JE590DEZ09 - Exército
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Bárbara era filha única de Dióscoro, um rico<br />
comerciante. Ambos eram pagãos. Cioso da beleza de<br />
sua filha, para que ela não tivesse contacto com algum<br />
jovem diferente do tipo que pretendia para seu genro<br />
e para que não sofresse a influência do Cristianismo,<br />
Dióscoro mandou construir uma torre na sua<br />
propriedade e para lá enviou Bárbara. A vigiá-la,<br />
colocou pajens e damas de companhia, seus leais<br />
seguidores, alegando que a filha precisava de<br />
recolhimento para se entregar aos estudos.<br />
Após a instalação de Bárbara na torre, Dióscoro<br />
partiu para uma longa viagem de negócios pelas ilhas<br />
do mar Egeu, permanecendo fora de casa<br />
aproximadamente um ano. Entretanto, Entrementes, o<br />
velho cristão preceptor de retórica, instruía Bárbara<br />
nas verdades cristãs, o que a levou a aceitar o<br />
Cristianismo, a pedir e a receber o baptismo.<br />
Quando o pai voltou encontrou Bárbara,<br />
exuberante nos seus 20 anos, mas logo foi informado<br />
das transformações ocorridas na vida da filha,<br />
incluindo a sua recusa em casar, o que o terá levado a<br />
repreendê-la severamente. Bárbara, conhecendo a ira<br />
do pai, fugiu de casa, mas rapidamente foi encontrada.<br />
Sabendo pela própria filha que se tornara cristã,<br />
acusou-a perante as autoridades e entregou-a para<br />
ser presa. Houve tentativas fracassadas para fazê-la<br />
mudar de ideias, incluindo torturas horríveis. Bárbara,<br />
todavia, permanecia impassível. Foi então condenada<br />
à decapitação.<br />
Alguns historiadores afirmam que o próprio<br />
Dióscoro teria solicitado ao governador Marciano para<br />
ser o executor da sentença. Outros, referem que o<br />
governador, surpreso diante da obstinação de Bárbara,<br />
teria insinuado que o pai era o principal acusador da<br />
filha e fosse também o seu algoz, o seu executor.<br />
Bárbara foi então decapitada pelo próprio pai,<br />
Dióscoro.<br />
Conta-se, então, que após a execução da mártir,<br />
no alto de uma colina, uma tremenda tempestade se<br />
abateu sobre o local. Naquele instante, seu pai foi<br />
atingido por um raio, tendo morte imediata. Por isso,<br />
devido às circunstâncias em que ocorreu o seu<br />
martírio, Santa Bárbara é invocada como protectora<br />
contra tempestades, temporais e tormentas.<br />
O martírio de Bárbara aconteceu em Nicomédia, a<br />
4 de Dezembro, provavelmente no ano de 235, primeiro<br />
ano do reinado do cruel Maximino.<br />
Santa Bárbara foi homenageada desde os tempos<br />
antigos, pelos sírios, gregos e latinos. Inicialmente,<br />
como uma protectora das obras e torres fortificadas,<br />
tornando-se padroeira dos militares, após a invenção<br />
da pólvora. Foi a divina protectora dos soldados que<br />
detinham a força e os depósitos das armas de guerra,<br />
bem como dos marinheiros que tinham à sua guarda<br />
os explosivos existentes a bordo dos navios.<br />
Fonte: almocreve.blogs.sapo.pt<br />
Bárbara foi decapitada pelo próprio pai, Dióscoro.<br />
De salientar que, embora a pólvora negra fosse já<br />
conhecida pelos chineses nos primeiros séculos da<br />
Era cristã, apenas era utilizada em fogos de artifício,<br />
aparecendo na Europa como pólvora e como um meio<br />
de destruição só no século XIV.<br />
Foi precisamente na primeira metade deste século<br />
que se iniciou o culto dos militares à gloriosa Santa<br />
Bárbara. Os artilheiros escolheram-na como a Santa<br />
Padroeira no início de 1529. O Papa Pio XII, em 4 de<br />
Dezembro de 1951, proclamou solenemente Santa<br />
Bárbara de Nicomédia, Celestial Padroeira dos<br />
Artilheiros, Marinheiros, Engenheiros e Bombeiros,<br />
estendendo-se mais tarde o culto da Santa aos doentes<br />
e a todas as pessoas com deficiência, tais como os<br />
leprosos e os moribundos.<br />
Na iconografia cristã, Santa Bárbara é geralmente<br />
apresentada como uma virgem, alta, majestosa, com<br />
uma palma que significa o martírio, um cálice como<br />
símbolo de sua protecção em favor dos moribundos<br />
e, ao lado, uma espada, instrumento da sua morte.<br />
No século VI, as relíquias de Santa Bárbara foram<br />
transladadas para Constantinopla. No século XII, a<br />
filha do Imperador Bizantino Aleixo Comenes, a<br />
princesa Bárbara, após contrair matrimónio com o<br />
príncipe russo Miguel Izyaslavich, transladou-as para