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REVISTA - Associação de Fuzileiros

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<strong>REVISTA</strong><br />

MONUMENTO AO<br />

FUZILEIRO ALMOÇO DE NATAL<br />

10 DEZEMBRO<br />

nº 12<br />

Outubro 2011<br />

2 Boinas


2<br />

ÍNDICE<br />

Editorial<br />

Título ........................................................................................3<br />

Cartas ao Director .................................................................4<br />

Nocias<br />

Comandante Anaia e Eng.º Lema Santos Visitam a<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> ...........................................................5<br />

Marques Pinto<br />

Nocias<br />

50.º Aniversário da Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> ..................................6<br />

Serafim Lobato com Marques Pinto<br />

Comunicados<br />

A Vossa <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> vive das vossas Quotas ........7<br />

Monumento ao Fuzileiro Contributos ......................................7<br />

Opinião<br />

Vacínios ou Desejos - Tanto Faz .............................................8<br />

Mário Manso<br />

O Direito <strong>de</strong> Dizer .....................................................................9<br />

Carla Marques Pinto<br />

Uma Década Depois! .............................................................11<br />

Fernando Figueiredo<br />

A Minha Outra Casa Mãe .......................................................12<br />

Associados<br />

O Início da Despedida ............................................................13<br />

Saj. Fz Silva<br />

O Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes do Mar <strong>de</strong> Portugal ...............................14<br />

António Ribeiro Ramos<br />

Fuzo-poesia<br />

“Véspera <strong>de</strong> Combate” ..........................................................15<br />

Alpoim Calvão<br />

Crónicas<br />

Crónica <strong>de</strong> Outros Tempos<br />

Aérea Nova Lisboa (Humbambo) - Lisboa ..............................16<br />

Marques Pinto<br />

Episódios <strong>de</strong> Uma Ponte Aérea ..............................................17<br />

Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Piloto Elisabete Jacinto Colabora com<br />

Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> ................................................................21<br />

Sala <strong>de</strong> Estar <strong>de</strong> Praças QP daBase <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> ....................22<br />

Marinheiro FZE Manuel José Franco Belo ..............................22<br />

Eventos<br />

Presi<strong>de</strong>nte da República Inaugura<br />

Monumento ao Fuzileiro ........................................................23<br />

Discurso do Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> ...........................................................................24<br />

Discurso do Presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal<br />

do Barreiro .............................................................................26<br />

Discurso do Presi<strong>de</strong>nte da República .....................................27<br />

Coral “Alma <strong>de</strong> Coimbra” na Casa <strong>de</strong> Cultura do Barreiro......28<br />

Discurso do Presi<strong>de</strong>nte do Coral “Alma <strong>de</strong> Coimbra” .............29<br />

Dia <strong>de</strong> Portugal, <strong>de</strong> Camões e das Comunida<strong>de</strong>s<br />

e do Combate .........................................................................30<br />

Mais uma Igreja Nova ............................................................31<br />

<strong>Associação</strong> na Comemoração da Batalha <strong>de</strong> LA LYS ...............31<br />

Estórias<br />

O Domingos ...........................................................................32<br />

O 2.º Tenente que ninguém conseguia calar .........................33<br />

Manuel Pires da Silva<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Sumário<br />

Delegações<br />

Delegação do Algarve .............................................................34<br />

Comemorações da Batalha <strong>de</strong> LA LYS no Algarve...................34<br />

Delegação <strong>de</strong> Elvas-Juromenha..............................................35<br />

Delegação <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong> Gaia.............................................36<br />

António Castro<br />

Entrega <strong>de</strong> Guiões às Delegações ................................ 36<br />

Convívios<br />

Vai Arrancar Motards da <strong>Associação</strong> <strong>Fuzileiros</strong>s ......... 37<br />

Convívio da Companhia N.º 6 ...................................... 38<br />

Mário Manso<br />

XIV Encontro / Convívio da Companhia N.º 2<br />

Guiné 1972/74 ............................................................ 38<br />

Manuel Pires da Silva<br />

Um dia muito especial ................................................. 39<br />

José Costa<br />

Convívio do Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Especiais N.º 13 ........................................................... 39<br />

João Mota<br />

Encontro Convívio da Escola <strong>de</strong> 80 .............................. 40<br />

Crónica <strong>de</strong> Uma Confraternização ............................... 40<br />

Arnaldo Batalha Duarte<br />

1.º Encontro do DFE2 (Angola, 1973-1975) ................. 41<br />

O Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais - Angola<br />

1965/67 ....................................................................... 42<br />

Noite <strong>de</strong> fados da Delegação <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> do Algarve 42<br />

Mário Manso<br />

Uma visita guiada à Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> ..................... 43<br />

SPM<br />

SPM 0468 N.º 6 ........................................................... 44<br />

Desporto<br />

Campeonato Regional Sul <strong>de</strong> Tiro Práco - IPSC ......... 45<br />

Espada Pereira<br />

In Perpetuam Memoriam<br />

Homenagem ao Comandante Côrte-Real Negrão ..................46<br />

Diversos<br />

Assinaturas anuais da Revista<br />

Novos Sócios<br />

Donavos .................................................................... 47<br />

Ficha Técnica<br />

Director e Responsável Editorial: Cmte. Lhano Preto.<br />

Director-Adjunto: Marques Pinto. Redacção: Editor, Serafim<br />

Lobato.<br />

Colaboradores: Mário Manso; Comte Ribeiro Ramos;<br />

Sargento Miranda Neto. Fotografia: Ribeiro.<br />

Impressão: Tipografia Lobão, R. Qta. Gato Bravo, 5, Feijó;<br />

Telf. 21 255 98 90; E-mail: geral@pografialobao.pt<br />

www.pografialobao.pt<br />

Proprieda<strong>de</strong> e Edição: <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

Rua Miguel Pais, 25 - 1º Esq.; 2830-356 Barreiro;<br />

Tel: 212 060 079; Fax: 210 884 156;<br />

E-mail: afuzileiros@netvisao.pt;<br />

Site: www.associacaofuzileiros.pt


Para o director <strong>de</strong> qualquer revista<br />

lançar, em primeira página, o “Editorial”<br />

nem sempre é tarefa fácil exigindo<br />

certamente alguma imaginação.<br />

Porque neste caso acumulo o encargo<br />

com o <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Direcção,<br />

a tarefa aparece-me relavamente<br />

facilitada uma vez que assuntos<br />

não me faltam mesmo que faltasse<br />

imaginação.<br />

Com os normais condicionamentos <strong>de</strong><br />

espaço há que optar e, por isso, <strong>de</strong>sta<br />

vez, gostaria <strong>de</strong> abordar dois temas<br />

que me parecem importanssimos.<br />

O primeiro - o Cinquentenário da Recriação<br />

dos <strong>Fuzileiros</strong> – sendo embora<br />

do conhecimento alguns parece-me<br />

importante que todos fiquem a par do<br />

que já se realizou e do que estamos<br />

aptos para concrezar.<br />

Como foi divulgado, iniciámos as comemorações<br />

na nossa “Casa Mãe”, no<br />

dia 3 <strong>de</strong> Junho, on<strong>de</strong> houve “ronco”.<br />

Alterámos o Dia do Fuzileiro para 2 <strong>de</strong><br />

Julho, por razões pon<strong>de</strong>rosas já que<br />

era nossa ambição ter a presença <strong>de</strong><br />

Sua Ex.ª o Presi<strong>de</strong>nte da República<br />

(o Comandante-Chefe das Forças Armadas<br />

e o mais alto Magistrado da<br />

Nação) na inauguração do “Monumento<br />

ao Fuzileiro”, o que se veio a<br />

verificar, dignificando a cerimónia.<br />

As palavras que nos foram dirigidas<br />

encheram-nos <strong>de</strong> alegria e orgulho,<br />

só po<strong>de</strong>ndo lamentar-se as ausências<br />

que certamente ocorreram por várias<br />

e válidas razões. O acto não teve só<br />

gran<strong>de</strong> solenida<strong>de</strong>, como teve uma<br />

carga muito emocionante para os milhares<br />

que disseram “presente”. Tudo<br />

correu tão bem que me pareceu estar<br />

num outro país, on<strong>de</strong> tudo se planeia<br />

com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer sempre melhor.<br />

Pensando um pouco mais, gostaria<br />

<strong>de</strong> fazer “jus” aos fuzileiros do<br />

passado e do presente, pois sempre<br />

que organizamos qualquer cerimónia<br />

ou nos envolvemos numa ou noutra<br />

Editorial<br />

DOIS TEMAS PARA BREVE REFLEXÃO<br />

Lhano Preto<br />

Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

missão, por norma, nada é esquecido:<br />

o planeamento e o treino. Tudo isto<br />

teve o apoio da Marinha e como é<br />

óbvio, a total entrega do nosso Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, aliviando-nos algumas<br />

dificulda<strong>de</strong>s.<br />

Não queria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fora, nestas palavras,<br />

que são <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento, alguns<br />

elementos da Câmara Municipal<br />

do Barreiro que foram inexcedíveis e,<br />

<strong>de</strong>signadamente, o seu Presi<strong>de</strong>nte.<br />

O monumento não está completo<br />

como era nosso <strong>de</strong>sejo, mas penso<br />

que irá ser concluído a breve trecho.<br />

Falta, apenas, a colocação <strong>de</strong> cinco<br />

pedras que representarão os cinco<br />

connentes, on<strong>de</strong> os <strong>Fuzileiros</strong> esveram<br />

ao serviço da Pátria, ligadas por<br />

uma amarra que fará eco do mar que<br />

os liga.<br />

Outro evento a emoldurar o Cinquentenário,<br />

ocorreu no dia 5 <strong>de</strong> Outubro,<br />

com um concerto do Coral “Alma <strong>de</strong><br />

Coimbra” (um grupo <strong>de</strong> extraordinária<br />

qualida<strong>de</strong>) na casa da Cultura do<br />

Barreiro, que não só nos emocionou<br />

como levou ao rubro toda a plateia, <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> trezentas e cinquenta pessoas,<br />

quanto entoou o Hino da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, cantado <strong>de</strong> pé por<br />

toda a gente. Valeu a pena o trabalho<br />

e a <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> muitos e o patrocínio<br />

do Com. Moniz, só se cuidando lamentar<br />

não po<strong>de</strong>rem estar presentes<br />

os milhares <strong>de</strong> fuzileiros espalhados<br />

pelo Mundo já que se viveram momentos<br />

únicos e inesquecíveis.<br />

Mas, as comemorações do nosso Cinquentenário<br />

não se ficaram por aqui.<br />

No dia 15 <strong>de</strong> Outubro foi inaugurado<br />

na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, o “Monumento<br />

ao Instrutor”, figura <strong>de</strong> profissional<br />

do melhor que houve neste País e que<br />

ao longo <strong>de</strong> tantos anos <strong>de</strong>ram o melhor<br />

<strong>de</strong> si próprios na moldagem dos<br />

fuzileiros que somos. Quem não assis-<br />

u à homenagem ao Instrutor, <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>slocar-se logo que possa à nossa Escola,<br />

já que a estátua, parecendo ter<br />

movimento, tem enorme dignida<strong>de</strong>.<br />

3<br />

Homenagearemos ainda este ano, o<br />

“Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais<br />

Nº 1”, no dia 9 <strong>de</strong> Novembro, data<br />

da sua parda para Angola. Assim se<br />

concluirão as nossas comemorações e<br />

do nosso Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Discorramos e reflictamos sobre este<br />

primeiro tema e perguntemo-nos se<br />

po<strong>de</strong>ríamos ter feito melhor.<br />

E vamos ao segundo tema, não menos<br />

importante.<br />

Nos termos da Lei, e dos Estatuto e<br />

Regulamentos da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

<strong>de</strong>ve realizar-se e assim se fará,<br />

uma Assembleia-Geral para análise e<br />

aprovação do Relatório e Contas/2011<br />

e para eleger os Corpos Sociais para<br />

novo mandato, até 31 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong><br />

2012 - Mesa da Assembleia-Geral, Direcção,<br />

Conselho Fiscal e Conselho <strong>de</strong><br />

Veteranos (na parte não nata) – já que<br />

os actuais Órgãos cessarão mandato.<br />

Havendo muito trabalho realizado<br />

mas outro tanto para realizar <strong>de</strong>sejo<br />

(<strong>de</strong>sejamos todos) que se apresentem<br />

voluntários, homens <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>,<br />

com a estatura necessária, repito,<br />

com a estatura necessária, mas também<br />

com a carolice suficiente, para<br />

fazerem o que sempre faltará realizar.<br />

Para tanto e até lá solicitar-se-á a<br />

reunião do Conselho <strong>de</strong> Veteranos,<br />

Órgão que <strong>de</strong>sejo acvo e não nobiliárquico<br />

para que “os mais velhos”,<br />

os “cocoanas” se pronunciem e sugiram,<br />

sem prejuízo das <strong>de</strong>terminações<br />

estatutárias.<br />

Termino, <strong>de</strong>sejando que as parcipações<br />

sejam muito acvas mas sempre<br />

leais e frontais.<br />

É nesta ausência <strong>de</strong> preditos e <strong>de</strong><br />

preconceitos que a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

se revê e se tornará cada vez<br />

maior.<br />

Pela colaboração que me <strong>de</strong>ram<br />

(que nos <strong>de</strong>ram) OBRIGADO.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


4<br />

Meu Caro Comandante Francisco Lhano<br />

Preto<br />

Venho-lhe agra<strong>de</strong>cer e em si , agra<strong>de</strong>cer<br />

a todos os meus amigos da ASSO-<br />

CIAÇÃO DE FUZILEIROS , a minha elevação<br />

a Sócio <strong>de</strong> Mérito.<br />

Com uma ressalva<br />

– Pretendo connuar a pagar a minha<br />

quota!<br />

Foi um percurso longo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia em<br />

que o nosso comum amigo Alberto Rebordão<br />

<strong>de</strong> Brito nos <strong>de</strong>safiou, a mim<br />

e ao Diogo, para cantarmos a Saga<br />

dos <strong>Fuzileiros</strong>. Passando pela nossa<br />

primeira ida à Escola então sob o Comando<br />

do António Mateus. Até aos<br />

dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Campos e Sousa e Pacheco do<br />

Amorim, autores da música e<br />

letra do Hino da <strong>Associação</strong><br />

Sinto muito orgulho e muita Honra em<br />

estar, por mérito, ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> tão bons<br />

Portugueses.<br />

Tentarei ir à inauguração do Monumento<br />

aos <strong>Fuzileiros</strong> no Barreiro no<br />

próximo dia 2 <strong>de</strong> Julho<br />

Um gran<strong>de</strong> abraço a si e a todos os<br />

meus novos camaradas<br />

José Campos e Sousa<br />

Sócio <strong>de</strong> Mérito nº 1421<br />

ADORO VIVER<br />

Sábado dia 28 sen as mesmas sensações<br />

e emoções do que quando andava<br />

nos <strong>Fuzileiros</strong>... foram únicas.<br />

Aceitei um <strong>de</strong>safio do Salvador (<strong>Associação</strong><br />

Salvador)... ele <strong>de</strong>safiou-me a<br />

fazer o Sli<strong>de</strong> e ro ao alvo... nem hesitei<br />

um segundo sequer e foi espectacular...<br />

acho que fui dos primeiros paraplégicos<br />

a fazer o Sli<strong>de</strong>, ao ir, consegui<br />

movar mais uns quatro que estavam<br />

com muito receio e negaram-se sempre<br />

a ir... <strong>de</strong>i-lhes a volta...mas o que<br />

mais gozo me <strong>de</strong>u foi dar a volta ao<br />

Salvador... malhei-lhe tanto na cabeça<br />

que o convenci a ir.<br />

No fim todos estavam agradados com<br />

esta experiência. No ro ao arco? Hu-<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Cartas ao Director<br />

Lau na cavaqueira com o Salvador<br />

milda<strong>de</strong> à parte, mas foi o costume...<br />

na muche!... em breve terei fotos <strong>de</strong>sse<br />

evento também. Mas o mais importante<br />

do que estas aventuras foi que<br />

conheci uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> pessoas com<br />

<strong>de</strong>ficiência (como eu... alguns muito<br />

piores, o caso do Salvador) e o meu<br />

rol <strong>de</strong> amigos melhorou e muito com<br />

estas novas amiza<strong>de</strong>s.<br />

Já fui convidado pelo Salvador para<br />

outra aventura radical no rio Douro e<br />

lá estarei dia 25 <strong>de</strong> Junho... por isso<br />

eu digo<br />

Abraço a todos...e vivam<br />

LAU<br />

DESEMBARQUE EM FRANÇA<br />

Eu aqui em França já tenho cá essa<br />

magnífica revista “O Desembarque”.<br />

Obrigado.<br />

Silvestre Oliveira<br />

GRATIDÃO E ORGULHO<br />

Fiz questão que as minhas primeiras<br />

palavras nesta secção da Revista<br />

O Desembarque fossem um<br />

cânco em honra do Fuzileiro que,<br />

durante catorze anos, empunhou a<br />

G3 nos rios e matas <strong>de</strong> África contra<br />

um adversário movado, bem<br />

preparado e bem armado. Mas,<br />

Senhor Diretor, passado este ciclo,<br />

o Fuzileiro não ficou moribundo<br />

abraçado à história. Bem instruído,<br />

ele tem <strong>de</strong>monstrado gran<strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> para enfrentar todo o<br />

po <strong>de</strong> acvida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a sua presença<br />

seja solicitada, caminhando<br />

num clarão <strong>de</strong> glória sem precisar<br />

<strong>de</strong> retroce<strong>de</strong>r décadas.<br />

Hoje, aproveitando este mesmo<br />

espaço da nossa Revista, quero<br />

manifestar toda a minha gradão<br />

aos que, revelando notórias qualida<strong>de</strong>s<br />

profissionais, intervieram na<br />

Guiné-Bissau, em 1998, aquando<br />

do levantamento militar naquele<br />

país; aos que cumprem e aos que<br />

cumpriram honrosas missões <strong>de</strong><br />

pacificação, integrados em Forças<br />

<strong>de</strong> Manutenção da Paz, nos mais<br />

diversos países; àqueles que lutaram<br />

contra a pirataria maríma ao<br />

largo da Somália e aos que, na cooperação<br />

militar, muito têm contribuido<br />

para a formação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> nos novos países<br />

<strong>de</strong> Língua Oficial Portuguesa.<br />

Senmos natural orgulho dos seus<br />

feitos, da sua bravura, da sua<br />

abnegação.<br />

CONVÍVIO<br />

G uilhe r m ino  nge lo<br />

Sócio 1527<br />

Venho por este meio expressar o meu<br />

agra<strong>de</strong>cimento pelo convívio que me<br />

foi proporcionado nessa Ilustre <strong>Associação</strong><br />

por ocasião da minha breve<br />

visita, envolvido por tão camarada<br />

como fraterno ambiente. Não po<strong>de</strong>ndo<br />

individualizar o envio <strong>de</strong>sta mensagem<br />

a cada elemento da Direcção<br />

ou Convidado, presente ou não, aqui<br />

<strong>de</strong>ixo o meu reforçado testemunho.<br />

Foi uma honra e, plagiando os <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

“Reserva Naval uma vez... Reserva<br />

Naval para sempre”.<br />

Forte abraço para todos,<br />

Manuel Lema Santos


Porque vale a pena informar os nossos<br />

sócios do que se vai passando na Se<strong>de</strong><br />

da nossa <strong>Associação</strong>, sobretudo quando<br />

o que acontece tem algum valor<br />

senmental ou mesmo histórico, aqui<br />

ficam as nocias.<br />

Na passada Quinta-Feira, dia 18 <strong>de</strong><br />

Julho/11 almoçaram na se<strong>de</strong> da AFZ, a<br />

convite da Direcção, o Sr. Comandante<br />

Ama<strong>de</strong>u Cardoso Anaia, Comandante<br />

do Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais<br />

N.º 22 – Guiné – 1972/73, acompanhado<br />

do filho do ex-2.º Tenente<br />

Costa Corvo e o ex-1.º Tenente RN (8.º<br />

CEORN) Eng.º Manuel Lema Santos,<br />

autor do “Anuário da Reserva Naval<br />

1976/1979”.<br />

O Comt. Cardoso Anaia ofereceu à<br />

AFZ um volume inédito que relata <strong>de</strong><br />

forma esquemáca e cronológica a<br />

“Historia da Unida<strong>de</strong>” (1972/73) <strong>de</strong>screvendo,<br />

com precisão: os locais <strong>de</strong><br />

Notícias<br />

COMANDANTE ANAIA E ENG.º LEMA SANTOS VISITAM<br />

A ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS<br />

estacionamento do Destacamento; as<br />

operações efectuadas (21, num total<br />

<strong>de</strong> 577 horas); os feridos e os mortos<br />

em combate (5 feridos ligeiros, 12 feridos<br />

ligeiros e 3 mortos); as baixas<br />

provocadas ao inimigo (50 mortos, 4<br />

feridos e 2 capturados) o número <strong>de</strong><br />

populares recuperados (65); o número<br />

<strong>de</strong> “moranças” e <strong>de</strong> acampamentos IN<br />

<strong>de</strong>struídos (394); o material <strong>de</strong> guerra<br />

e <strong>de</strong> guerrilha capturado (165, entre<br />

armas, minas, granadas e outro material);<br />

enfim, os prémios, os louvores e<br />

os casgos (poucos) e a lista do pessoal<br />

do Destacamento, Oficiais, Sargentos e<br />

Praças.<br />

Tudo isto é tanto mais inédito quanto<br />

é certo ter sido este um dos Destacamentos<br />

constuídos na sua gran<strong>de</strong><br />

maioria por pessoal natural da Guiné e<br />

que aí rou o respecvo curso <strong>de</strong> fuzileiro<br />

especial.<br />

Na Obra que ofereceu à <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> e que ficará a fazer parte do<br />

seu arquivo <strong>de</strong> inéditos lavrou o Comt.<br />

Anaia a seguinte <strong>de</strong>dicatória:<br />

“À <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Digna <strong>de</strong>fensora do espírito <strong>de</strong> ‘<strong>Fuzileiros</strong><br />

uma vez <strong>Fuzileiros</strong> sempre’, que<br />

tem sabido aglunar em seu redor<br />

todos os que, nos mais variados teatros<br />

<strong>de</strong> operações souberam dignificar<br />

a Marinha <strong>de</strong> Guerra Portuguesa,<br />

5<br />

Marques Pinto<br />

através dos seus ‘Homens’ <strong>de</strong> boina<br />

azul ferrete, bem como elevar bem<br />

alto o nome <strong>de</strong> Portugal”.<br />

As fotos, da autoria do nosso Camarada<br />

Afonso Brandão, registam para a posterida<strong>de</strong><br />

os momentos que se viveram.<br />

Por sua vez, o Sr. Eng.º Lema Santos<br />

obsequiou a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

com o seu Anuário da Reserva Naval<br />

1976/1992 que irá fazer parte do respecvo<br />

arquivo. E, para marcar e personalizar<br />

a sua oferta exarou, na primeira<br />

página do “Anuário”:<br />

“Para a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, digníssima<br />

representante daquela classe<br />

<strong>de</strong> marinha, incluídos os Oficiais<br />

da Reserva Naval.<br />

Preten<strong>de</strong>-se que esta edição se assuma<br />

como uma mo<strong>de</strong>sta ajuda na re<strong>de</strong>scoberta<br />

da sua história.<br />

Com amiza<strong>de</strong> do<br />

Manuel Lema Santos<br />

1.º Ten. RN (8.º CEORN)”.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


6<br />

Sob a presidência do então Ministro<br />

da Defesa Nacional, dr. Augusto Santos<br />

Silva teve lugar, no passado dia 3<br />

<strong>de</strong> Junho, na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, em<br />

Vale do Zebro a comemoração do 50º<br />

aniversário da criação daquele estabelecimento<br />

<strong>de</strong> formação da Armada<br />

Portuguesa.<br />

O acto, que teve todo o garbo e dignida<strong>de</strong>,<br />

apanágio dos <strong>Fuzileiros</strong> portugueses<br />

contou com a presença do Chefe<br />

e do Vice-Chefe do Estado-Maior da<br />

Armada, respecvamente, Almirante<br />

Saldanha Lopes e Vice-Almirante Carvalho<br />

Abreu (que anteriormente foi<br />

comandante do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

com o posto <strong>de</strong> contra-almirante),<br />

entre outros oficiais-generais da Marinha<br />

<strong>de</strong> Guerra portuguesa.<br />

Entre os convidados especiais, três<br />

são <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar, a propósito dos quais<br />

importa fazer algumas referencias<br />

históricas:<br />

O Comandante-Geral dos <strong>Fuzileiros</strong><br />

Navais Brasileiros, Almirante-<strong>de</strong>-Esquadra<br />

(FN) Marco António Corrêa<br />

Guimarães.<br />

(A Brigada Real da Marinha Portuguesa<br />

foi a origem do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Navais do Brasil. Criada em Portugal<br />

em 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1797, por Alvará<br />

da rainha D. Maria I, seguiu para<br />

o Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 7 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong><br />

1808, acompanhando, como corpo <strong>de</strong><br />

guarda pessoal, a família real portuguesa<br />

que se transferiu para o Brasil,<br />

salvaguardando-se da ameaça <strong>de</strong> ficar<br />

prisioneira dos exércitos invasores <strong>de</strong><br />

Napoleão I.<br />

O Comando-Geral do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Navais brasileiros está localizado<br />

na histórica Fortaleza <strong>de</strong> São José,<br />

Ilha das Cobras, na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro tendo-se, ali instalado em 21<br />

<strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1809).<br />

Outro convidado <strong>de</strong> honra foi Alpoim<br />

Calvão. O Comandante Alpoim Calvão,<br />

figura <strong>de</strong> referência para os fuzileiros<br />

portugueses é sócio da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> longa data,<br />

tendo sido recentemente disnguido,<br />

em Assembleia-Geral, como Sócio<br />

Honorário e eleito pelos respecvos<br />

membros do Conselho <strong>de</strong> Veteranos<br />

seu Presi<strong>de</strong>nte. Tendo sido um dos<br />

primeiros Directores <strong>de</strong> Instrução<br />

da Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> (entre 1966<br />

e 1967) comandou uma das primeiras<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> FZE´s em missão <strong>de</strong><br />

serviço na anga província da Guiné<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Notícias<br />

50º ANIVERSÁRIO DA ESCOLA DE FUZILEIROS<br />

e é o único oficial oriundo da classe<br />

da Marinha que recebeu, até hoje, a<br />

mais alta con<strong>de</strong>coração das angas<br />

Or<strong>de</strong>ns Militares, a medalha <strong>de</strong> Torre<br />

Espada, do Valor, Lealda<strong>de</strong> e Mérito<br />

sendo, seguramente, o Oficial mais<br />

con<strong>de</strong>corado da Marinha <strong>de</strong> Guerra<br />

Portuguesa, precisamente pelos serviços<br />

prestados como oficial fuzileiro<br />

especial.<br />

Convidado muito especial foi, também,<br />

Pascoal Rodrigues, ex-Oficial Fuzileiro<br />

a residir há anos no Brasil que<br />

se <strong>de</strong>slocou, expressamente, a Portugal<br />

para estar presente na efeméri<strong>de</strong>.<br />

Pascoal Rodrigues, então segundotenente,<br />

chefiou um grupo <strong>de</strong> três<br />

praças da Marinha que, em Agosto e<br />

Setembro <strong>de</strong> 1960, frequentaram em<br />

Inglaterra, um curso dos Royal Marines<br />

ingleses, e que vieram a ser os<br />

primeiros instrutores dos fuzileiros<br />

portugueses.<br />

Do grupo <strong>de</strong> marinheiros MAN fizeram<br />

parte Ludjero dos Santos Silva<br />

(Piçarra), Mário José Basta Claudino<br />

e João Cândido dos Santos Sannho,<br />

sendo que apenas o primeiro está entre<br />

nós.<br />

Da cerimónia comemorava que <strong>de</strong>correu<br />

na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> é <strong>de</strong><br />

assinalar que esta se efectuou, como<br />

sempre, com um aprumo exemplar.<br />

Foi celebrada ainda uma missa campal,<br />

tendo a viúva, filhos e netos<br />

do primeiro Comandante da Escola<br />

(28/7/961 a 31/7/965) o então Capitão-Tenente<br />

Melo Crisno (<strong>de</strong>pois, Vice-Almirante)<br />

<strong>de</strong>scerrado uma placa<br />

que passou a perpetuar o seu nome<br />

numa parada (a hoje conhecida por<br />

parada velha).<br />

Serafim Lobato com<br />

Marques Pinto<br />

Em perfeita sintonia e cooperação<br />

com a autarquia do Barreiro, abriu-se<br />

a Escola a centenas <strong>de</strong> crianças, on<strong>de</strong><br />

passaram uma manhã recheada <strong>de</strong><br />

acvida<strong>de</strong>s lúdicas.<br />

Teve lugar ainda um concerto pela<br />

Banda da Armada no Barreiro, cuja<br />

actuação foi saudada e apreciada pelos<br />

presentes.<br />

A actual estrutura organizava dos fuzileiros<br />

navais portugueses foi criada,<br />

oficialmente, por lei, a 24 <strong>de</strong> Fevereiro<br />

<strong>de</strong> 1961, sendo estabelecido, então,<br />

que haveria duas especializações:<br />

a <strong>de</strong> monitor (IM) e a <strong>de</strong> fuzileiro especial<br />

(IEP).<br />

Os fuzileiros comemoraram, portanto,<br />

este ano o seu 50º aniversário da sua<br />

recriação.<br />

O primeiro curso <strong>de</strong> fuzileiros teve<br />

lugar no Verão <strong>de</strong> 1961, tendo <strong>de</strong>corrido<br />

no então Corpo <strong>de</strong> Marinheiros,<br />

em Vila Franca <strong>de</strong> Xira, (que foi <strong>de</strong>pois<br />

o Grupo 2 <strong>de</strong> Escolas da Armada e,<br />

posteriormente, a Escola <strong>de</strong> Tecnologias<br />

Navais).<br />

O curso foi dividido em duas fases – a<br />

primeira com início a 5 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong><br />

1961, e a segunda a 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

Teve a frequência <strong>de</strong> 40 praças (que<br />

vieram a fazer parte do primeiro Destacamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais) e<br />

ainda dos 1ºs Tenentes Coelho Metzener<br />

e Maxfredo da Costa Campos<br />

e pelos 2ºs Tenentes Men<strong>de</strong>s Barata,<br />

Vasconcelos Caeiro e Oliveira Rego.<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> preten<strong>de</strong><br />

prestar com esta nocia a sua homenagem<br />

à “Escola Mãe” – a Escola <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> – assinalando o meio século<br />

da sua existência.


Comunicados<br />

A VOSSA ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS<br />

VIVE DAS VOSSAS QUOTAS<br />

Prezados Camaradas:<br />

Pela esma que temos por todos os Sócios,<br />

<strong>Fuzileiros</strong> ou não, aqui estamos <strong>de</strong><br />

novo, a dizer-vos quanto é importante, a<br />

Vossa parcipação.<br />

Todos somos her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> um património<br />

<strong>de</strong> que nos orgulhamos. Mas, para que<br />

tenhamos condições <strong>de</strong> levar em frente a<br />

tarefa a que nos propusemos é <strong>de</strong>terminante<br />

po<strong>de</strong>rmos contar com a quozação<br />

<strong>de</strong> todos nós, <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong> Família que, à<br />

volta da sua <strong>Associação</strong> se vai juntando.<br />

Temos a consciência <strong>de</strong> que o atraso no<br />

pagamento <strong>de</strong> quotas po<strong>de</strong>m ter várias<br />

leituras, quiçá “razões” diversas, algumas<br />

das quais evi<strong>de</strong>ntemente pon<strong>de</strong>rosas. Po-<br />

Como é sabido e se nociou no nosso<br />

site e nocia, abundantemente,<br />

neste número <strong>de</strong> “O Desembarque”<br />

conseguimos levar por diante o<br />

ambicioso projecto <strong>de</strong> implantação do<br />

Monumento ao Fuzileiro, na rotunda<br />

a que a Câmara Municipal do Barreiro<br />

<strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong> Praça dos <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Tratando-se <strong>de</strong> uma iniciava<br />

conjunta da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

da Câmara Municipal do Barreiro<br />

e do Corpo/Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> o<br />

Monumento foi pago integralmente<br />

pela <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> tendo<br />

o respecvo Município suportado a<br />

quase totalida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>spesas com<br />

as infraestruturas, <strong>de</strong>signadamente,<br />

ao nível do obelisco que suporta o<br />

Monumento.<br />

Porém, ainda se projecta concluir<br />

o conjunto, colocando na rotunda<br />

rém, para todas elas haverá uma solução<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, em conjunto, nos dispusemos<br />

a resolver o problema.<br />

Esperamos pela vonta<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sta família <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> no sendo<br />

<strong>de</strong> ultrapassarmos esta dificulda<strong>de</strong> já que<br />

as portas da <strong>Associação</strong> e dos membros<br />

da sua Direcção estão permanentemente<br />

franqueadas.<br />

Pensamos que uma das razões, <strong>de</strong> menor<br />

importância, porque alguns sócios têm<br />

as suas quotas em atraso será por puro<br />

esquecimento. Para obstar a isto aconselhamos<br />

e incenvamos a que optem pelo<br />

débito, em conta bancária, <strong>de</strong> 6 em 6 ou<br />

<strong>de</strong> 12 em 12 meses.<br />

MONUMENTO AO FUZILEIRO<br />

CONTRIBUTOS<br />

cinco pedras representando os<br />

cinco connentes com as inscrições<br />

a<strong>de</strong>quadas.<br />

Em fase <strong>de</strong> crise generalizada ao nível<br />

do País e da Europa é natural que<br />

as dificulda<strong>de</strong>s económicas limitem<br />

iniciavas <strong>de</strong>sta natureza.<br />

Contamos, no entanto, com a ajuda<br />

<strong>de</strong> todos os nossos Associados,<br />

parcularmente dos mais favorecidos,<br />

para concluirmos o que parecia ser<br />

um sonho e acabou por – com muito<br />

trabalho e <strong>de</strong>dicação – se traduzir na<br />

realida<strong>de</strong> que S. Ex.ª o Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República consagrou no passado dia<br />

11<strong>de</strong> Julho: o perpetuar da imagem<br />

do Fuzileiro, em praça nobre da<br />

cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> se situa a nossa se<strong>de</strong> e<br />

que viu renascer este corpo <strong>de</strong> gente<br />

tão especial.<br />

7<br />

Já pensaram que o valor <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong><br />

quotas representa apenas cerca <strong>de</strong> quatro<br />

cafés por mês?<br />

Por razões <strong>de</strong> custos - e <strong>de</strong>sta vez será<br />

em <strong>de</strong>finivo - vamos suspen<strong>de</strong>r o envio<br />

da revista “O Desembarque”, que custa<br />

muito dinheiro à <strong>Associação</strong>, para os camaradas<br />

sócios com quotas em atraso por<br />

período superior a um ano.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos ser este um acto <strong>de</strong> jusça,<br />

uma vez que os que assiduamente pagam<br />

não <strong>de</strong>vem suportar as <strong>de</strong>spesas dos que<br />

não pagam.<br />

Cordiais e amigas saudações associavas.<br />

Para tanto aqui fica o NIB da conta<br />

bancária on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>positar os<br />

vossos contributos <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>:<br />

003506760000811583069<br />

Para possibilitar a listagem dos<br />

donavos e a sua contabilização<br />

específica, a Direcção agra<strong>de</strong>ce que<br />

se registe, na transferência, o seu<br />

<strong>de</strong>sno – Monumento ao Fuzileiro –<br />

com indicação do número <strong>de</strong> sócio, se<br />

o for, ou do respecvo nome, ou ainda<br />

nos informem por carta, telefone ou<br />

E-mail da respecva transferência e<br />

seu quantavo, para:<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

R. Miguel Paes, 25 - 2830-356 Barreiro<br />

Tel: 212 060 079<br />

Telm: 927 979 461<br />

E-mail: afuzileiros@netvisao.pt<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


8<br />

Daqui a uns meses iremos <strong>de</strong> novo<br />

ter eleições na nossa <strong>Associação</strong>.<br />

Assim está previsto no seu regimento<br />

estatutário, sufragado <strong>de</strong> uma forma<br />

que não ofereceu dúvidas a ninguém,<br />

por ter sido votado por unanimida<strong>de</strong><br />

e aclamação.<br />

Temos a sua congénere que dá pelo<br />

nome da Constuição da República,<br />

que apenas foi votada por uma parte<br />

dos que estavam mandatados para o<br />

fazer, mas não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser, para acatar.<br />

De facto, não é gran<strong>de</strong> exemplo, dado<br />

que só é feita cumprir a alguns, o<br />

que faz com que a sua aplicação seja<br />

algumas vezes enviesada um pouco<br />

ao sabor <strong>de</strong> quem a interpreta. Sendo<br />

certo que o problema, não estará nos<br />

preceitos a que a todos obriga, mas,<br />

porque permite aos homens <strong>de</strong> má<br />

fé, adulterá-la ou seja: interpreta-la<br />

a seu belo prazer. Assim sendo, há<br />

que acabar com os homens com tal<br />

crença, e que a sua verda<strong>de</strong>ira jusça,<br />

se mereça e vença.<br />

Para se estar numa <strong>Associação</strong>,<br />

seja ela <strong>de</strong> que índole for, é preciso<br />

primeiro que tudo, estar disponível<br />

para dar, sem ter em perspecva<br />

horizontes, que lhe tragam benecios<br />

especiais para além do prazer, que<br />

cada um po<strong>de</strong> ter em servir a nobre<br />

causa, que po<strong>de</strong> ser o associavismo.<br />

É com este espírito <strong>de</strong> servir, que se<br />

po<strong>de</strong> credibilizar tais instuições.<br />

Infelizmente, prácas dissociadas <strong>de</strong><br />

objecvos claros, corroem a razão<br />

<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> uma qualquer instuição<br />

por mais sólida que se julgue estar,<br />

mesmo até monetariamente.<br />

É preciso antes <strong>de</strong> mais, ter capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trabalho, humilda<strong>de</strong>, e serieda<strong>de</strong><br />

suficiente. Mesmo até, ter capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> resisr, ao oportunismo que algumas<br />

vezes se expõe <strong>de</strong>scaradamente, a<br />

que infelizmente ainda há quem não<br />

resista, e casos não faltam mas que<br />

felizmente arredados da nossa causa.<br />

A nossa <strong>Associação</strong>, reflecte uma base<br />

social <strong>de</strong> apoio diversificada, quer<br />

pelos conhecimentos, que resultem<br />

da aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> cada um, pelos<br />

postos dos ex. e actuais militares, que<br />

po<strong>de</strong>m influenciar alguma conduta,<br />

ou mesmo pelo amor à camisola <strong>de</strong><br />

cada um dos seus membros, alguns<br />

<strong>de</strong>les com problemas traumácos que<br />

a torna muito parcular, e ainda pelo<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Opinião<br />

VATICÍNIOS OU DESEJOS TANTO FAZ<br />

cunho valoravo <strong>de</strong> muitos sócios<br />

a<strong>de</strong>rentes.<br />

Esve em simultâneo integrado nos<br />

corpos sociais <strong>de</strong> duas Associações,<br />

cada qual com objecvos diferen-<br />

ciados. Em ambas me esforcei para<br />

dar resposta á confiança <strong>de</strong>positada<br />

por quantos elegeram as listas mais<br />

votadas, se não suru os efeitos<br />

<strong>de</strong>sejados, não foi por falta <strong>de</strong><br />

empenhamento, ou <strong>de</strong> sempre tentar<br />

dar o meu melhor, ainda que acredite,<br />

que possa haver quem o entenda <strong>de</strong><br />

fraca qualida<strong>de</strong>.<br />

Os abanões que as Associações levam,<br />

são normalmente fruto <strong>de</strong> ambições e<br />

oportunismos <strong>de</strong>smedidos, infringidos<br />

por pessoas que nelas se infiltram<br />

para se servir, e não para servir. É claro<br />

que isto não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> acontecer com<br />

muitos outros mesmo - e <strong>de</strong>mais - em<br />

muitas áreas dos serviços públicos.<br />

Quero eu dizer, que a imoralida<strong>de</strong><br />

e a incompetência, vivem pare<strong>de</strong>s<br />

meias com a incapacitada jusça que<br />

temos, que mais rapidamente actua<br />

numa frau<strong>de</strong>, ou incumprimento <strong>de</strong><br />

tostões, do que se forem milhões.<br />

Veja-se o morto <strong>de</strong> longa duração, que<br />

não liquidou, porque se finou, e foi a<br />

casa com o recheio do seu cadáver,<br />

que garanu, e <strong>de</strong> que a jusça se<br />

serviu, para saldar uma pequenina<br />

divida, comparada com tantas outras<br />

enormida<strong>de</strong>s, que chegam ao nosso<br />

conhecimento, mas já prescritas.<br />

Esses outros, os vivinhos da silva,<br />

ninguém lhes vai à mão, mesmo que,<br />

sempre em alta velocida<strong>de</strong>, e em<br />

contra mão, mesmo assim, ninguém<br />

os mete na prisão. Sinto-me mal neste<br />

País, em que para uns, é só <strong>de</strong>sculpas<br />

e perdões, os outros são analisados<br />

e penalizados a três dimensões.<br />

Paga porque é pobre, é parvo, e não<br />

é nobre. Temos um povo, on<strong>de</strong> a<br />

maioria é honesto e trabalhador, mas<br />

pouco tem a seu favor, e se quer singrar<br />

honestamente, tem que emigrar, on<strong>de</strong><br />

lhe é reconhecido o seu valor.<br />

É bom que não <strong>de</strong>ixemos <strong>de</strong> resisr<br />

quando é necessário, para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

o que nos dita a consciência, que<br />

as outras, não conseguiram alterar.<br />

Assim tenho feito <strong>de</strong>ntro do que me<br />

é possível, e que cada momento<br />

aconselha. Não sou melhor nem pior,<br />

sou o que sou, e sou capaz <strong>de</strong> rar o<br />

<strong>de</strong>do do galho, se a bala só silvou.<br />

Mário Manso<br />

Todos estamos sujeitos a momentos<br />

menos bons, <strong>de</strong>sculpar para ser<br />

<strong>de</strong>sculpado, é importante! Mas:<br />

quanto baste. É também boa norma,<br />

que cada guarnição, não <strong>de</strong>sfeite a<br />

anterior, porque se é possível navegar<br />

sem sobressaltos <strong>de</strong> maior, é porque já<br />

houve quem se sujeitasse e resolvesse<br />

contra tempos surgidos na nau, e que<br />

não se confinam mais.<br />

Para haver presente, já houve<br />

passado. E se tudo vesse sido feito,<br />

os moneiros <strong>de</strong> cada momento<br />

nunca brilhavam, e para exisr futuro<br />

tem que haver presente.<br />

Com mais ou menos limitações, todos<br />

me merecem respeito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja<br />

lisura <strong>de</strong> comportamentos, - lealda<strong>de</strong>,<br />

alguma humilda<strong>de</strong>, e até consi<strong>de</strong>ração<br />

por quem, tenha limitações, e mais<br />

não dá.<br />

Os fuzileiros sempre souberam<br />

ultrapassar as adversida<strong>de</strong>s, e mesmo<br />

ao nível associavo são capazes <strong>de</strong><br />

se empolgar. A esperança que tal<br />

connue acontecer, é uma expectava<br />

que não vou <strong>de</strong>scurar.<br />

Estamos chegando, e obrigados a mais<br />

um momento, on<strong>de</strong> a disponibilida<strong>de</strong><br />

e empenho <strong>de</strong> novos camaradas será<br />

- presumo - bem vindo, para reforçar<br />

ou mesmo substuir, os que começam<br />

a estar gastos pelo tempo, como é o<br />

meu caso. Apareçam e digam, em que<br />

po<strong>de</strong>m ajudar a <strong>Associação</strong>, para que,<br />

com a vossa ajuda ela fique cada vez<br />

mais forte, seja <strong>de</strong> todos, e nunca <strong>de</strong><br />

alguém!<br />

Todos os momentos, que ditam acção<br />

posiva, projectam a nossa <strong>Associação</strong>,<br />

façamos também das próximas<br />

eleições, um momento que augure<br />

um connuado futuro promissor.


Opinião<br />

O DIREITO DE DIZER<br />

DOS DEVERES DEONTOLÓGICOS GERAIS AOS ESPECÍFICOS<br />

DA PROFISSÃO<br />

Após uma ausência <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> cinco<br />

meses mas ao ritmo <strong>de</strong> publicação <strong>de</strong><br />

“O Desembarque” aqui estamos a tentar<br />

cumprir com os nossos leitores e<br />

com os <strong>Fuzileiros</strong> <strong>de</strong> Portugal, a metodologia<br />

a que nos obrigámos nas nossas<br />

“Primeiras Palavras” <strong>de</strong>ste “Direito<br />

<strong>de</strong> Dizer” (Revistas números 10 e 11)<br />

falando <strong>de</strong> forma sucinta do «ADVO-<br />

GADO» - alguns dos quais, porventura<br />

muitos, também <strong>Fuzileiros</strong> - e da sua<br />

milenar história que é <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

jusça e <strong>de</strong> irreverência que o mesmo<br />

é dizer <strong>de</strong> espírito <strong>de</strong> classe e <strong>de</strong> disciplina<br />

consenda.<br />

E <strong>de</strong> tão disciplinados somos que - <strong>de</strong>vendo<br />

o Estado à volta <strong>de</strong> 30 milhões<br />

<strong>de</strong> euros, aos cerca <strong>de</strong> 10 mil Advogados<br />

oficiosos, sobretudo aos mais jovens,<br />

que são aqueles que asseguram<br />

o acesso à jusça aos mais pobres -<br />

ainda ninguém se revoltou!<br />

On<strong>de</strong> há socieda<strong>de</strong> há direito<br />

Mas <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado crises que todos<br />

temos <strong>de</strong> encarar <strong>de</strong> frente mas, sobretudo<br />

com gran<strong>de</strong> espírito <strong>de</strong> corpo<br />

nacional e <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> entreajuda,<br />

lá temos nós, para não fugir<br />

ao tema, <strong>de</strong> começar pela via emológica,<br />

não só para ajudar a imprimir<br />

algum conteúdo ao tulo como para<br />

encontrar a lógica da metodologia da<br />

exposição. E convenhamos que começar<br />

pelo princípio é sempre reconfortante<br />

e reparador…!<br />

Ensinaram-nos há já uns tempos –<br />

e a culpa foi <strong>de</strong> um ilustre Professor<br />

– que, «Ubi societas ibi jus», isto é,<br />

on<strong>de</strong> há socieda<strong>de</strong> há direito, o que<br />

o mesmo po<strong>de</strong> significar, com alguma<br />

boa vonta<strong>de</strong>, que on<strong>de</strong> existe Direito<br />

há Socieda<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> existe Socieda<strong>de</strong><br />

existe o Homem e on<strong>de</strong> existe o Homem,<br />

Socieda<strong>de</strong> e Direito é uma inexorável<br />

inevitabilida<strong>de</strong> a existência do<br />

Advogado.<br />

E por estes caminhos que nos leva a<br />

História dos primórdios da Humanida<strong>de</strong><br />

e nos conduz, ainda nas socieda<strong>de</strong>s<br />

primárias, a uma importante figura<br />

social com contornos similares <strong>de</strong> boa<br />

parte do que hoje sabemos do Advogado,<br />

sobretudo, do advogado <strong>de</strong> província,<br />

do tempo dos nossos avós.<br />

Carla Marques Pinto<br />

(Advogada)<br />

E-mail:<br />

carlamarquespinto@msn.com<br />

Sócia Descen<strong>de</strong>nte n.º 1870<br />

É <strong>de</strong> todos sabido que o Homem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

muito cedo se agrupou por razões<br />

<strong>de</strong> sobrevivência e, pelas mesmas razões,<br />

teve <strong>de</strong> criar regras <strong>de</strong> convivência<br />

social.<br />

Do que se tratava era <strong>de</strong> normas comunitárias<br />

que brotavam aparentemente<br />

<strong>de</strong> geração espontânea mas que eram<br />

consequência <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s sendas<br />

e veram por razões mais profundas<br />

o empirismo consuetudinário das<br />

sabedorias do povo (dos totens, dos<br />

clãs, das tribos, dos grupos, enfim, das<br />

pequenas comunida<strong>de</strong>s primárias em<br />

vias <strong>de</strong> complexibilização).<br />

Estes conjuntos <strong>de</strong> regras que sucessivamente<br />

foram adquirindo a dignida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>namentos normavos, indispensáveis<br />

embora à vida societária<br />

agravaram a conflituosida<strong>de</strong>.<br />

Daí à necessida<strong>de</strong>, naturalmente sen-<br />

da, <strong>de</strong> «um Homem Bom» (personalida<strong>de</strong><br />

sensata, proba e presgiada)<br />

para dirimir os conflitos, foi um salto<br />

<strong>de</strong> inevitabilida<strong>de</strong>.<br />

A jusça e a or<strong>de</strong>m nascem<br />

à medida que as socieda<strong>de</strong>s<br />

evoluem<br />

É assim que a jusça e a or<strong>de</strong>m nascem<br />

à medida que as socieda<strong>de</strong>s evoluem<br />

para a consciência social sendo para<br />

nós óbvio que esta “jusça” e esta<br />

“or<strong>de</strong>m” pouco teriam a ver com os<br />

padrões do actual mundo oci<strong>de</strong>ntal.<br />

Parecendo claro que o Advogado é<br />

produto da necessida<strong>de</strong> social e <strong>de</strong><br />

as comunida<strong>de</strong>s terem <strong>de</strong> resolver os<br />

seus conflitos <strong>de</strong> forma or<strong>de</strong>nada e<br />

não anárquica, a figura do Advogado<br />

surge, inicialmente, como a do «HO-<br />

MEM BOM», “o que é chamado”, “o<br />

protector” com a missão <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

os mais fracos e, mais tar<strong>de</strong>, como “o<br />

patrono”, aquele que já expõe a causa<br />

<strong>de</strong> uma das partes em conflito.<br />

9<br />

Da advocacia, muito antes <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r<br />

consi<strong>de</strong>rar profissão, encontramos<br />

vesgios nas civilizações mesopotâmicas,<br />

com início na Suméria, quando se<br />

<strong>de</strong>u forma escrita a normas consuetudinárias,<br />

no III milénio A.C.<br />

Na civilização egípcia exisa já a figura<br />

do «Conselheiro» em questões jurídicas<br />

que estava já ligada a fórmulas<br />

processuais escritas e <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, curiosamente,<br />

se excluía a oratória como<br />

meio ao serviço do convencimento.<br />

Na anguida<strong>de</strong> clássica, porém, é sobretudo<br />

na Grécia que a eloquência é<br />

Vista geral da Assembleia<br />

o pilar da <strong>de</strong>fesa forense aqui surgindo<br />

os “Corógrafos”, <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> acusados,<br />

que já eram remunerados pelos<br />

seus serviços.<br />

A <strong>de</strong>fesa forense impôs, assim, necessariamente,<br />

a criação «<strong>de</strong> regras <strong>de</strong>ontológicas<br />

que impunham que o orador<br />

fosse um homem livre, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e<br />

digno» fazendo já ressalva a questões<br />

como a violação do sigilo profissional,<br />

o uso <strong>de</strong> expressões pouco corteses<br />

e a limitação <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> intervenção<br />

<strong>de</strong> cada orador. (Valério Bexiga,<br />

o Advogado e a História – 2000 – cit.<br />

<strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s da Costa, in. Direito Profissional<br />

do Advogado – Almedina<br />

– Uot.º/2003).<br />

É, contudo, na Civilização Romana que<br />

a advocacia surge na forma <strong>de</strong> uma<br />

profissão organizada tendo sido este<br />

o ponto <strong>de</strong> parda, digamos, a origem<br />

do “Advocatus” com os contornos<br />

que hoje conhecemos. É exactamente<br />

nesta era da civilização romana que<br />

temos nocia dos “Patronus” e dos<br />

“Oratores” que, inicialmente, através<br />

da arte da oratória vieram posteriormente,<br />

a assumir o verda<strong>de</strong>iro patrocínio<br />

<strong>de</strong> cidadãos e se transformaram<br />

em advogados (“advocatus”).<br />

Mulheres que se notabilizaram<br />

como Advogadas,<br />

apenas, dois séculos D.C.<br />

Para quem é Mulher e aborda estas<br />

coisas da história da nossa profissão<br />

não consegue, naturalmente, resisr<br />

a não trazer à colação um pormenor<br />

que po<strong>de</strong>ndo parecer <strong>de</strong> somenos importância<br />

é, quanto a nós, suficiente<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


10<br />

para nos fazer reflecr sobre os “movimentos<br />

evoluvos das Socieda<strong>de</strong>s,<br />

das Culturas e das Civilizações”.<br />

Para não <strong>de</strong>svirtuar a curiosida<strong>de</strong> pedimos<br />

vénia para citar “ipsi verbis” o<br />

ilustre colega, Dr. Orlando Gue<strong>de</strong>s da<br />

Costa, na sua actualíssima obra (já cit.)<br />

que, a propósito do uso da toga evoca,<br />

também, duas Mulheres (Amásia<br />

e Hortência) que se terão notabilizado<br />

na era do Augusto:<br />

«Tendo <strong>de</strong>caído o uso da toga, que<br />

era branca, sem mangas e apertada<br />

na cintura (toga viril) e constuía o<br />

trajo habitual do “advocatus”, Augustus<br />

que inicia o Principado e um<br />

gran<strong>de</strong> intervencionismo sobre os juristas,<br />

limitando a atribuição do “jus<br />

publice respon<strong>de</strong>ndi”, em reforço da<br />

sua própria autorida<strong>de</strong> tornou obrigatório<br />

o uso da toga perante os tribunais,<br />

pelo que o termo “togadus”<br />

passou a i<strong>de</strong>nficar os Advogados.<br />

Inicialmente, as mulheres podiam<br />

advogar e tal como Cícero, Crasso,<br />

Múcio Scévola, Gaio, Paulo, Celso,<br />

Papiniano, Mo<strong>de</strong>sno, também se<br />

notabilizaram Amásia e Hortência».<br />

Ao <strong>de</strong>ambularmos por estas notas<br />

históricas sobre o Advogado não resismos<br />

à tentação <strong>de</strong> registar que<br />

no início <strong>de</strong>sta época <strong>de</strong>, apenas, dois<br />

séculos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Cristo, as mulheres<br />

po<strong>de</strong>rem advogar e, ao menos duas,<br />

se terem notabilizado o que nos revela<br />

<strong>de</strong> forma irrefutável os revezes da História<br />

ao nível da evolução cultural da<br />

velha Europa.<br />

Mas, no fundo, este breve <strong>de</strong>ambular<br />

pela história da Profissão serviu, sobretudo<br />

para, mais do que <strong>de</strong>leitar o<br />

espírito com algumas singularida<strong>de</strong>s<br />

(para nós <strong>de</strong>sconhecidas) verificar da<br />

dignida<strong>de</strong> “genéca” do Advogado<br />

como garante das liberda<strong>de</strong>s, e da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reaver e tornar consistente<br />

o nosso presgio profissional.<br />

É que temos para nós que enquanto<br />

não nos dignificarmos a nós próprios<br />

assumindo e amplificando a imprescin-<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Opinião<br />

dibilida<strong>de</strong> do Advogado como Operador<br />

da Jusça e sua incontornável peça,<br />

ninguém procurará fazê-lo olhandonos<br />

alguns como pequenos estorvos à<br />

celerida<strong>de</strong> da Jusça já que, eventualmente,<br />

a dois tudo seria mais breve…!<br />

Mas vamos aos <strong>de</strong>veres <strong>de</strong>ontológicos.<br />

É comum consi<strong>de</strong>rarem-se como<br />

<strong>de</strong>veres <strong>de</strong>ontológicos gerais aqueles<br />

que são especificamente aceites pelas<br />

diversas profissões que tradicionalmente<br />

se <strong>de</strong>finem pelo seu carácter<br />

eminentemente intelectual caracterizando-se,<br />

ainda, pelo exercício da profissão<br />

em função do interesse público<br />

(v.g., os médicos, os farmacêucos,<br />

os enfermeiros, os engenheiros, etc.).<br />

Os parculares <strong>de</strong>veres do Advogado<br />

envolvem, sem dúvida, especificida<strong>de</strong>s<br />

que se plasmam na exigência da<br />

maioria dos respecvos Códigos Deontológicos<br />

dos Países Europeus e no<br />

próprio Código Deontológico dos Advogados<br />

da União Europeia, cuja versão<br />

portuguesa foi aprovada por <strong>de</strong>liberação<br />

do Conselho Geral da Or<strong>de</strong>m<br />

dos Advogados, <strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong><br />

2001.<br />

A lealda<strong>de</strong> processual<br />

O exemplo mais corrente <strong>de</strong> um <strong>de</strong>ver<br />

específico que é normalmente “reivindicado”<br />

apenas pelos Advogados<br />

– sugerido, aliás, pelo ilustre colega<br />

Dr. Gue<strong>de</strong>s da Costa, no seu “Direito<br />

Profissional do Advogado” (Almedina-<br />

2003) – é o da lealda<strong>de</strong> processual,<br />

do como exclusivo da profissão forense.<br />

Como se compreen<strong>de</strong>rá este<br />

importante <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>ontológico, para<br />

além dos seus aspectos morais obsta,<br />

também na práca, ao inquinamento<br />

da verda<strong>de</strong> processual sendo por isso<br />

reduto indispensável á boa execução<br />

da jusça.<br />

Outros, embora comuns a algumas<br />

profissões, <strong>de</strong>signadamente aos médicos<br />

têm especial acuida<strong>de</strong> na profissão<br />

do advogado quais sejam os <strong>de</strong>veres<br />

<strong>de</strong> urbanida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> probida<strong>de</strong> e um<br />

outro ainda, para nós especialmente<br />

importante: o <strong>de</strong>ver “<strong>de</strong> consciência<br />

moral”.<br />

Estes mesmos são o suporte da imprescindível<br />

confiança que o Advogado<br />

<strong>de</strong>ve inspirar no seu cliente on<strong>de</strong>,<br />

aliás, assenta a livre escolha do profissional<br />

do foro e sem o que se per<strong>de</strong>ria<br />

a nobreza da profissão.<br />

“Actua segundo a ciência<br />

e a consciência”<br />

A consciência moral é, <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m,<br />

o esteio dos <strong>de</strong>veres <strong>de</strong>ontológicos do<br />

Advogado que Kant, na sua “Críca da<br />

Razão Pura” recomendou: «actua <strong>de</strong><br />

tal modo que possas querer a regra<br />

<strong>de</strong> que a tua acção se torne numa lei<br />

universal» preten<strong>de</strong>ndo naturalmente<br />

significar que a lei moral seria uma<br />

realida<strong>de</strong> em si mesma, inspirada pela<br />

intenção moral e sem influência «do<br />

mundo dos fenómenos».<br />

Também Carlo Lega, na sua “Deontologia<br />

<strong>de</strong> la Profission <strong>de</strong> Adbogado”<br />

(1976) se refere ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> consciência<br />

moral afirmando: «traduz-se num<br />

imperavo categórico que se con<strong>de</strong>nsa<br />

na frase “actua segundo a ciência<br />

e a consciência”».<br />

Ainda Angel OssorioY Gallardo, na<br />

“Alma da Toga” (1956, Trad. De A.S.<br />

Ma<strong>de</strong>ira Pinto) ao tratar <strong>de</strong>ste importante<br />

<strong>de</strong>ver refere: «…no Advogado,<br />

a recdão <strong>de</strong> consciência é mil vezes<br />

mais importante do que o tesouro dos<br />

conhecimentos. Primeiro, ser bom; <strong>de</strong>pois,<br />

ser firme; por úlmo ser pru<strong>de</strong>nte:<br />

A ilustração vem em quarto lugar;<br />

a perícia no fim <strong>de</strong> tudo».<br />

Mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sta intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conceitos<br />

acerca dos <strong>de</strong>veres e, <strong>de</strong>signadamente,<br />

do <strong>de</strong>ver rainha, “o <strong>de</strong> consciência<br />

moral” permitam-nos que,<br />

<strong>de</strong>scendo à terra, arrisquemos a nossa<br />

mais ulizada qualida<strong>de</strong>/<strong>de</strong>ver, para<br />

nós “autênco <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>ontológico”<br />

que temos como importante motor<br />

dos sucessos, dos nossos e dos clientes:<br />

o senso comum. Tão simples como<br />

o tão complicado senso comum…!<br />

E por aqui nos ficamos neste capítulo<br />

do Advogado e dos Deveres, <strong>de</strong>veres<br />

que temos, sobretudo, por qualida<strong>de</strong>s,<br />

certos <strong>de</strong> que, “arlhados” <strong>de</strong> todo<br />

este arsenal <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>s só precisaríamos<br />

mesmo <strong>de</strong> acrescentar Q.I. (coeficiente<br />

<strong>de</strong> inteligência) e espírito <strong>de</strong><br />

corpo, <strong>de</strong> sacricio e <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>,<br />

enfim, as virtu<strong>de</strong>s dos bons <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Para o número 13 <strong>de</strong> “O Desembarque”<br />

cá estaremos se a Providência e<br />

os homens quiserem a falar da “Advocacia<br />

como Profissão <strong>de</strong> Interesse Público”.Até<br />

lá, com o grito a ecoar <strong>de</strong>,<br />

“Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para<br />

sempre”.


UMA DÉCADA DEPOIS!<br />

Corria o ano <strong>de</strong> 2000, já lá vai uma década<br />

e Viseu recebia a boa nova da constuição<br />

<strong>de</strong> uma Força Nacional Destacada,<br />

com <strong>de</strong>sno à missão das Nações Unidas<br />

em Timor Leste, quase ao mesmo tempo<br />

que, neste massacrado território, se<br />

aplaudia a chegada dos primeiros militares<br />

portugueses, na madrugada <strong>de</strong> quarta-feira<br />

9 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong>sse ano. 25 anos<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem ficado entregues às sortes<br />

do <strong>de</strong>sno e às policas dos homens,<br />

as tropas lusitanas, nas quais se incluia<br />

um conngente <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, voltavam a<br />

pisar as Terras do Sol Nascente. Vivia-se<br />

então um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> esperança<br />

em Timor, <strong>de</strong> intensa tensão diplomáca<br />

em variados fóruns internacionais e <strong>de</strong><br />

muita preocupação políca em Portugal<br />

na esperança da concrezação do <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> libertação e in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Timor<br />

Leste. Por cá, por terras <strong>de</strong> Viriato, o Comando<br />

do Batalhão começava a <strong>de</strong>senhar<br />

o seu plano <strong>de</strong> aprontamento com a cida<strong>de</strong>,<br />

as instuições e as gentes beirãs a envolverem-se<br />

com o Regimento, apoiando<br />

essa missão com o propósito <strong>de</strong> que Viseu<br />

também se fizesse senr em Timor e os<br />

dias <strong>de</strong>ste primeiro trimestre <strong>de</strong> 2000 foram<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> azáfama. Havia que ajustar<br />

a Unida<strong>de</strong> para esta nova realida<strong>de</strong>, recuperando<br />

as casernas para instalação do<br />

pessoal, adaptando o ango mini-ginásio<br />

numa estrutura <strong>de</strong> open-space para funcionamento<br />

das Secções <strong>de</strong> Estado Maior<br />

do Batalhão e arrumando armazéns para<br />

aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parqueamento<br />

<strong>de</strong> viaturas e acondicionamento dos diversos<br />

materiais e equipamentos que o Batalhão<br />

iria precisar no seu aprontamento e<br />

treino operacional com vista à missão. Em<br />

paralelo, <strong>de</strong>finiu-se superiormente que<br />

o 2º Batalhão <strong>de</strong> Infantaria (2º BI) seria<br />

constuído por uma Companhia <strong>de</strong> Comando<br />

e Serviços (CCS), constuída por<br />

Pelotões/Módulos provenientes da Escola<br />

Práca <strong>de</strong> Infantaria (EPI), Escola Prá-<br />

ca <strong>de</strong> Transmissões (EPT), Escola Práca<br />

<strong>de</strong> Administração Militar (EPAM), Escola<br />

Práca do Serviço <strong>de</strong> Material (EPSM),<br />

Centro <strong>de</strong> Instrução <strong>de</strong> Operações Especiais<br />

(CIOE), Regimento <strong>de</strong> Arlharia 5<br />

(RA 5), Regimento <strong>de</strong> Engenharia 3 (RE 3)<br />

e Batalhão do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (BSS), 2<br />

Companhias <strong>de</strong> Aradores (uma do RI 14<br />

e outra com pelotão <strong>de</strong> militares do Regimento<br />

<strong>de</strong> Infantaria 19 (RI 19), um Pelotão<br />

da Zona Militar da Ma<strong>de</strong>ira (ZMM)<br />

e um Pelotão Zona Militar dos Açores<br />

(ZMA)) e uma Força <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, constuída<br />

por uma estrutura <strong>de</strong> comando com<br />

militares <strong>de</strong>snados ao Estado-Maior do<br />

Batalhão e pela Companhia <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Nº 21 (CF21), que se juntaria ao Batalhão<br />

a 06 <strong>de</strong> Novembro. Em função da evolução<br />

da situação em Timor, o Estado Maior<br />

do Exército acabou, ainda nesse ano, por<br />

<strong>de</strong>cidir reforçar o Batalhão com uma Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Escalão Companhia (Esquadrão<br />

Opinião<br />

<strong>de</strong> Reconhecimento <strong>de</strong> Cavalaria Nº6) e a<br />

parte proporcional <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> Serviços,<br />

em reforço da CCS, <strong>de</strong>signadamente, uma<br />

Equipa <strong>de</strong> Evacuação, uma Equipa <strong>de</strong> Alimentação<br />

e uma Equipa <strong>de</strong> Manutenção<br />

Auto que se juntariam ao Batalhão no dia<br />

08 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2001, a um mês do inicio<br />

da missão em Timor. Com esta constuição<br />

o 2º BI acabou, até ao momento, por<br />

ser a maior força que Portugal, <strong>de</strong>pois do<br />

25 Abril, projectou em Missões <strong>de</strong> Operações<br />

<strong>de</strong> Apoio à Paz, com um efecvo<br />

<strong>de</strong> 952 militares e que, seguindo o lema<br />

camoniano do RI 14 “Cuja fama ninguém<br />

virá que dome”, adoptou a divisa “Que<br />

nas asas da fama se sustenha” e toda a<br />

sua heráldica foi pensada em função da<br />

missão, nomeadamente o Galo do seu<br />

Estandarte que, em Timor Loro Sae é simbolo<br />

da luta leal e da amiza<strong>de</strong> e alu<strong>de</strong> à<br />

confiança com que o 2º BI anunciará aos<br />

morenses a alvorada da reconstrução<br />

nacional.<br />

Naturalmente que nem tudo foram rosas<br />

durante este período do aprontamento<br />

e houve necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ultrapassar um<br />

sem número <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, mas não<br />

foram suficientes para esmorecer o empenho<br />

e ânimo dos militares do Batalhão<br />

que ainda foram encontrando tempo suficiente<br />

para, em saudável convívio, aceitarem<br />

como iguais os militares do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, sendo certo logo notório<br />

um gran<strong>de</strong> espirito <strong>de</strong> corpo no Batalhão<br />

on<strong>de</strong> todos se associavam já sem dificulda<strong>de</strong><br />

e com gran<strong>de</strong> senmento <strong>de</strong> pertença<br />

<strong>de</strong> um todo que nha por Portugal<br />

uma missão fundamental a cumprir em<br />

breve.<br />

A constuição <strong>de</strong> Forças Conjuntas não<br />

era novida<strong>de</strong> nestas missões mas o capital<br />

angariado em ulteriores experiências<br />

nham <strong>de</strong>ixado a sensação <strong>de</strong> que<br />

a convivência <strong>de</strong> forças com diferentes<br />

graus <strong>de</strong> formação, cultura organizacional<br />

e preparação militar nem sempre se<br />

revelam posivas. Ciente <strong>de</strong>ste esgma<br />

que se parecia ter instalado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo<br />

o Comando <strong>de</strong>finiu que no Batalhão não<br />

havia lugar a “filhos e enteados” pelo que<br />

a Marinha ao disponibilizar o melhor do<br />

seu potencial a favor da Força não po<strong>de</strong>ria<br />

ser entendida <strong>de</strong> forma diferente. Se<br />

um barco é navio pois que assim seja uma<br />

vez que o sangue que corre nas veias do<br />

Soldado Português é em todo o lado igual<br />

e merecedor <strong>de</strong> respeito e dignida<strong>de</strong> ou<br />

não vessem todos, com fardas diferentes<br />

apesar <strong>de</strong> tudo, realizado o juramento<br />

supremo do sacrificio da própria vida por<br />

uma Nação que é <strong>de</strong> todos se a missão<br />

assim o exigisse! E foi esta a mensagem<br />

que por todos os militares do Batalhão foi<br />

assimilada e logo no aprontamento, a tropa<br />

da “boina azul ferrete” <strong>de</strong>u a enten<strong>de</strong>r<br />

que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro dia eram parte do<br />

todo e que, com eles o Batalhão via au-<br />

11<br />

Fernando Figueiredo,<br />

Cor Inf./ Res<br />

(cor_fernando.figueiredo@hotmail.com)<br />

mentadas as suas capacida<strong>de</strong>s operacionais<br />

para o bom <strong>de</strong>sempenho da missão.<br />

A CF 21 vinha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo preparada para<br />

no Teatro <strong>de</strong> Operações <strong>de</strong> Timor conduzir<br />

as missões próprias <strong>de</strong> uma sub-unida<strong>de</strong><br />

do Batalhão <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Nº 2, mas<br />

quando integrada no Batalhão Português<br />

(PORBATT) com o fim <strong>de</strong> executar sob o<br />

mandato da UNTAET, soube acrescentar<br />

com profissionalismo e <strong>de</strong>dicação outras<br />

tarefas <strong>de</strong> relevante importância para a<br />

missão. O aprontamento da CF 21 englobou<br />

a Formação <strong>de</strong> Comando, Secções<br />

Técnicas (transportes, comunicações,<br />

manutenção e quartel-mestre), 3 Pelotões<br />

<strong>de</strong> Aradores e 1 Pelotão <strong>de</strong> Apoio<br />

<strong>de</strong> Combate num total <strong>de</strong> 152 homens,<br />

prolongando-se até 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2001<br />

com a recepção do Estandarte Nacional<br />

que a todos iria acompanhar até Terras do<br />

Sol Nascente.<br />

E às 07 da manhã do dia 06 <strong>de</strong> Fevereiro<br />

a 1ª leva <strong>de</strong> militares do 2º BI começa os<br />

preparavos para a viagem com <strong>de</strong>sno a<br />

Figo Maduro on<strong>de</strong> os espera um voo <strong>de</strong><br />

projecção da ONU que no dia 8 <strong>de</strong> Fevereiro<br />

acaba por se imobilizar abrindo as<br />

portas para <strong>de</strong>ixar entrar o calor quente e<br />

húmido que, àquela hora da manhã, já se<br />

fazia senr em Baucau e finalmente anunciar<br />

aos morenses:<br />

- Chegámos! Agora é a nossa vez!<br />

E durante 9 longos meses Timor foi a<br />

nossa familia e Same a casa da CF 21 em<br />

cuja área <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, para além<br />

dos trabalhos <strong>de</strong> recuperação das instalações<br />

e melhoria das condições <strong>de</strong> vida da<br />

tropa, os <strong>Fuzileiros</strong> realizaram centenas<br />

<strong>de</strong> operações em missões <strong>de</strong> manutenção<br />

<strong>de</strong> paz, como assaltos a áreas edificadas<br />

e resgate <strong>de</strong> prisioneiros; controlo<br />

<strong>de</strong> muldões, escoltas a VIP´s e refugiados,<br />

montagem <strong>de</strong> zonas para aterragem<br />

<strong>de</strong> helicópteros; patrulhas motorizadas<br />

e apeadas, postos <strong>de</strong> controlo (Check<br />

Points); postos <strong>de</strong> observação; etc... e<br />

nem mesmo a componente anbia, como<br />

capacida<strong>de</strong> fundamental <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> foi <strong>de</strong>scurada, vindo<br />

a permir o seu emprego no Teatro <strong>de</strong><br />

Operações na região <strong>de</strong> Betano, através<br />

da projecção <strong>de</strong> pelotões para zonas inacessíveis<br />

por viaturas. O empenhamento<br />

da CF 21 assentou em três vertentes<br />

básicas:<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


12<br />

- Missão <strong>de</strong> segurança propriamente dita,<br />

que englobou inicialmente, para além do<br />

próprio aquartelamento, pontos sensíveis<br />

como o transmissor do Ramelau entre<br />

outros;<br />

- Patrulhamento apeado e motorizado,<br />

assim como o emprego <strong>de</strong> um Pelotão <strong>de</strong><br />

intervenção a zero horas para actuar no<br />

sector <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do Batalhão e<br />

mais tar<strong>de</strong> no sector central;<br />

- O contacto e apoio à população e a ac-<br />

vida<strong>de</strong> civil militar, através <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong>sporva nas escolas, distribuição <strong>de</strong><br />

materiais escolares, criação <strong>de</strong> um viveiro<br />

<strong>de</strong> café e distribuição <strong>de</strong>stas plantas pela<br />

população local, entrega <strong>de</strong> material hospitalar<br />

e recuperação <strong>de</strong> infra-estruturas<br />

básicas garando, entre outras, a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reabastecimento <strong>de</strong> água ao<br />

povo <strong>de</strong> Same.<br />

Apesar <strong>de</strong> todas as contrarieda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>rivadas<br />

das condições do terreno, do clima<br />

tropical (com temperaturas entre os 25º e<br />

os 35º Celsius e uma humida<strong>de</strong> a rondar<br />

os 95%), dos previsíveis problemas logíscos<br />

com o alojamento, alimentação, condições<br />

sanitárias e meios <strong>de</strong> transporte, é<br />

justo afirmar que esta unida<strong>de</strong> do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> soube, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, ultrapassar<br />

com brio e profissionalismo estas vicissitu<strong>de</strong>s<br />

cumprindo a missão que lhe foi<br />

A MINHA OUTRA CASAMÃE<br />

Permita-me a sofrida paciência dos<br />

meus camaradas <strong>Fuzileiros</strong> falar hoje<br />

aqui um pouco <strong>de</strong> uma outra escola<br />

que, à semelhança da EFZ, completou<br />

este ano um número redondo <strong>de</strong><br />

anos: cem. Falo do Instuto Militar<br />

dos Pupilos do Exército (IMPE), on<strong>de</strong><br />

me foram formalmente inculcados<br />

os valores que as minhas incursões<br />

infans na EFZ já nham começado a<br />

fazer-me interiorizar.<br />

Mas, sendo evi<strong>de</strong>ntes os laços afecvos<br />

que unem a este Instuto o humil<strong>de</strong><br />

autor <strong>de</strong>stas linhas, perguntar-meão<br />

os impacientes leitores qual o mo-<br />

vo que me leva a trazer uma escola<br />

do Exército a um bolem dirigido aos<br />

nossos bravos infantes <strong>de</strong> Marinha.<br />

Passo, então, a explicar:<br />

Em primeiro lugar, quando foi criado,<br />

a 25 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1911 por acção do<br />

então Ministro da Guerra, General António<br />

Xavier Correia Barreto, o IMPE<br />

foi originalmente bapzado como<br />

Instuto Profissional dos Pupilos dos<br />

Exércitos <strong>de</strong> Terra e Mar, o que já lhe<br />

dá, à parda, alguma transversalida<strong>de</strong><br />

em relação às Forças Armadas. Tendo<br />

a missão explícita <strong>de</strong> “formar cidadãos<br />

úteis à Pátria”, <strong>de</strong>snava-se a acolher,<br />

a parr dos 10 anos, os mais <strong>de</strong>sfavorecidos<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes masculinos dos<br />

militares da Armada e do Exército.<br />

Conhecidos como “pilões”, cedo estes<br />

jovens começaram a “dar cartas”<br />

no mundo profissional e empresarial,<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Opinião<br />

confiada, e levando até terras longínquas<br />

e ao coração do povo maubere o espírito<br />

dos <strong>Fuzileiros</strong>, o nome da Marinha e a<br />

Ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Portugal.<br />

E podia resumir-se assim aquela que foi a<br />

parcipação <strong>de</strong>sta Força <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> na<br />

missão do Batalhão mas permitam que<br />

vos roube ainda algum tempo para, em<br />

jeito <strong>de</strong> nota pessoal e sem falsas modés-<br />

as, vos <strong>de</strong>ixar a expressão do orgulho e<br />

da oportunida<strong>de</strong> única <strong>de</strong> ter do o privilégio<br />

<strong>de</strong> comandar tal tropa. Em Roma sê<br />

romano, costuma afirmar-se e assim, para<br />

se enten<strong>de</strong>r o espirito fuzileiro, há que<br />

ser capaz <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a especificida<strong>de</strong><br />

própria da força e creio ter compreendido<br />

na verda<strong>de</strong>ira dimensão esse valor pois,<br />

à minha frente enquanto escrevo estas<br />

duas linhas está uma boina azul ferrete<br />

encimada com o emblema dos fuzos e<br />

que me foi colocada pela primeira vez na<br />

cabeça pelo então Comandante do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, o CMG Cunha Brazão.<br />

Des<strong>de</strong> o notável comando e reconhecida<br />

li<strong>de</strong>rança do Comandante Mário Tavares<br />

à leal assessoria e aconselhamento <strong>de</strong> Estado<br />

Maior do Comandante Leão Seabra<br />

passando pelo profissionalismo e empenhamento<br />

<strong>de</strong> todos os militares da CFuz<br />

21 e porque não dizê-lo até pela amiza<strong>de</strong><br />

e esma recíproca que me <strong>de</strong>dicaram e<br />

ainda hoje lhes <strong>de</strong>dico <strong>de</strong> todos guardo<br />

graças à qualida<strong>de</strong> do ensino que lhes<br />

era ministrado. Quando a EFZ foi criada,<br />

em 1961, já o IMPE, na passagem<br />

do seu primeiro cinquentenário, nha<br />

os créditos bem firmados na socieda<strong>de</strong><br />

portuguesa. E eis uma redonda<br />

coincidência <strong>de</strong> datas que nos dá uma<br />

segunda jusficação para este argo.<br />

Naturalmente, a formação profissionalizante<br />

não impediu que alguns “pilões”<br />

viessem a optar pela vida militar<br />

e é claro que os <strong>Fuzileiros</strong> não podiam<br />

ser excluídos <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>stas escolhas.<br />

O exemplo mais ilustre terá sido<br />

o do Comandante Alberto Rebordão<br />

<strong>de</strong> Brito, cujo nome não é, <strong>de</strong>certo,<br />

estranho aos leitores. Não haverá, porém,<br />

muitos que saibam que este celebrado<br />

oficial era oriundo do IMPE.<br />

Chegados à terceira jusficação, importa<br />

referir que os “pilões” não podiam<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> estar presentes quando<br />

a classe <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> integrou o<br />

elenco dos cursos tradicionais da Escola<br />

Naval, em 1986, tendo sido representados<br />

pelo pupilo Rogério Mar-<br />

ns <strong>de</strong> Brito. Hoje, para além do CFR<br />

FZ Marns <strong>de</strong> Brito e do CTEN FZ Costa<br />

Frescata – que ficam, <strong>de</strong>ste modo,<br />

<strong>de</strong>vidamente “<strong>de</strong>nunciados” – os<br />

fuzileiros no acvo conhecerão bem<br />

um outro “pilão” que, embora não<br />

sendo fuzileiro, é o responsável pela<br />

formação em Li<strong>de</strong>rança na EFZ: o CFR<br />

Lourenço Afonso. Ficarão, certamen-<br />

grata memória. Fosse nas missões operacionais<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste fisico e risco<br />

previsivel, fosse nos momentos <strong>de</strong> lazer<br />

sempre, encontrei nesta tropa da CF 21<br />

um gran<strong>de</strong> sendo <strong>de</strong> missão, noção perfeita<br />

do <strong>de</strong>ver e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> bem cumprir<br />

que os colocam em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> com<br />

qualquer das forças que Portugal dispõe<br />

ao serviço das Forças Armadas e ainda<br />

hoje, <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong>pois, com a <strong>de</strong>streza fisica<br />

já reduzida pelo peso da ida<strong>de</strong> acredito<br />

que, com o valor moral e animico dos<br />

<strong>Fuzileiros</strong> por companhia, seria capaz <strong>de</strong><br />

reper a missão em iguais ou piores condições<br />

<strong>de</strong> sacrificio e risco que aquelas<br />

que nos uniram noutros tempos e noutras<br />

paragens. Que me perdoe o Exército<br />

por tal empaa mas em abono da verda<strong>de</strong><br />

não posso ainda hoje <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

também me senr Infante <strong>de</strong> Marinha e<br />

Fuzileiro honorário e se algum mérito isto<br />

tem que o seja em homenagem aqueles<br />

que como o Comandante Albano e outros<br />

que me acompanharam nessa jornada já<br />

abandonaram por força das circunstâncias<br />

a nossa companhia térrea e são hoje<br />

disso memória <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> e exemplo a<br />

reter para todos aqueles que, com orgulho,<br />

connuam a fazer do lema Fuzileiro<br />

a sua forma <strong>de</strong> vida porque Fuzileiro uma<br />

vez... Fuzileiro para sempre!<br />

CFR M Moreira<br />

Silva<br />

sócio nº 1741<br />

ex-alunos do IMPE que terão cumprido<br />

nos <strong>Fuzileiros</strong> o seu serviço militar,<br />

alguns <strong>de</strong>les durante o dicil período<br />

das guerras do Ultramar. Talvez numa<br />

outra ocasião o possamos fazer.<br />

Quanto aos outros “pilões” da <strong>de</strong><br />

cumprir o equivalente à Recruta do<br />

Exército nos dá, logo à parda Marinha,<br />

entre os quais tenho a honra <strong>de</strong><br />

me incluir, julgo que posso afirmar<br />

com toda a proprieda<strong>de</strong> que o facto<br />

<strong>de</strong> termos ingressado nas fileiras navais<br />

logo <strong>de</strong>pois, um certo carácter<br />

anbio. Concordam?<br />

E com esta quarta jusficação encerremos<br />

esta breve digressão pelo<br />

mundo pilónico, esten<strong>de</strong>ndo ao centenário<br />

IMPE as felicitações e <strong>de</strong>sejos<br />

<strong>de</strong> sucesso que já vemos oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçar à nossa relavamente<br />

jovem EFZ.<br />

te, por mencionar outros nomes <strong>de</strong> Com. Rebordão <strong>de</strong> Brito no Colégio


O INÍCIO DA DESPEDIDA<br />

Nos ciclos, tal como na vida, tudo tem<br />

um princípio e um fim.<br />

Começámos o nosso contacto com<br />

os militares do Centro <strong>de</strong> Instrução<br />

Militar <strong>de</strong> Cabul (KMTC), se<strong>de</strong>ada no<br />

Afeganistão, não com medo, porque<br />

imbuídos do espírito <strong>de</strong> Bartolomeu<br />

Dias, mas também com o nosso Cabo<br />

das Tormentas, a que po<strong>de</strong>mos hoje,<br />

sem medo, chamar <strong>de</strong> Cabo da Boa<br />

Esperança.<br />

Fomos <strong>de</strong>scobrindo minuciosamente<br />

a sua forma <strong>de</strong> trabalhar, sem ter sequer<br />

a coragem <strong>de</strong> os interpelar. Mas<br />

o nosso objecvo estava traçado e<br />

apesar dos olhares, muitas vezes <strong>de</strong>sconfiados<br />

e indiferentes, nunca <strong>de</strong>sis-<br />

mos e os frutos estavam, sem dúvida,<br />

à nossa espera no final da tarefa.<br />

Com a calma do felino que sabe esperar<br />

e a paciência aprendida na lição<br />

da vida, fomos amparando, aconselhando<br />

e modificando sempre que era<br />

possível.<br />

Percebemos a forma <strong>de</strong> os conquistar<br />

e a velocida<strong>de</strong> que teria que ser impressa.<br />

Tudo tem que estar conjugado,<br />

caso contrário a engrenagem <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />

estar em sintonia e não funciona. O<br />

levantamento <strong>de</strong> algumas necessida<strong>de</strong>s<br />

na sala <strong>de</strong> aula e a oferta <strong>de</strong> alguns<br />

materiais foram também importantes.<br />

I<strong>de</strong>nficámos algumas lacunas<br />

na área da formação e aconselhámos<br />

o ”Train the trainers” para os instru-<br />

Associados<br />

tores que se mostrassem disponíveis<br />

para apren<strong>de</strong>r.<br />

Recordo as primeiras sessões <strong>de</strong> formação:<br />

vemos <strong>de</strong> enfrentar olhos<br />

inquisidores que esperavam <strong>de</strong> nós,<br />

falhas e incapacida<strong>de</strong>. Revesmo-nos<br />

<strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> e referimos que não<br />

éramos professores, mas tão-só militares<br />

como eles e que gostaríamos <strong>de</strong><br />

lhe rar algumas dúvidas que vessem<br />

e sobretudo ajudar a melhorar a<br />

formação.<br />

O tempo trouxe a vitória e hoje, volvidos<br />

quase três meses, na úlma formação<br />

<strong>de</strong> instrutores, numa matéria<br />

que passará a vigorar a parr <strong>de</strong> agora<br />

no planeamento do TLC, o “Combate<br />

em Áreas Edificadas”, temos pracamente<br />

todos os alunos presentes.<br />

Terminada a formação, ficou agendada<br />

para as 14.00 horas do dia 23<br />

<strong>de</strong> Fevereiro, a entrega <strong>de</strong> diplomas.<br />

Chegada a hora <strong>de</strong>terminada, começou<br />

a surgir um nó na garganta, pois<br />

esta singela, mas importante cerimónia,<br />

sabe-nos já a <strong>de</strong>spedida. Esta foi<br />

a úlma formação que os instrutores<br />

irão receber <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> Mentores/Formadores,<br />

até á sua parda <strong>de</strong><br />

regresso a Portugal. Foi agradável ver<br />

nos seus rostos aquela felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vencedores. Estão, a parr <strong>de</strong> agora,<br />

mais bem preparados para formar<br />

melhor!<br />

13<br />

Saj. Fz Silva<br />

Um a um foram sendo chamados. Foilhes<br />

dito que, a parr <strong>de</strong> agora, a sua<br />

responsabilida<strong>de</strong> é maior porque <strong>de</strong>têm<br />

conhecimento que só servirá se<br />

for passado a outras gerações <strong>de</strong> alunos,<br />

que por sua vez a passarão aos<br />

seus subordinados.<br />

Ao grito da palavra “Jwand”, que significa<br />

“vida longa”, mostram aos camaradas<br />

o Diploma que receberam das<br />

nossas mãos.<br />

Mas a maior surpresa estava para<br />

vir, quando, pela boca do Tcor Abdul<br />

Yahya, Comandante do TLC, ouvimos<br />

pronunciar o nosso nome para recebermos<br />

um diploma assinado pelo<br />

BGen. Aminullah, Comandante do<br />

Centro <strong>de</strong> Instrução Militar <strong>de</strong> Cabul<br />

(KMTC). Ficámos também sensibilizados<br />

e o nó, que se nha <strong>de</strong>svanecido,<br />

voltou agora mais forte. É apenas um<br />

papel, escrito em inglês e Dari, mas é<br />

sem dúvida a confirmação que conseguimos,<br />

acima <strong>de</strong> tudo, a sua amiza<strong>de</strong>,<br />

o respeito e reconhecimento.<br />

Esperamos que o trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />

durante estes seis meses, sirva<br />

duas causas: a primeira, para enriquecer<br />

o conhecimento e a capacida<strong>de</strong><br />

dos militares do ANA para servirem as<br />

Forças Armadas Afegãs e o Afeganistão.<br />

A segunda, para servir <strong>de</strong> plataforma<br />

à equipa que abraçar <strong>de</strong> seguida,<br />

a tarefa <strong>de</strong> Mentorar os próximos<br />

cursos <strong>de</strong> Sargentos do ANA.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


14<br />

O CORPO DE CADETES DO MAR DE PORTUGAL<br />

O Mar foi, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre, um elemento<br />

constante na história <strong>de</strong> Portugal.<br />

Mas ainda que o País não vesse alcançado<br />

o brilhansmo histórico que<br />

o notabilizou no passado, bastaria a<br />

nossa localização geográfica e geoestratégica,<br />

levando ainda em conta<br />

a vasdão da nossa Zona Económica<br />

Exclusiva, para nos obrigar a compreen<strong>de</strong>r<br />

o mar nos dias <strong>de</strong> hoje, e a lidar<br />

com ele com os conhecimentos e com<br />

os meios a<strong>de</strong>quados.<br />

Mas como em todas as coisas perigosamente<br />

diceis que se enfrentam, e<br />

o Mar é uma <strong>de</strong>las, é preciso ainda<br />

assim tomar-lhe o gosto e o jeito, ou<br />

seja, é preciso que haja vocação.<br />

A vocação maríma, nas suas variadas<br />

vertentes, é pois uma qualida<strong>de</strong><br />

valiosa que muito po<strong>de</strong> ajudar Portugal.<br />

E por isso <strong>de</strong>vemos cuidá-la hoje<br />

para que <strong>de</strong>la possamos beneficiar<br />

amanhã.<br />

À semelhança <strong>de</strong> outros 19 países actualmente<br />

inseridos na Internaonal<br />

Sea Ca<strong>de</strong>t Associaon, foi fundado em<br />

2010 sob a tutela do GAMMA (Grupo<br />

<strong>de</strong> Amigos do Museu <strong>de</strong> Marinha) o<br />

Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes do Mar <strong>de</strong> Portugal<br />

(CCM-Pt), que conta com o reconhecimento<br />

instucional da Armada<br />

Portuguesa, condição essencial, como<br />

acontece em todos os outros países<br />

filiados, sendo o Almirante CEMA o<br />

Comandante-Chefe do CCM-Pt, a tulo<br />

honorífico. O Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes<br />

do Mar <strong>de</strong> Portugal congrega através<br />

do GAMMA o trabalho voluntário <strong>de</strong><br />

várias associações da socieda<strong>de</strong> civil<br />

vocacionadas para os assuntos e<br />

acvida<strong>de</strong>s do Mar, contando com o<br />

apoio <strong>de</strong> quatro Instuições do Ensino<br />

Superior, com a cooperação, até ao<br />

presente, <strong>de</strong> duas Escolas secundárias<br />

em Cascais e em Carcavelos, e da Escola<br />

<strong>de</strong> Marinhas do Sal em Rio Maior.<br />

Jovens que frequentam as duas primeiras<br />

Escolas constuem uma unida<strong>de</strong><br />

em Cascais, contando-se com<br />

mais duas unida<strong>de</strong>s, que integram os<br />

ainda mais jovens, em Rio Maior. Deste<br />

modo, o Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes do Mar<br />

<strong>de</strong> Portugal integra actualmente um<br />

total <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 60 elementos distribuídos<br />

por 3 unida<strong>de</strong>s.<br />

Na sequência <strong>de</strong> um anterior projecto<br />

ao qual o Cte. Bellem Ribeiro (Ilustre<br />

associado da AFZ) <strong>de</strong>u alma e que<br />

<strong>de</strong>signou por “A minha Escola adopta<br />

um Museu”, acabou por ser criado<br />

com o seu notável empenhamento, o<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Associados<br />

Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes do Mar <strong>de</strong> Portugal.<br />

Os seus actuais elementos contam,<br />

<strong>de</strong>signadamente, com o acompanhamento<br />

<strong>de</strong> acvida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> conteúdos<br />

por parte do Instuto <strong>de</strong> Defesa Nacional,<br />

com a colaboração do Museu<br />

<strong>de</strong> Marinha e do Museu Militar, com<br />

a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios didáccos<br />

por parte do Instuto Hidrográfico e<br />

da Escola Superior Náuca Infante D.<br />

Henrique, e com o apoio do Instuto<br />

<strong>de</strong> Socorros a Náufragos, ao qual se<br />

encontram ligados pelas estações salva<br />

– vidas <strong>de</strong> Cascais, <strong>de</strong> Peniche e da<br />

Nazaré. Levando em conta os conhecimentos<br />

adquiridos pelos Ca<strong>de</strong>tes do<br />

Mar em cultura <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e em causas<br />

do Mar, estes po<strong>de</strong>m ser agraciados<br />

com cerficados <strong>de</strong> mérito, com<br />

o suporte <strong>de</strong> algumas das Instuições<br />

citadas, uma vez angido o nível <strong>de</strong><br />

“jovens guias <strong>de</strong> museu” (<strong>de</strong> Marinha<br />

ou Militar), “jovem colaborador<br />

<strong>de</strong> estação salva-vidas do I.S.N.”, ou<br />

<strong>de</strong> “jovens auditores <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa nacional”,<br />

entre outros, estando em estudo<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitas a navios<br />

e até mesmo <strong>de</strong> futuros embarques.<br />

Uma vez superadas as provas teóricas<br />

e prácas, os Ca<strong>de</strong>tes do Mar po<strong>de</strong>m<br />

ainda prosseguir para as candidaturas<br />

às cartas da Marinha <strong>de</strong> Recreio e <strong>de</strong><br />

Radioamador, aos cerficados <strong>de</strong> Nadador<br />

Salvador, <strong>de</strong> Socorrista e <strong>de</strong> Arqueologia<br />

Subaquáca.<br />

O Reino Unido foi o país fundador do<br />

Sea Ca<strong>de</strong>t Corps há 150 anos e conta<br />

hoje com mais <strong>de</strong> 400 unida<strong>de</strong>s e para<br />

cima <strong>de</strong> 14.000 Ca<strong>de</strong>tes do Mar. Trata-se<br />

<strong>de</strong> uma organização que capta<br />

numerosas vocações para as carreiras<br />

do Mar, e cuja seniorida<strong>de</strong> secular lhe<br />

conferiu caracteríscas admiráveis.<br />

À semelhança do que acontece no<br />

Reino Unido em relação aos “Royal<br />

Marines”, está a constuir-se entre<br />

nós a primeira unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes<br />

do Mar <strong>Fuzileiros</strong>. Neste sendo foi<br />

assinado, na se<strong>de</strong> da <strong>Associação</strong>, um<br />

protocolo entre a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

e o GAMMA, no passado dia<br />

António Ribeiro Ramos<br />

Sócio a<strong>de</strong>rente 1053<br />

26 <strong>de</strong> Setembro. Esta será a quarta<br />

unida<strong>de</strong> do Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes do Mar<br />

<strong>de</strong> Portugal e integra jovens que têm<br />

a parcularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preten<strong>de</strong>rem ser<br />

futuros candidatos a <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Uma vez que se trata em Portugal <strong>de</strong><br />

uma organização em crescimento,<br />

muito recente, mas que se <strong>de</strong>seja dilatada<br />

a todo o País e que vive apenas<br />

dos orçamentos que já existem para as<br />

Instuições que os constuem, sendo<br />

todas as acvida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sempenhadas<br />

por voluntários, é muito <strong>de</strong>sejável e<br />

fundamental a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> elementos<br />

da Armada, das Marinhas Mercante,<br />

<strong>de</strong> Pesca ou <strong>de</strong> Recreio, que habitem<br />

nas mais diversas regiões on<strong>de</strong> seja<br />

viável a criação <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> do<br />

CCM – Pt, e que na sua situação <strong>de</strong><br />

reforma e/ou por disponibilida<strong>de</strong> pessoal,<br />

possam colaborar nas diferentes<br />

funções, <strong>de</strong> acordo com a sua experiência<br />

e categoria profissional.<br />

O dia do Corpo <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>tes do Mar <strong>de</strong><br />

Portugal é o dia 29 <strong>de</strong> Abril, escolhido<br />

por se relacionar com os 200 anos<br />

da recriação pelo Príncipe Regente D.<br />

João, da Or<strong>de</strong>m da Torre e Espada, em<br />

1808, após a transferência da Corte<br />

<strong>de</strong> Portugal para o Brasil, em face da<br />

ameaça das invasões francesas. Como<br />

Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cavalaria, esta remonta,<br />

não obstante, ao reinado <strong>de</strong> D. Afonso<br />

V “o Africano” e ostenta como divisa,<br />

Valor Lealda<strong>de</strong> e Mérito, virtu<strong>de</strong>s que<br />

<strong>de</strong>verão inspirar os nossos Ca<strong>de</strong>tes<br />

do Mar, para que se tornem dignos<br />

obreiros <strong>de</strong> um futuro promissor para<br />

o País, qualquer que seja a posição ou<br />

a acvida<strong>de</strong> profissional que nele venham<br />

a <strong>de</strong>sempenhar.


“VÉSPERA DE COMBATE”<br />

A noite é negra. Negros são os meus pensamentos!<br />

Minha mãe, tenho medo. Ouve os meus lamentos<br />

E vem junto <strong>de</strong> mim. Vem <strong>de</strong> além do mar,<br />

E canta-me outra vez, a canção <strong>de</strong> embalar.<br />

Nesse abrigo forte dos teus frágeis braços.<br />

Deixa que eu repouse uns instantes escassos.<br />

Diz-me outra vez, que sou eu o teu menino,<br />

O teu filho, o teu amor tão pequenino.<br />

As larvas da morte, já rondam muito perto<br />

E o teu filho está só! Está só no <strong>de</strong>serto.<br />

No <strong>de</strong>serto negro, <strong>de</strong> tão escuro medo,<br />

Só a posso, confiar o meu segredo:<br />

Amanhã… Amanhã, é outra vez a guerra,<br />

A metralha, os ros, gritos e traição.<br />

Corpos a tombar, feridos, sobre a terra,<br />

Carnes rasgadas, gemidos <strong>de</strong> aflição.<br />

Na infrene fogueira, assim ateada,<br />

Pois tal or<strong>de</strong>nam a Honra e o Dever,<br />

Há um homem, átomo, pó, cisco <strong>de</strong> nada,<br />

Que não po<strong>de</strong>, nem ao menos, estremecer!<br />

De pé, sereno, o inimigo enfrenta,<br />

O peito às balas, os lábios a sorrir.<br />

E a luta, bárbara, cruel e sangrenta,<br />

Remoinha à sua volta, sem o ferir.<br />

Os homens que comanda, vibram <strong>de</strong> emoção,<br />

Ao vê-lo assim. Crescem. Rugem. Sem parar,<br />

Avançam firmes, temerosos. De roldão,<br />

O torpe inimigo fazem <strong>de</strong>bandar.<br />

Esse herói tão alvo, bravo e forte,<br />

Símbolo cheio <strong>de</strong> luz, <strong>de</strong>sno <strong>de</strong> glória,<br />

Que <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhoso, ousado, enfrente a morte<br />

E aponte aos homens, a senda a vitória,<br />

E o i<strong>de</strong>al sublime, rei dos meus sonhos,<br />

Dos meus sonhos felizes, dos dias risonhos.<br />

Dos meus sonhos felizes, dos dias risonhos.<br />

Mas… mãe os sonhos não são realida<strong>de</strong>,<br />

E a , só po<strong>de</strong>rei dizer verda<strong>de</strong>.<br />

Eu tenho medo. Tenho medo <strong>de</strong> morrer,<br />

Medo <strong>de</strong> falhar, <strong>de</strong> fugir sem combater.<br />

Por isso te peço que venhas até mim<br />

E me embales <strong>de</strong>vagar, <strong>de</strong>vagar, assim.<br />

Como é bom estar outra vez nos teus braços,<br />

Senr-me a unido, por tão fortes laços.<br />

Já estou melhor. Refugio não há no mundo,<br />

Tão bom, tão acolhedor, quente e profundo.<br />

Foi-se a noite. Esplen<strong>de</strong>nte, já lá vem o dia,<br />

Com o sol radioso, nascendo a brilhar.<br />

A luz surge em mim. O canto da cotovia<br />

Fuso-Poesia<br />

15<br />

Por: Alpoim Calvão<br />

(Cap. Ten)<br />

Toca-me os ouvidos, num suave trinar.<br />

Olho <strong>de</strong> frente a morte. Enfrento a vida.<br />

O medo foi-se embora. Mãe muito querida.<br />

A teus pés me ajoelho. Vou beijar-te a mão<br />

E pedir-te fervoroso, a tua bênção.<br />

E se amanhã, a morte me tombar,<br />

No momento supremo, os olhos em Deus,<br />

Transpondo o além, eu hei-<strong>de</strong> murmurar:<br />

Santa mãe! Para será o meu a<strong>de</strong>us.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


16<br />

Das primeiras palavras<br />

Ao <strong>de</strong>cidir-me publicar as minhas<br />

“Crónicas <strong>de</strong> Outros Tempos”, na Revista<br />

“O Desembarque” tenho <strong>de</strong> explicar<br />

porquê – sendo sócio originário<br />

e ango da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> –<br />

não optei por escrever contando “estórias”<br />

da guerra do Ultramar ou dos<br />

fuzileiros já que, embora Oficial da<br />

Reserva Naval, também por lá an<strong>de</strong>i,<br />

e para além <strong>de</strong> Luanda, pela Quissan-<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Crónicas<br />

CRÓNICAS DE OUTROS TEMPOS<br />

AÉREA NOVA LISBOA HUAMBO LISBOA<br />

EPISÓDIOS DE UMA PONTE AÉREA<br />

ga, pela Pedra do Feiço, pela Macala<br />

(rio Zaire) e pelo Massábi (Cabinda).<br />

Porém, tendo do o privilégio <strong>de</strong> ter<br />

coor<strong>de</strong>nado uma ponte aérea – funções<br />

para que me vi arado, em segunda<br />

escolha e por razões meramente<br />

circunstanciais, mas que voluntariamente<br />

aceitei (seguramente, por não<br />

ter, na altura, a mínima consciência<br />

da dimensão e da responsabilida<strong>de</strong><br />

que viria a assumir) e tendo escrito<br />

ao longo dos anos muitas páginas que<br />

aguardam que o tempo cure as feridas<br />

– entendi que, não tendo sido um<br />

“guerrilheiro” fuzileiro em teatros <strong>de</strong><br />

guerra como o da Guiné, <strong>de</strong>veria <strong>de</strong>ixar<br />

os episódios <strong>de</strong> guerra para tantos<br />

que a fizeram com maior dureza e<br />

contar, antes, para os leitores do “Desembarque”,<br />

traços <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scolonização<br />

vivida com muita intensida<strong>de</strong>.<br />

Apenas para esboçar eventuais curiosida<strong>de</strong>s<br />

posso suscitar a pergunta:<br />

Mas o que é isso <strong>de</strong> uma ponte aérea<br />

e qual é o problema? Tão simples<br />

como complicado: é que os aviões,<br />

então ulizados, podiam transportar<br />

entre 170 a 200 pessoas e estavam<br />

cerca <strong>de</strong> 100.000 à espera <strong>de</strong> entrar<br />

no primeiro avião…<br />

Voltarei ao assunto um pouco mais<br />

para diante…<br />

Enquadramento<br />

É preciso que se diga que em Maio/Junho<br />

<strong>de</strong> 1975, a então Nova Lisboa, no<br />

Distrito do Huambo era ainda consi<strong>de</strong>rada,<br />

em Angola, “a cida<strong>de</strong> da paz”<br />

e, na aparência, respirava-se relavamente<br />

esse ambiente.<br />

Marques Pinto*<br />

sócio nº 221<br />

*Escreve <strong>de</strong> acordo com<br />

a anga ortografia<br />

Porém, os “movimentos <strong>de</strong> libertação”<br />

já ocupavam várias posições na<br />

cida<strong>de</strong> - as chamadas <strong>de</strong>legações -<br />

com pessoal e os respecvos <strong>de</strong>pósitos<br />

<strong>de</strong> armamento como aliás era regra<br />

em quase todas as cida<strong>de</strong>s e vilas<br />

<strong>de</strong> Angola.<br />

De um momento para o outro, nos<br />

princípios do mês <strong>de</strong> Julho (10/12) <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aram-se<br />

confrontos, em plena<br />

cida<strong>de</strong> – como vinha acontecendo por<br />

toda a Angola – entre guerrilheiros<br />

da UNITA (União Nacional para a In<strong>de</strong>pendência<br />

Total <strong>de</strong> Angola) o movimento<br />

<strong>de</strong> Jonas Malheiro Savimbi e o<br />

MPLA (Movimento Popular <strong>de</strong> Libertação<br />

<strong>de</strong> Angola), li<strong>de</strong>rado por Agos-<br />

nho Neto, cujo resultado foi a vitória<br />

dos primeiros, com reduzido número<br />

<strong>de</strong> mortos e feridos.<br />

As forças do MPLA refugiaram-se no<br />

quartel das Forças Armadas Portuguesas<br />

– Regimento <strong>de</strong> Infantaria <strong>de</strong> Nova<br />

Lisboa – no que foram acompanhadas<br />

por outros tantos civis, a<strong>de</strong>rentes e<br />

simpazantes do Movimento (pretos,<br />

brancos e mesços) em número<br />

à volta <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 120 pessoas que,<br />

sob ameaça da UNITA foram permanecendo<br />

sob custódia das tropas<br />

portuguesas.<br />

Dominando pela força das armas a<br />

cida<strong>de</strong>, sob o aparente olhar displicente<br />

dos militares portugueses, dois<br />

“movimentos <strong>de</strong> libertação”: a UNI-<br />

Connua na pág. seguinte >>


EPISÓDIOS DE UMA PONTE AÉREA<br />

>> Connuação da página anterior<br />

TA, esmagadoramente maioritária e,<br />

em teórico pacto <strong>de</strong> boa vizinhança,<br />

o chamado “ESQUADRÃO CHIPENDA”,<br />

facção dissi<strong>de</strong>nte do MPLA que terá<br />

integrado a auto-<strong>de</strong>nominada “Revolta<br />

do Leste” grupo que, após a cimeira<br />

<strong>de</strong> Nakuru, se coligou com a FNLA<br />

(Frente Nacional <strong>de</strong> Libertação <strong>de</strong> Angola<br />

– ex UPA) juntado aos seus guerrilheiros<br />

(que no Huambo pareciam<br />

poucos) pessoal, equipamento militar<br />

e armamento (estes sim visíveis) do<br />

então Congo Kinshasa, dominado por<br />

Mobutu Sessé Séco, dito cunhado do<br />

lí<strong>de</strong>r da FNLA, Hol<strong>de</strong>n Roberto.<br />

A UNITA, a ganhadora dos confrontos,<br />

para além das várias <strong>de</strong>legações, nos<br />

bairros da cida<strong>de</strong>, parlhou algumas<br />

estruturas sicas dos vencidos (as que<br />

não foram <strong>de</strong>struídas) com o “Esquadrão<br />

Chipenda”, quase todas ocupando<br />

instalações resi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> quem<br />

nha negociado para fugir, ou já nha<br />

abandonado, todas elas carregadas<br />

<strong>de</strong> armamento.<br />

O “ESQUADRÃO CHIPENDA” nha um<br />

“quartel” na Chianga, a mais ou menos<br />

16 quilómetros da cida<strong>de</strong>, ocupando<br />

parte das instalações on<strong>de</strong><br />

funcionava o Instuto <strong>de</strong> Invesgação<br />

Agronómica <strong>de</strong> Angola e nha a sua<br />

“se<strong>de</strong> urbana” instalada na melhor<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> clínica médica,<br />

privada, <strong>de</strong> Nova Lisboa, nesta altura<br />

já negociada/abandonada pelos proprietários,<br />

cujo principal <strong>de</strong>sígnio era,<br />

sobretudo, fugir.<br />

Pese embora o domínio “militar” pela<br />

UNITA da cida<strong>de</strong> e arredores e das<br />

vias <strong>de</strong> comunicação, para Silva Porto<br />

(Bié) e Serpa Pinto (Menongue) cida<strong>de</strong>s<br />

que, claramente, controlava, Nova<br />

Lisboa já nessa altura estava “cercada”<br />

(nas estradas <strong>de</strong> acesso) num raio<br />

<strong>de</strong> 60/100 quilómetros (a Norte, Sul e<br />

Oeste) por forças do MPLA <strong>de</strong>slocadas<br />

<strong>de</strong> Luanda e Malange que formavam<br />

uma cintura (apenas com abertura a<br />

Su<strong>de</strong>ste) muito dicil <strong>de</strong> romper por<br />

quem pretendia fazer chegar os seus<br />

haveres a um porto <strong>de</strong> mar.<br />

Era assim que, da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova Lisboa<br />

só era possível sair-se, com um<br />

mínimo <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> avião – em<br />

ponte aérea, uma vez que já não funcionavam<br />

os voos comerciais – ou,<br />

com gran<strong>de</strong> risco, tentando romper<br />

por terra, para Sudoeste, em direcção<br />

Crónicas<br />

a Benguela/Lobito, para Sul, via Sá da<br />

Ban<strong>de</strong>ira (Huíla) com <strong>de</strong>sno a Moçâme<strong>de</strong>s<br />

(Namibe) ou, ainda, com redobrado<br />

risco, via Silva Porto e Serpa<br />

Pinto, com <strong>de</strong>sno ao Sudoeste Africano,<br />

hoje Namíbia.<br />

Para Nova Lisboa, a tal ”cida<strong>de</strong> da paz”<br />

acorriam, todos os dias, algumas centenas<br />

<strong>de</strong> refugiados (brancos, mesços<br />

e pretos) fugindo à total “balcanização”<br />

provocada pelos cada vez mais<br />

violentos recontros armados entre<br />

a UNITA/FNLA e o MPLA, nas faixas<br />

Norte/Centro/Leste – Norte/Oeste <strong>de</strong><br />

Angola.<br />

Era o fazer das malas para quem já<br />

não podia alcançar Luanda com um<br />

mínimo <strong>de</strong> segurança sendo que,<br />

quem fugia aspirava chegar a Nova<br />

Lisboa porque constava que iria ou<br />

estaria a funcionar uma ponte aérea<br />

ou porque Jonas Malheiro Savimbi, o<br />

lí<strong>de</strong>r da UNITA, ainda fazia apelos para<br />

que “os brancos não abandonassem<br />

Angola”.<br />

De facto, em Nova Lisboa, não havia<br />

nocia <strong>de</strong> qualquer perseguição racial<br />

por parte da UNITA havendo, mesmo,<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> brancos e mesços<br />

filiados no movimento <strong>de</strong> Savimbi.<br />

De qualquer forma, uma cida<strong>de</strong> com<br />

cerca <strong>de</strong> 60/70 mil habitantes, na<br />

zona urbana, viu-se progressivamente<br />

tomada por avalanches <strong>de</strong> refugiados<br />

<strong>de</strong> todas as zonas <strong>de</strong> Angola (Centro/<br />

Norte/, do Leste e do Sul) <strong>de</strong>slocando-se<br />

em pequenas ou maiores colunas<br />

<strong>de</strong> viaturas ficando, algumas <strong>de</strong>stas,<br />

pelo caminho por falta <strong>de</strong> combusvel<br />

ou eventual avaria…<br />

Desenhava-se o êxodo fruto da guerra<br />

aberta entre os “Movimentos <strong>de</strong> Libertação”,<br />

da total inacção que a polí-<br />

ca portuguesa registava e do conhecimento<br />

no meio dos refugiados <strong>de</strong><br />

que, já estaria a funcionar, em Lisboa,<br />

um Instuto <strong>de</strong> Apoio aos Retorno <strong>de</strong><br />

Nacionais – IARN (<strong>de</strong> que aliás eu próprio<br />

viria a ser, após “<strong>de</strong>scolonizado”,<br />

dirigente <strong>de</strong> topo).<br />

Entretanto, projectava-se a “Ponte<br />

Aérea” Nova Lisboa/Lisboa, da inicia-<br />

va do Governo Português e com o<br />

apoio <strong>de</strong> vários países especialmente<br />

dos Estados Unidos, Inglaterra, França,<br />

Alemanha, Suíça mas, também e<br />

em menor escala, da então URSS.<br />

À guisa <strong>de</strong> um parêntesis <strong>de</strong>ve dizer<br />

que, os acontecimentos – mesmo já<br />

17<br />

sem comunicações civis ou jornais e,<br />

obviamente, na ausência <strong>de</strong> televisão<br />

(a rádio ouvia-se em onda curta estando<br />

a onda média limitada ao Rádio<br />

Clube do Huambo e à Rádio Libertas já<br />

ocupados pela UNITA) – se sucediam<br />

em ritmo alucinante e os boatos, o<br />

pior drama <strong>de</strong> situações <strong>de</strong>sta natureza,<br />

amplificavam e dramazavam as<br />

poucas nocias a que a maioria nha<br />

acesso.<br />

O medo instalava-se no seio dos refugiados,<br />

entre ao responsáveis das<br />

reduzidíssimas estruturas existentes<br />

(os serviços públicos iam paralisando<br />

todos os dias) e também nos próprios<br />

“Movimentos <strong>de</strong> Libertação” que pretendiam<br />

controlar a cida<strong>de</strong>.<br />

É nesta “Cida<strong>de</strong><br />

Acampamento” e neste<br />

ambiente<br />

<strong>de</strong> caos absoluto…<br />

Talvez por isso, a UNITA resolveu estabelecer<br />

uma cintura <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong><br />

pessoal armado na periferia urbana,<br />

segundo os seus chefes, com duplo<br />

objecvo:<br />

Tentar travar possíveis infiltrações <strong>de</strong><br />

guerrilheiros ou comissários polícos<br />

do MPLA, disfarçados, nas colunas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>salojados – já que os que anteriormente<br />

exisam ou estavam sob custódia<br />

da tropa Portuguesa ou se diluíam<br />

pela cida<strong>de</strong>, já saturada <strong>de</strong> gente,<br />

tentando passar <strong>de</strong>spercebidos – que<br />

pu<strong>de</strong>ssem obter informações e, posteriormente,<br />

pu<strong>de</strong>ssem juntar-se<br />

às forças do MPLA que procuravam<br />

aproximar-se e tomar a cida<strong>de</strong>;<br />

E evitar que estas rompessem a cintura<br />

periférica da UNITA “ajudada” pelo<br />

grupo auto-<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> “Esquadrão<br />

Chipenda” (mais ou menos 200<br />

homens, muitos dos quais congoleses<br />

<strong>de</strong> Mobutu e ex-militares do Exército<br />

Português) grupo que, todos os dias ia<br />

engrossando com voluntários oportunistas<br />

– brancos e pretos – que, assim,<br />

viam a única forma <strong>de</strong> subsisrem e<br />

<strong>de</strong> se enquadrarem, armados, para<br />

<strong>de</strong>pois fugir.<br />

Entretanto sucediam-se os combates<br />

entre o MPLA e a UNITA, a cerca <strong>de</strong><br />

60/100 quilómetros da cida<strong>de</strong> do Huambo<br />

tentando, uns e outros ganhar<br />

posições.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


18<br />

Mas, mesmo com o espectro dos confrontos<br />

armados nas linhas viárias<br />

Nova Lisboa/Lobito e Nova Lisboa/<br />

Sá da Ban<strong>de</strong>ira/Moçâme<strong>de</strong>s sempre<br />

havia refugiados e gentes <strong>de</strong> Nova Lisboa<br />

que, <strong>de</strong> quando em quando, tentavam<br />

romper os cercos do MPLA, em<br />

colunas <strong>de</strong> viaturas mais ou menos<br />

numerosas arriscando fazer chegar ao<br />

mar (Lobito e Moçâme<strong>de</strong>s) os caixotes<br />

que connham os poucos haveres,<br />

os únicos que lhes restavam das<br />

casas já <strong>de</strong>sfeitas, na esperança <strong>de</strong> os<br />

po<strong>de</strong>rem fazer embarcar, com <strong>de</strong>sno<br />

a Portugal, num qualquer navio cargueiro<br />

que <strong>de</strong>mandasse os respecvos<br />

portos.<br />

Muitos <strong>de</strong>les, senão a maior parte,<br />

voltavam para trás trazendo consigo<br />

a <strong>de</strong>silusão e os caixotes, por vezes<br />

<strong>de</strong>struídos, vandalizados e/ou roubados<br />

e, quiçá, algum ferido ou mesmo<br />

morto, escorraçados que nham sido,<br />

a ro, sob a acusação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviarem<br />

para Portugal “património” <strong>de</strong> Angola,<br />

pelos guerrilheiros dos cercos.<br />

Com o rolar dos dias, Nova Lisboa<br />

transformou-se numa “cida<strong>de</strong> acampamento”<br />

sendo dicil imaginar mais<br />

tectos para albergar toda a mole <strong>de</strong><br />

gente, cuja única esperança era almejar<br />

um lugar num qualquer avião da<br />

Ponte Aérea, para angir Portugal.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Crónicas<br />

EPISÓDIOS DE UMA PONTE AÉREA<br />

Colégios, escolas primárias, liceus, ins-<br />

tutos industriais, escolas comerciais<br />

e industriais, instalações <strong>de</strong> serviços<br />

públicos já paralisados, hangares dos<br />

caminhos <strong>de</strong> ferros (estes já há muito<br />

paralisados) armazéns públicos e<br />

privados, já esvaziados <strong>de</strong> conteúdos,<br />

enfim e por fim, as instalações<br />

da Feira Internacional das Indústrias<br />

<strong>de</strong> Nova Lisboa (incluindo as instalações<br />

<strong>de</strong> gado) – tudo era pouco para<br />

recolher gente <strong>de</strong>siludida e, por vezes<br />

já amorfa, muitos apenas com um colchão<br />

por baixo e uma manta rúsca<br />

por cima (no Huambo, Planalto Central<br />

<strong>de</strong> Angola faz frio na estação do<br />

cacimbo) e, para o fim, só com uma<br />

manta por baixo e outra por cima porque<br />

os colchões já se haviam esgotado<br />

e os cobertores escasseavam, já<br />

funcionando como moeda <strong>de</strong> troca.<br />

É nesta “Cida<strong>de</strong> Acampamento” e<br />

neste ambiente <strong>de</strong> caos absoluto que<br />

se inicia a Ponte Aérea Nova Lisboa<br />

(Angola) /Lisboa (Portugal).<br />

Da Ponte Aérea<br />

Em fins <strong>de</strong> Julho, princípios <strong>de</strong> Agosto<br />

<strong>de</strong> 1975 chegam a Nova Lisboa enviados<br />

do Alto-Comissário <strong>de</strong> Angola<br />

para os primeiros contactos.<br />

Com a situação a <strong>de</strong>gradar-se dia a dia<br />

tornava-se imperavo constuir uma<br />

“Comissão Execuva <strong>de</strong> Repatriamen-<br />

to” (vivia-se o tempo das comissões e<br />

assim lhe chamaram) para organizar<br />

uma ponte aérea.<br />

Como é óbvio teria <strong>de</strong> ser uma comissão<br />

<strong>de</strong> voluntários e <strong>de</strong> boas vonta<strong>de</strong>s<br />

– eu diria mesmo <strong>de</strong> altruísmos – porque<br />

os po<strong>de</strong>res já estavam na rua,<br />

nas mãos dos “Movimentos <strong>de</strong> Libertação”<br />

ou, quando muito, em quem<br />

ainda <strong>de</strong>nha algum po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> facto<br />

porque o “<strong>de</strong> jure” nha-se esvaído.<br />

Teoricamente, repito, teoricamente,<br />

a estrutura <strong>de</strong>via apoiar-se noutra<br />

comissão dita CNAD – Comissão Nacional<br />

<strong>de</strong> Apoio aos Desalojados que<br />

<strong>de</strong>veria integrar: o Encarregado do<br />

Governo do Distrito (O Governador<br />

do Huambo já nha pardo); o Comandante<br />

Militar da ZIC – Zona <strong>de</strong><br />

Intervenção Centro (já apenas ao nível<br />

<strong>de</strong> Tenente-Coronel quanto a patente<br />

normal era Briga<strong>de</strong>iro mas que,<br />

também, já nha se nha acoitado na<br />

Metrópole); o Delegado Saú<strong>de</strong> (médico<br />

indiano que, não se sabe bem<br />

porquê, ainda exisa); a Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Cruz Vermelha local (uma gran<strong>de</strong><br />

Senhora que, contra todas as expecta-<br />

vas ficou até ao fim); e o Coor<strong>de</strong>nador<br />

da tal CER – Comissão Execuva<br />

<strong>de</strong> Repatriamento (que era imperioso<br />

encontrar).<br />

A previsão dos representantes do<br />

Alto-Comissário era <strong>de</strong> que seria necessário<br />

evacuar <strong>de</strong> avião, em ponte<br />

aérea (os transportes aéreos comerciais<br />

já não funcionavam, à excepção<br />

<strong>de</strong> um ou outro “teco-teco” que ainda<br />

se po<strong>de</strong>ria alugar) cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil<br />

pessoas.<br />

O Coor<strong>de</strong>nador que os enviados <strong>de</strong><br />

Luanda traziam na manga era um<br />

Eng.º Agrónomo, Chefe da Missão <strong>de</strong><br />

Extensão Rural <strong>de</strong> Angola, com se<strong>de</strong><br />

em Nova Lisboa e Coor<strong>de</strong>nador do<br />

Plano Regional <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

do Planalto Central (<strong>de</strong> que eu era<br />

técnico assessor) personalida<strong>de</strong> que<br />

nha, <strong>de</strong> facto, o perfil a<strong>de</strong>quado mas<br />

que logo foi ameaçado fisicamente<br />

pela UNITA, sob o pretexto <strong>de</strong> que nha<br />

a sua Missão <strong>de</strong> Extensão Rural<br />

infiltrada <strong>de</strong> MPLAs!<br />

Tendo este <strong>de</strong> se “ausentar” rapidamente<br />

para Luanda/Lisboa lembrou-se<br />

<strong>de</strong> dizer, aos Senhores <strong>de</strong> Luanda, que<br />

eu, também um funcionário público,<br />

jovem licenciado (35 anos recentes)<br />

Connua na pág. seguinte >>


EPISÓDIOS DE UMA PONTE AÉREA<br />

>> Connuação da página anterior<br />

Chefe <strong>de</strong> um Serviço Distrital, “era o<br />

homem mais a<strong>de</strong>quado”.<br />

Pu<strong>de</strong>ra! Tratava-se <strong>de</strong> um ex fuzileiro<br />

e, <strong>de</strong> qualquer forma, nestas situações<br />

<strong>de</strong> emergência, <strong>de</strong> quase catástrofe e<br />

<strong>de</strong> poucos quadros disponíveis, qualquer<br />

um serve, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que aceite o encargo,<br />

ou porque já não anda bem da<br />

cabeça ou porque, ingénuo, não tem a<br />

noção do que po<strong>de</strong> vir aí!<br />

Fui eu o voluntário indigitado.<br />

Os militares portugueses, comandados<br />

por um Tenente-Coronel, ango,<br />

<strong>de</strong> extraordinária valia (pese embora<br />

já ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> vários MFAs que lhe<br />

seguiam a sombra) colocaram à disposição<br />

do Coor<strong>de</strong>nador da Comissão<br />

Execuva <strong>de</strong> Repatriamento, as instalações<br />

do Distrito <strong>de</strong> Recrutamento e<br />

Mobilização do Huambo, uma vez que<br />

já não havia mobilização e muito menos<br />

recrutamento, estando o edicio<br />

todo equipado, mas totalmente vazio<br />

<strong>de</strong> pessoal.<br />

O MFA, ou os mais que fossem que<br />

<strong>de</strong>vessem o po<strong>de</strong>r militar, já haviam<br />

reduzido as tropas portuguesas do<br />

Huambo ao mínimo, uma vez que,<br />

na Mãe Pátria, já se gritava, <strong>de</strong>signadamente,<br />

os SUVs - Soldados Unidos<br />

Venceremos e os MUVs - Marinheiros<br />

Unidos Venceremos: «NEM MAIS UM<br />

SOLDADO PARA AS COLÓNIAS»!<br />

Em princípio (dizia Luanda) a Comissão<br />

Execuva <strong>de</strong> Repatriamento (CER) <strong>de</strong>veria<br />

evacuar apenas refugiados, não<br />

funcionários públicos – estes eram<br />

imensamente minoritários – uma vez<br />

que teriam à disposição aviões específicos<br />

cabendo a sua coor<strong>de</strong>nação ao<br />

Crónicas<br />

Encarregado do Governo, um Inten<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> Distrito que por lá permanecia,<br />

convencido <strong>de</strong> que ainda nha<br />

po<strong>de</strong>r quando, ele próprio sem parcular<br />

presgio, os seus serviços estavam<br />

a paralisar e era visível que se ia<br />

instalando o caos!<br />

Apenas com estes pressupostos, <strong>de</strong>masiado<br />

simplistas e imprecisos <strong>de</strong><br />

quem não faz a mínima i<strong>de</strong>ia da realida<strong>de</strong><br />

do terreno (os conhecidos<br />

personagens do ar condicionado) se<br />

constuiu a Comissão Execuva <strong>de</strong><br />

Repatriamento da CNAD (Comissão<br />

Nacional <strong>de</strong> Apoio aos Desalojados)<br />

que verda<strong>de</strong> seja dita só exisu no<br />

papel - ao redor <strong>de</strong>ste voluntário, funcionário<br />

público, ex fuzileiro que apenas<br />

colocou como condição evacuar<br />

a família no primeiro avião. Coragens<br />

da juventu<strong>de</strong>…!<br />

O Coor<strong>de</strong>nador – a quem já não eram<br />

pagos vencimentos, por impossibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> processamento, face à paralisação<br />

dos serviços – ro<strong>de</strong>ou-se,<br />

também, <strong>de</strong> voluntários que convidou<br />

e na altura terá escolhido <strong>de</strong> entre<br />

quem se disponibilizava para ajudar:<br />

Eng.º <strong>de</strong> máquinas, Eng.ª química,<br />

Eng.ºs Agrários, Bancários, Funcionários<br />

Públicos, Economistas, Médicos,<br />

Enfermeiros, Socorristas, Secretárias<br />

<strong>de</strong> Direcção, enfim, todos eles, porventura<br />

convencidos <strong>de</strong> que o Coor<strong>de</strong>nador<br />

estaria possuído <strong>de</strong> reais po<strong>de</strong>res<br />

que lhe vinham <strong>de</strong> Luanda e do<br />

Alto-Comissário quando eu, na verda<strong>de</strong>,<br />

nem este conhecia… Mas era necessário<br />

mostrar “alguma coisa”…<br />

Estes Colaboradores que iriam cons-<br />

tuir e “chefiar” (ninguém chefiava<br />

coisa alguma) as principais estruturas<br />

19<br />

escolheram outros voluntários (pessoal<br />

mais execuvo) e a Comissão <strong>de</strong><br />

Repatriamento chega a angir os 200<br />

elementos que, obviamente, ninguém<br />

nha a veleida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nar.<br />

Já com as “pedras” por mim escolhidas<br />

cria-se, “ad hoc”, uma organização<br />

com os seguintes serviços, <strong>de</strong>partamentos,<br />

sectores, secções – como<br />

quiserem.<br />

Citam-se, ulizando os documentos<br />

que consegui preservar, apenas para<br />

situar os leitores, não por or<strong>de</strong>m hierárquica<br />

(as hierarquias, nestas circunstancias,<br />

eram os po<strong>de</strong>res fáccos<br />

e tantas vezes ficcios):<br />

9 Secções Regionais <strong>de</strong> Inscrição; 1<br />

Secretaria-Geral; 1 Secção <strong>de</strong> Atendimento;<br />

1 Secção <strong>de</strong> Planeamento <strong>de</strong><br />

Voos; 1 Secção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; 1 Gabinete<br />

<strong>de</strong> Análise; 1 Departamento <strong>de</strong> Relações<br />

Públicas; 1 Secção <strong>de</strong> Informação;<br />

1 Tesouraria; 1 Secção <strong>de</strong> Controlo<br />

<strong>de</strong> Voos.<br />

Tudo “isto” “tutelado” pelo Coor<strong>de</strong>nador<br />

(este escriba que se preten<strong>de</strong><br />

fazer-se ler) e por mais 4 Coor<strong>de</strong>nadores<br />

Adjuntos. Como vêm, “brilhante”<br />

para uma situação <strong>de</strong> caos público e<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na rua…!<br />

Mas para que se compreendam a história<br />

e as “estórias” que se hão-<strong>de</strong><br />

contar, é indispensável que voltemos<br />

à pergunta:<br />

Qual é o problema <strong>de</strong> uma ponte aérea,<br />

em que se perspecva evacuar<br />

cerca <strong>de</strong> 10.000 pessoas e acabam<br />

por “fugir” cerca <strong>de</strong> 80/100.000?<br />

Numa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> à volta <strong>de</strong> 60/70 mil<br />

Quem vai primeiro?<br />

Trocavam-se viaturas por<br />

combusvel.<br />

habitantes “<strong>de</strong>spejam-se” mais cerca<br />

<strong>de</strong> 100.000 seres humanos. Cada<br />

pessoa consi<strong>de</strong>ra que o seu caso e o<br />

seu problema são mais importantes<br />

do que os do vizinho do lado, porventura<br />

o corpo que repousa no colchão<br />

ao seu lado, coberto pelo tecto <strong>de</strong> um<br />

pavilhão <strong>de</strong> feira. Por isso - “porque os<br />

meus problemas são os mais graves e<br />

importantes, tenho o direito <strong>de</strong> seguir<br />

no primeiro avião”.<br />

Cento e sessenta mil almas pensam<br />

da mesma maneira e estão convictas<br />

das suas verda<strong>de</strong>s!<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


20<br />

Só que, cada avião, neste caso, apenas<br />

transporta entre 170 a 200 pessoas.<br />

Então coloca-se este “pequeno” problema:<br />

Quem vai primeiro?<br />

As mulheres que, eventualmente, com<br />

as crianças estão mais fragilizadas? Os<br />

velhos e os doentes? Os jovens com<br />

mais esperança <strong>de</strong> vida? Os homens<br />

válidos ficam para o fim? E as famílias<br />

separam-se? E se não há aviões para<br />

todos? E os políca e militarmente<br />

ameaçados <strong>de</strong> morte, pelos “Movimentos<br />

<strong>de</strong> Libertação” que controlam,<br />

pelas armas, o terreno, mesmo sendo<br />

pretos angolanos, <strong>de</strong>ixam-se morrer,<br />

já que não há po<strong>de</strong>r que os proteja? E<br />

as Famílias “extensas” mulrraciais e<br />

mulnacionais separam-se? Ficam os<br />

pretos e os <strong>de</strong> pele escura e vão, apenas<br />

os brancos? Quem são os nacionais<br />

portugueses que têm o direito e<br />

a legimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser repatriados? Só<br />

os brancos? Ou também os pretos e<br />

os mesços que nasceram sob a Ban<strong>de</strong>ira<br />

das Quinas?<br />

E quem <strong>de</strong>fine tudo isto, quando o po<strong>de</strong>r<br />

está na rua ou para lá caminha?<br />

Aos olhos da muldão <strong>de</strong> <strong>de</strong>siludidos<br />

– <strong>de</strong> cansados, <strong>de</strong> quem apenas vislumbra<br />

muito pouca luz ao fundo do<br />

seu túnel – é óbvio que quem <strong>de</strong>ve<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Crónicas<br />

EPISÓDIOS DE UMA PONTE AÉREA<br />

<strong>de</strong>finir será a “Comissão” e o seu Coor<strong>de</strong>nador,<br />

figura que ainda é vista<br />

com algum po<strong>de</strong>r, pelo menos, porque<br />

terá alguns aviões “no bolso” e se<br />

faz transportar num carro do Estado<br />

(ainda português) com combusvel<br />

fornecido pelos militares portugueses.<br />

O abastecimento comercial <strong>de</strong><br />

combusvel nha paralizado e já se<br />

trocavam viaturas por combusvel,<br />

isso mesmo, trocavam-se viaturas por<br />

combusvel.<br />

Esta sim uma “telenovela” da vida<br />

real, com episódios burlescos e insólitos<br />

que atravessam o drama da<br />

sobrevivência e a tragédia <strong>de</strong> vidas<br />

dissolvidas, em meia dúzia <strong>de</strong> meses,<br />

e o <strong>de</strong>smoronar do castelo <strong>de</strong> cartas<br />

<strong>de</strong> várias gerações, ruindo ao sopro<br />

<strong>de</strong> uma História que connua por<br />

escreveras, em meia dúzia <strong>de</strong> meses<br />

e o <strong>de</strong>smoronar do castelo <strong>de</strong> cartas<br />

<strong>de</strong> várias gerações, ruindo ao sopro<br />

<strong>de</strong> uma História que connua por<br />

escrever.<br />

Mas que Comissão era esta?<br />

Como já foi aflorado era exclusivamente<br />

constuída por voluntários, a<br />

maior parte dos quais apenas se oferecia<br />

para conhecer os meandros da<br />

“organização” e para mais facilmente<br />

furar as regras que se tentavam <strong>de</strong>finir<br />

– para que houvesse or<strong>de</strong>m – e enquadrar<br />

“esquemas” que possibilitassem<br />

as corruptelas dos oportunistas e<br />

permissem fugir mais rapidamente,<br />

num qualquer avião que “caísse” na<br />

pista, mesmo que sob dissimulação,<br />

no “cockpit”.<br />

Foi esta “organização” que este escriba<br />

procurou coor<strong>de</strong>nar, apoiado por<br />

dúzia e meia <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iros altruístas<br />

(Homens e Mulheres).<br />

Depois “disto”, compreen<strong>de</strong>r-se-ão<br />

muitas “estórias” que se po<strong>de</strong>rão<br />

contar – quiçá se contarão – on<strong>de</strong> o<br />

drama, a ternura, a emoção, o amor e<br />

o ódio, a paixão e o medo, o altruísmo<br />

e o <strong>de</strong>sespero e, seguramente a coragem,<br />

se entrecruzam temperando autêncos<br />

casos <strong>de</strong> telenovela.<br />

Esta sim, uma “telenovela” da vida<br />

real com episódios burlescos e insólitos<br />

que atravessam o drama da sobrevivência<br />

e a tragédia <strong>de</strong> vidas dissolvidas,<br />

em meia dúzia <strong>de</strong> meses, e o <strong>de</strong>smoronar<br />

do castelo <strong>de</strong> cartas <strong>de</strong> várias<br />

gerações, ruindo ao sopro <strong>de</strong> uma<br />

História que connua por escrever.<br />

(Connua no próximo numero)


No ano <strong>de</strong> 2005, a formação <strong>de</strong> condução<br />

na Marinha foi transferida totalmente<br />

para a Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

no contexto da exnção do Grupo nº<br />

1 <strong>de</strong> Escolas da Armada, em Vila Franca<br />

<strong>de</strong> Xira. Na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> já<br />

exisa um pólo <strong>de</strong> formação e um dos<br />

dois centros <strong>de</strong> exames da Marinha,<br />

reconhecidos pela então DGV. Assim,<br />

todos os recursos, humanos e materiais,<br />

foram transferidos para a Escola<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, sendo criado o Departamento<br />

<strong>de</strong> Formação em Transportes<br />

Terrestres (DFTT) que inclui o Gabinete<br />

<strong>de</strong> Instrução <strong>de</strong> Viaturas (GIV) e o<br />

Centro <strong>de</strong> Exames <strong>de</strong> Marinha, reconhecido<br />

pelo Instuto para a Mobilida<strong>de</strong><br />

e Transportes Terrestres (IMTT),<br />

para a atribuição <strong>de</strong> cerficados <strong>de</strong><br />

condução <strong>de</strong> todas as categorias <strong>de</strong><br />

veículos, passíveis <strong>de</strong> serem averbados<br />

directamente aos bolens <strong>de</strong> condução<br />

civis.<br />

O DFTT ficou assim responsável pela<br />

formação <strong>de</strong> praças e sargentos das<br />

classes V (Condutores - em exnção)<br />

e MS (Manobras e Serviços) na vertente<br />

da condução, e da realização<br />

<strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> aperfeiçoamento (ex.:<br />

autocarros e veículos arculados) e<br />

<strong>de</strong> especialização, como é o caso do<br />

curso <strong>de</strong> Especialização em Condutores<br />

para <strong>Fuzileiros</strong> (FZV).<br />

Este curso, com uma duração <strong>de</strong> cerca<br />

<strong>de</strong> 4 meses, confere aos formandos a<br />

qualificação legalmente exigida para<br />

a condução <strong>de</strong> todas as categorias<br />

<strong>de</strong> veículos e proporciona-lhes conhecimentos<br />

e perícias no âmbito da<br />

condução tácca e da condução em<br />

todo-o-terreno (TT). Para tal, o DFTT<br />

realiza, em alguns casos com a colaboração<br />

da Companhia <strong>de</strong> Apoio <strong>de</strong><br />

Transportes Táccos (CATT) do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, exercícios <strong>de</strong> campo,<br />

para o treino e aperfeiçoamento <strong>de</strong>stas<br />

técnicas e perícias.<br />

Neste enquadramento e no âmbito do<br />

Curso <strong>de</strong> Especialização em Condutores<br />

<strong>de</strong> Automóveis (EMV02) 1ª Edição<br />

<strong>de</strong> 2011, realizou-se o Exercício <strong>de</strong><br />

condução Tácca e Todo-o-Terreno<br />

TT1101, <strong>de</strong> 12 a 14 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2011,<br />

na zona <strong>de</strong> Tróia e Pinheiro da Cruz.<br />

Tendo-se consi<strong>de</strong>rado importante conhecer<br />

outras técnicas e abordagens<br />

à condução TT, bem como técnicas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempanagem, o DFTT propôs-se,<br />

Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

PILOTO ELISABETE JACINTO COLABORA<br />

COM ESCOLA DE FUZILEIROS<br />

CALM Picciochi recebe Elisabete<br />

Jacinto em PAN Tróia<br />

com a autorização do Comando da EF,<br />

en<strong>de</strong>reçar um convite a um piloto <strong>de</strong><br />

referência nesta matéria com o intuito<br />

<strong>de</strong> colaborar nesta formação. Diríamos<br />

que naturalmente o nome <strong>de</strong><br />

imediato lembrado foi o da Piloto Elisabete<br />

Jacinto, face à sua enorme experiência<br />

nesta matéria, fruto da sua<br />

parcipação em inúmeras provas TT,<br />

<strong>de</strong> que se salientam o Rali Paris-Dakar<br />

e o Rali Africa Race, com resultados<br />

dignos <strong>de</strong> registo, quer na condução<br />

<strong>de</strong> motas, quer, sobretudo, ao volante<br />

do seu camião MAN TGS do Team<br />

Oleoban/MAN Portugal, no qual ainda<br />

recentemente repeu o triunfo alcançado<br />

no ano passado numa prova<br />

da Taça do Mundo.<br />

A este convite, a Piloto Elisabete Jacinto<br />

respon<strong>de</strong>u com enorme disponibilida<strong>de</strong><br />

e simpaa, <strong>de</strong>slocando-se<br />

à área <strong>de</strong> exercícios no dia 13 <strong>de</strong> Julho,<br />

acompanhada pelo gestor da sua<br />

equipa e responsável pela logísca e<br />

também seu marido, Jorge Gil.<br />

Após a recepção efectuada pelo Comandante<br />

do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

CALM Picciochi e pelo Comandante<br />

da Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, CMG FZ Pereira<br />

Leite, seguiu-se um almoço no<br />

Ponto <strong>de</strong> Apoio Naval <strong>de</strong> Tróia, e a<br />

<strong>de</strong>slocação para a área <strong>de</strong> exercícios<br />

on<strong>de</strong> foi possível trocar experiências<br />

e conhecimentos, tendo Elisabete Jacinto<br />

parlhado a sua vasta experiência<br />

com os formadores e formandos<br />

presentes no exercício, bem como<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar o que é<br />

feito em ambiente militar, e, inclusivamente<br />

feito uma pequena experiência<br />

21<br />

<strong>de</strong> condução com veículos do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Elisabete Jacinto revelou a curiosida<strong>de</strong><br />

e sasfação <strong>de</strong> ter sido a primeira<br />

vez que foi convidada para parlhar<br />

a sua experiência na área <strong>de</strong> condução.<br />

Enalteceu o profissionalismo dos<br />

condutores presentes e salientou a<br />

importância <strong>de</strong> vários aspectos <strong>de</strong> segurança<br />

em TT, nomeadamente o uso<br />

do cinto <strong>de</strong> segurança, como factores<br />

que contribuem para o sucesso da<br />

“missão” <strong>de</strong> condução nas mais diceis<br />

condições do terreno, referindo<br />

as vezes em que um a<strong>de</strong>quado cinto<br />

<strong>de</strong> segurança lhe permiu permanecer<br />

com o total controlo da condução<br />

(volante e pedais), mesmo quando a<br />

viatura se eleva nas irregularida<strong>de</strong>s<br />

do terreno.<br />

Almoço e oferta <strong>de</strong> livro alusivo<br />

aos 50 anos da EF (PAN Tróia)<br />

Referiu também a importância da<br />

manutenção <strong>de</strong> uma boa condição<br />

sica – a piloto <strong>de</strong>dica, diariamente,<br />

duas horas ao seu treino sico – que<br />

consi<strong>de</strong>ra essencial para manter a<br />

plenitu<strong>de</strong> das suas faculda<strong>de</strong>s ao<br />

longo das provas e para o organismo<br />

respon<strong>de</strong>r “em tempo úl” ao esforço<br />

requerido.<br />

Tratou-se <strong>de</strong> uma primeira abordagem,<br />

<strong>de</strong> uma parlha <strong>de</strong> conhecimentos<br />

muito proveitosa para formadores<br />

e formandos, ficando a promessa para<br />

futuras colaborações nesta área, que<br />

a Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e o DFTT preten<strong>de</strong>m<br />

ver aprofundadas.<br />

5Comentários e troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias sobre<br />

os exercícios realizados (Pinheiro da<br />

Cruz)<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


22<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

SALA DE ESTAR DE PRAÇAS QP DA BASE DE FUZILEIROS<br />

Após um interregno <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

anos, foi reaberta em novas instalações,<br />

a Sala “Marinheiro FZE Manuel<br />

José Franco Belo” <strong>de</strong>snada às Praças<br />

dos Quadros Permanentes (QP´s) da<br />

Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, no passado dia 25<br />

<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2011. Este novo espaço <strong>de</strong><br />

lazer constuía uma anga ambição<br />

do Comando, e <strong>de</strong>sna-se aos militares<br />

QP´s da guarnição sendo extensiva<br />

aos seus familiares e convidados.<br />

Na cerimónia presidida pelo Comandante<br />

da Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, CMG FZ<br />

Ova Correia, esveram presentes Sua<br />

Excelência o Comandante do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, CALM Cortes Picciochi,<br />

o Segundo Comandante do Corpo <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong>, CMG FZ Sousa Ribeiro, outros<br />

Oficiais do Estado-Maior, o Oficial<br />

Capelão e Comandantes <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s<br />

FZ, Chefes <strong>de</strong> Serviço, Sargentos e a<br />

Praça QP mais anga <strong>de</strong> cada Serviço.<br />

A reconversão <strong>de</strong>sta infra-estrutura situada<br />

junto ao Bar da Guarnição, e na<br />

praça on<strong>de</strong> se encontra exposta a viatura<br />

“Chaimite”, foi feita com gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>dicação e empenho pelo pessoal do<br />

Nasceu a 28 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1947, na<br />

freguesia da Atouguia da Baleia, Peniche,<br />

e requereu a admissão à Armada<br />

em Dezembro <strong>de</strong> 1964, com a<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 17 anos. Após a formação<br />

no G.2.E.A (E.F.) foi promovido a 2º<br />

Grumete FZ, e paru para a sua primeira<br />

campanha na Guiné em Junho<br />

<strong>de</strong> 1966.<br />

Três meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter iniciado a<br />

sua primeira campanha é louvado<br />

pelo Comandante do Destacamen-<br />

Serviço Geral, Serviço <strong>de</strong> Electricida<strong>de</strong>,<br />

Secção <strong>de</strong> Serralharia e Carpintaria<br />

da Unida<strong>de</strong>, sendo o novo recheio<br />

e <strong>de</strong>coração obda por via <strong>de</strong> verbas<br />

da Unida<strong>de</strong>, e outras ofertas das Unida<strong>de</strong>s,<br />

nomeadamente da Unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Meios <strong>de</strong> Desembarque.<br />

O patrono da Sala, que serviu a Armada<br />

nos <strong>Fuzileiros</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 18 anos <strong>de</strong><br />

MARINHEIRO FZE MANUEL JOSÉ FRANCO BELO<br />

Notas pessoais<br />

to Nº7 <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais (DFE<br />

7), pelos serviços extraordinários e<br />

importantes que nha realizado em<br />

campanha, tendo o louvor sido avocado<br />

pelo Comandante da Defesa<br />

Maríma da Guiné, Comodoro Francisco<br />

Ferrer Caeiro a 19 <strong>de</strong> Setembro<br />

<strong>de</strong> 1966.<br />

Em Dezembro <strong>de</strong> 1966, volta a ser<br />

louvado pelo DFE 7 e pelo mesmo<br />

Comodoro, por ter <strong>de</strong>monstrado elevado<br />

espírito combavo, coragem e<br />

<strong>de</strong>sprezo pelo perigo, sendo-lhe posteriormente<br />

atribuída a medalha <strong>de</strong><br />

Mérito Militar <strong>de</strong> Cobre dos Serviços<br />

Disntos por <strong>de</strong>spacho do General<br />

Chefe das Forças Armadas da Guiné.<br />

Aos 23 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, registava<br />

dois Louvores Individuais por actos<br />

pracados em operações na Guiné<br />

e 5 Louvores Colecvos. Também<br />

havia sido con<strong>de</strong>corado com a cruz<br />

<strong>de</strong> Guerra <strong>de</strong> 4ª Classe, por serviços<br />

prestados em combate e com a Medalha<br />

Militar <strong>de</strong> Serviços Disntos<br />

ida<strong>de</strong> (ver notas pessoais na caixa),<br />

combateu no território da Guiné e<br />

<strong>de</strong> Angola, tendo evi<strong>de</strong>nciado sempre<br />

um enorme espírito combavo<br />

e coragem sica invulgar, faleceu na<br />

sequência do rebentamento <strong>de</strong> uma<br />

mina an-carro no Chilombo, Angola<br />

em Novembro <strong>de</strong> 1973, ao serviço da<br />

CF 6.<br />

(Guiné). Na mesma altura, e ao longo<br />

<strong>de</strong> uma comissão em Angola, foi<br />

agraciado com um Louvor Individual,<br />

on<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rava os serviços por<br />

ele prestados como extraordinários,<br />

relevantes e disntos.<br />

No dia 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1973 pelas<br />

16:40 horas, quando se efectuava<br />

o transporte <strong>de</strong> pessoal para patrulhamento<br />

das matas a Leste do Chilombo,<br />

Angola, foi accionada uma<br />

mina an-carro nas proximida<strong>de</strong>s<br />

do Rio Matoche. Do rebentamento<br />

<strong>de</strong>sta resultou ferimentos no 119/65<br />

Mar FZE Belo, que após evacuação<br />

para o aquartelamento do <strong>de</strong>stacamento<br />

<strong>de</strong> Marinha do Zambeze, faleceu<br />

víma dos ferimentos sofridos.<br />

Após a transladação do corpo em 18<br />

<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1974, da Vila <strong>de</strong> Teixeira<br />

<strong>de</strong> Sousa para Luanda, a urna<br />

chegou a Lisboa, via maríma, em 07<br />

<strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1974, tendo sido sepultado<br />

dois dias <strong>de</strong>pois no cemitério da<br />

Nazaré.


DIA DO FUZILEIRO 2 DE JULHO DE 2011<br />

Na sequência das nocias já publicadas<br />

em “<strong>de</strong>staque”, no Site da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> dá-se à estampa<br />

um pequeno resumo do que foi a<br />

comemoração do Dia do Fuzileiro e,<br />

especialmente, da cerimónia <strong>de</strong> inauguração<br />

do Monumento ao Fuzileiro<br />

implantado na rotunda a que a Câmara<br />

Municipal do Barreiro <strong>de</strong>liberou<br />

chamar “Rotunda dos <strong>Fuzileiros</strong>” integrando-a<br />

na toponímia da cida<strong>de</strong>.<br />

S. Ex.ª o Presi<strong>de</strong>nte da República chegou<br />

ao local da cerimónia às 11.30 horas<br />

acompanhado pelo Senhor Tenente-General,<br />

Chefe da sua Casa Militar,<br />

sendo recebido pelos Senhores Presi<strong>de</strong>ntes<br />

da Câmara e da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e pelos Senhores, Secretário<br />

<strong>de</strong> Estado Adjunto e da Defesa<br />

Nacional e Chefe do Estado Maior da<br />

Armada.<br />

As honras militares ao Primeiro Magistrado<br />

da Nação foram prestadas<br />

por um Batalhão <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> a três<br />

companhias, integrando o Estandarte<br />

Nacional e os Estandartes do Corpo,<br />

da Escola e da Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, a<br />

Fanfarra e a Banda da Armada, bem<br />

como os Guiões das angas Unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> que prestaram serviço<br />

em Angola, Guiné e Moçambique.<br />

À volta da Rotunda dos <strong>Fuzileiros</strong> e<br />

do Monumento marcaram presença,<br />

também, os guiões, da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> e das nossas Delegações<br />

do Algarve, <strong>de</strong> Gaia e <strong>de</strong> Juromenha/<br />

Elvas.<br />

Nas Tribunas veram lugar todas as<br />

enda<strong>de</strong>s convidadas pela Câmara<br />

Municipal do Barreiro e pela <strong>Associação</strong><br />

Nacional <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> rondando<br />

as trezentas personalida<strong>de</strong>s<br />

civis e militares incluindo as Altas<br />

Individualida<strong>de</strong>s.<br />

Assisu à cerimónia uma muldão<br />

<strong>de</strong> gente que se <strong>de</strong>slocou <strong>de</strong> todo o<br />

País e que se juntou à população do<br />

Barreiro po<strong>de</strong>ndo falar-se em muitos<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas.<br />

Esta cerimónia teve a iniciava da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> sendo apoiada<br />

pelo Município do Barreiro e pela Marinha,<br />

com especial <strong>de</strong>staque para o<br />

Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Eventos<br />

PRESIDENTE DA REPÚBLICA INAUGURA<br />

MONUMENTO AO FUZILEIRO<br />

A comemoração do Dia do Fuzileiro<br />

iniciou-se cerca das 09.00 horas, com<br />

a concentração da “Gran<strong>de</strong> Família<br />

dos <strong>Fuzileiros</strong>” na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

e com a parda <strong>de</strong> cinco autocarros<br />

da Direcção <strong>de</strong> Transportes da Marinha<br />

que efectuaram o transporte <strong>de</strong><br />

ida e regresso das pessoas para e do<br />

Barreiro.<br />

Finda a cerimónia <strong>de</strong> inauguração,<br />

cerca das 12.30 horas e, <strong>de</strong> volta a<br />

Vale do Zebro houve o tradicional almoço<br />

convívio, na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

tendo a respecva organização<br />

melhorado muito em relação ao ano<br />

passado.<br />

Tratou-se <strong>de</strong> uma longa mas bonita e<br />

emocional jornada, cheia <strong>de</strong> nível e<br />

<strong>de</strong> disciplina consenda que terminou<br />

perto das 5 horas da tar<strong>de</strong>, no <strong>de</strong>curso<br />

da qual se mataram sauda<strong>de</strong>s e se<br />

disten<strong>de</strong>ram nostalgias.<br />

23<br />

O Monumento é da autoria do escultor<br />

Tolenno <strong>de</strong> Lagos e preten<strong>de</strong><br />

retratar um <strong>de</strong>sembarque dando o<br />

relevo a um bote zebro com um fuzileiro<br />

a saltar para terra e mostrando,<br />

ao fundo, a silhueta <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong><br />

guerra.<br />

De notar que a específica cerimónia<br />

<strong>de</strong> inauguração do Monumento<br />

– junto do qual S. Ex.ª o Presi<strong>de</strong>nte<br />

da República <strong>de</strong>scerrou uma lápi<strong>de</strong><br />

e prestou homenagem aos <strong>Fuzileiros</strong><br />

já <strong>de</strong>saparecidos, nomeadamente,<br />

aos que pereceram em combate – <strong>de</strong>correu<br />

com parcular civismo, or<strong>de</strong>m<br />

disciplina e rigor, não tendo sido possível<br />

vislumbrar a mais pequena nota<br />

discordante.<br />

Estamos, pois, todos <strong>de</strong> parabéns:<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, Câmara Municipal<br />

do Barreiro, e a Marinha (Corpo,<br />

Escola e Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>) sendo<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


24<br />

justo <strong>de</strong>stacar o empenhamento do<br />

pessoal do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e do<br />

Município do Barreiro, bem como a<br />

parcular <strong>de</strong>dicação dos tulares dos<br />

Órgãos Sociais da AFZ, <strong>de</strong>signadamente,<br />

da sua Direcção e dos dirigentes<br />

das Delegações, sem o empenhamento<br />

e espírito <strong>de</strong> entrega dos quais, não<br />

seria possível este rotundo sucesso.<br />

Segundo cremos foi a primeira vez<br />

que um Presi<strong>de</strong>nte da República, em<br />

Portugal, inaugurou um Monumento<br />

em homenagem a uma força militar<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Eventos<br />

<strong>de</strong> elite, em praça pública e discursou<br />

em cerimónia <strong>de</strong>sta natureza.<br />

Importa referir que o nosso Monumento<br />

vai ser melhorado.<br />

Venceu e sedimentou-se a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

serem colocadas, estratégica e este-<br />

camente, cinco pedras ao redor do<br />

monumento com uma das faces revesda<br />

<strong>de</strong> pedra “moleana”, nelas se<br />

recortando as imagens planificadas<br />

dos cinco connentes com os locais,<br />

por on<strong>de</strong> os <strong>Fuzileiros</strong> esveram, <strong>de</strong>vidamente<br />

assinalados.<br />

Orgulho <strong>de</strong> todos nós e profusamente<br />

referenciado por Instuições Militares<br />

e Civis, porventura anteriormente<br />

alheias à <strong>Associação</strong>, o Monumento<br />

ao Fuzileiro constui já referencial<br />

altaneiro do Município do Barreiro,<br />

da Marinha <strong>de</strong> Guerra, da <strong>Associação</strong><br />

que é nossa e do próprio País.<br />

Por tudo isto constui – diríamos – a<br />

quase obrigação <strong>de</strong> todos os Fuzilei-<br />

DISCURSO DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO<br />

DE FUZILEIROS<br />

Excelenssimo Senhor Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República, Exm.º Senhor Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Câmara Municipal do Barreiro,<br />

Exm.º Senhor Secretário <strong>de</strong> Estado<br />

Adjunto e da Defesa Nacional, Exm.º<br />

Senhor Almirante Chefe do Estado<br />

Maior da Armada, Exm.º Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Assembleia Municipal, Exm.º Senhor<br />

Chefe da Casa Militar <strong>de</strong> S. Exª.<br />

o P. da R., Exm.º Senhor Almirante<br />

CN , Emm.º Senhor Comandante do<br />

Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, Exms.º Senhores<br />

Almirantes ex- CEMAs, Sr.s Almirantes<br />

e Generais , Ilustres Convidados, Minhas<br />

Senhoras e Meus Senhores.<br />

Permita-me V. Ex.ª, Senhor Presi<strong>de</strong>nte<br />

da República <strong>de</strong> lhe pedir vénia para<br />

o cumprimentar e para lhe dizer da<br />

subida honra que a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

sente em que o nosso monumento<br />

seja inaugurado pela mão do<br />

Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco<br />

Silva.<br />

Permita-me, ainda, V. Ex.ª que em largas<br />

pinceladas – não <strong>de</strong> arsta mas<br />

<strong>de</strong> homem <strong>de</strong> todos os dias que sente<br />

pulsar no coração este vírus que<br />

não mata mas que se alimenta a si a<br />

próprio, qual seja o do mísco fuzileiro<br />

– trace alguma história, porque <strong>de</strong><br />

história já se po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve falar quanto<br />

o tempo transforma o tempo em 390<br />

anos.<br />

Os <strong>Fuzileiros</strong> Portugueses têm origem<br />

na mais anga unida<strong>de</strong> militar permanente<br />

<strong>de</strong> Portugal, o Terço da Armada<br />

da Coroa (1621) tendo sido, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

logo consi<strong>de</strong>rado uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elite<br />

que, a responsabilida<strong>de</strong> e a honra<br />

da guarda pessoal do Rei <strong>de</strong> Portugal<br />

confirmou.<br />

Ao longo do século XVIII, o Terço da<br />

Armada da Coroa <strong>de</strong> Portugal sofreu<br />

reorganizações mas a maior foi<br />

quando, no final do século, D. Maria I<br />

mandou concentrar todos os seus regimentos<br />

<strong>de</strong> marinha na nova Brigada<br />

Real da Marinha.<br />

Quando da ocupação napoleónica<br />

(1808) e da parda da Família Real, a<br />

Brigada Real embarcou, também, na<br />

sua maioria, para o Brasil e, neste nosso<br />

País irmão <strong>de</strong>u origem ao Corpo <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> Navais.<br />

Em meados do século XIX, com a total<br />

militarização do pessoal da Armada<br />

Portuguesa esta <strong>de</strong>cidiu exnguir a<br />

sua componente anbia e, naturalmente,<br />

a Brigada Real.<br />

ros e <strong>de</strong> cada um, per<strong>de</strong>r ganhando,<br />

pelo menos um dia para visitar o Monumento<br />

e homenagear a memória<br />

<strong>de</strong> todos nós mas, especialmente, dos<br />

que já encetaram a viagem para além<br />

<strong>de</strong> nós.<br />

Mais do que muitas palavras falará o<br />

conjunto <strong>de</strong> fotos que se publica e os<br />

discursos dos Presi<strong>de</strong>ntes da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, da Câmara Municipal<br />

do Barreiro e o <strong>de</strong> S. Ex.ª o Presi<strong>de</strong>nte<br />

da República para o qual se<br />

chama parcular atenção.


Porém, em 1924, volta-se a uma unida<strong>de</strong><br />

anbia permanente, a Brigada<br />

da Guarda Naval, exnta em 1934.<br />

Contudo, a indispensabilida<strong>de</strong> dos<br />

fuzileiros transformou-se em necessida<strong>de</strong><br />

óbvia e senda a parr <strong>de</strong> 1961,<br />

com o início da Guerra do Ultramar<br />

sendo então estes recriados e cons-<br />

tuídos em Destacamentos <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Especiais e em Companhias <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> Navais sendo que, até 1975,<br />

mais <strong>de</strong> 14.000 fuzileiros combateram<br />

nos teatros <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> Angola,<br />

Guiné e Moçambique.<br />

Mas, voltada que foi a página da <strong>de</strong>scolonização,<br />

esta força <strong>de</strong> elite, com<br />

reconhecidos pergaminhos na guerra,<br />

logo soube criá-los na Paz com igual<br />

dignida<strong>de</strong> e assinalando, outrossim,<br />

com igual elevação, o seu conhecido<br />

e pico cariz humanista.<br />

Foi então que os <strong>Fuzileiros</strong> marcaram<br />

novamente presença em três connentes:<br />

Europa – Bósnia; África – Guiné,<br />

Cabo Ver<strong>de</strong>, Moçambique, Angola<br />

e Congo; Ásia - Timor e Afeganistão;<br />

Enfim, o reinício do percurso dos cinco<br />

connentes tantos quanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o Terço da Armada da Coroa, os fuzileiros<br />

veram <strong>de</strong> percorrer com igual<br />

garbo e sendo <strong>de</strong> missão e honra da<br />

Pátria.<br />

Ilustres Convidados,<br />

Minhas senhoras e meus Senhores:<br />

Teria <strong>de</strong> me penitenciar junto <strong>de</strong> todos<br />

quantos, neste momento represento<br />

se não tornasse pública, ao menos,<br />

curssima resenha da sua ainda<br />

pequena história mas forssima afirmação,<br />

no quadro do associavismo<br />

nacional e se não retratasse, sumariamente,<br />

a sua natureza e fins.<br />

Quanto à história:<br />

- Após a Revolução <strong>de</strong> Abril, não fazendo<br />

excepção à ânsia generalizada<br />

<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> movimentos associavos,<br />

também os fuzileiros, com preocupação<br />

patrióca tentaram reunirse<br />

em associação na <strong>de</strong>fesa dos seus<br />

parculares princípios e valores.<br />

- Porém só em 29 <strong>de</strong> Março 1977 foi<br />

registada a 1.ª escritura pública.<br />

- Decorrida a úlma década <strong>de</strong> árduo<br />

e procuo trabalho, que envolveu <strong>de</strong>zenas<br />

e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> Homens que <strong>de</strong>ram<br />

o melhor <strong>de</strong> si próprios à causa,<br />

aqui estamos – com um novo quadro<br />

estatutário – orgulhosos do passado e<br />

do presente, com muita Fé no futuro<br />

Eventos<br />

e com a consciência <strong>de</strong> termos angido<br />

um nível <strong>de</strong> parceiro dialogante,<br />

nas vertentes civil e militar.<br />

Quanto à natureza e fins:<br />

- A AFZ tem a natureza <strong>de</strong> uma associação<br />

<strong>de</strong> direito privado, com personalida<strong>de</strong><br />

jurídica, sem fins lucravos<br />

e procura conservar e <strong>de</strong>senvolver<br />

os valores que sempre presidiram ao<br />

espírito <strong>de</strong> serviço, <strong>de</strong> camaradagem,<br />

<strong>de</strong> lealda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> coragem, <strong>de</strong> sacricio<br />

e <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> dos <strong>Fuzileiros</strong><br />

e da Marinha <strong>de</strong> Guerra Portuguesa,<br />

preten<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>senvolver intervenção<br />

nos âmbitos cultural cienfico,<br />

histórico, das ciências militares e das<br />

artes mas, parcularmente, na área<br />

social <strong>de</strong> apoio aos mais carenciados<br />

e <strong>de</strong>sfavorecidos.<br />

Senhor Presi<strong>de</strong>nte da República,<br />

Excelência:<br />

Esta iniciava, também ela <strong>de</strong> excelência<br />

– perpetuar a figura do Fuzileiro,<br />

na guerra e na Paz – não tem só a<br />

ver com a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

A “culpa” <strong>de</strong> tudo isto e do incómodo<br />

que causámos a V. Ex.ª sobrecarregando<br />

a sua já pesada agenda é, também,<br />

da Câmara Municipal do Barreiro e da<br />

Marinha, <strong>de</strong>ntro da qual – permitase-nos<br />

o pequeno “bairrismo” – realçamos<br />

o Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

A Câmara Municipal, personalizada<br />

no indispensável e claro apoio do seu<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>u-nos a rotunda, as infra-estruturas<br />

e, sobretudo, a sua manifesta<br />

colaboração.<br />

A Marinha, a nossa Marinha, <strong>de</strong>u-nos<br />

os meios que sempre envolvem a recepção<br />

condigna do Primeiro Magistrado<br />

da Nação, quase diríamos, “<strong>de</strong>unos<br />

tudo”, o que equivale por dizer, a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer e <strong>de</strong> fazer bem e,<br />

não menos importante, os apoios aní-<br />

25<br />

micos que nos permiram levar por<br />

diante esta pequena aventura. V. Ex.ª<br />

Sr. Chefe do Estado Maior da Armada<br />

é, também, o “culpado”. “Penitenciese”.<br />

O Senhor Tolenno <strong>de</strong> Lagos, beneficiou-nos<br />

com seu talento e arte.<br />

Vamos terminar por agra<strong>de</strong>cer a todos<br />

quantos, sem excepção, contribuíram<br />

para tornar possível esta realização<br />

que, cremos, constui marco histórico<br />

que permirá à <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

no futuro, cumprir no âmbito<br />

social, o sonho dos nossos <strong>de</strong>sígnios:<br />

a “Casa Sénior dos <strong>Fuzileiros</strong>” - para<br />

que todos possamos morrer com<br />

dignida<strong>de</strong>.<br />

Obrigado à Marinha, obrigado à Câmara<br />

Municipal do Barreiro, obrigado<br />

a todos os Ilustres Convidados,<br />

porque todos o são, por terem dado<br />

lustro e visibilida<strong>de</strong> a esta cerimónia,<br />

obrigado aos sócios pela forma como<br />

colaboraram.<br />

A todos muito obrigado porque, porventura<br />

terão contribuído para que a<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> – neste mundo<br />

alucinantemente veloz e eivado <strong>de</strong><br />

resquícios do mais puro individualismo<br />

ponha <strong>de</strong> lado inexoráveis inevitabilida<strong>de</strong>s<br />

e connue com a Esperança<br />

<strong>de</strong>, quiçá po<strong>de</strong>r constuir mais uma<br />

ilha <strong>de</strong> ventos tranquilos soprando<br />

solidarieda<strong>de</strong>.<br />

V. Ex.ª Senhor Presi<strong>de</strong>nte da República<br />

integrou, seguramente, boa parte<br />

do vento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> que por<br />

aqui soprou, muito obrigado. MUITO<br />

Obrigado, por PORTUGAL.<br />

Disse.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


26<br />

DIA DO FUZILEIRO 2 DE JULHO DE 2011<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Eventos<br />

DISCURSO DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO BARREIRO<br />

Sua Excelência Senhor Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República, Professor Doutor Aníbal<br />

Cavaco Silva; Senhor Secretário <strong>de</strong><br />

Estado Adjunto da Defesa Nacional,<br />

Dr. Paulo Braga Lino; Senhor Chefe do<br />

Estado Maior da Armada, Almirante<br />

Saldanha Lopes; Senhor Presi<strong>de</strong>nte da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, Comandante<br />

Francisco Preto; Senhores Autarcas;<br />

Restantes Convidados; Minhas Senhoras<br />

e Meus Senhores<br />

A todos saúdo!<br />

Bem-vindos ao Barreiro.<br />

Esta é a nossa terra. Com o seu passado,<br />

o seu presente e o seu futuro:<br />

todos feitos <strong>de</strong> resistência, <strong>de</strong> combate,<br />

<strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong><br />

sonho.<br />

Um mol<strong>de</strong> forjado, como em tantos<br />

outros lugares e por tantos outros<br />

portugueses, na <strong>de</strong>fesa dos interesses<br />

públicos do País e do Povo português:<br />

da sua autonomia e in<strong>de</strong>pendência,<br />

da sua Liberda<strong>de</strong> e crescimento.<br />

É nesta terra e entre este povo que<br />

hoje vos encontrais.<br />

E é com eles, connosco, que po<strong>de</strong>is<br />

contar para, em <strong>de</strong>fesa daqueles<br />

mesmos interesses e princípios, criar<br />

mais riqueza, mais emprego e maior<br />

produvida<strong>de</strong>.<br />

Bem-vindos, pois!<br />

É com imenso respeito e gran<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ração<br />

que parcipamos na Cerimónia<br />

<strong>de</strong> Inauguração do Monumento<br />

<strong>de</strong> Homenagem aos <strong>Fuzileiros</strong>, no<br />

mesmo momento em que se comemora<br />

o quinquagésimo aniversário da<br />

sua escola em Vale <strong>de</strong> Zebro, aqui no<br />

concelho do Barreiro.<br />

As forças armadas representam um<br />

elemento central na <strong>de</strong>fesa da soberania<br />

e da in<strong>de</strong>pendência nacional,<br />

assumindo-se como pilar da Liberda<strong>de</strong><br />

e da Democracia.<br />

A <strong>de</strong>fesa que estas lhes <strong>de</strong>vem, e que<br />

a Constuição da República <strong>de</strong> 1976<br />

lhes confere, exige muito. Impõe muitos<br />

sacricios. Mas impõe-nos a todos<br />

nós.<br />

As forças armadas e a marinha, das<br />

barricadas da rotunda ou da revolta<br />

dos marinheiros à madrugada <strong>de</strong> 25<br />

<strong>de</strong> Abril, <strong>de</strong>monstraram, sempre, estar<br />

à altura dos valores cuja <strong>de</strong>fesa<br />

lhes foi confiada.<br />

Saibamos, também, cada um <strong>de</strong> nós<br />

estar a esta altura.<br />

Vivemos tempos diceis. Muitas das<br />

opções que hoje estão a ser tomadas<br />

afectarão o futuro próximo <strong>de</strong> Portugal<br />

e da generalida<strong>de</strong> dos portugueses.<br />

No entanto, somos dos que convictamente<br />

acreditamos nas capacida<strong>de</strong>s<br />

dos Barreirenses para encontrar as soluções<br />

a<strong>de</strong>quadas à superação das dificulda<strong>de</strong>s<br />

com que nos confrontam.<br />

Construímos ao longo dos úlmos<br />

anos um conjunto <strong>de</strong> projectos que,<br />

uma vez concrezados, permirão<br />

transformar o Barreiro, uma vez mais,<br />

num pólo <strong>de</strong> progresso, <strong>de</strong> crescimento<br />

e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> riqueza. Permi<br />

que, a traços breves, vos transmita<br />

três das nossas principais ambições:<br />

Necessitamos que o território da an-<br />

ga Cuf/Quimigal, actualmente património<br />

do estado, se reerga.<br />

Para ele, estamos, com o apoio <strong>de</strong><br />

muitos parceiros, a construir um plano<br />

que, associado à construção da<br />

TTT com funções rodo-ferroviárias,<br />

contribuirá para a afirmação <strong>de</strong> Lisboa<br />

enquanto gran<strong>de</strong> Cida<strong>de</strong> Região,<br />

mais internacional, apta a disputar o<br />

seu lugar com outras gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s<br />

europeias.<br />

Temos uma imensa zona ribeirinha<br />

abrangendo os rios Tejo e Coina.<br />

O Barreiro tentará, sem precipitações<br />

mas com convicção, firmeza e ambição,<br />

concrezar uma estratégia que<br />

aposte neste imenso território.<br />

Mas apenas um esforço integrado<br />

po<strong>de</strong>, a este tulo, produzir os resultados<br />

que precisamos <strong>de</strong> alcançar.<br />

O Barreiro cresce com quem nele vive,<br />

trabalha e intervém.<br />

É terra <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto, <strong>de</strong> música, <strong>de</strong> cultura<br />

e <strong>de</strong> artes. Com um importanssimo<br />

património industrial.<br />

Estes traços são os nossos. Este património<br />

é o nosso.<br />

Reforçar estas apostas, reforçar a<br />

aposta nas pessoas, mesmo quando<br />

condicionados pela conjuntura económica<br />

e financeira, é essencial e<br />

<strong>de</strong>terminante.<br />

Meus senhores,<br />

Os tempos que vivemos exigem-nos<br />

a todos, e parcularmente aos que<br />

têm responsabilida<strong>de</strong>s nos órgãos <strong>de</strong><br />

soberania, o respeito e a <strong>de</strong>fesa clara<br />

e intransigente da nossa história e das<br />

nossas aspirações.<br />

Só po<strong>de</strong>remos superar os problemas<br />

com que nos confrontamos com mais<br />

trabalho e com mais Democracia.<br />

Excelências, Desejo finalizar afirmando<br />

a sasfação que tenho por estar<br />

aqui com os representantes da Marinha<br />

e das Forças Armadas, na Sua<br />

presença, a prestar esta homenagem<br />

aos mais <strong>de</strong> 22 000 <strong>Fuzileiros</strong> que, ao<br />

longo dos úlmos 50 anos, passaram<br />

pela Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Temos mando um excelente relacionamento.<br />

Temos trabalhado e arculado<br />

em conjunto, e reconhecemos,<br />

em primeira mão, o papel que a Escola<br />

os <strong>Fuzileiros</strong> têm para o Barreiro.<br />

Hoje, com o monumento aqui inaugurado,<br />

perpetuamos o trabalho realizado<br />

e reforçamos os laços que<br />

construímos.<br />

Dediquemos, por fim, este monumento<br />

aos filhos da Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Todos eles foram, e são, pelo menos<br />

em parte, filhos do nosso Barreiro.<br />

Todos nós somos, também em parte,<br />

filhos da vossa Escola.<br />

Vivam os <strong>Fuzileiros</strong>!<br />

Viva a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>!<br />

Viva a Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>!<br />

Viva o Barreiro!


DIA DO FUZILEIRO 2 DE JULHO DE 2011<br />

Homenageamos, neste dia, os <strong>Fuzileiros</strong><br />

portugueses. Fazemo-lo nesta laboriosa<br />

cida<strong>de</strong> do Barreiro, tão ligada<br />

à Marinha e aos Descobrimentos, tanto<br />

ao nível da construção naval como<br />

da produção <strong>de</strong> manmentos para o<br />

abastecimento das nossas frotas.<br />

Os <strong>Fuzileiros</strong>, com origem longínqua<br />

no “Terço da Armada da Coroa <strong>de</strong><br />

Portugal”, estão ligados a momentos<br />

importantes da nossa História. São<br />

militares <strong>de</strong> elite que, pela sua bravura,<br />

coragem e <strong>de</strong>terminação, se disnguiram<br />

nos teatros <strong>de</strong> operações em<br />

África e que tão relevantes serviços<br />

têm prestado ao País. Saúdo <strong>de</strong> forma<br />

especial os Veteranos <strong>de</strong> Guerra aqui<br />

presentes.<br />

Na actualida<strong>de</strong>, releva-se o elevado<br />

padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho dos nossos<br />

<strong>Fuzileiros</strong> em operações internacionais<br />

<strong>de</strong> apoio à paz e <strong>de</strong> assistência<br />

humanitária em Timor-Leste, Guiné-<br />

Bissau, Moçambique, República Democráca<br />

do Congo e Afeganistão,<br />

sendo <strong>de</strong> sublinhar, igualmente, a<br />

forma profissional e <strong>de</strong>stemida como<br />

têm parcipado nas missões <strong>de</strong> combate<br />

à pirataria no Índico.<br />

São militares altamente treinados,<br />

que cruzam e protegem o mar, e <strong>de</strong>ste<br />

projectam na terra o seu po<strong>de</strong>r, pela<br />

surpresa, pelo ímpeto e pela valena,<br />

abrindo caminho e cumprindo missões<br />

em quaisquer ambientes operacionais,<br />

on<strong>de</strong> quer que Portugal <strong>de</strong>les<br />

precise.<br />

<strong>Fuzileiros</strong>,<br />

É o espírito vivido nas dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

quem senu o perigo à sua volta, <strong>de</strong><br />

quem viu os camaradas sofrerem no<br />

corpo e na alma as agruras do combate,<br />

é o orgulho <strong>de</strong> serem servidores<br />

da Pátria com uma conduta digna, e<br />

quantas vezes heróica, que hoje vos<br />

une e aqui vos traz em tão gran<strong>de</strong> número,<br />

para um são convívio e parlha<br />

<strong>de</strong> emoções. Como é vosso apanágio,<br />

“Fuzileiro uma vez Fuzileiro para<br />

sempre”.<br />

É este espírito que vos leva a congregarem-se<br />

à volta da vossa <strong>Associação</strong>,<br />

contagiando aqueles que vos são próximos<br />

com o apego a valores essenciais,<br />

bem vivos em cada um <strong>de</strong> vós: o<br />

sendo do <strong>de</strong>ver, a amiza<strong>de</strong>, a camaradagem<br />

e a solidarieda<strong>de</strong>.<br />

Eventos<br />

DISCURSO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> tem acompanhado<br />

com <strong>de</strong>dicação os problemas<br />

dos seus associados. A união <strong>de</strong><br />

esforços e as acções <strong>de</strong> apoio àqueles<br />

a quem a vida não corre <strong>de</strong> feição são<br />

fundamentais. Na vida, como no combate,<br />

o Fuzileiro não <strong>de</strong>ixa ninguém<br />

para trás.<br />

É <strong>de</strong> toda a jusça dirigir, nesta ocasião,<br />

uma palavra especial à cida<strong>de</strong> do<br />

Barreiro, pela forma como tem acolhido<br />

e acarinhado os seus <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

traduzida num forte senmento <strong>de</strong><br />

mútua pertença, <strong>de</strong> que todos, justamente,<br />

se orgulham.<br />

Quero saudar a conjugação <strong>de</strong> esforços<br />

entre a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e<br />

a Câmara Municipal do Barreiro, que<br />

permiu a criação <strong>de</strong> um monumento<br />

que se perpetuará no tempo e que dá<br />

expressão ao reconhecimento do Fuzileiro<br />

como um pilar <strong>de</strong> coragem, <strong>de</strong><br />

galhardia e <strong>de</strong> respeito pelos valores<br />

pátrios.<br />

<strong>Fuzileiros</strong>,<br />

Mantenham este vosso espírito <strong>de</strong><br />

corpo, espalhem esta cultura <strong>de</strong> profissionalismo<br />

e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

bem-fazer. Sem bons exemplos, não<br />

há bons seguidores, e todos temos <strong>de</strong><br />

parcipar no esforço <strong>de</strong> construir um<br />

Portugal mais forte e capaz, tanto nas<br />

gran<strong>de</strong>s como nas pequenas realizações<br />

do nosso dia-a-dia.<br />

Como acabámos <strong>de</strong> ouvir no hino da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, “só tem Pátria<br />

quem sabe lutar”.<br />

Os Portugueses são um Povo lúcido,<br />

valente e com uma sabedoria ancestral<br />

que lhes permite, em situações<br />

27<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> crise, escolher um caminho<br />

seguro rumo à estabilida<strong>de</strong> e à garan-<br />

a da sua in<strong>de</strong>pendência.<br />

Somos um Povo com uma Pátria que<br />

amamos, com referências, com valores<br />

e com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combater<br />

e superar os <strong>de</strong>safios que se nos<br />

apresentam.<br />

Essa capacida<strong>de</strong> está agora posta à<br />

prova. Estou certo <strong>de</strong> que, mais uma<br />

vez, iremos vencer.<br />

Muito obrigado.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


28<br />

Mais um evento cultural notável, da<br />

iniciava da Direcção, teve lugar no<br />

passado dia 5 <strong>de</strong> Outubro.<br />

O coral “Alma <strong>de</strong> Coimbra” <strong>de</strong>slocouse<br />

à Casa da Cultura do Barreiro para<br />

presentear a Cida<strong>de</strong> e os Sócios da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> com um concerto<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> nível.<br />

O “Alma <strong>de</strong> Coimbra” integrando cerca<br />

<strong>de</strong> 40 figuras incluiu, para além das<br />

vozes, um piano, um trompete, um<br />

violino e um violoncelo, bem como<br />

um grupo <strong>de</strong> guitarras <strong>de</strong> Coimbra e<br />

abriu o seu espectáculo com a interpretação<br />

do Hino da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong>, especialmente ensaiado<br />

para o evento.<br />

Para conhecimento das caracteríscas<br />

e da história <strong>de</strong>ste coral remetemos<br />

para o texto do Comt. Cardoso<br />

Moniz, publicado neste número <strong>de</strong> “O<br />

Desembarque” e para os elementos<br />

oportunamente inseridos no site da<br />

<strong>Associação</strong>.<br />

No gran<strong>de</strong> anfiteatro da Casa da Cultura<br />

do Barreiro esveram presentes<br />

cerca <strong>de</strong> 400 pessoas a que se juntaram<br />

o Presi<strong>de</strong>nte da Câmara e alguns<br />

Vereadores, os Comandantes do Corpo,<br />

da Escola e da Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

vários convidados <strong>de</strong> honra da Câma-<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Eventos<br />

CORAL “ALMA DE COIMBRA”<br />

NA CASA DE CULTURA DO BARREIRO<br />

ra e da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e, obviamente,<br />

os seus Dirigentes, ao nível<br />

<strong>de</strong> todos os órgãos sociais.<br />

A iniciava foi apoiada pelo Município<br />

que ce<strong>de</strong>u as instalações, os equipamentos<br />

<strong>de</strong> som e luz, bem como o<br />

respecvo pessoal, que actuou com<br />

gran<strong>de</strong> profissionalismo. Cabe aqui,<br />

também, uma palavra <strong>de</strong> saudação e<br />

elogio às equipas <strong>de</strong> relações públicas<br />

da Câmara e ao Secretariado Nacional<br />

da AFZ que, embora num dia <strong>de</strong> feriado,<br />

não se pouparam a esforços para<br />

que tudo <strong>de</strong>corresse com organização<br />

e normalida<strong>de</strong> revelando, muito para<br />

além da sua competência, uma verda<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong>dicação às causas.<br />

Merece referência a nossa Delegação<br />

<strong>de</strong> Gaia que não quis <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> se fazer<br />

representar expressivamente, o<br />

que mereceu muitos comentários posivos<br />

da várias personalida<strong>de</strong>s e emprestou<br />

à festa o especial cunho dos<br />

<strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Parcular <strong>de</strong>staque <strong>de</strong>ve ser dado<br />

ao patrocínio do Comt. José Cardoso<br />

Moniz, Presi<strong>de</strong>nte do Conselho Fiscal<br />

e Vice-Presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong> Veteranos<br />

da AFZ sem os conhecimentos<br />

e a colaboração do qual não teria<br />

sido possível ter-se posto <strong>de</strong> pé mais<br />

este gran<strong>de</strong> evento da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong>.<br />

No inicio do espectáculo, o Vice-Presi<strong>de</strong>nte<br />

da AFZ <strong>de</strong>u as boas-vindas à<br />

Câmara Municipal do Barreiro, aos<br />

Comandos do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, às<br />

muitas Senhoras presentes na sala, à<br />

população do Barreiro e ao “Alma <strong>de</strong><br />

Coimbra”.<br />

Por fim, os Presi<strong>de</strong>ntes da Câmara e da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> discursaram,<br />

agra<strong>de</strong>cendo aos munícipes, aos fuzileiros<br />

e, parcularmente, ao “Alma <strong>de</strong><br />

Coimbra” os gran<strong>de</strong>s momentos que<br />

nos proporcionaram.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte da Câmara fez largado<br />

elogio aos fuzileiros <strong>de</strong> Portugal e o<br />

Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong> fechou com<br />

um oportuno “Viva Portugal” secundado<br />

por toda a assistência.<br />

O espectáculo encerrou com a chamada<br />

ao palco dos sócios Campos e<br />

Sousa, autor da música, Pacheco <strong>de</strong><br />

Amorim, autor da letra do Hino da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, e do Comandante<br />

Cardoso Moniz, a alma <strong>de</strong>sta<br />

iniciava, com mais uma interpretação<br />

do Hino, cantado <strong>de</strong> pé por toda<br />

a gente, com o grito dos <strong>Fuzileiros</strong> e<br />

com um vibrante “FRA” do “Alma <strong>de</strong><br />

Coimbra.


Eventos<br />

DISCURSO DO PRESIDENTE DO CORAL “ALMA DE COIMBRA”<br />

A presença do Alma <strong>de</strong> Coimbra a<br />

convite da Direcção da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, e por intermédio do<br />

nosso querido Amigo, Comandante<br />

José Cardoso Moniz, é, simultaneamente<br />

uma gran<strong>de</strong> honra e um acto<br />

<strong>de</strong> gradão <strong>de</strong>vido a um Corpo <strong>de</strong><br />

Combatentes que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre e<br />

ao longo do meio século <strong>de</strong> existência,<br />

que ora comemoramos, não raras<br />

vezes em momentos e teatros <strong>de</strong><br />

operações muito diceis, ofereceu<br />

exemplos admiráveis <strong>de</strong> bravura e <strong>de</strong><br />

abnegação. Permitam-me que, em<br />

nota pessoal – parlhada por alguns<br />

dos presentes que com ele igualmente<br />

privaram ‒ evoque a figura do 1.º<br />

Tenente Fuzileiro José Carlos Falcão<br />

Lucas, saudoso e incomparável amigo<br />

dos tempos <strong>de</strong> Coimbra, que tão<br />

prematuramente nos <strong>de</strong>ixou. Como o<br />

lembrámos na preciosíssima letra que<br />

o Diogo Pacheco <strong>de</strong> Amorim compôs<br />

para a Marcha dos <strong>Fuzileiros</strong>! E como<br />

senmos a injusça do silêncio a que<br />

tem sido votado o autor da música, o<br />

Zé Campos e Sousa, arsta <strong>de</strong> superior<br />

dimensão musical e moral.<br />

O Alma <strong>de</strong> Coimbra é obra da vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> angos estudantes<br />

<strong>de</strong> Coimbra, hoje dispersos pelo Con-<br />

nente e Ilhas (temos um representante<br />

da Ma<strong>de</strong>ira e outro dos Açores),<br />

que - acima da saudável diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> opiniões e <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong>s – se<br />

revêem na memória <strong>de</strong> uma juventu<strong>de</strong><br />

académica imbuída dos Valores e<br />

da Mísca da velha Escola, no gosto<br />

pela música coral e no convívio e na<br />

troca <strong>de</strong> experiências que tudo isso<br />

propicia.<br />

O segredo da vitalida<strong>de</strong> alcançada<br />

pelo Alma <strong>de</strong> Coimbra em meia dúzia<br />

<strong>de</strong> anos e do seu percurso apesar disso<br />

já assinalável assenta no talento,<br />

na criavida<strong>de</strong> – e por que não dizêlo?<br />

‒ Na infinita paciência do Maestro<br />

Augusto Mesquita, em boa verda<strong>de</strong> o<br />

motor e a bússola que nos foi guiando<br />

e aclarando pelo caminho que<br />

intuíamos.<br />

Na esteira <strong>de</strong> Mestres como Fernando<br />

Pessoa, Agosnho da Silva ou Adriano<br />

Moreira, acreditamos que, encerrado<br />

em <strong>de</strong>finivo um ciclo da nossa História,<br />

com as suas luzes e as suas sombras<br />

– todas elas nosso património<br />

sagrado! – a nossa Pátria é a Língua<br />

Portuguesa. Uma Pátria que senmos<br />

com acrescida intensida<strong>de</strong> em todos<br />

aqueles espaços e lugares on<strong>de</strong> a presença<br />

<strong>de</strong> Portugal, mesmo em tempos<br />

afastados, ainda é recordada num<br />

manto <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> que se transmite<br />

<strong>de</strong> geração em geração…<br />

Permitam-me que, a este propósito e<br />

não sem alguma emoção, lembre aqui<br />

as visitas do Alma <strong>de</strong> Coimbra a Macau,<br />

a Timor-Leste, ou a Goa, Damão<br />

e Cochim - on<strong>de</strong> perduram centenas<br />

<strong>de</strong> vocábulos <strong>de</strong> origem portuguesa<br />

<strong>de</strong>ixados pelos nossos antepassados,<br />

e se exibe com orgulho e júbilo, nos<br />

cartões pessoais, entre parêntesis,<br />

o nome <strong>de</strong> família português <strong>de</strong> que<br />

não abdicam.<br />

Este concerto é o primeiro após o falecimento<br />

<strong>de</strong> mais um querido amigo<br />

do Alma <strong>de</strong> Coimbra. Se mais não<br />

29<br />

houvesse – e há – o culto dos valores<br />

que nos animam neste nosso percurso<br />

- a amiza<strong>de</strong>, a gradão, o respeito<br />

pelo outro, na afinida<strong>de</strong> como na diferença!<br />

– Jamais me dispensariam<br />

<strong>de</strong> evocar o espírito in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

generoso e humil<strong>de</strong> do José Niza, figura<br />

incontornável da nossa música e<br />

da nossa cultura. Nele - como no também<br />

muito saudoso maestro José Calvário<br />

– encontrámos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira<br />

hora palavras <strong>de</strong> apoio e incenvo<br />

<strong>de</strong>veras importantes. E, em parcular<br />

o Prof. Augusto Mesquita que com<br />

ambos manteve, ao longo dos úlmos<br />

15/20 anos, uma relação <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> trabalho muito frutuosas no plano<br />

da criação musical.<br />

São <strong>de</strong>le, José Niza, estas palavras, ditas<br />

por ocasião da nossa parcipação<br />

em 2008, na homenagem que lhe foi<br />

prestada pela Câmara Municipal <strong>de</strong><br />

Santarém: “O Alma <strong>de</strong> Coimbra está a<br />

fazer êxito, em Portugal e pelo mundo,<br />

cantando exclusivamente música<br />

portuguesa; o que prova que não só<br />

no estrangeiro como em Portugal se<br />

faz boa música. O Alma <strong>de</strong> Coimbra<br />

constui um exemplo <strong>de</strong> homenagem<br />

à Língua portuguesa e aos compositores<br />

portugueses. Por isso, na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Assembleia-Geral<br />

da Socieda<strong>de</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Autores,<br />

quero também agra<strong>de</strong>cer-vos em<br />

nome <strong>de</strong> todos eles...”. Mais palavras,<br />

para quê?...<br />

Em sua homenagem, e cingidos pela<br />

enorme beleza da melodia, Sras e Srs,<br />

“E Depois do A<strong>de</strong>us”.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


30<br />

Como é sabido, as comemorações oficiais<br />

do “Dia <strong>de</strong> Portugal e do Combatente”<br />

ocorreram, este ano, em Castelo<br />

Branco, sob a presidência <strong>de</strong> S. Ex.ª<br />

o Presi<strong>de</strong>nte da República e em Lisboa<br />

(Belém), sob a presidência do Senhor<br />

Tenente-General José Armando Vizela<br />

Cardoso.<br />

Em Castelo Branco, para além dos<br />

discursos do Presi<strong>de</strong>nte da Comissão<br />

Organizadora Senhor Prof. Doutor António<br />

Barreto e <strong>de</strong> S. Ex.ª o Presi<strong>de</strong>nte<br />

da República marcou ponto alto a<br />

parada militar e o <strong>de</strong>sfile das forças<br />

militares tendo <strong>de</strong>sfilado, também, os<br />

angos combatentes integrados em<br />

representações das suas associações.<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> foi representada<br />

pelo seu Presi<strong>de</strong>nte da Direcção,<br />

Comt. Lhano.<br />

É <strong>de</strong> realçar a postura e o aprumo da<br />

nossa representação o que proporcionou<br />

referências <strong>de</strong> várias enda<strong>de</strong>s.<br />

Em Lisboa, on<strong>de</strong> marcaram presença<br />

milhares <strong>de</strong> pessoas veram também,<br />

lugar as comemorações do “Dia do<br />

Combatente” junto ao Monumento<br />

dos Combatentes e na Igreja dos Jerónimos<br />

(com a celebração <strong>de</strong> Missa)<br />

que foram “marcadas pelo espírito <strong>de</strong><br />

fraternida<strong>de</strong> lusófona e pela elevação<br />

e dignida<strong>de</strong>” tendo “como único<br />

propósito celebrar a Pátria e honrar<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Eventos<br />

DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES E DO COMBATENTE<br />

A ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS FEZSE REPRESENTAR E PARTICIPOU EM CASTELO BRANCO E EM LISBOA<br />

os seus combatentes”. As cerimónias<br />

em Belém foram precedidas por uma<br />

Conferência, na Fundação Calouste<br />

Gulbenkian, presidida pelo Prof. Doutor<br />

Adriano Moreira, subordinada ao<br />

tema “A Presença <strong>de</strong> Portugal em África”<br />

sendo um dos painéis mo<strong>de</strong>rado<br />

pelo nosso Sócio Honorário, Almirante<br />

Vieira Maas.<br />

O Presi<strong>de</strong>nte da Comissão Execuva,<br />

Tenente-General Vizela Cardoso discursou,<br />

tendo homenageado <strong>de</strong> uma<br />

forma geral, “todos quantos, ao longo<br />

da nossa história, chamados um dia “a<br />

Servir, tombaram no campo da honra,<br />

em qualquer época ou ponto do globo”<br />

e foram, em parcular evocados<br />

os elementos da PSP mortos ao serviço<br />

<strong>de</strong> Portugal.<br />

Seguidamente, representantes <strong>de</strong> várias<br />

enda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>positaram coroas <strong>de</strong><br />

flores no Monumento, homenageando<br />

os mortos em combate, <strong>de</strong>signadamente,<br />

a Liga e as Associações <strong>de</strong><br />

Combatentes, cabendo aqui <strong>de</strong>stacar<br />

o nosso Sócio Honorário, Comandante<br />

Alpoim Calvão que <strong>de</strong>positou coroa<br />

em nome dos galardoados com a Or<strong>de</strong>m<br />

Militar da Torre Espada, do Valor,<br />

Lealda<strong>de</strong> e Mérito.<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> Fuzileiro fez-se representar<br />

pelo seu Vice-Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Direcção, Dr. Marques Pinto (que<br />

integrou, na tribuna, os convidados<br />

<strong>de</strong> honra) e por uma <strong>de</strong>legação cons-<br />

tuída por 16 sócios comandada pelo<br />

Sarg. José Talhadas que – impecavelmente<br />

trajados – <strong>de</strong>sfilaram, com par-<br />

cular postura e aprumo, precedidos<br />

do nosso já tradicional Porta Guião,<br />

o SarMor Coisinhas, seguida <strong>de</strong> mais<br />

cerca <strong>de</strong> meia centena <strong>de</strong> sócios. Ouviu-se,<br />

no final, o “Grito do Fuzileiro”.<br />

O ponto <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> argos da nossa<br />

“Loja” <strong>de</strong>u também, visibilida<strong>de</strong> à <strong>Associação</strong><br />

e aos <strong>Fuzileiros</strong> <strong>de</strong> Portugal.<br />

No final das cerimónias, O Vice-Presi<strong>de</strong>nte<br />

recebeu, em nome da AFZ,<br />

parculares referências e os parabéns<br />

do General Vizela Cardoso, <strong>de</strong> outros<br />

Oficiais Generais, do Almirante Vieira<br />

Maas e do Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> Comandos que disse: «Vocês, este<br />

ano capricharam».<br />

Posteriormente recebeu-se uma carta<br />

pessoal do General Vizela Cardoso<br />

agra<strong>de</strong>cendo a boa colaboração da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> que, fazia a<br />

seguinte referência especial:<br />

«Destaco a forma garbosa e impecável<br />

como os <strong>Fuzileiros</strong> marcharam em<br />

redor do Monumento na parte final<br />

da cerimónia».<br />

Sem dúvida, mérito <strong>de</strong> todos nós mas,<br />

parcularmente, dos que integraram<br />

o grupo do nosso Encontro Nacional.


MAIS UMA CONQUISTA NA IGREJA NOVA<br />

Costuma dizer-se que quem não aparece<br />

esquece. Provérbio que <strong>de</strong>sta<br />

vez não funcionou, porque todos os<br />

oradores, que intervieram na cerimónia,<br />

referenciaram <strong>de</strong> forma elogiosa<br />

a presença da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Todos os Fuzos senram que<br />

valeu a pena, mais uma vez, termos<br />

estado presentes aceitando o convite<br />

do nosso camarada e amigo Domingos<br />

Janota que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira hora<br />

tem dinamizado todos os eventos que<br />

na freguesia da Igreja Nova têm sido<br />

efectuados, dando a <strong>de</strong>vida relevância<br />

aos ex. combatentes, e a quantos<br />

<strong>de</strong>ram a vida pela Pátria. É disso testemunho<br />

o monumento já inaugurado e<br />

do agora talhão para os combatentes,<br />

muito <strong>de</strong>stacado pelo emoldurado requinte<br />

que o envolve, no cemitério da<br />

freguesia, obra com tal dignida<strong>de</strong> que<br />

só um Fuzileiro com a sensibilida<strong>de</strong> e<br />

o querer do Janota, podia conseguir. O<br />

seu empenho em mais uma conquista<br />

que dignifique a úlma morada dos<br />

combatentes da sua freguesia foi realçado<br />

por todos os oradores, nas pessoas<br />

dos Senhores Coronel Figueiredo<br />

representando a <strong>Associação</strong> dos Com-<br />

ASSOCIAÇÃO NA COMEMORAÇÃO DA BATALHA DE LA LYS<br />

Decorreram no passado dia 09 <strong>de</strong><br />

Abril <strong>de</strong> 2011, as Cerimónias Comemoravas<br />

do 93º Aniversário da Batalha<br />

<strong>de</strong> La Lys, Dia do Combatente e da<br />

75ª Romagem ao Túmulo do Soldado<br />

Desconhecido, presidida por S. Ex.ª o<br />

Ministro da Defesa Nacional Prof. Dr.<br />

Augusto Santos Silva, estando ainda<br />

presentes as mais altas enda<strong>de</strong>s Militares<br />

Civis.<br />

Nas Cerimónias, alusivas a esta efeméri<strong>de</strong><br />

assinalaram a sua presença uma<br />

Companhia Mista a (03) Três Pelotões,<br />

comandada por (Oficial) Capitão da<br />

Força Aérea, com o 3º Pelotão <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

integrado e a ser comandado<br />

pelo GMAR FZ Maia, da Companhia nº<br />

22, do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Os Guiões da Liga/núcleos <strong>de</strong> Combatentes<br />

e da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

associaram-se às Comemorações<br />

<strong>de</strong>ste aniversário, marcando presença<br />

na missa, parada Militar e, posteriormente,<br />

no interior do Mosteiro da<br />

Batalha.<br />

A AFUZ, associando-se a outras Associações<br />

neste acto, digno e solene,<br />

Eventos<br />

batentes <strong>de</strong> Mafra, do Coronel Hilário,<br />

da Liga dos Combatentes e do Senhor<br />

Deputado Hél<strong>de</strong>r Sousa Dias, ex Vereador<br />

da Câmara <strong>de</strong> Mafra, agora também<br />

membro da Comissão <strong>de</strong> Defesa<br />

Nacional. A exemplo dos outros anos,<br />

mais uma vez honrou todos os combatentes<br />

no discurso proferido, dando<br />

o <strong>de</strong>vido relevo ao que o País <strong>de</strong>ve aos<br />

seus Combatentes.<br />

Depois das cerimónias alusivas, que<br />

<strong>de</strong>ram moldura a este dia 06 <strong>de</strong> Agosto<br />

seguiu-se o almoço, a que se asso-<br />

prestando assim homenagem a todos<br />

aqueles que combateram e tombaram<br />

em <strong>de</strong>fesa da Pátria.<br />

Várias Instuições Militares, Civis e<br />

Estrangeiras, tal como a <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> colocaram uma coroa<br />

<strong>de</strong> flores, no tumulto do Soldado<br />

Desconhecido.<br />

A convite da comissão organizadora<br />

Liga dos Combatentes, a <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> fez-se representar nesta<br />

31<br />

ciaram as pessoas da Freguesia, e todos<br />

os convidados.<br />

Nunca é <strong>de</strong>mais agra<strong>de</strong>cer ao Domingos<br />

Janota, o quanto tem feito pela<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e pelos ex<br />

Combatentes.<br />

A alegria que <strong>de</strong>le emana, por ter presentes<br />

os seus Camaradas <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

nos eventos que organiza é testemunho<br />

vivo do alto apreço em que tem a<br />

sua <strong>Associação</strong>.<br />

Mário Manso<br />

sua <strong>de</strong>slocação ao Mosteiro da Batalha,<br />

com 09 elementos, tendo sido<br />

chefiada pelo Presi<strong>de</strong>nte da Direcção.<br />

No final da cerimónia, e durante o almoço,<br />

ainda assim, houve tempo para<br />

confraternizar com angos e novos<br />

camaradas <strong>de</strong> armas, prevalecendo<br />

assim o espírito <strong>de</strong> grupo, lealda<strong>de</strong>,<br />

camaradagem, solidarieda<strong>de</strong> e a boa<br />

disposição <strong>de</strong> todos os presentes.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


32<br />

O DOMINGOS<br />

Eram 23 horas daquela noite escura<br />

quando, no cais Pigigui, se dá<br />

início ao embarque do Destacamento<br />

na LDM (302 ou 303?). Estávamos<br />

em Junho <strong>de</strong> 1967 e era<br />

o pr inc ípio <strong>de</strong> m a is um a ope ra çã o.<br />

Como o Fuzileiro nunca avança para<br />

uma missão com dúvidas sobre a sua<br />

finalida<strong>de</strong>, o disposivo tácco a empregar<br />

no local e quais os meios disponíveis<br />

para actuar, o briefing que<br />

antece<strong>de</strong>u o embarque nha sido<br />

bem claro: o objecvo da operação<br />

era um acampamento referenciado<br />

pelo Domingos, situado a pouco mais<br />

<strong>de</strong> dois quilómetros da margem do rio<br />

Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buba e que seria tomado<br />

pelo Destacamento, através <strong>de</strong> um<br />

golpe <strong>de</strong> mão, logo que rompessem<br />

os primeiros alvores. Era um acampamento<br />

com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> guerrilheiros<br />

bem armados e ditribuídos por várias<br />

palhotas. A progressão seria através<br />

<strong>de</strong> uma mata muito <strong>de</strong>nsa, por isso<br />

dicil. Por ser classificada como uma<br />

operação <strong>de</strong> alto risco, houve um reforço<br />

em munições e granadas.<br />

O Domingos era um rapaz dos seus<br />

18/19 anos, ligado ao PAIGC <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

criança e capturado numa emboscada.<br />

Bem constuído fisicamente, falava,<br />

escrevia e lia correctamente o português.<br />

Pela sua simpaa o Domingos<br />

conquistou a confiança <strong>de</strong> todos e,<br />

sem ser submedo a qualquer pressão,<br />

<strong>de</strong>u importantes informações sobre<br />

este e outros acampamentos.<br />

Aproximava-se a hora do <strong>de</strong>sembarque<br />

e aquela noite escura começa a<br />

ser iluminada por gran<strong>de</strong>s “flashes”<br />

vindos não se sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, seguidos<br />

<strong>de</strong> enormes trovões e <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong><br />

água vinda do céu.<br />

Passavam vinte minutos das três horas<br />

quando a porta da lancha se abateu<br />

sobre a margem esquerda daquele<br />

gran<strong>de</strong> rio começando <strong>de</strong> imediato<br />

o <strong>de</strong>sembarque feito, como se previa,<br />

em condições muito diceis: água<br />

pelo peito seguido <strong>de</strong> uma penosa travessia<br />

pelo tarrafe e lodo. Os Destacamentos<br />

eram formados por homens<br />

que se <strong>de</strong>stavam pela sua agilida<strong>de</strong> sica<br />

e pela sua resistência, qualida<strong>de</strong>s<br />

uma vez mais aqui <strong>de</strong>monstradas.<br />

Chegados a terra firme, enquanto uns<br />

tentam rar o máximo <strong>de</strong> lama do camuflado,<br />

outros aproveitam para beber<br />

uma golada daquela aguar<strong>de</strong>nte<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Estórias<br />

embalada em saquinhos <strong>de</strong> plásco e<br />

previamente distribuída pelo quartelmestre.<br />

A secção da vanguarda pegou<br />

na bússola, viu o rumo a seguir e,<br />

acompanhada pelo Domingos, entrou<br />

na mata numa marcha lenta e cuidada,<br />

pois é aqui que inimigo muitas vezes<br />

aproveita para dar as “boas-vindas”. A<br />

vegetação é <strong>de</strong>nsa e a noite muito es-<br />

cura, por isso os homens avançam <strong>de</strong><br />

mãos dadas não vá algum per<strong>de</strong>r-se.<br />

A escuridão, os trovões e a chuva que<br />

connuava a cair copiosamente, foram<br />

fenómenos que jogaram a favor<br />

do Destacamento, permindo-lhe posicionar-se<br />

sem ser <strong>de</strong>tectado a poucos<br />

metros do acampamento a aguardar<br />

a melhor hora para <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar o<br />

ataque final.<br />

Tudo estava a correr como o previsto<br />

na Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Operações até um guerrilheiro,<br />

provalmente a sennela, sair<br />

do seu reduto para fazer uma necessida<strong>de</strong><br />

fisiológica e no regresso tropeçar<br />

nas pernas <strong>de</strong> um elemento do Destamento<br />

alertando <strong>de</strong> imediato quem<br />

ainda dormia com gritos <strong>de</strong> “tropa no<br />

tabanca”. Calou-se quando uma saraivada<br />

<strong>de</strong> balas <strong>de</strong> uma qualquer G3 foi<br />

ao seu encontro. Seguiu-se uma luta<br />

muito violenta até o inimigo se senr<br />

impotente optando por se refugiar na<br />

mata beneficiando, ele também, da<br />

escuridão e da chuva. Claro que alguns<br />

<strong>de</strong>les ficaram. Ficaram mesmo<br />

para sempre. Apreen<strong>de</strong>ram-se muitas<br />

armas e munições e <strong>de</strong>struiram-se as<br />

casas à granada e pelo fogo.<br />

Consumado o propósito da operação<br />

o Destacamento <strong>de</strong>sloca-se para o<br />

ponto <strong>de</strong> reembarque para o seu re-<br />

Guilhermino Augusto Ângelo<br />

gresso a Bissau, <strong>de</strong>ixando na sua rectaguarda<br />

o vermelhão <strong>de</strong> um sol incapaz<br />

<strong>de</strong> romper aquelas nuvens negras<br />

e um silêncio pesado, medonho, um<br />

silêncio <strong>de</strong> morte.<br />

Não muito longe vêm-se abutres<br />

voando na direcção às colunas <strong>de</strong><br />

fumo que se erguem no céu.<br />

O Domingos esteve alguns meses no<br />

Destacamento. Era já consi<strong>de</strong>rado<br />

como mais um elemento da unida<strong>de</strong>.<br />

O seu comportamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a captura<br />

não <strong>de</strong>ixava dúvidas: estávamos perante<br />

uma pessoa <strong>de</strong> confiança. Estava<br />

mesmo em estudo uma proposta para<br />

lhe ser distribuída uma arma. Puro engano.<br />

O Domingos soube conquistar a<br />

confiança <strong>de</strong> todos e soube esperar,<br />

mas logo que teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sapareceu.<br />

Essa oportunida<strong>de</strong> teve-a<br />

numa operação quando o Destamento<br />

reagia em força a uma emboscada.<br />

O Domingos aproveitou a confusão e<br />

voltou para junto dos seus.<br />

Domingos, estejas on<strong>de</strong> esveres,<br />

quero que saibas que ainda hoje sinto<br />

uma gran<strong>de</strong> simpaa por . É verda<strong>de</strong><br />

que não veste coragem <strong>de</strong> enfrentar<br />

o bote emboscado na margem, mas<br />

veste o arrojo <strong>de</strong> te lançares à água<br />

mesmo não sabendo nadar. Cheguei<br />

a tempo e salvei-te <strong>de</strong> morreres afogado.<br />

A mesma sorte não veram os<br />

que te acompanhavam a <strong>de</strong>scer o rio<br />

naquela enorme piroga. Não te recrimino<br />

pela tua “<strong>de</strong>serção”. O teu patriosmo<br />

foi mais forte e o teu PAIGC<br />

certamente te voltou a receber <strong>de</strong><br />

braços abertos. Para , Domingos, um<br />

abraço do tamanho da tua Guiné.


O 2º TENENTE QUE NINGUÉM CONSEGUIA CALAR<br />

O Segundo Tenente que ninguém conseguia<br />

calar<br />

Durante o mês <strong>de</strong> Janeiro, Fevereiro<br />

e Março <strong>de</strong> 1970, esve com o 2º<br />

Tenente RN Fuz na base <strong>de</strong> Canturé,<br />

na Guiné. Um Oficial altamente inteligente,<br />

com gran<strong>de</strong> formação literária,<br />

mas com muito pouco espírito Militar.<br />

Refilava com os Oficiais mais angos,<br />

como nunca nha conhecido outro<br />

igual, ao ponto <strong>de</strong> eu lhe dizer, se con-<br />

nuar assim, qualquer dia vai para a<br />

prisão! Tendo-me respondido, talvez<br />

isso fosse bom! Seria a maneira <strong>de</strong> eu<br />

ir para Bissau. Mas já agora, agra<strong>de</strong>çolhe<br />

o conselho e vou pensar seriamente<br />

nisso. À noite, à hora do jantar, era a<br />

altura i<strong>de</strong>al para <strong>de</strong>bater os pontos <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> cada um. Como é evi<strong>de</strong>nte o<br />

mais ango era o que nha mais tempo<br />

<strong>de</strong> antena, por norma era o que<br />

sabia mais <strong>de</strong> guerrilha, pelo menos<br />

estava melhor informado. Só que, o<br />

Ten. raramente estava <strong>de</strong> acordo com<br />

o chefe, como tal, eram frequentes as<br />

discussões entre eles. Mas até aqui,<br />

nada a notar <strong>de</strong> especial. Passado uns<br />

dias, nha eu acabado <strong>de</strong> comer, já<br />

estava na esplanada a conversar com<br />

uns camaradas, quando começamos<br />

a ouvir um daqueles <strong>de</strong>bates mais a<br />

sério, mas que discussão! Ouvia-se<br />

o mais ango a gritar para o outro:<br />

Burro! Burro! Burro! Mas que é isto?<br />

Comento eu com o meu amigo! Ele<br />

respon<strong>de</strong>-me, já não vai mais vinho<br />

para aquela mesa! Qual não é o meu<br />

espanto, quando vejo o Ten. a sair da<br />

messe a correr aos ziguezagues para a<br />

esplanada a zurrar como os burros, hi!<br />

hó! hi! hó! hi! hó! Perguntei-lhe, mas<br />

o que é isso Sr. Tenente? Respon<strong>de</strong>me<br />

altamente. Fui promovido a burro<br />

e agora ando a pracar!<br />

O mesmo Sr. Ten. foi por mim informado,<br />

no dia 18 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1970,<br />

<strong>de</strong> que três elementos da minha secção,<br />

1225/7 Seneiro, e 1227/7 Pinto<br />

e 790/8 Alfaiate, após o regresso <strong>de</strong><br />

uma operação, nham esvaziado os<br />

respevos cacifos e, supostamente,<br />

fugido em direção ao Senegal. O 2º<br />

Ten. foi logo relatar o caso ao mais an-<br />

go, com é evi<strong>de</strong>nte. O chefe é apanhado<br />

<strong>de</strong> surpresa, reage a quente,<br />

e manda-o imediatamente à procura<br />

<strong>de</strong>les, mas nunca pensando que fosse<br />

sozinho! Entretanto eu vou à canna<br />

beber uma fresquinha e no caminho<br />

Estórias<br />

33<br />

Manuel Pires da Silva<br />

Homem Ferro<br />

sou abordado pelo Comandante perguntando-me!<br />

Então o Senhor, não foi<br />

com o Ten. F. à procura dos fugivos?<br />

Eu fiquei embasbacado! Eu não recebi<br />

or<strong>de</strong>ns nenhumas Sr. Comandante! O<br />

chefe faz um comentário: queres ver<br />

que temos mais um fugivo! Entra<br />

em contacto com ele e diz-lhe para<br />

regressar à base antes que seja tar<strong>de</strong>!<br />

O 2º Ten. respon<strong>de</strong> que está seguindo<br />

o rasto e que só termina na fronteira<br />

do Senegal, porque as or<strong>de</strong>ns são<br />

para se cumprir. Chegado a Canturé,<br />

sem qualquer sucesso, com agravante<br />

<strong>de</strong> ter ido sozinho, arrastou consigo,<br />

matéria para uma gran<strong>de</strong> discussão!<br />

Só que o 2º Ten. mais uma vez diz que<br />

tem razão, e que ninguém o consegue<br />

calar!<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


34<br />

DELEGAÇÃO DO ALGARVE<br />

A Delegação <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> do Algarve realizou,<br />

no dia 14 Maio 2011, a sua solene<br />

apresentação que contou com as honrosas<br />

presenças dos Senhores Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Câmara Municipal <strong>de</strong> Albufeira (Dr.<br />

Desidério Jorge Silva), do Comandante<br />

do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> (CAlm. Picciochi) e<br />

do Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

(Com. Lhano Preto), <strong>de</strong> entre outras ilustres<br />

enda<strong>de</strong>s, Camaradas e familiares<br />

juntando, nesta primeira iniciava, cerca<br />

<strong>de</strong> 75 pessoas.<br />

A seguir dão-se à estampa, a lista das enda<strong>de</strong>s<br />

presentes, o programa do evento -<br />

que teve como pontos altos a <strong>de</strong>monstração<br />

operacional levada a cabo pelo Grupo<br />

Etnográfico <strong>de</strong> Quelfes, a apresentação<br />

da Delegação <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> do Algarve,<br />

a troca <strong>de</strong> lembranças e os discursos do<br />

Sr. Presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Albufeira, do<br />

Comandante do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> e do<br />

Presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

Outras enda<strong>de</strong>s presentes: o 2º Comandante<br />

do Corpo <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, o Comandante<br />

da Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, o Comandante<br />

da Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, o Capitão<br />

do Porto <strong>de</strong> Pormão, o Representante<br />

do Comando da Zona Maríma do Sul,<br />

o Representante da Delegação Maríma<br />

<strong>de</strong> Albufeira, o Representante da Liga dos<br />

Combatentes (Faro) o Representação do<br />

Clube “Escolamiza<strong>de</strong>, o Presi<strong>de</strong>nte da Delegação<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> <strong>de</strong> Juromenha/Elvas<br />

e o Presi<strong>de</strong>nte da Delegação <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

<strong>de</strong> Gaia.<br />

A todos a direcção agra<strong>de</strong>ce.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Delegações<br />

Na Fatacil<br />

Numa iniciava inédita, a Delegação <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> do Algarve parcipou este ano<br />

na Feira anual “FATACIL” que <strong>de</strong>correu em<br />

Lagoa, entre os dias 19 e 28 <strong>de</strong> Agosto<br />

2011.<br />

A presença <strong>de</strong> uma tenda alusiva aos FU-<br />

ZILEIROS e à MARINHA, numa das maiores<br />

e mais importantes feiras do Algarve<br />

foi tema que não passou <strong>de</strong>spercebido<br />

aos milhares <strong>de</strong> visitantes que por lá passaram<br />

e que <strong>de</strong>certo marcou uma nova<br />

era na representação dos <strong>Fuzileiros</strong> no<br />

Algarve. Com o objecvo focado na divulgação,<br />

a nossa presença dividiu-se entre<br />

o convívio com Filhos da Escola <strong>de</strong> várias<br />

gerações e a curiosida<strong>de</strong> dos mais novos<br />

que procuraram ali informações sobre a<br />

Marinha e os <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Logo na primeira noite, com uma postura<br />

<strong>de</strong> relevo e o aprumo que nos disngue, a<br />

DELEGAÇÃO <strong>de</strong> FUZILEIROS do ALGARVE<br />

enalteceu-se para receber o Sr. Ministro<br />

COMEMORAÇÕES DA BATALHA DE LA LYS NO ALGARVE<br />

Na manhã <strong>de</strong> 09 <strong>de</strong> Abril<br />

2011 e um pouco por todo<br />

o País, algumas das mais<br />

importantes Enda<strong>de</strong>s<br />

Nacionais juntaram-se<br />

aos militares e ex-combatentes<br />

para homenagear<br />

os Filhos <strong>de</strong> Portugal que,<br />

com honra e bravura, combateram<br />

nas Flandres há<br />

83 anos naquela que ficou<br />

conhecida como a Batalha<br />

<strong>de</strong> La Lys e que reclamou à<br />

Pátria Portuguesa mais <strong>de</strong><br />

7000 vidas do Corpo Expedicionário<br />

Português.<br />

Ao convite da Liga <strong>de</strong> Combatentes<br />

(Delegação <strong>de</strong> Faro), a Delegação da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> do Algarve<br />

gritou “Pronto!” e marcou presença<br />

com seis camaradas numa represen-<br />

tação muito condigna da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> na cerimónia que <strong>de</strong>correu<br />

no Largo São Francisco em<br />

Faro. De fato azul-escuro e cordão<br />

vermelho, a nossa chegada na hora<br />

prevista e aprumo militar com o <strong>de</strong>staque<br />

da boina azul ferrete foi ampla-<br />

da Economia, Doutor Álvaro Santos Pereira<br />

que não ficou indiferente ao Brio <strong>de</strong><br />

quatro <strong>Fuzileiros</strong> vesdos a rigor, lá bem<br />

no fundo do pavilhão principal do parque<br />

<strong>de</strong> Feiras <strong>de</strong> Lagoa. O Sr. Ministro dignouse<br />

a parlhar alguns minutos do seu tempo<br />

connosco, facto que muito nos orgulhou<br />

e, entre dignos comentários e algumas<br />

curiosida<strong>de</strong>s, enalteceu o excelente<br />

trabalho realizado pelos <strong>Fuzileiros</strong> Portugueses<br />

ao se viço <strong>de</strong> Portugal ao longo da<br />

sua honrosa história.<br />

Após o sucesso <strong>de</strong>ste evento, a DELEGA-<br />

ÇÃO <strong>de</strong> FUZILEIROS do ALGARVE vai con-<br />

nuar a sua acção <strong>de</strong> divulgação por todo<br />

o Algarve com variadíssimas iniciavas e<br />

sobretudo dizer “Presente!” aos <strong>de</strong>mais<br />

Filhos da Escola resi<strong>de</strong>ntes no Algarve,<br />

para que saibam e relembrem que nunca<br />

mais estarão sozinhos <strong>de</strong>ste o momento<br />

em que conquistaram aquele boina azul<br />

ferrete, símbolo <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong> família que<br />

são os FUZILEIROS.<br />

mente apreciada no seio das<br />

Enda<strong>de</strong>s, ex-combatentes e<br />

cidadãos civis presentes.<br />

A Cerimónia foi presidida<br />

pelo Sr. Presi<strong>de</strong>nte da Câmara<br />

<strong>de</strong> Faro, Dr. Macário Correia<br />

que, no fim da mesma<br />

se dignou cumprimentar e<br />

agra<strong>de</strong>cer àqueles seis <strong>Fuzileiros</strong><br />

que se <strong>de</strong>stacavam<br />

firmes à frente do público.<br />

Foram-nos ainda apresentados<br />

cumprimentos pelo Sr.<br />

Comandante da Zona Marí-<br />

ma do Sul, CMG Marques<br />

Ferreira e pelo Sr. Presi<strong>de</strong>nte da<br />

Liga <strong>de</strong> Combatentes <strong>de</strong> Faro, Major<br />

Henrique Oliveira, agra<strong>de</strong>cendo-nos<br />

pela honra e dignida<strong>de</strong> que a nossa<br />

presença acrescentou à cerimónia.


Delegação<br />

DELEGAÇÃO DE ELVASJUROMENHA<br />

ENCONTRO EM ELVAS<br />

O evento <strong>de</strong>ste dia não teve qualquer<br />

conotação políca, mesmo tendo<br />

acontecido no dia 28 <strong>de</strong> Maio, e em<br />

que alguém aproveitou para festejar o<br />

seu 85.º Aniversário, coincidência que<br />

ditou o curso do evento e teria sempre<br />

aniquilado quaisquer tentavas<br />

<strong>de</strong> o polizar.<br />

Mais uma vez Elvas foi o local escolhido<br />

por <strong>Fuzileiros</strong> para emoldurar o<br />

encontro anual do Destacamento <strong>de</strong><br />

FZEs. Nº 5 bem incluindo uns quantos<br />

do Destacamento <strong>de</strong> FZEs. Nº 6 e da<br />

Companhia <strong>de</strong> FZs. Nº 10. Um dos seus<br />

organizadores foi o Camarada Óscar<br />

Barradas um dos principais maestros<br />

<strong>de</strong> tão afinada orquestra, tendo como<br />

auxiliares o Pintor, o Mil Homens e o<br />

Garcia, apoiados, na parte burocráca,<br />

pelo “doutorão” António Augusto.<br />

Mesmo sendo composta por diferentes<br />

escolas, e a ter havido alguma <strong>de</strong>safinação,<br />

ninguém terá dado por ela.<br />

Depois <strong>de</strong> uma primeira “emboscada”<br />

que levou a que todos abandonassem<br />

as viaturas, envolvendo os “emboscadores”,<br />

tudo voltou à normalida<strong>de</strong><br />

sem que houvesse a lamentar qualquer<br />

baixa. De seguida, foi colocada<br />

uma coroa <strong>de</strong> flores no monumento<br />

aos Ex Combatentes. O “assalto” seguinte,<br />

teve como objecvo uma visita<br />

ao museu Militar, on<strong>de</strong> mais uma vez<br />

o Sr. Ten. Coronel Ribeiro nos brindou<br />

com uma excelente e sabedora explanação,<br />

faculda<strong>de</strong>s já antes colocadas<br />

ao nosso dispor, aquando da visita ao<br />

forte da (<strong>de</strong>s) Graça.<br />

A manhã foi finalizada com uma missa<br />

na histórica Igreja <strong>de</strong> S. Domingos.<br />

Seguidamente avançou-se para a “ração<br />

<strong>de</strong> combate” atenuando assim a<br />

fome que já se manifestava. De realçar<br />

também, a apresentação da Delegação<br />

<strong>de</strong> Juromenha/Elvas, que se<br />

fez representar por vários Camaradas,<br />

na que foi a sua primeira presentação<br />

pública. Este evento foi ainda emoldurado,<br />

com a comparência <strong>de</strong> vários<br />

convidados, nomeadamente, os Srs.<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Câmara, Comt. do Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, Comtes. da Escola e<br />

da Base <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, do Sr. Coronel<br />

Varandas, responsável pelo museu e<br />

do sempre disponível Ten- Coronel<br />

Ribeiro.<br />

A representação da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

foi muito significava, com a<br />

presença dos seus Presi<strong>de</strong>nte e Vice-<br />

Presi<strong>de</strong>nte e, ainda, do ex Presi<strong>de</strong>nte<br />

da AFZ, Comt. António Mateus. Também<br />

muito visíveis foram os representantes<br />

das Delegações da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> do Algarve e Vila Nova<br />

<strong>de</strong> Gaia, numa bonita manifestação<br />

<strong>de</strong> apoio e solidarieda<strong>de</strong> dos seus Camaradas<br />

<strong>de</strong> Juromenha/Elvas.<br />

Foi uma família <strong>de</strong> várias gerações<br />

que, mais uma vez, mostrou que é<br />

possível conviver sem preconceitos<br />

mas com nível, o que lhe emprestou o<br />

brilho a que todos já nos habituámos<br />

nos encontros <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

O regresso a Lisboa do maior grupo<br />

fez-se em autocarro cedido pela Marinha,<br />

concessão que foi saudada por<br />

todos e que agra<strong>de</strong>cemos.<br />

Os organizadores e os parcipantes,<br />

que ultrapassaram em muito a centena<br />

estão <strong>de</strong> parabéns.<br />

Mário Manso<br />

35<br />

Feira <strong>de</strong> São Mateus<br />

Não foi certamente um acontecimento<br />

<strong>de</strong> arromba, mas foi bem <strong>de</strong>monstravo<br />

da capacida<strong>de</strong> da Delegação <strong>de</strong><br />

Jorumenha /Elvas ao apresentar-se na<br />

feira <strong>de</strong> S. Mateus com uma exposição<br />

muito bem organizada e que muito<br />

dignificou os <strong>Fuzileiros</strong>. Mas não se<br />

ficou por aqui, pois fez questão <strong>de</strong> no<br />

arranque da feira <strong>de</strong> se apresentar na<br />

procissão do “Senhor Jesus da Pieda<strong>de</strong>”,<br />

on<strong>de</strong> ombreou com umas centenas<br />

<strong>de</strong> associações e representações<br />

locais. De realçar é também a presença<br />

do Presi<strong>de</strong>nte da Delegação <strong>de</strong><br />

Gaia que não só quis dizer “presente”<br />

à chamada amiga, como compareceu<br />

com o seu guião para dar mais alegria<br />

à cerimónia. Mais palavras para quê<br />

se as imagens são bem <strong>de</strong>monstravas<br />

e nos transmitem a cor impossível<br />

<strong>de</strong> passar por palavras.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


36<br />

DELEGAÇÃO DE VILA NOVA DE GAIA<br />

De forma serena mas parcipava, vai<br />

dando os seus passos que se querem<br />

seguros e respeitadores da máxima<br />

que nos acompanha <strong>de</strong> Fuzileiro uma<br />

vez, Fuzileiro sempre.<br />

E porque é <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> todos os que sentem<br />

orgulho na nossa Boina, ter comportamentos<br />

que a honrem, assim vamos<br />

fazendo e pugnando que outros<br />

o façam. E como também assumimos<br />

os senmentos porque consi<strong>de</strong>ramos<br />

que os Fuzos são uma família, é mais<br />

que razão para não termos faltado aos<br />

convívios ou eventos para que fomos<br />

convidados. Esvemos na Delegação<br />

do Algarve nos fados e na sua apresentação<br />

oficial, bem como em Elvas,<br />

on<strong>de</strong> os <strong>Fuzileiros</strong> Juromenha/Evas<br />

também oficializaram a sua existência.<br />

Valeu a pena, estarmos presentes<br />

em momentos, que marcaram dois<br />

novos nascimentos da ramificação da<br />

<strong>Associação</strong> Nacional <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Não vamos falar do cinquentenário<br />

da nossa Escola, ou do dia da inauguração<br />

do nosso monumento, porque<br />

as palavras dizem tudo. Mas também,<br />

nestes dias memoráveis lá esvemos,<br />

no evento nacional e inauguração do<br />

ENTREGA DE GUIÕES ÀS DELEGAÇÕES<br />

O Passado dia 02 <strong>de</strong> Julho, Dia do Fuzileiro,<br />

<strong>de</strong>spertou, na se<strong>de</strong> da AFZ, com o acto formal<br />

da entrega dos Guiões, pelo Presi<strong>de</strong>nte da Direcção<br />

Nacional, aos Presi<strong>de</strong>ntes das Direcções<br />

das Delegações do Algarve e <strong>de</strong> Vila Nova <strong>de</strong><br />

Gaia.<br />

O guião da Delegação <strong>de</strong> Juromenha/Elvas já<br />

havia sido entregue ao respecvo Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Direcção, em sua “casa”, no passado dia 8<br />

<strong>de</strong> Maio.<br />

As cerimónias, singelas embora, revesram-se<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significado.<br />

A todos os Dirigentes das nossas <strong>de</strong>legações<br />

como também aos sócios da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> a elas afectos, a Direcção Nacional<br />

aproveita para <strong>de</strong>sejar muita sorte, pessoal<br />

e instucional e Paz, nesta quadra emocionalmente<br />

tão significava que se aproxima já<br />

que, pesem embora as dificulda<strong>de</strong>s que o País<br />

atravessa, cremos no empenho e na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todos para connuarmos a trabalhar em<br />

prol <strong>de</strong> uma <strong>Associação</strong> cada vez mais forte e<br />

presgiada.<br />

As imagens que publicamos são bem a expressão<br />

da dignida<strong>de</strong> das cerimónias e do orgulho<br />

que se senu.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Delegação<br />

monumento. A Delegação mobilizou<br />

umas largas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> parcipantes<br />

no gran<strong>de</strong> dia, sem que houvesse,<br />

qualquer problema que ensombrasse<br />

a nossa parcipação. Mais uma vez<br />

houve uma parcipação posiva, coisa<br />

que <strong>de</strong>ve preocupar sempre, quem<br />

tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> honrar a Boina Azul<br />

Ferrete, e a nossa casa mãe.<br />

Valeu a pena testemunharmos o esforço<br />

feito pela <strong>Associação</strong> Nacional,<br />

e o <strong>de</strong> ter incluído as Delegações com<br />

os respecvos Guiões, na cerimónia<br />

da inauguração do monumento ao Fuzileiro,<br />

foi honra enorme, <strong>de</strong>positada<br />

no fundo na nossa alma <strong>de</strong> Fuzileiro.<br />

Jamais esqueceremos tamanha consi<strong>de</strong>ração,<br />

que estamos certos não terá<br />

sido em vão.<br />

Informa-se que a se<strong>de</strong> da Delegação<br />

estará aberta nos primeiros sábados<br />

<strong>de</strong> cada mês sempre com um almoço<br />

convívio e vários eventos todos os<br />

meses diferentes e que o jantar <strong>de</strong> Natal,<br />

com a cerimónia para oficializar a<br />

Delegação terá lugar no dia 03/12/11,<br />

pelo que se espera casa cheia.<br />

A Direcção da D.V.N. Gaia<br />

António Castro<br />

Ex-2TEN FZ/RC


VAI ARRANCAR<br />

MOTARDS DA ASSOCIAÇÃO FUZILEIROS<br />

Mesmo sendo um objecvo já ango,<br />

não tem sido fácil a sua concrezação.<br />

Mas se os objecvos são bons, as<br />

consciências não fraquejam, para os<br />

levar por diante, e isso tem sido uma<br />

constante.<br />

Fiquei entusiasmado e mais tranquilo,<br />

quando no inicio <strong>de</strong> Setembro o<br />

Cambalhota me informou, que estava<br />

agendada uma concentração na <strong>Associação</strong><br />

para o dia 29 <strong>de</strong> Outubro. Propósito<br />

esse, que se veio concrezar<br />

nesse mesmo dia. Agruparam-se neste<br />

arranque um bom lote <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

e alguns acompanhantes, mais <strong>de</strong><br />

trinta.<br />

Convívios<br />

Da conversa com os Camaradas parcipantes,<br />

- que voltaram ao ponto <strong>de</strong><br />

parda, on<strong>de</strong> almoçaram - e muito em<br />

parcular com o Cambalhota e o Sarg.<br />

Correia, uma coisa era manifesta no<br />

espírito do dialogo: <strong>de</strong> que o arranque<br />

do grupo <strong>de</strong> motards da <strong>Associação</strong> se<br />

viesse a concrezar no cinquentenário<br />

da recriação do <strong>Fuzileiros</strong>, fazendo<br />

a justa homenagem a todos quantos,<br />

através dos <strong>Fuzileiros</strong>, quiseram, querem<br />

e quererão, honrar Portugal.<br />

O entusiasmo foi gran<strong>de</strong>, e o convívio<br />

<strong>de</strong>stes motards nha algo <strong>de</strong> diferente.<br />

Era notório, que uma outra família<br />

<strong>de</strong> tão variadas gerações, nunca teria<br />

37<br />

Mário Manso<br />

aquele brilho! Mas tratando-se <strong>de</strong><br />

Fuzos, sempre conseguem transmir<br />

muita camaradagem e harmonia, porque<br />

a diferença geracional, não traz<br />

divergência.<br />

Espera-se que este movimento não<br />

pare mais, e que seja um forte movo,<br />

para que estes i<strong>de</strong>ais também contribuam<br />

e forfiquem a coesão dos<br />

Fuzos, em todas s suas latu<strong>de</strong>s.<br />

A todos quanto contribuíram para dar<br />

corpo e alma a esta i<strong>de</strong>ia, e aos que<br />

por qualquer razão não pu<strong>de</strong>ram respon<strong>de</strong>r<br />

a esta primeira chamada, eu<br />

agra<strong>de</strong>ço, e envio um abraço.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


38<br />

CONVÍVIO DA COMPANHIA Nº 6<br />

Esta unida<strong>de</strong> teve como mentor o Comandante<br />

Patrício, e a exemplo do que vem<br />

fazendo todos os anos, mais um vez se<br />

reuniu no dia 30 <strong>de</strong> Julho para conviver<br />

alimentando assim uma amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas<br />

décadas. A Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> foi o<br />

primeiro objecvo <strong>de</strong>sse dia, on<strong>de</strong> o grupo<br />

colocou uma coroa <strong>de</strong> flores homenageando<br />

os camaradas que, em combate,<br />

<strong>de</strong>ram a vida sem quesonar razões.<br />

O Com. Patrício veio com o seus homens<br />

à casa que ele ajudou a estruturar, já lá<br />

vão 50 anos. Aquele dia, teve para ele um<br />

significado muito especial, porque veio<br />

colmatar uma falha que muitos filhos<br />

daquela casa verificaram, no Cinquentenário<br />

da Escola <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong> Zebro, pela<br />

ausência <strong>de</strong> um dos mais emblemácos<br />

oficiais que a ela muito <strong>de</strong>ram para que<br />

hoje connue a ser uma referência para<br />

todos os <strong>Fuzileiros</strong>.<br />

Seguiu-se o almoço no “Acor<strong>de</strong>ão”, on<strong>de</strong><br />

se falou <strong>de</strong> coisas muito angas mas muito<br />

presentes nas memórias daquela terceira<br />

ida<strong>de</strong>.<br />

XIV ENCONTRO/CONVÍVIO DA COMPANHIA Nº 2 GUINÉ 1972/74<br />

Foi num fesm, que teve como epicentro<br />

Torres Novas que, no dia 29 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

2010 no restaurante Valo Ásis, surgiram<br />

os rumores <strong>de</strong> que um grupo numeroso<br />

<strong>de</strong> combatentes fortemente “armado”<br />

rondava a zona <strong>de</strong> Vila Real com intenções<br />

<strong>de</strong>claradas <strong>de</strong> trazer “perturbações” à segurança<br />

e tranquilida<strong>de</strong> com que tem sido<br />

envolvida aquela terra trasmontana. Logo<br />

se começou a <strong>de</strong>linear a melhor forma <strong>de</strong><br />

lhe dar “confronto”. Mas, para tanto era<br />

necessário encontrar-se o mentor que<br />

reunisse a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comando capaz<br />

<strong>de</strong> levar a bom termo uma “operação” <strong>de</strong><br />

tão “elevado risco”. Era preciso “conquistar<br />

o objecvo e aniquilar o inimigo”, <strong>de</strong><br />

forma a contentar todos quantos fizessem<br />

parte do grupo <strong>de</strong> assalto. Depois <strong>de</strong> uma<br />

reunião <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tar<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a fome e a<br />

se<strong>de</strong> se nham sido por completo saciadas,<br />

emergiu o nome do camarada Felisberto<br />

Pina. O consenso foi total para que<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Convívios<br />

Não fora o falecimento, uns dias antes, do<br />

Camarada Inácio, um entusiasta dos encontros<br />

<strong>de</strong>sta sua unida<strong>de</strong>, e a boa disposição<br />

teria sido exuberante como sempre<br />

aconteceu e foi por mim verificada nas<br />

vezes que com eles tenho convivido, mesmo<br />

que não tenha pertencido, quando no<br />

acvo, a esta unida<strong>de</strong>.<br />

Desta vez, nha-me compromedo mas,<br />

fosse ele a tomar conta <strong>de</strong> tão <strong>de</strong>licada<br />

tarefa, porque havia já a garana das suas<br />

qualida<strong>de</strong>s em outros “golpes <strong>de</strong> mão”<br />

levados a cabo na região. Ficou então<br />

<strong>de</strong>cidido que o respecvo “assalto” seria<br />

levado a cabo no dia 07/<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2011.<br />

A concentração das forças intervenientes<br />

na refrega veio a acontecer pelas 11h00<br />

na Av. Carvalho Araújo, junto à estátua<br />

com seu nome. O perímetro <strong>de</strong> segurança<br />

foi garando pelas forças locais. Terminada<br />

a concentração <strong>de</strong> todos os Fuzos ajustados<br />

para a operação seguiu-se o respec-<br />

vo briefing, tendo <strong>de</strong>pois avançado para<br />

o objecvo, sendo Vilarinho da Samardã<br />

o local on<strong>de</strong> se ajustou contas com o inimigo,<br />

que nha como código “fome <strong>de</strong><br />

convívio”e que em pouco tempo foi <strong>de</strong>sbaratado<br />

ren<strong>de</strong>ndo-se à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>molidora<br />

da perícia “no manejo da arma,<br />

por vezes morfera, do copo cheio copo<br />

vazio”. A “ração <strong>de</strong> combate” esteve à al-<br />

Mário Manso<br />

á ulma hora, não foi possível estar presente<br />

pelo que <strong>de</strong>leguei no Camarada<br />

Afonso Brandão que, acompanhado do<br />

António Augusto, um parcipante habitual<br />

por com eles ter parlhado o seu<br />

tempo quando em Moçambique que me<br />

fizeram o relato <strong>de</strong> mais um dia em cheio,<br />

e na <strong>de</strong>scrição do qual espero ter sido o<br />

mais fiel possível.<br />

Manuel Pires da Silva<br />

Homem Ferro<br />

tura daquele grupo <strong>de</strong> elite da Marinha<br />

<strong>de</strong> Guerra Portuguesa, o que <strong>de</strong>terminou<br />

que, no relatório final constasse que <strong>de</strong>vido<br />

à colaboração prestada pelos “prisioneiros”<br />

a sua logísca não fosse <strong>de</strong>struída.<br />

Ficando assim disponível para futuros<br />

confrontos com a malvada.<br />

Resultou <strong>de</strong> todo o envolvimento, um<br />

louvor colecvo manifestado através <strong>de</strong><br />

um bolo, que veio premiar todos quantos<br />

mais uma vez disseram presente quando<br />

chamados a parcipar, como outrora o fizeram<br />

também, nos rios da Guiné nos <strong>de</strong>correntes<br />

anos <strong>de</strong> 72/73/74, agrupados<br />

na Companhia <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> nº 2, que com<br />

sacricios bem maiores sempre respon<strong>de</strong>ram<br />

à chamada. E não fora a capacida<strong>de</strong><br />

dissuasora dos <strong>Fuzileiros</strong> e alguns não<br />

fariam jamais parte <strong>de</strong>stes novos “grupos<br />

<strong>de</strong> combate”.<br />

Tendo em conta os êxitos alcançados em<br />

todos os embates anteriores, espera-se<br />

que os Camaradas Almada e Marques,<br />

que assumiram o comando para o assalto<br />

do ano <strong>de</strong> 2012, e que <strong>de</strong>pois do aprontamento<br />

na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, façam<br />

o <strong>de</strong>sembarque no Barreiro, com o êxito<br />

á altura <strong>de</strong> todos os Oficiais, Sargentos e<br />

Praças, irmanados nesta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elite,<br />

sempre pronta a enfrentar todos os<br />

perigos, não poupando mesmo, as suas<br />

fardas, às medalhas do nto, ditadas pelo<br />

tremelicar da pontaria, mas que, mesmo<br />

não tendo a firmeza <strong>de</strong> outrora, connuam<br />

<strong>Fuzileiros</strong> para sempre.


UM DIA MUITO ESPECIAL<br />

Camaradas foi com extremo agrado que<br />

nos voltámos a reunir para um convívio<br />

sempre salutar entre filhos da escola,<br />

neste caso a <strong>de</strong> Fevereiro 91. No passado<br />

dia 1 <strong>de</strong> Outubro, Setúbal mais uma vez<br />

viu <strong>de</strong>sembarcar os <strong>Fuzileiros</strong>, <strong>de</strong>sta feita<br />

para se reunirem à mesa on<strong>de</strong> também<br />

se revive parte da nossa história a história<br />

<strong>de</strong> tempos passados mas sempre presentes.<br />

Desta feita, além da companhia<br />

das esposas e filhos, vemos dois ilustres<br />

convidados, os ex combatentes e sempre<br />

<strong>Fuzileiros</strong> Mário Manso, o Esquelas<br />

e o José Parreira ou Zé da Vinha para os<br />

amigos. A forma como se predispuseram<br />

a falar sobre algo que a nós, os mais novos,<br />

nos apraz ouvir, ou seja a curiosida<strong>de</strong><br />

dos relatos da guerra na primeira pessoa,<br />

foi <strong>de</strong> tal forma absorvida por todos que<br />

penso não ter <strong>de</strong>ixado ninguém com dúvidas<br />

sobre a dureza da mesma. O convívio<br />

foi salutar, rimo-nos brincámos, trocámos<br />

histórias angas, recordámos algo <strong>de</strong> que<br />

por certo já não nos lembrávamos e eu<br />

falo por mim, ve o prazer <strong>de</strong> formar <strong>Fuzileiros</strong><br />

mas acima <strong>de</strong> tudo homens que<br />

hoje são chefes <strong>de</strong> família, pais <strong>de</strong> filhos e<br />

gran<strong>de</strong>s <strong>Fuzileiros</strong>, pois tentam passar aos<br />

filhos a nossa cultura.<br />

A dado momento começámos a rar fotografias<br />

e foi com agrado que, a <strong>de</strong>terminada<br />

altura, disse ao meu afilhado (4 anos<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>): “Filho vai buscar a tua boina e<br />

ra uma foto com este senhor”.<br />

Mário Manso, rapidamente, como quem<br />

reage à emboscada, eis que pega no meu<br />

afilhado ao colo, põe-lhe a sua boina na<br />

cabeça e diz: “Está aqui um futuro Fuzileiro!”<br />

Bem, o puto encheu-se <strong>de</strong> orgulho<br />

ficou quieto para a foto e sorriu...<br />

Levei o livro “<strong>Fuzileiros</strong> Força <strong>de</strong> Elite” no<br />

intuito do José Parreira me <strong>de</strong>dicar algumas<br />

palavras tal como o Mário já o nha<br />

feito anteriormente. Não conhecia o Parreira<br />

em pessoa. Li com toda a atenção a<br />

parte em que o livro <strong>de</strong>le fala. Confesso<br />

que, propositadamente, me sentei a seu<br />

lado ao almoço. Estava curioso sobre algo<br />

CONVÍVIO DO DESTACAMENTO DE FUZILEIROS ESPECIAIS N.º 13<br />

O Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais<br />

Nº 13 (Guiné 1968 – 1970) celebrou este<br />

ano, em 30.04.2011, em Vila <strong>de</strong> Alva<br />

(Concelho <strong>de</strong> Cuba, Alentejo) mais um<br />

aniversário.<br />

Prestou-se, também, senda homenagem<br />

ao 1º dos 4 mortos em combate, Pru<strong>de</strong>ncio<br />

Manuel Estevens Pacheco, ex- marinheiro<br />

FZE Nº 1503/66.<br />

Presidiu às cerimónias o Ex-Comandante<br />

do DFE 13, Ex.mo Sr. Almirante Nuno Gonçalo<br />

Vieira Maas, estando presentes 34<br />

elementos <strong>de</strong>stacamento. O sr. Presi<strong>de</strong>n-<br />

Convívios<br />

te da Junta <strong>de</strong> Freguesia, é representante<br />

dos ex-combatentes da localida<strong>de</strong> e irmão<br />

do camarada Pacheco, estando também<br />

presente bem como outros familiares do<br />

homenageado.<br />

Na referida homenagem, composta por<br />

uma equipa <strong>de</strong> três elementos clarins da<br />

fanfarra da Armada, foi <strong>de</strong>scerrada uma<br />

pequena lápi<strong>de</strong> em nome <strong>de</strong> todos os<br />

elementos do DFE 13<br />

Na sua alocução, o Sr. Almirante proferiu<br />

algumas palavras com profunda emoção<br />

e nobreza <strong>de</strong> senmentos para todos os<br />

39<br />

José Costa<br />

Cabo Fze<br />

que ele nha relatado no livro. A <strong>de</strong>terminada<br />

altura fiz as perguntas para as quais<br />

queria respostas, ve-as com toda a franqueza<br />

<strong>de</strong> quem por muito passou. Se ja<br />

o admirava sem o conhecer, agora posso<br />

dizer que eu ganhei um amigo e ele um<br />

admirador, pois tem uma fantásca experiência<br />

<strong>de</strong> vida.<br />

Termino dizendo e relembrando a todos<br />

os Fuzos presentes no convívio que eu<br />

sou o mesmo hoje que fui para maioria<br />

<strong>de</strong> vocês no passado, íntegro profissional<br />

mas acima <strong>de</strong> tudo justo, sem nunca minimizar<br />

ninguém e isso por certo será a<br />

vossa opinião, pois caso contrário não me<br />

convidavam para os vossos convívios.<br />

Agra<strong>de</strong>ço a todos o carinho com que sempre<br />

me recebem o que me faz pensar que<br />

daqui a muitos anos serei eu a relatar tal<br />

como hoje o fazem o Manso e o Parreira<br />

histórias aos vossos filhos sobre as nossas<br />

eternas recordações militares.... Fuzileiro<br />

uma vez Fuzileiro para sempre. Que Deus<br />

vos abençoe sempre...<br />

João Mata<br />

presentes, on<strong>de</strong> passados 42 anos relembrou<br />

alguns episódios vividos naquela violenta<br />

operação no Tancroal, on<strong>de</strong> per<strong>de</strong>u<br />

a vida o nosso Camarada Pacheco.<br />

Posteriormente à homenagem, <strong>de</strong>correu<br />

um almoço convívio, no qual todos<br />

os elementos do DFE presentes e seus<br />

familiares confraternizaram com gran<strong>de</strong><br />

amiza<strong>de</strong> relembrando alguns momentos<br />

vividos durante a comissão.<br />

Por fim, foi nomeada uma nova comissão<br />

para organizar novo evento, para o próximo<br />

ano.<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


40<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Convívios<br />

ENCONTRO CONVÍVIO DA ESCOLA DE 80<br />

Este 30 <strong>de</strong> Julho, foi mais um dia em cheio.<br />

Durante a manhã, a viagem até Albufeira,<br />

<strong>de</strong> seguida, o encontro com os camaradas<br />

que reunidos para mais um encontro esperavam<br />

também por nós. Os Filhos da<br />

Escola <strong>Fuzileiros</strong> da Escola <strong>de</strong> 80, estão<br />

<strong>de</strong> parabéns porque conseguiram reunir,<br />

mesmo no limite do sul do Pai, um razoável<br />

grupo.<br />

Logo cedo, o invesmento começou com<br />

<strong>de</strong>terminação, com as provocações das<br />

“lourinhas fresquinhas” que serviram <strong>de</strong><br />

CRÓNICA DE UMA CONFRATERNIZAÇÃO<br />

Decorreu no dia 24 <strong>de</strong> Setembro,<br />

mais um convívio dos ex-Marinheiros<br />

da Armada Portuguesa, incorporados<br />

em Setembro <strong>de</strong> 1962. Com início da<br />

“Concentração” previsto para cerca<br />

das 11,00 horas, pouco passava das<br />

09,30 horas já diversos “Filhos da Escola”<br />

se encontravam no Parque do<br />

Restaurante Flor da Mata, <strong>de</strong>monstrando<br />

um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> abraçar<br />

os angos “Companheiros <strong>de</strong> Armas”.<br />

O tempo estava agradável, numa<br />

compeção em que o sol pretendia<br />

mostrar os seus raios e as nuvens a<br />

quererem lembrar que o Outono já<br />

chegara.<br />

chamariz, para o “ntol” que estava com<br />

ciúmes <strong>de</strong> tão parcular envolvimento. O<br />

almoço estava bem recheado, havia muita<br />

fartura <strong>de</strong> peixe e carne e sobremesas.<br />

Tudo foi grelhado à vista dos consumidores<br />

e mesmo até com a sua intervenção,<br />

dando as voltas necessárias para que a<br />

sardinha ficasse suficientemente “almariada”<br />

e que assim, mais apetosa, melhor<br />

se <strong>de</strong>ixasse comer.<br />

Foi pois, em saudável convívio que tudo<br />

<strong>de</strong>correu, com o Camarada Palma no co-<br />

Como a temperatura não era elevada<br />

proporcionou a que todos iniciássemos<br />

o recordar <strong>de</strong> “velhos tempos”<br />

no Parque exterior do Restaurante.<br />

Cerca das 12,00 horas já se encontravam<br />

presentes todos quantos se<br />

haviam inscrito para a confraternização.<br />

Apenas faltou um, por razões que<br />

<strong>de</strong>sconhecemos. Num total <strong>de</strong> 165<br />

pessoas presentes, 81 eram “Filhos<br />

da Escola”.<br />

De salientar a presença <strong>de</strong> oito “recrutas”,<br />

assim <strong>de</strong>nominados por ser a<br />

primeira vez que esveram presentes<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre.<br />

mando das operações em todo aquele<br />

complicado assalto, efectuado ao parque<br />

<strong>de</strong> campismo <strong>de</strong> Pêra em Albufeira. É fácil<br />

prever, que com tropa tão disciplinada,<br />

tudo teria que correr bem, caso contrário,<br />

até lá estava o Araújo, barbeiro da Escola<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, para a respecva carecada.<br />

Aproveito para agra<strong>de</strong>cer às muitas<br />

Senhoras presentes algumas da quais se<br />

<strong>de</strong>slocaram do norte e da zona raiana <strong>de</strong><br />

Portugal. Não sei o que seriamos, sem as<br />

nossas companheiras – e, porventura vice-versa.<br />

A sua presença é sempre muito<br />

importante.<br />

Quero também dizer que foi votada por<br />

aclamação, pelas senhoras presentes,<br />

uma proposta feita ao secretário da <strong>Associação</strong>.<br />

Que fosse embelezada uma camisola<br />

com a seguinte <strong>de</strong>scrição – “MULHER<br />

DE FUZILEIRO”.<br />

Por ter achado interessante a i<strong>de</strong>ia, contribuí<br />

com as palavras – “É SER DIFERENTE”<br />

ficando, então, “MULHER DE FUZILEIRO É<br />

SER DIFERENTE”.<br />

Mário Manso<br />

Arnaldo Batalha Duarte<br />

Cerca das 13,15 horas foi dada a entrada<br />

no Restaurante.<br />

Após terem sido feitas as saudações e<br />

apresentações da “Or<strong>de</strong>m”, foi guardado<br />

um minuto <strong>de</strong> silêncio em homenagem<br />

a todos os Marinheiros já<br />

falecidos.<br />

Seguiu-se o almoço, o qual estava saboroso<br />

e bem confeccionado. Assim<br />

se manifestaram os presentes.<br />

Cumprido o programa estabelecido,<br />

foi feita a apresentação dos membros<br />

que farão parte da organização das<br />

Comemorações do 50º Aniversário da<br />

Incorporação (Setembro 2012).


Seguiu-se uma breve informação dos<br />

contactos já havidos com a Marinha,<br />

com vista às respecvas realizações<br />

comemoravas.<br />

Prosseguiu-se com as “praxes aos recrutas”<br />

as quais constaram <strong>de</strong> “casgos”<br />

simulados às prácas da instrução<br />

militar da nossa recruta.<br />

Assim, foram obrigados a ir às compras<br />

na “Canna”, todos veram que comprar<br />

5 rifas no valor <strong>de</strong> 1,00 € cada.<br />

Depois, por sorteio, cada um cumpriu<br />

o seu “casgo”: um teve <strong>de</strong> <strong>de</strong>scascar<br />

5 batatas gran<strong>de</strong>s, cortá-las em palitos<br />

e entregar ao cozinheiro; outro teve<br />

<strong>de</strong> passar a ferro uma farda completa<br />

<strong>de</strong> Marinheiro; outro teve <strong>de</strong> bradar o<br />

“Sennela Alerta” nos quatro cantos<br />

da Sala do Restaurante; outro teve <strong>de</strong><br />

Convívios<br />

1º ENCONTRO DO DFE2 ANGOLA, 19731975<br />

Foi no dia 10 <strong>de</strong> Setembro que se realizou<br />

o 1º Encontro dos <strong>Fuzileiros</strong> Especiais que<br />

fizeram parte do DFE 2 que cumpriu a sua<br />

missão em Angola, no período <strong>de</strong> 1973 a<br />

1975, e que ficou sediado no Lunguébungo.<br />

Foram momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> emoção<br />

porquanto este grupo <strong>de</strong> Homens não se<br />

reunia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia em que foram <strong>de</strong>smobilizados<br />

do Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

on<strong>de</strong> serviram juntos durante dois anos.<br />

Como sempre estes reencontros tocam<br />

bem fundo na memória <strong>de</strong> todos. Recordam-se<br />

pequenas e gran<strong>de</strong>s histórias. Falou-se<br />

das muitas missões cumpridas. Dos<br />

acontecimentos que marcaram as vidas<br />

<strong>de</strong> alguns. Das mazelas que ficaram bem<br />

marcadas no corpo. Falou-se da coragem<br />

<strong>de</strong> tantos. Do sendo <strong>de</strong> cumprimento<br />

das missões <strong>de</strong> todos. Todas as conversas<br />

confirmaram o quanto ainda se encontra<br />

bem viva, em cada um daqueles fuzileiros,<br />

a guerra que viveram. Falou-se com<br />

sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os que já parram.<br />

E como é apanágio dos fuzileiros o encontro<br />

teve início na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

seguindo-se um importante momento <strong>de</strong><br />

homenagem aos camaradas falecidos, co-<br />

dar duas voltas à Sala em passo largo;<br />

dois veram que ven<strong>de</strong>r dois sacos<br />

com rifas aos presentes; outro (lendo)<br />

teve que <strong>de</strong>clarar um pedido <strong>de</strong> perdão<br />

por nunca ter comparecido e teve<br />

<strong>de</strong> beijar o “Filho da Escola” mais an-<br />

go ali presente; outro teve <strong>de</strong> cantar<br />

o Hino Nacional. Por ter sido o úlmo,<br />

foi muito bem acompanhado por toda<br />

a assistência.<br />

Cerca das 18,00 horas proce<strong>de</strong>u-se ao<br />

corte do bolo comemoravo.<br />

O convívio prosseguiu. Já o sol se<br />

escondia no horizonte quando os úl-<br />

mos convivas abandonaram o restaurante<br />

com um “a<strong>de</strong>us, até para o<br />

ano” já pensando – e muito – no 50º<br />

Aniversário da nossa Incorporação.<br />

locando-se, uma coroa <strong>de</strong> flores, no monumento<br />

aos fuzileiros mortos. Passados<br />

tantos anos o DFE2 formou <strong>de</strong> novo para<br />

com o sendo <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar<br />

em silêncio todo o respeito àqueles<br />

que parram mas cuja memória dos seus<br />

actos se conservam presentes em cada<br />

combatente que passou por África. O<br />

segundo momento ficou assinalado pela<br />

visita ao Museu do Fuzileiro existente na<br />

Escola e on<strong>de</strong> cada <strong>de</strong>talhe foi observado<br />

com o cuidado e a memória emocional<br />

própria <strong>de</strong> quem se sente parte do<br />

que ali é exposto e conservado <strong>de</strong> forma<br />

exemplar.<br />

De seguida seguiu-se para o restaurante<br />

on<strong>de</strong> se encontrava uma exposição fotográfica<br />

assinalando factos e feitos <strong>de</strong><br />

muitos dos que integravam o DFE2. As<br />

fotografias serviram <strong>de</strong> inspiração para<br />

muita conversas, comentários e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>aram<br />

em muitos a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazerem<br />

chegar as fotografias que guardam no baú<br />

<strong>de</strong> memórias para que no próximo encontro<br />

possam fazer parte <strong>de</strong> uma renovada<br />

exposição.<br />

41<br />

Registou-se também, a presença da<br />

Filha <strong>de</strong> um “Filho da Escola” que nós<br />

procurávamos e <strong>de</strong> quem ela também<br />

não nha quaisquer informação sobre<br />

seu Pai.. Foi-lhe fornecido os dados<br />

disponíveis. mas infelizmente, não<br />

foram os mais agradáveis para todos,<br />

porque o seu Pai havia já falecido em<br />

Paris no ano <strong>de</strong> 1982. Apesar <strong>de</strong>stes<br />

factos, mostrou querer confraternizar<br />

connosco, acompanhada pelo marido<br />

e filhas, foi um momento <strong>de</strong> alguma<br />

nostalgia, cuja emoção se espelhava<br />

no semblante <strong>de</strong> todos.<br />

Assim <strong>de</strong>correu esta nossa confraternização,<br />

a qual ficará na “nossa história”<br />

como mais um dia memorável.<br />

Após o almoço o Comandante do DFE2 (C/<br />

ALM Gonçalves Cardoso) usou a palavra<br />

saudando a iniciava e a sua importância<br />

no contexto da história do Destacamento<br />

manifestando igualmente a vonta<strong>de</strong><br />

generalizada <strong>de</strong> todos o que esveram<br />

presentes para que esta iniciava tenha<br />

connuida<strong>de</strong>.<br />

Esveram presentes quase todos os fuzileiros<br />

do DFE2 localizados até agora e<br />

isso graças à colaboração <strong>de</strong> outros camaradas<br />

também fuzileiros. Para o próximo<br />

encontro faltam localizar 27 fuzileiros o<br />

que constui a tarefa mais importante<br />

dos próximos meses. A alegria e a manifestação<br />

da vonta<strong>de</strong> para um segundo<br />

encontro, levou a que esse tenha lugar no<br />

final <strong>de</strong> Maio na região <strong>de</strong> Tomar.<br />

Durante a reunião foi apresentada a <strong>Associação</strong><br />

dos <strong>Fuzileiros</strong> e distribuídas propostas<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são o esperamos que se venham<br />

a concrezar para engran<strong>de</strong>cimento<br />

<strong>de</strong>sta importante organização.<br />

Ficou ali bem provado que «uma vez fuzileiro,<br />

fuzileiro para sempre».<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


42<br />

Com a iniciava e a rigorosa organização<br />

do sempre operacional Carrilho<br />

Lança - o “Sousel” - foi possível comemorar,<br />

no passado dia 19 <strong>de</strong> Junho/11,<br />

em Estremoz, o 46º aniversário do<br />

Destacamento nº 2 <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais/<br />

Angola 1965/1967.<br />

O evento teve a presença <strong>de</strong> várias<br />

Senhoras que <strong>de</strong>ram colorido a este<br />

almoço/convívio, on<strong>de</strong> se contaram<br />

histórias com emoção, nostalgia e<br />

sauda<strong>de</strong>.<br />

Para o ano esperemos que nos possamos<br />

encontrar <strong>de</strong> novo, pelo menos,<br />

com tanta força e alegria quanto este<br />

ano o pu<strong>de</strong>mos fazer.<br />

Neste mesmo dia 30 <strong>de</strong> Julho, estavam<br />

programados os fados na Escolamiza<strong>de</strong>,<br />

sob a batuta da Delegação do<br />

Algarve. A <strong>de</strong>senvoltura do seu Presi<strong>de</strong>nte<br />

ficou bem patente na coor<strong>de</strong>nação<br />

<strong>de</strong> uma equipa, que a exemplo<br />

das que funcionaram nas matas e rios<br />

da guerra do ultramar, foi também<br />

impecável. Lá estavam o olhar observador<br />

e a opinião abalizada do veterano<br />

Mário Marns mostrando que, o<br />

querer aliado ao saber po<strong>de</strong>m vencer<br />

todos os obstáculos. Mereceram por<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

Convívios<br />

O DESTACAMENTO DE FUZILEIROS ESPECIAIS ANGOLA 1965/67<br />

COMEMOROU O SEU 46.º ANIVERSÁRIO, EM ESTREMOZ<br />

No <strong>de</strong>curso do encontro, também<br />

se prestou homenagem aos que já<br />

nos <strong>de</strong>ixaram e todos enviaram um<br />

abraço amigo e solidário aos que,<br />

por qualquer razão, não pu<strong>de</strong>ram<br />

comparecer.<br />

NOITE DE FADOS DA DELEGAÇÃO DE FUZILEIROS DO ALGARVE<br />

tudo o que fizeram, que eu e o Egas<br />

Soares, por lá ficássemos até às tantas<br />

da manhã. O caldo ver<strong>de</strong>, as bifanas e<br />

o chouriço estavam uma <strong>de</strong>lícia o que<br />

me obrigou a reper, e só por vergonha<br />

não fui mais além.<br />

Não fora o vento endiabrado que ninguém<br />

conseguiu controlar, com inves-<br />

das vindas do mar – como que a provocar<br />

o pessoal <strong>de</strong> Marinha, e o êxito<br />

teria sido ainda maior.<br />

Porque as imagens falam melhor e<br />

mais alto do que as palavras aqui ficam<br />

algumas fotos para ver e guardar<br />

na memória.<br />

Mário Manso<br />

O apresentador Zé Manuel Parreira,<br />

que pela primeira vez vi actuar naquele<br />

palco, como é hábito, não <strong>de</strong>ixou<br />

por mãos alheias os seus créditos<br />

e, como sempre cantou, e contou as<br />

suas anedotas. A mais-valia que sempre<br />

acrescenta aos espectáculos on<strong>de</strong><br />

parcipa mais uma vez teve aplausos.<br />

Lá esveram também a guitarra, a viola,<br />

e os fadistas que lhe <strong>de</strong>ram à festa<br />

uma parcular qualida<strong>de</strong> que toda assistência<br />

muito aplaudiu.<br />

Esveram presentes, também, o Vereador/Vice-presi<strong>de</strong>nte,<br />

José Lopes Rolo<br />

em representação da Câmara Municipal<br />

<strong>de</strong> Albufeira, o Secretário-Geral da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Lopes Leal,<br />

o Jaime Ferro, e o Licínio Morgado e<br />

o Men<strong>de</strong>s, estes, representando as<br />

Delegações da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong><br />

<strong>de</strong> Gaia e <strong>de</strong> Juromenha/Elvas,<br />

respecvamente, acompanhados das<br />

Esposas.<br />

Deixo por úlmo, um agra<strong>de</strong>cimento<br />

muito especial ao camarada Fuzileiro<br />

José Lopes que genlmente me<br />

levou ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, para que<br />

me fosse rerado, uma camioneta <strong>de</strong><br />

areia que abusivamente me entrou na<br />

vista, e que teimosamente me queria<br />

acompanhar para Lisboa, <strong>de</strong>sfalcando<br />

as maravilhosas praias do nosso<br />

Algarve. E como um Fuzileiro nunca<br />

abandona um camarada, o solidário<br />

Filho da Escola sempre me acompanhou<br />

e, <strong>de</strong> novo, me transportou ao<br />

“local do crime”.


Convívios<br />

UMA VISITA GUIADA À ESCOLA DE FUZILEIROS<br />

Á Hora marcada (10.30 H), sob o esplendor<br />

do Sol radiante, <strong>de</strong>u entrada<br />

na Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, um Grupo <strong>de</strong><br />

Escolas da Marinha acompanhados<br />

<strong>de</strong> seus familiares e amigos, vindo do<br />

Litoral Alentejano. Á entrada, foram<br />

recebidos pelo CFR. José Lopes Henriques<br />

e pelo Oficial dia, á Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>,<br />

TEN. Tasanis, que conduziu/<br />

guiou toda a cerimónia e visita.<br />

Reunidos os visitantes, junto ao Monumento<br />

do Fuzileiro, o anfitrião,<br />

apresentou as Boas Vindas, e fez um<br />

breve resumo histórico da Escola <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong>.<br />

A Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> foi criada em<br />

1961. Entre 1962-1974, período que<br />

correspon<strong>de</strong> ás guerras d´África, formou<br />

cerca <strong>de</strong> 4.200 <strong>Fuzileiros</strong> Especiais<br />

(Oficiais, sargentos e praças) e<br />

passaram pelos três teatros <strong>de</strong> Guerra,<br />

(Angola, Guiné e Moçambique) cerca<br />

<strong>de</strong> 12.500 Homens, integrados em<br />

<strong>de</strong>stacamentos <strong>de</strong> fuzileiros Especiais<br />

e companhias <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Navais.<br />

Desta formação <strong>de</strong>staca-se o Primeiro<br />

Destacamento <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais<br />

que recebeu instrução no ango Corpo<br />

<strong>de</strong> Marinheiros (Alfeite), do qual<br />

fez parte, e que muito parcularmente<br />

o honra. Este Destacamento, sob o<br />

comando do 1º. TEN. Metzner, paru<br />

para Angola, no dia 9 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong><br />

1961 e regressou a Portugal a 14 <strong>de</strong><br />

Julho <strong>de</strong> 1963 sem baixas, o que é <strong>de</strong><br />

realçar.<br />

Entre 1962-1975, morreram em campanha,<br />

nas angas colónias 154 <strong>Fuzileiros</strong><br />

Especiais (Um oficial e os restantes<br />

Sargentos e Praças).<br />

Por isso, nós hoje ao visitarmos A Escola<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, é justo e merecido<br />

prestar esta singela homenagem, <strong>de</strong>por<br />

esta coroa <strong>de</strong> flores, que simboliza<br />

43<br />

o nosso pesar por todos aqueles que<br />

tombaram nas guerras d´ África, em<br />

<strong>de</strong>fesa da Pátria, e por isso mesmo,<br />

nunca e em tempo algum a Pátria os<br />

<strong>de</strong>veria esquecer, o que, infelizmente<br />

não é o caso.<br />

Prestada a Homenagem, o Grupo<br />

pousou para uma Fotografia, junto ao<br />

Edicio do Comando, que irá perpetuar<br />

a sua visita á EF. Seguidamente,<br />

visitaram o canil on<strong>de</strong> assisram a<br />

uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> uma equipa cinotécnica,<br />

na busca <strong>de</strong> estupefacientes<br />

e explosivos, terminando a visita<br />

no Museu do Fuzileiro. Daí, seguiram<br />

para a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, on<strong>de</strong><br />

foi servido um almoço.<br />

Escola <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, 11 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong><br />

2011-10-11<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


44<br />

SPM 0468 Nº 6<br />

Operação “Mezena”, 9 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong><br />

1966, pelas 1330h, embarcámos em<br />

Bolama na LFG Hidra sob comando do<br />

1º Ten. Gomes Teixeira, e rumámos<br />

para o rio Cacine, Ponta Canabem.<br />

Tratava-se <strong>de</strong> uma bacia hidrográfica<br />

on<strong>de</strong> sempre encontrávamos o IN<br />

muito forte e aguerrido, e todos sabíamos<br />

que os combates eram inevitáveis<br />

e diceis. Estávamos a meio<br />

da comissão, transbordávamos segurança,<br />

e a confiança que nhamos<br />

uns nos outros era muito gran<strong>de</strong>, pois<br />

sabíamos bem o que <strong>de</strong>víamos fazer<br />

em todas as situações operacionais.<br />

Já nhamos sido testados em situações<br />

bem complicadas e sempre nos<br />

saímos a contento sob condições bem<br />

adversas. Isto, traduzido em linguagem<br />

<strong>de</strong> hoje, fazia-nos crescer o sen-<br />

mento <strong>de</strong> sermos “os maiores”, pois<br />

podíamos em certos momentos ser<br />

acomedos <strong>de</strong> receios mas os “turras”<br />

seriam <strong>de</strong> certeza mais que nós.<br />

Voltando à operação em questão, cerca<br />

das 2330h, <strong>de</strong>sembarcámos sem<br />

problemas, e logo iniciámos a progressão<br />

em direcção ao ponto previsto<br />

para montarmos uma emboscada<br />

ao inimigo. Eu ia à frente com a secção<br />

D, chefiada pelo Sarg. Galego. A<br />

noite estava muito húmida e a mata<br />

encontrava-se cheia <strong>de</strong> um nevoeiro<br />

que tornava difusas todas as imagens<br />

que já nos eram familiares. Assim,<br />

com a transpiração do corpo e da<br />

alma a misturar-se com o “fog”, lá íamos<br />

avançando directos ao objecvo<br />

na fila indiana do costume, num silêncio<br />

que nos permia manter no nosso<br />

espírito os pensamentos da nossa<br />

vida pessoal e a tremenda atenção ao<br />

mundo hosl que nos ro<strong>de</strong>ava.<br />

Cerca das 0200h, o Sarg. Galego chamou-me<br />

a atenção para o que parecia<br />

ser o perfil <strong>de</strong> palhotas à nossa<br />

esquerda. Man<strong>de</strong>i parar o DFE, e saí<br />

da coluna com ele para ver o que se<br />

passava com aquelas silhuetas avistadas.<br />

Nesta situação, o procedimento<br />

treinado no Destacamento era passar<br />

a voz por toda a coluna informando<br />

que dois elementos nham saído da<br />

coluna para a sua esquerda. E assim lá<br />

fomos eu e o Galego tranquilamente<br />

(?) invesgar o que se passava. Após<br />

alguns minutos voltámos à coluna,<br />

por acaso não ao mesmo local <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> nhamos saído, mas uns metros<br />

mais para trás e direito à 2ª secção<br />

do DFE. Estávamos a cerca <strong>de</strong> 40 me-<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

SPM<br />

tros da coluna quando o silêncio da<br />

mata foi violentamente sacudido por<br />

2 rajadas <strong>de</strong> G3 dirigidas a nós. Eu, no<br />

primeiro instante, fiquei paralisado<br />

e lembro-me do Galego me dar um<br />

gran<strong>de</strong> empurrão que quase me fez<br />

cair no chão. Ao mesmo tempo gritámos<br />

que éramos nós e não os “turras”.<br />

De facto o fogo parou e nós completamente<br />

arrasados lá entrámos novamente<br />

na coluna. Obviamente que<br />

nosso equilíbrio emocional e também<br />

<strong>de</strong> todo o DFE ficou muito abalado,<br />

pois teoricamente nós <strong>de</strong>veríamos estar<br />

simplesmente mortos. Claro que<br />

a emboscada ficou estragada, pois a<br />

parr <strong>de</strong>sse momento ficámos <strong>de</strong>tectados<br />

na zona, e cerca das 0300h o IN<br />

tentou localizar-nos, disparando com<br />

ML MP e LGF, sobre as nossas cabeças<br />

e por cima da LFP que nos nha<br />

<strong>de</strong>sembarcado.<br />

O que se passou então naqueles minutos<br />

<strong>de</strong> elevada ansieda<strong>de</strong> para todos<br />

nós? Como podia suce<strong>de</strong>r uma coisa<br />

<strong>de</strong>stas com pessoal tão bem treinado?<br />

Pois bem, mais uma lição recolhida<br />

e bem aprendida para o futuro.<br />

Na verda<strong>de</strong> falhou simplesmente a<br />

comunicação da nossa saída, que não<br />

chegou à 2ª secção da coluna, e portanto<br />

o homem que fez o disparo agiu<br />

bem, pois não sabia da nossa saída<br />

da coluna. Para já diga-se que quem<br />

fez os disparos foi o meu amigo Mário<br />

Marns, que, para além <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

experiência em combate, era um chefe<br />

<strong>de</strong> esquadra <strong>de</strong> muita serenida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> fogo. Quer se queira quer<br />

não, um episódio <strong>de</strong>stes marcou-nos a<br />

todos, pois po<strong>de</strong>ria ter sucedido com<br />

qualquer <strong>de</strong> nós, tanto ser angido<br />

como ter disparado, e acontecimentos<br />

como este po<strong>de</strong>m arruinar a vida<br />

<strong>de</strong> várias pessoas e <strong>de</strong>struir o ânimo<br />

da unida<strong>de</strong>. Agora, e a parr <strong>de</strong>ste fórum,<br />

presto homenagem à força anímica<br />

do meu amigo Mário, pois viveu<br />

<strong>de</strong> certeza momentos muito diceis<br />

ao recordar o que po<strong>de</strong>ria ter sido<br />

uma grave tragédia por ele protagonizada.<br />

A operação terminou sem gran<strong>de</strong>s<br />

problemas e voltámos para a Base<br />

em Bissau, on<strong>de</strong> aconteceu o epílogo<br />

caricato <strong>de</strong>sta história <strong>de</strong> final feliz.<br />

Sempre que sucedia uma operação <strong>de</strong><br />

alguma envergadura, havia um “<strong>de</strong>briefing”<br />

no CDMG (Comando da Defesa<br />

Maríma), on<strong>de</strong> eram analisados<br />

todos os pormenores operacionais, e<br />

esta operação não fugiu à regra. As-<br />

sim o Comodoro Ferrer Caeiro <strong>de</strong>u a<br />

palavra ao Cmte. do DFE4, para ele<br />

<strong>de</strong>screver a operação. O então o 1º<br />

Ten. Santos Paiva, ainda muito emocionado<br />

pelos acontecimentos começou<br />

por dizer: “Sr. Comodoro ontem<br />

aconteceu um milagre”, o Imediato<br />

e o Sarg. Galegos podiam estar mortos….<br />

(e <strong>de</strong>screveu o episódio acontecido).<br />

O Comodoro Ferrer ouviu atentamente<br />

a exposição e <strong>de</strong>pois disse ao<br />

Cmte. do DFE4: “ Milagre o ...., o que<br />

acontece é que esse homem não tem<br />

pontaria, pois se a vesse o Imediato<br />

e o Sarg. <strong>de</strong>veriam estar mortos. Portanto<br />

a parr <strong>de</strong> amanhã esse homem<br />

vai para a carreira <strong>de</strong> ro para apren<strong>de</strong>r<br />

a disparar como <strong>de</strong>ve ser”.<br />

Claro que a história correu pela Marinha<br />

Guineense, e os risos que provocou<br />

ajudaram a levantar o moral das<br />

tropas, nesse momento dicil da nossa<br />

comissão.<br />

Assim era o nosso saudoso Comodoro<br />

Ferrer Caeiro, marinheiro <strong>de</strong> barba<br />

rija que nunca se <strong>de</strong>ixava envolver ou<br />

ultrapassar pelos acontecimentos,<br />

fossem eles quais fossem.<br />

A Marinha estava sempre à frente.


CAMPEONATO REGIONAL SUL DE TIRO PRÁTICO IPSC<br />

No passado dia 22 e 23 <strong>de</strong> Maio, realizou-se<br />

na Unida<strong>de</strong> Especial <strong>de</strong> Policia<br />

em Belas/Lisboa o Camp. Regional Sul<br />

<strong>de</strong> Tiro Práco - IPSC.<br />

Esta prova com uma parcipação <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> duzentos atletas na várias<br />

Divisões e <strong>de</strong> vários clubes e pontos<br />

do país, contou com a organização a<br />

cargo da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Tavira,<br />

tendo <strong>de</strong>corrido num bom ambiente<br />

<strong>de</strong>sporvo tendo a ajuda <strong>de</strong> um bom<br />

dia <strong>de</strong> sol!<br />

A prova constuída por oito pistas bem<br />

organizadas, contou com uma boa coor<strong>de</strong>nação<br />

das Esquadras por parte<br />

do STAFF, que assim conseguiu cumprir<br />

com os horários estabelecidos!<br />

Nesta compeção a <strong>Associação</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong>, contou com a parcipação<br />

dos atletas João Pereira, Bryan Ferreira,<br />

Vasco Leitão ,Luís Araújo e Fernando<br />

Lopes!<br />

Apesar <strong>de</strong> a nossa equipa ter sofrido<br />

duas <strong>de</strong>sclassificações, chegou ao fim<br />

com quatro atletas que obterão o 2º<br />

lugar da classificação por equipas na<br />

Divisão <strong>de</strong> Modified e a seguinte classificação<br />

em individual;<br />

- João Pereira ....... 5º Lugar<br />

- Bryan Ferreira ..... 19º Lugar<br />

- Francisco Marques .. 20º Lugar<br />

- Vasco Leitão ........21º Lugar<br />

Desporto<br />

OPEN Nacional <strong>de</strong> IPSC 2011<br />

Realizou-se no passado dia 11 <strong>de</strong> Setembro<br />

em Lisboa / Belas a prova <strong>de</strong><br />

ro práco OPEN Nacional <strong>de</strong> 2011. A<br />

prova com a organização a cargo da<br />

Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Tiro e com o<br />

apoio do Clube <strong>de</strong> Aradores do Pessoal<br />

da PSP contou com a parcipação<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200 atletas vindos <strong>de</strong> toda<br />

a parte do país, contando com um<br />

tempo bastante favorável para a modalida<strong>de</strong><br />

e para os atletas!<br />

A Secção <strong>de</strong> Tiro da AFz, fez-se representar<br />

por dois dos seus atletas<br />

tendo sido eles Luís Araujo com a<br />

classificação geral <strong>de</strong> 15º lugar e Fernando<br />

Lopes que não concluiu a compeção<br />

por quebra <strong>de</strong> um ângulo <strong>de</strong><br />

segurança.<br />

Campeonato Regional Sul<br />

<strong>de</strong> Pistola Sport 9mm<br />

Realizou-se no passado dia 03 <strong>de</strong><br />

Agosto nas instalações da Carreira<br />

<strong>de</strong> Tiro do Centro <strong>de</strong> Educação Tísica<br />

da Armada ( CEFA) no Laranjeiro , o<br />

Campeonato Regional Sul <strong>de</strong> Tiro com<br />

PSport 9mm, tendo a Secção <strong>de</strong> Tiro<br />

Desporvo da AFz sido representada<br />

pelo Atleta Cmdt. Semedo <strong>de</strong> Matos<br />

que obteve o 4º lugar da geral!<br />

A organização a cargo da Fe<strong>de</strong>ração<br />

Portuguesa <strong>de</strong> Tiro, contou com a pa-<br />

cipação <strong>de</strong> 17 parcipantes <strong>de</strong> vários<br />

clubes a nível nacional!<br />

Dia importante<br />

para a secção <strong>de</strong> ro<br />

45<br />

Espada Pereira<br />

A Secção <strong>de</strong> Tiro Desporvo da AFz.,<br />

angiu a 20ª representação em provas<br />

<strong>de</strong> ro oficiais no passado dia 08<br />

<strong>de</strong> Outubro!<br />

Compendo nas diferentes modalida<strong>de</strong>s,<br />

os nossos atletas tem vindo<br />

a marcar cada vez mais presença no<br />

ro <strong>de</strong>sporvo e a fomentar a a<strong>de</strong>são<br />

<strong>de</strong> novos sócios para a práca da<br />

modalida<strong>de</strong>!<br />

O nosso obrigado ao empenho <strong>de</strong> todos<br />

os Atletas que orgulhosamente<br />

são a imagem <strong>de</strong>sporva da Nossa<br />

<strong>Associação</strong>!<br />

Saudações <strong>de</strong>sporvas para todos os<br />

Atletas!<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


46<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011<br />

In Perpetuam Memoriam<br />

Cada vez mais somos menos, porque mais oito camaradas fuzileiros nos <strong>de</strong>ixaram. Cinco dos quais, eram sócios<br />

da <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> que aqui se rememora com as suas fotos.<br />

Também esta gran<strong>de</strong> Família, fica mais pobre, mas a lei da vida não perdoa, e cedo <strong>de</strong> mais nos privou do seu<br />

convívio. Resta-nos honrar a sua memória, lembrando-os enquanto a vida nos <strong>de</strong>r alento para os recordar com<br />

sauda<strong>de</strong>. Que tenham por carida<strong>de</strong>, a paz que a vida lhes negou.<br />

Às suas famílias, esta outra, apresenta sendas condolências.<br />

António Cartaxo Arnaldo Fernan<strong>de</strong>s Álvaro Pereira Sardinha<br />

Faleceram ainda os camaradas:<br />

Inácio Serafim Teles Teixeira, José Ricardo Dionísio França, António Sebasão Olipio Rin e Cmte. Ferreira Junior<br />

COMANDANTE CÔRTEREAL NEGRÃO<br />

MAIS UM PRESTIGIADO SÓCIO E OFICIAL SUPERIOR FUZILEIRO QUE NOS DEIXA<br />

No passado dia 16 <strong>de</strong> Julho faleceu,<br />

no Hospital Militar <strong>de</strong> Lisboa, o Capitão<br />

<strong>de</strong> Mar-e-Guerra Rui Francisco<br />

Côrte-Real Negrão.<br />

O Comandante Negrão frequentou<br />

a Escola Naval entre 1953/56 sendo<br />

posteriormente promovido a Guarda-<br />

Marinha, tendo prestado serviço na<br />

Marinha durante 34 anos. Em 1986<br />

passou, a seu pedido, à situação <strong>de</strong><br />

Reserva da Armada.<br />

Além do Curso da Escola Naval possuía<br />

ao Cursos Geral e Superior Naval<br />

<strong>de</strong> Guerra, o <strong>de</strong> especialização em Fuzileiro<br />

Especial e o dos Serviços Monográficos<br />

e <strong>de</strong> Operações e Informações<br />

Militares.<br />

No Mar esteve embarcado em várias<br />

unida<strong>de</strong>s navais on<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhou<br />

as funções <strong>de</strong> Comandante dos NRP “<br />

S. Vicente”, “Santa Luzia” e “Almirante<br />

Magalhães Corrêa”, e o <strong>de</strong> Oficial Imediato<br />

dos NRP “Pico”, “Sanago” e “<br />

Alm. Schultz” tendo <strong>de</strong>sempenhado<br />

também as funções <strong>de</strong> Chefe dos Serviços<br />

<strong>de</strong> Navegação, Arlharia, Comunicações<br />

e Abastecimento em vários<br />

navios da nossa Marinha.<br />

Em terra exerceu funções no Corpo <strong>de</strong><br />

Marinheiros da Armada, Gabinete <strong>de</strong><br />

Estudos e Director <strong>de</strong> Instrução da Escola<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, Subchefe dos Serviços<br />

da Marinha, na Guiné, Oficial Imediato<br />

do GIEA, Chefe Interino da 2.ª<br />

Divisão do Estado Maior da Armada e<br />

Oficial Imediato e Director <strong>de</strong> Instrução<br />

da Escola Naval, Comandante da<br />

Defesa Maríma dos Portos <strong>de</strong> Por-<br />

mão e Lagos e Capitão dos mesmos<br />

Portos e <strong>de</strong> Adido da Defesa e Naval<br />

em Londres.<br />

Nos <strong>Fuzileiros</strong>, comandou o Destacamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Especiais N.º<br />

6 (Angola 1963/65) tendo exercido<br />

cumulavamente o comando do<br />

Agrupamento dos Destacamentos <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong> Especiais - Angola e a Companhia<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> N.º 10 (Angola<br />

1966/68).<br />

Em todas as unida<strong>de</strong>s em que prestou<br />

serviços e, <strong>de</strong>signadamente, nas <strong>de</strong><br />

<strong>Fuzileiros</strong>, granjeou gran<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e<br />

consi<strong>de</strong>ração entre todos os seus Ca-<br />

maradas, superiores e subordinados,<br />

sendo do como Oficial <strong>de</strong> profunda<br />

competência e com excepcionais qualida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> comando.<br />

Da sua folha <strong>de</strong> serviços constam vários<br />

louvores e con<strong>de</strong>corações <strong>de</strong> que<br />

se <strong>de</strong>stacam: duas Medalhas Militares<br />

dos Serviços Disntos sendo uma com<br />

Palma; Medalha <strong>de</strong> Mérito Militar <strong>de</strong><br />

2.ª Classe; Medalha Naval <strong>de</strong> Vasco da<br />

Gama; três Medalhas Comemoravas<br />

das Campanhas das Forças Armadas<br />

Portuguesas e a Medalha <strong>de</strong> Prata do<br />

Instuto <strong>de</strong> Socorros a Náufragos.<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong>, <strong>de</strong> que o<br />

Comandante Negrão era Sócio n.º<br />

1149, ainda teve o gosto <strong>de</strong> O ter<br />

presente, como convidado especial,<br />

com lugar na tribuna, na cerimónia <strong>de</strong><br />

inauguração do Monumento ao Fuzileiro<br />

(que Ele, também, patrocinou)<br />

no passado dia 2 <strong>de</strong> Julho.<br />

É com profunda emoção e pesar que –<br />

após termo-nos feito representar nas<br />

cerimónias fúnebres, nas quais o Corpo<br />

<strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> Lhe prestou, também,<br />

honras militares – apresentamos publicamente<br />

à Sua Esposa, Sr.ª D. Ana<br />

Maria, aos seus filhos Maria Teresa,<br />

Maria da Conceição, Rui Miguel e<br />

Francisco Luís e a toda a restante Família,<br />

os protestos do nosso parcular<br />

e profundo senr.Até um dia Comandante<br />

Côrte-Real Negrão


Diversos<br />

ASSINATURAS ANUAIS DA <strong>REVISTA</strong><br />

DONATIVOS<br />

ADM<br />

DONATIVOS MONUMENTO<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> passou a receber as comparcipações do<br />

A.D.M.<br />

Todos os sócios que pretendam entregar o seu recibo po<strong>de</strong>m fazê-lo através<br />

da associação.<br />

NOVOS SÓCIOS<br />

47<br />

A <strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> saúda todos<br />

quantos a<strong>de</strong>riram à nobre causa da Familia<br />

Fuzileiro agora nesta vertente mais<br />

civilizada.<br />

Bem-Vindos Camaradas e Amigos!<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011


48<br />

<strong>Associação</strong> <strong>de</strong> <strong>Fuzileiros</strong> | 2011

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