a -1 ) -1 = a.<br />

11. Para todo aR, tem-se que a.0 = 0.<br />

12. 0.0 = 0<br />

13. Se a.b = 0, então a = 0 ou b = 0.<br />

14. Para quaisquer aR e bR tem-se que (-a).b =-<br />

(a.b).<br />

15. Para quaisquer aR e bR tem-se que (-a) . (b)<br />

= a . b.<br />

16. Para quaisquer aR e bR tem-se que a -1 .b -1 =<br />

(b.a) -1 .


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

A RETA NUMERADA<br />

Geometricamente, a reta real pode ser vista como<br />

uma linha reta horizontal tendo a origem em um<br />

ponto O. Ao marcar um outro ponto U,<br />

determinamos um segmento de reta OU e assim o<br />

sentido de O para U é tomado como positivo e o<br />

sentido contrário como negativo.<br />

___________O__________U___________<br />

A origem O recebe o valor zero, que é o elemento<br />

neutro da adição. O segmento OU deve medir uma<br />

unidade, indicada por 1, que é o elemento neutro da<br />

multiplicação.<br />

___________0__________1___________<br />

RELAÇÃO DE ORDEM SOBRE R<br />

Construiremos agora uma relação de ordem. Para<br />

dois números reais a e b, escrevemos aa para<br />

significar que "b é maior do que a". Esta situação<br />

ocorre quando o número a está localizado à<br />

esquerda do número b na reta numerada.<br />

___________a__________b___________<br />

Dizemos que c é positivo se c>0. Do ponto de vista<br />

geométrico, c deve ser marcado à direita de 0.<br />

___________0__________c___________<br />

Esta relação de ordem satisfaz a uma série de<br />

axiomas (objetos matemáticos que são aceitos sem<br />

demonstração), conhecidos como axiomas de<br />

ordem:<br />

1. Tricotomia: Para quaisquer números reais a e<br />

b, somente pode valer uma das três situações<br />

abaixo:<br />

ab<br />

2. Translação: Se a < b então a + c < b + c para<br />

todo c em R.<br />

______a______b______a+c____b+c______<br />

3. Positividade: Se a0 então a.c 0 a.f(x) > 0<br />

f(x) ≤ 0 a > 0 a.f(x) ≤ 0<br />

f(x) ≥ 0 a > 0 a.f(x) ≥ 0<br />

Desigualdade Sinal Produto<br />

f(x) < 0 a < 0 a.f(x) > 0<br />

f(x) > 0 a < 0 a.f(x) < 0<br />

f(x) ≥ 0 a < 0 a.f(x) ≤ 0<br />

f(x) ≥ 0 a < 0 a.f(x) ≤ 0


CONJUNTO SOLUÇÃO DE UMA<br />

DESIGUALDADE<br />

Em uma desigualdade, o que interessa é obtermos o<br />

conjunto solução, que é o conjunto de todos os<br />

números reais para os quais vale a desigualdade.<br />

Para a desigualdade f(x) 0<br />

pois seus conjuntos soluções coincidem, isto é:<br />

S = {x R: x < 2} = (- , 2]<br />

Observação: Para construir o conjunto solução de<br />

uma desigualdade da forma f(x) 20<br />

é S = {xR: x > 20} = (20,), que é a interseção<br />

dos conjuntos soluções das duas desigualdades.<br />

DESIGUALDADES DA MATEMÁTICA<br />

Desigualdades triangulares: Para quaisquer<br />

números reais a e b, tem-se que:<br />

a. |a+b| ≤ |a|+|b|<br />

b. |a-b| ≤ |a|+|b|<br />

c. |a|-|b| ≤ |a-b|<br />

d. ||a|-|b|| ≤ |a-b|<br />

Desigualdades entre médias: Para quaisquer<br />

números reais positivos a e b, tem-se que:<br />

sendo que o termo à esquerda é a média harmônica,<br />

o termo do meio é a média geométrica e o termo à<br />

direita é a média aritmética entre a e b.<br />

Para aprender mais sobre médias e desigualdades,<br />

veja nossos links sobre Máximos e mínimos nesta<br />

Página Matemática Essencial.<br />

PRINCIPAIS TIPOS DE DESIGUALDADES<br />

Existem alguns tipos mais comuns de desigualdades<br />

com números reais. Na sequência, apresentaremos<br />

as formas possíveis e os seus respectivos conjuntos<br />

soluções para os seguintes tipos: Linear,<br />

Quadrática, Fração linear, Produto de fatores,<br />

Produto e quociente de fatores, uma forma<br />

alternativa de Fração linear, Irracional, Modular e<br />

Exponencial<br />

DESIGUALDADE LINEAR<br />

O nome linear provém do fato que a equação da<br />

reta no plano, quase sempre pode ser escrita na<br />

forma y=ax+b. Existem 8 tipos básicos de<br />

desigualdades lineares<br />

ax + b < 0, ax + b> 0, ax + b ≤ 0, ax + b ≥ 0<br />

cujos conjuntos soluções dependem fortemente da<br />

solução (raiz) de ax+b=0.<br />

Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />

ax+b0 S=(-,-b/a)<br />

ax+b>0 a>0 S=(-b/a, )<br />

ax+b0 S=(-,-b/a]


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

ax+b>0 a>0 S=[-b/a, )<br />

Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />

ax+b0 S=(-,r]U[s, )<br />

2. possui somente a raiz real dupla r<br />

Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />

ax²+bx+c0 S={ }= <br />

ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,r)U(r, )<br />

ax²+bx+c0 S={r}<br />

ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,)<br />

3. não possui raízes reais<br />

Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />

ax²+bx+c0 S={ }= <br />

ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,)<br />

15<br />

ax²+bx+c0 S={ }=<br />

ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,)<br />

4. possui raízes reais r e s com r


Sabemos que cx+d > 0 ou cx+d0. Ao<br />

multiplicar a fração linear por (cx+d)²>0,<br />

eliminaremos a fração e passaremos a ter<br />

(cx+d) (ax+b) < p (cx+d)²<br />

Passando as expressões algébricas para o primeiro<br />

membro, obteremos<br />

(cx+d) [(ax+b) - p(cx+d)] < 0<br />

que ainda pode ser escrita na forma<br />

(cx+d) (mx+n) < 0<br />

onde m=a-pc e n=b-pd. Após as simplificações<br />

possíveis, obtemos uma desigualdade linear ou<br />

quadrática, como o produto de dois fatores lineares.<br />

DESIGUALDADE COM PRODUTO DE<br />

FATORES LINEARES<br />

Se uma desigualdade possui um produto de fatores<br />

lineares, existe o método dos intervalos que facilita<br />

a obtenção do conjunto solução. Iremos mostrar<br />

com um exemplo como funciona este método.<br />

Exemplo: Seja a desigualdade<br />

2(x+3) (x-5) (x-7) > 0<br />

Decompomos a desigualdade acima em três<br />

desigualdades lineares, obter a raiz da expressão<br />

algébrica de cada desigualdade linear, analisar o<br />

sinal de cada uma delas separadamente e realizar o<br />

"produto dos sinais". As raízes das equações<br />

associadas às desigualdades lineares são r = -3, s =<br />

5 e t = 7. A reta R será decomposta em 4 intervalos.<br />

Desigualdade (-,-3) (-3,5) (5,7) (7,)<br />

x+3 - + + +<br />

x-5 - - + +<br />

x-7 - - - +<br />

Produto - + - +<br />

Como o produto dos fatores deve ser positivo, o<br />

conjunto solução é S = (-3,5) (7,).<br />

DESIGUALDADE COM PRODUTO E<br />

QUOCIENTE DE FATORES LINEARES<br />

Quando uma desigualdade possui produtos,<br />

divisões de fatores lineares, ou ambos, o método<br />

dos intervalos facilita a obtenção do conjunto<br />

solução. Mostraremos de novo com um exemplo<br />

16<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Exemplo: Seja a desigualdade<br />

De novo, decompomos esta desigualdade em três<br />

desigualdades lineares, obtemos a raiz de cada<br />

expressão algébrica da desigualdade linear,<br />

analisamos cada uma delas separadamente e<br />

realizamos as operações de produto de sinais ou<br />

divisão de sinais ou ambos<br />

Desigualdade (-,-3) (-3,5) (5,7) (7, )<br />

x+3 - + + +<br />

x-5 - - + +<br />

x-7 - - - +<br />

Produto/Divisão - + - +<br />

O conjunto solução é S = (-3,5) U (7, )<br />

DESIGUALDADE COM<br />

FRAÇÃO LINEAR (II)<br />

Seja uma desigualdade que é uma fração linear,<br />

como por exemplo<br />

que pode ser escrita na forma<br />

(cx + d) (mx + n) < 0<br />

onde m=a–pc e n = b – pd. Os zeros da função<br />

f(x) = (cx+d) (mx+n) = c.m.(x+d/c) (x+n/m)<br />

são r=-d/c e s=-n/m. Admitindo que r 0 o conjunto solução será S = (r,s), mas se<br />

c.m < 0 o conjunto solução deverá ser S = (-, r) U<br />

(s, ).


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Exemplo: Seja a desigualdade<br />

Multiplicando a desigualdade acima por (3x+11)²,<br />

obtemos:<br />

isto é<br />

ou seja<br />

(2x+7) (3x+11) < 2 (3x+11)²<br />

(3x+11) [(2x+7) - 2(3x+11)] < 0<br />

(3x+11) (-4x-15) < 0<br />

Pondo os números 3 e 4 em evidência, obtemos<br />

-12 (x+11/3) (x+15/4) < 0<br />

Multiplicando esta última desigualdade por -1/12,<br />

obtemos<br />

(x+11/3) (x+15/4) > 0<br />

A função f(x) = (x+11/3) (x+15/4) se anula para<br />

r = -11/3 e s = -15/4.<br />

Desigualdade (-,-15/4) (-15/4,-11/3) (-11/3, )<br />

x+11/3 - - +<br />

x+15/4 - + +<br />

Produto + - +<br />

O conjunto solução é S = (-,-15/4) U (-11/3,).<br />

DESIGUALDADE IRRACIONAL<br />

É um tipo de desigualdade que contém expressões<br />

algébricas sob um ou mais radicais. Existem muitas<br />

situações possíveis, mas só usaremos o sinal0, será<br />

indicada por R[z], para reduzir a inserção de<br />

gráficos na página.<br />

Exemplo: O conjunto solução da desigualdade<br />

R[2x+3]+R[x-3]


DESIGUALDADE EXPONENCIAL<br />

São desigualdades onde aparecem funções nos<br />

expoentes e as bases das potências devem ser<br />

números positivos diferentes de 1, condição<br />

importante, pois só podemos definir logaritmos<br />

reais com as bases tendo tais valores. Existe uma<br />

infinidade de casos, mas apenas apresentaremos<br />

dois casos com o sinal ><br />

a x b, a f(x) b<br />

Exemplo: Podemos obter o conjunto solução da<br />

desigualdade<br />

2 4x-3 8<br />

primeiro pela simplificação à forma<br />

2 4x-3 2³<br />

A função f(x)=log2(x), (logaritmo de x na base 2) é<br />

crescente para todo x positivo e a sua aplicação a<br />

INTRODUÇÃO AOS NÚMEROS<br />

COMPLEXOS<br />

18<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

ambos os membros da desigualdade, nos garante<br />

que<br />

que é equivalente a<br />

4x-3 3<br />

x 3/2<br />

Assim, o conjunto solução é<br />

NÚMEROS COMPLEXOS<br />

Introdução aos N os . complexos<br />

Definição de número complexo<br />

Elementos especiais<br />

Operações básicas<br />

Potências e curiosidade sobre i<br />

O inverso de um n o . complexo<br />

Diferença e divisão de complexos<br />

N<br />

a resolução de uma equação algébrica, um<br />

fator fundamental é o conjunto universo<br />

que representa o contexto onde poderemos<br />

encontrar as soluções. Por exemplo, se estivermos<br />

trabalhando no conjunto dos números racionais, a<br />

equação 2x+7=0, terá uma única solução dada por<br />

x=-7/2. assim, o conjunto solução será:<br />

S = { 7/2 }<br />

mas, se estivermos procurando por um número<br />

inteiro como resposta, o conjunto solução será o<br />

conjunto vazio, isto é:<br />

S = Ø = { }<br />

De forma análoga, ao tentar obter o conjunto<br />

solução para a equação x 2 +1=0 sobre o conjunto<br />

dos números reais, obteremos como resposta o<br />

conjunto vazio, isto é:<br />

S = Ø = { }<br />

S = {x em R: x 3/2}<br />

Exemplo: Obtemos o conjunto solução da<br />

desigualdade<br />

2 (x-3)(x-4) > 1<br />

pela aplicação da função logaritmo de base 2 a<br />

ambos os membros da desigualdade. Dessa forma<br />

(x-3) (x-4) > 0<br />

O conjunto solução é S={x R: x < 3 ou x > 4}.<br />

Representação geométrica<br />

Módulo e argumento de complexo<br />

Forma polar e sua multiplicação<br />

Potências na forma polar<br />

Raiz quarta de um complexo<br />

Raiz n-ésima de um complexo<br />

Número complexo como matriz<br />

o que significa que não existe um número real que<br />

elevado ao quadrado seja igual a -1, mas se<br />

seguirmos o desenvolvimento da equação pelos<br />

métodos comuns, obteremos:<br />

x = R[-1] =<br />

onde R[-1] é a raiz quadrada do número real -1. Isto<br />

parece não ter significado prático e foi por esta<br />

razão que este número foi chamado imaginário, mas<br />

o simples fato de substituir R[-1] pela letra i<br />

(unidade imaginária) e realizar operações como se<br />

estes números fossem polinômios, faz com que uma<br />

série de situações tanto na Matemática como na<br />

vida, tenham sentido prático de grande utilidade e<br />

isto nos leva à teoria dos números complexos.<br />

DEFINIÇÃO DE NÚMERO COMPLEXO<br />

Número complexo é todo número que pode ser<br />

escrito na forma<br />

z = a + b i<br />

onde a e b são números reais e i é a unidade<br />

imaginária. O número real a é a parte real do


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

número complexo z e o número real b é a parte<br />

imaginária do número complexo z, denotadas por:<br />

a = Re(z) e b = Im(z)<br />

Exemplos de tais números são apresentados na<br />

tabela.<br />

Número<br />

complexo<br />

Parte real<br />

Parte<br />

imaginária<br />

2 + 3 i 2 3<br />

2 - 3 i 2 -3<br />

2 2 0<br />

3 i 0 3<br />

-3 i 0 -3<br />

0 0 0<br />

Observação: O conjunto de todos os números<br />

complexos é denotado pela letra C e o conjunto dos<br />

números reais pela letra R. Como todo número real<br />

x pode ser escrito como um número complexo da<br />

forma z=x+yi, onde y=0 então assumiremos que o<br />

conjunto dos números reais está contido no<br />

conjunto dos números complexos.<br />

ELEMENTOS COMPLEXOS ESPECIAIS<br />

1. Igualdade de números complexos: Dados os<br />

números complexos z=a+bi e w=c+di,<br />

definimos a igualdade entre z e w, escrevendo<br />

z = w se, e somente se, a = c e b = d<br />

Para que os números complexos z = 2 + yi e<br />

w = c + 3i sejam iguais, deveremos ter que<br />

c = 2 e y = 3.<br />

2. Oposto de um número complexo: O oposto<br />

do número complexo z = a + bi é o número<br />

complexo denotado por –z =- (a+bi), isto é:<br />

-z = Oposto(a+bi) = (-a) + (-b)i<br />

O oposto de z = -2 + 3i é o número complexo<br />

–z = 2 -3i.<br />

3. Conjugado de um número complexo: O<br />

número complexo conjugado de z = a + bi é o<br />

número complexo denotado por z*=a-bi, isto é:<br />

z* = conjugado (a+bi) = a + (-b)i<br />

O conjugado de z = 2 – 3i é o número<br />

complexo z* = 2 + 3i.<br />

OPERAÇÕES BÁSICAS COM NÚMEROS<br />

COMPLEXOS<br />

19<br />

Dados os números complexos z=a+bi e w=c+di,<br />

podemos definir duas operações fundamentais,<br />

adição e produto, agindo sobre eles da seguinte<br />

forma:<br />

z+w = (a+bi) + (c+di) = (a+c) + (b+d)i<br />

z.w = (a+bi).(c+di) = (ac-bd) + (ad+bc)i<br />

Observação: Tais operações lembram as operações<br />

com expressões polinomiais, pois a adição é<br />

realizada de uma forma semelhante, isto é: (a+bx) +<br />

(c+dx) = (a+c) + (b+d)x e a multiplicação<br />

(a+bx).(c+dx), é realizada através de um algoritmo<br />

que aparece na forma:<br />

a + b x<br />

c + d x X<br />

ac + bcx<br />

adx + bdx²<br />

ac + (bc+ad)x + bdx²<br />

de forma que devemos substituir x 2 por -1.<br />

Exemplos:<br />

1. Se z=2+3i e w=4-6i, então z+w=(2+3i)+(4-<br />

6i)=6-3i.<br />

2. Se z=2+3i e w=4-6i, então z.w=(2+3i).(4-6i)=-<br />

4+0i.<br />

POTÊNCIAS E CURIOSIDADE SOBRE A<br />

UNIDADE IMAGINÁRIA<br />

Potências de i: Ao tomar i=R[-1], temos uma<br />

sequência de valores muito simples para as<br />

potências de i:<br />

Potência i 2 i 3 i 4 i 5 i 6 i 7 i 8 i 9<br />

Valor -1 -i 1 i -1 -i 1 i<br />

Pela tabela acima podemos observar que as<br />

potência de i cujos expoentes são múltiplos de 4,<br />

fornecem o resultado 1, logo toda potência de i<br />

pode ter o expoente decomposto em um múltiplo de<br />

4 mais um resto que poderá ser 0, 1, 2 ou 3. Dessa<br />

forma podemos calcular rapidamente qualquer<br />

potência de i, apenas conhecendo o resto da divisão<br />

do expoente por 4.<br />

Exercício: Calcular os valores dos números<br />

complexos: i 402 , i 4033 e i 1998 . Como exemplo:<br />

i 402 =i 400 .i 2 = 1.(-1) = -1<br />

Curiosidade geométrica sobre i: Ao pensar um<br />

número complexo z=a+bi como um vetor z=(a,b)<br />

no plano cartesiano, a multiplicação de um número<br />

complexo z=a+bi pela unidade imaginária i, resulta<br />

em um outro número complexo w=-b+ai, que forma


um ângulo reto (90 graus) com o número complexo<br />

z=a+bi dado.<br />

Exercício: Tomar um número complexo z,<br />

multiplicar por i para obter z1=i.z, depois<br />

multiplicar o resultado z1 por i para obter z2=i.z1.<br />

Continue multiplicando os resultados obtidos por i<br />

até ficar cansado ou então use a inteligência para<br />

descobrir algum fato geométrico significativo neste<br />

contexto. Após constatar que você é inteligente,<br />

faça um desenho no plano cartesiano contendo os<br />

resultados das multiplicações.<br />

O INVERSO DE UM NÚMERO COMPLEXO<br />

Dado o número complexo z=a+bi, não nulo (a ou b<br />

deve ser diferente de zero) definimos o inverso de z<br />

como o número z -1 =u+iv, tal que<br />

z . z -1 = 1<br />

O produto de z pelo seu inverso z-1 deve ser igual a<br />

1, isto é:<br />

(a+bi).(u+iv) = (au-bv)+(av+bu)i = 1 = 1+0.i<br />

o que nos leva a um sistema com duas equações e<br />

duas incógnitas:<br />

a u - b v = 1<br />

b u + a v = 0<br />

Este sistema pode ser resolvido pela regra de<br />

Cramér e possui uma única solução (pois a ou b são<br />

diferentes de zero), fornecendo:<br />

u = a/(a2+b2)<br />

v = -b/(a2+b2)<br />

assim, o inverso do número complexo z=a+bi é:<br />

Obtenção do inverso de um número complexo: Para<br />

obter o inverso de um número complexo, por<br />

exemplo, o inverso de z=5+12i, deve-se:<br />

Escrever o inverso desejado na forma de uma<br />

fração<br />

Multiplicar o numerador e o denominador da fração<br />

pelo conjugado de z<br />

20<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Lembrar que i2 = -1, simplificar os números<br />

complexos pela redução dos termos semelhantes,<br />

para obter<br />

DIFERENÇA E DIVISÃO DE NÚMEROS<br />

COMPLEXOS<br />

Diferença de números complexos: A diferença entre<br />

os números complexos z=a+bi e w=c+di é o<br />

número complexo obtido pela soma entre z e -w,<br />

isto é: z-w=z+(-w).<br />

Exemplo: A diferença entre os complexos z=2+3i e<br />

w=5+12i é z-w=(2+3i)+(-5-12i)=(2-5)+(3-12)i=-3-<br />

9i.<br />

Divisão de números complexos: A divisão entre os<br />

números complexos z=a+bi e w=c+di (w não nulo)<br />

é definida como o número complexo obtido pelo<br />

produto entre z e w-1, isto é: z/w=z.w-1.<br />

Exemplo: Para dividir o número complexo z=2+3i<br />

por w=5+12i, basta multiplicar o numerador e o<br />

denominador da fração z/w pelo conjugado de w:<br />

REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA<br />

DE UM NÚMERO COMPLEXO<br />

Um número complexo da forma z=a+bi, pode ser<br />

representado do ponto de vista geométrico no plano<br />

cartesiano, como um ponto (par ordenado)<br />

tomando-se a abscissa deste ponto como a parte real<br />

do número complexo a no eixo OX e a ordenada<br />

como a parte imaginária do número complexo z no<br />

eixo OY, sendo que o número complexo 0=0+0i é<br />

representado pela própria origem (0,0) do sistema.<br />

MÓDULO E ARGUMENTO DE<br />

UM NÚMERO COMPLEXO<br />

Módulo de um número complexo: No gráfico<br />

anterior observamos que existe um triângulo<br />

retângulo cuja medida da hipotenusa é a distância<br />

da origem 0 ao número complexo z, normalmente<br />

denotada pela letra grega ro nos livros, mas aqui<br />

denotada por r, o cateto horizontal tem<br />

comprimento igual à parte real a do número<br />

complexo e o cateto vertical corresponde à parte<br />

imaginária b do número complexo z.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Desse modo, se z=a+bi é um número complexo,<br />

então r2=a2+b2 e a medida da hipotenusa será por<br />

definição, o módulo do número complexo z,<br />

denotado por |z|, isto é:<br />

Argumento de um número complexo: O ângulo ø<br />

formado entre o segmento OZ e o eixo OX, é<br />

denominado o argumento do número complexo z.<br />

Pelas definições da trigonometria circular temos as<br />

três relações:<br />

cos(ø)=a/r, sen(ø)/r, tan(ø)=b/a<br />

Por experiência, observamos que é melhor usar o<br />

cosseno ou o seno do ângulo para definir bem o<br />

argumento, uma vez que a tangente apresenta<br />

alguns problemas.<br />

FORMA POLAR E SUA MULTIPLICAÇÃO<br />

Forma polar de um número complexo: Das duas<br />

primeiras relações trigonométricas apresentadas<br />

anteriormente, podemos escrever:<br />

z = a+bi = r cos(ø) + r i sen(ø) = r (cos ø + i sen ø)<br />

e esta última é a forma polar do número complexo<br />

z.<br />

Multiplicação de complexos na forma polar:<br />

Consideremos os números complexos:<br />

z = r (cos m + i sen m)<br />

w = s (cos n + i sen n)<br />

onde, respectivamente, r e s são os módulos e m e n<br />

são os argumentos destes números complexos z e<br />

w.<br />

Realizamos o produto entre estes números da forma<br />

usual e reescrevemos o produto na forma:<br />

z . w = r s [cos (m+n) + i sen (m+n)]<br />

Este fato é garantido pelas relações:<br />

cos(m+n) = cos(m) cos(n) - sen(m) sen(n)<br />

sen(m+n) = sen(m) cos(n) + sen(n) cos(m)<br />

POTÊNCIA DE UM NÚMERO COMPLEXO<br />

NA FORMA POLAR<br />

Seguindo o produto acima, poderemos obter a<br />

potência de ordem k de um número complexo.<br />

Como<br />

então<br />

z = r [cos(m) + i sen(m)]<br />

zk = rk [cos(km) + i sen(km)]<br />

Exemplo: Consideremos o número complexo<br />

z=1+i, cujo módulo é a raiz quadrada de 2 e o<br />

21<br />

argumento é /4 (45 graus). Para elevar este<br />

número à potência 16, basta escrever:<br />

z16 = 28[cos(720o)+isen(720o)]=256<br />

RAIZ QUARTA DE UM NÚMERO<br />

COMPLEXO<br />

Um ponto fundamental que valoriza a existência<br />

dos números complexos é a possibilidade de extrair<br />

a raiz de ordem 4 de um número complexo, mesmo<br />

que ele seja um número real negativo, o que<br />

significa, resolver uma equação algébrica do 4o.<br />

grau. Por exemplo, para extrair a raiz quarta do<br />

número -16, devemos obter as quatro raízes da<br />

equação algébrica x4+16=0.<br />

Antes de apresentar o nosso processo para a<br />

obtenção da raiz quarta de um número complexo w,<br />

necessitamos saber o seu módulo r e o seu<br />

argumento t, o que significa poder escrever o<br />

número complexo na forma polar:<br />

w = r (cos t + i sen t)<br />

O primeiro passo é realizar um desenho mostrando<br />

este número complexo w em um círculo de raio r e<br />

observar o argumento t, dado pelo angulo entre o<br />

eixo OX e o número complexo w.<br />

O passo seguinte é obter um outro número<br />

complexo z(1) cujo módulo seja a raiz quarta de r e<br />

cujo argumento seja t/4. Este número complexo é a<br />

primeira das quatro raizes complexas procuradas.<br />

z(1) = r1/4 [cos(t/4)+isen(t/4)]<br />

As outras raízes serão:<br />

z(2) = i z(1)<br />

z(3) = i z(2)<br />

z(4) = i z(3)<br />

Todas aparecem no gráfico, mas observamos que<br />

este processo para obter as quatro raízes do número<br />

complexo w ficou mais fácil pois temos a<br />

propriedade geométrica que o número complexo i<br />

multiplicado por outro número complexo, roda este<br />

último de 90 graus e outro fato interessante é que<br />

todas as quatro raízes de w estão localizadas sobre a<br />

mesma circunferência e os ângulos formados entre<br />

duas raízes consecutivas é de 90 graus.


Se os quatro números complexos forem ligados,<br />

aparecerá um quadrado rodado de t/4 radianos em<br />

relação ao eixo OX.<br />

Raiz n-ésima de um número complexo<br />

Existe uma importantíssima relação atribuída a<br />

Euler:<br />

e i.t = cos(t) + i sen(t)<br />

que é verdadeira para todo argumento real e a<br />

constante e tem o valor aproximado 2,71828... Para<br />

facilitar a escrita usamos frequentemente:<br />

exp(i t) = cos(t) + i sen(t)<br />

Observação: A partir da relação de Euler, é<br />

possível construir uma relação notável envolvendo<br />

os mais importantes sinais e constantes da<br />

Matemática:<br />

Voltemos agora à exp(it). Se multiplicarmos o<br />

número e it por um número complexo z, o resultado<br />

será um outro número complexo rodado de t<br />

radianos em relação ao número complexo z.<br />

Por exemplo, se multiplicarmos o número<br />

complexo z por exp(i/8)=cos(/8)+i sen(/8),<br />

obteremos um número complexo z(1) que forma<br />

com z um ângulo /8=22,5graus, no sentido antihorário.<br />

Iremos agora resolver a equação x n =w, onde n é um<br />

número natural e w é um número complexo dado.<br />

Da mesma forma que antes, podemos escrever o<br />

número complexo w=r(cos t+i sent) e usar a relação<br />

de Euler, para obter:<br />

w = r e it<br />

Para extrair a raiz n-ésima, deve-se construir a<br />

primeira raiz que é dada pelo número complexo<br />

z(1) = r 1/n e it/n<br />

22<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Todas as outras n-1 raízes serão obtidas pela<br />

multiplicação recursiva dada por:<br />

onde k varia de 2 até n.<br />

z(k) = z(k-1) e 2i 0/n<br />

Exemplo: Para obter a primeira raiz da equação<br />

x 8 =-64, observamos a posição do número complexo<br />

w=-64+0i, constatando que o seu módulo é igual a<br />

64 e o argumento é igual a radianos (=180 graus).<br />

Aqui, a raiz oitava de 64 é igual a 2 e o argumento<br />

da primeira raiz é /8, então z(1) pode ser escrita na<br />

forma polar:<br />

z(1)=2 e i/8 = 2(cos 22,5 o +i sen 22,5 o ) = R[2](1+i)<br />

onde R[2] é a raiz quadrada de 2. Obtemos as<br />

outras raízes pela multiplicação do número<br />

complexo abaixo, através de qualquer uma das<br />

formas:<br />

e 2i/8 =2(cos45 o +i sen 45 o ) = R[2](1+i)/2=0,707(1+i)<br />

Assim:<br />

z(2) = z(1) R[2](1+i)/2<br />

z(3) = z(2) R[2](1+i)/2<br />

z(4) = z(3) R[2](1+i)/2<br />

z(5) = z(4) R[2](1+i)/2<br />

z(6) = z(5) R[2](1+i)/2<br />

z(7) = z(6) R[2](1+i)/2<br />

z(8) = z(7) R[2](1+i)/2<br />

Exercício: Construa no sistema cartesiano os 8<br />

números complexos e ligue todas as raízes<br />

consecutivas para obter um octógono regular<br />

rodado de 22,5 graus em relação ao eixo OX. Tente<br />

comparar este método com outros que você<br />

conhece e realize exercícios para observar como<br />

aconteceu o aprendizado.<br />

NÚMERO COMPLEXO COMO MATRIZ<br />

Existe um estudo sobre números complexos, no<br />

qual um número complexo z=a+bi pode ser tratado<br />

como uma matriz quadrada 2x2 da forma:<br />

e todas as propriedades dos números complexos,<br />

podem ser obtidas através de matrizes, resultando<br />

em processos que transformam as características<br />

geométricas dos números complexos em algo<br />

simples.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

RELACIONANDO NÚMEROS<br />

RACIONAIS COM FRAÇÕES<br />

NÚMEROS RACIONAIS<br />

Relacionando n os racionais e frações<br />

Dízima periódica<br />

Números racionais e reais<br />

Geratriz de dízima periódica<br />

Números irracionais<br />

Representação, ordem, simetria<br />

Módulo de um número racional<br />

Um número racional é o que pode ser escrito na<br />

forma<br />

onde m e n são números inteiros, sendo que n deve<br />

ser não nulo, isto é, n deve ser diferente de zero.<br />

Frequentemente usamos m/n para significar a<br />

divisão de m por n. Quando não existe<br />

possibilidade de divisão, simplesmente usamos uma<br />

letra como q para entender que este número é um<br />

número racional.<br />

Como podemos observar, números racionais podem<br />

ser obtidos através da razão (em Latim:<br />

ratio=razão=divisão=quociente) entre dois números<br />

inteiros, razão pela qual, o conjunto de todos os<br />

números racionais é denotado por Q. Assim, é<br />

comum encontrarmos na literatura a notação:<br />

Q = {m/n : m e n em Z, n diferente de zero}<br />

Quando há interesse, indicamos Q+ para entender o<br />

conjunto dos números racionais positivos e Q_ o<br />

conjunto dos números racionais negativos. O<br />

número zero é também um número racional.<br />

No nosso link Frações já detalhamos o estudo de<br />

frações e como todo número racional pode ser posto<br />

na forma de uma fração, então todas as<br />

propriedades válidas para frações são também<br />

válidas para números racionais. Para simplificar a<br />

escrita, muitas vezes usaremos a palavra racionais<br />

para nos referirmos aos números racionais.<br />

DÍZIMA PERIÓDICA<br />

Uma dízima periódica é um número real da forma:<br />

m,npppp...<br />

onde m, n e p são números inteiros, sendo que o<br />

número p se repete indefinidamente, razão pela qual<br />

usamos os três pontos: ... após o mesmo. A parte<br />

que se repete é denominada período.<br />

23<br />

Adição de números racionais<br />

Produto de números racionais<br />

Propriedade distributiva<br />

Potências de números racionais<br />

Raízes de números racionais<br />

Médias aritmética e ponderada<br />

Médias geométrica e harmônica<br />

Em alguns livros é comum o uso de uma barra<br />

sobre o período ou uma barra debaixo do período<br />

ou o período dentro de parênteses, mas, para nossa<br />

facilidade de escrita na montagem desta Página,<br />

usaremos o período sublinhado.<br />

Exemplos: Dízimas periódicas<br />

1. 0,3333333... = 0,3<br />

2. 1,6666666... = 1,6<br />

3. 12,121212... = 12,12<br />

4. 0,9999999... = 0,9<br />

5. 7,1333333... = 7,13<br />

Uma dízima periódica é simples se a parte decimal<br />

é formada apenas pelo período. Alguns exemplos<br />

são:<br />

1. 0,333333... = 0,(3) = 0,3<br />

2. 3,636363... = 3,(63) = 3,63<br />

Uma dízima periódica é composta se possui uma<br />

parte que não se repete entre a parte inteira e o<br />

período. Por exemplo:<br />

1. 0,83333333... = 0,83<br />

2. 0,72535353... = 0,7253<br />

Uma dízima periódica é uma soma infinita de<br />

números decimais. Alguns exemplos:<br />

1. 0,3333...= 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...<br />

2. 0,8333...= 0,8 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ...<br />

3. 4,7855...= 4,78 + 0,005 + 0,0005 + ...<br />

A conexão entre números racionais e números reais<br />

Um fato importante que relaciona os números<br />

racionais com os números reais é que todo número<br />

real que pode ser escrito como uma dízima<br />

periódica é um número racional. Isto significa que<br />

podemos transformar uma dízima periódica em uma<br />

fração.<br />

O processo para realizar esta tarefa será mostrado<br />

na sequência com alguns exemplos numéricos. Para<br />

pessoas interessadas num estudo mais aprofundado<br />

sobre a justificativa para o que fazemos na


sequência, deve-se aprofundar o estudo de séries<br />

geométricas no âmbito do Ensino Médio ou mesmo<br />

estudar números racionais do ponto de vista do<br />

Cálculo Diferencial e Integral ou da Análise na<br />

Reta no âmbito do Ensino Superior.<br />

A GERATRIZ DE UMA DÍZIMA PERIÓDICA<br />

Dada uma dízima periódica, qual será a fração que<br />

dá origem a esta dízima? Esta fração é de fato um<br />

número racional denominado a geratriz da dízima<br />

periódica. Para obter a geratriz de uma dízima<br />

periódica devemos trabalhar com o número dado<br />

pensado como uma soma infinita de números<br />

decimais. Para mostrar como funciona o método,<br />

utilizaremos diversos exemplos numéricos.<br />

1. Seja S a dízima periódica 0,3333333..., isto é,<br />

S=0,3. Observe que o período tem apenas 1<br />

algarismo. Iremos escrever este número como<br />

uma soma de infinitos números decimais da<br />

forma:<br />

S = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 +...<br />

Multiplicando esta soma "infinita" por 10 1 =10 (o<br />

período tem 1 algarismo), obteremos:<br />

10 S = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...<br />

Observe que são iguais as duas últimas expressões<br />

que aparecem em cor vermelha!<br />

Subtraindo membro a membro a penúltima<br />

expressão da última, obtemos:<br />

donde segue que<br />

Simplificando, obtemos:<br />

10 S - S = 3<br />

9 S = 3<br />

Exercício: Usando o mesmo argumento que antes,<br />

você saberia mostrar que:<br />

0,99999... = 0,9 = 1<br />

2. Vamos tomar agora a dízima periódica<br />

T=0,313131..., isto é, T=0,31. Observe que o<br />

período tem agora 2 algarismos. Iremos<br />

escrever este número como uma soma de<br />

infinitos números decimais da forma:<br />

T =0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...<br />

Multiplicando esta soma "infinita" por 10²=100<br />

(o período tem 2 algarismos), obteremos:<br />

100 T = 31 + 0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...<br />

Observe que são iguais as duas últimas<br />

expressões que aparecem em cor vermelha,<br />

assim:<br />

24<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

de onde segue que<br />

100 T = 31 + T<br />

99 T = 31<br />

e simplificando, temos que<br />

3. Um terceiro tipo de dízima periódica é<br />

T=7,1888..., isto é, T=7,18. Observe que existe<br />

um número com 1 algarismo após a vírgula<br />

enquanto que o período tem também 1<br />

algarismo. Escreveremos este número como<br />

uma soma de infinitos números decimais da<br />

forma:<br />

R = 7,1 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...<br />

Manipule a soma "infinita" como se fosse um<br />

número comum e passe a parte que não se<br />

repete para o primeiro membro para obter:<br />

R-7,1 = 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...<br />

Multiplique agora a soma "infinita" por 10 1 =10<br />

(o período tem 1 algarismo), para obter:<br />

10(R-7,1) = 0,8 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...<br />

Observe que são iguais as duas últimas<br />

expressões que aparecem em cor vermelha!<br />

Subtraia membro a membro a penúltima<br />

expressão da última para obter:<br />

Assim:<br />

10(R-7,1) - (R-7,1) = 0,8<br />

10R - 71 - R + 7,1 = 0,8<br />

Para evitar os números decimais,<br />

multiplicamos toda a expressão por 10 e<br />

simplificamos para obter:<br />

Obtemos então:<br />

90 R = 647<br />

4. Um quarto tipo de dízima periódica é<br />

T=7,004004004..., isto é, U=7,004. Observe<br />

que o período tem 3 algarismos, sendo que os<br />

dois primeiros são iguais a zero e apenas o<br />

terceiro é não nulo. Decomporemos este<br />

número como uma soma de infinitos números<br />

decimais da forma:<br />

U = 7 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...<br />

Manipule a soma "infinita" como se fosse um<br />

número comum e passe a parte que não se<br />

repete para o primeiro membro para obter:<br />

U-7 = 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Multiplique agora a soma "infinita" por<br />

10³=1000 (o período tem 3 algarismos), para<br />

obter:<br />

1000(U-7) = 4 + 0,004 + 0,004004 +<br />

0,004004004 +...<br />

Observe que são iguais as duas últimas<br />

expressões que aparecem em cor vermelha!<br />

Subtraia membro a membro a penúltima<br />

expressão da última para obter:<br />

Assim:<br />

Obtemos então<br />

1000(U-7) - (U-7) = 4<br />

1000U - 7000 - U + 7 = 4<br />

999 U = 6997<br />

que pode ser escrita na forma:<br />

NÚMEROS IRRACIONAIS<br />

Um número real é dito um número irracional se ele<br />

não pode ser escrito na forma de uma fração ou<br />

nem mesmo pode ser escrito na forma de uma<br />

dízima periódica.<br />

Exemplo: O número real abaixo é um número<br />

irracional, embora pareça uma dízima periódica:<br />

x=0,10100100010000100000...<br />

Observe que o número de zeros após o algarismo 1<br />

aumenta a cada passo. Existem infinitos números<br />

reais que não são dízimas periódicas e dois números<br />

irracionais muito importantes, são:<br />

e = 2,718281828459045...,<br />

Pi = 3,141592653589793238462643...<br />

que são utilizados nas mais diversas aplicações<br />

práticas como: cálculos de áreas, volumes, centros<br />

de gravidade, previsão populacional, etc...<br />

Exercício: Determinar a medida da diagonal de um<br />

quadrado cujo lado mede 1 metro. O resultado<br />

numérico é um número irracional e pode ser obtido<br />

através da relação de Pitágoras. O resultado é a raiz<br />

quadrada de 2, denotada aqui por R[2] para<br />

simplificar as notações estranhas.<br />

REPRESENTAÇÃO, ORDEM E<br />

SIMETRIA DOS RACIONAIS<br />

Podemos representar geometricamente o conjunto<br />

Q dos números racionais através de uma reta<br />

numerada. Consideramos o número 0 como a<br />

origem e o número 1 em algum lugar e tomamos a<br />

25<br />

unidade de medida como a distância entre 0 e 1 e<br />

por os números racionais da seguinte maneira:<br />

Ao observar a reta numerada notamos que a ordem<br />

que os números racionais obedecem é crescente da<br />

esquerda para a direita, razão pela qual indicamos<br />

com uma seta para a direita. Esta consideração é<br />

adotada por convenção, o que nos permite pensar<br />

em outras possibilidades.<br />

Dizemos que um número racional r é menor do que<br />

outro número racional s se a diferença r-s é<br />

positiva. Quando esta diferença r-s é negativa,<br />

dizemos que o número r é maior do que s. Para<br />

indicar que r é menor do que s, escrevemos:<br />

r < s<br />

Do ponto de vista geométrico, um número que está<br />

à esquerda é menor do que um número que está à<br />

direita na reta numerada.<br />

Todo número racional q exceto o zero, possui um<br />

elemento denominado simétrico ou oposto -q e ele é<br />

caracterizado pelo fato geométrico que tanto q<br />

como -q estão à mesma distância da origem do<br />

conjunto Q que é 0. Como exemplo, temos que:<br />

(a) O oposto de 3/4 é -3/4.<br />

(b) O oposto de 5 é -5.<br />

Do ponto de vista geométrico, o simétrico funciona<br />

como a imagem virtual de algo colocado na frente<br />

de um espelho que está localizado na origem. A<br />

distância do ponto real q ao espelho é a mesma que<br />

a distância do ponto virtual -q ao espelho.<br />

MÓDULO DE UM NÚMERO RACIONAL<br />

O módulo ou valor absoluto de um número racional<br />

q é maior valor entre o número q e seu elemento<br />

oposto -q, que é denotado pelo uso de duas barras<br />

verticais | |, por:<br />

|q| = max{-q,q}<br />

Exemplos: |0|=0, |2/7|=2/7 e |-6/7|=6/7.<br />

Do ponto de vista geométrico, o módulo de um<br />

número racional q é a distância comum do ponto q<br />

até a origem (zero) que é a mesma distância do<br />

ponto -q à origem, na reta numérica racional.<br />

A SOMA (ADIÇÃO) DE NÚMEROS<br />

RACIONAIS<br />

Como todo número racional é uma fração ou pode<br />

ser escrito na forma de uma fração, definimos a<br />

adição entre os números racionais a/b e c/d, da<br />

mesma forma que a soma de frações, através de:


Propriedades da adição de números racionais<br />

Fecho: O conjunto Q é fechado para a operação de<br />

adição, isto é, a soma de dois números racionais<br />

ainda é um número racional.<br />

Associativa: Para todos a, b, c em Q:<br />

a + ( b + c ) = ( a + b ) + c<br />

Comutativa: Para todos a, b em Q:<br />

a + b = b + a<br />

Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a<br />

todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:<br />

q + 0 = q<br />

Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em<br />

Q, tal que<br />

q + (-q) = 0<br />

Subtração de números racionais: A subtração de<br />

dois números racionais p e q é a própria operação<br />

de adição do número p com o oposto de q, isto é:<br />

p - q = p + (-q)<br />

Na verdade, esta é uma operação desnecessária no<br />

conjunto dos números racionais.<br />

A MULTIPLICAÇÃO (PRODUTO)<br />

DE NÚMEROS RACIONAIS<br />

Como todo número racional é uma fração ou pode<br />

ser escrito na forma de uma fração, definimos o<br />

produto de dois números racionais a/b e c/d, da<br />

mesma forma que o produto de frações, através de:<br />

O produto dos números racionais a e b também<br />

pode ser indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab<br />

sem nenhum sinal entre as letras.<br />

Para realizar a multiplicação de números racionais,<br />

devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale<br />

em toda a Matemática:<br />

(+1) × (+1) = (+1)<br />

(+1) × (-1) = (-1)<br />

(-1) × (+1) = (-1)<br />

(-1) × (-1) = (+1)<br />

Podemos assim concluir que o produto de dois<br />

números com o mesmo sinal é positivo, mas o<br />

produto de dois números com sinais diferentes é<br />

negativo.<br />

26<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO DE<br />

NÚMEROS RACIONAIS<br />

Fecho: O conjunto Q é fechado para a<br />

multiplicação, isto é, o produto de dois números<br />

racionais ainda é um número racional.<br />

Associativa: Para todos a, b, c em Q:<br />

a × ( b × c ) = ( a × b ) × c<br />

Comutativa: Para todos a, b em Q:<br />

a × b = b × a<br />

Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado<br />

por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:<br />

q × 1 = q<br />

Elemento inverso: Para todo q=a/b em Q, q<br />

diferente de zero, existe q -1 =b/a em Q, tal que<br />

q × q -1 = 1<br />

Esta última propriedade pode ser escrita como:<br />

Divisão de números racionais: A divisão de dois<br />

números racionais p e q é a própria operação de<br />

multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é:<br />

p ÷ q = p × q -1<br />

Provavelmente você já deve ter sido questionado:<br />

Porque a divisão de uma fração da forma a/b por<br />

outra da forma c/d é realizada como o produto da<br />

primeira pelo inverso da segunda?<br />

A divisão de números racionais esclarece a questão:<br />

Na verdade, a divisão é um produto de um número<br />

racional pelo inverso do outro, assim esta operação<br />

é também desnecessária no conjunto dos números<br />

racionais.<br />

PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA (MISTA)<br />

Distributiva: Para todos a, b, c em Q:<br />

a × ( b + c ) = ( a × b ) + ( a × c )<br />

POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS<br />

RACIONAIS<br />

A potência q n do número racional q é um produto<br />

de n fatores iguais. O número q é denominado a<br />

base e o número n é o expoente.<br />

q n = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)<br />

Exemplos:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

a) (2/5)³ = (2/5) (2/5) × (2/5) = 8/125<br />

b) (-1/2)³ = (-1/2) × (-1/2) × (-1/2) = -1/8<br />

c) (-5)² = (-5) × (-5) = 25<br />

d) (+5)² = (+5) × (+5) = 25<br />

Observação: Se o expoente é n=2, a potência q²<br />

pode ser lida como: q elevado ao quadrado e se o<br />

expoente é n=3, a potência q³ pode ser lida como: q<br />

elevado ao cubo. Isto é proveniente do fato que área<br />

do quadrado pode ser obtida por A=q² onde q é a<br />

medida do lado do quadrado e o volume do cubo<br />

pode ser obtido por V=q³ onde q é a medida da<br />

aresta do cubo.<br />

RAÍZES DE NÚMEROS RACIONAIS<br />

A raiz n-ésima (raiz de ordem n) de um número<br />

racional q é a operação que resulta em um outro<br />

número racional r que elevado à potência n fornece<br />

o número q. O número n é o índice da raiz enquanto<br />

que o número q é o radicando (que fica sob o<br />

estranho sinal de radical).<br />

Leia a observação seguinte para entender as razões<br />

pelas quais evito usar o símbolo de radical neste<br />

trabalho. Assim:<br />

r = R n [q] equivale a q = r n<br />

Por deficiência da linguagem HTML, que ainda não<br />

implementou sinais matemáticos, denotarei aqui a<br />

raiz n-ésima de q por R n [q]. Quando n=2,<br />

simplesmente indicarei a raiz quadrada (de ordem<br />

2) de um número racional q por R[q].<br />

A raiz quadrada (raiz de ordem 2) de um número<br />

racional q é a operação que resulta em um outro<br />

número racional r não negativo que elevado ao<br />

quadrado seja igual ao número q, isto é, r²=q.<br />

Não tem sentido R[-1] no conjunto dos números<br />

racionais.<br />

Exemplos:<br />

a) R³[125] = 5 pois 5³=125.<br />

b) R³[-125] = -5 pois (-5)³=-125.<br />

c) R[144] = 12 pois 12²=144.<br />

d) R[144] não é igual a -12 embora (-12)²=144.<br />

Observação: Não existe a raiz quadrada de um<br />

número racional negativo no conjunto dos números<br />

racionais. A existência de um número cujo<br />

quadrado seja igual a um número negativo só será<br />

estudada mais tarde no contexto dos Números<br />

Complexos.<br />

Erro comum: Frequentemente lemos em materiais<br />

didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas o<br />

aparecimento de:<br />

R[9] = ±3<br />

mas isto está errado. O certo é:<br />

R[9] = +3<br />

27<br />

Não existe um número racional não negativo que<br />

multiplicado por ele mesmo resulte em um número<br />

negativo.<br />

A raiz cúbica (de ordem 3) de um número racional<br />

q é a operação que resulta na obtenção de um um<br />

outro número racional que elevado ao cubo seja<br />

igual ao número q. Aqui não restringimos os nossos<br />

cálculos são válidos para números positivos,<br />

negativos ou o próprio zero.<br />

Exemplos:<br />

a) R³[8] = 2, pois 2³ = 8.<br />

b) R³[-8] = -2, pois (-2)³ = -8.<br />

c) R³[27] = 3, pois 3³ = 27.<br />

d) R³[-27]= -3, pois (-3)³ = -27.<br />

Observação: Obedecendo à regra dos sinais para a<br />

multiplicação de números racionais, concluímos<br />

que:<br />

1) Se o índice n da raiz for par, não existe raiz de<br />

número racional negativo.<br />

2) Se o índice n da raiz for ímpar, é possível<br />

extrair a raiz de qualquer número racional.<br />

MÉDIA ARITMÉTICA E MÉDIA<br />

PONDERADA<br />

Média aritmética: Seja uma coleção formada por n<br />

números racionais: x1, x2, x3, ..., xn. A média<br />

aritmética entre esses n números é a soma dos<br />

mesmos dividida por n, isto é:<br />

Exemplo: Se um grupo de 9 pessoas tem as idades:<br />

12, 54, 67, 15, 84, 24, 38, 25, 33<br />

então a idade média do grupo pode ser calculada<br />

pela média aritmética:<br />

o que significa que a idade média está próxima de<br />

39 anos.<br />

Média aritmética ponderada: Consideremos uma<br />

coleção formada por n números racionais: x1, x2, x3,<br />

..., xn, de forma que cada um esteja sujeito a um<br />

peso, respectivamente, indicado por: p1, p2, p3, ...,<br />

pn. A média aritmética ponderada desses n números<br />

é a soma dos produtos de cada um por seu peso,<br />

dividida por n, isto é:


Exemplo: Um grupo de 64 pessoas, que trabalha<br />

(com salário por dia), em uma empresa é formado<br />

por sub-grupos com as seguintes características:<br />

12 ganham R$ 50,00<br />

10 ganham R$ 60,00<br />

20 ganham R$ 25,00<br />

15 ganham R$ 90,00<br />

7 ganham R$ 120,00<br />

Para calcular a média salarial (por dia) de todo o<br />

grupo devemos usar a média aritmética ponderada:<br />

MÉDIAS GEOMÉTRICA E HARMÔNICA<br />

Média geométrica: Consideremos uma coleção<br />

formada por n números racionais não negativos: x1,<br />

x2, x3, ..., xn. A média geométrica entre esses n<br />

números é a raiz n-ésima do produto entre esses<br />

números, isto é:<br />

G = R n [x1 x2 x3 ... xn]<br />

Exemplo: A a média geométrica entre os números<br />

12, 64, 126 e 345, é dada por:<br />

G = R 4 [12 ×64×126×345] = 76,013<br />

Aplicação prática: Dentre todos os retângulos com<br />

a área igual a 64 cm², qual é o retângulo cujo<br />

perímetro é o menor possível, isto é, o mais<br />

econômico? A resposta a este tipo de questão é<br />

dada pela média geométrica entre as medidas do<br />

comprimento a e da largura b, uma vez que a.b=64.<br />

A média geométrica G entre a e b fornece a medida<br />

desejada.<br />

G = R[a × b] = R[64] = 8<br />

Resposta: É o retângulo cujo comprimento mede 8<br />

cm e é lógico que a altura também mede 8 cm, logo<br />

só pode ser um quadrado! O perímetro neste caso é<br />

p=32 cm. Em qualquer outra situação em que as<br />

medidas dos comprimentos forem diferentes das<br />

alturas, teremos perímetros maiores do que 32 cm.<br />

Interpretação gráfica: A média geométrica entre<br />

dois segmentos de reta pode ser obtida<br />

geometricamente de uma forma bastante simples.<br />

Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um<br />

segmento de reta que contenha a junção dos<br />

segmentos AB e BC, de forma que eles formem<br />

segmentos consecutivos sobre a mesma reta.<br />

28<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Dessa junção aparecerá um novo segmento AC.<br />

Obtenha o ponto médio O deste segmento e com<br />

um compasso centrado em O e raio OA, trace uma<br />

semi-circunferencia começando em A e terminando<br />

em C. O segmento vertical traçado para cima a<br />

partir de B encontrará o ponto D na semicircunferência.<br />

A medida do segmento BD<br />

corresponde à média geométrica das medidas dos<br />

segmentos AB e BC.<br />

Média harmônica: Seja uma coleção formada por<br />

n números racionais positivos: x1, x2, x3, ..., xn. A<br />

média harmônica H entre esses n números é a<br />

divisão de n pela soma dos inversos desses n<br />

números, isto é:<br />

Aplicações práticas: Para as pessoas interessados<br />

em muitas aplicações do conceito de harmônia,<br />

média harmônica e harmônico global, visite o nosso<br />

link Harmonia.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

ÁLGEBRA BÁSICA - POTENCIAÇÃO<br />

Para indicar que um número está elevado à uma<br />

potencia qualquer, colocamos esta potência<br />

como expoente. Veja o exemplo.<br />

5 elevado à potência 4<br />

5 4<br />

Quando dizemos que um número qualquer está<br />

"elevado à potencia 4", por exemplo, estamos<br />

dizendo que este número será multiplicado por ele<br />

mesmo 4 vezes. Vamos desenvolver o exemplo<br />

acima:<br />

Veja mais exemplos:<br />

5 4 = 5 · 5 · 5 · 5 = 625<br />

2 9 = 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 = 512<br />

3 3 = 3 · 3 · 3 = 27<br />

8 2 = 8 · 8 = 64<br />

Genericamente podemos representar uma potência:<br />

Onde chamamos "X" de base e "n" de "expoente"<br />

ou "potência".<br />

Com esta definição de potenciação, podemos<br />

efetuar algumas continhas utilizando estas<br />

potências. Por exemplo, podemos multiplicar 5 3 por<br />

5 9 . Veja na próxima página como fazer isso...<br />

Quando estivermos operando uma equação,<br />

diversas vezes encontraremos potências envolvidas<br />

no meio do cálculo.<br />

Existem algumas regras que nos ajudam a mexer<br />

com estas potências.<br />

Irei mostrar as propriedades uma a uma. Sempre<br />

ilustrando com um exemplo para tentar<br />

"demonstrar" de onde veio a regra.<br />

29<br />

MULTIPLICAÇÃO DE POTÊNCIAS<br />

DE MESMA BASE<br />

Esta é a primeira<br />

propriedade pois é a<br />

mais utilizada de<br />

todas.<br />

Por exemplo, se<br />

aparecer o número 5 4<br />

multiplicado por 5 3 ,<br />

Esta é a operação que<br />

queremos efetuar.<br />

Vamos abrir a potência<br />

Agora veja que esta<br />

multiplicação é igual à 5<br />

elevado à potência sete.<br />

Este 7 veio da soma dos<br />

4 fatores de 5 4 com os 3<br />

fatores de 5 3<br />

Daqui nós tiramos a<br />

regra para qualquer<br />

multiplicação de<br />

potências com mesma<br />

base.<br />

Conserva-se a base e<br />

soma-se o expoente.<br />

Genericamente temos:<br />

Esta é a regra. "X" pode<br />

ser qualquer número<br />

(real, imaginário...), que<br />

a regra continuará<br />

valendo.<br />

Conserva-se a base e<br />

soma-se os expoentes.<br />

É muito importante<br />

entendê-la, pois é muito<br />

utilizada.<br />

Note que a base deve ser<br />

a mesma nos fatores, e<br />

ela que aparecerá no<br />

produto.


DIVISÃO DE POTÊNCIAS<br />

DE MESMA BASE<br />

O mesmo raciocínio<br />

mostrado para a<br />

multiplicação, pode<br />

ser aplicado para a<br />

divisão.<br />

O exemplo será 12 6<br />

divididos por 12 2 :<br />

Esta é a divisão que<br />

queremos efetuar.<br />

Vamos novamente abrir<br />

a potência.<br />

Agora podemos cortar<br />

os termos semelhantes<br />

que estão acima e<br />

abaixo da fração.<br />

Portanto podemos<br />

cortar dois fatores 12 de<br />

cima com dois fatores<br />

12 de baixo.<br />

Ao cortar, estaremos<br />

retirando 2 unidades da<br />

potência de cima. Estas<br />

duas unidades são<br />

referentes ao expoente<br />

2 da potência de baixo.<br />

Veja que esta<br />

multiplicação é igual à<br />

12 4 , isto nos dá a regra<br />

para qualquer divisão<br />

de potências com<br />

mesma base.<br />

Conserva-se a base e<br />

subtrai-se os expoentes.<br />

Genericamente, temos:<br />

30<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Novamente, "X" pode<br />

ser qualquer número<br />

(real, imaginário...) que<br />

a regra ainda vale. Estas<br />

são as duas regras mais<br />

utilizadas.<br />

MULTIPLICAÇÃO DE POTÊNCIAS DE<br />

MESMO EXPOENTE<br />

Até agora vimos<br />

multiplicação e divisão<br />

com termos de mesma<br />

base. E quando não<br />

tiver mesma base??? O<br />

que podemos fazer?<br />

Só podemos efetuar<br />

uma operação quando<br />

tivermos mesma base<br />

ou mesmo expoente. O<br />

que vamos ver agora é<br />

justamente o segundo<br />

caso: expoentes iguais.<br />

O exemplo será<br />

6 5 multiplicados por 9 5 :<br />

Este é o exemplo.<br />

Agora vamos abrir as<br />

potências.<br />

Qualquer multiplicação<br />

tem a propriedade de<br />

comutatividade, ou<br />

seja, se invertermos a<br />

ordem de multiplicação<br />

o valor não se altera.<br />

Então vamos colocar<br />

esta multiplicação em<br />

outra ordem.<br />

Agora temos a<br />

multiplicação 6 · 9<br />

aparecendo 5 vezes.<br />

Então<br />

E esta propriedade<br />

podemos aplicar para<br />

qualquer número.<br />

Conserva-se o expoente<br />

e multiplica-se a base.<br />

Generalizando:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Os números "X" e "Y"<br />

podem ser quaisquer<br />

números do conjunto<br />

dos complexos.<br />

DIVISÃO DE POTÊNCIAS DE MESMO<br />

EXPOENTE<br />

O mesmo raciocínio<br />

mostrado para a<br />

multiplicação, pode<br />

ser aplicado para a<br />

divisão.<br />

O exemplo será 8 4<br />

divididos por 5 4 :<br />

Este é o exemplo que<br />

iremos usar. Vamos<br />

abrir as potências.<br />

Como temos<br />

multiplicação em cima<br />

e em baixo da fração,<br />

podemos separar em 4<br />

frações multiplicadas<br />

uma pela outra.<br />

E isto é a fração<br />

elevado na potência 4.<br />

E esta propriedade pode<br />

se aplicar para<br />

quaisquer números do<br />

conjunto dos<br />

complexos.<br />

Generalizando,<br />

Os números "X" e "Y"<br />

podem ser quaisquer<br />

números do conjunto<br />

dos números<br />

complexos.<br />

Conserva-se o expoente<br />

e divide-se as bases.<br />

31<br />

POTÊNCIA DE POTÊNCIA<br />

Já vimos as principais<br />

propriedades de operações.<br />

Agora vamos ver quando<br />

tivermos uma potência de<br />

um número que já tem uma<br />

potência. Veja o exemplo:<br />

(4 2 ) 3<br />

O que devemos fazer?<br />

Vamos desenvolver este<br />

exemplo:<br />

Vamos abrir a potência<br />

de dentro do parênteses<br />

Agora a potência fora<br />

do parênteses diz que<br />

devemos multiplicar o<br />

que tem dentro do<br />

parênteses três vezes,<br />

E isso nos dá a potência<br />

4 6 . E agora tiramos<br />

outra regra para<br />

potências.<br />

Generalizando, ficamos<br />

com:<br />

Onde "a" e "b" podem<br />

ser quaisquer números<br />

do conjunto dos<br />

complexos.<br />

Potência de potência,<br />

multiplica-se os<br />

expoentes.


ATENÇÃO<br />

32<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Quando tivermos um número negativo elevado numa potência, devemos tomar a seguinte<br />

precaução, veja os exemplo:<br />

(-5) 2 = (-5) · (-5) = +25<br />

(-2) 4 = (-2) · (-2) · (-2) · (-2) = +16<br />

Note, então, que quando temos um número negativo elevado em qualquer expoente PAR este se<br />

comporta como se fosse positivo, pois na multiplicação "menos com menos dá mais":<br />

E se tivermos um expoente ímpar?<br />

(-5) 2 = 52 = 25<br />

(-2) 4 = 24 = 16<br />

Se "k" for PAR (-X) k = X k<br />

(-5) 3 = (-5) · (-5) · (-5) Se pegarmos os dois primeiro números multiplicados, temos (-5) 2 =<br />

+ 25, substituindo ao lado:<br />

(-5) 3 = 25·(-5)=-125 Sempre que tivermos um número negativo elevado em qualquer<br />

expoente ÍMPAR, o sinal negativo permanece na resposta<br />

PEGA-RATÃO<br />

(-5) 2 é totalmente diferente de -5 2 . No primeiro caso o sinal de menos também está<br />

elevado ao quadrado, então a resposta é +25. Já no segundo caso, o menos não está<br />

elevado ao quadrado, somente o 5, portanto a resposta é -25.<br />

Para representar números muito grandes ou até<br />

mesmo efetuar cálculos com eles, é utilizado<br />

potências com algumas bases fixas. Uma das bases<br />

mais utilizadas é a base DEZ.<br />

ÁLGEBRA BÁSICA – POTÊNCIA<br />

DE BASE DEZ<br />

Como foi dito no início, podemos ter qualquer tipo<br />

de base para uma potência. Em certos casos é muito<br />

utilizado a escrita na forma de "BASE DEZ". Que é<br />

o que iremos estudar neste tópico.<br />

Vamos começar mostrando uma propriedade<br />

SUPER básica de uma multiplicação de um número<br />

qualquer por 10.<br />

5 x 10 = 50<br />

52 x 10 = 520<br />

458 x 10 = 4580<br />

30 x 10 = 300<br />

Note que sempre que multiplicamos qualquer<br />

número inteiro por 10, acrescentamos um zero à<br />

direita deste número e obtemos o resultado, não<br />

interessa por quais e por quantos algarismos é<br />

formado este número.<br />

Vamos pegar o número 256 e multiplicá-lo por 10<br />

três vezes:<br />

256 x 10 = 2560<br />

2560 x 10 = 25600<br />

25600 x 10 = 256000<br />

Ao multiplicar por 10 três vezes, acrescentamos três<br />

zeros à direita do número.<br />

Veja que o número 256000 pode ser escrito como<br />

256 x 10 x 10 x 10. Ou seja:<br />

256000 = 256 x 10 x 10 x 10<br />

Aplicando potênciação na multiplicação do 10,<br />

temos:<br />

256000 = 256 x 103<br />

Bom, este exemplo não foi muito satisfatório, pois<br />

escrever 256000 ou 256 x 103 acaba dando o<br />

mesmo trabalho. Mas veja agora o número abaixo:<br />

12450000000000000000000000000000<br />

Para representá-lo em uma forma mais compacta,<br />

utilizaremos a potência de base DEZ:<br />

12450000000000000000000000000000 = 1245 x 1028


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Note que para este tipo de número, o expoente da<br />

base 10 será igual ao número de zeros à direita que<br />

existem no número a ser representado.<br />

Potências de base DEZ também são utilizadas para<br />

"movimentar a vírgula" de um número decimal.<br />

Vamos ver agora uma outra propriedade básica de<br />

DIVISÃO por 10.<br />

5 ÷ 10 = 0,5<br />

52 ÷ 10 = 5,2<br />

458 ÷ 10 = 45,8<br />

30 ÷ 10 = 3,0<br />

Note que ao dividir por 10, o resultado será<br />

composto pelos algarismos do dividendo (número a<br />

ser dividido), sendo que este resulta<br />

do terá um destes algarismos DEPOIS da vírgula.<br />

Número sem virgular<br />

254 ÷ 10 = 25,4<br />

Resultado tem os mesmos algarismos, com UM<br />

algarismo APÓS a vírgula.<br />

Agora, se pegarmos este resultado e dividirmos<br />

novamente por 10. O que irá acontecer? Veja o<br />

quadro abaixo:<br />

Número a ser dividido<br />

25,4 ÷ 10 = 2,54<br />

Resultado tem os mesmos algarismos, só que<br />

agora com DOIS algarismos APÓS a vírgula.<br />

Note que cada vez que dividimos por 10, a vírgula<br />

"se movimenta" uma casa para esquerda. Vamos<br />

dividir novamente para confirmar.<br />

Número a ser dividido<br />

2,54 ÷ 10 = 0,254<br />

Resultado tem os mesmos algarismos, agora com<br />

TRÊS algarismos APÓS a vírgula. Como o<br />

número só tinha três algarismos, colocamos um<br />

zero à esquerda, para não ficar ,254<br />

Portanto, podemos dizer que 0,254 é igual a 254<br />

dividido por 10 três vezes, ou seja:<br />

Aqui devemos ver que, dividir um número por 10 é<br />

a mesma coisa que multiplicar pela fração .<br />

Aplicando esta propriedade:<br />

Agora, aplicando as propriedades de potênciação:<br />

33<br />

Esta notação (forma de apresentar o valor) é<br />

também chamada de notação científica. Para<br />

números extremamenta pequenos ou absurdamente<br />

grandes é muito utilizada.<br />

Continuando no exemplo acima. Se multiplicarmos<br />

por 10, iremos desfazer a "movimentação" para<br />

esquerda, ou seja, a vírgula irá "se movimentar"<br />

para direita.<br />

0,254 x 10 = 2,54<br />

Então, se multiplicarmos por 10 três vezes,<br />

voltaremos para 254:<br />

RESUMÃO<br />

0,254 x 10 x 10 x 10 = 254<br />

0,254 x 103 = 254<br />

Quando temos um número multiplicado por uma<br />

potência de base 10 positiva, indica que iremos<br />

"aumentar" o número de zeros à direita ou<br />

"movimentar" para direita a vírgula tantas casas<br />

quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns<br />

exemplos:<br />

54 x 105 = 5400000<br />

Acrescentamos 5 zeros à direita do 54<br />

2050 x 102 = 205000<br />

Acrescentamos 2 zeros à direita do 2050<br />

0,00021 x 104 = 2,1<br />

"Movimentamos" a vírgula 4 casas para direita<br />

0,000032 x 103 = 0,032<br />

"Movimentamos" a vírgula 3 casas para direita<br />

54 x 10 – 5 = 0,00054<br />

"Movimentamos" a vírgula 5 casas para esquerda<br />

2050 x 10-2 = 20,5<br />

"Movimentamos" a vírgula 2 casas para esquerda.<br />

Lembrando que 20,5 = 20,50<br />

0,00021 x 10 – 4 = 0,000000021<br />

"Movimentamos" a vírgula 4 casas para esquerda<br />

0,000032 x 10-3 = 0,000000032<br />

"Movimentamos" a vírgula 3 casas para esquerda<br />

32500000 x 10-4 = 3250<br />

"Diminuimos" 4 zeros que estavam à direita


Quando temos um número multiplicado por uma<br />

potência de base 10 negativa, indica que iremos<br />

"diminuir" o número de zeros à direita ou<br />

"movimentar" a vírgula para esquerda tantas casas<br />

quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns<br />

exemplos:<br />

Agora vamos mostrar um exemplo de uso desta<br />

matéria:<br />

– Calcule o valor de :<br />

– Primeiro de tudo vamos colocar todos números<br />

em notação científica (potências de base DEZ):<br />

ELEMENTOS HISTÓRICOS<br />

SOBRE FRAÇÕES<br />

FRAÇÕES<br />

Histórico sobre frações<br />

Frações<br />

Construindo frações<br />

Definição de fração<br />

Leitura de frações<br />

Tipos de frações<br />

Há 3000 antes de Cristo, os geômetras dos faraós<br />

do Egito realizavam marcação das terras que<br />

ficavam às margens do rio Nilo, para a sua<br />

população. Mas, no período de junho a setembro, o<br />

rio inundava essas terras levando parte de suas<br />

marcações. Logo os proprietários das terras tinham<br />

que marcá-las novamente e para isso, eles<br />

utilizavam uma marcação com cordas, que seria<br />

uma espécie de medida, denominada estiradores de<br />

cordas.<br />

As pessoas utilizavam as cordas, esticando-as e<br />

assim verificavam quantas vezes aquela unidade de<br />

medida estava contida nos lados do terreno, mas<br />

raramente a medida dava correta no terreno, isto é,<br />

não cabia um número inteiro de vezes nos lados do<br />

terreno; sendo assim eles sentiram a necessidade de<br />

criar um novo tipo de número - o número<br />

fracionário, onde eles utilizavam as frações.<br />

Introdução ao conceito de fração<br />

Às vezes, ao tentar partir algo em pedaços, como<br />

por exemplo, uma pizza, nós a cortamos em partes<br />

que não são do mesmo tamanho.<br />

34<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

– Vamos organizar os termos, para facilitar o<br />

cálculo:<br />

– Agora ficou fácil. É só calcular o lado direito da<br />

multiplicação e aplicar as propriedades de<br />

potênciação no lado esquerdo para calcular.<br />

Fazendo isso, temos:<br />

1024 x 10-1 = 102,4<br />

Propriedades fundamentais<br />

Fração=classe de equivalência<br />

Número misto<br />

Simplificação de frações<br />

Comparação de frações<br />

Divisão de frações<br />

Logo isso daria uma grande confusão, pois quem<br />

ficaria com a parte maior? Ou quem ficaria com a<br />

parte menor? É lógico que alguém sairia no<br />

prejuízo.<br />

Pensemos neste exemplo: Dois irmãos foram juntos<br />

comprar chocolate. Eles compraram duas barras de<br />

chocolate iguais, uma para cada um. Iam começar a<br />

comer quando chegou uma de suas melhores<br />

amigas e vieram as perguntas: Quem daria um<br />

pedaço para a amiga? Qual deveria ser o tamanho<br />

do pedaço? Eles discutiram e chegaram à seguinte<br />

conclusão:<br />

Para que nenhum dos dois comesse menos, cada um<br />

daria metade do chocolate para a amiga.<br />

Você concorda com esta divisão? Por quê?<br />

Como você poderia resolver esta situação para<br />

que todos comessem partes iguais?<br />

O que você acha desta frase: Quem parte e<br />

reparte e não fica com a melhor parte, ou é<br />

bobo ou não tem arte.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

ELEMENTOS GERAIS PARA A<br />

CONSTRUÇÃO DE FRAÇÕES<br />

Para representar os elementos que não são tomados<br />

como partes inteiras de alguma coisa, utilizamos o<br />

objeto matemático denominado fração.<br />

O conjunto dos números naturais, algumas vezes<br />

inclui o zero e outras vezes não, tendo em vista que<br />

zero foi um número criado para dar significado nulo<br />

a algo. Nesse momento o conjunto N será<br />

representado por:<br />

N = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ... }<br />

Logo, todos os números naturais representam partes<br />

inteiras.<br />

Os números que não representam partes inteiras,<br />

mas que são partes de inteiros, constituem os<br />

números racionais não-negativos, aqui<br />

representados por Q+, onde esta letra Q significa<br />

quociente ou divisão de dois números inteiros<br />

naturais.<br />

Q+ = { 0,..., 1/4,..., 1/2,..., 1,...,2,... }<br />

Numeral: Relativo a número ou indicativo de<br />

número.<br />

Número: Palavra ou símbolo que expressa<br />

quantidade.<br />

DEFINIÇÃO DE FRAÇÃO<br />

Os numerais que representam números racionais<br />

não-negativos são chamados frações e os números<br />

inteiros utilizados na fração são chamados<br />

numerador e denominador, separados por uma linha<br />

horizontal ou traço de fração.<br />

onde Numerador indica quantas partes são tomadas<br />

do inteiro, isto é, o número inteiro que é escrito<br />

sobre o traço de fração e Denominador indica em<br />

quantas partes dividimos o inteiro, sendo que este<br />

número inteiro deve necessariamente ser diferente<br />

de zero.<br />

Observação: A linguagem HTML (para construir<br />

páginas da Web) não proporciona ainda um método<br />

simples para a implementar a barra de fração, razão<br />

pela qual, às vezes usaremos a barra / ou mesmo o<br />

sinal ÷, para entender a divisão de dois números.<br />

Exemplo: Consideremos a fração 1/4, que pode ser<br />

escrita como:<br />

35<br />

Em linguagem matemática, as fracões podem ser<br />

escritas tanto como no exemplo acima ou mesmo<br />

como 1/4, considerada mais comum.<br />

1/4 1/4<br />

1/4 1/4<br />

A unidade foi dividida em quatro partes iguais. A<br />

fração pode ser visualizada através da figura<br />

anexada, sendo que foi sombreada uma dessas<br />

partes.<br />

LEITURA DE FRAÇÕES<br />

(a) O numerador é 1 e o denominador é um<br />

inteiro 1


(c) O numerador é 1 e o denominador é um<br />

múltiplo de 10<br />

Se o denominador for múltiplo de 10, lemos:<br />

Fração Leitura Leitura Comum<br />

1/10 um dez avos um décimo<br />

1/20 um vinte avos um vigésimo<br />

1/30 um trinta avos um trigésimo<br />

1/40 um quarenta avos um quadragésimo<br />

1/50 um cinqüenta avos um qüinquagésimo<br />

1/60 um sessenta avos um sexagésimo<br />

1/70 um setenta avos um septuagésimo<br />

1/80 um oitenta avos um octogésimo<br />

1/90 um noventa avos um nonagésimo<br />

1/100 um cem avos um centésimo<br />

1/1000 um mil avos um milésimo<br />

1/10000 um dez mil avos um décimo milésimo<br />

1/100000 um cem mil avos um centésimo milésimo<br />

1/1000000 um milhão avos um milionésimo<br />

Observação: A fração 1/3597 pode ser lida como:<br />

um, três mil quinhentos e noventa e sete avos.<br />

TIPOS DE FRAÇÕES<br />

A representação gráfica mostra a fração 3/4 que é<br />

uma fração cujo numerador é um número natural<br />

menor do que o denominador.<br />

1/4 1/4<br />

1/4 1/4<br />

A fração cujo numerador é menor que o<br />

denominador, isto é, a parte é tomada dentro do<br />

inteiro, é chamada fração própria. A fração cujo<br />

numerador é maior do que o denominador, isto é,<br />

representa mais do que um inteiro dividido em<br />

partes iguais é chamada fração imprópria.<br />

3/3 2/3 5/3 = 1 + 2/3<br />

36<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

1/3<br />

1/3<br />

1/3<br />

1/3 + 1/3 = 1 1/3<br />

1/3 1/3 1/3<br />

Fração aparente: é aquela cujo numerador é um<br />

múltiplo do denominador e aparenta ser uma fração<br />

mas não é, pois representa um número inteiro.<br />

Como um caso particular, o zero é múltiplo de todo<br />

número inteiro, assim as frações 0/3, 0/8, 0/15 são<br />

aparentes, pois representam o número inteiro zero.<br />

Frações Equivalentes: São as que representam a<br />

mesma parte do inteiro. Se multiplicarmos os<br />

termos (numerador e denominador) de uma fração<br />

sucessivamente pelos números naturais, teremos um<br />

conjunto infinito de frações que constitui um<br />

conjunto que é conhecido como a classe de<br />

equivalência da fração dada.<br />

1/<br />

2<br />

1/<br />

2<br />

1/<br />

2<br />

1/<br />

4<br />

1/<br />

4<br />

2/4 3/6 4/8<br />

1/<br />

4<br />

1/<br />

4<br />

1/<br />

6<br />

1/<br />

6<br />

1/<br />

6<br />

1/<br />

6<br />

1/<br />

6<br />

1/<br />

6<br />

1/<br />

8<br />

1/<br />

8<br />

1/<br />

8<br />

PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS<br />

(1) Se multiplicarmos os termos (numerador e<br />

denominador) de uma fração por um mesmo<br />

número natural, obteremos uma fração<br />

equivalente à fração dada:<br />

(2) Se é possível dividir os termos (numerador e<br />

denominador) de uma fração por um mesmo<br />

número natural, obteremos uma fração<br />

equivalente à fração dada:<br />

A FRAÇÃO COMO UMA CLASSE DE<br />

EQUIVALÊNCIA<br />

A classe de equivalência de uma fração é o<br />

conjunto de todas as frações equivalentes à fração<br />

dada. Ao invés de trabalhar com todos os elementos<br />

deste conjunto infinito, simplesmente poderemos<br />

tomar a fração mais simples deste conjunto que será<br />

a representante desta classe. Esta fração será<br />

denominada um número racional. Aplicando a<br />

1/<br />

8<br />

1/<br />

8<br />

1/<br />

8<br />

1/<br />

8


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

propriedade fundamental, podemos escrever o<br />

conjunto das frações equivalentes a 1/3, como:<br />

C(1/3) = { 1/3, 2/6, 3/9, 4/12, 5/15, 6/18, ... }<br />

NÚMERO MISTO<br />

Quando o numerador de uma fração é maior que o<br />

denominador, podemos realizar uma operação de<br />

decomposição desta fração em uma parte inteira e<br />

uma parte fracionária e o resultado é denominado<br />

número misto.<br />

Transformação de uma fração imprópria em um<br />

número misto<br />

Transformação de um número misto em uma<br />

fração imprópria<br />

SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES<br />

Simplificar frações é o mesmo que escrevê-la em<br />

uma forma mais simples, para que a mesma se torne<br />

mais fácil de ser manipulada.<br />

O objetivo de simplificar uma fração é torná-la uma<br />

fração irredutível, isto é, uma fração para a qual o<br />

Máximo Divisor Comum entre o Numerador e o<br />

Denominador seja 1, ou seja, o Numerador e o<br />

Denominador devem ser primos entre si. Essa<br />

simplificação pode ser feita através dos processos<br />

de divisão sucessiva e pela fatoração.<br />

A divisão sucessiva corresponde a dividir os dois<br />

termos da fração por um mesmo número (fator<br />

comum ) até que ela se torne irredutível.<br />

Respectivamente, dividimos os termos das frações<br />

por 2, 2 e 3.<br />

Observação: Outra maneira de divisão das frações<br />

é obter o Máximo Divisor Comum entre o<br />

Numerador e o Denominador e simplificar a fração<br />

diretamente por esse valor.<br />

Exemplo: Simplificaremos a fração 54/72, usando<br />

o Máximo Divisor Comum. Como<br />

MDC(54,72)=18, então 54:18=3 e 72:18=4, logo:<br />

37<br />

COMPARAÇÃO DE DUAS FRAÇÕES<br />

(1) Por redução ao mesmo denominador<br />

Se duas frações possuem denominadores<br />

iguais, a maior fração é a que possui maior<br />

numerador. Por exemplo:<br />

(2) Tanto os numeradores como os<br />

denominadores das duas frações são<br />

diferentes<br />

Devemos reduzir ambas as frações a um<br />

denominador comum e o processo depende do<br />

cálculo do Mínimo Múltiplo Comum entre os<br />

dois denominadores e este será o denominador<br />

comum às duas frações. Na seqüência, dividese<br />

o denominador comum pelo denominador de<br />

cada fração e multiplica-se o resultado obtido<br />

pelo respectivo numerador.<br />

Exemplo: Vamos comparar as frações 2/3 e<br />

3/5. Como os denominadores são 3 e 5, temos<br />

que MMC(3,5)=15. Reduzindo ambas as<br />

frações ao mesmo denominador comum 15,<br />

aplica-se a regra de dividir o denominador<br />

comum pelo denominador de cada fração e na<br />

seqüência multiplica-se esse respectivo número<br />

pelo numerador.<br />

Multiplicando os termos da primeira fração por<br />

5 e multiplicando os termos da segunda fração<br />

por 3, obteremos:<br />

Temos então os mesmos denominadores, logo:<br />

e podemos garantir que<br />

(3) As frações possuem um mesmo numerador<br />

Se os numeradores de duas frações forem<br />

iguais, será maior a fração cujo denominador<br />

for menor.<br />

Exemplo: Uma representação gráfica para a<br />

desigualdade


pode ser dada geometricamente por:<br />

3/4=6/8<br />

1/8 1/8 1/8 1/8<br />

1/8 1/8 1/8 1/8<br />

3/8<br />

1/8 1/8 1/8 1/8<br />

1/8 1/8 1/8 1/8<br />

Observe que a área amarelada é maior na<br />

primeira figura.<br />

DIVISÃO DE FRAÇÕES<br />

Consideremos inicialmente uma divisão D de duas<br />

frações, denotada por:<br />

Um modo fácil para explicar esta divisão é tomar as<br />

duas frações com o mesmo denominador e realizar<br />

a divisão do primeiro numerador pelo segundo<br />

numerador, isto é:<br />

pois 1/2 é equivalente a 3/6 e 2/3 é equivalente a<br />

4/6. O desenho abaixo mostra as frações 1/2 e 2/3,<br />

através de suas respectivas frações equivalentes: 3/6<br />

e 4/6.<br />

3/6<br />

1/6 1/6 1/6<br />

1/6 1/6 1/6<br />

4/6<br />

1/6 1/6 1/6<br />

1/6 1/6 1/6<br />

Realizar a divisão entre dois números fracionários<br />

ou não A e B, é o mesmo que procurar saber<br />

quantas partes de B estão ocupadas por A. Quantas<br />

partes da fração 4/6 estão ocupadas pela fração 3/6?<br />

38<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

No desenho, os numeradores das frações estão em<br />

cor amarela. Como temos 3 partes em amarelo na<br />

primeira fração e 4 partes em amarelo na segunda<br />

fração, a divisão corresponde à fração 3/4, ou seja,<br />

em cada 4 partes amarelas, 3 estão ocupadas.<br />

Este argumento justifica a divisão de duas frações<br />

pela multiplicação da primeira fração pelo inverso<br />

da segunda fração e observamos que de fato isto<br />

funciona neste caso:<br />

Na verdade, há um tratamento mais geral que o<br />

deste caso particular. A divisão de um número real<br />

a/b pelo número real c/d é, por definição, a<br />

multiplicação do número a/b pelo inverso de c/d.<br />

Acontece que o inverso de c/d é a fração d/c, assim:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

É o quociente de dois polinômios indicado<br />

na forma fracionária.<br />

SIMPLIFICAÇÃO<br />

Simplificar uma fração algébrica é obter uma fração<br />

mais simples, que seja equivalente à fração dada.<br />

Para simplificar uma fração algébrica é necessário<br />

fatorar o numerador e o denominador.<br />

Quando o numerador e o denominador da fração<br />

apresentam um fator comum, podemos cancelar<br />

este fator, ao fazer isto estamos simplificando a<br />

fração.<br />

Exemplos :<br />

a)<br />

b)<br />

x<br />

2<br />

2 2<br />

x y<br />

2xy<br />

y<br />

2<br />

( x y)(<br />

x y)<br />

<br />

2<br />

( x y)<br />

( x y)(<br />

x<br />

y)<br />

( x y)<br />

<br />

<br />

<br />

( x y)(<br />

x<br />

y<br />

) ( x y)<br />

x 4x<br />

x(<br />

x 4)<br />

x<br />

2x<br />

8 2(<br />

x 4)<br />

2<br />

2<br />

<br />

<br />

<br />

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO<br />

Para efetuar uma adição ou subtração de frações<br />

algébricas procedemos assim :<br />

1º) reduzimos as frações ao mesmo denominador<br />

(mmc dos denominadores);<br />

2º) conservamos o denominador comum e<br />

adicionamos ou subtraímos os numeradores;<br />

3º) simplificamos os resultados, quando possível.<br />

Exemplos :<br />

a)<br />

1 2 3<br />

2<br />

2x<br />

3x<br />

x<br />

mmc (2x, 3x 2 ,x) = 6x 2<br />

3x<br />

6x<br />

4<br />

6x<br />

18x<br />

<br />

6x<br />

2 2 2<br />

4 15x<br />

2<br />

6x<br />

2x<br />

x 5 x 2<br />

b) <br />

2<br />

x 1 x 1<br />

x 1<br />

2x<br />

x 5 x 2<br />

<br />

<br />

x 1 ( x 1)(<br />

x 1)<br />

x 1<br />

mmc = (x + 1) (x – 1)<br />

2x(<br />

x 1)<br />

x 5 ( x 2)(<br />

x 1)<br />

<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

FRAÇÕES ALGÉBRICAS<br />

39<br />

2<br />

2<br />

2x<br />

2x<br />

x 5 ( x x 2x<br />

2)<br />

<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

2x<br />

2<br />

2<br />

2x<br />

x 5 x x 2x<br />

2<br />

<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

2<br />

x 4x<br />

3<br />

<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

MULTIPLICAÇÃO<br />

( x 1<br />

)( x 3)<br />

( x 1)(<br />

x<br />

1<br />

)<br />

=<br />

x 3<br />

x 1<br />

Para multiplicar frações algébricas, procedemos<br />

assim :<br />

1º) Fatoramos os numeradores e os denominadores;<br />

2º) Fazemos as simplificações possíveis;<br />

3º) Multiplicamos os numeradores entre si e os<br />

denominadores entre si.<br />

Exemplos:<br />

2<br />

x 1<br />

x 2<br />

a)<br />

( x 1)(<br />

x<br />

<br />

1<br />

) ( x<br />

2<br />

) x 1<br />

=<br />

2<br />

x 4 x 1<br />

( x<br />

2<br />

)( x 2)<br />

( x<br />

1<br />

) x 2<br />

2<br />

a b x 4<br />

b)<br />

( a<br />

<br />

b<br />

) ( x 2)(<br />

x<br />

2<br />

)<br />

<br />

=<br />

2 2<br />

2x 4 a b 2(<br />

x<br />

2<br />

) ( a b)(<br />

a<br />

b<br />

)<br />

x 2<br />

2(<br />

a b)<br />

DIVISÃO<br />

=<br />

x 2<br />

2a<br />

2b<br />

Para dividir frações algébricas, multiplicamos a<br />

primeira pelo inverso da segunda.<br />

Exemplos:<br />

a)<br />

a<br />

2<br />

2<br />

ab a b<br />

<br />

b ab<br />

2<br />

<br />

a(<br />

a b<br />

) ab<br />

<br />

b<br />

( a b)(<br />

a b<br />

)<br />

2<br />

x 2x 1<br />

2 x<br />

b) ( x 1)<br />

<br />

2<br />

x 2x<br />

1<br />

x<br />

2<br />

( x 1)<br />

1<br />

<br />

=<br />

2<br />

( x 1)<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

= x<br />

1<br />

3 2<br />

x 3x<br />

3x<br />

1<br />

2<br />

a ab ab<br />

2 2<br />

b a b<br />

=<br />

=<br />

2<br />

2<br />

2<br />

a<br />

a b<br />

2x<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2x<br />

1<br />

x 1<br />

=<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

1<br />

<br />

( x 1)(<br />

x 1)<br />

( x 1)(<br />

x 1)


40<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

POLINÔMIOS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS<br />

A FUNÇÃO POLINOMIAL<br />

A função polinomial<br />

Grau de um polinômio<br />

Igualdade de polinômios<br />

Soma de polinômios<br />

Produto de polinômios<br />

Espaço vetorial de polinômios<br />

Sobre o grau de um polinômio<br />

Um polinômio (função polinomial) com<br />

coeficientes reais na variável x é uma função<br />

matemática f:R →R definida por:<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />

onde ao, a1, a2, ..., an são números reais,<br />

denominados coeficientes do polinômio. O<br />

coeficiente ao é o termo constante.<br />

Se os coeficientes são números inteiros, o<br />

polinômio é denominado polinômio inteiro em x.<br />

Uma das funções polinomiais mais importantes é<br />

f:R→R definida por:<br />

f(x) = a x² + b x + c<br />

O gráfico desta função é a curva plana denominada<br />

parábola, que tem algumas características utilizadas<br />

em estudos de Cinemática, radares, antenas<br />

parabólicas e faróis de carros. Ver o link A função<br />

quadrática nesta mesma página para entender a<br />

importância da função polinomial quadrática.<br />

O valor numérico de um polinômio p=p(x) em x=a<br />

é obtido pela substituição de x pelo número a, para<br />

obter p(a).<br />

Exemplo: O valor numérico de p(x)=2x²+7x-12<br />

para x=3 é dado por:<br />

p(3) = 2×(3)²+7×3-12 = 2×9+21-12 = 18+9 = 27<br />

GRAU DE UM POLINÔMIO<br />

Em um polinômio, o termo de mais alto grau que<br />

possui um coeficiente não nulo é chamado termo<br />

dominante e o coeficiente deste termo é o<br />

coeficiente do termo dominante. O grau de um<br />

polinômio p=p(x) não nulo, é o expoente de seu<br />

termo dominante, que aqui será denotado por gr(p).<br />

Acerca do grau de um polinômio, existem várias<br />

observações importantes:<br />

1. Um polinômio nulo não tem grau uma vez que<br />

não possui termo dominante. Em estudos mais<br />

Algoritmo da divisão polinomial<br />

Zeros de um polinômio<br />

Eq. algébricas e Transcendentes<br />

Métodos de resolução algébrica<br />

Teorema Fundamental da Álgebra<br />

Algumas identidades polinomiais<br />

Algumas desigualdades polinomiais<br />

avançados, define-se o grau de um polinômio<br />

nulo mas não o faremos aqui.<br />

2. Se o coeficiente do termo dominante de um<br />

polinômio for igual a 1, o polinômio será<br />

chamado mônico.<br />

3. Um polinômio pode ser ordenado segundo as<br />

suas potências em ordem crescente ou<br />

decrescente.<br />

4. Quando existir um ou mais coeficientes nulos,<br />

o polinômio será dito incompleto.<br />

5. Se o grau de um polinômio incompleto for n, o<br />

número de termos deste polinômio será menor<br />

do que n+1.<br />

6. Um polinômio será completo quando possuir<br />

todas as potências consecutivas desde o grau<br />

mais alto até o termo constante.<br />

7. Se o grau de um polinômio completo for n, o<br />

número de termos deste polinômio será<br />

exatamente n+1.<br />

É comum usar apenas uma letra p para representar a<br />

função polinomial p=p(x) e P[x] o conjunto de<br />

todos os polinômios reais em x.<br />

IGUALDADE DE POLINÔMIOS<br />

Os polinomios p e q em P[x], definidos por:<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />

q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +...+ bnx n<br />

são iguais se, e somente se, para todo<br />

k=0,1,2,3,...,n:<br />

ak=bk<br />

Teorema: Uma condição necessária e suficiente<br />

para que um polinômio inteiro seja identicamente<br />

nulo é que todos os seus coeficientes sejam nulos.<br />

Assim, um polinômio:<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />

será nulo se, e somente se, para todo k=0,1,2,3,...,n:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

ak= 0<br />

O polinômio nulo é denotado por po=0 em P[x].<br />

O polinômio unidade (identidade para o produto)<br />

p1=1 em P[x], é o polinômio:<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ + ...+ anx n<br />

tal que ao=1 e ak=0, para todo k=1,2,3,...,n.<br />

SOMA DE POLINÔMIOS<br />

Consideremos p e q polinômios em P[x], definidos<br />

por:<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +... + anx n<br />

q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +... + bnx n<br />

Definimos a soma de p e q, por:<br />

(p+q)(x) = (a o+b o)+(a 1+b 1)x+(a 2+b 2)x²+...+(a n+b n)x n<br />

A estrutura matemática (P[x],+) formada pelo<br />

conjunto de todos os polinômios com a soma<br />

definida acima, possui algumas propriedades:<br />

Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x],<br />

tem-se que:<br />

(p + q) + r = p + (q + r)<br />

Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x],<br />

tem-se que:<br />

p + q = q + p<br />

Elemento neutro: Existe um polinômio po(x)=0 tal<br />

que<br />

po + p = p<br />

qualquer que seja p em P[x].<br />

Elemento oposto: Para cada p em P[x], existe<br />

outro polinômio q=-p em P[x] tal que<br />

p + q = 0<br />

Com estas propriedades, a estrutura (P[x],+) é<br />

denominada um grupo comutativo.<br />

PRODUTO DE POLINÔMIOS<br />

Sejam p, q em P[x], dados por:<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />

q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +...+ bnx n<br />

Definimos o produto de p e q, como um outro<br />

polinômio r em P[x]:<br />

r(x) = p(x)·q(x) = co + c1x + c2x² + c3x³ +...+ cnx n<br />

tal que:<br />

c k = a ob k + a 1b k-1 + a 2 b k-2 + a 3b k-3 +...+ a k-1 b 1 + a kb o<br />

para cada ck (k=1,2,3,...,m+n). Observamos que<br />

para cada termo da soma que gera ck, a soma do<br />

41<br />

índice de a com o índice de b sempre fornece o<br />

mesmo resultado k.<br />

A estrutura matemática (P[x],·) formada pelo<br />

conjunto de todos os polinômios com o produto<br />

definido acima, possui várias propriedades:<br />

Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x],<br />

tem-se que:<br />

(p · q) · r = p · (q · r)<br />

Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x],<br />

tem-se que:<br />

p · q = q · p<br />

Elemento nulo: Existe um polinômio po(x)=0 tal<br />

que<br />

po · p = po<br />

qualquer que seja p em P[x].<br />

Elemento Identidade: Existe um polinômio<br />

p1(x)=1 tal que<br />

p1 · p = p<br />

qualquer que seja p em P[x]. A unidade polinomial<br />

é simplesmente denotada por p1=1.<br />

Existe uma propriedade mista ligando a soma e o<br />

produto de polinômios<br />

Distributiva: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x],<br />

tem-se que:<br />

p · (q + r) = p · q + p · r<br />

Com as propriedades relacionadas com a soma e o<br />

produto, a estrutura matemática (P[x],+,·) é<br />

denominada anel comutativo com identidade.<br />

ESPAÇO VETORIAL DOS<br />

POLINÔMIOS REAIS<br />

Embora uma sequência não seja um conjunto mas<br />

sim uma função cujo domínio é o conjunto dos<br />

números naturais, usaremos neste momento uma<br />

notação para sequência no formato de um conjunto.<br />

O conjunto P[x] de todos os polinômios pode ser<br />

identificado com o conjunto S das sequências<br />

quase-nulas de números reais , isto é, as sequências<br />

da forma:<br />

p = (ao,a1,a2,a3,a4,...,an,0,0,0,...)<br />

Isto significa que após um certo número natural n,<br />

todos os termos da sequência são nulos.<br />

A identificação ocorre quando tomamos os<br />

coeficientes do polinômio<br />

p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />

e colocamos os mesmos entre parênteses e após o<br />

n-ésimo coeficiente colocamos uma quantidade


infinita de zeros, assim nós temos somente uma<br />

quantidade finita de números não nulos, razão pela<br />

qual tais sequências são denominadas sequências<br />

quase-nulas.<br />

Esta forma de notação<br />

p = (ao,a1,a2,a3,a4,...,an,0,0,0,...)<br />

funciona bem quando trabalhamos com espaços<br />

vetoriais, que são estruturas matemáticas onde a<br />

soma dos elementos e a multiplicação dos<br />

elementos por escalar têm várias propriedades.<br />

Vamos considerar S o conjunto das sequências<br />

quase-nulas de números reais com as operações de<br />

soma, multiplicação por escalar e de multiplicação,<br />

dadas abaixo.<br />

Sejam p e q em S, tal que:<br />

p = (ao,a1,a2,a3,a4,...,am,0,0,0,...)<br />

q = (bo,b1,b2,b3,b4,...,bn,0,0,0,...)<br />

e vamos supor que m < n.<br />

Definimos a soma de p e q, como:<br />

p+q = (ao+bo,a1+b1,a2+b2,...,an+bn,0,0,0,...)<br />

a multiplicação de p em S por um escalar k, como:<br />

k.p = (kao,ka1,ka2,ka3,ka4,...,kam,0,0,...)<br />

e o produto de p e q em S como:<br />

sendo que<br />

p·q = (co,c1,c2,c3,c4,...,cn,0,0,0,...)<br />

ck = aobk + a1bk-1 + a2bk-2 + a3bk-3 +...+ ak-1b1+akbo<br />

para cada ck (k=1,2,3,...,m+n).<br />

O conjunto S com as operações definidas é:<br />

associativo, comutativo, distributivo e possui<br />

elementos: neutro, identidade, unidade, oposto.<br />

CARACTERÍSTICAS DO GRAU DE UM<br />

POLINÔMIO<br />

Se gr(p)=m e gr(q)=n então<br />

gr(p.q) = gr(p) + gr(q)<br />

gr(p+q)


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

e x = 1 + x +x²/2! + x³/3! + x 4 /4! + x 5 /5! +...<br />

assim, a equação<br />

x²+7x=e x<br />

não é uma equação algébrica, o que equivale a dizer<br />

que esta equação é transcendente.<br />

Quando a equação é da forma:<br />

p(x) = 0<br />

onde p é um polinômio real em P[x], ela será<br />

chamada equação polinomial.<br />

Quando uma equação possui a variável sob um<br />

sinal de radiciação ela é chamada equação<br />

irracional.<br />

Exemplo: 2x²+3x+7 =0 e 3x²+7x ½ =2x+3 são<br />

equações algébricas. A primeira é polinomial, mas<br />

a segunda não é polinomial. Esta segunda é uma<br />

equação irracional.<br />

Observação: Uma equação algébrica irracional<br />

sempre poderá ser colocada na forma de uma<br />

equação polinomial. Quando uma equação<br />

algébrica irracional é transformada em uma<br />

equação polinomial, as raízes da nova equação<br />

poderão não coincidir com as raízes da equação<br />

original e as raízes obtidas desta nova equação que<br />

não servem para a equação original são<br />

denominadas raízes estranhas.<br />

Exercício: Apresentar uma equação irracional que<br />

tenha raízes estranhas.<br />

Métodos de resolução algébrica<br />

Alguns tipos especiais de equações podem ser<br />

resolvidos.<br />

Equação do 1º grau: A equação ax+b=0 com a<br />

diferente de zero, admite uma única raíz dada por:<br />

x = -b/a<br />

Equação do 2o. grau: A equação ax²+bx+c=0 com<br />

a diferente de zero, admite exatamente duas raízes<br />

no conjunto dos números complexos, dadas por:<br />

x1=(-b+R[b²-4ac] / 2ª<br />

x2=(-b- R[b²-4ac]/ 2a<br />

onde R[z] é a raiz quadrada de z.<br />

Nesta página há dois links que tratam sobre o<br />

assunto: Equações do Segundo grau que dá um<br />

tratamento mais detalhado sobre o assunto e<br />

Cálculo de raízes de uma Equação do 2º.grau<br />

que é um formulário onde você entra com os<br />

coeficientes e obtém as raízes sem muito esforço.<br />

Equação cúbica: A equação ax³ + bx² + cx + d = 0<br />

com a não nulo, admite exatamente três raízes no<br />

conjunto dos números complexos que podem ser<br />

obtidas pela fórmula de Tartaglia (Cardano).<br />

43<br />

Equação quártica: A equação ax 4 + bx³ + cx² + dx<br />

+ e = 0 com a não nulo, admite exatamente quatro<br />

raízes no conjunto dos números complexos que<br />

podem ser obtidas pela fórmula de Ferrari.<br />

Equação quíntica: Para equações de grau maior ou<br />

igual a 5, não existem métodos algébricos para<br />

obter todas as raízes, mas existem muitos métodos<br />

numéricos que proporcionam as raízes de tais<br />

equações com grande precisão.<br />

Existe uma versão da planilha Kyplot disponível<br />

gratuitamente na Internet, que dispõe de um<br />

mecanismo capaz de calcular com grande precisão<br />

raízes de equações polinomiais de grau n.<br />

Em Português, há um excelente livro que trata<br />

sobre Equações Algébricas e a história da<br />

Matemática subjacente: "O Romance das Equações<br />

Algébricas, Gilberto G. Garbi, Makron Books, São<br />

Paulo, 1999."<br />

TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA<br />

Teorema (Gauss): Toda equação algébrica<br />

polinomial com coeficientes reais ou complexos,<br />

admite no conjunto dos números complexos, pelo<br />

menos uma raiz.<br />

Teorema equivalente: Toda equação algébrica<br />

polinomial de grau n, com coeficientes reais ou<br />

complexos, admite exatamente n raízes, no<br />

conjunto dos números complexos.<br />

Consequência: Toda equação algébrica polinomial<br />

real de grau n, admite no máximo n raízes, no<br />

conjunto dos números reais.<br />

ALGUMAS DESIGUALDADES<br />

POLINOMIAIS<br />

Algumas desigualdades bastante comuns que<br />

podem ser obtidas a partir das identidades<br />

polinomiais:<br />

1. a²+b² > 2ab<br />

2. (a+b)/2 > R[a.b]<br />

3. a²+b²+c² > ab+ac+bc<br />

onde R[x] é a raiz quadrada de x e o símbolo ><br />

significa maior ou igual.<br />

Há vários livros de Matemática dedicados somente<br />

a desigualdades pois uma grande parte da<br />

Matemática é construída através deste conceito.<br />

Áreas onde existem muitas aplicações para as<br />

desigualdades são a Análise Matemática e a<br />

Programação Linear.


44<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

PRODUTOS NOTÁVEIS (33º IDENTIDADES)<br />

1. Quadrado da soma de dois termos<br />

(a+b)² = a² + b² + 2ab<br />

Exemplo: (3+4)²=3²+4²+2×3×4<br />

2. Quadrado da diferença de dois termos<br />

(a-b)² = a² + b² - 2ab<br />

Exemplo: (7-5)²=7²+5²-2×7×5<br />

3. Diferença de potências (ordem 2)<br />

a² - b² = (a+b)(a-b)<br />

Exemplo: 7²-5²=(7+5)(7-5)<br />

4. Cubo da soma de dois termos<br />

(a+b)³ = a³ + 3a²b + 3ab² + b³<br />

Exemplo: (4+5)³=4³+3×4²×5+3×4×5²+5³<br />

5. Cubo da soma de dois termos na forma<br />

simplificada<br />

(a+b)³ = a(a-3b)² + b(b-3a)²<br />

Exemplo: (4+5)³=4(4-3×5)²+5(5-3×4)²<br />

6. Cubo da diferença de dois termos<br />

(a-b)³ = a³ - 3a²b + 3ab² - b³<br />

Exemplo: (4-5)³=4³-3×4²×5+3×4×5²-5³<br />

7. Identidade de Fibonacci<br />

(a²+b²)(p²+q²) = (ap-bq)²+(aq+bp)²<br />

Exemplo: (1²+3²) (5²+7²) = (1×5-3×7)² +<br />

(1×7+3×5)²<br />

8. Identidade de Platão<br />

(a²+b²)² = (a²-b²)²+(2ab)²<br />

Exemplo: (3²+8²)²=(3²-8²)²+(2×3×8)²<br />

9. Identidade de Lagrange (4 termos)<br />

(a²+b²)(p²+q²)-(ap+bq)² = (aq-bp)²<br />

Exemplo: (9²+7²)(5²+3²)-(9×5+7×3)²=(9×3-7×5)²<br />

10. Identidade de Lagrange (6 termos)<br />

(a²+b²+c²) (p²+q²+r²) - (ap+bq+cr)²<br />

= (aq-bp)² + (ar-cp)² + (br-cq)²<br />

Exemplo: (1²+3²+5²)(7²+8²+9²)-(1×7+3×8+5×9)² =<br />

(1×8-3×7)² + (1×9-5×7)² + (3×9-5×8)²<br />

11. Identidade de Cauchy (n=3)<br />

(a+b)³ - a³ - b³ = 3ab(a+b)<br />

Exemplo: (2+7)³-2³-7³=3×2×7×(2+7)<br />

12. Identidade de Cauchy (n=5)<br />

(a+b) 5 - a 5 - b 5 = 5ab(a+b)(a²+ab+b²)<br />

Exemplo: (1+2) 5 -1 5 - 2 5 =5 × 1 × 2 × (1+2)<br />

(1²+1×2+2²)<br />

13. Quadrado da soma de n termos<br />

sendo que i < j.<br />

Exemplos:<br />

(a+b)² = a²+b²+2 (ab)<br />

(a+b+c)² = a² + b² + c² + 2(ab+ac+bc)<br />

(a+b+c+d)² = a² + b² + c² + d² + 2(ab + a c + ad +<br />

bc + bd + cd)<br />

14. Cubo da soma de n termos<br />

3<br />

sendo que i < j e i < j < k.<br />

15. Diferença entre os quadrados da soma e<br />

diferença<br />

(a+b)² - (a-b)² = 4ab<br />

Exemplo: (7+9)²-(7-9)²=4×7×9<br />

16. Soma dos quadrados da soma e da diferença<br />

(a+b)² + (a-b)² = 2(a²+b²)<br />

Exemplo: (3+5)²+(3-5)²=2(3²+5²)<br />

17. Soma de dois cubos<br />

a³+b³ = (a+b)³ - 3ab(a+b)<br />

Exemplo: 2³+4³=(2+4)³-3×2×4×(2+4)<br />

18. Soma de dois cubos na forma fatorada<br />

a³+b³ = (a+b)(a²-ab+b²)<br />

Exemplo: 5³+7³=(5+7) (5²-5×7+7²)<br />

19. Transformação do produto na diferença de<br />

quadrados<br />

ab = [½(a+b)]² - [½(a-b)]²<br />

Exemplo: 3×5=[½(3+5)]²-[½(3-5)]²<br />

20. Diferença de potências (ordem 4)<br />

a 4 -b 4 = (a-b)(a+b)(a²+b²)<br />

Exemplo: 5 4 -1 4 =(5-1)(5+1)(5²+1²)<br />

21. Diferença de potências (ordem 6)<br />

a 6 -b 6 = (a-b)(a+b)(a²+ab+b²)(a²-ab+b²)<br />

Exemplo: 5 6 -1 6 =(5-1)(5+1) (5²+5×1+1²)(5²-5×1+1²)<br />

22. Diferença de potências (ordem 8)


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

a 8 - b 8 = (a-b)(a+b)(a²+b²)(a 4 +b 4 )<br />

Exemplo: 5 8 -1 8 =(5-1)(5+1)(5²+1²)(5 4 +1 4 )<br />

23. Produto de três diferenças<br />

(a-b)(a-c)(b-c) = ab(a-c) + bc(b-c) + ca(c-a)<br />

Exemplo: (1-3)(1-5)(3-5)=1×3×(1-5)+3×5×(3-<br />

5)+5×1×(5-1)<br />

24. Produto de três somas<br />

(a+b)(b+c)(c+a) = (a+b+c)(ab+bc+ac) - abc<br />

Exemplo: (1+3) (3+5) (5+1) = (1+3+5) (1×3 + 3×5<br />

+ 1×5) - 1×3×5<br />

25. Soma de cubos das diferenças de três termos<br />

(a-b)³ + (b-c)³ + (c-a)³ = 3(a-b)(b-c)(c-a)<br />

Exemplo: (1-3)³ + (3-5)³ + (5-1)³ = 3(1-3) (3-5)<br />

(5-1)<br />

26. Cubo da soma de três termos<br />

(a+b+c)³ = (a+b-c)³ + (b+c-a)³ + (a+c-b)³ + 24abc<br />

Exemplo: (7+8+9)³ = (7+8-9)³ + (8+9-7)³ + (7+9-<br />

8)³ + 24 × 7 × 8 × 9<br />

27. Soma nula de produtos de cubos por diferenças<br />

a³(b-c)+b³ (c-a) + c³ (a-b) + (a+b+c) (a-b)(b-c) (a-c) = 0<br />

Exemplo: 2³(4-6) + 4³ (6-2) + 6³ (2-4) + (2+4+6)<br />

(2-4) (4-6) (2-6) = 0<br />

28. Soma de produtos de cubos com diferenças<br />

a³(b-c)³ + b³(c-a)³ + c³(a-b)³ = 3abc (a-b) (b-c) (a-c)<br />

Exemplo: 7³(8-9)³ + 8³(9-7)³ + 9³(7-8)³ = 3.7.8.9 (7-<br />

8) (8-9) (7-9)<br />

29. Produto de dois fatores homogêneos de grau<br />

dois<br />

(a²+ab+b²) (a²-ab+b²)=a 4 +a² b²+b 4<br />

Exemplo: (5²+5×7+7²)(5²-5×7+7²)=5 4 +5² 7²+7 4<br />

30. Soma de quadrados de somas de dois termos<br />

(a+b)² + (b+c)² + (a+c)² = (a+b+c)² + a²+b²+c²<br />

Exemplo: (1+3)² + (3+5)² + (1+5)² = (1+3+5)² + 1²<br />

+ 3² + 5²<br />

31. Produto de quadrados de fatores especiais<br />

(a-b)² (a+b)² (a²+b²)²=(a 4 -b 4 )²<br />

Exemplo: (7-3)² (7+3)² (7²+3²)²=(7 4 -3 4 )²<br />

32. Soma de quadrados de express. homogêneas de<br />

grau 1<br />

(a+b+c)²+(a-b)²+(b-c)²+(c-a)²=3(a²+b²+c²)<br />

Exemplo: (7+8+9)²+(7-8)²+(8-9)²+(9-<br />

7)²=3(7²+8²+9²)<br />

33. Identidade de interpolação<br />

45<br />

Exemplo: Com a=1, b=2 e c=3 na identidade,<br />

obtemos:


46<br />

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Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

APLICAÇÕES DAS RAZÕES E PROPORÇÕES<br />

PROPORÇÕES COM NÚMEROS<br />

Proporções com números<br />

Propriedades das Proporções<br />

Grandezas diret. proporcionais<br />

Grandezas invers. proporcionais<br />

Histórico sobre a Regra de três<br />

Quatro números racionais A, B, C e D diferentes de<br />

zero, nessa ordem, formam uma proporção quando:<br />

1. Os números A, B, C e D são denominados<br />

termos<br />

2. Os números A e B são os dois primeiros termos<br />

3. Os números C e D são os dois últimos termos<br />

4. Os números A e C são os antecedentes<br />

5. Os números B e D são os consequentes<br />

6. A e D são os extremos<br />

7. B e C são os meios<br />

8. A divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é<br />

uma constante K, denominada constante de<br />

proporcionalidade K dessa razão.<br />

PROPRIEDADES DAS PROPORÇÕES<br />

Para a proporção<br />

valem as seguintes propriedades:<br />

1. O produto dos meios é igual ao produto dos<br />

extremos, isto é:<br />

A · D = B · C<br />

2. A soma (diferença) dos dois primeiros termos<br />

está para o primeiro termo, assim como a soma<br />

(diferença) dos dois últimos está para o terceiro<br />

termo, isto é:<br />

3. A soma (diferença) dos dois primeiros<br />

termos está para o segundo termo, assim<br />

como a soma (diferença) dos dois últimos<br />

está para o quarto termo, isto é:<br />

Regras de três simples direta<br />

Regras de três simples inversa<br />

Regras de três composta<br />

Porcentagem<br />

Juros simples<br />

4. A soma (diferença) dos antecedentes está<br />

para a soma (diferença) dos consequentes,<br />

assim como cada antecedente está para o<br />

seu consequente, isto é:<br />

GRANDEZAS DIRETAMENTE<br />

PROPORCIONAIS<br />

Duas grandezas são diretamente proporcionais<br />

quando, aumentando uma delas, a outra também<br />

aumenta na mesma proporção, ou, diminuindo uma<br />

delas, a outra também diminui na mesma<br />

proporção.<br />

Se duas grandezas X e Y são diretamente<br />

proporcionais, os números que expressam essas<br />

grandezas variam na mesma razão, isto é, existe<br />

uma constante K tal que:<br />

Exemplos:<br />

1. Uma torneira foi aberta para encher uma caixa<br />

com água azul. A cada 15 minutos é medida a<br />

altura do nível de água. (cm=centímetros e<br />

min=minutos)<br />

15 minutos<br />

50 cm<br />

30 minutos<br />

100 cm<br />

45 minutos<br />

150 cm


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

2. Construímos uma tabela para mostrar a<br />

evolução da ocorrência:<br />

Tempo (min) Altura (cm)<br />

15 50<br />

30 100<br />

45 150<br />

3. Observamos que quando duplica o intervalo de<br />

tempo, a altura do nível da água também<br />

duplica e quando o intervalo de tempo é<br />

triplicado, a altura do nível da água também é<br />

triplicada.<br />

4. Observações: Usando razões, podemos<br />

descrever essa situação de outro modo.<br />

5. (a) Quando o intervalo de tempo passa de 15<br />

min para 30 min, dizemos que o tempo varia na<br />

razão 15/30, enquanto que a altura da água<br />

varia de 50 cm para 100 cm, ou seja, a altura<br />

varia na razão 50/100. Observamos que estas<br />

duas razões são iguais:<br />

6. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 15<br />

min para 45 min, a altura varia de 50 cm para<br />

150 cm. Nesse caso, o tempo varia na razão<br />

15/45 e a altura na razão 50/150. Então,<br />

notamos que essas razões são iguais:<br />

7. Concluímos que a razão entre o valor numérico<br />

do tempo que a torneira fica aberta e o valor<br />

numérico da altura atingida pela água é sempre<br />

igual, assim dizemos então que a altura do<br />

nível da água é diretamente proporcional ao<br />

tempo que a torneira ficou aberta.<br />

8. Em média, um automóvel percorre 80 Km em<br />

1 hora, 160 Km em 2 horas e 240 Km em 3<br />

horas. (Km=quilômetro, h=hora). Construímos<br />

uma tabela da situação:<br />

Distância (Km) Tempo (h)<br />

80 1<br />

160 2<br />

240 3<br />

47<br />

9. Notamos que quando duplica o intervalo de<br />

tempo, duplica também a distância percorrida e<br />

quando o intervalo de tempo é triplicado, a<br />

distância também é triplicada, ou seja, quando<br />

o intervalo de tempo aumenta, a distância<br />

percorrida também aumenta na mesma<br />

proporção.<br />

10. Observações: Usando razões e proporções,<br />

podemos descrever essa situação de outro<br />

modo.<br />

11. (a) Quando o intervalo de tempo aumenta de 1<br />

h para 2 h, a distância percorrida varia de 80<br />

Km para 160 Km, ou seja, o tempo varia na<br />

razão de 1/2 enquanto a distância percorrida<br />

varia na razão 80/160. Assim temos que tais<br />

razões são iguais, isto é:<br />

12. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 2 h<br />

para 3 h, a distância percorrida varia de 160<br />

Km para 240 Km. Nesse caso, o tempo varia na<br />

razão 2/3 e a distância percorrida na razão<br />

160/240 e observamos que essas razões são<br />

iguais, isto é:<br />

13. Concluímos que o tempo gasto e a distância<br />

percorrida, variam sempre na mesma razão e<br />

isto significa que a distância percorrida é<br />

diretamente proporcional ao tempo gasto para<br />

percorrê-la, se a velocidade média do<br />

automóvel se mantiver constante.<br />

GRANDEZAS INVERSAMENTE<br />

PROPORCIONAIS<br />

Duas grandezas são inversamente proporcionais<br />

quando, aumentando uma delas, a outra diminui na<br />

mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a<br />

outra aumenta na mesma proporção. Se duas<br />

grandezas X e Y são inversamente proporcionais,<br />

os números que expressam essas grandezas variam<br />

na razão inversa, isto é, existe uma constante K tal<br />

que:<br />

Exemplos:<br />

X · Y = K<br />

1. A professora de um colégio, tem 24 livros para<br />

distribuir entre os seus melhores alunos, dando<br />

a mesma quantidade de livros para cada aluno.<br />

2. o melhor aluno receberá 24 livros<br />

3. cada um dos 2 melhores alunos receberá 12<br />

livros


4. cada um dos 3 melhores alunos receberá 8<br />

livros<br />

5. cada um dos 4 melhores alunos receberá 6<br />

livros<br />

6. cada um dos 6 melhores alunos receberá 4<br />

livros<br />

Alunos<br />

escolhidos<br />

Livros para<br />

cada aluno<br />

1 24<br />

2 12<br />

3 8<br />

4 6<br />

6 4<br />

7. De acordo com a tabela, a quantidade de alunos<br />

escolhidos e a quantidade de livros que cada<br />

aluno receberá, são grandezas que variam<br />

sendo que uma depende da outra e se<br />

relacionam da seguinte forma:<br />

1. Se o número de alunos dobra, o número de<br />

livros que cada um vai receber cai para a<br />

metade.<br />

2. Se o número de alunos triplica, o número<br />

de livros que cada aluno vai receber cai<br />

para a terça parte.<br />

3. Se o número de alunos quadruplica, o<br />

número de livros que cada aluno vai<br />

receber cai para a quarta parte.<br />

4. Se o número de alunos sextuplica, o<br />

número de livros que cada aluno vai<br />

receber cai para a sexta parte.<br />

Sob estas condições, as duas grandezas<br />

envolvidas (número de alunos escolhidos e<br />

número de livros distribuídos) são grandezas<br />

inversamente proporcionais.<br />

Quando a quantidade de alunos varia na razão<br />

de 2 para 4, a quantidade de livros distribuídos<br />

varia de 12 para 6.<br />

Notemos que essas razões não são iguais, mas<br />

são inversas:<br />

Se a quantidade de alunos varia na razão de 2<br />

para 6, a quantidade de livros distribuídos varia<br />

de 12 para 4. Observemos que essas razões não<br />

são iguais, mas são inversas:<br />

48<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Representamos tais grandezas inversamente<br />

proporcionais com a função f(x)=24/x,<br />

apresentada no gráfico<br />

8. Um automóvel se desloca de uma cidade<br />

até uma outra localizada a 120 Km da<br />

primeira. Se o percurso é realizado em:<br />

9. 1 hora, velocidade média de 120 Km/h<br />

10. 2 horas, velocidade média de 60 Km/h<br />

11. 3 horas, velocidade média de 40 Km/h<br />

A unidade é Km/h=quilômetro por hora e<br />

uma tabela da situação é:<br />

Velocidade (Km/h) Tempo (h)<br />

120 1<br />

60 2<br />

40 3<br />

De acordo com a tabela, o automóvel faz o<br />

percurso em 1 hora com velocidade média<br />

de 120 Km/h. Quando diminui a<br />

velocidade à metade, ou seja 60 Km/h, o<br />

tempo gasto para realizar o mesmo<br />

percurso dobra e quando diminui a<br />

velocidade para a terça parte, 40 Km/h o<br />

tempo gasto para realizar o mesmo<br />

percurso triplica.<br />

Para percorrer uma mesma distância fixa,<br />

as grandezas velocidade e tempo gasto, são<br />

inversamente proporcionais.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A<br />

REGRA DE TRÊS<br />

Embora os gregos e os romanos conhecessem as<br />

proporções, não chegaram a aplicá-las na resolução<br />

de problemas. Na Idade Média, os árabes revelaram<br />

ao mundo a "Regra de Três". No século XIII, o<br />

italiano Leonardo de Pisa difundiu os princípios<br />

dessa regra em seu Liber Abaci (o livro do ábaco),<br />

com o nome de Regra dos três números<br />

conhecidos.<br />

REGRA DE TRÊS SIMPLES DIRETA<br />

Uma regra de três simples direta é uma forma de<br />

relacionar grandezas diretamente proporcionais.<br />

Para resolver problemas, tomaremos duas<br />

grandezas diretamente proporcionais X e Y e outras<br />

duas grandezas W e Z também diretamente<br />

proporcionais, de forma que tenham a mesma<br />

constante de proporcionalidade K.<br />

assim<br />

Exemplo: Na extremidade de uma mola (teórica!)<br />

colocada verticalmente, foi pendurado um corpo<br />

com a massa de 10Kg e verificamos que ocorreu<br />

um deslocamento no comprimento da mola de<br />

54cm. Se colocarmos um corpo com 15Kg de<br />

massa na extremidade dessa mola, qual será o<br />

deslocamento no comprimento da mola?<br />

(Kg=quilograma e cm=centímetro).<br />

Representaremos pela letra X a medida procurada.<br />

De acordo com os dados do problema, temos:<br />

Massa do<br />

corpo (Kg)<br />

Deslocamento da<br />

mola (cm)<br />

10 54<br />

15 X<br />

As grandezas envolvidas: massa e deslocamento,<br />

são diretamente proporcionais. Conhecidos três dos<br />

valores no problema, podemos obter o quarto valor<br />

X, e, pelos dados da tabela, podemos montar a<br />

proporção:<br />

Observamos que os números 10 e 15 aparecem na<br />

mesma ordem que apareceram na tabela e os<br />

números 54 e X também aparecem na mesma<br />

49<br />

ordem direta que apareceram na tabela anterior e<br />

desse modo 10·X=15·54, logo 10X=810, assim<br />

X=81 e o deslocamento da mola será de 81cm.<br />

REGRA DE TRÊS SIMPLES INVERSA<br />

Uma regra de três simples inversa é uma forma de<br />

relacionar grandezas inversamente proporcionais<br />

para obter uma proporção.<br />

Na resolução de problemas, consideremos duas<br />

grandezas inversamente proporcionais A e B e<br />

outras duas grandezas também inversamente<br />

proporcionais C e D de forma que tenham a mesma<br />

constante de proporcionalidade K.<br />

segue que<br />

Logo<br />

A · B = K e C · D = K<br />

A · B = C · D<br />

Exemplo: Ao participar de um treino de Fórmula 1,<br />

um corredor imprimindo a velocidade média de 180<br />

Km/h fez um certo percurso em 20s. Se a sua<br />

velocidade média fosse de 200 Km/h, qual seria o<br />

tempo gasto no mesmo percurso?<br />

(Km/h=quilômetro por hora, s=segundo).<br />

Representaremos o tempo procurado pela letra T.<br />

De acordo com os dados do problema, temos:<br />

Velocidade (Km/h) Tempo (s)<br />

180 20<br />

200 T<br />

Relacionamos grandezas inversamente<br />

proporcionais: velocidade e tempo em um mesmo<br />

espaço percorrido. Conhecidos três valores,<br />

podemos obter um quarto valor T.<br />

Os números 180 e 200 aparecem na mesma ordem<br />

que apareceram na tabela, enquanto que os números<br />

20 e T aparecem na ordem inversa da ordem que<br />

apareceram na tabela acima.<br />

Assim 180.20=200.X, donde segue que 200X=3600<br />

e assim X=3600/200=18. Se a velocidade do<br />

corredor for de 200 Km/h ele gastará 18s para<br />

realizar o mesmo percurso.


REGRA DE TRÊS COMPOSTA<br />

Regra de três composta é um processo de<br />

relacionamento de grandezas diretamente<br />

proporcionais, inversamente proporcionais ou uma<br />

mistura dessas situações.<br />

O método funcional para resolver um problema<br />

dessa ordem é montar uma tabela com duas linhas,<br />

sendo que a primeira linha indica as grandezas<br />

relativas à primeira situação enquanto que a<br />

segunda linha indica os valores conhecidos da<br />

segunda situação.<br />

Se A1, B1, C1, D1, E1, ... são os valores associados<br />

às grandezas para uma primeira situação e A2, B2,<br />

C2, D2, E2, ... são os valores associados às<br />

grandezas para uma segunda situação, montamos a<br />

tabela abaixo lembrando que estamos interessados<br />

em obter o valor numérico para uma das grandezas,<br />

digamos Z2 se conhecemos o correspondente valor<br />

numérico Z1 e todas as medidas das outras<br />

grandezas.<br />

Situação<br />

Situação<br />

1<br />

Situação<br />

2<br />

Gra<br />

ndez<br />

a 1<br />

Gran<br />

deza<br />

2<br />

Gran<br />

deza<br />

3<br />

Gran<br />

deza<br />

4<br />

Gran<br />

deza<br />

5<br />

Gra<br />

nd...<br />

Gran<br />

deza ?<br />

A1 B1 C1 D1 E1 … Z1<br />

A2 B2 C2 D2 E2 … Z2<br />

Quando todas as grandezas são diretamente<br />

proporcionais à grandeza Z, resolvemos a<br />

proporção:<br />

Quando todas as grandezas são diretamente<br />

proporcionais à grandeza Z, exceto a segunda<br />

grandeza (com a letra B, por exemplo) que é<br />

inversamente proporcional à grandeza Z,<br />

resolvemos a proporção com B1 trocada de posição<br />

com B2:<br />

As grandezas que forem diretamente proporcionais<br />

à grandeza Z são indicadas na mesma ordem<br />

(direta) que aparecem na tabela enquanto que as<br />

grandezas que forem inversamente proporcionais à<br />

grandeza Z aparecerão na ordem inversa daquela<br />

que apareceram na tabela.<br />

Por exemplo, se temos cinco grandezas envolvidas:<br />

A, B, C, D e Z, sendo a primeira A e a terceira C<br />

diretamente proporcionais à grandeza Z e as outras<br />

duas B e D inversamente proporcionais à grandeza<br />

Z, deveremos resolver a proporção:<br />

50<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Observação: O problema difícil é analisar de um<br />

ponto de vista lógico quais grandezas são<br />

diretamente proporcionais ou inversamente<br />

proporcionais. Como é muito difícil realizar esta<br />

análise de um ponto de vista geral, apresentaremos<br />

alguns exemplos para entender o funcionamento da<br />

situação.<br />

Exemplos:<br />

1. Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas<br />

produziram 400 peças de uma mercadoria.<br />

Quantas peças dessa mesma mercadoria serão<br />

produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras,<br />

se essas máquinas funcionarem durante 9 dias?<br />

Vamos representar o número de peças pela<br />

letra X. De acordo com os dados do problema,<br />

vamos organizar a tabela:<br />

No. de<br />

máquinas (A)<br />

No. de dias<br />

(B)<br />

No. de peças<br />

(C)<br />

5 6 400<br />

7 9 X<br />

A grandeza Número de peças (C) servirá de<br />

referência para as outras grandezas.<br />

Analisaremos se as grandezas Número de<br />

máquinas (A) e Número de dias (B) são<br />

diretamente proporcionais ou inversamente<br />

proporcionais à grandeza C que representa o<br />

Número de peças. Tal análise deve ser feita de<br />

uma forma independente para cada par de<br />

grandezas.<br />

Vamos considerar as grandezas Número de<br />

peças e Número de máquinas. Devemos fazer<br />

uso de lógica para constatar que se tivermos<br />

mais máquinas operando produziremos mais<br />

peças e se tivermos menos máquinas operando<br />

produziremos menos peças. Assim temos que<br />

estas duas grandezas são diretamente<br />

proporcionais.<br />

Vamos agora considerar as grandezas Número<br />

de peças e Número de dias. Novamente<br />

devemos usar a lógica para constatar que se<br />

tivermos maior número de dias produziremos<br />

maior número de peças e se tivermos menor<br />

número de dias produziremos menor número<br />

de peças. Assim temos que estas duas<br />

grandezas também são diretamente<br />

proporcionais.<br />

Concluímos que todas as grandezas envolvidas<br />

são diretamente proporcionais, logo, basta<br />

resolver a proporção:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

que pode ser posta na forma<br />

Resolvendo a proporção, obtemos X=840,<br />

assim, se as 7 máquinas funcionarem durante 9<br />

dias serão produzidas 840 peças.<br />

2. Um motociclista, rodando 4h por dia, percorre<br />

em média 200 Km em 2 dias. Em quantos dias<br />

esse motociclista irá percorrer 500 Km, se<br />

rodar 5 h por dia? (h=hora, Km=quilômetro).<br />

Vamos representar o número de dias procurado<br />

pela letra X. De acordo com os dados do<br />

problema, vamos organizar a tabela:<br />

Quilômetros<br />

(A)<br />

Horas por<br />

dia (B)<br />

No. de<br />

dias (C)<br />

200 4 2<br />

500 5 X<br />

A grandeza Número de dias (C) é a que servirá<br />

como referência para as outras grandezas.<br />

Analisaremos se as grandezas Quilômetros (A)<br />

e Horas por dia (B) são diretamente<br />

proporcionais ou inversamente proporcionais à<br />

grandeza C que representa o Número de dias.<br />

Tal análise deve ser feita de uma forma<br />

independente para cada par de grandezas.<br />

Consideremos as grandezas Número de dias e<br />

Quilômetros. Usaremos a lógica para constatar<br />

que se rodarmos maior número de dias,<br />

percorreremos maior quilometragem e se<br />

rodarmos menor número de dias percorreremos<br />

menor quilometragem. Assim temos que estas<br />

duas grandezas são diretamente proporcionais.<br />

Na outra análise, vamos agora considerar as<br />

grandezas Número de dias e Horas por dia.<br />

Verificar que para realizar o mesmo percurso,<br />

se tivermos maior número de dias utilizaremos<br />

menor número de horas por dia e se tivermos<br />

menor número de dias necessitaremos maior<br />

número de horas para p mesmo percurso.<br />

Logo, estas duas grandezas são inversamente<br />

proporcionais e desse modo:<br />

que pode ser posta como<br />

51<br />

Resolvendo esta proporção, obtemos X=4,<br />

significando que para percorrer 500 Km,<br />

rodando 5 h por dia, o motociclista levará 4<br />

dias.<br />

PORCENTAGEM<br />

Praticamente todos os dias, observamos nos meios<br />

de comunicação, expressões matemáticas<br />

relacionadas com porcentagem. O termo por cento<br />

é proveniente do Latim per centum e quer dizer por<br />

cem. Toda razão da forma a/b na qual o<br />

denominador b=100, é chamada taxa de<br />

porcentagem ou simplesmente porcentagem ou<br />

ainda percentagem.<br />

Historicamente, a expressão por cento aparece nas<br />

principais obras de aritmética de autores italianos<br />

do século XV. O símbolo % surgiu como uma<br />

abreviatura da palavra cento utilizada nas<br />

operações mercantis.<br />

Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos<br />

10% e isto significa que em cada 100 unidades de<br />

algo, tomaremos 10 unidades. 10% de 80 pode ser<br />

obtido como o produto de 10% por 80, isto é:<br />

Produto = 10%.80 = 10/100.80 = 800 / 100 = 8<br />

Em geral, para indicar um índice de M por cento,<br />

escrevemos M% e para calcular M% de um número<br />

N, realizamos o produto:<br />

Produto = M%.N = M.N / 100<br />

Exemplos:<br />

1. Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo<br />

que 52% dessas fichas estão etiquetadas com<br />

um número par. Quantas fichas têm a etiqueta<br />

com número par? uantas fichas têm a etiqueta<br />

com número ímpar?<br />

Par = 52% de 25 = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13<br />

Nesse fichário há 13 fichas etiquetadas com<br />

número par e 12 fichas com número ímpar.<br />

2. Num torneio de basquete, uma determinada<br />

seleção disputou 4 partidas na primeira fase e<br />

venceu 3. Qual a porcentagem de vitórias<br />

obtida por essa seleção nessa fase?<br />

Vamos indicar por X% o número que<br />

representa essa porcentagem. Esse problema<br />

pode ser expresso da seguinte forma:<br />

Assim:<br />

(X/100).4 = 3<br />

4X/100 = 3<br />

4X = 300<br />

X = 75<br />

X% de 4 = 3


Na primeira fase a porcentagem de vitórias foi<br />

de 75%.<br />

3. Numa indústria há 255 empregadas. Esse<br />

número corresponde a 42,5% do total de<br />

empregados da indústria. Quantas pessoas<br />

trabalham nesse local? Quantos homens<br />

trabalham nessa indústria?<br />

Vamos indicar por X o número total de<br />

empregados dessa indústria. Esse problema<br />

pode ser representado por:<br />

Assim:<br />

42,5%.X = 255<br />

42,5 / 100.X = 255<br />

42,5.X / 100 = 255<br />

42,5.X = 25500<br />

425.X = 255000<br />

X = 255000/425 = 600<br />

42,5% de X = 255<br />

Nessa indústria trabalham 600 pessoas, sendo<br />

que há 345 homens.<br />

4. Ao comprar uma mercadoria, obtive um<br />

desconto de 8% sobre o preço marcado na<br />

etiqueta. Se paguei R$ 690,00 pela mercadoria,<br />

qual o preço original dessa mercadoria?<br />

Seja X o preço original da mercadoria. Se<br />

obtive 8% de desconto sobre o preço da<br />

etiqueta, o preço que paguei representa 100%-<br />

8%=92% do preço original e isto significa que<br />

92% de X = 690<br />

logo<br />

92%.X = 690<br />

92/100.X = 690<br />

92.X / 100 = 690<br />

92.X = 69000<br />

X = 69000 / 92 = 750<br />

O preço original da mercadoria era de R$<br />

750,00.<br />

JUROS SIMPLES<br />

Juro é toda compensação em dinheiro que se paga<br />

ou se recebe pela quantia em dinheiro que se<br />

empresta ou que é emprestada em função de uma<br />

taxa e do tempo. Quando falamos em juros,<br />

devemos considerar:<br />

1. O dinheiro que se empresta ou que se pede<br />

emprestado é chamado de capital.<br />

2. A taxa de porcentagem que se paga ou se<br />

recebe pelo aluguel do dinheiro é denominada<br />

taxa de juros.<br />

52<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

3. O tempo deve sempre ser indicado na mesma<br />

unidade a que está submetida a taxa, e em caso<br />

contrário, deve-se realizar a conversão para que<br />

tanto a taxa como a unidade de tempo estejam<br />

compatíveis, isto é, estejam na mesma unidade.<br />

4. O total pago no final do empréstimo, que<br />

corresponde ao capital mais os juros, é<br />

denominado montante.<br />

Para calcular os juros simples j de um capital C,<br />

durante t períodos com a taxa de i% ao período,<br />

basta usar a fórmula:<br />

Exemplos:<br />

1. O preço à vista de um aparelho é de R$ 450,00.<br />

A loja oferece este aparelho para pagamento<br />

em 5 prestações mensais e iguais porém, o<br />

preço passa a ser de R$ 652,00. Sabendo-se<br />

que a diferença entre o preço à prazo e o preço<br />

à vista é devida aos juros cobrados pela loja<br />

nesse período, qual é a taxa mensal de juros<br />

cobrada por essa loja?<br />

A diferença entre os preços dados pela loja é:<br />

652,00 - 450,00 = 202,50<br />

A quantia mensal que deve ser paga de juros é:<br />

202,50 / 5 = 40,50<br />

Se X% é a taxa mensal de juros, então esse<br />

problema pode ser resolvido da seguinte forma:<br />

X% de 450,00 = 40,50<br />

X/100.450,00 = 40,50<br />

450 X / 100 = 40,50<br />

450 X = 4050<br />

X = 4050 / 450<br />

X = 9<br />

A taxa de juros é de 9% ao mês.<br />

2. Uma aplicação feita durante 2 meses a uma<br />

taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1.920,00 de<br />

juro. Qual foi o capital aplicado?<br />

O capital que a aplicaçao rendeu mensalmente<br />

de juros foi de: 1920,00/2=960,00. Se o capital<br />

aplicado é indicado por C, esse problema pode<br />

ser expresso por:<br />

3% de C = 960,00<br />

3/100 C = 960,00<br />

3 C / 100 = 960,00<br />

3 C = 96000<br />

C = 96000/3 = 32000,00<br />

O capital aplicado foi de R$ 32.000,00.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

DIVISIBILIDADE POR 2<br />

Um número é divisível por 2 quando é par.<br />

REGRAS DE DIVISIBILIDADE<br />

Números pares são os que terminam em 0, ou 2, ou<br />

4, ou 6 , ou 8.<br />

Exemplo:<br />

42 - 100 - 1.445.086 - 8 - 354 - 570<br />

DIVISIBILIDADE POR 3<br />

Um número é divisível por 3 quando a soma dos<br />

seus algarismos é divisível por 3.<br />

Exemplo:<br />

123 (S = 1+2+3=6) - 36 (S=9) - 1.478.391 ( S=33) -<br />

570 (S=12)<br />

DIVISIBILIDADE POR 4<br />

Um número é divisível por 4 quando os dois<br />

últimos algarismos formam um número divisível<br />

por 4.<br />

Exemplo:<br />

956 - 844 - 1.336 - 120 - 8.357.916 - 752 - 200<br />

DIVISIBILIDADE POR 5<br />

Um número é divisível por 5 quando termina em<br />

0 ou 5 .<br />

Exemplo:<br />

475 - 800 - 1.267.335 - 10 - 65<br />

DIVISIBILIDADE POR 6<br />

Um número é divisível por 6 quando é divisível<br />

por 2 e3 ao mesmo tempo.<br />

Exemplo:<br />

36 - 24 - 126 - 1476<br />

DIVISIBILIDADE POR 7<br />

Tomar o último algarismo e calcular seu dobro.<br />

Subtrair esse resultado do número formado pelos<br />

algarismos restantes. Se o resultado for divisível<br />

por 7 então, o número original também será<br />

divisível por 7.<br />

53<br />

Exemplo: 238 8 x 2 = 16<br />

23 – 16 = 7 como 7 é divisível por<br />

7, 238 também é divisível.<br />

693 3 x 2 = 6<br />

69 – 6 = 63<br />

63 3 x 2 = 6<br />

6 – 6 = 0 como 0 é divisível<br />

por 7, 693 também é divisível.<br />

235 5 x 2 = 10<br />

23 – 10 = 13 como 13 não é<br />

divisível por 7, 235 também não é divisível.<br />

DIVISIBILIDADE POR 8<br />

Um número é divisível por 8 quando os três<br />

últimos algarismos formam um número divisível<br />

por 8.<br />

Exemplo:<br />

876.400 - 152 - 245.328.168<br />

DIVISIBILIDADE POR 9<br />

Um número é divisível por 9 quando a soma dos<br />

seus algarismos é divisível por 9.<br />

Exemplo:<br />

36 - 162 - 5463 - 5.461.047<br />

DIVISIBILIDADE POR 10<br />

Um número é divisível por 10 quando termina em<br />

0.<br />

Exemplo:<br />

100 - 120 - 1.252.780 - 1.389.731.630<br />

DIVISIBILIDADE POR 11<br />

Quando a diferença entre as somas dos algarismos<br />

de ordem ímpar e de ordem par, a partir da direita<br />

for múltipla de 11.<br />

Exemplo:<br />

7.973.207 S (ordem ímpar) = 7 + 2 + 7 + 7 = 23<br />

S (ordem par) = 0 + 3 + 9 = 12 diferença = 11


INTRODUÇÃO À ANÁLISE<br />

COMBINATÓRIA<br />

ANÁLISE COMBINATÓRIA<br />

Introdução Análise Combinatória<br />

Arranjos<br />

Permutações<br />

Combinações<br />

Regras gerais Combinatória<br />

Arranjos simples<br />

Permutações simples<br />

Análise Combinatória é um conjunto de<br />

procedimentos que possibilita a construção de<br />

grupos diferentes formados por um número finito<br />

de elementos de um conjunto sob certas<br />

circunstâncias.<br />

Na maior parte das vezes, tomaremos conjuntos Z<br />

com m elementos e os grupos formados com<br />

elementos de Z terão p elementos, isto é, p será a<br />

taxa do agrupamento, com p


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

PERMUTAÇÕES<br />

Quando formamos agrupamentos com m elementos,<br />

de forma que os m elementos sejam distintos entre<br />

sí pela ordem. As permutações podem ser simples,<br />

com repetição ou circulares.<br />

Permutação simples: São agrupamentos com<br />

todos os m elementos distintos.<br />

Fórmula: Ps(m) = m!.<br />

Cálculo para o exemplo: Ps(3) = 3!=6.<br />

Exemplo: Seja C={A,B,C} e m=3. As permutações<br />

simples desses 3 elementos são 6 agrupamentos que<br />

não podem ter a repetição de qualquer elemento em<br />

cada grupo mas podem aparecer na ordem trocada.<br />

Todos os agrupamentos estão no conjunto:<br />

Ps={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}<br />

Permutação com repetição: Dentre os m<br />

elementos do conjunto C={x1,x2,x3,...,xn}, faremos<br />

a suposição que existem m1 iguais a x1, m2 iguais a<br />

x2, m3 iguais a x3, ... , mn iguais a xn, de modo que<br />

m1+m2+m3+...+mn=m.<br />

Fórmula: Se m=m1+m2+m3+...+mn, então<br />

P r(m)=C(m,m 1).C(m-m 1,m 2).C(m-m 1-m 2,m 3) ... C(m n,m n)<br />

Anagrama: Um anagrama é uma (outra) palavra<br />

construída com as mesmas letras da palavra original<br />

trocadas de posição.<br />

Cálculo para o exemplo: m1=4, m2=2, m3=1, m4=1<br />

e m=6, logo: Pr(6)=C(6,4).C(6-4,2).C(6-4-<br />

1,1)=C(6,4).C(2,2).C(1,1)=15.<br />

Exemplo: Quantos anagramas podemos formar<br />

com as 6 letras da palavra ARARAT. A letra A<br />

ocorre 3 vezes, a letra R ocorre 2 vezes e a letra T<br />

ocorre 1 vez. As permutações com repetição desses<br />

3 elementos do conjunto C={A,R,T} em<br />

agrupamentos de 6 elementos são 15 grupos que<br />

contêm a repetição de todos os elementos de C<br />

aparecendo também na ordem trocada. Todos os<br />

agrupamentos estão no conjunto:<br />

P r={AAARRT,AAATRR,AAARTR,AARRTA,AART<br />

TA,AATRRA,AARRTA,ARAART,ARARAT,ARAR<br />

TA,ARAATR,ARAART,ARAATR,ATAARA,ATAR<br />

AR}<br />

Permutação circular: Situação que ocorre quando<br />

temos grupos com m elementos distintos formando<br />

uma circunferência de círculo.<br />

Fórmula: Pc(m)=(m-1)!<br />

Cálculo para o exemplo: P(4)=3!=6<br />

Exemplo: Seja um conjunto com 4 pessoas<br />

K={A,B,C,D}. De quantos modos distintos estas<br />

pessoas poderão sentar-se junto a uma mesa<br />

circular (pode ser retangular) para realizar o jantar<br />

sem que haja repetição das posições?<br />

55<br />

Se considerássemos todas as permutações simples<br />

possíveis com estas 4 pessoas, teriamos 24 grupos,<br />

apresentados no conjunto:<br />

Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB,<br />

BACD,BADC,BCAD,BCDA,BDAC,BDCA,CAB<br />

D,CADB,CBAD,CBDA,CDAB,CDBA,DABC,D<br />

ACB,DBAC,DBCA,DCAB,DCBA}<br />

Acontece que junto a uma mesa "circular" temos<br />

que:<br />

ABCD=BCDA=CDAB=DABC<br />

ABDC=BDCA=DCAB=CABD<br />

ACBD=CBDA=BDAC=DACB<br />

ACDB=CDBA=DBAC=BACD<br />

ADBC=DBCA=BCAD=CADB<br />

ADCB=DCBA=CBAD=BADC<br />

Existem somente 6 grupos distintos, dados por:<br />

Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB}<br />

COMBINAÇÕES<br />

Quando formamos agrupamentos com p elementos,<br />

(p


já apareceram antes, pois AB=BA, AC=CA,<br />

AD=DA, BC=CB, BD=DB e CD=DC, assim as<br />

combinações com repetição dos elementos de C<br />

tomados 2 a 2, são:<br />

Cr={AA,AB,AC,AD,BB,BC,BD,CC,CD,DD}<br />

REGRAS GERAIS SOBRE A ANÁLISE<br />

COMBINATÓRIA<br />

Problemas de Análise Combinatória normalmente<br />

são muito difíceis mas eles podem ser resolvidos<br />

através de duas regras básicas: a regra da soma e a<br />

regra do produto.<br />

Regra da soma: A regra da soma nos diz que se<br />

um elemento pode ser escolhido de m formas e um<br />

outro elemento pode ser escolhido de n formas,<br />

então a escolha de um ou outro elemento se<br />

realizará de m+n formas, desde que tais escolhas<br />

sejam independentes, isto é, nenhuma das escolhas<br />

de um elemento pode coincidir com uma escolha do<br />

outro.<br />

Regra do Produto: A regra do produto diz que se<br />

um elemento H pode ser escolhido de m formas<br />

diferentes e se depois de cada uma dessas escolhas,<br />

um outro elemento M pode ser escolhido de n<br />

formas diferentes, a escolha do par (H,M) nesta<br />

ordem poderá ser realizada de m.n formas.<br />

Exemplo: Consideremos duas retas paralelas ou<br />

concorrentes sem que os pontos sob análise estejam<br />

em ambas, sendo que a primeira r contem m pontos<br />

distintos marcados por r1, r2, r3, ..., rm e a segunda s<br />

contem n outros pontos distintos marcados por s1,<br />

s2, s3, ..., sn. De quantas maneiras podemos traçar<br />

segmentos de retas com uma extremidade numa<br />

reta e a outra extremidade na outra reta?<br />

É fácil ver isto ligando r1 a todos os pontos de s e<br />

assim teremos n segmentos, depois ligando r2 a<br />

todos os pontos de s e assim teremos n segmentos, e<br />

continuamos até o último ponto para obter também<br />

n segmentos. Como existem m pontos em r e n<br />

pontos em s, teremos m.n segmentos possíveis.<br />

56<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

NÚMERO DE ARRANJOS SIMPLES<br />

Seja C um conjunto com m elementos. De quantas<br />

maneiras diferentes poderemos escolher p<br />

elementos (p


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Denotaremos o número de arranjos de m elementos<br />

tomados p a p, por A(m,p) e a expressão para seu<br />

cálculo será dada por:<br />

A(m,p) = m(m-1)(m-2)...(m-p+1)<br />

Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso<br />

alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de<br />

dispor estas 5 vogais em grupos de 2 elementos<br />

diferentes? O conjunto solução é:<br />

{AE,AI,AO,AU,EA,EI,EO,EU,IA,IE,<br />

IO,IU,OA,OE,OI,OU,UA,UE,UI,UO}<br />

A solução numérica é A(5,2)=5×4=20.<br />

Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso<br />

alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de<br />

dispor estas 5 vogais em grupos de 2 elementos<br />

(não necessariamente diferentes)?<br />

Sugestão: Construir uma reta com as 5 vogais e<br />

outra reta paralela à anterior com as 5 vogais, usar a<br />

regra do produto para concluir que há 5x5=25<br />

possibilidades.<br />

O conjunto solução é:<br />

{AA,AE,AI,AO,AU,EA,EE,EI,EO,EU,IA,IE,II,<br />

IO,IU,OA,OE,OI,OO,OU,UA,UE,UI,UO,UU}<br />

Exemplo: Quantas placas de carros podem existir<br />

no atual sistema brasileiro de trânsito que permite 3<br />

letras iniciais e 4 algarismos no final?<br />

XYZ-1234<br />

Sugestão: Considere que existem 26 letras em<br />

nosso alfabeto que podem ser dispostas 3 a 3 e 10<br />

algarismos que podem ser dispostos 4 a 4 e em<br />

seguida utilize a regra do produto.<br />

NÚMERO DE PERMUTAÇÕES SIMPLES<br />

Este é um caso particular de arranjo em que p=m.<br />

Para obter o número de permutações com m<br />

elementos distintos de um conjunto C, basta<br />

escolher os m elementos em uma determinada<br />

ordem. A tabela de arranjos com todas as linhas até<br />

a ordem p=m, permitirá obter o número de<br />

permutações de m elementos:<br />

Retirada Número de possibilidades<br />

1 m<br />

2 m-1<br />

... ...<br />

p m-p+1<br />

... ...<br />

57<br />

m-2 3<br />

m-1 2<br />

m 1<br />

No.de<br />

permutações<br />

m(m-1)(m-2)...(mp+1)...4.3.2.1<br />

Denotaremos o número de permutações de m<br />

elementos, por P(m) e a expressão para seu cálculo<br />

será dada por:<br />

P(m) = m(m-1)(m-2) ... (m-p+1) ... 3 . 2 . 1<br />

Em função da forma como construímos o processo,<br />

podemos escrever:<br />

A(m,m) = P(m)<br />

Como o uso de permutações é muito intenso em<br />

Matemática e nas ciências em geral, costuma-se<br />

simplificar a permutação de m elementos e escrever<br />

simplesmente:<br />

P(m) = m!<br />

Este símbolo de exclamação posto junto ao número<br />

m é lido como: fatorial de m, onde m é um número<br />

natural.<br />

Embora zero não seja um número natural no<br />

sentido que tenha tido origem nas coisas da<br />

natureza, procura-se dar sentido para a definição de<br />

fatorial de m de uma forma mais ampla, incluindo<br />

m=0 e para isto podemos escrever:<br />

0!=1<br />

Em contextos mais avançados, existe a função<br />

gama que generaliza o conceito de fatorial de um<br />

número real, excluindo os inteiros negativos e com<br />

estas informações pode-se demonstrar que 0!=1.<br />

O fatorial de um número inteiro não negativo pode<br />

ser definido de uma forma recursiva através da<br />

função P=P(m) ou com o uso do sinal de<br />

exclamação:<br />

(m+1)! = (m+1).m!, 0! = 1<br />

Exemplo: De quantos modos podemos colocar<br />

juntos 3 livros A, B e C diferentes em uma estante?<br />

O número de arranjos é P(3)=6 e o conjunto<br />

solução é:<br />

P={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}<br />

Exemplo: Quantos anagramas são possíveis com as<br />

letras da palavra AMOR? O número de arranjos é<br />

P(4)=24 e o conjunto solução é:<br />

P={AMOR,AMRO,AROM,ARMO,AORM,AOMR,M<br />

ARO,MAOR, MROA, MRAO, MORA, MOAR,<br />

OAMR,OARM,ORMA,ORAM,OMAR,OMRA,RAM<br />

O,RAOM,RMOA,RMAO,ROAM,ROMA}


NÚMERO DE COMBINAÇÕES SIMPLES<br />

Seja C um conjunto com m elementos distintos. No<br />

estudo de arranjos, já vimos antes que é possível<br />

escolher p elementos de A, mas quando realizamos<br />

tais escolhas pode acontecer que duas coleções com<br />

p elementos tenham os mesmos elementos em<br />

ordens trocadas. Uma situação típica é a escolha de<br />

um casal (H,M). Quando se fala casal, não tem<br />

importância a ordem da posição (H,M) ou (M,H),<br />

assim não há a necessidade de escolher duas vezes<br />

as mesmas pessoas para formar o referido casal.<br />

Para evitar a repetição de elementos em grupos com<br />

a mesma quantidade p de elementos,<br />

introduziremos o conceito de combinação.<br />

Diremos que uma coleção de p elementos de um<br />

conjunto C com m elementos é uma combinação de<br />

m elementos tomados p a p, se as coleções com p<br />

elementos não tem os mesmos elementos que já<br />

apareceram em outras coleções com o mesmo<br />

número p de elementos.<br />

Aqui temos outra situação particular de arranjo,<br />

mas não pode acontecer a repetição do mesmo<br />

grupo de elementos em uma ordem diferente.<br />

Isto significa que dentre todos os A(m,p) arranjos<br />

com p elementos, existem p! desses arranjos com os<br />

mesmos elementos, assim, para obter a<br />

combinação de m elementos tomados p a p,<br />

deveremos dividir o número A(m,p) por m! para<br />

obter apenas o número de arranjos que contem<br />

conjuntos distintos, ou seja:<br />

C(m,p) = A(m,p) / p!<br />

Como<br />

A(m,p) = m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)<br />

então:<br />

C(m,p) = [ m.(m-1).(m-2). ... .(m-p+1)] / p!<br />

que pode ser reescrito<br />

C(m,p)=[m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)]/[(1.2.3.4....(p-<br />

1)p]<br />

Multiplicando o numerador e o denominador desta<br />

fração por<br />

(m-p)(m-p-1)(m-p-2)...3.2.1<br />

que é o mesmo que multiplicar por (m-p)!, o<br />

numerador da fração ficará:<br />

m.(m-1).(m-2).....(m-p+1)(m-p)(m-p-1)...3.2.1=m!<br />

e o denominador ficará:<br />

p! (m-p)!<br />

Assim, a expressão simplificada para a combinação<br />

de m elementos tomados p a p, será uma das<br />

seguintes:<br />

58<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

NÚMERO DE ARRANJOS COM<br />

REPETIÇÃO<br />

Seja C um conjunto com m elementos distintos e<br />

considere p elementos escolhidos neste conjunto em<br />

uma ordem determinada. Cada uma de tais escolhas<br />

é denominada um arranjo com repetição de m<br />

elementos tomados p a p. Acontece que existem m<br />

possibilidades para a colocação de cada elemento,<br />

logo, o número total de arranjos com repetição de m<br />

elementos escolhidos p a p é dado por m p .<br />

Indicamos isto por:<br />

Arep(m,p) = m p<br />

NÚMERO DE PERMUTAÇÕES COM<br />

REPETIÇÃO<br />

Consideremos 3 bolas vermelhas, 2 bolas azuis e 5<br />

bolas amarelas. Coloque estas bolas em uma ordem<br />

determinada. Iremos obter o número de<br />

permutações com repetição dessas bolas. Tomemos<br />

10 compartimentos numerados onde serão<br />

colocadas as bolas. Primeiro coloque as 3 bolas<br />

vermelhas em 3 compartimentos, o que dá C(10,3)<br />

possibilidades. Agora coloque as 2 bolas azuis nos<br />

compartimentos restantes para obter C(10-3,2)<br />

possibilidades e finalmente coloque as 5 bolas<br />

amarelas. As possibilidades são C(10-3-2,5).<br />

O número total de possibilidades pode ser calculado<br />

como:<br />

Tal metodologia pode ser generalizada.<br />

NÚMERO DE COMBINAÇÕES COM<br />

REPETIÇÃO<br />

Considere m elementos distintos e ordenados.<br />

Escolha p elementos um após o outro e ordene estes<br />

elementos na mesma ordem que os elementos<br />

dados. O resultado é chamado uma combinação<br />

com repetição de m elementos tomados p a p.<br />

Denotamos o número destas combinações por<br />

Crep(m,p). Aqui a taxa p poderá ser maior do que o<br />

número m de elementos.<br />

Seja o conjunto A=(a,b,c,d,e) e p=6. As coleções<br />

(a,a,b,d,d,d), (b,b,b,c,d,e) e (c,c,c,c,c,c) são<br />

exemplos de combinações com repetição de 5<br />

elementos escolhidos 6 a 6.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Podemos representar tais combinações por meio de<br />

símbolos # e vazios Ø onde cada ponto # é repetido<br />

(e colocado junto) tantas vezes quantas vezes<br />

aparece uma escolha do mesmo tipo, enquanto o<br />

vazio Ø serve para separar os objetos em função<br />

das suas diferenças<br />

(a,a,b,d,d,d) equivale a ##Ø#ØØ###Ø<br />

(b,b,b,c,d,e) equivale a Ø###Ø#Ø#Ø#<br />

(c,c,c,c,c,c) equivale a ØØ######ØØ<br />

Cada símbolo possui 10 lugares com exatamente 6#<br />

e 4Ø. Para cada combinação existe uma<br />

correspondência biunívoca com um símbolo e<br />

reciprocamente. Podemos construir um símbolo<br />

pondo exatamente 6 pontos em 10 lugares. Após<br />

isto, os espaços vazios são prenchidos com barras.<br />

Isto pode ser feito de C(10,6) modos. Assim:<br />

Crep(5,6) = C(5+6-1,6)<br />

Generalizando isto, podemos mostrar que:<br />

Crep(m,p) = C(m+p-1,p)<br />

PROPRIEDADES DAS COMBINAÇÕES<br />

O segundo número, indicado logo acima por p é<br />

conhecido como a taxa que define a quantidade de<br />

elementos de cada escolha.<br />

Taxas complementares<br />

C(m,p)=C(m,m-p)<br />

Exemplo: C(12,10) = C(12,2)=66.<br />

Relação do triângulo de Pascal<br />

C(m,p)=C(m-1,p)+C(m-1,p-1)<br />

Exemplo: C(12,10)=C(11,10)+C(11,9)=605<br />

NÚMERO BINOMIAL<br />

O número de combinações de m elementos tomados<br />

p a p, indicado antes por C(m,p) é chamado<br />

Coeficiente Binomial ou número binomial,<br />

denotado na literatura científica como:<br />

Exemplo: C(8,2)=28.<br />

Extensão: Existe uma importante extensão do<br />

conceito de número binomial ao conjunto dos<br />

números reais e podemos calcular o número<br />

binomial de qualquer número real r que seja<br />

diferente de um número inteiro negativo, tomado a<br />

uma taxa inteira p, somente que, neste caso, não<br />

podemos mais utilizar a notação de combinação<br />

C(m,p) pois esta somente tem sentido quando m e p<br />

são números inteiros não negativos. Como<br />

Pi=3,1415926535..., então:<br />

59<br />

A função envolvida com este contexto é a função<br />

gama. Tais cálculos são úteis em Probabilidade e<br />

Estatística.<br />

TEOREMA BINOMIAL<br />

Se m é um número natural, para simplificar um<br />

pouco as notações, escreveremos mp no lugar de<br />

C(m,p). Então:<br />

(a+b) m = a m +m1a m-1 b+m2a m-2 b 2 +m3a m-3 b 3 +...+mmb m<br />

Alguns casos particulares com m=2, 3, 4 e 5, são:<br />

(a+b) 2 = a 2 + 2ab + b 2<br />

(a+b) 3 = a 3 + 3 a 2 b + 3 ab 2 + b 3<br />

(a+b) 4 = a 4 + 4 a 3 b + 6 a 2 b 2 + 4 ab 3 + b 4<br />

(a+b) 5 = a 5 + 5 a 4 b + 10 a 3 b 2 + 10 a 2 b 3 + 5 ab 4 + b 5<br />

A demonstração segue pelo Princípio da Indução<br />

Matemática.<br />

Iremos considerar a Proposição P(m) de ordem m,<br />

dada por:<br />

P(m): (a+b) m =a m +m1a m-1 b+m2a m-2 b 2 +m3a m-<br />

3 b 3 +...+mmb m<br />

P(1) é verdadeira pois (a+b) 1 = a + b<br />

Vamos considerar verdadeira a proposição P(k),<br />

com k>1:<br />

P(k): (a+b) k =a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-3 b 3 +...+kkb k<br />

para provar a propriedade P(k+1).<br />

Para que a proposição P(k+1) seja verdadeira,<br />

deveremos chegar à conclusão que:<br />

(a+b) k+1 =a k+1 +(k+1)1a k b+(k+1)2a k-<br />

1 b 2 +...+(k+1)(k+1)b k+1<br />

(a+b) k+1 = (a+b).(a+b) k<br />

=<br />

=<br />

=<br />

=<br />

(a+b).[a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-<br />

3 b 3 +...+kkb k ]<br />

a.[a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-<br />

3 b 3 +...+kkb k ]<br />

+b.[a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-<br />

3 b 3 +...+kk b k ]<br />

a k+1 +k1a k b+k2a k-1 b 2 +k3a k-<br />

2 b 3 +...+kkab k<br />

+a k b+k1a k-1 b 2 +k2a k-2 b 3 +k3a k-<br />

3 b 4 +...+kkb k+1<br />

a k+1 +[k1+1]a k b+[k2+k1]a k-<br />

1 b 2 +[k3+k2]a k-2 b 3 +[k4+k3] a k-<br />

3 b 4 +...+[kk-1+kk-2]a 2 b k-1 +[kk+kk-<br />

1]ab k +kkb k+1


=<br />

a k+1 +[k1+k0] a k b+[k2+k1]a k-<br />

1 b 2 +[k3+k2]a k-2 b 3<br />

+[k4+k3]a k-3 b 4 +...+[kk-1+kk-2]a 2 b k-<br />

1 +[kk+kk-1]ab k +kkb k+1<br />

Pelas propriedades das combinações, temos:<br />

k1+k0=C(k,1)+C(k,0)=C(k+1,1)=(k+1)1<br />

k2+k1=C(k,2)+C(k,1)=C(k+1,2)=(k+1)2<br />

k3+k2=C(k,3)+C(k,2)=C(k+1,3)=(k+1)3<br />

k4+k3=C(k,4)+C(k,3)=C(k+1,4)=(k+1)4<br />

... ... ... ...<br />

kk-1+kk-2=C(k,k-1)+C(k,k-2)=C(k+1,k-1)=(k+1)k-1<br />

O binômio do tipo ( x + a ) n , onde x IR, a<br />

IR e n IN , é conhecido como binômio de<br />

Newton.<br />

Para o desenvolvimento do binômio de Newton<br />

usaremos os números binomiais.<br />

NÚMEROS BINOMIAIS<br />

Dados dois números naturais n e p, tais que p n,<br />

chama-se número binomial n sobre p , indicado<br />

por n , ao número definido por:<br />

<br />

p<br />

n <br />

=<br />

p<br />

<br />

<br />

<br />

n!<br />

<br />

<br />

p!<br />

( n p)!<br />

<br />

TRIÂNGULO DE PASCAL<br />

Os números binomiais podem ser dispostos em<br />

linhas e colunas, numa disposição triangular, de<br />

modo que em cada linha fiquem os termos de<br />

ordem “n” e em cada coluna os termos de ordem<br />

“p”.<br />

1.<br />

1. 1<br />

1. 2 1<br />

1 3 3 1<br />

1 4 6 4 1<br />

1 5 10 10 5 1<br />

0 0 <br />

6<br />

1 6 15 20 15 6 1 <br />

60<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

kk+kk-1=C(k,k)+C(k,k-1)=C(k+1,k)=(k+1)k<br />

E assim podemos escrever:<br />

(a+b) k+1 =<br />

que é o resultado desejado.<br />

BINÔMIO DE NEWRON<br />

1 1 0 0 <br />

2 2 2 0 1 2 <br />

3 3 3 3<br />

0 1 2 3 <br />

4 4 4 4 4<br />

0 1 2 3 4 <br />

5 5 5 5 5 5<br />

0 1 2 3 4 5 <br />

6 6 6 6 6 6<br />

0 1 2 3 4 5 6 <br />

Observar que :<br />

a k+1 +(k+1)1a k b + (k+1)2a k-1 b 2 +<br />

(k+1)3a k-2 b 3<br />

+(k+1)4a k-3 b 4 +...+ (k+1)k-1a 2 b k-<br />

1 + (k+1)kab k + kkb k+1<br />

1º) Cada linha começa e termina por .<br />

2º) Adicionando dois elementos consecutivos de<br />

uma linha obtemos o elemento situado abaixo<br />

do segundo elemento somado.<br />

DESENVOLVIMENTO DO BINÔMIO DE<br />

NEWTON<br />

Devemos usar a fórmula :<br />

( x + a ) n =<br />

n n<br />

x a x<br />

0<br />

<br />

1<br />

<br />

<br />

n<br />

a<br />

x<br />

2<br />

<br />

<br />

n 0 n<br />

1 1 n<br />

2<br />

Exemplo:<br />

(2x + 3) 5 =<br />

5<br />

5<br />

<br />

0<br />

<br />

1<br />

<br />

<br />

2 3 5<br />

<br />

3<br />

<br />

4<br />

<br />

<br />

2 n<br />

0 n<br />

a<br />

... x a<br />

n<br />

<br />

<br />

5<br />

4<br />

3 2<br />

2x 2x 3 2x 3 2x 5<br />

<br />

5<br />

<br />

<br />

4<br />

5<br />

2x 3 3<br />

5<br />

<br />

<br />

2<br />

<br />

<br />

5<br />

<br />

3<br />

<br />

<br />

(2x + 3) 5 = 1.32x 5 + 5.16x 4 .3 + 10 . 8x 3 .9 + 10 . 4x 2 .<br />

27 + 5.2x . 81 + 1 . 243<br />

(2x+3) 5 = 32x 5 + 240x 4 + 720x 3 + 1.080x 2 + 810x +<br />

243<br />

FÓRMULA DO TERMO GERAL<br />

T p+1 =<br />

n <br />

x<br />

p<br />

<br />

<br />

n p p<br />

a<br />

Exercício: Calcular o 5º. termo no<br />

desenvolvimento de ( 3x + 2 ) 9 .<br />

p + 1 = 5 → p = 4


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

T5 = <br />

<br />

4<br />

9 (3x) 9-4 . 2 4 → T5 =<br />

9 ! 5<br />

(3x) . 16 =<br />

4!.<br />

5!<br />

Fatorar uma expressão algébrica significa escrevêla<br />

na forma de um produto de expressões mais<br />

simples.<br />

CASOS DE FATORAÇÃO:<br />

1. FATOR COMUM<br />

ax + bx + cx = x (a + b + c)<br />

O fator comum é x.<br />

12x 3 6x 2 + 3x = 3x (4x 2 2x + 1)<br />

O fator comum é 3x.<br />

2. AGRUPAMENTO<br />

ax + ay + bx + by<br />

Agrupar os termos de modo que em cada grupo<br />

haja um fator comum.<br />

(ax + ay) + (bx + by)<br />

Colocar em evidência o fator comum de cada<br />

grupo<br />

a(x + y) + b(x + y)<br />

Colocar o fator comum (x + y) em evidência<br />

(x + y) (a + b) Este produto é a forma<br />

fatorada da expressão dada<br />

3. DIFERENÇA DE DOIS QUADRADOS<br />

A expressão a 2 b 2 representa a diferença de<br />

dois quadrados e sua forma fatorada é :<br />

(a + b) (a b)<br />

Ex: x 2 36 = (x + 6) (x 6)<br />

4. TRINÔMIO QUADRADO PERFEITO<br />

a 2 + 2ab + b 2<br />

Um trinômio é quadrado perfeito quando :<br />

-- dois de seus termos são quadrados perfeitos<br />

(a 2 e b 2 )<br />

– o outro termo é igual ao dobro do produto<br />

das raízes dos quadrados perfeitos (2ab)<br />

a 2 + 2ab + b 2 = (a + b) 2<br />

Ex: x 2 + 6x + 9 = (x + 3) 2<br />

Ex: x 2 6x + 9 = (x 3) 2<br />

a 2 2ab + b 2 = (a b) 2<br />

61<br />

489.888 x 5<br />

FATORAÇÃO<br />

5. TRINÔMIO DO 2 O GRAU<br />

Trinômio do tipo x 2 + Sx + P<br />

Devemos procurar dois números a e b que<br />

tenham soma S e produto P.<br />

x 2 + Sx + P = (x + a) (x + b)<br />

Ex: x 2 + 5x + 6 = (x + 2) (x + 3)<br />

x 2 + 2x 8 = (x + 4) (x 2)<br />

x 2 5x + 6 = (x 2) (x 3)<br />

x 2 2x 8 = (x 4) (x + 2)<br />

6. SOMA DE DOIS CUBOS<br />

A expressão a 3 + b 3 representa a soma de dois<br />

cubos.<br />

Sua forma fatorada é :<br />

(a + b) (a 2 ab + b 2 )<br />

Ex: x 3 + 8 = (x + 2) (x 2 2x + 4)<br />

7. DIFERENÇA DE DOIS CUBOS<br />

A expressão a 3 b 3 representa a diferença de<br />

dois cubos.<br />

Sua forma fatorada é :<br />

(a b) (a 2 + ab + b 2 )<br />

Ex: x 3 27 = (x 3) (x 2 + 3x + 9)


Toda equação possui um primeiro membro, que fica<br />

à esquerda do sinal de igual, e um segundo membro<br />

que fica à direita do sinal de igual.<br />

Uma equação não se altera somando-se ou<br />

subtraindo-se de ambos os membros um mesmo<br />

número.<br />

Uma equação não se altera multiplicando-se ou<br />

dividindo-se ambos os membros por um mesmo<br />

número diferente de zero.<br />

Resolver uma equação é calcular o valor da<br />

incógnita (termo desconhecido).<br />

Exemplo:<br />

a) x - 2 ( x - 1 ) = 4 - 3 ( x - 2 )<br />

x - 2x + 2 = 4 - 3x + 6 aplicamos a propriedade<br />

distributiva da multiplicação.<br />

x – 2x + 3x = 4 + 6 –2 colocamos os termos com<br />

variáveis no primeiro membro<br />

e os termos independentes no<br />

segundo membro (lembre-se<br />

da troca de sinais).<br />

2x = 8 efetuamos as operações<br />

x = 8 / 2<br />

x = 4<br />

b) x -<br />

1<br />

2 3<br />

<br />

x<br />

- calcular o mmc dos denominadores de<br />

todos os termos para torná-los iguais e<br />

podermos eliminá-los.<br />

mmc (2, 3 ) = 6<br />

- reduzir todos os termos ao mesmo<br />

denominador, fazendo as devidas<br />

alterações.<br />

6 3<br />

<br />

6 6<br />

x x<br />

EQAÇÕES DO 1º GRAU<br />

2<br />

6<br />

- eliminar os denominadores (isso só é<br />

possível porque os dois membros têm<br />

termos com denominadores iguais)<br />

6x – 3x = 2<br />

x = 2<br />

2<br />

x =<br />

3<br />

62<br />

c)<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

3x x 1<br />

x<br />

<br />

2 3 6<br />

- calcular o mmc dos denominadores <br />

mmc (2, 3, 6)<br />

2, 3, 6<br />

1, 3, 3<br />

1 ,1, 1<br />

2<br />

3<br />

mmc (2, 3, 6) = 2 . 3 = 6<br />

- igualar os denominadores<br />

9x 2x<br />

2 x<br />

<br />

6 6 6<br />

- eliminar os denominadores<br />

9x – (2x – 2) = x<br />

9x - 2x + 2 = x<br />

9x - 2x - x = - 2<br />

6x = - 2<br />

x =<br />

<br />

1<br />

x = -<br />

3<br />

2<br />

6<br />

1<br />

<br />

3


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

EQUAÇÃO GERAL DA RETA<br />

Denominamos equação de uma reta a toda equação<br />

nas incógnitas x e y que exprime a condição para<br />

que o ponto de coordenadas (x, y) pertença à reta.<br />

Sua equação pode ser escrita da forma : ax + by<br />

+ c = 0 , onde a, b e c são números conhecidos,<br />

sendo a 0 ou b 0. Esta equação é denominada<br />

equação geral da reta.<br />

Cálculo da equação<br />

Para obter uma equação da reta que passa por dois<br />

pontos conhecidos, A = (x1, y1) e B = (x2, y2),<br />

basta desenvolver o determinante na fórmula :<br />

x x<br />

x<br />

2<br />

1<br />

x<br />

1<br />

y y<br />

y<br />

2<br />

1<br />

y<br />

1<br />

ESTUDO DA RETA<br />

0<br />

pois esta é a condição para que o ponto P (x, y)<br />

pertença à reta.<br />

Exemplo:<br />

Obter uma equação da reta r que passa por A(2,<br />

0) e B(4, 1).<br />

x 2 y 0 <br />

0<br />

4 2 1<br />

0<br />

x 1 . (x – 2 ) – 2 . y = 0<br />

2 y<br />

0<br />

2 1<br />

x – 2 – 2y = 0 x - 2y – 2 = 0<br />

COEFICIENTE ANGULAR<br />

Dada uma reta r do plano cartesiano, vamos<br />

representar por a medida do ângulo de inclinação<br />

de r em relação ao eixo x, conforme indicam as<br />

figuras :<br />

y<br />

<br />

x<br />

0 o < < 90º<br />

63<br />

y<br />

y<br />

y<br />

90º < < 180º<br />

= 0º<br />

= 90º<br />

Chamamos coeficiente angular da reta r ao<br />

número m definido por : m = tg ( 90º).<br />

Quando = 90º dizemos que r não possui<br />

coeficiente angular ( não existe m ).<br />

CÁLCULO DE M<br />

<br />

<br />

Nem sempre conhecemos a medida do ângulo de<br />

inclinação de uma reta r. Mas o coeficiente angular<br />

pode ser determinado a partir de outros elementos<br />

da reta como, por exemplo, dois pontos ou a<br />

equação geral.<br />

COEFICIENTE ANGULAR DA RETA QUE<br />

PASSA POR DOIS PONTOS<br />

Dados dois pontos distintos, A(x1, y1) e B(x2, y2),<br />

de uma reta r , o coeficiente angular é igual a :<br />

x<br />

x<br />

x


Exemplo :<br />

m =<br />

y<br />

x<br />

2<br />

2<br />

y<br />

x<br />

Calcular o coeficiente angular da reta que passa por<br />

A(2, 3) e B(4, 9) :<br />

m =<br />

y<br />

x<br />

2<br />

2<br />

y<br />

x<br />

1<br />

1<br />

=<br />

1<br />

1<br />

9 3 6<br />

= = 3<br />

4 2 2<br />

COEFICIENTE ANGULAR DA RETA DE<br />

EQUAÇÃO AX + BY + C = 0<br />

Se uma reta r tem a equação ax + by + c = 0,<br />

a<br />

temos que : m =<br />

b<br />

Exemplo :<br />

Dê o coeficiente angular da reta (r) 3x + 6y + 11 =<br />

0<br />

a 3 1<br />

m = = =<br />

b 6 2<br />

EQUAÇÃO REDUZIDA<br />

Dizemos que y = mx + q é a equação reduzida<br />

da reta r , onde m é o coeficiente angular e q é<br />

denominado coeficiente linear (onde a reta r corta<br />

o eixo y ).<br />

Exemplo :<br />

Obter a equação reduzida da reta (r) 2x + 2y – 5 = 0<br />

2x + 2y – 5 = 0<br />

2y = - 2x + 5<br />

y =<br />

2x 5<br />

<br />

2 2<br />

equação reduzida y =<br />

angular é m = - 1<br />

5<br />

coeficiente linear é q =<br />

2<br />

5<br />

x coeficiente<br />

2<br />

EQUAÇÃO DA RETA, DADOS UM PONTO E<br />

A DIREÇÃO<br />

Sabemos achar a equação de uma reta que passa por<br />

dois pontos conhecidos. Veremos agora uma<br />

64<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

fórmula para achar a equação de uma reta que passa<br />

num ponto dado P(x0, y0), e tem a direção<br />

conhecida (por exemplo, é dado o coeficiente<br />

angular).<br />

A equação da reta r que passa por P(x0, y0) e é<br />

paralela ao eixo x é : y = y0<br />

A equação da reta r que passa por P(x0, y0) e é<br />

paralela ao eixo y é : x = x0<br />

A equação da reta r que passa por P(x0, y0) e<br />

tem coeficiente angular m é : y – y0 = m(x –<br />

x0)<br />

Exemplo :<br />

Dado o ponto P(5, 3),<br />

a) a reta r que passa por P e é paralela ao eixo x<br />

tem a equação :<br />

y = y0 y = 3. Na forma geral, y – 3 = 0<br />

b) a reta s que passa por P e é paralela ao eixo y<br />

tem a equação :<br />

x = x0 x = 5. Na forma geral, x – 5 = 0<br />

c) a reta t que passa por P e tem inclinação =<br />

45º , logo m = tg 45º m = 1, tem a<br />

equação :<br />

y–y0 = m (x–x0) y–3= 1 (x–5) y–3 = x–5.<br />

Na forma geral, x – y – 2 = 0.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

FUNÇÃO QUADRÁTICA (PARÁBOLA)<br />

A FUNÇÃO QUADRÁTICA (PARÁBOLA)<br />

A função quadrática f:R->R é definida por<br />

f(x)=ax²+bx+c<br />

A função quadrática (parábola)<br />

Aplicações das parábolas<br />

onde a, b e c são constantes reais, sendo que<br />

Dom(f)=R, Im(f)=R. Esta função também é<br />

denominada função trinômia do segundo grau, uma<br />

vez que a expressão<br />

a x² + b x + c = 0<br />

representa uma equação trinômia do segundo grau<br />

ou simplesmente uma equação do segundo grau. O<br />

gráfico cartesiano desta função polinomial do<br />

segundo grau é uma curva plana denominada<br />

parábola.<br />

APLICAÇÕES PRÁTICAS DAS<br />

PARÁBOLAS<br />

Dentre as dezenas de aplicações da parábola a<br />

situações da vida, as mais importantes são:<br />

Faróis de carros: Se colocarmos uma lâmpada no<br />

foco de um espelho com a superfície parabólica e<br />

esta lâmpada emitir um conjunto de raios luminosos<br />

que venham a refletir sobre o espelho parabólico do<br />

farol, os raios refletidos sairão todos paralelamente<br />

ao eixo que contem o "foco" e o vértice da<br />

superfície parabólica. Esta é uma propriedade<br />

geométrica importante ligada à Ótica, que permite<br />

valorizar bastante o conceito de parábola no âmbito<br />

do Ensino Fundamental.<br />

65<br />

O sinal do coeficiente a<br />

Sinal de Delta e a concavidade<br />

Antenas parabólicas: Se um satélite artificial<br />

colocado em uma órbita geoestacionária emite um<br />

conjunto de ondas eletromagnéticas, estas poderão<br />

ser captadas pela sua antena parabólica , uma vez<br />

que o feixe de raios atingirá a sua antena que tem<br />

formato parabólico e ocorrerá a reflexão desses<br />

raios exatamente para um único lugar, denominado<br />

o foco da parábola, onde estará um aparelho de<br />

receptor que converterá as ondas eletromagnéticas<br />

em um sinal que a sua TV poderá transformar em<br />

ondas que por sua vez significarão filmes, jornais e<br />

outros programas que você assiste normalmente.<br />

Radares: Os radares usam as propriedades óticas<br />

da parábola, similares às citadas anteriormente<br />

para a antena parabólica e para os faróis.


Lançamentos de projéteis: Ao lançar um objeto<br />

no espaço (dardo, pedra, tiro de canhão) visando<br />

alcançar a maior distância possível tanto na<br />

horizontal como na vertical, a curva descrita pelo<br />

objeto é aproximadamente uma parábola, se<br />

considerarmos que a resistência do ar não existe ou<br />

é pequena.<br />

Sob estas circunstâncias o ângulo de maior alcance<br />

horizontal é de 45 graus.<br />

O SINAL DO COEFICIENTE DO TERMO<br />

DOMINANTE<br />

O sinal do coeficiente do termo dominante desta<br />

função polinomial indica a concavidade da parábola<br />

("boca aberta"). Se a>0 então a concavidade estará<br />

voltada para cima e se a 0, a concavidade ("boca") da nossa<br />

parábola estará voltada para cima.<br />

Exemplo: Construir a parábola f(x)=-x²+2x-3.<br />

66<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Este exemplo é análogo ao anterior, só que nesse<br />

caso, a 0<br />

D = 0<br />

D < 0<br />

A parábola no<br />

plano cartesiano<br />

Corta o eixo<br />

horizontal em 2<br />

pontos<br />

Toca em 1 ponto<br />

do eixo horizontal<br />

Não corta o eixo<br />

horizontal<br />

a>0<br />

concavidade<br />

(boca) para<br />

cima<br />

a


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Existem muitas aplicações para a função quadrática<br />

e uma delas está relacionada com a questão de<br />

máximos e mínimos.<br />

Exemplo: Determinar o retângulo de maior área<br />

que é possível construir se o seu perímetro mede 36<br />

m.<br />

Solução: Se x é a medida do comprimento e y é a<br />

medida da largura, a área será dada por: A(x,y)=xy,<br />

mas acontece que 2x+2y=36 ou seja x+y=18,<br />

assim:<br />

A(x) = x(18-x)<br />

Esta parábola corta o eixo OX nos pontos x=0 e<br />

x=18 e o ponto de máximo dessa curva ocorre no<br />

ponto médio entre x=0 e x=18, logo, o ponto de<br />

máximo desta curva ocorre em x=9. Observamos<br />

que este não é um retângulo qualquer mas é um<br />

quadrado pois x=y=9 e a área máxima será A=81m²<br />

Alguns Exemplos:<br />

1) Gráfico para as funções y= x 2 e x= y 2<br />

2) Gráfico para as funções y=-x 2 e x=-y 2<br />

3) Gráfico para as funções y= x 2 -x-6 e x= y 2 -y-6.<br />

67<br />

4) Alguns gráficos alterando apenas o “b” das<br />

funções:<br />

y=x 2 -x-6<br />

y=x 2 -2x-6<br />

y=x 2 -3x-6<br />

y=x 2 -4x-6<br />

5) Alguns gráficos alterando apenas o “a” das<br />

funções:<br />

y=x 2 -x-6<br />

y=2x 2 -x-6<br />

y=3x 2 -x-6<br />

y=4x 2 -x-6


6) Alguns gráficos alterando apenas o “c” das<br />

funções:<br />

y=x 2 -x-3<br />

y=x 2 -x-4<br />

y=x 2 -x-5<br />

y=x 2 -x-6<br />

7) Alguns gráficos para as funções:<br />

Y+x+4=x 2<br />

y-15x+36=y 2<br />

68<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância


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Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

FUNÇÕES REAIS<br />

Aplicação<br />

Elementos de uma aplicação<br />

Restrição de uma aplicação<br />

Extensão de uma aplicação<br />

Aplicação injetora<br />

Aplicação sobrejetora<br />

"Porque melhor é a sabedoria do que as jóias; e de<br />

tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela."<br />

APLICAÇÃO<br />

Provérbios 8:11 A Bíblia Sagrada<br />

Dentre todas as relações em um determinado<br />

produto cartesiano, existe um tipo de subconjunto<br />

que é muito mais exigente mas que produz<br />

resultados de grande valor na Matemática. Este<br />

conceito é denominado função.<br />

Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Uma<br />

aplicação f no produto cartesiano A×B, é definida<br />

como sendo uma relação em A×B, que satisfaz às<br />

duas propriedades:<br />

1. Para cada xA, existe yB tal que (x,y) f.<br />

2. Se (x,y1) f e (x,y2) f, então y1 = y2<br />

69<br />

Aplicação bijetora<br />

Composição de aplicações<br />

Aplicações inversas<br />

Imagem direta por aplicação<br />

Imagem inversa por aplicação<br />

Propriedades mistas<br />

Uma notação usual para uma aplicação f<br />

definida no produto cartesiano A×B, é f:A→B.<br />

Observações sobre aplicações<br />

1. O primeiro ítem da Definição declara que todos<br />

os elementos de A devem estar relacionados<br />

com elementos de B.<br />

2. O segundo ítem da Definição garante que um<br />

elemento de A deve estar associado com<br />

apenas um elemento em B<br />

3. Nem toda relação no produto cartesiano R² é<br />

uma aplicação, como mostra o exemplo<br />

seguinte:<br />

K = {(x,y) R² : x²+y²=1}


4. Em textos antigos, a palavra função era usada<br />

de uma forma bastante livre no lugar de<br />

aplicação, mas na literatura atual a palavra<br />

aplicação passou a ter outros nomes como:<br />

operador, transformação, funcional,…, e<br />

houve a necessidade de restringir a palavra<br />

função exclusivamente às situações em que o<br />

conjunto B é um subconjunto do conjunto R<br />

dos números reais.<br />

ELEMENTOS DE UMA APLICAÇÃO<br />

Seja f uma aplicação em A×B, denotada por<br />

f:A→B.<br />

1. O gráfico de f, às vezes usado como a definição<br />

de função, é definido por:<br />

G(f)={(x,y) A×B: xA, yB, y=f(x)}<br />

2. O conjunto A recebe o nome de domínio de f,<br />

denotado por Dom(f).<br />

3. O conjunto B recebe o nome de contradomínio<br />

de f, denotado por Codom(f).<br />

4. A imagem de f, denotada por texto Im(f) é o<br />

conjunto:<br />

f(A)={yB: existe xA tal que y=f(x)}<br />

Exemplo: A função quadrática f:R→[0,) pode ser<br />

escrita na forma:<br />

f={(x,y) R×[0,): xR, yR, y=x²}<br />

ou na forma f:R→[0,) definida por<br />

f(x)=x² sendo Dom(f)=R, Codom(f)=Im(f)=[0,).<br />

Exercícios:<br />

1. Sejam A={1,2,3,4,5} e B={0,3,8,15,20}.<br />

Verificar se a relação f em A×B, definida por<br />

(a,b)f se, e somente se, b=a²-1, é uma<br />

aplicação.<br />

2. Verificar se a relação f:Q→Q definida por<br />

f(m/n)=mn é uma aplicação. (Dica: 1/2=3/6<br />

mas,...)<br />

3. Para A={1,2,3} e B={a,b,c,d}, seja a relação<br />

g:A×B→B×A, definida por g(x,y)=(y,x).<br />

Mostrar que g é uma aplicação.<br />

70<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

RESTRIÇÃO DE UMA APLICAÇÃO<br />

Podemos restringir o domínio de uma função<br />

f:A→B a um subconjunto S de A de modo que a<br />

função restrita ao conjunto S, denotada por f|S:S→B<br />

seja coincidente com a função original sobre o<br />

conjunto S, isto é, para cada xS tem-se que:<br />

f|S(x)=f(x).<br />

Exemplo: Podemos definir a restrição da função<br />

f:R→R, f(x)=x² ao conjunto [0,) de modo que:<br />

f|[0,):[0,)→R, f(x)=x²<br />

EXTENSÃO DE UMA APLICAÇÃO<br />

Podemos estender uma função f:A→B a um<br />

conjunto M contendo o conjunto A de modo que a<br />

função estendida ao conjunto M, denotada por<br />

F:M→B deva ser coincidente com a função original<br />

sobre o conjunto A, isto é, para cada, xA tem-se<br />

que F(x)=f(x).<br />

Exemplo: Consideremos a função f:R-{0}→R<br />

definida por<br />

f(x) = sen(x)/x<br />

Não tem sentido para x=0, mas podemos estender<br />

esta função de uma forma natural a todo o conjunto<br />

R dos números reais, tomando f(0)=1. Esta forma é<br />

comumente utilizada em Análise Matemática.<br />

Dada uma aplicação f:A→B que associa a cada<br />

elemento de A um único elemento de B, esta<br />

definição não obriga que todos os elementos de A<br />

tenham imagens distintas ou mesmo que todos os<br />

elementos de B sejam imagens de elementos de A.<br />

APLICAÇÃO INJETIVA<br />

Mesmo que a≠b pode ocorrer que f(a)=f(b). Quando<br />

elementos distintos de A possuem imagens<br />

distintas, dizemos que a aplicação é injetora. A<br />

definição seguinte estabelece este fato.<br />

Uma aplicação f:A→B é denominada injetiva,<br />

injetora, unívoca ou 1-1, se:


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a≠b implicar que f(a)≠f(b)<br />

Exemplo: A função f:R→R, definida por f(x)=x²<br />

não é injetiva, pois f(-2)=f(2), mas a função<br />

f:[0,)→[0,) definida por f(x)=x² é injetiva.<br />

Teorema: Seja f:A→B uma aplicação. f é injetora<br />

se, e somente se, f(a)=f(b) implica que a=b;<br />

Demonstração: São equivalentes as proposições<br />

lógicas<br />

e<br />

a≠b implica que f(a)≠f(b)<br />

f(a)=f(b) implica que a=b<br />

pois a proposição lógica (p→q) é equivalente à<br />

proposição lógica (q'→p').<br />

APLICAÇÃO SOBREJETORA<br />

Pode ocorrer que algum elemento de B não seja<br />

imagem de um elemento de A. Temos uma outra<br />

definição.<br />

Dizemos que a aplicação f:A→B é sobrejetiva,<br />

sobre ou sobrejetora, se todos os elementos de B<br />

são imagens de elementos de A, ou seja:<br />

para todo bB existe aA tal que f(a)=b<br />

significando que f(A)=B.<br />

Exemplo: A função f:R→R, definida por f(x)=x²<br />

não é sobrejetiva, pois não existe xR tal que<br />

f(x)=-2, mas f:[0,)→[0,) definida por f(x)=x² é<br />

sobrejetiva<br />

Teorema: Seja f:A→B uma aplicação. f é<br />

sobrejetora se, e somente se, para todo b→B, a<br />

equação f(x)=b tem pelo menos uma solução em A<br />

A demonstração é imediata, pois temos aqui duas<br />

maneiras para garantir que f é sobrejetiva<br />

APLICAÇÃO BIJETORA<br />

71<br />

Uma aplicação f:A→B é denominada bijetiva,<br />

bijetora ou uma correspondência biunívoca, se f é<br />

injetiva e também sobrejetiva<br />

Exemplo: A função f:R→R, f(x)=x² não é bijetiva,<br />

mas a função f:[0,)→[0,) definida por f(x)=x² é<br />

bijetiva<br />

Exemplo: A aplicação f:R-{2}→R-{3} definida<br />

por f(x)=(3x-1)/(x-2) é injetora pois, se f(a)=f(b)<br />

então (3a-1)/(a-2)=(3b-1)/(b-2) e daí segue que a=b.<br />

f também é sobrejetiva pois se f(x)=b, então (3x-<br />

1)/(x-2)=b, de onde segue que para b≠3: x=(2b-<br />

1)/(b-3). Finalmente, segue que f é bijetora pois é<br />

injetora e sobrejetora<br />

Sobre a palavra 'sobre': Afirmar que f:A→B é<br />

uma aplicação injetiva sobre o conjunto B, é o<br />

mesmo que afirmar que f é bijetiva<br />

Exercícios:<br />

1. Mostrar que f:R→R, definida por f(x)=3x+2, é<br />

bijetora.<br />

2. Seja f:R→R uma função real afim da forma<br />

f(x)=ax+b, sendo a≠0. Mostrar que f é bijetora<br />

3. Mostrar que f:R→R definida por f(x)=2x²+4x-<br />

1 não é sobrejetora, pois não existe x em R tal<br />

que f(x)=-4.<br />

4. Mostrar que funções reais de segundo grau não<br />

são injetoras e nem mesmo sobrejetoras,<br />

dependendo do domínio e do contradomínio<br />

destas funções.<br />

Dica 1: Para mostrar que f(x)=ax²+bx+c com<br />

a≠0 não é injetora, basta calcular f(-(b)/(2a)+r)<br />

e f(-(b)/(2a)-r).<br />

Dica 2: Para mostrar que f não é sobrejetiva<br />

suponha que o coeficiente a seja positivo e<br />

tente obter o número real que é levado em (b²+4ac)/(4a)-1.<br />

Se a é negativo, calcule uma<br />

pré-imagem de (-b²+4ac)/(4a)+1.<br />

COMPOSIÇÃO DE APLICAÇÕES<br />

Definição de composta: Sejam as aplicações<br />

f:A→B e g:B→C. Definimos a aplicação composta<br />

g©f:A→C de g e f, nesta ordem, por:<br />

(g©f)(x)=g(f(x))


Uma outra representação geométrica para a<br />

composta das aplica7ccedil;ões f e g, está ilustrada<br />

na figura seguinte.<br />

Exemplo: Sejam f:R→R definida por f(x)=2x e<br />

g:R→R definida por g(y)=y². Definimos a<br />

composta g©f:R→R por:<br />

(gf)(x) = g(f(x)) = g(2x) = (2x)² = 4x²<br />

Aplicação identidade<br />

A identidade I:A→A é uma das mais importantes<br />

aplicações da Matemática, definida para todo aA,<br />

por I(a)=a. Quando é importante indicar o conjunto<br />

X onde a identidade atua, a aplicação identidade<br />

I:X→X é denotada por IX<br />

Propriedades das aplicações compostas<br />

1. A composição de aplicações não é comutativa,<br />

isto é:<br />

f©g ≠ g©f<br />

2. A composição de aplicações é associativa, isto<br />

é:<br />

(f©g)©h=f©(g©h)<br />

3. A composição de aplicações possui elemento<br />

neutro, isto é:<br />

f©I=I©f=f<br />

4. Se f e g são aplicações injetivas, sobrejetivas e<br />

bijetivas, então as compostas g©f são,<br />

respectivamente, injetivas, sobrejetivas e<br />

bijetivas.<br />

APLICAÇÕES INVERSAS<br />

Aplicação inversa à esquerda: Sejam f:A→B e<br />

g:B→A aplicações. Dizemos que g é uma inversa à<br />

esquerda para f se g©f=IA, isto é, para todo aA:<br />

(g©f)(a)=a<br />

Aplicação inversa à direita: Sejam g:B→A e<br />

f:A→B aplicações. Dizemos que g é uma inversa à<br />

direita para f se f©g=IB, isto é, para todo bB:<br />

(f©g)(b)=b<br />

72<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Aplicação inversa: Uma aplicação f:A→B tem<br />

inversa g:B→A se, g é uma inversa à esquerda e<br />

também à direita para f. Isto significa que, para<br />

todo aA e para todo bB:<br />

(f©g)(a)=IA(a) e (g©f)(b)=IB(b)<br />

Notação para a inversa: A inversa de f é denotada<br />

por g=f -1 . É possível demonstrar que se a inversa<br />

g=f -1 existe, ela é única e que a inversa da inversa<br />

de f é a própria f, isto é: (f -1 ) -1 =f.<br />

IMAGEM UM CONJUNTO POR UMA<br />

APLICAÇÃO<br />

A imagem (direta) de um conjunto AX pela<br />

aplicação f:X→Y, é definida por:<br />

f(A) = {f(a): aA}<br />

PROPRIEDADES DA IMAGEM DIRETA<br />

Sejam f:X→Y uma aplicação, AX e BX. Então:<br />

1. f({x})={f(x)} para todo x em X.<br />

2. Se A≠ø então f(A)≠ø.<br />

3. Se AB, então f(A)f(B).<br />

Demonstração: Seja y(A). Pela definição de<br />

imagem direta de um conjunto por uma<br />

aplicação f, existe xA tal que y=f(x)f(A).<br />

Como por hipótese, AB, então xB, logo<br />

y=f(x)f(B).<br />

4. f(AB)=f(A)f(B).<br />

Demonstração: Em duas etapas:<br />

a. f(AB)f(A)f(B).<br />

b. f(A)f(B)f(AB).<br />

Parte a: Seja wf(AB). Pela definição de<br />

imagem direta, existe xAB tal que w=f(x).<br />

Assim, xA ou xB e temos que f(x)f(A) ou<br />

f(x)f(B) e garantimos que w = f (x) f (A) <br />

f (B).<br />

Parte b: Seja yf(A)f(B). Então, yf(A) ou<br />

yf(B). Existe aA tal que y=f(a) ou existe<br />

bB tal que y=f(b).<br />

A primeira afirmação garante que y=f(a)f(A).<br />

Como AAB,então pelo ítem (3) acima,<br />

segue que f(A)f(AB), e temos que<br />

yf(AB).<br />

Analogamente, y=f(b)f(B). Como BAB,<br />

então pelo ítem (3) acima, segue que<br />

f(B)f(AB) e temos que yf(AB).<br />

As duas circunstâncias garantem que<br />

yf(AB).


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

5. f(AB)f(A)f(B).<br />

Demonstração: Seja wf(AB). Pela<br />

definição de imagem direta, existe xAB tal<br />

que w=f(x). Assim, xA e xB e temos que<br />

f(x)f(A) e f(x)f(B), logo wf(A) e wf(B),<br />

assim wf(A)f(B).<br />

6. Existem aplicações para as quais<br />

f(AB)≠f(A)f(B).<br />

IMAGEM INVERSA POR UMA<br />

APLICAÇÃO<br />

A imagem inversa de um conjunto WY pela<br />

aplicação f:X→Y, é definida por<br />

f -1 (W)={xX: f(x)W}<br />

Propriedades da imagem inversa<br />

Sejam f:X→Y uma aplicação, UY e VY. Então:<br />

1. f -1 (ø)=ø<br />

2. Se UV então f -1 (U)f -1 (V).<br />

Demonstração: Seja xf -1 (U). Pela definição<br />

de imagem inversa de um conjunto por uma<br />

função f, segue que f(x)U. Como por<br />

hipótese, UV, então f(x)V, logo xf -1 (V).<br />

3. f -1 (UV)=f -1 (U)f -1 (V)<br />

Demonstraremos a igualdade, em duas partes:<br />

a. f -1 (UV)f -1 (U)f -1 (V).<br />

b. f -1 (U)f -1 (V)f -1 (UV).<br />

Parte a: Seja xf -1 (UV). Pela definição<br />

de imagem inversa, segue que f(x)UV.<br />

Pela definição de reunião de conjuntos,<br />

temos que f(x)U ou f(x)V. Assim, xf -<br />

1 (U) ou xf -1 (V). Concluímos então que<br />

xf -1 (U)f -1 (V).<br />

Parte b: Seja xf -1 (U)f -1 (V). Pela<br />

definição de reunião de conjuntos, temos<br />

que xf -1 (U) ou xf -1 (V). Pela definição<br />

de imagem inversa, segue que f(x)U ou<br />

f(x)V. Assim, f(x)UV e concluímos<br />

que xf -1 (UV).<br />

4. f -1 (UV)=f -1 (U)f -1 (V)<br />

Demonstraremos com duas inclusões:<br />

a. f -1 (UV)f -1 (U)f -1 (V).<br />

b. f -1 (U)f -1 (V)f -1 (UV).<br />

Parte a: Seja xf -1 (UV). Pela definição<br />

de imagem inversa, segue que f(x)UV.<br />

Pela definição de interseção de conjuntos,<br />

temos que f(x)U e f(x)V. Assim, xf -<br />

73<br />

1 (U) e xf -1 (V). Concluímos que xf -<br />

1 (U)f -1 (V).<br />

Parte b: Seja xf -1 (U) )f -1 (V). Pela<br />

definição de interseção de conjuntos,<br />

temos que xf -1 (U) e xf -1 (V). Pela<br />

definição de imagem inversa, segue que<br />

f(x)U e f(x)V. Assim, f(x)UV e<br />

concluímos que xf -1 (UV).<br />

5. f -1 (V c )=[f -1 (V)] c<br />

Demonstração em duas etapas.<br />

a. f -1 (V c )[f -1 (V)] c .<br />

b. [f -1 (V)] c f -1 (V c ).<br />

Parte a: Seja xf -1 (V c ). Pela definição de<br />

imagem inversa, segue que f(x)V c . Pela<br />

definição de complementar, temos que f(x) não<br />

está em V, logo x não pertence a f -1 (V) e temos<br />

que x[f -1 (V)] c .<br />

Parte b: Seja x[f -1 (V)] c . Pela definição de<br />

complementar, temos que x não pertence a f -<br />

1 (V). Assim, f(x) não pertence ao conjunto V<br />

ou seja f(x)V c , o que implica que x f -1 (V c ).<br />

6. Se VU então f -1 (U-V)=f -1 (U)-f -1 (V)<br />

Demonstração: Usando o conceito de<br />

complementar, segue que U-V=UV c . Pela<br />

relação do ítem (4):<br />

f -1 (U-V)=f -1 (UV c )=f -1 (U)f -1 (V c )<br />

Pelo ítem (5), segue que:<br />

f -1 (U-V)=f -1 (U)[f -1 (V)] c =f -1 (U)-f -1 (V)<br />

PROPRIEDADES MISTAS<br />

Sejam f:X→Y uma aplicação. Assim:<br />

1. Para todo AX, tem-se que:<br />

A f -1 (f(A))<br />

2. Para todo VY, tem-se que:<br />

f(f -1 (V)) V<br />

3. Se f é injetiva, então para todo AX, temse<br />

que:<br />

f -1 (f(A)) = A<br />

4. Se f é sobrejetiva, então para todo VY,<br />

tem-se que<br />

f(f -1 (V)) = V<br />

5. Se f é bijetiva, para todo AX e para todo<br />

VY, tem-se que:<br />

f -1 (f(A))=A e f(f -1 (V))=V


A FUNÇÃO EXPONENCIAL<br />

FUNÇÕES EXPONENCIAIS<br />

A função exponencial<br />

A Constante e de Euler<br />

Conexão entre exp e o número e<br />

Significado geométrico de e<br />

Propriedades básicas<br />

Simplificações matemáticas<br />

Outras funções exponenciais<br />

A função exponencial natural é a função<br />

exp:R→R+, definida como a inversa da função<br />

logarítmo natural, isto é:<br />

Ln[exp(x)]=x, exp[Ln(x)]=x<br />

O gráfico da função exponencial é obtido pela<br />

reflexão do gráfico da função Logaritmo natural em<br />

relação à identidade dada pela reta y=x.<br />

Como o domínio da função Logaritmo natural é o<br />

conjunto dos números reais positivos, então a<br />

74<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Leis dos expoentes<br />

Relação de Euler<br />

Algumas Aplicações<br />

Resfriamento dos corpos<br />

Curvas de aprendizagem<br />

Crescimento populacional<br />

Desintegração radioativa<br />

imagem da função exp é o conjunto dos números<br />

reais positivos e como a imagem de Ln é o<br />

conjunto R de todos os números reais, então o<br />

domínio de exp também é o conjunto R de todos os<br />

números reais.<br />

Observação: Através do gráfico de f(x)=exp(x),<br />

observamos que:<br />

1. exp(x)>0 se x é real)<br />

2. 0


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

1. Ln[exp(5)]=5<br />

2. exp[ln(5)]=5<br />

3. Ln[exp(x+1) 1/2 ]=(x+1) 1/2<br />

4. exp[Ln((x+1) 1/2 ]=(x+1) 1/2<br />

5. exp[3.Ln(x)]=exp(Ln(x³)]=x³<br />

6. exp[k.Ln(x)]=exp[Ln(x k )]=x k<br />

7. exp[(7(Ln(3)-Ln(4)] = exp[7(Ln(3/4))] =<br />

exp [(Ln(3/4)] 7 ) = (3/4) 7<br />

A CONSTANTE e DE EULER<br />

Existe uma importantíssima constante matemática<br />

definida por<br />

e = exp(1)<br />

O número e é um número irracional e positivo e em<br />

função da definição da função exponencial, temos<br />

que:<br />

Ln(e)=1<br />

Este número é denotado por e em homenagem ao<br />

matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um<br />

dos primeiros a estudar as propriedades desse<br />

número.<br />

O valor deste número expresso com 40 dígitos<br />

decimais, é:<br />

e=2,718281828459045235360287471352662497757<br />

CONEXÃO ENTRE O NÚMERO e E A<br />

FUNÇÃO EXPONENCIAL<br />

Se x é um número real, a função exponencial exp(.)<br />

pode ser escrita como a potência de base e com<br />

expoente x, isto é:<br />

e x = exp(x)<br />

SIGNIFICADO GEOMÉTRICO DE e<br />

Tomando um ponto v do eixo OX, com v>1 tal que<br />

a área da região do primeiro quadrante localizada<br />

sob a curva y=1/x e entre as retas x=1 e x=v seja<br />

unitária, então o valor de v será igual a e.<br />

75<br />

PROPRIEDADES BÁSICAS DA FUNÇÃO<br />

EXPONENCIAL<br />

Se x e y são números reais e k é um número<br />

racional, então:<br />

1. y=exp(x) se, e somente se, x=Ln(y).<br />

2. exp[Ln(y)]=y para todo y>0.<br />

3. Ln[exp(x)]=x para todo x real.<br />

4. exp(x+y)=exp(x) exp(y)<br />

5. exp(x-y)=exp(x)/exp(y)<br />

6. exp(x.k)=[exp(x)] k<br />

SIMPLIFICAÇÕES MATEMÁTICAS<br />

Podemos simplificar algumas expressões<br />

matemáticas com as propriedades das funções<br />

exponenciais e logaritmos:<br />

1. exp[Ln(3)]=3.<br />

2. Ln[exp(20x)]=20x.<br />

3. exp[5.Ln(2)]=exp[Ln(2 5 )]=2 5 =32.<br />

4. exp[2+5.ln(2)]=exp(2)exp(5.Ln(2))=32e².<br />

OUTRAS FUNÇÕES EXPONENCIAIS<br />

Podemos definir outras funções exponenciais como<br />

g(x)=a x , onde a é um número real positivo diferente<br />

de 1 e de x. Primeiro, consideremos o caso onde o<br />

expoente é um número racional r.<br />

Tomando x=a r na equação x=exp[Ln(x)], obtemos:<br />

a r =exp[Ln(a r )]<br />

Como Ln[a r ]=r.Ln(a), a relação acima fica na<br />

forma:<br />

a r = exp[r.Ln(a)]<br />

Esta última expressão, juntamente com a<br />

informação que todo número real pode ser escrito<br />

como limite de uma sequência de números<br />

racionais, justifica a definição para g(x)=a x , onde x<br />

é um número real:<br />

a x =exp[x.Ln(a)]<br />

LEIS DOS EXPOENTES<br />

Se x e y são números reais, a e b são números reais<br />

positivos, então:<br />

1. a x a y =a x+y<br />

2. a x /a y =a x-y<br />

3. (a x ) y =a x.y


4. (a b) x =a x b x<br />

5. (a/b) x =a x /b x<br />

6. a -x =1/a x<br />

RELAÇÃO DE EULER<br />

Se i é a unidade imaginária e x é um número real,<br />

então vale a relação:<br />

e ix = exp(ix) = cos(x) + i sen(x)<br />

ALGUMAS APLICAÇÕES<br />

Funções exponenciais desempenham papéis<br />

fundamentais na Matemática e nas ciências<br />

envolvidas com ela, como: Física, Química,<br />

Engenharia, Astronomia, Economia, Biologia,<br />

Psicologia e outras. Vamos apresentar alguns<br />

exemplos com aplicações destas funções.<br />

Lei do resfriamento dos corpos: Um indivíduo foi<br />

encontrado morto em uma sala com temperatura<br />

ambiente constante. O legista tomou a temperatura<br />

do corpo às 21:00 h e constatou que a mesma era de<br />

32 graus Celsius. Uma hora depois voltou ao local e<br />

tomou novamente a temperatura do corpo e<br />

constatou que a mesma estava a 30 graus Celsius.<br />

Aproximadamente a que horas morreu o indivíduo,<br />

sabendo-se que a temperatura média de um corpo<br />

humano normal é de 37 graus Celsius?<br />

Partindo de estudos matemáticos pode-se construir<br />

uma função exponencial decrescente que passa<br />

pelos pontos (21,32) e (22,30) onde abscissas<br />

representam o tempo e as ordenadas a temperatura<br />

do corpo.<br />

A curva que descreve este fenômeno é uma função<br />

exponencial da forma:<br />

então obtemos que:<br />

A = Ln(30)-Ln(32)<br />

C = 32/ (30/32) 21<br />

A t<br />

f(t) = C e<br />

A função exponencial que rege este fenômeno de<br />

resfriamento deste corpo é dada por:<br />

f(t) = 124,09468 e -0,0645385t<br />

76<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

e quando f(t) = 37 temos que:<br />

t = 18,7504... = 18 horas + 45 minutos<br />

que pode ser observado através do gráfico.<br />

Observação: Neste exemplo, usamos a construção<br />

de um gráfico e as propriedades operatórias das<br />

funções exponenciais e logarítmicas.<br />

Curvas de aprendizagem: Devido ao seu uso por<br />

psicólogos e educadores na descrição do processo<br />

de aprendizagem, as curvas exponenciais realizam<br />

um papel importante.<br />

A curva básica para este tipo de estudo é da forma:<br />

f(x) = c - a e -k.x<br />

onde c, a e k são constantes positivas.<br />

Considerando o caso especial em que c=a temos<br />

uma das equações básicas para descrever a relação<br />

entre a consolidação da aprendizagem y=f(x) e o<br />

número de reforços x.<br />

A função:<br />

f(x) = c - a e -k.x<br />

cresce rapidamente no começo, nivela-se e então<br />

aproxima-se de sua assíntota y=c.<br />

Estas curvas também são estudadas em Economia,<br />

na representação de várias funções de custo e<br />

produção.<br />

Crescimento populacional: Em 1798, Thomas<br />

Malthus, no trabalho "An Essay on the Principle of<br />

Population" formulou um modelo para descrever a<br />

população presente em um ambiente em função do<br />

tempo. Considerou N=N(t) o número de indivíduos<br />

em certa população no instante t. Tomou as<br />

hipóteses que os nascimentos e mortes naquele<br />

ambiente eram proporcionais à população presente<br />

e a variação do tempo conhecida entre os dois<br />

períodos. Chegou à seguinte equação para<br />

descrever a população presente em um instante t:<br />

N(t)=No e rt<br />

onde No é a população presente no instante inicial<br />

t=0 e r é uma constante que varia com a espécie de<br />

população.<br />

O gráfico correto desta função depende dos valores<br />

de No e de r. Mas sendo uma função exponencial, a<br />

forma do gráfico será semelhante ao da função<br />

y=Ke x .


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Este modelo supõe que o meio ambiente tenha<br />

pouca ou nenhuma influência sobre a população.<br />

Desse modo, ele é mais um indicador do potencial<br />

de sobrevivência e de crescimento de cada espécie<br />

de população do que um modelo que mostre o que<br />

realmente ocorre.<br />

Consideremos por exemplo uma população de<br />

bactérias em um certo ambiente. De acordo com<br />

esta equação se esta população duplicar a cada 20<br />

minutos, dentro de dois dias, estaria formando uma<br />

camada em volta da terra de 30 cm de espessura.<br />

Assim, enquanto os efeitos do meio ambiente são<br />

nulos, a população obedece ao modelo N=Noe rt . Na<br />

realidade, se N=N(t) aumenta, o meio ambiente<br />

oferece resistência ao seu crescimento e tende a<br />

mantê-lo sobre controle. Exemplos destes fatores<br />

são, a quantidade disponível de alimentos,<br />

acidentes, guerras, epidemias,...<br />

Como aplicação numérica, consideremos uma<br />

colônia de bactérias se reproduzindo normalmente.<br />

Se num certo instante havia 200 bactérias na<br />

colônia, passadas 12 horas havia 600 bactérias.<br />

Quantas bactérias haverá na colônia após 36 horas<br />

da última contagem?<br />

No instante inicial havia 200 bactérias, então<br />

No=200, após 12 horas havia 600 bactérias, então<br />

logo<br />

assim<br />

N(12)=600=200 e r12<br />

e 12r =600/200=3<br />

ln(e 12r )=ln(3)<br />

Como Ln e exp são funções inversas uma da outra,<br />

segue que 12r=ln(3), assim:<br />

Finalmente:<br />

r=ln(3)/12=0,0915510<br />

N(48) = 200 e 48.(0,0915510) = 16200 bactérias<br />

Então, após 36 horas da útima contagem ou seja, 48<br />

horas do início da contagem, haverá 16200<br />

bactérias.<br />

Desintegração radioativa: Os fundamentos do<br />

estudo da radioatividade ocorrerram no início do<br />

século por Rutherford e outros. Alguns átomos são<br />

77<br />

naturalmente instáveis, de tal modo que após algum<br />

tempo, sem qualquer influência externa sofrem<br />

transições para um átomo de um novo elemento<br />

químico e durante esta transição eles emitem<br />

radiações. Rutherford formulou um modelo para<br />

descrever o modo no qual a radioatividade decai. Se<br />

N=N(t) representa o número de átomos da<br />

substância radioativa no instante t, No o número de<br />

átomos no instante t=0 e k é uma constante positiva<br />

chamada de constante de decaimento, então:<br />

N(t) = No e -k.t<br />

esta constante de decaimento k, tem valores<br />

diferentes para substâncias diferentes, constantes<br />

que são obtidas experimentalmente.<br />

Na prática usamos uma outra constante T,<br />

denominada meia-vida do elemento químico, que é<br />

o tempo necessário para que a quantidade de<br />

átomos da substância decaia pela metade.<br />

Se N=No/2 para t=T, temos<br />

assim<br />

No/2 = No e -k.T<br />

T=Ln(2)/k<br />

Na tabela, apresentamos indicadores de meia-vida<br />

de alguns elementos químicos:<br />

Substância Meia-vida T<br />

Xenônio 133 5 dias<br />

Bário 140 13 dias<br />

Chumbo 210 22 anos<br />

Estrôncio 90 25 anos<br />

Carbono 14 5.568 anos<br />

Plutônio 23.103 anos<br />

Urânio 238 4.500.000.000 anos<br />

Para o Carbono 14, a constante de decaimento é:<br />

k = Ln(2)/T = Ln(2)/5568 = 12,3386 por ano


A HIPÉRBOLE EQUILÁTERA<br />

LOGARITMOS<br />

A hipérbole equilátera<br />

Definição de Logaritmo<br />

Propriedades gerais<br />

Simplificações matemáticas<br />

Base para um logaritmo<br />

Seja a função real f(x)=1/x definida para todo x<br />

diferente de zero. O gráfico desta função é a curva<br />

plana denominada hipérbole equilátera, sendo que<br />

um ramo da hipérbole está no primeiro quadrante e<br />

o outro está localizado no terceiro quadrante.<br />

Esta curva tem importantes aplicações em Ótica e<br />

construções de óculos, lentes, telescópios, estudos<br />

de química, estudos em economia, etc.<br />

78<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Logaritmo decimal<br />

Definição estranha de logaritmo<br />

Cálculo de logaritmos<br />

Característica e mantissa<br />

Tábua logaritmos on-line<br />

DEFINIÇÃO DE LOGARITMO<br />

O logaritmo natural (ou neperiano) de u, muitas<br />

vezes, denotado por Ln(u), pode ser definido do<br />

ponto de vista geométrico, como a área da região<br />

plana localizada sob o gráfico da curva y=1/x,<br />

acima do eixo y=0, entre as retas x=1 e x=u, que<br />

está no desenho colorido de vermelho.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

A área em vermelho representa o logaritmo natural<br />

de u, denotado por Ln(u). Em função do gráfico, em<br />

anexo, usaremos a definição:<br />

Ln(u)=área(1,u)<br />

Se u>1, a região possuirá uma área bem definida,<br />

mas tomando u=1, a região se reduzirá a uma linha<br />

vertical (que não posssui área ou seja, possui área<br />

nula) e neste caso tomaremos Ln(1)=área(1,1).<br />

Assim:<br />

Ln(1)=0<br />

Quando aumentamos os valores de u, esta função<br />

também aumenta os seus valores, o que significa<br />

que esta função é crescente para valores de u>0.<br />

O conceito de Integral de uma função real,<br />

normalmente estudado na disciplina Cálculo<br />

Diferencial e Integral, justifica a forma como<br />

apresentamos o Logaritmo natural de um número<br />

real.<br />

PROPRIEDADES GERAIS DOS<br />

LOGARITMOS<br />

Com o uso deste conceito fundamental da<br />

Matemática, é possível demonstrar várias<br />

propriedades dos Logaritmos naturais (o que não<br />

será feito aqui), para números reais positivos x e y e<br />

para qualquer número real k, desde que tenham<br />

sentido as expressões matemáticas:<br />

Propriedades básicas dos logaritmos naturais<br />

1. Ln(1)=0<br />

2. Ln(x.y)=Ln(x)+Ln(y)<br />

3. Ln(x k )=k.Ln(x)<br />

4. Ln(x/y)=Ln(x)-Ln(y)<br />

ALGUMAS SIMPLIFICAÇÕES<br />

MATEMÁTICAS<br />

As propriedades dos Logaritmos podem ser usadas<br />

para simplificar expressões matemáticas.<br />

Exemplos:<br />

1. Ln(5)+4.Ln(3)=Ln(5)+Ln(3 4 =Ln(5.3 4 )=Ln(405)<br />

2. (1/2)Ln(4t²)-Ln(t)=Ln[(4t²) ½ ]-Ln(t)=Ln(2), se t>0<br />

3. Ln(a)+L(b)-Ln(c)+Ln(10)=Ln(10a.b/c)<br />

Exercício: Qual dos números é o menor: 2.Ln(3)<br />

ou 3.Ln(2)? Observamos que:<br />

2 Ln(3) = Ln(3²) = Ln(9)<br />

3 Ln(2) = Ln(2³) = Ln(8)<br />

79<br />

e como a função Ln é crescente, então:<br />

3 Ln(2) = Ln(8)


temos que o Logaritmo de 10 n na base 10 é o<br />

expoente n, o que nos faz pensar que para todo x<br />

real positivo vale a relação:<br />

Log(10 x ) = x<br />

DEFINIÇÃO ESTRANHA DE LOGARITMO<br />

A última expressão mostrada acima é correta e<br />

existe uma outra relação muito mais geral do que<br />

esta, pois o Logaritmo de um número real positivo<br />

x na base b é igual ao número e se, e somente se, x<br />

pode ser escrito como a potência b elevada ao<br />

expoente e, isto é:<br />

Logb(x) = e se, e somente se, x = b e<br />

Em livros de Matemática elementar, esta é tomada<br />

como a definição de Logaritmo de um número em<br />

uma certa base, o que é estranho pois tal definição é<br />

cíclica:<br />

Define-se o logarítmo em função da<br />

exponencial;<br />

Define-se a exponencial em função do<br />

logaritmo.<br />

CÁLCULOS DE LOGARITMOS DE ALGUNS<br />

NÚMEROS<br />

Com a definição estranha é possível obter o um<br />

valor aproximado para o Log(2). Consideremos que<br />

y=Log(2) e 10 y =2. Inicialmente, temos que Log(2)<br />

é positivo e menor do que 1, pois 1


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

podemos obter os logaritmos das potências de 2,<br />

como por exemplo:<br />

1. Log(4)=Log(2²)=2Log(2)=0,60206<br />

2. Log(8)=Log(2³)=3Log(2)=0,90309<br />

3. Log(16)=Log(2 4 )=4Log(2)=1,20412<br />

4. Log(32)=Log(2 5 )=5Log(2)=1,50515<br />

5. Log(2 n )=n.Log(2)<br />

6. Log(1/2)=Log(2 -1 )=(-1)Log(2)=-0,30103<br />

7. Log(1/4)=Log(2 -2 )=(-2)Log(2)=-0,60206<br />

8. Log(1/8)=Log(2 -3 )=(-3)Log(2)=-0,90309<br />

9. Log(1/16)=Log(2 -4 )=(-4)Log(2)=-1,20412<br />

10. Log(1/32)=Log(2 -5 )=(-5)Log(2)=-1,50515<br />

11. Log(2 -n )=(-n).Log(2)<br />

Temos também que Log(3)=0,47712, o que nos<br />

permite realizar uma grande quantidade de cálculos<br />

com logaritmos.<br />

Com Log(2) e Log3, não é possível calcular os<br />

logaritmos dos números primos maiores do que 5,<br />

mas é possível obter uma grande quantidade de<br />

logaritmos de números naturais.<br />

Exemplo: Usaremos Log(2)=0,301 e Log(3) =<br />

0,477, para calcular alguns logaritmos.<br />

1. Log(5)=Log(10/2)=Log(10)-Log(2)=1-<br />

0,301=0,699<br />

2. Log(6)=Log(2.3)=Log(2)+Log(3)=0,301+0,47<br />

7=0,778<br />

3. Log(8)=Log(2³)=3 Log(2)=0,903<br />

4. Log(9)=Log(3²)=2 Log(3)=0,954<br />

Uma estimativa razoável para Log(7)=0,8451 pode<br />

ser obtida com a média aritmética entre Log(6) e<br />

Log(8), isto é:<br />

Log(7)=0,840<br />

CARACTERÍSTICA E MANTISSA DE UM<br />

LOGARITMO NA BASE 10<br />

RELAÇÕES E FUNÇÕES<br />

81<br />

Se um número está entre duas potências<br />

consecutivas de 10, o expoente da menor delas é a<br />

característica do logaritmo deste número e a<br />

diferença entre o logaritmo do número e a<br />

característica é a mantissa que é a parte decimal do<br />

logaritmo.<br />

Observação: Na tabela abaixo aparece o sinal<br />

negativo para o logaritmo apenas para o número<br />

que está antes da vírgula.<br />

Número Logaritmo Característica Mantissa<br />

0,002 ¯3,30103 -3 0,30103<br />

0,02 ¯2,30103 -2 0,30103<br />

0,2 ¯1,30103 -1 0,30103<br />

2 0,30103 0 0,30103<br />

20 1,30103 1 0,30103<br />

200 2,30103 2 0,30103<br />

2000 3,30103 3 0,30103<br />

Esta notação simplifica operações com logaritmos,<br />

visando mostrar que, se a divisão de dois números é<br />

um múltiplo de 10, basta mudar a característica e<br />

preservar a mantissa do logaritmo. Isto poderá ser<br />

observado na Tábua moderna de logaritmos que<br />

aparece no final desta Página.<br />

¯3,30103 significa que apenas a característica é<br />

negativa, valendo -3 e ela deve ser somada à<br />

mantissa que é um número positivo 0,30103 e isto<br />

significa que o resultado deve ser um número com<br />

um sinal negativo, isto é, -2,69897.


Aplicações de relações e funções<br />

O Plano Cartesiano<br />

Produto Cartesiano<br />

Relações no plano Cartesiano<br />

Domínio e Contradomínio<br />

Relações inversas<br />

Propriedades de Relações<br />

Relações de equivalência<br />

Funções no plano Cartesiano<br />

Relações que não são funções<br />

Funções afim e lineares<br />

Função identidade<br />

APLICAÇÕES DAS RELAÇÕES E FUNÇÕES<br />

NO COTIDIANO<br />

Ao lermos um jornal ou uma revista, diariamente<br />

nos deparamos com gráficos, tabelas e ilustrações.<br />

Estes, são instrumentos muito utilizados nos meios<br />

de comunicação. Um texto com ilustrações, é muito<br />

mais interessante, chamativo, agradável e de fácil<br />

compreensão. Não é só nos jornais ou revistas que<br />

encontramos gráficos. Os gráficos estão presentes<br />

nos exames laboratoriais, nos rótulos de produtos<br />

alimentícios, nas informações de composição<br />

química de cosméticos, nas bulas de remédios,<br />

enfim em todos os lugares. Ao interpretarmos estes<br />

gráficos, verificamos a necessidade dos conceitos<br />

de plano cartesiano.<br />

O Sistema ABO dos grupos sangüíneos é explicado<br />

pela recombinação genética dos alelos (a,b,o) e este<br />

é um bom exemplo de uma aplicação do conceito<br />

de produto cartesiano. Uma aplicação prática do<br />

conceito de relação é a discussão sobre a interação<br />

de neurônios (células nervosas do cérebro).<br />

Ao relacionarmos espaço em função do tempo,<br />

número do sapato em função do tamanho dos pés,<br />

intensidade da fotossíntese realizada por uma planta<br />

em função da intensidade de luz a que ela é exposta<br />

ou pessoa em função da impressão digital,<br />

percebemos quão importantes são os conceitos de<br />

funções para compreendermos as relações entre os<br />

fenômenos físicos, biológicos, sociais...<br />

Observamos então que as aplicações de plano<br />

cartesiano, produto cartesiano, relações e funções<br />

estão presentes no nosso cotidiano.<br />

82<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Funções constantes<br />

Funções quadráticas<br />

Funções cúbicas<br />

Domínio, Contradomínio, Imagem<br />

Funções injetoras<br />

Funções sobrejetoras<br />

Funções bijetoras<br />

Funções pares e ímpares<br />

Funções crescentes<br />

Funções compostas e Inversas<br />

Operações com funções<br />

Funções polinomiais e Aplicações<br />

Valores assumidos por uma ação numa Bolsa de<br />

Valores<br />

O PLANO CARTESIANO<br />

Referência histórica: Os nomes Plano Cartesiano e<br />

Produto Cartesiano são homenagens ao seu criador<br />

René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático<br />

francês. O nome de Descartes em Latim, era<br />

Cartesius, daí vem o nome cartesiano.<br />

O plano cartesiano ortogonal é constituído por dois<br />

eixos x e y perpendiculares entre si que se cruzam<br />

na origem. O eixo horizontal é o eixo das abscissas<br />

(eixo OX) e o eixo vertical é o eixo das ordenadas<br />

(eixo OY). Associando a cada um dos eixos o<br />

conjunto de todos os números reais, obtém-se o<br />

plano cartesiano ortogonal.<br />

Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é formado<br />

por um par ordenado de números, indicados entre<br />

parênteses, a abscissa e a ordenada<br />

respectivamente. Este par ordenado representa as<br />

coordenadas de um ponto.<br />

O primeiro número indica a medidada do<br />

deslocamento a partir da origem para a direita (se<br />

positivo) ou para a esquerda (se negativo).<br />

O segundo número indica o deslocamento a partir<br />

da origem para cima (se positivo) ou para baixo (se<br />

negativo). Observe no desenho que: (a,b)≠(b,a) se<br />

a≠b.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Os dois eixos dividem o plano em quatro regiões<br />

denominadas quadrantes sendo que tais eixos são<br />

retas concorrentes na origem do sistema formando<br />

um ângulo reto (90 graus). Os nomes dos<br />

quadrantes são indicados no sentido anti-horário,<br />

conforme a figura, com as cores da bandeira do<br />

Brasil.<br />

Segundo<br />

quadrante<br />

Terceiro<br />

quadrante<br />

Primeiro<br />

quadrante<br />

Quarto<br />

quadrante<br />

Quadrante sinal de x sinal de y Ponto<br />

não tem não tem (0,0)<br />

Primeiro + + (2,4)<br />

Segundo - + (-4,2)<br />

Terceiro - - (-3,-7)<br />

Quarto + - (7,-2)<br />

PRODUTO CARTESIANO<br />

Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos<br />

o produto cartesiano entre A e B, denotado por<br />

AxB, como o conjunto de todos os pares ordenados<br />

da forma (x,y) onde x pertence ao primeiro<br />

conjunto A e y pertence ao segundo conjunto B.<br />

AxB = { (x,y): xA e yB }<br />

Observe que AxB≠BxA, se A é não vazio ou B é<br />

não vazio. Se A=Ø ou B=Ø, por definição:<br />

AxØ=Ø=ØxB.<br />

Se A possui m elementos e B possui n elementos,<br />

então AxB possui mxn elementos.<br />

Exemplo: Dados A={a,b,c,d} e B={1,2,3}, o<br />

produto cartesiano AxB, terá 12 pares ordenados e<br />

será dado por:<br />

AxB = {(a,1), (a,2), (a,3), (b,1), (b,2), (b,3), (c,1),<br />

(c,2), (c,3), (d,1), (d,2), (d,3)}<br />

83<br />

RELAÇÕES NO PLANO CARTESIANO<br />

Sejam A e B conjuntos não vazios. Uma relação em<br />

AxB é qualquer subconjunto R de AxB.<br />

A relação mostrada na figura acima é:<br />

R = { (a,3), (b,3), (c,2), (c,3), (d,2), (d,3) }<br />

Uma relação R de A em B pode ser denotada por<br />

R:A→B.<br />

Exemplo: Se A={1,2} e B={3,4}, o produto<br />

cartesiano é AxB={(1,3),(1,4),(2,3),(2,4)} e neste<br />

caso, temos algumas relações em AxB:<br />

1. R1={(1,3),(1,4)}<br />

2. R2={(1,3)}<br />

3. R3={(2,3),(2,4)}<br />

DOMÍNIO E CONTRADOMÍNIO DE UMA<br />

RELAÇÃO<br />

As relações mais importantes são aquelas definidas<br />

sobre conjuntos de números reais e nem sempre<br />

uma relação está definida sobre todo o conjunto dos<br />

números reais. Para evitar problemas como estes,<br />

costuma-se definir uma relação R:A→B, onde A e<br />

B são subconjuntos de R, da seguinte forma:<br />

O conjunto A é o domínio da relação R, denotado<br />

por Dom(R) e B é o contradomínio da relação,<br />

denotado por CoDom(R).<br />

Dom(R) = { xA: existe y em B tal que (x,y)R}<br />

Im(R)={yB: existe xA tal que (x,y)R}


Representações gráficas de relações em AxB:<br />

R1={(a,1), (a,2), (a,3), (b,1), (b,2), (b,3), (c,1),<br />

(d,1), (d,2), (d,3)}<br />

R2={(a,1),(b,2),(c,3),(d,1)}<br />

R3={(a,1),(b,1),(b,2),(c,3),(d,3)}<br />

RELAÇÕES INVERSAS<br />

Seja R uma relação de A em B. A relação inversa<br />

de R, denotada por R -1 , é definida de B em A por:<br />

R -1 = { (y,x)BxA: (x,y)R }<br />

Exemplo: Sejam A={a,b,c}, B={d,e,f} e R uma<br />

relação em AxB, definida por<br />

R = {(a,d),(a,e),(a,f),(b,d),(b,e),(b,f),(c,d),(c.e),(c,f)}<br />

Então:<br />

R -1 = {(d,a),(e,a),(f,a),(d,b),(e,b),(f,b),(d,c),(e,c),(f,c)}<br />

Observação: O gráfico da relação inversa R -1 é<br />

simétrico ao gráfico da relação R, em relação à reta<br />

y=x (identidade).<br />

84<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

PROPRIEDADES DE RELAÇÕES<br />

Reflexiva: Uma relação R é reflexiva se todo<br />

elemento de A está relacionado consigo mesmo, ou<br />

seja, para todo xA: (x,x)R, isto é, para todo<br />

xA: xRx.<br />

Exemplo: Uma relação reflexiva em A={a,b,c}, é<br />

dada por:<br />

R = {(a,a),(b,b),(c,c)}<br />

Simétrica: Uma relação R é simétrica se o fato que<br />

x está relacionado com y, implicar necessariamente<br />

que y está relacionado com x, ou seja: quaisquer<br />

que sejam xA e yA tal que (x,y)R, segue que<br />

(y,x)R.<br />

Exemplo: Uma relação simétrica em A={a,b,c}, é:<br />

R = {(a,a),(b,b),(a,b),(b,a)}<br />

Transitiva: Uma relação R é transitiva, se x está<br />

relacionado com y e y está relacionado com z,<br />

implicar que x deve estar relacionado com z, ou<br />

seja: quaisquer que sejam xA, yA e zA, se<br />

(x,y)R e (y,z)R então (x,z)R.<br />

Exemplo: Uma relação transitiva em A={a,b,c}, é:<br />

R = {(a,a),(a,c),(c,b),(a,b)}<br />

Anti-simétrica: Sejam xA e yA. Uma relação R<br />

é anti-simétrica se (x,y)R e (y,x)R implica que<br />

x=y. Alternativamente, uma relação é antisimétrica:<br />

Se x e y são elementos distintos do<br />

conjunto A então x não tem relação com y ou<br />

(exclusivo) y não tem relação com x, o que<br />

significa que o par de elementos distintos (x,y) do<br />

conjunto A poderá estar na relação desde que o par<br />

(y,x) não esteja.<br />

Exemplo: Uma relação anti-simétrica em<br />

A={a,b,c}, é:<br />

R = {(a,a),(b,b),(a,b),(a,c) }<br />

RELAÇÃO DE EQUIVALÊNCIA<br />

Uma relação R sobre um conjunto A não vazio é<br />

chamada relação de equivalência sobre A se, e<br />

somente se, R é reflexiva, simétrica e transitiva.<br />

Exemplo: Se A={a,b,c} então a relação R em AxA,<br />

definida abaixo, é de equivalência:<br />

R = {(a,a),(b,b),(c,c),(a,c),(c,a) }<br />

FUNÇÕES NO PLANO CARTESIANO<br />

Referência histórica: Leonhard Euler (1707-<br />

1783), médico, teólogo, astrônomo e matemático<br />

suíço, desenvolveu trabalhos em quase todos os<br />

ramos da Matemática Pura e Aplicada, com


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

destaque para a Análise - estudo dos processos<br />

infinitos - desenvolvendo a idéia de função. Foi o<br />

responsável também pela adoção do símbolo f(x)<br />

para representar uma função de x. Hoje, função é<br />

uma das idéias essenciais em Matemática.<br />

Uma função f de A em B é uma relação em AxB,<br />

que associa a cada variável x em A, um único y em<br />

B. Uma das notações mais usadas para uma função<br />

de A em B, é:<br />

f:A→B<br />

Quatro aspectos chamam a atenção na definição<br />

apresentada:<br />

O domínio A da relação.<br />

O contradomínio B da relação.<br />

Todo elemento de A deve ter correspondente<br />

em B.<br />

Cada elemento de A só poderá ter no máximo<br />

um correspondente no contradomínio B.<br />

Estas características nos informam que uma função<br />

pode ser vista geometricamente como uma linha no<br />

plano, contida em AxB, que só pode ser "cortada"<br />

uma única vez por uma reta vertical, qualquer que<br />

seja esta reta.<br />

Exemplo: A circunferência definida por<br />

R={(x,y)R²: x²+y²=a²}<br />

é uma relação que não é uma função, pois tomando<br />

a reta vertical x=0, obtemos ordenadas diferentes<br />

para a mesma abscissa x.<br />

Neste caso Dom(R)=[-a,a] e CoDom(R)=[-a,a].<br />

RELAÇÕES QUE NÃO SÃO FUNÇÕES<br />

Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação<br />

R4 = { (a,1), (b,2), (c,3), (d,3), (a,3) }<br />

não é uma função em AxB, pois associado ao<br />

mesmo valor a existem dois valores distintos que<br />

são 1 e 3.<br />

Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação<br />

85<br />

R5 = { (a,1), (a,3), (b,2), (c,3) }<br />

não é uma função em AxB, pois nem todos os<br />

elementos do primeiro conjunto A estão associados<br />

a elementos do segundo conjunto B.<br />

Na sequência, apresentaremos alguns exemplos<br />

importantes de funções reais<br />

FUNÇÕES AFIM E LINEARES<br />

Função afim: Sejam a e b números reais, sendo a<br />

não nulo. Uma função afim é uma função f:R R<br />

que para cada x em R, associa f(x)=ax+b.<br />

Exemplos:<br />

1. f(x)=-3x+1<br />

2. f(x)=2x+7<br />

3. f(x)=(1/2)x+4<br />

Se b é diferente de zero, o gráfico da função afim é<br />

uma reta que não passa pela origem (0,0).<br />

Função linear: Seja a um número real. Uma<br />

função linear é uma função f:R R que para cada<br />

x em R, associa f(x)=ax.<br />

Exemplos:<br />

1. f(x)=-3x<br />

2. f(x)=2x<br />

3. f(x)=x/2<br />

O gráfico da função linear é uma reta que sempre<br />

passa pela origem (0,0).


FUNÇÃO IDENTIDADE<br />

É uma função f:R R que para cada x em R,<br />

associa f(x)=x. O gráfico da Identidade é uma reta<br />

que divide o primeiro quadrante e também o<br />

terceiro quadrante em duas partes iguais.<br />

FUNÇÕES CONSTANTES<br />

Seja b um número real. A função constante associa<br />

a cada xR o valor f(x)=b.<br />

Exemplos:<br />

1. f(x)=1<br />

2. f(x)=-7<br />

3. f(x)=0<br />

O gráfico de uma função constante é uma reta<br />

paralela ao eixo das abscissas (eixo horizontal).<br />

FUNÇÕES QUADRÁTICAS<br />

Sejam a, b e c números reais, com a não nulo. A<br />

função quadrática é uma função f:R→R que para<br />

cada x em R, f(x)=ax²+bx+c.<br />

Exemplos:<br />

1. f(x)=x²<br />

86<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

2. f(x)=-4 x²<br />

3. f(x)=x²-4x+3<br />

4. f(x)=-x²+2x+7<br />

O gráfico de uma função quadrática é uma curva<br />

denominada parábola.<br />

FUNÇÕES CÚBICAS<br />

Sejam a, b, c e d números reais, sendo a diferente<br />

de zero. A função cúbica é uma função f:R→R que<br />

para cada x em R, associa f(x)=ax³+bx²+cx+d.<br />

Exemplos:<br />

1. f(x)=x³<br />

2. f(x)=-4x³<br />

3. f(x)=2x³+x²-4x+3<br />

4. f(x)=-7x³+x²+2x+7<br />

O gráfico da função cúbica do item (a), se<br />

assemelha a uma parábola tanto no primeiro como<br />

no terceiro quadrante, mas no primeiro os valores<br />

de f(x) são positivos e no terceiro os valores de f(x)<br />

são negativos.<br />

DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E IMAGEM<br />

DE UMA FUNÇÃO<br />

Como nem toda relação é uma função, às vezes,<br />

alguns elementos poderão não ter correspondentes<br />

associados para todos os números reais e para evitar<br />

problemas como estes, costuma-se definir o<br />

Domínio de uma função f, denotado por Dom(f),<br />

como o conjunto onde esta relação f tem<br />

significado.<br />

Consideremos a função real que calcula a raiz<br />

quadrada de um número real. Deve estar claro que a<br />

raiz quadrada de -1 não é um número real, assim<br />

como não são reais as raízes quadradas de<br />

quaisquer números negativos, dessa forma o<br />

domínio desta função só poderá ser o intervalo<br />

[0,), onde a raiz quadrada tem sentido sobre os<br />

reais.


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Como nem todos os elementos do contradomínio de<br />

uma função f estão relacionados, define-se a<br />

Imagem de f, denotada por Im(f), como o conjunto<br />

de todos os elementos do contradomínio que estão<br />

relacionados com elementos do domínio de f, isto é:<br />

Im(f) = { y em B: existe x em A tal que y=f(x) }<br />

Observe que, se uma relação R é uma função de A<br />

em B, então A é o domínio e B é o contradomínio<br />

da função e se x é um elemento do domínio de uma<br />

função f, então a imagem de x é denotada por f(x).<br />

Exemplos: Cada função abaixo, tem características<br />

distintas.<br />

1. f:R→R definida por f(x)=x²<br />

Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f)=[0,)<br />

2. f:[0,2]→R definida por f(x)=x²<br />

Dom(f)=[0,2], CoDom(f)=R e Im(f)=[0,4]<br />

3. A função modular é definida por f:R→R tal<br />

que f(x)=|x|, Dom(f)=R, CoDom(f)=R e<br />

Im(f)=[0,) e seu gráfico é dado por:<br />

4. Uma semi-circunferência é dada pela função<br />

real f:R→R, definida por<br />

Dom(f)=[-2,2], CoDom(f)=R, Im(f)=[0,2] e<br />

seu gráfico é dado por:<br />

FUNÇÕES INJETORAS<br />

Uma função f:A→B é injetora se quaisquer dois<br />

elementos distintos de A, sempre possuem imagens<br />

distintas em B, isto é:<br />

x1≠x2 implica que f(x1)≠f(x2)<br />

ou de forma equivalente<br />

f(x1)=f(x2) implica que x1=x2<br />

87<br />

Exemplos:<br />

1. A função f:R→R definida por f(x)=3x+2 é<br />

injetora, pois sempre que tomamos dois valores<br />

diferentes para x, obtemos dois valores<br />

diferentes para f(x).<br />

2. A função f:R→R definida por f(x)=x²+5 não é<br />

injetora, pois para x=1 temos f(1)=6 e para x=-<br />

1 temos f(-1)=6.<br />

FUNÇÕES SOBREJETORAS<br />

Uma função f:A→B é sobrejetora se todo elemento<br />

de B é a imagem de pelo menos um elemento de A.<br />

Isto equivale a afirmar que a imagem da função<br />

deve ser exatamente igual a B que é o<br />

contradomínio da função, ou seja, para todo y em B<br />

existe x em A tal que y=f(x).<br />

Exemplos:<br />

1. A função f:R→R definida por f(x)=3x+2 é<br />

sobrejetora, pois todo elemento de R é imagem<br />

de um elemento de R pela função.<br />

2. A função f:R→(0,) definida por f(x)=x² é<br />

sobrejetora, pois todo elemento pertecente a<br />

(0,) é imagem de pelo menos um elemento de<br />

R pela função.<br />

3. A função f:R→R definida por f(x)=2 x não é<br />

sobrejetora, pois o número -1 é elemento do<br />

contradomínio R e não é imagem de qualquer<br />

elemento do domínio.<br />

FUNÇÕES BIJETORAS<br />

Uma função f:A→B é bijetora se ela é ao mesmo<br />

tempo injetora e sobrejetora.<br />

Exemplo: A função f:R→R dada por f(x)=2x é<br />

bijetora, pois é injetora e bijetora.<br />

FUNÇÕES PARES E ÍMPARES<br />

Função par: Uma função real f é par se, para todo<br />

x do domínio de f, tem-se que f(x)=f(-x). Uma<br />

função par possui o gráfico simétrico em relação ao<br />

eixo vertical OY.<br />

Exemplo: A função f(x)=x² é par, pois f(x)=x²=f(x).<br />

Observe o gráfico de f! Outra função<br />

par é g(x)=cos(x) pois g(-x)=cos(-x)=cos(x)=g(x).<br />

Função ímpar: Uma função real f é ímpar se, para<br />

todo x do domínio de f, tem-se que f(-x)=-f(x).


Uma função ímpar possui o gráfico simétrico em<br />

relação à origem do sistema cartesiano.<br />

Exemplo: As funções reais f(x)=5x e g(x)=sen(x)<br />

são ímpares, pois: f(-x)=5(-x)=-5x=-f(x) e g(x)=sen(-x)=-sen(x)=-g(x).<br />

Veja o gráfico para<br />

observar a simetria em relação à origem.<br />

FUNÇÕES CRESCENTES E<br />

DECRESCENTES<br />

Função crescente: Uma função f é crescente, se<br />

quaisquer que sejam x e y no Domínio de f, com<br />

x


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

OPERAÇÕES COM FUNÇÕES<br />

Dadas as funções f e g, podemos realizar algumas<br />

operações, entre as quais:<br />

(f+g)(x) = f(x)+g(x)<br />

(f-g)(x) = f(x)-g(x)<br />

(f.g)(x) = f(x).g(x)<br />

(f/g)(x) = f(x)/g(x), se g(x)≠0.<br />

FUNÇÕES POLINOMIAIS<br />

Uma função polinomial real tem a forma<br />

f(x) = anx n + an-1x n-1 + ... + a1x + ao<br />

sendo Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f) dependente<br />

de f.<br />

SEQUÊNCIAS REAIS<br />

SEQUÊNCIAS REAIS<br />

Sequências reais<br />

Exemplos de sequências<br />

Sequências finitas e infinitas<br />

Sequências aritméticas e PA<br />

Termo geral da PA<br />

PA monótonas<br />

Extremos e Meios na PA<br />

Interpolação aritmética<br />

Função real: Uma função f sobre um conjunto X<br />

com imagem no conjunto Y, denotada por f:X→Y,<br />

associa a cada xX um único elemento yY, para<br />

todos os elementos de X. O que caracteriza o nome<br />

da função é o contradomínio Y da mesma. Se Y é<br />

um conjunto de:<br />

1. números reais, temos uma função real.<br />

2. vetores, temos uma função vetorial.<br />

3. matrizes, temos uma função matricial.<br />

4. números complexos, a função é complexa.<br />

89<br />

Observação: A área de um quadrado pode ser<br />

representada pela função real f(x)=x² onde x é a<br />

medida do lado do quadrado e o volume de um<br />

cubo pode ser dado pela função real f(x)=x³ onde x<br />

é a medida da aresta do cubo. Esta é a razão pela<br />

qual associamos as palavras quadrado e cubo às<br />

funções com as potências 2 e 3.<br />

Aplicação: As funções polinomiais são muito úteis<br />

na vida. Uma aplicação simples pode ser realizada<br />

quando se pretende obter o volume de uma caixa<br />

(sem tampa) na forma de paralelepípedo que se<br />

pode construir com uma chapa metálica quadrada<br />

com 20 cm de lado, com a retirada de pequenos<br />

quadrados de lado igual a x nos quatro cantos da<br />

chapa. Concluímos que V(x)=(20-2x)x² e com esta<br />

função é possível obter valores ótimos para<br />

construir a caixa.<br />

Soma dos termos da PA<br />

Sequências geométricas e PG<br />

Termo geral da PG<br />

PG monótonas<br />

Interpolação geométrica<br />

Soma dos termos da PG<br />

Soma de série geométrica<br />

Exercícios resolvidos<br />

Neste trabalho, o conjunto dos números naturais<br />

será indicado por:<br />

N={1,2,3,4,5,...}<br />

Sequências reais: Uma sequência real (ou<br />

sucessão) é uma função f:N→R que associa a cada<br />

número natural n um número real f(n). O valor<br />

numérico f(n) é o termo de ordem n da sequência.<br />

Do modo como definimos a sequência, o domínio<br />

de f é um conjunto infinito, mas o contradomínio<br />

poderá ser finito ou infinito. O domínio de uma<br />

sequência é indicado por Dom(f)=N e a imagem de<br />

uma sequência por Im(f)={a1,a2,a3, ...}.<br />

Muitas vezes, a sequência (função) é confundida<br />

com a Imagem da função (conjunto de números),


no entanto, esta confusão até mesmo colabora para<br />

o entendimento do significado de uma sequência no<br />

âmbito do Ensino Médio.<br />

Um fato importante é que a função determina a<br />

regra que os elementos do conjunto imagem devem<br />

seguir.<br />

EXEMPLOS IMPORTANTES DE SEQUÊNCIAS<br />

REAIS<br />

Função identidade: Seja f:N→R definida por<br />

f(n)=n. Esta função pode ser representada<br />

graficamente de várias formas, sendo que duas<br />

delas estão mostradas abaixo, com o diagrama de<br />

Venn-Euler (esquerda) e o gráfico cartesiano<br />

(direito). Neste caso, Dom(f)=N e Im(f)={1,2,3,...}<br />

Sequência de números pares: Seja f:N R<br />

definida por f(n)=2n. Neste caso Im(f)={2,4,6,...}.<br />

Duas representações gráficas para esta sequência,<br />

são:<br />

Sequência de números ímpares: A função f:N→R<br />

definida por f(n)=2n-1, está representada abaixo e a<br />

sua imagem é Im(f)={1,3,5,...}.<br />

Sequência dos recíprocos: A sequência dos<br />

recíprocos (ou inversos) dos números naturais<br />

f:N→R é definida por f(n)=1/n. Neste caso<br />

Im(f)={1,1/2,1/3,1/4,...,1/n,...}.<br />

90<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Sequência constante: Uma sequência constante é<br />

uma função f:N R definida, por exemplo, por<br />

f(n)=3 e pode ser representada graficamente por:<br />

Neste caso, Im(f)={3}<br />

Sequência nula: A sequência nula f:N R é<br />

definida por f(n)=0. A imagem é o conjunto<br />

Im(f)={0}. f pode ser vista graficamente como:<br />

Sequência alternada: Uma sequência alternada<br />

f:N R pode ser definida por f(n)=(-1) n n. Esta<br />

sequência de números fica alternando o sinal de<br />

cada termo, sendo um negativo e o seguinte<br />

positivo, e assim por diante. A imagem é o<br />

conjunto:<br />

Im(f)={-1,+2,-3,+4,-5,+6,...}<br />

Sequência aritmética: A sequência aritmética<br />

f:N→R é definida por: f(n)=a1+(n-1)r e pode ser<br />

vista com os gráficos abaixo:<br />

Neste caso: Im(f)={a1,a1+r,a1+2r,...,a1+(n-1) r,...}.<br />

Sequência geométrica: Uma sequência geométrica<br />

é uma função f:N→R definida por: f(n)=a1q n-1 que<br />

pode ser esboçada graficamente por:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Aqui Im(f)={a1,a1q,a1q 2 ,...,a1q n-1 ,...}.<br />

Sequência recursiva:: Uma sequência é recursiva<br />

se, o termo de ordem n é obtido em função dos<br />

termos das posições anteriores.<br />

Exemplo: A importante sequência de Fibonacci,<br />

definida por f:N→R tal que f(1)=1 e f(2)=1 com<br />

f(n+2)=f(n)+f(n+1)<br />

para n>1, é uma sequência recursiva.<br />

O conjunto imagem é<br />

Im(f)={1,1,2,3,5,8,13,21,34,...}<br />

f(1) = 1<br />

f(2) = 1<br />

f(3) = f(1)+f(2) = 1+ 1 = 2<br />

f(4) = f(2)+f(3) = 1+ 2 = 3<br />

f(5) = f(3)+f(4) = 2+ 3 = 5<br />

f(6) = f(4)+f(5) = 3+ 5 = 8<br />

f(7) = f(5)+f(6) = 5+ 8 = 13<br />

f(8) = f(6)+f(7) = 8+13 = 21<br />

f(9) = f(7)+f(8) = 13+21 = 34<br />

... ... ...<br />

As sequências de Fibonacci aparecem de uma<br />

forma natural em estudos de Biologia, Arquitetura,<br />

Artes e Padrões de beleza. O livro "A divina<br />

proporção", Huntley, Editora Universidade de<br />

Brasília, trata do assunto.<br />

Observação: O gráfico de uma sequência não é<br />

formado por uma coleção contínua de pontos mas<br />

por uma coleção discreta. Eventualmente usamos<br />

retas ou curvas entre dois pontos dados para melhor<br />

visualizar o gráfico, mas não podemos considerar<br />

tais linhas como representativas do gráfico da<br />

sequência.<br />

Toda vez que nos referirmos a uma sequência<br />

f:N→R tal que f(n)=an, simplesmente usaremos a<br />

imagem da sequência f, através do conjunto<br />

Im(f)={ a1, a2, a3, ..., an-1, an, ...}<br />

91<br />

SEQUÊNCIAS FINITAS E INFINITAS<br />

Quanto ao número de elementos da imagem, uma<br />

sequência poderá ser finita ou infinita.<br />

Sequência Finita: Uma sequência é finita se, o seu<br />

conjunto imagem é um conjunto finito.<br />

Exemplos: As sequências f:N→R definidas por<br />

f(n)=0, g(n)=(-1) n e h(n)=cos(n/3) são finitas e as<br />

suas imagens são, respectivamente:<br />

Im(f)={0}, Im(g)={-1,1}, Im(h)={1/2,-1/2,-1,1}<br />

Sequência Infinita: Uma sequência é infinita se, o<br />

seu conjunto imagem é um conjunto infinito.<br />

Exemplos: As sequências f:N→R definidas por<br />

f(n)=2n, g(n)=(-1) n n, h(n)=sin(n) e k(n)=cos(3n)<br />

são infinitas, pois suas imagens possuem infinitos<br />

termos.<br />

Exemplo: Seja a sequência infinita f:N→R, cujo<br />

conjunto imagem é dado por Im(f)={5,10,15,20,...}.<br />

Observamos que<br />

f(1)=5=5×1, f(2)=10=5×2, f(3)=15=5×3, ..., f(n)=5n<br />

Este é um exemplo de uma sequência aritmética, o<br />

que garante que ela possui uma razão r=5, o que<br />

permite escrever cada termo como<br />

f(n)=f(1)+(n-1).r<br />

No âmbito do Ensino Médio, esta expressão é<br />

escrita como:<br />

an=a1+(n-1).r<br />

SEQUÊNCIAS ARITMÉTICAS E PA<br />

Uma sequência muito útil é a sequência aritmética,<br />

que possui domínio infinito. Esta sequência é<br />

conhecida no âmbito do Ensino Médio, como uma<br />

Progressão Aritmética infinita, mas o objeto<br />

matemático denominado Progressão Aritmética<br />

finita não é uma sequência, uma vez que o domínio<br />

da função que define a progressão, é um conjunto<br />

finito {1,2,3,...,m} contido no conjunto N dos<br />

números naturais.<br />

Progressão Aritmética finita: Surge aqui o<br />

conceito de Progressão Aritmética finita, que é uma<br />

coleção finita de números reais com as mesmas<br />

características que uma sequência aritmética. As<br />

Progressões Aritméticas são denotadas por PA e<br />

são caracterizadas pelo fato que, cada termo a partir<br />

do segundo, é obtido pela soma do anterior com um<br />

número fixo r, denominado razão da PA.<br />

Na sequência, apresentamos os elementos básicos<br />

de uma Progressão Aritmética da forma:<br />

C = { a1, a2, a3, ..., an, ..., am-1, am }<br />

1. m é o número de termos da PA.


2. n indica uma posição na sequência. n é o índice<br />

para a ordem do termo geral an no conjunto C.<br />

3. an é o n-ésimo termo da PA, que se lê a índice<br />

n.<br />

4. a1 é o primeiro termo da PA, que se lê a índice<br />

1.<br />

5. a2 é o segundo termo da PA, que se lê a índice<br />

2.<br />

6. am é o último elemento da PA.<br />

7. r é a razão da PA e é possível observar que<br />

a2=a1+r, a3=a2+r, ..., an=an-1+r, ..., am=am-1+r<br />

A razão de uma Progressão Aritmética, pode ser<br />

obtida, subtraindo o termo anterior (antecedente) do<br />

termo posterior (consequente), ou seja:<br />

a2-a1 = a3-a2 = a4-a3 = ... an-an-1 = r<br />

Exemplos de Progressões Aritméticas (finitas)<br />

1. A PA definida pelo conjunto C={2,5,8,11,14}<br />

possui razão r=3, pois:<br />

2+3=5, 5+3=8, 8+3=11, 11+3=14<br />

2. A PA definida pelo conjunto M={1,2,3,4,5}<br />

possui razão r=1, pois:<br />

1+1=2, 2+1=3, 3+1=4, 4+1=5<br />

3. A PA definida por M(3)={3,6,9,12,15,18}<br />

possui razão r=3, pois:<br />

6-3 = 9-6 = 12-9 = 15-12 = 3<br />

4. A PA definida por M(4)= {0,4,8,12,16 } possui<br />

razão r=4, pois:<br />

4-0 = 8-4 = 12-8 = 16-12 = 4<br />

Média aritmética: Dados n números reais x1, x2,<br />

x3, ..., xn, definimos a média aritmética entre estes<br />

números, denotada pela letra x com um traço sobre<br />

a mesma, como a divisão entre a soma desses<br />

números e o número de elementos:<br />

Na Progressão Aritmética, cada termo é a média<br />

aritmética entre o antecedente e o consequente do<br />

termo tomado, daí a razão de tal denominação para<br />

este tipo de sequência.<br />

FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA PA<br />

Consideremos a PA com razão r, definida por<br />

Observamos que:<br />

P = { a1, a2, a3, ..., an-1, an }<br />

92<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

a1 = a1 = a1 + 0r<br />

a2 = a1 + r = a1 + 1r<br />

a3 = a2 + r = a1 + 2r<br />

a4 = a3 + r = a1 + 3r<br />

... ... ... ...<br />

an = an-1+r = a1+(n-1)r<br />

e obtemos a fórmula do termo geral da PA:<br />

an = a1 + (n-1) r<br />

Com o material apresentado, podemos obter<br />

qualquer termo de uma Progressão Aritmética (PA),<br />

sem precisar escrevê-la completamente.<br />

Exemplo: Seja a PA com razão r=5, dada pelo<br />

conjunto C={3,8,...,a30,...,a100}. O trigésimo e o<br />

centésimo termos desta PA podem ser obtidos,<br />

substituindo os dados da PA na fórmula do termo<br />

geral an=a1+(n-1)r. Assim:<br />

a30=3+(30-1)3=90 e a100=3+(100-1)3=300<br />

Qual é o termo de ordem n=2 20 desta PA?<br />

Exemplo: Para inserir todos os múltiplos de 5, que<br />

estão entre 21 e 623, montaremos uma tabela.<br />

21 25 30 ... 615 620 623<br />

a1 a2 ... an-1 an<br />

Aqui, o primeiro múltiplo de 5 é a1=25, o último<br />

múltiplo de 5 é an=620 e a razão é r=5. Substituindo<br />

os dados na fórmula an=a1+(n-1)r, obteremos<br />

620 = 25 + (n-1)5<br />

de onde segue que n=120, assim o número de<br />

múltiplos de 5 entre 21 e 623, é igual a 120 e<br />

podemos observar que o conjunto de tais números é<br />

C5 = { 25, 30, 35, ..., 615, 620 }<br />

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS<br />

MONÓTONAS<br />

Quanto à monotonia, uma PA pode ser:<br />

1. crescente se para todo n>1: r>0 e an1: r=0 e an+1=an.<br />

3. decrescente se para todo n>1: r


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Exemplo: A PA finita G={2,2,2,2,2} é constante.<br />

Exemplo: A PA definida pelo conjunto Q={2,0,-2,-<br />

4,-6} é decrescente com razão r=-2 e<br />

a1>a2>...>a4>a5.<br />

Exercício: Em uma PA com m termos, mostrar que<br />

a razão r pode ser escrita na forma r=(am-a1)/(m-1).<br />

EXTREMOS E MEIOS EM UMA PA<br />

Em uma Progressão Aritmética (finita) dada pelo<br />

conjunto:<br />

C = { a1, a2, a3, ..., an,...,am-1, am }<br />

os termos a1 e am são denominados extremos<br />

enquanto os demais: a2, a3, ..., am-2, am-1 são os<br />

meios aritméticos.<br />

a1 a2, a3, ..., am-2, am-1 am<br />

meios aritméticos<br />

93<br />

Exemplo: Na PA definida por C={1,3,5,7,9,11}, os<br />

números 1 e 11 são os extremos e os números 3, 5,<br />

7 e 9 são os meios aritméticos.<br />

Termos equidistantes dos extremos: Em uma PA<br />

com m termos, dois termos são equidistantes dos<br />

extremos se a soma de seus índices é igual a m+1 e<br />

sob estas condições, são equidistantes dos extremos<br />

os pares de termos<br />

a1 e am, a2 e am-1, a3 e am-2, ...<br />

Se a PA possui um número de termos m que é par,<br />

temos m/2 pares de termos equidistantes dos<br />

extremos.<br />

Exemplo: A PA definida por C={4,8,12,16,20,24},<br />

possui um número par de termos e os extremos são<br />

a1=4 e a6=24, assim:<br />

a2 + a5 = 8 + 20 = 28 = a1 + a6<br />

a3 + a4 = 12 + 16 = 28 = a1 + a6<br />

a4 + a3 = 16 + 12 = 28 = a1 + a6<br />

a5 + a2 = 20 + 8 = 28 = a1 + a6<br />

Se o número m de termos é impar, temos (m-1)/2<br />

pares de termos equidistantes e ainda teremos um<br />

termo isolado (de ordem (m+1)/2) que é<br />

equidistante dos extremos.<br />

Exemplo: Na PA de C={1,3,5,7,9} os números 1 e<br />

9 são os extremos da PA e os números 3, 5 e 7 são<br />

os meios da PA. O par de termos equidistante dos<br />

extremos é formado por 3 e 7, e além disso o<br />

número 5 que ficou isolado também é equidistante<br />

dos extremos.<br />

Exemplo: A PA definida por C={4,8,12,16,20},<br />

possui um número ímpar de termos e os extremos<br />

são a1=4 e a5=20, logo<br />

a2 + a4 = 8 + 16 = 24 = a1 + a5<br />

a3 + a3 = 12 + 12 = 24 = a1 + a5<br />

a4 + a2 = 16 + 8 = 24 = a1 + a5<br />

INTERPOLAÇÃO ARITMÉTICA<br />

Interpolar k meios aritméticos entre os números a e<br />

b, significa obter uma PA com k+2 termos cujos<br />

extremos são a e b, sendo que a é o primeiro termo<br />

e b é o (último) termo de ordem k+2. Para realizar a<br />

interpolação, basta determinar a razão da PA.<br />

Exemplo: Para interpolar 6 meios aritméticos entre<br />

a=-9 e b=19, é o mesmo que obter uma PA tal que<br />

a1=-9, am=19 e m=8. Como r=(am-a1)/(m-1), então<br />

r=(19-(-9))/7=4 e assim a PA ficará na forma do<br />

conjunto:<br />

C = { -9, -5, -1, 3, 7, 11, 15, 19 }<br />

SOMA DOS N PRIMEIROS TERMOS DE<br />

UMA PA (FINITA)


Em uma PA (finita), a soma de dois termos<br />

eqüidistantes dos extremos é igual à soma dos<br />

extremos desta PA. Assim:<br />

a2+am-1=a3+am-2=a4+am-3=...=an+am-n+1=...=a1+am<br />

Seja a soma Sn dos n primeiros termos da PA, dada<br />

por<br />

Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an<br />

Como a soma de números reais é comutativa,<br />

escrevemos:<br />

Sn = an + an-1 + an-2 + ... + a3 + a2 + a1<br />

Somando membro a membro as duas últimas<br />

expressões acima, obtemos:<br />

2Sn = (a1+an) + (a2+an-1) +...+ (an-1+a2) + (an+a1)<br />

Como todas as n expressões em parênteses são<br />

somas de pares de termos equidistantes dos<br />

extremos, segue que a soma de cada termo, sempre<br />

será igual a (a1+an), então:<br />

2Sn = (a1 + an) n<br />

Assim, temos a fórmula para o cálculo da soma dos<br />

n primeiros termos da PA.<br />

Sn = (a1 + an)n/2<br />

Exemplo: Para obter a soma dos 30 primeiros<br />

termos da PA definida por C={2,5,8,...,89}. Aqui<br />

a1=2, r=3 e n=30. Aplicando a fórmula da soma,<br />

obtida acima, temos:<br />

Sn = (a1+an)n/2 = (2+89)×30/2 = (91×30)/2 = 1365<br />

SEQUÊNCIAS GEOMÉTRICAS E PG<br />

Outra sequência muito importante é a sequência<br />

geométrica, que possui domínio infinito. Esta<br />

sequência é conhecida no âmbito do Ensino Médio,<br />

como uma Progressão Geométrica infinita, mas o<br />

objeto matemático denominado Progressão<br />

Geométrica finita não é uma sequência, uma vez<br />

que o domínio da função é um conjunto finito<br />

{1,2,3,...,m} que é um subconjunto próprio de N.<br />

As sequência geométricas são aplicadas a estudos<br />

para a obtenção do montante de um valor<br />

capitalizado periodicamente, assim como em<br />

estudos de Taxas de juros, Financiamentos e<br />

Prestações. Tais sequências também aparecem em<br />

estudos de decaimento radioativo (teste do Carbono<br />

14 para a análise da idade de um fóssil ou objeto<br />

antigo).<br />

No Ensino Superior tais sequências aparecem em<br />

estudos de Sequências e Séries de números e de<br />

funções, sendo que a série geométrica (um tipo de<br />

sequência obtida pelas somas de termos de uma<br />

sequência geométrica) é muito importante para a<br />

obtenção de outras séries numéricas e séries de<br />

funções.<br />

94<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Progressão Geométrica finita: Uma Progressão<br />

Geométrica finita, é uma coleção finita de números<br />

reais que possui as mesmas características que uma<br />

sequência geométrica, no entanto, possui um<br />

número finito de elementos. As Progressões<br />

Geométricas são denotadas por PG e são<br />

caracterizadas pelo fato que a divisão do termo<br />

seguinte pelo termo anterior é um quociente q<br />

fixado.<br />

Se este conjunto possui m elementos, ele é<br />

denotado por<br />

G = { a1, a2, a3, ..., an,...,am-1,am }<br />

No caso de uma Progressão Geométrica finita,<br />

temos os seguintes termos técnicos.<br />

1. m é o número de termos da PG.<br />

2. n indica uma posição na sequência. n é o índice<br />

para a ordem do termo geral an no conjunto G.<br />

3. an é o n-ésimo termo da PG, que se lê a índice<br />

n.<br />

4. a1 é o primeiro termo da PG, que se lê a índice<br />

1.<br />

5. a2 é o segundo termo da PG, que se lê a índice<br />

2.<br />

6. am é o último elemento da PG.<br />

7. q é a razão da PG, que pode ser obtida pela<br />

divisão do termo posterior pelo termo anterior,<br />

ou seja na PG definida por G={a1,a2,a3,...,an-<br />

1,an}, temos que<br />

a2/a1 = a3/a2 = a4/a3 =...= an/an-1 = q<br />

Média geométrica: Dados n números reais<br />

positivos x1, x2, x3, ..., xn, definimos a média<br />

geométrica entre estes números, denotada pela letra<br />

g, como a raiz n-ésima do produto entre estes<br />

números, isto é:<br />

Na Progressão Geométrica, cada termo é a média<br />

geométrica entre o antecedente e o consequente do<br />

termo tomado, daí a razão de tal denominação para<br />

este tipo de sequência.<br />

FÓRMULA DO TERMO GERAL DA PG<br />

Observamos que:<br />

a1 = a1 = a1 q 0<br />

a2 = a1 q = a1 q 1<br />

a3 = a2 q = a1 q 2<br />

a4 = a3 q = a1 q 3<br />

... ... ...<br />

an = an-1 q = a1 q n-1<br />

E temos a fórmula para o termo geral da PG, dada<br />

por:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

an = a1 q n-1<br />

Exemplos com progressões geométricas finitas<br />

1. Seja a PG finita, definida por G={2,4,8,16,32}.<br />

Obtemos a razão q=2 da PG com a divisão do<br />

consequente pelo antecedente, pois:<br />

32÷16 = 16÷8 = 8÷4 = 4÷2 = 2<br />

2. Para a PG definida por G={8,2,1/2,1/8,1/32}, a<br />

divisão de cada termo posterior pelo anterior é<br />

q=1/4, pois:<br />

1/32÷1/8 = 1/8÷1/2 = 1/2÷2 = 2÷8 = 1/4<br />

3. Para a PG definida por T={3,9,27,81}, temos:<br />

q = 9/3 = 27/3 = 81/3 = 3<br />

4. Para a PG A={10,100,1000,10000}, temos:<br />

q = 100/10 = 1000/100 = 10000/1000 = 10<br />

5. Para obter o termo geral da sequências<br />

geométrica definida por E={4,16,64,...},<br />

tomamos a1=4 e a2=16. Assim q=16/4=4.<br />

Substituindo estes dados na fórmula do termo<br />

geral da sequência geométrica, obtemos:<br />

f(n) = a1.q n-1 = 4 1 .4 n-1 =4 (n-1)+1 = 4 n<br />

6. Para obter o termo geral da PG tal que a1=5 e<br />

q=5, basta usar a fórmula do termo geral da<br />

PG, para escrever:<br />

an = a1.q n-1 = 5.5 n-1 = 5 1 .5 n-1 = 5 (n-1)+1 = 5 n<br />

PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS<br />

MONÓTONAS<br />

Quanto ao aspecto de monotonia, uma PG pode ser:<br />

1. Crescente se para todo n>1: q>1 e an1: q=1 e an=an+1.<br />

3. Decrescente se para todo n>1: 01: q


q Sn = a1q + a1q 2 + a1q 3 + a1q 4 + ... + a1q n-1 + a1q n<br />

Dispondo estas expressões de uma forma alinhada,<br />

obteremos:<br />

Sn = a1 + a1q +...+ a1q n-1<br />

q Sn = a1q +...+ a1q n-1 + a1q n<br />

Subtraindo membro a membro, a segunda<br />

expressão da primeira, obteremos<br />

Sn - q Sn = a1 - a1 q n<br />

que pode ser simplificada em<br />

ou seja<br />

Sn(1-q) = a1 (1 - q n )<br />

Sn = a1(1-q n )/(1-q) = a1(q n -1)/(q-1)<br />

Esta é a fórmula para a soma dos n termos de uma<br />

PG finita de razão q, sendo -1


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

Para obter a soma S, deve-se então tomar o limite<br />

de Sn quando n tende a infinito e poderemos<br />

escrever:<br />

Concluímos então que para -1


Existe uma definição mais ampla do conceito de<br />

vetor (não necessariamente geométrica) que<br />

envolve uma gama variada de objetos matemáticos<br />

como: matrizes, conjuntos, funções, soluções de<br />

equações diferenciais, etc.<br />

SOMA DE VETORES<br />

Se v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos a soma<br />

de v e w, por:<br />

v + w = (v1+w1, v2+w2, v3+w3)<br />

Propriedades da soma de vetores<br />

1. Fecho: Para quaisquer u e v de R³, a soma u+v<br />

está em R³.<br />

2. Comutativa: Para todos os vetores u e v de R³:<br />

v+w=w+v.<br />

3. Associativa: Para todos os vetores u, v e w de<br />

R³: u+(v+w)=(u+v)+w.<br />

4. Elemento neutro: Existe um vetor Ø=(0,0,0)<br />

em R³ tal que para todo vetor u de R³, se tem:<br />

Ø+u=u.<br />

5. Elemento oposto: Para cada vetor v de R³,<br />

existe um vetor -v em R³ tal que: v+(-v)=Ø.<br />

APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS<br />

Ponto Médio de um segmento: Dado um<br />

segmento de reta, cujas extremidades são também<br />

as extremidades dos vetores v1=(x1,y1,z1) e<br />

v2=(x2,y2,z2), o ponto médio deste segmento é dado<br />

por m=(x,y,z) onde<br />

x = (x1+x2)/2; y = (y1+y2)/2; z = (z1+z2)/2<br />

Centro de Gravidade de um triângulo:<br />

Consideremos os vértices de um triângulo, dados<br />

pelas extremidades dos vetores v1=(x1,y1,z1),<br />

v2=(x2,y2,z2) e v3=(x3,y3,z3). O centro de gravidade<br />

deste triângulo é dado pelo vetor g=(x,y,z) onde<br />

x =(x1+x2+x3)/3; y =(y1+y2+y3)/3; z =(z1+z2+z3)/3<br />

DIFERENÇA DE VETORES<br />

Se v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos a<br />

diferença entre v e w, por:<br />

v - w = (v1-w1,v2-w2,v3-w3)<br />

Exercício: Dados v=(1,3,4) e w=(1,8,12), construir<br />

os vetores v, w, -v, -w, v+w e v-w.<br />

PRODUTO DE VETOR POR ESCALAR<br />

Se v=(a, b, c) e k é um número real, definimos a<br />

multiplicação de k por v, como:<br />

98<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

k.v = (ka,kb,kc)<br />

PROPRIEDADES DO PRODUTO DE<br />

ESCALAR POR VETOR<br />

Quaisquer que sejam os escalares a, b e c e os<br />

vetores v e w teremos:<br />

(E1) 1 v = v<br />

(E2) (a b)v = a (b v) = b (a v)<br />

(E3) a v = b v com v não nulo, então a=b.<br />

(E4) k (v + w) = k v + k w<br />

(E5) (a + b)v = a v + b v<br />

MÓDULO DE UM VETOR E VETORES UNITÁRIOS<br />

O módulo ou comprimento do vetor v=(x,y,z) é<br />

definido por:<br />

Um vetor unitário é o que tem o módulo<br />

(comprimento) igual a 1.<br />

Exemplo: Existe um importante conjunto com três<br />

vetores unitários de R³.<br />

i = (1,0,0); j = (0,1,0); k = (0,0,1)<br />

Estes três vetores formam a base canônica para o<br />

espaço R³, o que significa que todo vetor no espaço<br />

R³ pode ser escrito como combinação linear dos<br />

vetores i, j e k, isto é, se v=(a,b,c), então:<br />

v = (a,b,c) = a i + b j + c k<br />

Para obter um versor de v, isto é, um vetor unitário<br />

com a mesma direção e sentido que um vetor v,<br />

basta dividir o vetor v pelo seu módulo, isto é:<br />

u = v / |v|<br />

Para construir um vetor w paralelo a um vetor v,<br />

basta tomar v multiplicado por um escalar, isto é:<br />

w = k v<br />

As três projeções ortogonais do vetor v=(a,b,c)<br />

sobre os planos X=0, Y=0 e Z=0, são<br />

respectivamente, dadas por:<br />

vx=(0,b,c); vy=(a,0,c); vz=(a,b,0)<br />

Exercício: Quais são os vetores que representam as<br />

projeções ortogonais do vetor v = (3,4,12)? Quais<br />

são os módulos de todos estes vetores? Esboce um<br />

gráfico com estes vetores.<br />

PRODUTO ESCALAR<br />

Dados os vetores v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3),<br />

definimos o produto escalar (produto interno) entre<br />

v e w, como o escalar real:


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

v.w = v1w1 + v2w2 + v3w3<br />

Exemplos: O produto escalar entre v=(1,2,5) e<br />

w=(2,-7,12) é:<br />

v.w = 1.2 + 2.(-7) + 5.12 = 48<br />

O produto escalar entre v=(2,5,8) e w=(-5,2,0) é:<br />

v.w = 2.(-5) + 5.2 + 8.0 = 0<br />

Exercício: Faça um gráfico, com muito cuidado nas<br />

medidas e mostre as posições dos vetores v e w do<br />

último exemplo.<br />

PROPRIEDADES DO PRODUTO ESCALAR<br />

Quaisquer que sejam os vetores u, v e w e o escalar<br />

k:<br />

(PE1) v.w = w.v<br />

(PE2) v.v = |v| |v| = |v|²<br />

(PE3) u.(v + w) = u.v + u.w<br />

(PE4) (k v).w = v.(k w) = k (v.w)<br />

(PE5) |k v| = |k| |v|<br />

(PE6) |u.v| < |u|.|v| (desigualdade de Schwarz)<br />

(PE7) |u+v| < |u|+|v| (desigualdade triangular)<br />

ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES (PRODUTO<br />

ESCALAR)<br />

O produto escalar entre os vetores v e w pode ser<br />

escrito na forma:<br />

v.w = |v| |w| cos(t)<br />

onde t é o ângulo formado pelos vetores v e w.<br />

Observamos que este ângulo pode ser maior ou<br />

igual a zero, mas deve ser menor do que 180 graus<br />

(pi radianos). Com esta última definição, podemos<br />

obter o ângulo t, através do cosseno deste<br />

argumento t.<br />

cos(t) = (v.w) / (|v|.|w|)<br />

Exercício: Realizar uma análise acerca do produto<br />

escalar de dois vetores, quando o ângulo t é nulo,<br />

quando é reto e quando é raso.<br />

Exercício: Determinar o ângulo entre os vetores<br />

v=(1,1,0) e w=(1,1,1). Nunca se esqueça de<br />

construir um gráfico com esses objetos<br />

matemáticos.<br />

99<br />

VETORES ORTOGONAIS<br />

Dois vetores v e w são ortogonais se o produto<br />

escalar entre ambos é nulo, isto é, v.w=0.<br />

Exercício: Dado o vetor v=(2,3,7), quais e quantos<br />

são os vetores ortogonais a v no espaço R³?<br />

Construa geometricamente esta situação.<br />

PRODUTO VETORIAL<br />

Dados os vetores v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3),<br />

definimos o produto vetorial (produto exterior)<br />

entre v e w, denotado por v×w, como o vetor obtido<br />

pelo objeto matemático que não é um determinante<br />

mas que pode ser calculado como se fosse um<br />

determinante.<br />

u × v =<br />

Exemplo: Dados os vetores v=(1,2,3) e w=(4,5,6),<br />

o produto vetorial entre v e w é dado por v×w=-<br />

3i+6j-3k=(-3,6,-3), obtido a partir do<br />

"determinante". Observamos que o produto vetorial<br />

é um vetor em R³.<br />

u × v = = (-3,6,-3)<br />

Tomando i=(1,0,0) e j=(0,1,0), que estão no plano<br />

do z=0, o produto vetorial destes dois vetores será<br />

v×w=(0,0,1) que é um vetor que está fora deste<br />

plano, daí a razão deste produto ser denominado<br />

exterior.<br />

Em geral, o produto vetorial v×w é um vetor<br />

ortogonal a v e também ortogonal a w, isto é, o<br />

produto vetorial é ortogonal ao plano que contém os<br />

dois vetores v e w.<br />

PROPRIEDADES DO PRODUTO VETORIAL<br />

(PV1) v × w = - w × v<br />

(PV2) u × (v + w) = u × v + u × w<br />

(PV3) k (v × w) = (k v) × w = v × (k w)<br />

(PV4) i × i = j ×j = k × k = 0<br />

(PV5) i × j = k, j × k = i, k × i = j


(PV6) Se v×w=0 (v e w não nulos) então v e w são<br />

paralelos<br />

ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES<br />

(PRODUTO VETORIAL)<br />

O produto vetorial entre os vetores v e w pode ser<br />

escrito na forma:<br />

v × w = |v| |w| sen(t) U<br />

onde t é o ângulo formado pelos vetores v e w, e U<br />

é um vetor unitário que é paralelo ao produto<br />

vetorial v x w, logo U é perpendicular a v e também<br />

a w.<br />

Tomando o módulo em ambos os lados da<br />

igualdade acima, obtemos:<br />

|v × w| = |v| |w| sen(t)<br />

e isto significa que, com esta última definição de<br />

produto vetorial, podemos obter o ângulo T entre<br />

dois vetores v e w, através de:<br />

sen(t) = (v × w) / (|v|.|w|)<br />

sendo que t é um número real pertencente ao<br />

intervalo [0,pi].<br />

APLICAÇÕES DO PRODUTO VETORIAL<br />

Área do paralelogramo: Se tomarmos dois vetores<br />

v e w com um mesmo ponto inicial, de modo a<br />

formar um ângulo diferente de zero e também<br />

diferente de pi radianos, o módulo do produto<br />

vetorial entre v e w pode ser interpretado como a<br />

área do paralelogramo que tem v e w como lados<br />

contíguos.<br />

A(paralelogramo) = | v × w |<br />

100<br />

Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />

Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />

Área do triângulo: A metade do módulo do<br />

produto vetorial entre v e w pode ser interpretada<br />

como sendo a área do triângulo que tem dois lados<br />

como os vetores v e w, com origens no mesmo<br />

ponto, isto é:<br />

A(triângulo) = ½ | v × w |<br />

PRODUTO MISTO<br />

Dados os vetores u=(u1,u2,u3), v=(v1,v2,v3) e<br />

w=(w1,w2,w3), definimos o produto misto entre u, v<br />

e w, denotado por [u,v,w] ou por u.(v×w), como o<br />

número real obtido a partir do determinante<br />

[u,v,w] = u·(v×w) =<br />

APLICAÇÕES DO PRODUTO MISTO<br />

Volume do paralelepípedo: O módulo do produto<br />

misto entre u, v e w representa o volume do<br />

paralelepípedo que tem as 3 arestas próximas dadas<br />

pelos vetores u, v e w, sendo que estes vetores têm<br />

a mesma origem. Isto é,<br />

V(paralelepípedo)=|[u,v,w]|.<br />

Volume do tetraedro: Um sexto do módulo do<br />

produto misto entre u, v e w representa o volume do<br />

tetraedro (pirâmide com base triangular) que tem as<br />

3 arestas próximas dadas pelos vetores u, v e w,<br />

sendo que estes vetores têm a mesma origem.<br />

V(tetraedro) = (1/6) |[u,v,w]|<br />

GEOMETRIA PLANA: VETORES NO PLANO CARTESIANO<br />

DEFINIÇÃO DE VETOR<br />

Definição de vetor<br />

Soma de vetores e propriedades<br />

Aplicações geométricas<br />

Diferença de vetores<br />

Produto por escalar e propriedades<br />

Módulo de vetor e propriedades<br />

Produto escalar e propriedades<br />

Ângulo entre dois vetores<br />

Vetores ortogonais<br />

Vetores paralelos<br />

Um vetor (geométrico) no plano R² é uma classe de<br />

objetos matemáticos (segmentos) com a mesma


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

direção, mesmo sentido e mesmo módulo<br />

(intensidade).<br />

1. A direção é a da reta que contém o segmento.<br />

2. O sentido é dado pelo sentido do movimento.<br />

3. O módulo é o comprimento do segmento.<br />

Uma quarta característica de um vetor é formada<br />

por dois pares ordenados: o ponto onde ele começa<br />

(origem) e um outro ponto onde ele termina<br />

(extremidade) e as coordenadas do vetor são dadas<br />

pela diferença entre as coordenadas da extremidade<br />

e as coordenadas da origem.<br />

Observação: Existe uma definição, não<br />

necessariamente geométrica, muito mais ampla do<br />

conceito de vetor envolvendo uma gama variada de<br />

objetos matemáticos como: matrizes, conjuntos,<br />

funções, soluções de equações diferenciais, etc.<br />

Exemplo: Se um vetor v tem origem em (1,2) e<br />

extremidade em (7,12), ele é dado por v=(6,10),<br />

pois:<br />

v = (7,12)-(1,2) = (6,10)<br />

Esta classe de objetos é representada por um<br />

segmento de reta (representante) desta família que<br />

tem as mesmas características.<br />

O representante escolhido, quase sempre é o vetor<br />

com a origem está em (0,0) e a extremidade em<br />

(a,b) no plano cartesiano e que será denotado por<br />

v = (a,b)<br />

SOMA DE VETORES E SUAS<br />

PROPRIEDADES<br />

Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a soma dos vetores<br />

v e w, por:<br />

v + w = (a+c,b+d)<br />

Propriedades da soma de vetores<br />

1. Fecho:Para quaisquer u e v de R², a soma u+v<br />

está em R².<br />

2. Comutativa: Para todos os vetores u e v de R²:<br />

v + w = w + v<br />

3. Associativa: Para todos os vetores u, v e w de<br />

R²:<br />

u + (v + w) = (u + v) + w<br />

4. Elemento neutro: Existe um vetor Ø=(0,0) em<br />

R² tal que para todo vetor u de R², se tem:<br />

101<br />

Ø + u = u<br />

5. Elemento oposto: Para cada vetor v de R²,<br />

existe um vetor -v em R² tal que:<br />

v + (-v) = Ø<br />

APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS<br />

Ponto médio de um segmento: Dado um segmento<br />

de reta, cujas extremidades são também as<br />

extremidades dos vetores v1=(x1 , y1 ) e v2=(x2 ,y2 ),<br />

o ponto médio deste segmento é dado por m=(x,y)<br />

onde<br />

x=(x1 + x2 )/2 e y=(y1 + y2 )/2<br />

Centro de gravidade de um triângulo: Tomemos<br />

os vértices de um triângulo como as extremidades<br />

dos vetores v1=(x1 , y1 ), v2=(x2 ,y2 ) e v3=(x3 ,y3 ).<br />

O centro de gravidade deste triângulo é dado pelo<br />

vetor g=(x,y) onde<br />

x=(x1 + x2 + x3 )/3 e y=(y1 + y2 + y3 )/3<br />

DIFERENÇA DE VETORES<br />

Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a diferença entre v<br />

e w, por:<br />

v-w = (a-c,b-d)<br />

PRODUTO POR ESCALAR E SUAS<br />

PROPRIEDADES<br />

Se v=(a,b) é um vetor e k é um número real,<br />

definimos a multiplicação de k por v, por:<br />

k.v = (ka,kb)<br />

Propriedades do produto de escalar por vetor<br />

Quaisquer que sejam a e b escalares, v e w vetores:<br />

1. 1 v = v<br />

2. (ab) v = a (b v) = b (a v)<br />

3. Se a v = b v e v é um vetor não nulo, então a = b.<br />

4. a (v + w) = a v + a w<br />

5. (a + b) v = a v + b v<br />

Exercício: Dados os vetores v=(3,4) e w=(8,12),<br />

construa no plano cartesiano os vetores: v, w, -v, -<br />

w, v+w e v-w.<br />

MÓDULO DE UM VETOR E SUAS<br />

PROPRIEDADES<br />

O módulo ou comprimento do vetor v=(a,b) é um<br />

número real não negativo, definido por:


Vetor unitário: é um vetor que tem o módulo igual<br />

a 1.<br />

Exercício: Mostrar que para todo t real, o vetor<br />

v=(cos(t),sen(t)) é unitário.<br />

Observações<br />

1. Existem dois vetores unitários, que formam a<br />

base canônica para o espaço R², dados por:<br />

i=(1,0) e j=(0,1)<br />

2. Para obter um versor de v, que é um vetor<br />

unitário u com a mesma direção e sentido que o<br />

vetor v, basta dividir o vetor v pelo módulo de<br />

v, isto é:<br />

3. Para obter um vetor w paralelo a um vetor v,<br />

basta tomar w=kv onde k é um escalar não<br />

nulo. Nesse caso, w e v serão paralelos.<br />

a. Se k=0 então w será o vetor nulo.<br />

b. Se 0


Universidade Estadual do Pará<br />

Centro de Ciências Sociais e Educação<br />

103

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