Presidente da Câmara de Lisboa ajudou Hermano ... - Luso Jornal

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Municipais
Artigo de opinião :
Representatividade
ou vaso de flores?
Nos dias 9 e 16 de Março realizar-se-ão
as eleições autárquicas
em terras de França. Pela segunda
vez, a nossa Comunidade vai
ter direito de eleger os candidatos
que a seu ver são os «melhores»,
ou aqueles que correspondem
mais ou menos aos pontos
de vista ou aspirações pessoais.
Eu, com o meu olho crítico (e
ainda bem que há alguns), não
tenho a certeza que a escolha
dos representantes da nossa Comunidade
desta vez seja a mais
pertinente.
É pena porque mais uma vez
temos gato por lebre e muitas
Câmaras vão ter «vasos de flores»
em vez de verdadeiros representantes
capazes de assumir o papel
relevante na representatividade
da nossa Comunidade.
É certo também que os Portugueses
eleitos, não o são somente
para a Comunidade portuguesa,
mas para todas as Comunidades
do concelho na qual são eleitos.
Embora eles sejam ou deviam ser
um espelho da nossa Comunidade,
mas esse espelho não pode
ser baço para que a imagem não
seja deformada.
Eu tenho esperança, porque sei
que quem quer alcança,sabendo
que é melhor alcançar hoje que
amanhã.Isso vai acontecer quando
a nossa Comunidade tomar
consciência do peso que ela
teria se cada um de nós se investisse
civicamente em todos os
sentidos do termo.
Nós faríamos mudar o rumo das
coisas e sobretudo sermos reconhecidos,
pelo que somos e não
por aquilo que querem que sejamos.
Aceitar sem intervir ou sem nunca
levantar a cabeça, tem sido o
lema de muitos de entre nós,
mas hoje devemos mudar os
comportamentos para que as
coisas mudem.
A possibilidade de nos podermos
inscrever nos cadernos eleitorais,
de votar e mesmo de nos
apresentarmos numa lista. É um
direito e esse mesmo deve ser
assumido, assim como o dever
de participar.
Essa é a única maneira para que
os nossos filhos e os nossos netos,
numa transversalidade entre
França e Portugal e vice-versa
poderem desabrochar plenamente.
É por isso que é importante que
os Presidentes das Câmaras Francesas
façam apelo a pessoas
competentes da nossa Comunidade
e cessar de procurar como
em muitos casos o «vaso de flores»
em forma de representatividade.
Se queremos realmente que as
coisas mudem, devemos ser nós
os primeiros a operar a mudança
e cessar de esperar que sejam os
outros a agir no nosso lugar.
■ Manuel de Sousa Fonseca
Houilles
Campanha para as eleições municipais em Paris
O Presidente da Câmara Municipal
de Lisboa, António Costa, que veio
a Paris na semana passada para debater
questões de trabalho relacionadas
com as experiências urbanísticas
desenvolvidas em Paris,e também
para assinalar o 10º aniversário
do Acordo de Amizade Paris-
Lisboa, aproveitou o fim do dia de
quinta-feira para «dar uma mãozinha»
na campanha de Hermano
Sanches Ruivo,que,realçou,«ao ser
eleito, pode ser o primeiro vereador
parisiense de origem portuguesa».
Hermano Sanches Ruivo, Presidente
das associações Cap Magellan e
Coordenação das Colectividades
Portuguesas de França (CCPF) é
candidado «da sociedade civil» na
lista de Bertrand Delanoë, no 14°
bairro de Paris.
Em conferência de imprensa,o Presidente
da Câmara Municipal de
Lisboa declarou que Bertrand Delanoë
justificou o carácter multicultural
da sua lista e a escolha do candidato
português.
Delanoë salientou que convidou
Hermano Sanches Ruivo porque se
trata de um «homem de convicções
e eficaz», recordando que desde
há anos que trabalham juntos
através da Cap Magellan e da CCPF.
Numa acção de campanha essencialmente
direccionada para a
Comunidade portuguesa, Bertrand
Delanoë disse que lançou o primeiro
convite a Hermano Sanches
Ruivo aquando de uma reunião da
CCPF na mairie de Paris. «Lembrome
que o chamei e lhe perguntei
se ele queria entrar na minha lista»
disse o Maire de Paris. «Ele nem
queria acreditar. Pediu-me alguns
dias de reflexão, até porque seguia
no dia seguinte de férias para a Tunísia»
confessou Delanoë.
A resposta acabou por ser positiva.
Para Hermano Sanches Ruivo, o
facto de ter sido convidado por
Bertrand Delanoë para integrar a
lista - em que figura em quinto lugar
na candidatura ao 14º bairro -,
«não é um milagre». É fruto do trabalho
e também «do conhecimento,
da tradição e valores da cultura
portuguesa», acrescentou, destacando
que, se for eleito provará
que os portugueses além de serem
«honestos, trabalhadores e integrados,
são também activos».
O Presidente da edilidade portuguesa
também acrescentou que
esta campanha pode também ser
uma «grande oportunidade» para
dar a conhecer a capacidade empreendedora
dos portugueses. «Em
1996, quando assinámos a adesão à
Comunidade europeia a grande
ambição dos portugueses era poder
aspirar à livre circulação. Na altura
era necessário legalizar muitos
portugueses que residiam em França
e na Alemanha. Na altura, nem
me passava pela cabeça que alguns
anos depois, estaria aqui a testemunhar
a candidatura de um português
para a Câmara de Paris».
No quadro da campanha para as
eleições municipais francesas,
Bertrand Delanoe,António Costa e
Hermano Seixas tiveram um encontro
com os portugueses residentes
em Paris, em que marcaram
presença personalidades e representantes
das artes, desportos, cultura,
ensino, empresas e do meio
associativo. Entre os presentes esteve
a cineasta Maria de Medeiros,
na qualidade de membro do Comité
de Apoio a Pierre Castagnou,
que lidera a lista socialista no 14º
LusoJornal n°155 _ 21/02/2008
Costa veio ajudar a campanha de Hermano Sanches Ruivo
LusoJornal - José Lopes
■ Bertrand Delanoë, Maire de Paris
Nathalie de Oliveira: jovem luso-descendente
em posição elegível em Metz
A jovem luso-descendente Nathalie
de Oliveira integra a lista socialista
às próximas eleições municipais de
Metz, em posição elegível.
Nathalie de Oliveira nasceu em 17
de Novembro 1977 em Metz.Durante
o liceu, desenvolveu-se nela uma
inclinação especial para as línguas,
tendo acabado o Bac literário em
1996, seguiu a preparação das turmas
Hypokhâgne/Khâgne, para
l’École Normale. Optou então por
uma licenciatura de Intercâmbio internacional
em 1998/1999 na Universidade
de Metz, um Mestrado de
Intercâmbios Internacionais com
distinção, em 1999/2000 e um Diploma
de Estudos Superiores Especializados
de Administração Internacional
Sorbonne, com a especialização:«Instituições
e Políticas Públicas
Europeias».
Nathalie de Oliveira conta que sempre
evoluiu no meio associativo português
desta região, acompanhando
o pai,dirigente associativo,que além
do folclore, tinha um grande interesse
pela cultura, aconselhando e
orientando os seus conterrâneos.Assim,
vários cargos e missões lhe foram
confiados sob contrato, com a
Comissão Europeia, participou em
projectos de reorganização administrativa,
ligados à modernização dos
processos de realização dos «orçamentos».
Missão de interpretariado
DR
■ Nathalie de Oliveira, candidata em Metz
para a Comissão Europeia de Lisboa
no quadro de uma auditoria sob subvenções
europeias em 2006,auxiliar
na Administração do Tribunal de
Contas em 2002, estágio no Secretariado
do Parlamento Europeu em
2001, e também as questões linguísticas
na Europa,trabalho para o qual
contribuiu o conhecimento das seis
línguas que ela fala e escreve correntemente.
Ela foi também eleita «representante»
da Luso-descendência
na Europa após a Plataforma mundial
de 2003 em Lisboa.
O envolvimento de Nathalie de Oliveira
na vida política começou há
um ano quando sentiu uma vontade
muito forte de intervir nas realidades
do momento e participar no
grupo de reflexão da campanha préeleitoral,
na área do PS. E porquê o
Partido Socialista? Ela explica que é
porque é um Partido que sempre lutou
por valores, (que aliás lhe foram
transmitidos pelos seus pais), onde
todos podem progredir,sem magoar
nem espezinhar ninguém.
«Em Abril do ano passado aderi ao
PS» continua Nathalie de Oliveira «e
é-me difícil apresentar uma definição
exaustiva da minha entrada neste
Partido e o meu envolvimento na
vida política ao serviço da minha cidade.
Bem mais do que o trabalho
bairro.
Também estava presente na sala a
cineasta Anna da Palma, o pintor
Benjamim Marques, o livreiro João
Heitor, o Conselheiro social da Embaixada
de Portugal em França,Victor
Gil, a advogada Gracinda Maranhão,o
produtor musical Fernando
Ladeiro Marques, o realizador Jean-
Philippe Neiva, entre muitos outros.
Quando Dalanoë chegou, foi aplaudido
de pé pelas mais de 150 pessoas
presentes.«Tenho a Europa no
coração e acreditem que foi mais
vezes a Lisboa antes de ser eleito
Maire de Paris do que agora» começou
por dizer no seu discurso. Evocando
a recente nomeação do português
Emmanuel Demarcy-Mota
para a Direcção do Théâtre de la
Ville, Bertrand Delanoë agradeceu
publicamente a Hermano Sanches
Ruivo por ter aceite o convite para
integrar a sua lista. «Durante estes
últimos dez anos, tenho acompanhado
a actividade de Hermano.
Agora quero-o no Conselho de Paris,
no coração do poder».
«Apreciei o trabalho dele enquanto
animador, que sabe organizar e
criar.Mas agora,a sua candidatura é
também um compromisso, não só
para com os Portugueses, mas sobretudo
para com os parisienses»
disse o Maire de Paris.
No fim da sua intervenção, foi com
um «obrigado» que assume ter
aprendido no Brasil, que Bertrand
Delanoë se despediu dos portugueses,
antes de seguir para mais uma
das seis reuniões que tinha agendado
para a noite de S.Valentim.
■ Carlos Pereira com Lusa
ligado às Municipais,trata-se de continuar
unidos e determinados para o
futuro de Metzs».
«Nasci na Colline Sainte Croix, portuguesa
e francesa, porque meu pai
que deixou o Portugal Salazarista da
época quando tinha 15 anos, recusando
ir como militar bater-se em
África, continente que não conhecia,
em terras colonizadas, começou
a sonhar França, país onde uns irmãos
já estavam, também atraídos
pelas três sereias:Liberdade,Igualdade,
Fraternidade. Cresci acompanhada
destes valores, que foram contaminantes
e decisivos».
Ainda criança, já estava marcada
pela aprendizagem do conceito «vivre
ensemble», «dando a vida e o
ritmo que tanto desejamos para
Metz: Justiça, Igualdade, Solidariedade,
sentido a excelente formação
que o mundo associativo português,
local, nacional e internacional me
deu» continua Nathalie de Oliveira
numa entrevista ao LusoJornal. «Sou
uma militante activa pela nossa Europa,
uma Europa social, que garante
a inclusão de todos. A possibilidade
de figurar nesta lista,é uma responsabilidade
de envergadura e eu
tenho plena consciência disso, a minha
voz transmitirá a vontade dos
outros para conseguir uma melhor
qualidade de vida».
■ Maria Fernanda Pinto