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História - Editora IBEP

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18<br />

MANUAL DO PROFESSOR<br />

A cidadania passiva, outorgada pelo Estado, se diferencia da<br />

cidadania ativa em que o cidadão, portador de direitos e deveres,<br />

é essencialmente criador de direitos para abrir novos<br />

espaços de participação política.<br />

Porém, é importante a concepção da cidadania como um<br />

processo político, social e histórico, que se constrói a partir de<br />

ambas as dimensões, individual e coletiva.<br />

O Estado, por sua vez, na forma como se organiza, tendo<br />

em vista uma cidadania melhor, acaba por propor e criar políticas<br />

sociais que não levam em conta o cotidiano e a construção<br />

de uma cidadania crítica, participativa e de qualidade.<br />

Sabe-se que o problema da desigualdade é um componente<br />

histórico-estrutural, que perfaz a própria dinâmica da<br />

resistência e da mudança, pois o capitalismo representa uma<br />

sociedade de discriminação. O que se quer são formas mais<br />

democráticas, políticas sociais que reduzam o espectro da desigualdade<br />

e da desconcentração de renda e poder. O Estado<br />

pode ser um equalizador de oportunidades, desde que defi na<br />

não o seu tamanho ou presença, mas a quem serve.<br />

Numa sociedade marcada pela desigualdade social, da distribuição<br />

da renda e dos benefícios sociais, para todo cidadão<br />

consciente a participação é também um dever. A participação<br />

no processo político não se restringe ao exercício do voto, à<br />

militância em um partido político, num grupo, em comícios ou<br />

na discussão de temas políticos com os amigos, colegas e<br />

vizinhos. A participação vai além disso.<br />

A democracia caracterizou-se em seu início pela participação<br />

direta. Por outro lado, os meios de comunicação moderna,<br />

com a informática e a rede mundial de comunicação (internet)<br />

oferecem recursos que permitem a melhor inserção do<br />

cidadão do nosso tempo na vida política, permitindo que cada<br />

um possa dar a sua contribuição para o aperfeiçoamento da<br />

democracia. Se a democracia é uma tenra plantinha, como<br />

dizia Otávio Mangabeira, cabe a todo cidadão consciente dar a<br />

sua contribuição para que esta plantinha se desenvolva, cresça<br />

sadia até tornar-se uma árvore frondosa, sufi ciente para<br />

abrigar todas as ideias e correntes de opinião.<br />

Democracia no sentido original signifi ca uma doutrina política<br />

ou forma de governo baseada na soberania do cidadão,<br />

no seu acesso à cena pública, na pluralidade de ideias e expressão<br />

de suas opiniões, na possibilidade de intervir politicamente.<br />

Enfi m, a democracia aceita em seus próprios princípios<br />

o aparecimento do imprevisível e da livre atuação política de<br />

seus cidadãos. A democracia admite: nem todos são iguais. A<br />

oportunidade igual em opinar não elimina o próprio direito a<br />

diferença entre as pessoas.<br />

Ora, a democracia não é apenas um regime político com<br />

partidos e eleições livres. É, sobretudo, uma forma de existência<br />

social. Democrática é uma sociedade aberta, que permite<br />

sempre a criação de novos direitos. Os movimentos sociais,<br />

nas suas lutas, transformaram os direitos declarados formalmente<br />

em direitos reais. As lutas pela liberdade e igualdade<br />

ampliaram os direitos civis e políticos da cidadania, criaram<br />

os direitos sociais, os direitos das chamadas ‘minorias’ – mulheres,<br />

crianças, idosos, minorias étnicas e sexuais – e, pelas<br />

lutas ecológicas, o direito ao meio ambiente sadio.<br />

Os valores da liberdade e da igualdade são essenciais ao<br />

conceito de democracia. Em outro passo, mostra-se indispensável<br />

que a tomada de decisão, em que prevalece sempre a<br />

vontade da maioria, não se torne um instrumento de opressão<br />

contra as vozes discordantes. Numa autêntica democracia, as<br />

minorias veem suas prerrogativas respeitadas, não é uma ditadura<br />

da maioria.”<br />

Silva, Tamara da. Cidadania e democracia. Recanto das<br />

Letras. 20 ago. 2008. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2010.<br />

Texto 5<br />

O poema “O garotinho” (“The little boy”), da educadora<br />

e escritora norte-americana Helen E. Buckley, foi<br />

publicado originalmente em 1961, em uma revista de<br />

pedagogia. Este texto, em várias versões, tem sido estudado<br />

e citado em diversos estudos estrangeiros e brasileiros<br />

sobre Educação, por sua profunda refl exão<br />

a respeito do processo ensino-aprendizagem. Helen<br />

Buckley nasceu em Syracuse, estado de Nova York, em<br />

1918, e graduou-se em pedagogia pela Columbia University,<br />

em 1962. Foi professora do Ensino Fundamental,<br />

Médio e universitário. Escreveu muitos livros para crianças.<br />

Faleceu em 2001.<br />

O garotinho<br />

“Uma vez um garotinho foi para a escola.<br />

Certa manhã,<br />

Quando o menino já estava na escola há algum tempo,<br />

A professora disse:<br />

Hoje nós vamos fazer um desenho.<br />

Que bom!, pensou o garotinho.<br />

Ele gostava de fazer todos os tipos de desenhos:<br />

Leões e tigres,<br />

Galinhas e vacas,<br />

Trens e barcos.<br />

E ele pegou sua caixa de lápis de cor<br />

E começou a desenhar.<br />

Mas a professora disse: Espere!<br />

Não é hora de começar!<br />

E ela esperou até que todos estivessem prontos.<br />

Agora, disse a professora,<br />

Nós vamos fazer fl ores.<br />

Que bom!, pensou o garotinho.<br />

Ele gostava de fazer fl ores bonitas<br />

Com os seus lápis rosa, laranja e azul.

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