JE590DEZ09 - Exército
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democraticidade e transparência deste processo e,<br />
ainda, às forças de segurança que operam à margem<br />
deste quadro de referência), tornando-os mais<br />
adequados aos desafios que os países têm que<br />
enfrentar: o desenvolvimento humano sustentável e<br />
a consolidação da paz.<br />
A governação do sector de segurança, de todas<br />
as entidades com um mandato legítimo para o exercício<br />
da força, e de todas as estruturas que a exercem à<br />
margem da lei ou mesmo competindo com o poder<br />
legítimo, num quadro de governação democrática de<br />
provisão de segurança humana é, por conseguinte, o<br />
No que diz respeito<br />
à Polícia, que após<br />
a crise de 2006<br />
tem recebido o grosso<br />
da atenção<br />
e dos recursos, é,<br />
mais uma vez<br />
Portugal que,<br />
ao lado da UNMIT<br />
e da UNPOL, mais apoia<br />
o processo de reforma<br />
fim último.<br />
Em Timor-Leste, a agenda de reforma é uma agenda<br />
típica de cenários de reconstrução pós-conflito,<br />
com tarefas como desarmamento, desmobilização e<br />
reintegração de antigos combatentes, desminagem,<br />
combate ao tráfico de armas ligeiras, justiça transitória,<br />
reforço do estado de direito, reforma da Polícia e das<br />
Forças Armadas, boas práticas para o sector de<br />
segurança e construção de um enquadramento<br />
legislativo adequado.<br />
A Reforma do Sector<br />
de Segurança em Timor-Leste<br />
O Sector de Segurança em Timor-<br />
Leste<br />
O sector de segurança em Timor-Leste é o produto<br />
de factores resultantes da ocupação indonésia, da<br />
UN Photo - Martine Perret<br />
A construção da Polícia Nacional de Timor Leste foi outra<br />
das prioridades do mandato da UNTAET.<br />
desmobilização da resistência, da actuação da<br />
Administração Transitória das Nações Unidas<br />
(UNTAET) na construção de um estado timorense e<br />
das decisões pós-independência.<br />
A construção das forças armadas de Timor-Leste<br />
foi feita com a desmobilização dos antigos<br />
combatentes das FALINTIL – que actuava na<br />
clandestinidade e em que muitos dos seus elementos,<br />
embora tivessem alguma experiência de combate, não<br />
tinham treino militar nem disciplina ou coesão, típicos<br />
de uma força organizada. Para além disso, alguns<br />
combatentes não “puderam ser integrados no novo<br />
exército, deixando-os ressentidos por terem sido<br />
deixados de fora e a sentirem-se desprezados 1 ”.<br />
Decidir quem ficava e com que posto no pequeno<br />
exército timorense foi uma fonte constante de<br />
tensões 2 .<br />
E mesmo a criação de forças armadas foi uma<br />
decisão pressionada pela evolução dos acontecimentos.<br />
Sérgio Vieira de Mello, o administrador<br />
transitório de Timor-Leste, reconheceu que antes de<br />
Setembro de 1999 a opção da equipa das Nações<br />
Unidas que acompanhava Timor era por um modelo<br />
tipo Costa Rica 3 . E, quando a violência de Setembro<br />
eclode, essa opção é afastada sem que essa equipa<br />
estivesse preparada para decidir o que fazer com as<br />
forças de guerrilha das FALINTIL, e para sequer<br />
pensar como criar um aparelho militar para um pequeno<br />
pobre país vizinho de um gigante 4 .<br />
A construção da Polícia Nacional de Timor Leste<br />
(PNTL) foi outra das prioridades do mandato da<br />
UNTAET 5 . Também aqui as Nações Unidas tinham<br />
experiência, mas não tinham doutrina ou filosofia<br />
própria, e tiveram que criar a PNTL com indivíduos<br />
sem experiência relevante e com elementos que