História - Editora IBEP
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3 º -<br />
ano<br />
ENSINO<br />
FUNDAMENTAL<br />
HISTÓRIA<br />
Célia Passos e Zeneide Silva<br />
H I S T<br />
MANUAL<br />
DO PROFESSOR<br />
Coleção Coleção Coleção<br />
ÓÓÓ<br />
R<br />
I A
3 º -<br />
ano<br />
ENSINO<br />
FUNDAMENTAL<br />
HISTÓRIA<br />
H I S T<br />
Coleção Coleção Coleção<br />
Ó<br />
Célia Passos<br />
2 a edição<br />
São Paulo<br />
2011<br />
R<br />
I A<br />
Cursou Pedagogia na Faculdade de Ciências Humanas<br />
de Olinda - PE, com licenciaturas em Educação Especial<br />
e Orientação Educacional. Professora do Ensino Fundamental<br />
e Médio (Magistério) e coordenadora escolar de 1978 a 1990.<br />
Zeneide Silva<br />
Cursou Pedagogia na Universidade Católica de Pernambuco,<br />
com licenciatura em Supervisão Escolar. Pós-graduada<br />
em Literatura Infantil. Professora do Ensino Fundamental<br />
e supervisora escolar desde 1986.<br />
MANUAL<br />
DO PROFESSOR
Coleção Eu Gosto<br />
<strong>História</strong> – 3 o ano<br />
© <strong>IBEP</strong>, 2011<br />
Diretor superintendente<br />
Gerente editorial<br />
Coordenador editorial<br />
Editor de textos<br />
Assistente editorial<br />
Preparadores e revisores<br />
Produção editorial<br />
Assistente de produção editorial<br />
Coordenadora de iconografia<br />
Assistente de iconografia<br />
Capa<br />
Projeto gráfico e diagramação<br />
Ilustrações<br />
CIP-BRASIL. Catalogação na fonte<br />
(Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ )<br />
Passos, Célia.<br />
<strong>História</strong> : 3º ano : ensino fundamental / Célia Passos, Zeneide Silva. - 2.ed.<br />
- São Paulo : <strong>IBEP</strong>, 2011. -- (Eu gosto)<br />
Inclui bibliografia<br />
ISBN 978-85-342-2959-3 (aluno)<br />
ISBN 978-85-342-2963-0 (mestre)<br />
Jorge Yunes<br />
Célia de Assis<br />
João Guizzo<br />
Lizete Mercadante Machado<br />
Simone Silva<br />
Fabia Machado<br />
Rinaldo Milesi<br />
José Antonio Ferraz<br />
Eliane M. M. Ferreira<br />
Maria do Céu Pires Passuello<br />
Adriana Correia<br />
Departamento de Arte <strong>IBEP</strong><br />
Figurativa Editorial<br />
Camila Scavazza<br />
Renato Arlem<br />
Ulhôa Cintra<br />
1. <strong>História</strong> - Estudo e ensino (Ensino fundamental). I. Silva, Zeneide. II.<br />
Título. III. Série.<br />
11-1378 CDD-372.89<br />
Índices para catálogo sistemático:<br />
CDU: 373.3.0162:930 025054<br />
2 a edição – São Paulo – 2011<br />
Todos os direitos reservados<br />
Av. Alexandre Mackenzie, 619 – Jaguaré<br />
São Paulo – SP – 05322-000 – Brasil – Tel.: (11) 2799-7799<br />
www.editoraibep.com.br<br />
editoras@editoraibep.com.br
• Apresentação •<br />
Queridos alunos,<br />
É uma alegria muito grande poder trabalhar com<br />
vocês durante todo este ano.<br />
Este livro foi escrito para crianças como você.<br />
Cada assunto apresenta novidades que irão<br />
ajudá-lo a enriquecer seus conhecimentos. Cada<br />
atividade irá despertar sua curiosidade, sua atenção,<br />
seu interesse em aprender cada vez mais.<br />
Os ensinamentos que você vai adquirir com este<br />
livro serão muito úteis tanto na escola quanto em sua<br />
casa, para você e também para sua família.<br />
Cuide bem do livro. Ele será seu companheiro<br />
durante o ano todo.<br />
Um grande abraço,<br />
As autoras.
4<br />
Professor: Esse é o primeiro contato entre a criança com o livro de <strong>História</strong>. Por isso, antes da leitura do texto, sugerimos realizar uma<br />
conversa com os alunos com a fi nalidade de fazer o levantamento de conhecimentos prévios sobre o que eles sabem a respeito de <strong>História</strong>;<br />
se já leram algum livro sobre história<br />
Antes de começar a estudar os assuntos deste livro, vamos<br />
conhecê-lo para poder utilizá-lo melhor.<br />
104<br />
Glossário<br />
Agricultura – atividade de cultivar o solo para produzir alimentos, como<br />
cereais, frutas, legumes, verduras etc.<br />
Artesão – pessoa que fabrica objetos individualmente, seja para uso<br />
prático ou com fi nalidades artísticas, e desse trabalho tira sua renda e<br />
seu sustento<br />
Autobiografi a – história da vida de uma pessoa escrita por ela mesma.<br />
Autorretrato – retrato que uma pessoa faz de si mesma.<br />
Biografi a – descrição ou história da vida de uma pessoa.<br />
Candango – era o nome dado aos homens que se deslocavam do<br />
Nordeste para trabalhar na construção de Brasília. Com o tempo, passou<br />
a ser o nome de quem nasce na cidade.<br />
Candomblé – religião trazida ao Brasil por africanos escravizados que<br />
vieram principalmente dos atuais países Nigéria e Benim.<br />
Cartório – escritório autorizado pelo governo para fazer documentos<br />
ofi ciais, como a Certidão de Nascimento.<br />
Cocar – adorno que muitos povos indígenas usam na cabeça, feito de<br />
penas, ossos, sementes etc. Cada povo tem formato e desenhos de<br />
cocares próprios de sua cultura.<br />
Colônia – uma região ocupada por um país, mas que está fora de suas<br />
fronteiras.<br />
Combustível – qualquer material que usamos para produzir energia<br />
capaz de movimentar outros objetos, como carros, tratores etc.<br />
• Conheça seu livro •<br />
ou tiveram contato com qualquer<br />
outro material que tratou do assunto.<br />
Sugerimos também que as crianças<br />
sejam estimuladas a falar sobre como um livro está dividido e organizado.<br />
Como todos os livros, ele tem uma capa. Na capa do livro você<br />
irá encontrar o nome da coleção, a matéria que será estudada, o<br />
ano do Ensino Fundamental que você está cursando, o nome da<br />
editora que produziu o livro, a cidade e a edição.<br />
Na página 6 (seis) você irá<br />
encontrar o sumário. O sumário é<br />
o lugar do livro que indica todos os<br />
assuntos que você irá estudar este ano.<br />
No sumário você encontrará os<br />
nomes das unidades e dos capítulos<br />
que estão presentes no livro.<br />
6<br />
Ricardo Lima/Folha Imagem<br />
Eduardo Garcia/Opção Brasil Imagem<br />
• Sumário •<br />
Unidade 1 Toda criança tem uma história . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />
Toda criança tem uma<br />
história. Na Unidade 1<br />
você vai saber como é sua<br />
história.<br />
Capítulo 1 Minha história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10<br />
Capítulo 2 <strong>História</strong> e histórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20<br />
Capítulo 3 Famílias de hoje e de ontem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34<br />
Unidade 2 A história dos lugares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43<br />
A história da vida no campo e da vida na cidade faz parte da Unidade 2.<br />
Capítulo 4 <strong>História</strong> do lugar onde moro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45<br />
Capítulo 5 O campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61<br />
Além das unidades e capítulos,<br />
no fi nal do livro você encontrará o<br />
glossário, lista de livros para leituras<br />
complementares e referências<br />
bibliográfi cas.<br />
No glossário estão os signifi cados<br />
das palavras que talvez você ainda não<br />
conheça.<br />
Marcos André/Opção Brasil Imagem
A divisão do livro em unidades, capítulos, glossário, lista de<br />
livros para leituras complementares e referências bibliográfi cas<br />
existe para melhor organizar os assuntos que você irá estudar.<br />
O livro também tem várias imagens com textos explicativos e<br />
legendas.<br />
Rosa Gauditano/Studio R<br />
As legendas indicam o ano e o local onde as fotos foram tiradas.<br />
Agora que você já conheceu o seu livro, faça a atividade abaixo<br />
e descubra mais sobre ele.<br />
Escreva no seu caderno: “Conheça o seu livro” e responda:<br />
Professor: sugerimos a leitura do texto com os alunos e, no momento da leitura, faça pausas para que eles vejam a capa, o<br />
sumário e assim por diante. Peça para que cada um folheie o livro e observe cada elemento destacado pelo texto. Por exemplo,<br />
a capa, o sumário, algumas imagens, o glossário. Sugerimos também que,<br />
conforme as crianças folheiam o livro, sejam estimuladas a falar sobre o que<br />
reconhecem nos títulos das unidades e nas imagens.<br />
1 Qual o título da coleção?<br />
2 Quais os nomes das unidades deste livro?<br />
O tempo passa; A sua identidade; Do que<br />
as crianças precisam; Os direitos das<br />
crianças.<br />
3 Qual o nome de unidade que mais chamou sua atenção?<br />
Resposta<br />
pessoal.<br />
4 O que você conhece sobre o assunto dessa unidade que mais<br />
chamou sua atenção?<br />
Resposta<br />
pessoal.<br />
As famílias do povo<br />
Yanomami em geral<br />
são numerosas. Os<br />
bebês ficam sempre<br />
com a sua mãe.<br />
Quando as crianças<br />
atingem três anos de<br />
idade, elas passam<br />
a ser cuidadas por<br />
toda a comunidade<br />
indígena. Alimentamse<br />
e brincam juntas,<br />
ficam um pouco<br />
com cada família,<br />
Roraima, 1991.<br />
Depois de responder às questões, apresente as respostas 3 e<br />
4 para seus colegas de sala.<br />
5
6<br />
Ricardo Lima/Folha Imagem<br />
Eduardo Garcia/Opção Brasil Imagem<br />
• Sumário •<br />
Unidade 1 Toda criança tem uma história . . . . . . . . . . . . . . . . . 8<br />
Toda criança tem uma<br />
história. Na Unidade 1<br />
você vai saber como é sua<br />
história.<br />
Capítulo 1 Minha história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10<br />
Capítulo 2 <strong>História</strong> e histórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20<br />
Capítulo 3 Famílias de hoje e de ontem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34<br />
Unidade 2 A história dos lugares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43<br />
A história da vida no campo e da vida na cidade faz parte da Unidade 2.<br />
Capítulo 4 <strong>História</strong> do lugar onde moro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45<br />
Capítulo 5 O campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61<br />
Marcos André/Opção Brasil Imagem
Vizzoni/AE<br />
Unidade 3 Três cidades brasileiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69<br />
Brasília foi construída em pouco tempo e também em pouco tempo passou<br />
por grandes mudanças. É o que você vai aprender na Unidade 3.<br />
Capítulo 6 Salvador, a primeira capital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71<br />
Capítulo 7 Rio de Janeiro: passado e presente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78<br />
Capítulo 8 Brasília, atual capital do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89<br />
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .104<br />
Sugestão de livros para leituras complementares . . . . . . . . . .108<br />
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111<br />
Franck Camhi<br />
7
8<br />
Rosa Gauditano/Studio R<br />
Laureni Fochetto<br />
UNIDADE<br />
1<br />
Toda criança tem uma história<br />
Família indígena Xavante. Aldeia Pimentel, Barbosa,<br />
Mato Grosso, 2003.<br />
Uma família com pai, mãe<br />
e filhos. Em Cabedelo ,<br />
Paraíba, 2010.<br />
Professor: na abertura da unidade,<br />
os alunos começarão a refl etir sobre<br />
a própria história e a de sua família.<br />
Esta unidade retoma os conteúdos<br />
vistos no 2 o ano, permitindo ao aluno<br />
sistematizar o que já sabe sobre si<br />
mesmo e sobre os seus direitos. Além<br />
de compreender a sua relação com a<br />
própria família, o aluno também terá<br />
a oportunidade de tomar contato com<br />
outras formas de organização familiar<br />
no tempo e no espaço, ampliando<br />
seus conhecimentos sobre <strong>História</strong>.<br />
1<br />
2
Catherine Yeulet<br />
Foto de família com pai, mãe e dois filhos, [s.l.], 2010.<br />
ATIVIDADE<br />
HISTÓRIA<br />
Reúna-se com mais três colegas. Vocês irão observar com atenção<br />
as fotos das famílias e responder às questões que estão a seguir. Todos<br />
devem registrar as respostas no caderno.<br />
1 O que há de semelhante entre as fotos?<br />
Espera-se que respondam que todas as fotos retratam famílias, compostas por pai, mãe e fi lhos.<br />
2 O que vocês observam de diferente entre as fotos?<br />
Espera-se que respondam que as fotos mostram famílias diferentes.<br />
Professor: sugerimos que converse com o grupo sobre todas as fotos;<br />
o objetivo é estimular os alunos a perceberem que existem diferentes<br />
tipos de família, cada uma com sua história. Esse é também o momento<br />
de fazer o levantamento dos conhecimentos prévios sobre os<br />
conceitos que cada um tem de família. Se achar conveniente, pode<br />
escrever algumas observações na lousa com a fi nalidade de organizar<br />
as respostas dos alunos.<br />
3 Escolha uma foto e descreva tudo o que percebe nela. Por exemplo:<br />
quantas pessoas há na foto? Quantos são adultos e quantas são<br />
crianças? Onde elas estão? Como se vestem? Resposta pessoal.<br />
Professor: sugerimos que antes de os alunos responderem a esta questão, converse com eles sobre o que signifi ca descrever.<br />
4 Agora, cada um do grupo vai pensar na sua família. Como ela é? Cada<br />
um irá contar para os colegas do grupo como é sua família e depois<br />
escrever no caderno.Resposta pessoal.<br />
5 O grupo deve apresentar o seu trabalho para os outros colegas de<br />
sala.<br />
Professor: nesse momento todos os alunos devem expor como é sua família.<br />
O objetivo dessa atividade é que as crianças percebam o que irão estudar na unidade, ou seja, aspectos relacionados a sua própria vida<br />
e a sua família.<br />
3<br />
9
10<br />
CAPÍTULO<br />
1<br />
Minha história<br />
Professor: este capítulo retoma e aprofunda conceitos já estudados no 2 o ano sobre a construção<br />
da identidade do aluno. O objetivo é sistematizar esses conceitos e assim preparar os<br />
alunos para o tema da família, desenvolvido no Capítulo 2.<br />
Neste capítulo vamos estudar assuntos relacionados à vida das<br />
crianças e de suas famílias. Vamos conversar e, juntos, descobrir coisas<br />
interessantes também sobre você.<br />
Afi nal, você tem uma história!<br />
Para começar, com o professor, leia o poema Todas as crianças do<br />
mundo, de Ruth Rocha.<br />
Laureni Fochetto<br />
Seja Rodrigo ou Patrícia,<br />
Seja Mônica ou Leila,<br />
Seja Pedro, Paula, André,<br />
Seja Inês ou Mariana,<br />
Lucila, Carmem, Joana,<br />
Seja Nato, seja Zé...<br />
Seja Dora ou Madalena,<br />
Todas as crianças do mundo<br />
1<br />
Sapé, Paraíba,<br />
2010.<br />
Seja Fernanda ou Helena,<br />
Seja Eduardo, Isabel,<br />
Cláudia, Renata, Maria,<br />
Henrique, Sônia, Miguel...<br />
Seja Marcelo ou Cassiano,<br />
Seja Tiago ou Juliano,<br />
Diogo, Denise, Naa,
Teresa, Célia, Raul,<br />
Abraão, Samuel, Saul,<br />
Luísa, Carlos, Adriana...<br />
Beatriz, Mara, Regina,<br />
Augusto, Mário, Cristina,<br />
Alexandre ou Wladimir,<br />
Flávio, Márcia ou Reginaldo,<br />
Walter, Ângela, Agnaldo,<br />
Temístocles, Jurandir...<br />
Seja Esther, Débora, Bia,<br />
Seja Maria Amélia ou Lia,<br />
Seja Hebe, Edu, Caloca,<br />
Seja Bruno, Fanny, Lília,<br />
Seja Lúcia, seja Emília,<br />
Naum, Teté ou Miloca...<br />
Estela, Edy, Antonieta,<br />
Vinícius, Sérgio, Marieta,<br />
Chico, Caetano, Gracinha,<br />
Gil, Milton, Juliana, Mauro,<br />
Jorge, Armando, Rubens, Lauro,<br />
Nivaldo, Arthur ou Laurinha...<br />
Lucas, Rose, Gabriela,<br />
Seja Álvaro ou Manuela,<br />
Betty, Luís e João,<br />
Alberto, Rui e Susana,<br />
Frederico, Luciana,<br />
Felipe, Sebastião...<br />
Antônio, Marcos, Anita,<br />
José, Jerônimo ou Rita,<br />
Vera, Marina, Marília,<br />
Eliana, Manuel,<br />
Sílvia, Alice, Rafael,<br />
Clara, Lourenço, Cecília...<br />
Geraldo, Edith, Ricardo,<br />
Eunice, Cecy, Leonardo,<br />
Das Dores ou Conceição,<br />
Pepe, Gustavo, Raimundo,<br />
Toda criança do mundo<br />
Mora no meu coração.<br />
HISTÓRIA<br />
Professor: sugerimos<br />
que faça um<br />
levantamento com<br />
os alunos e descubra<br />
quem já leu um<br />
livro da Ruth Rocha<br />
e qual foi o livro; em<br />
seguida, converse<br />
sobre quem é Ruth<br />
Rocha, escritora premiada<br />
de literatura<br />
infanto-juvenil, nascida<br />
em São Paulo,<br />
em 1931. Ela possui<br />
uma vasta obra, com<br />
mais de 130 títulos<br />
publicados, entre<br />
livros de fi cção, didáticos,<br />
paradidáticos<br />
e um dicionário. Seu<br />
trabalho é reconhecido<br />
em vários países<br />
do mundo, suas histórias<br />
foram traduzidas<br />
em mais de 25<br />
idiomas. Sugerimos<br />
consultar o site ofi cial<br />
da escritora na internet,<br />
onde podem ser<br />
encontradas mais informações<br />
sobre sua<br />
biografi a, livros e histórias,<br />
entre outros:<br />
http://www2.uol.com.<br />
br/ruthrocha/home.<br />
htm (acesso em março/2011).<br />
Ruth Rocha. Todas as crianças do mundo.<br />
São Paulo: FTD, 1992.<br />
A escritora Ruth Rocha encontrou uma boa lista de nomes para<br />
compor seu poema! Você percebeu que alguns rimam? Madalena com<br />
Helena, Manuel com Rafael, Anita com Rita, Ricardo com Leonardo...<br />
Professor: relembre aos alunos que sempre que usarem o caderno precisarão fazer o cabeçalho e colocar a data da atividade. O objetivo é<br />
registrar aquele dia de estudo, o que é uma forma de criar um documento histórico. Se achar necessário, retome o tema estudado no 2 o ano,<br />
a respeito do que é um documento histórico, e também sobre a contagem<br />
do tempo cronológico e dos calendários. Além disso, esta atividade pode<br />
ser desenvolvida juntamente com a disciplina de Língua Portuguesa, pois,<br />
também, tem por objetivo trabalhar com a competência leitora.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Você vai trabalhar com o seu caderno. Escreva o cabeçalho: o número<br />
e o título do capítulo, a atividade, a página do livro e a data. Na outra linha,<br />
escreva o título do poema. Em seguida, responda às questões.<br />
Professor, sugerimos ao aluno uma frase de resposta em diversas perguntas. Não se trata de determinar a maneira dele responder, mas de<br />
reforçar a prática de expressão escrita. Além disso, nesta etapa da alfabetização, alguns alunos ainda podem enfrentar alguma difi culdade na<br />
elaboração de respostas completas. Logicamente, à medida que adquirem autonomia na expressão escrita, os alunos devem ser estimulados<br />
a usar sua criatividade e a adotar sua própria maneira de redigir as respostas, desde que elas estejam completas e escritas de forma correta.<br />
11
12<br />
1 Quem é a autora desse poema? A autora é Ruth Rocha.<br />
2 Você conhece ou já leu outros poemas ou histórias escritas por ela?<br />
Quais? Escreva o nome de duas se souber. Resposta pessoal.<br />
3 Nesse poema – Todas as crianças do mundo –, por que a autora<br />
utilizou tantos nomes ao escrevê-lo?<br />
4 Você encontrou seu nome no poema? Resposta pessoal.<br />
Espera-se que os alunos respondam qua a autora utilizou os<br />
nomes porque está falando no poema que todas as crianças<br />
do mundo moram em seu coração.<br />
5 Você encontrou nomes de amigos e amigas no poema? Escolha dois<br />
para escrever em seu caderno.<br />
Professor: oriente os alunos a escrever uma frase completa, como:<br />
“No poema encontrei o nome de Felipe e Clara”, por exemplo.<br />
6 Nesse poema existem nomes de crianças que podem ser de outros<br />
países? Escreva dois deles e explique por que você concluiu que são<br />
estrangeiros.<br />
Professor: os alunos podem citar Betty, Arthur, Naum, Pepe... Eles devem concluir que são de outros<br />
países pela grafi a dos nomes, ou porque já ouviram alguém falar sobre isso. Se você preferir, a explicação<br />
do aluno pode ser feita oralmente.<br />
7 Existem apelidos nesse poema? Cite dois apelidos. Escreva a frase:<br />
“Encontrei os apelidos...” Encontrei os apelidos Zé e Caloca.<br />
8 Você leu no poema algum nome que não conhecia? Qual? Resposta pessoal.<br />
Quando alguém vai contar quem é, normalmente começa se<br />
apresentando, você já reparou? A pessoa fala o próprio nome e o<br />
sobrenome, para que os outros comecem a conhecê-la.<br />
Os nomes e os sobrenomes são importantes para identifi car alguém,<br />
e é por isso que eles estão escritos em todos os nossos documentos,<br />
desde que nascemos.<br />
Todas as crianças têm nome e sobrenome. O nome e o sobrenome<br />
fazem parte da história da criança.<br />
Professor: mais uma vez estamos nos referindo a Documento ou Fonte<br />
Histórica, sugerimos que retome o conceito com o grupo, garantindo que<br />
ele tenha compreendido a sua importância para o estudo da <strong>História</strong>.<br />
Documento é tudo aquilo que identifi ca<br />
um acontecimento ou que comprova<br />
um fato. O documento é considerado<br />
uma das fontes históricas.
Veja este exemplo:<br />
Meu nome é Pedro Miranda Neto.<br />
Meus pais escolheram esse nome para<br />
homenagear meu avô paterno, que se chamava<br />
Pedro Miranda. Por isso, acrescentaram o Neto<br />
em meu nome.<br />
Eu gosto muito de jogar futebol com meu<br />
irmão Júlio e meus amigos Felipe e Mariana, que<br />
moram no mesmo prédio que eu.<br />
Mariana é uma ótima goleira; por isso,<br />
quando ela está no gol, é muito difícil acertar a<br />
rede.<br />
Este é meu irmão<br />
e estes são meus amigos Felipe e Mariana.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
HISTÓRIA<br />
Com a orientação do professor, trabalhe no caderno. Escreva o título<br />
“A apresentação de Pedro”. Anote também o número do capítulo, da<br />
atividade, da página do livro e a data. Em seguida, responda às questões.<br />
9 Como Pedro começou a sua apresentação?<br />
Este é<br />
meu avô.<br />
Eu<br />
sou Pedro.<br />
11. Professor: certifi que-se de que a resposta seja escrita corretamente, como: “Os<br />
pais de Pedro escolheram esse nome para homenagear seu avô paterno”. Você pode<br />
lembrar à classe que a escolha do nome de uma criança tem muitos motivos, desde o<br />
desejo de homenagear parentes e antepassados até o gosto pessoal. O sobrenome indica<br />
a qual família a criança pertence, e normalmente é formado pelos sobrenomes da<br />
mãe e do pai. Para evitar a confusão entre nomes semelhantes, há entre muitos povos<br />
o costume de acrescentar Filho, Neto, Sobrinho, Júnior, I, II etc. ao nome da criança.<br />
Pedro começou a sua apresentação dizendo<br />
seu nome e sobrenome: “Meu nome é Pedro<br />
Miranda Neto”.<br />
10 Explique o que é um avô paterno. Avô paterno é o pai do pai da criança. 14. Pedro acha difícil<br />
acertar a rede<br />
quando a menina<br />
11 Por que os pais de Pedro deram esse nome a ele?<br />
Mariana, que é goleira,<br />
está no jogo.<br />
Professor, aproveite<br />
a oportunidade para<br />
12 Pedro é filho único? Não, ele tem um irmão, Júlio.<br />
uma conversa com a<br />
classe sobre brincadeiras<br />
de “meninos”<br />
13 O que Pedro gosta de fazer? Ele gosta de jogar futebol com o irmão e os amigos. ou de “meninas”.<br />
Provavelmente, as<br />
crianças estranharão<br />
ler sobre a “goleira”<br />
14 O que Pedro acha difícil no jogo de futebol com os amigos? Mariana, porque ainda<br />
hoje persiste o preconceito equivocado de que futebol é coisa de homem. Meninos e meninas podem e devem partilhar atividades prazerosas e<br />
saudáveis e a ideia de separação é um preconceito. No mundo adulto do futebol, por exemplo, há muitos times femininos bem como mulheres que<br />
fazem carreira como juízas de futebol ou comentaristas esportivas, e assim por diante. Lembre à classe que as mulheres têm a mesma capacidade que<br />
os homens para a maioria das atividades, mas ainda são discriminadas, embora tenham conquistado muitos direitos ao longo da história.<br />
Renato Arlem<br />
13
14<br />
15 Agora é a sua vez. Faça como Pedro e apresente-se. Escreva um<br />
pequeno texto e leia para os colegas. Você pode ilustrá-lo com<br />
desenhos.<br />
Professor: é o primeiro texto curto que os alunos escreverão; por isso, trabalhe em conjunto com a disciplina<br />
de Língua Portuguesa. Chame a atenção deles para o fato de que toda narrativa deve ter um começo, um<br />
desenvolvimento e um fi m. Antes de eles produzirem o texto, faça a atividade oral com a classe, com algumas<br />
informações sobre um ou dois alunos, como exemplos.<br />
Como contar a própria história<br />
No texto que você leu acima, viu que Pedro se apresentou e contou<br />
um pedaço da história dele. A história completa da vida de uma pessoa é<br />
uma biografi a. Se a própria pessoa escreve sua história, esta se chama<br />
autobiografi a.<br />
Há muitos modos de se fazer a autobiografi a, ou seja, contar a sua<br />
própria história.<br />
A maneira mais utilizada é o texto. Nesse texto a pessoa relata tudo<br />
o que pensa ser interessante sobre si mesma, como os acontecimentos<br />
que foram mais importantes para ela. Geralmente, para contar a própria<br />
vida, a pessoa recorre a sua memória, procurando recordar-se dos fatos<br />
que ocorreram no passado. Por isso, muitas biografi as são chamadas de<br />
“Memórias”.<br />
O diário também é uma forma de se fazer a autobiografi a. Nele a<br />
pessoa escreve diariamente o que de importante ocorreu no seu dia.<br />
Também se pode contar a história da própria vida reunindo<br />
documentos escritos, como certidão de nascimento, atestado escolar etc.,<br />
ou documentos que possuam imagens.<br />
Um álbum de fotografi as é uma boa forma de se documentar com<br />
imagens a própria história. É possível colocar fotos de várias fases da vida<br />
desde o nascimento até a época atual.<br />
Outra maneira de utilizar imagens é<br />
2<br />
fazendo um autorretrato, isto é, a pessoa se<br />
retrata por meio de um desenho dela mesma,<br />
ou então de uma pintura, escultura, colagem<br />
e, também, fotografi a.<br />
Muitos artistas já se retrataram nas suas<br />
obras. Observe as imagens a seguir.<br />
Autorretrato de Henri Rousseau, 1900.<br />
O pintor francês Henri Rousseau fez seu<br />
retrato na cidade de Paris.<br />
Museu Picasso, Barcelona.
Coleção Particular<br />
Plainpicture/Grupo Keystone<br />
Cândido Portinari. Autorretrato, 1957.<br />
Esse é um dos autorretratos do pintor<br />
brasileiro Cândido Portinari.<br />
Museu Norman Rockwell, Stockbridge.<br />
HISTÓRIA<br />
3 4<br />
Norman Rockwell. Triplo autorretrato, 1960.<br />
O pintor Norman Rockwell também fez<br />
seu retrato, mas quis fazer uma brincadeira.<br />
Você consegue perceber qual é?<br />
Esta foto foi tirada<br />
pela própria pessoa<br />
com sua máquina<br />
fotográfica, [s.l. e s.d.].<br />
Professor: esta atividade pode ser desenvolvida em conjunto com Arte.<br />
Analise as imagens com a turma, explicando que as três primeiras são<br />
obras de artistas importantes que viveram nos séculos XIX e XX, respectivamente.<br />
Chame a atenção para as cores e o modo como se usou a luz<br />
em cada quadro. A fotografi a, por sua vez, também é uma arte, que utiliza<br />
ATIVIDADE basicamente os mesmos elementos da pintura e do desenho: as cores e<br />
a luz. É importante, também, que os alunos saibam que as obras de arte<br />
são fontes históricas, pois transmitem informações sobre épocas, pessoas<br />
e aspectos culturais do passado.<br />
16 Quais são as semelhanças entre as imagens? Todas são autorretratos.<br />
5<br />
15
16<br />
19. Professor: a brincadeira do artista foi fazer o próprio retrato por meio de um espelho, de uma tela e de uma foto, um dentro do outro, criando um múltiplo olhar e formas diferentes<br />
de vê-lo. Com isso revelou seu espírito brincalhão e provocou um “choque” no espectador, ao não fazer algo tradicional. Para ajudar os alunos a refl etir, pergunte, por exemplo, qual<br />
a relação da palavra “triplo”, no título, com a imagem. Se quiser, proponha a eles que experimentem, em casa, fazer uma brincadeira parecida: olhar-se no espelho, de costas, com<br />
outro espelho na mão. O resultado é que eles se verão em imagens multiplicadas. O<br />
17 Explique duas diferenças entre elas. objetivo desta atividade é, além de construir o conceito de autorretrato, despertar o<br />
olhar dos alunos para obras de arte.<br />
São de épocas diferentes e há duas pinturas e duas fotografi as.<br />
18 Qual desses autorretratos mais chamou a sua atenção? Por quê?<br />
Resposta pessoal.<br />
19 Na legenda da imagem Triplo autorretrato, do pintor Norman<br />
Rockwell, há uma pergunta. Você conseguiu respondê-la?<br />
20 Em sua opinião, dos artistas que fizeram esses autorretratos, qual é o<br />
mais sério? E o mais bem-humorado?<br />
21 Para conhecer a história de uma pessoa, qual é a diferença entre<br />
observar um autorretrato e ler uma autobiografia?<br />
22 Agora, em uma folha avulsa, desenhe o seu autorretrato. Pense bem<br />
nas informações que você quer transmitir sobre si mesmo! Assine<br />
sua obra e exponha-a no mural da sala.<br />
23 Você acha que seria importante guardar seu autorretrato? Por quê?<br />
Documentos oficiais informam sobre a vida<br />
de uma pessoa<br />
Para conhecer a vida de uma<br />
pessoa, uma fonte importante são<br />
os documentos ofi ciais, quer dizer,<br />
documentos feitos pelo governo.<br />
Neles encontramos o nome, o<br />
sobrenome, a idade, o local onde a<br />
pessoa nasceu, entre outras coisas.<br />
Todas as pessoas devem ter<br />
documentos com esses dados.<br />
Veja alguns exemplos de<br />
documentos.<br />
Resposta pessoal. O objetivo desta atividade é que os alunos<br />
compreendam que um autorretrato expressa emoções<br />
e modos de ser do artista.<br />
Professor: estimule os alunos a refl etir sobre o fato de que um autorretrato mostra um momento na vida da<br />
pessoa, enquanto um texto narra uma história com detalhes e abrange um determinado período de tempo.<br />
Professor: oriente os alunos a, antes de desenhar, refl etir sobre as próprias características, não apenas físicas, mas quanto ao modo de ser. São brincalhões ou<br />
mais reservados? Falam bastante ou pouco? Lembre a eles que estão registrando informações que poderiam ser usadas em suas biografi as.<br />
Professor: estimule os alunos a ligar o registro de um momento da vida deles à passagem do tempo. Assim como podemos<br />
conhecer aspectos da vida de muitas pessoas por meio de um autorretrato, também para eles é interessante guardar para o<br />
futuro o registro deste momento.<br />
A Carteira de Identidade ou RG (que<br />
significa Registro Geral) é obrigatória a<br />
partir dos 18 anos, mas antes disso já é<br />
possível tê-la. Nela constam o nome da<br />
pessoa, a data e o local do nascimento,<br />
bem como a filiação.<br />
Professor: procure trabalhar apenas com os dados do próprio aluno, como o nome e a data<br />
de nascimento ao tratar dos documentos “pessoais”, em vista de situações extremamente<br />
diversifi cadas que ocorrem em relação a paternidade, adoção etc. Professor: sugerimos que<br />
retome com os alunos o que são e para que servem os documentos: Carteira de Identidade e Certidão de Nascimento.<br />
MC/Keydisc<br />
6
Acervo pessoal<br />
A Certidão de Nascimento é um<br />
documento oficial, fornecido pelo<br />
governo. Veja quantas informações<br />
ele contém. Você já viu sua<br />
Certidão de Nascimento?<br />
A Carteira de Vacinação registra as vacinas que a criança tomou.<br />
HISTÓRIA<br />
Acervo pessoal<br />
17
Fotos: MC/Keydisc<br />
18<br />
A Carteira de Motorista é obrigatória<br />
para todas as pessoas que dirigem<br />
algum tipo de veículo.<br />
8<br />
7<br />
A Carteira de Estudante contém<br />
informações sobre a vida<br />
escolar da criança: seu nome e<br />
sobrenome, o nome da escola,<br />
o ano em que ela estuda.<br />
10<br />
A Carteira de Trabalho<br />
ou Carteira Profissional<br />
registra todos os empregos<br />
de uma pessoa.<br />
O Título de Eleitor é o<br />
documento que permite à<br />
pessoa votar, isto é, escolher<br />
os seus representantes para<br />
elaborar as leis e governar.<br />
9
a b c ATIVIDADE<br />
25. A Certidão de Nascimento. Quando uma criança nasce, os<br />
pais registram seu nascimento em um cartório. Professor, retome<br />
esse conteúdo, já visto no 2 o ano, conversando com os alunos<br />
sobre a importância da Certidão de Nascimento para obter outros<br />
documentos, para viajar, para abrir contas em bancos etc.<br />
HISTÓRIA<br />
Com a orientação do professor, escreva em seu caderno o título<br />
“Meus documentos”. Anote também o número do capítulo, da atividade,<br />
da página do livro e a data. Depois, responda às questões.<br />
24 Olhe as fotos dos documentos e copie os nomes apenas dos que<br />
você tem.<br />
Professor: é provável que muitos alunos tenham vários, exceto, é claro, Carteira de Motorista, Título<br />
de Eleitor e Carteira de Trabalho. Permita que a turma converse sobre as respostas. Se algum aluno<br />
tem RG, seria interessante contar aos colegas por que o tirou.<br />
25 Qual é o primeiro documento de uma pessoa? Você sabe como se<br />
obtém esse documento?<br />
26 Dos documentos mostrados acima, qual, ou quais, uma criança não<br />
pode ter? Você sabe dizer o motivo?<br />
Carteira de Motorista, Título de Eleitor e Carteira de Trabalho, porque no Brasil as pessoas só podem votar e trabalhar a partir de 16<br />
anos e dirigir a partir dos 18 anos. Professor, aproveite a oportunidade para retomar a questão do trabalho infantil, visto no 2 o ano e<br />
que será aprofundado nos próximos capítulos. Lembre aos alunos, desde já, que eles têm direitos fundamentais, garantidos por leis:<br />
moradia, alimentação, saúde, ensino, lazer. O trabalho infantil é proibido até os 16 anos no País, para que a criança possa frequentar a<br />
escola e desenvolver-se de modo saudável.<br />
Minhas informações<br />
Agora você vai escrever algumas informações sobre si mesmo,<br />
olhando os documentos que tem. Faça esta atividade em casa, com<br />
a ajuda de um adulto. Escreva em seu caderno o título “Minhas<br />
informações” e copie o que você deverá escrever:<br />
a) Nome completo.<br />
b) Hora, dia, mês e ano em que nasci.<br />
c) Cidade em que nasci.<br />
d) Quando fui vacinado pela última vez.<br />
e) Cidade em que moro.<br />
f) Nome da minha escola.<br />
Professor: oriente as crianças a pedirem aos pais,<br />
em casa, a Certidão de Nascimento e outros documentos<br />
que possam ter, como a Carteira de Estudante<br />
e a Carteira de Vacinação. Explique a eles<br />
que podem perguntar aos adultos sobre informações<br />
que não constem nesses documentos, como<br />
o nome da cidade em que moram, por exemplo. O<br />
importante é que os alunos entendam que estão<br />
pesquisando em fontes ofi ciais e colhendo dados a<br />
respeito da própria história e do passado. Na aula<br />
seguinte, permita que todos analisem em conjunto<br />
as informações obtidas. Provavelmente, a maioria<br />
conseguirá as respostas na Certidão de Nascimento;<br />
portanto, você pode retomar esse conteúdo.<br />
Apresente as respostas da sua atividade para os outros colegas de sala<br />
e para o professor.<br />
19
20<br />
CAPÍTULO<br />
2<br />
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
<strong>História</strong> e histórias<br />
No Capítulo 1, você aprendeu que os documentos pessoais de uma<br />
pessoa são fontes importantes para conhecer a história de cada um.<br />
Outra informação importante é o registro de seu dia a dia. Todo mundo<br />
tem uma rotina, isto é, uma série de atividades realizadas de manhã até a<br />
noite.<br />
Observe estas ilustrações, que representam o cotidiano de uma<br />
criança de 8 anos.<br />
Tomar banho. Vestir-se.<br />
Tomar o café da manhã.<br />
Escovar os dentes.<br />
Ir à escola. Almoçar e descansar.
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
Fazer as tarefas<br />
escolares.<br />
Brincar com<br />
os amigos.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
HISTÓRIA<br />
Professor: esta atividade deve ser realizada em sala de aula e em casa. A montagem do quadro no caderno pode ser feita em conjunto<br />
com Matemática, pois os alunos usarão a régua e terão de aplicar a<br />
operação de divisão, bem como noções de metro e centímetro. Para a<br />
coluna “Horário”, retome os conteúdos já estudados no 2o ano, sobre<br />
a divisão do tempo em horas, minutos e segundos. O objetivo principal desta atividade é que o aluno se conscientize da rotina diária<br />
como um dado de sua história de vida. As informações aqui obtidas deverão ser utilizadas mais à frente, na seção Investigando.<br />
1 Com a orientação do professor, você agora vai trabalhar no caderno.<br />
Escreva o título “Meu dia a dia”. Anote também o número do capítulo, da<br />
atividade, da página do livro e a data. Siga os passos indicados abaixo.<br />
a) Faça uma tabela, dividindo a folha do seu caderno em 2 colunas<br />
utilizando uma régua. Siga o modelo.<br />
Horário Atividade<br />
7: 00 Eu acordo<br />
7: 30 Tomo café da manhã<br />
Tomar banho.<br />
Jantar. Escovar os dentes. Dormir.<br />
b) Em casa, você vai preencher cada espaço com a informação pedida<br />
na primeira linha. Com seu quadro preenchido, você vai ter um<br />
relatório de sua rotina, no dia a dia! Para saber os horários de suas<br />
atividades, peça informação para quem estiver com um relógio e<br />
marque no seu quadro.<br />
21
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
22<br />
Leve o seu quadro preenchido para a escola e apresente-o para os<br />
colegas de sala e o professor.<br />
2 Reúna-se com mais três colegas e troque informações sobre suas<br />
rotinas, as atividades que realizam durante o dia. Depois disso, faça o<br />
que se pede.<br />
a) No seu caderno, escreva: “Meu grupo” e anote o nome de cada<br />
colega do grupo.<br />
b) Escreva: “Coisas que são iguais no dia a dia de todos” e anote<br />
tudo o que é igual na rotina de todos do grupo.<br />
c) Escreva: “Coisas que são diferentes no dia a dia de cada um” e<br />
anote tudo.<br />
Como você observou, existem atividades que todos fazem e outras<br />
não. A rotina de cada um é diferente, quer dizer, cada criança tem a sua<br />
história.<br />
A história da vida de uma pessoa no tempo<br />
A vida de uma pessoa é marcada por muitos acontecimentos, que<br />
vão ocorrendo ao longo do tempo, desde o nascimento. Alguns fatos<br />
fi cam na nossa memória, outros são esquecidos. Em geral, as pessoas se<br />
lembram de coisas que foram importantes em sua vida, como a época em<br />
que entrou na escola, a formatura, o primeiro namorado, o nascimento dos<br />
fi lhos...<br />
Contar a história da própria vida é falar desses acontecimentos<br />
importantes.<br />
Veja o exemplo da menina Ana, personagem das ilustrações a seguir.<br />
Nasci em 2005.<br />
Minha mãe<br />
disse que eu só<br />
chorava quando<br />
tinha fome.<br />
Com 1 ano de idade,<br />
segundo minha<br />
avó, eu já andava<br />
e queria mexer em<br />
tudo.
Fui para uma escola perto de minha<br />
casa. Meu pai me levava a pé. Eu não<br />
me lembro, mas me contaram que no<br />
começo chorei muito. Não queria ir.<br />
Depois, comecei a gostar de brincar<br />
com os novos amigos e com muitos<br />
jogos e brinquedos.<br />
HISTÓRIA<br />
Com 3 anos, ganhei uma irmã, Lia.<br />
Ela havia acabado de nascer. No<br />
meu aniversário, meu pai me deu<br />
um triciclo.<br />
Quando eu estava com 4 anos, fomos morar perto da praia. Era muito bom. Aprendi<br />
a nadar no mar. No ano de 2010, fiz 5 anos. Nesse ano terminei a Educação Infantil.<br />
Houve até festa para comemorar.<br />
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
23
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
24<br />
Com 6 anos descobri as letras. Pegava<br />
qualquer coisa que tivesse letras para ler:<br />
anúncios de rua, revistas, jornais, livros.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Você sabe o que é uma Linha do Tempo?<br />
Linha do Tempo é uma linha que marca as datas e registra os<br />
acontecimentos e os fatos importantes da <strong>História</strong> ou da história de vida<br />
de uma pessoa. Ela parte do passado e pode chegar até o presente de<br />
forma organizada.<br />
3 Com a orientação do professor, você vai ler de novo a história da<br />
menina Ana e, em seguida, desenhar uma linha do tempo com os<br />
acontecimentos importantes da vida dela. Escreva o título: “Linha do<br />
tempo de Ana” e siga os passos.<br />
a) Com a régua, desenhe a lápis uma linha reta.<br />
Com 7 anos, participei de minha<br />
primeira festa junina na escola.<br />
Professor: esta atividade é extremamente importante para os<br />
conteúdos históricos, uma vez que o aluno irá trabalhar com noções de<br />
presente e passado, divisão do tempo, cronologia, antes e depois, para<br />
construir a sua primeira linha do tempo. Este recurso será aplicado em<br />
muitas atividades e conteúdos nos anos seguintes. Você pode integrar<br />
a atividade com a disciplina de Matemática, para desenvolver as<br />
operações de soma, divisão, bem como as noções de sistema métrico.<br />
b) Divida essa linha em 8 pedaços iguais com tracinhos de 1 cm na<br />
vertical, um para cada ano da vida de Ana.<br />
c) Embaixo do primeiro tracinho, escreva o ano em que Ana nasceu.<br />
d) Embaixo do último tracinho, escreva o ano em que ela tem 8 anos.
2005<br />
Nasceu<br />
HISTÓRIA<br />
e) Agora, escreva cada um dos anos e, embaixo, uma frase curta que<br />
diga o que aconteceu de importante com ela naquele ano. Veja o<br />
modelo.<br />
2006<br />
1 ano<br />
Começou<br />
a andar<br />
<strong>História</strong>s de crianças de outros tempos<br />
e de outros lugares<br />
Será que a história de uma criança dos dias de hoje é igual à história<br />
de crianças de 100 ou 200 anos atrás? E a história de crianças no lugar em<br />
que você mora, será que é igual a de outras regiões, ou de outros países<br />
do mundo?<br />
Vamos descobrir?<br />
As imagens a seguir mostram crianças do passado. Observe-as com<br />
atenção e leia as legendas.<br />
Museus Castro Maya / Rio de Janeiro.<br />
Professor: integrando com a disciplina de Língua Portuguesa, oriente as respostas, para que os alunos comecem<br />
a escrever frases curtas que resumam parágrafos, recurso importante para leitura e compreensão de texto.<br />
O nome deste quadro feito de 1823 é Uma senhora de algumas posses em<br />
sua casa. Esta gravura foi feita por Jean Baptiste Debret há quase 200 anos<br />
e mostra o interior de uma casa no Rio de Janeiro. Observe a menina,<br />
sentada de frente para a mãe, estudando. À sua volta, escravos faziam os<br />
trabalhos da casa. Você reparou que também há duas crianças no chão?<br />
1<br />
25
26<br />
Museus Castro Maya / Rio de Janeiro.<br />
Acervo Iconographia<br />
Durante mais de 300 anos, muitos africanos trazidos para o Brasil e seus<br />
descendentes foram obrigados a trabalhar como escravos, como você pode<br />
ver nesta aquarela de Jean Baptiste Debret, de 1822.<br />
Esta foto foi tirada em frente à fábrica Indústrias Reunidas Francesco<br />
Matarazzo (IRFM), em São Paulo, em 1910. Todas essas crianças trabalhavam<br />
como operárias nessa fábrica.<br />
2<br />
3
Marcelo Soubhia/Folha Imagem<br />
André Seale/Pulsar Imagens<br />
ATIVIDADE<br />
Converse com o professor e seus colegas:<br />
4 Quais são as diferenças que você observa entre as crianças<br />
HISTÓRIA<br />
Professor: sugerimos que chame atenção dos<br />
alunos para as atividades que as crianças das<br />
imagens estão desenvolvendo, suas roupas e o<br />
ambiente retratado.<br />
4. Professor: sugerimos que você relembre com os alunos<br />
mostradas nessas imagens? Resposta pessoal.<br />
a questão dos direitos das crianças: família, moradia,<br />
alimentação, saúde, educação e o direito de brincar.<br />
5 Você observou nas imagens que os filhos dos escravos, as crianças<br />
na foto da fábrica e na carvoaria estão trabalhando? Na sua opinião,<br />
uma criança pode trabalhar? Resposta pessoal.<br />
Agora, observe estas outras fotos. Elas mostram crianças da<br />
atualidade, em diversos lugares do mundo.<br />
5<br />
4<br />
Crianças trabalhando<br />
em carvoaria, em<br />
Minas Gerais, 1994.<br />
Professor: as imagens mostram crianças<br />
em vários lugares do mundo. Sugerimos<br />
que leve para esta aula um mapa do mundo<br />
e localize junto com a turma onde fi cam os<br />
países mencionados nas legendas.<br />
Crianças brincando na<br />
rua, nas Ilhas Marshall,<br />
um país de uma região<br />
chamada Micronésia, no<br />
Oceano Pacífico, 2003.<br />
27
AbleStock<br />
Crianças estudam em sala de aula. [s.l. e s.d.].<br />
Seiya Kawamoto<br />
28<br />
7<br />
Crianças jogam<br />
futebol, Japão,<br />
2010.<br />
6
Jupiter Images<br />
Crianças do Quênia, 2007.<br />
Christian Rizzi/Folha Imagem<br />
Crianças do Quênia, 2007.<br />
Crianças indígenas, do povo Guarani em sala de aula ,na reserva Ocoí,<br />
em São Miguel do Iguaçu, Paraná, 2005.<br />
HISTÓRIA<br />
8<br />
9<br />
29
30<br />
ATIVIDADE<br />
Converse com o professor e os colegas:<br />
6 De que países são as crianças mostradas nas fotos acima?<br />
Ilhas Marshall, Japão, Quênia e Brasil.<br />
7 O que elas estão fazendo? Brincando e estudando.<br />
8 Fale quais foram as duas diferenças que você observou entre as<br />
crianças e você. Resposta pessoal.<br />
9 Fale quais foram as duas semelhanças que você observou entre as<br />
crianças e você.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
10 Agora, com a orientação do professor, você vai trabalhar no caderno.<br />
Escreva o título: “Crianças do passado e da atualidade”. Leia as frases<br />
a seguir e copie aquelas que você acha corretas.<br />
a)<br />
A história de todas as crianças do mundo, em todos os lugares e<br />
épocas, jamais mudou.<br />
b) A maneira de tratar as crianças mudou com o passar do tempo.<br />
c) No passado, muitas crianças trabalhavam.<br />
d)<br />
e)<br />
Professor: desenvolva esta atividade com a<br />
disciplina de Geografi a.<br />
Professor: os alunos devem copiar as frases b, c, d e e. Esta atividade<br />
deve ser comentada com o foco na questão das semelhanças e<br />
diferenças, da igualdade e da diversidade. As crianças são diferentes,<br />
têm costumes e culturas diversas, de acordo com a sociedade em que<br />
vivem. Entretanto, todas têm direitos iguais, fundamentais, que devem<br />
ser respeitados em qualquer circunstância. Retome com a classe<br />
os conteúdos sobre Os direitos das crianças, estudados no 2 o ano,<br />
preparando a turma para o tópico que encerra este capítulo.<br />
As crianças têm costumes e língua diferentes, mas todas<br />
precisam de moradia, boa alimentação, proteção, estudo e lazer.<br />
A história de cada criança do mundo é diferente, contudo, as<br />
suas necessidades básicas e seus direitos são iguais.<br />
11 Escolha uma das frases que você copiou e explique por que ela está<br />
correta.<br />
Professor: esta atividade pode ser desenvolvida com a disciplina de Língua Portuguesa. Você pode fazer<br />
a atividade primeiro em grupo, utilizando as respostas orais de dois ou três alunos e escrevê-las na lousa<br />
como exemplos.
O trabalho do<br />
historiador<br />
Observe as fotos<br />
de fontes históricas a<br />
seguir.<br />
Mapa Terra Brasilis (Terra<br />
do Brasil), de 1519 é<br />
atribuído ao cartógrafo<br />
português Lopo Homem.<br />
Fernando Fernandes / Lunapress<br />
PARA SABER MAIS<br />
Ruínas de São Miguel das Missões,<br />
Rio Grande do Sul, 2007.<br />
Hemera<br />
HISTÓRIA<br />
Reprodução de documento histórico<br />
do século XVII (1601 a 1700), Rússia.<br />
Atlas Miler/Biblioteca Nacional, Paris/França<br />
31
32<br />
12. Professor: esta é uma foto das ruínas de São Miguel das Missões, uma comunidade criada por padres jesuítas no século XVII<br />
que durou até 1768, ano em que os religiosos foram expulsos das missões no Rio Grande do Sul. Caso nenhuma criança tenha conhecimento<br />
do assunto, sugerimos que você aprofunde com o grupo o tipo de construção e o tema das missões e atividades dos jesuítas no Brasil.<br />
ATIVIDADE<br />
Responda ao professor:<br />
12 Você conhece a Construção da primeira foto?<br />
Professor: estimule os alunos a falar sobre as ruínas<br />
das missões do Rio Grande do Sul, caso as conheçam.<br />
Caso nenhum aluno tenha informações sobre o assunto,<br />
explore o tipo de construção para introduzir o tema das<br />
missões e das atividades dos padres jesuítas no período<br />
colonial.<br />
13. Um livro antigo do século XVII e um mapa do Brasil da época da chegada dos portugueses. Esses documentos servem para nos<br />
informar sobre<br />
o que os seres humanos pensavam, conheciam e criavam no passado. Mostram-nos um pouco da história de muito<br />
tempo atrás. Professor: o objetivo dessas duas questões é estimular os alunos a perceberem que tudo o que foi<br />
produzido pelos seres humanos no passado interessa para conhecermos como viviam. Muitas dessas produções<br />
são chamadas de fontes históricas.<br />
13 Quais são os documentos escritos das fotos? E para que eles<br />
servem?<br />
Para entender melhor a importância dos objetos e das produções do<br />
passado, leia o texto a seguir.<br />
A <strong>História</strong> é o estudo da maneira de viver das pessoas no presente<br />
e no passado. O historiador é o profi ssional que estuda e investiga as<br />
diferentes maneiras de viver das pessoas no presente e no passado.<br />
Quando o historiador investiga o passado, ele quer entender e contar<br />
como as pessoas viviam, como se relacionavam, como se vestiam, como<br />
pensavam etc.<br />
Para fazer esse trabalho, o historiador precisa pesquisar. Tudo que<br />
ele utiliza para obter informações e também o que as pessoas contam a<br />
respeito do passado é chamado de fonte histórica.<br />
As fontes históricas podem ser documentos escritos como livros,<br />
cartas, diários, jornais, leis, mapas, entre outros. Há também documentos<br />
não escritos, como fotografi as, pinturas, ruínas de construções, objetos,<br />
roupas, etc. Essas fontes históricas podem nos dar informações sobre a<br />
maneira de viver das pessoas tanto no presente quanto no passado.<br />
Também o que as pessoas contam sobre o passado, de acordo com<br />
a memória, pode ser uma fonte histórica. Esses relatos tanto podem ser<br />
escritos quanto transmitidos oralmente.<br />
O historiador utiliza as fontes históricas para descobrir as informações<br />
necessárias sobre o acontecimento ou assunto que está pesquisando.<br />
Por meio dessas informações ele pode tirar suas conclusões e descobrir a<br />
maneira de viver das pessoas.
A história da minha vida<br />
Agora que você está chegando ao fim do capítulo, vai colocar em<br />
prática um pouco do que aprendeu. Com a orientação do professor,<br />
monte um álbum com a sua história. Siga as etapas a seguir.<br />
Camila Scavazza<br />
1 Você vai precisar de folhas avulsas. Cada folha será uma página do<br />
seu álbum. Utilize quantas folhas precisar.<br />
2 Na primeira folha, escreva o título: “A história da minha vida”.<br />
Embaixo, coloque o seu nome completo e a data.<br />
3 Na segunda folha, você vai fazer uma ficha sobre si mesmo.<br />
Coloque o título: “Quem sou eu” e siga o modelo.<br />
Meu nome é<br />
Quem escolheu o meu nome foi<br />
Esse nome foi escolhido porque<br />
Meu apelido é<br />
Nasci na cidade de, no estado de<br />
Minha família é composta por<br />
Quando nasci, eu pesava<br />
Quando nasci, eu media<br />
Hoje, eu peso<br />
Hoje, minha altura é<br />
Professor: esta atividade sintetiza e organiza<br />
os conteúdos vistos no capítulo. Trabalhe de<br />
forma integrada com outras disciplinas, como<br />
Artes, Matemática e Língua Portuguesa.<br />
Planeje duas ou três aulas para completar os<br />
álbuns; se necessário, coloque à disposição<br />
dos alunos folhas de papel. É importante<br />
que, no fi m, haja uma conversa entre toda<br />
a classe, para a troca de experiências e a<br />
observação de semelhanças e diferenças.<br />
Você pode usar esta atividade para que os<br />
alunos façam uma autoavaliação e também<br />
para verifi car se os seus objetivos didáticos<br />
foram atingidos.<br />
HISTÓRIA<br />
33
34<br />
Meus olhos são<br />
Meus cabelos são<br />
O que eu mais gosto de fazer é<br />
O que eu não gosto de fazer é<br />
A história de que mais gosto é<br />
Minha música favorita é<br />
Minha comida favorita é<br />
Coisas que quero aprender:<br />
O que eu mais gosto de fazer é<br />
O que eu menos gosto de fazer é<br />
4 Em outra folha, escreva o título: “Meu autorretrato” e cole nela o<br />
desenho que você já fez na atividade 22 do Capítulo 1. Se preferir,<br />
pode desenhar outro ou até colar uma fotografia sua nesse espaço.<br />
5 Na folha seguinte, escreva o título: “Minha linha do tempo”.<br />
Consulte a linha do tempo que você fez sobre a história da menina<br />
Ana, na atividade 2, e faça a sua, seguindo o modelo.<br />
6 Em outra folha, escreva no alto: “Meu dia a dia”. Consulte as suas<br />
respostas na atividade 1 e então faça uma história em quadrinhos<br />
do seu cotidiano. Desenhe cada atividade do seu dia a dia e escreva<br />
embaixo uma legenda. Por exemplo, desenhe você acordando e<br />
escreva na legenda: “Eu acordo às 7 horas”.<br />
7 O que é diferente na sua vida hoje em comparação a quando você<br />
era menor? Responda com uma ou duas frases.<br />
8 Na última folha, escreva o título: “Minha Vida”. Assim como faz<br />
o historiador, você vai utilizar todas as informações coletadas nas<br />
atividades anteriores para escrever um pequeno texto contando<br />
sobre a sua história.<br />
Fale sobre o seu passado e seu presente, fale sobre os acontecimentos<br />
importantes da sua vida no passado e seu presente.<br />
Quando terminar, peça a um adulto ou ao professor que grampeie<br />
todas as folhas juntas. Está pronto o seu álbum. Você produziu a sua<br />
autobiografi a!<br />
Professor: oriente os alunos nesta atividade. A maioria deles talvez tenha difi culdades para redigir frases.<br />
Neste caso, devem fazer frases de poucas palavras, como: Eu nasci bem pequeno. Eu não tinha cabelo. Eu<br />
gostava de brincar com bola/bonecas. Meus pais me levaram para a praia etc.<br />
Mostre o seu trabalho para os colegas e veja o que eles fi zeram.<br />
Professor: sugerimos que seja montada uma pequena biblioteca com os álbuns de todos os alunos, para que eles tenham fácil acesso e<br />
possam folheá-los e trocar ideias sobre seus trabalhos.
CAPÍTULO<br />
3<br />
Professor: sugerimos que seja feito o levantamento de conhecimentos prévios<br />
com a fi nalidade de estimular uma conversa sobre o que o grupo sabe a respeito<br />
de hoje e ontem, remetendo aos conceitos de presente e passado, ligando<br />
Famílias de hoje e<br />
de ontem<br />
estes dois conceitos às famílias do presente e do<br />
passado.<br />
Sugerimos que utilize as perguntas que aparecem no<br />
primeiro parágrafo, pois elas podem contribuir para a<br />
conversa com o grupo.<br />
Neste capítulo, vamos conversar e conhecer coisas sobre a sua família.<br />
Vamos também conhecer a maneira de viver das famílias de hoje e de<br />
ontem.<br />
Será que todas as famílias de hoje são iguais?<br />
Será que as famílias de ontem eram iguais às de hoje?<br />
Para iniciarmos nossos estudos sobre as famílias, vamos começar<br />
lendo o texto sobre uma família de hoje. É a família do menino João.<br />
Meu nome é João de Oliveira Martins. Tenho 8 anos. Meus pais são<br />
a Carla de Oliveira e o Léo Martins. Eles cuidam de mim desde que eu<br />
tinha 2 anos.<br />
Fui adotado e recebi, com meus pais, uma família com primos<br />
e tios, além da vó Elisa e do vô Jorge. A família toda está na maior<br />
expectativa: minha mãe vai ter nenê nos próximos dias. Já está tudo<br />
combinado. Meu pai vai me deixar na casa da tia Vera, que mora<br />
perto de casa, enquanto eles estiverem na maternidade.<br />
As festas, em geral, são na casa da vó Elisa e do vô Jorge. A casa fi ca<br />
cheia de gente. Tenho sete primos e cinco tios. A tia Nice e o tio Miguel<br />
estão sempre com a casa cheia de crianças. Eles têm quatro fi lhos, que<br />
são meus primos. O Juca e a Gabi são meus primos também. Eles são<br />
fi lhos da tia Maria. Ela, o Juca e a Gabi vieram morar perto da gente há<br />
um ano.<br />
35
Renato Arlem<br />
36<br />
A única prima que vejo menos é a Tati: ela fi ca durante a semana<br />
com a mãe. Nos fi ns de semana, ela fi ca com o pai, o tio Chico. Ele<br />
mora em uma chácara muito bonita que tem pomar, horta e leite<br />
fresquinho da vaca Filomena.
a b c ATIVIDADE<br />
Com a orientação do professor, trabalhe no caderno. Faça um cabeçalho<br />
com a palavra <strong>História</strong>; na linha debaixo, escreva o número do capítulo, a<br />
HISTÓRIA<br />
atividade, a página e a data. Em seguida, escreva o título: “Os parentes de João”.<br />
Responda às questões.<br />
1 Você reparou que na ilustração há um número em cada personagem?<br />
Escreva esses números (de 1 a 17), um em cada linha. Releia a história<br />
de João, quantas vezes você precisar, e vá colocando na frente de cada<br />
número o nome do parente que ele cita e o parentesco, isto é, se é<br />
primo, tio, avó etc. Uma dica para você começar: João é o número 17.<br />
2 Por que João diz que os pais cuidam dele desde os 2 anos?<br />
3 Os parentes de João moram todos juntos?<br />
1. prima Gabi; 2. tia Maria; 3. primo Juca; 4. prima Tati; 5. tio Chico; 6. primo, fi lho da tia Nice e<br />
do tio Miguel; 7. vó Elisa; 8. vô Jorge; 9. tio Miguel; 10. tia Nice; 11. primo, fi lho da tia Nice e do<br />
tio Miguel; 12. primo, fi lho da tia Nice e do tio Miguel; 13. primo, fi lho da tia Nice e do tio Miguel;<br />
14. tia Vera; 15. Léo, o pai; 16. Carla, a mãe; 17. João.<br />
Professor: oriente os alunos a escreverem: ”Porque ele foi adotado”. Se houver alunos adotados em sua turma, aproveite para comentar que a<br />
adoção signifi ca um ato de amor pela criança, que ela foi procurada e escolhida por um casal para receber todos os cuidados a que tem direito.<br />
Professor: os alunos poderão escrever a frase: “Não, eles estão espalhados por vários lugares”.<br />
4 Em sua opinião, entre os parentes de João existe amor e amizade?<br />
Por que você chegou a essa conclusão?<br />
Professor: a pergunta exige uma resposta de elaboração<br />
complexa. Oriente os alunos a escreverem o seguinte<br />
(você pode colocar a frase na lousa): “Sim, são muito unidos e parecem gostar uns dos outros”. Os alunos podem se referir ao fato de os<br />
parentes se ajudarem, de haver festas em que todos se reúnem etc.<br />
5 Quais são as diferenças entre a vida familiar de João e a de sua prima<br />
Tati? Espera-se que o aluno perceba que os pais de João vivem juntos e os da prima Tati são separados.<br />
6 Agora você vai pensar nas diferenças entre as várias famílias que<br />
aparecem na história do João. Copie as descrições abaixo. Após cada<br />
frase, escreva o nome de quem combina com cada situação.<br />
a) É uma família grande, com pais e quatro filhos.<br />
b) A família está crescendo, logo serão pai, mãe e dois filhos.<br />
c) Mora manter dos pais, mas ajuda a cuidar dos sobrinhos. Tia Vera.<br />
d) É o casal mais velho, tem filhos e netos. Vô Jorge e vó Elisa.<br />
7 E a sua família, como é? Pense nos vários tipos de família que<br />
João descreveu e diga qual das famílias é mais parecida com a sua.<br />
Explique por quê.<br />
Pessoal. Espera-se que a criança descreva<br />
como é sua família.<br />
5. Professor: se achar mais adequado, faça esta atividade oralmente. Os alunos<br />
podem responder que João mora com o pai e com a mãe, enquanto Tati<br />
mora só com a mãe e visita o pai nos fi ns de semana. Comente esta situação<br />
muito comum nos dias atuais para fi lhos de pais separados. Você pode falar<br />
que nesta organização familiar, as crianças têm duas casas e, às vezes,<br />
“ganham” novos irmãos, no caso de os pais voltarem a se casar. Se houver<br />
alunos nesta situação, incentive-os a relatar experiências com os pais.<br />
Professor: oriente os alunos escrevendo na lousa as frases, caso eles tenham dúvidas.<br />
Tio Miguel, tia Nice e os quatro primos de João.<br />
A família de João, que vai ganhar mais um membro. João logo terá um irmão ou uma irmã.<br />
8 Com a orientação do professor, procure no dicionário a palavra<br />
“família”. Leia o que diz o dicionário e depois escreva no caderno o<br />
que você entendeu.<br />
37
Outras famílias do presente<br />
Rosa Gauditano/Studio R<br />
38<br />
Observe as fotos seguintes e leia com atenção suas legendas. Elas<br />
retratam outras famílias do presente.<br />
Professor: sugerimos que na<br />
leitura dessa imagem, primeiro<br />
localize em um mapa–múndi<br />
onde fi ca o Quênia. E depois<br />
fale sobre a cultura dos Masai<br />
que permite que o homem tenha<br />
mais de uma esposa ao mesmo<br />
tempo, mas a mulher não pode<br />
ter mais que um marido. Questione<br />
se isso é possível nas nossas<br />
famílias.<br />
Família africana<br />
do povo Masai.<br />
A família Masai<br />
é numerosa, os<br />
homens podem<br />
ter mais de uma<br />
esposa e muitos<br />
filhos. Na foto ao<br />
lado aparecem o<br />
pai com um dos<br />
filhos no colo e<br />
suas duas esposas.<br />
Quênia, 2010.<br />
Getty Images<br />
1<br />
As famílias do povo<br />
Yanomami em geral<br />
são numerosas. Os<br />
bebês ficam sempre<br />
com a sua mãe.<br />
Quando as crianças<br />
atingem três anos de<br />
idade, elas passam<br />
a ser cuidadas por<br />
toda a comunidade<br />
indígena. Alimentamse<br />
e brincam juntas,<br />
ficam um pouco<br />
com cada família,<br />
Roraima, 1991.<br />
2
Yang Liu/Corbis<br />
Rubens Chaves/Pulsar Imagens<br />
HISTÓRIA<br />
A maioria das famílias chinesas é<br />
composta por pai, mãe e apenas um<br />
filho ou filha. A China é um país que<br />
possui a maior população do mundo.<br />
Para não ter problemas de falta de<br />
moradia e alimentação para todas as<br />
pessoas, o governo chinês fez uma lei<br />
que determina que cada casal só pode<br />
ter um filho. China, [s.d.].<br />
Várias famílias passeiam no Parque Barigui na cidade de Curitiba, Paraná, 2004.<br />
3<br />
Professor: sugerimos que na leitura dessa imagem, primeiro localize<br />
em um mapa-múndi onde fi ca a China, mostre o seu tamanho,<br />
comente que é o maior país do mundo e que possui uma<br />
superpopulação. Comente ainda que se todos os casais tivessem<br />
muitos fi lhos haveria grandes problemas de moradia e muitos<br />
passariam fome por falta de alimentos.<br />
Como você pode observar, as famílias atuais podem ser compostas de<br />
maneira bem diferente, de acordo com os costumes do lugar onde elas vivem.<br />
4<br />
39
40<br />
Agora, você vai responder no seu caderno as questões abaixo. Se<br />
necessário, observe as fotos e leia novamente as legendas.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Escreva o título: “Famílias do presente”.<br />
9 Você percebeu alguma diferença entre as famílias Yanomami e a<br />
chinesa? Quais?<br />
10 Qual a diferença entre as famílias Masai e a brasileira?<br />
Professor: os alunos podem mostrar diferenças entre os<br />
Yanomami e a família chinesa, por exemplo: enquanto entre<br />
os Yanomami se incentiva a família grande, entre os<br />
chineses se incentiva a família de um único fi lho. Também<br />
no cuidado com as crianças há diferenças: entre os Yanomami,<br />
todos cuidam das crianças a partir de 3 anos; na<br />
sociedade chinesa, são os pais que cuidam. O importante<br />
é reforçar o conceito de diferenças nas formas de organização<br />
e nos costumes da família.<br />
Professor: a resposta é pessoal. Mas espera-se que os alunos respondam que as famílias podem ser<br />
compostas de várias maneiras. Por exemplo, os Yanomami e os Masai têm famílias grandes; na China,<br />
os casais só podem ter um fi lho; no Brasil, podem ter quantos fi lhos quiserem.<br />
O homem do povo Masai pode ter mais de uma esposa ao mesmo tempo, enquanto que o brasileiro só pode ter uma esposa.<br />
11 Na sua opinião, a maneira de criar e cuidar dos filhos dos Yanomami é<br />
igual à maneira como sua família cuida de você?<br />
Professor: aqui você pode obter várias respostas, mas um aspecto é fundamental, precisa fi car claro que o fato das crianças yanomamis fi carem<br />
com várias famílias faz parte da cultura e do próprio ambiente, pois em uma oca vivem muitas famílias.<br />
Contudo, se uma criança da turma afi rmar que também fi ca com<br />
várias famílias, não é por uma questão cultural e sim uma situação<br />
As famílias do passado circunstancial.<br />
As famílias do passado eram grandes, formadas por muitas pessoas.<br />
Eram compostas por pai, mãe, fi lhos e, muitas vezes, por outras pessoas<br />
como avôs e avós, tios e tias com seus fi lhos, todos vivendo na mesma<br />
moradia.<br />
O pai era sempre o “chefe”, todos obedeciam a ele. O pai controlava<br />
a vida de todos os familiares e, caso tivesse, também dos empregados da<br />
casa e dos escravos. Esse tipo de família fi cou conhecida como patriarcal.<br />
Observe as imagens a seguir.<br />
Esta obra, Um<br />
funcionário a passeio<br />
com a sua família, de<br />
Jean-Baptiste Debret,<br />
retrata uma família<br />
da década de 1820.<br />
Podemos ver o pai,<br />
na posição de chefe,<br />
à frente de um grupo<br />
seguido das filhas,<br />
esposa e escravos.<br />
Museus Castro Maya / Rio de Janeiro.<br />
5
Acervo Iconographia<br />
Professor: estas fotos são interessantes para<br />
mostrar a hierarquia das famílias no passado.<br />
Adultos sentados e quando existia mais de um<br />
homem na família o chefe ocupava a posição<br />
de destaque – o centro – as crianças sempre<br />
em pé, fi lhos maiores atrás dos adultos e menores<br />
à frente no colo, numa postura de submissão<br />
e obediência aos adultos.<br />
Aqui podemos perceber o<br />
avô, no centro da foto. A<br />
sua volta estão seus netos e<br />
os pais deles. Brasil, 1918.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Família retratada em<br />
São Paulo, 1900.<br />
Depois de observar as imagens com atenção, responda:<br />
HISTÓRIA<br />
Acervo Iconographia<br />
12 Você percebe algo em comum entre as famílias mostradas nessas<br />
imagens?<br />
Professor: chame a atenção para o fato de que todas as imagens mostram<br />
famílias numerosas. Destaque a posição do “chefe” da família.<br />
13 Observe a foto da família de 1918 e responda:<br />
a) Quantos anos têm esta foto? Calcular – mais de 90 anos.<br />
b) Descreva o que você vê. Quantas pessoas aparecem na foto?<br />
Quantos são adultos? E as crianças? Em sua opinião, quem está<br />
sentado e quem está em pé? 7pessoas. / São 5 adultos e 2 crianças. / Resposta pessoal.<br />
c) Quem parece ser o chefe da família? Por quê?<br />
6<br />
7<br />
Espera-se que o aluno responda que,<br />
sendo o mais velho, o avô ocupa a posição<br />
de chefe da família, por isso está<br />
sentado no centro da foto.<br />
41
42<br />
PARA SABER MAIS<br />
Professor: sugerimos abordar aqui a questão da cidadania e dos valores como cooperação, colaboração, solidariedade etc.<br />
Converse com os alunos sobre esses valores. Mostre para eles que ser cidadão é também participar da vida em comunidade;<br />
Famílias que se ajudam quando se pensa no bem-estar de todos,<br />
estamos exercendo a cidadania, mesmo<br />
com pequenas ações.<br />
Uma comunidade é formada por muitas famílias que vivem próximas.<br />
As famílias de uma comunidade costumam ajudar umas às outras, pois<br />
quando há colaboração e solidariedade entre elas, as pessoas têm mais<br />
condições de resolver problemas, enfrentar as dificuldades e viver melhor.<br />
Isso aconteceu no passado e continua acontecendo nos dias atuais.<br />
Nas cidades, as famílias de um bairro ou de um condomínio, por<br />
exemplo, podem se unir em associações de moradores para discutir em<br />
conjunto os problemas do lugar em que moram e pensar em soluções.<br />
Quando as famílias de uma comunidade se ajudam tudo fica mais fácil.<br />
A história da minha família<br />
Agora, você vai contar a história da sua família. Para isso, você vai<br />
trabalhar em várias etapas.<br />
Camila Scavazza Scavazza<br />
Professor: esta atividade sintetiza e organiza a construção de conhecimentos deste<br />
capítulo. Você pode utilizá-la para fazer uma avaliação do desempenho dos alunos<br />
e também para avaliar se os objetivos do capítulo foram atingidos. Lembre à<br />
turma que eles estarão<br />
investigando<br />
o passado, portanto<br />
fazendo um trabalho<br />
histórico, usando<br />
uma importante fonte<br />
histórica, que é a<br />
memória dos mais<br />
velhos. Também estarão<br />
produzindo um<br />
documento histórico<br />
sobre as origens e o<br />
passado da família.
HISTÓRIA<br />
1a etapa: Entrevista com alguns familiares.<br />
Nesta etapa, você vai reunir informações sobre coisas importantes do<br />
passado da sua família. Escolha um ou dois adultos para responder às<br />
suas perguntas. Escreva as perguntas no caderno, deixando um espaço<br />
para colocar as respostas.<br />
Abaixo está uma lista com sugestão de perguntas que você pode fazer.<br />
• Nossa família é muito grande? Quantos parentes temos ao todo?<br />
• Quantos descendentes, isto é, filhos e netos, têm os meus avós<br />
maternos?<br />
• Quantos descendentes, isto é, filhos e netos, têm os meus avós<br />
paternos?<br />
• Qual a origem dos avós maternos? Onde nasceram?<br />
• Qual a origem dos avós paternos? Onde nasceram?<br />
2 a etapa: Reunindo as informações.<br />
Leia as respostas que conseguiu em sua entrevista e pense em como<br />
montar a sua história. Se quiser, faça um esquema com os dados mais<br />
importantes, por exemplo:<br />
Tenho<br />
antepassados<br />
que vieram<br />
da África<br />
(ou que<br />
pertenceram<br />
a povos<br />
indígenas).<br />
Algumas<br />
pessoas de<br />
minha família<br />
vieram de<br />
(nome do<br />
país) para<br />
trabalhar no<br />
Brasil.<br />
A minha<br />
família<br />
hoje é<br />
grande<br />
(ou<br />
pequena),<br />
com X<br />
pessoas.<br />
Todos<br />
moram<br />
(ou não<br />
moram)<br />
no<br />
mesmo<br />
estado.<br />
3a etapa: Escrevendo e ilustrando o texto.<br />
Agora, com base no seu esquema e nas informações, escreva a<br />
história de sua família. Ilustre seu trabalho com desenhos ou fotografias<br />
de seus familiares.<br />
Professor: trabalhe em conjunto com a disciplina de Língua portuguesa, pois se trata de trabalho de expressão escrita.<br />
4 a etapa: Apresentação para os colegas.<br />
Com a orientação do professor, você vai apresentar a história de<br />
sua família para os colegas. Depois de um conhecer o texto do outro,<br />
conversem sobre o que escreveram de semelhante e de diferente.<br />
Professor: fi ca a seu critério trabalhar esta 4 a etapa com a classe ou em pequenos grupos. É importante<br />
que os alunos troquem suas informações, para concluir sobre as experiências semelhantes e diferentes.<br />
43
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
44<br />
Professor: sugerimos que o grupo analise<br />
a história em quadrinhos e que seja<br />
estimulado a falar sobre tudo o que conhece<br />
a respeito de seu bairro. Dessa maneira<br />
você estará fazendo um levantamento do<br />
conhecimento do grupo sobre bairro.<br />
UNIDADE<br />
2<br />
A história dos lugares<br />
Com a ajuda do professor, leia a história em quadrinhos a seguir e<br />
converse sobre ela com os seus colegas.<br />
Quando João nasceu, passou a fazer parte de seu primeiro grupo social:<br />
sua família. Ele foi cercado de atenção e carinho dos seus pais e irmãos.<br />
Logo, os vizinhos começaram a fazer visitas para conhecer o mais novo<br />
morador da rua. E com certeza queriam saber mais detalhes sobre João.
Ilustrações: José Luiz Juhas<br />
João foi crescendo e percebeu que<br />
o mundo era muito maior do que<br />
sua casa. O mundo era colorido,<br />
com muitas formas, cheio de sons e<br />
cheiros diferentes.<br />
Converse com o professor e os colegas:<br />
a) Você sabe dizer qual é o assunto dessa história em quadrinhos?<br />
HISTÓRIA<br />
Após alguns dias, João fez<br />
o seu primeiro passeio com<br />
sua mãe fora de casa. E lá<br />
estavam seus vizinhos, todos<br />
queriam brincar com ele.<br />
Certo dia o pai acompanhou João até<br />
uma escola que ficava perto da sua<br />
casa. Era seu primeiro dia de aula. João<br />
adorou a professora e fez muitos amigos.<br />
Ele continua nessa escola até hoje!<br />
a) Professor: espera-se apenas que os alunos compreendam a narrativa. Eles podem responder que a história fala do nascimento de um bebê<br />
e de seu crescimento ou se referir à família, assunto do capítulo anterior. Podem ainda dizer que é a história de suas vidas. O importante, neste<br />
momento, é a leitura e a compreensão do texto.<br />
b) Professor, explique que a história foi escrita por<br />
alguém que imaginou a vida de uma criança na idade<br />
ATIVIDADE deles, mas que pode haver diferenças. Comece<br />
a chamar a atenção para o fato de que todas as<br />
crianças convivem com vários grupos sociais: a<br />
família, os vizinhos, a escola. Peça mais exemplos:<br />
b) A história de João é igual à sua? O que ela tem de semelhante? E<br />
o que ela tem de diferente?<br />
eles têm um grupo de amigos com quem brincam? Eles têm outros<br />
colegas de atividades, por exemplo, em clubes ou em outras escolas que<br />
frequentam (de línguas, de natação, em parques)?<br />
c) Agora, leia de novo o título desta Unidade. Pelo que você viu na<br />
história em quadrinhos, qual seria o significado desse título? Uma<br />
dica: nessa Unidade, vamos conversar sobre onde você mora.<br />
Professor: conduza a conversa de modo que eles concluam que vão estudar o local em que as pessoas vivem: a rua e o bairro, no presente<br />
e no passado.<br />
45
46<br />
CAPÍTULO<br />
4<br />
<strong>História</strong> do lugar onde<br />
moro<br />
Você e sua família moram em uma rua, que por sua vez faz parte de<br />
um bairro. Mas, o que é uma rua? O que é um bairro?<br />
Ruas, avenidas, bairros...<br />
Professor: sugerimos que os alunos<br />
respondam as questões que aparecem<br />
nessa introdução.<br />
Quando alguém escreve o endereço de onde mora, começa por<br />
Rua ou Avenida, não é mesmo? Mas também poderia escrever Alameda,<br />
Estrada, Travessa, Praça. O endereço se refere sempre ao lugar onde está<br />
localizada uma casa. Esse lugar é uma via pública, por onde as pessoas e<br />
os veículos passam. As ruas são vias públicas.<br />
Nas cidades, as ruas fi cam em conjuntos maiores, que são os bairros.<br />
Observe as fotos a seguir. Elas mostram diferentes ruas, em bairros<br />
também diferentes. Há fotos de várias épocas.<br />
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens<br />
Esta rua fica em uma cidade antiga chamada Diamantina, no estado de Minas<br />
Gerais. Ela ainda mantém diversas características de 250 anos atrás (foto de 2006).<br />
1
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens<br />
Ilustração do livro Viagem pitoresca através do Brasil<br />
A pintura Venda em Recife do pintor holandês Johann Moritz Rugendas, de<br />
1835, mostra o movimento de uma venda de rua em Pernambuco. Observe<br />
quantas pessoas diferentes estão ali e o que estão fazendo.<br />
HISTÓRIA<br />
Esta é a cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Atualmente, as ruas e avenidas são mais<br />
amplas para comportar um número maior de veículos e para que eles possam se<br />
deslocar com mais rapidez, foto de 2010.<br />
3<br />
2<br />
47
Delfi m Martins/Pulsar Imagens<br />
48<br />
Em muitas cidades, para abrir grandes avenidas, as antigas ruas foram alargadas.<br />
Para isso, muitas casas foram derrubadas. Veja, por exemplo, a Avenida Presidente<br />
Vargas em Belém, Pará, 2000.<br />
Franck Camhi Em muitas cidades, para abrir grandes avenidas, as antigas ruas foram alargadas.<br />
ATIVIDADE<br />
Responda ao professor.<br />
As ruas do centro da cidade de<br />
Parati foram construídas há mais<br />
de 190 anos. Elas são estreitas e<br />
não têm calçadas, antigamente<br />
circulavam por elas carros de<br />
boi, cavalos e mulas e carroças.<br />
Atualmente, essas ruas estão<br />
protegidas por correntes que<br />
impedem a passagem dos carros<br />
para preservar o calçamento da<br />
época colonial. Rio de Janeiro,<br />
2010.<br />
1 Compare as fotos anteriores. O que elas têm de semelhante?<br />
Professor: os alunos podem responder que são todas fotos de ruas.<br />
2 Cite três diferenças entre as imagens.<br />
5<br />
2. Professor: os alunos podem se referir a ruas modernas e antigas,<br />
largas e estreitas, com muitos pedestres, poucos ou nenhum.<br />
Elas também: podem se referir às casas, algumas antigas, outras<br />
modernas e apontar o fato de haver fotos e uma pintura. Trabalhe os<br />
conceitos de permanência e de mudança. Algumas ruas do passado<br />
permanecem como eram séculos atrás, estreitas e com o casario da<br />
época. Outras ruas são modernas, largas, com edifícios de vários<br />
andares.<br />
4
Acervo Iconographia<br />
3. Resposta pessoal. Professor: ajude os alunos a se expressarem de forma clara. Eles devem se referir a ruas que<br />
conhecem, identifi cando semelhanças com as fotos.<br />
3 No lugar em que você mora existem ruas parecidas com as que vê<br />
nas fotos? Conte ao professor e aos colegas.<br />
4 Como é a sua rua? Descreva. Resposta pessoal.<br />
5 Você sabe dizer o seu endereço completo?<br />
HISTÓRIA<br />
5. Professor: desenvolva esta questão com a<br />
disciplina de Língua Portuguesa, comentando que<br />
o endereço é usado nas correspondências e em<br />
certos documentos das pessoas. Explique como<br />
se sobrescreve um envelope e o que é o Código<br />
de Endereçamento Postal (CEP), um número que<br />
ajuda os serviços dos Correios a localizar as ruas e as residências. Dê exemplos, escrevendo na lousa alguns endereços dos alunos.<br />
Como você percebeu, no presente, em quase todas as cidades, há Explique<br />
a<br />
avenidas largas e movimentadas, mas também há ruas estreitas, com eles que é<br />
importante saber dizer onde moram,<br />
casas bem antigas.<br />
para algum caso de necessidade.<br />
As modernas avenidas começaram a ser abertas em muitas cidades<br />
quando a circulação de veículos aumentou. O automóvel, criado há mais de<br />
120 anos, é uma invenção que contribuiu para mudar a paisagem das cidades.<br />
Antes da invenção dos automóveis, as pessoas usavam veículos<br />
puxados por animais, como carruagens, bondes, carroças. A maioria<br />
das ruas existentes tinha largura sufi ciente para que todos passassem:<br />
animais, veículos e pessoas.<br />
Observe as fotos abaixo:<br />
Bonde puxado a burro. Salvador, Bahia,<br />
final do século XIX.<br />
Automóvel na Avenida Central,<br />
Rio de Janeiro,1905.<br />
Acervo Iconographia<br />
49
Acervo Iconographia<br />
Delfi m Martins/Pulsar Imagens<br />
50<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Com a orientação do professor, trabalhe no caderno. Você vai<br />
observar as duas fotos a seguir, que mostram uma importante avenida da<br />
cidade de São Paulo. Não se esqueça de ler as legendas!<br />
Escreva o título: “O passado e o presente da Avenida Paulista, em<br />
São Paulo”. Anote também o número do capítulo, da atividade, da página<br />
do livro e a data.<br />
Observe as fotos.<br />
Esta foto mostra a Avenida Paulista em 1901. Há mais de 100 anos, algumas famílias<br />
ricas da cidade de São Paulo queriam construir seus casarões na parte mais alta<br />
da cidade, de onde se podia ter uma bela vista. Para isso, uma rua longa, larga e<br />
pavimentada foi construída, terrenos grandes foram colocados à venda.<br />
Veja como está<br />
atualmente a mesma<br />
Avenida Paulista.<br />
Não é mais uma rua<br />
residencial apenas, ela<br />
é uma das avenidas<br />
mais importantes<br />
de São Paulo.<br />
Considerada o centro<br />
financeiro da cidade,<br />
possui muitos prédios<br />
de escritórios e muitas<br />
agências de bancos.
Juca Martins/Pulsar Imagens<br />
6. Professor: oriente os alunos a escreverem respostas completas e gramaticalmente corretas, como: “Na foto antiga aparece mais espaço para as pessoas<br />
HISTÓRIA<br />
viverem”. Ao comentar esta questão, ajude os alunos a perceberem, na foto de 1901, as distâncias entre as casas, com áreas grandes ao redor, bem<br />
arborizadas. Mostre que na foto atual, esses espaços desapareceram, ampliando-se a área para passagem de veículos. Chame a atenção também para os<br />
edifícios, perguntando como eles acham que vivem as pessoas nesses apartamentos, se de modo igual ou diferente das pessoas que viveram nos casarões<br />
de 1901. É uma refl exão importante para que se comece a entender<br />
Responda as questões no caderno. como os interesses econômicos causam transformações na paisagem<br />
urbana. Se achar conveniente, fale também da importância de<br />
6 Compare às duas fotos. Em qual das duas aparece mais espaço para<br />
as pessoas viverem: a foto do presente ou a foto do passado?<br />
preservar construções do passado, por sua beleza e signifi cado histórico. Faz parte da cidadania defender o patrimônio<br />
cultural e histórico de um povo, portanto, lutar pela preservação de monumentos e construções antigas é um dever de todos.<br />
7 Em sua opinião, que meios de transporte as pessoas usavam na<br />
Avenida Paulista, em 1901?<br />
7. Professor: espera-se que os alunos se refi ram a cavalos, carruagens, charretes. Antes que elaborem a resposta escrita, converse<br />
sobre meios de transporte, no passado e nos dias atuais. Pergunte a eles como chegam à escola: de ônibus, carro, metrô ou outro<br />
8 E hoje, quais são os meios de transporte que as pessoas podem usar<br />
na Avenida Paulista?<br />
8. Professor: os alunos podem escrever uma resposta<br />
como: “Hoje, na Avenida Paulista, as pessoas usam carros,<br />
ônibus, metrô, motocicletas como meios de transporte”.<br />
O bairro onde eu moro<br />
A rua em que você mora fi ca em um bairro.<br />
Nele você tem vizinhos e<br />
amigos, pode ainda encontrar<br />
escolas, farmácias, mercados,<br />
bancos, lojas e padarias.<br />
Mas, o que é um bairro?<br />
Observe esta ilustração, em<br />
que um desenhista representou um<br />
bairro como se estivesse olhando<br />
de cima.<br />
Nesta ilustração vemos ruas, quarteirões<br />
e as construções típicas de um bairro<br />
localizado em uma grande urbana.<br />
Cidade como essa tem muitas ruas,<br />
avenidas, casas, prédios, comércio etc.<br />
Quase todas as<br />
casas antigas foram<br />
demolidas para dar<br />
lugar a imensos<br />
prédios. Um<br />
desses casarões foi<br />
restaurado e hoje é<br />
um espaço cultural,<br />
a “Casa das Rosas”,<br />
um local para<br />
exposições de arte e<br />
saraus de poesia.<br />
7. continuação: veículo. Como imaginam que seus avós, bisavós e<br />
antepassados faziam para se locomover? Oriente-os, a seguir, a escrever<br />
frases completas e corretas, como por exemplo: “As pessoas que moravam<br />
na Avenida Paulista, em 1901, deviam usar cavalos, charretes e carruagens”.<br />
51
52<br />
ATIVIDADE<br />
9 Como se chama o seu bairro? Procure descobrir com algum adulto<br />
por que ele tem esse nome.<br />
10 Como é o seu bairro?<br />
Descreva o bairro em que você mora. Escreva no seu caderno: “O<br />
meu bairro”. E anote tudo do que você conhece sobre o seu bairro.<br />
11 Apresente o seu trabalho para seu professor e colegas de sala.<br />
Os bairros são diferentes<br />
Todas as cidades do mundo são divididas em bairros. Cada bairro<br />
tem uma história diferente. Eles podem ser parecidos, mas nunca são<br />
exatamente iguais uns aos outros.<br />
Às vezes, um bairro surge porque algumas famílias começam a morar<br />
em certo lugar e, para facilitar a vida delas, aparecem ali mesmo casas<br />
de comércio, escolas, serviços de transporte e outros. Às vezes, com a<br />
intenção de expandir uma cidade, criam-se bairros planejados, abrem-se<br />
ruas novas, constroem-se<br />
casas e as pessoas vão se<br />
1<br />
mudando aos poucos para<br />
esse novo local.<br />
Há diversos tipos de<br />
bairros. Veja nas fotos a seguir<br />
alguns exemplos.<br />
Neste bairro, a maioria das<br />
construções é para moradia. Elas<br />
podem ser casas ou prédios.<br />
Vista da Colina de Santo Antônio,<br />
Aracaju, Sergipe, 2007.<br />
Ze Zuppani/Pulsar Imagens
Delfi m Martins/Pulsar Imagens Delfi m Martins/Pulsar Imagens<br />
Neste bairro, a maioria das construções é para estabelecimentos comerciais:<br />
há muitas lojas e armazéns para a venda de mercadorias e serviços.<br />
Goiânia, Goiás, 2007.<br />
Vamos analisar essas fotos?<br />
HISTÓRIA<br />
Existem bairros com muitas fábricas e indústrias, como este, em São Paulo, 1995.<br />
2<br />
3<br />
53
Palê Zupani/Pulsar Imagens<br />
54<br />
ATIVIDADE<br />
Converse com o professor e os colegas:<br />
12 Quais são as semelhanças entre os bairros mostrados nas fotos?<br />
13 E quais são as diferenças entre os bairros?<br />
14 O bairro em que você mora se parece com algum mostrado nessas<br />
fotos? Por quê?<br />
15 Relacione as frases com as fotos dos bairros.<br />
a) É um bairro residencial.<br />
b) É um bairro industrial.<br />
c) É um bairro comercial.<br />
Todas as fotos mostram construções e ruas dos bairros.<br />
Professor: espera-se que os alunos percebam a predominância de residências, ou de estabelecimentos comerciais ou<br />
de fábricas.<br />
Foto 1 = c. bairro comercial<br />
Foto 2 = a. bairro residencial<br />
Foto 3 = b. bairro industrial<br />
Os bairros têm história<br />
Professor: é importante que os alunos saibam responder de modo claro se o bairro onde moram se<br />
parece com o mostrado na foto de Goiânia, porque tem muitas lojas e muitos mercados.”<br />
2<br />
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens<br />
Como você viu, há várias maneiras de um bairro surgir e começar a<br />
crescer. Vamos conversar sobre a história de alguns tipos de bairros que<br />
existem em cidades brasileiras.<br />
1<br />
3<br />
Juca Martins/Pulsar Imagens
Ilustrações: Renato Arlem<br />
HISTÓRIA<br />
Bairros industriais<br />
Bairro industrial é aquele onde se localiza um grande número de<br />
fábricas.<br />
As primeiras fábricas surgiram, no Brasil, entre as décadas de 1810 a<br />
1820. Eram estabelecimentos de pequeno porte e tiveram uma vida curta.<br />
O número de indústrias aumentou a partir de 1850, produziam tecidos.<br />
Depois disso surgiram fábricas de roupas simples, remédios populares,<br />
alimentos como macarrão, manteiga, queijo e bebidas.<br />
Professor: trabalhe a compreensão do texto em conjunto com<br />
Mas você sabe o que é uma fábrica? a disciplina de Língua Portuguesa. Depois da leitura, você<br />
pode pedir, por exemplo, que os alunos desenhem as etapas<br />
Com o professor, leia o texto a seguir e observe as ilustrações, para<br />
de fabricação de algum outro produto. Retome também alguns conteúdos<br />
entender o que é uma fábrica. vistos no 2<br />
Fábrica é o lugar onde os trabalhadores são reunidos para executar<br />
diferentes tarefas para produzir uma mercadoria, o produto a ser vendido.<br />
Antigamente, o trabalho nas fábricas era feito manualmente.<br />
Com o passar do tempo, máquinas foram introduzidas nas fábricas<br />
auxiliando o trabalho das pessoas e deixando a produção mais rápida.<br />
Pelo trabalho feito, cada trabalhador recebe um pagamento em<br />
dinheiro – o salário.<br />
Na fábrica, cada operário faz uma parte do produto, com ajuda de<br />
máquinas. Veja as ilustrações a seguir. Elas mostram a produção de sapatos.<br />
o ano, sobre o que é trabalho, o que é salário etc.<br />
O couro é cortado pela máquina.<br />
O couro é costurado.<br />
Os sapatos são<br />
encaixotados. Os sapatos são empilhados<br />
e armazenados.<br />
Os sapatos são montados<br />
na linha de montagem.<br />
Os sapatos são transportados<br />
para as lojas.<br />
55
Acervo Iconographia<br />
56<br />
A característica da fábrica é que, com a divisão do trabalho entre<br />
vários operários, são produzidos muito mais sapatos em menos tempo.<br />
Imagine se todas as etapas mostradas tivessem de ser feitas por uma<br />
única pessoa!<br />
Agora observe as fotos a seguir. Elas mostram aspectos de um bairro<br />
industrial do passado, há mais de cem anos.<br />
No início do século passado, os ricos fazendeiros, principalmente<br />
de São Paulo e do Rio de Janeiro, começaram a investir o dinheiro<br />
que ganharam com o café em indústrias. Os imigrantes ricos ou que<br />
enriqueceram aqui no Brasil também investiram em indústrias, que<br />
aumentaram em número e em importância.<br />
Observe as fotos abaixo e leia com atenção as suas legendas.<br />
Esta é outra foto<br />
da Vila Operária<br />
Maria Zélia,<br />
também de<br />
1918. Os bairros<br />
operários eram<br />
simples, com<br />
casas reunidas<br />
em grandes<br />
construções ou<br />
vilas com ruas<br />
de terra e sem<br />
iluminação.<br />
Alguns empresários<br />
construíram vilas<br />
operárias perto das<br />
fábricas. Assim, os<br />
trabalhadores não<br />
gastavam tempo<br />
nem dinheiro<br />
com transporte.<br />
Em compensação,<br />
pagavam aluguel.<br />
Esta foto de 1918<br />
mostra moradores da<br />
Vila Operária Maria<br />
Zélia, em São Paulo,<br />
reunidos em uma<br />
praça possivelmente<br />
em um dia de festa.<br />
Acervo Iconographia
ATIVIDADE<br />
Após ler o texto e observar as fotos, responda às questões.<br />
16 Diga o nome de duas cidades brasileiras em que apareceram os<br />
primeiros bairros industriais. Rio de Janeiro e São Paulo.<br />
HISTÓRIA<br />
Acervo Iconographia<br />
Quando os donos das fábricas não se preocupavam em construir casas para seus<br />
trabalhadores, estes moravam em locais perto do trabalho ou mais distantes, sempre<br />
enfrentavam muitas dificuldades. Como o salário era baixo, todos na família tinham<br />
de trabalhar, até as crianças, como se vê nesta foto de uma fábrica de bebidas de<br />
São Paulo, em 1910.<br />
17 Como eram ser esses bairros há mais de cem anos? O que havia neles?<br />
Professor: oriente os alunos a lerem as legendas e a observarem a confi guração geral dos locais. Eles podem concluir, por exemplo, que<br />
nesses bairros havia fábricas e moradias de operários, que eram moradias simples, as ruas eram de terra, não havia iluminação pública.<br />
18 As crianças que moravam nesses bairros tinham tempo de ir à escola<br />
e de brincar? Explique.<br />
Professor: é importante que os alunos retomem os conteúdos já estudados, sobre os<br />
direitos das crianças e o trabalho infantil. É preciso reforçar a compreensão de que as<br />
difíceis condições de vida dos operários levavam as crianças a trabalhar nas fábricas, e<br />
que, talvez por isso, elas não tivessem tempo de estudar nem de brincar.<br />
19 Em sua cidade existe alguma fábrica antiga ou algum prédio que<br />
abrigou no passado uma fábrica?<br />
Professor: caso não existam tais prédios, os alunos podem se lembrar de<br />
fotos ou de matérias vistas na televisão sobre o assunto. Explique que muitas<br />
vezes esses prédios são restaurados e adquirem outra função, tornando-se,<br />
por exemplo, centros culturais bibliotecas e museus. Ressalte a importância histórica de preservar obras do passado.<br />
20 Você conhece alguém que trabalha em uma fábrica? Se conhece,<br />
essa pessoa mora perto do seu trabalho ou em algum bairro distante?<br />
Professor, esta questão permite que as crianças comparem o presente com o passado e refl itam sobre as mudanças históricas.<br />
Provavelmente, elas irão se referir ao fato de as pessoas, hoje, morarem em locais distantes do trabalho e precisarem de condução. No<br />
passado, como observado nas fotos, os trabalhadores concentravam-se perto das fábricas.<br />
57
58<br />
PARA SABER MAIS<br />
Professor: dependendo da realidade da sua turma, você pode aprofundar este tópico, conversando sobre a origem de muitas cidades<br />
brasileiras, ligando-as à confi guração econômica do Brasil em várias épocas. No período colonial, por exemplo, a maioria dos povoamentos<br />
Bairros históricos<br />
Em muitas cidades há bairros muito antigos, que conservam<br />
características da época em que a cidade nasceu. São bairros históricos,<br />
porque suas construções e ruas servem como documentos para o estudo<br />
do passado.<br />
do litoral deu origem a vilas e a cidades importantes. No Nordeste, Salvador foi fundada já como capital colonial<br />
e o deixou de ser quando o eixo econômico se transferiu para o Centro-Oeste, com a descoberta do ouro e dos<br />
O bairro central de uma cidade costuma ser o mais antigo, pois, em<br />
geral, foi ali que as primeiras famílias começaram a morar. Nele podemos<br />
encontrar construções, ruas, praças e pequenos detalhes que mostram<br />
diamantes. O Rio de Janeiro ocupou então o lugar de sede de governo, pelas<br />
como era a cidade no passado. facilidades de escoamento do produto. Cidades do interior, do mesmo modo,<br />
Em muitas localidades há grande preocupação em conservar esses<br />
bairros históricos, porque eles mostram a todos os moradores da cidade<br />
muito da história do lugar.<br />
surgiram em consonância com atividades econômicas como a pecuária, o movimento<br />
bandeirante e outros. A partir dessa visão geral, fi ca mais fácil os alunos compreenderem<br />
o crescimento dos bairros e suas características específi cas, de acordo com a história de<br />
cada local.<br />
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens<br />
Casas no Recife, às margens do rio Capibaribe, em 2006. O bairro Recife,<br />
na cidade de mesmo nome, nasceu ao redor de um porto, construído para<br />
embarcar, para a Europa, o açúcar produzido nas fazendas. As casas foram<br />
construídas junto aos armazéns, espremidas e grudadas umas nas outras.
Dorival Moreira/Pulsar Imagens<br />
Nesta foto de 2007, vê-se<br />
uma parte do bairro do<br />
Pelourinho, localizado no<br />
centro histórico da cidade de<br />
Salvador, na Bahia. Salvador<br />
foi a nossa primeira capital,<br />
fundada quando o Brasil<br />
ainda pertencia a Portugal.<br />
Este local foi restaurado,<br />
recuperando algumas<br />
características da vida na<br />
cidade há mais de cem anos.<br />
Anderson Brito/Folha Imagem<br />
HISTÓRIA<br />
Construção antiga na<br />
cidade histórica de<br />
Pirenópolis, no estado<br />
de Goiás. A cidade<br />
foi fundada no século<br />
XVIII por mineradores<br />
que procuravam ouro<br />
na região. Muitas<br />
construções antigas<br />
da cidade foram<br />
preservadas e, graças<br />
a elas e aos objetos<br />
que existem em suas<br />
dependências, pode-se<br />
ter conhecimento de<br />
como as pessoas viviam<br />
em épocas passadas.<br />
59
60<br />
Bairros de nossa cidade<br />
Você agora vai fazer uma pesquisa para conhecer mais a história e as<br />
características de alguns bairros de sua cidade.<br />
O professor vai dividir a turma em grupos, e cada grupo vai procurar<br />
informações sobre um dos itens a seguir:<br />
a) O bairro central da cidade.<br />
b) Os bairros mais antigos da cidade.<br />
c) Os bairros industriais da cidade.<br />
d) Os bairros comerciais da cidade.<br />
e) Os bairros residenciais da cidade.<br />
Professor: nesta atividade de fi nalização, sistematização e<br />
síntese do conteúdo do capítulo, o mais importante é que<br />
os alunos consigam trabalhar com os novos conceitos. Se<br />
achar necessário, adapte as etapas à realidade da sua<br />
classe. Podem pesquisar apenas um tópico, por exemplo,<br />
dividindo as tarefas. No caso de saída da escola, certifi quese<br />
de que um adulto acompanhe e ajude os alunos.<br />
Coloque à disposição material que eles não consigam<br />
encontrar, como fotos e informações históricas. A pesquisa,<br />
como recurso didático, mostra-se uma experiência rica para<br />
o aprendizado, desde que o aluno compreenda, já a partir<br />
desta faixa etária, que precisa refl etir e tirar conclusões<br />
sobre os dados coletados. Quanto ao conteúdo, reforce<br />
os conceitos de permanência e mudança, de fontes<br />
históricas (os documentos, fotos, a memória das pessoas, a<br />
arquitetura a ser observada, os monumentos) bem como a<br />
compreensão de que todo bairro tem uma história.<br />
Ulhôa Cintra
O que você vai descobrir<br />
• O nome do bairro.<br />
• Por que tem este nome.<br />
• Como era esse bairro no passado.<br />
• Se esse bairro tem ruas bemcuidadas,<br />
iluminação, praças<br />
e lugares para os moradores<br />
passearem.<br />
• Se esse bairro tem problemas que<br />
dificultam a vida dos moradores<br />
(por exemplo: muito trânsito,<br />
falta de transporte coletivo, ruas e<br />
calçadas esburacadas...).<br />
Como você vai descobrir<br />
• Fazendo entrevistas com alguns moradores do bairro.<br />
• Procurando informações em livros, na internet e em locais que<br />
o professor indicar.<br />
• Observando fotografias antigas e recentes que possam existir<br />
dos bairros.<br />
• Fazendo um passeio, em companhia de adultos, por ruas de<br />
alguns bairros, para observar as casas, as ruas, as praças e os<br />
monumentos<br />
Como apresentar o trabalho<br />
Você vai conversar com o professor e decidir com ele como<br />
apresentar o resultado da pesquisa. Pode fazer um cartaz sobre o<br />
bairro, ou em grupo pode contar para a sala o que descobriu, ou<br />
ainda, escrever em folhas avulsas sobre o bairro pesquisado. Use a<br />
imaginação! Pode utilizar fotografias, desenhos, fazer uma planta de<br />
alguns quarteirões do bairro...<br />
Observe o trabalho dos colegas e compare-o com o seu, para<br />
perceber as semelhanças e as diferenças.<br />
HISTÓRIA<br />
Ulhôa Cintra<br />
61
62<br />
CAPÍTULO<br />
5<br />
Palê Zuppani/Pulsar Imagens<br />
O Campo<br />
Ao conversarmos sobre ruas e bairros, no capítulo anterior, falamos<br />
mais de cidades, não é mesmo? Vimos que muitas famílias moram nas<br />
cidades.<br />
Mas uma grande parte da população mundial – praticamente a metade –<br />
ainda vive no campo.<br />
Neste capítulo, vamos estudar a<br />
história das atividades que os seres<br />
humanos desenvolveram no campo,<br />
para a produção de alimentos. Para<br />
começar, observe estas fotos.<br />
Feira livre na cidade de Canavieiras,<br />
Bahia, 2007.<br />
Professor: sugerimos que o grupo analise<br />
as fotos e que a pergunta: “De onde vêm os<br />
alimentos que consumimos?” seja o ponto de partida para o levantamento de conhecimentos prévios sobre a vida no campo, como<br />
também sobre os alimentos que estão nas fotos. Pode-se trabalhar hábitos alimentares a partir deste levantamento.<br />
1 De onde vêm os alimentos que consumimos?<br />
2<br />
Carnes e ovos.<br />
Mesa com café da manhã, Rio de<br />
Janeiro, 2009.<br />
3<br />
1<br />
Alistair Forrester Shankie/Getty Images<br />
Ismar Ingber/Pulsar Imagens
José Luiz Juhas<br />
HISTÓRIA<br />
A vida dos primeiros agricultores e criadores de animais<br />
No passado, os seres humanos desenvolveram a agricultura e a<br />
domesticação dos animais; a vida em grupo mudou muito.<br />
Começou a haver mais comida e, com isso, as pessoas passaram a<br />
viver por mais tempo.<br />
Os grupos humanos fi caram cada vez mais numerosos.<br />
Para se abrigar e guardar os produtos agrícolas, essas pessoas<br />
construíram habitações, umas perto das outras, e com isso nasceram as<br />
primeiras aldeias. Isso aconteceu, em geral, às margens de um rio, onde a<br />
terra era boa para a plantação e havia bastante água para as pessoas e os<br />
animais.<br />
As aldeias abrigavam várias famílias. As plantações e a criação de<br />
animais forneciam alimento para todos. Com as peles dos animais podiam<br />
fazer roupas e calçados. Com o barro e a madeira, faziam as casas para<br />
morar.<br />
Veja como o ilustrador imaginou uma aldeia de muitos anos atrás.<br />
Esta ilustração mostra<br />
grupos humanos<br />
que iniciaram o<br />
desenvolvimento<br />
da agricultura e da<br />
domesticação dos<br />
animais.<br />
63
64<br />
ATIVIDADE<br />
Converse com o professor e os colegas.<br />
2 Observe as pessoas nessa ilustração. Você consegue dizer tudo que<br />
elas estão fazendo?<br />
Apresente sua resposta para seus colegas.<br />
PARA SABER MAIS<br />
Da enxada ao arado<br />
Professor: sugerimos que os alunos façam a<br />
atividade apoiados na ilustração e no texto.<br />
Você já plantou alguma coisa ou viu alguém plantando? É preciso<br />
primeiro limpar o terreno, depois abrir um buraco, colocar a semente ou<br />
a mudinha da planta, e cobrir tudo com terra de novo.<br />
E para cuidar da planta? É preciso sempre tirar as ervas daninhas que<br />
atrapalham o crescimento da planta, regar, tirar as folhas secas e cuidar<br />
para que pragas e doenças não ataquem a planta.<br />
Para fazer esses tipos de serviços, hoje existem muitas<br />
ferramentas e máquinas.<br />
Desde o princípio da agricultura até os dias atuais, o<br />
ser humano utiliza várias ferramentas que tornam fácil o<br />
trabalho no campo.<br />
No passado, quando as primeiras famílias começaram<br />
a cultivar a terra, foi preciso inventar os instrumentos que<br />
facilitassem o trabalho.<br />
Os primeiros instrumentos agrícolas eram bem simples,<br />
feitos de pedra, pedaços de madeira, chifre ou osso. Como<br />
os que podemos ver nestas fotos.<br />
Eram instrumentos de corte como o facão, a foice de cabo<br />
curto e lâmina curva, a enxada e pedras de moer grãos.<br />
Getty Images
Third Coast/Opção Brasil Imagens<br />
Observe foto ao lado:<br />
Com a utilização dos metais<br />
foi possível um grande avanço<br />
na agricultura; os instrumentos<br />
ficaram mais fortes, pois os de<br />
madeira e pedra quebravam<br />
facilmente.<br />
Outra grande mudança<br />
ocorreu quando inventaram um<br />
instrumento, utilizado até hoje em<br />
muitas regiões do mundo, o arado.<br />
Como você pode perceber, as pessoas foram aperfeiçoando e<br />
HISTÓRIA<br />
inventando instrumentos cada vez melhores. Muitos anos depois, com a<br />
invenção das máquinas movidas a combustível, como gasolina e diesel,<br />
houve outra enorme mudança no modo de plantar e colher. O antigo<br />
arado puxado por animais, por exemplo, pôde ser substituído por tratores.<br />
Hoje, na agricultura, utilizam-se muitas máquinas.<br />
O trabalho de um único<br />
homem se torna muito mais<br />
produtivo com a utilização<br />
dessas máquinas.<br />
Imagine como o trabalho<br />
agrícola ficou mais rápido!<br />
O trator pode ser utilizado<br />
para preparar a terra e<br />
plantar as sementes.<br />
Arado puxado por força animal. Santa<br />
Maria, Rio Grande do Sul, 2007.<br />
Wagner Santos/Kino<br />
Professor: sugerimos que a leitura do texto e das<br />
imagens contribuam para que o grupo perceba<br />
o quanto os instrumentos facilitam o trabalho no<br />
campo. E quanto mais instrumentos sofi sticados<br />
maior é a produção e menor é o risco das<br />
pessoas fi carem sem alimentos.<br />
Gerson Gerloff / Pulsar Imagens<br />
A colheitadeira corta a planta<br />
do cereal, separa os grãos<br />
da palha e joga os grãos<br />
em outro veículo, que o<br />
transporta para um depósito.<br />
65
Francisco Putin<br />
66<br />
A vida no campo no Brasil, hoje<br />
Casa próxima a plantação de uvas,<br />
na zona rural de Antonio Prado,<br />
Rio Grande do Sul, 2008.<br />
Maurício Simonetti/Pulsar Imagens<br />
Criação de gado<br />
no Paraná, 2010.<br />
No início deste capítulo, você observou três fotos. Uma com alimentos<br />
que consumimos no café da manhã, pão, leite, café e frutas. As outras<br />
duas, com alimentos que consumimos no almoço ou no jantar, como<br />
carnes, ovos, verduras, legumes e frutas.<br />
Mas você também consome outros alimentos, como arroz, feijão e<br />
milho.<br />
Todos esses produtos vêm do campo ou das zonas rurais, que também<br />
são conhecidas como “cidades rurais”.<br />
As cidades rurais são aquelas que têm quase toda sua área no campo,<br />
com fazendas, chácaras e sítios.<br />
Nas cidades rurais existem poucas ruas e um espaço pequeno<br />
utilizado para o comércio.
a b c ATIVIDADE<br />
Reúna-se com mais dois colegas e responda:<br />
HISTÓRIA<br />
3 Em qual tipo de cidade vocês vivem? Nas cidades com muitas ruas,<br />
praças, avenidas e bairros? Ou nas cidades rurais? Em sítios, chácaras<br />
ou fazendas? Resposta pessoal.<br />
4 Faça um desenho do tipo de cidade em que você vive e apresente<br />
seu trabalho para o professor e seus colegas de sala.<br />
Os trabalhadores brasileiros do campo<br />
Muitos são os trabalhadores rurais que vivem no campo e que<br />
contribuem para o crescimento do Brasil.<br />
Eles trabalham na agricultura plantando produtos como arroz, feijão,<br />
milho, legumes, verduras e árvores frutíferas, entre outros.<br />
Trabalham também na pecuária, que é a criação de animais.<br />
Existem outros trabalhadores do campo que retiram das fl orestas<br />
frutos como a castanha-do-pará, o babaçu e várias plantas que são<br />
utilizadas para fazer remédios, perfumes e chás. Esse tipo de trabalho<br />
recebe o nome de extrativismo vegetal.<br />
Os alimentos que vêm da agricultura, as carnes dos animais e os<br />
produtos extraídos da natureza, das fl orestas, são consumidos por todos<br />
os brasileiros.<br />
Produtos como o café, a soja e a laranja são vendidos e consumidos<br />
também por pessoas de outros países.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Converse com um adulto de sua casa e pergunte:<br />
5 Quais são os alimentos que vêm do campo que as pessoas da sua<br />
casa consomem?<br />
6 Desses alimentos, quais são consumidos no café da manhã e quais<br />
são consumidos no almoço e no jantar?<br />
Apresente suas respostas para o professor e seus colegas de sala.<br />
67
68<br />
Juca Martins/Olhar Imagem<br />
PARA SABER MAIS<br />
Crianças no campo<br />
Crianças<br />
trabalhando na<br />
colheita de linho,<br />
Rio Grande do<br />
Norte, 1981.<br />
Você sabia que existem quase dois milhões e quinhentas mil crianças<br />
menores de 14 anos vivendo no campo?<br />
Essa é uma informação do<br />
governo brasileiro do ano de 2008.<br />
Muitas dessas crianças trabalham<br />
em atividades da agricultura<br />
e pecuária como adultos. Elas<br />
trabalham para ajudar suas famílias.<br />
As crianças enfrentam grandes<br />
problemas nesse trabalho. Ficam<br />
muito tempo no sol, usam<br />
instrumentos perigosos como facões,<br />
foices e também ficam muito perto<br />
ou trabalham com produtos como<br />
venenos que são usados para<br />
combater as pragas e doenças das plantações.<br />
Professor: sugerimos que o texto seja lido com<br />
o grupo e que ocorra uma conversa sobre a<br />
vida das crianças que trabalham no campo e os<br />
direitos das crianças.<br />
Crianças cortando sisal em lavoura<br />
de Retirolândia, Bahia, 2007.<br />
Mas um dos maiores problemas é que essas crianças não vão para a<br />
escola. Algumas porque trabalham o dia inteiro. Outras porque moram<br />
muito longe das escolas.<br />
Para essas crianças, os direitos de ir à escola e brincar não são<br />
respeitados.<br />
Juca Varella/Folha Imagem
HISTÓRIA<br />
Como é a vida no campo no lugar onde você mora<br />
Com a orientação do professor, você agora vai descobrir se existe e<br />
como é a vida no campo na região em que você mora ou próxima dela.<br />
Para isso, deverá seguir estas etapas.<br />
1 a etapa: Pesquisa.<br />
Procure em jornais, revistas,<br />
na internet ou no material que<br />
o professor entregar a vocês, as<br />
seguintes informações:<br />
a) Em sua região, há grandes<br />
fazendas ou pequenas chácaras<br />
e sítios?<br />
b) Quais são os principais produtos<br />
agrícolas de sua região?<br />
c) Quais são os instrumentos de<br />
trabalho mais usados em sua região? São usadas máquinas?<br />
d) Existem crianças que trabalham no campo na sua região?<br />
Ulhôa Cintra<br />
2 a etapa: Escrevendo as conclusões.<br />
Com as informações que você conseguiu, escreva um pequeno texto.<br />
3 a etapa: Apresentação da pesquisa.<br />
Com a orientação do professor, você vai apresentar o seu texto em<br />
sala de aula. Será que todos conseguiram as mesmas informações? Quais<br />
foram as conclusões? Converse sobre o que descobriu a respeito da vida<br />
no campo e do lugar onde você mora.<br />
Professor: é importante esclarecer que mesmo uma cidade metropolitana como São Paulo possui áreas totalmente rurais. Sugerimos que<br />
para esta atividade prepare algum material com antecedência e reserve mais de uma aula, se necessário, para o levantamento de dados; se<br />
não tiver livros ou outras fontes para os alunos pesquisarem, você pode redigir um pequeno texto com o conteúdo e trabalhá-Io coletivamente.<br />
Depois, peça que os alunos respondam às questões propostas. O importante é que consigam conhecer a realidade em que moram e refl etir<br />
sobre ela, identifi cando problemas e/ou propondo soluções para meIhorar a vida de quem trabalha no campo, especialmente das crianças.<br />
Amplie a pesquisa para saber se existem escolas próximas dessa região rural e transporte.<br />
69
PhotosCom<br />
70<br />
Vamos ampliar<br />
nossos conhecimentos<br />
sobre cidades estudando<br />
a história de três cidades<br />
brasileiras.<br />
Observe as fotos.<br />
UNIDADE<br />
3<br />
Três cidades brasileiras<br />
Salvador é a atual capital do<br />
estado da Bahia. Nesta foto<br />
de 2005, vemos uma de suas<br />
construções mais famosas, o<br />
Elevador Lacerda, que une a<br />
chamada Cidade Baixa à Cidade<br />
Alta. Cerca de 28 mil pessoas<br />
usam o elevador, por dia!<br />
Professor: sugerimos que o grupo analise as fotos das cidades: Salvador, Rio de Janeiro<br />
e Brasília. Por meio da análise sugerimos que se faça o levantamento de conhecimentos<br />
prévios sobre o que o grupo sabe a respeito de cada uma delas.<br />
Ricardo Azoury/Keydisc<br />
O Rio de Janeiro,<br />
capital do estado<br />
de mesmo nome,<br />
é considerado uma<br />
das cidades mais<br />
bonitas do mundo,<br />
por estar localizada<br />
entre montanhas<br />
e praias da baía<br />
da Guanabara. O<br />
Corcovado e o Pão de<br />
Açúcar, são os pontos<br />
que mais atraem os<br />
turistas de todos os<br />
países, 2009.
Eduardo Knapp/Folha Imagem<br />
Brasília, atual capital do Brasil, Distrito Federal, 2002.<br />
ATIVIDADE<br />
Converse com o professor e os colegas:<br />
a) O que há em comum entre essas cidades?<br />
b) O que mais chamou sua atenção em cada foto? Resposta pessoal.<br />
HISTÓRIA<br />
Professor: pelas legendas, os alunos podem<br />
responder que as três são capitais.<br />
c) Você já visitou alguma dessas cidades? Já viu alguma notícia ou leu<br />
sobre elas? Conte ao professor e aos colegas. Resposta pessoal.<br />
O Brasil é composto por centenas de cidades.<br />
Nessa unidade vamos estudar as cidades de Salvador, Rio de Janeiro e<br />
Brasília. Salvador e Rio de Janeiro, que no passado, foram capitais do Brasil<br />
e que Brasília é a atual capital do Brasil.<br />
71
72<br />
CAPÍTULO<br />
6<br />
Salvador,<br />
a primeira capital<br />
A cidade de Salvador foi fundada pelo português Tomé de Sousa no<br />
ano de 1549.<br />
O primeiro nome da cidade foi São Salvador da Bahia.<br />
Tomé de Sousa foi escolhido pelo rei de Portugal para ser o primeiro<br />
governante do Brasil.<br />
Quando chegou ao Brasil, Tomé de Souza trouxe com ele mil pessoas,<br />
entre as quais pedreiros, marceneiros, pintores, ferreiros e um arquiteto.<br />
Vieram também padres, barbeiros, açougueiros, alfaiates e muitos outros<br />
trabalhadores.<br />
Professor: o conceito de colonização não será tratado neste momento. Nosso objetivo é o de trabalhar a ideia da<br />
fundação da cidade. Todo o processo de colonização do Brasil será abordado em nossa coleção no livro do 4 o ano.<br />
Todos eles vieram de Portugal para viver em Salvador.<br />
Os navios que acompanharam o navio de Tomé de Sousa trouxeram<br />
também materiais como tijolos, telhas, cal, azulejos, entre outros, que<br />
foram usados para construir as casas, as igrejas, as lojas, os açougues etc.<br />
Alguns bois e vacas foram trazidos na viagem de Tomé de Sousa, bem<br />
como mudas de cana-de-açúcar, que seriam plantadas em Salvador.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Professor: sugerimos que todos os grupos apresentem suas<br />
respostas e que no quadro sejam registradas todas as respostas<br />
sobre as profi ssões que cada um conhece. Sugerimos<br />
também que cada grupo fale sobre a natureza de cada<br />
profi ssão escolhida. Por último, que as respostas dadas<br />
para a ultima questão destaque a fundação de Salvador.<br />
1 No texto sobre a fundação da cidade de Salvador encontramos os<br />
nomes de vários tipos de trabalhadores.<br />
Com mais dois colegas, responda:<br />
a) Quais são os nomes dos trabalhadores que aparecem no texto?<br />
Pedreiros, marceneiros, pintores, ferreiros, arquiteto, padres, barbeiros, açougueiros e alfaiates.<br />
b) Escolha três trabalhadores que têm profissões que o grupo<br />
conhece e diga o que eles fazem. Resposta pessoal.<br />
c) Converse com seus colegas sobre a importância desses<br />
trabalhadores para a construção da cidade de Salvador. Escreva<br />
suas conclusões. Resposta pessoal.<br />
Apresente as respostas para o professor e para seus colegas de sala.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro<br />
A capital cresceu<br />
Observe a imagem abaixo e leia a legenda.<br />
HISTÓRIA<br />
Nesta planta da cidade de Salvador, do início do século XVIII, (1701-1800) pode-se<br />
observar o traçado reto das ruas. Quem planejou a cidade foi um arquiteto português<br />
enviado pelo rei de Portugal, chamado Luís Dias. Salvador, nessa época, era cercada<br />
por um grande muro, para proteger os moradores.<br />
Com o passar do tempo, a cidade de Salvador foi crescendo e, no ano<br />
de 1700, já era a cidade mais importante do Brasil.<br />
O crescimento de Salvador aconteceu, principalmente, porque do<br />
seu porto saíam e chegavam navios com pessoas e produtos que eram<br />
vendidos e comprados na cidade.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
2 Observe a imagem da planta da cidade de Salvador.<br />
Leia a legenda e responda:<br />
a) Qual o nome do arquiteto que planejou a cidade? Luís Dias.<br />
b) Por que a cidade era cercada por um grande muro?<br />
A cidade foi cercada por um grande muro para sua proteção e a dos moradores.<br />
73
74<br />
Salvador é uma cidade de grande influência<br />
africana<br />
Apesar de ter sido fundada por portugueses, na atualidade, Salvador é<br />
considerada uma das cidades mais africanas do Brasil. O que isso quer dizer?<br />
Como Salvador foi, durante muito tempo, a principal cidade da colônia,<br />
seu porto recebia centenas de navios negreiros todos os anos. Milhares de<br />
escravos permaneciam na cidade ou eram levados às fazendas.<br />
Em função disso, a maioria da população era africana ou descendente<br />
de africanos. Havia um pequeno número de europeus, que eram donos de<br />
terras, padres, advogados etc.<br />
Essa população de origem africana marcou profundamente a vida da<br />
cidade. Os africanos trouxeram costumes, religiões, comidas, músicas,<br />
danças, que hoje fazem<br />
parte da cultura da<br />
1<br />
cidade e de toda a Bahia.<br />
Observe alguns<br />
exemplos.<br />
Ricardo Azoury/Pulsar Imagens<br />
2<br />
O carnaval de Salvador<br />
é uma festa cheia de<br />
alegria e cores, 2008.<br />
O traje das “baianas”, figuras<br />
típicas da cidade, é uma<br />
herança de povos africanos,<br />
que assim se vestiam em<br />
suas regiões de origem.<br />
Nesta foto de 2007, vê-se<br />
a festa de Nosso Senhor do<br />
Bonfim, uma tradição em<br />
Salvador. As baianas lavam<br />
as escadarias da igreja com<br />
água perfumada.<br />
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens
Sérgio Pedreira/Folhapress<br />
Os povos africanos trouxeram<br />
para o Brasil a crença nos orixás,<br />
deuses protetores de vários<br />
elementos da natureza. Essa<br />
religião, chamada candomblé, foi<br />
muito perseguida no passado, mas<br />
os seus seguidores conquistaram o<br />
direito de praticá-la em liberdade.<br />
Nesta foto de 2009, vê-se um<br />
ritual de Xangô<br />
4<br />
3<br />
HISTÓRIA<br />
A capoeira é uma das<br />
heranças africanas que fazem<br />
parte da vida de Salvador e de<br />
todo o Brasil. Inicialmente, era<br />
uma forma de luta dos negros<br />
escravos, que não podiam<br />
usar armas e aprenderam a<br />
usar os pés e as mãos para se<br />
defender. Mais tarde, tornouse<br />
uma espécie de dança.<br />
Hoje, há escolas de capoeira<br />
na maioria das cidades<br />
brasileiras. Nesta foto de 2008,<br />
capoeiristas se apresentam em<br />
Salvador, Bahia.<br />
Cynthia Brito/Pulsar Imagens<br />
75
76<br />
Professor: analise com a classe as fotos, antes que os alunos respondam às questões. Chame a atenção para o fato de que<br />
todas mostram manifestações culturais que hoje marcam a cidade de Salvador, mas que também fazem parte da vida dos<br />
brasileiros em quase todas as regiões do país. Ao abordar as manifestações religiosas, explique que as religiões dos escravos eram reprimidas<br />
e, por isso, muitas vezes eles mudavam o nome de seus orixás para<br />
a b c ATIVIDADE<br />
Com a orientação do professor, você vai trabalhar no caderno. Escreva<br />
o título: “Presença africana em Salvador”. Anote também o número do<br />
capítulo, da atividade, da página do livro e a data. Responda às questões.<br />
3 O que há de comum em todas as fotos?<br />
o de santos católicos. Daí surgiu o sincretismo, a mistura ou união entre<br />
as doutrinas religiosas, hoje característica, por exemplo, da umbanda (que<br />
também tem infl uência do kardecismo europeu). É um assunto delicado, por isso relembre os alunos<br />
do direito fundamental do ser humano de se manifestar livremente e de seguir a crença que escolher.<br />
Professor: trabalhe em conjunto com a disciplina de<br />
Língua Portuguesa, orientando respostas completas e<br />
gramaticalmente corretas, como por exemplo: “O que há de comum nessas fotos é o fato de todas elas mostrarem infl uências africanas<br />
na cultura brasileira. Além disso, todas elas foram tiradas em Salvador, no estado da Bahia”.<br />
4 Em quais dessas fotos você percebeu uma influência africana na<br />
religião?<br />
Professor: os alunos podem responder, por exemplo: “Percebi a infl uência<br />
africana na religião nas fotos 2 e 3.<br />
5 Em sua opinião, por que os povos africanos praticavam no Brasil a<br />
capoeira?<br />
Professor: pela legenda, os alunos podem concluir que “os povos africanos praticavam a<br />
capoeira no Brasil para lutar e se defender, usando os braços e as pernas”.<br />
PARA SABER MAIS<br />
Resistência dos africanos à escravidão<br />
Os povos africanos trazidos para Salvador, como para todo o Brasil,<br />
sempre lutaram contra a escravidão a que estavam submetidos. Eles<br />
resistiam como podiam. Muitos fugiam de seus donos, escondiam-se nas<br />
matas e fundavam povoados, nos quais tentavam viver em liberdade.<br />
Esses povoados eram chamados de quilombos, e até hoje existem muitas<br />
comunidades com descendentes quilombolas.<br />
Rubens Chaves / Pulsar Imagens<br />
A população da Comunidade Quilombola Santa Rosa dos Pretos ou do Barão,<br />
Itapecurumim, no Maranhão, descende de escravos africanos que resistiram à<br />
escravidão e fugiram de fazendas para fundar quilombos. Esta foto é de 2007.
Muitos escravos da Bahia e da cidade de Salvador fugiram e se<br />
refugiaram num grande quilombo que existiu no Nordeste, chamado<br />
Quilombo de Palmares.<br />
HISTÓRIA<br />
Professor: a análise da imagem e a redação de um pequeno texto sintetizam o conteúdo do capítulo e reforçam conteúdos importantes,<br />
como a presença da cultura africana no Brasil atual, um país cuja população é composta por mais de 51% de afrodescendentes,<br />
segundo o Censo de 2010. Pelo<br />
estudo da história de Salvador, os alunos<br />
tiveram também a oportunidade de refl etir<br />
sobre aspectos mais amplos da sociedade<br />
colonial brasileira, como a organização econômica, a implantação<br />
Heranças africanas do trabalho escravo e a política colonial imposta por Portugal.<br />
Esses conteúdos serão aprofundados no 4 o ano.<br />
Você vai analisar a pintura a seguir, para, a partir dela, fazer uma lista<br />
de influências africanas na vida não só dos moradores atuais de Salvador,<br />
como na de todos os brasileiros.<br />
Museu Nacional da Dinamarca<br />
Esta pintura, chamada Jogar capoeira ou Dança da guerra, foi feita por Johann<br />
Moritz Rugendas, em 1834, para ilustrar o livro Viagem pitoresca ao Brasil, onde ele<br />
mostrou muitos aspectos do país naquela época.<br />
77
78<br />
1 a etapa: Analisar o quadro.<br />
Para começar a sua análise, responda às questões.<br />
1 O que você vê nesse quadro? Descreva-o. Comece a frase assim:<br />
“Neste quadro eu vejo...”.<br />
2 O que há nesse quadro que você poderia ver hoje nas ruas de<br />
Salvador?<br />
3 Como é a roupa das mulheres? Existem no Brasil de hoje mulheres<br />
que se vestem desse modo?<br />
4 Por que o título do quadro também poderia ser “Dança da<br />
guerra”? Porque no início a capoeira era uma forma de luta dos escravos africanos.<br />
5 No quadro, há uma mulher ao lado de algo sendo preparado no<br />
fogo. Você sabe o nome do utensílio usado para cozinhar?<br />
2 a etapa: Escrevendo a conclusão.<br />
Com base no que você respondeu, escreva um pequeno texto com o<br />
que concluiu sobre influências africanas no modo de viver atual. Como<br />
sugestão, você pode começar assim: “Pelo que observei nesse quadro, os<br />
povos africanos deixaram muitas influências na vida dos brasileiros, como<br />
escreva cada influência que você percebeu no quadro”. Se quiser, ilustre<br />
o seu texto com desenhos.<br />
3 a etapa: Apresentação.<br />
Decida com o<br />
professor e com os<br />
colegas como você vai<br />
apresentar o seu trabalho.<br />
1. Professor: oriente os alunos na elaboração das frases. No quadro vê-<br />
-se um grupo de africanos reunidos em um terreno, ao lado de uma casa.<br />
As pessoas usam roupas coloridas. São africanos ou descendentes de<br />
africanos. Um dos homens está tocando um instrumento, uma mulher está<br />
cozinhando, outra mulher com uma<br />
cesta de frutas na cabeça assiste a dois homens lutando capoeira.<br />
A mulher sentada ao lado do tacho; a mulher com cesta de frutas na cabeça;<br />
homem tocando instrumento musical e o jogo de capoeira.<br />
Elas usam saias longas e coloridas e turbantes. Sim, as baianas,<br />
que usam roupas típicas, se vestem de modo semelhante.<br />
É um tacho de cobre.<br />
Professor: oriente os alunos na redação do pequeno texto sobre as infl uências<br />
africanas. Eles podem indicar, entre elas, a prática da capoeira; a venda de<br />
comidas típicas nas ruas da cidade de Salvador; o uso de roupas longas e coloridas<br />
pelas mulheres que cultivam tradições africanas e a prática de religiões<br />
de infl uência africana. Camila Scavazza
CAPÍTULO<br />
7<br />
Mauricio Jordan Souza Coelho<br />
Rio de Janeiro:<br />
passado e presente<br />
A segunda capital do Brasil foi o Rio de Janeiro.<br />
Essa cidade é hoje a capital do estado do Rio de Janeiro e está situada<br />
na baía de Guanabara, entre as montanhas e o mar. É a segunda maior<br />
metrópole do Brasil.<br />
Professor: sugerimos que por meio da observação da<br />
foto da cidade do Rio de Janeiro as crianças falem o que<br />
sabem a respeito dela.<br />
Observe esta foto.<br />
Cidade do Rio de Janeiro, 2009.<br />
ATIVIDADE<br />
Com mais dois colegas, responda:<br />
1 Quais são as informações que vocês têm sobre a cidade do Rio de<br />
Janeiro? Pessoal.<br />
79
80<br />
2 De onde vêm essas informações? Pessoal<br />
3 Vocês concordam com a frase: “O Rio de Janeiro é uma das cidades<br />
mais bonitas do mundo? Justifique a resposta. Pessoal.<br />
Apresente as respostas para o professor e para seus colegas de<br />
classe.<br />
Cidade maravilhosa<br />
Você sabia que o Rio de Janeiro é chamado de “cidade maravilhosa”<br />
há mais de 70 anos? Leia a letra de uma música que tem esse título. Você<br />
já deve tê-la ouvido, pois é uma marchinha muito conhecida no Brasil<br />
inteiro e uma das mais tocadas nos carnavais. Em 1960, essa música<br />
passou a ser o hino da cidade do Rio de Janeiro.<br />
Cidade maravilhosa,<br />
Cheia de encantos mil!<br />
Cidade maravilhosa,<br />
Coração do meu Brasil!<br />
Berço do samba e das lindas canções,<br />
Que vivem n’alma da gente.<br />
És o altar dos nossos corações,<br />
Que cantam alegremente.<br />
Cidade maravilhosa<br />
ATIVIDADE<br />
Responda ao professor.<br />
Professor, a marchinha “Cidade maravilhosa” foi composta para o carnaval de<br />
1935, pelo carioca Antônio André de Sá Filho, conhecido como André Filho<br />
(1906 -1974). Ele foi ator, violinista, bandolinista, banjoísta, violonista, pianista,<br />
compositor e cantor. O termo “Cidade maravilhosa” foi criado pelo escritor<br />
maranhense Coelho Neto (1864-1934). A marchinha se tornou hino da cidade<br />
pelas leis 5, de 25 de agosto de 1960; e 488, de 27 de outubro de 1964.<br />
Cidade maravilhosa,<br />
Cheia de encantos mil!<br />
Cidade maravilhosa,<br />
Coração do meu Brasil!<br />
Jardim fl orido de amor e saudade,<br />
Terra que a todos seduz<br />
Que Deus te cubra de felicidade,<br />
Ninho de sonho e de luz.<br />
André Filho<br />
Professor, trabalhe inicialmente a interpretação do texto,<br />
certifi cando-se de que os alunos entendam todos os versos.<br />
4 Por que o autor dessa música chama o Rio de Janeiro de “cidade<br />
maravilhosa”?<br />
Professor, os alunos devem se referir às belezas naturais da cidade, que já<br />
observaram tanto na foto da abertura da unidade quanto na de abertura do capítulo.<br />
Como nasceu a cidade do Rio de Janeiro<br />
A região onde hoje está situado o Rio de Janeiro foi descoberta em<br />
1503, portanto, há mais de 500 anos. Uma expedição portuguesa, chefi ada
HISTÓRIA<br />
por Gaspar de Lemos, passou pelo local, quando fazia o reconhecimento<br />
do litoral do Brasil para contar ao rei de Portugal se aqui havia riquezas que<br />
pudessem ser exploradas.<br />
Como estavam no mês de janeiro, Gaspar de Lemos batizou as águas<br />
da baía de “Rio” de Janeiro. Ele verifi cou que ali vivia um povo indígena, os<br />
Tupinambá. Esse povo chamava a baía de “guanabara”, isto é, “baía-mar”,<br />
em tupi.<br />
Professor, no tupi-guarani, “goanã-bará”, formada da seguinte maneira: “gwa” (baía,<br />
enseada) + “nã” (semelhante) + “ba’ra” (mar),<br />
Em 1555, uma expedição chegou da Europa, com a intenção de iniciar<br />
uma colônia. Essa expedição vinha da França, comandada por Nicolau<br />
Durand de Villegaignon.<br />
Os franceses fi zeram contato com os Tupinambá e começaram uma<br />
espécie de comércio com esse povo. Eles trocavam objetos trazidos da<br />
Europa, de pouco valor, como espelhos, pentes, machados, por troncos de<br />
uma árvore muito procurada pelos artesãos europeus: o pau-brasil, do qual<br />
se extraía tinta vermelha para tingir tecidos.<br />
Os portugueses não queriam que uma colônia francesa se<br />
desenvolvesse em terras que consideravam deles, mesmo não tendo<br />
nenhuma vila ou povoado naquela região.<br />
Em 1560, o governador do Brasil, Mem de Sá, enviou de Salvador uma<br />
força militar à baía de Guanabara, chefi ada por seu sobrinho, Estácio de Sá.<br />
A fundação do Rio de Janeiro<br />
A primeira providência dos portugueses, ao chegar, foi fundar um<br />
forte, que servisse de base para o combate aos franceses. Além disso,<br />
eles procuraram fazer uma aliança com os Tupiniquim, outro povo indígena<br />
que vivia mais distante e era inimigo dos Tupinambá.<br />
O forte foi se transformando em povoado e, em 1565, foi fundada a<br />
cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.<br />
A guerra contra os franceses durou 7 anos e os portugueses<br />
venceram, conseguindo expulsar os invasores.<br />
O povoado inicial, que nasceu com o nome de São Sebastião do Rio<br />
do Janeiro, foi transferido para uma região mais alta, no morro do Castelo,<br />
local que hoje não existe mais. Os portugueses tomaram as terras das<br />
comunidades indígenas que havia ao redor e elas passaram a fazer parte da<br />
cidade.<br />
81
82<br />
PARA SABER MAIS<br />
Nós ainda usamos palavras da língua dos Tupinambá<br />
Os Tupinambá viviam na região da baía de Guanabara e em outros<br />
locais do litoral. Eles falavam a língua tupi.<br />
Os padres jesuítas que vieram para o Brasil para catequizar os índios<br />
estudaram e difundiram essa língua na colônia, misturando-a com a<br />
língua de outras comunidades indígenas, como a dos Guarani. Assim<br />
nasceu a língua tupi-guarani.<br />
Na região onde se localiza a cidade de São Paulo, por muitos séculos<br />
só se falava tupi-guarani. Por isso, existem tantas cidades e localidades<br />
no estado de São Paulo com nomes indígenas, como Pindamonhangaba,<br />
Caçapava, Jacareí, Pirassununga, Mogi Mirim, Mogi Guaçu e outras.<br />
Os bandeirantes, que saíram desse estado para procurar minas de<br />
ouro e prata no interior do território, levaram a língua tupi-guarani para<br />
outros pontos do Brasil.<br />
Desse modo, podemos dizer que os Tupinambá foram um dos povos que<br />
contribuíram para formar a língua portuguesa que falamos hoje no Brasil.<br />
Os Tupinambá foram tão importantes na formação do Brasil, que<br />
muitos viajantes e navegadores fizeram descrições de sua vida e seus<br />
costumes. Um artista belga, com informações obtidas por pessoas<br />
que conheceram os Tupinambá, desenhou uma cena de dança desse<br />
povo. Veja a seguir uma<br />
reprodução dessa obra.<br />
Esta gravura foi feita por<br />
um artista belga chamado<br />
Theodor de Bry, no século<br />
XVI. De acordo com o<br />
que os navegadores lhe<br />
contaram, ele representou<br />
nesse desenho três pajés do<br />
povo Tupinambá, dançando<br />
com mantos de penas,<br />
cintos e cocares.<br />
Museu nacional da Dinamarca
O Rio de Janeiro só começou a crescer no século XVIII<br />
No início, o Rio de Janeiro não cresceu muito. Havia poucas ruas e,<br />
até mais ou menos 1600, a população não passava de 30 mil pessoas.<br />
Entretanto, como havia um bom porto, muitos navios vindos da Europa<br />
paravam ali, a caminho do sul do continente americano. Com isso, o<br />
comércio passou a ser a base da vida da cidade, que era muito pequena<br />
e simples.<br />
Mas a cidade do Rio de<br />
Janeiro começou a crescer<br />
a partir do ano de 1700.<br />
O que será que<br />
aconteceu?<br />
Observe as imagens.<br />
No começo do século XIX,<br />
o pintor Rugendas retratou<br />
neste quadro, chamado<br />
Lavagem do ouro, o trabalho<br />
dos escravos africanos nas<br />
minas em Itacolomi, local<br />
hoje pertencente ao estado de<br />
Minas Gerais.<br />
ATIVIDADE<br />
Responda ao professor.<br />
5 Descreva o quadro do pintor Rugendas.<br />
Professor, além de descrever a paisagem montanhosa, com cursos de água,<br />
os alunos devem observar os trabalhadores, africanos escravizados.<br />
6 Pelo título do quadro, o que essas pessoas estão fazendo?<br />
HISTÓRIA<br />
8. Elas estão lavando ouro, ou seja, separando o metal precioso<br />
do cascalho. Professor, explique aos alunos que uma das<br />
formas de extrair ouro nessa época consistia em colocar em<br />
peneiras, chamadas bateias, grandes torrões de terra das<br />
encostas ou das margens dos rios e depois lavá-los. A terra<br />
escorria, restando as pepitas do metal precioso. Esse processo<br />
era chamado ouro de aluvião.<br />
Com a descoberta do ouro, o Rio de Janeiro se tornou muito<br />
importante, porque fi cava bem mais próximo das minas do que a capital,<br />
Salvador. Muitas pessoas se mudaram para o Rio de Janeiro. E muitos<br />
Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo<br />
83
84<br />
navios negreiros começaram a chegar à cidade, porque os mineradores<br />
usavam africanos escravizados para trabalhar na extração dos metais<br />
preciosos.<br />
Com o aumento da importância da cidade, em 1763, o governo<br />
português decidiu transferir a sede da colônia para o Rio de Janeiro, que<br />
assim se tornou a segunda capital que o Brasil teve.<br />
Até a rainha de Portugal veio morar no Rio de Janeiro<br />
No século XIX, o Rio de Janeiro já era a cidade mais importante da<br />
colônia. Os governadores enviados por Portugal viviam ali, bem como<br />
muitas pessoas que haviam enriquecido com o comércio e a mineração.<br />
Nessa época, houve uma guerra na Europa, entre a França e vários<br />
países, inclusive Portugal.<br />
Em 1808, Portugal sofria a ameaça de invasão pelos franceses. Se a<br />
família real portuguesa estivesse lá, seria afastada do governo e um rei<br />
francês passaria a dominar o país e suas colônias. A rainha de Portugal<br />
era Dona Maria I, mas como tinha problemas de saúde, o governo era<br />
conduzido por seu fi lho, o príncipe regente Dom João.<br />
Os portugueses encontraram, então, uma saída: decidiram transferir a<br />
capital de todo o Império Português para o Brasil. E a cidade escolhida para<br />
ser a sede do Império foi o Rio de Janeiro.<br />
Assim, depois de uma viagem de quatro meses, uma grande<br />
esquadra, com 16 embarcações, chegou ao Brasil no início daquele ano.<br />
Uma parte dos navios fez uma parada em Salvador, seguindo depois para o<br />
Rio de Janeiro, onde todos desembarcaram no dia 8 de março de 1808.<br />
Em 2008, houve uma grande festa na cidade do Rio de Janeiro em<br />
comemoração aos 200<br />
anos da chegada da<br />
família real portuguesa ao<br />
Brasil.<br />
Veja uma foto do<br />
desfi le.<br />
Desfile comemorativo aos 200<br />
anos da chegada da Família<br />
real portuguesa ao Brasil, no<br />
Rio de Janeiro, 2008.<br />
Gabriel de Paiva / O Globo
Com a chegada da família real portuguesa,<br />
HISTÓRIA<br />
o Rio de Janeiro mudou muito<br />
A instalação da rainha, do príncipe regente e de 15 mil nobres<br />
portugueses alterou a vida do Rio de Janeiro para sempre. A cidade nem<br />
tinha casas sufi cientes para tantas pessoas! Muitos moradores locais<br />
foram tirados de suas residências para que os recém-chegados pudessem<br />
se acomodar.<br />
Dom João, o príncipe regente, decidiu então dar início a uma série<br />
de medidas para melhorar a cidade. Determinou a construção de palácios<br />
para servirem de residência e sede do governo. Também fundou um<br />
banco, uma gráfi ca para imprimir livros, jornais e documentos e o Jardim<br />
Botânico. Com isso, a cidade podia realmente funcionar como a capital de<br />
um Império.<br />
PARA SABER MAIS<br />
O Corcovado e o Cristo Redentor<br />
Um dos símbolos do Rio de Janeiro atual é o Corcovado, nome do<br />
morro em que se encontra uma estátua gigantesca, de 38 metros de<br />
altura, representando Jesus<br />
Cristo de braços abertos,<br />
parecendo abraçar a cidade.<br />
Essa estátua é conhecida no<br />
mundo todo como “Cristo<br />
Redentor”. Um milhão de<br />
pessoas sobe até o pico<br />
do morro, todos os anos,<br />
para vê-la de perto e de lá<br />
contemplar a vista da cidade.<br />
As obras para construir a<br />
estátua demoraram 5 anos,<br />
de 1926 a 1931.<br />
Cristo Redentor em obras,<br />
Rio de Janeiro, 1930.<br />
Acervo Reminiscências<br />
85
86<br />
Esse monumento foi uma realização do engenheiro Heitor da Silva<br />
Costa (autor do projeto escolhido em 1923), do artista plástico Carlos<br />
Oswald (autor do desenho final do monumento) e do escultor francês<br />
de origem polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da<br />
escultura).<br />
Estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, 2010.<br />
O TRABALHO DO HISTORIADOR<br />
As propagandas são fontes históricas<br />
Muitas vezes, o historiador fica conhecendo aspectos do passado ao<br />
analisar antigas propagandas que saíam nos jornais, revistas ou que eram<br />
anunciadas no rádio.<br />
IngImages
HISTÓRIA<br />
Uma parte da história do samba no Rio de Janeiro, por exemplo, ficou<br />
conhecida por meio de propagandas que falavam de uma artista muito<br />
famosa, chamada Carmen Miranda. Ela era portuguesa, mas adotou o<br />
Brasil como sua pátria. Ela cantava sambas e marchinhas de carnaval e foi<br />
para os Estados Unidos como atriz de cinema.<br />
Graças a ela, muitos<br />
aspectos do carnaval<br />
carioca e da nossa música<br />
foram divulgados pelo<br />
mundo todo.<br />
Até hoje, Carmen<br />
Miranda é muito querida<br />
por todos os brasileiros.<br />
Nesta propaganda<br />
de 1945, Carmen<br />
Miranda aparece<br />
anunciando um,<br />
aparelho de rádio,<br />
que na época era<br />
uma grande novidade.<br />
O Rio de Janeiro do presente<br />
O Rio de Janeiro é um dos principais pontos turísticos do Brasil.<br />
Todos os anos, principalmente durante o verão, a cidade recebe<br />
turistas que vêm de outros estados brasileiros e de outros países.<br />
Duas festas são marcantes para o turismo carioca.<br />
Arquivo do Estado de São Paulo<br />
87
Ricardo Azoury Pulsar Imagens<br />
88<br />
Observe as fotos.<br />
Reveillon na praia de Copacabana,<br />
Rio de Janeiro, 2005.<br />
ATIVIDADE<br />
Com mais dois colegas, responda:<br />
Olimpíadas de 2016<br />
No ano de 2016, a cidade do Rio de Janeiro<br />
será a sede dos Jogos Olímpicos ou Olimpíadas.<br />
Professor: consideramos importante que o grupo observe as<br />
imagens para que tenha condição de fazer a atividade seguinte.<br />
7 Quais são as festas mais importantes para o turismo do Rio de<br />
Janeiro que estão nas fotos? Réveillon e Carnaval.<br />
8 O que vocês sabem sobre cada uma dessas festas? Resposta pessoal.<br />
9 Apresente as respostas para o professor e para seus colegas de classe.<br />
Professor: para realizar essa atividade é importante orientar os alunos sobre onde e como pesquisar. O Ministério dos Esportes e a<br />
Secretaria Estadual de Esportes do Rio de Janeiro disponibilizam em seus sites informações a respeito das Olimpíadas de 2016 e<br />
há também o site ofi cial do evento: .<br />
Em 31 de janeiro de 2010, foi lançado o<br />
símbolo dos jogos olímpicos que acontecerão<br />
no Rio de Janeiro em 2016.<br />
Desfile de Carnaval na Marquês de<br />
Sapucaí, Rio de Janeiro, 2004.<br />
Ismar Ingber/Rio 2016<br />
Ricardo Azoury/Pulsar Imagem
HISTÓRIA<br />
Atletas de países como Alemanha, Argentina, Camarões, Chile,<br />
China, Estados Unidos, Gana, Haiti, Inglaterra, Itália, Japão, México,<br />
Moçambique, Rússia e muitos outros estarão competindo em diversas<br />
modalidades de esportes na cidade do Rio de Janeiro.<br />
Com essas informações, você e mais dois colegas irão investigar sobre<br />
alguns assuntos que estão ligados às Olimpíadas de 2016.<br />
Para isso é importante seguir ás seguintes etapas.<br />
1 o Etapa<br />
Pesquisar em livros, revistas e, se tiver computador, em sites da internet,<br />
sobre o que é uma Olimpíada, respondendo:<br />
1 Quando e em que país foram criadas as Olimpíadas?<br />
Atualmente, quais são as modalidades esportivas que fazem parte da<br />
Olimpíada?<br />
2 O Brasil tem atletas para competir em todas as modalidades?<br />
2 o Etapa<br />
Pesquisar em jornais, revistas e sites na internet sobre como o Rio de<br />
Janeiro está se preparando para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016.<br />
Responda:<br />
3 Qual é o símbolo das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro?<br />
4 Quais são os bairros da cidade que receberão os atletas que<br />
competirão nas Olimpíadas de 2016?<br />
5 Em quais locais serão disputadas as diversas modalidades?<br />
3 o Etapa<br />
Utilize duas folhas de cartolina ou outro papel grande para registrar<br />
suas respostas. Use uma para cada passo, escreva como título para o 1 o<br />
passo – “As Olimpíadas” e registre seus achados. Na outra folha, escreva<br />
“As Olimpíadas de 2016” e coloque tudo o que descobriu no 2 o passo.<br />
Se quiser, pode ilustrar com fotos ou desenhos.<br />
4 o Etapa<br />
Apresente seu trabalho para o professor e para seus colegas de sala.<br />
89
90<br />
CAPÍTULO<br />
8<br />
Franck Camhi<br />
Brasília, atual<br />
capital do Brasil<br />
Observe a foto.<br />
Você sabe dizer que construção é essa e onde fi ca?<br />
Professor: sugerimos que aproveite a pergunta para levantar<br />
com os alunos o que eles conhecem a respeito de Brasília e<br />
tudo que envolve o seu planejamento e sua construção.<br />
O Palácio do Planalto é o local em que trabalha o presidente da República, em<br />
Brasília, Distrito Federal, 2010.<br />
Este é o Palácio do Planalto um dos prédios construídos em Brasilia,<br />
atual capital do país.<br />
Vamos conhecer um pouco mais sobre a história de Brasília?<br />
Como Brasília foi planejada<br />
Brasília, atual capital do Brasil, é muito conhecida por ser uma cidade<br />
planejada.<br />
Ela é considerada a maior obra de arquitetura da América do Sul.<br />
Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960. No entanto, as<br />
primeiras ideias e planos para o seu nascimento começaram bem antes<br />
dessa data.
Franck Camhi<br />
HISTÓRIA<br />
Como já estudamos as capitais federais anteriores, Bahia e Rio<br />
de Janeiro eram cidades localizadas no litoral. E havia muito tempo, se<br />
pensava na mudança da capital para uma localidade mais central, no<br />
interior do país, e menos exposta a possíveis ataques marítimos.<br />
O nome para a nova capital, Brasília, foi uma sugestão de José<br />
Bonifácio de Andrada e Silva, em 1823. Desde então, vários planos e<br />
estudos foram feitos para achar o melhor local onde seria construída a nova<br />
capital.<br />
Mas foi apenas em 1956 que Juscelino Kubitschek de Oliveira<br />
(JK), recém-eleito presidente da República, deu início ao projeto para a<br />
construção de Brasília.<br />
Brasília foi planejada e construída entre 1956 e 1960.<br />
Ainda em 1956, o governo brasileiro realizou um concurso para a<br />
escolha do melhor projeto da nova capital. Foram inscritos e participaram<br />
do concurso 41 projetos, cada um com ideias bem diferentes dos outros.<br />
O projeto de autoria de Lucio Costa foi o vencedor do concurso.<br />
No seu projeto, já constavam um prédio com uma torre de escritórios<br />
e um bloco horizontal com uma cúpula em cima, que seria futuramente o<br />
Palácio do Congresso Nacional.<br />
Veja agora uma foto do conjunto de edifícios do Congresso Nacional,<br />
em Brasília.<br />
Edifícios do Congresso Nacional. Brasília, Distrito Federal, 2010.<br />
91
92<br />
O projeto da cidade<br />
Como se pretendia<br />
construir uma cidade moderna,<br />
com tudo que existisse de<br />
mais avançado em arquitetura,<br />
foi chamado para participar<br />
do projeto o arquiteto Oscar<br />
Niemeyer.<br />
Eles fizeram um projeto que<br />
ficou conhecido pelo nome de<br />
Plano Piloto de Brasília.<br />
Professor, Lúcio Costa nasceu na França, em<br />
1902 (mas era brasileiro) e morreu no Rio de<br />
Janeiro, em 1998. Oscar Niemeyer nasceu no<br />
Rio de Janeiro, em 1907.<br />
Oscar Niemeyer, em foto de 2007.<br />
Ivone Perez/Folhapress<br />
PARA SABER MAIS<br />
Lúcio Costa (1902–1998), arquiteto<br />
e urbanista brasileiro, foi pioneiro da<br />
arquitetura moderna no Brasil.<br />
Carlos Magno/gov/RJ<br />
Imaginaram a cidade com<br />
o formato de um avião. Duas<br />
grandes avenidas se cruzariam<br />
no “corpo” do avião, uma na<br />
horizontal, no sentido das asas,<br />
e outra na vertical, da “cabine”<br />
à “cauda” do avião.<br />
Toda a cidade foi construída<br />
ao redor dessas duas avenidas,<br />
com ruas amplas, sem<br />
cruzamentos ou esquinas,<br />
para que as pessoas e os<br />
veículos pudessem circular com<br />
facilidade.
Arquivo público de Brasília<br />
O novo edifício construído em Brasília para os juízes do Supremo<br />
Tribunal Federal recebeu o nome de Palácio da Justiça.<br />
Veja uma foto desse palácio.<br />
Franck Camhi<br />
Plano Piloto de Brasília<br />
Palácio da Justiça, Brasília, Distrito Federal, 2010.<br />
HISTÓRIA<br />
93
Salomon Cytrynowicz/Pulsar Imagens<br />
94<br />
O Palácio da Justiça,<br />
o Congresso Nacional e o<br />
Palácio do Planalto estão<br />
localizados bem próximos,<br />
na chamada Praça dos Três<br />
Poderes. Isto porque cada<br />
uma dessas construções<br />
abriga um dos três<br />
poderes:<br />
• Palácio do Planalto<br />
é onde trabalha<br />
o presidente da<br />
República, que<br />
Delfi m Martins / Pulsar Imagens<br />
Praça dos Três Poderes, vista aérea dos Ministérios,<br />
Brasília, Distrito Federal, 2008.<br />
representa o Poder Executivo. A presidência da República e os<br />
ministérios fazem parte do poder executivo.<br />
• Congresso Nacional – é formado pela Câmara dos Deputados<br />
e pelo Senado Federal, representantes do Poder Legislativo.<br />
Deputados e senadores são eleitos pelo povo. Eles têm a função<br />
de elaborar, discutir e aprovar as leis do país.<br />
• Palácio da Justiça – a sede do Poder Judiciário, é responsável por<br />
aplicar as leis que garantem os direitos de cada pessoa. Nele fi ca<br />
o Supremo Tribunal Federal.<br />
Em Brasília também foi construído um palácio para servir de moradia<br />
ao presidente da República e sua família, é o Palácio da Alvorada.<br />
Veja uma foto desse palácio<br />
Palácio da Alvorada,<br />
residência oficial do<br />
presidente do Brasil.<br />
Brasília, Distrito<br />
Federal, 2007.
PARA SABER MAIS<br />
ATIVIDADE<br />
Responda ao professor.<br />
Os poderes republicanos<br />
Professor, este HISTÓRIA conteúdo<br />
tem o objetivo de ampliar<br />
o estudo sobre Brasília e<br />
dar condições para que<br />
os alunos compreendam<br />
certas informações, como<br />
a existência de uma praça<br />
chamada “Três Poderes”<br />
na capital. Entretanto, o<br />
aprofundamento histórico será<br />
feito em anos posteriores.<br />
Como você estudou nos capítulos anteriores, o Brasil foi durante muito<br />
tempo uma colônia de Portugal. Apenas no século XIX, em 1822, foi<br />
proclamada a independência, isto é, o Brasil passou a ser um país livre.<br />
A primeira forma de governo adotada após a independência foi a<br />
monarquia. Nessa forma de governo, havia um imperador, que dirigia o país<br />
com a ajuda de ministros, senadores e deputados. Se o imperador morresse<br />
ou se afastasse do governo, este passava para seu herdeiro, geralmente um<br />
filho. Portanto, não havia eleições para escolher o governante do país.<br />
No final do século XIX, em 1889, a monarquia no Brasil foi substituída<br />
por outra forma de governo: a república. Na república, o governo é exercido<br />
por um presidente, eleito pelo povo. Ele ocupa o cargo por um determinado<br />
período, e então se realizam novas eleições. No governo republicano, o<br />
presidente apenas executa as leis, isto é, manda cumpri -las. Por isso, dizemos<br />
que o presidente exerce o Poder Executivo. Nos estados, esse poder é<br />
exercito pelos governadores. Nos municípios, pelos prefeitos.<br />
Quem elaboram as leis são os deputados federais e os senadores,<br />
também eleitos para permanecerem no cargo por um certo período. Nos<br />
estados e municípios, são os deputados estaduais e os vereadores que<br />
exercem essa função. Eles exercem o Poder Legislativo.<br />
Para ver verificar se as leis são cumpridas e para julgar quem faz<br />
alguma coisa contra elas, existem os juízes. Eles exercem o Poder<br />
Judiciário.<br />
1 Observe de novo, nas páginas anteriores, as fotos dos palácios de<br />
Brasília e indique qual deles corresponde a cada um dos três poderes.<br />
Professor, os alunos deverão indicar o Palácio do Planalto como sede do Poder Executivo, os edifícios do<br />
Congresso Nacional como sede do Poder Legislativo e o Palácio da Justiça como sede do Poder Judiciário.<br />
95
Mario Yoshida<br />
96<br />
Como Brasília nasceu<br />
Equador<br />
Você sabe onde está localizada a cidade de Brasília? Veja o mapa a seguir.<br />
ACRE<br />
Rio<br />
Branco<br />
OCEANO<br />
PACÍFICO<br />
Trópico de Capricórnio<br />
AMAZONAS<br />
Boa<br />
Vista<br />
RORAIMA<br />
Porto<br />
Velho<br />
Manaus<br />
RONDÔNIA<br />
0 308 616<br />
km<br />
AMAPÁ<br />
Macapá<br />
Fonte: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.<br />
Localização de Brasília<br />
PARÁ<br />
MARANHÃO CEARÁ<br />
Teresina<br />
RIO GRANDE<br />
DO NORTE<br />
Natal<br />
PIAUÍ<br />
PARAÍBA João Pessoa<br />
PERNAMBUCO Recife<br />
Palmas<br />
ALAGOAS<br />
TOCANTINS<br />
SERGIPE Maceió<br />
Aracaju<br />
MATO GROSSO<br />
BAHIA<br />
Cuiabá<br />
DISTRITO<br />
FEDERAL<br />
Salvador<br />
Brasília<br />
OCEANO<br />
Goiânia<br />
GOIÁS<br />
MINAS<br />
GERAIS<br />
ATLÂNTICO<br />
MATO GROSSO<br />
DO SUL<br />
Campo<br />
Grande<br />
SÃO<br />
PAULO<br />
ESPÍRITO SANTO<br />
Belo<br />
Vitória<br />
Horizonte<br />
RIO DE JANEIRO<br />
Rio de Janeiro<br />
PARANÁ<br />
São Paulo<br />
Curitiba<br />
RIO GRANDE<br />
DO SUL<br />
SANTA CATARINA<br />
Florianópolis<br />
Como você pode perceber pelo mapa, Brasília está localizada em uma<br />
região central do território brasileiro,no chamado Planalto Central.<br />
Belém<br />
Porto Alegre<br />
São Luís<br />
Fortaleza<br />
Do momento em que o presidente Juscelino Kubitschek ordenou o<br />
início das obras até a sua conclusão, passaram-se três anos e dez meses<br />
para que o sonho da capital, Brasília, se concretizasse.<br />
Foi a mais rápida construção de uma cidade no Brasil!
Arquivo público de Brasília<br />
O presidente Juscelino Kubitschek era também conhecido como JK.<br />
Em sua homenagem foi feito este monumento em Brasília. Foto de 2010.<br />
Mas qual foi o motivo da transferência da capital do Brasil para uma<br />
região mais central do território? Vamos descobrir?<br />
a b c ATIVIDADE<br />
HISTÓRIA<br />
Professor, faça esta atividade primeiro com a sala toda, incentivando<br />
uma conversa sobre os três itens que os alunos devem ler. Certifi que-<br />
-se de que eles compreendam o enunciado das questões, dê exemplos<br />
se for necessário. Para a resposta que devem elaborar, oriente-os a<br />
escrever uma frase completa e gramaticalmente correta.<br />
Com a orientação do professor, trabalhe no caderno. Escreva o título:<br />
“Motivos para transferir a capital do Brasil para o interior”. Anote também<br />
o número do capítulo e da atividade, da página do livro e a data.<br />
2 Leia as três frases a seguir e copie aquelas que você acha que<br />
explicam a razão da mudança da capital. Uma dica: apenas uma das<br />
frases está errada.<br />
a) Era preciso construir uma nova capital porque os prédios do<br />
governo brasileiro no Rio de Janeiro estavam muito estragados.<br />
b) Uma capital no interior do território seria mais segura para o governo,<br />
porque ficava mais difícil sofrer ataques de países estrangeiros.<br />
c) Se a capital ficasse no interior do território, daria impulso ao<br />
desenvolvimento econômico a essa região e ligaria melhor as<br />
diversas partes do país.<br />
Professor, os alunos devem copiar as frases b) e c). Ao corrigir a resposta, mostre<br />
por que a frase a) é incorreta: os prédios do governo no Rio de Janeiro, inclusive<br />
a sede da Presidência, o Palácio do Catete, não apresentavam problemas. O<br />
Palácio do Catete tornou-se o atual Museu da República.<br />
3 Veja de novo o mapa da localização de Brasília, na página 95 Em qual<br />
estado está localizada a sua cidade? Ela fica próxima ou distante da<br />
capital do Brasil?<br />
Professor, trabalhe a “leitura” do mapa em conjunto com a disciplina de Geografi a, aproveitando a<br />
oportunidade para conversar sobre a divisão política do Brasil em 26 estados e um Distrito Federal.<br />
Se quiser introduzir o conceito de Distrito Federal, explique que é um território dentro do Brasil,<br />
autônomo, isto é, não pertence a nenhum estado, onde funciona a capital da República. É uma das<br />
unidades da federação.<br />
97
Franck Camhi<br />
98<br />
Quem construiu Brasília?<br />
Você leu que foi o presidente Juscelino Kubitschek quem ordenou a<br />
construção da nova capital.<br />
Mas quem trabalhou nas obras? Quem foram os pedreiros,<br />
marceneiros, ferramenteiros, motoristas, operários da construção civil que<br />
conseguiram erguer a<br />
cidade mais moderna<br />
do mundo em apenas<br />
3 anos e 10 meses?<br />
Observe as fotos<br />
a seguir.<br />
Trabalhadores em<br />
Brasília na época da<br />
construçãoda cidade.<br />
Caminhões com candangos desfilam<br />
na inauguração de Brasília.<br />
Esta escultura em bronze, de 8 metros de altura,<br />
foi feita pelo artista Bruno Giorgi, em 1959.<br />
Trata-se do Monumento aos candangos que é<br />
considerado um símbolo de Brasília.<br />
Esta foto é de 2010.<br />
Valter Campanato /ABR<br />
Arquivo público de Brasília
Vizzoni/AE<br />
Vista aérea da construção de prédios em<br />
Brasília, Distrito Federal.<br />
a b c ATIVIDADE<br />
HISTÓRIA<br />
9. Professor, a palavra “candango” é de origem africana e parece ter<br />
sido usada pelos escravos para designar os portugueses, com um signifi<br />
cado pejorativo. Incorporou-se ao português com essa conotação e<br />
foi usada assim no início da construção de Brasília, para designar os<br />
trabalhadores de estados do Nordeste que lá chegavam. Entretanto,<br />
com o tempo, passou a ser designativo dos nascidos na nova capital,<br />
ganhando signifi cado de valorização. É um exemplo de mudança<br />
histórica infl uenciando diretamente a Língua Portuguesa.<br />
Com a orientação do professor, você vai trabalhar no caderno. Anote o<br />
número do capítulo e da atividade, a página e a data.<br />
4 Procure no Glossário a definição da palavra "candango". Anote-a no<br />
caderno. Siga também as explicações do professor e coloque mais<br />
informações na sua definição.<br />
5 Qual é o assunto tratado nas quatro fotos? Responda com uma frase<br />
completa, como: "As quatro fotos tratam ..." Professor, os alunos devem identifi car os<br />
trabalhadores que construíram Brasília.<br />
6 De onde vieram as pessoas que trabalharam na construção de<br />
Brasília? Responda com uma frase completa, como: "As pessoas que<br />
trabalharam na construção de Brasília vieram..."<br />
Pelo texto, a classe pode concluir que<br />
vieram de estados da Região Nordeste,<br />
principalmente.<br />
7 Em sua opinião, por que existe em Brasília um monumento aos<br />
candangos? Explique com uma frase como: "Em Brasília existe um<br />
monumento aos candangos para..."<br />
Professor, é importante que os alunos compreendam que os governos<br />
tomam as decisões políticas, no caso, JK decidiu construir<br />
a cidade, mas quem realmente a ergueu, trabalhando arduamente, com longas jornadas, foram os operários vindos de vários pontos do Brasil.<br />
O monumento é uma forma de lembrar isso não apenas à população como ao mundo. Aproveite também a oportunidade para mostrar que um<br />
monumento é importante fonte histórica para que se entendam aspectos da história de uma localidade.<br />
99
100<br />
Conversa com os senadores<br />
Nesta atividade, você vai investigar as providências que os senadores<br />
estão tomando para acabar com o trabalho infantil no Brasil.<br />
A sua escola possui um laboratório de<br />
informática? Ou um computador com internet?<br />
Se a resposta for sim, siga as etapas a seguir.<br />
O professor irá dividir a sala em grupos para<br />
começar o trabalho.<br />
1 a etapa: Com a ajuda de seu professor, vocês<br />
irão pesquisar quais são os senadores que foram eleitos na região onde<br />
está localizado o seu estado. Vocês irão descobrir o nome e o endereço<br />
eletrônico – e-mail – de cada um deles. Anote tudo no caderno.<br />
2 a etapa: Cada grupo irá escolher um senador diferente para enviar<br />
um e-mail.<br />
3 a etapa: Copie em seu caderno as perguntas que você fará para um<br />
dos senadores da República.<br />
1 O senhor concorda que criança trabalhe? Por quê?<br />
2 O que o senado tem feito para acabar com o trabalho infantil?<br />
3 O que o senado está fazendo para aumentar o número de vagas<br />
nas escolas com educação de qualidade para todas as crianças?<br />
4 a etapa: O grupo vai escrever no caderno o texto que será enviado<br />
para o senador.<br />
• O texto deve começar com: “Prezado senador..." (coloque o nome<br />
do senador escolhido).<br />
• Agora explique para ele o trabalho de pesquisa que sua turma<br />
está realizando: “Investigar as providências que os senadores estão<br />
tomando para acabar com o trabalho infantil no Brasil.”<br />
Ulhôa Cintra
• Depois, escreva as perguntas que ele deve responder.<br />
• Coloque o nome e o endereço da sua escola. Não esqueça de<br />
colocar também os nomes da sua cidade e de seu estado.<br />
• Para terminar, coloque os nomes das pessoas que compõem o<br />
grupo e de seu professor.<br />
• Finalize com as frases:<br />
Agradecemos a sua atenção e estamos esperando por suas respostas.<br />
Elas são muito importantes para nós!<br />
5a etapa: Apresentar o texto para seu professor corrigir.<br />
6 a etapa: Entrar na internet.<br />
• Copiar com atenção o texto, já corrigido, que vocês fizeram.<br />
• Enviar para o senador escolhido.<br />
7 a etapa: Quando o grupo receber a resposta para o e-mail enviado,<br />
copiar a resposta em um papel ou, se possível, pedir que o professor<br />
imprima as respostas que o senador enviou.<br />
8 a etapa: Fazer uma exposição com as respostas. O que vocês<br />
descobriram? Conversem sobre o que há de semelhante e de diferente<br />
nas respostas conseguidas por cada grupo.<br />
• O que o grupo pode concluir no final da conversa: Os senadores<br />
estão trabalhando para acabar com o trabalho infantil e para<br />
termos escolas de qualidade para todas as crianças?<br />
HISTÓRIA<br />
9 a etapa: Escrever outro e-mail para o senador escolhido agradecendo<br />
as respostas e falando sobre as conclusões a que a turma chegou.<br />
101
102<br />
Caso a escola não tenha<br />
nenhum computador para ser<br />
utilizado pelo grupo, a atividade<br />
pode ser realizada através de<br />
carta.<br />
Para isso, você utilizará uma<br />
folha de papel de carta, um lápis<br />
ou caneta, um envelope para<br />
carta e um selo postal.<br />
Siga as seguintes etapas:<br />
1 a etapa: O professor trará<br />
para vocês uma lista com os<br />
nomes e endereços dos senadores<br />
que foram eleitos na região onde<br />
está localizado o seu estado.<br />
2 a etapa: Cada grupo irá<br />
escolher um senador diferente para escrever uma carta.<br />
3 a etapa: Copie em seu caderno as perguntas que você fará para um<br />
dos senadores da República.<br />
1 O senhor concorda que criança trabalhe? Por quê?<br />
2 O que o Senado tem feito para acabar com o trabalho infantil?<br />
3 O que o Senado está fazendo para aumentar o número de vagas<br />
nas escolas com educação de qualidade para todas as crianças?<br />
4 a etapa: O grupo vai escrever no caderno o texto que será enviado<br />
para o senador.<br />
• O texto deve começar com: “Prezado senador..." (coloque o nome<br />
do senador escolhido).<br />
• Agora explique para ele o trabalho de pesquisa que sua turma<br />
está realizando. “Investigar as providências que os senadores estão<br />
tomando para acabar com o trabalho infantil no Brasil.”<br />
• Depois, escreva as perguntas que ele deve responder.<br />
Camila Scavazza
• Coloque o nome e o endereço da sua escola. Não esqueça de<br />
colocar também os nomes da sua cidade e de seu estado.<br />
• Para terminar, coloque os nomes das pessoas que compõem o<br />
grupo e de seu professor.<br />
• Finalize com as frases:<br />
Agradecemos a sua atenção e estamos esperando por suas respostas.<br />
Elas são muito importantes para nós!<br />
5 a etapa: Apresentar o texto para seu professor corrigir.<br />
6 a etapa: Alguém do grupo irá copiar o texto em uma folha avulsa.<br />
Peça para o professor revisar o texto.<br />
HISTÓRIA<br />
• Dobre e coloque a carta dentro do envelope. Escreva o nome e o<br />
endereço do senador no envelope. Escreva o remetente. Coloque o<br />
selo. Pedir para que algum adulto coloque a carta no correio.<br />
• Combine com o professor quem pode fazer isso.<br />
7 a etapa: Quando o grupo receber a resposta para a carta enviada,<br />
copiar a resposta em um papel ou, se possível, pedir que o professor<br />
reproduza as respostas que o senador enviou.<br />
8 a etapa: Fazer uma exposição com as respostas. O que vocês<br />
descobriram? Conversem sobre o que há de semelhante e de diferente<br />
nas respostas conseguidas por cada grupo.<br />
O que o grupo pode concluir no final da conversa: Os senadores estão<br />
trabalhando para acabar com o trabalho infantil e para termos escolas de<br />
qualidade para todas as crianças?<br />
103
104<br />
Glossário<br />
Agricultura – atividade de cultivar o solo para produzir alimentos, como<br />
cereais, frutas, legumes, verduras etc.<br />
Artesão – pessoa que fabrica objetos individualmente, seja para uso<br />
prático ou com fi nalidades artísticas, e desse trabalho tira sua renda e<br />
seu sustento<br />
Autobiografi a – história da vida de uma pessoa escrita por ela mesma.<br />
Autorretrato – retrato que uma pessoa faz de si mesma.<br />
Biografi a – descrição ou história da vida de uma pessoa.<br />
Candango – era o nome dado aos homens que se deslocavam do<br />
Nordeste para trabalhar na construção de Brasília. Com o tempo, passou<br />
a ser o nome de quem nasce na cidade.<br />
Candomblé – religião trazida ao Brasil por africanos escravizados que<br />
vieram principalmente dos atuais países Nigéria e Benim.<br />
Cartório – escritório autorizado pelo governo para fazer documentos<br />
ofi ciais, como a Certidão de Nascimento.<br />
Cocar – adorno que muitos povos indígenas usam na cabeça, feito de<br />
penas, ossos, sementes etc. Cada povo tem formato e desenhos de<br />
cocares próprios de sua cultura.<br />
Colônia – uma região ocupada por um país, mas que está fora de suas<br />
fronteiras.
HISTÓRIA<br />
Combustível – qualquer material que usamos para produzir energia<br />
capaz de movimentar outros objetos, como carros, tratores etc.<br />
Comunidade – grupo de pessoas que estão unidas por laços de<br />
parentesco, ou então por falarem a mesma língua e terem os mesmos<br />
costumes, e que habitam uma mesma região.<br />
Cultura – conjunto de todas as produções dos seres humanos, como<br />
obras de arte, de literatura, de música, monumentos, casas, edifícios,<br />
roupas, instrumentos, máquinas, estradas etc.<br />
Descendente – a pessoa que descende de alguém, a geração que vem<br />
depois.<br />
Documentos ofi ciais – papéis com informações importantes fornecidos<br />
pelo governo ou por um cartório autorizado por ele.<br />
Domesticação de animais – tornar os animais adaptados à convivência<br />
com os seres humanos, para que passem a viver com eles e possam<br />
ser aproveitados para o trabalho no campo, para o transporte e para<br />
servir de alimento.<br />
Empresário – pessoa que funda e dirige uma empresa.<br />
Escravo – pessoa obrigada a trabalhar para outra sem receber pagamento<br />
pelo trabalho.<br />
Expedição – grupo de pessoas que sai em navios ou a pé para realizar<br />
uma atividade de conquista de um território ou para protegê-lo.<br />
Família patriarcal – família chefi ada pelo pai – patriarca –, com grande<br />
poder sobre a vida da esposa, dos fi lhos, dos parentes e dos empregados.<br />
Fiscalizar – vigiar, examinar para ver se está de acordo com as leis.<br />
Gráfi ca – local em que um conjunto de máquinas é usado para imprimir<br />
livros, jornais e revistas.<br />
105
106<br />
Grupo social – conjunto de pessoas que convivem e têm os mesmos<br />
costumes, falam a mesma língua e estão unidas de alguma forma.<br />
Identifi car – mostrar a origem e as características de uma pessoa ou<br />
de alguma coisa. Reconhecer.<br />
Jardim botânico – grande jardim com canteiros de fl ores e plantas de<br />
muitas espécies; geralmente tem espaços para passeios.<br />
Meios de transporte – veículos que se usam para ir de um lugar a<br />
outro.<br />
Monarquia – sistema de governo em que o soberano é um rei ou<br />
imperador.<br />
Mutirão – sistema de trabalho em que um grupo de amigos ou vizinhos<br />
realiza uma tarefa em conjunto, como a construção de uma casa.<br />
Navio negreiro – navio que transportava pessoas aprisionadas na África<br />
para serem vendidas como escravas no Brasil.<br />
Pajé – nome que muitas comunidades indígenas dão a uma pessoa<br />
mais velha que, segundo acreditam, tem o poder de comunicar-se com<br />
os mortos, além de curar e benzer.<br />
Patriarca – o pai, chefe de família numerosa, com grande poder sobre<br />
todos os seus membros.<br />
População – o conjunto de habitantes de um território, de um país, de<br />
uma região, de uma cidade etc.<br />
Povoado – conjunto de poucas moradias.<br />
Quilombo – esconderijo ou povoado de escravos africanos que fugiam<br />
das fazendas, e onde passavam a viver em liberdade.
HISTÓRIA<br />
Quilombola – habitante de um quilombo; atualmente, são denominados<br />
quilombolas os moradores de áreas que pertencem a descendentes de<br />
escravos.<br />
Reconhecimento – conhecimento, exploração, observação.<br />
República – forma de governo em que o chefe de Estado é o presidente<br />
eleito direta ou indiretamente pela população.<br />
Rima – repetição do som da palavra no fi nal dos versos. Por exemplo:<br />
cabelo e modelo, Gabriela e Manuela, caderno e moderno.<br />
Ritual – cerimônia religiosa.<br />
Rural – tudo que se relaciona com o campo. Por exemplo: vida rural é a<br />
vida que se leva no campo.<br />
Sumário – resumo; lista de assuntos de um livro.<br />
Tema – assunto tratado por uma fotografi a, um texto, um discurso etc.<br />
Urbano – tudo que se relaciona à cidade. Por exemplo: área urbana é<br />
uma área que fi ca na cidade.<br />
Via pública – caminho por onde todas as pessoas de uma cidade<br />
podem passar.<br />
107
108<br />
UNIDADE 1<br />
Sugestão de livros para<br />
leituras complementares<br />
A história de cada um. Juciara Rodrigues. São Paulo: Scipione, 2006.<br />
A história do livro. Ruth Rocha e Otavio Roth. São Paulo:<br />
Melhoramentos, 1993.<br />
A menina que fez a América. Ilka Brunhilde Laurito. São Paulo: FTD,<br />
2002.<br />
As crianças na <strong>História</strong>. Chris e Melanie Rice. São Paulo: Ática, 2008.<br />
Assim era meu avô. Joan de Déu Prats e Gustavo Roldán. São Paulo:<br />
Escala Educacional, 2003.<br />
Bisa Bia, Bisa Bel. Ana Maria Machado. Rio de Janeiro: Salamandra,<br />
2000.<br />
Conta de novo a história da noite em que eu nasci. Jamie Lee<br />
Curtis. Rio de Janeiro: Salamandra, 1998.<br />
Diário de Kika. Monica Coutinho. Belo Horizonte: Formato, 1997.<br />
Era uma vez eu. Neusa Sorrenti. Belo Horizonte: Formato, 1997.<br />
<strong>História</strong>s de avô e avó. Arthur Nestrovski. São Paulo: Companhia das<br />
Letrinhas, 1998.<br />
O livro da escrita. Ruth Rocha e Otavio Roth. São Paulo:<br />
Melhoramentos, 2006.<br />
O menino e o trem. Fernando Lobo. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.<br />
Quando eu era pequena. Adélia Prado. Rio de Janeiro: Record, 2007.
Somos todos iguais? Itamar Farah. São Paulo: Mennon, 2006.<br />
HISTÓRIA<br />
Vovó Luci: no tempo dos nossos avós. Claude Clément. São Paulo:<br />
Scipione, 2001.<br />
17 é Tov! Tatiana Belinky. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2005.<br />
UNIDADE 2<br />
A gruta de Lascaux. Sylvie Girardet e Claire Merleu-Ponty. São Paulo:<br />
Companhia das Letrinhas, 2000.<br />
A quem pertence a cidade? Liliana Iacocca. São Paulo: Salamandra, 2004.<br />
Como se fosse dinheiro. Ruth Rocha. São Paulo: FTD, 2004.<br />
Formiga corre-corre e Tatu cava-cava. Lucia Pimentel Góes. São<br />
Paulo: <strong>Editora</strong> do Brasil, 1992.<br />
Guia do consumidor mirim. Maria Helena Esteban. Rio de Janeiro:<br />
Razão Cultural, 2001.<br />
Muito prazer, Dona Rua! Murilo Cisalpino e Zefl ávio Teixeira. São<br />
Paulo: Scipione, 2001.<br />
Nas ruas do Brás. Dráuzio Varella. São Paulo: Companhia das<br />
Letrinhas, 2000.<br />
Uma viagem para o campo. Rosaly Braga Chianca e Leonardo<br />
Chianca. São Paulo: Ática, 1997.<br />
UNIDADE 3<br />
A história dos escravos. Isabel Lustosa. São Paulo: Companhia das<br />
Letrinhas, 1998.<br />
Bahia – <strong>História</strong>. Lílian da Silva e Rosaly Braga Chianca. São Paulo:<br />
Ática, 2004.<br />
109
110<br />
Cidades e fl orestas: os artistas viajantes entre os séculos XIX e<br />
XX. Nereide Schilaro Santa Rosa. São Paulo: Pinakotheke, 2004.<br />
Coisas de índio: versão infantil. Daniel Munduruku. São Paulo: Callis,<br />
2004.<br />
Flor do cerrado: Brasília. Ana Miranda. São Paulo: Companhia das<br />
Letrinhas, 2004.<br />
Distrito Federal. Toni Brandão e Rita Narciso. São Paulo: Escala<br />
Educacional, 2002. (Coleção Meu estado é meu país).<br />
Rio de Janeiro – <strong>História</strong>. Siomara Sodré Spínola. São Paulo: Ática, 2008.<br />
Os mistérios de Pindorama. Marion Villas Boas. São Paulo: Biruta,<br />
2003.
Referências bibliográficas<br />
BENJAMIN, Walter. Refl exões: a criança, o brinquedo, a educação. São Paulo: Summus,<br />
1984.<br />
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: Companhia das<br />
Letras, 1995.<br />
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: <strong>História</strong> e Geografi a. Brasília: MEC, 1997.<br />
. Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.<br />
Brasília: MEC, 1997.<br />
CASCUDO, Luís da Câmara. <strong>História</strong> da alimentação no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia;<br />
São Paulo: Edusp, 1983. v. 1 e 2.<br />
CHIQUETO, Marcos. Breve história da medida do tempo. São Paulo: Scipione, 1996.<br />
CIMI. Conselho Indigenista Missionário. Outros 500: construindo uma nova <strong>História</strong>.<br />
São Paulo: Salesianas, 2001.<br />
CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: Acesso em: 18<br />
ago. 2010.<br />
CUNHA. M. <strong>História</strong> dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.<br />
FAUSTO, Bóris. <strong>História</strong> do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007.<br />
FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas: Papirus, 1995.<br />
MARTINS, Ângela; ABUD, Kátia M. A criança e o tempo. São Paulo: FDE. 1994.<br />
MATTOS, J. R. e outros. O Rio de Janeiro, capital do Reino. São Paulo: Atual, 1995.<br />
NOVAIS, Fernando (Org.). <strong>História</strong> da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das<br />
Letras, 1999. v. 1 a 4.<br />
OLIVEIRA, Juarez de (Org.). Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo: Saraiva,<br />
1996.<br />
111
112<br />
Os Direitos da criança. Adaptação do texto da Declaração dos Direitos da Criança,<br />
proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1959. São Paulo: Ática,<br />
2000.<br />
PERARO, Maria Adenir. Bastardos do império. São Paulo: Contexto, 2002.<br />
PINSKY, Jaime. 12 faces do preconceito. São Paulo: Contexto, 1999.<br />
PRIORI, Mary Del (Org.). <strong>História</strong> das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999.<br />
PRIORI, Mary Del; VENÂNCIO, Renato Pinto. Livro de ouro da <strong>História</strong> do Brasil. Rio de<br />
Janeiro: Ediouro, 2004.<br />
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. <strong>História</strong> da família no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Nova<br />
Fronteira, 2000.<br />
VON, Cristina. A história do brinquedo: para as crianças conhecerem e os adultos se<br />
lembrarem. São Paulo: Alegro, 2001.
ISBN 978-85-342-2963-0<br />
9 788534 229630<br />
BI22963
3 º -<br />
ano<br />
ENSINO<br />
FUNDAMENTAL<br />
HISTÓRIA<br />
H I S T<br />
Coleção Coleção Coleção<br />
Ó<br />
Célia Passos<br />
2 a edição<br />
São Paulo<br />
2011<br />
R<br />
I A<br />
Cursou Pedagogia na Faculdade de Ciências Humanas<br />
de Olinda - PE, com licenciaturas em Educação Especial<br />
e Orientação Educacional. Professora do Ensino Fundamental<br />
e Médio (Magistério) e coordenadora escolar de 1978 a 1990.<br />
Zeneide Silva<br />
Cursou Pedagogia na Universidade Católica de Pernambuco,<br />
com licenciatura em Supervisão Escolar. Pós-graduada<br />
em Literatura Infantil. Professora do Ensino Fundamental<br />
e supervisora escolar desde 1986.<br />
MANUAL<br />
DO PROFESSOR
2<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
SUMÁRIO<br />
Apresentação ..........................................................................................................................................3<br />
Parte Geral ..............................................................................................................................................4<br />
1. Pressupostos teórico-metodológicos da coleção ............................................................................4<br />
2. Conteúdos e organização da coleção ..............................................................................................6<br />
3. Metodologia adotada na coleção ..................................................................................................10<br />
4. Como trabalhar com os conteúdos ...............................................................................................11<br />
5. Sugestões para desenvolver as atividades ....................................................................................11<br />
6. Avaliação do processo de ensino-aprendizagem .........................................................................13<br />
7. Textos interessantes para o professor ..........................................................................................15<br />
8. Bibliografi a geral para o professor ..............................................................................................20<br />
Parte específi ca ....................................................................................................................................21<br />
Unidade 1 – Toda criança tem uma história ............................................................................. 21<br />
Capítulo 1 – Minha história ................................................................................................................22<br />
Capítulo 2 – <strong>História</strong> e histórias .........................................................................................................23<br />
Capítulo 3 – Famílias de hoje e de ontem ..........................................................................................24<br />
Unidade 2 – A história dos lugares ...................................................................... 25<br />
Capítulo 4 – A história do lugar onde moro ......................................................................................26<br />
Capítulo 5 – O Campo .........................................................................................................................27<br />
Unidade 3 – três cidades brasileiras .................................................................... 28<br />
Capítulo 6 – Salvador, a primeira capital ..........................................................................................29<br />
Capítulo 7 – Rio de Janeiro: passado e presente ...............................................................................30<br />
Capítulo 8 – Brasília, atual capital do Brasil ....................................................................................31
Apresentação<br />
Professor, este Manual foi elaborado para auxiliá-lo a desenvolver os temas e as<br />
atividades propostos nos volumes da coleção.<br />
Na Parte Geral, apresentamos o embasamento teórico e os princípios metodológicos<br />
que nos orientaram. Explicamos a estrutura geral dos volumes, a forma de<br />
apresentação dos conteúdos e a maneira de realizar as atividades. Foi incluída uma<br />
proposta de avaliação nessa parte. Alguns textos também foram selecionados e podem<br />
suscitar interesse pela pertinência dos temas e da abordagem.<br />
Na Parte Específi ca, apresentamos orientações pontuais que podem facilitar o seu<br />
trabalho em sala de aula e ajudá-lo a atingir seus objetivos pedagógicos.<br />
Temos a certeza de que o ensino de <strong>História</strong>, no contexto do processo educacional<br />
brasileiro, pode instrumentalizar nossos alunos para se tornarem cidadãos participativos<br />
e críticos, tão necessários na construção da nossa democracia.<br />
As autoras<br />
HISTÓRIA<br />
3
4<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
PARTE GERAL<br />
1. Pressupostos teórico-metodológicos da coleção<br />
O conhecimento do passado da humanidade e da vida<br />
em sociedade é fundamental para a construção da identidade<br />
de alguém, do cidadão e de um grupo social. No fi lme<br />
Uma cidade sem passado (Alemanha, 1989. Direção:<br />
Michael Vernhoeven. 92 min.), a personagem central,<br />
uma estudante que vive em uma pequena cidade, declara<br />
de forma veemente: “Eu só quero saber quem sou, de<br />
onde vim e para onde vou!”. Parecia um pedido razoável,<br />
mas, ao longo do enredo, se mostrou dramático.<br />
A busca de nossas origens, quem somos e que rumo<br />
tomaremos no futuro são questões básicas que acompanham<br />
a humanidade. A <strong>História</strong> é uma forma de respondê-las.<br />
A <strong>História</strong> dá sentido ao passado, explica acontecimentos,<br />
comportamentos, o modo de vida e os valores,<br />
e permite compreender o funcionamento das sociedades<br />
e dos diversos grupos sociais ao longo do tempo.<br />
Em busca do passado na visão de hoje<br />
O passado não existe por si só; tudo o que sabemos<br />
sobre ele é fruto do trabalho de historiadores que, com<br />
base em registros e vestígios, reconstroem acontecimentos,<br />
modos de vida, a organização das sociedades. O historiador<br />
utiliza fontes ou documentos de diversos tipos<br />
para reconstruir os fatos históricos. Entretanto, o que faz<br />
que ele escolha esta e não outra fonte, a privilegiar determinados<br />
registros em detrimento de outros?<br />
É preciso lembrar que o trabalho do historiador parte<br />
das grandes questões do presente. O historiador é fruto<br />
de sua época e insere-se em determinada sociedade<br />
e em uma cultura específi ca, por isso, suas indagações<br />
carregam a marca de seu tempo. A pesquisa histórica do<br />
século XXI não é conduzida pelos mesmos parâmetros<br />
daquela que ocorreu em séculos anteriores, assim como a<br />
compreensão do que é <strong>História</strong>, hoje, em muito difere do<br />
que preconizaram os pensadores do século XIX.<br />
A <strong>História</strong> positivista<br />
A pesquisa e o ensino de <strong>História</strong> passaram por muitas<br />
mudanças desde que ela surgiu como disciplina, na metade<br />
do século XIX. A história dos acontecimentos políticos<br />
e das grandes personagens era prioridade na visão<br />
da corrente fi losófi ca do positivismo, em um período no<br />
qual se defendia a existência de uma “história universal”,<br />
rigorosamente fundamentada em documentos escritos e<br />
de autenticidade incontestável. Estudava-se o passado a<br />
partir do ponto de vista do poder, daí a narrativa em torno<br />
das instituições políticas e de seus governantes, reis,<br />
rainhas, ministros e demais autoridades, considerados os<br />
únicos sujeitos históricos, excluindo-se a ação dos outros<br />
agentes sociais. Essa perspectiva se traduzia em sala<br />
de aula, onde as narrativas limitavam-se a arrolar fatos<br />
políticos considerados importantes para a construção da<br />
nação e do ideário patriótico.<br />
Ao aluno cabia ouvir, aprender e memorizar “exemplos<br />
de patriotismo”, de forte conteúdo moral. Compreender<br />
o presente era principalmente compreender uma<br />
sociedade construída por “grandes homens”, muito distantes<br />
da realidade concreta da maioria anônima dos demais<br />
segmentos sociais.<br />
Com Marx e Engels, as classes sociais<br />
entram na <strong>História</strong><br />
Essa <strong>História</strong> de heróis e de extrema valoração de<br />
feitos grandiosos da pátria, protagonizados obviamente<br />
pelos detentores do poder, foi colocada em xeque pelos<br />
teóricos do materialismo dialético, Karl Marx e Friedrich<br />
Engels, ainda no século XIX. Marx e Engels pela<br />
primeira vez trouxeram à cena as classes sociais como<br />
protagonistas da <strong>História</strong>, e mostraram que a <strong>História</strong> é<br />
o resultado do permanente confl ito entre os produtores<br />
de riquezas (o proletariado, o campesinato) e os proprietários<br />
que se apoderam dessas riquezas (os capitalistas,<br />
donos do capital, das máquinas, da terra, os chamados<br />
meios de produção).<br />
Para o marxismo, a <strong>História</strong> se concretiza por um processo<br />
dialético, em que o novo surge da contradição entre<br />
velhas estruturas e novas maneiras de se produzir. Para<br />
esses autores, portanto, deve-se explicar as sociedades a<br />
partir de sua base econômica, material, de seu modo de<br />
produzir riquezas e pelas relações que os homens constroem<br />
para produzir essas riquezas. Os trabalhadores<br />
passam a ser vistos, assim, como sujeitos históricos, em<br />
confronto com a classe daqueles que detêm os meios de<br />
produção.<br />
A visão positivista e a visão marxista conviveram (e<br />
se confrontaram) durante muitas décadas (pelo menos<br />
até meados do século XX), traduzindo-se no ensino escolar<br />
em narrativas ora de cunho essencialmente descritivo<br />
de fatos políticos, ora em narrativas essencialmente<br />
socioeconômicas, que procuravam explicar as mudanças
das sociedades humanas a partir de sua base material,<br />
das transformações nos modos de produção.<br />
A escola dos Annales<br />
Nas primeiras décadas do século XX, pensadores<br />
franceses como Marc Bloch, Lucien Febvre, Jacques le<br />
Goff e outros, reunidos em torno da chamada revista dos<br />
Annales, dialogando especialmente com o marxismo,<br />
propõem ampliar o conceito de <strong>História</strong>, utilizando-se de<br />
métodos revolucionários de investigação e reforçando a<br />
perspectiva de que o estudo do passado só pode se basear<br />
em questões colocadas pelo presente.<br />
Desse modo, imprimem novo rumo aos estudos da<br />
<strong>História</strong>, inaugurando a corrente hoje conhecida como<br />
Nova <strong>História</strong> ou <strong>História</strong> das Mentalidades, na qual os<br />
objetos de estudo histórico não são mais apenas os grandes<br />
sistemas políticos e econômicos, mas também:<br />
• a vida cotidiana;<br />
• o modo de um grupo social pensar e compreender o<br />
mundo;<br />
• o papel das personagens coletivas e anônimas na sociedade.<br />
De acordo com essa perspectiva, todos os aspectos da<br />
vida dos homens ao longo do tempo tornaram-se foco de<br />
interesse: a alimentação, o vestuário, a música, a morte,<br />
a beleza, a feiúra, o nascimento, a paixão. Os protagonistas<br />
da <strong>História</strong> não são apenas camponeses e operários<br />
em confronto com a burguesia e os grandes proprietários<br />
rurais, mas todos os segmentos sociais, os excluídos, os<br />
pobres, índios, mulheres, crianças, minorias étnicas e religiosas,<br />
homossexuais.<br />
Os historiadores, a partir daí, passaram a trabalhar<br />
com enorme diversidade de fontes históricas e dialogar<br />
com outras disciplinas: arte, psicanálise, medicina, fi losofi<br />
a, antropologia, sociologia, semiótica. O conceito de<br />
documento histórico amplia-se, pois tudo contém informação,<br />
tudo é fonte para o conhecimento do modo como<br />
a sociedade se organiza e o modo como as identidades<br />
são e foram construídas.<br />
Valorizam-se outras fontes que não apenas a escrita,<br />
tratando como documentos também as manifestações<br />
culturais de um povo, os relatos orais, os mitos, a memória,<br />
as obras de arte, as pistas que conduzem o investigador<br />
histórico a estudar o cotidiano das pessoas comuns.<br />
O conceito de mudança torna-se tão importante quanto<br />
o de permanência, tanto para a compreensão do passado<br />
como para o entendimento do presente e as projeções do<br />
futuro.<br />
O conceito de cidadania, nessa perspectiva, entrelaça-<br />
-se com fi rmeza ao de sujeito histórico. A Nova <strong>História</strong><br />
HISTÓRIA<br />
fortalece, então, a compreensão de que o sujeito histórico<br />
somos todos nós, hoje, agora, pessoas capazes de<br />
atuar na ampliação do espaço da cidadania e dos valores<br />
democráticos. Todos somos sujeitos históricos, todos somos<br />
cidadãos.<br />
O aluno no centro de um novo modo de<br />
ensinar <strong>História</strong><br />
Nas escolas, a partir da Nova <strong>História</strong>, além da ampliação<br />
do foco histórico, a grande transformação ocorre<br />
quando se passa a pensar no aluno não mais como receptor<br />
de narrativas, que ele deve passivamente incorporar,<br />
mas como o principal agente da própria transformação,<br />
o protagonista e o construtor de saberes, o sujeito histórico,<br />
enfi m.<br />
Nesta coleção, o foco é no aluno<br />
Pensar o aluno como sujeito histórico, como agente<br />
das próprias transformações, é o pressuposto que orienta<br />
esta coleção. Entendemos que o trabalho em sala de aula<br />
é o trabalho de construção de uma consciência histórica,<br />
pelo fortalecimento de competências como refl exão e<br />
crítica, por meio de práticas e atividades com enfoque na<br />
ampliação do espaço da cidadania.<br />
Entendemos igualmente que, com base na realidade<br />
do aluno, no seu entorno sociocultural, devemos sempre<br />
desenvolver o trabalho pedagógico, para que ele, usando<br />
seus saberes prévios, consiga enriquecer, conservar ou<br />
modifi car sua vivência e atuar em suas próprias transformações.<br />
Também nos fundamentamos na ideia de que, ao<br />
olharmos o passado, isso não acontece por mera curiosidade:<br />
procuramos respostas, explicações, lições ou<br />
justifi cativas para o presente. No entanto, esse olhar não<br />
é espontâneo, não é natural. Ele precisa ser ensinado,<br />
construído e praticado.<br />
Hoje, o ensino de <strong>História</strong> tem se preocupado com a<br />
carga de informações que crianças e jovens vêm recebendo<br />
da mídia, com os efeitos da globalização na identidade<br />
cultural e sobre o exercício da cidadania; com o<br />
culto ao presente e a desconsideração com o passado;<br />
com a sociedade de consumo; com a falta de perspectivas<br />
e as incertezas quanto ao futuro. Na verdade, essas<br />
preocupações ultrapassam o âmbito da <strong>História</strong> e percorrem<br />
todos os setores da Educação.<br />
Educação histórica<br />
No artigo “A formação do professor de <strong>História</strong> e o<br />
cotidiano da sala de aula”, publicado no livro O saber<br />
histórico na sala de aula, a professora Maria Auxiliadora<br />
Schmidt escreveu:<br />
5
6<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
O professor de <strong>História</strong> pode ensinar o aluno a adquirir as<br />
ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-<br />
-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é responsável<br />
por ensinar o aluno a captar e valorizar a diversidade de<br />
pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar<br />
problemas, procurando transformar, em cada aula de <strong>História</strong>,<br />
temas em problemáticas. [In Bittencourt, Circe (Org.). O saber<br />
histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.]<br />
No mesmo texto, a professora utiliza a expressão educação<br />
histórica para caracterizar a prática que envolve a<br />
problematização, a análise das causas, o contexto temporal<br />
e a exploração de documentos históricos. Embora<br />
ela esteja se referindo a alunos do Ensino Fundamental 2<br />
e do Ensino Médio, essa educação pode e deve ser adotada<br />
nos primeiros anos escolares, respeitando a faixa<br />
etária e escolar. Essa educação histórica pode começar<br />
com crianças pequenas, estimulando-as com questões<br />
pertinentes a seu universo e incentivando-as a fazer suas<br />
próprias perguntas.<br />
Um dos maiores desafi os e objetivos do educador na<br />
área de <strong>História</strong> é tirar os alunos da posição de conformismo<br />
que acompanha a ideia equivocada de que “as<br />
coisas sempre foram assim, serão assim para sempre e<br />
2. Conteúdos e organização da coleção<br />
Conteúdos<br />
Os conteúdos da coleção foram selecionados e divididos<br />
em dois blocos. Os dois primeiros volumes – 2º e 3º<br />
ano – estão voltados para a realidade imediata e concreta<br />
com a qual a criança se relaciona.<br />
Nessa faixa etária, a criança ainda opera basicamente<br />
com o pensamento concreto. Além disso, não estão<br />
completamente desenvolvidos o domínio da escrita e a<br />
competência leitora. Em consequência, priorizamos atividades<br />
orais e em grupo, nas quais as crianças de 7 e 8<br />
anos podem apresentar excelente desempenho. De fato,<br />
nessa fase normalmente as crianças querem se mostrar<br />
mais independentes e gostam de realizar tarefas que denotem<br />
responsabilidade.<br />
Os volumes do 4º e do 5º ano introduzem temas da<br />
<strong>História</strong> do Brasil; mas não se perde de vista a realidade<br />
concreta que os alunos já conhecem. Fizemos a opção de<br />
manter a exposição cronológica dos assuntos da <strong>História</strong><br />
não vão mudar”. Trata-se de uma visão naturalizada, reforçada<br />
pela própria estrutura social, bastante imobilista,<br />
e por um cenário político totalmente desmoralizado.<br />
O professor deve ter como pressuposto que a realidade,<br />
as relações sociais e as sociedades têm como característica<br />
a historicidade: têm origens e se transformam ao<br />
longo do tempo. E essas transformações se dão, sobretudo,<br />
pela ação de agentes concretos – os seres humanos.<br />
Há um exercício fundamental que é preciso fazer com<br />
os alunos de qualquer faixa etária: perguntar o porquê<br />
das coisas.<br />
O trabalho com diferentes documentos históricos –<br />
iconográfi cos, materiais e escritos – também faz parte<br />
da educação histórica. Os alunos podem aprender muito<br />
sobre uma sociedade na medida em que são ensinados a<br />
observar, ler e analisar documentos de diferentes naturezas.<br />
Esse trabalho é contínuo e se aprofunda ao longo da<br />
vida escolar.<br />
Assim, ensinar os alunos a observar a sua volta, fazer<br />
perguntas e procurar respostas é o papel fundamental do<br />
professor.<br />
Nos próximos itens deste Manual, veremos como<br />
esses pressupostos se concretizam no desenvolvimento<br />
didático-pedagógico dos quatro volumes da coleção.<br />
do Brasil, porém privilegiou-se a abordagem relacional<br />
com a situação de hoje do país, com a cultura e sua diversidade,<br />
com as características da sociedade em que se<br />
inserem nossos alunos. Assim, por exemplo, ao estudar<br />
as relações de trabalho no período colonial brasileiro,<br />
partimos da refl exão sobre a condenação do trabalho escravo<br />
na sociedade brasileira atual, em consonância com<br />
o estudo sobre os direitos fundamentais do ser humano,<br />
que perpassa os quatro volumes da coleção. E ao estudar<br />
a formação do povo e da cultura, partiu-se da diversidade<br />
que caracteriza hoje o “ser brasileiro”, sua infl uência indígena,<br />
africana, europeia, asiática, destacando aspectos<br />
manifestos na arte, na culinária, na música, na língua,<br />
nas tradições folclóricas, na religião. É dessa realidade<br />
contemporânea e conhecida do aluno que retornamos ao<br />
passado em busca das origens e das razões para a atual<br />
confi guração do Brasil.<br />
Desse modo, serão estudados os seguintes temas:
• A identidade e as características de cada criança.<br />
• A diversidade de culturas e as formas de viver que<br />
existem no mundo. Os direitos fundamentais do ser<br />
humano e, em especial, os direitos da criança.<br />
• O papel da diversão e do estudo na vida da criança.<br />
• Garantias que todas as crianças devem ter, independentemente<br />
das diferenças culturais. A questão do<br />
• Detalhamento das características de cada criança.<br />
• A sucessão dos acontecimentos relacionados ao cotidiano<br />
pessoal e coletivo.<br />
• Elaboração da história pessoal e da primeira linha do<br />
tempo.<br />
• A família, que não obedece a uma forma única, é responsável<br />
pela socialização primária da criança.<br />
• A vizinhança, a rua e os bairros − suas mudanças.<br />
• A escola como espaço privilegiado de formação do indivíduo:<br />
exercitar a curiosidade e o raciocínio; apren-<br />
• Introdução ao estudo da história: os documentos históricos,<br />
a sucessão de fatos em uma cronologia.<br />
• As grandes navegações dos séculos XV e XVI e seu<br />
signifi cado histórico.<br />
• O caso de Portugal e a chegada dos navegadores portugueses<br />
ao “Novo Mundo”.<br />
• As diversas populações nativas encontradas no<br />
Brasil.<br />
• A relação entre europeus e indígenas.<br />
• Os valores de diferentes sociedades.<br />
• As transformações no Brasil e no mundo na segunda<br />
metade do século XIX.<br />
• O café, a abolição, a imigração, o desmatamento e a<br />
ocupação de terras.<br />
• O fi m da monarquia e o signifi cado da república no<br />
Brasil.<br />
• Primeira República: riqueza e pobreza; a cidade e o<br />
campo; as eleições.<br />
2º ano<br />
3º ano<br />
4º ano<br />
5º ano<br />
HISTÓRIA<br />
trabalho infantil: diferenças entre tarefas infantis e<br />
exploração do trabalho infantil. A questão do trabalho<br />
infantil nas leis.<br />
• A passagem do tempo e as transformações que ocorrem.<br />
Noções de tempo na natureza, tempo cronológico,<br />
tempo de curta e longa duração. Contar a passagem<br />
do tempo.<br />
der conceitos, habilidades e valores; desenvolver as<br />
relações sociais.<br />
• A vida no campo ao longo da história e suas transformações:<br />
as técnicas, a questão da terra, o trabalho, o<br />
comércio e a produção de matérias-primas.<br />
• A cidade em uma perspectiva histórica, com suas diferentes<br />
origens e características, a importância do<br />
comércio, da especialização do trabalho e da indústria<br />
como indutores do desenvolvimento urbano; o surgimento<br />
das moedas; a moradia e as questões sociais.<br />
• O que é o comércio e seu signifi cado nas grandes navegações.<br />
• As características da colonização do Brasil.<br />
• As atividades desenvolvidas na Colônia.<br />
• O trabalho escravo.<br />
• A sociedade colonial.<br />
• A vida na Colônia: a diversidade de situações.<br />
• As transformações no Brasil colonial, a vinda da família<br />
real e a independência.<br />
• A monarquia e d. Pedro I.<br />
• Getúlio Vargas: a modernização do Brasil, o governo<br />
Vargas, uma personagem histórica de muitas<br />
faces.<br />
• Ditadura e democracia.<br />
• O governo de Juscelino Kubitschek, de Jânio Quadros<br />
e de João Goulart.<br />
• Os governos militares.<br />
• O Brasil após os governos militares.<br />
7
8<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
A seguir, apresentamos a sequência dos quatro volumes com suas respectivas unidades e capítulos.<br />
Unidade 1 – A sua identidade<br />
Capítulo 1 – Nomes e documentos<br />
Capítulo 2 – Iguais, mas diferentes<br />
Unidade 2 – Do que as crianças precisam<br />
Capítulo 3 – Morar<br />
Capítulo 4 – Alimentar-se<br />
Capítulo 5 – Vestir-se<br />
Capítulo 6 – Brincar e estudar<br />
Unidade 3 – Os direitos das crianças<br />
Capítulo 7 – Direitos em leis e em documentos<br />
Capítulo 8 – Criança pode trabalhar?<br />
Unidade 4 – O tempo passa<br />
Capítulo 9 – As marcas do tempo<br />
Capítulo 10 – Contando a passagem do tempo<br />
2 o ano<br />
3 o ano<br />
Unidade 1 – Toda criança tem uma história<br />
Capítulo 1 – Minha história<br />
Capítulo 2 – <strong>História</strong>s e <strong>História</strong><br />
Capítulo 3 – Famílias de ontem e de hoje<br />
Unidade 2 – A história dos lugares<br />
Capítulo 4 – A história do lugar onde eu moro<br />
Capítulo 5 – A história começou no campo<br />
Capítulo 6 – A história das cidades<br />
Unidade 3 A história de três cidades brasileiras<br />
Capítulo 7 – Salvador, a primeira capital<br />
Capítulo 8 – Rio de Janeiro: passado e presente<br />
Capítulo 9 – Brasília: grandes mudanças em curto espaço de tempo
Unidade 1 – O encontro entre dois mundos<br />
4 o ano<br />
Capítulo 1 – O trabalho do historiador<br />
Capítulo 2 – <strong>História</strong> de uma grande aventura<br />
Capítulo 3 – Os povos indígenas do Brasil<br />
Capítulo 4 – Os povos que os portugueses encontraram no “Novo Mundo”<br />
Capítulo 5 – Os portugueses vieram explorar riquezas da nova terra<br />
Unidade 2 – A vida no Brasil português (1532-1822)<br />
Capítulo 6 – Brasil, colônia portuguesa<br />
Capítulo 7 – Viver na colônia<br />
Capítulo 8 – <strong>História</strong> dos povos africanos no Brasil<br />
Unidade 3 – Grandes mudanças na colônia<br />
Capítulo 9 – Como a vida no Brasil do século XVII começou a mudar<br />
Capítulo 10 – O Brasil do ouro e dos diamantes<br />
Capítulo 11 – O sonho de liberdade<br />
Unidade 4 – Como o Brasil deixou de ser colônia<br />
Capítulo 12 – Os caminhos para a independência<br />
Capítulo 13 – O Brasil se tornou independente<br />
5 o ano<br />
Unidade 1 – De monarquia a república (1831-1889)<br />
Capítulo 1 – O período regencial (1831-1840)<br />
Capítulo 2 – Café: principal produto do Segundo Reinado<br />
Capítulo 3 – O fi m da escravidão no Brasil<br />
Capítulo 4 – O Brasil se tornou uma República<br />
Unidade 2 – Como o Brasil entrou no século XX<br />
Capítulo 5 – A Primeira República (1889-1930)<br />
Capítulo 6 – Movimentos sociais na Primeira República<br />
Unidade 3 – O Brasil de 1930 a 1964<br />
Capítulo 7 – A Era Vargas<br />
Capítulo 8 – Era Vargas: ditadura e democracia<br />
Capítulo 9 – Democracia à brasileira (1956-1964)<br />
Unidade 4 – Da ditadura militar ao Brasil atual<br />
Capítulo 10 – Vinte e um anos de ditadura (1964-1985)<br />
Capítulo 11 – Caminhos para a democracia (1985-2011)<br />
HISTÓRIA<br />
9
10<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
Organização dos volumes<br />
Quanto à organização estrutural de cada volume, optamos<br />
por dividi-los em unidades e capítulos.<br />
• A abertura de cada unidade traz imagens e atividades que<br />
sondam conhecimentos prévios e estimulam o aluno a<br />
ter um contato inicial com os conteúdos a ser estudados.<br />
• Cada capítulo parte da contextualização em torno do<br />
tema principal a ser abordado, geralmente com uma<br />
atividade oral ou atividade realizada no caderno. Também<br />
fazem parte dessa prática análises de imagens e<br />
leituras de pequenos textos. Ao longo do capítulo, texto<br />
e atividades estão entremeados; assim, a assimilação<br />
de conceitos se dá em um fl uxo contínuo de saber<br />
e fazer. Há sempre um objetivo didático – construir<br />
conhecimento – e um objetivo pedagógico – desenvolver<br />
competências (refl etir, deduzir, concluir, sintetizar,<br />
propor soluções, memorizar). Por este motivo,<br />
não há seções fi xas de “exercícios”. As atividades são<br />
numeradas sequencialmente ao longo do capítulo,<br />
para facilitar o trabalho pedagógico.<br />
A seções fi xas dos capítulos são os boxes Para saber<br />
3. Metodologia adotada na coleção<br />
Por entendermos que o grande desafi o que se coloca<br />
ao educador, principalmente na área de <strong>História</strong>, é orientar<br />
e estimular o aluno a construir os próprios saberes,<br />
para assim perceber-se como sujeito histórico no processo<br />
de aprendizagem, empregamos na coleção recursos<br />
didáticos diversos para alcançar esse objetivo. Esses instrumentos<br />
são basicamente dois:<br />
• diálogo constante entre os próprios alunos e entre os<br />
alunos e o professor;<br />
• atividades que desenvolvem competências como<br />
análise, comparação, refl exão, conclusão e síntese,<br />
competências fundamentais para a formação do pensamento<br />
histórico.<br />
Parte-se sempre da realidade concreta dos alunos,<br />
com atividades de sondagem de conhecimentos prévios;<br />
isso permite ao professor conhecer o meio socioeconômico<br />
e cultural em que os alunos encontram-se<br />
inseridos.<br />
Os novos conteúdos passam a ser estudados, a seguir,<br />
por meio de textos explicativos, imagens e atividades<br />
que fortalecem a assimilação das informações e dos conceitos.<br />
Trata-se de um processo contínuo e cumulativo<br />
ao longo de cada capítulo. Os alunos são orientados a<br />
descrever e comparar imagens, ler e escrever textos cur-<br />
mais e Investigando. O boxe Para saber mais traz informações<br />
históricas ou aborda pontos importantes relacionados<br />
ao tema geral. A seção Investigando é sempre<br />
uma atividade fi nal de síntese, na qual os alunos devem<br />
concretizar os principais pontos abordados. Constitui<br />
também atividade de extrema importância para o fortalecimento<br />
das competências fundamentais de investigar,<br />
selecionar dados, consultar fontes, entrevistar, concluir e<br />
apresentar resultados.<br />
Em todas as atividades procuramos a integração com<br />
as demais disciplinas. Muitas delas podem ser desenvolvidas<br />
em conjunto com Língua Portuguesa, Geografi a,<br />
Ciências, Matemática, Arte. O professor encontrará sobre<br />
isso observações pontuais tanto no Livro do Professor<br />
quanto na Parte Específi ca deste Manual.<br />
No fi nal de cada volume há o Glossário, com explicações<br />
sobre termos utilizados no texto do livro, a Sugestão<br />
de livros para leituras complementares para os<br />
alunos, com livros da literatura infantil relacionados aos<br />
temas das unidades e uma indicação bibliográfi ca básica,<br />
na seção Referências Bibliográfi cas, com os livros que<br />
apoiaram os temas de cada volume da coleção.<br />
tos, discutir, elaborar trabalhos em grupo e apresentá-los<br />
à turma, entrevistar adultos, pesquisar em outras fontes<br />
além do livro didático.<br />
Por essa razão, não separamos os conteúdos de cada<br />
capítulo em seções estanques, por exemplo, uma com<br />
apresentação de informações e outra com “exercícios”.<br />
Preferimos acompanhar o fl uxo de exposição de cada<br />
assunto, ora conversando com o aluno, ora indagando,<br />
apresentando desafi os, propondo leitura ou troca de<br />
ideias com os colegas.<br />
Das duas seções constantes ao longo dos quatro volumes,<br />
Para saber mais apresenta conteúdos quase<br />
sempre de caráter especifi camente histórico sobre o<br />
tema que está sendo estudado, e Investigando exige<br />
do aluno a aplicação dos conceitos construídos, podendo<br />
servir tanto para a síntese do conteúdo do capítulo<br />
quanto para o professor avaliar se seus objetivos foram<br />
atingidos.<br />
Entendemos que o livro didático, como ferramenta<br />
para o professor conduzir sua aula, é exatamente isso,<br />
uma ferramenta, capaz de enriquecer as escolhas que<br />
cada professor fará de acordo com a especifi cidade de<br />
sua turma. Por isso, ao professor cabe decidir e selecionar<br />
o que lhe interessa, adaptar e modifi car as sugestões<br />
apresentadas, conforme sua preferência.
4. Como trabalhar com os conteúdos<br />
Sugerimos ao professor que a apresentação de cada<br />
tema novo parta de dois procedimentos:<br />
• fazer o levantamento dos saberes prévios da turma<br />
(por meio das atividades contidas na abertura das unidades<br />
ou dos capítulos);<br />
• associar esses saberes prévios ao que foi estudado em<br />
capítulos anteriores.<br />
O trabalho com o livro alterna-se: ora é coletivo, feito<br />
em conjunto por todos os alunos; ora é em grupo, organizado<br />
pelo professor; ora é individual, principalmente nos<br />
momentos em que o objetivo é desenvolver e fortalecer o<br />
domínio da Língua Portuguesa e as competências leitora<br />
e de escrita. No 2º ano, como a maioria dos alunos ainda<br />
5. Sugestões para desenvolver as atividades<br />
Reforço da alfabetização<br />
O processo de alfabetização está em pleno andamento<br />
ao longo do 2 o e do 3 o ano. É um processo que deve ocorrer<br />
de forma integrada com todas as áreas de estudo. Nos<br />
livros de 2 o e 3 o ano, são feitas diversas sugestões para<br />
reforçar a alfabetização, como:<br />
• nas atividades orais, reforçar a expressão oral, estimulando<br />
os alunos a formar sempre frases completas, na<br />
ordem direta, e usando a pronúncia correta das palavras;<br />
solicitar que o aluno reconstrua a frase pode ser<br />
importante;<br />
• em alguns exercícios, sugerimos como formular respostas<br />
completas e corretas; as frases devem ser apresentadas<br />
aos alunos para que eles as repitam e, depois,<br />
passem a formulá-las eles mesmos;<br />
• nos exercícios que fazem no caderno, sugerimos que<br />
os alunos sejam orientados a escrever as palavras e<br />
as frases de maneira correta, tanto em relação à ortografi<br />
a quanto à pontuação; é importante também que<br />
escrevam com caligrafi a;<br />
• exercícios de cópia: há exercícios que propõem a cópia<br />
de frases corretas entre uma sequência delas; esse<br />
tipo de exercício tem dupla função: reforçar a assimilação<br />
de informações e reforçar também a expressão<br />
escrita; acreditamos que os exercícios de repetição,<br />
nesse aspecto, têm boa efi cácia didática;<br />
• exercícios de cópia de informações: trata-se de exercícios<br />
nos quais o aluno recorre ao texto para encontrar<br />
a resposta à pergunta; também nesses casos julgamos<br />
que a prática é válida, pelos dois motivos apontados<br />
anteriormente em relação aos exercícios de cópia;<br />
HISTÓRIA<br />
está em processo de alfabetização, sugerimos, principalmente<br />
nas unidades 1 e 2, que o professor dê especial<br />
atenção ao desenvolvimento dessas competências, e, em<br />
alguns tópicos, que leia o texto com a turma, facilitando<br />
a compreensão do conteúdo.<br />
Ao fi nal de cada capítulo, com a seção Investigando,<br />
que pode ser individual ou em grupo, os alunos<br />
concretizam conceitos por meio de atividades práticas.<br />
Sugerimos ao professor que a produção dos alunos seja<br />
sempre exposta em sala de aula, comentada e analisada<br />
por todos, criando assim oportunidade de uma rica troca<br />
de experiências e informações e também de possíveis<br />
correções e esclarecimentos que ainda se mostrem necessários.<br />
• dando aos alunos exemplos de como iniciar certas frases<br />
no caderno; em diversos exercícios, dizemos ao<br />
aluno: Inicie com tal frase:...; trata-se de um recurso<br />
de simples reforço de alfabetização; os alunos devem<br />
aos poucos ir se soltando e encontrar sua própria forma<br />
de se expressar;<br />
• escrevendo palavras ou frases na lousa; em algumas<br />
oportunidades sugerimos que o professor escreva palavras<br />
ou frases para que os alunos as copiem ou completem<br />
no caderno.<br />
O adequado domínio da expressão oral e da expressão<br />
escrita deve desenvolver-se a partir dos primeiros anos<br />
de escolaridade. Isso é extremamente importante, pois<br />
dotará o aluno de instrumentos de grande valor para sua<br />
vida escolar e profi ssional.<br />
Trabalho com imagens<br />
Desde o 2º ano os alunos serão incentivados a tratar<br />
as imagens como fontes históricas e não apenas como<br />
meras ilustrações de conteúdos.<br />
Sugerimos que:<br />
• se inicie sempre com a análise das informações contidas<br />
nas imagens. Descrever a foto, dizer o que se<br />
vê, como são as pessoas e os lugares, quais as cores<br />
predominantes, quais as emoções ou ideias que determinada<br />
imagem transmite é um modo de acostumar o<br />
olhar dos alunos, assim como nas práticas de ensino<br />
de música se trabalha para “afi nar” o ouvido do aluno;<br />
• principalmente no caso em que se solicita ao aluno<br />
mostrar semelhanças e diferenças entre imagens, o<br />
11
12<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
professor pode pedir que, primeiro, destaquem elementos<br />
essenciais em cada uma das fotos ou ilustrações,<br />
para, em seguida, compará-las;<br />
• estimule-se o aluno a compreender que está trabalhando<br />
com um documento histórico; por isso, é muito<br />
importante também que o professor chame a atenção<br />
para informações contidas em legendas e créditos,<br />
como local e data de fotos ou nome do artista que desenhou<br />
uma ilustração.<br />
Trabalho com mapas<br />
A partir do 3º ano apresentamos o trabalho com mapas,<br />
que o professor pode desenvolver junto com a disciplina<br />
de Geografi a. As crianças deverão compreender o<br />
caráter de representação de um mapa, bem como o signifi<br />
cado de escala, rosa dos ventos e meridianos. Nos conteúdos<br />
históricos específi cos, a comparação entre mapas<br />
do passado com atuais é um recurso fundamental para<br />
que percebam permanências e mudanças.<br />
Trabalho com atividades orais<br />
A “conversa” entre os alunos e entre os alunos e o professor,<br />
como já assinalamos anteriormente, é fundamental<br />
para o trabalho com os livros da coleção. Mas cabe<br />
exclusivamente ao professor defi nir quais exercícios irão<br />
envolver alguma forma de “conversa”. E, sobretudo,<br />
como se dará essa atividade. Por isso, todos os exercícios<br />
desse tipo que propomos iniciam-se com: “Sob a<br />
orientação do professor...”<br />
Desde o princípio, o professor pode combinar regras<br />
com a turma sobre os momentos de falar, incentivando<br />
a cooperação e o respeito entre os colegas. Ouvir com<br />
atenção quando o outro fala, esperar a vez de se expressar<br />
e outras atitudes semelhantes desenvolvem a convivência<br />
e permitem que o trabalho fl ua.<br />
O professor deve empenhar-se para que a expressão<br />
oral dos alunos seja sempre clara, que o pensamento e as<br />
opiniões sejam verbalizados com frases gramaticalmente<br />
corretas. É importante que os mais desinibidos consigam<br />
esperar os mais tímidos falarem, assim como é importante<br />
incentivar os mais tímidos a aprender a falar para todos.<br />
Essas atividades são fundamentais para desenvolver<br />
também atitudes democráticas em sala de aula e estão essencialmente<br />
relacionadas com a formação de pequenos<br />
cidadãos: saber o quê, quando e como falar, bem como<br />
saber ouvir, são hábitos para a vida toda.<br />
Trabalho com atividades em grupo<br />
A organização de grupos também é atribuição exclusiva<br />
do professor. Por isso, nos exercícios feitos em grupo,<br />
iniciamos sempre com: “Sob a orientação do professor...”<br />
É importante que o professor permita e incentive a<br />
socialização, fundamental para o desenvolvimento emocional<br />
e afetivo das crianças e também para o enriquecimento<br />
do aprendizado, pois muitas vezes é por ouvir<br />
a experiência do outro que a criança concretiza as suas<br />
próprias.<br />
Com esse objetivo, um dos cuidados deve ser com o<br />
equilíbrio na composição dos grupos. Evitar, por exemplo,<br />
que “turminhas” já formadas permaneçam juntas<br />
sempre, e procurar distribuir os alunos de formas sempre<br />
diferentes são modos de incentivar que uns possam ajudar<br />
os outros, pela troca de experiência e informações. A<br />
orientação da tarefa a ser realizada deve sempre preceder<br />
o trabalho em grupo, se possível com exemplos. Se o<br />
professor perceber difi culdades, algumas etapas do trabalho<br />
em grupo podem ser realizadas com a turma toda.<br />
Trabalho com atividades individuais<br />
Sugerimos que, antes de começar a atividade no caderno,<br />
o professor dê uma orientação coletiva; para isso,<br />
deve conversar com a turma toda sobre o tema que será<br />
desenvolvido. Quanto mais clareza o aluno tiver sobre o<br />
que deve fazer, melhor será o seu desempenho.<br />
É muito importante também que as competências leitora<br />
e de escrita sejam sempre valorizadas e fortalecidas.<br />
Por isso, deve-se orientar, em todos os momentos, a<br />
construção de frases completas e gramaticalmente corretas,<br />
ou, quando se tratar da elaboração de textos curtos,<br />
estruturas que sempre apresentem introdução, desenvolvimento<br />
e conclusão de ideias.<br />
Trabalho com arte<br />
Será solicitado aos alunos que desenhem, componham<br />
painéis e cartazes, expressem sua criatividade por<br />
meio de imagens e outras formas artísticas. Como todo<br />
trabalho com arte, a imaginação e a criatividade devem<br />
ser incentivadas.<br />
Entretanto, o professor deve sempre se certifi car de<br />
que o foco é o tema estudado, a relação com a <strong>História</strong> e<br />
os vínculos que o aluno deve estabelecer com o que está<br />
sendo aprendido. Dependendo da realidade da turma, o<br />
professor pode promover exposições na sala de aula ou<br />
na escola, ou combinar com a turma a confecção de uma<br />
caixa para que os trabalhos possam ser guardados até o<br />
fi nal do ano.<br />
Trabalho com a seção Para saber mais<br />
Esta seção apresenta sempre um texto mais longo.<br />
Além de orientações específi cas e pontuais que o professor<br />
encontrará no Livro do Professor, sugerimos que<br />
escolha o procedimento de acordo com as especifi cida-
des de sua turma. Poderá fazer a leitura para a turma,<br />
por exemplo, ou pedir que alguns alunos leiam alguns<br />
trechos em voz alta, ou, ainda, pedir que leiam silenciosamente<br />
e depois digam, em voz alta, o que entenderam<br />
de um ou outro parágrafo.<br />
O importante é que sempre haja uma “conversa” sobre<br />
o tema da seção, relacionando-o com o capítulo e o<br />
que estiver sendo estudado.<br />
Trabalho com a seção Investigando<br />
Sugerimos ao professor que sempre que houver oportunidade,<br />
os alunos sejam lembrados de que, nesta seção,<br />
eles atuarão como “pequenos” historiadores, pois vão<br />
procurar informações que devem ser analisadas e sintetizadas<br />
na forma de conclusões.<br />
A partir do 3º ano, esta seção inclui atividades de pesquisa<br />
em outras fontes escritas. Essas atividades devem<br />
ser preparadas com antecedência em sala de aula; o professor<br />
indica as fontes, o método, dando exemplos de<br />
confecção de relatórios e propondo formas de apresentação<br />
dos resultados. Aqui também é fundamental que haja<br />
a orientação clara do que se espera do aluno.<br />
A pesquisa é um recurso valioso para que os alunos<br />
aprendam onde e como buscar respostas às suas indagações.<br />
Por isso, é necessário que desde o princípio<br />
eles entendam que a simples cópia de informações encontradas<br />
em outros livros, em revistas ou na internet<br />
não caracteriza o trabalho, mas é apenas uma de suas<br />
etapas.<br />
O trabalho na internet pode e deve ser estimulado,<br />
principalmente se a escola tiver recursos para isso, como<br />
um laboratório de informática. A inclusão digital é hoje<br />
tema importante na Educação e um direito de todos os<br />
cidadãos. As crianças precisam estar instrumentalizadas<br />
para acompanhar o avanço tecnológico do século XXI;<br />
6. Avaliação do processo de ensino-aprendizagem<br />
Ao longo do processo de ensino-aprendizagem, todos<br />
os avanços devem ser valorizados no âmbito do conteúdo,<br />
mas são mais importantes as conquistas em relação<br />
aos procedimentos, às habilidades e atitudes, no caminho<br />
da formação de um adulto responsável e solidário.<br />
Nessa faixa etária, aprender <strong>História</strong> está extremamente<br />
relacionado ao saber ler e escrever, desenvolver<br />
a formalização da linguagem oral e escrita, construir o<br />
olhar analítico em relação às imagens, começar a entender<br />
a relação passado-presente.<br />
A avaliação escolar tem sido objeto de muitos estudos<br />
e discussões: avaliar não é simplesmente medir e estabelecer<br />
uma nota de 0 a 10 ou um conceito de A a E ao<br />
HISTÓRIA<br />
saber usar os recursos da internet faz parte da educação<br />
cidadã; assim, torna-se possível que os alunos dos anos<br />
mais adiantados criem blogues, por exemplo, em que publiquem<br />
o resultado de seus trabalhos.<br />
Escrever e-mails é igualmente interessante e possível,<br />
para fazer uma entrevista, por exemplo, ou para pedir<br />
informações a alguma instituição. Entretanto, tudo isso<br />
deve ser realizado com a supervisão do professor, que<br />
deve sempre orientar o acesso das crianças à rede mundial,<br />
percorrendo de antemão os sites que podem ser<br />
explorados e certifi cando-se de que o conteúdo é apropriado.<br />
No caso dos alunos que tenham computador em<br />
casa, uma boa ideia seria desenvolver esse trabalho em<br />
conjunto com os pais ou responsáveis, elaborando com<br />
eles algumas diretrizes de orientação às crianças.<br />
Do mesmo modo, quando os alunos tiverem de procurar<br />
informações fora de casa, o professor deve certifi car-<br />
-se de que um adulto os acompanhe, de que seja explicado<br />
o que se pretende, quais os objetivos do trabalho etc.<br />
O professor pode adaptar as atividades sugeridas à realidade<br />
de sua turma, simplifi cando ou ampliando o que<br />
foi proposto no livro.<br />
Trabalhos com a comunidade<br />
Algumas atividades propostas, desde o 2º ano, levam<br />
as crianças a atuar/relacionar-se com a comunidade:<br />
fazer cartazes e expô-los em áreas públicas, escrever<br />
cartas e relatórios e enviá-las a autoridades municipais,<br />
entrevistar pessoas que ocupem cargos chaves na administração<br />
da cidade ou em organizações voltadas para o<br />
bem-estar da população e outras. Essas atividades, além<br />
de reforçar a socialização e as demais competências, têm<br />
por objetivo ampliar a compreensão da cidadania, dos<br />
espaços de atuação democrática e dos vínculos com os<br />
grupos sociais aos quais o aluno pertence.<br />
conteúdo cognitivo que o aluno responde em uma prova.<br />
Esse é um tema delicado na medida em que envolve todo<br />
o processo de ensino-aprendizagem: o desenvolvimento<br />
das capacidades dos alunos com relação a conceitos,<br />
habilidades e atitudes e também a adequação que o professor<br />
pode fazer quanto à sua metodologia e às suas estratégias<br />
de ensino.<br />
A avaliação não deve ser um fi m em si nem mera detecção<br />
de erros. Mas, embora nossa sociedade trabalhe<br />
muito mal com o erro, o erro é fundamental no processo<br />
de aprendizagem em nossa vida. O aluno deve aprender<br />
desde cedo a lidar com seus erros e vê-los como uma<br />
etapa normal para o conhecimento. Assim, uma das es-<br />
13
14<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
tratégias que deve ser incorporada como natural é a oportunidade<br />
de refazer, repensar um processo de trabalho e<br />
seus resultados.<br />
Memória e repetição<br />
Existe uma questão antiga e que persiste no ensino<br />
de <strong>História</strong>: “decorar” nomes, datas e acontecimentos.<br />
Esperamos que, por tudo que foi exposto, não seja valorizada<br />
no trabalho proposto ao longo desta coleção. É<br />
importante não confundir memória com repetição. A repetição<br />
é vazia de sentido porque o aluno não relaciona o<br />
que está lendo, ouvindo ou vendo com o que sabe.<br />
“Somos aquilo que recordamos”, conceitua Ivan Izquierdo,<br />
professor de Neuroquímica da Universidade<br />
Federal do Rio Grande do Sul. Ele dá um exemplo: não<br />
se compreende um texto se não se lembra o signifi cado<br />
das palavras e da estrutura do idioma utilizado. Tudo<br />
isso precisa estar registrado no cérebro para ser resgatado<br />
no momento oportuno. “A memória, enfatiza Elvira<br />
Souza Lima, psicóloga e antropóloga, é a reprodução<br />
mental das experiências captadas pelo corpo por meio<br />
dos movimentos e dos sentidos. Essas representações<br />
são evocadas na hora de executar atividades, tomar decisões<br />
e resolver problemas, na escola e na vida.” (Gentile,<br />
Paola. Lembre-se: sem memória não há aprendizagem.<br />
Revista Nova Escola, 3 jun. 2009. Disponível<br />
em: Acesso em: 18<br />
ago. 2010.)<br />
É importante desenvolver estratégias que ajudem<br />
a memória e a apreensão dos conteúdos ensinados. A<br />
aprendizagem signifi cativa só acontece quando o aluno<br />
consegue estabelecer ligações entre os saberes que já tem<br />
incorporados e os novos que lhe são apresentados e trabalhados.<br />
Sugestões de procedimentos de avaliação<br />
com os livros desta coleção<br />
Embora o processo de avaliação deva ser contínuo,<br />
alguns recursos devem ser empregados para que se tenha<br />
o perfi l razoavelmente objetivo de cada aluno. Esse conhecimento<br />
é importante para que cada aluno:<br />
a) seja estimulado de acordo com suas características intelectuais,<br />
psicológicas, físicas etc.;<br />
a) apresente rendimento adequado às condições de desenvolvimento<br />
cognitivo em que se encontra;<br />
b) seja informado de suas condições de aprendizagem e<br />
de suas possibilidades de avanços e progressos;<br />
c) adquira segurança e confi ança em si mesmo ao saber<br />
que seus esforços são acompanhados e valorizados;<br />
d) seja acompanhado também por sua família por meio<br />
de contatos com a direção e os professores da escola.<br />
Entre os recursos que o texto explicativo, as atividades<br />
e as imagens dos livros oferecem para a avaliação,<br />
detalhamos:<br />
• Leituras. Utilize as leituras que forem promovidas<br />
individualmente para avaliar o grau de desenvolvimento<br />
de cada aluno, suas necessidades específi cas,<br />
especialmente um reforço na alfabetização ou em atividades<br />
próprias da área de Língua Portuguesa; o bom<br />
desenvolvimento na competência da leitura é condição<br />
básica para o avanço no estudo da disciplina de<br />
<strong>História</strong>;<br />
• Compreensão de texto. Trata-se de uma extensão da<br />
competência da leitura; ou seja, além de dominar a<br />
fl uência na leitura, o aluno deve entender o que lê;<br />
avalie cuidadosamente este aspecto, por meio de perguntas<br />
orais e escritas, começando sempre com textos<br />
curtos até poder trabalhar com textos mais extensos;<br />
• Elaboração de respostas escritas e textos curtos.<br />
Avalie sempre o texto dos alunos; ele deve ser correto<br />
e escrito com letra clara e bem legível; o processo<br />
de refazer uma ou mais vezes uma frase ou um texto<br />
é extremamente importante para avançar nessa competência;<br />
ela é das mais importantes para garantir o<br />
avanço na vida escolar e o aprimoramento intelectual;<br />
trata-se de uma competência que pode marcar toda a<br />
carreira escolar de um aluno;<br />
• Expressão oral. Você pode avaliar cada aluno pela<br />
sua participação nos grupos, nas atividades orais com<br />
a turma toda e nas perguntas feitas especifi camente a<br />
ele; aqui também a repetição de uma frase mal formulada<br />
para que seja melhorada é importante; também a<br />
competência de se expressar com frases claras e completas<br />
deve iniciar-se nos primeiros anos de escola e<br />
envolver todas as áreas de estudo;<br />
• Participação e iniciativa. Pode ser verifi cada praticamente<br />
o tempo todo; avalie se o aluno demonstra<br />
interesse e iniciativa ao ser proposta uma atividade, ao<br />
organizar grupos, ao arrumar as carteiras, ao realizar<br />
alguma tarefa necessária na sala de aula;<br />
• Retenção e processamento de conteúdo. Há um<br />
conteúdo histórico que se desenvolve de forma progressiva<br />
ao longo dos quatro volumes da coleção;<br />
espera-se que o aluno assimile e, de forma cumulativa,<br />
consolide esse conteúdo; isso pode ser avaliado<br />
mediante as atividades em geral na sala de aula, mas<br />
especialmente por meio das questões escritas; aos alunos<br />
de 4º e 5º anos podem ser aplicadas provas mensais<br />
ou bimestrais;<br />
• Análise de imagens. Você pode propor a leitura de<br />
imagens, como fotos antigas e atuais para ser contrapostas;<br />
este é um bom exercício para ser proposto em<br />
uma prova, por exemplo;
• Trabalho com mapas. Elaborar um mapa histórico<br />
simples pode ser uma atividade para os alunos do 5º<br />
ano; avalie o traçado, a correção de conteúdo, as legendas;<br />
• Seção Investigando. Aqui podemos avaliar a competência<br />
para organizar dados e informações, elaboração<br />
de relatórios etc.<br />
• Comportamento. O processo educativo se dá não<br />
apenas com a incorporação de conhecimentos, mas<br />
também com a formação de atitudes e valores e a<br />
mudança para um comportamento sempre mais amadurecido<br />
e democrático; avalie como seus alunos respondem<br />
às propostas e aos desafi os da escola, como<br />
manifestam sua opinião a respeito de temas como diversidade<br />
étnica e cultural, respeito aos outros, valorização<br />
dos estudos etc.<br />
Com base nos itens mencionados e após ter feito observações<br />
individuais dos alunos e a correção de exercícios<br />
e provas, você poderá atribuir com segurança a nota<br />
7. Textos interessantes para o professor<br />
A seguir selecionamos alguns textos que consideramos<br />
interessantes para os temas ou as abordagens, relacionados<br />
ao que foi exposto nesta Parte Geral.<br />
Texto 1<br />
Neste trecho, a professora Circe Bittencourt, especialista<br />
em estudos sobre o ensino de <strong>História</strong> no Ensino<br />
Fundamental, comenta a importância e o uso do livro<br />
didático nas escolas atuais.<br />
Sobre o livro didático<br />
“[...] o livro didático é também um depositário de conteúdos<br />
escolares, suporte básico e sistematizador privilegiado dos<br />
conteúdos elencados pelas propostas curriculares; é por seu<br />
intermédio que são passados os conhecimentos e técnicas<br />
considerados fundamentais de uma sociedade em determinada<br />
época. O livro didático realiza uma transposição do saber<br />
acadêmico para o saber escolar no processo de explicitação<br />
curricular. Nesse processo, ele cria padrões linguísticos e formas<br />
de comunicação específi cas ao elaborar textos com vocabulário<br />
próprio, ordenando capítulos e conceitos, selecionando<br />
ilustrações, fazendo resumos etc.<br />
Além disso, o livro didático é um instrumento pedagógico<br />
‘inscrito em uma longa tradição, inseparável tanto na sua elaboração<br />
como na sua utilização das estruturas dos métodos<br />
e das condições do ensino do seu tempo’ (Choppin, Alain.<br />
HISTÓRIA<br />
ou o conceito a cada um deles, segundo os critérios de<br />
sua escola.<br />
Podemos resumir nossa proposta de avaliação, com<br />
base na utilização dos livros da coleção, nos seguintes<br />
pontos:<br />
a) a avaliação deve ser um processo contínuo, mas deve<br />
haver momentos em que seja atribuída uma medida<br />
(nota ou conceito) a determinado desempenho do aluno;<br />
b) a avaliação deve ser um processo integrado, que envolve<br />
todas as atividades docentes, de todas as áreas<br />
de estudo, sobretudo nos anos escolares iniciais;<br />
c) a avaliação deve ser global, ou seja, deve compreender<br />
todos os aspectos da personalidade do aluno e seu<br />
desempenho geral nos estudos;<br />
d) a avaliação deve possibilitar a melhora no desempenho;<br />
isto quer dizer que o aluno deve ter conhecimento<br />
da sua avaliação e ter oportunidade de, a<br />
partir dela, aperfeiçoar seu desempenho e seu comportamento.<br />
Manuels scolaires. Etats et sociétés. Histoire de l’éducation,<br />
Paris, INRP, n. 58, maio 1993, p. 19.) [...] Ao lado dos textos, o<br />
livro didático produz uma série de técnicas de aprendizagem:<br />
exercícios, questionários, sugestões de trabalho, enfi m, as tarefas<br />
que os alunos devem desempenhar para a apreensão ou<br />
para a retenção dos conteúdos. [...]<br />
Ele é portador de textos que auxiliam, ou podem auxiliar, o<br />
domínio da leitura e da escrita em todos os níveis de escolarização,<br />
serve para ampliar informações, veiculando e divulgando,<br />
com uma linguagem mais acessível, o saber científi co.<br />
Possibilita, igualmente, a articulação em suas páginas de outras<br />
linguagens além da escrita, que podem fornecer ao estudante<br />
uma maior autonomia frente ao conhecimento. Por seu<br />
intermédio, o conteúdo programático da disciplina torna-se<br />
explícito e, dessa forma, tem condições de auxiliar a aquisição<br />
de conceitos básicos do saber acumulado pelos métodos e<br />
pelo rigor científi co.”<br />
BITTENCOURT, Circe. Livros didáticos entre<br />
textos e imagens. In: _____. O saber histórico<br />
na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. p. 72-73.<br />
(Coleção Repensando o Ensino).<br />
Texto 2<br />
Neste outro trecho, a professora Circe Bittencourt<br />
destaca o trabalho histórico com imagens contidas no<br />
livro didático.<br />
15
16<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
Sobre a leitura de imagens no livro didático<br />
“Considerando que nem sempre o(a) professor(a) tem, à<br />
sua disposição na sala de aula, mídias que possam reproduzir<br />
o material iconográfi co, ‘... a utilização cuidadosa do livro<br />
didático pode facilitar a introdução de leituras de linguagens<br />
iconográfi cas’.<br />
Ao se considerar o livro como um documento, ele passa a<br />
ser analisado dentro de pressupostos da investigação histórica<br />
e, portanto, objeto produzido em um determinado momento<br />
e sujeito de uma história da vida escolar. Nesse sentido, cabe<br />
ao professor a tarefa de utilizar uma metodologia que possibilite<br />
leitura e interpretação que despertem o sentido histórico nas<br />
relações triviais da sala de aula.<br />
Dessa forma, para introduzir o aluno na leitura de imagens<br />
dos livros didáticos, é importante inicialmente buscar separar<br />
a ilustração do texto, isolando-a para iniciar uma observação<br />
“impressionista”, sem interferências inicias da interpretação do<br />
professor ou das legendas escritas. Trata-se de um momento<br />
em que o observador fará uma leitura geral da ilustração, deixando<br />
fl uir as relações que estabelece entre o que está vendo<br />
e as outras imagens.<br />
Essa etapa introdutória é importante porque a imagem fi xa<br />
gera, na sequência da observação, descrições e narrações,<br />
criando ‘textos intermediários orais e verbais pelos observadores’<br />
e o aluno; e ao descrever o que está vendo, estabelece<br />
articulações com outras experiências porque ‘a imagem, fi nita,<br />
simultânea, é percebida pelo olho mas transmitida pela palavra’.<br />
Partindo dessa leitura inicial e interna da própria ilustração,<br />
torna-se possível especifi car seu conteúdo: tema, personagens<br />
representados, espaço, posturas, vestimentas, que indicam<br />
o retrato de uma determinada época. Assim, é necessário<br />
identifi car no diálogo com os alunos qual conhecimento está<br />
sendo obtido por intermédio das imagens.<br />
Na sequência, passa-se para uma leitura externa, buscando<br />
voltar a observação do aluno para outros referenciais, para<br />
o ‘signifi cado do documento como objeto’. Nesse processo de<br />
leitura da ilustração como objeto, os alunos deverão responder<br />
a perguntas: Como e por quem foi produzido? Para que e para<br />
quem se fez esta produção? Quando foi realizada? Caso não<br />
haja indicações sufi cientes no próprio livro, as respostas dos<br />
alunos deverão ser obtidas com o professor ou ainda através<br />
da consulta em outras obras.<br />
Na continuidade da leitura externa pode-se, então, realizar<br />
uma leitura do documento como sujeito, quando se articula<br />
a leitura da ilustração com a do livro didático como um todo.<br />
Como a ilustração está contida no livro didático? Possui<br />
legendas? Como está diagramada na página? Qual a relação<br />
entre o texto e a ilustração? Em seguida, torna-se importante<br />
referenciar o livro em seu contexto histórico: quem é o autor<br />
do livro? E o editor? Quando foi publicado? ... e daí as leituras<br />
externas ao livro tornam-se importantes, como dados sobre<br />
o período de produção do livro, especialmente se recorre a<br />
livros antigos.<br />
As comparações de ilustrações reproduzidas em momentos<br />
diferentes são importantes para que os alunos possam estabelecer<br />
relações históricas entre as permanências e mudanças<br />
e para relativizar o papel que determinados personagens<br />
tendem a desempenhar na <strong>História</strong>. [...]<br />
São possíveis ainda estudos comparativos com as ilustrações<br />
de outras obras didáticas produzidas e consumidas na<br />
mesma época, isso para fazer o aluno perceber diferentes interpretações<br />
sobre a mesma temática.<br />
A transformação das ilustrações dos livros didáticos em<br />
materiais didáticos específi cos e do livro didático em documento<br />
passível de ser utilizado dentro das propostas de leitura<br />
crítica da pesquisa historiográfi ca – transposta para uma<br />
situação de aprendizagem – pode facilitar a difícil tarefa do<br />
professor na constituição de um leitor de textos históricos autônomo<br />
e crítico.”<br />
Adaptado de Bittencourt, Circe. Livros didáticos<br />
entre textos e imagens. In: _____. O saber histórico na sala<br />
de aula. São Paulo: Contexto, 1998. p. 86-89.<br />
(Coleção Repensando o Ensino).<br />
Texto 3<br />
Neste trecho, ao abordar a questão da diversidade cultural,<br />
o autor comenta as principais defi ciências do ensino<br />
tradicional de <strong>História</strong>, como a visão eurocêntrica e a<br />
exclusão de abordagens sobre as populações indígenas e<br />
africanas no Brasil, e aponta caminhos interessantes para<br />
a educação histórica.<br />
Ensino de <strong>História</strong> e diversidade cultural:<br />
desafi os e possibilidades<br />
Apesar da renovação teórico-metodológica da <strong>História</strong> nos<br />
últimos anos, o conteúdo programático dessa disciplina na escola<br />
fundamental tem primado por uma visão monocultural e<br />
eurocêntrica de nosso passado.<br />
Inicia-se o estudo da chamada “<strong>História</strong> do Brasil” a partir<br />
da chegada dos portugueses, ignorando-se a presença indígena<br />
anterior ao processo de conquista e colonização. Exalta-se<br />
o papel do colonizador português como desbravador e único<br />
responsável pela ocupação de nosso território. Oculta-se, no<br />
entanto, o genocídio e etnocídio praticados contra as populações<br />
indígenas no Brasil: eram cerca de 5 milhões à época do<br />
chamado “descobrimento”; hoje não passam de 350 mil índios<br />
[600 mil, segundo Instituto Socioambiental].<br />
Os africanos, que aportaram em nosso território na condição<br />
de escravos, são vistos como mercadoria e objeto nas<br />
mãos de seus proprietários. Nega-se ao negro a participação<br />
na construção da história e da cultura brasileiras, embora te-
nha sido ele a mão de obra predominante na produção da riqueza<br />
nacional, trabalhando na cultura canavieira, na extração<br />
aurífera, no desenvolvimento da pecuária e no cultivo do café,<br />
em diferentes momentos de nosso processo histórico.<br />
Quando se trata de abordar a cultura dessas minorias, ela<br />
é vista de forma folclorizada e pitoresca, como mero legado<br />
deixado por índios e negros, mas dando-se ao europeu a condição<br />
de portador de uma “cultura superior e civilizada”.<br />
Currículos e manuais didáticos que silenciam e chegam<br />
até a omitir a condição de sujeitos históricos às populações<br />
negras e ameríndias têm contribuído para elevar os índices<br />
de evasão e repetência de crianças provenientes dos estratos<br />
sociais mais pobres. A grande maioria adentra nos quadros<br />
escolares e sai precocemente sem concluir seus estudos no<br />
ensino fundamental por não se identifi car com uma escola<br />
moldada ainda nos padrões eurocêntricos, que não valoriza a<br />
diversidade étnico-cultural de nossa formação.<br />
Pesquisas já realizadas pela Fundação Carlos Chagas<br />
(1987) têm demonstrado o quanto nossa escola ainda não<br />
aprendeu a conviver com a diversidade cultural e a lidar com<br />
crianças e adolescentes dos setores desfavorecidos da sociedade.<br />
Os dados revelam que a criança negra apresenta índices<br />
de evasão e repetência maiores do que os apresentados pelas<br />
brancas. A razão disso tudo, segundo a pesquisa, era devida<br />
aos seguintes fatores: conteúdo eurocêntrico do currículo escolar<br />
e dos livros didáticos e programas educativos, aliados<br />
ao comportamento diferenciado do corpo docente das escolas<br />
diante de crianças negras e brancas.<br />
Fernandes, José Ricardo Oriá. Ensino de <strong>História</strong> e<br />
diversidade cultural: desafi os e possibilidades. Cedes, Campinas,<br />
vol. 25, n. 67, p. 378-388, set./dez. 2005. Disponível<br />
em: e Acesso em: 22 ago. 2010.<br />
Texto 4<br />
Este artigo discorre sobre a história do conceito de cidadania<br />
e o situa na sociedade atual, propondo a refl exão<br />
sobre sua íntima relação com a construção da democracia.<br />
Cidadania e democracia<br />
Cidadania diz respeito ao cidadão, ou seja, habitante da<br />
cidade, o mesmo que polis, na Grécia antiga. A palavra polis<br />
também gerou em português a palavra “política”, tão conhecida<br />
e que por vezes adquire um sentido pejorativo, pois ao<br />
inverso do que ela postula, é usada para benefi ciar o interesse<br />
particular sobre o público.<br />
O conceito de cidadania não teve sua gênese no Estado<br />
Moderno. Em Roma, por exemplo, era um estatuto unitário<br />
do qual desencadeava-se a igualdade de direitos entre os cidadãos.<br />
Entretanto, é inquestionável ter a Grécia alcançado<br />
HISTÓRIA<br />
de forma mais ampla seu sentido através da participação dos<br />
cidadãos atenienses nas assembleias do povo, tomando efetivamente<br />
decisões políticas.<br />
Mas ser cidadão é ter acesso à decisão política, ser um possível<br />
governante, um homem político. Ter direito não apenas a<br />
eleger representantes, mas a participar diretamente na condução<br />
dos negócios da cidade. É verdade que em Roma nunca<br />
houve um regime verdadeiramente democrático. Mas na Grécia<br />
os cidadãos atenienses participavam das assembleias do povo,<br />
tinham plena liberdade de palavra e votavam as leis que governavam<br />
a cidade – a Polis –,tomando decisões políticas.<br />
Na Antiguidade, o homem era um ser sem direitos, por oposição<br />
ao cidadão. Na era moderna, o homem é sujeito de direitos<br />
não apenas como cidadão, mas também como homem.<br />
O princípio da cidadania moderna fundado sobre a ideia<br />
de humanidade enfrentou muitas difi culdades de aplicação. A<br />
primeira se refere ao tamanho das repúblicas modernas, que<br />
impede o exercício direto do poder pelo cidadão. O Estado se<br />
destaca da sociedade civil, o poder não pode mais ser exercido<br />
por todos. Para evitar o despotismo, o princípio republicano<br />
consagra a ideia do controle popular pelo sufrágio universal,<br />
inspirando-se na visão de soberania popular defendida por<br />
Rousseau.<br />
Pela doutrina da representação fundada sobre a soberania<br />
popular, a origem e o fi m de toda a soberania se encontra no<br />
povo. O cidadão não pode mais exercer em pessoa o poder,<br />
mas escolhe por seu voto seus representantes.<br />
Este princípio se universalizou, mas sofreu alguns períodos<br />
de exceção. Uma das exceções mais conhecidas é a chamada<br />
democracia censitária, reservada aos proprietários. O escritor<br />
francês Benjamin Constant afi rmava em 1815 que somente<br />
o lazer, assegurado pela propriedade, permitia adquirir sabedoria.<br />
Segundo ele, ‘somente a propriedade torna os homens<br />
capazes do exercício do direito político’.<br />
Ou seja, a classe trabalhadora podia morrer pela pátria,<br />
mas não podia oferecer seus homens para a representação<br />
política que, para ele, deveria basear-se não na consciência<br />
ou dignidade, mas no critério antidemocrático da competência.<br />
Benjamin Constant opunha a ‘liberdade dos antigos’, fundada<br />
nos direitos políticos da cidadania, à ‘liberdade dos modernos’,<br />
que, segundo ele, se explicaria pelos direitos civis do indivíduo.<br />
Outra difi culdade na aplicação da cidadania moderna diz<br />
respeito ao conceito de homem e sua natureza. A república<br />
moderna demorou muito tempo a admitir que a pessoa humana<br />
é dupla, compreende o homem e a mulher. De um modo<br />
geral, foi somente no século XX que o sufrágio universal se<br />
estendeu às mulheres.<br />
A cidadania, defi nida pelos princípios da democracia, se<br />
constitui na criação de espaços sociais de luta (movimentos<br />
sociais) e na defi nição de instituições permanentes para a<br />
expressão política (partidos, órgãos públicos), signifi cando<br />
necessariamente conquista e consolidação social e política.<br />
17
18<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
A cidadania passiva, outorgada pelo Estado, se diferencia da<br />
cidadania ativa em que o cidadão, portador de direitos e deveres,<br />
é essencialmente criador de direitos para abrir novos<br />
espaços de participação política.<br />
Porém, é importante a concepção da cidadania como um<br />
processo político, social e histórico, que se constrói a partir de<br />
ambas as dimensões, individual e coletiva.<br />
O Estado, por sua vez, na forma como se organiza, tendo<br />
em vista uma cidadania melhor, acaba por propor e criar políticas<br />
sociais que não levam em conta o cotidiano e a construção<br />
de uma cidadania crítica, participativa e de qualidade.<br />
Sabe-se que o problema da desigualdade é um componente<br />
histórico-estrutural, que perfaz a própria dinâmica da<br />
resistência e da mudança, pois o capitalismo representa uma<br />
sociedade de discriminação. O que se quer são formas mais<br />
democráticas, políticas sociais que reduzam o espectro da desigualdade<br />
e da desconcentração de renda e poder. O Estado<br />
pode ser um equalizador de oportunidades, desde que defi na<br />
não o seu tamanho ou presença, mas a quem serve.<br />
Numa sociedade marcada pela desigualdade social, da distribuição<br />
da renda e dos benefícios sociais, para todo cidadão<br />
consciente a participação é também um dever. A participação<br />
no processo político não se restringe ao exercício do voto, à<br />
militância em um partido político, num grupo, em comícios ou<br />
na discussão de temas políticos com os amigos, colegas e<br />
vizinhos. A participação vai além disso.<br />
A democracia caracterizou-se em seu início pela participação<br />
direta. Por outro lado, os meios de comunicação moderna,<br />
com a informática e a rede mundial de comunicação (internet)<br />
oferecem recursos que permitem a melhor inserção do<br />
cidadão do nosso tempo na vida política, permitindo que cada<br />
um possa dar a sua contribuição para o aperfeiçoamento da<br />
democracia. Se a democracia é uma tenra plantinha, como<br />
dizia Otávio Mangabeira, cabe a todo cidadão consciente dar a<br />
sua contribuição para que esta plantinha se desenvolva, cresça<br />
sadia até tornar-se uma árvore frondosa, sufi ciente para<br />
abrigar todas as ideias e correntes de opinião.<br />
Democracia no sentido original signifi ca uma doutrina política<br />
ou forma de governo baseada na soberania do cidadão,<br />
no seu acesso à cena pública, na pluralidade de ideias e expressão<br />
de suas opiniões, na possibilidade de intervir politicamente.<br />
Enfi m, a democracia aceita em seus próprios princípios<br />
o aparecimento do imprevisível e da livre atuação política de<br />
seus cidadãos. A democracia admite: nem todos são iguais. A<br />
oportunidade igual em opinar não elimina o próprio direito a<br />
diferença entre as pessoas.<br />
Ora, a democracia não é apenas um regime político com<br />
partidos e eleições livres. É, sobretudo, uma forma de existência<br />
social. Democrática é uma sociedade aberta, que permite<br />
sempre a criação de novos direitos. Os movimentos sociais,<br />
nas suas lutas, transformaram os direitos declarados formalmente<br />
em direitos reais. As lutas pela liberdade e igualdade<br />
ampliaram os direitos civis e políticos da cidadania, criaram<br />
os direitos sociais, os direitos das chamadas ‘minorias’ – mulheres,<br />
crianças, idosos, minorias étnicas e sexuais – e, pelas<br />
lutas ecológicas, o direito ao meio ambiente sadio.<br />
Os valores da liberdade e da igualdade são essenciais ao<br />
conceito de democracia. Em outro passo, mostra-se indispensável<br />
que a tomada de decisão, em que prevalece sempre a<br />
vontade da maioria, não se torne um instrumento de opressão<br />
contra as vozes discordantes. Numa autêntica democracia, as<br />
minorias veem suas prerrogativas respeitadas, não é uma ditadura<br />
da maioria.”<br />
Silva, Tamara da. Cidadania e democracia. Recanto das<br />
Letras. 20 ago. 2008. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2010.<br />
Texto 5<br />
O poema “O garotinho” (“The little boy”), da educadora<br />
e escritora norte-americana Helen E. Buckley, foi<br />
publicado originalmente em 1961, em uma revista de<br />
pedagogia. Este texto, em várias versões, tem sido estudado<br />
e citado em diversos estudos estrangeiros e brasileiros<br />
sobre Educação, por sua profunda refl exão<br />
a respeito do processo ensino-aprendizagem. Helen<br />
Buckley nasceu em Syracuse, estado de Nova York, em<br />
1918, e graduou-se em pedagogia pela Columbia University,<br />
em 1962. Foi professora do Ensino Fundamental,<br />
Médio e universitário. Escreveu muitos livros para crianças.<br />
Faleceu em 2001.<br />
O garotinho<br />
“Uma vez um garotinho foi para a escola.<br />
Certa manhã,<br />
Quando o menino já estava na escola há algum tempo,<br />
A professora disse:<br />
Hoje nós vamos fazer um desenho.<br />
Que bom!, pensou o garotinho.<br />
Ele gostava de fazer todos os tipos de desenhos:<br />
Leões e tigres,<br />
Galinhas e vacas,<br />
Trens e barcos.<br />
E ele pegou sua caixa de lápis de cor<br />
E começou a desenhar.<br />
Mas a professora disse: Espere!<br />
Não é hora de começar!<br />
E ela esperou até que todos estivessem prontos.<br />
Agora, disse a professora,<br />
Nós vamos fazer fl ores.<br />
Que bom!, pensou o garotinho.<br />
Ele gostava de fazer fl ores bonitas<br />
Com os seus lápis rosa, laranja e azul.
Mas a professora disse: Espere!<br />
Eu vou lhe mostrar como é.<br />
E fez uma fl or vermelha, com um caule verde.<br />
Agora você pode começar, disse a professora.<br />
O menino olhou para a fl or da professora<br />
E então para sua própria fl or.<br />
Ele gostava muito mais da sua fl or do que da professora<br />
Mas não disse nada.<br />
Ele virou sua folha de papel,<br />
E fez uma fl or como a da professora.<br />
Era vermelha com caule verde.<br />
Em um outro dia<br />
A professora disse:<br />
Hoje nós vamos fazer alguma coisa com barro.<br />
Que bom!, pensou o menininho.<br />
Ele gostava de barro.<br />
Ele podia fazer todos os tipos de coisas com barro:<br />
Cobras e bonecos de neve,<br />
Elefantes e camundongos,<br />
Carros e caminhões.<br />
E ele começou a puxar e apertar<br />
Sua bola de barro.<br />
Mas a professora disse: Espere!<br />
Não é hora de começar!<br />
E ela esperou até que todos estivessem prontos.<br />
Agora, disse a professora,<br />
Nós vamos fazer um prato.<br />
Que bom!, pensou o garotinho.<br />
Ele gostava de fazer pratos.<br />
E ele começou a fazer alguns<br />
De todas as formas e tamanhos.<br />
Mas a professora disse: Espere!<br />
Eu vou lhe mostrar como é.<br />
E ela mostrou a todos como fazer<br />
Um prato fundo.<br />
É assim, disse a professora,<br />
Agora você pode começar.<br />
O menino olhou para o prato da professora<br />
E então o seu próprio prato.<br />
Ele gostava muito mais do seu do que do da professora<br />
Mas não disse nada.<br />
Ele apenas rolou seu barro numa grande bola novamente.<br />
E fez um prato como a da professora.<br />
Era um prato fundo.<br />
E muito em breve<br />
O menino aprendeu a esperar,<br />
E a assistir<br />
E a fazer as coisas exatamente como a professora.<br />
E muito em breve<br />
Ele não fez mais nada de sua própria cabeça.<br />
Então aconteceu<br />
Que o garotinho e sua família<br />
Mudaram-se para outra casa,<br />
Em outra cidade,<br />
E o menino<br />
Teve que ir para outra escola.<br />
Esta escola era ainda maior<br />
Que a outra.<br />
E no primeiro dia<br />
Ele estava lá,<br />
E a professora disse:<br />
Hoje nós vamos fazer um desenho.<br />
Que bom!, pensou o garotinho.<br />
E esperou que a professora<br />
Lhe dissesse o que fazer.<br />
Mas a professora não disse nada.<br />
Ela apenas andou pela sala<br />
E quando se aproximou do menino<br />
Perguntou: Você não quer fazer um desenho?<br />
Quero, disse o menino.<br />
O que nós vamos fazer?<br />
Eu não sei até que você faça, respondeu a professora.<br />
Mas como eu faço?, perguntou o menino.<br />
Faça do jeito que você quiser, disse a professora.<br />
Mas qual a cor?, perguntou o menino.<br />
Qualquer cor, respondeu a professora.<br />
Se todos fi zerem o mesmo desenho,<br />
E usando as mesmas cores,<br />
Como vou saber quem fez o quê?<br />
Eu não sei, disse o menino.<br />
E começou a fazer uma fl or.<br />
HISTÓRIA<br />
Era vermelha, de caule verde.”<br />
Buckley, Helen E. “The little boy”. Versão em inglês disponível<br />
em: Modesto Junior College. Child Development Department.<br />
. Acesso em: 15 ago. 2010.<br />
19
20<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
8. Bibliografi a geral para o professor<br />
BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala<br />
de aula. São Paulo: Contexto, 1998. (Coleção Repensando<br />
o Ensino).<br />
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: história<br />
e geografi a. Secretaria de Educação Fundamental.<br />
Brasília: MEC/SEF, 1997.<br />
BRASIL. Referencial curricular nacional para as escolas<br />
indígenas. Brasília: MEC/SEF, 1998.<br />
BUCKLEY, Helen E. The little boy. Tradução das autoras.<br />
Versão em inglês disponível em: Modesto Junior<br />
College. Child Development Department. . Acesso em: 15 ago. 2010.<br />
CABRINI, Conceição et al. O ensino de história: revisão<br />
urgente. São Paulo: Brasiliense, 1994.<br />
FERNANDES, José Ricardo Oriá. Ensino de <strong>História</strong> e<br />
diversidade cultural: desafi os e possibilidades. Cedes,<br />
Campinas, v. 25, n. 67, p. 378-388, set./dez. 2005. Disponível<br />
em: e . Acesso em: 22 ago.<br />
2010.<br />
FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada.<br />
7. ed. Campinas: Papirus, 2003.<br />
GENTILE, Paola. Lembre-se: sem memória não há<br />
aprendizagem. Revista Nova Escola, 3 jun. 2009. Disponível<br />
em: Acesso em:<br />
18 ago. 2010.<br />
KARNAL, Leandro (Org.). <strong>História</strong> na sala de aula. São<br />
Paulo: Contexto, 2003.<br />
KOSSOY, Boris. A fotografi a como fonte histórica: introdução<br />
à pesquisa e interpretação das imagens do passado.<br />
São Paulo: Coleção Museu e Técnicas, 1980.<br />
LE GOFF, Jacques. A história nova. São Paulo: Martins<br />
Fontes, 2001.<br />
MORIN, Edgar. Educar para a era planetária. Lisboa: Instituto<br />
Piaget, 2004.<br />
PESAVENTO, Sandra Jatahy. <strong>História</strong> e história cultural.<br />
Belo Horizonte: Autêntica, 2003.<br />
PINSKY, Jaime (Org.). O ensino de <strong>História</strong> e a criação<br />
do fato. São Paulo: Contexto, 1991.<br />
POSTMAN, Neil. O fi m da Educação. Rio de Janeiro:<br />
Graphia, 2002.<br />
SÃO PAULO. Proposta curricular para o ensino de história<br />
– 1º grau. São Paulo: SEE/Cenp, 1992.<br />
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor<br />
de história e o cotidiano da sala de aula. In: BITTEN-<br />
COURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula.<br />
São Paulo: Contexto, 1998.<br />
SILVA, Marcos A. (Org.). Repensando a <strong>História</strong>. 5. ed.<br />
Rio de Janeiro: Marco Zero, 1994.<br />
SILVA, Tamara da. Cidadania e democracia. Recanto<br />
das Letras, 20 ago. 2008. Disponível em:<br />
. Acesso<br />
em: 18 ago. 2010.<br />
VAINFAS, Ronaldo; CARDOSO, Ciro F. S. (Orgs.). Domínios<br />
da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de<br />
Janeiro: Campus, 1997.
Objetivos gerais 1<br />
PARTE ESPECÍFICA<br />
UNIDADE 1<br />
TODA CRIANÇA TEM UMA HISTÓRIA<br />
• Identifi car-se como pertencente a uma família e a ou-<br />
tros grupos sociais.<br />
• Perceber-se como sujeito da própria história.<br />
• Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes<br />
pessoas.<br />
• Reconhecer a presença de alguns elementos do passado<br />
no presente, projetando a sua realidade em uma<br />
dimensão histórica.<br />
• Entender o que é <strong>História</strong> e o trabalho do historiador.<br />
• Reconhecer fontes e documentos históricos.<br />
Objetivos didáticos<br />
• Desenvolver a habilidade de observar outras crianças<br />
e a si mesmo.<br />
• Identifi car a própria história e a de outras crianças.<br />
• Entender o que é uma biografi a, uma autobiografi a e<br />
um autorretrato.<br />
• Reconhecer as diferenças e as semelhanças entre si e<br />
os colegas.<br />
• Perceber-se como parte de um grupo social e de uma<br />
coletividade.<br />
• Desenvolver a noção de identidade e de pertencimento<br />
(a uma família, a um grupo social, a uma comunidade).<br />
• Entender a importância de registros ofi ciais na construção<br />
da identidade.<br />
HISTÓRIA<br />
• Iniciar a prática de leitura de documentos.<br />
• Desenvolver o hábito de usufruir de obras de arte e de<br />
tratá-las também como fontes históricas.<br />
Objetivos pedagógicos<br />
• Desenvolver a capacidade de leitura e análise de texto.<br />
• Desenvolver competências de analisar, refl etir, concluir.<br />
• Desenvolver competências de expressão escrita e oral.<br />
• Desenvolver a socialização, o trabalho com o outro, a<br />
prática do diálogo e troca de informações.<br />
• Desenvolver atitudes de colaboração, respeito às diferenças,<br />
solidariedade e tolerância.<br />
Abertura da Unidade<br />
A atividade para a sondagem dos conhecimentos<br />
prévios retoma muitos dos conteúdos vistos no 2o ano.<br />
Por meio da comparação entre fotos, os alunos deverão<br />
apontar diferenças e semelhanças e refl etir sobre sua<br />
própria faixa etária. É importante o professor relembrar<br />
que, nas aulas de <strong>História</strong>, olhar imagens signifi ca<br />
buscar respostas, entender o modo de vida de outras<br />
pessoas, refl etir sobre o lugar onde moravam e assim<br />
por diante. Esta atividade de análise de imagens é recorrente<br />
ao longo do volume e da coleção para que o<br />
aluno desenvolva o hábito de tratar a iconografi a como<br />
documento histórico.<br />
1 Os objetivos gerais para cada unidade foram adaptados dos objetivos gerais do ensino fundamental e dos objetivos de <strong>História</strong><br />
estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Parâmetros Curriculares Nacionais: <strong>História</strong>, Geografi a. Secretaria de<br />
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997).<br />
21
22<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
O capítulo tem início com a leitura de um poema da<br />
escritora Ruth Rocha para apresentar o tema do nome e<br />
sobrenome da criança. Trabalhe a interpretação do texto,<br />
faça a leitura junto com a turma ou peça que alguns<br />
alunos leiam alguns trechos. Desenvolva as atividades<br />
de modo que as crianças possam refl etir sobre um dos<br />
aspectos mais importantes da pessoa, que é o seu nome<br />
e sobrenome, ou seja, o indicador de que ela pertence a<br />
um grupo, a uma comunidade, a uma cultura. Retome<br />
aspectos já vistos no 2 o ano, como a origem dos nomes, o<br />
fato de que os nomes também têm historicidade (há nomes<br />
usuais em cada época), bem como os sobrenomes.<br />
Reforce sempre a refl exão histórica para que os alunos<br />
aprendam e pratiquem o pensamento crítico e investigativo.<br />
Ao tratar de nomes estrangeiros, você pode explicar<br />
que cada povo e cada cultura, em épocas diferentes, desenvolveram<br />
práticas específi cas para dar nome a seus<br />
membros. Lembre os alunos que, por exemplo, entre os<br />
povos indígenas da atualidade, o sobrenome identifi ca a<br />
comunidade a que eles pertencem. Assim, alguém que<br />
tem o sobrenome Terena indica que essa pessoa pertence<br />
ao povo Terena.<br />
Nos tópicos seguintes, os alunos deverão compreender<br />
como contar a própria história, ao estudar o que é<br />
uma biografi a, uma autobiografi a e um autorretrato. Nesse<br />
último tópico, deverão observar e comparar obras de<br />
arte. É uma oportunidade para você chamar a atenção<br />
para a análise estética e para o fato de um artista ser um<br />
provocador, pois sempre propõe a quem usufrui de sua<br />
obra um novo “olhar” sobre a realidade. É um assunto<br />
complexo, mas mesmo crianças dessa faixa etária têm<br />
condições de compreender que o artista, muitas vezes,<br />
“brinca” com o observador de sua obra. Isso torna-se<br />
bem evidente, por exemplo, na obra Triplo autorretrato<br />
(1960), do pintor e ilustrador norte-americano Norman<br />
Rockwell (Nova York, 1894-Massachusetts, 1978).<br />
A seguir, a abordagem sobre os documentos ofi ciais<br />
de uma pessoa aprofunda o conteúdo já visto no 2 o ano a<br />
fi m de se solicitar ao aluno compreendê-los como fontes<br />
históricas nas quais se podem encontrar informações importantes<br />
a respeito da vida de alguém.<br />
Capítulo 1<br />
Minha história<br />
INVESTIGANDO<br />
Minhas informações<br />
Para sistematizar os conceitos iniciais deste volume,<br />
na atividade solicita-se à criança uma consulta,<br />
em casa, aos próprios documentos. Oriente-os a<br />
conversar com os adultos e a pedir-lhes ajuda para<br />
executar a tarefa. É um passo inicial para a prática<br />
da pesquisa, a ser utilizada ao longo deste volume.<br />
Chame a atenção, também, para o fato de os<br />
alunos estarem pesquisando em fontes importantes<br />
de informação, considerando-as, portanto, fontes<br />
históricas.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Escrever a história do professor.<br />
Esta atividade permite que os alunos comecem a desenvolver<br />
a prática da entrevista para obter informações<br />
e escrever conclusões. Para realizá-la, siga essas etapas:<br />
1. Numa conversa inicial e coletiva, pergunte aos alunos<br />
o que eles gostariam de saber a seu respeito. Deixe<br />
que se manifestem livremente, mas ao fi nal organize,<br />
na lousa, algumas perguntas, como: “Em que cidade<br />
nasceu?”, “Como resolveu ser professor?”, “Quanto<br />
tempo faz que é professor?” e outras semelhantes.<br />
2. Entrevista. Divida a turma em grupos e responsabilize<br />
cada um deles por uma ou duas perguntas. Responda<br />
ao que eles perguntarem e certifi que-se de que<br />
eles anotem as respostas. Oriente-os na elaboração<br />
das frases.<br />
3. Escrever a biografi a. Com base nas respostas que você<br />
deu, os alunos devem escrever no caderno a biografi a<br />
do professor. Você pode sugerir que eles escrevam o<br />
título: “A história do meu professor” e deem exemplos<br />
das frases que podem usar.<br />
4. Leitura das biografi as. É importante que todos partilhem<br />
o que produziram, comparando e percebendo<br />
semelhanças e diferenças, pois, assim, poderão trocar<br />
experiências. Peça que alguns alunos leiam o que escreveram<br />
e permita que eles conversem livremente a<br />
respeito dessa entrevista.
O tópico sobre o cotidiano da criança é também uma<br />
revisão e o aprofundamento de um tema já explorado<br />
no 2 o ano. Você pode, se considerar necessário, retomar<br />
algumas noções a respeito de divisão do tempo, calendários,<br />
tempo de curta e de longa duração. Entretanto, a<br />
abordagem deve privilegiar a historicidade e estar ligada<br />
ao tema mais amplo, que é a história de vida de uma<br />
pessoa.<br />
Assim, adiante, ao comparar fotos de crianças em<br />
diferentes épocas, amplia-se a noção de passado e de<br />
presente, com destaque para a ideia de mudanças e permanências.<br />
O objetivo é que os alunos entendam que a<br />
noção de “ser criança” varia conforme a época e a cultura.<br />
Em outras palavras, a ideia de infância que temos<br />
hoje não é a mesma de há 100, 200 ou 300 anos, embora<br />
muitos aspectos ligados à infância permaneçam (brincar,<br />
aprender, precisar de proteção etc.)<br />
PARA SABER MAIS<br />
O Trabalho do Historiador<br />
Fontes históricas<br />
No 3 o ano, os conceitos específi cos de <strong>História</strong> são<br />
abordados em boxes curtos, ligados aos conteúdos<br />
desenvolvidos nos capítulos. Trabalhe com esses boxes<br />
de acordo com a realidade de sua turma, fazendo<br />
a leitura oral ou pedindo que leiam em silêncio, para<br />
uma conversa posterior. Neste primeiro boxe, trata-se<br />
da sistematização do conceito de fontes históricas.<br />
Os alunos já vêm refl etindo sobre o tema desde o 2 o<br />
ano, portanto têm condições de construir o conceito e<br />
aplicá-lo em suas atividades.<br />
INVESTIGANDO<br />
A história da minha vida<br />
A atividade fi nal, que sintetiza os conteúdos do<br />
capítulo e solicita aos alunos que operem com os<br />
conceitos construídos, pode ser desenvolvida com<br />
outras disciplinas, como Matemática, Arte, Língua<br />
Portuguesa. A produção de um álbum sobre a própria<br />
vida exigirá que o aluno retome noções sobre a própria<br />
identidade, sobre a que grupo familiar pertence, sobre<br />
o fato de ter passado por mudanças e acontecimentos<br />
Capítulo 2<br />
<strong>História</strong> e histórias<br />
HISTÓRIA<br />
marcantes ao longo de sua vida. Ao produzir uma fi -<br />
cha com informações e usá-las para escrever um texto<br />
curto, desenvolverá a importante prática não apenas<br />
para a observação e a investigação, mas também sua<br />
capacidade de refl exão e conclusão.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Escrever a biografi a de um entrevistado ou de alguém<br />
ligado às artes ou à literatura.<br />
Você pode propor as seguintes etapas:<br />
1. Escolher uma pessoa que se deseja conhecer melhor:<br />
um escritor de livros infantis, um pintor, um artista ligado<br />
à música, ou, se preferirem, alguém da realidade<br />
do aluno: o próprio professor, o diretor da escola, um<br />
funcionário etc.<br />
2. Elaborar as perguntas que devem ser respondidas (ou<br />
pela entrevista ou por meio de pesquisa em livros, jornais,<br />
internet ou material que você disponibilizar para<br />
os alunos). Por exemplo:<br />
a) Nome completo da pessoa.<br />
b) Nome dos pais.<br />
c) Cidade onde nasceu.<br />
d) Cidade onde mora.<br />
e) Um acontecimento importante na vida dessa pessoa.<br />
f) Por que seguiu a profi ssão que exerce hoje.<br />
3. Fazer a entrevista (se houver possibilidade, a pessoa<br />
escolhida pode ir à sala de aula para conversar com os<br />
alunos) ou a pesquisa e escrever as respostas. Oriente<br />
os alunos a elaborarem frases completas e gramaticalmente<br />
corretas, trabalhando em conjunto com Língua<br />
Portuguesa.<br />
4. Escrever a biografi a, com base nas respostas obtidas.<br />
Essa etapa pode ser realizada coletivamente. Você poderá<br />
escrever na lousa o que os alunos disserem, aproveitando<br />
a oportunidade para trabalhar a produção de<br />
texto, sempre com uma introdução, desenvolvimento<br />
e conclusão. Em seguida, eles poderão copiar o texto<br />
no caderno, ou mesmo escrever por conta própria. Se<br />
quiserem, poderão ilustrar a página, desenhando o retrato<br />
da pessoa biografada.<br />
Esta atividade reforça os conteúdos do capítulo.<br />
23
24<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
Por meio da leitura e da interpretação de um relato<br />
curto, os alunos deverão refl etir sobre os vários tipos de<br />
família que podem se constituir na atualidade, reconhecendo<br />
o próprio grupo familiar pelas semelhanças ou<br />
diferenças encontradas em relação ao texto. Esse momento<br />
é importante para conversar sobre a diversidade<br />
e a necessidade de respeito pelas escolhas humanas. A<br />
questão da adoção pode ser aprofundada, principalmente<br />
se houver crianças adotadas na turma. Você pode chamar<br />
a atenção para o fato de a criança ter sido procurada pela<br />
família que a adotou, o que é uma evidência da disposição<br />
dos pais de amá-la e protegê-la. Converse sobre o<br />
fato de que muitos pais cedem seus fi lhos para a adoção<br />
por necessidade, por não ter condições de criá-los, ou até<br />
por ter problemas de saúde. Às vezes, pode ocorrer de os<br />
pais falecerem, e os fi lhos precisarem ser criados por outras<br />
pessoas. O importante é que os alunos possam concluir<br />
que a família é o grupo que protege, educa, dá amor<br />
e segurança, independentemente dos laços sanguíneos.<br />
Com base na realidade dos alunos, é feita a abordagem<br />
biológica (por que certas espécies animais, inclusive<br />
dos seres humanos, se organizam em famílias), sociológica<br />
(a família como o primeiro grupo social ao qual<br />
o indivíduo pertence) e histórica (a família ao longo do<br />
tempo). O conceito de cultura (toda produção material e<br />
não material dos seres humanos, aprendida e transmitida<br />
de geração a geração) é trabalhado nesse momento, para<br />
que os alunos compreendam as diferenças fundamentais<br />
entre famílias de animais e famílias humanas.<br />
A noção de que a forma de a família se organizar mudou<br />
historicamente, no tempo e no espaço, é também<br />
aprofundada, por meio de análise de fotos. É importante<br />
que os alunos percebam que essas mudanças se relacionam<br />
com as exigências e as tendências de cada época.<br />
Assim, por exemplo, o patriarcalismo no Brasil foi característica<br />
de uma época em que os grandes proprietários<br />
rurais tinham amplo poder sobre o destino de seus<br />
trabalhadores, africanos escravizados, estendendo esse<br />
poder a familiares e agregados.<br />
PARA SABER MAIS<br />
Famílias que se ajudam<br />
Neste tópico, é importante ressaltar valores como<br />
solidariedade e união comunitária, tão importantes<br />
para o fortalecimento da cidadania e a conquista de<br />
melhores condições de vida para grande parte da po-<br />
Capítulo 3<br />
Famílias de hoje e de ontem<br />
pulação ainda excluída dos benefícios da sociedade<br />
globalizada do século XXI. É importante tanto para<br />
as situações de sala de aula quanto para a vida em<br />
comunidade ressaltar a ideia do trabalho em equipe,<br />
em que todos podem contribuir na medida de seus<br />
conhecimentos e habilidades, para que todo o grupo<br />
progrida e atinja seus objetivos. O trabalho coletivo, a<br />
troca de experiências, o respeito pelas decisões e escolhas<br />
da maioria são fundamentos para a construção<br />
permanente da democracia.<br />
INVESTIGANDO<br />
A história da minha família<br />
Esta atividade está dividida em várias etapas e tem<br />
por objetivo levar os alunos a operar com os conceitos<br />
desenvolvidos no capítulo, principalmente os de mudanças<br />
e permanências. É também uma atividade que<br />
pode fortalecer a identidade cultural da criança e sua<br />
autoimagem, na medida em que ela tome consciência<br />
de quem descende e de onde vieram seus antepassados.<br />
A produção do texto pode ser trabalhada com<br />
Língua Portuguesa para que os alunos, cada vez mais,<br />
desenvolvam a capacidade de expressão escrita.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Análise de uma foto de família.<br />
As etapas 1 e 2 desta atividade devem ser feitas<br />
oralmente e em pequenos grupos. Como cada aluno<br />
deverá levar para a sala de aula uma foto, o ideal seriam<br />
grupos de 3 ou 4 alunos, para que todos possam<br />
se manifestar.<br />
Peça aos alunos que escolham uma foto em que apareça<br />
uma família. Pode ser dos pais da criança ou outra,<br />
pesquisada em jornais, revistas, na internet, de algum<br />
parente etc. Também pode ser imagem atual ou antiga.<br />
Em um dia combinado, as fotos devem ser levadas para a<br />
sala de aula, por isso é importante recomendar cuidados<br />
para não estragar ou perder, pois é um documento que<br />
deve ser conservado.<br />
Para a atividade, proponha as seguintes etapas:<br />
1. Análise da foto. Descrever a cena e as pessoas que<br />
aparecem. Quantos são os adultos e quantas são as<br />
crianças? Como estão vestidos? De que época é a<br />
foto? Como é o ambiente onde as pessoas estão?
2. Identifi car o tipo de família. É uma família atual ou<br />
antiga? É uma família grande ou pequena? Alguém<br />
ocupa posição de destaque na foto? Quem?<br />
3. Conclusão: escrever no caderno o nome do aluno e<br />
descrever brevemente a foto levada por ele. Você pode<br />
sugerir, por exemplo, frases assim: “Nome da pessoa.<br />
A foto mostra uma família... (moderna, antiga). Nela<br />
Objetivos gerais<br />
• Reconhecer algumas semelhanças e diferenças no<br />
modo de viver dos indivíduos e dos grupos sociais<br />
que pertencem ao seu próprio tempo e ao seu espaço.<br />
• Questionar sua realidade, identifi cando alguns de seus<br />
problemas e refl etindo sobre algumas de suas possíveis<br />
soluções.<br />
• Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes<br />
grupos sociais, em diversos tempos e espaços, reconhecendo<br />
semelhanças e diferenças entre eles.<br />
• Conhecer algumas características fundamentais do<br />
Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais<br />
como meio para construir progressivamente a noção<br />
de identidade nacional e pessoal e o sentimento de<br />
pertinência ao país.<br />
• Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural<br />
brasileiro, bem como aspectos socioculturais<br />
de outros povos e nações.<br />
• Compreender o que é passado e como se desenvolve<br />
o trabalho de conhecimento do passado, próprio do<br />
historiador.<br />
Objetivos didáticos<br />
• Reconhecer que o local onde se vive, suas características<br />
e confi gurações têm historicidade.<br />
• Refl etir sobre alguns tipos de locais onde vivem e trabalham<br />
os seres humanos no mundo atual.<br />
• Conhecer algumas mudanças fundamentais no modo<br />
de vida da humanidade ao longo do tempo, provocadas<br />
pela domesticação de animais, a revolução agrícola,<br />
o início das práticas comerciais, a invenção do<br />
dinheiro, a organização em cidades, a produção em<br />
série, a Revolução Industrial.<br />
• Compreender que as ruas, os bairros e as cidades têm<br />
história.<br />
UNIDADE 2<br />
A HISTÓRIA DOS LUGARES<br />
HISTÓRIA<br />
aparecem ... adultos e ... crianças. As pessoas estão...<br />
(local: em uma sala, ao ar livre, na rua...)”.<br />
Faça um comentário coletivo ao fi nal da atividade,<br />
avaliando o trabalho dos grupos e destacando ao menos<br />
uma foto de cada grupo para que toda a turma partilhe<br />
das informações.<br />
• Entender algumas características do espaço urbano<br />
atual como resultado de transformações históricas.<br />
• Construir conceitos históricos fundamentais, como<br />
fontes e documentos históricos, o que é estudar <strong>História</strong>,<br />
qual é o trabalho do historiador, o que é Patrimônio<br />
Histórico, qual é a importância dos museus e dos<br />
monumentos para o estudo da <strong>História</strong>, qual é o papel<br />
da memória, das manifestações culturais, dos relatos<br />
orais na construção da <strong>História</strong>.<br />
Objetivos pedagógicos<br />
• Desenvolver e reforçar atitudes de tolerância e respeito<br />
às diferenças.<br />
• Desenvolver atitudes de colaboração, solidariedade e<br />
compreensão do que é trabalhar em grupo.<br />
• Desenvolver competências de compreensão de texto,<br />
de expressão escrita e oral.<br />
• Desenvolver competências de refl etir, analisar, sintetizar<br />
e tirar conclusões.<br />
• Desenvolver a capacidade de observação, comparação<br />
e compreensão de semelhanças e diferenças.<br />
• Desenvolver atitudes cidadãs, como posicionar-se pela<br />
preservação do meio ambiente e pela defesa dos direitos<br />
de todos a morar em locais onde não haja poluição<br />
ou outros problemas que afetem a qualidade de vida.<br />
Abertura da Unidade<br />
A atividade de abertura da Unidade vincula-se ao<br />
estudo da família, feito no capítulo anterior, para incentivar<br />
os alunos a refl etir sobre a realidade que conhecem:<br />
a rua e o bairro em que vivem. Conduza a<br />
conversa de modo que os alunos concluam que nem<br />
sempre esses locais foram assim, que houve mudanças<br />
ao longo do tempo, motivadas por acontecimentos do<br />
passado.<br />
25
26<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
Este capítulo trabalhará as diferenças entre ruas e<br />
bairros no passado e no presente. Por meio da comparação<br />
entre fotos de alguns locais no Brasil e no mundo,<br />
os alunos poderão perceber diversas confi gurações do<br />
espaço urbano, bem como, por exemplo, o impacto da<br />
industrialização e da invenção do automóvel: as ruas da<br />
atualidade são muito mais vias para veículos do que para<br />
seres humanos.<br />
A atividade sobre o passado e o presente da Avenida<br />
Paulista, em São Paulo, permite uma síntese desse conteúdo.<br />
Escolhemos uma avenida brasileira bem conhecida<br />
e, de certa forma, símbolo das transformações econômicas<br />
que confi guraram a sociedade brasileira no último<br />
sé culo.<br />
Como solicita-se aos alunos que eles escrevam, trabalhe<br />
também com Língua Portuguesa, orientando a expressão<br />
escrita.<br />
O tópico a seguir aborda a questão das diferenças entre<br />
os bairros, para que os alunos possam compreender que<br />
foram determinadas historicamente. Para a compreensão<br />
das transformações trazidas pela industrialização, aprofundamos<br />
o estudo do que é uma fábrica e produção em<br />
série. Nas atividades, enfocamos vários temas, por exemplo,<br />
a questão do trabalho infantil, retomando assim um<br />
assunto já visto no 2 o ano.<br />
PARA SABER MAIS<br />
Bairros históricos<br />
Neste boxe, vários temas podem ser explorados,<br />
por exemplo, as diferentes origens das cidades brasileiras,<br />
a importância de se preservar, como documentos<br />
históricos, os monumentos e as construções<br />
antigas de uma localidade, as diferenças entre as<br />
primeiras cidades fundadas no Brasil pelos colonizadores<br />
e as cidades mais recentes, que se formam de<br />
acordo com necessidades econômicas de uma região<br />
e assim por diante. Se considerar oportuno, você pode<br />
também conversar sobre a prática dos portugueses de<br />
sempre instalar na praça principal da cidade o pelourinho,<br />
um símbolo de poder da autoridade real. Quando<br />
os alunos estudarem o capítulo sobre Salvador, por<br />
exemplo, isto facilitará a compreensão de por que lá<br />
existe o Bairro do Pelourinho.<br />
Capítulo 4<br />
A história do lugar onde moro<br />
INVESTIGANDO<br />
Bairros de nossa cidade<br />
A atividade fi nal do capítulo retoma a realidade<br />
dos alunos, ao solicitar que eles façam uma pesquisa<br />
sobre os bairros da cidade onde vivem. Para esse trabalho,<br />
eles terão de colocar em prática os conceitos e<br />
conteúdos do capítulo, desse modo sistematizando e<br />
aprofundando o que aprenderam.<br />
Você pode adaptar a atividade de acordo com sua<br />
turma, reduzindo-a ou ampliando-a. Para a proposta<br />
de um passeio pelos bairros, certifi que-se de que haverá<br />
adultos acompanhando os alunos, de que estes<br />
sejam informados previamente do que se trata e possam<br />
também colaborar com as observações que os<br />
alunos devem fazer.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Desenho da planta do quarteirão da escola.<br />
Para reforçar a primeira noção de planta, introduzida<br />
neste capítulo, você pode propor o desenho da<br />
planta do quarteirão da escola. Esta é a oportunidade<br />
também para trabalhar em conjunto com as disciplinas<br />
de Arte e Geo grafi a. Os alunos poderão seguir as seguintes<br />
etapas:<br />
1. Dar uma volta no quarteirão, acompanhados por você<br />
e algum outro funcionário da escola, anotando o nome<br />
dos principais estabelecimentos e das ruas. Não é necessário<br />
que eles anotem todos os estabelecimentos,<br />
apenas alguns que se destaquem. Devem anotar também<br />
a existência de algum prédio mais antigo, algum<br />
monumento, se houver.<br />
2. Em sala de aula, devem passar a limpo o que anotaram,<br />
organizando uma lista do que irão desenhar na<br />
planta.<br />
3. No alto da folha do caderno, escrever: “A planta do<br />
quarteirão da minha escola”.<br />
4. Desenhar as ruas, sob sua orientação. Faça um modelo<br />
na lousa, se achar necessário.<br />
5. Escrever os nomes de estabelecimentos e ruas, conforme<br />
anotaram.<br />
6. Escrever uma legenda explicativa.
Se preferir, pode ser feita uma única planta pela turma<br />
toda, a ser exposta no mural. Os alunos também podem<br />
desenhar a fachada da escola e um ou outro prédio que<br />
Após o estudo da localidade onde vivem os alunos e<br />
seu entorno, e de recuarmos ao passado para a compreensão<br />
de transformações ocorridas historicamente – assuntos<br />
tratados no capítulo anterior –, conduzimos a refl exão<br />
de modo que a turma possa entender a grande evolução<br />
histórica da humanidade com a revolução agrícola e a<br />
passagem da vida nômade para a vida sedentária.<br />
As atividades permitem muitos caminhos de refl exão<br />
sobre a vida das aldeias primitivas. O importante é que,<br />
por meio da comparação, os alunos aprofundem a compreensão<br />
sobre mudanças e permanências.<br />
O tópico seguinte tem por tema os instrumentos de<br />
trabalho. Por meio do estudo de sua evolução histórica,<br />
pretende-se ampliar o conceito de revolução tecnológica<br />
e de relações de trabalho.<br />
INVESTIGANDO<br />
Como é a vida no campo no lugar onde você mora<br />
A atividade fi nal do capítulo sintetiza e organiza os<br />
conteúdos, trazendo-os para a realidade do aluno. É<br />
também uma prática de pesquisa, fundamental para<br />
os estudos de <strong>História</strong>. É importante que os alunos,<br />
desde esses anos iniciais, compreendam que “pesquisar”<br />
signifi ca procurar informações e depois refl etir e<br />
concluir sobre o material encontrado. Simples cópias<br />
de livros ou de páginas da internet não devem ser aceitas,<br />
uma vez que nada acrescentam ao conhecimento<br />
a ser construído pelo educando. Ao seguir as etapas<br />
propostas nessa atividade, ao contrário, entendemos<br />
que os alunos têm a oportunidade de objetivamente<br />
“aprender como se aprende”, ou seja, de ganhar autonomia<br />
para procurar informações, quando delas<br />
necessitarem. Ao mesmo tempo, ante a solicitação<br />
de um trabalho escrito, são incentivados a melhorar a<br />
expressão escrita, a organizar a estrutura do texto, a<br />
usar, enfi m, a Língua Portuguesa como um dos mais<br />
importantes recursos de comunicação.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Análise de um poema de Mario Quintana (Mario de<br />
Miranda Quintana Alegrete, 1906-1994).<br />
Capítulo 5<br />
O Campo<br />
HISTÓRIA<br />
acharem interessante, para expor junto com a planta.<br />
Oriente-os a escolher prédios que se destaquem por sua<br />
história.<br />
Esta atividade relaciona-se com o estudo da rua e do<br />
bairro, suas transformações ao longo do tempo e as diferenças<br />
entre passado e presente.<br />
Dorme ruazinha… é tudo escuro!…<br />
Dorme ruazinha… É tudo escuro…<br />
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?<br />
Dorme teu sono sossegado e puro,<br />
Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos…<br />
Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro…<br />
Nem guardas para acaso persegui-los…<br />
Na noite alta, como sobre um muro,<br />
As estrelinhas cantam como grilos…<br />
O vento está dormindo na calçada,<br />
O vento enovelou-se como um cão…<br />
Dorme, ruazinha… Não há nada…<br />
Só os meus passos… Mas tão leves são,<br />
Que até parecem, pela madrugada,<br />
Os da minha futura assombração…<br />
(QUINTANA, Mário. Antologia poética para a infância e a<br />
juventude. Rio de Janeiro: Henriqueta Lisboa, 1961.<br />
Peregrinas’s Cultural Weblog. Disponível em: Acesso em: 8 out. 2010.)<br />
Para trabalhar a interpretação desse poema, em conjunto<br />
com a disciplina de Língua Portuguesa, faça primeiro<br />
a leitura com os alunos. Explique o signifi cado<br />
das palavras que as crianças não conheçam. Em seguida,<br />
desenvolva a atividade, que poderá ser oral ou escrita,<br />
como você preferir.<br />
1. Pelo título, qual é o personagem principal deste poema?<br />
Os alunos provavelmente fi carão indecisos, mas<br />
pelo título eles podem concluir que o personagem<br />
principal é a rua.<br />
2. Pelo poema, é dia ou noite? Cite um verso em que dá<br />
para perceber isso. Os alunos devem responder que<br />
é noite e podem citar os versos “Na noite alta, como<br />
sobre um muro,/ As estrelinhas cantam como grilos”.<br />
27
28<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
3. O local descrito no poema é calmo ou muito agitado?<br />
Todos os versos ressaltam o fato de ser uma<br />
rua calma, sem a presença de ninguém àquela<br />
hora.<br />
4. Ao ler esse poema, você pensa em uma cidade muito<br />
grande? Explique. Os alunos, se compreenderam o<br />
poema, dirão que não, que é uma cidade pequena ou<br />
um bairro tranquilo.<br />
5. Na atualidade, existem ainda muitos locais parecidos<br />
com esse descrito no poema? Sim, em cidades pequenas.<br />
Entretanto, nas grandes metrópoles, o movimento<br />
é constante e torna-se cada vez mais raro um lugar<br />
assim calmo.<br />
6. Em sua opinião, o poeta está falando do presente ou<br />
do passado? Explique. Pelo verso “Com teus lampiões,<br />
com teus jardins tranquilos…”, os alunos devem<br />
concluir que é uma cidade do passado. Há também,<br />
no poema todo, um tom de saudade.<br />
Objetivos gerais<br />
• Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões<br />
sociais, materiais e culturais como meio para<br />
construir de forma progressiva a noção de identidade<br />
nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país.<br />
• Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural<br />
brasileiro.<br />
• Localizar acontecimentos em vários tempos e espaços<br />
de modo a formular explicações para algumas questões<br />
do presente e do passado.<br />
• Questionar a própria realidade, identifi cando alguns<br />
de seus problemas e refl etindo sobre algumas de suas<br />
possíveis soluções.<br />
• Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva<br />
nas diferentes situações sociais, utilizando o<br />
diálogo como forma de mediar confl itos e de tomar<br />
decisões coletivas.<br />
Objetivos didáticos<br />
• Conhecer a história de fundação das três capitais brasileiras:<br />
Salvador, Rio de Janeiro e Brasília.<br />
• Estender a pluralidade cultural da sociedade brasileira<br />
contemporânea como resultado de múltiplas infl uências<br />
étnicas, de povos distintos.<br />
UNIDADE 3<br />
TRÊS CIDADES BRASILEIRAS<br />
7. O local descrito no poema se parece com o lugar onde<br />
você mora? Por quê? Resposta pessoal.<br />
8. Qual é o verso de que você mais gostou no poema?<br />
Resposta pessoal.<br />
9. Por que o poeta usou essa frase: “Dorme, ruazinha...”<br />
Será que uma rua pode “dormir”? O que ele quis dizer<br />
com isso? Professor, explique que é uma forma<br />
poética de dizer que todos os moradores da rua estão<br />
dormindo, porque é noite.<br />
10. Desenhe a rua do poema, conforme você a imaginou.<br />
Incentive a expressão artística dos alunos e faça-os reler<br />
o poema, para encontrar os elementos a desenhar,<br />
por exemplo as estrelas no céu, os jardins diante das<br />
casas, os lampiões.<br />
frases simples, como “O lixo pode ser reciclado”, “Separe<br />
o lixo antes de jogar fora” e assim por diante.<br />
5. Decidir com os alunos onde colocar o painel: se em<br />
sala de aula ou outro local da escola.<br />
• Compreender o papel de sociedades indígenas e sociedades<br />
africanas diversas na formação do “ser brasileiro”.<br />
• Refl etir sobre a exploração do trabalho escravo no<br />
período colonial e no signifi cado da conquista portuguesa<br />
do território para os povos indígenas que aqui<br />
viviam.<br />
• Compreender a sociedade brasileira atual sob a ótica<br />
das permanências e mudanças históricas.<br />
• Conhecer alguns fatos políticos fundamentais da <strong>História</strong><br />
do Brasil, da colônia aos tempos contemporâneos.<br />
• Construir conceitos históricos fundamentais, como<br />
fontes e documentos históricos, o que é estudar <strong>História</strong>,<br />
qual é o trabalho do historiador, o que é Patrimônio<br />
Histórico, qual é a importância dos museus e dos<br />
monumentos para o estudo da <strong>História</strong>, qual é o papel<br />
da memória, das manifestações culturais, dos relatos<br />
orais na construção da <strong>História</strong>.<br />
Objetivos pedagógicos<br />
• Desenvolver e reforçar atitudes de solidariedade para<br />
com o outro, bem como de repúdio a injustiças sociais.<br />
• Desenvolver atitudes cidadãs, por compreender que<br />
democracia é o respeito pelos direitos de todos.
• Desenvolver competências de compreensão de texto,<br />
de expressão escrita e oral.<br />
• Desenvolver competências de refl etir, analisar, sintetizar,<br />
tirar conclusões e posicionar-se em relação a<br />
ideias e acontecimentos sociais.<br />
• Desenvolver a capacidade de observação, comparação<br />
e compreensão de semelhanças e diferenças.<br />
Abertura da Unidade<br />
Nesta unidade, por meio do estudo das três capitais brasileiras,<br />
Salvador, Rio de Janeiro e Brasília, aprofundam-se<br />
Depois da breve visão da cidade de Salvador no presente,<br />
feita na abertura do capítulo, retomamos o passado,<br />
para estudar o contexto da fundação da primeira capital da<br />
colônia. Os alunos têm a oportunidade de ler e analisar um<br />
trecho do Regimento de Tomé de Sousa, de 1549. Faça a<br />
leitura com a turma, e certifi que-se do entendimento correto<br />
das palavras. Desenvolva a atividade, salientando que<br />
eles estão em contato direto com uma fonte histórica, um<br />
documento que muito ajudou os historiadores a reconstruir<br />
e interpretar os acontecimentos daquela época.<br />
Outro aspecto importante é que os alunos entendam o<br />
conceito de colônia e sua relação com a metrópole. Ressalte<br />
o fato de que os europeus que para cá vieram nessa<br />
época ainda não eram “brasileiros”. Para eles, a pátria<br />
estava do outro lado do Oceano Atlântico, e deviam obedecer<br />
ao rei de Portugal. Se preferir, explique o que era<br />
monarquia, o governo cujo poder estava nas mãos de um<br />
rei, vitalício, que o transmitia para o fi lho mais velho ou<br />
fi lha ou outro parente, no caso de não ter fi lhos. Desse<br />
modo, os alunos compreenderão melhor esse conteúdo,<br />
quando abordá-lo no capítulo sobre o Rio de Janeiro.<br />
Sobre a relação colônia-metrópole, é sufi ciente que os<br />
alunos entendam os rigores com que era tratado o Brasil, a<br />
proibição de que fi zesse comércio diretamente com outros<br />
países, exceto com Portugal. O porto de Salvador, portanto,<br />
até o século XIX, recebia principalmente navios mercantes<br />
vindos de Lisboa. Outros navios podiam vir, desde<br />
que tivessem a autorização de Portugal. É um aspecto importante<br />
para que eles compreendam como se deu a profunda<br />
infl uência portuguesa na colonização do Brasil.<br />
Não deixe de chamar a atenção deles, também, para<br />
o fato de a região onde se ergueu Salvador ter sido habitada<br />
por povos indígenas. É preciso deixar claro que o<br />
projeto de colonização portuguesa foi implantado à custa<br />
Capítulo 6<br />
Salvador, a primeira capital<br />
HISTÓRIA<br />
conteúdos específi cos de <strong>História</strong> do Brasil. Além de fatos<br />
políticos fundamentais, abordam-se aspectos como a pluralidade<br />
cultural brasileira contemporânea como resultado de<br />
infl uências determinantes de culturas de povos africanos, de<br />
portugueses e de diversos povos indígenas. Pela comparação<br />
entre o presente e aspectos do passado, os alunos são<br />
levados a refl etir sobre permanências (historicamente explicadas)<br />
e transformações nessas cidades e no Brasil.<br />
A atividade inicial, de observação e comparação de<br />
fotos, faz o levantamento prévio dos conhecimentos da<br />
turma e retoma alguns tópicos dos capítulos anteriores.<br />
de milhares de vidas indígenas e que se erigiu em território<br />
de onde populações inteiras foram expulsas. É por<br />
esse motivo que chamamos a atenção, no capítulo, para o<br />
fato de a cidade de Salvador ter sido murada já no nascedouro:<br />
ela foi construída como um forte, em meio a uma<br />
guerra, na qual o principal “inimigo” eram os indígenas<br />
que lutavam contra o desmantelamento de suas tribos.<br />
Tratamos em seguida da presença africana em Salvador,<br />
considerada a mais signifi cativa de todas as cidades<br />
brasileiras. A presença africana é visível em todos os pontos<br />
da cidade, na etnia de seus habitantes, nos trajes das<br />
baianas que vendem comidas de origem africana em muitos<br />
locais, na religião dos orixás, o candomblé, na música,<br />
na dança, no carnaval de rua que é um dos mais populares<br />
do Brasil. Salvador é vibrante com a presença da cultura<br />
de muitos povos que vieram da África na condição de escravos,<br />
que aqui construíram com seu trabalho as riquezas<br />
de seus senhores, e que, apesar de duramente reprimidos<br />
para esquecer suas origens, souberam preservar suas tradições,<br />
ensiná-las, compartilhá-las e marcaram a feição não<br />
apenas da Bahia, mas de todo o Brasil.<br />
Conduza a atividade de análise das fotos de modo que os<br />
alunos identifi quem essas infl uências e possam, eles próprios,<br />
lembrar-se de outras. Pergunte que comidas baianas eles conhecem<br />
ou que músicos da Bahia eles já ouviram; se já viram<br />
outras imagens de Salvador além dessas mostradas no livro.<br />
PARA SABER MAIS<br />
Resistência dos africanos à escravidão<br />
É fundamental que a ideia de que não houve resistência<br />
à escravidão seja abandonada para sempre na<br />
nossa historiografi a. Os povos africanos jamais aceitaram<br />
passivamente o fato de ter sido capturados em<br />
29
30<br />
MANUAL DO PROFESSOR<br />
seus locais de origem, levados à revelia para portos africanos,<br />
embarcados em navios cujas condições eram<br />
desumanas e trazidos para uma terra desconhecida,<br />
onde passaram a ser tratados como animais de carga<br />
ou instrumentos de trabalho. Eles resistiram, de diversos<br />
modos, ao longo dos séculos. A maior parte das vezes<br />
isso aconteceu de forma desorganizada e isoladamente:<br />
atacavam capatazes ou senhores, boicotavam<br />
os serviços compulsórios e, quando não tinham mais<br />
forças, simplesmente tiravam a própria vida. Houve, entretanto,<br />
inúmeros episódios de resistência organizada<br />
e, neste boxe, destacamos dois exemplos: a formação<br />
de quilombos, mencionando o Quilombo de Palmares.<br />
INVESTIGANDO<br />
Heranças africanas<br />
Por ser a questão da infl uência africana na cultura<br />
brasileira tão importante, nesta atividade fi nal do capítulo<br />
propomos a análise de uma obra de Rugendas<br />
para que os alunos possam tirar conclusões sobre a<br />
realidade atual do Brasil.<br />
A capoeira moderna foi mostrada em imagem anterior,<br />
por isso peça aos alunos que comparem a obra<br />
deste boxe com o que viram, estabelecendo semelhanças<br />
e diferenças.<br />
A abordagem inicial deste capítulo chama a atenção<br />
para o fato de o Rio de Janeiro, na atualidade, ser considerada<br />
uma das mais belas cidades do mundo.<br />
A análise da marchinha Cidade maravilhosa – hoje hino<br />
ofi cial da cidade – pode ser feita junto com Língua Portuguesa.<br />
Os alunos devem entender o texto, por isso trabalhe<br />
a interpretação, explicando o signifi cado de palavras que<br />
desconheçam. A partir daí, a conversa deve focar mais a<br />
questão histórica, para que eles tenham condições de entender<br />
o passado como uma explicação para o presente.<br />
A fundação do Rio de Janeiro é explicada no contexto<br />
da luta contra os franceses da França Antártica, em meados<br />
do século XVI. Esse assunto será aprofundado nos anos seguintes,<br />
entretanto, aqui, é importante que os alunos entendam<br />
que a região da Baía da Guanabara era povoada pelos<br />
Tupinambá e que ainda não havia um forte interesse português<br />
em ali fundar povoações. Foi a chegada dos franceses,<br />
com a intenção de apropriar-se do território, que mobilizou<br />
o deslocamento de tropas de Salvador para a Guanabara.<br />
Capítulo 7<br />
Rio de Janeiro: passado e presente<br />
Ao produzir o texto da conclusão, trabalhe com<br />
Língua Portuguesa, orientando a turma a escrever<br />
com clareza, com frases completas e corretas.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Excursão virtual a Salvador.<br />
Esta atividade deve ser planejada para duas ou mais<br />
aulas. Proponha aos alunos uma “excursão” à capital da<br />
Bahia, a ser feita pela imaginação, mas com base em informações<br />
reais.<br />
Para isso, seguir as etapas:<br />
1. Pesquisar locais históricos e interessantes da cidade<br />
em livros, revistas, internet ou material que você lhes<br />
disponibilizar.<br />
2. Cada grupo de alunos, a seu critério, escolherá um<br />
local para “mostrar” (uma igreja, um convento, uma<br />
praça, o Elevador Lacerda, um monumento). Assim,<br />
eles deverão recolher o maior número possível de<br />
informações sobre o local e anotá-las no caderno.<br />
Oriente-os a fazer um resumo.<br />
3. No dia escolhido, cada grupo apresentará ao restante<br />
da turma o local selecionado, falando tudo o que descobriu<br />
a respeito dele. Sugerimos que essa etapa seja<br />
apenas oral, em tom de conversa.<br />
Do forte original – deslocado para o Morro do Castelo<br />
– nasceu o núcleo do vilarejo que iria se transformar na<br />
futura segunda capital da colônia.<br />
PARA SABER MAIS<br />
Nós ainda usamos palavras<br />
da língua dos Tupinambá<br />
O boxe permite o desenvolvimento do conteúdo em<br />
conjunto com a disciplina de Língua Portuguesa, com<br />
ampliação de vocabulário. Dê mais exemplos de palavras<br />
correntes no Português de origem tupi-guarani.<br />
Você também pode explorar mais os temas paralelos,<br />
como o movimento bandeirante e a conquista do<br />
território indígena pelos portugueses, à medida que<br />
avançava a exploração do interior. O povo Tupinambá<br />
foi praticamente extinto pelos portugueses e seus aliados<br />
indígenas, como os Tupiniquim.
O tópico seguinte mostra a grande transformação<br />
ocorrida na colônia a partir da descoberta de metais preciosos<br />
nas regiões onde hoje é o Centro-Oeste brasileiro.<br />
O deslocamento do eixo econômico, do Nordeste para o<br />
Centro/Sudeste, refl etiu-se diretamente na vida da cidade<br />
do Rio de Janeiro, a partir do século XVIII. Ela passou a<br />
ser o principal porto de desembarque dos navios negreiros,<br />
bem como das embarcações de mercadorias vindas<br />
por Lisboa. Em 1763, o Rio de Janeiro passou a ser ofi -<br />
cialmente a capital da colônia.<br />
Como Salvador, o Rio de Janeiro também recebeu<br />
fortíssima infl uência africana, não só dos povos recém-<br />
-chegados da África como de africanos escravizados que<br />
passaram a ser deslocados do Nordeste para o Centro/<br />
Sudeste da colônia.<br />
Essa infl uência – na culinária, na música (com o samba),<br />
na dança, no modo de se vestir, na religião – permanece<br />
visível na cidade. Entretanto, mais que Salvador, o Rio de<br />
Janeiro tornou-se também uma cidade de caráter fortemente<br />
português, não só pela vinda de milhares de imigrantes<br />
que deixaram o Reino para “fazer fortuna” com o ouro das<br />
minas, como também, no século XIX, pela chegada de centenas<br />
de pessoas acompanhando a família real portuguesa.<br />
A mudança da corte para o Brasil será estudada em<br />
anos posteriores, mas é importante, que desde já, os alunos<br />
percebam que esse fato político abalou os destinos<br />
da colônia e preparou o terreno para a independência.<br />
As mudanças acontecidas no Rio de Janeiro por ordem<br />
de d. João de fato o transformaram em uma capital<br />
de império. Muitas das construções da época ainda estão<br />
na cidade, testemunhando uma época.<br />
PARA SABER MAIS<br />
O Corcovado e o Cristo Redentor<br />
O boxe estuda os “símbolos” do Rio de Janeiro,<br />
conhecidos no mundo inteiro, espécie de cartão de visita<br />
da cidade. Você pode desenvolver outros temas<br />
correlatos, mas é importante os alunos compreenderem<br />
que toda cidade tem seus monumentos, os quais<br />
fazem parte da história e revelam muito sobre a cultura<br />
e a população do local.<br />
Para estudar a história de Brasília, começamos o<br />
trabalho com foco em sua moderna arquitetura e no<br />
Capítulo 8<br />
Brasília, atual capital do Brasil<br />
O TRABALHO DO<br />
HISTORIADOR<br />
As propagandas são fontes históricas<br />
HISTÓRIA<br />
Neste boxe, para sistematizar a ideia de que o historiador<br />
usa as mais diferentes fontes históricas para<br />
reconstruir o passado, escolhemos uma propaganda de<br />
meados do século XX em que aparece Carmem Miranda,<br />
portuguesa de nascimento, mas considerada uma das<br />
mais representativas artistas do Rio de Janeiro nos anos<br />
1940. Com seus trajes de baiana, cantando o samba, ela<br />
conquistou plateias não apenas no Brasil, mas no mundo<br />
todo, fazendo carreira inclusive em Hollywood, nos Estados<br />
Unidos. A propaganda, por outro lado, mostra os primeiros<br />
rádios chegados ao país, outro aspecto que você<br />
pode destacar para os alunos, levando-os a entender o<br />
impacto que isso signifi cou para a vida das pessoas.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Produzir cartões-postais com imagens do Rio de Janeiro.<br />
Esta atividade pode ser desenvolvida em conjunto com<br />
as disciplinas de Arte, Matemática e Língua Portuguesa.<br />
Professor, proponha aos alunos confeccionar cartões-<br />
-postais com imagens sobre a Cidade Maravilhosa. Para<br />
isso, será necessário o seguinte material: cartolina para<br />
recortar, tesoura, régua, lápis, lápis de cor.<br />
Você pode tanto pedir que os alunos recortem a cartolina<br />
quanto distribuir a eles os pedaços já prontos, em<br />
tamanho 10 cm X 15 cm.<br />
Etapas:<br />
1. Pesquisar imagens do Rio de Janeiro de livre escolha<br />
dos alunos, em revistas, jornais, internet ou material<br />
que você disponibilizar. Se considerar mais conveniente,<br />
eles podem desenhar em papel avulso, no tamanho<br />
correspondente ao do cartão recortado da cartolina.<br />
2. Traçar linhas em uma das faces do cartão de cartolina,<br />
a lápis, para que possam escrever mensagens.<br />
3. Colar na outra face a imagem recortada ou desenhada<br />
do Rio de Janeiro.<br />
4. Escrever uma mensagem para algum amigo ou parente<br />
no verso do cartão. Se for pessoa da convivência da<br />
criança, o cartão pode ser entregue em mãos.<br />
fato de ser ainda uma “jovem” cidade de pouco mais<br />
de 50 anos.<br />
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MANUAL DO PROFESSOR<br />
Pela comparação entre fotos dos prédios governamentais<br />
do Rio de Janeiro com os de Brasília, o aluno tem<br />
condições de refl etir sobre passado e presente, sobre mudanças<br />
e permanências.<br />
As atividades levam as crianças a gradualmente construir<br />
os principais conceitos históricos tematizados no capítulo,<br />
inclusive a razão de se ter efetuado a mudança da<br />
capital do litoral para a região mais central do país, um<br />
plano que já existia desde os tempos da colônia (o Marquês<br />
de Pombal, no século XVIII, chegou a sugerir a construção<br />
de uma sede colonial mais próxima da região das minas).<br />
PARA SABER MAIS<br />
Os poderes republicanos<br />
O tema deste boxe ajuda os alunos a compreender,<br />
em linhas gerais, a questão da divisão de poderes<br />
na República, para que possam refl etir sobre a confi<br />
guração da cidade de Brasília e entendê-la como<br />
atual sede do governo brasileiro. O assunto será mais<br />
aprofundado no volume do 5 o ano, entretanto você<br />
pode salientar aqui o signifi cado de um governo democrático,<br />
em que os representantes da sociedade são<br />
escolhidos pelo voto direto e secreto, e a diferença,<br />
por exemplo, em relação à época da monarquia antes<br />
existente na época do Império. Como os alunos<br />
acabaram de estudar a história do Rio de Janeiro, não<br />
encontrarão difi culdades nessa análise.<br />
Trabalhamos em seguida com o mapa da localização<br />
da capital. É importante você relacionar esse tópico com<br />
Geografi a, mostrando os nomes dos estados e suas capitais,<br />
para que os alunos possam realizar a atividade de<br />
reconhecer o espaço de localização de suas cidades e verifi<br />
carem se estão nas proximidades de Brasília ou mais<br />
distantes. O trabalho com mapas históricos será mais utilizado<br />
do 4 o ano em diante.<br />
O subitem “Quem construiu Brasília” é de fundamental<br />
importância para a compreensão de quem foram os sujeitos<br />
históricos não apenas na construção física da cidade como<br />
na formação cultural e populacional, evitando, assim, o<br />
lugar comum “Juscelino construiu Brasília”, que costuma<br />
aparecer na historiografi a tradicional. É uma boa oportunidade<br />
para conversar a respeito de quem toma decisões políticas<br />
e quem as operacionaliza – as massas anônimas de<br />
trabalhadores, em todos os setores das sociedades.<br />
Outro aspecto importante é o uso da palavra “candango”,<br />
que denotava um preconceito contra nordestinos,<br />
sem diferenciar suas origens (vinham de vários estados)<br />
e, com isso, sem diferenciar também suas tradições e<br />
histórias peculiares. Na verdade, não existe uma única<br />
cultura nordestina, mas culturas nordestinas (no plural)<br />
e é essa diversidade que foi levada ao Planalto Central,<br />
dando a tônica do que é a cidade na atualidade.<br />
O capítulo, por isso, aborda também a questão dos<br />
problemas da população mais carente, que se assemelham<br />
aos de praticamente todas as grandes metrópoles.<br />
Sugestão de atividade complementar<br />
Conhecer Athos Bulcão, um dos mais importantes artistas<br />
plásticos de Brasília.<br />
Para isso, trabalhe com os alunos as seguintes etapas.<br />
1. Leitura de texto. Leia com os alunos a pequena biografi<br />
a a seguir. Certifi que-se da compreensão e promova<br />
uma conversa coletiva sobre as informações<br />
contidas no trecho.<br />
Athos Bulcão (1918-2008) foi um renomado pintor, escultor,<br />
arquiteto, desenhista e mosaicista brasileiro. Sua trajetória artística<br />
está ligada intimamente à cidade de Brasília.<br />
Como escultor e mosaicista (criador de painéis cujos desenhos<br />
eram feitos com azulejos) colaborou com Oscar Niemeyer<br />
desde 1955, realizando muitas obras de arte em Brasília<br />
a partir de 1957. Em 1958, mudou-se defi nitivamente para<br />
a capital brasileira.<br />
Athos Bulcão criou centenas de painéis em diversos prédios<br />
públicos de Brasília, durante toda a sua vida. Ele recebeu<br />
vários prêmios e condecorações pelo conjunto de sua obra.<br />
Faleceu aos 90 anos em Brasília.<br />
2. Pesquisar imagens de obras de Athos Bulcão. Os alunos<br />
deverão procurar em revistas, jornais, na internet<br />
ou em material que você disponibilizar fotos das<br />
obras do artista. Na internet, o endereço da Fundação<br />
Athos Bulcão é (acesso<br />
em: 12 out. 2010). Nesse site você encontrará ampla<br />
informação e muitas imagens.<br />
3. Escolher uma das imagens pesquisadas e produzir<br />
um desenho nela inspirada. As obras de Athos Bulcão<br />
caracterizam-se pela singeleza, pelo colorido,<br />
pela composição geométrica, sendo, portanto, de fácil<br />
compreensão estética para a faixa etária de seus alunos.<br />
A proposta é que se inspirem em um desses desenhos<br />
e façam algo semelhante: será a melhor maneira<br />
de estabelecer um diálogo com o talentoso artista que<br />
jamais perdeu sua alma infantil.