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JE590DEZ09 - Exército

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militares se converteriam imediatamente em<br />

recursos disponíveis para o desenvolvimento.<br />

Enquanto a primeira abordagem é sintoma de Guerra<br />

Fria, a segunda traduz uma lógica simplista, datada,<br />

de certos programas, como os de ajustamento<br />

estrutural do Banco Mundial, em que a redução das<br />

despesas militares era, em si, uma coisa boa e<br />

proporcionaria ganhos de desenvolvimento.<br />

Foi o fim da Guerra Fria e a demonstração de que<br />

tal ligação entre a redução dos aparelhos de segurança<br />

e os ganhos em estabilidade política e em<br />

www.un.org (Reuters Photo by Cheryl Ravelo)<br />

desenvolvimento era, na melhor das hipóteses,<br />

contingente, e, com frequência, causa de mais<br />

instabilidade, podendo até levar à destruição dos<br />

aparelhos de segurança, tornando-os incapazes de<br />

garantirem a segurança interna e a defesa contra as<br />

ameaças externas, a ascensão de sociedades civis<br />

livres e organizadas, a afirmação do paradigma da<br />

segurança humana e de um novo pensamento sobre<br />

a RSS que fez desta o ponto de entrada privilegiado<br />

para a consolidação e fortalecimento de estados numa<br />

qualquer situação de fragilidade.<br />

Os países da Europa Central e de Leste, após 1989,<br />

foram os primeiros a executarem RSS em sentido actual,<br />

quando reorientaram as suas sociedades e as<br />

reformaram para poderem aderir à Organização do Tratado<br />

do Atlântico Norte (NATO) e à União Europeia<br />

(UE); para além de reorganizarem e reestruturarem as<br />

suas forças armadas e aparelhos de defesa, tiveram<br />

que desenvolver estruturas civis de monitorização e<br />

supervisão, reescrever conceitos e doutrinas,<br />

promover o envolvimento dos parlamentos no<br />

processo e mudar toda uma atitude e mentalidade típica<br />

do período bipolar que se encerrava.<br />

Esta RSS foi potenciada, desenvolvida em padrões,<br />

normas, boas práticas e inserida na agenda do<br />

desenvolvimento graças a iniciativas dos países<br />

nórdicos e da Holanda e do Departamento para o<br />

Desenvolvimento Internacional do governo britânico,<br />

e por organizações como a Organização para a<br />

Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE),<br />

que tem desenvolvido um trabalho conceptual e<br />

programático notável. A ONU e, mais recentemente, a<br />

UE têm levado a cabo projectos de RSS, bem como a<br />

NATO, a União Africana e outras organizações<br />

regionais, mas sem uma doutrina policial e militar que<br />

os sustente conceptualmente.<br />

O que é Reforma do Sector<br />

de Segurança<br />

A RSS é um conceito normativo e programático<br />

que visa reformar ou reconstruir o sector de segurança<br />

dos estados. Tem como ponto de partida um sector<br />

disfuncional que não garante a segurança ao estado<br />

e ao povo, ou ainda, sectores de segurança que são<br />

fontes de insegurança em si.<br />

A RSS é um esforço sistematizado, holístico<br />

abordando segurança e desenvolvimento como se<br />

de dois gémeos virtuosos se tratassem, de construir,<br />

reconstruir, reformar ou transformar sectores de<br />

segurança (onde se incluem todos os actores<br />

envolvidos no mesmo desde o Parlamento que faz as<br />

leis, aos Ministérios que as executam, aos agentes<br />

que a aplicam e aos organismos que supervisionam a<br />

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