Presidente da Câmara de Lisboa ajudou Hermano ... - Luso Jornal
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8<br />
Cultura<br />
Nicolas Sarkozy<br />
admite disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para ven<strong>de</strong>r<br />
material militar<br />
ao Brasil<br />
O <strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong> francês Nicolas<br />
Sarkozy anunciou que a França<br />
está pronta a «transferir tecnologia<br />
para po<strong>de</strong>r ven<strong>de</strong>r submarinos<br />
e aviões <strong>de</strong> combate» ao<br />
Brasil, no seguimento do encontro<br />
realizado na semana passa<strong>da</strong><br />
com o seu homólogo brasileiro,<br />
Lula <strong>da</strong> Silva.<br />
«Disse ao <strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong> Lula que<br />
estamos prontos para que um<br />
dos submarinos Scorpene seja<br />
fabricado no Brasil», afirmou Sarkozy,<br />
na Guiana Francesa, numa<br />
conferência <strong>de</strong> imprensa conjunta<br />
com o <strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong> brasileiro.<br />
«Estamos muito perto <strong>de</strong> organizar<br />
a transferência <strong>de</strong> tecnologia<br />
para que os helicópteros e<br />
os aviões <strong>de</strong> combate possam<br />
também ser fabricados no Brasil»,<br />
acrescentou.<br />
Este projecto enquadra-se «numa<br />
parceria global» com o Brasil,<br />
que «não será limita<strong>da</strong> unicamente<br />
à ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> material militar»,<br />
sublinhou.<br />
Segundo o <strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong> francês, o<br />
projecto será encarado «como<br />
um reforço <strong>da</strong> parceria estratégica»<br />
entre os dois países, que<br />
po<strong>de</strong>rá ser finalizado durante a<br />
visita <strong>de</strong> Sarkozy ao Brasil no<br />
final <strong>de</strong>ste ano,durante a cimeira<br />
entre a União Europeia e o<br />
Brasil.<br />
Os dois Chefes <strong>de</strong> Estado estiveram<br />
reunidos em Saint-Georges<strong>de</strong>-l'Oyapock,<br />
na Guiana Francesa,<br />
para discutirem a aliança<br />
estratégica entre os dois países.<br />
A par <strong>da</strong>s relações comerciais e<br />
<strong>da</strong> cooperação na área <strong>da</strong> <strong>de</strong>fesa,<br />
a agen<strong>da</strong> do encontro incluía<br />
também a situação dos reféns<br />
<strong>da</strong>s Forças Arma<strong>da</strong>s Revolucionárias<br />
<strong>da</strong> Colômbia (FARC).<br />
Sobre esta matéria, os dois<br />
<strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong>s mostraram disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para promover um<br />
acordo humanitário que permita<br />
a libertação dos reféns <strong>de</strong>ste<br />
grupo <strong>de</strong> guerrilha.«O Brasil está<br />
disposto a realizar qualquer esforço<br />
para promover um acto<br />
humanitário que permita a libertação<br />
<strong>de</strong> todos os sequestrados<br />
na Colômbia», afirmou Lula <strong>da</strong><br />
Silva.<br />
O <strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong> brasileiro salientou,<br />
no entanto, ser necessário<br />
«ter em conta to<strong>da</strong>s as sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
políticas <strong>de</strong>ste caso» e que<br />
«qualquer acordo terá que contar<br />
com a aprovação do Governo<br />
colombiano. Caso isso não<br />
aconteça, tudo será mais difícil»,<br />
concluiu.<br />
Por vez,Nicolas Sarkozy reiterou<br />
o apoio <strong>da</strong> França para aju<strong>da</strong>r na<br />
libertação dos reféns, em especial<br />
<strong>da</strong> ex-candi<strong>da</strong>ta presi<strong>de</strong>ncial<br />
Ingrid Betancourt, que também<br />
<strong>de</strong>tém nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong> francesa e<br />
que foi sequestra<strong>da</strong> pelas FARC<br />
em Fevereiro <strong>de</strong> 2002.<br />
Revista edita<strong>da</strong> pela Associação Cahiers <strong>Luso</strong>phones<br />
Latitu<strong>de</strong>s comemora 10 anos <strong>de</strong> existência<br />
A Revista Latitu<strong>de</strong>s edita<strong>da</strong> pela<br />
‘Associação Cahiers <strong>Luso</strong>phones’<br />
acaba <strong>de</strong> festejar <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> existência.<br />
Na última edição a re<strong>da</strong>cção<br />
concentrou-se sobre a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
lusófona <strong>de</strong> França, sob o tema ‘10<br />
anos <strong>de</strong> Latitu<strong>de</strong>s’. «Fizemos uma<br />
espécie <strong>de</strong> balanço ao longo <strong>de</strong>stes<br />
anos, com uma especial predominância<br />
para a parte portuguesa. Há<br />
belos artigos, crónicas, memórias,<br />
exposições ou ain<strong>da</strong> comentários<br />
sobre diversos livros. Tentamos em<br />
ca<strong>da</strong> número <strong>da</strong>r a conhecer e promover<br />
as culturas lusófonas em<br />
França, num espírito <strong>de</strong> diálogo<br />
intercultural», começa por <strong>de</strong>clarar<br />
Daniel Lacer<strong>da</strong>, Director <strong>da</strong> Revista<br />
Latitu<strong>de</strong>s.<br />
Ca<strong>da</strong> vez mais,a Revista Latitu<strong>de</strong>s vê<br />
o seu número <strong>de</strong> colaboradores<br />
aumentar. «Nem sempre po<strong>de</strong>mos<br />
publicar todos os artigos que nos<br />
são propostos, por vezes temos que<br />
<strong>de</strong>ixá-los para a edição seguinte.<br />
Aliás no início começámos com<br />
cerca <strong>de</strong> 80 páginas e actualmente<br />
temos mantido 128 páginas e tentamos<br />
não ultrapassar», explica ao<br />
<strong>Luso</strong><strong>Jornal</strong>.<br />
No início o projecto conheceu algumas<br />
dúvi<strong>da</strong>s quanto à sua sobrevivência,«mas<br />
tivemos a sorte <strong>de</strong> receber<br />
algum apoio <strong>de</strong> um núcleo francês<br />
que apoia as revistas estrangeiras<br />
e <strong>de</strong> alguns organismos portugueses.<br />
Rapi<strong>da</strong>mente os nossos leitores<br />
a<strong>de</strong>riram à Revista Latitu<strong>de</strong>s e<br />
o facto <strong>de</strong> termos colaboradores<br />
que trabalham todos <strong>de</strong> maneira<br />
voluntária, provenientes do meio<br />
universitário ou <strong>de</strong> um meio mais<br />
popular, veio contribuir, sem dúvi<strong>da</strong>s,<br />
para o sucesso <strong>da</strong> revista».<br />
Com três edições por ano, a Revista<br />
Latitu<strong>de</strong>s oferece um espaço <strong>de</strong><br />
reflexão e <strong>de</strong> informação sobre o<br />
mundo <strong>de</strong> expressão portuguesa e<br />
mais precisamente sobre as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
lusófonas resi<strong>de</strong>ntes em<br />
França.Além dos artigos <strong>de</strong>dicados à<br />
parte temática, «ca<strong>da</strong> edição propõe<br />
crónicas, entrevistas, textos literários<br />
(poesia, contos, romances), análises<br />
literárias, artigos sobre a actuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
do cinema, <strong>da</strong> música, <strong>da</strong> pintura,<br />
do teatro, <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> associativa e<br />
do ensino <strong>da</strong> língua portuguesa em<br />
França».<br />
A Revista Latitu<strong>de</strong>s publica artigos<br />
em português ou em francês.<br />
Diversos temas foram publicados<br />
em 31 números: ‘Integração e<br />
I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>’, ‘Cultura e Literaturas<br />
Brasileiras’,‘A Imigração Portuguesa<br />
em França’,‘As Literaturas <strong>de</strong> Língua<br />
Portuguesa’,‘Timor Leste’,‘Os Países<br />
Africanos <strong>de</strong> Expressão<br />
Portuguesa’, ‘Artes Plásticas’,<br />
‘Presença Feminina’, ‘Músicas<br />
Lusófonas, etc. «Uma vez por mês<br />
aproxima<strong>da</strong>mente o comité <strong>de</strong><br />
re<strong>da</strong>cção reúne-se e ca<strong>da</strong> um propõe<br />
os seus assuntos,estamos,claro,<br />
abertos a todos os temas e a todos<br />
aqueles que quiserem colaborar<br />
connosco», diz ao <strong>Luso</strong><strong>Jornal</strong>.<br />
Po<strong>de</strong> encontrar a Revista Latitu<strong>de</strong>s<br />
nas livrarias portuguesas, na Fnac,<br />
em associações culturais ou recebêla<br />
em casa mediante assinatura.<br />
75 rue <strong>de</strong> Bagnolet<br />
75020 Paris<br />
Tél: 01.43.67.64.08.<br />
■ Clara Teixeira<br />
Livros: Manuel do Nascimento<br />
publica «En Lutte contre l’Etat Salazariste»<br />
«En Lutte contre l’Etat Salazariste» é<br />
o novo livro <strong>de</strong> Manuel do Nascimento,<br />
com (tradução do livro <strong>de</strong><br />
Norton <strong>de</strong> Matos), que acabou <strong>de</strong><br />
sair nas Edições Harmattan: «Norton<br />
<strong>de</strong> Matos - En Lutte contre l’Etat Salazariste<br />
- Uma certa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Portugal».<br />
O objectivo <strong>da</strong> tradução <strong>de</strong>ste livro,<br />
conta Manuel do Nascimento, não<br />
foi fazer algo <strong>de</strong> literário, mas sim<br />
<strong>da</strong>r a conhecer a coragem <strong>de</strong> Norton<br />
<strong>de</strong> Matos ao escrever ao <strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong><br />
do Conselho (António <strong>de</strong> Oliveira<br />
Salazar), para <strong>de</strong>nunciar a política<br />
do próprio Estado salazarista.<br />
Para respeitar a maneira <strong>de</strong> escrever<br />
<strong>de</strong> Norton <strong>de</strong> Matos, <strong>da</strong>quele homem<br />
que com as cartas envia<strong>da</strong>s ao<br />
<strong>Presi<strong>de</strong>nte</strong> <strong>da</strong> República, do Conselho<br />
e ao Tribunal Supremo <strong>de</strong> Justi-<br />
ça, quis <strong>de</strong>spertar o mundo político<br />
e o povo do seu país.<br />
A <strong>de</strong>mocracia também se constrói<br />
com a memória histórica e o leitor<br />
obtém, 60 anos <strong>de</strong>pois, uma gran<strong>de</strong><br />
proximi<strong>da</strong><strong>de</strong>, na História mo<strong>de</strong>rna<br />
<strong>de</strong> Portugal.<br />
Manuel do Nascimento, nasceu em<br />
DR<br />
■ Manuel do Nascimento<br />
Sendim, pequena vila ao Norte <strong>de</strong><br />
Portugal, em 1949. Está radicado em<br />
França há trinta anos e como <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
muito jovem foi um apaixonado<br />
pela História, procurou conhecer<br />
melhor a do seu país natal.Foi assim<br />
que escreveu em versão bilingue a<br />
«Cronologia <strong>da</strong> História <strong>de</strong> Portugal»,<br />
que foi publica<strong>da</strong> pela L’Harmattan<br />
em 2002.<br />
<strong>Luso</strong><strong>Jornal</strong> n°155 _ 21/02/2008<br />
Cinema: Filme «O<br />
Estado do Mundo»<br />
estreou em França<br />
«O Estado do Mundo», um filme<br />
em seis partes produzido no<br />
âmbito dos 50 anos <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />
Gulbenkian, estreou em França<br />
na terça-feira <strong>de</strong>sta semana em 14<br />
salas <strong>de</strong> cinema, quatro <strong>da</strong>s quais<br />
em Paris.<br />
O filme reúne seis curtas-metragens<br />
com duração <strong>de</strong> 15 minutos<br />
ca<strong>da</strong> e resulta <strong>de</strong> uma encomen<strong>da</strong><br />
feita pelo Fórum Cultural<br />
«O Estado do Mundo», organizado<br />
para assinalar os 50 anos <strong>da</strong><br />
Fun<strong>da</strong>ção Gulbenkian, a seis realizadores<br />
<strong>de</strong> diferentes nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
Ca<strong>da</strong> curta-metragem constitui<br />
um olhar diferente sobre diversos<br />
aspectos do mundo actual.<br />
O filme, que reuniu realizadores<br />
<strong>da</strong> Tailândia, Índia, Brasil, China,<br />
França e Portugal, foi seleccionado<br />
para a última edição do<br />
Festival <strong>de</strong> Cannes e exibido noutros<br />
festivais internacionais, tendo<br />
sido apresentado na Gulbenkian<br />
em Junho passado.<br />
Dois dos realizadores que participaram<br />
no filme, o português Pedro<br />
Costa e a francesa Chantal<br />
Akerman, estiveram presentes no<br />
dia 20 <strong>de</strong> Fevereiro numa projecção-<strong>de</strong>bate,<br />
em Paris.<br />
www.lusojornal.com<br />
Leia também<br />
na internet<br />
Para ele,é importante que a segun<strong>da</strong><br />
geração <strong>de</strong> expatriados domine a<br />
sua língua <strong>de</strong> origem - ele dá apoio<br />
aos cursos <strong>de</strong> português <strong>de</strong> adultos<br />
nascidos em França - e constata que<br />
é impensável que os quase um milhão<br />
<strong>de</strong> portugueses <strong>da</strong> região parisiense,<br />
<strong>de</strong>sconheça totalmente a<br />
História do seu país.<br />
Manuel do Nascimento tem também<br />
um passado associativo que<br />
merece ser conhecido.<br />
Em preparação,um terceiro livro está<br />
para breve. Chamar-se-á «La Lys»,<br />
sobre os combates mortais <strong>da</strong> batalha<br />
<strong>de</strong> La Lys <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1918.<br />
Aí se tomará amplo conhecimento<br />
<strong>de</strong> todos os factos,<strong>da</strong> participação e<br />
<strong>da</strong>s razões <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Portugal na<br />
Primeira Guerra Mundial em França,<br />
reconhecendo os sol<strong>da</strong>dos portugueses<br />
que lutaram junto dos aliados<br />
para libertar o povo francês.<br />
■ Maria Fernan<strong>da</strong> Pinto