16.04.2013 Views

JE590DEZ09 - Exército

JE590DEZ09 - Exército

JE590DEZ09 - Exército

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

76<br />

Caracterização dos Aparelhos<br />

Militares<br />

O efeito contrário ao espírito da cavalaria<br />

medieva introduzido pela besta e pela alabarda<br />

nos campos de batalha exponencia-se, a partir<br />

do século XV, com a utilização da arma de fogo.<br />

Assim, a cavalaria perde importância militar e<br />

mantém a sobranceria nobiliárquica, a infantaria<br />

ganha dignidade militar, mas permanece na<br />

base da pirâmide social, a artilharia anula a<br />

característica de baluarte defensivo do castelo<br />

e redu-lo a casa senhorial, a engenharia<br />

desenvolve as futuras fortalezas abaluartadas<br />

enquanto anti-arma dos projécteis de ferro.<br />

Porém, a diminuta mobilidade e a baixa<br />

cadência de tiro, aliadas à reduzida eficácia<br />

demonstrada no número de baixas causadas no<br />

Serpentina e Falconete.<br />

inimigo, leva a que a artilharia raramente seja<br />

usada em batalhas campais. Já as armas de<br />

fogo individuais (espingardas de mecha),<br />

colectivas ligeiras (bombardas de mão ou<br />

colibrina) ou colectivas pesadas (canhões<br />

como a serpentina e o falconete montados em<br />

carretas) conheceram uma forma relativamente<br />

eficaz de emprego em batalha.<br />

A introdução das armas de fogo em Portugal<br />

coincide com o início da dinastia de Avis. D.<br />

Duarte, pelo Regimento de Coudéis, para além<br />

de definir as obrigações de cada súbdito e<br />

província de acordo com os bens e classe<br />

social, insere o recrutamento dos artilheiros,<br />

por contrato, na classe dos mesteirais dos<br />

burgos. As primeiras notícias do emprego<br />

deste novo tipo de armamento, em batalha, são<br />

na malograda tentativa de conquistar Tânger<br />

(1437), na qual os espingardeiros não estariam,<br />

ainda, organizados num corpo autónomo,<br />

combatendo por isso lado a lado com<br />

besteiros.<br />

A regência de D. Pedro reveste-se de especial<br />

importância no que concerne à organização<br />

militar e à aquisição de material oriundo,<br />

principalmente, do Norte da Europa. É com o<br />

Infante que surge a função de Vedor-Mor da<br />

Artilharia (1446), reconfirmada posteriormente<br />

por Afonso V (1449), cujas competências eram<br />

sobretudo territoriais: identificar as peças de<br />

artilharia pertencentes à Coroa e que andassem<br />

DUARTE, Luís Miguel, “1549-1495: O Triunfo da Pólvora, Nova História Militar, Circulo de Leitores, 2003<br />

extraviadas, fazendo-as recolher aos armazéns<br />

régios; requisitar, aos juízes locais, meios de<br />

locomoção (em geral, animais), bem como<br />

carros e barcas para o transporte das peças;<br />

controlar a entrega das peças nos referidos<br />

armazéns para emprego da hoste real; garantir<br />

o pagamento a mesteirais (bombardeiros,<br />

carpinteiros, pedreiros e ferreiros) destacados<br />

para o serviço da artilharia; garantir que os<br />

castelos e respectivos armazéns estivessem<br />

devidamente providos de artilharia (peças,<br />

munições e pólvora) e que esta fosse bem

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!