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Prof. Drª Marília Brasil Xavier<br />
REITORA<br />
Profª. Drª. Maria das Graças Silva<br />
VICE-REITORA<br />
Prof. Dr. Ruy Guilherme Castro de Almeida<br />
PRÓ-REITOR DE ENSINO E GRADUAÇÃO<br />
Profª. M.Sc. Maria José de Souza Cravo<br />
DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO<br />
Prof. M.Sc. Antonio Sérgio Santos Oliveira<br />
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E INFORMÁTICA<br />
Prof. M. Sc. Rubens Vilhena Fonseca<br />
COORDENADOR DO CURSO DE MATEMÁTICA<br />
COORDENADOR DO CURSO DE MATEMÁTICA MODALIDADE A DISTÂNCIA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ<br />
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO<br />
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E INFORMÁTICA<br />
LICENCIATURA EM MATEMÁTICA MODALIDADE A DISTÂNCIA<br />
<strong>Pré</strong>-<strong>Calculo</strong><br />
Rubens Vilhena Fonseca<br />
BELÉM – PARÁ – BRASIL<br />
- 2009 -
MATERIAL DIDÁTICO<br />
ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO<br />
Rubens Vilhena Fonseca<br />
EDITORAÇÃO ELETRONICA<br />
Odivaldo Teixeira Lopes<br />
ARTE FINAL DA CAPA<br />
Odivaldo Teixeira Lopes<br />
REALIZAÇÃO
SUMÁRIO<br />
TEORIA DOS CONJUNTOS ............................................................................................................................ 9<br />
DESIGUALDADES REAIS ............................................................................................................................ 12<br />
NÚMEROS COMPLEXOS ............................................................................................................................ 18<br />
NÚMEROS RACIONAIS .............................................................................................................................. 23<br />
ÁLGEBRA BÁSICA - POTENCIAÇÃO ............................................................................................................ 29<br />
FRAÇÕES ................................................................................................................................................. 34<br />
FRAÇÕES ALGÉBRICAS ............................................................................................................................. 39<br />
POLINÔMIOS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS .................................................................................................... 40<br />
PRODUTOS NOTÁVEIS (33º IDENTIDADES) ................................................................................................ 44<br />
APLICAÇÕES DAS RAZÕES E PROPORÇÕES................................................................................................. 46<br />
REGRAS DE DIVISIBILIDADE ..................................................................................................................... 53<br />
ANÁLISE COMBINATÓRIA ......................................................................................................................... 54<br />
BINÔMIO DE NEWRON .............................................................................................................................. 60<br />
FATORAÇÃO ............................................................................................................................................ 61<br />
EQAÇÕES DO 1º GRAU ............................................................................................................................... 62<br />
ESTUDO DA RETA ..................................................................................................................................... 63<br />
FUNÇÃO QUADRÁTICA (PARÁBOLA) .......................................................................................................... 65<br />
FUNÇÕES REAIS ....................................................................................................................................... 69<br />
FUNÇÕES EXPONENCIAIS .......................................................................................................................... 74<br />
LOGARITMOS ........................................................................................................................................... 78<br />
RELAÇÕES E FUNÇÕES .............................................................................................................................. 81<br />
SEQUÊNCIAS REAIS .................................................................................................................................. 89<br />
GEOMETRIA ESPACIAL: VETORES NO ESPAÇO TRIDIMENSIONAL .................................................................. 97<br />
GEOMETRIA PLANA: VETORES NO PLANO CARTESIANO .............................................................................. 100
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
INTRODUÇÃO AOS CONJUNTOS<br />
TEORIA DOS CONJUNTOS<br />
Introdução aos conjuntos<br />
Alguns conceitos primitivos<br />
Algumas notações p/ conjuntos<br />
Subconjuntos<br />
Alguns conjuntos especiais<br />
Reunião de conjuntos<br />
N<br />
o estudo de Conjuntos, trabalhamos com<br />
alguns conceitos primitivos, que devem ser<br />
entendidos e aceitos sem definição. Para<br />
um estudo mais aprofundado sobre a Teoria dos<br />
Conjuntos, pode-se ler: Naive Set Theory, P.Halmos<br />
ou Axiomatic Set Theory, P.Suppes. O primeiro<br />
deles foi traduzido para o português sob o título<br />
(nada ingênuo de): Teoria Ingênua dos Conjuntos.<br />
Alguns conceitos primitivos<br />
Conjunto: representa uma coleção de objetos.<br />
a. O conjunto de todos os brasileiros.<br />
b. O conjunto de todos os números naturais.<br />
c. O conjunto de todos os números reais tal que<br />
x²-4=0.<br />
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra<br />
maiúscula do alfabeto: A, B, C, ..., Z.<br />
Elemento: é um dos componentes de um conjunto.<br />
a. José da Silva é um elemento do conjunto dos<br />
brasileiros.<br />
b. 1 é um elemento do conjunto dos números<br />
naturais.<br />
c. -2 é um elemento do conjunto dos números<br />
reais que satisfaz à equação x²-4=0.<br />
Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado<br />
por uma letra minúscula do alfabeto: a, b, c, ..., z.<br />
Pertinência: é a característica associada a um<br />
elemento que faz parte de um conjunto.<br />
a. José da Silva pertence ao conjunto dos<br />
brasileiros.<br />
b. 1 pertence ao conjunto dos números naturais.<br />
c. -2 pertence ao conjunto de números reais que<br />
satisfaz à equação x²-4=0.<br />
9<br />
Interseção de conjuntos<br />
Propriedades dos conjuntos<br />
Diferença de conjuntos<br />
Complemento de um conjunto<br />
Leis de Augustus de Morgan<br />
Diferença Simétrica<br />
Símbolo de pertinência: Se um elemento pertence<br />
a um conjunto utilizamos o símbolo que se lê:<br />
"pertence".<br />
Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1<br />
pertence ao conjunto dos números naturais,<br />
escrevemos:<br />
1 N<br />
Para afirmar que 0 não é um número natural ou que<br />
0 não pertence ao conjunto dos números naturais,<br />
escrevemos:<br />
0 N<br />
Um símbolo matemático muito usado para a<br />
negação é a barra / traçada sobre o símbolo normal.<br />
ALGUMAS NOTAÇÕES PARA<br />
CONJUNTOS<br />
Muitas vezes, um conjunto é representado com os<br />
seus elementos dentro de duas chaves { e } através<br />
de duas formas básicas e de uma terceira forma<br />
geométrica:<br />
Apresentação: Os elementos do conjunto estão<br />
dentro de duas chaves { e }.<br />
a. A={a,e,i,o,u}<br />
b. N={1,2,3,4,...}<br />
c. M={João,Maria,José}<br />
Descrição: O conjunto é descrito por uma ou mais<br />
propriedades.<br />
a. A={x: x é uma vogal}<br />
b. N={x: x é um número natural}<br />
c. M={x: x é uma pessoa da família de Maria}<br />
Diagrama de Venn-Euler: (lê-se: "Ven-óiler") Os<br />
conjuntos são mostrados graficamente.
SUBCONJUNTOS<br />
Dados os conjuntos A e B, diz-se que A está<br />
contido em B, denotado por A B, se todos os<br />
elementos de A também estão em B. Algumas<br />
vezes diremos que um conjunto A está<br />
propriamente contido em B, quando o conjunto B,<br />
além de conter os elementos de A, contém também<br />
outros elementos. O conjunto A é denominado<br />
subconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto<br />
que contém A.<br />
ALGUNS CONJUNTOS ESPECIAIS<br />
Conjunto vazio: É um conjunto que não possui<br />
elementos. É representado por { } ou por Ø. O<br />
conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.<br />
Conjunto universo: É um conjunto que contém<br />
todos os elementos do contexto no qual estamos<br />
trabalhando e também contém todos os conjuntos<br />
desse contexto. O conjunto universo é representado<br />
por uma letra U. Na sequência não mais usaremos o<br />
conjunto universo.<br />
REUNIÃO DE CONJUNTOS<br />
A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de<br />
todos os elementos que pertencem ao conjunto A<br />
ou ao conjunto B.<br />
A B = { x: x A ou x B }<br />
Exemplo: Se A = {a,e,i,o} e B = {3,4} então<br />
A B = {a,e,i,o,3,4}.<br />
INTERSEÇÃO DE CONJUNTOS<br />
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de<br />
todos os elementos que pertencem ao conjunto A e<br />
ao conjunto B.<br />
A B = { x: x A e x B }<br />
Exemplo: Se A={a,e,i,o,u} e B={1,2,3,4} então<br />
A B=Ø.<br />
Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o<br />
conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos são<br />
disjuntos.<br />
PROPRIEDADES DOS CONJUNTOS<br />
1. Fechamento: Quaisquer que sejam os<br />
conjuntos A e B, a reunião de A e B, denotada<br />
10<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
por A B e a interseção de A e B, denotada<br />
por A B, ainda são conjuntos no universo.<br />
2. Reflexiva: Qualquer que seja o conjunto A,<br />
tem-se que:<br />
A A = A e A A = A<br />
3. Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A<br />
e B, tem-se que:<br />
A A B, B A B,<br />
A B A, A B B<br />
4. Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os<br />
conjuntos A e B, tem-se que:<br />
A B equivale a A B = B<br />
A B equivale a A B = A<br />
5. Associativa: Quaisquer que sejam os conjuntos<br />
A, B e C, tem-se que:<br />
A (B C) = (A B) C<br />
A (B C) = (A B) C<br />
6. Comutativa: Quaisquer que sejam os<br />
conjuntos A e B, tem-se que:<br />
A B = B A<br />
A B = B A<br />
7. Elemento neutro para a reunião: O conjunto<br />
vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de<br />
conjuntos, tal que para todo conjunto A, se<br />
tem:<br />
A Ø = A<br />
8. Elemento "nulo" para a interseção: A<br />
interseção do conjunto vazio Ø com qualquer<br />
outro conjunto A, fornece o próprio conjunto<br />
vazio.<br />
A Ø = Ø<br />
9. Elemento neutro para a interseção: O<br />
conjunto universo U é o elemento neutro para a<br />
interseção de conjuntos, tal que para todo<br />
conjunto A, se tem:<br />
A U = A<br />
10. Distributiva: Quaisquer que sejam os<br />
conjuntos A, B e C, tem-se que:<br />
A (B C ) = (A B) (A C)<br />
A (B C) = (A B) (A C)<br />
Os gráficos abaixo mostram a distributividade.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
DIFERENÇA DE CONJUNTOS<br />
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto<br />
de todos os elementos que pertencem ao conjunto A<br />
e não pertencem ao conjunto B.<br />
A-B = {x: x A e x B}<br />
Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista<br />
como:<br />
COMPLEMENTO DE UM CONJUNTO<br />
O complemento do conjunto B contido no conjunto<br />
A, denotado por CAB, é a diferença entre os<br />
conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os<br />
elementos que pertencem ao conjunto A e não<br />
pertencem ao conjunto B.<br />
CAB = A-B = {x: x A e x B}<br />
Graficamente, o complemento do conjunto B no<br />
conjunto A, é dado por:<br />
Quando não há dúvida sobre o universo U em que<br />
estamos trabalhando, simplesmente utilizamos a<br />
letra c posta como expoente no conjunto, para<br />
indicar o complemento deste conjunto. Muitas<br />
vezes usamos a palavra complementar no lugar de<br />
complemento.<br />
Exemplos: Ø c = U e U c = Ø.<br />
LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN<br />
1. O complementar da reunião de dois conjuntos<br />
A e B é a interseção dos complementares<br />
desses conjuntos.<br />
(A B) c = A c B c<br />
11<br />
2. O complementar da reunião de uma coleção<br />
finita de conjuntos é a interseção dos<br />
complementares desses conjuntos.<br />
(A1 A2 ... An) c = A1 c A2 c ... An c<br />
3. O complementar da interseção de dois<br />
conjuntos A e B é a reunião dos<br />
complementares desses conjuntos.<br />
(A B) c = A c B c<br />
4. O complementar da interseção de uma coleção<br />
finita de conjuntos é a reunião dos<br />
complementares desses conjuntos.<br />
(A1 A2 ... An) c = A1 c A2 c ... An c<br />
DIFERENÇA SIMÉTRICA<br />
A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o<br />
conjunto de todos os elementos que pertencem à<br />
reunião dos conjuntos A e B e não pertencem à<br />
interseção dos conjuntos A e B.<br />
A B = {x: x A B e x A B}<br />
O diagrama de Venn-Euler para a diferença<br />
simétrica é:<br />
Exercício: Dados os conjuntos A, B e C, pode-se<br />
mostrar que:<br />
1. A = Ø se, e somente se, B = A B.<br />
2. O conjunto vazio é o elemento neutro para a<br />
operação de diferença simétrica. Usar o ítem<br />
anterior.<br />
3. A diferença simétrica é comutativa.<br />
4. A diferença simétrica é associativa.<br />
5. A A = Ø (conjunto vazio).<br />
6. A interseção entre A e B C é distributiva, isto<br />
é:<br />
A (B C) = (A B) (A C)<br />
7. A B está contida na reunião de A C e de B<br />
C, mas esta inclusão é própria, isto é:<br />
A B (A C) (B C)
O SISTEMA ORDENADO<br />
DOS NÚMEROS REAIS<br />
DESIGUALDADES REAIS<br />
Sistema ordenado de N os . reais<br />
Reta numerada<br />
Relação de ordem sobre R<br />
Módulo de um número real<br />
Desigualdades reais<br />
Multiplicação de desigualdade<br />
Conjunto solução<br />
Desigualdades equivalentes<br />
Sistema de desigualdades<br />
Desigualdades da Matemática<br />
T<br />
rabalhar com desigualdades é muito<br />
importante em Matemática, mas são<br />
necessários alguns conceitos de ordem sobre<br />
o conjunto R dos números reais para dar<br />
sentido ao estudo de desigualdades. Nosso trabalho<br />
admite que você já sabe o que é um número real e<br />
que também já conhece as principais propriedades<br />
dos reais.<br />
O conjunto R dos números reais pode ser<br />
construído a partir dos 11 postulados (afirmações<br />
aceitas sem demonstração) listados abaixo:<br />
1. Fecho aditivo: Para quaisquer a R e b R, a<br />
soma de a e b, indicada por a+b, também é um<br />
elemento de R.<br />
2. Associatividade aditiva: Para quaisquer a R,<br />
b R e c R, tem-se que (a+b)+c=a+(b+c).<br />
3. Comutatividade aditiva: Para quaisquer aR<br />
e bR, tem-se que a+b=b+a.<br />
4. Elemento neutro aditivo: Existe 0R,<br />
denominado zero, tal que 0+a=a, para todo<br />
aR.<br />
5. Elemento oposto: Para cada a R, existe –a<br />
R tal que a+(-a)=0.<br />
6. Fecho multiplicativo: Para quaisquer aR e<br />
bR, o produto (ou multiplicação) de a e b,<br />
indicado por a×b, por a.b ou simplesmente por<br />
ab, também é um elemento de R.<br />
7. Associatividade multiplicativa: Para<br />
quaisquer aR, bR e cR, tem-se que<br />
(a.b).c=a.(b.c).<br />
8. Comutatividade multiplicativa: Para<br />
quaisquer aR e bR, tem-se que a.b=b.a.<br />
12<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Principais tipos de desigualdades<br />
Desigualdade linear<br />
Desigualdade quadrática<br />
Desigualdade com fração linear (I)<br />
Desig. com produto de fatores<br />
Desig. produto/quociente de fatores<br />
Desigualdade com fração linear (II)<br />
Desigualdade irracional<br />
Desigualdade modular<br />
Desigualdade exponencial<br />
9. Elemento neutro multiplicativo: Existe 1R,<br />
denominado um, tal que 1.a=a, qualquer que<br />
seja aR.<br />
10. Elemento inverso: Para cada aR, sendo a<br />
diferente de zero, existe a -1 R tal que a.a -1 = 1.<br />
É bastante comum usar a -1 = 1/a.<br />
11. Distributividade: Quaisquer que sejam aR,<br />
bR e cR, tem-se que a.(b+c) = a.b + a.c.<br />
Exercícios: Usando apenas os postulados acima, é<br />
possível demonstrar que:<br />
1. Se a=b então a+c=b+c para todo cR.<br />
2. A equação x + a = b possui uma única solução<br />
x = b + (-a).<br />
3. A equação x + a = a possui somente a solução<br />
x = 0.<br />
4. 0 + 0 = 0<br />
5. -(-a) = a para todo aR.<br />
6. Se a = b então a.c = b.c para todo cR.<br />
7. Se a ≠ 0, a equação a.x = b possui uma única<br />
solução, dada por x = a -1 .b.<br />
8. Se a ≠ 0, a equação a.x = a possui somente a<br />
solução x = 1.<br />
9. 1.1 = 1<br />
10. Se aR com a ≠ 0, então (a -1 ) -1 = a.<br />
11. Para todo aR, tem-se que a.0 = 0.<br />
12. 0.0 = 0<br />
13. Se a.b = 0, então a = 0 ou b = 0.<br />
14. Para quaisquer aR e bR tem-se que (-a).b =-<br />
(a.b).<br />
15. Para quaisquer aR e bR tem-se que (-a) . (b)<br />
= a . b.<br />
16. Para quaisquer aR e bR tem-se que a -1 .b -1 =<br />
(b.a) -1 .
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
A RETA NUMERADA<br />
Geometricamente, a reta real pode ser vista como<br />
uma linha reta horizontal tendo a origem em um<br />
ponto O. Ao marcar um outro ponto U,<br />
determinamos um segmento de reta OU e assim o<br />
sentido de O para U é tomado como positivo e o<br />
sentido contrário como negativo.<br />
___________O__________U___________<br />
A origem O recebe o valor zero, que é o elemento<br />
neutro da adição. O segmento OU deve medir uma<br />
unidade, indicada por 1, que é o elemento neutro da<br />
multiplicação.<br />
___________0__________1___________<br />
RELAÇÃO DE ORDEM SOBRE R<br />
Construiremos agora uma relação de ordem. Para<br />
dois números reais a e b, escrevemos aa para<br />
significar que "b é maior do que a". Esta situação<br />
ocorre quando o número a está localizado à<br />
esquerda do número b na reta numerada.<br />
___________a__________b___________<br />
Dizemos que c é positivo se c>0. Do ponto de vista<br />
geométrico, c deve ser marcado à direita de 0.<br />
___________0__________c___________<br />
Esta relação de ordem satisfaz a uma série de<br />
axiomas (objetos matemáticos que são aceitos sem<br />
demonstração), conhecidos como axiomas de<br />
ordem:<br />
1. Tricotomia: Para quaisquer números reais a e<br />
b, somente pode valer uma das três situações<br />
abaixo:<br />
ab<br />
2. Translação: Se a < b então a + c < b + c para<br />
todo c em R.<br />
______a______b______a+c____b+c______<br />
3. Positividade: Se a0 então a.c 0 a.f(x) > 0<br />
f(x) ≤ 0 a > 0 a.f(x) ≤ 0<br />
f(x) ≥ 0 a > 0 a.f(x) ≥ 0<br />
Desigualdade Sinal Produto<br />
f(x) < 0 a < 0 a.f(x) > 0<br />
f(x) > 0 a < 0 a.f(x) < 0<br />
f(x) ≥ 0 a < 0 a.f(x) ≤ 0<br />
f(x) ≥ 0 a < 0 a.f(x) ≤ 0
CONJUNTO SOLUÇÃO DE UMA<br />
DESIGUALDADE<br />
Em uma desigualdade, o que interessa é obtermos o<br />
conjunto solução, que é o conjunto de todos os<br />
números reais para os quais vale a desigualdade.<br />
Para a desigualdade f(x) 0<br />
pois seus conjuntos soluções coincidem, isto é:<br />
S = {x R: x < 2} = (- , 2]<br />
Observação: Para construir o conjunto solução de<br />
uma desigualdade da forma f(x) 20<br />
é S = {xR: x > 20} = (20,), que é a interseção<br />
dos conjuntos soluções das duas desigualdades.<br />
DESIGUALDADES DA MATEMÁTICA<br />
Desigualdades triangulares: Para quaisquer<br />
números reais a e b, tem-se que:<br />
a. |a+b| ≤ |a|+|b|<br />
b. |a-b| ≤ |a|+|b|<br />
c. |a|-|b| ≤ |a-b|<br />
d. ||a|-|b|| ≤ |a-b|<br />
Desigualdades entre médias: Para quaisquer<br />
números reais positivos a e b, tem-se que:<br />
sendo que o termo à esquerda é a média harmônica,<br />
o termo do meio é a média geométrica e o termo à<br />
direita é a média aritmética entre a e b.<br />
Para aprender mais sobre médias e desigualdades,<br />
veja nossos links sobre Máximos e mínimos nesta<br />
Página Matemática Essencial.<br />
PRINCIPAIS TIPOS DE DESIGUALDADES<br />
Existem alguns tipos mais comuns de desigualdades<br />
com números reais. Na sequência, apresentaremos<br />
as formas possíveis e os seus respectivos conjuntos<br />
soluções para os seguintes tipos: Linear,<br />
Quadrática, Fração linear, Produto de fatores,<br />
Produto e quociente de fatores, uma forma<br />
alternativa de Fração linear, Irracional, Modular e<br />
Exponencial<br />
DESIGUALDADE LINEAR<br />
O nome linear provém do fato que a equação da<br />
reta no plano, quase sempre pode ser escrita na<br />
forma y=ax+b. Existem 8 tipos básicos de<br />
desigualdades lineares<br />
ax + b < 0, ax + b> 0, ax + b ≤ 0, ax + b ≥ 0<br />
cujos conjuntos soluções dependem fortemente da<br />
solução (raiz) de ax+b=0.<br />
Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />
ax+b0 S=(-,-b/a)<br />
ax+b>0 a>0 S=(-b/a, )<br />
ax+b0 S=(-,-b/a]
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
ax+b>0 a>0 S=[-b/a, )<br />
Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />
ax+b0 S=(-,r]U[s, )<br />
2. possui somente a raiz real dupla r<br />
Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />
ax²+bx+c0 S={ }= <br />
ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,r)U(r, )<br />
ax²+bx+c0 S={r}<br />
ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,)<br />
3. não possui raízes reais<br />
Desigualdade Sinal Conjunto solução<br />
ax²+bx+c0 S={ }= <br />
ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,)<br />
15<br />
ax²+bx+c0 S={ }=<br />
ax²+bx+c>0 a>0 S=(-,)<br />
4. possui raízes reais r e s com r
Sabemos que cx+d > 0 ou cx+d0. Ao<br />
multiplicar a fração linear por (cx+d)²>0,<br />
eliminaremos a fração e passaremos a ter<br />
(cx+d) (ax+b) < p (cx+d)²<br />
Passando as expressões algébricas para o primeiro<br />
membro, obteremos<br />
(cx+d) [(ax+b) - p(cx+d)] < 0<br />
que ainda pode ser escrita na forma<br />
(cx+d) (mx+n) < 0<br />
onde m=a-pc e n=b-pd. Após as simplificações<br />
possíveis, obtemos uma desigualdade linear ou<br />
quadrática, como o produto de dois fatores lineares.<br />
DESIGUALDADE COM PRODUTO DE<br />
FATORES LINEARES<br />
Se uma desigualdade possui um produto de fatores<br />
lineares, existe o método dos intervalos que facilita<br />
a obtenção do conjunto solução. Iremos mostrar<br />
com um exemplo como funciona este método.<br />
Exemplo: Seja a desigualdade<br />
2(x+3) (x-5) (x-7) > 0<br />
Decompomos a desigualdade acima em três<br />
desigualdades lineares, obter a raiz da expressão<br />
algébrica de cada desigualdade linear, analisar o<br />
sinal de cada uma delas separadamente e realizar o<br />
"produto dos sinais". As raízes das equações<br />
associadas às desigualdades lineares são r = -3, s =<br />
5 e t = 7. A reta R será decomposta em 4 intervalos.<br />
Desigualdade (-,-3) (-3,5) (5,7) (7,)<br />
x+3 - + + +<br />
x-5 - - + +<br />
x-7 - - - +<br />
Produto - + - +<br />
Como o produto dos fatores deve ser positivo, o<br />
conjunto solução é S = (-3,5) (7,).<br />
DESIGUALDADE COM PRODUTO E<br />
QUOCIENTE DE FATORES LINEARES<br />
Quando uma desigualdade possui produtos,<br />
divisões de fatores lineares, ou ambos, o método<br />
dos intervalos facilita a obtenção do conjunto<br />
solução. Mostraremos de novo com um exemplo<br />
16<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Exemplo: Seja a desigualdade<br />
De novo, decompomos esta desigualdade em três<br />
desigualdades lineares, obtemos a raiz de cada<br />
expressão algébrica da desigualdade linear,<br />
analisamos cada uma delas separadamente e<br />
realizamos as operações de produto de sinais ou<br />
divisão de sinais ou ambos<br />
Desigualdade (-,-3) (-3,5) (5,7) (7, )<br />
x+3 - + + +<br />
x-5 - - + +<br />
x-7 - - - +<br />
Produto/Divisão - + - +<br />
O conjunto solução é S = (-3,5) U (7, )<br />
DESIGUALDADE COM<br />
FRAÇÃO LINEAR (II)<br />
Seja uma desigualdade que é uma fração linear,<br />
como por exemplo<br />
que pode ser escrita na forma<br />
(cx + d) (mx + n) < 0<br />
onde m=a–pc e n = b – pd. Os zeros da função<br />
f(x) = (cx+d) (mx+n) = c.m.(x+d/c) (x+n/m)<br />
são r=-d/c e s=-n/m. Admitindo que r 0 o conjunto solução será S = (r,s), mas se<br />
c.m < 0 o conjunto solução deverá ser S = (-, r) U<br />
(s, ).
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Exemplo: Seja a desigualdade<br />
Multiplicando a desigualdade acima por (3x+11)²,<br />
obtemos:<br />
isto é<br />
ou seja<br />
(2x+7) (3x+11) < 2 (3x+11)²<br />
(3x+11) [(2x+7) - 2(3x+11)] < 0<br />
(3x+11) (-4x-15) < 0<br />
Pondo os números 3 e 4 em evidência, obtemos<br />
-12 (x+11/3) (x+15/4) < 0<br />
Multiplicando esta última desigualdade por -1/12,<br />
obtemos<br />
(x+11/3) (x+15/4) > 0<br />
A função f(x) = (x+11/3) (x+15/4) se anula para<br />
r = -11/3 e s = -15/4.<br />
Desigualdade (-,-15/4) (-15/4,-11/3) (-11/3, )<br />
x+11/3 - - +<br />
x+15/4 - + +<br />
Produto + - +<br />
O conjunto solução é S = (-,-15/4) U (-11/3,).<br />
DESIGUALDADE IRRACIONAL<br />
É um tipo de desigualdade que contém expressões<br />
algébricas sob um ou mais radicais. Existem muitas<br />
situações possíveis, mas só usaremos o sinal0, será<br />
indicada por R[z], para reduzir a inserção de<br />
gráficos na página.<br />
Exemplo: O conjunto solução da desigualdade<br />
R[2x+3]+R[x-3]
DESIGUALDADE EXPONENCIAL<br />
São desigualdades onde aparecem funções nos<br />
expoentes e as bases das potências devem ser<br />
números positivos diferentes de 1, condição<br />
importante, pois só podemos definir logaritmos<br />
reais com as bases tendo tais valores. Existe uma<br />
infinidade de casos, mas apenas apresentaremos<br />
dois casos com o sinal ><br />
a x b, a f(x) b<br />
Exemplo: Podemos obter o conjunto solução da<br />
desigualdade<br />
2 4x-3 8<br />
primeiro pela simplificação à forma<br />
2 4x-3 2³<br />
A função f(x)=log2(x), (logaritmo de x na base 2) é<br />
crescente para todo x positivo e a sua aplicação a<br />
INTRODUÇÃO AOS NÚMEROS<br />
COMPLEXOS<br />
18<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
ambos os membros da desigualdade, nos garante<br />
que<br />
que é equivalente a<br />
4x-3 3<br />
x 3/2<br />
Assim, o conjunto solução é<br />
NÚMEROS COMPLEXOS<br />
Introdução aos N os . complexos<br />
Definição de número complexo<br />
Elementos especiais<br />
Operações básicas<br />
Potências e curiosidade sobre i<br />
O inverso de um n o . complexo<br />
Diferença e divisão de complexos<br />
N<br />
a resolução de uma equação algébrica, um<br />
fator fundamental é o conjunto universo<br />
que representa o contexto onde poderemos<br />
encontrar as soluções. Por exemplo, se estivermos<br />
trabalhando no conjunto dos números racionais, a<br />
equação 2x+7=0, terá uma única solução dada por<br />
x=-7/2. assim, o conjunto solução será:<br />
S = { 7/2 }<br />
mas, se estivermos procurando por um número<br />
inteiro como resposta, o conjunto solução será o<br />
conjunto vazio, isto é:<br />
S = Ø = { }<br />
De forma análoga, ao tentar obter o conjunto<br />
solução para a equação x 2 +1=0 sobre o conjunto<br />
dos números reais, obteremos como resposta o<br />
conjunto vazio, isto é:<br />
S = Ø = { }<br />
S = {x em R: x 3/2}<br />
Exemplo: Obtemos o conjunto solução da<br />
desigualdade<br />
2 (x-3)(x-4) > 1<br />
pela aplicação da função logaritmo de base 2 a<br />
ambos os membros da desigualdade. Dessa forma<br />
(x-3) (x-4) > 0<br />
O conjunto solução é S={x R: x < 3 ou x > 4}.<br />
Representação geométrica<br />
Módulo e argumento de complexo<br />
Forma polar e sua multiplicação<br />
Potências na forma polar<br />
Raiz quarta de um complexo<br />
Raiz n-ésima de um complexo<br />
Número complexo como matriz<br />
o que significa que não existe um número real que<br />
elevado ao quadrado seja igual a -1, mas se<br />
seguirmos o desenvolvimento da equação pelos<br />
métodos comuns, obteremos:<br />
x = R[-1] =<br />
onde R[-1] é a raiz quadrada do número real -1. Isto<br />
parece não ter significado prático e foi por esta<br />
razão que este número foi chamado imaginário, mas<br />
o simples fato de substituir R[-1] pela letra i<br />
(unidade imaginária) e realizar operações como se<br />
estes números fossem polinômios, faz com que uma<br />
série de situações tanto na Matemática como na<br />
vida, tenham sentido prático de grande utilidade e<br />
isto nos leva à teoria dos números complexos.<br />
DEFINIÇÃO DE NÚMERO COMPLEXO<br />
Número complexo é todo número que pode ser<br />
escrito na forma<br />
z = a + b i<br />
onde a e b são números reais e i é a unidade<br />
imaginária. O número real a é a parte real do
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
número complexo z e o número real b é a parte<br />
imaginária do número complexo z, denotadas por:<br />
a = Re(z) e b = Im(z)<br />
Exemplos de tais números são apresentados na<br />
tabela.<br />
Número<br />
complexo<br />
Parte real<br />
Parte<br />
imaginária<br />
2 + 3 i 2 3<br />
2 - 3 i 2 -3<br />
2 2 0<br />
3 i 0 3<br />
-3 i 0 -3<br />
0 0 0<br />
Observação: O conjunto de todos os números<br />
complexos é denotado pela letra C e o conjunto dos<br />
números reais pela letra R. Como todo número real<br />
x pode ser escrito como um número complexo da<br />
forma z=x+yi, onde y=0 então assumiremos que o<br />
conjunto dos números reais está contido no<br />
conjunto dos números complexos.<br />
ELEMENTOS COMPLEXOS ESPECIAIS<br />
1. Igualdade de números complexos: Dados os<br />
números complexos z=a+bi e w=c+di,<br />
definimos a igualdade entre z e w, escrevendo<br />
z = w se, e somente se, a = c e b = d<br />
Para que os números complexos z = 2 + yi e<br />
w = c + 3i sejam iguais, deveremos ter que<br />
c = 2 e y = 3.<br />
2. Oposto de um número complexo: O oposto<br />
do número complexo z = a + bi é o número<br />
complexo denotado por –z =- (a+bi), isto é:<br />
-z = Oposto(a+bi) = (-a) + (-b)i<br />
O oposto de z = -2 + 3i é o número complexo<br />
–z = 2 -3i.<br />
3. Conjugado de um número complexo: O<br />
número complexo conjugado de z = a + bi é o<br />
número complexo denotado por z*=a-bi, isto é:<br />
z* = conjugado (a+bi) = a + (-b)i<br />
O conjugado de z = 2 – 3i é o número<br />
complexo z* = 2 + 3i.<br />
OPERAÇÕES BÁSICAS COM NÚMEROS<br />
COMPLEXOS<br />
19<br />
Dados os números complexos z=a+bi e w=c+di,<br />
podemos definir duas operações fundamentais,<br />
adição e produto, agindo sobre eles da seguinte<br />
forma:<br />
z+w = (a+bi) + (c+di) = (a+c) + (b+d)i<br />
z.w = (a+bi).(c+di) = (ac-bd) + (ad+bc)i<br />
Observação: Tais operações lembram as operações<br />
com expressões polinomiais, pois a adição é<br />
realizada de uma forma semelhante, isto é: (a+bx) +<br />
(c+dx) = (a+c) + (b+d)x e a multiplicação<br />
(a+bx).(c+dx), é realizada através de um algoritmo<br />
que aparece na forma:<br />
a + b x<br />
c + d x X<br />
ac + bcx<br />
adx + bdx²<br />
ac + (bc+ad)x + bdx²<br />
de forma que devemos substituir x 2 por -1.<br />
Exemplos:<br />
1. Se z=2+3i e w=4-6i, então z+w=(2+3i)+(4-<br />
6i)=6-3i.<br />
2. Se z=2+3i e w=4-6i, então z.w=(2+3i).(4-6i)=-<br />
4+0i.<br />
POTÊNCIAS E CURIOSIDADE SOBRE A<br />
UNIDADE IMAGINÁRIA<br />
Potências de i: Ao tomar i=R[-1], temos uma<br />
sequência de valores muito simples para as<br />
potências de i:<br />
Potência i 2 i 3 i 4 i 5 i 6 i 7 i 8 i 9<br />
Valor -1 -i 1 i -1 -i 1 i<br />
Pela tabela acima podemos observar que as<br />
potência de i cujos expoentes são múltiplos de 4,<br />
fornecem o resultado 1, logo toda potência de i<br />
pode ter o expoente decomposto em um múltiplo de<br />
4 mais um resto que poderá ser 0, 1, 2 ou 3. Dessa<br />
forma podemos calcular rapidamente qualquer<br />
potência de i, apenas conhecendo o resto da divisão<br />
do expoente por 4.<br />
Exercício: Calcular os valores dos números<br />
complexos: i 402 , i 4033 e i 1998 . Como exemplo:<br />
i 402 =i 400 .i 2 = 1.(-1) = -1<br />
Curiosidade geométrica sobre i: Ao pensar um<br />
número complexo z=a+bi como um vetor z=(a,b)<br />
no plano cartesiano, a multiplicação de um número<br />
complexo z=a+bi pela unidade imaginária i, resulta<br />
em um outro número complexo w=-b+ai, que forma
um ângulo reto (90 graus) com o número complexo<br />
z=a+bi dado.<br />
Exercício: Tomar um número complexo z,<br />
multiplicar por i para obter z1=i.z, depois<br />
multiplicar o resultado z1 por i para obter z2=i.z1.<br />
Continue multiplicando os resultados obtidos por i<br />
até ficar cansado ou então use a inteligência para<br />
descobrir algum fato geométrico significativo neste<br />
contexto. Após constatar que você é inteligente,<br />
faça um desenho no plano cartesiano contendo os<br />
resultados das multiplicações.<br />
O INVERSO DE UM NÚMERO COMPLEXO<br />
Dado o número complexo z=a+bi, não nulo (a ou b<br />
deve ser diferente de zero) definimos o inverso de z<br />
como o número z -1 =u+iv, tal que<br />
z . z -1 = 1<br />
O produto de z pelo seu inverso z-1 deve ser igual a<br />
1, isto é:<br />
(a+bi).(u+iv) = (au-bv)+(av+bu)i = 1 = 1+0.i<br />
o que nos leva a um sistema com duas equações e<br />
duas incógnitas:<br />
a u - b v = 1<br />
b u + a v = 0<br />
Este sistema pode ser resolvido pela regra de<br />
Cramér e possui uma única solução (pois a ou b são<br />
diferentes de zero), fornecendo:<br />
u = a/(a2+b2)<br />
v = -b/(a2+b2)<br />
assim, o inverso do número complexo z=a+bi é:<br />
Obtenção do inverso de um número complexo: Para<br />
obter o inverso de um número complexo, por<br />
exemplo, o inverso de z=5+12i, deve-se:<br />
Escrever o inverso desejado na forma de uma<br />
fração<br />
Multiplicar o numerador e o denominador da fração<br />
pelo conjugado de z<br />
20<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Lembrar que i2 = -1, simplificar os números<br />
complexos pela redução dos termos semelhantes,<br />
para obter<br />
DIFERENÇA E DIVISÃO DE NÚMEROS<br />
COMPLEXOS<br />
Diferença de números complexos: A diferença entre<br />
os números complexos z=a+bi e w=c+di é o<br />
número complexo obtido pela soma entre z e -w,<br />
isto é: z-w=z+(-w).<br />
Exemplo: A diferença entre os complexos z=2+3i e<br />
w=5+12i é z-w=(2+3i)+(-5-12i)=(2-5)+(3-12)i=-3-<br />
9i.<br />
Divisão de números complexos: A divisão entre os<br />
números complexos z=a+bi e w=c+di (w não nulo)<br />
é definida como o número complexo obtido pelo<br />
produto entre z e w-1, isto é: z/w=z.w-1.<br />
Exemplo: Para dividir o número complexo z=2+3i<br />
por w=5+12i, basta multiplicar o numerador e o<br />
denominador da fração z/w pelo conjugado de w:<br />
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA<br />
DE UM NÚMERO COMPLEXO<br />
Um número complexo da forma z=a+bi, pode ser<br />
representado do ponto de vista geométrico no plano<br />
cartesiano, como um ponto (par ordenado)<br />
tomando-se a abscissa deste ponto como a parte real<br />
do número complexo a no eixo OX e a ordenada<br />
como a parte imaginária do número complexo z no<br />
eixo OY, sendo que o número complexo 0=0+0i é<br />
representado pela própria origem (0,0) do sistema.<br />
MÓDULO E ARGUMENTO DE<br />
UM NÚMERO COMPLEXO<br />
Módulo de um número complexo: No gráfico<br />
anterior observamos que existe um triângulo<br />
retângulo cuja medida da hipotenusa é a distância<br />
da origem 0 ao número complexo z, normalmente<br />
denotada pela letra grega ro nos livros, mas aqui<br />
denotada por r, o cateto horizontal tem<br />
comprimento igual à parte real a do número<br />
complexo e o cateto vertical corresponde à parte<br />
imaginária b do número complexo z.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Desse modo, se z=a+bi é um número complexo,<br />
então r2=a2+b2 e a medida da hipotenusa será por<br />
definição, o módulo do número complexo z,<br />
denotado por |z|, isto é:<br />
Argumento de um número complexo: O ângulo ø<br />
formado entre o segmento OZ e o eixo OX, é<br />
denominado o argumento do número complexo z.<br />
Pelas definições da trigonometria circular temos as<br />
três relações:<br />
cos(ø)=a/r, sen(ø)/r, tan(ø)=b/a<br />
Por experiência, observamos que é melhor usar o<br />
cosseno ou o seno do ângulo para definir bem o<br />
argumento, uma vez que a tangente apresenta<br />
alguns problemas.<br />
FORMA POLAR E SUA MULTIPLICAÇÃO<br />
Forma polar de um número complexo: Das duas<br />
primeiras relações trigonométricas apresentadas<br />
anteriormente, podemos escrever:<br />
z = a+bi = r cos(ø) + r i sen(ø) = r (cos ø + i sen ø)<br />
e esta última é a forma polar do número complexo<br />
z.<br />
Multiplicação de complexos na forma polar:<br />
Consideremos os números complexos:<br />
z = r (cos m + i sen m)<br />
w = s (cos n + i sen n)<br />
onde, respectivamente, r e s são os módulos e m e n<br />
são os argumentos destes números complexos z e<br />
w.<br />
Realizamos o produto entre estes números da forma<br />
usual e reescrevemos o produto na forma:<br />
z . w = r s [cos (m+n) + i sen (m+n)]<br />
Este fato é garantido pelas relações:<br />
cos(m+n) = cos(m) cos(n) - sen(m) sen(n)<br />
sen(m+n) = sen(m) cos(n) + sen(n) cos(m)<br />
POTÊNCIA DE UM NÚMERO COMPLEXO<br />
NA FORMA POLAR<br />
Seguindo o produto acima, poderemos obter a<br />
potência de ordem k de um número complexo.<br />
Como<br />
então<br />
z = r [cos(m) + i sen(m)]<br />
zk = rk [cos(km) + i sen(km)]<br />
Exemplo: Consideremos o número complexo<br />
z=1+i, cujo módulo é a raiz quadrada de 2 e o<br />
21<br />
argumento é /4 (45 graus). Para elevar este<br />
número à potência 16, basta escrever:<br />
z16 = 28[cos(720o)+isen(720o)]=256<br />
RAIZ QUARTA DE UM NÚMERO<br />
COMPLEXO<br />
Um ponto fundamental que valoriza a existência<br />
dos números complexos é a possibilidade de extrair<br />
a raiz de ordem 4 de um número complexo, mesmo<br />
que ele seja um número real negativo, o que<br />
significa, resolver uma equação algébrica do 4o.<br />
grau. Por exemplo, para extrair a raiz quarta do<br />
número -16, devemos obter as quatro raízes da<br />
equação algébrica x4+16=0.<br />
Antes de apresentar o nosso processo para a<br />
obtenção da raiz quarta de um número complexo w,<br />
necessitamos saber o seu módulo r e o seu<br />
argumento t, o que significa poder escrever o<br />
número complexo na forma polar:<br />
w = r (cos t + i sen t)<br />
O primeiro passo é realizar um desenho mostrando<br />
este número complexo w em um círculo de raio r e<br />
observar o argumento t, dado pelo angulo entre o<br />
eixo OX e o número complexo w.<br />
O passo seguinte é obter um outro número<br />
complexo z(1) cujo módulo seja a raiz quarta de r e<br />
cujo argumento seja t/4. Este número complexo é a<br />
primeira das quatro raizes complexas procuradas.<br />
z(1) = r1/4 [cos(t/4)+isen(t/4)]<br />
As outras raízes serão:<br />
z(2) = i z(1)<br />
z(3) = i z(2)<br />
z(4) = i z(3)<br />
Todas aparecem no gráfico, mas observamos que<br />
este processo para obter as quatro raízes do número<br />
complexo w ficou mais fácil pois temos a<br />
propriedade geométrica que o número complexo i<br />
multiplicado por outro número complexo, roda este<br />
último de 90 graus e outro fato interessante é que<br />
todas as quatro raízes de w estão localizadas sobre a<br />
mesma circunferência e os ângulos formados entre<br />
duas raízes consecutivas é de 90 graus.
Se os quatro números complexos forem ligados,<br />
aparecerá um quadrado rodado de t/4 radianos em<br />
relação ao eixo OX.<br />
Raiz n-ésima de um número complexo<br />
Existe uma importantíssima relação atribuída a<br />
Euler:<br />
e i.t = cos(t) + i sen(t)<br />
que é verdadeira para todo argumento real e a<br />
constante e tem o valor aproximado 2,71828... Para<br />
facilitar a escrita usamos frequentemente:<br />
exp(i t) = cos(t) + i sen(t)<br />
Observação: A partir da relação de Euler, é<br />
possível construir uma relação notável envolvendo<br />
os mais importantes sinais e constantes da<br />
Matemática:<br />
Voltemos agora à exp(it). Se multiplicarmos o<br />
número e it por um número complexo z, o resultado<br />
será um outro número complexo rodado de t<br />
radianos em relação ao número complexo z.<br />
Por exemplo, se multiplicarmos o número<br />
complexo z por exp(i/8)=cos(/8)+i sen(/8),<br />
obteremos um número complexo z(1) que forma<br />
com z um ângulo /8=22,5graus, no sentido antihorário.<br />
Iremos agora resolver a equação x n =w, onde n é um<br />
número natural e w é um número complexo dado.<br />
Da mesma forma que antes, podemos escrever o<br />
número complexo w=r(cos t+i sent) e usar a relação<br />
de Euler, para obter:<br />
w = r e it<br />
Para extrair a raiz n-ésima, deve-se construir a<br />
primeira raiz que é dada pelo número complexo<br />
z(1) = r 1/n e it/n<br />
22<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Todas as outras n-1 raízes serão obtidas pela<br />
multiplicação recursiva dada por:<br />
onde k varia de 2 até n.<br />
z(k) = z(k-1) e 2i 0/n<br />
Exemplo: Para obter a primeira raiz da equação<br />
x 8 =-64, observamos a posição do número complexo<br />
w=-64+0i, constatando que o seu módulo é igual a<br />
64 e o argumento é igual a radianos (=180 graus).<br />
Aqui, a raiz oitava de 64 é igual a 2 e o argumento<br />
da primeira raiz é /8, então z(1) pode ser escrita na<br />
forma polar:<br />
z(1)=2 e i/8 = 2(cos 22,5 o +i sen 22,5 o ) = R[2](1+i)<br />
onde R[2] é a raiz quadrada de 2. Obtemos as<br />
outras raízes pela multiplicação do número<br />
complexo abaixo, através de qualquer uma das<br />
formas:<br />
e 2i/8 =2(cos45 o +i sen 45 o ) = R[2](1+i)/2=0,707(1+i)<br />
Assim:<br />
z(2) = z(1) R[2](1+i)/2<br />
z(3) = z(2) R[2](1+i)/2<br />
z(4) = z(3) R[2](1+i)/2<br />
z(5) = z(4) R[2](1+i)/2<br />
z(6) = z(5) R[2](1+i)/2<br />
z(7) = z(6) R[2](1+i)/2<br />
z(8) = z(7) R[2](1+i)/2<br />
Exercício: Construa no sistema cartesiano os 8<br />
números complexos e ligue todas as raízes<br />
consecutivas para obter um octógono regular<br />
rodado de 22,5 graus em relação ao eixo OX. Tente<br />
comparar este método com outros que você<br />
conhece e realize exercícios para observar como<br />
aconteceu o aprendizado.<br />
NÚMERO COMPLEXO COMO MATRIZ<br />
Existe um estudo sobre números complexos, no<br />
qual um número complexo z=a+bi pode ser tratado<br />
como uma matriz quadrada 2x2 da forma:<br />
e todas as propriedades dos números complexos,<br />
podem ser obtidas através de matrizes, resultando<br />
em processos que transformam as características<br />
geométricas dos números complexos em algo<br />
simples.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
RELACIONANDO NÚMEROS<br />
RACIONAIS COM FRAÇÕES<br />
NÚMEROS RACIONAIS<br />
Relacionando n os racionais e frações<br />
Dízima periódica<br />
Números racionais e reais<br />
Geratriz de dízima periódica<br />
Números irracionais<br />
Representação, ordem, simetria<br />
Módulo de um número racional<br />
Um número racional é o que pode ser escrito na<br />
forma<br />
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve<br />
ser não nulo, isto é, n deve ser diferente de zero.<br />
Frequentemente usamos m/n para significar a<br />
divisão de m por n. Quando não existe<br />
possibilidade de divisão, simplesmente usamos uma<br />
letra como q para entender que este número é um<br />
número racional.<br />
Como podemos observar, números racionais podem<br />
ser obtidos através da razão (em Latim:<br />
ratio=razão=divisão=quociente) entre dois números<br />
inteiros, razão pela qual, o conjunto de todos os<br />
números racionais é denotado por Q. Assim, é<br />
comum encontrarmos na literatura a notação:<br />
Q = {m/n : m e n em Z, n diferente de zero}<br />
Quando há interesse, indicamos Q+ para entender o<br />
conjunto dos números racionais positivos e Q_ o<br />
conjunto dos números racionais negativos. O<br />
número zero é também um número racional.<br />
No nosso link Frações já detalhamos o estudo de<br />
frações e como todo número racional pode ser posto<br />
na forma de uma fração, então todas as<br />
propriedades válidas para frações são também<br />
válidas para números racionais. Para simplificar a<br />
escrita, muitas vezes usaremos a palavra racionais<br />
para nos referirmos aos números racionais.<br />
DÍZIMA PERIÓDICA<br />
Uma dízima periódica é um número real da forma:<br />
m,npppp...<br />
onde m, n e p são números inteiros, sendo que o<br />
número p se repete indefinidamente, razão pela qual<br />
usamos os três pontos: ... após o mesmo. A parte<br />
que se repete é denominada período.<br />
23<br />
Adição de números racionais<br />
Produto de números racionais<br />
Propriedade distributiva<br />
Potências de números racionais<br />
Raízes de números racionais<br />
Médias aritmética e ponderada<br />
Médias geométrica e harmônica<br />
Em alguns livros é comum o uso de uma barra<br />
sobre o período ou uma barra debaixo do período<br />
ou o período dentro de parênteses, mas, para nossa<br />
facilidade de escrita na montagem desta Página,<br />
usaremos o período sublinhado.<br />
Exemplos: Dízimas periódicas<br />
1. 0,3333333... = 0,3<br />
2. 1,6666666... = 1,6<br />
3. 12,121212... = 12,12<br />
4. 0,9999999... = 0,9<br />
5. 7,1333333... = 7,13<br />
Uma dízima periódica é simples se a parte decimal<br />
é formada apenas pelo período. Alguns exemplos<br />
são:<br />
1. 0,333333... = 0,(3) = 0,3<br />
2. 3,636363... = 3,(63) = 3,63<br />
Uma dízima periódica é composta se possui uma<br />
parte que não se repete entre a parte inteira e o<br />
período. Por exemplo:<br />
1. 0,83333333... = 0,83<br />
2. 0,72535353... = 0,7253<br />
Uma dízima periódica é uma soma infinita de<br />
números decimais. Alguns exemplos:<br />
1. 0,3333...= 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...<br />
2. 0,8333...= 0,8 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ...<br />
3. 4,7855...= 4,78 + 0,005 + 0,0005 + ...<br />
A conexão entre números racionais e números reais<br />
Um fato importante que relaciona os números<br />
racionais com os números reais é que todo número<br />
real que pode ser escrito como uma dízima<br />
periódica é um número racional. Isto significa que<br />
podemos transformar uma dízima periódica em uma<br />
fração.<br />
O processo para realizar esta tarefa será mostrado<br />
na sequência com alguns exemplos numéricos. Para<br />
pessoas interessadas num estudo mais aprofundado<br />
sobre a justificativa para o que fazemos na
sequência, deve-se aprofundar o estudo de séries<br />
geométricas no âmbito do Ensino Médio ou mesmo<br />
estudar números racionais do ponto de vista do<br />
Cálculo Diferencial e Integral ou da Análise na<br />
Reta no âmbito do Ensino Superior.<br />
A GERATRIZ DE UMA DÍZIMA PERIÓDICA<br />
Dada uma dízima periódica, qual será a fração que<br />
dá origem a esta dízima? Esta fração é de fato um<br />
número racional denominado a geratriz da dízima<br />
periódica. Para obter a geratriz de uma dízima<br />
periódica devemos trabalhar com o número dado<br />
pensado como uma soma infinita de números<br />
decimais. Para mostrar como funciona o método,<br />
utilizaremos diversos exemplos numéricos.<br />
1. Seja S a dízima periódica 0,3333333..., isto é,<br />
S=0,3. Observe que o período tem apenas 1<br />
algarismo. Iremos escrever este número como<br />
uma soma de infinitos números decimais da<br />
forma:<br />
S = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 +...<br />
Multiplicando esta soma "infinita" por 10 1 =10 (o<br />
período tem 1 algarismo), obteremos:<br />
10 S = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...<br />
Observe que são iguais as duas últimas expressões<br />
que aparecem em cor vermelha!<br />
Subtraindo membro a membro a penúltima<br />
expressão da última, obtemos:<br />
donde segue que<br />
Simplificando, obtemos:<br />
10 S - S = 3<br />
9 S = 3<br />
Exercício: Usando o mesmo argumento que antes,<br />
você saberia mostrar que:<br />
0,99999... = 0,9 = 1<br />
2. Vamos tomar agora a dízima periódica<br />
T=0,313131..., isto é, T=0,31. Observe que o<br />
período tem agora 2 algarismos. Iremos<br />
escrever este número como uma soma de<br />
infinitos números decimais da forma:<br />
T =0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...<br />
Multiplicando esta soma "infinita" por 10²=100<br />
(o período tem 2 algarismos), obteremos:<br />
100 T = 31 + 0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...<br />
Observe que são iguais as duas últimas<br />
expressões que aparecem em cor vermelha,<br />
assim:<br />
24<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
de onde segue que<br />
100 T = 31 + T<br />
99 T = 31<br />
e simplificando, temos que<br />
3. Um terceiro tipo de dízima periódica é<br />
T=7,1888..., isto é, T=7,18. Observe que existe<br />
um número com 1 algarismo após a vírgula<br />
enquanto que o período tem também 1<br />
algarismo. Escreveremos este número como<br />
uma soma de infinitos números decimais da<br />
forma:<br />
R = 7,1 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...<br />
Manipule a soma "infinita" como se fosse um<br />
número comum e passe a parte que não se<br />
repete para o primeiro membro para obter:<br />
R-7,1 = 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...<br />
Multiplique agora a soma "infinita" por 10 1 =10<br />
(o período tem 1 algarismo), para obter:<br />
10(R-7,1) = 0,8 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...<br />
Observe que são iguais as duas últimas<br />
expressões que aparecem em cor vermelha!<br />
Subtraia membro a membro a penúltima<br />
expressão da última para obter:<br />
Assim:<br />
10(R-7,1) - (R-7,1) = 0,8<br />
10R - 71 - R + 7,1 = 0,8<br />
Para evitar os números decimais,<br />
multiplicamos toda a expressão por 10 e<br />
simplificamos para obter:<br />
Obtemos então:<br />
90 R = 647<br />
4. Um quarto tipo de dízima periódica é<br />
T=7,004004004..., isto é, U=7,004. Observe<br />
que o período tem 3 algarismos, sendo que os<br />
dois primeiros são iguais a zero e apenas o<br />
terceiro é não nulo. Decomporemos este<br />
número como uma soma de infinitos números<br />
decimais da forma:<br />
U = 7 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...<br />
Manipule a soma "infinita" como se fosse um<br />
número comum e passe a parte que não se<br />
repete para o primeiro membro para obter:<br />
U-7 = 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Multiplique agora a soma "infinita" por<br />
10³=1000 (o período tem 3 algarismos), para<br />
obter:<br />
1000(U-7) = 4 + 0,004 + 0,004004 +<br />
0,004004004 +...<br />
Observe que são iguais as duas últimas<br />
expressões que aparecem em cor vermelha!<br />
Subtraia membro a membro a penúltima<br />
expressão da última para obter:<br />
Assim:<br />
Obtemos então<br />
1000(U-7) - (U-7) = 4<br />
1000U - 7000 - U + 7 = 4<br />
999 U = 6997<br />
que pode ser escrita na forma:<br />
NÚMEROS IRRACIONAIS<br />
Um número real é dito um número irracional se ele<br />
não pode ser escrito na forma de uma fração ou<br />
nem mesmo pode ser escrito na forma de uma<br />
dízima periódica.<br />
Exemplo: O número real abaixo é um número<br />
irracional, embora pareça uma dízima periódica:<br />
x=0,10100100010000100000...<br />
Observe que o número de zeros após o algarismo 1<br />
aumenta a cada passo. Existem infinitos números<br />
reais que não são dízimas periódicas e dois números<br />
irracionais muito importantes, são:<br />
e = 2,718281828459045...,<br />
Pi = 3,141592653589793238462643...<br />
que são utilizados nas mais diversas aplicações<br />
práticas como: cálculos de áreas, volumes, centros<br />
de gravidade, previsão populacional, etc...<br />
Exercício: Determinar a medida da diagonal de um<br />
quadrado cujo lado mede 1 metro. O resultado<br />
numérico é um número irracional e pode ser obtido<br />
através da relação de Pitágoras. O resultado é a raiz<br />
quadrada de 2, denotada aqui por R[2] para<br />
simplificar as notações estranhas.<br />
REPRESENTAÇÃO, ORDEM E<br />
SIMETRIA DOS RACIONAIS<br />
Podemos representar geometricamente o conjunto<br />
Q dos números racionais através de uma reta<br />
numerada. Consideramos o número 0 como a<br />
origem e o número 1 em algum lugar e tomamos a<br />
25<br />
unidade de medida como a distância entre 0 e 1 e<br />
por os números racionais da seguinte maneira:<br />
Ao observar a reta numerada notamos que a ordem<br />
que os números racionais obedecem é crescente da<br />
esquerda para a direita, razão pela qual indicamos<br />
com uma seta para a direita. Esta consideração é<br />
adotada por convenção, o que nos permite pensar<br />
em outras possibilidades.<br />
Dizemos que um número racional r é menor do que<br />
outro número racional s se a diferença r-s é<br />
positiva. Quando esta diferença r-s é negativa,<br />
dizemos que o número r é maior do que s. Para<br />
indicar que r é menor do que s, escrevemos:<br />
r < s<br />
Do ponto de vista geométrico, um número que está<br />
à esquerda é menor do que um número que está à<br />
direita na reta numerada.<br />
Todo número racional q exceto o zero, possui um<br />
elemento denominado simétrico ou oposto -q e ele é<br />
caracterizado pelo fato geométrico que tanto q<br />
como -q estão à mesma distância da origem do<br />
conjunto Q que é 0. Como exemplo, temos que:<br />
(a) O oposto de 3/4 é -3/4.<br />
(b) O oposto de 5 é -5.<br />
Do ponto de vista geométrico, o simétrico funciona<br />
como a imagem virtual de algo colocado na frente<br />
de um espelho que está localizado na origem. A<br />
distância do ponto real q ao espelho é a mesma que<br />
a distância do ponto virtual -q ao espelho.<br />
MÓDULO DE UM NÚMERO RACIONAL<br />
O módulo ou valor absoluto de um número racional<br />
q é maior valor entre o número q e seu elemento<br />
oposto -q, que é denotado pelo uso de duas barras<br />
verticais | |, por:<br />
|q| = max{-q,q}<br />
Exemplos: |0|=0, |2/7|=2/7 e |-6/7|=6/7.<br />
Do ponto de vista geométrico, o módulo de um<br />
número racional q é a distância comum do ponto q<br />
até a origem (zero) que é a mesma distância do<br />
ponto -q à origem, na reta numérica racional.<br />
A SOMA (ADIÇÃO) DE NÚMEROS<br />
RACIONAIS<br />
Como todo número racional é uma fração ou pode<br />
ser escrito na forma de uma fração, definimos a<br />
adição entre os números racionais a/b e c/d, da<br />
mesma forma que a soma de frações, através de:
Propriedades da adição de números racionais<br />
Fecho: O conjunto Q é fechado para a operação de<br />
adição, isto é, a soma de dois números racionais<br />
ainda é um número racional.<br />
Associativa: Para todos a, b, c em Q:<br />
a + ( b + c ) = ( a + b ) + c<br />
Comutativa: Para todos a, b em Q:<br />
a + b = b + a<br />
Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a<br />
todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:<br />
q + 0 = q<br />
Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em<br />
Q, tal que<br />
q + (-q) = 0<br />
Subtração de números racionais: A subtração de<br />
dois números racionais p e q é a própria operação<br />
de adição do número p com o oposto de q, isto é:<br />
p - q = p + (-q)<br />
Na verdade, esta é uma operação desnecessária no<br />
conjunto dos números racionais.<br />
A MULTIPLICAÇÃO (PRODUTO)<br />
DE NÚMEROS RACIONAIS<br />
Como todo número racional é uma fração ou pode<br />
ser escrito na forma de uma fração, definimos o<br />
produto de dois números racionais a/b e c/d, da<br />
mesma forma que o produto de frações, através de:<br />
O produto dos números racionais a e b também<br />
pode ser indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab<br />
sem nenhum sinal entre as letras.<br />
Para realizar a multiplicação de números racionais,<br />
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale<br />
em toda a Matemática:<br />
(+1) × (+1) = (+1)<br />
(+1) × (-1) = (-1)<br />
(-1) × (+1) = (-1)<br />
(-1) × (-1) = (+1)<br />
Podemos assim concluir que o produto de dois<br />
números com o mesmo sinal é positivo, mas o<br />
produto de dois números com sinais diferentes é<br />
negativo.<br />
26<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO DE<br />
NÚMEROS RACIONAIS<br />
Fecho: O conjunto Q é fechado para a<br />
multiplicação, isto é, o produto de dois números<br />
racionais ainda é um número racional.<br />
Associativa: Para todos a, b, c em Q:<br />
a × ( b × c ) = ( a × b ) × c<br />
Comutativa: Para todos a, b em Q:<br />
a × b = b × a<br />
Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado<br />
por todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é:<br />
q × 1 = q<br />
Elemento inverso: Para todo q=a/b em Q, q<br />
diferente de zero, existe q -1 =b/a em Q, tal que<br />
q × q -1 = 1<br />
Esta última propriedade pode ser escrita como:<br />
Divisão de números racionais: A divisão de dois<br />
números racionais p e q é a própria operação de<br />
multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é:<br />
p ÷ q = p × q -1<br />
Provavelmente você já deve ter sido questionado:<br />
Porque a divisão de uma fração da forma a/b por<br />
outra da forma c/d é realizada como o produto da<br />
primeira pelo inverso da segunda?<br />
A divisão de números racionais esclarece a questão:<br />
Na verdade, a divisão é um produto de um número<br />
racional pelo inverso do outro, assim esta operação<br />
é também desnecessária no conjunto dos números<br />
racionais.<br />
PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA (MISTA)<br />
Distributiva: Para todos a, b, c em Q:<br />
a × ( b + c ) = ( a × b ) + ( a × c )<br />
POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS<br />
RACIONAIS<br />
A potência q n do número racional q é um produto<br />
de n fatores iguais. O número q é denominado a<br />
base e o número n é o expoente.<br />
q n = q × q × q × q × ... × q, (q aparece n vezes)<br />
Exemplos:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
a) (2/5)³ = (2/5) (2/5) × (2/5) = 8/125<br />
b) (-1/2)³ = (-1/2) × (-1/2) × (-1/2) = -1/8<br />
c) (-5)² = (-5) × (-5) = 25<br />
d) (+5)² = (+5) × (+5) = 25<br />
Observação: Se o expoente é n=2, a potência q²<br />
pode ser lida como: q elevado ao quadrado e se o<br />
expoente é n=3, a potência q³ pode ser lida como: q<br />
elevado ao cubo. Isto é proveniente do fato que área<br />
do quadrado pode ser obtida por A=q² onde q é a<br />
medida do lado do quadrado e o volume do cubo<br />
pode ser obtido por V=q³ onde q é a medida da<br />
aresta do cubo.<br />
RAÍZES DE NÚMEROS RACIONAIS<br />
A raiz n-ésima (raiz de ordem n) de um número<br />
racional q é a operação que resulta em um outro<br />
número racional r que elevado à potência n fornece<br />
o número q. O número n é o índice da raiz enquanto<br />
que o número q é o radicando (que fica sob o<br />
estranho sinal de radical).<br />
Leia a observação seguinte para entender as razões<br />
pelas quais evito usar o símbolo de radical neste<br />
trabalho. Assim:<br />
r = R n [q] equivale a q = r n<br />
Por deficiência da linguagem HTML, que ainda não<br />
implementou sinais matemáticos, denotarei aqui a<br />
raiz n-ésima de q por R n [q]. Quando n=2,<br />
simplesmente indicarei a raiz quadrada (de ordem<br />
2) de um número racional q por R[q].<br />
A raiz quadrada (raiz de ordem 2) de um número<br />
racional q é a operação que resulta em um outro<br />
número racional r não negativo que elevado ao<br />
quadrado seja igual ao número q, isto é, r²=q.<br />
Não tem sentido R[-1] no conjunto dos números<br />
racionais.<br />
Exemplos:<br />
a) R³[125] = 5 pois 5³=125.<br />
b) R³[-125] = -5 pois (-5)³=-125.<br />
c) R[144] = 12 pois 12²=144.<br />
d) R[144] não é igual a -12 embora (-12)²=144.<br />
Observação: Não existe a raiz quadrada de um<br />
número racional negativo no conjunto dos números<br />
racionais. A existência de um número cujo<br />
quadrado seja igual a um número negativo só será<br />
estudada mais tarde no contexto dos Números<br />
Complexos.<br />
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais<br />
didáticos e até mesmo ocorre em algumas aulas o<br />
aparecimento de:<br />
R[9] = ±3<br />
mas isto está errado. O certo é:<br />
R[9] = +3<br />
27<br />
Não existe um número racional não negativo que<br />
multiplicado por ele mesmo resulte em um número<br />
negativo.<br />
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número racional<br />
q é a operação que resulta na obtenção de um um<br />
outro número racional que elevado ao cubo seja<br />
igual ao número q. Aqui não restringimos os nossos<br />
cálculos são válidos para números positivos,<br />
negativos ou o próprio zero.<br />
Exemplos:<br />
a) R³[8] = 2, pois 2³ = 8.<br />
b) R³[-8] = -2, pois (-2)³ = -8.<br />
c) R³[27] = 3, pois 3³ = 27.<br />
d) R³[-27]= -3, pois (-3)³ = -27.<br />
Observação: Obedecendo à regra dos sinais para a<br />
multiplicação de números racionais, concluímos<br />
que:<br />
1) Se o índice n da raiz for par, não existe raiz de<br />
número racional negativo.<br />
2) Se o índice n da raiz for ímpar, é possível<br />
extrair a raiz de qualquer número racional.<br />
MÉDIA ARITMÉTICA E MÉDIA<br />
PONDERADA<br />
Média aritmética: Seja uma coleção formada por n<br />
números racionais: x1, x2, x3, ..., xn. A média<br />
aritmética entre esses n números é a soma dos<br />
mesmos dividida por n, isto é:<br />
Exemplo: Se um grupo de 9 pessoas tem as idades:<br />
12, 54, 67, 15, 84, 24, 38, 25, 33<br />
então a idade média do grupo pode ser calculada<br />
pela média aritmética:<br />
o que significa que a idade média está próxima de<br />
39 anos.<br />
Média aritmética ponderada: Consideremos uma<br />
coleção formada por n números racionais: x1, x2, x3,<br />
..., xn, de forma que cada um esteja sujeito a um<br />
peso, respectivamente, indicado por: p1, p2, p3, ...,<br />
pn. A média aritmética ponderada desses n números<br />
é a soma dos produtos de cada um por seu peso,<br />
dividida por n, isto é:
Exemplo: Um grupo de 64 pessoas, que trabalha<br />
(com salário por dia), em uma empresa é formado<br />
por sub-grupos com as seguintes características:<br />
12 ganham R$ 50,00<br />
10 ganham R$ 60,00<br />
20 ganham R$ 25,00<br />
15 ganham R$ 90,00<br />
7 ganham R$ 120,00<br />
Para calcular a média salarial (por dia) de todo o<br />
grupo devemos usar a média aritmética ponderada:<br />
MÉDIAS GEOMÉTRICA E HARMÔNICA<br />
Média geométrica: Consideremos uma coleção<br />
formada por n números racionais não negativos: x1,<br />
x2, x3, ..., xn. A média geométrica entre esses n<br />
números é a raiz n-ésima do produto entre esses<br />
números, isto é:<br />
G = R n [x1 x2 x3 ... xn]<br />
Exemplo: A a média geométrica entre os números<br />
12, 64, 126 e 345, é dada por:<br />
G = R 4 [12 ×64×126×345] = 76,013<br />
Aplicação prática: Dentre todos os retângulos com<br />
a área igual a 64 cm², qual é o retângulo cujo<br />
perímetro é o menor possível, isto é, o mais<br />
econômico? A resposta a este tipo de questão é<br />
dada pela média geométrica entre as medidas do<br />
comprimento a e da largura b, uma vez que a.b=64.<br />
A média geométrica G entre a e b fornece a medida<br />
desejada.<br />
G = R[a × b] = R[64] = 8<br />
Resposta: É o retângulo cujo comprimento mede 8<br />
cm e é lógico que a altura também mede 8 cm, logo<br />
só pode ser um quadrado! O perímetro neste caso é<br />
p=32 cm. Em qualquer outra situação em que as<br />
medidas dos comprimentos forem diferentes das<br />
alturas, teremos perímetros maiores do que 32 cm.<br />
Interpretação gráfica: A média geométrica entre<br />
dois segmentos de reta pode ser obtida<br />
geometricamente de uma forma bastante simples.<br />
Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um<br />
segmento de reta que contenha a junção dos<br />
segmentos AB e BC, de forma que eles formem<br />
segmentos consecutivos sobre a mesma reta.<br />
28<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Dessa junção aparecerá um novo segmento AC.<br />
Obtenha o ponto médio O deste segmento e com<br />
um compasso centrado em O e raio OA, trace uma<br />
semi-circunferencia começando em A e terminando<br />
em C. O segmento vertical traçado para cima a<br />
partir de B encontrará o ponto D na semicircunferência.<br />
A medida do segmento BD<br />
corresponde à média geométrica das medidas dos<br />
segmentos AB e BC.<br />
Média harmônica: Seja uma coleção formada por<br />
n números racionais positivos: x1, x2, x3, ..., xn. A<br />
média harmônica H entre esses n números é a<br />
divisão de n pela soma dos inversos desses n<br />
números, isto é:<br />
Aplicações práticas: Para as pessoas interessados<br />
em muitas aplicações do conceito de harmônia,<br />
média harmônica e harmônico global, visite o nosso<br />
link Harmonia.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
ÁLGEBRA BÁSICA - POTENCIAÇÃO<br />
Para indicar que um número está elevado à uma<br />
potencia qualquer, colocamos esta potência<br />
como expoente. Veja o exemplo.<br />
5 elevado à potência 4<br />
5 4<br />
Quando dizemos que um número qualquer está<br />
"elevado à potencia 4", por exemplo, estamos<br />
dizendo que este número será multiplicado por ele<br />
mesmo 4 vezes. Vamos desenvolver o exemplo<br />
acima:<br />
Veja mais exemplos:<br />
5 4 = 5 · 5 · 5 · 5 = 625<br />
2 9 = 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 · 2 = 512<br />
3 3 = 3 · 3 · 3 = 27<br />
8 2 = 8 · 8 = 64<br />
Genericamente podemos representar uma potência:<br />
Onde chamamos "X" de base e "n" de "expoente"<br />
ou "potência".<br />
Com esta definição de potenciação, podemos<br />
efetuar algumas continhas utilizando estas<br />
potências. Por exemplo, podemos multiplicar 5 3 por<br />
5 9 . Veja na próxima página como fazer isso...<br />
Quando estivermos operando uma equação,<br />
diversas vezes encontraremos potências envolvidas<br />
no meio do cálculo.<br />
Existem algumas regras que nos ajudam a mexer<br />
com estas potências.<br />
Irei mostrar as propriedades uma a uma. Sempre<br />
ilustrando com um exemplo para tentar<br />
"demonstrar" de onde veio a regra.<br />
29<br />
MULTIPLICAÇÃO DE POTÊNCIAS<br />
DE MESMA BASE<br />
Esta é a primeira<br />
propriedade pois é a<br />
mais utilizada de<br />
todas.<br />
Por exemplo, se<br />
aparecer o número 5 4<br />
multiplicado por 5 3 ,<br />
Esta é a operação que<br />
queremos efetuar.<br />
Vamos abrir a potência<br />
Agora veja que esta<br />
multiplicação é igual à 5<br />
elevado à potência sete.<br />
Este 7 veio da soma dos<br />
4 fatores de 5 4 com os 3<br />
fatores de 5 3<br />
Daqui nós tiramos a<br />
regra para qualquer<br />
multiplicação de<br />
potências com mesma<br />
base.<br />
Conserva-se a base e<br />
soma-se o expoente.<br />
Genericamente temos:<br />
Esta é a regra. "X" pode<br />
ser qualquer número<br />
(real, imaginário...), que<br />
a regra continuará<br />
valendo.<br />
Conserva-se a base e<br />
soma-se os expoentes.<br />
É muito importante<br />
entendê-la, pois é muito<br />
utilizada.<br />
Note que a base deve ser<br />
a mesma nos fatores, e<br />
ela que aparecerá no<br />
produto.
DIVISÃO DE POTÊNCIAS<br />
DE MESMA BASE<br />
O mesmo raciocínio<br />
mostrado para a<br />
multiplicação, pode<br />
ser aplicado para a<br />
divisão.<br />
O exemplo será 12 6<br />
divididos por 12 2 :<br />
Esta é a divisão que<br />
queremos efetuar.<br />
Vamos novamente abrir<br />
a potência.<br />
Agora podemos cortar<br />
os termos semelhantes<br />
que estão acima e<br />
abaixo da fração.<br />
Portanto podemos<br />
cortar dois fatores 12 de<br />
cima com dois fatores<br />
12 de baixo.<br />
Ao cortar, estaremos<br />
retirando 2 unidades da<br />
potência de cima. Estas<br />
duas unidades são<br />
referentes ao expoente<br />
2 da potência de baixo.<br />
Veja que esta<br />
multiplicação é igual à<br />
12 4 , isto nos dá a regra<br />
para qualquer divisão<br />
de potências com<br />
mesma base.<br />
Conserva-se a base e<br />
subtrai-se os expoentes.<br />
Genericamente, temos:<br />
30<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Novamente, "X" pode<br />
ser qualquer número<br />
(real, imaginário...) que<br />
a regra ainda vale. Estas<br />
são as duas regras mais<br />
utilizadas.<br />
MULTIPLICAÇÃO DE POTÊNCIAS DE<br />
MESMO EXPOENTE<br />
Até agora vimos<br />
multiplicação e divisão<br />
com termos de mesma<br />
base. E quando não<br />
tiver mesma base??? O<br />
que podemos fazer?<br />
Só podemos efetuar<br />
uma operação quando<br />
tivermos mesma base<br />
ou mesmo expoente. O<br />
que vamos ver agora é<br />
justamente o segundo<br />
caso: expoentes iguais.<br />
O exemplo será<br />
6 5 multiplicados por 9 5 :<br />
Este é o exemplo.<br />
Agora vamos abrir as<br />
potências.<br />
Qualquer multiplicação<br />
tem a propriedade de<br />
comutatividade, ou<br />
seja, se invertermos a<br />
ordem de multiplicação<br />
o valor não se altera.<br />
Então vamos colocar<br />
esta multiplicação em<br />
outra ordem.<br />
Agora temos a<br />
multiplicação 6 · 9<br />
aparecendo 5 vezes.<br />
Então<br />
E esta propriedade<br />
podemos aplicar para<br />
qualquer número.<br />
Conserva-se o expoente<br />
e multiplica-se a base.<br />
Generalizando:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Os números "X" e "Y"<br />
podem ser quaisquer<br />
números do conjunto<br />
dos complexos.<br />
DIVISÃO DE POTÊNCIAS DE MESMO<br />
EXPOENTE<br />
O mesmo raciocínio<br />
mostrado para a<br />
multiplicação, pode<br />
ser aplicado para a<br />
divisão.<br />
O exemplo será 8 4<br />
divididos por 5 4 :<br />
Este é o exemplo que<br />
iremos usar. Vamos<br />
abrir as potências.<br />
Como temos<br />
multiplicação em cima<br />
e em baixo da fração,<br />
podemos separar em 4<br />
frações multiplicadas<br />
uma pela outra.<br />
E isto é a fração<br />
elevado na potência 4.<br />
E esta propriedade pode<br />
se aplicar para<br />
quaisquer números do<br />
conjunto dos<br />
complexos.<br />
Generalizando,<br />
Os números "X" e "Y"<br />
podem ser quaisquer<br />
números do conjunto<br />
dos números<br />
complexos.<br />
Conserva-se o expoente<br />
e divide-se as bases.<br />
31<br />
POTÊNCIA DE POTÊNCIA<br />
Já vimos as principais<br />
propriedades de operações.<br />
Agora vamos ver quando<br />
tivermos uma potência de<br />
um número que já tem uma<br />
potência. Veja o exemplo:<br />
(4 2 ) 3<br />
O que devemos fazer?<br />
Vamos desenvolver este<br />
exemplo:<br />
Vamos abrir a potência<br />
de dentro do parênteses<br />
Agora a potência fora<br />
do parênteses diz que<br />
devemos multiplicar o<br />
que tem dentro do<br />
parênteses três vezes,<br />
E isso nos dá a potência<br />
4 6 . E agora tiramos<br />
outra regra para<br />
potências.<br />
Generalizando, ficamos<br />
com:<br />
Onde "a" e "b" podem<br />
ser quaisquer números<br />
do conjunto dos<br />
complexos.<br />
Potência de potência,<br />
multiplica-se os<br />
expoentes.
ATENÇÃO<br />
32<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Quando tivermos um número negativo elevado numa potência, devemos tomar a seguinte<br />
precaução, veja os exemplo:<br />
(-5) 2 = (-5) · (-5) = +25<br />
(-2) 4 = (-2) · (-2) · (-2) · (-2) = +16<br />
Note, então, que quando temos um número negativo elevado em qualquer expoente PAR este se<br />
comporta como se fosse positivo, pois na multiplicação "menos com menos dá mais":<br />
E se tivermos um expoente ímpar?<br />
(-5) 2 = 52 = 25<br />
(-2) 4 = 24 = 16<br />
Se "k" for PAR (-X) k = X k<br />
(-5) 3 = (-5) · (-5) · (-5) Se pegarmos os dois primeiro números multiplicados, temos (-5) 2 =<br />
+ 25, substituindo ao lado:<br />
(-5) 3 = 25·(-5)=-125 Sempre que tivermos um número negativo elevado em qualquer<br />
expoente ÍMPAR, o sinal negativo permanece na resposta<br />
PEGA-RATÃO<br />
(-5) 2 é totalmente diferente de -5 2 . No primeiro caso o sinal de menos também está<br />
elevado ao quadrado, então a resposta é +25. Já no segundo caso, o menos não está<br />
elevado ao quadrado, somente o 5, portanto a resposta é -25.<br />
Para representar números muito grandes ou até<br />
mesmo efetuar cálculos com eles, é utilizado<br />
potências com algumas bases fixas. Uma das bases<br />
mais utilizadas é a base DEZ.<br />
ÁLGEBRA BÁSICA – POTÊNCIA<br />
DE BASE DEZ<br />
Como foi dito no início, podemos ter qualquer tipo<br />
de base para uma potência. Em certos casos é muito<br />
utilizado a escrita na forma de "BASE DEZ". Que é<br />
o que iremos estudar neste tópico.<br />
Vamos começar mostrando uma propriedade<br />
SUPER básica de uma multiplicação de um número<br />
qualquer por 10.<br />
5 x 10 = 50<br />
52 x 10 = 520<br />
458 x 10 = 4580<br />
30 x 10 = 300<br />
Note que sempre que multiplicamos qualquer<br />
número inteiro por 10, acrescentamos um zero à<br />
direita deste número e obtemos o resultado, não<br />
interessa por quais e por quantos algarismos é<br />
formado este número.<br />
Vamos pegar o número 256 e multiplicá-lo por 10<br />
três vezes:<br />
256 x 10 = 2560<br />
2560 x 10 = 25600<br />
25600 x 10 = 256000<br />
Ao multiplicar por 10 três vezes, acrescentamos três<br />
zeros à direita do número.<br />
Veja que o número 256000 pode ser escrito como<br />
256 x 10 x 10 x 10. Ou seja:<br />
256000 = 256 x 10 x 10 x 10<br />
Aplicando potênciação na multiplicação do 10,<br />
temos:<br />
256000 = 256 x 103<br />
Bom, este exemplo não foi muito satisfatório, pois<br />
escrever 256000 ou 256 x 103 acaba dando o<br />
mesmo trabalho. Mas veja agora o número abaixo:<br />
12450000000000000000000000000000<br />
Para representá-lo em uma forma mais compacta,<br />
utilizaremos a potência de base DEZ:<br />
12450000000000000000000000000000 = 1245 x 1028
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Note que para este tipo de número, o expoente da<br />
base 10 será igual ao número de zeros à direita que<br />
existem no número a ser representado.<br />
Potências de base DEZ também são utilizadas para<br />
"movimentar a vírgula" de um número decimal.<br />
Vamos ver agora uma outra propriedade básica de<br />
DIVISÃO por 10.<br />
5 ÷ 10 = 0,5<br />
52 ÷ 10 = 5,2<br />
458 ÷ 10 = 45,8<br />
30 ÷ 10 = 3,0<br />
Note que ao dividir por 10, o resultado será<br />
composto pelos algarismos do dividendo (número a<br />
ser dividido), sendo que este resulta<br />
do terá um destes algarismos DEPOIS da vírgula.<br />
Número sem virgular<br />
254 ÷ 10 = 25,4<br />
Resultado tem os mesmos algarismos, com UM<br />
algarismo APÓS a vírgula.<br />
Agora, se pegarmos este resultado e dividirmos<br />
novamente por 10. O que irá acontecer? Veja o<br />
quadro abaixo:<br />
Número a ser dividido<br />
25,4 ÷ 10 = 2,54<br />
Resultado tem os mesmos algarismos, só que<br />
agora com DOIS algarismos APÓS a vírgula.<br />
Note que cada vez que dividimos por 10, a vírgula<br />
"se movimenta" uma casa para esquerda. Vamos<br />
dividir novamente para confirmar.<br />
Número a ser dividido<br />
2,54 ÷ 10 = 0,254<br />
Resultado tem os mesmos algarismos, agora com<br />
TRÊS algarismos APÓS a vírgula. Como o<br />
número só tinha três algarismos, colocamos um<br />
zero à esquerda, para não ficar ,254<br />
Portanto, podemos dizer que 0,254 é igual a 254<br />
dividido por 10 três vezes, ou seja:<br />
Aqui devemos ver que, dividir um número por 10 é<br />
a mesma coisa que multiplicar pela fração .<br />
Aplicando esta propriedade:<br />
Agora, aplicando as propriedades de potênciação:<br />
33<br />
Esta notação (forma de apresentar o valor) é<br />
também chamada de notação científica. Para<br />
números extremamenta pequenos ou absurdamente<br />
grandes é muito utilizada.<br />
Continuando no exemplo acima. Se multiplicarmos<br />
por 10, iremos desfazer a "movimentação" para<br />
esquerda, ou seja, a vírgula irá "se movimentar"<br />
para direita.<br />
0,254 x 10 = 2,54<br />
Então, se multiplicarmos por 10 três vezes,<br />
voltaremos para 254:<br />
RESUMÃO<br />
0,254 x 10 x 10 x 10 = 254<br />
0,254 x 103 = 254<br />
Quando temos um número multiplicado por uma<br />
potência de base 10 positiva, indica que iremos<br />
"aumentar" o número de zeros à direita ou<br />
"movimentar" para direita a vírgula tantas casas<br />
quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns<br />
exemplos:<br />
54 x 105 = 5400000<br />
Acrescentamos 5 zeros à direita do 54<br />
2050 x 102 = 205000<br />
Acrescentamos 2 zeros à direita do 2050<br />
0,00021 x 104 = 2,1<br />
"Movimentamos" a vírgula 4 casas para direita<br />
0,000032 x 103 = 0,032<br />
"Movimentamos" a vírgula 3 casas para direita<br />
54 x 10 – 5 = 0,00054<br />
"Movimentamos" a vírgula 5 casas para esquerda<br />
2050 x 10-2 = 20,5<br />
"Movimentamos" a vírgula 2 casas para esquerda.<br />
Lembrando que 20,5 = 20,50<br />
0,00021 x 10 – 4 = 0,000000021<br />
"Movimentamos" a vírgula 4 casas para esquerda<br />
0,000032 x 10-3 = 0,000000032<br />
"Movimentamos" a vírgula 3 casas para esquerda<br />
32500000 x 10-4 = 3250<br />
"Diminuimos" 4 zeros que estavam à direita
Quando temos um número multiplicado por uma<br />
potência de base 10 negativa, indica que iremos<br />
"diminuir" o número de zeros à direita ou<br />
"movimentar" a vírgula para esquerda tantas casas<br />
quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns<br />
exemplos:<br />
Agora vamos mostrar um exemplo de uso desta<br />
matéria:<br />
– Calcule o valor de :<br />
– Primeiro de tudo vamos colocar todos números<br />
em notação científica (potências de base DEZ):<br />
ELEMENTOS HISTÓRICOS<br />
SOBRE FRAÇÕES<br />
FRAÇÕES<br />
Histórico sobre frações<br />
Frações<br />
Construindo frações<br />
Definição de fração<br />
Leitura de frações<br />
Tipos de frações<br />
Há 3000 antes de Cristo, os geômetras dos faraós<br />
do Egito realizavam marcação das terras que<br />
ficavam às margens do rio Nilo, para a sua<br />
população. Mas, no período de junho a setembro, o<br />
rio inundava essas terras levando parte de suas<br />
marcações. Logo os proprietários das terras tinham<br />
que marcá-las novamente e para isso, eles<br />
utilizavam uma marcação com cordas, que seria<br />
uma espécie de medida, denominada estiradores de<br />
cordas.<br />
As pessoas utilizavam as cordas, esticando-as e<br />
assim verificavam quantas vezes aquela unidade de<br />
medida estava contida nos lados do terreno, mas<br />
raramente a medida dava correta no terreno, isto é,<br />
não cabia um número inteiro de vezes nos lados do<br />
terreno; sendo assim eles sentiram a necessidade de<br />
criar um novo tipo de número - o número<br />
fracionário, onde eles utilizavam as frações.<br />
Introdução ao conceito de fração<br />
Às vezes, ao tentar partir algo em pedaços, como<br />
por exemplo, uma pizza, nós a cortamos em partes<br />
que não são do mesmo tamanho.<br />
34<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
– Vamos organizar os termos, para facilitar o<br />
cálculo:<br />
– Agora ficou fácil. É só calcular o lado direito da<br />
multiplicação e aplicar as propriedades de<br />
potênciação no lado esquerdo para calcular.<br />
Fazendo isso, temos:<br />
1024 x 10-1 = 102,4<br />
Propriedades fundamentais<br />
Fração=classe de equivalência<br />
Número misto<br />
Simplificação de frações<br />
Comparação de frações<br />
Divisão de frações<br />
Logo isso daria uma grande confusão, pois quem<br />
ficaria com a parte maior? Ou quem ficaria com a<br />
parte menor? É lógico que alguém sairia no<br />
prejuízo.<br />
Pensemos neste exemplo: Dois irmãos foram juntos<br />
comprar chocolate. Eles compraram duas barras de<br />
chocolate iguais, uma para cada um. Iam começar a<br />
comer quando chegou uma de suas melhores<br />
amigas e vieram as perguntas: Quem daria um<br />
pedaço para a amiga? Qual deveria ser o tamanho<br />
do pedaço? Eles discutiram e chegaram à seguinte<br />
conclusão:<br />
Para que nenhum dos dois comesse menos, cada um<br />
daria metade do chocolate para a amiga.<br />
Você concorda com esta divisão? Por quê?<br />
Como você poderia resolver esta situação para<br />
que todos comessem partes iguais?<br />
O que você acha desta frase: Quem parte e<br />
reparte e não fica com a melhor parte, ou é<br />
bobo ou não tem arte.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
ELEMENTOS GERAIS PARA A<br />
CONSTRUÇÃO DE FRAÇÕES<br />
Para representar os elementos que não são tomados<br />
como partes inteiras de alguma coisa, utilizamos o<br />
objeto matemático denominado fração.<br />
O conjunto dos números naturais, algumas vezes<br />
inclui o zero e outras vezes não, tendo em vista que<br />
zero foi um número criado para dar significado nulo<br />
a algo. Nesse momento o conjunto N será<br />
representado por:<br />
N = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ... }<br />
Logo, todos os números naturais representam partes<br />
inteiras.<br />
Os números que não representam partes inteiras,<br />
mas que são partes de inteiros, constituem os<br />
números racionais não-negativos, aqui<br />
representados por Q+, onde esta letra Q significa<br />
quociente ou divisão de dois números inteiros<br />
naturais.<br />
Q+ = { 0,..., 1/4,..., 1/2,..., 1,...,2,... }<br />
Numeral: Relativo a número ou indicativo de<br />
número.<br />
Número: Palavra ou símbolo que expressa<br />
quantidade.<br />
DEFINIÇÃO DE FRAÇÃO<br />
Os numerais que representam números racionais<br />
não-negativos são chamados frações e os números<br />
inteiros utilizados na fração são chamados<br />
numerador e denominador, separados por uma linha<br />
horizontal ou traço de fração.<br />
onde Numerador indica quantas partes são tomadas<br />
do inteiro, isto é, o número inteiro que é escrito<br />
sobre o traço de fração e Denominador indica em<br />
quantas partes dividimos o inteiro, sendo que este<br />
número inteiro deve necessariamente ser diferente<br />
de zero.<br />
Observação: A linguagem HTML (para construir<br />
páginas da Web) não proporciona ainda um método<br />
simples para a implementar a barra de fração, razão<br />
pela qual, às vezes usaremos a barra / ou mesmo o<br />
sinal ÷, para entender a divisão de dois números.<br />
Exemplo: Consideremos a fração 1/4, que pode ser<br />
escrita como:<br />
35<br />
Em linguagem matemática, as fracões podem ser<br />
escritas tanto como no exemplo acima ou mesmo<br />
como 1/4, considerada mais comum.<br />
1/4 1/4<br />
1/4 1/4<br />
A unidade foi dividida em quatro partes iguais. A<br />
fração pode ser visualizada através da figura<br />
anexada, sendo que foi sombreada uma dessas<br />
partes.<br />
LEITURA DE FRAÇÕES<br />
(a) O numerador é 1 e o denominador é um<br />
inteiro 1
(c) O numerador é 1 e o denominador é um<br />
múltiplo de 10<br />
Se o denominador for múltiplo de 10, lemos:<br />
Fração Leitura Leitura Comum<br />
1/10 um dez avos um décimo<br />
1/20 um vinte avos um vigésimo<br />
1/30 um trinta avos um trigésimo<br />
1/40 um quarenta avos um quadragésimo<br />
1/50 um cinqüenta avos um qüinquagésimo<br />
1/60 um sessenta avos um sexagésimo<br />
1/70 um setenta avos um septuagésimo<br />
1/80 um oitenta avos um octogésimo<br />
1/90 um noventa avos um nonagésimo<br />
1/100 um cem avos um centésimo<br />
1/1000 um mil avos um milésimo<br />
1/10000 um dez mil avos um décimo milésimo<br />
1/100000 um cem mil avos um centésimo milésimo<br />
1/1000000 um milhão avos um milionésimo<br />
Observação: A fração 1/3597 pode ser lida como:<br />
um, três mil quinhentos e noventa e sete avos.<br />
TIPOS DE FRAÇÕES<br />
A representação gráfica mostra a fração 3/4 que é<br />
uma fração cujo numerador é um número natural<br />
menor do que o denominador.<br />
1/4 1/4<br />
1/4 1/4<br />
A fração cujo numerador é menor que o<br />
denominador, isto é, a parte é tomada dentro do<br />
inteiro, é chamada fração própria. A fração cujo<br />
numerador é maior do que o denominador, isto é,<br />
representa mais do que um inteiro dividido em<br />
partes iguais é chamada fração imprópria.<br />
3/3 2/3 5/3 = 1 + 2/3<br />
36<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
1/3<br />
1/3<br />
1/3<br />
1/3 + 1/3 = 1 1/3<br />
1/3 1/3 1/3<br />
Fração aparente: é aquela cujo numerador é um<br />
múltiplo do denominador e aparenta ser uma fração<br />
mas não é, pois representa um número inteiro.<br />
Como um caso particular, o zero é múltiplo de todo<br />
número inteiro, assim as frações 0/3, 0/8, 0/15 são<br />
aparentes, pois representam o número inteiro zero.<br />
Frações Equivalentes: São as que representam a<br />
mesma parte do inteiro. Se multiplicarmos os<br />
termos (numerador e denominador) de uma fração<br />
sucessivamente pelos números naturais, teremos um<br />
conjunto infinito de frações que constitui um<br />
conjunto que é conhecido como a classe de<br />
equivalência da fração dada.<br />
1/<br />
2<br />
1/<br />
2<br />
1/<br />
2<br />
1/<br />
4<br />
1/<br />
4<br />
2/4 3/6 4/8<br />
1/<br />
4<br />
1/<br />
4<br />
1/<br />
6<br />
1/<br />
6<br />
1/<br />
6<br />
1/<br />
6<br />
1/<br />
6<br />
1/<br />
6<br />
1/<br />
8<br />
1/<br />
8<br />
1/<br />
8<br />
PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS<br />
(1) Se multiplicarmos os termos (numerador e<br />
denominador) de uma fração por um mesmo<br />
número natural, obteremos uma fração<br />
equivalente à fração dada:<br />
(2) Se é possível dividir os termos (numerador e<br />
denominador) de uma fração por um mesmo<br />
número natural, obteremos uma fração<br />
equivalente à fração dada:<br />
A FRAÇÃO COMO UMA CLASSE DE<br />
EQUIVALÊNCIA<br />
A classe de equivalência de uma fração é o<br />
conjunto de todas as frações equivalentes à fração<br />
dada. Ao invés de trabalhar com todos os elementos<br />
deste conjunto infinito, simplesmente poderemos<br />
tomar a fração mais simples deste conjunto que será<br />
a representante desta classe. Esta fração será<br />
denominada um número racional. Aplicando a<br />
1/<br />
8<br />
1/<br />
8<br />
1/<br />
8<br />
1/<br />
8
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
propriedade fundamental, podemos escrever o<br />
conjunto das frações equivalentes a 1/3, como:<br />
C(1/3) = { 1/3, 2/6, 3/9, 4/12, 5/15, 6/18, ... }<br />
NÚMERO MISTO<br />
Quando o numerador de uma fração é maior que o<br />
denominador, podemos realizar uma operação de<br />
decomposição desta fração em uma parte inteira e<br />
uma parte fracionária e o resultado é denominado<br />
número misto.<br />
Transformação de uma fração imprópria em um<br />
número misto<br />
Transformação de um número misto em uma<br />
fração imprópria<br />
SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES<br />
Simplificar frações é o mesmo que escrevê-la em<br />
uma forma mais simples, para que a mesma se torne<br />
mais fácil de ser manipulada.<br />
O objetivo de simplificar uma fração é torná-la uma<br />
fração irredutível, isto é, uma fração para a qual o<br />
Máximo Divisor Comum entre o Numerador e o<br />
Denominador seja 1, ou seja, o Numerador e o<br />
Denominador devem ser primos entre si. Essa<br />
simplificação pode ser feita através dos processos<br />
de divisão sucessiva e pela fatoração.<br />
A divisão sucessiva corresponde a dividir os dois<br />
termos da fração por um mesmo número (fator<br />
comum ) até que ela se torne irredutível.<br />
Respectivamente, dividimos os termos das frações<br />
por 2, 2 e 3.<br />
Observação: Outra maneira de divisão das frações<br />
é obter o Máximo Divisor Comum entre o<br />
Numerador e o Denominador e simplificar a fração<br />
diretamente por esse valor.<br />
Exemplo: Simplificaremos a fração 54/72, usando<br />
o Máximo Divisor Comum. Como<br />
MDC(54,72)=18, então 54:18=3 e 72:18=4, logo:<br />
37<br />
COMPARAÇÃO DE DUAS FRAÇÕES<br />
(1) Por redução ao mesmo denominador<br />
Se duas frações possuem denominadores<br />
iguais, a maior fração é a que possui maior<br />
numerador. Por exemplo:<br />
(2) Tanto os numeradores como os<br />
denominadores das duas frações são<br />
diferentes<br />
Devemos reduzir ambas as frações a um<br />
denominador comum e o processo depende do<br />
cálculo do Mínimo Múltiplo Comum entre os<br />
dois denominadores e este será o denominador<br />
comum às duas frações. Na seqüência, dividese<br />
o denominador comum pelo denominador de<br />
cada fração e multiplica-se o resultado obtido<br />
pelo respectivo numerador.<br />
Exemplo: Vamos comparar as frações 2/3 e<br />
3/5. Como os denominadores são 3 e 5, temos<br />
que MMC(3,5)=15. Reduzindo ambas as<br />
frações ao mesmo denominador comum 15,<br />
aplica-se a regra de dividir o denominador<br />
comum pelo denominador de cada fração e na<br />
seqüência multiplica-se esse respectivo número<br />
pelo numerador.<br />
Multiplicando os termos da primeira fração por<br />
5 e multiplicando os termos da segunda fração<br />
por 3, obteremos:<br />
Temos então os mesmos denominadores, logo:<br />
e podemos garantir que<br />
(3) As frações possuem um mesmo numerador<br />
Se os numeradores de duas frações forem<br />
iguais, será maior a fração cujo denominador<br />
for menor.<br />
Exemplo: Uma representação gráfica para a<br />
desigualdade
pode ser dada geometricamente por:<br />
3/4=6/8<br />
1/8 1/8 1/8 1/8<br />
1/8 1/8 1/8 1/8<br />
3/8<br />
1/8 1/8 1/8 1/8<br />
1/8 1/8 1/8 1/8<br />
Observe que a área amarelada é maior na<br />
primeira figura.<br />
DIVISÃO DE FRAÇÕES<br />
Consideremos inicialmente uma divisão D de duas<br />
frações, denotada por:<br />
Um modo fácil para explicar esta divisão é tomar as<br />
duas frações com o mesmo denominador e realizar<br />
a divisão do primeiro numerador pelo segundo<br />
numerador, isto é:<br />
pois 1/2 é equivalente a 3/6 e 2/3 é equivalente a<br />
4/6. O desenho abaixo mostra as frações 1/2 e 2/3,<br />
através de suas respectivas frações equivalentes: 3/6<br />
e 4/6.<br />
3/6<br />
1/6 1/6 1/6<br />
1/6 1/6 1/6<br />
4/6<br />
1/6 1/6 1/6<br />
1/6 1/6 1/6<br />
Realizar a divisão entre dois números fracionários<br />
ou não A e B, é o mesmo que procurar saber<br />
quantas partes de B estão ocupadas por A. Quantas<br />
partes da fração 4/6 estão ocupadas pela fração 3/6?<br />
38<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
No desenho, os numeradores das frações estão em<br />
cor amarela. Como temos 3 partes em amarelo na<br />
primeira fração e 4 partes em amarelo na segunda<br />
fração, a divisão corresponde à fração 3/4, ou seja,<br />
em cada 4 partes amarelas, 3 estão ocupadas.<br />
Este argumento justifica a divisão de duas frações<br />
pela multiplicação da primeira fração pelo inverso<br />
da segunda fração e observamos que de fato isto<br />
funciona neste caso:<br />
Na verdade, há um tratamento mais geral que o<br />
deste caso particular. A divisão de um número real<br />
a/b pelo número real c/d é, por definição, a<br />
multiplicação do número a/b pelo inverso de c/d.<br />
Acontece que o inverso de c/d é a fração d/c, assim:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
É o quociente de dois polinômios indicado<br />
na forma fracionária.<br />
SIMPLIFICAÇÃO<br />
Simplificar uma fração algébrica é obter uma fração<br />
mais simples, que seja equivalente à fração dada.<br />
Para simplificar uma fração algébrica é necessário<br />
fatorar o numerador e o denominador.<br />
Quando o numerador e o denominador da fração<br />
apresentam um fator comum, podemos cancelar<br />
este fator, ao fazer isto estamos simplificando a<br />
fração.<br />
Exemplos :<br />
a)<br />
b)<br />
x<br />
2<br />
2 2<br />
x y<br />
2xy<br />
y<br />
2<br />
( x y)(<br />
x y)<br />
<br />
2<br />
( x y)<br />
( x y)(<br />
x<br />
y)<br />
( x y)<br />
<br />
<br />
<br />
( x y)(<br />
x<br />
y<br />
) ( x y)<br />
x 4x<br />
x(<br />
x 4)<br />
x<br />
2x<br />
8 2(<br />
x 4)<br />
2<br />
2<br />
<br />
<br />
<br />
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO<br />
Para efetuar uma adição ou subtração de frações<br />
algébricas procedemos assim :<br />
1º) reduzimos as frações ao mesmo denominador<br />
(mmc dos denominadores);<br />
2º) conservamos o denominador comum e<br />
adicionamos ou subtraímos os numeradores;<br />
3º) simplificamos os resultados, quando possível.<br />
Exemplos :<br />
a)<br />
1 2 3<br />
2<br />
2x<br />
3x<br />
x<br />
mmc (2x, 3x 2 ,x) = 6x 2<br />
3x<br />
6x<br />
4<br />
6x<br />
18x<br />
<br />
6x<br />
2 2 2<br />
4 15x<br />
2<br />
6x<br />
2x<br />
x 5 x 2<br />
b) <br />
2<br />
x 1 x 1<br />
x 1<br />
2x<br />
x 5 x 2<br />
<br />
<br />
x 1 ( x 1)(<br />
x 1)<br />
x 1<br />
mmc = (x + 1) (x – 1)<br />
2x(<br />
x 1)<br />
x 5 ( x 2)(<br />
x 1)<br />
<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
FRAÇÕES ALGÉBRICAS<br />
39<br />
2<br />
2<br />
2x<br />
2x<br />
x 5 ( x x 2x<br />
2)<br />
<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
2x<br />
2<br />
2<br />
2x<br />
x 5 x x 2x<br />
2<br />
<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
2<br />
x 4x<br />
3<br />
<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
MULTIPLICAÇÃO<br />
( x 1<br />
)( x 3)<br />
( x 1)(<br />
x<br />
1<br />
)<br />
=<br />
x 3<br />
x 1<br />
Para multiplicar frações algébricas, procedemos<br />
assim :<br />
1º) Fatoramos os numeradores e os denominadores;<br />
2º) Fazemos as simplificações possíveis;<br />
3º) Multiplicamos os numeradores entre si e os<br />
denominadores entre si.<br />
Exemplos:<br />
2<br />
x 1<br />
x 2<br />
a)<br />
( x 1)(<br />
x<br />
<br />
1<br />
) ( x<br />
2<br />
) x 1<br />
=<br />
2<br />
x 4 x 1<br />
( x<br />
2<br />
)( x 2)<br />
( x<br />
1<br />
) x 2<br />
2<br />
a b x 4<br />
b)<br />
( a<br />
<br />
b<br />
) ( x 2)(<br />
x<br />
2<br />
)<br />
<br />
=<br />
2 2<br />
2x 4 a b 2(<br />
x<br />
2<br />
) ( a b)(<br />
a<br />
b<br />
)<br />
x 2<br />
2(<br />
a b)<br />
DIVISÃO<br />
=<br />
x 2<br />
2a<br />
2b<br />
Para dividir frações algébricas, multiplicamos a<br />
primeira pelo inverso da segunda.<br />
Exemplos:<br />
a)<br />
a<br />
2<br />
2<br />
ab a b<br />
<br />
b ab<br />
2<br />
<br />
a(<br />
a b<br />
) ab<br />
<br />
b<br />
( a b)(<br />
a b<br />
)<br />
2<br />
x 2x 1<br />
2 x<br />
b) ( x 1)<br />
<br />
2<br />
x 2x<br />
1<br />
x<br />
2<br />
( x 1)<br />
1<br />
<br />
=<br />
2<br />
( x 1)<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
= x<br />
1<br />
3 2<br />
x 3x<br />
3x<br />
1<br />
2<br />
a ab ab<br />
2 2<br />
b a b<br />
=<br />
=<br />
2<br />
2<br />
2<br />
a<br />
a b<br />
2x<br />
1<br />
1<br />
2<br />
2x<br />
1<br />
x 1<br />
=<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
1<br />
<br />
( x 1)(<br />
x 1)<br />
( x 1)(<br />
x 1)
40<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
POLINÔMIOS E EQUAÇÕES ALGÉBRICAS<br />
A FUNÇÃO POLINOMIAL<br />
A função polinomial<br />
Grau de um polinômio<br />
Igualdade de polinômios<br />
Soma de polinômios<br />
Produto de polinômios<br />
Espaço vetorial de polinômios<br />
Sobre o grau de um polinômio<br />
Um polinômio (função polinomial) com<br />
coeficientes reais na variável x é uma função<br />
matemática f:R →R definida por:<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />
onde ao, a1, a2, ..., an são números reais,<br />
denominados coeficientes do polinômio. O<br />
coeficiente ao é o termo constante.<br />
Se os coeficientes são números inteiros, o<br />
polinômio é denominado polinômio inteiro em x.<br />
Uma das funções polinomiais mais importantes é<br />
f:R→R definida por:<br />
f(x) = a x² + b x + c<br />
O gráfico desta função é a curva plana denominada<br />
parábola, que tem algumas características utilizadas<br />
em estudos de Cinemática, radares, antenas<br />
parabólicas e faróis de carros. Ver o link A função<br />
quadrática nesta mesma página para entender a<br />
importância da função polinomial quadrática.<br />
O valor numérico de um polinômio p=p(x) em x=a<br />
é obtido pela substituição de x pelo número a, para<br />
obter p(a).<br />
Exemplo: O valor numérico de p(x)=2x²+7x-12<br />
para x=3 é dado por:<br />
p(3) = 2×(3)²+7×3-12 = 2×9+21-12 = 18+9 = 27<br />
GRAU DE UM POLINÔMIO<br />
Em um polinômio, o termo de mais alto grau que<br />
possui um coeficiente não nulo é chamado termo<br />
dominante e o coeficiente deste termo é o<br />
coeficiente do termo dominante. O grau de um<br />
polinômio p=p(x) não nulo, é o expoente de seu<br />
termo dominante, que aqui será denotado por gr(p).<br />
Acerca do grau de um polinômio, existem várias<br />
observações importantes:<br />
1. Um polinômio nulo não tem grau uma vez que<br />
não possui termo dominante. Em estudos mais<br />
Algoritmo da divisão polinomial<br />
Zeros de um polinômio<br />
Eq. algébricas e Transcendentes<br />
Métodos de resolução algébrica<br />
Teorema Fundamental da Álgebra<br />
Algumas identidades polinomiais<br />
Algumas desigualdades polinomiais<br />
avançados, define-se o grau de um polinômio<br />
nulo mas não o faremos aqui.<br />
2. Se o coeficiente do termo dominante de um<br />
polinômio for igual a 1, o polinômio será<br />
chamado mônico.<br />
3. Um polinômio pode ser ordenado segundo as<br />
suas potências em ordem crescente ou<br />
decrescente.<br />
4. Quando existir um ou mais coeficientes nulos,<br />
o polinômio será dito incompleto.<br />
5. Se o grau de um polinômio incompleto for n, o<br />
número de termos deste polinômio será menor<br />
do que n+1.<br />
6. Um polinômio será completo quando possuir<br />
todas as potências consecutivas desde o grau<br />
mais alto até o termo constante.<br />
7. Se o grau de um polinômio completo for n, o<br />
número de termos deste polinômio será<br />
exatamente n+1.<br />
É comum usar apenas uma letra p para representar a<br />
função polinomial p=p(x) e P[x] o conjunto de<br />
todos os polinômios reais em x.<br />
IGUALDADE DE POLINÔMIOS<br />
Os polinomios p e q em P[x], definidos por:<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />
q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +...+ bnx n<br />
são iguais se, e somente se, para todo<br />
k=0,1,2,3,...,n:<br />
ak=bk<br />
Teorema: Uma condição necessária e suficiente<br />
para que um polinômio inteiro seja identicamente<br />
nulo é que todos os seus coeficientes sejam nulos.<br />
Assim, um polinômio:<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />
será nulo se, e somente se, para todo k=0,1,2,3,...,n:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
ak= 0<br />
O polinômio nulo é denotado por po=0 em P[x].<br />
O polinômio unidade (identidade para o produto)<br />
p1=1 em P[x], é o polinômio:<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ + ...+ anx n<br />
tal que ao=1 e ak=0, para todo k=1,2,3,...,n.<br />
SOMA DE POLINÔMIOS<br />
Consideremos p e q polinômios em P[x], definidos<br />
por:<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +... + anx n<br />
q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +... + bnx n<br />
Definimos a soma de p e q, por:<br />
(p+q)(x) = (a o+b o)+(a 1+b 1)x+(a 2+b 2)x²+...+(a n+b n)x n<br />
A estrutura matemática (P[x],+) formada pelo<br />
conjunto de todos os polinômios com a soma<br />
definida acima, possui algumas propriedades:<br />
Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x],<br />
tem-se que:<br />
(p + q) + r = p + (q + r)<br />
Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x],<br />
tem-se que:<br />
p + q = q + p<br />
Elemento neutro: Existe um polinômio po(x)=0 tal<br />
que<br />
po + p = p<br />
qualquer que seja p em P[x].<br />
Elemento oposto: Para cada p em P[x], existe<br />
outro polinômio q=-p em P[x] tal que<br />
p + q = 0<br />
Com estas propriedades, a estrutura (P[x],+) é<br />
denominada um grupo comutativo.<br />
PRODUTO DE POLINÔMIOS<br />
Sejam p, q em P[x], dados por:<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />
q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +...+ bnx n<br />
Definimos o produto de p e q, como um outro<br />
polinômio r em P[x]:<br />
r(x) = p(x)·q(x) = co + c1x + c2x² + c3x³ +...+ cnx n<br />
tal que:<br />
c k = a ob k + a 1b k-1 + a 2 b k-2 + a 3b k-3 +...+ a k-1 b 1 + a kb o<br />
para cada ck (k=1,2,3,...,m+n). Observamos que<br />
para cada termo da soma que gera ck, a soma do<br />
41<br />
índice de a com o índice de b sempre fornece o<br />
mesmo resultado k.<br />
A estrutura matemática (P[x],·) formada pelo<br />
conjunto de todos os polinômios com o produto<br />
definido acima, possui várias propriedades:<br />
Associativa: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x],<br />
tem-se que:<br />
(p · q) · r = p · (q · r)<br />
Comutativa: Quaisquer que sejam p, q em P[x],<br />
tem-se que:<br />
p · q = q · p<br />
Elemento nulo: Existe um polinômio po(x)=0 tal<br />
que<br />
po · p = po<br />
qualquer que seja p em P[x].<br />
Elemento Identidade: Existe um polinômio<br />
p1(x)=1 tal que<br />
p1 · p = p<br />
qualquer que seja p em P[x]. A unidade polinomial<br />
é simplesmente denotada por p1=1.<br />
Existe uma propriedade mista ligando a soma e o<br />
produto de polinômios<br />
Distributiva: Quaisquer que sejam p, q, r em P[x],<br />
tem-se que:<br />
p · (q + r) = p · q + p · r<br />
Com as propriedades relacionadas com a soma e o<br />
produto, a estrutura matemática (P[x],+,·) é<br />
denominada anel comutativo com identidade.<br />
ESPAÇO VETORIAL DOS<br />
POLINÔMIOS REAIS<br />
Embora uma sequência não seja um conjunto mas<br />
sim uma função cujo domínio é o conjunto dos<br />
números naturais, usaremos neste momento uma<br />
notação para sequência no formato de um conjunto.<br />
O conjunto P[x] de todos os polinômios pode ser<br />
identificado com o conjunto S das sequências<br />
quase-nulas de números reais , isto é, as sequências<br />
da forma:<br />
p = (ao,a1,a2,a3,a4,...,an,0,0,0,...)<br />
Isto significa que após um certo número natural n,<br />
todos os termos da sequência são nulos.<br />
A identificação ocorre quando tomamos os<br />
coeficientes do polinômio<br />
p(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anx n<br />
e colocamos os mesmos entre parênteses e após o<br />
n-ésimo coeficiente colocamos uma quantidade
infinita de zeros, assim nós temos somente uma<br />
quantidade finita de números não nulos, razão pela<br />
qual tais sequências são denominadas sequências<br />
quase-nulas.<br />
Esta forma de notação<br />
p = (ao,a1,a2,a3,a4,...,an,0,0,0,...)<br />
funciona bem quando trabalhamos com espaços<br />
vetoriais, que são estruturas matemáticas onde a<br />
soma dos elementos e a multiplicação dos<br />
elementos por escalar têm várias propriedades.<br />
Vamos considerar S o conjunto das sequências<br />
quase-nulas de números reais com as operações de<br />
soma, multiplicação por escalar e de multiplicação,<br />
dadas abaixo.<br />
Sejam p e q em S, tal que:<br />
p = (ao,a1,a2,a3,a4,...,am,0,0,0,...)<br />
q = (bo,b1,b2,b3,b4,...,bn,0,0,0,...)<br />
e vamos supor que m < n.<br />
Definimos a soma de p e q, como:<br />
p+q = (ao+bo,a1+b1,a2+b2,...,an+bn,0,0,0,...)<br />
a multiplicação de p em S por um escalar k, como:<br />
k.p = (kao,ka1,ka2,ka3,ka4,...,kam,0,0,...)<br />
e o produto de p e q em S como:<br />
sendo que<br />
p·q = (co,c1,c2,c3,c4,...,cn,0,0,0,...)<br />
ck = aobk + a1bk-1 + a2bk-2 + a3bk-3 +...+ ak-1b1+akbo<br />
para cada ck (k=1,2,3,...,m+n).<br />
O conjunto S com as operações definidas é:<br />
associativo, comutativo, distributivo e possui<br />
elementos: neutro, identidade, unidade, oposto.<br />
CARACTERÍSTICAS DO GRAU DE UM<br />
POLINÔMIO<br />
Se gr(p)=m e gr(q)=n então<br />
gr(p.q) = gr(p) + gr(q)<br />
gr(p+q)
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
e x = 1 + x +x²/2! + x³/3! + x 4 /4! + x 5 /5! +...<br />
assim, a equação<br />
x²+7x=e x<br />
não é uma equação algébrica, o que equivale a dizer<br />
que esta equação é transcendente.<br />
Quando a equação é da forma:<br />
p(x) = 0<br />
onde p é um polinômio real em P[x], ela será<br />
chamada equação polinomial.<br />
Quando uma equação possui a variável sob um<br />
sinal de radiciação ela é chamada equação<br />
irracional.<br />
Exemplo: 2x²+3x+7 =0 e 3x²+7x ½ =2x+3 são<br />
equações algébricas. A primeira é polinomial, mas<br />
a segunda não é polinomial. Esta segunda é uma<br />
equação irracional.<br />
Observação: Uma equação algébrica irracional<br />
sempre poderá ser colocada na forma de uma<br />
equação polinomial. Quando uma equação<br />
algébrica irracional é transformada em uma<br />
equação polinomial, as raízes da nova equação<br />
poderão não coincidir com as raízes da equação<br />
original e as raízes obtidas desta nova equação que<br />
não servem para a equação original são<br />
denominadas raízes estranhas.<br />
Exercício: Apresentar uma equação irracional que<br />
tenha raízes estranhas.<br />
Métodos de resolução algébrica<br />
Alguns tipos especiais de equações podem ser<br />
resolvidos.<br />
Equação do 1º grau: A equação ax+b=0 com a<br />
diferente de zero, admite uma única raíz dada por:<br />
x = -b/a<br />
Equação do 2o. grau: A equação ax²+bx+c=0 com<br />
a diferente de zero, admite exatamente duas raízes<br />
no conjunto dos números complexos, dadas por:<br />
x1=(-b+R[b²-4ac] / 2ª<br />
x2=(-b- R[b²-4ac]/ 2a<br />
onde R[z] é a raiz quadrada de z.<br />
Nesta página há dois links que tratam sobre o<br />
assunto: Equações do Segundo grau que dá um<br />
tratamento mais detalhado sobre o assunto e<br />
Cálculo de raízes de uma Equação do 2º.grau<br />
que é um formulário onde você entra com os<br />
coeficientes e obtém as raízes sem muito esforço.<br />
Equação cúbica: A equação ax³ + bx² + cx + d = 0<br />
com a não nulo, admite exatamente três raízes no<br />
conjunto dos números complexos que podem ser<br />
obtidas pela fórmula de Tartaglia (Cardano).<br />
43<br />
Equação quártica: A equação ax 4 + bx³ + cx² + dx<br />
+ e = 0 com a não nulo, admite exatamente quatro<br />
raízes no conjunto dos números complexos que<br />
podem ser obtidas pela fórmula de Ferrari.<br />
Equação quíntica: Para equações de grau maior ou<br />
igual a 5, não existem métodos algébricos para<br />
obter todas as raízes, mas existem muitos métodos<br />
numéricos que proporcionam as raízes de tais<br />
equações com grande precisão.<br />
Existe uma versão da planilha Kyplot disponível<br />
gratuitamente na Internet, que dispõe de um<br />
mecanismo capaz de calcular com grande precisão<br />
raízes de equações polinomiais de grau n.<br />
Em Português, há um excelente livro que trata<br />
sobre Equações Algébricas e a história da<br />
Matemática subjacente: "O Romance das Equações<br />
Algébricas, Gilberto G. Garbi, Makron Books, São<br />
Paulo, 1999."<br />
TEOREMA FUNDAMENTAL DA ÁLGEBRA<br />
Teorema (Gauss): Toda equação algébrica<br />
polinomial com coeficientes reais ou complexos,<br />
admite no conjunto dos números complexos, pelo<br />
menos uma raiz.<br />
Teorema equivalente: Toda equação algébrica<br />
polinomial de grau n, com coeficientes reais ou<br />
complexos, admite exatamente n raízes, no<br />
conjunto dos números complexos.<br />
Consequência: Toda equação algébrica polinomial<br />
real de grau n, admite no máximo n raízes, no<br />
conjunto dos números reais.<br />
ALGUMAS DESIGUALDADES<br />
POLINOMIAIS<br />
Algumas desigualdades bastante comuns que<br />
podem ser obtidas a partir das identidades<br />
polinomiais:<br />
1. a²+b² > 2ab<br />
2. (a+b)/2 > R[a.b]<br />
3. a²+b²+c² > ab+ac+bc<br />
onde R[x] é a raiz quadrada de x e o símbolo ><br />
significa maior ou igual.<br />
Há vários livros de Matemática dedicados somente<br />
a desigualdades pois uma grande parte da<br />
Matemática é construída através deste conceito.<br />
Áreas onde existem muitas aplicações para as<br />
desigualdades são a Análise Matemática e a<br />
Programação Linear.
44<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
PRODUTOS NOTÁVEIS (33º IDENTIDADES)<br />
1. Quadrado da soma de dois termos<br />
(a+b)² = a² + b² + 2ab<br />
Exemplo: (3+4)²=3²+4²+2×3×4<br />
2. Quadrado da diferença de dois termos<br />
(a-b)² = a² + b² - 2ab<br />
Exemplo: (7-5)²=7²+5²-2×7×5<br />
3. Diferença de potências (ordem 2)<br />
a² - b² = (a+b)(a-b)<br />
Exemplo: 7²-5²=(7+5)(7-5)<br />
4. Cubo da soma de dois termos<br />
(a+b)³ = a³ + 3a²b + 3ab² + b³<br />
Exemplo: (4+5)³=4³+3×4²×5+3×4×5²+5³<br />
5. Cubo da soma de dois termos na forma<br />
simplificada<br />
(a+b)³ = a(a-3b)² + b(b-3a)²<br />
Exemplo: (4+5)³=4(4-3×5)²+5(5-3×4)²<br />
6. Cubo da diferença de dois termos<br />
(a-b)³ = a³ - 3a²b + 3ab² - b³<br />
Exemplo: (4-5)³=4³-3×4²×5+3×4×5²-5³<br />
7. Identidade de Fibonacci<br />
(a²+b²)(p²+q²) = (ap-bq)²+(aq+bp)²<br />
Exemplo: (1²+3²) (5²+7²) = (1×5-3×7)² +<br />
(1×7+3×5)²<br />
8. Identidade de Platão<br />
(a²+b²)² = (a²-b²)²+(2ab)²<br />
Exemplo: (3²+8²)²=(3²-8²)²+(2×3×8)²<br />
9. Identidade de Lagrange (4 termos)<br />
(a²+b²)(p²+q²)-(ap+bq)² = (aq-bp)²<br />
Exemplo: (9²+7²)(5²+3²)-(9×5+7×3)²=(9×3-7×5)²<br />
10. Identidade de Lagrange (6 termos)<br />
(a²+b²+c²) (p²+q²+r²) - (ap+bq+cr)²<br />
= (aq-bp)² + (ar-cp)² + (br-cq)²<br />
Exemplo: (1²+3²+5²)(7²+8²+9²)-(1×7+3×8+5×9)² =<br />
(1×8-3×7)² + (1×9-5×7)² + (3×9-5×8)²<br />
11. Identidade de Cauchy (n=3)<br />
(a+b)³ - a³ - b³ = 3ab(a+b)<br />
Exemplo: (2+7)³-2³-7³=3×2×7×(2+7)<br />
12. Identidade de Cauchy (n=5)<br />
(a+b) 5 - a 5 - b 5 = 5ab(a+b)(a²+ab+b²)<br />
Exemplo: (1+2) 5 -1 5 - 2 5 =5 × 1 × 2 × (1+2)<br />
(1²+1×2+2²)<br />
13. Quadrado da soma de n termos<br />
sendo que i < j.<br />
Exemplos:<br />
(a+b)² = a²+b²+2 (ab)<br />
(a+b+c)² = a² + b² + c² + 2(ab+ac+bc)<br />
(a+b+c+d)² = a² + b² + c² + d² + 2(ab + a c + ad +<br />
bc + bd + cd)<br />
14. Cubo da soma de n termos<br />
3<br />
sendo que i < j e i < j < k.<br />
15. Diferença entre os quadrados da soma e<br />
diferença<br />
(a+b)² - (a-b)² = 4ab<br />
Exemplo: (7+9)²-(7-9)²=4×7×9<br />
16. Soma dos quadrados da soma e da diferença<br />
(a+b)² + (a-b)² = 2(a²+b²)<br />
Exemplo: (3+5)²+(3-5)²=2(3²+5²)<br />
17. Soma de dois cubos<br />
a³+b³ = (a+b)³ - 3ab(a+b)<br />
Exemplo: 2³+4³=(2+4)³-3×2×4×(2+4)<br />
18. Soma de dois cubos na forma fatorada<br />
a³+b³ = (a+b)(a²-ab+b²)<br />
Exemplo: 5³+7³=(5+7) (5²-5×7+7²)<br />
19. Transformação do produto na diferença de<br />
quadrados<br />
ab = [½(a+b)]² - [½(a-b)]²<br />
Exemplo: 3×5=[½(3+5)]²-[½(3-5)]²<br />
20. Diferença de potências (ordem 4)<br />
a 4 -b 4 = (a-b)(a+b)(a²+b²)<br />
Exemplo: 5 4 -1 4 =(5-1)(5+1)(5²+1²)<br />
21. Diferença de potências (ordem 6)<br />
a 6 -b 6 = (a-b)(a+b)(a²+ab+b²)(a²-ab+b²)<br />
Exemplo: 5 6 -1 6 =(5-1)(5+1) (5²+5×1+1²)(5²-5×1+1²)<br />
22. Diferença de potências (ordem 8)
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
a 8 - b 8 = (a-b)(a+b)(a²+b²)(a 4 +b 4 )<br />
Exemplo: 5 8 -1 8 =(5-1)(5+1)(5²+1²)(5 4 +1 4 )<br />
23. Produto de três diferenças<br />
(a-b)(a-c)(b-c) = ab(a-c) + bc(b-c) + ca(c-a)<br />
Exemplo: (1-3)(1-5)(3-5)=1×3×(1-5)+3×5×(3-<br />
5)+5×1×(5-1)<br />
24. Produto de três somas<br />
(a+b)(b+c)(c+a) = (a+b+c)(ab+bc+ac) - abc<br />
Exemplo: (1+3) (3+5) (5+1) = (1+3+5) (1×3 + 3×5<br />
+ 1×5) - 1×3×5<br />
25. Soma de cubos das diferenças de três termos<br />
(a-b)³ + (b-c)³ + (c-a)³ = 3(a-b)(b-c)(c-a)<br />
Exemplo: (1-3)³ + (3-5)³ + (5-1)³ = 3(1-3) (3-5)<br />
(5-1)<br />
26. Cubo da soma de três termos<br />
(a+b+c)³ = (a+b-c)³ + (b+c-a)³ + (a+c-b)³ + 24abc<br />
Exemplo: (7+8+9)³ = (7+8-9)³ + (8+9-7)³ + (7+9-<br />
8)³ + 24 × 7 × 8 × 9<br />
27. Soma nula de produtos de cubos por diferenças<br />
a³(b-c)+b³ (c-a) + c³ (a-b) + (a+b+c) (a-b)(b-c) (a-c) = 0<br />
Exemplo: 2³(4-6) + 4³ (6-2) + 6³ (2-4) + (2+4+6)<br />
(2-4) (4-6) (2-6) = 0<br />
28. Soma de produtos de cubos com diferenças<br />
a³(b-c)³ + b³(c-a)³ + c³(a-b)³ = 3abc (a-b) (b-c) (a-c)<br />
Exemplo: 7³(8-9)³ + 8³(9-7)³ + 9³(7-8)³ = 3.7.8.9 (7-<br />
8) (8-9) (7-9)<br />
29. Produto de dois fatores homogêneos de grau<br />
dois<br />
(a²+ab+b²) (a²-ab+b²)=a 4 +a² b²+b 4<br />
Exemplo: (5²+5×7+7²)(5²-5×7+7²)=5 4 +5² 7²+7 4<br />
30. Soma de quadrados de somas de dois termos<br />
(a+b)² + (b+c)² + (a+c)² = (a+b+c)² + a²+b²+c²<br />
Exemplo: (1+3)² + (3+5)² + (1+5)² = (1+3+5)² + 1²<br />
+ 3² + 5²<br />
31. Produto de quadrados de fatores especiais<br />
(a-b)² (a+b)² (a²+b²)²=(a 4 -b 4 )²<br />
Exemplo: (7-3)² (7+3)² (7²+3²)²=(7 4 -3 4 )²<br />
32. Soma de quadrados de express. homogêneas de<br />
grau 1<br />
(a+b+c)²+(a-b)²+(b-c)²+(c-a)²=3(a²+b²+c²)<br />
Exemplo: (7+8+9)²+(7-8)²+(8-9)²+(9-<br />
7)²=3(7²+8²+9²)<br />
33. Identidade de interpolação<br />
45<br />
Exemplo: Com a=1, b=2 e c=3 na identidade,<br />
obtemos:
46<br />
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Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
APLICAÇÕES DAS RAZÕES E PROPORÇÕES<br />
PROPORÇÕES COM NÚMEROS<br />
Proporções com números<br />
Propriedades das Proporções<br />
Grandezas diret. proporcionais<br />
Grandezas invers. proporcionais<br />
Histórico sobre a Regra de três<br />
Quatro números racionais A, B, C e D diferentes de<br />
zero, nessa ordem, formam uma proporção quando:<br />
1. Os números A, B, C e D são denominados<br />
termos<br />
2. Os números A e B são os dois primeiros termos<br />
3. Os números C e D são os dois últimos termos<br />
4. Os números A e C são os antecedentes<br />
5. Os números B e D são os consequentes<br />
6. A e D são os extremos<br />
7. B e C são os meios<br />
8. A divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é<br />
uma constante K, denominada constante de<br />
proporcionalidade K dessa razão.<br />
PROPRIEDADES DAS PROPORÇÕES<br />
Para a proporção<br />
valem as seguintes propriedades:<br />
1. O produto dos meios é igual ao produto dos<br />
extremos, isto é:<br />
A · D = B · C<br />
2. A soma (diferença) dos dois primeiros termos<br />
está para o primeiro termo, assim como a soma<br />
(diferença) dos dois últimos está para o terceiro<br />
termo, isto é:<br />
3. A soma (diferença) dos dois primeiros<br />
termos está para o segundo termo, assim<br />
como a soma (diferença) dos dois últimos<br />
está para o quarto termo, isto é:<br />
Regras de três simples direta<br />
Regras de três simples inversa<br />
Regras de três composta<br />
Porcentagem<br />
Juros simples<br />
4. A soma (diferença) dos antecedentes está<br />
para a soma (diferença) dos consequentes,<br />
assim como cada antecedente está para o<br />
seu consequente, isto é:<br />
GRANDEZAS DIRETAMENTE<br />
PROPORCIONAIS<br />
Duas grandezas são diretamente proporcionais<br />
quando, aumentando uma delas, a outra também<br />
aumenta na mesma proporção, ou, diminuindo uma<br />
delas, a outra também diminui na mesma<br />
proporção.<br />
Se duas grandezas X e Y são diretamente<br />
proporcionais, os números que expressam essas<br />
grandezas variam na mesma razão, isto é, existe<br />
uma constante K tal que:<br />
Exemplos:<br />
1. Uma torneira foi aberta para encher uma caixa<br />
com água azul. A cada 15 minutos é medida a<br />
altura do nível de água. (cm=centímetros e<br />
min=minutos)<br />
15 minutos<br />
50 cm<br />
30 minutos<br />
100 cm<br />
45 minutos<br />
150 cm
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
2. Construímos uma tabela para mostrar a<br />
evolução da ocorrência:<br />
Tempo (min) Altura (cm)<br />
15 50<br />
30 100<br />
45 150<br />
3. Observamos que quando duplica o intervalo de<br />
tempo, a altura do nível da água também<br />
duplica e quando o intervalo de tempo é<br />
triplicado, a altura do nível da água também é<br />
triplicada.<br />
4. Observações: Usando razões, podemos<br />
descrever essa situação de outro modo.<br />
5. (a) Quando o intervalo de tempo passa de 15<br />
min para 30 min, dizemos que o tempo varia na<br />
razão 15/30, enquanto que a altura da água<br />
varia de 50 cm para 100 cm, ou seja, a altura<br />
varia na razão 50/100. Observamos que estas<br />
duas razões são iguais:<br />
6. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 15<br />
min para 45 min, a altura varia de 50 cm para<br />
150 cm. Nesse caso, o tempo varia na razão<br />
15/45 e a altura na razão 50/150. Então,<br />
notamos que essas razões são iguais:<br />
7. Concluímos que a razão entre o valor numérico<br />
do tempo que a torneira fica aberta e o valor<br />
numérico da altura atingida pela água é sempre<br />
igual, assim dizemos então que a altura do<br />
nível da água é diretamente proporcional ao<br />
tempo que a torneira ficou aberta.<br />
8. Em média, um automóvel percorre 80 Km em<br />
1 hora, 160 Km em 2 horas e 240 Km em 3<br />
horas. (Km=quilômetro, h=hora). Construímos<br />
uma tabela da situação:<br />
Distância (Km) Tempo (h)<br />
80 1<br />
160 2<br />
240 3<br />
47<br />
9. Notamos que quando duplica o intervalo de<br />
tempo, duplica também a distância percorrida e<br />
quando o intervalo de tempo é triplicado, a<br />
distância também é triplicada, ou seja, quando<br />
o intervalo de tempo aumenta, a distância<br />
percorrida também aumenta na mesma<br />
proporção.<br />
10. Observações: Usando razões e proporções,<br />
podemos descrever essa situação de outro<br />
modo.<br />
11. (a) Quando o intervalo de tempo aumenta de 1<br />
h para 2 h, a distância percorrida varia de 80<br />
Km para 160 Km, ou seja, o tempo varia na<br />
razão de 1/2 enquanto a distância percorrida<br />
varia na razão 80/160. Assim temos que tais<br />
razões são iguais, isto é:<br />
12. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 2 h<br />
para 3 h, a distância percorrida varia de 160<br />
Km para 240 Km. Nesse caso, o tempo varia na<br />
razão 2/3 e a distância percorrida na razão<br />
160/240 e observamos que essas razões são<br />
iguais, isto é:<br />
13. Concluímos que o tempo gasto e a distância<br />
percorrida, variam sempre na mesma razão e<br />
isto significa que a distância percorrida é<br />
diretamente proporcional ao tempo gasto para<br />
percorrê-la, se a velocidade média do<br />
automóvel se mantiver constante.<br />
GRANDEZAS INVERSAMENTE<br />
PROPORCIONAIS<br />
Duas grandezas são inversamente proporcionais<br />
quando, aumentando uma delas, a outra diminui na<br />
mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a<br />
outra aumenta na mesma proporção. Se duas<br />
grandezas X e Y são inversamente proporcionais,<br />
os números que expressam essas grandezas variam<br />
na razão inversa, isto é, existe uma constante K tal<br />
que:<br />
Exemplos:<br />
X · Y = K<br />
1. A professora de um colégio, tem 24 livros para<br />
distribuir entre os seus melhores alunos, dando<br />
a mesma quantidade de livros para cada aluno.<br />
2. o melhor aluno receberá 24 livros<br />
3. cada um dos 2 melhores alunos receberá 12<br />
livros
4. cada um dos 3 melhores alunos receberá 8<br />
livros<br />
5. cada um dos 4 melhores alunos receberá 6<br />
livros<br />
6. cada um dos 6 melhores alunos receberá 4<br />
livros<br />
Alunos<br />
escolhidos<br />
Livros para<br />
cada aluno<br />
1 24<br />
2 12<br />
3 8<br />
4 6<br />
6 4<br />
7. De acordo com a tabela, a quantidade de alunos<br />
escolhidos e a quantidade de livros que cada<br />
aluno receberá, são grandezas que variam<br />
sendo que uma depende da outra e se<br />
relacionam da seguinte forma:<br />
1. Se o número de alunos dobra, o número de<br />
livros que cada um vai receber cai para a<br />
metade.<br />
2. Se o número de alunos triplica, o número<br />
de livros que cada aluno vai receber cai<br />
para a terça parte.<br />
3. Se o número de alunos quadruplica, o<br />
número de livros que cada aluno vai<br />
receber cai para a quarta parte.<br />
4. Se o número de alunos sextuplica, o<br />
número de livros que cada aluno vai<br />
receber cai para a sexta parte.<br />
Sob estas condições, as duas grandezas<br />
envolvidas (número de alunos escolhidos e<br />
número de livros distribuídos) são grandezas<br />
inversamente proporcionais.<br />
Quando a quantidade de alunos varia na razão<br />
de 2 para 4, a quantidade de livros distribuídos<br />
varia de 12 para 6.<br />
Notemos que essas razões não são iguais, mas<br />
são inversas:<br />
Se a quantidade de alunos varia na razão de 2<br />
para 6, a quantidade de livros distribuídos varia<br />
de 12 para 4. Observemos que essas razões não<br />
são iguais, mas são inversas:<br />
48<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Representamos tais grandezas inversamente<br />
proporcionais com a função f(x)=24/x,<br />
apresentada no gráfico<br />
8. Um automóvel se desloca de uma cidade<br />
até uma outra localizada a 120 Km da<br />
primeira. Se o percurso é realizado em:<br />
9. 1 hora, velocidade média de 120 Km/h<br />
10. 2 horas, velocidade média de 60 Km/h<br />
11. 3 horas, velocidade média de 40 Km/h<br />
A unidade é Km/h=quilômetro por hora e<br />
uma tabela da situação é:<br />
Velocidade (Km/h) Tempo (h)<br />
120 1<br />
60 2<br />
40 3<br />
De acordo com a tabela, o automóvel faz o<br />
percurso em 1 hora com velocidade média<br />
de 120 Km/h. Quando diminui a<br />
velocidade à metade, ou seja 60 Km/h, o<br />
tempo gasto para realizar o mesmo<br />
percurso dobra e quando diminui a<br />
velocidade para a terça parte, 40 Km/h o<br />
tempo gasto para realizar o mesmo<br />
percurso triplica.<br />
Para percorrer uma mesma distância fixa,<br />
as grandezas velocidade e tempo gasto, são<br />
inversamente proporcionais.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A<br />
REGRA DE TRÊS<br />
Embora os gregos e os romanos conhecessem as<br />
proporções, não chegaram a aplicá-las na resolução<br />
de problemas. Na Idade Média, os árabes revelaram<br />
ao mundo a "Regra de Três". No século XIII, o<br />
italiano Leonardo de Pisa difundiu os princípios<br />
dessa regra em seu Liber Abaci (o livro do ábaco),<br />
com o nome de Regra dos três números<br />
conhecidos.<br />
REGRA DE TRÊS SIMPLES DIRETA<br />
Uma regra de três simples direta é uma forma de<br />
relacionar grandezas diretamente proporcionais.<br />
Para resolver problemas, tomaremos duas<br />
grandezas diretamente proporcionais X e Y e outras<br />
duas grandezas W e Z também diretamente<br />
proporcionais, de forma que tenham a mesma<br />
constante de proporcionalidade K.<br />
assim<br />
Exemplo: Na extremidade de uma mola (teórica!)<br />
colocada verticalmente, foi pendurado um corpo<br />
com a massa de 10Kg e verificamos que ocorreu<br />
um deslocamento no comprimento da mola de<br />
54cm. Se colocarmos um corpo com 15Kg de<br />
massa na extremidade dessa mola, qual será o<br />
deslocamento no comprimento da mola?<br />
(Kg=quilograma e cm=centímetro).<br />
Representaremos pela letra X a medida procurada.<br />
De acordo com os dados do problema, temos:<br />
Massa do<br />
corpo (Kg)<br />
Deslocamento da<br />
mola (cm)<br />
10 54<br />
15 X<br />
As grandezas envolvidas: massa e deslocamento,<br />
são diretamente proporcionais. Conhecidos três dos<br />
valores no problema, podemos obter o quarto valor<br />
X, e, pelos dados da tabela, podemos montar a<br />
proporção:<br />
Observamos que os números 10 e 15 aparecem na<br />
mesma ordem que apareceram na tabela e os<br />
números 54 e X também aparecem na mesma<br />
49<br />
ordem direta que apareceram na tabela anterior e<br />
desse modo 10·X=15·54, logo 10X=810, assim<br />
X=81 e o deslocamento da mola será de 81cm.<br />
REGRA DE TRÊS SIMPLES INVERSA<br />
Uma regra de três simples inversa é uma forma de<br />
relacionar grandezas inversamente proporcionais<br />
para obter uma proporção.<br />
Na resolução de problemas, consideremos duas<br />
grandezas inversamente proporcionais A e B e<br />
outras duas grandezas também inversamente<br />
proporcionais C e D de forma que tenham a mesma<br />
constante de proporcionalidade K.<br />
segue que<br />
Logo<br />
A · B = K e C · D = K<br />
A · B = C · D<br />
Exemplo: Ao participar de um treino de Fórmula 1,<br />
um corredor imprimindo a velocidade média de 180<br />
Km/h fez um certo percurso em 20s. Se a sua<br />
velocidade média fosse de 200 Km/h, qual seria o<br />
tempo gasto no mesmo percurso?<br />
(Km/h=quilômetro por hora, s=segundo).<br />
Representaremos o tempo procurado pela letra T.<br />
De acordo com os dados do problema, temos:<br />
Velocidade (Km/h) Tempo (s)<br />
180 20<br />
200 T<br />
Relacionamos grandezas inversamente<br />
proporcionais: velocidade e tempo em um mesmo<br />
espaço percorrido. Conhecidos três valores,<br />
podemos obter um quarto valor T.<br />
Os números 180 e 200 aparecem na mesma ordem<br />
que apareceram na tabela, enquanto que os números<br />
20 e T aparecem na ordem inversa da ordem que<br />
apareceram na tabela acima.<br />
Assim 180.20=200.X, donde segue que 200X=3600<br />
e assim X=3600/200=18. Se a velocidade do<br />
corredor for de 200 Km/h ele gastará 18s para<br />
realizar o mesmo percurso.
REGRA DE TRÊS COMPOSTA<br />
Regra de três composta é um processo de<br />
relacionamento de grandezas diretamente<br />
proporcionais, inversamente proporcionais ou uma<br />
mistura dessas situações.<br />
O método funcional para resolver um problema<br />
dessa ordem é montar uma tabela com duas linhas,<br />
sendo que a primeira linha indica as grandezas<br />
relativas à primeira situação enquanto que a<br />
segunda linha indica os valores conhecidos da<br />
segunda situação.<br />
Se A1, B1, C1, D1, E1, ... são os valores associados<br />
às grandezas para uma primeira situação e A2, B2,<br />
C2, D2, E2, ... são os valores associados às<br />
grandezas para uma segunda situação, montamos a<br />
tabela abaixo lembrando que estamos interessados<br />
em obter o valor numérico para uma das grandezas,<br />
digamos Z2 se conhecemos o correspondente valor<br />
numérico Z1 e todas as medidas das outras<br />
grandezas.<br />
Situação<br />
Situação<br />
1<br />
Situação<br />
2<br />
Gra<br />
ndez<br />
a 1<br />
Gran<br />
deza<br />
2<br />
Gran<br />
deza<br />
3<br />
Gran<br />
deza<br />
4<br />
Gran<br />
deza<br />
5<br />
Gra<br />
nd...<br />
Gran<br />
deza ?<br />
A1 B1 C1 D1 E1 … Z1<br />
A2 B2 C2 D2 E2 … Z2<br />
Quando todas as grandezas são diretamente<br />
proporcionais à grandeza Z, resolvemos a<br />
proporção:<br />
Quando todas as grandezas são diretamente<br />
proporcionais à grandeza Z, exceto a segunda<br />
grandeza (com a letra B, por exemplo) que é<br />
inversamente proporcional à grandeza Z,<br />
resolvemos a proporção com B1 trocada de posição<br />
com B2:<br />
As grandezas que forem diretamente proporcionais<br />
à grandeza Z são indicadas na mesma ordem<br />
(direta) que aparecem na tabela enquanto que as<br />
grandezas que forem inversamente proporcionais à<br />
grandeza Z aparecerão na ordem inversa daquela<br />
que apareceram na tabela.<br />
Por exemplo, se temos cinco grandezas envolvidas:<br />
A, B, C, D e Z, sendo a primeira A e a terceira C<br />
diretamente proporcionais à grandeza Z e as outras<br />
duas B e D inversamente proporcionais à grandeza<br />
Z, deveremos resolver a proporção:<br />
50<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Observação: O problema difícil é analisar de um<br />
ponto de vista lógico quais grandezas são<br />
diretamente proporcionais ou inversamente<br />
proporcionais. Como é muito difícil realizar esta<br />
análise de um ponto de vista geral, apresentaremos<br />
alguns exemplos para entender o funcionamento da<br />
situação.<br />
Exemplos:<br />
1. Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas<br />
produziram 400 peças de uma mercadoria.<br />
Quantas peças dessa mesma mercadoria serão<br />
produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras,<br />
se essas máquinas funcionarem durante 9 dias?<br />
Vamos representar o número de peças pela<br />
letra X. De acordo com os dados do problema,<br />
vamos organizar a tabela:<br />
No. de<br />
máquinas (A)<br />
No. de dias<br />
(B)<br />
No. de peças<br />
(C)<br />
5 6 400<br />
7 9 X<br />
A grandeza Número de peças (C) servirá de<br />
referência para as outras grandezas.<br />
Analisaremos se as grandezas Número de<br />
máquinas (A) e Número de dias (B) são<br />
diretamente proporcionais ou inversamente<br />
proporcionais à grandeza C que representa o<br />
Número de peças. Tal análise deve ser feita de<br />
uma forma independente para cada par de<br />
grandezas.<br />
Vamos considerar as grandezas Número de<br />
peças e Número de máquinas. Devemos fazer<br />
uso de lógica para constatar que se tivermos<br />
mais máquinas operando produziremos mais<br />
peças e se tivermos menos máquinas operando<br />
produziremos menos peças. Assim temos que<br />
estas duas grandezas são diretamente<br />
proporcionais.<br />
Vamos agora considerar as grandezas Número<br />
de peças e Número de dias. Novamente<br />
devemos usar a lógica para constatar que se<br />
tivermos maior número de dias produziremos<br />
maior número de peças e se tivermos menor<br />
número de dias produziremos menor número<br />
de peças. Assim temos que estas duas<br />
grandezas também são diretamente<br />
proporcionais.<br />
Concluímos que todas as grandezas envolvidas<br />
são diretamente proporcionais, logo, basta<br />
resolver a proporção:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
que pode ser posta na forma<br />
Resolvendo a proporção, obtemos X=840,<br />
assim, se as 7 máquinas funcionarem durante 9<br />
dias serão produzidas 840 peças.<br />
2. Um motociclista, rodando 4h por dia, percorre<br />
em média 200 Km em 2 dias. Em quantos dias<br />
esse motociclista irá percorrer 500 Km, se<br />
rodar 5 h por dia? (h=hora, Km=quilômetro).<br />
Vamos representar o número de dias procurado<br />
pela letra X. De acordo com os dados do<br />
problema, vamos organizar a tabela:<br />
Quilômetros<br />
(A)<br />
Horas por<br />
dia (B)<br />
No. de<br />
dias (C)<br />
200 4 2<br />
500 5 X<br />
A grandeza Número de dias (C) é a que servirá<br />
como referência para as outras grandezas.<br />
Analisaremos se as grandezas Quilômetros (A)<br />
e Horas por dia (B) são diretamente<br />
proporcionais ou inversamente proporcionais à<br />
grandeza C que representa o Número de dias.<br />
Tal análise deve ser feita de uma forma<br />
independente para cada par de grandezas.<br />
Consideremos as grandezas Número de dias e<br />
Quilômetros. Usaremos a lógica para constatar<br />
que se rodarmos maior número de dias,<br />
percorreremos maior quilometragem e se<br />
rodarmos menor número de dias percorreremos<br />
menor quilometragem. Assim temos que estas<br />
duas grandezas são diretamente proporcionais.<br />
Na outra análise, vamos agora considerar as<br />
grandezas Número de dias e Horas por dia.<br />
Verificar que para realizar o mesmo percurso,<br />
se tivermos maior número de dias utilizaremos<br />
menor número de horas por dia e se tivermos<br />
menor número de dias necessitaremos maior<br />
número de horas para p mesmo percurso.<br />
Logo, estas duas grandezas são inversamente<br />
proporcionais e desse modo:<br />
que pode ser posta como<br />
51<br />
Resolvendo esta proporção, obtemos X=4,<br />
significando que para percorrer 500 Km,<br />
rodando 5 h por dia, o motociclista levará 4<br />
dias.<br />
PORCENTAGEM<br />
Praticamente todos os dias, observamos nos meios<br />
de comunicação, expressões matemáticas<br />
relacionadas com porcentagem. O termo por cento<br />
é proveniente do Latim per centum e quer dizer por<br />
cem. Toda razão da forma a/b na qual o<br />
denominador b=100, é chamada taxa de<br />
porcentagem ou simplesmente porcentagem ou<br />
ainda percentagem.<br />
Historicamente, a expressão por cento aparece nas<br />
principais obras de aritmética de autores italianos<br />
do século XV. O símbolo % surgiu como uma<br />
abreviatura da palavra cento utilizada nas<br />
operações mercantis.<br />
Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos<br />
10% e isto significa que em cada 100 unidades de<br />
algo, tomaremos 10 unidades. 10% de 80 pode ser<br />
obtido como o produto de 10% por 80, isto é:<br />
Produto = 10%.80 = 10/100.80 = 800 / 100 = 8<br />
Em geral, para indicar um índice de M por cento,<br />
escrevemos M% e para calcular M% de um número<br />
N, realizamos o produto:<br />
Produto = M%.N = M.N / 100<br />
Exemplos:<br />
1. Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo<br />
que 52% dessas fichas estão etiquetadas com<br />
um número par. Quantas fichas têm a etiqueta<br />
com número par? uantas fichas têm a etiqueta<br />
com número ímpar?<br />
Par = 52% de 25 = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13<br />
Nesse fichário há 13 fichas etiquetadas com<br />
número par e 12 fichas com número ímpar.<br />
2. Num torneio de basquete, uma determinada<br />
seleção disputou 4 partidas na primeira fase e<br />
venceu 3. Qual a porcentagem de vitórias<br />
obtida por essa seleção nessa fase?<br />
Vamos indicar por X% o número que<br />
representa essa porcentagem. Esse problema<br />
pode ser expresso da seguinte forma:<br />
Assim:<br />
(X/100).4 = 3<br />
4X/100 = 3<br />
4X = 300<br />
X = 75<br />
X% de 4 = 3
Na primeira fase a porcentagem de vitórias foi<br />
de 75%.<br />
3. Numa indústria há 255 empregadas. Esse<br />
número corresponde a 42,5% do total de<br />
empregados da indústria. Quantas pessoas<br />
trabalham nesse local? Quantos homens<br />
trabalham nessa indústria?<br />
Vamos indicar por X o número total de<br />
empregados dessa indústria. Esse problema<br />
pode ser representado por:<br />
Assim:<br />
42,5%.X = 255<br />
42,5 / 100.X = 255<br />
42,5.X / 100 = 255<br />
42,5.X = 25500<br />
425.X = 255000<br />
X = 255000/425 = 600<br />
42,5% de X = 255<br />
Nessa indústria trabalham 600 pessoas, sendo<br />
que há 345 homens.<br />
4. Ao comprar uma mercadoria, obtive um<br />
desconto de 8% sobre o preço marcado na<br />
etiqueta. Se paguei R$ 690,00 pela mercadoria,<br />
qual o preço original dessa mercadoria?<br />
Seja X o preço original da mercadoria. Se<br />
obtive 8% de desconto sobre o preço da<br />
etiqueta, o preço que paguei representa 100%-<br />
8%=92% do preço original e isto significa que<br />
92% de X = 690<br />
logo<br />
92%.X = 690<br />
92/100.X = 690<br />
92.X / 100 = 690<br />
92.X = 69000<br />
X = 69000 / 92 = 750<br />
O preço original da mercadoria era de R$<br />
750,00.<br />
JUROS SIMPLES<br />
Juro é toda compensação em dinheiro que se paga<br />
ou se recebe pela quantia em dinheiro que se<br />
empresta ou que é emprestada em função de uma<br />
taxa e do tempo. Quando falamos em juros,<br />
devemos considerar:<br />
1. O dinheiro que se empresta ou que se pede<br />
emprestado é chamado de capital.<br />
2. A taxa de porcentagem que se paga ou se<br />
recebe pelo aluguel do dinheiro é denominada<br />
taxa de juros.<br />
52<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
3. O tempo deve sempre ser indicado na mesma<br />
unidade a que está submetida a taxa, e em caso<br />
contrário, deve-se realizar a conversão para que<br />
tanto a taxa como a unidade de tempo estejam<br />
compatíveis, isto é, estejam na mesma unidade.<br />
4. O total pago no final do empréstimo, que<br />
corresponde ao capital mais os juros, é<br />
denominado montante.<br />
Para calcular os juros simples j de um capital C,<br />
durante t períodos com a taxa de i% ao período,<br />
basta usar a fórmula:<br />
Exemplos:<br />
1. O preço à vista de um aparelho é de R$ 450,00.<br />
A loja oferece este aparelho para pagamento<br />
em 5 prestações mensais e iguais porém, o<br />
preço passa a ser de R$ 652,00. Sabendo-se<br />
que a diferença entre o preço à prazo e o preço<br />
à vista é devida aos juros cobrados pela loja<br />
nesse período, qual é a taxa mensal de juros<br />
cobrada por essa loja?<br />
A diferença entre os preços dados pela loja é:<br />
652,00 - 450,00 = 202,50<br />
A quantia mensal que deve ser paga de juros é:<br />
202,50 / 5 = 40,50<br />
Se X% é a taxa mensal de juros, então esse<br />
problema pode ser resolvido da seguinte forma:<br />
X% de 450,00 = 40,50<br />
X/100.450,00 = 40,50<br />
450 X / 100 = 40,50<br />
450 X = 4050<br />
X = 4050 / 450<br />
X = 9<br />
A taxa de juros é de 9% ao mês.<br />
2. Uma aplicação feita durante 2 meses a uma<br />
taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1.920,00 de<br />
juro. Qual foi o capital aplicado?<br />
O capital que a aplicaçao rendeu mensalmente<br />
de juros foi de: 1920,00/2=960,00. Se o capital<br />
aplicado é indicado por C, esse problema pode<br />
ser expresso por:<br />
3% de C = 960,00<br />
3/100 C = 960,00<br />
3 C / 100 = 960,00<br />
3 C = 96000<br />
C = 96000/3 = 32000,00<br />
O capital aplicado foi de R$ 32.000,00.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
DIVISIBILIDADE POR 2<br />
Um número é divisível por 2 quando é par.<br />
REGRAS DE DIVISIBILIDADE<br />
Números pares são os que terminam em 0, ou 2, ou<br />
4, ou 6 , ou 8.<br />
Exemplo:<br />
42 - 100 - 1.445.086 - 8 - 354 - 570<br />
DIVISIBILIDADE POR 3<br />
Um número é divisível por 3 quando a soma dos<br />
seus algarismos é divisível por 3.<br />
Exemplo:<br />
123 (S = 1+2+3=6) - 36 (S=9) - 1.478.391 ( S=33) -<br />
570 (S=12)<br />
DIVISIBILIDADE POR 4<br />
Um número é divisível por 4 quando os dois<br />
últimos algarismos formam um número divisível<br />
por 4.<br />
Exemplo:<br />
956 - 844 - 1.336 - 120 - 8.357.916 - 752 - 200<br />
DIVISIBILIDADE POR 5<br />
Um número é divisível por 5 quando termina em<br />
0 ou 5 .<br />
Exemplo:<br />
475 - 800 - 1.267.335 - 10 - 65<br />
DIVISIBILIDADE POR 6<br />
Um número é divisível por 6 quando é divisível<br />
por 2 e3 ao mesmo tempo.<br />
Exemplo:<br />
36 - 24 - 126 - 1476<br />
DIVISIBILIDADE POR 7<br />
Tomar o último algarismo e calcular seu dobro.<br />
Subtrair esse resultado do número formado pelos<br />
algarismos restantes. Se o resultado for divisível<br />
por 7 então, o número original também será<br />
divisível por 7.<br />
53<br />
Exemplo: 238 8 x 2 = 16<br />
23 – 16 = 7 como 7 é divisível por<br />
7, 238 também é divisível.<br />
693 3 x 2 = 6<br />
69 – 6 = 63<br />
63 3 x 2 = 6<br />
6 – 6 = 0 como 0 é divisível<br />
por 7, 693 também é divisível.<br />
235 5 x 2 = 10<br />
23 – 10 = 13 como 13 não é<br />
divisível por 7, 235 também não é divisível.<br />
DIVISIBILIDADE POR 8<br />
Um número é divisível por 8 quando os três<br />
últimos algarismos formam um número divisível<br />
por 8.<br />
Exemplo:<br />
876.400 - 152 - 245.328.168<br />
DIVISIBILIDADE POR 9<br />
Um número é divisível por 9 quando a soma dos<br />
seus algarismos é divisível por 9.<br />
Exemplo:<br />
36 - 162 - 5463 - 5.461.047<br />
DIVISIBILIDADE POR 10<br />
Um número é divisível por 10 quando termina em<br />
0.<br />
Exemplo:<br />
100 - 120 - 1.252.780 - 1.389.731.630<br />
DIVISIBILIDADE POR 11<br />
Quando a diferença entre as somas dos algarismos<br />
de ordem ímpar e de ordem par, a partir da direita<br />
for múltipla de 11.<br />
Exemplo:<br />
7.973.207 S (ordem ímpar) = 7 + 2 + 7 + 7 = 23<br />
S (ordem par) = 0 + 3 + 9 = 12 diferença = 11
INTRODUÇÃO À ANÁLISE<br />
COMBINATÓRIA<br />
ANÁLISE COMBINATÓRIA<br />
Introdução Análise Combinatória<br />
Arranjos<br />
Permutações<br />
Combinações<br />
Regras gerais Combinatória<br />
Arranjos simples<br />
Permutações simples<br />
Análise Combinatória é um conjunto de<br />
procedimentos que possibilita a construção de<br />
grupos diferentes formados por um número finito<br />
de elementos de um conjunto sob certas<br />
circunstâncias.<br />
Na maior parte das vezes, tomaremos conjuntos Z<br />
com m elementos e os grupos formados com<br />
elementos de Z terão p elementos, isto é, p será a<br />
taxa do agrupamento, com p
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
PERMUTAÇÕES<br />
Quando formamos agrupamentos com m elementos,<br />
de forma que os m elementos sejam distintos entre<br />
sí pela ordem. As permutações podem ser simples,<br />
com repetição ou circulares.<br />
Permutação simples: São agrupamentos com<br />
todos os m elementos distintos.<br />
Fórmula: Ps(m) = m!.<br />
Cálculo para o exemplo: Ps(3) = 3!=6.<br />
Exemplo: Seja C={A,B,C} e m=3. As permutações<br />
simples desses 3 elementos são 6 agrupamentos que<br />
não podem ter a repetição de qualquer elemento em<br />
cada grupo mas podem aparecer na ordem trocada.<br />
Todos os agrupamentos estão no conjunto:<br />
Ps={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}<br />
Permutação com repetição: Dentre os m<br />
elementos do conjunto C={x1,x2,x3,...,xn}, faremos<br />
a suposição que existem m1 iguais a x1, m2 iguais a<br />
x2, m3 iguais a x3, ... , mn iguais a xn, de modo que<br />
m1+m2+m3+...+mn=m.<br />
Fórmula: Se m=m1+m2+m3+...+mn, então<br />
P r(m)=C(m,m 1).C(m-m 1,m 2).C(m-m 1-m 2,m 3) ... C(m n,m n)<br />
Anagrama: Um anagrama é uma (outra) palavra<br />
construída com as mesmas letras da palavra original<br />
trocadas de posição.<br />
Cálculo para o exemplo: m1=4, m2=2, m3=1, m4=1<br />
e m=6, logo: Pr(6)=C(6,4).C(6-4,2).C(6-4-<br />
1,1)=C(6,4).C(2,2).C(1,1)=15.<br />
Exemplo: Quantos anagramas podemos formar<br />
com as 6 letras da palavra ARARAT. A letra A<br />
ocorre 3 vezes, a letra R ocorre 2 vezes e a letra T<br />
ocorre 1 vez. As permutações com repetição desses<br />
3 elementos do conjunto C={A,R,T} em<br />
agrupamentos de 6 elementos são 15 grupos que<br />
contêm a repetição de todos os elementos de C<br />
aparecendo também na ordem trocada. Todos os<br />
agrupamentos estão no conjunto:<br />
P r={AAARRT,AAATRR,AAARTR,AARRTA,AART<br />
TA,AATRRA,AARRTA,ARAART,ARARAT,ARAR<br />
TA,ARAATR,ARAART,ARAATR,ATAARA,ATAR<br />
AR}<br />
Permutação circular: Situação que ocorre quando<br />
temos grupos com m elementos distintos formando<br />
uma circunferência de círculo.<br />
Fórmula: Pc(m)=(m-1)!<br />
Cálculo para o exemplo: P(4)=3!=6<br />
Exemplo: Seja um conjunto com 4 pessoas<br />
K={A,B,C,D}. De quantos modos distintos estas<br />
pessoas poderão sentar-se junto a uma mesa<br />
circular (pode ser retangular) para realizar o jantar<br />
sem que haja repetição das posições?<br />
55<br />
Se considerássemos todas as permutações simples<br />
possíveis com estas 4 pessoas, teriamos 24 grupos,<br />
apresentados no conjunto:<br />
Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB,<br />
BACD,BADC,BCAD,BCDA,BDAC,BDCA,CAB<br />
D,CADB,CBAD,CBDA,CDAB,CDBA,DABC,D<br />
ACB,DBAC,DBCA,DCAB,DCBA}<br />
Acontece que junto a uma mesa "circular" temos<br />
que:<br />
ABCD=BCDA=CDAB=DABC<br />
ABDC=BDCA=DCAB=CABD<br />
ACBD=CBDA=BDAC=DACB<br />
ACDB=CDBA=DBAC=BACD<br />
ADBC=DBCA=BCAD=CADB<br />
ADCB=DCBA=CBAD=BADC<br />
Existem somente 6 grupos distintos, dados por:<br />
Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB}<br />
COMBINAÇÕES<br />
Quando formamos agrupamentos com p elementos,<br />
(p
já apareceram antes, pois AB=BA, AC=CA,<br />
AD=DA, BC=CB, BD=DB e CD=DC, assim as<br />
combinações com repetição dos elementos de C<br />
tomados 2 a 2, são:<br />
Cr={AA,AB,AC,AD,BB,BC,BD,CC,CD,DD}<br />
REGRAS GERAIS SOBRE A ANÁLISE<br />
COMBINATÓRIA<br />
Problemas de Análise Combinatória normalmente<br />
são muito difíceis mas eles podem ser resolvidos<br />
através de duas regras básicas: a regra da soma e a<br />
regra do produto.<br />
Regra da soma: A regra da soma nos diz que se<br />
um elemento pode ser escolhido de m formas e um<br />
outro elemento pode ser escolhido de n formas,<br />
então a escolha de um ou outro elemento se<br />
realizará de m+n formas, desde que tais escolhas<br />
sejam independentes, isto é, nenhuma das escolhas<br />
de um elemento pode coincidir com uma escolha do<br />
outro.<br />
Regra do Produto: A regra do produto diz que se<br />
um elemento H pode ser escolhido de m formas<br />
diferentes e se depois de cada uma dessas escolhas,<br />
um outro elemento M pode ser escolhido de n<br />
formas diferentes, a escolha do par (H,M) nesta<br />
ordem poderá ser realizada de m.n formas.<br />
Exemplo: Consideremos duas retas paralelas ou<br />
concorrentes sem que os pontos sob análise estejam<br />
em ambas, sendo que a primeira r contem m pontos<br />
distintos marcados por r1, r2, r3, ..., rm e a segunda s<br />
contem n outros pontos distintos marcados por s1,<br />
s2, s3, ..., sn. De quantas maneiras podemos traçar<br />
segmentos de retas com uma extremidade numa<br />
reta e a outra extremidade na outra reta?<br />
É fácil ver isto ligando r1 a todos os pontos de s e<br />
assim teremos n segmentos, depois ligando r2 a<br />
todos os pontos de s e assim teremos n segmentos, e<br />
continuamos até o último ponto para obter também<br />
n segmentos. Como existem m pontos em r e n<br />
pontos em s, teremos m.n segmentos possíveis.<br />
56<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
NÚMERO DE ARRANJOS SIMPLES<br />
Seja C um conjunto com m elementos. De quantas<br />
maneiras diferentes poderemos escolher p<br />
elementos (p
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Denotaremos o número de arranjos de m elementos<br />
tomados p a p, por A(m,p) e a expressão para seu<br />
cálculo será dada por:<br />
A(m,p) = m(m-1)(m-2)...(m-p+1)<br />
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso<br />
alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de<br />
dispor estas 5 vogais em grupos de 2 elementos<br />
diferentes? O conjunto solução é:<br />
{AE,AI,AO,AU,EA,EI,EO,EU,IA,IE,<br />
IO,IU,OA,OE,OI,OU,UA,UE,UI,UO}<br />
A solução numérica é A(5,2)=5×4=20.<br />
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso<br />
alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de<br />
dispor estas 5 vogais em grupos de 2 elementos<br />
(não necessariamente diferentes)?<br />
Sugestão: Construir uma reta com as 5 vogais e<br />
outra reta paralela à anterior com as 5 vogais, usar a<br />
regra do produto para concluir que há 5x5=25<br />
possibilidades.<br />
O conjunto solução é:<br />
{AA,AE,AI,AO,AU,EA,EE,EI,EO,EU,IA,IE,II,<br />
IO,IU,OA,OE,OI,OO,OU,UA,UE,UI,UO,UU}<br />
Exemplo: Quantas placas de carros podem existir<br />
no atual sistema brasileiro de trânsito que permite 3<br />
letras iniciais e 4 algarismos no final?<br />
XYZ-1234<br />
Sugestão: Considere que existem 26 letras em<br />
nosso alfabeto que podem ser dispostas 3 a 3 e 10<br />
algarismos que podem ser dispostos 4 a 4 e em<br />
seguida utilize a regra do produto.<br />
NÚMERO DE PERMUTAÇÕES SIMPLES<br />
Este é um caso particular de arranjo em que p=m.<br />
Para obter o número de permutações com m<br />
elementos distintos de um conjunto C, basta<br />
escolher os m elementos em uma determinada<br />
ordem. A tabela de arranjos com todas as linhas até<br />
a ordem p=m, permitirá obter o número de<br />
permutações de m elementos:<br />
Retirada Número de possibilidades<br />
1 m<br />
2 m-1<br />
... ...<br />
p m-p+1<br />
... ...<br />
57<br />
m-2 3<br />
m-1 2<br />
m 1<br />
No.de<br />
permutações<br />
m(m-1)(m-2)...(mp+1)...4.3.2.1<br />
Denotaremos o número de permutações de m<br />
elementos, por P(m) e a expressão para seu cálculo<br />
será dada por:<br />
P(m) = m(m-1)(m-2) ... (m-p+1) ... 3 . 2 . 1<br />
Em função da forma como construímos o processo,<br />
podemos escrever:<br />
A(m,m) = P(m)<br />
Como o uso de permutações é muito intenso em<br />
Matemática e nas ciências em geral, costuma-se<br />
simplificar a permutação de m elementos e escrever<br />
simplesmente:<br />
P(m) = m!<br />
Este símbolo de exclamação posto junto ao número<br />
m é lido como: fatorial de m, onde m é um número<br />
natural.<br />
Embora zero não seja um número natural no<br />
sentido que tenha tido origem nas coisas da<br />
natureza, procura-se dar sentido para a definição de<br />
fatorial de m de uma forma mais ampla, incluindo<br />
m=0 e para isto podemos escrever:<br />
0!=1<br />
Em contextos mais avançados, existe a função<br />
gama que generaliza o conceito de fatorial de um<br />
número real, excluindo os inteiros negativos e com<br />
estas informações pode-se demonstrar que 0!=1.<br />
O fatorial de um número inteiro não negativo pode<br />
ser definido de uma forma recursiva através da<br />
função P=P(m) ou com o uso do sinal de<br />
exclamação:<br />
(m+1)! = (m+1).m!, 0! = 1<br />
Exemplo: De quantos modos podemos colocar<br />
juntos 3 livros A, B e C diferentes em uma estante?<br />
O número de arranjos é P(3)=6 e o conjunto<br />
solução é:<br />
P={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}<br />
Exemplo: Quantos anagramas são possíveis com as<br />
letras da palavra AMOR? O número de arranjos é<br />
P(4)=24 e o conjunto solução é:<br />
P={AMOR,AMRO,AROM,ARMO,AORM,AOMR,M<br />
ARO,MAOR, MROA, MRAO, MORA, MOAR,<br />
OAMR,OARM,ORMA,ORAM,OMAR,OMRA,RAM<br />
O,RAOM,RMOA,RMAO,ROAM,ROMA}
NÚMERO DE COMBINAÇÕES SIMPLES<br />
Seja C um conjunto com m elementos distintos. No<br />
estudo de arranjos, já vimos antes que é possível<br />
escolher p elementos de A, mas quando realizamos<br />
tais escolhas pode acontecer que duas coleções com<br />
p elementos tenham os mesmos elementos em<br />
ordens trocadas. Uma situação típica é a escolha de<br />
um casal (H,M). Quando se fala casal, não tem<br />
importância a ordem da posição (H,M) ou (M,H),<br />
assim não há a necessidade de escolher duas vezes<br />
as mesmas pessoas para formar o referido casal.<br />
Para evitar a repetição de elementos em grupos com<br />
a mesma quantidade p de elementos,<br />
introduziremos o conceito de combinação.<br />
Diremos que uma coleção de p elementos de um<br />
conjunto C com m elementos é uma combinação de<br />
m elementos tomados p a p, se as coleções com p<br />
elementos não tem os mesmos elementos que já<br />
apareceram em outras coleções com o mesmo<br />
número p de elementos.<br />
Aqui temos outra situação particular de arranjo,<br />
mas não pode acontecer a repetição do mesmo<br />
grupo de elementos em uma ordem diferente.<br />
Isto significa que dentre todos os A(m,p) arranjos<br />
com p elementos, existem p! desses arranjos com os<br />
mesmos elementos, assim, para obter a<br />
combinação de m elementos tomados p a p,<br />
deveremos dividir o número A(m,p) por m! para<br />
obter apenas o número de arranjos que contem<br />
conjuntos distintos, ou seja:<br />
C(m,p) = A(m,p) / p!<br />
Como<br />
A(m,p) = m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)<br />
então:<br />
C(m,p) = [ m.(m-1).(m-2). ... .(m-p+1)] / p!<br />
que pode ser reescrito<br />
C(m,p)=[m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)]/[(1.2.3.4....(p-<br />
1)p]<br />
Multiplicando o numerador e o denominador desta<br />
fração por<br />
(m-p)(m-p-1)(m-p-2)...3.2.1<br />
que é o mesmo que multiplicar por (m-p)!, o<br />
numerador da fração ficará:<br />
m.(m-1).(m-2).....(m-p+1)(m-p)(m-p-1)...3.2.1=m!<br />
e o denominador ficará:<br />
p! (m-p)!<br />
Assim, a expressão simplificada para a combinação<br />
de m elementos tomados p a p, será uma das<br />
seguintes:<br />
58<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
NÚMERO DE ARRANJOS COM<br />
REPETIÇÃO<br />
Seja C um conjunto com m elementos distintos e<br />
considere p elementos escolhidos neste conjunto em<br />
uma ordem determinada. Cada uma de tais escolhas<br />
é denominada um arranjo com repetição de m<br />
elementos tomados p a p. Acontece que existem m<br />
possibilidades para a colocação de cada elemento,<br />
logo, o número total de arranjos com repetição de m<br />
elementos escolhidos p a p é dado por m p .<br />
Indicamos isto por:<br />
Arep(m,p) = m p<br />
NÚMERO DE PERMUTAÇÕES COM<br />
REPETIÇÃO<br />
Consideremos 3 bolas vermelhas, 2 bolas azuis e 5<br />
bolas amarelas. Coloque estas bolas em uma ordem<br />
determinada. Iremos obter o número de<br />
permutações com repetição dessas bolas. Tomemos<br />
10 compartimentos numerados onde serão<br />
colocadas as bolas. Primeiro coloque as 3 bolas<br />
vermelhas em 3 compartimentos, o que dá C(10,3)<br />
possibilidades. Agora coloque as 2 bolas azuis nos<br />
compartimentos restantes para obter C(10-3,2)<br />
possibilidades e finalmente coloque as 5 bolas<br />
amarelas. As possibilidades são C(10-3-2,5).<br />
O número total de possibilidades pode ser calculado<br />
como:<br />
Tal metodologia pode ser generalizada.<br />
NÚMERO DE COMBINAÇÕES COM<br />
REPETIÇÃO<br />
Considere m elementos distintos e ordenados.<br />
Escolha p elementos um após o outro e ordene estes<br />
elementos na mesma ordem que os elementos<br />
dados. O resultado é chamado uma combinação<br />
com repetição de m elementos tomados p a p.<br />
Denotamos o número destas combinações por<br />
Crep(m,p). Aqui a taxa p poderá ser maior do que o<br />
número m de elementos.<br />
Seja o conjunto A=(a,b,c,d,e) e p=6. As coleções<br />
(a,a,b,d,d,d), (b,b,b,c,d,e) e (c,c,c,c,c,c) são<br />
exemplos de combinações com repetição de 5<br />
elementos escolhidos 6 a 6.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Podemos representar tais combinações por meio de<br />
símbolos # e vazios Ø onde cada ponto # é repetido<br />
(e colocado junto) tantas vezes quantas vezes<br />
aparece uma escolha do mesmo tipo, enquanto o<br />
vazio Ø serve para separar os objetos em função<br />
das suas diferenças<br />
(a,a,b,d,d,d) equivale a ##Ø#ØØ###Ø<br />
(b,b,b,c,d,e) equivale a Ø###Ø#Ø#Ø#<br />
(c,c,c,c,c,c) equivale a ØØ######ØØ<br />
Cada símbolo possui 10 lugares com exatamente 6#<br />
e 4Ø. Para cada combinação existe uma<br />
correspondência biunívoca com um símbolo e<br />
reciprocamente. Podemos construir um símbolo<br />
pondo exatamente 6 pontos em 10 lugares. Após<br />
isto, os espaços vazios são prenchidos com barras.<br />
Isto pode ser feito de C(10,6) modos. Assim:<br />
Crep(5,6) = C(5+6-1,6)<br />
Generalizando isto, podemos mostrar que:<br />
Crep(m,p) = C(m+p-1,p)<br />
PROPRIEDADES DAS COMBINAÇÕES<br />
O segundo número, indicado logo acima por p é<br />
conhecido como a taxa que define a quantidade de<br />
elementos de cada escolha.<br />
Taxas complementares<br />
C(m,p)=C(m,m-p)<br />
Exemplo: C(12,10) = C(12,2)=66.<br />
Relação do triângulo de Pascal<br />
C(m,p)=C(m-1,p)+C(m-1,p-1)<br />
Exemplo: C(12,10)=C(11,10)+C(11,9)=605<br />
NÚMERO BINOMIAL<br />
O número de combinações de m elementos tomados<br />
p a p, indicado antes por C(m,p) é chamado<br />
Coeficiente Binomial ou número binomial,<br />
denotado na literatura científica como:<br />
Exemplo: C(8,2)=28.<br />
Extensão: Existe uma importante extensão do<br />
conceito de número binomial ao conjunto dos<br />
números reais e podemos calcular o número<br />
binomial de qualquer número real r que seja<br />
diferente de um número inteiro negativo, tomado a<br />
uma taxa inteira p, somente que, neste caso, não<br />
podemos mais utilizar a notação de combinação<br />
C(m,p) pois esta somente tem sentido quando m e p<br />
são números inteiros não negativos. Como<br />
Pi=3,1415926535..., então:<br />
59<br />
A função envolvida com este contexto é a função<br />
gama. Tais cálculos são úteis em Probabilidade e<br />
Estatística.<br />
TEOREMA BINOMIAL<br />
Se m é um número natural, para simplificar um<br />
pouco as notações, escreveremos mp no lugar de<br />
C(m,p). Então:<br />
(a+b) m = a m +m1a m-1 b+m2a m-2 b 2 +m3a m-3 b 3 +...+mmb m<br />
Alguns casos particulares com m=2, 3, 4 e 5, são:<br />
(a+b) 2 = a 2 + 2ab + b 2<br />
(a+b) 3 = a 3 + 3 a 2 b + 3 ab 2 + b 3<br />
(a+b) 4 = a 4 + 4 a 3 b + 6 a 2 b 2 + 4 ab 3 + b 4<br />
(a+b) 5 = a 5 + 5 a 4 b + 10 a 3 b 2 + 10 a 2 b 3 + 5 ab 4 + b 5<br />
A demonstração segue pelo Princípio da Indução<br />
Matemática.<br />
Iremos considerar a Proposição P(m) de ordem m,<br />
dada por:<br />
P(m): (a+b) m =a m +m1a m-1 b+m2a m-2 b 2 +m3a m-<br />
3 b 3 +...+mmb m<br />
P(1) é verdadeira pois (a+b) 1 = a + b<br />
Vamos considerar verdadeira a proposição P(k),<br />
com k>1:<br />
P(k): (a+b) k =a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-3 b 3 +...+kkb k<br />
para provar a propriedade P(k+1).<br />
Para que a proposição P(k+1) seja verdadeira,<br />
deveremos chegar à conclusão que:<br />
(a+b) k+1 =a k+1 +(k+1)1a k b+(k+1)2a k-<br />
1 b 2 +...+(k+1)(k+1)b k+1<br />
(a+b) k+1 = (a+b).(a+b) k<br />
=<br />
=<br />
=<br />
=<br />
(a+b).[a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-<br />
3 b 3 +...+kkb k ]<br />
a.[a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-<br />
3 b 3 +...+kkb k ]<br />
+b.[a k +k1a k-1 b+k2a k-2 b 2 +k3a k-<br />
3 b 3 +...+kk b k ]<br />
a k+1 +k1a k b+k2a k-1 b 2 +k3a k-<br />
2 b 3 +...+kkab k<br />
+a k b+k1a k-1 b 2 +k2a k-2 b 3 +k3a k-<br />
3 b 4 +...+kkb k+1<br />
a k+1 +[k1+1]a k b+[k2+k1]a k-<br />
1 b 2 +[k3+k2]a k-2 b 3 +[k4+k3] a k-<br />
3 b 4 +...+[kk-1+kk-2]a 2 b k-1 +[kk+kk-<br />
1]ab k +kkb k+1
=<br />
a k+1 +[k1+k0] a k b+[k2+k1]a k-<br />
1 b 2 +[k3+k2]a k-2 b 3<br />
+[k4+k3]a k-3 b 4 +...+[kk-1+kk-2]a 2 b k-<br />
1 +[kk+kk-1]ab k +kkb k+1<br />
Pelas propriedades das combinações, temos:<br />
k1+k0=C(k,1)+C(k,0)=C(k+1,1)=(k+1)1<br />
k2+k1=C(k,2)+C(k,1)=C(k+1,2)=(k+1)2<br />
k3+k2=C(k,3)+C(k,2)=C(k+1,3)=(k+1)3<br />
k4+k3=C(k,4)+C(k,3)=C(k+1,4)=(k+1)4<br />
... ... ... ...<br />
kk-1+kk-2=C(k,k-1)+C(k,k-2)=C(k+1,k-1)=(k+1)k-1<br />
O binômio do tipo ( x + a ) n , onde x IR, a<br />
IR e n IN , é conhecido como binômio de<br />
Newton.<br />
Para o desenvolvimento do binômio de Newton<br />
usaremos os números binomiais.<br />
NÚMEROS BINOMIAIS<br />
Dados dois números naturais n e p, tais que p n,<br />
chama-se número binomial n sobre p , indicado<br />
por n , ao número definido por:<br />
<br />
p<br />
n <br />
=<br />
p<br />
<br />
<br />
<br />
n!<br />
<br />
<br />
p!<br />
( n p)!<br />
<br />
TRIÂNGULO DE PASCAL<br />
Os números binomiais podem ser dispostos em<br />
linhas e colunas, numa disposição triangular, de<br />
modo que em cada linha fiquem os termos de<br />
ordem “n” e em cada coluna os termos de ordem<br />
“p”.<br />
1.<br />
1. 1<br />
1. 2 1<br />
1 3 3 1<br />
1 4 6 4 1<br />
1 5 10 10 5 1<br />
0 0 <br />
6<br />
1 6 15 20 15 6 1 <br />
60<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
kk+kk-1=C(k,k)+C(k,k-1)=C(k+1,k)=(k+1)k<br />
E assim podemos escrever:<br />
(a+b) k+1 =<br />
que é o resultado desejado.<br />
BINÔMIO DE NEWRON<br />
1 1 0 0 <br />
2 2 2 0 1 2 <br />
3 3 3 3<br />
0 1 2 3 <br />
4 4 4 4 4<br />
0 1 2 3 4 <br />
5 5 5 5 5 5<br />
0 1 2 3 4 5 <br />
6 6 6 6 6 6<br />
0 1 2 3 4 5 6 <br />
Observar que :<br />
a k+1 +(k+1)1a k b + (k+1)2a k-1 b 2 +<br />
(k+1)3a k-2 b 3<br />
+(k+1)4a k-3 b 4 +...+ (k+1)k-1a 2 b k-<br />
1 + (k+1)kab k + kkb k+1<br />
1º) Cada linha começa e termina por .<br />
2º) Adicionando dois elementos consecutivos de<br />
uma linha obtemos o elemento situado abaixo<br />
do segundo elemento somado.<br />
DESENVOLVIMENTO DO BINÔMIO DE<br />
NEWTON<br />
Devemos usar a fórmula :<br />
( x + a ) n =<br />
n n<br />
x a x<br />
0<br />
<br />
1<br />
<br />
<br />
n<br />
a<br />
x<br />
2<br />
<br />
<br />
n 0 n<br />
1 1 n<br />
2<br />
Exemplo:<br />
(2x + 3) 5 =<br />
5<br />
5<br />
<br />
0<br />
<br />
1<br />
<br />
<br />
2 3 5<br />
<br />
3<br />
<br />
4<br />
<br />
<br />
2 n<br />
0 n<br />
a<br />
... x a<br />
n<br />
<br />
<br />
5<br />
4<br />
3 2<br />
2x 2x 3 2x 3 2x 5<br />
<br />
5<br />
<br />
<br />
4<br />
5<br />
2x 3 3<br />
5<br />
<br />
<br />
2<br />
<br />
<br />
5<br />
<br />
3<br />
<br />
<br />
(2x + 3) 5 = 1.32x 5 + 5.16x 4 .3 + 10 . 8x 3 .9 + 10 . 4x 2 .<br />
27 + 5.2x . 81 + 1 . 243<br />
(2x+3) 5 = 32x 5 + 240x 4 + 720x 3 + 1.080x 2 + 810x +<br />
243<br />
FÓRMULA DO TERMO GERAL<br />
T p+1 =<br />
n <br />
x<br />
p<br />
<br />
<br />
n p p<br />
a<br />
Exercício: Calcular o 5º. termo no<br />
desenvolvimento de ( 3x + 2 ) 9 .<br />
p + 1 = 5 → p = 4
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
T5 = <br />
<br />
4<br />
9 (3x) 9-4 . 2 4 → T5 =<br />
9 ! 5<br />
(3x) . 16 =<br />
4!.<br />
5!<br />
Fatorar uma expressão algébrica significa escrevêla<br />
na forma de um produto de expressões mais<br />
simples.<br />
CASOS DE FATORAÇÃO:<br />
1. FATOR COMUM<br />
ax + bx + cx = x (a + b + c)<br />
O fator comum é x.<br />
12x 3 6x 2 + 3x = 3x (4x 2 2x + 1)<br />
O fator comum é 3x.<br />
2. AGRUPAMENTO<br />
ax + ay + bx + by<br />
Agrupar os termos de modo que em cada grupo<br />
haja um fator comum.<br />
(ax + ay) + (bx + by)<br />
Colocar em evidência o fator comum de cada<br />
grupo<br />
a(x + y) + b(x + y)<br />
Colocar o fator comum (x + y) em evidência<br />
(x + y) (a + b) Este produto é a forma<br />
fatorada da expressão dada<br />
3. DIFERENÇA DE DOIS QUADRADOS<br />
A expressão a 2 b 2 representa a diferença de<br />
dois quadrados e sua forma fatorada é :<br />
(a + b) (a b)<br />
Ex: x 2 36 = (x + 6) (x 6)<br />
4. TRINÔMIO QUADRADO PERFEITO<br />
a 2 + 2ab + b 2<br />
Um trinômio é quadrado perfeito quando :<br />
-- dois de seus termos são quadrados perfeitos<br />
(a 2 e b 2 )<br />
– o outro termo é igual ao dobro do produto<br />
das raízes dos quadrados perfeitos (2ab)<br />
a 2 + 2ab + b 2 = (a + b) 2<br />
Ex: x 2 + 6x + 9 = (x + 3) 2<br />
Ex: x 2 6x + 9 = (x 3) 2<br />
a 2 2ab + b 2 = (a b) 2<br />
61<br />
489.888 x 5<br />
FATORAÇÃO<br />
5. TRINÔMIO DO 2 O GRAU<br />
Trinômio do tipo x 2 + Sx + P<br />
Devemos procurar dois números a e b que<br />
tenham soma S e produto P.<br />
x 2 + Sx + P = (x + a) (x + b)<br />
Ex: x 2 + 5x + 6 = (x + 2) (x + 3)<br />
x 2 + 2x 8 = (x + 4) (x 2)<br />
x 2 5x + 6 = (x 2) (x 3)<br />
x 2 2x 8 = (x 4) (x + 2)<br />
6. SOMA DE DOIS CUBOS<br />
A expressão a 3 + b 3 representa a soma de dois<br />
cubos.<br />
Sua forma fatorada é :<br />
(a + b) (a 2 ab + b 2 )<br />
Ex: x 3 + 8 = (x + 2) (x 2 2x + 4)<br />
7. DIFERENÇA DE DOIS CUBOS<br />
A expressão a 3 b 3 representa a diferença de<br />
dois cubos.<br />
Sua forma fatorada é :<br />
(a b) (a 2 + ab + b 2 )<br />
Ex: x 3 27 = (x 3) (x 2 + 3x + 9)
Toda equação possui um primeiro membro, que fica<br />
à esquerda do sinal de igual, e um segundo membro<br />
que fica à direita do sinal de igual.<br />
Uma equação não se altera somando-se ou<br />
subtraindo-se de ambos os membros um mesmo<br />
número.<br />
Uma equação não se altera multiplicando-se ou<br />
dividindo-se ambos os membros por um mesmo<br />
número diferente de zero.<br />
Resolver uma equação é calcular o valor da<br />
incógnita (termo desconhecido).<br />
Exemplo:<br />
a) x - 2 ( x - 1 ) = 4 - 3 ( x - 2 )<br />
x - 2x + 2 = 4 - 3x + 6 aplicamos a propriedade<br />
distributiva da multiplicação.<br />
x – 2x + 3x = 4 + 6 –2 colocamos os termos com<br />
variáveis no primeiro membro<br />
e os termos independentes no<br />
segundo membro (lembre-se<br />
da troca de sinais).<br />
2x = 8 efetuamos as operações<br />
x = 8 / 2<br />
x = 4<br />
b) x -<br />
1<br />
2 3<br />
<br />
x<br />
- calcular o mmc dos denominadores de<br />
todos os termos para torná-los iguais e<br />
podermos eliminá-los.<br />
mmc (2, 3 ) = 6<br />
- reduzir todos os termos ao mesmo<br />
denominador, fazendo as devidas<br />
alterações.<br />
6 3<br />
<br />
6 6<br />
x x<br />
EQAÇÕES DO 1º GRAU<br />
2<br />
6<br />
- eliminar os denominadores (isso só é<br />
possível porque os dois membros têm<br />
termos com denominadores iguais)<br />
6x – 3x = 2<br />
x = 2<br />
2<br />
x =<br />
3<br />
62<br />
c)<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
3x x 1<br />
x<br />
<br />
2 3 6<br />
- calcular o mmc dos denominadores <br />
mmc (2, 3, 6)<br />
2, 3, 6<br />
1, 3, 3<br />
1 ,1, 1<br />
2<br />
3<br />
mmc (2, 3, 6) = 2 . 3 = 6<br />
- igualar os denominadores<br />
9x 2x<br />
2 x<br />
<br />
6 6 6<br />
- eliminar os denominadores<br />
9x – (2x – 2) = x<br />
9x - 2x + 2 = x<br />
9x - 2x - x = - 2<br />
6x = - 2<br />
x =<br />
<br />
1<br />
x = -<br />
3<br />
2<br />
6<br />
1<br />
<br />
3
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
EQUAÇÃO GERAL DA RETA<br />
Denominamos equação de uma reta a toda equação<br />
nas incógnitas x e y que exprime a condição para<br />
que o ponto de coordenadas (x, y) pertença à reta.<br />
Sua equação pode ser escrita da forma : ax + by<br />
+ c = 0 , onde a, b e c são números conhecidos,<br />
sendo a 0 ou b 0. Esta equação é denominada<br />
equação geral da reta.<br />
Cálculo da equação<br />
Para obter uma equação da reta que passa por dois<br />
pontos conhecidos, A = (x1, y1) e B = (x2, y2),<br />
basta desenvolver o determinante na fórmula :<br />
x x<br />
x<br />
2<br />
1<br />
x<br />
1<br />
y y<br />
y<br />
2<br />
1<br />
y<br />
1<br />
ESTUDO DA RETA<br />
0<br />
pois esta é a condição para que o ponto P (x, y)<br />
pertença à reta.<br />
Exemplo:<br />
Obter uma equação da reta r que passa por A(2,<br />
0) e B(4, 1).<br />
x 2 y 0 <br />
0<br />
4 2 1<br />
0<br />
x 1 . (x – 2 ) – 2 . y = 0<br />
2 y<br />
0<br />
2 1<br />
x – 2 – 2y = 0 x - 2y – 2 = 0<br />
COEFICIENTE ANGULAR<br />
Dada uma reta r do plano cartesiano, vamos<br />
representar por a medida do ângulo de inclinação<br />
de r em relação ao eixo x, conforme indicam as<br />
figuras :<br />
y<br />
<br />
x<br />
0 o < < 90º<br />
63<br />
y<br />
y<br />
y<br />
90º < < 180º<br />
= 0º<br />
= 90º<br />
Chamamos coeficiente angular da reta r ao<br />
número m definido por : m = tg ( 90º).<br />
Quando = 90º dizemos que r não possui<br />
coeficiente angular ( não existe m ).<br />
CÁLCULO DE M<br />
<br />
<br />
Nem sempre conhecemos a medida do ângulo de<br />
inclinação de uma reta r. Mas o coeficiente angular<br />
pode ser determinado a partir de outros elementos<br />
da reta como, por exemplo, dois pontos ou a<br />
equação geral.<br />
COEFICIENTE ANGULAR DA RETA QUE<br />
PASSA POR DOIS PONTOS<br />
Dados dois pontos distintos, A(x1, y1) e B(x2, y2),<br />
de uma reta r , o coeficiente angular é igual a :<br />
x<br />
x<br />
x
Exemplo :<br />
m =<br />
y<br />
x<br />
2<br />
2<br />
y<br />
x<br />
Calcular o coeficiente angular da reta que passa por<br />
A(2, 3) e B(4, 9) :<br />
m =<br />
y<br />
x<br />
2<br />
2<br />
y<br />
x<br />
1<br />
1<br />
=<br />
1<br />
1<br />
9 3 6<br />
= = 3<br />
4 2 2<br />
COEFICIENTE ANGULAR DA RETA DE<br />
EQUAÇÃO AX + BY + C = 0<br />
Se uma reta r tem a equação ax + by + c = 0,<br />
a<br />
temos que : m =<br />
b<br />
Exemplo :<br />
Dê o coeficiente angular da reta (r) 3x + 6y + 11 =<br />
0<br />
a 3 1<br />
m = = =<br />
b 6 2<br />
EQUAÇÃO REDUZIDA<br />
Dizemos que y = mx + q é a equação reduzida<br />
da reta r , onde m é o coeficiente angular e q é<br />
denominado coeficiente linear (onde a reta r corta<br />
o eixo y ).<br />
Exemplo :<br />
Obter a equação reduzida da reta (r) 2x + 2y – 5 = 0<br />
2x + 2y – 5 = 0<br />
2y = - 2x + 5<br />
y =<br />
2x 5<br />
<br />
2 2<br />
equação reduzida y =<br />
angular é m = - 1<br />
5<br />
coeficiente linear é q =<br />
2<br />
5<br />
x coeficiente<br />
2<br />
EQUAÇÃO DA RETA, DADOS UM PONTO E<br />
A DIREÇÃO<br />
Sabemos achar a equação de uma reta que passa por<br />
dois pontos conhecidos. Veremos agora uma<br />
64<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
fórmula para achar a equação de uma reta que passa<br />
num ponto dado P(x0, y0), e tem a direção<br />
conhecida (por exemplo, é dado o coeficiente<br />
angular).<br />
A equação da reta r que passa por P(x0, y0) e é<br />
paralela ao eixo x é : y = y0<br />
A equação da reta r que passa por P(x0, y0) e é<br />
paralela ao eixo y é : x = x0<br />
A equação da reta r que passa por P(x0, y0) e<br />
tem coeficiente angular m é : y – y0 = m(x –<br />
x0)<br />
Exemplo :<br />
Dado o ponto P(5, 3),<br />
a) a reta r que passa por P e é paralela ao eixo x<br />
tem a equação :<br />
y = y0 y = 3. Na forma geral, y – 3 = 0<br />
b) a reta s que passa por P e é paralela ao eixo y<br />
tem a equação :<br />
x = x0 x = 5. Na forma geral, x – 5 = 0<br />
c) a reta t que passa por P e tem inclinação =<br />
45º , logo m = tg 45º m = 1, tem a<br />
equação :<br />
y–y0 = m (x–x0) y–3= 1 (x–5) y–3 = x–5.<br />
Na forma geral, x – y – 2 = 0.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
FUNÇÃO QUADRÁTICA (PARÁBOLA)<br />
A FUNÇÃO QUADRÁTICA (PARÁBOLA)<br />
A função quadrática f:R->R é definida por<br />
f(x)=ax²+bx+c<br />
A função quadrática (parábola)<br />
Aplicações das parábolas<br />
onde a, b e c são constantes reais, sendo que<br />
Dom(f)=R, Im(f)=R. Esta função também é<br />
denominada função trinômia do segundo grau, uma<br />
vez que a expressão<br />
a x² + b x + c = 0<br />
representa uma equação trinômia do segundo grau<br />
ou simplesmente uma equação do segundo grau. O<br />
gráfico cartesiano desta função polinomial do<br />
segundo grau é uma curva plana denominada<br />
parábola.<br />
APLICAÇÕES PRÁTICAS DAS<br />
PARÁBOLAS<br />
Dentre as dezenas de aplicações da parábola a<br />
situações da vida, as mais importantes são:<br />
Faróis de carros: Se colocarmos uma lâmpada no<br />
foco de um espelho com a superfície parabólica e<br />
esta lâmpada emitir um conjunto de raios luminosos<br />
que venham a refletir sobre o espelho parabólico do<br />
farol, os raios refletidos sairão todos paralelamente<br />
ao eixo que contem o "foco" e o vértice da<br />
superfície parabólica. Esta é uma propriedade<br />
geométrica importante ligada à Ótica, que permite<br />
valorizar bastante o conceito de parábola no âmbito<br />
do Ensino Fundamental.<br />
65<br />
O sinal do coeficiente a<br />
Sinal de Delta e a concavidade<br />
Antenas parabólicas: Se um satélite artificial<br />
colocado em uma órbita geoestacionária emite um<br />
conjunto de ondas eletromagnéticas, estas poderão<br />
ser captadas pela sua antena parabólica , uma vez<br />
que o feixe de raios atingirá a sua antena que tem<br />
formato parabólico e ocorrerá a reflexão desses<br />
raios exatamente para um único lugar, denominado<br />
o foco da parábola, onde estará um aparelho de<br />
receptor que converterá as ondas eletromagnéticas<br />
em um sinal que a sua TV poderá transformar em<br />
ondas que por sua vez significarão filmes, jornais e<br />
outros programas que você assiste normalmente.<br />
Radares: Os radares usam as propriedades óticas<br />
da parábola, similares às citadas anteriormente<br />
para a antena parabólica e para os faróis.
Lançamentos de projéteis: Ao lançar um objeto<br />
no espaço (dardo, pedra, tiro de canhão) visando<br />
alcançar a maior distância possível tanto na<br />
horizontal como na vertical, a curva descrita pelo<br />
objeto é aproximadamente uma parábola, se<br />
considerarmos que a resistência do ar não existe ou<br />
é pequena.<br />
Sob estas circunstâncias o ângulo de maior alcance<br />
horizontal é de 45 graus.<br />
O SINAL DO COEFICIENTE DO TERMO<br />
DOMINANTE<br />
O sinal do coeficiente do termo dominante desta<br />
função polinomial indica a concavidade da parábola<br />
("boca aberta"). Se a>0 então a concavidade estará<br />
voltada para cima e se a 0, a concavidade ("boca") da nossa<br />
parábola estará voltada para cima.<br />
Exemplo: Construir a parábola f(x)=-x²+2x-3.<br />
66<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Este exemplo é análogo ao anterior, só que nesse<br />
caso, a 0<br />
D = 0<br />
D < 0<br />
A parábola no<br />
plano cartesiano<br />
Corta o eixo<br />
horizontal em 2<br />
pontos<br />
Toca em 1 ponto<br />
do eixo horizontal<br />
Não corta o eixo<br />
horizontal<br />
a>0<br />
concavidade<br />
(boca) para<br />
cima<br />
a
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Existem muitas aplicações para a função quadrática<br />
e uma delas está relacionada com a questão de<br />
máximos e mínimos.<br />
Exemplo: Determinar o retângulo de maior área<br />
que é possível construir se o seu perímetro mede 36<br />
m.<br />
Solução: Se x é a medida do comprimento e y é a<br />
medida da largura, a área será dada por: A(x,y)=xy,<br />
mas acontece que 2x+2y=36 ou seja x+y=18,<br />
assim:<br />
A(x) = x(18-x)<br />
Esta parábola corta o eixo OX nos pontos x=0 e<br />
x=18 e o ponto de máximo dessa curva ocorre no<br />
ponto médio entre x=0 e x=18, logo, o ponto de<br />
máximo desta curva ocorre em x=9. Observamos<br />
que este não é um retângulo qualquer mas é um<br />
quadrado pois x=y=9 e a área máxima será A=81m²<br />
Alguns Exemplos:<br />
1) Gráfico para as funções y= x 2 e x= y 2<br />
2) Gráfico para as funções y=-x 2 e x=-y 2<br />
3) Gráfico para as funções y= x 2 -x-6 e x= y 2 -y-6.<br />
67<br />
4) Alguns gráficos alterando apenas o “b” das<br />
funções:<br />
y=x 2 -x-6<br />
y=x 2 -2x-6<br />
y=x 2 -3x-6<br />
y=x 2 -4x-6<br />
5) Alguns gráficos alterando apenas o “a” das<br />
funções:<br />
y=x 2 -x-6<br />
y=2x 2 -x-6<br />
y=3x 2 -x-6<br />
y=4x 2 -x-6
6) Alguns gráficos alterando apenas o “c” das<br />
funções:<br />
y=x 2 -x-3<br />
y=x 2 -x-4<br />
y=x 2 -x-5<br />
y=x 2 -x-6<br />
7) Alguns gráficos para as funções:<br />
Y+x+4=x 2<br />
y-15x+36=y 2<br />
68<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
FUNÇÕES REAIS<br />
Aplicação<br />
Elementos de uma aplicação<br />
Restrição de uma aplicação<br />
Extensão de uma aplicação<br />
Aplicação injetora<br />
Aplicação sobrejetora<br />
"Porque melhor é a sabedoria do que as jóias; e de<br />
tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela."<br />
APLICAÇÃO<br />
Provérbios 8:11 A Bíblia Sagrada<br />
Dentre todas as relações em um determinado<br />
produto cartesiano, existe um tipo de subconjunto<br />
que é muito mais exigente mas que produz<br />
resultados de grande valor na Matemática. Este<br />
conceito é denominado função.<br />
Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Uma<br />
aplicação f no produto cartesiano A×B, é definida<br />
como sendo uma relação em A×B, que satisfaz às<br />
duas propriedades:<br />
1. Para cada xA, existe yB tal que (x,y) f.<br />
2. Se (x,y1) f e (x,y2) f, então y1 = y2<br />
69<br />
Aplicação bijetora<br />
Composição de aplicações<br />
Aplicações inversas<br />
Imagem direta por aplicação<br />
Imagem inversa por aplicação<br />
Propriedades mistas<br />
Uma notação usual para uma aplicação f<br />
definida no produto cartesiano A×B, é f:A→B.<br />
Observações sobre aplicações<br />
1. O primeiro ítem da Definição declara que todos<br />
os elementos de A devem estar relacionados<br />
com elementos de B.<br />
2. O segundo ítem da Definição garante que um<br />
elemento de A deve estar associado com<br />
apenas um elemento em B<br />
3. Nem toda relação no produto cartesiano R² é<br />
uma aplicação, como mostra o exemplo<br />
seguinte:<br />
K = {(x,y) R² : x²+y²=1}
4. Em textos antigos, a palavra função era usada<br />
de uma forma bastante livre no lugar de<br />
aplicação, mas na literatura atual a palavra<br />
aplicação passou a ter outros nomes como:<br />
operador, transformação, funcional,…, e<br />
houve a necessidade de restringir a palavra<br />
função exclusivamente às situações em que o<br />
conjunto B é um subconjunto do conjunto R<br />
dos números reais.<br />
ELEMENTOS DE UMA APLICAÇÃO<br />
Seja f uma aplicação em A×B, denotada por<br />
f:A→B.<br />
1. O gráfico de f, às vezes usado como a definição<br />
de função, é definido por:<br />
G(f)={(x,y) A×B: xA, yB, y=f(x)}<br />
2. O conjunto A recebe o nome de domínio de f,<br />
denotado por Dom(f).<br />
3. O conjunto B recebe o nome de contradomínio<br />
de f, denotado por Codom(f).<br />
4. A imagem de f, denotada por texto Im(f) é o<br />
conjunto:<br />
f(A)={yB: existe xA tal que y=f(x)}<br />
Exemplo: A função quadrática f:R→[0,) pode ser<br />
escrita na forma:<br />
f={(x,y) R×[0,): xR, yR, y=x²}<br />
ou na forma f:R→[0,) definida por<br />
f(x)=x² sendo Dom(f)=R, Codom(f)=Im(f)=[0,).<br />
Exercícios:<br />
1. Sejam A={1,2,3,4,5} e B={0,3,8,15,20}.<br />
Verificar se a relação f em A×B, definida por<br />
(a,b)f se, e somente se, b=a²-1, é uma<br />
aplicação.<br />
2. Verificar se a relação f:Q→Q definida por<br />
f(m/n)=mn é uma aplicação. (Dica: 1/2=3/6<br />
mas,...)<br />
3. Para A={1,2,3} e B={a,b,c,d}, seja a relação<br />
g:A×B→B×A, definida por g(x,y)=(y,x).<br />
Mostrar que g é uma aplicação.<br />
70<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
RESTRIÇÃO DE UMA APLICAÇÃO<br />
Podemos restringir o domínio de uma função<br />
f:A→B a um subconjunto S de A de modo que a<br />
função restrita ao conjunto S, denotada por f|S:S→B<br />
seja coincidente com a função original sobre o<br />
conjunto S, isto é, para cada xS tem-se que:<br />
f|S(x)=f(x).<br />
Exemplo: Podemos definir a restrição da função<br />
f:R→R, f(x)=x² ao conjunto [0,) de modo que:<br />
f|[0,):[0,)→R, f(x)=x²<br />
EXTENSÃO DE UMA APLICAÇÃO<br />
Podemos estender uma função f:A→B a um<br />
conjunto M contendo o conjunto A de modo que a<br />
função estendida ao conjunto M, denotada por<br />
F:M→B deva ser coincidente com a função original<br />
sobre o conjunto A, isto é, para cada, xA tem-se<br />
que F(x)=f(x).<br />
Exemplo: Consideremos a função f:R-{0}→R<br />
definida por<br />
f(x) = sen(x)/x<br />
Não tem sentido para x=0, mas podemos estender<br />
esta função de uma forma natural a todo o conjunto<br />
R dos números reais, tomando f(0)=1. Esta forma é<br />
comumente utilizada em Análise Matemática.<br />
Dada uma aplicação f:A→B que associa a cada<br />
elemento de A um único elemento de B, esta<br />
definição não obriga que todos os elementos de A<br />
tenham imagens distintas ou mesmo que todos os<br />
elementos de B sejam imagens de elementos de A.<br />
APLICAÇÃO INJETIVA<br />
Mesmo que a≠b pode ocorrer que f(a)=f(b). Quando<br />
elementos distintos de A possuem imagens<br />
distintas, dizemos que a aplicação é injetora. A<br />
definição seguinte estabelece este fato.<br />
Uma aplicação f:A→B é denominada injetiva,<br />
injetora, unívoca ou 1-1, se:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
a≠b implicar que f(a)≠f(b)<br />
Exemplo: A função f:R→R, definida por f(x)=x²<br />
não é injetiva, pois f(-2)=f(2), mas a função<br />
f:[0,)→[0,) definida por f(x)=x² é injetiva.<br />
Teorema: Seja f:A→B uma aplicação. f é injetora<br />
se, e somente se, f(a)=f(b) implica que a=b;<br />
Demonstração: São equivalentes as proposições<br />
lógicas<br />
e<br />
a≠b implica que f(a)≠f(b)<br />
f(a)=f(b) implica que a=b<br />
pois a proposição lógica (p→q) é equivalente à<br />
proposição lógica (q'→p').<br />
APLICAÇÃO SOBREJETORA<br />
Pode ocorrer que algum elemento de B não seja<br />
imagem de um elemento de A. Temos uma outra<br />
definição.<br />
Dizemos que a aplicação f:A→B é sobrejetiva,<br />
sobre ou sobrejetora, se todos os elementos de B<br />
são imagens de elementos de A, ou seja:<br />
para todo bB existe aA tal que f(a)=b<br />
significando que f(A)=B.<br />
Exemplo: A função f:R→R, definida por f(x)=x²<br />
não é sobrejetiva, pois não existe xR tal que<br />
f(x)=-2, mas f:[0,)→[0,) definida por f(x)=x² é<br />
sobrejetiva<br />
Teorema: Seja f:A→B uma aplicação. f é<br />
sobrejetora se, e somente se, para todo b→B, a<br />
equação f(x)=b tem pelo menos uma solução em A<br />
A demonstração é imediata, pois temos aqui duas<br />
maneiras para garantir que f é sobrejetiva<br />
APLICAÇÃO BIJETORA<br />
71<br />
Uma aplicação f:A→B é denominada bijetiva,<br />
bijetora ou uma correspondência biunívoca, se f é<br />
injetiva e também sobrejetiva<br />
Exemplo: A função f:R→R, f(x)=x² não é bijetiva,<br />
mas a função f:[0,)→[0,) definida por f(x)=x² é<br />
bijetiva<br />
Exemplo: A aplicação f:R-{2}→R-{3} definida<br />
por f(x)=(3x-1)/(x-2) é injetora pois, se f(a)=f(b)<br />
então (3a-1)/(a-2)=(3b-1)/(b-2) e daí segue que a=b.<br />
f também é sobrejetiva pois se f(x)=b, então (3x-<br />
1)/(x-2)=b, de onde segue que para b≠3: x=(2b-<br />
1)/(b-3). Finalmente, segue que f é bijetora pois é<br />
injetora e sobrejetora<br />
Sobre a palavra 'sobre': Afirmar que f:A→B é<br />
uma aplicação injetiva sobre o conjunto B, é o<br />
mesmo que afirmar que f é bijetiva<br />
Exercícios:<br />
1. Mostrar que f:R→R, definida por f(x)=3x+2, é<br />
bijetora.<br />
2. Seja f:R→R uma função real afim da forma<br />
f(x)=ax+b, sendo a≠0. Mostrar que f é bijetora<br />
3. Mostrar que f:R→R definida por f(x)=2x²+4x-<br />
1 não é sobrejetora, pois não existe x em R tal<br />
que f(x)=-4.<br />
4. Mostrar que funções reais de segundo grau não<br />
são injetoras e nem mesmo sobrejetoras,<br />
dependendo do domínio e do contradomínio<br />
destas funções.<br />
Dica 1: Para mostrar que f(x)=ax²+bx+c com<br />
a≠0 não é injetora, basta calcular f(-(b)/(2a)+r)<br />
e f(-(b)/(2a)-r).<br />
Dica 2: Para mostrar que f não é sobrejetiva<br />
suponha que o coeficiente a seja positivo e<br />
tente obter o número real que é levado em (b²+4ac)/(4a)-1.<br />
Se a é negativo, calcule uma<br />
pré-imagem de (-b²+4ac)/(4a)+1.<br />
COMPOSIÇÃO DE APLICAÇÕES<br />
Definição de composta: Sejam as aplicações<br />
f:A→B e g:B→C. Definimos a aplicação composta<br />
g©f:A→C de g e f, nesta ordem, por:<br />
(g©f)(x)=g(f(x))
Uma outra representação geométrica para a<br />
composta das aplica7ccedil;ões f e g, está ilustrada<br />
na figura seguinte.<br />
Exemplo: Sejam f:R→R definida por f(x)=2x e<br />
g:R→R definida por g(y)=y². Definimos a<br />
composta g©f:R→R por:<br />
(gf)(x) = g(f(x)) = g(2x) = (2x)² = 4x²<br />
Aplicação identidade<br />
A identidade I:A→A é uma das mais importantes<br />
aplicações da Matemática, definida para todo aA,<br />
por I(a)=a. Quando é importante indicar o conjunto<br />
X onde a identidade atua, a aplicação identidade<br />
I:X→X é denotada por IX<br />
Propriedades das aplicações compostas<br />
1. A composição de aplicações não é comutativa,<br />
isto é:<br />
f©g ≠ g©f<br />
2. A composição de aplicações é associativa, isto<br />
é:<br />
(f©g)©h=f©(g©h)<br />
3. A composição de aplicações possui elemento<br />
neutro, isto é:<br />
f©I=I©f=f<br />
4. Se f e g são aplicações injetivas, sobrejetivas e<br />
bijetivas, então as compostas g©f são,<br />
respectivamente, injetivas, sobrejetivas e<br />
bijetivas.<br />
APLICAÇÕES INVERSAS<br />
Aplicação inversa à esquerda: Sejam f:A→B e<br />
g:B→A aplicações. Dizemos que g é uma inversa à<br />
esquerda para f se g©f=IA, isto é, para todo aA:<br />
(g©f)(a)=a<br />
Aplicação inversa à direita: Sejam g:B→A e<br />
f:A→B aplicações. Dizemos que g é uma inversa à<br />
direita para f se f©g=IB, isto é, para todo bB:<br />
(f©g)(b)=b<br />
72<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Aplicação inversa: Uma aplicação f:A→B tem<br />
inversa g:B→A se, g é uma inversa à esquerda e<br />
também à direita para f. Isto significa que, para<br />
todo aA e para todo bB:<br />
(f©g)(a)=IA(a) e (g©f)(b)=IB(b)<br />
Notação para a inversa: A inversa de f é denotada<br />
por g=f -1 . É possível demonstrar que se a inversa<br />
g=f -1 existe, ela é única e que a inversa da inversa<br />
de f é a própria f, isto é: (f -1 ) -1 =f.<br />
IMAGEM UM CONJUNTO POR UMA<br />
APLICAÇÃO<br />
A imagem (direta) de um conjunto AX pela<br />
aplicação f:X→Y, é definida por:<br />
f(A) = {f(a): aA}<br />
PROPRIEDADES DA IMAGEM DIRETA<br />
Sejam f:X→Y uma aplicação, AX e BX. Então:<br />
1. f({x})={f(x)} para todo x em X.<br />
2. Se A≠ø então f(A)≠ø.<br />
3. Se AB, então f(A)f(B).<br />
Demonstração: Seja y(A). Pela definição de<br />
imagem direta de um conjunto por uma<br />
aplicação f, existe xA tal que y=f(x)f(A).<br />
Como por hipótese, AB, então xB, logo<br />
y=f(x)f(B).<br />
4. f(AB)=f(A)f(B).<br />
Demonstração: Em duas etapas:<br />
a. f(AB)f(A)f(B).<br />
b. f(A)f(B)f(AB).<br />
Parte a: Seja wf(AB). Pela definição de<br />
imagem direta, existe xAB tal que w=f(x).<br />
Assim, xA ou xB e temos que f(x)f(A) ou<br />
f(x)f(B) e garantimos que w = f (x) f (A) <br />
f (B).<br />
Parte b: Seja yf(A)f(B). Então, yf(A) ou<br />
yf(B). Existe aA tal que y=f(a) ou existe<br />
bB tal que y=f(b).<br />
A primeira afirmação garante que y=f(a)f(A).<br />
Como AAB,então pelo ítem (3) acima,<br />
segue que f(A)f(AB), e temos que<br />
yf(AB).<br />
Analogamente, y=f(b)f(B). Como BAB,<br />
então pelo ítem (3) acima, segue que<br />
f(B)f(AB) e temos que yf(AB).<br />
As duas circunstâncias garantem que<br />
yf(AB).
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
5. f(AB)f(A)f(B).<br />
Demonstração: Seja wf(AB). Pela<br />
definição de imagem direta, existe xAB tal<br />
que w=f(x). Assim, xA e xB e temos que<br />
f(x)f(A) e f(x)f(B), logo wf(A) e wf(B),<br />
assim wf(A)f(B).<br />
6. Existem aplicações para as quais<br />
f(AB)≠f(A)f(B).<br />
IMAGEM INVERSA POR UMA<br />
APLICAÇÃO<br />
A imagem inversa de um conjunto WY pela<br />
aplicação f:X→Y, é definida por<br />
f -1 (W)={xX: f(x)W}<br />
Propriedades da imagem inversa<br />
Sejam f:X→Y uma aplicação, UY e VY. Então:<br />
1. f -1 (ø)=ø<br />
2. Se UV então f -1 (U)f -1 (V).<br />
Demonstração: Seja xf -1 (U). Pela definição<br />
de imagem inversa de um conjunto por uma<br />
função f, segue que f(x)U. Como por<br />
hipótese, UV, então f(x)V, logo xf -1 (V).<br />
3. f -1 (UV)=f -1 (U)f -1 (V)<br />
Demonstraremos a igualdade, em duas partes:<br />
a. f -1 (UV)f -1 (U)f -1 (V).<br />
b. f -1 (U)f -1 (V)f -1 (UV).<br />
Parte a: Seja xf -1 (UV). Pela definição<br />
de imagem inversa, segue que f(x)UV.<br />
Pela definição de reunião de conjuntos,<br />
temos que f(x)U ou f(x)V. Assim, xf -<br />
1 (U) ou xf -1 (V). Concluímos então que<br />
xf -1 (U)f -1 (V).<br />
Parte b: Seja xf -1 (U)f -1 (V). Pela<br />
definição de reunião de conjuntos, temos<br />
que xf -1 (U) ou xf -1 (V). Pela definição<br />
de imagem inversa, segue que f(x)U ou<br />
f(x)V. Assim, f(x)UV e concluímos<br />
que xf -1 (UV).<br />
4. f -1 (UV)=f -1 (U)f -1 (V)<br />
Demonstraremos com duas inclusões:<br />
a. f -1 (UV)f -1 (U)f -1 (V).<br />
b. f -1 (U)f -1 (V)f -1 (UV).<br />
Parte a: Seja xf -1 (UV). Pela definição<br />
de imagem inversa, segue que f(x)UV.<br />
Pela definição de interseção de conjuntos,<br />
temos que f(x)U e f(x)V. Assim, xf -<br />
73<br />
1 (U) e xf -1 (V). Concluímos que xf -<br />
1 (U)f -1 (V).<br />
Parte b: Seja xf -1 (U) )f -1 (V). Pela<br />
definição de interseção de conjuntos,<br />
temos que xf -1 (U) e xf -1 (V). Pela<br />
definição de imagem inversa, segue que<br />
f(x)U e f(x)V. Assim, f(x)UV e<br />
concluímos que xf -1 (UV).<br />
5. f -1 (V c )=[f -1 (V)] c<br />
Demonstração em duas etapas.<br />
a. f -1 (V c )[f -1 (V)] c .<br />
b. [f -1 (V)] c f -1 (V c ).<br />
Parte a: Seja xf -1 (V c ). Pela definição de<br />
imagem inversa, segue que f(x)V c . Pela<br />
definição de complementar, temos que f(x) não<br />
está em V, logo x não pertence a f -1 (V) e temos<br />
que x[f -1 (V)] c .<br />
Parte b: Seja x[f -1 (V)] c . Pela definição de<br />
complementar, temos que x não pertence a f -<br />
1 (V). Assim, f(x) não pertence ao conjunto V<br />
ou seja f(x)V c , o que implica que x f -1 (V c ).<br />
6. Se VU então f -1 (U-V)=f -1 (U)-f -1 (V)<br />
Demonstração: Usando o conceito de<br />
complementar, segue que U-V=UV c . Pela<br />
relação do ítem (4):<br />
f -1 (U-V)=f -1 (UV c )=f -1 (U)f -1 (V c )<br />
Pelo ítem (5), segue que:<br />
f -1 (U-V)=f -1 (U)[f -1 (V)] c =f -1 (U)-f -1 (V)<br />
PROPRIEDADES MISTAS<br />
Sejam f:X→Y uma aplicação. Assim:<br />
1. Para todo AX, tem-se que:<br />
A f -1 (f(A))<br />
2. Para todo VY, tem-se que:<br />
f(f -1 (V)) V<br />
3. Se f é injetiva, então para todo AX, temse<br />
que:<br />
f -1 (f(A)) = A<br />
4. Se f é sobrejetiva, então para todo VY,<br />
tem-se que<br />
f(f -1 (V)) = V<br />
5. Se f é bijetiva, para todo AX e para todo<br />
VY, tem-se que:<br />
f -1 (f(A))=A e f(f -1 (V))=V
A FUNÇÃO EXPONENCIAL<br />
FUNÇÕES EXPONENCIAIS<br />
A função exponencial<br />
A Constante e de Euler<br />
Conexão entre exp e o número e<br />
Significado geométrico de e<br />
Propriedades básicas<br />
Simplificações matemáticas<br />
Outras funções exponenciais<br />
A função exponencial natural é a função<br />
exp:R→R+, definida como a inversa da função<br />
logarítmo natural, isto é:<br />
Ln[exp(x)]=x, exp[Ln(x)]=x<br />
O gráfico da função exponencial é obtido pela<br />
reflexão do gráfico da função Logaritmo natural em<br />
relação à identidade dada pela reta y=x.<br />
Como o domínio da função Logaritmo natural é o<br />
conjunto dos números reais positivos, então a<br />
74<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Leis dos expoentes<br />
Relação de Euler<br />
Algumas Aplicações<br />
Resfriamento dos corpos<br />
Curvas de aprendizagem<br />
Crescimento populacional<br />
Desintegração radioativa<br />
imagem da função exp é o conjunto dos números<br />
reais positivos e como a imagem de Ln é o<br />
conjunto R de todos os números reais, então o<br />
domínio de exp também é o conjunto R de todos os<br />
números reais.<br />
Observação: Através do gráfico de f(x)=exp(x),<br />
observamos que:<br />
1. exp(x)>0 se x é real)<br />
2. 0
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
1. Ln[exp(5)]=5<br />
2. exp[ln(5)]=5<br />
3. Ln[exp(x+1) 1/2 ]=(x+1) 1/2<br />
4. exp[Ln((x+1) 1/2 ]=(x+1) 1/2<br />
5. exp[3.Ln(x)]=exp(Ln(x³)]=x³<br />
6. exp[k.Ln(x)]=exp[Ln(x k )]=x k<br />
7. exp[(7(Ln(3)-Ln(4)] = exp[7(Ln(3/4))] =<br />
exp [(Ln(3/4)] 7 ) = (3/4) 7<br />
A CONSTANTE e DE EULER<br />
Existe uma importantíssima constante matemática<br />
definida por<br />
e = exp(1)<br />
O número e é um número irracional e positivo e em<br />
função da definição da função exponencial, temos<br />
que:<br />
Ln(e)=1<br />
Este número é denotado por e em homenagem ao<br />
matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um<br />
dos primeiros a estudar as propriedades desse<br />
número.<br />
O valor deste número expresso com 40 dígitos<br />
decimais, é:<br />
e=2,718281828459045235360287471352662497757<br />
CONEXÃO ENTRE O NÚMERO e E A<br />
FUNÇÃO EXPONENCIAL<br />
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)<br />
pode ser escrita como a potência de base e com<br />
expoente x, isto é:<br />
e x = exp(x)<br />
SIGNIFICADO GEOMÉTRICO DE e<br />
Tomando um ponto v do eixo OX, com v>1 tal que<br />
a área da região do primeiro quadrante localizada<br />
sob a curva y=1/x e entre as retas x=1 e x=v seja<br />
unitária, então o valor de v será igual a e.<br />
75<br />
PROPRIEDADES BÁSICAS DA FUNÇÃO<br />
EXPONENCIAL<br />
Se x e y são números reais e k é um número<br />
racional, então:<br />
1. y=exp(x) se, e somente se, x=Ln(y).<br />
2. exp[Ln(y)]=y para todo y>0.<br />
3. Ln[exp(x)]=x para todo x real.<br />
4. exp(x+y)=exp(x) exp(y)<br />
5. exp(x-y)=exp(x)/exp(y)<br />
6. exp(x.k)=[exp(x)] k<br />
SIMPLIFICAÇÕES MATEMÁTICAS<br />
Podemos simplificar algumas expressões<br />
matemáticas com as propriedades das funções<br />
exponenciais e logaritmos:<br />
1. exp[Ln(3)]=3.<br />
2. Ln[exp(20x)]=20x.<br />
3. exp[5.Ln(2)]=exp[Ln(2 5 )]=2 5 =32.<br />
4. exp[2+5.ln(2)]=exp(2)exp(5.Ln(2))=32e².<br />
OUTRAS FUNÇÕES EXPONENCIAIS<br />
Podemos definir outras funções exponenciais como<br />
g(x)=a x , onde a é um número real positivo diferente<br />
de 1 e de x. Primeiro, consideremos o caso onde o<br />
expoente é um número racional r.<br />
Tomando x=a r na equação x=exp[Ln(x)], obtemos:<br />
a r =exp[Ln(a r )]<br />
Como Ln[a r ]=r.Ln(a), a relação acima fica na<br />
forma:<br />
a r = exp[r.Ln(a)]<br />
Esta última expressão, juntamente com a<br />
informação que todo número real pode ser escrito<br />
como limite de uma sequência de números<br />
racionais, justifica a definição para g(x)=a x , onde x<br />
é um número real:<br />
a x =exp[x.Ln(a)]<br />
LEIS DOS EXPOENTES<br />
Se x e y são números reais, a e b são números reais<br />
positivos, então:<br />
1. a x a y =a x+y<br />
2. a x /a y =a x-y<br />
3. (a x ) y =a x.y
4. (a b) x =a x b x<br />
5. (a/b) x =a x /b x<br />
6. a -x =1/a x<br />
RELAÇÃO DE EULER<br />
Se i é a unidade imaginária e x é um número real,<br />
então vale a relação:<br />
e ix = exp(ix) = cos(x) + i sen(x)<br />
ALGUMAS APLICAÇÕES<br />
Funções exponenciais desempenham papéis<br />
fundamentais na Matemática e nas ciências<br />
envolvidas com ela, como: Física, Química,<br />
Engenharia, Astronomia, Economia, Biologia,<br />
Psicologia e outras. Vamos apresentar alguns<br />
exemplos com aplicações destas funções.<br />
Lei do resfriamento dos corpos: Um indivíduo foi<br />
encontrado morto em uma sala com temperatura<br />
ambiente constante. O legista tomou a temperatura<br />
do corpo às 21:00 h e constatou que a mesma era de<br />
32 graus Celsius. Uma hora depois voltou ao local e<br />
tomou novamente a temperatura do corpo e<br />
constatou que a mesma estava a 30 graus Celsius.<br />
Aproximadamente a que horas morreu o indivíduo,<br />
sabendo-se que a temperatura média de um corpo<br />
humano normal é de 37 graus Celsius?<br />
Partindo de estudos matemáticos pode-se construir<br />
uma função exponencial decrescente que passa<br />
pelos pontos (21,32) e (22,30) onde abscissas<br />
representam o tempo e as ordenadas a temperatura<br />
do corpo.<br />
A curva que descreve este fenômeno é uma função<br />
exponencial da forma:<br />
então obtemos que:<br />
A = Ln(30)-Ln(32)<br />
C = 32/ (30/32) 21<br />
A t<br />
f(t) = C e<br />
A função exponencial que rege este fenômeno de<br />
resfriamento deste corpo é dada por:<br />
f(t) = 124,09468 e -0,0645385t<br />
76<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
e quando f(t) = 37 temos que:<br />
t = 18,7504... = 18 horas + 45 minutos<br />
que pode ser observado através do gráfico.<br />
Observação: Neste exemplo, usamos a construção<br />
de um gráfico e as propriedades operatórias das<br />
funções exponenciais e logarítmicas.<br />
Curvas de aprendizagem: Devido ao seu uso por<br />
psicólogos e educadores na descrição do processo<br />
de aprendizagem, as curvas exponenciais realizam<br />
um papel importante.<br />
A curva básica para este tipo de estudo é da forma:<br />
f(x) = c - a e -k.x<br />
onde c, a e k são constantes positivas.<br />
Considerando o caso especial em que c=a temos<br />
uma das equações básicas para descrever a relação<br />
entre a consolidação da aprendizagem y=f(x) e o<br />
número de reforços x.<br />
A função:<br />
f(x) = c - a e -k.x<br />
cresce rapidamente no começo, nivela-se e então<br />
aproxima-se de sua assíntota y=c.<br />
Estas curvas também são estudadas em Economia,<br />
na representação de várias funções de custo e<br />
produção.<br />
Crescimento populacional: Em 1798, Thomas<br />
Malthus, no trabalho "An Essay on the Principle of<br />
Population" formulou um modelo para descrever a<br />
população presente em um ambiente em função do<br />
tempo. Considerou N=N(t) o número de indivíduos<br />
em certa população no instante t. Tomou as<br />
hipóteses que os nascimentos e mortes naquele<br />
ambiente eram proporcionais à população presente<br />
e a variação do tempo conhecida entre os dois<br />
períodos. Chegou à seguinte equação para<br />
descrever a população presente em um instante t:<br />
N(t)=No e rt<br />
onde No é a população presente no instante inicial<br />
t=0 e r é uma constante que varia com a espécie de<br />
população.<br />
O gráfico correto desta função depende dos valores<br />
de No e de r. Mas sendo uma função exponencial, a<br />
forma do gráfico será semelhante ao da função<br />
y=Ke x .
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Este modelo supõe que o meio ambiente tenha<br />
pouca ou nenhuma influência sobre a população.<br />
Desse modo, ele é mais um indicador do potencial<br />
de sobrevivência e de crescimento de cada espécie<br />
de população do que um modelo que mostre o que<br />
realmente ocorre.<br />
Consideremos por exemplo uma população de<br />
bactérias em um certo ambiente. De acordo com<br />
esta equação se esta população duplicar a cada 20<br />
minutos, dentro de dois dias, estaria formando uma<br />
camada em volta da terra de 30 cm de espessura.<br />
Assim, enquanto os efeitos do meio ambiente são<br />
nulos, a população obedece ao modelo N=Noe rt . Na<br />
realidade, se N=N(t) aumenta, o meio ambiente<br />
oferece resistência ao seu crescimento e tende a<br />
mantê-lo sobre controle. Exemplos destes fatores<br />
são, a quantidade disponível de alimentos,<br />
acidentes, guerras, epidemias,...<br />
Como aplicação numérica, consideremos uma<br />
colônia de bactérias se reproduzindo normalmente.<br />
Se num certo instante havia 200 bactérias na<br />
colônia, passadas 12 horas havia 600 bactérias.<br />
Quantas bactérias haverá na colônia após 36 horas<br />
da última contagem?<br />
No instante inicial havia 200 bactérias, então<br />
No=200, após 12 horas havia 600 bactérias, então<br />
logo<br />
assim<br />
N(12)=600=200 e r12<br />
e 12r =600/200=3<br />
ln(e 12r )=ln(3)<br />
Como Ln e exp são funções inversas uma da outra,<br />
segue que 12r=ln(3), assim:<br />
Finalmente:<br />
r=ln(3)/12=0,0915510<br />
N(48) = 200 e 48.(0,0915510) = 16200 bactérias<br />
Então, após 36 horas da útima contagem ou seja, 48<br />
horas do início da contagem, haverá 16200<br />
bactérias.<br />
Desintegração radioativa: Os fundamentos do<br />
estudo da radioatividade ocorrerram no início do<br />
século por Rutherford e outros. Alguns átomos são<br />
77<br />
naturalmente instáveis, de tal modo que após algum<br />
tempo, sem qualquer influência externa sofrem<br />
transições para um átomo de um novo elemento<br />
químico e durante esta transição eles emitem<br />
radiações. Rutherford formulou um modelo para<br />
descrever o modo no qual a radioatividade decai. Se<br />
N=N(t) representa o número de átomos da<br />
substância radioativa no instante t, No o número de<br />
átomos no instante t=0 e k é uma constante positiva<br />
chamada de constante de decaimento, então:<br />
N(t) = No e -k.t<br />
esta constante de decaimento k, tem valores<br />
diferentes para substâncias diferentes, constantes<br />
que são obtidas experimentalmente.<br />
Na prática usamos uma outra constante T,<br />
denominada meia-vida do elemento químico, que é<br />
o tempo necessário para que a quantidade de<br />
átomos da substância decaia pela metade.<br />
Se N=No/2 para t=T, temos<br />
assim<br />
No/2 = No e -k.T<br />
T=Ln(2)/k<br />
Na tabela, apresentamos indicadores de meia-vida<br />
de alguns elementos químicos:<br />
Substância Meia-vida T<br />
Xenônio 133 5 dias<br />
Bário 140 13 dias<br />
Chumbo 210 22 anos<br />
Estrôncio 90 25 anos<br />
Carbono 14 5.568 anos<br />
Plutônio 23.103 anos<br />
Urânio 238 4.500.000.000 anos<br />
Para o Carbono 14, a constante de decaimento é:<br />
k = Ln(2)/T = Ln(2)/5568 = 12,3386 por ano
A HIPÉRBOLE EQUILÁTERA<br />
LOGARITMOS<br />
A hipérbole equilátera<br />
Definição de Logaritmo<br />
Propriedades gerais<br />
Simplificações matemáticas<br />
Base para um logaritmo<br />
Seja a função real f(x)=1/x definida para todo x<br />
diferente de zero. O gráfico desta função é a curva<br />
plana denominada hipérbole equilátera, sendo que<br />
um ramo da hipérbole está no primeiro quadrante e<br />
o outro está localizado no terceiro quadrante.<br />
Esta curva tem importantes aplicações em Ótica e<br />
construções de óculos, lentes, telescópios, estudos<br />
de química, estudos em economia, etc.<br />
78<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Logaritmo decimal<br />
Definição estranha de logaritmo<br />
Cálculo de logaritmos<br />
Característica e mantissa<br />
Tábua logaritmos on-line<br />
DEFINIÇÃO DE LOGARITMO<br />
O logaritmo natural (ou neperiano) de u, muitas<br />
vezes, denotado por Ln(u), pode ser definido do<br />
ponto de vista geométrico, como a área da região<br />
plana localizada sob o gráfico da curva y=1/x,<br />
acima do eixo y=0, entre as retas x=1 e x=u, que<br />
está no desenho colorido de vermelho.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
A área em vermelho representa o logaritmo natural<br />
de u, denotado por Ln(u). Em função do gráfico, em<br />
anexo, usaremos a definição:<br />
Ln(u)=área(1,u)<br />
Se u>1, a região possuirá uma área bem definida,<br />
mas tomando u=1, a região se reduzirá a uma linha<br />
vertical (que não posssui área ou seja, possui área<br />
nula) e neste caso tomaremos Ln(1)=área(1,1).<br />
Assim:<br />
Ln(1)=0<br />
Quando aumentamos os valores de u, esta função<br />
também aumenta os seus valores, o que significa<br />
que esta função é crescente para valores de u>0.<br />
O conceito de Integral de uma função real,<br />
normalmente estudado na disciplina Cálculo<br />
Diferencial e Integral, justifica a forma como<br />
apresentamos o Logaritmo natural de um número<br />
real.<br />
PROPRIEDADES GERAIS DOS<br />
LOGARITMOS<br />
Com o uso deste conceito fundamental da<br />
Matemática, é possível demonstrar várias<br />
propriedades dos Logaritmos naturais (o que não<br />
será feito aqui), para números reais positivos x e y e<br />
para qualquer número real k, desde que tenham<br />
sentido as expressões matemáticas:<br />
Propriedades básicas dos logaritmos naturais<br />
1. Ln(1)=0<br />
2. Ln(x.y)=Ln(x)+Ln(y)<br />
3. Ln(x k )=k.Ln(x)<br />
4. Ln(x/y)=Ln(x)-Ln(y)<br />
ALGUMAS SIMPLIFICAÇÕES<br />
MATEMÁTICAS<br />
As propriedades dos Logaritmos podem ser usadas<br />
para simplificar expressões matemáticas.<br />
Exemplos:<br />
1. Ln(5)+4.Ln(3)=Ln(5)+Ln(3 4 =Ln(5.3 4 )=Ln(405)<br />
2. (1/2)Ln(4t²)-Ln(t)=Ln[(4t²) ½ ]-Ln(t)=Ln(2), se t>0<br />
3. Ln(a)+L(b)-Ln(c)+Ln(10)=Ln(10a.b/c)<br />
Exercício: Qual dos números é o menor: 2.Ln(3)<br />
ou 3.Ln(2)? Observamos que:<br />
2 Ln(3) = Ln(3²) = Ln(9)<br />
3 Ln(2) = Ln(2³) = Ln(8)<br />
79<br />
e como a função Ln é crescente, então:<br />
3 Ln(2) = Ln(8)
temos que o Logaritmo de 10 n na base 10 é o<br />
expoente n, o que nos faz pensar que para todo x<br />
real positivo vale a relação:<br />
Log(10 x ) = x<br />
DEFINIÇÃO ESTRANHA DE LOGARITMO<br />
A última expressão mostrada acima é correta e<br />
existe uma outra relação muito mais geral do que<br />
esta, pois o Logaritmo de um número real positivo<br />
x na base b é igual ao número e se, e somente se, x<br />
pode ser escrito como a potência b elevada ao<br />
expoente e, isto é:<br />
Logb(x) = e se, e somente se, x = b e<br />
Em livros de Matemática elementar, esta é tomada<br />
como a definição de Logaritmo de um número em<br />
uma certa base, o que é estranho pois tal definição é<br />
cíclica:<br />
Define-se o logarítmo em função da<br />
exponencial;<br />
Define-se a exponencial em função do<br />
logaritmo.<br />
CÁLCULOS DE LOGARITMOS DE ALGUNS<br />
NÚMEROS<br />
Com a definição estranha é possível obter o um<br />
valor aproximado para o Log(2). Consideremos que<br />
y=Log(2) e 10 y =2. Inicialmente, temos que Log(2)<br />
é positivo e menor do que 1, pois 1
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
podemos obter os logaritmos das potências de 2,<br />
como por exemplo:<br />
1. Log(4)=Log(2²)=2Log(2)=0,60206<br />
2. Log(8)=Log(2³)=3Log(2)=0,90309<br />
3. Log(16)=Log(2 4 )=4Log(2)=1,20412<br />
4. Log(32)=Log(2 5 )=5Log(2)=1,50515<br />
5. Log(2 n )=n.Log(2)<br />
6. Log(1/2)=Log(2 -1 )=(-1)Log(2)=-0,30103<br />
7. Log(1/4)=Log(2 -2 )=(-2)Log(2)=-0,60206<br />
8. Log(1/8)=Log(2 -3 )=(-3)Log(2)=-0,90309<br />
9. Log(1/16)=Log(2 -4 )=(-4)Log(2)=-1,20412<br />
10. Log(1/32)=Log(2 -5 )=(-5)Log(2)=-1,50515<br />
11. Log(2 -n )=(-n).Log(2)<br />
Temos também que Log(3)=0,47712, o que nos<br />
permite realizar uma grande quantidade de cálculos<br />
com logaritmos.<br />
Com Log(2) e Log3, não é possível calcular os<br />
logaritmos dos números primos maiores do que 5,<br />
mas é possível obter uma grande quantidade de<br />
logaritmos de números naturais.<br />
Exemplo: Usaremos Log(2)=0,301 e Log(3) =<br />
0,477, para calcular alguns logaritmos.<br />
1. Log(5)=Log(10/2)=Log(10)-Log(2)=1-<br />
0,301=0,699<br />
2. Log(6)=Log(2.3)=Log(2)+Log(3)=0,301+0,47<br />
7=0,778<br />
3. Log(8)=Log(2³)=3 Log(2)=0,903<br />
4. Log(9)=Log(3²)=2 Log(3)=0,954<br />
Uma estimativa razoável para Log(7)=0,8451 pode<br />
ser obtida com a média aritmética entre Log(6) e<br />
Log(8), isto é:<br />
Log(7)=0,840<br />
CARACTERÍSTICA E MANTISSA DE UM<br />
LOGARITMO NA BASE 10<br />
RELAÇÕES E FUNÇÕES<br />
81<br />
Se um número está entre duas potências<br />
consecutivas de 10, o expoente da menor delas é a<br />
característica do logaritmo deste número e a<br />
diferença entre o logaritmo do número e a<br />
característica é a mantissa que é a parte decimal do<br />
logaritmo.<br />
Observação: Na tabela abaixo aparece o sinal<br />
negativo para o logaritmo apenas para o número<br />
que está antes da vírgula.<br />
Número Logaritmo Característica Mantissa<br />
0,002 ¯3,30103 -3 0,30103<br />
0,02 ¯2,30103 -2 0,30103<br />
0,2 ¯1,30103 -1 0,30103<br />
2 0,30103 0 0,30103<br />
20 1,30103 1 0,30103<br />
200 2,30103 2 0,30103<br />
2000 3,30103 3 0,30103<br />
Esta notação simplifica operações com logaritmos,<br />
visando mostrar que, se a divisão de dois números é<br />
um múltiplo de 10, basta mudar a característica e<br />
preservar a mantissa do logaritmo. Isto poderá ser<br />
observado na Tábua moderna de logaritmos que<br />
aparece no final desta Página.<br />
¯3,30103 significa que apenas a característica é<br />
negativa, valendo -3 e ela deve ser somada à<br />
mantissa que é um número positivo 0,30103 e isto<br />
significa que o resultado deve ser um número com<br />
um sinal negativo, isto é, -2,69897.
Aplicações de relações e funções<br />
O Plano Cartesiano<br />
Produto Cartesiano<br />
Relações no plano Cartesiano<br />
Domínio e Contradomínio<br />
Relações inversas<br />
Propriedades de Relações<br />
Relações de equivalência<br />
Funções no plano Cartesiano<br />
Relações que não são funções<br />
Funções afim e lineares<br />
Função identidade<br />
APLICAÇÕES DAS RELAÇÕES E FUNÇÕES<br />
NO COTIDIANO<br />
Ao lermos um jornal ou uma revista, diariamente<br />
nos deparamos com gráficos, tabelas e ilustrações.<br />
Estes, são instrumentos muito utilizados nos meios<br />
de comunicação. Um texto com ilustrações, é muito<br />
mais interessante, chamativo, agradável e de fácil<br />
compreensão. Não é só nos jornais ou revistas que<br />
encontramos gráficos. Os gráficos estão presentes<br />
nos exames laboratoriais, nos rótulos de produtos<br />
alimentícios, nas informações de composição<br />
química de cosméticos, nas bulas de remédios,<br />
enfim em todos os lugares. Ao interpretarmos estes<br />
gráficos, verificamos a necessidade dos conceitos<br />
de plano cartesiano.<br />
O Sistema ABO dos grupos sangüíneos é explicado<br />
pela recombinação genética dos alelos (a,b,o) e este<br />
é um bom exemplo de uma aplicação do conceito<br />
de produto cartesiano. Uma aplicação prática do<br />
conceito de relação é a discussão sobre a interação<br />
de neurônios (células nervosas do cérebro).<br />
Ao relacionarmos espaço em função do tempo,<br />
número do sapato em função do tamanho dos pés,<br />
intensidade da fotossíntese realizada por uma planta<br />
em função da intensidade de luz a que ela é exposta<br />
ou pessoa em função da impressão digital,<br />
percebemos quão importantes são os conceitos de<br />
funções para compreendermos as relações entre os<br />
fenômenos físicos, biológicos, sociais...<br />
Observamos então que as aplicações de plano<br />
cartesiano, produto cartesiano, relações e funções<br />
estão presentes no nosso cotidiano.<br />
82<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Funções constantes<br />
Funções quadráticas<br />
Funções cúbicas<br />
Domínio, Contradomínio, Imagem<br />
Funções injetoras<br />
Funções sobrejetoras<br />
Funções bijetoras<br />
Funções pares e ímpares<br />
Funções crescentes<br />
Funções compostas e Inversas<br />
Operações com funções<br />
Funções polinomiais e Aplicações<br />
Valores assumidos por uma ação numa Bolsa de<br />
Valores<br />
O PLANO CARTESIANO<br />
Referência histórica: Os nomes Plano Cartesiano e<br />
Produto Cartesiano são homenagens ao seu criador<br />
René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático<br />
francês. O nome de Descartes em Latim, era<br />
Cartesius, daí vem o nome cartesiano.<br />
O plano cartesiano ortogonal é constituído por dois<br />
eixos x e y perpendiculares entre si que se cruzam<br />
na origem. O eixo horizontal é o eixo das abscissas<br />
(eixo OX) e o eixo vertical é o eixo das ordenadas<br />
(eixo OY). Associando a cada um dos eixos o<br />
conjunto de todos os números reais, obtém-se o<br />
plano cartesiano ortogonal.<br />
Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é formado<br />
por um par ordenado de números, indicados entre<br />
parênteses, a abscissa e a ordenada<br />
respectivamente. Este par ordenado representa as<br />
coordenadas de um ponto.<br />
O primeiro número indica a medidada do<br />
deslocamento a partir da origem para a direita (se<br />
positivo) ou para a esquerda (se negativo).<br />
O segundo número indica o deslocamento a partir<br />
da origem para cima (se positivo) ou para baixo (se<br />
negativo). Observe no desenho que: (a,b)≠(b,a) se<br />
a≠b.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Os dois eixos dividem o plano em quatro regiões<br />
denominadas quadrantes sendo que tais eixos são<br />
retas concorrentes na origem do sistema formando<br />
um ângulo reto (90 graus). Os nomes dos<br />
quadrantes são indicados no sentido anti-horário,<br />
conforme a figura, com as cores da bandeira do<br />
Brasil.<br />
Segundo<br />
quadrante<br />
Terceiro<br />
quadrante<br />
Primeiro<br />
quadrante<br />
Quarto<br />
quadrante<br />
Quadrante sinal de x sinal de y Ponto<br />
não tem não tem (0,0)<br />
Primeiro + + (2,4)<br />
Segundo - + (-4,2)<br />
Terceiro - - (-3,-7)<br />
Quarto + - (7,-2)<br />
PRODUTO CARTESIANO<br />
Dados dois conjuntos A e B não vazios, definimos<br />
o produto cartesiano entre A e B, denotado por<br />
AxB, como o conjunto de todos os pares ordenados<br />
da forma (x,y) onde x pertence ao primeiro<br />
conjunto A e y pertence ao segundo conjunto B.<br />
AxB = { (x,y): xA e yB }<br />
Observe que AxB≠BxA, se A é não vazio ou B é<br />
não vazio. Se A=Ø ou B=Ø, por definição:<br />
AxØ=Ø=ØxB.<br />
Se A possui m elementos e B possui n elementos,<br />
então AxB possui mxn elementos.<br />
Exemplo: Dados A={a,b,c,d} e B={1,2,3}, o<br />
produto cartesiano AxB, terá 12 pares ordenados e<br />
será dado por:<br />
AxB = {(a,1), (a,2), (a,3), (b,1), (b,2), (b,3), (c,1),<br />
(c,2), (c,3), (d,1), (d,2), (d,3)}<br />
83<br />
RELAÇÕES NO PLANO CARTESIANO<br />
Sejam A e B conjuntos não vazios. Uma relação em<br />
AxB é qualquer subconjunto R de AxB.<br />
A relação mostrada na figura acima é:<br />
R = { (a,3), (b,3), (c,2), (c,3), (d,2), (d,3) }<br />
Uma relação R de A em B pode ser denotada por<br />
R:A→B.<br />
Exemplo: Se A={1,2} e B={3,4}, o produto<br />
cartesiano é AxB={(1,3),(1,4),(2,3),(2,4)} e neste<br />
caso, temos algumas relações em AxB:<br />
1. R1={(1,3),(1,4)}<br />
2. R2={(1,3)}<br />
3. R3={(2,3),(2,4)}<br />
DOMÍNIO E CONTRADOMÍNIO DE UMA<br />
RELAÇÃO<br />
As relações mais importantes são aquelas definidas<br />
sobre conjuntos de números reais e nem sempre<br />
uma relação está definida sobre todo o conjunto dos<br />
números reais. Para evitar problemas como estes,<br />
costuma-se definir uma relação R:A→B, onde A e<br />
B são subconjuntos de R, da seguinte forma:<br />
O conjunto A é o domínio da relação R, denotado<br />
por Dom(R) e B é o contradomínio da relação,<br />
denotado por CoDom(R).<br />
Dom(R) = { xA: existe y em B tal que (x,y)R}<br />
Im(R)={yB: existe xA tal que (x,y)R}
Representações gráficas de relações em AxB:<br />
R1={(a,1), (a,2), (a,3), (b,1), (b,2), (b,3), (c,1),<br />
(d,1), (d,2), (d,3)}<br />
R2={(a,1),(b,2),(c,3),(d,1)}<br />
R3={(a,1),(b,1),(b,2),(c,3),(d,3)}<br />
RELAÇÕES INVERSAS<br />
Seja R uma relação de A em B. A relação inversa<br />
de R, denotada por R -1 , é definida de B em A por:<br />
R -1 = { (y,x)BxA: (x,y)R }<br />
Exemplo: Sejam A={a,b,c}, B={d,e,f} e R uma<br />
relação em AxB, definida por<br />
R = {(a,d),(a,e),(a,f),(b,d),(b,e),(b,f),(c,d),(c.e),(c,f)}<br />
Então:<br />
R -1 = {(d,a),(e,a),(f,a),(d,b),(e,b),(f,b),(d,c),(e,c),(f,c)}<br />
Observação: O gráfico da relação inversa R -1 é<br />
simétrico ao gráfico da relação R, em relação à reta<br />
y=x (identidade).<br />
84<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
PROPRIEDADES DE RELAÇÕES<br />
Reflexiva: Uma relação R é reflexiva se todo<br />
elemento de A está relacionado consigo mesmo, ou<br />
seja, para todo xA: (x,x)R, isto é, para todo<br />
xA: xRx.<br />
Exemplo: Uma relação reflexiva em A={a,b,c}, é<br />
dada por:<br />
R = {(a,a),(b,b),(c,c)}<br />
Simétrica: Uma relação R é simétrica se o fato que<br />
x está relacionado com y, implicar necessariamente<br />
que y está relacionado com x, ou seja: quaisquer<br />
que sejam xA e yA tal que (x,y)R, segue que<br />
(y,x)R.<br />
Exemplo: Uma relação simétrica em A={a,b,c}, é:<br />
R = {(a,a),(b,b),(a,b),(b,a)}<br />
Transitiva: Uma relação R é transitiva, se x está<br />
relacionado com y e y está relacionado com z,<br />
implicar que x deve estar relacionado com z, ou<br />
seja: quaisquer que sejam xA, yA e zA, se<br />
(x,y)R e (y,z)R então (x,z)R.<br />
Exemplo: Uma relação transitiva em A={a,b,c}, é:<br />
R = {(a,a),(a,c),(c,b),(a,b)}<br />
Anti-simétrica: Sejam xA e yA. Uma relação R<br />
é anti-simétrica se (x,y)R e (y,x)R implica que<br />
x=y. Alternativamente, uma relação é antisimétrica:<br />
Se x e y são elementos distintos do<br />
conjunto A então x não tem relação com y ou<br />
(exclusivo) y não tem relação com x, o que<br />
significa que o par de elementos distintos (x,y) do<br />
conjunto A poderá estar na relação desde que o par<br />
(y,x) não esteja.<br />
Exemplo: Uma relação anti-simétrica em<br />
A={a,b,c}, é:<br />
R = {(a,a),(b,b),(a,b),(a,c) }<br />
RELAÇÃO DE EQUIVALÊNCIA<br />
Uma relação R sobre um conjunto A não vazio é<br />
chamada relação de equivalência sobre A se, e<br />
somente se, R é reflexiva, simétrica e transitiva.<br />
Exemplo: Se A={a,b,c} então a relação R em AxA,<br />
definida abaixo, é de equivalência:<br />
R = {(a,a),(b,b),(c,c),(a,c),(c,a) }<br />
FUNÇÕES NO PLANO CARTESIANO<br />
Referência histórica: Leonhard Euler (1707-<br />
1783), médico, teólogo, astrônomo e matemático<br />
suíço, desenvolveu trabalhos em quase todos os<br />
ramos da Matemática Pura e Aplicada, com
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
destaque para a Análise - estudo dos processos<br />
infinitos - desenvolvendo a idéia de função. Foi o<br />
responsável também pela adoção do símbolo f(x)<br />
para representar uma função de x. Hoje, função é<br />
uma das idéias essenciais em Matemática.<br />
Uma função f de A em B é uma relação em AxB,<br />
que associa a cada variável x em A, um único y em<br />
B. Uma das notações mais usadas para uma função<br />
de A em B, é:<br />
f:A→B<br />
Quatro aspectos chamam a atenção na definição<br />
apresentada:<br />
O domínio A da relação.<br />
O contradomínio B da relação.<br />
Todo elemento de A deve ter correspondente<br />
em B.<br />
Cada elemento de A só poderá ter no máximo<br />
um correspondente no contradomínio B.<br />
Estas características nos informam que uma função<br />
pode ser vista geometricamente como uma linha no<br />
plano, contida em AxB, que só pode ser "cortada"<br />
uma única vez por uma reta vertical, qualquer que<br />
seja esta reta.<br />
Exemplo: A circunferência definida por<br />
R={(x,y)R²: x²+y²=a²}<br />
é uma relação que não é uma função, pois tomando<br />
a reta vertical x=0, obtemos ordenadas diferentes<br />
para a mesma abscissa x.<br />
Neste caso Dom(R)=[-a,a] e CoDom(R)=[-a,a].<br />
RELAÇÕES QUE NÃO SÃO FUNÇÕES<br />
Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação<br />
R4 = { (a,1), (b,2), (c,3), (d,3), (a,3) }<br />
não é uma função em AxB, pois associado ao<br />
mesmo valor a existem dois valores distintos que<br />
são 1 e 3.<br />
Seja A={a,b,c,d} e B={1,2,3}. A relação<br />
85<br />
R5 = { (a,1), (a,3), (b,2), (c,3) }<br />
não é uma função em AxB, pois nem todos os<br />
elementos do primeiro conjunto A estão associados<br />
a elementos do segundo conjunto B.<br />
Na sequência, apresentaremos alguns exemplos<br />
importantes de funções reais<br />
FUNÇÕES AFIM E LINEARES<br />
Função afim: Sejam a e b números reais, sendo a<br />
não nulo. Uma função afim é uma função f:R R<br />
que para cada x em R, associa f(x)=ax+b.<br />
Exemplos:<br />
1. f(x)=-3x+1<br />
2. f(x)=2x+7<br />
3. f(x)=(1/2)x+4<br />
Se b é diferente de zero, o gráfico da função afim é<br />
uma reta que não passa pela origem (0,0).<br />
Função linear: Seja a um número real. Uma<br />
função linear é uma função f:R R que para cada<br />
x em R, associa f(x)=ax.<br />
Exemplos:<br />
1. f(x)=-3x<br />
2. f(x)=2x<br />
3. f(x)=x/2<br />
O gráfico da função linear é uma reta que sempre<br />
passa pela origem (0,0).
FUNÇÃO IDENTIDADE<br />
É uma função f:R R que para cada x em R,<br />
associa f(x)=x. O gráfico da Identidade é uma reta<br />
que divide o primeiro quadrante e também o<br />
terceiro quadrante em duas partes iguais.<br />
FUNÇÕES CONSTANTES<br />
Seja b um número real. A função constante associa<br />
a cada xR o valor f(x)=b.<br />
Exemplos:<br />
1. f(x)=1<br />
2. f(x)=-7<br />
3. f(x)=0<br />
O gráfico de uma função constante é uma reta<br />
paralela ao eixo das abscissas (eixo horizontal).<br />
FUNÇÕES QUADRÁTICAS<br />
Sejam a, b e c números reais, com a não nulo. A<br />
função quadrática é uma função f:R→R que para<br />
cada x em R, f(x)=ax²+bx+c.<br />
Exemplos:<br />
1. f(x)=x²<br />
86<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
2. f(x)=-4 x²<br />
3. f(x)=x²-4x+3<br />
4. f(x)=-x²+2x+7<br />
O gráfico de uma função quadrática é uma curva<br />
denominada parábola.<br />
FUNÇÕES CÚBICAS<br />
Sejam a, b, c e d números reais, sendo a diferente<br />
de zero. A função cúbica é uma função f:R→R que<br />
para cada x em R, associa f(x)=ax³+bx²+cx+d.<br />
Exemplos:<br />
1. f(x)=x³<br />
2. f(x)=-4x³<br />
3. f(x)=2x³+x²-4x+3<br />
4. f(x)=-7x³+x²+2x+7<br />
O gráfico da função cúbica do item (a), se<br />
assemelha a uma parábola tanto no primeiro como<br />
no terceiro quadrante, mas no primeiro os valores<br />
de f(x) são positivos e no terceiro os valores de f(x)<br />
são negativos.<br />
DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E IMAGEM<br />
DE UMA FUNÇÃO<br />
Como nem toda relação é uma função, às vezes,<br />
alguns elementos poderão não ter correspondentes<br />
associados para todos os números reais e para evitar<br />
problemas como estes, costuma-se definir o<br />
Domínio de uma função f, denotado por Dom(f),<br />
como o conjunto onde esta relação f tem<br />
significado.<br />
Consideremos a função real que calcula a raiz<br />
quadrada de um número real. Deve estar claro que a<br />
raiz quadrada de -1 não é um número real, assim<br />
como não são reais as raízes quadradas de<br />
quaisquer números negativos, dessa forma o<br />
domínio desta função só poderá ser o intervalo<br />
[0,), onde a raiz quadrada tem sentido sobre os<br />
reais.
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Como nem todos os elementos do contradomínio de<br />
uma função f estão relacionados, define-se a<br />
Imagem de f, denotada por Im(f), como o conjunto<br />
de todos os elementos do contradomínio que estão<br />
relacionados com elementos do domínio de f, isto é:<br />
Im(f) = { y em B: existe x em A tal que y=f(x) }<br />
Observe que, se uma relação R é uma função de A<br />
em B, então A é o domínio e B é o contradomínio<br />
da função e se x é um elemento do domínio de uma<br />
função f, então a imagem de x é denotada por f(x).<br />
Exemplos: Cada função abaixo, tem características<br />
distintas.<br />
1. f:R→R definida por f(x)=x²<br />
Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f)=[0,)<br />
2. f:[0,2]→R definida por f(x)=x²<br />
Dom(f)=[0,2], CoDom(f)=R e Im(f)=[0,4]<br />
3. A função modular é definida por f:R→R tal<br />
que f(x)=|x|, Dom(f)=R, CoDom(f)=R e<br />
Im(f)=[0,) e seu gráfico é dado por:<br />
4. Uma semi-circunferência é dada pela função<br />
real f:R→R, definida por<br />
Dom(f)=[-2,2], CoDom(f)=R, Im(f)=[0,2] e<br />
seu gráfico é dado por:<br />
FUNÇÕES INJETORAS<br />
Uma função f:A→B é injetora se quaisquer dois<br />
elementos distintos de A, sempre possuem imagens<br />
distintas em B, isto é:<br />
x1≠x2 implica que f(x1)≠f(x2)<br />
ou de forma equivalente<br />
f(x1)=f(x2) implica que x1=x2<br />
87<br />
Exemplos:<br />
1. A função f:R→R definida por f(x)=3x+2 é<br />
injetora, pois sempre que tomamos dois valores<br />
diferentes para x, obtemos dois valores<br />
diferentes para f(x).<br />
2. A função f:R→R definida por f(x)=x²+5 não é<br />
injetora, pois para x=1 temos f(1)=6 e para x=-<br />
1 temos f(-1)=6.<br />
FUNÇÕES SOBREJETORAS<br />
Uma função f:A→B é sobrejetora se todo elemento<br />
de B é a imagem de pelo menos um elemento de A.<br />
Isto equivale a afirmar que a imagem da função<br />
deve ser exatamente igual a B que é o<br />
contradomínio da função, ou seja, para todo y em B<br />
existe x em A tal que y=f(x).<br />
Exemplos:<br />
1. A função f:R→R definida por f(x)=3x+2 é<br />
sobrejetora, pois todo elemento de R é imagem<br />
de um elemento de R pela função.<br />
2. A função f:R→(0,) definida por f(x)=x² é<br />
sobrejetora, pois todo elemento pertecente a<br />
(0,) é imagem de pelo menos um elemento de<br />
R pela função.<br />
3. A função f:R→R definida por f(x)=2 x não é<br />
sobrejetora, pois o número -1 é elemento do<br />
contradomínio R e não é imagem de qualquer<br />
elemento do domínio.<br />
FUNÇÕES BIJETORAS<br />
Uma função f:A→B é bijetora se ela é ao mesmo<br />
tempo injetora e sobrejetora.<br />
Exemplo: A função f:R→R dada por f(x)=2x é<br />
bijetora, pois é injetora e bijetora.<br />
FUNÇÕES PARES E ÍMPARES<br />
Função par: Uma função real f é par se, para todo<br />
x do domínio de f, tem-se que f(x)=f(-x). Uma<br />
função par possui o gráfico simétrico em relação ao<br />
eixo vertical OY.<br />
Exemplo: A função f(x)=x² é par, pois f(x)=x²=f(x).<br />
Observe o gráfico de f! Outra função<br />
par é g(x)=cos(x) pois g(-x)=cos(-x)=cos(x)=g(x).<br />
Função ímpar: Uma função real f é ímpar se, para<br />
todo x do domínio de f, tem-se que f(-x)=-f(x).
Uma função ímpar possui o gráfico simétrico em<br />
relação à origem do sistema cartesiano.<br />
Exemplo: As funções reais f(x)=5x e g(x)=sen(x)<br />
são ímpares, pois: f(-x)=5(-x)=-5x=-f(x) e g(x)=sen(-x)=-sen(x)=-g(x).<br />
Veja o gráfico para<br />
observar a simetria em relação à origem.<br />
FUNÇÕES CRESCENTES E<br />
DECRESCENTES<br />
Função crescente: Uma função f é crescente, se<br />
quaisquer que sejam x e y no Domínio de f, com<br />
x
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
OPERAÇÕES COM FUNÇÕES<br />
Dadas as funções f e g, podemos realizar algumas<br />
operações, entre as quais:<br />
(f+g)(x) = f(x)+g(x)<br />
(f-g)(x) = f(x)-g(x)<br />
(f.g)(x) = f(x).g(x)<br />
(f/g)(x) = f(x)/g(x), se g(x)≠0.<br />
FUNÇÕES POLINOMIAIS<br />
Uma função polinomial real tem a forma<br />
f(x) = anx n + an-1x n-1 + ... + a1x + ao<br />
sendo Dom(f)=R, CoDom(f)=R e Im(f) dependente<br />
de f.<br />
SEQUÊNCIAS REAIS<br />
SEQUÊNCIAS REAIS<br />
Sequências reais<br />
Exemplos de sequências<br />
Sequências finitas e infinitas<br />
Sequências aritméticas e PA<br />
Termo geral da PA<br />
PA monótonas<br />
Extremos e Meios na PA<br />
Interpolação aritmética<br />
Função real: Uma função f sobre um conjunto X<br />
com imagem no conjunto Y, denotada por f:X→Y,<br />
associa a cada xX um único elemento yY, para<br />
todos os elementos de X. O que caracteriza o nome<br />
da função é o contradomínio Y da mesma. Se Y é<br />
um conjunto de:<br />
1. números reais, temos uma função real.<br />
2. vetores, temos uma função vetorial.<br />
3. matrizes, temos uma função matricial.<br />
4. números complexos, a função é complexa.<br />
89<br />
Observação: A área de um quadrado pode ser<br />
representada pela função real f(x)=x² onde x é a<br />
medida do lado do quadrado e o volume de um<br />
cubo pode ser dado pela função real f(x)=x³ onde x<br />
é a medida da aresta do cubo. Esta é a razão pela<br />
qual associamos as palavras quadrado e cubo às<br />
funções com as potências 2 e 3.<br />
Aplicação: As funções polinomiais são muito úteis<br />
na vida. Uma aplicação simples pode ser realizada<br />
quando se pretende obter o volume de uma caixa<br />
(sem tampa) na forma de paralelepípedo que se<br />
pode construir com uma chapa metálica quadrada<br />
com 20 cm de lado, com a retirada de pequenos<br />
quadrados de lado igual a x nos quatro cantos da<br />
chapa. Concluímos que V(x)=(20-2x)x² e com esta<br />
função é possível obter valores ótimos para<br />
construir a caixa.<br />
Soma dos termos da PA<br />
Sequências geométricas e PG<br />
Termo geral da PG<br />
PG monótonas<br />
Interpolação geométrica<br />
Soma dos termos da PG<br />
Soma de série geométrica<br />
Exercícios resolvidos<br />
Neste trabalho, o conjunto dos números naturais<br />
será indicado por:<br />
N={1,2,3,4,5,...}<br />
Sequências reais: Uma sequência real (ou<br />
sucessão) é uma função f:N→R que associa a cada<br />
número natural n um número real f(n). O valor<br />
numérico f(n) é o termo de ordem n da sequência.<br />
Do modo como definimos a sequência, o domínio<br />
de f é um conjunto infinito, mas o contradomínio<br />
poderá ser finito ou infinito. O domínio de uma<br />
sequência é indicado por Dom(f)=N e a imagem de<br />
uma sequência por Im(f)={a1,a2,a3, ...}.<br />
Muitas vezes, a sequência (função) é confundida<br />
com a Imagem da função (conjunto de números),
no entanto, esta confusão até mesmo colabora para<br />
o entendimento do significado de uma sequência no<br />
âmbito do Ensino Médio.<br />
Um fato importante é que a função determina a<br />
regra que os elementos do conjunto imagem devem<br />
seguir.<br />
EXEMPLOS IMPORTANTES DE SEQUÊNCIAS<br />
REAIS<br />
Função identidade: Seja f:N→R definida por<br />
f(n)=n. Esta função pode ser representada<br />
graficamente de várias formas, sendo que duas<br />
delas estão mostradas abaixo, com o diagrama de<br />
Venn-Euler (esquerda) e o gráfico cartesiano<br />
(direito). Neste caso, Dom(f)=N e Im(f)={1,2,3,...}<br />
Sequência de números pares: Seja f:N R<br />
definida por f(n)=2n. Neste caso Im(f)={2,4,6,...}.<br />
Duas representações gráficas para esta sequência,<br />
são:<br />
Sequência de números ímpares: A função f:N→R<br />
definida por f(n)=2n-1, está representada abaixo e a<br />
sua imagem é Im(f)={1,3,5,...}.<br />
Sequência dos recíprocos: A sequência dos<br />
recíprocos (ou inversos) dos números naturais<br />
f:N→R é definida por f(n)=1/n. Neste caso<br />
Im(f)={1,1/2,1/3,1/4,...,1/n,...}.<br />
90<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Sequência constante: Uma sequência constante é<br />
uma função f:N R definida, por exemplo, por<br />
f(n)=3 e pode ser representada graficamente por:<br />
Neste caso, Im(f)={3}<br />
Sequência nula: A sequência nula f:N R é<br />
definida por f(n)=0. A imagem é o conjunto<br />
Im(f)={0}. f pode ser vista graficamente como:<br />
Sequência alternada: Uma sequência alternada<br />
f:N R pode ser definida por f(n)=(-1) n n. Esta<br />
sequência de números fica alternando o sinal de<br />
cada termo, sendo um negativo e o seguinte<br />
positivo, e assim por diante. A imagem é o<br />
conjunto:<br />
Im(f)={-1,+2,-3,+4,-5,+6,...}<br />
Sequência aritmética: A sequência aritmética<br />
f:N→R é definida por: f(n)=a1+(n-1)r e pode ser<br />
vista com os gráficos abaixo:<br />
Neste caso: Im(f)={a1,a1+r,a1+2r,...,a1+(n-1) r,...}.<br />
Sequência geométrica: Uma sequência geométrica<br />
é uma função f:N→R definida por: f(n)=a1q n-1 que<br />
pode ser esboçada graficamente por:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Aqui Im(f)={a1,a1q,a1q 2 ,...,a1q n-1 ,...}.<br />
Sequência recursiva:: Uma sequência é recursiva<br />
se, o termo de ordem n é obtido em função dos<br />
termos das posições anteriores.<br />
Exemplo: A importante sequência de Fibonacci,<br />
definida por f:N→R tal que f(1)=1 e f(2)=1 com<br />
f(n+2)=f(n)+f(n+1)<br />
para n>1, é uma sequência recursiva.<br />
O conjunto imagem é<br />
Im(f)={1,1,2,3,5,8,13,21,34,...}<br />
f(1) = 1<br />
f(2) = 1<br />
f(3) = f(1)+f(2) = 1+ 1 = 2<br />
f(4) = f(2)+f(3) = 1+ 2 = 3<br />
f(5) = f(3)+f(4) = 2+ 3 = 5<br />
f(6) = f(4)+f(5) = 3+ 5 = 8<br />
f(7) = f(5)+f(6) = 5+ 8 = 13<br />
f(8) = f(6)+f(7) = 8+13 = 21<br />
f(9) = f(7)+f(8) = 13+21 = 34<br />
... ... ...<br />
As sequências de Fibonacci aparecem de uma<br />
forma natural em estudos de Biologia, Arquitetura,<br />
Artes e Padrões de beleza. O livro "A divina<br />
proporção", Huntley, Editora Universidade de<br />
Brasília, trata do assunto.<br />
Observação: O gráfico de uma sequência não é<br />
formado por uma coleção contínua de pontos mas<br />
por uma coleção discreta. Eventualmente usamos<br />
retas ou curvas entre dois pontos dados para melhor<br />
visualizar o gráfico, mas não podemos considerar<br />
tais linhas como representativas do gráfico da<br />
sequência.<br />
Toda vez que nos referirmos a uma sequência<br />
f:N→R tal que f(n)=an, simplesmente usaremos a<br />
imagem da sequência f, através do conjunto<br />
Im(f)={ a1, a2, a3, ..., an-1, an, ...}<br />
91<br />
SEQUÊNCIAS FINITAS E INFINITAS<br />
Quanto ao número de elementos da imagem, uma<br />
sequência poderá ser finita ou infinita.<br />
Sequência Finita: Uma sequência é finita se, o seu<br />
conjunto imagem é um conjunto finito.<br />
Exemplos: As sequências f:N→R definidas por<br />
f(n)=0, g(n)=(-1) n e h(n)=cos(n/3) são finitas e as<br />
suas imagens são, respectivamente:<br />
Im(f)={0}, Im(g)={-1,1}, Im(h)={1/2,-1/2,-1,1}<br />
Sequência Infinita: Uma sequência é infinita se, o<br />
seu conjunto imagem é um conjunto infinito.<br />
Exemplos: As sequências f:N→R definidas por<br />
f(n)=2n, g(n)=(-1) n n, h(n)=sin(n) e k(n)=cos(3n)<br />
são infinitas, pois suas imagens possuem infinitos<br />
termos.<br />
Exemplo: Seja a sequência infinita f:N→R, cujo<br />
conjunto imagem é dado por Im(f)={5,10,15,20,...}.<br />
Observamos que<br />
f(1)=5=5×1, f(2)=10=5×2, f(3)=15=5×3, ..., f(n)=5n<br />
Este é um exemplo de uma sequência aritmética, o<br />
que garante que ela possui uma razão r=5, o que<br />
permite escrever cada termo como<br />
f(n)=f(1)+(n-1).r<br />
No âmbito do Ensino Médio, esta expressão é<br />
escrita como:<br />
an=a1+(n-1).r<br />
SEQUÊNCIAS ARITMÉTICAS E PA<br />
Uma sequência muito útil é a sequência aritmética,<br />
que possui domínio infinito. Esta sequência é<br />
conhecida no âmbito do Ensino Médio, como uma<br />
Progressão Aritmética infinita, mas o objeto<br />
matemático denominado Progressão Aritmética<br />
finita não é uma sequência, uma vez que o domínio<br />
da função que define a progressão, é um conjunto<br />
finito {1,2,3,...,m} contido no conjunto N dos<br />
números naturais.<br />
Progressão Aritmética finita: Surge aqui o<br />
conceito de Progressão Aritmética finita, que é uma<br />
coleção finita de números reais com as mesmas<br />
características que uma sequência aritmética. As<br />
Progressões Aritméticas são denotadas por PA e<br />
são caracterizadas pelo fato que, cada termo a partir<br />
do segundo, é obtido pela soma do anterior com um<br />
número fixo r, denominado razão da PA.<br />
Na sequência, apresentamos os elementos básicos<br />
de uma Progressão Aritmética da forma:<br />
C = { a1, a2, a3, ..., an, ..., am-1, am }<br />
1. m é o número de termos da PA.
2. n indica uma posição na sequência. n é o índice<br />
para a ordem do termo geral an no conjunto C.<br />
3. an é o n-ésimo termo da PA, que se lê a índice<br />
n.<br />
4. a1 é o primeiro termo da PA, que se lê a índice<br />
1.<br />
5. a2 é o segundo termo da PA, que se lê a índice<br />
2.<br />
6. am é o último elemento da PA.<br />
7. r é a razão da PA e é possível observar que<br />
a2=a1+r, a3=a2+r, ..., an=an-1+r, ..., am=am-1+r<br />
A razão de uma Progressão Aritmética, pode ser<br />
obtida, subtraindo o termo anterior (antecedente) do<br />
termo posterior (consequente), ou seja:<br />
a2-a1 = a3-a2 = a4-a3 = ... an-an-1 = r<br />
Exemplos de Progressões Aritméticas (finitas)<br />
1. A PA definida pelo conjunto C={2,5,8,11,14}<br />
possui razão r=3, pois:<br />
2+3=5, 5+3=8, 8+3=11, 11+3=14<br />
2. A PA definida pelo conjunto M={1,2,3,4,5}<br />
possui razão r=1, pois:<br />
1+1=2, 2+1=3, 3+1=4, 4+1=5<br />
3. A PA definida por M(3)={3,6,9,12,15,18}<br />
possui razão r=3, pois:<br />
6-3 = 9-6 = 12-9 = 15-12 = 3<br />
4. A PA definida por M(4)= {0,4,8,12,16 } possui<br />
razão r=4, pois:<br />
4-0 = 8-4 = 12-8 = 16-12 = 4<br />
Média aritmética: Dados n números reais x1, x2,<br />
x3, ..., xn, definimos a média aritmética entre estes<br />
números, denotada pela letra x com um traço sobre<br />
a mesma, como a divisão entre a soma desses<br />
números e o número de elementos:<br />
Na Progressão Aritmética, cada termo é a média<br />
aritmética entre o antecedente e o consequente do<br />
termo tomado, daí a razão de tal denominação para<br />
este tipo de sequência.<br />
FÓRMULA DO TERMO GERAL DE UMA PA<br />
Consideremos a PA com razão r, definida por<br />
Observamos que:<br />
P = { a1, a2, a3, ..., an-1, an }<br />
92<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
a1 = a1 = a1 + 0r<br />
a2 = a1 + r = a1 + 1r<br />
a3 = a2 + r = a1 + 2r<br />
a4 = a3 + r = a1 + 3r<br />
... ... ... ...<br />
an = an-1+r = a1+(n-1)r<br />
e obtemos a fórmula do termo geral da PA:<br />
an = a1 + (n-1) r<br />
Com o material apresentado, podemos obter<br />
qualquer termo de uma Progressão Aritmética (PA),<br />
sem precisar escrevê-la completamente.<br />
Exemplo: Seja a PA com razão r=5, dada pelo<br />
conjunto C={3,8,...,a30,...,a100}. O trigésimo e o<br />
centésimo termos desta PA podem ser obtidos,<br />
substituindo os dados da PA na fórmula do termo<br />
geral an=a1+(n-1)r. Assim:<br />
a30=3+(30-1)3=90 e a100=3+(100-1)3=300<br />
Qual é o termo de ordem n=2 20 desta PA?<br />
Exemplo: Para inserir todos os múltiplos de 5, que<br />
estão entre 21 e 623, montaremos uma tabela.<br />
21 25 30 ... 615 620 623<br />
a1 a2 ... an-1 an<br />
Aqui, o primeiro múltiplo de 5 é a1=25, o último<br />
múltiplo de 5 é an=620 e a razão é r=5. Substituindo<br />
os dados na fórmula an=a1+(n-1)r, obteremos<br />
620 = 25 + (n-1)5<br />
de onde segue que n=120, assim o número de<br />
múltiplos de 5 entre 21 e 623, é igual a 120 e<br />
podemos observar que o conjunto de tais números é<br />
C5 = { 25, 30, 35, ..., 615, 620 }<br />
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS<br />
MONÓTONAS<br />
Quanto à monotonia, uma PA pode ser:<br />
1. crescente se para todo n>1: r>0 e an1: r=0 e an+1=an.<br />
3. decrescente se para todo n>1: r
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Exemplo: A PA finita G={2,2,2,2,2} é constante.<br />
Exemplo: A PA definida pelo conjunto Q={2,0,-2,-<br />
4,-6} é decrescente com razão r=-2 e<br />
a1>a2>...>a4>a5.<br />
Exercício: Em uma PA com m termos, mostrar que<br />
a razão r pode ser escrita na forma r=(am-a1)/(m-1).<br />
EXTREMOS E MEIOS EM UMA PA<br />
Em uma Progressão Aritmética (finita) dada pelo<br />
conjunto:<br />
C = { a1, a2, a3, ..., an,...,am-1, am }<br />
os termos a1 e am são denominados extremos<br />
enquanto os demais: a2, a3, ..., am-2, am-1 são os<br />
meios aritméticos.<br />
a1 a2, a3, ..., am-2, am-1 am<br />
meios aritméticos<br />
93<br />
Exemplo: Na PA definida por C={1,3,5,7,9,11}, os<br />
números 1 e 11 são os extremos e os números 3, 5,<br />
7 e 9 são os meios aritméticos.<br />
Termos equidistantes dos extremos: Em uma PA<br />
com m termos, dois termos são equidistantes dos<br />
extremos se a soma de seus índices é igual a m+1 e<br />
sob estas condições, são equidistantes dos extremos<br />
os pares de termos<br />
a1 e am, a2 e am-1, a3 e am-2, ...<br />
Se a PA possui um número de termos m que é par,<br />
temos m/2 pares de termos equidistantes dos<br />
extremos.<br />
Exemplo: A PA definida por C={4,8,12,16,20,24},<br />
possui um número par de termos e os extremos são<br />
a1=4 e a6=24, assim:<br />
a2 + a5 = 8 + 20 = 28 = a1 + a6<br />
a3 + a4 = 12 + 16 = 28 = a1 + a6<br />
a4 + a3 = 16 + 12 = 28 = a1 + a6<br />
a5 + a2 = 20 + 8 = 28 = a1 + a6<br />
Se o número m de termos é impar, temos (m-1)/2<br />
pares de termos equidistantes e ainda teremos um<br />
termo isolado (de ordem (m+1)/2) que é<br />
equidistante dos extremos.<br />
Exemplo: Na PA de C={1,3,5,7,9} os números 1 e<br />
9 são os extremos da PA e os números 3, 5 e 7 são<br />
os meios da PA. O par de termos equidistante dos<br />
extremos é formado por 3 e 7, e além disso o<br />
número 5 que ficou isolado também é equidistante<br />
dos extremos.<br />
Exemplo: A PA definida por C={4,8,12,16,20},<br />
possui um número ímpar de termos e os extremos<br />
são a1=4 e a5=20, logo<br />
a2 + a4 = 8 + 16 = 24 = a1 + a5<br />
a3 + a3 = 12 + 12 = 24 = a1 + a5<br />
a4 + a2 = 16 + 8 = 24 = a1 + a5<br />
INTERPOLAÇÃO ARITMÉTICA<br />
Interpolar k meios aritméticos entre os números a e<br />
b, significa obter uma PA com k+2 termos cujos<br />
extremos são a e b, sendo que a é o primeiro termo<br />
e b é o (último) termo de ordem k+2. Para realizar a<br />
interpolação, basta determinar a razão da PA.<br />
Exemplo: Para interpolar 6 meios aritméticos entre<br />
a=-9 e b=19, é o mesmo que obter uma PA tal que<br />
a1=-9, am=19 e m=8. Como r=(am-a1)/(m-1), então<br />
r=(19-(-9))/7=4 e assim a PA ficará na forma do<br />
conjunto:<br />
C = { -9, -5, -1, 3, 7, 11, 15, 19 }<br />
SOMA DOS N PRIMEIROS TERMOS DE<br />
UMA PA (FINITA)
Em uma PA (finita), a soma de dois termos<br />
eqüidistantes dos extremos é igual à soma dos<br />
extremos desta PA. Assim:<br />
a2+am-1=a3+am-2=a4+am-3=...=an+am-n+1=...=a1+am<br />
Seja a soma Sn dos n primeiros termos da PA, dada<br />
por<br />
Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an<br />
Como a soma de números reais é comutativa,<br />
escrevemos:<br />
Sn = an + an-1 + an-2 + ... + a3 + a2 + a1<br />
Somando membro a membro as duas últimas<br />
expressões acima, obtemos:<br />
2Sn = (a1+an) + (a2+an-1) +...+ (an-1+a2) + (an+a1)<br />
Como todas as n expressões em parênteses são<br />
somas de pares de termos equidistantes dos<br />
extremos, segue que a soma de cada termo, sempre<br />
será igual a (a1+an), então:<br />
2Sn = (a1 + an) n<br />
Assim, temos a fórmula para o cálculo da soma dos<br />
n primeiros termos da PA.<br />
Sn = (a1 + an)n/2<br />
Exemplo: Para obter a soma dos 30 primeiros<br />
termos da PA definida por C={2,5,8,...,89}. Aqui<br />
a1=2, r=3 e n=30. Aplicando a fórmula da soma,<br />
obtida acima, temos:<br />
Sn = (a1+an)n/2 = (2+89)×30/2 = (91×30)/2 = 1365<br />
SEQUÊNCIAS GEOMÉTRICAS E PG<br />
Outra sequência muito importante é a sequência<br />
geométrica, que possui domínio infinito. Esta<br />
sequência é conhecida no âmbito do Ensino Médio,<br />
como uma Progressão Geométrica infinita, mas o<br />
objeto matemático denominado Progressão<br />
Geométrica finita não é uma sequência, uma vez<br />
que o domínio da função é um conjunto finito<br />
{1,2,3,...,m} que é um subconjunto próprio de N.<br />
As sequência geométricas são aplicadas a estudos<br />
para a obtenção do montante de um valor<br />
capitalizado periodicamente, assim como em<br />
estudos de Taxas de juros, Financiamentos e<br />
Prestações. Tais sequências também aparecem em<br />
estudos de decaimento radioativo (teste do Carbono<br />
14 para a análise da idade de um fóssil ou objeto<br />
antigo).<br />
No Ensino Superior tais sequências aparecem em<br />
estudos de Sequências e Séries de números e de<br />
funções, sendo que a série geométrica (um tipo de<br />
sequência obtida pelas somas de termos de uma<br />
sequência geométrica) é muito importante para a<br />
obtenção de outras séries numéricas e séries de<br />
funções.<br />
94<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Progressão Geométrica finita: Uma Progressão<br />
Geométrica finita, é uma coleção finita de números<br />
reais que possui as mesmas características que uma<br />
sequência geométrica, no entanto, possui um<br />
número finito de elementos. As Progressões<br />
Geométricas são denotadas por PG e são<br />
caracterizadas pelo fato que a divisão do termo<br />
seguinte pelo termo anterior é um quociente q<br />
fixado.<br />
Se este conjunto possui m elementos, ele é<br />
denotado por<br />
G = { a1, a2, a3, ..., an,...,am-1,am }<br />
No caso de uma Progressão Geométrica finita,<br />
temos os seguintes termos técnicos.<br />
1. m é o número de termos da PG.<br />
2. n indica uma posição na sequência. n é o índice<br />
para a ordem do termo geral an no conjunto G.<br />
3. an é o n-ésimo termo da PG, que se lê a índice<br />
n.<br />
4. a1 é o primeiro termo da PG, que se lê a índice<br />
1.<br />
5. a2 é o segundo termo da PG, que se lê a índice<br />
2.<br />
6. am é o último elemento da PG.<br />
7. q é a razão da PG, que pode ser obtida pela<br />
divisão do termo posterior pelo termo anterior,<br />
ou seja na PG definida por G={a1,a2,a3,...,an-<br />
1,an}, temos que<br />
a2/a1 = a3/a2 = a4/a3 =...= an/an-1 = q<br />
Média geométrica: Dados n números reais<br />
positivos x1, x2, x3, ..., xn, definimos a média<br />
geométrica entre estes números, denotada pela letra<br />
g, como a raiz n-ésima do produto entre estes<br />
números, isto é:<br />
Na Progressão Geométrica, cada termo é a média<br />
geométrica entre o antecedente e o consequente do<br />
termo tomado, daí a razão de tal denominação para<br />
este tipo de sequência.<br />
FÓRMULA DO TERMO GERAL DA PG<br />
Observamos que:<br />
a1 = a1 = a1 q 0<br />
a2 = a1 q = a1 q 1<br />
a3 = a2 q = a1 q 2<br />
a4 = a3 q = a1 q 3<br />
... ... ...<br />
an = an-1 q = a1 q n-1<br />
E temos a fórmula para o termo geral da PG, dada<br />
por:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
an = a1 q n-1<br />
Exemplos com progressões geométricas finitas<br />
1. Seja a PG finita, definida por G={2,4,8,16,32}.<br />
Obtemos a razão q=2 da PG com a divisão do<br />
consequente pelo antecedente, pois:<br />
32÷16 = 16÷8 = 8÷4 = 4÷2 = 2<br />
2. Para a PG definida por G={8,2,1/2,1/8,1/32}, a<br />
divisão de cada termo posterior pelo anterior é<br />
q=1/4, pois:<br />
1/32÷1/8 = 1/8÷1/2 = 1/2÷2 = 2÷8 = 1/4<br />
3. Para a PG definida por T={3,9,27,81}, temos:<br />
q = 9/3 = 27/3 = 81/3 = 3<br />
4. Para a PG A={10,100,1000,10000}, temos:<br />
q = 100/10 = 1000/100 = 10000/1000 = 10<br />
5. Para obter o termo geral da sequências<br />
geométrica definida por E={4,16,64,...},<br />
tomamos a1=4 e a2=16. Assim q=16/4=4.<br />
Substituindo estes dados na fórmula do termo<br />
geral da sequência geométrica, obtemos:<br />
f(n) = a1.q n-1 = 4 1 .4 n-1 =4 (n-1)+1 = 4 n<br />
6. Para obter o termo geral da PG tal que a1=5 e<br />
q=5, basta usar a fórmula do termo geral da<br />
PG, para escrever:<br />
an = a1.q n-1 = 5.5 n-1 = 5 1 .5 n-1 = 5 (n-1)+1 = 5 n<br />
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS<br />
MONÓTONAS<br />
Quanto ao aspecto de monotonia, uma PG pode ser:<br />
1. Crescente se para todo n>1: q>1 e an1: q=1 e an=an+1.<br />
3. Decrescente se para todo n>1: 01: q
q Sn = a1q + a1q 2 + a1q 3 + a1q 4 + ... + a1q n-1 + a1q n<br />
Dispondo estas expressões de uma forma alinhada,<br />
obteremos:<br />
Sn = a1 + a1q +...+ a1q n-1<br />
q Sn = a1q +...+ a1q n-1 + a1q n<br />
Subtraindo membro a membro, a segunda<br />
expressão da primeira, obteremos<br />
Sn - q Sn = a1 - a1 q n<br />
que pode ser simplificada em<br />
ou seja<br />
Sn(1-q) = a1 (1 - q n )<br />
Sn = a1(1-q n )/(1-q) = a1(q n -1)/(q-1)<br />
Esta é a fórmula para a soma dos n termos de uma<br />
PG finita de razão q, sendo -1
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
Para obter a soma S, deve-se então tomar o limite<br />
de Sn quando n tende a infinito e poderemos<br />
escrever:<br />
Concluímos então que para -1
Existe uma definição mais ampla do conceito de<br />
vetor (não necessariamente geométrica) que<br />
envolve uma gama variada de objetos matemáticos<br />
como: matrizes, conjuntos, funções, soluções de<br />
equações diferenciais, etc.<br />
SOMA DE VETORES<br />
Se v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos a soma<br />
de v e w, por:<br />
v + w = (v1+w1, v2+w2, v3+w3)<br />
Propriedades da soma de vetores<br />
1. Fecho: Para quaisquer u e v de R³, a soma u+v<br />
está em R³.<br />
2. Comutativa: Para todos os vetores u e v de R³:<br />
v+w=w+v.<br />
3. Associativa: Para todos os vetores u, v e w de<br />
R³: u+(v+w)=(u+v)+w.<br />
4. Elemento neutro: Existe um vetor Ø=(0,0,0)<br />
em R³ tal que para todo vetor u de R³, se tem:<br />
Ø+u=u.<br />
5. Elemento oposto: Para cada vetor v de R³,<br />
existe um vetor -v em R³ tal que: v+(-v)=Ø.<br />
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS<br />
Ponto Médio de um segmento: Dado um<br />
segmento de reta, cujas extremidades são também<br />
as extremidades dos vetores v1=(x1,y1,z1) e<br />
v2=(x2,y2,z2), o ponto médio deste segmento é dado<br />
por m=(x,y,z) onde<br />
x = (x1+x2)/2; y = (y1+y2)/2; z = (z1+z2)/2<br />
Centro de Gravidade de um triângulo:<br />
Consideremos os vértices de um triângulo, dados<br />
pelas extremidades dos vetores v1=(x1,y1,z1),<br />
v2=(x2,y2,z2) e v3=(x3,y3,z3). O centro de gravidade<br />
deste triângulo é dado pelo vetor g=(x,y,z) onde<br />
x =(x1+x2+x3)/3; y =(y1+y2+y3)/3; z =(z1+z2+z3)/3<br />
DIFERENÇA DE VETORES<br />
Se v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3), definimos a<br />
diferença entre v e w, por:<br />
v - w = (v1-w1,v2-w2,v3-w3)<br />
Exercício: Dados v=(1,3,4) e w=(1,8,12), construir<br />
os vetores v, w, -v, -w, v+w e v-w.<br />
PRODUTO DE VETOR POR ESCALAR<br />
Se v=(a, b, c) e k é um número real, definimos a<br />
multiplicação de k por v, como:<br />
98<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
k.v = (ka,kb,kc)<br />
PROPRIEDADES DO PRODUTO DE<br />
ESCALAR POR VETOR<br />
Quaisquer que sejam os escalares a, b e c e os<br />
vetores v e w teremos:<br />
(E1) 1 v = v<br />
(E2) (a b)v = a (b v) = b (a v)<br />
(E3) a v = b v com v não nulo, então a=b.<br />
(E4) k (v + w) = k v + k w<br />
(E5) (a + b)v = a v + b v<br />
MÓDULO DE UM VETOR E VETORES UNITÁRIOS<br />
O módulo ou comprimento do vetor v=(x,y,z) é<br />
definido por:<br />
Um vetor unitário é o que tem o módulo<br />
(comprimento) igual a 1.<br />
Exemplo: Existe um importante conjunto com três<br />
vetores unitários de R³.<br />
i = (1,0,0); j = (0,1,0); k = (0,0,1)<br />
Estes três vetores formam a base canônica para o<br />
espaço R³, o que significa que todo vetor no espaço<br />
R³ pode ser escrito como combinação linear dos<br />
vetores i, j e k, isto é, se v=(a,b,c), então:<br />
v = (a,b,c) = a i + b j + c k<br />
Para obter um versor de v, isto é, um vetor unitário<br />
com a mesma direção e sentido que um vetor v,<br />
basta dividir o vetor v pelo seu módulo, isto é:<br />
u = v / |v|<br />
Para construir um vetor w paralelo a um vetor v,<br />
basta tomar v multiplicado por um escalar, isto é:<br />
w = k v<br />
As três projeções ortogonais do vetor v=(a,b,c)<br />
sobre os planos X=0, Y=0 e Z=0, são<br />
respectivamente, dadas por:<br />
vx=(0,b,c); vy=(a,0,c); vz=(a,b,0)<br />
Exercício: Quais são os vetores que representam as<br />
projeções ortogonais do vetor v = (3,4,12)? Quais<br />
são os módulos de todos estes vetores? Esboce um<br />
gráfico com estes vetores.<br />
PRODUTO ESCALAR<br />
Dados os vetores v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3),<br />
definimos o produto escalar (produto interno) entre<br />
v e w, como o escalar real:
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
v.w = v1w1 + v2w2 + v3w3<br />
Exemplos: O produto escalar entre v=(1,2,5) e<br />
w=(2,-7,12) é:<br />
v.w = 1.2 + 2.(-7) + 5.12 = 48<br />
O produto escalar entre v=(2,5,8) e w=(-5,2,0) é:<br />
v.w = 2.(-5) + 5.2 + 8.0 = 0<br />
Exercício: Faça um gráfico, com muito cuidado nas<br />
medidas e mostre as posições dos vetores v e w do<br />
último exemplo.<br />
PROPRIEDADES DO PRODUTO ESCALAR<br />
Quaisquer que sejam os vetores u, v e w e o escalar<br />
k:<br />
(PE1) v.w = w.v<br />
(PE2) v.v = |v| |v| = |v|²<br />
(PE3) u.(v + w) = u.v + u.w<br />
(PE4) (k v).w = v.(k w) = k (v.w)<br />
(PE5) |k v| = |k| |v|<br />
(PE6) |u.v| < |u|.|v| (desigualdade de Schwarz)<br />
(PE7) |u+v| < |u|+|v| (desigualdade triangular)<br />
ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES (PRODUTO<br />
ESCALAR)<br />
O produto escalar entre os vetores v e w pode ser<br />
escrito na forma:<br />
v.w = |v| |w| cos(t)<br />
onde t é o ângulo formado pelos vetores v e w.<br />
Observamos que este ângulo pode ser maior ou<br />
igual a zero, mas deve ser menor do que 180 graus<br />
(pi radianos). Com esta última definição, podemos<br />
obter o ângulo t, através do cosseno deste<br />
argumento t.<br />
cos(t) = (v.w) / (|v|.|w|)<br />
Exercício: Realizar uma análise acerca do produto<br />
escalar de dois vetores, quando o ângulo t é nulo,<br />
quando é reto e quando é raso.<br />
Exercício: Determinar o ângulo entre os vetores<br />
v=(1,1,0) e w=(1,1,1). Nunca se esqueça de<br />
construir um gráfico com esses objetos<br />
matemáticos.<br />
99<br />
VETORES ORTOGONAIS<br />
Dois vetores v e w são ortogonais se o produto<br />
escalar entre ambos é nulo, isto é, v.w=0.<br />
Exercício: Dado o vetor v=(2,3,7), quais e quantos<br />
são os vetores ortogonais a v no espaço R³?<br />
Construa geometricamente esta situação.<br />
PRODUTO VETORIAL<br />
Dados os vetores v=(v1,v2,v3) e w=(w1,w2,w3),<br />
definimos o produto vetorial (produto exterior)<br />
entre v e w, denotado por v×w, como o vetor obtido<br />
pelo objeto matemático que não é um determinante<br />
mas que pode ser calculado como se fosse um<br />
determinante.<br />
u × v =<br />
Exemplo: Dados os vetores v=(1,2,3) e w=(4,5,6),<br />
o produto vetorial entre v e w é dado por v×w=-<br />
3i+6j-3k=(-3,6,-3), obtido a partir do<br />
"determinante". Observamos que o produto vetorial<br />
é um vetor em R³.<br />
u × v = = (-3,6,-3)<br />
Tomando i=(1,0,0) e j=(0,1,0), que estão no plano<br />
do z=0, o produto vetorial destes dois vetores será<br />
v×w=(0,0,1) que é um vetor que está fora deste<br />
plano, daí a razão deste produto ser denominado<br />
exterior.<br />
Em geral, o produto vetorial v×w é um vetor<br />
ortogonal a v e também ortogonal a w, isto é, o<br />
produto vetorial é ortogonal ao plano que contém os<br />
dois vetores v e w.<br />
PROPRIEDADES DO PRODUTO VETORIAL<br />
(PV1) v × w = - w × v<br />
(PV2) u × (v + w) = u × v + u × w<br />
(PV3) k (v × w) = (k v) × w = v × (k w)<br />
(PV4) i × i = j ×j = k × k = 0<br />
(PV5) i × j = k, j × k = i, k × i = j
(PV6) Se v×w=0 (v e w não nulos) então v e w são<br />
paralelos<br />
ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES<br />
(PRODUTO VETORIAL)<br />
O produto vetorial entre os vetores v e w pode ser<br />
escrito na forma:<br />
v × w = |v| |w| sen(t) U<br />
onde t é o ângulo formado pelos vetores v e w, e U<br />
é um vetor unitário que é paralelo ao produto<br />
vetorial v x w, logo U é perpendicular a v e também<br />
a w.<br />
Tomando o módulo em ambos os lados da<br />
igualdade acima, obtemos:<br />
|v × w| = |v| |w| sen(t)<br />
e isto significa que, com esta última definição de<br />
produto vetorial, podemos obter o ângulo T entre<br />
dois vetores v e w, através de:<br />
sen(t) = (v × w) / (|v|.|w|)<br />
sendo que t é um número real pertencente ao<br />
intervalo [0,pi].<br />
APLICAÇÕES DO PRODUTO VETORIAL<br />
Área do paralelogramo: Se tomarmos dois vetores<br />
v e w com um mesmo ponto inicial, de modo a<br />
formar um ângulo diferente de zero e também<br />
diferente de pi radianos, o módulo do produto<br />
vetorial entre v e w pode ser interpretado como a<br />
área do paralelogramo que tem v e w como lados<br />
contíguos.<br />
A(paralelogramo) = | v × w |<br />
100<br />
Departamento de Matemática, Estatística e Informática<br />
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância<br />
Área do triângulo: A metade do módulo do<br />
produto vetorial entre v e w pode ser interpretada<br />
como sendo a área do triângulo que tem dois lados<br />
como os vetores v e w, com origens no mesmo<br />
ponto, isto é:<br />
A(triângulo) = ½ | v × w |<br />
PRODUTO MISTO<br />
Dados os vetores u=(u1,u2,u3), v=(v1,v2,v3) e<br />
w=(w1,w2,w3), definimos o produto misto entre u, v<br />
e w, denotado por [u,v,w] ou por u.(v×w), como o<br />
número real obtido a partir do determinante<br />
[u,v,w] = u·(v×w) =<br />
APLICAÇÕES DO PRODUTO MISTO<br />
Volume do paralelepípedo: O módulo do produto<br />
misto entre u, v e w representa o volume do<br />
paralelepípedo que tem as 3 arestas próximas dadas<br />
pelos vetores u, v e w, sendo que estes vetores têm<br />
a mesma origem. Isto é,<br />
V(paralelepípedo)=|[u,v,w]|.<br />
Volume do tetraedro: Um sexto do módulo do<br />
produto misto entre u, v e w representa o volume do<br />
tetraedro (pirâmide com base triangular) que tem as<br />
3 arestas próximas dadas pelos vetores u, v e w,<br />
sendo que estes vetores têm a mesma origem.<br />
V(tetraedro) = (1/6) |[u,v,w]|<br />
GEOMETRIA PLANA: VETORES NO PLANO CARTESIANO<br />
DEFINIÇÃO DE VETOR<br />
Definição de vetor<br />
Soma de vetores e propriedades<br />
Aplicações geométricas<br />
Diferença de vetores<br />
Produto por escalar e propriedades<br />
Módulo de vetor e propriedades<br />
Produto escalar e propriedades<br />
Ângulo entre dois vetores<br />
Vetores ortogonais<br />
Vetores paralelos<br />
Um vetor (geométrico) no plano R² é uma classe de<br />
objetos matemáticos (segmentos) com a mesma
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
direção, mesmo sentido e mesmo módulo<br />
(intensidade).<br />
1. A direção é a da reta que contém o segmento.<br />
2. O sentido é dado pelo sentido do movimento.<br />
3. O módulo é o comprimento do segmento.<br />
Uma quarta característica de um vetor é formada<br />
por dois pares ordenados: o ponto onde ele começa<br />
(origem) e um outro ponto onde ele termina<br />
(extremidade) e as coordenadas do vetor são dadas<br />
pela diferença entre as coordenadas da extremidade<br />
e as coordenadas da origem.<br />
Observação: Existe uma definição, não<br />
necessariamente geométrica, muito mais ampla do<br />
conceito de vetor envolvendo uma gama variada de<br />
objetos matemáticos como: matrizes, conjuntos,<br />
funções, soluções de equações diferenciais, etc.<br />
Exemplo: Se um vetor v tem origem em (1,2) e<br />
extremidade em (7,12), ele é dado por v=(6,10),<br />
pois:<br />
v = (7,12)-(1,2) = (6,10)<br />
Esta classe de objetos é representada por um<br />
segmento de reta (representante) desta família que<br />
tem as mesmas características.<br />
O representante escolhido, quase sempre é o vetor<br />
com a origem está em (0,0) e a extremidade em<br />
(a,b) no plano cartesiano e que será denotado por<br />
v = (a,b)<br />
SOMA DE VETORES E SUAS<br />
PROPRIEDADES<br />
Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a soma dos vetores<br />
v e w, por:<br />
v + w = (a+c,b+d)<br />
Propriedades da soma de vetores<br />
1. Fecho:Para quaisquer u e v de R², a soma u+v<br />
está em R².<br />
2. Comutativa: Para todos os vetores u e v de R²:<br />
v + w = w + v<br />
3. Associativa: Para todos os vetores u, v e w de<br />
R²:<br />
u + (v + w) = (u + v) + w<br />
4. Elemento neutro: Existe um vetor Ø=(0,0) em<br />
R² tal que para todo vetor u de R², se tem:<br />
101<br />
Ø + u = u<br />
5. Elemento oposto: Para cada vetor v de R²,<br />
existe um vetor -v em R² tal que:<br />
v + (-v) = Ø<br />
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS<br />
Ponto médio de um segmento: Dado um segmento<br />
de reta, cujas extremidades são também as<br />
extremidades dos vetores v1=(x1 , y1 ) e v2=(x2 ,y2 ),<br />
o ponto médio deste segmento é dado por m=(x,y)<br />
onde<br />
x=(x1 + x2 )/2 e y=(y1 + y2 )/2<br />
Centro de gravidade de um triângulo: Tomemos<br />
os vértices de um triângulo como as extremidades<br />
dos vetores v1=(x1 , y1 ), v2=(x2 ,y2 ) e v3=(x3 ,y3 ).<br />
O centro de gravidade deste triângulo é dado pelo<br />
vetor g=(x,y) onde<br />
x=(x1 + x2 + x3 )/3 e y=(y1 + y2 + y3 )/3<br />
DIFERENÇA DE VETORES<br />
Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a diferença entre v<br />
e w, por:<br />
v-w = (a-c,b-d)<br />
PRODUTO POR ESCALAR E SUAS<br />
PROPRIEDADES<br />
Se v=(a,b) é um vetor e k é um número real,<br />
definimos a multiplicação de k por v, por:<br />
k.v = (ka,kb)<br />
Propriedades do produto de escalar por vetor<br />
Quaisquer que sejam a e b escalares, v e w vetores:<br />
1. 1 v = v<br />
2. (ab) v = a (b v) = b (a v)<br />
3. Se a v = b v e v é um vetor não nulo, então a = b.<br />
4. a (v + w) = a v + a w<br />
5. (a + b) v = a v + b v<br />
Exercício: Dados os vetores v=(3,4) e w=(8,12),<br />
construa no plano cartesiano os vetores: v, w, -v, -<br />
w, v+w e v-w.<br />
MÓDULO DE UM VETOR E SUAS<br />
PROPRIEDADES<br />
O módulo ou comprimento do vetor v=(a,b) é um<br />
número real não negativo, definido por:
Vetor unitário: é um vetor que tem o módulo igual<br />
a 1.<br />
Exercício: Mostrar que para todo t real, o vetor<br />
v=(cos(t),sen(t)) é unitário.<br />
Observações<br />
1. Existem dois vetores unitários, que formam a<br />
base canônica para o espaço R², dados por:<br />
i=(1,0) e j=(0,1)<br />
2. Para obter um versor de v, que é um vetor<br />
unitário u com a mesma direção e sentido que o<br />
vetor v, basta dividir o vetor v pelo módulo de<br />
v, isto é:<br />
3. Para obter um vetor w paralelo a um vetor v,<br />
basta tomar w=kv onde k é um escalar não<br />
nulo. Nesse caso, w e v serão paralelos.<br />
a. Se k=0 então w será o vetor nulo.<br />
b. Se 0
Universidade Estadual do Pará<br />
Centro de Ciências Sociais e Educação<br />
103