JE590DEZ09 - Exército
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instituições de segurança, é solicitado à UNMIT que<br />
continue a apoiar o Governo de Timor-Leste nestes<br />
esforços 15 .<br />
Para este efeito, destacamos o programa de revisão<br />
e levantamento das necessidades do sector de<br />
segurança 16 , o programa de apoio ao desenvolvimento<br />
de uma capacidade nacional para uma boa governação<br />
do sector de segurança 17 e, ainda, o Projecto de Justiça<br />
também do PNUD 18 .<br />
De facto, há uma evidente abundância de<br />
parceiros e de programas de RSS em Timor-Leste sem<br />
que a coordenação esteja assegurada ou a<br />
sobreposição seja evitada. Neste sentido, os esforços<br />
recentes do governo de apropriação do processo<br />
parecem-nos um passo na direcção certa.<br />
RSS made in Timor-Leste<br />
O governo timorense, no seu programa (com uma<br />
parte intitulada especificamente Reforma do Sector<br />
de Segurança) na forma como constitui o seu<br />
organograma e nas suas declarações revela vontade<br />
de construir uma capacidade nacional para gestão e<br />
governação do seu sector de segurança. Esta evolução<br />
é resultado de dois fluxos de sinal divergente: por um<br />
lado, a desejável timorização do processo que significa<br />
que têm que ser os timorenses, em processos<br />
inclusivos, apartidários, a consensualizarem quais são<br />
as suas necessidades de segurança e quais os meios<br />
que deverão ser cativados para garantia da mesma;<br />
pelo outro, algum desconforto e descrédito na forma<br />
como os actores internacionais o têm estado a fazer,<br />
de cima para baixo, de fora para dentro, mais orientados<br />
pelas suas agendas do que para as necessidades do<br />
beneficiário 19 .<br />
A criação do Grupo para a Reforma e Desenvolvimento<br />
do Sector de Segurança é sintomático desta<br />
mudança de paradigma. Para além desta, há várias<br />
reformas a destacar: o Decreto-Lei que aprova a Lei<br />
Orgânica do Ministério da Defesa e da Segurança, a<br />
Proposta de Lei de Segurança Nacional (que regulamenta<br />
a cooperação entre a PNTL, as F-F-DTL e a<br />
Protecção Civil), a Revisão da Lei do Serviço Militar<br />
(e respectiva regulamentação), a Proposta de Lei de<br />
Defesa Nacional. Em fase de aprovação encontramse<br />
diplomas relevantes, tais como a Lei da Programação<br />
Militar e o Código de Justiça Militar; a definição<br />
de um novo Conceito e Sistema de Formação e a<br />
criação de um novo Conceito de Emprego das Forças<br />
Armadas. O forte investimento que o Governo está a<br />
fazer em infra-estruturas e equipamento para as forças<br />
de segurança melhorará a eficácia das mesmas e<br />
aumentará a auto-estima dos seus elementos.<br />
São passos no caminho certo, mas que não<br />
dispensam a monitorização e aconselhamento<br />
internacional no que diz respeito a ajudar os timorenses<br />
a escolherem o melhor modelo para o seu sector<br />
de segurança e a sujeição destes a boas práticas<br />
identificadas.<br />
O caminho em diante<br />
O caminho em diante foi o título do primeiro<br />
relatório de desenvolvimento humano de Timor-<br />
Leste, em 2002. Além de ter identificado a pobreza<br />
como o principal desafio que Timor-Leste teria que<br />
vencer, o Relatório demonstra como um compromisso<br />
com o desenvolvimento humano pode pôr o<br />
país num caminho de paz e prosperidade. É esse<br />
compromisso que tem que ser recuperado, reconhecendo<br />
que sem segurança nenhum dos dividendos<br />
da paz será sustentável, como a destruição de<br />
infra-estruturas e o elevado número de pessoas<br />
internamente deslocadas, provocados pela crise de<br />
2006, tão bem demonstraram.<br />
Construir um sector de segurança eficiente e<br />
eficaz, profissional, integrando todos grupos<br />
diferenciados do país, cumprindo uma agenda de<br />
direitos humanos, sujeito ao primado do direito e a<br />
mecanismos de controlo parlamentar e civil e a<br />
padrões e normas internacionais de boa governação<br />
é uma missão quase impossível, sobretudo num<br />
estado em situação de fragilidade como é Timor-<br />
Leste. Uma reforma tão profunda como a que é<br />
necessária implicaria uma espécie de pausa na<br />
segurança – uma situação em que o país pararia e<br />
cessariam as necessidades de segurança enquanto<br />
se procederia à reforma. Na impossibilidade deste<br />
cenário, as forças de segurança têm que ser<br />
reformadas enquanto executam o seu papel que<br />
também vai sendo reformado, acrescentando mais<br />
desafios a um processo que nunca é simples, nem<br />
rápido, nem passível de ser aprendido num sítio e<br />
aplicado a outro, de tão distintas que são as<br />
condições no terreno.<br />
Não obstante estes constrangimentos, há uma<br />
série de recomendações que Timor-Leste e os seus<br />
parceiros podem seguir tentando optimizar recursos<br />
e resultados.<br />
A RSS é um processo de longa duração, de<br />
gerações, com medidas de impacto rápido, mas que<br />
devem ser sempre pensadas para cada caso concreto<br />
e de forma sustentável. Esta sustentabilidade<br />
é garantida pelo empenho das lideranças nacionais,<br />
pela definição de objectivos claros, pela programação<br />
e financiamento adequados, mas também por<br />
alguma flexibilidade do projecto original que<br />
permita adapta-lo às dinâmicas de cada caso.<br />
Como Timor-Leste já o demonstrou antes, a<br />
vontade de devolver o poder e as responsabilidades<br />
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