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Os paradigmas em vendas - rota das especiarias

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Rota <strong>das</strong> Especiarias<br />

T<strong>em</strong>peros literários<br />

Curso de capacitação<br />

Professor Winesburg Farrel<br />

E-mail: prof.wines@gmail.com<br />

Tel. 8820.8101<br />

Marketing Pessoal, Ven<strong>das</strong>,<br />

Empreendedorismo, Precificação<br />

e Comércio Eletrônico –<br />

“Novas armas” para Autores<br />

Independentes.


Unidade I: Marketing Pessoal


Há t<strong>em</strong>pos que os conceitos de marketing vêm sendo aplicados na<br />

gestão de imag<strong>em</strong> e planejamento de carreira <strong>das</strong> pessoas. Aliás, acredito que<br />

esta é uma <strong>das</strong> tendências irreversíveis dentro da nova dinâmica vigente na sociedade<br />

moderna. É comum ouvirmos a expressão “Somos todos vendedores”. E<br />

para triunfar no jogo do universo corporativo é necessário antes de tudo vender<br />

a nós mesmos.<br />

A proposta deste ensaio é levar você a compreender que uma marca não nasce,<br />

mas sim é construída. E que uma marca pessoal é conseqüência de um processo<br />

de diferenciação.<br />

O marketing pessoal significa projetar uma imag<strong>em</strong> de marca <strong>em</strong> relação a você,<br />

tomando a si próprio como se fora um produto ou serviço.<br />

Quer fazer um teste rápido sobre o estágio atual de sua imag<strong>em</strong> de marca?<br />

Pergunte-se: “O que as pessoas pensam de mim quando se fala <strong>em</strong> meu nome?”.<br />

Será que você é reconhecido, notado <strong>em</strong> meio à multidão? Qual é o tipo de sentimento<br />

que é aflorado nas pessoas ao ouvir<strong>em</strong> falar de seu nome ou ao encontrar<strong>em</strong><br />

você <strong>em</strong> um ambiente qualquer?<br />

O especialista <strong>em</strong> marcas Jaime Troiano pontua: “Uma marca é a criação de um<br />

conjunto organizado de percepções (plano cognitivo) e sentimentos (plano <strong>em</strong>ocional)<br />

que faz com que um determinado produto ou serviço seja mais do que<br />

apenas diferente de seus competidores. Seja único e indispensável”.<br />

Quer<strong>em</strong>os auxiliá-lo a criar a marca “Você S/A”. Transformar o self atual (como<br />

você é) no self ideal (como você deseja ser). Assim, o tutorial a seguir não t<strong>em</strong> a<br />

pretensão de ser uma cartilha régia, mas um guia <strong>em</strong> sua trajetória na elaboração<br />

de sua marca pessoal.


Primeiro Passo: A <strong>em</strong>balag<strong>em</strong><br />

O publicitário Chuck Lieppe dizia: “Aparentar ter competência é tão importante<br />

quanto a própria competência”.<br />

De fato, o aspecto externo é o primeiro que observamos. Comprando frutas,<br />

selecionando aquelas que nos parec<strong>em</strong> mais belas e viçosas. Num<br />

evento social, disparamos olhares àqueles com trajes e cortes de cabelo<br />

atraentes. Ao planejar uma viag<strong>em</strong>, escolh<strong>em</strong>os como destino uma localidade<br />

cuja paisag<strong>em</strong> nos faça brilhar os olhos, seja ela bucólica, dotada<br />

de rios ou dunas ou florestas; seja ela “urbanóide”, repleta de luzes,<br />

cores e sons tecnologicamente pulsantes.<br />

A <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> é o princípio de tudo. E você nunca terá uma segunda<br />

oportunidade de causar uma primeira boa impressão. Para tanto, você<br />

deverá cont<strong>em</strong>plar os seguintes aspectos:<br />

a) Aparência: banho tomado, cabelo cortado, unhas apara<strong>das</strong>, dentes<br />

escovados. Parece óbvio d<strong>em</strong>ais, mas há qu<strong>em</strong> negligencie isso. Estes<br />

eventos, por mais el<strong>em</strong>entares que sejam, representam o ponto de partida<br />

da construção de sua imag<strong>em</strong>.<br />

b) Trajes: para cada ambiente, uma vestimenta apropriada. Da mesma<br />

forma como você não irá à praia calçando sapatos sociais, um bom terno<br />

ou tailleur é a melhor recomendação para o dia-a-dia no trabalho. Combinar<br />

cores e tecidos é menos complicado do que possa parecer. Além<br />

disso, você deve priorizar o conforto e a praticidade. Roupas adequa<strong>das</strong><br />

pod<strong>em</strong> compensar uma baixa estatura, disfarçar um excesso de peso.<br />

E muito cuidado com o casual day, aquelas sextas-feiras insanas nas<br />

quais muita gente se revela de forma comprometedora.<br />

c) Acessórios: anéis, correntes, brincos, pulseiras, enfim, acessórios diversos<br />

são permitidos desde que utilizados de forma regrada. É importante<br />

também acompanhar o bom senso da moda. Abotoaduras para os<br />

rapazes, apenas <strong>em</strong> ocasiões especiais, o mesmo se aplicando para as<br />

mulheres <strong>em</strong> relação a jóias. E muita atenção com os cosméticos! Há<br />

qu<strong>em</strong> use perfume de maneira a ter sua presença reconhecida num ambiente<br />

pelo rastro de aromas (ou odores...) que deixa no ar.


d) Etiqueta: edificar uma marca d<strong>em</strong>anda estudo. Por isso, atente para a<br />

necessidade de adquirir um bom livro com regras de etiqueta social. Afinal,<br />

haverá ocasião na qual você será apresentado a tantos talheres e copos que<br />

suas mãos e boca ficarão <strong>em</strong> dúvida sobre por onde começar. Há profissionais<br />

de grande competência no mercado capazes de lhe ensinar as normas da<br />

boa etiqueta que, a propósito, não se aplicam exclusivamente às refeições,<br />

é claro. Enquanto conferencista, por ex<strong>em</strong>plo, é importante que você saiba<br />

como compor a mesa de um cerimonial e como homenagear aos presentes,<br />

com base na hierarquia.<br />

e) Postura: cabeça inclinada, ombros arqueados, tronco curvado... Onde você<br />

pensa que vai assim? Qual percepção pretende conferir àqueles que o encontram?<br />

Seria você alguém der<strong>rota</strong>do e infeliz? Uma postura elegante ao assentar-se<br />

e ao caminhar d<strong>em</strong>onstra altivez, autoconfiança e independência, além<br />

de contribuir com sua própria saúde.<br />

f) Vocabulário: a menos que suas pretensões se restrinjam à exposição na mídia<br />

como modelo fotográfico, o que, convenhamos, é acessível a poucos, você<br />

invariavelmente terá que abrir a boca para sedimentar sua imag<strong>em</strong>. Neste<br />

momento, pronunciar “menas”, “pobl<strong>em</strong>a” e seus derivados será suficiente<br />

para destruir toda a credibilidade que foi sendo erguida nos passos anteriores.<br />

Nunca é tarde para se aprender nosso idioma. Basta estudar um pouco<br />

e ler muito – jornais, revistas, livros, gibis e bulas de r<strong>em</strong>édio. Desta forma,<br />

você ampliará seu vocabulário, ganhando maior versatilidade para falar <strong>em</strong><br />

público. É importante também salientar que igual preocupação deve-se ter<br />

com a escrita. Redigir um bilhete grafando “essessão” ou “quizer”, entre outras<br />

pérolas, deveria ser salvo-conduto para uma d<strong>em</strong>issão por justa causa na<br />

<strong>em</strong>presa ou a precipitação de um divórcio no lar.<br />

g) Saúde: <strong>em</strong>bora esteja sendo considerada ao final, é o aspecto mais fundamental<br />

a ser observado. E isso tanto <strong>em</strong> termos de marketing pessoal quanto<br />

de qualidade de vida. D<strong>em</strong>onstrar estar saudável, mais do que apenas parecer<br />

b<strong>em</strong>, constitui-se na chave-de-ouro que sela o primeiro passo do processo<br />

de construção de uma marca pessoal. E uma vida saudável implica <strong>em</strong><br />

sono reparador, alimentação balanceada e prática regular de esportes, entre<br />

outros aspectos. guir não t<strong>em</strong> a pretensão de ser uma cartilha régia, mas um<br />

guia <strong>em</strong> sua trajetória na elaboração de sua marca pessoal.


Segundo Passo: O conteúdo<br />

Muito b<strong>em</strong>. Você seguiu à risca o tutorial de fabricação de uma <strong>em</strong>balag<strong>em</strong><br />

bonita, vistosa e atraente. E <strong>em</strong>bora o design seja determinante, se<br />

o que estiver por dentro não respaldar a expectativa criada você, seguramente,<br />

deixará de se estabelecer. Pior, poderá ser tido como impostor<br />

a ponto de perder por completo a reputação pela qual tanto lutou. E<br />

você sabe que credibilidade é algo que leva anos para se edificar e que se<br />

perde <strong>em</strong> instantes...<br />

É claro que o caráter é mais importante que a reputação, pois o primeiro<br />

simboliza o que você realmente é enquanto o segundo r<strong>em</strong>ete àquilo que<br />

os outros pensam a seu respeito. Esta é uma verdade incontestável,<br />

muito b<strong>em</strong> expressa pela frase de Montaigne que prefacia este artigo,<br />

mas estamos trabalhando para arquitetar uma imag<strong>em</strong> capaz de ser admirada<br />

pelos d<strong>em</strong>ais. E melhor será que isso ocorra espontaneamente,<br />

como conseqüência da pessoa que você d<strong>em</strong>onstra ser com naturalidade.<br />

Trabalhar o conteúdo significa cuidar dos seguintes pontos:<br />

a) Formação: se você já t<strong>em</strong> um curso superior, faça uma especialização<br />

ou uma pós-graduação. Por outro lado, se você ainda não cursou uma<br />

faculdade, matricule-se com urgência <strong>em</strong> uma. Pouco importa o nome<br />

da instituição, sua tradição e toda a retórica que a cerca. Esteja certo de<br />

que é você qu<strong>em</strong> tornará seu curso uma experiência indescritível ou um<br />

ex<strong>em</strong>plo de mediocridade. Assista às aulas, se <strong>em</strong>penhe na realização<br />

dos trabalhos <strong>em</strong> grupo e individuais, questione seus professores. E se<br />

os estudos foram interrompidos ainda no ensino fundamental, evite se<br />

lamentar. Trabalhe para recuperar o t<strong>em</strong>po perdido. Faça um supletivo,<br />

estude nos momentos mais singulares, como dentro de um ônibus ou<br />

metrô e quando estiver numa fila de banco. L<strong>em</strong>bre-se de que sua formação<br />

será dada menos pelo pedaço de papel <strong>em</strong>oldurado que você pendurar<br />

na parede, e mais pelos livros que você ler, as pessoas que conhecer<br />

e os debates dos quais venha participar.<br />

b) Currículo: aprenda a redigir um currículo personalizado. Nada de<br />

números de documentos diversos e relação de palestras infrutíferas <strong>das</strong><br />

quais você participou só para conquistar um certificado. Seu currículo


deve ser objetivo, capaz de ilustrar <strong>em</strong>, no máximo, duas páginas o profissional<br />

que você é. Disponibilize um telefone e e-mail para contato. Evidencie<br />

com letras destaca<strong>das</strong> o seu objetivo profissional. Você precisa declarar ao<br />

mundo o que sabe e quer fazer. Apresente sua formação mais recente, ou<br />

seja, nada de relacionar onde fez o curso primário e cursos extracurriculares<br />

dispensáveis. Fale de sua trajetória profissional, <strong>das</strong> <strong>em</strong>presas por onde passou,<br />

mencionando o porte de cada uma delas. Comente suas realizações procurando,<br />

s<strong>em</strong>pre que possível, quantificá-las. Finalize informando sobre suas<br />

aptidões com idiomas e os hobbies que aprecia – um pouco de intimidade e<br />

humanismo também merece ser apresentado. E, por derradeiro, mantenha<br />

seu currículo s<strong>em</strong>pre atualizado. Não é porque você está estável numa organização<br />

que a história de sua vida profissional deva ser estagnada. Ela está<br />

sendo escrita e é preciso que se registre isso para uma possível recolocação<br />

no futuro. Desconfie de sua m<strong>em</strong>ória!<br />

c) Atitude: aqui estamos falando de competências: como iniciativa, comprometimento,<br />

ousadia, persistência, criatividade, planejamento, persuasão,<br />

liderança e autoconfiança. T<strong>em</strong>os to<strong>das</strong>, mais ou menos desenvolvi<strong>das</strong>. O<br />

segredo está <strong>em</strong> fazer um trabalho de auto-reflexão. Reforçar as atitudes que<br />

estão sendo pratica<strong>das</strong> e identificar aquelas que precisam de um upgrade.<br />

d) Autenticidade e transparência: a melhor maneira de você conquistar a<br />

simpatia, confiança e admiração <strong>das</strong> pessoas é sendo exatamente qu<strong>em</strong> você<br />

é. De nada adianta projetar uma estampa fantasiosa, máscara que cai diante<br />

da primeira adversidade. Pratique a naturalidade e abuse da transparência,<br />

porém, s<strong>em</strong>pre atento aos bastidores escusos nos corredores <strong>das</strong> organizações.<br />

e) Resiliência: falamos sobre a capacidade de superar adversidades. A postura<br />

resiliente deve ser incorporada ao seu estilo de vida e ao seu s<strong>em</strong>blante.<br />

Dar aos probl<strong>em</strong>as a dimensão que efetivamente dev<strong>em</strong> ter. Ser flexível nos<br />

acordos, tolerante nas decisões, paciente com as respostas.<br />

f) Ética: mais do que fazer a coisa certa, significa agir com congruência. Praticar<br />

o que se fala, dizer aquilo <strong>em</strong> que se acredita.<br />

g) Positividade: símbolo de um estado de espírito elevado, cultivar um pensamento<br />

positivo é uma prática que se reflete no sorriso franco, no abraço acolhedor<br />

e no bom humor contagiante. É um jeito de viver que atrai qu<strong>em</strong> nos<br />

cerca, gerando uma energia s<strong>em</strong> precedentes.


Terceiro Passo: A visibilidade<br />

Não adianta fazer a melhor coisa do mundo se ninguém tomar conhecimento.<br />

É preciso comunicar e repercutir.<br />

Para construir uma marca, você precisa ser visto.<br />

a) Logomarca: assim como os produtos são nomeados e apresentam uma<br />

marca que os identifica, desenvolva um símbolo ou sinal gráfico capaz de<br />

r<strong>em</strong>eter mn<strong>em</strong>onicamente a você. Pode-se partir de uma grande expertise<br />

sua ou até de seu apelido.<br />

b) Cartão de visita: pouco importa se você está trabalhando ou disponível<br />

no mercado - você precisa ter um cartão de visitas! E além de tê-lo,<br />

portá-lo, porque muitos esquec<strong>em</strong> seus cartões na gaveta do escritório,<br />

no porta-luvas do carro ou no bolso de outro blazer. Você pode ter um<br />

cartão corporativo e outro pessoal, por ex<strong>em</strong>plo, se esquivando do risco<br />

de perder a própria identidade, sendo chamado por “Fulano da <strong>em</strong>presa<br />

tal”. Mas a regra mais importante neste quesito diz respeito a como utilizar<br />

o cartão de visitas. Ofereça-o a seu interlocutor olhando-o nos olhos<br />

e peça o cartão dele. Leia o conteúdo do cartão, chame-o pelo nome para<br />

conferir maior proximidade ao diálogo e auxiliar você na m<strong>em</strong>orização.<br />

Nunca dobre a ponta do cartão recebido. Concluído o diálogo, faça anotações<br />

discretas no cartão recebido que o ajud<strong>em</strong> a se l<strong>em</strong>brar da pessoa<br />

posteriormente. Envie a ela um e-mail no dia seguinte, externando<br />

seu prazer <strong>em</strong> tê-la conhecido. Mas, por favor, evite tornar mecânico este<br />

processo, colocando prazer e sentimento nesta singela ação de troca de<br />

cartões.<br />

c) Website: para ser visto – e achado – <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos modernos, é impossível<br />

dar as costas para a Internet. Por isso é imprescindível manter um site<br />

pessoal. Pode ser um blog também, mas o site transmite um conceito de<br />

maior perenidade, pois os blogs têm como característica original o fato<br />

de ser<strong>em</strong> formatados para funcionar como um diário eletrônico. Registre<br />

um domínio “www” com o seu nome. O investimento é ridículo - basta<br />

pagar a anuidade da FAPESP, pouco superior a dez dólares. Depois, vá<br />

elaborando seu site aos poucos, incr<strong>em</strong>entando seu conteúdo. Insira<br />

seu currículo, suas experiências profissionais, artigos que tenha escrito<br />

links para outros portais... Enfim, faça de seu site um ambiente que<br />

possa se tornar um ponto de encontro ou até uma comunidade.


d) E-mail: procure ter uma única conta de e-mail. Com sinceridade, me parece<br />

incompreensível como algumas pessoas criam e-mails <strong>em</strong> todos os provedores<br />

gratuitos como se aquilo fosse sinônimo de status. O gerenciamento de<br />

muitas contas se torna difícil e inócuo. E, o pior, você dificulta a m<strong>em</strong>orização<br />

de seu endereço pelos outros. Assim, bastam duas contas, no máximo: uma<br />

de caráter pessoal e outra corporativa. E aproveite para programar seu correio<br />

eletrônico para inserir uma assinatura nas mensagens que enviar. Nada<br />

mais desagradável do que receber um e-mail dentre as dezenas de mensagens<br />

que circulam diariamente, a maioria delas meros spams, s<strong>em</strong> conseguir<br />

identificar o destinatário.<br />

e) Artigos: se você t<strong>em</strong> facilidade <strong>em</strong> escrever, promova este talento. Desenvolva<br />

artigos versando sobre t<strong>em</strong>as de seu conhecimento e relacionados à sua<br />

profissão. E publique-os. Primeiro, na Internet – são inúmeros os portais que<br />

receberão com prazer sua contribuição. Mais adiante, você poderá buscar a<br />

mídia impressa – jornais e revistas – como veículos de divulgação de suas<br />

idéias. Procure escrever artigos curtos, que facilit<strong>em</strong> a leitura, e tenha muito<br />

cuidado com o idioma. Coesão e coerência textuais, ortografia e acentuação<br />

corretas, é o mínimo que os editores irão lhe solicitar – e seus leitores também.<br />

f) Eventos: a regra agora é circular para ser visto. Participe de eventos diversos<br />

- coquetéis de lançamento de livros, palestras e s<strong>em</strong>inários, vernissages.<br />

E leve consigo seu cartão de visitas!


Quarto Passo: A ênfase<br />

Uma marca, para ser l<strong>em</strong>brada, precisa ser repetida. Por isso você deve<br />

reunir um nome curto, associado a uma logomarca e facilitar sua percepção<br />

para as pessoas.<br />

A rigor, inexiste nome difícil, mas nome pouco pronunciado. De qualquer<br />

forma, se você está no estágio inicial de construção de sua marca, considere<br />

até mesmo a possibilidade de atuar com um pseudônimo. E priorize<br />

nomes formados por apenas duas palavras. Assim, “José Maria da<br />

Silva” deverá optar por ser chamado de “José Maria” ou “José da Silva”<br />

- isso facilita a m<strong>em</strong>orização e a identidade visual. E tome cuidado com<br />

homônimos!<br />

Quinto Passo: A divulgação<br />

Hora de colocar o bloco na rua! Você deve virar notícia – evident<strong>em</strong>ente<br />

não <strong>das</strong> páginas policiais. Neste momento, a publicação de artigos e participação<br />

<strong>em</strong> eventos, conforme relatados no estágio da visibilidade são<br />

instrumentos certeiros.<br />

Este também é o momento de você reforçar sua comunicação. Pessoas<br />

marcantes são, por natureza, bons contadores de histórias. Não estamos<br />

falando de histórias da carochinha, mas de vivências, experiências,<br />

aprendizados.<br />

Face ao exposto, considere com seriedade investir num curso de expressão<br />

verbal e corporal. Estudos indicam que falar <strong>em</strong> público oferece<br />

mais medo às pessoas do que a própria morte...<br />

Por fim, coloque a palavra networking <strong>em</strong> seu vocabulário e <strong>em</strong> sua agenda.<br />

Aumente sua rede de relacionamentos para além dos limites de seu<br />

bairro e de seus domínios na <strong>em</strong>presa. Há pessoas interessantes esperando<br />

por conhecer você seja numa fila de cin<strong>em</strong>a ou numa mesa de bar.


Sexto Passo: A diferenciação<br />

Seguindo todos os passos anteriores você ainda correrá um risco: o de<br />

ser notado como somente mais um player, mais uma marca dentre tantas<br />

disponíveis no mercado. Por isso você precisa se diferenciar. Praticar<br />

o que a teoria econômica chama de “concorrência monopolística”. Desenvolver<br />

um estilo próprio, fazer as coisas de forma diferente e, assim,<br />

tornar-se único, exclusivo, admirado e presente no coração e na mente<br />

<strong>das</strong> pessoas.<br />

À luz deste conceito, observe como estamos o t<strong>em</strong>po todo exercendo a<br />

concorrência monopolística <strong>em</strong> nossas vi<strong>das</strong>. A começar pela vitória do<br />

espermatozóide tenaz que, dotado de agilidade, velocidade e preparo, no<br />

ato da fecundação, supera todos os d<strong>em</strong>ais concorrentes. Ao conquistar<br />

o par romântico, também nos fiz<strong>em</strong>os notar <strong>em</strong> meio aos d<strong>em</strong>ais pretendentes.<br />

A oportunidade de <strong>em</strong>prego foi igualmente sancionada com êxito<br />

dentre outros postulantes ao cargo.<br />

“Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a c<strong>em</strong><br />

mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade<br />

de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a c<strong>em</strong><br />

mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós ter<strong>em</strong>os necessidade um<br />

do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no<br />

mundo...”.<br />

O Pequeno Príncipe, de Exupéry, conhecia muito de concorrência monopolística<br />

quando cunhou a famosa expressão “Tú te tornas eternamente<br />

responsável por aquilo que cativas”. Por isso abrir a porta do<br />

carro para a ga<strong>rota</strong> adentrá-lo torna o cavalheiro admirado. Por isso o<br />

vendedor que procura descobrir a necessidade de seu cliente para depois<br />

lhe apresentar uma solução é preferível ao mero tirador de pedidos. Por<br />

isso a <strong>em</strong>presa que identifica o desejo mais subliminar de seus consumidores<br />

pode dar-se ao luxo de vender o que produz <strong>em</strong> vez de produzir o<br />

que vende...


Mas, no jogo da diferenciação, que fique claro uma coisa: não é a diferenciação<br />

tecnológica (baseada nas inovações), a qualitativa (sediada na adequação)<br />

ou a mercadológica (ancorada na força e glamour <strong>das</strong> marcas) que confer<strong>em</strong><br />

perenidade às relações. O mundo está comoditizado. A comunicação está<br />

massificada. A única diferenciação sustentável ao longo do t<strong>em</strong>po é aquela<br />

baseada <strong>em</strong> pessoas, no brilho do olhar, na maciez da voz e no calor do toque,<br />

aspectos que máquina ou virtualidade alguma será capaz de reproduzir ou<br />

substituir.


Unidade II: Ven<strong>das</strong><br />

Construindo um cenário para a venda


A venda t<strong>em</strong> sido uma atividade comercial padrão há milhares<br />

de anos. Desde 2000 a.C., o Código de Hammurabi protegia os<br />

direitos do vendedor babilônico, que era conhecido como “mascate”. Durante<br />

toda a história a venda t<strong>em</strong> sido um fator primordial no crescimento<br />

econômico. No século XVIII, os vendedores ambulantes americanos levavam<br />

suas carroças cheias de produtos de vila <strong>em</strong> vila e de fazenda <strong>em</strong><br />

fazenda, ajudando a expandir o comércio entre colônias. No decorrer <strong>das</strong><br />

déca<strong>das</strong>, os estereótipos sobre os vendedores como marqueteiros de fala<br />

rápida, contadores de pia<strong>das</strong> que dão tapinhas nas costas começaram a<br />

se cristalizar.<br />

A venda pessoal é muito diferente nos dias de hoje. O vendedor cont<strong>em</strong>porâneo<br />

é altamente capacitado. O profissionalismo <strong>em</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> é apropriadamente<br />

definido como uma abordag<strong>em</strong> dirigida ao consumidor que<br />

<strong>em</strong>prega táticas verdadeiras e não “manipuladoras” para satisfazer as<br />

necessidades a longo prazo tanto do consumidor quanto da <strong>em</strong>presa que<br />

está vendendo. <strong>Os</strong> vendedores profissionais são solucionadores de probl<strong>em</strong>as<br />

que focam a satisfação <strong>das</strong> necessidades dos consumidores antes,<br />

durante e depois de as <strong>ven<strong>das</strong></strong> ser<strong>em</strong> consuma<strong>das</strong>. Armados com conhecimentos<br />

sobre os produtos e serviços de sua <strong>em</strong>presa, daqueles concorrentes<br />

e <strong>das</strong> necessidades comerciais de seus clientes, os vendedores<br />

buscam um objetivo comum de criação mútua de relações benéficas de<br />

longo prazo com os consumidores.<br />

A venda pessoal é um processo vital, vibrante e dinâmico. A concorrência<br />

e a ênfase na produtividade fizeram com que a venda pessoal assumisse<br />

um papel mais pro<strong>em</strong>inente no mix de marketing corporativo. <strong>Os</strong> vendedores<br />

dev<strong>em</strong> comunicar as vantagens sutis doas produtos e serviços de<br />

sua <strong>em</strong>presa <strong>em</strong> relação aos dos concorrentes. O papel do vendedor mudou<br />

do “persuasor” para o solucionador de probl<strong>em</strong>as e consultor, como<br />

ver<strong>em</strong>os adiante.<br />

A venda pessoal é a ferramenta mais eficiente na criação de preferências,<br />

convicções e ações nos potenciais clientes. Ela envolve o relacionamento<br />

pessoal entre duas ou mais pessoas. A venda pessoal permite que surjam<br />

todos os tipos de relacionamentos, desde os mais superficiais até<br />

amizades profun<strong>das</strong>. Diz-se que pessoas compram de pessoas.<br />

Um dos pontos-chave de uma operação b<strong>em</strong>-sucedida é des<strong>em</strong>penhar alguns<br />

papéis para se tornar um bom “vendedor”. Para isso, os autores independentes<br />

dev<strong>em</strong> saber quais características procurar para preencher<br />

seu perfil pessoal.


A resposta dependerá do estágio do ciclo de vida no qual a oferta do autor<br />

independente se encontra. O ciclo de vida dos produtos (bens e serviços) é<br />

um conceito relativamente b<strong>em</strong>-estabelecido <strong>em</strong> mercadologia. Segundo ele,<br />

to<strong>das</strong> as ofertas passam por estágios determinados ao longo de sua vida,<br />

desde sua introdução no mercado até sua saída: introdução, crescimento,<br />

maturidade e declínio.<br />

a) Introdução: é um período de lento crescimento <strong>das</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> que ocorre<br />

quando a oferta é introduzida no mercado. O estágio de introdução t<strong>em</strong> início<br />

quando o novo produto ou serviço é lançado pela primeira vez. Produtos que<br />

hoje são conhecidos, como carros, computadores e produtos congelados d<strong>em</strong>andaram<br />

muito t<strong>em</strong>po antes que suas <strong>ven<strong>das</strong></strong> começass<strong>em</strong> a crescer.<br />

b) Crescimento: é um período de rápida aceitação da oferta no mercado. Se<br />

o novo produto ou serviço satisfizer o mercado, ele passará para o estágio<br />

de crescimento do seu ciclo de vida. <strong>Os</strong> clientes do estágio inicial continuam<br />

comprando e os tardios começam a seguir o ex<strong>em</strong>plo dos primeiros, especialmente<br />

quando a aceitação é favorável.<br />

c) Maturidade: é um período no qual o crescimento <strong>das</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> diminui, pois<br />

a oferta alcançou a aceitação da maioria dos clientes potenciais. Normalmente,<br />

esse estágio dura mais t<strong>em</strong>po que os anteriores.<br />

d) Declínio: é o período no qual as <strong>ven<strong>das</strong></strong> e os lucros de uma oferta ca<strong>em</strong>.<br />

Cedo ou tarde, as <strong>ven<strong>das</strong></strong> da maior parte <strong>das</strong> ofertas e marcas declinarão.<br />

Esse declínio pode ser lento ou rápido, mas a vida de todos os produtos, serviços<br />

ou marcas têm seu fim <strong>em</strong> algum momento.<br />

Em cada fase do ciclo de vida de uma oferta são endereçados tipos distintos<br />

de clientes. A frase óbvia “os clientes não são todos iguais” ganha uma conotação<br />

diferente quando a fundamentamos no estágio de vida do produto ou<br />

serviço: diferentes tipos de clientes compram os produtos ou serviços da <strong>em</strong>presa<br />

<strong>em</strong> cada uma <strong>das</strong> fases.


<strong>Os</strong> <strong>paradigmas</strong> <strong>em</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong><br />

No ambiente de marketing complexo de hoje, a venda pessoal eficaz exige<br />

estratégias diferentes daquelas usa<strong>das</strong> pelos vendedores antigamente.<br />

Para lidar com várias considerações, os autores contam com abordagens<br />

de venda diversas.<br />

Muitas <strong>em</strong>presas e profissionais de <strong>ven<strong>das</strong></strong> falham porque tend<strong>em</strong> a tratar<br />

seus clientes como se todos eles foss<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhantes. É importante entender<br />

que a venda b<strong>em</strong>-sucedida envolve alguns fatores críticos:<br />

a) Clientes que parec<strong>em</strong> ser s<strong>em</strong>elhantes têm necessidades diferentes;<br />

b) Tipos diferentes de clientes necessitam de abordagens distintas de<br />

<strong>ven<strong>das</strong></strong>;<br />

c) Quanto melhor o ajuste entre as necessidades dos clientes e a abordag<strong>em</strong><br />

da venda, maior será o sucesso na venda;<br />

d) Ouvir <strong>em</strong> vez de falar;<br />

e) Construir verdade e respeito;<br />

f) Encontrar soluções para os clientes.<br />

As <strong>em</strong>presas e profissionais liberais b<strong>em</strong>-sucedidos <strong>em</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> reconhec<strong>em</strong><br />

que os bons “vendedores” dev<strong>em</strong> ter certas habilidades vitais. O tipo<br />

de perfil exigido, contudo, dependerá do tipo de necessidade do cliente<br />

no uso dos produtos ou serviços sendo ofertados. A melhor estratégia<br />

é alcançada quando sincronizamos o perfil do vendedor com o tipo de<br />

cliente sendo endereçado na fase do ciclo de vida na qual a oferta se encontra.<br />

Não existe nenhum vendedor universal. Todos os vendedores dev<strong>em</strong> conversar<br />

com seus clientes e obter pedidos. Mas exist<strong>em</strong> características<br />

distintas entre os vendedores que determinam como eles se sairão <strong>em</strong><br />

situações e ambientes de <strong>ven<strong>das</strong></strong> diferentes. D<strong>em</strong>onstrando habilidades<br />

e talentos específicos, os profissionais de <strong>ven<strong>das</strong></strong> pod<strong>em</strong>, normalmente,<br />

ser classificados <strong>em</strong> quatro tipos diferentes: Fechadores, Consultores,<br />

Construtores de Relacionamento, Missionários.


a) O Fechador<br />

Todos os vendedores dev<strong>em</strong> d<strong>em</strong>onstrar habilidades de fechamento <strong>em</strong> algum<br />

momento do processo de <strong>ven<strong>das</strong></strong>. Contudo, exist<strong>em</strong> vendedores que exced<strong>em</strong><br />

nesse tipo de habilidade. O Fechador é um vendedor agressivo, orientado a<br />

objetivos e com pouco medo da rejeição pessoal. Ele é extrovertido, enérgico,<br />

otimista, competitivo, aceita riscos e é altamente confiante <strong>em</strong> si mesmo. Profissionais<br />

de <strong>ven<strong>das</strong></strong> do tipo Fechador são motivados por dinheiro, principalmente<br />

comissões, caso o ganho potencial não seja limitado. Orientados por<br />

resultados, eles têm um controle rígido de seus sentimentos e não contam<br />

com as pessoas para satisfazer seus sentimentos. <strong>Os</strong> Fechadores usam suas<br />

<strong>em</strong>oções como ferramentas para influenciar pessoas.<br />

O Fechador inicia um contato comercial do zero e sai com uma forte conexão<br />

com o cliente. Esse tipo de perfil <strong>em</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> é ideal para produtos e serviços<br />

novos, no estágio introdutório do seu ciclo de vida. O ambiente de <strong>ven<strong>das</strong></strong> no<br />

qual o Fechador trabalha exige que os desejos e as necessidades dos potenciais<br />

clientes sejam rapidamente estabelecidos.<br />

Nesse estágio introdutório, o novo produto ou serviço foi lançado pela primeira<br />

vez e a maioria dos clientes é composta pelos inovadores. Esses clientes<br />

são pessoas intuitivas e, geralmente, peritas na classe de produto ou serviço<br />

sendo ofertado. Elas adotam cedo as novidades que são lança<strong>das</strong>, pois ao<br />

adquirir<strong>em</strong>-nas consegu<strong>em</strong> permanecer com sua perícia técnica. Freqüent<strong>em</strong>ente,<br />

t<strong>em</strong>os também a presença de clientes visionários, que nunca usaram<br />

aquele produto ou serviço, mas são atraídos por novidades. Vender nesse tipo<br />

de ambiente requer respostas imediatas e uma alta atenção às necessidades<br />

dos clientes.<br />

Um vendedor do tipo Fechador é ideal quando um produto ou serviço é novo<br />

(geralmente baseado <strong>em</strong> tecnologia de ponta) ou pouco conhecido pelos potenciais<br />

clientes. Nessa fase do ciclo de vida, os clientes não têm experiência<br />

no uso da oferta. Contudo, a decisão de compra é relativamente simples, pois<br />

é mais intuitiva e, normalmente, tomada pelos altos executivos <strong>das</strong> <strong>em</strong>presas<br />

ou por alguém com autoridade total para a compra. A necessidade primária<br />

que geralmente direciona o interesse desse tipo de cliente é o desejo por uma<br />

vantag<strong>em</strong> competitiva única. O cliente é inovador e um definidor de tendências.<br />

b) O Consultor<br />

Esse tipo de perfil <strong>em</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> é ideal para produtos e serviços no estágio de<br />

crescimento do seu ciclo de vida. Quando a nova oferta satisfaz o mercado,<br />

ela passa para um estágio, no qual as <strong>ven<strong>das</strong></strong> começam a aumentar rapidamente.<br />

Nessa fase são atingidos novos clientes que, <strong>em</strong> geral, não têm muita<br />

experiência na utilização ou seleção do produto ou serviço, mas sent<strong>em</strong> a<br />

necessidade real de seu uso.


Ambientes de venda que d<strong>em</strong>andam atenção pessoal, delicada astúcia e<br />

grande capacidade de afirmação favorec<strong>em</strong> os vendedores do tipo Consultores.<br />

Nessas situações, comunicação, interação, realimentação e às vezes<br />

até uma conexão sentimental com o cliente resultam <strong>em</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong> b<strong>em</strong> sucedi<strong>das</strong>.<br />

Um vendedor Consultivo é exigido quando a <strong>em</strong>presa t<strong>em</strong> uma solução que<br />

deve ser integrada à sua operação atual. A solução freqüent<strong>em</strong>ente substituirá<br />

“sist<strong>em</strong>as” mais velhos e já estabelecidos. A nova solução provê mais<br />

eficiência <strong>em</strong> custos ou mais e melhores capacidades de uso. Tipicamente, os<br />

clientes dessa fase não têm experiência na nova “tecnologia”.<br />

A decisão de compra é complexa, pois ela representa uma mudança na forma<br />

atual de trabalho e envolve vários influenciadores no processo de aquisição,<br />

que dev<strong>em</strong> analisar a oferta e suas alternativas. O cliente necessita de ajuda<br />

no desenho do projeto, educação básica no uso do produto ou serviço, instalação,<br />

treinamento e atendimento pós-venda ao longo da impl<strong>em</strong>entação.<br />

Habilidade <strong>em</strong> contato interpessoal, paciência e agressividade são os ingredientes<br />

do sucesso desse tipo de profissional. Ele freqüent<strong>em</strong>ente usa uma<br />

abordag<strong>em</strong> que enfatiza a resolução dos probl<strong>em</strong>as dos seus clientes. O Consultor<br />

é independente e auto-suficiente, tal como os Fechadores, mas se apresenta<br />

como um técnico altamente qualificado ao invés de extrovertido. Embora<br />

ele seja socialmente qualificado e aprecie pessoas, t<strong>em</strong> uma necessidade<br />

igualmente forte de solidão. Quando se socializa, o faz com amigos íntimos,<br />

que normalmente não estão envolvidos com a venda.<br />

<strong>Os</strong> Consultores tend<strong>em</strong> a estabelecer estratégias para seu plano de <strong>ven<strong>das</strong></strong>.<br />

Posicionam-se como se estivess<strong>em</strong> ofertando algo mais amplo do que apenas<br />

o produto ou serviço <strong>em</strong> questão. Eles constro<strong>em</strong> relações funcionais, não se<br />

socializando com seus clientes, a menos que tenham uma razão de negócios.<br />

c) O Construtor de Relacionamentos<br />

Paciente e independente, o vendedor do tipo que constrói relacionamentos<br />

investirá longos períodos de t<strong>em</strong>po para cobrir to<strong>das</strong> as bases de um cliente,<br />

apostando mais na relação pessoal que os outros tipos de vendedores. Este<br />

tipo de profissional de <strong>ven<strong>das</strong></strong> geralmente rejeita o controle e gerenciamento,<br />

tende a liberdade pessoal para cultivar e arquitetar pacient<strong>em</strong>ente seu resultado<br />

final.<br />

Num determinado momento do ciclo de sua vida, o crescimento <strong>das</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong><br />

irá desacelerar e a oferta entrará num estágio de maturidade. Uma vez que o<br />

produto ou serviço esteja estabelecido no mercado, seus potenciais clientes<br />

serão pessoas mais experimenta<strong>das</strong> e com uma necessidade real de utilizar<br />

o produto ou serviço. <strong>Os</strong> clientes adquir<strong>em</strong> um maior conhecimento e experiência<br />

de uso da oferta, preferindo aquelas já estabeleci<strong>das</strong> no mercado e<br />

exercendo um nível mais forte de controle do processo de aquisição.


Um Construtor de Relacionamento é exigido quando a oferta é uma parte<br />

ou um componente usado numa solução mais ampla. Nessa fase do ciclo de<br />

vida do produto ou serviço, a oferta já está b<strong>em</strong>-entendida pelo mercado-alvo,<br />

mas pode apresentar algumas variações ou mudanças de características,<br />

conforme versões são lança<strong>das</strong>, ou de acordo com os clientes e solicitações<br />

diferentes <strong>em</strong> seus pedidos.<br />

<strong>Os</strong> clientes nessa fase já têm experiência com o tipo de oferta. A decisão para<br />

mudar de fornecedor é complexa, envolvendo diversas pessoas na avaliação<br />

da capacidade, nível de serviços e comprometimento do potencial fornecedor.<br />

Esses clientes necessitam de garantias do atendimento <strong>das</strong> especificações de<br />

uso e forma de entrega. A lealdade do fornecedor garantirá uma relação no<br />

longo prazo.<br />

<strong>Os</strong> melhores vendedores, Construtores de Relacionamento, são indivíduos<br />

conservadores, que cultivam certo sentimento de culpa quando não estão<br />

trabalhando. Eles combinam paciência e perseverança numa técnica de <strong>ven<strong>das</strong></strong><br />

que pode ser mais b<strong>em</strong> caracterizada como de baixa pressão ou pressão<br />

velada. Eles estimam a lealdade do cliente e retribu<strong>em</strong> essa lealdade com a<br />

certeza de que seus clientes adquirirão bons serviços com bons preços.<br />

<strong>Os</strong> construtores de relacionamento focam as necessidades pessoais de seus<br />

clientes e freqüent<strong>em</strong>ente se relacionam com eles socialmente, se posicionando<br />

como velhos amigos e conselheiros. Bons vendedores de Relacionamento<br />

falharão se eles tiver<strong>em</strong> que “<strong>em</strong>purrar” seus produtos, pois sent<strong>em</strong> que essa<br />

atitude é pouco ética. Por causa <strong>das</strong> relações que constro<strong>em</strong>, esse tipo de profissional<br />

de <strong>ven<strong>das</strong></strong> t<strong>em</strong> a habilidade de levar consigo seus clientes e negócios<br />

quando mudam de <strong>em</strong>prego.<br />

d) Missionário<br />

O profissional de <strong>ven<strong>das</strong></strong> vende a credibilidade da <strong>em</strong>presa e fornec<strong>em</strong> aos<br />

seus clientes informações e assistência técnica operacional.<br />

As <strong>ven<strong>das</strong></strong> missionárias pod<strong>em</strong> implicar tanto na venda de campo quanto o<br />

tel<strong>em</strong>arketing. Muitos aspectos da venda <strong>em</strong> equipe também pod<strong>em</strong> ser vistos<br />

como <strong>ven<strong>das</strong></strong> missionárias.


As habilidades principais do novo profissional<br />

Esse novo profissional, o “consultor de <strong>ven<strong>das</strong></strong>”, precisa desenvolver nove<br />

habilidades principais:<br />

a) Conhecer profundamente o produto, o serviço ou a idéia que está<br />

vendendo. Isto quer dizer conhecer as características, custos e processo<br />

logístico do produto ou serviço de A a Z.<br />

b) Conhecer o mercado. Para conhecer de fato o mercado, a dica é visitar<br />

as feiras do seu setor e correlatos e conversar muito com os compradores,<br />

seus clientes.<br />

c) Vender solução. Pode ser algo simples como indicar a quantidade exata<br />

do produto que resolverá o probl<strong>em</strong>a do cliente; ou ter maior complexidade,<br />

como montar pacotes somando o produto e alguns serviços<br />

adicionais.<br />

d) Agregar valor. Isso quer dizer fornecer benefícios úteis para seu cliente.<br />

Como? Fique atento às necessidades dele e as cruze com informações<br />

recebi<strong>das</strong> de outras fontes e do acompanhamento regular dos mercados.<br />

e) Vender a imag<strong>em</strong> da <strong>em</strong>presa. Por que você não é um simples representante<br />

de <strong>ven<strong>das</strong></strong>; você é o representante da sua <strong>em</strong>presa.<br />

f) Negociar. Não apenas negociar na hora de conquistar o cliente, mas<br />

durante todo o processo, e também depois de concluir o negócio.<br />

g) Assessorar. Garanta ao cliente que você será o seu representante dentro<br />

da <strong>em</strong>presa. Isso diz respeito a todos os processos que se relacion<strong>em</strong><br />

com os seus clientes, da cobrança à assistência técnica.<br />

h) Gerenciar. Consultores não se limitam a acompanhar os processos<br />

dos clientes, eles interfer<strong>em</strong> nesses processos <strong>em</strong> defesa dos clientes.<br />

Sabendo <strong>das</strong> necessidades deles, é preciso gerenciar para que nada ameace<br />

sua satisfação.<br />

i) Desenvolver relacionamento duradouro. A chave para um bom relacionamento<br />

está nos detalhes. Por isso, retorne os telefon<strong>em</strong>as, compareça<br />

às reuniões, responda o e-mail. Transparência também é muito importante.


Unidade III: Empreendedorismo


O que é ser <strong>em</strong>preendedor?<br />

A palavra <strong>em</strong>preendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph<br />

Schumpeter <strong>em</strong> 1950 como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer<br />

sucesso com inovações. Mais tarde, <strong>em</strong> 1967 com K. Knight e <strong>em</strong> 1970 com<br />

Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa <strong>em</strong>preendedora<br />

precisa arriscar <strong>em</strong> algum negócio. E <strong>em</strong> 1985 com Pinchot foi introduzido o<br />

conceito de Intra-<strong>em</strong>preendedor, uma pessoa <strong>em</strong>preendedora, mas dentro de<br />

uma organização<br />

Uma <strong>das</strong> definições mais aceitas hoje <strong>em</strong> dia é dada pelo estudioso de <strong>em</strong>preendedorismo,<br />

Robert Hirsch, <strong>em</strong> seu livro “Empreendedorismo”. Segundo<br />

ele, <strong>em</strong>preendedorismo “é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando<br />

t<strong>em</strong>po e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos<br />

e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas<br />

da satisfação econômica e pessoal”.<br />

A satisfação econômica é resultado de um objetivo alcançado (um novo produto<br />

ou <strong>em</strong>presa, por ex<strong>em</strong>plo) e não um fim <strong>em</strong> si mesma.<br />

Segundo Hazime, o termo Empreendedorismo é um neologismo1 traduzido<br />

livr<strong>em</strong>ente do inglês entrepreneurship, originado da palavra francesa entrepreneur,<br />

usada no século XII para designar “aquele que incentivava brigas”. O<br />

Empreendedorismo trata de atos e comportamentos dos <strong>em</strong>preendedores.<br />

“Um <strong>em</strong>preendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”,<br />

segundo o conceito do teórico L.J. Filion - 1911. Com base nesta definição,<br />

o diretor da Escola de Administração de Mauá - SP e consultor de <strong>em</strong>presas,<br />

Hazime Sato, afirma que o <strong>em</strong>preendedor é um agente de mudanças e inovações,<br />

que identifica oportunidades e busca recursos para transformar conhecimento<br />

<strong>em</strong> riqueza.<br />

Assim, segundo ele, o instrumento específico do espírito <strong>em</strong>preendedor é a<br />

inovação, a busca deliberada e organizada de mudanças, as fontes <strong>das</strong> oportunidades<br />

que tais mudanças pod<strong>em</strong> oferecer. Transformar conhecimento,<br />

nascido de um sonho e da identificação de uma oportunidade, <strong>em</strong> riqueza,<br />

através da realização da visão concebida a partir do sonho, é uma jornada de<br />

muito trabalho a qual requer do <strong>em</strong>preendedor diversas características comportamentais.


Segundo F. Dolabela, um <strong>em</strong>preendedor...<br />

É um sonhador, mas realista:<br />

Cultiva a imaginação e sabe definir visões do que quer;<br />

É orientado para resultados, para o futuro;<br />

T<strong>em</strong> a percepção e a capacidade de descobrir nichos;<br />

T<strong>em</strong> perseverança e tenacidade para vencer obstáculos;<br />

T<strong>em</strong> iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de<br />

realização;<br />

O fracasso é um resultado normal, aprende-se com os próprios erros;<br />

Traduz seus pensamentos <strong>em</strong> ações;<br />

Sabe fixar metas e alcançá-las;<br />

T<strong>em</strong> forte intuição;<br />

T<strong>em</strong> alto comprometimento: acredita no que faz;<br />

Dedica-se ao trabalho e concentra esforços para alcançar resultados;<br />

Sabe buscar, utilizar e controlar recursos;<br />

Aceita o dinheiro como uma medida de seu des<strong>em</strong>penho;<br />

Estabelece e cultiva “redes de relações” internas e externas.<br />

Empreendedores são pessoas diferencia<strong>das</strong>, que possu<strong>em</strong> motivação<br />

singular, apaixona<strong>das</strong> pelo que faz<strong>em</strong> não se contentam <strong>em</strong> ser<br />

mais um na multidão, quer<strong>em</strong> ser reconheci<strong>das</strong> e admira<strong>das</strong>, referencia<strong>das</strong><br />

e imita<strong>das</strong>, quer<strong>em</strong> deixar um legado. Uma vez que os <strong>em</strong>preendedores<br />

estão revolucionando o mundo, seu comportamento e<br />

o próprio processo <strong>em</strong>preendedor dev<strong>em</strong> ser estudados e entendidos.


O interesse de toda a sociedade <strong>em</strong> relação aos pequenos negócios é explicado<br />

pelo seu grande significado político e econômico. Político porque micro<br />

e pequenas <strong>em</strong>presas funcionam como fator de equilíbrio da estrutura <strong>em</strong>presarial<br />

brasileira e coexist<strong>em</strong> com as grandes <strong>em</strong>presas. Econômico porque<br />

geram grande número de <strong>em</strong>pregos, por isso, contribu<strong>em</strong> muito na geração<br />

de receitas e na produção de bens.<br />

No entanto, muitos <strong>em</strong>presários não consegu<strong>em</strong> manter as portas de suas<br />

<strong>em</strong>presas abertas por muito t<strong>em</strong>po. Pesquisas do SEBRAE-SP mostram que<br />

cerca de 60% <strong>das</strong> <strong>em</strong>presas de pequeno porte abertas <strong>em</strong> São Paulo não passam<br />

do terceiro ano de existência.<br />

O que leva tantas <strong>em</strong>presas à extinção? O que faz com que outras sobrevivam<br />

aos trancos e barrancos?<br />

O fracasso pode estar ligado à falta de dinheiro no mercado, escassez de recursos<br />

próprios, entrada de novos concorrentes e mudanças <strong>das</strong> políticas do<br />

governo. Mas, uma <strong>das</strong> causas mais freqüentes do fracasso está ligada, diretamente,<br />

aos próprios <strong>em</strong>preendedores, isto é, à falta de habilidade administrativa,<br />

financeira, tecnológica e mercadológica.<br />

A força que <strong>em</strong>purra o <strong>em</strong>presário para o sucesso é, s<strong>em</strong> dúvida, a vontade<br />

de enfrentar o desafio de abrir o próprio negócio. Mas somada a essa vontade<br />

t<strong>em</strong> que haver a disposição para adquirir conhecimentos e para desenvolver<br />

comportamentos adequados a <strong>em</strong>preendedores b<strong>em</strong>-sucedidos. Pesquisas feitas<br />

com <strong>em</strong>presários de sucesso identificaram qualidades especiais comuns<br />

a todos eles e que foram responsáveis por garantir o seu lugar no mercado.<br />

Dentre uma destas qualidades, está a importância que os <strong>em</strong>presários dão ao<br />

plano de negócios, utilizando-o não apenas como um documento para captação<br />

de recursos, mas como uma ferramenta de gestão <strong>em</strong>presarial, sendo<br />

visto como um mapa que guiará a <strong>em</strong>presa ao seu destino e ao cumprimento<br />

de seus objetivos.<br />

Porém, antes de iniciar precisamos esclarecer que o Empreendedorismo pode<br />

ser tanto corporativo quanto de “startup”:<br />

Empreendedorismo corporativo – procura trabalhar os conceitos do Empreendedorismo<br />

e da inovação através de programas voltados ao desenvolvimento<br />

do perfil <strong>em</strong>preendedor de funcionários e executivos e na impl<strong>em</strong>entação<br />

de novos projetos e negócios corporativos. Aplica-se a <strong>em</strong>presas já constituí<strong>das</strong>,<br />

de médio e grande porte, através de treinamentos, palestras, s<strong>em</strong>inários,<br />

workshops e consultorias.


Empreendedorismo de startup – procura trabalhar com potenciais <strong>em</strong>preendedores<br />

e <strong>em</strong>presas inovadoras <strong>em</strong> estágio inicial de desenvolvimento, através<br />

de treinamentos, palestras e consultorias relaciona<strong>das</strong> ao <strong>em</strong>preendedorismo,<br />

plano de negócios, inovação e capital de risco.


Empreendedorismo <strong>em</strong> sete passos:<br />

1. Assumir riscos<br />

Esta é a primeira e uma <strong>das</strong> maiores características do verdadeiro <strong>em</strong>preendedor.<br />

Arriscar conscient<strong>em</strong>ente é ter corag<strong>em</strong> de enfrentar desafios, de tentar<br />

um novo <strong>em</strong>preendimento, de buscar, por si só, os melhores caminhos. É ter<br />

autodeterminação. <strong>Os</strong> riscos faz<strong>em</strong> parte de qualquer atividade e é preciso<br />

aprender a lidar com eles.<br />

2. Identificar oportunidades<br />

Ficar atento e perceber, no momento certo, as oportunidades que o mercado<br />

oferece e reunir as condições propícias para a realização de um bom negócio<br />

é outra marca importante do <strong>em</strong>presário b<strong>em</strong>-sucedido. Ele é um indivíduo<br />

curioso e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando<br />

seu conhecimento aumenta.<br />

As “fontes” de oportunidades relaciona<strong>das</strong> <strong>em</strong> ord<strong>em</strong> decrescente, segundo a<br />

riqueza de oportunidades inovadoras, são as seguintes:<br />

O sucesso inesperado ou o fracasso inesperado ou o evento externo inesperado;<br />

Como aproveitar este “inesperado”? Como converter este “inesperado”<br />

numa oportunidade?<br />

A incongruência entre a realidade como ela é e a realidade como “deveria ser”;<br />

Como explorar esta “incongruência”? Como converter esta “incongruência”<br />

numa oportunidade?<br />

Uma necessidade do processo; O objetivo do processo é claro? Existe uma<br />

forma melhor para o processo? Existe um “elo fraco ou restritivo” ou um “elo<br />

que falta” no processo?<br />

Mudanças estruturais no setor ou do mercado; O que é o nosso negócio? O<br />

setor está crescendo rapidamente? Perceb<strong>em</strong>-se tendências de convergência<br />

tecnológica no nosso negócio?<br />

Mudanças d<strong>em</strong>ográficas; Quais são os valores e as expectativas, as necessidades<br />

e os desejos dos vários grupos etários? O que os profissionais procuram?<br />

Mudanças <strong>em</strong> percepção, disposição e significado; Um novo conhecimento<br />

científico ou não-científico.<br />

3. Conhecimento, organização e independência.<br />

Quanto maior o domínio de um <strong>em</strong>presário sobre um ramo de negócio, maior


será sua chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática,<br />

de informações obti<strong>das</strong> <strong>em</strong> publicações especializa<strong>das</strong>, <strong>em</strong> centros de ensino,<br />

ou mesmo de “dicas” de pessoas que montaram <strong>em</strong>preendimentos s<strong>em</strong>elhantes.<br />

Possuir senso de organização, ou seja, ter capacidade de utilizar recursos<br />

humanos, materiais, financeiros e tecnológicos de forma racional. É bom não<br />

esquecer que, na maioria <strong>das</strong> vezes, a desorganização principalmente no início<br />

do <strong>em</strong>preendimento compromete seu funcionamento e seu des<strong>em</strong>penho.<br />

Determinar seus próprios passos, abrir seus próprios caminhos, ser seu<br />

próprio patrão, enfim, buscar a independência é meta importante na busca<br />

do sucesso. O <strong>em</strong>preendedor deve ser livre, evitando protecionismo que, mais<br />

tarde, possam se transformar <strong>em</strong> obstáculos aos negócios. Só assim surge a<br />

força necessária para fazer valer seus direitos de cidadão-<strong>em</strong>presário.<br />

4. Tomar decisões<br />

O sucesso de um <strong>em</strong>preendimento, muitas vezes, está relacionado com a capacidade<br />

de decidir corretamente. Tomar decisões acerta<strong>das</strong> é um processo<br />

que exige o levantamento de informações, análise fria da situação, avaliação<br />

<strong>das</strong> alternativas e a escolha da solução mais adequada. O verdadeiro <strong>em</strong>preendedor<br />

é capaz.<br />

5. Liderança, dinamismo e otimismo<br />

Liderar é saber definir objetivos, orientar tarefas, combinar métodos e procedimentos<br />

práticos, estimular as pessoas no rumo <strong>das</strong> metas traça<strong>das</strong> e favorecer<br />

relações equilibra<strong>das</strong> dentro da equipe de trabalho, <strong>em</strong> torno do <strong>em</strong>preendimento.<br />

Dentro e fora da <strong>em</strong>presa, o hom<strong>em</strong> de negócios faz contatos.<br />

Seja com clientes, fornecedores e <strong>em</strong>pregados. Assim, a liderança t<strong>em</strong> que ser<br />

uma qualidade s<strong>em</strong>pre presente.<br />

Um <strong>em</strong>preendedor de sucesso nunca se acomoda, para não perder a capacidade<br />

de fazer com que simples idéias se concretiz<strong>em</strong> <strong>em</strong> negócios efetivos.<br />

Manter-se s<strong>em</strong>pre dinâmico e cultivar certo inconformismo diante da rotina<br />

é um de seus l<strong>em</strong>as preferidos.<br />

O otimismo é uma característica <strong>das</strong> pessoas que enxergam o sucesso, <strong>em</strong><br />

vez de imaginar o fracasso. Capaz de enfrentar obstáculos, o <strong>em</strong>presário de<br />

sucesso sabe olhar além e acima <strong>das</strong> dificuldades.<br />

6. Planejamento e plano de negócios<br />

Existe uma importante ação que somente o próprio <strong>em</strong>preendedor pode e<br />

deve fazer pelo seu <strong>em</strong>preendimento: planejar, planejar e planejar. No entanto,<br />

é notória a falta de cultura de planejamento do brasileiro, que por outro<br />

lado é s<strong>em</strong>pre admirado pela sua criatividade e persistência.


<strong>Os</strong> fatos dev<strong>em</strong> ser enfrentados de maneira objetiva. Não basta apenas sonhar,<br />

deve-se transformar o sonho <strong>em</strong> ações concretas, reais, mensuráveis.<br />

Para isso, existe uma simples, porém para muitos, tediosa, técnica de se<br />

transformar sonhos <strong>em</strong> realidade: o planejamento.<br />

Muito do sucesso creditado às micro e pequenas <strong>em</strong>presas <strong>em</strong> estágio de<br />

maturidade é creditado ao <strong>em</strong>preendedor que planejou corretamente o seu<br />

negócio e realizou uma análise de viabilidade criteriosa do <strong>em</strong>preendimento<br />

antes de colocá-lo <strong>em</strong> prática.<br />

Quando se considera o conceito de planejamento, têm-se pelo menos três fatores<br />

críticos que pod<strong>em</strong> ser destacados:<br />

Toda <strong>em</strong>presa necessita de um planejamento do seu negócio para poder gerenciá-lo<br />

e apresentar sua idéia a investidores, bancos, clientes e para seus<br />

parceiros, sejam eles fornecedores ou seus funcionários,<br />

Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos financeiros<br />

necessita de um plano de negócios da <strong>em</strong>presa requisitante para poder<br />

avaliar os riscos inerentes ao negócio.<br />

Poucos <strong>em</strong>presários sab<strong>em</strong> como escrever adequadamente um bom plano de<br />

negócios. A maioria destes é composta de micro e pequenos <strong>em</strong>presários, os<br />

quais não têm conceitos básicos de planejamento, <strong>ven<strong>das</strong></strong>, marketing, fluxo<br />

de caixa, ponto de equilíbrio e projeções de faturamento. Quando entend<strong>em</strong><br />

o conceito, geralmente não consegu<strong>em</strong> colocá-lo objetivamente <strong>em</strong> um plano<br />

de negócios.<br />

Cada negócio t<strong>em</strong> características específicas, determina<strong>das</strong> pelas suas peculiaridades<br />

e o seu inter-relacionamento com o mercado. A sua estrutura deve<br />

ser adequada à estratégia traçada para o negócio. Nestas circunstâncias,<br />

cada negócio t<strong>em</strong> o modelo mais apropriado a sua realidade, de tal forma que<br />

permita o seu melhor des<strong>em</strong>penho.<br />

O processo de criação de <strong>em</strong>presas passa segundo Fernando Dolabela, pelas<br />

seguintes fases:<br />

Da motivação à idéia inicial (o sonho e a visão): Estratégias para identificação<br />

de uma oportunidade.<br />

Da idéia inicial ao Plano de Negócios: Estratégias para “agarrar” uma oportunidade.<br />

Do Plano de Negócio ao início <strong>das</strong> operações: Estratégias para buscar e gerenciar<br />

recursos necessários para viabilizar a oportunidade.


Sobrevivência, consolidação, crescimento: Estratégias para gerenciar rumo<br />

ao crescimento.<br />

O Plano de Negócio é um roteiro que indica o caminho a ser percorrido pelo<br />

<strong>em</strong>preendedor a partir da idéia inicial. E será visto posteriormente.<br />

7. Tino <strong>em</strong>presarial<br />

Com o constante aumento do des<strong>em</strong>prego, muitos ex-funcionários de <strong>em</strong>presas<br />

têm se jogado, s<strong>em</strong> qualquer preparo, na aventura de montar um<br />

negócio próprio, com o sonho de independência financeira, de liberdade e de<br />

ficar rico. A história t<strong>em</strong> mostrado que uma pequena parcela desses mesmos<br />

aventureiros, também chamados de <strong>em</strong>preendedores, são os grandes<br />

responsáveis pelo desenvolvimento econômico e crescimento do país. Porém,<br />

a grande maioria encontra uma nova decepção quando opta pelo negócio<br />

próprio e acaba conhecendo uma realidade cruel, a qual mostra quão vil é o<br />

mercado com aqueles que não estão preparados.<br />

Considerações<br />

O que muita gente acredita ser um “sexto sentido”, intuição, faro <strong>em</strong>presarial,<br />

típicos de gente b<strong>em</strong>-sucedida nos negócios é, na verdade, na maioria <strong>das</strong><br />

vezes, a soma de to<strong>das</strong> as qualidades descritas até aqui. Se o <strong>em</strong>preendedor<br />

reúne a maior parte dessas características terá grandes chances de êxito.<br />

Qu<strong>em</strong> quer se estabelecer por conta própria no mercado brasileiro e, principalmente,<br />

alçar vôos mais altos na conquista do mercado externo deve saber<br />

que clientes, fornecedores e mesmo os concorrentes só respeitam os que se<br />

mostram à altura do desafio.<br />

A economia de mercado não permite aos principiantes ou apenas sonhadores<br />

saír<strong>em</strong> vitoriosos. Isso não significa que se dev<strong>em</strong> aceitar os fatos e deixar<br />

que o mercado s<strong>em</strong>pre imponha as regras do jogo. Pode-se sim, com um<br />

planejamento eficaz, contínuo e, o mais importante, com uma análise realista,<br />

construir <strong>em</strong>presas de sucesso mesmo <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos de crise. Para isso, o<br />

futuro <strong>em</strong>preendedor deve compreender as regras do jogo antes de jogar e se<br />

convencer, a partir de dados concretos, que há uma possibilidade de sucesso<br />

no futuro <strong>em</strong>preendimento.<br />

O probl<strong>em</strong>a é que as ferramentas disponíveis a esses <strong>em</strong>preendedores destina<strong>das</strong><br />

a fornecer-lhes suporte nesta tarefa, são mal compreendi<strong>das</strong> e precariamente<br />

utiliza<strong>das</strong>. O plano de negócios é um ex<strong>em</strong>plo claro de ferramenta<br />

de gestão comprovadamente eficiente <strong>em</strong> muitos casos, mas que, <strong>em</strong> outros,<br />

pelo fato de não ser adequadamente compreendida, acaba não agregando<br />

valor à ação <strong>em</strong>preendedora e cai no descrédito.


<strong>Os</strong> fatores principais que levam a esse cenário são muitos, mas o principal<br />

é o fator cultural do brasileiro que não crê no planejamento e prefere errar<br />

e aprender com os erros. Essa experiência de aprender com os erros seria<br />

s<strong>em</strong>pre válida se fosse possível repeti-la mais de uma ou duas vezes, o que<br />

geralmente não ocorre por diversos fatores, tais como quantidade de recursos<br />

escassos, tanto financeiros como materiais, e número limitado de investidores<br />

dispostos a investir.<br />

Desta forma, é cada vez mais evidente e necessário que os <strong>em</strong>preendedores<br />

não apenas possuam as qualidades necessárias, mas principalmente, que<br />

vejam o planejamento, materializado por meio do plano de negócios, como a<br />

sua principal arma para construir ou levar o seu <strong>em</strong>preendimento a um crescimento<br />

com bases sóli<strong>das</strong> e rumo ao sucesso.<br />

O t<strong>em</strong>a é extenso, porém procuramos abordar os principais pontos de forma<br />

a apresentar a você quais os principais requisitos para ser um <strong>em</strong>preendedor<br />

de sucesso, seja dentro da <strong>em</strong>presa onde você trabalha ou naquela que você<br />

deseja constituir!


Unidade IV: Precificação -<br />

Estratégias e programas de preço


O preço t<strong>em</strong> se tornado uma <strong>das</strong> variáveis mais importantes do<br />

marketing. A despeito do papel cada vez mais significativo que fatores não relacionados<br />

a preço vêm ganhando no processo moderno de marketing, o preço<br />

é um el<strong>em</strong>ento crítico do marketing, especialmente <strong>em</strong> mercados caracterizados<br />

por uma competição monopolista ou por oligopólios. Tanto a concorrência<br />

quanto os compradores mais sofisticados têm forçado muitos varejistas a reduzir<br />

os preços e, <strong>em</strong> contrapartida, a pressionar os fabricantes. Além disso,<br />

t<strong>em</strong> havido uma crescente preocupação dos compradores no que diz respeito a<br />

custos e preços e uma crescente competição dentro dos canais, o que provoca<br />

no consumidor uma conscientização ainda maior com relação ao processo de<br />

determinação de preços.


Ao estabelecer sua política de preços, uma <strong>em</strong>presa e/ou profissionais liberais<br />

dev<strong>em</strong> seguir um procedimento <strong>em</strong> seis etapas. Primeira, estabelecer<br />

cuidadosamente seus objetivos de marketing, tais como sobrevivência, maximização<br />

do lucro atual, maximização da participação de mercado, crescimento<br />

máximo <strong>das</strong> <strong>ven<strong>das</strong></strong>, liderança na qualidade do produto. Segunda, estimar<br />

o perfil de evolução da d<strong>em</strong>anda, o qual mostra a quantidade provável de<br />

<strong>ven<strong>das</strong></strong> por período, diante de vários níveis de preço. Quanto mais inelástica<br />

for a d<strong>em</strong>anda, maior será o nível de preços que a <strong>em</strong>presa pode praticar. Terceira,<br />

estimar como seus custos variam <strong>em</strong> diferentes níveis de produção ou<br />

de receitas de <strong>ven<strong>das</strong></strong>, diferentes estratégias de marketing e diferentes compostos<br />

de ofertas ao mercado ou por meio da metodologia denominada determinação<br />

de custo-alvo baseada <strong>em</strong> pesquisa de mercado. Quarta, examinar<br />

os preços dos concorrentes como base para posicionar seu próprio preço.<br />

Quinta, selecionar um dos seguintes métodos de determinação de preços:<br />

preço de markup, preço de retorno-alvo, preço de valor percebido, preço de<br />

valor, preço de mercado e preço de licitação. Sexta, selecionar seu preço final<br />

considerando os efeitos psicológicos do preço, coordenando-o com os outros<br />

el<strong>em</strong>entos do mix de marketing, verificando se ele está coerente com as políticas<br />

de preços da <strong>em</strong>presa e assegurando-se do impacto sobre distribuidores<br />

e revendedores, força de <strong>ven<strong>das</strong></strong> da <strong>em</strong>presa, concorrentes, fornecedores e<br />

governo.<br />

As <strong>em</strong>presas e/ou profissionais liberais adequarão seus preços <strong>em</strong> função da<br />

dinâmica do mercado. O preço geográfico é um ajuste de mercado baseado<br />

na decisão de como atender clientes geograficamente distantes. Preço com<br />

descontos e concessões é uma segunda área para ajustes, <strong>em</strong> que a <strong>em</strong>presa<br />

estabelece descontos <strong>em</strong> dinheiro, descontos por quantidade, descontos funcionais,<br />

descontos sazonais e concessões. O preço promocional oferece uma<br />

terceira opção de mercado onde a <strong>em</strong>presa pode utilizar diversas técnicas de<br />

determinação de preços para estimular compras antecipa<strong>das</strong>: preço ‘isca’,<br />

preço de ocasião, abatimentos <strong>em</strong> dinheiro, financiamento a juros baixos,<br />

prazos de pagamento mais longos, garantias e contratos de serviço e descontos<br />

psicológicos. Preço discriminatório, a quarta opção, ocorre quando a <strong>em</strong>presa,<br />

para acomodar diferenças de clientes, produtos, locais, entre outros,<br />

assume várias formas: preço por segmento de cliente, preço pela versão do<br />

produto, preço de imag<strong>em</strong>, preço por localização e preço por período. Por<br />

último, o preço do mix de produtos permite à <strong>em</strong>presa estabelecer várias<br />

faixas de preços para vários produtos, <strong>em</strong> seis situações básicas: preço de<br />

linha de produtos, preço para características opcionais, preço para produtos<br />

compl<strong>em</strong>entares, preço composto, preço de subprodutos e preço de pacote de<br />

produtos.


Quando uma <strong>em</strong>presa e/ou profissionais liberais tomam a iniciativa de reduzir<br />

preços, deve considerar cuidadosamente as reações dos clientes e dos<br />

concorrentes. As reações dos clientes são influencia<strong>das</strong> pela maneira como<br />

eles enxergam as mudanças de preços e as reações dos concorrentes pod<strong>em</strong><br />

variar desde a impl<strong>em</strong>entação de um conjunto de política de reação até uma<br />

avaliação superficial de cada situação. A <strong>em</strong>presa e/ou profissionais liberais<br />

que estão tomando a iniciativa de mudar o preço também deve antecipar as<br />

reações dos fornecedores, dos intermediários e do governo.<br />

A <strong>em</strong>presa e/ou profissionais liberais que se deparam com uma mudança de<br />

preço por parte da concorrência dev<strong>em</strong> se esforçar para entender o intento<br />

do concorrente e a duração provável da mudança. Se a <strong>em</strong>presa e/ou profissionais<br />

liberais desejam reagir rapidamente, deve pré-planejar suas reações<br />

para as diferentes possíveis ações de preços de seus concorrentes.<br />

Em suma, a estratégia de determinação de preços envolve a previsão de d<strong>em</strong>anda,<br />

o comportamento da função custo e os preços dos concorrentes. A<br />

questão é: como a <strong>em</strong>presa e/ou profissionais liberais integram as considerações<br />

de custo, d<strong>em</strong>anda e preços baseados na concorrência? Ao definir um<br />

preço, uma <strong>em</strong>presa, por ex<strong>em</strong>plo, Editoras, t<strong>em</strong> de considerar as seguintes<br />

decisões de determinação de preços:<br />

A) Decisões de preço basea<strong>das</strong> no custo: análise da contribuição marginal e<br />

ponto de equilíbrio são os dois principais métodos para as decisões de preços<br />

basea<strong>das</strong> no custo:<br />

Qual será o impacto no custo do livro se ocorrer um aumento de cinco por<br />

cento no preço do papel? As editoras deveriam comprar papel no mercado<br />

futuro para reduzir a volatilidade dos custos?<br />

Qual será o impacto nos custos de produção e marketing do livro se ocorrer<br />

uma redução de dez por cento na d<strong>em</strong>anda?<br />

B) Decisões de preço basea<strong>das</strong> na d<strong>em</strong>anda: aqui, dentre as variáveis a ser<strong>em</strong><br />

considera<strong>das</strong>, estão o tipo de d<strong>em</strong>anda do produto (prestígio, orientação a<br />

preço etc.), as mudanças do comportamento do comprador <strong>em</strong> função <strong>das</strong><br />

mudanças no ambiente econômico (variáveis incontroláveis) e a elasticidade<br />

da d<strong>em</strong>anda:<br />

<strong>Os</strong> efeitos de curto e longo prazo de aumento de preços são s<strong>em</strong>elhantes?<br />

<strong>Os</strong> consumidores passarão a comprar livros com papel de baixa qualidade?


C) Decisões de preço basea<strong>das</strong> na concorrência: para estabelecer preços efetivamente,<br />

as <strong>em</strong>presas dev<strong>em</strong> estar atentas para os preços praticados pelos<br />

seus concorrentes.<br />

Dentre as principais questões pode-se citar:<br />

<strong>Os</strong> concorrentes aumentarão seus preços na mesma porcentag<strong>em</strong>?<br />

<strong>Os</strong> concorrentes reagirão mais lentamente a aumentos de custos para tentar<br />

aumentar suas participações de mercado?<br />

Alguns concorrentes tentarão absorver muito dos aumentos de custos para<br />

induzir a uma mudança de marca?<br />

Fator preço e a Internet<br />

Estabelecer presença na Internet nos coloca diante de uma decisão bastante<br />

difícil: se essa presença custa às vezes montantes significativos, dever<strong>em</strong>os<br />

cobrar pelos serviços que formos disponibilizar? E se decidirmos cobrar, como<br />

será feita essa cobrança?<br />

Nesse ponto entramos <strong>em</strong> choque com um dos valores mais enraizados da<br />

Internet. Em princípio nada deve ser cobrado por uma oferta virtual, seja por<br />

obediência aos prescritos da cultura peculiar da mídia, seja por termos como<br />

objetivo maior fidelidade e conquistar a confiança de clientes e prospects. No<br />

outro extr<strong>em</strong>o encontramos a essência filosófica do capitalismo – dar para<br />

receber algo <strong>em</strong> troca. Dar para receber um intangível de difícil mensuração<br />

(fidelidade), não combina muito b<strong>em</strong> com o pensamento <strong>em</strong>presarial.<br />

O que fazer então?<br />

Vamos examinar como resolver aquele que me parece ser o maior paradoxo<br />

do marketing na Internet.<br />

Cobrar ou não cobrar?<br />

Para responder a essa pergunta crucial tomarei <strong>em</strong>prestado o modelo clássico<br />

<strong>das</strong> estratégias para a formação de preços (ver Figura 1.3). Como determinamos<br />

o preço de lançamento de um produto qualquer? Uma componente<br />

dessa decisão passa pela análise da matriz qualidade-preço. Costuma-se<br />

classificar esses critérios através de uma escala de três valores qualitativos:<br />

alto, mediano e baixo, formando uma matriz 3 x 3, com 9 células ao todo. Algumas<br />

células conduz<strong>em</strong> a conclusões lógicas naturais: um produto de alta


qualidade poderia ser vendido por um preço relativamente alto (estratégia<br />

Pr<strong>em</strong>ium, usada pela Mercedes Benz), um de baixa qualidade seria vendido<br />

por um preço baixo (estratégia preço popular, usada, por ex<strong>em</strong>plo, pelas lojas<br />

“tudo por R$1,99”). Portanto, no caso <strong>em</strong> análise, se a nossa presença<br />

conseguir oferecer uma oferta virtual de alta qualidade, a lógica diz que algo<br />

deveria ser cobrado.<br />

E a estratégia da diagonal oposta? Leia novamente minha definição do que<br />

constitui presença de alta qualidade. Ela claramente contradiz a lógica da<br />

matriz qualidade-preço.<br />

FIGURA 1.3 - Diagrama <strong>das</strong> estratégias de formação de preços.


Unidade V: Comércio Eletrônico


Análise <strong>das</strong> oportunidades mercadológicas<br />

A palavra “oportunidade” subentende uma relação t<strong>em</strong>poral com a atividade<br />

a analisar. Vale dizer que as oportunidades encontram-se no futuro e dev<strong>em</strong><br />

ser identifica<strong>das</strong> através dessa etapa do processo. No marketing convencional<br />

é habitual estabelecer um horizonte de análise relativamente longo (de 3 a 5<br />

anos), já que a execução <strong>das</strong> outras etapas desse processo é bastante d<strong>em</strong>orada.<br />

Por isso, os objetivos estabelecidos, tanto no plano estratégico corporativo<br />

como no mercadológico, levam certo t<strong>em</strong>po para ser<strong>em</strong> alcançados.<br />

Essa abordag<strong>em</strong> não se ajusta b<strong>em</strong> à concepção <strong>das</strong> atividades e ações de<br />

marketing on-line. Graças à enorme dinâmica do ambiente virtual, essas<br />

ações quase s<strong>em</strong>pre exig<strong>em</strong> impl<strong>em</strong>entações <strong>em</strong> um prazo curto – geralmente<br />

<strong>em</strong> menos de um ano. Além disso, os recursos oferecidos para atividades de<br />

marketing eletrônico têm-se modificado com enorme rapidez.<br />

Há dez anos a Web era quase inexistente, mas ela cresce a uma velocidade<br />

inimaginável. Enfim, de coisas que pod<strong>em</strong> fazer com que a Web de hoje <strong>em</strong><br />

nada se ass<strong>em</strong>elhe à Web do ano que v<strong>em</strong>. Desse modo, a análise <strong>das</strong> oportunidades<br />

t<strong>em</strong> de ser feita para um horizonte bastante restrito. De fato, uma<br />

<strong>das</strong> características do marketing on-line b<strong>em</strong>-sucedido deriva de ações modifica<strong>das</strong><br />

com grande freqüência e agilidade.<br />

Ainda durante essa etapa, no marketing convencional seria preciso determinar,<br />

com alto grau de detalhes, quais os concorrentes atuais, como e onde eles<br />

atuam, que diferenciais oferec<strong>em</strong>, suas forças e fraquezas. São informações<br />

dessa natureza que formam a base da criação de novas ofertas de produtos e<br />

a dos diferenciais mercadológicos.<br />

Fazer isso <strong>em</strong> marketing on-line é bastante difícil. A maioria dos concorrentes<br />

já está atuando na Internet, cada um tendo concebido uma maneira peculiar<br />

de estabelecer sua presença. Para extrair algumas idéias, pod<strong>em</strong>os até visitar<br />

seus sites ou acompanhar as campanhas de divulgação da sua presença. Mas<br />

este não é o melhor caminho para conceituar um plano de marketing on-line.<br />

O que conta na Internet não é tanto ser diferente dos concorrentes. O principal<br />

fator do sucesso da nossa presença depende da capacidade de concebermos<br />

e oferecermos ao nosso público-alvo conteúdo de valor. Guarde b<strong>em</strong> no fundo<br />

da mente a expressão “conteúdo de valor” – ela permeará nossa discussão,<br />

sendo a tônica de muitos dos papos que virão a seguir.


Voltando ao marketing convencional, ali quer<strong>em</strong>os analisar o ambiente mercadológico,<br />

coletar sobre ele informações detalha<strong>das</strong>, procurando através<br />

delas detectar oportunidades. Quando conceb<strong>em</strong>os atividades de marketing<br />

on-line, isso não importa tanto n<strong>em</strong> nos é dado o t<strong>em</strong>po necessário para essa<br />

coleta. A dinâmica da mídia e o comportamento peculiar dos internautas nos<br />

direcionam para outra questão, muito mais vitais.<br />

T<strong>em</strong>os que determinar claramente quais os motivadores que levarão nossos<br />

visitantes potenciais a ter<strong>em</strong> interesse pelas nossas ofertas virtuais. Delineados<br />

esses motivos, t<strong>em</strong>os de planejar e criar ações rápi<strong>das</strong> para atraí-los a<br />

qualquer manifestação que tornarmos disponível na Internet. O planejamento<br />

da nossa presença é de fundamental importância. Usando uma analogia<br />

militar, na Internet t<strong>em</strong>os que desenvolver ações rápi<strong>das</strong>, de curta duração,<br />

que pegu<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre o “inimigo” (concorrente) de surpresa.<br />

A análise de oportunidades mercadológicas convencionais desenvolve-se<br />

quase s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> um espaço mercadológico restrito. O marketing on-line pode<br />

ser b<strong>em</strong> mais ambicioso. A Internet é universal; portanto, nosso público-alvo<br />

potencial são os internautas do mundo inteiro! Dependendo da formatação<br />

dada às nossas atividades on-line, elas poderão interessar a uma gama muito<br />

mais ampla de pessoas do que a cont<strong>em</strong>plada pela estratégia convencional.<br />

Além disso, a língua franca da Internet é o inglês. Se estivermos dispostos a<br />

desenvolver atividades de marketing on-line neste idioma, poder<strong>em</strong>os capturar<br />

prospects e clientes vindos dos quatro cantos do planeta.<br />

Mesmo que ache a coisa complicada, não menospreze essa grande oportunidade<br />

para fazer bons negócios. Eis um case que vale como ex<strong>em</strong>plo dessa<br />

potencialidade. A Inova Tecnologias (http://www.inova.net/) é uma <strong>em</strong>presa<br />

pequena, sediada <strong>em</strong> Fortaleza. Há alguns anos começou a oferecer hospedag<strong>em</strong><br />

de sites a preços b<strong>em</strong> mais <strong>em</strong> conta que os praticados <strong>em</strong> São Paulo.<br />

Conquistou um grande número de contas junto ao <strong>em</strong>presariado paulista e<br />

carioca. Seus únicos veículos de divulgação são a Internet e as malas diretas<br />

dirigi<strong>das</strong>. A Inova revende espaço físico <strong>em</strong> servidores instalados nos Estados<br />

Unidos, criando os sites de seus clientes no Ceará, sendo que a grande maioria<br />

desses clientes localiza-se no sul do país. É preciso dizer mais?<br />

Muito bom. Nesta primeira rodada de aquecimento <strong>das</strong> turbinas você já percebeu<br />

que várias coisas se modificam quando passamos a atuar mercadologicamente<br />

na Internet. O t<strong>em</strong>po gasto <strong>em</strong> planejamento e seu horizonte são<br />

menores, as estratégias de confrontação com os concorrentes são substituí<strong>das</strong><br />

por abordagens que enriquec<strong>em</strong> nossa oferta virtual, rapidez e agilidade<br />

são as táticas que garant<strong>em</strong> o sucesso. Mas a mudança mais radical talvez<br />

ocorra pela ampliação do espaço mercadológico. Vou me deter um pouco<br />

mais sobre essa faceta revolucionária do marketing eletrônico para garantir<br />

que você tenha absorvido to<strong>das</strong> suas implicações.


O que move a grande rede?<br />

Ainda não exist<strong>em</strong> estudos muito conclusivos que nos forneçam respostas definitivas.<br />

Porém, utilizando os ensinamentos do marketing tradicional, pod<strong>em</strong>os<br />

considerar a priori pelo menos quatro grandes motivadores mercadológicos clássicos:<br />

- Curiosidade.<br />

- Busca por lazer.<br />

- Busca de informações.<br />

- Procura de conveniência.<br />

Curiosidade<br />

“Por ser uma tecnologia recente e pelo ‘barulho” que a mídia v<strong>em</strong> fazendo <strong>em</strong><br />

torno dela, a Internet desperta naturalmente a curiosidade <strong>das</strong> pessoas. Quase<br />

todo usuário de um micro, desde que consiga “pilotar” a conexão TCP/IP e um<br />

browser, quer obter acesso à Rede. Já ouviu falar pelo menos da World Wide Web<br />

e do correio eletrônico. Não sabe b<strong>em</strong> do que se trata, mas assim mesmo quer<br />

<strong>em</strong>barcar na aventura do seu descobrimento. Este fato <strong>em</strong> si favorece muito a<br />

presença de qualquer <strong>em</strong>presa na Internet. Não t<strong>em</strong>os de “caçar” cibernautas,<br />

eles vêm a nós por sua própria vontade, ávidos por novidades.<br />

Porém, como eles tomam conhecimento da nossa existência entre os zilhões de<br />

ofertas virtuais? Por enquanto, vou ter de deixar o leitor <strong>em</strong> suspense. Vamos<br />

supor que de alguma maneira conseguimos fazer nossa mensag<strong>em</strong> chegar aos<br />

cibernautas-alvo. Isso basta? Certamente não. Nossas ofertas virtuais precisam<br />

conter alguma utilidade, algo desejado por essas pessoas; caso contrário, seu<br />

interesse se esvaziará.<br />

Geralmente, porém, a curiosidade só não basta para manter o interesse atiçado.<br />

Sab<strong>em</strong>os que a curiosidade é motivador volúvel e efêmero. Mantê-la atuando<br />

por um t<strong>em</strong>po mais longo é difícil. Ela por si dificilmente irá garantir audiência<br />

constante e duradoura, quaisquer que sejam os veículos usados para nos fazer<br />

presentes na Internet. Precisamos, pois, recorrer também a outros motivadores.<br />

Busca por lazer<br />

A busca por lazer pode prender a atenção por mais t<strong>em</strong>po, fazendo com que o<br />

público-alvo prestigie nossa presença repeti<strong>das</strong> vezes. Haja vista o sucesso alcançado<br />

pelos jogos de computador <strong>em</strong> CD-ROM, os sites que oferec<strong>em</strong> jogos interativos<br />

e os incontáveis chats (bate-papos) que viv<strong>em</strong> repletos. Dependendo dos<br />

produtos ou serviços que oferec<strong>em</strong>os e quer<strong>em</strong>os divulgar na Net, associar nossa<br />

presença com oportunidades de lazer pode ser uma estratégia muito eficaz. Note<br />

que lazer não é necessariamente sinônimo de jogos. O termo compreende atividades<br />

lúdicas de qualquer espécie – quebra-cabeças, testes de conhecimento, até<br />

mesmo baixar determinados softwares.


A gratificação através do lazer cria, porém um entrave: ofertas de lazer pod<strong>em</strong><br />

limitar a amplitude e o perfil do público-alvo que se interessará pelo site. Há<br />

duas razões para isso: atividades de lazer correlacionam-se fort<strong>em</strong>ente com a<br />

faixa etária dos interessados e, mormente, porque as pessoas se cansam da<br />

repetição do mesmo tipo ou formatação da oferta de lazer.<br />

A título de ex<strong>em</strong>plo, suponhamos que se tenha decidido criar um site de<br />

humor ou um boletim abordando essa t<strong>em</strong>ática. Humor é lazer, ainda assim,<br />

seu público-alvo se segmentará naturalmente – t<strong>em</strong> gente que gosta de<br />

humor picante, t<strong>em</strong> gente que o abomina – e, decorrido certo t<strong>em</strong>po, seus<br />

clientes cibernautas se cansarão <strong>das</strong> pia<strong>das</strong> ou contos hilários veiculados. O<br />

interesse pela oferta então declinará. Para que isso não ocorra, será preciso<br />

desenvolver esforço constante de arregimentação de novos assinantes.<br />

Busca de informações<br />

Estudos a respeito indicaram que a busca por informações e a procura de<br />

conveniências são motivadores b<strong>em</strong> mais poderosos do que os anteriores,<br />

conseguindo manter e dinamizar o interesse dos prospects por t<strong>em</strong>po prolongado.<br />

Inicialmente, examin<strong>em</strong>os o que acontece com a oferta de informações de<br />

valor. O bicho-hom<strong>em</strong> possui sede inesgotável de conhecimento. Essa busca<br />

permanente de respostas para aquilo que não conhec<strong>em</strong>os é alavancada pela<br />

curiosidade natural que existe <strong>em</strong> qualquer indivíduo de intelecto razoável.<br />

Estamos permanent<strong>em</strong>ente querendo descobrir novas fronteiras do saber.<br />

Combinam-se, então, três grandes forças: o querer saber, a curiosidade de<br />

descobrir coisas novas e a gratificação que deriva <strong>das</strong> descobertas.<br />

Juntas elas garant<strong>em</strong> audiência. Além disso, quase todo tipo de trabalho<br />

ou profissão exige novos conhecimentos e atualização constante do que já<br />

sab<strong>em</strong>os. Tomar decisões acerta<strong>das</strong> significa possuir informações pertinentes<br />

e adequa<strong>das</strong>. E s<strong>em</strong>pre existe pressa! Somos, portanto, pressionados a<br />

encontrar fontes de informações confiáveis no menor t<strong>em</strong>po possível. Nisso a<br />

Internet é imbatível.<br />

Até recent<strong>em</strong>ente era difícil atender aos quesitos anteriores. Procurar <strong>em</strong><br />

bibliotecas, <strong>em</strong> redações de jornais que mantêm acervos de pesquisa ou ler<br />

revistas especializa<strong>das</strong> d<strong>em</strong>anda muito t<strong>em</strong>po, tornando-os processos muito<br />

ineficientes. Mesmo os bancos de dados, armazenados e distribuídos <strong>em</strong> CDs,<br />

não atend<strong>em</strong> b<strong>em</strong> a essa necessidade, visto que delimitam tr<strong>em</strong>endamente o<br />

alcance do que se consegue pesquisar.


A Internet mudou dramaticamente essa probl<strong>em</strong>ática. Tornou-se o ambiente<br />

ideal para buscar e encontrar rapidamente informações de qualquer espécie.<br />

S<strong>em</strong> sombra de dúvida, a Rede <strong>das</strong> Redes é a maior biblioteca de informações<br />

já disponibilizada no mundo. <strong>Os</strong> mecanismos de busca atuais permit<strong>em</strong><br />

que se possa pesquisar milhões de bases de dados espalha<strong>das</strong> pelo mundo<br />

inteiro. Como mercadólogos pod<strong>em</strong>os aproveitar essa incrível facilidade da<br />

Internet, direcionando nosso esforço mercadológico on-line para a oferta de<br />

informações de grande valor. Se agirmos assim ter<strong>em</strong>os dado um grande passo<br />

<strong>em</strong> direção à captura da atenção de um número significativo de prospects.<br />

A venda do “nosso peixe” será conseqüência natural.<br />

Procura de conveniência<br />

Oferecer conveniência é a segunda maneira mais eficiente de atrair e manter<br />

audiência. Sua eficiência origina-se do ritmo alucinante de vida nas sociedades<br />

modernas, principalmente <strong>das</strong> ocidentais. Corr<strong>em</strong>os o dia inteiro atrás<br />

do ganha-pão. Sofr<strong>em</strong>os grande desgaste físico e psíquico durante a jornada<br />

de trabalho. Quando chegamos a casa ou nos finais de s<strong>em</strong>ana estamos<br />

cansados e irritados com essa corrida incessante. Estamos dispostos a pagar<br />

para não ter de sair de casa. No entanto, é justamente nesses períodos que<br />

dispomos de algum t<strong>em</strong>po para fazer compras ou resolver assuntos pendentes.<br />

Não é por acaso que os shoppings centers viv<strong>em</strong> atulhados à noite e nos<br />

finais de s<strong>em</strong>ana.<br />

Como b<strong>em</strong> sab<strong>em</strong>os, ir ao shopping não visa apenas ao ato da compra. Seus<br />

freqüentadores visitam lojas, examinam mercadorias, pesquisam preços,<br />

comparam ofertas, olham vitrines e assim por diante. Tudo isso leva t<strong>em</strong>po,<br />

gerando também certa gratificação. Não deve então nos surpreender o sucesso<br />

dos shoppings virtuais. <strong>Os</strong> cibermalls oferec<strong>em</strong> essas conveniências de<br />

forma até mais eficaz que seus equivalentes físicos. Fazer shopping virtual<br />

pode ser realizado a qualquer hora e <strong>em</strong> qualquer país. S<strong>em</strong> muito esforço<br />

físico, pod<strong>em</strong>os visitar virtualmente um enorme número dessas lojas do ciberespaço,<br />

pesquisando ofertas dos mais variados produtos. Em parte isso<br />

explica por que a Internet vive congestionada nos horários noturnos e durante<br />

os finais de s<strong>em</strong>ana. Só não dá ainda para pôr a mão na mercadoria.<br />

<strong>Os</strong> internautas iniciantes descobr<strong>em</strong> rapidamente a conveniência dos cibermalls.<br />

<strong>Os</strong> calejados viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> busca de novos sites do gênero. A Internet<br />

consegue juntar todos os motivadores <strong>em</strong> discussão, vindo a constituir uma<br />

mídia única, s<strong>em</strong> paralelo até agora. Buscar informações rápi<strong>das</strong> ou fazer<br />

shopping on-line não são apenas uma conveniência. Existe a gratificação que<br />

deriva da curiosidade de descobrir coisas novas. O processo t<strong>em</strong> também algo<br />

de lúdico, uma manifestação comportamental que está recebendo a atenção<br />

dos mais renomados psicólogos sociais.


Toda a teoria motivacional aqui exposta resume-se no seguinte: as estratégias<br />

de marketing interativo são determina<strong>das</strong> e influencia<strong>das</strong> pelo aproveitamento<br />

<strong>das</strong> quatro forças motivacionais comenta<strong>das</strong>. O mercadólogo t<strong>em</strong> de<br />

identificar abordagens de comunicação virtual que as coloqu<strong>em</strong> <strong>em</strong> ação.<br />

Quanto mais criativa for a oferta virtual mais eficaz será a presença na Internet<br />

da sua patrocinadora.<br />

Fatores de distribuição<br />

Quase s<strong>em</strong>pre, o sist<strong>em</strong>a de distribuição do que se produz é um recursochave<br />

externo. Ele depende de um grande número de agentes externos independentes,<br />

aquilo que se convencionou chamar “canal de distribuição”.<br />

Esse canal encontra-se espalhado <strong>em</strong> várias partes do território que a <strong>em</strong>presa<br />

tenha determinado como sendo seu mercado-alvo. Chamamos de “localização<br />

do canal” o aglomerado dos pontos de venda ao consumidor final,<br />

assim como dos agentes intermediadores. O “sist<strong>em</strong>a de entrega” é, portanto,<br />

constituído de todo o processo logístico desenvolvido pelo canal de distribuição,<br />

resultando <strong>em</strong> produtos que chegam ao consumidor final.<br />

O canal funciona também, <strong>em</strong> certos casos, como extensão do esforço comercial<br />

de um fabricante ou prestador de serviços. Não é difícil perceber que<br />

na Internet as coisas mudam substancialmente. O que confunde um pouco o<br />

raciocínio é que ali exist<strong>em</strong> de fato duas atividades distintas sendo conduzi<strong>das</strong><br />

ao mesmo t<strong>em</strong>po. A primeira é a mercadológica – o tal do marketing online<br />

que acontece se concebermos e criarmos um ou vários novos produtos<br />

virtuais – sites, e-mail marketing, enfim as várias manifestações da presença<br />

de uma <strong>em</strong>presa na Internet. A segunda ocorre quando a <strong>em</strong>presa realiza<br />

também comércio mediado pela Internet – o chamado comércio eletrônico.<br />

Mas para que esse comércio possa realizar-se é preciso antes estabelecer a<br />

tal presença.<br />

Canal: Quanto à distribuição, na Internet acontece novamente um desvio<br />

significativo do modelo tradicional. <strong>Os</strong> meios e as mensagens se confund<strong>em</strong>.<br />

De forma similar, os agentes externos intermediadores da divulgação e comercialização<br />

desaparec<strong>em</strong>. Como mídia mercadológica, a Rede dispensa intermediários.<br />

Conceb<strong>em</strong>os e desenvolv<strong>em</strong>os a nossa presença e somos nós<br />

que damos manutenção a ela. Mesmo quando uma <strong>em</strong>presa decide utilizar<br />

os serviços especializados de uma firma de web-designers, a médios e longos<br />

prazos ela deverá cortar esse cordão umbilical, tornando-se independente<br />

nas suas ações de marketing e comércio on-line.


Quase todo comércio eletrônico acontece de maneira similar, dispensando<br />

intermediários. As chama<strong>das</strong> lojas virtuais serv<strong>em</strong> justamente para esse<br />

propósito. Um “ponto virtual” b<strong>em</strong> concebido e divulgado começa a atrair<br />

cibernautas <strong>em</strong> número cada vez crescente. O movimento torna-se espontâneo<br />

depois de algum t<strong>em</strong>po. Se soubermos conceber conteúdo de valor, o<br />

tráfego promocional também se tornará espontâneo. De maneira que, os canais<br />

físicos de distribuição desaparec<strong>em</strong>, tanto para a divulgação da <strong>em</strong>presa<br />

como para a comercialização eletrônica de seus produtos ou serviços. Na Internet,<br />

o canal de distribuição transfere-se para o sist<strong>em</strong>a de transmissão de<br />

dados e os respectivos protocolos da Internet.<br />

Localização: Na comercialização convencional, a localização dos pontos de<br />

venda e dos centros distribuidores é de capital importância. Na Internet o<br />

ponto físico desaparece. A virtualidade da Rede elimina totalmente a relação<br />

espacial entre mercados e fornecedores. Afinal, estamos atuando no ciberespaço,<br />

por onde produtos virtuais transitam alegr<strong>em</strong>ente, viajando pelos fios<br />

e cabos telefônicos ou <strong>das</strong> super-redes corporativas. O endereço físico vira<br />

URL ou a sigla da caixa postal do patrocinador. Escritórios regionais, quando<br />

existentes, acabam virando também endereços eletrônicos.<br />

De fato, hoje <strong>em</strong> dia se procuram esses endereços com maior avidez do que os<br />

físicos e os do fax. A comodidade de visitar um site ou de enviar um e-mail é<br />

imbatível. Essa comodidade e as características intrínsecas do sist<strong>em</strong>a resultam<br />

na possibilidade de se estruturar<strong>em</strong> coberturas mercadológicas e comerciais<br />

globais, tornando o mundo s<strong>em</strong> fronteiras n<strong>em</strong> territórios d<strong>em</strong>arcados.<br />

Por outro lado, aparec<strong>em</strong> entraves de processamento e de relações humanas.<br />

Essas mudanças processuais causam enormes dificuldades e <strong>em</strong>pecilhos<br />

no início de sua implantação. Empresas atentas a essas transformações<br />

precisam começar rapidamente a capacitar seus funcionários tanto na área<br />

mercadológica como comercial, b<strong>em</strong> como <strong>em</strong> algumas que prestam apoio à<br />

comercialização.<br />

<strong>Os</strong> agentes de relacionamento (da <strong>em</strong>presa e da rede de distribuição) passam<br />

a “conversar” eletronicamente. A figura do “cliente” desaparece para dar<br />

lugar a uma “comunicação virtual”. Negócios são discutidos e fechados entre<br />

“seres cibernéticos”. Mercadólogos tradicionais passam a se preocupar com a<br />

“presença virtual”, tendo que entender as tecnologias correlatas. Alguns chegam<br />

a se transformar <strong>em</strong> autores de páginas da Web, programadores HTML,<br />

designers de publicações eletrônicas, correspondentes virtuais e webmasters.<br />

Imagine uma loja virtual qualquer, atendendo pedidos através de seu web<br />

site. O fulfillment de pedidos muda drasticamente. Mesmo quando se utilizam<br />

recursos formatados de algum formulário eletrônico on-line, a passag<strong>em</strong><br />

desses dados para os sist<strong>em</strong>as administrativos convencionais não acon-


tece com tranqüilidade. <strong>Os</strong> entendimentos durante e após a venda, <strong>em</strong> vez<br />

de telefônicos, desenrolam-se por correio eletrônico. O cliente físico muitas<br />

vezes jamais será visto. Seus pedidos pod<strong>em</strong> ser fajutos ou mal formatados.<br />

O rastreamento <strong>das</strong> entregas pode tornar-se um pesadelo. Todos esses fatores<br />

e muitos outros criam certas inseguranças que no modelo tradicional<br />

inexist<strong>em</strong>.<br />

Sist<strong>em</strong>a de entrega: Por fim, um aspecto interessante e inusitado desse<br />

novo paradigma: <strong>em</strong> certos casos ocorre ruptura com a rede tradicional de<br />

distribuição. Produtos que pod<strong>em</strong> ser promovidos e comercializados virtualmente<br />

passam a dispensar ou limitar a extensão e amplitude da rede existente<br />

de distribuição física. No caso de produtos que pod<strong>em</strong> ser convertidos<br />

para forma digital – programas de computador, arquivos digitais contendo<br />

músicas, anúncios ou peças publicitárias, peças de multimídia ou publicações<br />

eletrônicas – a Internet pode funcionar como canal direto de sua entrega<br />

nas mãos do consumidor final. O meio que era mensag<strong>em</strong> agora passa a ser<br />

também o sist<strong>em</strong>a de entregas.<br />

Para os segmentos econômicos e <strong>em</strong>presas que fabricam esses produtos isso<br />

representa oportunidades comerciais e econômicas formidáveis. Não é preciso<br />

ser um grande futurólogo para perceber que dentro de poucos anos (quando<br />

a velocidade de transmissão de dados pelas linhas telefônicas for 100 ou<br />

mais vezes superior à dos sist<strong>em</strong>as atuais) livros, CDs de música, CD-ROMs<br />

e até filmes cin<strong>em</strong>atográficos transitarão na Internet.<br />

Produtos <strong>em</strong> forma digital partirão do produtor para o consumidor final, s<strong>em</strong><br />

qualquer intermediação ou a necessidade de organizar-se um sist<strong>em</strong>a físico<br />

de distribuição.<br />

Acredito ainda que a distribuição física de outros produtos também será afetada<br />

pelas facilidades da Internet. Já pod<strong>em</strong>os vislumbrar agora que a pesquisa<br />

de disponibilidade, de preços, de ofertas alternativas e a colocação dos<br />

pedidos de muitos produtos passarão a ser feitos pelos internautas s<strong>em</strong> a<br />

intermediação do canal. O canal, por sua vez, ficará com a tarefa de estocar<br />

e movimentar esses produtos do fabricante para as casas dos consumidores<br />

finais. <strong>Os</strong> custos de distribuição e intermediação cairão significativamente.<br />

As implicações econômicas e comerciais do que acabo de descrever são estonteantes,<br />

assim como preocupantes. A Internet está nos colocando no limiar do<br />

rompimento com muitas práticas que aprend<strong>em</strong>os a duras penas ao longo de<br />

todos esses anos, obrigando os executivos de marketing e de <strong>ven<strong>das</strong></strong> a repensar<strong>em</strong><br />

totalmente seu negócio e suas operações. É por isso que precisamos<br />

começar a reformular as maneiras tradicionais de organizar essas atividades.


Conceituação do e-commerce<br />

O que é comércio eletrônico? Se você fizer uma pesquisa dessa frase <strong>em</strong> qualquer<br />

mecanismo de busca com certeza obterá centenas de links exatamente<br />

com esse título (não encontrei nenhum site brasileiro com esse título, sites<br />

americanos você encontrará às pencas). Lendo a definição de cada uma dessas<br />

páginas constata-se que não existe uma que coincida com a outra.<br />

Constata-se, pois que o termo “comércio eletrônico” (e-commerce <strong>em</strong> inglês) é<br />

muito nebuloso. Para cada pessoa ou autor, ele significa coisas diferentes, de<br />

maneira que precisamos inicialmente estabelecer uma definição apropriada.<br />

No seu extr<strong>em</strong>amente restrito, comércio eletrônico englobaria to<strong>das</strong> as atividades<br />

realiza<strong>das</strong> para vender produtos ou serviços através da Web.<br />

No outro extr<strong>em</strong>o encontrar<strong>em</strong>os definições d<strong>em</strong>asiadamente amplas, afirmando<br />

que o comércio eletrônico envolve to<strong>das</strong> as práticas e processos comerciais<br />

facilitados pelas redes de computadores, incluindo EDI (Electronic<br />

Data Interchange), transferência eletrônica de fundos (EFT), atendimento de<br />

consultas por fax e tudo que você puder imaginar que esteja sendo feito <strong>em</strong><br />

termos comerciais com o uso de computadores e/ou a Internet.<br />

Minha preferência vai para uma definição ampla. Porém, se adotasse a última<br />

poderia escrever mais alguns livros sobre o assunto. Assim, para efeitos do<br />

texto que segue e do escopo deste livro, adoto a seguinte definição de comércio<br />

eletrônico (passando a batizá-lo de e-commerce):<br />

“Comércio eletrônico é o conjunto de to<strong>das</strong> as transações comerciais efetua<strong>das</strong><br />

por uma firma, com o objetivo de atender, direta ou indiretamente, a seus<br />

clientes, utilizando para tanto as facilidades de comunicação e de transferência<br />

de dados media<strong>das</strong> pela rede mundial Internet.”<br />

A definição fica, portanto, delimitada à Internet. Isso exclui EDI, electronicbanking,<br />

telefonia celular e pagers, dispositivos eletrônicos que, a despeito de<br />

ser<strong>em</strong> usados e úteis no dia-a-dia comercial de qualquer <strong>em</strong>presa, não serão<br />

aqui comentados.<br />

As quatro funções do e-commerce<br />

O comércio eletrônico envolve quatro macro funções principais. São elas: a<br />

comunicação, a melhoria de processos de negócios, o gerenciamento de serviços<br />

e a capacitação de transações:


Comunicação<br />

Essa é uma função quase intuitiva. Trata-se de permitir a transferência de<br />

informações e/ou documentos eletrônicos, objetivando conseguir maior rapidez<br />

no relacionamento comercial, assim como tornar mais fáceis as transações<br />

comerciais. Observe que essa função está presente nas várias atividades<br />

que listamos para o uso do e-mail sendo também uma <strong>das</strong> finalidades de um<br />

site comercial.<br />

Melhoria de processos de negócios<br />

Cobre a automação e o aperfeiçoamento dos processos de negócios <strong>em</strong> geral.<br />

Como o processo vital de toda <strong>em</strong>presa comercial é o de vender, as facilidades<br />

do comércio eletrônico dev<strong>em</strong> ser canaliza<strong>das</strong> para automatizar e melhorar o<br />

atendimento dos clientes e de todos os parceiros de negócios, incluindo o canal<br />

de <strong>ven<strong>das</strong></strong> e os fornecedores principais. As extranets entram justamente<br />

nesse contexto. À medida que uma <strong>em</strong>presa consegue utilizar os recursos<br />

mediados pela Internet para facilitar seu relacionamento comercial, certamente<br />

irá melhorar seus processos internos, conquistando ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />

vantag<strong>em</strong> competitiva.<br />

Gerenciamento de serviços<br />

No jargão americano, essa função recebeu a denominação de e-service (serviço<br />

eletrônico). Várias vezes reforcei a importância de se utilizar a Internet<br />

para a fidelização da clientela. Vimos também que muitas dessas ações de<br />

fidelização passam pela melhoria dos serviços oferecidos. Eis, portanto, o<br />

ferramental do comércio eletrônico entrando <strong>em</strong> cena para satisfazer a esses<br />

requisitos. Um help-desk virtual ou um site de informações centraliza<strong>das</strong> no<br />

que os clientes quer<strong>em</strong> saber – não necessariamente sobre os produtos que<br />

vend<strong>em</strong>os, mas com certeza a eles correlatos – são dois bons ex<strong>em</strong>plos do uso<br />

da Internet e do comércio eletrônico para o cumprimento dessa função. Mencionei<br />

essa função <strong>em</strong> detalhes quando falamos dos sites da Federal Express<br />

e da Telefônica.<br />

Capacitação de transações<br />

Em geral essa é a função que mais se destaca quando usamos o termo “comércio<br />

eletrônico”. Trata-se de disponibilizar recursos para a compra e venda<br />

de qualquer mercadoria ou serviço, utilizando a Internet como meio. <strong>Os</strong> ex<strong>em</strong>plos<br />

já citados do Pão de Açúcar Delivery (http://she2.uol.com.br/pdadelivery/)<br />

e da Amazon Books ilustram b<strong>em</strong> esse conceito.<br />

Note que quando disponibilizamos qualquer facilidade de comércio eletrônico<br />

estamos de fato satisfazendo <strong>em</strong> alguma escala as quatro funções menciona<strong>das</strong>.<br />

Mesmo um simples e-mail promocional deve procurar satisfazê-las.<br />

Disso decorre que praticamente to<strong>das</strong> as atividades de marketing on-line discuti<strong>das</strong><br />

<strong>em</strong> maior ou menor grau, a preencher essas quatro macro funções<br />

do e-commerce.


Portanto, quando uma <strong>em</strong>presa decide dedicar-se ao comércio eletrônico, ela<br />

deve conceber sua presença de tal maneira a atender a to<strong>das</strong> as quatro funções<br />

da forma mais abrangente possível. Só então estará otimizando o uso da<br />

nova mídia e da pecúnia investida.<br />

Categorização do e-commerce<br />

Dada a amplitude da definição adotada para comércio eletrônico, verificamos<br />

que de fato ela subentende três grandes subcategorias. São elas: o comércio<br />

eletrônico interorganizacional, intra-organizacional e o varejo eletrônico. O<br />

que diferencia cada uma é principalmente o público-alvo que as respectivas<br />

presenças buscam atingir.<br />

E-commerce interorganizacional<br />

Ocorre entre entidades distintas de negócios, ou seja, no âmbito de duas ou<br />

mais firmas. A quantidade dos participantes virtuais não importa e sim o fato<br />

de estar<strong>em</strong> interliga<strong>das</strong>. A Internet serve de veículo para facilitar suas transações<br />

comerciais. Comércio eletrônico interorganizacional pode desenrolar-se<br />

<strong>em</strong> um Website qualquer, se b<strong>em</strong> que é mais corriqueiro impl<strong>em</strong>entar extranets<br />

de acesso restrito. Ex<strong>em</strong>plos dessa categoria inclu<strong>em</strong> a gestão da cadeia<br />

de suprimento (supply-chain), da tomada de pedidos entre <strong>em</strong>presas coliga<strong>das</strong><br />

<strong>em</strong> uma extranet, disponibilização de bases de dados sobre estoques<br />

e preços, o rastreamento de pedidos, a comunicação comercial com parceiros<br />

de uma rede de distribuição etc.<br />

E-commerce intra-organizacional<br />

De maneira geral, essa categoria constitui a aplicação central <strong>das</strong> intranets.<br />

Porém, t<strong>em</strong>os de entender claramente o alcance do conceito “comércio eletrônico”<br />

no âmbito interno de uma <strong>em</strong>presa. Intranets pod<strong>em</strong> ser usa<strong>das</strong><br />

para divulgar qualquer tipo de informação entre os funcionários da <strong>em</strong>presa,<br />

assim como para facilitar a entrada de dados <strong>em</strong> certas categorias de bases<br />

de dados (por ex<strong>em</strong>plo, <strong>em</strong> um ca<strong>das</strong>tro de funcionários). Para efeitos da<br />

discussão que aqui se desenvolve não importa o meio (intranets no caso) e<br />

sim o objetivo a ser alcançado com seu uso. De maneira geral, os chamados<br />

servidores de intranets voltados para o comércio eletrônico são as extensões<br />

informáticas <strong>das</strong> atividades comerciais da <strong>em</strong>presa. Por ex<strong>em</strong>plo, se os vendedores<br />

externos pod<strong>em</strong> enviar pedidos ou consultar preços utilizando seus<br />

notebooks, essas aplicações pertencerão à categoria do e-commerce intraorganizacional.


Por outro lado, treinamento assistido por computador, mesmo que utilize a<br />

intranet da <strong>em</strong>presa, não faria parte dessa família de aplicações.<br />

Exist<strong>em</strong> autores que discordam dessas limitações, afirmando que todo fluxo<br />

de informações intra-organizacional serve direta ou indiretamente para melhorar<br />

a posição competitiva da <strong>em</strong>presa; assim, toda intranet constituiria<br />

um canal interno de e-commerce. Prefiro adotar a postura mais restrita que<br />

acabei de descrever.<br />

Varejo eletrônico<br />

O varejo eletrônico encontra-se no extr<strong>em</strong>o oposto ao do e-commerce interorganizacional.<br />

Ele visa a atender diretamente o consumidor final, <strong>em</strong> geral<br />

a pessoa física. Quase to<strong>das</strong> as atividades comerciais que v<strong>em</strong>os hoje <strong>em</strong> dia<br />

na Web (e que serão comenta<strong>das</strong> a seguir) constitu<strong>em</strong> ex<strong>em</strong>plos de varejo<br />

eletrônico. A maioria dos web sites comerciais tenta vender diretamente ao<br />

consumidor final caindo, portanto nessa vertente.<br />

Observe, porém, que as presenças foca<strong>das</strong> <strong>em</strong> oferecer serviços gratuitos não<br />

dev<strong>em</strong> ser excluí<strong>das</strong> dessa categorização. Afinal, se seu intuito principal é o<br />

de fidelizar a clientela, esses sites representam também um dos el<strong>em</strong>entos<br />

mais eficazes do mix mercadológico. <strong>Os</strong> objetivos finais do varejo eletrônico<br />

são, portanto, vender <strong>em</strong> primeiro lugar, mas também garantir a lealdade dos<br />

clientes.<br />

Destaco um ponto que geralmente passa despercebido aos mercadólogos engajados<br />

<strong>em</strong> montar presenças virtuais volta<strong>das</strong> ao e-commerce.<br />

Reside na visão estreita de imaginar que o objetivo principal de uma presença<br />

na Internet seja o de “abrir uma loja virtual”. A grande maioria <strong>das</strong> <strong>em</strong>presas<br />

investe quantias ponderáveis <strong>em</strong> presenças comerciais volta<strong>das</strong> ao consumidor<br />

final, esquecendo-se totalmente <strong>das</strong> duas categorias anteriores.<br />

Trata-se de um grande erro de julgamento e de abordag<strong>em</strong> estratégica. As<br />

intra e extranets possu<strong>em</strong> por vezes potencial muito maior para “ganhar<br />

dinheiro” do que uma fachada do varejo eletrônico. Por quê? Simplesmente<br />

porque as funções de comunicação, melhoria de processos e gerenciamento<br />

de serviços pod<strong>em</strong> gerar economias incríveis quando passam a contar com<br />

um recurso on-line mediado pela Internet. Isso sim pode garantir vantag<strong>em</strong><br />

competitiva real. Nunca perca isso de vista!

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